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Dados lnterl'lacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
SUMÁRIO
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) ]·::jy_
Zaniboni, Silvio
•.
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.~; r),
/\ pesquisa em Arte : um paralelo entre arte e ciência / Silvio
Zamboni. - 2. ed. - Campinas, SP : Autores Associados, 2001. - ;·f ~ .
(Coleção polêmicas do nosso tempo ; 59)
FU-00012995-3 . '
Bibliografia. '!'.~ "
ISBN 85-85701-64- 1

1. Arte - Pesquisa 2. Arte e Ciência 3. Pesquisa - Metodologia 1. Título.


li . Série . · ·
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APRESENTAÇÃO /
98-0620 CDD-700.105

fndices para catálogo sistemático:


INTRODUÇÃO 5
1. Arte e ciência 700 . 105 1
. . -"") CAPÍTULO UM
. ( ,/" ., -> I' Edição - agosto de 1998
ÁRTE E CIÊNCIA li
\ °('( C . ._; . Impresso no Brasil - outubro de 2001
\~\' 1 -
Copyright© 2001 by Editora Autores Associados
1. Arte e Ciência como Conhecimento li
' ·'
2. Intuição, Intelecto e Criatividade em Arte e Ciência 21
"·' 3. O Paradigma em Arte e Ciência 31
EDITORA AUTORES ASSOCIADOS
a
Uma editOfd eduG1bva se~o da QJ/tura brasilei'a

Caixa Postal 6164 - CEP 13081-970 CAPÍTULO Dors


Campinas - SP - Pabx/Fax: ( 19) 3289-5930
e -mail: editora@autoresassociados.com.br METODOLOGIA DE PESQUISA EM ARTES VISUAIS 43
Catálogo on-line: www.autoresassociados.com.br
1. Pesquisa e Metodologia 4J
Cmselro Editorial "Pró. Caserriro 00s Peis Aro· Revisão 1. 1. A Especulação (Desordem Experimental) 45
Denneval Saviani Daniela Hanini
Gi!berta S de H. jannuzzi \< 2. A Metodologia na Pesquisa em Artes Visuais 48
Han'a Apareada Hotta Diagramação e Composição
Walter E. Garo'a Se!ene Nasa'mento de Camargo 2. 1. A Definição do Objeto de uma Pesquisa 49
2.2. Métodos de Observação 54
...
Diretor Executivo
...
Fláo;io Ba!dy dns Reis •
.
. Capa
Criação e Leiaute
Hilton josé de Almeida 2.3 . Processo de Trabalho 56
Diretora Editorial Arte-Final 2.4. Resultados e Interpretação 58
~.
Gi!bertJ S de H. Jannuizi Selene Nasa'mento de Camargo
~
3. Resumo da Proposta de uma Metodologia
Coordenadora Editorial Impressão e Acabamento
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b:·,'. wca Bombardi Gráfica Paym ~ para Pesquisa em Artes Visuais 59

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CAPÍTULO • D O ·1 S
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METODOLOGIA DE PESQUISA EM ARTES V ISUAIS

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l.PESQUISA E METODOLOGIA

p esquisa é a busca sistemática de soluções , com o fim


de descobrir ou estabelecer fatos ou princípios relati-
vos a qualquer área do conhecimento humano. Por ser
atividade sistemática, requer sempre um método, que implica
premeditação, e esta está normalmente ligada ao tipo lógico e
racional de pensamento. Pesquisar é desejar solucionar algo,
mas pode-se, em condições muito especiais, até encontrar
algo _g_~_o._ão _s,e__estava buscando cgnscientem~_nte ~e
eSsã_solução ocorra através de pesquisa. A pesquisa sempre
impl~a na premeditação, na vontade clara e determinada de se
encontrar uma solução através de trajetória racional engendra-
da pela razão . ~e s quisa pr~s_LJrne_a_e_s_çolha .Q_e_um caminho
a_?_~ tril_hadq_pa,r::ase bQ:~~~~_ u_rr:iél:flnaJLdade determin-ªºª'.·
No entanto, como em qualquer atividade humana, ~gui-
5ª- ~nquanto process o não é somente fruto do racioi:1al";--o_que
é radonãle a consciência do desejo , a vontade e a predispo-
sição para tal, não o processo da pesquis_a~ e1D_ si; q-uelnterca-
la._Q_caôpJ:l_a_/_e o intuitivo na busca comum.de soluçipnar algQ_.
Esses conceitos servem tanto para a ciência quanto para a arte,
pois pesquisa é a vontade e a consciência de se encontrar so-
luções, para qualqu er área do conhecimento humano.
Toda pesquisa necessita de um método para chegar a seus
objetivos. Método é o caminho pelo qual esses são alcançados.
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METODOLOGIA DE PESQUISA EM ARTES VISUAIS 45

Poderá haver vários caminhos diferentes, mas existirá sempre ordem (de eventos, fatos, elementos, etC.) cuja 'secfuência
um mais adequado para ser trilhado. Essa adequação não diz res- vai num desenrolar simultâneo, gerativo e subseqüe'r'1~e, em
peito somente a uma escolha no seu sentido lógico mais apu- que a criatividade dita o rumo do desdobramenfo; pbis ela
rado, o adequado releva também o ponto de vista pessoal de é a mola fundamental. Não se tratam de elementos-simples
quem escolhe (o que é adequado para um indivíduo obrigatori- postos em ordem de forma mecânica e superficiil.l, ' ~)nen­
amente pode não ser para outro), e o paradigma em que o in- te criadora é que se torna o principal instrumento déCplani-
divíduo está atuando, pois a escolha do caminho adequado está ficação dessa ordem. : e:"
intimamente ligada ao conjunto de regras e das teorias em que O método está sempre ligado a uma forma de Ôrdem,
se está atuando. O caminho da adequação em arte não é neces- implicando em organizar, traçar uma seqüência a ser seguida,
sariamente o mais curto e mais imediato para se atingir um ob- ordenar elementos para evitar erros, pois os erros só atravan-
l:
jetivo, porque o processo de trabalho, principalmente na pes- cam a busca de uma solução. O método é uma questão racio-
quisa artística, é permeado por inúmeros fatores não racionais nal, depende de escolha determinada e premeditada.
e não controlados pelo intelecto do ~rtista, e portanto pode ne- _ .l '

cessitar de caminhos menos diretos para que se dê a maturação 1.1. A Especulação (Desordem Experimental)
necessária das soluções objetivadas pelo artista.
O método na investigação científica e filosófica apareceu A especulação, o fazer para ver o que vai dar, o acaso,
quando o homem começou a se preocupar com o entendi- podem até se constituir num método de descoberta sem, no
mento e interpretação do mundo, e ganhou feições mais de- entanto, tornarem-se instrumentos de pesquisa de alguma
finidas com Descartes, conforme mericionado no capítulo eficácia.
referente à Arte e Ciência. A especulação, ou o método da desordem experimen-
Todo método está baseado de certa maneira num senti- tal, deve ser encarado de duas formas:
do de ordem, sendo essa o arranjo de algo dentro de algum a) como uma forma totalmente ineficiente para buscar as
parâmetro. A ordem, na sua forma mais simples, é expressa soluções de problemas formulados pela pesquisa;
basicamente através de seqüências de sucessões. Bohn e Peat b) como uma forma de se achar soluções sem existir o
( 1989) identificam vários tipos de ordens, mas o que mais in- problema e, nesse caso, sem problema, não haveria motivo
teressa para o desenvolvimento de trabalhos relativos à Arte e para pesquisa.
à Ciência é o que eles denominam de ordem generativa. Em suma, a especulação pode ser um método de des-
coberta e de se e nco ntrar so lu ções , mas não é um método
Essa ordem não diz respeito aos aspectos superficiais do
de pesquisa.
desenvolvimento e evolução numa seqüência de sucessões,
mas sim a uma ordem interna e mais profunda, a partir O indivíduo qu e fa z es peculação está consciente dava-
da qual emerge criativamente a forma manifesta das coi- cuidade de sua pro posta, está solto e descompromissado
sas (op. cit. p. 201 ). com qualque r situ ação que exija uma resposta, ele tenta sem
~
! sabe r o qu e conse guirá, e ele mesmo não sabe firmemente
A ordem generativa, ou gerativa, está se mpre muito li - o que pretende conseguir.
1 gada aos processos de trabalho em que a cri atividade exe rce Por não considerar a especulação como método de
t papel importante, como é o caso das pesqui sas em arte e pesquisa, não quero dizer que ela não terr-ha validade no
~
i em ciência. O próprio termo explicita o seu sentido, é uma processo global de produção artística. Muitos artistas, pos-

1
i-~

METODOLOGIA DE PESQUISA EM .ARTES VISUAIS 47

sivelmente a maioria, fazem da especulação sua verdadeira


base de atuação frente às atividades artísticas. Esses artistas Quadro 1: Diferenças entre Pesquisa e E speculaÇio
não têm um problema claro a propor, não possuem um
método de pesquisa, buscam soluções sem saber previa- Pesquisa Especulação
mente o que procuram, e no entanto, através da especula-
ção, liberam as suas intuições e podem encontrar soluções • identifica a existência de • não identifica obrigatoriamente
um problema um problema ··
plásticas de real valor.
• premeditada e refletida • não premeditada
Na ciência, esse tipo de procedimento especulativo e
casual tem participação muito mais reduzida do que na arte, • método organizativo • desordem experimental
embora tenha ocorrido em muitos casos, como a desco - busca soluções previamente 1· pode encontrar soluções .,
berta da radioatividade por Becquerel, que realizando uma desejadas inesperadas
experiência para ver no que dá, com o vago objetivo de • segurança nos resultados • acaso
estudar a fosforecência dos comppstos do urânio, pela • racionalidade e intu ição • mais intuição que racionalidade
aproximação de uma chapa fotográfka em papel negro, de
um sal de urânio, acabou por se constituir num exemplo • sempre existem hipóteses • não há hipóteses
clássic'o de investigação do .acaso.
Mas, de qualquer forma , esse tipo de procedimento
em ciência não tem a mesma importância e nem é tão usual Na pesquisa sempre se t em a identificação de um
como na arte, dado que os paradigmas científicos induzem problema, pois exatamente o que a pesquisa se propõe
o pesquisador a ter um comportamento mais racional. A es- é encontrar solução para situações problemáticas, caso
peculação, por seu maior descompromisso com a racionali- contrário, não haveria razão para levar avante a investiga -
dade, é usada de forma muito mais freqüente no fazer ar- ção . Na especulação, normalmente o problema não é
tístico. identificado.
As novas tecnologias , conforme foi discutido anterior- Toda a pesquisa é premeditada: antes da execução do
mente, ultrapassam na maioria das vezes as previsões de uso trabalho existe um amadurecimento de idéias e uma defini-
de seu criador original , o que faz com que, tanto na ciência ção de rumos . Na especulação não existe a obrigatoriedade
de premeditação, pode-se iniciar um trabalho sem uma re-
como principalmente na arte, faça-se necessário especularas
fle xão prévia , sem idé ias claras e caminhos traçados.
novidades tecnológicas : tomar os aparelhos e manipulá-los
para ver o que vai dar. Na pesquisa, existe um método organizativo mais ela-
bo rado , que torna muito mais fácil a elaboração de um pro-
Na arte, as novas tecnologias são. introduzidas em gran-
de· parte dos casos dessa forma, sendo de fundamental im- jeto escrito e sistematizado. Na arte puramente intuitiva,
portância a atitude especulativa. É preciso primeiro se ter co- calcada na especulação, expressar-se verbalmente sobre o
trabalho que será realizado é muito difícil, senão impossível.
nhecimento das qualidades, adaptabilidade e versatilidade das
Normalmente os artistas puramente intuitivos têm muita di-
ferramentas para depois manipulá-las.
ficuldade em elaborar um projeto de trabalho antes da exe-
É importante deixar claro que existem diferenças profun-
das entre especulação e pesquisa, conforme pode-se obser- cução do mes mo, isto ocorre porque nessas atividades
var no Q UADRO 1: -. f.
não existe um a premeditação que desemboque num mé-
todo organiz ati vo de t raba lho .
,:±!;,
·~: k
METODOLOGIA DE PESQUISA EM ARTES VISUAIS 49

Na pesquisa, as hipóteses ou expectativas são normal- Em qualquer pesquisa, encarando-se a questãode.Uma


mente mais claras e definidas. Quanto aos resultados, na pes- forma abrangente, existem alguns passos que são cqmllns a
quisa existe segurança maior na probalidade de se obter so- praticamente todas, como: id
luções adequadas, enquanto que na especulação estas só - a definição do objeto a ser estudado; ;,
eventualmente ocorrerão. Deve-se entender essas afirma- - a identificação de um problema; §·
ções como uma regra geral, na qual os pesos das compara- - a inserção da questão dentro de um quadro teórico;
ções dependem muito também do nível artístico e do grau de - o levantamento de hipóteses; ·
desenvolvimento intuitivo de quem executa a obra. - a observação;
- o processo de trabalho;
2. À METODOLOGIA NA - a interpretação e ·<
PESQUISA EM ARTES VrsuArs 1 - os resultados e conclusões.
Esses itens relacionados superpõem-se, na maioria das ve-
Colocadas as diferenciações entre pesquisa e especu- zes, tanto na pesquisa em arte quanto na pesquisa em ciênciá. A
lação, é necessário caminhar em busca de uma forma sis- diferença fundamental reside nem tanto na enunciação das par-
.tematizada para os conceitos até aqui discutidos sobre a tes que compõem o corpo de uma pesquisa, mas nas particula-
pesquisa em artes visuais . A forma adequada é, a meu ver, ridades existentes dentro das diversas áreas do conhecimento.
a organização de conceitos visando uma tentativa de for- São exatamente essas particularidades que, depois de isoladas e
mulação de um modelo metodológico específico para a definidas, poderão contribuir para a definição dos fundamentos
pesquisa em artes. metodo16gico básicos que caracterizam a pesquisa em artes.
Em ciência são inúmeros e incontáveis os estudos que
versam sobre a metodologia científica. Para cada área ci- 2.1. A Definição do Objeto de urna Pesquisa
entífica existem proposições de modelos metodológicos
que se diferenciam entre si, visando sempre uma forma A primeira fase de qualquer pesquisa é a definição do ob-
adequada para cada área, levando sempre em considera- jeto a ser estudado. É a fase preliminar, porém fundamental para
ção as suas especificidades. À medida que se caminha das o início de qualquer trabalho artístico que realmente seja um
áreas tidas como exatas para as ciências humanas e soci- trabalho de pesquisa. É também anterior a qualquer contato
ais, vai se tornando mais difícil a utilização de parâmetros material e instrumental do artista com a realização da obra. As
quantificáveis, e se adentrando em metodologias mais operações que co mpõe m essa fase da pesquisa são: a defini-
complexas com resultados menos exatos . Possivelmente ção do problema, o referencial teórico e as hipóteses ou ex-
a arte é a área que está no fim dessa seqüência de subdi- pectativas.
visões do conhecimento humano, onde é mais difícil qu al-
quer possível quantificação.
2.1.1. O problema
1 - No seu momento inicial a pesquisa para a proposta de um a
metodologia em artes, foi auxiliada pelos resultados apresentados por Toda e qualquer pesquisa só existe em função da exis-
Lopes M. 1. V ( 1990) em que a autora propõe um mode lo metodológico tência de um problema, pois a principal função da pesquisa é
para a pesquisa em comunicação. dar respostas a problemas identificados como tal .

lo.:
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METODOLOGIA DE PESQUISA EM ÁRTES VISUAIS 51

Os grandes problemas que devem ser resolvidos pela A escolha do problema, não raro, pod e tornar-se. um
pesquisa em ciência -e/ou tecnologia-, 2 são na grande mai- outro problema para o pesquisador. Apon tar o problema
oria, pertencentes ao senso comum. A cura da AIDS, do exige inclusive uma dose de criatividade, como o .en un cia
câncer e de um grande número de doenças, a maior pro- Moles ( 1981: p. 97): "a criatividade é a aptid ão de t. 11.11 ''º
dução de alimentos, o controle da poluição, são todos mesmo tempo o problema e a sua solução( ... )" ..
grandes problemas que qualquer cidadão apontaria facil- O que à primeira vista parece de extrema faci lid.id1 1 ,
mente como sendo problemas de possível resolução pela devido à quantidade incontável de problemas que cab e .~
ciência. Aliás, quase tudo que o homem necessita para a Ciência resolver, após análise mais aprofundada, vê-sç qu
sua manutenção material, a princípio, poderia ser resolvi- a questão é de difícil solução. Um dos grandes fatore s qu
do pela ciência/tecnologia. No entanto, é comum aos pes- pode assegurar o sucesso ou não de uma pesquisa est
quisadores encontrarem dificuldades para identificar um exatamente na escolha do problema a ser pesquisado e es -
problema a partir do qual possam formular seus projetos tudado . O que é importante? O que é relevado pela comu -
de pesquisa. Evidentemente eles jamais tentarão uma pes- nidade em que se atua? O que é viável de ser estudado
quisa que responda globalmente às grandes indagações dentro dessas regras? Enfim, são muitas as indagações que
destinadas à ciência. Para a escolha do problema, eles per- um pesquisador de ve fazer ao iniciar uma pesquisa nova .
ceberão também que e.stão sujeitos às regras de procedi- Se no caso da ciência é muito simples ao cidadão co-
mento adotadas por uma comunidade acadêmica que age mum identificar problemas a serem resolvidos, na arte a
segundo certos paradigmas, e portanto a sua atuação deve - questão assume um grau de complexidade e abstração
se dar também de acordo com esses paradigmas. A iden- muito maior. Os problemas em arte, normalmente , não
tificação do problema de uma pesquisa está também sujeita são do senso comum, suas soluções não preenchem ne-
aos valores contidos nos paradigmas adotados, e o pro- cessidades imediatas de ordem material.
blema deve ser buscado nesse universo, sem ferir nenhu- As grandes indagações que cabem à ciência resolver
ma norma. são pelo menos mais claras e reais, pertinentes a um ma-
terialismo palpável e sensível, como a fome, a dor, a mo-
radia, o transporte , etc. As questões artísticas não se apre -
2. Para os objetivos desta pesquisa, não impo rtam tanto as difere n- sentam de forma tão clara; além das funções da arte
ças entre ciência e tecnologia em uma discussão fil osófi ca de profundidade serem totalmente diversas e não terem aplicabilidade prá-
maior, mas sim as da forma com que elas se apresentam e são confundi- tica, o universo da arte exige para seu tratamento um grau
das na maioria das vezes, exatamente como cita John Ziman ( 1979: p. intuitivo maior e, por isso, é mais difícil formular concei-
39): "Para o público em geral, a Ciência e suas aplicações são praticamen-
te a mesma coisa, ao passo que os cientistas, propriamente, fazem ques-
tos, atender necessidades e resolver problemas através de
tão de estabelecer claramente a diferença entre o conhecimento puro, sem uma linguagem lógica.
finalidade prática, e o conhecimento tecnológico, aplicado às necessidades Dentro desse quadro, os problemas em arte são tam-
do homem. bém mais difíceis de ser formulados verbalmente, mas, no
A questão é que essa distinção é muito difícil de se fazer na prática . entanto, a pesquisa acaba por exig ir a identificação do pro-
( ... ) Houve um tempo em que a ciência era acadêmica e sem utilidade, e _blema.
que a tecnologia era uma arte prática; hoje, porém, elas se acham de tal Os problemas resol vidos pela pesquisa em arte, dife-
forma interligadas que não é de admirar que o povo, em geral, não con-
siga distinguir uma da outra".
rentemente dos resolvidos pela atividade da ciência, são de
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A PESQUISA EM ARTE · ·',Ir · METODOLOGIA DE PESQUISA EM ARTES VISUAÍS •. 53


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difícil identificação, dado que, muitas vezes, devem ser é mais organizada e possui normas já consagradas de êBn-
descobertas ou mesmo criados pelo artista pesquisador. duta em pesquisa, levando em conta o enquadramé ntdfda
Depois de resolvidos, a exemplo dos resultados da pesquisa em contexto mais amplo, da acumulação de 'co -
pesquisa científica, também são devolvidos à sociedade; nhecimento ante o paradigma adotado. '' .c:.·:;
mas não em forma de soluções verbalizadas ou em dados Em arte, deve-se considerar a não existência da dupli-
numéricos, mas sim contidos nas obras de arte. cação de pesquisas, e desde que a pesquisa assuma O:Ól-
ráter de obra de arte , torna-se impossível esta duplicaÇão.
2.1.2. O referencial teórico Isso faz com que não seja tão relevante a formalização,, es-
crita da definição do objeto da pesquisa. Normalmente,
A definição do objeto de uma pesquisa está intima- quando isso é feito, é mais por questão de imposição aca-
mente ligada a um quadro teórico. Todo artista ou cientista dêmica e/ou burocrática, do que por norma de trabalho,
ao trabalhar em um paradigma, seja ele qual for, procura necessária e consagrada pelos artistas pesquisadores.
criar e responder um problema criativamente elaborado
dentro de um referencial teórico. Mesmo porque o pro- 2 . 1.3. !'lipóteses ou expectativas
blema só existe dentro do quadro teórico em que se pro-
jeta a pesquisa, quer se tenha consciência deste fato ou Só é possível lançar hipóteses quando se tem em men-
não. Quando o artista trabalha em determinado paradigma, te o desejo de se trabalhar com algum método em que se
está sujeito a conjuntos de leis, normas ou teorias mais ou pressuponha a noção de ordem, seja ela qual for. O aca-
menos formalizadas, sendo que o grau de consciência so, o fazer para ver o que vai dar prescinde de hipóteses,
dessa teoria, ou conjunto de teorias em que se enquadra tanto em ciência quanto em arte.
seu trabalho, é fundamental para a pesquisa em artes. Somente à medida que o objeto da pesquisa é defini-
Um dos vários fatores que distinguem o artista pesqui- do e inserido num referencial teórico, é que se pode lan-
sador do artista intuitivo é exatamente a consciência dos çar hipóteses. Em ciência, o conceito de hipótese é ampla-
parâmetros teóricos em que está atuando. Toda e qualquer mente utilizado, e faz parte obrigatória de qualquer rotei-
atividade artística se realiza em um contexto teórico e his- ro de projeto . Em artes, existe também a hipótese na sua
tórico, no qual a definição do objeto e a identificação do essência, mas com algumas diferenciações; na realidade,
problema da pesquisa tem de ser inserido, e será tanto em artes existe mais uma expectativa de ocorrência do que
mais elaborada a pesquisa, quanto maior for o grau de hipótese como é e ntendida em sentido científico lato . En-
consciência deste fato pelo pesquisador. quanto a fun ção da hipótese em ciência (Cassirer, 1977:
Não se pretende dizer com isso que para o artista atu- p.230) é fornecer a conexão entre a teoria e a investiga-
ar como pesquisador, necessite antes de começar qualquer ção e se constituir como meio pelo qual a teoria intervém
trabalho, efetuar a formalização expressa de tudo que leu, na investigação, em arte, a hipótese não assume forma tão
estudou e pensou, porque o importante é a conscientização rigorosa, sendo mais um desejo e uma expectativa do que
do processo, mais do ql::le a sua form alização. poderá ocorrer em termos de resultado final.
Em ciência, é norma consensual a formalização ex - A hipótese, em qualquer pesquisa no campo artístico,
pressamente verbalizada das questões teóricas com rela- não tem o mesmo grau de vinculação à teoria que na pes-
)
ção ao objeto de pesquisa, dado que a própria academia quisa científica, denotando a conscientização do pesquisa-
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METODOLOGIA DE PESQUISA EM ÁRTES VISUAI S
·. 54 A PESQUISA EM ARTE

Como já vimos anteriormente, dado que a ,p.rte pos-


dor em face do processo de investigação em vias de se
sui paradigmas diferentes dos da ciência; : os procedimen-
realizar. O artista puramente intuitivo terá muito mais difi-
tos também são diferenciados. O que éNálido e permiti-
culdades de formular uma hipótese do que o artista pes-
do para uma atividade circunstanciada por um paradigma,
quisador, dado que ele não possui claramente um objeti-
pode não ser para outra. :.·
vo e um p~oblema a ser resolvido. Em vista das diferen-
Nos paradigmas da ciência, a percepção e a represen-
ças e particularidades sobre hipóteses em Arte e Ciência,
tação da realidade seguem normas muito mais limitadas de
passamos a denominar a hipótese em arte como expec-
atuação do que nos paradigmas artísticos, que induzem e
tativa porque, embora possam existir entre si semelhan-
forçam a observação de maneira muito mais complexa e
ças, não constituem sinônimos, no sentido de se vincula-
profunda .
rem de maneira idêntica ao projeto de pesquisa .
Em ciência, ao término do trabalho, pode-se aceitar Ciência significa abstração, e essa é sempre um empo-
ou rejeitar as hipóteses, ou mesiylo aceitá-las ou rejeitá- brecimento da realidade. As formas das coisas, tais
/as somente em parte. As expecta\ivas em artes não assu- como são descritas em conceitos científicos , tendem,
mem exatamente o mesmo caráter, porque estão mais cadi! vez mais, a tornar-se simples fórmulas de sur-
relacionadas com o processo de trabalho do que com a preendente simplicidade (Cassirer, 1977: p. 230).
teoria que fundamenta a obra do artista.
A ciência representa a realidade, descrevendo somen-
te algumas de suas características (químicas, físicas, etc.),
2.2 . Métodos de Observação restringindo dessa forma o conjunto geral de possibilida-
des de percepção de um objeto na sua totalidade. Seus
O ver não diz respeito somente à questão física de um
paradigmas e suas leis não permitem que se saia fora do
objeto ser focalizado pelo olho, o ver em sentido mais
contexto do exato e do preciso, regulados pelo raciona-
amplo requer um grau de profundidade muito maior, por-
lismo que só se comunica pela linguagem lógica e racional.
que o indivíduo tem, antes de tudo, de perceber o objeto
Só é possível se fazer uma única leitura de um objeto ana-
em suas relações com o sistema simbólico que lhe dá sig-
lisado pela ciência, ou pelo menos uma por paradigma
nificado .
científico. Se existem duas leituras e duas verdades, se-
Em qualquer percepção estabelece-se uma conexão di-
gundo a lógica científica, uma deve estar errada e, neste
nâmica, espaço-temporal entre o objeto individual de um
caso, cabe às academias julgarem a questão .
lado e os sentidos e a memória de um intérprete de outro .
O método científico trabalha com o intuito de supri-
O reconhecimento dessa percepção dá-se pela mediação de
mir, ou pelo menos diminuir, o tipo de visão individual e
um signo, que a semiótica pierciana classifica como índice.
pessoal, e se for preciso criam-se novos aparelhos, mé-
A maneira de ver e perceber o objeto está relaciona-
todos e técnicas pa ra diminuir essa apreensão individual do
da ao paradigma que o indivíduo se propõe a vivenciar. O
objeto analisado.
processo de percepção e comunicação do cientista é di-
Mas, apesar de toda precisão e exatidão pretendida pe-
ferente do artista; a diferença não está, obviamente , no
los cientistas, a realidade fez com que eles passassem a
fato de ambos possuírem individualidades características de
trabalhar cada vez mais dentro de parâmetros de alta abs-
cada ser humano, mas sim nos diferentes paradigmas que
tração, dado que eles não trabalham a realidade, mas re-
instruem o olhar do artista e do cientista .
.. ~ · · ·, ·~· - .
~· ·" '
jv

METODOLOGIA DE PESQUISA EM ARTES VISUAIS 57

criam-na, observam-na e a enquadram em modelos apro- ções. Na maioria das vezes, o processo· de trabalho é uma
xilnativos da realidade. É nesse sentido que se entende viva interpretação do5 dados observados, e o próprio :refe-
trabalhar a realidade de uma forma empobrecida. rencial teórico já fornece o método interpretativo aser.pos-
Somente o homem possui a capacidade de elaborar ima- to em prática. '·
gens de coisas ausentes, utilizando essas imagens nas mais O processo de trabalho em ciência é em si também um
variadas situações também imaginárias. Um objeto observa- método interpretativo. Lopes ( 1990), ao propor uma rpeto-
do pelo olho pode remeter a outras imagens formadas a par- dologia para pesquisas em Comunicação, chama essa fàse da
tir do olhar, o qual não é limitação da percepção do objeto pesquisa de interpretação, dizendo que:
em suas características físicas imediatas, o olhar é ir além, é
captar estruturas, é interpretar o que foi observado. e a segunda etapa da análise e com ela a pesquisa atinge a
condição própria de cientificidade. É a fase que envolve a
teorização dos dados empíricos dentro da perspectiva teó-
2.3. Processo de Trabalho rica adotada no início da pesquisa (op. cit: p. 13 1).

O processo de trabalho, principalmente em arte, não é


Uma vez de posse das informações retiradas da obser- algo linear, é um processo de idas e vindas, de intuição e de
vação, o artista estará pronto a realizar o processo de traba- racionalidade que se .interpõem no caminho da reconstrução
lho. Na realidade, as etapas não se sucedem sempre de representativa de uma realidade. É uma etapa eminentemente
modo linear, e variam de trabalho para trabalho. Por exem- criativa, e que dá fo.r:.mél. mi!t~rial ~ ocganizada__a.uma-séÃe--de
plo, os pintores ao levarem cavaletes aos campos para a exe- idéias e fatos coletados de uma determinada realidade. Embora
. . -·-- ·- -----
cução de seus trabalhos, misturam intermitentemente a ob- não seja o momento mais característico, é o momento mais
servação com a execução do trabalho. O artista que preten- importante do desenvolvimento de uma pesquisa em artes,
de fazer uma instalação, possivelmente primeiro coletará todo por que é exatamente quando se materializam as idéias.
o material, ou pelo menos a maior parte dele - o que po- O processo de trabalho não é exdusivo da ação da pes-
deríamos identificar mais como observação -, para depois quisa em arte, pois tanto o artista pesquisador como o artista
começar a montagem, o que se aproximaria mais do proces- basicamente intuitivo executam o trabalho segundo certa or-
_.so de produção em si. dem. A diferen ça é de método e de concepções artísticas di -
Por processo entende-se uma série de ações sistemáti- versas , não está no processo de trabalho em si, mas principal-
cas visando um certo resultado. Por trabalho entende-se mente nas fase s anteriores que orientam o processo de tra-
aqui, a operacionalização material das idéias anteriormente balho dentro de sua plena realização .
.: acumuladas pela observação, além delas o próprio fazer gera Técnicas artesanais, industriais ou pós-industrias não inter-
novos estímulos, o por fazer. Portanto processo de trabalho ferem no conceito metodológico em si. Pode-se fazer autên-
é uma fase da pesquisa na qual, por meio de ações sistemá- tica pesquisa em artes utilizando-se desde as técnicas tradicio-
ticas, procura-se chegar à materialização de uma obra emba- nais, como a tecelagem com fibras de palha, até as sofisticadas
sada pelas idéias e interpretações da observação. work stations para se gerar imagens de última geração em com-
Na realidade, embora se possa identificar teoricamente putação gráfica. O grau de sofisticação e desenvolvimento de
as etapas de uma pesquisa em artes, na prática essa identifi- determinada tecnologia em nada interferirá na autenticidade ou
cação e separação não são tão simples, existem superposi- não de uma pesquisa em artes .
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11;;,,.
58 A PESQUISA EM ARTE ~­
iv.
]- METODOLOGIA DE PESQ UI SA EM ÁRTES VI SUAi
.~:

QuadrQ 2: Comparação das fases de Pesquisa em '.t são definitiva deverá ser tirada pelos interlocutores da obr'ade
~
Ciência, Pesquisa em Artes e Arte Puramente Intuitiva ?,
arte, que interpretam e interagem com a obra.' ' · .-~;
:o/;
~~
;
A interpretação dos resultados da pesquisa em arte 'não
,1· converge para a unívocidade, mas para a multivocidade, ,u[na
'i'
Fases da Pesquisa Ciência Pesq. Em. A. A. Pur/lnt
vez que cada interlocutor deverá fazer a sua' interprêü'Ção
PROBLEMA definido definido - não def. pessoal e proceder uma leitura subjetiva para analisar o resul-
tado da pesquisa contido na própria obra de arte. Diferente-
REF. TEÓRICO existente existente rí clara/existente
mente da ciência, a arte tem um caráter pessoal de interpre-
H IPÓTESEs/ExP. existe existe não existe tação, garantido pela plurissignificação da linguagem artística.
As palavras de Bronoswski ( 1983, p: 25) ilustram bem
ÜBSERVAÇ~D existe existe existe
esse raciocínio:
PROC. DE TRAB. existe existe existe
Essa manipulação pessoal da linguagem, este dom de re-
RESULTADOS unívocos multinter-~retativos multinter-pretativos criarmos, dum modo diferente, as imagens que os outros
nos oferecem é o fundamento da arte. Quando lemos um .
INTERPRETAÇÃO impessoal pessoal pessoal
poema, vemos todos a.s mesmas palavras e, no entanto,
cada um de nós faz do poema algo diferente e pessoal.

2.4. Resultados e Interpretação 3. RESUMO DA PROPOSTA DE UMA


METODOLOGIA PARA PESQUISA EM ÁRTES VISUAIS
A pesquisa em ciência procura sempre restringir ao mí-
nimo as interpretações possíveis. A ciência busca uma res-
Depois de todas as considerações e discussões inse-
posta única aos problemas por ela investigados, por meio
ridas neste capítulo, segue-se a esquematização das fases
de um fecho conclusivo, cabendo ao receptor da pesqui-
essenciais para que um trabalho artístico possa ser consi-
sa aceitar as conclusões ou não, e em caso negativo, ele
derado uma pesquisa em arte. Essa esquematização deve
não estará contestando a ciência, mas o autor, o método
ser vista como uma proposta que não pretende ser única,
ou o quadro teórico utilizado. Em resumo, a conclusão de
nem definitiva ou esgotar todos os possíveis itens que deve
uma pesquisa científica deve apontar para resultados os
ter cada pesquisa. Todas as fases aqui descritas já foram de
mais unívocos possíveis, para os quais a interpretação tam-
certa forma tratadas na extensa bibliografia existente sobre
bém deverá tender a ser única. A ciência visa, em suma, di-
a pesquisa no seu sentido mais amplo e em especial apli-
minuir os riscos de resultados e conclusões multinter-
cada à ciência; a contribuição maior e mais original deste
p retativas.
capítulo refere-se ao tratamento e à aplicabilidade desses
Em arte, a conclusão de uma pesquisa assume feição di-
parâmetros à pesquisa artística.
ferente. A apresentação dos resultados não é verbalizada, mas
Porém, mesmo na pesquisa em arte, é preciso conside-
faz parte da própria obra de arte realizada. As conclusões da
rar que cada pesquisa poderá ter particularidades próprias; mas,
pesquisa, portanto, não podem ser apresentadas pelo autor
de qualquer forma, penso estar construindo um conjunto de
como fato único, quase imposto aos espectadores; a conclu-
parâmetros maleáveis, capazes de responder à indagação so-

. .-. - - .·.-, .-.. -.· -,-.-.-.-,-.·


.
f;"
~

ÓO A PESQUISA EM .Alm

CAPÍTULO • T R ÊS
bre um dado projeto ou trabalho artístico dever ser conside- ~< ~. --"r :

rado ou não uma pesquisa em artes.


Creio que a estrutura básica da maioria das pesquisas em
arte, que já foram ou serão desenvolvidas, não deve se afastar
'i muito do modelo metodológico, que transcrevo no Quadro 3.
lj r
Quadro 3: Fases da Pesquisa em Artes ANÁLISES : :l~-~.

-; ,!
Definição do Objeto
• o problema
• referencial teórico
l.Os PARÂMETROS PARA A ANÁLISE
• hipóteses ,
Observação
Processo de Trabalho
Resultados e Interpretação
D epois de propor o modelo metodológico para a pes-
quisa em artes visuais, passo a avaliar a abrangência
e a pertinência da proposta. Para tanto parece opor-
tuno testar empiricamente a proposição teórica.
Este trabalho, como já foi exposto na introdução, tem ca-
ráter prático e visa a resolução de questões que rondam o dia
a dia principalmente das universidades e dos institutos financia-
dores do fazer artístico. O que pretendo é a proposição de uma
metodologia adequada à pesquisa em artes na atualidade, e por
isso penso que ela deva se aproximar daquela que os artistas
pesquisadores estão de alguma forma utilizando hoje, mesmo
que o façam com um grau de conscientização variável.
Para testar a pertinência e o grau de proximidade da pro-
posta ao que se fa z atualmente , recorri a trabalhos feitos por
artistas, confrontei-os com a proposta, e a partir daí colhi uma
resposta da adequação ou não do modelo metodológico pro-
posto. Como já afirmei em capítulos anteriores, uma pesqui-
sa em artes é perfeitamente possível de se r desenvolvida sem
que nada tenha sido expresso através de palavras, mas isso faz
com que seja praticamente impossível uma avaliação da mes-
ma enquanto pesquisa autêntica.
A única forma existente e que oferece precisão para uma
análise mais cuidadosa, para se atingir os objetivos que aqui ·

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