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Editorial

Do impacto da crise em Montemor-o-Novo

As recentes medidas propostas pelo Governo para redução do défice orçamental existente em
Portugal, vão ter um impacto muito significativo em Montemor. Este é um concelho que está
fortemente dependente da ajuda do Estado, porque tem um grande número de pensionistas e
uma forte presença de trabalhadores ligados à administração pública, o que faz com que o
impacto destas medidas tenha aqui uma importância acrescida.

Por um lado, e como é visível, as principais entidades empregadores do concelho são a Câmara
Municipal e, certamente em segundo lugar, as escolas existentes e demais instituições
públicas, pelo que dos cerca de 8500 trabalhadores activos existentes em Montemor, mais de
2000 serão directamente afectados pela redução de salários. Para além desta situação os cerca
de 6000 pensionistas não verão a sua reforma crescer no ano de 2011, o que também não
ajuda. A somar ao aumento dos impostos, com a certeza dos 2% a mais no IVA e a
possibilidade do sector da restauração também vir a sofrer alterações significativas neste
imposto, todos irão perder poder de compra.

Por outro lado, Montemor tem mais de uma centena de associações que funcionam com
muito boa vontade e baixos orçamentos. Com um ano como o que se espera, a actividade
destas instituições vai diminuir de certeza absoluta , devido à falta de verbas e à desistência de
muitos sócios que a isso se vêem obrigados. A forte dependência de algumas destas
instituições para com a Câmara Municipal vai ser difícil de gerir porque o dinheiro não vai
chegar para todos.

Se nas regiões mais desenvolvidas este tipo de medidas tem algum impacto, mas permite
continuar a levar uma vida mais ou menos normal, nas regiões mais pobres, como é o nosso
caso, o impacto destas medidas é muito severo. Quando os ordenados são elevados, uma
diminuição apenas força à redução de alguns gastos mais ou menos supérfluos ou à redução
do guarda-roupa. Quando os ordenados são quase todos gastos em alimentação e
medicamentos, qualquer que seja a redução tem implicações directas na vida normal das
pessoas.

Com uma perspectiva de agravamento da crise, as pequenas empresas que continuam a ser a
base económica de Montemor, irão ter mais dificuldades em sobreviver, porque vai ser cada
vez mais difícil receber o dinheiro que é devido, o que deverá gerar mais desemprego e fazer
aumentar os mais de 530 desempregados hoje existentes no concelho, o que não ajuda nada.

Esta situação de crise vai limitar ainda mais o acesso ao crédito, tanto para os particulares
como para as empresas, o que vai implicar uma redução nos sectores que dependem desta
situação, tal como a construção civil que já foi um sector com algum dinamismo em
Montemor, mas está desde há alguns anos a viver uma situação cada vez mais difícil.

De acordo com informações a que a Folha teve acesso, cerca de 200 pessoas em Montemor
vivem com muitas dificuldades e necessidades permanentes de ajuda. Com a redução de
salários e aumento generalizado do preço dos bens de consumo, certamente que esse número
vai crescer.

Sair desta situação não vai ser fácil, nem nos vai tornar mais fortes, antes pelo contrário e
parece que a solução é só uma, como nos diz Ernâni Lopes, “os problemas resolvem-se com
estudo e trabalho e não com facilitismo e aldrabice", para além de um pensamento e uma
atitude positiva. David Landes ensina-nos que “neste mundo, os optimistas vencem, não
porque estejam sempre certos, mas porque são positivos. Mesmo quando erram, são positivos
e esse é o caminho da realização, correcção, aperfeiçoamento e sucesso. O optimismo
educado, de olhos abertos, compensa; o pessimismo só pode oferecer a consolação vazia de
estar certo”. Como alentejanos que gostamos de olhar o futuro, sejamos positivos.

A.M. Santos Nabo

antonio.nabo@sapo.pt

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