Sunteți pe pagina 1din 11

Motrivivência Ano XXIV, Nº 39, P. 195-205 Dez.

/2012

http://dx.doi.org/10.5007/2175-8042.2012v24n39p195

JOGOS COOPERATIVOS: contribuição


na escola como meio socializador entre
crianças do ensino fundamental

Jhonny Kleber Ferreira da Silva1


Fernando Cesar Dohms2
Leandro Marcondes Cruz3
Luciana da Silva Timossi4

Resumo

O presente estudo busca identificar a contribuição dos jogos cooperativos na escola como
meio socializador entre crianças do ensino fundamental. Para tanto, foi elaborada uma
revisão de literatura sobre os elementos teóricos envolvidos. O presente estudo ressalta
a importância e necessidade da cooperação no cotidiano das pessoas, principalmente
na escola, a qual pode utilizar os jogos cooperativos como instrumento no resgate de
valores. Procurou-se ressaltar experiências com resultados de autores, professores e
estudiosos que utilizaram os jogos cooperativos com objetivo de socialização na escola,
demonstrando tais resultados na formação física, afetiva e social e intelectual do aluno.

Palavras-chave: Jogos cooperativos; Socialização; Escolar.

1 Graduação em Educação Física - Faculdade Dom Bosco. Contato: jhow_kleber@hotmail.com.


2 Graduação em Educação Física - Faculdade Dom Bosco. Contato: fernandodohms@gmail.com.
3 Graduação em Educação Física - Faculdade Dom Bosco. Contato: lu_lirani@yahoo.com.br.
4 Doutoranda em Educação Física (UFPR). Contato: lucianalirani@yahoo.com.br.
196

INTRODUÇÃO JOGOS COOPERATIVOS

É proposto por Scalon (2004) que Os jogos cooperativos têm como


novas formas de jogo podem diminuir sua principal característica à integração de
a agressividade de indivíduos, resgatar todos participantes para se cumprir determi-
atitudes de solidariedade, sensibilidade, nado objetivo utilizando a cooperação. No
cooperação, comunicação e alegria. Assim, Brasil cada vez mais os jogos cooperativos
entende-se que estes jogos agem direta- estão sendo conhecidos, como um meio de
mente no processo educativo baseando na melhorar as relações humanas em adultos,
resolução de problemas de forma pacífica. crianças, adolescentes e idosos (MARINHO
Desta forma, acredita-se que a in- et al., 2007).
clusão do jogo cooperativo na educação No jogo cooperativo a busca está
tem como objetivo promover paz e buscar em superar desafios e não derrotar alguém,
a participação de todos sem exclusão de a pessoa que esta envolvida no jogo toma
nenhum participante independente de sua consciência de seus próprios sentimentos,
raça, classe social, religião, competências colocando-se no lugar do outro, priorizan-
motrizes, habilidades pessoais, priorizando do o trabalho em equipe, onde se procura
jogar com um parceiro e não com um
o desenvolvimento social dos alunos.
adversário, jogar por gostar e pelo prazer
Dentro deste estudo, procurou-se
de estar com os demais. Por meio destes
analisar e descrever alguns fatores que con-
jogos o individuo consegue perceber
tribuem na formação e socialização entre
que todos são importantes para alcançar
crianças na idade escolar. Para Brotto (1999)
determinados objetivos, não priorizando
é necessário que o ser humano aprenda a
habilidades ou performance anteriores
conviver em sociedade para aperfeiçoa-
(THOMAZ e SILVA, 2006).
mento de suas habilidades. Desta forma,
Pode-se dizer que a vantagem dos
utilizam-se os jogos cooperativos como
jogos cooperativos, é a participação de
exercício de convivência, fazendo do jogo todos de forma que todos vencem e se
um meio extremamente rico para o desen- divertem. Elas brincam uns com os outros
volvimento pessoal e social do individuo. ao invés de contra, eliminando o medo e a
Com intuito de utilizar os jogos sensação de fracasso entre o grupo. Assim,
cooperativos como uma ferramenta na os jogadores adquirem disciplina e reafir-
socialização entre crianças, parte-se da mam a confiança despertando um valor
seguinte problemática: como utilizar esses em si mesmo como uma pessoa aceitável
jogos no ambiente escolar durante o ensino e digno (ORLICK, 1978).
fundamental, a fim de promover socializa- Para Brotto (1999) o ser humano
ção entre os alunos? Onde o presente estudo necessita aperfeiçoar suas habilidades de
busca por meio de revisão bibliográfica se relacionar e aprender a viver uns com
em livros e artigos científicos, identificar os outros ao invés de um contra os outros.
a contribuição dos jogos cooperativos no Utiliza-se os jogos cooperativos como um
ambiente escolar como meio socializador exercício de convivência fazendo assim o
entre crianças do ensino fundamental. jogo e o esporte um meio extremamente
Ano XXIV, n° 39, dezembro/2012 197

rico para desenvolvimento pessoal e social e problemas. Sendo assim por meio do jogo
do individuo. Quando utilizado o jogo o individuo ira vivenciar infinitas situações,
cooperativo principalmente no esporte, que o levará a resolver problemas de forma
deixa-se de lado a velha teoria de que cooperativa para definir determinada ação:
somente vencer é a melhor opção ou até O que fazer? Quando fazer? Como fazer?
mesmo estar no primeiro lugar do pódio é (SCALON, 2004).
o mais importante. A partir dos jogos cooperativos
Jogos cooperativos propõem no- se desperta a idéia de que existem várias
vas formas de diminuir a agressividade formas de aperfeiçoar o exercício da esco-
dos indivíduos, tenta resgatar atitudes de lha pessoal com responsabilidade grupal.
solidariedade, sensibilidade, cooperação, Quando se aprende a jogar de maneira
comunicação e alegria. Assim, entende-se cooperativa desprende-se da ilusão de sepa-
que estes agem diretamente no processo ração uns dos outros, e é possível perceber o
educativo baseando na resolução de pro- quanto é bom ser a gente mesmo, respeitar a
blemas de forma pacífica, onde a forma individualidade do outro e dividir caminhos
de condução seja favorável e ética. Ao para o bem comum (BROTTO, 2001).
invés dos participantes competirem, busca Os primeiros jogos cooperativos se-
o alcançar de um mesmo e determinado gundo Orlick (1978) identificados em outras
objetivo, respeitando suas diferenças. Neste culturas são relatados em regiões remotas do
jogo todos participam, visando a segurança ártico canadense e com o povo aborígene
do grupo independente de suas habilidades em remotas regiões de Papua Nova Guiné.
ou capacidades (SCALON, 2004). Essas experiências influenciaram na constru-
Estes jogos auxiliam a entender ção dos jogos cooperativos para uma nova
que neste âmbito não existem problemas jornada, mais atual.
negativos, objetivos impossíveis e confli- Atualmente o jogo cooperativo
tos a serem evitados. Quando se opta por propicia a prática de uma ação ligada à
compartilhar o jogo da vida de maneira harmonia, e pode ser utilizado como ferra-
cooperativa nos torna-se capazes de per- menta auxiliar para corrigir condutas latentes
ceber o problema, os conflitos e objetivos de tendências socialmente inconvenientes.
impossíveis como oportunidades para Utilizando os jogos que envolvam coopera-
reconhecer nosso Jeito de Ser e Intervir no ção pode se dizer que estamos preparando o
mundo (BROTTO, 2001). indivíduo para o irresistível contrato da vida
Eles também podem ser usados real ensinando a pessoa enfrentar barreiras
como auxílio na construção de relações que serão normais e comuns em um mundo
sociais positivas, atitudes a qual favore- consumista. Se jogos cooperativos podem ser
çam ao grupo como um todo, procurando considerados como uma atividade de forma-
desenvolver as seguintes capacidades: ção e prevenção deve considerar que jogos
resolução de problemas de forma coletiva; competitivos constituem em uma atividade
a visão de colocar se no lugar do colega; a lúdica de correção (CIVITATE, 2003).
sensibilidade de reconhecer e expressar a Pode-se vivenciar esses jogos de
importância do outro; as capacidades de tro- maneira reeducativa transformando o con-
car experiências, conhecimentos, emoções dicionamento competitivo em consciência
198

cooperativa em formas de realizar desafios, JOGOS COOPERATIVOS NA ESCOLA


solucionar problemas e harmonizar confli-
tos (BROTTO, 2001). Os jogos cooperativos são ótimas
A busca pelo significado da filoso- ferramentas para serem utilizados em aulas
fia da cooperação tem aumentado e a sua de Educação Física, por meio destes muitos
aplicação para o mundo organizacional. A valores surgem em situações que envolvam
sociedade necessita de uma profunda revi- a cooperação fazendo assim com que
são de princípios e valores deixados para estas atividades se tornem importantes na
trás, evitando a tão competitiva “selva de formação do individuo enquanto pessoa e
pedra”. Faz-se necessário ter mais solida- cidadão (SOLER, 2006).
riedade, igualdade e justiça social. Quando Sugere-se que situações voltadas à
a sociedade atual é analisada, fica fácil construção de valores ligados a motivação,
evidenciar a sua competitividade, porém, atitudes e valorização de resultados, mostra-
este não é o grande desafio do ser humano, rão se o aluno entendeu o verdadeiro senti-
pelo contrário, não se ganha com a derrota do dos jogos cooperativos. O ideal é que o
do outro, sobrepujando-o em habilidade, professor elabore aulas com características
força ou inteligência, mas sim conseguindo cooperativas sem evidência a competição,
conviver e trabalhar com o outro, apesar de pois os alunos não terão condições de as-
suas diferenças, exercitando o diálogo, a similar aspectos referentes à cooperação,
empatia e o respeito (VIEIRA, 2007). como solidariedade, criatividade e alegria
Já no jogo competitivo propõe ao (VANDELÃO, 2004).
individuo o confronto na sua forma lúdica É importante que o professor
gerando resultado lógico, existir ganhadores trabalhe cooperação com as crianças no
e perdedores. Dessa maneira estes jogos ensino infantil, pois o jogo cooperativo
tende quase sempre o engano das regras ajuda a criança a desenvolver o psicológico,
estabelecidas, sendo estes: jogo sujo, discus- a parte social, afetiva, espiritual e motora.
sões, as críticas e descriminações por causa O professor como formador de cidadão
de limitações ou ineficácias de colegas, isso deve entender que hoje a criança está na
pode ocasionar a geração de conflitos gru- pré-escola mas, num futuro próximo estes
pais e individuais, empurrado pelo desejo serão pais, mestres, professores, treinadores,
de vencer e pela rejeição de uma possível políticos, etc. começando a apresentar os
derrota (CIVITATE, 2003). jogos cooperativos na educação infantil
Competição e cooperação são quando a criança chegar no ensino funda-
aspectos que não se opõem, no entanto mental terá uma boa bagagem cooperativa
se compõe. Estes são processos sociais e (SOLER, 2006).
valores humanos presentes no jogo, esporte Na atualidade a meta da educação
e na vida, o qual se apresenta no contexto da física é promover autonomia entre grupos
existência humana. São processos distintos, valorizando universo da cultura lúdica.
porém pode-se aproximá-los de modo a en- Dentro das novas abordagens, a coopera-
contrar uma competição cooperativa e em ção, a inclusão social, a participação efetiva
outra forma uma cooperação competitiva dos alunos, a criatividade, a adversidade
(BROTTO, 1999). cultural, aprendizagem e lazer, prazer e
Ano XXIV, n° 39, dezembro/2012 199

qualidade de vida, são os temas mais dis- Brotto (1999) compreende que pela
cutidos nas aulas de educação física (VOSE variabilidade de situações e da população
e GIUSTI, 2007). tornou-se necessário categorizar os jogos
A educação em valores está plena- cooperativos e suas diferentes formas de
mente ligada aos jogos cooperativos, pois aplicação, na busca pelo integrar dos jogos
há a participação de todos, cada qual com cooperativos em diferentes contextos. Ainda
suas competências, não existindo cobran- assim apresentadas separadamente estas
ças, nem julgamentos, pois o que importa, categorias estão correlacionadas e normal-
é o todo, o trabalho do grupo, o processo, mente em uma mesma situação imposta
resgatando valores esquecidos pela socie- pelo educador mais de uma categoria pode
dade capitalista/competitiva. É importante estar presente (ORLICK, 1978).
ajudar as pessoas a verem a si mesmas e Segundo os Parâmetros Curricu-
os outros como seres humanos igualmente lares Nacionais (1998) a predisposição, a
valiosos, tanto na vitória, como na derrota, cooperação e a solidariedade ajudam um
introduzindo valores adequados no jogo, ao outro, dando segurança e contribuindo
tais como, ganhar, perder, sucesso, fracasso, para um ambiente favorável durante a aula.
rejeição, jogo limpo, amizade, companhei- Também é citado que, favorecer a troca de
rismo, aceitação, cooperação e competição conhecimento, não sonegar informações
sadia (VIEIRA, 2007). úteis ao desenvolvimento do outro, valoriza
Para trabalhar a totalidade do aluno o diálogo na resolução de conflitos, respei-
deve-se diversificar o maior numero de ex- tando a opinião um do outro.
periências possíveis mesclando atividades É de grande importância o professor
de cunho cooperativo quanto competitivo. de educação física adequar objetivos e con-
Desta forma as aulas não terão apenas teúdos pedagógicos, sugerindo atividades
aspectos educador do corpo, mas também de conscientização, integração e coopera-
terão a função de desenvolvimento afetivo- ção, que sejam mais efetivas e preventivas
-social, pois numa sociedade que torna no combate ações de violência (SASSI,
a criança individualista as aulas de edu- 2009). Os parâmetros curriculares nacionais
cação física trarão relacionamentos com descreve que os jogos cooperativos e recre-
diferentes comportamentos melhorando a ativos podem ser utilizados à cooperação e
convivência e tornandoa mais agradável aceitação das funções atribuídas dentro do
(VANDELÃO, 2004). trabalho em equipe, o qual proporciona ao
Os jogos na escola podem ter uma aluno, respeito ao limite pessoal e ao limite
disponibilidade maior nas regulamentações, do outro, respeito à integridade física e mo-
que são adaptadas em função das condi- ral do outro e a predisposição em cooperar
ções de espaço e material disponíveis, da com o colega ou grupo nas situações de
quantidade de participantes, entre outros. aprendizagem (PARÂMETROS CURRICU-
São exercidos com um caráter cooperativo, LARES NACIONAIS, 1998).
competitivo ou até recreativo, em situações A atitude participativa do aluno
de comemoração ou no dia a dia como em cada atividade de caráter cooperativo
simples diversão (PARÂMETROS CURRI- deve ser estimulada a partir de sua pró-
CULARES NACIONAIS, 1998). pria capacidade de participação. Se no
200

desenvolvimento do jogo for percebida a estrutura dos Jogos Semi – Coope-


capacidade que ele e o outro têm de criar e, rativos fortalece a cooperação en-
conseqüentemente, a troca de experiências, tre os membros do mesmo time”.
ambos poderão compreender a importância Nesse tipo de jogo, a cooperação e
do jogo cooperativo para a formação do ser a competição estão presentes, con-
humanitário, através da participação, com vivendo juntas ao mesmo tempo.
divertimento e alegria (ORLICK, 1978).
Dentre as atitudes trazidas pelos
jogos, pode se dizer que os mesmo auxiliam
CATEGORIAS DOS JOGOS COOPERA- no respeito a si e ao outro. Trás predisposi-
TIVOS ção para experimentar novas situações ou
que envolvam aprendizagens novas fazendo
Pela variabilidade de situações e da o individuo reconhecer o desempenho do
população tornou-se necessário categorizar outro como subsídio para a própria evolu-
os jogos cooperativos e suas diferentes for- ção, como parte do processo de aprendi-
mas de aplicação, na busca pelo integrar zagem (PARÂMETROS CURRICULARES
dos jogos em diferentes contextos. Ainda NACIONAIS, 1998).
assim apresentadas separadamente estas
categorias estão correlacionadas e normal-
mente em uma mesma situação imposta ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
pelo educador mais de uma categoria pode
estar presente (BROTTO, 1999). No estudo de Schwartz, Bruna e
Luba (2002), buscou-se refletir sobre o
• Jogos Cooperativos sem perdedo- papel das atividades lúdicas cooperativas
res - para Brotto (2001); Mendes, no processo de aprimoramento do relacio-
Paiano & Filgueiras (2009) este tipo namento interpessoal no contexto escolar,
que categoria é considerada como na visão dos alunos e professores. Como
realmente um jogo cooperativo, metodologia foi ofertado atividades de
pois todos os participantes jogam caráter cooperativo, para alunos da quinta
juntos enfrentando um desafio em série do ensino fundamental, utilizando-
comum. -se como instrumento um questionário,
• Jogos de Resultado Coletivo, po- no sentido de averiguar se houve alguma
dem existir duas ou mais equipes, alteração percebida nos níveis de interação
no entanto não há uma competição das crianças participantes das atividades.
entre elas, o trabalho deve ser cole- Em Relação aos resultados, pode perceber
tivo de forma que busque um obje- melhoria do relacionamento interpessoal
tivo, meta ou resultado em comum. na visão dos alunos e melhora no processo
• Jogos Semi – Cooperativo, esse de aprendizagem.
tipo de jogo, é indicado para ini- Moura (2008) utilizou em seu
ciar a atividade de jogos coopera- estudo, como metodologia, a discussão
tivos para quem teve pouco conta- com os seus alunos, e por meio da prática,
do com os jogos cooperativos. “A possibilidades dessa transformação e seus
Ano XXIV, n° 39, dezembro/2012 201

objetivos. Apresentando relato da experiên- decorrer dos jogos cooperativos. No estudo,


cia, resultados obtidos a partir da elaboração as crianças foram adquirindo respeito mútuo
e desenvolvimento do Projeto de Interven- entre si durante as aulas, criando vínculos
ção Pedagógica na Escola, como forma de de afetividade tanto para com os professo-
consolidação da pesquisa com objetivo de res, quanto com os alunos, começando a ter
abordar questões afetivas sobre os jogos mais atenção nas aulas devido a redução de
cooperativos, elucidando posturas positivas competições e brigas.
nas aulas de Educação Física. Em relação Segundo Sassi (2009), demonstrou
aos resultados, os alunos começaram a que os resultados indicam uma tendência
trocar jogos competitivos por jogos coo- à melhoria do relacionamento interpessoal,
perativos. Como resultado de sua pesquisa diminuição da agressividade e da exclusão,
percebeu-se uma melhora da autoestima apontando a relevância das atividades
e autoconfiança dos alunos, além de se cooperativas na escola. Buscou mostrar
divertirem, aprenderam com suas próprias que por meio das atividades cooperativa,
potencialidades e deficiências, melhoran- é possível obter a ajuda com a inclusão
do os resultados em trabalhos coletivos e social, através de jogos e brincadeiras com
sentindo a interdependência entre todos essa filosofia, que pretende uma revisão de
os envolvidos, apreciando a contribuição valores em relação aos que já existem e que
que cada um pode dar ao trabalho comum. são baseados na competição exacerbada e
Em outro estudo, Mendes, Paiano no desrespeito ao ser humano. Ainda sim,
e Filgueiras (2009), tiveram como objetivo existe a necessidade de jogar uns com os
verificar se os jogos cooperativos podem outros, superarando desafios conjuntos,
influenciar positivamente nas atitudes e compartilhando sucessos, vencendo juntos
no relacionamento de crianças do Ensino e quebrando as barreiras do individualismo.
Fundamental. Também avaliando e des- Para o estudo, utilizou-se como metodolo-
crevendo, de que forma uma professora gia a aplicação de um questionário com
em formação pode refletir sobre sua pró- 8 questões para os alunos das quintas e
pria prática para construir conhecimentos sextas séries (agora respectivos 6º e 7º ano)
sobre o processo ensino e aprendizagem responderem, sendo 5 questões fechadas
de aspectos atitudinais. Utilizou-se uma e 3 abertas a opiniões, e a aplicação de
metodologia de coleta de dados ao longo uma aula semanal versando sobre o tema,
de 2 meses, em atividades semanais, de uma totalizando trinta e cinco aulas.
hora de duração, em uma escola pública Em um outro estudo realizado
do município de São Paulo, totalizando por Neto (2010), o qual tem por objetivo
8 encontros. Participaram da investigação analisar os jogos cooperativos e os seus
22 crianças, de 10 a 11 anos. Ocorreram processos de inclusão na 5ª série do Ensino
entrevistas com crianças e professoras antes Fundamental (6º ano na nova nomenclatu-
e após cada encontro. Houve registros em ra), procurando observar se as atividades
diário de campo sobre as aprendizagens e jogos cooperativos poderiam contribuir
da professora/pesquisadora, que aplicou os efetivamente na transformação individual
jogos cooperativos e observação não estru- e coletiva dos alunos, valorizando diversos
turada das interações sociais das crianças no aspectos e não apenas o resultado do jogo,
202

verificou-se que foi despertado nos alunos Moura (2008) , diz que as aulas de
o companheirismo, a conscientização de educação física quando modificadas de
que um ajudando o outro, brincando junto caráter competitivo para cooperativo, e ao
e tendo maior união, a aula se tornava retorno a metodologia competitiva, nota-se
mais prazerosa e divertida. Houve tam- que mesmo em atividades competitivas, um
bém a transformação de comportamentos ajuda ao outro, pois tal modificação fez com
e atitudes de alunos, onde utilizaram a que os estudantes conseguissem internalizar
cooperação, compartilhando e unindo-se a cooperação. Os jogos cooperativos pos-
a um bem comum. Foram escolhidos 25 sibilitaram a inclusão e interação social de
alunos do colégio, participando de 10 aulas todos os alunos, valorizando a diversidade
de educação física durante um mês, onde cultural, física, cognitiva, afetiva, entre ou-
foram propostas atividades de jogos coope- tras. Por meio destes jogos, foi promovida a
rativos. Durante as aulas foram observadas aceitação mútua do grupo que participou de
a participação e a aceitação dos jogos e atividades com caráter cooperativo, trocan-
brincadeiras, as reações e as mudanças do experiências e respeitando as diferenças
atitudinais. No final das 10 regências foi entre si. Desenvolveu-se a autoestima e
aplicado um questionário com 6 perguntas confiança, pudendo aprender com suas
relacionadas ao tema, contendo questões potencialidades e deficiências, aceitando
abertas e fechadas. e reconhecendo que o companheiro ou
colega possui diversas qualidades e que as
diferenças precisam ser aceitas para contri-
BENEFICIOS E APLICAÇÃO DOS JOGOS buição e crescimento de todos.
COPERATIVOS APLICADOS NA ESCOLA Mendes, Paiano e Filgueiras (2009),
concluíram que os jogos cooperativos na
Schwartz, Bruna e Luba (2002) escola também podem possibilitar aos
relatam que por meio da aplicação dos participantes uma maneira diferente de
jogos cooperativos, as evidências de brigas jogar e aprender com o outro, mostrando
na escola diminuíram. Tanto professores o quanto pode ser divertido quando todos
quanto alunos puderam perceber e concor- jogam juntos, o qual possibilita o relacio-
daram que as aulas de jogos cooperativos namento de carinho e espontaneidade
favorecem a reflexão de como respeitar os das crianças com o professor e vice-versa,
demais, e a importância da colaboração de criado juntos um ambiente de confiança e
todos. A diminuição da agressividade e o amizade. Professores relatam e apontam
aumento da ajuda mútua é um aspecto de que a implantação dos jogos cooperativos
importante destaque. A grande maioria dos na escola pode ser considerado um pouco
alunos afirmaram receber ajuda e colabora- demorado, pois as aulas demoravam um
ção dos demais colegas durante as aulas e pouco para começar, devido as crianças
brincadeiras, o que indica a união entre os brincarem de lutar, conversando e até
colegas como elemento importante destas mesmo provocando umas as outras. No
aulas. Alunos e professores sugeriram a início as crianças não queriam participar
introdução dos jogos cooperativos para o da aula, tomavam atitudes que deixavam o
aumento do respeito e união entre colegas. professor desmotivado e decepcionado e até
Ano XXIV, n° 39, dezembro/2012 203

mesmo inseguro. Ao longo do tempo, após das aulas de competição para cooperação,
a aplicação de jogos cooperativos, criou-se os alunos criaram um vínculo afetivo com
um vínculo de afetividade tanto entre alu- o professor e vice-versa.
nos como professores, melhorando assim o É possível destacar, que além da
relacionamento entre ambos. melhora sócio afetiva entre os alunos,
Durante o estudo de Sassi (2009), ocorreu à diminuição da agressividade e
indicou que os jogos cooperativos nas aulas da exclusão, apontando a relevância das
de Educação Física, têm uma tendência a atividades cooperativas no contexto escolar.
melhora no relacionamento interpessoal, Neto (2010), afirma que as aulas de caráter
apontando a relevância das atividades lúdi- cooperativo despertaram nos alunos o
cas cooperativas nas mudanças axiológicas companheirismo e a conscientização, e que
dentro do contexto escolar. Demonstra que ajudando um ao outro, as aulas se tornavam
existe a necessidade de criar modelos de au- mais divertidas e prazerosas, fazendo com
las cooperativistas que possam oferecer tais que todos se unam objetivando o grupo a
valores e atitudes no âmbito escolar, com a um bem comum.
capacidade de aprimorar em nossa socieda-
de uma ética pautada na solidariedade. Por
meio de estudos, percebe-se que os jogos CONSIDERAÇÕES FINAIS
são um meio eficaz na construção de uma
relação pedagógica alicerçada e estrutura- Os jogos cooperativos possuem
da numa educação em valores humanos. muitas opções e categorias, o que facilita
E que através dos jogos, professores de seu desenvolvimento como formas de
Educação Física possam ser contemplados trabalho e atividades adequadas para cada
na formação, com vistas a uma inclusão e grupo em qualquer caráter social. Pode-se
participação de todos os alunos. trabalhar com crianças, jovens e adultos
Analisando os resultados da apli- utilizando dos jogos cooperativos como al-
cação dos jogos cooperativos nas escolas, ternativa criativa e positiva quebrando esse
pode-se dizer que tais atividades auxiliam paradigma de vencer e perder. Também
no desenvolvimento físico, afetivo social e pode-se mostrar que ao invés de somente
intelectual do aluno. ganhar, é possível obter um aprendizado de
Através do levantamento bibliográ- relevância maior quando todos vencerem,
fico é possível analisar que os jogos com o ou seja, você aprende a criar uma interde-
intuito de promoção a cooperação, podem pendência fazendo com que o indivíduo
trazer aos alunos uma melhora no relacio- desenvolva-se socialmente, além do desen-
namento interpessoal e no processo de volvimento físico e intelectual que o jogo
aprendizagem. No estudo de Moura (2008), em si propicia ao aluno.
os alunos por meio dos jogos cooperativos, Considerando os estudos pesquisa-
além de aprender e divertir-se com suas pró- dos, é notável que estes jogos de caráter
prias potencialidades e deficiências também cooperativo, aplicado no ambiente escolar,
melhoraram a autoestima e autoconfiança. proporcionam diversos princípios e valores
É importante destacar que no estudo de relacionados ao dia a dia, dentre os quais
Mendes (2009) com a mudança do caráter o companheirismo, respeito, trabalho em
204

equipe criando um vínculo afetivo entre os e nós Cooperamos. Revista Mackenzie


envolvidos, fazendo com que os mesmo ad- de Educação Física e Esporte. São
quiram autonomia, autoconfiança, oportu- Paulo. v8, n.2, 2009, p.19-20.
nizando habilidades de cunho interpessoal, MOURA, Flaviano Lima. Benefícios da
sendo de extrema relevância. prática dos jogos cooperativos nas
Conclui-se que a proposta da utili- aulas de educação física. Secretaria de
zação dos jogos cooperativos contribuem educação Paraná.
em despertar a conscientização de forma NETO, Inácio Brandl. Jogos Cooperativos
gradativa da criança envolvida, ao ponto Numa 5ª Série Do Ensino Fundamental.
que a mesma consiga assimilar valores que Caderno de Educação Física. Marechal
a cooperação transmite ao cotidiano. Cândido Rondon. v.9, n.16, 2010,
p.85-96.
ORLICK, Terry. Cooperative Games and
REFERÊNCIAS sports, joyful activicties for everyone.
Human kinetics publishers. v.2, 1978,
BRASIL. Secretaria de Educação p.01.
Fundamental. Parâmetros curriculares SASSI, Adriana Lena. Jogos cooperativos
nacionais: Educação Física. Brasília : e a inclusão social. Artigo Científico
Secretaria de Educação Fundamental. apresentado ao Programa de
Ministério da Educação 1998. Desenvolvimento Educacional. Caderno
BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos cooperativos: PDE, v.1, 2007, p.22.
O jogo e o esporte como um exercício SCALON, Roberto Mário. A psicologia do
de convivência. Dissertação de esporte a criança. Editora Edipucrs.
Mestrado. Universidade estadual de 2004, p.140.
campinas. São Paulo, 1999. SCHWARTZ, Gisele Maria. BRUNA,
BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos Cooperativos Helena César. LUBA, Gustav Marcus.
Criando Organizações onde todos Jogos cooperativos no processo de
podem VenSer Juntos!. Projeto interação social: visão de professores.
Cooperação em parceria com o Sesc- relatório científico ao Núcleo de Ensino/
SP. 2001. FUNDUNESP, referente ao Projeto n.
CIVITATE, Héctor. 505 jogos cooperativos 693/02, 2002, p. 7-8.
e competitivos. Editora Sprint 3º edição. http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2002/
2003. jogoscooperativos.pdf
MARINHO, Hermínia Regina Bugeste. SOLER, Reinaldo. Jogos cooperativos para
JUNIOR, Moacir Ávila de Matos. educação Infantil. 2.ed. Editora Sprint.
FILHO, Nei Alberto Salles. FINCK, 2006.
Silvia Christina Madrid. Pedagogia THOMAZ, Flávia A.; SILVA, Rozinaldo
do Movimento: universo lúdico e Galdino. Jogos cooperativos - a
psicomotricidade. 2. ed: Ibpex . 2007. cooperação como eixo na construção
MENDES, Ligia Calandro. PAIANO, Ronê. do saber. In: I Seminário de Estudos em
FILGUEIRAS, Isabel Porto. Jogos Educação Física Escolar. São Carlos.
cooperativos: eu aprendo, tu aprendes 2006.
Ano XXIV, n° 39, dezembro/2012 205

VOSER, Rogério da Cunha. GIUSTI, João Faculdade Dom Bosco. Curitiba. 2004,
Gilberto. A Educação Física escolar: a p.38-39.
base de tudo. Acesso em 30-09-2011 VIEIRA, Alexandre. Os Jogos Cooperativos
disponivel em: podem transformar a cultura das
http://www.futsalbrasil.com.br/artigos/ organizações. Portal da administração.
artigo.php?cd_artigo=146 25 de setembro de 2007. Acesso em
VANDELÃO, Erléia Patricia Lima. A 11 de Dezembro de 2011. http://www.
contribuição dos jogos cooperativos administradores.com.br/informe-se/
no desenvolvimento socio-afetivo de informativo/os-jogos-cooperativos-
crianças de 07 a 10 anos de idade: podem-transformar-a-cultura-das-
um relato de experiência. Monografia. organizacoes/12318/

COOPERATIVE GAMES: contribution in school as a means socializing among children


of basic education

Abstract

This study identifies the contribution of cooperative games in school as a means of


socialization among children of basic education. The present study points the importance
and necessity of cooperation in the daily lives of people, especially at school. The school
can use cooperative games as a tool in the rescue of values. We sought to highlight
results of experiments with authors, teachers and scholars who used cooperative games
with goal of socialization in school, demonstrating such results in the formation physical,
emotional, social and intellectual student.

Keywords: Cooperative games; Socialization; School.

Recebido em: agosto/2012


Aprovado em: novembro/2012

S-ar putea să vă placă și