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Sumário
01 - Introdução do Canto..................................................03
02 - Relaxamento................................................................10
03 -
Postura..........................................................................11
04 - Aquecimento...............................................................12
05 - Respiração e Apoio.....................................................14
06 - Articulação Vocal........................................................21
07 -
Vocalizes.......................................................................32
08 - Classificação Vocal.....................................................37
09 -
Dinâmica.......................................................................38
10 - Como estudar em casa...............................................40
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APOSTILA AULA CANTO
01 - INTRODUÇÃO AO CANTO
APARELHO FONADOR
Como funciona o aparelho fonador?
Graças às cordas vocais, podemos falar, cantar, chorar e dar aqueles berros em
momentos de fúria. Se tomarmos como base a dimensão pequena do nosso sistema
vocal, jamais poderíamos mensurar a enorme potência que tem. Ele é formado apenas
pela laringe e seus componentes, entre eles as cordas (PREGAS) vocais, faringe e
cavidades oral e nasal. Se fosse colocado numa orquestra, ele certamente estaria
posicionado lado a lado com os instrumentos mecanicamente mais simples. Nosso
aparelho fonador, onde fica o sistema vocal, não possui órgãos genuínos e fez uma
espécie de permuta com os sistemas respiratório e digestivo do corpo para conseguir
se
formar. Até pouco tempo, cientistas não sabiam explicar como a voz de um cantor
poderia ser tão potente e versátil quanto o som de um instrumento milimetricamente
construído pelo homem. Mas, usando fibra ótica, os pesquisadores conseguiram
"entrar"
na laringe e identificar elementos presentes no sistema vocal com funções
semelhantes
aos de aparelhos de som.
NÓS E OS INSTRUMENTOS
Assim como a voz humana, a maioria dos instrumentos musicais contam com
três elementos básicos:
1. Uma fonte de som que vibra no ar e cria uma freqüência fundamental e
outras harmônicas relacionadas e que definem o timbre (a "cor" do som)
2. Um aparelho que reforça ou amplifica a freqüência fundamental e suas
harmonias
3. Um irradiador de som que transfere o som para um espaço livre de ar e
para os ouvidos
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Dentro da laringe, uma cápsula formada por vários ossos e cartilagens interligados,
o som
é produzido pela vibração das pregas vocais que em repouso encontram-se separadas
em forma de "V", e quando falamos, passam a se aproximar, ficando apenas uma
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pequeníssima fresta para que o ar passe e com o atrito faça as mesmas vibrarem
produzindo o som.
- Vogais Orais:
Nessas, a corrente de ar passa somente pela cavidade bucal sem encontrar barreira.
São
elas: a, é, ê, i, ó, ô, u.
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Sua forma depende do posicionamento da lingua principalmente, que atua como
músculo tracionados da laringe, juntamente com os músculos ligados diretamente a
laringe.
- Vogais Nasais:
Nessas, a corrente de ar passa ao mesmo temo pelas cavidades bucal e nasal e conta
com o trabalho do palato mole, que fecha parcialmente a passagem do ar pela boca,
mandando parte desse para as fossas nasais. São elas no total de cinco: nha, nhe,
nhi,
nho, nhu.
SONS CONSONANTAIS
Já nos fonemas consonantais, o ar encontra uma barreira na cavidade bucal, como já
vimos, dependendo da posição dos lábios e língua. Dá-se o nome de “Zona de
Articulação”, ao ponto onde ocorre a barreira do ar na cavidade bucal. Por exemplo,
quando pensamos em falar "dedo", a língua sobe até os dentes incisivos superiores,
impedindo a passagem de ar e som. Esse ponto é a zona de articulação linguodental.
Quando ela desce o ar sai e da-se a forma de "D", ao som que foi solto.
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Veja o quadro abaixo:
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2 - RELAXAMENTO
Antes de cantar, muitas pessoas se lembram de checar a postura, respiração, fazem o
aquecimento da voz, mas se esquecem do elemento mais importante para se cantar
bem: o RELAXAMENTO.
Em nossa rotina diária e em muitos momentos, somos incapazes de expressarmos nossas
emoções e isso se transforma em energia acumulada, ou seja, nós ficamos tensos.
Essas
tensões vão se acumulando no nosso corpo e em muitas pessoas nos ombros e pescoço.
Temos então, duas opções: liberar essas tensões através de exercícios de
relaxamento ou
deixá-las se acumularem nos músculos.
É importante lembrar que não cantamos apenas com a voz; cantamos também com
nosso corpo. A melhor maneira para relaxar a voz, é relaxar o corpo.
Exercícios de Relaxamento:
PESCOÇO:
Movimente sua cabeça em círculos. Gire lentamente para um lado e depois para o
outro.
Faça três vezes para cada lado;
Agora, deite a cabeça no ombro esquerdo e com a mão esquerda, segure a cabeça
nessa posição durante quinze segundos. Faça o mesmo para o lado direito;
Abaixe a cabeça, encostando o queixo no peito; cruze as mãos e coloque na parte de
trás da cabeça. Fique assim por quinze segundos;
Desta forma, você estará alongando os músculos do pescoço e da nuca.
OMBROS:
Deixe os braços relaxados e comece a girar os ombros lentamente para trás (cinco
vezes)
e depois para frente (cinco vezes).
Tente encostar os ombros nas pontas das orelhas; fique assim por quinze segundos e
depois relaxe. Repita três vezes esse exercício.
OBSERVAÇÕES:
Use o bom senso! Mova-se com cuidado e devagar em cada exercício, vá ao seu próprio
ritmo;
Não force nem se machuque tentando relaxar. Se você tem algum problema nas costas
ou qualquer outro problema de saúde, consulte o médico antes de praticar qualquer
tipo
de exercício físico.
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3 - POSTURA
"Cerca de dois terços da comunicação humana é não-verbal, transmitida por meio de
gestos de mão, expressões faciais ou outras formas de linguagem. A boa imagem
corporal
começa com a postura - o modo como você se posiciona.” (Extraído do livro: Sucesso
profissional- Como fazer apresentações - pág. 40 - Publifolha).
Geralmente quando falamos em postura, logo vem à mente aquela imagem de um
soldado totalmente rígido. Ter uma boa postura na hora de cantar é essencial para
se ter
uma boa produção vocal. Mas isso não tem nada a ver com rigidez. Na verdade, a boa
postura vai nos auxiliar na hora da respiração. Portanto, devemos fazer com que a
postura
não seja uma barreira na hora da respiração.
Devemos procurar manter o equilíbrio do corpo. Para isso:
os pés devem estar ligeiramente afastados, dividindo assim o peso do seu corpo;
os braços relaxados e soltos;
as costas eretas;
os ombros relaxados, eretos e para trás (sem exagero);
o pescoço deve estar relaxado. Cuidado para não colocá-lo para frente nem para
trás,
pois isso irá interferir diretamente na emissão da voz;
a cabeça também deve estar ereta. Uma boa dica é fazer com que seu olhar esteja
paralelo ao chão (não olhar para cima nem para baixo); imagine um ponto na parede
na
altura de seus olhos; essa é a postura correta.
Todas essas orientações foram dadas partindo do princípio de que estará cantando em
pé, que é a melhor forma. Mas cantores altamente treinados conseguem cantar
praticamente em qualquer posição.
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4 – AQUECIMENTO
Como o nome já diz, o aquecimento prévio da voz é a preparação da voz para o seu
uso
por um tempo prolongado e intenso. Podemos aquecer a voz através de sons que irão
"massagear" nossas pregas vocais, que como todo músculo, precisa ser preparado e
aquecido antes de ser utilizado na sua plenitude. É importante lembrar que o
préaquecimento pode e deve ser feito não só pelos cantores, mas por todas as
pessoas que
trabalham falando.
EXERCÍCIO 1:
1) Inspire (armazenando o ar na região abdominal) até que a barriga esteja repleta
de ar.
2) Agora solte o ar aos pouco utilizando o som:
Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr......
Observe que neste exercício a língua deve vibrar bastante!!!! Caso a sua língua não
vibre
e você esteja forçando para emitir este som, PARE! Pois estará fazendo da forma
errada.
Mas se você conseguiu emitir o som com a vibração constante da língua, repita este
exercício todos os dias pelo menos durante 10 minutos. Se for cantar em uma
apresentação ou videokê ou ensaiar com sua banda por muito tempo, pré-aqueça sua
voz durante 20 minutos (no mínimo) antes de começar a cantar.
Pode-se também utilizar outras consoantes que possibilitarão o mesmo efeito como,
por
exemplo, o som: Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr... Como se você fosse imitar o
som do
telefone('TRRRRRIM!!!), mas lembrando de prolongar bastante os erres (RRRR...) até
acabar
o ar.
EXERCÍCIO 2:
Repita o exercício anterior com uma diferença. No final de cada som acrescentar as
vogais A,E,I,O,U.
Exemplo1:
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ!!!
!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ!!!
!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ!!!
!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ!!!
!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ!!!
!
Exemplo2:
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TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ!!!
!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ!!!
!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ!!!
!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ!!!
!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ!!!
!
IMPORTANTE!!!
Assim como nos exemplos acima, o som que você estiver produzindo para pré-aquecer,
deverá estar no mesmo volume, intensidade e tom.
***NÃO BRINQUE COM ESTE EXERCÍCIO FAZENDO SONS MUITO AGUDOS, MUITO GRAVES OU
MISTURANDO OS DOIS TONS.***
Repita os exercícios SEMPRE no seu tom natural, ou seja, sem forçar a garganta.
Se não conseguiu fazer estes exercícios até acabar o ar armazenado, ou seja, você
começou bem, mas no meio do exercício o som falhou, Pare! Respire fundo por 3
vezes,
relaxe um pouco e só então recomece.
É muito comum, no início, não conseguirmos emitir estes sons até o final, pois
trata-se de
sons que nós não estamos habituados a produzir, mas com o treino diário, fica cada
vez
mais fácil.
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5 – RESPIRAÇÃO
A respiração está extremamente ligada ao ato de cantar, pois a voz é produzida
quando
o ar passa pelas cordas vocais, fazendo-as vibrar e produzir som. Não basta encher
os
pulmões de ar para cantar. Temos que saber controlar a saída do ar, aprender a
respirar
corretamente. Saber respirar é um grande passo para cantar bem.
Algumas vezes, encontramos uma certa dificuldade para respirar enquanto cantamos
(uma música muito rápida por exemplo) pois temos pouco tempo para respirar.
Portanto,
temos que desenvolver a capacidade de respirar em um curto espaço de tempo. Apesar
de a inspiração nasal ser melhor, pois o ar é filtrado, aquecido e umedecido antes
de
chegar aos pulmões, a respiração deve ser nasobucal (pelo nariz e pela boca
combinados). Então, não se preocupe em respirar só pelo nariz ou só pela boca. Use
os
dois. O importante é deixar o maior espaço possível para que a passagem de ar seja
feita
em menos tempo.
A voz e a respiração estão extremamente ligadas. Quando falamos em respiração, não
podemos nos esquecer do diafragma. Esse "famoso" músculo que separa a cavidade
torácica da abdominal, muito nos auxilia na inspiração (entrada de ar nos pulmões)
e na
expiração (saída de ar dos pulmões).
Durante a inspiração, o diafragma se contrai para baixo, dando mais espaço para a
entrada de ar nos pulmões. Na expiração ele volta para sua posição normal.
Ao cantar uma música, o objetivo deve ser o de manter o diafragma em baixo, pois
isso
auxiliará no controle da saída de ar. É importante usar corretamente o diafragma
durante
a respiração para não sobrecarregar as cordas vocais.
Antes de apresentarmos alguns exercícios, lembre-se de fazer os exercícios de
relaxamento.
Exercícios de Respiração
Antes de começar os exercícios, lembre-se:
Inspire sem levantar os ombros; imagine que apenas a base do pulmão está sendo
inflada.
Durante os exercícios, não vamos trabalhar apenas com o diafragma, mas também com
os músculos abdominais e intercostais. Quando trabalhamos com esses músculos, temos
condições de armazenar uma maior quantidade de ar pois, as costelas se afastam, o
diafragma desce , aumentando a cavidade torácica para os lados e para baixo.
Mantenha a postura adequada
Faça no mínimo 3 vezes cada exercício.
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Exercícios 1:
Em pé, coloque as mãos no ventre, abaixo do umbigo, e inspire lentamente. Se você
estiver trabalhando com o diafragma, você notará uma pequena saliência no abdômen
(a barriga "enche" de ar). Expire lentamente controlando a saída do ar.
Inspire novamente e expire em forma de S... (o som deve ser o mesmo de um pneu
vazando ar). Procure manter o som reto. Para isso, lembre-se de usar o apoio do
diafragma e não deixe que o ar saia de uma vez. Calcule o tempo que você permanece
soltando o ar sem inspirar. Comece com 5 segundos e vá aumentando gradativamente.
Faça o mesmo exercício nas formas: F... e CH...
Exercício 2:
Inspire;
Pausa (retenha o ar por 2 ou 3 segundos);
Expire suavemente, os lábios em posição de assobio, fazendo com que a saída de ar
seja
o mais constante possível.
Exercício 3:
Inspire;
Pausa;
Expire com um sopro longo e forte (como se fosse apagar uma vela). Não deixe o ar
sair
todo de uma só vez, controle a saída do ar.
Exercício 4:
Inspire;
Pausa;
Expire soltando o ar em sopros curtos. Cuidado para não inspirar entre um sopro e
outro,
use apenas o ar que você inspirou inicialmente.
Exercícios de Respiração II
Exercício 5:
Inspire;
Pausa;
Expire em "S". A saída do ar deve ser constante, sem oscilações. Não deixe o ar
sair todo
de uma vez (imagine o som de um pneu esvaziando). Faça também em: "F" e "CH"
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Exercício 6:
Inspire;
Pausa;
Expire em sopros curtos, mas com o som de "ts", como se fosse uma bombinha de
encher
pneu de bicicleta. ( ts, ts, ts, ts, ...) Controle o movimento do diafragma .
Exercício 7:
Inspire;
Pausa;
Comece expirando com um sopro e transforme em "s". Tente fazer com que a metade do
ar que você inspirou, saia através do sopro e a outra metade saia em "s".
Apoio Diafragmático
· Note que a cada "S" emitido, o abdômen faz um pequeno movimento ou contração.
Isto
é sinal de que ele está comandando a emissão do ar. Valorize bem este movimento e,
se
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possível, procure de fato forçá-lo. Quanto mais controle se tem sobre esta
musculatura,
maior o controle sobre a emissão.
Faça os exercícios acima em "SSS", "XXX", "FFF", "ZZZ", "VVV", "GGG". Cronometre a
evolução.
4.Grande Reto
_ _ 5 - Pequeno Oblíquo
_ _ 6 - Grande Oblíquo
_ _ 7 - Cúpula diafragmática esquerda
_ _ 8 - Cúpula diafragmática direita
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6– ARTICULAÇÃO VOCAL
Articulação e Clareza do Som
Cantar é um elemento da articulação. As palavras da música devem ser muito claras e
objetivas, para causar um processo de ação e reação imediata. Para que isto
aconteça,
deve-se levar em conta dois processos:
Articulação: processo pelo qual os órgãos da fala moldam o som vocal em sons
reconhecíveis da fala.
Interpretação: processo pelo qual se carrega o espírito ou significado da música
através
do modo como se executa.
O primeiro passo para uma boa interpretação é o domínio de uma boa articulação.
Tanto
no canto, quanto na fala (a muitas pessoas), os movimentos articulares devem ser
mais
acentuados do que na conversação usual.
Lábios
Há pessoas que possuem um problema de excessiva tensão labial, o que impede a boa
mobilidade e flexibilidade. Por outro lado, existem pessoas que possuem um tônus
labial
baixo, ou seja, flácido.
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A posição ideal para os lábios, é aquela que ajuda o rosto a Ter uma expressão
agradável, feliz. Deve-se evitar puxá-los exageradamente para os cantos ou para
frente
quando se estiver cantando ou falando, pois isto pode modificar a qualidade sonora.
Para aqueles com problema de tensão ou flacidez labial, existe um procedimento
muito
simples e bastante eficaz, sugerido pelo fisioterapeuta e fonoaudiólogo Noélio
Duarte.
Primeiramente, deve-se visualizar a boca e seus pontos-chave:
Quem tem excessiva tensão, deve relaxar os lábios, apertando com o indicador e o
polegar nos pontos indicados acima, seguindo a ordem numérica referida. Deve
apertar
cada ponto com firmeza, no entanto, sem exageros, durante 5 a 10 segundos. Pode ser
incômodo, mas, ao final, os resultados vão valer à pena.
Já quem tem lábios flácidos, precisa de tonificação. O procedimento é o mesmo, só
que
ao invés de apertar demoradamente, dá-se ligeiros apertões (apertando e soltando
imediatamente) no mesmo sentido numérico do esquema. Estas pessoas também podem
fazer exercícios do "i" ou do "u", torcendo a boca para um lado e para o outro.
De um modo em geral, neste exercício das vogais, pode-se utilizar o "p" e o "b"
para treino
labial, pois estas consoantes são totalmente dependentes dos lábios.
Língua
A língua é o principal órgão da articulação, pois interfere na formação das vogais
e
consoantes. Em média, a língua trabalha numa velocidade de 370 movimentos por
minuto.
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Cerca de 90% dos problemas que envolvem a língua são de tensão. Isso causa o
ressecamento da boca pela retração constante da língua. Este posicionamento não
estimula muito a produção de saliva em termos fisiológicos, e também interfere
consideravelmente na emissão do som, por razões explicadas mais adiante quando
falarmos da faringe.
Existem, também, aqueles que precisam tonificar a língua, sendo caracterizados pelo
acúmulo excessivo de saliva.
A língua deve permanecer numa determinada posição, chamada de "posição de
repouso", ao longo do "assoalho" da boca tocando os dentes inferiores. Veja os
seguintes
exercícios de relaxamento.
1. Lateralização
Abrindo a boca e movimentando o maxilar para a direita e para a esquerda.
2. Abertura total
Abrindo bem a boca por alguns segundos.
3. Projeção anterior
Com a língua na posição de repouso, projetando-se o maxilar para a
frente, permanecendo assim por alguns segundos.
4. Projeção posterior
Com a ajuda de um dedo, fazendo-se um recuo do maxilar por
alguns segundos.
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Faringe
A faringe tem a função de ampliar o som, e embora não seja essencial para a
articulação, está intimamente ligada à posição assumida pela língua. Seu melhor
desempenho dependerá do comportamento da língua.
A ampliação do som será tanto melhor quanto melhor for o espaço que o som puder
ocupar dentro da boca.
Como se pode ver neste esquema, a voz terá uma melhor ampliação na posição 1, a
qual tem o dobro do tamanho da posição 2. Deve-se notar como o hábito tão comum da
posição 3 diminui consideravelmente o espaço para a ampliação da voz.
Existem exercícios que facilitam a aquisição do hábito da posição 1:
- sabe-se que ao se fazer o movimento de engolir, a língua inicialmente sobe e em
seguida, sua parte posterior desce. Então, com o dedo indicador e o polegar em cada
extremo do maxilar inferior, faz-se o movimento de engolir. Quando a parte
posterior da
língua estiver descendo, mantém-se uma pressão para baixo, forçando os dedos, sem
esquecer que a ponta da língua deve estar no padrão de repouso.
- pode-se escolher um tom médio, e com as vogais "a", "o", e "u" as pessoas podem
cantar
variando o padrão de língua na posição 2 (representado pela vogal em minúsculo) e
posição 1 (representada pela vogal em maiúsculo).
Palato
O palato se divide em 2 partes: o palato duro (céu da boca) e o palato mole (úvula,
conhecida como campainha).
O palato duro está envolvido com a projeção da voz, e o palato mole com a formação
de sons orais e nasais.
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O som, na verdade, é formado por ondas. As ondas só se propagam em linha reta, daí
a
importância do palato duro aliado a uma boa postura da cabeça:
Sabe-se que as narinas são responsáveis pela ressonância nasal. Porém, o som nasal
só
será emitido com a "permissão" do palato mole (a úvula).
Sons nasais
Sons orais
Para emitir esses sons nasais, a úvula desce. Caso suba, os sons emitidos serão
orais.
O excesso ou a falta de nasalidade podem representar sérios problemas de voz,
afastando-se da normalidade e modificando o som original que deveria ser produzido.
A origem dos problemas pode estar no hábito de colocação errada da voz, até
problemas mais sérios, como tumores, sinusite, adenóide e excesso de muco.
CAVIDADES DE RESSONÂNCIA
Elas estão situadas à frente da coluna cervical, isto é atrás da parte óssea e do
maxilar e
segem à laringe. Elas são compostas pelo baixo ou oro-faringe, limitada embaixo
pelas
cordas vocais, à frente pela epiglote e a base da língua, e atrás pela parde
anterior da
coluna vertebral que é recoberta pelos músculos constritores. Ao lado estão os
pilares,
prolongados acima pelo véu palatino. Acima e atrás das fossas nasais, o cavum, ou
rinofaringe (figura A).
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Estas cavidades possuem paredes fixas (maxilar superior e palato duro) e paredes
móveis
(mandíbula, língua, epiglote, lábios e véu palatino). Suas formas e dimensões são
variáveis
dependendo das pessoas. Alguns destes órgãos têm um sentido muscular (língua,
lábios e
mandíbula) e outros não têm (véu, palatino, laringe e cordas vocais).
No interior desta cavidade se encontra o véu palatino que se segue ao palato. Ele
pode
ter um diâmetro transversal e sagital mais ou menos desenvolvido e ser mais ou
menos
longo e musculoso. Qualquer que seja sua forma, o mais importante é sua mobilidade.
Sua
posição depende das atitudes articulatórias e varia, segundo a ausência ou a
presença
de nasalização (figura B). Neste caso, ele se abaixa e deixa passar um pouco de ar
nas
cavidades nasais. Ele muda também, segundo os movimentos da mandíbula, dos lábios,
da laringe e o alargamento, mais ou menos pronunciado da faringe. Ao nível dos
pilares,
do véu palatino e da parede faríngea, este alargamento é sentido como uma atividade
muscular importante e muito sensível (figura C ).
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A Língua
Ela é um órgão muscular móvel, feita de numerosos músculos e ligada à epiglote e à
laringe. Ela pode e deve executar movimentos extremamente precisos, em diferentes
pontos da cavidade bucal. É o principal órgão da articulação. Ela encontra pontos
de
apoio sobre diferentes partes da abóbada palatina e pode realizar, tanto movimentos
da
ponta em direção às arcadas dentárias inferior ou superior, como elevar a base até
a
parte posterior do palato.
Através dos músculos que a unem aos órgãos circunvizinhos, ela intervém na abertura
bucal, nos movimentos do véu palatino e na tonicidade e firmeza da articulação.
Como todos os músculos desta região estão relacionados entre si, diretamente, e se
continuam por suas fibras musculares com os músculos da hipo-faringe e da laringe,
toda
contração para baixo e para trás vai desencadear uma ação de outros músculos desta
região, enquanto que toda posição normal da base da língua atenua as contrações
deste conjunto de músculos.
Do mesmo modo, toda ação, que procura alargar transversalmente as cavidades de
ressonância, terá tendência a atenuar a ação dos músculos que fecham ou estreitam a
abertura da hipo-faringe e da parte posterior da boca.
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7 - VOCALIZES
São exercícios vocais que trabalham com escalas e as vogais. Daí o termo
"vocalize". As
consoantes também são necessárias, pois quando são bem pronunciadas, ajudam a
melhorar a dicção.
Os vocalizes têm várias funções, como para aquecimento vocal. Entretanto, também
contribuem para afinação, dicção, dinâmica e acentuação.
Exercício 05
Exercício 06
Nesse exercício, vamos utilizar uma técnica chamada "boca chiusa". Você deverá
realizar
esse exercício com a boca fechada, mas os dentes não podem estar cerrados.
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Observações:
Lembre-se que todos os exercícios devem ser feitos dentro de uma oitava, subindo de
meio e meio tom Associe aos vocalizes tudo o que foi visto sobre respiração.
Exercício 10
O objetivo desse exercício é trabalhar a colocação de voz.
Segure por quatro tempos a mesma nota e dê um intervalo também de quatro tempos.
Comece pela nota mais aguda e vá até o mais grave (lembre-se que estamos
trabalhando apenas dentro de uma oitava).
Exercício 11
Nesse exercício você vai perceber que estaremos cantando algumas notas que
normalmente não usamos em outros exercícios, que serão utilizados para aprimorar a
percepção musical. Esta é uma escala cromática, isto é, uma escala formada por
semitons. Primeiro, cante "I A", e depois "OH".
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Exercício 14
Esse exercício deve ser feito cantando as vogais, usando apenas uma única
respiração
para todo o exercício, sem pausas. O objetivo é trabalhar a extensão da sua
respiração e
a sua capacidade de sustentar notas sem desafinar. Você não deve se sentir cansado
após esse exercício. Se isso acontecer, é preciso praticar mais os exercícios de
respiração!
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Exercício 15
Esse exercício vai ajudá-lo a desenvolver sua mobilidade vocal. Cante cada nota da
escala; sem atropelar nenhuma. Você pode cantar alternando as vogais "A" e "O" cada
vez que subir o tom.
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8 - CLASSIFICAÇÃO VOCAL
Na música clássica vemos uma divisão bem clara e rígida para cada tipo de voz. Isso
ocorre por que o cantor (a) deve seguir uma partitura que já trás definidos o
ritmo, a
tonalidade e o andamento da música que foram determinados pelo compositor.
Acredito que para o canto popular não há necessidade de uma classificação como no
canto lírico (clássico). Por exemplo: se uma pessoa que é contralto quiser cantar
uma
música que foi composta originalmente para soprano, basta alterar a tonalidade da
música para adequá-la à sua tessitura.
Quando falamos em grupos vocais (corais, madrigais, etc) aí sim essa classificação
vocal
existe e tanto na música popular como na música clássica pode-se perceber
claramente
a divisão das vozes.
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9 - DINAMICA
É muito desagradável quando paramos para ouvir uma música e percebemos que ela
começa e termina sem dinâmica alguma; ou seja, não se percebe nenhuma variação de
volume durante toda a música. Para trabalhar com dinâmica, primeiramente é preciso
que o cantor(a) esteja integrado com os músicos que executarão o instrumental. Não
adianta o cantor se esforçar em demonstrar uma certa "emoção" enquanto canta e os
músicos não acompanharem a mesma idéia. Para quem canta com play-back, deve-se
ouvir com muita atenção seu instrumental antes de cantar. Para entendermos como
funciona a dinâmica numa música, vamos observar duas coisas importantes:
1. O que diz a letra - Esse é o ponto de partida. A partir do momento que decidimos
passar
uma mensagem, devemos nos lembrar de usar todos os recursos disponíveis para que
isso
aconteça (cada um a seu tempo). Portanto, leia a poesia antes e reflita naquilo que
você
irá cantar interpretando-a durante a execução.
2.Volume - é o recurso que pode ser usado para se trabalhar com a dinâmica da
música.
Grande é o Senhor
Grande é o Senhor
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Os vocalizes tem muitas finalidades. Uma delas é o aquecimento vocal, que deve ser
feito
sempre antes da aula ou apresentação. Também devemos praticar os vocalizes com a
intenção de se melhorar a afinação, ritmo, etc.
Esquema de estudo 1 hora/aula por dia:
Os dez minutos iniciais são para o relaxamento. Faça todos os exercícios que estão
na
aula e outros que você souber que sirvam para relaxar os ombros, pescoço e costas.
Aproveite também para verificar a postura.
Nos dez minutos seguintes, faça exercícios de respiração. Vá aumentando
gradativamente a repetição de cada exercício até fazer cinco vezes cada um.
Nos próximos dez minutos, invista nos exercícios de vocalizes, que servem para
afinação,
aquecimento, ritmo, etc.) No início do estudo, é preferível trabalhar apenas em uma
escala, isto é, faça apenas dentro de uma oitava. (Ex: começando no dó central do
piano/teclado siga as notas indo para a direita (agudo), fazendo os exercícios até
o
próximo dó).
O tempo restante poderá ser aplicado no repertório. Essa é a hora de aplicar tudo
que
você tem feito nos exercícios. Procure escolher músicas com ritmos variados.
" A voz é um código de expressão da alma, pois revela nossas impressões mais
profundas
através de seu timbre, seu volume, sua forma de emissão, enfim. Quando trabalhamos
com a voz de alguém, colocamos em jogo o seu esquema de valores, toda a sua
filosofia
de vida e toda a sua cosmovisão."
Academia de Musica Voices 41
APOSTILA AULA CANTO
ACADEMIA DE MUSICA
VOICES
PROF. ESTELA VARGAS