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Abril - 2016
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS....................................................................................................35 e 36
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Capítulo 1 – Ética e Moral
O intuito deste capítulo é fazer com que você perceba as diferenças entre o que é
ético e moral, para que seja capaz de observar e analisar os fatos da vida cotidiana, tanto
na esfera privada quanto no ambiente de trabalho.
Mas, antes disso, achamos importante reforçar os motivos que temos para estudar
Ética, vejamos:
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Por conta da crise de valores. A
corrupção está impregnada no cenário político,
econômico e social do nosso país que acaba
por possibilitar perdas de referências éticas. As
Figura 1.2: No Conselho de Ética
Fonte: http://jornalcontato.com.br/home/index.php/2013 pequenas corrupções e o “jeitinho brasileiro”
/02/07/comissao-de-etica-na-camara-municipal/. Acessado em:
24/10/2015.
estão entranhadas na cultura brasileira, ao
passo que pessoas que se comportam eticamente às vezes são tachadas de
“bobas”, enquanto que os que burlam as leis, por exemplo, são tidas como
“espertas”, gerando uma confusão entre o que é o certo e o errado, ocasionando
assim a crise de valores.
Para fortalecer ações éticas no setor público. Exatamente por conta da crise de
valores, que se faz mister fomentar as discussões sobre a ética a fim de fortalecer
as ações éticas no setor público, além de possibilitar que as reflexões sejam
conduzidas pelo(a) servidor(a) para os mais diversos âmbitos de sua vida.
1.2. ÉTICA
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O dilema ético retratado na tirinha é apenas um exemplo dentre muitos, tais como: É
ou não ético desligar os aparelhos de uma pessoa que está com uma doença terminal e
que só está viva porque as máquinas a conservam? Uma garota descobre que está
grávida, mas não tem condições psicológicas, nem materiais de criar o bebê, deve ela
abortar? Um desempregado, pai de três filhos, recebe uma proposta de emprego, mas que
exige que seja desonesto e cometa irregularidades que beneficiem seu patrão, deve ele
aceitar essa oferta?
Como podemos ver, nos deparamos diariamente com vários dilemas que envolvem
a ética. Umas questões são mais simples e outras nem tanto assim. Mas de um modo
geral, elas permeiam nossas vidas. Através da ética decidimos acerca de várias questões
como a escolha dos nossos governantes, dos nossos cônjuges, das nossas
amizades...Enfim, através da ética decidiremos qual o caminho iremos trilhar.
Mas, o que é Ética afinal?
Para Sá (2003, p. 15), a ética “estuda os fenômenos morais, as morais históricas, os
códigos de normas que regulam as relações e as condutas dos agentes sociais, os
discursos normativos que identificam, em cada coletividade, o que é certo ou errado fazer”.
A palavra Ética deriva do termo grego, “ethos” e significa modo ser, caráter,
comportamento. É um ramo da filosofia que lida com a compreensão das noções e dos
princípios que sustentam as bases da moralidade social e da vida individual. Trata-se de
uma reflexão sobre o valor das ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo como
no individual.
Em outras palavras, Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da
investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma
racional, fundamentada, científica e teórica. A Ética teoriza sobre as concepções que dão
suporte à moral. “É uma espécie de teoria sobre a prática moral, uma reflexão teórica
que analisa e critica os fundamentos e princípios que regem um determinado
sistema moral” (MORAIS, s.d, p.1). Em suma, é uma reflexão sobre a moral.
O exercício de um pensamento crítico e reflexivo quanto aos valores e costumes
vigentes tem início ainda, na cultura ocidental, na Antiguidade Clássica com os primeiros
grandes filósofos, a exemplo de Sócrates, Platão e Aristóteles. Questionadores que eram,
propunham uma espécie de “estudo” sobre o que de fato poderia ser compreendido como
valores universais a todos os homens, buscando dessa forma ser correto, virtuoso, ético. O
pano de fundo ou o contexto histórico nos qual estavam inseridos tais filósofos era o de
uma Grécia voltada para a preocupação com a pólis, com a política.
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Nesse contexto, a ética seria uma reflexão acerca da influência que o código moral
estabelecido exerce sobre a nossa subjetividade, e acerca de como lidamos com essas
prescrições de conduta, se aceitamos de forma integral ou não esses valores normativos e
até que ponto nós damos o efetivo valor a tais valores.
Segundo alguns filósofos, nossas vontades e nossos desejos poderiam ser vistos
como um barco à deriva, o qual flutuaria perdido no mar, o que sugere um caráter de
inconstância. Essa mesma inconstância tornaria a vida social impossível se nós não
tivéssemos alguns valores que permitissem nossa vida em comum, pois teríamos um
verdadeiro caos. Logo, é necessário educar nossa vontade, recebendo uma educação
(formação) racional, para que dessa forma possamos escolher de forma acertada entre o
justo e o injusto, entre o certo e o errado.
Assim, a priori, podemos dizer que a ética se dá pela educação da vontade.
Segundo Marilena Chauí em seu livro Convite à Filosofia (2008), a disciplina denominada
ética nasce quando se passa a indagar o que são, de onde vêm e o que valem os
costumes. Nasce quando também se busca compreender o caráter de cada pessoa. Isto é,
quando se busca compreender, refletir sobre o senso moral e a consciência moral
individual.
1.3 MORAL
Como você pode perceber, a ética e a moral estão relacionadas, apesar de serem
distintas. A ética estuda/reflete a moral. Mas, então, o que é moral?
A palavra “moral”tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos
costumes”.
A moral é o conjunto de regras que regulam as relações entre as pessoas de
uma sociedade, na busca pelo bem comum, felicidade e justiça. Estas regras são
adquiridas pela educação, tradição e cotidiano, e orientam cada indivíduo nas suas
ações e julgamentos sobre o que é certo ou errado, bom ou mau, moral ou imoral.
De acordo com Vásquez (1998), moral é um conjunto de normas, regras e valores
que uma sociedade define para si mesma. Desse modo, podemos entender que a moral
não é inata, inerente ao homem, na verdade ela é fruto da consciência coletiva, das
experiências individuais e culturais que foram se construindo durante a história da
humanidade. A partir do que foi adquirido, distingue-se o bom do mau, o permitido e o
proibido. A moral surgiu da necessidade de respostas às necessidades da vida em grupo,
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sendo possível somente quando o homem se tornou um ser social e este ser social só
existe se tiver regras.
Para ficar ainda mais claro para você o que é Ética e Moral, vamos apresentar as
principais diferenças entre ambos.
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porém isso não significa que vou concordar ou agir como a lei determina, pois a ação moral
independe de ter ou não regras. Sendo assim, podemos extrair outras diferenças, tais
como: os princípios éticos possuem obrigatoriedade em seu cumprimento, podendo
acarretar, inclusive, em sanções penais; já ao que se refere à Moral, há livre arbítrio, no
máximo o que acontecerá é a desaprovação social.
Nesse ponto da discussão, vale abrir um parêntese para explicar as diferenças entre
amoral, imoral, antiético e aético.
a) Amoral – é aquela pessoa que não tem conhecimento das normas morais, não tem
as condições subjetivas necessárias agir segundo os preceitos morais. Por exemplo:
uma criança que foi criada na selva por dez anos pelos chimpanzés, e ao ser
resgatada, não tinha noção de que andar nua, roubar para comer e fazer suas
necessidades fisiológicas na rua era errado.
b) Imoral – é aquele que age contra a moral, mesmo sabendo quais as regras morais
da sociedade em que faz parte. Por exemplo: um trabalhador que aceita suborno
para infringir uma regra.
c) Antiético – é alguém que age contrariando a ética que um grupo compartilha e
aceita.
d) Aético – pessoa incapaz de escolher, decidir e julgar, tais como: crianças ou pessoa
com deficiência mental, idoso com esclerose senil, tanto que a lei considera
inimputável.
Como podemos perceber, são conceitos muito próximos e que para compreendê-los
precisamos ter bem definido que a Moral está relacionada com a prática, com a ação em si,
com os costumes, valores, tradições e hábitos. Já a Ética é a reflexão que se faz acerca da
Moral e que tende a formular conceitos universais, que valham em qualquer lugar,
independente da Moral específica do grupo, o exemplo mais próximo disso é a Declaração
dos Direitos Humanos, de 1948. Então, a prática de valores éticos pelo indivíduo é o que
chamamos de Moral.
Depois de tudo que foi dito, tornou-se fácil para você perceber que em uma mesma
sociedade o que era Moral pode deixar de ser com o passar do tempo, isso demonstra o
caráter temporal da Moral. Por exemplo, há décadas atrás era inaceitável que as
mulheres trabalhassem fora de casa e se realizassem profissionalmente. Hoje, você
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aceitaria que uma mulher fosse proibida de trabalhar? Enquanto que a Ética, pelo fato de
buscar princípios universais, o caráter é mais permanente.
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indivíduo a proceder segundo alguns princípios pré-estabelecidos por ele mesmo.
O ideal é que a Ética Pessoal perpasse sempre pelo respeito à dignidade da pessoa
humana, às diferenças culturais, aos pontos de vistas do outro.
RESUMO
Nesta aula, vimos a importância de estudar Ética. Aprendemos que Ética e Moral não são a
mesma coisa, apesar de estarem interligadas. Que a Ética é teórica e reflete a Moral; tende
a ser universal e atemporal; além de estabelecer quais os princípios que irão nortear a vida
de um indivíduo. A Moral, por sua vez, consiste nos costumes, valores, hábitos, tradições.
Ela se caracteriza prática, relatividade e temporalidade. Por fim, compreendemos o que é
Ética Pessoal, de Grupo e Profissional.
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Capítulo 2– Conduta Ética no Serviço
Público
Caro(a) servidor(a),
Neste segundo capítulo vamos apresentar os princípios éticos que devem
nortear a conduta do servidor; discutir sobre a moral da integridade e a
moral do oportunismo; além de falar sobre as pequenas corrupções.
O intuito deste capítulo é fazer com que você fortaleça ainda mais a sua conduta
ética no ambiente de trabalho, por meio de ações respaldadas na moral da integridade,
vigiando-se em relação ao “jeitinho brasileiro” e às pequenas corrupções que permeiam o
nosso dia a dia.
Como pode ser visto, o servidor público deve respeitar os valores éticos e morais,
deve respeitar as leis (as principais serão apresentadas no Capítulo 3), pois estes
contribuem sobremaneira com a qualidade do atendimento no âmbito do poder público,
além de conjugar o respeito ao usuário.
Para finalizar este tópico, podemos elencar algumas dicas para a conduta ética do
servidor público:
Lembre-se da Missão, Visão e Valores do seu órgão;
Saibam quais são as suas atribuições e responsabilidades;
Respeite o próximo, a privacidade do outro e a hierarquia;
Esteja comprometido e envolvido com seu trabalho;
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Seja assíduo e pontual;
Trate todos com respeito, até alguém que não gosta;
Assuma uma atitude imparcial;
Exerça suas funções com zelo, competência e eficiência;
Seja transparente com suas ações;
Seja humilde para assumir seus erros, tolerante e flexível em relação ao outro e com
mudanças;
Atribua os créditos a quem merece;
Devolva o que pedir emprestado;
Se precisar corrigir alguém, faça-o em particular;
Cumpra com sua palavra;
Afaste-se de fofocas;
Aja de acordo com seus princípios, mesmo que contrarie a maioria;
Demonstre confiança e energia (conheça suas forças e fraquezas);
Conheça os aspectos legais dos seus direitos e deveres
E o pior, quem não faz parte deste esquema é taxado de “babaca”, “ingênuo”,
“mané”. Na moral do oportunismo os interesses particulares estão acima de todos os
demais, e o que importa é o triunfo da conveniência sobre a responsabilidade social. Ou
seja, é o extremo da moral da integridade. Quem costuma assumir a moral do oportunismo
são aquelas pessoas que valorizam o enriquecimento fácil e rápido.
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Figura 2.2: Corrupção nossa de cada dia
Fonte: http://www.jornalodiario.com.br/primavera-do-leste/editorial/corrupcao-nossa-de-cada-dia/52519. Acessado em: 24/10/2015
Importante ter em mente que os políticos não vêem de Marte. Eles partem dessa
mesma sociedade que busca se favorecer de algum modo, “desenrolando”, mesmo
correndo o risco de prejudicar alguém. Então, até que ponto estamos contribuindo com a
corrupção em nosso país? Eis uma questão que vale a pena refletir.
Uma campanha criada pela Controladoria-Geral da União, nos anos de 2013 e 2014,
intitulada de “Pequenas Corrupções – Diga não”, visou chamar a atenção do cidadão para
as pequenas corrupções que praticamos diariamente, muitas vezes sem nos darmos conta
de que estamos alimentando toda uma rede de corrupção. Essas pequenas atitudes são
antiéticas, ou até mesmo ilegais, e costumam ser culturalmente aceitas e terem sua
gravidade ignoradoa e/ou minimizada. A campanha deixa claro que “a mudança por um
país mais ético começa em cada um de nós”.
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Vejamos dois dos encartes divulgados na campanha:
Então você deve está se perguntando: quando morrerá a “senhora idosa”? Talvez
nunca, mas podemos controlá-la e fazer com que ela perca suas forças. É bem verdade
que isso leva tempo e requer trabalho duro, porém é possível.
Acreditamos que a ação mais importante consiste nos adultos darem exemplo as crianças.
Elas aprendem por meio do exemplo, e se queremos que no futuro os políticos e os
cidadãos sejam honestos, precisamos ser hoje aquilo que queremos ser no amanhã.
Na esfera pública, quem não tem notícia das pequenas corrupções, tais como levar
material de expediente para casa, merenda escolar, material cirúrgico entre outros? Além
de serem atitudes que contrariam a ética, também incorrem em crime como verão no
próximo capítulo.
O ideal é que possamos repensar nossas ações no ambiente de trabalho e na vida,
buscando minimizar as pequenas corrupções nossas de cada dia.
RESUMO
Nesta aula, vimos qual a conduta que deve ter um servidor público no exercício das suas
funções. Fortalecemos o conceito de que o foco do servidor deve ser sempre em garantir o
bem comum, para tanto, deve respaldar sua conduta na moral da integridade. O ideal é
que, não apenas como servidor, para também como cidadão, possamos reavaliar nossa
conduta, possibilitando maior afastamento da moral do oportunismo, do “jeitinho brasileiro”,
e das pequenas corrupções, contribuindo assim com uma nação mais digna de se viver.
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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Figura 3.9:
Figura 3.8:
http://www.newsrondonia.com.br/noticias/alguns+dos+casos+mais+bizar
Acessada em: 24.10.2015.
.
Fonte: http://www.sintchospir.com.br/sintchospir/ass%C3%A9dio.htm
ros+de+assedio+moral+por+frederico+e+fernandes+filho/42210
Acessada em: 24.10.2015.
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São mais comuns em relações hierárquicas e autoritárias, em que predominam
condutas negativas, relações desumanas e antiéticas de longa duração, de um ou mais
chefes dirigida a um ou mais subordinado (s), desestabilizando a relação da vítima com o
ambiente de trabalho. Pode ser classificado em:
Figura 3.10:
Fonte: http://noticias.ne10.uol.com.br/brasil/noticia/2015/09/11/vitima-de-assedio-moral-nao-goza-direitos-sociais-no-
trabalho-diz-procurador-567832.php
Acessado em 24.10.2015.
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Figura 3.11: Assédio Moral
https://blogdamercia.wordpress.com/tag/assedio-moral/
Acessado em 24.10.2015.
3.5MISTO:É um caso mais raro de acontecer: quando a vítima sofre o assédio tanto dos
colegas que se encontram no mesmo nível hierárquico como também por aquele que
está em um nível superior aos demais. É mais frequente em ambientes de trabalho com
grande competitividade interna e mau gerenciamento. Torna-se um ambiente de trabalho
estressante, no qual o patrão impõe um nível elevadíssimo de exigências.
Capítulo 4 – Cidadania
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4.1CONCEITO E VALORES BÁSICOS DA CIDADANIA
A origem da palavra cidadania vem do latim “civitas”, que quer dizer cidade. A
palavra cidadania foi usada na Roma Antiga para indicar a situação política de uma pessoa
e os direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer.
Segundo Dalmo Dallari (2008), “a cidadania expressa um conjunto de direitos que dá
à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo”.
A plenitude da Cidadania implica numa situação na qual cada pessoa possa viver
com decência e dignidade, através de direitos e deveres estabelecidos pelas necessidades
e responsabilidades do Estado e das pessoas.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos pode ser considerada como a maior
prova existente de consenso entre os seres humanos, pelo menos é o que defendia o
nobre filósofo e jurista italiano Norberto Bobbio (1992).
Para Bobbio (1992), a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi uma
inspiração e orientação para o crescimento da sociedade internacional, com o principal
objetivo de torná-la num Estado e fazer também com que os seres humanos fossem iguais
e livres. E pela primeira vez, princípios fundamentais sistemáticos da conduta humana
foram livremente aceitos pela maioria dos habitantes do planeta.
Em todas as épocas da história, e em todas as culturas houve sinais de dignidade e
fraternidade, que são esboços dos Direitos Humanos. Mesmo que todos os tratados e
acordos da história antiga priorizassem os deveres, cumprimentos de leis podemos verificar
um mínimo de respeito e tentativas de se evitar o caos na sociedade, um dos princípios dos
Direitos Humanos.
Todos os seres humanos nascem com direitos inalienáveis. Estes direitos buscam
proporcionar uma vida digna, e cabe ao Estado proteger tais direitos. A liberdade,
igualdade, tolerância, dignidade e respeito – independente de raça, cor, etnia, credo
religioso, inclinação política partidária ou classe social – permite ao ser humano buscar tais
direitos fundamentais.
Os Direitos Humanos são indivisíveis: e são neles englobados questões sociais,
políticas e econômicas. Tais como:
Todas as pessoas devem ter o direito de formar a sua própria opinião e de exprimi-la
individualmente ou em assembleias pacificas;
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Todas as pessoas devem ter o direito de participar no governo;
Estar livre de prisão arbitrária, detenção e tortura – quer a pessoa seja um opositor
ao partido no poder, pertença a uma minoria étnica ou seja um criminoso comum;
Livre expressão religiosa e uso de sua língua para manter suas tradições;
Todo ser humano deve ter a oportunidade de trabalhar, ganhar a vida e sustentar a
sua família;
As crianças merecem proteção especial.
VIOLÊNCIA
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GENOCÍDIO
FOME
FALTA DE MORADIA
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Figura 4.4: Falta de Moradia
Fonte: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/impressao.asp?artigo=173.
Acessado em: 24/10/2015.
E aí, diante destas imagens que fazem parte de uma dura realidade social: cruel,
triste e perversa, o que para você significa cidadania? Quais são os seus valores básicos?
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em harmonia e respeito e que os interesses coletivos sempre predominem sobre os
particulares.
Por isso, ser cidadão supõe desenvolver atitudes, assumir padrões de
comportamento e adquirir hábitos que favoreçam o bom convívio com os demais e também
que suas ações sejam pautadas pela ética do cuidado, do zelo, pelo bem comum e pelo
respeito a coisa pública. Ou seja, aquele contínuo estado de alerta, de observação
cuidadosa em relação à segurança, à dignidade e ao bem-estar do outro, que nos leva a
sempre respeitá-lo e a nos colocar de seu lado e defendê-lo quando alguém não o
respeitar.
Por essas razões, é nosso dever apoiar e estimular a extensão dos direitos de
cidadania a todos, assumir responsabilidades coletivas e pressionar organizações e
instituições que podem promover a melhoria das nossas condições de vida.
O conceito de cidadania teve origem na Grécia Antiga e foi utilizado para designar
os direitos relativos ao cidadão, ou seja, o indivíduo que vivia na cidade e ali participava
ativamente dos negócios e das decisões políticas. Cidadania pressupunha, portanto, todas
as implicações decorrentes de uma vida em sociedade. Ao longo da história, o conceito de
cidadania foi ampliado, passando a englobar um conjunto de valores sociais que
determinam o conjunto de deveres e direitos de um cidadão.
Portanto, Cidadania são os direitos e deveres do cidadão e ela pode ou não ser
exercida.
Para a ética, não basta que exista um elenco de princípios fundamentais e direitos
definidos nas Constituições. O desafio ético para uma nação é o de universalizar os direitos
reais, permitido a todos cidadania plena, cotidiana e ativa. Desse modo, será possível a
síntese entre ética e cidadania, na qual possa prevalecer muito mais uma ética de
princípios do que uma ética do dever.
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profissionais dos diversos órgãos do governo, por estarem relacionadas com os direitos
das pessoas, dependem da observação de certos valores indispensáveis ao respeito à
cidadania. Como esta atividade é voltada para o bem comum, deve conter e até estar
alicerçada em valores comuns, tais como:
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4.2A CIDADANIA NO SÉCULO XXI: DIREITOS CIVIS SÓ NA LEI!?
As coisas não caminharam tão bem, muito pelo contrário,já quase 30 anos passados
desde o fim da ditadura, problemas centrais de nossa sociedade, como a violência urbana,
o desemprego, o analfabetismo, a má qualidade da educação, a oferta inadequada dos
serviços de saúde e saneamento, e as grandes desigualdades sociais e
econômicascontinuam sem solução, ou se agravam, ou, quando melhoram, é em ritmo
muito lento.
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A cidadania inclui várias dimensões e algumas podem estar presentes sem as
outras. Uma cidadania plena, que combine liberdade, participação e igualdade para todos é
um ideal talvez inatingível nos dias de hoje.
Tornou-se costume desdobrar a cidadania em direitos civis, políticos e sociais. O
cidadão pleno seria aquele que fosse titular dos três direitos. Cidadãos incompletos seriam
os que possuíssem apenas alguns dos direitos. Os que não se beneficiassem de nenhum
dos direitos seriam não-cidadãos.
E, portanto, o que seriam os direitos civis???
São os direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante
a lei. Eles se desdobram na garantia de ir e vir, de escolher o trabalho, de manifestar o
pensamento, de organizar-se, de ter respeitada a inviolabilidade do lar e da
correspondência, de não ser preso a não ser pela autoridade competente e de acordo com
as leis, de não ser condenado sem processo legal regular. São direitos cuja garantia se
baseiam na existência de uma justiça independente, eficiente e acessível a todos.
São eles que garantem as relações civilizadas entre as pessoas e a própria
existência da sociedade civil surgida com o desenvolvimento do capitalismo. Sua pedra de
toque é a liberdade individual.
Vamos refletir:
Será que estamos exercendo soberanamente a nossa
liberdade, nos dias atuais ou muitas vezes temos nosso direito de
ir e vir cerceado?
Será que todos os cidadãos são tratados de forma igual
como preconiza a nossa Constituição Federal, sem distinção de
raça, cor e credo?
Será que a nossa justiça é realmente “cega” ou ela faz
distinção entre pessoas de classes sociais distintas?
Enfim, será que em pleno século XXI nós temos assegurados os nossos direitos
fundamentais ou eles nada mais são do que uma folha de papel escrita na nossa
Constituição?
É possível haver direitos civis sem direitos políticos???
Sim, pois estes últimos se referem à participação do cidadão no governo. Seu
exercício é limitado a parcela da população e consiste na capacidade de fazer
demonstrações políticas, de organizar partidos, de votar e ser votado. Em geral, quando se
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fala de direitos políticos, é do direito do voto que se está falando. Logo, você pode exercer
todos os seus direitos civis, mas não pode exercer o direito do voto, por conta da idade, por
exemplo.
E aqui ficam algumas reflexões:
Como estamos exercendo esse direito para a
escolha dos nossos governantes?
Quais os critérios que adotamos para exercer esse
direito pleno à cidadania?
Será que os nossos governantes tem sido
merecedores do nosso voto?
Será que eles tem cumprido seus papeis com
ética,responsabilidade e seriedade?
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4.3 MUNDO DO TRABALHO E CIDADANIA ORGANIZACIONAL
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A instituição educacional que a habilitou ofereceu a ela um bom curso e fez
corretamente a avaliação de suas competências?
E o posto de saúde? Que critérios o posto de saúde utilizou para contratá-la?
Ela ocupava a função que realmente lhe competia?
Os medicamentos estavam nos lugares certos e organizados e catalogados para
que não houvesse possibilidade de serem confundidos?
E em que condições ela praticava seu trabalho?
Tinha os recursos e as informações necessárias para exercer aquela função?
Outras perguntas também devem ser feitas quanto às implicações do governo,
responsável pelo funcionamento do posto de saúde e do qual ela era funcionária.
Ele não teve nenhuma influência no caso? Não estaria a funcionária com acúmulo
de trabalho?
Será que ela, devido a um salário baixo, estaria estressada por ter que fazer horas
extras e dar conta de mais de um emprego?
Essas perguntas revelam que nossa qualidade de vida e nosso desempenho como
cidadãos, pessoas e profissionais também dependem de como as diferentes organizações
atuam ao nos atender ou deixar de fazê-lo. No caso relatado, todos os motivos supostos
para explicar o erro da auxiliar de enfermagem estão direta ou indiretamente relacionados
com o Estado, com a política e com a cidadania organizacional, como:
A qualidade do ensino oferecido pelas escolas;
A responsabilidade dos órgãos certificadores de competência profissional;
A gestão administrativa das instituições públicas ou privadas;
A política de saúde e a política salarial do governo;
A política de administração, controle e acompanhamento de recursos humanos no
posto de saúde.
Isso também nos leva a concluir que toda a nossa vida social está impregnada de
políticas diversas (governamentais, institucionais e empresariais) e que, por isso, não
apenas somos atingidos por situações e ações políticas como também atuamos
politicamente o tempo todo.
Atuamos deliberada e ativamente, participando de manifestações, militando em
algum partido, votando, nos candidatando a cargos políticos e denunciando descasos
quanto ao atendimento das necessidades da população. Também atuamos involuntária e
passivamente, quando nos omitimos, quando ignoramos o que se passa em nossa volta,
afirmando que política é só para quem gosta.
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No entanto, é importante percebermos que não são apenas os indivíduos
isoladamente que precisam atuar na sociedade guiando-se pelos princípios da cidadania.
As organizações também precisam ser cidadãs.
Em resumo, a cidadania organizacional é também essencial para o bem-estar e a
dignidade de todos.
Pessoas e organizações que não primam pela ética e não se consideram
comprometidas com o bem-estar e a qualidade de vida dos cidadãos, conscientemente ou
não, voluntariamente ou não, acabam, de uma ou outra forma, sendo responsáveis por
perdas e danos sofridos pela sociedade.
A cidadania implica o reconhecimento de que dificilmente é possível, nem sempre é
justo e, raramente, vale a pena a gente “melhorar de vida” sem melhorar a vida. Por isso,
cabe aqui uma citação do grande cidadão brasileiro que foi Herbert de Souza, o Betinho:
Tudo o que acontece no mundo, seja no meu país, na minha cidade ou
no meu bairro, acontece comigo. Então eu preciso participar das
decisões que interferem na minha vida. Um cidadão com um sentimento
ético forte e consciência de cidadania não deixa passar nada, não abre
mão desse poder de participação. (SOUZA,1994).
Depois de todas essas indagações proponho meus caros alunos a fazerem uma
auto avaliação, pois é preciso que nos perguntemos:
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Até muito recentemente era raro as empresas incluírem o tema da responsabilidade
social em suas divulgações institucionais (hoje, é quase uma obrigação). O conceito se
difunde reiteradamente em sites e aqui apresentamos seus princípios básicos.
A responsabilidade social das empresas pode ser vista como parte de uma nova
cultura organizacional, de forma a produzir riquezas e desenvolvimento que beneficiem a
todos os envolvidos em suas atividades – trabalhadores, consumidores, ambiente e
comunidade.
Essa visão inclui a promoção, pela empresa, dos seus valores éticos e responsáveis
na sua cadeia de fornecedores e nos mercados onde atua. Ética e responsabilidade
social são palavras-chave para as organizações contemporâneas. Pesquisa do
Instituto Ethos de Responsabilidade Social indica que os consumidores estão mais
propensos a comprar de uma organização que apresente postura ética e com
responsabilidade social,entendendo-se como uma empresa responsável socialmente
aquela que:
Zela pela qualidade dos produtos e serviços que oferecem aos clientes, tendo o
cuidado de não danificar a saúde e o bem-estar das pessoas;
Mantém o respeito pelos empregados e fornecedores, estabelecendo relações
baseadas em confiança e parceria, e não em exploração;
Preocupa-se com a segurança e a saúde no ambiente de trabalho, garantindo que
os empregados gozem de boas condições;
É transparente com a sociedade, provendo todas as informações de interesse
público com relação às operações e atividades da empresa ou qualidade dos
produtos;
Respeita o ambiente, estabelecendo práticas que não afetem o equilíbrio ecológico e
a qualidade de vida das comunidades;
Atua com ética no que diz respeito ao trato com outras empresas ou com as
pessoas físicas, assim como no recolhimento de tributos, cumprindo todas as suas
obrigações como empresa cidadã;
Envolve-se com o crescimento econômico e social sustentado, participando de
atividades que beneficiem a sociedade;
Incentiva projetos culturais, sociais e educacionais que possam trazer
desenvolvimento para o entorno social;
Estimula em seus funcionários o compromisso social e a atividade comunitária.
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4.4CIDADANIA E COMBATE Á CORRUPÇÃO
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REFERÊNCIAS
BARROS FILHO, Clóvis de. POMPEU, Júlio. A filosofia explica grandes questões da humanidade. Ed. Livro Falante,
2015,
CORTELLA, Mário Sérgio. Não nascemos prontos. Provocações filosóficas. Editora Vozes, 2015.
CORTELLA, Mário Sérgio. BARROS FILHO, Clóvis de. Ética e vergonha na cara. Papirus Editora, 2013.
GISELE, Salgado de. “O Novo Perfil do Profissional.” Disponível em: www. geocities.com/infobusiness.geo/nvoperfil.html.
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GUADARRAMA, Juan de Dios Pineda. Ética para el Desarrollo: tres vertientes contemporáneas de la ética pública.
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