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ACÓRDÃO
Documento: 717831 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 08/10/2007 Página 1 de 4
Superior Tribunal de Justiça
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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 944.872 - RS (2007/0093080-4)
RELATÓRIO
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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 944.872 - RS (2007/0093080-4)
VOTO
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Superior Tribunal de Justiça
Na mesma linha de entendimento, reporto-me a outro julgado da Eg. Segunda
Turma:
"TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. ART. 535, II, DO CPC.
AUSÊNCIA DE OMISSÃO. REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL
CONTRA O SÓCIO-GERENTE. INADIMPLEMENTO DA OBRIGAÇÃO
TRIBUTÁRIA E DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE.
1. O Tribunal de origem analisou o encerramento irregular da
sociedade e a necessidade de formalização de baixa da pessoa jurídica na
Junta Comercial, entendendo, todavia, que o redirecionamento de execução
contra o sócio demandava que o exeqüente demonstrasse a prática de atos
com excesso de poderes ou com infração de lei. Não há, pois, que se falar
em omissão no aresto.
2. O mero inadimplemento tributário não configura violação
de lei apta a ensejar o redirecionamento da execução fiscal contra os
sócios.
3. A existência de indícios que atestem o provável
encerramento irregular das atividades da empresa autoriza o
redirecionamento do executivo fiscal contra os sócios-gerentes.
4. Constitui obrigação elementar do comerciante a
atualização de seu registro cadastral junto aos órgãos competentes e, se
uma empresa simplesmente fecha o estabelecimento que se encontra
registrado perante a junta comercial, dá azo ao indício de que encerrou
suas atividades de maneira irregular.
5. Recurso especial provido em parte" (REsp nº 868472/RS,
Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJ de 12.12.2006, p. 270).
Do voto proferido por S. Exa. o Sr. Ministro CASTRO MEIRA destaco as bem
ponderadas explicações:
"De fato, constitui obrigação elementar do comerciante a
atualização de seu registro cadastral junto aos órgãos competentes e, se
uma empresa simplesmente fecha o estabelecimento que se encontra
registrado perante a junta comercial, ela dá azo ao indício de que encerrou
suas atividades de maneira irregular.
Não é demais lembrar que, no momento processual em que se
busca apenas o redirecionamento da execução contra os sócios, não há que
se exigir prova inequívoca ou cabal da dissolução irregular da sociedade.
Nessa fase, a presença de indícios de que a empresa encerrou
irregularmente suas atividades é suficiente para determinar o
redirecionamento, embora não o seja para a responsabilização final dos
sócios, questão esta que será objeto de discussão aprofundada nos
embargos do devedor.
Dito de outra forma, havendo indícios da dissolução
irregular, configurados estão os requisitos da legitimação passiva dos
sócios-gerentes para a execução fiscal, não significando a sua inclusão no
pólo passivo da demanda afirmação de certeza a respeito da existência da
responsabilidade tributária, o que será debatido nos competentes embargos
do devedor.
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Superior Tribunal de Justiça
Como bem salientou o Ministro Teori Albino Zavascki no
AgRg no REsp 643.918/PR, DJU de 16.05.06, saber se o executado é
efetivamente devedor ou responsável pela dívida é tema pertencente ao
domínio do direito material, disciplinado, fundamentalmente, no Código
Tributário Nacional (art. 135), devendo ser enfrentado e decidido, se for o
caso, pelas vias cognitivas próprias, especialmente a dos embargos à
execução".
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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro FRANCISCO FALCÃO
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. JOÃO FRANCISCO SOBRINHO
Secretária
Bela. MARIA DO SOCORRO MELO
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL
PROCURADOR : BERENICE FERREIRA LAMB E OUTRO(S)
RECORRIDO : MPA RECREAÇÕES E ESPORTES LTDA
ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso especial, nos termos do voto do
Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Luiz Fux, Teori Albino Zavascki e Denise Arruda votaram com o Sr.
Ministro Relator.
Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro José Delgado.
Brasília, 04 de setembro de 2007
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