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A FAMÍLIA CÂMARA, PIONEIRA EM MINAS GERAIS, BRASIL

Rubens R. Câmara

A família Câmara tem suas remotas origens fincadas nos


albores da colonização de Minas Gerais. O pioneiro, Manoel Monis da
Câmara, chegou à região entre 1700 e 1710. Era natural da Ilha da
Madeira, freguesia da Santíssima Trindade do lugar chamado Tabua, onde
nasceu no dia no 12 de setembro de 1671. Sua vinda para o Brasil foi
registrada no trabalho genealógico "Nobiliário da Ilha da Madeira”,
escrito entre 1700 e 1750, por Henrique Henriques de Noronha, no qual
Manoel Monis (da Câmara) é citado com a indicação de que "foi para o
Maranhão", sem se fazer referência à época.

Há notícia de que por volta de 1704, o madeirense Francisco


Homem d'el Rey, piloto da embarcação "Nossa Senhora da Boa Viagem",
zarpou da Ilha da Madeira em direção ao Brasil. Segundo relata o
historiador Augusto de Lima, a embarcação de Homem d'el Rey era muito
antiga e mal conservada, de sorte que ao encalhar num banco de areia no
Rio de Janeiro não foi possível resgatá-la, sendo então abandonada.
Francisco Homem d'el Rey retirou da embarcação a imagem da padroeira,
N.S. da Boa Viagem, e, tendo obtido permissão de Portugal para
permanecer no Brasil, tomou o rumo das Minas. Aqui chegando, tratou de
construir uma capela em honra de N, S. da Boa Viagem numa região onde
mais tarde surgiria o arraial de Curral d'el Rey, hoje a cidade de Belo
Horizonte. Evidentemente que Francisco Homem d'el Rey não veio sozinho
para Minas, alguns tripulantes e possíveis passageiros de sua embarcação
o acompanharam. O fato coincide com o aparecimento dos Câmaras em
Minas Gerais, sendo possível, então, que eles tivessem vindo para o Brasil
na embarcação de Francisco Homem d'el Rey.

Em Minas, a primeira referência documental a Manoel


Monis da Câmara é datada de 24 de agosto de 1724, Mas sua presença em
Minas é bem mais antiga como se infere desse documento. Naquela ocasião,
celebrou-se o casamento de sua filha Rosa Branca Monis da Câmara. Nesse
registro, Rosa Branca é qualificada como natural de São João do Morro
Grande, hoje a cidade de Barão de Cocais, MG. Àquela época, as mulheres
se casavam muito jovens, sendo que o direito canônico limitava em 14 anos
a idade mínima para celebração válida de matrimônio. É possível, então,
que Rosa Branca tivesse entre 15 e 17 anos de idade quando se casou,
podendo-se estimar seu nascimento entre 1707 e 1710. Daí se conclui que a
família Câmara já estava formada, em Minas Gerais, desde a primeiros
anos daquele século. Porém, não se localizou o assento de casamento de
Manoel Monis da Câmara e Domingas Pinheiro Cardoso, que
representaria o marco inicial da família em Minas Gerais.
Mas sete anos antes do casamento de Rosa Branca, o
sobrenome Monis da Câmara já era referido num documento de
fiscalização tributária da época. Trata-se do "Livro de Arrolamento de
Escravos da Freguesia de São Sebastião, Termo de Ribeirão do Carmo",
do ano de 1717, no qual menciona-se um certo Ambrósio Monis da Câmara
que declarou possuir seis escravos, constando ainda a quitação do tributo
relativo a eles. Como em 1717 Manoel Monis da Câmara tinha 46 anos de
idade, poderia ele ser o pai de Ambrósio, caso este estivesse na casa dos
vinte anos. Ambrósio seria, então, o filho mais velho de Manoel Monis da
Câmara, que teria nascido por volta de 1695. Segundo os historiadores, a
efetiva colonização de Minas Gerais iniciou-se a partir de 1690. Assim, se
se confirmar a filiação de Ambrósio como Manoel Monis da Câmara e
Domingas Pinheiro Cardoso, recua-se ainda mais o marco inicial da
família Câmara em Minas Gerais.

Manoel Bittencourt da Câmara foi outro madeirense,


natural da Vila da Calheta, que se fixou em São João do Morro Grande na
mesma época de Manoel Monis da Câmara. Aliás, os dois se conheciam,
pois o primeiro foi padrinho de batizado de um filho do segundo, em 1727.
Com base no "Nobiliário da Ilha da Madeira" pode-se estabelecer a
relação de parentesco entre os dois, que tinham como ancestral comum
João Rodrigues da Câmara. Manoel Bittencourt da Câmara, que tinha
patente militar, coronel, e título de nobreza, foi proprietário de uma mina
de ouro e, em conseqüência, fez fortuna. Esse coronel, aliás, é considerado
o fundador de São João do Morro Grande. Em razão de sua riqueza e
influência política, a seu redor gravitavam vários conterrâneos menos
favorecidos, como, certamente, foi o caso de Manoel Monis da Câmara.

Foram contemporâneas desses personagens outras pessoas


de sobrenome Câmara, muitas delas vivendo na região de São João do
Morro Grande. Nem todas eram originárias da Ilha da Madeira, mas dos
Açores, de Portugal Continental e mesmo da então Província de São Paulo,
como foi o caso dos pais de Ana Cabral da Câmara, esta natural de
Mariana.

A antiguidade dos registros permite, então, concluir que


que os Câmaras, de fato, participaram do início da colonização de nosso
Estado, sendo uma das mais antigas famílias mineiras.

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