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FACULDADES SANTO AGOSTINHO - FADISA

EDVALDO DO CARMO SILVA

Responsabilização Civil do Assédio Moral no Trabalho

MONTES CLAROS/MG
OUTUBRO/2017
EDVALDO DO CARMO SILVA

Responsabilização Civil do Assédio Moral no Trabalho

Trabalho de curso apresentado à


Faculdade de Direito Santo Agostinho -
FADISA, como requisito para obtenção do
grau de Bacharel em Direito.
Orientador: Ms. Alex Brant Paulino

MONTES CLAROS/MG
OUTUBRO/2017
FACULDADES DE DIREITO SANTO AGOSTINHO – FADISA

A monografia Responsabilização Civil do Assédio Moral no Trabalho


apresentada pelo acadêmico Edvaldo do Carmo Silva, com exigência para
obtenção do grau de bacharel em Direito, foi julgada _________________por todos
os membros da Banca Examinadora.

Montes Claros - MG ____ de _____________________de ________.

Coordenadora de monografia: Prof.ª. Izabela Alves Drumond Fernandes

Banca Examinadora

Presidente: Ms. Alex Brant Paulino

Membro:

Membro:
Agradecimento

Agradeço à Deus pela força eterna e aos meus Pais pelo dom
da Vida, à minha incansável e dedicada esposa Girlene Prates
e aos meus Filhos Ghabrielle e Ghabryel Albarotti por
acreditarem na minha trajetória acadêmica e superação. A
minha eterna gratidão à minha cunhada Irene Prates pela ajuda
sempre. Aos Mestres que me ensinaram os caminhos do
Direito com seus conhecimentos e, em especial, ao Ms. Alex
Brant, meu Orientador que, com paciência e dedicação, me
ajudou nesse Trabalho de Conclusão de Curso, meu muito
obrigado.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CC/2002 – Código Civil de 2002.

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.

CRFB – Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

EC – Emenda Constitucional

STF – Supremo Tribunal Federal

TST – Tribunal Superior do Trabalho


RESUMO

O presente estudo, denominado de monografia, submetida à Faculdade de Direito


Santo Agostinho – FADISA, como requisito parcial para a obtenção do grau de
Bacharel em Direito, tem como objetivo analisar a responsabilidade civil do
empregador no âmbito do assédio moral na empresa e a sua reparação causada à
vítima. O assédio moral consiste em uma violência perversa aplicada aos
trabalhadores através de ataques repetitivos que tem como objetivo devastar a
autoestima da vítima. Esta violência moral e destruidora tem estado presente, de
uma forma rotineira, no ambiente de trabalho com objetivo claro de livrar-se de
empregados indesejados, humilhando-os e levando-os a afastar-se do emprego,
parcial ou definitivamente. O assédio moral enseja a condenação por danos morais
e materiais pela empresa assediadora, no contexto da responsabilidade civil
subjetiva, ou ainda objetivamente pela prática do assédio moral aplicada quando
cometido por outro empregado. Inexiste uma legislação federal de ampla
abrangência, mas temos em alguns municípios normas legais prevendo sua forma e
responsabilidade para tratar especificamente o assédio moral, porém, a
responsabilidade civil da empresa onde é cometido o ilícito decorre da regra de
responsabilidade civil preceituada no art. 186 do CC/2002, bem como a
aplicabilidade da responsabilidade civil objetiva instituída no art. 927 do mesmo
diploma legal.

Palavras-chaves: Responsabilidade Civil. Assédio Moral. Dano Moral. Reparação.


SUMMARY

The present study, called a monograph, submitted to the Law School of Santo
Agostinho (FADISA), as a partial requirement to obtain a Bachelor of Law degree,
aims to analyze the civil responsibility of the employer in the scope of moral
harassment in the company and its Caused to the victim. Bullying consists of
perverse violence applied to workers through repetitive attacks that aim to devastate
the self-esteem of the victim. This moral and destructive violence has been present,
in a routine way, in the work environment with the clear objective of getting rid of
unwanted employees, humiliating it and taking it away from the job, partially or
definitively. Harassment leads to conviction for moral and material damages by the
harassing company in the context of subjective civil liability or even objectively for the
practice of harassment when committed by another employee. There is no specific
legislation to deal with bullying, but the civil liability of the company where the offense
is committed stems from the civil liability rule set forth in art. 186 of the CC / 2002, as
well as the applicability of objective civil liability established in art. 927 of the same
law.

Keywords: Liability: Civil Responsibility. Moral harassment. Moral damage. Repair.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 8
1 RESPONSABILIDADE CIVIL NO ASSÉDIO MORAL.......................................................10
1.1 Responsabilidade civil subjetiva..................................................................................12

1.2 Responsabilidade civil objetiva....................................................................................13

1.3 Atos ilícitos.................................................................................................................. 15

2 ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO..................................................................................18


2.1 Formas de como o assédio moral pode ocorrer no trabalho........................................21

2.2 Assédio moral como violação da dignidade do trabalhador.........................................24

2.3 A prova no Assédio moral............................................................................................27

3 RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR NO COMETIMENTO DO ASSÉDIO


MORAL................................................................................................................................. 30
3.1 A Conduta do Agressor e o Perfil da Vítima no Assédio Moral.....................................31

3.2 A necessidade de uma Lei Federal para Assédio Moral..............................................33

3.3 Competências à Justiça do Trabalho de processar e julgar Assédio Moral.................34

CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................................36
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 38
7

INTRODUÇÃO

A presente monografia tem como objetivo demostrar e analisar a


responsabilidade civil quanto ao assédio moral no ambiente de trabalho no seu
contexto jurídico, com seus fundamentos e princípios.

Este estudo foi elaborado a partir de pesquisas bibliográficas, buscando dar


uma visão geral acerca do tema, oriunda de doutrinas impressas, artigos jurídicos
devidamente publicados, que abordam sobre a responsabilização do empregador
quanto às práticas empregadas de assédio moral junto aos empregados.

Destarte, a relevância deste trabalho pode ser considerada de irrefutável


indispensabilidade, pois ajudará o leitor a distinguir o que vem a ser assédio moral
no ambiente de trabalho de uma simples eventual ofensa ou atitudes levianas
isoladas por parte do superior.

Ademais, pretendeu-se neste trabalho acadêmico, de uma forma didática,


apresentar a responsabilidade civil, seus conceitos, seus pressupostos, natureza
jurídica, enfim, toda uma exposição explicativa que se resulta de fato ou ato ilícito,
decorrente de uma conduta humana, que causa prejuízo a outrem, sendo obrigada a
sua reparação.

Todavia, o objetivo desta matéria foi analisar a responsabilização civil do


empregador no tocante ao assédio moral em face do empregado, bem como
demonstrar a possibilidade de reparação pelos danos morais e materiais advindas
de tal prática, para tanto, será estudado o assédio moral, suas definições e a
doutrina acerca da responsabilidade civil do empregador face a ocorrência desta
conduta ilícita.

Porém, o assédio moral empregado no ambiente de trabalho, geralmente,


tem como desígnio a exposição do trabalhador a condutas abusivas, com o escopo
único de ser utilizada como ferramenta básica para atingir uma maior produtividade
por parte deste empregado ou simplesmente forçar o desligamento deste
trabalhador da empresa.

E, por conseguinte, este trabalho de curso foi dividido em três capítulos para
facilitar a compreensão do objeto da pesquisa, sendo que o primeiro capítulo vem
8

tratar sobre a responsabilidade civil no assédio moral, com conceitos básicos,


distintos entre diversos autores, explicitando e conceituando o que seria a
responsabilidade civil subjetiva e objetiva, assim como definições para os atos
ilícitos.

O segundo capítulo evidencia de uma forma conceitual e dinâmica o que


vem a ser o assédio moral no ambiente de trabalho, as formas estas tipificadas,
assim como este assédio viola a dignidade da pessoa em sua forma e essência, e, a
prova da ocorrência do assédio moral.

O terceiro capítulo tem o escopo de mostrar a responsabilidade do


empregador que vem cometer o assédio moral contra os seus empregados,
apresentando de forma sucinta e elementar como é a conduta do agressor e o perfil
da vítima. Observar-se-á que não há uma lei específica para o caso de assédio e a
necessidade desta lei federal para coibir tais práticas abusivas e, finalmente, a
competência à Justiça do Trabalho para processar e Julgar essas práticas de
assédio moral no âmbito do trabalho.

Destarte, para o Direito, a Responsabilidade Civil, nada mais é que um dever


de assumir as consequências jurídicas de um fato ocorrido, ou mesmo a reparação
de dano causado a outrem. Desta forma, este trabalho priorizou a responsabilização
do empregador em detrimento do assédio moral a seu empregado, disponibilizando
um conteúdo jurídico bibliográfico, a fim de minimizar a dor e a angústia, quando da
violação do direito à dignidade da pessoa humana.
9

1 RESPONSABILIDADE CIVIL NO ASSÉDIO MORAL

A noção de responsabilidade civil advém da máxima de que aquele que


causar dano ou prejuízo a outrem fica obrigado à reparação, tanto pelos danos
morais quanto pelos danos materiais que este vier a sofrer.

O assédio moral no ambiente de trabalho, viola os direitos à saúde e a


dignidade do trabalhador, bem como alguns direitos e garantias fundamentais
elencados pelo art. 1º, III e IV da CRFB, que possuem a seguinte redação:

Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-
se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

III. a dignidade da pessoa humana;


IV. os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

A CRFB veda em seu artigo 5º, inciso III, o tratamento desumano ou


degradante ao indivíduo, ao preceituar que “ninguém será submetido à tortura nem a
tratamento desumano ou degradante”.

A Responsabilidade Civil consiste na obrigatoriedade, reputado a alguém, de


reparar um dano ou prejuízo causado a outrem, por fato próprio ou por fato de
pessoas.

Diversos doutrinadores conceituam de forma distintas, porém, mantém a


mesma essência, que é a reparação dos danos ou prejuízos causados a alguém.

Segundo Gonçalves (2003, p. 449), responsabilidade tem origem do latim


respondere, que é a ideia de segurança, garantia da restituição ou compensação do
bem sacrificado, que tem como pressuposto a reposição ou ressarcimento.

De acordo com Stoco (1999, p.92), o componente influente da


responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano, atendidos os pressupostos
legais e as especificações e adequações à cada caso, através de indenização que
quase sempre é pecuniária, dado ao ato ilícito do agente, em que cause um dano a
outrem.
10

Diniz (1984, p. 32), define a responsabilidade Civil como:

[...] aplicação de medidas que obriguem alguém a reparar - dano


moral ou patrimonial causado a terceiro em razão de ato do próprio
imputado, de pessoa por quem ele guarda (responsabilidade
subjetiva) ou ainda, de simples imposição legal (responsabilidade
objetiva).

Segundo Cavalieri (2008, p. 2), a responsabilidade civil parte do


posicionamento que todo aquele que violar um dever jurídico através de um ato lícito
ou ilícito, tem o dever de reparar, pois todos temos um dever jurídico originário o de
não causar danos a outrem e ao violar este dever jurídico originário, passamos a ter
um dever jurídico sucessivo, o de reparar o dano que foi causado.

Para Dallegrave (2005, p. 77), a responsabilidade civil se define:

[...] como “a sistematização de regras e princípios que objetivam a


reparação do dano patrimonial ou a compensação do dano
extrapatrimonial causados diretamente por – ou por fato de coisas ou
pessoas que dele dependam – que agiu de forma ilícita ou assumiu o
risco da atividade causadora de lesão.

Gonçalves (2010, p.34) conceitua ato ilícito:

As obrigações derivadas dos “atos ilícitos“ são as que se constituem


por meio de ações ou omissões culposas ou dolosas do agente,
praticadas com infração a um dever de conduta e das quais resulta o
dano para outrem. A obrigação que, em consequência, surge é a de
indenizar ou ressarcir o prejuízo causado.

Em princípio, a atividade que gera dano acarreta responsabilidade ou dever


de indenizar. Esta forma de reparar o dano causado a outrem, tem como
sustentação o princípio da reposição do prejuízo causado, cuja finalidade é manter a
segurança jurídica e a sanção civil compensatória ao lesado.

Por sua vez, dispõe os artigos 186 e187 do CC/2002, sobre a definição de
ato ilícito:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
11

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao


exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Desta forma, comete ato ilícito quem violar direito ou causar dano a outrem
por meio de uma conduta culposa, seja omissiva ou comissiva, ou ainda cometer
abuso de direito.

O artigo 5°, inciso X da CRFB, no tocante aos danos extrapatrimoniais,


preceitua a obrigatoriedade ao direito à indenização, pelo dano moral e material:
“São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação”.

1.1 Responsabilidade civil subjetiva

Segundo descreve Rodrigues (2003), que a Responsabilidade Civil Subjetiva


é quando surge a ideia de culpa, ou seja, sempre estará presente o elemento
vontade do agente.

O art. 186 do Código Civil indicou a culpa como centro da Responsabilidade


Subjetiva, o Código também no caput do art. 927, reitera o aludido.

Assim, como abrange o caput do art. 927, do CC/2002, “aquele que, por ato
ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, está obrigado a repará-lo”; o que
esclarece as características para existência da responsabilidade civil subjetiva como
regra do Código atual. Desse modo, o ato ilícito, o dano a outrem e a culpa,
caracterizam-se como base da existência da responsabilidade civil subjetiva.

Conforme Oliveira (2009, p.), a culpa, para os defensores da teoria da


responsabilidade civil subjetiva, é o elemento básico que gera o dever do ofensor de
reparar o dano.

Para Venosa (2008, p.23), na responsabilidade civil subjetiva o dever de


indenizar pauta-se no ato ilícito, no exame de transgressão ao dever de conduta, em
contrapartida, na responsabilidade subjetiva, “o ato ilícito mostra-se incompleto, pois
é suprimido o substrato da culpa”.
12

No entendimento de Gagliano e Pamplona Filho (2008, p.24), entretanto,


mesmo tendo sido mencionada em dispositivo de lei por meio da expressão “ação
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência”, a culpa não consiste em
pressuposto da responsabilidade civil frente à existência da responsabilidade
objetiva, espécie que prescinde desse elemento subjetivo para restar configurada.

Jorge Neto e Cavalcante (2008, p.802) asseveram que muito se combate


essa ideia de culpa como fundamento da responsabilidade civil, porque, para os
defensores da teoria subjetiva, o dever de reparar surge com a existência do dano
concreto.

Ressaltam que na responsabilidade objetiva a atividade é lícita, mas por


expor terceiros a perigo, cabe ao agente adotar as devidas cautelas para que o dano
não ocorra.

O Código Civil de 2002, assim como o de 1916, manteve a culpa como


fundamento da responsabilidade subjetiva, adotando tal teoria como regra geral no
ordenamento jurídico vigente.

Destarte, define-se como responsabilidade civil subjetiva aquela que tem por
base a culpa do agente, que deve ser comprovada pela vítima para que haja o dever
de reparação, desta forma, não se pode responsabilizar alguém pelo dano sem que
haja culpa, ou seja, tem que provar o ilícito.

Rodrigues (2002, p. 11) ensina que “se diz ser subjetiva a responsabilidade
quando se inspira na ideia de culpa” e que de acordo com o entendimento clássico a
“concepção tradicional a responsabilidade do agente causador do dano só se
configura se agiu culposa ou dolosamente”. De modo que a prova da culpa do
agente causador do dano é indispensável para que surja o dever de indenizar. “A
responsabilidade, no caso, é subjetiva, pois depende do comportamento do sujeito. ”

1.2 Responsabilidade civil objetiva

A responsabilidade civil objetiva foi expressamente apreciada pelo CC/2002,


no artigo 927, § único, que inovou e previu que quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano representar risco, tem o dever de indenizá-lo.
13

Segundo Tartuce (2011), A responsabilidade objetiva, independente de culpa


é fundada na teoria do risco, em uma de suas modalidades sendo as principais:

a) Teoria do risco administrativo: adotada nos casos de


responsabilidade objetiva do Estado (art. 37, § 6º, da CF/88)

b) Teoria do risco criado: está presente nos casos em que o agente


cria o risco, decorrente de outra pessoa ou de uma coisa. Cite-se
à previsão do artigo 938 do CC, que trata da responsabilidade do
ocupante de prédio pelas coisas que dele caírem ou forem
lançadas (defenestramento).

c) Teoria do risco-proveito: é adotada nas situações em que o risco


decorre de uma atividade lucrativa, ou seja, o agente retira um
proveito do risco criado, como nos casos envolvendo os riscos de
um produto, relacionados com a responsabilidade objetiva
decorrente do Código de Defesa do Consumidor.

d) Teoria do risco integral: nessa hipótese não há excludente de


nexo de causalidade ou responsabilidade civil a ser alegada,
como nos casos de danos ambientais, segundo autores
ambientalistas (art. 14, § 1º, da Lei 6.938/81).

O CC/2002, em seu artigo 927, parágrafo único, preceitua que haverá a


obrigação de indenizar, independentemente de culpa, nos casos previstos em lei, ou
quando a atividade desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco
para os direitos de outrem.

Assim, o CC/2002 afasta a teoria da culpa e expressamente adota a Teoria


do Risco, chamada de objetiva, segundo a qual aquele que em virtude de sua
atividade cria um risco de danos a terceiro, fica obrigado a reparar, sendo irrelevante
que a ação do agente denote imprudência ou negligência.

Segundo Araújo Júnior (2014, p. 3) a culpa é a inexecução de um dever que


o agente podia conhecer e observar. Se efetivamente o conhecia e deliberadamente
o violou, ocorre o delito civil, ou, em matéria de contrato, o dolo contratual.

Para o Professor Stoco (2001, p. 97):

“Quando existe uma intenção deliberada de ofender o direito, ou de


ocasionar prejuízo a outrem, há o dolo, isto é, o pleno conhecimento
do mal e o direto propósito de o praticar. Se não houvesse esse
intento deliberado, proposital, mas o prejuízo veio a surgir, por
imprudência ou negligência, existe a culpa (stricto sensu) ”.
14

A ideia de culpa não guarda relação com a violação intencional de um dever


capaz de causar um prejuízo a outrem.

A responsabilidade objetiva tem seu sustentáculo na teoria do risco, pois


todo aquele que desempenha uma atividade cria risco de dano para terceiros,
devendo assim reparar o dano causado, mesmo que o agente não tenha atuado
com culpa.

A obrigação de reparação é proveniente do risco do exercício que


determinada a atividade do agente venha a causar a terceiros em função do proveito
econômico auferido pelo agente. O fato do agente se beneficiar de sua atividade
gera a obrigação de suportar os danos que porventura outros possam sofrer por sua
atividade. Rodrigues (2002, p. 10) assim comenta a teoria do risco:

“A teoria do risco é a responsabilidade objetiva. Segundo essa teoria, aquele


que, através de sua atividade, cria risco de dano para terceiros deve ser obrigado a
repará-lo, ainda que sua atividade e seu comportamento sejam isentos de culpa.
Examina-se a situação, e, se for verificada, objetivamente, a relação de causa e
efeito entre o comportamento do agente e o dano experimentado pela vítima, esta
tem direito de ser indenizada por aquele.”

1.3 Atos ilícitos

O ato ilícito, um dos pressupostos da responsabilidade civil, é o conceito de


maior relevância para que seja possível estudar acerca do campo da
responsabilidade civil em um todo, posto que é a partir dele que gera à pessoa que o
suportou o direito de invocar a responsabilidade civil para que seja indenizada
naquele dano que sofreu.

Pela definição de Venosa (2013, p. 24):

[...] os atos ilícitos são os que promanam direta ou indiretamente da


vontade e ocasionam efeitos jurídicos, mas contrários ao
ordenamento. O ato voluntário é, portanto, o primeiro pressuposto da
responsabilidade civil [...]. O ato de vontade, contudo, no campo da
responsabilidade deve reverter-se de ilicitude. Melhor diremos que na
ilicitude há, geralmente, uma cadeia ou sucessão de atos ilícitos,
15

uma conduta culposa. Raramente a ilicitude ocorrerá com um único


ato. O ato ilícito traduz-se em um comportamento voluntário que
transgride um dever. Como já analisamos, ontologicamente o ilícito
civil não difere do ilícito penal; a principal diferença reside na
tipificação estrita deste último.

A conduta é primeira forma da expressão do ato ilícito, e é exteriorizada,


conforme se vê na definição descrita no art. 186 do CC/2002 da seguinte forma:
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência”. Por conta
disso, é o requisito necessário para que seja dada início à análise da
responsabilidade civil.

Para Diniz (2005, p. 43):

A ação, elemento constitutivo da responsabilidade, vem a ser o ato


humano, comissivo ou omissivo, ilícito ou licito, voluntario e
objetivamente imputável do próprio agente ou de terceiros, ou o fato
de animal ou coisa inanimada, que cause dano a outrem, gerando o
dever de satisfazer os direitos do lesado.

Nas palavras de Filho (2012, p. 10), “A antijuridicidade de uma conduta é


normalmente estabelecida à luz de certos valores sociais, valores que podem ser
englobados na noção tradicional de bem comum”.

Segundo prescreve o artigo 186 do CC/2002 que, aquele que “por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

A culpa é outra forma da expressão do ato ilícito. Venosa (2013, p. 25)


citando José de Aguiar em sua doutrina, define acerca da culpa strictu sensu:

A culpa é falta de diligência na observância da norma de conduta,


isto é, o desprezo, por parte do agente, do esforço necessário para
observá-la, com resultado não objetivado, mas previsível, desde que
o agente se detivesse na consideração das consequências eventuais
de sua atitude.

Assim, a culpa em sentido estrito, nada mais é que o erro ou desvio de


conduta de determinado agente, eivados de negligência, imprudência ou imperícia,
16

ou seja, o agente não teve a intenção de lesar a outrem, mas, por falta de cuidado,
observância das normas, o resultado danoso aconteceu.

Define-se como negligência quando há omissão do agente em agir ou tomar


uma conduta em fato que este poderia fazer, agindo assim com descuido,
indiferença ou atenção, não tomando as devidas precauções para que o dano fosse
evitado.

A imprudência é a tomada de decisão precipitada. Agindo de modo diverso


daquele esperado. Quando à imperícia é a falta de técnica, experiência, para a
realização de determinada atividade.

De outro lado, há o Dolo, que nada mais é que uma conduta intencional em
que o agente tem a consciência, previsão, antevisão mental acerca do resultado que
poderá causar com aquela ação, bem como a consciência da ilicitude de tal ato.

Segundo Filho (2012, p.32), tem-se como dolo a “vontade conscientemente


dirigida à produção de um resultado ilícito. É a infração consciente do dever
preexistente, ou o propósito de causar dano a outrem”.

O dano seria outra forma de expressão de ato ilícito. O dano nada mais é
que o prejuízo causado à vítima pelo ato ilícito ensejador da responsabilidade civil.

Nos dizeres de Venosa (2013, p. 38):

Dano consiste no prejuízo sofrido pelo agente. Pode ser individual ou


coletivo, moral ou material, ou melhor, econômico e não econômico.
A noção de dano sempre foi objeto de muita controvérsia. Na noção
de dano está sempre presente a noção de prejuízo. Nem sempre a
transgressão de uma norma ocasiona dano. Somente haverá
possibilidade de indenização, como regra, se o ato ilícito ocasionar
dano. Cuida-se, portanto, do dano injusto, aplicação do princípio pelo
qual a ninguém é dado prejudicar outrem (neminem laedere)
(Baptista, 2003:47) [...]

O dano encontra-se no centro da regra de responsabilidade civil, posto que a


prática do ato ilícito, para que gere indenização, é necessária que acarrete um dano
à vítima, podendo o dano ser moral, material, à imagem, entre outros.
17

2 ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO

O assédio moral é um tema que tem despertado grande interesse social em


razão das enormes repercussões originadas pela sua ocorrência.

O terror psicológico no ambiente de trabalho constitui-se numa espécie de


violência cruel e desumana, ocorrendo de forma repetitiva e sistemática, com
escopo específico de desestabilizar a vítima psicologicamente, por meio de
agressões verbais, constrangimentos, humilhações, maus tratos, entre formas.

O assédio moral é caracterizado por uma conduta abusiva, de forma


repetitiva e prolongada, de natureza psicológica, que atordoe a saúde do
empregado, com situações humilhantes e constrangedoras, capazes de causar
ofensa à personalidade, à dignidade ou à integridade psíquica seja do empregador
que se utiliza de sua superioridade hierárquica para constranger seus subalternos,
ou seja dos empregados entre si com a finalidade de excluir alguém indesejado do
grupo, o que pode se dar, aliás muito comumente, por motivos de competição ou de
discriminação pura e simples. Não se configura assédio moral a determinação para
repetição de tarefas malfeitas, e nem a repreensão efetuada pelo mestre de obras
ao pedreiro que não cumpriu a contento sua tarefa, sem comprovação de
extrapolação dos limites do razoável (DETRT14 n.214, de 21/11/2011 - RO 885 RO
0000885).

A vitimóloga e psicanalista francesa Hirigoyen (2007, p. 65) assevera que


por assédio moral em um local de trabalho temos que entender qualquer conduta
abusiva manifestando-se, sobretudo, por comportamentos, palavras, atos, gestos,
escritos, que possam trazer dano à personalidade, à dignidade ou à integridade
física ou psíquica de uma pessoa, pôr em perigo seu emprego, ou degradar o
ambiente de trabalho.

Segundo Barreto (2003, p.107), Assédio moral é “a violência sutil –


explicitada por situações de humilhação, intimidações, ameaças, discriminações,
ironias, desvalorizações, desqualificações, assédio sexual e colonização da
afetividade, as quais reafirmam a condição de submissão”.
18

Barros (2004, p.138), entende que, o assédio moral está diretamente ligado
à nossa estrutura emocional, ou seja, ao nosso caráter. Dentre suas causas estão a
exibição de valores, o relato do brilho e da glória de uns com ostracismo do outro, o
que gera ciúmes, inveja, rivalidade, e, por conseguinte, competitividade.

Para Guedes (2003, p. 63), no assédio moral no ambiente do trabalho:

“[...] a vítima do terror psicológico no trabalho não é o empregado


desidioso, negligente. Ao contrário, os pesquisadores encontraram
como vítimas justamente os empregados com um senso de
responsabilidade quase patológico, são ingênuas no sentido de que
acreditam nos outros e naquilo que fazem, são geralmente pessoas
bem-educadas e possuidoras de valiosas qualidades profissionais e
morais.”

Diversas são as jurisprudências resultantes do julgamento de ações


relacionadas ao dano moral pelo assédio. São decisões fundamentadas quase que
exclusivamente no que se refere à dignidade da pessoa humana, à cidadania, a vida
privada, aos valores sociais do trabalho.

Um dos princípios embasadores de constituição do dano moral por assédio


está prescrito no art. 5º, inc. X, da CRFB, que dispõe:

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem


das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação.

Da mesma forma que o texto constitucional assegura o direito à vida, a


dignidade da pessoa humana, entre outros, a nossa Constituição Federal também
assegura a prevalência do interesse social em detrimento do interesse particular,
conforme preceitua o art. 193, CRFB: ”A ordem social tem como base o primado do
trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais“.

O assédio moral no trabalho é um dos problemas mais sérios enfrentados


pela sociedade atual. Ele é fruto de um conjunto de fatores, como a globalização
econômica predatória, que vislumbra somente o lucro, e a atual organização de
19

trabalho, marcada pela competição agressiva e pela opressão dos trabalhadores


através do medo e da ameaça (BARRETO, 2007, p. 16).

Será apresentado abaixo alguns julgados em forma de jurisprudência, para


abrilhantar o nosso entendimento quanto a reparação dos danos causados pelo
assédio moral:

ASSÉDIO MORAL-“A violência ocorre minuto a minuto, enquanto o


empregador, está violando não só o que contratado, mas, também, o
disposto no § 2º, do art. 461 consolidado - preceito imperativo -
coloca-se na insustentável posição de exigir trabalho de maior valia,
considerando o enquadramento do empregado, e observa
contraprestação inferior, o que conflita com a natureza onerosa,
sinalagmático e comutativa do contrato de trabalho e com os
princípios de proteção, da realidade, da razoabilidade e da boa-fé,
norteadores do direito do trabalho. Conscientizem-se os
empregadores de que a busca do lucro não se sobrepõe,
juridicamente, à dignidade do trabalhador como pessoa humana e
partícipe da obra que encerra o empreendimento econômico” (TST,
1ª T, Ac. 3.879, RR 7.642/86, 9.11.1987, Rel. Min. Marco Aurélio
Mendes de Faria Mello). Juíza Sônia, das Dores Dionísio, do TRT da
17ª Região-Espírito Santo. O Acórdão de nº 7660/2002, foi publicado
em 9.09.2002.

ASSÉDIO MORAL - CONTRATO DE INAÇÃO - INDENIZAÇÃO POR


DANO MORAL - A tortura psicológica, destinada a golpear a
autoestima do empregado, visando forçar sua demissão ou apressar
a sua dispensa através de métodos que resultem em sobrecarregar o
empregado de tarefas inúteis, sonegar-lhe informações e fingir que
não o vê, resultam em assédio moral, cujo efeito é o direito à
indenização por dano moral, porque ultrapassa o âmbito profissional,
eis que minam a saúde física e mental da vítima e corrói a sua
autoestima. No caso dos autos, o assédio foi além, porque a
empresa transformou o contrato de atividade em contrato de inação,
quebrando o caráter sinalagmático do contrato de trabalho, e por
consequência, descumprindo a sua principal obrigação que é a de
fornecer o trabalho, fonte de dignidade do empregado”. (TRT 17ª R,
RO 1315.2000.00.17.00.1, Ac. 2276/2001, Relª. Juíza Sônia, das
Dores Dionízio, 20.08.02, na Revista LTr 66-10/1237).

Para se caracterizar o Assédio Moral é preciso qualquer conduta agressiva


ou vexatória, com o objetivo de constranger a vítima, humilhá-la, fazendo-a se sentir
inferior. É exatamente por isso que o Assédio Moral também é conhecido como
terror psicológico, psicoterror, violência psicológica.
20

2.1 Formas de como o assédio moral pode ocorrer no trabalho

As formas como o agente pode praticar o assédio moral ocorre de diversas


maneiras e a psiquiatra e psicóloga Marie-France Hirigoyen (2002, p.108) traz uma
lista de atitudes hostis. Ela classifica em quatro categorias, a saber: deterioração
proposital das condições de trabalho; isolamento e recusa de comunicação;
atentado contra a dignidade e violência verbal, física ou sexual.

Veja a lista de atitudes hostis, trazida pela autora Hirigoyen:

1) Deterioração proposital das condições de trabalho

• Retirar da vítima a autonomia.


• Não lhe transmitir mais as informações úteis para realização de
tarefas.
• Contestar sistematicamente todas as suas decisões.
• Criticar seu trabalho de forma injusta ou exagerada.
• Privá-la do acesso aos instrumentos de trabalho: telefone, fax,
computador...
• Retirar o trabalho que normalmente lhe compete.
• Dar-lhe permanentemente novas tarefas.
• Atribuir-lhe proposital e sistematicamente tarefas inferiores às suas
competências.
• Pressioná-la para que não faça valer seus direitos (férias, horários,
prêmios).
• Agir de modo a impedir que obtenha promoção.
• Atribuir à vítima, contra a vontade dela, trabalhos perigosos.
• Atribuir à vítima tarefas incompatíveis com sua saúde.
• Causar danos em seu local de trabalho.
• Dar-lhe deliberadamente instruções impossíveis de executar.
• Não levar em conta recomendações de ordem médica indicadas
pelo médico do trabalho.
• Induzir a vítima ao erro.

2) Isolamento e recusa de comunicação

• A vítima é interrompida constantemente.


• Superiores hierárquicos ou colegas não dialogam com a vítima.
• A comunicação com ela é unicamente por escrito.
• Recusam todo contato com ela, mesmo visual.
• É posta separada dos outros.
• Ignoram sua presença, dirigindo-se apenas aos outros.
• Proíbem os colegas de lhe falar.
• Já não a deixam falar com ninguém.
• A direção recusa qualquer pedido de entrevista.

3) Atentado contra a dignidade

• Utilizam insinuações desdenhosas para qualifica-la.


• Espalham rumores a seu respeito.
21

• Atribuem-lhe problemas psicológicos (dizem que é doente mental).


• Zombam de suas deficiências físicas ou de seu aspecto físico; é
imitada ou caricaturada.
• Criticam sua vida privada.
• Zombam de suas origens ou de sua nacionalidade.
• Implicam com suas crenças religiosas ou convicções políticas.
• Atribuem-lhe tarefas humilhantes.
• É injuriada com termos obscenos ou degradantes.

4) violência verbal, física ou sexual

• Ameaças de violência física.


• Agridem-na fisicamente, mesmo que de leve, é empurrada, fecham-
lhe a porta na cara.
• Falam com ela aos gritos.
• Invadem sua vida privada com ligações telefônicas ou cartas.
• Seguem-na na rua, é espionada diante do domicílio.
• Fazem estragos em seu automóvel.
• É assediada ou agredida sexualmente (gestos ou propostas).
• Não levam em conta seus problemas de saúde.

Os nossos tribunais têm se manifestados quanto ao assédio moral no


ambiente de trabalho, sendo destacados alguns casos concretos conforme se vê
abaixo:

a) Empregado que sofre exposição humilhante e vexatória, colocado


em ociosidade, em local inadequado apelidado pejorativamente de
"aquário" pelos colegas, além da alcunha de "javali" (já vali alguma
coisa) atribuída aos componentes da equipe dos "encostados". (TRT
15ª R. - RO 2229-2003-092-15-00-6 - (53171/05) - 11ª C. - Rel. Juiz
Edison dos Santos Pelegrini - DOESP 04.11.2005 - p. 129).

b) Empregado que é colocado em indisponibilidade indefinidamente


por mais de ano, embora remunerada; sofre tortura psicológica pela
forma reiterada e prolongada a que esteve exposto a situações
constrangedoras e humilhantes, minando a sua autoestima e
competência funcional, depreciando a sua imagem e causando
sofrimento psicológico. (TRT 15ª R. - RO 2142-2003-032-15-00-5 -
(42274/05) - 11ª C. - Rel. Juiz Edison dos Santos Pelegrini - DOESP
09.09.2005 - p. 62).

c) Empregado que era submetido, rotineiramente e na presença dos


demais colegas de trabalho, por ato do superior hierárquico, por não
ter atingido a meta de produção, a usar vestes do sexo oposto,
inclusive desfilar com roupas íntimas, além de sofrer a pecha de
"irresponsável", "incompetente", "fracassado", dentre outros. (TRT 6ª
R. - Proc. 00776-2002-006-06-00-5 - 1ª T. - Rel. Juiz Valdir José Silva
de Carvalho - DOEPE 03.04.2004).

d) A dispensa de comparecimento à empresa, ainda que sem


prejuízos de salário, constitui degradação das condições de trabalho
e faz com que o trabalhador sinta-se humilhado perante os colegas,
a família e o grupo social. Esse ataque à dignidade profissional é
22

grave e não permite sequer cogitar de que os salários do período de


inação compensem os sentimentos negativos experimentados.(TRT
9ª R. - Proc. 03179-2002-513-09-00-5 (RO 10473-2003) - (06727-
2004) - Relª Juíza Marlene T. Fuverki Suguimatsu - DJPR
16.04.2004).

e) Empregado que é confinado em uma sala, sem ser-lhe atribuída


qualquer tarefa, por longo período, existindo grande repercussão em
sua saúde, tendo em vista os danos psíquicos por que passou. (TRT
17ª R. - RO 1142.2001.006.17.00.9 - Rel. Juiz José Carlos Rizk -
DOES 15.09.2002).

f) Empregado submetido a dinâmica de grupo na qual se impõe


‘pagamentos’ de ‘prendas’ publicamente, tais como, ‘dançar a dança
da boquinha da garrafa’, àqueles que não cumprem sua tarefa a
tempo e modo. (TRT 17ª Região - RO 01294.2002.007.17.00.9, Relª
Juíza Sônia Das Dores Dionísio – DOES 19.11.2003).

g) Empregada que é chamada de burra idiota e incompetente pelo


seu chefe, sofre assédio moral porque tem sua dignidade atingida
(TRT 2a. Região – RO 01163.2004.015.02.00-0, rel. Juiz Valdir
Florindo in Consultor Jurídico de 04/04/2006).

h) Vendedor que recebe correspondências da empresa de teor


intimidatório e agressivos tais como: "Semana retrasada demitimos o
vendedor da Zona 51, semana passada demitimos o vendedor da
Zona 02, quem será o próximo?" e; "Com tantas promoções, ofertas
e oportunidades, sair do cliente sem vender nada é o mais absoluto
atestado de incompetência", ou ainda; "Você pode ser tudo na vida,
menos vendedor, é melhor procurar outra profissão" e, finalmente,
"Não entendo!!! Entendo menos ainda que ainda contínuo
encontrando vendedor ´barata tonta` (observem que nossa equipe
está mudando algumas ´caras` e não é por acaso)", sofre assédio
moral. (TRT 4a. Região – RO n° 01005-2004-662-04-00-5, Rel. Juiz
João Ghisleni Filho, fonte site do TRT-RS, 24/01/2005).

Em situações como as acima exemplificadas, o dever indenizatório


emerge da necessidade de proteção à dignidade da pessoa humana (CRFB, art. 1°,
III), de tal sorte a afirmar que a punição pelo assédio moral se impõe através da
condenação do empregador por danos morais.

Ainda são enumerados como espécie de assédio moral:


o mobbing combinado e o mobbing ascendente. Aquele se daria com a união, tanto
do chefe, quanto dos colegas no objetivo de excluir um funcionário, enquanto o
último seria o assédio praticado por um subalterno que se julga merecedor do
cargo do chefe, bem como por um grupo de funcionários que quer sabotar o novo
23

chefe, pois não o julgam tão tolerante quanto o antigo ou tão capacitado para tal
cargo (SCHMIDT, 2002, p. 177-226).

2.2 Assédio moral como violação da dignidade do trabalhador

O princípio da dignidade da pessoa humana como será visto está fincado no


ordenamento jurídico brasileiro através da CRFB e, tanto é a sua importância que a
sua proteção por parte da ordem jurídica se faz mesmo quando não há uma norma
onde este princípio esteja contido.

A CRFB, traz no seu artigo 1º, inciso III, do Título I - “Dos Princípios
Fundamentais”:

Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-
se em Estado Democrático de Direito e tem como Fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;

Glöckner (2004, p. 32), menciona dois momentos em que os princípios


gerais de direito são aplicados. Primeiro na Lei de Introdução do Código Civil
(Decreto-Lei nº 4.657, de 04 de setembro de 1942), que em seu artigo 4º determina
ao juiz que havendo omissão na lei, decida o caso conforme analogia, os costumes
e os princípios gerais de direito. Há também uma segunda disposição que determina
a aplicação dos princípios é a Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943, que em seu artigo 8º diz que na
ausência de disposições legais ou contratuais, as autoridades administrativas e
judiciárias podem fazer uso dos princípios gerais de direito.

Silva (1967, p.526) consigna o que vem a ser a dignidade:

[...] dignidade é a palavra derivada do latim dignitas (virtude, honra,


consideração), em regra se entende a qualidade moral, que,
possuída por uma pessoa serve de base ao próprio respeito em que
é tida: compreende-se também como o próprio procedimento da
pessoa pelo qual se faz merecedor do conceito público; em sentido
jurídico, também se estende como a dignidade a distinção ou a
honraria conferida a uma pessoa, consistente em cargo ou título de
alta graduação; no Direito Canônico, indica-se o benefício ou
prerrogativa de um cargo eclesiástico.
24

Em uma valoração entre o princípio da isonomia e o da dignidade, na


concepção do professor Nunes (2002, p. 45) tem-se que:

É ela, a dignidade, o primeiro fundamento de todo sistema


constitucional posto e o último arcabouço da guarida dos direitos
individuais. A isonomia serve, é verdade, para gerar equilíbrio real,
porém visando concretizar o direito à dignidade. É a dignidade que
dá a direção, o comando a ser considerado primeiramente pelo
intérprete.

Dispõe o art. 1º, III da CRFB:

“A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel


dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III – a dignidade da pessoa humana. ”

Ainda nesse contexto de conferir à dignidade da pessoa humana


um status de princípio fundamental, essencial, fonte de todo ordenamento jurídico
brasileiro, manifesta-se o STF:

(...) o postulado da dignidade da pessoa humana, que representa -


considerada a centralidade desse princípio essencial (CF, art. 1º, III) -
significativo vetor interpretativo, verdadeiro valor-fonte que conforma
e inspira todo o ordenamento constitucional vigente em nosso País e
que traduz, de modo expressivo, um dos fundamentos em que se
assenta, entre nós, a ordem republicana e democrática consagrada
pelo sistema de direito constitucional positivo (...). (HC 95464,
Relator (a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em
03/02/2009, DJe-048 DIVULG 12-03-2009 PUBLIC 13-03-2009
EMENT VOL-02352-03 PP-00466)

Logo, a dignidade da pessoa humana, se tomada como fundamento da


República, princípio fundamental do ordenamento pátrio, norte constitucional,
mínimo de direitos que garantem uma existência digna, não pode ser relativizada por
constituir valor absoluto, vez que, nessa hipótese, o indivíduo é protegido por ser
colocado em contraposição à sociedade ou ao Poder Público, portanto, em situação
de vulnerabilidade.1

No mesmo sentido, Clève (2003, p. 152-153) demonstra que o princípio da


dignidade da pessoa humana é considerado a base essencial de todo o

http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/5787/A-dignidade-da-pessoa-humana-como-
1

principio-absoluto <acesso em 30/03/2016>


25

ordenamento jurídico e de todo o sistema de direitos fundamentais, constituindo-se


como valor supremo:

“Verifica-se, dessa maneira, que os direitos fundamentais sociais


devem ser compreendidos por uma dogmática constitucional
singular, emancipatória, marcada pelo compromisso com a dignidade
da pessoa humana e, pois, com a plena efetividade dos comandos
constitucionais”.

Destarte, a dignidade é garantida pelo princípio constitucional, logo não


pode ser minimizada ou colocada em um relativismo, devido a sua clara importância.

Este princípio simboliza a base do próprio Estado Brasileiro. Mostra que as


pessoas devem ser respeitadas, resguardadas em sua integridade física, mental e
moral.

Nas palavras de Delgado (2006, p. 205):

[...] para se ter dignidade não é preciso necessariamente se ter


direitos positivados, visto ser a dignidade uma intrínseca condição
humana. De toda a forma, quanto à sua proteção, reconhece-se que
o Estado, pela via normativa, desempenha função singular para a
manutenção da dignidade do homem.

O assédio moral fere a dignidade, a autoestima e o respeito ao trabalhador.


O princípio da dignidade deve reger as relações de trabalho. Se o trabalho dignifica
o ser humano, e se a dignidade é inerente à pessoa, o trabalhador merece tal
proteção.

Para a identificação precisa do assédio moral nas relações de trabalho, é


necessária a violação da dignidade do profissional por condutas abusivas dentro do
contexto profissional. O clima psicológico determinado pelo que acontece à volta do
empregado enquanto ele trabalha é de suma importância para constatação de
assédio. Desta forma, o assédio moral não se restringe ao ambiente físico de
trabalho. Todavia, é imprescindível que o processo assediador seja praticado
durante o exercício do trabalho, não se confundindo com questões pessoais que
possam aparecer dentro do ambiente de trabalho (DOLORES, 2004, p. 43).

Assim, se a dignidade é intrínseca à pessoa, inalienável e irrenunciável,


cabe ao Estado a sua proteção e a sua promoção.
26

Devem ser respeitados, acima de tudo, os direitos da personalidade, ou


melhor, a dignidade da pessoa humana que é um princípio constitucional,
consagrado no artigo 1º, inciso III e artigo 5º, incisos VI e X, da Constituição Federal.
Estabelece este que são invioláveis os direitos à vida, à liberdade, à igualdade e à
segurança, assim como são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem, prevendo que se qualquer um desses direitos for violado, a pessoa tem o
direito de resposta, bem como indenização por danos morais e materiais. Assim,
entende o TRT de Roraima:

EMENTA: ASSÉDIO MORAL. O empregador que exige dos seus


empregados resultados que extrapolem as metas previamente
estabelecidas, ameaçando-os, com intimidações e xingamentos, e
impondo "castigos" (como trabalhar de pé, proibindo-os de ir ao
banheiro, tomar água ou lanchar), excede manifestamente os limites
traçados pela boa-fé e pelos costumes e ainda vulnera o primado
social do trabalho, ultrapassando os limites de atuação do poder
diretivo, para atingir a dignidade e a integridade física e psíquica
desses empregados, praticando ato abusivo, ilícito, que ensejará
justa reparação dos danos causados aos ofendidos. Não se pretende
defender que a produção estimulada e a busca por resultados cada
vez maiores sejam um exercício maléfico nas relações de trabalho
vigentes num mercado de trabalho, como o atual, que labora em
constante transformação e adaptação às práticas comerciais que vão
surgindo a cada momento. Mas há várias formas de estimular o
empregado na conquista de resultados mais favoráveis ao
empreendimento econômico do empregador, como, por exemplo,
através da oferta de cursos de capacitação e liderança ou da
conhecida vantagem econômica, prática muito embora controvertida,
mas largamente adotada, de remunerar os trabalhadores por
produção, desde que respeitados, naturalmente, os seus limites
físicos e psíquicos, tudo se fazendo sem atingir, todavia, a sua
dignidade ou integridade física e psíquica (ACÓRDÃO TRT3 01245-
2005-012-03-00-0. RO).

2.3 A prova no Assédio moral

É de grande importância a análise da prova da ocorrência do assédio moral


e do dano, tendo em vista que a agressão decorrente deste ato ilícito, na maioria
das vezes, é oculta e atinge a esfera íntima e subjetiva da vítima.

Afirma Alkimin (2005, p. 117) que:

Para a reparação do dano moral, é imprescindível a prova dos


fatos que dão causa ao dano moral, entretanto, é prescindível a
prova da dor, sofrimento e perturbação interior causada pela
27

conduta ilícita, pois a doutrina e jurisprudência admitem a teoria do


danun in re ipsa, para a qual o dano se prova por si mesmo, ou
seja, provando o ilícito, dispensa-se a prova do prejuízo moral in
concreto, pois ferir os direitos de personalidade e afetar o mais
íntimo sentimento humano, é de difícil constatação.

Em razão disto, a prova do dano moral no caso do assédio moral - diante


das inúmeras dificuldades, dentre as quais, destacam-se as dificuldades em provar a
dor interior, bem como a rejeição dos colegas de trabalho em testemunhar - não
deve se sujeitar à disciplina geral em matéria de prova.

Para tanto, Alkimin (2005, p. 118) propõe, para tanto, a inversão do ônus da
prova:

O juiz, valendo-se de sua persuasão racional e da presunção como


meio de prova, poderá aferir ou até mesmo presumir a existência
de dor, sofrimento, angústia, aflição, desespero, vergonha,
humilhação, o descrédito perante os colegas, e admitir a existência
do dano, determinando a inversão do ônus da prova, impondo ao
agressor o ônus de provar a inexistência de conduta assediante e
da possibilidade de nexo de causalidade; até porque, diante do
desequilíbrio social e econômico entre empregado e empregador,
perfeitamente justificável é a inversão do ônus da prova.

Neste mesmo sentido, valiosa contribuição foi dada pelo jurista Luiz de
Pinho Pedreira da Silva (1998, p.83), ao dizer que:

No que diz respeito ao ônus da prova do dano moral, estou


com Mosset Iturraspe quando sustenta que sobre a vítima desse
dano pesa o ônus de prová-lo em sua existência e gravidade, mas
acrescenta que essa prova pode ser produzida mediante
presunções hominis extraídas de indícios, conforme as regras de
experiência. Muitos autores, porém, acham que a prova do dano
moral se faz in re ipsa.

Diante da subjetividade do assédio moral, em razão de sua natureza


imaterial, as provas da demonstração ou verificação da verdade não podem ser
exigidas nos mesmo moldes que o dano material, posto que se refere a uma ilicitude
de ato ofensivo.

Nesse ínterim, o dano moral dispensa comprovação de sua existência,


contudo cabe a vítima provar a conduta ofensiva do empregador, de modo a tornar
clara a existência do dano.
28

A prova judicial acerca da prática do assédio moral é assunto que demanda


bastante importância na seara do processo do trabalho, ante a dificuldade da vítima
em provar sua existência, uma vez que, na maioria das vezes, a ocorrência do
assédio se dá às escuras ou de forma camuflada.

Para Oliveira (2004, P.72), diante dos princípios que norteiam a temática
probatória é relevante citarmos aqui o princípio in dubio pro misero em relação à
valoração das provas, assim leciona:

A regra não se aplica na valoração da prova, estando restrita às


interpretações de direito. Vale dizer: em se cuidando de matéria
probatória, não haverá o julgador que aferir valoração favorável ao
empregado. Se a prova produzida não permite convicção, cabe ao
julgador decidir pelo ônus da prova.

Diante de todos os meios citados, vale ressaltar que tais provas são de difícil
comprovação, em se tratando de casos de dano psicológico, este é um grande
problema ainda existente na seara trabalhista, pois, neste universo, tudo é muito
subjetivo, pois, as provas são as palavras, gestos, sinais, entre outros.

No assédio sexual, dificilmente existirão testemunhas, pois o assediador


dificilmente expõe-se ao público. Além disso, a vítima nem sempre é lesionada de
modo físico (LOPES, 2001, p. 29).

Segundo Mirabete, na busca da verdade real, não há limitação dos meios de


prova, desde que obtidas licitamente. Desta forma, a vítima pode contar com o
avanço tecnológico para provar o assédio:

Nada impede, portanto, que se utilizem provas com aplicação de meios


técnicos ou científicos, como gravações em fita magnética, fotos, filmes,
videofonogramas etc., desde que obtidas licitamente (MIRABETE, 1998, p. 259).
29

3 RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR NO COMETIMENTO DO


ASSÉDIO MORAL

Apesar de ainda não existir legislação tipificando o assédio moral, a doutrina


e a jurisprudência já estabeleceram os seus conceitos e punições para os ofensores,
incluindo as empresas.

Assim, de maneira geral, para que haja responsabilização do empregador


por dano causado ao empregado, deve aquele incorrer em culpa ou dolo, nos
moldes da responsabilidade civil subjetiva adotada pela legislação civil.

Ao tratar-se de responsabilidade civil, tem em regra o ato ilícito, que constitui


ação positiva ou negativa que violou os preceitos do ordenamento jurídico, ou uma
obrigação assumida.

No Brasil, a sistemática do direito positivo trouxe a previsão de


responsabilidade civil objetiva do empregador pelos atos dos seus prepostos,
independentemente e sem prejuízo da possibilidade de responsabilização direta do
agente causador do dano.

Relativamente à responsabilidade civil objetiva do empregador por ato de


seus empregados, Pamplona Filho e Gagliano (2014, p. 263-264) explicam que:

A ideia de culpa, na modalidade in eligendo, tornou-se legalmente


irrelevante para se aferir a responsabilização civil do empregador,
propugnando-se pela mais ampla ressarcibilidade da vítima, o que se
mostra perfeitamente compatível com a vocação de que o
empregador deve responder pelos riscos econômicos da atividade
exercida.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, Guedes (2004, p. 119) ensina:

Graças à jurisprudência progressista dos tribunais, amparada na


lição de Clóvis Beviláqua, se construiu a teoria da "presunção de
culpa" - livrando a vítima da prova da culpa concorrente ou "in
vigilando" do empregador. Assim, provado o dano e o nexo de
causalidade entre este e o fato do agente, a pessoa jurídica é
obrigada à reparação. [...] assim, na ocorrência de dano praticado
por empregados ou prepostos no exercício do trabalho que lhes
competir ou por ocasião deste, o empregador responde
independentemente de culpa. Basta que reste provado o ato ilícito –
30

ofensa a uma norma preexistente ou erro de conduta -, o dano e a


relação de causalidade.
Este entendimento doutrinário encontra respaldo jurídico no art. 933 do
CC/2002, o qual estabeleceu expressamente o caso de responsabilidade objetiva do
empregador em face de atos praticados por seus empregados, em razão de seu
trabalho: “As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que
não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali
referidos.”

A responsabilidade do empregador pelos atos de seus empregados decorre


tanto de atos contra outros empregados, quanto de qualquer outra pessoa. Por sua
vez, dispõe o art. 932, inc. III, do CC/2002 que: “São também responsáveis pela
reparação civil: [...] o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele”.

Ademais, ainda que aplicada a responsabilidade subjetiva, o empregador


responde em face do assédio praticado por seus prepostos, em razão de incorrer em
culpa in omittendo e in eligendo.

Desse modo, em sendo praticado o assédio moral na empresa por qualquer


empregado, gerente, preposto, contra qualquer pessoa, como empregado ou cliente,
a empresa é responsável pela reparação civil, independentemente de culpa,
podendo ser acionada judicialmente pela vítima.

3.1 A Conduta do Agressor e o Perfil da Vítima no Assédio Moral

O assédio moral, como já comentado, é uma forma de terror psicológico,


humilhando a vítima que é inferiorizada e tem sua autoconfiança e autoestima
abaladas. As ações do agressor são previamente articuladas para esse objetivo.

Hirigoyen (2001) divide as atitudes do agressor em duas etapas: a sedução


perversa e a violência manifesta. A primeira fase ocorre no início do relacionamento,
o agressor envolve a vítima com um processo de desestabilização e perda gradativa
da autoconfiança. Já na segunda fase, já estando à vítima desestabilizada, o
agressor começa a realizar estratégias de agressão e violência para eliminar a
vítima de vez.
31

Para a estudiosa Barros (2007, p.909) esta traz o perfil do assediador como
sendo: “O perfil do Assediador Moral, em princípio, é o de uma pessoa perversa. A
provocação que exerce sobre a vítima leva-a a ultrapassar os seus limites. O
perverso só consegue existir e ter uma boa autoestima humilhando os outros”.

Embora não haja um perfil fixo da figura do assediador, algumas


características revelam-se comuns nesse tipo de agressor. Segundo Barreto (2007,
p. 56) normalmente são pessoas “[...] vaidosas, ferinas, hipócritas, levianas,
narcisistas e, para completar, fracas e medrosas”.

Entretanto, apesar de possuir essas características, o assediador não


aparenta tais desvios de caráter e se esconde sob máscaras, por isso se utiliza de
subterfúgios como, por exemplo, armar tramas e espalhar boatos sorrateiramente
para alcançar seus objetivos perversos.

Carvalho (2009, p. 72), ao citar o empregador como principal agente


causador do assédio moral, faz uma relação com denominado poder de direção:

“Decorrência direta da subordinação jurídica a que está submetido o


empregado (por força do contrato empregatício), este tem a
obrigação de cumprir suas tarefas com zelo, diligência e boa-fé,
submetendo-se assim ao poder de direção, devendo obedecer às
ordens que lhe são destinadas pelo empregador diretamente ou por
aqueles que exercem poderes delegados (superiores hierárquicos).
Não obstante a subordinação jurídica do empregado perante o
empregador, essa condição não permite que este trate o trabalhador
de modo desrespeitoso, humilhante, degradante, violando assim sua
dignidade e condição de ser humano”.

Desta forma, o empregador ou aquele que exerce o poder de direção de


forma delegada, não pode exagerar no exercício desse poder, sob pena de atingir a
dignidade do seu empregado e caracterizar o assédio moral.

Em relação à vítima do assédio moral, Aguiar (2005) afirma que nem todos
os empregados se tornam vítimas do assédio moral. Para ele os alvos são pessoas
“atípicas”, seja por sua competência excessiva, por sua diferença dos padrões, por
seu desempenho abaixo do esperado, etc.

Para a estudiosa Ramirez (2011, p. 1), no seu entendimento:


32

“[...] a pessoa assediada é escolhida porque tem características


pessoais que perturbam os interesses do elemento assediador, com
ganância de poder, dinheiro ou outro atributo ao qual lhe resulte
inconveniente o trabalhador ou trabalhadora, por suas habilidades,
destreza, conhecimento, desempenho e exemplo [...].”

Em suma, podemos notar que o assédio moral é um fenômeno complexo,


onde o problema todo passa principalmente pela cultura organizacional, pois ele
acontece no âmbito da relação entre dois seres humanos, onde um tenta dominar o
outro, infligindo humilhações silenciosas que atingem diretamente a honra, desta
maneira a vítima, quem sofre as consequências diretas do assédio, tem atingida sua
dignidade, sua honra, pelos comportamentos do agressor.

3.2 A necessidade de uma Lei Federal para Assédio Moral

Não existe uma medida efetiva que vise a inibir a prática do assédio moral.
Uma das causas deste mal é não haver uma legislação, no âmbito federal,
específica, que preveja a prisão dos assediadores.

No Brasil, diversos projetos de leis tramitam no Congresso Nacional, com o


objetivo de regular a questão do assédio moral ou, como preferem alguns
legisladores, a coação moral. Dentre tais projetos destacam-se os que alteram o
Código Penal; a Lei nº 8.112, a Lei nº 8.666 e um que propõe alteração na CLT.

Na concepção de Glöckner (2004, p. 57) tem-se que:

A existência de uma lei expressa sobre o assédio moral não tem o


condão somente de punir, mas fará com que sejam trabalhados
sistemas de prevenção no ambiente de trabalho das empresas, e,
infelizmente, aqui no Brasil só existem mudanças nas condições de
trabalho quando da existência de uma lei expressa que regulamenta
determinada condição e que a infringência do dispositivo gera
prejuízo ao empreendedor.

Mesmo não havendo uma legislação específica sobre assédio moral, o dano
pessoal dele decorrente compete à Justiça do Trabalho apreciar. Hirigoyen (2002, p.
343) diz que: "... antes mesmo de existir uma legislação, a Justiça tinha começado a
33

levar em conta os atos hostis ou ofensivos dirigidos de maneira evidente contra um


empregado em seu local de trabalho."

Atualmente é pacificado (EC 45/2004) o entendimento de que todo e


qualquer dano pessoal, incluindo inclusive o assédio moral que é causador deste
dano pessoal, ocorrido na relação de emprego ou em função desta, compete à
Justiça do Trabalho a proteção.

Na ausência de uma legislação específica, a Jurisprudência constitui um


instrumento eficaz para estabelecer o conceito de assédio moral, com as infrações e
sanções nesse terreno, e as medidas para evitar essa prática, as Convenções
Coletivas.

Mas em qual legislação irá embasar a vítima que tem seu contrato de
trabalho regido pela CLT ou mesmo que não tenha carteira assinada para pleitear
seus direitos? A vítima irá buscar amparo, primeiramente, na CRFB, que em seu art.
5º, V e X, lhe assegura o respeito à dignidade humana, à cidadania, à imagem e ao
patrimônio do obreiro, com indenização por danos morais.

3.3 Competências à Justiça do Trabalho de processar e julgar Assédio Moral

A competência de processar e julgar os casos de assédio moral no ambiente


de trabalho é da Justiça do Trabalho.

Durante muito tempo a doutrina e a jurisprudência discutiram sobre de quem


seria a competência para processar e julgar os casos de assédio moral no ambiente
de trabalho.

A divergência sobre de quem seria a competência para processar e julgar as


ações de indenizações por danos morais e materiais decorrentes do assédio moral
no ambiente de trabalho terminou com a chegada da EC nº. 45/2005, que atribuiu a
Justiça do Trabalho a competência definitiva para julgar tais ações.

As súmulas 392 do TST e 736 do STF pacificam também o entendimento de


ser da Justiça do Trabalho a competência para processar e julgar ações que
34

descumpram normas trabalhistas e ações de indenização por dano moral derivadas


da relação de trabalho.

Entende-se, finalmente, que o pedido de reparação de dano moral em


virtude do assédio moral, decorrente da relação contratual-trabalhista, configurando
descumprimento da obrigação contratual de respeito aos direitos de personalidade e
dignidade do empregado, será de competência material da Justiça do Trabalho,
embora, à primeira vista, a questão interesse ao direito civil, cujo assédio moral se
enquadra no conceito de ato ilícito, previsto no art. 186 do CC.

Embora ainda não tipificado na legislação federal trabalhista, o assédio


moral e seus efeitos indenizatórios derivam diretamente da Constituição da
República, que firma como seus princípios cardeais o respeito à dignidade da
pessoa humana (art. 1º, III, CRFB), à vida e à segurança (art. 5º, caput, CRFB),
ao bem estar e à justiça (Preâmbulo da Constituição), estabelecendo ainda como
objetivos fundamentais do Brasil construir uma sociedade livre, justa e solidária (art.
3º, I, CRFB), promovendo o bem de todos (art.3º, IV, ab initio, CRFB) e
proibindo quaisquer formas de discriminação (art. 3º, IV, in fine, CRFB). Ressalte-se,
por cautela, que não se há falar em prova do dano moral, mas, sim, na prova
do fato que gerou a dor, o sofrimento, o constrangimento físico ou moral, o que
ocorreu na hipótese.

Segundo a doutrinadora Nascimento (2009, p. 176), com a entrada em vigor


da EC nº. 45/2004, o STF quando do julgamento do Conflito de Competência
determinou que todas as causas pendentes de julgamento sobre o assunto deveriam
ser remetidas a Justiça do Trabalho.

Portanto, cominando os art. 114 e o inciso X do art. 5º, ambos da CRFB,


com o art. 8º da CLT, conclui-se que a Justiça do Trabalho é competente para julgar
dissídios entre empregado e empregador que envolva, não apenas matéria
trabalhista prevista na CLT, como também pedidos de indenização por dano moral,
que tenha decorrido da execução do contrato de trabalho, face à ampla garantia
constitucional de reparação de dano moral, sendo que o texto constitucional não
distingue ou limita a reparação apenas na esfera civil, e face à inovação da
subsidiariedade da aplicação do direito comum à relação de emprego.
35

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O assédio moral no ambiente de trabalho já existe há muito tempo, porém


sem, contudo, haver punição para o assediador. Com uma maior atuação dos
Direitos Humanos, este ato passou a ser algo intolerado pela sociedade atual,

O assédio moral representa a degradação do ambiente de trabalho, com


transtornos psicossociais ao trabalhador, este trabalho objetivou analisar sistemática
jurídica do assédio moral no ambiente do trabalho,

A crescente onda do assédio moral no ambiente do trabalho, com as


diversas doenças psicossociais inerente ao caso, faz com que tenhamos o
conhecimento deste ato ilícito e suas consequências tanto ao empregado quanto ao
empregador, do ponto de vista jurídico.

Acredita-se que, devido a situação vexatória, vergonhosa e a necessidade


em manter-se no emprego, alguns assediados se sentem desconfortáveis para
denunciar tais práticas ainda existentes na esfera trabalhista e a dificuldade em
provas tais práticas.

No tocante ao assédio moral, há vários projetos de lei no âmbito federal e a


Lei 2.949 de 2002 no Distrito Federal e há como atacá-lo, também, com base nos
direitos e garantias fundamentais elencados pelo art. 1º, III e IV da CF e nos direitos
fundamentais trazidos pelo art. 5º, inciso X, também da CRFB que estabelece o
dano moral.

Em consequência, pelo fato do assédio moral atingir a esfera da dignidade


da pessoa humana, restou-se necessário demonstrar de uma forma explicativa que
este ato ilícito tem que ser combatido de uma forma reparadora, tanto moralmente
quanto financeiramente, para que tais práticas abusivas não mais se repitam no
âmbito trabalhista.

Desta forma, chama-se a atenção para a necessidade de se criar leis


específicas que tenha o escopo de proteger os trabalhadores, pois o assédio moral é
uma realidade e deve ser levada em consideração pelas empresas para que possam
fazer suas adaptações.
36

A forma desumana que é praticada o assédio moral no ambiente de trabalho,


além de cruel, é também imoral, que associado ao desconhecimento de alguns
empregados, estes se tornam presas fáceis para este tipo de crime.

Importante salientar que nem todos os trabalhadores sabem que são vítimas
de assédio moral, normalmente acreditam que tudo o que estão passando faz parte
da cobrança da chefia para obtenção de uma maior produtividade.

Destarte, é bom observar que todo e qualquer tipo de assédio moral constitui
um ataque direto a dignidade da pessoa humana, que deverá ser combatido
utilizando de todos os meios admitidos no direito.

Diante do trabalho apresentado conseguiu mostrar que o assédio moral fere


uns dos principais princípios norteadores do direito do trabalho, que é o princípio da
dignidade da pessoa humana, principio este que é protegido e tutelado pela CRFB.

Mediante todo o exposto, conclui que o assédio moral, foi definido como uma
conduta abusiva realizada no ambiente de trabalho, que causa sofrimento
psicológico e humilhação ao trabalhador, afrontando o princípio constitucional da
dignidade da pessoa humana, devendo, portanto, ser tutelada por todos os sujeitos
envolvidos, ou seja, deve haver uma proteção efetiva pelo Estado, pelos órgãos,
pelas entidades, associações, entre outros.

Portanto, a elaboração deste estudo permitiu obter maiores esclarecimentos


sobre a responsabilização civil do empregador no assédio moral, levando ao
entendimento que é preciso existir uma cultura educacional de prevenção e punição
de toda e qualquer forma de coação moral ao trabalhador.
37

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