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08/12/2017 Número de detidas em presídios femininos no Brasil cresce oito vezes em 17 anos - Notícias - Cotidiano

Número de detidas em presídios


femininos no Brasil cresce oito
vezes em 17 anos
Carlos Madeiro
Colaboração para o UOL, em Maceió 08/12/2017 04h00

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Divulgação/Pastoral Carcerária

O superlotado Presídio Feminino Irmã Zorzi, em Campo Grande (MS)

O número de detidas em presídios femininos no Brasil aumentou oito vezes em


17 anos. Em 2000, eram 5.601 mulheres no cárcere. Ao final de 2016, eram 44.721,
segundo o Ministério da Justiça.

Esses dados mais recentes não são públicos: foram informados pelo ministério ao
STF (Supremo Tribunal Federal) em resposta a uma petição do Coletivo de
Advogados de Direitos Humanos. O grupo defende a conversão da prisão
preventiva em domiciliar de todas as mulheres grávidas ou com filhos de até 12
anos sob sua responsabilidade.

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08/12/2017 Número de detidas em presídios femininos no Brasil cresce oito vezes em 17 anos - Notícias - Cotidiano

"A determinação da prisão preventiva a estas mulheres, ou seja, a sua sujeição,


antes de transitada em julgado uma condenação criminal, ao confinamento em
estabelecimentos de privação de liberdade, por subtrair-lhes o acesso a programas
de saúde pré-natais, a assistência regular ao parto e pós-parto, condições razoáveis
de higiene e autocuidado e privar suas crianças de condições adequadas de
desenvolvimento, constitui ato ilegal praticado de forma reiterada pelo Poder
Judiciário brasileiro", diz trecho do pedido de habeas corpus coletivo.

O caso está sob relatoria do ministro Ricardo Lewandowski. A PGR (Procuradoria


Geral da República) se manifestou contrária à petição.

Segundo os dados do Infopen (levantamento nacional de informações


penitenciárias), do Ministério da Justiça, divulgados em 2014, 64% das
33.793 mulheres presas naquele ano cumpriam penas por tráfico de drogas.
Roubos e furtos vinham em seguida.

O aumento no número de mulheres detidas, segundo os dados do Infopen, fica


evidente a partir de 2006. Naquele ano foi aprovada a Lei 11.343, que instituiu o
Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas e ampliou o leque de medidas
repressoras contra pessoas flagradas com drogas. 

Divulgação/Pastoral Carcerária

Pichação no Presídio Feminino Irmã Zorzi, em Campo Grande (MS)

"São mais abandonadas, recebem menos visitas"

Para a Pastoral Carcerária, a superlotação dos presídios femininos é uma vertente


mais cruel do sistema carcerário brasileiro.

"A vulnerabilidade delas é muito maior do que para os homens", afirma a irmã Petra
Silvia Pfaller, coordenadora nacional da Pastoral. "Na hora que conversamos com
as mulheres, vemos que elas são muito mais afetadas. São mais abandonadas,
recebem menos visitas. Imagine as avós, tias que cuidam dos filhos delas, por
exemplo, que têm dificuldade de visita. Muitos presídios femininos são regionais,
elas têm de viajar de longe muitas vezes", conta.

Divulgação/Pastoral Carcerária

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Em cinco presídios femininos, a quantidade de presidiárias é maior que o dobro da


capacidade máxima; Presídio Feminino Irmã Zorzi, em Campo Grande (MS), está
superlotado

Irmã Petra aponta para a alta incidência, entre as presidiárias, de transtornos


psiquiátricos ou problemas psicológicos.

Em setembro, a Pastoral enviou ofício ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo)


pedindo investigação sobre quatro suicídios em um período de menos de 40
dias (https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-
brasil/2017/09/20/penitenciaria-feminina-em-sp-registra-suicidios-em-serie-diz-
pastoral.htm)na Penitenciária Feminina de Santana. Segundo o sistema
Geopresídios, o local tem capacidade para 2.580 presas, e abriga 2.316 delas.

"A situação se agrava muito quando a presa é mãe. Quando a mulher é presa,
quem cuida dos filhos? A ansiedade das mulheres na prisão é maior, a
preocupação é muito grande. E com os presídios superlotados, os serviços são
prejudicados, tudo fica mais difícil", afirma, citando que a Pastoral já apresentou e
defende uma lista de dez itens para reduzir o superencarceramento.

"Prisões construídas para homens"

O ITTC (Instituto Terra, Trabalho e Cidadania) possui um programa, o Justiça sem


Muros, que estuda e avalia a questão da prisão feminina no país. A entidade afirma
que a situação das prisões femininas não é diferente das masculinas.

"A gente avalia que [os presídios] são péssimos. Eles foram construídos numa ótica
masculina. Há quem defenda uma lógica feminina, mas é impossível que aconteça
porque são locais em que torturas se repetem", diz Nina Cappello Marcondes,
pesquisadora do programa Justiça sem Muros.

Divulgação/Pastoral Carcerária

Cela no Presídio Feminino Irmã Zorzi, em Campo Grande (MS)

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Nina lembra ainda que existem muitas mulheres em presídios destinados aos dois
sexos, o que torna ainda mais difícil, por exemplo, o acesso a serviços de
cidadania.

"Mesmo nos presídios que são específicos, elas ficam dentro de celas de castigo,
ainda dão à luz dentro da prisão. As crianças que vão visitar passam por revistas
constrangedoras. Além da Justiça e dos filhos, tem o estigma muito maior por
serem mulheres", afirma.

O ITTC defende o pedido de habeas corpus coletivo e diz que o fim da prisão
preventiva para esses casos seria uma solução para reduzir a superlotação em
presídios femininos. "Defendemos totalmente que a mulher responda ao processo
em liberdade", completa.

O UOL fez um levantamento com base no sistema Geopresídios


(http://www.cnj.jus.br/inspecao_penal/mapa.php), do CNJ (Conselho Nacional
de Justiça), que traz em tempo real o número de detidos por estabelecimento penal
sem separação por sexo. Por isso, a consulta foi feita apenas nos presídios
exclusivos para mulheres, entre os dias 24 de novembro e 6 de dezembro.

Segundo os dados apurados, 41 presídios femininos de 20 Estados possuem mais


presas do que a lotação máxima. Em cinco deles, a quantidade de presidiárias é
mais que o dobro da capacidade máxima.

Em 2014, segundo o Infopen, havia mulheres presas em 238 estabelecimentos


mistos e 103 estabelecimentos femininos. Procurado, o Ministério da Justiça não
soube informar dados anteriores de quantidade de estabelecimentos penais para
mulheres.

Governo diz buscar redução do cárcere feminino

Procurado pelo UOL, o Ministério da Justiça informou que tem "operado fortemente
visando o desencarceramento de mulheres privadas de liberdade [condenadas ou
provisórias], gestantes e/ou com filhos na primeira infância, e a inclusão social das
mesmas, em todo o país, através do Projeto Mulheres Livres".

O projeto, diz a pasta, tem quatro etapas e já teve a primeira delas --de
levantamento de dados junto às Unidades da Federação-- concluída. Estão em fase
de implementação outras duas fases: de assistência jurídica e proteção social. A
outra etapa é o encaminhamento dos processos ao Poder Judiciário, "visando o
desencarceramento dessas mulheres, por meio de decisões, de prisão domiciliar,
indulto da pena ou penas alternativas".

A pasta ainda disse que o Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional,


lançado em 2011, repassou aos Estados R$ 119 milhões para construção e
ampliação, com geração de vagas para o público prisional feminino, com previsão
de 4.350 vagas. "As referidas obras ainda estão em andamento, sendo geridas
pelos órgãos estaduais de administração prisional", informou.

O ministério ainda esclareceu que o Departamento Penitenciário Nacional possui


uma Coordenação de Políticas para Mulheres e Promoção das Diversidades, que
empreende "esforços para a melhoria das condições das mulheres em situação de
privação de liberdade no Brasil".

O Depen (Departamento Penitenciário) afirma que está articulando junto aos órgãos
de administração prisional a produção de "planos estaduais de Atenção às Mulheres
em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional", com
validade a partir de janeiro de 2018 até janeiro de 2020. Os planos serão entregues
neste mês de dezembro. 

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