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CLADILSON NARDINO
VINÍCIUS HANSER DE SOUZA
CURITIBA/PR
2015
CLADILSON NARDINO
VINÍCIUS HANSER DE SOUZA
CURITIBA/PR
2015
TERMO DE APROVAÇÃO
CLADILSON NARDINO
VINÍCIUS HANSER DE SOUZA
Agradecimentos Gerais
Primeiramente a Deus, por nossas vidas, famílias е amigos.
À Universidade Federal do Paraná, pelo corpo docente, gestão e administração que deram
subsídios à nossa formação.
Ao professor Marcos Arndt, pela disposição e empenho em nos orientar ao longo deste
trabalho, com suas correções e incentivos, e pelo paciente trabalho de revisão.
A todos os mestres e professores que se fizeram presentes em nossas vidas, por
proporcionar todo o conhecimento para a nossa formação profissional e humana.
Ao engenheiro Sandro Norio Oyama, da Techsteel, pelos conhecimentos passados em
modelagem de estruturas metálicas.
À engenheira Cândida Treméa, do Rio Grande do Sul, pelo auxílio e paciência em colaborar
na construção deste trabalho.
Ao EMEA UFPR (Escritório Modelo de Engenharia Civil) e ao professor Mauro Lacerda, pela
cessão do espaço para a utilização do SAP 2000 v17.
Aos nossos amigos, que sempre se fizeram presentes em nossas vidas.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte de nossas formações, o nosso muito
obrigado.
Cladilson Nardino
Aos meus pais Clarice e Claudio, pelo incentivo, apoio e por serem minha base sólida para
superar todos os obstáculos e dificuldades nesses últimos 5 anos longe de casa.
Aos meus irmãos Claiton e Clayson, por resistirem a saudade de estar longe e não ficarem
depressivos.
A utopia, a fé e a esperança que me movem. A todas as PJs d’minha vida que são
fortalezas em meio às tempestades e as tantas boas energias e orações sentidas durante esse
caminhar!
Ao meu amigo e irmão Vinícius Hanser, graças a ti esse trabalho se concretizou. Obrigado
pelas tantas ajudas, conversas e vivências. Estamos juntos!
Structural joints have great responsibilities in steel structures, because they transmit
internal forces applied to the beam elements to the other bearing elements such as
columns and bracings. This study tries to analysis the behavior of a steel building
from the study of their connections, to provide an evaluation of the distribution of
efforts in structural elements with consideration of semi-rigid connections in the
design phase, compared to totally rigid or flexible connections, which are made for
simplicity purposes of structural design. It was studied bolted angle flange cleat
connections, where its sizing and semi-rigid calculation is estimated using the
components method recommended in EUROCODE 3 (2005), presenting various
components to be considered in the calculation of bending moment resistant and
rotational stiffness of the connection. For structural analysis, a braced structure is
used, whose connections range from rigid, semi-rigid and until flexible. It is evaluated
structural efficiency ratios, calculated by SAP2000 (2005) software, in relation to the
requests forces in the steel profiles used in the rigid structure. With the consideration
of semi-rigid connections, it is observed a reduction in the internal forces in the
beams in relation to the flexible structure and an increase in the maximum stresses in
the beams relative to the rigid structure. This is an attention point when it is
considered semi-rigid connection in bolted angle flange cleat connections, because
its semi-rigid behavior originates stresses over resistant checked for rigid behavior.
Therefore, the obtained results evidenced that the use of semi-rigid connections in
bolted angle flange cleat connections provides benefits to structural efficiency of the
building studied.
LETRAS ESTILIZADAS
ℓeff Comprimento efetivo (EUROCODE 3)
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 19
2. OBJETIVOS E METODOLOGIA ........................................................................ 22
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 24
3.1. LIGAÇÕES METÁLICAS ................................................................................ 24
3.2. COMPORTAMENTO MOMENTO-ROTAÇÃO ................................................ 28
3.2.1. Modelos de Curvas ..................................................................................... 31
3.2.1.1. Modelos experimentais .......................................................................... 31
3.2.1.2. Modelos analíticos.................................................................................. 31
3.2.1.3. Modelos numéricos ................................................................................ 32
3.2.1.4. Modelos mecânicos ................................................................................ 32
3.3. TIPOS DE LIGAÇÕES .................................................................................... 33
3.3.1. Ligação com cantoneira simples na alma ................................................... 34
3.3.2. Ligação com duas cantoneiras na alma ..................................................... 35
3.3.3. Ligação com chapa de extremidade ........................................................... 36
3.3.4. Ligação com chapa simples ....................................................................... 36
3.3.5. Ligação com chapa de topo estendida parafusada .................................... 37
3.3.6. Ligação com cantoneira de topo e assento ................................................ 38
3.3.7. Ligação soldada ......................................................................................... 39
3.4. CLASSIFICAÇÃO DAS LIGAÇÕES METÁLICAS .......................................... 40
3.4.1. Análise matemática do comportamento momento-rotação ........................ 41
3.4.2. Classificação de acordo com a NBR 8800/2008 ........................................ 45
3.4.3. Classificação de acordo com o EUROCODE 3 .......................................... 47
3.4.3.1. Classificação quanto à rigidez da ligação .............................................. 47
3.4.3.2. Classificação quanto à resistência da ligação ........................................ 48
3.5. MODELO MECÂNICO PROPOSTO PELO EUROCODE 3 (2005) ................ 51
3.5.1. Considerações gerais ................................................................................. 51
3.5.2. Esforços solicitantes na ligação .................................................................. 53
3.5.3. Perfil “T-Stub” equivalente .......................................................................... 55
3.5.4. Resistência de componentes básicos tracionados ..................................... 61
3.5.4.1. Resistência à tração dos parafusos ....................................................... 61
3.5.4.2. Resistência à flexão da aba das cantoneiras de topo e assento ............ 61
3.5.4.3. Resistência à flexão da mesa do pilar .................................................... 63
3.5.4.4. Resistência à tração da alma da viga ..................................................... 64
3.5.4.5. Resistência à tração da alma do pilar .................................................... 65
3.5.4.6. Resistência à tração da aba da cantoneira de topo ............................... 66
3.5.5. Resistência de componentes básicos comprimidos ................................... 67
3.5.5.1. Resistência à compressão na mesa e alma da viga .............................. 67
3.5.5.2. Resistência à compressão na alma do pilar ........................................... 67
3.5.5.3. Resistência à compressão da aba da cantoneira de assento ................ 68
3.5.6. Resistência ao cisalhamento horizontal...................................................... 69
3.5.7. Resistência ao cisalhamento vertical .......................................................... 69
3.5.8. Determinação do momento resistente da ligação ....................................... 70
3.5.9. Determinação da rigidez rotacional da ligação ........................................... 71
3.5.9.1. Cisalhamento no painel da alma do pilar (𝑘1 )......................................... 74
3.5.9.2. Compressão na alma do pilar (𝑘2 ).......................................................... 75
3.5.9.3. Tração na alma do pilar (𝑘3 ) ................................................................... 75
3.5.9.4. Flexão na mesa do pilar (𝑘4 ) .................................................................. 75
3.5.9.5. Flexão na cantoneira de topo e assento (𝑘6 ).......................................... 76
3.5.9.6. Tração nos parafusos (𝑘10 ) .................................................................... 76
3.5.9.7. Cisalhamento nos parafusos da cantoneira de topo e assento (𝑘11 )...... 76
3.5.9.8. Parafusos sujeitos ao esmagamento (𝑘12 ) ............................................. 77
1. INTRODUÇÃO
utilizar perfis mais leves que resistem ao esforço solicitante, obtém-se uma
economia financeira do projeto.
Anderson, Colson e Jaspart (1995) apud ROMANO (2001) afirmam que
“estudos demonstram que poucas mudanças [relacionadas ao aumento na seção
dos pilares] são necessárias, e que a comparação de custo de fabricação e
montagem, demonstra uma redução média de 20% no custo total (materiais,
fabricação e montagem) nas estruturas onde se considerou o comportamento
semirrígido das ligações”.
O presente trabalho tem como objetivo avaliar a distribuição dos esforços
devido à consideração das ligações semirrígidas, comparando-a às distribuições
obtidas para ligações totalmente rígidas ou flexíveis, que são idealizadas para fins
de simplificação de cálculos estruturais.
O trabalho é dividido em seis capítulos. A este primeiro coube apresentar as
motivações para este trabalho e um breve resumo sobre o comportamento e
características das ligações em uma estrutura metálica.
O segundo capítulo especifica os objetivos principais, assim como as
limitações e a metodologia que será abordada neste trabalho.
O terceiro capítulo apresenta o comportamento momento-rotação num
aspecto geral, apontando os limites de classificação quanto ao EUROCODE 3 Part
1-8 (2005) e a NBR 8800 (2008). São apresentados os métodos para obter a curva
momento-rotação, sendo explicados os modelos experimentais, analíticos,
mecânicos e numéricos. Visando o desenvolvimento do capítulo quatro deste
trabalho, é apresentado o método de dimensionamento das ligações de acordo com
o EUROCODE 3 (método das componentes), e o procedimento para cálculo do
coeficiente de rigidez rotacional. É abordada a classificação dos diferentes tipos de
ligações metálicas, que são mais frequentemente utilizadas nos projetos estruturais.
No capítulo quatro é apresentada a estrutura hipotética, na qual serão
realizadas as análises estruturais com as diferentes vinculações viga-pilar, bem
como o dimensionamento da estrutura e as otimizações dos perfis quanto ao uso
frente às solicitações de cálculo e sua resistência.
No capítulo cinco é realizada a comparação dos resultados do
dimensionamento das ligações metálicas conforme o objetivo deste trabalho e a
metodologia de análise dimensional com o auxílio do software SAP2000 v17. A
análise dos resultados obtidos nos modelos 1, 2 e 3 é realizada neste capítulo, com
21
2. OBJETIVOS E METODOLOGIA
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
HIGAKI (2014, p. 86) acrescenta que existe rotação relativa nas ligações
consideradas rígidas, e há momento fletor nas ligações consideradas flexíveis. Com
a correta consideração da semirrigidez das ligações, a análise estrutural se aproxima
do comportamento físico da estrutura, levando a dimensionamentos de estruturas
mais econômicas e seguras.
RIBEIRO (1998, p. 73) complementa sobre os estudos de ligações em
estruturas metálicas e seu comportamento estrutural, que consistem de um ou mais
passos descritos a seguir:
[...]
i) estabelecimento de modelos teóricos para posterior comparação com
resultados experimentais;
ii) formulações empíricas com base em resultados experimentais;
iii) formulações empíricas via modelos matemáticos e computacionais, com
ou não posterior aferição de resultados obtidos em ensaios de laboratório;
iv) análise dos efeitos do comportamento estrutural das ligações sobre o
desempenho dos elementos conectados e/ou sua influência na resposta
global da estrutura;
v) incorporação de parâmetros relativos à rigidez das ligações na análise
estrutural.
Figura 2 – Diagrama de momentos para o nó rígido e detalhe da conexão (BARBOSA, 2006, p.23).
Figura 3 – Diagrama de momentos para o nó flexível e detalhe da conexão (BARBOSA, 2006, p.23).
Segundo BARBOSA (2006, p.24) e RAMIRES (2010, p.42), optar por uma
ligação semirrígida modificaria a distribuição dos momentos, proporcionando
momentos fletores negativos menores que os produzidos nas situações com
ligações rígidas e momentos fletores positivos menores no caso de se utilizar
ligações flexíveis (M3 ), como demonstrado na figura 4.
28
mostra a figura 5. Tal relação pode ser esquematizada por um diagrama momento-
rotação, representando a rigidez rotacional da ligação e caracterizando o
comportamento semirrígido.
Figura 7 – Classificação das ligações a partir do gráfico momento-rotação (CASTRO, 2006, p.26).
De acordo com BAIÃO FILHO e SILVA (2014, p. 87), uma ligação com
chapa simples é formada por uma chapa vertical soldada no pilar (elemento suporte)
com uma solda de filete duplo, e parafusada na viga apoiada, conforme detalhado
na figura 14. Pode-se destacar que há uma folga de 10 mm entre a viga e a face do
elemento suporte, para não impedir a rotação de apoio.
37
BAIÃO FILHO e SILVA (2014, p. 87) consideram que tal ligação é flexível,
pois não há impedimento da rotação de apoio, sendo projetada para resistir à carga
vertical do apoio, e a um momento torsor decorrente da excentricidade entre os
planos médios das espessuras da chapa e da alma da viga.
com diferentes medidas para a espessura da chapa de topo e para o diâmetro dos
parafusos da ligação, sendo possível alcançar valores de rigidez rotacional para
ligações rígidas e semirrígidas. Tais valores estão descritos no trabalho de
MOREIRA Jr. (2007).
De acordo com FERREIRA et. al. (2011), essa ligação pode ser aproveitada
para apoio da viga (figura 17), transferindo apenas reação vertical e garantindo uma
maior precisão na montagem. Durante a fase de montagem a cantoneira inferior
deve suportar o peso próprio da viga, e é meramente utilizada para estabilidade
39
lateral. Esse tipo de ligação pode ser considerado como genuinamente semirrígido,
promovendo uma capacidade de transferência de momento em torno de 50%.
Figura 17 – Ligação com cantoneira de topo e assento (FERREIRA et. al., 2011, pág. 398).
Figura 18 – Ligação soldada (adaptado de MELLO, 1999 apud TREMÉA, 2010, p.30)
Para a viga apresentada na figura 19, com a análise elástica sabe-se que o
momento de engastamento perfeito (aplicado nos apoios e nas ligações), sem
rotação relativa, é dado por:
q . L² (1)
M=
12
Onde:
M é o momento de engastamento perfeito;
q é o valor do carregamento uniformemente distribuído na viga;
L é o vão da viga.
Caso se considere uma viga bi-apoiada (rótula perfeita), com momento fletor
nulo, a rotação nos apoios com as ligações será dada por:
q . L³ (2)
θ=
24 . E . I
Onde:
θ é a rotação relativa entre o pilar e a viga;
E é o módulo de elasticidade do material;
I é a inércia da seção da viga, submetida à flexão.
42
q . L² 2 . E . I (3)
M= − θ
12 L
Comportamento Real de
uma Ligação Semirrígida
Linha de Viga
Figura 20 – Linha de viga e comportamento real de uma ligação semirrígida (adaptado de HIGAKI, 2014).
αi + αj + αi αj
θ1 = (6)
4(3 + αj ) + αi (4 + αj )
αi (2 + αj )
θ2 = (7)
4(3 + αj ) + αi (4 + αj )
αj (2 + αi )
θ3 = (8)
4(3 + αj ) + αi (4 + αj )
αi (3 + αj )
θ4 = (9)
4(3 + αi ) + αj (4 + αi )
αi αj
θ5 = (10)
4(3 + αi ) + αj (4 + αi )
αj (3 + αi )
θ6 = (11)
4(3 + αi ) + αj (4 + αi )
EI
k i = αi (12)
L
EI
k j = αj (13)
L
45
Iv (15)
Sj,ini ≤ 0,5 . E.
Lv
46
Onde:
Sj,ini é a rigidez rotacional inicial da ligação, medida em kN.cm/rad,
correspondente a 2/3 do momento resistente de cálculo da ligação (Mj,Rd);
E é o módulo de elasticidade do material;
Iv é o momento de inércia da seção transversal da viga, em cm4;
Lv é o comprimento efetivo da viga conectada à ligação, em centímetros.
Iv (16)
Sj,ini ≥ 25 . E .
Lv
Kv (17)
≥ 0,1
Kc
Onde:
I
K v é o valor médio de Lv de todas as vigas no topo do andar;
v
I
K c é o valor médio de Lc de todas os pilares no plano do andar considerado.
c
O EUROCODE 3 Part 1-8 (2005) apresenta em seu item 5.2 que as ligações
podem ser classificadas quanto à sua rigidez e quanto à sua resistência.
Iv (18)
Sj,ini ≥ k b . E .
Lv
48
Iv (19)
Sj,ini ≤ 0,5 . E.
Lv
Mv,PL,Rd (20)
Mj,Rd ≤ 0,25 . mín [ ]
Mc,PL,Rd
Figura 24 – Ligações de resistência total entre elementos de viga e de pilar (EUROCODE 3, 2005).
Mv,PL,Rd (21)
Mj,Rd ≥ mín [ ]
Mc,PL,Rd
Mv,PL,Rd (22)
Mj,Rd ≥ mín [ ]
2. Mc,PL,Rd
Mj,b2,Ed (24)
β1 = |1 − |≤2
Mj,b1,Ed
Mj,b1,Ed (25)
β2 = |1 − |≤2
Mj,b2,Ed
Onde:
β1 é o valor do coeficiente de transformação para o lado direito da ligação;
β2 é o valor do coeficiente de transformação para o lado esquerdo da
ligação;
Mj,b1,Ed é o momento fletor solicitante na ligação oriundo da viga do lado
direito;
Mj,b2,Ed é o momento fletor solicitante na ligação oriundo da viga do lado
esquerdo.
55
Tabela 2 – Valores aproximados para o coeficiente 𝛽 (EUROCODE 3, 2005 apud HIGAKI, 2014).
(2005) apresenta o modelo formado por uma peça em T equivalente, que é utilizado
para a obtenção da resistência à flexão da aba da cantoneira de topo e assento
conectada à mesa do pilar, e a resistência à flexão da mesa do pilar.
ROMANO (2001) menciona que o método de dimensionamento para
ligações “T-Stub” leva em conta possíveis formações de rótulas plásticas na região
mesa/alma e na linha de parafusos da mesa do perfil T equivalente. Ele
complementa que o impulso às pesquisas de tal dimensionamento se deu com o
início dos estudos sobre ligações entre mesas de vigas com mesas de pilares que
utilizavam perfis T, conforme identifica a figura 28.
O estudo deste tipo de perfil “T” leva em conta o efeito de alavanca sobre os
parafusos da ligação, que consiste na flexão das mesas dos perfis “T” devido às
forças externas, e tal flexão exerce forças de equilíbrio interno sobre os parafusos,
gerando um esforço adicional sobre os mesmos, conforme figuras 29 e 30. Tal efeito
é discutido por QUEIROZ e VILELA (2012, p. 29) e ROMANO (2001).
4 . MPL,1,Rd (26)
Ft,1,Rd =
m
Rótula plástica na
linha de parafusos
Em que Agb é área da seção bruta dos parafusos, fub é a tensão última de
ruptura do material dos parafusos, e γa2 é o fator de segurança da tensão de ruptura,
para combinações normais, igual a 1,35 (NBR 8800/2008).
MPL,1,Rd e MPL,2,Rd são os momentos plásticos resistentes de cálculo do perfil
T equivalente para os modos de ruptura 1 e 2, dado pelas equações:
Onde:
γM0 é o fator de segurança parcial do aço, igual a 1,10 (EUROCODE 3, 2005);
t é a espessura do componente analisado (cantoneira ou mesa do pilar);
fy é a tensão de escoamento do aço;
∑ ℓeff,1 e ∑ ℓeff,2 são os somatórios dos comprimentos efetivos para cada
linha de parafusos, apresentados para cada tipo de verificação dos componentes
básicos, de acordo com cada modo de ruptura (modo 1 ou modo 2). Caso exista
somente uma linha de parafuso (como é o caso para cantoneira de topo e assento),
∑ ℓeff,1 = ℓeff,1 e ∑ ℓeff,2 = ℓeff,2.
O EUROCODE 3 (2005) considera ainda que as forças de alavanca que
geram os modos de ruptura apresentados somente acontecerão caso Lb ≤ L∗b ,
dados pelas equações:
Onde:
Lb é o comprimento de aperto dos parafusos, dado pela soma da espessura
da cantoneira de assento ou de topo (t a ) com a espessura da mesa do pilar (t fc ),
somadas à metade da soma da altura da cabeça do parafuso com a altura da porca;
nb é o número total de linhas de parafusos (com dois parafusos em cada
linha) e t f é a espessura do componente analisado com a teoria “T-Stub”.
Caso o efeito alavanca não ocorra, a força resistente do perfil T equivalente
é dada pelo menor valor dentre as equações:
2 . MPL,1,Rd (34)
Ft,1,Rd =
m
ba (36)
ℓeff =
2
O valor de “m” é dado conforme consideração se a folga (g) será menor que
40% da espessura da cantoneira, ou maior que tal valor (figura 36). Se menor, “m” é
considerado como sendo a distância do furo até a face interna da aba da cantoneira,
descontado de 80% do raio de concordância de laminação da cantoneira. Se for
maior que 40%, “m” é dado como sendo a distância do furo até a face da mesa da
viga, descontado de metade da espessura da cantoneira.
O EUROCODE 3 (2005) ainda prescreve que o número de linhas de
parafusos que ligam a cantoneira à mesa do pilar é limitado a um.
63
2. π. m (37)
π. m + 2. e1
ℓeff,cp = mín [ ]
π. m + p
2. e1 + p
4. m + 1,25. e (38)
2. m + 0,625. e + e1
ℓeff,nc = mín [ ]
2. m + 0,625. e + 0,5 . p
e1 + 0,5. p
ℓeff,nc (39)
ℓeff = mín [ ]
ℓeff,cp
Onde:
64
Sendo:
γM0 é o fator de segurança parcial do aço, igual a 1,10 (EUROCODE 3);
t wv é a espessura da alma da viga;
fy,wv é a tensão de escoamento do aço usado na alma da viga;
beff,t,wv é a largura efetiva da alma tracionada da viga, considerada igual ao
comprimento efetivo ℓeff para um perfil T equivalente de uma chapa de extremidade
sujeita à flexão, conforme as equações a seguir dispostas:
2. π. m (41)
ℓeff,cp = mín [ ]
π. m + p
4. m + 1,25. e (42)
ℓeff,nc = mín [ ]
2. m + 0,625. e + 0,5 . p
ℓeff,nc (43)
beff,t,wv = mín [ ]
ℓeff,cp
Onde:
γM0 é o fator de segurança parcial do aço, igual a 1,10 (EUROCODE 3);
t wc é a espessura da alma do pilar;
fy,wc é a tensão de escoamento do aço usado na alma do pilar;
ω é o coeficiente de redução (tabela 3) que leva em conta a interação com o
esforço de cisalhamento na alma do pilar (coeficiente β, disposto na tabela 2 deste
trabalho);
(t wc + 2. rc ) (45)
Avc = Ac − 2 . bfc . t fc +
t fc
Em que:
la é o comprimento da cantoneira;
dp é o diâmetro do furo padrão, conforme NBR 8800 (2008);
t a é a espessura da cantoneira;
nb é o número de parafusos por linha, geralmente limitado a 2, conforme
EUROCODE 3 (2005);
fua é a tensão última de ruptura do material da cantoneira;
γa2 é o fator de segurança da tensão de ruptura, para combinações normais,
igual a 1,35 (NBR 8800/2008).
67
Mc,Rd (49)
Fc,fv,Rd =
hv − t fv
Em que:
hv é a altura total da viga ligada;
t fv é a espessura da mesa comprimida da viga;
Mc,Rd é o momento resistente da seção transversal da viga, obtida a partir de
cálculos preconizados no EUROCODE 3 (2005). O presente trabalho optou por
utilizar a ABNT NBR 8800 (2008) para a obtenção de tal valor, de acordo com seu
item 5.4.2 e anexos G ou H.
A força resistente Fc,fv,Rd atua no centro de compressão da ligação, conforme
será definido no item 3.5.8.
Em que:
γM0 e γM1 são fatores de segurança parcial do aço, iguais a 1,10
(EUROCODE 3);
t wc é a espessura da alma do pilar;
fy,wc é a tensão de escoamento do aço usado na alma do pilar;
ω é o coeficiente de redução que leva em conta a interação com o esforço
de cisalhamento na alma do pilar, já anteriormente apresentado na tabela 3;
68
dwc = hc − 2. (t fc + rc ) (53)
̅̅̅ (54)
λp ≤ 0,72 → ρ = 1,0
(λ̅̅̅p − 0,2) (55)
̅̅̅
λp > 0,72 → ρ = 2
̅̅̅
λp
la . t a . fya (56)
Fc,ab,Rd =
γa1
Em que:
la é o comprimento da cantoneira;
t a é a espessura da cantoneira;
fya é a tensão de escoamento do material da cantoneira;
γa1 é o fator de segurança da tensão de escoamento, para combinações
normais, igual a 1,10 (NBR 8800/2008).
BESSA (2009) indica que a resistência da linha tracionada deve ser reduzida
caso a mesma seja maior que a resistência da alma do pilar ao cisalhamento, ou
então maior que a resistência à compressão da ligação, como será visto na equação
58. Dessa forma, é assumido que, devido à resistência à compressão, a distribuição
plástica destas forças internas é interrompida.
O EUROCODE 3 (2005) define que as forças atuantes na ligação devem
estar distribuídas nos centros de gravidade de suas zonas tracionadas e
comprimidas. A distância existente entre tais centros é o braço de alavanca (z) da
ligação, necessário ao cálculo do momento resistente (Mj,Rd), conforme figura 39.
Ftr,Rd . z (58)
Mj,Rd = mín { Fcr,Rd . z
Vwp,Rd . z
Onde:
Ft,Rd é a mínima força resistente de tração dentre todos os componentes
tracionados;
Fc,Rd é a mínima força resistente de compressão dentre todos os
componentes comprimidos;
Vwp,Rd é a componente horizontal do cisalhamento da ligação, ou seja, a
resistência ao cisalhamento da alma do pilar;
z é o braço de alavanca da ligação.
determinada com base nas rigidezes dos componentes básicos da ligação, cada
uma representada por um coeficiente de rigidez elástica (k i ):
E z2 (59)
Sj = 1
μ ∑i
ki
Onde:
E é o módulo de elasticidade do aço;
z é o braço de alavanca da ligação, definido no item 3.5.8;
k i é o coeficiente de rigidez do componente básico “i” da ligação;
μ é a relação de rigidez Sj,ini /Sj . A relação de rigidez (μ) é variável de acordo
com o valor do momento fletor solicitante da ligação (Mj,Ed ) em relação ao momento
fletor resistente (Mj,Rd), sendo determinada a partir das equações:
2 (60)
Mj,Ed ≤ Mj,Rd → μ = 1,0
3
ψ (61)
2 Mj,Ed
Mj,Rd < Mj,Ed ≤ Mj,Rd → μ = (1,5 )
3 Mj,Rd
Soldada 2 3
Parafusada com chapa de topo 2 3
Chapa de base - 3
É válido afirmar que tais coeficientes são válidos para o plano em que os
elementos ligados estão contidos. Caso existam elementos em outro plano, um novo
cálculo de rigidez rotacional deve ser realizado.
Os coeficientes de rigidez dos componentes individuais da ligação devem
ser determinados utilizando as expressões descritas a seguir.
k1 = ∞ (63)
Onde:
Avc é a área sob cisalhamento, da alma do pilar (equação 45);
z é o braço de alavanca da ligação, definido em 3.5.8;
β é o parâmetro que considera o efeito de cisalhamento horizontal no painel
da alma do pilar, definido na tabela 2.
75
k2 = ∞ (65)
Onde:
beff,c ,wc é a largura efetiva da alma do pilar sob compressão (equação 51);
t wc é a espessura da alma do pilar;
dwc é a altura livre da alma do pilar (equação 53).
Onde:
beff,t ,wc é a largura efetiva da alma do pilar sob tração, conforme item 3.5.4.5.
Onde:
t fc é a espessura da mesa do pilar;
ℓeff e m são definidos conforme item 3.5.4.5.
76
Onde:
ℓeff e m são definidos no item 3.5.4.2;
t a é a espessura da cantoneira de ligação.
As (69)
k10 = 1,6 .
Lb
Onde:
nb é o número total de linhas de parafusos (com dois parafusos em cada linha);
db é o diâmetro do parafuso utilizado na ligação;
fub é a resistência última do parafuso utilizado na ligação;
E é o módulo de elasticidade do aço utilizado;
dM16 é o diâmetro do parafuso M16, igual a 24mm.
77
24. nb . k b . k t . db . fu (71)
k12 =
E
k (72)
k b = mín { b1
k b2
0,25. eb
+ 0,5
db
k b1 = mín
(73)
{ 1,25
0,25. pb
+ 0,375
db
k b2 = mín (74)
{ 1,25
1,5. t j (75)
dM16
k t = mín
{ 2,5
Onde:
eb é a distância entre a linha de parafusos à face livre da chapa na direção
da força;
pb é o espaçamento entre as linhas de parafusos na direção da força;
fu é a resistência última do aço que está em contato com o parafuso;
t j é a espessura da chapa de contato com o parafuso.
78
Cantoneira de Ligação
L 203x203x25,4
3
m [kg/m] 75,9 W y=W y [cm ] 259,4
ba [mm] 203,2 ix=iy [cm] 6,19
A [cm²] 96,77 izmín [cm] 3,96
to[mm] 25,4 imáx [cm] 7,81
c [mm] 41,3 xg = yg[cm] 6,02
4
Ix = Iy[cm ] 3704,4 ra [mm] 15,9
Massa Espessura
Bitola d 𝐛𝐟 h
Linear 𝐭𝐰 𝐭𝐟
[mm x kg/m] [kg/m] [mm] [mm] [mm] [mm] [mm]
W 250x101 101,0 264 257 11,9 19,6 225
W 360x44 44 352 171 6,9 9,8 332
2L64x64x7,9 7,4 - - 7,9 7,9 63,5
2L76x76x7,9 9,10 - - 7,9 7,9 76,2
2L89x89x6,4 8,56 - - 6,4 6,4 63,5
2L102x102x6,4 9,81 - - 6,4 6,4 63,5
2L102x102x7,9 12,2 - - 7,9 7,9 101,6
2L102x102x9,5 14,6 - - 9,5 9,5 101,6
2L102x102x11,1x19 16,8 - - 11,1 19 101,6
RIGIDEZ ROTACIONAL INICIAL (S j,ini ) [kN.m/rad] Classificação da Rigidez - Cálculo dos Limites
Equação Parâmetros Ligação Rígida Ligação Flexível
z 54,3 cm
E 20500 kN/cm²
Parâmetros
31,525 cm-1
Deslocamento Est.Contraventada 2,28 cm
Mj,Ed 94,180 kN.m Horizontal Est.Não Contraventada 10,74 cm
Mj,Rd 141,192 kN.m E 20500 kN/cm² kb 25
ψ 3,1 Iv 12258 cm 4
Sj,ini,rígida 418815
μ 1,00 Lv 150 cm Sj,ini,f lexív el 8376,3
Sj,ini 19140,326 kN.m/rad Classificação da Ligação: Semirrígida
90
V02
C02 C01
V01
C03 CV01
V04
C05 C04
V03
C06
CV02
V05
C07
CV03
6. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS