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DOMINUM ET VIVIFICANTEM
GOIÂNIA
2018
DIÊMERSOM BENTO DE ARAÚJO
DOMINUM ET VIVIFICANTEM
GOIÂNIA
2018
DOMINUM ET VIVIFICANTEM
JOÃO PAULO II. Carta Encíclica Dominum et Vivificantem, sobre o Espírito Santo na vida
da Igreja e do mundo. 9ª ed. São Paulo: Paulinas, 2011.
A presente Carta Encíclica do Papa João Paulo II, sobre o Espírito Santo na vida da
Igreja e do mundo, em suas considerações “têm como finalidade principal desenvolver na
Igreja aquela consciência com que ela ‘é impelida pelo mesmo Espírito Santo a cooperar para
que se realize o desígnio de Deus, que constitui Cristo princípio de salvação para o mundo
inteiro’” (DeV, 2). Esta Carta Encíclica compreende a terceira na ordem sistemática e
cronológica da trilogia trinitário. A trilogia trinitário compreende as Encíclicas Redemptoris
hominis (4 de Março de 1979), Dives in misericordia (30 de Novembro de 1980) e a
Dominum et vivificantem (18 de Maio de 1986).
Esta carta encíclica está dividida em:
Introdução;
Primeira parte – O Espírito do Pai e do Filho, dado à Igreja: 1. Promessa e revelação de Jesus
durante a Ceia pascal; 2. Pai, Filho e Espírito Santo; 3. O dar-se salvífico de Deus no Espírito
Santo; 4. O Messias, “ungido com o Espírito Santo”; 5. Jesus de Nazaré, “elevado” no
Espírito Santo; 6. Cristo Ressuscitado disse: “Recebei o Espírito Santo”; 7. O Espírito Santo e
o tempo da Igreja;
Segunda parte – O Espírito que convence o mundo quanto ao pecado: 1. Pecado, justiça e
juízo; 2. O testemunho do dia de Pentecostes; 3. O testemunho do princípio: a realidade
original do pecado; 4. O Espírito que transforma o sofrimento em amor salvífico; 5. “O
sangue que purifica a consciência”; 6. O pecado contra o Espírito Santo;
Terceira parte – O Espírito que dá a vida: 1. Motivo do Jubileu do ano 2000: Cristo, “que foi
concebido do Espírito Santo”; 2. Motivo do Jubileu: manifestou-se a graça; 3. O Espírito
Santo no conflito interior do homem: a carne tem desejos contrários aos do espírito e o
espírito desejos contrários aos da carne; 4. O Espírito Santo no fortalecimento do “homem
interior”; 5. A Igreja, sacramento da íntima união com Deus; 6. “O Espírito e a Esposa dizem:
‘Vem!’”;
Conclusão.
Na introdução apresenta a Igreja quer refletir sobre as palavras de Cristo acerca do
Espírito Santo, assim a Igreja deseja chamar a atenção daqueles que creem e todos os homens
para essas mesmas palavras. Isto mostra que a Igreja se sente chamada para esta missão de
anunciar o Espírito. Por isso, somos chamados pela fé da Igreja, fé antiga e sempre nova, a
aproximar-nos do Espírito Santo como aquele que dá a vida. Por causa disso, a Igreja professa
a sua fé no Espírito Santo, como naquele “que é Senhor e dá a vida” (DeV, 1).
Na primeira parte trata do Espírito do Pai e do Filho, dado à Igreja. Aqui o papa
elucida as principais etapas da História da Salvação e as modalidades da doação do Espírito
Santo. Esta elucidação parte da promessa e da revelação de Cristo no discurso de despedida
durante a Ceia pascal. Assim, pode-se compreender que na economia da salvação há entre o
Espírito Santo e Cristo uma ligação íntima, em virtude da qual o Espírito da Verdade opera na
história do homem com “um outro Consolador”, assegurando de modo duradouro a
transmissão e a irradiação da Boa Nova revelada por Jesus de Nazaré. No discurso da Ceia
Pascal, atinge-se, por assim dizer o ápice da revelação trinitária.
Na segunda parte da Encíclica, o Papa investiga a missão do Espírito Santo para
convencer o mundo quanto ao pecado. Desta maneira, ele parte da passagem de João, no
contexto do discurso de despedida no Cenáculo, quando Jesus anuncia a vinda do Espírito
Santo “em vista” da própria partida e promete: “quando eu for, vo-lo enviarei” e nesse
contexto, acrescenta: “E ele, quando vier, convencerá o mundo quanto ao pecado, quanto à
justiça e quanto ao juízo” (cf. Jo 16,7s). O mesmo Espírito da verdade e Consolador é
anunciado agora, como aquele que “convencerá o mundo quanto ao pecado, quanto à justiça e
quanto ao juízo”.
Nesta passagem, “o pecado” significa a incredulidade que Jesus encontrou no meio
dos “seus”, a começar pelos próprios conterrâneos de Nazaré. Significa a rejeição da sua
missão, que levará os homens a condená-lo à morte. Quando fala, em seguida, da “justiça”,
Jesus parece ter em mente aquela justiça definitiva, que o Pai lhe fará, revestindo-o da glória
da ressurreição e da ascensão ao céu: “Vou para o Pai”. No contexto do “pecado” e da
«justiça» assim entendidos, “o juízo” significa, por sua vez, que o Espírito da verdade
demonstrará a culpa do “mundo” na condenação de Jesus à morte de Cruz (DeV, 27).
A terceira parte da Encíclica é toda ela um cântico à maior obra realizada na História
da Criação e da Salvação pelo Espírito Santo: o Mistério da Encarnação. Toda a terceira parte
está orientada a preparar o grande Jubileu do Ano 2000 depois do nascimento de Cristo.
Contudo, examinam-se as várias resistências à ação salvífica do Espírito Santo, que os
acontecimentos do mundo induzem ao anúncio do Evangelho. Adotando uma perspectiva
otimista básica, porém, a encíclica enfatiza a certeza cristã da presença do Espírito Santo e
convida os homens a um amadurecimento sólido das consciências e à construção de uma
sociedade mais justa.
Portanto, o caminho da Igreja passa através do coração do homem, porque nele está o
lugar recôndito do encontro salvífico com o Espírito Santo, com Deus escondido, pois é ai
que o Espírito se torna “nascente de água que jorra para a vida eterna”. O Espírito Santo
jamais cessa de ser o guarda da esperança no coração do homem. Só o Espírito Santo, de fato,
“convence do pecado”, com o objetivo de restabelecer o bem no homem e no mundo humano:
para “renovar a face da Terra” (DeV, 67).
Esta obra é indicada para todos os fiéis católicos e a todos que se interessam pelo
estudo e aprofundamento sobre Pneumatologia. Esta obra propõe desenvolver uma teologia
do Espírito Santo, mas sem nenhuma pretensão de esgotar as riquezas da doutrina sobre o
Espírito Santo.
Karol Wojtyła nasceu a 18 de maio de 1920 em Wadowice, na Polônia meridional.
Em outubro de 1942 entrou no seminário clandestino de Cracóvia e a 01 de novembro de
1946 foi ordenado sacerdote. A 04 de Julho de 1958, Pio XII nomeou-o bispo auxiliar de
Cracóvia. Recebeu a ordenação episcopal a 28 de setembro seguinte. Como lema episcopal
escolheu a expressão mariana Totus tuus de são Luís Maria Grignion de Montfort. Na tarde de
16 de outubro, depois de oito escrutínios, foi eleito Papa. Primeiro Pontífice eslavo da história
e primeiro não italiano depois de quase meio milênio, desde o tempo de Adriano VI (1522-
1523).
Escreveu 14 encíclicas, 15 exortações apostólicas, e diversas cartas apostólicas e
constituições apostólicas. Visitou 129 países durante seu pontificado, o que lhe deu o título de
papa mais popular da História. Em 02 de abril de 2005, faleceu devido a sua saúde débil e o
agravamento da doença de Parkinson. Em 19 de Dezembro de 2009 João Paulo II foi
proclamado “Venerável” e em 01 de Maio de 2011 foi proclamado Beato, pelo seu sucessor, o
Papa Bento XVI. Em 27 de abril de 2014, numa cerimônia inédita presidida pelo Papa
Francisco, e com a presença do Papa Emérito Bento XVI, foi declarado Santo juntamente com
o Papa João XXIII; sua festa litúrgica celebrar-se no dia 22 de outubro.