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SINÓPSE

TEORIA DA DECISÃO

Fonte: DIDIER JR., Fredie “Teoria da prova (...)” Ed. Jus Podivm, 2010.

1. Conceito e classificação dos pronunciamentos judiciais

Existem pronunciamentos judiciais que são aqueles pelos quais o juiz decide um questão (contém
conteúdo decisório – são as chamadas decisões lato sensu) ou somente impulsiona o procedimento (sem
conteúdo decisório – são os despachos).

sentenças

decisões proferidas
pelo juízo singular
decisões
interlocutórias
Pronunciamentos
decisórios

Acórdãos
decisões proferidas
por um órgão
colegiado (Tribunal)
decisões
monocráticas

A lei 11.232/2005 alterou o art. 162 que dizia que “sentença é o ato pelo qual o juiz põe termo ao
processo, decidindo ou não o mérito da causa”. Agora passou a dispor “sentença é ato do juiz que implica
alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 CPC”. Essa mudança não foi tão satisfatória assim,
pois não se pode identificar a sentença pelo seu conteúdo, pois nem toda sentença que tiver esses
conteúdos terá efeito de extinção do procedimento, ex: decisões interlocutórias. Assim os arts. 267 e
269 não prevêem hipótese em que necessariamente o processo será extinto, nem estabelece matérias
que sejam exclusivamente de sentença.

O conceito de sentença tem relevância para saber qual será o recurso cabível. Da sentença cabe
apelação (art.513 CPC) e decisão interlocutória cabe agravo (art.522).

Objetivo da alteração: ressaltar que a sentença não mais extingue o processo, pois toda sentença de
prestação dá ensejo a execução imediata – sem necessidade de processo autônomo. Dada a sentença,
então, o juiz não mais encerra o processo, pois dará continuidade a atuar, só que, agora, na fase
executiva.

Sentença deve ser entendida como ato que, analisando o


mérito ou não da demanda, encerra uma das etapas (cognitiva
ou executiva) do procedimento em primeira instância. Mas não
há de retirar disso a ideia de encerramento de instância, até que
se instaure o sistema recursal.
 Nas decisões interlocutórias – o juiz decide questão incidente, que é aquela que deve ser
necessariamente resolvida para que uma outra questão, dita principal, possa ser decidida. A
interpretação literal do art. 162, §2º diz que não seria possível que uma decisão interlocutória
resolver questão principal (de mérito), mas não é bem assim, temos o exemplo das
interlocutórias que indefere pedido de concessão de tutela antecipada.
Assim decisão interlocutória é o pronunciamento pelo qual o juiz resolve questão (incidente
ou principal) sem pôr fim ao procedimento em primeira instância ou a qualquer de suas
etapas.
 Acórdão – é o pronunciamento judicial com conteúdo decisório proferido por órgão colegiado
(art.163 CPC). Para a sua formação concorrem as vontades dos vários membros que compõem o
órgão colegiado.
 Decisão monocrática – é o pronunciamento proferido por apenas um dos membros do órgão
colegiado, nos casos em que o admite a lei ou o regime interno do tribunal. Ex: decisão
monocrática dada por relator, que pode ser interlocutória ou final.

2. Sentença como norma jurídica individualizada

preceito
normativo
abstrato "norma
geral abstrata" É tarefa exclusiva do Estado

definição da
Enunciados norma para o
normativos caso concreto
Não demandam necessariamente
atuação Estatal. Somente quando
não desenvolvidas voluntariamente o
Estado-juiz intervém (salvo tutela e
execução da
norma arbitragem)
individualizada

A sentença é um ato jurídico que contém uma norma jurídica individualizada, norma individual, definida
pelo Judiciário, que se diferencia das demais normas jurídicas (lei, por exemplo) em razão da possibilidade
de tornar-se indiscutível pela coisa julgada material.

Formação: Não basta que o juiz apenas promova a aplicação da norma geral e abstrata para o caso concreto
(subsunção). Com o pós-positivismo cumpre ao juiz postura mais ativa, assim, deve ele compreender as
peculiaridades do caso concreto, encontrar na norma abstrata uma solução conforme os princípios
constitucionais e direitos fundamentais (interpretação conforma a Constituição) e sobre a norma abstrata
exercer o controle de constitucionalidade para uma melhor tutela os direitos fundamentais.
O juiz cria uma norma jurídica que vai servir de fundamento jurídico para a decisão a ser tomada na parte
dispositiva da sentença. É na parte dispositiva que contem a norma jurídica individualizada ou norma
individual (que é a definição da norma para o caso concreto).

A norma jurídica criada na fundamentação da decisão compõe o ratio decidendi (norma criada diante do
caso concreto, mas não é a norma individual – dispositivo). A ratio descendendi pode ser usada como
precedente judicial. Esta não está imune pela coisa julgada material, já a norma individual sim.

3. Elementos da decisão judicial


 Art.458 CPC = requisitos essenciais da sentença, são exigidos em conjunto apenas nas sentenças
e acórdãos.

A) RELATÓRIO

O juiz precisa relatar os fatos da causa. É o relato do que de relevante aconteceu no processo (histórico).
A jurisprudência tem mitigado a exigência de relatório nas sentenças de procedimento comum
ordinário, dispondo que a sua ausência não dá ensejo a invalidação da decisão acaso não resulte
prejuízo. É valido o juiz também reportar ao relatório de outra decisão de outro processo, desde que não
gere prejuízo para as partes (relatório per relationem).

B) FUNDAMENTAÇÃO

O convencimento do juiz está fundado num juízo de verossimilhança, logo a verdade é um ideal
inatingível, busca-se no processo a verdade mais próxima possível da real.

A motivação é a explicação da convicção e da decisão do juiz. A garantia da motivação é um direito


fundamental do jurisdicionado (art.93, IX CF).

Função endoprocessual - a fundamentação


permite que as partes possam saber se foi feita
uma análise apurada da causa, a fim de controlar
A a decisão por meio de recursos cabíveis
(embargos), bem como para que os juizes de
motivação hierarquia superior tenham subsídios para
reformar essa decisão.
da decisão
Função exoprocessual - a fundamentação viabiliza
tem dupla o controle da decisão do juiz pela via difusa da
função democracia participativa, exercida pelo povo em
cujo nome a sentença é pronunciada.

 Conteúdo da fundamentação

É nela que o juiz resolve questão incidental (para que a principal possa ser decidida). E é na
fundamentação que ele aprecia e resolve as questões de fato e de direito que são lhe são postas.
Inicialmente Análise dos Questões de direito
fundamenos de fato (mérito)
•Deve apreciar •Analisar questões de •Por se tratar de
questões fato é analisar as questões de direito é
processuais provas apartadas ao possível que o juiz
suscitadas pelas processo conheça até memso
partes ou •Cumpre ao juiz de ofício.
cognocíveis de apontar qual o •Deverá ser feita na
ofício embasamento fundamentação uma
• Se houver algum normativo que digressão relativa
incide sobre aquela entre os fato e seu
vício formal que situação fática, e enquadramento
impeça a análise quais os efeitos correto no campo
do mérito e não dessa incidência jurídico
poder saná-lo, podem ser extraídos •Cumpre verificar se
decretarar-se-á (questões juridicas dos fatos
inadimissibilidade de mérito) demonstrados nos
do procedimento autos é possível que
(extinguindo o sejam extraídas as
processo sem consequências
exame do mérito). juridicas pretendidas
pela parte

 Na fundamentação também o órgão jurisdicional deverá deliberar sobre a constitucionalidade ou


inconstitucionalidade de ato normativo.
 Pode ocorrer o chamado “fundamentos aliunde” que invocam na análise das questões jurídicas tão
somente precedentes judiciais com transcrições apenas das respectivas ementas.
 Pode ser lícito ao juiz apenas fazer alusão à súmulas, quando analisar as questões de direito, mas
deve demonstrar de que modo a situação concreta se enquadra na súmula.

 Fundamentação e coisa julgada

As questões trazidas na fundamentação não ficam acobertadas pela coisa julgada (art.469 CPC),
somente o que e trazido no dispositivo.

Porém a fundamentação é relevante para determinar o alcance da coisa julgada, se a norma jurídica
concreta do dispositivo vai ou não tornar-se indiscutível pela coisa julgada material.

Assim uma decisão só faz coisa julgada material se tiver esgotado os meios de prova, cognição
exauriente.

Há também uma eficácia da intervenção, em que o assistente simples fica vinculado à


fundamentação da decisão proferida contra o assistido, mas este não fica vinculado à coisa julgada,
mas fica submetido à justiça da decisão, ou seja, as questões resolvidas na motivação da decisão.

Coisa julgada ≠ efeito vinculante do precedente judicial (ratio decidendi) ≠ eficácia da intervenção
(quadro de diferenças pág. 298).

 Decisão sem motivação

O juiz tem que dizer por que entendeu presentes e ausentes os pressupostos, de que modo as provas
confirmam os fatos alegados pelo autor e por as da parte contrária não o convenceu. A motivação
per relationem* é uma exceção a essa regra e uma homenagem a economia processual.
Consequências da falta de fundamentação: a decisão sem motivação é uma não decisão
(inexistência de decisão), já a motivação insuficiente é caso de nulidade.

FREDIE: A decisão sem fundamento é ilegítima, mas é inegável que ela é uma decisão. É
característica dos requisitos de validade exercer a função gramatical, e não existência. A ausência de
fundamentação é um defeito, além de o texto constitucional atribuir sanção de invalidade para a
decisão não-motivada. Trata-se de um vício gravíssimo que pode ser conhecido de ofício e permite a
sua invalidação mediante o ajuizamento da ação rescisória.

C) DISPOSITIVO
É a parte final da decisão que contém a conclusão, uma resposta acerca do pedido formulado pelo
autor. É o elemento nuclear de qualquer pronunciamento que contenham conteúdo decisório. Neste
o órgão jurisdicional estabelece um preceito, uma afirmação imperativa, concluindo a análise acerca
de um pedido que lhe fora dirigido, sendo assim, sem esse comando a decisão é inexistente.
Todo procedimento (seja principal, incidental ou recursal) requer, como ato final, a prolação de uma
decisão, que poderá, ou não, analisar o seu objeto litigioso, a depender, da presença ou ausência
dos seus requisitos de admissibilidade. Assim o conteúdo do dispositivo vai depender da presença
ou ausência dos requisitos de admissibilidade do procedimento.
O dispositivo deverá afirmar a presença dos requisitos de admissibilidade e decidir o pedido que lhe
foi dirigido, acolhendo-o ou rejeitando-o.
A decisão que tem no dispositivo não tenha conclusão do objeto litigioso (questão principal) não tem
aptidão para ficar imune pela coisa julgada.
Obs: leva-se em conta o conteúdo para estabelecer o que compõe o seu dispositivo e não a forma
como ela está redigida, assim se a conclusão sobre o objeto litigioso vier na fundamentação ou em
qualquer outra parte da decisão comporá o dispositivo.

4. Requisitos da decisão judicial

a. Congruência da decisão judicial

A decisão judicial para se válida precisa ser congruente (arts.128 e 460 CPC). Além de precisar se congruente
em relação à demanda, precisa também ser em relação aos sujeitos a quem atingem e congruente em si
mesma.

A congruência externa da decisão diz respeito à necessidade de que ela seja correlacionada com os sujeitos
envolvidos no processo (congruência subjetiva) e com os elementos objetivos da demanda (congruência
objetiva).

A congruência interna diz respeito aos requisitos para a sua inteligência como ato processual, assim a
decisão precisa revestir-se dos atributos de clareza, certeza e liquidez.

I. Congruência externa

A decisão guarda uma relação intrínseca com a demanda que lhe deu causa (nexo de referibilidade), assim a
decisão deve ter como parâmetro a demanda e seus elementos.
Os dispositivos do CPC aduzem que a decisão não pode ir nem além, nem fora do pedido pleiteado, dando é
substância à regra da congruência. Esta é uma consequência da garantia do contraditório. É uma limitação
ao exercício da jurisdição.

 A decisão ultra petita ofende o contraditório e o devido processo legal (leva em conta fatos e
pedidos não discutidos no processo ou estende seus efeitos a sujeitos que não participaram do
contraditório).
 A decisão citra petita viola o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, devido a
ausência de manifestação sobre o pedido ou pela ausência de deliberação quanto a determinado
sujeito da relação processual, além de ofender o contraditório.
 A decisão extra petita fere todos esses princípios, pois o juiz deixa de analisar algo, analisando outra
diversa em seu lugar.

 Congruência objetiva

• Concede ao demandante mais do que •É aquela que tem natureza diversa ou • É a decisão que deixa de analisar o
ele pediu; analisa além dos fatos concede ao damandante coisa distinta pedido formulado; fundamento de fato
essenciais postos, outros fatos; resolve da que foi pedida; leva em ou de direito trazido pela parte; ou
a demanda em relaçao aos sujeitos que consideraçãofundamentos e fatos não pedido formulado por ou em face de
participaram do processo, mas suscitados pelas partes; atinge sujeito um sujeito do processo.
também em relação a outros sujeitos que não faz parte da relação jurídica •Há uma omissão quanto ao exame de
(não participantes). processual. uma questão
•O juiz analisa o pedido da parte, mas • Sequer analisa o pedido ou o •A decisão é omissão quando nao
vai além deles, concedendo um fundamento invocado pela parte. examina um pedido (questão principal)
provimento nao pleiteado (exagera na •o juiz "inventa"algo diverso do que foii ou não examina algum fundamento/
solução). damandado. Há um error in questão que tem aptidão para
•Quando a decisão ultrapassa os limites procedendo, impondo assim, uma influenciar na decisão do juiz (questão
do pedido ela precisa ser invalidada, invalidaçao de toda a decisão, não há incidente).
houve um vício de procedimento (error aproveitamento. Se a decisão transitou • Na primeira hipótese a decisão é
in procedendo), mas essa invalidação em julgado é cabível ação rescisória, no inexistente, e não viciada, pois não
deve cingir-se à parte que supera os prazo de 2 anos. existe vício naquilo que nao existe.
limites do pedido, permanecendo as Solução: A decisão precisa ser
demais. integrada (e não invalidada), essa
•A decisão que ultrapassa os limites dos integraçao pode ser deduzida em sede
fundamentos dos fatos postos, sua recursal tornando a decisão inteira ,
anulação dependerá de eventual perfeita.
prejuízo (os fundamentos jurídicos não
•Na segunda hipótese o juiz deixa de
se submetem à regra da congruência,
analisar uma questão indispensável
pois compõem questões de direito.
para a solução, nesse caso a decisão
tem um defeito que compromete a sua
validade (ofende o contraditório, o
acesso à justiça e a exigência de
motivação).
•Ambas podem ser sanadas por
embargos de declaração.*
OBSERVAÇÕES:

• Há situações em que o juiz legitimamente pode ir além do pedido


da parte, deferindo-lhe mais do que efetivamente foi requerido.
Acontece quando há pedidos implícitos (determinados
expressamente pelo legislador), com as ações de alimentos ou de
oferta de alimentos, possibilidade de fixação de multa coercitiva
independente do pedido.
•Há casos que o juiz pode ex officio conhecer de fundamentos de
Decisão ultra petita fato não invocados pelas partes (fatos supervenientes constitutivos,
extintivos, modificativos do direito do autor e fatos simples
independentemente de serem supervenientes, fatos notórios).
• Além de conhecer os fundamentos de fato invocados pela parte, o
juiz acrescenta à sua fundamentação um desses fatos essenciais,
não há que se falar em decisão ultra petita.

• Há exceções à essa limitação. Há situações que é lícito à decisão


desbordar-se dos seus limites objetivos:
•a. quando um pedido imediato formulado na demanda, os arts. 84 e
461 autorizam o juiz a tomar medidas de ofíico de modo a alcançar
o resultado almejado.
•b. quanto ao pedido imediato (bem da vida) o art. 461 admite que o
Decisão extra petita juiz defira coisa diversa da pedida.
•c. quanto ao fundamento da demanda ou defesa o juiz pode em
determinadas situações conhecer de ofício questões de fato
(exceção) quando tratar de fato superveniente constitutivo (...) do
direito do autor , fatos simples, fundamentos de defesa (ex:
decadência) - desde que haja prova da ocorrência nos autos, além
dos fatos notórios.

• Quando há cumulação de pedidos a análise destes dependerá do


tipo de cumulação.
•Quando for cumulação própria simples¹ - será citra petita a decisão
que deixar de analisar qualquer delas.
•Na cumulação própria sucessiva² -será citra a decisão que deixar de
apreciar o pedido precedente, ou quando nao analisar o
subsequente, tendo acolhido o precedente.
•Na cumulação imprópria subsidiária (eventual)³ - será citra petita a
decisão que, sem analisar o pedido principal, passa ao exame
Decisão citra petita imediato do pedido subsidiário, ou inadimitindo o principal deixa
(pág.321 à 324 ¹|²|³) de resolver o pedido subsidiário.
•Quando for cumulação alternativa será citra petita a decisão que
não analisa nenhum deles.
•Quanto ao pedido implícito o juiz tem que manifestar-se
independentemente da vontade do requerimento do interessado,
haverá omissão se não o fizer. Será citra petita a decisão quanto à
decisão não resolvida, pois é um deve do juiz resolver a questão.
 Congruência subjetiva

A decisão deve guardar correlação com os sujeitos parciais da relação processual. A princípio o conteúdo da
decisão somente vinculam os sujeitos parciais do processo, em relação a eles a decisão produzirá seus
efeitos diretos. Será ultra petita se seus efeitos atingirem quem faz parte da relação processual somado
também com quem não faz participa, será extra petita se apenas atingir quem não participa do processo e
citra petita se não regulamentar a situação jurídica de todos os envolvidos no processo.

Solução:

 Se for ultra petita basta num eventual recurso manejado contra ela, requerer que seja anulada na
parte em que se mostra incongruente.
 Se for extra petita precisará ser totalmente invalidada, se for transitada em julgado é cabível ação
rescisória, por ser vício transrescisório admite-se a nulidade até mesmo após o prazo para rescisória,
podendo ser feito na impugnação à execução de sentença, ou mesmo mediante ação autônoma
(querela nullitatis).
 Sendo citra petita a decisão precisará ser integrada em grau de recurso acrescendo o que lhe falta.
Se sobrevier transito em julgado fala-se em ajuizamento de ação rescisória, podendo a parte ajuizar
posteriormente nova demanda.

Os fundamentos da decisão também se submetem a regra da congruência subjetiva, a solução de


questões incidentais somente vincula as partes envolvidas no processo, não estendendo a quem dele
não tenha participado.

Há casos em que a decisão pode extravasar os limites subjetivos da demanda, estendendo os seus
efeitos a quem não participou do processo no qual ela se formou. A coisa julgada opera ultra partes ou
erga omnes.

II. Congruência interna

A decisão tem que ser congruente em si mesma, sob pena de invalidade. Com isso à decisão é imprescindível
três requisitos internos: certeza, liquidez e clareza/coerência.

 Certeza (art.460, p.ún. CPC)


A sentença deve ser certa, ainda quando decidida relação jurídica condicional. Exige-se que ela
seja certa, mas nada impede que crie uma condição para se tornar eficaz.
Certo é o pronunciamento do juiz que expressamente certifica a existência ou inexistência de
um direito afirmado pela parte ou quando ele certifica a inviabilidade de analisá-lo. Com isso é
necessário que o juiz firme um preceito definindo a norma jurídica para o caso concreto.
É atributo que se relaciona à validade do pronunciamento judicial.
Enquanto a certeza esta relacionada com o plano de validade do ato jurídico sentença, a sujeição
ou não, desse ato a uma condição é situação relacionada ao plano de eficácia. O que não pode
ser condicionado é a imposição do preceito.
Com isso o dispositivo em comento não veda a prolação de uma decisão condicional, ele veda a não
certificação do direito afirmado e posto à análise do juiz.

A decisão incerta é fruto de uma atividade cognitiva incompleta (que é vedada).

Decisão condicional ≠ decisão incerta

 Liquidez
A decisão que impõe uma prestação deve ter pronunciamento contendo: a existência da dívida,
a quem é devido, quem deve e o que é devido, e não casos em que o objeto é suscetível de
quantificação (a quantidade devida).
Porém há casos que é possível ilíquida quando versar sobre pedido genérico em ação universal.
Ilíquida é a decisão que deixa de estabelecer o montante da prestação, nos casos em que o
objeto da prestação seja suscetível de quantificação ou quando deixa de individualizar
completamente o objeto da prestação, qualquer que seja a sua natureza.

Conclusão: toda sentença deve ser líquida, somente excetuando quando o pedido for ilíquido e
não é possível chegar à liquidação do montante da prestação ou do seu objeto durante a etapa
cognitiva do procedimento. Se o autor formula pedido líquido, a decisão precisa ser ilíquida. Mas
o STJ tem feito concessões a esta regra.

Somente o credor tem interesse em suscitar a nulidade da decisão ilíquida, assim mesmo que o
pedido seja liquido, admite-se prolação de sentença ilíquida, salvo quando isso gerar prejuízo ao
credor. Súmula 318 STJ
A liquidez é regra, a iliquidez é exceção.

 Clareza e coerência
A linguagem utilizada na decisão deve ser clara e direta. Não é adequado o uso de expressões
rebuscadas nem chulas. A linguagem é um elemento de aproximação entre o emissor (julgador)
e o receptor (partes e sociedade) da mensagem.
Porém não basta que ela seja clara e direta, ela precisa ser também concludente (que haja uma
vinculação lógica entre tudo o que se narrou no relatório, os fundamentos da motivação e a
conclusão com o dispositivo). A coerência é exigida entre cada um desses elementos estruturais
entre si, além de uma coerência dentro de cada um deles. A decisão precisa ser lógica e
coerente com a análise que traçou das alegações de fato.
Solução: a falta de qualquer desses requisitos pode ser corrigida por meio de embargos da
declaração. O não acolhimento dos embargos fundados em obscuridade ou contradição poderá
ensejar a anulação da decisão por ausência de um requisito de validade.

5. Decisão objetiva/subjetivamente complexas

São objetivamente complexas as decisões cujo dispositivo pode ser fracionado em capítulos.
As subjetivamente complexas são as decisões para cuja formação devem concorrer as vontades de mais
de um órgão jurisdicional. São produtos de órgãos jurisdicionais de mesma competência funcional
horizontal.

6. Decisão terminativa e decisão definitiva

A doutrina diz que sentenças definitivas são aquelas que por fim ao processo com exame de mérito
(art.269), já as sentenças terminativas põem fim ao processo sem exame de mérito (art.267). As
primeiras têm aptidão para ficarem acobertadas pela coisa julgada material, as terminativas submetem-
se apenas à coisa julgada formal.

OBS: nem toda decisão fundada no art. 269 tem aptidão para extinguir o processo. Atualmente o
conceito de sentença não é mais aquele que encerra o processo, encerra uma fase deste. Além de ser
possível que a decisão judicial tenha por conteúdo alguma das hipóteses do art. 269 e não encerre o
procedimento, como nos casos de decisões interlocutórias e parciais.

7. Decisão e o fato superveniente*

O art. 462 admite que o juiz leve em consideração fatos constitutivos, modificativos ou extintivos do
direito, que sejam supervenientes e influam no julgamento da causa.

Isso é admitido, pois é inexorável que com o passar do tempo as circunstâncias que de fato e de direito
que deram origem ao litigio sejam alteradas, devendo ser levadas em consideração pelo juiz no
momento de proferir a decisão (princípio o qual a decisão deve refletir o estado de fato ou direito no
momento do julgamento).

Segundo o dispositivo é plenamente admissível que o demandado se valha de fato superveniente


extintivo ou modificativo como fundamento de defesa.

Há uma controvérsia, mas prevalece o entendimento de que os fatos supervenientes admitidos do art.
462 são apenas os fatos simples e constitutivos, que não alterem a causa e pedir, mas apenas a
confirmem.

Para Fredie o art. 462 revela que a vontade do legislador não é admitir somente fatos simples, mas
também os constitutivos (ou seja, fatos supervenientes que sejam relevantes ao acolhimento da
demanda).

Assim ao dizer que ao réu é licito valer-se de fatos extintivos e modificativos supervenientes, mas ao
autor somente é possível valer-se de fatos simples, é admitir uma situação que fere a razoabilidade na
medida em que impõe ao autor o ônus de ajuizar uma nova demanda para discutir o que, sem maiores
prejuízos, poderia ser discutido numa demanda já instaurada.

O art. 462 configura uma mitigação às regras de congruência objetiva da decisão e da estabilização
objetiva da demanda.

Em regra, os fatos que compõe a causa de pedir são imunes à alteração ulterior (art. 264 e 294 –
princípio da estabilização objetiva da demanda). Após a citação valida pode ser alterada com anuência
do réu, e após a fase de saneamento em nenhuma hipótese poderá fazê-lo.
Mas sucede que o próprio dispositivo é uma mitigação a essa estabilização objetiva, concluindo que o
juiz pode se valer de fato constitutivo superveniente (até mesmo alegados ex oficio), ou seja, aqueles
fatos relevantes à apreciação do pedido do autor.

Objetivo: essa flexibilização proporciona resultados justos, efetivos e uteis, além de maior economia
processual, já que torna desnecessária a propositura de outra demanda para discutir questão
superveniente.

O art. 462 também excetua a regra da congruência objetiva que deve existir entre a decisão e os atos
postulatórios.

É necessário que o fato superveniente seja suficiente para deflagrar a mesma relação jurídica.

•O fato deve ser superveniente (após a propositura da demanda) ou fato velho


que só teve conhecimento posteriormente.
•É indispensável que se estabeleça o contraditório.
•O fato novo, para ser conhecido de oficio pelo juiz, precisa ser provado nos
autos
•É possivel a aplicação do dispositivo nas instâncias recursais

8. Conteúdo da sentença

O conteúdo dá existência ao ato jurídico. Este tem aptidão para gerar efeitos. O conteúdo da sentença é
a norma jurídica individualizada dada pelo juiz. O efeito é a repercussão que a determinação dessa
norma jurídica individualizada pode gerar.

A coisa julgada material atinge a norma jurídica individualizada (conteúdo) e não os seus efeitos.

Após o transito em julgado poder-se-á afastar os efeitos jamais o


seu conteúdo.
Wach dizia que as sentenças eram
 Classificação das decisões quanto ao seu conteúdo
dividias em condenatória, constitutiva e
declaratória (classificação ternária).
Pontes de Miranda acrescentou à essas
três mais duas: sentença mandamental e
a. Decisões condenatórias executiva (classificação quinária).
Com a lei 11.232 essa discussão perdeu
Reconhecem a existência de um direito a uma prestação e
um pouco a razão de ser.
permite a realização da atividade executiva. O direito a uma Assim todas as sentenças de prestação
prestação precisa ser concretizado no mundo físico e podem ser efetivadas no mesmo processo
em que proferidas, sine intervalo. Todas
somente ocorrerá se o demandado cumprir a ordem a ele essas podem ser designadas de sentenças
dirigida. Será executado se não efetuá-la. A atividade condenatórias, pois não há distinção da
jurisdicional somente se exaure com a efetivação desse técnica executiva.

direito. Com a lei 11.232/2005 possibilitou-se que o direito


subjetivo ao pagamento de quantia possa ser efetivado no
mesmo processo em que foi certificado (execução como fase do procedimento). Existe a execução
direta (sub-rogação) que prescinde da colaboração do devedor para a efetivação da prestação, o
Estado-juiz substitui a sua conduta para essa efetivação. A execução indireta não há substituição da
conduta do devedor e precisa-se de uma colaboração deste, o Estado-juiz toma medidas no sentido
de forçar que o devedor cumpra a prestação (decisão mandamental).
b. Decisões constitutivas
Certifica e efetiva direito potestativo (poder jurídico conferido a alguém de submeter outrem à
alteração, criação ou extinção de situações jurídicas).
É a decisão que acolhe pedido constitutivo, tem por conteúdo a certificação e efetivação desse
direito e por efeito a situação jurídica nova que resulta desse reconhecimento (ex nunc).
Efetiva-se no plano jurídico e não no plano dos fatos.
c. Decisões declaratórias
Restringe-se a certificar a existência ou inexistência de uma situação jurídica. Objetiva obter uma
certificação, uma certeza jurídica. Cabíveis em situações que existem incertezas, dúvida, e com isso a
parte busca no Judiciário uma certificação.
Conteúdo: a própria declaração; Efeito: trazer uma certeza jurídica.
Não se presta a declaração de existência ou inexistência de fatos e sim de direito, assim, a questão
principal é uma questão jurídica. Contudo há uma exceção – a decisão declaratória recai sobre
questão de fato: saber se um documento é, ou não, autêntico.
Esse tipo de decisão tem uma eficácia retroativa – ex tunc.

9. Efeitos da decisão judicial*


a. Eficácia principal – efeitos que decorrem diretamente do conteúdo da decisão e dizem respeito
a situação jurídica controvertida (item anterior).
b. Eficácia reflexa – podem produzir efeitos sobre relação jurídica estranha ao processo, mas com
um vínculo de conexão jurídica. Ex: intervenção de terceiros, denunciação da lide.
c. Eficácia anexa (eficácia de fato) – são anexos os efeitos que decorrem de previsão legal, que
não são consequência do conteúdo da decisão. Independem do pedido da parte e da
manifestação do juiz. Opera ex lege. São efeitos indiretos, automáticos que resultam do fato de
a decisão existir. Ex: efeito anexo tributário da sentença, que diz respeito as custas processuais,
eventualmente não recolhidas.
Hipoteca judiciária – é direito real de garantia sobre coisa alheia, por meio do qual um bem
pertencente ao devedor passa a garantir o cumprimento de uma obrigação pecuniária, podendo
ser alienado para que o credor satisfaça o seu direito de crédito com o valor obtido com a
alienação. A hipoteca pode ser: a) convencional nasce da vontade das partes, b) legal decorre da
lei e c) judiciária decorre de decisão judicial.
Objetivo: tem por escopo fazer dos bens do devedor a garantia do credor, garantindo o resultado
útil de futura execução da decisão. (art.466 do CPC).
A partir da sentença ela já pode ser efetivada, não precisa de um pedido de hipoteca. O fato
gerador não é o pedido da parte ou a decisão do juiz: é a existência fática da sentença que
imponha obrigação de pagar quantia.
d. Eficácia probatória – pode ser um meio de prova. A sentença é um documento público. Prova
que o órgão jurisdicional examinou as alegações de fato em um determinado sentido (serve
como indício). A sentença prova o juízo de fato do juiz, visto como um fato processual. Não
prova, porém que os fatos realmente aconteceram como dito pelo magistrado.

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