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COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Prezado e distinto Amigo Leitor, que o estudo desta presente Lição lhe seja
propício a entender que assim como Deus nos Perdoou com um amor sublime,
grandioso e gracioso, também nós, livre e espontaneamente, venhamos perdoar
aqueles que nos ofendem.
Na ocasião em que Cristo proferiu esta Parábola, Pedro havia fornecido uma
instigante questão a respeito do perdão e como se deveria agir caso um irmão
viesse lhe ofender. Eis a sua indagação; “– Senhor, até quantas vezes pecará meu
irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete?”
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João Crisóstomo observa que Pedro sugere um perdão bem mais
substancioso em relação ao pensamento Judaico dos doutores da Lei de sua época.
Segundo estes mestres da Lei se deveria perdoar não mais do que três vezes,
fundamentando esse pensamento em passagens como: Amós 1.3; 2.6; Jó 33. 29,30.
Ora a proposição de Pedro sugeria quatro vezes mais aquele ensinamento judaico,
indo bem mais além do espírito da Lei vigente, exigindo, assim, mais que a antiga
Lei.
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1. A nova vida no Reino de Deus.
Esta nova vida neste Reino era baseado sempre no amor e no perdão. Jesus
mesmo nos deu o seu belíssimo exemplo, a saber, Jesus perdoou:
O Próprio Pedro, por negar que o conhecia (Jo 18.15-18, 25-27; 21.15-
19);
2. Perdão Ilimitado.
Como entender o real sentido deste perdão ilimitado? Gosto de ver como
Jesus chamava a atenção dos seus ouvintes com tiras bastante interessantes. 490
vezes era um valor muito intenso para se perdoar, no entanto a questão não dizia
respeito à quantidade, mas a intensidade e qualidade do perdão. Jesus na verdade
estava usando um recurso muito comum entre os seus conterrâneos – o exagero.
Esse moto, no ocidente, era conhecido como hipérbole, uma figura de linguagem
que intenciona exagerar o sentido da palavra ou fraseologia. Assim, Jesus estava
ensinando a Pedro a perdoar quantas vezes fosse necessário, independentemente
quem fosse a tal pessoa.
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Mais uma vez faço saber: o rabino José Ben Hanina dizia: "Aquele que roga a
seu vizinho que o perdoe não deve fazê-lo mais de três vezes.” O rabino José Ben
Jehuda dizia: “Se alguém cometer uma ofensa uma vez, perdoam-no, se cometer
uma ofensa pela segunda vez, perdoam-no, se cometer uma ofensa pela terceira
vez, perdoam-no, se a cometer pela quarta vez, não o perdoam.” A Lei freava o
perdão; Cristo soltava as garras que o prendiam com a força do amor.
Evidentemente, aqui, Cristo o faz pensando no pecado intrínseco a todo ser humano
– “o salário do pecado é a morte...” (Rm 6.23), mas fomos libertados da lei do
pecado e da morte. (Rm 8.2). Ou seja, se o pecador demonstrar frutos dignos de
arrependimento, esse será perdoado sempre e será salvo.
Naquela época, havia séries consequências para os que não podiam pagar as
suas dívidas. Um credor podia apoderar-se do devedor e de sua família, forçá-lo a
trabalhar para ele até que a dívida fosse paga.
O devedor também podia ser enviado para prisão, seus familiares podiam ser
vendidos como escravos, para ajudar a pagar o débito. Esperava-se que, enquanto
estivesse na prisão, as terras do devedor fossem vendidas ou que seus parentes
pagassem a dívida em seu lugar. Caso contrário, o devedor permaneceria na prisão
por toda a vida.
4. A recusa em perdoar.
Pelo fato de Deus perdoar todos os pecados que já cometemos, não devemos
negar perdão a nossos semelhantes. À medida que entendemos o completo perdão
de Cristo em nossa vida, devemos demonstrar uma atitude de perdão em relação
aos outros.
Como alguém já disse “fomos perdoados de uma dívida que está além de
todo pagamento – porque o pecado do mundo provocou a morte do próprio Filho de
Deus – e, sendo assim, devemos perdoar a outros como Deus nos perdoou, ou não
podemos esperar encontrar misericórdia alguma”.
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o que é o mesmo, apagou a lista de acusações por todas as dívidas que
confessamos conforme as prescrições da Lei.
Assim, Paulo, nesta passagem, “nos mostra que houve um tempo em que o
cristão, antes de ser cristão, estava à mercê de sua própria natureza humana
pecaminosa. Nesse estado a Lei tinha chegado a ser simplesmente algo que o
movia a pecar, e nesse estado ia de mal a pior, derrotado e frustrado. Mas, quando
chegou a ser cristão, entrou em sua vida o impetuoso poder do Espírito de Deus, e,
porque agora havia em sua vida um poder que não era dele, entrou em uma vida
vitoriosa em lugar de uma existência derrotada”.
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2. Devemos agir com misericórdia (Rm 5.6-11).
O fato de que Jesus morreu por nós é a prova final do amor de Deus. Seria
muito difícil conseguir que um homem morresse por um justo. Seria possível
persuadir alguém a morrer por um bom e grande princípio. Alguém poderia ter tão
grande amor que fosse movido a dar sua vida por um amigo. Mas o maravilhoso de
Jesus Cristo é que morreu por nós quando éramos pecadores, homens maus e
numa situação de inimizade e de hostilidade com Deus. O amor não pode ir mais
além do que isto.
Não foi para salvar homens bons que morreu Cristo; eram pecadores. Não foi
para resgatar amigos de Deus que morreu Cristo; eram homens que estavam em
inimizade com Deus. Portanto, devemos agir com misericórdia para com todos, pois
Cristo deu a sua vida por nós. (Jo 3.16).
Em I Jo 3.16, assim está escrito: “Conhecemos o amor nisto: que ele deu a
sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos”.
Como podemos “dar a nossa vida”? Servindo aos outros sem pensar em
receber qualquer coisa em troca ou como recompensa. Às vezes é mais fácil dizer
que morreremos pelos outros do que verdadeiramente vivermos para eles.
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CONCLUSÃO