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desenho, que por sinal eu mesma fiz, e disse “Lu, você tem uma sensibilidade que as
pessoas não costumam apresentar, você pode ser um espírito de luz, uma criança entre
o índigo e o cristal”.
Isso me instigou muito, daí cheguei a comprar alguns livros e dar uma brevíssima
estudada no assunto, mas sem sucesso de algo mais profundo, e fui esquecendo.
Recentemente tive o prazer de conhecer o Keny, um rapaz muito good vibes, que tem
meu undercut, novamente entrei nesse assunto naturalmente e soube das experiências
Novamente senti uma imensa vontade de descobrir o que era aquilo. Como se
fosse um chamado. Eu estou num processo confuso entre realmente saber o que quero
Nunca pensei que algo tão simples como uma carteira de motorista fosse me deixar tão
nervosa, a ponto de eu não saber o que fazer, com tremedeira e crise de ansiedade.
Eu nunca fui uma pessoa religiosa, tampouco de frequentar algum lugar. Meu
marido é ateu assumido, sendo a única coisa que paira a dúvida sobre nós é esse
negócio de energias. Eu trabalho com pessoas o dia todo, tocando nelas e conversando
pouco. Tem dias que você se sente mais pesado, como se carregasse uma soma de
pedrinhas que cada uma te deu. Em sessões de massagem e relaxamento, eu já vi
plausível que nesse universo tão extenso, o que nos move é a energia da troca: dele
Convencer o Rui foi um trabalho de meses, dando um tempo para ele digerir a
ideia de que eu iria, que sentia que devia passar pelo menos uma vez por isso. Até que,
O CEO da Rosa Mística é uma organização que faz esses trabalhos de cura com
o uso das medicinas indígenas, tem uma sede própria, um CNPJ e muitas pessoas
iluminadas que te ajudam durante todo o processo. Chegamos em ponto, as 17h. Nos
confraternização final, além de ter ficado uma semana sem carne, bebidas, sexo, e
assim fizemos. Preenchemos uma longa ficha de cadastro e assim, as 20h começou a
A Elaine, uma das fundadoras, nos explicou sobre o uso da Ayahuasca e sobre
seus possíveis efeitos, nos orientou em como proceder em cada etapa. Nesse dia, havia
nas duas narinas. O sanangas é um colírio, seu efeito é para abrir o chakra do terceiro
olho. É pingado uma gota em cada olho, arde excessivamente durante quarenta
segundos.
Dado o começo do ritual, fui ao banheiro e foi colocada uma música. A fogueira foi
acesa e todos fizeram uma fila, recebemos um copo e a primeira dose da ayahuasca
foi servida. Havia um pessoal sentado nas cadeiras, que por lá ficaram. Eu decidi já ir
para o colchonete.
A concentração era apenas na música, por isso fica-se de olhos fechados, com as
luzes apagadas e silencio. Depois de o que acredito ter passado 20 minutos, o efeito
começou.
Meu corpo parecia estar sendo sedado, eu percebi que estava com as costas na
parede e a cabeça pendia para o lado. Subia um arrepio de ansia, mas nada saía. E a
música parecia ficar cada vez mais alta, entrando na mente mesmo. Eu estava uma
blusa de alcinhas , um poncho de lã por cima, uma saia longa com uma calça por baixo
e alpargatas. Então começou uma onda de calor, que eu sentia irradiar do estomago
para o peito, e retirei o poncho. Parecia que eu estava naquela posição há horas,
Com os olhos fechados, eu comecei a ver espirais, que viravam rostos fantasiosos,
de animais, palhaços, formas que sorriam, que choravam, que assustavam, formas
parecia doer fisicamente, mas na mente era como uma viagem, uma dimensão
estranha.
Depois de certo ponto, percebi algo ruim, como se fizesse força para sair. Eu abri
os olhos levemente para pedir auxílio. Se aproximou uma mulher, perguntou o que eu
sentia, se eu queria fazer a limpeza. Disse que sim, e ela me ajudou a levantar e me
levou para o local destinado ao vômito. Havia pessoas ali, mas eu não conseguia abrir
o olhos. Eu segurei nas mãos da mulher e senti alguem colocando uma cadeira para
mim. Eu sentei, e uma onda de tristeza muito grande preenchia minha mente. Não havia
mais rostos, nem menções à alguma coisa. Era algo como se fosse uma bola de tristeza,
uma forma indefinida que se chamava tristeza. Eu chorava como uma criança, tentava
expelir aquilo e não conseguia.
A mulher me perguntou se eu queria que aplicasse Reiki. Eu nunca senti o poder
do Reiki antes, mas ela tocou meus ombros, minha cabeça, minhas mãos, e o
Ela me levou de volta para o colchonete me orientou a ficar deitada. Chegou uma
perguntava “O que diabos estou fazendo aqui”... Mas quando fechava os olhos eu
pessoas. No meio desse turbilhão, o que eu acredito ter sido a hora mais profunda e
As pessoas podem relatar isso de várias maneiras diferentes, sendo para cada
ayahuasca uma coisa diferente também. Hoje eu vi meu ser, o cerne, interior, núcleo.
E é a coisa mais linda que existe.
Há nove animais xamânicos para cada espírito, que nos acompanham para
acariciando meu rosto, me abraçava e acalmava. Dizia que ia ficar tudo bem, e que me
ama com todo o poder que tem. Ele começou com um Leão. Forte, poderoso, guerreiro.
por fim um minúsculo gatinho, frágil e extremamente brilhante. Tudo ao seu redor era
luz, amarela e laranja, que ofuscava minha visão. Eu abraçava meu peito e sentia
segurá-lo. Então as vozes vinham claramente: “Você tem amor, você tem a mim, eu vou
te proteger, tão frágil, tão forte, corajoso, seja você, mostre você ao mundo, sem medo.
O mundo tem que saber quem você é.” Era algo fabuloso, as lágrimas caíam
Bruna, ambas sorrindo. Vi minha família, mãe, vó, irmão e até o Zé. Como se eles me
dessem um cordão de conexão entre seus corações e o meu. E depois algo inusitado.
Me vi segurando a barriga e, entre dimensões psicodélicas, tinha um bebê ali. E aí, o
mesmo amor que tive pelo meu Eu superior, tive por essa criança. Inexplicável. Era um
menino. Depois eu o segurava nos braços, e o Rui me abraçava, tudo num laço cor de
rosa luminoso. Ele crescia em flashs muito rápido. Criança, adolescente, adulto. E eu
nomes para representar uma mulher celestial, eu apenas sabia que era uma mulher
pelo formato de seu corpo, mas não havia rosto. Depois eu vi eu mesma no passado,
uma mulher egípcia. E depois, um homem, com rosto jovial de barba e bigode, nu e
com o corpo tatuado. Eu sabia que ele era gay, e ele dançava. E eu somente deduzia
Ondas de calor vinham de novo, e o efeito foi diminuindo, até que a musica mudou.
Era Serpente, da Pitty. Foi um despertar, vi pessoas se levantarem, dançando em volta
A segunda dose é obrigatória, pois ela equilibra os chakras que você abriu, seu
campo de visão está expandido e as músicas continuam, mas você está são.
Novamente fizemos fila, e eu vi o Rui na fila do outro lado e isso me deixou mais aliviada,
pois sem vê-lo todo aquele tempo dava uma certa angústia. A minha dose eu pedi
pouca, menos da metade do copo, pois eu já tinha visto bastante coisa. Eu bebi, peguei
pedacinhos de maçã e abacaxi que é servido e ajudam a tirar o gosto da boca, e deitei.
Era sujo e nojento, como uma podridão. Eu meio que colocava a mão dentro da
boca e puxava algo, aquilo que aos poucos foi se formando, crescendo. Eu puxei um
asqueroso, eu sentia calafrios em tentar mandar aquilo pra fora. Até que comecei a
puxar algo, como se fosse um cipó, sem fim, pela boca. Aquilo era repugnante, eu sentia
que estava desesperadamente tirar aquilo sem sucesso, até que chamei alguem. Essa
garota, seu nome que perguntei depois, Paloma, me deu a mão, e quando fechei os
olhos eu a vi como um guia, me ajudando. Eu dizia que aquilo era podre e eu não
Na teoria, aquilo que você tem de ruim, ainda assim é você, faz parte tentar aceitar
o que é. Mas não é um processo fácil. Eu tentei sem sucesso tirar aquilo, pois quanto
mais eu tirava, mais aparecia... e tinha momentos que eu sentia como se engolisse de
garota, senti sua energia vindo, o cheiro do incenso e as brasas da fogueira e, com este
Se meu Ser se mostrou tão divino, então não há o que temer, mesmo que seja
algo extremamente asqueroso. Então meu Ser o envolve em amor, envolve meu
Via Láctea. Um milhão de estrelas reluzindo e voltando para dentro, então eu bocejava
muito. Ainda resta essa coisa pegajosa, mas é um trabalho que leva tempo. Não foi e
talvez não seja na próxima ayahuasca que ela irá desaparecer.
Essa garota me colocou deitada novamente, e eu senti que precisava urinar. Então
coração trabalhando.
manifestaram. A ultima imagem que vi foi do meu avô, sorrindo para mim, mas que
alguma coisa lhe faltava. O perdão veio muito mais leve que os outros sentimentos, foi
algo que não senti plenitude ou suficiente. Eu chorei por meu avô, que muitas vezes eu
o afastei de mim para não ver seu sofrimento, em um passado recente em que eu era
adolescente rebelde e não demonstrava nem amor, nem fé, nem empatia por ele. Foi
muito difícil visualizar isso relacionado ao meu avô e, ainda assim, foi algo que me
marcou e está na minha memória, pois eu também senti a culpa, a vergonha e o perdão
O efeito foi passando ao decorrer das mudanças de musica, pois a vibração foi
ficando leve, e comecei a bocejar. Conforme eu senti a melhoria, a paz veio novamente.
Então, foi novamente servido a terceira e última dose da bebida, que agora era opcional.
Para aqueles que ainda estavam num meio entre o sóbrio e o transe e de alguma forma
precisavam estar na força, foi servido novamente uma pequena dose. Eu não aceitei.
Alguns minutos depois meus sentidos começaram a voltar, mas a música continuou e
eu senti vontade de defecar. Fui num banheiro auxiliada por uma guardiã, e consegui
ficar sozinha curtindo o som do banheiro. Após terminar, eu estava mais acordada.
Voltei para a roda e fui dançar. Foi então servido o rapé, e do lugar onde estava,
tinha uma visão clara das pessoas no chão fazendo uso da medicina. Não senti vontade,
fluirem. Disse que arderia de trinta a quarenta segundos, que era necessário eu
visualizar o terceiro olho abrindo e fazer um pedido. Ela pingou uma gota em cada olho,
eu abri levemente e fechei, quando a ardencia começou. Parecia pimenta, brasas nos
Ela apertou minha mão, colocou a outra na minha testa e fez uma oração breve.
senti o desejo, senti que ali há um chakra esperando ser trabalhado, mas que não tive
permissão para abrir ainda. O efeito passou em alguns minutos, eu abri o olho e
lacrimejei bastante. Depois voltei a fazer parte da roda ao redor da fogueira e ali fiquei
até acabar.
Eles acenderam as luzes, teve um agradecimento depois, uma breve explicação
sobre o tema Renascimento. O fechamento se deu com mais uma musica e uma salva
de palmas. Após isso, juntamos nossas coisas e levamos para o carro, voltamos para
uma confraternização. Havia bolos e frutas, sucos de todos os tipos, até refrigerante.
Eu consegui comer uma banana e um Yakult de kefir caseiro, mas o estomago estava
vazio, precisava ser leve e devagar. Ouvi o relato do Rui, cumprimentei as pessoas
desejando paz e luz a todos. Depois de bem firmes e sãos, pegamos o caminho para
casa.
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15 de Novembro de 2018
pouco a mente e deixar entrar as coisas boas! Depois da primeira vez com essa
experiência, demorou um pouco para eu sentir que devia ir novamente. Aconteceram
muitas coisas entre assimilar o que vi na primeira vez e oq veria agora... sabia que a
Dessa vez fui sozinha, o Rui passou por uma cirurgia recente e, mesmo que
pudesse, ele não sentiu que queria voltar ainda. Foi um ritual que pegou uma parte do
Como eu ja tinha participado, não preenchi nenhuma ficha, apenas acertei o valor
e fui para um canto com meu colchonete. Dessa vez fiquei na lateral da casa, o ultimo
colchonete na area coberta, um local que eu diria muitissimo privilegiado. Fui sentar nas
cadeiras perto do altar e tive a ideia de fornecer um quadro que havia pintado para meu
querido Keny como parte do altar também. O quadro retratava um indio com um lobo
ao lado, uma ligação xamanica bem forte. A ideia foi logo aceita e senti que todos
Assim que terminou a palestra, foi servido o chá, dessa vez com uma coloração
mais escura. Tomei de um gole e comi mais frutas do que da primeira vez, para tirar um
pouco o gosto forte na boca. Sentei no meu colchonete e alí fiquei. A musica começou
desviava para mosquitos que estavam ao meu redor, pois fazia muito calor. Senti que
demorei para entrar na força, meu corpo formigava, não queria abrir os olhos, porém
não me concentrava suficiente, até que decidi me cobrir. E nesse momento, quando me
primeira vez. Senti que realmente esse era meu processo: deixar a tristeza vir, chorar
intensamente para depois estar livre para receber o que deveria. Eu a via saindo,
tomando forma, e chorava que aquilo era meu. Muito rapido a melodia mudou e eu senti
alívio.
Dessa vez, coloquei um vestilo longo branco, com rendas caídas no ombro, uma
legging por baixo e chinelos. Então, novamente uma onda de calor começava a irradiar
do meu peito, queimando meu coração e minha garganta. Lembro-me quando peguei
na mão da Paola na primeira vez, e ela me disse que era o chakra do coração a
Então a ansia veio, a musica mudou e eu comecei a ver, além das espirais e
morcego. Algo que tinha dentes afiados, garras, estava pronto para me atacar, eu sentia
medo porque aquilo nao sumia. Com a ansia cada vez mais forte, ergui minha mão para
pedir ajuda. Me levaram para o canto da limpeza e comecei a chorar, pois queria colocar
aquilo para fora e não conseguia. Me colocaram sentada, e eu tremia... Consegui dizer
com poucas palavras que queria ajuda para por pra fora. Me trouxeram agua e uma
guardiã disse que iria cachimbar ao meu lado para me ajudar a eliminar.
Tomei a agua e assim que senti a fumaça a ansia veio de uma vez, e eu vomitei
algo que nao conseguia ver, só sentia que era ruim. Depois de mais tentativas sem
sucesso, a guardiã me disse que não deveria forçar, que quando fosse vir, seria
me envolvendo. Assim como aprendi com o ritual passado, senti que tudo o que veria
ali deveria ser mudado, transmutado. Aí comecei um trabalho cansativo de aceitação.
Vi o Rui muitas vezes, e senti que ele precisava de ajuda. Seu espirito estava uma
parte na tristeza que eu havia causado. Tinha que reparar aquilo, com tudo o que
pudesse. Então, abracei a parte ruim que via, emanava calor e me via conseguir
espiritos começaram a subir, subir tão alto, dançando e alcançando níveis de plasma
mais altos, e na minha mente eu ouvia algo como: “Seus espiritos são unidos há muito
tempo, vocês andam juntos, se nessa vida você o encontrou tão cedo, era porque você
sozinha seria impossível. Agradeça que ele é um presente que lhe foi dado.” E com
A visão mudou para meu espirito cuidando novamente de uma criança. Um menino
lindo, forte, e eu via o Rui mais velho, tão belo com olhar sereno e aquilo me dava uma
paz imensa... E aí foi quando comecei a visualizar seres dançando, mulheres, bruxas.
Uma dança envolvente, os trajes mudavam conforme suas épocas, até que eu estava
nua em volta de uma fogueira. Ao mesmo tempo que era uma bruxa, como nas histórias
infantis, assustadora e enrugada, era jovem e muito sensual. Entendi que aquilo era
minha dualidade, e que os dois lados sempre foram iguais em mim. Via uma garota
ruiva e desejava que eu fosse ela, até que uma outra tomou uma forma maior.
Uma mulher negra, imponente, perfeita, com cabelos longos cacheados, labios
grossos. Era um anjo e era eu mesma. Ela me acariciava, me envolvia num abraço
gostoso e me dizia que estava alí por mim, me dizia sobre dons, que não é por acaso
que tenho facilidade com arte, dizia sobre as pessoas, que ninguém aparece em nossas
vidas por acaso. Então eu via o Bruno, com as mãos juntas numa prece, emanando
muita força. Me vi voltando, pintando como Leonardo da Vinci, vendo estrelas como
Isaac Newton, fazendo pinturas rupestres numa caverna.
A mulher foi tomando forma de uma serpente, grande e misteriosa, não conseguia
decidir se era boa ou má. E eu ouvia os dizeres: “Nada é uma dificuldade, mas um
desafio, você aceita o desafio?” A serpente se sentou do meu lado esquerdo. O leão ao
centro, o gato do lado direito. De repente, nao eram animais, mas formas humanas. A
totalmente. Quando a música cessou, fomos chamados para a segunda dose. Essa
fui entrando na fila. Ainda estava bem claro, não tinha a minima ideia de quanto tempo
tinha se passado.
Lembro-me da guardiã falando comigo numa hora de dificuldade, que a segunda
dose iria entrar e eu sentiria a vontade rapidamente de vomitar, que era para deixar vir
naturalmente. Tomei a segunda dose e voltei para o colchonete, dessa vez deitada,
peguei um balde próximo, uma ansia ardente. E o vomito veio, um pouco mais forte. Eu
sabia com olhos fechados que aquilo não parecia fazer sentido, pois quando pensava:
a segunda dose da ayahuasca se foi, o pensamento dissipava como se nao fosse para
o corpo ereto.
Depois de muitas tentativas de vômito, comecei a ver uma luz, aumentando como
se fosse o sol, irradiava cordas luminosas no meu corpo, como se mexesse em cada
mas dessa vez eu senti uma firmeza, que poderia enfrenta-lo. Eu levantei as mãos e
via as patas de um leão, o vão entre meus olhos queimava e o coração também. Aquele
animal imponente era eu, aquele leão dócil estava furioso. E ele abocanhava o monstro
Precisei urinar, sentia a bexiga cheia. Pedi ajuda e a Paola estava lá. Peguei em
suas mãos e ela me conduziu ao banheiro. Lá, eu agradeci de novo ela estar ali. Quando
entrei no banheiro, a vontade de defecar veio muito rápida. Me senti esvaziando apenas
coisas ruins. Quando terminei, voltei ao meu colchonete, parecia que o sono tomava
conta de mim.
A parte mais dolorosa, que no outro ritual foi tirar cipós e lombrigas pela boca,
dessa vez foi diferente. Eu sentia como se tivesse perdido o Rui, como se ele tivesse
morrido. O ar me faltava e eu comecei a chorar e dizer não várias vezes, não conseguia
distinguir se aquela visão era do futuro ou passado, eu estava perdida. Me deu ansia
de novo mas não vomitei. Deitei novamente com a barriga para cima e o choro foi
substituido por raiva. Aquela visão não era o futuro, mas sim o medo. E dizia: “Esse é
Depois disso, fui percebendo que o efeito foi passando aos poucos, e não cortado
como da ultima vez. Percebi pessoas dançando, mas não tive vontade de dançar.
Levantei e caminhei até o banheiro de novo para defecar. Eu sentia eliminar algo muito
parou, todos levantamos para uma salva de palmas. A Elaine nos explicou um pouco
sobre o tema Animais de Poder e sobre os próximos eventos. Fizemos a oração do Pai
com suco de abacaxi. Meu estomago estava ruim e parecia que ainda estava na força,
Um gato preto apareceu e deitou do meu lado, fizemos uma boa conexão, era um
gato muito dócil. Ele me acompanhou até a entrada da chácara, até o Uber aparecer.
gg