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Por que não sou

“evangélico”
Por Olavo de Carvalho

“Não sou autoridade nenhuma em matéria de Teologia – como


alegam sê-lo tantos que vêm usurpar o espaço no meu Facebook
para me xingar de tudo quanto é nome –, mas uma coisa que sei
fazer é ler. Ler e compreender. Faço isso não só em português e
em outras línguas modernas, mas em algumas antigas. Não leio
com a mesma fluência do português, do inglês ou do francês em
grego clássico, mas compreendo esse idioma o suficiente para
consultar dicionários, tirar dúvidas sobre o sentido de algumas
palavras e averiguar o acerto ou erro de uma tradução. É com base
nisso que asseguro:
1. Em parte nenhuma do Evangelho Nosso Senhor diz que ler a
Bíblia ou mesmo acreditar nela vai nos salvar. Não há ali
sequer uma frase, um trechinho, uma palavra, em que Ele nos
recomende a leitura do grande livro. O que Ele diz, isto sim, e
com palavras inconfundíveis, é que a salvação, o ingresso na
vida eterna, só vem por um único meio: comer o Seu Corpo e
beber o Seu sangue. Nem mesmo um retardado mental pode
confundir essas duas ações com a leitura de um livro, por
santo e sublime que seja.
2. Um rito, por definição, é a repetição formal e exata de um ato
fundador, o qual dessa maneira salta a barreira do tempo e se
torna novamente presente com o mesmo poder e eficácia do
instante originário em que se realizou. Quando batizamos um
bebê, não estamos apenas rememorando o que fez João
Batista, mas repetindo com atual vigor e efeito o que ele fez
nos tempos bíblicos: integrar uma nova alma humana no
Corpo Místico de Cristo, abrindo-lhe em potência as portas do
Céu.
3. Tanto em Lucas 22:19 quanto em Coríntios 11:24-26, Jesus, ao
consagrar o pão e o vinho, ordena a Seus discípulos: “Fazei
ISTO em memória de mim”. A expressão grega é muito clara:
“toyto poiête” – “fazei isto”. Ele não disse “fazei um memorial
disto”, mas “fazei ISTO”: consagrar o pão e o vinho,
transformando-os no Corpo e no Sangue do Redentor. Isso é o
ponto culminante da Revelação cristã, a chave mesma da
salvação. Lutero, Calvino e seus seguidores reduziram esse ato
a um simples “memorial”, esvaziando-o da sua eficácia ritual
no presente e negando a transformação real das duas
substâncias. Curiosamente, não fizeram o mesmo com o rito
do batismo. O famoso “batismo nas águas” das igrejas
evangélicas não se apresenta como um puro “memorial” do
que João Batista fazia, mas como um rito atual, investido das
mesmas propriedades do batismo conferido por João Batista.
Se o batismo tem esse poder, por que não o teria a Eucaristia?
4. Recusando-se a obedecer a ordem explícita de Jesus Cristo,
Lutero, Calvino e tutti quanti instituíram em lugar dela o
biblismo, o culto do texto bíblico, fazendo deste, em vez da
Eucaristia, o centro da revelação cristã, reduzindo portanto o
cristianismo a uma “religião do livro” (ahl-al-kitab) tal como a
entendem os muçulmanos.

É meu direito e meu dever considerar isso uma heresia, um


escarnio e um escândalo, temendo pelo destino eterno de todos os
que se deixaram enganar por tão grosseira patifaria.

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