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A ESPIRITUALIDADE NO CUIDADO EM ENFERMAGEM

Research · March 2017


DOI: 10.13140/RG.2.2.26845.41448

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1 author:

Daniela Guimarães
Federal University of Minas Gerais
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INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA – IEP
Curso de Pós-Graduação Lato Sensu
Enfermagem Hospitalar
Daniela Domingues Guimarães

A ESPIRITUALIDADE NO CUIDADO EM ENFERMAGEM

Belo Horizonte
2013
DANIELA DOMINGUES GUIMARÃES

A ESPIRITUALIDADE NO CUIDADO EM ENFERMAGEM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao curso de Enfermagem Hospitalar, como
requisito parcial para obtenção do título de
Especialista em Enfermagem Hospitalar.

Orientador: Edilson Misael Guimarães.

Belo Horizonte
2013
FOLHA DE APROVAÇÃO

A ESPIRITUALIDADE NO CUIDADO EM ENFERMAGEM

_______________________________________________________________
Aluno: Daniela Domingues Guimarães

_______________________________________________________________
Prof. Orientador: Edilson Misael Guimarães.

____/_____/_________
Data

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________________________________
Prof.

_______________________________________________________________
Prof.
RESUMO

Introdução: O cuidado humanizado é um assunto que sempre presente dentro


da Enfermagem e nada mais holístico do que proporcionar um cuidado
abordando as diversas necessidades do paciente. Considerando que a
espiritualidade possui grande potencial de geração de impacto na vida das
pessoas e da íntima ligação estre religião, medicina e enfermagem, torna-se
cada vez mais necessária estudar a espiritualidade na prática de assistência à
saúde. Justificativa: Este trabalho busca compilar alguns dos trabalhos que
mostram a influência e a importância da abordagem da espiritualidade no
cuidado e na saúde do paciente, além de indicar alguns dos instrumentos que
podem ser utilizados pela Enfermagem na assistência, para identificação e
avaliação da espiritualidade do paciente, bem como mostrar os diagnósticos de
enfermagem existentes relacionados à espiritualidade. Objetivos: Identificar
como o Enfermeiro pode abordar a espiritualidade no cuidado com o paciente.
Demonstrar a importância da abordagem da espiritualidade no cuidado do
paciente. Identificar qual a importância da espiritualidade na vida e na saúde
das pessoas. Mostrar o relacionamento histórico entre a Religião e os cuidados
em saúde. Indicar os instrumentos existentes e válidos utilizados nos estudos
científicos referente à espiritualidade/religiosidade, e pela enfermagem
brasileira no cuidado com o paciente. Metodologia: Trata-se de um estudo de
natureza bibliográfica exploratória. Realizada através de uma revisão
bibliográfica de livros, artigos científicos, dissertações e teses disponibilizadas
no Scientific Eletronic Libraly Online (SCIELO), Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS), Biblioteca Virtual em Espiritualidade e Saúde (BVES). Foram utilizados
os seguintes descritores em ciências da saúde (DEC’s): “espiritualidade e
saúde”, “espiritualidade e o cuidados de enfermagem” e “espiritualidade e
qualidade de vida”. Como critérios de inclusão foram considerados artigos: em
língua portuguesa, publicado na íntegra entre 01 de janeiro de 1998 a 01 de
novembro de 2013, e livros selecionados com os mesmos requisitos. Os
critérios de exclusão foram: artigos e livros em língua estrangeira, publicados
antes de 1998. Considerações finais: Podemos considerar a importância do
enfermeiro, bem como de qualquer profissional da saúde, compreender o
significado da espiritualidade, a dimensão dela para o paciente, e como isso
implica sobre o tratamento e a vida do paciente. Logo, por meio dessas
pequenas coisas, aliadas à empatia e atitudes de sensibilidade, poderemos
fornecer um cuidado individual e holístico, visto que desconsiderá-la como
parte importante para o indivíduo pode gerar uma oposição desnecessária,
comprometendo as interconexões entre as dimensões biopsicossocioespiritual.

Palavras-chaves: Espiritualidade e Saúde. Espiritualidade e o Cuidado de


enfermagem. Espiritualidade e Qualidade de Vida.
ABSTRACT

Introduction: The humanized care is a topic that is always discoursed on the


Nursing area. There is nothing more holistic than providing care for patient
concerning all his needs. Considering that spirituality has a great impact on
people life and the connection between religion, medicine and Nursing, it
becomes necessary to study the practice of spirituality in the assistance of
health. Justifies: This study aims to compile some of the works that shows the
influence and the importance of providing spirituality on the care and health of
the patient. Besides on indicating some of instruments that can be used by
Nursing on the assistance to identify and evaluate the spirituality of the patient,
as well as showing the diagnostics of existing Nursing related to spirituality.
Objectives: The aim of this study is to identify how the Nurse can include
spirituality on the patient’s care, as to demonstrate the importance and to
identify the impact of it. Not only it will show the historical relation between
religion and care on health but also the existent and valid instruments used on
scientific studies of spirituality/religiosity, and for the Brazilian Nursing on the
care of the patient. Methodology: This is an exploratory study of bibliographic
nature. I was performed through a literature review of books , journal articles ,
dissertations and theses, all available in Scientific Eletronic Libraly Online
(SciELO), Virtual Health Library (BVS) and Virtual Spirituality and Health Library
(BVES). It was based on the following descriptors in health sciences (DEC's):
"Spirituality and Health", "spirituality and nursing care" and "spirituality and
quality of life". As criteria of inclusion were considered the following articles: in
Portuguese language, published in full, date of publication 01/01/1998 to
01/11/2013 and related books with the same requirements. The exclusion
criteria were articles and books in foreign languages published before 1998.
Final Considerations: It’s strongly needed to considerate the importance of the
Nursing, as well as any health professional and it implications over the
treatment and life of the patient. Thus through these small things, allied on the
empathy and attitude of sensibility, we can provide an individual care and
holistic, as dismissing it as an important part for the individual can generate an
unnecessary opposition, compromising the interconnections between the
biopsychossociospiritual dimensions.

Keywords: Spirituality and Health Spirituality. Spirituality and Nursing care.


Spirituality and Quality of Life.

.
LISTA DE SIGLAS

BVS - Biblioteca Virtual em Saúde

BVES - Biblioteca Virtual em Espiritualidade e Saúde

DEC’s - Descritores em Ciências da Saúde

NANDA - North American Nursing Diagnosis Association; Diagnóstico de


Enfermagem da Nanda: Definições e classificações

OMS - Organização Mundial de Saúde

SCIELO - Scientific Eletronic Libraly Online; Biblioteca Eletrônica Científica


Online

SSRS - Spirituality Self-Rating Scale; Escala de avaliação da espiritualidade

WHOQOL-100 - World Health Organization Quality of Life Instrument;


Organização Mundial de Saúde Instrumento de Mensuração da Qualidade de
Vida

WHOQOL-SRPB - Instrumento de Qualidade de Vida da Organização Mundial


da Saúde - Módulo Espiritualidade, Religiosidade e Crenças Pessoais
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................... 08
2. JUSTIFICATIVA................................................................................... 11
3. OBJETIVOS......................................................................................... 12
3.1 Geral.................................................................................................. 12
3.2 Específicos......................................................................................... 12
4. METODOLOGIA.................................................................................... 13
5. CONCEITOS QUE ENVOLVEM A ESPIRITUALIDADE....................... 14
5.1 Religião e Religiosidade.................................................................... 15
5.2 Coping................................................................................................. 15
5.3 Saúde, bem-estar e qualidade de vida............................................. 16
5.4 O Cuidado........................................................................................... 17
6. CONTEXTO HISTÓRICO...................................................................... 19
7. COMO A ESPIRITUALIDADE PODE AFETAR A SAÚDE................... 21
8. O ENFERMEIRO E A ESPIRITUALIDADE NO CUIDAR...................... 27
8.1 Diagnósticos de Enfermagem........................................................... 29
8.2 Como abordar..................................................................................... 30
8.3 Instrumentos....................................................................................... 32
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 35
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 37
ANEXOS..................................................................................................... 43
ANEXO A................................................................................................... 43
ANEXO B................................................................................................... 44
ANEXO C................................................................................................... 45
8

1 INTRODUÇÃO

Inicialmente, delimitaremos em apontar definições acerca da espiritualidade e


saúde, pois Koenig (2012) afirma que sem definições claríssimas, não é
possível realizar pesquisas sobre a religião, visto que cada um possui suas
próprias definições para esses termos.

Importante esclarecer que a espiritualidade é um fenômeno inteiramente


separado, e se difere de outros conceitos psicossociais como bem-estar
psicológico, altruísmo e perdão, possibilitando assim a condução de pesquisas
que visam quantificar o grau de espiritualidade de uma pessoa, ou seja,
quantificar até que ponto essa pessoa é espiritual e descrever as formas que
ela é espiritual (KOENIG, 2012).

Em levantamento nacional no Brasil, sobre o envolvimento religioso e fatores


sóciodemográficos, Moreira-Almeida et al. (2010) evidenciaram em seu estudo
que a importância dada à religião independe de idade, estado civil, raça,
gênero ou religião. Mostrou-se que: 95% da população brasileira possui uma
religião, 83% consideram a religião muito importante, e que 37% frequentavam
instituições religiosas pelo menos uma vez por semana.

Koenig (2005) admite ser muito importante entender a relação histórica da


religião, medicina e assistência. Embora grande parte das pessoas vejam como
algo novo, a abordagem das necessidades espirituais de um paciente na
verdade é muito antiga. Durante quase toda a história, a medicina andou
juntamente com a religião, apenas a algumas centenas de anos se separaram.
Mais forte que essa ligação é a relação entre religião e enfermagem, pois o seu
ofício veio diretamente da Igreja.

Dizer que a espiritualidade ou a religião faz bem à saúde é como dizer que
comer bem faz bem à saúde. Porém para isso é necessário a identificação dos
fatores que explicam os efeitos da religião sobre a saúde. Sabe-se que um
estado de doença ou saúde é raramente produzido por fatores isolados, estes
geralmente tendem a se desenvolver ao longo do tempo em detrimento da
ação conjunta de diferentes fatores. Assim também ocorre com a
espiritualidade, ela atua conjuntamente com características e funções do corpo
e da mente para influenciar a saúde (LEVIN, 2003).
9

Pessoas de diversas culturas e épocas encontraram na religião um poderoso


meio de enfrentamento para diversos tipos de estresses. E isso conquistado
por meio de orações e de outras atividades de crenças e práticas religiosas,
para auxiliar o enfrentamento e redução do nível de estresse. O suporte social
das fontes religiosas também é um fator que beneficia a saúde, pois esta ajuda
no aumento da satisfação com a vida e alegria dos participantes. O
“modificador comportamental” é outro fator contribuinte que a religião traz para
a saúde, onde as crenças religiosas influenciam nas escolhas diárias e
habituais frente aos desafios da vida (KOENIG, 2012).

Sadd e Medeiros (2008) afirmam ser popularmente sabido que pessoas com
envolvimento espiritualista tendem a enfrentar situações adversas com mais
sucesso, associado também à remissão mais rápido da depressão, e à menor
permanência em hospitais em pacientes deprimidos internados que possuem
forte espiritualidade. Estes autores apontam vários fatores em que a
espiritualidade colabora para a melhora da saúde, que são: melhor estado
psicológico por trazer esperança, perdão, altruísmo e amor; consequente
melhor estratégia para lidar com problemas; e redução do estresse. Fatores
estes, que geram equilíbrio das funções orgânicas mantidas pelo sistema
nervoso central por meio da imunidade e produção de hormônios.

Conduzindo para uma melhor forma de enfrentamento hospitalar e patológico,


considerando o Enfermeiro o profissional a permanecer mais tempo ao lado do
paciente, vemos esse profissional como um facilitador na produção de bem-
estar bio-psico-sócio-espiritual e emocional do paciente (ORIÁ et al., 2004).
Espíndula et al. (2010) afirmam ser importante o Enfermeiro, desde sua
formação, aprender a olhar o paciente e permitir escutar o outro dentro de si e
se perguntar qual a melhor conduta para aquele paciente. Devendo assim, a
assistência de enfermagem ser planejada individualmente, implementada e
avaliada, possibilitando o profissional conhecer o paciente, identificar seus
problemas, e trabalhar em estratégias de relacionamento interpessoal que
favoreçam a comunicação terapêutica. Porém tal comunicação só é possível
mediante o cuidado humanizado (PONTES et al., 2007).

Diante da importância da abordagem da espiritualidade no cuidado, e dela para


o paciente, alguns autores apontam indicações de como abordá-la e até
10

mesmo desenvolveram instrumentos para o estudo científico da mesma. Em


estudos, a variável religiosidade é medida de diversas maneiras, o que dificulta
sua mensuração. A variável “religiosidade” pode ser avaliada através da
afiliação religiosa, da frequência de comparecimento religiosos, dentre outros.
A religiosidade por ter sido definida como um assunto muito relevante e
também como um importante domínio da qualidade de vida, a Organização
Mundial de Saúde incluiu um domínio “espiritualidade/religiosidade/crenças
pessoais” em seu instrumento de avaliação de qualidade de vida (FLECK &
ROCHA, 2010).
11

2 JUSTIFICATIVA

Um assunto que sempre está em debate, dentro da Enfermagem, é o cuidado


humanizado do paciente, e nada mais holístico do que proporcionar um
cuidado abordando as diversas necessidades do paciente, na prática da
assistência. Considerando que a espiritualidade possui grande potencial de
geração de impacto na vida das pessoas, e da íntima ligação estre religião,
medicina e enfermagem, torna-se cada vez mais necessária estudar a
espiritualidade na prática de assistência à saúde.

Abordar espiritualidade continua sendo algo delicado, apesar das diversas


pesquisas realizadas sobre a relação da espiritualidade e saúde física ou
mental. Este trabalho busca compilar alguns dos trabalhos que mostram a
influência e a importância da abordagem da espiritualidade no cuidado e na
saúde do paciente, a relação histórica da religião com a medicina e a
enfermagem, além de indicar alguns dos instrumentos que podem ser
utilizados pela Enfermagem na assistência para identificação e avaliação da
espiritualidade do paciente, bem como os diagnósticos de enfermagem
existentes relacionados à espiritualidade.
12

3 OBJETIVOS

3.1 Geral

Identificar como o Enfermeiro pode abordar a espiritualidade no cuidado com o


paciente.

3.2 Específicos

Identificar qual a importância da espiritualidade na vida e na saúde das


pessoas.
Mostrar o relacionamento histórico entre a Religião e os cuidados em saúde.
Demonstrar a importância da abordagem da espiritualidade no cuidado do
paciente.
Indicar os instrumentos existentes e válidos utilizados nos estudos científicos
referente à espiritualidade/religiosidade, e pela enfermagem brasileira no
cuidado com o paciente.
13

4 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de natureza bibliográfica exploratória. Para o presente


estudo foi realizada uma revisão bibliográfica de livros, artigos científicos,
dissertações e teses disponibilizadas no Scientific Eletronic Libraly Online
(SCIELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Biblioteca Virtual em
Espiritualidade e Saúde (BVES). Para a busca, foram utilizados os seguintes
descritores em ciências da saúde (DEC’s): “espiritualidade e saúde”,
“espiritualidade e o cuidados de enfermagem”, “espiritualidade e qualidade de
vida”.
Como critérios de inclusão foram considerados artigos: em língua portuguesa,
com resumo publicado na íntegra, com data de publicação entre 01 de janeiro
de 1998 a 01 de novembro de 2013, e livros selecionados com os mesmos
requisitos. Os critérios de exclusão foram: artigos e livros em língua
estrangeira, publicados antes de 1998.

Em busca inicial com os descritores mencionados foram encontrados 1927


artigos. Após a triagem dos critérios de inclusão e exclusão foram
selecionados, na BVES, 98 artigos; com o DEC’s “espiritualidade e saúde”
foram selecionados 111 artigos na BVS e 62 no SCIELO; com o DEC’s
“espiritualidade e o cuidado de enfermagem” foram selecionados na BVS 49
artigos e 5 no SCIELO; com o DEC’s “espiritualidade e qualidade de vida”
foram selecionados 64 artigos na BVS e 29 no SCIELO. Os artigos foram então
selecionados segundo a sua relevância para o alcance dos objetivos deste
trabalho onde permaneceram 31 artigos, que compuseram a presente revisão
bibliográfica.

Os achados foram organizados em 4 categorias conceituais, apresentada no


presente estudo em capítulos: Conceitos que envolvem a espiritualidade (Cap.
5); Contexto Histórico (Cap. 6); Como a Espiritualidade pode afetar a Saúde
(Cap. 7); e O Enfermeiro e a Espiritualidade no (Cap. 8).
14

Com a finalidade de incluir citações importantes, cujos trabalhos de origem


foram publicados em língua estrangeira, utilizamos em alguns momentos a
expressão “apud”, devido à relevância dos conteúdos para a apresentação da
temática.

5 CONCEITOS QUE ENVOLVEM A ESPIRITUALIDADE

Tradicionalmente a espiritualidade foi usada para se referir a um estado de ser


a que se chega por meio de devoção, da religiosidade e da observância. De
acordo com esse pensamento, a espiritualidade é um subconjunto da religião,
que é procurada por meio da participação religiosa (LEVIN, 2003).

Principalmente nos meios acadêmicos seculares, a espiritualidade tornou-se


um termo flexível e popular devido sua amplitude, dependência de auto
definição e imprecisão. Atualmente, definições propostas por profissionais da
saúde no atendimento clínico são amplas e incluem termologias como:
significado e propósito, paz interior, conforto, suporte, entre outros termos
positivos. Por motivos pragmáticos, alega-se ser necessário definir dois
conceitos de “espiritualidade”, uma para fins de pesquisa e estudo da relação
dela com a saúde, e o outro para aplicar no que foi descoberto ao tratamento
de pacientes (KOENIG; 2012).

As definições de espiritualidade e religiosidade podem se relacionar, mas não


são sinônimos, visto que a espiritualidade possui um conceito mais amplo do
que religião, sendo esta última apenas uma expressão da espiritualidade
(SAAD; BATTISTELLA; MASIERO, 2001). Como conceito único e distinto, para
fins de pesquisa, a definição de espiritualidade, de Koenig (2012), assemelha-
se à de Hufford, que a defini simplesmente como “relação pessoal com o
transcendental”, sendo remetida às suas origens na religião, tradicional ou não,
que possui suas raízes no final da Idade Média. Já no tratamento de pacientes,
sua definição é mais ampla, com a finalidade de atender a compreensão de um
maior número de pacientes (KOENIG; 2012).

A espiritualidade das pessoas podem ser forte independente da religião ou de


crenças pessoais que não se encaixam em uma religião formal. Em outro
15

sentido, podemos ter uma pessoa com forte religiosidade, por ir a “cultos”
frequentemente, porém ter uma espiritualidade pouco desenvolvida por não
vivenciar estes aspectos em seu interior (SAAD, MEDEIROS, 2008).

5.1 Religião e Religiosidade

Remetendo às definições presente em “Handbook of Religion and Health”


Lucchetti (2010) afirma que que a religião é definida como um sistema
organizado de crenças, práticas, rituais e símbolos, já a religiosidade é definida
como o “quanto que um indivíduo acredita, segue e pratica uma religião”,
organizacional ou não.

Complementando Koenig (2012) diz que a religião é normalmente baseada em


escrituras ou ensinamentos que descrevem o significado e o propósito do
mundo, do indivíduo nele e suas responsabilidades com o outro e a natureza
da vida após a morte, e traz consigo, um código de conduta moral. Sua
atividade pode ser pública, social e institucional, e pessoal e individual; sendo
as práticas públicas ou privadas reflexos de parte da profundidade da religião
nas pessoas. A religiosidade subjetiva é o que dimensiona a importância dou a
centralidade da religião na vida da pessoa. De acordo com Koenig o conceito
de religião é “um domínio exclusivo com várias dimensões que podem ser
medidas, quantificadas e examinadas em relação a resultados de saúde e
médicos”.

5.2 Coping

Refere-se a um processo de interação entre ambiente e indivíduo, porém,


cumpre esclarecer que não existe exata tradução da palavra coping para o
português. Possui a função de suportar ou reduzir uma situação adversa que
extrapole os recursos da pessoa (MOREIRA- ALMEIDA; STROPPA, 2010). Um
dos constructos religiosos/espirituais que tem demonstrado sua relação com a
saúde mental e física, e um dos mais utilizados é o coping religioso/espiritual
(PANZINI, 2007).
16

O coping religioso e espiritual é compreendido como o modo em que as


pessoas utilizam sua religião e espiritualidade para lidar com as situações
estressantes e dificuldades da vida (MOREIRA- ALMEIDA; STROPPA, 2010).
O seu conceito está inserido nas áreas da psicologia da religião, psicologia
positiva, psicologia cognitivo-comportamental, psicologia da saúde e do escopo
de estudos entre religião, saúde, medicina e espiritualidade, delineando o
estudo cognitivista do estresse e do coping. Ele é compreendido como um
conjunto de estratégias, cognitivas e comportamentais usadas pelas pessoas
com o objetivo de manobrar situações de estresse (PANZINI, 2007).

Pargament apud Panzini (2007) afirma existir três meios pelos quais a religião
possa estar envolvida no coping. Primeiro por ela ser parte, em segundo por
contribuir e em terceiro por ser resultado/produto do processo de
enfrentamento. Isso devido à religião oferecer uma grande variedade de
estratégias e métodos de enfrentamento, podendo o coping ser positivo ou
negativo. Define-se como “positivo” a abrangência de estratégias que
proporcionam efeito benéfico/ positivo ao praticante, tais como procurar uma
maior conexão com as forças transcendentais, buscar conforto na literatura
religiosa, orar pelo bem-estar de outros, redefinir estressor como benéfico e
resolver problemas em colaboração com Deus. O coping negativo é definido
por envolver estratégias que gerem consequências prejudiciais ou negativas ao
praticante, tais como questionar a resolução dos problemas, insatisfação e
descontentamento com Deus, e redefinir o estressor como punição divina.
Porém, evidências de estudos mostram que há uso consideravelmente maior
de estratégias positivas que as negativas em diferentes amostras situacionais
estressantes.

As pesquisas inicialmente realizadas sobre a espiritualidade e saúde utilizavam


variáveis genéricas, oferecendo baixa fidedignidade dessas medidas
resultando em efeitos muitas vezes menores se fossem realizadas com
medidas mais precisas e abrangentes. Indicou-se aí a necessidade da
elaboração de instrumentos de boas características psicométricas. Medidas
quantitativas como escalas, inventários, questionários e índices, e medidas
qualitativas como entrevistas com levantamentos abertos e fechados, além de
17

estudos de casos foram desenvolvidos para melhores resultados nas


pesquisas científicas (PANZINI, 2007).

5.3 Saúde, bem-estar e qualidade de vida

Scliar (2007) defende que o significado de saúde reflete a conjuntura


econômica, social, cultural e política. Ela diversificará dependendo da época,
local, classe social, ou até mesmo dos valores individuais, concepções
científica, filosóficas ou religiosas. O conceito mundialmente aceito de saúde,
divulgada na carta de princípios em sete de abril de 1948, pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), definiu saúde como “um estado de mais completo
bem-estar, físico, mental e social” e não apenas a ausência de enfermidades
(FLECK et al., 1999).

A introdução do conceito de qualidade de vida, deu-se após a década de 70,


como medida de desfecho em saúde, junto ao progresso da medicina.
Fallowfield, 1990 apud Panzini et al. (2007) definiu a qualidade de vida como “a
medida que faltava na área da saúde”. Fleck et al. (1999) afirmam que a
qualidade de vida tem suas intersecções em diversos conceitos biológicos e
funcionais, tais como: status de saúde, status funcional e
incapacidade/deficiência; psicológicos e sociais, como satisfação, bem-estar e
felicidade; como também de origem econômica.

Seligman e Csikszentmihalyi apud Panzini et al. (2007) alegam que por meio
do desenvolvimento do conceito de qualidade de vida surgiram seis grandes
vertentes. Na primeira vertente encontramos os estudos de base
epidemiológica sobre bem-estar e felicidade, seguida pela segunda vertente
que é a busca de indicadores sociais. A terceira consiste na insuficiência das
medidas objetivas de desfecho em saúde, acompanhada pela quarta que é a
“satisfação do cliente”, a quinta que consiste no movimento de humanização da
medicina, e a última vertente constituída pela psicologia positiva.

5.4 O Cuidado
18

Em um conceito amplo o “cuidado” pode congregar diversos significados, tais


como: solicitude, zelo, desvelo, diligência, e atenção, que se concretizam no
contexto da vida em sociedade. É através dele que surge o ser humano
complexo, sensível, cordial, solidário, conectado a tudo e a todos no universo.
O cuidado torna prioritário o social sobre o individual e orienta o
desenvolvimento para a melhoria da qualidade de vida dos humanos e de
todos os outros organismos vivos (BOFF, 2008).

O cuidar envolve vasta concepção, entretanto a visão biológica é a mais


comum dentro da enfermagem. Nela se envolve um determinismo tecnicista
entrelaçado a fatores como a relação interpessoal e a emoção. Frisa-se que o
cuidar não é um ato único, como também não apenas a soma de
procedimentos técnicos ou qualidades humanas. Ele trata da conjunção de
valores, sentimentos, princípios científicos e atitudes, com o objetivo de
satisfazer as pessoas envolvidas (GABOA, 2002 APUD BISON, 2003).

Souza et al. (2005) afirma que para compreender o valor do cuidado de


enfermagem é necessário uma concepção ética que considere a vida um bem
valioso, começando pela valorização da própria vida para respeitar
consecutivamente a do outro. Oguisso (2005) apud Oliveira et al. (2007), afirma
que o cuidar de doentes e feridos existiam desde antes de Nightingale, e com
sua chegada foram adicionadas à enfermagem poderosos princípios técnicos e
educacionais, fundamentos e a elevada ética que impulsionaram a profissão.
Porém, apenas no último século a enfermagem se firmou como profissão na
área científica de prestação de serviços, voltada ao cuidado com o outro
(BISON, 2003).
19

6 CONTEXTO HISTÓRICO

Nossa noção de saúde moderna possui suas raízes na religião, que será
exposto a seguir (KOENIG, 2012). Lisboa (2002) afirma que a propagação das
instituições hospitalares ocorreu sob forte influência do budismo. O próprio
Sidartha Gautama construiu vários hospitais e nomeou um médico já "formado"
para cada dez cidades, trabalho este continuado por seu filho Upatise. Vários
autores indicam a existência de hospitais anexos a mosteiros budistas, sendo
esses vários hospitais "providos de dieta conveniente e de medicamentos para
os enfermos, preparados por médicos”. Nesse mesmo tempo também foram
encontradas as primeiras referências a enfermeiros, que eram geralmente
estudantes de medicina.

O povo hebreu teve como primeiro legislador e profeta Moisés. Porém, ele não
propôs penas aspectos religiosos, seus preceitos de higiene foram aplicados à
coletividade, o que o destacou entre os sanitaristas de todos os tempos. Suas
prescrições eram referentes ao contato de cadáveres, à gravidez, ao puerpério,
às mulheres durante a menstruação, às doenças contagiosas e aos leprosos.
Entretanto, não se tem documentação histórica da existência de hospitais
permanentes em Israel. Apesar do registro histórico apresentar um quadro de
povos altamente evoluídos na navegação, na engenharia e na arte bélica,
pouco se sabe da existência de hospitais nos povos persas, fenícios e sírios,
bem como ao que se refere aos cuidados da saúde e da doença (LISBOA,
2002).
20

A medicina chinesa possui sua concepção do universo e sua filosofia,


totalmente diferentes da maioria dos povos orientais. Os ensinamentos do
médico hindu Susruta chegou à China no século III, sobre influência do
budismo, trazendo novas concepções de instituições para tratamento de
doentes em geral, cuidados por enfermeiros, mantidos principalmente pelos
sacerdotes de Buda, bem como instituições similares com parteiras, hospitais
de isolamento para doenças contagiosas, e casas de repouso para
convalescentes. Através da Coréia, a influência da medicina chinesa chegou ao
Japão, e o registro do hospital mais antigo é datado de 758 d.C., criado pela
imperatriz Komyo (LISBOA, 2002).

À medida que o Império Romano ruía, antes de 372 d.C, não existiam hospitais
para atender os doentes nem na Europa nem no resto do mundo ocidental
(KOENIG, 2012). O primeiro hospital construído em obediência à
recomendação Bíblica, Mateus 25:36-40, para vestir pobres e cuidar de
doentes, na antiga Cesareia, atual Turquia (KOENIG, 2005). Ele era chamado
de Basileias, comandado do Bispo Basílio, oferecia tratamento para doentes
pobres e leprosos. Durante os mil anos seguintes, a Igreja Católica continuou a
construir e equipar hospitais, bem como era responsável pela certificação de
doutores para praticar a medicina, até o final da Idade Média, logo, grande
parte dos médicos nessa época eram monges ou padres (KOENIG, 2012). A
partir do Século XVI começou o declínio do poder da igreja cristã sobre a
medicina, e o governo passou a ter uma maior função no ensino e autorização
da medicina. Após a Revolução Científica e o Iluminismo a sua influência
decaiu ainda mais, quase que desaparecendo na virada do Século XIX, com a
Revolução Francesa, e até hoje, muitos hospitais ainda possuem uma afiliação
religiosa (KOENIG, 2005).

Registra-se que o ofício da enfermagem veio diretamente da igreja, em 1617,


com as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paula quando começaram a
organizar freiras católicas para servir em hospitais religiosos e não religiosos.
Na França em 1789 haviam mais de 400 hospitais dirigidos por essas irmãs de
caridade. Em 1830 foi fundada em Kaiserwerh, por um pastor Luterano, uma
escola de enfermagem com a finalidade de treinar apenas mulheres para
cuidar de doentes. Após finalizar o curso essas mulheres eram conhecidas
21

como “diáconas”, e eram semelhantes às irmãs católicas. Baseado nas práticas


francesas, em 1803 as Irmãs de Caridade fundaram o primeiro grupo de
enfermagem organizado nos Estados Unidos, que ofereciam cuidados de
enfermagem institucionais e domiciliares. Florence Nightingale em 1837
procurou treinamento entre as irmãs de caridade e diáconas protestantes para
aplicar seus conhecimentos para colaborar no estabelecimento de práticas de
enfermagem (KOENIG, 2005).

7 COMO A ESPIRITUALIDADE PODE AFETAR A SAÚDE

Não se deve desconsiderar o sobrenatural ao se falar sobre religião e


espiritualidade, porém, do ponto de vista da ciência, o sobrenatural é ainda
algo não provado nem refutado. Portanto para fins de pesquisa utilizam-se
explicações naturais mais plausíveis e óbvias para relacionar a
religião/espiritualidade e saúde, através de fatores psicológicos,
comportamentais e sociais. Nos últimos anos, o estudo desses fatores resultou
em um novo campo de pesquisa chamado psiconeuroimunologia (KOENIG,
2012).

O mundo científico assistiu uma rápida ascensão, no último século XX, de


pesquisas relativas à relação entre religião, espiritualidade e saúde, tendência
esta que perpetuou até a primeira década do século atual. Nos Estado Unidos,
nos últimos quinze anos, 70% das faculdades de medicina passaram a oferecer
cursos de religião, espiritualidade e medicina, sendo grande parte obrigatória
(KOENIG, 2012).

Vasconcelos (2010) relata que várias suposições têm sido levantadas para
justificar os efeitos da fé e vida religiosa pessoal na saúde. Para alguns
pesquisadores a vivência religiosa pode inspirar pensamentos de esperança e
otimismo, e expectativas positivas, que podem funcionar com placebo.

Koenig (2012) afirma que há evidências crescentes de que o estresse


psicológico pode afetar a saúde física. Recente gama de pesquisas sugere que
emoções negativas, tais como estresse, depressão e ansiedade afetam
22

adversamente o sistema fisiológico, aumentando a susceptibilidade às


doenças. Entretanto há mecanismos sociais também que, em razão dos
estresses, podem ter efeitos positivos ou negativos no corpo. Pessoas
estressadas geralmente possuem piores padrões de sono, nutrição mais
deficiente, praticam menos atividades físicas, além de terem maior
probabilidade de abusar de álcool, ser tabagista e usar drogas ilícitas. Essas
probabilidades podem impactar negativamente nas funções endócrina e
imunológica, o que predispõe doença cardiovasculares, cânceres, e outros. Em
contraposição, interações sociais e estados psicológicos positivos podem
beneficiar a saúde mental e física, elevando o sistema imunológico, endócrino,
cardiovascular, protegendo de doenças ou desacelerando a progressão de
doenças.

Vilela in Dutra (2012) argumenta, em consonância com Koenig, que nos últimos
60 anos os pesquisadores vêm investigando como as emoções afetam o
organismo. As descobertas mostram que em situações de estresse, como um
assalto, o corpo passa por grandes transformações: aumento da frequência
cardíaca e respiratória, dilatação de pupilas e artérias, aumento da descarga de
adrenalina, entre outros. Nesses casos as alterações são de curto prazo,
porém em ocasiões crônicas de distúrbio mental as alterações permanecem
causando inúmeros transtornos à integridade do organismo, os chamados
“reações de estresse”.

No corpo humano, o cérebro é o responsável na produção de substâncias que


mantêm o corpo e comportamento saudáveis. A produção de substâncias que
fortificam o sistema imune, como as gamaglobulinas, o interferon que atuam
nas infecções viróticas, e as endorfinas, que “combatem” a dor, são
influenciadas por pensamentos e sentimentos. Pesquisas que investigam o
corpo e a mente, estão mostrando que pessoas pessimistas apresentam taxas
imunológicas significantemente mais altas que outras pessoas (DUTRA org.,
2012).

Ferraz in Blouse org. (2011) afirma que a partir de 2000 pesquisadores das
áreas de psicologia e psiquiatria se interessarão em investigar cientificamente a
“psicologia positiva”. Área designada de investigar a felicidade, qualidade de
vida, bem-estar subjetivo, resiliência e otimismo, que propõe ampliar o escopo
23

habitual da psicologia. Este novo campo de estudo enfatiza que a felicidade é


uma emoção básica caracterizada por um estado emocional positivo,
associado a sentimentos de bem-estar e prazer, percepção de sucesso, e
compreensão lúcida e coerente do mundo. Dentro dessa área desenvolveu-se
uma teoria que a felicidade preconiza uma tendência temperamental,
geneticamente determinada, que auxilia na homeostase dos índices de
felicidade.

Muitas das pesquisas realizadas sobre espiritualidade atestam que possuir


algum tipo de fé espiritual eleva os níveis de felicidade, emoções positivas e
satisfação com a vida. Estudos ainda afirmam que pessoas religiosas podem
lidar melhor com eventos adversos como desemprego, doenças e luto, sendo
ela também relacionada a melhor saúde mental e menores índices de doenças
psiquiátrica. Pesquisas da Psicologia positiva apontam que a saúde física é
tanto causa como consequência da felicidade, ou seja, pessoas com maiores
índices de felicidade tendem a serem pessoas saudáveis. Muitos autores
argumentam que substituir pensamentos negativos por positivos podem possuir
efeito terapêuticos e preventivos, além de apontarem os benefícios em possuir
crenças otimistas, como: melhora de bem-estar subjetivo; elevação de
autoestima; boa saúde; tendência a alto nível de satisfação com a vida;
redução da depressão e emoções negativas; menor taxa de mortalidade
relacionada ao câncer; e melhor qualidade de vida (BLOISE org., 2011).

Koenig (2012), demostrando que o envolvimento religioso/espiritual melhora a


saúde psicológica e as interações sociais, considera a hipótese de que fatores
religiosos podem também melhorar a saúde física por meio do aumento do
suporte social e do incentivo de comportamentos de saúde positivo e por meio
da redução do estresse psicológico.

Em contrapartida Gussi e Dytz (2008) alega que na assistência em saúde, os


fatores de risco estão relacionadas a características individuais ou sociais que
levam a pessoa a ser vulnerável a determinada situação, e os fatores de
proteção referem-se a estas mesmas características, porém são as que
tendem a diminuir a vulnerabilidade. Nessa lógica, os autores afirmam que a
religião é apontada tanto como fator de risco como de proteção. O que
24

determina essa diferença seria a reação que as pessoas têm ao serem


expostas a determinadas situações.

Jeff Levin em seu livro “Deus, fé e saúde: explorando a conexão


espiritualidade-cura” de 2003, diz que grande número de pesquisas mostra que
as pessoas que possuem maior envolvimento religioso ou espiritual, em
comparação às outras pessoas que não a possuem, apresentam menor
incidência de muitas doenças, bem como uma taxa de mortalidade menor.
Entretanto, isso não significa que pessoas religiosas não ficam doentes, porém
mostra que na média, o envolvimento religioso pode estar relacionado a taxas
menores de doenças e maiores níveis de bem-estar. O que na linguagem
epidemiológica significa que uma vida religiosa ou espiritual ativa é fator de
proteção, tanto quanto uma alimentação saudável. Mesmo pessoas que se
alimentam bem ou façam exercícios regularmente podem morrer subitamente
em idade precoce, e quem fuma, bebe e/ou são sedentários podem viver muito
e possuir uma boa saúde. O que se pode afirmar, com clareza, é que o
envolvimento religioso deve ser reconhecido significativamente como um dos
fatores que promovem a saúde e bem-estar entre muitos grupos de pessoas.

A religião é um forte comportamento de enfrentamento cujos efeitos são


facilmente visualizados em populações submetidas a algum tipo de estressor.
A depressão é uma condição psicológica, passível a qualquer pessoa em
qualquer intensidade, que está associada, dentre outras, à falta de apetite e de
energia, dificuldade de se concentrar, distúrbio de sono, falta de motivação,
sensação de impaciência, tristeza e de irritação. Para ser chamado de distúrbio
psicológico, ela deve ser capaz de interferir na capacidade no trabalho, nas
relações sociais e nas atividades recreativas. Sendo, para os depressivos,
natural enxergar como única saída o suicídio (KOENIG, 2012).

Na realidade, existe uma relação inversa, consistente e replicável, entre


envolvimento religioso e depressão. Entretanto, não significa que pessoas
religiosas nunca fiquem deprimidas, e nem que os não religiosos, tendem, a
serem em média, menos deprimidos. Entre 93 estudos de revisão realizadas
até 2000, 59 constataram menores índices de distúrbios depressivos ou
sintomas entre pessoas com fortes crenças religiosas ou com pessoas que iam
a práticas religiosas mais frequentemente. Destes 93 estudos, a maioria era
25

transversal, entretanto, 22 eram de coorte prospectivos e oito ensaios clínicos


randomizados. Quinze dos 22 de coorte prospectivos contataram que maior
religiosidade indicava menos sintomas depressivos no futuro. Dos oito ensaios
clínicos, cinco mostraram que pacientes que recebiam intervenções de base
religiosa recuperavam-se mais rapidamente em comparação aos do controle e
dos que receberam intervenção secular (KOENIG, 2012).

Pensamentos e comportamentos suicidas e suicídios consumados são


indicadores de saúde mental deficiente que refletem a incapacidade de lidar
com circunstâncias difíceis, perda do propósito e significado de vida, perda de
esperança, e sentimentos de desânimo opressivo. O envolvimento religioso dá
esperança, auxilia as pessoas no enfrentamento e oferece propósito e
significado da vida. Como a maioria das religiões é contra o suicídio, espera-se
uma relação inversa entre religiosidade e suicídio, fato este comprovado em
maior parte dos estudos publicados à cerca desse assunto. Pesquisa realizada
por Van Tubergen e colaboradores examinaram duas explicações possíveis
para a relação inversa entre religião e suicídio: 1- as redes religiosas oferecem
suporte que diminui a aflição emocional que pode preceder o suicídio; e 2- os
ensinamentos religiosos proíbem o suicídio, logo, reduzem sua ocorrência.
Esta pesquisa utilizou dados comunitário e individuais da Holanda de suicídios
ocorridos de 1936 a 1973, onde os dados foram agrupados para examinar o
efeito de uma sociedade secular sobre esse assunto. Concluiu-se nesse estudo
que a participação religiosa possuiu efeito protetor geral sobre o suicídio, que
se origina basicamente das proibições religiosas. Entretanto, outros autores
também defendem a função importante que a proibição e o suporte religioso
exercem na redução dos índices de suicídio. A proibição do suicídio, o conforto
e o significado oriundo da crença religiosa também são apontadas como
relevantes, sobretudo em pessoas com doença clínica (KOENIG, 2012).

A ansiedade, como o medo, mobiliza as pessoas a realizarem mudanças


necessárias em suas vidas com o intuito de aliviar sentimentos perturbadores,
porém ele também pode paralisar, tornando a pessoa incapaz de realizar
qualquer atitude. Um provérbio antigo fala que a religião aflige os confortados e
conforta os aflitos. De um lado, os ensinamentos religiosos provocam medo e
culpa que podem auxiliar a motivar o comportamento pró-social, melhorando as
26

relações e incentivando o perdão e as atividades altruístas, e condenando os


comportamentos prejudiciais aos outros. Por outro lado, elas podem confortar
os que possuem ansiedades e medos e desenvolvem um senso de controle
(KOENIG, 2012).

Saad et al. (2001) em estudo bibliográfico selecionaram alguns dos artigos


mais importantes que investigaram a influência da espiritualidade no tratamento
de doenças e os citaram resumidamente em tabela demonstrada a seguir.

Tabela 1: Resumo de alguns dos artigos mais relevantes que investigaram a


influência da espiritualidade no tratamento das doenças.
27

Fonte: SAAD, M.; MASIERO, D.; BATTISTELLA, L.R. Espiritualidade baseada em evidências.
Acta Fisiátrica; 8(3): 110p., 2001.
28

8 O ENFERMEIRO E A ESPIRITUALIDADE NO CUIDAR

Dezorzi (2006) cita que desde o cerne da história da enfermagem, o cuidado


espiritual foi traduzido nos escritos de Nightingale (1873), onde diz que a
espiritualidade é intrínseca à natureza humana e um potente recurso de cura.
Porém, em certo momento da história, foi “travada” uma luta entre o
reconhecimento científico e a profissão, o que a distanciou de suas origens. No
entanto, desde 1970 Wanda de Aguiar Horta, doutora em enfermagem pela
Universidade de São Paulo, colocou a espiritualidade como uma das
necessidades humanas básicas. Necessidade essa essencial para alcançar
qualidade de vida, devendo ela ser cuidada pela enfermagem em seu
planejamento assistencial (SÁ; PEREIRA, 2007; SÁ, 2009).

Na prática clínica há muitos profissionais que levam em conta apenas o


aspecto físico, sendo o espiritual não valorizado (SALGADO et al., 2007). Não
apenas o Enfermeiro, mas todos os profissionais de saúde devem levar mais a
sério as preocupações espirituais dos pacientes (KOENIG; 2012). Desde a
década de 80 o enfermeiro pratica com excelência o cuidar do corpo físico,
porém relega para segundo plano o lado psico-socio-espiritual, apesar da
preparação da visão holística no cuidado durante a graduação (SÁ, 2009).

Santos (2010) enumera em seu artigo algumas razões que apontam a


necessidade, dos profissionais de saúde, abordarem a espiritualidade na
prática clínica, e são elas: 1°) muitos pacientes são religiosos e gostariam de
abordar a espiritualidade nos cuidados em saúde; 2°) particularmente quando
hospitalizados, os pacientes ficam frequentemente isolado de suas
comunidades religiosas; 3°) muitos pacientes possuem necessidades
espirituais relacionadas a doenças que poderiam afetar sua saúde mental,
porém elas não são atendidas; 4°) as religiões influenciam cuidados de saúde
na comunidade; 5°) as decisões médicas são afetadas pelas crenças religiosas
podendo haver conflito com os tratamentos; 6°) A entidade internacional de
acreditação hospitalar, Joint Commission on Accreditation of Healthcare
Organizations possui como um de seus pré-requisitos para dar o certificado de
qualidade a exigência da abordagem da espiritualidade.
29

Salgado et al. (2007) considera que a dimensão religiosa do enfermeiro é


indissociável da construção pessoal e profissional do cuidar. Koenig (2012)
afirma que apesar de serem necessárias muitas pesquisas para verificar ou
refutar descobertas prévias, muito já foi realizado, razão pela qual já se pode
começar a implantar parte do que já é conhecido na prática clínica.

Koenig (2012) em seu livro resgata afirmações feitas por ele mesmo em seu
livro intitulado “Spirituality in Patient Care” de 2007, onde alega que a aplicação
da espiritualidade na prática clínica é realizada por motivos práticos, pois
muitos pacientes são religiosos ou possuem crenças e tradições religiosas
relacionadas à saúde e às enfermidades, que com frequência dão origem às
necessidades espirituais. Por conseguinte, essas crenças podem: influenciar
na escolha do tipo de assistência médicas recebida pelos pacientes; afetar o
modo pelo qual os pacientes enfrentam a doença; ajudar os pacientes a manter
a esperança e motivação na direção do autocuidado.

Especialmente quando hospitalizados, os pacientes, por estarem isolados de


sua comunidade religiosa, desenvolvem suas necessidades religiosas, logo os
provedores de saúde devem reconhecer e encaminhar tais necessidades.
Resumindo, existem diversas razões pelas quais os profissionais de saúde
devem discutir essas questões com os pacientes, para tal é necessário
aprender a identifica-las e encaminhar os pacientes a profissionais da saúde
capazes e treinados para lidar com essas necessidades (KOENIG, 2007).

Mas quem está preparado para lidar com essas necessidades? De acordo com
Koenig (2012) as necessidades para integrar cuidado e espiritualidade está
cada vez mais reconhecida na educação médica. Para ele, um dos melhores
dados, obtidos por meio de pesquisa, sobre o questionamento dos médicos
pelo histórico espiritual do paciente, foi realizado por Corlin e colaboradores.
Nesse estudo 55% responderam que sempre ou geralmente é apropriado os
médicos perguntarem sobre as crenças religiosas/espirituais dos pacientes, e
os restantes 45% afirmaram ser inapropriado. Entretanto curiosamente
constatou-se na pesquisa que o indicador mais forte, em relação ao médico
abordar ou não as necessidades especiais do paciente, não estava relacionado
à condição de saúde deste, e sim na dependência do grau de religiosidade ou
espiritualidade do médico (CHIBNALL; BROOKS, 2001).
30

Koenig (2012) sobre a abordagem dos médicos e outros profissionais da


saúde, pelo histórico espiritual do paciente, resume que grande parte dos
profissionais reconhece a importância e valor das crenças espirituais dos
pacientes na sua saúde, porém poucos são os que avaliam ou abordam estas
questões ativamente. Salgado et al. (2007) relata, em seu estudos, que há por
parte dos enfermeiros uma postura insegura e reservada perante a temática
espiritualidade frente ao paciente. Porém, alerta que ao não discutir a
espiritualidade no ambiente hospitalar o cuidado permanecerá fragmentado.

Segundo os dados obtidos no estudo de Salgado et al. (2007) as dificuldades


dos enfermeiros são: receio de serem rejeitados pelo paciente; agredir a
intimidade do paciente; não saber abordar as questões espirituais e religiosas
caso o paciente for ateu; ser mal interpretado; não ser compreendido ao falar
sobre o cuidado espiritual; sentir-se incomodado com a crença do outro ou ser
jugado equivocadamente e discriminado. Complementando, Santos (2010)
aponta: medo de impor visões religiosas ou ofender o paciente, acreditar que o
conhecimento sobre religião não seja relevante aos cuidados médicos, achar
que não seja sua competência a abordagem, falta de conhecimento sobre o
assunto, de treinamento e de tempo, além de desconforto com o assunto,
serem as barreiras e medos que os profissionais de saúde possuem ao abordar
tais questões com os pacientes.

8.1 Diagnósticos de enfermagem

Desde 1980, proposto pela North American Nursing Diagnosis Association


(NANDA), o diagnóstico de enfermagem Angústia espiritual descreve as
respostas do indivíduo às desordens que englobam a sua espiritualidade
(CHAVES et al., 2010). Na última atualização do NANDA, 2012-2014,
encontramos na classe 3 (coerência entre valores/crenças/atos) do domínio 10
(Princípios da vida), diagnósticos de enfermagem direcionado às crenças,
valores e atos do paciente, influenciados direta ou indiretamente pela
espiritualidade/religiosidade/religião. Que são eles: Conflito de decisão (00083);
Falta de adesão (00079); Disposição para religiosidade melhorada (00171);
Religiosidade prejudicada (00169); Risco de religiosidade prejudicada (00170);
31

Sofrimento espiritual (00066); Risco de sofrimento espiritual (00067);


Sofrimento moral (00175); Disposição para melhora da tomada de decisão
(00184) (NANDA, 2013).

O domínio denominado “princípios de vida” é definido como “capacidade


prejudicada de experimentar e integrar o significado e objetivo à vida por meio
de uma conexão consigo mesmo, com os outros, arte, música, literatura,
natureza e/ou ser maior”. É de extrema importância que o enfermeiro fique
atento aos sinais de sofrimento espiritual, e dos aspectos relacionados à sua
manifestação, pois quando presente este diagnóstico pode provocar agravo
dos sintomas físicos e emocionais e a capacidade para enfrentar a doença
(CHAVES et al., 2011).

Entretanto, na prática raramente o enfermeiro usa o diagnóstico de sofrimento


espiritual embora seja reconhecida, para um cuidado holístico, a importância da
relação corpo/mente/espírito (CHAVES et al., 2010). Sua falta de aplicação
prática é reflexo de seu conceito que compreende inúmeras questões
subjetivas e complexas, sendo necessário conhecimento articulado para incluí-
la como foco de atenção. Para aperfeiçoar e melhorar a aplicação prática dos
diagnósticos referentes à espiritualidade, tem sido recomendada a utilização de
instrumentos que façam a mensuração dos fenômenos avaliados. O uso
desses instrumentos voltados para dimensão espiritual possui o potencial de
favorecer o exercício do raciocínio diagnóstico, o que possibilita uma
identificação mais rápida do sofrimento espiritual diminuindo as possibilidades
de erros. Contudo, ainda não há um instrumento padronizado para avaliar o
sofrimento espiritual do paciente no ambiente clínico (CHAVES et al., 2011).

8.2 Como abordar

Após conhecer as razões para a abordagem da espiritualidade na prática


clínica, Santos (2010) nos fala algumas das indicações de como abordá-la:
ouvir com objetivo, compreensão, mostrar respeito pelas crenças religiosas do
paciente, apoiar essas crença, e encaminhá-lo de maneira apropriada para o
especialista, se indicado. Entretanto, a forma mais segura de se abordar essa
temática é pela coleta da história espiritual. Para se obter uma breve história
32

espiritual do paciente é necessário se familiarizar com as crenças e o modo


com que eles encaram o tratamento médico, identificar as necessidades
espirituais que necessitem de acompanhamento, e compreender o papel que a
religião tem ao provocar estresse e lidar com a doença. Mostra-se para o
paciente, executando esses três passos, que sua identidade pessoal é
reconhecida e respeitada, proporciona informações sobre o sistema de apoio e
recursos que o paciente possui em sua comunidade que podem ajudar no
tratamento, além de compreender a motivação e o entendimento dos
comportamentos do paciente relacionados à saúde (KOENIG, 2007).

Independente de como serão levantadas as informações, Koenig (2007)


destaca quatro áreas básicas que dever ser abrangidas no levantamento da
história espiritual do paciente, que são:

 “O paciente usa a religião ou a espiritualidade para ajudá-lo a lidar com


a doença isso ou é uma fonte de estresse, e como?
 O paciente é membro de uma comunidade de apoio espiritual?
 O paciente tem alguma questão ou preocupação sobre problemas
espirituais?
 O paciente tem alguma crença espiritual que possa influenciar o
tratamento médico?”

De acordo com Koenig (2007) quando o paciente indica seu não interesse em
religião, deve-se focar, ao invés da espiritualidade, no questionamento de como
o paciente lida com a doença, o que dá propósito em sua vida, se possui
crenças culturais que influenciam seu tratamento e se possui recursos sociais
que o apoiem em casa. Dessa maneira é possível colher as informações sem
ofender o paciente e sem deixa-lo desconfortável.

A abordagem da espiritualidade na prática clínica pode ter consequências


negativas caso for realizado sem sensibilidade e respeito. Por outro lado, sua
identificação pode reforçar a habilidade do paciente em lidar mais facilmente
com a doença, melhorar a relação paciente-profissional, aumento do apoio na
comunidade, fortalecer a adesão e crença no tratamento, aumentando a
satisfação com o cuidado e acelerando a recuperação da doença (SANTOS,
2010).
33

8.3 Instrumentos

Muitos esforços são empregados em construir, traduzir e/ou validar


instrumentos que avaliem a espiritualidade. Chaves et al. (2011), afirma que
no cenário brasileiro, três instrumentos foram identificados: escala de avaliação
da espiritualidade, escala de espiritualidade de Pinto e Pais-Ribeiro, e escala
de bem-estar espiritual. De origem norte-americana a escala de avaliação da
espiritualidade (ANEXO A), originalmente denominada de Spirituality Self-
Rating Scale (SSRS), é uma escala que reflete a orientação para a
espiritualidade do indivíduo, ou seja, ela avalia se o paciente considera
importante as questões sobre a dimensão religiosa/espiritual e como ela se
aplica em sua vida. Sua elaboração foi baseada, em parte, nas práticas
religiosas e nos preceitos teóricos dos Dozes Passos do Alcoólatras Anônimos.
Sendo que os preceitos não relacionados à doutrina religiosa, são referentes à
crença que um Poder Superior possui potencial para recuperação, a
necessidade de prática espiritual e a necessidade de reconhecimento das
falhas pessoais (CHAVES, 2011).

Essa escala é composta por seis questões afirmativas, cujas respostas são do
tipo Likert, em que as opções de respostas variam de “concordo fortemente” a
“discordo fortemente”. Seu cálculo de escores é realizado através da inversão
dos valores de cada item do instrumento, em que as respostas de todos os seis
itens são somadas para produzir o escore total. O escore total representa o
nível de orientação espiritual/religiosa do paciente, podendo este variar de 6 a
30, ou seja, quanto menor o escore total, menor será seu grau de orientação
espiritual e vice-versa. Para a realização da comparação de escores, trabalha-
se com as médias obtidas em cada grupo e aplica-se um teste estatístico
apropriado para conferir se há diferenças entre eles (CHAVES, 2011). Em
conteúdo a escala é composta por seis itens, descritos a seguir: 1º) trata-se da
importância de se ter pensamentos espirituais particulares e meditações; 2º)
trata-se do esforço de viver de acordo com crenças religiosas; 3º) trata-se
sobre a relevância que a pessoa exerce aos pensamentos espirituais que
possui sozinho, em reuniões religiosas ou espirituais; 4º) trata-se do interesse
na leitura de assuntos relativos à espiritualidade ou religião; 5º) trata-se da
investigação sobre a possibilidade da espiritualidade ajudar a manter a
34

estabilidade e o equilíbrio da vida; 6º) trata-se da consideração dada à


espiritualidade como base para a vida (GONÇALVES; PILLON, 2009)

Já a “escala de espiritualidade” (ANEXO B) é constituída por cinco itens


focados em duas dimensões: 1ª) a dimensão vertical, associada à crença; e 2ª)
a dimensão horizontal, associada ao otimismo/esperança, aspecto este que dá
significado e sentido à vida, oriunda da relação consigo mesmo, com o meio e
com os outros. Do tipo Likert, as respostas são escolhidas entre as opções
“não concordo” até “concordo plenamente”, numa escala de quatro alternativas.
Os escores são obtidos por procedimentos estatísticos elementares, assim, o
ponto médio é de 2,5 para cada item. Logo, assumindo os escores um valor
superior ao ponto médio, é correto afirmar que a dimensão da espiritualidade é
identificada como relevante (CHAVES, 2011).

A “Escala de Bem-estar Espiritual” (ANEXO C) possui como objetivo avaliar o


bem-estar espiritual geral. O bem-estar espiritual é compreendido como uma
sensação de bem-estar vivenciada quando existe um propósito que justifique
nosso comprometimento com algo na vida, desde que esse se envolva como
um significado último para a vida. O bem-estar religioso é referente a uma
comunhão, e a uma relação pessoal e íntima com uma força superior ou com
Deus. A escala foi desenvolvida por Poulotizan e Ellison em 1982 e adaptada
posteriormente para população brasileira por Marques et al. (PEDRÃO;
BERESIN, 2010). Ela é constituída por 20 itens, respondidos em uma escala de
seis pontos, do tipo Likert, onde as opções variam de “concordo fortemente” a
“discordo fortemente”. Subdividida em duas, dez itens foram destinados à
avaliação do bem-estar religioso, sendo os demais atribuídos à investigação do
bem-estar existencial. Os escores são obtidos através do somatório das duas
subescalas para aquisição da medida geral de bem-estar espiritual. Sugerido
pelos autores da escala, o estabelecimento da pontuação de intervalos de corte
são: 20 a 40 para bem-estar espiritual baixo, 41 a 99 para moderado e 100 a
120 para alto. Nas duas subescalas, de bem-estar religioso e existencial, os
intervalos sugeridos pelos autores são: de 10 a 20 para baixo, 21 a 49 para
moderado e 50 a 60 pontos para alto, sendo os escores altos considerados
35

como bem-estar espiritual positivo e os escores baixos e moderados


considerados como bem-estar espiritual negativo (CHAVES, 2011).

Foram desenvolvidos até o momento dois instrumentos gerais de Qualidade de


Vida: o WHOQOL-100 e o WHOQOL BREF. O WHOQOL-100 consta de 100
questões que avaliam 6 domínios: Físico, Psicológico, Nível de Independência,
Relações sociais, Meio-ambiente e Espiritualidade/Crenças Pessoais. Já o
WHOQOL-BREF é uma versão abreviada composta pelas 26 questões que
obtiveram os melhores desempenhos psicométricos extraídas do WHOQOL-
100. A versão abreviada é composta por 4 domínios: Físico, Psicológico,
Relações Sociais e Meio ambiente (FLECK, 2003).
A Organização Mundial da Saúde, por meio do Grupo de Qualidade de Vida,
incluiu um domínio denominado “religiosidade, espiritualidade e crenças
pessoais” no seu instrumento genérico de avaliação de qualidade de vida, o
WHOQOL-100 (World Health Organization Quality of Life Instrument. 100
itens). Esse domínio é composto por quatro questões: Suas crenças pessoais
dão sentido à sua vida?; Em que extensão você sente um significado em sua
vida?; Em que extensão suas crenças pessoais dão-lhe forças para enfrentar
dificuldades?; Em que extensão suas crenças pessoais ajudam-no a entender
as dificuldades na vida? (FLECK et al., 2003).
36

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

.
A espiritualidade tem se estabelecido como um assunto bastante presente no
cotidiano da sociedade, porém a falta de esclarecimento sobre o assunto bem
como a existência de amplas e múltiplas definições acerca da espiritualidade e
da religiosidade impede sua consolidação. No entanto, essas e outras
dificuldades estão sendo derrubadas devido ao interesse emergente nas
últimas décadas sobre o estudo da relação espiritualidade/saúde. Logo,
pesquisas científicas são realizadas com o objetivo, dentre muitos outros, de
mostrar qual o impacto da espiritualidade sobre diversos parâmetros de saúde
por meio de mensurações metodologicamente eficientes.

Os estudos evidenciam que o envolvimento religioso está associado


favoravelmente a indicadores de bem-estar psicológico, tais como a satisfação
na vida, felicidade e menor frequência de depressão. As pesquisas científicas
ainda nos pontam a existência do desejo de muitos pacientes sobre a
abordagem de suas necessidades espirituais pelos profissionais de saúde. De
acordo com Koenig (2012) os ensinamentos das religiões incentivam o
comportamento das pessoas, o que pode influenciar positivamente a saúde.
Sendo assim, é comum a procura por crenças religiosas para lidar com as
situações estressantes da vida, e com grande frequência tais crenças auxiliam
na adaptação mais rápidas a essas situações.

Por ser ainda um tema transversal no ensino na área da saúde ela é muitas
vezes não abordada durante a graduação, por não estar introduzida nas
disciplinas na matriz curricular. Assim vemos a necessidade da inserção da
espiritualidade na matriz curricular dos cursos de Enfermagem, bem como de
todos profissionais da saúde devido às dificuldades encontradas na prática
clínica na abordagem desse assunto pelos profissionais.

Assim, analisando o exposto no decorrer desse trabalho, podemos considerar a


importância do enfermeiro, bem como de qualquer profissional da saúde,
compreender o significado da espiritualidade, a dimensão dela para o paciente,
e como isso implica sobre o tratamento e a vida do paciente. Logo, por meio
dessas pequenas coisas, aliadas à empatia e atitudes de sensibilidade,
poderemos fornecer um cuidado individual e holístico, visto que desconsiderá-
37

la como parte importante para o indivíduo pode gerar uma oposição


desnecessária, comprometendo as interconexões entre as dimensões
biopsicossocioespiritual do ser humano.
38

REFERÊNCIAS

BISON, R. A. P. A percepção do cuidar entre estudantes e profissionais de


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ANEXO A - INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS: ESCALA DE


AVALIAÇÃO DA ESPIRITUALIDADE
45

ANEXO B - INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS: ESCALA DA


ESPIRITUALIDADE
46

ANEXO C - INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS: ESCALA DE BEM-


ESTAR ESPIRITUAL
47

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