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Daniela Guimarães
Federal University of Minas Gerais
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Belo Horizonte
2013
DANIELA DOMINGUES GUIMARÃES
Belo Horizonte
2013
FOLHA DE APROVAÇÃO
_______________________________________________________________
Aluno: Daniela Domingues Guimarães
_______________________________________________________________
Prof. Orientador: Edilson Misael Guimarães.
____/_____/_________
Data
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________________________________________
Prof.
_______________________________________________________________
Prof.
RESUMO
.
LISTA DE SIGLAS
1. INTRODUÇÃO..................................................................................... 08
2. JUSTIFICATIVA................................................................................... 11
3. OBJETIVOS......................................................................................... 12
3.1 Geral.................................................................................................. 12
3.2 Específicos......................................................................................... 12
4. METODOLOGIA.................................................................................... 13
5. CONCEITOS QUE ENVOLVEM A ESPIRITUALIDADE....................... 14
5.1 Religião e Religiosidade.................................................................... 15
5.2 Coping................................................................................................. 15
5.3 Saúde, bem-estar e qualidade de vida............................................. 16
5.4 O Cuidado........................................................................................... 17
6. CONTEXTO HISTÓRICO...................................................................... 19
7. COMO A ESPIRITUALIDADE PODE AFETAR A SAÚDE................... 21
8. O ENFERMEIRO E A ESPIRITUALIDADE NO CUIDAR...................... 27
8.1 Diagnósticos de Enfermagem........................................................... 29
8.2 Como abordar..................................................................................... 30
8.3 Instrumentos....................................................................................... 32
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 35
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 37
ANEXOS..................................................................................................... 43
ANEXO A................................................................................................... 43
ANEXO B................................................................................................... 44
ANEXO C................................................................................................... 45
8
1 INTRODUÇÃO
Dizer que a espiritualidade ou a religião faz bem à saúde é como dizer que
comer bem faz bem à saúde. Porém para isso é necessário a identificação dos
fatores que explicam os efeitos da religião sobre a saúde. Sabe-se que um
estado de doença ou saúde é raramente produzido por fatores isolados, estes
geralmente tendem a se desenvolver ao longo do tempo em detrimento da
ação conjunta de diferentes fatores. Assim também ocorre com a
espiritualidade, ela atua conjuntamente com características e funções do corpo
e da mente para influenciar a saúde (LEVIN, 2003).
9
Sadd e Medeiros (2008) afirmam ser popularmente sabido que pessoas com
envolvimento espiritualista tendem a enfrentar situações adversas com mais
sucesso, associado também à remissão mais rápido da depressão, e à menor
permanência em hospitais em pacientes deprimidos internados que possuem
forte espiritualidade. Estes autores apontam vários fatores em que a
espiritualidade colabora para a melhora da saúde, que são: melhor estado
psicológico por trazer esperança, perdão, altruísmo e amor; consequente
melhor estratégia para lidar com problemas; e redução do estresse. Fatores
estes, que geram equilíbrio das funções orgânicas mantidas pelo sistema
nervoso central por meio da imunidade e produção de hormônios.
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVOS
3.1 Geral
3.2 Específicos
4 METODOLOGIA
sentido, podemos ter uma pessoa com forte religiosidade, por ir a “cultos”
frequentemente, porém ter uma espiritualidade pouco desenvolvida por não
vivenciar estes aspectos em seu interior (SAAD, MEDEIROS, 2008).
5.2 Coping
Pargament apud Panzini (2007) afirma existir três meios pelos quais a religião
possa estar envolvida no coping. Primeiro por ela ser parte, em segundo por
contribuir e em terceiro por ser resultado/produto do processo de
enfrentamento. Isso devido à religião oferecer uma grande variedade de
estratégias e métodos de enfrentamento, podendo o coping ser positivo ou
negativo. Define-se como “positivo” a abrangência de estratégias que
proporcionam efeito benéfico/ positivo ao praticante, tais como procurar uma
maior conexão com as forças transcendentais, buscar conforto na literatura
religiosa, orar pelo bem-estar de outros, redefinir estressor como benéfico e
resolver problemas em colaboração com Deus. O coping negativo é definido
por envolver estratégias que gerem consequências prejudiciais ou negativas ao
praticante, tais como questionar a resolução dos problemas, insatisfação e
descontentamento com Deus, e redefinir o estressor como punição divina.
Porém, evidências de estudos mostram que há uso consideravelmente maior
de estratégias positivas que as negativas em diferentes amostras situacionais
estressantes.
Seligman e Csikszentmihalyi apud Panzini et al. (2007) alegam que por meio
do desenvolvimento do conceito de qualidade de vida surgiram seis grandes
vertentes. Na primeira vertente encontramos os estudos de base
epidemiológica sobre bem-estar e felicidade, seguida pela segunda vertente
que é a busca de indicadores sociais. A terceira consiste na insuficiência das
medidas objetivas de desfecho em saúde, acompanhada pela quarta que é a
“satisfação do cliente”, a quinta que consiste no movimento de humanização da
medicina, e a última vertente constituída pela psicologia positiva.
5.4 O Cuidado
18
6 CONTEXTO HISTÓRICO
Nossa noção de saúde moderna possui suas raízes na religião, que será
exposto a seguir (KOENIG, 2012). Lisboa (2002) afirma que a propagação das
instituições hospitalares ocorreu sob forte influência do budismo. O próprio
Sidartha Gautama construiu vários hospitais e nomeou um médico já "formado"
para cada dez cidades, trabalho este continuado por seu filho Upatise. Vários
autores indicam a existência de hospitais anexos a mosteiros budistas, sendo
esses vários hospitais "providos de dieta conveniente e de medicamentos para
os enfermos, preparados por médicos”. Nesse mesmo tempo também foram
encontradas as primeiras referências a enfermeiros, que eram geralmente
estudantes de medicina.
O povo hebreu teve como primeiro legislador e profeta Moisés. Porém, ele não
propôs penas aspectos religiosos, seus preceitos de higiene foram aplicados à
coletividade, o que o destacou entre os sanitaristas de todos os tempos. Suas
prescrições eram referentes ao contato de cadáveres, à gravidez, ao puerpério,
às mulheres durante a menstruação, às doenças contagiosas e aos leprosos.
Entretanto, não se tem documentação histórica da existência de hospitais
permanentes em Israel. Apesar do registro histórico apresentar um quadro de
povos altamente evoluídos na navegação, na engenharia e na arte bélica,
pouco se sabe da existência de hospitais nos povos persas, fenícios e sírios,
bem como ao que se refere aos cuidados da saúde e da doença (LISBOA,
2002).
20
À medida que o Império Romano ruía, antes de 372 d.C, não existiam hospitais
para atender os doentes nem na Europa nem no resto do mundo ocidental
(KOENIG, 2012). O primeiro hospital construído em obediência à
recomendação Bíblica, Mateus 25:36-40, para vestir pobres e cuidar de
doentes, na antiga Cesareia, atual Turquia (KOENIG, 2005). Ele era chamado
de Basileias, comandado do Bispo Basílio, oferecia tratamento para doentes
pobres e leprosos. Durante os mil anos seguintes, a Igreja Católica continuou a
construir e equipar hospitais, bem como era responsável pela certificação de
doutores para praticar a medicina, até o final da Idade Média, logo, grande
parte dos médicos nessa época eram monges ou padres (KOENIG, 2012). A
partir do Século XVI começou o declínio do poder da igreja cristã sobre a
medicina, e o governo passou a ter uma maior função no ensino e autorização
da medicina. Após a Revolução Científica e o Iluminismo a sua influência
decaiu ainda mais, quase que desaparecendo na virada do Século XIX, com a
Revolução Francesa, e até hoje, muitos hospitais ainda possuem uma afiliação
religiosa (KOENIG, 2005).
Vasconcelos (2010) relata que várias suposições têm sido levantadas para
justificar os efeitos da fé e vida religiosa pessoal na saúde. Para alguns
pesquisadores a vivência religiosa pode inspirar pensamentos de esperança e
otimismo, e expectativas positivas, que podem funcionar com placebo.
Vilela in Dutra (2012) argumenta, em consonância com Koenig, que nos últimos
60 anos os pesquisadores vêm investigando como as emoções afetam o
organismo. As descobertas mostram que em situações de estresse, como um
assalto, o corpo passa por grandes transformações: aumento da frequência
cardíaca e respiratória, dilatação de pupilas e artérias, aumento da descarga de
adrenalina, entre outros. Nesses casos as alterações são de curto prazo,
porém em ocasiões crônicas de distúrbio mental as alterações permanecem
causando inúmeros transtornos à integridade do organismo, os chamados
“reações de estresse”.
Ferraz in Blouse org. (2011) afirma que a partir de 2000 pesquisadores das
áreas de psicologia e psiquiatria se interessarão em investigar cientificamente a
“psicologia positiva”. Área designada de investigar a felicidade, qualidade de
vida, bem-estar subjetivo, resiliência e otimismo, que propõe ampliar o escopo
23
Fonte: SAAD, M.; MASIERO, D.; BATTISTELLA, L.R. Espiritualidade baseada em evidências.
Acta Fisiátrica; 8(3): 110p., 2001.
28
Koenig (2012) em seu livro resgata afirmações feitas por ele mesmo em seu
livro intitulado “Spirituality in Patient Care” de 2007, onde alega que a aplicação
da espiritualidade na prática clínica é realizada por motivos práticos, pois
muitos pacientes são religiosos ou possuem crenças e tradições religiosas
relacionadas à saúde e às enfermidades, que com frequência dão origem às
necessidades espirituais. Por conseguinte, essas crenças podem: influenciar
na escolha do tipo de assistência médicas recebida pelos pacientes; afetar o
modo pelo qual os pacientes enfrentam a doença; ajudar os pacientes a manter
a esperança e motivação na direção do autocuidado.
Mas quem está preparado para lidar com essas necessidades? De acordo com
Koenig (2012) as necessidades para integrar cuidado e espiritualidade está
cada vez mais reconhecida na educação médica. Para ele, um dos melhores
dados, obtidos por meio de pesquisa, sobre o questionamento dos médicos
pelo histórico espiritual do paciente, foi realizado por Corlin e colaboradores.
Nesse estudo 55% responderam que sempre ou geralmente é apropriado os
médicos perguntarem sobre as crenças religiosas/espirituais dos pacientes, e
os restantes 45% afirmaram ser inapropriado. Entretanto curiosamente
constatou-se na pesquisa que o indicador mais forte, em relação ao médico
abordar ou não as necessidades especiais do paciente, não estava relacionado
à condição de saúde deste, e sim na dependência do grau de religiosidade ou
espiritualidade do médico (CHIBNALL; BROOKS, 2001).
30
De acordo com Koenig (2007) quando o paciente indica seu não interesse em
religião, deve-se focar, ao invés da espiritualidade, no questionamento de como
o paciente lida com a doença, o que dá propósito em sua vida, se possui
crenças culturais que influenciam seu tratamento e se possui recursos sociais
que o apoiem em casa. Dessa maneira é possível colher as informações sem
ofender o paciente e sem deixa-lo desconfortável.
8.3 Instrumentos
Essa escala é composta por seis questões afirmativas, cujas respostas são do
tipo Likert, em que as opções de respostas variam de “concordo fortemente” a
“discordo fortemente”. Seu cálculo de escores é realizado através da inversão
dos valores de cada item do instrumento, em que as respostas de todos os seis
itens são somadas para produzir o escore total. O escore total representa o
nível de orientação espiritual/religiosa do paciente, podendo este variar de 6 a
30, ou seja, quanto menor o escore total, menor será seu grau de orientação
espiritual e vice-versa. Para a realização da comparação de escores, trabalha-
se com as médias obtidas em cada grupo e aplica-se um teste estatístico
apropriado para conferir se há diferenças entre eles (CHAVES, 2011). Em
conteúdo a escala é composta por seis itens, descritos a seguir: 1º) trata-se da
importância de se ter pensamentos espirituais particulares e meditações; 2º)
trata-se do esforço de viver de acordo com crenças religiosas; 3º) trata-se
sobre a relevância que a pessoa exerce aos pensamentos espirituais que
possui sozinho, em reuniões religiosas ou espirituais; 4º) trata-se do interesse
na leitura de assuntos relativos à espiritualidade ou religião; 5º) trata-se da
investigação sobre a possibilidade da espiritualidade ajudar a manter a
34
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
.
A espiritualidade tem se estabelecido como um assunto bastante presente no
cotidiano da sociedade, porém a falta de esclarecimento sobre o assunto bem
como a existência de amplas e múltiplas definições acerca da espiritualidade e
da religiosidade impede sua consolidação. No entanto, essas e outras
dificuldades estão sendo derrubadas devido ao interesse emergente nas
últimas décadas sobre o estudo da relação espiritualidade/saúde. Logo,
pesquisas científicas são realizadas com o objetivo, dentre muitos outros, de
mostrar qual o impacto da espiritualidade sobre diversos parâmetros de saúde
por meio de mensurações metodologicamente eficientes.
Por ser ainda um tema transversal no ensino na área da saúde ela é muitas
vezes não abordada durante a graduação, por não estar introduzida nas
disciplinas na matriz curricular. Assim vemos a necessidade da inserção da
espiritualidade na matriz curricular dos cursos de Enfermagem, bem como de
todos profissionais da saúde devido às dificuldades encontradas na prática
clínica na abordagem desse assunto pelos profissionais.
REFERÊNCIAS
arttext&pid=S010411692010000600025&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso
em: 16 Ago. 2013.
SOUZA, M. L.; SARTOR, V.V.B.; PRADO, M.L. Subsídios para uma ética da
responsabilidade em enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2005, Jan - Mar;
14(1): 75-81. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext