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FLÁVIA PIOVESAN

TEMAS DE
DIREITOS HUMANOS

9i edição
revista, ampliada e atualizada

Editora
FLÁVIA PIOVESAN

TEMAS DE
DIREITOS HUMANOS

Esta obra resulta da participa-


ção da Autora em cursos, debates,
seminários, encontros e projetos de
pesquisa a respeito dos direitos hu-
manos.
TEMAS DE
Nela discorre acerca de temas

centrais, incluindo a proteção inter-


DIREITOS HUMANOS
nacional dos direitos humanos e o

seu impacto no direito brasileiro, a


Constituição Federal de 1988 e os
tratados de direitos humanos, o va-
lor jurídico desses tratados a prote-
,

ção internacional dos direitos so-


ciais, económicos e culturais, a
proteção internacional dos refugia-
dos, a implementação do direito à
igualdade, a proteção internacional
dos direitos da mulher a proteção
,

dos direitos reprodutivos e a res-


ponsabilidade do Estado no proces-
so de consolidação da cidadania.

Cada li m dos textos é fruto de


vivos, intensos e apaixonados diá-
logos sobre a matéria. Como resul-
tado de um processo movido por www.editorasaraiva.com.br/direito

incansáveis buscas e inquietações, ÿÿVisite nossa página


a abordagem por si só, retlete a
,

importância dos direitos humanos


no País e no mundo.
Flávia Piovcwn e Professora Doutora da Faculdade de Direito da PUC5P nas discIplinas
de Direito Constitucional e de Direitos Humanos. ( professora de Direitos Humanos da Póv- FLÁVIA PIOVESAN
-

Graduação da PUCSP e da PUCPR. Professora do Programa de Doutorado em Direitos


Humanos e Desenvolvimento da Universidade Pablo de CMavide (Sevilha. Espanha) e do
Programa de Doutorado (modalidade intensiva) da Universidade de Buenos Aires. Mestre e
Doutora em Ditello Constitucional pela PUCSP. Desenvolveu seu doutoramento na I larvarti
law School, na qualidade de visiting fellow do Human Rights Program, em 1995, «endo a
este programa retornado cm 2000 e 2002. Foi visiting elotvdo Centre tor Brazilian Studies,

f
f
na University of Oxford em 2005. Foi visrting fetmv do Xlax-Planck-lnUrtute for Compa/M w
Public Law mxI International Luv, em Heidelberg, em 2007 2008 e 2015, e I tumboldt foun-
,

dation Georg fonie' Research fellow no Max-Planck-lnstitute for Comparative Pubik Luv
and International Law de 200,) a 2014.
É Procuradora do Estado de Sào Paulo desde 1991, tendo sido a primeira colocada no
concurso de ingresso. Foi coordenadora do Grupo de Trabalho de Direitos Humanos da
Procuradoria-Geral do Estado de 19% a 2001.
Membro do Comité Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher
(CLADEM), do Conselho de Defesa dos Direitos da Ressoa Humana (CDDPH), da Comissão
lustiça e Pa/, da Associação dos Constitucionalistas Democráticos, da SUR - Human Rights
University Network; e do gowming board da International Association oí law Schools HALS).
Foi membro da UN High level Task Force on the Implementation oí the Righi lo Development
TEMAS DE
e é membro do OAS Working Group para o monitora mento do Protocolo de San Salvador
em materia de direitos económicos, sociais e culturais. DIREITOS HUMANOS
Foi observadora das Nações Unidas na 42" sessão da Comissão do Status da Mulher.
Recebeu menção honrosa do Prèmio Franz de Castro I lolzwarth, conferido pela Comissão
de Direitos Humanos da OAB/SP em 1997. Ë assessora científica da FAPESP (Fundação de
Amparo à IVsquisa do Estado de São Paulo) e consultora ad hoc do CNPq. Tem prestado
consultoria em direitos humanos para a Fundação Ford. Fundação Heinrich Boll. European
Human Rights Foundation, United Naiions High Commissioner ror Human Rights e Comissão
Interamericana de Direitos Humanos.
É autora dos livros Direitos humanos e o direito constitucional internacional (16. ed.); Prefácio de Fábio Kondor Comparalo
Temas de duetto* humanos (9. ed.« e Proteção judicial contra omissões legislativas: açâo
direta de inconstitucionalidade por omissão e mandado de injunção (2. ed). Coautora do
livro A ñgura/peryonagem mulher em processos de familia. Coorganizadora dos livros: Di-
reito. cidadania e justiça; O sistema interamericano de proteção dos direitos humanos: di-
reito brasileiro; Nos limites da vida; Ordem jurídica e igualdade itnico-racial, Direito Iiu-
9Û edição
revista ampliada e alualizada
mano à alimentação adequada; Direitos humanos: fundamento, proteção e implementação; ,

Direitos humanos, igualdade e diferença; Direitos humanos: priHeção nacional, regional e


2016
global: Direitos humanos e duetto do trabalho; Direitos humanos, democracia e integração
jurídica na América do Sul; Direitos humanos, democracia e integração jurídica: avançando
no diálogo constitucional e regional: e Direitos humanos. democracia e integração jurídica:
emergência d«* um novo direito público. Coordenadora dos livros Direitos humanos, globii-
h/açâo econòmica e integração regional: desafios do direito constitucional internacional;
Direitos humanos, v I; e Código de Direito Intitnacional dos Direitos Humanos anotado.
Possui dKervos artigos publicados rm jornais, revistas e livros jurídicos.
Tem participado de conferências, seminários e cursos sobre temas de direitos huma-
nos no Brasil e no exterior, particularmente na Alemanha, Áuslria, Argentina, Bolívia,
Uruguai, Colômbia, Peru, Venezuela. Costa Rica, México, Estados Unidos, Canadá, índia,
Turquia, Zimháhue, Africa do Sul, Portugal, Espanha, França, Itália, Bélgica. Holanda, PA Editora
P Saraiva
Suiça e Inglaterra.
Sumário

ISIN 9Í8-8S-4/2-0300-9 Prefácio - Fábio Konder Comparato... 17


c* Saraiva Nold à 9* tfiído . 21

r

U *#tQt Clavar IH. Im~i (Na - Swhifc - Now à 8« edição . 25
«rwiîw
nu II!3*133000 IWuu. IU.m Nota à 7* edição.. 27
WS« III WS T«au> 4> Amêe hn» / » Um. r»iu> - «
«I r». . .».pi « jfual - Sto fi-lo V...»*, »16 Notó à 6* edição . 31
hPaf.á*130nifJ9
Nota à 5* edição .,... 35
12 IV
Pl4.ll I Kunuii« (IXmtn I.UlliMUMial) 1 Nlta*4**fc* . 39
la*
lé* d Pacbmtmm Now à 3Ì edição . 41
C*MmûUrtf ¡knói(cmy>to*yx\ COU-M7 I3I.I Ml "2
Now à 2* edição . 45
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Am*«w tüané lit«* (»VC di lim\B Vtodm


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Uic« poio coMiofo vsitmíko Now à 1âediçào . 51


íwdrnaoo pirai QmokmAUov I l)iu ili- hiimnm c 4>«M mMlMwWnjl
ÊmHàáhmmêmm» MT l2l.liMI M2
Parte I
km (nom Conimi)
A PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS
adm di Mm So*a S4c
HUMANOS E 0 DIREITO BRASILEIRO
f

Êtmtm*
Data de fechamento dn cdiçio: 17-12-2015
timo de piora »'.ita* fitam * Ito-OTffo A *eb
píWím otvf«&wd>Sfa Oúvid«* Capitulo 1
f

MAMA» Ateste wA*«StOfasawva.<on» bf/d.i*lo A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 E OS TRATADOS


Moto (nàto
INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
kmtmäm OhMIÿMAM-Una*IbiM \.-h«M r-ÿr d»,.. p*b*to ." "rÿf "

ei ***>«« f~ +.*ÿH»I --O- c-~ - « f'"* --".«*» *


f
t

Ou*m*kUilO.Sam tüuw Ni i«ln nk>l> 4 D« c*jtoi««to M I Tratados internacionais de proteção dos direitos humanos gé-
\
ÌÌTSTl»* c r-«. ru «t«. im *.<>**. nese e principiologia. 57
2 O Estado brasileiro em face do sistema internacional de prote-
h&mgntico Ato»**»
ção dos direitos humanos.. 66
Iiiqvíuõo {MMhttUfaMi
3 A incorporação dos tratados internacionais de proteção de direi-
»liolomenio («w AiAivno rfa Itfc .
f
t
r

tos humanos pelo direito brasileiro . 68


4 .
O impacto dos tratados internacionais de proteção dos direitos
humanos na ordem jurídica brasileira.-. 81
5 .
Considerações finais .
88

Capitulo 2
0 DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS E A
REDEFINIÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL

I O movimento de internacionalização dos direitos humanos 89

5
2 O Direito Internacional dos Direitos Humanos e o seu impacto no 4 Diálogo entre jurisdições e controle de convencionalidade
direito brasileiro. 93 desafios para o ¡us commune latino-americano em matéria de
98 direitos humanos. 154
3 A redefinição da cidadania no Brasil . ..

Capitulo 3 Parte II
BRASIL E 0 SISTEMA INTERAMERICANO A PROTEÇÃO INTERNACIONAL
DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DOS DIREITOS HUMANOS

I .
Introdução . ,QQ
2 Sistema interamericano de proteção dos direitos humanos, ori- Capitulo 6
.

gem. perfil e objetivos. '00 0 VALOR JURÍDICO DOS TRATADOS E SEU IMPACTO
3 . Impacto do sistema interamericano de proteção dos direitos hu- NA ORDEM INTERNACIONAL
manos na experiência latino-americana . 104

4 Sistema interamericano de proteção dos direitos humanos: de- I Introdução.


. 163
.

,22 2 O valor jurídico dos tratados internacionais 163


safios e perspectivas . .
.

2 1 O conceito de tratados .
. . 163

Capitulo 4
22
. .
O processo de formação dos tratados . 165
23
. . Os tratados internacionais na Constituição brasileira de
SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS:
1988: o processo de formação dos tratados a sistemática de
IMPACTO TRANSFORMADOR. DIÁLOGOS JURISDICIONAIS ,

incorporação e a hierarquia 167


E OS DESAFIOS DA REFORMA
.

3 . Impacto jurídico dos tratados na ordem internacional .


170

I .
Introdução. '29
2 . Impacto transformador do sistema interamericano no contexto Capitulo 7
latino-americano. '30 PROTEÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS: DESAFIOS DOS
3 O empoderamento do sistema interamericano mediante a SISTEMAS GLOBAL REGIONAL E SUL-AMERICAN0
,

efetividade do diálogo jurisdicional e crescente legitimação social .


132
I . Introdução 176
4 Desafios do sistema interamericano, agenda de reformas e a 2
.

.
A afirmação histórica dos direitos humanos e os direitos sociais 177
pavimentação de um ins commune latino-americano em direitos
,

3
humanos". .40
.
A proteção dos direitos sociais no sistema global .
181
4 A proteção dos direitos sociais no sistema regional interamericano 193
5 .
A proteção dos direitos sociais no âmbito sul-americano: desafios
Capitulo 5 do ius commune . |99
DIREITOS HUMANOS E DIÁLOGO JURISDICIONAL NO
CONTEXTO LATINO-AMERICANO
Capítulo 8
DIREITO AO DESENVOLVIMENTO:
I Introdução.
. ,45
DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
2 Emergência de um novo paradigma jurídico: da hermética
pirâmide centrada no Sfate approach à permeabilidade do 1 .
Introdução
,46 211
trapézio centrado no Human R( ç?fifs approach.
"

'51 3 A construção dos direitos humanos e o direito ao desenvolvimento 211


3 .
Diálogo jurisdicional em matéria de direitos humanos.
A
7
3 Direito ao desenvolvimento desafios e perspectivas 218 4 . A relação entre o Tribunal Penal Internacional e os Estados-par-
tes: os princípios da complementaridade e da cooperação „ . 290
5 A relação entre o Tribunal Penal Internacional e o Conselho de
Capitulo 9
Segurança das Nações Unidas . 299
PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS 6 O Estatuto de Roma e a Constituição brasileira de 1988 . .. 303
HUMANOS E PROPRIEDADE INTELECTUAL 6 1 . . Prisão perpétua . 304
62 . . Imunidades. 308
U Introdução . 22Q 6 . 3 Entrega de nacionais. 312
2 .
Sistema internacional de proteção dos direitos humanos 229 6 . 4 Reserva legal .
313

Sistema internacional de proteção dos direitos humanos e pro- 7 Conclusão... 314


3 .
.

2'<
priedade intelectual.....-.
4 Direitos humanos e propriedade intelectual desafios e perspec- Parte III
tivas . 2*>
DIREITOS HUMANOS E IGUALDADE

Capitulo 10
Capitulo 12
0 DIREITO DE ASILO E A PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS IGUALDADE . PROIBIÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO E AÇÕES AFIRMATIVAS
1 Introdução . 2,3 I , Introdução. 319
2 O art 14 da Declaração Universal de 1948: o direito de asilo ...
.
254 2 . Igualdade, proibição da discriminação e ações afirmativas no
3 O direito de asilo e a Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados 255 Direito Internacional dos Direitos Humanos .
319
.

4 A Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados e a concepção con- 3 Ações afirmativas: desafios contemporâneos .. 328

temporânea de direitos humanos .. ¿&t


A proteção internacional dos direitos humanos dos refugiados
5 .
263 Capitulo 13
6 A responsabilidade do Estado na concessão de asilo 268 AÇÕES AFIRMATIVAS NO BRASIL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
7 As diferenças entre o Instituto internacional do refúgio e o insti-
1 Introdução
tuto latino-americano do asilo .....- 271 .
..... 334

8 Direitos humanos dos refugiados desafios e perspectivas con- 2 Direito à igualdade e direito à diferença sistema especial de pro-
teção dos direitos humanos 334
temporâneas ......-... 27* .

9 Conclusões. 276 3 Direito brasileiro e ações afirmativas .


341
4 Ações afirmativas no Brasil desafios e perspectivas . 344

Capitulo 11
Capitulo 14
0 TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL E 0 DIREITO BRASILEIRO DIVERSIDADE ÉTNIC0-RACIAL CONSTITUCIONALISMO TRANSFORMADOR
.
E
Flávia Plovcsan e Daniela Ribeiro Ikawa IMPACTO DO SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS
1 Introdução
1 Introdução...-. 2f® 34«
.

2 Direitos humanos, diversidade étnico-racial e constitucionalismo


2 Precedentes históricos... 2f,
transformador latino-americano
.

. 349
3 .
Estrutura e jurisdição do Tribunal Penal Internacional . 286

8 #
3 Direitos humanos, diversidade étnico-racial e impado do sistema 2 2 O periti conservador dos agentes jurídicos e a urgência de
mudanças no ensino lurídko 409
interamericano ......-- . 355 _.
__

4 Fortalecimento da proteção dos direitos humanos sob a perspec-


3 .
Integrando a perspectiva de género na doutrina jurídica brasilei-
363 ra: possibilidades e perspectivas. 411
tiva étnico-racial: potencialidades e desafios. ..
.

3 .

1 A necessidade de criar uma doutrina lurídica sob a perspecti-


Capitulo 15
va de género . 4M
3 .
2 O estudo do imp-icto dos instrumentos internacionais de
OS DIREITOS HUMANOS DA MULHER NA ORDEM INTERNACIONAL proteção dos direitos da mulher na ordem jurídica nacional 413
3 3 Estratégias para <i advocacia dos instrumentos internacio-
Introdução... 371
.

I .

nais de proteção dos direitos da mulher 415


2 . O processo de especificação do suielto de direito. 371 4 A urgêncid da mudança dc paradigmas.
. ...

416
3 A Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discri-
.

minação contra a Mulher..-. 372


Capitulo 18
4 A Convenção Interamericana para Prevenir. Punir e Erradicar a

Violência contra a Mulher TConvenção de Belém do Pará ) ..


"

378 A PROTEÇÃO DOS DIREITOS REPRODUTIVOS NO


DIREITO INTERNACIONAL E NO DIREITO INTERNO
5 .
Conclusão.-. 383
Flávia Plovesan e Wilson Ricardo Buquetti Pirotta
Capitulo 16
LITIGÂNCIA INTERNACIONAL E AVANÇOS LOCAIS: VIOLÊNCIA t, Introdução---- 417

f
CONTRA A MULHER E A LEI MARIA DA PENHA*
"
2 Delineamentos conceituais dos direitos reprodutivos e sua prote-
ção na ordem internacional . ... 417
3 Os direitos reprodutivos e o direito brasileiro 425
I .
Introdução. . 384 .

3 1 Os direitos reprodutivos e a Constituição brasileira de 1988 426


2 .
Processo de democratização, movimento de mulheres e a Consti- . .

tuição brasileira de 1988. 385 3 2. Os direitos reprodutivos e o Código Civil . . 432

3 . Agenda feminista na consolidação democrática: direitos humanos


33 Os direitos reprodutivos e o Código Penal
. .

. 434
3
das mulheres e reinvenção do marco normativo no pós-1988 389 .

4 Os direitos reprodutivos e o Estatuto da Criança e do Adol es-

4 Violência contra a mulher e o caso Maria da Penha . 392 cente . 439


35
5 Litigância internacional e avanços locais: a Lei
"

Maria da Penha 397 . .


Os direitos reprodutivos e a Consolidação das Leis do Traba -

lho
.

6 Conclusão.......... 401 4
. 441
.
Conclusões _
_______ 445

Capitulo 17
Capitulo 19
INTEGRANDO A PERSPECTIVA DE GÉNERO NA DOUTRINA
JURÍDICA BRASILEIRA DESAFIOS E PERSPECTIVAS PROIBIÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO POR ORIENTAÇÃO SEXUAL
NOS SISTEMAS REGIONAIS EUROPEU E INTERAMERICANO DE
I Introdução. 406 PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
2 .
Integrando a perspectiva de género na doutrina jurídica brasileir.i I -
Introdução
407 448
obstáculos e desafios . . .. .

2 O direito ò diferença à luz da concepção contemporânea de direi-


.

2 I Os anacronismos da ordem lurídica brasileira e a urgência de tos humanos.


407 448
seu saneamento ..
11
10
3 Proteção dos direitos à diversidade sexual no sistema global de 4 O Poder Legislativo e a proteção dos direitos das pessoas com
proteção dos direitos humanos ... ... deficiência . 491
4 Proteção dos direitos è diversidade sexual nos sistemas regionais 5 O Poder Executivo e a proteção dos direitos das pessoas com
europeu e interamericano de proteção dos direitos humanos. deficiência- 492
5 .
Conclusões . 6 O Poder ludiciário e .i proteção dos direitos das pessoas com
deficiência . 493
Capitulo 20 7 . O acesso à justiça e as pessoas com deficiência . 499
8 Conclusão. . 502
OS DIREITOS HUMANOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES
NO DIREITO INTERNACIONAL E NO DIREITO INTERNO
Capitulo 22
Flávia Piovesan e Wilson Ricardo Buquetti Pirotta
PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS DAS PESSOAS IDOSAS
I . Introdução. Flávia Piovesan e Akeml Kamimura
2 A proteção internacional dos direitos das crianças e dos adolescen-
tes . I Introdução.. *>04
3 A proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes no direi- 2 Proteção iniernacion.il dos direitos humanos das pessoas idosas
no sistema ONU.. 505
to brasileiro .. .. .. .

3 I Os principais direitos humanos garantidos às crianças e aos 3 Proteção internacional dos direitos humanos das pessoas idosas
adolescentes pela legislação brasileira . no sistema OEA a Convenção Interamericana sobre a proteção
3 1 1
. .
Dos direitos à vida e à saúde. . dos direitos humanos das pessoas idosas . 520
.

3 I 2 Dos direitos à liberdade, ao respeito e à dignidade


4 .
Considerações finais. . 522

3 1.3 Do direito à convivência familiar e comunitária..


3 I 4 Dos direitos è educação, à cultura, ao esporte e ao la- Parte IV
zer .-. DIREITOS HUMANOS . ESTADO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
3 I 5 Dos direitos à profissionalização e à proteção no tra-
balho ...........
Capitulo 23
4 Considerações finais . . .-..- .
A RESPONSABILIDADE DO ESTADO NA CONSOLIDAÇÃO DA CIDADANIA
Capitulo 21 I Introdução ÿ7
.

...
* * * ** .
A PROTEÇÃO DOS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO BRASIL 2 Delineando o perfil constitucional do Estado brasileiro - 527
Flávia Piovesan. Beatriz Pereira da Silva e 3 Desvendando os contornos jurídicos da cidadania - -
534

Heloisa Borges Pedrosa Ca m poii 3 I A concepção contemporânea de cidadania . .. 534


3 2 A Constituição brasileira de 1988 e a concepção contempo-
I . Introdução. rânea de cidadania . 536
2 A proteção dos direitos das pessoas com dellclència nas Cons- 4 A responsabilidade do Estado no processo de consolidação da
cidadania. 539
tituições brasileiras ... .

3 A proteção internacional dos direitos das pessoas com deficiên- 5 A política nacional de proteção dos direitos humanos . 542
Ó- Conclusões 545
cia ...-..... .
. -
.-.. -

12 13
Capitulo 24 Capitulo 27
LEIS DE AN 1ST IA DIREITO A VERDADE E À JUSTIÇA:
A FORÇA NORMATIVA OOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ,

FUNDAMENTAIS: A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA IMPACTO DO SISTEMA INTERAMERICANO E PERSPECTIVAS DA


JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO NO CONTEXTO SUL-AMERICANO
Flávia Piove*«n e Renato Stanzlola Vieira
I Introdução
. 62*
2 Impacto do sistema interamericano no processo de lustiça de
I .
MfodllÇfto..........- 948 transição no contexto sul-americano 625
*49
..
.

2 O panorama at uai do Direito Constitucional brasileiro 3 Proteção dos direitos à lustiça e à verdade no marco da lustiça de
3 . Os princípios e sua relação com o Direito . 552 transição no contexto sul-amerlcano . ... 632
555
4 A evolução da tratativa dot princípios jurídicos . ... il. Argentina.-.. 633
5 A atual hermenéutica constitucional a concretização *63 3 2 Brasil _._634
6 Os princípios, os valores e as regras.... . *68 4 Desafios e perspectivas da justiça de transição no contexto sul-
7 . O princípio constitucional fundamental da dignidade da pessoa -
americano 640
humana... 573 R4MM*... ...i „h. ÿiini<iü*HgM É6.
8 Conclusões.... *76
.
__

Capitulo 25
PODER JUDICIÁRIO E DIREITOS HUMANOS

I .
Introdução . 581
2 O direito à proteção judicial no marco dos direitos humanos *81
3 Desafios e perspectivas para o fortalecimento do Poder ludiciárlo
*84
na proteção dos direitos humanos .

Capitulo 26
A LITIGÂNCIA DE DIREITOS HUMANOS NO BRASIL:
DESAFIOS E PERSPECTIVAS NO USO DOS SISTEMAS
NACIONAL E INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO
*97
1 . Introdução-------
2 .
A crescente incorporação da gramática dos direitos humanos no
*98
contexto da democratização brasileira..-.-
3 .
A litigância de interesse público na defesa dos direitos humanos
604
perante as Cortes Nacionais.
4 .
A litigância de interesse público na defesa dos direitos humanos
617
perante as instâncias internacionais.
621
5 Conclusões .....-...-.

14 15
A descoberta do mundo dos valores, a partir dos trabalhos seminais de
Lotze e Brentano no século passado, transformou inteiramente o quadro da
reflexão filosófica contemporânea e. por via de consequência, todo o labor
cultural em matéria de ciências humanas Até então, o saber científico de-
senvolvia-se. ou peto menos pretendia desenvolver-se. no plano puramente
racional, mantendo-se o sujeito cognoscente, por assim dizer, alheio ou indi-
ferente ao objeto conhecido. O ideal proclamado e sempre louvado do cien-
tista era o de desempenhar a sua tarefa de modo impassível, sine ira ae studio.
A revelação do universo valorativo tornou caduca essa falsa concepção
da objetividade do saber, notadamente no vasto campo das ciências do ho-
mem Tivemos que nos render è evidência de que a maior parte de nossa vida
Adesenvolve-se não no campo Intelectual, mas sim no plano afetivo. senti-
mental. emotivo: e que o ser humano, antes de ser um animal racional, é um
ente sensível à beleza, ã lustiça. à generosidade e aos seus correspondentes
contravalores.

A revolução axiológica no entanto, ainda não transformou, como seria


,

de esperar, o panorama da ciência lurfdica contemporânea Por força sobre- ,

tudo. da predominância positivista no século XX continuamos a tratar o


.

fenómeno jurídico como se fora puro pensamento expresso em palavras .

mero conjunto de proposições normativas a serem analisadas no registro


,

exclusivo da lógica formal


A reconstrução da ciência jurídica sobre novos fundamentos encetada ,

Por Ihering e a Inleressin¡urispnidenz foi secamente interrompida pelo positi-


.

vismo puro e duro. que vigeu hegemonicamente durante a maior parte deste
século .

Assim como a axiologia transformou a ética contemporânea, assim


*ambém
segundo se esperava deveria ela transformar a ciência jurídica Se
.
,

°
s fundamentos do dever-ser não são ideias nem fatos mas valores, é preci-
,

so reconhecer que tanto a Moral quanto o Direito alimentam-se da mesma


ÿjonte axiológica são partes componentes do mesmo sistema normativo O
,

,'
®j1° à'inal
j '"
. em sua essência , como elegantemente afirmou Celso, nada
I 3"S è d°
que ars boni t a«u¡ (D. I. I )
r

''
Oa os valores não se apreendem por via de puras operações intelectu- 1789 consiste em proteger a pessoa humana contra o arbitrio, o desprezo e
ais. mas graças a uma especial sensibilidade, que ultrapassa os limites da a violência dos poderosos Por isso mesmo proclamou o art 16 da Declara-
,

razão raciocinante A insensibilidade diante da hediondez ou sublimidade


das ações humanas é uma verdadeira loucura moral
ção dos Direitos do Homem e do Cidadão, toda sociedade em que a garan -

tia dos direitos não é assegurada nem a separação de poderes determinada.


nio tem Constituição
*

Pois bem fo< somente com o advento da teoria axiológica que se pôde
compreender o lugar especial que ocupam os direitos humanos no sistema É a grande verdade que ainda não logrou contudo penetrar na cons-
lurídKo São eles que formam a base ética da vida social, e é pelo grau de orneia perra de nossos governantes nestes tempos de neoegofsmo capita-
,

sua vigência na consciência coletiva que se pode aferir o caráter de uma ci- lista e privat izador
vilização
São Paulo, fevereiro de 199«
Tudo isso explica a singular importância da contribuição feminina ao
trabalho de edificação dos direitos humanos. A sensibilidade específica da Fábio Konder Comparato
mulher para as questões éticas, num mundo até há pouco avassalado pela Professor Titular da Faculdade de Direito
onipresença masculina, enriquece e revigora o labor jurídico, permitindo do- da Universidade de São Paulo
ravante a apreciação das instituições e condutas humanas sob um Angulo Doutor em Direito pela Universidade de Paris
inteiramente novo

A prova concludente do que se acaba de dizer nos é dada (ustamente


pelos trabalhos lurídicos da Professora Flávia Piovesan Dela |i tínhamos a
espléndida monografia DirrtU* huma*» t o èrmo comtu**mél mtmmvml Ca-
nhamos agora mais a presente obra. onde são discutidos importantes temas
da defesa lurídica da pessoa humana
Nas duas primeiras partes, a Autora retoma e aprofunda algumas das
questões centrais do sistema internacional de direitos humanos, e ressalta a
transformação provocada em nosso direito constitucional por força da inter-
nalizaçâo dos tratados internacionais sobre a matéria
A terceira parte é consagrada à questão da igualdade, que está no cerne
do próprio conceito de direito da pessoa humana A Autora sublinha aí. com
toda razão. a distinção capital entre desigualdades e diferenças Enquanto
aquelas representam a negação da dignidade comum do ser humano, estas.
muito ao contrário, são expressões de sua inesgotável capacidade criadora
As civilizações, como os sistemas biológicos, são tanto mais vigorosas quan-
to mais complexos e variados os grupos humanos que as compõem A homo-
geneização das espécies vrvas é o caminho fatal de sua extinção Por isso
mesmo a discriminação fundada na diferença de sexo. raça ou cultura não
,

ofende apenas os discriminados ela fragiliza a sociedade como um todo


Na quarta e última parte desta obra. a Professora Flávia Piovesan en-
frenta o problema - velho e sempre atual - da responsabilidade do Estado
quanto ao respeito e promoção dos direitos humanos A finalidade das
Constituições modernas, como ressaltaram os revolucionários franceses de

18
Nota à 9? Edição

O ritual de rever, revisar e atualizar esta obra para a sua 9¿ edição impul-
siona um mergulho analítico retrospectivo e prospectivo na arena de prote-
ção dos direitos humanos, ao identificar seus avanços, suas maiores inquie-
tudes. suas tensões e seus dilemas na ordem contemporânea Trata-se de
um meticuloso e cuidadoso exercício de ourives das palavras, no desafio de
"
"

lapidar, aiustar e revisitar ideias e reflexões afetas ao processo emancipató-


rio de luta por direitos e por iustiça
Todos os capítulos deste livro invocam a emergência de um novo para-
digma jurídico no século XXI. radicado no sistema lurídico multinível. esta-
belecendo o diálogo entre as ordens global, regional e local, sob a inspiração
do princípio da prevalência da dignidade humana
É sob esta perspectiva que cada capítulo foi detidamente revisitado e
atuallzado. com ênfase nas inovações da normatividade e da jurisprudência
dos sistemas global e regional interamericano No caso do sistema intera-
mericano. especial destaque foi conferido à Opinião Consultiva n. 21. de 19
de agosto de 2014 a respeito dos direitos e garantias de crianças no contex-
.

to da migração e/ou em necessidade de proteção especial Neste caso. o


parecer foi solicitado pela República Argentina. República Federativa do Bra-
sil. República do Paraguai e República Oriental do Uruguai para que a Corte
determinasse com maior precisão quais são as obrigações dos Estados com
relação às medidas passíveis de serem «idotadas a respeito de meninos e
meninas ,
associadas à sua condição migratória ou à de seus pais. à luz da
,

interpretação autorizada da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.


da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e da Convenção
Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura. É a primeira vez que o Merco-
sul solicita à Corte Interamericana uma opini.,«) consultiva o que vem sobre-
,

ro a simbolizar a submissão do Mercosul aos parámetros protetivos inte-


tamericanos .

O Capítulo 10 relativo à proteção internacional dos refugiados, foi cui-


.

{ ciosamente atualizado contemplando os desafios contemporâneos Note-


,

ÿse
que a Organização Internacional sobre Migrações (OlMi estima que .
até
Cembro de 2015 ao menos 473 887 homens, mulheres e crianças fizeram a
.
travessia do mar Mediterrâneo com destino à Europa, das quais 2 812 pes-
amiga de alma 1 Henry limenez Holger Hestermeyer
'
.

soas perderam a vida nessa travessia A maior parte dos refugiados procede
.

Matthias Hartwig e
.

da Síria - o conflito que gerou mais refugiados nas últimas duas décadas
Christina Binder recebam o meu maior carinho por nossa preciosa amizade .

Neste alarmante contexto, fundamental é enfrentar a problemática dos refu- pela cumplicidade de tanto» belos proietos e por tanto compartilhar Ao pro-
fessor e amigo Friednch Muller sou grata pelo encantamento de nosso diá-
giados sob o human nçhts approach Isto porque cada refugiado é reflexo de um
grave padrão de violação a direitos humanos. Atualmente. os países em de-
logo e pelas inesquecíveis conversas com a tradição do kalk * und *u<W« na
Inspiradora Heidelberg
senvolvimento acolhem 86% dos refugiados, enquanto que os países desen-
volvidos acolhem apenas 14%. o que aponta ao desafio de avançar na coope- Por im. deixo o saber tradicional de povos originários marcado pelo

f
ração internacional visando à proteção dos direitos dos refugiados, por meio diálogo entre p«il e filho, que Indaga Em meu (ora(do lutam dou loíw Um deles é
da articulação, coordenação e harmonização de políticas estatais, a compor nolente e pengow O outro estd iheio de «mito e íompaixio Qual deifí tnuiifardT Res-
"

ponde o pai A*nele nue alimente' Daí o convite para a luta emancipatórta por
um quadro de responsabilidades compartilhadas
direitos e por justiça, na expressèo da solidariedade auténtica pelo sofrimen-
Na Parte III. concernente aos direitos humanos e igualdade, foi Inserido
to alheio, a alimentar uma das dimensões mais belas do ser humano
um novo capítulo dedicado è proteção internacional dos direitos humanos
das pessoas idosas O envelhecimento da população constitui uma das mais
significativas mudanças demográficas no século XXI Pela primeira vez na Heidelberg julho de 2015
,

história haverá menos crianças do que pessoas idosas no mundo Há cerca A Autora
de 700 milhões de pessoas no mundo com mais de 60 anos (o que correspon-
de a aproximadamente 10% da população mundial | - até o final da década
esse número atingirá I bilhão Estima se que. em 2050. o percentual global
chegará a 20% de pessoas Idosas no mundo. ou. aproximadamente. 2 bilhões
de pessoas É neste contexto que. em 15 de ¡unho de 2015. a OEA adotou o
primeiro tratado internacional protetivo das pessoas idosas, com o objetivo
de enfocar o envelhecimento sob a perspectiva dos direitos humanos, com
realce à Incorporação da perspectiva de género em todas as políticas e pro-
gramas destinados a efetivar os direitos das pessoas idosas, bem como à
problemática da discriminação múltipla A Convenção consagra importantes
deveres aos Estados e um amplo universo de direitos às pessoas idosas as-
segurando-lhes dignidade. Independência, protagonismo, autonomia e in-
clusão plena
Uma vez mais e sempre, os meus mais sinceros e profundos agradeci-
mentos ao Max-Planck-Institute for Comparative Public Law and Internatio-
nal Law I Heidelberg I. pela tào especial acolhida académica, pelo vigor inte-
lectual dos Instigantes e qualificados debates e pelo intenso estímulo de um
diálogo jurídico transnacional Ao professor Armin von Bogdandy, receba a
minha maior gratidão, pelo inestimável apoio, por seu pensamento vibrante.
pela abertura a fascinantes ideias e pelos tantos proietos compartilhados A
professora Anne Peters, expresso a minha especial gratidão pelo t.lo estimu -

lante diálogo académico e pelo Intercâmbio de ideias especialmente sobre


um çbfal conslituiionalum Aos tâo queridos amigos Mariela Morales (minha

22
Nota à 82 Edição

Uma vez mais. o exercício de atualizar. revisar e ampliar esta obra - ago-
ra para a sua 8* edição - Inaugura um momento privilegiado de reflexão crí-
tica a respeito dos direitos humanos, seus avanços, dilemas, tensões, desa-
ios e perspectivas no século XXI

f
No sistema global de proteção, dois avanços notáveis merecem ser ce-
lebrados: a entrada em vigor do Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional
dos Direitos Económicos. Sociais e Culturais, em 5 de maio de 201 ì. e a en-
trada em vigor do Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da
Criança concernente ao procedimento das comunicações, em 14 de abril de
2014. Com eles há o fortaleci men lo dos mecanismos de monitoramento dos
tratados de direitos humanos e o empoderamento do indivíduo como sujeito
de direito internacional.
No sistema regional Interamericano, comemora-se a adoção da Con-
venção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Todas as
Formas de Intolerância em 5 de )unho de 2013 Esse instrumento inova ao
,

consagrar o direito à discriminação positiva, bem como o dever dos Estados


de adotar medidas ou políticas públicas de ação afirmativa e de estimular a
sua adoção no âmbito privado
Nesta 8* edição o capítulo 14 foi renovado com o enfoque da temática
,

da diversidade étnico-racial à luz do constitucionalismo transformador e do


impacto do sistema interamericano de direitos humanos O obietivo do novo
capítulo 14 é compreender a emergência de um constitucionalismo transfor-
mador latino-americano bem como o alcance do diálogo emancipatõrio en-
,

tre este constitucionalismo e o sistema interamericano visando ao fortaleci-


,

mento da proteção dos direitos humanos, sob a perspectiva da diversidade


étnico-racial .

Também foi inserido um capítulo acerca do Poder ludiciárlo e dos direi-


°s humanos
|udiciário na novo capítulo 24 - com a ambição de analisar o papel do
-

J fasi lei ra sobproteção


,
-
dos direitos humanos, considerando a experiência
a ótica do Direito Internacional dos Direitos Humanos É a
Partir dessa análise que são Identificados desafios e perspectivas para avan-
ie "à Pr°teção judicial como garantia e instrumento de distribuição de |us-
& e da efetiva proteção de direitos

25
Além da inclusão dos dois capítulos, houve a cuidadosa e detida revi-
são e atualização dos demais capítulos, com realce aos avanços normativos
e jurisprudenciais no campo dos direitos humanos
Renovo os meus mais sinceros e profundos agradecimentos ao Max*
Nota à 7? Edição
-
Planck-Institute for Comparative Public Law and International Law (Heidel-
berg». pela tão especial acolhida académica, pelo vigor intelectual dos insti-
gantes e qualificados debates e pelo intenso estímulo de um diálogo jurídico Proteger a dignidade e prevenir o sofrimento humano a fim de que ,

transnacional Ao professor Armin von Bogdandy, receba a minha maior gra- toda e qualquer pessoa seja tratada com igual consideração e profundo res-
tidão. pelo inestimável apoio, por seu pensamento vibrante, pela abertura a peito. traduza essência da luta por direitos humanos. Para Luigi Ferrajoli,, os
fascinantes ideias e pelos tantos projetos compartilhados A professora Anne direitos humanos simbolizam a lei do mais fraco contra a lei do mais forte,
Peters, expresso a minha especial gratidão pelo tão estimulante diálogo aca- na expressão de um contrapoder em face dos absolutismos, advenham do
démico e pelo intercâmbio de ideias especialmente sobre um global (onstitu- Estado, do setor privado ou mesmo da esfera doméstica O "victim ctntrk
tionalism Aos tão queridos amigos Mariela Morales (minha amiga de alma
"

)
"

approach é a fonte de inspiração que move a arquitetura protetiva dos direi-


"

Henry limenez. Holger Hestermeyer. Matthias Hartwig e Christina Binder, re- tos humanos - toda ela destinada a conferir a melhor e mais eficaz proteção
cebam o meu maior carinho por nossa preciosa amizade, pela cumplicidade às vítimas reais e potenciais de violação de direitos
de tantos belos projetos e por tanto compartilhar Ao professor e amigo Frie- É esta a perspectiva que ilumina o desafio de tecer o mergulho reflexivo
drich Muller, sou grata pelo encantamento de nosso diálogo e pelas inesque- e analítico na 7' edição desta obra. agora revista, ampliada e atualizada A
cíveis conversas com a tradição do kaffte und kucken na bela Heidelberg travessia pelos tantos temas reunidos - sob o mesmo vértice da defesa obs-
Expresso, ainda, a minha maior gratidão à Humboldt Foundation, pela tinada pela dignidade humana - revela a dinámica da luta por direitos e por
renovação da Georg Forster Research Fellowship, que viabilizou o desenvol- justiça, nas mais diversas frentes, a partir de uma agenda revitalizada pela
vimento de pesquisas e estudos a contribuir extraordinariamente à cuidado- pluralidade de atores pela diversidade de bandeiras e pela força transforma-
sa atualização desta obra para a sua 8* edição. dora do diálogo .

Por fim. deixo o horizonte visionário do poeta Manoel de Barros, para Nesta 7i edição dois novos capítulos são adicionados: os Capítulos 4 e
quem a expressão reta não sonha. Não use o traço acostumado O olho vê. 13. No Capítulo 4 o foco é o sistema interamericano de direitos humanos
"

.
"

a lembrança revê; a imaginação transvê É preciso transver o mundo .


Que a com destaque ao seu Impacto transformador no contexto latino americano e -

luta por direitos e por justiça nos inspire à entrega desmedida e apaixonada ao seu crescente empoderamento na região, fruto da efetividade do diálogo
de transver o mundo, com o potencial criativo, inventivo e transformador das jurisdicional em um sistema multinível É sob este prisma que emergem qua-
ações humanas tro vertentes do diálogo jurisdicional, a compreender a) o diálogo com o sis-
Heidelberg, julho de 2014 tema global (mediante a incorporação de parâmetros protetivos de direitos
A Autora
humanos); b) o diálogo com os sistemas regionais (a envolver a Vunyróoflo"
sistema interamericano e a inleramericaniza(ão~ do sistema europeu I; c) o
~

Id»!!! f° C°m Q5 &'&t€mf$ "abonais (a abranger o controle da convencionali


de); e d) o diálogo com a sociedade civil (a emprestar ao sistema interame-
-

ricano crescente legitimação social)


O Capítulo 4 ainda pretende identificar
.

Principais desafios do sistema interamericano e os potenciais riscos de sua

LU,K, Û"""
' " Û'" <fAn(Ù a cura dl Ermanno Vitale Roma Bari,
>
.

26 27
agenda de reformas visando «k> fortalecimento do sistema e à pavimentação lítica de cotas raciais nas Universidades públicas Para o Supremo não basta ,

de um tus commune latinoamericano em matéria de direitos humanos apenas proibir a discriminação Essenciais most ra m-se as ações afirmativas.
como medidas especiais e temporárias voltadas a concretizar a igualdade e a
lá o Capítulo 13 tem por objetivo densificar o debate acerca das açôes
afirmativas - sua natureza e finalidade - è luz do princípio da igualdade e da
neutralizar os efeitos perversos da discriminação racial Reconheceu que a
justiça social - mais que simplesmente demandar a distribuição de riquezas
proibição da discriminação pautado em uma interpretação dinàmica e evolu- -
requer o reconhecimento e a incorporação de valores, com destaque à di-
tiva dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos Defende
versidade étnko-racial Em outro julgado emblemático, em 9 de fevereiro de
que as .içócs afirmativas conslituem um legítimo e necessário instrumento 2012. ao enfrentar o debate sobre a (in>constltucionalidade da Lei "Maria da
para a realização dos direitos à igualdade e à diferença, sob a perspectiva Penha
*

(Lei n 11 340. de 7-8-20061 concernente à prevenção, assistência e


emancipalória da diversidade transitando-se da igualdade abstrata e geral
proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar, decidiu
para um conceito plural de dignidades concretas o Supremo pela constitucionalidade da relevante medida protetiva às mu-
Além da inclusão dos dois capítulos, houve a cuidadosa e detida revi- lheres Argumentou que o Estado é partícipe da promoção da dignidade hu-
são e atualizaçào dos demais capítulos, com realce aos avanços normativos mana. cabendo-lhe assegurar especial proteção às mulheres em virtude de
e jurisprudenciais no campo dos direitos humanos sua vulnerabilidade, particularmente em um contexto marcado pela cultura
No sistema global, comemora-se a entrada em vigor do Protocolo Fa- machista e patriarcal Concluiu que a lei não estaria a violar o princípio da
cultativo ao Pacto Internacional de Direitos Económicos. Sociais e Culturais. igualdade, senão a protegê-lo Esta inovadora jurisprudência do Supremo é
em maio de 2013. O Protocolo é uma relevante iniciativa a romper com o capaz de romper com a indiferença às diferenças na salvaguarda do direito à
,

desequilíbrio até então existente entre a proteção conferida aos direitos civis igualdade com respeito às diversidades Na ótica emancipatória dos direitos .

e políticos e aos direitos económicos, sociais e culturais na esfera internacio- a diferença passa a ser captada não mais para eliminar direitos , mas para
nal. endossando a visão integral dos direitos humanos No sistema regional promovê-los
interamericano, outro importante avanço normativo foi a adoção da Conven- Uma vez mais .
expresso os meus mais sinceros agradecimentos ao
ção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e todas as for- Planck-Institute for Comparative Public Law and International Law (Hei-
mas de Intolerância, em 5 de junho de 2013 Este instrumento inova ao con- delberg! pela tão especial acolhida académica, pelo vigor intelectual dos
.

sagrar o direito à discriminação positiva, bem como o dever dos Estados de qualificados debates e pelo intenso estímulo de um diálogo jurídico transna-
adotar medidas ou políticas públicas de ação afirmativa e de estimular a sua cional Ao professor Armin von Bogdandy, receba a minha maior gratidão.
adoção no âmbito privado pelo inestimável apoio por seu pensamento vibrante, pela abertura a fasci-
,

Também mereceram destaque os avanços jurisprudenciais da Corti' In- nantes ideias e pelos tantos projetos compartilhados Ao professor Rüdiger
Wolfrum expresso a minha profunda gratidão
teramericana de Direitos Humanos, envolvendo novos direitos da agenda .
por sua generosidade, por sua
,

contemporânea sobretudo no campo dos direitos reprodutivos Neste senti- extraordinária qualidade humana e grandeza intelectual Aos tâo queridos
do. destaca se a sentença proferida pela Corte Interamericana, em 28 de no- amigos Marida Morales. Holger Hestermeyer Matthias Hartwig e Christina
.

Binder recebam o meu maior carinho


vembro de 2012. no caso Artavia Murillo e outros w Costa Rica. acerca da por nossa preciosa amizade e pela
,

cumplicidad
temática da "fertilização in vitro sob a ótica dos direitos humanos Também e de tantos projetos Ao professor e amigo Friedrich Müller sou
no campo dos direitos reprodutivos, em 29 de maio de 2013 .
ineditamente, a «rata pelo encantamento de nosso diálogo em nosso nt uai dos inesquecíveis
<2lés na bela Heidelberg
Corte concedeu medidas provisórias em face de El Salvador em caso relativo
à interrupção de gravidez em virtude de anencefalia fetal Expresso ainda, a minha maior gratidão à Humboldt Foundation
jr!renovação d ,

pela ,

Destaque ainda foi conferido à relevante jurisprudência do Supremo a Georg Forster Research Fellowship que viabilizou o desenvolvimen-
,

o de pesquisas e estudos a contribuir extraordinariamente à cuidad


Tribunal Federal no tocante ao direito à igualdade Em 26 de abril de 2012.
t

osa atua-
.oaçâo desta obra para a sua 7" edi
ção
por unanimidade, o Supremo considerou constitucional a instituição de po- .

-
>o
29
Por fim. deixo a voz de Habermas, para quem lhe onci in oí human ights has
"

r
"
'
always been resistance to despotism. oppression and humiliation (. l .

Heidelberg, julho de 2013. Nota à 62 Edição


A Aw (ora

o desafio de realizar a releitura, a atualizaçào e a ampliação desta obra.


agora para a sua 6* edição, constitui um momento privilegiado de profundo
mergulho reflexivo no que se refere às inovações e aos avanços dos direitos
humanos captados pelos mais diversos e instigantes temas da agenda con-
temporânea
Esse desafio culminou com a inclusão de 2 (dois) capítulos. O pri-
meiro deles - agora Capítulo 4 - trata dos direitos humanos e do diálogo
entre jurisdições no âmbito latino-americano. A provocativa tese desse en-
saio concentra-se na constatação da crise do paradigma jurídico tradicional
e na emergência de um novo paradigma a guiar a cultura jurídica latino-
-
americana. Esse novo paradigma, por sua vez. adota 3 (três) características
essenciais:

a) a feição de um trapézio com a Constituição e os tratados internacio-


nais de direitos humanos no ápice da ordem jurídica (com repúdio a um
sistema jurídico endógeno e autorreferencial. destacando-se que as Consti-
tuições latino-americanas estabelecem cláusulas constitucionais abertas.
que permitem a integração entre a ordem constitucional e a ordem interna-
cional especialmente no campo dos direitos humanos, ampliando e expan-
.

dindo o bloco de constitucionalidade);


b) a crescente abertura do Direito - agora "impuro" - marcado pelo di-
.

álogo do ângulo interno com o ângulo externo (há a permeabilidade do Di-


reito mediante o diálogo entre jurisdições; empréstimos constitucionais; e a
interdisciplinariedade a fomentar o diálogo do Direito com outros saberes e
.

diversos atores sociais ressignificando. assim, a experiência jurídica); e


,

c) o human rights approach (fiuman centered approach) sob um prisma que


,

abarca como conceitos estruturais e fundantes a soberania popular e a segu-


rança cidadã no âmbito interno tendo como fonte inspiradora a lente ex parte
,

Popoli, radicada na cidadania e nos direitos dos cidadãos na expressão de


,

Norberto Bobbio .

O Capítulo 4 pretende assim, enfocar essa transição paradigmática.


,

Adiciona Habermas The appeal to human rights feeds oil the outrage of the humiliated at the marcada pela crise do paradigma tradicional e pela emergência de um novo
violation ol their human dignity (HABERMAS, lurgen Tfrf cristi of lhe European a respond.
'

Paradigma jurídico, como o especial contexto a fomentar o diálogo entre a


Cambridge Polity Press. 2012. p 751

31
30
ordem constitucional e a ordem internacional na convergência da proteção novembro de 2011 da Lei n 12 528 que institui a Comissão Nacional da
.

aos direitos humanos Fundamental é avançar na interação entre as esleras Verdade com a finalidade de examinar e esclarecer as graves violações de
global, regional e local, potencializando o impacto entre elas. mediante o direitos humanos praticadas durante o regime militar ,
a fim de efetlvar o
fortalecimento do controle da convencionalldade e do diálogo entre jurisdi- -

direito à memória e à verdade e promover a reconciliação nacional" Em 18


ções. à luz da racionalidade emancipatória dos direitos humanos de novembro de 2011. foi ainda adotada a Lei n 12.527. que garante o acesso
Também o Capítulo 17 foi Incluído na 6« edição desta obra. O seu foco à informação, sob o lema de que a publicidade é a regra sendo o sigilo a ,

é a proibição da discriminação por orientação sexual considerando os siste- exceção. Direito à verdade e direito à informação simbolizam um avanço ex-
traordinário ao fortalecimento do Estado de Direito da democracia e dos
mas regionais europeu e interamericano Nele há especial destaque ao í«u- ,

dinf Atala Riffo y niñas contra o Chile, decidido pela Corte Interamerica- direitos humanos no Brasil Esses avanços da justiça de transição são relle-
na. em 24 de fevereiro de 2012 Trata-se do primeiro caso julgado pela Corte xos da força catalisadora da jurisprudência da Corte Interamericana na expe-
concernente à violação aos direitos da diversidade sexual Ineditamente fol riência brasileira - em particular da sentença relativa ao caso Comes Lund e
outros ivrsus o Brasil, proferida pela Corte Interamericana em 24 de novem-
analisada a responsabilidade internacional daquele Estado em face do trata- ,

bro de 2010
mento discriminatório e da interferência indevida na vida privada e familiar
da vítima Karen Atala devido à sua orientação sexual Os meus mais sinceros agradecimentos ao Max-Planck-Institute for
Além da Incorporação de 2 (dois! capítulos, houve a cuidadosa e detida Comparative Public Law and International Law (Heidelbergi pela tão espe- .

revisão e atualizaçáo dos demais, com realce aos avanços normativos e juris-
cial acolhida académica, pelo vigor intelectual dos qualificados debates e
prudenciais no campo dos direitos humanos pelo intenso estímulo de um diálogo jurídico transnacional Ao professor
Armin von Bogdandy - receba .i minha maior gratidão - pelo inestimável
No sistema global, comemora-se a adoçâo do Protocolo Facultativo à apoio,
por seu pensamento vibrante, pela abertura a fascinantes ideias e pe-
Convenção sobre os Direitos da Criança relativo ao procedimento de comu -

los tantos projetos compartilhados Ao professor Rudiger Wolfrum - expres-


nicações. em 19 de dezembro de 2011 Com a finalidade de instituir íkiU- so a minha profunda gratidão
da
.
por sua generosidade, por sua extraordinária
.sensiUw procédures e sempre endossando o princípio do interesse superior
,
qualidade humana e grandeza intelectual Aos tão queridos amigos Mariela
criança, o Protocolo habilita o Comité de Direitos da Criança a apreciar peti- Morales (minha "amiga de alma"). Holger Hestermeyer. Matthias Hartwig e
ções individuais (inclusive no caso de violação a direitos económicos, sociais Christina Binder - recebam o meu maior carinho por nossa preciosa amizade
e culturais!: a adotar inurím mtawm quando houver urgência, em situações pela cumplicidade de tantos belos projetos e por tanto compartilhar Ao pro-
excepcionais e para evitar danos irreparáveis às vítimas de violação, a apre- fessor e amigo Friedrich Muller sou grata pelo encantamento de nosso diá-
,

ciar comunicações interestatais. e a realizar investigações w /«o. nas hipóte- logo e pelas inesquecíveis conversas no Frisch Café na bela He
idelberg
ses de graves ou sistemáticas violações aos direitos humanos das crianças Expresso ainda a minha maior gratidão à Humboldt Foundation pela
,

Foram ainda devidamente atualizados os casos pendentes de aprecia


-

renova
ção da Georg Forster Reuvrch Fdbwship que viabilizou o desenvolvimen-
ção no Tribunal Penal Internacional, com especial destaque à sua primeira
.

to de pesquisas e estudos a contribuir extraordinariament


e à cuidadosa atu-
sentença condenatória, proferida em 14 de março de 2012. em face de Tho- alizaçáo desta obra
para a sua 6* edição
mas Lubanga Dyllo. pela prática de crime de guerra consistente em alista
r .

recrutar e utilizar crianças menores de 15 anos em conflitos armados em


j Por fim. uma vez mais, à minha mais fiel companheira, minha filha So-
P la. por ser a vida que
Ituri. na República Democrática do Congo, de setembro de 2002 a 13 de ag os- I em sua espontaneidade transborda, pulsa, ilumina
.
,

to de 2003. No sistema interamericano, peculiar ênfase recebeu o leading


I "spira, permitindo a plenitude de muitas vidas em uma só
Atala Riffo y niñas contra o Chile decidido pela Corte Interamericana, em 24
de fevereiro de 2012. como |á destacado. Heidelberg julho de 2012.
,

in-
Também mereceu destaque o impacto da jurisprudência do sistema _
A Autori»
teramericano na experiência brasileira, com menção à aprovação, em 18 de

32 33
ota à 5! Edição

Paz. tranquilidade e quietude compõem o ambiente ideal para o pro-


fundo exercício intelectual, sereno, verticalizado e crítico Uma vez mais. é no
Max-Planck-Institute que me vejo tão protegida e. ao mesmo tempo, tâo es-
timulada para avançar nas reflexões no campo dos direitos humanos
É nesse contexto que esta obra íoi detidamente examinada, revista e
ampliada para a sua 5* edição
Além da cuidadosa atualização de cada capítulo, o Capítulo 5 íol total-
mente renovado, com o enfoque da proteção dos direitos sociais e os desa-
ios dos sistemas global, regional e sul-americano, com vistas à pavimenta-

f
ção de um ius commun? em direitos sociais na região sul-americana Fortalecer
a proieçào e a incorporação de parámetros protetivos globais e regionais no
âmbito sul-americano. intensificando o diálogo vertical e horizontal de |uris-
dições é a temática central que inspira esse capítulo - tema debatido em
fascinante simpósio realizado no Max-Planck-Institute em Heidelberg, em
.

25 de novembro de 2010

No esforço de atualização deste livro especial destaque foi ainda con-


,

ferido à jurisprudência da Corte Interamericana com realce a novos casos


,

emblemáticos Dentre eles. cabe menção a) ao caso Gomes Lund e outros


.

wsus Brasil (2010) em que a Corte condenou o Estado brasileiro em virtude


.

do desaparecimento de integrantes da guerrilha do Araguaia durante as ope-


rações militares ocorridas na década de 1970 Realçou-se que as disposições
da Lei de Anistia de 1979 sâo manifestamente incompat íveis com a Conven-
ção Americana carecem de efeitos jurídicos e não podem seguir represen-
,

tando um obstáculo para a investigação de graves violações de direitos hu-


raños .
nem para a identificação e punição dos responsáveis; b| ao caso da
comunidade indígena Xákmok Kásek vénus Paraguai (2010» em que a Corte .

condenou o Estado do Paraguai em face da não garantia do direito de pro-


,

priedade ancestral à aludida comunidade indígena o que afetaria seu direito


,

l¿ Ìdfte CÛ,1Ü'3, C»f° vsQ Acevedo Buendía e outros ("Cesantes y lubi-


-

de la Contraloría") tmus Peru (2009| em que a Corte reconheceu que


.

" feitos humanos devem ser interpretados sob a perspectiva de sua inte-
E oade e Interdependência , ao coniugar direitos civis e políticos e direitos

35
económicos, sociais e culturais inexistindo hierarquia entre eles. enfati-
zando ser a aplicação progressiva dos direitos sociais suscetível de contro-
r violência contra a mulher perpetua a impunidade, simbolizando uma grave
violência institucional que se soma ao padrão de violência sofrido por mulhe-
le e fiscalização pelas instancias competentes e destacando ainda o dever res. em total desprezo à ordem internacional e constitucional Sustenta-se
iais, e cl) ao
dos I st ados de nào regressividade em matéria de direitos soc "
que. perante a comunidade Internacional, o Estado brasileiro assumiu o dever
caso Conzález e outras iytíuí México (2009 - caso "Campo Algodonero
! em
,

lurídico de combater a impunidade em casos de violência contra a mulher.


que .i Corte condenou o México em virtude do desapareci mento e da morte cabendo-lhe adotar medidas e instrumentos eficazes para assegurar o acesso
de mulheres em Ciudad luarez. sob o argumento de que a omissão estatal à justiça para as mulheres vítimas de violência t dever do Estado atuar com a
contribuía para a cultura da violência e da discriminação contra a mulher. devida diligência para prevenir, investigar, processar, punir e reparar a violência
instando o Estado do México ao dever de investigar, sob a perspectiva de contra a mulher, assegurando-lhes recursos idóneos e efetivosV
género, as graves violações ocorridas, garantindo direitos e adotando medi- O último capítulo - que analisa as leis de anistia e o impacto do siste-
das preventivas necessárias de forma a combater a discriminação contra a ma interamericano - foi cuidadosamente atualizado considerando a históri-
,

mulher. ca decisão proferida pela Corle Interamericana em 24 de novembro de 2010


,
.

Também os casos submetidos ao Tribunal Penal Internacional (oram no caso Gomes Lund e outros ivrsus Brasil Este caso foi submetido à Corte
devidamente atualizados. de forma a incluir o recente caso da Líbia, remeti- pela Comissão Interamericana, por reconhecer que "representava uma opor-
do ao Tribunal Penal Internacional, pela Resolução n I 970/2011. do Conse- tunidade importante para consolidar a jurisprudência interamericana sobre
lho de Segurança, adotada por unanimidade cm 26 de fevereiro de 2011 leis de anistia em relação aos desaparecimentos forçados e às execuções
extrajudiciais, com a consequente obrigação dos Estados de assegurar o co-
No campo doutrinário, ressalte-se que tanto o Capítulo 5 lacerca dos nhecimento da verdade bem como de investigar processar e punir graves
direitos sociais) como o Capítulo 6 (acerca do direito ao desenvolvimento) ,
,

violações de direitos humanos" Em sua sentença, enfatiza a Corte que leis


emprestam agora maior ênfase seja ao princípio da cooperação internacional de anistia relativas a graves violações de direitos humanos sâo Incompatí-
-
que alcança ambos os direitos mencionados -, sela ao princípio da partici- veis com o Direito Internacional e as obrigações jurídicas internacionais con-
pação transparência e accountability. Com relação a este último princípio, des- traídas pelos Estados Respalda sua argumentação em vasta e sólida luris-
taque foi dado às reflexões de Amartya Sen. para quem political intrtta and
'

"
'
concluindo prudência produzida por órgãos das Nações Unidas e do sistema
de mot nitri rights are amona the constituent components of development ,
interamericano citando também decisões judiciais emblemáticas invalidan
fidi ever taken place in
,
-

que the protetto power of political liberty remb that no lamine do leis de anistia na Argentina, no Chile, no Peru. no Uruguai e na Colômbia
'

the history of the world in a funi ¡tonina democracy Daí a relação indissociável entre
" '
Ao enfrentar a decisão do Supremo Tribunal l ederai na ADPF n 153 (29 de
o exercício dos direitos civis e políticos e o exercício dos direitos sociais. abril de 20101 entende a Corte que "afeta o dever internacional do Estado de
.

económicos e culturais Investigar e punir graves violações a direitos humanos" afrontando, ainda o ,

No que se refere ao Capítulo 13. a respeito da violência contra a mulher dever de harmonizar a ordem interna à luz dos parâmetros da Con
,

venção
e a Lei Maria da Penha
"
"

,
aprofunda-se a visão de que a tolerância estatal à Americana Conclui que "não foi exercido o c
ontrole de convencional idade
Pelas autoridades jurisdicionais do Estado brasileiro"
tendo em vista que o ,

Supremo Tribunal Federal confi


rmou a validade da interpretação da Lei de
acy' Anistia sem considerar as obriga
"
SEN. Amartya Tfcf iXviuUks Cambridge Harvaid Univetsity Press. 2009 p 347 Democr o ções internacionais do Brasil decorrentes do
I* assessed In terms ot public reasoning, which leads lo un understanding of democracy as g
-

iP»elto Internacional particularmente aquelas estabelecidas nos arts I«


,
2«.
vcrnmeni by discussion But democracy must a
lso be seen more Generally In terms ol capaíW e da C
onvenção Americana de Direitos Humanos
.

ibility
lo enrich reasoned engagement through enhancing inlormalional availability and the feas
k*ma!¡>
oI interactive discusv¡ons Democracy has to be lodged not lust by the institutions that duali
exist but by the enent to which dif! .tent voices c>rm dner-e sections oí the peoples can - '
f

be heard" iAmartya Sen. op dt p XIII) ¿"Con uto Interameri


cana de Direitos Humanos AccnoaUhnlloaparalasmuieres victimas
Vf,*ncia em las Amé
'
SF.N. Amartya Tht Ut* of bulk* at . p 343 ricas. OEA/Ser L/V/11 Doe 6« .
20-1-2007

37
A tarefa cie revisar este livro permite testemunhar a dinámica do proces-
so de afirmação de direitos humanos com a fixação de parâmetros protêtivos
internacionais e o* desafios lançados no diálogo global regional e local -
com desejáveis aberturas e. por veies, refratários recuos e retrocessos
Nota à 4? Edição
Reitera-se que os direitos humanos simbolizam a lei do mais fraco con-
tra a lei do mais forte na expressão de um contrapoder em face dos absolu-
tismos advenham do Estado, do setor privado ou mesmo da esfera domés- O exercício de revisão e atuallzaçâo desta obra, agora para a su« 4« edi-
tica. como leclona Luigi Ferraioli
*
ção. simboliza um cs|>eclal convite de reflexão a respeito da dinâmica vivaz e
O mantra maior da causa dos direitos humanos é a luta pela proteção á complexa do processo de afirmação dos direitos humanos na ordem contem-
dignidade e pela prevenção ao sofrimento, inspirada na ética emancipatóha porânea Trata-se de momento privilegiado para realizar um detido balanço
que. em sua radicalidade, defende o direito de todas e todos ao exercício acerca dos desafios, das inquietudes das perspectivas e da emergência de
pleno de suas potencialidades humanas, de forma livre, autónoma e plena A novos atores, anseios e reivindicações morais, no acúmulo de lutas emanci-
ética de ver no outro um ser merecedor de igual consideração e profundo patórias por direitos e por justiça
respeito é belamente cultuada por Gabriel Garcia Márquez quando observa Nesse mapeamento a traduzir o "estado da arte dos direitos humanos" .

"

aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para novos temas foram adicionados a esta 4« edição "Direito ao desenvolvimen-
"

baixo para a|ud.ir a levantá-lo to perspectivas contemporáneas" é o foco do Capítulo 6 que ambiciona .

Por fim uma vez mais. a revisão desta obra para a sua V edição contou analisar o desenvolvimento a partir do 'human ryhli bastd approdiliidentifi-
com o inestimável apoio do Max-Planck-Institute for Comparative Public Law cando os principais desafios para a sua implementação Nesse artigo com-
and International Law (Heidelberg), que tem sido uma consunte fonte de partilho experiências obtidas na qualidade de membro do UN High Level
inspiração e vigor Intelectual Ao professor Wolfrum e ao professor von Bog- Täsk Force on the Implementation of the Right to Development lá o Capítulo
dandy expresso «j minha profunda admiração, estima e respeito, como tam- 21 enfrenta o instigante tema das "Leis de Anistla Direito à Verdade e à lus-
bém a minha mais sincera gratidão pela especial acolhida académica Exter-

,
liç-i Impacto do Sistema Interamericano e Perspectivas da lustiça de Transi-
no também minha maior gratidão à Humboldt Foundation, pela concessão
ção no Contexto Sul-americano" objetivando contribuir para uma discussão
da Gtorg Fonur R/w«re* FriarsAy que viabilizou o desenvolvimento de pes- .

de central relevância na agenda latino-americana, na busca do fortalecimen-


f

quisas e estudos, os quais contribuíram extraordinariamente k detida atuali- to do Estado de Diretto da democracia e dos direitos humanos
zaçáo desta obra
,

Heidelberg abril de 2011 Além da inserção de novos capítulos , a tarefa de revisão demandou a
atenta releitura e a atuallzaçâo de cada um dos capítulos que integravam a 3'
A Aulon cdiç.io do livro Foram assim ,
incorporadas mudanças e transformações no
campo dos direitos humanos ocorridas nos últimos an
os. compreendendo a
nova tendência jurisprudencial do Su
premo Tribunal Federal em matéria de
"
iiudos de direitos humanos: a expansão da jurisprudência da Corte Intera-
merican
a; os avanços no campo da ratificação de tratados pelo Estado Brasi-
t
r°,i°mQ à Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados e o Protocolo
Itativo ao Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos
ambos rati- -

os em 2009) .
adoçâo do Protocolo Facultativo ao Pacto dos Direitos
nômicos Sociais e Culturais em dezembro de 2008
.
os novos casos sub-
. FERRAJOLI Luigi Dwm k*¡*mtnub - Um dibattilo icdrtn. « cura dl Emanno Vitate Rom«.
,
.

idos ao Tribunal Penal Internacion


Ban Later« WW p 1»
al (como o caso da situação no Quê-

«
nid. cm 20091. e novos marcos jurídicos protetivos de direitos humanos
(como o Programa Nacional de Direitos Humanos III. adotado em dezembro
de 20091.

Ao ter como maior pretensão contribuir com o debate público da agen-


Nota à 3? Edição
da contemporânea dos direitos humanos, este livro realça em sua essência
os direitos humanos em incessante movimento O objetivo do sofisticado
aparato normativo de proteção dos direitos humanos, a envolver a inter-rela- Rever tornar a ver, ver com atenção, revisar É sob esta inspiração que a
çào das arenas global, regional e local, com diversos graus de institucionali- 3« edição de Temas de direitos humanos foi cuidadosamente preparada
dade e eficácia, é um só: assegurar a mais efetiva proteção aos direitos das A primeira tarefa compreendeu a releitura e a atualização de cada um
vítimas de violação É o vieil» ííiitrií approach o vértice e o mantra da causa
'
"

dos quinze capítulos que integravam a 2* edição da obra Foram, assim iden-
dos direitos humanos tificadas. avaliadas e incorporadas as transformações no campo dos direitos
Uma vez mais. a revisão desta obra para a sua 4* edição contou com o humanos ocorridas nos últimos cinco anos Tais transformações envolveram
inestimável apoio do Max-Planck-Institute for Comparative Public Law and desde o impacto da Emenda Constitucional n 45, de 2004 - no que se refere
Inlernational Law |Heidelberg), que tem sido uma constante fonte de inspi- à hierarquia e à incorporação dos tratados de direitos humanos (art 5f, $ 3«),
ração e vigor intelectual Ao Professor Wolfrum e ao Professor Von Bogdandy h federalização das violações de direitos humanos (art 109, § 5Û| e ao reco-
expresso a minha profunda admiração, estima e respeito, como também a nhecimento da jurisdição do Tribunal Penal Internacional lart 5f. $ 4«| -, os
minha mais sincera gratidão pela especial acolhida académica Externo tam- primeiros casos submetidos à jurisdição desta Corte Penal Internacional, até
bém minha maior gratidão à Humboldt Foundation, pela concessão da Georg as inovações decorrentes da adoção de novos tratados de direitos humanos .

Forster Research Fellowship, que viabilizou o desenvolvimento de pesquisas e como a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e o Proto-
estudos a contribuir extraordinariamente à cuidadosa atualização desta edi- colo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Dis-
ção criminação contra a Mulher
Por fim. como adverte Hannah Arendt, se ,all human must die; each is lá a segunda tarefa compreendeu a inclusão de quatro novos capítulos .

born to begin". Inspirada pelo potencial transformador das ações humanas e que enriquecem a obra com instigantes discussões de temas da agenda con-
abraçando o ser humano, ao mesmo tempo, como um infdo e um iniciador. temporânea dos direitos humanos
a causa dos direitos humanos invoca uma trajetória aberta, fascinante e in- Nesse sentido ,
destaca se a inserção do Capítulo 3 a respeito do impac-
conclusa. em que pontos de chegada convertem-se sempre em pontos de to do sistema interamericano na experiência brasileira, com a análise do
partida de lutas renovadas na defesa da dignidade humana Afinal, como di -

modo pelo qual a litigância perante este sistema regional tem permitido
zia Barbara Wootton.
"
6 dos campeões do impossível e não dos escravos do avanços internos no campo dos direitos humanos seja no âmbito legislati-
,

possível que a evolução tira sua força criadora vo .


se|a no âmbito de políticas públicas. Neste capítulo também é desenvol-
vido o estudo da reforma do sistema interamericano seus desafios e pers-
,

Heidelberg, junho de 2010 pectivas

A Autora
, irf ° aÇàP,1Ü,°
ÿEÿlkfcade rela
6 ß°' ®Ûf V®¿' e"'°C3 1emà df acentuada relevância e atua-
*

ção possível e sobretudo necessária entre a proteção dos direi-


I os humanos e a propriedade intelectual Propõe seja reinventado o direito à
I J°?'Ìedade in1f'ectual à luz dos direitos humanos, enfrentando o debate
WT" ? d¿, 'Üniâ° SQC'f' rà Propriedade intelectual e da busca de um adequa-
i juízo de ponderação entre o direito à propriedade intelectual e os direitos
s

.s .
económicos e culturais .

40 41
faculdades da paixão e do agir É o que nos tem ensinado o movimento dos
,
lá o Capítulo 10 traia da controvertida temática das açòes afirmativas no
caso brasileiro Ao tecer um balanço da experiência brasileira investiga em ,
direitos humanos, nos planos local, regional e global
que medida a Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discrimi- A revisão desta obra para a sua 3' edição contou com o inestimável
nação Racial e a Conferência de Durban fomentaram a adoção de açòes afirma- apoio do Max-Planck - Institute for Comparative Public Law and Internatio-
tivas. Busca ainda responder aos principais dilemas e tensões por elas introdu- nal Law (Heidelbergl. que tem sido uma fonte de inspiração e vigor intelec-
zidos. no processo de construção da igualdade étnico-racial tual Ao Professor Wolfrum expresso a minha admiração pela sua extraordi-
Uma vez mais. a interface local-global traz a marca do Capítulo 12 que .
nária qualidade humana e intelectual, como também a minha profunda
examina a litigância internacional e avanços locais tematizando a violência
,
gratidão pela especial acolhida académica.
contra a mulher e a adoção da Lei "Maria da Penha" A partir da análise do Ao querido Marcos Fuchs, uma vez mais e sempre, por tanta cumplici-
caso Maria da Penha - caso emblemático de violência contra a mulher - é dade de vida e pelo sentimento amoroso que tudo redimensiona e revitaliza.
avaliado o impacto da litigância e do ativismo internacional como estratégia À pequena Sophia, por todo encantamento, por tanto iluminar e por ser a
para obter transformações internas voltadas à promoção dos direitos huma- expressão maior do amor eterno e incondicional.
nos das mulheres na experiência brasileira .
Por fim. ao concluir esta nota à 3- edição, deixo a magia literária de
Guimarães Rosa\ em tudo aplicável aos direitos humanos, quando observa
Ainda que o objetivo desta obra seja contribuir para o debate de temas
que o mais importante e omite) do mundo é isto. que as pessoas não estão sempre iguais.
"

centrais afetos à agenda contemporânea dos direitos humanos sua diversi-

f
,

ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando alertando que o
" "

dade temática traduzida na voz dos dezenove capítulos que a compõem não
,
,
,

correr da vida embrulha tudo. a vida é assim esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sosse-
afasta a unidade e a convergência de sentido que permeia todas e cada qual '

ga e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem


de suas partes. Esta integridade de sentido tem como fonte a ética emanci-
patória dos direitos humanos.
Heidelberg abril de 2008.
,

Esta ética demanda transformação social reconhecendo em cada ser


,

A Autora
humano um ser merecedor de consideração e profundo respeito ,
dotado do
direito de desenvolver as potencialidades humanas de forma livre, autóno- ,

ma e plena.
Como esta obra é capaz de refletir os direitos humanos não traduzem
.

uma história linear, não compõem uma marcha triunfal nem tampouco uma ,

causa perdida. Mas refletem. a todo tempo história de um combate,, me-


,

diante processos que abrem e consolidam espaços de luta pela dignidade


humana,.

Os direitos humanos se nutrem do princípio da esperança da ação cria- ,

tiva e da capacidade transformadora em repúdio à indiferença social. Como


,

lembra Hannah Arendt, é possível modificar pacientemente o deserto com as

1 LOCHAK Daniele Les droitsde t homme. nouv. edit.. Paris La Découverte 2005. p 116. Apud LAFER.
.
.

Celso Prefácio ao livro Direilos humanos t ¡ustifa internacional -J ed Flávia Piovesan Sào Paulo:
RENDT Hannah Tlif/iunfii»jc.)»idilíO»i Chicago
ÿ
.

Saraiva . 2013. p XXII


.
The University of Chicago Press. 1998 Ver ainda
.

a n»esma autora
'
FLORES, loaqufn Herrera Direitos humanos uitrríií/luraluííicíi* e racionalidade de resistência mimeo.
.
Mrti in dur* lfm«. New York: Harcourt Brace & Company .
1995
,
"MARÄES ROSA loào. G rande senão, veredas
P 7. .

43
42
Nota à 2-* Edição

O desafio de preparar a 2i edição desta obra exigiu, como um primeiro


esforço, uma análise das transformações ocorridas na arena dos direitos hu-
manos nos últimos quatro anos É a partir deste balanço que cada um dos
dez capítulos originais deste livro foram atentamente revisados, sendo, ain-
da, adicionados cinco novos capítulos
A avaliação do legado 1998-2002 permite vislumbrar a marca do cres-
cente processo de justicialização do Direito Internacional dos Direitos Hu-
manos. Basta apontar a quatro fatores al a criação do Tribunal Penal Inter-
nacional. mediante a entrada em vigor do Estatuto de Roma em I2 de julho
de 2002; b) a intensa justicialização do sistema interamericano, por meio da
adoção do novo Regulamento da Comissão Interamericana em I2 de maio
de 2001,; c) a democratização do acesso à jurisdição da Corte Europeia de
'

Direitos, nos termos do Protocolo nil. de I9 de novembro de 1998 ; e d) a


adoção da sistemática de petição individual relativamente a tratados que
não incorporavam tal sistemática, cabendo menção, a título de exemplo, ao
Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas
de Discriminação contra a Mulher, cuja entrada em vigor ocorreu em 22 de
dezembro de 2000 .

Este processo faz ecoar o pensamento visionário de Norberto Bobbio


que. desde de 1992. já observava que a garantia dos direitos humanos no
plano internacional só seria implementada quando uma "jurisdição interna-
cional se impuser concretamente sobre as jurisdições nacionais deixando ,

de operar dentro dos Estados mas contra os Estados e em defesa dos cida-
,

dãosi " Com efeito o grande desafio do Direito Internacional sempre foi o de
,

Em conformidade como O novo Regulamento da Comissão Interamericana se esta considera


,

que o Estado cm questão nào cumpriu as recomendações do informe aprovado nos termos do
i anigo
-

50 da Convenção Americana submeterá automaticamente o caso h Corte Interamericana,


,

; Sa vo decisão fundada da maioria absoluta dos membros da Comissão


De acordo com o Protocolo n 11 de If de novembro de 1998
. qualquer pessoa, grupo de pes-
.

soas ou
organização não governamental podem encaminhar denúncias de violação de direitos
¡/manos dlretamente à Corte Europeia de Direitos Humanos .

°
N°'fÇrr° Ai,Ûÿ,,rr'" T,â,, Car1osNe1sonCoutinho Riode laneiro Campus. 1992.
'
¿ 25-47

<15
adquirir garras e dentes ou seja. poder e capacidade sancionatórias A res- Sob esta perspectiva e atendo-se às tantas transformações que impacta-
"
A

peito. destacam-se as reiteradas lições de lhering. para quem a espada sem ram os direitos humanos, no breve período de 1998 a 2002 é que se procedeu
"

a balança é a força bruta; a balança sem a espada é a impotência do direito à atenta e à cuidadosa revisto de cada um dos dez capítulos originais Tam-
Uma não pode avançar sem a outra, nem haverá ordem jurídica perfeita sem bém. sob esta perspectiva, foram acrescidos novos capítulos à obra
que a energia com que a justiça aplica a espada seja igual à habilidade com O Capítulo 6 traz como tema o Tribunal Penal Internacional e o Direito
que maneja a balança brasileiro Objetiva desenvolver as seguintes questões Oual é a importância

"
Neste cenário de justicialização do Direito Internacional dos Direitos do Tribunal Penal Internacional? Oual é a sua competência? De que forma se
Humanos, as Cortes assumem especial legitimidade e constituem um dos relaciona com os Tribunais locais? Como interage com o Direito brasileiro?
instrumentos mais poderosos no sentido de persuadir os Estados a cumprir
Pe que modo poderá contribuir para a proteção dos direitos humanos e para
o combate à impunidade dos mais graves crimes internacionais? Oual é seu
obrigações concernentes aos direitos humanos. Associa-se a ideia de Estado
especial significado no contexto pós-11 de setembro?
de Direito com a existência de Cortes independentes, capazes de proferir
|á a inserção dos Capítulos II e 12. concernentes, respectivamente, è
decisões obrigatórias e vinculantes*
proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes nos planos internacio-
Se no ámbito internacional, o foco se concentra no binómio direito da nal e interno e à proteção dos direitos das pessoas portadoras de deficiência.
força wrsus força do direito, o processo de justicialização do Direito Interna- tem como maior finalidade dar visibilidade à tutela destes grupos social-
cional. em especial dos direitos humanos, é capaz de celebrar, nesta ótica, a mente vulneráveis, com ênfase nas inovações jurídicas pós-1988 bem como
passagem do direito da força" para a "força do direito", Este processo ad- nos obstáculos para a efetiva implementação de seus direitos humanos.
"

quire uma relevância extraordinária particularmente no contexto pós-l I de enunciados tanto no âmbito interno como no internacional.
setembro, em virtude do desafio em prosseguir na construção de um
"
Estado Por sua vez. no Capítulo 14 o foco se concentra no estudo da força nor-
.

de Direito Internacional", como reação à imediata busca do "Estado Polícia mativa dos princípios constitucionais fundamentais, com destaque ao prin-
no campo internacional, fundamentalmente guiado pelo lema da força e se- cípio da dignidade humana. É justamente sob o prisma da reconstrução dos
gurança internacional' direitos humanos que é possível compreender no pós-Guerra. de um lado, d
,

nova feição do Direito Constitucional ocidental e de outro, a emergência do


.

chamado "Direito Internacional dos Direitos Humanos" tamanho o impacto ,

gerado pelas atrocidades então cometidas. Se no ámbito do Direito Interna-


. Nt*e-se. conludo, que no sistema da ONU. náo há ainda um Tribunal Internacional de Direi- cional é projetada a vertente de um constitucionalismo global vocaciona-
,

tos Humanos Há a Corte Internacional de lust.ça (principal órgáo jurisdicional da ONU. cuja do a proteger direitos fundamentais e limitar o poder do Estado (mediante
lunsdiçào só pode ser actonada poi Est ados i. os Tribunais ai er para a Bósnia e Ruanda a criação de um sistema internacional de proteção de direitos), no âmbito
t

Icriados por resolução do Conselho de Segurança da ONU» e o Tribunal Penal Internacional


do Direito Constitucional ocidental emergem textos constitucionais aber-
ipara o julgamento dos mais graves crimes contra a ordem internacional, como o genocídio. o
crime de guerra os crimes contra a humanidade e os crimes de agressáo) Daí a importância tos a princípios, dotados de elevada carga axiológica, com destaque ao va-
em se avançar no processo dc criação de um Tribunal Internacional de Direitos Humanos, no lor da dignidade humana Esta é a tónica deste capítulo, que examina a
âmbito da ONU

. É necessário frisar que o aprimoramento do sistema internacional de proteção dos direitos


humanos mediante sua lustlci.iliuiçAo, tequer dos Estados que criem mecanismos Internos
capazes de Implementar as decisões Internacionais no âmbito Interno De nada adiantará a
iusticializaçáo do Direito Internacional, sem que o Estado implemente, devidamente as decisões " ÿ

i
"
Wj a luta contra o terror comprometa o aparato civilizatório de direitos liberdades e garantias.
,

i ° C'fm0' de segurança máxima Contra o risco do terrorismo de Estado e do enfrentamento


internacionais no âmbito interno, sob pena inclusive, de afronta ao princípio da boa-fé C°m Instrumentos do próprio terror, só resta uma via - a via construtiva de consolida-
*

O maior desafio contemporâneo, comoallrma Paulo Sérgio Pinheiro 6 evitar a Neo-Guerra Fila ÿCOtw I ti,,"®am®",0, rC Ûm "Estado de Direito" no plano internacional
-

Multar La
A respeito do tema
w and the war on terrorism Harvard lonmat of L*». and PuMU Palky - 25th «MitYnary. v
tendente a condum ao perigoso .retorno às polaridades, definidas pelas noções de terrorismo
° °?
e pelos métodos para combatê-lo
"

IPaulo Sérgio Pinheiro. FMa it S Paulo. 31-3-20021 O isco é "


SP""« 2002 especialmente as p 399-406. 441 -456 e 457-486
.
r

46 47
força normativa dos princípios constitucionais, particularmente da digni- sentido ético, inovador e emancipatório a maior ambição do movimento
.

dade humana.
internacional dos direitos humanos tem sido. sobretudo , esla: assegurar a
O livro se encerra com o Capítulo 15 que desenvolve análise sobre a felicidade da humanidade como um todo.
litigância dos direitos humanos no Brasil, enfocando os desafios e as pers-
pectivas no uso dos sistemas nacional e internacional de proteção. O objeti- Cambridge julho de 2002,
,

vo central deste capítulo é avaliar o modo pelo qual o Direito tem sido utili-
A Autoru
zado cm prol de avanços sociais no Brasil, em particular mediante o exercício
da litigância para a defesa do interesse público, sob a perspectiva dos direi-
tos humanos, considerados em sua universalidade e indivisibilidade

Ao concluir esta nota à 2i edição, não poderia deixar de tecer especiais


agradecimentos a instituições e pessoas, sem as quais este projeto nâo se
concretizaria

Expresso minha maior gratidão ao Humun Rights Program da Harranf law


School, pelo pronto acolhimento deste projeto. permitindo que ele se viabi-
lizasse em uma atmosfera académica absolutamente estimulante, rica, di-
versa e plural. Aos professores Henry Steiner e Peter Rosenblum, uma vez
mais, o meu reconhecimento de profundo respeito e admiração intelectual.
pelas revigorantes reflexões e críticos questionamentos acerca dos direitos
humanos

Agradeço também aos coautores dos novos capítulos, amigos, ex-alu-


nos. hoje profissionais do Direito. Beatriz Pereira da Silva. Daniela Ribeiro
Ikawa. Heloisa Borges Pedrosa Campolí. Renato Stanziola Vieira e Wilson
Ricardo Buquetti Pi rotta Tem sido um imenso prazer poder, com vocês,
desvendar temas e aprofundar pesquisas e estudos na área dos direitos
humanos

Um carinhoso agradecimento, ainda, è Cabriela Whitaker-Cillo. ao Paul


English, bem como à lean è Nicole e ao Michael, pela preciosa amizade e
generosidade, que tornaram possível esta jornada
Por fim e sempre, ao querido Marcos Fuchs, pelo amor cúmplice e soli-
dário. que, em sua grandeza, se realiza com a reali/.açào do outro comparti- ,

lhando a vida em sua plenitude, graça, beleza e encantamento.


Termino com a citação de Bertrand Rüssel, que em muito me invoca o
sentimento de entrega e comprometimento è causa dos direitos humanos
Os grandes inovadores éticos não foram homens e mulheres que soubessem mais que os
"

outros, foram lumens e mulheres cujos desejos eram mais impessoais e de maior ambilo que
os íionwits e mulheres comuns A maioria dos homens e mulheres deseja sua própria felici-
dade: considerável percentagem deseja a felicidade de seus filhos, poucos desejam a lelicidade
da nação e apenas alguns desejam a felicidade de loda a humanidade Ao assumir um
"

48
Nota à 1* Edição

Este livro foi se compondo ao longo dos anos de I996 a 1998. como o
resultado gradativo da participação em cursos, debates seminários, encon-
,

tros e projetos de pesquisa a respeito dos direitos humanos Surge assim


como um trabalho que retrata reflexões acerca de temas centrais relaciona-
dos aos direitos humanos, incluindo a proteção internacional dos direitos
impacto no Direito brasileiro, a Constituição brasileira de

Í humanos e o seu
1988 e os tratados de direitos humanos, o valor jurídico desses tratados, a
proteção internacional dos direitos sociais, económicos e culturais, a prote-
ção internacional dos refugiados, a implementação do direito à igualdade, a
proteção internacional dos direitos da mulher, a proteção dos direitos repro-
dutivos e a responsabilidade do Estado no processo de consolidação da ci-
dadania

Cada um desses textos é fruto de vivos, intensos e apaixonados diálo-


gos sobre direitos humanos. Como resultado de um processo movido por
incansáveis buscas e inquietações a reunião destes ensaios, por si só. é um
,

indício do despertar do tema dos direitos humanos no país .

Ousaria afirmar que esse tema foi em definitivo incorporado pela agen-
da nacional Basta avaliar a sequência de positivas inovações que recente-
.

mente marcaram o cenário brasileiro De forma inédita em 1996. é lançado o


,

Plano Nacional de Direitos Humanos e em 1997. é criada a Secretaria Na-


.

cional de Direitos Humanos Em 1997, é por sua vez editado o Plano Esta-
.

dual de Direitos Humanos no Estado de São Paulo. No que tange às insti-


tuições jurídicas em 1995 a Procuradoria Cerai do Estado de São Paulo
,

Institui o Grupo de Trabalho de Direitos Humanos Em 1997, o Ministério


Público do Estado de São Paulo cria a Assessoria Especial para Direitos
Humanos Os concursos jurídicos para o ingresso em carreiras jurídicas pas-
.

sam a introduzir a disciplina de Direitos Humanos como matéria obrigató-


na.
merecendo destaque os concursos de ingresso à Procuradoria Geral do
«tado de São Paulo de 1997 à Polícia Civil de 1997 e ao Ministério Público
.

BgQEstado do Amazonas de 1998 dentre outros As Faculdades de Direito do


,

SÿàSSàm ,tmbém a ministrara disciplina de Direitos Humanos


liftenção à Faculdade de Direito da PUCSP valendo

,
. que desde 1994 pioneiramente
f«otou a matéria.
51
Esse cenário desenha um novo momento no que diz respeito t cultura Aos meus monitores e assistentes da PUCSP. nas disciplinas de Direitos

f
de direitos humanos no Brasil NAo há dúvida de que o padrão de violação a Humanos e de Direito Constitucional, agradeço pelo idealismo contagiante
esses direitos ainda continua dramático na experiência brasileira No entan- e pela forte crença em íazer do Direito um instrumento ético de transforma-
to, nflo há dúvida também de que há avanços significativos, na medida cm ção social
que se vive a urgência de discutir, pensar e exigir os direitos humanos, o que As companheiras e estimadas amigas do CLADEM (Comité Latino-Ame-
desperta a formação de uma gramática renovada de cidadania ricano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher) às companheiras do
,

À luz dessa dinámica, o desafio de escrever sobre direitos humanos é Conselho da Condição Feminina, aos companheiros da Comissão lustiça e
estimulante, porque permite revigorar o potencial transformador das açôes Paz. da Comissão de Direitos Humanos da OAB'SP. do Instituto Direito c Cida-
humanas, ativando sua capacidade criadora e emancipatória Esse processo dania. do Conselho da Ouvidoria da Polícia c da Anlstla Internacional, expres-
é revitalizado por especiais interlocutores a quem esta autora presta seus so um carinhoso agradecimento pelo Importante aprendizado na busca da
construção compartilhada de uma cidadania viva
mais sinceros agradecimentos
Aos coautores, amigos, ex-alunos. hoie profissionais do Direito. Ales- Uma palavra ainda aos meus pais. loâo Batista Piovesan e Elizabeth
sandra Passos Cotti, lanafna Senne Martins. Luciana Piovesan. Priscila Kei Vale|o Piovesan. por me ensinarem, desde o Início, os valores mais belos da
existência humana, que constituem a essência mesma dos direitos huma-
Sato e Wilson Ricardo Buquetti Plrotta, agradeço pelo privilégio de orientá-
nos Ao querido Marcos Fuchs, uma vez mais e sempre, pelo nosso amor.
los em proletos de pesquisa na área dos direitos humanos e sobretudo pelo
sorriso, carinho e os tantos sonhos, que abraçam os nossos dias e os encan-
entusiasmo e vocaçôo cientifica e humanista que a todo tempo demonstra- tam infinitamente
ram A Francisca Pimenta Evrard uma vez mais agradeço o inestimável auxí-
lio na cuidadosa revisão deste livro Por fim. dedico este livro a todas as instituições entidades e pessoas
,

que compartilham desta mesma crença no valor da dignidade humana, mo-


A Procuradoria Geral do Estado de Sâo Paulo sou grata pela abertura e
vidas pela utopia de torná-lo o paradigma do nosso tempo
comprometimento para com a causa dos direitos humanos, o que permitiu
em 1995 a enaçáo do Grupo de Trabalho de Direitos Humanos e a instaura-
luquehy. Janeiro de 1998
ção de um espaço institucional voltado à promoção dos direitos humanos.
em particular às atlvidades de educação e formação em direitos humanos A A hutora
todos os Procuradores e Procuradoras do Estado. Integrantes desse Grupo,
expresso a minha maior amizade e gratidão pelas tantas reuniões e pelo
compartilhar de tantos proletos. que doam à nossa atuaçào profissional um
novo sentido
Ao Professor Fábio Konder Comparato, externo a importância de seu
trabalho em prol da efetivaçâo da dignidade humana cm nosso país - o que
significa um especial estímulo a todos que se dedicam a esta mesma causa
À Professora Lúcia Valle Figueiredo a quem renovo minha imensa admira-
ção. devo um sincero agradecimento pela ousadia em realizar, ainda em
1996. seminário sobre a incorporação dos tratados Internacionais de prote
-

ção dos direitos humanos no Direito brasileiro, na Escola dos Magistrados


da lustiça Federal, do qual tive a honra de participar da coordenação geral .

Ao Professor Celso D de Albuquerque Mello, agradeço as preciosas lições de


Direito Internacional Público e presto a minha homenagem por sua grandeza
humana e intelectual.

52
com a baixa densidade de Estados de Direito e com a precària
de respeito aos direitos humanos no âmbito doméstico.
Do's períodos demarcam, ass'm, o contexto lat'no-amer'cano: o pe-
Capítu,o 3 dos reg,mes d,tator,a,s e o período da trans,ção po,ít,ca aos reg,mes
ráticos. marcado pelo fim das ditaduras militares na década de HO.
"

BRASIL E 0 SISTEMA INTERAMERICANO D. rgentina. no Chile, no Uruguai e no Brasil


Ao longo dos regimes ditatoriais que assolaram os Estados da região,
PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMAN «ais básicos direitos e liberdades foram violados, sob as marcas das
,
ções sumárias, dos desaparecimentos forçados das torturas slste-
;

1
das prisões ilegais e arbitrárias, da perseguição político-ideológica.
.
Introdução
li abolição das liberdades de expressão, reunião e associação.
Como compreender o impacto do sistema interamericano na e Nas lições de Guillermo O"Donnell "Ê útil conceber o processo de
riêncla brasileira? Em que medida a litigância perante o sistema intera ralizaçâo como um processo que Implica em duas transições A pri -

icano tem permitido avanços internos no campo dos direitos hui ora é a transição do regime autoritário anterior para a instalação de um
r

Quais são os atores deste ativismo transnacional em prol dos direitos h »verno democrático A segunda transição é deste Governo para a conso
manos, quais as suas demandas e quais as respostas do sistema? democrática ou. em outras palavras, para a efetiva vigência do re-
são os principais desafios e perspectivas do sistema interamericano? in«- democrático »
"

Nesse sentido sustenta-se que. embora a primeira


,

São estas as questões centrais a inspirar este capítulo apa do processo de democratização já tenha sido alcançada na região - a
Inicialmente, será introduzido o sistema Interamericano, sua ori nsiçflo do regime autoritário para a instalação de um regime democráti-
. ÿ. a segunda etapa do processo de democratização, ou se|a. a efetiva
seu perfil e seus objetivos
»iisolidação do regime democrático, ainda está em curso
Em um segundo momento, será desenvolvida análise a respeito
Isto significa que a região latino-americana tem um duplo desafio
impacto do sistema interamericano na experiência latino-americana
lumper em definitivo com o legado da cultura autoritária ditatorial e con-
,

bretudo a brasileira
vidar o regime democrático, com o pleno respeito aos direitos humanos,
Por fim. serão destacados os principais desafios e perspectivas
sistema interamericano enquanto eficaz Instrumento para o fortalecim
to de direitos, a revelar uma força catalisadora capaz de promover ava
ços e evitar retrocessos no regime doméstico de proteção de dlreit > Vi«o Ptattdo da Thomas Buergonthil In PASQUALUCCI lo M T»w practk/ <iiW proutiuiro/lkt 1*1ÿ-

humanos Cmrt <m Hmmr k*t*s Cambridge Cambodge Umvcfsöy Pie». 2001. p XV
m> « Guatemala, após o golpe militar, esiima-se que em média 30 000 paiooa« tenham desapare-
I» I» Na Nicarágua a prática d» desaparecimento* orçados oi uma confante no governo So-

f
2 . Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos: Orige in, no Brasil, após o golpe militar de I0M no Chile, após o golpe militar de I97Î. ena Argen -

Perfil e Objetivos . particularmente após o golpe militar de 1076, OMlma-M que mais de 01100 pettoas
Na década de 80 eslas priticas i* estenderam a El Salvador. Peru e pen dem
A análise do sistema interamericano de proteção dos direitos huma ho|e na Colômbia | NOVELLI Mario, CELLYTA. Berenice Ut in America the reality ot hu-
demanda selam considerados o seu contexto histórico, bem como as ; nghtft In SMITH. Rhona K. M ANKER. Chrlstien van den | Editorei TV Eu/aU* O# »umd«
..ni London Hodder Arnold. 20OT. p 219»
liarldades da região. Trata-se de uma região marcada por elevado grau ÿ .

'
< 'OONNELL Guillermo Transitions. continuities, and paradoxes In MAIN WARING. Scon.
exclusão e desigualdade social ao qual se somam democracias em fase .

WOONNEL Guillermo VALENZUELA. I Samuel (Orgs t tumo u dmocniK amtèátúm the new
Lonvolldação A região ainda convive com as reminiscências do legado » Müh American democracies in comparative perspective Noire Dame University of Notre Dame
r< gim«"- autoritárias ditatoriais, com uma cultura de violência e de im i-- m .
Wp ib

101
amplamente considerados - direitos civis, políticos, económicos, socia Americana. Como observa Thomas Buergenthal: "Em 1978 quando a .

culturais, Como reitera a Declaração de Direitos Humanos de Viena io Americana de Direitos Humanos entrou em vigor ,
muitos dos
1993. há uma relação indissociável entre democracia, direitos human .
idos da América Central e do Sul eram governados por Ditaduras ,
tanto

desenvolvimento Ao processo de universalização dos direitos políticos, em « lireita como de esquerda Dos 11 Estados-partes da Convenção à época
.

os que a metade tinha governos eleitos democraticamente A outra


.

decorrência da instalação de regimes democráticos, deve ser conjug"


processo de universalização dos direitos civis, sociais, económicos e cul e dos Estados havia ratificado a Convenção por diversas razões de
*

rais. Em outras palavras, a densificação do regime democrático na regi za política. (...) O fato de hoje quase a totalidade dos Estados latino-
requer o enfrentamento do elevado padrão de violação aos direitos eco
"

icanos na região com exceção de Cuba. ter governos eleitos demo-


,

micos. sociais e culturais, em face do alto grau de exclusão e desiguald imente tem produzido significativos avanços na situação dos direitos
social, que compromete a vigência plena dos direitos humanos na regi nos nesses Estados Estes Estados ratificaram a Convenção e reco-
sendo íator de instabilidade ao próprio regime democrático. ram a competência jurisdicional da Corte"' .

É à luz destes desafios que há de ser compreendido o sistema inte Substancialmente a Convenção Americana reconhece e assegura um
,

mericano de proteção dos direitos humanos ;o de direitos civis e políticos similar ao previsto pelo Pacto Interna-
I dos Direitos Civis e Políticos No universo de direitos destacam-se.
O instrumento de maior importância no sistema interamericano ,

Convenção Americana de Direitos Humanos, também denominada P .Ilrelto à personalidade jurídica; o direito à vida; o direito a não ser sub-
de San losé da Costa Rica,- Esta Convenção foi assinada em San losé. C Jo à escravidão; o direito à liberdade o direito a um julgamento justo;
,

ta Rica. em 1969. entrando em vigor em 1978&. Apenas Estados-mem


, "
Ilrelto à compensação em caso de erro judiciário o direito à privacidade; ,

da Organização dos Estados Americanos têm o direito de aderir à Con direito à liberdade de consciência e religião; o direito à liberdade de
mento e expressão; o direito à resposta; o direito à liberdade de as-
o; o direito ao nome; o direito à nacionalidade; o direito à liberdade
,

movimento e residência; o direito de participar do governo; o direito à


espeito, afirma Christina M Cerna Todos os instrumentos internacionais de direitos hu
.A r

pressupõem um Estado democrático como condição para o exercício de direitos hu


dade perante a lei; e o direito à proteção judicial"
Comissão Interamericana tem sido um ator fundamental no processo de democratização A Convenção Americana não enuncia de forma específica qualquer
Américas AOEA. criada em 1959. foi o primeiro organismo internacional a definiros atri Ito social, cultural ou económico limitando-se a determinar aos Estados
,

uma Democracia, em sua primeira Declaração de Santiago. ( l embora muitos Estados da


à época não fossem democráticos" (CERNA. Christina M Hie Inter-American Commission on
man Rights In SMITH. Rhona K M . ANKER. Chrlstien van den (Editorei Tfe essentials of hi
rights. London Hodder Arnold. 2005. p.184) de Thomas Buergenthal In PASOUALUCCI lo M Tht practice and procedure ol lht Inter-
.

,
Note-se que o sistema interamericano consiste em dois regimes um baseado na Co Couri on Human Ripits. Cambridge Cambridge University Press 2003, p XV .

Americana e o outro baseado na Carta da Organização dos Estados Americanos. O enf (Kâo de Hector Gross Espiell "Os direitos previstos no capítulo II sâo . o direito à persona-
presente artigo se concentrará exclusivamente no regime instaurado pela Convenção lurídica. o direito à vida. o direito ao tratamento humano a proibição da escravidão e ,

de Direitos Humanos o. o direito à liberdade pessoal o direito a um lulgamento lusto, o princípio da nâo re*
,

t
. a Thomas Buergenthal *A Convenção Americana de Direitos Humanos foi adotada em 1969 o direito è compensação o direito de ter a própria honra e dignidade protegidas a
.
,
,

uma Conferência intergovernamental celebrada pela Organização dos Estados Americanos de consciência e religião a liberdade de pensamento e expressão o direito de respos-
,
,

O encontro ocorreu em San losé. Costa Rica, o que explica o porquê da Convenção A reito de assembleia, a liberdade de associação o direito de se casar e de fundar uma fa-
também conhecida como Pacto de San losé da Costa Rica A Convenção Americana entrou
"

. direito ao nome. os direitos da enança o direito á nacionalidade, o direito à proprieda-


.

vigorem julho de l978.quandoo I If Instrumentode ratificação foi depositado (The inter-


"
a liberdade de movimento e residência direitos políticos, igualdade perante a lei e
,

system for the protection of human ights. In: MERON. Theodor (Edltoni Human rights In in f à proteção |udicial (arts. 4- a 25) ( .) O artigo 26 trata dos direitos sociais, económicos
r

"

rais (The Organization of American States (OAS). In VASAK Karel (Edito* | The intematmal
itonal Iaw legal and policy issues Oxford: Clarendon Press. 1984. p 440) Segundo dados da .

ganização dos Estados Americanos, dos 35 Estados-membros da OEA. 25 Estados sâo hoje o) human rmhts Revisado e editado para a edição Inglesa por Philip Alston Connecticut:
da Convenção Americana Neste universo, o Estado brasileiro foi um dos Estados que mais Press. 1982 .v I. p 558-559). Ver ainda HARRIS David. LIVINGSTONE, Stephen The
.

diamente aderiram è Convenção, fazendo-o apenas em 25 de setembro de 1992 System ol Human Rgtoç Oxford Clarendon Press 1998 .

IH? 103
que alcancem, progressivamente, a plena realização desses direitos, ll em 1992. lá o reconhecimento da jurisdição da Corte Interamericana
diante a adoção de medidas legislativas e outras medidas que se mostre reitos Humanos deu-se na Argentina em 1984, no Uruguai em 1985 ,

apropriadas, nos termos do artigo 26 da Convenção Posteriormente, e í Kiraguai em 1993 e no Brasil em 1998. Atualmente constata-se que os
1988. a Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos adot m s latino-americanos subscreveram os principais tratados de direitos
um Protocolo Adicional à Convenção, concernente aos direitos soei nos adotados pela ONU e pela OEA
económicos e culturais (Protocolo de San Salvador), que entrou em vi Quanto è incorporação dos tratados internacionais de proteção dos
em novembro de 1999. quando do depósito do 112 instrumento de ratifi . Itos humanos , observa-se que. em geral, as Constituições latino-ame-
ção. nos termos do artigo 21 do Protocolo, nas conferem a estes instrumentos uma hierarquia especial e privile-
Em face desse catálogo de direitos constantes da Convenção Am da, distinguindo-os dos tratados tradicionais. Nesse sentido, merecem
cana. cabe ao Estado-parte a obrigação de respeitar e assegurar o livre ue o art 75. 22. da Constituição Argentina que expressamente atri-
,

"

pleno exercício desses direitos e liberdades, sem qualquer discriminaç hierarquia constitucional aos mais relevantes tratados de proteção de
Cabe ainda ao Estado-parte adotar todas as medidas legislativas e de ou itos humanos, e o art. 5f, §§ 2" e 33. da Carta brasileira, que incorpora
natureza que sejam necessárias para conferir efetividade aos direitos e ost«-s tratados no universo de direitos fundamentais constitucionalmente
berdades enunciados protegidos
A Convenção Americana estabelece um aparato de monitoramento As Constituições latino-americanas estabelecem cláusulas constitu-
proteção dos direitos que enuncia, integrado pela Comissão e pela Cor ais abertas, que permitem a integração entre a ordem constitucional e
Interamericana de Direitos Humanos, como será examinado a seguir m internacional especialmente no campo dos direitos humanos. Ao
,

esso de constitucionalização do Direito Internacional conjuga-se o


3 . Impacto do Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Human so de internacionalização do Direito Constitucional.
na Experiência Latino-Amcricana O sistema regional interamericano simboliza a consolidação de um
"

No caso latino-americano, o processo de democratização na regi stitucionalismo regional que objetiva salvaguardar direitos humanos
,

deflagrado na década de 80 é que propiciou a incorporação de important plano interamericano. A Convenção Americana, como um verdadeiro
instrumentos internacionais de proteção dos direitos humanos pelos E igo interamericano de direitos humanos", acolhida em 2014 por 24
dos latino-americanos A título de exemplo, note-se que a Conven dos. traduz a força de um consenso a respeito do piso protetivo mínimo
Americana de Direitos Humanos, adotada em 1969. foi ratificada pela Ar do teto máximo de proteção Serve a um duplo propósito al promo-
gentina em 1984. pelo Uruguai em 1985, pelo Paraguai em 1989 e pe e encorajar avanços no plano interno dos Estados; e b| prevenir recuos
retrocessos no regime de proteção de direitos .

Ao acolher o sistema interamericano, bem como as obrigações inter-


.Alé 2015, o Protocolo de San Salvador conlava com 16 Estados-parles Dentre os direitos onais dele decorrentes, o Estado passa a aceitar o monitoramento in-
ciados no Protocolo, destacam-se o direito ao trabalho e a Justas condições dc tubal acional no que se refere ao modo pelo qual os direitos fundamentais
liberdade sindical: o direito à seguridade social: o direito à saúde: o direito ao melo ambi respeitados em seu território. O Estado tem sempre a responsabilidade
o direito à nutrição, o direito è educação: direitos culturais; proteção à família; direitos
mária relativamente à proteção dos direitos humanos, constituindo a
crianças; direitos dos idosos, e direitos das [»essoas portadoras dc deficiência Note-se q
além do Protocolo de San Salvador ( 1988). outros tratados de direitos humanos foram adot o internacional uma ação suplementar, adicional e subsidiária É sob
no âmbito do sistema interamericano, com destaque ao Protocolo para a Abolição da Pena i perspectiva que se destaca a atuação da Comissão e da Corte Inlera-
.

Morte 11990) à Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura ( 1985). à Con cana de Direitos Humanos
Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas ( 19941; à Convenção Intera
Promover a observância e a proteção dos direitos humanos na Améri-
cana para Prevenir. Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher ( 1994«; e à Convenção In
americana sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra Pessoas com é a principal função da Comissão Interamericana. Para tanto, cabe à
ciência 11999) missão fazer recomendações aos governos dos Estados-partes prevendo
,

104 105
a adoçâo de medidas adequadas à proteção desses direitos , preparar sobre a repressão no Chile ( 1973) e desaparecimentos forçados
dos e relatórios que se mostrem necessários: solicitar aos governos in Ina 11979) A Comissão tem sido um relevante ator no processo de
mações relativas às medidas por eles adotadas concernentes à eleti tização nas Américas
aplicação da Convenção e submeter um relatório anual à Assembleia Ge
,
Contudo, a partir da democratização na região, a Comissão tem tido uma
da Organização dos Estados Americanos"f É também da competência o cada vez mais jurídica e não política, se comparada com a sua marca-
Comissão examinar as comunicações encaminhadas por indivíduo ou g
, iitu.içflo política no período dos regimes militares na América Latina
pos de indivíduos, ou ainda entidade não governamental que contení ,
Na experiência brasileira, até julho de 2015. apenas catorze casos haviam
denúncia de violação a direito consagrado pela Convenção por Estado q- ,
encaminhados à Corte Interamericana contra o Estado brasileiro, en-
dela sela parte, nos termos dos arts 44 e 41 O Estado, ao se tornar pa
.

que mais de 130 casos haviam sido submetidos à Comissão Intera-


da Convenção aceita automática e obrigatoriamente a competência
,
ana Deste universo, sete são casos contenciosos e outros sete casos
Comissão para examinar estas comunicações , não sendo necessário ela
medidas provisórias, com a adoçâo pela Corte de 32 resoluções de
rar qualquer declaração expressa e específica para este fim provisórias" Em um dos casos contenciosos - caso Damião Ximenes
Alente-se que a Comissão exerceu um extraordinário papel na reali-
de investigações iit loco denunciando, por meio de relatórios
,
, graves e ma
violações de direitos durante regimes ditatoriais na Aménca Latina .

On in Africa SmIA A/ruan Imnui ou Huma Kiÿcls. vil. part 3, 1999. p 4271 Note-seque.em
"

mente na década de 70" A título de exemplo dte-se o impacto de im

f
.

,
i «Ao Interamericana começou a realizar visitas M au pata observar a situaçto geral de

t
humanos no pals, ou para investigar uma situação particular Desde entio. foram realizadas
a 23 l.stados-membros A respeito de suas observações geral» sobre a situação de um pais.
o Interamericana publica informes especiais
"

Sobre o» elatórios produzidos pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos lec que se efere tios 7 casos contenciosos, destacam-se a) caso Gilson Nogueira de Carvalho.
r

r
,

Monica Pinto -Diversamente do que ocorre no âmbito universal em que o sistema de ir


. te A denúncia de assassinato de defensor de direitos humanos por grupo de extermínio
é um método de controle regular que consiste na obrigação do» Estados-part« cm um
.
Grande do Norte, encaminhado pela Comissão Interamericana A Corte em 19 de lanelro
de direitos humanos de comunicar ao competente órgão de controle o estado de seu di (Caso 120*8), bl caso Damião Ximenes Lop«, referente A den linda de mone por espan-
interno em relaçto aos compromissos assumidos em decorrência do tratado e a prática que em clinica psiquiátrica no Ceará, encaminhado pela Comissto Interamericana A Corte
se verificado com respeito As situações compreendidas no tratado no sistema intera i de outubro de 2004 (Caso 12237); c) caso Escher e outre* referente A denuncia de inter-
,

o* inform« sto elaborados pela Comissão Interamericana de Diletto* Humanos Além telefónicas de integrant« do MST; d) caso Garibaldi eferente A denúncia de execuçto

r
constituir em um mécodo para determinar ato* precisar e difundir a obietMdade de uma s«
, e) caso Com« Lund referente ao desaparecimento de pessoas na guerrilha do Araguaia
çto. os informes da QonMo servem para modificar a atitude de Covern« resistent« A. compatibilidade da lei de anistia brasileira com a Convenção Americana de Direitos Hurna-
da dos direitos humanos através do debate interno que ei« proporcionam ou a depender .
I caso Cosme Rosa Genoveva. Evandro Oliveira e outros) Favela Nova Brasilia-Caso 11566),
caso. do debate internacional A GDH elabora dois tipos de inform« um sobre a situação A denúncia de eiecuçto extrajudicial envolvendo 26 pnsoa« inclusive 6 adolescente
direitos humanos em um determinado pais e outro que encaminha anualmente A Assembleia dai de atuaçto policial da Polfcia Civil do Estado do Rio de laneiro de IS de outubro de 1994
OEA O» Inform« sobre a situaçto dos direitos humanos em um Estado-membro da OEA maio de 1995 na Favela Nova Brasilia); e gl caso Trabalhador« da Fazenda Brasil Verde
deodkfc» pela própria Comissão ante situaçõ« que aletem gravemente a vigência dos. i< iso 12066). relativo a trabalho escravo Quanto aos 7 casos envolvendo medidas provisórias.
humanos ( | Por outro lado os Informes anuais para a Assembleia Geral da OEA atuall
. al caso Ptwídlo Urso Branco referente A denúncia de morte e maus-tratos de de-
situaçto do« direitos humanos em distintos país« apresentam o trabalho da Comissão
,
.
nn presídio de Rondóni a em que. em virtude da extrema gravidade e urgência e para
as resoluções adotadas com espeito a casos particulares e revelam a opiniáo da Comissão .vilar dano irreparável A vítima (ver art 74 do Regulamento da Comlssto Interamericana), a
r

as áreas nas quais é necessário redobrar esforços e propor novas normas" i PINTO Monica .
decidiu ordenar medidas provisórias de proteção de detentos do referido presídio, b» caso
recho internacional de los derechos humanos breve vinta de loa mecanismos de protección
, ndolncentes privados de liberdade no Complexo do Tatuapé" da FE BEM, em que a Corte
"

el sistema Interamericano In Dmdtf inUrMcioml it Im 4m*« Comlslon Inte" ordenou medidas provisórias para determinar ao Estado brasileiro que adotasse de orma Ime-

f
de Iuris tas. Colegio de Abogados del Uruguay 1993. p 8449)
.
1 .11.1 as medidas nec«sárlas para proteger a vida e a Integridade pessoal dos adolescent« in-
"
Para Chnstof Heyns e Frans Wjoen "Ao utilizar métodos Inovadores como as investigações los no "Complexo do Tatuapé" da FEBEM. assim como a de todas as pessoas que se encontrem
c) emo da Penitendária "Dr Sebastito Martins Silveira em Araraquara. em que
"

ao a Comlssto Interamericana teve uma importante atuaçto na transito de ditaduras . in vu interior , ,


t

para regimes democratic* na Aménca Utflna na década de «T (An overview al human . I orte ordenou ao Estado que adotasse de forma imediata as medidas necessárias para prote-

106 107
Lopes - a Corte proferiu a primeira sentença condenatória contra o Brasil e ÎI violência rural.
4 de julho de 2006 em virtude de maus-tratos sofridos pela vítima
4) violência policial e outras violações praticadas por agentes estatais;
.
.

de transtorno mental em dínica psiquiátrica no Ceará A decisão da C


condenou o Brasil pela violação aos direitos à vida à integridade física 5) violação dos direitos de crianças e adolescentes.
,

proteção judicial, visto que a vítima, pela violência sofrida faleceu três d ,
6) violação dos direitos das mulheres.
após sua internação na clínica,* A sentença constitui uma decisão parad
.

7) discriminação racial.
má tica para a defesa dos direitos das pessoas com deficiência mental e 8| violência contra defensores de direitos humanos;
avanços na política pública de saúde mental
9) violação de direitos de outros grupos vulneráveis; e
Quanto aos casos submetidos à Comissão Interamericana foram e ,

minhados via de regra, por entidades nào governamentais de defesa


.
10) violação a direitos sociais
direitos humanos de âmbito nacional ou internacional e
,
por vezes. | .
Note-se que mais de 45% dos casos referem-se è violência da polícia
atuaçáo conjunta dessas entidades O universo destes casos pode ser cia r o que demonstra que o processo de democratização foi incapaz de
icado em dez categorias que correspondem a casos de r com as práticas autoritárias do regime repressivo militar, apresentan-
f

I ) detenção arbitrária tortura e assassinato cometidos durante o regi


,
no reminiscência um padrão de violência sistemática praticada pela
autoritário militar .
militar, que não consegue ser controlada pelo aparelho estatal Tal
2) violação dos direitos dos povos indígenas no regime militar, não se verifica a punição dos responsáveis A insufl-
ou mesmo, em alguns casos, a inexistência de resposta por parte do
.

brasileiro é o fatoc que enseja a denúncia dessas violações de direitos


nte a Comissão Interamericana
ger a vida e a integridade de todas as pessoas penadas de liberdade na Penitenciária de
raquara. bem como das pessoa* que possam ingretsar no futuro na qualidade de detentos .
Ao lado dos casos de violência da polícia militar, constata-se que os
caso da Unidade de Internação Socioeducatlva emCariacka no Espfnto Santo Ver restantes revelam violência cometida em lace de grupos socialmente
de la Corte de 2S de feiereiro de 2001 ifcponM em «chttp Itmwm corteidh ori
.

socioeducatrva SeJ)l portugues p<#>. eí caso Gomes Land e outros iGuemlha do


áveis. como os povos indígenas, a população alrodescendente, as mu-
_ _

f| caso do Complexo Penitenciário do Curado conforme Resolução da Corte de 22 de mak»


as crianças e os adolescentes Em 90% dos casos examinados as vfti-
2014; e gl caso do Completo Penitenciário de Pedrinhas conforme Resolução da Corte de podem ser consideradas pessoas socialmente pobres, sem qualquer li-
de novembro de 2014 nça destacada, oque inclui tanto aqueles que viviam em favelas nas ruas.
"
Ca» Damião Ximenes Lopes« Brasil Sentença de 4 de tulho de 2006 Série C n IV) AC estradas, nas prisões, ou mesmo em regime de trabalho escravo no
ressaltou que a sentença cor ttfulprr sruma forma de reparaçJo A Corte ainda determinou ao com exceção aos casos de violência contra defensores de direitos
Estado: al garantir em um prwo raíoáwrl que o processo Interno destinado a investigar e e contra lideranças rurais As denúncias se concentram fundamen -

clonar os responsáveis pelos latos deste caso surta seus devidos efeitos, bj publicar no praro te em casos de violações a direitos civis «/ou políticos, sendo ainda
seis meses no Diáró O&mI e em outro jornal de ampla circulação nacional uma sAvnoC
piente a apresentação de denúncias atinentes à violação a direitos sociais.
,

tido VII relativo aos fatos prosados da sentença da Corte cl continuar a desenvolver um i
icos ou culturais
,

de formação e capacitação para o pessoal médico de psiquiatria e psicologia de enfermagem


amillares de enfermagem e para todas as pessoas vinculadas ao atendimento de wúde Ouanto ao impacto da litigância internacional no âmbito brasileiro, os
em especial sobre os princípios que devem reger o trato das pessoas portadoras de submetidos à Comissão Interamericana têm apresentado relevante
mental, conforme os padrões intemaoonars sobre a matéria e aqueles dispostos na i o no que tange à mudança de legislação e de políticas públicas de
pagar em dinheiro para os fam iaresda vftima no praio de um ano a titulo de indenUação
.
direitos humanos, propiciando significativos avanços internos A título ilus-
dano material e imaterialas quantias toadas em sentença e e| pagar em dinheiro noprao ivo. cabe menção a oito avanços
,

um ano a tftufo de custas e gastos geados no âmbito interno e no processo internacional


rante o sistema interamericano de proteção dos direitos humanos A Corte ressaltou também al os casos de violência policial, especialmente denunciando a impuni-
supervisionará o cumprimento Integro da sentença cabendo ao Estado, no prazo de i dade de crimes praticados por policiais militares, foram fundamentais para a
apresentar á Corte relatório sobre as medidas adotadas para own cumprimento da Lei n 9 299/96. que determinou a transferência da lustiça Militar

108 109
P<«ra <1 lustiça Comum do julgamento de crimes dolosos contra a vida No plano contencioso, a competência da Corte para o julgamento de
lidos por policiais militares .
é por sua ver. limitada aos Estados-partes da Convenção que reconhe
b) casos envolvendo tortura e desaparecimento forçado encorajaram m tal jurisdição expressamente, nos termos do artigo 62 da Convenção
adoção da Lei n 9 I4(V95 que estabeleceu indeniração aos familiares
,
a Comissão Interamericana e os Estados-partes podem submeter um
mortos e desaparecidos políticos; Corte Interamericana", riflo estando prevista a legitimação do Indivíduo,
termos do artigo 61 da Convenção Americana
c) caso relativo a assassinato de uma jovem estudante por deput
estadual foi essencial para a adoçâo da Emenda Constitucional n 35/200 A Corte tem jurisdição para examinar casos que envolvam a denúncia
que restringe o alcance da imunidade parlamentar no Brasil; juc um Estado-parte violou direito protegido pela Convenção Se reco-
r que efetivamente ocorreu a violação à Convenção, determinará a
dl caso envolvendo denúncia de discriminação contra mães adotivas
seus respectivos filhos - em face de decisão definitiva proferida pelo Supre ÿ de medidas que se façam necessárias à restauração do direito então
Tribunal Federal que negou direito à licença-gestante à mãe adotiva - f A Corte pode ainda condenar o Estado a pagar uma justa com pen-
também fundamental para a aprovação da Lei n 10 421/2002 . que est
à vítima Note-se que a decisão da Corte tem força jurídica vinculante
,"

óna. cabendo ao Estado seu imediato cumprimento Se a Corte


o direito à licença-maternidade às mães de filhos adotlvos ;

e| o caso que resultou na condenação do Brasil por violência domést


uma compensação à vítima, a decisão valerá como título executivo, em
sofrida pela vítima (Caso Maria da Penha Maia Fernandes) culminou na ado- idade com os procedimentos Internos relativos à execução de sen-
desfavorável ao Estado"
çâo da Lei n II .340/2006 |"Lel Maria da Penha"), que aia mecanismos pa .

coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher Até 2015, dos 23 Estados-partes da Convenção Americana de Direitos
f) os casos envolvendo violência contra defensores de direitos huma anos, 20 Estados haviam reconhecido a competência contenciosa da
contribuíram para a adoção do Programa Nacional de Proteção aos Defen
res de Direitos Humanos .

I" i omo afirma Monica Pinto: Até a presente data, somente a ComisOo tem submetido CM»
"

g) os casos envolvendo violência rural e trabalho escravo contribuir


I** mica Corte em 1987 tré* casos de desaparecimento »orçado de pessoas em Hondura« (ca-
para a adoção do Programa Nacional para a Erradicação do Trabalho Esc ta m Velasquez Rcdnguer Codina Croi »airen Carbi e Solto Corrale*! em 1990. um caio de de-
vo e
Mi.area mento de pes««* detidas no «labwlecimento penal conhecido como El Frontón no Peru
h) casos envolvendo direitos dos povos indígenas foram essenciais para I «*.» Neira Alegria e outrosI e dois caso* de etccuçôe* eitra|udidais no Suriname icaso Ganga-
a demarcação e homologação de suas terras lt«ni Pandty e AJoeboetoe e outros) Em 1992 a ComissAo submeteu t Corte um caso* respeito

f
iti Cotflmbu Previamente a Corte |i havia se pronunciado em uma quesito de conflito de
Ouanto è Corte Interamericana órgão jurisdicional do sistema
,

. ÿ"«peténda no caso Viviana Gallardo «outras. submetido pela Costa Rica diretamcnte A Corte.
.

apresenta competência consultiva e contenciosa


"

i. - anelando ao esgota mento dos recurso# Intimos e ao procedimento ante a Comlwio i Dere-
No plano consultivo qualquer membro da OEA - parte ou não da Con
,
I« ho internacional de k* derechos humano* breve visión de k* mecanismos . cit p 94-951
venção - pode solicitar o parecer da Corte relativamente à interpretação da Na ltçfc> de Paul Swghart a Corte Europeta de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de
(,írritos Humanos tèm o poder de proferir decisões luridamente vinculantes contra Estados
Convenção ou de qualquer outro tratado relativo à proteção dos dlrelt liberano« condenándo os pela violação de direitos humanos e liberdades fundamentais de
humanos nos Estados americanos A Corte ainda pode opinar sobre a coi indivíduos ,
e ordenando-lhes o pagamento de lutin Indentralo ou compensação As vítimas"
patibllidade de preceitos da legislação doméstica em face dos instrumentos UMBCHART. Paul International human lights lav* some current problems In Blackbu riu Robert
Internacionais , efetuando assim, o "controle da convencional idade das leis" MYLOR lohn I Editorsi Hhmmn rigkn lot Ikt 1990» legal political and ethical issues London

A Corte Interamericana tem desenvolvido análises aprofundadas a respeito Mameli Publishings. 1991 p Wl
No exercido de sua |url*dlç.lo contenciosa, st« |ulho de 201 » a Corte Interamericana havia
"

do alcance e do impacto dos dispositivos da Convenção Ameri cana"

Iroondo 294 sentenças das quais 242 relerem-se a eiceçfics preliminares, sentenças de mérito
t

11 «je j val um fundamentalmente se houve violação ou nâo) e sentenças sobre reparação. enquan-
t<. *2 sio relacionadas à Interpretação d» sentença e outras questões Havia ainda adotado Y&
,
. Alé 2015 a Corte havia emitido 21 opiniões consultivas
.

resoluções refeentes al» casos


r

110 II
Corte"*. Como já mencionado o Estado brasileiro inalmente reconheceu
, de suspensão da garantia judicial de habeas íorpus inclusive em

f
competência jurisdicional da Corte Interamericana em dezembro de 1998 . de emergência de acordo com o art 27 da Convenção Americana".
,

meio do Decreto Legislativo n 89. de Ï de dezembro de I998", /) Violações que refletem questões da justiça de transição (transitional
Considerando a atuação da Corte Interamericana é possível criar ui
,

tipologia de casos baseada em decisões concernentes a seis diferentes cat« Nesta categoria de casos estão as decisões relativas ao combate ò im-
gorias de violação a direitos humanos ? .
às leis de anistia e ao direito à verdade.
I ) Violações que refletem o legado do regime autoritário ditatorial No caso Barrios Altos (massacre que envolveu a denúncia de execução
Esta categoria compreende a maioria significativa das decisões da C< I ,I pessoas por agentes policiais) em virtude da promulgação e aplicação
,

te Interamericana, que tem por objetivo prevenir arbitrariedades e conti de anistia luma que concede anistia geral aos militares policiais e
,

o excessivo uso da força. Impondo limites ao poder punitivo do Estado e outra que dispõe sobre a Interpretação e alcance da anistia). o Peru
a reabrir investigações judiciais sobre os fatos em questão.
A título de exemplo, des taca-se o ¡Aiding (ase - Velasquez Rodriguez
; ao massacre de Barrios Altos", de forma a derrogar ou a tomar sem
Honduras concernente a desaparecimento forçado Em 1989 a Cortei
. as leis de anistia mencionadas O Peru foi condenado ainda, à repara-
o Estado de Honduras a pagar uma compensação aos familiares da vítii
,

ral e adequada dos danos materiais e morais sofridos pelos família*


bem como ao dever de prevenir investigar, processar, punir e reparar as
,

i «las vítimas"
lações cometidas*
Esta decisão apresentou um elevado Impacto na anulação de leis de
Outro caso é o Loayza Tÿmayo vs Peru em que a Corte em 1997 r<
e na consolidação do direito à verdade pelo qual os familiares das
.

nheceu a incompatibilidade dos decretos-leis que tipificavam os delitos


e a sociedade como um todo devem ser informados das violações .

traição da pátria" e de "terrorismo" com a Convenção Americana ordenai


"

indo o dever do Estado de Investigar, processar, punire reparar violações


,

ao Estado reformas legais" i direitos humanos


Adicionem-se ainda decisões da Corte que condenaram Estados em f« Concluiu a Corte que as leis de "autoanlstia" perpetuam a Impunidade ,

de precárias e cruéis condições de detenção e da violação à integridade ffsic »m uma injustiça continuada impedem às vítimas e aos seus família-
,

psíquica e moral de pessoas detidas, ou em face da prática de execução i o acesso à justiça e o direito de conhecer a verdade e de receber a repa-
mária e extrajudicial; ou tortura Estas decisões enfatizaram o dever do F «
.

. correspondente o que constituiria uma manifesta afronta à Convenção


,

do de investigar, processar e punir os responsáveis pelas violações ,


bem
As leis de anistia configurariam, assim um ilícito Internacional .

de efetuar o pagamento de indenizações aim revogação, uma forma de reparação não pecuniána
No plano consultivo merecem menção as opiniões a respeito da
,
No mesmo sentido, destaca se o caso Almonacid Arellano wns Chile*",
sibilidade de adoção da pena de morte pelo Estado da Guatemala-, e da i i objeto era a validade do Decreto-Lei n 2 191/78-que perdoava os crimes
tidos entre 1973 e 1978 durante o regime Pinochet-à luz das obrigações
ites da Convenção Americana de Direitos Humanos Decidiu a Corte
invalidade do mencionado decreto-lei de "autoanistia". por Implicar a
"
Disponível cm <http//www corteldh orci/palscttflnde* hlml> io de justiça às vit imas bem como por afrontar os deveres do Estado
.

"
O Decreto Legislativo n 89. de 3 de dezembro de 1998. aprovou a solicitação de reconf westigar, processar, punir e reparar graves violações de direitos humanos
mento da competência obrigatório dn Corte Interamericana de Direitos Humanos em todo« <
.im constituem crimes de lesa-humanidade
casos relativos !i interpretado ou aplk.«« Ao da Convenção Americana de Direitos Humanos
.

latos ocorridos a partir do reconhecimento de acordo com o previsto no parágrafo lU do art


da Convenção Americana
*
CASE. Velasquez Rodriguez UUer-Amtnu* Court of Hum» Rights 1988 Ser. C. n 4
.
. Opinion n 08/87. oI 30 lanuaiy 1987
"
Loayza Tamayo « Peru case ludgment oí 17 September 1997 Altos case (Chumblpuma Aguirre and others w Perul lodgment al 14 March MOI
"
Advisory Opinion n î/81 o18 September 198) Almonacid Arellano e outros w Chile lulgado em 26 òe setembro de 2006

112 n
Cite-se .
ainda, o caso argentino, em que decisão da Cone Suprema rio garantir a Independência de qualquer |ulz em um Estado de
lustlça de 2005 anulou as leis de ponto final «Lei n 23 492/86) e obedlé .
especialmente em Cortes constitucionais, o que demanda al um
devida (Lei n. 23 521/87). Invocando corno precedente o caso Barrios Al
.
processo de nomeação: bl um mandato com prazo certo, e c)
Em 24 de novembro de 2010 no caso Comes Lund e outros v,
.
ias contra pressões externas
Brasil ". a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil Tal decisão contribuiu decisivamente para o fortalecimento de Insti-
virtude do desaparecimento de integrantes da guerrilha do Araguaia dur nacionais e para a consolidação do Estado de Direito
te as operações militares ocorridas na década de 70 Realçou a Corte q .II Violações de direitos de grupos vulneráveis
as disposições da lei de anistia de 1979 sâo manifestamente incomp it í .
I lá decisões que afirmam a proteção de direitos de grupos socialmen
com a Convenção Americana carecem de efeitos (urídicos e nao pe
,

neráveis, como os povos indígenas, as crianças, os migrantes, os


seguir representando um obstáculo para a investigação de graves vio* dentre outros
de direitos humanos
..

nem para a identificação e punição dos responsá


,

Enfatizou que leis de anistia relativas a graves violações de direitos hu Ouanto aos direitos dos povos indígenas, destaca-se o relevante caso
*
unidade indígena Mayagna Awas Tingni contra a Nicarágua «2001 )

.
nos sâo incompatíveis com o Direito Internacional e as obrigações |urí . .

internacionais contraídas pelos Estados Respaldou sua argumentação * a Corte reconheceu o direitos dos povos indígenas à propriedade
vasta e sólida jurisprudência produzida por órgflos das Nações Unidas e Iva da terra, como uma tradição comunitária, e como um direito funda-
I e básico à sua cultura, à sua vida espiritual, à sua integridade e à sua
sistema Interamericano, destacando também decisões judiciais emblem
ticas Invalidando leis de anistia na Argentina no Chile, no Peru. no Uru,
Ivência económica Acrescentou que para os povos indígenas a relaçáo
e na Colômbia. terra nào é somente uma questão de possessão e produção, mas um
.

. to material e espiritual de que devem gozar plenamente, inclusive


Na mesma direção em 2011. no caso Gelman versus Uruguai a C
,

preservar seu legado cultural e transmiti-lo às gerações futuras


,

Interamericana decidiu que a "Lei de Caducidade da Pretensão Punit


carecia de efeitos jurídicos por sua incompatibilidade com a Conve- Em outro caso - caso da comunidade indígena Yakye Axa contra o
lai (2005)*° a Corte sustentou que os povos indígenas têm direito
Americana e com a Convenção Interamericana sobre o Desapareci m
-

Forçado de Pessoas n«ío podendo impedir ou obstar a investigação d


.
Idas específicas que garantam o acesso aos serviços de saúde, que
fatos, a identificação e eventual sanção dos responsáveis por graves vio ser apropriados sob a perspectiva cultural. Incluindo cuidados pre-
ções a direitos humanos" práticas curativas e medicinas tradicionais. Adicionou que para
indígenas a saúde apresenta uma dimensão coletiva. sendo que
3) Violações que refletem desafios acerca do fortalecimento de in
ura de sua relação simbiótica com a terra exerce um efeito preludicial
tuições e da consolidação do Estado de Direito (ruUoflav)
a saúde destas populações
Esta terceira categoria de casos remete ao desafio do fortaleclm
No caso da comunidade indígena Xákmok Kásek contra o Paraguai
de instituições e da consolidação do rule of law particularmente no que .

ror. a Corte Interamericana condenou o Estado do Paraguai pela afron-


refere ao acesso à justiça proteção Judicial e fortalecimento e independ
,

cia do Poder ludiciárlo,


iios direitos à vida, à propriedade comunitária e à proteção judicial (arts
21 e 25 da Convençflo Americana, respectivamente!, em face da nâo
Destaca-se aqui o caso do Tribunal Constitucional contra o Pe tia do direito de propriedade ancestral à aludida comunidade indíge-
(2001 )¿*. envolvendo a destituição de iuízes em que a Corte recon .

(Sumo) Awas Tlngnl Community n Nkaragua. Inler Amerlcan Court. 2001. Ser C n 79
*
Com« Lund c outros w Bratti. InlerAmerlcan Court 24-11-2010.
.
,
Axa Community v» Paraguay. Inter-American Court. 2001. Ser C. n. 125
"
Caso Gelman versus Uruguai Marnent of 24 February 2011
,
. Interamericana de Direitos Humanos. Caso Comunidad Indigena Xákmok KAsek w Para-
*
Aguirre Roca and others n Peru case (Constitutional Court Case) ludgment o( 11 lanuary 200 Fondo. Reparaciones y Costas Sentença de 24 de agosto de 2010. Ser C. n 214

114 15
na. o que afetaria seu direito à identidade cultural Ao motivar a sente . >nto de indenizaçâo pecuniária aos familiares das vítimas a reforma
destacou que os conceitos tradicionais de propriedade privada e de .namento jurídico interno visando à maior proteção dos direito*, das
sessão não se aplicam às comunidades Indígenas pelo significado coletl , e adolescentes guatemaltecos, e a construção de uma escola em
da terra, eis que a relação de pertença não se centra no indivíduo ,
sen Vria das vítimas
no grupo e na comunidade - o direito à propriedade coletiva estaria al" Também merece realce a Opinião Consultiva n 21. de 19 de agosto de
a merecer igual proteção polo art 21 da Convenção .
Afirmou o dever
114 a respeito dos direitos e garantias de crianças no contexto da migra
Estado em assegurar especial proteção às comunidades indígenas ,
à luz
em necessidade de proteção especial Neste caso. o parecer loi
suas particularidades próprias suas características económicas e sociais
,

pela República Argentina. República Federativa do Brasil. Repú


suas especiais vulnerabilidades considerando o direito consuetudinàri
,

os valores
do Paraguai e República Oriental do Uruguai para que a Corte deter-
,
os usos e os costumes dos povos indígenas de forma a assog ,

com maior precisão quais são as obrigações dos Estados com


-
lhes o direito à vida digna contemplando o acesso a água potável
,
,
ali
taçào saúde, educação, dentre outros
.
às medidas passíveis de serem adotadas a respeito de meninos e
associadas à sua condição migratória, ou à de seus pais. à luz da
» .

Em 27 de lunho de 2012 no caso da comunidade indígena Kichwa


tação autorizada dos artigos I 1.2.4.1.5. 7.8.11. 17.19.22 7. 22.8.
.

Sarayaku contra Equador a Corte Interamericana condenou o Estado sob


,

29 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos e dos artigos I.


argumento de violação do direito à consulta prévia dos povos indígenas ,

como pela afronta aos direitos de identidade cultural No entender da C


* . 25 e 27 da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e
ligo 13 da Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura
o Estado ainda seria responsável por ter colocado em grave risco os direi
à vida e à integridade pessoal dos povos indígenas Sarayaku Na hipótese .
Adidonem-se. ainda, as opiniões consultivas sobre a condição |urídi-
comunidade Indígena Sarayaku - Integrada por 1200 membros - habita a reg <} os direitos humanos das crianças (OC 17. emitida em agosto de 2002,
amazónica do Equador (floresta tropical) vivendo por meio da propried.i
,
I" ir solicitação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos) e sobre
coletiva da terra, bem como da caça e da pesca em plena observãno.i , idição jurídica e os direitos de migrantes sem documentos (OC 18,
costumes ancestrais e tradições Contudo na década de 90. o Estado, finltida em setembro de 2003, por solicitação do México)
Equador teria outorgado permissão a um consórcio petrolífero ,
formado Mencione-se o parecer emitido, por solicitação do México (OC 16. de
entes privados, para a exploração de atividades económicas no território
10-1999), em que a Corte considerou violado o direito ao devido proces-
povos Sarayaku. sem que houvesse a prévia consulta, o que acabou por im legal. quando um Estado não notifica um preso estrangeiro de seu di-
car violações a direitos desses povos A Corte condenou o Estado do Equ* llo à assistência consular Na hipótese, se o preso foi condenado à pena
a realizar uma consulta à referida comunidade indígena de forma pr
. morte isso constituiria privação arbitrária do direito à vida Note-se que
,

adequada e efetiva. em total consonância com os relevantes parâmetros int


,

nacionais
'
xico embasou seu pedido de consulta nos vários casos de presos me-
, nos casos a envolver atividades ou projetos de exploração dos
cursos naturais de seu território ou qualquer investimento, ou. ainda.
condenados à pena de morte nos Estados Unidos
,

volvimento de planos com potencial Impacto em seu território Com relação aos direitos das mulheres, emblemático é o caso Gonzá-
No caso dos direitos das crianças cabe menção ao caso Vlllagrán ri e outras contra o México (caso Campo Algodonero ), em que a Corte
,

Morales contra a Guatemala (1999)" em que este Estado foi conden leramericana condenou o México em virtude do desaparecimento e mor-
,

. de mulheres em Ciudad luarez sob o argumento de que a omissão est.i-


pela Corte, em virtude da impunidade relativa à morte de cinco meninos d .

rua. brutalmente torturados e assassinados por dois policiais nacionais d» contribuía para a cultura da violência e da discriminação contra a mulher
Guatemala Dentre as medidas de reparação ordenadas pela Corte estão período de 1993 a 2003. estlma-se que de 260 a 370 mulheres tenham
vítimas de assassinatos, em Ciudad luarez A sentença da Corte con-
o Estado do México ao dever de investigar, sob a perspectiva de
°
Villagran Morales et «I v* GuaienuU (The Slrm Children Case) .
Intw-Amencan Court.
) . as graves violações ocorridas, garantindo direitos e adotando mé-
November IW Ser C. n 61
. is preventivas necessárias de forma a combater a discriminação contra

116 117
. i mulher" De.iat.im-se ainda, relevantes decisões do sistema intera
.
h.i o
"
direito a criar e desenvolver um projeto de vida" Essa Interpre-
nomo -.obre discriminação e violência contra mulheres o que foment ,
lançou um importante horizonte para a proteção dos direitos sociais
reforma do Código Civil da Guatemala a adoçâo de uma lei de viol ,

Em outros julgados, a Corte tem endossado o dever jurídico dos Es-


doméstica no Chile e no Brasil dentre outros avanços"
. de conferir aplicação progressiva aos direitos sociais, com fundamen-
,
*
ÿ

Ineditamente em 24 de fevereiro de 2012 a Corte Interamericana r


,
,
no art 26 da Convenção Americana de Direitos Humanos, especialmen-
nheceu a responsabilidade internacional do Estado do Chile em face do pin se tratando de grupos socialmente vulneráveis. No caso NlAas Yean
tamento discriminatòrio e da interferência indevida na vida privada e fam |v> «co venus República Dominicana (2005) a Corte enfatizou o dever dos
da vítima Karen Atala devido à sua orientação sexual" O caso foi objeto de .

no tocante à aplicação progressiva dos direitos sociais, a fim de


Intenso litígio judicial no Chile que culminou com a decisão da Corte Su
,
rar o direito à educação, com destaque à especial vulnerabilidade de
ma de lustiça em determinar a custódia das três filhas ao pai sob o argum .
meninas Sustentou que: "en relación con el deber de desarrollo progresivo
to de que a Sra Atala nâo deveria manter a custódia por conviver com pe:
.

Ido en el artículo 26 de la Convención, el Estado debe prover educa-


do mesmo sexo após o divórcio No entender unânime da Corte Intera
.

pnmaria gratuita a todos los menores, en un ambiente y condiciones


cana. o Chile violou os arts I« parágrafo 1« e 14 da Convenção America -

.
Hildas para su pleno desarrollo Intelectual
por afrontar o princípio da igualdade e da proibição da discriminação .

No caso Acevedo Buendía y otros ("Cesantes y lubllados de la Contra-


5) Violações a direitos sociais er ) venus Peru ( 20091 ,\ a Corte condenou o Peru pela violação aos direi-
Nesta quinta categoria de casos emergem decisões da Corte que p to-. A proteção judicial (art 25 da Convenção Americana) e à propriedade
tegem direitos sociais Importa reiterar que a Convenção Americana jwivada (art 21 da Convenção), em caso envolvendo denúncia dos autores
Direitos Humanos estabelece direitos civis e políticos contemplando = ,
relativamente ao nâo cumprimento pelo Estado de decisão judicial conce-
nas a aplicação progressiva dos direitos sociais (art 26) lá o Protocolo de] .1. rido a eles remuneração, gratificação e bonificação similar aos percebidos
San Salvador ao dispor sobre direitos económicos sociais e cultura
,
,
|i«'Ios servidores da atlva em cargos Idênticos Em sua fundamentação, a

prevê que somente os direitos è educação e à liberdade sindical seri i rte reconheceu que os direitos humanos devem ser interpretados sob a
tuteláveis pelo sistema de petições individuais (art 19 § 6«} . perspectiva de sua Integralidade e interdependência, a conjugar direitos
À luz de uma interpretação dinâmica e evolutiva , compreendendo i Ivi« e políticos e direitos económicos, sociais e culturais, inexistindo hie-
Convenção Americana como um living instrument no |á citado caso Villag ,
uiqula entre eles e sendo todos direitos exigíveis Realçou ser a aplicação
Morales contra a Guatemala < 1999) a Corte afirmou que o direito à vida n
.
progressiva dos direitos socials (art 26 da Convenção) suscetível de con-
pode ser concebido restritivamente,f Introduziu a visão de que o direito ti. »le e fiscalização pelas instâncias competentes, destacando o dever dos
vida compreende nâo apenas uma dimensão negativa - o direito a nâo s I -.lados de não regressividade em matéria de direitos sociais Endossou o
privado da vida arbitrariamente -. mas uma dimensão positiva que dema
da dos Estados medidas positivas apropriadas para proteger o direito è vi
,

t endimento do Comité da ONU sobre Direitos Económicos. Sociais e


lurais de que as medidas de caráter deliberadamente regressivo reque-
rem uma cuidadosa análise, sendo justificáveis somente quando conside-
fu la a totalidade dos direitos previstos no Pacto, bem como a máxima
"
ulilizaçâo dos recursos disponíveis
wmtença de 16 de novembro de 2009 Disponível em www cortdeidh o»
artlculos/seriec _
205 _
e*p pdf
"
A respeito. ver caso Maria Eugenia w Guatemala e caso Maria da Penha n Brasil, deci
pela Comissão Interamericana
ÿ' . mo de las ntftas Yean y Bos ico n. República Dominicana. Inter-American Court 8 November
.*Caso Alata Riflo and daughters n Chile Inter-American Court 24 February 20IÎ
.
.
Series C WO* Ser tn I»
719
Corte interamericana de Dl renos Humanos Ca» Acevedo Buendía y oiros ( Cesantes y lubl-
"
"

Villain Morales et al »mus Guatemala (The Street Children Case)


-

.
Inter-American Court 19 .
Udov de la Contralorfa"! « Peru. Excepción Preliminar. Fondo Reparaciones y Costas Sentença
November 1999. Ser C n 6*
I« I de lulho de 2009. Ser C. n 198
.

118 119
I l.í ¿demais , um con|unto de decisões que consagram a proteção I I malmente, esta sexta categoria de casos compreende novos direitos da
r. u de direitos sociais mediante a proteção de direitos civis o que confi
,
, contemporânea, com especial destaque aos direitos reprodutivos
a ideia da Indivisibilidade e da Interdependência dos direitos humanos Em sentença proferida em 28 de novembro de 2012. a Corte Interamerl-
No caso Albán Corneio y otros vénus Ecuador (2007| referente à su.
de Direitos Humanos, no caso Artavia Murillo e outros contra a Costa
ta negligencia médica em hospital particular - mulher deu entrada no he *
enfrentou, de forma Inédita, a temática da fecundação in vitro sob a
tal com quadro de meningite bacteriana e foi medicada vindo a falecer no d
,
dos direitos humanos. O caso foi submetido pela Comissão Interame-
seguinte, provavelmente em decorrência do medicamento prescrito sob o argumento de que a proibição geral e absoluta de praticar a
Corte decidiu o caso com fundamento na proteção ao direito à integrldc ndação in vitro na Costa Rica desde 2000 estarla a implicar violação a
"

pessoal e não no direito à saúde". No mesmo sentido, no caso Myrna M direitos humanos Com eleito, por decisão da Sala Constitucional da Com-
Chang vfnus Guatemala 120031 concernente a danos à saúde decorrentes
. ma de lustiça de 15 de março de 2000. a prática da fertilização i»i vitro
condições de detenção, uma vez mais a proteção ao direito à saúde deu ria claramente contra a vida e a dignidade do ser humano Todavia, no
sob o argumento da proteção do direito à integridade física" . da Comissão, tal proibição estaria a constituir uma ingerência arbi-
Outros casos de proteção indi reta de direitos sociais atêm-se à prot trilla com relação aos direitos è vida privada e familiar, bem como ao direito
ao direito ao trabalho tendo como fundamento o direito ao devido proc
,
. !<ÿ formar uma famflia A proibição estaria ainda a afetar o direito de igualda-
legal e a proteção judicial A respeito destaca-se o caso Baena Ricardo y ot
,
I. «las vítimas visto que o Estado estaria a impedir o acesso a tratamento
,

venus Panamá (2001 ) envolvendo a demissão arbitrária de 270 funclonár


,
t|in
;
permitiria superar uma situação de desvantagem relativamente a ter filhas
públicos que participaram de manifestação (greve)*,. A Corte condenou r lilhos biológicos com impacto desproporcional nas mulheres. O argumen-
,

Estado do Panamá pela violação da garantia do devido processo legal e Comissão é de que a proibição da fertilização in vitro afrontaria os direi-
teção judicial
determinando o pagamento de Indenização e a reintegr
.
i -» à vida privada e familiar, ò integridade pessoal, à saúde sexual e reprodu-
dos 270 trabalhadores No caso Trabajadores cesados del congreso i Agu ite bem como o direito de gozar dos benefícios do progresso científico e
Alfaro y otrosí versus Peru (20061 envolvendo a despedida arbitrária de
,
i< enològico e o princípio da não discriminação
trabalhadores, a Corte condenou o Estado do Peru também pela afronta a A partir de uma interpretação sistemática e histórica, com destaque à
devido processo legal e proteção judicial Em ambos os casos, a condena
.

normatividade e à jurisprudência dos sistemas universal, europeu e africano,


dos Estados teve como argumento central a violação ã garantia do devi clulu a Corte Interamericana não ser possível sustentar que o embrião
processo legai, e não a violação ao direito do trabalhoi'
Outro caso emblemático é o caso "Cinco pensionistas" vtnus E sa ser considerado pessoa Recorrendo a uma interpretação evolutiva, a
te observou que o procedimento da fertilização in vitro não existia quando
4 Convenção foi elaborada, conferindo especial relevância ao Direito Compa-
(20031. envolvendo a modificação do regime de pensão no Peru em que ,

Corte condenou o Estado com fundamento na violação ao direito de rado. por melo do diálogo com a experiência lurídica latino-americana e de
priedade privada e não com fundamento na afronta ao direito de segurl .
»litros países, como os EUA e a Alemanha, a respeito da matéria Concluiu
de social, em face dos danos sofridos pelos cinco pensionistasi, .
que ter filhos biológicos, por meio de técnica de reprodução assistida, decor
6) Violações a novos direitos da agenda contemporânea r.« dos direitos à integridade pessoal, liberdade e vida privada e familiar Ar-
mentou que o direito absoluto à vida do embrião - como base para restrin-
direltos - não encontra respaldo na Convenção Americana Condenou.
"
m. a Costa Rica por violação aos arts 5«. $ I«. 7«. 11. § 2« e 17. $ 2«. da
.

Albín Cometo y otros n Ecuador Inlet-American Court 22 November 2007 Set C. n 171
"
.

Americana, determinando ao Estado adotar com a maior celeri-


Myrna Mack Chang a Guatemala Inier-American Court 25 November 2003. Ser C n 101
.

'
Hoena Ricardo y otros n Panamá Inter-Amencan Court 02 February 2001 Ser C n 72
.

"
Caso Tratwiadores cesados del congreso (Aguado Alfaro y otrwil w Peru .
Inter-Amcrlean C
24 November 2006, Ser C n 158. "
Caso Artavia Murillo e outros (-fecundación (a «tro") w Colta Rica. Corte Interamericana dr
"
Caso "Cinco pensionistas* n Peru Inter-Amencan Court. 2» February 2003. Ser C. n «i«
. Direito* Humanos, sentença proferida em 2» de novembro de 2012»

120 121
dade possível medidas apropriadas para que fique sem efeito a proibição ri.i contribuem para a denúncia dos mais sérios abusos e pressionam
praticar a fertilização in vitro, assegurando às pessoas a possibilidade de vai mos para que cessem com as violações de direitos humanos, forta-
-
se deste procedimento sem impedimentos Determinou também ao Est" a accountability dos Estados.
a implementação da fertilização in vitro tornando disponíveis os prograr
,

>mo foi examinado, o sistema interamericano invoca um parâmetro de


os tratamentos de infertilidade com base no princípio da não discriminaç
,

para os Estados, legitimando o encaminhamento de comunicações de


Adicionou o dever do Estado de proporcionar às vítimas atendimento ps! '

uos e entidades não governamentais se esses standards internacionais


lógico de forma imediata fomentando, ademais, programas e cursos
,

desrespeitados. Nesse sentido, a sistemática internacional estabelece a


educação e capacitação em direitos humanos no campo dos direitos rc ,

la. a supervisão e o monitoramento do modo pelo qual os Estados garan-


dutivos. sobretudo aos funcionários judiciais .

os direitos humanos internacionalmente assegurados.


Ainda no campo dos direitos reprodutivos em 29 de maio de 2013. ,
Verificou-se ainda que os instrumentos internacionais constituem
ditamente. a Corte concedeu medidas provisórias em face de El Salva nte estratégia de atuação para as organizações não governamentais,
em conformidade com os arts 63.2 da Convenção Americana de Dire
.

onais e internacionais, ao adicionar uma linguagem jurídica ao discur-


Humanos e 27 do Regulamento da Corte em caso envolvendo interrupção de ,

dos direitos humanos. Esse fator é positivo na medida em que os Esta-


gravidez em virtude de anencefalia fetal. Na hipótese, a Senhora : B"* en i ão convocados a responder com mais seriedade aos casos de violação
trava-se na 26i semana de gravidez de um feto anencefálico portador ,
direitos
anomalia incompatível com a vida extrauterina A Senhora "B" apresen*
enfermidade materna grave com risco de morte materna A experiência brasileira revela que a ação internacional tem também
auxiliado a publicidade das violações de direitos humanos, o que oferece o
.

A Corte determinou ao Estado de El Salvador a concessão de medi


Mm o do constrangimento político e moral ao Estado violador, e. nesse senti-
necessárias para proteger a vida a integridade pessoal e a saúde da Sen
"

"
.

surge como significativo fator para a proteção dos direitos humanos


B considerando o urgente e iminente risco de dano irreparável Endossou
"

>ais, ao enfrentar a publicidade das violações de direitos humanos, bem


necessidade do Estado de El Salvador de adotar e garantir com urgência, t ,
mo as pressões internacionais, o Estado é praticamente compelido a
" "

as medidas que sejam necessárias e efetivas para que a equipe médica res sentar justificativas a respeito de sua prática. A ação internacional e as
sável pela Senhora "B" pudesse adotar sem qualquer interferência, as med,
,
internacionais podem, assim, contribuir para transformar uma prá-
médicas para assegurar a devida proteção aos direitos consagrados nos arts .
1 governamental específica, no que se refere aos direitos humanos, confe-
.

e 5i da Convenção Americana evitando, assim, danos que possam ser irr


,
rindo suporte ou estímulo para reformas internas. Como realça lames L. Ca-
ráveis aos direitos à vida à integridade pessoal e à saúde da Senhora "B"
,
.

. estratégias bem articuladas de litigância internacional que diferenciem


illaro ,
"

I vitórias meramente processuais de ganhos substantivos, mediante a adoção


.|«t medidas para mobilizar a mídia e a opinião pública, têm permitido o avan-
4 .
Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos: Desafios
zila causa dos direitos humanos no Brasil Na percepção de Kathryn Sikkink:
"
4,
.

Perspectivas "
() trabalho das ONGs torna as práticas repressivas dos Estados mais visíveis
ÿ« públicas, exigindo deles, que se manteriam calados, uma resposta Ao en-
O sistema interamericano está se consolidando como importante llantar pressões crescentes, os Estados repressivos buscam apresentar justi-
eficaz estratégia de proteção dos direitos humanos quando as instituiç ,
llcativas. (...) Quando um Estado reconhece a legitimidade das Intervenções
nacionais se mostram falhas ou omissas A Comissão e a Corte Intera
internacionais na questão dos direitos humanos e. em resposta a pressões
.

Internacionais, altera sua prática com relação à matéria, fica reconstituída a


"
Medidas provisórias em face do Estado de El Salvador Corte Interamericana de Direitos H
.

manos. 29 de maio de 2013.


*
Por solicitação da Comissão Interamericana em respeito à identidade e à privacidade da vílir
,
" CAVALLARO, lames L Tbward play: a decade ol transformation and resistance in international
a mesma é identificada como Senhora "B" »turnan rights advocacy in Brazil Chktyo tournai ol international La».v 3. n 2. fall 2002. p 492
pi
12? 123
relação entre Estado cidadãos e atores internacionais'i" Adiciona a aut
, It Como afirmam Antônio Augusto Cançado Trindade e Manuel E Ven-
( I pressões e políticas transnacionais no campo dos direitos huma Ies "O direito de acesso à justiça no plano internacional é aqui
incluindo nttwrk de ONGs tèm exercido uma significativa diferença no s
.
ido lato sensu, configurando um direito autónomo do ser humano à
tido de permit ir avanços nas práticas dos direitos humanos em diversos âo jurisdicional, a obter justiça, à própria realização da justiça, no
ses do mundo. Sem os regimes internacionais de proteção dos direitos h í( ' ' da Convenção Americana Com efeito, o acesso direto dos indivídu-
manos e suas normas ,
bem como sem a atuaçào das nrtworirs transnacior lurlsdição internacional constitui, em nossos dias. uma grande con-
que operam para efetivar tais normas transformações na esfera dos dire"
,
no universo conceptual do Direito, que possibilita ao ser humano
humanos não teriam ocorrido"*® .
ndlcar direitos, que lhe são inerentes, contra todas as manifestações
O sucesso do sistema reflete o Intenso comprometimento das Of Dder arbitrário, dando, assim, um conteúdo ético às normas tanto de
"ÿ

(envolvendo movimentos sociais e estratégias de mídia) a boa resposta o público interno, como de direito internacional Acrescentam os .

sistema e a implementação de suas decisões pelo Estado propiciando tra


,

I ao reconhecimento de direitos deve corresponder a capacida-


processual de reivindicá-los, devendo o indivíduo peticionário estar
,

formações e avanços no regime interno de proteção dos direitos human


de locus standi in judicio, em todas as etapas do procedimento peran-
Enfim, considerando a experiência brasileira pode-se afirmar que. o. ,
( orte ( .) a cristalização deste direito de acesso direto dos indivíduos
o intenso envolvimento das organizações não governamentais a partir ,

lunsdição da Corte deve ser assegurado mediante um Protocolo Adicional


articuladas e competentes estratégias de litigância ,
os instrumentos int Convenção Americana de Direitos Humanos para este fim
"
"

nacionais constituem poderosos mecanismos para a efetiva promoção


O acesso direto à Corte permitiria uma arena mais participativa e
proteção dos direitos humanos no âmbito nacional
rta à relevante atuaçào das ONGs e dos indivíduos no sistema O pro-
Entretanto o fortalecimento do sistema interamericano requera ad
,

iismo da sociedade civil tem se mostrado vital ao sucesso do sistema


ção de medidas em duas direções: seja para o reforço e aprimorame .ramericano
interno do sistema seja para a maior abertura dos regimes intern 2) Composição da Corte e da Comissão Interamericana
,

assegurando-se a plena implementação das decisões internacionais. Pa


tanto destacam-se sete propostas:
,
Outra medida importante é assegurar a elevada independência dos
bros integrantes da Comissão e da Corte Interamericana, que devem
I ) Democratização do sistema interamericano
liar a título pessoal e não governamental
O acesso à Corte Interamericana remanesce restrito apenas à Com "

sociedade civil deveria ter uma atuaçào mais atenta ao monitora-


são Interamericana e aos Estados sendo negado aos indivíduos e às ON "
to do processo de indicação de tais integrantes, doando-lhe maior
Í
,

Note-se que no sistema regional europeu mediante o Protocolo n 11 qu


Icldade, transparência e accountability.
.
,

entrou em vigor em lf de novembro de 1998 qualquer pessoa física, org- ,

3) lurisdiçâo automática e compulsória da Corte Interamericana


nização não governamental ou grupo de indivíduos pode submeter diret
mente à Corte Europeia demanda veiculando denúncia de violação O direito à proteção judicial é um direito humano nào apenas sob a
Estado-parte de direitos reconhecidos na Convenção (conforme o art 34 da i «rrspectiva nacional, mas também sob a perspetiva internacional O acesso
Convenção Europeia) .
, i justiça deve. pois. ser assegurado nas esferas nacional, regional e global

"
Vor SIKKINK Kathryn Human rlghtv principled Issue-networks
.

and sovereignty In Lat ,


ADO TRINDADE, Antônio Augusto. ROBLES. Manuel E Ventura El futuro it la GwV Inlf-
America In inuntatu»wl organaalms Massachusetts IO Foundation and the Massachusetts I .
nni de Demhm Humai« 2 ed atual e ampi San losó da Costa Rica Corte Interamericana
tute olTechnology IW p 414-415 ilr Direitos Humanos/ACNUR. 2004. p 10-11
-
SIKKINK Kathryn RISSE Thomas Conclusions In RISSE 7t>omas
.
.

. ROPP StephenC . SIKKI » CANÇADO TRINDADE Antônio Augusto. ROBLES. Manuel E Ventura op ctt. p 36 Sobre o
Kathryn (Orgs ) Tfir /wurr of Human nabli international norms and domestic change Ca («ma defendem os autores a necessidade de se avançar
"
no sentido da evolução do locus
Cambridge University Press 1999. p 27V . lu uniu m ao jus sin-idi dos indivíduos ante a Corte (op. clt, p 96|
*

I ?4 125
O sistema interamericano deve estabelecer a lurisdição automáti «4« M execução das sentenças e decisões da Corte é uma tarefa que recai
"
**
compulsória da Corte não mais aceitando seja o reconhecimento de s
, Ir o conjunto dos Estados-partes da Convenção .

jurisdição uma cláusula facultativa Reitere-se que . atualmente. dos *


>) Medidas logísticas e recursos
Estados-membros da OEA 21 aceitam a jurisdição da Corte
.
.

Uma quinta proposta, de natureza logística, seria a instituição de


4 » Implementação das decisões da Comissão e da Corte Interameri finan-
lonamento permanente da Comissão e da Corte, com recursos
No sistema interamericano há uma séria lacuna concernente à su !(<<..
"
técnicos e administrativos suficientes
visão das decisões da Corte e da Comissão No sistema europeu a títu . t) Adoção de medidas internas visando à plena implementação das

f
,

exemplificativo o Comité de Ministros (órgão político) tem a função


, !l*ões internacionais no plano doméstico
supervisionar a execução das decisões da Corte Europeia atuando col , A sexta proposta atém-se à exigibilidade de cumprimento das decisões
vãmente em nome do Conselho da Europa" . «.fh.icionais no âmbito interno, com a adoçâo pelos Estados de legislação
No sistema interamericano , são seus próprios órgãos que realizam livj à implementação das decisões internacionais em matéria de direi-
follow up das decisões que eles próprios proferem Isto porque a Conven humanos. Os Estados devem garantir o integral cumprimento destas
Americana não estabelece mecanismo específico para supervisionar o cu l-iûes .
sendo inadmissível sua Indiferença, omissão e silêncio
primento das decisões da Comissão ou da Corte embora a Assemb As decisões internacionais em matéria de direitos humanos devem
"

Geral da OEA tenha o mandato genérico a este respeito ,


nos termos do a «luzir efeitos jurídicos imediatos e obrigatórios no âmbito do ordena-
65 da Convenção Americana" rito jurídico Interno, cabendo aos Esta dos sua fiel execução e cumpri-
nio, em conformidade com o princípio da boa-fé. que orienta a ordem
Na avaliação de Cançado Trindade e Robles ) a Corte Interam
«.riMcional A efetividade da proteção internacional dos direitos humanos
cana tem atualmente uma especial preocupação quanto ao cumprh _
de suas sentenças Os Estados em geral cumprem as reparações que
,
. 1 absolutamente condicionada ao aperfeiçoamento das medidas nació-
,

la de implementação
referem a indenizações de caráter pecuniário mas o mesmo nào oco
7) Fortalecimento do regime doméstico de proteção dos direitos hu-
,

necessariamente com as reparações de caráter nào pecuniário, em espe


as que se referem às investigações efetivas dos fatos que originaram t nos

violações bem como à identificação e sanção dos responsáveis - iinpi


,
A última proposta refere-se ao fortalecimento da proteção dos direitos
iim.inos no plano local, a partir da consolidação de uma cultura de direi-
_

cindíveis para pôr fim à impunidade (e suas consequências negativas pa


o tecido social como um todo) ( ) Atualmente. dada a carência Institi:;!
.
os humanos.
nal do sistema interamericano de proteção dos direitos humanos nesta ár
específica ,
a Corte Interamericana vem exercendo motu proprio a supervi
da execução de suas sentenças dedicando-lhe um ou dois dias de ca
,
"
< ANÇADOTRINDADE. Antônio Augusto: ROBLES. Manuel E Ventura, op cit.p 434 Ptopftem
período de sessões Mas a supervisão - como exercício de garantia colet* Ml») < -res Para assegurar o monitoiamento continuo do iel cumprimento de todas as obrigações

f
lonais de proteção, em particular das decisões da Corte deve ser acrescentado ao linai
.fi (litigo 65 da Convenção Americana, a seguinte (rase A Assembleia Geral os remeterá ao
Bi nitelho Permanente, para estudai a matéria e elaborar um Inlorine. a lim de que a Assembleia
b«i«l delibere a respeito Deste modo. se supre uma lacuna com relação a um mecanismo, a
"

Mvi.ir em base permanente te nâo apenas uma ven por ano ante a Assembleia Geral da OEA).
"
Pata uma análise comparativa dos sistemas regionais , ver PIOVESAN, Flávia Dimlos liuma
iutlitd Intoimionat: um estudo comparativo dos sistemas regionais europeu .
Int |>ti'< »u|>ervisionar a liei execução, p
or todos os Estados-partes demandados, das sentenças da
africano 5 ed Séo Paulo Saraiva 2014
.
.
InitrTiop cit.. p 91-921
"
De «cordo com o ait 65 da Convenção *A Corte submeterá à consideração da Asse M a Ululo Ilustrativo ,
o orçamenlo da Corte Europeia corresponde aproximadamente a 20% do
Geral da OEA. em cada período ordinário de sessões nto o orçamento
, um relatório sobre as suas atlvidades PMntcnto do Conselho da Europa, envolvendo 41 milhões de euros, enquaente a 5% do orça-
ano anterior De maneira especial
.
,
e com as recomendações pertinentes Indicará os casos e
que um Estado n3o tenha dado cumprimento a suas sentenças"
.

jb iunto da Comissão e da Corte Interamericana corresponde aproximadam


americanos
rrnfllo da OEA, envolvendo apenas 4 milhões de dólares norte -

126 127
O desafio é aumentar o comprometimento dos Estados para co
(«tusa dos direitos humanos, ainda vista, no contexto latino-amerh
como uma agenda contra o Estado. Há que se endossar a idela -
vital à experiência europeia - da indissociabllldade entre direitos
manos, democracia e Estado de Direito Isto é há que se refor
.
Capitulo 4
concepção de que o respeito aos direitos humanos é condição esse
para a sustentabilidade democrática e para a capilaridade do Esta
Direito na região SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS:
Diversamente do contexto europeu, em que há uma relação Indis. IMPACTO TRANSFORMADOR, DIÁLOGOS JURISDICIONAIS
vel entre democracia. Estado de Direito e direitos humanos, a reali E OS DESAFIOS DA REFORMA"
latino-americana refletc democracias políticas Incompletas e Est
Direito de baixa densidade, que convivem com um grave padrão de vi
a direitos

t neste cenário que o sistema interamericano se legitima como Introdução


portante e eficaz instrumento para a proteção dos direitos humanos, qu
Ob|etiva este capítulo enfocar o sistema Interamericano de direitos
doas Instituições nacionais se mostram falhas ou omissas Com a atu
da sociedade civil a partir de articuladas e competentes estratégias de
humanos, com destaque ao seu Impacto transformador no contexto latino-
,
Lrmiricano e ao seu crescente empoderamento na região, fruto da efetlvida-
tigância. o sistema interamericano tem a força catalisadora de pror
i)t do diálogo jurisdicional em um sistema multinível
avanços no regime de direitos humanos Permitiu a desestabilização
regimes ditatoriais, exigiu lustiça e o fim da impunidade nas tra É sob esta perspectiva multinível que emergem quatro vertentes do
democráticas; e agora demanda o fortalecimento das instituições de itulogo jurisdicional, a compreender o diálogo com o sistema global l median-
ticas com o necessário combate às violações de direitos humanos .
ia « incorporação de parâmetros protetivos de direitos humanos); o diálogo
(um os sistemas regionais (a envolver a europeici/ação do sistema intera
" "

Considerando o contexto latino-americano - marcado por gra\


Mirricano e a "interamericanizaçâo do sistema europeu); o diálogo com os
"

sistemáticas violações de direitos humanos, por profundas deslgualda


li\i< mas nacionais (a abranger o controle da convenclonalidade). e o diálogo
sociais; e por democracias ainda em fase de consolidação, que intent
romper com o denso legado dos regimes autoritários - pode-se a a sociedade civil (a emprestar ao sistema interamericano crescente legi-
que o sistema interamericano salvou e continua salvando muitas vidas; t . niaçáo sodal) .

contribuído de forma decisiva para a consolidação do Estado de Direito Por fim. pretende-se identilicar os principais desafios do sistema inte-
das democracias na região; tem combatido a Impunidade; e tem ass« Minericano e os potenciais riscos de sua agenda de reformas visando ao
do às vítimas o direito à esperança de que a iustlça seja feita e os direit fortalecimento do sistema e à pavimentação de um rus commune latino-ameri-
humanos respeitados cano em matéria de direitos humanos.

npcdftl agradecimento é Into à Alexander voo Humbold! Found«too peia Mkvtfar que
turnou possível este estudo e ao Moi-PUnck Institute foc Comparative Public L» and Interna-
vi «idi U» pof prover um ambiente académico de extraordinario »Igor intelectual Este capitulo
lim« como base a conferência "Dlélogo en el Sistema Interamericano de Derecho» Humanos
«Moi. cam .1 lu Reforma", prolerlda no seminàrio Internacional "Diálogo sobre diálogo« luilsdic-
nodales lus Constitucional Commune Latlnoamerlcanum". no Max-Planck-Instltute em Hei-
Hibri| i Air manha), em 4 de dezembro de 2012

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tional/Human Rights Watch. 1997.

662
Como a própria Autor«! escreve
no livro, "o desafio de escrever so-
bre direitos humanos e estimulan-
te
, porque permite revigorar o po-
tencial transformador das açòes
humanas , ativando sua capacidade
"

criadora e emancipatória .

Fonte de consulta indispensá-


vel ao estudioso do Direito, as su-
cessivas reedições de Temas de
Direitos Humanos pela Saraiva
atestam a maestria e o aclamado

saber jurídico de Flávia Piovesan,


uma das maiores expoentes da dis-
ciplina em âmbito nacional e inter- O ritual de rever, revisar e atualizar esta obra para a sua 9-
nacional. edição impulsiona um mergulho analítico retrospectivo e
prospectivo na arena de proteção dos direitos humanos, ao
identificar seus avanços, suas maiores inquietudes, suas tensões
e seus dilemas na ordem contemporânea. Trata-se de um me-
ticuloso e cuidadoso exercício de "ourives" das palavras, no
desafio de lapidar, ajustar e revisitar ideias e reflexões atetas
ao processo emancipatório de luta por direitos e por justiça.
Todos os capítulos deste livro invocam a emergência de
um novo paradigma jurídico no século XXI, radicado no sis-
tema jurídico multinível, estabelecendo o diálogo entre as
ordens global, regional e local, sob a inspiração do princípio
da prevalência da dignidade humana.

Trecho c/a Nota à 9- edição

indicado para:

V-ÿ
Profissionais
J L Pós9.adua;ão ]
ISHN

SAC
0800-0117875
Oc 2' a 6*. das 8hi0 as 19h30 I

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