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Inspeção nº 1004174772.1
UC: 940135
RECURSO ADMINISTRATIVO
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recuperação de consumo derivada da Inspeção nº 1004174772.1 realizada junto
à UC: 940135, pelos fatos e fundamentos abaixo transcritos:
I – DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO
7. Quanto a este ponto é importante aduzir ser inegável o direito por parte
da RECORRIDA de realização da inspeção dos medidores de consumo de
energia elétrica e uma vez constatada e provada à violação do equipamento possa
emitir o respectivo Termo de Ocorrência de Irregularidade (TOI), conforme
previsto pela Resolução nº 414/2010 da ANEEL.
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unifamiliares, não podendo se falar taxativamente que a violação do lacre se deu
por conduta imputada ao RECORRENTE.
III– DO DIREITO
1 II – solicitar perícia técnica, a seu critério, ou quando requerida pelo consumidor ou por seu
representante legal.
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seria tal avaria no medidor e tampouco informa como o RECORRENTE teria
contribuído, concorrido ou participado da presente intervenção não autorizada.
Não há uma linha sequer sobre essa importantíssima exigência legal.
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STRECK, Lenio Luiz. O que é isto – decidido conforme a minha consciência? Porto Alegre: Livraria
do Advogado, 2010, p. 55.
3 Art. 129. Na ocorrência de indício de procedimento irregular, a distribuidora deve adotar as
providências necessárias para sua fiel caracterização e apuração do consumo não faturado ou faturado a
menor. § 1o A distribuidora deve compor conjunto de evidências para a caracterização de eventual
irregularidade por meio dos seguintes procedimentos: I – emitir o Termo de Ocorrência e Inspeção –
TOI, em formulário próprio, elaborado conforme Anexo V desta Resolução; II – solicitar perícia
técnica, a seu critério, ou quando requerida pelo consumidor ou por seu representante legal; III –
elaborar relatório de avaliação técnica, quando constatada a violação do medidor ou demais
equipamentos de medição, exceto quando for solicitada a perícia técnica de que trata o inciso II; IV –
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desviado. É dizer: ela, a cobrança, deve conter a exposição do fato
normativamente descrito como irregular, com suas circunstâncias e o conjunto
de evidências de tal prática, cabendo também o registro fotográfico da
ocorrência visualizada, possibilitando que esteja devidamente fundamentada a
alegação da RECORRIDA, o que não foi realizado, em completa
desconformidade com o art. 129, § Inciso V, “b” da Resolução nº 414/2010.
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elétrica, tal qual se verificou na hipótese vertente, a inspeção técnica
realizada unilateralmente pela concessionária, a partir da lavratura
do Termo de Ocorrência de Irregularidade - TOI, não é suficiente
para caracterizar a irregularidade na aferição do consumo de
energia, tornando-se necessária a realização de perícia técnica a
fim de comprovar eventual desvio de energia. A Resolução ANEEL
nº 414"2010, atualmente vigente, no escopo de afastar a unilateralidade
na apuração de eventual irregularidade, estabelece como uma das etapas
do procedimento a solicitação de perícia técnica, a seu critério ou quando
requerida pelo consumidor: Art. 129. Na ocorrência de indício de
procedimento irregular, a distribuidora deve adotar as providências
necessárias para sua fiel caracterização e apuração do consumo não
faturado ou faturado a menor. § 1º. A distribuidora deve compor
conjunto de evidências para a caracterização de eventual irregularidade
por meio dos seguintes procedimentos: I - emitir o Termo de Ocorrência
e Inspeção - TOI, em formulário próprio, elaborado conforme Anexo V
desta Resolução; II - solicitar perícia técnica, a seu critério, ou quando
requerida pelo consumidor ou por seu representante legal. A
constituição do débito em tela decorreu unicamente de um TOI,
ao qual mediante algumas fotografias juntadas aos autos, apurou-
se um desvio de energia, que resultava num faturamento a menor
do consumo. Todavia, há várias incongruências que demonstram a
fragilidade do procedimento adotado pela empresa concessionária,
que fulminam a garantia da ampla defesa e do contraditório do
consumidor, o qual se viu compelido ao pagamento de um valor
imposto unilateralmente, e com critérios e demonstrativos de
cálculos vagos, dando margem a abusos nas cobranças dessa
natureza (...). Por fim, diante de todo o exposto, merece
PROCEDÊNCIA, nesse ponto, o pedido do autor, para DECLARAR-
SE a inexistência do débito alegado pela Concessionária de Energia,
apurado através de procedimento unilateral, sem obediência às normas
da Aneel”. (TJ-PA, Processo nº 000586670.2015.8.14.0301. 1ª Vara da
Fazenda da Capital. MMª. Juiz Elder Lisboa Ferreira da Costa, DJ
02/06/2016). (grifo para destaque)
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§ 7º Na hipótese do § 6º, a distribuidora deve comunicar ao consumidor por escrito, mediante
comprovação, com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência, o local, data e hora da realização da
avaliação técnica, para que ele possa, se desejar, acompanhá-la pessoalmente ou por meio de
representante nomeado.
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MARQUES, Claudia Lima. Contratos no Código de Defesa do Consumidor: O Novo Regime das
Relações Contratuais , 5a ed., São Paulo, Revista dos Tribunais, 2006, p. 772
6 MOSSET, Jorge. Defensa del Consumidor , 2ª ed., Santa Fé, Rubinzal - Culzoni, 2003, p. 29
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relação de consumo, consegue de fato proteger-se de maneira adequada da
ocorrência que lhe é demandada.
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Art. 31 - A oferta e a apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas,
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade,
composição, preço, garantia, prazo de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos
que apresentam à saúde e segurança dos consumidores .
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CDC, posto que os vários dados apresentados estão dispostos de forma
desorganizada, chegando ao ponto de mostrar-se confusa.
37. Aliás, cabe frisar que o presente critério de “utilização da média dos 3
(três) maiores valores disponíveis de consumo de energia elétrica, proporcionalizados em 30
dias” (Inciso III) foi inserido por meio da Resolução Normativa nº 670
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Art. 130. Comprovado o procedimento irregular, para proceder à recuperação da receita, a distribuidora
deve apurar as diferenças entre os valores efetivamente faturados e aqueles apurados por meio de um
dos critérios descritos nos incisos a seguir, aplicáveis de forma sucessiva, sem prejuízo do disposto nos
arts. 131 e 170: I – utilização do consumo apurado por medição fiscalizadora, proporcionalizado em 30
dias, desde que utilizada para caracterização da irregularidade, segundo a alínea “a” do inciso V do § 1o
do art. 129; II – aplicação do fator de correção obtido por meio de aferição do erro de medição causado
pelo emprego de procedimentos irregulares, desde que os selos e lacres, a tampa e a base do medidor
estejam intactos; (...) IV – determinação dos consumos de energia elétrica e das demandas de potências
ativas e reativas excedentes, por meio da carga desviada, quando identificada, ou por meio da carga
instalada, verificada no momento da constatação da irregularidade, aplicando-se para a classe
residencial o tempo médio e a frequência de utilização de cada carga; e, para as demais classes, os
fatores de carga e de demanda, obtidos a partir de outras unidades consumidoras com atividades
similares; ou V – utilização dos valores máximos de consumo de energia elétrica, proporcionalizado em
30 (trinta) dias, e das demandas de potência ativa e reativa excedentes, dentre os ocorridos nos 3 (três)
ciclos imediatamente posteriores à regularização da medição
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apenas em 14.07.2015, sendo que o critério anterior estabelecido pela própria
Resolução Normativa nº 414/2010, com vigência até 13.07.2015, permitia a
“utilização da média dos 3 (três) maiores valores disponíveis de consumo MENSAL de
energia elétrica, proporcionalizados em 30 dias”, possibilitando a realização de cálculo
de média aritmética dos 03 (três) valores anteriores de uma dada mensalidade,
critério mais equânime e menos gravoso ao consumidor.
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débito. Precentes. Agravo Regimental improvido. (STJ - AGRESP
296017/MG - Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO -
PRIMEIRA TURMA - Data da Publicação/Fonte: DJ 03.04.2001)
V – DO PEDIDO
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nº 1004174772, por completa violação ao princípio da
essencialidade do serviço público de distribuição de energia
elétrica.
Advogado
OAB/PA
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