Sunteți pe pagina 1din 16

MARCELO SERAFIM DE SOUZA

ADVOGADO - OAB/ES 18.472

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___VARA CÍVEL DA COMARCA DE VILA


VELHA/ES

μακάριοι οἱ πεινῶντες καὶ διψῶντες τὴν δικαιοσύνην,


ὅτι αὐτοὶ χορτασθήσονται.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
pois serão satisfeitos.
Mateus 5:6

EDNA PANTOJA DA COSTA FERREIRA, brasileira, casada, portadora da carteira de identidade RG


nº 302021103, IIRGD/SP, inscrita no CPF/MF sob o nº 024.687.917-38, residente e domiciliada
na Rua Flamboyans, nº 300/101, bairro Universitário, Vitória/ES, CEP: 29024-510, por seu
advogado signatário, com escritório descrito no rodapé da página, onde recebe as
notificações/intimações de praxe, vem com todo o acato e respeito à honrada presença de Vossa
Excelência, aforar, em face de FGR URBANISMO VILA VELHA S/A-SPE, inscrita no CNPJ sob o nº
09.548.392/0001-00, situada a Avenida Primeira Avenida QD 01B LT 16/17, S/Nº Aparecida de
Goiânia/GO, tel.: (62) 3097-9700, a competente

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

o que faz com fundamento no artigo 539 e seguintes do Novo Código de Processo Civil e nas
razões de fato e de direito a seguir aduzidas:

______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

DOS FATOS
A autora firmou com a ré, no dia 15 de outubro de 2012, Compromisso de Venda e Compra de
Imóvel em construção mediante o qual se obrigou a adquirir a unidade 7 da Quadra 17 do
empreendimento Jardim Veneza, nesta mm. Comarca.

Por tal unidade se comprometeu a pagar uma parcela mensal de R$ 1.904,41 (um mil
novecentos e quatro reais e quarenta e um centavos).

De fato, em razão do aludido contrato, deu início aos pagamentos durante a construção do
imóvel, inclusive as intermediárias.

Todavia, 2 (dois) anos mais tarde, a consignante, se viu em aperto financeiro, o que a impediu
de continuar a honrar com as parcelas anteriormente avençadas.

Contudo, há que se salientar que, a consignante em algumas oportunidades procurou a


consignada para tentar compor acordo favorável a ambas as partes, todavia, a consignada não
propiciou a mínima possibilidade para a consignante aquiescer um acordo extrajudicial favorável
a ambas as partes, com o fito de se resolver a quaestio, e evitar-se a presente demanda judicial
como ora se vê.

Há emails trocados entre consignante e consignada, já que a sede da consignada encontra-se


situada na cidade de Goiânia e, toda tratativa de acordo, conforme orientação da consignada,
deveria se dar por email.

Há que se consignar que, a última tentativa de composição extrajudicial entre as partes


litigantes, conforme email que segue em anexo, de forma impiedosa e desrespeitosa para com
a consignante, com a legislação e princípios em que se fulcra a matéria e, com juros altamente
______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

abusivos, a consignada propôs um acordo abusivo, surreal e desproporcional, conforme infra


segue:
igor@fgr.com.br- 26 de jan
para ednaomar, celsoomar7, mim, Carteira, Atendimento

Boa Tarde.
Dr. Serafim, tudo bem?

Recebemos hoje da gerência o posicionamento para negociação dos


valores em aberto, reiterando ao e-mail encaminhado por nosso Analista
Adoniram em 05/12/2017, com atualização dos valores.

Em atenção ao seu e-mail, vimos informá-lo que pelo fato de existir uma
cobrança extrajudicial referente à compra e venda do lote 7 da quadra 17
do Jd. Veneza situado no município de Vila Velha - ES, situação motivada
pela falta de pagamentos desde o mês de outubro do ano 2014, só será
possível negociarmos se recebermos a vista 50% do débito referente às
parcelas vencidas e não pagas mais custas, isto é valor atualizado até
31/01/2018, R$ 155.421,76 (= R$ 310.843,52), ficando os 50% restantes
a serem pagos trinta dias após devidamente atualizados para a data do
respectivo pagamento. Feito este acerto, o financiamento continuará de
acordo com os parâmetros previstos no contrato.
Nos encontramos a disposição.

______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

Sobreleva-se importante esthesir que, conforme cálculo no sítio do www.tjes.jus.br, o valor


devido das parcelas em atraso é no importe de R$ 116.335,96 (cento e dezesseis mil trezentos
e trinta e cinco reais e noventa e seis centavos). Chega-se a este valor, multiplicando-se por 52
(cinquenta e duas) parcelas em atraso, o valor da parcela em atraso corrigido (R$ 2.337,23 [dois
mil trezentos e trinta e sete reais e vinte e três centavos]). E, não, R$ 310.843,52 (trezentos e
dez mil oitocentos e quarenta e três reais e cinquenta e dois centavos), com metade deste valor
de entrada e a outra metade em 30 (trinta) dias, como abusivamente quer a consignada.

Considerados todos os valores efetivamente pagos e devidamente comprovados nos autos, a


verdade é que a Autora arcou com boa parte dos pagamentos devidos, tendo pago a quantia
total de R$ 64,104,56 (sessenta e quatro mil 104 e quatro reais e cinquenta e seis centavos),
conforme comprovantes anexos.

Portanto, ilegal a cobrança abusiva de juros (quase R$ 200.000,00 [duzentos mil reais], além do
valor devido). Bem como, o cerceamento á consignante a compor a lide extrajudicialmente de
forma amigável, como era a intenção desta. Prova disso os emails em anexo.

DO DIREITO
A princípio, insta ressaltar que, a consignante pleiteia autorização para que possa efetuar o
depósito judicial mensal da quantia acima referida (R$ 1.904,41 [um mil novecentos e quatro
reais e quarenta e um centavos]), já que pretende adimplir as parcelas que encontram-se em
atraso com a consignada, mas não tem obtido êxito em uma composição de acordo justa e
equânime das parcelas em atraso com esta, conforme alhures informado, que com seu nefasto,
funesto, pernicioso e amoral ato, tem tolhido a consignante em tentar compor um acordo de
forma amigável.

______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

Eis os fundamentos jurídicos para o exercício da pretensão:


CÓDIGO CIVIL
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito
judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e
forma legais.
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o
pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e
condição devidos;
III - Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado
ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto
do pagamento;
V - Se pender litígio sobre o objeto do pagamento. (grifamos).

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro
requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa
devida.
Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando
para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a
demanda for julgada improcedente.

In casu, legitimados pelos dispositivos legais em que se fulcra a matéria, bem como a incidência
abusiva de juros por parte da consignada, e mais, inviabilizar com seu nefasto, funesto e
pernicioso ato, uma composição amigável extrajudicial, o ordenamento jurídico vigente é

______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

cristalino ao tratar da questão da incidência de juros abusivos, para se tentar composição


extrajudicial, na exata medida que afasta essa possibilidade por completo, considerando
absolutamente abusiva tal prática.

Ab ovo, a título de conceituação deste novel instituto, impende ressaltar que, hodiernamente,
não são raras as situações em que o devedor se vê compelido a procurar meios de saldar dívidas,
por resistência de qualquer natureza apresentada pelo credor.

Quadra registrar que, a ação de consignação em pagamento é procedimento especial que visa a
permitir a realização daquele instituto de direito material, por meio do qual o autor da ação, se
procedente o pedido, obterá uma sentença declaratória da extinção da obrigação que foi
cumprida.

POSSIBILIDADE DE DISCUSSÃO DO VALOR ÍNSITO À TENTATIVA DE ACORDO ABUSIVA POR


PARTE DA CONSIGNADA EM SEDE DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
Ab initio, sobreleva esthesir que, a consignação em pagamento pode ser definida como o
depósito judicial ou extrajudicial da coisa devida, nos casos e formas legais, cujo resultado é a
extinção da obrigação.

Sendo assim, além de liberar o devedor, pode configurar meio de discussão do valor acrescido
de juros e correção, indevidamente cobrado, como ocorre no caso vertente.
É nesse sentido a mais recente posição do Superior Tribunal de Justiça:
Agravo em Recurso Especial. Consignatória. Limites. Firme o
entendimento desta Corte no sentido da possibilidade de discussão do
débito e do respectivo valor em sede de ação consignatória. Subsistentes

______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

os fundamentos do decisório agravado, nega-se provimento ao agravo1.


(grifos nossos)

Agravo regimental. Agravo de instrumento. Ação de consignação em


pagamento. Discussão sobre o valor do débito. Revisão de cláusulas
contratuais. Possibilidade. Existência de outra ação discutindo o quantum.
Prequestionamento. Ausência. 1. É pacífica a jurisprudência desta Corte
no sentido de que pode ser discutido, em sede de ação consignatória, o
valor do débito, mesmo que isso implique na revisão de cláusulas
contratuais. 2. A matéria referente à existência de outro processo no qual
se discute o valor da dívida não foi objeto de decisão pelo Tribunal de
origem, ressentindo-se o recurso da falta de prequestionamento. 3.
Agravo regimental improvido2.

O STJ tem entendido que sequer o depósito, ainda que insuficiente – que não é o caso do
vertente processo – pode ensejar a procedência do pedido:
Processo civil – recurso especial – infringência aos arts. 21 e 899, §§
1º e 2º, do CPC [atual CPC, arts. 86 e 545, §§ 1º e 2º]- ausência de
prequestionamento – Súmulas 356/STF e 211/STJ – ação de consignação
em pagamento – insuficiência do depósito – parcial procedência do
pedido – saldo remanescente – título executivo judicial – sucumbência
recíproca – distribuição proporcional das despesas processuais e
honorários advocatícios. 1 – Não enseja interposição de recurso especial

1
AgRg no REsp 672.123/CE – Rel. Ministro Cesar Asfor Rocha – Quarta Turma – julgado em 02.12.2004 – DJ 14.03.2005, p.
379
2
AgRg no Ag 619.154/RJ– Rel. Ministro Fernando Gonçalves– Quarta Turma – julgado em 03.02.2005 – DJ 07.03.2005 – p.
275
______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

matérias não ventiladas no v. Julgado impugnado (arts. 21 e 899, §§


1º e 2º, do CPC). Incidência das Súmulas 356/STF e 211/STJ (cf. REsp nº
649.200/SP, de minha Relatoria, DJ de17.12.2004).2 – Esta Corte de
Uniformização Infraconstitucional firmou entendimento no sentido de
que o depósito efetuado a menor em ação de consignação em pagamento
não acarreta a total improcedência do pedido, na medida em que a
obrigação é parcialmente adimplida pelo montante consignado,
acarretando a liberação parcial do devedor. O restante do débito,
reconhecido pelo julgador, pode ser objeto de execução nos próprios
autos da ação consignatória (cf. REsp nº 99.489/SC, Rel. Ministro Barros
Monteiro, DJ de 28.10.2002; REsp nº 599.520/TO, Rel. Ministra Nancy
Andrighi, DJ de 01.02.2005; REsp nº 448.602/SC, Rel. Ministro Ruy Rosado
de Aguiar, DJ de 17.02.2003; AgRg no REsp nº 41.953/SP, Rel. Ministro
Aldir Passarinho Júnior, DJ de 6.10.2003; REsp nº 126.326/RJ, Rel. Ministro
Barros Monteiro, DJ de 22.09.2003). 3 – Recurso conhecido apenas pelo
dissídio e, nesta parte, provido, para julgar parcialmente procedente a
ação de consignação em pagamento, declarando a extinção parcial da
obrigação e a possibilidade de execução do saldo remanescente nos
mesmos autos. Despesas processuais e honorários advocatícios
reciprocamente suportados pelas partes, na proporção de 50% para cada
uma, mantido o valor fixado no v. Acórdão recorrido, permitindo-se a
compensação, nos termos da lei3.

3
REsp 613.552/RS – Rel. Ministro Jorge Scartezzini – Quarta Turma – julgado em20.10.2005 – DJ 14.11.2005, p.329
______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

Dessa forma, com o depósito do mensal valor devido, o qual se efetuou por ocasião da
distribuição, a presente ação configura-se via adequada para discutir-se o real valor do débito,
liberando a Autora da obrigação.

ILEGALIDADE DA INCLUSÃO DO NOME DA AUTORA NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO


CRÉDITO
É preciso observar que os cadastros de inadimplentes infringem gritantemente a Constituição
Federal na exata medida em que joga na marginalidade cidadãos decentes que, no presente
momento, lutam para se manter no caminho da retidão financeira.

Assim fazem manchando sua ficha cadastral, impedindo-os de reempregar-se, humilhando-os


perante a sociedade e seus familiares, ferindo, além de preceitos legais, os princípios atinentes
aos direitos humanos.

O sistema jurídico, ao contrário do que pensam alguns, estipula a garantia de que o devedor não
pode ser constrangido.

Tal se dá exatamente em virtude da Lei n. 8.078/1990 que, no art. 42, dispõe que na cobrança
de débitos o consumidor inadimplente não será exposto ao ridículo, nem será submetido a
qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Na jurisprudência é pacífico o entendimento segundo o qual, no caso de a dívida estar sendo


questionada judicialmente, é indevida a negativação.
Tribunal de Justiça de São Paulo. “Banco de Dados – SERASA – Pretensão
à retirada do nome dos devedores dos cadastros de inadimplentes –
Admissibilidade – Direito ao bom nome, à imagem e dignidade da pessoa,

______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

protegidos constitucionalmente – Anotação efetivada em decorrência da


distribuição de ação de execução contra os autores – Convênio firmado
com a CGJ, que não pode sobrepor-se às garantias fundamentais da Carta
Magna – Artigos 1º, inciso III e 5º, inciso X da Constituição Federal –
Necessidade de autorização da pessoa para divulgação da informação –
Discussão “sub judice” do crédito exequendo que afasta a legitimidade da
negativação – Exclusão do nome determinada – Recurso provido para esse
fim4.

Some-se a isso o fato de a negativação não aproveitar o credor, servindo apenas para prejudicar
a imagem da autora no mercado.

Veja Excelência, a posição do STJ:


Superior Tribunal de Justiça. “Civil. Órgãos de proteção ao crédito.
Cancelamento, nos respectivos cadastros, do registro do nome do
devedor. Pendência judicial. A jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça firmou-se, contra meu entendimento, no sentido de que, pendente
discussão judicial do débito, o registro do nome do devedor deve ser
excluído dos cadastros de órgãos de proteção ao crédito. Agravo
regimental não provido5”

Superior Tribunal de Justiça. “Civil e Processual Civil. Inscrição no SERASA.


Previsão legal. Ação revisional. Tutela antecipada. Permissão do registro
pelo tribunal estadual. Descabimento. Lei n. 8.038/90, ART. 43, § 4º. I.

4
Agravo de Instrumento 1347214-1/00 – São Paulo – Rel. Sorteado Rizzatto Nunes – 4ª Câmara (Extinto 1º TAC) – Julgamento:
09.03.2005
5
AgRg no REsp 466.828/MG– Rel. Ministro Ari Pargendler – Terceira Turma – julgado em 06.03.2003 – DJ 22.04.2003, p.230
______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

Legítimo é o procedimento adotado pela instituição financeira em


inscrever a empresa devedora inadimplente em cadastro de proteção ao
crédito, por autorizado na legislação pertinente. II. Caso, todavia, em que
movida ação de revisão de contrato, havendo discussão jurídica sobre o
débito, pertinente a concessão de tutela antecipada para evitar a
inscrição, sob pena de se frustrar, ao menos em parte, o direito de fundo
discutido, pela imediata perda da credibilidade do mutuário na praça em
que atua. III. Recurso conhecido e provido6.”

Superior Tribunal de Justiça. “Ação revisional de contrato. Dívida em juízo.


Registro do devedor em cadastro de inadimplente. Tutela antecipada.
Cabível o pedido de antecipação de tutela para pleitear a exclusão do
nome do devedor de cadastro de inadimplentes, por integrar o pedido
mediato, de natureza consequencial. Precedentes: REsp nº. 213.580-RJe
AgRg. No Ag. Nº 226.176-RS. Estando o montante da dívida sendo objeto
de discussão em juízo, pode o Magistrado conceder a antecipação da
tutela para obstar o registro do nome do devedor nos cadastros de
proteção ao crédito. Recurso especial não conhecido7”.

Certo é que as expressões “negativar” e “negativação” lembram as antigas marcas de iniquidade


que existiam nos primórdios da sociedade, mediante as quais os iníquos eram punidos pela
perda do nariz (assírios).

Hoje pouca coisa mudou. Em verdade, agravou-se. Os supostos devedores são marcados através
dos ferretes da moderna tecnologia on-line, via modem, fax, satélite etc.

6
REsp 471957/SP (200201289504) – Relator Ministro Aldir Passarinho Junior – DJ 24.03.2003, p. 236
7
REsp 396894/RS (200101940211) – 24.09.2002 – Quarta Turma– Relator: Ministro Barros Monteiro – DJ 09.12.2002, p. 348
______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

Ora, Nobre Julgador, esse juízo sumário e inflexível deve ser, de alguma forma, contido em um
Estado Democrático de Direito.

Bem por isso o CDC colocou freio aos órgãos que a si arrogam e atribuem a prerrogativa de dizer
quem é honesto, quem é desonesto, quem pode comerciar e quem não pode, quem terá acesso
ao mercado de trabalho e ao crédito e quem será excluído.

A questão se apresenta ainda mais grave na exata medida em que se verifica no caso vertente
que a negativação da Autora, que discute a correta cobrança levada a efeito, apenas irá
prejudicá-la no mercado, constrangendo-a a deixar de reivindicar seus direitos, o que colide
violentamente com o mandamento insculpido no art. 5º, inc. XXXV da Constituição Federal, que
garante a não exclusão de ameaça ou lesão de direitos da apreciação do Poder Judiciário.

Portanto, a exclusão do nome da Autora dos órgãos de restrição ao crédito é medida imperativa
e deve se dar de forma imediata, sob pena de impingir-lhe prejuízos de difícil, senão impossível
reparação.

DO VALOR DEPOSITADO E DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA


Dessa forma, a autora, na estrita dicção do inciso I do artigo 542 do NCPC, providenciará o
depósito de aludida quantia, no prazo em aludido dispositivo legal estipulado, que se encontrará
então à disposição deste e. Juízo.

Sendo assim, nada obsta a antecipação parcial da tutela, a ser concedida, inaudita altera pars,
no sentido de determinar a imediata exclusão de seu nome dos cadastros dos órgãos de
restrições ao crédito.

______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

Frise-se que, faz-se premente a necessidade de concessão da tutela pretendida, para o fim de,
nos termos dos artigos 297 e 301 do Código de Processo Civil, no caso, da negativação, evitar
prejuízos de difícil, senão impossível reparação à autora, que não pode, de forma alguma, ter
seu nome maculado injustamente, mormente ante a demonstração de sua boa-fé, depositando,
antecipadamente, o valor de fato devido e que só não foi pago antes em razão da cobrança
indevida levada a efeito pela ré.

Veja-se que o fundamento da presente demanda é relevante e está presente o fundado receio
de ineficácia do provimento final, sendo, portanto, lícita à concessão da tutela liminarmente,
inaudita altera pars.

PROBABILIDADE DO DIREITO
Os documentos que instruem a inicial são robustos e proporcionam a conclusão de que o pleito
da Autora é justo.

Segue os comprovantes de pagamento das parcelas quitadas. Em síntese, todos os documentos


acostados à inicial corroboram para o entendimento de que as alegações tecidas pela Autora
são verossímeis, refletem a realidade dos fatos e estes, por si só, denotam os abusos cometidos
pela Ré.

FUNDADO RECEIO DE DANO IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO


O fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação emerge do seguinte fato: Os
prejuízos financeiros que a Autora irá experimentar em razão da manutenção de seu nome nos
cadastros dos órgãos de restrições ao crédito.

______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

Certo é que toda essa situação merece ser evitada, razão pela qual se faz mister a antecipação
parcial da tutela pretendida, para o fim de determinar que a Ré providencie a exclusão de seu
nome dos cadastros dos órgãos de restrições ao crédito, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00
(um mil reais).

PEDIDO
Diante de todo o exposto, restando evidente e cristalino o direito que fundamenta a presente
ação, requer a autora, primeiramente, seja deferida a antecipação parcial da tutela provisória
pretendida, confirmando-a ao fim da demanda, tendo em vista, os prejuízos financeiros de
difícil, senão impossível reparação a Autora, que necessita estar com o nome limpo para poder
ter acesso a crédito no mercado.

Outrossim, no mérito, requer a autora:


Seja a presente ação julgada procedente, a fim de declarar cumpridas as obrigações da autora
em razão do contrato firmado com a ré, requerendo, outrossim, a consignação do valor de R$
(...) referente às parcelas vencidas até a propositura da ação, bem como das vincendas.
Com a procedência da consignação e o depósito das parcelas vincendas, requer a confirmação
da tutela antecipada de imissão de posse e, caso não tenha sido deferida, o que se cogita por
hipótese, que seja ao final, com a sentença de mérito.
Por fim requer a condenação da Ré no pagamento de custas, despesas processuais e honorários
advocatícios que Vossa Excelência entender arbitrar nos limites legais.
CITAÇÃO
Tratando-se de pessoa jurídica, requer-se que a citação do réu seja efetuada pelo cadastro no
sistema de processos em autos eletrônicos determinado no § 1º do art. 246 ou, ausente o
cadastro, pelo correio, nos termos dos arts. 246, I; 247 e 248 do Código de Processo Civil, para
levantar o depósito ou, querendo, oferecer contestação no prazo legal (CPC, art. 542, II).

______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

PROVAS
Protesta a autora por provar o alegado através de todos os meios de prova em direito admitidos,
especialmente pela produção de prova documental, testemunhal, pericial e inspeção judicial,
depoimento pessoal do réu sob pena de confissão, caso não compareça, ou, comparecendo, se
negue a depor (CPC, art. 385, § 1º).
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Tendo em vista a aplicabilidade subsidiária do procedimento comum (Código de Processo Civil,
art. 318, parágrafo único), nos termos do art. 334, § 5º do Código de Processo Civil, o autor
desde já manifesta, pela natureza do litígio, desinteresse em auto composição.
Ou
Tendo em vista a aplicabilidade subsidiária do procedimento comum (Código de Processo Civil,
art. 318, parágrafo único) e em razão da natureza do direito e demonstrando espírito
conciliador, a par das inúmeras tentativas de resolver amigavelmente a questão, o autor desde
já, nos termos do art. 334 do Código de Processo Civil, manifesta interesse em auto composição,
aguardando a designação de audiência de conciliação.
VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de (...).
Respeitosamente, pede deferimento.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Vitória/ ES, 17 de agosto de 2017.
_________________________
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

Requer a citação do Réu, na pessoa do representante legal, a fim de levantar o depósito ou


oferecer resposta;

Requer a concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita nos termos da Lei .... e
alterações posteriores, por não ter meios de arcar com a custas processuais sem prejuízo do
sustento da sua família.

______________________________________________________
Rua Alberto de Oliveira Santos, nº 59 Centro Cel.: 99778-6930
Ed. Ricamar Vitória/ES marceloserafim.adv@gmail.com

S-ar putea să vă placă și