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É
recorrente
a
queixa
de
professores
de
Biologia
sobre
o
desinteresse
que
nossos
jovens
demonstram
pelos
espaços
escolares
e
pelos
conteúdos
biológicos.
Em
nosso
mundo
dinâmico
e
permeado
pela
disponibilidade
instantânea
de
informações
e
imagens
em
variadas
mídias,
precisamos
reconhecer
que
a
escola
com
seu
formato
atual
torna-‐se
pouco
atraente
para
nossos
alunos.
Portanto,
é
necessário
repensar
como
se
dão
os
processos
de
ensino/aprendizagem
neste
contexto,
pois,
segundo
Carvalho
(2004)
estes
dois
conceitos
estão
profundamente
imbricados,
não
sendo
mais
possível
ao
professor
adotar
uma
atitude
ingênua
sobre
como
se
ensina,
pensando
que
basta
conhecer
um
pouco
o
conteúdo
e
ter
jogo
de
cintura
para
mantermos
os
alunos
nos
olhando
e
supondo
que
enquanto
prestam
atenção
eles
estejam
aprendendo
(p.1).
Para
romper
com
este
cenário,
o
ensino
por
investigação
surge
como
uma
abordagem
didática
suportada
por
um
corpo
sólido
de
pesquisas,
capaz
de
reunir
variadas
estratégias
capazes
de
oportunizar
a
participação
ativa
dos
alunos
(SASSERON,
2008).
Nesse
âmbito,
e
conscientes
de
que
começamos
uma
investigação
definindo
os
objetivos
dentro
de
um
planejamento,
propomos
uma
sequência
de
ensino
sobre
o
Reino
Fungi
para
alunos
do
ensino
médio
de
uma
Escola
Estadual
na
cidade
de
Uberlândia/MG,
pois
sabemos
o
quanto
estes
organismos
são
importantes
para
o
planeta,
e
também
o
quanto
é
necessário
atrair
os
estudantes
para
a
discussão
sobre
os
mesmos.
Pois,
segundo
Chassot
(2006),
a
educação
científica
é
capaz
de
promover
a
formação
de
cidadãos
cientificamente
cultos,
capazes
de
participar
de
maneira
ativa
e
responsável
na
sociedade,
além
de
compreenderem
os
fenômenos
naturais
e
interferirem
em
seu
ambiente,
seja
ele
natural
ou
tecnológico.
Dessa
forma,
nosso
objetivo
foi
explorar
um
conteúdo,
que
embora
tenha
muita
relevância
ecológica,
econômica
e
faça
parte
do
cotidiano
de
nossos
alunos,
geralmente
é
tratado
pelos
professores
de
forma
expositiva,
conceitual
e
descritiva,
enfocando
basicamente
sua
classificação,
e
aspectos
morfológicos
e
reprodutivos.
Nesta
perspectiva,
as
etapas
foram
uma
sondagem
inicial,
uma
aula
prática
e
uma
roda
de
discussão
final.
Para
coleta
de
dados
utilizamos
a
observação
direta
e
dois
questionários,
um
no
início
da
atividade
que
tinha
como
finalidade
explorar
os
conhecimentos
prévios
dos
alunos,
e
um
ao
final
da
atividade
com
o
objetivo
de
explorar
suas
percepções
a
respeito
da
atividade,
pois
neste
trabalho
investigamos
quais
as
percepções
os
alunos
demonstram
a
respeito
de
uma
atividade
sobre
o
reino
Fungi
proposta
dentro
da
abordagem
investigativa.
Iniciamos
a
atividade
com
uma
sondagem
sobre
o
conhecimento
que
os
alunos
traziam,
em
seguida
apresentamos
os
materiais
(tubos
de
ensaio;
fermento;
açúcar;
sal;
água
quente;
água
fria;
balões)
e
foi
proposto
que
explicassem
como
se
dá
a
fermentação
das
massas
a
partir
do
levantamento
de
hipóteses
durante
o
experimento.
Os
alunos
manipularam
o
material,
discutiram,
fizeram
diversas
tentativas
e
anotaram
as
hipóteses
a
medida
que
experimentavam,
e,
ao
final,
todos
conseguiram
visualizar
que
a
fermentação
produz
gases.
Neste
ponto,
já
tinham
as
perguntas,
então,
com
o
auxílio
do
material
bibliográfico
disponibilizado
pelo
professor
e
a
discussão
em
grupo
conseguiram
as
explicações
para
as
hipóteses
levantadas.
Ao
compararmos
os
dados
dos
questionários
aplicados
percebemos
que
os
alunos
aumentaram
significativamente
seus
conhecimentos
a
respeito
do
Reino
Fungi
em
relação
àqueles
que
apresentaram
no
inicio.
Com
relação
às
suas
percepções
sobre
a
atividade,
os
alunos
demonstraram
que
a
autonomia
gera
sentimentos
de
respeito
mútuo
e
autoestima,
pois
conseguiram
discutir
em
grupo
e
chegarem
a
um
resultado,
o
que
implicou
também
em
motivação
para
aprender,
expressada
nas
respostas
aos
questionários.
Acreditamos
que
o
ensino
por
investigação
tem
o
potencial
de
promover
o
desenvolvimento
de
diversas
competências,
possibilitando
o
estímulo
do
raciocínio
científico,
a
autonomia
e
o
desenvolvimento
de
capacidades
de
questionamento
e
reflexão
críticas.
Palavras-‐chave:
Ensino
por
investigação,
reino
Fungi,
percepções,
motivação
Referências
CARVALHO,
A.
M.
P.
Critérios
estruturantes
para
o
ensino
de
ciências.
In:
CARVALHO,
A.M.
P.
(Org.).
Ensino
de
ciências:
unindo
a
pesquisa
e
a
prática.
São
Paulo:
Pioneira
Thomson
Learning,
2004.
CHASSOT,
A.
Alfabetização
científica:
questões
e
desafios
para
a
educação.
4
ed.
Ijuí:
Ed.,
2006.
SASSERON,
L.
H.;
CARVALHO,
A.
M.
P.
Almejando
a
alfabetização
científica
no
ensino
fundamental:
a
proposição
e
a
procura
de
indicadores
do
processo.
Investigações
em
Ensino
de
Ciências,
v.
13,
n.
3,
p.
333-‐352,
2008.