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O debate sobre a inserção de religiões à cultura dos indígenas

A polêmica questão de inserções de religiões à cultura dos indígenas


brasileiros é algo muito antigo e continua gerando discussões. O caso mais
antigo foi o dos Padres Jesuítas, em 1549. Eles faziam parte de uma ordem
religiosa Católica denominada “Companhia de Jesus” e o propósito deles era
catequizar os indígenas que ocupavam as terras brasileiras, para,
posteriormente, serem escravizados e entre outros proveitos. Várias missões
ocorreram ao decorrer das décadas feitas pelos homens brancos, tendo como
objetivo converter os índios ao cristianismo de forma forçada ou não. Essas
incursões religiosas, que ainda acontecem, trazem prejuízo histórico para esse
povo, que contém uma cultura milenar.

Um caso recente que pode servir como exemplo é o de um batismo coletivo


feito em uma comunidade Xavante, em Água Boa, no Mato Grosso. O evento
ocorreu em 22 de Agosto de 2017. O batismo foi feito pelo pastor Isac Santos
que publicou em sua página no Facebook uma foto de índias xavantes depois
do batismo realizado, além de um vídeo registrado pela Vereadora Aninha
Carvalho (Solidariedade – GO) na qual canta músicas evangélicas para
crianças xavantes no momento em que entregaria doces e outras guloseimas.
Após a publicação desses materiais, muitas pessoas enxergavam como um
suposto flagrante de despeito à crença e à liberdade dos xavantes, e no final, a
página do pastor ficou indisponível na rede social. Não é raro encontrar esse
tipo de notícia sobre evangelização de grupos indígenas. A Fundação Nacional
do Índio (Funai) foi procurada e prestou esclarecimentos sobre o fato. A
entidade é responsável pelo controle do acesso de grupos religiosos que
queiram entrar em contato com as tribos indígenas. O órgão explica que as
“missões” que são feitas em terras indígenas só podem ocorrer com a
autorização da presidência da instituição ou pelo líder da aldeia. Nesse caso,
não houve denúncias por partes das lideranças da aldeia sobre o batismo, pois
até o cacique (chefe da tribo) foi batizado. Nos últimos anos, várias aldeias do
país relataram que parte da cultura indígena foi superada pela religião (católica
ou evangélica) implantada na tribo, trazida pelos grupos de missionários.

A professora de antropologia da Fundação Escola de Sociologia e Política de


São Paulo (FESPSP), Caroline Cotta de Mello Freitas, explica que esse tipo de
ação é caracterizada como etnocídio, que seria o extermínio cultural de um
povo (pode também ser chamado de aculturação). Esse seria um processo que
tem como objetivo a destruição física (matança – genocídio) e a extinção de
traços culturais de um povo. Sociedades que fazem esse ato contra outras, se
veem como superiores, são chamadas de etnocêntricas (eles utilizam a sua
cultura como uma medida para mensurar os outros povos). E na situação dos
índios brasileiros, as missões que são realizadas provocam o etnocídio. Esses
trabalhos realizados no século passado reuniam diversas acusações, como:
genocídio, escravidão, exploração sexual, monopólio do acesso à saúde e a
educação das tribos. Tudo isso levou a Funai, em 1991, a expulsar os
missionários das aldeias. Um exemplo claro desse tipo de ação foi contra o
povo Zoé (uma tribo isolada da Amazônia), no final da década de 80, por
atuação da New Tribes (Organização Cristã Internacional que tem como sede
em Sandford na Flórida –EUA).

Reação em cadeia

O que se pode observar é uma disputa de almas: as vítimas são as sociedades


indígenas e a humanidade como um todo. Controlando os indígenas, há um
ganho de poder, controle de territórios e de mercados. Isto está relacionado
com a ética protestante, que contribuiu para o avanço do capitalismo selvagem
em terras indígenas. Exemplo: os missionários foram financiados por Rockfeller
no pós-guerra. O milionário americano esperava encontrar petróleo nessa
busca cristã por almas. E conseguiu, no Equador. As missões chegaram antes
da exploração: converteram, "civilizaram" e contribuíram para fulminar a
resistência que os indígenas tinham aos planos petroleiros em suas terras.

Há algumas entidades que tentam redefinir a prática como um ato de trabalho


social ou ato filantrópico, exemplo de instituição que se encaixa nesse perfil
seria o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), fundado em 1972. É uma
organização ligada à igreja católica por meio da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), que afirma que não impõe nenhuma crença aos
povos indígenas. Entretanto, para alguns estudiosos, a partir do momento em
que um ato que se diz solidário é vinculado à conversão religiosa, ele se torna
imposição cultural. Entidades religiosas que fazem essa imposição de crenças
aos índios estariam cometendo irregularidades. Segundo o artigo 231 da
Constituição Federal: “São reconhecidos aos índios sua organização social,
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras
que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e
fazer respeitas todos os seus bens”. O Estado Laico, um estado que não apoia
ou discrimina nenhuma religião, acaba sendo negligenciado nessas ocasiões.
Proteger as sociedades indígenas de ataques religiosos não se trata somente
ações que o Governo deve fazer, mas como um princípio da Constituição
Federal, inscrito no artigo 4, inciso III, de garantir a “autodeterminação dos
povos”. E, no artigo 5, inciso VI, a proteção aos “locais de culto”, ou seja, os
territórios indígenas: fica assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias.

Não podemos permitir que grupos e entidades que misturam religião com
política rasguem a laicidade do Estado e que promovam violência contra as
minorias. Muitos de nós temos ainda a percepção estereotipada de que todos
os índios são preguiçosos e que são atrasados. Essa ideia deve ser
erradicada, pois é extremamente racista. Se um ato de converter um povo é
considerado como um gesto de bondade com os nativos, mostra o quanto nós
precisamos rever os nossos valores em prol de uma sociedade mais
democrática, justa e que saiba conviver com a diversidade.

Bibliografia:

http://www.bbc.com/portuguese/salasocial-41151841 Acesso 23/05/2018 – 21:48

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
88392001000200006 Acesso 25/05/2018 – 22:00
https://www.vice.com/pt_br/article/8xxb54/explicando-o-batismo-de-
grupos-indigenas Acesso em 27/05/18 – 11:35
https://guiame.com.br/gospel/missoes-acao-social/pastor-e-denunciado-
ao-ministerio-publico-apos-batizar-indigenas-no-mato-grosso.html Acesso
em 27/05/18 – 11:35
https://brasilescola.uol.com.br/religiao/ Acesso em 27/05/18 ás 11:47
http://www.progresso.com.br/opiniao/wilson-matos/exterminio-cultural-
dos-povos-indigenas Acesso em 27/05/18 ás 11:49
http://mpumalanga.com.br/o-desaparecimento-da-lingua-indigena-e-a-
irreparavel-perda-cultural/ Acesso em 27/05/18 ás 12:16

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