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TERESINA – PIAUÍ
2016
ROBSON PALMA NASCIMENTO DE SENA
TERESINA – PIAUÍ
2016
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Examinador
FACULDADE EVANGÉLICA DO PIAUÍ
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Examinador
FACULDADE EVANGÉLICA DO PIAUÍ
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Examinador
FACULDADE EVANGÉLICA DO PIAUÍ
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Agradecimentos
Nesse estágio da vida em que temos a oportunidade de concluir mais uma etapa da
vida acadêmica, é imprescindível tecermos alguns agradecimentos às pessoas que estiveram
ao nosso lado direta ou indiretamente e que contribuíram de algum modo para a efetivação
desse momento.
Quero agradecer, primeiramente, ao Senhor nosso Deus pelo dom da vida e por
aquecer o meu coração nos momentos de dificuldade que enfrentamos e, mais do que isso, por
ter estado ao meu lado em todas essas etapas, abrindo o entendimento e possibilitando novas
descobertas que influenciaram nesse trabalho.
Posteriormente, quero agradecer a minha família: minha esposa, Carolina Sena, e
minha filha, Lorena Kelly Sena, pela compreensão nos momentos em que estava abafado de
trabalho e, mesmo presente fisicamente, fomos abdicados de algumas atividades e momentos
importantes. Mas esta fase está passando. Família é tudo, é a base de uma sociedade sarada.
Agradeço ao Instituto de Educação El Shaday – IEES, na pessoa do professor Bel.
Jaimilton Moraes, e suas contribuições na minha formação acadêmica, através da oferta do
Curso Livre de Bacharel em Teologia.
Aos professores do Seminário Teológico Filadélfia – SETEFI que, através da
Faculdade Evangélica do Piauí – FAEPI, trouxeram contribuições relevantes ao nosso
aprendizado acadêmico, nos possibilitando a abertura de novos horizontes com a
convalidação do curso de Bacharel em Teologia pelo MEC – Ministério da Educação e
Cultura. Agradecer a professora Jhomara, minha orientadora que, mesmo não conhecendo
pessoalmente, mas através da interação nos espaços virtuais, deu suas contribuições sanando
as minhas dúvidas e sugerindo posicionamentos concisos e eficazes.
Gostaria de deixar meus agradecimentos ao Pastor Professor Bel. Jorge Silva por
suas contribuições durante a análise do presente trabalho.
Gostaria, também, de tecer meus agradecimentos às Igrejas nas quais sou pastor
(presbítero superintende), que tiveram minha ausência em alguns momentos da monografia e
que muito me compreenderam nesse sentido.
Agradecemos, por fim, a todos que direta ou indireta ou indiretamente contribuíram
para chegar até esse momento ímpar de nossa vida que é a conclusão de uma graduação,
necessariamente, na área teológica.
Meu muito obrigado a todos!
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RESUMO
A família cristã, desde sua formação, tem enfrentado muitos problemas que vão de encontro
às configurações essenciais que a tornam modelo de uma sociedade sarada. O advento da
sociedade pós-moderna trouxe consigo uma maior possibilidade das quebras de valores éticos
e sociais da família, enquanto célula básica da sociedade, tendo em vista que saímos de um
modelo de família patriarcal, centrado na figura do “pai” como administrador do núcleo
familiar pautado na valorização da moral e bons costumes que permeavam no seio de uma
“família ideal”, para um modelo de família que tem seus conceitos pluralizados e que é
diretamente influenciado pelas novas configurações humanísticas, secularista e relativista da
sociedade pós-moderna, o que tem gerado um grande desconforto para as “famílias
remanescentes”, que tentam de todo modo manter os valores instituídos desde a sua
concepção. Nesse sentido, vive-se uma zona de vulnerabilidade sem precedentes,
possibilitando a desestruturação e heterogeneidade que têm se disseminado entre os pares,
provocando o caos familiar. Nesse cenário, a família tem sofrido grandes bombardeios e
enfrentado grandes desafios que, para muitos é quase impossível superar. Mas, diante da
observância da genuína Palavra de Deus e dos princípios trazidos por Ela, que são norteadores
e base da família, é possível a retomada da perspectiva de uma estruturação e organização
para que a mesma volte a ser a base de uma sociedade sarada.
ABSTRACT
The Christian family, since its formation, has faced many problems that meet the essential
settings that make it a model of a healed society. The advent of post-modern society has
brought with it a greater chance of ethical and social values breaks the family as the basic cell
of society, given that we left a patriarchal family model, centered on the figure of the "father"
as administrator nuclear family founded on the appreciation of the moral and good customs
that pervade within an "ideal family" for a family model that has its pluralized concepts and
that is directly influenced by the new humanistic settings, secularist and relativist postmodern
society, which has generated a lot of discomfort to the "remaining family", who try in every
way to keep the values established since its inception. In this sense, an unprecedented
vulnerability zone one lives, enabling the breakdown and heterogeneity that are increasingly
common among peers, causing the family chaos. In this scenario, the family has undergone
major bombings and faced great challenges, for many it is almost impossible to overcome.
But, on the observance of the genuine Word of God and the principles brought by her, which
are guiding and family basis, the resumption of the prospect of a structure and organization so
that it again be the basis of a healed society is possible.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................09
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................47
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................48
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Dessa forma, Marçal (2012), corrobora dizendo que ela consegue trazer “em seu
nascedouro uma ruptura com a tradição, principalmente no que tange à compreensão da
racionalidade, além de ser um momento de mudanças históricas consideráveis” (MARÇAL,
2012, p.1). Nesse contexto, a família perde sua estrutura tradicional, tornando-se um desafio
se organizar nessa nova forma de convívio de modo que esteja também fundamentada nos
valores disseminados através das Sagradas Escrituras (Pv 7.1- 4; Sl 119.1-19), deixando-a em
uma zona de risco (Mt 24.12).
Nesse sentido, falar de família cristã na presente era em que estamos vivendo é
também propor mecanismos que possibilitem uma tomada de consciência em torno dos
valores sociais pré-estabelecidos pelo Senhor e sua total efetivação no núcleo familiar,
desempenhando um papel preponderante na revitalização de seus integrantes, bem como em
suas funções enquanto modelo pra se constituir uma sociedade sarada (Ef 5.22-25), e mais do
que isso fortalecendo os laços familiares com toda perseverança a fim de que possamos salvar
a nossa família que é o nosso maior bem, e porque não dizer, o nosso maior tesouro, do caos
que tem assolado a sociedade (Mt 24.12,13)
O presente trabalho visa mostrar o resultado de pesquisas realizadas, à luz da Palavra
do Senhor e de textos auxiliares publicados em seus mais variados espaços, de como é
conceituada biblicamente a família cristã vétero e neotestamentária e quais características a
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No mundo científico das ideias não se pode dissertar sobre nenhum tema sem antes
saber seu conceito, sua origem e/ou sua etimologia, pois estes se caracterizam como o ponto
de partida a direcionar o foco no qual se quer chegar. Nesse sentido, não se pode falar de
família e pós-modernidade sem antes concebê-los dentro de suas particularidades e
características.
Entende-se como conceito àquilo que o espírito concebe ou entende; que se idealiza
ou entende, no entanto, quando se faz um juízo que não corresponde ao real, acaba-se criando
o preconceito, que se caracteriza por fazer um juízo por antecedência, isto é, fazer
julgamentos sem saber de nada que está falando.
Para Freitbach (1988, p. 123), economista e Mestre pela UFRS, “O conceito serve
como ponto de partida da observação, uma vez que designa, por abstração, aquilo que num
primeiro momento não é diretamente perceptível, e vai paulatinamente sendo explicitado na
medida em que a realidade fenomênica vai sendo desvendada”.
Nesse sentido, ela parafraseia Grawitz (1975), dizendo que “ (. . .) o conceito não é
somente uma ajuda para perceber, mas também uma forma de conceber. Organiza a realidade
conservando os caracteres distintivos e significativos dos fenômenos” (Grawitz, 1975, p. 331).
Ainda parafraseando Freitbach (1986, p. 12) o conceito tem grande importância na
formulação de teorias, pois são eles que darão a capacidade de se expressar a essência dos
fenômenos. Nessa perspectiva, não existe trabalho acadêmico-científico que esteja distante do
ideal de conceito. Nas palavras da autora
A sociedade modernizada passa a ser, então, aquela que está em constantes mudança
e transformação. Giddens (1990), com seu ideal de modernidade tardia, vai dar sua
contribuição dizendo que:
Nesse sentido, a modernidade não é apenas uma experiência vivida através das
constantes mudanças, mas também uma forma reflexiva da vida, tendo em vista que “as
práticas sociais são constantemente examinadas e reformadas à luz das informações recebidas
sobre aquelas próprias práticas, alterando, assim, constitutivamente, seu caráter” (GIDDENS,
1990, p. 37-38).
Para ele, nesse sentido, a medida que as áreas diferentes do globo são postas em
interconexão umas com as outras, onda de transformação social atinge a face da terra. São
essas transformações que impregnam na identidade do sujeito suas novas modalidades de
pensar, de agir, de se socializar, levando a humanidade a “dançar conforme a música que é
tocada”, isto é, fazer aquilo que está sendo norteador naquele momento, não importando o que
acontecerá no próximo episódio.
Conceituar família, na atual conjuntura social, já se constitui uma tarefa não mais tão
simples. Nesse sentido, pretende-se trazer as definições realizadas por alguns teóricos da área
e concluir com a definição encontrada nas Sagradas Escrituras, e fazer um paralelo entre elas,
de modo que se possa tentar demonstrar as transformações que ocorreram durante o processo
histórico que se iniciou desde o período bíblico.
Sob o ponto de vista sociológico, Durham (1983, apud Perez, 2009) diz que a
família:
[...] se constitui como uma unidade de reprodução social e biológica e uma instância
de cooperação econômica e de consumo de bens materiais e simbólicos e,
simultaneamente, um espaço da expressão das emoções, sejam elas de afeto ou
agressão, de segurança ou rivalidade (DURHAM, 1983 apud PEREZ, p. 2).
De um modo mais geral, ele deixa claro aqui que a família se caracteriza como
espaço de formação social do homem, tendo em vista que as suas ações, na sociedade na qual
está inserido, são reflexos dos valores sociais adquiridos no seio familiar, pois é isso que o
caracteriza como um espaço de reprodução social que, para Perez, representa um espaço de
transmissão dos padrões sociais, seja por meio cotidiano e das trocas de experiências, seja por
meio das práticas de socialização e educação das gerações mais novas (PEREZ, 2009, p. 2).
Frente a essa nova era da esfera social, a autora, cheia dos ideais de Durham (1983),
deixa claro que o:
[...] que caracteriza a família contemporânea é o fato dela se constituir como uma
unidade social formado por diversos arranjos familiares, mas com finalidades e
objetivos semelhantes. Dentre algumas constituições familiares temos: família
nuclear, constituída pelo pai, mãe e filho(s); família ampliada, em que além do
núcleo familiar, outros parentes agregam-se ao grupo; famílias recompostas que são
resultados de uma segunda união de um ou ambos os cônjuges; família matrifocais,
nas quais as mães chefiam o grupo doméstico sozinhas ou com o auxílio de outros
parentes; famílias patrifocais, em que o pai é o responsável pelos filhos, agregados
ou não a outros parentes (DURHAM, 1983 apud PEREZ, 2009, p.3)
Já para Junior (2013, p.2), “ a família é a mais antiga e mais importante instituição do
mundo”. Dessa forma, pode-se entendê-la como referencial e modelo de um indivíduo em sua
totalidade.
Para Faco e Melchioli (2007):
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A família representa o espaço de socialização, de busca coletiva de estratégias de
sobrevivência, local para o exercício da cidadania, possibilidade para o
desenvolvimento individual e grupal de seus membros, independentemente dos
arranjos apresentados ou das novas estruturas que vêm se formando. Sua dinâmica é
própria, afetada tanto pelo desenvolvimento de seu ciclo vital, como pelas políticas
econômicas e sociais (FACO e MELCHIOLI, 2007. In: VALLE, 2009, p. 121-122).
reduzindo paulatinamente, consequência de tudo isso são os altos índices de divórcio, à busca
desenfreada pela satisfação do ego, a perda do senso comum, a falta de respeito pelas
limitações do outro, dentre outros fatores que só têm assolado a humanidade.
Destarte, a família pós-moderna tem sido constantemente desafiada por fatores
externos que entram em jogo para, de alguma forma, redefinir os valores e os critérios, os
modelos de comportamento de cada membro. Fatores externos, como a mídia, as ideologias
de poder, a cultura contemporânea, até mesmo a escola, têm exercido fortes influências no
contexto interno da família, alterando significativamente sua estrutura. Ou seja, em outro
tempo a criança se adaptava a determinada diretriz de conduta posta pelos pais, enquanto
hoje, com esse distanciamento dos pais, a função de transmitir valores fica, direta ou
indiretamente, conferida à mídia e, de forma menos intensa e presente, às escolas.
Mas, por que também não falar das influências políticas e econômicas que têm
levado na palma da mão o futuro de cada família e acaba a colocando em um choque de
identidade e cultura? Ou seja, é a classe social quem determina o padrão de comportamento
dos membros de determinada unidade familiar, sendo que se uma família sai de determinada
classe social para outra, deve se adaptar às condutas e valores dessa nova classe em um abrir e
fechar de olhos. Esses novos “modelos de valores” e exigências resultam em uma diminuição
ou ausência do contato entre pais e filhos em proporções exacerbadas e exorbitantes.
Falar em papel dos membros de uma determinada família, é buscar mecanismos que
tragam um ideal de família unida, alicerçada e protegida da esfera social desse mundo
globalizado, tendo como resultante, filhos sadios e de boa conduta, amantes do
entrelaçamento e/ou dos vínculos familiares sarados e autênticos.
A) primeira delas é bayît, que designa tanto uma “residência”, “templo”, “lar”, a
“parte interior da casa”, “casa”, quanto também o conceito de “família”, ou
“moradores de uma mesma casa”. O sentido de habitação é um dos mais frequentes
usos do remo (Êx12.7; Lv 2.29; Dt 11.20). B) outro vocabulário muito frequente é
bêt, cujo sentido literal é “casa” e ocorre juntamente com outros termos formando a
ideia completa tal que bêt’el (Casa de Deus), bet lehem (Belém ou “casa de pão”), e
assim por diante. O termo bêt designa “pessoas de uma casa”, ou juntamente com
ab, designa “Casa do pai”, C) O outro vocabulário, mishãhâ, literalmente significa
“família”, “parentes” ou “Clã”. A ênfase está nos laços sanguíneos que existem entre
as pessoas de um mesmo círculo. Segundo Harris, o termo “se emprega como
substituição e um grupo maior, tal qual uma tribo ou nação (Nm 11.10) (BENTHO,
2010, p.27 apud JUNIOR, 2013, p.3).
Nota-se que que o termo “mishpahah”, que significa clã, tribo e povo, descreve o
grupo de pessoas que habitam em um mesmo lugar ou em várias aldeias, que têm interesses e
deveres comuns e cujos membros são conscientes dos laços de sangue que os unem, pelos
quais se chamam de “irmãos” (1 Sm 20.29), enquanto o uso da palavra casa (bet ou bayít),
refere-se figurativamente, ao lugar onde Jeová habita (que pode ser o tabernáculo ou o templo
ou ainda o santuário). Contudo, esse termo também significa família, descendência e até um
povo inteiro, como a “casa de Israel”, ou todo Israel (Js 24.15; Ez 20.40).
Nesse sentido, vale salientar que, para o mesmo autor, o “conceito de família para o
hebreu abrangia tanto os parentes próximos, longínquos, quanto os escravos. Desde que
houvesse uma relação consanguínea ou de afinidades, já se constituía um membro da unidade
familiar” (BENTHO, 2010, p.30, apud JUNIOR, 2013, p.3). Nas histórias bíblicas, vamos
constar essa verdade em suas várias dimensões. Uma delas acontece quando Abraão envia
mensageiros para encontrar “entre os seus” que estavam distantes, uma esposa, Rebeca, para o
seu filho, Isaque. Outro caso semelhante acontece com Hagar, que foi “emprestada” por Sara
a Abraão, pelo fato de ser sua serva.
Pereira (2014, p.1) corrobora com essa ideia dizendo que o termo família tem
concepção bíblica do hebraico mispãhãh que se refere a “todos os integrantes de um grupo
que estão relacionados por sangue e que compreende esse senso de consanguinidade” (VINE,
2002). Esses ideais se mantiveram constantes na história bíblica, pois as mudanças que
ocorreram durante o período veterotestamentário ao neotestamentário, não afetaram os
costumes familiares. Porém o viver em sociedade exigiu que cada família possuísse
características que lhes são próprias que a diferenciaram de outras famílias embora
convivendo no mesmo contexto social. É nesse cenário que se vai adequando à realidade o
conceito de família ao longo do tempo.
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Para ele, o vocabulário homem utilizado na Bíblia, tem quatro traduções no hebraico,
dois quais, dois são utilizados no livro de Gênesis: o primeiro é îysh, que significa ““varão”,
“companheiro”, pessoa que é distinta por sua masculinidade, em correspondência à mulher”,
ishãh, e o segundo é ãdãm, “que significa “humanidade” – termo usado para aludir ao gênero
humano ou ao homem em geral como criatura criada à imagem de Deus” (PEREIRA, 2014,
p.2).
Dentro dessa perspectiva, ele afirma que a união do homem (îysh) com a mulher
(ishãh) resulta na humanidade (ãdãm), ou seja, a humanidade é fruto da primeira família
instituída por Deus há milhões de anos, no Jardim do Éden.
Sobre essa premissa, Molochenco (2004, p.1), alerta que a família é pensada dentro
dos moldes do patriarcalismo. E faz questão de citar Strozzi (2004) para definir o conceito de
patriarcal, deixando claro que a família não pode perder o seu foco moral e social: “essa
palavra, patriarcal, vem da raiz “patri” significando aquele que cuida do patrimônio, que
sustenta e mantém a família (MOLOCHENCO, 2004, p.1). Percebe-se aí o grau de
importância que é dado, pelas a várias pessoas que se encarregam de estudar a família e suas
transformações, ao demonstrar o quanto foi perdido de valores ao longo do tempo, muito
embora enquanto humanos devamos ser sujeitos às transformações.
Para Maldonado (2003), pastor e terapeuta familiar, o patriarca, Abraão, viveu uma
vida seminômade. Tendo estabelecido seus descendentes em Canaã, de acordo a promessa do
nosso Deus (Gn. 12), eles construíram cidades fizeram algum tipo de interações sociais com
pessoas da região.
Nessa estrutura social, cada indivíduo era visto como membro de uma família. Cada
família estava unida a outras famílias, que formavam um clã. O clã fazia parte de
grupos mais extensos, formando as tribos. Assim, toda a nação de Israel era,
efetivamente, uma grande família de famílias. A família no Antigo Testamento era
definitivamente patriarcal. Um dos termos que a designavam era casa paterna (bet
ab). As genealogias eram sempre apresentadas através da linhagem paterna
(MALDONADO, 2003, p. 13).
Nota-se, nesse contexto que a figura do pai representava autoridade, pois era ela que
possuía total poder a casa, inclusive sobre os filhos, até mesmo aqueles que já estavam
casados e sobre suas mulheres, desde que estivessem vivendo com ele, podia inclusive decidir
se deveriam viver ou morrer. Toda e qualquer desobediência e a maldição aos pais eram
castigadas com sob pena de morte (Êx 21.15; Lv 20.9; Pv 20.20).
À medida que a “sociedade dos tempos bíblicos do Antigo Testamento” foi
evoluindo, bem como seu sistema de leis, esse direito foi transferido para as cortes sem que
alterasse sua essência. A essência da Lei Mosaica. Sempre quando havia uma queixa de um
pai, a casa real pronunciava sentença de morte, conforme a orientação de Moisés no livro de
Deuteronômio.
Vale ressaltar que, em virtude de as nações vizinhas a Israel serem pagãs, de modo
que seus patriarcas eram polígamos, os patriarcas hebreus seguiram os mesmos costumes, mas
não pela vontade de Deus, muito embora Ele tivesse tolerado, pois sabia que era uma fase que
passaria logo depois. Dessa forma, abre-se um parêntese para conceituar a família da época
como também a união do marido, de suas esposas e seus filhos, suas concubinas e seus filhos,
os filhos casados, as noras, os netos, escravos de ambos os sexos e seus filhos nascidos sob
aquele teto, os estrangeiros residentes no mesmo prédio, as viúvas, os órfãos e todos quantos
se abrigavam sob a proteção do chefe de família, inclusive os escravos, pois eram suas
propriedades.
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Quando os reis de Canaã aprisionaram Ló, Abraão reuniu “... trezentos e dezoito
homens dos mais capazes, nascidos em sua casa...” (Gn 14.14) e foi resgatá-lo. [ O
termo pai] Era usado para referir-se não somente ao pai, mas também ao avô e aos
antepassados notáveis, como Abraão. Além disso, aplicava-se a homens de muito
respeito, sem a necessidade de qualquer parentesco. O pai cumpria obrigações
sacerdotais. Religião e família estavam entretecidos com as mesmas fibras. A
comunidade de adoração básica que mantinha a coesão social da época era a família.
Como acontecia em outros grupos humanos ao redor, entre os hebreus o pai era
também o sacerdote que vigiava as relações entre as pessoas de sua casa e Deus (Jó
1.5). Isso torna-se muito mais evidente após o êxodo, quando o pai passa a ocupar o
lugar predominante no ritual da páscoa (Êx 12-13.8). Os membros da família
estavam sob a estrita obrigação de reunir-se no santuário familiar (1 Sm 20.29)11.
Quem cumpria essa função religiosa em lugar de um pai adquiria a mesma
dignidade. Assim Moisés foi chamado “pai” dos filhos de Arão (Nm 3.1). O profeta
era chamado “pai” por seus discípulos (2 Rs 2.12) [...] O povo de Israel também
usou a palavra pai para referir-se a Deus. A Bíblia a utiliza para fazer referência à
relação de Deus com seu povo (Dt 14.1; Is 4.8; Pv 3.12). Na relação de Jeová com o
povo de Israel, este é chamado filho ou filha e, às vezes, esposa (Os 11.1; Jr 3.22;
31.18-20; Is 54.6). Em Isaías 66.13, a imagem análoga para Jeová é de uma mãe e,
em Isaías 54.5, de marido (MALDONADO, 2003, p. 14-15, grifo nosso).
Somente depois que voltaram do exílio babilônico (aproximadamente 529 a. C.) que
se passou a institucionalizar a instrução religiosa, onde como sempre, dava-se muita ênfase na
obediência aos pais e mestres e usava-se com frequência a vara e o castigo corporal para
disciplinar as crianças (Pv 22.15; 13.24).
Já as mulheres, muito embora fizessem grande parte dos trabalhos pesados da casa e
do campo, tinham uma posição pouco privilegiada, tanto na sociedade como na família.
As solteiras viviam sob a tutela do pai ou de um guardião. Ao que tudo indica, elas
eram tratadas mais como prendas de valor, que eram “compradas” por seu futuro
esposo e, inclusive, vendidas como escravas (Êx 21.7). Por norma, apenas os filhos
do sexo masculino podiam receber herança, e o filho mais velho tinha direito a uma
porção dupla da propriedade do pai. Somente se não houvesse homens na família é
que as filhas podiam herdar algo dos pais. Se uma família não tivesse filhos, a
propriedade passava ao parente varão mais próximo. No compromisso nupcial de
dois jovens — ato de noivado comprometendo-se ao casamento – o casal trocava
anéis ou braceletes e firmava um contrato diante de duas testemunhas. O noivo ou
sua família tinha que pagar ao pai da noiva uma soma em dinheiro, denominada
mohar. Às vezes, essa importância podia ser paga em forma de trabalho (Gn 29.15-
30). Ao que parece, o pai só podia gastar os dividendos desse capital, mas o mohar
devia ser devolvido às filhas quando ele morresse ou se elas enviuvassem. Labão
parece haver quebrado esse costume (Gn 31.15). O pai da moça, em troca, devia lhe
dar um dote, que podia consistir em serventes, presentes ou terras. O matrimônio era
mais um evento civil (familiar e comunitário) que religioso. Quando a casa do noivo
estivesse pronta, celebrava-se a boda. Ele ia com os amigos à casa da noiva, onde ela
o esperava, ataviada com seu vestido especial para a ocasião e com um punhado de
moedas que ele lhe havia entregue anteriormente. Dali o noivo a levava para sua
nova casa ou para a casa dos pais, onde festejavam com os convidados. No trajeto,
amigos, vizinhos e convidados formavam um cortejo com músicas e danças
(MALDONADO, 2003, p. 15-16).
Atente-se que mesmo diante de uma realidade que girava em torno da figura
masculina, dava-se a devida importância e por que não dizer, seriedade ao matrimônio nesse
período. Atualmente, pelo andar da carruagem, os problemas de cunho familiar e matrimonial
só se aumentam. Jovens que se casam, cada vez mais, cedo com objetivo de, na maioria das
vezes, se retratar com Deus, em virtude do pecado sexual ou de uma gravidez indesejada (que
tem sido o problema dessa era – gravidez na adolescência), casam sem planejamento, sem um
projeto de vida, sem conhecer um ao outro e acabam vivendo um casamento fracassado,
conturbado, cheio de problemas, de curto prazo, resultando em um divórcio.
É preciso repensar a importância do matrimônio para a vida do homem e da mulher
enquanto progenitores de uma espécie, mas também, mais do que isso, enquanto imagem e
semelhança de Deus inserido numa sociedade modernizada e influenciada pelas
transformações desse século. É preciso planejamento, é preciso atitude de fidelidade e temor á
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Palavra de Deus, é preciso está imbuído de um sentimento familiar que se faça querer colocar
a família em primeiro lugar como santuário do Senhor.
Muito embora se possa notar o contraste social da presente era, se faz necessário
analisar o perfil da esposa para com o seu marido, não no sentido que se queira que a esposa
seja propriedade de seu marido, mas querendo demonstrar aquela orientação de Paulo a
ambos quando diz que a mulher deve ser sujeita ao seu marido e, do mesmo modo, o marido
deve amá-la. No Antigo Testamento, o marido era considerado o senhor (ba'al) de sua esposa,
tendo em vista que depois do casamento, mulher passava a ser propriedade do esposo. Isso era
de cunho mais civil do que religioso. O potencial das mulheres, no qual elas eram valorizadas,
era ser mães, pois eram
[...] destinadas a dar ao clã o mais precioso dos dons: filhos, especialmente homens.
Por isso a esterilidade, geralmente atribuída a uma falta da esposa, era um estigma,
considerada um castigo de Deus (Gn 16.1-2; 1 Sm 1.6). Somente quando a mulher
gerava um menino é que obtinha sua completa dignidade no lar (Gn 16.4; 30.1). O
fato de não ter um filho homem era um peso para o pai, pois sua descendência ficava
ameaçada de extinção; as filhas se casavam e iam embora, e somente os homens
podiam encarregar-se do culto familiar, de discutir a lei e de portar armas. A falta de
filhos em um casamento podia conduzir ao divórcio ou à poligamia. Entre os
hebreus, assim como entre os demais povos da antiguidade, ter uma prole numerosa
era um desejo bastante generalizado. A abundância de filhos era considerada uma
bênção (Gn 24.60). Eles eram comparados, conforme dizia o salmista, a “setas na
mão do valente” (Sl 127.3-5). Mais tarde, quando se adotou uma forma de vida mais
sedentária, as mulheres passaram a ser apreciadas também por sua eficiência no
trabalho doméstico (Pv 31.11-30) (MALDONADO, 2003, p. 16).
Porém, na atual sociedade, virou tabu falar em família patriarcal, na qual todos
integrantes estavam reunidos sob o comando do patriarca, e se reduziu ao que chamamos de
família moderna e/ou pós-moderna, da qual Vaux (2003) sintetiza:
É nesse cenário catastrófico que os valores cristãos vão perdendo o espaço da família
cristã pelas falácias que são inseridas pela mídia de qualquer jeito na vida e/ou no cotidiano
da família contemporânea.
deixou de ser submissa ao marido e o marido perdeu o amor por sua esposa (Ef. 5.22:28).
Duas verdades necessárias no casamento: amor e submissão.
Sobre esta, Molochenco (2004), fazendo uma palestra, afirmou que “tem sido mal
compreendida por esposas e marido. A submissão na Bíblia traz a ideia de companheirismo
mais do que obediência irrestrita” (MOLOCHENCO, 2004, p.3). Sobre aquele, ela deixa claro
que:
Toda mulher quer ser amada e muito amada. O amor do marido lhe traz segurança e
ela precisa sentir-se segura ao lado do homem que ama. A atitude de submissão traz
a ele conforto e confiança em sua liderança. Se é difícil para uma mulher aceitar o
fato de ser liderada talvez ela deva pensar na responsabilidade de liderança do
homem diante de Deus (MOLOCHENCO, 2004, p. 3-4).
Essa heterogeneidade no meio cristão tem levado ao divórcio que está cada vem mais
fácil e pode acontecer de “forma amigável”, como se tudo se resolvesse facilmente. O que não
se pode notar é que para chegar ao divórcio muita coisa pode acontecer que podem trazer
transtornos para o gênero humano.
Renovato (2008) apud Junior (2013) elenca uma elenca uma série de problemas que
a sociedade pós-moderna tem inculcado na raça humana.
Para Junior (2013), isso gera uma sociedade cheias de transformações que vão de
encontro aos valores familiares e causam prejuízos muitas vezes irreparáveis nas esferas de
cada família. Ele continua citando Renovato (2008), que traz as consequências das crescentes
e imediatistas transformações no seio da família.
Essa nova conjuntura que trouxe consequências danosas para o indivíduo enquanto
cidadão e passível de valores sociais vigentes, acarretou também mudanças nas relações
afetivas no contexto familiar.
Torres e Yacoub (2012) citam as ideias de Giddens (1993) sobre essa vertente,
destacando que a família se tornou “um local para as lutas entre tradição e modernidade, mas
também uma metáfora para elas”. (1993 p.63). Nesse sentido:
Há uma revolução global em curso no modo como pensamos nós mesmos e no modo como
formamos laços e ligações com os outros. É uma revolução que avança de maneira desigual
em diferentes regiões e culturas, encontrando muitas resistências. (GIDDENS, 1993, p.61
apud TORRES; YACOUB, 2012, p.5).
É por isso que Beck (2011) chama a família de “instituições zumbis”, pois são
instituições que estão “mortas e ainda vivas”. O autor parafraseia Bauman (1999), fazendo e
respondendo as seguintes perguntas:
Pergunte-se o que é realmente uma família hoje em dia? O que significa? É claro
que há crianças, meus filhos, nossos filhos. Mas, mesmo a paternidade e a
maternidade, o núcleo da vida familiar, estão começando a se desintegrar no
divórcio (...) Avós e avôs são incluídos e excluídos sem meios de participar nas
decisões de seus filhos e filha. Do ponto de vista de seus netos, o significado das
avós e dos avôs são incluídos e excluídos tem que ser determinado por decisões e
escolhas individuais (BAUMAN, 1999 p. 13 apud BECK).
abandonar sua família, sua célula familiar, causando o distanciamento entre os componentes
familiares e entre os pares, mas a Bíblia orienta que não se pode conformar com essa era, mas
que haja uma transformação da vida de cada sujeito, a partir da renovação do seu
entendimento (Rm 12.2).
Dessa forma, para que se tenha uma família pautada nos valores sociais padronizados
por Deus e para que se possa valorizar a homogênea configuração que faz despertar o
sentimento mútuo e recíproco e, mais do que isso, o temor ao Senhor e a sua Palavra, tendo
em vista que é esse temor que principia a sabedoria (Pv 9.10), é preciso voltar a valorizar as
Sagradas Escrituras enquanto o Manual de Orientações de Deus para a manutenção da sua
criação chamada família.
Observando a mensagem descrita nos Salmos 128:
Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos. Pois
comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem. A tua mulher será como
a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à
roda da tua mesa.
Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor. O Senhor te abençoará
desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida. E verás os
filhos de teus filhos, e a paz sobre Israel (SALMOS, 128 in BÍBLIA DE ESTUDO
PENTECOSTAL).
Entre inúmeras histórias sobre família do Novo Testamento, convém analisar alguns
perfis, necessariamente os da família de Jesus que é da linhagem de Judá, filho de Jacó,
personagem do Antigo Testamento (Mt 1.1-17), da qual Mateus faz questão de trazer toda a
genealogia. Nesse sentido, mostrar-se-á a importância da família veterotestamentária para o
modelo principal de família neotestamentária, que é a de Jesus.
Nesse sentido, atente-se para a história de José e Maria. Certamente esse deve ter
sido um casamento louvável, pois no contexto bíblico se ver o temor ao senhor por parte de
ambos, se ver também o período de noivado deles e compreender sua importância para a
história do cristianismo (tendo em vista que Maria, noiva de José era ainda virgem quando
concebeu Jesus (Mt 1.18)). Percebe-se nessa primeira página do Novo Testamento que, Jesus,
o Messias, aparece como descendente de Davi, mostrando que as promessas registradas no
Antigo Testamento (Gn 12.1-3) se cumprem na Pessoa Bendita e obra de Jesus (Lc 3.23; Rm
4.13; Gl 3.6,7,16). Isso mostra a importância do Antigo Testamento como fator de
aproximação do cumprimento das promessas no contexto familiar.
As declarações, no que se refere ao tema casamento e família, tanto no Antigo como
no Novo Testamento, tem direta relação com a mensagem total das Escrituras, que norteia
para o testemunho de Cristo (Jo 1.1; 5.39).
É evidente que após Jesus ter nascido, Maria teve mais filhos, porém não há
evidências de que ela ter tido um segundo marido, nem que tampouco viveu um casamento
conturbado, dando maus espelhos à Cristo, mas se ver em toda a sua história uma verdadeira
harmonia entre ela e seu esposo e, posteriormente, com o seu filho, fazendo-O crescer na
graça e no conhecimento (Lc 2.52) e o resultado disso é a verdadeira alegria dos pais na vida
de um jovem cheio da presença do Senhor e observador dos princípios da Palavra de Deus, o
que fez com que sua mãe acreditasse e apostasse no seu sábio poder de decisão: “fazei tudo
quanto ele vos disser” (Jo 2.5).
Lembre-se aqui de alguns personagens do Novo Testamento e de sua relação com
família e/ou casamento, como Pedro, que se sabe que era casado, Paulo que deixou bem claro
que ele não era, mas deixou um grande legado acerca dos seus conselhos familiares como, por
exemplo, aqueles expostos na primeira epístola à Timóteo quando orienta aos presbíteros
serem maridos de uma só mulher para que sejam respeitados, como líder, como pastor, sendo,
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portanto, o exemplo dos fiéis, àqueles orientados na Carta aos Efésios, acerca dos deveres do
marido e da esposa.
Portanto, entende-se nesses contextos que, não muito diferente do Antigo
Testamento, a família era governada pela figura do pai e as mulheres não eram consideradas
iguais aos homens na sociedade neotestamentária, em termo de direitos e deveres. Elas eram
meio que obrigada a obedecer a figura marital, sendo um dever religioso, como já
mencionamos acima. Dessa forma, eram excluídas da vida pública, desde mesmo o seu
nascimento e seu crescimento dentro da casa dos pais, tendo em vista que a figura privilegiada
era a masculina. É bem verdade que se ver aqui um ideal muito machista para a sociedade
dessa era, mas para aquele momento era uma estrutura que fortalecia o contexto familiar, e
talvez por isso a família era de fato mais levado a sério, diferentemente dessa nova era pós-
moderna, não que seja necessário voltar no tempo e retirar da mulher os direitos conquistados
durante séculos de muita luta.
Maldonado (2003) cita Flavio Josefo e suas contribuições para essa temática. Ele diz
que:
[...] tanto os direitos como os deveres religiosos das mulheres eram limitados. Elas
só podiam entrar no templo até o átrio dos gentios e das mulheres. Havia rabinos que
sustentavam que não se devia ensinar-lhes o Torah (o livro religioso dos judeus). As
escolas onde se ensinava a ler e a escrever, bem como os preceitos da lei, eram
exclusivas aos homens. Somente algumas filhas de famílias de elevado grau social
podiam estudar. Nas sinagogas havia uma separação entre homens e mulheres.
Durante os cultos, elas tinham que permanecer caladas; não podiam ensinar. Em
casa a mulher não podia dar graças pelo alimento. Na cultura judaica, assim como
nas culturas vizinhas da época, a mulher era, de uma forma geral, colocada em
segundo plano (MALDONADO, 2003, p. 18)
É bem verdade que o que se vê, nesse caso, é um cenário de desvalorização da figura
feminina enquanto cidadã, enquanto pessoa de normal capacidade para opinar e/ou agir numa
na sociedade e principalmente naquela na qual está inserida, muito embora aquela sociedade
tivesse sido muito machista. Dessa forma, se na vida doméstica a mulher ocupava um lugar
secundário, tendo seus direitos religiosos limitado, isso só piora na vida pública.
No contexto do casamento, o homem chegava ao matrimônio com idade mais
avançado do que a da mulher e desde aos cinco anos ele já deveria ter o cuidado de aprender a
lei, pois seria ele o responsável pelo seu novo lar. Tudo isso leva-se a entender que, de fato,
seria ele o governador da mulher, tendo em vista que ela adentrava num casamento sem saber
quase de nada, e bem mais jovem que o homem.
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Na fase adulta, ainda que como rabino itinerante, sem lar fixo (Lc 9.58), soube
desfrutar da hospitalidade de um lar (Mt 8.14; Lc 10.38-42). Seu primeiro milagre
foi realizado em um casamento (Jo 2.12). Além desse, fez muitos outros milagres
que demonstraram sua preocupação com a família (Mt 8.14-15; Lc 7.12-16; Jo 11.5-
44). Ensinou-nos a chamar a Deus de “Pai Nosso” (Mt 6.9) e apresentou-o como o
pai que esperava alerta o retorno do filho pródigo (Lc15.11-32). Na cruz, preocupou-
se com a segurança de sua mãe, encarregando o discípulo amado de cuidar dela (Jo
19.26). Parece que não somente sua mãe, mas também seus irmãos estavam entre os
discípulos no aposento depois de sua ascensão (At 1.14). Embora Jesus questionasse
a idéia de que bastava ser descendente biológico judeu para ser membro do reino de
Deus (Mt 12.48-50), muito de seu ministério público foi voltado para a família.
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Ensinou enfaticamente que o quarto mandamento, de honrar pai e mãe, permanecia
válido, acima até das obrigações cultuais (Mt 15.3-6; Mc 7.10-13). Restabeleceu
claramente a igualdade de direitos entre o homem e a mulher no casamento, ao negar
o direito de repúdio e a poligamia (Mt 19.3-8; Mc 10.2-9) [...] Jesus não seguiu os
costumes de seus contemporâneos. Segundo ele, as crianças tinham um alto valor
como membros de seu reino (Mc 10.13-16). Entre suas palavras de maior impacto,
estão as que têm a ver com atitudes e ações de adultos que fazem tropeçar a um
pequenino (Mt 18.6) (MALDONADO, 2003, p. 22).
matrimônio e parentesco e regida pela autoridade do pai, porém veiculado para o serviço ao
Senhor e da edificação da igreja do Novo Testamento. E isso exigia, como nos nossos dias,
uma padronização pautada nos moldes e valores das Sagradas Escrituras, a fim de que se
tivesse o feito e repercussão esperada.
O livro dos Atos dos Apóstolos narra casos de famílias inteiras que aceitaram o
evangelho e foram batizadas (At 10.24-48; 16.15, 31-33; 18.8). Isto testifica não só
da unidade familiar dos que se convertiam ao Senhor, mas também que o pai da
família — e às vezes a mãe, como no caso de Lídia (At 16.15) — era o porta-voz de
toda a sua casa diante de Deus e da comunidade (Jo 4.53; Lc 19.9; Fm 1-2).
Isto mostra que o evangelho não arrancou os primeiros cristãos repentinamente do
sistema familiar com que estavam acostumados, nem os isolou inutilmente da
sociedade em que viviam. Antes, ele destacou os valores da família (assim como
destacou os valores da cultura) quando estes correspondiam aos princípios do reino
de Deus (MALDONADO, 2003, p. 24).
essas relações podem causar no decorrer do cotidiano. Dias (2010), ao falar sobre o tema,
deixa claro que,
Tem-se, dessa forma uma sociedade que ainda negligencia o papel da mulher e acaba
a punindo através da violência doméstica, que tem crescido dia após dia. A autora deixa claro
que é “importante informar e formar os agentes da justiça que as mulheres maltratadas são
muitas vezes coagidas e constrangidas a permanecer com os agressores, por razões de
natureza diversa” (DIAS, 2010, p. 256). Segundo ela, infelizmente:
A violência doméstica é um fenómeno complexo, que afecta pessoas reais, pelo que
o sistema jurídico-legal e judicial não pode ignorar a sua natureza crítica e imediata,
exigindo respostas mais céleres (Dias, 2004a). Se assim for, talvez se consiga
atenuar o sentimento, por parte das vítimas, de que a justiça prolonga o seu processo
de vitimação (DIAS, 2010, p. 256).
Para combater essa prática, à luz da Palavra de Deus, é preciso guardar a orientação
do apóstolo Paulo (Ef 5.21-31; Rm 15.1-5) para que se tenha um lar vitorioso.
As questões sobre o divórcio serão abordadas no próximo tópico.
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relações íntimas, tanto em nível da família de origem como da família extensa, e mudanças na
rede social e na infraestrutura de vida de todos os envolvidos
O divórcio foi legitimado há mais de 30 anos no Brasil, mas é impossível terminar
um relacionamento, desestruturar uma família como se tivesse bebendo agua. Quando a
separação ocorre em um casal com filhos, não está se falando apenas de um relacionamento
amoroso que foi terminado, mas se fala também do início de um relacionamento parental em
uma família divorciada, uma vez que as crianças ainda precisam de cuidados. Diversas
pesquisas são realizadas, no sentido de tentar identificar as questões que emergem na criança
como reflexo do divórcio, e verificar como elas reagem frente aos conflitos conjugais.
De modo geral, em casos de divórcios, a grande maioria dos filhos de pais
divorciados preferem que os pais resolvam os conflitos conjugais e continuem casados,
minimizando algumas dificuldades pelas quais tiveram que passar durante o divórcio.
Esses estudos apontam que o divórcio parental traz mudanças significativas na
estrutura familiar, sobretudo, para os filhos que estão juntos dos pais.
Isso é claro na colocação de Souza (2000, p. 208) quando afirma que:
Como exposto acima, ressalta-se que a separação dos pais, para os filhos menores,
revela-se um processo bastante delicado, que deve ser acompanhado atentamente pelos pais,
familiares e profissionais, de modo que não traga maiores transtornos para a vida de público.
Para Ramires (2004, p. 185), logo após a separação:
As crianças têm que lidar com as alterações na rotina de vida, a saída de casa de um
dos pais, a família extensa, a situação econômica, as brigas, as mudanças no seu
relacionamento social e seu comportamento no lar e na escola. Além disso, a
separação conjugal conduz à reorganização da vida afetiva, social, profissional e
sexual dos pais, modificando, às vezes dramaticamente, a rede de convivência e
apoio das crianças e introduzindo, ao longo do tempo, a necessidade de
relacionamento (e rompimento) com os novos parceiros dos pais e seus possíveis
filhos e familiares (RAMIRES, 2004, p.185).
mais complexo do que a simples separação conjugal entre casais. Esse processo acarreta
grandes dificuldades, como as de natureza física, intelectual, comportamental e emocional.
Mediante a observação das Sagradas Escrituras, é notória a sabedoria de Deus quanto
aos problemas que podem haver depois de um divórcio que ele passa até a odiar essa prática
(Ml 2.16) e desejar que o casamento seja um compromisso para toda a vida (Mt 19.6).
Entretanto, sabendo que o casamento envolve dois seres pecadores, Deus possibilita a
ocorrência do divórcio.
Nesse sentido, fica visível que Ele sabe as dificuldades que os filhos passariam, em
seus mais variados aspectos, mediante a um processo de divórcio de seus pais, o levando a
tomar algumas medidas que lhes possibilitem traçar algumas regras, embora também, algumas
exceções.
No Antigo Testamento há um estabelecimento de regras para que isso ocorra, de
modo que ambos sejam protegidos sobre seus direitos (Dt 24.1-4). Mas, no Novo Testamento,
Jesus vai mostrar que estas leis foram dadas por causa da dureza do coração das pessoas, não
por desejo de Deus (Mt 19.8). Ele abre a exceção quando há imoralidade sexual, que pode ser
fornicação, prostituição, adultério, etc. As relações sexuais são uma parte muito importante do
laço matrimonial: “e serão dois uma só carne” (Gn 2.24; Mt 19.5; Ef 5.31), talvez por este
motivo, uma quebra neste laço por relações sexuais fora do casamento pode ser razão para
que seja permitido o divórcio, abrindo a possibilidade de um segundo casamento, após um
divórcio, para com aquele que sofreu com o pecado do outro como uma demonstração da
misericórdia de Deus. Não fica aberta essa possibilidade para com aquele que cometeu a
imoralidade sexual.
Infelizmente, o índice de divórcio entre os que se declaram cristãos é quase tão alto
quanto no mundo não crente. A Bíblia deixa muitíssimo claro que Deus odeia o divórcio (Ml
2.16) e que a reconciliação e perdão deveriam ser atributos presentes na vida de um crente (Lc
11.4; Ef 4.32). Para combater a prática do divórcio é preciso instruir e administrar a família na
prática centrada nas orientações existentes nas Sagradas Escrituras.
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com elas, as quais devem ser amadas por eles, “como também Cristo amou a igreja, e a si
mesmo se entregou por ela” (Ef 5.21-29)
O segredo do sucesso no contexto familiar está na observância e sujeição à Palavra
de Deus.
[...]não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação
do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita
vontade de Deus. [...] Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e
nem todos os membros têm a mesma operação, Assim nós, que somos muitos,
somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.
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[...] O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.
Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra
uns aos outros (ROMANOS 12.2-10).
Ninguém te poderá resistir, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim
serei contigo; não te deixarei nem te desampararei. Esforça-te, e tem bom ânimo;
porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria. Tão-
somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a
toda a lei [...]; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que
prudentemente te conduzas por onde quer que andares. Não se aparte da tua boca o
livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer
conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu
caminho, e serás bem-sucedido (JOSUÉ. 1.5-8).
Nesse texto, Ele está dando a receita para o sucesso do indivíduo enquanto leitor e
observador a Bíblia Sagrada e da família enquanto uma coletividade de pessoas que estão
abertos e atentos para fazer a vontade daquele que instituiu a família e deu seu manual .
Portanto, nesse sentido, compreende-se que a revelação da vontade de Deus posta na
Bíblia, no que se refere ao contexto familiar, é uma verdade absoluta que só produz sua
eficácia quando seus leitores estão abertos a viver uma experiência de vida autêntica e sarada,
e se demonstram necessitados dessa orientação como um manual de convivência para ter
resultados satisfatórios. Nesse sentido, todos aqueles quantos entenderem essa realidade pode
provar da real eficácia da Palavra de Deus no contexto de sua família.
Dessa forma, vale a pena relatar uma frase anteriormente citada, entendo que para
combater a prática do divórcio e de qualquer falácia existente no cenário familiar é preciso
instruir e administrar a família na prática centrada nas orientações existentes nas Sagradas
Escrituras é nelas que está segredo do sucesso.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Viver em conjunto é uma necessidade humana, mas também uma tarefa não tão
simples. Requer mudanças, requer atitudes que privilegiem o grupo, que no caso, a família.
Mas as intensas transformações sociais que ocorreram nessas últimas décadas tiveram grande
impacto na transformação do contexto familiar, conforme entendemos nessa pesquisa, e
acabou gerando uma barreira entre seus membros.
Dessa forma, através de uma análise histórica sobre individualismo e das influências
sofridas pelo indivíduo na sociedade a qual está inserido, procurou-se com o presente trabalho
entender esse novo conceito de família e as características que a diferenciam da família
tradicional e os impactos que refletem na sociedade contemporânea.
Nesse sentido, em decorrência dos conflitos supramencionados, apresentou-se meios
que nos permitem entender que a constituição familiar da contemporaneidade requer uma
participação efetiva dos seus integrantes, de modo que se possa estreitar o distanciamento de
cada membro para que se tenha uma família fortalecida, mesmo em meio as crises da presente
era.
Para tal, é preciso colocar cada família como prioridade em todas as nossas atitudes,
conforme orienta a Palavra de Deus. E isso independe de qualquer situação que se possa
enfrentar. Requer, portanto, a priorização do tempo que cada integrante deve dá a sua família
e dos filhos que crescem, em muitos casos, sem a presença de um dos pais.
Apesar dessa crise familiar contemporânea, esta não perdeu sua relevância na
concepção do sujeito, pois é nela que, independente de cultura, são aprendidos e apreendidos
os principais valores, costumes, crenças, entre outros conceitos. Destaca-se que, em meio ao
contexto de desestruturalização familiar atual, o presente trabalho preocupou-se em não
generalizar as situações diversas desse contexto, mas abrir um espaço de diálogos e reflexões
que seja norteador para um denominador comum suficiente para criar em cada contexto
familiar um aprendizado que possibilitem a necessária tomada de decisão diante dos
problemas que se pode enfrentar.
Finaliza-se aqui afirmando que, o segredo do sucesso familiar não está na quantidade
do tempo que disponibilizamos para a nossa unidade básica de sociedade, o que deve
sobressair nessas relações é a qualidade desse tempo.
Deus abençoe cada família!
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Zahar, 2004.
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______. Mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo em nós. 4.ed. Tradução
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SOUZA, R. M. Depois que papai e mamãe se separaram: um relato dos filhos. Psicologia:
Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 16, n. 3, p. 203-211, 2000.