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5882-(2) Diário da República, 1.ª série — N.

º 221 — 14 de novembro de 2014

MINISTÉRIO DA SOLIDARIEDADE, EMPREGO processo de alteração do paradigma de relacionamento


E SEGURANÇA SOCIAL existente, deixando o conceito de Estado Tutelar para uma
relação de Estado Parceiro estimulando e apoiando a ati-
vidade desenvolvida, bem como o aparecimento de novas
Decreto-Lei n.º 172-A/2014 e inovadoras respostas sociais.
de 14 de novembro Desta forma, o Programa do XIX Governo Constitucio-
nal assumiu como nuclear a construção de uma relação de
Volvidos 31 anos após a publicação do Decreto-Lei profunda parceria com este setor.
n.º 119/83, de 25 de fevereiro, o setor social e solidário, Nesta senda de parceria e constante diálogo com o setor,
representado pelas misericórdias, instituições de solidarie- o Governo entendeu que seria necessário e fundamental
dade social e mutualidades, vulgo Instituições Particulares que o setor social e solidário adquirisse a sua própria iden-
de Solidariedade Social (IPSS) tem assumido uma posição tidade e o devido reconhecimento legal, tendo avançado
de enorme preponderância no estabelecimento e desen- com a iniciativa legislativa designada por Lei de Bases
volvimento de um conjunto de respostas sociais, em todo da Economia Social. Uma iniciativa que veio capacitar,
o território nacional, alicerçado no quadro axiológico da formalmente, as entidades da economia social dos instru-
solidariedade social e desenvolvendo-se num modelo de mentos necessários para desenvolverem um conjunto de
atuação que é revelador de uma abordagem mais huma- outras iniciativas para além das suas áreas tradicionais de
nista, mais próxima, menos dispendiosa para o Estado e atuação, permitindo-lhes a inovação e o empreendedo-
mais benéfica para os cidadãos. rismo, reforçando o potencial de crescimento do país e
Este setor, ao longo destas três décadas, não só cresceu contribuindo para o reforço da coesão social.
exponencialmente em número de IPSS constituídas, como Desenvolvendo o que se encontra disposto no n.º 4 do
fundamentalmente passou a assumir, na nossa sociedade, artigo 82.º da Constituição, na parte que diz respeito ao
uma importância social e económica de elevado relevo setor cooperativo e económico como setor produtivo, foi
junto das comunidades em que as instituições estão inse- aprovada, por unanimidade, a Lei de Bases da Economia
ridas, por via da sua atuação. Social (Lei n.º 30/2013, de 8 de maio), a qual determi-
Com efeito, a ação de solidariedade social exercida pelas nou a revisão dos regimes jurídicos das entidades por ela
IPSS não se encerra, apenas, no setor da segurança social, abrangidos.
abrangendo igualmente outros domínios, como a saúde, A revisão do estatuto das instituições particulares de
a educação ou, ainda, em áreas em que as necessidades solidariedade social realizada pelo presente decreto-lei
sociais dos indivíduos e das famílias encontram apoio e surge ao abrigo e no desenvolvimento da Lei de Bases da
resposta. Por via da sua proximidade junto da sociedade, Economia Social.
as IPSS têm demonstrado, pela sua ação, possuir capaci- Apesar do Estatuto das Instituições Particulares de So-
dade para responder com elevada eficácia às situações de lidariedade Social, aprovado em anexo ao Decreto-Lei
emergência social e de apoio aos cidadãos em situação de n.º 119/83, de 25 de fevereiro, alterado pelos Decretos-Leis
maior vulnerabilidade. n.os 9/85, de 9 de janeiro, 89/85, de 1 de abril, 402/85, de
A promoção solidária destas mesmas instituições cons- 11 de outubro, e 29/86, de 19 de fevereiro, manter no es-
titui, assim, a raiz da sua ação, assente na capacidade de sencial a sua atualidade, importa reconhecer que as novas
inovação e adaptação, face às respostas sociais necessárias. realidades social e organizacional impõem a reformulação
Importa referir que, para além da importância que o de alguma das suas disposições e a introdução de outras,
setor social e solidário possui no apoio aos cidadãos, as por forma a dotar as instituições assim qualificadas de um
IPSS adquirem uma outra e especial importância na dina- suporte jurídico que permita aprofundar a sua moderniza-
mização das economias locais onde estão implementadas, ção e desenvolvimento.
constituindo-se, assim, como agentes da dita economia Deste modo, as principais propostas de revisão
social. A sua capacidade de dinamização económica e assentam:
social é, hoje, reconhecida e valorizada por todos, desde
logo, pelo peso que possui no emprego em Portugal, cerca Na reformulação da definição de instituições particu-
de 5,5 %, e porque em momentos de crise é uma economia lares de solidariedade social, destacando-se o facto de
que se comporta de forma expansionista e em contraciclo, a sua atuação dever ser pautada pelo cumprimento dos
quando comparado com os outros setores tradicionais da princípios orientadores da economia social, definidos na
economia. Uma economia que é das pessoas, para as pes- Lei n.º 30/2013, de 8 de maio;
soas e que respeita as comunidades. Na clara separação entre os fins principais e instrumen-
É de justiça salientar que, por via de uma iniciativa ino- tais das instituições;
vadora, em termos internacionais, o Governo em parceria Na introdução de normas que possibilitam um controlo
com o Instituto Nacional de Estatística, I. P., desenvolveu mais efetivo dos titulares dos órgãos de administração e
a Conta Satélite da Economia Social, a qual, pela primeira fiscalização;
vez e de forma rigorosa, retratou todo este setor, dando-lhe Na limitação dos mandatos dos presidentes das institui-
uma visibilidade e importância económica que até então ções ou cargos equiparados a três mandatos consecutivos;
não possuía. Hoje, sabemos, em concreto, que este setor Na introdução de regras mais claras para a concretização
possui uma dimensão tão ou mais importante do que ou- da autonomia financeira e orçamental, bem como para o
tros setores tradicionais da nossa economia, não apenas seu equilíbrio técnico e financeiro, tão essencial nos dias
pelo universo de 55 mil organizações que o constituem, que correm.
pelas 227 mil pessoas que emprega, como também por ser
responsável por 5,5 % do emprego remunerado nacional O desafio consiste, agora, em garantir que este novo
e por 2,8 % do Valor Acrescentado Bruto. ciclo da economia social possa assentar em alicerces
Consciente da importância que se reveste este setor o mais sólidos e sustentáveis, do ponto de vista económico-
Governo, desde o início da legislatura, desencadeou um -financeiro, e que sejam salvaguardados os esforços e os
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progressos já realizados. O trabalho entretanto desenvol- celebrada entre a Santa Sé e a República Portuguesa
vido permite afirmar, com segurança, que esse objetivo em 18 de maio de 2004, assumir a forma de Institu-
está a ser alcançado. tos de Organizações ou Instituições da Igreja Católica,
Foi ouvida a União das Misericórdias Portuguesas. designadamente Centros Sociais Paroquiais e Caritas
Foi promovida a audição da Confederação Nacional das Diocesanas e Paroquiais.
Instituições de Solidariedade. 3 — A especificidade de cada uma das formas de or-
Assim: ganização é objeto de regulamentação em secção própria
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- do presente Estatuto.
tituição, o Governo decreta o seguinte: 4 — As instituições referidas no n.º 1 podem agrupar-
-se em:
Artigo 1.º
Objeto a) [Anterior alínea a) do n.º 2];
b) [Anterior alínea b) do n.º 2];
O presente decreto-lei altera o Estatuto das Instituições c) [Anterior alínea c) do n.º 2].
Particulares de Solidariedade Social, aprovado em anexo ao
Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro, alterado pelos Artigo 3.º
Decretos-Leis n.os 9/85, de 9 de janeiro, 89/85, de 1 de
abril, 402/85, de 11 de outubro, e 29/86, de 19 de fevereiro. […]

1 — O princípio da autonomia assenta no respeito


Artigo 2.º da identidade das instituições e na aceitação de que,
Alteração ao Estatuto das Instituições salvaguardado o cumprimento da legislação aplicável,
Particulares de Solidariedade Social exercem as suas atividades por direito próprio e inspi-
Os artigos 1.º a 4.º, 6.º a 11.º, 13.º a 15.º, 17.º a 23.º, 26.º, radas no respetivo quadro axiológico.
27.º, 30.º, 31.º, 34.º a 38.º, 40.º a 42.º, 44.º, 46.º, 48.º, 52.º 2 — […].
a 54.º, 56.º, 58.º, 60.º, 61.º, 62.º, 64.º, 66.º, 68.º, 69.º, 71.º,
76.º, 77.º, 88.º, 89.º, 91.º a 93.º do Estatuto das Instituições Artigo 4.º
Particulares de Solidariedade Social, aprovado em anexo
[…]
ao Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro, alterado
pelos Decretos-Leis n.os 9/85, de 9 de janeiro, 89/85, de 1 — O Estado aceita, apoia e valoriza o contributo
1 de abril, 402/85, de 11 de outubro, e 29/86, de 19 de das instituições na efetivação dos direitos sociais dos
fevereiro, passam a ter a seguinte redação: cidadãos individualmente considerados.
2 — […].
«Artigo 1.º 3 — As instituições podem encarregar-se, mediante
[…] acordos, da gestão de instalações e equipamentos per-
tencentes ao Estado ou às autarquias locais.
1 — São instituições particulares de solidariedade
4 — O apoio do Estado não pode constituir limitação
social, adiante designadas apenas por instituições, as
pessoas coletivas, sem finalidade lucrativa, constituídas ao direito de livre atuação das instituições.
exclusivamente por iniciativa de particulares, com o
propósito de dar expressão organizada ao dever moral Artigo 6.º
de justiça e de solidariedade, contribuindo para a efeti- Respeito pela vontade dos fundadores e adequação
vação dos direitos sociais dos cidadãos, desde que não ao cumprimento da legislação em vigor
sejam administradas pelo Estado ou por outro organismo
público. 1 — A vontade dos fundadores, testadores ou doa-
2 — A atuação das instituições pauta-se pelos prin- dores deve ser sempre respeitada no que diz respeito
cípios orientadores da economia social, definidos na aos fins, meios e encargos constantes do documento
Lei n.º 30/2013, de 8 de maio, bem como pelo regime constitutivo da instituição.
previsto no presente Estatuto. 2 — Os aspetos organizativos e funcionais das insti-
3 — O regime estabelecido no presente Estatuto tuições devem adequar-se à legislação em vigor.
aplica-se subsidiariamente às instituições que se en-
contrem sujeitas a regulamentação especial. Artigo 7.º
[…]
Artigo 2.º
[…]
1 — O registo das instituições particulares de soli-
dariedade social é obrigatório e deve ser efetuado nos
1 — […]: termos regulamentados pelas respetivas portarias.
a) […]; 2 — [Revogado].
b) [Revogada];
c) Associações mutualistas ou de socorros mútuos; Artigo 8.º
d) […]; […]
e) […].
As instituições registadas nos termos regulamentados
2 — Para além das formas referidas no número an- pelas respetivas portarias adquirem automaticamente a
terior, podem as Instituições, nos termos da Concordata natureza de pessoas coletivas de utilidade pública.
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Artigo 9.º efetuar aos restantes órgãos as recomendações que en-


[…]
tenda adequadas com vista ao cumprimento da lei, dos
estatutos e dos regulamentos, e designadamente:
As instituições, suas uniões, federações ou confede-
a) Fiscalizar o órgão de administração da institui-
rações constituem-se e adquirem personalidade jurídica
ção, podendo, para o efeito, consultar a documentação
nos termos do presente Estatuto.
necessária;
b) Dar parecer sobre o relatório e contas do exercício,
Artigo 10.º bem como sobre o programa de ação e orçamento para
[…] o ano seguinte;
c) Dar parecer sobre quaisquer assuntos que os outros
1 — […]. órgãos submetam à sua apreciação;
2 — […]: d) Verificar o cumprimento da lei, dos estatutos e
a) […]; dos regulamentos.
b) A forma jurídica adotada;
c) [Anterior alínea b)]. 2 — Os membros do órgão de fiscalização podem as-
d) [Anterior alínea c)]. sistir às reuniões do órgão de administração quando para
e) A denominação dos órgãos, a sua composição e tal forem convocados pelo presidente deste órgão.
forma de designar os respetivos membros; 3 — Sem prejuízo do disposto no artigo 12.º do
f) As competências e regras de funcionamento dos Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de março, alterado
órgãos; pela Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro, e pelo
g) [Anterior alínea f)]. Decreto-Lei n.º 64/2013, de 13 de maio, e no artigo 2.º
do Decreto-Lei n.º 65/2013, de 13 de maio, o órgão
3 — […]. de fiscalização das instituições pode ser integrado
4 — Os Estatutos das Irmandades das Misericórdias ou assessorado por um revisor oficial de contas ou
designam-se por compromisso, sendo a sua especifici- sociedade de revisores oficiais de contas, sempre que
dade veiculada na secção própria. o movimento financeiro da instituição o justifique.

Artigo 11.º Artigo 15.º


[…] Composição dos órgãos

As alterações dos estatutos das instituições não ca- 1 — Os órgãos de administração e de fiscalização
recem de revestir a forma de escritura pública, desde não podem ser constituídos maioritariamente por tra-
que estejam registadas nos termos das respetivas por- balhadores da instituição.
tarias. 2 — Não podem exercer o cargo de presidente do
órgão de fiscalização trabalhadores da instituição.
Artigo 13.º
Artigo 17.º
[…]
[…]
1 — […]:
1 — Os órgãos de administração e fiscalização são
a) […]; convocados pelos respetivos presidentes, por iniciativa
b) […]; destes, ou a pedido da maioria dos titulares dos órgãos.
c) Assegurar a organização e o funcionamento dos 2 — Os órgãos de administração e de fiscalização só
serviços e equipamentos, nomeadamente elaborando podem deliberar com a presença da maioria dos seus
os regulamentos internos que se mostrem adequados e titulares.
promovendo a organização e elaboração da contabili- 3 — Em caso de vacatura da maioria dos lugares de
dade, nos termos da lei; um órgão, deve proceder-se ao preenchimento das vagas
d) […]; verificadas, no prazo máximo de um mês, nos termos
e) […]; regulados nos estatutos.
f) […]. 4 — Os membros designados para preencherem as
vagas referidas no número anterior apenas completam
2 — As funções de representação podem ser atribu- o mandato.
ídas pelos estatutos a outro órgão ou a algum dos seus 5 — É nulo o voto de um membro sobre assunto que
titulares. diretamente lhe diga respeito e no qual seja interessado,
3 — O órgão de administração pode delegar poderes bem como seu cônjuge, pessoa com quem viva em con-
de representação e administração para a prática de certos dições análogas às dos cônjuges e respetivos ascenden-
atos ou de certas categorias de atos em qualquer dos seus tes e descendentes, bem como qualquer parente ou afim
membros, em profissionais qualificados ao serviço da em linha reta ou no 2.º grau da linha colateral.
instituição, ou em mandatários.
Artigo 18.º
Artigo 14.º
[…]
[…]
1 — […].
1 — Compete ao órgão de fiscalização o controlo 2 — Quando o volume do movimento financeiro ou
e fiscalização da instituição, podendo, nesse âmbito, a complexidade da administração das instituições exi-
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jam a presença prolongada de um ou mais titulares dos Artigo 22.º


órgãos de administração, podem estes ser remunerados,
Deliberações anuláveis
desde que os estatutos assim o permitam, não podendo,
no entanto, a remuneração exceder 4 (quatro) vezes o As deliberações de qualquer órgão contrárias à lei ou
valor do indexante de apoios sociais (IAS) ou, no caso aos estatutos, seja pelo seu objeto, seja em virtude de
das fundações de solidariedade social, pôr em causa o irregularidades havidas na convocação ou no funciona-
cumprimento do disposto na Lei-quadro das Fundações, mento do órgão, são anuláveis, se não forem nulas, nos
aprovada pela Lei n.º 24/2012, de 9 de julho, no respei- termos do artigo anterior.
tante ao limite de despesas próprias.
3 — Não há lugar à remuneração dos titulares dos Artigo 23.º
órgãos de administração sempre que se verifique, por
[…]
via de auditoria determinada pelo membro do Governo
responsável pela área da segurança social, que a insti- 1 — A empreitada de obras de construção ou grande
tuição apresenta cumulativamente dois dos seguintes reparação pertencentes às instituições, devem observar
rácios: o estabelecido no Código dos Contratos Públicos, com
a) Solvabilidade inferior a 50 %; exceção das obras realizadas por administração direta
b) Endividamento global superior a 150 %; até ao montante máximo de 25 mil euros.
c) Autonomia financeira inferior a 25 %; 2 — O disposto no número anterior não se aplica às
d) Rendibilidade líquida da atividade negativa, nos instituições que não recebam apoios financeiros pú-
três últimos anos económicos. blicos.
3 — [Anterior n.º 2].
Artigo 19.º 4 — [Anterior n.º 3].
5 — [Anterior n.º 4].
[…]

Caso os estatutos sejam omissos, a instituição fica Artigo 26.º


obrigada com as assinaturas conjuntas de quaisquer Regime aplicável
3 membros do órgão de administração ou com as assi-
naturas conjuntas do presidente e do tesoureiro, salvo 1 — A fusão, cisão e extinção das instituições obe-
quanto aos atos de mero expediente, em que basta a decem ao regime legal aplicável à forma que revistam
assinatura de um membro do órgão de administração em cada caso.
ou de gestão corrente. 2 — [Revogado].
3 — […].
Artigo 20.º
Responsabilidade dos titulares dos órgãos Artigo 27.º

1 — As responsabilidades dos titulares dos órgãos […]


ao abrigo do presente Estatuto são as definidas nos 1 — Os bens das instituições extintas revertem para
artigos 164.º e 165.º do Código Civil, sem prejuízo das outras instituições particulares de solidariedade social
definidas nos respetivos estatutos das instituições. ou para entidades de direito público que prossigam
2 — Além dos motivos previstos na lei geral, os titu- idênticas finalidades, nos termos das disposições es-
lares dos órgãos ficam exonerados de responsabilidade tatutárias, ou, na sua falta, mediante deliberação dos
se: órgãos competentes.
a) […]; 2 — Não havendo disposição estatutária aplicável,
b) […]. nem deliberação dos órgãos competentes, os bens são
atribuídos, por decisão do membro do Governo res-
Artigo 21.º ponsável pela área da segurança social, a instituições
Elegibilidade
particulares de solidariedade social com sede ou esta-
belecimento no concelho da localização dos bens, ou
1 — São elegíveis para os órgãos sociais das insti- em concelhos limítrofes, preferindo as que prossigam
tuições os associados que, cumulativamente: ações do tipo das exercidas pelas instituições extintas,
a) Estejam no pleno gozo dos seus direitos associa- ou, na sua falta, para entidades de direito público que
tivos; prossigam essas ações.
b) Sejam maiores; 3 — […].
c) Tenham, pelo menos, um ano de vida associativa, 4 — No caso de a instituição extinta ser católica, na
salvo se os estatutos exigirem maior prazo. atribuição dos bens é dada preferência a outra institui-
ção católica.
2 — A inobservância do disposto no número ante- 5 — O disposto no número anterior não se aplica
rior determina a nulidade da eleição do candidato em aos bens afetos a fim especificamente religioso, cuja
causa. atribuição é feita nos termos da Concordata celebrada
3 — [Revogado]. entre a Santa Sé e a República Portuguesa em 18 de
4 — [Revogado]. maio de 2004.
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Artigo 30.º Artigo 35.º


[…] Destituição dos órgãos de administração

1 — As instituições e as entidades de direito público 1 — Quando se verifique a prática reiterada de atos


para as quais reverte o património das instituições ex- ou a omissão sistemática do cumprimento de deveres
tintas sucedem-lhes nos direitos e obrigações, nomea- legais ou estatutários pelo órgão de administração que
damente no que respeita aos beneficiários, mas só res- sejam prejudiciais aos interesses da instituição ou dos
seus beneficiários, podem ser judicialmente destituídos
pondem pelo pagamento das dívidas até ao valor dos
os titulares dos órgãos de administração.
bens que lhes tenham sido atribuídos. 2 — O membro do Governo responsável pela área
2 — […]. da segurança social pode pedir judicialmente a destitui-
3 — O disposto nos números anteriores aplica-se ção do órgão de administração nas seguintes situações:
igualmente às instituições para as quais reverte o pa-
trimónio de outras instituições por efeito de fusão ou a) Por inadequação ao restabelecimento da legalidade
cisão. ou do equilíbrio financeiro da instituição;
b) Por incumprimento dos objetivos programados,
4 — No caso de cisão as garantias dos credores não por motivos imputáveis ao órgão de administração;
devem ser reduzidas, sendo o processo de cisão ante- c) Por se verificarem graves irregularidades no fun-
cedido de parecer do membro do Governo responsável cionamento da instituição ou dificuldades financeiras
pela área da segurança social, ao qual compete verificar que obstem à efetivação dos direitos dos associados e
a existência de credores. utentes;
d) Pela não apresentação das contas do exercício,
Artigo 31.º durante dois anos consecutivos e segundo os procedi-
mentos definidos pelo artigo 14.º-A;
[…]
e) Pela não apresentação e ou não aprovação do pro-
1 — No caso de extinção, é designada uma comissão grama adequado ao restabelecimento da legalidade e do
liquidatária, pela assembleia geral ou pela entidade que equilíbrio financeiro, nos termos previstos nos n.os 4 e 5
decretou a extinção. do artigo 14.º-A;
2 — […]. f) Por se verificar a prática de atos gravemente lesivos
3 — Pelos atos restantes e pelos danos que deles dos direitos dos associados e utentes e da imagem da
instituição.
advenham à instituição respondem solidariamente os
titulares dos órgãos que os praticaram. 3 — As associações, uniões, federações ou confede-
4 — Pelas obrigações que os titulares dos órgãos rações de instituições têm legitimidade para requerer ao
contraírem a instituição só responde perante terceiros ministério responsável pela área da segurança social que
se estes estiverem de boa-fé e à extinção da instituição promova o pedido judicial de destituição do órgão de
não tiver sido dada a devida publicidade. administração, se tiverem conhecimento de factos im-
putáveis a instituições suscetíveis de integrar o disposto
Artigo 34.º na alínea f) do número anterior.
4 — [Anterior n.º 3].
[…]

1 — O Estado, através dos seus órgãos e serviços Artigo 36.º


competentes, nos termos da lei geral, exerce os poderes Procedimento cautelar
de inspeção, auditoria e fiscalização sobre as instituições
incluídas no âmbito de aplicação do presente Estatuto, 1 — Quando se verifique a necessidade urgente de
salvaguardar interesses dos beneficiários, da instituição
podendo para o efeito ordenar a realização de inquéritos,
ou do Estado, pode o Ministério Público requerer, com
sindicâncias e inspeções. dependência do procedimento referido no artigo 35.º-A,
2 — Os poderes de fiscalização são exercidos pelos a suspensão dos órgãos sociais obrigatórios e a nomea-
serviços competentes do ministério responsável pela ção de um administrador judicial.
área da segurança social, nos exatos termos definidos 2 — A este procedimento são aplicáveis as disposi-
nos respetivos estatutos, por forma a garantir o efetivo ções da lei processual civil sobre procedimentos cautela-
cumprimento dos seus objetivos no respeito pela lei. res comuns, com exceção das respeitantes à substituição
3 — Para além da notificação em sede de audiência por caução.
prévia, nos termos do Código do Procedimento Admi-
nistrativo, os serviços competentes devem comunicar Artigo 37.º
ao órgão de administração da instituição os resultados Encerramento administrativo dos estabelecimentos
das ações de fiscalização e de inspeção desenvolvidas,
1 — As entidades competentes para a fiscalização e
incluindo as recomendações adequadas à supressão das
inspeção das instituições podem determinar o encerra-
irregularidades e deficiências verificadas. mento de estabelecimentos ou serviços das instituições,
4 — Os mecanismos adequados à articulação entre quando se comprove que o seu funcionamento decorre
o ministério responsável pela área da segurança social de modo ilegal ou quando apresentam graves condi-
e os outros Ministérios são definidos por portaria dos ções de insalubridade, inadequação das instalações, ou
respetivos membros do Governo, com competência deficientes condições de segurança, higiene e conforto
para o efeito. dos beneficiários.
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2 — Para a efetivação do encerramento nos termos conformar-se com as disposições aplicáveis do presente
do número anterior, podem as entidades competentes Estatuto.
para a fiscalização e inspeção das instituições solicitar
a intervenção das autoridades administrativas e policiais Artigo 48.º
competentes. […]

Artigo 38.º Os poderes da Autoridade Eclesiástica são os que


resultam das disposições da Concordata celebrada entre
[…]
a Santa Sé e a República Portuguesa em 18 de maio de
1 — Para garantir a continuidade das respostas so- 2004, nos precisos termos constantes do artigo 44.º
ciais, pode o membro do Governo responsável pela
área da segurança social requisitar, sem prejuízo dos Artigo 52.º
direitos de terceiro sobre tais bens, os bens afetos às Natureza e fins
atividades das instituições para serem utilizados com o
mesmo fim e na mesma área por outras instituições ou 1 — As associações de solidariedade social são
por serviços oficiais, quando as instituições se extingam pessoas coletivas de tipo associativo constituídas com
ou suspendam o exercício de atividades e se verifique os objetivos previstos no artigo 1.º e que reúnem os
que os beneficiários são por esse motivo gravemente demais requisitos estabelecidos no presente Estatuto
prejudicados. para a qualificação como instituições particulares de
2 — […]. solidariedade social.
2 — Os objetivos das associações de solidariedade
Artigo 40.º social concretizam-se mediante a concessão de bens
ou a promoção de serviços e a realização de iniciati-
[…] vas enquadráveis no âmbito material de atuação do
As organizações e instituições religiosas que, para artigo 1.º-A.
além dos fins religiosos, se proponham exercer ativi- 3 — [Revogado].
dades enquadráveis no artigo 1.º ficam sujeitas, quanto
ao exercício destas atividades, ao regime estabelecido Artigo 53.º
no presente Estatuto. Constituição

Artigo 41.º 1 — As associações de solidariedade social adquirem


personalidade jurídica no ato de constituição.
[…] 2 — O ato de constituição deve constar de escritura
Os institutos de solidariedade social de organizações pública ou ato equivalente.
religiosas são pessoas coletivas instituídas e mantidas 3 — Para além do disposto no artigo 10.º, o ato de
por organizações ou instituições religiosas com os ob- constituição deve especificar:
jetivos previstos no artigo 1.º, bem como os demais a) [Anterior alínea a) do n.º 3 do artigo 52.º];
requisitos estabelecidos no presente Estatuto. b) [Anterior alínea b) do n.º 3 do artigo 52.º];
c) [Anterior alínea c) do n.º 3 do artigo 52.º];
Artigo 42.º d) [Anterior alínea d) do n.º 3 do artigo 52.º].
Estatutos
4 — [Anterior corpo do artigo].
1 — Os estatutos dos institutos abrangidos pela pre-
sente secção devem consignar a sua ligação específica Artigo 54.º
à organização religiosa fundadora e conformar-se com
[...]
as disposições aplicáveis do presente Estatuto.
2 — As funções do órgão de fiscalização podem ser Dos estatutos das associações devem constar, para
atribuídas pelos estatutos à entidade fundadora. além das matérias referidas nos artigos 10.º e 53.º, as
condições de admissão e saída dos associados, os seus
Artigo 44.º direitos e obrigações e as sanções pelo não cumprimento
[…]
dessas obrigações.

A aplicação das disposições do presente Estatuto às Artigo 56.º


instituições da Igreja Católica é feita com respeito pelas
[…]
disposições da Concordata celebrada entre a Santa Sé e
a República Portuguesa em 18 de maio de 2004. 1 — O direito de voto efetiva-se mediante a atribui-
ção de um voto a cada associado.
Artigo 46.º 2 — Gozam de capacidade eleitoral ativa os associa-
[…]
dos com, pelo menos, um ano de vida associativa, salvo
se os estatutos exigirem prazo superior.
1 — [Revogado]. 3 — [Anterior n.º 2].
2 — [Revogado]. 4 — Os estatutos podem admitir o voto por corres-
3 — Os estatutos devem consignar a natureza da pondência, sob condição de o seu sentido ser expres-
instituição e a sua ligação específica à Igreja Católica e samente indicado em relação ao ponto ou pontos da
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ordem de trabalhos e devendo definir a forma de reco- vocatória, salvo se estiverem presentes ou devidamente
nhecimento da assinatura do associado. representados todos os associados no pleno gozo dos
seus direitos e todos concordarem com o aditamento.
Artigo 58.º 2 — As deliberações da assembleia geral são toma-
[…] das por maioria simples de votos, não se contando as
abstenções.
1 — […]: 3 — É exigida maioria qualificada de, pelo menos,
a) […]; dois terços dos votos expressos na aprovação das ma-
b) […]; térias constantes das alíneas e), f) e g) do n.º 1 do ar-
c) […]; tigo 58.º, podendo os estatutos exigir um número de
d) […]; votos superior.
e) […]; 4 — No caso da alínea e) do n.º 1 do artigo 58.º, a dis-
f) […]; solução não tem lugar se, pelo menos, o número mínimo
g) […]; de membros referido no artigo 53.º se declarar disposto
h) [Revogada]. a assegurar a permanência da associação, qualquer que
seja o número de votos contra.
2 — Os estatutos podem prever outras formas de
designação dos membros dos órgãos de administração e Artigo 64.º
de fiscalização, desde que a maioria de cada um desses
[…]
órgãos seja eleita pela assembleia geral.
1 — Se a assembleia geral convocada para eleições
Artigo 60.º nos termos do artigo anterior as não realizar na data ou
[…] no prazo que lhe tenham sido marcados, é possível re-
correr a Tribunal Arbitral, o qual nomeia uma comissão
1 — A assembleia geral é convocada com, pelo me- provisória de gestão com a competência dos titulares
nos, 15 dias de antecedência, pelo presidente da mesa dos órgãos de administração estatutários.
ou pelo seu substituto. 2 — […].
2 — A convocatória é afixada na sede da associação
e é também feita pessoalmente, por meio de aviso postal Artigo 66.º
expedido para cada associado.
3 — Independentemente das convocatórias, é dada […]
publicidade à realização das assembleias gerais nas edi- 1 — […].
ções da associação, no sítio institucional da instituição
2 — As associações de solidariedade social podem
e em aviso afixado em locais de acesso ao público nas
instalações e estabelecimentos da associação, bem como ainda ser extintas por decisão do Tribunal Arbitral nas
através de anúncio publicado nos dois jornais de maior seguintes situações:
circulação da área onde se situe a sede. a) […];
4 — Da convocatória deve constar o dia, a hora, o b) […];
local e a ordem de trabalhos da reunião. c) […];
5 — Desde que contemplada nos estatutos, a convo- d) […];
catória da assembleia geral pode também ser efetuada e) […].
através de correio eletrónico.
6 — Os documentos referentes aos diversos pontos Artigo 68.º
da ordem de trabalhos devem estar disponíveis para
consulta na sede e no sítio institucional da associação, […]
logo que a convocatória seja expedida, por meio de 1 — As irmandades da Misericórdia ou santas casas
aviso postal, para os associados. da Misericórdia são associações reconhecidas na ordem
jurídica canónica, com o objetivo de satisfazer carências
Artigo 61.º
sociais e de praticar atos de culto católico, de harmonia
[…] com o seu espírito tradicional, informado pelos princí-
1 — A assembleia geral reúne à hora marcada na pios de doutrina e moral cristãs.
convocatória, se estiver presente mais de metade dos 2 — […].
associados com direito de voto, ou 30 minutos depois,
com qualquer número de presenças, salvo se os estatutos Artigo 69.º
dispuserem de outro modo. […]
2 — [Revogado].
3 — […]. 1 — Às irmandades da Misericórdia aplica-se direta-
mente o regime jurídico previsto no presente Estatuto,
Artigo 62.º sem prejuízo dos termos do Compromisso estabele-
cido entre a União das Misericórdias Portuguesas e a
[…]
Conferência Episcopal, ou documento bilateral que o
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 22.º, são substitua.
anuláveis todas as deliberações tomadas sobre matérias 2 — […].
que não constem da ordem de trabalhos fixada na con- 3 — […].
Diário da República, 1.ª série — N.º 221 — 14 de novembro de 2014 5882-(9)

Artigo 71.º Artigo 92.º


[…] […]

1 — As irmandades da Misericórdia podem ser ex- As federações são agrupamentos de instituições que
tintas nas condições previstas para as associações de prossigam atividades congéneres ou afins.
solidariedade social.
2 — Os bens das irmandades extintas têm o destino Artigo 93.º
que resultar da aplicação dos artigos 27.º, 28.º, e 29.º, Confederações
mas na sua atribuição é dada preferência, quanto pos-
sível, a outra irmandade da Misericórdia e em cumpri- 1 — As confederações são agrupamentos, a nível
mento do Compromisso e Decreto Geral Interpretativo nacional, de uniões e federações de instituições.
de maio de 2011, subscrito pela União das Misericórdias 2 — Os estatutos das confederações podem prever
Portuguesas e a Conferência Episcopal, ou de docu- que nelas se inscrevam diretamente as instituições que
não pertençam a qualquer união ou federação.»
mento bilateral que o substitua.
3 — […].
Artigo 3.º
Artigo 76.º Aditamento ao Estatuto das Instituições
Particulares de Solidariedade Social
[…]
São aditados ao Estatuto das Instituições Particulares de
As associações mutualistas regem-se pelas disposi- Solidariedade Social, aprovado em anexo ao Decreto-Lei
ções constantes de legislação especial e, subsidiaria- n.º 119/83, de 25 de fevereiro, alterado pelos Decretos-Leis
mente, pelas disposições do presente Estatuto. n.os 9/85, de 9 de janeiro, 89/85, de 1 de abril, 402/85, de
11 de outubro, e 29/86, de 19 de fevereiro, os artigos 1.º-A,
Artigo 77.º 1.º-B, 4.º-A, 4.º-B, 14.º-A, 15.º-A, 21.º-A a 21.º-D, 35.º-A,
[…]
35.º-B, 38.º-A, 59.º-A, 59.º-B, 61.º-A, 64.º-A a 64.º-C,
77.º-A e 93.º-A, com a seguinte redação:
Para poderem ser registadas como instituições par-
ticulares de solidariedade social, as fundações devem «Artigo 1.º-A
ser instituídas com o propósito definido no artigo 1.º Fins e atividades principais
e com os fins principais enquadráveis no elenco do
artigo 1.º-A. Os objetivos referidos no artigo anterior concretizam-
-se mediante a concessão de bens, prestação de serviços
Artigo 88.º e de outras iniciativas de promoção do bem-estar e
qualidade de vida das pessoas, famílias e comunidades,
Formas de agrupamentos e objetivos nomeadamente nos seguintes domínios:
1 — [Anterior corpo do artigo]. a) Apoio à infância e juventude, incluindo as crianças
2 — As uniões, federações e confederações podem e jovens em perigo;
desenvolver quaisquer das atividades previstas nos ar- b) Apoio à família;
tigos 1.º-A e 1.º-B. c) Apoio às pessoas idosas;
d) Apoio às pessoas com deficiência e incapacidade;
Artigo 89.º e) Apoio à integração social e comunitária;
[…] f) Proteção social dos cidadãos nas eventualidades
da doença, velhice, invalidez e morte, bem como em
1 — […]. todas as situações de falta ou diminuição de meios de
2 — [Revogado]. subsistência ou de capacidade para o trabalho;
3 — […]. g) Prevenção, promoção e proteção da saúde, nomea-
4 — As uniões, federações e confederações devem damente através da prestação de cuidados de medicina
enviar anualmente ao membro do Governo responsá- preventiva, curativa e de reabilitação e assistência me-
vel pela área da segurança social o relatório e contas dicamentosa;
do exercício findo e prestar as informações que lhe h) Educação e formação profissional dos cidadãos;
forem solicitadas, sem prejuízo das demais obrigações i) Resolução dos problemas habitacionais das po-
decorrentes dos acordos ou protocolos celebrados com pulações;
o Estado e das normas que lhes sejam aplicáveis. j) Outras respostas sociais não incluídas nas alíneas
anteriores, desde que contribuam para a efetivação dos
Artigo 91.º direitos sociais dos cidadãos.
[…] Artigo 1.º-B
As uniões são agrupamentos de instituições: Fins secundários e atividades instrumentais
a) Que revistam forma idêntica; 1 — As instituições podem também prosseguir de
b) Que atuem na mesma área geográfica; modo secundário outros fins não lucrativos, desde que
c) Cujo regime específico de constituição o justi- esses fins sejam compatíveis com os fins definidos no
fique. artigo anterior.
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2 — As instituições podem ainda desenvolver ativi- bro do Governo responsável pela área da segurança
dades de natureza instrumental relativamente aos fins social, com a faculdade de delegação, em órgãos de or-
não lucrativos, ainda que desenvolvidos por outras en- ganismos públicos especializados para o efeito, quando
tidades por elas criadas, mesmo que em parceria e cujos a natureza técnica das matérias o justifique.
resultados económicos contribuam exclusivamente para
o financiamento da concretização daqueles fins. Artigo 15.º-A
3 — O regime estabelecido no presente Estatuto não
Incompatibilidade
se aplica às instituições em tudo o que diga respeito
exclusivamente aos fins secundários e às atividades Nenhum titular do órgão de administração pode ser
instrumentais desenvolvidas por aquelas. simultaneamente titular de órgão de fiscalização e ou
4 — O disposto no número anterior não prejudica a da mesa da assembleia geral.
competência dos serviços com funções de fiscalização
ou de inspeção para a verificação da natureza secundária Artigo 21.º-A
ou instrumental das atividades desenvolvidas e para a
Não elegibilidade
aplicação do regime contraordenacional adequado ao
efeito. 1 — Os titulares dos órgãos não podem ser reeleitos
ou novamente designados se tiverem sido condenados
Artigo 4.º-A em processo judicial por sentença transitada em julgado,
Acordos de cooperação com o Estado em Portugal ou no estrangeiro, por crime doloso contra
o património, abuso de cartão de garantia ou de crédito,
As instituições ficam obrigadas ao cumprimento das usura, insolvência dolosa ou negligente, apropriação
cláusulas dos acordos de cooperação que vierem a ce- ilegítima de bens do setor público ou não lucrativo,
lebrar com o Estado. falsificação, corrupção e branqueamento de capitais,
salvo se, entretanto, tiver ocorrido a extinção da pena.
Artigo 4.º-B 2 — Esta incapacidade verifica-se quanto à reeleição
Cooperação entre instituições ou nova designação para os órgãos da mesma institui-
ção ou de outra instituição particular de solidariedade
1 — As instituições podem estabelecer entre si social.
formas de cooperação que visem, designadamente, a
utilização comum de serviços ou equipamentos e o Artigo 21.º-B
desenvolvimento de ações de solidariedade social, de
responsabilidade igualmente comum ou em regime de Impedimentos
complementaridade. 1 — Os titulares dos órgãos não podem votar em as-
2 — A cooperação entre as instituições concretiza-se suntos que diretamente lhes digam respeito, ou nos quais
por iniciativa destas ou por intermédio das organizações sejam interessados os respetivos cônjuges ou pessoa
de uniões, federações ou confederações. com quem vivam em condições análogas às dos côn-
juges, ascendentes, descendentes ou qualquer parente
Artigo 14.º-A ou afim em linha reta ou no 2.º grau da linha colateral.
Contas do exercício 2 — Os titulares dos órgãos de administração não
podem contratar direta ou indiretamente com a institui-
1 — As contas do exercício das instituições obede- ção, salvo se do contrato resultar manifesto benefício
cem ao Regime da Normalização Contabilística para as para a instituição.
entidades do setor não lucrativo legalmente aplicável 3 — Os titulares dos órgãos não podem exercer ati-
e são aprovadas pelos respetivos órgãos nos termos vidade conflituante com a atividade da instituição onde
estatutários. estão inseridos, nem integrar corpos sociais de entidades
2 — As contas do exercício são publicitadas obriga- conflituantes com os da instituição, ou de participadas
toriamente no sítio institucional eletrónico da instituição desta.
até 31 de maio do ano seguinte a que dizem respeito. 4 — Para efeitos do disposto no número anterior,
3 — As contas devem ser apresentadas, dentro dos considera-se que existe uma situação conflituante:
prazos estabelecidos, ao órgão competente para a veri-
ficação da sua legalidade. a) Se tiver interesse num determinado resultado ile-
4 — O órgão competente comunica às instituições os gítimo, num serviço ou numa transação efetuada;
resultados da verificação da legalidade das contas. b) Se obtiver uma vantagem financeira ou benefício
5 — Na falta de cumprimento do disposto no n.º 3, de outra natureza que o favoreça.
o órgão competente pode determinar ao órgão de ad-
ministração que apresente um programa adequado ao Artigo 21.º-C
restabelecimento da legalidade e do equilíbrio finan- Mandato dos titulares dos órgãos
ceiro, a submeter à sua aprovação.
6 — Caso o programa referido no número anterior 1 — A duração dos mandatos dos órgãos é de quatro
não seja apresentado ou não seja aprovado, o órgão anos.
competente pode requerer judicialmente a destituição 2 — Os titulares dos órgãos mantêm-se em funções
do órgão de administração, nos termos previstos nos até à posse dos novos titulares.
artigos 35.º e 35.º-A. 3 — O exercício do mandato dos titulares dos órgãos
7 — Para efeitos do disposto no presente artigo, os só pode ter início após a respetiva tomada de posse, sem
poderes do órgão competente são exercidos pelo mem- prejuízo do disposto no n.º 5.
Diário da República, 1.ª série — N.º 221 — 14 de novembro de 2014 5882-(11)

4 — A posse é dada pelo presidente cessante da mesa 3 — O mandato da comissão provisória de gestão tem
da assembleia geral e deve ter lugar até ao 30.º dia pos- a duração de um ano, prorrogável até três anos.
terior ao da eleição. 4 — Durante esse período ficam suspensos quer o
5 — Caso o presidente cessante da mesa da assem- funcionamento, quer as competências dos restantes ór-
bleia geral não confira a posse até ao 30.º dia posterior gãos sociais obrigatórios.
ao da eleição, os titulares eleitos pela assembleia geral 5 — Antes do termo das suas funções, a comissão
entram em exercício independentemente da posse, salvo deve providenciar no sentido da designação dos titu-
se a deliberação de eleição tiver sido suspensa por pro- lares dos órgãos sociais da instituição, incluindo os
cedimento cautelar.
novos membros do órgão de administração, nos termos
6 — O presidente da instituição ou cargo equiparado
só pode ser eleito para três mandatos consecutivos. estatutários.
7 — A inobservância do disposto no presente artigo
determina a nulidade da eleição. Artigo 38.º-A
Delegação de competências
Artigo 21.º-D
O membro do Governo responsável pela área da
Deliberações nulas segurança social pode atribuir a organismos públicos
1 — São nulas as deliberações: especializados o desempenho de parte das suas funções,
quando a natureza técnica das matérias o justifique.
a) Tomadas por um órgão não convocado, salvo se
todos os seus titulares tiverem estado presentes ou re-
presentados ou tiverem posteriormente dado, por escrito, Artigo 59.º-A
o seu assentimento à deliberação; Sessões ordinárias
b) Cujo conteúdo contrarie normas legais impera-
tivas; A assembleia geral reúne em sessão ordinária:
c) Que não estejam integradas e totalmente reprodu- a) No final de cada mandato, até final do mês de
zidas na respetiva ata. dezembro, para a eleição dos titulares dos órgãos as-
sociativos;
2 — Para efeitos do disposto na alínea a) do número b) Até 31 de março de cada ano para aprovação do
anterior, não se considera convocado o órgão quando o
relatório e contas de exercício do ano anterior e do
aviso convocatório seja assinado por quem não tenha
parecer do órgão de fiscalização;
essa competência ou quando dele não constem o dia,
hora e local da reunião, ou quando reúnam em dia, hora c) Até 30 de novembro de cada ano, para apreciação
ou local diverso dos constantes do aviso. e votação do programa de ação e do orçamento para o
ano seguinte e do parecer do órgão de fiscalização.
Artigo 35.º-A
Artigo 59.º-B
Procedimento judicial em caso de destituição
dos órgãos de administração Sessões extraordinárias
1 — Nos casos previstos no artigo anterior, observa- 1 — Salvo se os estatutos dispuserem de outro modo,
-se o seguinte: a assembleia geral reúne extraordinariamente quando
a) O Ministério Público especifica os factos que justi- convocada pelo presidente da mesa da assembleia ge-
ficam o pedido, oferecendo logo a prova, e os membros ral, por iniciativa deste, a pedido do órgão executivo
do órgão de administração constituídos arguidos são ou do órgão de fiscalização ou a requerimento de, no
citados para contestar; mínimo, 10 % do número de sócios no pleno gozo dos
b) O juiz decide a final e, em caso de deferimento, seus direitos.
deve nomear uma comissão provisória de gestão, pro- 2 — A reunião deve realizar-se no prazo máximo
posta pelo Ministério Público. de 30 dias a contar da data da receção do pedido ou
requerimento.
2 — São aplicáveis a este procedimento as normas
que regulam os processos de jurisdição voluntária, em Artigo 61.º-A
especial o processo de suspensão e destituição de ór-
gãos sociais, previsto no artigo 1055.º do Código de Mesa da assembleia geral
Processo Civil. 1 — Os trabalhos da assembleia geral são dirigidos
por uma mesa, constituída, pelo menos, por três mem-
Artigo 35.º-B
bros, um dos quais é o presidente.
Comissão provisória de gestão 2 — Nenhum titular dos órgãos de administração ou
1 — A comissão provisória de gestão a que se refere de fiscalização pode ser membro da mesa da assembleia
o artigo anterior é constituída de preferência por asso- geral.
ciados e tem a competência do órgão de administração. 3 — Na falta de qualquer dos membros da mesa da
2 — Nas situações de instituições que não possuem assembleia geral, compete a esta eleger os respetivos
associados, a comissão provisória de gestão é composta substitutos de entre os associados presentes, os quais
por um administrador judicial. cessam as suas funções no termo da reunião.
5882-(12) Diário da República, 1.ª série — N.º 221 — 14 de novembro de 2014

Artigo 64.º-A b) A subsecção II da secção II do capítulo I passa a


Assembleia de representantes
denominar-se «Dos órgãos das instituições»;
c) A subsecção IV da secção II do capítulo I passa a
Os estatutos das associações podem prever quais as denominar-se «Da fusão, cisão e extinção das institui-
funções da assembleia geral que podem ser exercidas por ções»;
uma assembleia de representantes eleitos pelos associados. d) A secção IV do capítulo III passa a denominar-se
«Das associações mutualistas»;
Artigo 64.º-B e) O capítulo IV passa a denominar-se «Das uniões,
Elegibilidade dos representantes
federações e confederações»;
f) O artigo 55.º passa a ter a seguinte epígrafe: «Direitos
1 — São elegíveis para a assembleia de representan- e deveres dos associados».
tes, os associados efetivos que cumulativamente:
a) Estejam no pleno gozo dos seus direitos associativos; Artigo 5.º
b) Sejam maiores; Normas transitórias e finais
c) Tenham, pelo menos, um ano de vida associativa,
1 — As alterações introduzidas pelo presente decreto-lei
salvo se os estatutos exigirem maior prazo.
ao Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade
Social, aprovado em anexo ao Decreto-Lei n.º 119/83, de
2 — A inobservância do disposto no número ante-
25 de fevereiro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 9/85 de 9
rior determina a nulidade da eleição do candidato em
de janeiro, 89/85 de 1 de abril, 402/85 de 11 de outubro, e
causa.
29/86 de 19 de fevereiro, aplicam-se às instituições parti-
culares de solidariedade social atualmente existentes, com
Artigo 64.º-C ressalva do limite estabelecido no n.º 6 do artigo 21.º-C do
Mandato dos representantes mesmo Estatuto, que não abrange os mandatos já exercidos
ou os que estão em curso.
1 — O mandato dos representantes é de quatro anos,
2 — Todos os mandatos dos titulares dos órgãos que se
renovável, não podendo exceder 12 anos consecutivos.
iniciem após a entrada em vigor do presente decreto-lei
2 — Em caso de impedimento definitivo do exercício
ficam sujeitos ao disposto no artigo 21.º-C do Estatuto das
de funções de qualquer dos representantes, é chamado
Instituições Particulares de Solidariedade Social, aprovado
ao preenchimento da vaga o candidato inscrito, ainda
em anexo ao Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro,
que como suplente, na mesma lista pela qual foi eleito
alterado pelos Decretos-Leis n.os 9/85 de 9 de janeiro, 89/85
o titular a substituir e pela respetiva ordem.
de 1 de abril, 402/85 de 11 de outubro, e 29/86 de 19 de
fevereiro, com a redação dada pelo presente decreto-lei,
Artigo 77.º-A o qual prevalece sobre os estatutos das instituições parti-
Regime aplicável culares de solidariedade social.
3 — O disposto no artigo 45.º do Estatuto das Insti-
1 — As fundações de solidariedade social regem-se
tuições Particulares de Solidariedade Social, aprovado
pelo disposto na Lei-quadro das Fundações, aprovada
em anexo ao Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro,
pela Lei n.º 24/2012, de 9 de julho, e, subsidiariamente,
alterado pelos Decretos-Leis n.os 9/85 de 9 de janeiro, 89/85
pelas disposições do presente Estatuto.
de 1 de abril, 402/85 de 11 de outubro, e 29/86 de 19 de
2 — O disposto no capítulo I do presente Estatuto
fevereiro, mantém-se em vigor até à entrada em vigor da
é aplicável às fundações de solidariedade social, com
legislação relativa ao Registo de Pessoas Jurídicas Ca-
exceção dos artigos 10.º, 12.º, 13.º, 20.º, 21.º e 21.º-C.
nónicas.
4 — No prazo máximo de um ano após a entrada em
Artigo 93.º-A
vigor do presente decreto-lei, as instituições particulares de
Convenções coletivas de trabalho solidariedade social, sob pena de perderem a qualificação
como instituições particulares de solidariedade social e o
As uniões, federações e confederações podem, que-
respetivo registo ser cancelado, ficam obrigadas a adequar
rendo, ser consideradas entidades com capacidade para
os seus estatutos ao disposto no Estatuto das Instituições
negociação de convenções coletivas de trabalho apli-
Particulares de Solidariedade Social, aprovado em anexo
cáveis às instituições nelas filiadas e aos trabalhadores
ao Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro, alterado
representados pelas associações sindicais outorgantes.»
pelos Decretos-Leis n.os 9/85 de 9 de janeiro, 89/85 de 1 de
abril, 402/85 de 11 de outubro, e 29/86 de 19 de fevereiro,
Artigo 4.º
com a redação dada pelo presente decreto-lei.
Alterações sistemáticas 5 — A adequação dos estatutos das instituições parti-
culares de solidariedade social efetua-se por deliberação
São introduzidas as seguintes alterações à organização
dos órgãos competentes, tomada por maioria simples dos
sistemática do Estatuto das Instituições Particulares de
votos, sem contar as abstenções, vencendo, no caso de
Solidariedade Social, aprovado em anexo ao Decreto-Lei
haver várias propostas, aquela que tiver a seu favor maior
n.º 119/83, de 25 de fevereiro, alterado pelos Decretos-Leis
número de votos.
n.os 9/85 de 9 de janeiro, 89/85 de 1 de abril, 402/85 de 11
6 — O disposto no Estatuto das Instituições Particulares
de outubro, e 29/86 de 19 de fevereiro:
de Solidariedade Social, aprovado em anexo ao Decreto-
a) A secção II do capítulo I passa a denominar-se «Da -Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro, alterado pelos Decretos-
criação, da organização interna e da extinção das insti- -Leis n.os 9/85 de 9 de janeiro, 89/85 de 1 de abril, 402/85
tuições»; de 11 de outubro, e 29/86 de 19 de fevereiro, com a redação
Diário da República, 1.ª série — N.º 221 — 14 de novembro de 2014 5882-(13)

dada pelo presente decreto-lei, prevalece sobre os estatutos ANEXO


das instituições particulares de solidariedade social refe-
ridas no n.º 4 que, decorrido o prazo aí mencionado, não (a que se refere o artigo 7.º)
tenham sido revistos e adaptados, se necessário.
7 — As associações de voluntários de ação social atual- Republicação do Decreto-Lei n.º 119/83,
de 25 de fevereiro
mente existentes, nos termos dos artigos 72.º a 75.º do
Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade
Social, aprovado em anexo ao Decreto-Lei n.º 119/83, de Artigo 1.º
25 de fevereiro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 9/85 de É aprovado o Estatuto das Instituições Particulares de
9 de janeiro, 89/85 de 1 de abril, 402/85 de 11 de outubro, Solidariedade Social, que vai anexo a este diploma.
e 29/86 de 19 de fevereiro, e como tal registadas deixam
de ter essa qualificação, passando a ser qualificadas como Artigo 2.º
associações de solidariedade social, de acordo com o ar-
tigo 52.º do mesmo Estatuto. O Estatuto não é aplicável à Santa Casa da Misericórdia
de Lisboa.
Artigo 6.º
Artigo 3.º
Norma revogatória
A aplicação do Estatuto nas Regiões Autónomas dos
São revogados: Açores e da Madeira é determinada, com as adaptações
a) A subsecção III da secção II do capítulo I e a secção III necessárias, em diplomas adequados dos respetivos Go-
do capítulo III do Estatuto das Instituições Particulares de vernos Regionais.
Solidariedade Social, aprovado em anexo ao Decreto-Lei
n.º 119/83, de 25 de fevereiro, alterado pelos Decretos-Leis ESTATUTO DAS INSTITUIÇÕES PARTICULARES
n.os 9/85, de 9 de janeiro, 89/85, de 1 de abril, 402/85, de DE SOLIDARIEDADE SOCIAL
11 de outubro, e 29/86, de 19 de fevereiro;
b) A alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º, o n.º 2 do artigo 7.º, CAPÍTULO I
os n.os 3 e 4 do artigo 21.º, o artigo 24.º, o n.º 1 do ar-
tigo 25.º, o n.º 2 do artigo 26.º, os artigos 33.º e 39.º, os Das instituições particulares
n.os 1 e 2 do artigo 46.º, o artigo 47.º, os artigos 49.º a 51.º, de solidariedade social em geral
o n.º 3 do artigo 52.º, o artigo 57.º, a alínea h) do n.º 1 do
artigo 58.º, os n.os 2 e 3 do artigo 59.º, o n.º 2 do artigo 61.º, SECÇÃO I
os artigos 72.º a 75.º, 78.º a 87.º, o n.º 2 do artigo 89.º, e os
artigos 94.º a 96.º do Estatuto das Instituições Particulares Disposições gerais
de Solidariedade Social, aprovado em anexo ao Decreto-
-Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro, alterado pelos Decretos- Artigo 1.º
-Leis n.os 9/85 de 9 de janeiro, 89/85 de 1 de abril, 402/85 Definição
de 11 de outubro, e 29/86 de 19 de fevereiro.
1 — São instituições particulares de solidariedade so-
Artigo 7.º cial, adiante designadas apenas por instituições, as pessoas
coletivas, sem finalidade lucrativa, constituídas exclusiva-
Republicação mente por iniciativa de particulares, com o propósito de
1 — É republicado, em anexo ao presente decreto-lei, dar expressão organizada ao dever moral de justiça e de
do qual faz parte integrante, o Decreto-Lei n.º 119/83, de solidariedade, contribuindo para a efetivação dos direitos
25 de fevereiro, com a redação atual. sociais dos cidadãos, desde que não sejam administradas
2 — Para efeitos da republicação referida no número pelo Estado ou por outro organismo público.
anterior, é adotado o presente do indicativo na redação de 2 — A atuação das instituições pauta-se pelos princí-
todas as normas. pios orientadores da economia social, definidos na Lei
n.º 30/2013, de 8 de maio, bem como pelo regime previsto
Artigo 8.º no presente Estatuto.
3 — O regime estabelecido no presente Estatuto aplica-
Entrada em vigor -se subsidiariamente às instituições que se encontrem su-
O presente decreto-lei entra em vigor no primeiro dia jeitas a regulamentação especial.
útil seguinte ao da sua publicação.
Artigo 1.º-A
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 16 de ou-
Fins e atividades principais
tubro de 2014. — Pedro Passos Coelho — Maria Luís Ca-
sanova Morgado Dias de Albuquerque — Paulo José de Ri- Os objetivos referidos no artigo anterior concretizam-se
beiro Moita de Macedo — Luís Pedro Russo da Mota Soares. mediante a concessão de bens, prestação de serviços e de
Promulgado em 13 de novembro de 2014. outras iniciativas de promoção do bem-estar e qualidade de
vida das pessoas, famílias e comunidades, nomeadamente
Publique-se. nos seguintes domínios:
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. a) Apoio à infância e juventude, incluindo as crianças
Referendado em 14 de novembro de 2014. e jovens em perigo;
b) Apoio à família;
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. c) Apoio às pessoas idosas;
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d) Apoio às pessoas com deficiência e incapacidade; Artigo 3.º


e) Apoio à integração social e comunitária;
Autonomia das instituições
f) Proteção social dos cidadãos nas eventualidades da
doença, velhice, invalidez e morte, bem como em todas as 1 — O princípio da autonomia assenta no respeito da
situações de falta ou diminuição de meios de subsistência identidade das instituições e na aceitação de que, salvaguar-
ou de capacidade para o trabalho; dado o cumprimento da legislação aplicável, exercem as
g) Prevenção, promoção e proteção da saúde, nome- suas atividades por direito próprio e inspiradas no respetivo
adamente através da prestação de cuidados de medicina quadro axiológico.
preventiva, curativa e de reabilitação e assistência medi-
camentosa; 2 — Com respeito pelas disposições estatutárias e pela
h) Educação e formação profissional dos cidadãos; legislação aplicável, as instituições estabelecem livremente
i) Resolução dos problemas habitacionais das popu- a sua organização interna.
lações;
j) Outras respostas sociais não incluídas nas alíneas Artigo 4.º
anteriores, desde que contribuam para a efetivação dos Apoio do Estado e das autarquias
direitos sociais dos cidadãos.
1 — O Estado aceita, apoia e valoriza o contributo das
Artigo 1.º-B instituições na efetivação dos direitos sociais dos cidadãos
Fins secundários e atividades instrumentais
individualmente considerados.
2 — O contributo das instituições e o apoio que às mes-
1 — As instituições podem também prosseguir de modo mas é prestado pelo Estado concretizam-se em formas de
secundário outros fins não lucrativos, desde que esses fins cooperação a estabelecer mediante acordos.
sejam compatíveis com os fins definidos no artigo anterior. 3 — As instituições podem encarregar-se, mediante
2 — As instituições podem ainda desenvolver ativida-
acordos, da gestão de instalações e equipamentos perten-
des de natureza instrumental relativamente aos fins não
lucrativos, ainda que desenvolvidos por outras entidades centes ao Estado ou às autarquias locais.
por elas criadas, mesmo que em parceria e cujos resultados 4 — O apoio do Estado não pode constituir limitação
económicos contribuam exclusivamente para o financia- ao direito de livre atuação das instituições.
mento da concretização daqueles fins.
3 — O regime estabelecido no presente Estatuto não se Artigo 4.º-A
aplica às instituições em tudo o que diga respeito exclusi- Acordos de cooperação com o Estado
vamente aos fins secundários e às atividades instrumentais
desenvolvidas por aquelas. As instituições ficam obrigadas ao cumprimento das
4 — O disposto no número anterior não prejudica a cláusulas dos acordos de cooperação que vierem a celebrar
competência dos serviços com funções de fiscalização ou com o Estado.
de inspeção para a verificação da natureza secundária ou
instrumental das atividades desenvolvidas e para a aplica- Artigo 4.º-B
ção do regime contraordenacional adequado ao efeito.
Cooperação entre instituições
Artigo 2.º 1 — As instituições podem estabelecer entre si formas
Formas e agrupamentos das instituições de cooperação que visem, designadamente, a utilização
1 — As instituições revestem uma das formas a seguir comum de serviços ou equipamentos e o desenvolvimento
indicadas: de ações de solidariedade social, de responsabilidade
igualmente comum ou em regime de complementari-
a) Associações de solidariedade social; dade.
b) [Revogada]; 2 — A cooperação entre as instituições concretiza-se
c) Associações mutualistas ou de socorros mútuos; por iniciativa destas ou por intermédio das organizações
d) Fundações de solidariedade social;
de uniões, federações ou confederações.
e) Irmandades da misericórdia.

2 — Para além das formas referidas no número anterior, Artigo 5.º


podem as instituições, nos termos da Concordata celebrada Direito dos beneficiários
entre a Santa Sé e a República Portuguesa em 18 de maio
de 2004, assumir a forma de Institutos de Organizações 1 — Os interesses e os direitos dos beneficiários prefe-
ou Instituições da Igreja Católica, designadamente Centros rem aos das próprias instituições, dos associados ou dos
Sociais Paroquiais e Caritas Diocesanas e Paroquiais. fundadores.
3 — A especificidade de cada uma das formas de or- 2 — Os beneficiários devem ser respeitados na sua
ganização é objeto de regulamentação em secção própria dignidade e na intimidade da vida privada e não podem
do presente Estatuto. sofrer discriminações fundadas em critérios ideológicos,
4 — As instituições referidas no n.º 1 podem agrupar- políticos, confessionais ou raciais.
-se em: 3 — Não se consideram discriminações que desrespei-
a) Uniões; tem o disposto no número anterior as restrições de âmbito
b) Federações; de ação que correspondam a carências específicas de de-
c) Confederações. terminados grupos ou categorias de pessoas.
Diário da República, 1.ª série — N.º 221 — 14 de novembro de 2014 5882-(15)

Artigo 6.º Artigo 11.º


Respeito pela vontade dos fundadores e adequação Dispensa de escritura pública
ao cumprimento da legislação em vigor
As alterações dos estatutos das instituições não carecem
1 — A vontade dos fundadores, testadores ou doadores de revestir a forma de escritura pública, desde que estejam
deve ser sempre respeitada no que diz respeito aos fins, registadas nos termos das respetivas portarias.
meios e encargos constantes do documento constitutivo
da instituição. SUBSECÇÃO II
2 — Os aspetos organizativos e funcionais das institui-
ções devem adequar-se à legislação em vigor. Dos órgãos das instituições

Artigo 7.º Artigo 12.º


Registo Órgãos da instituição

1 — O registo das instituições particulares de solidarie- 1 — Em cada instituição há, pelo menos, um órgão cole-
dade social é obrigatório e deve ser efetuado nos termos gial de administração e outro com funções de fiscalização,
regulamentados pelas respetivas portarias. ambos constituídos por um número ímpar de titulares, dos
2 — [Revogado]. quais um é o presidente.
2 — Nas instituições de forma associativa há sempre
Artigo 8.º uma assembleia geral de associados.
Utilidade pública
Artigo 13.º
As instituições registadas nos termos regulamentados
Competências do órgão de administração
pelas respetivas portarias adquirem automaticamente a
natureza de pessoas coletivas de utilidade pública. 1 — Compete ao órgão de administração gerir a institui-
ção e representá-la, incumbindo-lhe, designadamente:
SECÇÃO II a) Garantir a efetivação dos direitos dos beneficiários;
Da criação, da organização interna b) Elaborar anualmente e submeter ao parecer do órgão
e da extinção das instituições de fiscalização o relatório e contas de gerência, bem como
o orçamento e programa de ação para o ano seguinte;
SUBSECÇÃO I c) Assegurar a organização e o funcionamento dos
serviços e equipamentos, nomeadamente elaborando os
Da criação das instituições e dos seus estatutos regulamentos internos que se mostrem adequados e pro-
movendo a organização e elaboração da contabilidade,
Artigo 9.º nos termos da lei;
Criação das instituições d) Organizar o quadro do pessoal e contratar e gerir o
pessoal da instituição;
As instituições, suas uniões, federações ou confedera- e) Representar a instituição em juízo ou fora dele;
ções constituem-se e adquirem personalidade jurídica nos
f) Zelar pelo cumprimento da lei, dos estatutos e das
termos do presente Estatuto.
deliberações dos órgãos da instituição.
Artigo 10.º
2 — As funções de representação podem ser atribuí-
Elaboração dos estatutos das pelos estatutos a outro órgão ou a algum dos seus
1 — As instituições regem-se por estatutos livremente titulares.
elaborados, com respeito pelas disposições deste Estatuto 3 — O órgão de administração pode delegar poderes
e demais legislação aplicável. de representação e administração para a prática de certos
2 — Dos estatutos das instituições deve constar obri- atos ou de certas categorias de atos em qualquer dos seus
gatoriamente: membros, em profissionais qualificados ao serviço da ins-
tituição, ou em mandatários.
a) A denominação, que não pode confundir-se com de-
nominação de instituições já existentes; Artigo 14.º
b) A forma jurídica adotada;
c) A sede e âmbito de ação; Competências do órgão de fiscalização
d) Os fins e atividades da instituição; 1 — Compete ao órgão de fiscalização o controlo e
e) A denominação dos órgãos, a sua composição e forma fiscalização da instituição, podendo, nesse âmbito, efetuar
de designar os respetivos membros; aos restantes órgãos as recomendações que entenda ade-
f) As competências e regras de funcionamento dos órgãos; quadas com vista ao cumprimento da lei, dos estatutos e
g) O regime financeiro. dos regulamentos, e designadamente:
3 — As instituições que prossigam fins de diversa na- a) Fiscalizar o órgão de administração da instituição,
tureza devem mencionar nos estatutos aqueles que consi- podendo, para o efeito, consultar a documentação neces-
deram como fins principais. sária;
4 — Os Estatutos das Irmandades das Misericórdias b) Dar parecer sobre o relatório e contas do exercício,
designam-se por compromisso, sendo a sua especificidade bem como sobre o programa de ação e orçamento para o
veiculada na secção própria. ano seguinte;
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c) Dar parecer sobre quaisquer assuntos que os outros Artigo 16.º


órgãos submetam à sua apreciação; Funcionamento dos órgãos em geral
d) Verificar o cumprimento da lei, dos estatutos e dos
regulamentos. 1 — Salvo disposição legal ou estatutária em contrário,
as deliberações são tomadas por maioria de votos dos
2 — Os membros do órgão de fiscalização podem as- titulares presentes, tendo o presidente, além do seu voto,
sistir às reuniões do órgão de administração quando para direito a voto de desempate.
tal forem convocados pelo presidente deste órgão. 2 — As votações respeitantes a eleições dos órgãos
3 — Sem prejuízo do disposto no artigo 12.º do Decreto- sociais ou a assuntos de incidência pessoal dos seus mem-
-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de março, alterado pela Lei bros são feitas por escrutínio secreto, podendo os estatutos
n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro, e pelo Decreto-Lei prever outros casos em que este modo de escrutínio seja
n.º 64/2013, de 13 de maio, e no artigo 2.º do Decreto- obrigatório.
-Lei n.º 65/2013, de 13 de maio, o órgão de fiscalização 3 — São sempre lavradas atas das reuniões de qualquer
das instituições pode ser integrado ou assessorado por órgão da instituição, que são obrigatoriamente assinadas
um revisor oficial de contas ou sociedade de revisores por todos os membros presentes, ou, quando respeitem a
oficiais de contas, sempre que o movimento financeiro da reuniões da assembleia geral, pelos membros da respetiva
instituição o justifique. mesa.

Artigo 14.º-A Artigo 17.º


Contas do exercício Funcionamento dos órgãos de administração e fiscalização

1 — As contas do exercício das instituições obedecem 1 — Os órgãos de administração e fiscalização são con-
ao Regime da Normalização Contabilística para as enti- vocados pelos respetivos presidentes, por iniciativa destes,
dades do setor não lucrativo legalmente aplicável e são ou a pedido da maioria dos titulares dos órgãos.
aprovadas pelos respetivos órgãos nos termos estatutários. 2 — Os órgãos de administração e de fiscalização só
2 — As contas do exercício são publicitadas obrigato- podem deliberar com a presença da maioria dos seus ti-
riamente no sítio institucional eletrónico da instituição até tulares.
31 de maio do ano seguinte a que dizem respeito. 3 — Em caso de vacatura da maioria dos lugares de
3 — As contas devem ser apresentadas, dentro dos pra- um órgão, deve proceder-se ao preenchimento das vagas
zos estabelecidos, ao órgão competente para a verificação verificadas, no prazo máximo de um mês, nos termos
da sua legalidade. regulados nos estatutos.
4 — O órgão competente comunica às instituições os 4 — Os membros designados para preencherem as va-
resultados da verificação da legalidade das contas. gas referidas no número anterior apenas completam o
5 — Na falta de cumprimento do disposto no n.º 3, o ór- mandato.
gão competente pode determinar ao órgão de administração 5 — É nulo o voto de um membro sobre assunto que
que apresente um programa adequado ao restabelecimento diretamente lhe diga respeito e no qual seja interessado,
da legalidade e do equilíbrio financeiro, a submeter à sua bem como seu cônjuge, pessoa com quem viva em con-
aprovação. dições análogas às dos cônjuges e respetivos ascendentes
6 — Caso o programa referido no número anterior não e descendentes, bem como qualquer parente ou afim em
seja apresentado ou não seja aprovado, o órgão compe- linha reta ou no 2.º grau da linha colateral.
tente pode requerer judicialmente a destituição do órgão
de administração, nos termos previstos nos artigos 35.º Artigo 18.º
e 35.º-A. Condições de exercício dos cargos
7 — Para efeitos do disposto no presente artigo, os po-
deres do órgão competente são exercidos pelo membro 1 — O exercício de qualquer cargo nos corpos gerentes
do Governo responsável pela área da segurança social, das instituições é gratuito, mas pode justificar o pagamento
com a faculdade de delegação, em órgãos de organismos de despesas dele derivadas.
públicos especializados para o efeito, quando a natureza 2 — Quando o volume do movimento financeiro ou a
técnica das matérias o justifique. complexidade da administração das instituições exijam a
presença prolongada de um ou mais titulares dos órgãos
Artigo 15.º de administração, podem estes ser remunerados, desde que
os estatutos assim o permitam, não podendo, no entanto,
Composição dos órgãos a remuneração exceder 4 (quatro) vezes o valor do inde-
1 — Os órgãos de administração e de fiscalização não xante de apoios sociais (IAS) ou, no caso das fundações
podem ser constituídos maioritariamente por trabalhadores de solidariedade social, pôr em causa o cumprimento do
da instituição. disposto na Lei-quadro das Fundações, aprovada pela Lei
2 — Não podem exercer o cargo de presidente do órgão n.º 24/2012, de 9 de julho, no respeitante ao limite de
de fiscalização trabalhadores da instituição. despesas próprias.
3 — Não há lugar à remuneração dos titulares dos ór-
gãos de administração sempre que se verifique, por via
Artigo 15.º-A
de auditoria determinada pelo membro do Governo res-
Incompatibilidade ponsável pela área da segurança social, que a instituição
apresenta cumulativamente dois dos seguintes rácios:
Nenhum titular do órgão de administração pode ser
simultaneamente titular de órgão de fiscalização e ou da a) Solvabilidade inferior a 50 %;
mesa da assembleia geral. b) Endividamento global superior a 150 %;
Diário da República, 1.ª série — N.º 221 — 14 de novembro de 2014 5882-(17)

c) Autonomia financeira inferior a 25 %; Artigo 21.º-B


d) Rendibilidade líquida da atividade negativa, nos três Impedimentos
últimos anos económicos.
1 — Os titulares dos órgãos não podem votar em as-
Artigo 19.º suntos que diretamente lhes digam respeito, ou nos quais
sejam interessados os respetivos cônjuges ou pessoa com
Forma de a instituição se obrigar quem vivam em condições análogas às dos cônjuges, as-
cendentes, descendentes ou qualquer parente ou afim em
Caso os estatutos sejam omissos, a instituição fica obri- linha reta ou no 2.º grau da linha colateral.
gada com as assinaturas conjuntas de quaisquer 3 membros 2 — Os titulares dos órgãos de administração não po-
do órgão de administração ou com as assinaturas conjuntas dem contratar direta ou indiretamente com a instituição,
do presidente e do tesoureiro, salvo quanto aos atos de mero salvo se do contrato resultar manifesto benefício para a
expediente, em que basta a assinatura de um membro do instituição.
órgão de administração ou de gestão corrente. 3 — Os titulares dos órgãos não podem exercer ativi-
dade conflituante com a atividade da instituição onde estão
Artigo 20.º inseridos, nem integrar corpos sociais de entidades con-
flituantes com os da instituição, ou de participadas desta.
Responsabilidade dos titulares dos órgãos 4 — Para efeitos do disposto no número anterior,
1 — As responsabilidades dos titulares dos órgãos considera-se que existe uma situação conflituante:
ao abrigo do presente Estatuto são as definidas nos ar- a) Se tiver interesse num determinado resultado ilegí-
tigos 164.º e 165.º do Código Civil, sem prejuízo das timo, num serviço ou numa transação efetuada;
definidas nos respetivos estatutos das instituições. b) Se obtiver uma vantagem financeira ou benefício de
2 — Além dos motivos previstos na lei geral, os titulares outra natureza que o favoreça.
dos órgãos ficam exonerados de responsabilidade se:
Artigo 21.º-C
a) Não tiverem tomado parte na respetiva resolução e a
Mandato dos titulares dos órgãos
reprovarem com declaração na ata da sessão imediata em
que se encontrem presentes; 1 — A duração dos mandatos dos órgãos é de quatro
b) Tiverem votado contra essa resolução e o fizerem anos.
consignar na ata respetiva. 2 — Os titulares dos órgãos mantêm-se em funções até
à posse dos novos titulares.
3 — O exercício do mandato dos titulares dos órgãos
Artigo 21.º
só pode ter início após a respetiva tomada de posse, sem
Elegibilidade prejuízo do disposto no n.º 5.
4 — A posse é dada pelo presidente cessante da mesa da
1 — São elegíveis para os órgãos sociais das instituições assembleia geral e deve ter lugar até ao 30.º dia posterior
os associados que, cumulativamente: ao da eleição.
a) Estejam no pleno gozo dos seus direitos associativos; 5 — Caso o presidente cessante da mesa da assembleia
geral não confira a posse até ao 30.º dia posterior ao da
b) Sejam maiores;
eleição, os titulares eleitos pela assembleia geral entram
c) Tenham, pelo menos, um ano de vida associativa, em exercício independentemente da posse, salvo se a de-
salvo se os estatutos exigirem maior prazo. liberação de eleição tiver sido suspensa por procedimento
cautelar.
2 — A inobservância do disposto no número anterior 6 — O presidente da instituição ou cargo equiparado só
determina a nulidade da eleição do candidato em causa. pode ser eleito para três mandatos consecutivos.
3 — [Revogado]. 7 — A inobservância do disposto no presente artigo
4 — [Revogado]. determina a nulidade da eleição.

Artigo 21.º-A Artigo 21.º-D


Não elegibilidade Deliberações nulas

1 — Os titulares dos órgãos não podem ser reeleitos 1 — São nulas as deliberações:
ou novamente designados se tiverem sido condenados em a) Tomadas por um órgão não convocado, salvo se todos
processo judicial por sentença transitada em julgado, em os seus titulares tiverem estado presentes ou representados
Portugal ou no estrangeiro, por crime doloso contra o pa- ou tiverem posteriormente dado, por escrito, o seu assen-
trimónio, abuso de cartão de garantia ou de crédito, usura, timento à deliberação;
insolvência dolosa ou negligente, apropriação ilegítima de b) Cujo conteúdo contrarie normas legais imperativas;
c) Que não estejam integradas e totalmente reproduzidas
bens do setor público ou não lucrativo, falsificação, cor-
na respetiva ata.
rupção e branqueamento de capitais, salvo se, entretanto,
tiver ocorrido a extinção da pena. 2 — Para efeitos do disposto na alínea a) do número
2 — Esta incapacidade verifica-se quanto à reeleição ou anterior, não se considera convocado o órgão quando o
nova designação para os órgãos da mesma instituição ou aviso convocatório seja assinado por quem não tenha essa
de outra instituição particular de solidariedade social. competência ou quando dele não constem o dia, hora e
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local da reunião, ou quando reúnam em dia, hora ou local 3 — Pode ainda uma instituição extinguir-se quando
diverso dos constantes do aviso. delibere integrar-se noutra.

SUBSECÇÃO III Artigo 27.º


[Revogada] Destino dos bens das instituições extintas
1 — Os bens das instituições extintas revertem para
Artigo 22.º outras instituições particulares de solidariedade social ou
Deliberações anuláveis para entidades de direito público que prossigam idênticas
finalidades, nos termos das disposições estatutárias, ou, na
As deliberações de qualquer órgão contrárias à lei ou
aos estatutos, seja pelo seu objeto, seja em virtude de irre- sua falta, mediante deliberação dos órgãos competentes.
gularidades havidas na convocação ou no funcionamento 2 — Não havendo disposição estatutária aplicável, nem
do órgão, são anuláveis, se não forem nulas, nos termos deliberação dos órgãos competentes, os bens são atribuí-
do artigo anterior. dos, por decisão do membro do Governo responsável pela
área da segurança social, a instituições particulares de
Artigo 23.º solidariedade social com sede ou estabelecimento no con-
celho da localização dos bens, ou em concelhos limítrofes,
Realização de obras, alienação e arrendamento de imóveis preferindo as que prossigam ações do tipo das exercidas
1 — A empreitada de obras de construção ou grande pelas instituições extintas, ou, na sua falta, para entidades
reparação pertencentes às instituições, devem observar de direito público que prossigam essas ações.
o estabelecido no Código dos Contratos Públicos, com 3 — Aos bens deixados ou doados com qualquer en-
exceção das obras realizadas por administração direta até cargo ou afetados a determinados fins é dado destino de
ao montante máximo de 25 mil euros. acordo com os números anteriores, respeitando quanto
2 — O disposto no número anterior não se aplica às possível a intenção do encargo ou da afetação.
instituições que não recebam apoios financeiros públicos. 4 — No caso de a instituição extinta ser católica, na
3 — Podem ser efetuadas vendas ou arrendamentos por atribuição dos bens é dada preferência a outra instituição
negociação direta, quando seja previsível que daí decorram católica.
vantagens para a instituição ou por motivo de urgência, 5 — O disposto no número anterior não se aplica aos
fundamentado em ata. bens afetos a fim especificamente religioso, cuja atribuição
4 — Em qualquer caso, os preços e rendas aceites não é feita nos termos da Concordata celebrada entre a Santa
podem ser inferiores aos que vigorarem no mercado normal Sé e a República Portuguesa em 18 de maio de 2004.
de imóveis e arrendamentos, de harmonia com os valores
estabelecidos em peritagem oficial. Artigo 28.º
5 — Excetuam-se do preceituado nos números anterio- Destino dos bens integralmente adquiridos
res os arrendamentos para habitação, que seguem o regime com subsídios de entidades oficiais
geral sobre arrendamentos.
O disposto no artigo anterior não se aplica aos bens inte-
Artigo 24.º gralmente adquiridos com subsídios de entidades oficiais,
os quais revertem para essas entidades, salvo se tiver sido
Depósito de capitais previsto outro destino em acordo de cooperação.
[Revogado].
Artigo 29.º
Artigo 25.º
Bens de instituições extintas que interessem
Aceitação de heranças, legados e doações ao cumprimento de acordos de cooperação
1 — [Revogado]. A atribuição a outra instituição dos bens das instituições
2 — As instituições não são obrigadas a cumprir en- extintas que interessem diretamente ao cumprimento de
cargos que excedam as forças de heranças, legados ou acordos de cooperação carece de concordância das enti-
doações por elas aceites, quer por absorverem o seu valor, dades intervenientes no acordo.
quer por envolverem prestações periódicas superiores ao
rendimento dos bens recebidos. Artigo 30.º
3 — Os encargos que excedem as forças da herança,
legado ou doação são reduzidos até ao limite dos respetivos Sucessão das instituições
rendimentos ou até à terça parte do capital. 1 — As instituições e as entidades de direito público
para as quais reverte o património das instituições extintas
SUBSECÇÃO IV sucedem-lhes nos direitos e obrigações, nomeadamente
Da fusão, cisão e extinção das instituições no que respeita aos beneficiários, mas só respondem pelo
pagamento das dívidas até ao valor dos bens que lhes
Artigo 26.º tenham sido atribuídos.
2 — Nenhuma instituição é obrigada a receber, sem
Regime aplicável
sua concordância, bens provenientes de outra que tenha
1 — A fusão, cisão e extinção das instituições obede- sido extinta.
cem ao regime legal aplicável à forma que revistam em 3 — O disposto nos números anteriores aplica-se igual-
cada caso. mente às instituições para as quais reverte o património de
2 — [Revogado]. outras instituições por efeito de fusão ou cisão.
Diário da República, 1.ª série — N.º 221 — 14 de novembro de 2014 5882-(19)

4 — No caso de cisão as garantias dos credores não Artigo 35.º


devem ser reduzidas, sendo o processo de cisão antecedido
Destituição dos órgãos de administração
de parecer do membro do Governo responsável pela área
da segurança social, ao qual compete verificar a existência 1 — Quando se verifique a prática reiterada de atos ou
de credores. a omissão sistemática do cumprimento de deveres legais
ou estatutários pelo órgão de administração que sejam
Artigo 31.º prejudiciais aos interesses da instituição ou dos seus bene-
Efeitos da extinção ficiários, podem ser judicialmente destituídos os titulares
dos órgãos de administração.
1 — No caso de extinção, é designada uma comissão 2 — O membro do Governo responsável pela área da
liquidatária, pela assembleia geral ou pela entidade que segurança social pode pedir judicialmente a destituição do
decretou a extinção. órgão de administração nas seguintes situações:
2 — Os poderes da comissão liquidatária ficam limi-
tados à prática dos atos meramente conservatórios e ne- a) Por inadequação ao restabelecimento da legalidade
cessários quer à liquidação do património social, quer à ou do equilíbrio financeiro da instituição;
ultimação dos negócios pendentes. b) Por incumprimento dos objetivos programados, por
3 — Pelos atos restantes e pelos danos que deles adve- motivos imputáveis ao órgão de administração;
nham à instituição respondem solidariamente os titulares c) Por se verificarem graves irregularidades no fun-
dos órgãos que os praticaram. cionamento da instituição ou dificuldades financeiras
4 — Pelas obrigações que os titulares dos órgãos con- que obstem à efetivação dos direitos dos associados e
traírem a instituição só responde perante terceiros se estes utentes;
estiverem de boa-fé e à extinção da instituição não tiver d) Pela não apresentação das contas do exercício, du-
sido dada a devida publicidade. rante dois anos consecutivos e segundo os procedimentos
definidos pelo artigo 14.º-A;
SECÇÃO III e) Pela não apresentação e ou não aprovação do pro-
grama adequado ao restabelecimento da legalidade e do
Da tutela
equilíbrio financeiro, nos termos previstos nos n.os 4 e 5
do artigo 14.º-A;
Artigo 32.º
f) Por se verificar a prática de atos gravemente lesivos
Atos sujeitos a autorização dos direitos dos associados e utentes e da imagem da ins-
[Revogado]. tituição.

Artigo 33.º 3 — As associações, uniões, federações ou confede-


rações de instituições têm legitimidade para requerer ao
Atos sujeitos a visto
ministério responsável pela área da segurança social que
[Revogado]. promova o pedido judicial de destituição do órgão de ad-
ministração, se tiverem conhecimento de factos imputáveis
Artigo 34.º a instituições suscetíveis de integrar o disposto na alínea f)
Fiscalização
do número anterior.
4 — São aplicáveis a este procedimento as normas que
1 — O Estado, através dos seus órgãos e serviços com- regulam os processos de jurisdição voluntária.
petentes, nos termos da lei geral, exerce os poderes de
inspeção, auditoria e fiscalização sobre as instituições Artigo 35.º-A
incluídas no âmbito de aplicação do presente Estatuto,
podendo para o efeito ordenar a realização de inquéritos, Procedimento judicial em caso de destituição
dos órgãos de administração
sindicâncias e inspeções.
2 — Os poderes de fiscalização são exercidos pelos 1 — Nos casos previstos no artigo anterior, observa-se
serviços competentes do ministério responsável pela área o seguinte:
da segurança social, nos exatos termos definidos nos respe-
tivos estatutos, por forma a garantir o efetivo cumprimento a) O Ministério Público especifica os factos que justifi-
dos seus objetivos no respeito pela lei. cam o pedido, oferecendo logo a prova, e os membros do
3 — Para além da notificação em sede de audiência órgão de administração constituídos arguidos são citados
prévia, nos termos do Código do Procedimento Adminis- para contestar;
trativo, os serviços competentes devem comunicar ao órgão b) O juiz decide a final e, em caso de deferimento, deve
de administração da instituição os resultados das ações nomear uma comissão provisória de gestão, proposta pelo
de fiscalização e de inspeção desenvolvidas, incluindo as Ministério Público.
recomendações adequadas à supressão das irregularidades
e deficiências verificadas. 2 — São aplicáveis a este procedimento as normas
4 — Os mecanismos adequados à articulação entre o que regulam os processos de jurisdição voluntária, em
ministério responsável pela área da segurança social e os especial o processo de suspensão e destituição de órgãos
outros Ministérios são definidos por portaria dos respetivos sociais, previsto no artigo 1055.º do Código de Processo
membros do Governo, com competência para o efeito. Civil.
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Artigo 35.º-B 2 — A requisição cessa:


Comissão provisória de gestão a) Quando os bens deixarem de ser necessários ao exer-
cício das ações a que estavam afetos;
1 — A comissão provisória de gestão a que se refere o
b) Logo que as instituições voltem a assegurar a efetiva
artigo anterior é constituída de preferência por associados
realização das mesmas atividades;
e tem a competência do órgão de administração. c) Quando houver lugar a atribuição definitiva de bens.
2 — Nas situações de instituições que não possuem
associados, a comissão provisória de gestão é composta
por um administrador judicial. Artigo 38.º-A
3 — O mandato da comissão provisória de gestão tem Delegação de competências
a duração de um ano, prorrogável até três anos.
4 — Durante esse período ficam suspensos quer o fun- O membro do Governo responsável pela área da segu-
cionamento, quer as competências dos restantes órgãos rança social pode atribuir a organismos públicos especia-
sociais obrigatórios. lizados o desempenho de parte das suas funções, quando
5 — Antes do termo das suas funções, a comissão a natureza técnica das matérias o justifique.
deve providenciar no sentido da designação dos titu-
lares dos órgãos sociais da instituição, incluindo os Artigo 39.º
novos membros do órgão de administração, nos termos
Acordos de cooperação
estatutários.
[Revogado].
Artigo 36.º
Procedimento cautelar
CAPÍTULO II
1 — Quando se verifique a necessidade urgente de
salvaguardar interesses dos beneficiários, da instituição Das atividades de solidariedade social
ou do Estado, pode o Ministério Público requerer, com das organizações religiosas
dependência do procedimento referido no artigo 35.º-A,
a suspensão dos órgãos sociais obrigatórios e a nomeação SECÇÃO I
de um administrador judicial.
2 — A este procedimento são aplicáveis as disposições Das organizações religiosas em geral
da lei processual civil sobre procedimentos cautelares
comuns, com exceção das respeitantes à substituição por Artigo 40.º
caução. Organizações e instituições religiosas

Artigo 37.º As organizações e instituições religiosas que, para além


dos fins religiosos, se proponham exercer atividades en-
Encerramento administrativo dos estabelecimentos
quadráveis no artigo 1.º ficam sujeitas, quanto ao exercí-
1 — As entidades competentes para a fiscalização e cio destas atividades, ao regime estabelecido no presente
inspeção das instituições podem determinar o encerra- Estatuto.
mento de estabelecimentos ou serviços das instituições,
quando se comprove que o seu funcionamento decorre Artigo 41.º
de modo ilegal ou quando apresentam graves condições Institutos de organizações religiosas
de insalubridade, inadequação das instalações, ou defi-
cientes condições de segurança, higiene e conforto dos Os institutos de solidariedade social de organizações
beneficiários. religiosas são pessoas coletivas instituídas e mantidas por
2 — Para a efetivação do encerramento nos termos do organizações ou instituições religiosas com os objetivos
número anterior, podem as entidades competentes para a previstos no artigo 1.º, bem como os demais requisitos
fiscalização e inspeção das instituições solicitar a inter- estabelecidos no presente Estatuto.
venção das autoridades administrativas e policiais com-
petentes. Artigo 42.º
Estatutos
Artigo 38.º
1 — Os estatutos dos institutos abrangidos pela pre-
Requisição de bens sente secção devem consignar a sua ligação específica à
1 — Para garantir a continuidade das respostas so- organização religiosa fundadora e conformar-se com as
ciais, pode o membro do Governo responsável pela disposições aplicáveis do presente Estatuto.
área da segurança social requisitar, sem prejuízo dos 2 — As funções do órgão de fiscalização podem ser
direitos de terceiro sobre tais bens, os bens afetos às atribuídas pelos estatutos à entidade fundadora.
atividades das instituições para serem utilizados com o
mesmo fim e na mesma área por outras instituições ou Artigo 43.º
por serviços oficiais, quando as instituições se extingam
Destino dos bens
ou suspendam o exercício de atividades e se verifique
que os beneficiários são por esse motivo gravemente No ato de constituição ou nos estatutos pode
prejudicados. estabelecer-se que em caso de extinção revertam para
Diário da República, 1.ª série — N.º 221 — 14 de novembro de 2014 5882-(21)

a entidade fundadora os bens que esta tiver afetado à CAPÍTULO III


instituição ou que lhe tenham sido doados com essa
Das instituições particulares de solidariedade
condição. social em especial

SECÇÃO II SECÇÃO I
Disposições especiais para as instituições da igreja católica Das associações de solidariedade social

Artigo 44.º Artigo 52.º


Regime concordatário Natureza e fins
A aplicação das disposições do presente Estatuto às 1 — As associações de solidariedade social são pessoas
instituições da Igreja Católica é feita com respeito pelas coletivas de tipo associativo constituídas com os objetivos
disposições da Concordata celebrada entre a Santa Sé e a previstos no artigo 1.º e que reúnem os demais requisitos
República Portuguesa em 18 de maio de 2004. estabelecidos no presente Estatuto para a qualificação
como instituições particulares de solidariedade social.
Artigo 45.º 2 — Os objetivos das associações de solidariedade so-
cial concretizam-se mediante a concessão de bens ou a
Reconhecimento das instituições canonicamente eretas promoção de serviços e a realização de iniciativas enqua-
A personalidade jurídica das instituições canonicamente dráveis no âmbito material de atuação do artigo 1.º-A.
eretas resulta da simples participação escrita da ereção ca- 3 — [Revogado].
nónica feita pelo bispo da diocese onde tiverem a sua sede,
Artigo 53.º
ou por seu legítimo representante, aos serviços competentes
para a tutela das mesmas instituições. Constituição
1 — As associações de solidariedade social adquirem
Artigo 46.º personalidade jurídica no ato de constituição.
Estatutos 2 — O ato de constituição deve constar de escritura
pública ou ato equivalente.
1 — [Revogado]. 3 — Para além do disposto no artigo 10.º, o ato de cons-
2 — [Revogado]. tituição deve especificar:
3 — Os estatutos devem consignar a natureza da ins-
a) As quotas, donativos ou serviços com que os asso-
tituição e a sua ligação específica à Igreja Católica e ciados concorrem para o património social;
conformar-se com as disposições aplicáveis do presente b) A denominação, fim e sede da pessoa coletiva;
Estatuto. c) A forma do seu funcionamento;
d) A duração, quando a associação se não constitua por
Artigo 47.º tempo indeterminado.
Modificação e extinção
4 — Não pode ser considerada associação de solida-
[Revogado]. riedade social uma associação cujo número de associa-
dos seja inferior ao dobro dos membros previstos para os
Artigo 48.º respetivos órgãos.
Tutela da autoridade eclesiástica
Artigo 54.º
Os poderes da Autoridade Eclesiástica são os que resul- Estatutos
tam das disposições da Concordata celebrada entre a Santa
Sé e a República Portuguesa em 18 de maio de 2004, nos Dos estatutos das associações devem constar, para além
precisos termos constantes do artigo 44.º das matérias referidas nos artigos 10.º e 53.º, as condições
de admissão e saída dos associados, os seus direitos e
Artigo 49.º obrigações e as sanções pelo não cumprimento dessas
obrigações.
Forma das instituições
Artigo 55.º
[Revogado].
Direitos e deveres dos associados
Artigo 50.º 1 — Considera-se dever fundamental dos associados
Destino dos bem das instituições extintas contribuir para a realização dos fins institucionais por meio
de quotas, donativos ou serviços.
[Revogado]. 2 — Salvo disposição estatutária em contrário, a quali-
dade de associado não é transmissível, quer por ato entre
Artigo 51.º vivos, quer por sucessão.
Institutos de organizações da igreja católica
3 — O associado que por qualquer forma deixar de per-
tencer à associação não tem direito a reaver as quotizações
[Revogado]. que haja pago, sem prejuízo da sua responsabilidade por
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todas as prestações relativas ao tempo em que foi membro Artigo 59.º


da associação.
Sessões da assembleia geral
4 — Os associados não podem ser limitados nos seus
direitos por critérios que contrariem o disposto no n.º 2 do 1 — A assembleia geral reúne em sessões ordinárias e
artigo 13.º da Constituição. extraordinárias.
5 — Os estatutos não podem reduzir os direitos dos 2 — [Revogado].
sócios pelo facto de estes serem também seus trabalhadores 3 — [Revogado].
ou beneficiários, salvo no que respeita ao voto nas deli-
berações respeitantes a retribuições de trabalho, regalias Artigo 59.º-A
sociais ou quaisquer benefícios que lhes respeitem.
Sessões ordinárias
Artigo 56.º
A assembleia geral reúne em sessão ordinária:
Votações
a) No final de cada mandato, até final do mês de dezem-
1 — O direito de voto efetiva-se mediante a atribuição bro, para a eleição dos titulares dos órgãos associativos;
de um voto a cada associado. b) Até 31 de março de cada ano para aprovação do re-
2 — Gozam de capacidade eleitoral ativa os associados latório e contas de exercício do ano anterior e do parecer
com, pelo menos, um ano de vida associativa, salvo se os
do órgão de fiscalização;
estatutos exigirem prazo superior.
3 — Os associados podem fazer-se representar por ou- c) Até 30 de novembro de cada ano, para apreciação e
tros sócios nas reuniões de assembleia geral, nas condições votação do programa de ação e do orçamento para o ano
e pela forma que forem estabelecidas nos estatutos, mas seguinte e do parecer do órgão de fiscalização.
cada sócio não pode representar mais de 1 associado.
4 — Os estatutos podem admitir o voto por correspon- Artigo 59.º-B
dência, sob condição de o seu sentido ser expressamente Sessões extraordinárias
indicado em relação ao ponto ou pontos da ordem de tra-
balhos e devendo definir a forma de reconhecimento da 1 — Salvo se os estatutos dispuserem de outro modo, a
assinatura do associado. assembleia geral reúne extraordinariamente quando con-
vocada pelo presidente da mesa da assembleia geral, por
Artigo 57.º iniciativa deste, a pedido do órgão executivo ou do órgão
Corpos gerentes de fiscalização ou a requerimento de, no mínimo, 10 % do
número de sócios no pleno gozo dos seus direitos.
[Revogado]. 2 — A reunião deve realizar-se no prazo máximo de
30 dias a contar da data da receção do pedido ou reque-
Artigo 58.º
rimento.
Competência da assembleia geral
1 — Compete à assembleia geral deliberar sobre todas Artigo 60.º
as matérias não compreendidas nas atribuições legais ou Convocação da assembleia geral
estatutárias dos outros órgãos e, necessariamente:
1 — A assembleia geral é convocada com, pelo menos,
a) Definir as linhas fundamentais de atuação da asso- 15 dias de antecedência, pelo presidente da mesa ou pelo
ciação; seu substituto.
b) Eleger e destituir, por votação secreta, os membros
da respetiva mesa e a totalidade ou a maioria dos membros 2 — A convocatória é afixada na sede da associação
dos órgãos executivos e de fiscalização; e é também feita pessoalmente, por meio de aviso postal
c) Apreciar e votar anualmente o orçamento e o pro- expedido para cada associado.
grama de ação para o exercício seguinte, bem como o 3 — Independentemente das convocatórias, é dada pu-
relatório e contas de gerência; blicidade à realização das assembleias gerais nas edições da
d) Deliberar sobre a aquisição onerosa e a alienação, a associação, no sítio institucional da instituição e em aviso
qualquer título, de bens imóveis e de outros bens patrimo- afixado em locais de acesso ao público nas instalações e
niais de rendimento ou de valor histórico ou artístico; estabelecimentos da associação, bem como através de
e) Deliberar sobre a alteração dos estatutos e sobre a anúncio publicado nos dois jornais de maior circulação
extinção, cisão ou fusão da associação; da área onde se situe a sede.
f) Autorizar a associação a demandar os membros dos 4 — Da convocatória deve constar o dia, a hora, o local
corpos gerentes por factos praticados no exercício das e a ordem de trabalhos da reunião.
suas funções; 5 — Desde que contemplada nos estatutos, a convocató-
g) Aprovar a adesão a uniões, federações ou confede-
rações; ria da assembleia geral pode também ser efetuada através
h) [Revogada]. de correio eletrónico.
6 — Os documentos referentes aos diversos pontos da
2 — Os estatutos podem prever outras formas de de- ordem de trabalhos devem estar disponíveis para consulta
signação dos membros dos órgãos de administração e de na sede e no sítio institucional da associação, logo que a
fiscalização, desde que a maioria de cada um desses órgãos convocatória seja expedida, por meio de aviso postal, para
seja eleita pela assembleia geral. os associados.
Diário da República, 1.ª série — N.º 221 — 14 de novembro de 2014 5882-(23)

Artigo 61.º 2 — Para efeitos do número anterior, a entidade tute-


lar deve comunicar ao ministério público as situações de
Funcionamento de assembleia geral
irregularidade de que tenha conhecimento.
1 — A assembleia geral reúne à hora marcada na convo- 3 — O tribunal designa, se necessário, o presidente e
catória, se estiver presente mais de metade dos associados os secretários da mesa que dirige a assembleia convocada
com direito de voto, ou 30 minutos depois, com qualquer judicialmente.
número de presenças, salvo se os estatutos dispuserem de
outro modo. Artigo 64.º
2 — [Revogado]. Comissão provisória de gestão
3 — A assembleia geral extraordinária que seja con-
vocada a requerimento dos associados só pode reunir se 1 — Se a assembleia geral convocada para eleições
estiverem presentes três quartos dos requerentes. nos termos do artigo anterior as não realizar na data ou no
prazo que lhe tenham sido marcados, é possível recorrer a
Artigo 61.º-A Tribunal Arbitral, o qual nomeia uma comissão provisória
de gestão com a competência dos titulares dos órgãos de
Mesa da assembleia geral administração estatutários.
1 — Os trabalhos da assembleia geral são dirigidos por 2 — A comissão deve ser constituída, de preferência,
por associados e o seu mandato tem a duração de 1 ano,
uma mesa, constituída, pelo menos, por três membros, um
prorrogável judicialmente até 3, se tal for indispensável
dos quais é o presidente. para normalizar a gestão.
2 — Nenhum titular dos órgãos de administração ou
de fiscalização pode ser membro da mesa da assembleia Artigo 64.º-A
geral.
3 — Na falta de qualquer dos membros da mesa da Assembleia de representantes
assembleia geral, compete a esta eleger os respetivos subs- Os estatutos das associações podem prever quais as fun-
titutos de entre os associados presentes, os quais cessam ções da assembleia geral que podem ser exercidas por uma
as suas funções no termo da reunião. assembleia de representantes eleitos pelos associados.
Artigo 62.º Artigo 64.º-B
Deliberações da assembleia geral Elegibilidade dos representantes
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 22.º, são anu- 1 — São elegíveis para a assembleia de representantes,
láveis todas as deliberações tomadas sobre matérias que os associados efetivos que cumulativamente:
não constem da ordem de trabalhos fixada na convocatória,
a) Estejam no pleno gozo dos seus direitos associativos;
salvo se estiverem presentes ou devidamente representados
b) Sejam maiores;
todos os associados no pleno gozo dos seus direitos e todos c) Tenham, pelo menos, um ano de vida associativa,
concordarem com o aditamento. salvo se os estatutos exigirem maior prazo.
2 — As deliberações da assembleia geral são tomadas
por maioria simples de votos, não se contando as absten- 2 — A inobservância do disposto no número anterior
ções. determina a nulidade da eleição do candidato em causa.
3 — É exigida maioria qualificada de, pelo menos, dois
terços dos votos expressos na aprovação das matérias cons- Artigo 64.º-C
tantes das alíneas e), f) e g) do n.º 1 do artigo 58.º, podendo
os estatutos exigir um número de votos superior. Mandato dos representantes
4 — No caso da alínea e) do n.º 1 do artigo 58.º, a dis- 1 — O mandato dos representantes é de quatro anos,
solução não têm lugar se, pelo menos, o número mínimo renovável, não podendo exceder 12 anos consecutivos.
de membros referido no artigo 53.º se declarar disposto a 2 — Em caso de impedimento definitivo do exercício
assegurar a permanência da associação, qualquer que seja de funções de qualquer dos representantes, é chamado ao
o número de votos contra. preenchimento da vaga o candidato inscrito, ainda que
como suplente, na mesma lista pela qual foi eleito o titular
Artigo 63.º a substituir e pela respetiva ordem.
Convocação da assembleia geral pelo tribunal
Artigo 65.º
1 — Qualquer associado e, bem assim, o ministério pú- Direito de ação
blico podem requerer ao tribunal competente a convocação
da assembleia geral nos seguintes casos: 1 — O exercício em nome da instituição do direito de
ação civil ou penal contra membros dos corpos gerentes e
a) Quando os corpos gerentes estejam a funcionar sem o mandatários deve ser aprovado em assembleia geral.
número completo dos seus membros, ou não se encontrem 2 — A instituição é representada na ação pela direção
regularmente constituídos, ou ainda quando tenha sido ou pelos associados que para esse efeito forem eleitos pela
excedida a duração do seu mandato; assembleia geral.
b) Quando, por alguma forma, esteja a ser impedida a 3 — A deliberação da assembleia geral pode ser tomada
convocação da assembleia nos termos legais ou se impeça na sessão convocada para apreciação do balanço, relatório
o seu funcionamento, com grave risco ou ofensa dos inte- e contas do exercício, mesmo que a respetiva proposta não
resses da instituição, dos associados ou do Estado. conste da ordem de trabalhos.
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Artigo 66.º com o seu espírito tradicional, informado pelos princípios


Extinção das associações
de doutrina e moral cristãs.
2 — Os estatutos das Misericórdias denominam-se
1 — As associações de solidariedade social extinguem-se: «compromissos».
a) Por deliberação da assembleia geral;
b) Pelo decurso do prazo, se tiverem sido constituídas Artigo 69.º
por tempo determinado; Regime jurídico aplicável
c) Pela verificação de qualquer outra causa extintiva
1 — Às irmandades da Misericórdia aplica-se direta-
prevista no ato de constituição ou nos estatutos;
mente o regime jurídico previsto no presente Estatuto, sem
d) Pelo falecimento ou desaparecimento de todos os
prejuízo dos termos do Compromisso estabelecido entre
associados;
a União das Misericórdias Portuguesas e a Conferência
e) Por decisão judicial que declare a insolvência.
Episcopal, ou documento bilateral que o substitua.
2 — Em tudo o que não se encontre especialmente esta-
2 — As associações de solidariedade social podem ainda
belecido na presente secção, as irmandades da Misericórdia
ser extintas por decisão do Tribunal Arbitral nas seguintes
regulam-se pelas disposições aplicáveis às associações de
situações:
solidariedade social.
a) Quando o seu fim se tenha esgotado ou se haja tor- 3 — Ressalva-se da aplicação do preceituado no n.º 1
nado impossível; tudo o que especificamente respeita às atividades estranhas
b) Quando o seu fim real não coincida com o fim ex- aos fins de solidariedade social.
presso no ato de constituição ou nos estatutos;
c) Quando o seu fim seja sistematicamente prosseguido Artigo 70.º
por meios ilícitos ou imorais;
Associados
d) Quando, durante o período de 1 ano, o número de
associados seja inferior ao número mínimo fixado no ar- 1 — Podem ser admitidos como associados das irman-
tigo 53.º; dades da Misericórdia os indivíduos maiores, de ambos os
e) Quando deixem de possuir meios humanos e ma- sexos, que se comprometam a colaborar na prossecução dos
teriais suficientes para a efetivação dos fins estatutários objetivos daquelas instituições, com respeito pelo espírito
e se reconheça não existirem fundadas esperanças de os próprio que as informa.
virem a adquirir. 2 — As obrigações e os direitos dos associados constam
do compromisso da respetiva irmandade.
Artigo 67.º
Declaração de extinção
Artigo 71.º
Extinção e destino dos bens
1 — Nos casos previstos nas alíneas b) e c) do n.º 1
do artigo anterior, a extinção só se produz se, nos 30 dias 1 — As irmandades da Misericórdia podem ser extintas
subsequentes à data em que devia operar-se, a assembleia nas condições previstas para as associações de solidarie-
geral não decidir a prorrogação da associação ou a modi- dade social.
ficação dos estatutos. 2 — Os bens das irmandades extintas têm o destino
2 — A circunstância de falecimento ou desapareci- que resultar da aplicação dos artigos 27.º, 28.º, e 29.º, mas
mento de todos os associados é anunciada pelo orga- na sua atribuição é dada preferência, quanto possível, a
nismo que tutele a instituição através de aviso publicado outra irmandade da Misericórdia e em cumprimento do
nos 2 jornais de maior circulação daquela área e afixado Compromisso e Decreto Geral Interpretativo de maio de
em locais de acesso público e a associação considera- 2011, subscrito pela União das Misericórdias Portuguesas
-se extinta se, nos 30 dias subsequentes à publicação e a Conferência Episcopal, ou de documento bilateral que
do aviso, não for comunicado qualquer facto que obste o substitua.
à extinção. 3 — Se a irmandade for extinta como instituição de soli-
3 — Nos casos previstos no n.º 2 do artigo anterior, dariedade social, mas subsistir na ordem jurídica canónica,
a declaração da extinção pode ser pedida em juízo pelo mantém a propriedade dos bens afetos a fins de caráter
ministério público ou por qualquer interessado. religioso ou a outras atividades a que se dedique.
4 — A extinção em virtude da declaração de insolvência
dá-se em consequência da própria declaração. SECÇÃO III

SECÇÃO II
[Revogada].

Das irmandades da Misericórdia Artigo 72.º


Natureza e fins
Artigo 68.º
Natureza e fins
[Revogado].

1 — As irmandades da Misericórdia ou santas casas Artigo 73.º


da Misericórdia são associações reconhecidas na ordem
Constituição e extinção
jurídica canónica, com o objetivo de satisfazer carências
sociais e de praticar atos de culto católico, de harmonia [Revogado].
Diário da República, 1.ª série — N.º 221 — 14 de novembro de 2014 5882-(25)

Artigo 74.º Artigo 82.º


Acordos de colaboração Alteração dos fins

[Revogado]. [Revogado].

Artigo 75.º Artigo 83.º


Regime jurídico subsidiário Encargo prejudicial aos fins da fundação

[Revogado]. [Revogado].

Artigo 84.º
SECÇÃO IV
Extinção
Das associações mutualistas
[Revogado].
Artigo 76.º
Artigo 85.º
Legislação aplicável
Integração das funções
As associações mutualistas regem-se pelas disposições
[Revogado].
constantes de legislação especial e, subsidiariamente, pelas
disposições do presente Estatuto.
Artigo 86.º
Efeitos da extinção
SECÇÃO V
[Revogado].
Das fundações de solidariedade sociais

Artigo 77.º CAPÍTULO IV


Natureza e fins Das uniões, federações e confederações
Para poderem ser registadas como instituições parti-
Artigo 87.º
culares de solidariedade social, as fundações devem ser
instituídas com o propósito definido no artigo 1.º e com os Da cooperação entre instituições
fins principais enquadráveis no elenco do artigo 1.º-A. [Revogado].
Artigo 77.º-A Artigo 88.º
Regime aplicável Formas de agrupamentos e objetivos
1 — As fundações de solidariedade social regem-se 1 — As instituições podem associar-se constituindo uni-
pelo disposto na Lei-quadro das Fundações, aprovada pela ões, federações ou confederações destinadas à realização
Lei n.º 24/2012, de 9 de julho, e, subsidiariamente, pelas dos seguintes objetivos:
disposições do presente Estatuto.
2 — O disposto no capítulo I do presente Estatuto é apli- a) Coordenar as ações das instituições associadas re-
lativamente a quaisquer entidades, públicas ou privadas,
cável às fundações de solidariedade social, com exceção
em especial junto dos órgãos e serviços do ministério da
dos artigos 10.º, 12.º, 13.º, 20.º, 21.º e 21.º-C. tutela;
b) Organizar serviços de interesse e de intervenção co-
Artigo 78.º muns às instituições associadas, racionalizando os respe-
Instituição tivos meios de ação;
c) Representar os interesses comuns das instituições
[Revogado]. associadas;
d) Promover o desenvolvimento da ação das instituições
Artigo 79.º e apoiar a cooperação entre elas na realização dos fins de
Reconhecimento da fundação solidariedade social.
[Revogado]. 2 — As uniões, federações e confederações podem
desenvolver quaisquer das atividades previstas nos arti-
Artigo 80.º gos 1.º-A e 1.º-B.
Estatutos
Artigo 89.º
[Revogado].
Regime legal
Artigo 81.º 1 — As uniões, federações e confederações de institui-
Modificação dos estatutos
ções são consideradas, para todos os efeitos, associações
de solidariedade social e ficam sujeitas ao seu regime, sem
[Revogado]. prejuízo do disposto nos números seguintes.
5882-(26) Diário da República, 1.ª série — N.º 221 — 14 de novembro de 2014

2 — [Revogado]. Artigo 93.º-A


3 — Não pode ser considerada instituição particular
Convenções coletivas de trabalho
de solidariedade social uma união, federação ou confe-
deração cujo número de instituições representadas seja As uniões, federações e confederações podem, que-
inferior a 3. rendo, ser consideradas entidades com capacidade para
4 — As uniões, federações e confederações devem en- negociação de convenções coletivas de trabalho aplicáveis
viar anualmente ao membro do Governo responsável pela às instituições nelas filiadas e aos trabalhadores represen-
área da segurança social o relatório e contas do exercício tados pelas associações sindicais outorgantes.
findo e prestar as informações que lhe forem solicitadas,
sem prejuízo das demais obrigações decorrentes dos acor-
dos ou protocolos celebrados com o Estado e das normas CAPÍTULO V
que lhes sejam aplicáveis. Disposições finais e transitórias
Artigo 90.º
Artigo 94.º
Limites da representação
Instituições já existentes
A representação atribuída às uniões, federações e con-
federações por este diploma e pelos estatutos próprios não [Revogado].
impede que as instituições nelas agrupadas intervenham
autonomamente nos assuntos que diretamente lhes digam Artigo 95.º
respeito nem afeta a posição própria dessas instituições Misericórdias atualmente existentes
perante o Estado.
[Revogado].
Artigo 91.º
Artigo 96.º
União de instituições
Termo do regime dualista das misericórdias e irmandades
As uniões são agrupamentos de instituições:
[Revogado].
a) Que revistam forma idêntica;
b) Que atuem na mesma área geográfica; Artigo 97.º
c) Cujo regime específico de constituição o justifique.
Manutenção de isenções e regalias
Artigo 92.º [Revogado].
Federações de instituições
Artigo 98.º
As federações são agrupamentos de instituições que
prossigam atividades congéneres ou afins. Legislação revogada

Fica revogada a legislação em contrário, designada-


Artigo 93.º mente:
Confederações
a) O § único do artigo 10.º do Decreto n.º 20285, de
1 — As confederações são agrupamentos, a nível na- 7 de setembro de 1931;
cional, de uniões e federações de instituições. b) O Decreto-Lei n.º 519-G2/79, de 29 de dezembro,
2 — Os estatutos das confederações podem prever que com exceção dos artigos 7.º, 22.º e 24.º do Estatuto pu-
nelas se inscrevam diretamente as instituições que não blicado em anexo e o Decreto-Lei n.º 467/80, de 14 de
pertençam a qualquer união ou federação. outubro.

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