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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Ciências Sociais


Faculdade de Direito

Direito Financeiro IV
Professor Luís César Souza de Queiroz

Grupo 3
Alunos: _______________________________________________________
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1) ​Produto que seja exportado do Brasil e retorne ao país está sujeito a dupla tributação
ou não? (Contrapor com o art. 1º do Decreto-Lei nº 37, de 1966)

Há entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal no sentido de que sobre


mercadoria nacional não incide o imposto sobre importação.

Para a correta compreensão da presente questão, importa considerar o que dispunha o


artigo 93 do Decreto-Lei nº 37, de 18 de novembro de 1966, em sua redação original. Ele
assim estatuía:
Art. 93. Considerar-se-á estrangeira, para efeito de incidência do impôsto, a
mercadoria nacional ou nacionalizada reimportada, quando houver sido exportada
sem observância das condições deste artigo.

No Recurso Extraordinário nº 104.3061, o Supremo Tribunal Federal declarou a


inconstitucionalidade do art. 93 do Decreto-Lei nº 37/1966 ante a Constituição de 1967 (na

1
​STF. Plenário. RE 104.306-7/SP. Rel.: Min. OCTAVIO GALLOTTI. 6 mar. 1986, un. DJ, 18 abr. 1986, p.
5.993.
redação dada pela Emenda Constitucional 1, de 17 de outubro de 1969), sob o seguinte
fundamento:

“Tem-se, na espécie, uma ficção jurídica, criada pela legislação ordinária, que
inseriu, no núcleo da hipótese de incidência do imposto de importação, um novo
elemento, sem observar a necessária correspondência com a previsão constitucional
pertinente. O artigo 21, I, da Constituição, ao definir a tributação de mercadorias
importadas, restringiu o alcance da exação aos bens estrangeiros, afastando, por
conseguinte, a cobrança do imposto em questão, sobre produtos de fabricação
nacional. O sentido dessa regra constitucional é particularmente realçado, ao se ter
em vista que, a partir da Emenda nº. 18 (art. 7º, I), à Carta de 1946, a expressão
“importar mercadorias de procedência estrangeira”, antes utilizada pelo constituinte,
para designar o fato gerador do imposto alfandegário, foi substituída pela locução
“importar produtos estrangeiros” de significado nitidamente limitado, em cotejo
com a fórmula anterior. A Constituição em vigor mantém a limitação (art. 21, I).
[...]
Partindo-se da premissa de ser defesa, ao legislador ordinário, a utilização de
qualquer expediente legal que tenha por efeito frustrar, atenuar ou modificar a
eficácia de preceitos constitucionais, há de concluir-se que a equiparação
preconizada pelo Dec.-Lei 37/66, ao ampliar, por um artifício, o conteúdo da regra
constitucional, afrontou a própria natureza e o fundamento do gravame tributário,
em detrimento dos pressupostos enunciados na Constituição.
No tocante à prevenção de excessos do uso das ficções jurídicas pelo legislador,
recordo a advertência de meu saudoso pai, Ministro LUIZ GALLOTTI, ao
pronunciar-se no julgamento do Recurso Extraordinário nº 71.758, considerando
que “se a lei pudesse chamar de compra o que não é compra, de importação o que
não é importação, de exportação o que não é exportação, de renda o que não é
renda, ruiria todo o sistema tributário inscrito na Constituição” (RTJ 66/165).

Após esse julgamento, o Senado Federal, no exercício de sua faculdade de conferir


efeito erga omnes a decisões definitivas do Supremo Tribunal Federal em controle difuso de
constitucionalidade, editou a Resolução nº 436, de 5 de dezembro de 1987, e suspendeu a
execução desse artigo, por inconstitucionalidade.
Ocorre que, em 1º de setembro de 1988, o Chefe do Poder Executivo editou o
Decreto-Lei 2.472, o qual, ao alterar a redação do art. 1º, § 1º, do Decreto-Lei nº 37/1966,
inseriu norma com conteúdo praticamente idêntico ao do art. 93, declarado inconstitucional
pelo Supremo Tribunal Federal e suspenso pela Resolução nº 436/1987, do Senado Federal.
O novo dispositivo passou a rezar o seguinte:
Art. 1º - O Imposto sobre a Importação incide sobre mercadoria estrangeira e tem
como fato gerador sua entrada no Território Nacional.
§ 1º - Para fins de incidência do imposto, considerar-se-á também estrangeira a
mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retornar ao País, salvo se:
a) enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado;
b) devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição;
c) por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país
importador;
d) por motivo de guerra ou calamidade pública;
Com o novo teor, vê-se que o legislador voltou a criar uma ficção jurídica,
considerando estrangeira, salvo as exceções discriminadas, a mercadoria nacional ou
nacionalizada reimportada, o que é incompatível com o texto da Constituição de 1988, no seu
artigo 153, inciso I2.
Caminha, há muito tempo, neste sentido a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal. Para ilustrar, colacionam-se os seguintes acórdãos e decisões monocráticas:

IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. AO CONSIDERAR ESTRANGEIRA,


PARA EFEITO DE INCIDÊNCIA DO TRIBUTO, A MERCADORIA
NACIONAL REIMPORTADA, O ART. 93 DO DECRETO-LEI N. 37-66
CRIOU FICÇÃO INCOMPATÍVEL COM A CONSTITUIÇÃO DE 1946
(EMENDA N. 18, ART. 7., I), NO DISPOSITIVO CORRESPONDENTE
AO ART. 21, I, DA CARTA EM VIGOR. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO PROVIDO, PARA CONCESSÃO DA
SEGURANÇA E PARA A DECLARAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE DO CITADO ART. 93 DO
DECRETO-LEI N. 37-66. (RE 104.306, Rel. Min. Octavio Gallotti,
Tribunal Pleno, DJ 18.4.1986)

“Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão que entendeu


que a equipação de produtos nacionais a produtos estrangeiros, para efeito
de incidência do imposto de importação, conforme prevista no art. 1º, §1º,
do Decreto Lei 37/66 (na redação dada pelo Decreto Lei 2.472/88), encontra
óbice na Constituição atual bem como em todos os regimes constitucionais
daquele tributo estabelecidos a partir da Emenda Constitucional 18/65 à
Carta de 1946. Neste RE, fundado no art. 102, III, a e b, da Constituição,
alegou-se, em suma, ofensa aos art. 97 e 153 da mesma Carta. A pretensão
recursal não merece acolhida. O acórdão recorrido está em harmonia com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmada no julgamento do RE
104.306/SP, Rel. Min. Octavio Gallotti. Naquela oportunidade, esta Corte,
ao interpretar o art. 21, I, da Constituição de 1967, com a redação dada pela
EC 1/69, entendeu ser inconstitucional a equiparação de mercadorias
nacionais e estrangeiras para fins de incidência do imposto de importação.
Merece transcrição o seguinte trecho do voto do relator: “Tem-se, na
espécie, uma ficção jurídica, criada pela legislação ordinária, que inseriu, no
núcleo da hipótese de incidência do imposto de importação, um novo
elemento, sem observar a necessária correspondência com a previsão
constitucional pertinente. O artigo 21, I, da Constituição, ao definir a
tributação de mercadorias importadas, restringiu o alcance da exação aos
bens estrangeiros, afastando, por conseguinte, a cobrança do imposto em
questão, sobre os produtos de fabricação nacional. O sentido dessa regra
constitucional é particularmente realçado, ao se ter em vista que, a partir da
Emenda nº 18 (art. 7º, I), à Carta de 1946, a expressão 'importar mercadorias

2
​Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
de procedência estrangeira', antes utilizada, pelo constituinte, para designar
o fato gerador do imposto alfandegário, foi substituída pela locução
'importar produtos estrangeiros' de significado nitidamente limitado, em
cotejo com a fórmula anterior. A Constituição em vigor mantém a limitação
(art. 21, I)” A interpretação fixada no julgamento mencionado é inteiramente
aplicável ao presente caso, seja porque o dispositivo legal ora questionado
foi instituído sob a égide da Constituição pretérita, seja porque a Carta atual,
no que diz respeito à regra de competência para o imposto de importação,
possui, quanto ao ponto discutido, a mesma dicção da anterior. Isso posto,
nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput). Publique-se. Brasília, 29
de junho de 2010. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI - Relator” (RE
609585, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em
29/06/2010, publicado em DJe-144 DIVULG 04/08/2010 PUBLIC
05/08/2010)

​AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.


CONSTITUCIONAL. IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO - II.
LINGOTES DE ZINCO. MERCADORIA NACIONAL.
INCONSTITUCIONALIDADE DO DECRETO N. 37/1966.
PRECEDENTE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO.​ (RE 606.102 ​ AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda
Turma, DJe 19.12.2012)

Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão da Terceira


Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região assim do (fls. 254):
​MANDADO DE SEGURANÇA - IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO -
MERCADORIAS NACIONAIS REIMPORTADAS - NÃO INCIDÊNCIA.
1. É inconstitucional a exigência do imposto de importação, para
mercadorias reimportadas, em virtude de a Constituição Federal e o Código
Tributário Nacional referirem-se a "importar produtos estrangeiros", e não a
produtos ou mercadorias de procedência estrangeira. 2. Apelação e Reexame
necessário a que se nega provimento​ Inicialmente, o Tribunal de origem
negou trânsito ao recurso. Verifico, todavia, que o relator originário do feito,
Min. Joaquim Barbosa, determinou a subida do extraordinário para melhor
exame, nos termos do art. 21, VI, do RISTF. O recurso busca fundamento no
art. 102, III, a e b, da Constituição Federal. A parte recorrente alega violação
ao art. 153, I, da Carta. Sustenta, em síntese, que deve incidir o imposto de
importação pois: ​o produto exportado em caráter definitivo, como o zinco
em questão, deixa de ser um produto nacional porque a exportação em
caráter definitivo retira-lhe a nacionalidade brasileira, ou seja, a exportação
em caráter definitivo desnacionaliza o produto exportado​ (fls. 278). A
pretensão não merece ser acolhida. Conforme o entendimento desta
Suprema Corte, o termo ​produto estrangeiro​ contido no art. 153, I, da
Constituição, refere-se apenas a produtos manufaturados no exterior,
restringindo-se a incidência do Imposto de Importação a tais hipóteses.Com
efeito, nos autos do RE 104.306, julgado sob a relatoria do Ministro Octavio
Galloti, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional o art. 93, do
Decreto-Lei 37/1966, suspendendo a eficácia deste dispositivo em virtude da
equiparação do produto nacional proveniente do exterior ao produto
estrangeiro. Neste sentido, destaco o seguinte trecho do voto do relator:
​Tem-se, na espécie, uma ficção jurídica, criada pela legislação ordinária, que
inseriu, no núcleo da hipótese de incidência do imposto de importação, um
novo elemento, sem observar a necessária correspondência com a previsão
constitucional pertinente. O artigo 21, I, da Constituição, ao definir a
tributação de mercadorias importadas, restringiu o alcance da exação aos
bens estrangeiros, afastando, por conseguinte, a cobrança do imposto em
questão, sobre produtos de fabricação nacional. O sentido dessa regra
constitucional é particularmente realçado, ao se ter em vista que, a partir da
Emenda nº 18 (art. 7º, I), à Carta de 1946, a expressão ​importar mercadorias
de procedência estrangeira​, antes utilizada, pelo constituinte, para designar o
fato gerador do imposto alfandegário, foi substituída pela locução ​importar
produtos estrangeiros​ de significado nitidamente limitado, em cotejo com a
fórmula anterior. A Constituição em vigor mantém a limitação (art. 21, I). [​]
Partindo-se da premissa de ser defesa, ao legislador ordinário, a utilização
de qualquer expediente legal que tenha por efeito frustrar, atenuar ou
modificar a eficácia de preceitos constitucionais, há de concluir-se que a
equiparação preconizada pelo Dec.-Lei 37/66, ao ampliar, por um artifício, o
conteúdo da regra constitucional, afrontou a própria natureza e o
fundamento do gravame tributário, em detrimento dos pressupostos
enunciados na Constituição. [​] A Constituição deve ser entendida no seu
sentido comum, salvo se o texto indicar para determinada expressão, um
significado estritamente técnico. De um ou de outro modo, ao individualizar
o ingresso de produtos estrangeiros como fato gerador do imposto de
importação, tencionou decerto, o constituinte, pelas próprias razões
determinantes da criação do tributo, entre as quais sobreleva a política de
proteção do mercado interno, onerar bens que, produzidos em outros países,
fossem trazidos ao território nacional, para consumo​. Verifico que, tal como
constatou o acórdão recorrido, o art. 1º, § 1º, do Decreto-Lei 37/1966, ao
tratar o produto nacional proveniente do exterior como um produto
estrangeiro, reproduz a equiparação já declarada inconstitucional pelo
Supremo Tribunal Federal. Neste sentido, destaco as seguintes decisões: RE
609.585, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; RE 606.102, Rel. Min. Cármen
Lúcia; RE 574.490, Rel. Min. Ayres Britto; e RE 483.110, Rel. Min. Ayres
Britto. Diante do exposto, com base no art. 557 do CPC e no art. 21, § 1º, do
RI/STF, nego seguimento ao recurso. Publique-se. Brasília, 24 de novembro
de 2014.Ministro Luís Roberto Barroso - Relator (STF - RE: 635979 RJ,
Relator: Min. ROBERTO BARROSO, Data de Julgamento: 24/11/2014,
Data de Publicação: DJe-234 DIVULG 27/11/2014 PUBLIC 28/11/2014)

Importa ressaltar, neste contexto, que a Procuradoria Geral da República ajuizou


perante o Supremo Tribunal Federal a ADPF nº 400, solicitando que se declare a
ilegitimidade por não recepção pela Constituição da República do artigo 1º, parágrafo 1º, do
Decreto-Lei nº 37/1966, incluído pelo Decreto-Lei nº 2.472/1988, além da
inconstitucionalidade do artigo 70 do Decreto nº 6.759, que prevê exceções para a incidência
de imposto em mercadoria que retorne ao país. A Advocacia Geral da União, manifestando-se
nos autos da ADPF nº. 400, defendeu a constitucionalidade dos dispositivos questionados,
sob a argumentação de que eles preveem ​a incidência do Imposto de Importação tão somente
quando a mercadoria nacional for exportada de forma definitiva e retornar ao Brasil mediante
importação. Argumentam, ainda, que a lei visou impedir que, mediante a utilização de
expedientes, fraudulentos ou não, os contribuintes pudessem importar uma mercadoria
estrangeira sem o pagamento do Imposto de Importação, ao argumento de que seria, na
verdade, a reimportação de mercadoria que fora, previamente, exportada. ​A ação encontra-se
pendente de julgamento.

2) ​Diferenciar produto e mercadoria, para efeitos do Imposto de Importação.

Enquanto o art. 153, inciso I da Constituição Federal e o art. 19 do Código Tributário

Nacional se referem a produtos, o art. 1º do Decreto-Lei nº 37/66 fala em mercadoria ao se

referir ao objeto da importação sobre a qual incidirá o pertinente imposto.

Existe, sim, uma diferença conceitual entre estes dois vocábulos. Mercadoria expressa

um conceito mais restrito do que produto. Enquanto este é todo bem material resultante de

um processo produtivo, aquela diz respeito apenas aos objetos destinados ao comércio.

Esta distinção foi tangenciada no julgado abaixo colacionado:

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. FUNÇÃO EXTRAFISCAL.


QUADROS NACIONAIS QUE RETORNARAM AO BRASIL SEM FINS
COMERCIAIS. ART. 19 DO CTN. ART. 1º DO DECRETO-LEI N. 37/66.
AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. NÃO SE TRATA DE MERCADORIA
COMERCIÁVEL. NÃO-INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO.
1. Interpretam-se as normas referentes ao Imposto de Importação no contexto da
atual função extrafiscal desta exação, tida como instrumento de regulação do
comércio exterior.
2. ​O termo mercadoria constante do artigo 1º do Decreto n. 37/66 deve ser
entendido no seguinte sentido: "Aquilo que é objeto de comércio; bem
econômico destinado à venda; mercancia", conforme anotado no Novo
Dicionário Eletrônico Aurélio, versão 5.11a.
3. In casu, os quadros saíram e voltaram, com o registro pertinente, com a
destinação "enfeite de residência particular", sem finalidade de comércio, não
se tratando, portanto, de mercadoria e não incidindo na espécie o imposto de
importação.
Recurso especial improvido.
(REsp 601.022/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,
julgado em 03/12/2009, DJe 16/12/2009) (grifos nossos)
A despeito desta distinção conceitual e da linha de entendimento adotada no

julgamento acima referido, importante dizer que o Decreto-Lei 37/66, enquanto norma

tributária ordinária, não teve o efeito de alterar o fato gerador do imposto, posto que isto

compete ao legislador complementar, conforme determina a Constituição Federal, ao tratar da

matéria.

Desse modo, no nosso entender, mesmo os produtos estrangeiros, ainda que não sejam

objeto de comércio, são suficientes para identificar o critério material do fato gerador do

imposto de importação.

Neste sentido, Aliomar Baleeiro assevera que:

“A Constituição de 1988 (art. 153) e o art. 19 do CTN utilizam-se da


expressão produto, mais ampla do que mercadoria, enquanto o Decreto-lei nº
37/1966, no art. 1º, emprega o termo mercadoria. Mas a doutrina não vê
nisso, com razão, qualquer limitação da lei ordinária de caráter isencional ou
não exercício pleno de sua competência. (...) Na importação não é relevante
que haja negócio jurídico ou transferência de propriedade. Basta considerar
que os bens e objetos de uso pessoal do importador (bagagem) podem se
sujeitar a imposto”3

No mesmo sentido, Leandro Paulsen e José Eduardo Soares de Melo ensinam que:

“O aspecto material da hipótese de incidência do Imposto sobre a Importação


é a entrada do produto estrangeiro, ou seja, de qualquer bem produzido no
exterior, pela natureza ou pelo homem. Não se restringe à entrada de produtos
industrializados e de produtos corpóreos. Alcança também produtos para a
incorporação no ativo fixo das empresas ou mesmo para consumo pelo
importador, produtos naturais e eventuais produtos intangíveis.”4

Em resumo: o conceito de produto, conforme definido pelo legislador complementar,

é o que deve ser utilizado para definição do fato gerador do imposto de importação, embora o

referido conceito seja mais amplo que o de mercadoria, impropriamente referido pelo

legislador ordinário ao tratar da matéria.

3
​BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. 13ª ed. São Paulo: Forense, 2015, p. 283-283.
4
​PAULSEN, Leandro & MELO, José Eduardo Soares de. Impostos Federais, Estaduais e Municipais. 9ª edição
revista e atualizada. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2015, p. 12-13.

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