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Eletromagnetismo II
Palmas, TO
2016
Nota de Esclarecimento
Versão LM 1.0
2
Sumário
11 Indução Eletromagnética 70
3
11.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
11.2 Auto-Indutância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
11.3 Indutância Mútua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
11.4 Fórmula de Neumann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
11.5 Exercı́cios Recomendados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
11.5.1 Questão 11.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
11.5.2 Questão 11.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
11.5.3 Questão 11.4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
11.5.4 Questão 11.5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
11.5.5 Questão 11.7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
12 Energia Magnética 83
12.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
12.2 Para “n” circuitos acoplados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
12.3 Densidade de energia no campo magnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
12.4 Forças e Torques sobre circuitos rı́gidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
12.4.1 Corrente Constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
12.4.2 Fluxo Constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
12.5 Exercı́cios e Exemplos Recomendados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
12.5.1 Exemplo 1: Força em dois circuitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
12.5.2 Exemplo 2: Força em quatro circuitos . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
12.5.3 Exemplo 3: Solenoide com corrente “I” . . . . . . . . . . . . . . . . 94
12.5.4 Questão 12.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
12.5.5 Questão 12.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
12.5.6 Questão 12.4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
12.5.7 Questão 12.7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
4
13.2.2 Circuito RLC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
13.3 Comportamento do estado estacionário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
13.4 Potência e fator de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
13.5 Ressonância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
13.6 Questões Recomendadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
13.6.1 Questão 13.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
13.6.2 Questão 13.3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
5
Capı́tulo 8
Força de Coulomb.
→
1 qq1 r
F~e = (8.1)
4πo r2 r
Se as cargas estão em movimento uniforme, com velocidade ~v e ~v1 , uma força magnética
F~m serác exercida por q1 sobre q ou q sobre q1 .
→
µo qq1 r
F~m = ~
v × ~
v 1 × (8.2)
4π r2 r
µo
Obs: = 10−7 N.s2 .C −2 ou seja, µo = 4π10−7 N.s2 .C −2 é a permeabilidade magnética
4π
6
do vácuo. →
→ → µo qq1 r
Dizemos que F~m = q~v × B , então B = 2
~v1 × é o campo magnético gerado pela
4π r r
carga 1.
Se tanto o campo elétrico como o campo magnético estiverem presentes, a força total
sobre as cargas em movimento será F~e + F~m .
→ →
F~ = q(E +~v × B ) (8.3)
Sendo:
o = 8, 85.10−12 C 2 N −1 .m−2
µo = 4π10−7 N.s2 .C −2
1 1
o µo = 2 ou c = √ , onde c é a velocidade da luz no vácuo.
c o µo
→
µo qq1 r o
F~m = 2
~v × ~v1 × .
4π r r o
→
1 1 qq1 r
F~m = 2 2
~v × ~v1 ×
4πo c r r
→
~v ~v1 qq1 1 r
F~m = × . ( 2 )
c c r 4πo r
~v1 ~v1 ~
Então encontra-se que: F~m = × Fe .
c c
7
|~v | |~v1 | ~
Onde o |F~m | 6 |Fe |. Se |~v | e |~v1 | c , |F~m | |F~e |.
c c
Ou seja, para baixas velocidades a força magnética é muito menor que a força elétrica.
→
→~v1 E 1
Mostrar que B 1 = × :
c c
Demonstração:
→
→ →µo qq1 r
Como B 1 =B = 2
~v1 × multiplica-se por o /o .
4π r r
→
µo qq1 r o
B~1 = ~
v 1 × .
4π r2 r o
1
Como o µo = , então temos que:
c2
→
1 1 qq1 r
B~1 = ~
v 1 ×
4πo c2 r2 r
→
~v1 qq1 1 r
B~1 = . ( 2 )
c r 4πo c r
→
qq1 1 r
Como E~1 = 2
r 4πo r
Como |F~m | |F~e | pode parecer à primeira vista que a força magnética poderia ser sem-
pre desprezada em comparação com a força elétrica, porém existem sistemas de partı́culas
onde isto não é assim. De fato, numa corrente de condução, onde estão presentes car-
gas positivas e negativas em igual densidade, o campo elétrico é zero, porém o campo
magnético das cargas em movimento não é.
8
8.2 Forças atuantes sobre condutores em que circulam corrente
Dados:
• Corrente Elétrica I.
• Portador de carga “q” com velocidade “v”.
• Densidade de portadores de cargas( Número de portadores de carga por unidade de
volume ).
• Seção transversal (A).
→
• dF~ é um elemento de força que atua em dl .
→ →
Assim: dF~ = dq~v × B , onde dq=NqA| dl |.
→ → →
Como ~v // dl mesma direção. Logo | dl |~v = |d~v | l .
→ →
dF~ = N qA| dl |~v × B
→ →
dF~ = N qA|d~v |(dl × B )
I → →
F~ = I dl × B (8.4)
9
8.2.1 Torque
I
→ → →
~τ = I r ×d l × B (8.5)
Logo;
I
~τ = I [(yBy dx + zBzdx)~i + (zBz dy + xBxdy)ĵ + (xBx dz + yBydz)~i] (8.6)
10
A partir disso tem-se que:
I I b I a
ydx = y1 dx + y2 dx = −Az (8.7)
c a b
I I
xdy = Az ou ydx = −Az (8.8)
c c
I I
ydz = Ax ou zdy = −Ax (8.9)
c c
I I
zdx = Ay ou xdz = −Ay (8.10)
c c
→
Definimos que A= Ax~i + Ay ĵ + Az~k
Logo;
→ → → →
~τ = I A × B , onde A é o vetor da projeções nos plano x,y e z. B é um campo
magnético constante.
→
Obs: I A = m
~ é o momento magnético do circuito.
11
Mostrar que:
I →
→ 1 →
A= r × dl (8.12)
2 c
i ĵ ~k
~
→ →
= i(ydz − zdy) + ĵ(zdx − xdz) + ~k(xdy − ydx)
~
r × dl= x y z
dx dy dz
12
8.3 Lei de Briot e Savant
→ →
(r1 − r2 )
→
I I → →
µo
F1 = I1 I2 dl1 × dl2 × → → (8.13)
4π c1 c2 | r1 − r2 |3
→ →
(r2 − r1 )
→
I I → →
µo
F2 = I1 I2 dl2 × dl1 × → → (8.14)
4π c1 c2 | r2 − r1 |3
→ →
F1 é a força do circuito 1 devido a influência do circuito 2 e F2 é a força do circuito 2
devido a influência do circuito 1.
Temos que pela terceira lei de Newton a força 1 é o negativo da força 2, ou seja:
→ →
F1 = − F2 .
→ →
( )
(r1 − r2 )
→
I I →
I →
µo
F1 = I1 dl1 × I2 dl2 × → →
c1 c2 4π c2 | r1 − r2 |3
→ →
(r1 − r2 )
I →
→ µo
Logo B~1 (r1 ) = I2 dl2 × → →
4π c2 | r1 − r2 |3
→
Que é o Campo magnético gerado pelo circuito 2 na coordenada r1 .
Na forma diferencial:
13
→ →
→ → µo 0 → ( r − r0 )
dB ( r ) = I dl × → →
4π | r − r0 |3
Onde define-se que os termos linha são referentes a quem gera o campo magnético e
os sem-linha são referentes a quem sente o campo magnético.
Na forma integral:
→ →
( r − r0 )
I →
→ → µo 0
B (r) = I dl × → →
4π c | r − r0 |3
Onde define-se que os termos linha são referentes a quem gera o campo magnético e
os sem-linha são referentes a quem sente o campo magnético.
→ → → → →
Como temos que I’dl→ J (r0 )dv 0 . Onde J (r0 ) é a densidade de corrente de transporte
onde esta sendo gerado o campo magnético.
→ →
→ → ( r − r0 )
I
→ → µo 0 0
B (r) = J (r ) × → → dv
4π c |r − r0 |3
→ →
Demonstração que ∇ · B = 0 :
→
Aplicamos a operação divergente em ambos os lados em relação a coordenada r .
→
→ 0
→ → (r − r )
→ → → →
µ I
o 0 0
∇ · B ( r ) =∇ · J (r ) × → → dv
4π c |r − 0
r |3
→
→ 0
→ (r − r ) 0
I
→ → → µo →
→
0
∇ · B (r) = ∇ · J ( r ) × → → dv
4π c | −r |
r 0 3
Aplicamos a propriedade:
→ → → → → → → → →
∇ ·(A × B ) = (∇ × A)· B −(∇ × B )· A
14
→ →
→ → →
0
→ ( r − r0 )
Considerando que A= J (r ) e que B = → → .
| r − r0 |3
Vemos que o integrando é similar a parte da esquerda da propriedade.
Então chegamos a:
→ → →
→ → → 0
→ 0 → 0
→ (r − r ) → → → (r − r ) → ( r − r ) → →0
0 0
∇ · J (r ) × → → = ∇ × J (r ) · → → − ∇ × → → · J (r )
| r − r0 |3 | r − r0 |3 | r − r0 |3
→ → → →
Como J (r0 ) é em relação a r0 e a operação divergente é em relação a r , o resultado
da primeira parcela do lado direito é zero.
" # → →
→ 1 ( r − r0 )
Na segunda parcela temos que ∇ → → = − → → . Temos que que o
| r − r0 | | r − r0 |3
produto vetorial de um gradiente é zero.
→ →
∇ · B= 0 (8.15)
15
Questão 8.4
→ →
Demostre que F1 = − F2 , a partir da seguinte equação:
Demonstração:
A partir da equação abaixo :
→ →
(r2 − r1 )
→
I I → →
µo
F2 = I1 I2 dl2 × dl1 × → →
4π c1 c2 | r2 − r1 |3
Aplicamos a propriedade:
→ → → → → → → → →
A × B × C =B (A · C )− C (A · B )
Considerando que:
→ →
A=dl1
→ →
B =dl2
→ →
→ (r2 − r1 )
C= → →
| r2 − r1 |3
16
Aplicação elementares da lei de Briot e Savat
→ →
( r − r0 )
I →
→ → µo
B (r) = I dl × → →
4π c | r − r0 |3
→
dl
= dz~k
→
→
→
→ → →
r − r0
= | r − r0 |cos(θ) ~k + | r − r0 |sen(θ) ĵ
~
i ĵ ~k
→ → → → →
dl ×( r − r0 ) = 0 = (−~i)| r − r0 |sen(θ)dz
0 dz
→ →
→ →
0 | r − r0 |sen(θ) | r − r0 |cos(θ)
Logo;
→ →
∞
| r − r0 |sen(θ)dz
Z
→ → µo 0
B (r) = I → → (−~i)
4π −∞ |r − r0 |3
a → →
Temos que sen(θ) = cos(φ) = → → , ou seja, | r − r0 | = asec(φ).
|r − r0 |
z
Considerando os limites temos que: tg(φ) = e que dz = asec2 (φ). Ou seja, os limites
a π
para quando z tende ao infinito, agora é quando φ → e simetricamente, para quando z
π 2
tendo ao menos infinito, φ → − .
2
17
π
asec(φ)cos(φ)(asec2 (φ))dφ ~
Z
→ → µo 2
B (r) = I (−i)
4π − π2 a3 sec3 (φ)
Z π
→ → µo I 2
B (r) = cos(φ)dφ(−~i)
4π a − π2
→ → µo I π −π
B (r) = (sen( ) − sen( ))(−~i)
4π a 2 2
→ → µo I ~
B (r) = (−i). Para 0 < a < ∞.
2π a
Realizando este mesmo procedimento para qualquer outro ponto, pode-se comprar que
a regra da mão direita é valida.
18
Exemplo 2: Espira Circular
Demonstração:
→
r = z~k
→
r0
= acos(θ)~i + asen(θ)ĵ
→ →
r −r 0
= z~k − acos(θ)~i − asen(θ)ĵ
→
d r0 −asen(θ)~i + acos(θ)ĵ
=
| →
→ √
r − r0 | =
z 2 + a2
→ →
( r − r0 )
I →
→ → µo
B (r) = I dl × → →
4π c | r − r0 |3
~i ĵ ~k
→ → →
dl ×( r − r0 ) = −asen(θ)dθ acos(θ)dθ 0 = ~i(azcos(θ)dθ) + ĵ(azsen(θ)dθ) + ~k(a2 dθ)
−asen(θ) −acos(θ)
z
19
Os termos acompanhados de ~i e ĵ, são zeros, pois a integral de um cosseno ou de um
seno de 0 a 2π é zero.
Então temos que:
2π
a2 dθ
Z
→ → µo ~k , integra-se em relação a dθ.
B (r) = I
4π 0 (z 2 + a2 )3/2
→ → µo a2 2π ~k
B (r) = I 2
4π (z + a2 )3/2
→ → µo a2 ~k
Então temos que: B ( r ) = I 2
2 (z + a2 )3/2
20
Exemplo 3: Solenoide
Demonstração:
Sabemos pelo exemplo anterior que o campo magnético causado por uma espira cir-
cular, sentido em um ponto sobre o eixo z, pode ser calculado pela parte infinitesimal de
campo magnético causado por uma corrente infinitesimal, é:
→ → µo a2 ~k
dB ( r ) = dI 2
2 (z + a2 )3/2
Nesse caso temos que o ponto onde o campo será sentido torna-se zo − z, onde zo
é distancia entre o ponto no solenoide até o ponto onde campo está sendo sentido e z
distância entre a origem e um ponto no solenoide. Além disso temos que essa corrente
dz
infinitesimal é definida por N I , onde L é o tamanho do solenoide, então:
L
→ µo dz a2 ~k
dB (zo ) = NI
2 L ((zo − z)2 + a2 )3/2
L
µo N Ia2
Z
→ 1
B (zo ) = dz~k
2 L 0 ((zo − z)2 + a2 )3/2
E os limites ficam:
−zo zo
Para z=0, tem-se tan(θ1 ) = , ou seja, θ1 = −arctan( )
a a
21
L − zo L − zo
Para z=L, tem-se tan(θ2 ) = , ou seja, θ2 = arctan( )
a a
θ2
µo N Ia2 asec2 (θ)
Z
→
B (zo ) = dθ~k , 1 + tan2 (θ) = sec2 (θ)
2 L θ1 (a2 tan2 (θ) + a2 )3/2
Z θ2
→ µo N I
B (zo ) = cos(θ)dθ~k
2 L θ1
→ µo N I
B (zo ) = {sen(θ2 ) − sen(θ1 )} ~k
2 L
−zo
Temos que tan(θ1 ) = , então -cos(θ1 ) = sen(α1 ).
a
L − zo
Temos que tan(θ2 ) = , então cos(θ1 ) = sen(α2 ).
a
→ µo N I
B (zo ) = {cos(α1 ) + cos(α2 )} ~k
2 L
a a
α1 = e α2 =
zo L − zo
a a2 a a2
cos( )=1− 2 e cos( )=1−
zo 2zo L − zo 2(L − zo )2
Então:
a2 a2
→ µo N I
B (zo ) ∼
= 1− 2 +1− ~k
2 L 2zo 2(L − zo )2
a2 a2
→ NI
B (zo ) ∼
= µo 1− 2 − ~k
L 4zo 4(L − zo )2
→ NI~
B (zo ) ∼
= µo k
L
22
8.4 Lei circuital de Ampère
→ →
∇ · B= 0 (8.16)
→ →
→ → ( r − r0 )
Z
→ µo
→ 0
B (r) = J (r ) × → →0
dv 0
4π v |r −r |3
→
Aplicamos a operação rotacional em relação à coordenada r :
→
→ 0
→ → (r − r )
→ → → →
µ Z
o 0 0
∇ × B ( r ) =∇ × J (r ) × → → dv
4π v |r − r0 |3
→
Como a operação rotacional é em relação a coordenada r , e a integral é em relação
→
coordenada r0 , poremos passar o operador para dentro da integral:
→
→ 0
→ (r − r ) 0
Z
→ → → µo →
→
0
∇ × B (r) = ∇ × J (r ) × → → dv
4π v | r − r0 |3
→ →
→ → →
~ = 0 ( r − r0 )
Então chamando C = J (r ) e D → → , podemos aplicar a seguinte propriedade:
| r − r0 |3
→ → → → → → → → → →
~ = (∇ ·D)
∇ × C ×D ~ C −(∇ · C )D
~ + (D·
~ ∇) C −(C · ∇)D
~
→ →
→ →
( r − r0 ) → →0 → → → ( r − r0 )
Z
→ → → µo →
0
∇ × B (r) = (∇ · → → ) J (r ) − (∇ · J (r )) → → + · · · · · ·
4π v | r − r0 |3 | r − r0 |3
→ →
→ 0 → 0
(r − r ) → → → → →
→ (r − r )
0 0
· · · · · · + ( → → · ∇) J (r ) − ( J (r )· ∇) → → dv 0
| r − r0 |3 | r − r0 |3
→ →
→ 0 → 0
(r − r ) → → (r − r ) 0
Z
→ → → µo → →
0
→ →
0
∇ × B (r) = (∇ · → → ) J (r ) − (∇ · J (r )) → → dv
4π v | r − r0 |3 | r − r0 |3
23
" # → →
→ 1 ( r − r0 )
Temos que ∇ → → =− → →
| r − r0 | | r − r0 |3
→
→
" #
→ → 0
(r − r ) 0
Z
→ → → µo → → 1 →
0
→ →
0
∇ × B (r) = − (∇ · ∇ → → ) J ( r ) + ( ∇ · J ( r )) → → dv
4π v | r − r0 | | r − r0 |3
" # " #
→ → 1 1 → →
∇·∇ → → = ∇2 → → = −4πδ( r − r0 )
| r − r0 | | r − r0 |
→
→ 0
→ → → (r − r ) 0
Z
→ →→ µo → 0
→
0
→ →
0
∇ × B (r) = (4πδ( r − r ) J (r ) − (∇ · J (r )) → → dv (8.17)
4π v | r − r0 |3
Temos que no segundo termo do lado direito, podemos aplicar o seguinte teorema vetorial:
I Z Z
→ → → → → → → → →
0 0 0
F (G · n)da = (∇ · G) F dv + (G · ∇) F dv
S V V
→ →
→ → →
0
→ ( r − r0 )
Chamando G= J (r ) e F = → →
| r − r0 |3
→ → → →
( r − r0 ) → → ( r − r0 )
I Z
→ →0 → →
0 0 0
→ → J ( r )· n da = (∇ · J (r )) → → dv
S |r − r0 |3 v |r − r0 |3
→ →
→ → → ( r − r0 )
Z I
→ → µo
→ → → →0 →
∇ × B (r) = (4πδ( r − r ) J (r )dv 0 −
0 0
→ → J ( r )· n da
0
(8.18)
4π v s |r − r0 |3
Como v é todo o espaço, então “s” é a superfı́cie que cobre esse espaço, como s é
muito distante o produto escalar entre a densidade de corrente de transporte e a normal é
zero, tornando a integral na superfı́cie igual ao vetor nulo, com isso chegamos a seguinte
expressão:
24
→ → →
Z
→ → → →
∇ × B ( r ) = µo δ( r − r0 ) J (r0 )dv 0
v
→ → →
Z
→ → →
δ( r − r0 ) J (r0 )dv 0 = J ( r )
v
→ → → → →
∇ × B ( r ) = µo J ( r ) (8.19)
Integramos em ambos lado numa superfı́cie S, para assim chegarmos na forma integral:
Z Z
→ → → → → → →
(∇ × B ( r ))· n da = µo J ( r )· n da
s s
I →
→ →
B ( r )· dl= µo I (8.20)
c
Esta equação pode ser interpretada, como: “O campo magnético que circula em um
caminho fechado é proporcional a corrente que atravessa a superfı́cie deste caminho ”.
→ → → → →
B ( r ) =∇ × A ( r )
→ →
→ → ( r − r0 )
Z
→µo → 0
Temos que B ( r ) = J (r ) × → →0
dv 0
4π v |r −r |3
25
→ → " #
( r − r0 ) → 1
Substituindo por: → → =−∇ → → ,
| r − r0 |3 | r − r0 |
" # " #
→ → → →
Z Z
→ → µo 0
→ 1 µo → 1
B (r) = − J (r )× ∇ → → dv 0 = ∇ → → × J (r0 )dv 0
4π v | r − r0 | 4π v | r − r0 |
→ 1 → → → 1 → → 1 → → →
∇ ×( → → J (r0 )) =∇ → → × J (r 0 ) + → → ∇ × J (r 0 )
| r − r0 | | r − r0 | | r − r0 |
→ →
Z
→ µo 1 0 0
A= → → J (r )dv (8.21)
4π v | r − r0 |
→
I
→ µo 1
A= I → → dl0 (8.22)
4π c | r − r0 |
26
→ → → → 1
| r − r0 |−1 = (r2 + r02 − 2 r · r0 )− 2
→
− 21
02 → 0
→ → r 2 r ·r
0 −1
| r −r | = r−1 1 + 2
−
r r2
r02
Como r≫ r’, então =0
r2
→
− 12
→ 0
→ → 2 r ·r
0 −1
| r −r | = r−1 1 −
r2
→
→ 0
→ → r ·r
0 −1
| r −r | = r−1 1 +
r2
→
→ 0
r · r →0
I
→ µo 1 +
A= I dl
4π c r r3
Separando as integrais:
→ →
1 →0 µo r · r0 →0
I I
→ µo
A= I dl + I dl
4π c r 4π c r3
A primeira integral, quando integrarmos em r’, ficará um termo muito maior no de-
nominador, r, então o resultado desta integral é zero.
→ →
r · r0 →0
I
→ µo
A= I dl
4π c r3
27
→ → → → → → → → →
(r0 × dr0 )× r = − r0 ( r · dr0 )+ dr0 (r0 · r ) (8.23)
→ → →
Para eliminar o primeiro termo a direita, escrevemos o diferenciador de r ·( r · r0 ),
para uma pequena variação em r’ como a seguir:
→
→
→ → → → →
→ →
d r ·( r · r ) =dr0 ( r . r0 )+ r0 ( r .d r0 )
0
(8.24)
O primeiro termo é um diferencial exato, logo não contribui para a segunda integral,
então:
1 →0 → → → → →
(r × dr0 )× r =dr0 ( r . r0 )
2
Substituindo no potencial vetor:
→
I →0 →
I
→ → µo 0 r
A (r) = (r × dr ) × 3
4π c 2 r
→
→ → µo → r
A (r) = m× 3 (8.25)
4π r
28
Aplicações da lei de Ampère:
µo I
B=
2π
Então a resposta é a mesma do exemplo (1) da lei de Briot e Savant. A utilização desta lei
é poderosa, porém é necessário a previsão do sentido do campo magnético, pois a mesma
so fornece a magnitude.
29
Exemplo 2: Solenoide
µo N I
B=
L
30
8.6 Exercı́cios propostos
→ → → → →
dF12 = I2 dl2 × B1 , dl2 = dz k
Calculamos o módulo, e pela regra da mão direita vemos que a direção do campo é (−î).
→ → µo I1
B1 ( r ) = (−î)
2πa
Assim calculando a força por:
→ → →
dF12 = I2 dl1 × B1
31
→ → µo I1
dF12 = I2 dz k × (−î)
2πa
→
Z L
µo I1
F12 = I2 dz(−ĵ)
2πa 0
→ µo
F12 = I2 I1 L(−ĵ)
2πa
Calculamos o módulo, e pela regra da mão direita vemos que a direção do campo é (−î).
→ → µo I2
B2 ( r ) = (î)
2πa
Assim calculando a força por:
→ → →
dF21 = I1 dl2 × B2
→ → µo I2
dF21 = I1 dz k × (î)
2πa
→
Z L
µo I2
F21 = I1 dz(ĵ)
2πa 0
→ µo
F21 = I2 I1 L(ĵ)
2πa
Então, concluı́mos que os fios sofrem forças de atração, pois têm mesmo módulo, porém
sentidos contrários.
32
Capı́tulo 9
9.1 Magnetização
→ 1 X
M = lim mi (9.1)
∆v→0 ∆v
i
→
Onde mi é o momento magnético do átomo de ı́ndice i, além disso M é conhecido como
momento do dipolo magnético por unidade de volume.
→
A função vetorial M proporciona-nos uma descrição macroscópica das correntes atômicas
no interior da matéria. Especificamente essa função mede o número de circuitos de cor-
rente atômica por unidade de volume multiplicado pelo momento magnético efetivo ou
médio de cada circuito.
No ponto de vista macroscópico, todos os efeitos magnéticos devidos à matéria podem
ser descritos a partir :
→ → →
∇ × M = JM (9.2)
33
9.2 Campo magnético produzido por material magnetizado
→
∆m
→
∆v →
r − r0
→ →
r r0
O
→ →
Sendo A( r ) o potencial vetor magnético, tem-se:
→ →
→ → µo m × r
A( r ) = (9.3)
4π r3
→
→ ∆m
M = (9.4)
∆v
Definindo o elemento do potencial vetor:
→ → → → →
µo ∆m ×( r − r0 ) µo → →0 ( r − r0 )
∆A = → → = M ( r ) × → → ∆v0
4π | r − r0 |3 4π | r − r0 |3
Integrando:
→ →
→ → ( r − r0 )
Z
→ → µo 0 0
A( r ) = M (r ) × → → dv (9.5)
4π V 0
|r − r0 |3
" # → →
→
0 1 ( r − r0 )
Como ∇ → → = → → .
| r − r0 | | r − r0 |3
34
Logo:
" #
→ → →
Z
→ → µo 0 0 1
A( r ) = M (r )× ∇ → → dv 0 (9.6)
4π V0 |r − r0 |
→ → → → → →
∇ ×(ϕF ) = ∇ϕ × F + ϕ∇ × F (9.7)
1 → → →
ϕ= → → F = M (r 0 )
| r − r0 |
" → # " #
→ → 1 → → 1 → → →
0 M 0
∇ × → → =∇ → → × M (r 0 ) + → → ∇0 × M ( r 0 ) (9.8)
| r − r0 | | r − r0 | | r − r0 |
Pela seguinte propriedade de produto vetorial tem-se:
→ → → →
C ×D=−D×C (9.9)
35
Ou seja:
→ →
" #
→ → → → → → → 0
0 0 1 1 0 0 0 M (r )
M (r ) × ∇ → → = → → ∇ × M (r ) − ∇ × → → (9.11)
|r − r0 | |r − r0 | | r − r0 |
Z →0 → → → →
0 Z → 0
→ → µo ∇ × M (r ) 0 0 M (r ) 0
A( r ) = → dv − ∇ × → dv (9.12)
4π V 0 | →
r − r0 | V0
→
| r − r0 |
→ → → −→ →
∇0 × M (r0 ) = JM (r0 ) (9.13)
Há uma propriedade a ser utilizada na segunda integral da equação (9.12) sendo ela:
Z I
→ → → →
∇ × F dv = n × F da (9.14)
V S
36
Assim chegamos em outra forma de representar o potencial vetor de um material
magnetizado:
→ → →
JM (r0 )
Z I
→ → µo µo 0 jm
A( r ) = → → dv + → → da0 (9.15)
4π V0 | r − r0 | 4π S0 |r − r0 |
→ → →
B =∇×A
Uma observação é que o potencial vetor utilizado será da equação (9.5), logo:
→
→ 0
→ → (r − r ) 0
Z
→ →
0
B = ∇ × M (r ) × → → dv
V0 | r − r0 |3
Ou seja:
→
→ 0
→ → (r − r ) 0
Z
→ µo →
0
B= ∇ × M (r ) × → → dv (9.16)
4π V0 0
| r −r | 3
→ → → → → → → → → → → → → → →
∇ ×(F × G) = (∇ · G) F −(∇ · F ) G +(G · ∇) F −(F · ∇) G (9.17)
Sendo:
→ →
→ → →
0
→ ( r − r0 )
F = M (r ) e G= → →
| r − r0 |3
Com isso:
→ → → → → →
(∇ · F ) G = 0 e (G · ∇) F = 0
→ →
Pois o operador nabla atua na coordenada r e não em r0 .
37
Então:
→ →
→ 0 →
r r ) → →0 0 µo → → ( r − r0 )
∇ · ( − →
Z Z
→ µo →
M (r )dv − 0
→
0
B= →
M (r ) · ∇ → → dv
4π V0 0
| r −r |3 4π V 0
|r − 0
r |3
Chamaremos:
→
→ 0
r r ) → →0 0
∇ · ( − →
→ →
Z
µo →
B1( r ) = →
M (r )dv
4π V0 | r − r0 |3
→ →
→ → ( r − r0 )
Z
→ → µo →
0 0
B2( r ) =− M (r ) · ∇ → → dv
4π V 0
|r − r0 |3
→ →
Resolvendo B1 ( r ):
" # → →
→ 1 ( r − r0 )
Como ∇ → → =− → → .
| r − r0 | | r − r0 |3
( " #)
→ →
→ →
Z
µo → → 1 0 0
B1( r ) =− ∇· ∇ → → M (r )dv
4π V 0
|r − r0 |
" #
→ →
→ →
Z
µo 1 0 0
B1( r ) =− ∇2 → → M (r )dv
4π V 0
|r − r0 |
" #
1 → →
Sendo ∇2 → → = −4πδ( r − r0 ).
| r − r0 |
→ → →
→ →
Z
µo →
B1( r ) =− −4πδ( r − r0 ) M (r0 )dv 0
4π V0
→ → →
→ →
Z
→
B1( r ) = µo δ( r − r0 ) M (r0 )dv 0
V0
→ → → →
B1( r ) = µoM ( r ) (9.18)
38
→ →
Resolvendo B2( r ):
→ → → → → → → → → → → → → → →
∇ (F · G) = (F · ∇) G +(F × ∇ × G) + (G · ∇) F +(G × ∇ × F ) (9.19)
Fazendo:
→ →
→ → →
0
→ ( r − r0 )
F = M (r ) e G= → →
| r − r0 |3
Logo:
→ → → → → → →
G×∇×F = 0 e (G · ∇) F = 0
→ →
Pois o operador nabla atua na coordenada r e não em r0 , além disso percebe-se que
o primeiro fator da direita da igualdade da propriedade (9.19) corresponde ao integrando
→ →
de B2( r ), isolando esse fator temos que:
→
µ Z → → → → 0
→ →
o 0 (r − r ) 0
B2( r ) = − ∇ M (r ) · → → dv + ···
4π V 0 0
| r −r | 3
→
→ 0
→ → r −r
Z
µo 0
→
dv 0
··· M (r ) × ∇ × → →
4π V 0
|r − r0 |3
→
→ 0
→ r −r →
Observa-se a seguinte propriedade ∇ × → →
= 0.
|r − r0 |3
Ou seja:
→
→
r − r0 )
→ →
→ →
Z
µo → ( 0 0
B2( r ) =− ∇ M (r ) · → → dv
4π V0 | r − r0 |3
Definindo:
→ →
→ → ( r − r0 )
Z
∗ → 1 0 0
ϕ (r) = M (r ) · → → dv (9.20)
4π V0 |r − 0
r |3
39
→
→ 0
→ ( r − r ) 0
→ →
Z
→
1 →
0
B2( r ) = −µo∇ M (r ) · → → dv
4π V 0 | r − r0 |3
Ou seja:
→ → → →
B2( r ) = −µo∇ϕ∗ ( r ) (9.21)
Logo:
→ → → → → →
∗
B( r ) = µoM ( r ) − µo∇ϕ ( r ) (9.22)
→ →
Campo Mangético B( r ) produzido por um material magnético.
" # → →
→
0 1 ( r − r0 )
Como: ∇ → → = → →
| r − r0 | | r − r0 |3
→ → → → → →
∇ · (ϕF ) = (∇ϕ) · F + ϕ(∇ · F ) (9.24)
Sendo:
→ → → 1
F = M (r 0 ) e ϕ= → →
| r − r0 |
Então:
→ → → → →
" #
0
→
M (r ) → 1 → → ∇0 · M ( r 0 )
∇ · → → = ∇0
0
→ →
0
· M (r ) + → → (9.25)
| r − r0 | | r − r0 | | r − r0 |
40
" # " #
→ 1 → → → → → 1
0 0 0 0
∇ → → · M (r ) = M (r ) · ∇ → →
| r − r0 | | r − r0 |
Ou seja:
→ → → → →
" #
→ →
0
→
0 1 M ( r ) ∇0 · M ( r 0 )
→
0
0
M (r ) · ∇ → → = ∇
→ → − → →
| r − r0 | | r − r0 | | r − r0 |
Z →0 → →0
→ →
M·n ∇ · M (r ) 0
I
∗ → 1
0
ϕ (r) = → da − → dv
4π S 0 | →
r − r0 |
→
V 0 | r − r0 |
Logo:
(I Z )
∗ → 1 σm ρm
ϕ (r) = → → da0 + → → dv 0 (9.26)
4π S0 |r − r0 | V 0
|r − r0 |
41
9.4 Fontes de Campo magnético. Intensidade magnética
É importante entender que, em certas condições a mesma peça da matéria pode pro-
duzir um campo magnético tanto pelo fato de estar magnetizado como porque está sendo
percorrido por uma corrente de transporte, ou seja, o campo magnético pode ser genera-
lizado da seguinte maneira.
→ →
→ → ( r − r0 )
Z
→ → µo 0
→ → → →
B( r ) = J (r ) × → → + µoM ( r ) − µo∇ϕ∗ ( r )
4π V0 |r − r0 |3
→ → → →
B( r ) → → ( r − r0 )
Z
→ → 1 0 0
→
− M( r ) = J (r ) × → → dv − ∇ϕ∗
µo 4π V0 |r − r0 |3
Sendo:
→ →
→ → ( r − r0 )
Z
→ → 1 0 0
→
H (r) = J (r ) × → → dv − ∇ϕ∗ (9.27)
4π V0 |r − r0 |3
→ →
→ → B( r ) → →
H( r ) = − M( r ) (9.28)
µo
→ →
Onde H( r ) representa a intensidade de campo magnético.
Existe, em uma extensa classe de materiais, uma relação aproximadamente linear entre
→ →
M e H , ou seja:
→ →
M = χmH (9.29)
Se:
χm > 0 =⇒ Material paramagnético
χm > 0 =⇒ Material diamgnético
42
Como:
→ →
B( r ) → → →
− M = H( r )
µo
→ → →
B = µo ( H + M ) (9.30)
→ → →
B = µo (H + χmH )
→ →
B = µo (1 + χm )H
→ →
B = µH (9.31)
Além disso:
µ
Km = = 1 + χm (9.32)
µo
Onde Km é chamado de permeabilidade relativa.
Sendo:
→ → →
∇×H = J
Integrando:
Z Z
→ → → → →
(∇ × H ) · n da = J · n da
S S
I →
→
H · dl = I (9.33)
C
→
Ou seja, a integral de linha da componente tangencial de intensidade magnética H em
torno de um percurso fechado C é igual a toda corrente de transporte que passa pela área
limitada pela curva C.
43
9.7 Condições de contorno sobre os vetores de campo
→ →
Como ∇ · B = 0, aplicando o Teorema de Gauss:
Z I
→ → → → →
(∇ · B ) n dv = B · n da = 0
V S
I Z →
Z →
Z → →
→ → → → →
B · n da = B1 · n1 da + B2 · n2 da + (B1 + B2 )· n3 da
S S1 S2 S3
→ → → →
− B1 · n ∆S+ B2 · n ∆S = 0
→ → →
(B2 − B1 ) · n = 0
44
Figura 9.3: Condição de contorno 2
→ → →
Como ∇ × H = J :
I Z
→ → → → →
(∇ × H ) · n da = J · n da
S S
I →
→
H · dl = I
C
Z B → →
Z C → → →
Z D → →
Z A → → →
I= H2 · dl + (H1 + H2 ) · dl + H1 · dl + (H1 + H2 ) · dl
A B C D
→ → → → → →
n ×(H2 − H1 ) = n × J × n
Propriedade:
→ → → → → → → → →
A × B × C = B (A · C ) − C (A · B ) (9.35)
45
Fazendo:
→ → → → → →
A=n B=J C=n
Temos que:
→ → → → → → → → →
n × J × n = J ( n · n)− n ( n · J )
Onde:
→ →
n·J =0
Logo:
→ → → →
n ×(H2 − H1 ) = J
→ →
Se J = 0 , então:
→ →
Como J = 0 , ou seja, não há corrente de transporte, então:
→ → →
∇×H = 0
Logo:
→ →
H = − ∇ϕ∗
Como:
→ → → →
∇·B =0 B = µH
46
Então:
→ →
∇ · (µH )
→ →
µ∇·H =0
→ →
µ ∇ · (− ∇ϕ∗ ) = 0
−µ∇2 ϕ∗ = 0
∇2 ϕ∗ = 0 (9.37)
∗
∂ϕ∗
2 1 ∂
∗ 2 ∂ϕ 1 ∂
∇ϕ = 2 r + 2 sin θ =0 (9.38)
r ∂r ∂r r sin θ ∂θ ∂θ
Sua solução será dada a partir dos harmônicos zonais, tal que o ϕ∗ não depende de φ
devido ao fato desse potencial não varia para 0 ≤ φ ≤ 2π.
1) Para r =⇒ ∞
No infinito somente há o campo magnético uniforme Bo na direção Z, ou seja:
→
B1 (r =⇒ ∞, θ) = Bo k̂
Como:
→
→ B1
H1 =
µo
47
→ Bo
H1 = k̂
µo
Sendo:
→
H = −∇ϕ∗
Então:
dϕ∗ Bo
− =
dz µo
Bo
ϕ∗1 (r =⇒ ∞, θ) = − z
µo
Bo
ϕ∗1 (r =⇒ ∞, θ) = − r cos θ
µo
Bo
A1 = − (9.41)
µo
2)Para r = 0
Nesse caso, observa-se que matematicamente o potencial ϕ∗2 tenderá ao infinito devido ao
fator r−2 , entretanto fisicamente o potencial não é infinito. Afim de anular esse efeito
matemático é necessário fazer C2 = 0.
3) Para r = a
Na superfı́cie as componentes de campo magnético na direção radial são iguais.
B1r = B2r
Como:
→ →
B = µo∇ϕ∗
Então:
∂ϕ∗1 ∂ϕ∗2
−µo = −µ
∂r r=a ∂r r=a
48
Bo −3
µo − cos θ − 2C1 r cos θ = µ {A2 cos θ}|r=a
µo r=a
Logo:
1
A2 = (−Bo − 2µo C1 a−3 ) (9.42)
µ
Além disso:
H1θ = H2θ
Como:
→ →
H = − ∇ϕ∗
Então:
1 ∂ϕ∗1 1 ∂ϕ∗2
− =−
r ∂θ r=a r ∂θ r=a
1 Bo −2
1
r sin θ − C1 r sin θ
= (−A2 r cos θ)
r µo r=a r r=a
Bo
sin θ − C1 a−3 sin θ = −A2 sin θ
µo
Bo C1
− 3 sin θ = −A2 sin θ
µo a
Logo:
C1 Bo
A2 = − (9.43)
a3 µo
49
Bo 2µo C1 Bo C1
+ 3
= − 3
µ µ a µo a
C1 2µo Bo Bo
3
+1 = −
a µ µo µ
C1 2µo + µ µ − µo
= Bo
a3 µ µo µ
Bo a3
µ − µo
C1 =
2µo + µ µo
Logo:
Bo a3
µ
C1 = −1 (9.44)
2µo + µ µo
Bo a3
µ 1 Bo
A2 = −1 3
−
2µo + µ µo a µo
Bo µ − µo Bo
A2 = −
2µo + µ µo µo
Bo µ − µo
A2 = −1
µo 2µo + µ
Bo −3µo
A2 =
µo 2µo + µ
3Bo
A2 = −
2µo + µ
Bo a3
Bo µ
ϕ∗1 (r, θ) = − r cos θ + − 1 r−2 cos θ r≥a (9.45)
µo 2µo + µ µo
−3Bo
ϕ∗2 (r, θ) = r cos θ r≤a (9.46)
2µo + µ
50
Para encontrarmos o campo magnético basta fazer o seguinte.
→ →
Sendo B = −µ∇ϕ∗2 , o campo dentro da esfera.
→ ∂ϕ∗2 µ ∂ϕ∗2
B2 = −µ âr − âθ
∂r r ∂θ
→ 3Bo µ 3Bo µ
B2 = cos θ âr − sin θ âθ
2µo + µ 2µo + µ
→ →
Sendo B1 = −µo∇ϕ∗1 , o campo fora da esfera.
∗
1 ∂ϕ∗1
→ ∂ϕ1
B1 = −µo âr + âθ
∂r r ∂θ
→
B1 = B1r âr + B1θ âθ
2Bo a3
→ Bo µ −3
B1r = −µo − cos θ − − 1 r cos θ âr
µo 2µo + µ µo
Bo a3
→ µo Bo µ −2
B2θ = − r sin θ − − 1 r sin θ âθ
r µo 2µo + µ µo
→ →
Somando B1r e B2θ .
→ Bo a3
B1 = Bo cos θâr − Bo sin θâθ + (µ − µo )r−3 (2âr cos θ + âθ sin θ)
2µo + µ
→ Bo a3
B1 = Bo k̂ + (µ − µo )r−3 (2âr cos θ + âθ sin θ)
2µo + µ
Resumindo:
→ Bo a3
B1 = Bo k̂ + (µ − µo )r−3 (2âr cos θ + âθ sin θ) r≥a (9.47)
2µo + µ
→ 3Bo µ
B2 = k̂ r≤a (9.48)
2µo + µ
51
→ →
Para encontrarmos a intensidade magnética fazemos H = − ∇ϕ∗ .
∗
1 ∂ϕ∗1
→ ∂ϕ1
H1 = − âr + âθ
∂r r ∂θ
2Bo a3
→ Bo µ −3
H1 = − − cos θ − − 1 r cos θ âr · · ·
µo 2µo + µ µo
Bo a3
Bo µ −3
− sin θ − − 1 r sin θ âθ
µo 2µo + µ µo
Bo a3
→ Bo µ
H1 = (cos θâr − sin θâθ ) + − 1 r−3 (2 cos θâr + sin θâθ )
µo 2µo + µ µo
Bo a3
→ Bo µ
H1 = k̂ + − 1 r−3 (2 cos θâr + sin θâθ )
µo 2µo + µ µo
Sendo:
→ →
H2 = − ∇ϕ∗2
∗
1 ∂ϕ∗2
→ ∂ϕ2
H2 = − âr + âθ
∂r r ∂θ
→ 3Bo 3Bo
H2 = cos θ âr − sin θ âθ
2µo + µ 2µo + µ
→ 3Bo
H2 = (cos θâr − sin θâθ )
2µo + µ
→ 3Bo
H2 = k̂
2µo + µ
Resumindo:
Bo a3
→ Bo µ
H1 = k̂ + − 1 r−3 (2 cos θâr + sin θâθ ) r≥a (9.49)
µo 2µo + µ µo
→ 3Bo
H2 = k̂ r≤a (9.50)
2µo + µ
52
O segundo problema que desejamos resolver, trata de imã permanente, nesse caso
o objetivo é determinar o campo magnético produzido por uma esfera uniformemente
magnetizada , de magnetização M, raio a, sem um campo magnético externo.
→ → →
Sendo M = M k̂ e J = 0 (não há corrente de transporte), então:
→ → →
∇×H = 0
Assim:
→ →
H = − ∇ϕ∗
Como:
→ → → →
B = µH ∇·B =0
→ →
∇ · (µH ) = 0
→ →
−µ ∇ · (∇ϕ∗ ) = 0
∇2 ϕ∗ = 0
∗
∂ϕ∗
2 1 ∂
∗ 2 ∂ϕ 1 ∂
∇ϕ = 2 r + 2 sin θ =0 (9.51)
r ∂r ∂r r sin θ ∂θ ∂θ
Sua solução será dada a partir dos harmônicos zonais, tal que o ϕ∗ não depende de φ
devido ao fato desse potencial não variar para 0 ≤ φ ≤ 2π.
53
Aplicando as condições de contorno
1) r =⇒ ∞
→ →
No infinito o campo magnético está muito próximo de zero (B = 0 ).
Logo:
→ →
B1 = −µo∇ϕ∗1
→ dϕ∗1
B1 = −µo
dz
ϕ∗1 (r =⇒ ∞, θ) = 0
Ou seja:
A1 = 0
2) r = 0
Em r = 0, o potencial ϕ∗2 deve ser finito, entretanto matematicamente o fator r−2 tenderá
ao infinto por isso C2 = 0, ou seja, caso essa constante não fosse igual a zero terı́amos um
potencial infinito , o que fisicamente nã existe.
3) r = a
Temos que:
B1r = B2r
Sendo:
→ →
B1 = −µo∇ϕ∗1
→ → →
B2 = µo (H2 + M )
→ →
Como H2 = − ∇ϕ∗2
→ → →
B2 = µo (M − ∇ϕ∗2 )
54
∂ϕ∗1
B1r = −µo
∂r r=a
∂ϕ∗2
B2r = µo Mr −
∂r r=a
Logo:
∂ϕ∗1 ∂ϕ∗2
−µo = µo M cos θ −
∂r r=a ∂r r=a
µo (−2C1 r−3 cos θ)|r=a = µo (M cos θ − A2 cos θ)|r=a
2C1
A2 = M − (9.54)
a3
Fazendo:
H1θ = H2θ
1 ∂ϕ∗1 1 ∂ϕ∗2
− =−
r ∂θ r=a r ∂θ r=a
1 −2
1
− (−C1 r sin θ) = − (−A2 r cos θ)
r r=a r r=a
C1
A2 = (9.55)
a3
Igualando a relação (9.54) e (9.55):
2C1 C1
M− 3
= 3
a a
M a3
C1 =
3
Substituindo esse valor em (9.55):
M
A2 =
3
55
Assim, temos os potenciais dentro e fora da esfera.
a3
ϕ∗1 (r, θ) = M r−2 cos θ r≥a (9.56)
3
M
ϕ∗2 = r cos θ r≤a (9.57)
3
→
Calculando H dentro e fora da esfera.
→ →
Como H = − ∇ϕ∗ , então:
→∂ϕ∗1 1 ∂ϕ∗1
H1 = − âr − âθ
∂r r ∂θ
a M r−2 sin θ
3
→ 2 3 1
−3
H1 = − − a M r cos θ âr − − âθ
3 r 3
M a3 r−3 sin θ
→ 2 3 −3
H1 = a M r cos θ âr + âθ
3 3
→ M a3 r−3
H1 = (2 cos θâr + sin θâθ )
3
→ ∂ϕ∗ 1 ∂ϕ∗2
H2 = − 2 âr − âθ
∂r r ∂θ
→ M 1 M r sin θ
H2 = − cos θ âr − − âθ
3 r 3
→ M M
H2 = − cos θâr + sin θâθ
3 3
→ M
H2 = − (cos θâr − sin θâθ )
3
→ M
H2 = − k̂
3
→ M a3 r−3
H1 = (2 cos θâr + sin θâθ ) r≥a (9.58)
3
→ M
H2 = − k̂ r≤a (9.59)
3
56
Calculando o campo magnético dentro e fora da esfera.
→ →
Como B1 = µoH1 , então:
→ M a3 r−3
B1 = µo (2 cos θâr + sin θâθ )
3
→ → →
Sendo B2 = µo (H2 + M ), então:
→ 2
B2 = µo M k̂
3
→ µo M a3 r−3
B1 = (2 cos θâr + sin θâθ ) r≥a (9.60)
3
→ 2
B2 = µo M k̂ r≤a (9.61)
3
57
9.9 Exercı́cios Recomendados
Resposta:
→ →
Como a magnetização é uniforme, temos que JM = 0 , pois não haverá uma corrente de
magnetização devido ao cancelamentos das correntes das várias espiras no material.
→ → → → → → →
Sendo M = M k̂, n1 = k̂ e n2 = −k̂, ou seja, M // n1 e M // n2 , então:
→ → →
jm1 = jm2 = 0 (Nas tampas do cilindro)
→
Fazendo nL = cos θî + sin θĵ
î ĵ k̂
→ → →
jmL = M × nL = 0 M = M cos θĵ − M sin θî
0
cos θ sin θ 0
Em coordenadas cilı́ndricas:
ρ̂ = cos θî + sin θĵ
θ̂ = − sin θî + cos θĵ
k̂ = k̂
Logo:
→
j mL = M θ̂
58
9.9.2 Questão 9.2
Resposta:
→
Sendo M = M k̂ (Magnetização uniforme), então:
î ĵ k̂
→ → ∂ ∂ ∂ ∂M ∂M →
∇ × M = = î − ĵ = 0
∂x ∂y ∂z ∂y ∂x
0 0 M
→ →
Logo JM = 0 , ou seja, não há corrente lı́quida de magnetização, pois as correntes de
magnetização em forma de espira se cancelam.
→
Sendo n = âr e k̂ = cos θâr − sin θâθ , assim:
→
M = M (cos θâr − sin θâθ )
âr âθ âφ
→ → →
jm = M × = M cos θ −M sin θ 0
n
1 0 0
→
jm = M sin θâθ
59
9.9.3 Questão 9.7
Resposta:
z
tampa de cima
superfı́cie lateral
→
0
r
→
r000
→
r00
x
tampa de baixo
60
(Z )
da0 da0
Z
∗ →Mo
ϕ ( )=r → → − → →
4π S1 | r − r0 | S2 | r − r00 |
Em coordenadas cilı́ndricas:
x = r cos θ
y = r sin θ
z = z
→
r = z k̂
→
0
r = r0 cos θî + r0 sin θĵ + L2 k̂
→ → =⇒ Tampa de cima
r − r0 = −r0 cos θî − r0 sin θĵ + (z − L2 )k̂
→
q
| →
0
r −r | = (r0 )2 + (z − L2 )2
→
r = z k̂
→
00
r = r00 cos θî + r00 sin θĵ − L2 k̂
→ → =⇒ Tampa de baixo
00
r −r = −r00 cos θî − r00 sin θĵ(z + L2 )k̂
→
q
| →
00
r −r | = (r00 )2 + (z + L2 )2
Assim teremos:
Z 0 Z 0
∗ → Mo da da
ϕ (r) = q − q (9.62)
4π S1 (r0 )2 + (z − L )2 S2 (r00 )2 + (z + L2 )2
2
Sendo :
da0 da0
Z Z
I1 = q e I2 = q
S1 (r0 )2 + (z − L2 )2 S2 (r00 )2 + (z + L2 )2
Resolvendo I1
da0 = r0 dr0 dθ
0 ≤ r 0 ≤ R
0 ≤ θ ≤ 2π
R 2π
r0 dr0 dθ
Z Z
I1 = q
0 0 (r0 )2 + (z − L2 )2
61
R
r0 dr0
Z
I1 = 2π q
0 (r0 )2 + (z − L2 )2
Derivando:
0 L
dr = z− sec2 αdα
2
Substituindo na integral:
q
r0 (r0 )2 + (z − L2 )2
α
L
z− 2
q
(z − L
) (r0 )2 + (z − L2 )2
2
cos α = q =⇒ sec α =
(r0 )2 + (z − L2 )2 (z − L2 )
q R
(r 0 )2 + (z − L )2
2
I1 = 2π z − L2
L
(z − 2 )
0
62
s s
2 2
L L
I1 = 2π R2 + z − − z−
2 2
s 2
L L
Sendo z− = z − , definição de módulo:
2 2
L
Para z ≥ pontos exteriores ao cilindro, assim:
2
z − L = z − L
2 2
L
Para z ≤ pontos internos ao cilindro, assim:
2
z − = L − z
L
2 2
L
Logo para z ≥ , temos que:
2
s
2
L L
I1F ora = 2π R2 + z − − z−
2 2
L
Para z ≤ , temos que:
2
s
2
L L
I1Dentro = 2π R2 + −z − −z
2 2
Resolvendo I2
R 2π
r00 dθdr00
Z Z
I2 = q
0 0 (r00 )2 + (z + L2 )2
R
r00 dr00
Z
I2 = 2π q
0 (r00 )2 + (z + L2 )2
63
00L
r = z+ tan α
2
Derivando:
L
00
dr = z + sec2 αdα
2
Substituindo na integral:
(z + L2 )2 tan α sec2 αdα
Z
I2 = 2π q
(z + L2 )2 tan2 α + (z + L2 )2
q
r 00 (r00 )2 + (z + L2 )2
α
L
z+ 2
q
(z + L
) (r00 )2 + (z + L2 )2
2
cos α = q =⇒ sec α =
(r00 )2 + (z + L2 )2 (z + L2 )
q R
(r00 )2 + (z + L )2
L 2
I2 = 2π z +
2 (z + L2 )
0
s
2 s 2
L L
I2 = 2π R2 + z + − z+
2 2
s 2
L L
Aplicando módulo em z+ = z +
2 2
L
Para z ≥ , temos que:
2
64
z + L = z + L
2 2
L
Para z ≤ , temos que:
2
L
z + = − z + L
2 2
L
Logo para z ≥
2
s
2
L L
I2F ora = 2π R2 + z + − z+
2 2
L
Para z ≤
2
s
2
L L
I2Dentro = 2π R2 + z + + z+
2 2
→ →
Como H F ora = − ∇ϕ∗F ora
s
2 s 2
→ Mo ∂
2
L 2
L
H F ora =− R + z− − R + z+ + L k̂
2 ∂z 2 2
L L
→ Mo ∂ 2(z + 2 ) 2(z + 2 )
H F ora =− q − q k̂
2 ∂z 2 R2 + (z − L )2 2 R2 + (z + L )2
2 2
L L
→ Mo (z + 2 ) (z − 2 )
H F ora = q −q k̂
2 R2 + (z + L )2 R 2 + (z − L )2
2 2
→ → → → → →
Como M = 0 , fora do cilindro, então B F ora = µo (M + H F ora ) = µoH F ora
L L
→ µo Mo (z + 2 ) (z − 2 )
B F ora = q − q k̂
2 R2 + (z + L )2 2
R + (z − ) L 2
2 2
65
Substituindo na equação (9.62) I1Dentro e I2Dentro temos:
s
2 q
Mo L 2
ϕ∗Dentro = R2 + − z − R2 + z + L2 − L
2 2
→ →
Como H Dentro = − ∇ϕ∗Dentro
→ Mo ∂ nq 2 q o
H Dentro =− R + ( L2 − z)2 − R2 + (z + L2 )2 − L k̂
2 ∂z
L L
→ Mo ( 2 − z) (z + 2 )
H Dentro = q +q k̂
2 R2 + ( L − z)2 R 2 + (z + L )2
2 2
→ → →
Como B Dentro = µo (M + H Dentro )
L L
→
M
o ( 2 − z) (z + 2 )
B Dentro = µo q +q k̂ + Mo k̂
2 R2 + ( L2 − z)2 R2 + (z + L2 )2
L L
→ µo Mo ( 2 − z) (z + 2 ) 1
B Dentro (z) = q + q + k̂
2 R2 + ( L − z)2 R 2 + (z + L )2 2
2 2
66
9.9.4 Questão 9.8
Resposta:
→ →
Como ρm = − ∇ · M , então:
∂ ∂ ∂
ρm = − î + ĵ + k̂ · (ax2 + b)î
∂x ∂y ∂z
∂
ρm = − (ax2 + b)
∂x
ρm = −2ax para 0 ≤ x ≤ R
→ →
Como σm = M · n
x y z
2
σm = (ax + b)î · î + ĵ + k̂
r r r
(ax3 + bx)
σm =
r
→ →
Logo J M = 0 .
Para a densidade de magnetização superficial, é conveniente a parametrização em coor-
denadas cilı́ndricas:
y = h cos θ
z = h sin θ
x = x
√
Sendo h o raio para qualquer ponto de x, temos que h = R2 − x, e R a distancia ate o
→ →
ponto P, na esfera. Temos que dr= h dθ= hdθaˆθ :
67
Figura 9.4: Corrente de magnetização
→ h x h
n= aˆr + î − 2cosθ senθaˆθ
R R R
→ → →
Sendo jm = M × n então:
aˆr aˆθ î
→ h
jm = 0 0 (ax2 + b) = (ax2 + b) aˆθ
R
h −2h x
senθcosθ
R R R
Z →
Z 2π
→ h
Im = jm · dr= (ax2 + b) aˆθ · hdθaˆθ
c 0 R
2π
h2
Z
2
Im = (ax + b) dθ
R 0
h2
Im = (ax2 + b) 2π
R
68
(ax2 + b)(R2 − x2 )2π
Im =
R
Como vemos, encontramos uma corrente em função da posição x, pois a corrente superficial
de magnetização circula em caminhos entorno do eixo x.
69
Capı́tulo 11
Indução Eletromagnética
11.1 Introdução
Sendo:
I →
→
E · dl= ε
c
→ →
∇ · E= 0
Pois essas linhas de campo elétrico são continuo devido ao campo magnético.
dφ
ε=−
dt
I →
Z
→ d → →
E · dl= − B · n da (11.1)
c dt s
70
Como o campo magnético é uma função de 4 variáveis, ou seja, no tempo e no espaço,
→ →
B ( r , t).
Z Z
→ → → ∂ → →
(∇ × E )· n da = − B · n da
s s ∂t
Z
→ → ∂ → →
(∇ × E + B )· n da = 0
s ∂t
Assim, chegamos a forma diferencial da lei de Faraday.
→ → ∂ →
∇ × E= − B (11.2)
∂t
O sinal negativo da lei de Faraday indica que o sentido da fem induzida é tal que se opõem
a variação do fluxo magnético que a produziu.
Dessa forma se tentarmos aumentar o fluxo que passa por um circuito, a f.e.m. induzida
tenderá a produzir correntes num sentido tal que a diminua o fluxo(lei de Lenz).
Temos que:
Z L → →
Mϕ=− B · dl
0
M ϕ = −EL
M ϕ = vBL
71
11.2 Auto-Indutância
Sendo,
dφ
ε=−
dt
Definimos que:
dφ
L=
dI
É a auto-indutância, é a razão entre a taxa de varição do fluxo em relação a corrente.
Então a força eletromotriz é definida como:
dI
ε = −L
dt
Sendo,
I →
→
H · dl= N I
c
HL = N I
NI
H=
L
72
e como o campo magnético é normal a superfı́cie s, temos que:
φ = BA
µo N IA
φ=
L
Porém esse fluxo é o fluxo que atravessa cada espira. Como temos N espiras, o fluxo total
é φt = N φ
µo N 2 IA
φt =
L
Temo que a auto-indutância é definida por:
d µo N 2 IA
dφt
L= =
dI dI L
µo N 2 A
L= (11.3)
L
n
X
φi = φi1 + φi2 + ... + φii + φin = φij
j=1
dI
Multiplicando por , circuito estacionário rı́gido onde as únicas variações do φ será
dI
devido as variações das correntes, logo:
" n #
d X dI
εi = − φij
dt j=1 dI
" n #
d X dI
εi = − φij
dI j=1 dt
Definimos que:
" n #
d X dφij
M= φij =
dI j=1 dI
73
Exemplo de indutância mútua(enrolamento toroidal) — pág. 237
Sendo,
I → →
B1 · dl= µo N1 I1
c
B1 L = µo N1 I1
µo N1 I1
B1 =
L
Campo magnético no interior do toroide, gerado pelas N1 espiras.
Sendo:
µo N1 I1 A
φ1 = B1 A = . Fluxo magnético em uma espira N1 espiras.
L
µo N12 I1 A
φ11 = φ1 N1 = . Fluxo magnético total em uma espira N1 espira sobre ela mesma.
L
µo N1 N2 I1 A
φ21 = φ1 N2 = . Fluxo magnético total em uma espira N1 espira sobre a espira
L
N2 .
√
M12 = M21 = L1 L2 (11.4)
74
11.4 Fórmula de Neumann
dφ12 φ12
Temos que :M12 = = , o fluxo é proporcional a corrente.
dI2 I2
Z →
→ →
φ12 = B2 (r1 )· n da1
Que é o fluxo causado pelo circuito 2 sobre o circuito 1. O campo magnético causado por
2 sentido em 1 é:
Z → → →
φ12 = B2 (r1 )· n da1
→ →
(r1 − r2 )
→
I →
→ µo
B2 (r1 ) = I2 dr2 × → →
4π | r1 − r2 |3
c
Z " → →
#
(r1 − r2 )
I →
µo →
φ12 = I2 dr2 × → → · n da1
s1 4π c | r1 − r2 |3
→ →
" #
→ 1 (r1 − r2 )
∇1 → → =− → →
| r1 − r2 | | r1 − r2 |3
Z " I → →
" ##
µo 1 →
φ12 =− I2 dr2 × ∇1 → → · n da1
s1 4π c | r1 − r2 |
Z " I →
" #
→
#
µo 1 →
φ12 = I2 ∇1 → → × dr2 · n da1
s1 4π c | r1 − r2 |
Propriedade:
→ → → → → →
∇ ×(ϕ F ) =∇ ϕ× F +ϕ ∇ × F
→ →
Chamamos F =dr, e como o operador nabla atua na coordenada 1, então o segundo
membro do lado direito é nulo.
→
" #
→ 1 → → dr2
∇1 → → × dr2 =∇1 × → →
| r1 − r2 | | r1 − r2 |
→
Z I →
φ12 = µo I2 ∇1 × →
dr2
→
· →
n da1
s1 4π c | r1 − r2 |
75
→ →
dr2 · dr1
I I
µo
φ12 = I2 → →
4π c1 c2 | r1 − r2 |
→ →
dr0 · dr
I I
µo
L= → → (11.5)
4π c c0 | r − r0 |
→ →
dr1 · dr2
I I
µo
M12 = → → (11.6)
4π c1 c2 | r1 − r2 |
76
11.5 Exercı́cios Recomendados
Como não existe cargas livres, então a força de Lorentz é nula, ou seja, está no estado
estacionário, figura ilustrativa encontrada na pág. 232 do Reitz.
→ → → →
F = q(E + v × B )
→ → →
q E = −q v × B
→ → →
E =B × v
Temos que o campo magnético independe do tempo, então o potencial elétrico pode ser
encontrado por:
Z →
Z →
→ → →
∆ϕ = − E · dr= − B × v · dr
c c
→
Como a integral é apenas em relação a dr, temos que:
→
Z b → → →
→ →
∆ϕ = − B × v · dr= − B × v · L
a
h→ →i →
∆ϕ =B · L × v (11.7)
77
11.5.2 Questão 11.2
→
A barra rotaciona em torno do eixo z, com uma velocidade v , onde essa velocidade é
→
tangencial a rotação, o campo magnético B é na direção k̂.
No estado estacionário, não existe cargas livres, então a força de Lorentz é o vetor nulo.
→ → → →
F = q(E + v × B )
Com isso o campo elétrico é igual em módulo a força magnética, porém com direção
contraria:
→ → →
q E = −q v × B
→ → →
E =B × v
Como foi mencionado o campo elétrico aponta para o centro das coordenadas, então a
direção radial:
→
E = −vo Bo aˆr
Sabe-se que o campo magnético não varia em relação ao tempo neste exemplo, então
podemos computar o potencial elétrico da seguinte forma:
Z Z
→ → →
∆ϕ = − E · dr= [vo Bo aˆr ] · dr
c c
→ →
Temos que o comprimento r é radial, ou seja, dr= dr aˆr , e vo = ωr
Z →
∆ϕ = [ωrBo aˆr ] · dr aˆr
c
Z L
∆ϕ = Bo ω rdr
0
L2
∆ϕ = Bo ω (11.8)
2
78
11.5.3 Questão 11.4
Pela lei de Faraday, como o campo magnético é invariante em relação ao tempo, o rotaci-
onal do campo elétrico é vetor nulo, como isso, a partir dos conhecimentos do cálculo 1,
podemos calcular o potencial escalar elétrico da seguinte forma:
Z
→ →
∆ϕ = − E · dr
c
r2
∆ϕ = Bo ω
2
∆ϕ = Bo πf r2 (1)
Como o campo magnético é paralelo ao vetor normal da superfı́cie S, temos que o produto
escalar é apenas o módulo do campo magnético.
79
Z
φ= Bo dA = Bo A
s
φ = Bo (πr2 ) (2)
∆ϕ = f φ (11.9)
80
11.5.4 Questão 11.5
→
Primeiramente parametrizamos o problema, temos um campo magnético B = Bo k̂, temos
dθ
uma frequência angular ω = 2πf , onde ω = e θ = ωt.
dt
O fluxo magnético pode ser calculado por:
Z
→ →
φ= B · n dA
s
dφ
Onde A é a área da superfı́cie, temos que força eletromotriz é ε = −N , onde N é o
→
dt
→
número de espiras, então o produto escalar pode ser calculado por B · n= |B| |n| cosθ.
Com isso temos que:
Z
φ= |B| |n| cosθdA
s
dφ d
ε = −N = −N (|B| Acos(ωt))
dt dt
ε = N ω |B| Asen(ωt)
81
11.5.5 Questão 11.7
A)Quando a chave “S” é ligada surgirá uma corrente no sentido horário do circuito
1. Pela regra da mão direita, existem linhas de campo saindo do lado direito (Pólo
Norte) e chegando do lado esquerdo (Polo Sul). Quando ocorre essa aproximação, há um
aumento de linhas de campo magnético sobre a bobina “B”, ou seja, um aumento do fluxo
magnético, de acordo com a lei de Lenz surgirá, portanto, uma corrente induzida de modo
que seja gerado um polo norte do lado esquerdo da bobina “B” e um polo sul do seu lado
direito. A fim de impedir esse aumento de fluxo, utilizando novamente a regra da mão
direita, têm-se uma corrente indo de “b” para “a” sobre o resistor.
B)Se a resistência diminuir haverá um fluxo maior da corrente, no qual influenciará
no campo magnético produzido por ela, e consequentemente, aumentará a corrente sobre
o resistor (sem mudar do sentido da letra “a”).
C)Se a chave for aberta a corrente gerada no circuito 1 deixará de existir gradativa-
mente, sendo assim, haverá uma variação de fluxo magnético em um sentido contrário,
logo ao invés de ser S-N em A, sendo N-S em A e S-N em B, gerando uma corrente de A
para B.
82
Capı́tulo 12
Energia Magnética
12.1 Introdução
V + ε = RI(t)
dφ
ε=−
dt
dφ
dWb = RI(t)dq + dq
dt
Afim de computar somente a energia magnética gerada pela bateria, eliminamos o primeiro
termo a direita, pois é a energia dissipada pelo resistor, temos que:
dWb = Idφ
83
12.2 Para “n” circuitos acoplados
n
X
dWb = Ii dφi
i=1
Devido ao fato da energia final ser independente da ordem de como as correntes variam,
pode-se levar em consideração que todas as correntes e todos os seus fluxos estão na
mesma proporção em relação aos valores finais, sendo:
n
X Z 1
R
dWb = Ii φi αdα
i=1 0
n 1
R X α2
dWb = Ii φi
i=1
2 0
n
1X
Um = Ii φi (12.1)
2 i=1
n n
1 XX
Um = Ii Ij Mij (12.2)
2 i=1 j=1
84
1 1 1
Um = L1 I12 + L2 I22 + · · · · · · + Ln In2 + · · ·
2 2 2
M12 I1 I2 + M13 I1 I3 + · · · + M1n I1 In + · · ·
Mn−1 In In−1
1 2 2 1 2 2 I22
L1 x2 + L2 + 2M12 x
Um = I2 L1 x + L2 I2 + M12 xI2 = (12.3)
2 2 2
Derivando Um em relação a x
dUm I2
|x=x0 = 2 {2L1 xo + 2M12 }
dx 2
Igualando essa derivada a 0, encontramos xo no ponto de mı́nimo de Um , como temos
apenas uma mútua, adotamos que M = M12 .
M
xo = −
L1
Substituindo na equação 12.3 vemos que esta equação será maior ou igual a zero, temos
que:
1 M2 1 M
0 ≤ I22 + L2 I22 − M I22
2 L1 2 L1
1M2 1 M2
0≤ + L2 −
2 L1 2 L1
1 1 M2
L2 − ≥0
2 2 L1
M 2 ≤ L1 L2
√
M≤ L1 L2 (12.4)
85
12.3 Densidade de energia no campo magnético
Sabemos que o campo magnético pode ser expresso em função do potencial vetor:
→ → →
B =∇ × A
Z
→ → →
φi = ∇ × A · n da
Si
n I
1X → →
Um = Ii A · dli
2 i=1 ci
n I Z
→ → X
Temo que Ii dl1 → J dv, então −→ , portanto a energia magnética pode ser
i=1 ci v
expressa por:
Z
1 → →
Um = A · J dv
2 v
→ → →
Como J =∇ × H :
Z
1 → → →
Um = ∇ × H · A dv
2 v
→ → → → → → → → →
∇ · A × H =H · ∇ × A − A · ∇ × H
→ → → → → → → → →
·
A ∇ H × = ·
H ∇ A × − ·
∇ A H×
Z Z
1 → → → 1 → → →
Um = H · ∇ × A dv − ∇ · A × H dv
2 v 2 v
86
Aplicando o Teorema de Gauss no segundo membro do lado direito:
Z I
1 → → → 1 → → →
Um = H · ∇ × A dv − A × H · n da
2 v 2 s
Como a superfı́cie tende ao infinito, afim de que essa superfı́cie esteja longe das corrente,
então temos que a intensidade magnética diminui e o potencial vetor também, fazendo
com que a contribuição da segunda integral tenda a zero:
Z
1 → → →
Um = H · ∇ × A dv
2 v
Então substituindo o termo em parêntese pelo campo magnético temos que:
Z
1 → →
Um = H · B dv (12.5)
2 v
1 → →
u= H·B (12.6)
2
Podemos generalizar para materiais isotrópicos e lineares, considerando que:
→ →
B= µ H
1 1 B2
u = µH 2 ou u= (12.7)
2 2 µ
Será mostrado como a força ou o torque, sobre uma componente de um sistema desses
podem ser calculados a partir do conhecimento da energia magnética.
→ →
O trabalho mecânico realizado pela força F quando realiza um deslocamento dr, atuando
no sistema é:
→ →
dW =F · dr
87
Temos que o trabalho é expresso por:
dW = dWb − dU (12.8)
n
1X
Um = Ii φi
2 i=1
e que:
n
X
dWb = Ii dφi
i=1
→ →
dW = dU =F · dr
→
r = x~i + y ĵ + z~k
→ →
dl= d r = dx~i + dy ĵ + dz~k
→
F = Fx (x, y, z)~i + Fy (x, y, z)ĵ + Fz (x, y, z)~k
∂U ∂U ∂U
dU = dx + dy + dz = Fx dx + Fz dz + Fz dz
∂x ∂y ∂z
Logo,
∂U
= Fx
∂x
∂U
= Fy
∂y
∂U
= Fz
∂z
88
Então temos quando a corrente é constante que:
→ →
F =∇ U |I (12.9)
Torque
→
Adotando uma coordenada em função dos ângulos onde τ (θ1 , θ2 , θ3 )
→ → →
τ = r × F = τ1 aˆθ1 + τ2 aˆθ2 + τ3 aˆθ3
→
dθ= dθ1 daˆθ1 + dθ2 daˆθ2 + dθ3 daˆθ3
→ → ∂U ∂U ∂U
τ · dθ= dθ1 + dθ2 + dθ3 = τ1 dθ1 + τ2 dθ2 + τ3 dθ3
∂θ1 ∂θ2 ∂θ3
→ →
τ =∇θ U |I (12.10)
Realizando as mesma operações, porém agora quando não temos uma corrente constante,
ou seja, temos uma potencial constante, dWb = 0, a equação 12.8 fica:
dW = −dU
Realizando
→ →
F = − ∇ U |φ (12.11)
→ →
τ = − ∇θ U |φ (12.12)
89
12.5 Exercı́cios e Exemplos Recomendados
→ →
F2 =∇2 U
n n
1 XX
Um = Ii Ij Mij
2 i=1 j=1
1
U= {L1 I12 + L2 I22 } + M I1 I2
2
Sabendo que L1 , L2 , I1 , I2 são constantes e como a mútua pode ser definida como:
→ →
dr2 · dr1
I I
µo
M12 = M21 = → →
4π c1 c2 | r2 − r1 |
→ →
∇2 U = I1 I2 ∇2 M
90
→ →
" #
→ 1 (r2 − r1 )
∇1 → → =− → →
| r2 − r1 | | r2 − r1 |3
→ →
(r2 − r1 )
→
I I → →
µo
F2 = − I1 I2 dr1 · dr2 → → (12.13)
4π c1 c2 | r2 − r1 |3
91
12.5.2 Exemplo 2: Força em quatro circuitos
→ →
F2 =∇2 U
n n
1 XX
Um = Ii Ij Mij
2 i=1 j=1
Sabendo que os termos de U1 são constantes, tanto quantos os termos de U2 que não
dependem da coordenada 2. Consideramos apenas as seguintes mútuas dependentes da
coordenada 2, então temos:
→ →
dr2 · dr1
I I
µo
M12 = → →
4π c1 c2 | r2 − r1 |
→ →
dr2 · dr3
I I
µo
M23 = → →
4π c2 c3 | r2 − r3 |
→ →
dr2 · dr4
I I
µo
M24 = → →
4π c2 c4 | r2 − r4 |
Aplicamos a operação gradiente na energia em relação a coordenada 2, e como o primeiro
membro da equação da energia é composto por constante temos:
92
→ → → →
∇2 U = I1 I2 ∇2 M12 + I2 I3 ∇2 M23 + I2 I4 ∇2 M24
Como:
" # → →
→ 1 (r 0 − r )
∇ → →
=− → →
| r0 − r | | r0 − r |3
Então a força é:
→ →
(
(r2 − r1 )
→
I I → →
µo
F2 = − I1 I2 dr1 · dr2 → → + · · ·
4π c1 c2 | r2 − r1 |3
→ → → →
)
(r2 − r3 ) (r2 − r4 )
I I → →
I I → →
· · · + I2 I3 dr2 · dr3 → → + I2 I4 dr2 · dr4 → →
c2 c3 | r2 − r3 |3 c2 c4 | r2 − r4 |3
93
12.5.3 Exemplo 3: Solenoide com corrente “I”
Temos uma barra com permeabilidade “µ” e seção reta “A”, com comprimento “L”
e “N” espiras. Orientamos o movimento da barra na direção x, e “x” o comprimento da
barra dentro do solenoide.
Desprezando os efeitos de borda podemos utilizar o método aproximado.
→ →
F =∇ U |I
→ →
Bo = µo H
→ →
B= µ H
Pela lei de Ampére, vemos que a intensidade magnética é igual dentro do material e no
vácuo.
Z
1 → → 1 → →
U= B · H dV u= B·H
2 V 2
94
∂U ∆U
Fx = =
∂x ∆x
1
Fx = H 2 A(µ − µo ) (12.14)
2
Observação: O termo ao quadrado diz que a força será sempre positiva desde que µ > µo ,
independo o sentido da corrente.
95
12.5.4 Questão 12.1
Então:
→ → →
δU = I(dl × B )· δr
Sabe-se que:
Z
→ →
φ= B · n dA
s
δU = Iδφ
96
12.5.5 Questão 12.2
n
1X
dU = Ii dφi (2)
2 i=1
dW = dWb − dU
Como dWb = 2dU , temos que dW = 2dU −dU = dU . Como temos apenas um circuito não
estacionário. Para dois circuitos, o circuito 2 é estacionário, ou seja, a partir da equação
1, integrando-a, o fluxo é nulo, então a corrente I2 é nulo. Então para dois circuitos a
expansão da equação (2) é:
1
U = L1 I12
2
dU = I1 L1 dI1
dU = I1 dφ1
97
12.5.6 Questão 12.4
1
U= {L1 I12 + L2 I22 } + M I1 I2
2
φba
M=
Ia
1
U= {L1 I12 + L2 I22 } + φba I2
2
Como já foi calculado no capitulo 8, o campo magnético produzido por uma espira é:
→ µIa
Ba =
2a
98
µIa 2
φba = πb cosθ
2a
→ →
τ = + ∇θ U |φ
→ µIa 2
τ= − πb senθ
2a
99
12.5.7 Questão 12.7
Temos um sistema com potencial constante, então a força pode ser encontrada por:
→ →
F = − ∇ U |φ
→ →
Bo = µo Ho
1 → 1 → 1 2
µo = Bo · Bo = B
2 µo 2µo o
No dielétrico:
→ →
Bo = µ H
1 → 1 → 1 2
µ= Bo · Bo = B
2 µ 2µ o
100
Considerando que o dielétrico, esteja entrando a variação da energia magnética é:
∆U = µ∆V − µo ∆V
Como o movimento é no eixo y, temos que o volume pode ser representado por ∆V = A∆y.
∆U = µA∆y − µo A∆y
Isolando o delta y.
∆U
= µA − µo A
∆y
∆U 1 2 1 2
= Bo A − B A
∆y 2µ 2µo o
Temos queµ = µo (1 + Xm ).
∆U 1 1 2
= Bo2 A − B A
∆y 2µo (1 + Xm ) 2µo o
Bo2 A
∆U 1
= −1
∆y 2µo 1 + Xm
∆U Bo2 AXm
=−
∆y 2µo (1 + Xm )
∆U Bo2 AXm
Fy = − = (12.15)
∆y 2µo (1 + Xm )
101
Capı́tulo 13
Z I
→ → → →
∇ · J dv = g E · n da = 0 (13.1)
V S
→
Ou seja, J através da superfı́cie é zero.
I →
→
E · dl −ε = 0 (13.2)
C
102
13.2 Comportamento transitório elementar
13.2.1 Circuito RL
+
V R
−
Fazendo i = RI − V
di
dI =
R
L
di + idt = 0
r
L
di = −idt
R
di R
= − dt
i L
R
ln i = − t
L
i(t) = Ke(−R/L)t = RI − V
i(t) V
I= +
R R
Ke(−R/L)t + V
I(t) =
R
Para to = 0, I(to ) = 0, então
K = −V e(R/L)to
103
−V e(R/L)(to −t) + V
I(t) =
R
V
I(t) = 1 − e(−R/L)(t−to )
R
+
V R
−
Condições iniciais
• to = 0s é fechada a chave
dI d2 I I
0=R +L 2 +
dt dt C
d2 I R dI I
2
+ + =0
dt L dt LC
R λt eλt
λ2 eλt + λe + =0
L LC
R 1
λ2 + λ+ =0
L LC
R2 4
∆= 2
−
L LC
104
r
R 1 R2 4
λ=− ± 2
−
2L 2 L LC
Sendo
r s r
2
R2 R2
R 4 4 1
2
− = (−1) − 2 =i − 2
L LC LC L LC 4L
Logo
r
1 R2
ω= − 2
LC 4L
Para que a corrente seja real B ∗ = A, ou seja, B deve ser o complexo conjugado de A
Com isso
Onde D = −2A2
105
Para I = 0
1 T
Z
dI
V = RI + L + I(t)dt
dt C 0
dI
V =L
dt t=0
V = LDe0 cos 0
V = LDω
V
D=
Lω
V −Rt/2L
I(t) = e sin ωt (13.3)
Lω
Sendo
dV d2 I dI I
=L 2 +R +
dI dt dt C
Io iωt
iωVo eiω = L[Io iωeiωt ]0 + RIo iωeiωt + e
C
Io iωt
iωVo eiωt = −LIo ω 2 eiωt + RIo iωeiωt + e
C
1 Io
Vo = −LIo ω 2 + RIo iω +
iω C
i
Vo = Io iωL + R −
ωC
106
Assim
Vo
Io =
Z
Z = R + iX
Tal que
• R, resistência
• X, reatância
√
• |Z| = R2 + X 2 , módulo da impedância
X
• θ = arctan , ângulo da fase
R
1
• Xc = − , reatância capacitiva
ωC
• XL = ωL, reatância indutiva
Z = |Z|eiθ
V (t)
Como I(t) =
Z
Vo iωt
I= e
|Z|eiθ
Vo i(ωt−θ)
I= e
|Z|
Como ei(ωt−θ) = cos(ωt − θ) + i sin(ωt − θ), utilizando a parte real temos que
Vo
I= cos(ωt − θ) (13.4)
|Z|
107
13.4 Potência e fator de potência
Sendo V (t) e I(t) a tensão e corrente complexa, temos que a potência instantânea será
dada por:
Além disso, há a chamada potência média sendo esta uma média tomada a partir de um
perı́odo completo ou vários perı́odos completos(tempo muito grande), ou seja
1 T
Z
P̄ (t) = Re[V (t)I(t)]dt
T 0
Sendo
1 T
Z
P̄ (t) = Vo Io cos ωt cos(ωt − θ)dt
T 0
2π
Como T = (perı́odo de um ciclo completo), então
ω
Z 2π/ω
ω
P̄ (t) = Vo Io cos ωt cos(ωt − θ)dt
2π 0
1
cos ωt cos(ωt − θ) = {cos(2ωt − θ) + cos θ}
2
Vo Io ω 2π/ω Vo Io ω 2π/ω
Z Z
P̄ (t) = cos(2ωt − θ)dt + cos θdt
2π 0 2π 0
2π/ω 2π/ω
Vo Io ω sin(2πωt − θ) Vo Io ω cos θ
P̄ (t) = + t
2π 2ω
0 2π 0
ω 1 Vo Io 2π
P̄ (t) = Vo Io [sin(4π − θ) − sin(−θ)] + ω cos θ −0
2π 2ω 2π ω
108
Como sin(4π − θ) − sin(−θ) se cancelam (teste valores), então
Vo Io 2π
P̄ (t) = cos θ
2π ω
Logo
Vo Io
P̄ (t) = cos θ (13.6)
2
Chamado de Potência média, além disso cos θ é chamado de Fator de Potência.
Também podemos obter os valores eficazes de tensão e corrente
Vo Io
Vrms = √ , Irms = √ (13.7)
2 2
13.5 Ressonância
1
ωo = √
RC
Considerando ω = ωo +∆ω como valores de frequência próximas da frequência ideal(natural)
do circuito.
Como X = R, temos
ωL − 1
=R
ωC
(ωo + ∆ω)L − 1
=R
(ωo + ∆ω)C
(ωo + ∆ω)L − 1
1
= R
ωo C ∆ω
1+
ωo
109
Aplicando uma expansão de Taylor no segundo termo do membro esquerdo da igualdade
1 ∆ω
1 ∼=1− 1+
ωo
∆ω
1+
ωo
1 ∼ ∆ω
=1−
∆ω ωo
1+
ωo
(ωo + ∆ω)L − 1 ∆ω
1− =R
ωo C ωo
1
Como ωo2 =
LC
ωo L + ∆ωL − 1
+ ∆ωL=R
ωo C
Além disso como foi dito anteriormente(pág. 119) as reatâncias capacitivas e indutivas
são iguais em módulo(efeito de ressonância), logo
1
ωo L =
ωo C
Assim
R
2L|∆ω| =
L
L 1
=
R 2|∆ω|
ωo L
Q= (13.8)
R
Sendo Q chamado de fator de qualidade do circuito RLC.
110
13.6 Questões Recomendadas
dI
3I + 2 =5
dt
3 5
I0 + I =
2 25
3t 3 3t 5 3t
I 0 e 2 + Ie 2 = e 2
2 2
3t 5 3t
Ie 2 = e 2 + K
3
5 −3t
I(t) = + Ke 2
3
5 −3∗0
I(0) = 0 = + Ke 2
3
5
K=−
3
Então:
5 −3t
I(t) = (1 − e 2 )
3
A derivada da corrente em relação é:
dI 5 −3t
= e 2
dt 2
dI(0, 3)
I(0, 3) = 0.6039A = 1, 59A/s
dt
dI(1)
I(1) = 1, 295A = 0, 557A/s
dt
dI(4)
I(4) = 1, 663A = 0, 0062A/s
dt
111
13.6.2 Questão 13.3
Vc + Vr = Vo
dVc
Vc + RC = Vo
dt
Resolvendo a EDO:
dVc Vc Vo
+ =
dt RC RC
dVc t Vc t Vo t
e RC + e RC = e RC
dt RC RC
t t
Vc e RC = Vo e RC + K
−t
Vc = Vo + Ke RC , Para Vc (0) = 0V , então K=−Vo
−t
Vc = Vo (1 − e RC )
A corrente I é:
dVc Vo −t Vo −t
I(t) = C =C e RC = e RC
dt RC R
A corrente é igual a:
dq
I(t) =
dt
Z t Z t
Vo −t
q(t) = I(t)dt = e RC dt
0 0 R
−t
q(t) = Vo C(1 − e RC ) (13.9)
112
Capı́tulo 16
Equações de Maxwell
→ → →
∇×H = J (16.1)
113
I →
→
H · dl = I
C
Isso ocorre pois não uma corrente de transporte no meio dielétrico dado uma vez que esse
impede a sua passagem.
Ambos os resultados se contradizem, por isso é necessária uma modificação já que
→ → →
∇ × H = J está relacionada apenas as correntes de transporte.
Então
→ → →
∇ · (∇ × H ) = 0
→
Acrescentemos um vetor X para a correção da Lei de Ampère.
→ → → → → → → → → →
∇ · (∇ × H ) = ∇ · ( J + X ) = ∇ · J + ∇ · X = 0
→ → ∂ρ
∇·J + =0 (16.2)
∂t
Então
→ → ∂ρ
∇·J =−
∂t
∂ρ → →
− +∇·X =0
∂t
→ →
Como ∇ · D = ρ
→ → ∂ → →
∇·X = (∇ · D )
∂t
→
→ ∂D → →
∇·X =∇·
∂t
114
Logo
→
→ ∂D
X = (16.3)
∂t
Chamado de densidade de corrente de deslocamento, assim temos a Lei de Ampère-
Maxwell.
→
→ → ∂D →
∇×H = J + (16.4)
∂t
Com isso podemos apreciar as famosas equações de Maxwell !
→ →
∇·B = 0 (16.5)
→ →
∇·D=ρ (16.6)
→
→ ∂B→
∇×E = − (16.7)
∂t
→
→ → ∂D →
∇×H = J + (16.8)
∂t
Z
1 → →
Ue = D · E dv (16.9)
2 τ
Energia potencial eletrostática do sistema de cargas que produzem campo elétrico, além
disso
Z
1 → →
Um = H · B dv (16.10)
2 τ
115
→
Multiplicando ambos os membros por H
→
→ → ∂B
→ →
H·∇×E =−H· (16.11)
∂t
Considerando
→
→ → ∂D →
∇×H = J +
∂t
→
Multiplicando por E
→
→ → → ∂D → → →
E·∇×H =E·J +E· (16.12)
∂t
Subtraindo (16.11) e (16.12)
→
→ → → → ∂B →→ → → ∂D
→ →
H·∇×E−E·∇×H =−H· −E·J −E·
∂t ∂t
Como
→ → → → → → → → →
∇ · (E × H ) = H · ∇ × E − E · ∇ × H (16.13)
→ → → →!
→ → → →∂ → E·D H·B
∇ · (E × H ) = − E · J − + (16.14)
∂t 2 2
116
Z Z Z Z
→ → → → → d 1 → → 1 → →
∇ · (E × H )dv = − E · J dv − E · D dv + H · B dv
V V dt 2 V 2 V
I Z Z Z
→ → → → → d 1 → → 1 → →
(E × H ) · n da = − E · J dv − E · D dv + H · B dv (16.15)
S V dt 2 V 2 V
Isso significa dizer que há uma taxa de energia que flui através de uma superfı́cie S, ou
seja, expressa a conservação da energia num volume fixo.
→ → →
Com isso podemos definir S = E × H , vetor Poynting o qual representa o fluxo de
energia local por unidade de tempo, por unidade de área.
1 → → → →
Além disso u = (E · D + H · B ), densidade de energia dos campos elétrico e
2 →
magnético. Substituindo S e u na equação (16.14), obtemos
→ → → → ∂u
∇·S =−E·J − (16.16)
∂t
→ → → →
Se E e H forem constantes , ou seja, ∇ · S = 0 temos que
→ → ∂u
E·J =− (16.17)
∂t
Isso significa que a taxa de variação da energia do campo se iguala a dissipação de potência
por unidade de volume em cada ponto.
→ → → →
Se ∇ · S 6= 0 e J = 0 (meio não condutor), temos
→ → ∂u
∇·S+ =0 (16.18)
∂t
Sendo esta a forma matemática da equação da continuidade para a carga.
Além disso, podemos concluir que
→ →
∇ · S > 0 Está saindo energia de um volume v
→ →
∇ ·S < 0 Está entrando energia em um volume v
117
16.3 Equações da Onda
Uma das consequências mais importantes das equações de Maxwell são as equações
da propagação das ondas eletromagnéticas num meio linear, considerando ondas mono-
cromáticas, temos que
→
→ → ∂D→ → → →
∇×∇×H =∇×J +∇×
∂t
Como
→ → → → → → →
∇ × ∇ × H = ∇ (∇ · H ) − ∇2 H
→ → → → → → → → →
Como J = gE e ∇ · B = 0 e B = µH , então ∇ · H = 0
→ → → ∂ → →
−∇2 H = g ∇ × E + ε (∇ × E )
∂t
→
→ ∂B
→
Como ∇ × E = −
∂t
→ →
2
→∂B ∂ 2B
−∇ H = −g −ε 2
∂t ∂t
→ →
→ ∂H ∂ 2H
−∇2H = −µg − µε 2
∂t ∂t
→ →
2
→ ∂H ∂ 2H →
∇ H −µg − µε 2 = 0 (16.19)
∂t ∂t
→
Sendo essa a equação da onda para a H .
→
Fazendo o mesmo procedimento para E , temos que
→
→ → ∂B → →
∇×∇×E = −∇×
∂t
Como
→ → → → → → →
∇ × ∇ × E = ∇ (∇ · E ) − ∇2E
Então
→
→ → → ∂B → →
∇ (∇ · E ) − ∇2E = − ∇ ×
∂t
118
→
→ → ∂D → → → → → → →
Como se sabe ∇ × H = J + , além disso B = µH , D = εE e J = gE , logo
∂t
→
1 → → → ∂E
∇ × B = gE + ε
µ ∂t
→
→ → ∂E →
∇ × B = µgE + µε
∂t
→ → → → ∂ → →
∇ (∇ · E ) − ∇2E = − (∇ × B )
∂t
→!
→ → → ∂ → → ∂E
∇ (∇ · E ) − ∇2E = − µgE + µε
∂t ∂t
→ →
→ → → ∂E ∂ 2E
2
→
( ·
∇ ∇ E ) − ∇ E = −µg − µε
∂t ∂t2
→ →
Restringindo a aplicação da equação a um meio de carga livre de forma que ∇ · D = 0,
→ → → →
ou seja, ∇ · (εE ) = 0 −→∇ · E = 0 , então
→ →
2 ∂E
→ ∂ 2E →
∇ E −µg − µε 2 = 0 (16.20)
∂t ∂t
→
Sendo essa a equação da onda para E .
As equações acimas deduzidas reagem ao campo eletromagnético num meio linear,
homogêneo, na qual a densidade de carga é nula(ρ = 0) quer seja o meio condutor ou não
condutor.
Se considerarmos g = 0, µ = µo , ε = εo (no vácuo), temos que
→
→ ∂ 2E →
∇2E − µo εo 2 = 0
∂t
1
Como µo εo = , onde c é a velocidade da luz, então
c2
→
21 ∂ 2E
→ →
∇E− 2 2 = 0
c ∂t
→ → → →
Considerando E( r , t) = E( r )eiωt para uma onda monocromática
→ → 1 ∂ 2 → → iωt →
∇ [E( r )eiωt ] −
2
[ E ( r )e ] = 0
c2 ∂t2
→ → 1 →→ ∂ →
eiωt ∇2E( r ) − 2 E( r ) (iωeiωt ) = 0
c ∂t
119
→ → 1 →→ →
eiωt ∇2E( r ) − E ( r )(iω)2 iωt
e = 0
c2
→ → ω2 → → →
∇2 E( r ) + E ( r ) = 0 (16.21)
c2
→
Sendo essa a equação da onda para E no vácuo.
Agora escreveremos a equação de onda para o potencial vetor magnético
→
→ ∂B
→
∇×E = −
∂t
→ ∂ → →
→
∇×E = − (∇ × A)
∂t
→!
→ → → ∂A
∇×E = −∇×
∂t
→!
→ → → ∂A →
∇×E+∇× = 0
∂t
→!
→ ∂A → →
∇× E+ = 0
∂t
→ → →
Lembremos que ∇ × ∇ϕ = 0 , quando foi estudado apenas o campo elétrico, tı́nhamos
→ →
que E = − ∇ϕ, mas agora existe a contribuição do campo magnético, ou seja,
→
→ ∂A →
E+ = − ∇ϕ
∂t
Logo
→
→ ∂A →
E = − ∇ϕ − (16.22)
∂t
Como
→
→ →∂D →
∇×H = J +
∂t
→
1 → → → ∂D
∇×B = J +
µ ∂t
→
→ → ∂D →
∇ × B = µJ + µ
∂t
120
→
→ → → ∂D →
∇ × ∇ × A = µJ + µ
∂t
Como
→ → → → → → →
∇ × ∇ × A = ∇ (∇ · A) − ∇2A
→
→ → → ∂E 2
→ →
∇ (∇ · A) − ∇ A = µJ + µε
∂t
( →)
→ → → → → ∂ → ∂A
∇ (∇ · A) − ∇2A = µJ + µε − ∇ϕ −
∂t ∂t
→
→ → → ∂ →
2
→ ∂ 2A→
∇ (∇ · A) − ∇ A = µJ − µε (∇ϕ) − µε 2
∂t ∂t
→
2
→ → → →∂ → ∂ 2A →
∇ A − ∇ (∇ · A) = −µJ + µε (∇ϕ) + µε 2
∂t ∂t
→
2
→ → →∂ → → ∂ 2A →
∇ A − ∇ (∇ · A) − µε (∇ϕ) − µε 2 = −µJ
∂t ∂t
→ → ∂ϕ
Como ∇ · A = −µε (Condição de Lorentz)
∂t
→
∂ 2A
2
→ ∂ϕ
→ ∂ → →
∇ A + ∇ µε − µε (∇ϕ) − µε 2 = −µJ
∂t ∂t ∂t
→
∂ 2A
2
→ → ∂ϕ → ∂ϕ →
∇ A + ∇ µε − ∇ µε − µε 2 = −µJ
∂t ∂t ∂t
→
2
→ ∂ 2A →
∇ A −µε 2 = −µJ (16.23)
∂t
Sendo essa a equação da onda para o potencial vetor magnético.
Também podemos encontrar a equação da onda para o potencial elétrico
→ →
∇·D=ρ
→ → ρ
∇·E =
ε
121
→ ∂ → → ρ
− ∇2 ϕ − (∇ · A) = −
∂t ε
→ → ∂ϕ
Como ∇ · A = −µε
∂t
∂ 2ϕ ρ
∇2 ϕ − µε 2
= − (16.24)
∂t ε
Sendo essa a equação da onda para o potencial elétrico.
Essas condições devem ser satisfeitas pelos campos elétricos e magnéticos, numa inter-
face entre dois meios a partir das equações de Maxwell, exatamente como no caso estático,
a componente normal do campo magnético pode ser obtido a partir da seguinte superfı́cie
em forma de pı́lula.
→ →
∇·B =0
122
Z →
Z →
→ →
B1 · n2 da − B2 · n2 da = 0
S1 S2
→ → → →
B1 · n ∆S − B2 · n ∆S = 0
→ → →
(B1 − B2 ) · n = 0
A componente tangencial do campo elétrico pode ser obtida por uma trajetória retan-
gular
h1
1
h2 2
D C
→
→ ∂B→
∇×E =−
∂t
Integrando numa superfı́cie S
Z Z →
→ → → ∂B →
(∇ × E ) · n da = − · n da
S S ∂t
Aplicando o teorema de Stokes
I Z →
→∂B → →
E · dl = − · n da
C S ∂t
I
→ →
Z B → →
Z C → → →
Z D → → Z A → → →
E · dl = E1 · dl1 + (E1 + E2 ) · dl2 + E2 · dl3 + (E1 + E2 ) · dl4
C A B C D
123
→
∂B
Tendo que seja limitado onde sua variação é muito pequena fazendo com que o fluxo
∂t → → →
seja nulo, além disso dl3 = − dl1 = − dl, logo
→
Z B → →
Z D → →
Z
∂B →
E1 · dl − E2 · dl = − · n da
A C S ∂t
→ → → →
E1 · l − E2 · l = 0
→ → →
(E1 − E2 ) · l = 0
Assim
Integrando no volume V
Z
→ →
∇ · D dv = ρ
V
→ → → →
D1 · n ∆S − D2 · n ∆S = σA
→ → →
(D1 − D2 ) · n A = σA
124
(D1n − D2n )A = σA (16.27)
→ → ∂ρ
∇·J = −
∂t
→ → →
Como h = h1 + h2 =⇒ 0, então a terceira integral será nula,logo n1 = − n2 = n.
Além disso ρdv é análogo σda
→ →
Z
→ → ∂σ
J1 · n1 ∆S − J2 · n2 ∆S = − da
S ∂t
→ → → dσ
(J1 − J2 ) · n A = − A
dt
dσ
J1n − J2n = −
dt
125
ε1 E1n − ε2 E2n = σ (16.30)
ε1 ε2
= (16.32)
g1 g2
Se σ não for nulo, então substituı́mos a equação (16.30) na (16.31)
g1 g2
E1n − E2n = ε1 E1n − ε2 E2n
iω iω
ig1 ig2
− E1n + E2n = ε1 E1n − ε2 E2n
ω ω
ig1 ig2
−E1n + ε1 + E2n + ε2 = 0
ω ω
ig1 ig2
E1n + ε1 − E2n + ε2 =0 (16.33)
ω ω
Além dessa condição de contorno há outra situação onde a σ não é nulo e isso ocorre
quando uma condutividade, por exemplo g2 , é infinita. Neste caso E2n deve se anular e
σ
E1n = , afim de satisfazer as equações (16.30) e (16.31).
ε1
→
A condição de contorno para a componente tangencial da intensidade magnética H
será dada a partir da seguinte equação de Maxwell
→
→ ∂D→ →
∇×H = +J
∂t
Integrando na superfı́cie S
Z Z → Z
→ → → ∂D → → →
(∇ × H ) · n da = · n da + J · n da
S S ∂t S
126
I
→ →
Z B → →
Z C → → →
Z D → →
Z A → → →
H · dl = H1 · dl1 + (H1 + H2 ) · dl2 + H2 · dl3 + (H1 + H2 ) · dl4
C A B C D
→ → →
Sendo dl3 = − dl1 = − dl, então
→
Z B → →
Z D → →
Z Z
∂D → → →
H1 · dl − H2 · dl = · n da + J · n da
A C S ∂t S
→ →
Z
→ → → →
H1 · l − H2 · l = J · n da
S
→ →
Z
→ → →
(H1 − H2 ) · l = J · n da
S
→ →
Como J = g E , temos que o campo magnético está atravessando do meio 2 para o meio
1 e o campo elétrico está atravessando a seção da trajetória retangular, assim temos que
há uma corrente de transporte que atravessa a seção da área, entretanto como essa área
tende a zero a corrente de transporte não pode ser volumétrica surgindo assim uma cor-
rente superficial e por consequência uma densidade de corrente superficial perpendicular
a intensidade magnética j⊥.
127
16.5 Questões Recomendadas
Resposta
Como no capacitor é obedecido o principio da conservação da carga, então pela equação
da continuidade temos que
→ → ∂ρ
∇·J + =0
∂t
→ →
Sendo J = gE
→ → ∂ρ
g(∇ · E ) + =0
∂t
Integrando num volume V
Z Z
→ → d
g ∇ · E dv + ρdv = 0
V dt V
→ → ρ
Como ∇ · E =
ε
Z Z
g d
ρdv + ρdv = 0
ε V dt V
Z
Onde q(t) = ρdv
V
g dq(t)
q(t) + =0
ε dt
dq(t) g
+ dt = 0
q(t) ε
Integrando ambos os lados da equação
Z Z
dq(t) g
+ dt = 0
q(t) ε
Q(t) g
ln q(t)|Qo + t = 0
ε
128
g
ln Q(t) − ln Qo + t = 0
ε
Q(t) g
ln + t=0
Qo ε
Q(t) g
ln =− t
Qo ε
Q(t)
= e(−g/ε)t
Qo
Q(t) = Qo e(−g/ε)t
Como Qo = C∆ϕ
Q(t) = C∆ϕe(−g/ε)t
dQ(t)
Sendo i =
dt
g
i = − C∆ϕe(−g/ε)t
ε
129
16.5.2 Questão 16.10
→ →
Demonstre que no espaço livre com ρ = 0, J = 0 , as equações de Maxwell são obtidas
→
corretamente a partir de uma só função vetorial A, que satisfaz:
→
→ → 1 ∂ 2A →
2
→
∇·A=0 ∇A− 2 2 = 0
c ∂t
→ →
O sistema no qual ∇ · A = 0 é chamado de sistema de Coulomb.
Resposta
Como os campos elétricos e magnéticos são deriváveis das funções potenciais, então
→
→ ∂A
→ → → →
E = − ∇ϕ − B =∇×A
∂t
→ →
Reescrevendo as equações de Maxwell para ρ = 0 e J = 0 , teremos
→ →
∇·E =0 (16.36)
→ →
∇·B =0 (16.37)
→
→ ∂B
→
∇×E =− (16.38)
∂t
→
→ → ∂E
∇ × B = µ o εo (16.39)
∂t
Então, se
→
→ → → ∂A → →
∇ · E = − ∇ · ∇ϕ − ∇ ·
∂t
→ → → → ∂ → →
∇ · E = − ∇ · ∇ϕ − ∇·A
∂t
→ →
Como ∇ · A = 0
→ →
∇ · E = −∇2 ϕ
Como se sabe
ρ
∇2 ϕ =
εo
Além disso ρ = 0, então
130
∇2 ϕ = 0
Logo
→ →
∇·E =0
Sendo
→ → → → →
∇·B =∇·∇×A
→ → →
Devido a seguinte propriedade ∇ · ∇ × F = 0, então
→ →
∇·B =0
Para
→ → → → ∂ → →
∇ × E = − ∇ × ∇ϕ − ∇×A
∂t
→ → →
De acordo com a seguinte propriedade ∇ × ∇ϕ = 0
→ → ∂ → →
∇×E = − ∇×A
∂t
→
→ ∂B →
∇×E = −
∂t
Para
→ → → → →
∇×B =∇×∇×A
Como
→ → → → → → →
∇ × ∇ × A = ∇ (∇ · A) − ∇2A
→ → → →
∇ × ∇ × A = −∇2A
→ → →
∇ × B = −∇2A
→
2
→ 1 ∂ 2A
Sendo −∇ A = − 2 2
c ∂t
→!
→ → 1 ∂ ∂A
∇×B =−
c2 ∂t ∂t
131
→
∂A → →
Além disso = − E − ∇ϕ, logo
∂t
→ → 1 ∂ → →
∇×B =− (− E − ∇ ϕ)
c2 ∂t
→
→ →1 ∂E 1 → ∂ϕ
∇×B = 2 + 2 ∇
c ∂t c ∂t
→ → → ∂ϕ ∂ϕ 1
Como ∇ · A = −µo εo ∇ = 0 =⇒ = 0, além disso 2 = µo εo , portanto
∂t ∂t c
→
→ → ∂E
∇ × B = µ o εo
∂t
Sendo
→ →
∇·B =0
Significa que a quantidade de linhas de campo magnético que atravessam para fora é igual
a quantidade de linhas de campo que atravessam para dentro da superfı́cie S, com isso
podemos concluir que o fluxo magnético total sobre a superfı́cie S é nulo, além disso as
linhas de campo magnético são contı́nuas e fechadas.
Sendo
→ →
∇·D=ρ
132
Z Z
→ →
∇ · D dv = ρdv
V V
Significa dizer que as cargas elétricas são geradoras de campo elétrico. Isso não muda, es-
tejam as cargas paradas ou em movimento, e sejam os campos gerados por elas estáticos ou
dependentes do tempo, além disso toda carga lı́quida deve estar envolvida pela superfı́cie
gaussina independente se essa é maior ou menor que o volume V do meio dielétrico.
Sendo
→
→ ∂B →
∇×E =−
∂t
I →
→ dΦ
E · dl = −
C dt
I →
→
Pela definição temos que ε = E · dl (força eletromotriz induzida), então significa dizer
C
que uma variação do fluxo magnético num circuito induz uma força eletromotriz induzida
tal que essa gera uma corrente induzida num circuito fechado de tal maneira que o sentido
dessa corrente tenta se opor a variação do fluxo magnético, por isso o sinal negativo.
Sendo
→
→ ∂D → →
∇×H = J +
∂t
133
Aplicando o Teorema de Stokes
I Z Z →
→ → → → ∂D →
H · dl = J · n da + · n da
C S S ∂t
Z
→ →
i = J · n da =⇒ corrente de transporte
S
Como
Z →
∂D →
· n da =⇒
iD =
corrente de deslocamento
S ∂t
Então
I →
→
H · dl = i + iD
C
Essa Lei possui um papel semelhante a Lei de Gauss para a eletrostática, ou seja, a
partir de uma curva C envolvendo a corrente i + iD temos que, a intensidade magnética
e consequentemente o campo magnético são proporcionais a essas correntes.
134