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28º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul

PROJETO OFICINAS DE CIDADANIA II: MANDALA DOS DIREITOS E


DEVERES

Área Temática: Educação

Osmir Dombrowski (coordenador da Ação de Extensão)


Autores: Osmir Dombrowski 1
André Luiz de Souza2
Franciele Cristina Neves3
Francy Rodrigues da Guia Nyamien 4
Gustavo Biasoli Alves 5
Isabela Olsen Pierazo6
Jaqueline Aparecida Alves dos Santos7
Kamila Guimarães Schneider8
Maiara Pereira Barros9

Palavras – chave: direitos, educação política, juventude, Marshall.

1
Professor Doutor do Curso de Ciências Sociais da Unioeste Campus Toledo – Coordenador da Ação de
Extensão. osmir@unioeste.br
2
Acadêmico do 2º ano de Ciências Sociais da Unioeste Campus Toledo – Bolsista graduando do projeto.
3
Acadêmica do 4º ano de Ciências Sociais da Unioeste Campus Toledo – Bolsista graduanda do projeto.
4
Professora Mestra do Curso de Ciências Sociais e Filosofia da Unioeste Campus Toledo – Orientadora
do projeto.
5
Professor Doutor do Curso de Ciências Sociais da Unioeste Campus Toledo – Orientador do projeto.
6
Acadêmica do 1º ano de Ciências Sociais da Unioeste Campus Toledo – Bolsista graduanda do projeto.
7
Graduada em Ciências Sociais Licenciatura pela Unioeste Campus Toledo – Bolsista recém-formada do
projeto.
8
Acadêmica do 2º ano de Ciências Sociais da Unioeste Campus Toledo – Bolsista graduanda do projeto.
9
Acadêmica do 1º ano de Ciências Sociais da Unioeste Campus Toledo – Bolsista graduanda do projeto.
Resumo

O projeto Oficinas de cidadania II: novas práticas pedagógicas para o


envolvimento da juventude na busca de soluções para os problemas locais 10
tem por objetivo a difusão dos direitos junto a uma parcela da juventude de
localidades periféricas e busca criar um compromisso destes com a garantia
dos direitos, a fim de estimular entre os estudantes a reflexão sobre seu
cotidiano e o desenvolvimento de uma atitude ativa e participativa diante da
realidade local e também, contribuir de forma sistemática à superação dos
paradigmas educacionais tradicionais e autoritários em prol de uma atitude
reflexiva, crítica e criativa, produzindo novas práticas pedagógicas.

Introdução

O projeto de extensão Oficinas de Cidadania II: novas práticas pedagógicas


para o envolvimento da juventude na busca de soluções para os problemas
locais, subprograma apoio ás Licenciaturas, composto por professores e
estudantes do curso de Ciências Sociais da Unioeste, prevê a realização de
oficinas pedagógicas em escolas públicas de ensino médio. Estas oficinas,
articuladas, preferencialmente, com o conteúdo curricular da disciplina de
Sociologia, trabalham com os estudantes a construção de um conceito de
“cidadania” que se estrutura a partir do exercício dos direitos civis, políticos e
sociais.
A metodologia adotada nas oficinas atende aos princípios do paradigma sócio-
progressista de educação, o qual pressupõe uma prática educacional
participativa, dialógica e democrática que aponte para a superação das práticas
autoritárias incrustadas no interior das escolas. E que esteja comprometida
com a construção de uma sociedade que tenha por base a afirmação da vida e
da dignidade da pessoa humana (CANDAU, 1995; FREIRE, 1997; GADOTTI,
1983).
Antes de qualquer coisa, queremos deixar claro que desconfiamos de certas
propostas de “educação para a cidadania” que encontramos embasando
projetos dirigidos para a juventude. Esta desconfiança encontra razão na
própria concepção de juventude, secundada por concepções igualmente
distorcidas de educação e de cidadania que tais projetos esposam. Em síntese,
nosso projeto não pretende ser mais um projeto elaborado “para formar
cidadãos”, ou para “transformar jovens em cidadãos críticos ou conscientes”.
Isto quer dizer que procuramos nos distanciar de uma noção largamente
difundida de que a juventude é um “nada” para que possamos nos aproximar
da idéia de que o jovem, antes de nosso contato e antes mesmo de qualquer
outra coisa, já é um cidadão.
Uma sociedade que nega o jovem admira-se César Muñoz, “não deseja sua
participação” e se priva do grande potencial que estes poderiam trazer como
“portadores de idéias frescas, novas, capazes de provocar a mudança” 11.

10
Projeto contemplado pelo programa Universidade Sem Fronteiras conforme editais SETI 04/2009, de
agosto de 2009 e Edital SETI 07/2009 de 30 de outubro de 2009.
11
Ver “Pedagogia da Vida Cotidiana e Participação Cidadã”, onde este autor estende até a infância
grande parte dos pressupostos que assumimos aqui acerca da juventude (MUÑOZ, 2004).
Existe certo desentendimento em torno de uma definição explicitada pela LDB
em seu artigo 2º. Lá está prescrito que a educação “tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho”. Isto parece ser o suficiente para os mais
apressados inferirem que é obrigação da escola “formar o cidadão”, caindo
assim na armadilha de pretender “transformar o jovem de hoje no cidadão de
amanhã”. Quando a escola pretende transformar o jovem de hoje no cidadão
de amanhã, ela não nega apenas o jovem para converter os ânimos
renovadores em forças de continuísmo. Ela nega também a cidadania como
uma prática social de sujeitos que têm o direito de ter direitos12.
Nesse sentido a escola pode contribuir muito mais com o “preparo do jovem
para o exercício da cidadania” chamando-o para exercitar sua condição de
cidadão, abrindo-se para suas opiniões, aceitando suas vontades como tão
importantes quanto às vontades de qualquer outro membro da comunidade,
convidando-o para participar ativamente e em condição de igualdade, de todo
processo decisório que molda o destino da comunidade escolar.
Em linhas gerais nossas oficinas são espaços coletivos nos quais algumas
práticas pedagógicas são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar aos
jovens condições para que ele se perceba cidadão; sujeito de direitos. O eixo
estruturador da proposta está fundado em uma visão de mundo que articula a
problemática local com a global e que tem a cidadania não apenas como
principio ético abstrato, mas como condição capaz de materializar-se na forma
de direitos.

Metodologia

Atualmente ele envolve aproximadamente 250 estudantes em cinco escolas de


nível médio da rede pública paranaense. As atividades são desenvolvidas em
três municípios de baixo IDH, a saber; Diamante D`Oeste (IDH 0,709), São
José das Palmeiras (IDH 0,724) e São Pedro do Iguaçu (IDH 0,732) e em duas
escolas da periferia da cidade de Toledo.
As oficinas são estruturadas e desenvolvidas em quatro momentos
pedagógicos distintos. O primeiro momento, sensibilização, busca-se uma
aproximação da turma com a própria condição de sujeitos de direitos. O
homem é um ser histórico e social, portanto, todos, na sua diferença ou
semelhança, no seu tempo e espaço, são sujeitos históricos que constroem,
partilham e participam de uma mesma história.
No segundo momento é feita uma introdução ao tema da cidadania buscando
superar a visão parcial e ingênua com a qual, normalmente, muitos jovens
encaram os problemas que afetam sua vida. Atualmente o termo “Cidadania” é
utilizado com freqüência pela sociedade com campanhas nacionais exibidas
em mídia aberta. Quando se pergunta para um grupo de pessoas o que é
cidadania? Com segurança pode-se dizer que aparecem inúmeros equívocos a
respeito do tema. Isso se deve ao fato de que o termo “Cidadania” vem sendo
trabalhado e discutido de forma antagônica à sua essência.
Nesse sentido é importante a contribuição do pensador T. H. Marshall. De
acordo com o autor a moderna noção de cidadania foi historicamente moldada
em um processo de contínua ampliação que tem início no século XVIII. No

12
Uso da expressão clássica de Arendt (1973).
esquema de Marshall os direitos civis constituem a chave para a entrada da
humanidade no mundo moderno: eles significam o fim da estratificação e a
instituição da igualdade como base legal para a organização da sociedade.
Esse momento desenvolve-se em torno da oficina “Mandala dos Direitos e
Deveres”. Esta tem como objetivo trabalhar o conceito de “Cidadania” da
perspectiva do exercício da mesma. Conforme foi observado por Marshall
(1967), os direitos não são todos do mesmo gênero. Alguns deles remetem às
liberdades dos homens, condição essencial para a própria existência humana
(Ex: direito de ir e vir, liberdade de crença etc.); estes são os “Direitos Civis”.
Outros dizem respeito à atividade política, ou seja, são direitos que garantem
aos cidadãos a participação em todas as decisões que, de alguma forma, lhes
dizem respeito (Ex: direito de votar, de livre associação etc.); trata-se dos
“Direitos Políticos”. Outros ainda comportam uma noção de materialidade por
se referirem a determinados “bens sociais” (Ex: saúde, educação, moradia
etc.); são os “Direitos Sociais”. Cada parte da mandala representa um tipo de
direito.
Sabemos que não vivemos isolados do mundo, pois somos seres sociais
pertencentes a vários grupos dentro de uma sociedade. Por pertencer a uma
sociedade pautada nos princípios da democracia, somos todos portadores de
direitos e deveres, o que nos torna cidadãos. Somos responsáveis pela
garantia dos direitos dos outros cidadãos, uma vez que a participação de cada
um é fundamental para manter, modificar, reivindicar ou criar políticas públicas
que possibilitem melhor qualidade de vida para todos.

Representação da mandala
A mandala é feita em forma de três
círculos concêntricos que se encaixam.
O tamanho da mandala deve ser
suficiente para que fique visível, para os
estudantes, no centro (chão) da sala de
aula. A medida da mandala montada deve
se aproximar de 1 metro de diâmetro.
Cada círculo deve ter uma cor. Pode ser
decorada com papéis coloridos, tecidos,
tinta entre outros materiais.
O material usado para a confecção da
mandala é o Eucatex, podendo ser feita
de materiais similares.

Esta oficina é sistematizada em quatro momentos o primeiro é a tempestade de


idéias em torno da questão o que é cidadania? Após é feito a organização das
idéias, depois de obtido um grande e variado número de direitos, o facilitador
deverá apresentar à turma alguns conceitos (teoria de T. H. Marshall)
exemplificando com direitos citados. Depois deste momento é feito a síntese,
uma vez classificados na mandala todos os direitos citados pelos participantes,
o facilitador deve solicitar à turma que procure verificar que relação é possível
ser feita entre os três conjuntos de direitos que obteve. Por último os deveres,
neste momento, o facilitador faz a seguinte pergunta para os alunos: “Quais
são os deveres do cidadão? inicia-se uma nova tempestade de idéias sobre
essa questão.
Sabemos que não vivemos isolados do mundo, pois somos seres sociais
pertencentes a vários grupos dentro de uma sociedade. Por pertencer a uma
sociedade pautada nos princípios da democracia, somos todos portadores de
direitos e deveres, o que nos torna cidadãos. Somos responsáveis pela
garantia dos direitos dos outros cidadãos, uma vez que a participação de cada
um é fundamental para manter, modificar, reivindicar ou criar políticas públicas
que possibilitem melhor qualidade de vida para todos.

Conclusões

Normalmente se percebe uma relação temporal entre os conjuntos que aponta


para a seqüência histórica relatada por Marshall. Ao facilitador cabe efetuar
uma síntese que aponte para a idéia de que a noção de cidadania é histórica e
chegando à conclusão que há uma inter-relação entre os direitos. Os direitos
de liberdade geram os direitos de participação, que por sua vez conquistam e
asseguram os direitos de bens e que o efetivo exercício dos direitos ao seu
tempo leva a novas gerações de direitos, processo que historicamente vem
ampliando a noção de cidadania.
Enquanto ao projeto os resultados esperados, bem como os obtidos até o
momento são difíceis de quantificação, porém espera-se que se mobilize e
instrumentalize cerca de 250 alunos da rede estadual de nível médio na defesa
dos direitos de cidadania, maior engajamento com a política, enfrentamento
dos problemas sociais de suas comunidades locais, o desenvolvimento do
senso crítico e da participação dos jovens estudantes em sala de aula e na
escola como um todo. De outro, o projeto se propõe a desenvolver novas
metodologias para o ensino de Sociologia no nível médio, integrando nesse
sentido, professores da rede estadual de ensino e estagiários da prática de
ensino. Já foram produzidos até o momento quatro materiais pedagógicos,
entre eles a mandala, os quais vêm tendo grande receptividade por parte dos
estudantes.
Devemos observar finalmente que por se tratar de um projeto em andamento,
alterações na estrutura e no desenvolvimento das oficinas são sugeridas a
cada momento e muitas delas são imediatamente incorporadas.
Referências

ARENDT, H. Crises da República. São Paulo: Perspectiva, 1973.


CANDAU, Vera Maria; ET AL. Tecendo a Cidadania: oficinas pedagógicas de
direitos humanos. Petrópolis: Vozes, 1995.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
GADOTTI, Moacir. Concepção Dialética de Educação. São Paulo: Cortez,
1983.
MARSHALL, T. H. Cidadania, Classe Social e Status. Rio de Janeiro : Zahar;
1967.
MUÑOZ, César. Pedagogia da Vida Cotidiana e Participação Cidadã. São
Paulo: Cortez, 2004.

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