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MOTORES DE

COMBUSTÃO INTERNA

Celso R. Rabello
Domingos Carapinha Filho
Leonardo Serfert Junior
ÍNDICE

CLASSIFICAÇÃO................................................................................................. 1

PEÇAS................................................................................................................. 3

CONCEITOS........................................................................................................ 11

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À IGNIÇÃO............................................................ 12

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS TEMPOS........................................................ 14

DETALHES CONSTRUTIVOS DO MOTOR......................................................... 20

FILTROS............................................................................................................... 23

CARBURADORES................................................................................................ 26

INJEÇÃO ELETRÔNICA....................................................................................... 30

COMPRESSORES................................................................................................ 37

EMISSÕES VEICULARES.................................................................................... 41

MOTOR DIESEL.................................................................................................... 43

ARREFECIMENTO................................................................................................ 53

LUBRIFICAÇÃO.................................................................................................... 59

LUBRIFICANTES.................................................................................................. 63

SISTEMA DE IGNIÇÃO......................................................................................... 68

CURVAS CARACTERÍSTICAS............................................................................. 78

MOTORES DE ALTO RENDIMENTO................................................................... 81

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 84
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MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA


CLASSIFICAÇÃO

O Motor de Combustão Interna é uma máquina responsável pela transformação de energia calorífica dos
combustíveis líquidos ou gasosos, em energia mecânica (trabalho útil), através da combustão. São chamados
de combustão interna pois neles, o fluído ativo (combustível + ar) realiza o trabalho.

Entre os Motores de Combustão Interna temos três tipos principais:

1- ALTERNATIVO :

Através da expansão dos gases da combustão, o trabalho obtido pelo movimento de um êmbolo (pistão), é
transformado na rotação de um eixo por um sistema de Biela/Manivela.

Aplicações: automóveis, marítimos, estacionários etc.

VANTAGENS: Custo Menor


Fácil Operação
Menor Consumo

DESVANTAGENS:
Maior Vibração
Maior numero de peças móveis
Baixo Rendimento
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2 - ROTATIVO
Da expansão dos gases da combustão já obtém-se o trabalho útil no eixo, diretamente dos componentes
mecânicos em rotação.

Aplicações: automóveis, aviões, geradores.

As turbinas e os motores de rotores (ou lóbulos) são denominados


rotativos. Porém, as turbinas têm combustão contínua e os de rotores
têm combustão intermitente.

VANTAGENS: Menor Vibração


Maior Rendimento
Menor número de peças

DESVANTAGENS: Dificuldade de vedação do rotor


Maior Consumo de óleo
Mais Poluente
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MOTORES DE FLUXO OU DE REAÇÃO


Os gases da combustão geram o empuxo para o veículo que carrega o motor.

Aplicações: aviões.

VANTAGENS: Grandes Potências DESVANTAGENS: Pouco Operacional (para automóveis)


Não necessita de trem motriz
Alto Rendimento

PEÇAS

Atualmente a grande maioria das aplicações utilizam motores alternativos, nos quais nos deteremos mais
tempo. Vamos conhecer os principais componentes dos motores alternativos:
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1) BLOCO DE CILINDROS
É o elemento básico do motor. Nele são usinados os cilindros. Também suporta o virabrequim através dos
mancais de apoio e serve de apoio para outras peças.

Características Necessárias:
— ALTA RIGIDEZ
— ESTABILIDADE DIMENSIONAL

Materiais de Construção:
— FERRO FUNDIDO
— LIGAS DE ALUMÍNIO

1.a) CILINDROS E CAMISAS

É dentro deles ocorre o movimento alternativo dos pistões. Podem ser:


a) Fixas: Quando são fundidas e usinadas no próprio bloco.
b) Substituíveis: - Secas: Quando não entram em contato com o líquido de Arrefecimento.
- Úmidas: Quando entram em contato com o líquido de Arrefecimento.

Cilindro fixo Camisa Substituível Camisa Substituível


à Seco Úmida
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2) PISTÃO
É o órgão que recebe diretamente o impulso da combustão e o transmite à biela. O pistão não é perfeitamente
cilíndrico, é ligeiramente ovalado e cônico, para que se deforme controladamente ao ser exposto às altas
temperaturas.

Requisitos:
— ELEVADA RESISTÊNCIA MECÂNICA
— BOA RESISTÊNCIA AO CALOR
— ELEVADA RESISTÊNCIA AO DESGASTE
— BOA CONDUTIBILIDADE TÉRMICA
— BAIXO PESO
— BAIXA TRANSMISSIBILIDADE DE RUÍDO

Material:
— LIGAS DE ALUMÍNIO

2.a) ANÉIS
São peças instaladas nos pistões que tornam-se auto-expansíveis, proporcionando uma vedação móvel.
Também tem a função de transmitir calor da cabeça do pistão para as paredes do cilindro.
Podem ser:
a) De Compressão: fazem a vedação entre a câmara de combustão e o cárter.
b) De Óleo ou Raspadores: Controlam a camada de lubrificante nos cilindros.

Material:
— AÇO FUNDIDO (LIGA)

3) BIELA
É a haste que transmite movimentos alternativos do pistão para o virabrequim.

Material:
— AÇO FORJADO
1 - Olho grande ou Cabeça
— LIGAS DE TITÂNIO
2 - Capa
3 - Perna ou haste
4 - Olho pequeno ou Pé
5 - Bucha
6 - Parafuso
7 - Porca
8 - Casquilho ou Bronzina Inferior
9 - Casquilho ou Bronzina Superior
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4) VIRABREQUIM
É o órgão que transforma o movimento alternativo do conjunto Pistão/Biela em movimento rotativo.

Material:
— AÇO FORJADO OU FUNDIDO

5) CABEÇOTE
Serve como “tampa” do motor; é a parte superior do motor. Tem função também de suportar: Válvulas, Sedes,
Guias, Eixo dos balancins, Eixo Comando de Válvulas, Molas, Velas de Ignição ou Bicos Injetores. Em
motores Ciclo Otto e Diesel c/ injeção indireta comporta também a câmara de combustão. Sua união com o
bloco é feita por prisioneiros e parafusos e a vedação é garantida pela junta.

Material:
— LIGAS DE ALUMÍNIO

6) EIXO COMANDO DE VÁLVULAS


É o responsável pelo comando sincronizado de abertura e fechamento das VÁLVULAS de ADMISSÃO e
ESCAPE. É acionado pelo virabrequim através de engrenagens, corrente ou correia dentada.
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Os principais parâmetros do comando de válvulas são : _______________________, ______________________


,_________________________ e _____________________, e são fundamentais para o comportamento do
motor.
Material:
— AÇO FORJADO

7) VÁLVULAS , MOLAS, SEDES, GUIAS E CONJUNTO DE ACIONAMENTO


♦ As válvulas permitem a entrada de ar (ciclo
DIESEL) ou mistura ar-combustível (ciclo OTTO)
para o interior do cilindro (válvula de admissão)
ou a sadia dos gases queimados (válvula de
escape). As válvulas de escape estão sujeitas a
altíssimas temperaturas, por isso elas podem ser
refrigeradas.
♦ As molas são responsáveis pelo retorno da
válvula. Em muitos casos são colocadas duas para
evitar ressonância e a conseqüente quebra.
♦ As sedes fazem a vedação da câmara de
combustão e o coletor de admissão. Com o choque
da válvula na sede, esta se desgasta e pode ser
retificada ou trocada, protegendo o cabeçote.
♦ As guias de válvula servem para manter o
alinhamento das válvulas.
♦ O Conjunto de acionamento compreende ainda
os tuchos, hastes e balancins.
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8)CASQUILHOS E MANCAIS
Tem a função de elevar a eficiência dos motores e prolongar a vida útil do virabrequim.
Dividem-se em duas partes:

— CARCAÇA: Alma do casquilho, serve de encosto e para dar forma ao metal anti-fricção. Normalmente
é de aço.
— METAL ANTI-FRICÇÃO: Trabalha em contato com os mancais, constituído de camadas
de alumínio e estanho ou, alumínio e cobre

Requisitos:
— BAIXO COEFICIENTE DE ATRITO
— ELEVADA RESISTÊNCIA À FADIGA
— BAIXA DUREZA
— ABSORVER PARTÍCULAS SOLIDAS
— NÃO SOFRER CORROSÃO
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9) CÁRTER
Sua função e de reservatório de óleo
lubrificante e protetor dos componentes
internos do motor. Pode ter aletas para
refrigerar o óleo. Possui também chapas
internas para evitar que as mudanças de angulo
do veiculo interrompam a sucção do óleo.

Material:
— FERRO FUNDIDO, ALUMÍNIO OU
CHAPA DE AÇO

11) VOLANTE, AMORTECEDORES DE VIBRAÇÃO E EIXOS EQUILIBRADORES


♦ O volante é colocado atrás do virabrequim e é responsável pela suavidade de funcionamento do
motor. Seu peso pode ser diminuído se for desejada uma aceleração mais rápida do motor.
♦ O amortecedor de vibração tem a função de amortecer as vibrações torcionais do virabrequim.
♦ Os eixos equilibradores são usados para diminuir a vibração decorrente do movimento alternativo dos
pistões.
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12) COLETORES DE ADMISSÃO E ESCAPE

Nos motores com carburador, o COLETOR DE ADMISSÃO tem a função de distribuir a mistura
uniformemente entre os cilindros e ajudar a vaporização do combustível. Nos motores com injeção
eletrônica os aspectos mais importantes são: diminuir a perda de carga e melhorar o preenchimento do
cilindro. Devido à velocidade do ar no coletor e a abertura e fechamento da válvula de admissão, criam-se
ondas de pressão dentro do coletor. Variando-se o comprimento do coletor conforme a rotação do motor,
temos um aumento do rendimento volumétrico.

As características determinantes do COLETOR DE ESCAPE são:


O diâmetro dos tubos deve minimizar a resistência do fluxo dos gases e não devem apresentar bruscas
variações de diâmetro ou curvas. O comprimento do coletor também é importante; o ideal é que sejam do
mesmo tamanho para todos os cilindros. As uniões dos tubos devem evitar a interferência de fluxos, pois isto
prejudica a “lavagem” do cilindro.
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CONCEITOS

Além das peças, devemos conhecer alguns conceitos e definições importantes como:

P.M.S .(Ponto Morto Superior): É o ponto máximo superior, onde o pistão inverte seu
movimento alternativo.

P.M.I. (Ponto Morto Inferior): É a posição extrema inferior, onde novamente o pistão inverte
o seu movimento alternativo.

CURSO DO PISTÃO : CILINDRADA TOTAL - Vt


Distância percorrida entre o Ponto Morto E o volume deslocado pelo pistão
Superior e o Ponto Morto Inferior ao do PMS até o PMI , multiplicado
longo do cilindro. pelo numero de cilindros do motor.

Vt = π x D² x H x Z
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Onde: D - Diâmetro do Cilindro


H - Curso do Pistão
Z - Numero de Cilindros

RELAÇÃO DE COMPRESSÃO - Rc:


É a relação entre o volume total (V + v)
e o volume da câmara de combustão.

Rc = V + v
v

RELAÇÃO λ (lambda)
É a relação entre a quantidade de ar real admitido no motor e a quantidade de ar teórica.
Ex: λ = 1 mistura estequiométrica
λ > 1 mistura pobre
λ < 1 mistura rica
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CLASSIFICAÇÃO DOS ALTERNATIVOS QUANTO À IGNIÇÃO

CICLO OTTO OU IGNIÇÃO POR FAÍSCA


É admitido no cilindro, através da válvula de admissão, uma mistura ar-combustível e que tem seu início da
combustão após o salto de uma faísca entre os eletrodos de uma vela. O aumento de pressão, conseqüente
do processo de combustão da mistura, ocasiona a movimentação do pistão.

Características de um motor CICLO OTTO:

• Ignição: POR CENTELHA


• Taxa de compressão:
de 8,0:1 até 13,0:1
• Mistura ar/combustível: 15 / 1
• Formação da mistura: EXTERNA
• Tempo de formação da mistura:
LONGO
• Temperatura de descarga:
500 ° C
• Poder anti-detonante do combustível:
BAIXO
• Combustível utilizado: GASOLINA,
ÁLCOOL, GÁS

CICLO DIESEL OU IGNIÇÃO ESPONTÂNEA


Neste caso, ha somente ar no período de admissão. O inicio da combustão dá-se quando o ar aspirado é
aquecido de tal maneira durante o período de compressão que o combustível injetado na câmara de combustão
sofre uma auto-ignição (aprox. = 500 ° C ).

Características de um motor CICLO DIESEL:


• Ignição: ESPONTÂNEA
• Taxa de compressão: 16:1 até 20:1
• Mistura ar/combustível: 20 / 1
• Formação da mistura: INTERNA
• Tempo de formação da mistura: RÁPIDO
• Temperatura de descarga: 650 ° C
• Poder anti-detonante do combustível: ALTO
• Combustível utilizado: ÓLEO DIESEL
• Rendimento térmico: 35 %

Vantagens do CICLO OTTO Vantagens do CICLO DIESEL


- Menor custo de fabricação - Melhor rendimento térmico
- Menor emissão de NOx e particulados - Menor consumo especifico
- Melhor relação peso/potência - Maior durabilidade do motor
- Maior elasticidade dinâmica - Menor emissão de CO e HC
- Menor vibração - Não necessita de sistema elétrico
- Menor ruído - Partida a frio mais fácil
- Maior potência específica
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TIPOS DE INJEÇÃO PARA O CICLO DIESEL

INJEÇÃO INDIRETA:

Quando o combustível e pulverizado em uma pré-câmara


usinada no próprio cabeçote do motor e ligado ao cilindro
por meio de um canal.

INJEÇÃO COMBINADA:

Neste caso há uma mistura de injeção indireta e direta.


Há injeção de combustível na câmara e na antecâmara
ao mesmo tempo.

INJEÇÃO DIRETA:

Aqui o combustível e injetado diretamente no cilindro.O


injetor fica dentro do cilindro, geralmente tem vários furos
para injeção do combustível. A câmara de combustão
localizada no próprio pistão. È o método mais usado
atualmente.
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CLASSIFICAÇÃO DOS ALTERNATIVOS QUANTO AOS TEMPOS

MOTORES DE QUATRO TEMPOS (4T):


Nos motores de 4 tempos, temos que ter 720 graus do motor (2 voltas completas) para realização completa do
ciclo de 4 tempos. Nestas 2 voltas, temos 1 combustão realizada considerando-se 1 cilindro. Já nos motores
de 2 tempos, temos 360 graus do motor (1 volta completa) para realização completa do ciclo e portanto 1
combustão por volta considerando-se um cilindro.
Por este motivo, teoricamente os motores de 2 tempos para o mesmo número de cilindros e a mesma rotação,
apresentam o dobro de combustões realizadas. Isto significaria, se tivéssemos o mesmo volume aspirado
para os dois motores, o dobro de potência. Isto na prática não acontece pois nos motores de 2 tempos com
cárter seco, o rendimento é baixo pois existem muitas perdas de gases não queimados pelo escape, rendimento
volumétrico muito influenciado pela rotação, etc. Na prática o que temos para motores de 2 tempos com cárter
seco, é uma potência superior a motores de 4 tempos de mesmo volume, contudo não chegando a ser o
dobro.
Abaixo podemos observar os 4 ciclos do motor de 4 tempos.
1º TEMPO: ADMISSÃO 2º TEMPO: COMPRESSÃO
Com as válvulas fechadas o pistão vai do PMI ao
A Válvula de Admissão abre, o pistão vai do PMS comprimindo o ar (D) ou a mistura (O). No
PMS ao PMI, entrando no cilindro ar (Diesel) final do curso temos aumento da temperatura e da
ou a mistura ar-combustível (Otto). densidade, e o volume que a mistura ocupa é o da
câmara de combustão.

3º TEMPO: EXPANSÃO 4º TEMPO: ESCAPE


Próximo do final da compressão, temos o inicio Neste tempo, o pistão vai do PMI ao PMS e, com
da injeção de combustível (D) ou o salto da faísca a válvula de escape aberta expulsa os gases
da vela (O), dando começo a combustão, queimados (da combustão) para fora do cilindro.
empurrando o pistão do PMS ao PMI, produzindo Nota-se que há um ciclo a cada 2 voltas do
trabalho. As válvulas estão fechadas. virabrequim.
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DIAGRAMA DE VÁLVULAS:
O que mencionamos acima demonstra como deveria ser,
teoricamente, um ciclo de quatro tempos quanto à abertura e
fechamento de válvulas, porém na pratica isto não ocorre devido
ao fato de termos uma certa inércia inerente aos gases para
preenchimento e limpeza dos cilindros.
Alem disso também não podemos ter uma abertura abrupta
das válvulas, o que ocasionaria um funcionamento ruidoso e
desgastante.
Disto advém a necessidade de antecipar a abertura da válvula
de admissão para o final da fase de escape com o pistão próximo
do PMS e atrasarmos o seu fechamento para a fase de
compressão (com o pistão subindo, pouco após o PMI).
Da mesma forma, antecedemos a abertura da válvula de escape
para o final da fase de expansão (pistão próximo do PMI) e
retardamos o seu fechamento para pouco depois do PMS, no
inicio da admissão.
Os ângulos do diagrama de válvulas, estão diretamente ligados
com a rotação e o tipo de aplicação a que o motor se destinará.
Isto se deve ao fato de que quando falamos de motores de
combustão interna, devemos sempre ter em mente que existem grandes velocidades envolvidas, tudo acontece
de forme dinâmica. O ar de admissão e os gases de escape acompanham a velocidade do motor e possuem
inércia. Desta forma, quando no final do ciclo de admissão quando o pistão está no ponto morto inferior, se
retardarmos o fechamento da válvula de admissão, o pistão começará a subir e ainda teremos mistura entrando
para dentro do cilindro pelo fato de que o fluxo desta mistura apresenta velocidade e inércia. Isto realmente
acontece no motor de 4 tempos e é fácil de entendermos que haverá uma rotação de sintonia onde exatamente
quando a velocidade do fluxo de admissão atingir zero, teremos o fechamento da válvula de admissão. Desta
forma, quando queremos privilegiar as altas rotações onde a velocidade dos fluxos são maiores, utilizamos
maiores ângulos de fechamento da válvula de admissão e vice versa para baixas rotações.
Podemos fazer o mesmo raciocínio para a abertura da válvula de escape no final do ciclo de escape quando
o pistão está atingindo o ponto morto inferior. Neste momento, antes do pistão chegar ao ponto morto inferior,
ainda temos no interior do cilindro pressão do final da combustão. Se abrirmos a válvula de escape neste
momento, teremos uma grande saída de gases de escape pela válvula de escape em um escoamento blocado
(máxima vazão possível). Nesta hora cerca de 60% dos gases de escape saem de dentro do cilindro. É o
chamado “Blow Down”. Quanto mais adiantarmos a abertura da válvula de escape, mais estaremos utilizando
a pressão do final do ciclo de combustão para ajudar no processo de escape, contudo, estaremos perdendo
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PME, ou seja, perdendo trabalho do ciclo e consequentemente torque do motor. Existe portanto um compromisso
a ser atingido quanto ao ângulo ideal para abertura da válvula de escape.
Esta abertura inicial da válvula de escape, proporciona também maior energia cedida para o sistema de
escape. Para motores turbinados, esta energia é aproveitada para impulsionar a turbina. Por este motivo,
motores turbinados apresentam diagramas de válvulas com períodos de escape maiores.
No final do ciclo de escape e início do ciclo de admissão, existe no diagrama de válvulas o chamado Cruzamento
de Válvulas ou “Over Lap””. Neste instante temos as válvulas de admissão e de escape abertas ao mesmo
tempo. Isto é feito para que aconteça uma chamada lavagem do cilindro e da câmara de combustão, expulsando
o máximo possível de gases queimados e colocando em seu lugar, mistura nova. Isto auxilia no rendimento
volumétrico do motor. Contudo, da mesma forma que acontece com o fechamento da válvula de admissão,
existe uma rotação em que acontece uma sintonia e esta “lavagem” atinge seu ideal. Portanto, para favorecer
maiores rotações, utilizam-se ângulos de Cruzamento de Válvulas maiores e vice versa para menores rotações.
Fica claro portanto que o diagrama de válvulas a ser especificado para o motor, está diretamente ligado com
a rotação de trabalho e com o tipo de utilização do motor uma vez que irá influenciar diretamente na curva de
torque do motor.

MOTORES DE DOIS TEMPOS (2T):


Defini-se motores de 2 tempos por motores que completam o ciclo em 360 graus (1 volta) como já foi
mencionado. Estes motores podem ter cárter seco (sem óleo) ou cárter úmido (com óleo).
Nos motores de cárter seco, o ciclo de admissão é feito na parte inferior do pistão conforme descrito a seguir.
Há uma combinação em dois cursos das funções dos motores de 4T. A admissão da mistura é feita durante
parte do curso de compressão e o escape ocorre durante parte do curso de expansão.
Antigamente os motores não possuem válvulas e sim janelas na parte inferior do cilindro, cuja abertura e
fechamentos são controlados pelo pistão. Os motores modernos tem válvulas de admissão e escape. As
válvulas de admissão tem a finalidade de não permitir o retorno da mistura e podem ser de LÂMINAS ou de
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DISCO ROTATIVO. As válvulas de escape controlam o fluxo dos gases para melhorar o torque em baixa
rotação.
Ex: YPVS da Yamaha, é uma válvula rotativa, comandada eletronicamente, acionada por um motor elétrico,
conforme a rotação do motor.

Nos motores de 2 tempos com cárter úmido, não é possível utilizar o cárter para realizar a admissão da
mistura uma vez que existe óleo no cárter. Utiliza-se portanto um Blower, acionado pelo virabrequim do motor,
para “soprar a mistura (motor Otto) ou o ar (motor Diesel) para o interior do cilindro.
Um bom exemplo de motor de 2 tempos com cárter úmido é o motor Detroit Diesel que utiliza o mecanismo
que acabamos de mencionar.

Vantagens do motor 2T

1.Simplicidade de funcionamento
2.Maior regularidade do torque no virabrequim
3.Acelerações mais rápidas
4.Simplicidade de construção
5.Menor custo (menor quantidade de peças)

Vantagens do motor 4T

1. Menor consumo de combustível


2. Menor consumo de lubrificante
3. Maior durabilidade
4. Menor emissão de poluentes

COMBUSTÃO
Combustão é a reação química rápida, controlada, de substâncias, produzindo: LUZ + CALOR

Componentes necessários:

COMBURENTE COMBUSTÍVEL PONTO DE IGNIÇÃO


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Falta de ar provoca:

— ALTO CONSUMO DE COMBUSTÍVEL


— FORMAÇÃO DE CO E FULIGEM

Na pratica quase nunca ocorre combustão COMPLETA, devido à:

— TEMPO DE REAÇÃO
— QUANTIDADE DO OXIGÊNIO NA CÂMARA DE COMBUSTÃO

Portanto, para atenuar o problema:


— EXCESSO DE AR

Se observarmos a figura acima temos que para que exista teoricamente combustão completa do hidrocarboneto,
existe uma quantidade de ar estequiometricamente necessária. Isto significa que para cada combustível,
existe uma quantidade estequiométrica de ar para queima teórica total do hidrocarboneto combustível.
Podemos então, definir o λ (Lambda) que é a relação entre a vazão em massa de ar real aspirada pelo motor
e a vazão em massa de ar estequiometricamente necessária para combustão completa, calculada pela vazão
em massa de combustível que está sendo introduzida para o motor.
Isto significa que existe instantaneamente uma relação λ que mostra se a mistura está rica ou pobre.
O motor Otto tradicional (não estamos considerando os motores chamados “Lean Burn”), trabalha com relações
λ que podem variar de 0,8 a 1,2.
Acima de λ 1,2, a mistura é muito pobre e a queima no interior da câmara de combustão começa a não
acontecer direito e o motor falha.
Abaixo de λ 0,8, a mistura é muito rica e da mesma forma, a combustão começa a não acontecer direito.
O motor Diesel trabalha com relações λ sempre maiores que 1,4. Para relações λ menores que 1,4, a formação
de fumaça fica muito elevada. Isto se deve ao fato de que a combustão Diesel necessita de excesso de ar pois
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existe um tempo muito curto para a mistura do ar com o combustível e a queima deste combustível.

ÍNDICE DE OCTANAS
O índice de octanas de uma gasolina determina-se comparando-a com uma mistura de dois derivados de
líquidos de petróleo num motor de laboratório. Um dos derivados – a isoctana – apresenta uma grande resistência
à detonação, enquanto a heptana tem uma resistência bem menor. Diz-se que uma gasolina tem um índice de
octana de 90 se tiver as mesmas propriedades anti-detonantes no motor de teste, que a mistura de 90 % de
isoctana e 10% de heptana. A gasolina consiste numa mistura complexa de hidrocarbonetos, sendo o seu
índice de octana apenas uma das muitas características que afetam o comportamento do motor.

PROBLEMAS NA COMBUSTÃO

Após a mistura se inflamar ♦ A DETONAÇÃO (figura


dentro da câmara de abaixo) é a explosão de uma parte
combustão, a frente de chama da mistura antes desta ser atingida
percorre toda a câmara de pela frente de chama, porem após
combustão, como se pode a ignição. Ocorre quando o
observar na figura abaixo. combustível não é adequado à
Porém alguns problemas taxa de compressão do motor, ou
podem acontecer. quando o ponto de ignição esta
mal regulado.

♦ A AUTO-
IGNIÇÃO (figura acima)
é a explosão de parte da
mistura antes da ignição.
É originada por pontos
quentes na cabeça do
pistão ou na câmara de
combustão. A detonação
continua causa pré-
ignição.
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DETALHES CONSTRUTIVOS DO MOTOR


Número e Disposição dos Cilindros
O número de cilindros depende, basicamente do tamanho do motor. Quanto maior a capacidade cúbica,
mais fracionado será o motor, pois não interessa termos peças muito grandes (+ peso), nem pequenas demais
(+ quantidade, + custo).

Quantidades mais freqüentes:


4T 2T
Motocicletas 1, 2, 4, e 6 1, 2, 3 e 4
Carros 3, 4, 5, 6, 8 ou 12 ___
Ônibus/ Caminhões 4, 6 ou 8 ___

A disposição dos cilindros varia conforme o espaço disponível para a instalação, ou as características
dinâmicas do veiculo. Podem ser em:

♦ LINHA
♦ V
♦ BOXER
♦ W
♦ H
♦ ESTRELA, etc.

Os motores em “V” podem ainda variar o ângulo de abertura do “V”.

Estes dois parâmetros influenciam decisivamente no nível de vibração do motor. As vibrações são geradas
pelo movimento alternativo dos pistões e pela rotação do
virabrequim. Para minimizá-las existem pré-requisitos no
projeto do motor, como por exemplo:

— EXISTÊNCIA DE CONTRAPESOS NO
VIRABREQUIM
— SIMETRIA DO DESENHO DO VIRABREQUIM
— ORDEM DE IGNIÇÃO IGUALMENTE ESPAÇADA
— EIXOS EQUILIBRADORES (em alguns motores)

Além disso as peças passam por balanceamentos.


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Sistema de distribuição

VÁLVULAS: Pode-se variar o n.º e a localização. As válvulas hoje localizam-se somente no cabeçote, mas
antigamente haviam motores com válvulas no bloco. Quanto à quantidade podemos ter: 2, 3, 4, 5 e até 6
válvulas por cilindro. A vantagem de se aumentar o numero de válvulas é o aumento da área de passagem
da mistura, mas esta vantagem é maior em altas rotações e aí pode-se comprometer o comportamento do
motor em baixas rotações. Os motores multi-válvulas também oferecem a possibilidade de obtenção de maior
potência especifica e com isso, motores menores e menor consumo.

COMANDO DE VÁLVULAS:

Antigamente era comum o comando de válvulas no bloco, mas hoje a maioria usa o comando no cabeçote.
Com o comando no cabeçote o motor pode alcançar regimes de rotação mais elevados. Nos motores multi-
válvulas normalmente tem-se 2 comandos por cabeçote, mas alguns tem apenas 1 comando e balancins.

OHV: Válvulas no Cabeçote OHC: 1 Comando de válvulas DOHC: Duplo comando de


(comando no bloco) no cabeçote válvula no cabeçote

O acionamento do comando pode ser:

Por CORREIA DENTADA Por CORRENTE Por ENGRENAGENS


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O Sistema de ENGRENAGENS permite uma maior precisão e é usado em motores de alta rotação. É usado
também em motores Diesel para sincronizar a bomba injetora. O sistema é mais ruidoso e também o mais
caro.
A CORREIA DENTADA é mais barata e permite uma sincronização muito boa para toda faixa de utilização
comum, por isso é o sistema mais utilizado.
O sistema de CORRENTE é muito utilizado ; ele se situa entre os outros dois em precisão e custo. Os
sistemas de correia dentada e corrente necessitam de tensor para manter o sistema bem sincronizado.

Fluxo
Os motores podem ter o fluxo da mistura no cabeçote em “U“ (entrada e saída do mesmo lado) ou fluxo
CRUZADO (entrada de um lado e saída de outro). O sistema em “U” foi muito usado nos motores com
carburador, pois o calor do coletor de escape ajuda a vaporizar o combustível no coletor de admissão. Hoje,
com a injeção eletrônica, os fabricantes optam pelo fluxo cruzado, pois melhora-se o preenchimento do cilindro.

Relação Diâmetro/Curso do Pistão

Este conceito esta diretamente ligado à utilização dos motores. Normalmente se usa D/C > 1 quando queremos
rotações mais elevadas e D/C < 1 quando queremos privilegiar o torque em baixas rotações. E IMPORTANTE
ressaltar que, em motores de automóveis o comportamento do motor é definido por outros parâmetros, como
a escolha do comando de válvulas.
Este conceito só é determinante em casos extremos, como por exemplo em motores Diesel onde D/C é
sempre MENOR QUE 1, pois nestes motores o torque é a característica mais importante; ou no caso de
motores de competição, onde D/C é sempre MAIOR QUE 1, pois a potência (e por conseqüência as altas
rotações) é a principal característica.

Exemplos: Motor VW AP2000................................................. D/C = 0,89 ( 82,5 x 92,8 )


Motor Tempra Turbo.............................................. D/C = 0,93 ( 84,0 x 90,0 )
Motor Ferrari F355 ............................................... D/C = 1,10 ( 85,0 x 77,0 )
Motor de Formula 1 (estimado)............................. D/C = 2
Motor MWM 6.10 (Diesel)..................................... D/C = 0,80 (103,0 x 129,0 )

Como vimos, todo motor deve ser adaptado para a sua utilização. Parâmetros como: POTÊNCIA, TORQUE
CONSUMO e DURABILIDADE (entre outros) devem se adequar aos requisitos de trabalho do motor.

A tabela a seguir mostra as diferenças entre vários parâmetros conforme o tipo do motor.
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Potência Torque durabil. consumo rotação


especifica pot. máx.
(CV/L) (kgf.m) (Km) (Km/l) (RPM)

MOTOR VW AP 2000 (SANTANA) 55 17,8 100.000 10 5800

MOTOR FORD COSWORTH 160 45 400 2 9000


(FORMULA 3000)
MOTOR CUMMINS 6CTAA 8.3 35 121 300.000 2 2200
(VW 35.300)

FILTROS

Os filtros têm como função, proteger os motores contra impurezas


(poeira, contaminantes, resíduos de desgaste etc). Existem vários
meios pelos quais a poeira pode atingir o motor como:
♦ Pelo ar admitido;
♦ Pelo óleo lubrificante;
♦ Pelo combustível;
♦ Pela ventilação do carter;
♦ Abertura para manutenção.

Além disso existem as impurezas causadas pelo desgaste das


partes móveis do motor.
1- Filtro a banho de óleo para ar, com ciclone

2- Filtro respiro do carter

3- Filtro para lubrificante

4- Filtro para combustível

TIPOS DE FILTRO DE AR

Filtro de ar a seco com elementos de papel

É o mais simples e o de maior rendimento; para operações em baixa concentração de poeira. Pode ter um pré-
filtro para serviços mais pesados.
24
Filtros de ar a banho de óleo

Muito utilizado no início da indústria automobilística, é pouco usado atualmente. Sua eficiência depende de
vazão do motor, com melhor rendimento em altas rotações.
Funcionamento:
— Ar é pré-filtrado no banho de óleo;
— As gotículas arrastadas são capturadas pelo elemento;
— O ar seco vai para o motor e as gotas de óleo com poeira, decantam no banho de óleo
Também pode ter um pré-filtro para melhor desempenho.

Pré- Filtro Ciclone

Não pode ser considerado um filtro, pois só retém partículas grandes. Funciona colocando o ar em rotação
através de aletas, onde as partículas são separadas por ação da força centrífuga. Pode ter a descarga de
poeira ao ar livre ou com reservatório.
25

Filtros Impregnados

Geralmente o elemento é uma


rede metálica ou plástica que é
impregnado de óleo. Sua duração
é ilimitada desde que sua
manutenção seja correta.

FILTROS DE COMBUSTÍVEL

O combustível contém diversos tipos de impurezas por isso temos necessidade de filtrá-lo. Os materiais mais
usados na filtragem de combustível são:

• Redes Metálicas: Geralmente colocados nos tanques e no carburador. Sua função é a de reter impurezas
grandes.

• Papel: Filtros colocados entre o tanque e o carburador (ou injetora), que retém impurezas mais finas (da
ordem de microns). O papel é tratado quimicamente para aumentar a resistência, e dobrado para que a
área de filtragem aumente.

• Plásticos: Colocação e função idêntica as dos filtros de papel com vantagem de maior durabilidade e
menor custo.

Todos os filtros ainda devem aliar uma grande eficiência em tamanhos pequenos, retenção de água e vida útil
longa. Por terem material filtrante cerrado, a pressão de filtragem é baixa.
26

CARBURADORES

A função do carburador é formar uma mistura ar + combustível que seja adequada para a combustão. Para se
conseguir a pulverização do combustível no ar coloca-se uma restrição, ou venturi, para que ocorra a acele-
ração do ar e consequente queda de pressão que succiona o combustível.
O combustível é armazenado numa cuba e o nível é controlado por uma bóia acoplada a uma válvula de
agulha.
A dosagem de combustível é feita através de um orifício calibrado, também chamado giclê, para que a
mistura fique dentro da proporção química correta. A dosagem de ar é feita por uma válvula rotativa também
chamada borboleta. Mas um carburador elementar não conseguiria atender todas as solicitações do motor,
por isso o carburador é dotado de vários dispositivos que adequam a mistura a cada condição de funcionamento.

À medida que o ar passa pelo


difusor, o vácuo parcial aspira a
gasolina do conduto e mistura-a
com a corrente de ar.
A borboleta do acelerador regula a
entrada da mistura gasosa para o
motor.
Válvula de admissão através da
qual passa a mistura gasosa é
admitida no cilindro.
27

MARCHA LENTA

Na marcha lenta a velocidade do ar é baixa, por isso a saída do


combustível é feita logo abaixo da borboleta de aceleração onde
a depressão é maior. A mistura é rica, pois à baixa velocidade a
turbulência do ar não permite que a quantidade de oxigênio seja
alta. A dosagem de ar é feita por giclês especialmente calibrados
para este regime.

SISTEMA DE PARTIDA A FRIO

Na partida a frio fecha-se a borboleta afogadora, colocada acima do


venturi para que se crie uma depressão tal, que permita a sucção do
combustível pelo sistema principal e abra-se a borboleta de
aceleração, criando uma mistura Rica, na proporção que varia entre
1:1 e 3:1, possibilitando o início de funcionamento e um aquecimento
mais rápido do motor.

ACELERAÇÃO

Quando a passagem do regime de aceleração é muito brusca,


existe um dispositivo que evita os “buracos” de carburação. Pela
diferença de peso específico entre o ar e o combustível, este tem
maior inércia de movimento,
por isso é colocado uma bomba acionada mecânicamente que
fornece combustível instantaneamente.

Existem também os furos de progressão, colocados acima do orifício de marcha lenta que fornecem combustível
a medida que o regime aumenta, tornando-se inoperantes em carga máxima.
Um outro problema a ser corrigido é a diminuição
da densidade do ar com o aumento de velocidade.
Isso faria com que a mistura tendesse a ficar cada
vez mais rica.
Para isso existe a manga misturadora, que consiste
de um tubo com orifícios dentro de outro tubo onde
o ar entra e se mistura com o combustível para
empobrecer a mistura.
Um outro dispositivo para resolver este problema
é o giclê de ar colocado na saída do combustível
que vai
sendo fechada com aumento do regime. Quanto
maior o giclê, maior a restrição.
28

MÁXIMA POTÊNCIA

Por fim existe o sistema de máxima


potência. Para que haja uma reserva
de potência em altos regimes existe
um pistão comandado pelo vácuo do
corpo do carburador. Quando a
pressão libera a válvula, a mistura
tem um enriquecimento para que
todo o oxigênio seja consumido.
Em carburadores onde o venturi
principal ultrapassar 30 mm, existe
um venturi secundário para
homogenização da mistura devido à
liberação do combustível ser lateral.
No venturi secundário a liberação é
central, melhorando a
homogenização e o funcionamento
do motor.
29

CARBURADORES DE DIFUSOR VARIÁVEL

É um carburador onde o estreitamento do


difusor pode variar de modo a manter uma
depressão quase constante na zona de
pulverização.
O êmbulo que controla a variação do difusor
tem uma posição variável de acordo coma
abertura da borboleta.
O débito de combustível é regulado por uma
agulha cônica ligada ao êmbulo e que penetra
no pulverizador; sua posição e forma
determinam a proporção correta de gasolina e
ar.
Existe um amortecedor no êmbulo que reduz
a velocidade de subida, nas acelerações, para
garantir um enriquecimento da mistura.
Como a pressão do ar no difusor permanece
um circuito exclusivo para marcha lenta.
30

INJEÇÃO ELETRÔNICA
A função da injeção de combustível é fornecer a quantidade de combustível exatamente dosada, necessária
aos diversos regimes de funcionamento do motor.
O sistema todo é comandado por uma central eletrônica, que recebe vários sinais de entrada, provenientes
dos diversos sensores que enviam informações precisas das condições instantâneas do funcionamento do
motor. A unidade de comando então, processa essas informações recebidas e calcula o tempo adequado de
injeção do combustível através de um sinal elétrico, o qual também é conhecido como tempo de injeção.
O combustível é pressurizado por uma bomba elétrica à pressão de 1.3 a 4.8 bar, e injetado no coletor de
admissão por injetores eletromagnéticos (existem alguns motores de ciclo Otto que utilizam injeção direta de
combustível).
A injeção de combustível pode ser do tipo central, que tem apenas um injetor para todos os cilindros, do tipo
múltiplo, que usa um injetor para cada cilindro, ou do tipo injeção direta, que utiliza um injetor localizado no
interior da câmara de combustão.
A injeção do tipo central é denominada sistema “SINGLE POINT” ou “TBI” (injeção no corpo da borboleta).A
injeção do tipo múltiplo é chamada de sistema “MPFI” e a injeção direta por “GDI” (gasoline direct injection).

Injeção Mono-Jetronic
1 Tanque de combustível
2 Bomba Elétrica
3 Filtro de Combustível
4 Regulador de Pressão
5 Injetor de Combustível
6 Borboleta
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Vamos conhecer as principais peças de um sistema de injeção, no caso um LH-Jetronic:

1. Medidor da Massa de Ar por Fio Aquecido: O elemento eletricamente aquecido é formado por um fio de
platina de 70 m de espessura, com a passagem de ar através deste a sua temperatura tende a cair, mas um
circuito modulador tenta mantê-lo a uma temperatura de 100C. Com a queda da resistência provoca-se uma
alteração na voltagem lida entre os terminais do fio, esta voltagem é que é fornecida, como sinal, ao módulo.
Integrado ao medidor de massa de ar há também um sensor de temperatura do ar de admissão

Componentes do medidor de
massa de ar por fio aquecido:
1 Sensor de temperatura do ar de
admissão
2 Sensor de massa por fio
aquecido
3 Resistor de precisão, QM
Vazão de ar.

2. Interruptor da Borboleta de Aceleração: A função destes interruptores é enviar sinais ao módulo eletrônico
de controle, informando quando a borboleta está totalmente fechada ou totalmente aberta.
Quando a borboleta de aceleração é acionada, um dos interruptores informa ao módulo que esta se deslocou
do ponto de repouso e iniciou a abertura. O outro interruptor informa a posição de abertura máxima. Em
função disto, o módulo eletrônico corrige a quantidade de combustível a ser injetada.
Em condições de desaceleração e com a borboleta totalmente fechada não haverá injeção de combustível,
proporcionando um freio motor mais eficiente, até que a rotação do motor se aproxime da marcha lenta.

1 Contato de Marcha Lenta


2 Contato de Plena Carga

3. Atuador da Marcha Lenta: Durante o período do aquecimento, a válvula permite uma passagem maior de
ar ; com isso, é calculado um acréscimo de combustível necessário para que o motor funcione tão bem como
se já estivesse aquecido.
A passagem do ar é feita através de um furo calibrado em forma de meia lua, que gira em torno do seu eixo
sob ação de uma mola, ou por um motor de passo, fazendo com que o furo calibrado coincida com o duto de
passagem de ar.

1 Conexão Elétrica
2 Espiral Elétrica
3 Lâmina Bimetálica
4 Placa de Bloqueio
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4. Válvula Auxiliar do Condicionador de Ar: (não encontrada na LH-Jetronic) É fixada nas mangueiras de
ar no coletor da admissão e atua quando é ligado o condicionador de ar permitindo uma passagem extra de ar.
Com isso, o módulo calcula o acréscimo de combustível necessário para compensar a rotação.
Esta válvula nada mais é do que um solenóide com uma agulha na extremidade do seu núcleo. Quando
energizado o solenóide, esta agulha se desloca, permitindo uma passagem de ar adicional para o motor,
compensando a queda de rotação da marcha-lenta em função da carga imposta pelo funcionamento do sistema
do condicionador de ar.

5. Regulador de Pressão: O Regulador controla a pressão de combustível no tubo de distribuição, aumentando-


a ou diminuindo-a de acordo com a necessidade do motor.
O Regulador de Pressão mantém constante a diferença de pressão entre o sistema de combustível e a
pressão do vácuo, isto é, o volume de injeção só é modificado pelo tempo de injeção.
É constituída de um diafragma, que regula a quantidade a quantidade de combustível que retorna ao tanque,
e sua atuação é feita por uma tomada de vácuo no coletor de admissão.

1 Entrada de Combustível, 2 retorno de Combustível,


3 Válvula Plana, 4 Alojamento da Válvula, 5
Diafragma, 6 Mola de Compressão, 7 Conexão para
Vácuo

6. Válvula Diafragma: A função desta válvula é eliminar a turbulência gerada no combustível pela bomba e,
conseqüentemente, os ruídos provenientes desta.
É confeccionada em carcaça metálica, onde um diafragma e uma mola estão alojados e absorvem a turbulência
do combustível.

1 Mola
2 Chapa da mola
3 Diafragma
4 Entrada do combustível
5 Saída do combustível

7. Válvulas Injetoras: A Válvula Injetora nada mais é do que uma válvula de agulha com acionamento
eletromagnético, e sua função é fazer com que o combustível seja injetado no coletor de admissão.
A abertura desta válvula acontece devido a um sinal elétrico enviado pelo módulo eletrônico, que determina
o tempo e a freqüência desta abertura e, conseqüentemente, a quantidade de combustível necessária para
cada condição do motor.

1 Filtro
2 Solenóide
3 Núcleo do Solenóide
4 Válvula de Agulha
5 Conexão Elétrica
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8. Sensor de Temperatura do Motor: Este sensor, informa a temperatura do líquido de arrefecimento do


motor ao módulo de controle eletrônico.
Este sensor está situado na carcaça da válvula termostática ou no cabeçote, dependendo do tipo de injeção
utilizado, e é um sensor do tipo NTC, ou seja sua resistência decresce com o aumento da temperatura.

1 Terminal Elétrico
2 Carcaça
3 NTC (resistência inversamente
proporcional à temperatura)

9. Sensor de Detonação: Este sensor está, geralmente, fixado na parede do bloco do motor e tem por
finalidade sentir as detonações dos cilindros, levando esta informação até a unidade de comando, para que
possa localizar o cilindro detonante e atrasar o respectivo ângulo de ignição.
Sua constituição é piezo-cerâmica e este material, sob a força resultante das vibrações das detonações, gera
um sinal elétrico que é reconhecido pela unidade de comando.

1 Massa sísmica
2 Carcaça
3 Cerâmica piso-elétrica
4 Contato
5 Conexão elétrica

10. Sensor Lambda ou de Oxigênio: A sonda Lambda no escapamento mede o teor de oxigênio nos gazes
de escape convertendo a diferença de densidade do oxigênio entre as superfícies interna e externa em um
sinal elétrico para transmitir seguidamente um sinal de voltagem para o módulo a fim de controlar a relação
ar/combustível.

1 Sensor Ativo de Cerâmica


2 Eletrodos
3 Contatos
4 Carcaça
5 Tubo de Escape
6 Capa porosa de Cerâmica
7 Gás de Escape
8 Ar Atmosférico

11. Sensor de Rotação do Motor: Possui duas funções, determinar a rotação do motor e a marca de
referência para a seleção do ângulo de ignição.
O sistema é constituído de um disco dentado sobre um eixo de manivelas e do sensor que é um gerador
indutivo de pulsos.
É fixado no bloco do motor, alguns motores utilizam uma roda dentada no eixo do distribuidor, de forma radial
em relação ao disco dentado. O disco possui vários dentes e uma lacuna na qual faltam dois dentes.
Quando o disco ao girar passa pelo sensor se cria uma corrente alternada. A partir da freqüência da corrente
34
alternada é computada o número de rotações do motor.
A lacuna dos dentes cria no sensor uma tensão mais elevada e serve a unidade de comando como informação
sobre a posição do eixo de manivelas para a determinação do ponto de ignição.

1 Imã Permanente
2 Carcaça
3 Bloco do Motor
4 Núcleo de ferro
5 Bobina
6 Coroa Dentada com ponto de referência

12. Módulo Eletrônico de Controle: O módulo recebe os sinais dos diversos sensores, analisa e processa
todas estas informações e envia às válvulas injetoras um sinal que vai determinar sua abertura e a quantidade
exata de combustível necessária ao motor.

LH-Jetronic
1 Tanque de combustível, 2 Bomba Elétrica, 3 Filtro de Combustível, 4 ECU, 5 Injetor, 6 Tubo de Distribuição,
7 Regulador de Pressão, 8 Coletor de Admissão, 9 Interruptor da Borboleta de Aceleração, 10 Medidor da
Massa de Ar por Fio Aquecido, 11 Sensor Lambda, 12 Sensor de Temperatura do Motor, 13 Distribuidor de
Ignição, 14 Atuador da Marcha Lenta, 15 Bateria, 16 Chave de Ignição
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BOMBA DE COMBUSTÍVEL

A Bomba de Alimentação é necessária, pois nos veículos, o reservatório de combustível fica abaixo do motor;
além disso, para que o fornecimento seja continuo e regular.
Para motores Ciclo Otto são dois os tipos mais usados:

Bomba Mecânica
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Bomba Elétrica

a) Bomba em Linha;
b) Bomba imersa no tanque
1 Tanque de combustível
2 Bomba elétrica
3 Filtro de combustível
4 Tubo de distribuição
5 Bico injetor
6 Regulador de pressão

a) Bomba de rolete; b) Bomba perimetral; c) Bomba trocoidal; d) Bomba


centrífuga
a e c) Bombas de deslocamento positivo; b e d) Bombas de vazão
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COMPRESSORES

O objetivo do uso de compressores é aumentar o rendimento volumétrico, que nos motores normalmente
aspirados chega a aproximadamente 70%. Com compressor, o motor pode ter um rendimento volumétrico
maior ou igual a 100%, aumentando a potência, diretamente relacionada com a massa de mistura ar/combustível
que entra nos cilindros.
Existem vários tipos de compressores, que diferem no tipo de acionamento e no modo de compressão do ar.
COMPREX
É um compressor por ondas de pressão. Seu acionamento é feito através dos gases de escape, mas é ligado
ao motor através de uma correia para o correto monitoramento das ondas de pressão. Este tipo de compressor
tem ótimo rendimento em todas as rotações e absorve pouca energia do motor. Foi testado pela Ferrari de
Fórmula 1, mas foi abandonado por dificuldades no desenvolvimento.
38

A Tomada do gás de escape


B Saída do gás de escape
C Rotor
D Tomada do ar de admissão
E Saída do ar de admissão (pressurizado)

COMPRESSOR VOLUMÉTRICO
É acionado pelo virabrequim, por correia ou corrente e por isso está sempre em movimento e fornecendo
pressão desde as baixas rotações.
Como desvantagem, ele consome potência do motor e é mais caro, além disso só costuma ser instalado em
motores de grandes cilindradas. Um tipo de compressor volumétrico de melhor rendimento e menor peso foi
desenvolvido pela Volkswagen alemã e se chama “G-Lader”, e consiste de uma espiral que vira
excentricamente dentro de uma carcaça também em espiral.

O desenho ilustra esquematicamente o princípio de


funcionamento do compressor volumétrico de lóbulos
(tipo Roots). Neste caso, os dois rotores são
bilobulares. Como se pode ver, a cada ciclo de rotação
é bombeada sempre a mesma quantidade de ar. Os
dois rotores giram sem se tocar (a distância que os
separa, como aquela entre as pontas e a parede do
cárter é da ordem de décimos de milímetro).
Externamente a este cárter-bomba existe um outro
com duas engrenagens (uma para cada rotor) de
acionamento.

A pesquisa de soluções mais eficientes


econômicas e leves conduziu à
realização de um novo compressor:
neste desenho o "G-Lader"
desenvolvido pela Volkswagen, por
enquanto aplicado somente em alguns
modelos. O princípio de funcionamento
é similar ao do compressor Roots, mas
com dimensões e peso reduzidos.
Internamente a espiral roda acionada
pelo virabrequim. As "aberturas" e "fechamentos" da espirais geram um fluxo de ar
comprimido enviado ao coletor de admissão. A pontência de um motor 1300 cc (VW
Polo) chega a 115 cv.
39

TURBO COMPRESSOR

É acionado pelos gases de escape do motor, portanto não consome potência, aproveitando energia que seria
desperdiçada.
O Turbo Compressor, como o nome diz, é formado por uma turbina, que recebe os gases de escape, ligada
por um eixo a um compressor. As rotações são elevadíssimas, podendo chegar a 200.000 rpm, com isso, a
lubrificação tem um papel muito importante.
Praticamente o único problema do turbo é seu tempo de resposta, mas já existem aparelhos que usam
carcaças com palhetas móveis para adequar o tamanho do compressor ao regime de rotação.
Hoje em dia vários modelos usam o turbo, sendo um equipamento confiável e sem dúvida uma das melhores
opções em matéria de compressores.
40

ACESSÓRIOS

Válvula West-Gate:
Controla a pressão
máxima, para evitar
danos aos
componentes
internos.
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Refrigeradores de ar:
São radiadores onde o ar comprimido é refrigerado. Sendo mais denso o ar, o motor é mais potente pela
presença de maior massa de ar no mesmo volume. Cada fábrica adota uma denominação, como: Intercooler,
Aftercooler, Charge-cooler etc.

Arrefecimento e Lubrificação:
O Turbo é arrefecido por ar e pelo óleo de lubrificação, mas existem também carcaças refrigeradas a água.
Quando a lubrificação ela é muito importante, pois as rotações são elevadíssimas e a folga entre os componentes
é muito pequena. O óleo lubrificante é o mesmo do motor, portanto deve-se tomar muito cuidado com o óleo
a ser utilizado e aos prazos de troca.

EMISSÕES VEICULARES

O processo de combustão no motor nunca é completo, por isso temos elementos indesejáveis como produtos
da combustão incompleta, ou seja, EMISSÕES POLUENTES.
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As emissões dos motores podem ser divididas em 4 categorias:

Produtos de Combustão Completa

Produtos Indesejáveis

Emissões Gasosas

Evaporação do Combustível

A quantidade e o tipo de
composto produzido pelos
motores variam dependendo do
ciclo e o tipo do combustível
utilizado.

Por serem diferentes no processo de queima, os motores OTTO e DIESEL apresentam diferentes níveis de
emissões. Por trabalhar sempre com ar em excesso, os motores Diesel são menos poluentes. Os motores
turbinados (com rendimento volumétrico superior), por apresentarem uma combustão mais completa, reduzem
o nível de emissões.
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CONTROLE DE EMISSÕES

O controle de emissões pode ser dividido em:


„ CONTROLE INTERNO AO MOTOR
„ CONTROLE EXTERNO AO MOTOR

No controle interno ao motor, podemos citar o controle sobre a carburação, ignição e combustão. Os sistemas
eletrônicos de injeção e ignição já obtêm rendimentos otimizados. Já para o controle da combustão são
necessárias varias intervenções não tão simples, como a diminuição da perda no filtro de ar, o estudo da
câmara de combustão, coletores e diversos sistemas auxiliares (EGR, Dash-pot, etc.).

No controle externo ao motor temos a solução que hoje apresenta o melhor rendimento: O CATALISADOR. O
catalisador é um reator químico que consiste de uma colméia cerâmica, que reage com os gases de escape.
Os veículos Diesel também podem ter um filtro para a fuligem do escapamento.

MOTOR DIESEL

Em motores do ciclo Diesel, ao contrário do ciclo Otto, no tempo de admissão, é aspirado somente ar para
dentro dos cilindros, sendo o combustível injetado posteriormente, no final da compressão, quando o ar atinge
uma temperatura suficientemente alta para que ocorra uma combustão espontânea do combustível injetado.
Nos primeiros motores Diesel fabricados, a injeção do combustível era feita através de sopro, onde o combustível
era soprado para dentro da câmara de combustão por meio de ar comprimido. Este sistema era utilizado para
motores grandes de baixa rotação, sendo que para motores pequenos de alta rotação, ele era antieconômico,
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pois a bomba de ar exigia um aparato construtivo, onde seu tamanho e peso não permitia sua aplicação em
veículos. Nos motores do ciclo Diesel de hoje, não se utilizam mais bomba de ar e sim bomba injetora que é
um dos componentes do sistema de injeção Diesel que iremos abordar.
Componentes:
Os sistemas de injeção modernos que possuem bombas injetoras rotativas ou em linha, podem ser divididos
nos seguintes ítens:

1 - Tanque de combustível
2 - Bomba primária
3 - Circuito de alimentação
do combustível
4 - Filtro de combustível
5 - Bomba injetora
6 - Circuito de alta pressão
7 - Bico injetor
8 - Circuito de retorno do
combustível (Baixa pressão)
9 - Vela aquecedora.

O Diesel é succionado do tanque de combustível (1) pela bomba primária (2) e flui através do sistema de
alimentação de combustível (3) em direção à bomba injetora (5), sendo antes filtrado no filtro de combustível
(4). Na bomba injetora de Diesel, é bombeado para o circuito de alta pressão (5) e bicos injetores (6) a uma
pressão bem elevada (pressão de injeção), necessária para ocorrer a pulverização adequada do combustível
na câmara de combustão, pelos bicos injetores.
Passaremos agora a descrever separadamente cada item do sistema de injeção.

Bomba Primária:

Tem como função aspirar o combustível do reservatório (tanque) e recalcá-lo em direção à bomba injetora.
É importante notar que a bomba primária deve ser sempre protegida por um pré-filtro instalado entre a bomba
e o reservatório.
Outra função da bomba primária é a de permitir encher e purgar as canalizações, o filtro principal e a bomba
injetora, sem ter que fazer girar o motor de arranque do motor. Para isto, a bomba primária possui um sistema
de alavancas que permitem seu acionamento manualmente.
Podemos ter bombas primárias de membrana, de pistão (efeito simples e efeito duplo) e elétricas.
45

Circuito de Alimentação do Combustível:

Deve conduzir o combustível do tanque à bomba injetora. O circuito de Alimentação é constituído de tubos de
material metálico ou plásticos e não esta sujeito a altas pressões. Seu diâmetro deve ser adequado para não
ocasionar excessiva perda de carga, sacrificando a bomba primária.

Filtros de Combustível:
Os componentes da bomba injetora e bicos injetores são fabricados com precisão de milésimos de milímetros
e utilizam o combustível para lubrificar as peças móveis. Fica clara então, a necessidade de um combustível
isento de impurezas que poderiam facilmente causar danos irreparáveis ao sistema de injeção.
Outro ponto a ser notado é que o combustível Diesel pode conter água em forma combinada ou não combinada
(por exemplo: formação de condensação em função das variações de temperatura), ficando a função de
separar esta água por conta também dos filtros de combustível, que possuem sedimentadores, onde esta é
periodicamente drenada.
Para se conseguir este combustível “limpo”, são utilizados filtros de combustíveis que são um dos ítens mais
importantes para uma vida prolongada do sistema de injeção.

Os filtros devem reter impurezas da ordem de microns. Esta necessidade impõe um material filtrante muito
cerrado e uma fraca pressão de filtragem.
Existem muitos tipos de filtros, os quais são caracterizados por sua constituição, seu princípio de funcionamento,
pelos elementos dos quais são formados e por sua aplicação segundo as condições de utilização.
Podemos classificá-los em quatro grandes categorias:

„ Filtros simples com elementos de filtragem de papel ou papelão;


„ Filtros de peneiras metálicas;
„ Filtros de cartuchos constituídos por elementos de feltro, diatores etc.;
„ Filtros de etapas constituídos por elementos de filtragens de papel, metálica ou feltros.
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BOMBAS INJETORAS
A bomba injetora tem a função de injetar o combustível na quantidade e no momento exato para que a
combustão seja o mais eficiente possível. Somente se consegue uma boa combustão se o combustível for
preparado com perfeição. Cada processo de combustão exige outra preparação, sendo as condições para um
bom preparo de combustível as seguintes:

„ Distribuição correta na câmara de combustão (posição do jato);


„ Forma correta do jato;
„ Boa mistura com o ar para que as gotículas de combustível queimem no momento exato;
„ Injeção durante um intervalo de tempo exatamente definido, com início correto de injeção o qual, por
sua vez, depende da rotação do motor.

Podemos dividir as bombas injetoras quanto ao seu tipo de construção, em dois grupos:

1. BOMBAS EM LINHA

2. BOMBAS ROTATIVAS

BOMBA INJETORA EM LINHA

A figura mostra uma bomba injetora Bosch PE com regulador, bomba alimentadora e avanço. A bomba
alimentadora aspira o combustível do tanque, pressionando-o pelo filtro à câmara de aspiração da bomba
injetora. O pistão da bomba acionado pelo eixo de comando pressiona o combustível através da válvula de
pressão e pelo tubo de pressão, ao bico injetor. Depois de terminado o curso de pressão, a válvula de pressão
fecha, sob ação da mola. O pistão é novamente levado à sua posição inicial pela sua mola.
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Conforme pode ser visto no desenho ao lado, quando o


êmbolo alcança seu ponto morto inferior, o combustível
sob baixa pressão da galeria, enche o espaço entre o
êmbolo e a válvula de descarga no interior da luva do
elemento. Este combustível é admitido por um orifício
existente na parede da luva.

Conforme o êmbolo sobe, o orifício de carga é fechado pela sua borda, aprisionando uma certa quantidade de
combustível no espaço superior da luva.
Ao prosseguir seu curso ascendente, o êmbolo reduz o espaço superior da luva, criando a pressão necessária
para a injeção do combustível dentro da câmara de combustão do motor.
A injeção ou débito de combustível termina quando a ranhura helicoidal abre novamente o orifício, derramando
de volta para a galeria o excesso de combustível admitido no espaço superior da luva.
O êmbolo prossegue seu curso ascendente até alcançar seu ponto morto superior, embora o débito de
combustível tenha cessado. Após alcançar o PMS, o êmbolo desce novamente por ação da mola, até alcançar
o ponto morto inferior, pronto para iniciar um novo ciclo.

O colar de controle gira o êmbolo dentro da luva por ação da cremalheira, e controla a quantidade de combustível
injetada no cilindro.
Para um débito Zero de combustível, o êmbolo é girado dentro da luva até que a ranhura (entalhe) vertical
fique alinhada com o orifício de carga. Nesta posição, nenhuma quantidade de combustível é aprisionada no
espaço superior da luva quando o êmbolo sobe para seu PMS.
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Para o débito de uma determinada quantidade de combustível que não seja o débito máximo, o êmbolo é
posicionado de forma que o combustível seja aprisionado dentro do espaço da luva durante uma certa parte
do curso ascendente do êmbolo, determinada pela fechamento do orifício pela borda superior do êmbolo e a
abertura pela ranhura ou entalhe helicoidal.

Para o débito máximo de combustível, o êmbolo é posicionado de tal forma que o combustível fica aprisionado
dentro do espaço superior da luva durante o curso ascendente total do êmbolo.

BOMBA INJETORA ROTATIVA

Existem dois tipos de bombas injetoras rotativas sendo bastante diferentes quanto à construção.
Iremos descrever agora o funcionamento de uma bomba injetora rotativa Bosch Tipo VE.
A bomba de alimentação retira o combustível do reservatório, força-o através do filtro e o envia para a bomba
de transferência que fornece o combustível sob a pressão de dosagem que é controlada pela válvula reguladora.
O combustível na pressão de transferência passa pela válvula de dosagem que controla a quantidade que
deve passar para o elemento de bombeamento, de acordo com o regime de trabalho do motor. A quantidade
de combustível é controlada pela seção do orifício da válvula dosadora cuja variação é feita pelo movimento
rotativo dessa válvula, que está ligada ao acelerador do motor e ao governador de velocidade.
A variação de seção útil do orifício modifica a perda de carga, promovendo variação na pressão do combustível
a qual altera o fornecimento. Quanto menor for a seção de passagem do combustível na válvula de dosagem,
menor será a quantidade bombeada para os injetores e menor será a potência fornecida pelo motor e vice-
versa.

O elemento de bombeamento é constituído de dois êmbolos opostos que estão alojados em um conjunto com
movimento rotativo que gira no interior de um excêntrico estacionário, que possui uma quantidade de ressaltos
igual ao número de cilindros do motor. Esses êmbolos são equipados com roletes montados em sapatas que
fazem os contatos com o excêntrico.
Os êmbolos movem-se simultaneamente para dentro quando os roletes contatam os ressaltos diametralmente
opostos do colar de excêntricos, comprimindo o combustível e, são movidos para fora pela pressão do
combustível que entra na bomba injetora, quando os êmbolos estão fora dos ressaltos.
49

A figura mostra o colar com os excêntricos e o êmbolos opostos na posição de admissão do combustível.

Na figura “a” e “b” abaixo, estão mostradas as posições de admissão e de injeção do combustível, bem como
o circuito feito pelo combustível, nos dois casos, através do cabeçote hidráulico.
50
Na região de admissão do combustível, na parte fixa do cabeçote hidráulico, tem-se uma única entrada para
o combustível. No rotor existem orifícios em número igual ao dos cilindros do motor.

Na região de injeção de combustível há um único orifício no rotor e tantos orifícios de saída no cabeçote
hidráulico quantos forem os cilindros do motor. A ida e a volta do combustível são feitas pelo mesmo canal
interno do rotor.

A medida que o rotor gira, o orifício de admissão é fechado e o orifício de bombeamento do rotor, no instante
da injeção, estar em contato pleno com um dos orifícios de saída para os injetores, de acordo com a ordem
de injeção do motor.

O governador de velocidade dessas bombas pode ser mecânico ou hidráulico. O sistema mais comum é o
mecânico, que atua por força centrífuga através de contrapesos. Esse governador age em todas as faixas de
rotação de operação do motor, atuando na válvula dosadora de combustível, corrigindo o fornecimento em
função da variação da rpm do motor. A figura ilustra o funcionamento do governador centrífugo.
51
O instante de injeção de combustível também sofre variações de acordo com a modificação da rpm do motor
e, é feita variando a posição dos excêntricos com relação aos pistões de bombeamento do combustível. O
comando dessa variação é feita por variação da pressão do óleo combustível, em função da rpm do motor,
atua sobre um pistão e mola. As figuras abaixo ilustram o sistema.

A figura abaixo, mostra os componentes de uma bomba injetora rotativa. Através dela, pode-se ter idéias
completa dos componentes e da interligação dos mesmos.
52

Circuito de Alta Pressão

Tem como finalidade conduzir o combustível a alta pressão da bomba injetora ao bico injetor. Seu comprimento
e diâmetro tem grande influência na característica da injeção e por conseqüência, no funcionamento do motor
e deve ser igual para todos os cilindros

Bico Injetor

Tem como função, atomizar o combustível dentro da câmara de combustão no final da fase de compressão,
da melhor forma possível.
O bico é comandado pela pressão do combustível. A pressão produzida pela bomba injetora atua sobre o cone
de pressão da agulha levantando-a de sua sede, quando a força de baixo for maior do que a contrapressão de
uma resultante da mola de pressão do porta-injetor. O combustível é, então, injetado através do(s) orifício(s)
do bico na câmara de combustão.

A pressão de abertura é, pois, determinada pela tensão preliminar (ajustável) da mola de pressão no porta-
injetor. O curso da agulha é limitado pela superfície plana entre a haste da agulha e o pino de pressão.
53

Circuito de Retorno de CombustÍvel

São dutos que conduzem o combustível que retorna dos bicos injetores, da bomba injetora e dos filtros, de
volta ao tanque.
É conveniente ressaltar que existe um retorno de combustível pois o sistema de injeção de Diesel trabalha
sempre com excesso de combustível pois este serve como lubrificante da maioria, e às vezes totalidade, das
peças envolvidas.

Vela Aquecedora
Tem como função pré-aquecer o ar, facilitando a partida a frio nos
motores Diesel. Este problema é mais sensível em motores de
injeção indireta, devido à maior perda de calor na compressão
para as paredes da câmara. Nestes motores, existem geralmente
uma vela aquecedora por cilindro, sendo situada dentro da câmara
de combustão. Nos motores de injeção direta, a partida é mais
fácil sendo utilizada apenas uma vela aquecedora para todos os
cilindros ou as vezes não utiliza vela aquecedora.

ARREFECIMENTO

Além do calor gerado pela combustão que ‚ transferido para a parede do cilindro e para o cabeçote, o atrito
fluido também produz calor, portanto, para manter a temperatura dos órgãos mecânicos dentro dos limites do
material e evitar a degeneração do óleo lubrificante, temos necessidade de um sistema de arrefecimento, do
contrário as partes do motor tenderiam a alcançar a mesma temperatura dos gases de escape, ou seja,
aproximadamente ..........°C.
Verifica-se que ...........% a ..........% do calor gerado na combustão são transferidos para o fluido de arrefecimento
nos motores arrefecidos a água, e ........% a ........% nos arrefecidos a ar. Esta parcela ‚é igual a potência útil
do motor. Quais são os fatores que influenciam na transmissão de calor de um motor?

1 -................................................................... 2 -.........................................................................

3 -................................................................... 4 -.........................................................................
54

MÉTODOS DE ARREFECIMENTO

Refrigeração a ar

É a mais simples e foi muito usada no passado. A troca de calor se dá diretamente entre as paredes do cilindro
e do cabeçote com o ar. Para aumentar a área de troca de calor, são colocadas aletas no bloco e no cabeçote.
Quanto ao método de circulação do ar temos dois tipos:

VENTILAÇÃO NATURAL: O fluxo de ar através do motor se dá pelo deslocamento do veículo. Foi e é muito
usado em motocicletas, pois estas tem o motor exposto ao fluxo de ar.
Vantagens: Mais simples, mais leve e mais barato. Desvantagens: Não permite altas taxas de
compressão.

VENTILAÇÃO FORÇADA : O fluxo de ar ‚ provocado por um ventilador (ventoinha) acionado pelo motor.
Foi muito usado no passado por ser simples e barato, mas também está sendo abandonado.
Ainda é usada nos automóveis da Porsche e Volkswagen.
Vantagens: Resfriamento mais homogêneo Desvantagens: Mais caro, Absorve potência

Refrigeração à água
A troca de calor aqui ‚é feita entre as paredes do cilindro e o cabeçote com a água, que depois troca calor com
o ambiente (ar) através do radiador. Quanto à circulação da água podemos ter dois meios:

Circulação Natural ou Termo Sifão: A circulação acontece somente pela diferença de temperatura entre a
água fria (no radiador) e a água quente (no motor). Este sistema foi usado no DKW.
Hoje, não é mais utilizado.

Vantagens: Não necessita de Radiador, ventilador, bomba d’água, etc.


Desvantagens: Necessita de muito espaço, A troca de calor é limitada.
55

Circulação Forçada
Aqui a circulação ‚é feita por uma bomba acionada pelo motor. É o sistema mais usado atualmente.

1 - Radiador.
2 - Saída do líquido
refrigerante a baixa
temperatura.
3 - Bomba de água.
4 - Termo resistência para o
indicador de temperatura.
5 - Entrada no radiador de
líquido refrigerante a alta
temperatura.

No sistema de refrigeração à água a diferença de temperatura da água, na entrada e na saída do radiador


está na faixa de ........... a ...........°C.
A temperatura da água se mantém da faixa de .......... a .......... °C e a vazão de água‚ da ordem de ..........à
...........l/min.

Refrigeração ar água
ruído maior menor
potência específica menor maior
custo menor maior
manutenção menor maior
56

RADIADOR

O sistema também prevê um reservatório, onde a água troca calor com o ar: O RADIADOR. Para se obter a
maior superfície possível de contato com o ar de resfriamento, a água passa através de certo número de
tubos providos de aletas para aumentar a dissipação de calor.

A tampa do radiador eleva a pressão, elevando assim o ponto de ebulição da água para aproximadamente
120 °C. Uma válvula permite a entrada de ar ou água proveniente do depósito de expansão.

O tipo e o material do radiador influem na


eficiência e no rendimento do sistema.

Atualmente os materiais mais usados são


ALUMÍNIO E COBRE por terem alto
coeficiente de transmissão de calor.
57

TIPOS DE COLMÉIA DE RADIADOR

TERMOSTATO

É uma válvula que permite ao motor


atingir a temperatura de trabalho mais
rápido e mantém esta temperatura na
faixa recomendável.

Funcionamento: O termostato se
mantém fechado até que a temperatura
atinja o valor de trabalho, quando então,
ele se abre e a água circula no radiador
para ser refrigerada. Alguns tipos de
termostato permitem a recirculação da
água dentro do motor mesmo estando
aberto.

VENTILADOR

O radiador é provido de um ventilador para que o ar circule através dele em qualquer circunstância. O formato
das pás do ventilador é de grande importância para se determinar a velocidade do ar através do radiador.
Atualmente os materiais empregados são plástico, alumínio ou chapa de aço.
58
Quanto ao acionamento podemos ter 3 tipos:

Acionamento direto: a polia do ventilador está permanentemente ligada ao motor.


Desvantagens: perda de potência quando o veículo está em movimento e baixa eficiência em baixas
rotações.

Acionamento hidráulico: Um acoplamento hidráulico é fixado na hélice e no eixo motriz, mas controla a
rotação da hélice em função da temperatura do ar do radiador. A variação é conseguida através do fluxo de
silicone nas câmaras internas da peça. É muito utilizado em veículos pesados

Acionamento elétrico: É feito por um motor elétrico acoplado diretamente no ventilador, sendo o sistema
mais utilizado atualmente nos veículos de passeio

Alguns modelos de altos préstimos e


turboalimentação, como é o caso do SAAB
9000, podem conter até quatro
intertransformadores de calor para diferen-
tes aplicações e dois ou mais
eletroventiladores. 1. Refrigerador de óleo;
2. Radiador normal do sistema de refrigera-
ção do motor; 3. Eletroventilador; 4.
"Intercooler", ou refrigerador de ar da
admissão do turbo; 5. Condensador do
sistema de ar acondicionado; 6.
Eletroventilador dos sistema de ar acondici-
onado.

O Óleo Lubrificante também tem a função de arrefecer o motor. Outro recurso usado para arrefecer o motor é
usar uma mistura rica; o próprio combustível refrigera o motor. A Ferrari experimentou um sistema de injeção
de água para refrigeração do motor de Fórmula 1.

Outro elemento do motor que pode ter refrigeração é o PISTÃO. Em motores de maior rendimento onde a
solicitação térmica é maior, os pistões são refrigerados por jatos de óleo.

Líquidos especiais: Para satisfazer determinadas condições somente água não é suficiente, portanto, é
necessário acrescentar um líquido que:

„ Aumente o ponto de ebulição


„ Abaixe o ponto de congelamento
„ Evite corrosão

Este líquido é geralmente o etileno-glicol, mas também são usados óleos solúveis.

REFRIGERAÇÃO MISTA
Neste sistema o motor ‚ refrigerado por dois fluídos diferentes. O Bloco, com aletas, é refrigerado à ar e o
cabeçote‚ refrigerado por um líquido, que pode ser água ou óleo lubrificante.

Exemplos:
MODELO SISTEMA
PORSCHE 959 AR - ÁGUA
MOTOS SUZUKI AR - ÓLEO
59

LUBRIFICAÇÃO

Dentro de um motor, existem várias peças móveis interligadas cujas superfícies estão em contato e se acham
animadas de movimento relativo.

É sabido que uma superfície, por mais polida que seja, nunca é perfeitamente lisa, sendo constituída de picos
e vales o que pode facilmente ser observado ao ampliarmos esta superfície.
Ao animarmos duas superfícies em contato o que acontece é que, nas zonas de picos existe uma forte
pressão e um aumento da temperatura o que acaba provocando a fusão do material nesta região. Ao se
prosseguir o movimento, existe um arrancamento de material que estava provocando desgaste das peças.

Para evitar que isto aconteça, uma solução é colocar entre as superfícies uma camada de fluido, impedindo o
contato direto do material, diminuindo-se com isto o atrito e o desgaste.

Quando o motor está em funcionamento, onde existir movimento relativo de duas peças em contato, existirá
um suprimento de óleo para que este lubrifique o motor em todas as partes onde exista necessidade.

Um exemplo do que foi explicado acima pode ser verificado em um mancal de deslizamento como munhão do
virabrequim e bronzinas do bloco.
60

Quando o eixo se encontra em repouso, a camada fluida não se encontra entre o eixo e o mancal, havendo aí,
um contato direto entre os dois materiais. No entanto, quando há um início de rotação, a tendência é que o
eixo suba o mancal, o que não acontece pois este encontra a camada fluida que se adere tanto ao eixo quanto
ao mancal. Ao se prosseguir a rotação, a tendência é que o óleo levante o eixo devido a formação de uma
pressão hidrodinâmica mancal/eixo como pode ser visto na figura abaixo.

„ Mas o lubrificante não tem por finalidade apenas se interpor entre duas superfícies em contato, cabendo
a ele outras funções como:
„ Reduzir o atrito e o desgaste;
„ Dissipar grande parte do calor gerado;
„ Remover partículas provenientes do desgaste ou da utilização originária da própria operação mecânica,
bem como a remoção de outros materiais estranhos que se introduzem entre as partes atritantes.
„ Servir como meio hidráulico para acionamento mecânico (por exemplo: tuchos de válvulas, transmissão
hidramática)
„ Servir como meio de vedação (anéis, gaxetas)

Como já foi mencionado, dever existir um fornecimento contínuo de óleo onde haja necessidade, sendo o
sistema de lubrificação o responsável para que isto ocorra. Iremos descrever a seguir, os componentes do
sistema de lubrificação, cada um com sua função específica.

Cárter
É um recipiente situado no fundo do bloco e tem por finalidade armazenar o óleo lubrificante e também
impurezas indesejáveis do óleo por decantação. Uma outra função do cárter é funcionar como um trocador de
calor refrigerando o óleo do motor antes que este volte ao circuito de lubrificação.

Pescador
É uma espécie de filtro para impurezas maiores que fica imerso no óleo do cárter antes da bomba de óleo.

Bomba de óleo
Elemento mecânico situado dentro ou fora do cárter, geralmente acionado por engrenagens, que tem por
finalidade succionar o óleo do cárter e envia-lo sob pressão para o circuito de lubrificação que abastece todas
as partes móveis do motor.
61

Os principais tipos são de:


♦ Engrenagens
♦ Rotores
♦ Palhetas

Engrenagens Rotores

Palhetas

Válvula Reguladora de Pressão ou Válvula de Alívio


Por ser a bomba de óleo, uma bomba de deslocamento positivo, isto é, não permite circulação interna, existe
a necessidade de uma válvula de alívio no circuito de óleo para que esta controle a pressão de trabalho
reduzindo-a quando necessário.

Filtro de Óleo Lubrificante


O óleo impulsionado pela bomba, antes de ser dirigido aos pontos a lubrificar no motor, passa através de um
filtro no qual se depositam as impurezas de carvão, limaduras metálicas, etc., que possa levar em suspensão.
Este filtro costuma ser de papel pregueado, muito parecido com os de ar para o motor, porém apresentados
em forma de cartuchos metálicos de fácil troca.

Canalizações de Lubrificação
A distribuição se efetua através de uma série de canalizações que percorrem o bloco de cilindros, o virabrequim
e demais elementos do motor. O mais usual, em motores modernos é dispor de um canal central de lubrificação
que recebe o óleo diretamente do filtro e o distribui entre os diversos apoios do virabrequim e das árvores de
comando para, a partir daí, passar a lubrificar os colos de biela e os pistões por um lado, e os balancins, molas
e válvulas do cabeçote, por outro. Para os demais órgãos, como correntes de distribuição, acionamento da
bomba etc., existem pequenos condutos (orifícios para irrigação) adicionais ou se utiliza o sistema de lubrificação
por batimento. Nos últimos dois casos se distribui uma quantidade bem menor de óleo.
62

A figura abaixo mostra o funcionamento esquemático de um sistema de lubrificação


de um motor de combustão interna.
63

LUBRIFICANTES

1. DEFINIÇÃO
Lubrificante é um produto que interposto entre duas superfícies sólidas, com movimentos entre si, tende a
diminuir o atrito, o desgaste e a temperatura.

2. CLASSIFICAÇÃO
De acordo com seu estado, o lubrificante pode ser classificado como:
„ sólido: de fina granulação sendo o grafite e bissulfeto de molibdênio os mais utilizados
„ líquido: óleos lubrificantes automotivos e industriais
„ pastoso: graxas automotivas e industriais

3. LUBRIFICANTES LÍQUIDOS
Os lubrificantes líquidos (básicos) podem ser de origem:
„ animal: baleia, gordura de boi, lanolina, etc.
„ vegetal: rícino, colza, amêndoa, etc.
„ mineral: derivados de petróleo
„ sintético: químico (ésteres, glicóis, P.A Q.)

Composição
ÓLEO
BÁSICO
E/OU ADITIVOS ÓLEO
BASE + =
SINTÉTICA LUBRIFICANTE

De acordo com sua composição, o óleo lubrificante pode ser classificado como: mineral, sintético ou semi-
sintético.
„ mineral: quando as bases são obtidas através da destilação do petróleo.
„ sintético: quando as bases são derivadas da química e petroquímica; podem ser hidrocraqueados,
PAQ e ésteres.
„ semi-sintético: mistura balanceada de base mineral e sintética.

Aditivos são produtos que adicionados às bases, proporcionam um aumento ou reforço na qualidade do
lubrificante. Os aditivos, podem modificar ou incrementar as características do lubrificante.
Os aditivos utilizados na formulação de um óleo de motor são: anti-oxidante, detergente, dispersante, anti-
corrosivo, anti-espumante, anti-desgaste, melhorador do índice de viscosidade e abaixador do ponto de fluidez.

Funções dos óleos lubrificantes


Para assegurar um perfeito funcionamento de um veículo, o óleo lubrificante deve cumprir várias funções
como:
„ redução do atrito e desgaste
„ proteção contra ferrugem e corrosão
„ resistência a altas temperaturas
„ refrigeração
„ vedação

Características dos óleos lubrificantes


Um óleo lubrificante é identificado através de sua característica física e nível de qualidade
(performance).
64

Características Físicas
As características físicas de um óleo lubrificante são determinadas através de:

Viscosidade: é a propriedade do óleo que indica a resistência do mesmo ao escoamento a uma determinada
temperatura. Quanto mais viscoso é o óleo, mais tempo este leva para escoar; o lubrificante escoa mais
facilmente em altas temperaturas. A classificação de viscosidade para óleos de motor e transmissão utilizada
em todo o mundo é a SAE (Socite of Automotive Engineers). Esta medida é obtida através de um aparelho
chamado viscosímetro.

Classificação de viscosidade para óleos de motor

Classificação de viscosidade para óleos de transmissão

Graus para baixas temperaturas, variam de 0W a 25W (para motor), 75W a 85W (para transmissão), conferindo
ao lubrificante fluidez a baixas temperaturas, ou seja, quanto menos for seu grau, maior sua fluidez.

Graus para altas temperaturas, variam de 20 a 60 (para óleos de motor), de 90 a 250 (para óleos de transmissão):
quanto maior for seu grau, maior será a viscosidade do óleo.

Lubrificante monoviscoso ou monograu, é quando sua viscosidade corresponde a um único grau de classificação
SAE. Ex.: SAE 10W, SAE 20, SAE 90.
65

Lubrificante multiviscoso ou multigrau, é quando sua viscosidade corresponde a combinação de graus de


classificação SAE para altas e baixas temperaturas. Ex.: SAE 10W50, SAE 20W50, SAE 75W90, SAE 80W90.
“O lubrificante multiviscoso é suficientemente fluido a baixas temperaturas e suficientemente viscoso para um
bom comportamento do óleo a altas temperaturas”.

Ponto de fluidez: é a mínima temperatura que o lubrificante consegue escoar. Esta característica
permite saber que com uma determinada temperatura (baixa) o óleo lubrificante circulará, imediatamente por
exemplo, do cárter às partes a sem lubrificadas.

Ponto de fulgor: é a mínima temperatura na qual o vapor do lubrificante vai pegar fogo, por alguns
segundos, em presença de uma chama. Normalmente os lubrificantes, apresentam ponto de fulgor entre 200º
C e 220º C.

Número de neutralização: os lubrificantes apresentam características alcalinas ou ácidas, dependendo


da origem, aditivação ou nível de contaminação. As características e quantidades ácidas dos lubrificantes são
medidas pelo TAN (número de acidez total) que aumentam em proporção a oxidação do óleo, o que é um
indicativo de sua vida útil. Quando um lubrificante contém aditivos de basicidade em sua composição, é
possível neutralizar os compostos ácidos provenientes da combustão. A alcalinidade ou basicidade é
determinada através do TBN, ou seja, número de basicidade total.

Cor: Os lubrificantes apresentam grande variação de cor de acordo com a procedência e tipo de
petróleo. A cor clara ou escura de um óleo, não indica sua viscosidade ou qualidade; a cor do lubrificante,
pode ser alterada utilizando-se corantes ou aditivos.

Qualidade dos lubrificantes


Os maiores fabricantes de veículos, formam associações que determinam critérios que os lubrificantes devem
atender, ou sejam, normas, que em sua maioria constam nos manuais dos lubrificantes.
Os fabricantes de veículos utilizam-se das normas API e ACEA (ex-CCMC) para qualificarem e recomendarem
os lubrificantes.

API - Instituto Americano de Petróleo


Determina as normas de qualidade para lubrificantes desde 1950. Por ser uma das mais antigas e conhecidas
associações, é a mais utilizada pêlos fabricantes de lubrificantes.
Classificação para Motores a Gasolina
66

Classificação para Motores a Diesel

Classificação para Transmissões Manuais e Eixos Traseiros

CCMC - Comitê dos Construtores de Veículos do Mercado Comum Europeu (extinta)


Comitê formado por fabricantes europeus de veículos, dissolvida em 1991 e substituída pela ACEA.
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Classificação para Motores a Gasolina

Classificação para Veículos Diesel Leve (High Speed Engine)

Classificação para Motores a Diesel


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ACEA - Associação de Fabricantes de Veículos Europeus

As normas ACEA que substituem as normas CCMC, para motores a gasolina, são:
A1: é a categoria “energy conserving” com os respectivos limites para testes de motores.
A2: é a categoria “normal” que suplanta a CCMC G4.
A3: é a categoria “alta performance” que suplanta a CCMC G5.

As normas ACEA que substituem as normas CCMC, para motores a Diesel em carros de passeio, são:
B1: é a categoria “energy conserving” e está em desenvolvimento.
B2: é a categoria “normal”.
B3: é a categoria “alta performance”.

As normas ACEA que substituem as normas CCMC, para motores a Diesel em veículos comerciais, são:
E1: está de acordo com a norma Mercedes Benz 221.1.
E2: está de acordo com a norma Mercedes Benz 228.1 e CCMC D4.
E3: está de acordo com a norma Mercedes Benz 228.3 e CCMC D5.

MANUTENÇÃO

Para o bom funcionamento do veículo, além da utilização do óleo lubrificante, de acordo com a recomendação
do fabricante do veículo, deve-se atentar para algumas outras regras:

Utilizar sempre óleo lubrificante com classificação SAE e API e/ou ACEA (ex-CCMC), conforme manual do
veículo.
Verifique se as embalagens do óleo não estão adulteradas ou danificadas.
Troque o lubrificante, nos períodos recomendados ou reduza este período quando a condição de serviço for
severa.
Observar, periodicamente, o nível do óleo do motor, com o carro nivelado horizontalmente e de preferência
com o motor frio. Manter o volume do lubrificante, sempre entre os níveis Max. e Min, da vareta de medição.
Para limpeza da vareta de medição ou do bujão, utilizar sempre pano ou papel absorvente e nunca estopa.

SISTEMA DE IGNIÇÃO

1) COMO SE PRODUZ A FAÍSCA:

Da combustão de uma mistura de ar e gasolina nos cilindros de um motor do ciclo Otto resulta a energia
necessária para mover um automóvel. O sistema de ignição produz a faísca elétrica que inflama a mistura.
Cada cilindro possui uma vela provida de dois elementos metálicos (os eletrodos) que penetram na câmara de
combustão. Quando a corrente elétrica é fornecida às velas a uma voltagem suficientemente elevada, a
corrente salta através do intervalo entre os eletrodos sob a forma de uma faísca.
Não é fácil a produção da faísca entre os eletrodos de uma vela. Quanto maior for o intervalo entre os
eletrodos, maior deverá ser a voltagem. Esse intervalo é normalmente de 0.6 mm.
A corrente que chega às velas deve ser de alta tensão (pelo menos 14000 V). Porém para compensar as
quedas de tensão no sistema, poderá ser necessário elevar esse número para 30000 V. Como a energia
fornecida pela bateria de um automóvel é normalmente de 12 V a bobina terá de elevar milhares de vezes
esta tensão que deverá ser fornecida a cada vela no preciso momento do ciclo de 4 tempos.
O distribuidor como seu nome indica, distribui a eletricidade a cada um dos cilindros segundo a sua ordem de
inflamação. Os platinados contribuem, juntamente com a bobina, para obtenção da alta voltagem necessária.
69

A bateria fornece a eletricidade ao sistema de ignição, ao motor de arranque, às luzes, aos indicadores e
equipamentos elétricos do veículo.
A bateria é composta pôr um certo número de elementos (cada um dos quais fornece voltagem ligeiramente
superior a 2 V) ligados pôr barras metálicas. Geralmente as baterias dos automóveis são constituídas pôr seis
elementos.
Cada elemento é composto pôr dois conjuntos de placas (eletrodos) introduzidos numa solução de ácido
sulfúrico diluído (eletrólito). Um dos eletrodos é constituído pôr placas revestidas de peróxido de chumbo e o
outro pôr placas revestidas de chumbo esponjoso.
Quando um elemento está em funcionamento, o ácido reage com as placas, convertendo energia química em
energia elétrica. Cria-se assim uma carga positiva no eletrodo de peróxido de chumbo e uma carga negativa
no eletrodo de chumbo esponjoso.
70
A corrente elétrica, medida em ampères (A), passa de um dos pólos da bateria através do circuito do automóvel
e entra na bateria pelo outro pólo, fechando-se o circuito pôr meio do eletrólito.
Como a reação química se mantém, forma-se sulfato de chumbo na superfície de ambas as placas e, no
eletrólito, a concentração de ácido sulfúrico diminui. Quando as superfícies das duas placas ficam
completamente cobertas com sulfato de chumbo, a bateria está descarregada. Se a bateria for carregada
novamente, pôr meio de uma corrente elétrica apropriada, os eletrodos voltarão ao seu estado original e o
ácido sulfúrico é regenerado.
A bateria é um elemento essencial para o armazenamento da energia necessária para o arranque do motor e
o funcionamento das luzes, quando aquele está parado. A sua capacidade é medida em ampères/hora. Uma
bateria de 56 A/h, poderá fornecer uma corrente 1 A durante cinqüenta e seis horas, 2 A durante vinte e oito
horas, etc. O arranque do motor exige à bateria a sua potência máxima. Podem ser necessários 300 a 400 A
para pôr em funcionamento um motor, enquanto uma lanterna pode exigir apenas 0.5 A.

A função da bobina é basicamente elevar a tensão da bateria para níveis onde possa ser produzida faísca nas
velas.
A bobina funciona segundo o princípio de que, quando a corrente elétrica passa num enrolamento de fio, gera-
se um campo magnético e inversamente, quando se interrompe m campo magnético, gera-se eletricidade em
qualquer enrolamento de fio dentro das linhas de força do campo magnético.
A voltagem original será aumentada se houver dois enrolamentos de fio possuindo um deles muito mais
espiras do que o outro.
Os dois enrolamentos da bobina rodeiam um núcleo de ferro macio que concentra o campo magnético. O
enrolamento primário é constituído de algumas centenas de espiras de fio relativamente grosso. Este
enrolamento constitui a parte de baixa voltagem e recebe corrente vinda da bateria. O enrolamento secundário
é constituído pôr milhares de espiras de fio fino (cerca de 2000 m). Este enrolamento constitui a parte de alta
voltagem e fornece corrente às velas. Quando se roda a chave de ignição, a corrente elétrica vinda da bateria
71
atinge os terminais da bobina, atravessa o enrolamento
primário e sai pelo outro terminal do mesmo enrolamento
para os platinados ou transistor quando a ignição for
transistorizada.
Se os platinados estiverem fechados, a corrente passará
pôr eles, transformando o enrolamento primário e o
núcleo num eletroimã que, como tal, gerará um campo
magnético. Neste caso, a corrente completa o seu
circuito através da carroçaria do automóvel, voltando à
bateria.
Ao abrirem-se os platinados, a corrente deixa de passar
par a o primário da bobina e interrompe-se o campo
magnético que atravessa os milhares de espiras do
enrolamento secundário.
Gera-se então uma corrente de alta tensão que passa
do enrolamento secundário para as velas através do
distribuidor e retorna das velas para a bobina através
da carroçaria.
72

4 - DISTRIBUIDOR:

O distribuidor consiste na ligação mecânica móvel entre os componentes do sistema de ignição e o motor.
Desliga e liga a corrente do enrolamento primário da bobina pôr meio dos platinados ou do transistor e distribui
às velas, segundo a sua ordem de ignição através de um rotor.
O rotor está ligado ao eixo do distribuidor e à medida que roda, liga o terminal central da tampa, que está
ligado à bobina, aos cabos das velas, de acordo com a ordem de ignição.
Como a ordem de ignição nos cilindros determina a seqüência segundo a qual a corrente chega às velas, cada
cabo de vela deve encontrar-se ligado à vela correspondente.
O eixo do distribuidor é normalmente acionado pela árvore de comando, pôr meio de uma engrenagem
helicoidal que faz girar os dois eixos à mesma velocidade. Em alguns motores, o eixo do distribuidor é
acionado diretamente pela árvore de manivelas, pôr meio de um conjunto de engrenagens que reduz para a
metade o número de rotações do distribuidor.

Ignição Antecipada:

A medida que a velocidade do motor aumenta, reduz-se o


intervalo de tempo entre a subida e a descida do
embolo, onde a ignição tem que ser antecipada. Consegue-
se este efeito pôr meio de um mecanismo centrífugo de
regulagem do avanço, que pode ser completado pôr um
dispositivo de avanço pôr vácuo onde se altera o instante da
faísca em função da condição de carga do motor. Nos
sistemas mais modernos o instante da faísca é controlado
pela ECU do sistema de injeção eletrônica. Os mapas de
funcionamento do motor estão armazenados nas memórias
da ECU, que pode tomar a decisão do instante ideal da
faísca na vela para a condição de funcionamento do motor
naquele instante.
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IGNIÇÃO TRANSISTORIZADA:

Com a faísca na vela, a corrente no enrolamento primário da bobina cai e deve ser recuperada para a próxima
faísca. Esta recuperação demanda uma certa quantidade de tempo que diminui com o aumento da rotação.
Nota-se portanto que a corrente no primário pode não crescer o suficiente para garantir a faísca principalmente
nos regimes de alta rotação para motores com grande número de cilindros. Uma solução seria aumentar a
corrente em altas rotações, o que no entanto, causaria uma corrente muito alta nas baixas rotações, com
prejuízo da durabilidade do platinado.

Pelo exposto, nota-se que o problema do sistema é o platinado, cuja durabilidade fica comprometida com
correntes muito altas. A solução é substituí-lo pôr um interruptor eletrônico, isto é, um transistor.

IGNIÇÃO TRANSISTORIZADA COM PLATINADO:

Neste tipo de ignição, usa-se um transistor como interruptor e um platinado como sensor para o comando do
transistor.

Quando o platinado fecha, por ele passa uma pequena


corrente que comanda o transistor, como condutor
da corrente do primário. Ao abrir o platinado, o
transistor interrompe a passagem da corrente,
provocando o colapso do campo magnético e
consequentemente os fenômenos descritos para a
ignição convencional.
Como o grosso da corrente passa pelo transistor, ter-
se-á apenas limitações térmicas, de forma que a
corrente no primário pode ser aumentada
consideravelmente sem problemas de durabilidade.
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IGNIÇÃO TRANSISTORIZADA SEM PLATINADO:

Neste tipo de ignição, elimina-se o platinado definitivamente e o comando do transistor é provocado por
impulsos gerados pela rotação de uma roda que tem uma ponta para cada cilindro, num campo magnético.

IGNIÇÃO ELETRÔNICA MAPEADA:

Neste sistema incorpora-se um mapa eletrônico do melhor instante da ignição em função da carga e da
rotação do motor.
O microcomputador do módulo eletrônico recebe os sinais de rotação e carga. A rotação pode ser obtida em
diversos pontos, por exemplo no distribuidor. A carga é obtida pela medida da depressão após a borboleta do
acelerador. Estes valores são fornecidos ao microcomputador que determina o melhor avanço no mapa de
ignição.
Este sistema pode ser incrementado instalando-se um sensor de detonação no motor. Se houver sinal deste
sensor, o sistema pode atrasar a faísca individualmente do cilindro anômalo, mantendo os outros com avanço
otimizado.

A figura acima mostra o primeiro mapa de um sistema mecânico centrífugo a vácuo e o segundo mapa de um
sistema eletrônico. Podemos notar que o sistema eletrônico possibilita muito mais recurso para a otimização
do sistema.
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5 - VELAS:

As velas produzem as faíscas elétricas que inflamam a mistura de gasolina e ar nos cilindros do motor.
Uma vela é constituída pôr um eletrodo metálico que atravessa a parte central de um isolador de porcelana.
À volta da parte inferior do isolador existe um corpo metálico que se enrosca na cabeça dos cilindros. Soldado
à parte inferior deste corpo e dessa maneira ligado à massa através da cabeça dos cilindros, encontra-se outro
eletrodo (o polo da massa). Uma pequena folga separa este eletrodo da extremidade do eletrodo central.
A corrente de alta tensão, proveniente do distribuidor, passa pelo eletrodo central e transpõe essa folga sob a
forma de uma faísca.
Para obter um bom rendimento do motor, a faísca deverá ser suficientemente intensa para inflamar eficazmente
a mistura de gasolina e ar, o que significa que a folga deve ser relativamente grande. Porém, quanto maior for
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esta folga, maior será também a voltagem
para fazer saltar a faísca. As folgas
recomendadas para as velas dos automóveis
modernos oscilam entre 0.5 mm e 0.8 mm.
A folga deve ser verificada periodicamente,
já que os eletrodos desgastam-se lentamente
com o uso e podem ficar cobertos de
resíduos. Uma folga de dimensões incorretas
não constitui o único fator responsável pôr
uma faísca fraca ou irregular. Uma ruptura
no isolador ou uma película de óleo ou de
água na sua superfície exterior poderão
provocar fugas de eletricidade e dar origem
a uma faísca fraca ou mesmo impedir que
esta salte entre os eletrodos, sob a pressão
de compressão existente dentro de cada
cilindro. Entre a vela e a cabeça dos cilindros
existe uma junta para assegurar vedação dos
gases. Algumas velas apresentam, uma
base cônica que se aloja na cabeça dos
cilindros.

SUPRESSORES:

Quando salta a faísca, esta atua como um


transmissor de rádio em miniatura e causa
interferências na recepção dos aparelhos de
rádio e de televisão existentes nas
proximidades. Em conseqüência, todos os
automóveis devem possuir, de acordo com
a lei, supressores (resistências) que limitam
essas interferências. Antigamente usava-se
incluir o supressor no cabo de alta tensão
ou na ligação à vela. Nos automóveis atuais,
os cabos constituem pôr si só supressores,
já que são fabricados com um material
impregnado de grafite, altamente resistentes.
O tipo de vela a utilizar num determinado tipo de motor depende das condições de carga e da velocidade a
que este deve funcionar, da forma da câmara de combustão, da riqueza da mistura, da taxa de compressão e
das temperaturas de funcionamento.

VELAS QUENTES E FRIAS:

As velas são classificadas de acordo com a sua capacidade de transmitir o calor da extremidade do eletrodo
central e de dissipa-lo no sistema de resfriamento do motor. Numa vela determinada “fria” é menor a distância
a percorrer pelo calor, visto o isolador ser, neste caso, mais curto. Este tipo de vela transmite rapidamente o
calor, sendo portanto, utilizado em motores de elevado rendimento e de funcionamento contínuo a altas
velocidades. Uma vela “quente” possui um isolador longo, o qual dissipa o calor mais lentamente. Funciona a
temperaturas mais elevadas para compensar o trabalho do motor a altas temperaturas. Entre as velas “frias”
e as velas “quentes” existe uma ampla gama de velas a fim de permitir obter o máximo rendimento de
qualquer motor.
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VELAS COM CANHÃO COMPRIDO OU CURTO:

O comprimento da parte roscada de uma vela (o canhão) varia de acordo com a espessura do cabeçote.
Nunca se deve montar uma vela de canhão longo num cabeçote de pequena espessura, pois a parte saliente
do canhão poderá danificar uma válvula ou um êmbolo. Uma vela de canhão curto, fixada num cabeçote de
grande espessura, poderá expor à combustão a rosca existente na cabeça do cilindro, dificultando a montagem
posterior de uma vela apropriada além de denegrir o processo de combustão do motor pois a faísca está
acontecendo em um ponto acima do que foi projetado para o motor.
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CURVAS CARACTERÍSTICAS

1 - Cálculo da Potência
Iremos iniciar este assunto fazendo uma pequena revisão para entendermos melhor o capítulo.
Vamos começar com a fórmula do trabalho:

T=Fxd onde: T = trabalho, F = força, d = deslocamento

Para a potência temos:

P = T/tempo Então podemos dizer que: P = (Fxd)/tempo

Nos motores de combustão interna, o que se tem disponível no eixo do virabrequim é um momento
torçor a uma determinada rotação. Podemos associar este momento como uma força ou um binário
e a rotação como um deslocamento de uma volta ou uma rotação no tempo (rotações por minuto).
Temos então a fórmula da potência para motores que produzem torque em um eixo a uma
determinada rotação:

P = torque x rotação

São necessárias agora, as introduções de algumas constantes de transformação de unidades para


que possamos calcular de forma correta a potência de um motor.
A potência dos motores pode ser expressa em qualquer uma das unidades conhecidas para potência.
No entanto o que se encontra na pratica são potências expressas em cavalos (cv) e quilowatt (kw).
Se quisermos obter a potência em cavalos e temos o torque em kgf.m e a rotação em rpm teremos:

P (cv) = ( torque (kgf.m) x rotação (rpm) )/ 716.19

2- Rendimentos

Podemos dividir o RENDIMENTO GLOBAL (ηe) de um motor em dois rendimentos apresentados a seguir:

Rendimento Indicado (ηi ): é a relação entre o trabalho indicado do ciclo de alta pressão no diagrama PV real
do motor e o trabalho equivalente do combustível fornecido ao motor. Este rendimento expressa basicamente
a eficiência da combustão e do ciclo de compressão do motor.

ηi = Wi / Wb

onde: Wi = trabalho indicado no diagrama PV real do motor.


Wb = trabalho equivalente do combustível fornecido ao motor.

Rendimento Mecânico (ηm): Expressa as perdas mecânicas do motor como perdas por atrito nos pistões e
mancais, potência despendida para acionamento de bombas de água e de óleo, etc.

ηm = We / Wi onde:

We = potência efetiva disponível no eixo do virabrequim.

O RENDIMENTO GLOBAL do motor é calculado então da seguinte forma:

η e = ηi x ηm
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3- Dinamômetro
Um dinamômetro é nada mais que um instrumento para
medir força. No caso de um pescador, o dínamo metro é
utilizado para medir a força peso do peixe pescado. Já no
caso de um motor, o dinamômetro é utilizado para medição
do torque disponível no eixo do motor a uma determinada
rotação.
o dinamômetro para motores, também conhecido como freio
dinamométrico funciona da seguinte forma:
Como o próprio nome diz, o ‘freio dinamométrico’ é um freio que é acoplado ao eixo de saída do
motor. Este freio possui um braço que é acoplado a uma balança ou um dinamômetro. Com o motor
em funcionamento, conforme o freio dinamometrico é acionado, este tende a girar no sentido da
rotação do motor, o que não acontece por causa do braço acoplado a balança. A força registrada
na balança, multiplicada pela distancia da balança à linha de centro do eixo do freio, é o torque que
o motor esta produzindo.

4- Consumo de Combustível
Para que seja feito o desenvolvimento de um motor em um banco de provas, várias variáveis do
motor precisam ser medidas. Uma delas e sem duvida uma das mais importantes é o consumo de
combustível. Esta medição pode ser feita de várias formas e consiste apenas e se medir a vazão de
combustível que o motor está consumindo em um determinado instante, em volume ou em massa.
Uma das formas mais baratas é se acoplar uma bureta com um volume conhecido ao sistema de
alimentação de combustível. Quando se deseja medir o consumo do motor, fecha-se a alimentação
do tanque de combustível e abre-se a alimentação pela bureta. Mede-se então o tempo necessário
para que o motor consuma toda a bureta. Como o volume da bureta é conhecido, tem-se então a
vazão em volume que o motor está consumindo.

5- Consumo Específico de Combustível


Um dos maiores indicativos de um motor é o consumo especifico de combustível. Ele expressa o
rendimento global do motor ou seja, quanto combustível se queima para obtenção de potência. É
claro então que quanto menor o consumo especifico de combustível, maior é o rendimento do
motor e é o que se procura nos atuais desenvolvimentos.
o calculo do consumo especifico é feito da seguinte forma:

CE (g/cvh) = vazio de comb. (g/h) / P (cv)

6- Torque Máximo
Como o próprio nome diz, é o máximo valor de torque que o motor pode produzir no eixo. Não só o
valor em si é importante, mas também a rotação em que ele ocorre é de grande importância.
Quanto mais baixa a rotação em que o torque máximo ocorre, melhor é a dirigibilidade do veiculo e
em algumas aplicações como a agrícola isto é extremamente importante.

7- Potência Máxima
Como o torque máximo, é o máximo valor de potência que o motor pode produzir no eixo. A potência
máxima normalmente ocorre nos limites superiores de rotação do motor. Quanto major a potência
de um veiculo, melhor é seu desempenho principalmente quanto a velocidade máxima.

8- Motor e aplicação
Os motores de combustão interna são desenvolvidos para atenderem Os objetivos das mais variadas
aplicações. Dentre elas podemos citar:

Marítima - Agrícola - Industrial - Veicular - Competição - Aeronáutica


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Devemos entender portanto que o projeto do motor deve ter como objetivo, atender às necessidades
a que o motor irá se destinar. Não obteremos bons resultados se instalarmos um motor de Fórmula
1 em um caminhão Scania, mesmo tendo este motor 800 cv de potência. As diferenças entre
motores para aplicações distintas podem ser bem observadas nas curvas de potência destes motores.
Estas curvas nos trazem as informações do que o motor é capaz de fornecer e se isso satisfaz as
exigências da aplicação a que o motor se destina. No desenvolvimento de um motor, são feitas
várias alterações a fim de se chegar na curva de potência final e deve-se ter em mente que as
variáveis são interdependentes, por exemplo:

- Quando se busca mais potência em altas rotações para melhoria do desempenho de um veículo,
através de alterações no comando de válvulas, perde-se torque em baixas rotações, piorando a
dirigibilidade do veiculo

- Quando se aumenta a rotação de um motor para se conseguir maior potência, a durabilidade


diminui devido aos maiores atritos causados por esta maior rotação

Nota-se portanto a grande importância das curvas de performance onde elas nos mostram a
“personalidade' de um motor. Todos os desenvolvimentos são feitos procurando-se chegar a uma
curva de performance objetiva que atenda às necessidades da aplicação a que a motor se destinará.
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MOTORES DE ALTO RENDIMENTO

Existem basicamente dois tipos de motores de alto rendimento:

• OS MOTORES DE SÉRIE PREPARADOS


• OS MOTORES ESPECÍFICOS PARA COMPETIÇÃO

Nos motores preparados, existem algumas coisas que podemos fazer, como por exemplo:

1. Aumentar a cilindrada
2. Aumentar a pressão média efetiva (pme)
3. Aliviar o peso das peças.

O aumento de cilindrada é um trabalho difícil e limitado fisicamente, por isso não iremos nos
aprofundar; já para aumentar a pme, podemos fazer várias modificações no motor. A primeira delas
é o aumento da taxa de compressão que melhora a rendimento mas é limitada pelo combustível
que tende a detonação. Consegue-se aumentar a taxa através da usinagem do cabeçote (diminui
a câmara de combustão), usando pistões com cabeça maior, ou usinando o bloco (não e muito
usado). Outra coisa que podemos fazer, é aumentar o rendimento volumétrico que é conseguido
através de:

• troca do comando de válvulas


• retrabalho das válvulas
• realinhamento do comando através de uma polia regulável

Todo este trabalho é acompanhado de outras modificações, tais como:

• mudança no módulo de injeção eletrônica (ou no carburador) para maior vazão de


combustível
• mudança no sistema de ignição (incluindo as velas)
• mudança no sistema de refrigeração
• mudança no sistema de lubrificação

Com o uso do turbo-compressor também aumentamos o rendimento volumétrico e a pme.


Alguns tipos de preparação requerem ainda o retrabalho nos dutos de admissão, a equalização do
fluxo de gazes no cabeçote e a troca do coletor de escape, que normalmente é de ferro fundido por
um dimensionado feito de tubos e com os ramos do mesmo tamanho, para diminuição da perda de
carga e assim diminuir a interferência dos fluxos.
O alívio de peso também é necessário para facilitar a aceleração do motor e possibilitar o alcance
de altas rotações. As pecas que costumam ser aliviadas no peso são:

1. PISTÃO: nas saias, diminuindo a altura ou furando-as


2. BIELAS: trabalho de alívio geral e polimento de superfície para aumentar a resistência
3. VOLANTE: facilita a subida de giros do motor
4. VIRABREQUIM.

Todas as peças devem ter seus pesos equalizados e as peças com movimento rotativo devem ser
balanceadas.
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MOTORES ESPECÍFICOS DE COMPETIÇÃO

Estes motores de alto rendimento (Formula I e Formula Indy) são motores especiais onde todas
as suas peças são construídas para resistir a esforços muito maiores que os normais.
Eles devem ter algumas características especiais como por exemplo:

1. Baixo peso
2. Alta resistência a torção
3. Consumo baixo
4. Potência e torque altos e disponíveis numa ampla gama de rotações
5. Eficiente troca de calor.
6. Resistência

Para se conseguir todas estas características, usam-se materiais especiais e extremamente


caros. Todas as peças são calculadas no computador para ter maior resistência com menor
peso. Ele também deve ser compacto para caber no carro. Os fabricante destes motores estão
sempre pesquisando todos Os sistemas do motor para conseguirem cada vez mais rendimento,
por exemplo:

• Acústica do motor: Estuda-se a forma, o comprimento, e as ondas de pressão dentro dos


coletores de admissão e escape
• Materiais: Os engenheiros tentam achar ligas metálicas que possibilitem a construção de
peças cada vez mais leves e resistentes.
O panorama atual das competições exige um grande esforço e investimento dos
construtores, porem Os resultados (quando positivos) são instrumento altamente positivo de
marketing.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. SOARES, J. de Bragança. Motores Diesel. 4ª edição. Editora Hemus Ltda. São paulo.
2. KATES, Edgar J. Motores Diesel Y de Gás de Alta Compressión. 2ª edição. Editora Reverté S.A. 1982.
Barcelona, Espanha.
3. PUGLIESI, Márcio. Manual Completo do Automóvel. Editora Hemus Ltda. São Paulo.
4. LAGRECA, H. Ar Condicionado, Ventilação e Ventiladores. São Paulo.
5. TAYLOR, Charles F. Análise dos Motores de Combustão Interna. Volumes I & II.
6. GIACOSA, Dante. Motores Endotérmicos. 3ª edição. Editorial Dossat S.A. Madri, Espanha.
7. PAES, Arias. Manual do Automóvel. Rio de Janeiro.
8. GARCIA, O.; BRUNETTI, F.; e COQUETTO, J.R. Motores de Combustão Interna.
9. PENIDO, P. Os Motores à Combustão Interna. 1ª edição. Editora Lemi, 1983, Belo Horizonte.
10. VÁRIOS. Enciclopédia do Automóvel. Editora Abril Cultural Ltda. São Paulo.
11. VÁRIOS. O Livro do Automóvel. Editora B&D, 1976, Lisboa, Portugal.
12. Manual de Oficina – Motor Q20B6 354. 1ª EDIÇÃO. Editora Massey Perkins S.A. São Paulo.
13. Apostila Convênio FEI-Perkins. São Paulo.
14. Apostila LUCAS CAV do Brasil Ltda. (Bomba Injetora DPA. Assistência Técnica e Treinamento). São
Paulo.
15. Apostila Brosol – Carburadores SOLEX. São Paulo.
16. Apostila Atlantic (Lubrificação). São Paulo.
17. Apostila Bosch. (Bomba Injetora PE). São Paulo.
18. VÁRIOS. Enciclopédia Como Funciona. Editora Abril Cultural Ltda. São Paulo.
19. VÁRIOS. Enciclopédia O Carro. Editora Nova Cultural. São Paulo.
20. VÁRIOS. Mecânica do Automóvel. Editora Século Futuro Ltda. Rio de Janeiro.
21. Apostila Cummins (Motor Série B). São Paulo.
22. Quattro Route. Editoriale Domus. Roma, Itália.

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