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Processo: X
Nº de Controle: X
"Sem uma prova plena e eficaz, da culpabilidade do réu, não é possível reconhecer a sua
responsabilidade penal" (TACrimSP, Julgados, 4/31). "Prova - Dúvida - Absolvição.
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Com fulcro no artigo Art. 403 § 3o. Parágrafo único, para provar sua inocência.
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A acusada XXXX.
Posteriormente, XXXs.
Patente Excelência que a suposta vítima está ³perdida´ quanto ao suposto furto, quanto
ao suposto Réu.
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O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas. É pacífica a jurisprudência no sentido de que ainda que comprovada a
materialidade, mas NÃO COMPROVADA a autoria, somente a existência de meros
indícios, não são estes suficientes para formar um Juízo de condenação, muito menos de
continuação de uma ação penal.
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No caso em tela, há de se explicitar o entendimento do mestre Julio Fabbrini Mirabete:
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Em linha, citamos alguns, de vários julgados:
"PROVA - Existência de indícios de autoria - Condenação - Impossibilidade: - Indícios
de autoria são insuficientes a embasar édito de condenação, mister que se produza prova
inconcussa, não bastando sequer alta probabilidade, sendo certo que estando o ânimo do
Julgador visitado por dúvida razoável, outra decisão, que não a absolutória, não há que
ser emanada, posto que o Processo Penal lida com um dos bens maiores do indivíduo: a
liberdade. " (Apelação n° (.275.247/2 ± São Paulo - 5a Câmara - Rei. Desembargador
MAPJANO SIQUEIRA - 12/12/2001 - M. V. TACrim - Ementário n° 30,
JUNHO/2002, pág. 24).
"Indício, suspeitas, ainda que veementes, não são suficientes para alicerçar um juízo
condenatório. A prova judiciária somente é bastante à incriminação do acusado quando
formadora de uma cadeia concorrente de indícios graves e sérios, unidos por um liame
de causa e efeito, excludentes de qualquer hipótese favorável ao acusado. Para a
condenação é mister que o conjunto probatório não sofra o embate da dúvida(TAMG -
1o C. - AP - j . 27.2.96 - Rei. Audebert Delage - RT 732/701).
³Para a condenação do réu a prova há de ser plena e convincente, ao passo que para a
absolvição, basta a dúvida, configurando-se princípio do In Dúbio Pró Réu contido no
Art. 386 do Código de Processo Penal.´ JUTACRIM 72/26 ± Rel Alvaro Cury
³Em Matéria de condenação criminal, não bastam meros indícios. A prova de autoria
deve ser concludente e extreme de dúvida, pois só a certeza autoriza a condenação no
juízo criminal´ (TJMT ± AP ± Rel Dês Paulo Inácio Dias Lessa - RT 708-339)´.
³Uma condenação criminal, com todos os seus gravames e conseqüências, não pode
apoiar-se em uma prova cabal, sendo que presunções indícios que não obtenham as
qualidades de segurança e certeza não podem servir de fundamento para tanto´
(RJTACRIM 30/271 ± Rel. Carlos Bonchristiano) Em casos deste, já se pronunciou o
extinto Tribunal de Alçada Criminal:
"Deve ser absolvido o acusado de roubo quando não houver prova suficiente da
materialidade ou da autoria do delito. A condenação criminal não pode ser ditada por
mero juízo de probabilidade, mas sim, estar alicerçada em elementos seguros, uma vez
que o nosso sistema penal assenta-se na presunção de inocência do réu" (Apelação n°
1444629/7, Rei. Pedro de Alcântara, j . 25.08.04). No mesmo sentido: Apelação n°
1332101/8, Rei. Antônio Manssur, j . 10.02.03).
"Quando a prova não responde a indagação sobre qual a versão verdadeira sobre uma
imputação, se a acusatória ou a do réu, o non liquet deve subsistir" (JUTACrim 53/465).
Com efeito, não se pode presumir a culpa. Ela precisa ficar provada acima de qualquer
dúvida, baseada em prova concreta e induvidosa, não podendo o agente ser condenado
por deduções, ilações ou presunções. Pois, como já fora dito, a condenação criminal não
pode ser ditada por um juízo de probabilidade. Tem que estar escudada em elementos
que convençam a culpa do acusado pelo evento de forma indiscutível.
Destarte, diante do fraco conjunto probatório produzido pela acusação e não haverem
provas seguras para condenação a Absolvição é medida Justa. A propósito,
jurisprudência já ensina que em processo penal, a prova da alegação incumbirá a quem a
fizer. O acusador deve provar a realização do fato. Portanto, cabe a prova àquele que
alega, não ao que nega ± fatos não comprovados pelo órgão acusador.
Cabe salientar que não foram pedidas informações ao banco pelo Ilustre Membro do
MP sobre o andamento, muito menos se existem ações cíveis da suposta vítima contra o
banco para ressarcir tais valores ± já pensou se a acusada é condenada e a suposta vítima
ganha uma indenização vultuosa na esfera cível? Conclui-se a suposta vítima em sua
carta não expressou em nenhum momento desinteresse em dar continuidade à ação e
sim explicita que o talão de cheques foi perdido, senso a acusada inocente!!!
Assim, não deve Vossa Excelência se influenciar sobre o instinto acusatório que paira
sobre os Membros do Ministério Público em geral, sendo a absolvição da acusada nos
termos do 386, VII do Código de Processo Penal a medida JUSTA, visto não existirem
provas suficientes e robustas para a condenação da acusada, bem como não existirem
provas de ter a acusada concorrido para a infração penal.