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Decreto Regulamentar n.

º 6/2017

O que é? Este decreto regulamentar define regras para os contratos de gestação de


substituição.
Na gestação de substituição, uma mulher recebe e faz a gestação no seu útero de um
bebé que não é dela. São as chamadas “barrigas de aluguer”.
Chama-se mãe genética à mulher cujo óvulo foi fecundado e deu origem ao bebé
e gestante de substituição à mulher que faz a gestação desse bebé.

O que vai mudar?

É criado um modelo de contrato para a gestação de substituição


O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) aprova um
contrato-tipo para a gestação de substituição.
O contrato-tipo fica disponível no site do CNPMA.
Entre outras regras, este contrato deve definir:

 as obrigações da gestante de substituição, em relação ao cumprimento das orientações


do médico que segue a gravidez e a fazer os exames e procedimentos que este
considere necessários para assegurar a evolução normal da gravidez e o bem-estar da
criança
 os direitos da gestante de substituição a participar na escolha do médico que segue a
gravidez, do tipo de parto e do local onde o parto vai acontecer
 o direito da gestante de substituição a ter acompanhamento psicológico antes e depois
do parto
 as obrigações e os direitos da gestante de substituição, como a possibilidade de se
recusar a fazer exames como a amniocentese ou a possibilidade de fazer viagens em
determinados meios de transporte ou para fora do país nos últimos três meses da
gravidez
 que deve ser prestada informação completa e adequada sobre os tratamentos a fazer e
os riscos que estes podem ter para a saúde
 que deve ser prestada informação, aos pais e à gestante de substituição, sobre as
influências do estilo de vida da gestante de substituição no desenvolvimento da criança
 as regras a seguir se houver algum problema de saúde da criança ou da gestante de
substituição, durante a gravidez
 as regras a seguir se houver um aborto espontâneo
 como é que as pessoas envolvidas no contrato podem desistir dele depois falharem um
determinado número de tentativas de gravidez
 em que circunstâncias as pessoas envolvidas podem terminar o contrato e quais as
consequências
 que não é feito qualquer pagamento, entrega de bens ou imposição pelos pais à
gestante de substituição, além do pagamento das despesas relacionadas com o
acompanhamento médico da gravidez
 os seguros de saúde ou outros subsistemas que estejam associados ao contrato

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 como devem ser resolvidos eventuais conflitos que surjam sobre a interpretação ou
execução do contrato.
Este contrato deve servir como base aos contratos de gestação de substituição, mas as
pessoas envolvidas podem acrescentar cláusulas.

O CNPMA é responsável por verificar se os contratos feitos respeitam as regras


definidas neste decreto-lei.

É precisa uma autorização para fazer um contrato de gestação de substituição

Antes de fazer um contrato de gestação de substituição, é preciso pedir uma


autorização ao CNPMA.
O pedido de autorização deve ser apresentado através de um formulário disponível no
site do CNPMA. Com o formulário, é preciso entregar:

 a identificação dos pais e da gestante de substituição


 a aceitação das condições previstas no contrato-tipo de gestação de substituição,
assinada pelos pais e pela gestante de substituição
 documentos médicos do centro de procriação medicamente assistida onde vai ser feito
o tratamento que comprovem que:
o a mãe genética não tem útero, tem uma lesão ou doença no útero que impeça
definitivamente a gravidez ou está noutra situação clínica que justifica a gestação de
substituição
o a gestante de substituição não é dadora de qualquer ovócito (célula que dá origem ao
óvulo) para aquela gravidez
 uma declaração de uma/um psiquiatra ou psicóloga/o a favor do contrato de gestação
de substituição
 uma declaração da/o diretora/or de um centro de procriação medicamente assistida
em como aceita que os tratamentos sejam feitos nesse centro.
O CNPMA decide se aceita ou rejeita o pedido de autorização no prazo de 60 dias a
contar da data em que for entregue o pedido. Se aceitar o pedido, é pedido à Ordem
dos Médicos um parecer sobre o caso. Só depois é que o CNPMA vai decidir se o
contrato pode ou não ser assinado.

A Ordem pode decidir emitir o parecer ou não. O CNPMA tem de apresentar uma
decisão no prazo de 60 dias a contar da entrega do parecer ou do fim do prazo
previsto para essa entrega. Mas não é obrigado a decidir de acordo com aquilo que a
Ordem defender no parecer.
Protege-se a ligação da mãe genética com a criança durante a gestação
Durante a celebração e execução do contrato, deve ser assegurada a ligação entre a
mãe genética e a criança.

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A relação da gestante de substituição com a criança nascida deve ser reduzida ao
mínimo indispensável, para minimizar riscos psicológicos e afetivos, exceto se esta for
uma familiar próxima.

O acompanhamento da gestante de substituição tem de ser assegurado

Para prevenir possíveis complicações físicas e psicológicas para a gestante de


substituição, deve ficar garantido, no contrato, o acompanhamento psicológico antes e
depois do parto.

Prevê-se tratamento igual no acesso à procriação medicamente assistida

O acesso a técnicas de procriação medicamente assistida no Serviço Nacional de Saúde


para gestação de substituição obedece aos mesmos critérios que são aplicados aos
outros beneficiários da procriação medicamente assistida. Não pode ter tempos de
espera diferentes.

São definidas regras para garantir a proteção da parentalidade

O parto da gestante de substituição é considerado como sendo dos pais e dá-lhes


direito a pedir licença de parentalidade.

A gestante de substituição tem direito a uma licença com as mesmas características da


licença por interrupção da gravidez. Tanto os pais como a gestante de substituição têm
direito às faltas e dispensas previstas na lei para a proteção na parentalidade.

Que vantagens traz?

Com este decreto-lei pretende-se:

 criar condições para que se possa recorrer, na prática, à gestação de substituição


prevista na lei
 garantir que os contratos de gestação de substituição:
o asseguram a defesa dos interesses da criança, acima de todos os outros
o têm em conta os interesses da mulher gestante
o privilegiam a ligação da mãe genética com a criança ao longo da gravidez.

Procriação Medicamente Assistida: filhos vão poder saber quem foram os dadores

No momento de votar a inconstitucionalidade de algumas normas da lei da gestação


de substituição, nem todos os juízes do Tribunal Constitucional (TC) concordaram com

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o fim do sigilo que, desde a Lei da Procriação Medicamente Assistida (LPMA), aprovada
em 2006, protegia os dadores anónimos de esperma, ovócitos ou embriões e que, a
manter-se, se aplicaria também à gestação de substituição.

Mas o desaparecimento da regra do anonimato dos dadores prevaleceu mesmo no


acórdão que chumbou algumas normas da lei da gestação de substituição aprovada
em 2016 e, por arrasto, põe em causa alguns aspectos da lei de 2006. O fim do sigilo
dos dadores e da identidade das gestantes de substituição foi decidido em nome do
direito dos filhos a conhecerem as suas origens “enquanto elemento fundamental da
construção da identidade”. Tal aplica-se a dadores portugueses e de países onde
também não existe anonimato, mas não a dadores de países onde vigore o direito à
confidencialidade, como a Espanha, de onde é proveniente grande parte dos gâmetas
masculinos ou femininos utilizados nas técnicas de procriação medicamente assistida
(PMA) em Portugal, explica o professor de Direito de Coimbra, Rafael Vale e Reis. O
acórdão, com data de 24 de Abril, determina “que mal se compreende, hoje”, que a
regra continue a ser o anonimato por esta “constituir (...) uma afectação
indubitavelmente gravosa dos direitos à identidade pessoal e ao desenvolvimento da
personalidade”. E qualifica de “desnecessária tal opção”, mesmo no que respeita à
salvaguarda do “direito a constituir família” e do “direito à intimidade da vida privada e
familiar”. Para proteger tais direitos, o TC admite “o anonimato dos dadores e da
gestante de substituição apenas — e só — quando haja razões ponderosas para tal”, a
avaliar caso a caso.

Portugal fica assim com um regime semelhante ao que passou a prevalecer nos últimos
15 anos no Reino Unido e Holanda e ao que sempre existiu em países nórdicos como,
por exemplo, a Suécia. “A solução do TC não é para transformar estas pessoas [dadores
ou gestantes de substituição] em mães e pais do ponto de visto jurídico”, esclarece. “É
apenas para os filhos terem hipótese de as conhecerem.” O jurista prevê que uma nova
regulamentação da lei venha estabelecer a idade a partir da qual uma pessoa está
“habilitada a solicitar informação” sobre “quem é o dador do material biológico a partir
do qual foi gerado”.

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A Lei da Procriação Medicamente Assistida (LPMA) abrange que técnicas?

A LPMA foi aprovada em 2006 e abrange as seguintes técnicas: inseminação artificial;


fertilização in vitro; injecção intracitoplasmática de espermatozóides; transferência de
embriões, gâmetas ou zigotos; diagnóstico genético pré-implantação; outras técnicas
laboratoriais de manipulação gamética ou embrionária equivalentes ou subsidiárias. Em
2016 foi publicada legislação sobre a gestação de substituição (depois de introduzidas
alterações a um diploma inicial, vetado pelo Presidente da República) e as regras da
LPMA passaram a aplicar-se ainda às situações de gestação de substituição.

O que é a gestação de substituição?

Qualquer situação “em que a mulher se disponha a suportar uma gravidez por conta de
outrem e a entregar a criança após o parto, renunciando aos poderes e deveres
próprios da maternidade”.

Quantas crianças nascem com recurso a técnicas de PMA?

De acordo com o relatório do Conselho Nacional de PMA, em 2015 (último para o qual
há dados) nasceram em Portugal 2504 crianças como resultado do uso das várias
técnicas (2,9% do total de nascimentos nesse ano).

Quantas crianças nasceram com recurso à gestação de substituição?

Nenhuma, mas dois casais receberam luz verde para avançar.

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