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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO


GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL UBALDO ATAÍDE CAVALCANTE

REMESSA EX OFFICIO EM AÇÃO CÍVEL Nº 416852/PE (2007.83.04.000012-


1)
PARTE A : DANIEL GONÇALVES PEREIRA
ADV/PROC : FRANCISCO MARIANO BARROS E OUTRO
PARTE R : INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
REPTE : PROCURADORIA REPRESENTANTE DA ENTIDADE
REMTE : JUÍZO DA 20ª VARA FEDERAL DE PERNAMBUCO
(SALGUEIRO) - COMPETENTE P/ EXECUÇÕES PENAIS
RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL UBALDO ATAÍDE
CAVALCANTE (PRIMEIRA TURMA)

RELATÓRIO

O Excelentíssimo Senhor Desembargador Federal UBALDO


ATAÍDE CAVALCANTE (Relator): Trata-se de remessa oficial interposta em
face da sentença que julgou procedente o pedido deduzido na petição inicial,
que consiste em obter provimento jurisdicional que reconheça ter o autor
exercido suas atividades laborais em condições especiais, bem como condene
o INSS à implantação de aposentadoria especial, com pagamento das parcelas
pretéritas, bem como de honorários advocatícios.
É o relatório.

(MAC/ABDPC) REOAC416852-PE 1
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL UBALDO ATAÍDE CAVALCANTE

REMESSA EX OFFICIO EM AÇÃO CÍVEL Nº 416852/PE (2007.83.04.000012-


1)
PARTE A : DANIEL GONÇALVES PEREIRA
ADV/PROC : FRANCISCO MARIANO BARROS E OUTRO
PARTE R : INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
REPTE : PROCURADORIA REPRESENTANTE DA ENTIDADE
REMTE : JUÍZO DA 20ª VARA FEDERAL DE PERNAMBUCO
(SALGUEIRO) - COMPETENTE P/ EXECUÇÕES PENAIS
RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL UBALDO ATAÍDE
CAVALCANTE (PRIMEIRA TURMA)

VOTO

PROCESSUAL CIVIL - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA


ESPECIAL – LEI Nº 8.213/91 – LEI Nº 9.032/95 – LEI Nº 9.528/97 E
DECRETO Nº 3.048/99 – ATIVIDADE ESPECIAL DEMONSTRADA –
POSSIBILIDADE - FRENTISTA.
1. É pacífico, na jurisprudência, o entendimento de que, até o advento
da Lei nº 9.032/95, admite-se o reconhecimento do tempo de serviço
especial, com base no enquadramento da categoria profissional do
trabalhador. A partir do mencionado diploma legal, a comprovação da
atividade especial passou a ser feita por intermédio dos formulários SB-
40 e DSS-8030, nos moldes das regras então vigentes, até a edição do
Decreto nº 2.172 de 05.03.1997, que regulamentou a MP 1523/96
(convertida na Lei nº 9.528/97), exigindo-se, a partir daí, a comprovação
da atividade especial através de laudo técnico.
2. Inexistindo previsão legal, até a edição da Lei 9.032, de 28.04.1995,
para a efetiva comprovação da exposição aos agentes nocivos à saúde
e à integridade física do trabalhador, para caracterizar atividade
especial, sendo inexigível a apresentação de laudo técnico como
requisito para o reconhecimento de tempo de serviço exercido em
condições especiais, bastaria apenas que se demonstrasse o
enquadramento da atividade exercida dentre aquelas previstas em lei,
como atividades especiais sujeitas à contagem diferenciada de tempo
especial, segundo as regras vigentes à época da prestação.
3. No caso dos autos, constata-se que a categoria profissional à qual
pertence o autor se enquadra dentre as consideradas especiais pelos
Decretos nºs 53.831/64 e 83.080/79, no código 1.2.11. Dessa forma,
diante da presunção legal, reconhece-se, como especial, a atividade
desempenhada pelo demandante, até a edição da Lei 9.032/1995
(28/04/1995).
4. Restou evidenciado, nos autos, por formulários e laudos, que o
demandante exercia sua atividade profissional em condições insalubres,
a saber, Frentista, na empresa Raimundo Felix & CIA LTDA, nos
períodos alegados, de modo habitual e permanente, sendo evidente o
direito à aposentadoria especial, não merecendo qualquer reforma a
sentença a quo.
5. Remessa oficial improvida

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O Excelentíssimo Senhor Desembargador Federal UBALDO


ATAÍDE CAVALCANTE (Relator): Consoante salientado no relatório, trata-se
de remessa oficial interposta em face da sentença que julgou procedente o
pedido deduzido na petição inicial, que consiste em obter provimento
jurisdicional que reconheça ter o autor exercido suas atividades laborais em
condições especiais, bem como condene o INSS à implantação de
aposentadoria especial, com pagamento das parcelas pretéritas, bem como de
honorários advocatícios.
A aposentadoria especial encontra-se regulamentada na Lei nº
8.213/91, em seus arts. 57 e 58, que estabelecem os efetivos requisitos para
sua concessão, ou seja, será devida ao segurado que tiver trabalhado sob as
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante
15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos de efetivo exercício.

Quanto à necessidade da efetiva comprovação das condições


especiais a que se submetia a atividade exercida, para fins de conversão de
tempo de serviço especial em comum, cumpre ressaltar que tal comprovação
passou a ser exigida com a vigência da Lei nº 9.032, de 28.04.1995, que
acrescentou os §§ 4º e 5º ao artigo 57, da Lei 8.213/911, inserindo a exigência
de comprovação das condições especiais. A partir da Lei nº 9.528, de
10.12.19972, que acrescentou o parágrafo 1º ao art. 58, da Lei 9.213/91, essa
comprovação passou a depender de formulário preenchido, na forma
estabelecida pelo INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em
laudo técnico, e, por fim, com a edição da Lei 9.732, de 11.12.19983, alterando
o § 1º, do art. 58, da Lei 8.213/91, acrescentou a observância da legislação
trabalhista na elaboração do parecer técnico.

É pacífico o entendimento de que, até o advento da Lei nº


9.032/95, admite-se o reconhecimento do tempo de serviço especial, com base
no enquadramento da categoria profissional do trabalhador. A partir do
mencionado dispositivo legal, a comprovação da atividade especial passou a
1
§ 4º. Parágrafo acrescentado pela Lei 9.032/95. O segurado deverá comprovar,
além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos,
biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade
física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício.
2
" Art. 58, § 1º, Lei 8.213/91, acrescentado pela Lei 9.528/97. A comprovação
da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante
formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social -
INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de
condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro
de segurança do trabalho."
3
Art. 58, § 1º, Lei 8.213/91, alterado pela Lei 9.732. “A comprovação da
efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante
formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social -
INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de
condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro
de segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista.”

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ser feita por intermédio dos formulários SB-40 e DSS-8030, nos moldes das
regras então vigentes até a edição do Decreto nº 2.172 de 05.03.1997, que
regulamentou a MP 1523/96 (convertida na Lei nº 9.528/97), exigindo-se, a
partir daí, a comprovação da atividade especial através de laudo técnico.
Inexistindo previsão legal até a edição da Lei 9.032, de
28.04.1995, para a efetiva comprovação da exposição aos agentes nocivos à
saúde e à integridade física do trabalhador, para caracterizar atividade
especial, basta a demonstração do enquadramento da atividade exercida
dentre as previstas como especiais.

No caso dos autos, constata-se que a categoria profissional à


qual pertence o autor, a saber, Frentista, se enquadra dentre as consideradas
especiais pelos Decretos nºs 53.831/64 e 83.080/79, classificada no código
1.2.11.

Não obstante a presunção legal, restou evidenciado, nos autos,


através de formulários e laudos técnicos colacionados, que o demandante
exerceu sua atividade profissional em condições insalubres, no período de
01/09/1976 a 16/12/2003 (de acordo com carteira de trabalho anexada nos
autos – fls.8/13), já que realizado de modo habitual e permanente, sendo
evidente que o autor tem direito à aposentadoria especial, não merecendo
qualquer reforma a sentença a quo.

Em relação ao tempo trabalhado em condições especiais na


empresa Raimundo Felix & CIA LTDA, no período 01/09/1976 a 16/12/2003,
computam-se 27anos, 3 meses e 16 dias, constatando, assim, tempo suficiente
para a aposentadoria especial.

A respeito da questão, oportuna a transcrição dos precedentes


a seguir, cujos fundamentos, mutatis mutandis, aplicam-se à hipótese dos
autos:
PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE APOSENTADORIA
PROPORCIONAL. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO
EXERCIDO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS. CONVERSÃO EM COMUM
PARA APOSENTADORIA INTEGRAL. LAUDO PERICIAL
COMPROVADOR. ATIVIDADE EXERCIDA ANTES DO ADVENTO DA
LEI Nº 9.032/95. JUROS MORATÓRIOS. SÚMULA Nº 204-STJ.
CORREÇÃO MONETÁRIA. LEI Nº 6.899/81. 1. Incontroverso o
exercício de atividades periculosa e insalubre, prestadas na condição de
"frentista" (bombeiro), junto às empresas Francisco Ferreira De Oliveira,
pelo período de 02.05.72 a 27.09.72; Argão e Souza Ltda, no período
de 01.11.69 a 24.03.70; auto posto Andrade Ltda, no período de
20.01.71 a 30.04.71; Flecha S/A - turismo, comércio e indústria, no
período de 01.08.73 a 23.09.77 e "raspador de pneus", junto à empresa
Pneus Service Comércio E Indústria Ltda, no período de 01.06.70 a
30.09.70, consoante laudo técnico para fins de aposentadoria especial,

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emitido pelo ministério do trabalho, na conformidade da portaria nº


3.214/78, nrs nºs 15 e 16, anexos I, II, III e XIII, tempo esse que,
aplicado à tabela de conversão pelo fator 1.40, permite ao autor a
obtenção de aposentadoria por tempo de serviço integral. 2. A lei nº
9.032/95, que passou a exigir laudo técnico de condições ambientais de
trabalho, não pode emprestar efeito retroativo para alcançar situação
pretérita cuja atividade foi reconhecida pela legislação então vigente,
sob pena de ofensa a direito adquirido. 3. Por sua vez, a lei nº 9.711/98,
em seu art. 28, assegura o direito dos segurados à conversão de tempo
de serviço prestado em condições especiais em comum, exercido sob a
vigência da legislação anterior, até 28.05.1998, para fins de
aposentadoria. 4. Juros moratórios fixados em 1% ao mês, a contar da
citação válida, (súmula nº 204-stj), dada a natureza alimentar da dívida
e precedentes desta turma. 5. Parcelas em atraso devem ser corrigidas
monetariamente pelos critérios da lei nº 6.899/81. 6. Remessa oficial
improvida (ORIGEM TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL - 5ª REGIÃO -
CLASSE REOAC - REMESSA EX OFFÍCIO - NÚMERO DO
PROCESSO: 2001.05.00.024331-6 - ÓRGÃO JULGADOR: QUARTA
TURMA - RELATOR DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO
NAVARRO)

PREVIDENCIÁRIO – RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE COMO


ESPECIAL - INCABIMENTO.– A aposentadoria especial foi instituída
através da Lei 3.807, de 26/08/1960, sendo destinada àqueles
trabalhadores que laboravam em condições peculiares, submetidos a
certo grau de risco e prejuízo à sua própria saúde ou integridade física,
reclamando, assim, redução do tempo de serviço (quinze, vinte ou vinte
e cinco anos de atividade) para a sua concessão. –Os efeitos da Lei n.º
9.032/95 somente devem ser produzidos a partir da sua promulgação,
não cabendo a sua aplicação a situações pretéritas, sob pena de se
ferir os princípios da irretroatividade das leis e do direito adquirido.
Afigura-se inadmissível exigir comportamento da empresa ou do
segurado não solicitados oportune tempore. Até porque, a supracitada
lei não menciona qualquer retroação. –Deve ser resguardado o direito
daquele segurado que pertencia à determinada categoria, cargo ou
função, no qual havia a presunção legal de que exercia atividade
considerada insalubre, perigosa ou penosa (Decreto n.º53.831/64 e
Decreto n.º 83.080/79), não se exigindo, em princípio, a comprovação
do agente nocivo no ambiente de trabalho, para ser beneficiário da
aposentadoria especial ou para a conversão de tempo especial em
comum. – O cargo de Geólogo não compõe o rol das atividades tidas,
por presunção legal, como especiais, pois não está incluso no Decreto
n.º 53.831/64 e no Decreto 83.080/79. – Também é bem certo que para
o enquadramento no código 2.3.5 do Decreto nº 83.080/79, há de ser
demonstrado que o empregado “Geólogo” exerceu o seu labor de
acordo com a atividade profissional descrita no referido regulamento, ou
seja, relacionada à extração de petróleo. – Tendo em vista que a
atividade do Segurado não se enquadra no chamado “direito de
categoria”, não havendo presunção juris tantum de submissão a
agentes agressivos, torna-se indispensável a demonstração real de

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condições insalubres, periculosas ou penosas, de forma habitual e


permanente, no trabalho realizado. – O Autor não trouxe aos presentes
autos qualquer elemento de convicção útil à sua pretensão.– Não há
que se falar que a fruição do adicional trabalhista de periculosidade
constitui elemento para fins de comprovação da atividade especial, vez
que as regras trabalhistas são distintas das previdenciárias. (ORIGEM:
TRIBUNAL - SEGUNDA REGIÃO CLASSE: AC - APELAÇÃO CIVEL –
285119 - PROCESSO: 200202010151556 UF: RJ - ÓRGÃO
JULGADOR: SEXTA TURMA - DATA DA DECISÃO: 12/11/2003 -
DOCUMENTO: TRF200112444 - FONTE DJU - DATA:: 08/01/2004 -
PÁGINA: 77 – RELATOR: JUIZ SERGIO SCHWAITZER) (grifos
nossos)
PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO –
EXERCÍCIO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS – MECÂNICO
ELETRICISTA – CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL
EM COMUM – EXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO –
POSSIBILIDADE – PRESUNÇÃO DE EXPOSIÇÃO A AGENTES
NOCIVOS ATÉ A EDIÇÃO DA LEI 9.032/95 – COMPROVAÇÃO POR
FORMULÁRIOS ATÉ A VIGÊNCIA DO DECRETO 2.172/97 –
RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO – 1. Em observância ao direito
adquirido, se o trabalhador laborou em condições especiais (mecânico
eletricista) quando a Lei em vigor permitia a contagem de forma mais
vantajosa, o tempo de serviço assim deve ser contado. 2. É permitida a
conversão em comum do tempo de serviço prestado em condições
especiais, para fins de concessão de aposentadoria, nos termos da
legislação vigente à época em que exercida a atividade especial, desde
que anterior a 28/5/1998. 3. A necessidade de comprovação por laudo
pericial do tempo de serviço em atividade especial só surgiu com o
advento da Lei 9.528/97, que, convalidando a MP 1.523/96, alterou o
art. 58, § 1º, da Lei 8.213/91. 4. In casu, verifica-se que a parte autora
estava exposta, de forma habitual e permanente, a ruído em nível
superior a 90 db, poeira, fibra de algodão e micro pó de algodão, no
período compreendido entre 30/8/1977 e 19/12/1996, enquadrando-se a
atividade exercida no anexo do Decreto 53.831/64. Existia a presunção
absoluta de exposição aos agentes nocivos relacionados no
mencionado anexo. 5. Não merece reforma o acórdão recorrido, que
entendeu estar comprovado o exercício de atividade especial em
período anterior a 5/3/1997, visto que é direito incorporado ao
patrimônio do trabalhador, para ser exercido quando lhe convier, não
podendo sofrer nenhuma restrição imposta pela legislação posterior. 6.
Recurso Especial a que se nega provimento. (STJ – RESP
200200176233 – (415369) – SC – 5ª T. – Rel. Min. Arnaldo Esteves
Lima – DJU 19.06.2006 – p. 176);

PREVIDENCIÁRIO – RECURSO ESPECIAL – APOSENTADORIA POR


TEMPO DE SERVIÇO – CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM
COMUM – POSSIBILIDADE – LEI Nº 8.213/91 – LEI Nº 9.032/95 – LEI
Nº 9.528/97 – A Lei nº 9.032/95 que deu nova redação ao art. 57 da Lei
nº 8.213/91 acrescentando seu § 5º, permitiu a conversão do tempo de

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serviço especial em comum para efeito de aposentadoria especial. -


Com a edição da Medida Provisória nº 1.523, de 11.10.1996,
transformada na Lei nº 9.528 de 10.12.1997, foi alterado o art. 58 da Lei
nº 8.213/91, passando-se a exigir a comprovação da exposição a
agentes nocivos, através de formulário emitido pela empresa ou
preposto, com base em laudo técnico das condições ambientais do
trabalho, expedido por médico ou engenheiro de segurança do trabalho.
- No caso em exame, o tempo de serviço exercido em condições
especiais que se pretende converter em tempo comum, é anterior a
20.04.1995, portanto anterior à Lei nº 9.528/97. - Assim, inexistindo
previsão legal, é inexigível a apresentação de laudo técnico, como
requisito para o reconhecimento de tempo de serviço exercido em
condições especiais. - Precedentes desta Corte. - Recurso conhecido
mas desprovido. (STJ – RESP 421201 – RS – 5ª T. – Rel. Min. Jorge
Scartezzini – DJU 03.02.2003);

CONSTITUCIONAL – PREVIDENCIÁRIO – CONTAGEM DE TEMPO


DE SERVIÇO EXERCIDO EM CONDIÇÕES PREJUDICIAIS À SAÚDE
– AJUDANTE DE ELETRICISTA E ELETRICISTA – DECRETOS Nº
53.831/64 E 83.080/79 E LEI 8.213/91 COM REDAÇÃO DADA PELA
LEI 9.032/95 – DIREITO ADQUIRIDO SE PREENCHIDOS OS
REQUISITOS EXIGIDOS NA LEGISLAÇÃO À ÉPOCA DA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO – LAUDO PERICIAL – COMPROVAÇÃO –
CONVERSÃO – POSSIBILIDADE – AUSÊNCIA DE
ENQUADRAMENTO EM ATIVIDADE INSALUBRE – VALORAÇÃO DA
PROVA – POSSIBILIDADE – CONCESSÃO DA APOSENTADORIA
PROPORCIONAL – RECUROS ADESIVO – DIFERENÇAS DEVIDAS
DESDE O REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO – JUROS DE MORA –
FIXAÇÃO EM 1% AO MÊS A CONTAR DA CITAÇÃO – HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS – MANUTENÇÃO DA DECISÃO SINGULAR – 1.
Indiscutível a condição especial do exercício das atividades de ajudante
de eletricista e eletricista, por força dos Decretos 53.831/64 e 83080/79
e Lei 8.213/91, até a edição da Lei 9.032/95. 2. Restando comprovado,
através da CTPS, do formulário DSS-8030 e laudo técnico -, o exercício
das atividades insalubres, no período de 13.08.1976 até 19.11.1998,
não há como deixar de reconhecer o seu direito contagem de tempo de
serviço em condições especiais. 3. Apesar da inexistência de expressão
definidora da atividade do autor - Ajudante de eletricista - Nos anexos
constantes dos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, não lhe retira o direito
à pretensão requerida, tendo em vista que pela descrição de suas
tarefas, trata-se de atividade insalubre e perigosa, conforme laudo
técnico, expedido pela COELCE. Precedentes do STJ. 4. É devida a
aposentadoria proporcional com o pagamento das parcela atrasadas,
desde a data do requerimento administrativo em 11.12.98, tendo em
vista que o seu direito já existia, só não estava reconhecido pelo INSS.
5. Os juros de mora hão de ser fixados em 1% ao mês, conforme
reiterada jurisprudência do STJ, incidindo a partir da citação nos termos
da Súmula 204 - STJ, conforme requerido no recurso adesivo do autor.
6. Tratando-se de matéria de fácil deslinde, a verba honorária há de ser
mantida, fixada que foi na decisão singular em R$ 200,00 (duzentos

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reais), sem que tal fixação represente aviltamento ao labor profissional.


7. Recurso adesivo parcialmente provido. 8. Apelação e remessa oficial
improvidas. (TRF 5ª R. – AC 2005.05.00.000149-1 – 2ª T. – Rel. Des.
Fed. Petrucio Ferreira – DJU 05.07.2006 – p. 897);

PREVIDENCIÁRIO – RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE COMO


ESPECIAL - INCABIMENTO. – A aposentadoria especial foi instituída
através da Lei 3.807, de 26/08/1960, sendo destinada àqueles
trabalhadores que laboravam em condições peculiares, submetidos a
certo grau de risco e prejuízo à sua própria saúde ou integridade física,
reclamando, assim, redução do tempo de serviço (quinze, vinte ou vinte
e cinco anos de atividade) para a sua concessão. –Os efeitos da Lei n.º
9.032/95 somente devem ser produzidos a partir da sua promulgação,
não cabendo a sua aplicação a situações pretéritas, sob pena de se
ferir os princípios da irretroatividade das leis e do direito adquirido.
Afigura-se inadmissível exigi rcomportamento da empresa ou do
segurado não solicitados oportune tempore. Até porque, a supracitada
lei não menciona qualquer retroação. –Deve ser resguardado o direito
daquele segurado que pertencia à determinada categoria, cargo ou
função, no qual havia a presunção legal de que exercia atividade
considerada insalubre, perigosa ou penosa (Decreto n.º53.831/64 e
Decreto n.º 83.080/79), não se exigindo, em princípio, a comprovação
do agente nocivo no ambiente de trabalho, para ser beneficiário da
aposentadoria especial ou para a conversão de tempo especial em
comum. – O cargo de Geólogo não compõe o rol das atividades tidas,
por presunção legal, como especiais, pois não está incluso no Decreto
n.º 53.831/64 e no Decreto 83.080/79. – Também é bem certo que para
o enquadramento no código 2.3.5 do Decreto nº 83.080/79, há de ser
demonstrado que o empregado “Geólogo” exerceu o seu labor de
acordo com a atividadeprofissional descrita no referido regulamento, ou
seja, relacionada à extração de petróleo. – Tendo em vista que a
atividade do Segurado não se enquadra nochamado “direito de
categoria”, não havendo presunção juris tantum de submissão a
agentes agressivos, torna-se indispensável a demonstração real de
condições insalubres, periculosas ou penosas, de forma habitual e
permanente, no trabalho realizado. – O Autor não trouxe aos presentes
autos qualquer elemento de convicção útil à sua pretensão. – Não há
que se falar que a fruição do adicional trabalhista de periculosidade
constitui elemento para fins de comprovação da atividade especial, vez
que as regras trabalhistas são distintas das previdenciárias. (TRF -
SEGUNDA REGIÃO - AC 285119 – RJ - SEXTA TURMA - DJU
DATA:08/01/2004 – P. 77 - Relator(a) JUIZ SERGIO SCHWAITZER).

Diante do exposto, reportando-me aos fundamentos dos


precedentes retro transcritos, nego provimento à remessa oficial.
É como voto.

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1)
PARTE A : DANIEL GONÇALVES PEREIRA
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PARTE R : INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
REPTE : PROCURADORIA REPRESENTANTE DA ENTIDADE
REMTE : JUÍZO DA 20ª VARA FEDERAL DE PERNAMBUCO
(SALGUEIRO) - COMPETENTE P/ EXECUÇÕES PENAIS
RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL UBALDO CAVALCANTE
(PRIMEIRA TURMA)

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA


ESPECIAL – LEI Nº 8.213/91 – LEI Nº 9.032/95 – LEI Nº 9.528/97 E
DECRETO Nº 3.048/99 – ATIVIDADE ESPECIAL DEMONSTRADA –
POSSIBILIDADE - FRENTISTA.
1. É pacífico, na jurisprudência, o entendimento de que, até o advento
da Lei nº 9.032/95, admite-se o reconhecimento do tempo de serviço
especial, com base no enquadramento da categoria profissional do
trabalhador. A partir do mencionado diploma legal, a comprovação da
atividade especial passou a ser feita por intermédio dos formulários SB-
40 e DSS-8030, nos moldes das regras então vigentes, até a edição do
Decreto nº 2.172 de 05.03.1997, que regulamentou a MP 1523/96
(convertida na Lei nº 9.528/97), exigindo-se, a partir daí, a comprovação
da atividade especial através de laudo técnico.
2. Inexistindo previsão legal, até a edição da Lei 9.032, de 28.04.1995,
para a efetiva comprovação da exposição aos agentes nocivos à saúde
e à integridade física do trabalhador, para caracterizar atividade
especial, sendo inexigível a apresentação de laudo técnico como
requisito para o reconhecimento de tempo de serviço exercido em
condições especiais, bastaria apenas que se demonstrasse o
enquadramento da atividade exercida dentre aquelas previstas em lei,
como atividades especiais sujeitas à contagem diferenciada de tempo
especial, segundo as regras vigentes à época da prestação.
3. No caso dos autos, constata-se que a categoria profissional à qual
pertence o autor se enquadra dentre as consideradas especiais pelos
Decretos nºs 53.831/64 e 83.080/79, no código 1.2.11. Dessa forma,
diante da presunção legal, reconhece-se, como especial, a atividade
desempenhada pelo demandante, até a edição da Lei 9.032/1995
(28/04/1995).
4. Restou evidenciado, nos autos, por formulários e laudos, que o
demandante exercia sua atividade profissional em condições insalubres,
a saber, Frentista, na empresa Raimundo Felix & CIA LTDA, nos
períodos alegados, de modo habitual e permanente, sendo evidente o
direito à aposentadoria especial, não merecendo qualquer reforma a
sentença a quo.
5. Remessa oficial improvida

(MAC/ABDPC) REOAC416852-PE 9
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL UBALDO ATAÍDE CAVALCANTE

A C Ó R D Ã O

Vistos e relatados os autos em que são partes as acima


indicadas, decide a egrégia Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da
5a. Região, por unanimidade, negar provimento à remessa oficial, na forma
do relatório, voto e das notas taquigráficas constantes dos autos, que ficam
fazendo parte integrante do presente julgado.

Recife-PE, de de 2007 (data do julgamento).

Desembargador Federal UBALDO ATAÍDE CAVALCANTE


Relator

(MAC/ABDPC) REOAC416852-PE 10

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