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MONTES CLAROS/MG
OUTUBRO/2017
EDVALDO DO CARMO SILVA
MONTES CLAROS/MG
OUTUBRO/2017
FACULDADES DE DIREITO SANTO AGOSTINHO – FADISA
Banca Examinadora
Membro:
Membro:
Agradecimento
Agradeço à Deus pela força eterna e aos meus Pais pelo dom
da Vida, à minha incansável e dedicada esposa Girlene Prates
e aos meus Filhos Ghabrielle e Ghabryel Albarotti por
acreditarem na minha trajetória acadêmica e superação. A
minha eterna gratidão à minha cunhada Irene Prates pela ajuda
sempre. Aos Mestres que me ensinaram os caminhos do
Direito com seus conhecimentos e, em especial, ao Ms. Alex
Brant, meu Orientador que, com paciência e dedicação, me
ajudou nesse Trabalho de Conclusão de Curso, meu muito
obrigado.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
EC – Emenda Constitucional
The present study, called a monograph, submitted to the Law School of Santo
Agostinho (FADISA), as a partial requirement to obtain a Bachelor of Law degree,
aims to analyze the civil responsibility of the employer in the scope of moral
harassment in the company and its Caused to the victim. Bullying consists of
perverse violence applied to workers through repetitive attacks that aim to devastate
the self-esteem of the victim. This moral and destructive violence has been present,
in a routine way, in the work environment with the clear objective of getting rid of
unwanted employees, humiliating it and taking it away from the job, partially or
definitively. Harassment leads to conviction for moral and material damages by the
harassing company in the context of subjective civil liability or even objectively for the
practice of harassment when committed by another employee. There is no specific
legislation to deal with bullying, but the civil liability of the company where the offense
is committed stems from the civil liability rule set forth in art. 186 of the CC / 2002, as
well as the applicability of objective civil liability established in art. 927 of the same
law.
INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 8
1 RESPONSABILIDADE CIVIL NO ASSÉDIO MORAL.......................................................10
1.1 Responsabilidade civil subjetiva..................................................................................12
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................................36
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 38
7
INTRODUÇÃO
E, por conseguinte, este trabalho de curso foi dividido em três capítulos para
facilitar a compreensão do objeto da pesquisa, sendo que o primeiro capítulo vem
8
Por sua vez, dispõe os artigos 186 e187 do CC/2002, sobre a definição de
ato ilícito:
Desta forma, comete ato ilícito quem violar direito ou causar dano a outrem
por meio de uma conduta culposa, seja omissiva ou comissiva, ou ainda cometer
abuso de direito.
Assim, como abrange o caput do art. 927, do CC/2002, “aquele que, por ato
ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, está obrigado a repará-lo”; o que
esclarece as características para existência da responsabilidade civil subjetiva como
regra do Código atual. Desse modo, o ato ilícito, o dano a outrem e a culpa,
caracterizam-se como base da existência da responsabilidade civil subjetiva.
Destarte, define-se como responsabilidade civil subjetiva aquela que tem por
base a culpa do agente, que deve ser comprovada pela vítima para que haja o dever
de reparação, desta forma, não se pode responsabilizar alguém pelo dano sem que
haja culpa, ou seja, tem que provar o ilícito.
Rodrigues (2002, p. 11) ensina que “se diz ser subjetiva a responsabilidade
quando se inspira na ideia de culpa” e que de acordo com o entendimento clássico a
“concepção tradicional a responsabilidade do agente causador do dano só se
configura se agiu culposa ou dolosamente”. De modo que a prova da culpa do
agente causador do dano é indispensável para que surja o dever de indenizar. “A
responsabilidade, no caso, é subjetiva, pois depende do comportamento do sujeito. ”
Segundo prescreve o artigo 186 do CC/2002 que, aquele que “por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
ou seja, o agente não teve a intenção de lesar a outrem, mas, por falta de cuidado,
observância das normas, o resultado danoso aconteceu.
De outro lado, há o Dolo, que nada mais é que uma conduta intencional em
que o agente tem a consciência, previsão, antevisão mental acerca do resultado que
poderá causar com aquela ação, bem como a consciência da ilicitude de tal ato.
O dano seria outra forma de expressão de ato ilícito. O dano nada mais é
que o prejuízo causado à vítima pelo ato ilícito ensejador da responsabilidade civil.
Barros (2004, p.138), entende que, o assédio moral está diretamente ligado
à nossa estrutura emocional, ou seja, ao nosso caráter. Dentre suas causas estão a
exibição de valores, o relato do brilho e da glória de uns com ostracismo do outro, o
que gera ciúmes, inveja, rivalidade, e, por conseguinte, competitividade.
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
chefe, pois não o julgam tão tolerante quanto o antigo ou tão capacitado para tal
cargo (SCHMIDT, 2002, p. 177-226).
A CRFB, traz no seu artigo 1º, inciso III, do Título I - “Dos Princípios
Fundamentais”:
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/5787/A-dignidade-da-pessoa-humana-como-
1
Para tanto, Alkimin (2005, p. 118) propõe, para tanto, a inversão do ônus da
prova:
Neste mesmo sentido, valiosa contribuição foi dada pelo jurista Luiz de
Pinho Pedreira da Silva (1998, p.83), ao dizer que:
Para Oliveira (2004, P.72), diante dos princípios que norteiam a temática
probatória é relevante citarmos aqui o princípio in dubio pro misero em relação à
valoração das provas, assim leciona:
Diante de todos os meios citados, vale ressaltar que tais provas são de difícil
comprovação, em se tratando de casos de dano psicológico, este é um grande
problema ainda existente na seara trabalhista, pois, neste universo, tudo é muito
subjetivo, pois, as provas são as palavras, gestos, sinais, entre outros.
Para a estudiosa Barros (2007, p.909) esta traz o perfil do assediador como
sendo: “O perfil do Assediador Moral, em princípio, é o de uma pessoa perversa. A
provocação que exerce sobre a vítima leva-a a ultrapassar os seus limites. O
perverso só consegue existir e ter uma boa autoestima humilhando os outros”.
Em relação à vítima do assédio moral, Aguiar (2005) afirma que nem todos
os empregados se tornam vítimas do assédio moral. Para ele os alvos são pessoas
“atípicas”, seja por sua competência excessiva, por sua diferença dos padrões, por
seu desempenho abaixo do esperado, etc.
Não existe uma medida efetiva que vise a inibir a prática do assédio moral.
Uma das causas deste mal é não haver uma legislação, no âmbito federal,
específica, que preveja a prisão dos assediadores.
Mesmo não havendo uma legislação específica sobre assédio moral, o dano
pessoal dele decorrente compete à Justiça do Trabalho apreciar. Hirigoyen (2002, p.
343) diz que: "... antes mesmo de existir uma legislação, a Justiça tinha começado a
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Mas em qual legislação irá embasar a vítima que tem seu contrato de
trabalho regido pela CLT ou mesmo que não tenha carteira assinada para pleitear
seus direitos? A vítima irá buscar amparo, primeiramente, na CRFB, que em seu art.
5º, V e X, lhe assegura o respeito à dignidade humana, à cidadania, à imagem e ao
patrimônio do obreiro, com indenização por danos morais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Importante salientar que nem todos os trabalhadores sabem que são vítimas
de assédio moral, normalmente acreditam que tudo o que estão passando faz parte
da cobrança da chefia para obtenção de uma maior produtividade.
Destarte, é bom observar que todo e qualquer tipo de assédio moral constitui
um ataque direto a dignidade da pessoa humana, que deverá ser combatido
utilizando de todos os meios admitidos no direito.
Mediante todo o exposto, conclui que o assédio moral, foi definido como uma
conduta abusiva realizada no ambiente de trabalho, que causa sofrimento
psicológico e humilhação ao trabalhador, afrontando o princípio constitucional da
dignidade da pessoa humana, devendo, portanto, ser tutelada por todos os sujeitos
envolvidos, ou seja, deve haver uma proteção efetiva pelo Estado, pelos órgãos,
pelas entidades, associações, entre outros.
REFERÊNCIAS
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tratos e humilhações sofridos no ambiente de trabalho. São Paulo: LTr, 2005.
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 3. ed. São Paulo: Ltr,
2007. p. 909
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Thomson, 2004.
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MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. 8ª Ed., São Paulo, Atlas, 1998.
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RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil Volume IV. Editora Saraiva. 19ª Edição. São
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