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Artigo 7o
Escravatura. Esta é muitas vezes uma palavra que evoca imagens de tempos passados, dos
milhões de pessoas que foram um dia acorrentadas, despojadas da sua dignidade e tratadas
como se não fossem seres humanos. Gostamos de pensar que isto já não existe hoje em dia
na nossa sociedade. Mas, na verdade, se olharmos com atenção à nossa volta, estamos
rodeados de escravatura. Nos nossos campos, nos nossos barcos de pesca, nas nossas fábricas
e nos nossos lares, há pessoas presas a uma vida de sofrimento inimaginável.
Uns são vendidos ou traídos por entes queridos, outros enganados ou atraídos por criminosos
com promessas de uma vida melhor. Despojadas da sua liberdade, exploradas com fins
lucrativos, as vítimas são frequentemente sujeitas a violência, fome, violações e abusos. Os
danos emocionais, psicológicos e físicos são incalculáveis
Cidadãos que saem ou são tirados dos seus países pelos seus governos e vão trabalharem
em outros estados. Podem ser considerados escravos?
O montante gerado com a escravatura moderna para fins sexuais corresponde a metade do
total gerado pelo crime na actualidade, embora esse tipo de exploração seja responsável por
apenas 5% das vítimas de trabalho escravo no século XXI.
“A vida humana tornou-se mais descartável do que nunca. A ineficiência da resposta global
à escravatura moderna permite que essa prática continue a existir. A não ser que a escravidão
humana seja entendida como uma forma cara e arriscada de exploração do trabalho alheio,
essa realidade nunca vai mudar”, defende Kara.
De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho, pelo menos 21 milhõesde
pessoas no mundo são exploradas em algum tipo de escravatura moderna, e segundo
defendem alguns especialistas, os conflitos bélicos e fluxos migratórios possuem um papel
importante nesse processo.
Dado que os sujeitos do direito internacional são os Estados, embora se comece a admitir que
também aos indivíduos poderá ser reconhecida essa qualidade, os instrumentos jurídicos
internacionais contém em geral orientações quanto à conduta que os Estados deverão adoptar.
No entanto, o problema fundamental que se coloca ao nível do direito internacional é o da
imposição do respeito das suas normas, assim como a possibilidade que os indivíduos têm de
apresentar queixas contra os Estados. E daí que seja frequentemente difícil invocar normas
internacionais para obter o respeito de princípios em que os Estados acordaram ao assinar e
ratificar esses instrumentos. No entanto, nem por isso deixam de ter uma importância e um
peso específico. Como poderemos verificar, existem um grande número de normas
internacionais que versam sobre a questão do tráfico de pessoas, embora o seu âmbito de
aplicação esteja desde logo delimitado pelo campo de actuação da organização que os produz
ou do grupo específico que pretende proteger.