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FORESTIS

Discurso da Sessão de Abertura

Entre os objetivos estatutários da FORESTIS figuram alguns aspetos que importa aqui recordar,
para explicar porque vos propusemos esta jornada sobre a Reforma da Floresta, a
Capacitação dos Agentes e as Dinâmicas Institucionais.
Uns, prendem com o interesse legítimo dos proprietários florestais.
Outros remetem para preocupações de caracter mais geral e podem ser englobados no domínio
da responsabilidade cívica de cada um de nós, enquanto cidadãos interessados no progresso do
nosso país e no seu desempenho social, económico e organizativo.
Relendo os estatutos da FORESTIS, encontramos entre os primeiros aspetos, nomeadamente:
 A melhoria da produção florestal, garantindo maior rentabilidade nas terras florestais dos
seus associados, como produtores;
 A representação dos interesses desses produtores, em matérias relacionadas com a
floresta;
 A prestação de apoio especializado aos associados: assessoria económica e jurídica,
informação técnica e outros serviços de que careçam.
Nos segundos aspetos, os de natureza cívica, registem-se:
 A contribuição e a intervenção ativa na definição das políticas públicas florestais;
 O apoio à investigação florestal e ao desenvolvimento de sistemas de informação sobre
espaços florestais;
 A promoção do associativismo florestal de base local dos produtores florestais privados e
dos compartes de baldios;
 Promover a gestão sustentada dos espaços florestais, na sua tripa dimensão: social,
ambiental e económica.
Esta recordatória ajuda-me a justificar a iniciativa que hoje nos convoca e que se enquadra no
ciclo comemorativo dos 25 anos da FORESTIS (2017/2018).
Esta iniciativa, é justo dizê-lo, foi possível porque está enquadrada num projeto financiado pelo
Norte 2020, definido para abordar temas florestais: capacitação de organizações e agentes do
sector florestal, intensificação das áreas certificadas, promoção de maior eficiência organizativa
e melhor gestão florestal.
Por outro lado, a FORESTIS foi abordada no sentido de colaborar na organização de uma
publicação de manifesto interesse para o sector florestal. Por isso aceitou o desafio do Prof.
António Cândido de Oliveira, jurista ilustre que dedicou a sua vida ao ensino do Direito, na

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Universidade do Minho, em temas específico de interesse local, em especial da administração
autárquica.
Propôs-se reunir numa coletânea a vasta produção legislativa, em vigor, sobre a temática
florestal.
Foi uma tarefa complexa porque reclamava que fosse exaustiva, isto é, não esquecer nada de
relevante para que tenha utilidade para os profissionais do sector florestal. Mas que também
deveria ser seletiva, para evitar excessos e redundâncias desnecessários.
O Prof. António Cândido constituiu uma equipe com técnicos juristas (ele a seu tempo o explicará)
e pediu o apoio técnico ao ICNF (através do Eng.º João Pinho, para as questões de política
florestal) e à FORESTIS (através da Eng.ª Rosário Alves, para os temas que importam mais aos
produtores e á fileira florestal).
Há o propósito de também disponibilizar uma versão digital desta obra, que será objeto de
atualização continuada, à medida que nova produção legislativa for sendo produzida. Assim se
prolongará no tempo o seu interesse.
À FORESTIS também cumpria encontrar financiamento para esta operação, o que foi conseguido
através de um projeto apoiado pelo PDR 2020.
O livro está aí e, no final da manhã, tudo vos será explicado sobre ele.
Cumpre-me a mim, em nome da FORESTIS, agradecer o esforço feito por todos para que esta
edição tivesse sido possível. Um agradecimento muito especial ao Senhor Presidente da República
que, ao escrever uma "Nota de Abertura" para esta edição, quis sublinhar a importância que
atribui aos temas florestais.
Porém, também nos pareceu oportuno aproveitar o lançamento do livro para proporcionar aos
participantes matéria de reflexão sobre o que foi acontecendo nos dois últimos anos, a que
chamámos "Reforma Florestal".
Com esta designação englobamos muitos e diferentes dimensões do que é necessário acontecer
em Portugal para que haja mais respeito pela floresta, mais confiança na estrutura de apoio á
floresta, maior eficácia na promoção de políticas públicas que corrijam o abandono a que o sector
foi votado.
Dos muitos temas que poderiam ser abordados sob estas preocupações de carácter geral,
escolhemos dois, por nos parecerem merecedores de balanço e atenção: a capacitação dos
agentes e as dinâmicas institucionais.
Por um lado nada se faz sem pessoas conscientes da sua quota-parte de responsabilidade num
processo complexo, pessoas (que podem ser proprietários, operacionais, técnicos, gestores
florestais, prestadores de serviços, responsáveis locais, organizações de produtores) as quais
reclamam informação de base e formação bastante para poderem ser eficazes nas suas diferentes
missões.
Daí fazer alguma avaliação sobe o tema de capacitação de pessoas: a definição de programas de
sensibilização, de valorização de carreiras, de dignificação profissional dos técnicos florestais (até
para que haja maior visibilidade, consideração social e motivação para densificar a atividade
florestal em Portugal). Foi o que pedimos ao representante da Estrutura de Missão para a
instalação do SGIF (Sistema Integrado de Fogos Rurais) - Eng.º Paulo Mateus.
Mas também qualquer reforma tem de ter em conta as atuais dinâmicas institucionais existentes
(ou, no sentido inverso, as inércias endémicas persistentes).
Depois dos incêndios de 2017 houve abertura para ouvir técnicos que, de forma independente,
sugeriram alterações á organização do sistema público. Algumas medidas inovadoras foram
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tomadas. Admito que valha a pena pedir aos responsáveis para nos dizerem de sua justiça. Por
isso temos connosco o Presidente do ICNF, como autoridade nacional florestal. Conhecemos as
constrições que condicionam a ação desta instituição pública, mas esperamos poder ter uma
visão atualizada do seu primeiro responsável.
Completamos este painel com o testemunho de alguém que com grande sentido cívico animou
recentemente uma audição, de iniciativa privada, sobre a Floresta em Portugal - o Prof. Luís
Valente de Oliveira - que convocou e ouviu um grupo de especialistas e stakeholders do universo
florestal. Dessa audição resultou um livrinho cuja leitura a todos recomento, pelo conjunto de
boas sugestões recolhidas e sistematizadas com rigor 1. Pedi-lhe, e ele aceitou, que nos traduzisse
o que de mais relevante reteve desse exercício.
Esse debate será objeto de uma moderação feita por um representante da comunicação social
que se apaixonou (ou se especializou...) nos temas florestais - A Dr.ª Inês Cardoso - Diretora
Adjunta do JN e que alimenta uma secção especializada periódica no seu jornal, sobre os temas
da fileira da florestal.
Estou grato a todos por terem aceitado vir expor-se a esta assembleia de interessados nas vossas
reflexões, esperando que daqui possamos sair com mais vontade de nos aplicarmos na nossa
floresta.
Convidámos o senhor Ministro da Agricultura para presidir a este ato, o que por razões da sua
agenda não foi possível concretizar. Generosamente e, mais uma vez, o senhor Secretário da
Floresta das Florestas - Eng.º Miguel Freitas - prontificou-se em superar aquela expectativa. Já
nos habituou a não se furtar ao debate de por isso o saudamos e lhe agradecemos ter vindo.
Mas já que ele veio, eu gostaria de aproveitar a ocasião para lhe recordar, e diante de vós,
algumas aspirações, recorrentes, da FORESTIS.
Cumpre-nos defender o associativismo florestal. Por isso me atrevo a dizer que me custa que o
Governo não use a sua capacidade de influência para estimular a consolidação do movimento
associativismo florestal, hoje atomizado em tantas federações e associações.
Não compreendemos porque não é mais acarinhado o sector florestal, porque não é devidamente
retribuído o esforço que as OPF florestais fazem em tantos domínios como o da sensibilização à
população, o aconselhamento aos produtores, o contributo para uma melhor gestão florestal, o
combate às pragas e doença florestais, a formação aos técnicos, operadores e responsáveis
associativos do sector florestal.
Às OPF são propostas muitas iniciativas dispersas por diferentes projetos, que fazem gastar
energias e dispersar meios, não permitindo um trabalho persistente e continuado, cujos
resultados só se alcançam com ciclos temporais mais longos e em torno da sua função principal
de apoio ao produtor florestal.
Porque não conceber um apoio contratualizado, específico e plurianual para as organizações
florestais, como acontece com as organizações do sector agrícola ou com os gabinetes técnicos
florestais de nível municipal?
Outra situação que vale a pena ter em conta. A FORESTIS tem dado um importante contributo
para a formação de quadros do sector florestal, a partir da sua proximidade ao terreno, os quais
depois migram das nossas organizações de base para outros agentes do sector, públicos ou
privados. Só por isso a FORESTIS mereceria ser recompensada.
Zelamos pela melhor gestão florestal. Defendemos uma floresta mais sustentável, mas que cubra
as três dimensões da sustentabilidade: ambiental e social, naturalmente, mas também

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" A Gestão das Terras Florestais", relator Luís Valente de Oliveira, Tertúlia dos Carrancas, Edição dos Amigos do
Museu Soares dos Reis, Porto, Setembro de 2018.
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económica. Não temos uma visão urbana da floresta e por isso pretendemos integrar os três
elementos que ela pressupõe: o território (teatro das operações), a vida (expressa pela
biodiversidade), e as pessoas (em especial as que vivem em espaço rural).
Não temos qualquer preconceito contra as espécies que facultam rendimento económico aos
produtores, mas defendemos que haja regras concebidas com racionalidade e que, por isso, se
cumpram. Estou certo que sobre isto haverá um grande consenso. Sobretudo defendemos a
prioridade à gestão florestal em escala adequada e com condições de exequibilidade.
No entanto, não nos parece razoável que os critérios de valorização penalizem sistematicamente
quem não está organizado. Assim, não estimulamos os mais atrasados a aproximarem-se dos
mais avançados. Esse procedimento só agudiza o desempenho qualitativo e favorece os
desequilíbrios regionais. Tem de haver medidas específicas, modeladas para os problemas que
afectam territórios com questões emergentes. Como é o caso das regenerações naturais
indisciplinadas depois dos incêndios, que reclamam intervenções pesadas e urgentes.
Chegam-nos muitas reclamações de associados que veem as suas candidaturas serem preteridas,
mesmo com VGO satisfatórios, simplesmente porque a dotação é manifestamente insuficiente
para a procura potencial.
Aproxima-se um novo período de programação com recursos europeus. Permito-me terminar
como duas recomendações que, em nossa opinião, devem ser seriamente ponderadas:
1. Era muito importante libertar o ambiente de planeamento do futuro PDR 2030 dos mecanismos
que até agora tem sido seguidos e que são responsáveis tanto pela desadequação das medidas
à grande parte dos problemas dos diferentes territórios florestais, como pelos grandes
desequilíbrios de natureza regional na afetação daqueles recursos.
2. No futuro quadro, era importante que as medidas fossem especialmente adequadas ao tipo de
floresta de cada região e que as respetivas dotações financeiras fossem regionalizadas e
suficientemente dotadas.
Muito obrigado a todos por terem vindo. Desejo sinceramente que encontrem utilidade neste dia
de trabalho.

Luís Braga da Cruz


Presidente da Direção da FORESTIS

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