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Ministério da Educação

PR
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

Relatório Final de Atividades

Análise do Comportamento Geotécnico de um Solo


Característico de Curitiba/PR Tratado com Resíduo de
Cerâmica Vermelha e Cal
vinculado ao projeto
Estudo dos Parâmetros-chave no controle do comportamento
mecânico de misturas solo-resíduo-cal

Kalebe de Almeida Hondo


Voluntário
Engenharia Civil
Data de ingresso no programa: 11/2017
Prof(ª). Dr(ª). Amanda Dalla Rosa Johann

Área do Conhecimento: Engenharia I

CAMPUS CURITIBA, 2018


KALEBE DE ALMEIDA HONDO
AMANDA DALLA ROSA JOHANN

Análise do Comportamento Geotécnico de um Solo


Característico de Curitiba/PR Tratado com Resíduo de
Cerâmica Vermelha e Cal

Relatório de Pesquisa do Programa de


Voluntariado Iniciação Científica da
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná.

CURITIBA, 2018
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 1
MATERIAIS E MÉTODOS 1
RESULTADOS E DISCUSSÕES 2
CONCLUSÕES 9
REFERÊNCIAS 9
INTRODUÇÃO

O solo é um dos grandes alicerces da engenharia civil e na maioria das vezes é


utilizado como base de estruturas. O seu estudo é de suma importância, pois se trata de
um material complexo e muito variável. Às vezes, o solo é inadequado para ser utilizado
em construções, neste caso é necessário à sua substituição ou o seu tratamento para
adequá-lo as exigências projetuais (JOHANN, 2013) [1].
A Formação Guabirotuba é uma formação geológica da Bacia Sedimentar de
Curitiba, da qual é a principal unidade estratigráfica. Os sedimentos desta Formação são
encontrados na região metropolitana de Curitiba/PR, abrangendo os municípios de
Curitiba, Campo Largo, Colombo, Almirante Tamandaré, Pinhais, Piraquara, Campina
Grande do Sul, Quatro Barras, Araucária, Fazenda Rio Grande, São José dos Pinhais e
Tijucas do Sul, com uma área de aproximadamente 900 km². Os solos desta Formação
são constituídos principalmente por solos finos (argilas siltosas, siltes argilosos, etc), e
em geral apresentam consistência elevada, porém constituem planos de fraqueza durante
o manuseio (KORMANN, 2002) [2].
O uso da cal como aditivo em solos é um dos métodos mais antigos que existem. O
tratamento de solos finos com cal proporciona melhorias significativas na textura e
estrutura do solo, reduz a plasticidade e aumenta a resistência mecânica do mesmo
(CRISTELO, 2001) [3].
Diversos autores relataram que o tratamento de solos da Formação Guabirotuba
com cal proporcionou ganhos na resistência à compressão simples, índice de suporte
Califórnia, resistência à tração, resistência ao cisalhamento, além de reduzir recalques
(BORDIGNON, 2015 [4]; RISSARDI, 2016 [5]; GUÉRIOS, 2013 [6]; CUNHA, 2016 [7]).
Dranka (2016) [8] descreve em sua pesquisa que ao adicionar resíduo de cerâmica
velha (RCV) provenientes da demolição de telhas cerâmicas em um solo da Formação
Guabirotuba fez a plasticidade e expansão do mesmo reduzirem, além de aumentar os
valores do índice de suporte Califórnia.
O objetivo do presente trabalho é estudar um método alternativo de tratamento de
um solo característico de Curitiba com a incorporação de RCV em misturas solo-cal por
meio de ensaios caracterização e de resistência à compressão simples de misturas solo-
RCV-cal.

METODOLOGIA

Materiais.
Solo: o solo analisado em todos os ensaios foi coletado no município de
Curitiba/PR, próximo a UTFPR/Ecoville. A amostra foi destorroada e colocada na
estufa por um período de 24h para ser utilizada no estado seco.
RCV: o resíduo utilizado nesta pesquisa foi o mesmo utilizado por Dranka (2016)
[8]
, obtido de uma residência em demolição, sendo todas as telhas do modelo francesa
(planas de encaixe). Essas peças foram depositadas em uma estufa por 24 horas para que
perdessem a umidade e assim facilitasse o processo de beneficiamento (britagem) do
resíduo.
Cal: foi utilizada cal do tipo hidratada CH-III.
Água: foi empregada água destilada nos ensaios de caracterização e moldagem
dos corpos de prova.
Após a preparação dos materiais foi realizada a mistura solo-RCV-cal, mantendo
o mesmo teor de cerâmica para diferentes teores de cal, para analisar o comportamento
geotécnico do solo. Os teores de cal adotados foram de 0%, 3%. 5%, 7% e 9%, e 0% e
15% de RCV, em relação a massa do solo seco, totalizando 6 misturas. As composições
destas misturas estão descritas na Tabela 1.

Tabela 1 – Composição das Misturas Solo-RCV-Cal
Composição
Mistura
RCV (%) Cal (%)
0C0L 0 0
15C0L 15 0
15C3L 15 3
15C5L 15 5
15C7L 15 7
15C9L 15 9

Métodos.
A análise granulométrica do solo e do resíduo foi preconizada pela NBR
7181/2016 [9].
Os limites de Atterberg foram determinados conforme a NBR 7180/2016 [10] e
NBR 6459/2016 [11].
A determinação da massa específica real dos grãos (Gs) do solo, foi realizado
conforme a NBR 6508/1984 [12], para o RCV e a cal foi feito conforme, NBR NM 23/2001
[13]
.
A NBR 7182/1986 [14] prescreve a preparação das amostras de solo para os ensaios
de compactação nas 3 energias (normal, intermediaria e modificada). Com base nos
parâmetros (peso específico aparente seco máximo e umidade ótima) obtidos na curva de
compactação Proctor (energia normal) do solo natural foi realizada a moldagem dos
corpos de prova das misturas solo-RCV-cal.
Após a pesagem dos materiais e realizada a mistura, foi adicionada a água
destilada até obter homogeneidade. Após realizada a mistura, a composição foi
armazenada em um recipiente lacrado. Três amostras de cada mistura foram retiradas para
verificação da umidade.A amostra foi compactada em um molde cilíndrico (100x50mm),
de modo que cada mistura atingisse o seu peso específico aparente seco desejado. Após
realizada a moldagem, a amostra foi extraída e teve seu peso, altura e diâmetro medidos
para verificação dos parâmetros desejados.As amostras foram envoltas em filme plástico
PVC e colocadas em câmara úmida para o tempo de cura de 28 dias.Foram moldados 3
corpos de prova para cada mistura. Ao todo foram moldados 18 corpos de prova.
O ensaio de resistência à compressão simples foi realizado conforme preconizado
na NBR 12770/1992 [15].

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Caracterização dos materiais.


A curva granulométrica do solo natural obtida está ilustrada na Figura 1.
Figura 1. Curva Granulómetrica do Solo

Pela curva granulométrica obtida, tem-se aproximadamente a seguinte


composição:
 0% de pedregulho;
 8% de areia grossa;
 20% de areia média;
 17% de areia fina;
 51% de silte, e;
 4% de argila.

A Figura 2 apresenta a curva granulométrica do RCV obtida por Dranka (2016).

Figura 2. Curva Granulométrica do RCV


Por meio da curva granulométrica, tem-se a seguinte composição:
 22% correspondente a pedregulho;
 17% correspondente a areia grossa;
 12% correspondente a areia média;
 8% correspondente a areia fina;
 29% correspondente a silte, e;
 12% correspondente a argila.

Limite de Liquidez.
O limite de liquidez (LL) é expresso pelo teor de umidade correspondente a 25
golpes de uma reta ajustada.O intervalo do eixo horizontal é de 25 golpes, para melhor
entendimento. O resultado da mistura 0C0L é apresentado na Figura 3.

0C0L
0.56

0.54
Umidade (%)

0.52

0.5
R² = 0.9972
0.48

0.46
10 100
Número de Golpes (N)

Figura 3. Limite de Liquidez da Mistura 0C0L

Com o ajuste de reta, obteve-se que o valor de 51% de umidade para 25 golpes,
logo, o LL do o solo natural é de 51%. Na Figura 4 é apresentado o resultado para a
mistura 15C0L.

15C0L

46.50%
Umidade (%)

45.50%

44.50%

43.50%
R² = 0.8923
42.50%
10 100
Número de Golpes (N)

Figura 4. Limite de Liquidez da Mistura 15C0L

Com o ajuste da reta, o LL da mistura de solo com 15% de RCV foi de 45%. Na
Figura 5, é apresentado o resultado para a mistura 15C3L.
15C3L
46.00%
45.50%
45.00%

Umidade (%) 44.50%


44.00%
43.50%
R² = 0.9448
43.00%
42.50%
10 100
Número de Golpes (N)

Figura 5. Limite de Liquidez da Mistura 15C3L

Com o ajuste da reta, o LL da mistura 15C3L é de 44%. Na Figura 6, é apresentado


o resultado da mistura 15C5L.

15C5L
45.00%
44.50%
44.00%
43.50%
Umidade (%)

43.00%
42.50% R² = 0.8283
42.00%
41.50%
41.00%
40.50%
40.00%
39.50%
39.00%
38.50%
10 100
Número de Golpes (N)

Figura 6. Limite de Liquidez da Mistura 15C5L

Com o ajuste da reta, o LL da mistura 15C5L foi de 44%. Na Figura 7, é


apresentado o resultado da mistura 15C7L.
15C7L
48.00%
47.00%
46.00%

Umidade (%)
45.00%
44.00% R² = 0.9353
43.00%
42.00%
41.00%
40.00%
10 100
Número de Golpes (N)

Figura 7. Limite de Liquidez da Mistura 15C7L

Com o ajuste da reta, o L.L. da mistura 15C7L foi de 43%. E por fim, na Figura
8, é apresentado o resultado da mistura 15C9L.

15C9L
0.485

0.48
Umidade (%)

0.475
R² = 0.9249
0.47

0.465

0.46

0.455
10 100
Número de Golpes (N)

Figura 8. Limite de Liquidez da Mistura 15C9L

Com o ajuste da reta, o LL da mistura 15C9L foi de 47%. Os valores obtidos do


L.L. estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 – LL das Misturas Solo-RCV-Cal


Mistura LL (%)
0C0L 51
15C0L 45
15C3L 44
15C5L 44
15C7L 43
15C9L 47

Limite de Plasticidade.
Os resultados do limite de plasticidade (LP) das misturas estão apresentados na
Tabela 3, o valor de 15% de RCV é constante para todas as misturas.
Tabela 3 – LP das Misturas Solo-RCV-Cal
Mistura LP (%)
0C0L 40
15C0L 45
15C3L 41
15C5L 39
15C7L 41
15C9L 38

Índice de Plasticidade.
Na Tabela 4 está descrito o resultado do Índice de Plasticidade (IP) das misturas
estudadas.

Tabela 4 – IP das Misturas Solo-RCV-Cal


Mistura LL (%) LP (%) IP (%)
0C0L 51 40 11
15C0L 45 45 NP
15C3L 44 41 3
15C5L 44 39 5
15C7L 43 41 2
15C9L 47 38 9

Massa Específica Real.


Os valores da massa específica real (Gs) do solo, RCV e cal estão apresentados
na Tabela 5.

Tabela 5 – Massa Específica Real dos Grãos


Material Gs (g/cm³)
Solo 2,72
RCV 2,62
Cal 2,39

Para as misturas solo-RCV-cal foi realizado o cálculo do Gs por média ponderada,


conforme apresentada na Tabela 6.

Tabela 6 –Massa Específica Real das Misturas


Mistura Gs (g/cm³)
15C0L 2,71
15C3L 2,70
15C5L 2,69
15C7L 2,69
15C9L 2,68

Compactação.
A Figura 9 apresenta o gráfico de compactação Proctor, apenas os dados da
energia normal foram utilizados para a moldagem dos corpos de prova.
Figura 9. Curvas de Compactação do Solo Natural

O peso específico aparente seco máximo (Yd) e a umidade ótima (Wótima) de


compactação obtidos foram:
 Yd = 14,70 kN/m3, e;
 Wótima = 27,8%.

Compressão Simples.
Na Figura 10 apresenta-se os valores médios de resistência à compressão
simples (qu) obtidos das misturas solo-RCV-cal.

1400.00
Resistência à Compressão Simples (KPa)

1200.00
1176.26
1000.00

800.00

600.00 712.57

400.00 519.09
424.48
342.65
200.00 296.62

0.00
0C0L 15C0L 15C3L 15C5L 15C7L 15C9L
Misturas

Figura 10. Resistência à Compressão Simples das Misturas

Por meio da Figura 10, nota-se que apenas a incorporação de RCV no solo
(mistura 15C0L) proporcionou uma redução na resistência do solo natural (mistura
0C0L), enquanto todas as misturas de solo com RCV e cal apresentaram aumentos de até
3,4 o valor de qu da mistura com apenas solo natural.
CONCLUSÕES

As misturas solo-RCV-cal analisadas neste estudo apresentaram acréscimo de


até 3,4 na resistência à compressão simples em relação ao solo natural, mostrou-se ser
uma alternativa de solo tecnicamente viável. Além disso, a incorporação de RCV e de
cal reduziram o Gs e a plasticidade do solo.
Do ponto de vista econômico o emprego do RCV e da cal no solo proporciona
redução de custos, sendo possível o tratamento do solo local para adequar-se ao projeto.
E do ponto de vista ambiental, evita-se o descarte de RCV e a exploração de jazidas, ou
seja, proporciona a redução de impactos ambientais.

REFERÊNCIAS

[1] JOHANN, Amanda Dalla Rosa. Metodologias para a Previsão do Comportamento


Mecânico e para a Análise da Variação da Porosidade de um Solo Siltoso Tratado
com Cal em Diferentes Tempos de Cura. Tese (Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil) – UFRS Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do
Sul, 2013. 271 p.
[2] MORALES KORMANN, Alessander Christopher. Comportamento geomecânico
da Formação Guabirotuba: estudos de campo e laboratório. 2002. Tese (Doutorado
em Engenharia Geotécnica) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2002.
[3] CRISTELO, N. C. Estabilização de solos residuais graníticos através da adição de
cal. Dissertação. Portugal, 2001. (Mestrado em Engenharia Civil). Universidade do
Minho, Portugal, 2001.
[4] BORDIGNON, V. R. Efeitos da Adição da Cal Hidratada na Estabilização de um
Solo Sedimentar para Pavimentação Urbana na Região de Curitiba. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná –
UTFPR, Curitiba, PR, 2015. 126.
[5] RISSARDI, J. L. Análise da Resistência à Tração de um Solo da Formação
Guabirotuba Estabilizado com Cal. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia
Civil – UTFPR, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, PR. 2016. 88 p.
[6] GUÉRIOS, E. M. Estudo do Melhoramento de Solo com Adição de Cal Hidratada
para Uso em Pavimento Urbano. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Civil
– UTFPR, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, PR. 2013. 70p.
[7] CUNHA, G. H. R. I. Estudo de Compressibilidade de um Solo da Formação
Guabirotuba Estabilizado com Cal. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia
de Produção Civil – UTFPR, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, PR.
2016. 62 p.
[8] DRANKA, Ricardo Bazzani. Melhoramento de Solo com uso de Telha Cerâmica
Moída Oriunda de Resíduos de Construção e Demolição (RCD). Trabalho de
Conclusão de Curso em Engenharia Civil – UTFPR, Universidade Tecnológica Federal
do Paraná. Curitiba, PR. 2016. 95 p.
[9] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7181: Solo -
Análise Granulométrica. Rio de Janeiro, RJ. 1988. 13p.
[10] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7180: Solo –
Determinação do Limite de Plasticidade. Rio de Janeiro, RJ. 2016. 3p.
[11] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6459: Solo –
Determinação do Limite de Liquidez. Rio de Janeiro, RJ. 2016. 6p.
[12] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6508: Grãos de
Solo que Passam na Peneira de 4,8mm - Determinação da Massa Específica. Rio de
Janeiro, RJ. 1984. 8p.
[13] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 23. Cimento
Portland e Outros Materiais em Pó - Determinação da Massa Específica. Rio de
Janeiro, RJ. 2001. 5p.
[14] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7182: Solo -
Ensaio de Compactação. Rio de Janeiro, RJ. 1986. 10p.
[15] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12770. Solo
coesivo - Determinação da resistência à compressão não confinada - Método de
ensaio. Rio de Janeiro, RJ. 1992. 4p.

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Nome Orientador e Assinatura Nome Aluno e Assinatura

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