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Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação – Unesp Bauru
Departamento de Comunicação Social
Graduação em Comunicação Social – habilitação em Jornalismo
Leonardo Capucci Manffré 11030721
TÍTULO DO PROJETO:
Resumo
1. Introdução
1.1
Justificativa
No mundo de hoje, um campo que ganha muita relevância e, também,
importância para ser explorado é a Comunicação. No Brasil atual, esse setor
chama atenção não só questões processuais e tecnológicas, mas ideológicas e
políticas. Nessa forte disputa simbólica por hegemonia, poucos são os discursos
que encontramos, garantindo, assim, o monopólio.
Partindo do princípio que tal como a política, a comunicação também deve
servir e contribuir ao regime democrático. Percebese a necessidade de garantir
o acesso não só o direito à informação, mas à produção de informação, para que
o conflito de vozes esteja em amplo acesso e garantido.
Peruzzo (2004) analisa que os movimentos sociais populares, apesar de
suas limitações, nessa participação contribuem para a construção da cidadania.
“Tratase de um processo que envolve a diversidade, porque nossa sociedade é
pluralista demais para afunilarse sob a direção de uma única organização
políticopartidária” (PERUZZO, 2004, p. 37).
Porém, há um esforço para a pluralidade desses discursos dentro dos
próprios movimentos e uma compreensão de que as próprias regiões expostas a
situações de vulnerabilidade devem ter acesso a meios de produção de conteúdo
e divulgação de informações com suas pautas específicas, garantindo sua voz no
espaço público. Muitos foram os movimentos que reconheceram a importância da
Comunicação Comunitária regional.
Acreditase assim, que o papel do Movimento, e do Comunicador Popular,
mais do que o enfoque na produção de conteúdos, é democratizar também os
métodos de produção de conteúdos comunicativos. Nesse sentido, abrese
diálogo com a Educação, Educomunicação
Bordenave (1976), citado por Kaplun (1978, p. 32) distingue a educação
em três tipos: de enfase em conteúdos, resultados e processos. Assim, destaca
a importância do processo de transformação das pessoas e comunidades mais
do que no assunto a ser comunicado.
“1 [la educación de processos] no se preocupa tanto de la
materia a ser comunicada ni de los resultados em
términos de comportamento, sino más bien de la
interacción dialéctica entre las personas y su realidade, y
el desarrolo de la capacidad intelectual y la consciencia
social”(BORDENAVE, 1976, apud KAPLUN, 1978, p. 26)
Peruzzo (2010, p. 5) defende que o exercício de atividades de
comunicação comunitária poderia ser melhorado, com a formação específica
para tal fim. “Específica no sentido de respeitar a dinâmica e lógica da
comunicação comunitária e não para conduzir os comunicadores populares aos
padrões da mídia comercial de grande porte”(PERUZZO, 2010, p.5)
1
“Não está preocupada tanto com o assunto a ser comunicado, ou com os resultados em termos
de comportamento, mas sim a interação dialética entre as pessoas e sua realidade, e o
desenvolvimento da capacidade intelectual e da consciência social” (BORDENAVE, 1976, apud
KAPLUN, 1978, p. 26)
formação de comunicadores fora das universidades brasileiras, as quais poucos
dessa população marginalizada tem acesso.
Na verdade, é importante a preparação das pessoas para
o uso das técnicas e tecnologias de comunicação. Há
necessidade de alfabetizar para o uso das linguagens
audiovisuais, da imprensa e as digitais: domínio das
técnicas de diagramação de jornal, manuseio de
computador, criação de blogs, operação de filmadoras
etc. Portanto, no jogo da necessidade de adquirir
competências, se agrega um “novo” direito, o do acesso
ao conhecimento técnico e especializado em
comunicação. (PERUZZO, 2010, p. 6)
1.3 Objeto, Problemática e Hipóteses
A problemática consiste em torno de como o Movimento dos Sem Terra
aplica e se utiliza dessa ferramenta estrutural hoje, se ela é efetiva e se atende a
demandas da organização. Desse modo, há a preocupação no levantamento de
dados, cursos, métodos e apostilas que tratam essa temática, além de
entrevistas com os principais envolvidos nesse processo.
2. Objetivos
2.1 Objetivo geral
2.2 Objetivos Específicos
Garantir a evolução, através da estrutura do movimento, de uma
Comunicação plural, produzida com a participação do maior número de
pessoas
Verificar se a Educomunicação afirma seu potencial transformador
e emancipatório quando utilizada pelo movimento populares.
Pesquisar e estudar como o movimento se utiliza de cursos,
materiais pedagógicos para formar Comunicadores Populares.
Avaliar a se é feita a formação de comunicadores críticos com
garantia de comprometimento com a cidadania e democracia na mídia.
Entender como isso funciona na prática, nas comunidades do MST,
através de entrevistas com os envolvidos.
Verificar se a Comunicação regional do MST destaca as
particularidades da população e dialoga com ela, do fazer comunicativo às
demandas da própria comunidade.
Potencializar a utilização da Educomunicação, logo, da
comunicação no MST e movimentos populares.
3. Metodologia
Segundo Kaplun (1978, p. 34)
2
un programa de rádio ya puede hacer mucho y
constituirse en un elemento muy util e muy válido de
comunicación popular si parte de la realidad social
concreta del grupo humano al que se dirige, ayuda a ese
grupo a asumir y tomar consciencia de esa realidad, y se
identifica en su acción educativa a los interesses sociales
del grupo. La prática participativa no consiste sólo ni tanto
en que “el publo hable por radio”. Es algo más amplio y
global. Se puede ejercer através de distintas
organizaciones populares y de diferentes acciones.
4. Cronograma
Elaboração de projeto experimental – outubro e novembro de 2014
Pesquisa e entrevistas janeiro e fevereiro
Redação da monografia março de 2015
2
“Um programa de rádio já pode fazer muito e se constituir em um elemento muito util e muito
válido de comunicação populas se parte da realidade social concreta do grupo humano ao que se
dirige, ajuda esse grupo a assumir e tomar consciência dessa realidade e se identificam nas suas
atividades educacionais interesses sociais do grupo. A prática participativa não consiste em só
nem tanto que “o povo fale pelo rádio. É algo mais amplo e global. Podese exercitar utilizando
diversas organizações populares e de diferentes ações.” Kaplun (1978, p. 34, tradução minha)
Revisão da monografia abril de 2015
Apresentação e defesa do Trabalho de Conclusão de Curso – maio de 2015
5. Bibliografia
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
KAPLÚN, M. Producción de programas de radio. Quito: CIESPAL, 1978.
SOARES, M. C., VICENTE, M. M. NAPOLITANO, C.J., ROTHBERG, D. (org)
Mídia e Cidadania: conexões emergentes, de (orgs.), Cultura Acadêmica
Editora: São Paulo, 2012, 250 p.