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EDUCAÇÃO MULTICULTURAL: uma reflexão sobre um espaço social construído por

diferenças.

EVA CRISTIAN SILVA DOS SANTOS BARBOSA

O presente artigo tem como objetivo, fazer uma reflexão sobre a educação popular e a escola
pública como um espaço construído por personagens das mais diferentes culturas, valores,
cor, experiência de vida... Enfim, a escola é um dos equipamentos públicos, formado por uma
por indivíduos que trazem em suas mochilas alem de livros, suas culturas e sua história. Essa
realidade escolar é importante para a formação dos jovens na perspectiva de desconstrução do
preconceito e discriminação nas suas mais variadas manifestações. Esse artigo abordará
também reflexões realizadas em maravilhosos encontros de aulas ministradas pelo Dr.
Munanga, durante o primeiro semestre de 2018 do curso de mestrado em Ciências Sociais da
UFRB do campus de Cachoeira Recôncavo da Bahia.
Esse trabalho será dividido em quatro partes, a começar pela introdução, em um segundo
momento fará uma breve retomada no processo histórico do acesso a educação para crianças
negras no Brasil, seguindo para um terceiro capitulo que abordará a escola como um aparelho
reprodutor da ideologia burguesa, que tem no Estado seu comitê de representantes. No quarto
capítulo trará a luz para o leitor, o complexo espaço social denominado escola e sua
multiculturalidade, que é um fator importante e positivo para a construção de uma sociedade
mais inclusiva e aberta a aceitação das diferenças. Mas, porém, pode significar uma
ferramenta utilizada pela classe dominante, para fortalecer sua ideologia burguesa, que
marginaliza a população negra e pobre, impedindo-as de ter acesso a uma educação ampla,
que respeite sua ancestralidade, sua cultura, sua religião e que materializa uma educação
elitista, branca, erudita e excludente para meninos e meninas negros e negras.

Palavras-chaves: escola, multiculturalismo, educação.


Introdução

A sociedade brasileira é formada por um imenso quadro cultural, que é a matéria-prima da


formação da nossa sociedade. E imprescindível, que não se esvaziem debates sobre os
currículos escolares para o fortalecimento de disciplinas que falem da história do negro no
Brasil, assim como todos os povos que ajudarem a construir o estado brasileiro. Configura-se
o caminho para que seja colocado um ponto final, em toda forma de expressão contra outras
culturas, que não sejam as impostas politicamente corretas e aceitáveis, e a escola, como o
espaço formal de educação, é onde há uma fusão de culturas: línguas, religião, saberes,
conhecimentos, cor, gênero, pensamentos... que dependendo de um projeto pedagógico,pode
harmonizar relações sociais que são construídas por indivíduos em formação de
personalidade, conceitos, mente, corpo ou incidir de maneira violenta, ações preconceituosas
e de não aceitação as diferenças, aprofundando cada vez mais, as raízes do preconceito em
que a sociedade brasileira foi formada.

O acesso ao espaço escolar de meninos e meninas negros e negras.

A escola pública é um aparelho estatal, construído por crianças e adolescentes em sua maioria
de classe pobre, que moram em periferias brasileiras, sem luxos e que muitas vezes essas
crianças têm que trabalhar para ajudar financeiramente nas despesas de suas famílias.

Mas, retomando o inicio da história da infância no Brasil, escola não era um espaço que
pertencia a um coletivo de crianças brasileiras. Segundo Rizzini(2011), a educação era
somente para crianças de classe rica e branca. As crianças negras e pobres eram tidas como
um problema social e o Estado as deixavam a margem de política pública de proteção e
educação, além de sofrerem as punições e coerção do Estado pelo seu estado de pobreza.

Ao invés de frequentarem as escolas, crianças pretas e pobres, eram colocadas para o trabalho
a favor do sistema exploratório em indústrias e fábricas, como um mecanismo de resgate da
moral, de higiene social, de crianças que eram tidas como problema ou possíveis problemas
para o Estado, que naquele momento histórico, buscava entrar no rol de países desenvolvidos
e fortalecimento de relações econômicas com o grande império americano.

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O que os dirigentes do Brasil (classe elite dominante) almejavam, era sanear, civilizar e
moralizar o país, incidindo de maneira cruel sobre a camada pobre da sociedade, violentando
de maneira vil todas as crianças e adolescentes. (RIZZINI, 2011).

Diante dessa realidade histórica, é possível imaginar quanta dificuldade e sofrimento foram
impostos a essa parcela da sociedade, que para além do estado de pobreza, às vezes não tinha
uma convivência familiar, pois seus pais já haviam morrido ou estavam acometidos de
doenças, vícios, que entre outros fatores dificultavam ainda mais a convivência de famílias
negras no Brasil.

Imagina-se que, o espaço escolar para a classe negra era algo difícil de acessar, visto que,
crianças consideradas pelo Estado, eram os filhos e filhas do grupo burguês. O impedimento à
educação para os meninos e meninas negros e negras, servia como meio de dominação e
controle desse extrato social.

Escola como aparelho representante da ideologia do estado burguês

A escola brasileira segundo Silva (1980), destacava-se por um ensino de características


eurocêntrica, que fortaleciam valores que destacavam a classe branca como superior a classe
negra, e que de maneira folclórica e caricatural, estereotipada difundia toda a história e cultura
de negros, índios e mestiços no Estado.Toda essa dinâmica, não impactava positivamente os
estudantes, fragilizando a construção de sua identidade, levando-os a desistirem da escola, o
que significava um fracasso para esses indivíduos, os colocando num lugar de inferioridade.

Depois de muitas denúncias sobre as desigualdades raciais na educação, entre as décadas de


80 e 90 (SILVA, 1980), criaram-se ações e projetos educacionais, objetivando uma pedagogia
que contemplasse as pluriculturas que formavam o corpo de estudantes do sistema
educacional e que fossem anti - racistas.

Há um discurso na sociedade, que no Brasil não há preconceito nem discriminação de cor. O


espaço escolar é universal, diferente do quadro apresentado de início neste artigo. Mas, apesar
de uma legislação em vigor, que contempla que todos somos iguais perante a lei e que o
Estado tem a obrigação de oferecer condições de desenvolvimentos social para todos de
maneira igualitária, estudos e pesquisas revelam que, professores são os profissionais que tem
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salários mais baixos no pais. Escolas públicas são estruturas que muitas vezes não apresentam
condições estruturais para se desenvolver trabalhos escolares e nem de abrigar estudantes. A
mídia a todo o momento denuncia desvio de verbas destinadas pelo governo para a educação.
Os números de crianças e adolescentes negros (as) pobres, que conclui o nível médio são
absolutamente inferiores aos números de brancos. Dados sinônimos entre brancos e negros de
repetências, evasões escolares, são maiores para os negros. Alunos brancos conseguem
terminar o ensino médio, enquanto negros ficam no meio do caminho.

Segundo Passos (2002), a escola reflete toda a complexidade de relações sociais em que está
submetida à sociedade brasileira, mas também a escola se configura em um espaço para se
discutir todas as diferenças formadoras do seu corpo de discentes e debates sobre preconceito
se fazendo necessário para desconstrução de uma educação elitista, fragmentada e
preconceituosa.

A estrutura engessada, burocratizada, excludente e preconceituosa configura que no Brasil


há um racismo estrutural, que está presente nas instituições de ensino e no comportamento dos
indivíduos. Dentro dessas práticas racistas segundo Passos (2002), estão os constrangedores
dados solicitados sobre o local de trabalhos, estado civil de pais ou responsáveis, tendo em
vistas, que a maioria de famílias pobres e negras desenvolvem atividades não formais de
trabalho, pois tem dificuldades de entrarem no mercado de trabalho, devido à desigualdade da
oferta de educação de qualidade para todos, dentro dos princípios legais que estão marcados
na Constituição Federal de 1988, Constituição Cidadã, independente de sua cultura.

Informações que são solicitadas nessas fichas de matriculas, são fatores de constrangimentos
para crianças negras, que segunda a autora, causam um desconforto e expressões de bulling,
violência dentro da comunidade escolar. Outro fator que se configura como prática
preconceito e desrespeito, dentro de um Estado laico, é a imposição do ensino religioso
católico, visto que, diante de tanta diferenças culturais, o Brasil não é formado apenas por
católicos, os negros que vieram da áfrica escravizados, e que são responsáveis por grande
maioria da formação da sociedade brasileira, também tem sua religião, mas não é trabalhada
nas escolas, de forma mais ampla e aprofundada, por profissionais especializados muitas
vezes, dificultando a representatividade da religião afrodescendente.

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A dificuldade não se encontra somente no acesso, mas sim na sua permanência na escola. A
pobreza e condições socioeconômicas impossibilitam a continuidade da população negra nos
espaços formal de educação. Transporte, alimentação adequada, fardamento e outros fatores
ainda impedem que alunos negros (as), consigam concluir seu período escolar, sem contar que
a maioria dos espaços de educação pública, encontra-se em péssimo estado de conservação,
fruto de uma gestão corrupta que desviam verbas destinadas para a educação como já foi
citado neste trabalho em páginas anteriores.

A educação é uma condição essencial para uma qualidade de vida, dando acesso ao mercado
de trabalho digno para a sociedade, mas a educação no Brasil sempre foi oferecida de forma
desigual, sem características universais, reservando para as crianças negras, uma educação
deficiente, longe das suas comunidades, com uma estrutura burocratizada, hierarquizada e
hegemônica, pois apresentam resistência de compreender e aceitar as diversidades dos alunos
negros e pobres dentro do universo estudantil. As diferenças identificadas pelo corpo de
docente, resumi-se ao bom e mau aluno, dentro de uma lógica cognitiva ou de
comportamento, estereotipando crianças e adolescentes.

Escola espaço multicultural

Segundo estudiosos, a cultura basicamente pode ser dividida em três camadas:


Erudita, que é desenvolvida pela classe dominante da sociedade. A Cultura popular que é
desenvolvida pela parte da sociedade que é excluída, a exemplo dos negros. Mas isso não quer
dizer que pessoas da classe dominante não possa fazer parte dessa cultura, pode sim, mas essa
expressão cultural não emana da classe dominante e sim da classe que compõe a base da
pirâmide social. E por fim, a cultura de massa, que pode ser desenvolvida do povo, ser livre,
exótica, mas manipulada pelo poder econômico, isto é, virar mercadoria.

O conceito de multiculturalismo engloba toda a conceituação sobre os tipos de culturas,


demonstrando que a raça humana pode expressar diversas formas de se relacionar no meio
social que elas próprias constroem e de que forma a sociedade ver essa diversidade.

O processo sobre o multiculturalismo ganha visibilidade nas décadas de 80/90, especialmente


em Salvador – Bahia, com movimentos negros e intelectuais que discutiam a reforma

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curricular das escolas. As vozes excluídas precisavam serem ouvidas e vistas por parte da
classe dominante e fazer fortalecer o sentimento de pertencimento da sociedade brasileira.

Muitos debates foram abertos em encontros, para demonstrar a importância das discussões
sobre o tema, e da criação de uma disciplina que abordasse a história e cultura da África.
Resultado disso foi em 1985, a inclusão da referida disciplina para estudantes de primeiro e
segundo grau das escolas. Em Salvador/ Bahia, por exemplo, a Lei 5.692/71 estabelecia que o
currículo escolar de alunos do ensino fundamental 1 e 2 e do segundo grau, teriam uma base
comum nacional obrigatório, e uma outra parte diversificada, que ficaria a critério da escola
para a inclusão dessa disciplina, levando em conta sua demandas e as particularidades da
comunidade de onde a escola estivesse inserida.

A escola é um espaço social construído por diferenças, dentre as que se podem citar estão:
religião, etnia, cor, cultura. São elementos que dificultam e tornam mais complexas as
relações que são estabelecidas dentro desse espaço pelo público frequentador do mesmo, é um
espaço de formação da cidadania, por isso a importância, de ser constituído e materializado,
um espaço onde deve se respeitar e de aceitar todas as formas de expressões culturais.

Depois do que foi discutido neste trabalho, observa-se que a escola como comitê burguês,
reflete sua ideologia, desenvolvem ações educativas que demonstram desigualdades sociais,
raciais, religiosas, culturais, econômicas que a sociedade brasileira está envolvida e se
desenvolve dentro do sistema capitalista ao qual ela está engendrada.

Mas, ainda sim, a escola configura-se um caminho para formar cidadãos mais conscientes,
críticos, respeitosos, entre outras qualidades, para que uma sociedade tão preconceituosa,
excludente, desigual supere todas essas ações conservadoras que ainda estão tão enraizadas
no meio social, mantendo uma pequena classe denominada elite, com uma arma poderosa e
manipuladora nas mãos: o conhecimento.
Segundo Passos (2002): “a escola representa a superação das formas mais variadas de
preconceitos e a única possibilidade de instrumentalização para a sobrevivência, na sociedade
desigual que temos”.

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Considerando essa diversidade cultural dos estudantes, sente-se a falta do fortalecimento de
debates sobre questões éticas e raciais inclusos em currículo escolar anual. Sendo a escola, um
modelo eurocêntrico burguês de ensino no Brasil, questões raciais e éticas são tocadas de
maneira frágil e limitadas resumindo-se a datas comemorativas com 13 de maio e 20 de
novembro, respectivamente libertação dos escravos e dia da consciência negra. Sem falar que
a mídia na maioria das vezes marginaliza em seus noticiários o povo negro.

O Estado e seu aparato de mecanismo de apoio desconstrói toda a história do negro e a sua
importância na contribuição da construção da sociedade brasileira. O povo negro é resumido
aos escravizados que vieram da África pelos colonizadores, que aqui chegando foi apagado
sua cultura, seus nomes, sua religião, sua cultura, ficando oprimido em uma data do ano letivo
para muitos estudantes. Os mesmos não se reconhecerem como pertencentes a sociedade que
seus antepassados ajudaram a construir, fragilizando a sua identidade como negro (a).

O Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa do Estado da Bahia, Lei


de No. 13.182 de 06 de Junho de 2014 institui-se como uma grande vitoria para o povo negro
baiano. De acordo com a lei capítulo I artigo 1º, é um instrumento legal que se destina a
garantir à população negra a igualdade de oportunidade, defesas de direitos individuais,
coletivos e difusos, além de combater a discriminação e todas as formas de intolerância racial
e religiosa o Estado baiano.

O artigo 25 do estatuto traz:

“O Estado adotará ações para assegurar a qualidade do ensino da História e


da Cultura Africana, Afro-brasileira e Indígena nas unidades do Ensino
Fundamental e Médio do Sistema Estadual de Ensino, em conformidade com
o estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
assegurando a estrutura e os meios necessários à sua efetivação, inclusive no
que se refere à formação permanente de educadores, realização de
campanhas e disponibilização de material didático específico, no contexto de
um conjunto de ações integradas com o combate ao racismo e à
discriminação racial nas escolas”. (p.19)

A escola é um universo de diversidade de pensamentos. Em todos os espaços criados por


indivíduos, percebe-se a cultura que emana deles, o espaço escolar é formado por essa
pluricultura. A criação do estatuto de igualdade racial e de combate a intolerância religiosa do
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estado da Bahia, garante o respeito a essa multiculturalidade no espaço formal de educação, e
determina que ações de combate ao racismo tem que ser desenvolvidas pelas escolas, assim
como a formação permanente de educadores, para que em suas salas de aulas, articulem,
abram debates, tragam a mesa, com seus alunos, temas sobre preconceito, racismo,
discriminação com a perspectiva de combater a intolerância contra o povo negro, índio e suas
culturas.

Conclusão

O Brasil, desde época da colonização, é formado por essa imensa diversidade, oriundas da
Europa, da África, dos Índios, e é essa multiplicidade que faz a nossa sociedade ser diferente
em toda sua essência.
O multiculturalismo permite que as diferenças sejam, visualizadas e materializadas em seu
cotidiano por estudantes e suas características e peculiaridades. Está nas diferentes formas de
pensar, de ser, de crer, de agir, de gênero, de cor... O espaço escolar precisa ainda mais
fortalecer em suas ações pedagógicas para entender, como esses expressões são desenvolvidas
na sala de aula, pelos alunos, e que discussões e debates sejam colocados em pautas, para se
cria mecanismos de conscientizações e aceitação das diferença pelos corpo docente e discente,
na perspectiva de um educação inclusiva e preventiva de preconceitos, seja ele de que for.

A escola precisa desconstruir sua cultura erudita em sua maioria, e ampliar sua aceitação para
culturas populares no intuito de visualizar que essas diferenças são a sua essência para a
materialização e formação da cidadania.

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Referencias

Azevedo, José Clovis apud – Utopia Democracia da educação Cidadão- Ed Universidade –


Minas Gerais – 2000.

Carvalho, José Jorge de - Inclusão étnica e racial no Brasil – Attar Editorial - São Paulo-
2005.

Lei N 13.182 de Junho de 2014 – Estatuto da Igualdade Racial e de Combate a Intolerância


Religiosa do Estado da Bahia.

Nascimento, Elisa Larkin- O sortilégio da Cor – Identidade, raça e Gênero no Brasil – Ed.
Selo Negro- São Paulo : Samus, 2003

Passos, Joana Célia dos - Multiculturalismo e a pedagogias Multirracial e Popular- Ed.


Alilende – 2002 Florianópolis – SC.

RIZZINi, Irene. O Século Perdido: Raízes Históricas das políticas Públicas para a Infância
no Brasil. 3. ed. São Paulo: Cortez,2011.

Silva, Paula Cristina da - Educação e os afro-brasileiros: trajetórias, identidades e


alternativas- Ed Novos Toques. Educação pluricultural e anti-racista em Salvador –algumas
experiências nos anos 80 e 90.

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