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REVISTA SIMBRACS – 2° EDIÇÃO

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DO SIMBRACS 2013

SETOR TERCIÁRIO
EM DESTAQUE
SIMBRACS CONGREGA LIDERANÇAS E AVANÇA, DISCUTINDO INOVAÇÃO, COMPETITIVIDADE
E INTERNACIONALIZAÇÃO PARA OS SETORES DE COMÉRCIO, SERVIÇOS E LOGÍSTICA

Parceiros do SIMBRACS 2013


] EDITORIAL [

PROTAGONISMO DO SETOR TERCIÁRIO


NO DESENVOLVIMENTO NACIONAL

O
setor terciário tem ocupado papel preponde- nacionais, representantes sindicais e da área acadê-
rante no crescimento econômico e nos ganhos mica e diversos interessados no desenvolvimento e
sociais do Brasil. Seu recente vigor tem sido por na inovação do setor terciário. Sob a coordenação do
ações coletivas da sociedade com destaque para no- Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
vas políticas governamentais e os investimentos pri- Exterior (MDIC) e em parceria com o Serviço Brasilei-
vados. A segunda edição do Simpósio Brasileiro de Po- ro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)
líticas Públicas de Comércio e Serviços, entre os dias e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
12 e 13 de novembro de 2013, celebrou, mais uma (ABDI), o SIMBRACS 2013 contou com dezenas de pai-
vez, o dinamismo, o amadurecimento e a importância néis e reuniões que trouxeram à tona a face de um
desse para a economia brasileira. crescimento consolidado e sinérgico dos setores de
O setor terciário mostra importância funda- comércio, serviços e serviços logísticos. A articulação
mental para a dinâmica econômica brasileira por institucional é decorrência do Programa de Comércio
sua influência decisiva no crescimento, no emprego, e Serviços do Plano Plurianual (PPA 2012-2015) e das
na competitividade empresarial e no bem-estar da iniciativas previstas nas agendas setoriais dos Conse-
população. Não é coincidência que, de 2003 a 2013, lhos de Competitividade de Comércio, Serviços e Ser-
houve elevação de quase cinco pontos percentuais viços Logísticos do Plano Brasil Maior (PBM).
na participação do setor no Produto Interno Bruto, Convergindo com a oportunidade que o Brasil
atingindo quase 70%. Ao mesmo tempo, o comércio tem por ser um dos principais mercados domésticos
e os serviços privados têm gerado cerca de 73% dos de consumo do planeta, a agenda do SIMBRACS 2013
empregos formais na economia. Assim, o setor mos- foi cumprida com o desafio de consolidar as expe-
tra-se pujante, em contexto de desemprego em queda riências acumuladas e aprimorar a formulação e a
e crescimento da renda e da formalidade. A nova clas- execução de políticas públicas em conjunto com os
se média que se formou no Brasil e alcançou mais de diversos atores privados e da sociedade civil envolvi-
50% da população revela o peso do mercado interno dos no evento e nos foros de discussão associados
e da diversificação do consumo. Os efeitos encadea- a essa iniciativa. A cada edição do Simpósio os desa-
dos do ciclo de crescimento com diminuição da desi- fios e responsabilidades são cada vez maiores para a
gualdade e desenvolvimento do consumo de massa construção de um ambiente favorável ao desenvol-
podem ser sentidos na atividade agrícola, industrial, vimento sustentável setor terciário. O comércio e os
financeira, no comércio exterior e nos investimentos serviços não apenas acumulam mais conhecimento,
nacionais e estrangeiros. coordenação e o destaque merecidos pela sua impor-
O SIMBRACS tem contribuído para destacar ainda tância, mas também avançam na construção de um
mais as oportunidades e os desafios para comércio País mais inovador e competitivo.
e serviços, em articulação com lideranças empresa-
riais, autoridades governamentais nacionais e inter- Boa leitura!
E X P E D I E N T E

COORDENAÇÃO GERAL DO SIMBRACS NO PPA 2012-2015 AGÊNCIA BRASILEIRA DE


MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR – MDIC DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL – ABDI

Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Presidente da ABDI


Mauro Borges Lemos Mauro Borges Lemos

Secretário de Comércio e Serviços Diretor da ABDI


Humberto Luiz Ribeiro Otávio Silva Camargo

Diretor de Políticas de Comércio e Serviços Diretora da ABDI


Maurício do Val Maria Campos Machado Leal

Coordenador Geral de Mercado Doméstico


Douglas Finardi Ferreira

Coordenadora Geral de Mercado Externo


Jane Alcanfor de Pinho

Chefe de Serviço
Gislaine Mendes de Souza Fragassi

Equipe Técnica
Euler Rodrigues de Souza
Giovana Carolina de Resende Pinto
Itajamy Araújo Conceição
Larissa Saldanha Vieira
Luana Ribeiro Capita
Luciana Gomes de Oliveira
Luciano de Lima Maciel
Paulo Shizuo Fukuya
Pedro Garrido da Costa Lima

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE

Presidente do Conselho Deliberativo Nacional


REVISTA SIMBRACS – 2° EDIÇÃO
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DO SIMBRACS 2013

Roberto Simões
Diretor-Presidente
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Diretor-Técnico
Carlos Alberto dos Santos
Diretor de Administração e Finanças
José Claudio dos Santos SETOR TERCIÁRIO
EM DESTAQUE
Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo – Serviços
SIMBRACS CONGREGA LIDERANÇAS E AVANÇA, DISCUTINDO INOVAÇÃO, COMPETITIVIDADE
E INTERNACIONALIZAÇÃO PARA OS SETORES DE COMÉRCIO, SERVIÇOS E LOGÍSTICA

Parceiros do SIMBRACS 2013

Juarez de Paula
Gerente Adjunta da Unidade de Atendimento Coletivo – Serviços
Ana Clévia Guerreiro
Projeto Gráfico e Diagramção
Coordenação Nacional de Serviços Vanessa Farias e Chica Magalhães -
Andrezza Torres Grupo Informe Comunicação Integrada
Léa Lagares
Consultora Conteudista Editoração Eletrônica
Verônica Marques Grupo Informe Comunicação Integrada
] SUMÁRIO [

Fotos: ABDI

3 PROTAGONISMO DO SETOR TERCIÁRIO NO 60 ATLAS NACIONAL DE COMÉRCIO E SERVIÇOS: O


DESENVOLVIMENTO NACIONAL SETOR TERCIÁRIO GANHA NOVAS PERSPECTIVAS
7 NO CAMINHO CERTO • VÁRIOS OLHARES SOBRE OS SETORES DE
COMÉRCIO, SERVIÇO E LOGÍSTICA
8 NOVOS CENÁRIOS PARA OS PEQUENOS NEGÓCIOS
BRASILEIROS 63 CIDADES INTELIGENTES: TRANSFORMANDO
A QUALIDADE DE VIDA URBANA POR MEIO
10 O FUTURO É CONSTRUÍDO EM CONJUNTO DOS SERVIÇOS
14 EXPOSIÇÃO DE SOLUÇÕES INOVADORAS PARA 64 PROMOVENDO RELAÇÕES LUCRATIVAS ENTRE
O SETOR TERCIÁRIO FRANQUIAS, LOJISTAS E CENTROS COMERCIAIS
16 LIDERANÇAS DO PLANO BRASIL MAIOR EM SINERGIA 65 NBS – AVANÇOS PARA UMA NOVA VERSÃO
DA NOMENCLATURA
20 EMPRESAS LÍDERES
• EMPREENDEDORISMO 66 CLASSE MUNDIAL NO SETOR DE AUDIOVISUAL,
PUBLICIDADE E PROPAGANDA
24 ALAVANCANDO A TRANSIÇÃO DA PEQUENA PARA
67 COMBATE À PIRATARIA: AVANÇOS LEGAIS
MÉDIA EMPRESA E TECNOLÓGICOS
28 MATURAÇÃO DO MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL
68 E-COMMERCE NA IMINÊNCIA DA WEB 3.0:
31 EMPREENDEDORISMO E COMPETITIVIDADE DAS OPORTUNIDADES E DESAFIOS
MÉDIAS EMPRESAS
• DESENVOLVIMENTO REGIONAL
• RELAÇÃO DE CONSUMO
69 REUNIÃO DE TRABALHO DO CONSEDIC
34 BEM-ESTAR DO CONSUMIDOR RUMO À CULTURA
70 ENCONTRO DA FRENTE NACIONAL
DE SERVIÇOS DOS PREFEITOS (FNP)
37 NOVAS FRONTEIRAS PARA OS MEIOS DE PAGAMENTO
• COMÉRCIO EXTERIOR
40 A NOVA LOGÍSTICA BRASILEIRA: INTELIGÊNCIA,
71 LANÇAMENTO DAS ESTATÍSTICAS DO COMÉRCIO
INTEROPERABILIDADE E DISPONIBILIDADE INTERNACIONAL DE SERVIÇOS TENDO POR BASE AS
• FOMENTO INFORMAÇÕES DO SISCOSERV

45 COMPRAS GOVERNAMENTAIS: MODELOS 74 O CENÁRIO INTERNACIONAL DO COMÉRCIO


E OPORTUNIDADES PARA SERVIÇOS DE SERVIÇOS

• INOVAÇÃO E NEGÓCIOS 78 SISCOSERV: DEMONSTRAÇÃO DO REGISTRO


DE PRESENÇA COMERCIAL
49 INOVAÇÃO: O SALTO COMPETITIVO PARA
O COMÉRCIO, LOGÍSTICA E SERVIÇOS 81 PROGRAMA PARA ALAVANCAGEM DE EXPORTAÇÕES
DE SERVIÇOS
52 MODERNIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO:
TERCEIRIZAÇÃO E OUTROS AVANÇOS • RODADA PARA ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS

• CAPITAL HUMANO E INDICADORES 84 RODADA PARA ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS

56 QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL– CONSTRUINDO


A PRODUTIVIDADE DA PRÓXIMA DÉCADA
NO CAMINHO CERTO

R
ealizar mais uma edição do Simbracs é reforçar a
Foto ABDI

importância do setor terciário na economia brasi-


leira. Hoje, comércio e serviços estão localizados
no centro do debate sobre competitividade e inovação.
Não há dúvida de que são cada vez mais deter-
minantes para acelerar o crescimento econômico e a
produtividade. Vou além: são indispensáveis para me-
lhorar a intermediação financeira, a infraestrutura, a lo-
gística, o acesso e o uso das tecnologias da informação
e de comunicação, a educação e a competitividade.
O setor terciário deixou para trás sua posição de
caudatário nas ações governamentais para assumir,
com justo mérito, o papel de protagonista das políticas
públicas.
MAURO BORGES LEMOS, Ações do governo voltadas à desoneração tributá-
ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
ria, à melhoria das condições de financiamento, à qua-
lificação do capital humano, ao bem estar do consumi-
dor e à modernização tecnológica são apenas alguns
exemplos de medidas que ressaltam a importância do
setor.
Nesse sentido, destaco duas ações implementa-
das no Simbracs 2013. A primeira delas é o projeto Ser-
vir, lançado em parceira com o Inmetro e voltado para o
bem estar do consumidor.
Outro ponto de destaque foi o projeto Atlas de
Comércio e Serviços, que traz uma apresentação geo-
gráfica dos indicadores de comércio e serviços, o que
auxilia empreendedores na definição de investimentos
e potenciais negócios nos municípios brasileiros.
O que se deseja com a realização de um simpósio
como o Simbracs é organizar e somar esses esforços
para melhoria do ambiente de negócios do país.
Em nome de todo o Ministério do Desenvolvimen-
to, Indústria e Comércio Exterior agradeço a um sem
número de profissionais dos setores público e priva-
do que realizaram esse grande encontro para debater
com especialistas, empresários e cidadãos as dificul-
dades e, principalmente, as soluções para o setor. z

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 7


NOVOS CENÁRIOS PARA OS
PEQUENOS NEGÓCIOS BRASILEIROS
A segunda edição do Sim- ção do setor terciário, setores
Foto Divulgação

bracs marcou a continuação de de Economia Criativa, Beleza,


um diálogo com os empresá- Turismo, Bares e Restaurantes e
rios desses setores para a cria- Serviços Automotivos.
ção de estratégias e ações que É imprescindível ainda
aprimorem os negócios e que apoiar o Comércio Varejista,
permitam mais sustentabilidade especialmente o de bairro,
a eles. É fundamental que ques- composto por farmácias, mini-
tões importantes como a transi- mercados, mercearias, lojas de
ção das empresas de pequeno autopeças e material de cons-
porte para médias, o bem-estar trução e empreendimentos de
do consumidor, a incorporação vestuário, calçados, acessórios
da inovação, a modernização e suprimentos de informática e
das relações de trabalho, a qua- escritório. Qualificar esse tipo
LUIZ BARRETTO, lificação profissional e os novos de empreendimento é a princi-
presidente do Sebrae Nacional processos logísticos, entre ou- pal maneira de fazer com que
tros, façam parte do dia-a-dia de o consumidor adquira um bom
todos os empresários. produto ou serviço.
Ao colocar em pauta es- Um dos principais sonhos
ses temas no último Simbracs do brasileiro é ter seu próprio
foi possível dar mais atenção negócio. Esse desejo fica atrás
a essa agenda. Sabemos que apenas de outros dois: ter a casa
ainda há muito a ser feito, mas própria e viajar pelo Brasil. Esti-
estamos no caminho certo. Con- mular a expansão do setor ter-

O
Simpósio Brasileiro de tinuamos com o desafio de dis- ciário proporcionará a evolução
Políticas Públicas para seminar informações e conhe- contínua da economia nacional,
Comércio e Serviços (Sim- cimentos, e principalmente de o aumento na geração de empre-
bracs) é o maior evento realiza- apoiar, através da capacitação e gos e a consolidação de milha-
do pelo Governo Federal em prol da consultoria especializada em res de histórias de sucesso no
do desenvolvimento do setor gestão, a abertura de novos ce- empreendedorismo brasileiro.
terciário no Brasil. O Sebrae foi nários para estes empresários.
parceiro dessa iniciativa, pelo Muito se fala sobre a ro- O Sebrae continuará incen-
segundo ano consecutivo, por- bustez e a importância dos seg- tivando o Simbracs e a disse-
que acredita no potencial de mentos de Comércio e Serviços minação de informações rele-
crescimento das micro e peque- na economia nacional, porém, vantes para a competitividade
nas empresas dos setores de se queremos impulsionar novas e a produtividade das empresas
Comércio, Serviço e Logística, janelas para os pequenos negó- que atuam nos segmentos de
que já representam a maioria cios, precisamos criar mecanis- Comércio, Serviços e Serviços
das empresas brasileiras. mos que proporcionem a evolu- Logísticos no Brasil. z

8 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


O FUTURO
É CONSTRUÍDO EM
CONJUNTO
UM PAÍS EM CONTÍNUAS MUDANÇAS E EM QUE A COMPETITIVIDADE É CONSTRUÍDA EM CONJUNTO
POR EMPRESAS, TRABALHADORES E GOVERNO. UMA NAÇÃO EM QUE O CRESCIMENTO DA ECONOMIA
ACONTECE NÃO APENAS NO CRESCIMENTO DA RENDA, MAS NA SUPERAÇÃO DA MISÉRIA E NA
DISPONIBILIZAÇÃO DE OPORTUNIDADES PARA TODOS. ASSIM É O BRASIL DO PRESENTE, QUE CAMINHA
A PASSOS LARGOS EM UM POTENTE MOVIMENTO DE MUDANÇAS POSITIVAS.

A
sessão plenária do Simpó- ministro-chefe da Secretaria vimento, Indústria e Comércio
sio Brasileiro de Políticas da Micro e Pequena Empresa (CONSEDIC), Alexandre Baldi, o
Públicas para Comércio e (SMPE), Guilherme Afif Domin- conselheiro do Conselho Nacio-
Serviços (SIMBRACS) destacou gos, o deputado federal e coor- nal de Desenvolvimento Indus-
a importância da sinergia entre denador da Frente Parlamentar trial (CNDI), Otávio Marques de
os diversos setores da econo- Mista em Defesa do Setor de Ser- Azevedo, o presidente do Ins-
mia para o aprimoramento das viços, Laércio Oliveira, o secre- tituto Nacional de Metrologia,
relações de consumo e de mer- tário de Comércio e Serviços do Qualidade e Tecnologia (Inme-
cado propostas no Plano Brasil Ministério do Desenvolvimento, tro), João Jornada, o diretor da
Maior. A iniciativa trouxe ainda Indústria e Comércio, Humberto Divisão de Comércio e Serviços
outros olhares sobre o cresci- Ribeiro, o presidente da Agência da Organização Mundial do Co-
mento do investimento produti- Brasileira de Desenvolvimento mércio (OMC), Abdel-Hamid
vo e os avanços em tecnologia, Industrial (ABDI), Mauro Borges, Mandouh, e o presidente da
inovação e competitividade. o presidente da Agência Brasi- Associação Brasileira de Super-
Possibilitou também a conver- leira de Promoção de Exporta- mercados, Fernando Yamada.
gência de esforços para a con- ções e Investimentos (APEX), O secretário de Comércio
tínua melhoria do ambiente de Maurício Borges, o diretor pre- e Serviços do Ministério do De-
negócios no País. sidente do Serviço Brasileiro de senvolvimento, Indústria e Co-
Participaram do momen- Apoio às Micro e Pequenas Em- mércio, Humberto Ribeiro, apre-
to o ex-ministro do Desenvol- presas (Sebrae), Luiz Barretto, sentou a Agenda Estratégica
vimento, Indústria e Comércio o presidente do Conselho Nacio- aprovada pelo Comitê Gestor do
Exterior, Fernando Pimentel, o nal de Secretários de Desenvol- PBM para o Bloco 5 – que repre-

10 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


senta os setores de comércio, nal de Desenvolvimento Econô- – Programa de Excelência em
serviços e serviços logísticos mico e Social (BNDES), Maurício Serviços. Usando tecnologia de
– com os itens já em andamen- Borges Lemos, que mostrou a forma criativa, o SERVIR é um
to e os que foram incluídos na contribuição do Banco na promo- aplicativo – disponibilizado ini-
sessão com lideranças do Plano ção do investimento e do cresci- cialmente a avaliadores creden-
Brasil Maior – realizada durante mento no País. ciados pelo Inmetro – que tem
o Simpósio. O coordenador do Conselho como objetivos envolver e ca-
Ribeiro também apresentou de Bem-Estar do Consumidor no pacitar o consumidor para que,
algumas entregas ao setor de Plano Brasil Maior e presidente dando suas opiniões a respeito
Comércio e Serviços, como o Ca- do Instituto Nacional de Metro- de critérios pré-estabelecidos
lendário Brasileiro de Exposições logia, Qualidade e Tecnologia (In- para a avaliação de estabeleci-
e Feiras 2014, a primeira edição metro), João Jornada, explicou mentos comerciais, participe
do Atlas Nacional de Comércio que vem sendo realizado traba- ativamente do processo de me-
e Serviços, a terceira edição lho referente ao desenvolvimen- lhoria na prestação de serviços,
do Guia Oficial das Oportunida- to de instrumentos que permi- além de apresentar para as em-
des de Investimento no Brasil tam a melhoria na qualidade da presas oportunidades de apri-
– versão que traz, pela primeira prestação de serviços, possibili- moramento e de reconhecimen-
vez, a presença dos governos tando, ao mesmo tempo, o maior to. Na divulgação das avaliações
municipais – e o Guia de Instru- engajamento do consumidor, realizadas, serão priorizadas as
mentos de Apoio ao Desenvolvi- uma vez que este é considerado melhores práticas de cada seg-
mento Produtivo – com a partici- o indutor efetivo de melhorias da mento avaliado.
pação dos governos estaduais na qualidade. “Aqueles estabelecimentos
atração do investimento para o Como resultado deste tra- com grau de excelência maior
setor terciário. Ele também leu balho e da parceria entre SCS e vão ter divulgados os seus atri-
carta do diretor do Banco Nacio- Inmetro foi lançado o SERVIR butos de qualidade a toda a po-

Fernando Pimentel, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,


e autoridades durante a realização da Plenária do SIMBRACS 2013 Foto ABDI

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 11


pulação, isso vai dar prestigio a Business) do Banco Mundial, nos
eles. Por outro lado, aqueles es- colocando como uma nação que
tabelecimentos que estão numa não dá o apoio ao empreende-
fase em que precisam, ainda, de dor”. Domingos disse ainda que a
muitas melhorias vão ser infor- Secretaria pretende implementar
mados daqueles quesitos que portal digital para abertura e fe-
precisam melhorar. Então é um chamento de empresas com in-
jogo ‘ganha/ ganha’, onde o con- tegração dos órgãos do Governo
sumidor, voluntariamente, vai Federal, dos Estados e dos Muni-
ser uma espécie de ‘fiscal’ do cípios que participam do proces-
Inmetro”, explicou Jornada. so. Reforçou, assim, a necessida-
O deputado federal e pre- de de transpor as empresas para
sidente da Frente Parlamentar o universo online, facilitando a
Mista em Defesa do Setor de Ser- abertura do negócio e a obtenção
viços, Laércio Oliveira, destacou das licenças, já que 90% destas Durante a plenária do Simbracs 2013 foram
anunciadas as entregas do Bloco 5 (Comércio,
o potencial realizador do servi- são de baixo risco. “A Constitui- Serviços e Serviços Logísticos), do PBM
ço público e relembrou temas ção fala do registro único e nós
importantes da edição 2012 do ainda temos as inscrições esta-
SIMBRACS, tais como a terceiri- duais e municipais”, justificou. O Brasil está
zação e o formato de desonera- O ministro explicou tam-
ção do setor de serviços. bém que a transmissão au- no caminho
“Os desafios dos próximos tomática através do portal da certo. Um país que
anos são as reformas. Eu defen- Redesim (Rede Nacional para a
do uma reforma na CLT (Conso- Simplificação do Registro e da
fez o que nós fizemos
lidação das Leis do Trabalho). Legalização de Empresas e Ne- nos últimos 25 anos,
O Brasil mudou muito, cresceu gócios) deverá estar integrada com certeza vai
muito e as atividades se dinami- aos estados e municípios no pe-
zam a cada dia”, reforçou. ríodo de um ano e que o portal enfrentar esse novo
O ministro chefe da Secreta- poderá ainda servir para a troca desafio. Nós vamos
ria da Micro e Pequena Empresa, de conhecimento e para incen-
Guilherme Afif Domingos, des- tivar a realização de negócios
construir o consenso
tacou a importância de articular entre as empresas nacionais. da competitividade.
todos os setores em prol da mi- “No Brasil, a má burocracia não Estamos avançando
cro e pequena empresa e de seu confia, não acredita, não capaci-
tratamento diferenciado. “Nós te- ta e, por fim, não fiscaliza. Nós nesse caminho. E
mos uma missão principal que é precisamos acreditar, confiar, quanto mais eventos
a de simplificar o Simples. O nos- capacitar e fiscalizar. A fiscali-
so sonho é um grande SIMPLES” zação pode ser posterior porque
como o SIMBRACS nós
resumiu. Destacou ainda outra eu vou começar a acreditar na fizermos, mais rápido
ação que considera imprescin- palavra das pessoas”, reforçou. nós iremos nessa
dível para a economia brasileira: O ex-ministro do Desenvol-
“O DREI (Departamento de Regis- vimento, Indústria e Comércio direção. O futuro nos
tro e Integração) tem a missão Exterior, Fernando Pimentel, con- espera. Vamos juntos”.
de tirar o Brasil desta posição vidou os participantes a refletir
incômoda de ser o 116º país na sobre a admiração com a qual o FERNANDO PIMENTEL,
ministro do Desenvolvimento, Indústria e
classificação no ranking (Doing Brasil é visto no mundo inteiro. Comércio Exterior.

12 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


É preciso flexibilizar as relações para
que possamos produzir mais e gerar
mais empregos. A reforma trabalhista é
muito importante porque o Brasil mudou
muito, cresceu muito e as atividades se
dinamizam a cada dia”.
LAERCIO OLIVEIRA,
deputado federal e coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa
do Setor de Serviços.

Fotos ABDI

“Nosso País ganhou um status e


um respeito que, às vezes, não
nos damos conta. Muitas vezes,
internamente, somos muito mais
pessimistas com o País do que
quem está vendo o desempenho
do Brasil a partir do ponto de vis- Participaram da Plenária SIMBRACS 2013 mais de 700 pessoas
ta externo, que pode ser até mais
isento”, reforçou.
Pimentel propôs ainda um
retrospecto da história do País consumo nacional. versal para os brasileiros e bra-
para vislumbrar o futuro. “Nós “O Brasil está sempre en- sileiras”, disse.
conseguimos, ao longo dos últi- tre os três, quatro, à vezes dois O impulso na competitivida-
mos 25 anos, construir consen- maiores mercados de consumo de brasileira foi o último aspecto
sos que se transformaram em do mundo, efeito do consenso pontuado pelo ex-ministro, es-
um conjunto de ações públicas que construímos de que era pecialmente após os desafios
e privadas que levaram o País preciso trazer a nação brasileira superados ao longo dos últimos
pouco a pouco à dimensão que para um patamar de cidadania, anos. “O Brasil está no caminho
tem hoje”, disse. Ressaltou ain- distribuir renda, não estamos certo. Um país que fez o que nós
da a solidez da democracia bra- falando apenas de estabilizar fizemos nestes últimos 25 anos,
sileira, a luta contra a inflação, a moeda. Estabilizar a moeda é com certeza, enfrentará esse
a estabilização da economia e o importantíssimo, mas é apenas novo desafio. Nós vamos cons-
enfrentamento da desigualdade um meio. O fim é a prosperidade truir o consenso da competitivi-
social através de ações públicas e o bem estar das pessoas. Nós dade, estamos avançando neste
e privadas que não só reduziram chegamos a esse consenso e caminho. O futuro nos espera e
a miséria como ampliaram o hoje ele é um valor, diria eu, uni- vamos juntos”, finalizou. z

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 13


EXPOSIÇÃO DE SOLUÇÕES
INOVADORAS PARA O
SETOR TERCIÁRIO
R
ecursos inovadores e com alta tecnologia Jornada – Presidente do INMETRO; Sr. Luiz Carlos
para os setores de comércio, serviço e servi- Furtado Neves – Vice-Presidente da Confederação
ços logísticos foram apresentados no Espaço das Associações Comerciais e Empresariais do Bra-
de Exposição de Soluções Inovadoras, uma área sil (CACB); Deputado Laércio Oliveira – Coordenador
que reuniu doze expositores em mais de 250m². da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Setor
A abertura do espaço contou com a presença de de Serviços; e, o Sr. Rodrigo Paolilo – Presidente da
diversas autoridades: o Sr. Humberto Luiz Ribeiro – Confederação Nacional dos Jovens Empresários
Secretário de Comércio e Serviços (SCS/MDIC); Sr. (CONAJE).
Luigi Nese – Presidente da Confederação Nacional No estande da Agência Brasileira de Desenvol-
de Serviços (CNS); Sr. Paulo Lofreta – Presidente da vimento Industrial (ABDI), foi apresentado o Guia de
Central Brasileira do Setor de Serviços (CEBRASSE); Instrumentos de Apoio ao Desenvolvimento Indus-
Sr. Nelson Fujimoto – Secretário de Inovação (SI/ trial, uma ferramenta de consulta que traz centenas
MDIC); Sra. Heloísa Menezes – Secretária de De- de informações para estimular a inovação e a ex-
senvolvimento da Produção (SDP/MDIC); Sr. João portação. A Associação Brasileira de Supermerca-

Abertura do espaço de exposições Foto Carla Passos

14 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


dos (ABRAS) trouxe equipamen- tadas plataformas de comércio à inovação em organizações pú-
tos e soluções para aumentar eletrônico, certificação digital, blicas e privadas.
e qualificar o fluxo de informa- meios de pagamento e novas tec- A Associação Brasileira de
ções no ponto de venda, como nologias para as pequenas em- Automação (GS-1 Brasil) trouxe a
a etiqueta eletrônica e o self presas. A Confederação Nacional loja do futuro com o uso de tec-
checkout (caixa automático). de Comércio de Bens, Serviços e nologia de radiofrequência, o que
Já a Associação Brasileira de Turismo (SISTEMA CNC-SESC-SE- permite agilizar inventários e con-
Bares e Restaurantes (ABRASEL) NAC) destacou a importância do trolar datas de validade e lotes de
mostrou o Restaurante do Futuro capital humano a partir de quatro produtos. Na área da Associação
e como as novas tecnologias es- pontos: lazer, saúde, bem-estar Nacional das Empresas de Trans-
tão transformando o segmento e educação profissional, demos- portes Urbanos (NTU) foi possível
com ideias e soluções para apri- trando, ademais, as ocupações
conhecer mais sobre as soluções
de mobilidade urbana trazidas
Foto ABDI
pelos modelos BRS e BRT. E no
estande do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empre-
sas (Sebrae) foram apresentados
casos de sucesso do programa
de inovação SebraeTEC, que apoia
na rápida inserção da inovação
nas empresas, materializados por
uma impressora 3-D.
Por fim, o meio acadêmico
esteve presente no Espaço de
Exposição por meio de um quios-
que conjunto da Rede Candango
de Incubadoras (ITEC – Incuba-
Espaço de exposições das tecnologias inovadoras doras Tecnológicas de Empre-
sas) da Universidade Católica de
Brasília (UCB), a Rede CASULO do
morar os processos de gestão e de barista e barman. Centro Universitário de Brasília
atendimento. A Associação Na- O estande da Empresa de
(UniCEUB) e o Centro de Apoio
cional de Pesquisa e Desenvolvi- Planejamento e Logística S.A.
ao Desenvolvimento Tecnológico
mento das Empresas Inovadoras (EPL) apresentou o Observa-
(CDT) da Universidade de Brasília
(ANPEI) apresentou itens que tório Nacional de Transportes e
(UnB). Ao oferecer um ambiente
têm revolucionado o setor terciá- Logística e o padrão Brasil-ID,
propicio para o desenvolvimento
rio, como a automação das cen- tecnologia de radiofrequência
trais de atendimento, os serviços que irá permitir o a identificação, da empresa, dando, entre outros,
de análise de mídias sociais, a o rastreamento e a autenticação assessoria empresarial, contábil,
editoração automática de livros e de veículos e mercadorias nos financeira e jurídica, as incuba-
as soluções avançadas em logís- modais de transporte em todo o doras universitárias apresenta-
tica e controle de entrada e saída território nacional. Já a Financia- ram ao público seu objetivo, qual
de mercadorias. dora de Estudos e Projetos (FI- seja, abrigar empresas inovadoras
No espaço da Câmara Bra- NEP) apresentou, em um totem, frutos de projetos de pesquisa e
sileira de Comércio Eletrônico as possibilidades de fomento desenvolvimento científico e tec-
(CÂMARA E-NET) foram apresen- público à ciência, à tecnologia e nológico. z

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 15


LIDERANÇAS DO
PLANO BRASIL MAIOR
EM SINERGIA
INOVAR PARA COMPETIR E COMPETIR PARA CRESCER. O SLOGAN DO PLANO BRASIL MAIOR DEMOSTRA O DESAFIO
DE CRIAR UM DIÁLOGO MÚLTIPLO E TRANSVERSAL ENTRE OS SETORES DE COMÉRCIO, SERVIÇOS E SERVIÇOS
LOGÍSTICOS, QUE APONTE DIREÇÕES PARA AS POLÍTICAS DESENVOLVIDAS PELO GOVERNO FEDERAL, PROPICIE
OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTO E AINDA DÊ SUPORTE AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E INTEGRAL DOS
SEGMENTOS QUE REPRESENTAM MILHARES DE POSTOS DE TRABALHO E QUE DÃO SIGNIFICATIVA CONTRIBUIÇÃO
PARA A ECONOMIA NACIONAL.

C
onsiderando a inclusão iné- políticas públicas para promover ano do PBM: internet das coisas
dita dos setores de Comér- a inovação e o desenvolvimento e serviços online, segurança nas
cio, Serviços e Serviços Lo- do setor. transações eletrônicas e evolu-
gísticos na política industrial do O coordenador dos Con- ção dos modelos de compras go-
Governo Federal, o Plano Brasil selhos de Competitividade de vernamentais de serviços.
Maior (PBM), o painel – conside- Comércio, Serviços e Serviços O conselheiro do Conselho
rada a 7ª Reunião dos Conselhos Logísticos e secretário de Co- Nacional de Desenvolvimento In-
de Competitividade do bloco 5 da mércio e Serviços do Ministério dustrial (CNDI), Otávio Marques
política – discutiu a nova estru- do Desenvolvimento, Indústria de Azevedo, ressaltou que a vi-
tura do setor produtivo nacional e Comércio Exterior (SCS/MDIC), são agregada de todos os setores
e as vantagens e desafios desse Humberto Ribeiro, destacou a é o que permite que o Governo
novo modelo de debate iniciado importância da participação de estabeleça uma política pública
pelo PBM, onde participam – cada segmento nos citados Con- mais assertiva. “A agenda setorial
num mesmo fórum – os setores selhos do PBM. “O objetivo é con- de comércio, serviços e logística
público, privado e entidades que tar com a experiência dos nossos tem um desafio enorme porque
representam os trabalhadores. conselheiros antevendo desa- é onde nós, provavelmente, mais
Os presidentes presentes, fios, fazendo sugestões, ilustran- empregamos no Brasil”. Ele lem-
representando entidades par- do oportunidades e discutindo brou que o setor é onde mais ci-
ticipantes dos Conselhos de aquilo que preconiza o slogan do dadãos estão envolvidos não só
Competitividade de Comércio, Plano Brasil Maior: inovar para como força de trabalho, mas tam-
Serviços e Serviços Logísticos, competir e competir para cres- bém como consumidores finais
apresentaram suas expectativas cer”, reforçou. dos serviços que são prestados.
para o último ano do Plano Brasil Durante a reunião, três no- Comentou ainda que as melhoras
Maior e discorreram sobre suas vas iniciativas foram apresen- na produtividade nacional não de-
conquistas tanto no processo de tadas ao Conselho para serem pendem apenas do Governo Fede-
debates quanto na construção de discutidas ao longo do último ral, mas de todas as instâncias da

16 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


Lideranças empresariais e coordenadores dos Conselhos de Competitividade de Comércio, Serviços e Foto ABDI
Serviços Logísticos do Plano Brasil Maior (PBM), participantes do painel

gestão pública e da gestão priva- é de 5,5% do PIB nacional, para 6% ci, destacou os ganhos gerados
da. Azevedo destacou a necessi- até 2014. Esse Plano, desenvolvi- pelo diálogo tripartite proporcio-
dade de ampliar a competitivida- do em parceria e alinhado com o nado pela forma de organização
de através de investimentos em PBM do Governo Federal, ressalta da política industrial do Governo
tecnologia, educação, formação como o autosserviço contribui Federal. “Falar em Brasil Maior,
de pessoas e redução do custo para o crescimento nacional, se- na nossa visão, é a integração de
dos serviços. Otávio Azevedo tor do qual os supermercados todos os brasileiros, de todas as
finalizou destacando a capilari- respondem por 46,3% das lojas. companhias brasileiras, de todos
dade e a integração das ações Outra parceria importante desen- os setores e de todos os segmen-
adotadas no âmbito do PBM, além volvida pelo segmento foi com tos. É congregar a todos que pro-
da importância do diálogo propor- a indústria, já que mais de 3/4 duzem, a todos que trabalham e a
cionado pelo Governo. “É muito dos produtos que preenchem as todos que fazem alguma coisa di-
enriquecedor poder traduzir com gôndolas dos supermercados são ferente pelo País, desde os traba-
exemplo claro e não com ideias e industrializados. “Nossas maio- lhadores através das empresas
conceitos, aquilo que está acon- res conquistas foram a desonera- e, principalmente, o Governo.”,
tecendo. O espaço criado, que é ção e a ampliação da cesta bási- ressaltou. Ele destacou ainda a
o que está sendo mostrado por ca, questões que o setor já vinha importância dos incentivos para
todos, é muito importante e tem perseguindo há mais de oito anos. o segmento de parques de diver-
que ser traduzido para os outros Outra importante realização foi a sões para que não fiquem ape-
setores”, disse. desoneração da carne, que levou nas rotulados como brincadeira,
O presidente da Associa- ao crescimento do setor e a um quando são responsáveis pela
ção Brasileira de Supermercados maior controle de qualidade dos geração de centenas de empre-
(ABRAS), Fernando Yamada, apre- produtos ofertados.” gos, além de serem grandes
sentou os resultados do Plano O presidente do Sistema In- motores de desenvolvimento. “O
ABRAS Maior, que tem como obje- tegrado de Parques e Atrações Tu- parque temático compra de tudo
tivo elevar o PIB do setor, que hoje rísticas (SINDEPAT), Alain Baldac- e movimenta o turismo, os res-

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 17


taurantes, as cadeias de publici- é o jovem de classe média que

Foto ABDI
dade e comunicações, compra está na escola, mas infelizmen-
lâmpadas, fios e motores, ativa a te é impossível empregá-lo em
indústria e compra de supermer- eventos e em bares e restauran-
cados. Os parques temáticos são tes porque a lei não permite e o
um dos poucos ou mais comple- jovem demanda flexibilidade”,
tos segmentos econômicos que ressaltou.
existem”, disse. De acordo com o presidente
O presidente da Associação executivo da Associação Nacio-
Brasileira de Bares e Restauran- nal dos Transportes Ferroviários
tes (ABRASEL), Paulo Solmucci (ANTF), Rodrigo Villaça, o país
Júnior, destacou a importância precisa desburocratizar-se, o go-
da regulamentação dos meios verno precisa entender que a ini-
de pagamento como cartão de Humberto Ribeiro, secretário de ciativa privada pode fazer melhor
Comércio e Serviços, do Ministério
crédito, vale alimentação e vou- do Desenvolvimento, Indústria e e mais rápido, no que diz respeito
Comércio Exterior
chers. “Essas empresas chegam a obras de logística. “Podemos
a cobrar 6% do faturamento de reduzir em 40% o tempo de cons-
bares e restaurantes. Na França, trução de uma ferrovia e outros
onde temos o estado da arte em segmentos, como aeroportos,
termos de taxa, a cobrança é de rodovias, hidrovias e terminais
0,5% em média. Nós pagamos portuários dentro de um ambien-
doze vezes mais e isso é devido te de logística de movimentação.
a uma profunda falta de compe- Nós implantamos inovação, no-
tição. Não estamos falando de O objetivo é vas tecnologias, novas oportu-
discutir as taxas no Brasil, mas nidades e um novo modelo de
sim em acabar com as reservas
contar com gestão para que a qualidade dos
de mercado e com as bandeiras a experiência dos serviços públicos possa ser me-
exclusivas para uma operadora nossos conselheiros lhorada tanto para mercadorias
ou para outra e para um banco ou quanto para a movimentação das
para outro”, disse. Outra iniciativa antevendo pessoas”, explicou. Ele comentou
destacada por Solmucci foi o deba- desafios, fazendo ainda que a desburocratização
te sobre o trabalho intermitente, leva ao avanço mais rápido e
pois não há no País uma legisla-
sugestões, ilustrando mais longo. “Nós temos muito o
ção específica que permita a con- oportunidades e que fazer e um desafio enorme. É
tratação por hora e com jornada discutindo aquilo que importante considerar a logística
móvel. “É mais do que evidente também como um elemento da
a necessidade da implantação do preconiza o slogan administração e da necessida-
trabalho intermitente no Brasil, do Plano Brasil Maior: de que nós temos para avançar.
seja para atender aos jovens de Independente da condição eco-
uma maneira e cuidar da sua em-
inovar para competir nômica do nosso país, nós esta-
pregabilidade, seja para atender e competir para mos atrasados, estamos há duas
melhor ao consumidor, ou seja, crescer.” décadas com a infraestrutura em
para atender melhor na Copa do derrocada e, para isso, é neces-
Mundo. Se existe um exército no HUMBERTO RIBEIRO, sário um planejamento integra-
secretário de Comércio e Serviços do
Brasil que é capaz de falar uma Ministério do Desenvolvimento, Indústria e do, que some forças entendendo-
segunda língua, esse exército Comércio Exterior (SCS/MDIC). -se que são obras estruturantes,

18 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


Fotos ABDI

Alain Baldacci – presidente do Sindepat e Fernando Yamada – Francisco Gonçalves Cardoso, vice-presidente da Associação Brasileira
presidente da ABRAS de Transportadores Internacionais (ABTI) e Fernando de Castro,
vice-presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV)

que demandam tempo, não só na cessidade de políticas públicas da desburocratização para a


sua construção, mas no retorno que tratem da cadeia produtiva promoção do desenvolvimento.
de resultados”, disse. como um todo, e que busquem “Nós temos visões diferentes de
A mudança no processo de inserir o Brasil na cadeia produ- como tratar o problema. O Plano
decisão das políticas públicas tiva mundial. “O País tem que Brasil Maior tem sido uma opor-
foi um dos primeiros aspectos ter condições de ser um grande tunidade para ter essa visão,
destacados pelo vice-presiden- exportador de serviços, pois te- entender as dificuldades e en-
te do Instituto para Desenvolvi- mos talentos e provas disso. Nós caminhar as soluções para que
mento do Varejo (IDV), Fernando temos que reforçar aquilo que te- possa ser possível resolver no
de Castro. “Nós estamos em um mos de forte, mas sem perder a futuro” reforçou.
mundo cada vez mais complexo. visão externa de relações com os A chefe do Departamento
A forma de distribuir, produzir e outros países”, explicou. de Bens de Consumo, Comércio
de inovar é diferente, consequen- O vice-presidente da Asso- e Serviços do BNDES, Ana Cristi-
temente, há uma necessidade de ciação Brasileira de Transpor- na Rodrigues da Costa, reforçou
mudança de processo, mas, ao tadores Internacionais (ABTI), a diversidade de serviços que o
mesmo tempo, temos um segun- Francisco Gonçalves Cardoso, banco tem disponibilizado para o
do desafio que é a velocidade de destacou a importância de tor- setor terciário. “Nós temos bus-
mudança”, comentou. Ele ressal- nar mais competitivo o trans- cado chegar ao setor de várias
tou ainda o papel do varejo como porte internacional de cargas, formas e de maneiras criativas.
grande empregador – hoje o setor qualificar o serviço e seguir na É importante dizer que os itens
é responsável por 25% dos pos- liderança da América do Sul. “O de financiamento do setor vão
tos de trabalho – e também como Brasil tem hoje quase 50 mil muito além da obra civil e da
um dos segmentos que puxa o veículos licenciados para ope- construção e reforma das lojas.
crescimento da economia nacio- rar no transporte rodoviário in- Conhecendo a relevância da lo-
nal. “Nós temos que crescer em ternacional de cargas, geramos gística, principalmente a logísti-
velocidade maior, tomar decisões cerca de 150 mil empregos e ca interna no varejo, financiamos
rápidas, ter um horizonte claro e, para colocar um caminhão para a construção de centros de dis-
ao mesmo tempo, a tarefa do go- rodar investimos cerca de R$ tribuição, toda a parte de siste-
verno é a regulamentação, mas 500 mil. Enfrentamos muitas ma de informática necessário ou
nós temos que discutir em que dificuldades, pois há muito se de serviços técnicos especiali-
nível isto deve acontecer porque, fala de como este país precisa zados e a parte de treinamento
se exercitado em um nível exces- investir em infraestrutura”, res- de pessoal. A inovação é um pon-
sivo, pode anular completamente saltou. Cardoso destacou ainda to-chave e nós temos procurado
as iniciativas ou vir fora de tem- as mudanças para os motoristas entender a inovação em termos
po”, disse. Castro apontou a ne- de caminhões e a necessidade de processos”, explicou. z

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 19


EMPRESAS
LÍDERES
PARA DESENVOLVER O BRASIL É PRECISO GLOBALIZAR PROCESSOS, PRODUTOS E SERVIÇOS.
ESSA ESTRATÉGIA NÃO SÓ PERMITIRÁ QUE AS EMPRESAS NACIONAIS ATENDAM ÀS EXIGÊNCIAS
ESTRANGEIRAS, MAS TAMBÉM PREPARARÁ O PAÍS PARA EXTRAPOLAR EXPECTATIVAS E
APROVEITAR AS OPORTUNIDADES TRAZIDAS COM OS MEGAEVENTOS ESPORTIVOS E O CRESCENTE
RECONHECIMENTO INTERNACIONAL OCORRIDO NOS ÚLTIMOS ANOS.

Humberto Ribeiro, secretário de Comércio e Serviços, do MDIC, Maurício de Sousa, presidente da


Maurício de Sousa Produções, Fernando Antônio Simões, presidente da JSL Transportadora,
Guilherme Loureiro, presidente do Walmart Brasil, e José Gallo, presidente das Lojas Renner durante o
ESTRATÉGIAS DE painel que abriu o segundo dia do Simpósio

GLOBALIZAÇÃO
DO SETOR
TERCIÁRIO E OS
MEGAEVENTOS

As transformações na economia
mundial e a crescente diversificação e
sofisticação das atividades e segmen-
tos do setor terciário trazem novas
possibilidades de expansão e aprimo-
ramento. De um lado, há um caminho
com lacunas que devem ser preenchi-
das para o melhor aproveitamento do
cenário atual e para a internacionali-
zação das marcas e serviços brasilei-
ros. De outro, uma demanda que exige
fluxo continuado e aprimoramento
constante para garantir o atendimen-
to em mercados cada vez mais globa-
lizados.

20 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


O secretário de Comércio e para acontecerem no Brasil nos as empresas daquele país não
Serviços do Ministério do Desen- próximos anos como uma jane- aproveitaram toda a exposição e
volvimento, Indústria e Comércio la de oportunidades para o salto a visibilidade gerada por um me-
Exterior (SCS/MDIC), Humberto de competitividade, Humberto gaevento. Na expectativa de que
Ribeiro, destacou a presença Ribeiro comentou a experiên- o Brasil aproveite a visibilidade
das empresas líderes do setor cia de visitar, como empresário, que será gerada tanto pela Copa
de comércio e serviços no pai- dois países que se preparavam do Mundo de 2014 quanto pelas
nel de abertura do segundo dia para este tipo de evento. “Eu vi Olimpíadas de 2016, Humberto
do Simbracs. Lembrando as dis- a China aproveitar muito bem as Ribeiro encerrou desejando que a
cussões ocorridas no dia ante- oportunidades. Antes das Olim- experiência brasileira seja ainda
rior a respeito da construção e píadas, muitos consideravam o melhor que a chinesa.
implementação das políticas pú- produto chinês como de segunda
blicas, ressaltou a necessidade
da transformação da dinâmica
categoria. Hoje, vemos marcas
chinesas dominando uma série CURIOSIDADE
de competitividade brasileira e
que as empresas são o grande
de segmentos inclusive de alta
tecnologia”, ressaltou. Já na visi-
SOBRE O
motor dessa mudança. Nesse
contexto, considerando os me-
ta à África do Sul, durante a pre-
paração para a Copa do Mundo
BRASIL
gaeventos esportivos previstos de Futebol, Ribeiro percebeu que
O presidente das Lojas Ren-
ner, José Galló, destacou o inte-
Fotos ABDI resse internacional pelo Brasil.
“Há uma grande curiosidade e
uma grande dúvida sobre o País”,
disse se referindo aos acionistas
internacionais das Lojas Renner,
e enfatizou que, ainda que tenha-
mos diminuído o ritmo de cres-
cimento, os indicadores ainda
são positivos. “Nós continuamos
crescendo”, resumiu.
Sobre a internacionalização,
ele explicou que é muito difícil
internacionalizar uma empresa.
“Existem muito poucas que têm
sucesso, pois há especificida-
des e diferenças. Muitas vezes
é necessário fazer adequações”,
afirmou. Galló apontou ainda al-
gumas dificuldades para trazer
um vestuário para o Brasil. Se se
considerar um fornecedor chi-
nês, ele disse que o custo para
trazer o produto até o centro de
distribuição no Brasil correspon-
de a 90% do valor do produto. No
Chile, a mesma operação corres-

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 21


ponderia a 20% desse valor. Des- Quando o ganho de produtividade
tacou a complexidade da legisla- Temos uma acontecer, permitirá o pagamen-
ção brasileira, a carga tributária, to de mais salários, a venda de
as vendas ilegais, a qualidade e a gama de produtos mais baratos e que o
falta de padrão do produto nacio- consumidores que País entre em um círculo virtuo-
nal, com alguns dos fatores que so”, destacou.
elevam o custo da operação. antes não podia
comprar e que entrava
LOGÍSTICA
VAREJO QUE nas nossas lojas e
COMO
passava vontade,
TRANSFORMA mas que hoje pode ESTRATÉGIA
VIDAS comprar. Como
O presidente da JSL Trans-
O presidente do Walmart
lideranças desse País, portadora, Fernando Antônio Si-
Brasil, Guilherme Loureiro, co- temos obrigação de mões, definiu a logística como
mentou a importância do varejo não deixarmos essas “serviços estratégicos que con-
brasileiro não só na oferta va- tribuem para o desenvolvimento
riada de produtos a preços mais pessoas perderem da indústria, do comércio e da
baratos, mas também como veí- isso.” mobilidade social”. Após fazer o
culo de mobilidade social, espe- histórico da empresa, destacou
GUILHERME LOUREIRO,
cialmente para os jovens que tem presidente do Walmart Brasil.
que o mais importante na com-
no varejo o seu primeiro empre- panhia são as pessoas, os cola-
go, a porta para uma educação e boradores que conhecem a cul-
formação profissional melhores tura da empresa e que entendem
e, assim, melhorar sua emprega- podia comprar e que entrava nas a necessidade do cliente. “Gente
bilidade. O Walmart tem 2,2 mi- nossas lojas e passava vonta- é o grande diferencial em qual-
lhões de colaboradores e, 11 mil de, mas que hoje pode comprar. quer atendimento na prestação
lojas espalhadas pelo mundo. Ele Como lideranças desse País te- de serviços”, disse. Mostrando
destacou que 70% dos diretores mos obrigação de não deixarmos ainda alguns dados da empresa,
de loja da empresa são pessoas essas pessoas perderem isso”, Simões lembrou que temos mão
que começaram na base da ope- disse. Segundo ele, o maior risco de obra disponível em qualquer
ração e ganhando o salário mais que o varejo enfrenta atualmente região do Brasil e que “basta
baixo. “A gente é capaz de mu- é o risco da inflação e que parte treinar, educar e desenvolver” as
dar a vida das pessoas. O nosso do combate à inflação se dá atra- pessoas.
crescimento [do varejo] ajuda o vés do aumento da produtivida- Ele ressaltou as diversas
país a crescer, mas é importante de. No entanto, ainda segundo mudanças que aconteceram no
ajudar este desenvolvimento a Loureiro, para que isso aconteça Brasil dos últimos anos e o de-
acontecer”, ressaltou. a redução da carga tributária e sejo de que o processo de alte-
Loureiro destacou a neces- da complexidade da legislação, rações seja contínuo. “O que nós
sidade de reconhecer que o Brasil que gera entraves para que a em- temos que reconhecer é que o
mudou muito e que houve uma presa continue operando legal- Brasil passou por uma transfor-
ascensão social que permitiu a mente, são parte do processo. “O mação nos últimos dez anos e
chegada de novos consumidores segredo do varejo de supermer- tem passado por outra transfor-
ao mercado. “Temos uma gama cados é melhorar a produtivida- mação nos últimos dois ou três
de consumidores que antes não de das operações todos os dias. anos. Nós temos um Brasil em

22 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


O que nós temos que reconhecer é que o país passou por uma
transformação nos últimos dez anos e tem passado por outra
transformação nos últimos dois ou três anos. Nós temos um Brasil em
movimento e o comércio e o serviço tem muito que desenvolver.”
FERNANDO ANTÔNIO SIMÕES,
presidente da JSL Transportadora.

movimento e o comércio e o ser- parques temáticos para a impor- empreendedorismo nasceu com
viço tem muito que desenvolver”, tação dos equipamentos neces- o brasileiro. Primeiro, porque se
explicou. sários à instalação e renovação ele não é empreendedor ele não
Simões destacou ainda que dos empreendimentos. sobrevive. Além disso, nós so-
o País já tem uma base para o “Neste momento em que es- mos criativos e temos um País
crescimento criada. “O que nos tamos iniciando um processo de maravilhoso para conquistar, re-
deixa feliz não são só os me- atrair turistas do mundo inteiro conquistar, enfeitar e aproveitar
gaeventos, mas o que tem para por causa dos grandes eventos tudo o que nos foi apresentado”,
acontecer no Brasil é muito mais esportivos, por causa do cres- finalizou. z
do que já aconteceu nos últimos cimento do Brasil e por causa
anos. Com o apoio do administra- da atração que o País exerce no
dor público... eu acredito que o mundo todo fica a pergunta: onde
maior desenvolvimento do País é estão os nossos parques”, res- O empreende-
aquele que está por vir”, afirmou. saltou. Maurício de Sousa desta-
cou ainda a necessidade de mos- dorismo
nasceu com o
NO FINAL TUDO trar o Brasil como rota do turismo
familiar – e não de indivíduos so-
brasileiro. Primeiro,
SE RESOLVE zinhos – e os empreendimentos
do tipo parque temático e aquá- porque se ele não é
tico colaboram com essa cons- empreendedor ele
O presidente da Maurício trução. Para isso, ele destacou
de Sousa Produções, Maurício que seria interessante encontrar não sobrevive. Além
de Sousa, explicou que apesar o mesmo cenário favorável que disso, nós somos
das adversidades e percalços ele encontrou em Portugal para
continua acreditando que “como abrir um parque-jardim da Môni-
criativos e temos
nas histórias em quadrinhos, no ca, que seria inaugurado naquela um país maravilho-
final tudo se resolve”. Ele des- mesma semana. Bem como na
tacou a necessidade de facilitar
so para conquistar,
China onde ele está elaborando
procedimentos para o processo material para pré-alfabetização, reconquistar,
de internacionalização das em- trabalho que já é realizado há 3 enfeitar e aproveitar
presas e para o estabelecimento ou 4 anos.
de empresas internacionais no Maurício de Sousa destacou tudo o que nos foi
Brasil, a fim de atrair empresá- que o Brasil é o País que sabe e apresentado.”
rios de diversos setores. Outro pode fazer tudo, mas onde é pre-
tema apontado foi o histórico de MAURÍCIO DE SOUSA,
ciso desburocratizar os proces- presidente da Maurício de Sousa
dificuldades encontradas pelos sos e simplificar a legislação. “O Produções.

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 23


[ EMPREENDEDORISMO ]

ALAVANCANDO A TRANSIÇÃO DA
PEQUENA PARA MÉDIA EMPRESA
O DESAFIO DE PROMOVER A MÉDIA EMPRESA PASSA PELA GERAÇÃO DE OPORTUNIDADES ESPECÍFICAS.
É PRECISO ESTIMULAR O AVANÇO COORDENADO E ALINHADO COM A GESTÃO PARA EVITAR QUE O
NEGÓCIO TORNE-SE UMA EMPRESA SEM CONSCIÊNCIA DE SEU POTENCIAL OU QUE TENHA PROCESSOS
QUE USAVA QUANDO SE ENQUADRAVA COMO UM PEQUENO NEGÓCIO.

O
Foto ABDI
sucesso do regime Sim-
ples Nacional na inclusão
e na formalização das mi-
cro e pequenas empresas trouxe
oportunidades e desafios que
devem ser analisados e supe-
rados para estimular a criação
e o fortalecimento das médias
empresas no país, além de im-
pulsionar a transição entre os
regimes tributários existentes.
O secretário Executivo do
Simples Nacional do Ministério
Silas Santiago, secretário Executivo do Simples Nacional do MF; Aldemir Santana, presidente da Fecomércio
DF; Bruno Quick, gerente nacional de Políticas Públicas do Sebrae; Ricardo de Freitas Martins da Veiga, da Fazenda, Silas Santiago, expli-
superintendente nacional de Negócios com Médias Empresas da CEF; Rodrigo Paolilo, presidente do CONAJE; cou que o Simples Nacional não
Luigi Nesse, presidente da CNS; e Maria Luisa Mendes, redatora chefe da Revista Exame PME
é composto apenas de tributos
federais, mas também do ICMS
e ISS, de competência dos Es-
Outro dado comprovado pelos tados e Municípios, respectiva-
mente. Ele exemplificou os be-
números é que 58% dos novos nefícios na redução de impostos
empregos criados em 2012 foram nas nos diversos tipos de negócios e
empresas optantes pelo Simples Nacional. destacou que, no caso dos servi-
ços, a vantagem tributária pode
O ganho líquido na quantidade de empregos chegar a 75%.
realmente é maior na micro e pequena Santiago destacou ainda
que não há evidências numé-
empresa optante pelo Simples.” ricas de que a tributação dife-
SILAS SANTIAGO, renciada esteja inibindo a pas-
secretário executivo do Simples Nacional do Ministério da Fazenda. sagem das pequenas para as

24 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


médias empresas. Ele ressaltou foi um divisor de águas. O Super
que 91% das declarações apre- Simples acaba com os Simples
sentadas no último ano mos- estaduais, ao menos em prin-
As perguntas
tram que as empresas estão nas cípio, e concentra as atenções são: quantas
três primeiras faixas do Simples em um único programa. Houve são essas médias
Nacional. “Esse fenômeno da a partir do Simples Nacional um
concentração entre as três pri- processo crescente de formali- empresas e o que
meiras faixas vem desde o Sim- zação”, disse. representam. Há
ples Federal. Nos números de Santana comentou ainda
2012, acreditamos que isso não a importância do surgimento
pouco estudo sobre
tenha mudado. Nas faixas finais, do MEI (Micro Empreendedor essas empresas e se
nunca houve ninguém mesmo Individual), o que alterou o pro- são estudadas ainda
na época do Simples Federal”, cesso de inclusão de pessoas e
ressaltou. empreendedores que estavam à não sabemos de fato o
O secretário Executivo do margem da legalidade brasileira. que representam nos
Simples Nacional apresentou Outro tema ressaltado foi a am-
ainda um quadro geral da par- plitude de faixas criadas para
contextos do emprego
ticipação das empresas neste possibilitar que empresas diver- e do PIB Nacional.
modelo de tributação. São oito sas pudessem se enquadrar na São necessários
milhões de empresas, sendo iniciativa, o que evita a informa-
3,5 milhões compostas por lidade, pois a empresa vai cres- discussões e estudos
microempreendedores e 4,5 cendo e aumentando sua parti- mais aprofundados
milhões representam microem- cipação tributária.
presas ou empresas de pequeno “As pergunta são: quantas para saber onde a
porte. “Outro dado comprovado são essas médias empresas e média empresa se
pelos números é que 58% dos o que representam? Há pouco
novos empregos criados em estudo sobre essas empresas
encontra.”
2012 foram nas empresas op- e se são estudadas ainda não ADELMIR SANTANA,
presidente da Federação do Comércio do
tantes pelo Simples Nacional. O sabemos de fato o que represen- Distrito Federal (FECOMÉRCIO-DF).
ganho líquido na quantidade de tam nos contextos do emprego
empregos realmente é maior na e do PIB Nacional. São necessá-
micro e pequena empresa op- rios discussões e estudos mais
tante pelo Simples”, explicou. aprofundados para saber onde
a média empresa se encontra”,

ENCONTRAR explicou.
Santana reforçou a neces-
UM CAMINHO sidade de que seja criada uma
tributação propositiva para as
médias empresas ou aquelas ção do processo de exportação,
O presidente da Federação que chegaram à faixa limite do o acesso às compras governa-
do Comércio do Distrito Fede- Simples Nacional. “Ao sair da fai- mentais e às importações de
ral (FECOMÉRCIO-DF), Adelmir xa de R$ 3,6 milhões, há uma equipamentos etc. Precisamos
Santana, ressaltou a evolução mudança significativa. Por isso, encontrar um caminho para que
histórica das micro e pequenas acredito que, além dos benefícios as médias empresas tenham
empresas através do tratamen- fiscais para as médias empresas, uma vida duradoura e cheguem
to tributário diferenciado. “Isso devem ser estudados a facilita- a grandes empresas”, estimulou.

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 25


PAPEL DOS JOVENS
TOPO DA EMPRESÁRIOS
PIRÂMIDE O presidente da Confederação Nacional dos Jovens
Empresários (CONAJE), Rodrigo Paolilo, destacou que a
O superintendente Nacional organização atua para que o Brasil tenha as melhores
de Negócios com Médias Empresas empresas do mundo em 20 anos. “Nós temos que fazer
da Caixa Econômica Federal, José a transição entre aqueles que estão sonhando em se-
Ricardo de Freitas Martins da Veiga, rem empresários, aqueles que estão nas suas startups
comparou o número de clientes do e estão nas universidades e aqueles que são os grandes
banco: 1,4 milhão para micro e pe- nomes mundiais nos setores em que atuam. Para isso é
quenos negócios e 15 mil para mé- necessário ter um ambiente que favoreça o crescimento
dias empresas. “Nas médias empre- das empresas”, ressaltou.
sas, acontece uma pirâmide onde há Paolilo defendeu o acesso ao crédito e a importância
a diminuição no número, mas uma da reforma tributária gradual que simplifique os proces-
concentração do PIB na mão destes sos. “Nós precisamos fazer com o que Simples seja sim-
negócios”, disse. ples para todo mundo, para a pequena, para a micro, para
Veiga comentou que o médio a média e para a grande empresa. Independente de setor
empresário traz características e de porte é necessário reduzir o número de impostos,
tanto do pequeno quanto do gran- facilitar a forma de calcular e pagar, reduzir o tempo para
de administrador de negócios. Por esse trabalho tributário e garantir a correta aplicação des-
exemplo, ele é o fundador e a alma tes recursos”, disse.
da empresa, é empreendedor e gos- A questão trabalhista também foi apontada pelo pre-
ta de diversificar, traz necessidades sidente da CONAJE como fundamental, não só na garantia
mais sofisticadas, é consciente da dos direitos conquistados pelos trabalhadores, mas no
necessidade de capacitação, apre- estímulo à contratação de novos profissionais. “É pre-
senta familiaridade com a questão ciso capacitar as pessoas, não só para que sejam bons
tributária, tem mais de uma empre- profissionais, mas também para que busquem se tornar
sa, busca boas condições nos rela- empresários e empreendedores. O Brasil não tem uma
cionamentos bancários e dá valor ao cultura de incentivar o empreendedorismo. Por que não
relacionamento e a confiança. ser empresário e empreendedor? Estes são quem têm a
“Atravessar a fronteira do Sim- real capacidade de transformar a sociedade”, comentou.
ples Nacional é um desafio. Então,
até se situar como média empre-
sa, existe uma situação dúbia. O
desenvolvimento da empresa traz É preciso capacitar as pessoas,
necessidades de avanço no posicio- não só para que sejam bons
namento e na gestão, que precisam
ultrapassar soluções caseiras e pro- profissionais, mas também para que
por a consciência de planejamento busquem se tornar empresários e
financeiro e das questões tributá-
rias”, explicou.
empreendedores.”
RODRIGO PAOLILO,
presidente da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (CONAJE).

26 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


EMPRESA COMO
REALIZAÇÃO
DE VIDA OLHAR DE SERVIÇOS
O gerente Nacional de Políticas Pú- O presidente da Confederação Nacional
blicas do Sebrae, Bruno Quick, citou pes- de Serviços (CNS), Luigi Nesse, explicou que
quisa da instituição que aponta a aber- 70,9% do PIB correspondem ao setor de ser-
tura do próprio negóicio como o terceiro viços e que as tendências mundiais apontam
sonho do brasileiro. Outra análise mostra para o crescimento continuado. Ele ressaltou
que dentro do G20 o Brasil é o país mais ainda que o segmento nacional é mais volta-
empreendedor com 16% das pessoas in- do para o atendimento das demandas inter-
teressadas em criar novos negócios. “Há nas e pouco exportador, o que aponta para a
dez anos, os brasileiros queriam ser em- necessidade de incentivos. Com relação ao
preendedores por não haver alternativa Simples Nacional, ele defendeu mudanças
de trabalho. Hoje, 2/3 dos empreende- que promovessem a entrada das médias em-
dores o fazem por oportunidade, o que presas. “O setor de serviços hoje é um dos
melhora o resultado final, pois eles co- que mais usa o Simples porque atende as
nhecem o mercado, sabem gerenciar e pequenas empresas que têm poucos funcio-
desejam ter seu negócio”, afirmou. nários. O Simples representa uma revolução
O cenário de empreendedores mais tributária e nós queremos ampliar a partici-
capacitados e motivados também levou pação das empresas”, disse.
a queda na mortalidade das empresas. Ele propôs a unificação de tributos
Atualmente, 77% das empresas já pas- para a indústria, o comércio e o serviço.
sam do segundo ano de existência. “As Também sugeriu a limitação da alíquota do
pessoas podem sonhar mais em ter um ISS, pois, segundo ele, “o serviço é o mais
negócio e podem se preparar mais tam- onerado. Assim, propomos uma alíquota
bém, o que está melhorando o desem- única baseada na menor alíquota do co-
penho final das empresas. As pequenas mércio e da indústria. Do jeito que está, nós
empresas estão conseguindo escalar temos uma participação muito maior de
mais. A pequena empresa está crescen- percentual de custo para as prestadoras de
do e isso tem muito a ver com a nova serviços”, afirmou.
cara do Brasil”, disse. Para Nesse, uma solução seria a redu-
Ele destacou a mudança trazida ção do número de faixas e o aumento no va-
pelos empresários jovens no mundo e a lor, chegando até R$ 34 milhões. “Com isso,
necessidade de uma real movimentação nós diminuiríamos a carga tributária não só
nos temas que podem promover a ala- das micro e pequenas empresas, mantería-
vancagem das médias empresas, como a mos aquilo que existe hoje, mas daríamos
reforma tributária. “No dia em que unifi- a possibilidade das médias empresas cres-
carmos a informação, um pedaço do pro- cerem com uma faixa tributária menor para
blema da média empresa, que é a buro- poderem ter realmente capacidade de de-
cracia, acabou. O Brasil precisa remontar senvolver e crescer em relação aquilo que
alguns princípios básicos, como a boa fé, hoje existe”, finalizou. z
a informação universal e a congregação
do Estado brasileiro”, ressaltou.

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 27


[ EMPREENDEDORISMO ]

MATURAÇÃO DO
MERCADO DE
CAPITAIS NO BRASIL
AS VÁRIAS FACETAS
PARA A PROMOÇÃO
DO INVESTIMENTO
E A ALAVANCAGEM
DE NEGÓCIOS

28 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


N
o contexto do debate so-
bre empreendedorismo, Fazer participação acionária é
competitividade e inova-
ção, há o desafio de amplificar compartilhar sonhos. É uma situação
a captação de recursos para na qual o investidor e o empreendedor
novas empresas e para a am-
pliação de negócios. Algumas
compartilham objetivos que querem atingir de
alternativas comum acordo. Eles estão no mesmo barco.”
são o “capital
CASSIO MAX RABELLO DA COSTA,
anjo”, a abertura especialista em projetos da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
de capital para as
pequenas e médias
empresas e o modelo societário
de captação de poupança públi- sentado pelas bolsas de valores nar este problema, o InovAtiva
ca, além das possibilidades que pelo mundo afora”, disse. Brasil atua em quatro eixos: ca-
estão inseridas no mercado de pacitação online, seleção dos
ações e nos fundos de investi-
mentos. INOVATIVA melhores negócios, mentoria
e apoio para o fechamento do
O especialista em projetos
da Agência Brasileira de Desen- BRASIL investimento. “Com o progra-
ma queremos aumentar a base
volvimento Industrial (ABDI), de empresas qualificadas, se
Cassio Max Rabello da Costa, des- Para Marcos Vinícius de o empreendedor no Brasil, em
tacou que a agenda de promoção Souza, da Secretária de Inova- qualquer lugar (que) ele esteja,
do capital empreendedor é fun- ção do Ministério do Desenvolvi- tiver a automotivação de fazer a
damental nas discussões sobre mento, Indústria e Comércio (SI/ capacitação”, ressaltou.
desenvolvimento, melhores con- MIDC), há lacunas no mercado
dições de vida e melhoria da ren- como a falta de bons projetos
da. “Fazer participação acionária para investimento e a baixa qua- PAPEL DE ANJO
é compartilhar sonhos. É uma lificação dos empreendedores.
situação na qual o investidor e Ele explicou que InovAtiva Brasil O gerente da Anjos do Brasil,
o empreendedor compartilham surgiu com o desejo de capacitar Augusto Ferraz, comentou que o
objetivos que querem atingir de milhares de empresários para conceito de anjo foi deturpado
comum acordo. Eles estão no que pudessem ter ampliada a para alguém que não sabe onde
mesmo barco”, afirmou. chance de receber investimen- pôr dinheiro e coloca o recurso
Costa ressaltou que os es- tos. “Havia o ruído entre o em- nas mãos do primeiro empreen-
tágios de promoção tem início preendedor, que tem uma boa dedor que encontra. Ele destacou
com os investidores anjos evo- ideia, e o investidor, que quer o profissionalismo deste inves-
luindo para as empresas star- bons negócios”, disse. tidor, os riscos que corre porque
tups, que já estão constituídas Ao comparar passado e pre- não tem as mesmas garantias de
e começando a faturar. Na fase sente, Souza fez o contraponto um banco e a ausência de classi-
seguinte, as empresas estabe- entre planos de negócios bem ficação tributária e fiscal distin-
lecidas ou em emergência, que elaborados, mas com pouca tec- guida. “Hoje, diferentemente do
se diferenciam pelo porte das nologia brasileira, e os atuais que acontece em outros países,
operações. “O sonho dourado é que se caracterizam pelo forte o investidor anjo é totalmente
estar no nível seguinte, que é o apelo em inovação, porém baixo desvinculado de qualquer mode-
mercado público de ações repre- nível de negócios. Para solucio- lo protetivo”, disse.

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 29


O típico OLHARES SOBRE
investidor OPORTUNIDADES INVESTIMENTOS
anjo é a pessoa
física com recursos
NA BOLSA A assessora de análise
e pesquisa da Comissão de
próprios, que não é A diretora de desenvolvimen- Valores Mobiliários (CVM),
um milionário, mas to de empresas da Bovespa, Cris-
Wang Jiang Horng, destacou
tina Pereira, comentou que para
sim um executivo muitas empresas a participação
a diversidade e o tamanho do
mercado de capitais nacional,
bem sucedido que na bolsa de valores é o topo de
no qual estão as maiores em-
quer investir em uma escada. Ela ressaltou que nos
presas brasileiras, mas cha-
últimos dez anos cerca de 150 em-
empresas que presas chegaram à oferta pública
mou atenção para os fundos
de investimento, que têm o
acredite e possa de ações e levantaram R$ 150 bi-
mesmo tamanho do mercado
lhões. “O que nos incomoda ainda
trocar experiências. hoje é porque no Brasil as empre- acionário. “O mercado bra-
A ideia nunca é de sas, para chegar à bolsa, precisam sileiro em seus vários seg-
fazer uma captação tão grande. As- mentos foi considerado pela
rentabilidade de sim, só grandes negócios chegam organização internacional
curto prazo.” ao mercado de capitais, quando na das comissões de valores do
maioria dos países, as empresas mundo o 12° mais importante,
AUGUSTO FERRAZ,
gerente da Anjos do Brasil. chegam antes”, ressaltou. enquanto a nossa economia é
Ela ressaltou também que mui- a sétima. Nós temos um es-
to do sucesso da oferta pública de paço bem grande para cres-
ações no país aconteceu pela par- cer”, disse.
ticipação do investidor estrangeiro Ela explicou que no país
e que o Brasil ainda tem um baixo haverá um número crescente
hábito de investir no mercado de de recursos, o que acontece-
Ele ressaltou que in- ações. Pereira explicou que muitos rá, por exemplo, pelo aumen-
vestimento anjo tem como empresários dizem que os custos to da expectativa de vida,
característica ser ilíquido, o para fazer uma companhia aberta e além das condições macro
que implica em resultados uma oferta pública de ações são al- ambientais que tendem a
que surgem apenas quando tos, mas que estes não são os prin- ser positivas. “O crescimento
o negócio passa ao próximo cipais entraves, ainda que possam depende de inovações que
elo da cadeia de crescimen- ser melhorados. “Estamos concen- devem ser chanceladas pelo
to. “O típico investidor anjo trando nossos esforços na questão mercado. Ao mesmo tempo,
do investidor e do intermediário e temos que proporcionar con-
é a pessoa física com re-
em criar um ambiente para receber dições para que o investidor
cursos próprios, que não é
no mercado de ações empresas de
um milionário, mas sim um faça a avaliação de risco por
menor porte. Muitos empresários
executivo bem sucedido que meio de informações, práti-
dizem que quando forem grandes
quer investir em empresas cas de governança e por de-
irão falar com a bolsa, mas o que
que acredite e possa trocar terminações para garantir a
queremos é falar com essas empre-
experiências. A ideia nunca integridade do sistema. Nos-
sas antes”, comentou.
é de rentabilidade de curto so papel é equilibrar esses
prazo”, explicou. dois pontos”, finalizou. z

30 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


[ EMPREENDEDORISMO ]

EMPREENDEDORISMO
E COMPETITIVIDADE
DAS MÉDIAS
EMPRESAS

O
Brasil possui um nível relativamente alto de ati-
vidade empreendedora, porém mais da metade
dos empresários começa suas atividades por
necessidade e não por senso de oportunidade. Neste
cenário, torna-se importante promover o crescimento
das médias empresas através de incentivos, políticas
públicas e novos modelos de parceria público-privada.
A presidente do Laboratório Sabin, Janete Ribei-
ro Vaz, destacou que o início da empresa foi modesto
e que havia a responsabilidade de atuar em todas as
frentes, da gestão até a limpeza. Ela destacou que os
valores da companhia foram criados pelos próprios
colaboradores, como ética, transparência, ousadia,
inovação e responsabilidade socioambiental. “Nossos
colaboradores entendem muito fortemente a visão da
empresa. Eles são as molas propulsoras que nos aju-
dam a fazer toda a gestão”, disse.
Vaz explicou também o papel da inovação cons-
tante como forte aliada nas mudanças e nos cenários
de desenvolvimento do negócio. “Há ainda o papel da
emoção. Em tudo o que nós fazemos, vamos sempre com
muita emoção. Isso é um diferencial. É o que fez com que
conseguíssemos conquistar as pessoas e fazer com que
todos os funcionários se sentissem empreendedores e
donos do negócio”, ressaltou.
Segundo o presidente da Confederação Nacional
dos Jovens Empresários (CONAJE), Rodrigo Paolilo, cada
pessoa que sonha em ser um empresário, mesmo os
estudantes universitários, os pequenos empresários
ou aqueles que estão nas suas startups devem acredi-
tar que podem alcançar os grandes nomes mundiais de
cada setor. Mas para isso é necessário que o país crie um
ambiente favorável ao empreendedorismo.

AUSÊNCIA DE
REFERENCIAIS
O vice-presidente da Micro e Pequena Empresa da
Confederação das Associações Comerciais e Empresa-
riais do Brasil (CACB), Luiz Carlos Furtado Neves, explicou
que, ao contrário do que acontece na micro e na pequena
empresa, a média empresa não tem um conceito bem de-
finido e é difícil de ser identificada. “Nós não sabemos, na
verdade, se o conceito de média empresa irá partir dos
R$ 3,6 milhões ou se partirá de outro valor, dada a sua
complexidade e falta de definição”, explicou.
Ele ressaltou ainda as questões que impedem o sal-
to das micro para as médias empresas, como o medo de
Rodrigo Paolilo, presidente do CONAJE; Janete Ribeiro Vaz,
crescer, a necessidade da reforma tributária, a mudan- presidente do Laboratório Sabin; João Bosco Ribeiro, professor e
ça das questões trabalhistas, a burocracia e a abertura gerente da Agência de Empreendedorismo do Uniceub; Luiz Carlos
Furtado Neves, vice-presidente da Micro e Pequena Empresa da
de novas empresas no regime do Simples Nacional sem CACB e Nadim Elias Donato Filho, presidente do Sindilojas BH
alterar o enquadramento tributário. Outros pontos são a
necessidade de infraestrutura e de incentivos que garan-
tam a transição para as médias empresas e a qualifica-
ção dos profissionais para que tenham mais experiência
prática e cheguem mais preparados para o dia-a-dia das
empresas.
“Temos uma oportunidade para revermos as ações
que são feitas para a sobrevivência das empresas e criar-
mos uma agenda positiva para melhorar essa condição
de transição da pequena para a média porque isso impe-
de o pequeno empresário de dar um salto de crescimento
e de sonhar com uma empresa maior”, disse.

32 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


Foto ABDI

DEMANDAS ços no crescimento da economia


nacional. Ele ressaltou o papel
tribuímos e entregamos, mas
precisamos que o Setor Público
PARA das empresas como geradoras
de renda e de oportunidades de
olhe mais para a gente com um
olhar diferente”, explicou. Outras
CRESCIMENTO trabalho. “O degrau é muito gran-
de e, se o Simples não tivesse
questões importantes foram a
necessidade de avaliar bem a lo-
existido, a maioria das empresas calização, os custos do negócio
O presidente do Sindicato
brasileiras estaria fadada a mor- e o aprimoramento da gestão.
do Comércio Lojista de Belo Ho- te súbita”, ressaltou. “Estas empresas são fundamen-
rizonte (SINDILOJAS-BH), Nadim Outro ponto abordado foi tais para o país. Por isso, minha
Elias Donato Filho, destacou a a necessidade de o Poder Pú- contribuição para pensar políti-
predominância de empresas na blico reconhecer as pequenas cas públicas é que se pense nas
Região Sudeste e a importância e médias empresas e apoiar as pequenas e médias empresas”,
dos setores de comércio e servi- suas rentabilidades. “Nós dis- finalizou. z

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 33


[ RELAÇÕES DE CONSUMO ]

BEM-ESTAR DO
CONSUMIDOR RUMO À
CULTURA DE SERVIÇOS
CONCORRÊNCIA, QUALIDADE, PERSONALIZAÇÃO E BEM-ESTAR SÃO ALGUNS DOS PRECEITOS QUE COMPÕEM
O UNIVERSO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NO BRASIL. EM UM CENÁRIO DE GRANDES MUDANÇAS E
POSSIBILIDADES, AS EMPRESAS PRECISAM ESTAR PREPARADAS PARA ATENDER UM CONSUMIDOR EXIGENTE,
QUE ESTÁ ATENTO AOS DETALHES E QUE BUSCA SEMPRE MAIS QUERENDO PAGAR MENOS. O DESAFIO
É CONECTAR AS DIVERSAS PONTAS PARA ULTRAPASSAR OS LIMITES DE ATENDIMENTO E PROMOVER O
CRESCIMENTO DO MERCADO DE SERVIÇOS E O ENCANTAMENTO DO CONSUMIDOR.

34 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


A
excelência nos serviços é butos que compõem a qualidade Milan comentou que diver-
um dos principais fatores de um serviço de forma objetiva, sas lojas vêm se adequando para
de sucesso e de diversifi- pois existem muitas especifici- proporcionar mais bem-estar ao
cação entre as empresas em um dades”, disse. consumidor, não só em termos
mercado cada vez mais forma- Ele ressaltou ainda a difi- de tamanho - porque existem
do por soluções padronizadas. culdade de aferir algo que não muitos consumidores que pre-
O caminho para a ampliação do é padronizado, a necessidade ferem lojas menores -, mas em
crescimento nacional passa, de engajamento do consumidor diversidades de formatos para
obrigatoriamente, pela qualifica- como acontece no projeto SER- atender às várias necessidades.
ção das práticas de atendimento VIR e o papel do Inmetro na pro- Ele destacou ainda o papel das
ao consumidor e da criação de teção do direito à qualidade. “A lojas como ambiente de intera-
soluções que respondam aos questão fundamental é criar um ção entre consumidores e pro-
questionamentos e anseios de ambiente de competição ade- dutos. “Nós últimos seis anos,
clientes de norte a sul do país. quado onde as relações de troca, eram poucos os supermercados
O presidente do Instituto tanto para produtos quanto para que tinham peixaria. Hoje você
Nacional de Metrologia, Qualida- serviços, são transparentes, tem em grande parte dos su-
de e Tecnologia (INMETRO), João constantes e de tal forma está- permercados. Essa alteração foi
Alziro Herz da Jornada, destacou veis que criam um cenário ade- uma exigência e uma mudança
que a qualidade é uma questão quado ao saudável crescimento feita pelo consumidor”, afirmou.
complexa e que demanda o en- dos negócios”, explicou. Ele explicou que o desen-
tendimento de quem produz e volvimento de novos serviços
de quem consome. Ele ressaltou acontece quando o consumidor
que, na medida em que o mundo IMPORTÂNCIA vai até o supermercado para
atender uma necessidade ou
evolui, produtos e serviços se
tornam mais sofisticados, prin- DO BEM-ESTAR satisfazer um desejo. E que o
cipalmente do ponto de vista processo inclui trabalhar a tec-
técnico. “O consumidor cons- O vice-presidente da Asso- nologia de retaguarda e o ofere-
ciente e informado é importante ciação Brasileira de Supermer- cimento de produtos e serviços
porque é indutor de qualidade cados (ABRAS), Márcio Milan, que estimulem uma vida sau-
através das escolhas que faz. destacou a importância de o dável. “O supermercado vende
Uma empresa que faz um bom consumidor estar bem servido e saúde também. É lá que se faz a
produto, mas que não tem aco- atendido e explicou que o clien- comunicação com o consumidor
lhida do consumidor, não sobre- te atual circula com frequência daquilo que ele busca em termos
por mais de um canal. “O super- de bem-estar”, disse.
vive”, ressaltou.
Jornada destacou que a mercado tem a grande função
complexidade da qualidade nos
serviços é maior do que a dos
da conveniência. Hoje, são mais
de 84 mil lojas espalhadas pelo
PAPEL DE
produtos. Isso acontece porque país e mais de um milhão de REALIZADOR DE
funcionários. Atualmente, os su-
é mais fácil conhecer, executar
e avaliar os atributos de um pro- permercados são responsáveis SERVIÇOS
duto por meio de normas e regu- por 84% de todo o abastecimen-
lamentos. “Quando avaliamos to da população, o que mostra a A presidenta da Blue Tree
um serviço tudo é mais sutil e grande interação com o consu- Hotels, Chieko Aoki, destacou
existem mais características in- midor. É também o espaço onde que consumidores muitas vezes
tangíveis, o que leva a maior di- ele mostra sua satisfação e insa- são também provedores de ser-
ficuldade. É difícil definir os atri- tisfação com o serviço”, disse. viços e que este setor faz parte

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 35


Foto ABDI
OUTROS VOOS
O presidente da Associação
Brasileira das Empresas Aéreas
(ABEAR), Eduardo Sanovicz, lem-
brou duas questões que modifica-
ram o segmento na última década:
a queda em até 50% na média das
tarifas das passagens e a triplica-
ção de passageiros que fazem uso
do serviço. “O grande ativo da avia-
ção brasileira hoje é o número de
passageiros. São cem milhões de
consumidores que transformaram
o Brasil no terceiro maior mercado
doméstico do planeta”, comentou.
João Jornada, presidente do INMETRO; Márcio Milan, vice-presidente da Abras; Ele explicou que a populari-
Chieko Aoki, presidente do Blue Tree Hotels; Eduardo Sanovicz, presidente da Abear; e,
Bruno Sobral, diretor de fiscalização da ANS zação do serviço fez com que as
empresas concorressem a partir
do preço e destacou o desafio de
atender bem sem a ampliação das
da evolução humana. “Nós vemos o quanto um país é evoluí- áreas dos aeroportos. “A rodoviá-
do ao analisar o nível de serviços que oferece e a preocupação ria mudou para o aeroporto e nós
com o consumidor”, disse. Ela ressaltou que não existe perfei- nos orgulhamos disso. O desafio
ção em serviços, o que torna sua execução um grande desafio. é atender o triplo de passageiros
“Todas as vezes que o serviço evolui, o consumidor evolui tam- tendo que manter o tempo de em-
bém”, afirmou. barque em trinta minutos e com a
Ela comentou a necessidade de atuação em três fatores. mesma infraestrutura”, disse.
O primeiro está relacionado ao querer oferecer o serviço, o que Sanovicz comentou ainda que
está conectado às questões motivacionais e de valorização do o País tem grandes dificuldades no
consumidor. Em um segundo, há o habilitar o profissional para transporte, o que torna a conexão
que ele possa atuar. E por fim, é necessário prover o conheci- majoritariamente por via aérea. Ele
mento. “A questão é mostrar para os colaboradores que não é destacou os avanços do setor na
porque você fará as coisas mais simples que terá menos valor”, última década com o desenvolvi-
ressaltou. mento de um ambiente altamente
Aoki também explicou a necessidade de instrumentalizar competitivo com quatro empresas
os colaboradores com conhecimento para que tragam soluções ofertando produtos completamen-
de gestão. A presidente também esclareceu a importância de te diferentes. “Nós enfrentamos o
estimular as equipes realizadoras de serviços com as palavras desafio de envolver todos os agen-
certas. “Há um comentário de visitante que muitas vezes não tes econômicos, públicos ou priva-
está visível e que é o mais importante: aquele que não é feito. dos, no processo de construção de
Esse consumidor que não se manifesta encantado é aquele que uma aviação que seja tão compe-
tanto faz e que poderá estar hospedado em nosso hotel ou em titiva quanto à aviação internacio-
qualquer outro lugar”, disse. nal”, finalizou. z

36 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


[ RELAÇÕES DE CONSUMO ]

NOVAS FRONTEIRAS PARA


OS MEIOS DE PAGAMENTO
A POPULARIZAÇÃO DE CELULARES E FERRAMENTAS ONLINE DEMOCRATIZA O ACESSO AOS
MERCADOS AO MESMO TEMPO EM QUE CRIA NOVAS NECESSIDADES DE REGULAMENTAÇÃO. POR
UM LADO, HÁ UMA SOCIEDADE HIPERCONECTADA QUE DESEJA QUE DEMANDAS SEJAM ATENDIDAS
NA MESMA VELOCIDADE DE BANDAS 3G. DE OUTRO, HÁ UM GRUPO DE BRASILEIROS QUE NÃO
TEM ACESSO ÀS CONTAS BANCÁRIAS PELO CUSTO QUE REPRESENTAM. NESTE CENÁRIO, AS NOVAS
MODALIDADES DE MEIOS DE PAGAMENTO PODEM REPRESENTAR UM GRANDE AVANÇO PARA
CONSUMIDORES E UM DESAFIO PARA LOJISTAS.

O
s meios de pagamento transformaram a
forma de relacionamento do setor terciá-
rio com consumidores nas últimas déca-
das. Com a sanção da Lei nº 12.865/2013, que
incluiu o pagamento eletrônico, seja pelo celular
ou pela internet, no Sistema de Pagamentos Bra-
sileiros (SPB), a relação tende a se transformar
novamente com grandes impactos para consu-
midores e para os estabelecimentos comerciais.
O diretor de política monetária do Banco
Central do Brasil, Aldo Luiz Mendes, comentou
o esforço de trazer um novo marco regulató-
rio para pagamentos eletrônicos e móveis. Ele
explicou que essa indústria, além de comple-
xa, agrega empresas de diferentes naturezas,
como instituições financeiras e comerciais.
“Quando colocamos todos dentro do mesmo
marco legal para efeito de pagamentos, nós da-
mos ao Banco Central e ao Conselho Monetário
Nacional o poder de serem os órgãos regulado-
res e supervisores de toda a cadeia e de todos
os arranjos de pagamento”, explicou.
Outra questão apontada foram os possíveis
riscos aos usuários causados pela ausência de
uma regulação que contemplasse o setor como
um todo, como a atuação de oportunistas e de
empresas não qualificadas. Há ainda a arena
onde acontecerá a competição e a colaboração
de todos os agentes que trabalharão dentro dos

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 37


arranjos de pagamento. “Poderia sendo substituídos pelas for- Entre as vantagens da ado-
ocorrer uma série de problemas mas eletrônicas, em especial, os ção dos meios de pagamentos
que frustrariam o consumidor e cartões de crédito e débito, que eletrônicos estão: a proteção às
o levariam a percepção de não se tornaram mais acessíveis às micro, pequenas e médias em-
funcionamento do modelo, o que classes C, D e E”, disse. presas, o aumento nas vendas,
se reduz com a presença de um Gonçalves explicou que a a ampliação do acesso ao cré-
marco regulatório”, disse. movimentação com cartões re- dito, a melhora na qualidade das
Mendes explicou que o Ban- presenta cerca de 1/3 do fatura- informações do fluxo de caixa
co Central atuará como regula- mento global do comércio e que e a eliminação dos custos com
dor e vigilante, o que permitirá as transações comerciais com boletos bancários. Como conse-
um olhar apurado sobre os ar- cartões de crédito evoluíram quências, o negócio tem mais
ranjos desenvolvidos e a admi- 96% ao longo dos últimos cinco chance de aumentar a clientela,
nistração e mitigação de riscos. anos, registrando um cresci- a praticidade gera aumento de
“Entendemos que sistemas de mento anual de 15%. “O ponto demanda e o crescimento na
pagamentos que possam ser central desta regulamentação quantidade de serviços acon-
baseados em moeda eletrôni- está na criação da chamada con- tece. “Novas tecnologias criam
ca e instrumentos pessoais de ta de pagamento, que é uma es- novos mercados e novos consu-
telecomunicações são, por ex- pécie de conta corrente virtual”, midores”, ensinou.
celência, favoráveis a inclusão ressaltou ao explicar que o celu-
financeira porque continuar lar, tão comum no dia-a-dia dos
crescendo a rede bancária pelo
método tradicional encontra li-
brasileiros, ganha a função de DIFERENÇAS
mitação de custos”, afirmou.
elemento de pagamento móvel.
Ele explicou ainda que há ESTRUTURAIS
dois meios de estruturar a ope-
FERRAMENTA ração no Brasil. O primeiro acon-
tece via operadora de telefonia,
O presidente da Confede-
ração Nacional de Dirigentes
DE INCLUSÃO que é totalmente desvinculada
do mercado de cartões e no qual
Lojistas (CNDL), Roque Pelliz-
zaro, contemporizou a diferença
SOCIAL estão envolvidos apenas o con- entre o cenário internacional e o
sumidor, o lojista e a empresa Brasil, onde há décadas atrás o
O presidente do Sindicato telefônica. A outra modalidade dinheiro perdia seu valor como
dos Lojistas do Comércio do Mu- acontece via bandeira ou ban- meio de pagamento em uma
nicípio do Rio de Janeiro (SINDI- co e está atrelada ao mercado velocidade muito grande. Ele
LOJAS) e do Clube de Diretores de cartões, o que faz com que o ressaltou que a indústria de
Lojistas do Rio de Janeiro (CDL- comprador precise ter seu núme- cartões de crédito entrou neste
-RJ), Aldo Carlos de Moura Gon- ro de celular cadastrado em uma período no país, o que levou à
çalves, comentou a importância conta bancária e o lojista deva criação de especificidades para
da nova regulamentação como ser previamente cadastrado. “As o atendimento ao lojista e ao
ferramenta de inclusão social principais dificuldades para o consumidor. “Os meios de paga-
de milhares de brasileiros que pagamento móvel no Brasil são mento exercem uma relevância
estão fora do sistema bancário, a universalidade e a interoperali- enorme na atividade comercial
mas que são usuários de tele- dade, juntamente com a questão nacional. Era uma indústria
fones celulares. “Outra justifi- da segurança, da privacidade que estava crescendo de forma
cação para a nova lei é o fato de e da confiança do consumidor aleatória e sem nenhum trilho
que pagamentos em cheque es- para com este meio de pagamen- para seguir. Nós sempre defen-
tão cada vez menos numerosos, to”, ressaltou. demos a regulamentação e a

38 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


necessidade de uma agência

Foto ABDI
reguladora”, disse.
Pellizzaro explicou que a
indústria dos cartões começou
a mudar em 2010 com a quebra
de exclusividade de uma das
bandeiras. Esse cenário levou a
mudanças na rotina dos lojistas,
nas taxas de adesão e na entra-
da real de novos nomes no mer-
cado. “Até essa data, o mundo
da indústria de cartões girava a
partir do emissor. Quanto mais
cartões eram emitidos, mais
força ganhava a bandeira. Isso
muda e as atenções são volta-
das para quem recebe o meio de Aldo Luiz Mendes, diretor de Política Monetária do Bacen; Aldo Carlos de Moura Gonçalves, presidente
pagamento”, explicou. da Sindilojas-RJ e CDL-RJ; Roque Pellizzaro, presidente da CNDL; Sérgio Kern, diretor na Sinditelebrasil e
Carlos Alberto Vieira Filho, chefe de gabinete da Secretaria de Telecomunicações do MC
Ele comentou ainda o im-
pacto das diversas modalidades
de cartões (débito e crédito) e
benefícios na rotina dos lojis-
tas, o que leva a necessidade
Entendemos que sistemas de
de mais equipamentos para a pagamentos que possam ser baseados
transição dos pagamentos. Pelli- em moeda eletrônica e instrumentos pessoais de
zzaro ressaltou ainda que a dis-
cussão em relação ao cartão de telecomunicações são, por excelência, favoráveis
débito deve estar muito focada a inclusão financeira porque continuar crescendo
na precificação e nos impactos
deste meio de pagamento. “Na
a rede bancária pelo método tradicional encontra
economia, mesmo uma mudan- limitação de custos.”
ça boa, se for muito abrupta,
ALDO LUIZ MENDES,
pode ser ruim porque desestru- diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil.
tura o mercado”, comentou.

CRESCIMENTO dos últimos anos é o crescimen-


to do acesso à internet, espe-
que seja conveniente, rápido e
seguro. “O que o Brasil precisa
DO ACESSO cialmente móvel, o que faz com fazer para a inclusão financeira

MÓVEL que seis milhões de contas ban-


cárias já sejam acessadas por
é a universalização. Esta solu-
ção não se restringe aos celu-
meio eletrônico. Ele destacou a lares de última geração, mas a
Para Sérgio Kern, do Sindi- importância do usuário se sentir inclusão daqueles que não tem
cato Nacional das Empresas de seguro e confortável com a so- acesso ao sistema financeiro.
Telefonia e de Serviço Móvel Ce- lução e a inclusão de brasileiros Os modelos de atendimento não
lular e Pessoal (SINDITELEBRA- de baixa renda, além da existên- exigem que o usuário tenha um
SIL), um dos pontos de destaque cia de um regime simplificado plano de dados”, finalizou. z

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 39


] FOMENTO
[ RETRANCA ] [

A NOVA LOGÍSTICA
BRASILEIRA: INTELIGÊNCIA,
INTEROPERABILIDADE E
DISPONIBILIDADE

PENSAR O DESENVOLVIMENTO NACIONAL É ANALISAR O AVANÇO DAS QUESTÕES LOGÍSTICAS, POIS É


DIFÍCIL PROMOVER O CRESCIMENTO SEM A INFRAESTRUTURA PARA O ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO,
SEM LEIS QUE FACILITEM OS PROCESSOS DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO E SEM PROCESSOS
INFORMATIZADOS QUE ECONOMIZEM TEMPO E GARANTAM A SUSTENTABILIDADE DE TODA A CADEIA.
EM UM CENÁRIO DE DESENVOLVIMENTO, O DESAFIO ESTÁ EM GARANTIR O CONTÍNUO MOVIMENTO DOS
ELOS DA CADEIA SEM PROMOVER ENTRAVES QUE PAUSEM O RITMO DO CRESCIMENTO.

40 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


A
grandeza do território bra-

Foto ABDI
sileiro traz a necessidade
de uma expansão na in-
fraestrutura e nos investimen-
tos logísticos que possibilitem a
interoperabilidade entre os mo-
dais e a melhoria dos resultados.
Os setores público e privado pre-
cisam atuar colaborativamente
para gerar novas soluções, tec-
nologias e modelos que trans-
formem a logística nacional de
forma a criar grandes impactos
nos diversos elos produtivos e
na competitividade brasileira.
O assessor especial da Se-
cretaria de Portos da Presidên-
cia da República, José Nilton, Manuel Poppe, gerente de projeto da EPL e Aline Lang,
coordenadora de Desenvolvimento do Transporte da CNT
destacou as reformas feitas no
setor pelo governo. Ele explicou
a revolução na movimentação de
cargas no Brasil, com um cresci-
mento de 78% até 2012 e mais de
As soluções passam por redução
2,6 bilhões de toneladas circu- de impostos, construção de novos
lantes. “O expressivo aumento da aeroportos, recuperação e criação de pistas,
demanda foi uma dos principais
motivos para as mudanças no ampliação da capacidade e formação de mão
marco regulatório, permitindo a de obra especializada.”
participação do setor privado de
ALINE LANG
forma a complementar os portos coordenadora de Ddesenvolvimento do Transporte da Confederação Nacional
públicos”, disse. do Transporte (CNT).
Nilton comentou as mudan-
ças na fiscalização e organiza- Ainda sobre a nova lei, o ciamento de tráfego das embar-
ção dos portos e as diversas assessor especial destacou cações e o sistema de gestão da
agências governamentais envol- que ela elimina a diferença en- infraestrutura portuária. Outra
vidas nesse processo. Sobre os tre o conceito de carga própria iniciativa recentemente realiza-
arrendamentos e concessões, e de terceiros, o que permite da no País foca na capacitação
ele explicou a necessidade de a instalação dos terminais de dos trabalhadores portuários
se prover novos processos que uso privativo para aqueles que tanto do setor público quanto do
apoiem a crescente demanda. transportem também cargas de setor privado com especialistas
“Houve um processo de simplifi- terceiros. Também assinalou os belgas. “Nós teremos ainda as
cação dos arrendamentos. O cri- projetos em andamento para áreas de apoio logístico portuá-
tério de licitação também foi al- a melhoria do sistema logísti- rio que não são simplesmente
terado para o requisito de maior co, como a informatização dos para o estacionamento de cami-
capacidade de movimentação e processos, a cadeia logística nhões, mas para agregação de
menor tarifa”, afirmou. inteligente, o sistema de geren- valor”, ressaltou.

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 41


DESAFIOS PARA O
DESENVOLVIMENTO
A coordenadora de Desen- Sobre as questões aeroviá-
volvimento do Transporte da rias, a coordenadora destacou o
Confederação Nacional do Trans- custo do combustível, a operação
porte (CNT), Aline Lang, apon- dos aeroportos com capacidade
tou algumas das adversidades acima do limite, a elevada carga
do segmento, como os baixos tributária, a escassez de mão de
investimentos, a dificuldade no obra especializada, pistas com
planejamento, os gargalos buro- capacidade limitada para gran-
cráticos e o desequilíbrio da ma- des aeronaves e deficiência na
triz de transportes. Ela assinalou infraestrutura, o que gera custos
ainda que mais de 60% da carga adicionais e perda na qualidade
nacional é transportada através do serviço. “As soluções pas-
de rodovias e que, em 2012, ape- sam por redução de impostos,
nas 0,29% do PIB foi investido em construção de novos aeroportos,
infraestrutura de transporte. “Em recuperação e criação de pistas,
termos de análises positivas do ampliação da capacidade e for-
estado das vias, as rodovias con- mação de mão de obra especiali-
cedidas são, em média, conside- zada”, disse.
radas duas vezes melhor do que
as públicas”, explicou.
Lang também comentou a
FALTA DE
situação das ferrovias, que re-
ceberam R$ 10 bilhões de inves-
INFORMAÇÕES
timento público em 2012, dos O gerente do Projeto Obser-
quais 75% foram para a ferrovia vatório Nacional de Transportes
norte-sul. Já os investimentos e Logística da Empresa de Pla-
privados foram de mais R$ 33 nejamento e Logística (EPL),
bilhões. Pesquisa realizada pela Manuel Poppe, destacou a au- nossos gargalos não são apenas
CNT em 2011 apontou que os sência de informações sobre o a falta de rodovias e ferrovias,
problemas que dificultam os in- setor e a importância desses mas as horas que os caminhões
vestimentos são: invasões, pas- dados na tomada de decisões.
sagens de nível, transposição de passam parados nos postos de
Ele comentou a necessidade de
grandes metrópoles, compar- fiscalização e nas entradas dos
desenvolver um observatório
tilhamento de linhas de carga, portos porque tudo é fiscalizado
com informações seguras, e em
pouco acesso aos portos, difi- tempo real, do retrato da logís- manualmente”, explicou.
culdade na integração modal e tica brasileira. “Além da falta de Poppe destacou que, mui-
marco regulatório mal definido. informação, nós nos deparamos tas vezes, o cenário atual pena-
“A solução está na eliminação com a falta de tecnologias da liza as empresas que andam na
dos trechos críticos, estímulos à informação que permitam a au- legalidade. Mencionou também
indústria e soluções dos garga- tomação e a desburocratização que o projeto do Observatório
lhos institucionais”, comentou. do sistema logístico. Hoje, os pesquisou tecnologias que pos-

42 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


sam apoiar na automatização
dos processos. Essa iniciativa
faz parte do projeto Brasil ID e
propõe a identificação única e
por rádio frequência para veí-
culos e mercadorias em circu-
lação. “O que queremos é criar
um padrão único que possibi-
litará o rastreamento pela in-
dústria e a inspeção dinâmica
pelos órgãos fiscalizadores, só
parando (nos postos de fisca-
lização) quem tem indícios de
algo irregular, integrando, as-
sim, a cadeia logística”, disse
ao destacar que é preciso des-
burocratizar os processos com
o uso da tecnologia RFID (radio
frequency identification).

ENTREGAS
EXPRESSAS
A gerente geral da UPS e
conselheira da Associação Bra-
Os setores público e privado precisam atuar colaborativamente para gerar novas soluções,
tecnologias e modelos que transformem a logística nacional sileira das Empresas de Trans-
porte Internacional Expresso de
Cargas (ABRAEC), Nadir Moreno,
disse que o segmento entrega
cerca de 3,6 milhões de enco-
Além da falta de informação, nós nos mendas, contabilizando impor-
deparamos com a falta de tecnologias tação e exportação, no Brasil ao
da informação que permitam a automação e a ano. “Nossa finalidade é fazer
com que os produtos brasilei-
desburocratização do sistema logístico. Hoje, ros estejam no mundo para fa-
os nossos gargalos não são apenas a falta zer com que a economia cresça
de rodovias e ferrovias, mas as horas que os através de novos produtos”, re-
forçou. Ela explicou ainda, que
caminhões passam parados nos postos de essa cadeia modal tem como
fiscalização e nas entradas dos portos porque característica a rapidez e a ur-
tudo é fiscalizado manualmente.” gência e também auxilia as pe-
quenas e médias empresas que
MANUEL POPPE
gerente do Projeto Observatório Nacional de Transportes e Logística da Empresa de Planejamento
não têm processos de liberação
e Logística (EPL). na importação e exportação.

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 43


[ RETRANCA ]

Segundo Moreno, o desa-


fio é transformar o transporte
expresso no Brasil de forma a
atingir os mesmos patamares
de outros países, o que implica
em diminuir as restrições aos
produtos, os limites de valores
na importação e na exportação
e o fato de que, para a pessoa

Foto ABDI
jurídica, o processo não deve
conter fins comerciais. “Hoje Magnólia Maria Pinheiro Daniel, gerente de Projetos do Ministério dos
Transportes e Nadir Moreno, gerente geral da UPS Brasil
nós exportamos a metade do
que importamos e a ideia é que
temos muito espaço e muita
oportunidade para aumentar os CRIANDO OPORTUNIDADES
números da exportação; basta
trabalhamos nos pontos que DE INVESTIMENTOS
restringem e impedem que isso
aconteça”, reforçou. O presidente da Associa- ociosas, bem como os aspectos
Ao analisar a situação do ção Brasileira de Terminais Por- da lei que não observam a rea-
Brasil, ela destacou que o ce- tuários (ABTP), Wilen Manteli, lidade de cada porto, não levam
nário vem melhorando ao longo ressaltou a postura do governo em consideração a necessidade
dos últimos anos. Ressaltou em possibilitar investimentos, de expansão dos espaços pela
também o trabalho integrado dar segurança jurídica aos in- indústria e que demandam o
das diversas esferas do governo vestidores, fomentar a compe- pagamento pelo uso do espelho
que desenvolveram um sistema titividade e agilizar processos de água. Outra questão aponta-
informatizado, apenas para im- de outorgas. “Sem a liberdade da foi a estratificação dos vários
portação, que facilita e agiliza os de construir e operar carga pró- postos de trabalho que deram
processos de logística. pria, de terceiros ou qualquer complexidade às questões tra-
“Nós queremos que esta outra possibilidade, será difícil balhistas em atividade de carga
mesma ferramenta esteja dis- avançar (no desenvolvimento e descarga. “Emprego é gerado
ponível para a exportação e que do setor)”. De acordo com ele, não dentro do porto, mas fora
tenha o módulo de gerencia- é fundamental que a sociedade dele, pois se gerarmos dentro do
mento de risco, que é o que irá se desenvolva pelo comprome- porto estaremos travando o de-
nos ajudar de fato a dar toda a timento do cidadão, caso con- senvolvimento”, reforçou.
credibilidade e segurança para trário, “ficaremos amarrados em Ele ressaltou ainda a neces-
os órgãos públicos liberarem as um excesso de leis e normas”, sidade de definir prazos claros
restrições para aumentar o mer- disse. Ele reforçou ainda o cen- para as áreas a serem explora-
cado. Queremos transformar o tralismo exagerado que impe- das para que o empresário possa
Brasil e abrir esse mercado para diu o desenvolvimento regional, avaliar a relação entre investi-
o mundo afora. Para isso, nós além de enfraquecer as admi- mento e benefício. “A infraestru-
precisamos abrir as fronteiras, nistrações e os conselhos de tura exige elevados investimen-
permitindo que o transporte ex- autoridade portuários. tos e se o empresário não tem
presso seja feito independente Manteli apontou a neces- essa previsibilidade e não tem a
da finalidade e do valor da mer- sidade de se rever os entraves segurança do marco jurídico, ele
cadoria”, afirmou. que impedem o uso das áreas deixa de investir”, finalizou. z

44 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


] COMPRAS[GOVERNAMENTAIS
FOMENTO ] [

Foto ABDI

Esther Dweck, chefe da Assessoria Econômica do MPOG; Luis Maurício Zanin, consultor do SEBRAE; Fábio Aurélio da Silveira Nunes,
subsecretário da Seplag-RJ; Jane Alcanfor de Pinho, coordenadora-geral de Mercado Externo da SCS/MDIC; Jeovani Salomão,
vice-presidente da ASSESPRO e Ricardo Costa Garcia, presidente da FEBRAC

COMPRAS GOVERNAMENTAIS:
MODELOS E OPORTUNIDADES
PARA SERVIÇOS
ESTIMULAR OPORTUNIDADES PARA O ATENDIMENTO ÀS DEMANDAS DO GOVERNO POR EMPRESAS DE
DIVERSOS SEGMENTOS E PORTES É UM DESAFIO QUE REQUER A CAPACITAÇÃO DOS COLABORADORES
GOVERNAMENTAIS E PREPARAÇÃO DAS EMPRESAS. ESPECIALISTAS APONTAM QUE O CENÁRIO IDEAL DEVE
BENEFICIAR NEGÓCIOS DE DIVERSOS TAMANHOS E EXPERIÊNCIAS, BEM COMO POSSIBILITAR, AO MESMO
TEMPO, SERVIÇOS QUALIFICADOS QUE IMPACTARÃO NA VIDA DE MILHARES DE BRASILEIROS.

O
estabelecimento de margens de pre- mento do Brasil. Sendo assim, é necessário
ferência nas compras públicas para analisar questões como a margem de pre-
produtos e serviços nacionais esti- ferência para os serviços e os novos mode-
mula o desenvolvimento da atividade pro- los que promovam a melhoria dos proces-
dutiva no mercado interno e a geração de sos e a eficácia das contratações públicas.
emprego e renda, o que proporciona cresci- A chefe da Assessoria Econômica do

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 45


Ministério do Planejamento, Or- arquitetura estava na base da ca-
çamento e Gestão, Esther Dweck, Muitas pacidade de gerar demanda por
destacou que o modelo do desen- tecnologia e produtos feitos no
volvimento nacional está calcado
pessoas País”, explicou.
em quatro pilares: o consumo dizem que o Outro aspecto apontado por
de massa, os investimentos em ela foi o impulso dado pelo go-
Brasil tem um verno ao serviço nacional. “Esse
infraestrutura, os investimentos
em habitação e as exportações. modelo puxado serviço deve ser desenvolvido por
“Muitas pessoas dizem que o pelo consumo e uma empresa constituída no Bra-
Brasil tem um modelo puxado sil e executado por brasileiro nato
pelo consumo e esquecem que,
esquecem que ou naturalizado. As equipes técni-
na verdade, o que está crescendo na verdade o que cas precisam ter 50% de brasilei-
ros e uma subcontratação de até
mais do que o dobro do PIB são está crescendo 20% de uma empresa estrangeira
os investimentos. Isso aconte-
ceu pelo próprio papel indutor do mais do que o pode ser efetuada”, comentou.
Estado”, explicou. dobro do PIB são
Ela ressaltou, no entanto,
os investimentos.
que as ações do governo para o
estímulo aos investimentos não Isso aconteceu FERRAMENTA
se restringem às iniciativas di-
retas de investimento público do
pelo próprio papel ONLINE DE
Programa de Aceleração do Cres- indutor do Estado.” AQUISIÇÃO
cimento (PAC), mas envolvem ESTHER DWECK
também as concessões e os em- chefe da Assessoria Econômica do
O subsecretário da Secreta-
Ministério do Planejamento, Orçamento
préstimos dos bancos públicos e Gestão. ria de Estado de Planejamento e
para viabilização de investimen- Gestão (SEPLAG-RJ) e represen-
tos. “São quase R$ 60 bilhões tante do Conselho Nacional de
ao ano atrelados às novas con- Secretários de Estado da Admi-
cessões e isso gera uma grande nistração (CONSAD), Fábio Auré-
oportunidade, não apenas para lio da Silveira Nunes, comentou
obras, mas para o segmento de o sistema online usado no Rio
serviços”, disse. de Janeiro para os processos
Dweck destacou que, pelo de aquisição pública que atua
setor da construção civil, o mi- nas questões logísticas de su-
nistério alcançou a cadeia de primento e transportes e anali-
serviços devido à existência de sa sua necessidade, obtenção e
interseção entre as obras e a distribuição. “A implementação
necessidade de estímulo ao de- dessa ferramenta, que varre
senvolvimento da tecnologia e todo o ciclo de compra, tanto a
do equipamento técnico brasi- fase interna quanto a externa,
leiro. “Se o projeto não for feito nos dá a garantia de termos uma
por um engenheiro que conheça base de dados com as compras
a tecnologia do Brasil, teremos praticadas no Estado”, disse.
como demanda uma metodologia Nunes explicou que a ferra-
não existente aqui. Na verdade, o menta possibilitou a criação tan-
próprio serviço de engenharia e to de um cadastro único de bens

46 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


A lei pode ser única em princípios e procedimentos, mas
ter normas setoriais. Essa é a primeira vitória da lei que
está chegando. A boa notícia é que nela existem três capítulos que
abordam serviços.”
JEOVANI SALOMÃO
vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação (ASSESPRO).

e serviços, consequentemente
padronizando a descrição e
EVOLUÇÃO a reformulação da lei das licita-
ções. Ele comentou o esforço no
trazendo eficiência, quanto de
um registro de fornecedores,
DO MODELO Congresso em demonstrar a dis-
tinção entre os diversos tipos de
no qual mais de 17 mil empre- DE COMPRAS compras e a necessidade de uma
lei diferenciada. “A lei pode ser úni-
sas estão catalogadas, além de
ca em princípios e procedimentos,
ter criado um banco de preços. O vice-presidente da Asso- mas ter normas setoriais. Essa é
“Mais de 80% das compras do ciação Brasileira das Empresas a primeira vitória da lei que está
estado são feitas via pregão ele- de Tecnologia da Informação chegando. A boa notícia é que nela
trônico, o que é hoje a locomoti- (ASSESPRO), Jeovani Salomão, existem três capítulos que abor-
va dos nossos processos”. destacou o cenário diverso com dam serviços”, explicou.

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 47


colaborador do governo executar
Vemos muitas oportunidades nas as compras através das micro e
compras governamentais, pois o pequenas empresas. “O paradig-
ma é a mudança a favor do que
volume é grande. No caso de serviços, os já existe em termos de legisla-
contratos são de longo prazo e somam um ção. Nós precisamos implemen-
marketing positivo para a imagem da empresa.” tar todos os benefícios do RDC
(Regime Diferenciado de Contra-
RICARDO COSTA GARCIA tações Pública) imediatamente
presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços e Limpeza Ambiental (FEBRAC).
para que as obras coloquem a
subcontratação de 30% na área
de serviços e preparar compra-
dores e fornecedores”, explicou.

QUESTÕES
Ele ressaltou as contribui-
ções para aprimoramento da lei,
SERVIÇOS NO DE PREÇO E
como a criação de um mecanis-
mo de solução de conflitos, a
CENTRO DO QUALIDADE
participação das micro e peque-
nas empresas com exclusivida-
de nas compras diretas, a am-
DEBATE O presidente da Federação
Nacional das Empresas de Ser-
pliação na qualificação técnica viços e Limpeza Ambiental (FE-
O consultor do Serviço Brasi-
e a criação de um processo de BRAC), Ricardo Costa Garcia, res-
leiro de Apoio às Micro e Pequenas
qualificação mais apurado para saltou a problemática da decisão
Empresas (Sebrae), Luis Maurício
serviços complexos. “A licitação pelo preço mais baixo na contra-
Zanin, ressaltou a necessidade
deveria perder a importância. O tação de serviços. “Entendemos
de trazer a discussão dos servi-
conceito de compra pública de- que o pregão eletrônico é uma fer-
ços para o centro das compras
veria ser alterado para o cadas- governamentais, especialmente ramenta que veio para ficar, mas
tramento de todas as empresas porque é mais fácil ter padrões de para a contratação de serviços
que querem atuar junto ao go- compras para produtos, enquanto não é adequada, pois deveria ser
verno e a comprovação técnica os requisitos para questões in- usado o pregão presencial que di-
de que podem executar. Isso tangíveis são mais complexos. “O minui o número de participantes
permitiria a competição entre Sebrae tem trabalhado em duas li- não qualificados”, afirmou.
iguais”, afirmou. nhas: a capacitação do comprador Garcia comentou ainda a
Salomão explicou ainda que público, para que saiba contratar o composição de editais criterio-
o texto prévio da nova lei trata serviço e o bem de maneira ade- sos que excluam empresas não
das questões setoriais e das quada, e a preparação da micro e habilitadas a realizar as ativida-
particularidades de cada seg- pequena empresa para que possa des. “Vemos muitas oportunida-
mento. “O empresário neste país fornecer o serviço para a adminis- des nas compras governamen-
deve ser tratado da melhor for- tração pública”, reforçou. tais, pois o volume é grande. No
ma possível. Ele gera emprego, Ele comentou sobre a ne- caso de serviços, os contratos
renda e riqueza. Agora, o empre- cessidade de sensibilizar o são de longo prazo e somam um
sário que se utilizar da lei para comprador público e da criação marketing positivo para a ima-
achar brecha deve ser punido. de normativas que facilitem ao gem da empresa, finalizou. z

48 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


[ INOVAÇÃO E NEGÓCIOS ]

INOVAÇÃO:
O SALTO COMPETITIVO PARA O
COMÉRCIO, LOGÍSTICA E SERVIÇOS
PARA INOVAR NÃO BASTA TER UMA BOA IDEIA, É NECESSÁRIO EXTRAPOLAR AS FRONTEIRAS COM UMA PROPOSTA
QUE UNA PESQUISA E DESENVOLVIMENTO PARA RESPONDER DEMANDAS DA SOCIEDADE POR PRODUTOS,
AINDA QUE ESTES MESMOS ITENS AINDA NÃO TENHAM SIDO PENSADOS PELOS INDIVÍDUOS. EM UM MUNDO EM
TRANSFORMAÇÃO DIÁRIA, O PAPEL DA INOVAÇÃO VAI ALÉM DA IDEIA DIFERENTE, FORA DA CAIXA OU PRETENSA
CRIATIVA. É PRECISO CONECTAR AS PONTAS DE UM GRANDE PROCESSO COLABORATIVO QUE ENVOLVE VALORES,
PESSOAS, MUDANÇAS, MEIOS E OPORTUNIDADES.

A
inovação é fundamental a um setor tradicional modificar as empresas tenham tecnolo-
para todos os elos da ca- suas atividades para ganhar pro- gias mais competitivas e viven-
deia produtiva, incluindo dutividade, ou interna através ciem cenários distintos.
empresas de serviços, comércio de uma modificação simples O coordenador de Proje-
e logística. Essa oportunidade por meio de um novo processo. tos da Associação Nacional
pode acontecer tanto de forma É preciso entender e investir em de Entidades Promotoras de
externa, com um novo produto pesquisa, desenvolvimento e Empreendimentos Inovadores
ou aplicativo online que permita inovação como o passo para que (ANPROTEC), Carlos Eduardo

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 49


Foto ABDI
[ RETRANCA ]

e desenvolvimento brasileiras
com a manufatura. “Se eu quiser
fazer hardware e software no
Brasil, eu tenho incentivos, mas
se quiser promover a inovação
em serviços de TI eu não os te-
nho no mesmo nível”, ressaltou.
Ele observou a necessidade de
Hudson Lima, superintendente da FINEP; Nelson Fujimoto – secretário SI/MDIC; promover o intercâmbio entre
Roberto Matsubayashi – diretor de Inovação e Alianças Estratégicas da GS1; inovação radical em serviços e
Carlos Eduardo Negrão Bizzotto – coordenador de Projetos da ANPROTEC e
Cláudio S. Pinhanez – gerente do Laboratório de Pesquisas da IBM ciência. “Se nós queremos au-
mentar a produtividade de servi-
ços para atender em escala, nós
Negrão Bizzotto, explicou que de ganho de oportunidade está temos que aumentar a produtivi-
a dificuldade em inovar passa na inovação disruptiva que tem dade das pessoas”, ressaltou.
pelo debate entre o esforço de baixa sintonia com o processo e
inovar e as baixas barreiras para
a reprodução não autorizada.
os valores atuais”, explicou.
OLHARES DA
Ele destacou que grande parte
das empresas tem dificuldade INOVAÇÃO INOVAÇÃO
porque encontra desafios de re-
cursos, processos e valores. “É RADICAL EM O superintendente da Finan-
ciadores de Estudos e Projetos
lógico que os valores enfatizam
o produto ou serviço atual e o
SERVIÇOS (FINEP), Hudson Lima, comentou
a dificuldade de medir o valor in-
cliente de hoje. Assim, não há
quem tire uma parte do recurso O gerente do Laboratório tangível da inovação no segmen-
para investir em um produto ou de Pesquisas da IBM, Cláudio to de serviços e a exigência da
serviço para um cliente que tal- Pinhanez, analisou a revolução criação de parâmetros de con-
vez não se torne interessante social e econômica que aconte- trole por órgãos governamentais,
para a empresa”, disse. cerá no final desta década com o que têm dificuldade em entender
Ele comentou que a priori- aumento da classe média mun- as diversas facetas e dinâmicas
zação dos investimentos é um dial e a ampliação no consumo. da área de serviços. “Nós já tive-
dos aspectos que impedem o de- “Estamos em um momento de mos um avanço ao perceber que
senvolvimento da inovação nos entender as necessidades de em diversas inovações em ser-
negócios. A solução para trans- serviços desta grande parcela viços a pesquisa, o desenvolvi-
formar este cenário é a análise da população. Um dos pontos mento e a inovação são a mesma
de alternativa de portfólio. “Nós muito sérios desta nova classe coisa, ou seja, é na implementa-
temos que analisar toda a pro- média no Brasil é querer ser- ção que acontecem”, explicou.
posta de produto, processo, ser- viços de qualidade. O desafio é O diretor de Inovação e
viço ou novo cliente com base se fazer qualidade e escala ao mes- Alianças Estratégicas da GS1,
essas ideias têm sintonia com mo tempo. Para atender esse Roberto Matsubayashi, explicou
os valores da empresa. Quanto anseio, é necessário mudar a a importância dos padrões para
maior a sintonia, mais teremos maneira de fazer com a inova- a inovação que permitem a cria-
uma inovação incremental, que ção radical e disruptiva.”, disse. ção de uma série de serviços e
já está alinhada com o que a em- Pinhanez destacou ainda a modelos de negócio em todo o
presa está fazendo. Mas o gran- obsessão das áreas de pesquisa globo. Ele destacou que a inova-

50 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


ção está diretamente conectada
a um mundo em transformação
em grande velocidade com im-
pacto no consumidor, nas tecno-
logias, nas questões ambientais
e na própria sociedade. “Para
responder a essas demandas é
necessário atentar para o perfil
do negócio, as tecnologias ne-

Foto ABDI
cessárias e a inovação interliga-
da aos padrões”, reforçou. Rodrigo Borges, coordenador do CT de Inovação em Serviços ANPEI - Buscapé
Matsubayashi destacou ain-
da o papel da informação para
a gestão dos processos e as Estamos em um momento de entender as
tecnologias disponíveis, como a
radiofrequência e a rede global
necessidades de serviços desta grande
de sincronização de dados. Ele parcela da população. Um dos pontos muito
comentou a tendência atual que sérios desta nova classe média no Brasil é querer
propõe que o canal de venda es- serviços de qualidade. O desafio é fazer qualidade
teja próximo do consumidor todo
o tempo por meio de lojas físicas e escala ao mesmo tempo. Para atender esse
e site, mas, principalmente, por anseio, é necessário mudar a maneira de fazer
aplicativos móveis. “O uso do com a inovação radical e disruptiva.”
smartphone é uma tendência for-
te para marcar presença o tempo CLÁUDIO PINHANEZ
gerente do Laboratório de Pesquisas da IBM.
todo. Todas essas possibilidades
estão baseadas em um sistema
de padrão global que cumpre três levam a inovação, que começa inovadoras que estão entrando
funções básicas: identificação, com a ideia, é aprimorada e pode no mercado”, disse.
captura de informações e compar- se tornar incremental com a evo- Ao analisar o investimento
tilhamento de dados”, informou. lução do mercado. ou não em determinada empresa,
Borges destacou que as no- o coordenador do Comitê de Ino-

IDEIAS QUE vas empresas, especialmente as


startup, não batem de frente com
vação em Serviços demonstrou
alguns pontos como, por exemplo,
NÃO EXISTEM aquelas já estabelecidas, mas,
para obter sucesso, precisam re-
a oportunidade de mercado, a dife-
renciação, o modelo de negócio, o
definir o problema e transformar time, a entrada como primeira do
O coordenador do Comitê o negócio em algo relevante, o gênero e a sinergia com o ecossis-
de Inovação em Serviços da As- que exige que a criação de algo tema da empresa. “A ideia é 1% do
sociação Nacional de Pesquisa e que não existe. “As empresas tra- processo e, é importante atentar
Desenvolvimento das Empresas dicionais operam no mercado tra- para a execução, que transformará
Inovadoras (ANPEI), Rodrigo Bor- dicional, mas existe um quadran- a ideia em um produto grande. Mui-
ges, explicou que de nada adianta te que é considerado suicida, no tas vezes, há milhares de detalhes
ter uma ideia fantástica se não há qual as oportunidades de ganhos na execução de um produto que fa-
consumidor para aquele produto. e perdas são muito altas. É nes- zem toda a diferença para que seja
Ele apontou os caminhos que ta área que operam as empresas um produto genial”, finalizou. z

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 51


] CAPITAL HUMANO E INDICADORES [

MODERNIZAÇÃO DAS
RELAÇÕES DE TRABALHO:
TERCEIRIZAÇÃO
E OUTROS AVANÇOS
Foto ABDI

Laércio Oliveira, deputado federal e presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Setor de Serviços; Cássio Azevedo, sócio-fundador da AeC
Contact Center; Manoel Messias, secretário de Relações do Trabalho do MTE; Paulo Lofreta, presidente da CEBRASSE; Paulo Solmucci Júnior,
presidente da ABRASEL; e Valeir Ertle, dirigente da Executiva da CUT

O CRESCIMENTO DO CENÁRIO ECONÔMICO PROMOVE MUDANÇAS NAS RELAÇÕES DE TODOS OS ELOS QUE
CONTRIBUEM PARA O DESENVOLVIMENTO DA NAÇÃO. É NECESSÁRIO CRIAR NOVOS PARÂMETROS QUE ELEVEM
A PRODUTIVIDADE VALORIZANDO O CAPITAL HUMANO E OS TALENTOS NACIONAIS, AO MESMO TEMPO CRIANDO
CENÁRIOS SUSTENTADOS PARA AS EMPRESAS E OS TRABALHADORES BRASILEIROS. NÃO BASTA CRESCER, POIS
É PRECISO APOIAR O EMPREENDEDORISMO DO SETOR DE SERVIÇOS E AS DEMANDAS DOS PROFISSIONAIS PARA
QUE O DESENVOLVIMENTO SEJA REALMENTE ELEMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL.

52 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


E
m um momento em que a
concorrência e a disputa Se o poder público saísse um pouco de
por novos mercados são
cada vez mais acirradas, o ca- cena e deixasse que as relações entre
pital humano torna-se um dos empregado e empregado fluíssem, nós teríamos
principais fatores de competiti- um resultado melhor e um custo do trabalho
vidade. É necessário, porém, re-
pensar o formato da relação com mais positivo, atraente para o mercado interno e
os trabalhadores, tendo em vis- para o mercado internacional também.”
ta as dinâmicas dos mercados e
as especificidades encontradas LAÉRCIO OLIVEIRA,
deputado e coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Setor de Serviços.
nos segmentos de comércio,
serviços e logística.
O deputado Laércio Oliveira,
coordenador da Frente Parlamen-
tar Mista em Defesa do Setor de to com o sindicato, pois não se mos um resultado melhor e um
Serviços, propôs uma reflexão chegou a um consenso sobre a custo do trabalho mais positivo,
sobre a importância do em- representação sindical. Nós pre- atraente para o mercado interno
preendedor, uma pessoa que, de cisamos urgentemente pensar e para o mercado internacional
acordo com ele, aposta suas eco- em uma nova reforma sindical, também”, comentou.
nomias em um negócio e, con- pois os trabalhadores muda-
sequentemente, no País. “Esse
empreendedor está um pouco
ram”, disse.
Sobre a Consolidação das RELAÇÕES
marginalizado embora tenha
uma importância enorme. Tudo
Leis do Trabalho (CLT), Oliveira
destacou a importância deste
QUE MUDAM
funciona neste país por causa instrumento jurídico e a neces-
dele, que aposta que o Brasil vai sidade urgente de reforma. “Re- O sócio fundador da AeC
dar certo e que o seu negócio vai conheço sua importância e lou- Contact Center, Cássio Azevedo,
crescer. Assim, ele é excelência vo a iniciativa, mas as atividades lembrou que a prestação de ser-
e precisa de tapete vermelho ao do mercado de tecnologia da in- viço é o modelo econômico do
defender suas demandas porque, formação, engenharia, diversão século 21, especialmente por-
por trás dele, existe um apelo so- e arte, petróleo e gás, terceiriza- que a indústria não mais gera
cial muito grande”, afirmou. ção, emprego por tarefa, mine- empregos como antigamente,
Oliveira apontou a necessi- ração e empresa individual não tendo as relações econômicas
dade de repensar o sindicalismo estão contempladas na CLT. Há e de trabalho mudado drastica-
no país e analisou o período em muitas discordâncias e ninguém mente. Ele mencionou, ainda,
que a legislação trabalhista foi chega a lugar nenhum”, afirmou. sobre a dificuldade do segmento
criada, quando a indústria era o Ele reforçou a necessidade de serviços em obter financia-
principal impulsor da economia de se avançar para flexibilizar as mento bancário devido à ausên-
brasileira. “Isso evoluiu a tal relações de trabalho, desburo- cia de ativos tangíveis e sobre o
ponto que o setor de serviços se cratizando normas e facilitando empenho necessário para que
tornou o mais importante, mas o funcionamento dos processos. uma empresa pequena se torne
não temos nenhum reflexo na “Se o poder público saísse um um dos grandes players do se-
CLT que contemple isso. A ques- pouco de cena e deixasse que tor de contact center. Sobre os
tão da terceirização fracassou as relações entre empregador e desafios jurídicos trabalhistas,
no ponto onde entrou o confli- empregado fluíssem, nós tería- Azevedo comentou: “Eu tenho

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 53


4.500 causas trabalhistas recla-

Foto ABDI
mando de terceirização ilegal.
Destas, já perdemos pelo menos
2.600 sumariamente e, das 100%
que perdemos, 98% afirmaram
que nossa terceirização é ilícita.
Eu tenho um acordo trabalhista
com o sindicato e cumpro esse
acordo rigorosamente. Pago to-
dos os impostos referentes ao
trabalho, seguro saúde e dou to-
das as condições para os funcio-
nários, mas devido às condições
legais que o país atravessa hoje,
minha empresa é considerada
ilegal”, explicou ao analisar a si-
tuação atual que faz com que as
empresas estejam sujeitas às de-
cisões dos Tribunais do Trabalho.
Para o presidente da Cen-
tral Brasileira do Setor de Servi-
ços (CEBRASSE), Paulo Lofreta, Paulo Lofreta, presidente da CEBRASSE; Paulo Solmucci Júnior, presidente da ABRASEL;
e Valeir Ertle, dirigente da Executiva da CUT
a atualização do trabalho está
diretamente ligada às atividades
produtivas. “Nós precisamos mo-
dernizar o país e isso implica em
mudar conceitos no Brasil, como
a contratação de empregos. Além
renovada. Ninguém quer retirar
os direitos dos trabalhadores,
O TRABALHO
de todos os tributos, nós temos
68% de encargos acima do salário
muito pelo contrário, mas exis-
tem questões que precisam ser
INTERMITENTE
do trabalhador. Para o País, esse
modernizadas”, disse.
é um prejuízo muito grande por- O presidente da Associa-
O presidente da CEBRASSE
que incentiva à informalidade e ção Brasileira de Bares e Res-
destacou ainda a necessidade taurantes (ABRASEL), Paulo
leva à contratação de serviços in-
de se valorizar, tanto para o tra- Solmucci Júnior, ponderou as
ternacionais. Os encargos sociais
balhador quanto para os empre- mudanças no País e o desen-
e trabalhistas têm um limite que
podemos aguentar”, reforçou. gadores, a homologação feita no volvimento do setor de servi-
Lofreta ressaltou que é co- sindicato, pois, de acordo com ços a partir do crescimento da
mum para a Justiça do Trabalho ele, a convenção coletiva muitas renda per capita. Ele ressaltou
a interpretação de o empregador vezes não é respeitada. De acor- que essas adversidades estão
estar errado. Mencionou tam- do com Lofreta, há pouca segu- sendo vivenciadas com o seg-
bém que o crescimento dos re- rança jurídica no País, o que afeta mento, ainda pequeno, e que
quisitos muitas vezes dificulta a diretamente a existência de uma deverão tornar-se questões
contratação dos trabalhadores. relação de trabalho eficiente ca- mais complexas com o contí-
“Um entrave é a CLT, instrumen- paz de gerar resultados positivos nuo crescimento dos próximos
to que já passou do tempo de ser para as empresas e para a nação. dez anos.

54 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


“A indústria é muito prote-
gida e, como a atividade é siste-
mática, com hora para começar
Um entrave é a CLT, instrumento
e terminar, está bem elaborada que já passou do tempo de ser
dentro da legislação. Um proble- renovada. Ninguém quer retirar os direitos dos
ma que é transversal para todo
o setor de serviços é a ausência trabalhadores, muito pelo contrário, mas existem
da modalidade de contratação questões que precisam ser modernizadas.”
do trabalho intermitente, permi-
PAULO LOFRETA
tindo contratar por hora e com presidente da Central Brasileira do Setor de Serviços (CEBRASSE).
jornada móvel”, explicou.
Solmucci Jr. disse que, no
mundo inteiro, grande parte da
mão de obra jovem está em-
pregada no setor de serviços,
especialmente em bares e res-
taurantes. Nos Estados Unidos,
por exemplo, quatro em cada dez PALAVRA DOS TRABALHADORES
americanos em algum momen-
to trabalhou no setor. “No Brasil O dirigente da Executiva da dos do Ministério do Trabalho que
isso é impossível. E nós deixa- Central Única dos Trabalhadores mostram que a cada dez brasilei-
mos esse jovem fazer uma es- (CUT), Valeir Ertle, mencionou ros acidentados, oito ocorrem em
colha terrível: arrumar o primei- que ainda há muitos empresários empresas terceirizadas. “Temos
ro emprego e sair da escola ou que veem vantagem na sonega- hoje em torno de 12 milhões de
ser sustentado pela família, não ção fiscal e que quando o traba- trabalhadores terceirizados que
dando sua contribuição para a lhador entra com um processo na recebem uma remuneração 27%
sociedade e nem aprendendo Justiça do Trabalho, este recebe menor. A face da terceirização
a trabalhar. O trabalho intermi- apenas 20% do que deveria re- obriga as populações mais vul-
tente é universal e não há por- ceber, pois na maioria dos casos neráveis ao mercado de trabalho
que o Brasil não enfrentar com são feitos acordos. De acordo e os trabalhadores submetem-se
coragem esse debate público”, com ele, o pagamento de danos por não terem opção”, disse.
comentou. morais no Brasil é muito baixo em Ertle observou ainda que
Ele explicou que o setor já comparação com a Europa. muitas vezes as empresas ter-
tem uma grande percepção dos “É importante dizer que a ceirizadas geram trabalho pre-
danos causados pela ausência CUT não é contrária à regulamen- cário, com jornadas maiores e
de legislação ligada a esse tipo tação da terceirização, pois nós ritmo de trabalho exaustivo. O
de trabalho. “No Brasil é impos- definimos isso há dez anos, mas dirigente da CUT finalizou ob-
sível exercer a função de contra- não da maneira como os empre- servando que ainda é bastante
tar por serviço de maneira 100% sários desejam”, explicou. Para frequente os trabalhadores no
legal. Mudar a realidade do país, Ertle, no entanto, a terceirização país serem maltratados e terem
para que esteja adequada ao se- de mão de obra diminui os postos seus direitos desrespeitados,
tor de serviços, é uma questão de trabalho e a remuneração dos sendo muito comum a existên-
de justiça social para com os profissionais, além de fazer cair o cia de empresas que fecham
jovens, para quem empreende número de anos de atuação em sem pagar as verbas rescisórias
e para os trabalhadores que são comparação com um trabalhador a que estes trabalhadores têm
sérios”, afirmou. não terceirizado. Ele apontou da- direito. z

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 55


[ CAPITAL HUMANO E INDICADORES ]

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL:
CONSTRUINDO A PRODUTIVIDADE
DA PRÓXIMA DÉCADA

A NECESSIDADE DE REALIZAR POLÍTICAS PÚBLICAS SISTÊMICAS DE FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO


PROFISSIONAL TORNA-SE CADA VEZ MAIS FUNDAMENTAL NA MISSÃO DE PROMOVER O CRESCIMENTO
DOS SETORES DE COMÉRCIO, SERVIÇO E LOGÍSTICA DO BRASIL. É PRECISO INVESTIR NOS TALENTOS
NACIONAIS PARA QUE ESTES ESTEJAM APTOS A ATENDER DEMANDAS CADA VEZ MAIS TECNOLÓGICAS E
ESPECIAIS. ESTAS DEMANDAS REQUEREM COLABORADORES MAIS BEM PREPARADOS E COM NÍVEL DE
CONHECIMENTO COMPARÁVEL A TRABALHADORES DE OUTROS PAÍSES.

56 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


D
e acordo com o vice-presi-
dente do Instituto para o O mundo está se transformando
Desenvolvimento do Varejo
(IDV), Fernando de Castro, é pela
bastante e está muito mais complexo
qualificação que se aperfeiçoa a do que foi. A velocidade da mudança também
formação dos trabalhadores de é muito forte. A criação de conhecimento está
forma a propiciar o desenvolvi-
mento econômico. Ele comentou descentralizada e as necessidades se alteram
sobre a baixa qualidade na educa- muito rapidamente. Hoje, nós temos modelos
ção e ponderou a necessidade de
qualificação profissional com as
que não respondem a essas necessidades
possibilidades disponíveis. Res- e estamos voltados para uma estrutura
saltou ainda a pressão sobre as econômica passada. Temos uma enorme
empresas, vinda da necessidade
de revolução logística e de produ- lentidão para nos adaptarmos em termos de
to que acompanha o crescimento processos de mudança. Se não avançarmos,
do Brasil. “A empresa está sendo
obrigada a ser formadora de pro-
isso será fatal. O Brasil precisa ser competitivo e
fissionais, o que não deveria ser a a educação é vital neste processo.”
função dela”, reforçou. FERNANDO DE CASTRO
Mais conhecimento espe- vice-presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV).
cífico e geral, capacidade de co-
municação e compreensão de
instruções, raciocínio abstrato,
utilização de equipamentos de
informática e atuação multitare-
FORMAR que se torne profissional ou ele
não dará certo no mercado de
fas são algumas das exigências
do mercado para os trabalhado-
CIDADÃOS E trabalho”, comentou.
Leite apontou a indispen-
res. “O mundo está se transfor- PROFISSIONAIS sabilidade de espaços de capa-
mando bastante e está muito citação físicos, remotos e cria-
mais complexo do que foi. A ve- A gerente do SENAC Nacio- dos a partir de necessidades
locidade da mudança também é nal, Rejane Leite, destacou que especiais, além dos modelos de
muito forte. A criação de conheci- a construção da metodologia educação à distância, que repre-
mento está descentralizada e as pedagógica requer que se ouça sentam uma alternativa para os
necessidades se alteram muito o empregador, garantindo assim jovens que precisam estar em
rapidamente. Hoje, nós temos que os profissionais formados todos os lugares e fazer tudo ao
modelos que não respondem a tenham ingresso e sucesso no mesmo tempo. “Nosso sonho é
essas necessidades e estamos mercado de trabalho. Ela des- que os demandantes nos digam
voltados para uma estrutura tacou as lacunas na educação quais as suas necessidades e os
econômica passada. Temos uma básica, especialmente os co- empregadores o que precisam
enorme lentidão para nos adap- nhecimentos de língua portu- nos seus quadros para que nós
tarmos em termos de processos guesa e matemática. “Não basta possamos formar”, disse.
de mudança. Se não avançarmos, ingressar na qualificação, é pre- Ela comentou que não
isso será fatal. O Brasil precisa ser ciso que o indivíduo tenha capa- basta formar profissionais e
competitivo e a educação é vital cidade de acompanhar o curso. colocá-los no mercado e que o
neste processo”, afirmou. É preciso formar o cidadão para alinhamento entre necessida-

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 57


Foto ABDI
[ RETRANCA ]

de e resposta dos profissionais


faz parte do Plano Nacional de
Cultura Exportadora, uma ação
iniciada pelo Ministério do De-
senvolvimento, Indústria e Co-
mércio Exterior (MDIC). “Nós
vamos desenhar os cursos le-
vando em consideração o que
precisamos desenvolver no
país. Não adianta formar acade-
micamente, precisamos formar
para aquilo que a empresa fará.
Estamos desenhando um itine-
rário no qual existe uma quali-
ficação inicial, uma qualificação
técnica e uma qualificação tec-
nológica”, exclamou.

A NOVA
IMAGEM DO
PROFISSIONAL
DE TRANSPORTE Eduardo Rocha, assessor econômico da UGT; Nilva Schroeder, coordenadora geral de
Desenvolvimento e Monitoramento de Programas/SETEC/MEC; Emíria Bertino, coordenadora
de Desenvolvimento Profissional do SEST/SENAT; Fernando de Castro, vice-presidente do IDV;
Rejane Leite, gerente do Senac Nacional
A coordenadora de Desen-
volvimento Profissional do Servi-
ço Nacional de Aprendizagem do
quer o filho atuando nesta área texto do País. “Outras questões
Transporte (SENAT), Emíria Ber-
por uma série de questões, como são abrir arestas para discussão
tino, destacou o envelhecimento
as condições das estradas e a se- e trazer os órgãos competentes
dos profissionais motoristas e
gurança de infraestrutura. Outro para o diálogo sobre a legislação
o desafio de inserir novos traba-
ponto que nos impede de avan- de trânsito de forma a ser pos-
lhadores no mercado de logística,
atraindo e preparando os jovens, çar é a legislação de trânsito, que sível ter uma atuação em acordo
que muitas vezes concluíram o tem impedimento na idade míni- com o mercado e disponibilizar
Ensino Médio, mas não têm inte- ma para a habilitação profissio- novos profissionais”, disse.
resse na atividade. Ela ressaltou nal”, contou. Possibilitar que os pro-
ainda a grande necessidade de Bertino demonstrou que a fissionais entrem no setor de
colaboradores para o setor de qualificação do segmento passa transporte, não se limitando
transporte e apontou a imagem pela nova imagem do profissio- a figura do motorista, é outra
negativa dos motoristas como nal de transporte, por meio da meta que vem sendo trabalhada
um dos fatores que impedem desmistificação de conceitos, pelo SENAT dentro de uma visão
esse crescimento. “Antigamente, da explicitação do papel de mo- sistêmica. “Nós realizamos um
a profissão de motorista passava torista profissional e do desta- trabalho direto com a educação
de pai para filho. Hoje, o pai não que da importância para o con- para o trânsito, no qual fazemos

58 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


Hoje, sabe-se que o aumento
da produtividade se dá não por
trabalhar mais, mas sim por trabalhar
melhor, utilizando melhores equipamentos e
tecnologias modernas. Isso significa repensar
o aumento da produtividade sistêmica, pois se
focarmos apenas na qualificação profissional,
desvinculada dos demais gargalos, teremos
políticas focadas e desconectadas.”
EDUARDO ROCHA
assessor econômico da União Geral dos Trabalhadores (UGT).

ser feita apenas pelo prisma da dade intelectual de raciocínio


extensão da jornada e pela inten- mais sofisticado”, apontou.
sificação do ritmo de trabalho. Ele ressaltou a imprescindi-
“Hoje, sabe-se que o aumento da bilidade de se impor metas para a
produtividade se dá não por tra- mudança deste cenário, ao mes-
balhar mais, mas sim por traba- mo tempo em que é necessário
lhar melhor, utilizando melhores refletir sobre o aumento da pro-
equipamentos e tecnologias mo- dutividade. Esta não está ligada
dernas. Isso significa repensar o apenas ao desenvolvimento pro-
aumento da produtividade sistê- fissional, mas também à supera-
a formação também do moto- ção de gargalhos de infraestrutu-
mica, pois se focarmos apenas
rista profissional, o que impli- na qualificação profissional, ra, logística, ciência e tecnologia.
ca formações específicas para desvinculada dos demais garga- “É preciso pensar também na
transporte escolar, motorista los, teremos políticas focadas e forma de organização do traba-
de emergência, motofrentista e desconectadas”, ressaltou. lho, em como se dão os proces-
produtos perigosos”, comentou. Rocha apontou a impor- sos de organização da produção,
tância de um esforço conjunto como acontece a gestão da mão

VOZ DOS e direcionado de políticas públi-


cas e ações da sociedade civil
de obra e como acontece a par-
ticipação dos trabalhadores no
PROFISSIONAIS para a elevação da taxa média
de escolaridade do trabalhador
aumento da produtividade. Não
são apenas as empresas que
brasileiro, que atualmente está têm que indicar quais são as de-
O assessor econômico da em 7,2 anos. “Isso é um impe- mandas fundamentais da qualifi-
União Geral dos Trabalhadores ditivo não só à cidadania, mas cação profissional; nós, trabalha-
(UGT), Eduardo Rocha, comen- também a que se tenha acesso dores, sabemos muito bem o que
tou que a discussão sobre pro- a cursos de qualificação profis- estamos precisando e quais são
dutividade no trabalho não pode sional que exigem uma capaci- os nossos déficits ”, finalizou. z

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 59


[ CAPITAL HUMANO E INDICADORES ]

ATLAS NACIONAL DE COMÉRCIO


E SERVIÇOS: O SETOR TERCIÁRIO
GANHA NOVAS PERSPECTIVAS
O
Analista de Comércio Ex-
terior da Secretaria de
Comércio e Serviços do
Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior
(SCS/MDIC), Pedro Garrido, sa-
lientou a necessidade de reunir
informações sistematizadas
sobre o setor terciário, ação pre-
sente no Plano Brasil Maior (PBM
2011-2014) e no Plano Plurianual
(PPA 2012-2015), e comentou o
desenvolvimento do Atlas Nacio-
nal de Comércio e Serviços. Ele
ressaltou que existe concentra-
ção de atividades econômicas
nas grandes capitais, no entanto,
é possível observar que algumas
regiões têm projeção em dife-
Flávio Tayra, gerente de Economia e Pesquisa da Abras; Juarez de Paula, gerente Nacional de
rentes atividades. Comércio e Serviços do Sebrae; Pedro Garrido, Analista de Comércio Exterior da SCS/MDIC;
O Atlas apresenta uma intro- Adriana Amado, chefe do Departamento de Economia da UnB; Wasmália Bivar, presidente do IBGE
e João Maria de Oliveira, coordenador de Estudos e Projetos do IPEA
dução à importância de comércio
e serviços e quatro capítulos,
sobre o contexto econômico e
social e sobre os setores terciá- de estabelecimentos de comér- torna muito importante para o
rios tratados no PBM – comércio, cio e fazer o contraste com o ren- desenvolvimento do setor terciá-
serviços e serviços logísticos –, dimento médio domiciliar. Com rio – e não à toa os setores de co-
além de um suplemento com da- o apoio do Sebrae, foi possível mércio e serviços aumentaram
dos de entidades que participam ainda obter informações sobre sua participação no PIB nos anos
da política industrial brasileira. O o Simples Nacional, que possibi- recentes. Os dados apresentados
Atlas foi criado, principalmente, litaram olhar a intensidade dos apoiarão a criação de políticas
com o uso de informações do registros das empresas por mil públicas, pois, de um lado, temos
Instituto Brasileiro de Geografia e habitantes. uma grande concentração dos
Estatística (IBGE). Entre as diver- Entre as informações tra- setores nos grandes centros e,
sas informações, são mostrados zidas pelo instrumento estão o de outro, o desafio de disponibi-
mapas estaduais que permitem crescimento de renda e a dimi- lizar bens e serviços para todo o
conhecer em detalhes o número nuição da desigualdade. “Isso se Brasil”, reforçou Garrido.

60 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


O ATLAS NACIONAL DE COMÉRCIO E SERVIÇOS FOI ELABORADO COM O INTUITO DE CONSTRUIR UM REFEREN-
CIAL PÚBLICO DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS SOBRE O SETOR TERCIÁRIO BRASILEIRO. O DOCUMENTO APONTA
AVANÇOS E DESAFIOS PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE COMÉRCIO E SERVIÇOS NO CONTEXTO ATUAL DO DESEN-
VOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL BRASILEIRO E DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ATIVIDADES NACIONAIS. O
PAINEL SOBRE O ATLAS FOI MEDIADO PELA PROFª ADRIANA AMADO, CHEFE DO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DA
UNB, QUE APRESENTOU OS PAINELISTAS E ORGANIZOU O DEBATE.

disse. Ela ressaltou a importân- Projetos do Instituto de Pesquisa


cia de trazer informações de co- Econômica Aplicada (IPEA), João
mércio e serviços, que são seg- Maria de Oliveira, destacou a im-
mentos com importante peso portância dos setores de comér-
na economia e que reúnem não cio e serviços para o PIB brasi-
somente atividades tradicionais, leiro e para a geração de postos
mas também modernas, estra- de trabalho. “Um estudo recente-
tégicas e condutoras de avan- mente publicado pela Diretoria de
ços tecnológicos. “Uma questão Estudos Setoriais concluiu que o
está na dimensão territorial, que Brasil hoje é serviço dependente.
é o tamanho do mercado domés- Nós não iremos conseguir cres-
tico e sua complexidade para o cer em produtividade somente
gestor. E, para essa dimensão, pensando na indústria. Temos de
um produto como o Atlas permi- pensar em comércio e serviços
te que se analisem os segmen- também. Nós não iremos cres-
tos de comércio e serviços inte- cer em produtividade pensando
grados a outros temas e a partir somente nas grandes empresas;
de um contexto mais amplo”, sem as pequenas empresas não
Foto ABDI
reforçou. iremos conseguir”, afirmou.
Bivar comentou ainda a Oliveira apontou que o Atlas
importância de reunir os dados mostra uma perspectiva dife-
nacionais em uma única platafor- rente da indústria e das grandes
ma de georreferenciamento, de empresas. Ele explicou que, em
forma a combinar informações número de empresas, comércio,
ESTATÍSTICAS E de diferentes fontes, ministérios
e organizações em uma única
serviços e construção civil cor-
respondem a 88% do total bra-
INFORMAÇÕES linguagem. “Essa iniciativa irá sileiro. Já se forem analisados
proporcionar informações para os postos de ocupação gerados,
A presidente do IBGE, Was- projetos nacionais de grande por- os segmentos respondem por
mália Bivar, destacou que o lan- te, como o Plano Brasil Maior e o 72% do total. “A característica
çamento do Atlas só foi possível Plano Plurianual. O trabalho árduo principal são serviços pouco in-
pela composição do Instituto, da equipe será muito bem grati- tensivos em conhecimento. Se
que une estatísticas com infor- ficado com a utilidade que este o Brasil quer mudar um pouco a
mações geocientíficas. “Essa instrumento terá nas mãos dos perspectiva de desenvolvimento
singularidade permite avançar gestores e dos agentes privados que está se consolidando cada
em analisar as informações so- na orientação de ações”, afirmou. vez mais, é necessário investir-
bre perspectivas muito novas”, O coordenador de Estudos e mos em uma mudança estrutural

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 61


dos nossos serviços. Nós temos
que apostar mais em intensidade
considerados mais promissores
nos pequenos negócios, como
DINÂMICA NOS
de conhecimento e diminuir os os salões de beleza e estética, SUPERMERCADOS
desníveis regionais”, disse. as oficinas de reparação, as aca-
demias de ginástica e o turismo. O gerente de Economia e
NOVO RETRATO “Essa é uma primeira edição do
Atlas, que obviamente será apri-
Pesquisa da Associação Brasilei-
ra de Supermercados (ABRAS),
NACIONAL morada, mas já é um instrumen-
to extremamente útil tanto para
Flávio Tayra, explicou que o setor
hoje é composto por 84 mil lojas
o setor privado como, sobretu- com um faturamento de R$243
O gerente Nacional de Co-
do, para o setor público, para bilhões, o que equivale a 5,5% do
mércio e Serviços do Serviço
observamos as concentrações, PIB, e cerca de um milhão de em-
Brasileiro de Apoio às Micro e
as dispersões e as aglomera- pregos diretos. “Quando falamos
Pequenas Empresas (Sebrae),
ções e, a partir disso, de forma em supermercados, imaginamos
Juarez de Paula, comentou a
inteligente e estratégica, definir um setor extremamente concen-
oportunidade trazida pelo Atlas
as nossas políticas e escolher as trado, mas nosso levantamento
de observar como acontece a
prioridades”, ressaltou. mostra um movimento contrá-
distribuição dos empreendimen-
tos que configuram um novo re- rio. O canal que mais cresce no
trato do Brasil e uma nova geo- País são as pequenas lojas, que
grafia econômica nacional. Ele apresentam melhor desempenho
explicou que, ainda que novos em termos de vendas. Não sem
setores devam ser incluídos no
Essa razão as grandes empresas es-
instrumento, o olhar nesta edi- iniciativa tão observando com muito mais
ção focou nos negócios que têm irá proporcionar cuidado a dinâmica dessas pe-
maior relevância em número de quenas lojas, pois 35% do fatura-
empresas no País, como os mini- informações para mento do setor estão nas mãos
mercados, o varejo da moda, as projetos nacionais de destas lojas com pequeno núme-
lojas de material de construção, ro de checkouts”, comentou.
as lojas de autopeças, as farmá-
grande porte, como Tayra explicou que Nordeste
cias e as lojas de suprimentos de o Plano Brasil Maior e Centro Oeste são as regiões que
informática. Houve ainda o foco e o Plano Plurianual. apresentam maior crescimento
em franquias e no e-commerce. em vendas no País. “A dinâmica
“O comércio brasileiro tem O trabalho árduo da tem mudado e esta espacialização
crescido ao longo do ano em equipe será muito do crescimento e a maior impor-
patamares de 6 a 7% contra um tância dos pequenos formatos é
PIB de crescimento médio de 2%.
bem gratificado com mostrada pelo Atlas”, informou. Ele
Apenas para comparação, o mer- a utilidade que este analisou ainda as especificidades
cado de franquias cresceu 16% instrumento terá nas regionais demonstradas pelo ins-
no último ano e o comércio ele- trumento, como uma visão que vai
trônico 25%. Essa dinâmica deve mãos dos gestores e além dos grandes centros. Assim,
ser olhada com muito cuidado, dos agentes privados os dados do Atlas mostram que
porque aponta uma série de o Brasil é um País muito grande,
questões novas, inclusive para
na orientação de
com características distintas em
o comércio tradicional”, refletiu. ações.” cada região e, como o próprio mer-
Já no setor de serviços, cado de supermercados, tem dinâ-
WASMÁLIA BIVAR,
o foco foi para os segmentos presidente do IBGE. micas próprias regionalmente. z

62 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


[ VÁRIOS OLHARES SOBRE OS SETORES DE COMÉRCIO, SERVIÇO E LOGÍSTICA ]

CIDADES INTELIGENTES:
TRANSFORMANDO A QUALIDADE DE
VIDA URBANA POR MEIO DOS SERVIÇOS
Foto ABDI

Alexandre Cabral, diretor do Departamento de Setores Intensivo em Capital e Tecnologia da SDP/MDIC; Fernando Faria, diretor de Soluções de Indústria
da Oracle; Nelson Fonseca Leite, presidente da ABRADEE; Carlos Antônio Vieira Fernandes, diretor de Desenvolvimento Institucional do Ministério das
Cidades; Marcos Nicolas, diretor Executivo de Mercados da Ernst&Young Brasil e Otávio Vieira da Cunha Filho, presidente da Diretoria Executiva da NTU

A
estratégia para pensar ra e serviços que promovem as de Indústria da Oracle; de Nel-
o espaço urbano exige melhorias nas condições de vida son Fonseca Leite, Presidente
dos líderes de governo, a das populações. Com isso, no- da ABRADEE; de Marcos Nicolas,
construção de um novo modelo vas formas de geração de ener- Diretor Executivo de Mercados
de gestão urbana com o enga- gia, preservação de recursos da Ernst&Young Brasil e de Otá-
jamento não somente do poder naturais, transportes eficientes, vio Vieira da Cunha Filho, Presi-
público, mas também de outros educação, saúde e segurança, dente da Diretoria Executiva da
se apresentam como questões a NTU, que debateram aspectos
atores envolvidos, visando ao
serem equacionadas. como os desafios nas áreas de
estreitamento das suas relações
O Painel foi conduzido pelo infraestrutura de transportes,
e o planejamento e execução de
Diretor de Desenvolvimento comunicação e distribuição
planos estratégicos para a ocu- Institucional do Ministério das de energia; mobilidade urbana;
pação equilibrada e sustentável Cidades, Carlos Antônio Vieira inovação tecnológica e gestão
de pessoas e atividades econô- Fernandes e contou com a par- dos resíduos sólidos. Também
micas nos espaços urbanos. ticipação de Alexandre Cabral, foram apresentados projetos
Cidades eficientes e pro- Diretor do Departamento de inovadores que estão sendo
dutivas geram os recursos ne- Setores Intensivo em Capital e implementados nas cidades bra-
cessários para a realização de Tecnologia da SDP/MDIC; de Fer- sileiras em prol do desenvolvi-
investimentos em infraestrutu- nando Faria, Diretor de Soluções mento regional. z

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 63


PROMOVENDO RELAÇÕES
LUCRATIVAS ENTRE FRANQUIAS,
LOJISTAS E CENTROS COMERCIAIS

Foto ABDI
Renato Santos, consultor do Sebrae; Gustavo Schifino, vice-presidente da ABF;
Nabil Sahyoun, presidente da Alshop e Antônio Augusto de Moraes, presidente do Conecs

U
m bom relacionamento nhar a evolução mercadológica, Consultor do Sebrae, Renato San-
entre franquias, lojistas como deflagrar novas transfor- tos e contou com a participação
e centros comerciais se mações. de Gustavo Schifino, Vice-Presi-
baseia numa firme estrutura de A concorrência, as mudan- dente da ABF, de Nabil Sahyoun,
parceria em que um quer o bem ças estratégicas no varejo e a Presidente da Alshop e de Antô-
do outro e se sustenta em uma necessidade de acompanhar o nio Augusto de Moraes, Presiden-
relação ganha-ganha constante. ritmo intenso de inovações têm te do Conecs, que destacaram as
Essa parceria precisa potencia- sido fatores impactantes para relações entre fran¬quias, lojis-
lizar a capacidade inovadora de o fortalecimento dessa relação, tas e centros comerciais ponde-
cada segmento, de forma a asse- que implica diretamente no su- rando tendências e projeções,
gurar condições renováveis de cesso ou fracasso de uma em- além de analisar opor¬tunida-
competitividade e ser bastante presa varejista. des de desenvolvimento e ex-
dinâmica para não só acompa- O painel foi conduzido pelo pansão no varejo nacional. z

64 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


NBS – AVANÇOS PARA UMA NOVA
VERSÃO DA NOMENCLATURA
A
Nomenclatura Brasileira Geografia e Estatística (IBGE), ferramenta necessária para os
de Serviços, Intangíveis ponderou sobre a importância registros de operações de co-
e outras Operações que das classificações, enquanto lin- mércio exterior de serviços no
Produzam Variações no Patri- guagem estruturada sob deter- Sistema Integrado de Comércio
mônio (NBS), cuja versão 1.1 foi minado critério ou conceito que Exterior de Serviços, Intangíveis
publicada pela Portaria Conjunta permite agregar ou desagregar e Outras Operações que Produ-
nº 1.820, de 17 de dezembro de informações. Em sua apresenta- zam Variações no Patrimônio –
2013, viabiliza a adequada ela- ção, abordou ainda os desafios Siscoserv. A ANTT, por sua vez,
boração, fiscalização e avaliação de se estruturar uma classifica- ressaltou o papel fundamental do
de políticas públicas para o setor ção para refletir a realidade do processo de revisão, para manter
terciário de forma integrada. O setor de serviços, e a importân- a Nomenclatura em consonância
painel “NBS – Avanços para uma cia da NBS nesse contexto. com a legislação vigente aplicá-
nova versão da Nomenclatura”, A Empresa Brasileira de vel ao setor.
que teve como moderador o Se- Correios e Telégrafos e a Agên- Por fim, o senhor Fernando
nhor Maurício do Val, Presidente cia Nacional de Transportes Ter- Dolabella, Presidente da Comis-
da Comissão da NBS pela Se- restres (ANTT), que enviaram são da NBS pela Secretaria da Re-
cretaria de Comércio e Serviços propostas no âmbito de consulta ceita Federal do Brasil, abordou
(MDIC), discutiu aspectos da pública para alterações na NBS o desafio de aperfeiçoamento da
Nomenclatura e de suas Notas e em suas Notas Explicativas, Nomenclatura. A finalidade desse
Explicativas, apontando caracte- em 2013, também participaram processo de revisão, que conta
rísticas, base legal, detalhes de do Painel. O representante dos com a colaboração do IBGE, é a
sua concepção e da aplicação em Correios destacou a importância evolução da classificação, tan-
políticas públicas. da participação da sociedade no to para facilitar o seu manuseio
A Sra. Wasmália Bivar, Pre- processo de criação e revisão da quanto para ampliar sua aplica-
sidente do Instituto Brasileiro de Nomenclatura, haja vista que é ção e utilidade pública. z

José Ademar Alexandre de Souza, analista de Correios Sênior da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; Maurício do Val,
diretor do Departamento de Políticas de Comércio e Serviços da SCS/MDIC; Wasmália Bivar, presidente do IBGE; Sônia Haddad,
superintendente de Serviços de Transportes de Passageiros da ANTT; Fernando Dolabella, presidente pela RFB/MF da Comissão NBS Foto ABDI

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 65


CLASSE MUNDIAL NO
SETOR DE AUDIOVISUAL,
PUBLICIDADE E PROPAGANDA
Foto ABDI

Mauro Garcia, diretor executivo da ABPITV; Marcus Ligocki, presidente Ligocki-Z Entretenimento; Maurício de Sousa, presidente da Maurício de Sousa
Produções; Rosana dos Santos Alcântara, diretora da ANCINE e Paulo Roberto Schmidt, vice-presidente da APRO

A
produção audiovisual é O painel foi conduzido pela oportunidades para o desenvolvi-
uma ferramenta funda- Diretora da ANCINE, Rosana dos mento do setor audiovisual com a
mental para disseminação Santos Alcântara, e contou com realização dos grandes eventos
de cultura, produtos e marcas a participação de Marcus Ligoc- que serão realizados no País.
nacionais. Entretanto é preciso ki, presidente da Ligocki-Z En- A seção ainda contou com a
ampliar a estrutura produtiva tretenimentos, de Paulo Roberto participação especial do conheci-
para alavancar a competitivida- Schmidt, Vice-Presidente da As- do cartunista Maurício de Souza,
de internacional, identificar ni- sociação Brasileira da Produção
criador da “Turma da Mônica”, que
chos a serem priorizados, no- de Obras Audiovisuais – APRO,
compartilhou algumas das expe-
vas tecnologias e mecanismos de Mauro Garcia, Diretor Execu-
para fomento do setor. O debate tivo da Associação Brasileira de riências exitosas na associação
analisou oportunidades e ad- Produtores Independentes de de conteúdo nacional com a co-
versidades a serem superadas Televisão – ABPITV, que apresen- mercialização de produtos, bem
e ponderou os recentes resulta- taram algumas das principais como outros projetos nacionais
dos apresentados pelo setor, em características do segmentos e internacionais que têm gerado
especial relacionados à Lei nº que atuam, os desafios a serem diversas oportunidades para o
12.845, de 2011. enfrentados e principalmente as audiovisual brasileiro. z

66 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


COMBATE À PIRATARIA: AVANÇOS
LEGAIS E TECNOLÓGICOS

O
combate à pirataria atual- buição complexas. Além disso, rio da Justiça, Rodolfo Tamanaha,
mente é mais complexo do é um risco enorme para as pes- e contou com a participação de
que há alguns anos atrás, soas, pois na grande maioria os Diana Jungman, Coordenadora
especialmente pelo avanço do produtos falsos estão ligados ao da CNI, de Marcelo Sá, Assessor
acesso à informação. Atualmen- consumo humano, estima-se, da GS1, de Manuel Vasconcelos
te a pirataria não é apenas de por exemplo, que 3 mil mortes Jr., Policial Rodoviário Federal, de
mercadorias, mas também de são causadas todos os anos por Ivo Bucaresky, Diretor da ANVISA
propriedade intelectual, que pode produtos falsificados, isso sem e Carlos Moreira, Diretor da OISTE
alterar as relações de consumo e mencionar o impacto que podem (Organization for Secure Electro-
até mesmo acabar com setores causar na economia e segurança nic Transactions), que debateram
produtivos já estabelecidos. nacional. as ferramentas legais e tecnoló-
A falsificação transformou- O painel foi conduzido pelo gicas que vem sendo utilizadas,
-se em um negócio global, lucra- Secretário-Executivo do CNCP bem como questões culturais
tivo, presente em vários setores (Conselho Nacional de Combate relacionadas ao tema no sentido
da economia, com produção e à Pirataria e Delitos contra a Pro- de reduzir a pirataria no País de
venda massiva e redes de distri- priedade Intelectual), do Ministé- forma efetiva. z

Diana Jungman, coordenadora da CNI; Marcelo Sá, assessor da GS1; Manuel Vasconcelos Jr., policial Rodoviário Federal;
Rodolfo Tamanaha, secretário executivo do CNCP; Ivo Bucaresky, diretor da ANVISA e Carlos Moreira, diretor da OISTE Foto ABDI

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 67


E-COMMERCE NA IMINÊNCIA DA
WEB 3.0: OPORTUNIDADES E
DESAFIOS
Foto ABDI

Antônio Marcos Alberti, coordenador do Grupo de Pesquisa – Inatel; Juliano Motta, diretor de Marketing Online do UOL;
Vanda Scartezini, conselheira da ABES; Luciano Rêgo, consultor do Sebrae e Ludovino Lopes, presidente da Camara E-Net

O
Comércio Eletrônico dei- tos e serviços, coletando infor- sidente da Camara E-Net, que
xou de ser apenas uma mações e oferecendo aquilo que destacaram como o modelo do
opção para a maioria dos ele realmente precisa, através e-commerce amplia a atuação e
empreendedores, para se tornar de aplicações inteligentes e pu- a visibilidade do negócio, porém
uma necessidade de sobrevi- blicidade baseada nas pesqui- os empresário devem conhecer
vência em muitos negócios. O sas e nos comportamentos dos muito bem a ferramenta para
crescimento desse canal soma- internautas. explorá-la adequadamente e
do às diversas ferramentas vir- O painel foi conduzido pela
aproveitar as vantagens neste
tuais para conquista de um nú- Conselheira da ABES (Associa-
novo negócio competitivo. O pai-
mero cada vez maior de clientes ção Brasileira das Empresas de
nel destacou ainda o conceito de
impõe desafios e oportunidades. Software), Vanda Scartezini e
O e-commerce brasileiro contou com a participação de “internet das coisas”, tecnologia
vem evoluindo com a própria Antônio Marcos Alberti, Coorde- que está sendo desenvolvida
internet ao longo dos últimos nador do Grupo de Pesquisa da para que os objetos do cotidiano
anos. A web 3.0 é a terceira ge- Inatel, de Juliano Motta, Diretor sejam criados em ambientes in-
ração da internet, que permite de Marketing Online do UOL, de teligentes facilitando a vida das
melhor atendimento ao consu- Luciano Rêgo, Consultor do SE- pessoas e conectando a internet
midor em sua busca por produ- BRAE e de Ludovino Lopes, Pre- a esses objetos. z

68 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


[ DESENVOLVIMENTO REGIONAL ]

REUNIÃO DE TRABALHO
DO CONSEDIC

A
14ª Reunião de Trabalho Conselho, Alexandre Baldy, o en- volvimento industrial e a lei da
do Conselho Nacional dos contro discutiu aspectos como inovação. O momento marcou
Secretários de Desenvol- os gastos públicos, as desigual- ainda a construção colaborativa
vimento Econômico (CONSE- dades regionais e os arranjos de uma agenda de soluções pro-
DIC) colocou em pauta temas federativos no Brasil. Também dutivas para estimular a reso-
importantes para o crescimen- trouxe para o diálogo com os lução dos entraves econômicos
to econômico regional no País. diversos representantes os ins- compartilhados com gestores
Coordenado pelo presidente do trumentos de apoio ao desen- de todo o País. z

Encontro dos Secretários de Desenvolvimento Econômico – CONSEDIC Foto ABDI

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 69


[ DESENVOLVIMENTO REGIONAL ]

Foto ABDI

ENCONTRO DA
FRENTE NACIONAL
DOS PREFEITOS (FNP)
O
SIMBRACS foi palco para o Encontro da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP). A reunião, coordenada
pelo prefeito de Três Rios (RJ) e vice-presidente para Assuntos do Desenvolvimento Local, Vinícius
Farah, possibilitou o debate e a troca de experiências sobre investimentos municipais, além do início
da organização do Fórum de Secretários Municipais de Desenvolvimento, Indústria e Comércio. z

70 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


[ COMÉRCIO EXTERIOR ]

LANÇAMENTO DAS ESTATÍSTICAS


DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
DE SERVIÇOS TENDO POR BASE AS
INFORMAÇÕES DO SISCOSERV

A
s primeiras estatísticas do ção dos serviços nacionais. que faz a interface do setor de
comércio internacional de O Secretário Executivo da serviços com o governo, comitês
serviços tendo por base as Câmara de Comércio Exterior (CA- de financiamento e garantia as
informações do Sistema Integra- MEX), André Alvim de Paula Rizzo, exportações, explicou o Secretá-
do de Comércio Exterior de Servi- destacou a importância do setor rio Executivo.
ços, Intangíveis e Outras Opera- de serviços no PIB brasileiro e os Rizzo explicou que as expor-
ções que Produzam Variações no impactos na geração de renda e tações de serviços são importan-
Patrimônio (SISCOSERV) apontam de empregos. Ele reforçou a dis- tes na geração de renda, na in-
o cenário dos principais serviços ponibilidade da instituição para ternacionalização das empresas
comercializados pelas empresas os empresários que tenham inte- brasileiras, na alavancagem da
brasileiras no exterior, os merca- resse em fazer negócios no exte- exportação de bens, na abertura
dos, os mecanismos de apoio a rior e a estrutura que mescla os de novos mercados, na integra-
essas operações, os modos de diversos interlocutores governa- ção regional e na exportação dos
prestação e os desafios para o mentais brasileiros. “Temos sete serviços de pequenas empresas
crescimento da internacionaliza- ministros, um comitê de gestão através da subcontratação.

André Alvim de Paula Rizzo, secretário executivo da CAMEX; Fernando Alberto G. Sampaio C. Rocha, chefe adjunto do
Departamento Econômico do BACEN e Maurício do Val, diretor de Políticas de Comércio e Serviços da SCS/MDIC
Foto ABDI

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 71


O governo deseja apoiar a exportação que o Sistema é fundamental na
orientação de políticas públicas,
de um tipo específico de serviço e pois é necessário saber quem ne-
para isso são necessários dados sobre o gocia no comércio de serviços de
quanto representa, qual o impacto, quantas intangíveis e de tudo o que não
for bens e mercadorias, quem
empresas estão habilitadas, como poderão compra, com qual prazo e o modo
ser estimuladas. Essas são contribuições de prestação dentro das regras
da Organização Mundial do Co-
importantes do Siscoserv.” mércio (OMC). “É através desses
FERNANDO ROCHA, modos de prestação que são ba-
chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central do Brasil (BACEN) lizadas orientações de trocas de
ofertas para acesso a mercados
entre os países. Precisamos co-
PAPEL DO em que estão agrupadas os ser-
viços empresariais, técnicos e de
nhecer a realidade do potencial
competitivo dos diversos seg-
BANCO profissionais”, comentou.
O representante do Ban-
mentos produtivos de serviços

CENTRAL co Central afirmou ainda que o


Siscoserv está intrinsicamente
no Brasil para que tenhamos to-
tal segurança nas negociações
internacionais de acordos regio-
vinculado aos programas gover-
O chefe adjunto do Departa- nais ou multilaterais em que o
namentais. “O governo deseja
mento Econômico do Banco Cen- Brasil esteja envolvido”, reforçou.
apoiar a exportação de um tipo
tro do Brasil (BACEN), Fernando Maurício do Val comentou
específico de serviço e para
Rocha, explicou que as estatís- que o SISCOSERV foi implementa-
isso são necessários dados so-
ticas compiladas no balanço de do em agosto de 2012 com ape-
bre o quanto representa, qual o
pagamentos são macroeconô- nas 20 empresas. No fim de 2013,
impacto, quantas empresas es-
micas, seguem padrões interna- o sistema já contabilizava mais de
tão habilitadas, como poderão
cionais e são importantes para a dois milhões de operações, 16 mil
ser estimuladas etc. É preciso
tomada de decisões em termos empresas, mil pessoas físicas e
acompanhar depois de alguns
de políticas monetária e econô- 227 países que adquiriram os ser-
anos os impactos e como se
mica. “A rubrica de serviços é viços brasileiros. “O Siscoserv não
pode quantificar e materializar
importante, não só por sua mag- para uma avaliação de políticas é apenas um sistema de comér-
nitude e pelo amplo espectro de públicas bem sucedidas. Essas cio, exportação e importação de
transações, mas porque estru- são contribuições importantes serviços. Ele registra operações
turalmente é deficitária”, disse. do Siscoserv”, explicou. de venda e aquisição de serviços
Rocha destacou que a con- e intangíveis entre residentes e
ta de serviços apresenta grande domiciliados no País e residentes
diversidade de informações. “Os ESTATÍSTICAS e domiciliados no exterior, inde-
serviços vinculados com inves-
timentos caminham para aumen- DO SISCOSERV pendentemente se sob a ótica
tributária algumas dessas opera-
tar a capacidade produtiva da ções ainda não sejam conceitua-
economia no médio e longo pra- Maurício do Val, Diretor do das como exportação ”, disse.
zos e fortalecer as demais rubri- Departamento de Políticas de Com dados de 01 de janeiro
cas do balanço de pagamentos. Comércio e Serviços (DECOS) da a 31 de outubro de 2013, foram
Nós temos uma rubrica que vem Secretaria de Comércio e Ser- apresentados apenas resultados
sendo positiva todos os meses e viços (SCS) do MDIC destacou prévios do Sistema, que terá res-

72 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


postas mais rápidas e mais com- te, os Estados Unidos e a União o que compõe o valor agregado
plexas com o passar dos anos e Europeia. Os principais serviços mais alto nos serviços de hospe-
o aprimoramento natural da fer- brasileiros vendidos para os Es- dagem brasileiro”, disse.
ramenta. Maurício do Val explicou tados Unidos são: consultoria Ao analisar os dados gerais
que o comércio transfronteiriço gerencial, profissionais técnicos do Sistema, no que se refere à
(Modo 1) tem uma grande parti- e gerenciais, auxiliares de servi- utilização dos mecanismos de
cipação nas vendas e aquisições ços financeiros e manutenção e apoio à exportação disponíveis,
registradas no sistema. Já a aná- reparos. Maurício do Val também Maurício do Val comentou :“Nós
lise das informações do Sistema demonstrou como o Sistema pode dispomos de alguns mecanismos
apontou que os serviços profis- ajudar na compreensão trans- de apoio às exportações de servi-
sionais faturaram 19% através das versal das temáticas de cresci- ços, contudo ainda são subutili-
vendas ao exterior de mais de mil mento econômico. Um exemplo zados. O desafio é modificar esse
empresas. Em seguida, vieram os está na contratação dos serviços quadro. Precisamos saber se os
serviços auxiliares financeiros, de hospedagem no Brasil que ti- mecanismos são pouco usados
consultoria gerencial, manuten- veram os Estados Unidos como porque as empresas não o conhe-
ção e reparação, manuseio de principal cliente, ainda que os tu- cem ou se foram desenvolvidos
cargas, serviços jurídicos e de ristas que mais circulem no País em um formato inadequado para
engenharia de projeto. “No âmbi- sejam argentinos. “A informação a realidade das operações comer-
to da América Latina, o Chile é o mostra que muitas das pousadas ciais internacionais de serviços.
principal destaque de destino de brasileiras são micro e pequenas Temos que ter a capacidade de
exportação de serviços brasilei- empresas optantes do Simples e divulgar mais e sermos criativos
ros”, afirmou. Entre os principais não registram as informações no para adequar os mecanismos
países que vendem serviços para Siscoserv. Esta informação indica existentes às necessidades das
o Brasil, estão, respectivamen- que o turista norte-americano é empresas”, finalizou. z

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 73


[ COMÉRCIO EXTERIOR ]

NEGOCIAÇÕES SÃO VIAS DE MÃO DUPLA, POIS NÃO BASTA OFERECER UM BOM SERVIÇO. É
NECESSÁRIO APRESENTAR HISTÓRICO DE BONS ATENDIMENTOS E ESTAR ENQUADRADO NAS
DEMANDAS DO OUTRO LADO DA MESA. LIBERALIZAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO SÃO TEMAS QUE
TRESPASSAM A TEMÁTICA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL DE SERVIÇOS. NO CASO DO BRASIL, ALÉM
DE ANALISAR PROFUNDAMENTE, AS DUAS QUESTÕES É PRECISO FOMENTAR UM MAIOR NÚMERO
DE EXPERIÊNCIAS PARA ESTAR APTO A SER UM FORNECEDOR INTERNACIONAL DE SERVIÇOS.

O CENÁRIO
INTERNACIONAL
DO COMÉRCIO
DE SERVIÇOS
O
cenário de competitivi- do comércio entre eles de uma
dade mundial traz novos forma coletiva para que todos os
desafios para o comércio integrantes possam ser benefi-
exterior multilateral de serviços ciados. É importante destacar a
e para as economias em desen- relação entre a liberalização e a
volvimento. Para participar em regulação do mercado, já que a
condições de igualdade com pla- segunda, quando bem conduzi-
yers mundiais, o Brasil precisa da, leva a uma liberalização em
fortalecer o setor de serviços no bases mais vantajosas.”, afirmou.
mercado doméstico e interna- Mamdouh destacou ain-
cionalizar processos. Também da que é preciso considerar a
necessita desenvolver novas complexidade da formulação de
perspectivas nas negociações políticas para serviços, pois é
internacionais de serviços. necessário levar em considera-
O diretor da Divisão do Co- ção a multiplicidade de objetivos retor da OMC fez um balanço dos
mércio de Serviços da Organiza- políticos e a intangibilidade do serviços dentro no Acordo GATS e
ção Mundial do Comércio (OMC), serviço, o que dificulta sua re- explicou que a liberalização dos
Abdel-Hamid Mamdouh, ressal- gulação. “É importante colocar serviços progrediu. “Evoluímos
tou a diferença entre serviços, no mercado regras de concor- da análise de que liberalização
comércio de serviços e nego- rência, evitando que o processo era dar acesso aos mercados
ciações. “Os governos devem seja conduzido somente por in- para o desenvolvimento qualita-
poder negociar a liberalização teresses setoriais”, disse. O di- tivo de serviços internacionais,

74 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


Os governos devem poder negociar
a liberalização do comércio entre
eles de uma forma coletiva para que todos
os integrantes possam ser beneficiados.
É importante destacar a relação entre a
liberalização e a regulação do mercado, já que
a segunda, quando bem conduzida, leva a uma
liberalização em bases mais vantajosas.”
ABDEL-HAMID MAMDOUH,
diretor da Divisão do Comércio de Serviços da Organização Mundial do Comércio (OMC).

cou o setor no centro dos planos deias de valor, ressaltando a im-


estratégicos para os próximos portância de como os serviços
cinco anos. “Eles se deram conta agregam maior valor aos produ-
de que para alavancar a compe- tos. “Para um país como o Brasil,
titividade era necessário desen- é necessário pensar muito sobre
volver o setor de serviços. Este onde vamos estar nesta cadeia
é o mesmo tipo de argumento de valor”, explicou. Ele contem-
e análise que ouvi no SIMBRACS porizou dizendo que, depois de
tanto nesta edição, quanto no um período de grande movimen-
ano passado. É a percepção de to no comércio, o momento é de
que os serviços são o elo final desaceleração. “Estamos falando
do desenvolvimento econômico, de negociações que irão correr
pois não dá para ter a agricultu- em um período de muita tensão
ra ou o comércio forte sem o se- comercial e de menor expansão
tor de serviços”, ressaltou.
e no qual cada um dos países
irá buscar, por menor que seja, a
ESTRUTURAS E faísca de crescimento via comér-
cio de bens ou serviços”, disse.

não só focando no acesso aos


CONJUNTURAS Mussi explicou que no ce-
nário do comércio atual os seto-
mercados, mas também em as- O diretor da Comissão Eco- res se tornam mais integrados
suntos regulatórios”, explicou. nômica para a América Latina e em nível mundial e que muitos
Ele comentou ainda o nú- o Caribe (CEPAL-BRASIL), Carlos países já têm adotado uma pos-
mero de países que estão se Mussi, comentou a necessida- tura de amigos do comércio de
dando conta da importância do de de olhar as negociações pelo serviços, como acontece com
segmento de serviços, como aspecto econômico, analisando Chile, México, Colômbia e Costa
acontece com a China, que colo- estruturas, conjunturas e ca- Rica. “As gerações de negocia

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 75


[ RETRANCA ]

ções estão indo além dos temas


não regulados pela Organização
Mundial do Comércio. Não esta-
mos mais apenas falando de te-
mas tradicionais de negociações
comerciais, estamos na segun-
da geração que é composta por
comércio, serviços, propriedade
intelectual e compras públicas,
mas também por temas não
regulados, como convergência
regulatória, comércio eletrônico,
investimento e política de con-
corrência”, destacou.

CENÁRIO
NACIONAL
O ministro Ronaldo Costa
Filho, diretor de Negociações
Internacionais do Ministério Ministro Ronaldo Costa Filho, diretor de Negociações Internacionais do MRE; Jane Alcanfor de Pinho,
coordenadora-geral de Mercado Externo da SCS/MDIC; Márcio Luiz de Freitas Naves de Lima, diretor do
de Relações Exteriores, desta- Departamento de Negociações Internacionais da SECEX/MDIC; Abdel-Hamid Mamdou, diretor da Divisão do
Comércio de Serviços da OMC e Carlos Mussi, diretor do Escritório da Cepal em Brasília
cou o tratamento de apêndice
nas negociações que o setor
de serviços recebia. “O Brasil
é tradicionalmente visto como O Brasil é tradicionalmente visto
um participante defensivo em
negociações internacionais de como um participante defensivo
serviços. Isso tem um fundo em negociações internacionais de
de verdade porque o país não é
inerentemente competitivo em
serviços. Isso tem um fundo de verdade
serviços. Basta olhar o déficit porque o país não é inerentemente
da balança de serviços e fica competitivo em serviços. Basta olhar o
óbvio porque tende a ser defen-
sivo. Porém, ao mesmo tempo, déficit da balança de serviços e fica óbvio
há uma economia extremamen- porque tende a ser defensivo. Porém,
te aberta para o setor de servi-
ços e as empresas estrangeiras
ao mesmo tempo, há uma economia
não têm problemas em atuar no extremamente aberta para o setor de
Brasil”, disse. serviços e as empresas estrangeiras não
Costa Filho destacou que o
país tem experiência em nego- têm problemas em atuar no Brasil.”
ciações de serviços, o que mos- RONALDO COSTA FILHO,
tra que não é refratário. “Sim, ministro e diretor de Negociações Internacionais do Ministério de Relações Exteriores.

76 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


MÃO DUPLA
O diretor do Departamento
de Negociações Internacionais da
Secretaria de Comércio Exterior do
Ministério do Desenvolvimento In-
dústria e Comércio (SECEX/MIDC),
Márcio Luiz de Freitas Naves de
Lima, destacou que os acordos
de serviços e de propriedade in-
telectual são considerados novos,
especialmente para um país em
desenvolvimento como o Brasil.
Ele explicou ainda que, no caso
de bens, o setor privado nacional
já tem certa experiência, porém,
ao entrar na seara da compra de
serviços, a questão se torna mais
complexa não somente pela au-
sência de um histórico mais apro-
fundado, como também postura
Foto ABDI
dos empresários. “Precisamos
do respaldo do setor privado que
deve intensificar sua participação
nas negociações no entendimen-
o Brasil está aberto a negociar to de que um acordo é uma via de
serviços. Sim, o Brasil entende a mão dupla”, afirmou.
importância de serviços. Porém, Precisamos Sobre os interesses ofen-
temos que ter presentes tam- sivos, Lima apontou que as con-
bém o risco do discurso dúbio. Os do respaldo sultas feitas não se mostraram
serviços são a espinha dorsal de do setor privado que satisfatórias, mas deram início
uma economia. Tudo depende de ao contato com o setor priva-
um setor de serviços eficiente e
deve intensificar
do. “Com essa consulta, nós
isso nos é apresentado com a se- sua participação queríamos sentir o que queriam
guinte linguagem: serviços são nas negociações para a negociação até em ter-
estratégicos para a economia, mos de interesses defensivos”,
logo, abra o mercado para garan- no entendimento destacou. Ele apresentou uma
tir concorrência. Porém, quando de que um acordo estatística de 2012 que mostrou
falo de agricultura, por exemplo, que 52% das compras feitas pelo
o discurso é invertido: dizem que
é uma via de mão
governo brasileiro foram serviços.
é estratégico e, por isso, o merca- dupla.” “O governo tem feito um esforço
do não deve ser aberto. Tem que MÁRCIO LUIZ DE FREITAS no sentido de tentar obter um res-
haver uma coerência, pois se é NAVES DE LIMA, paldo do setor privado de maneira
estratégico e a concorrência faz diretor do Departamento de Negociações que leve para a negociação uma
Internacionais da Secretaria de Comércio
bem, precisamos aplicar em to- Exterior do Ministério do Desenvolvimento
oferta que reflita os verdadeiros
dos os setores”, comentou. Indústria e Comércio (SECEX/MIDC). interesses brasileiros”, finalizou. z

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 77


] COMÉRCIO EXTERIOR [ [ RETRANCA ]

A APURAÇÃO DE DADOS
SOBRE OPERAÇÕES
COMERCIAIS REALIZADAS E
INVESTIMENTOS EM PRESENÇA
COMERCIAL EFETUADOS
NO EXTERIOR É DE GRANDE
VALIA PARA A ORIENTAÇÃO
ADEQUADA DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS DE ESTÍMULO À
INTERNACIONALIZAÇÃO DAS
EMPRESAS BRASILEIRAS.
AO DISPONIBILIZAR
SUAS INFORMAÇÕES NO
NOVO MÓDULO DO RPC,
O EMPRESÁRIO ESTÁ
APONTANDO CAMINHOS,
OPORTUNIDADES E DESAFIOS
A SEREM CONSOLIDADOS
PARA O DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO E A
COMPETITIVIDADE NACIONAL
FRENTE A UM CENÁRIO
GLOBALIZADO.
Rafael Santiago, presidente da Comissão do Siscoserv pela RFB; Newton Vasconcellos,
coordenador de Negócios da SUNAC/SERPRO; Maurício do Val, presidente da Comissão do
Siscoserv pelo MDIC; Alessandro França Dantas, analista de Comércio Exterior da SCS/
MDIC e Arthur Pimentel, conselheiro da AEB

D
esde janeiro de 2014,
está em funcionamento o
submódulo “Registro de SISCOSERV:
DEMONSTRAÇÃO
Presença Comercial Exterior”
(RPC) do Sistema Integrado de
Comércio Exterior de Serviços,
Intangíveis e Outras Operações

DO REGISTRO
que Produzam Variações do Pa-
trimônio (SISCOSERV). O registro
das informações sobre Presença
Comercial acontece por meio do
acesso ao Módulo Venda e impli-
ca no registro da receita anual
total da venda de serviços e de
DE PRESENÇA
COMERCIAL
outras informações comerciais
das sucursais, filiais ou controla-
das, estabelecidas no exterior, de

78 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


Foto ABDI

empresas brasileiras, bem como mas é muito relevante também


da posição da Nomenclatura Bra- porque orienta a política pública
É absolutamente
sileira de Serviços (NBS) mais de fomento a essas atividades, essencial este
representativas dessa receita. O explicou. acompanhamento para
registro é realizado pela empresa Ainda sobre o RPC, Mauricio
brasileira. do Val destacou a importância
ações do Estado de fomento
O presidente da Comissão dessas informações para estí- às empresas. Nós temos um
do SISCOSERV no Ministério do mulo à internacionalização das interesse muito grande de
Desenvolvimento, Indústria e empresas brasileiras. “É absolu-
tamente essencial este acompa-
intensificar as exportações
Comércio Exterior (SCS/MIDC),
Maurício do Val, destacou a im- nhamento para ações do Estado de bens e serviços a partir
portância do registro. “A impor- de fomento às empresas. Nós de empresas brasileiras
tância desse tipo de informação temos um interesse muito gran-
de de intensificar as exportações
estabelecidas no exterior.”
comercial é orientar a estratégia
brasileira com relação a acesso de bens e serviços a partir de em MAURÍCIO DO VAL,
presas brasileiras estabelecidas presidente da Comissão do SISCOSERV no
ao mercado externo e internacio- Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
nalização de nossas empresas, no exterior”, disse. Exterior (SCS/MDIC).

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OLHAR DA
TRIBUTAÇÃO RPC EM DETALHES
O acesso às telas do RPC no SISCOSERV se dá pelo módulo
O presidente da Comissão de venda e implica no registro do estabelecimento de sucur-
do SISCOSERV na Secretaria da sais ou filiais no exterior por empresas residentes no Brasil. Os
Receita Federal, Rafael Santiago, dados principais a serem inseridos são a receita anual total da
explicou a importância tributária venda de serviços e as Nomenclaturas Brasileiras de Serviços
do registro, pois é um elemento (NBS) em nível de posição mais representativas. A inclusão
para a negociação de acordos in- de dados acontecerá através do site, será sempre relacionada
ternacionais. Ele comentou tam- ao calendário anterior e deve ser feita até o último dia útil do
bém a importância desses dados, mês de junho. Além de dados cadastrais e outros relacionados
especialmente para a Receita à classificação do negócio, é necessário indicar as operações
Federal, pois como as operações que contam com apoio do governo brasileiro e o tipo de incen-
são no exterior não há incidência tivo recebido.
de impostos nacionais, porém há
o impacto na apuração no impos-
to de renda no Brasil. “Até hoje
não havia insumos suficientes
para tentar descrever a presença
comercial brasileira no exterior e
Até hoje não havia insumos suficientes
levar para as mesas de negocia- para tentar descrever a presença
ção dos tratados para evitar du- comercial brasileira no exterior e levar para
pla tributação e os diversos tipos
de acordo que existem entre os as mesas de negociação dos tratados para
países. Com o RPC, teremos essa evitar dupla tributação e os diversos tipos de
informação e é importante dizer
que o registro é extremamente
acordo que existem entre os países. Com o RPC,
simples e que será feito apenas teremos essa informação e é importante dizer
uma vez ao ano”, ressaltou. que o registro é extremamente simples e que
O conselheiro da Associação
de Comércio Exterior do Brasil será feito apenas uma vez ao ano.”
(AEB), Arthur Pimentel, comen- RAFAEL SANTIAGO,
tou a representatividade do regis- presidente da Comissão do SISCOSERV na RFB.
tro para o mercado e a rapidez da
implantação. Ele explicou ainda
que o principal destaque deste
novo módulo de registro fica por
conta da possibilidade de im-
plantação de novas políticas pú- vivenciando um cenário muito devolução do empréstimo conce-
blicas pelo governo, que é o que importante. Verificamos mais dido pela matriz ou emprestando
a sociedade brasileira precisa de 300 grupos de empresas na- dinheiro para as matrizes brasi-
para operar com cada vez mais cionais com sucursais e filiais leiras para colocar em ambiente
competitividade internacional. “É fora do país investindo pesado produtivo no Brasil. A situação
uma soma de sorte, de momento em expansão de mercado que internacional é de todos olhando
e de esforço porque o Brasil está retornam o capital através da para o Brasil”, finalizou. z

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[ COMÉRCIO EXTERIOR ]

PROGRAMA PARA ALAVANCAGEM


DE EXPORTAÇÕES DE SERVIÇOS

A
Secretaria de Comércio e dades de ajustes na legislação. passaremos a ter uma perspecti-
Serviços do MDIC preten- Para os órgãos governamentais, va muito mais clara e uma opor-
de utilizar os dados esta- o desafio está em apoiar a entra- tunidade mais significativa de
tísticos do SISCOSERV para, em da das empresas nacionais no efetivamente induzir, através da
conjunto com os órgãos gesto- cenário internacional, potencia- política pública, um crescimento
res dos mecanismos de apoio, lizando o desenvolvimento eco- muito expressivo e relativamente
fomentar a exportação de servi- nômico sustentável, explorando rápido das exportações de servi-
ços; identificar entraves à efeti- talentos nacionais e valorizando ços”, explicou o diretor de Políticas
va utilização dos mecanismos novas oportunidades de negó- de Comércio e Serviços da Secre-
disponíveis para a internaciona- cios no universo global. taria de Comércio e Serviços do
lização das empresas do setor “Nossa expectativa é que, a Ministério do Desenvolvimento,
terciário e para a exportação de partir do amadurecimento do SIS- Indústria e Comércio (SCS/MDIC),
serviços e eventuais necessi- COSERV e da existência da NBS, Maurício do Val.

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 81


[ RETRANCA ]

INTEGRAÇÃO
DE SETORES
A superintendente do Ban-
co Nacional de Desenvolvimen-
to Econômico e Social (BNDES),
Luciene Machado, destacou o
papel da instituição como anti-
cíclico, quando existe uma falha
estrutural e o mercado não se
interessa por razões de política Luciene Machado, superintendente da Área de Comércio Exterior do BNDES; José Augusto de Castro, presidente
da AEB; Everton Dalnei Fauth, gerente executivo da Diretoria de Negócios Internacionais do Banco do Brasil S/A;
industrial. Luciene Machado ex- Christiano Lima Braga, gerente de Projetos da APEX-Brasil; Marcelo Eduardo Cosentino, diretor executivo de Mercado
plicou que as áreas de engenha- Internacional da TOTVS e Maurício do Val, diretor de Políticas de Comércio e Serviços da SCS/MDIC

ria e construção já trilharam um


caminho bastante importante e
que o banco tem programas es-
pecíficos para outros setores.
Nossa expectativa é que, a partir do
Ela também comentou a impor- amadurecimento do SISCOSERV e da
tância de não abandonar o es- existência da NBS, passaremos a ter uma perspectiva
paço conseguido e apoiar outros
segmentos, além de aproveitar muito mais clara e uma oportunidade mais
as oportunidades do mercado significativa de efetivamente induzir, através da
africano. “O financiamento de
longo prazo não basta. É preci-
política pública, um crescimento muito expressivo e
so ter as condições de garantia relativamente rápido das exportações de serviços”.
adequadas e está aí o fundo de MAURÍCIO DO VAL,
garantia de exportação traba- diretor de Políticas de Comércio e Serviços (SCS/MDIC)
lhando nesta direção. Nós que-
remos dar para a empresa bra-
sileira a capacidade de competir do em relação ao governo para para quem pode e destacou ain-
com seus principais concorren- a exportação de serviços, ele da a importância de ter menca-
tes externamente”, afirmou. comentou que ambos estão no nismos de financiamento à in-
mesmo barco. “Cada um rema ternacionalização que pensam
de um lado. Se um lado só real- em somas vultosas e períodos
VALOR mente remar e o outro não fizer de tempo grandes. “Para um

AGREGADO nada, esse barco vai adernar.


Temos que remar juntos e coor-
país exportar, ele tem que ter
um BNDES e um Banco do Bra-
denados, pois é a única forma sil porque, infelizmente, o setor
O presidente da Associação dos dois seguirem adiante. Nós privado brasileiro não pensa em
de Comércio Exterior do Brasil não vivemos sem o governo e o longo prazo”, afirmou. Ele res-
(AEB), José Augusto de Castro, governo não vive sem a gente”, saltou ainda que a exportação
explicou que serviço é um pro- explicou. de serviços é valor agregado. “O
duto invisível que sustenta uma Castro comentou que ex- que se exporta é conhecimento
economia visível. Em termos portar serviços de engenharia e isso não tem preço. Se eu es-
de expectativas do setor priva- não é para quem quer, mas sim tou incluído entre os 15 países

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senvolvimento da atividade eco- de negócios e se a empresa não
nômica no país e a expansão da chegar relativamente pronta, é
base de trabalhadores, a inser- muito difícil alcançar resultados
ção de serviços que pudessem que sejam desejáveis”, afirmou.
dar suporte ao crescimento da
pauta exportadora.”, explicou.
Fauth destacou que existe VISÃO
ainda muito espaço para que
outros segmentos se benefi-
EMPRESARIAL
ciem do Proex. “Um programa
que oferece financiamento a O diretor executivo de Mer-
Foto ABDI taxa libor ou que oferece ainda a cado Internacional da TOTVS S.A.,
oportunidade de equalização de Marcelo Eduardo Cosentino, des-
taxas, eventualmente no caso tacou a oportunidade de expor-
de um financiamento a ser feito tar o conhecimento brasileiro e
para a iniciativa privada, indica de promover o reconhecimento
um estímulo extremamente in- nacional. “Nós trabalhamos para
teressante. Precisamos expan- criar soluções globais e acredita-
dir, pois temos disponibilidade mos que uma empresa de TI não
que exportam serviços de enge-
de recursos e todo o aparato e pode olhar somente o mercado
nharia, esse conhecimento pas-
a estrutura à disposição, além brasileiro. Quando falamos de ser-
sa a ter um preço mais elevado.
de todas as unidades do banco viço é necessário ter um compo-
E esse é um valor que o Brasil
para auxiliar neste processo”, nente final na ponta de prestação
tem que divulgar, como sendo
comentou. de serviço para o cliente, especial-
um país exportador de serviços,
O responsável por Projetos mente quando é um software. Não
o que pode trazer muito merca-
do internacional”, disse. Setoriais da APEX-BRASIL, Cris- adianta somente exportar se não
tiano Braga, destacou o trabalho houver um consultor para gerar
desenvolvido pela agência no valor na solução”, reforçou.
IMPULSO AOS fomento à internacionalização Consentino pontuou as opor-
tunidades e os conhecimentos das
SERVIÇOS dos setores brasileiros, que
hoje apoia vinte segmentos de empresas brasileiras para atendi-
serviços, em um total de oitenta mento ao mercado internacional e
O gerente executivo da Di- setores trabalhados, e pretende destacou os apoios dos bancos in-
retoria de Negócios Internacio- ampliar mais cinco segmentos, ternacionais como ferramenta para
nais do Banco do Brasil, Everton além das frentes para atender o incentivo à indústria de serviços.
Dalnei Fauth, destacou que o as empresas de serviços indi- “O empresário quer exportar, quer
esforço de apresentar a multi- vidualmente, como o processo aproveitar a oportunidade e quer
plicidade de opções de finan- de atração de investimentos e colocar a marca dele. Temos que
ciamento tem permito o acesso a ampliação da atuação inter- aproveitar esse momento dado
de outros setores, como consul- nacional através dos centros de pelo governo para colocar a mar-
torias e projetos de pesquisa e negócios. “Trabalhar com a pro- ca do Brasil e gerar valor. Exportar
desenvolvimento a esses meca- moção comercial é um desafio nosso modelo bancário, nosso
nismos. “Com relação ao Proex, interessante, pois visa aumen- modelo de pensar e nossos siste-
a ampliação da lista serviços tar as exportações. Porém, no mas de pagamento podem ajudar
elegíveis teve como propósito, caso de serviços, se não houver outros continentes a serem mais
além da contribuição para o de- fomento e melhoria do modelo eficientes”, finalizou. z

REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014 83


[ RODADA PARA ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS ]

RODADA PARA ATRAÇÃO


DE INVESTIMENTOS
SCS/MDIC, APEX e RENAI lançam o Catálogo sobre Oportunidades de Investimentos na Rodada de Negócios do SIMBRACS
Foto ABDI

84 REVISTA SIMBRACS n MAIO 2014


P
otencializar oportunidades para o setor ter-
ciário foi a missão da Rodada para Atração de
Investimentos. A ocasião apresentou um pa-
norama do desenvolvimento brasileiro e colocou
em destaque o cenário dos negócios nacionais para
investidores de dezenas de países. Também foram
realizadas conversas individuais entre empresas e
representantes do governo com investidores, como
fundos de investimento brasileiros e internacionais,
que culminaram em novas possibilidades de recur-
sos para o desenvolvimento do Brasil.
A Secretária de Desenvolvimento da Produção
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Co-
mércio Exterior (MDIC), Heloisa Menezes, destacou
a importância do Catálogo para Oportunidades de
Investimento no Brasil: “Os investimentos públicos
funcionam como alavanca dos investimentos priva-
dos, contribuindo para o desenvolvimento econômi-
co. Temos um belo ponto de partida para investidores
que buscam parcerias para viabilizar o portfólio de
investimentos disponíveis no Brasil”., Lançado du-
rante o evento, o catálogo de oportunidades é um
documento que reúne projetos e oportunidades de
investimentos nas esferas federal, estadual e munici-
pal, com o objetivo de atrair potenciais investidores e
divulgar as oportunidades de investimentos no País,
facilitando a interlocução entre os agentes públicos
e privados. O catálogo foi elaborado pela Secretaria
de Comércio e Serviços do MDIC, com o apoio da Rede
Nacional de Informações sobre o Investimento (RE-
NAI) do MDIC, da APEX-BRASIL e do Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Ao longo de dois dias, agências governamentais
e empresas brasileiras apresentaram oportunida-
des de investimento nos setores de logística, ener-
gia, construção, turismo, audiovisual, tecnologia da
informação, moda, publicidade e sustentabilidade e
fizeram negócios com investidores de todo o globo.
Para chegar a esse momento, o MDIC mapeou as pos-
sibilidades de investimento no âmbito público. Já a
APEX-BRASIL identificou empresas com interesse e
receber investimentos via fundos ou joint-ventures,
capacitou os empresários e ofereceu coaching para
as apresentações. z

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Parceiros no Espaço de Exposições do SIMBRACS 2013

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