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Hoje em dia existe uma vasta oferta de aulas para crianças na primeira infância. Mas será
esta, apenas, uma moda ou uma experiência determinante para o desenvolvimento do seu
bebé?
Nos últimos anos têm sido realizados vários estudos sobre este tema, onde muito se tem
confirmado sobre os benefícios da água no desenvolvimento do bebé. Como profissional
da área, procuro através deste texto referenciar quais os principais objetivos da adaptação
ao meio aquático na primeira infância, quais os benefícios, quando se deve iniciar a
adaptação ao meio aquático e, ainda, indicar alguns aspetos que os pais devem ter em
atenção na sua participação durante as aulas.
No que diz respeito aos objetivos, as aulas de adaptação ao meio aquático procuram,
sobretudo, o desenvolvimento multilateral da criança, tendo em conta as perspectivas
psicomotoras, cognitivas e sociais. Relativamente aos propósitos psicomotores, este
prendem-se com a motricidade grossa (através de flutuações, deslocamentos, imersões e
saltos) e a motricidade fina (trabalhando as manipulações, a orientação espacial, o ritmo,
entre outros). Como professora de adaptação ao meio aquático creio ser essencial
transmitir aos pais que a nossa preocupação principal, durante os primeiros dois anos, não
passa por ensinar a criança a nadar, mas sim proporcionar atividades que permitam o
desenvolvimento da sua capacidade psicomotora, do equilíbrio emocional e da
sociabilização com os pais e com outras crianças.
Por outro lado, a opinião mais reiterada nos vários estudos estabelece os 6 meses como a
idade ideal para começar a adaptação ao meio aquático, tendo por base a noção de que o
bebé já terminou grande parte da formação dos sistemas acima referidos e, por outro lado,
apenas perde a sua capacidade nata de apneia, perto do sétimo ou oitavo mês de vida. Ou
seja, o início da adaptação ao meio aquático no sexto mês de vida permite que a água não
condicione o desenvolvimento dos órgãos dos bebés e, ao mesmo tempo, que apesar de
ainda não existir a realização de imersões, ao longo desses meses iniciais de vida, não se
percam os reflexos de bloqueio e apneia, aspectos que facilitam a adaptação da criança à
piscina.
Além das razões acima indicadas, o facto de o bebé iniciar este tipo de adaptação a partir
dos 6 meses de vida consente que seja mais fácil a flutuação, uma vez que só a partir
desta altura é que inicia a capacidade de controlo total da sua musculatura, sendo, por
isso, mais fácil relaxar.
Todavia, reconheço ser essencial referir aos pais que se encontram a ler este texto que a
forma como dão o banho ao seu bebé é crucial para que consiga estar tranquilo e feliz na
água. Se desde os primeiros dias de vida o bebé for contactando com pequenas gotas de
água na cara, isto possibilita que inconscientemente a criança continue a realizar o
bloqueio automático da glote, contribuindo para que este reflexo não seja perdido tão
depressa. Por esta razão, vários especialistas referem que o primeiro banho do bebé deve
ser a sua primeira aula de natação.