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Custeio
DUTRA, Onei Tadeu. Gestão de custos e preços. Palhoça: UnisulVirtual, Ano. 2017.
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Capítulo 5
Seção 1
Seção 2
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Gestão de Custos e Preços
Se o Custeio por Absorção é aceito pelo Fisco, ele não é utilizado para análise
gerencial. Esse impedimento acontece devido aos custos fixos, pois, para alocar
custos fixos aos produtos, é preciso definir um critério de rateio para eles, devido
ao fato de os custos fixos serem comuns aos produtos. E a definição do critério
de rateio sempre será arbitrária, já que, na maioria das vezes, não existe um
critério objetivo de alocação dos custos fixos.
Gastos
Estoque de Produto em
Processo
Estoque de Produto
Acabado Demonstração de Resultado
Receita de vendas
Venda (-) Custo Produto Vendido
Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais
Lucro Operacional
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Capítulo 5
Esse tipo de custeamento não é permitido pelo Fisco. A proibição se justifica pelo
fato de os custos fixos serem lançados diretamente nas contas de resultados,
aumentando, com isso, os valores dedutíveis do resultado do exercício e,
consequentemente, diminuindo o lucro do exercício. Com a utilização do Custeio
Variável, a empresa pode reduzir significativamente o lucro (e, por consequência,
o Imposto de Renda a pagar), somente lançando no resultado os custos fixos. É
por esta razão que o Fisco não permite às empresas utilizarem o Custeio Variável
para custeamento dos produtos.
Ademais, o Custeio Variável também não está de acordo com a Lei n. 6.404/76 e
com os Princípios Contábeis, notadamente o já citado Custo como Base de Valor.
Entretanto, se o Custeio Variável não é permitido pelo Fisco, é, por outro lado,
utilizado para análise gerencial. E é utilizado justamente por eliminar do custo do
produto o custo indireto, já que suprime o problema do critério de rateio. Nesse
sentido, surge uma famosa expressão na análise de custo, qual seja, Margem de
Contribuição (MC), que é o preço de venda menos os custos variáveis. A MC é
uma informação importante na análise do custo, pois nos informa qual produto é
mais rentável para a empresa e, com isto, o lucro por produto deixa de ser uma
informação relevante.
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Gestão de Custos e Preços
Gastos
Estoque de Produto em
Processo
Estoque de Produto
Acabado
Despesas
Variáveis
Demonstração de Resultado
Receita de vendas
Venda (-) Valores Variáveis
(=) Margem de Contribuição
(-) Valores Fixos
Lucro
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Capítulo 5
Seção 3
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Gestão de Custos e Preços
Toda empresa rural também utiliza esse tipo de sistema. Cada plantação é uma
produção específica e, por isso, deve ser controlada individualmente no grupo
Estoque (Estoque de Produtos em Processo e Estoque de Produto Acabado),
assim como, também, cada criação específica de animais para abate.
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Capítulo 5
Quadro 5.1 - Plano de Contas do Grupo Estoque para Empresas que utilizam o Sistema de Custo por
Ordem de Produção
Atenção!
Não existe estoque de
produtos acabados para
animais a serem abatidos.
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Gestão de Custos e Preços
Ordem de Produção n° 02
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Capítulo 5
Analisando a Figura 5.4, a seguir, perceba que o valor monetário (R$) do custo
do mês é fácil de saber, pois está lançado pela Contabilidade. A matéria-
prima consumida no mês é informada pelo Almoxarifado, o gasto com MOD é
informado pelo Setor de Pessoal e os Custos Indiretos do mês são apurados
pela planilha de custos. O problema é justamente a quantidade produzida, já que,
na quantidade produzida no mês de fevereiro, por exemplo, existem produtos
que foram iniciados em janeiro (e foram terminados em fevereiro), produtos que
iniciaram a produção em fevereiro e foram terminados em fevereiro, e produtos
que iniciaram a produção em fevereiro e somente serão acabados em março.
Ordem de Produção n° 02
Linha do Tempo
Esse fato não existe na Ordem de Produção, pois lá, como é o controle de um
único produto, o tempo é irrelevante. A qualquer momento, temos conhecimento
do valor da produção, já que o produto (ou serviço) é único (para tanto, basta
olharmos o razão da conta contábil para sabermos o custo do produto, ou
serviço, já que é único). No Sistema por Processo, o controle é de vários
produtos, por isso esse sistema é mais trabalhoso do que o anterior.
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Gestão de Custos e Preços
1.3 Estoques
1.31 Matéria-prima
1.32 Produto em Processo
1.32.1 Depto. ALFA
1.32.1.1 Produto VERDE
1.32.1.1.1 Matéria-prima
1.32.1.1.2 Mão-de-obra Direta
1.32.1.1.3 Custos Indiretos
1.32.2 Depto. BETA
1.32.2.1 Produto VERDE
1.32.2.1.1 Departamento Anterior
1.32.2.1.2 Matéria-prima
1.32.2.1.3 Mão-de-obra Direta
1.32.2.1.4 Custos Indiretos
1.32.3. Depto. GAMA
1.32.3.1 Produto VERDE
1.32.3.1.1 Departamento Anterior VERDE
1.32.3.1.2 Matéria-prima
1.32.3.1.3 Mão-de-obra Direta
1.32.3.1.4 Custos Indiretos
1.33 Produtos Acabados
1.33.1 Produção Acabada
1.33.1.1 Produção Terminada
1.33.1.1.1 Produto VERDE
1.33.1.1.2 Produto BRANCO
1.33.1.1.3 Produto VERMELHO
*
Observação: nas empresas rurais e de prestação de serviço não se aplica o Sistema de
Custo por Processo.
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Capítulo 5
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Gestão de Custos e Preços
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada capítulo, você será instigado/a (provocado/a) a realizar atividades
de autoavaliação. O gabarito está disponível no final das atividades. Mas se
esforce para resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois assim você estará
promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.
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Capítulo 5
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Gestão de Custos e Preços
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Respostas e comentários das atividades de
autoavaliação
1. Custeios são os modos de alocar custos aos produtos ou estoque, conforme o
objeto de custeio. Já a palavra “custear” é um verbo que significa alocar valores a
alguma coisa.
4. Os custos fixos e indiretos, pois, para cada custo, existirá um critério de rateio
diferente e, consequentemente, um lucro diferente para cada produto, com isso
inviabilizando a análise gerencial.