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A ação trata de servidores públicos que processaram o município após terem seus nomes e salários publicados no site da prefeitura. O TJ-CE decidiu que a publicação viola a privacidade dos servidores. O município recorreu ao STJ questionando a decisão.
A ação trata de servidores públicos que processaram o município após terem seus nomes e salários publicados no site da prefeitura. O TJ-CE decidiu que a publicação viola a privacidade dos servidores. O município recorreu ao STJ questionando a decisão.
A ação trata de servidores públicos que processaram o município após terem seus nomes e salários publicados no site da prefeitura. O TJ-CE decidiu que a publicação viola a privacidade dos servidores. O município recorreu ao STJ questionando a decisão.
Em ação de procedimento comum ordinário com pedido de indenização
por danos morais proposta por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias contra a Municipalidade de Tururu-CE, estes buscaram a exclusão de seus nomes e de seus vencimentos do bojo de uma lista constante de site da Prefeitura, bem como a condenação da Município de Tururu ao pagamento de indenização por danos morais. A r. sentença (de f. 193 a 199) julgou a ação parcialmente procedente, para determinar a exclusão do nome dos autores do site da ré, tendo ainda condenado a parte requerida ao pagamento das custa processuais e honorários advocatícios, no valor de R$3.000,00. A Fazenda Pública Municipal apelou, buscando a reforma parcial da sentença, com julgamento de total improcedência do pedido. Os autores também apelaram objetivando a reforma parcial da sentença, com a condenação da ré no pagamento da indenização por danos morais, nos termos do pedido da peça vestibular. A questão centra-se na Lei Municipal nº 1234/2015, que estabelece em seu art. 1º que “O poder público Municipal, por meio de todos os órgãos integrantes da Administração Pública Direita, Indireta, Fundacional ou Autárquica e do Poder Legislativo, deverá incluir, nos respectivos sítios da ‘internet’, uma relação contendo as seguintes informações sobre seus funcionários, empregados e servidores: I – nome completo; II – cargo que ocupa; III- unidade em que exerce o cargo; IV – vencimento”. Alegam os autores que a norma ofende vários princípios constitucionais, notadamente os da intimidade, privacidade e da segurança, bem como a garantia de sigilo informações (art. 5º da CF/88). Já a fazenda pública argumenta que a publicidade e a transparência são diretrizes inerentes à Administração Pública, e igualmente protegidas pela Constituição Federal (art. 37 da CF/88). Ainda, ressalta a municipalidade que o art. 39, §6º,da CF/88, estabelece esta exigência. Em síntese, entendeu o TJ-CE no julgamento dos recursos de apelação que: “A publicação de relação nominal de servidor com sua respectiva remuneração viola os princípios constitucionais da intimidade, privacidade e segurança, devendo o apelado proceder à imediata retirada dos valores dos vencimentos dos autores do site institucional, conforme determinado na r. sentença de folhas 193/199. Assim, resta caracterizado o dano moral, sendo que o arbitramento da indenização deve satisfazer a dor causada pelo constrangimento e potencial risco à segurança individual dos servidores sem, contudo, constituir-se em enriquecimento indevido. Deverá ser considerado, para esse fim, o valor bruto dos vencimentos do mês imediatamente anterior ao da liquidação e, caso se constate o rompimento do vínculo de algum dos autores, o do mês de sua última remuneração. Em razão da sucumbência, arcará a parte ré com as custas, despesas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% sobre o valor da condenação. Portanto, nega-se provimento ao recurso da Municipalidade de Tururu e dá-se provimento ao recurso interposto por Didi e Outros (Proc. XXX.2016 – Vara Cível da Comarca de Tururu/CE). Consigna-se, para fins de eventual pré- questionamento, inexistir ofensa aos artigos de lei mencionados nas razões e contrarrazões recursais, para, em pós, dar-se provimento ao recurso dos autores e negar provimento ao recurso da ré”.
Face ao Acórdão apresentado acima e, na qualidade de procurador do
Município de Tururu, apresente o recurso cabível para impugnar tal decisão.
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de direito que possam
ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição de dispositivo legal não confere pontuação. GABARITO COMENTADO:Deverá ser elaborado um RECURSO ESPECIAL, previsto no Art. 105, III, da CF/88. Trata-se de recurso contra acórdão do Tribunal de Justiça do estado do Ceará, que deu parcial provimento a recurso de apelação.
Não procedem as razões de decidir do acórdão vergastado, pois
o plenário do STF, em 2015 (ARE 652777), decidiu que é legítima a publicação, em site mantido pela Administração Pública, de nomes de servidores e de respectivos salários e vantagens pecuniárias destes. Ressalta-se que tal decisão foi aplicada a centenas de casos que estavam sobrestados desde 2011, ano em que foi reconhecida a repercussão geral de tal matéria (tema 483).
Cumpre ressaltar que, chancelando o precedente do STF, a Lei
federal n. 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação), determinou que os órgãos públicos da administração direta e indireta devem dar publicidade à parcela de recursos públicos que recebem e sua destinação. Diante do exposto, deve o Recorrente requerer que:(a) seja o mesmo recebido, processado e admitido, determinando-se sua remessa ao Colendo Superior Tribunal de Justiça (STJ) para apreciação e julgamento; (b) que seja recebido, processado e admitido o presente Recurso Especial; (c) seja intimada a recorrida, para, querendo, apresentar sua resposta, no prazo previsto em lei; (d) sejam juntados os comprovantes das custas do despacho de admissibilidade e da interposição de recurso em instância inferior; (e) seja dado provimento ao presente recurso especial, vez que o r. acórdão contraria lei federal, determinando-se a NULIDADE do acórdão vergastado.