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6ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE PARNAMIRIM/RN

COMBATE À SONEGAÇÃO FISCAL, DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E TUTELA DAS FUNDAÇÕES E ENTIDADES DE INTERESSE SOCIAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA


COMARCA DE PARNAMIRIM/RN

Referência: IC nº 004/2013 - 6ªPJ, IC nº 009/2012 - 1ª PJ, IC nº 018/2013 - 1ª PJ, IC nº 013/2012 - 1ªPJ, IC nº


010/2012 - 1ªPJ, IC nº 004/2013 - 1ªPJ, IC nº 011/2012 - 6ªPJ, IC nº 013/2012 - 6ªPJ, IC nº 003/2014 – 6ªPJ e
IC nº 010/2013 - 6ªPJ, IC nº 031/2013 - 1ª PJ.

~URGENTE~

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, através do Promotor de


Justiça que esta subscreve, em exercício nesta Comarca e no uso de suas atribuições legais, conferidas pelos
artigos 37, § 4º e 129, inciso III, da Constituição Federal de 1988; art. 5º, inciso I, da Lei n. 7.347/85; art. 25,
inciso IV, alínea ‘b’, da Lei n. 8.625/93 e art. 62, inciso I da Lei Complementar n. 141/96; vem, mui
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com supedâneo nos inclusos Inquérito Civis, propor a
presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

em desfavor de

1 – MAURÍCIO MARQUES DOS SANTOS, brasileiro, Prefeito do Município de


Parnamirim/RN, CPF nº 013.722.113-49, com endereço residencial na Rua Tenente
Mário Jamal, nº 19, Conjunto Cohabinal, CEP: 59.161-585, Parnamirim/RN, e com
endereço profissional na Avenida Tenente Medeiros, nº 105, Centro, CEP: 59.140-
020, Parnamirim/RN;

1
2 – MÁRCIO CÉZAR DA SILVA PINHEIRO, brasileiro, Secretário da Saúde do
Município de Parnamirim/RN, CPF nº 106.544.614-49, residente na Rua Jovino
Pereira da Silva, nº 203, Vale do Sol, Parnamirim/RN, ou na Rua Jundiaí, nº 721,
apto. 1402, Tirol, Natal/RN, com endereço profissional na Avenida Tenente
Medeiros, nº 105, Centro, CEP: 59.140-020, Parnamirim/RN;

3 – JOSÉ JACAÚNA DE ASSUNÇÃO, brasileiro, casado, Secretário de Tributação do


Município de Parnamirim/RM, RG nº 058.171 SSP/RN, CPF nº 012.546.264-68
residente à rua Rua Baía de Serinhaem, nº 2333, Conjunto Pronta Negra, Natal/RN,
CEP: 59.092-180, Fone: 3219-2057, com endereço profissional na Rua Cícero
Fernandes Pimenta, nº 312, Bairro Santos Reis, CEP: 59.141-010;

4 – JOÃO CLEMENTINO GONÇALVES FILHO, brasileiro, Secretário de Trânsito e


Transportes do Município de Parnamirim/RN, com endereço profissional na Rua
Bolivia, s/n, Bairro Santos Reis, CEP: 59.145-450;

5 – ANA MICHELE DE FARIAS CABRAL, brasileira, solteira, Secretária da Assistência


Social do Município de Parnamirim/RN, CPF nº 030.031.104-46, RG nº 1668411,
residente e domiciliada na Rua Curitiba, nº 32, Rosa dos Ventos, CEP 59.150-000,
Parnamirim/RN com endereço profissional na Rua Aspirante Santos, nº 396, Bairro
Santos Reis (próximo à UNP).

pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

I – DOS FATOS

O contexto fático da presente Ação Civil Pública remete ao apurado nos autos dos seguintes
Inquéritos Civis: IC nº 009/2012 - 1ª PJ (Assistente Social da Área da Saúde), IC nº 018/2013 - 1ª PJ
(Assistente Social da Área de Assistência Social), IC nº 013/2012 - 1ªPJ (Enfermeiro e Técnico em
Enfermagem), IC nº 010/2012 - 1ªPJ (Fisioterapeuta), IC nº 004/2013 - 1ªPJ (Fonoaudiólogo), IC nº
011/2012 - 6ªPJ (Contratação sem concurso na Maternidade Divino Amor), IC nº 013/2012 - 6ªPJ
(Fisioterapeutas), IC nº 003/2014 - 6ªPJ (Terapeuta Ocupacional e Educador Físico), IC nº 004/2013 - 6ªPJ
(Odontólogo), IC nº 010/2013 - 6ªPJ (Psicólogo) e IC nº 031/2013 (Fiscal de Tributos), todos instaurados com
o objetivo de apurar diversas contratações de servidores, sem concurso público, em detrimento da
existência de candidatos aprovados em certame para o mesmo cargo.

Ao final das investigações, restou apurado que o Município de Parnamirim/RN, através


da Prefeitura Municipal e das Secretarias Municipais de Saúde, Tributação, Trânsito e Transportes e
Assistência Social (as Secretarias de Lotação de acordo com o edital) e seus respectivos gestores, ora
demandados, encontra-se preterindo os candidatos aprovados no concurso público regido pelo Edital nº
001, de 18 de novembro de 2011 (publicado no Diário Oficial do Município de Parnamirim/RN nº 00306 –
Ano I), visando preencher cargos de provimento efetivo do cadastro de reserva do ente federativo, em favor
da manutenção indevida de comissionados e contratados de forma precária nesses mesmos cargos.

Essa praxe administrativa municipal se dá, qualitativa e quantitativamente, de acordo


com as tabelas abaixo:

2
ÁREA QUANTIDADE DE QUANTIDADE QUANTIDADE INQUÉRITO/PJ
APROVADOS CARGOS CONTRATOS FLS.
COMISSIONADOS PRECÁRIOS
IC 010/2013-
Psicólogo 83 09 11 6ªPJ

fls. 65/89-91
Odontólogo IC 004/2013-
45 42 08 6ªPJ
fls. 100-103
Terapeuta IC 003/2014-
Ocupacional 11 05 - 6ªPJ
fls.92-93
Educador Físico IC 003/2014-
06 01 - 6ªPJ
fls.92-93
Fisioterapeuta IC 013/2012-
105 06 02 6ªPJ (fls. 16)
IC 010/2012-
1ªPJ (fls. 143)
Assistente Social
da área de 20 01 27 IC 018/2013-
Assistência Social 1ªPJ
fls. 189-190
Fonoaudiólogo IC 004/2013-
15 05 - 1ªPJ
fls. 107-109
Enfermeiro
675 - 41 IC 013/2012-
1ªPJ
Técnico em
fls. 171-177
Enfermagem 125 - 21
Assistência Social IC 009/2012-
da área da saúde 20 04 01 1ªPJ
fls. 43-45
MATERNIDADE DIVINO AMOR
Médico/Clínico 36 - 05
Geral
Enfermeiro 675 - 38
Ginecologista - - 04
Bioquímico 54 - 05
Anestesiologista - - 02
Neonatologista 06 - 07
Obstetra 12 - 18 IC 011/2012-
6ªPJ
Nutricionista 47 - 06 fls. 33-42
Pediatra 18 - 13
Neuropediatra 02 - 01

3
Farmacêutico 20 - 02
Fisioterapeuta 105 - 05
Psicólogo 83 - 01
Técnico em 13 - 01
Radiologia
Fonoaudiólogo 15 - 01

A homologação do concurso público municipal regido pelo Edital nº 001/2011 deu-se em


05 de maio de 2012 (D.O.M. nº 0408 – Ano II – 05/05/2012), cuja lista de aprovados deve ser utilizada como
parâmetro para o atendimento do pleito (Decreto nº 5.641/2012, publicado no D.O.M. nº 0398 – Ano II –
20/04/2012).

Saliente-se que a documentação comprobatória da realização do certame repousa nos


autos do IC nº 004/2013 – 6ªPJ (cópia das publicações oficiais da abertura, aprovação de candidatos e
homologação), em conjunto com cópia das Leis Complementares Municipais nº 074/2014, nº 069/2013 e nº
070/2013.

Desse modo, tem-se 83 aprovados para o cargo de provimento efetivo de Psicólogo (09
comissionados e 11 contratados precários); 45 para o de Odontólogo (42 comissionados e 08 contratados
precários); 11 para o de Terapeuta Ocupacional (05 comissionados); 06 para o de Educador Físico (01
comissionado); 105 para o de Fisioterapeuta (06 comissionados e 02 contratados precários); 20 para o de
Assistente Social da Área de Assistência Social (01 comissionado e 27 contratados precários); 15 para o de
Fonoaudiólogo (05 comissionados); 675 para o de Enfermeiro (41 contratados precários); 125 para o de
Técnico em Enfermagem (21 contratados temporários) e 20 para o cargo efetivo de Assistente Social da Área
da Saúde (04 comissionados e 01 contratado precário).

Já no âmbito da MATERNIDADE DIVINO AMOR, existem 36 (trinta e seis) aprovados para


o cargo efetivo de Médico/Clínico Geral (05 contratados precários), 675 (seiscentos e setenta e cinco) para o
de Enfermeiro (38 contratados precários), 54 (cinquenta e quatro aprovados) para o de Bioquímico (05
contratados precários), 06 para o de Neonatologista (07 contratados temporários), 12 (doze) para o de
Obstetra (18 contratados precários), 47 (quarenta e sete) para o de Nutricionista (06 contratados precários),
18 (dezoito) para o de Pediatra (13 contratados precários), 02 (dois) para o de Neuropediatra (01 contratado
precário), 20 (vinte) para o de Farmacêutico (02 contratados precários), 105 (cento e cinco) para o de
Fisioterapeuta (05 contratados precários), 83 (oitenta e três) para o de Psicólogo (01 contratado precário),
13 (treze) para o de Técnico em Radiologia (01 contratado precário) e 15 para o cargo efetivo de
Fonoaudiólogo (01 contratado precário).

Consequentemente, devem ser chamados 20 (vinte) aprovados para o cargo efetivo de


Psicólogo, 45 (quarenta e cinco) para o de Odontólogo, 05 (cinco) para o de Terapeuta Ocupacional, 01
(um) para o de Educador Físico, 08 (oito) para o de Fisioterapeuta, 20 (vinte) para o de Assistente Social
da Área de Assistência Social, 05 (cinco) para o de Fonoaudiólogo, 41 (quarenta e um) para o de
Enfermeiro, 21 (vinte e um) para o de Técnico em Enfermagem e 05 (cinco) para o de Assistente Social da
Área da Saúde.

Além disso, deve-se nomear 05 (cinco) aprovados para o cargo efetivo de


Médico/Clínico Geral, 38 (trinta e oito) para o de Enfermeiro, 05 (cinco) para o de Bioquímico, 07 (sete)
para o de Neonatologista, 12 (doze) para o de Obstetra, 06 (seis) para o de Nutricionista, 13 (treze) para o

4
de Pediatra, 01 (um) para o de Neuropediatra, 02 (dois) para o de Farmacêutico, 05 (cinco) para o de
Fisioterapeuta, 01 (um) para o de Psicólogo, 01 (um) para o de Técnico em Radiologia e 01 (um) para o de
Fonoaudiólogo.

No entanto, como já adiantado, os candidatos aprovados estão sendo prejudicados em


seu direito subjetivo à nomeação até os dias atuais, considerando que a gestão municipal vem, há quase
dois anos — na iminência de decorrer o prazo de vigência do certame —, violando a concretização da regra
constitucional do concurso público através do preenchimento ilícito dos referidos cargos de provimento
efetivo com a ocupação/indicação de comissionados e contratados de forma precária.

É por esse motivo que as 34 (trinta e quatro) vagas de Fiscal de Tributos publicizadas
no Edital nº 001/2011 devem ser preenchidas mediante a convocação dos aprovados.

Diante da gravidade da situação acima relatada, vê-se o Ministério Público incumbido da


efetivação do seu dever constitucional e legal de defender o interesse público respaldado nos Princípios da
Legalidade, Impessoalidade, Eficiência e Moralidade Administrativa, primando, assim, pelo respeito ao pálio
do concurso público, nas linhas da fundamentação que se segue.

II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

II.a.) Da afronta à legalidade, impessoalidade e eficiência da Administração Pública: violação à regra


constitucional do concurso público (art. 37, inciso II, CF/88)

O tema da presente Ação Civil Pública nem de longe é matéria pontual no universo dos
litígios particulares e coletivos submetidos à apreciação do Poder Judiciário brasileiro. Isso porque, no País,
impera uma verdadeira praxe político-administrativa de burla generalizada à regra constitucional do
concurso público de provas ou provas e títulos, esta consagrada no art. 37, inciso II, da CF/88, através de
nomeações ilícitas para o preenchimento de cargos comissionados e contratações precárias.

Tal prática, de tão comezinha no cenário nacional, comporta um sistemático desrespeito


ao Princípio da Legalidade e ao Princípio da Impessoalidade, dentre outros que regem a Administração
Pública (art. 37, caput, CF/88), porquanto transforma o exercício da função pública em objeto de mercância
a favor de (in)conveniências políticas em nada relacionadas com a consecução do interesse público.

Além disso, como as nomeações costumam recair quase sempre sobre indivíduos sem
prévia qualificação técnica para o exercício da atividade administrativa que lhes foi deferida ilicitamente,
não restam dúvidas acerca da existência de concreto prejuízo ao desempenho eficiente do serviço público
que a fraude ao concursos público traz, sendo esta uma obrigação decorrente do Princípio da Eficiência (art.
37, caput, CF/88).

Os fatos narrados não fogem dessa situação de grave ofensa à credibilidade do concurso
público pois, em que pese a Prefeitura Municipal de Parnamirim/RN ter realizado o concurso público em
comento (visando preencher o quadro municipal de CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO que compõe o
cadastro de reserva), aberto através da publicação do Edital nº 001, de 18 de novembro de 2011, no
D.O.M. nº 00306, ainda hoje a gestão municipal omite-se no dever de nomeação dos candidatos
aprovados ao preteri-los em favor do pessoal nomeado ilicitamente.

5
Ou seja, na realidade, os gestores do Município de Parnamirim/RN demandados,
responsáveis pela convocação dos aprovados no concurso público de 2011, continuam vulnerando a
norma constitucional do art. 37, inciso II, pois insistem em manter os cargos de provimento efetivo
descritos no Edital nº 001/2011 ocupados por comissionados ou contratados de forma precária, o que se
constata, de plano, comparando-se o referido instrumento convocatório com a tabela do tópico anterior;
tudo consoante os elementos probatórios já colhidos.

Esclareça-se, por oportuno, que eventual alegação da defesa no sentido de apontar uma
suposta inexistência de vagas e/ou de capacidade estrutural/orçamentária do ente municipal para criá-las
simplesmente não subsiste diante da quantidade por demais expressiva das vagas disponibilizadas por meio
do Edital nº 001/2011; da Lei Complementar Municipal nº 074, de 24 de janeiro de 2014 (D.O.M. Nº 0746
– Ano IV – 04/02/2014), que criou centenas de vagas para cargos de provimento efetivo vinculados à
Secretaria Municipal de Saúde; além da Lei Complementar Municipal nº 069/2013, de 08 de outubro de
2013, e da Lei Complementar Municipal nº 070/2013, de 09 de outubro de 2013, as duas criando novas
vagas de cargos públicos de provimento efetivo no âmbito do Município de Parnamirim/RN (D.O.M. Nº 0691
– Ano IV – 16/10/2013), denotando assim as plenas condições deste ente federativo para arcar com as
nomeações dos concursados preteridos.

II.b.) Do preenchimento ilícito dos cargos objeto da lide pela gestão do Município de Parnamirim/RN

É evidente que as funções mencionadas naquela tabela tampouco podem ser


consideradas desprezíveis. Não afirmamos isso, muito pelo contrário: são, sim, importantes, mas de forma
alguma podem ser exercidas senão por pessoal do quadro efetivo do funcionalismo público, tratando-se
de cargos cujo acesso dependem da aprovação em concurso público.

Nesse contexto, cumpre ressaltar que o preenchimento ilícito desses cargos constitui
fato ainda em fase de apuração entre as Promotorias de Patrimônio Público da Comarca de Parnamirim/RN
com o fito de averiguar possível prática de atos de improbidade administrativa pelos gestores e particulares
envolvidos. Assim, as devidas providências serão tomadas oportunamente.

No mais, interpretar os argumentos esposados na presente ação judicial para concluir


que a tese do Parquet representaria um desdenho oficial por tais funções é no mínimo equivocado e
possivelmente uma distorção hermenêutica com raízes na má-fé processual.

A própria Constituição ressalva outras formas de ingresso no corpo de funcionários do


Estado, a exemplo do cargo em comissão1, cujos ocupantes são nomeados dentre servidores concursados
ou livremente, a depender de regulamentação (“nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em
lei”) mas, desde já, sempre para o desempenho de “atribuições de direção, chefia e assessoramento”, nos
termos do art. 37, inciso V, da CF/88.

Afinal, se todo tipo de função pudesse ser desempenhado por pessoal comissionado, a
prática burocrática jogaria por terra a regra normal de acesso ao funcionalismo erigida pela Constituição da
República, em seu art. 37, inciso II, que é a do concurso público de provas ou de provas e títulos.

Foi exatamente nesse sentido o voto do então Ministro do Supremo Tribunal Federal
CARLOS AYRES BRITTO na ADI nº 3.706-4/MS, Relatoria do Ministro GILMAR MENDES, julgada pela
unanimidade do Pleno em 15.08.2007 (DJ 05.10.2007), in verbis:
1
Além de outros meios, como eleição e nomeação qualificada de altíssimas autoridades (e.g., ministros das Cortes Superiores), que no entanto não
interessam no momento.

6
“Senhora Presidente, o inciso V do art. 37 contém vários núcleos semânticos, cada qual
deles com um tipo particularizado de eficácia. Por exemplo: quando a Constituição se
refere aos “cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei”, essa parte -- “nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei” -- é de clara natureza limitada, a sua eficácia
limitada ou parcial, porque depende da edição de lei. Porém, quando a Constituição
ultima o seu discurso normativo dizendo que tais cargos se destinam “apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento”, nessa parte a Constituição é de
eficácia plena; dispensa, portanto, as achegas da lei ordinária; não precisa da mediação
de legislador de segundo grau, que é o primeiro aplicador da Constituição 2.”

Ainda, nos termos da ADI acima citada, o Ministro Relator GILMAR MENDES
argumentou3:

“A exigência constitucional do concurso público (CF, 37, II) não pode ser contornada pela
criação arbitrária de cargos em comissão para o exercício de funções que não
pressuponham o vínculo de confiança que explica o regime de livre nomeação e
exoneração que os caracteriza, conforme a consolidada jurisprudência deste Tribunal: ADI
(MC) 1.269, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 25.8.1995; e ADI (MC) 1.241, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, DJ 4.11.1994.

Desse modo, verifica-se, no caso ora em apreço, a violação ao disposto nos incisos II e V do
art. 37 da Constituição, na medida em que a ocupação dos cargos de natureza meramente
técnica, como se tem na espécie, deve ocorrer mediante a realização da prévio concurso
público.”

O sentido da previsão da figura do servidor comissionado é, decerto, aproveitar a mão


de obra de alguém bastante preparado e com grande potencial de contribuição para o Estado, mas que não
prestou concurso público, ou prestou, é funcionário de carreira e demonstrou capacidade suficiente para
ocupar cargos de alta responsabilidade. Daí porque, em um ou outro caso, o nomeado em comissão
somente pode exercer funções de direção, chefia ou assessoramento, pois o acesso às demais deve se dar
unicamente por concurso público.

Contudo, restou apurada a existência de uma intensa distorção na lógica do sistema


constitucional pelos gestores do Município de Parnamirim/RN no contexto da prestação do serviço
público, pois aí trabalham muitos funcionários que, a despeito de terem sido nomeados em comissão
para cargos de provimento efetivo — sem que tenham prestado concurso público —, NÃO exercem
atribuições de direção, chefia e assessoramento.

É fácil perceber, com base na farta documentação que segue instruindo a inicial,
respaldando a tabela anteriormente apresentada, que os mencionados cargos efetivos ocupados a título
de comissão NÃO correspondem às funções de direção, chefia ou assessoramento, sendo que o seu
acesso foi oportunizado pela gestão municipal de forma ilícita, ou seja, sem a prévia realização de
concurso público.

2
Negritos nossos. Prossegue o voto: “Então, no caso, essa parte final, que é de eficácia plena e, portanto, de aplicabilidade imediata, cumpre uma
função prestigiadora do inciso II da Constituição, que trata exatamente de concurso. Daí porque, ao falar da criação de cargos em comissão, a
Constituição usou do advérbio 'apenas': apenas serão criados cargos em comissão para as atribuições de direção, chefia e assessoramento”.

3
Ali se falava em “cargos isolados de provimento em comissão”, que “têm por finalidade: comando, coordenação e controle das atividades de apoio
administrativo, em nível intermediário às diferentes unidades técnicas, operacionais e administrativas, do Tribunal de Contas”. Aqui, o linguajar é
mais prolixo, mas o resultado final é o mesmo: nada mais do que assessores que assessoram, assistentes que assistem etc.

7
Com efeito, tratam-se de cargos de diversas áreas do conhecimento humano cuja
natureza comum, à luz da Constituição Federal, exige a aprovação em concurso público para o respectivo
acesso.

Como se não bastasse, nenhuma das contratações precárias registradas na tabela do


primeiro tópico — igualmente providenciadas em detrimento da realização de concurso público —
observa qualquer regra constitucional que autorize o ingresso no funcionalismo público por outra via
legítima que não a do certame, a exemplo do art. 37, inciso IX, da Carta Magna, fundamento jurídico da
contratação por tempo determinado, pelo Poder Público, para atender à necessidade temporária de
excepcional interesse público.

II.c.) Da preterição dos candidatos aprovados no concurso público: direito subjetivo à nomeação dos
concursados preteridos

A Administração Pública é livre para fazer as opções administrativas, mas o exercício da


discricionariedade encontra limites na própria Constituição Federal, circunstância presente neste caso. Ao
permitir que comissionados e contratados precários exerçam tarefas próprias de cargo de preenchimento
efetivo, os demandados lesam o direito subjetivo à nomeação dos aprovados para as vagas da reserva
técnica.

Lesam, ainda, os Princípios da Impessoalidade, Legalidade e Moralidade administrativa


ao menoscabar o direito dos aprovados no concurso, porquanto cria impedimento ou retardo à imediata
nomeação daqueles que foram aprovados.

Sabe-se que é pacífico o entendimento jurisprudencial no sentido de que o candidato


aprovado dentro do número de vagas e, enquanto válido o certame, possui direito líquido e certo à
nomeação.

Como bem esposado por FERNANDA MARINELA (Direito Administrativo, 2012, p. 662-
663), “O novo posicionamento foi consolidado com o julgamento do recurso extraordinário, RE 598.099 em
sede de repercussão geral, afastando a ideia de mera expectativa de direito e reconhecendo o direito à
nomeação para candidato aprovado em concurso público, dentro do número de vagas e enquanto válido o
certame. Reconhece o STF que a Administração Pública tem o dever de boa-fé, o dever incondicional às
regras do edital, inclusive quanto às vagas, além do respeito à segurança jurídica como princípio de
proteção à confiança. Admite ainda que o direito à nomeação é uma garantia fundamental da plena
efetividade do princípio do concurso público”.

Nesse diapasão, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:

“ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. APROVAÇÃO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS.


NOMEAÇÃO DENTRO DO PRAZO DE VALIDADE. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 1. É
incontroverso nos autos que a ora agravada foi aprovada dentro do número de vagas
previsto no edital do concurso público para o cargo de Auxiliar Administrativo. 2. Em
conformidade com a jurisprudência do STJ, tal situação confere à impetrante direito
líquido e certo à nomeação durante o prazo de validade do certame. 3. Agravo Regimental
não provido.” (32468 RO 2010/0121465-8, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de
Julgamento: 15/03/2011, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/04/2011).

8
Em outras palavras, a jurisprudência dos Tribunais Superiores é pacífica ao afirmar que
somente a aprovação em concurso público dentro do número de vagas previsto no Edital gera direito à
nomeação, vinculando a Administração após a homologação do certame. A classificação além daquele
quantitativo enseja apenas expectativa de direito.

Por outro lado, também é consabido que a aprovação em concurso público dentro do
cadastro de reserva gera mera expectativa de direito, estando a nomeação adstrita ao exercício do poder
discricionário da Administração Pública.

Entretanto, verificada a preterição de aprovados em concurso público em benefício de


outras pessoas, in casu comissionados/precários, a expectativa de direito convola-se em direito líquido e
certo, eis que tal circunstância atesta a necessidade do serviço público.

A respeito da matéria, contemple-se o teor dos seguintes julgados do Tribunal de Justiça


do Estado de Goiás – TJGO, cujo acerto impressiona:

“MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. AGANP. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-


CONSTITUÍDA. NÃO VERIFICAÇÃO. CANDIDATOS CLASSIFICADOS NA RESERVA TÉCNICA.
MERA EXPECTATIVA DE DIREITO À NOMEAÇÃO. CONTRATAÇÃO PRECÁRIA DE
COMISSIONADOS E TEMPORÁRIOS EM DETRIMENTO DOS CANDIDATOS. APROVADOS
NO CONCURSO. ILEGALIDADE. DIREITO LÍQUIDO E CERTO À NOMEAÇÃO E POSSE NO
CONCURSO. I. Manifestamente insubsistente a alegação de ausência de prova pré-
constituída, quando a petição inicial foi instruída com os documentos necessários à
comprovação da pretensa violação a direito líquido e certo. II. Como regra, institui-se a
sistemática de que a aprovação em concurso público fora do número de vagas
originariamente previstas, integrando os classificados o chamado "cadastro de reserva
técnica", também gera mera expectativa de direito a nomeação, competindo à
administração pública decidir acerca da oportunidade e conveniência em prover os
cargos que porventura fiquem disponíveis durante o prazo de validade do certame. III.
Contudo, essa expectativa se convola em direito subjetivo, impondo-se a administração
o dever de nomear, caso tenha havido preterição na ordem classificatória ou
contratação a título precário, de servidores comissionados e temporários, para o
preenchimento de vagas existentes, em detrimento da nomeação de candidatos
aprovados na reserva técnica em certame ainda válido. Nestes casos, a nomeação e a
posse, que seriam, a princípio, discricionárias, tornam-se verdadeiros atos vinculados,
gerando em contrapartida, direito subjetivo para o candidato aprovado dentro de tal
previsão. IV. Restando comprovado nos autos, a classificação dos impetrantes no concurso
público, e estando incontroverso que houve a contratação, em caráter precário, de
comissionados, para suprir a carência de pessoal, haja vista a existência de cargos vagos,
no prazo de validade do certame, nasce, assim, o direito líquido e certo de exigir da
autoridade competente a nomeação, pois demonstrada, inequivocadamente, a
necessidade de servidores para integrar o quadro de pessoal da administração. V.
Constatada a ilegalidade da conduta da administração, revela-se inquestionável o direito
líquido e certo dos impetrantes a nomeação e posse nos cargos para os quais foram
classificados no cadastro de reserva técnica, desde que seja observada a ordem de
classificação. Segurança concedida.” (TJGO, 1ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n.
17373-0/101, Rel. Des. Luiz Eduardo de Sousa, DJ n. 356, de 17/06/09).

“MANDADO DE SEGURANÇA. AGANP. CLASSIFICAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO NO


CADASTRO DE RESERVA. AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL. PERDA DO OBJETO.
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA.
INOCORRÊNCIA. CONTRATAÇÃO PRECÁRIA DE SERVIDORES EM DETRIMENTO DAQUELES
APROVADOS EM CERTAME PÚBLICO. EXISTÊNCIA DE VAGAS DISPONÍVEIS NOS QUADROS

9
DA ADMINISTRAÇÃO. PRETERIÇÃO DA ORDEM CLASSIFICATÓRIA DOS CANDIDATOS
APROVADOS NO CADASTRO DE RESERVA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO À NOMEAÇÃO. 1.
Não há falar em perda do objeto da ação, tampouco ausência de interesse processual do
autor quando este interpõe a ação dentro do prazo legal, ou seja, no prazo de validade do
concurso, demonstrando a necessidade e utilidade da tutela jurisdicional. 2. 'É
juridicamente possível o pedido quando autorizado ou não vedado pelo ordenamento.
Nesse sentido, a existência de outros candidatos classificados no cadastro de reserva em
melhores posições que a do impetrante não impede que este utilize a via judicial visando a
defesa de seus direitos, não podendo a inércia daqueles prejudicar a pretensão autoral. 3.
Não possui respaldo a alegação de ausência de prova pré-constituída quando a petição
inicial encontra-se instruída com os documentos necessários à comprovação do direito
líquido e certo invocado. 4. Consoante orientação doutrinária e jurisprudencial, a
classificação em concurso público em cadastro de reserva gera mera expectativa de
direito, contudo, exceção a esta regra dará se, existindo cargos vagos, ao invés de
nomear os aprovados em concurso, a administração proceder com a contratação de
servidores comissionados/temporários em detrimento daqueles classificados em seleção
pública. Neste caso, a nomeação e a posse que seriam em princípio discricionárias,
tornam-se atos vinculados, gerando direito subjetivo para o candidato. 5. Constatada a
ilegalidade da conduta da Administração, revela-se inquestionável o direito líquido e certo
dos Impetrantes à nomeação e posse para os cargos pretendidos que foram classificados
no cadastro de reserva técnica, observando-se o quantitativo de vagas existentes e a
ordem de classificada de cada candidato. 6. Segurança concedida.” (TJGO, Corte Especial,
Mandado de Segurança n. 384005-07.2010.8.09.0000, Rel. Des. Kisleu Dias Maciel Filho,
Julgado em 13/07/2011, DJE n. 874, de 04/08/2011).

A Suprema Corte brasileira asseverou em diversos julgados que “a ocupação precária,


por comissão, terceirização, ou contratação temporária, de atribuições próprias do exercício de cargo
efetivo vago, para o qual há candidatos aprovados em concurso público vigente, configura ato
administrativo eivado de desvio de finalidade, equivalente à preterição da ordem de classificação no
certame, fazendo nascer para os concursados o direito à nomeação, por imposição do artigo 37, inciso IV,
da Constituição Federal” (STF, 2ª Turma, AI n. 776.070-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJE de 22/03/2011).

No mesmo esteio, citam-se as seguintes ementas dos julgados proferidos pelos Tribunais
Superiores:

“PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. CONCURSOPÚBLICO.


APROVAÇÃO FORA DAS VAGAS PREVISTAS NO EDITAL. SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS
NO DECORRER DO PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME. CARGOS OCUPADOS EM CARÁTER
PRECÁRIO. PRECEDENTES DO STF E STJ.1. A orientação jurisprudencial desta Corte
Superior reconhece a existência de direito líquido e certo à nomeação de candidatos
aprovados dentro do número de vagas previsto no edital. Por outro lado, eventuais vagas
criadas/surgidas no decorrer da vigência do concurso público, por si só, geram apenas
mera expectativa de direito ao candidato aprovado em concurso público, pois o
preenchimento das referidas vagas está submetido à discricionariedade da
Administração Pública. 2. Entretanto, tal expectativa de direito é transformada em
direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado se, no decorrer do prazo de
validade do edital, houver a contratação precária de terceiros para o exercício dos
cargos vagos, salvo situações excepcionais plenamente justificadas pela Administração, de
acordo com o interesse público.3. Efetivamente, esta Corte Superior, inclusive em
precedentes da minha relatoria (RMS 34.095/BA), entendia pela inexistência de direito
adquirido dos candidatos aprovados em relação a eventuais novas vagas que surgirem no
prazo de validade do certame, caracterizando a investidura ato discricionário da
Administração Pública, tampouco direito líquido e certo.4. Todavia, em recente julgamento
(Informativo n. 622/2011), o Supremo Tribunal Federal proclamou entendimento diverso.5.

10
Ademais, conforme ressaltou o Min. Napoleão Nunes Maia em caso idêntico, "a
Administração não pode, i.g., providenciar recrutamento de Servidores através de
contratação precária para exercer as mesmas funções do cargo para o qual ainda
existam candidatos aprovados aguardando a nomeação", e logo adiante conclui, "tal
direito subjetivo tem fundamento na constatação da existência de vaga em aberto e da
premente necessidade de pessoal apto a prestar o serviço atinente ao cargo em
questão" (RMS 29.145/RS, DJe 1º.2.2011). 6. Portanto, no caso concreto, é manifesto que
a designação de servidores públicos de seus quadros, ocupantes de cargos diversos, para
exercer a mesma função de candidatos aprovados em certame dentro do prazo de
validade, transforma a mera expectativa em direito líquido e certo, em flagrante
preterição a ordem de classificação dos candidatos aprovados em concurso público. 7.
Agravo regimental não provido.” (1398319 ES 2011/0026960-4, Relator: Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 01/03/2012, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de
Publicação: DJe 09/03/2012)

“CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO


EXTRARODINÁRIO. CF/88, ART. 37, IX. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA PARA O MAGISTÉRIO
MUNICIPAL. PRETERIÇÃO DE APROVADOS EM CONCURSO PÚBLICO. 1. A regra
constitucional é o provimento de cargo público mediante concurso. 2. Comprovada a
necessidade de contratação de pessoal, os candidatos aprovados em concurso público
serão nomeados em detrimento de contratações temporárias. Precedentes. 3. Agravo
regimental a que se nega provimento.” (STF, 2ª Turma, RE n. 555.141-AgR, Rel. Min. Ellen
Gracie, DJE de 24/02/2011).

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONCURSO PÚBLICO.


TERCEIRIZAÇÃO DE VAGA. PRETERIÇÃO DE CANDIDATOS APROVADOS. DIREITO À
NOMEAÇÃO. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1.
Uma vez comprovada a existência da vaga, sendo esta preenchida, ainda que
precariamente, fica caracterizada a preterição do candidato aprovado em concurso. 2.
Reexame de fatos e provas. Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmula n. 279 do
Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento.” (STF, 2ª Turma,
AI n. 777.644-AgR, Rel. Min. Eros Grau, DJE de 14/05/2010).

“SERVIDOR PÚBLICO. CONCURSO PÚBLICO. CARGO. NOMEAÇÃO. PRETERIÇÃO DA


ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO E CONTRATAÇÃO PRECÁRIA. FATOS NÃO DEMONSTRADOS.
SEGURANÇA CONCEDIDA EM PARTE. SUSPENSÃO. INDEFERIMENTO. INEXISTÊNCIA DE
LESÃO À ORDEM PÚBLICA. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. Não há risco de grave
lesão à ordem pública na decisão judicial que determina seja observada a ordem
classificatória em concurso público, a fim de evitar preterição de concursados pela
contratação de temporários, quando comprovada a necessidade do serviço.” (STF, Pleno,
SS n. 4.196-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, DJE de 27/08/2010).

Destarte, reitera-se que, não obstante o entendimento no sentido de que a classificação


em certame público para cadastro de reserva gera mera expectativa de direito, a jurisprudência brasileira
admite exceção a essa regra quando, existindo cargos vagos, ao invés de nomear os aprovados em
concurso, a Administração Pública contrata servidores comissionados/precários em detrimento daqueles
classificados em seleção pública.

Em casos tais, a nomeação e a posse que, em princípio, seriam discricionárias, tornam-se


atos vinculados, gerando direito subjetivo para os candidatos aprovados, hipótese esta que se aplica ao
caso em tela.

III – DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

11
A Lei de Ação Civil Pública prevê que:

Art. 12 Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em
decisão sujeita a agravo.

Além disso, regula o artigo 273, inciso I, do Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os


efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se
convença da verossimilhança da alegação e: I – haja fundado receio de dano irreparável
ou de difícil reparação; ou (…)

O caput do artigo 273 do CPC estabelece, como requisitos para a antecipação dos efeitos
da tutela, a existência de prova inequívoca e de verossimilhança das alegações.

Por prova inequívoca deve entender-se que não se trata de prova irrefutável, inafastável
– senão conduziria a uma tutela satisfativa definitiva, fundada em cognição exauriente –, mas de prova
robusta, contundente, que dê, por si só, maior segurança possível ao magistrado sobre a existência ou
inexistência dos fatos afirmados.

A seu turno, o juízo de verossimilhança deve ser entendido como “aquele que permite
chegar a uma verdade provável sobre os fatos, a um elevado grau de probabilidade da versão apresentada
pelo autor”, e refere-se não somente à matéria de fato, como também à plausibilidade da subsunção dos
fatos à norma invocada. Em suma, o magistrado precisa avaliar se há probabilidade de ter acontecido o que
foi narrado e quais as chances de êxito do demandante. Trata-se de demonstrar ao juízo que, à luz das
provas carreadas aos autos, é bem provável que a solução mais justa seja aquela pretendida pelo autor.

No presente caso, “o candidato, confiante nas normas previstas no edital de regência


do concurso, teria frustrada a expectativa depositada no ente público, sem falar, ademais, em
investimentos, gastos e estudos dispensados para a preparação intelectual, e por vezes físicas, a fim de
lograr boa colocação no certame” (TJGO, DUPLO GRAU DE JURISDICAO 575645-63.2008.8.09.0164, Rel.
DES. AMARAL WILSON DE OLIVEIRA, 2ª CÂMARA CÍVEL, julgado em 24/04/2012, DJe 1065 de 18/05/2012).

Com efeito, a verossimilhança das alegações do MINISTÉRIO PÚBLICO encontra guarida


nos princípios e comandos constitucionais e infraconstitucionais já tratados, cabalmente violados,
conforme deduzido na presente inicial. Desse modo, evidentes os requisitos da prova inequívoca e da
verossimilhança das alegações, resta comprovar a existência de fundado receio de dano irreparável ou de
difícil reparação

Neste ponto, são cabíveis algumas distinções. A irreparabilidade absoluta é aquela em


que a indenização é absolutamente inidônea para satisfazer plenamente a vítima. Os efeitos do dano são
irreversíveis.

Já o dano de difícil reparação é aquele que provavelmente não será revertido, seja
porque as condições econômicas do réu não autorizam supor sua restauração, seja porque esse dano seria
dificilmente individualizado ou quantificado com precisão. Abrange, essa segunda hipótese, os direitos
difusos e coletivos, neles incluído o patrimônio público.

12
De tal sorte, o deferimento da tutela antecipada com base no inciso I do artigo 273 do
Código Processual Civil, justifica-se caso a demora do processo puder causar à parte um dano irreversível
ou de difícil reversibilidade, isto é, quando não for possível aguardar pelo término do processo para a
entrega da tutela jurisdicional.

No presente caso, a demora do processo causa prejuízo ao interesse público,


porquanto o Município de Parnamirim/RN, por meio da Prefeitura e das Secretarias Municipais
envolvidas (Saúde, Tributação, Trânsito e Transportes e Assistência Social) 4, permanecerá omisso diante
do dever de nomear os candidatos aprovados, enquanto comissionados/precários desenvolvem
ilicitamente as atribuições inerentes aos cargos de provimento efetivo.

Pontuadamente, a manutenção de comissionados/precários, em prejuízo de aprovados


no concurso público, insulta os Princípios Constitucionais da Impessoalidade, Legalidade e Moralidade
Administrativa.

Desta feita, a situação de ilicitude apresentada nesta inicial deve ser contida de
imediato, para que não se ampliem os danos causados.

É justamente por isso que o Ministério Público invoca a necessidade da concessão de


liminar, salientando a incidência, no presente caso, dos indispensáveis requisitos do fumus boni juris e do
periculum in mora.

O fumus boni juris sobressai:

i. da previsão constitucional que garante acesso aos cargos


públicos por meio de concurso público, conforme artigo 37, inciso II, da Constituição
Federal, segundo o qual a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas
as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração (todas ilícitas na situação apresentada);

ii. da prática de ato vinculado pela Administração Pública, na


oportunidade em que tornam públicos a existência de cargos e o interesse em provê-
los, razão pela qual, antecedentemente ao prazo de validade do certame, o Estado
tem o dever de nomear todos os aprovados até o preenchimento total do número de
vagas disponibilizadas pelo Edital;

iii. da existência de funcionários comissionados/precários


desenvolvendo atribuições próprias dos cargos efetivos que foram submetidos ao
concurso, em detrimento dos aprovados para a reserva técnica.

O periculum in mora é patente, pois já chegou ao conhecimento desta Promotoria de


Justiça que o Município de Parnamirim/RN não pretende prorrogar o prazo de validade do concurso, cujo
vencimento se aproxima (05/04/2014). Reitere-se que centenas de candidatos aprovados no concurso
regido pelo Edital nº 001/2011 aguardam nomeação, ao passo em que os comissionados/precários já

4
“11. DA NOMEAÇÃO
11.1. A nomeação do candidato classificado fica condicionada à comprovação dos requisitos, para investidura no cargo
especificado no subitem 2.1 e será feita pela Prefeitura Municipal de Parnamirim/RN de acordo com a Secretaria de Lotação e
Número de vagas previstas para cada cargo no subitem 1.1, obedecida à estrita ordem de classificação do candidato no concurso.”

13
listados permanecem lotados, desenvolvendo as atribuições próprias dos cargos efetivos que foram
submetidos ao concurso.

A concessão da medida liminar é imperiosa, tendo em vista que o prazo de validade do


certame finaliza-se em 05 de maio de 2014 (a data da publicação da homologação do certame foi
05/05/2012), e conforme demonstrado no corpo desta ação, está materializada a existência de contratação
de comissionados/precários realizada em detrimento dos aprovados, bem como possibilidade de
prorrogação do prazo de validade do concurso, conforme explícito no item 10.1 do Edital nº 001/2011 5.

A imoralidade da gestão administrativa deve ser contida de imediato, porquanto todo


esse panorama de afronta à Constituição da República é repudiável, e está demonstrada nos documentos
acostados.

Importante ressaltar que nenhum prejuízo será experimentado pelo Município de


Parnamirim/RN, vez que a própria Administração Pública Municipal ofertou as vagas do Edital nº
001/2011, podendo, a qualquer tempo, valer-se dos candidatos aprovados, que compõem o cadastro de
reserva, para o bom funcionamento das Secretarias Municipais envolvidas.

Inclusive, com a criação de novas vagas para cargos efetivos no âmbito da Secretaria da
Saúde do Município de Parnamirim através da Lei Complementar Municipal nº 074, de 24 de janeiro de
2014 — antecedida pela publicação da Lei Complementar Municipal nº 069/2013, de 08 de outubro de
2013, e da Lei Complementar Municipal nº 070/2013, de 09 de outubro de 2013, ambas operando a
criação de novas vagas de cargos públicos de provimento efetivo no âmbito do Município de
Parnamirim/RN —, comprova-se a necessidade de nomeação de pessoal concursado, bem como a
existência de plenas condições do ente municipal para subsidiar as investiduras decorrentes.

Diante de todos esses fatos devidamente comprovados pela documentação em anexo, o


Ministério Público REQUER A CONCESSÃO DE LIMINAR para que o Município de Parnamirim, por meio da
Prefeitura Municipal e das Secretarias Municipais de Saúde, Tributação, Trânsito e Transportes e
Assistência Social, conforme as respectivas competências, seja compelido a:

i. prorrogar o prazo de validade do certame em comento,


conforme prevê o item 10.1 do Edital nº 001, de 18 de novembro de 2011;

ii. nomear os aprovados dentro da reserva técnica para todos os


cargos efetivos cujas atribuições estão sendo executadas por
comissionados/precários, conforme tabela apresentada no tópico I (DOS FATOS),
incluindo as 34 (trinta e quatro) vagas para Fiscal de Tributos.

No esteio da tutela das normas jurídicas que disciplinam o concurso público,


fundamento desta ação, não restam dúvidas de que a prorrogação do certame em comento trata-se de
providência essencial à proteção do interesse público. Tal como a nomeação dos aprovados, prolongar a
vigência do concurso promovido pelo Edital nº 001/2011 é medida em nada lesiva ao Município de
Parnamirim/RN.

5
“10. PRAZO DE VALIDADE
10.1. O prazo de validade será 02 (dois) anos, contados da data de publicação do Edital de Homologação do Resultado
Final no DIÁRIO OFICIAL DO MUNICÍPIO DE PARNAMIRIM - RN, podendo ser prorrogado por igual período.”

14
III.a.) DA IMPERIOSA CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPADA SEM A PRÉVIA OITIVA DO MUNICÍPIO DE
PARNAMIRIM/RN

Caso a tutela não seja antecipada, o prejuízo para o interesse público é certo, pois
tornaria inútil a prestação jurisdicional. Assim, a situação de ilicitude apresentada na inicial deve ser contida
de imediato, para que não se ampliem ou tornem-se irreversíveis os danos causados à coletividade e à
Constituição da República.

O artigo 2º da Lei n. 8.437/92 dispõe que na ação civil pública a liminar será concedida
após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar
no prazo de setenta e duas horas.

Ocorre que o Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal de Justiça do Estado do Rio


Grande do Norte têm firmado o entendimento pela relativização do referido dispositivo em face da
possibilidade de graves danos decorrentes da demora no cumprimento da liminar em caso do
cumprimento da referida norma. Assim, depreende-se que tal norma não deve ser interpretada restritiva e
isoladamente. Senão, vejamos:

“ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCESSÃO DE LIMINAR SEM OITIVA DO


PODER PÚBLICO. ART. 2° DA LEI N. 8.437/1992. POSSIBILIDADE. PRAZO DECADENCIAL DE
120 DIAS. IMPETRAÇÃO PREVENTIVA. INAPLICABILIDADE. 1. No caso dos autos, o Tribunal
a quo, ao indeferir o pedido de suspensão da segurança, concluiu que não se afigurava o
risco de grave lesão aos bens protegidos pela Lei n. 8.437/1992, mas, por outro lado,
afirmou que a plausibilidade do direito se encontrava presente na ação em razão de
sustentada interferência direta nas atividades do recorrido, já que este determinou a
prestação de serviços sem interesse dos estabelecimentos afetados e o ato impugnado
influiria na livre iniciativa das empresas. 2. Sobre a alegada ofensa ao art. 2º da Lei n.
8.437/92, cumpre observar que esta Corte Superior tem mitigado, com base em uma
interpretação sistemática, a aplicação do citado dispositivo, sobretudo quando o Poder
Público, embora não tenha sido ouvido antes da concessão da medida liminar, deixa de
comprovar prejuízo. Precedentes. (…) 4. Recurso especial não provido.” (REsp
1052430/MG, STJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado
em 12/04/2011, DJe 27/04/2011).

“ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONCESSÃO DE LIMINAR SEM OITIVA DO PODER


PÚBLICO. ART. 2° DA LEI 8.437/1992. AUSÊNCIA DE NULIDADE. 1. O STJ, em casos
excepcionais, tem mitigado a regra esboçada no art. 2º da Lei 8437/1992, aceitando a
concessão da Antecipação de Tutela sem a oitiva do poder público quando presentes os
requisitos legais para conceder medida liminar em Ação Civil Pública. 2. No caso dos
autos, não ficou comprovado qualquer prejuízo ao agravante advindo do fato de não ter
sido ouvido previamente quando da concessão da medida liminar. 3. Agravo Regimental
não provido.” (AgRg no Ag 1314453/RS, STJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 21/09/2010, DJe 13/10/2010).

“RECURSO ESPECIAL. AUDIÊNCIA PRÉVIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.


LIMINAR. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ART. 2º DA LEI N.º 8.437/92. PRINCÍPIO DA
EVENTUALIDADE. PRINCÍPIO DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA. MITIGAÇÃO. PODER GERAL DE
CAUTELA. 1. A medida liminar foi requerida em ação civil pública, em face do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, quando ainda
tramitava o processo perante a justiça estadual, ocasião na qual a autarquia federal, após
ser devidamente intimada, nos termos do art. 2º da Lei n.º 8.437/92, preferiu manifestar-
se apenas sobre a incompetência absoluta daquele juízo. 2. À luz dos princípios da
eventualidade e da impugnação específica, informadores do sistema processual brasileiro,

15
o recorrente não suscitou toda a matéria de defesa, disponível no momento em que foi
chamado a manifestar-se nos autos, deixando de impugnar os fatos alegados pelo autor,
que serviram de fundamento para a concessão da cautelar, acarretando a preclusão
consumativa do direito processual que lhe foi outorgado, por força do art. 2º da Lei n.º
8.437/92. Precedentes. 3. O Superior Tribunal de Justiça tem flexibilizado o disposto no
art. 2º da Lei n.º 8.437/92 a fim de impedir que a aparente rigidez de seu enunciado
normativo obste a eficiência do poder geral de cautela do Judiciário. Precedentes. 4.
Recurso especial não provido.” (REsp 1130031/RS, STJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA,
SEGUNDA TURMA, julgado em 22/06/2010, DJe 03/08/2010).

“EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. DEFERIMENTO DE


ANTECIPAÇÃO DE TUTELA PARA SUSPENDER A COBRANÇA DE TRIBUTO EM RAZÃO DE
POSSÍVEL IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA SEM A OITIVA
DA FAZENDA PÚBLICA. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA. CERCEAMANTO DE DEFESA NÃO CONFIGURADO. ENTIDADE FILANTRÓPICA.
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA EVIDENTE. INTELIGÊNCIA DO ART. 150, INCISO VI, ALÍNEA C, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. APLICAÇÃO DO ART. 9º E ART. 14, AMBOS DO CÓDIGO
TRIBUTÁRIO NACIONAL. PRESENÇA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES DA TUTELA DE
URGÊNCIA REQUERIDA EM PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO. PRECEDENTES DESTA CORTE
DE JUSTIÇA. DECISÃO MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.” (Agravo de
Instrumento n° 2011.000442-8, TJRN, Rel. Desembargador Expedito Ferreira, julgado em
11/05/2011).

À vista da linha seguida por tais julgados, impera o entendimento de que a apreciação
do pedido liminar deverá ocorrer mediante dispensa da oitiva do Município de Parnamirim/RN, a fim de
que sejam preservados, incontinentemente, os mandamentos constitucionais relativos à regra do concurso
público e ao provimento dos cargos efetivos.

Ante o exposto, a prorrogação do certame em testilha e a nomeação dos seus


aprovados dentro da reserva técnica para todos os cargos efetivos cujas atribuições estão sendo
executadas por comissionados/precários, são medidas que se impõem em sede liminar, a ser confirmada
no mérito, isso tudo de acordo com a tabela constante do tópico I desta inicial.

IV – DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, requer o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO


NORTE a Vossa Excelência:

1) seja RECEBIDA e autuada a presente inicial, juntamente com os


documentos que a acompanham, seguindo o rito ordinário e as disposições estabelecidas pela
Lei n. 7.347/85;

2) a DISPENSA da notificação do Município de Parnamirim/RN, na pessoa


do seu Procurador, no prazo de 72 horas, conforme determina o art. 2º da Lei n. 8.437/92,
pelas razões fáticas e jurídicas alinhavadas;

3) a CONCESSÃO LIMINAR DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA (art.


12, Lei n. 7.347/85), inaudita altera pars, para que o Município de Parnamirim/RN, por meio
da Prefeitura Municipal e das Secretarias Municipais de Saúde, Tributação, Trânsito e
Transportes e Assistência Social, conforme as respectivas competências, seja compelido a:

16
i. prorrogar o prazo de validade do certame em comento,
conforme prevê o item 10.1 do Edital nº 001, de 18 de novembro de 2011;

ii. nomear os aprovados no concurso regido pelo Edital nº 001, de


18 de novembro de 2011, dentro da reserva técnica para todos os cargos efetivos
cujas atribuições estão sendo executadas por comissionados/precários, conforme a
tabela apresentada no tópico I: 20 (vinte) aprovados para o cargo efetivo de
Psicólogo, 45 (quarenta e cinco) para o de Odontólogo, 05 (cinco) para o de
Terapeuta Ocupacional, 01 (um) para o de Educador Físico, 08 (oito) para o de
Fisioterapeuta, 20 (vinte) para o de Assistente Social da Área de Assistência Social, 05
(cinco) para o de Fonoaudiólogo, 41 (quarenta e um) para o de Enfermeiro, 21 (vinte
e um) para o de Técnico em Enfermagem e 05 (cinco) para o de Assistente Social da
Área da Saúde, além de 05 (cinco) aprovados para o cargo efetivo de Médico/Clínico
Geral, 38 (trinta e oito) para o de Enfermeiro, 05 (cinco) para o de Bioquímico, 07
(sete) para o de Neonatologista, 12 (doze) para o de Obstetra, 06 (seis) para o de
Nutricionista, 13 (treze) para o de Pediatra, 01 (um) para o de Neuropediatra, 02
(dois) para o de Farmacêutico, 05 (cinco) para o de Fisioterapeuta, 01 (um) para o de
Psicólogo, 01 (um) para o de Técnico em Radiologia e 01 (um) para o de
Fonoaudiólogo, e, finalmente, 34 (trinta e quatro) aprovados para o cargo de Fiscal
de Tributos;

3.1.) em sendo deferida a tutela antecipada acima requerida, parcial ou


totalmente, sejam os demandados, de forma pessoal e solidária, obrigados ao pagamento de
MULTA DIÁRIA no valor R$ 10.000,00 (dez mil reais) por dia de descumprimento;

4) a CITAÇÃO dos demandados para, querendo, contestar o feito no prazo


legal, sob pena de confissão quanto à matéria de fato e sob os efeitos da revelia;

5) a CITAÇÃO do Município de Parnamirim/RN, na pessoa do seu


Procurador Dr. Fábio Daniel de Souza Pinheiro, com endereço na Avenida Tenente Medeiros,
nº 105, Centro Administrativo, Parnamirim/RN, para, querendo, assumir a posição processual
de litisconsorte de qualquer das partes, consoante permite o art. 5º, §2º, da Lei n. 7.347/85;

6) a comunicação dos atos processuais a este representante do Ministério


Público, nos termos do artigo 236, § 2º, do Código de Processo Civil, e do artigo 41, inciso IV,
da Lei n. 8.625/93;

7) ao final e definitivamente, seja CONFIRMADA a tutela antecipada


concedida em favor do Autor Ministerial, com o julgamento PROCEDENTE da ação para
condenar o Município de Parnamirim/RN, por meio da Prefeitura Municipal e das Secretarias
Municipais de Saúde, Tributação, Trânsito e Transportes e Assistência Social, conforme as
respectivas competências, às obrigações de fazer:

i. prorrogar o prazo de validade do certame em comento,


conforme prevê o item 10.1 do Edital nº 001, de 18 de novembro de 2011;

ii. nomear os aprovados no concurso regido pelo Edital nº 001, de


18 de novembro de 2011, dentro da reserva técnica para todos os cargos efetivos
cujas atribuições estão sendo executadas por comissionados/precários, conforme a
tabela apresentada no tópico I: 20 (vinte) aprovados para o cargo efetivo de

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Psicólogo, 45 (quarenta e cinco) para o de Odontólogo, 05 (cinco) para o de
Terapeuta Ocupacional, 01 (um) para o de Educador Físico, 08 (oito) para o de
Fisioterapeuta, 20 (vinte) para o de Assistente Social da Área de Assistência Social, 05
(cinco) para o de Fonoaudiólogo, 41 (quarenta e um) para o de Enfermeiro, 21 (vinte
e um) para o de Técnico em Enfermagem e 05 (cinco) para o de Assistente Social da
Área da Saúde, além de 05 (cinco) aprovados para o cargo efetivo de Médico/Clínico
Geral, 38 (trinta e oito) para o de Enfermeiro, 05 (cinco) para o de Bioquímico, 07
(sete) para o de Neonatologista, 12 (doze) para o de Obstetra, 06 (seis) para o de
Nutricionista, 13 (treze) para o de Pediatra, 01 (um) para o de Neuropediatra, 02
(dois) para o de Farmacêutico, 05 (cinco) para o de Fisioterapeuta, 01 (um) para o de
Psicólogo, 01 (um) para o de Técnico em Radiologia e 01 (um) para o de
Fonoaudiólogo, e, finalmente, 34 (trinta e quatro) aprovados para o cargo de Fiscal
de Tributos;

8) a condenação dos demandados ao pagamento de todas as custas judiciais


e ônus sucumbenciais.

Pugna o Ministério Público pela produção de todas as provas admissíveis em direito,


notadamente a documental, a testemunhal e a pericial, e requerendo, desde já, a juntada da documentação
em anexo (Inquéritos Civis e cópias do D.O.M.) e o depoimento pessoal dos demandados, sob pena de
confesso quanto à matéria de fato.

Dá-se à presente causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para efeitos legais.

Termos em que, recebida e autuada esta, com o inquérito civil público anexo, pede e
espera deferimento.

Parnamirim/RN, 29 de abril de 2014.

Raimundo Caio dos Santos


Promotor de Justiça

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