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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RR-10253-03.2013.5.03.0028

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001381FAF6E9CAACA.
A C Ó R D Ã O
(8ª Turma)
GMMCP/lpb/ls

I – AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMANTE


– RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A
ÉGIDE DA LEI N° 13.015/2014 - CIPA –
NÚMERO DE EMPREGADOS – APRENDIZES –
ESTABILIDADE
Diante de possível ofensa ao art. 431 da
CLT, dá-se provimento ao Agravo de
Instrumento para mandar processar o
Recurso de Revista.

II – RECURSO DE REVISTA - CIPA – NÚMERO


DE EMPREGADOS – APRENDIZES –
ESTABILIDADE
O artigo 431 da CLT afirma que “a
contratação do aprendiz poderá ser
efetivada pela empresa onde se
realizará a aprendizagem ou pelas
entidades mencionadas no inciso II do
art. 430, caso em que não gera vínculo
de emprego com a empresa tomadora dos
serviços”. Assim, o aprendiz não pode
ser considerado empregado para fins de
contagem do número de representantes
dos empregados perante a CIPA.
Considerando as peculiaridades dos
autos, a Reclamada conta com menos de
300 empregados e, portanto, deverá ter
7 representantes dos empregados na
CIPA. O acórdão regional registrou que
o Reclamante obteve o 8º lugar na
eleição para representante dos
empregados na CIPA. Desse modo, não há
falar em direito do Reclamante à
estabilidade provisória.
TEMPO À DISPOSIÇÃO – MINUTOS RESIDUAIS
– TROCA DE UNIFORME – LANCHE
São irrelevantes as atividades
realizadas pelo Empregado durante os
minutos residuais - basta que esteja
submetido à subordinação jurídica da
empresa para que se considere tempo de
serviço. Essa conclusão decorre do
termo “aguardando”, utilizado pelo
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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artigo 4º da CLT. Secundum legem, o
tempo de serviço é computado a partir da
disponibilidade da força de trabalho, e
não, exclusivamente, da prestação
efetiva do serviço.

Recurso de Revista parcialmente


conhecido e provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso


de Revista n° TST-RR-10253-03.2013.5.03.0028, em que é Recorrente BREMBO
DO BRASIL LTDA. e Recorrido LUIZ CÉSAR DA SILVA.

A Reclamada interpõe Agravo de Instrumento (fls.


863/870) ao despacho de fls. 861/862, que negou seguimento ao Recurso
de Revista (fls. 849/859).
Sem contraminuta e contrarrazões.
O D. Ministério Público do Trabalho não foi ouvido,
nos termos regimentais.
É o relatório.

V O T O

I – AGRAVO DE INSTRUMENTO

1 - CONHECIMENTO

Conheço do Agravo de Instrumento, porque preenchidos


os requisitos de admissibilidade.

2 - MÉRITO

O Juízo primeiro de admissibilidade negou seguimento


ao Recurso de Revista, nos seguintes termos:

PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

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O recurso é próprio, tempestivo (acórdão publicado no DEJT em
13/10/2015; recurso interposto em 21/10/2015), devidamente preparado e
regular a representação processual.

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
DURAÇÃO DO TRABALHO / HORAS EXTRAS / CONTAGEM
DE MINUTOS RESIDUAIS.
RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO /
REINTEGRAÇÃO/READMISSÃO OU INDENIZAÇÃO / MEMBRO DE
CIPA.
Examinados os fundamentos do acórdão, constato que o recurso, em
seus temas e desdobramentos, não demonstra divergência jurisprudencial
válida e específica, nem contrariedade a Súmula de jurisprudência uniforme
do TST ou Súmula Vinculante do STF, tampouco violação literal e direta de
qualquer dispositivo de lei federal e/ou da Constituição da República, como
exigem as alíneas "a" e "c" do art. 896 da CLT.
O pedido de revisão acarretaria a reapreciação de fatos e provas, o que
tem empecilho na Súmula 126 do TST, ficando, consequentemente,
prejudicada a verificação das supostas infringências apontadas.
Por sua vez, são inespecíficos os arestos válidos colacionados a
respeito dos minutos residuais, inclusive porque se deu provimento parcial
para excluir da condenação 8 minutos anteriores ao início da jornada
(Súmula 296 do TST).
CONCLUSÃO
DENEGO seguimento ao recurso de revista.
(fls. 861/862 – grifos acrescidos)

Em Recurso de Revista, a Reclamada alegou que o


Reclamante não provou o direito a horas extras pelo excesso de minutos
residuais. Sustentou que “restou incontroverso nos autos que todas as horas efetivamente
laboradas foram corretamente consignadas nos controles de jornada, sendo certo ainda que não há que
se falar em ‘tempo à disposição’, uma vez que não se refere a tempo gasto em efetivo labor” (fl.
852). Afirmou que o tempo gasto com café da manhã e troca de uniforme
não configura tempo à disposição, mas é período gasto com atividades
pessoais do empregado. Aduziu que empregados menores aprendizes não devem
ser considerados para eleição da CIPA. Afirmou que, em 2012, possuía 313
empregados, dos quais 16 eram aprendizes ou aposentados, contando com
menos de 300 empregados efetivos, o que foi considerado nos cálculos da
CIPA. Alegou que “não há falar em desrespeito a NR 5, uma vez que a Recorrente não estava
enquadrada na faixa de empregados que demanda 9 membros da CIPA, sendo 5 efetivos e 4 suplentes,
não havendo, portanto, falar em direito do Recorrido à garantia do emprego, prevista no artigo 10, II, a,
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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do ADCT” (fl. 858). Apontou violação aos artigos 431, 818 da CLT, 333
do CPC, 5º, II, 7º, XXVI, da Constituição da República. Em Agravo de
Instrumento, renova as razões do Recurso denegado.
Por vislumbrar ofensa ao art. 431 da CLT, dou
provimento ao Agravo de Instrumento para determinar o processamento do
Recurso de Revista, publicando-se certidão, para efeito de intimação das
partes, dela constando que o julgamento do Recurso dar-se-á na primeira
sessão ordinária subsequente à data da publicação, nos termos da
Resolução Administrativa nº 928/2003 desta Corte.

II – RECURSO DE REVISTA

REQUISITOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE

Atendidos os requisitos extrínsecos de


admissibilidade, passo ao exame dos intrínsecos.

1 – CIPA – NÚMERO DE EMPREGADOS – APRENDIZES –


ESTABILIDADE

a) Conhecimento

O Eg. TRT reconheceu o direito do Reclamante à


estabilidade por considerar que estaria incluído dentre os membros da
CIPA, nos seguintes termos:

A reclamada insurge-se contra a sentença que deferiu ao autor a indenização


substitutiva relativa a estabilidade de membro de CIPA. Alega que o
dimensionamento da CIPA foi realizado considerando-se o número de empregados
à época da publicação do edital do processo eleitoral, em setembro de 2009, e que
este era inferior a 300 empregados. Argumenta que em dezembro de 2012, data da
posse dos membros da CIPA, possuía 313 empregados, mas que, destes, 16 eram
aprendizes ou aposentados e que, portanto, agiu corretamente ao eleger 4 membros
efetivos e 3 suplentes.
A recorrente aduz, ainda, que a rescisão do contrato de trabalho do
reclamante foi homologada pelo sindicato da categoria sem ressalva quanto ao
suposto direito à estabilidade provisória no emprego.
Examino.

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De acordo com o estabelecido no item 5.6.3 da NR 5 do Ministério do
Trabalho e Emprego, que regulamenta a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes, "o número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a
ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no
Quadro I desta NR" (ID 111551 - Pág. 1), que leva em consideração o número de
empregados e a atividade econômica do estabelecimento.
No caso dos autos, à época da convocação para eleição da CIPA na reclamada
para a gestão 2012/2013, que se deu em 24/9/2012 conforme edital de ID 169995, a
reclamada possuía 313 empregados (CAGED, ID 170007).
Como se percebe pela análise da lista de empregados da época (ID 170009), 4
constam como aposentados, totalizando, portanto, 309 empregados, número a ser
considerado para dimensionamento da CIPA, nos termos da NR 5 do MTE.
Isso porque os aprendizes não são excluídos da contagem como pretende a ré,
pois se enquadram no conceito de empregado previsto no art. 3º da CLT, empregado
este que é contratado por meio de um contrato especial, de aprendizagem.
Portanto, se o quadro I da NR 5 prevê que, para empresas do setor de veículos
(C-16), com um total de 301 a 500 empregados, devem ser eleitos 9 membros, sendo
5 efetivos e 4 suplentes, a reclamada não poderia ter empossado apenas 7 membros
representantes eleitos pelos empregados (ID 170002 - Pág. 1).
E, tendo o autor obtido o 8º lugar na eleição (ID 250709), tinha direito à posse
como membro suplente da CIPA, fazendo jus à garantia de emprego prevista no art.
10, II, a, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT, pelo que lhe
é devida a indenização substitutiva da estabilidade nos termos deferidos em
sentença (ID 58e8a83 - Pág. 2).
Ressalte-se que o fato de ter havido homologação da rescisão sem ressalva do
sindicato quanto à eventual estabilidade a que teria direito o autor não retira deste o
direito de pleiteá-la em juízo.
Nego provimento.
(fls. 833/834 – grifos acrescidos)

A Reclamada alega que, em 2012, possuía 313


empregados, dos quais 16 eram aprendizes ou aposentados, contando com
menos de 300 empregados efetivos, o que foi considerado nos cálculos da
CIPA. Sustenta que “não há falar em desrespeito a NR 5, uma vez que a Recorrente não estava
enquadrada na faixa de empregados que demanda 9 membros da CIPA, sendo 5 efetivos e 4 suplentes,
não havendo, portanto, falar em direito do Recorrido à garantia do emprego, prevista no artigo 10, II, a,
do ADCT” (fl. 858). Aponta violação aos artigos 431, 818 da CLT, 333 do
CPC, 5º, II, 7º, XXVI, da Constituição da República.
A CLT afirma que o Ministério do Trabalho deverá
expedir instruções normativas para regularizar a composição e o
funcionamento das CIPAS, nos artigos 163 a 165. Veja-se:

Art. 164 - Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos


empregados, de acordo com os critérios que vierem a ser adotados na
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regulamentação de que trata o parágrafo único do artigo anterior. (Redação dada
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
(...)

No exercício de sua competência, o Ministério do


Trabalho editou a NR-5, que trata de representantes dos empregados em
todas as menções aos trabalhadores.
Por sua vez, o artigo 431 da CLT afirma que “A contratação
do aprendiz poderá ser efetivada pela empresa onde se realizará a aprendizagem ou pelas entidades
mencionadas no inciso II do art. 430, caso em que não gera vínculo de emprego com a empresa
tomadora dos serviços”.
Assim, o aprendiz não pode ser considerado empregado
para fins de contagem do número de representantes dos empregados perante
a CIPA.
O Eg. TRT registrou que a Reclamada possuía 309
empregados e aprendizes. Restou incontroverso nos autos que a Reclamada
possuía menos de 300 empregados com vínculo de emprego.
De acordo com a NR-5 do MTE, as empresas do ramo da
Reclamada (C-16) que contam com 141 a 300 empregados deverão ter 7 membros
na CIPA, sendo 4 efetivos e 3 suplentes.
O acórdão regional registrou que o Reclamante obteve
o 8º lugar na eleição para representante dos empregados na CIPA.
Desse modo, não há que se falar em direito do
Reclamante à estabilidade provisória, por não se enquadrar no número de
vagas para membro da CIPA.
Pelo exposto, conheço por violação ao artigo 431 da
CLT.

b) Mérito

Consectário do conhecimento por violação a


dispositivo legal, dou provimento ao Recurso de Revista para excluir da
condenação a indenização substitutiva da estabilidade.

II – TEMPO À DISPOSIÇÃO

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a) Conhecimento

Eis os fundamentos do acórdão regional no pertinente:

A reclamada alega que os registros de ponto demonstram a realidade da


jornada de trabalho do autor e que a realização de atividades particulares e de caráter
facultativo não deve ser considerada tempo à disposição da empresa.
Examino.
O tempo dependido na troca de uniforme e no deslocamento dentro da
empresa é considerado tempo à disposição do empregador, na forma do art. 4º da
CLT. Entretanto, os minutos residuais somente deverão ser pagos se extrapolarem o
limite de 10 minutos diários, consoante art. 58, § 1º, da CLT. Ultrapassado este
limite, todo o tempo deve ser pago com o adicional de horas extras.
No caso em questão, o depoimento do reclamante foi no sentido de que:
"TEMPO GASTO: da portaria ao vestiário - 10 minutos; troca de uniforme -
10 minutos; do vestiário até o local do registro do ponto - 02 minutos, que no
restante do tempo aguardava o momento do registro da jornada; ao final do dia: do
registro do ponto até o vestiário - 02 a 03 minutos; troca de uniforme e banho - 20
minutos; do vestiário até a portaria - 10 minutos; indo direto, o tempo gasto da
portaria até o ponto era de 20 minutos, a distância era de 500 metros
aproximadamente e havia catracas, além de serem muitos os empregados; que não
recebia ordens antes do registro do início do trabalho e, tampouco, após o registro
do término da jornada" (ID a748aab - Pág. 1).
A testemunha José declarou que:
"o ônibus fornecido pela reclamada chegava com 20 minutos de
antecedência ao horário contratual; que o ônibus deixava as dependências da
reclamada 30 minutos após o término do horário de trabalho (...); o tempo gasto da
portaria ao vestiário - 10 minutos; troca de uniforme - 10 minutos; do vestiário até o
local do registro do ponto - 03 a 05 minutos; ao final do dia: do registro do ponto até
o vestiário - 03 a 05 minutos, dependendo do relógio de ponto disponível; troca de
uniforme e banho - 20 minutos; do vestiário até a portaria - 10 minutos; indo direto,
o tempo gasto da portaria até o ponto era de 10 minutos, não sabe dizer a distância
entre a portaria e o local de registro do ponto ou até o vestiário; havia catraca no
refeitório e na saída, o que atrasava o deslocamento" (ID a748aab - Pág. 2).
Já a testemunha Erli afirmou que:
"o ônibus fornecido pela reclamada chegava com 10 a 15 minutos de
antecedência ao horário contratual; que o ônibus deixava as dependências da
reclamada 20 minutos após o término do horário de trabalho (...); não sabe dizer
qual é o tempo gasto da portaria ao vestiário; troca de uniforme - 02 a 03 minutos;
do vestiário até o local do registro do ponto - menos de 1 minuto; ao final do dia: do
registro do ponto até o vestiário - 01 a 03 minutos; troca de uniforme e banho - 02 a
03 minutos; não sabe dizer qual era o tempo gasto do vestiário até a portaria; não
sabe dizer qual era o tempo gasto indo direto da portaria até o ponto, nem mesmo a
distância; não sabe dizer a distância entre a portaria e o vestiário; havia catracas na
portaria e no restaurante; que ao final do dia era servido um lanche no refeitório,
gastando no máximo de 03 a 05 minutos para seu consumo" (ID a748aab - Pág. 3).

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Pelo relato das testemunhas, ressaltando-se que a testemunha Erli não soube
informar, com a precisão demonstrada por José, o tempo gasto antes e após a
jornada contratual, entendo que o depoimento de José é mais convincente. Ainda,
considerando o depoimento pessoal do autor, que informou que despendia do
vestiário até o local do registro do ponto apenas 2 minutos, ficou demonstrado que o
autor chegava mais cedo à empresa, em média, 22 minutos e saía 30 minutos após a
jornada registrada, devendo tal tempo ser considerado à disposição do empregador.
Pelo exposto, dou provimento parcial para excluir da condenação 8 minutos
anteriores ao início da jornada a título de minutos residuais.
(fls. 835/836 – grifos acrescidos)

A Reclamada alega que o Reclamante não provou o direito


a horas extras pelo excesso de minutos residuais. Sustenta que “restou
incontroverso nos autos que todas as horas efetivamente laboradas foram corretamente consignadas nos
controles de jornada, sendo certo ainda que não há que se falar em ‘tempo à disposição’, uma vez que
não se refere a tempo gasto em efetivo labor” (fl. 852). Afirma que o tempo gasto com
café da manhã e troca de uniforme não configura tempo à disposição, mas
é período gasto com atividades pessoais do empregado. Afirma que deve
ser considerado o acordo coletivo de trabalho que retira o caráter de
tempo à disposição dos minutos gastos com lanche e troca de uniforme.
Apontou violação aos artigos 818 da CLT, 333 do CPC, 7º, XXVI, da
Constituição da República. Colaciona arestos.
No que tange aos minutos residuais, assim dispõe a
Súmula nº 366 do TST, in verbis:

CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS


QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO
(CONVERSÃO DAS ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS NºS 23 E
326 DA SBDI-1) - RES. 129/2005, DJ 20, 22 E 25.04.2005. Não serão
descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de
horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o
limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será
considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal.
(ex-Ojs da SBDI-1 nºs 23 - inserida em 03.06.1996 - e 326 - DJ 09.12.2003)

São irrelevantes as atividades realizadas pelo


Empregado durante os minutos residuais - basta que o trabalhador esteja
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prestação efetiva do serviço.
Em razão da impossibilidade de reformatio in pejus,
deve ser mantida a decisão proferida pela Corte Regional no tópico.
Não há no acórdão regional nenhuma menção a norma
coletiva que disponha sobre a remuneração dos minutos residuais, assim,
resta ausente o prequestionamento nos termos da Súmula nº 297 do TST.
É impertinente a invocação dos artigos 818 da CLT e
333 do CPC, uma vez que não foi aplicada a regra de distribuição do ônus
da prova pela Corte de origem, mas o acórdão fundou-se nas provas dos
autos.
Os arestos colacionados à fl. 853 tratam
exclusivamente da aplicação da regra de distribuição do ônus da prova
no caso de análise de horas extras, forma de decidir que não foi adotada
pelo acórdão recorrido.
Restam incólumes os dispositivos invocados.
Pelo exposto, não conheço.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Oitava Turma do Tribunal


Superior do Trabalho, por unanimidade: I – dar provimento ao Agravo de
Instrumento da Reclamada para mandar processar o Recurso de Revista e
determinar seja publicada certidão, para efeito de intimação das partes,
dela constando que o julgamento do Recurso dar-se-á na primeira sessão
ordinária subsequente à data da publicação, nos termos da Resolução
Administrativa nº 928/2003 desta Corte; II – conhecer do Recurso de
Revista no tópico “CIPA – NÚMERO DE EMPREGADOS – APRENDIZES –
ESTABILIDADE” por violação ao artigo 431 da CLT e, no mérito, dar-lhe
provimento para excluir da condenação a indenização substitutiva da
estabilidade; III – não conhecer do Recurso de Revista no tema
remanescente.
Brasília, 3 de Agosto de 2016.

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MARIA CRISTINA IRIGOYEN PEDUZZI
Ministra Relatora

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