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Índice
Editorial.................................. 3
Rápidas................................... 4 Serviço de Informação Missionária
Ano 46 - No4 outubro a dezembro de 2018
Destaque................................. 5
O caminho sinodal das POM
Pe. Jaime Luiz Gusberti
Nossos Missionários.................. 6
Abrir horizontes para a missão universal
Mons. Daniel Lagni
Propagação da fé.................... 14
Conselho Editorial:
Pe. Badacer Ramos de Oliveira Neto (secretário
A Vocação Missionária nas Juventudes nacional da Obra da Propagação da Fé e
e a cooperação das POM Juventude Missionária)
Ir. Patrícia Souza (secretária nacional da Obra da
Pe. Badacer Neto
Infância e Adolescência Missionária)
Pe. Antônio Niemiec (secretário nacional da
Missão em Contexto................ 16 Pontifícia União Missionária)
Jornalista: Fabrício Preto (Mtb 15907)
Programa Missionário Nacional:
Revisão: Cecília Soares de Paiva
Escuta, organização e potencialização da missão no país (Jornalista DRT/MS 280)
Joaquim Alberto Andrade Silva Projeto Gráfico e diagramação: Wesley T. Gomes
Impressão: Cidade Gráfica e Editora Ltda.
Metodologia da IAM
Ir. Patricia Souza sds e Pe. Jaime Luiz Gusberti
SGAN 905 - Conjunto B
Pontifícia União Missionária.... 20 70790-050 Brasília - DF
Caixa Postal: 3.670 - 70089-970 Brasília-DF
COMISEs: uma luz no caminho
Tel.: (61) 3340-4494
Zorenilton Tavares Reis
Fax: (61) 3340-8660
Site: www.pom.org.br
Nas terras de missão da Amazônia E-mail: imprensa@pom.org.br
Carlos Antonio da Silva Carioca
Para pedidos de material, entre em
contato pelo e-mail: material@pom.org.br
Arquivo POM
concreta realizada pela IAM para res enviados pelo Brasil. O valor ar-
colaborar com a missão no mundo, recadado é destinado integralmente
movimenta muitos projetos nos lo- para apoiar projetos que “protegem
cais de maior necessidade. No ano a vida”, tais como centros para
de 2017, o continente da Oceania foi crianças órfãs, casas de acolhida
escolhido pelo Brasil para receber as para crianças de rua ou assistência
doações realizadas pelas crianças e de saúde aos recém-nascidos e esco-
adolescente de nossa Igreja. las infantis. Para ter acesso a toda a
A Secretaria Internacional da prestação de contas, visite nosso site
Obra apresentou às POM documen- www.pom.org.br.
Arquivos POM
O caminho sinodal das POM
E
levamos a Deus nosso agradecimento pelos 40 no medo, na competência, no desejo de caminhar juntos,
anos das Pontifícias Obras Missionárias. O cami- na busca da verdade na liberdade, no reconhecimento da
nho percorrido das POM é sinodal e de profunda autonomia e na abertura à alteridade).
comunhão, interligando todas as forças vivas das Igrejas Uma Igreja onde todos são chamados a “caminhar
particulares e dos conselhos missionários em diferentes juntos”, é de fundamental importância valorizar a escu-
âmbitos, COMIREs, COMIDIs e COMIPAs. ta e o diálogo em todos os momentos. Em pleno Concí-
Sinodalidade e Comunhão, duas palavras carrega- lio Vaticano II, o Papa Paulo VI afirmou que “a Igreja
das de relevantes significados. Por mais que quisésse- se faz diálogo”, enfatizando a atitude de escuta. O Papa
mos aprofundar, não esgotamos a riqueza que cada Francisco retoma esse caminho da “escuta” como exi-
uma traz em seu conteúdo. gência fundamental para a sinodalidade: “Uma Igreja
O Papa Francisco, desde o início de seu pontificado, sinodal é uma Igreja da escuta, ciente de que escutar é
tem assumido esse modo de exercer sua autoridade. O mais do que ouvir. É uma escuta recíproca, onde cada
caminho sinodal vem rejuvenescendo toda a ação evan- um tem algo a aprender, povo fiel, Colégio Episcopal,
gelizadora da Igreja. No Brasil, o 4º Congresso Missio- Bispo de Roma: cada um à escuta dos outros; e todos à
nário Nacional, realizado na Arquidiocese de Recife escuta do Espírito Santo”.
em 2017, dedicou o capítulo segundo do texto-base ao Para compartilhar a alegria do Evangelho e fazer discí-
estudo da Sinodalidade e Comunhão. pulos, somos chamados a “caminhar juntos”, conviven-
De acordo com o seu sentido etimológico, o termo do fraternalmente, trabalhando, dialogando, servindo e
grego “sínodo” significa “caminhar juntos”. A sinodali- revalorizando a dimensão comunitária da missão a ser
dade expressa a participação e a comunhão em vista da assumida como Igreja, na Igreja e com a Igreja.
missão. Pertence à própria natureza da Igreja. O Papa Um texto que nos ajuda a entender a pedagogia de
Francisco, no entanto, alerta-nos de que o conceito de Jesus no campo da sinodalidade encontra-se no Evan-
sínodo é “fácil de exprimir em palavras, mas não de ser gelho de Lucas 24,13-35, sobre os discípulos de Emaús,
colocado em prática”. Para tanto, é fundamental reto- quando Jesus se aproxima e caminha junto a dois discí-
mar à eclesiologia do Concílio Vaticano II que nos apre- pulos desanimados por verem suas esperanças desapa-
senta a Igreja como “mistério”, sinal e instrumento de recerem. Sínodo é “Caminhar juntos” - Jesus caminhou
comunhão, como “Povo de Deus”. junto com os dois. Exemplo do quanto é fundamental
No sentido etimológico, segundo o teólogo Hans Urs colocar-se um ao lado do outro na ação evangelizadora,
Von Baltasar, a palavra comunhão pode ter dois senti- escutando e dialogando.
dos com seus respectivos significados e consequências: a) Parabéns a todos quantos vivem sua missão junto
Cum-munio significa defender-se juntos (vivência defen- às Pontifícias Obras Missionários. Que o Espírito Santo
siva, com notáveis consequências negativas e de tensões de Deus continue iluminando a todos no caminho da
nas relações internas e externas na conivência cotidiana); sinodalidade e comunhão.
b) Cum-munus tem o sentido de pôr, juntos, os próprios
dons e qualidades (leva a um modelo relacional que se Pe. Jaime Luiz Gusberti
inspira na confiança, na estima pela outra pessoa e não Secretário Executivo do Centro Cultural Missionário
2018 outubro a dezembro 5
Nossos Missionários
"S
ou o Monsenhor Daniel Lagni, nascido em
16 de fevereiro de 1953, no município de Pa-
raí (RS), Diocese de Caxias do Sul, filho de
Difendi Ernesto Lagni e Maria Butelli Lagni – in
memoriam. Ordenado presbítero em 13 de dezem-
bro de 1981, na cidade de Sidrolândia (MS), sen-
do incardinado na Arquidiocese de Goiânia (GO)
desde 1988. Formado em filosofia e pedagogia,
com mestrado em Teologia Dogmática pela Ponti-
fícia Universidade Gregoriana de Roma em 1996.
Atualmente resido e atuo na Arquidiocese de
Goiânia (GO), sendo Pároco da Paróquia Nossa
Senhora Auxiliadora – Catedral Metropolitana de
Goiânia, Vigário Episcopal do vicariato do centro,
membro do Conselho Presbiteral, Diretor Presiden-
te da Fundação Aroeira. Até recentemente atuei
como Vice-Presidente da Santa Casa de Misericór-
dia de Goiânia e Vice-Presidente da Sociedade Goi-
ânia de Cultura, mantenedora da PUC- GO.
Em 1999 fui nomeado Diretor Nacional das
POM, assumindo efetivamente em janeiro de
2000, com missa de envio na sede da CNBB,
em Brasília, presidida pelo então Núncio Apos-
tólico Dom Lourenço Baldisseri. Permaneci na
função por um período de onze anos, em que a
experiência e a vida missionária abriram hori-
zontes para a missão universal, Ad Gentes, com
conhecimento e valorização das diferentes cul-
turas, povos, realidades e desafios.
Desse período destaco: Organização e con-
solidação das quatro obras missionárias, com
seus respectivos secretários; implementação e
crescimento em todo País da Infância Missioná-
ria; implantação da Adolescência e Juventude
Missionárias, com embrião das Famílias Mis-
sionárias; produção e publicação de subsídios
para a animação missionária, tais como a co-
leção “Série Missão” e “Teologia da Missão”;
animação missionária nos estados e regionais
do Brasil, com os EFAIMs, ERIMs; Formação
Missionária para Seminaristas; Assembleias das
POMs; trabalho colegiado com a Dimensão
Missionária da CNBB, CRB e Centro Cultural
Missionário; e ainda o crescimento gradativo
em relação à Campanha Missionária de cada
ano e consequente aumento da coleta no Dia
Mundial das Missões.”
6 outubro a dezembro 2018
Nossos Missionários
"S
ou Padre Camilo Pauletti, diocese de Caxias
do Sul, tenho 59 anos de vida e 33 de minis-
tério. Atualmente Pároco da paróquia Santos
Apóstolos na cidade de Caxias do Sul e também
coordenador do Conselho Diocesano Missionário.
Estive como diretor das Pontifícias Obras
Missionárias, oficialmente de 23/11/2010 a
23/03/2016 e concretamente no período de
3/02/2011 a 03/08/2016. Foi um tempo de gra-
ça, tempo de crescimento pessoal e comunitário,
muitos contatos com missionários e realidades de
todos os estados do Brasil e todos os continentes
do mundo. Oportunidade de visitas, encontros,
conhecimentos, diálogos com pessoas e situações
vividas pelos nossos missionários. Encontros anu-
ais com diretores das POM de todo o mundo em
Roma, com os diretores dos Países da América e
do Cone Sul. Momentos fortes que nos faz sentir
a importância e o valor da Igreja missionária.
Na sede das POM em Brasília, procuramos
assumir as atividades numa coordenação colegia-
da com os Secretários das Obras e próximos às
forças missionárias da CNBB e da CRB, em espe-
cial, ao Centro Cultural Missionário. Juntos, bus-
camos viver a cooperação e animação missionária
para a Igreja no Brasil. Demos atenção especial à
produção de material em vista das necessidades
das Obras, do mês missionário, dos congressos e
na informação com os meios de comunicação.
Pelo período, destaco a gratidão de poder visitar
e encontrar tantos missionários brasileiros atuantes
em terras de missão, seja na África, Ásia, Europa
e nos Países da América. Visitas de conhecimento
e apoio a atividades realizadas em realidades desa-
fiantes. Os encontros com o Papa animam e estimu-
lam ao compromisso com nossas responsabilida-
des, olhando a Igreja como um todo. Os Congressos
Regionais, Nacionais e Americanos, sempre foram
eventos envolventes e impulsionadores do espírito
missionário de muitas pessoas na missão de Deus.
O trabalho nas POM tem desgaste, com exi-
gências e responsabilidades, entrega e desapego,
mas nos dá muitas alegrias e recompensas. Senti-
mos que a missão é a alma da Igreja. Fica marca-
da em nosso coração a doação de tantos missio-
nários que se dedicam aos mais pobres. Por isso
podemos dizer: a vida se fortalece quando é en-
tregue e assumida para dar mais vida aos outros."
2018 outubro a dezembro 7
POM
O
Papa Francisco, em junho
de 2018, gravou um vídeo
para a Assembleia Interna-
de missão
cional das POM em Roma, onde
destaca: “As POM é uma realida-
de importante para a missão da
Igreja, mas pouco conhecida”. De
fato, ainda hoje, em nossas visitas e
formações missionárias nas Arqui- As POM são organismos oficiais Elas se desenvolvem com o apoio da
dioceses e Dioceses do Brasil, en- da Igreja Católica que trabalham para Santa Sé que, ao fazê-las próprias,
contramos essa realidade. As Obras intensificar a animação, a formação concede-lhes caráter universal.
Pontifícias são pouco conhecidas e e a cooperação missionária em todo Duas palavras resumem a iden-
até confundidas como congregação o mundo. Os elementos comuns às tidade das POM, para além de seus
religiosa ou comissão da CNBB. quatro obras são a mística missioná- elementos comuns: A Universalidade
Contudo, a história das Pontifícias ria e seu caráter pontifício. A mística – todas as obras para todos os povos;
Obras Missionárias (POM) vem de que as identifica tem um tripé: ora- e Pontifícias – são obras do papa para
longa data. Festejamos, em 2016, o ção, sacrifício e ofertas. Ou seja, a toda a igreja. Conforme documento
centenário da Pontifícia União Mis- primeira obra é rezar pelas missões, Cooperatio Missionalis da Congrega-
sionária; neste ano os 175 anos da pois o protagonista é o Espírito San- ção para Evangelização dos Povos, as
IAM; em 2022, iremos celebrar os to, a segunda é a oferta existencial da POM “têm o objetivo de promover o
duzentos anos de fundação da Obra própria vida e a terceira é a partilha espírito missionário universal no seio
Propagação da Fé e os cem anos econômica para a missão universal. do povo de Deus” (CM,5). Têm a
que o Papa Pio XI as elevou à natu- O caráter pontifício significa que são vocação de manter vivo e circulante,
reza Pontifícia e Universal. obras do papa para toda a Igreja. nas comunidades eclesiais, pastorais
e movimentos, o espírito de solidarie- missionária e envelope) é enviado para operação intereclesial e Comissão
dade e de universalismo missionário. todas as Arquidioceses, dioceses e pre- Episcopal para a Amazônia. Além
No Brasil, as Pontifícias Obras lazias do país, fortalecendo a proposta das comissões, a comunhão acon-
Missionárias foram criadas como de nosso Papa Francisco que nos pede tece com os Organismos eclesiais:
personalidade jurídica em 20 de no- uma Igreja em saída. A colaboração Conselho Missionário Indigenista
vembro de 1978, na cidade de São no Dia Mundial das Missões (penúl- (CIMI), Centro Cultural Missioná-
Paulo, por iniciativa dos superiores timo final de semana de outubro) tem rio (CCM) e Conferência dos Reli-
provinciais das congregações: Mis- como finalidade a Evangelização, giosos do Brasil (CRB). Na prática,
sionários da Consolata, Missionários Animação e Cooperação Missioná- a comunhão realiza-se pela partici-
Combonianos, Missionários do Ver- ria. Dessa coleta, 80% são destinados pação na equipe executiva e assem-
bo Divino, Missionários Xaverianos, a auxiliar atualmente 1.050 dioceses bleias do conselho missionário na-
Missionárias da Imaculada e PIME pobres nos “territórios de missão” e cional (COMINA) e nos conselhos
(Pontifício Instituto das Missões ao diversos projetos na África, Ásia, Oce- missionários em âmbito regional
Exterior). Foi inicialmente registrada ania e América Latina. Os outros 20% (COMIRE), diocese (COMIDI) e
como sociedade civil sem fins lucra- restantes são para a ação missionária paróquia (COMIPA).
tivos, posteriormente alterada para no Brasil. Somados esses anos todos, so-
associação e, em 2017, passou a ser A comunhão das POM com a mos gratos a tantos colaboradores
reconhecida com natureza jurídica Igreja do Brasil acontece por meio e colaboradoras que contribuíram
de organização religiosa. Contudo, da Comissão Episcopal Pastoral para a formação dessa história. São
antes do seu caráter jurídico, as Pon- para Animação Missionária e Co- secretários(as) nacionais das Obras
tifícias Obras Missionárias, em âmbi- Pontifícias, equipe de colaborado-
to nacional, já contavam com secre- res(as) e instituições que compõem
tários nacionais da Pontifícia Obra "As POM são o Conselho Nacional das POM. Por
da Propagação da Fé e da Infância e organismos oficiais intercessão de São Francisco Xavier
Adolescência Missionária. e Santa Terezinha do menino Jesus,
da Igreja católica
Entre tantas atividades, destaca-se padroeiros da missão, Deus aben-
a importância de organizar, produzir que trabalham çoe a todos e nos dê força e perseve-
e motivar a Campanha Missionária para intensificar a rança na missão. Gratidão a todos e
da Igreja do Brasil. As POM realizam animação, a formação todas que colaboraram e colaboram
essa importante atividade em comu- com as Pontifícias Obras Missioná-
nhão com o Conselho Missionário e a cooperação rias nos seus 40 anos de criação.
Nacional (COMINA). O material missionária em todo o
produzido (novena, DVD com teste- mundo" Pe. Maurício da Silva Jardim
munhos missionários, cartaz, oração Diretor Nacional das POM
A eles somos imensamente agradecidos. Deus os recompense por tanto bem realizado.
Pe. Daniel Lagni Pe. Camilo Pauletti Pe. Maurício da Silva Jardim
(Arquidiocese de Goiânia, GO) (Diocese de Caxias do Sul, RS) (Arquidiocese de Porto Alegre, RS)
23/11/1999 a 22/11/2010 23/11/2010 a 22/03/2016 Diretor atual
ACI Digital
Um Mês Extraordinário para a Missão
Aventura de fé no caminho da missão ad gentes
O
Papa Francisco anunciou publicamente para de proclamar o Evangelho combinam com a solicitu-
toda a Igreja, durante o ângelus do dia 22 de de pastoral do Papa Bento XV em Maximum Illud e a
outubro de 2017, Dia Mundial das Missões, vitalidade missionária expressada pelo Papa Francisco
a sua intenção de proclamar um Mês Missionário na Evangelii Gaudium: “A saída missionária é o paradig-
Extraordinário em outubro de 2019, para celebrar o ma de toda obra da Igreja” (EG 15). Trata-se de “por a
centenário da carta Apostólica Maximum Illud de seu missão de Jesus no coração da Igreja, transformando-a
predecessor o Papa Bento XV. Nesse mesmo dia, o san- em critério para medir a eficácia de suas estruturas, os
to Padre enviou uma carta ao Cardeal Fernando Filoni, resultados de seu trabalho, a fecundidade de seus minis-
prefeito da Congregação para Evangelização dos Povos tros e a alegria que eles são capazes de suscitar. Porque
e presidente do comitê supremo das Pontifícias Obras sem alegria não se atrai ninguém” (Reunião do Comitê
Missionárias (POM), encomendando “a tarefa de pre- diretivo do CELAM, Bogotá, 7 de setembro de 2017).
parar esse evento, especialmente a partir da ampla sen- O compromisso pela conversão pessoal e comunitá-
sibilização junto às Igrejas particulares, dos Institutos ria a Jesus Cristo crucificado, ressuscitado e vivo em sua
de vida consagrada e Sociedades de vida apostólica, Igreja, renovará o ardor e paixão por testemunhar ao
assim como associações, movimentos, comunidades e mundo, pela proclamação e experiência cristã, o Evan-
outras realidades eclesiais”. gelho da vida e da alegria pascal (Lc 24, 46-49).
Para reavivar a consciência batismal do Povo de São quatro dimensões indicadas pelo Papa para viver,
Deus em relação à missão da Igreja, o Papa Bergoglio mais intensamente, o caminho de preparação e realização
escolheu, para o Mês Missionário Extraordinário, o do Mês Missionário Extraordinário de outubro de 2019.
tema “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em mis- • O encontro pessoal com Jesus Cristo vivo em sua
são no mundo”. Despertar a consciência da missio ad Igreja: Eucaristia, Palavra de Deus, oração pessoal
gentes e retomar, com novo impulso, a responsabilidade e comunitária.
• O testemunho dos santos, dos mártires da missão
A saída missionária é o e os confessores da fé, expressão das Igrejas dis-
persas em todo mundo.
paradigma de toda obra da • Formação missionária: escritura, catequese, espi-
Igreja” (EG 15) ritualidade e teologia.
• Caridade missionária.
Missão de
muitas mãos
Conheça os testemunhos da experiência
vivida por alguns secretários das POM
O chamado de Deus acolhido e o caminho iniciado Na celebração desses quarentas anos, queremos fa-
pela jovem Paulina Maria Jaricot (1799-1862), na Fran- zer memória dos passos dados, do caminho percorrido
ça de 1822, cresceu, floresceu e tornou-se a Pontifícia pelas juventudes animadas pela Pontifícia Obra da Pro-
Obra da Propagação da Fé. Junto a ela, o Espírito de pagação da Fé, pois, como nos diz São João em sua pri-
Deus suscitou outras três que, colocadas à disposição meira carta, “o que vimos e ouvimos, vos anunciamos”
da vocação missionária, fizeram nascer as Pontifícias (1Jo1,3).
Obras da Infância Missionária (D. Carlos Augusto Ma- Partilhar a vida missionária é sempre um motivo de
ria de Forbin-Janson), Pontifícia Obra de São Pedro alegria e um voltar ao que nos é fundamental, que é nos-
Apóstolo (Joana Bigard) e Pontifícia União Missionária sa vocação. Trata-se de pensar sobre a nossa identidade,
(Beato Pe. Paulo Manna), as quais, juntas, tornaram-se aquilo que nos define dentro de nossa história. Obvia-
as Pontifícias Obras Missionárias ou POM, como cos- mente que tal consciência tende a crescer durante o pro-
tumamos chamar no Brasil. cesso formativo e à medida que nos lançamos na vida
Essas Obras se espalharam pelo mudo como orga- missionária, pois, “ao início do ser cristão, não há uma
nismos oficiais de animação missionária da Igreja, li- decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com
gadas diretamente ao Papa. São obras de animação e um acontecimento, com uma pessoa que dá um novo
cooperação missionárias propostas pelo pontífice para horizonte à vida e, dessa forma, o rumo decisivo” (Ben-
toda a Igreja, a fim de estimular e a se colocar sempre to XVI, DCE1), Jesus Cristo. Mas, infelizmente, ainda
em atitude orante pela ação missionária, bem como a se persiste a mentalidade de que a missão é apenas uma
abrir materialmente, em solidariedade concreta, para a tarefa confiada a um pequeno grupo dentro da Igreja.
difusão da Boa Nova e a promoção da vida. A vida missionária se centra nesse encontro decisi-
Este ano, no Brasil, as POM celebram seus 40 vo em que somos chamados a anunciar. A comunidade
anos de presença, motivando a Igreja no Brasil a não cristã, Igreja, nasce para isso, para testemunhar profe-
se fechar em si mesma, mas a manter sua identidade ticamente a pessoa de Jesus Cristo. Passamos, ou de-
de discípula-missionária por meio de inúmeras ativi- veríamos passar, a vida inteira a testemunhar que Ele
dades e pela Campanha missionária, com a novena e viveu, morreu, ressuscitou e continua presente em nos-
coleta missionária realizadas todo ano durante o mês sa história, sobretudo no meio daqueles que, por causa
de outubro, ajudando-nos a testemunhar aquilo que das injustiças e das maldades dos corações humanos,
nos ensina o magistério: “A Igreja é essencialmente ficam às margens do caminho, condenados às periferias
missionária” (AG2). geográficas e existenciais.
14 outubro a dezembro 2018
Propagação da fé
N Organizar
a edição anterior do SIM, sobre a organização missionária no
a construção do Programa Brasil, por meio da sistematização As atividades regionais de escu-
Missionário Nacional foi do Programa Missionário Nacional. ta e construção coletiva têm contri-
apresentada a partir de suas moti- O processo de construção de um buído com alguns aspectos no âm-
vações e indicativos de concepção e programa NACIONAL tem, como bito organizacional dos COMIREs
organização. Nesta edição, ressalta- pilar principal, a escuta da realidade e sua atuação missionária.
remos alguns aspectos do processo LOCAL como fermento que dará Pode-se destacar a sistematiza-
de construção do Programa, dentre liga à missão da Igreja no Brasil. ção de informações acerca das re-
eles a escuta, a organização e a po- As escutas, realizadas durante alidades existentes nas esferas ecle-
tencialização da ação missionária as assembleias dos Conselhos Mis- siais e sociais, em olhares internos
nas diferentes realidades de nosso sionários Regionais (COMIREs), e externos à atuação missionária
país, acompanhe: têm sido feitas pelos membros local. Importante também salientar
da equipe executiva do Conselho o exercício feito, em cada regional,
Escutar Missionário Nacional (COMI- de uma sistematização acerca das
A construção do Programa NA), grupo que tem coordenado informações relacionadas às mo-
Missionário Nacional já tem feito a organização do Programa, jun- tivações da atuação missionária;
a diferença na atuação e organiza- tamente com uma assessoria me- sobre o que se deve abandonar; e
ção missionária da Igreja no Brasil. todológica. o que não se pode abrir mão. Cada
Antes mesmo de sua conclusão, A pluralidade cultural e a regional também tem sistematiza-
aprovação e início do Programa, os multifacetada organização missio- do informações sobre o porquê de
principais agentes de dinamização nária dos regionais contribuem, construir um Programa Missioná-
da missão em todo o país já estão significativamente, com elementos rio Nacional, além de indicativos
envolvidos no processo de escuta, enraizados nas realidades existen- sobre o que não se pode faltar e
partilha e construção coletiva. tes em nosso país. Elementos que quais são as expectativas acerca do
Tem sido um tempo opor- darão, para o Programa, um las- caminho a ser desenvolvido.
tuno e fecundo para centenas de tro que parte da realidade de cada Cada regional, com suas
pessoas de todas as regiões do país, regional. Programa que respeitará dezenas de lideranças, também tem
envolvidas nas mais diversas experi- e dialogará com as diversas reali- organizado informações quanto aos
ências e organizações missionárias, dades e conjunturas existentes em cenários existentes, sistematizando
contribuindo com olhares, opiniões, nossas Igrejas particulares e suas quais forças e fraquezas, assim
questionamentos e possibilidades organizações regionais. como as possíveis ameaças e opor-
16 outubro a dezembro 2018
Missão em Contexto
Potencializar
A partir do caminho da escuta e
da organização, a ação missionária
da Igreja no Brasil está sendo poten-
cializada. Tem mais vida, e vida em
abundância (Jo 10,10).
A alegria do Evangelho, pau-
tada pelo Papa Francisco e tema
de tantas reflexões nos diversos
espaços eclesiais, é experimenta-
da na oportunidade de vislumbrar
um Programa Missionário Na-
Os caminhos trilhados iluminam o Programa Missionário Nacional
cional que ecoe pela voz das re-
2018 outubro a dezembro 17
IAM
METODOLOGIA DA IAM Ir. Patricia Souza sds e Pe. Jaime Luiz Gusberti
Tema Gerador (Por escolha do grupo, conforme a sensibilidade e o interesse das crianças e adolescentes)
P
ara contribuir com a formação dos missionários/as, a IAM utiliza a metodologia disposta por quatro áreas
integradas. Para isso, realiza-se um encontro para escolher o assunto a ser tratado nas próximas quatro eta-
pas. Durante a semana seguinte, cada criança e adolescente compromete-se a juntar informações, recortes
de jornais, fotografias, objetos, etc., sobre o tema a ser trabalhado.
Tema Gerador (Por escolha do grupo, conforme a sensibilidade e o interesse das crianças e adolescentes)
É um encontro festivo,
aberto a todos, sobre-
tudo a quem nunca é
festejado, nunca é lem-
brado, nunca é chamado a
participar. Segundo compromisso:
São colocadas em Escolher o tema a ser
comum as propostas pen- trabalhado nas próximas
sadas durante a semana. Quatro Áreas Integradas.
O
Conselho Missionário de teve por objetivo animar a missiona- O COMISE quer conscientizar
Seminaristas (COMISE) foi riedade na formação dos seminaristas o seminarista que, antes da vocação
criado em 1985 no Seminá- dentro do Seminário, em vista que sacerdotal, a vocação à missão é a
rio Maior Interdiocesano Sagrado essa é uma realidade indispensável identidade de todo futuro missioná-
Coração de Jesus, no Piauí, onde os em nosso contexto atual. A Igreja rio-pastor. Portanto, o seminarista
seminaristas se organizaram para é missionária e sente a necessidade está chamado a criar convicção de
trabalhar na então denominada “di- de formar discípulos missionários que “o discípulo-missionário-pres-
mensão missionária” da formação. para o serviço e condução do povo bítero deve cultivar sempre os mes-
Criou-se, nos seminaristas, uma de Deus. O documento de Aparecida mos sentimentos e as virtudes do
identidade de ser Igreja missioná- afirma: “Missão não é tarefa opcio- Sagrado Coração de Jesus, o Bom
ria, graças ao método formativo do nal, mas parte integrante da identi- Pastor” (PFP, p.49,2013).
Seminário, a partir dos grandes re- dade cristã” (n. 144). Com isso, entra A atuação do Conselho Mis-
ferenciais eclesiológicos pós-conci- a missão do COMISE: despertar no sionário é como fermento na casa
liares, tais como: Igreja comunhão, jovem formando (o seminarista), e de formação, ajudando o semina-
Igreja povo de Deus, práxis da fé. no formador, a necessidade de maior rista a enxergar a ação missioná-
Com 33 anos de existência, a ini- impulso na vivência da missionarie- ria como causa primeira e o fim
ciativa foi pioneira em todo o Brasil, dade à qual foi chamado. último do exercício de sua voca-
nascida com o incentivo do padre Fá- Inicialmente, apesar de se tratar ção, colocada a serviço da Igreja.
bio Bertagnolli, missionário Combo- de uma animação missionária inter- Desperta o formando a perceber
niano que, desde 1984, atuava como na, rapidamente ganhou também que um missionário-presbíte-
diretor espiritual do Seminário Sagra- proporções externas por meio da ro, que possui verdadeiro ardor
do Coração de Jesus. Como profes- participação nos movimentos po- missionário, dispôs-se à doação
sor, dedicou-se à formação intelectual pulares da época, na reivindicação total de si, ao cultivo da intimi-
dos seminaristas e à animação mis- por melhores condições de vida, dade pessoal divina e à alegria na
sionária do ambiente de formação. principalmente aos mais pobres. missão; capacitado para compre-
Em suas pregações, recordava aos vo- Exemplo disso foi a participação ender os novos desafios no plane-
cacionados que os missionários são dos seminaristas junto ao povo no jamento da ação evangelizadora,
“o microfone de Deus no mundo”. grito dos excluídos, e nas reivindi- e aberto à adesão aos pobres e ao
Desde o primeiro momento, o cações por água no bairro Angelim, serviço missionário nos lugares
Conselho Missionário do Seminário em Teresina. de riscos e marginalizados.
20 outubro a dezembro 2018
Pontifícia União Missionária
Nas terras
de missão da
Amazônia
D
esde a primeira Semana encontro com famílias acolhedoras, a primeira a chegar. O seu Ademar,
Missionária que participei, que nos recebem em suas casas e ministro extraordinário da palavra
em 2015, ficou gravada partilham conosco seu local de des- que, embora sem muitos estudos,
a frase “vocês não vão levar Deus canso, alimentação e experiências. traz profundas reflexões. O Jovem
para as famílias, Ele já está lá, vo- Em todas as casas que acolhem João Júnior, coordena a comunida-
cês irão encontrá-lo”. O encontro é a visita, temos como sentir que de com muito esmero.
a primeira atitude do missionário, Deus habita lá, que realmente es- A Semana Missionária faz um
ir de coração aberto para acolher tamos encontrando-O. As famílias, bem enorme para nós, seminaristas,
as realidades que encontrará, pois em suas falas, testemunham Deus e atende ao apelo do Papa Francis-
se for cheio de si não deixará agir que está sempre presente e dá forças co de uma Igreja em Saída. Saímos
o protagonista da missão, o Espírito para continuar mesmo com as difi- de nossas estruturas físicas e até
Santo. O encontro com as pessoas culdades do cotidiano. A presença psicológicas, construindo-nos, en-
modifica o missionário, que se abre de Deus é real, o povo nos ensina
tre nós, com e como povo. Mesmo
à ação de Deus. isso e, se estivermos abertos à Sua
que seja por apenas uma semana,
Nos últimos anos, a Semana ação, também poderemos senti-Lo.
são construídas amizades que se
Missionária promovida pelo Con- Somos agraciados com testemu-
estendem na troca de lembranças,
selho Missionário de Seminaristas nhos de vida maravilhosos, como o
(COMISE), do Seminário Arqui- seu Isaías, homem que está tetraplé- mensagens pelas redes sociais e a
diocesano São José (Regional Nor- gico e continua a esbanjar alegria, promessa de retorno para visita. A
te I), não é somente uma atividade com uma fé tamanha que suas li- semana, para além do encontro, é
a mais. É momento de encontrar mitações físicas parecem peque- ocasião de amizades.
novas realidades nestas terras aben- nas. A dona Maria que, apesar de Por fim, a cada experiência mis-
çoadas da Amazônia, na alegria do dificuldades físicas, muitas vezes é sionária, volto animado para conti-
nuar o caminho de discernimento
vocacional. E convicto de que que-
ro ser padre, aberto à novidade do
A Semana Missionária faz um bem enorme Espírito Santo, bem como agradeci-
do pela presença de Deus em minha
para nós, seminaristas, e atende ao apelo vida e por tantos missionários que
do Papa Francisco de uma Igreja em saída. doaram e doam suas vidas em favor
Saímos de nossas estruturas físicas e até do Reino de Deus.
INFORMAÇÕES
Centro Cultural Missionário (CCM)
SGAN 905 - Conjunto C - Asa Norte - 70790-050 - Brasília - DF
www.ccm.org.br / ccm@ccm.org.br / (61) 3274.3009
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O ano de 2019 chega repleto de coisas boas. Além do Mês Missionário Extraor-
dinário, convocado pelo Papa, a revista SIM, instrumento eficaz de informação
e formação, terá novidades. Queremos estar mais próximos das lideranças dos
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