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tiimiaiA _.._*
wi de lifagtMI , paro quu M foco compreben- de estrago do moral publica. 6o Hum cathccis-
der, e nem leve muito tempo a estudar. Desta mo político, ondu explicada fosse a constituição
popular commum o todos os in-
escola p.q
ira eoooia do estado ; os direitos tiuc ella aliança , easobri-
primeira — o importoncia das
dividuo. de Intuía sociedodi-, deve-se passar a bumo gaçous que itiipnu oo edodoo
segunda escola , que st: pode chamai escola. Esto luis, o utilidade da UM observância u os douinos
escola be para a ('lasse media da sociudadu, isto du sua violação — i neco—idade dos tributos —
lie , para a que duvu dar alumnos u todos os ar- os princípios porque su regula O MO da moeda ,
les tituis , e uo commercio. Huma educação con- n valor tios eousiis, a subida e a baixa dos sola-
vunienle I esta porção do associação he da mais rios, u finalmente as iduas mais geraes relativas
lilllaiK.adlin.il importância , u traz comsigo os mais ao commercio , agricultura e industria. Su nos
surios e sublimes resultados. Hc nesta classe , que ensinam quasi M infância os dogmas abslractos
reside toda o força do (011111111111(10111' ; nella su da thenlngiÜ, u as mutaphisicos abstrarçous do
contem o maior porção da industrio , hu nella que mechanúmo dos linguos, porque motivo se nao
se enoontn sempre o genio , que inventa , u a boo de unsinor também os elemento, do governo
mio, ano executa ; o emprehendedoi, quu pro- e as primeira, iduas de legislação.
jecta , e o agente que rualisa. Os lavradores ,
os A lingua trancem i ingleza quu são untru as
negociantes , os fabricantes , os ortistas, os quu modernos os quu maior Utilidade prestam pulo
descobrem novos processos , e os que aperfeiçoam muito vasto extenuo de suo litteratura , o pela
os iii descobertos, os quu dilatam o esphera dos sua grude dilTusão por todo o mundo : eis oqui
conhecimento! humanos; os que pensão , u obrão tudo , i. quo su deve reduzir O ensino da escola
sua raça ; todos es- media. A variedade das matérias assustará tão
pelo resto dos indivíduos de
les pertpnçem a classe, e roras vezes su encontram, somente it quem nao rulluctir , quu cada hum
mi uo (Io baixo povo , ou no do orgulhosa no- deitei quadros duvu sur mui resumido, e que
fofexa. — Portanto íi educação desto classe se deve podendo sur unsinodos pulo methodo de Luncaster
dar a maior atlunçoo c cuidado ainda , do que á podem ser aprendidos com a maior facilidade ;
dos indivíduos, quu su dedicam as profissões scien- o caso hu que hum desses catliucismos suja bum
lilicas u políticas. composto , onde entrem na mesma proporção dou-
Nesta escola media pois deve aprender-so : Io trina su/ficiente, concisüo c claresa. ,
A lingua materna , aprendendo do grammalica A mór parte dos objectos , de que se trata nos-
tm» somente aquillo , quu be essencialmente ne- tes catliucismos, são familiares aos nossos senti-
(ussorio para entender a conitrucçlo do discurso, dos, possuem grande conncxão com os phenomo-
,' acostumando-so a conhecer as belleza. da lin- nos communs da natureza, e são todos elles sus-
aua por meio tle extractbs elegantes dos molho- cepliveis de serem expostos por hum methodo
res poeta. , I mais guapos prosadores. 2U Hum epi- preceptivel, quo torne fácil o seu ensino. Toda
a diíliculdade, como já dissemos, consiste em
t%\\ As talions clircslo-naticas do fiontlian dito a osta formar esta collecçflo de opitomes, e de achar
materln mnli rxcrjHç l'i , do 'lim nos pareoe tino lio ne- mestres capazes de os ensinar. Ah! E quanto
ci-ssariu,
nm mr m
SCIENCIAS. 28!)
dinheiro se espcrdica em objeetoii, tiuc nenhum gol... aoa pregreutM deita parle da uieiica. St Suécia
cujo tolo «rido e pedregoao reeuw a vegetação - protitr
ponto de comparação tem tom tit I (3) cio» que devem auegurar a «ubaiatencia da aaj l.abilait.
Tudo quanto se poupar neste objecto he eco- lei i o «¦ .¦• da lerra llTa fornece • do niioti-.r de .uai
munia mais absurda ainda que a do avuro . que mina» lira este «alado a riqueza a couaiUeraçuu i|un gon.
Vli. imitei» «nruin tatti recurio» , .. oa u»l'oiçu» ,lu. d,,
a si próprio negue o pao tle cada dia. A tercei- gnoi eumpalnotai ilu l.inneo náo ie cançam-m im osttt.
ra escola, ou escola superior, he a do» que |S dar e aprofundai' n •¦¦•¦'•• tiatiiraea , o da» .....!. tit
Siockolino e de Upeala nio laltluem tantoa diieipuloi ha-
dedicam as profissões scicnlilico* da Ideologia, buia , que ..'. i-'i ii . aquella naçáo , e a enchem de cou,i.
jurisprudência , política, arte militar, medicina, doraçãu a riqueza.
e philosophia natural. Nesta escola se deve con- S. r. i. i-i... .• • po»»ue huma eacola du mina*, montuda
em grande eicala , couto ludoa oa eitabelecimeiilui publi.
limiar u estudar em OOMpOOdk) mui» extenso, i cua tkquollii império , quu tanta honra fazem au» seui il.
historia , e a chroiiologia gerul, o grego e o la- luitrei fuiidadnrui, digne* iimlatlorei do gonio do Pedro
tim (V) , os elementos de geometria ede nlgebru. tirando,e du l'athanna. O mu edifloio, a colluçao a maii com.
pluta de mudelo» de toda» ai iiiacliiim» empregada» na minera,
çio, ¦ culleeçãu mineralogica e guologica , indo alli esta em
-ni. ; e •! .i-i laliein tudui o* aiiiiui ducipuloi intulli-
gentes, que vio fazer applicação dm conheciiueiilut Ia ad.
I>tol.A* im: pnUttB. quiridoi n-ia minai da Sibéria e do» Montei 1'ráci, o mu.
guem ignora quaei ato ui vantagem, que o império da Km.
•ii üra lioje do» tem deiortoa de gelo tia Sibéria.
Ot conhecimento, ilu* diverio» minot da In.toria natu« A escola du Kreiburgo ni Saxouia , onde o ensina lia
ral, ... ii... -¦ outra nos om tanto alrato, que parece iiteatiio metliii.. - - , regular, e perfeito , noi devo morecur toda tt
-.nir u --.- a existoncia , o
progreiaa du algum ¦!...'-. olloa. • • ¦ i-i : ... ..., o ho para alli quo noi quizeramoi -• man»
l.-i-i negligencia em cultivar liuma «ciência cujoaconheci, dasatun algum doe nono* jovens compatriota! apreudur oa
inento» tiiiita» vantagens proiiietlom aopuiz, deve merecer a eonhecimeiitus necriiunoi deili iccmria , uliui du oa trans-
maia «érh atlenção du» uoaaaa câmaras, e du governo, em. mitlir o vulgarizar entre noa. Alli oi diicipuloa v¦"• 111 exe.
pregando totloa o» meios , que eiliverom ao eou alcance, cutar debaixo doi mu» olhoi todo o proceiiu da minura.
uliin do vulgarisur eata «ciência, e tornai.a , quanto soja.
¦ .- -.i. I , familiar , o cunliecida, çao, deide a cxlracçao do mineral da terra, até a ma
ultima apuraçto.
Iiiiiiiriian» «ao aa vantagens quu «o podem tirar desla sorte I.tu poalu , nú* lembrimoi ao nosso governo, o attender
de trabalho, ou seja quu «o uncaro .1.-1. nn. do ponto do -i esla parte, que dovu fazer hum dia hutii dos muis impor-
vi.ta philosophica da illustração , o progrunwi dai «ciou. iiiii.--. ramos da noisa riqueza publica. Nós não somos dos
ciai , uu auja do du tirar a« vuntugoiis uiuteriuei , e iiiiino- quo pretendem , quo tudo deve sur fuito polo govorno ; ao con-
iliatua , quo muito devem contribuir para a noata riqueza , e trario, nós quoroiuoa quo emprezai particulares «o oncarro-
prosperidade publica. O vinjanto , quo viaila oa ditfereiilea guem do promovor, o aperfeiçoar os dilTurcntos ramos do
-....-. ii- da Europa, lica iiiuriivilhudo ao vôr a riquoia , e
industria , maa julgamos necessário quo o govorno di o im-
vuriodudo que o iti.i-ii lhe» forneço ; o oa labioa natura- pulso , ou quu promova o doiouvolvimonto doa conhocimuntos
listai , quo vem diariaincnto ontro 1104 augmentar a csphora necossarioi, a fim quo aaibamos apreciar o quo turnos no paiz,
doa conhecimentos , neata parte iu aciitum cxta»iudo» ao o as vantagem quo se podo tirar, som o quo tudo ficara tgno.
cuutuuiplar o campo vaito quo ao lhe» otloreco á novai doa. rodo, e como io não exiitisso. Km quanto não poiloinos esta-
cobortua, e voltáo lonipro ao sou paiz , cm ruaultado daa bulecor huma oacola completa du minas, au menos deveremos
-.i.m invostigaçõos , com trabalho», quo fazem progredira
principiar pelu creação de cadoirua de geologia o mincriilogia,
sciencia , u quo tornam oa acua nomes illuatroa , o rocom. quo dovom nccossariamonlo inspirar o gosto desta sciencia
n.t i vi'is á posteridade, Só nós ati hoje tomos dado pouca aos nosaos compatriotas, o lhes demonstrar as vantagens,
attenção áquiilo , que tanto nos dovia oecupar, o ho tbra quo deste ustudo lhes dovo resultar. Com algumas noções do
do noaao paiz , quo vamoa oonhecer o apreciar a riqueza, ininorulogia iiinguoiii poderá olhar com iiiditleronça pura os
quo quando nello nenliiiiiia attenção noa morocia. Nâo noa recursos, quo nosta parlo nos oflbroco o paiz, o calculando
oecuparumoa da pariu botânica , e zoológica , maa diremoi a litciliiluilo , ineius a empregar comparados cnm as vantiigciis
do paiaagoni alguma cousa a respeito du necessidade do que lhes apresentam , não tallarú quem ponha cm execução
cultivar us scionciui minerologicui, as quaoa noa otlbrocom a exploração do algum ramo espociul do minoração princi-
cortas , o promptas vantagens. fucil , maif
palmonto da quo vamos tratar, porquo ho mais
Todaa as naçCcs cultaa do mundo tom reconhecido a no- lucrativa, o mais gloriosa ao mosmo tempo.
cossidade e importância de disseminar nos sous estados os O furro quo recebemos da Europa para nosso consumo ,
conhocimonloi thooricos o práticos de trabalhos dus minas. abunda no llrnsil, que sorvindo.nos da expressão do hum
Ksludos ha quo dovom toda a riqueza , o potência , quo illustro viujanto —o Brasil ho hum continente do ferro — c
a sua exploração c roducção tão fiicoiB, que nos faz cror quo
(3) Hum grando premio so dovia dar a quom aproson- som grandes osforços podemos oin pouco, so não deixarmos
tasso o melhor cathccismo sobro as matérias, á quo so do sor tributários dosto motal & Europa, ao menos recebermos
dostina esta «jcoia media, A perfeição do obras olomontaroí mui pouco, o não eitara mui distante a epocha , quo não só.
nosto gonoro, he hum desideratum quo não podo ser dig- monto tonhamos o quo nos ho nocossario, mai possamos tam-
iiiimciito premiado, quando alguom o reulisar. bem exportar. Pura convoncormos do que avançamos, lio
(4) „ Aquelles littoratoa, quo desprezam os exemplares bastante visitar os arrodoros do Rio do Junciro , ondo so on.
>i gregos o latinos ( diz o celobre Brougham, assoniolhain. contram as melhoras amostras desto mineral, o mesmo gran-
„ so áquolloa piutoroa ou osculptoros, quo em vez do irem dos massas. Não so nos diga quo nos falta o combustível
„ a Roma, ou a Athunai ver com os próprios olhos o nos lugares ondo esto metal mais abunda ; o ferro lio da
„ embobor no sou ontondimonto as maravilhas do Vali- todos os torronos ; o o Brasil tom abundância dollo nos ruga.
„ cano e do Panthenon, fundam huma nova oscola adap- res mesmos, quo encerram as condições muii favoráveis a
,, tiniu ao gosto do seu próprio paiz, o por corto quo as osta sorte do empreza. Em Pariz tivemos de nnulvsiir algu.
„ producçõos do cinzel inglez ficam tanto a quem dos ori- mas amostras, qno nos mandaram da Bahia, o fomos toste.
,, ginaes de Acropolis , quanto os producções dos escriptoros munhns do analyses foitas por Mr. Bnrruol »lc algumas ou-
„ modernos ficam atrnz dos escriptos nervosos, o bem tico- trás quo pnra esso fim foram mandadas pelu presidente 4o
„ lindos doa que fulminaram sobre a Grécia, som quo nin- Coari, o ficamos cortiricados que a sua qualidade lio a liie.
,, guom lhes resistisse Estii corto de quo tudo quanto hu lhor, tanto em riqueza, como om facilidade ile reducçao.
„ ahi de grande em eloqüência , o em poesia nos modernos So visitamos o nosso mUHtt do Rio de Janeiro, alii vemos
„ tempos, he devido aos que cultivaram os originaos athc- na colltvaçao de minoraes do Brasil tudo que lia do malhe' neato
,, nionsoB com diurna e noturna devoção, „ porte.
OBSERVAÇÕES METEOROLÓGICAS
feitas na cidade tio Rio de Janeiro em Fevereiro de 1811.
Ult.liMoMI 11,'. i UAROMETIlo.
I ESTADO DA ATUMOSPIIEHA.
M»xmio. Mínimo Vliiinio iMin mu
t*. p.
1 88- 83" 30,11 30,02 MitiliS» elir», Urdo m.bUdt.e vento: noit» |*we. clmvt.
I 80 83 30,09 29,09 Ti.it.lr9 tiu».
3 8G 83 30,08 20,00 Idom.
V 87 8V 30,00 20.04 Uom.
5 88 84 30,04 20,08 Idem i i t .ido violo.
I 87 84 30,10 30,00 Idem tiniu.
7 87 83 30,07 30,00 MíiiIiiicUm, urdo vinto, noiio pouo» eliuvi.
8 8, 81 30,10 30,02 Idem. iJ«m, W«n.
0 85 82 30,07 30,00 Idem. idem, idein.
10 84 81 30-01 29,03 Idem. idem, vento.
11 83 81 30,07 30,00 Tempo obro.
12 84 82 30,12 30,05 lilcin.
13 85 83 30,10 30,02 Idem.
IV 86 83 30,19 30,08 Idem.
Io 86 83 30,20 30,15 Tcmuo nublado.
16 8. 81 30,28 30,20 Idom.
17 84 79 30,24 30,10 Tempo claro. •*
18 87 81 30,13 29,98 Manhaa clara, tarde nubUdi. nuile vento forte e cliuvitco.
10 8r 82 30,10 30,02 Tempo claro.
20 85 82 30,14 30.0G Iilcui.
21 80 82 30,19 30,11 Idem.
22 87 83 30,23 30,13 Idem.
23 86 83 30,18 30,11 Idem.
24 87 83 30,14 30,10 Idom.
2o 87 83 30,10 30,11 Idem , vento sul tt tardo.
20 87 82 30,17 30,13 Idem.
27 85 82 30,13 30,05 Idom.
28 85 82 30,11 30,02 Idem.
29 85 83 30,13 30,05 Dil nublado, noite clart.
NOTAS
l.e d iniiiur calor foi dc 88 e a 1 c 5 , c o menor dc 79 ^ a 17. A temperatura mediu do mez foi dl S41
a. ° A maior altura do barometro foi de 30. 28 a 16, c a inonor a 891 1)3 a 10 , u altura media do inoz foi do 30,086 ;
a maior variação diária foi de 0,15, a 18, e a menor de 0,04 . a 94 « 20 : a variação media foi de 0,08. As alturas
da noito foram maiores do quo us dn nmnhãa , em os dias ti, 7 , 14, IS , 18 , 24 2fi, e 28.
3.° Houve 21 dias claros, 3 variáveis o 5 com alguma chuva, sempre muito pouca. n.
° pag. 227).
(Vid.M.N. n. 8
...ai«««lst««Ml.>tt«««t«la«\«.\tt>\\t,t\.M. IMI1H >
,-, iiiiiiiiiiitiHiiiiiittwuwu i»».«mmiiiMiii»«»*Miimi«t»i«
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aquillo «jue mai» quea vidase <le*«-ja ! E quando Elle foi ? coitado | dine ella : como nio licari.t
vt>l-o para dizer-lhe
N espera |x>r huma amante, »*• algum «lia ama*- julgando-me falsa. Tomara
|p«, sabereii o «jue isto quer mar! quando «• a eaoaa nenaimpodio de ir mai* cedo. Quaml..
mpttt po huma amant«- «|ne «l«-vi- fugir da caia virá elle?
lodo* Neste momento.
paterna , i-Miuei-i-r-se |>"r hum mmmmatèa
o* preceito» U-bido* maél » „,... tenra infância ; (lati ««.ii. o pe , «- Jorge appareceu . e cahio de
! pentw emfim et conheço qu<- !.«• ppfca hum joelho» a<.»|re» «le Amancia. Hum grito de prazer
momento du delírio qu.int.is, «juaiita» attril.u- • de manta «Ia parte de huma , I Amancia ! pro-
laçam <• duvida» naoromliatem 8 coração d» in- nunciailo com transporte |«el«> nutro. foram as uni-
feliz i]ui- cs-M-ra ! Julguei que era inútil MM» eis palavra» que soaram naquelle primeiro momento
rar por mais lOMfO; ou antes MM reflectir, de amor.
arrebatadat.unte coino a» pancada* do nn-u co- Contar Iodos os abraço* . que M deram . todas
ração, sahi daquelle lugar para liu* livrar de a* palavras meigas que di-.sera.ii , todas asdcsiul-
as exclamações de
hum |H-n»aiii.-nto horrível ti qui- que alli adias- pa», todos o» transportes, Iodas
Min im-u cadáver no dia seguinte... Ouantas vezes tão sao os amantes , seria hum nunca
que pródigos
arrifin-i meu» passos , quantas vezes - .Im , atè que acabar. Colloqtie-se cada qual na MM posição ,
a final, h-vailo como |.i.r litiin impulso estranho . e imagine *«• poder o «pie alli M passou , •• dt
cheguei até à sua |>orta ; invt-sti [x-la «-scada j sulii, «|iie «-ti fui muda testemunha , regozijando-me «-ut
desci. Na minha t-abcça so havia projecto de dises- siteiuio tle ter concorrido para a felicidade «lesta,
p.-raçao. Nada (iz, porque as força» nu- faltavam. duas creaturas. Feliz quem ama e he amado ; so-
0 desonganado, quasi morto, pude, dopoil de l.re a terra não vejo maior liem :
andar toda a noite sem tino , chegar a rasa . donde
subirei pela ultima vez. Melhor he e\perimental-n qui' julgal-o .
Capitão , vós sereis meu amiito , rumo eu já .Mas julgue-., quem não pode experimenlal-o.
sou vosso. Se tivi-sseis esperado mai» huma hora ,
serieis hoje o mais feliz tios l.omen». Oiiem fez estes verso» sabia bem o que era amor
(Jue dizeis! exclamou elle , QM dizei». Ella foi ? Para terminar esta scena , direi somente que
julga-ma traidor ? Eu que soffro angustias mais Amancia «lesculpou-se por ter ido tao tarde ao
«•ruins ilo que a innrle , e «pie injustamente a leobo lugar aprazado , e consent.o que o am amante
accusado ! (Jh meu Deos | lhe beijasse mil vezes a mão em signal de perdão .
Narrei-lhe então 0 aconteciilo na passada noite , «lizia elle , por nao ter esperado até ás ll p meia da
.. Jorge parecia nao contentar-se cmii ouvir-me noite. Huma boa hora tinha decorrido; repetiam
e bebjN as minhas palavras, que interrompia com sempre as mesmas cousas, i pareciam esiruechlo»
expressões de mais veheniente tlòr, arrancava os do futuro , como se aquillo fosse a sua unica
calicllos, a derramava lagrimas tle arrependimento. beniaventiirança. e que de mais nada devessem
Peilio-nie que o levasse a minha casa paia lan- cuidar.
«ar-se aos pês «le Amancia. Com u condição que Em bum intervallo de silencio, em que elles
na escada esperaria , para que sua presença ines- se contemplavam , lhes disse eu:
perada | sul.ita não perlurhasse o espirito de A.iian- Então ; que determinação lie a vossa ? Ficareis
cia, accedi ao seu desejo , I assim como doai Íntimos assim eternamente? Qual lie o vosso intento?
amidos caminhámos para a cidade. Fugir, disse promptamenle Jorge. Nao he assim
,lá tínhamos chegado á casa «jue encerrava n pre- Amancia?
cioso thesouro do meu novo amigo ; ahri a Eu sei? Sr. doutor o que nos aconselha?
porta ;
Jorge Íicou na escada esperando hum signal entre Já «|iie o destino quer que eu represente 0 pa-
nos concertado , e eu , mostrando rosto muito pel tle protector a conselheiro , dir-lhe-hei que
alegre , entrei gritando : Parabéns, senhora , o verdadeiro he ir solicitar o perdão de seu pai.
pa-
rabens. Amancia estava assentada olhando para o Meu pai!... OI. como náo estará elle? pobri"
retrato do seu amante, e apenas me ouvio , dando velho.
lium ali de espanto , levantou-se e perguntou : Sr. doutor , disse Jorge , elle nao consentirá em
Entíio , encontrou... onde está elle?... nao veio ? nossa união; eu sou pobre...
As boas noticias, lhe disse eu , não se dão assim O amor de bum pai, posto que menos furioso
de repente ; he preciso saboreal-as pouco a pouco e mais compassivo , be mais duradouro que o dc
como hum delicioso manjar. amante. Se quereis que eu seja o vosso media-
Então ? elle não he traidor!.. elle ainda me ama t neiro, de boa vontade irei procural-o.
Cada vez mais. Não sabe em que estado de Sim, sim, exclamou Amancia.
desesperaçáo encontrei-o. E neste theor lhe fui tutlo Tempo perdido , disse o capitão.
contando, e o desencontro por causa das horas Sr. Jorge, vós não conheceis o coração «le lium
dadas para a reunião. pai. Tempo perdido he este que inutilmente gas-
LITTERATURA. Oitt
íamos sem nado resolver lhe disse eu '. Dai-ine Senhor, continuei eu . por amor delia , de xtm-
(
a vossa palavra de militar honrado de respeitar sa fiillecida esposu , e pelo salvação «li>«uu alma.
tnmo homem a esta st-uhorii, e fazei-lhe compa- 11 ue agora talvez lamenta o vosso
nhiu, uléque eu volte , evós, senhora, rog.ireis procedimento, u-r-
iltiiii u vossa filha...
.. Deus |iaro que vosso
pai me ottendo. Abracei-os Eu lhe perdôo , exclamou elle.
e sahi. Deixai-lht- a liberdade de escolher hum capoto,
Hum escravo conduzio-mi- | nlt-ovo onde deitado E minha palavra? Todo o mundo ja suIm-
i-stiivo o desesperado qae eu
poi, que no vér-inc levnn- a linha pron.etlido ao Sr. Norberto ; nem elle
que-
Itiu a 1'uU'ça, eantes que tu livesse tempo de o reni ceder.
Miu.lar, perguntou-me : Tem elle por ventura algum direilo sobre vossa
Oue noticias me dá de uniili.i lil|.a » .\h Sr. lilha , proinetteu-lh'u ella ?
iloulor, eu a procurei em tosa de todos os O que luto de dizer?
pa-
rentes, nuihi, nado!
Oue sois hum |i.u i.ranno, que fizestes n des-
Nao vos itfflijuis, o céo conserva vossa lilha graça de vossa lilhu por amor do dinheiro, te a
«einpre IWa,
pura ser a eonsolnçao tia vossa ve- constrnngeis. Dirtio muis
que t-lla fugio por soem
Ihice: ella chora por vós, e se lastima causa, e se consentis no
pi-ln vosso que vos pede, vossa filha
teima em quercl-u cusnr com hum homem seril feliz; sois bastante rico , nuo
i.iio pode fazer u sua felicidade.
que precisais que 0
vosso genro traga dinheiro , vossos l.llius vos .-.U-n-
Então ; salteis onde ella existe? aonde? aonde çourati, vivirao coinvosco , e ítvistit du vosso ft--
<stá? t|uero irvél-a... Essa lilha ingrata
que será lieidüde ninguém vos uecusurá.
a de ininhu morte... Se o Sr. Norberto cedesse ?
Vòs me peneeis bem agitado: tranquilisai-vos, là que pôde elle fazer . que remédio (cm ,-llt- >
i conversemos. Sr. doutor, eu creio que elle ahi está , estes
Ah. senhor doutor, si os filhos soubessem as
passos sao delle , nao foliemos nisto.
afflieçOea tjue elles causam ao pobre homem Hum hoiiK 11 de perto de 50 annos d» idade
lem ii infelicidade qne
tie ser pai! Parece
qoe o réo nos entoem , e sem mais comprimentos perguntou com
I une por termos dado o ser a outras crenturas, iii.io-a modos !
lehclliimlo contra nós os nossos Então o que he islo Sr. Eabio ! que novida-
próprios lilln».
Oue bliisphemiu , senhor, fostes por ventura n de he esta , será certo o que ouvi dizer. Entfo
causa da tlesgruçii de vossos puis. a Sr.a Amancia fugio?.... Então... Então nao
Sempre os respeitei. res|iontle ?
Se fostes filho respeitoso , como clamais conlra Sr. Norberto , poupai-me esta lembrança cruel,
Iodos OS filhos; a natureza de pai deslróe
por ven- lembrai-vos que sou pai.
Una a de ler sido lilhu ? Eutao he verdade : nao me enganaram... cesta f
Os filhos de hoje não siio como os de outro Então ! quem tal diria... Com efleito destes muilo
tempo : havia então mais respeito , mais amor, boa educuçuo I vossa lilha... Olhe que pude lim-
mais religião ; hoje tudo está corrompido , nem par as mãos á parede.
a Deos se respeita. O velho fez hum movimento dc indignação.
Engano : aocusai antes a vossa... pertinácia en Senhor ( disse eu ao importuno ) o eslado
querei forçar a natureza... Se vosso pai vos tiies- em que se acha o senhor lábio nao he muilo
se forçado algum dia a obrar contra o vosso co- próprio paru ouvir taes cousas.
ração , vós o cl.amariois bárbaro. Sim , certamente . oh lá ! a menina fez muito
Deixemos esla conversação; fallai antes de mi- bem... pois nao , ainda em cima devia ser i-u c
nha lilha ; sois ainda moço, e dcfcndcis o vosso consolados:.
tempo, que já nao he o meu... Ah Sr. Norberto ( disse o velho ) , se igual des-
.... Onde está Amancia ? graça vos tivesse acontecido , outra seria vosso
Senhor; hoje mesmo vereis vossa lilha ; mas linguagem.
iu vos peço hum favor anles de vôl-a. Oue outra linguagem! Pois isto tem pés nem
Tudo o que i|uizerdes, fallai. cabeça ? Si não fossem as suas condescendência* .
Oue a deixeis escolher li uni esposo : hum cs- já eu estaria casado ; e queria vér se o passari-
"e"
poso, sim he mais que hum pai7 TriScolha niio me huvia de fugir da gaiola.
deve pertencer a quem a elle se ha de sujeitar. Sei Se a guarda de hum pai não lhe foi sullicienle,
que sois viuvo , e que ainda hoje lastimais a mor- menos seria a de hum marido (lhe disse eu ).
te da companheira da vossa vida. Se forçado vos Então outro gallo cantaria. Mas vamos a íaher
tivessem a ella ligado , nem a vossa existência fora
quem foi o seduetor ? quem ho este menino bo-
«orno tem sido , nem a chorarieis. nito ; queria ter o prazer de vér esta bengala
O pobre velho exhalou bum profundo suspiro, èantar-lhe nas costas.
>" seus olhos se humedeeeram. Ora , se com efleito a Sra. Amancia s.t-
i_94
LITTEHATLHA
extraordinárias , porém rica dos conhecimentos do envoltas no manto du buma velha e cansada mv-
mais instruído dos séculos da éra cbri.tãa e li- thologia , usada com louçania o riqueza por Grõ-
songeira du hum porvir de felicidades. E pois, gos e Romanos, e mal apropriada pelos Éuropoo*
credora dos mais aprofundados estudos c maisso- a seus poemas , quo elles produzem a upreson-
rias pesquizus , he a bisturia da litteratura desses tam as ricas imagens du suo phantasia toda puu-
povos durante o domínio da mai pátria u seus pro- Ucu , fazendo perder toda a naturalidade carocle-
grossos neste período que decorre desdu a procla- rislicu da lilha dos bosques , essa musa omeri-
inação du sua independência até a appariçoo de cana , trajando-a à grega com as vestes do Clio ,
Estevan du Echeverria , u be sobre esta ultima descoroando-a do suas capellas de flores ogrestes
épocha e sobre a republica argentina que dare- nora coroal-a com as estrellas de Urânio , dusco»
mos hoje o resultado de algumas indagaçous. iorindo-o du suas nativas cores para lhe darem
A brilhante proclamoçao da independência da o ruhor das rosas o a alvura dos jasmins da au-
provincia unida do llio da Prata, o triumpho rora , dosopropriondo-a do seus oegros o corre
das armas argentinas em assignoladas batalhas dos- dios cabellos para lhe apropriarem as louras ma-
deixas du Yonus, orroncondo-a aos seus ermos ri -
portaram o enthusiasmo dos Estevan du Luca ,
.Vicente Lopez, llidulgo , Coytono Rodriguez , cos du verduru o do flores para tronsportal-a ao
I.iilinui , Rojas , Varellas o outros quo , obando- Parnaso , nao sabendo , como o romantismo puro
nando o oluúdu em que suspiravam seus amo- o nao exagerado, osso ecletismo do litteratura ,
res u carpiom muitas vezes suas desgraças , mis- npresontal-a sol. os suas verdadeiras e encanlu-
turando suas vozes com os gemidos da pátria «loras fôrmas! Mas o enthusiasmo era todo ver-
e o retinir da braga do cativeiro , impunbaram dadeiro , embora apresentado sobre esses tapos
¦ lyra du libordado, ergueram com seus bymnos tos diversos , mal entendidos a desviados pcl"
buií) monumento a independência do hum dos uso de huma cega o não estudada imitação , o
mais bellos cantoes da America meridional , im- como quo involuntária, cujo império levuva após
mortalisando nas paginas do lyra argentina os si os gênios de então; era hum povo que se
feitos du heroísmo dos Ucampos , Halcarces , Poir- elevava para upplaudir a pátria que renascia do su-i
redons, Relgronos, S. Martin , fl Trenalis, • tan- anniquilação , como a phenix do suus cinzas ;
tos outros valentes propagadores da liberdade da novos Tyrthous quo conduzem seus compatrio-
nação , e desde então o imprensa patenteou a luz tas à victoria, imitando-lhes o valor com seus
lilteralos na- cantos , o que celebram com o orgulho do hum
pulilica as producções dos melhores não recem-gerado,
cionaes ; poetas , oradores, historiographos, mu- patriotismo recém-nascido , mas
sicos o pintores vieram a porfia honrar com os o triumpho de seus annos.
cabedaes do seus talentos a grande épocha do sua He d'entro elles Estevan de Luca , o que melhor
regeneração. so mostro não só na combinação do rhjlhmoccn-
A poesia lyrico ho entre todos os povos o pri- cadoamento no differente gênero de versos, como
meiro signal de sua intelligencia ; as guerras, os na variação do seu estylo lluento , quando cum-
o sempre ap-
triumpbos da independência não podiam deixar pro c quundo cumpre enérgico
seus sao cheios de viva-
do inspirar a hum povo heróico do huma imagi- propriado ; pensamentos
nação repleta das mais pooticas imagens , dus cidade o poesia , c suas imagens de hum colo-
mais bellas harmonias. A pátria ergueu-se con- rido admirável. Humas vezes debruçado sobre *
tro o jugo da oppressão, mas a liberdade , esse urna funcreo , deplora a morto do Dolgruno , quo
lhe falta à pátrio , quando a pátria, so despcnbando
grito portentoso o cheio do electricidado que
enfiloiraro os filhos d'entorno aos seus ostandar- no abysmo da anarchia , mais necessita daquelle,
tes , com pouca ou nenhuma influencia dominou braço que em tantas calamidades a salvara , ou
sobre a litteratura , que deveria despontar livro a morto de Santiago Rivndavia , conspicuo cidu-
tio influxo hespanhol , como a pátria despontara dão da republica , o quo no sola dos represen-
livre com as suas instiluiçoos tombem livres d'en- tantes so distinguira polo seu espirito do liberdade ;
outras vozes, empunhando a lyra , ello culebra ,
tro os ferros de suo escravidão ; assim pois nao
he para admirar quo vejamos esses filhos das fio- ouvindo ainda as acclamações da victoria , o tri-
restas argentinas, degenerados em filhos de Apollo, umpho de seus concidadãos. Suas odes Al triun-
ei Kallao, A k h-
esses inspirados da liberdade , degenerados em tns- fo dei lord Cochrane sobre
de perto e hom- bertad de Lima , e Montevidco rendido silo dfl
pirados das Camenas, seguirem a A hs Rocha-
breareni com os poetas do Hespanha cm os vôos grande movimento e interesse ,
de fogo, dando a suas ins- bambinos he algum tonto enfadonha pela repeti-
do sua imaginação cada huma,
todas as formulas características da poosia ção do nove cstrophes de oito versos
piraçoes nenhuma novidade ou boi-
castelhana, He o enthusiasmo da liberdade quo o dc cuja innovaçfio
mas em compensação abi esta a A
os inspira , são os triumphos dos annos de seus leza resulta ,
do S. Mar-
concidadãos que elles cantam , e no entanto sSo Ia victoria de Chacabuco. A empreza
38
QOG LITTERATURA.
tin, tão dignamente executada , qual a deatra- Onde io sol a luz mais rotidandeec
v. -• it os Andes , como outro Annibal transpondo A America innocente reclinada
os Alpes, foi lambem dignamente celebrada por Domina o orbe; assento magestoso
Kotevan de Luca , tanto ui.ii! quo elle se mos- 1 l.a- dum as cimas dos altivos montes,
tra superior a lodot os podas seus compatriotas Em tão soberbo throno , que podéra
que trataram do mesmo auumpto ; e ene Irecbo No ousado intento de escalar o olvmpio
bc digno dc ser conhecido ; vertido fielmente , Bem prestes aos trítões fortes , mtmbrudo».
nós o apresentamos aqui em nossa lingua : Throno que incontrastavel svmbolisa
A esse a que teus filhos a elevaram
Assim clama o tyranno ; Ue sobre a base du justiça santa.
E San .Martin , qual outro egrégio Annibal , Lá , do pó , e dts míseras cadêas,
Aquém celeste ardor o peito iiiflaiuma, Que cm cambio de ouro lhe doava o hispano.
Jà transpõe a passagem A ergueram os lillios seus nobres e illustres
Fragosa e alta dos Andes; e o soldado Sobre as azas do gênio poderoso.
Segue do invicto chefe o grande exemplo. Fino o cabelio , reportido em trancas .
Ornado o collo de nevadas perlas,
A bum lado mole imircnsa Posto ao hombro o carcaz cheio de llecbas
Yé levantar-se aos cèos, e a outro lado Fabricados de fina c tersa prata ,
Ve afundar-se horrível precipício; O arco de diamantes engastado ,
Cheio de brio Os pés cobertos de sandulhas do ouro ,
Só pensa no transpor do cume excclso ; Filha do sol c de thesouros cheia ,
He pequena a montanha a tal bravura! Como virgem do mundo resplandece
.Mais que as matronas Ires do antigo mundo ,
' ¦ Os cavernosos montes África e Ásia e ennobrecida Europa.
tuinl- :in com o bellico alarido , Ue hum polo a outro descobrir consegue
Com o trovejar das armas; espantosos Toda a immensa extensão de seu império ;
Com o som horrendo e frio . Uesdenba entanto contemplar as fundas
Oue surge das horrificas entranhas , Cavernas das montanhas. vastos bosques,
O hespano leão de si arrojam. Fartas torrentes, caudalosos rios
Oue , atravessando mil saudosos plainos,
Eil-o que horrível ruge. Veloces correm a enriquecer o oceano ;
Que j| das pátrias legiões o raio Que quadro muis grandioso , mais terrível
O fere, em fuga vergonhosa o pondo, Se lhe offerece ú vista ; o vacillante
E o passo ousada vencem , Solio contempla do monarcha hispano ,
E ajudado do gênio das batalhas, Que enfurecido impelle ao mar as hostes
Plantar no valle o pavilhüo ovante ! Com que intenta opprimir o solo indiano ;
E vô em seus semblantes retratados
O canto El triunfo de Maypu he dc todos os Todo o furor e raiva carniceira
poemas desla ópocha o mais inlcrressante ; ese Uos Cortez e Pizarro»... Ai, misera !
mais algum desenvolvimento lhe des»e n'outro Ai misera , que em seu seio permanecem
gênero que nüo só no descriptivo , participando Inda sangrentas as cruéis feridas
do dramático , e delle tivesse algumas situações, Que inundaram de sangue o throno augusto
certo que ficaria obra de poesia admirável. A Uos Incas dóceis, e dóceis Monlezumas!
America, sentada sobre o cume dos Andes , con- Porém os filhos seus já despedaçam
• »templa esses acontecimentos que ussombrurum hor- Os torpes ferros do cruento ibero ,
rofosamente o antigo mundo ,
quando o gênio E o grito ingente da commum vingança
tias victorias disponha das eoróéi dus reis da Eu- Contra três evos de opprcssão indigna ,
ropa , e com o arruido de suas armai fazia eslre- E o rouco som do bellico instrumento ,
niecer esses velhos thronos que presidiram a nas- E o horrível retimtim das fataes armas,
cimento e o anniquilamento de tantas Que os échos dilatando e repetindo
gerações;
e vendo seus filhos pleitear pela sagrada causa de Em confuso rumor resoar fazem
sua independência, e o triumpho da liberdade Na abobada celeste , como hum brado
coroando os seus esforços, he huma pintura da Todo retumba : — Liberdade ou morte ! —
mais bella e eloqüente poesia , do mais vivo e O fogo, o ferro paternos lares
magestoso colorido : Arrasam , ermam... mas seus doces olhos
Se volvem para os campos que illustrára
Lá , sobro o cume dos erguidos Andes, Com os triumphos seus seu grande filho ,
Nas regiões dc sempiternas neves, Que nos árduos trabalhos da campanha
LITTERATURA. 207
As bellieosas hostes excilo , duzirmos uulro trecho do poema , nuiav.l
P'ra que lenham a fama de invenciveii; (,'., ori-
ginalidade do presogio quo em pml du» Indiano»
Se volvem paro Charabuco , aonde se patenléa nos céos, no momento em
Muis do que conseguira o grande Achilles, que nova»
tropas hespaubulas pisavam o solo umvticano.
Junziu ao carro seu o fero hispanu ,
Que , não escarmentado , outra vei volta ! Do pacifico mar u espalda oppriinem
Sim de Lima o lyruniio inda vingar-se Pejadas nãos du urinada toldadesca ;
Quer da passada ofTronta , e eil-o que ordena, Mas oh presugio ! o índio sacerdote
Heunindo as relíquias das \ io do ancho seio das sonoras águas
pbalanges
Ensopadai no sangue da innocencia, Erguer-se .,„¦. céos sanguenla , e densa nuvem
Que em breve surquem o tumidu elemento , Ao sol , que do oceaso ia caminho
E levem o incêndio e o estrago ao altar santo Ella se oppoz qual mágica barreira ,
Onde cultos recebe a pátria amada. Mus o sul, sacudindo as crinas de ouro.
A entreabre , a rompe, a desvanece,
Nflo nos cansaremos com huma anolyse minu- E bello em pompa, e magestoso em brilho
ciosa de todo o poema, e notaremos inesmo Se ui -.-ii I r.i r.i nas salitrosas ondas
tiuo se nesta descripção do America sobre esse Consultado , o oráculo declara
throno mogestoso erguido pela natureza , alguma Prodígio tal em prol dos Indianos.
superioridade lhe achamos cm poesia e colorido ,
em relação ás descripçoes de outros poetas seus Os Hespanlioes desembarcum no Chile, nus
compatriotas, nao lhe vemos todavia
que em maior San .Martin os nao deixa repousar bum instante ,
realce c pompo do poesia , que em mais viveza e por .111. os vence pomlo-os cm confusa derrota ,
c''energia de colorido , c até mesmo em concisão , o o canto termina com alguma frie/.i. Se 1). Es-
se posso ovantojur o descripção do índio do nosso tevan de Cuco concebesse hum poema sobre as
Alvorcnga Peixoto na Transfiguração do Pilo de rogrus épicas e o desenvolvesse segundo as idéas
Assucar em seu sonho ; a superioridade do poeta modernas em voga , cerlamente que seu talento
brasileiro sobro o orgentino he incontestável, sen- so patentearia em in.tiur escala com muis brilhan-
do tum somente para lastimar que tão servilmenle tismos , recursos quo não ollereco o poesia Iv-
terminosso o nosso autor a sua composição ; com- rica , e lbe forneceria matéria em que seu gemo
ludu mostremos como a superioridade visível ahi podesse dispor de toda a sua força ; o cntliusiasruo,
so tomo que nos dispensa de qualquer demons- porém , apenas inspirava composições ligeiras, o
tração : febricitantes, quaes meteoros que scintillam no
horror das trevas e desapparccem do súbito; eram
l.u vi o Pão de Assucar levantar-se, obras para o momento da exaltação dos ânimos,
E no meio das ondas transformar-se o lodo o seu domínio pertencia á poesia Ivricii.
Na figura de hum índio o mais gentil, Depois do D. Estevan du l.uca , necessário be
Representando só todo o Brasil. que citemos D. Vicente Lopez , que com elle ri-
Pendente oo tiracol do branco orminho , valiso.
Contam dente do animal marinho D. Vicente Lopez be autor da Marcha Nacional,
As preciosas armas lhe guardava. que por muito tempo foi o hymno da nação e
Era thesouro c juntomente aljava. parece tor sido escripto em momento de grande
De pontas dc diamante eram os seitas eflervescencia ; delia falia D. Florenciu Varella com
As asteas de ouro , mas as pennas pretas muito enthusiasmo em o sua ode I lus alumnos
Quo o índio valoroso activo e forte dei colégio de ciências morales , a D. ll. llidulgo
Não manda da seita cm que não mande a morte. a introduziu cm o seu poema lyro-dramatico. A
/ona do pennas do vistosas cores ode A ia pátria en Ia victoria de Maypu be bem
Cuarnecida de bárbaros lavores conduzida e isenta da declamação vãa e inchada
Do folhetas o pérolas pendentes das odes de D. Juan C. Varella e outros | elle de-
Finos crystaes; topazios transparentes piora com hum sentimento verdadeiramente pa-
Em recamadas pelles de sahiras, triotico que a pátria lute sem a intervenção das
liubins c diamantes e sãpbiras noções liberaes, a sós com a tyrannia hespanhola :
Em campos de esmeralda escurecida
A linda estrella quo nos traz o dia
No cocar... oh que assombro, oh que riqueza I Solitária na luta,
Vi tudo quanto pôde a natureza. Como se nao houvessem, humanos peitos,
Tudo he surdo no mundo a teus clamores I
Atando o fio , interrompido por huma digres- Ai mísera e mesquinha ,
f*ao não fora do caso, proseguiremos para repro- A sós to deixam com a hispana fúria!...
LITTEttATTRA
299
na tua >i<
d* Ma*f,u' he D Mjnuel Labarden. D. Juan Roju
A ode. po»*»». U Bú,alla !** A tai provincial dtt intirior opprmtdo» m mciU
criu» com ma.» estro e energia , e par» »e noUr contra a opprruao coramum . »
ll^nhoe. ante a M revoltarem
he a aposuophc dirigida aal *££ convidando a proclamarem a liberdade , e ti „
• o*-*f,>r-
d. batalha, c inUrrompiJ. tf ^£ reps»- Ia ktroica iicton<i de loi Andei celebra
o t^Ute ; a paUia
nttoe». que annuoci. louvado San Martin . D. Jusn Lafi
terrível : ço» do Uo
de V.i contempla o «pccUculo our, medíocre e pobre de idéa», ma» primo-
tem algun* la3»r#»
tu que fotte ro»o na harmonia do* verto»
O que f.ze.. H*ria , de movimento em a ode .4 Ia libtrtad dt Lm,
Afnea e Alia a empreti
Na America. Utafa, ma* elle termina du prornpto denando
Outrora admirada, •
ousadia a D. Estevan dc Luca e D. Vicente Lopcz
Quando a nobre
tua»
E «ran soUrba da* ph.langc Ah . H>mero* divino»,
de honra te doavam gloria
Com feito,
impeno» . Vò» Mreis, ob genio» peregrinos ,
A sorte da» naçoe» e do» ao» *on* da lyn
, Que a voz sonoro unindo
Como de t*la a humana magestade Cantai* da pátria os ptosporo*
destine*
Tu obriga a irresistível decadência ,
E insana busca» combater o* fadoi I lano Rodriguez. além do Hymno •
D. Fr. Cav'composição
Ia pátria, breve e dc nwment <
te pod«
Qual esperança vigorar he autor da CVincíon «romiaifú-, cu|o mai<
Dos crime* que cm Uu nome su praticam Martin , pm* qu-
defeito he ser dirigida a San
Do México atè o Cabo ?
faz lembrar e . com saudade ! a» bella» producç
Geme o velho e o infante
du exímios poeta» seu* compatriota». em que
Sob o bellico açouto , que incenduia vencedor du Matpu be sempre digno e pompa-
escravo
Todo o espaço da turra, onde de samente celebrado; • finalmente D. Juan
La-
Mal sotfre o cidadáo do nome a afTronta. compoz hum>
barden entre outras muitas poesia»
PaJuctí o sexo , soffrcm a» cidades , ode Al Paraná ,
E por cumulo maior dc tanto opprobno
destroc-se o homem !
Se insulta o próprio Deos, o grande rio
Que celebrou Labardun
Retira esses verdugos... mas hc tardo, Juan C. Varella , oita Buenos Agres
«joa o canhão!... Impávidos se arrojam
Os nossos combatentes;
Em aeral . a linguagem e o estvlo destes poetas
Ja ordem , já retumbam em
terra he sempre o mesmo ; toda a poesia resume-se
Os aro* | I de toda ve-se a huma eloqüência declamatória e toda vJa . em
vor
Tinta du sangue. Experimentai, tyrannos , sos sesquipedacs e em grandes palavriados flori-
A pujança daquclle* que defendem dos contra os tvrannos da America , sem bellez
A pátria e a liberdade. A raiva e o ódio alguma notável", muito mais efiicaz para incitar
Com quo vedes se erguer a nossa gloria , os animo? do que para recreal-ns; pois que . pas-
Hoje ossaz nos incitam á vingança! sados us momento» da febre do enthusiasmo .
seu mérito intrínseco he nullo per si mesmo par
O trovão ao trovfio, o raio ao rato. entrar na analyse da critica nos momento* soce-
E o aço c.intra o aço se cmmaranham ;
Dir-so-bia que alli o Cid gados da leitura.
B. Hidalgo , autor de hum poema dramático
Ou Nassan ou Pelayo i
mas que nada tem de dramático , a menos que nl
As phalangus regiam n'csse dia ! seja a sua recita sobre a scena ; lyrico . mas qu>;
De sobre os Andes a querida patna
nada tem Je lyrico , a menos que nao sejam alguns
Eis baixa os olhos á guerreira arena ,
coros sem mérito e mal apropriados: defeituoso.
E súbita envolve no seu manto o rosto ;
sorte! e huma monstruosulaJe cm seu novo gênero, be
Ai. dos filhos — quedar! —lho assusta a
com tudo notável em alguns lugares , não to pela
í concisão como pela belleza do estylo. Elle nos
Aqui 0 interesse vai sempre cm augmento , ao pus»
a victoria se approxima do hu- ; mostra a America opprimida . gemendo
quando de repente \ de ferros e o çenio da independência proclamando
róu de Maypu para coroal-o , e o canhão cessa,
I sua liberdade . em quanto que a tyrannia pro-
o huma apostrophu ao Chili fecha pomposamente :
cura se lhe OPDÔC
1 *
tão bulla composição.
Menos brilhantes c exímios cm suas composi-
Juan Ramon Rojas , A America do su! encadeada
ções lyricos se mostraram D.
D Juan Laíinur, D. Fr. Caytono Rodriguez a i De oppretM mil gemidos desprendera
LITTERATURA. 2i)D
E seus lilhos a voz lao penetrante Segue-se o hymno da liberdade, e o poema ter-
Despertam , choram , e jà se coaligando mina finalmente com buma alluviao de aposlro-
A causa buscam da oppressõo materna ; phes occumuladas bumas sobro outras; era ama-
Então da liberdade o fogo santo nia do tempo !
Anima os poitos seus , u entanto fogu O D. Florencio Varella mostra, na sua odu A
A perversa oppressao, u o fausto genio los alunos dei colégio de Ciências ..lom/c., onde
Da'independência aos lilhos eis proclama: foi educado , a fatal ignorância que domina a sua
— Ou morrer ou vencer em justo duelo ! — pátria; mais feliz que o nosso grande lyrico Cal-
E elles bradam — a morte ou a victoria I — das, senão no deplorar a sorte mesquinha tia nu-
E o céo se eiiliit.1 e a turra se escurece, çâo, ao menos o foi em poder celebrai o seu
E jurando constância na desgraça triumpho.
Trincheiras formam com seus próprios peitos; A ode Et Irtumpbo de .{gacucho he composição
Insiste a tyrannia , e a bala ardente a modo de dilbyraiiibo, u a .1/ 25 de mago d&
E o fogo protegido de outro fogo 1825 du pouco mérito, mas be para notur quu
A perseguem com arrojo , u com arrojo estas poesias são apenas passa^eiroí ensaios exer-
A obriga a ceder , quo a vence e doma. citados em tenra idade , o quo a sua viagem u
E a aurora fuliz cm carro do ouro estudos na Europa lhe inspiraram indtibitavel-
Alegro dominou nosso bemispherio I mento ricas o bellas composições com quo enri-
queça e avulto a litteratura nacional.
A parte porém mais interessante do poema, o Do todos estes poetas , porém , o mais digno
que mais attençâo merece , bo a
detcripçao da ba- do censurado por sem duvida D. Juan C. Varei-
talha do .Mo.pu. Que concisão não vai por todos Ia, irmão do precedente ; que seu pensar, quo seu
esses versos I Quo colorido terrível não ressum- estylo , tudo emlim pertence íx critica , que por
bra do todos elles I menos justa o rigorosa não o poderá defender,
a menos quo o nao deixe ,t sombra do esque-
Mavpu , sitio tcrrivcl, cimento. Tendo-so dado ainda em tenra idado
Sitio de sangue e pranto... c do triumpho, oo cultivo da poesia, o escripto hum volume do
Aonde encontra a tyrannia a campa , versos eróticos, frueto de seus primeiros onnos,
foi pelo
E o nossa liberdade ergue o seu temido I que ignoramos se furam publicados, nao
Ah tu vés San Martin em frente os hostes, correr do tompo melhor poeta do quo era du cs-
E os valentes com animo sereno perar de tão boas mostras, o o cunho da me-
Desprezar o perigo com tul chefe 1 diocridade sella todos os suas composições ; seu
Seu sangue em borbotões nodou o solo ! estylo fofo o declamatório nada tem do elegan-
Quo importa, se seu peito mais inflamma I cia nem de belleza, e peca freqüentemente em
Eis bradam — A pátria viva I —e dando ao vento repetições que nenhuma graça lem, como nes-
Os sacros pavilhões da independência , tes o outros versos dc suas obras se deparam:
Disputam, a espada em punho, e corpo a corpo;
O valor os anima: nada temem I Liberlad , libertod , tambien dijeron ,
Os contrários pelejam com denodo, Libcrtad , libertod , Ia conquistaron.
Redobram de valor os patriotas; Oda ai 25 de mayo de 1823.
E a bala do canhão retalha os ares,
E leva a morte e o luto a toda a parte, Hijos , dei sol, que haccis ? Ahora , abora
E cobre de cadáveres a terra... No sabeis, no sabeis? El liero hispano.
Oda at incêndio de Cangullo.
Tudo aqui he terrível; a pintura e energia,
mas a peripécia vem adoçar tanto horror e dis- Ciego , ciego cl mortal obedecia.
sipar o duvido da reticência. O poeta termina Religion , religion , tu nombre santo.
udmiravelniente: Oda a Ia preocupacion.
Os contrários pelejam com denodo, Os assumptos quo mais excitaram o eilro dos
contraste inex-
Redobram de valor os patriotas. poetas seus compatriotas foi por
.WU LITTERATURA.
ser a sua imaginação prosaica , toria completa conseguida por ei general D. Juan
pliiavel . a nâo com tudo Antonio Lavalleja sobre los usurpadores brattlero*
oi que menos influiram em seu gcniu ;
de semelhante anomalia en Ia orqueta dei Sarandy ; compoiiçao burlesca
elle parece dar a razão
-iiii I » dil: no seu todo , cuja dcclamaçâo vaga e iropuladj
se emprega geralmente em no» insultar, porem
nada ha de mai* extravagante que esse chamado
Porque éi débil Ia musa que me inspira.
nl: a Ia libertad de Lima. presagio tao estupidaineiite previsto pelo poeta so-
bre o futuro destino da pátria do* Hebellos , Ne-
|| ode* Al incêndio dtl pueblo de Cangallo , greiros, Camarões, Henrique» Dia», Uenevi-
Ia des j Albuquerque», Coelhos e tantos outros e
En honor de Buenos Ayns , A Ia UUrdad de
A Buenos Ayres con motivo de tos traba- outros, e certo que ao lér tanta sandice s«-
prensa , nao pôde deixar de exclamar com Victor Hugo;
ii» Mrati.ícoi urdfnai/yi p»r et gobierno , La co-
Ia Irrisório I Irrisório ! Irrisório ! As odei .1 Ia ju-
rona de Mayo, Al 23 de mayo de 1S2.1, .1
sociedad ds Beneficência sao tr.vialidaJes de ne- ventud argentina I .1 Ia preocupacion sao no-
doas do infame que pesam sobre a reputação do
nhum merecimento ; a Al triumfo de Maipu he
fraca e prosaica . *em esses lances lerriveis e su- aulor ; hl o discípulo completo do Voltaire, fa-
blimes que se depuram nas de Estovan de Eu- zendo alarde dc suas ironias, de seus sarcasmo*
ca , de Lopez e do outro* sobre «*> mesmo as- cuspidos tio atroz e ifreligiosamente sobro a mai*
sumpto; o canto sobre o mesmo objecto , sendo bella dos religiões do mundo , fundada nas mais
tao extenso, be todavia encontrar por lodo esse sâas e límpidas bases da equidade ; sao as idéa*
vasto e árido campo huma flor , ainda que agres- do philosopho de Ferney quando delirava con.
te , a adoçar a aridez de tonta monotonia. Na as inspirações do demônio da irreligiosidade , essa
ode A Ia libertad de Lima apenas se nota buma musa maligna quo se apoderava do quando em
transportadas par.-,
eslrophe digna de hum grande poeta ; he aquella quando de seu vasto genio ,
em que elle , se dirigindo aos Hespanhoes, que as margens do Prata ; he a linguagem de Con-
antes de abandonarem a cidade de Ein.a a sa- dorcet no seu Progresso ao Espirito Humano .
*. contra tudo quanto de mais bello , santo, su-
queara.n , exclama com indignação
blime e puro inspira a obra de Deos, a con-
Porque retumbaram esses fragores cepçao do ungido do senhor , invocado sob tar.-
Da oppressa capital nas bellas praças, tos nomes. Os sacerdotes do christianismo ale
Porque esse repentino movimento tratados de maneira insólita o grosseira , e na
Arrastará as hostes! Quo ameaças 1 mente do autor são elles impostores que levar.it>
Que confuso clamor I Crô-se valente povos pela senda torcida que abrio o interesse do>
O bárbaro hespanhol , e assim se ceva chamados interpretes do céo! A religião, quanto
De hum povo inerme no mais bruto saque ? a elle , foi em todos os tempos | entre todos os po-
Cobardes I jà do toda extineta a esp'rança , vos o instrumento da astucia e intriga fundada
Vosso trophco será o vosso opprobrio? na mentira. Eis huma estroplic da ode A lt
Ou será quo a vingança preocupacion , a mais execrável das duas:
Até a alTronta os leve ?
Porém , quando do o ser deixa hum tyranno !
A religião tornou-se hoje instrumento ,
As odes ai triunfo dei ejercito libertador en Aya- Qual sempre se mostrava,
cucho , que segundo so diz foi improvisada , res- Do intriga e astucia vil , o audaz turbando
sexo ar- Da verdade divina os resplandores ,
pira algum enthusiasmo, mas al belo
requebros amorosos, Todo o orbo dirige
yentino está cheia do phra-
ses guindadas taes quaes as que poz o nosso sa- A' cega obscuridade, como outr'ora
tyrico Gregorio do Mattos na boca do namoro- Nos séculos de ferro ; e o povo ignora
tio , cujo retrato nos transmittio. O que saber devera
Resta-me ainda fallar em três producções deste Se ao dizer religião não se mentisse.
ao
poeta ; huma das quaes insulta atrozmente
fundador do quinto império c cobre de injurias E era no contudo do jugo das mais exacer-
o nome dos Brasileiros, o as duas ultimas se di- badas paixões , quando as instituições coloniaei
rigem contra a santidade da religião christãa com se desmoronavam e a liberdade mal firmada lati-
bum descaramento incrível o ambas notáveis pela cava os fundamentos de huma nova sociedade, qui-
altivez com que o autor se proclama e arvoro no huma voz trovejava contra a mais bella religião ,
mais acerrimo representante das doutrinas irre- trazida à terra pelo verbo encarnado , e rubrica-
ligiosas da escola voltariana do Rio da Prata. da com o seu sangue , e confirmada com o mar-
Causa indignação senão lastima a ode Ala vic- tyrio dc seus evangelistas 1
¦
LITTERATURA. aoi
,103 LITTERATURA.
V.
II.
sahio ,
Tu que infante escutaste a voi dhum
He grato junto a hum corgo cmtalino, Do luso Montcsquieu , là onde o astro
V sombra gigantesca d'huni vinliutieo Du diva sapiência , íulgurando
Repensar nesse mundo , M cuja lopida Expando no univerno o claro lume.
O» sec'los exarorain á porlia Tu que outrora, sentado epensativo
— A historia humano
0 pomposo cpitopbio No monte Palalino , craneo augusto
Desdobrar do passado o panorama , Do histórico esqueleto dessa Roma ,
E do eseuro sarcopbago da morle Visto as sombras errar d'heróes tao grandes,
Arrebatar ro* a mente o mundo antigo. Nesse império que outr'ora escravisara
Aqui sem tradições vemos o berço O mundo do Strobao e de Aristóteles!
Dfl Memphis. de Perse|tolis, dAlhenos; o almo apuro ,
Aqui vemos o Druitla a o Cimmerio, Quo visto dos humanos
no insondavel do passado ,
Como o genio do vale outrora vira Quer pego
do aíon contemporâneo ;
Nas florestas dAusonia e da Rntania Quer no estrodo
em varias regiões com pasmo viste
Predizendo o futuro: estas montanhas Que
Debaixo do raízes seculares,
O berço do universo representam.
Cidades dc cidades alicerces,
E a palavra dos sec'los esculpido
III. No mármore, no bronze e nessas ruínas!
Oue a trilha do tous passos confundistu
Co'a a trilha dos cohortcs invencíveis,
I
Pelasgos nossos pais, Pbcnicios foraml Que o mundo ovossolluram portentosos
Que viste, nao menores, os prodígios
Sobro o dorso das ondos inconstontes
Tendo a proa no cèo , na ursa os olhos Do sec'lo cm que vivemos, que n'hum dia
Toldaram do cem mares, com mil naves Realisa o labor quo onnos custara,
As águas ondo punicas triromes Perfuradas montanhas, aqueductos,
As virgens ondas com seus rostros férreos Ondo o corro infiommodo vóa ovanle ;
Jamais cortaram do oceano ignovo. O trajecto dos pontes invertido ,
O Tigre, o Gangc, o Praia , o Amazonas Os Alpes nivellodos o os tufões
Lavaram mais dc vez as lusos quilhas. A' nove fumeganto se curvarem I
Emhaldc cm flexas, dardos convertera Quo no afan to encontrei da sapiência ,
O valente Tamovo estas lloreslos, E das artes o unçao sagrada e bella
A suo independência, e paz, curvou-se A fronte juvenil tombem ornando !
Ao forro o a bombarda lusitana. Porque do turbilbõo das capitães
Conquistando invadiram seus domínios, Tão joven te ousentoste , caro amigo ? I
Domínios cuja posso além remonta
Do uso da linguagem c do lume.
VI.
IV.
Razão cabal na mestra da existência ,
Do reino do Tamoyo , aqui outr'ora, Na existência dos homens encontroste.
Só dc vasos fragmentos testemunham ; Aqui nno ergue a voz a vil calumnia ,
Rude esboço da industria primitiva. Inpudicos tropbeos desenrolando ;
O astro dos Toltccas e dos Incas Nem da intriga cochicha o lábio impuro.
Não transmontou seus raios sapientes Nem o férrea suecure do egoísmo
Além do Chimboraso o do Jorulho. As llores da virlude fana o myrrha.
Desde a infância do mundo no seu leito O ruído das serpes n'estas brenhus ,
Jazeu a rocha immovel, som que o ferro O bramido das onças, e o sibilo
Em templos, cm pyramidcs, em pórticos Que da tromba feroz a Anta despede ;
A sua rija massa avassallasse. E o rufo temeroso d'anc'ra eburnea
O homem primitivo não profana Quo uo bronco caitutú armo a queixada,
A ossadura da terra a ferro e fogo : Tem acentos mais puros, mais suaves,
Elle a vida conhece transitória, Que os hyiiinos lisongeiros e traidores
Seu espaço do berço á sepultura ; Vibrados nos sophitos dos velabros
E os dias desusando na innocencia , Aonde o scepticismo, em basla publica,
Como hum anjo , da campa nos céos s'eleYt Trafica Deos, a pátria e os humanos.
LITTKR ATURA. 30.3
MARIA , díu/Aun..0-0.
FRAI.HE>TO>i *-
Ah! porque recordar caio* Mo fúnebres,
E em tal dia, senhor?
a tladtcado viura.
ilrania em 4 ..rt.- a tm verão; oft-rt>cido
Sr. J. B. L. D. Satiéclial, domor em me-
no lllm. He necessário.
Kratt-
.lie.na, |.r«-r.i.l«nt« un atxio.la.lu <le Ueiieficancia
e./n, cavalluiro da Legüo de lloura, olc.,etc; por
Ia. A. Burgain. ( Marta estremeci; t Vieira prottgut. )
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LITTERATURA. 307
MARIA. VIEIRA.
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lliiiu.t palavra ao lllm. Sv. Bra*r> baseados sobre a falsificação de lactos , argumeu-
tos insidiosos, intentam prejudicar-nos para com
leiro nato. as pessoas que nos não conhecem. A tríplice ai-
liança que ressumbra em todo esse apparato ma-
ligno dá bem a entender a impotência de hum¦
pparecbu no Jornal do Commercio dc 33
Scra algum anti-patriota aquelle que vai bus- Foi dc certo demasiada fineza dos Francezes ,
car o mérito ignorado , que o faz conhecido, para com huma nullidodo,a reprodução do nos-
»o primeiro Irubalho sobre o estado das artes nu
que o ujuda com sacrifícios próprios e o preço-
niia por toda a parte ' Ura.il , em alguns dos seus jornaes; e extraor-
E neste jogo de indignos intrigas nunca iIiimi ..i o mandarem traduzil-u nas gazetas de S.
porque
so fallou nos Brasileiros que tombem alli traba- Petersburgo , Nápoles, Madrid e outras, e «té
Iharom ! mesmo na nossa terra. Seria ainda essa demasia-
Nao foi neiio empreza onde so formou euvul- du fineza que excitou ao autor da Historia dus
tim o actuai occnogrophico do theolro de S. Pe- Cruzadas a nos pedir que fossemos tratar das
dro , que fez o palácio das esmeralda»; e que pin- questões mais transcendentes da arte no congres-
cel in os vigoroso, que loque de estrangeiro en- so europeu , e que disséssemos alguma cousa so-
Ira om comparação com o do Sr. professor Carvalho. bru a architectura religiosa no lirosil! I. do quem
O nosso patrício na sua febre du decomposi- meu patrício pescaríamos dc orelha nossas idéas 1
çflo da verdade falia do prêmio o do gloria ! So Seria das obras escriptos pela sua pena? Ptfru que
houve glorio nao lhe he cila mais caru ao seu tanta indignação, tanta impudencia e tanta li
coração o ser gonba por hum do seu paiz; pois queza. Nao vé o meu compatriota o tristíssimo
para quem será a floria de hum Turco ou de hum papel que representa perante a sua pátria?
Francez; de certo que nao será para o Indosláo Vé, ve: e por isso escondeu o seu nome : co-
ou a Turtaria : cinquoiito ao prêmio, Ueos lhe dé barda , três vezes coborde.
o mesmo o seus resultados em todos os trabalhos Valha-nos ao menos o esquecer-lho do dizer
que einprehender. que tan.hem perseguimos aos nossos patrícios ; mas
Poderia o architecto que decorou o theatro de essa missão elle reserva para si.
S. Januário fazer uquella obra só, e em tno pou- Ilesla-nos a fallar da nossa ausência na expo-
co tempo ? Nuo foi ella executada por artistas siçAo publica de 18,0 para cít. Em 1838 toma-
brasileiros que se crearam de 18)18 para ca, e mos conta da restauração do theatro de S. Pe-
quem os creou nesse gênero de pinluru ? Em- dro dWlcantara , que se abrio ao publico em 7
quanto ao que diz o nosso compatriota que iIla— de setembro dc 1839 ; e lá trabalhamos até abril
qttiassemos a boa fé dos estrangeiros que traba- de 18,0. Ue abril de 18.0 até julho do mesmo
Iharam comnosco , isso só o póde dizer hum ho- anno fizemos hum quadro c alguns retratos pura
mem sem honra , e que quer a toda a prova des- ganhar pão ; porque os lucros do theatro os de-
truir aos outros aquillo que elle nao possue nem sejamos para nossos detractores. Em julho de 18,0
póde dar, u probidade. A collecçao do Despir- fomos encarregados da construcção da varanda
tador está na bildiotlieca publica , e nella se en- para a sagração , e findámos essa commissão em
contra hum documento lirmado por nós, cujo Iim du 18U. Cm 18,:. começámos a preparar
lonleitdo attesta nossa imparcialidade o justiça. a tela para o quadro da sagração, e nesse mes-
Sentiu amargamente o nosso compatriola nAo mo anno demos o projecto do collegio do anjo
poder dizer outro tanto sobre a galeria que nos Custodio , decorámos huma sala que findou cm
mandou construir o governo imperial para a sa- 18,3. No anno passado são tão publicas as com-
.-'ração , e anticipa-se sobre o quadro quo ora missões do quu fomos encarregados, quo escu-
1'xecotamoa, chamando-o decantado. Se o nosso santos fallur nellas.
patrício fosse hum homem entendido na pratica Ora o nosso patrício sabe bem disto tudo ; elle
dus artes, nuo diria semelhantes hlasphemias: huma conhece perfeitamente a marcha de nossa vida ,
pagina de 36 palmos com mais de ICO cabeças e ainda nao contente , o nunca estará , quer
que
nuo se improvisa, mormente quando aquelle possamos produzir alguma cousa para as exposi-
que
a executa he cativo a oulras obrigações , a tra- çóes na academia , tendo exposto tantos traba-
billios que todo o mundo não ignora. lhos ao publico, o trabalhos náo vulgares na vi-
Emquanto aos factos que an.ibipamoi a nos- da de bum artista.
sos detrnclores , emquanto a essa política dos Emquanto ao querer o nosso patrício que os
Iriincczcs para com o unieo pintor brasileiro nossos elogios sejam escriptos com a mesma sin-
que
se achava fio instituto , sim dessas subidas mes- ceridadeda critica, nós lhe agradecemos a ironia :
quiabas, dessas sagacidades achadas na longa pra- cada hum por si se julga.
tica do olíicio de inverter idéus, o cultivar a O nosso crime he grande , sabemos , e deve-
pu-
lavra como meio tle disfarçar d verdade. E os mns ter perseguidores: hc tarde , já
juramos tri-
pintores das oulras nações que lá estavam , por- lhar nossa vida cm oulra estrada : seguimos o
que nao foram encarregados de fazerem o rela- partido contrario do Ueos do mariolismo , a ainda
torio do exposição publica de 1833, temos alguns sentimentos, inteiramente oppostos
pois só o
Brasil poi ser Brasil he que mereceu essfi po- aos dos nossos detractores.
lilica dos Francezes are hoje ? Nós temo; procurado .Ilustrai o paiz com o
[T^^V^T^;
¦¦¦'¦¦ ¦¦¦'¦¦
BELLAS ARTE.*.
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BUUB V. Joio i
mroitrvMT-; rvao iiistobho w) braiil.
A hUtori» apregoa como o chefe da famosa ex- D. João I, foi profundo político , e o. tildei,
evpb.nir |«'la primeira vez o rio «Ias sempre s»*us inti-iitos «lebaixo «bis a|iparencias de
p<«,liç. > para candura a franqueza. Grangeou a» vontath-s de ho-
Amazona» o capitão P-dro Teixeira , e he á «Ile
de meta mai» capazes de#seti reino , militares, i-ccle-
que no attribue pelo maior pari»' a audácia
•temelhantfnavpitaçao. en.tanto que o Verdadeiro siasticos ou jurisconsultos , e sobre tudo ganhou
heróe dc-«a «**panio»a empreza loi Bento Rodri- o animo do» povos , cujo caracter conhecia muito
muito bem. El-ltei se aproveitavu delle fazendo-o por
gui* do Oliveira . lilho dn Pará. que por
«•xpenmentadn n«$*a tSpmk de navegação foi no- MB acçao por meios uccultos e não susjxntos , vm-
*A|eMo seu segundo , e ho a elle
qm- se deve todo «Io a suiTciler «laqui , que elle não parecia ser mais
os povos se serviam
ocultado, porque nio so foi quem preparou que hum instrumento de que
.- e*qui|viu a esquadrilha como que dirigio na i que recebia delles aquellas mesmas ordens . qua
vanguarda todo a navegação até á embocadura do occultatnente dictíira. Com sua prudência conse-
com a firmeza o
rio Paganino, «• dali por terra foi elle o pri- guio a confiança dos prudentes ,
gratidão a dos valerosos, e com a sua generosi-
mei .-o que chegou a Quito , nào tendo feito Tei-
xoira outra cousa senão seguir-lhe os passos. Com dade a da maior parte dos seus.
offi-ito tendo partido a expedição do Pará (1673), Elllei era linin desses poucos homens, que ua.;
dez dias dt'(Kiis amotinaiaiii-se os Índios, que se alteram nas prosperitlatles , nem na má fortuna ,
e sem se ensoberbecer nem abater quando a boa
gu uneciam as canoas è quatro voltaram para He-
l*ti! ; Teixeira dividio i-nlao a esquatlrillia em duas ventura sopra , ou acalma , sabia alTectar a seus
divisões, c deu o commando tia primeira , tpie tempos elevação ou modéstia. Assim mostrando-
devia navegar na vanguarda, à Bento Roílrigues se timido , e dando a entender , que queria sahir
eom ordem de aportar onde conveniente fosse ; do reino , fez com que o nomeassem regente : o
c o mesmo Teixeira tomou o conluiando da se- veio a ser rei promettendo títulos , governos e fa-
gundai q'"' áVfia navegar M-paratla , e com ai- lenda» quando apenas era senhor de huma pe-
guus dias de intervallo. Assim navegou a expc- quena parte do estado. Mas nisto foi sobrc-excel-
dição até que llodrigues chegou á embocadura do lente , c he , que sendo grande mestre na arte da
rio Paganino , onde desembarcou junto a hum dissimulação , nunca usou delia senão em caso de
antigo forte , a deo parte BO commandante Tei- necessidade : e ainda que pudera vingar-se de seus
'.xr-ira
inimigos , a todos perdoou , c ainda aquelles , que
para que ali viesse ter; e como Teixeira se
demorasse , tomou llodrigues a resolução de por- lhe faltaram n fé : porque dizia, que á clcmen-
tir por terra para Quito , onde chegou e assom- cia consolida os governos novos , c confirmava est ¦
bro.i a todos pela novidade e maravilha tia sua seu dito com o que praticava.
navegação e viagem. Pedro Teixeira tendo re- ( Extraindo de hum livro velho ).
ccbtdo a parte do seu segundo, navegou para
o lugar indicado , onde também desembarcou , e
deixando a sua gente em lugar seguro e commodo , DITO DE HENRIQUE IV.
partio com huma escolta pelas pisadas de Rodri»
gue-z até Quito, titule chegou para confirmar a
incrível narração do seu iminediato. Eis mais hu... Aooitselhava-ae hum dia a Henrique IV, rei'
facto Importantíssimo do que foi autor bum íi- tle França, que tomasse vingança de algumas ei-
Iho do Brasil. dades rebeldes ganhadas por assalto ; mas o prin-
cipe respondeu : « A satisfação da vingança não
( K.-.ti ntiitlo ilos iiiuiis fciitos inctlltòs libro .t Wójínphia
brcsileiia. 1 dura mais que bum momento, porém a da cie-
l)v. M. mentia lie eterno, »