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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT


ENGENHARIA CIVIL

ALVENARIA ESTRUTURAL

JOINVILLE
2015
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT
ENGENHARIA CIVIL

ALVENARIA ESTRUTURAL

Trabalho de pesquisa apresentado à


disciplina de Projeto de Alvenaria
Estrutural do curso de Engenharia Civil do
Centro de Ciências tecnológicas – UDESC

JOINVILLE
2015
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Bloco cerâmico estrutural vazado. ............................................................ 11

Figura 2 – Bloco cerâmicos estruturais. .................................................................... 12

Figura 3 - Blocos de concreto vazados. .................................................................... 14

Figura 4 - Blocos Cerâmicos Especiais. .................................................................... 15

Figura 5 - Blocos de Concreto especiais. .................................................................. 15

Figura 6 - Argamassa de assentamento de bloco na prática. ................................... 17

Figura 7 – Aplicação de graute.................................................................................. 18

Figura 8 – Resumo e sequência das atividades de um projeto. ............................... 20

Figura 9 - Planta baixa de modulação. ...................................................................... 22

Figura 10 – Amarração direta (de borda ou em “L”). ................................................. 23

Figura 11 – Amarração de borda ou em “T”. ............................................................. 23

Figura 12 – Desenho dos tipos de amarração de blocos. ......................................... 24

Figura 13 - Parthernon, na Grécia. ........................................................................... 27

Figura 14 - Muralha da China. ................................................................................... 27

Figura 15 – Conjunto Habitacional Central Parque Lapa. ......................................... 28

Figura 16 - Igreja de Notre Dame, em Paris. ............................................................. 28

Figura 17 - Edifício Jardim Prudência. ...................................................................... 29


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensões nominais de blocos de vedação e estruturais, comuns e


especiais. .................................................................................................................. 11

Tabela 2 - Resistência à compressão de blocos cerâmicos. ..................................... 13

Tabela 3 - Dimensões para Blocos de Concreto. ...................................................... 14


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 6

1.1 OBJETIVO DO TRABALHO ................................................................................................. 7

2 ALVENARIA ESTRUTURAL ..................................................................................... 7

2.1 CONCEITO E DEFINIÇÃO ................................................................................................... 7


2.2 A ALVENARIA ESTRUTURAL NO BRASIL .......................................................................... 8
2.3 MATERIAIS UTILIZADOS ................................................................................................. 10
2.3.1 Blocos Cerâmicos ......................................................................................................... 10
2.3.2 Blocos de Concreto ....................................................................................................... 13
2.3.3 Blocos Especiais Cerâmicos e de concreto ................................................................... 15
2.3.4 Argamassa de assentamento ......................................................................................... 15
2.3.5 Graute ........................................................................................................................... 17
2.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS ..................................................................................... 19
2.4.1 Vantagens ..................................................................................................................... 19
2.4.2 Desvantagens ................................................................................................................ 19
2.5 PROJETOS ....................................................................................................................... 19
2.5.1 Projeto Arquitetônico.................................................................................................... 21
2.5.2 Projeto Hidrossanitário ................................................................................................. 24
2.5.3 Projeto Elétrico ............................................................................................................. 25

3 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 26
6

1 INTRODUÇÃO

A alvenaria estrutural é considerada uma técnica construtiva bastante antiga e


tradicional, utilizada pelo homem desde a antiguidade onde o principal elemento
utilizado era a rocha que era facilmente encontrada na natureza pelo processo de
extração. A partir de 4.000 a.C. percebeu-se que a argila quando úmida apresentava
características plásticas, mais fácil de ser trabalhada, podendo assim moldar objetos
que tivessem uma boa forma geométrica para fixação, propiciando assim a produção
de tijolos.
Algum tempo depois, os romanos desenvolveram a argamassa de cal,
utilizada não só no assentamento, como também no revestimento. Ao longo dos
séculos, obras monumentais foram construídas em diversas partes do mundo,
demonstrando a capacidade de suportar cargas da alvenaria. O Parthenon, na
Grécia, construído entre 480 a.C. e 323 a.C. e a Muralha da China, construída no
período de 1368 a 1644, são alguns exemplos de utilização desta técnica construtiva
(YOSHITO, 2005).

Grandes obras foram construídas no decorrer dos séculos utilizando essa


técnica de construção. Entretanto, devido à ausência de procedimentos de
dimensionamento, estas estruturas eram muito robustas e pouco econômicas. Essas
construções eram erguidas seguindo regras puramente empíricas e intuitivas,
baseadas nos conhecimentos adquiridos ao longo do tempo.

Segundo relatos de Prudêncio et al. (2002), mesmo que houvesse alguns


avanços, como o surgimento dos blocos de concreto, criados e patenteados por
Gibbs na Inglaterra, em 1850, somente por volta de 1950 é que ocorre a chegada da
alvenaria estrutural propriamente dita, ou seja, aquela concebida a partir de teorias
de cálculo.

A responsabilidade pela revolução nesta área é creditada a Paul Haller


(Suíça), quando em 1951 dimensionou e construiu um edifício de 13 andares (41,4
m de altura) na cidade da Basileia, sendo 12 andares em alvenaria não armada, com
paredes internas de 15 cm de espessura e externas de 37,5 cm. Na mesma época,
nos Estados Unidos, a produção de blocos vazados de concreto já superava a de
tijolos cerâmicos, impulsionada pelo desenvolvimento das máquinas vibro prensas
automáticas concebidas por Jesse Besser em 1904 (YOSHITO, 2005).
7

A partir do ano de 1950, alguns códigos de obras e normas contendo


procedimentos de cálculo foram criados na Europa e América do Norte, fazendo com
que a alvenaria estrutural apresentasse um crescimento marcante em todo o mundo.

1.1 Objetivo do Trabalho

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica que
aborda um pouco sobre o que é, como funciona a alvenaria estrutural, suas
vantagens e desvantagens e os principais materiais utilizados nesta técnica
construtiva, que já é utilizada há milhares de anos e que exige um grau de atenção
elevado, principalmente em relação aos projetos.

2 ALVENARIA ESTRUTURAL

2.1 Conceito e Definição

Segundo Nascimento Neto (1999), o termo alvenaria estrutural refere-se ao


tipo de construção cuja resistência depende unicamente das unidades de alvenaria
argamassadas (blocos de concreto, blocos cerâmicos, tijolos cerâmicos maciços,
etc.) com grande capacidade resistente à compressão. Essas unidades devem agir
como uma combinação íntegra para resistir aos esforços de compressão, bem como
aos esforços cortantes.
Para Camacho (2006) o conceito de Alvenaria Estrutural se dá como o
processo construtivo na qual, os elementos que desempenham a função estrutural
são de alvenaria, sendo os mesmos projetados, dimensionados e executados de
forma racional (CAMACHO, 2006).
Para Tozzini (2013) a alvenaria estrutural é um processo construtivo em que
as paredes de alvenaria e as lajes funcionam estruturalmente em substituição aos
pilares e vigas utilizados nos processos construtivos tradicionais. As paredes devem
ser dimensionadas para suportar as cargas dos pisos, sendo assim capacidade da
parede é resultado do conjunto de seus materiais constitutivos, ou seja, o bloco de
concreto e cerâmico, a argamassa e o graute.

A alvenaria estrutural é um processo construtivo em que as paredes atuam


como a própria estrutura da edificação e têm a função de resistir às cargas verticais,
bem como às cargas laterais. As cargas verticais são devidas ao peso próprio da
8

estrutura e às cargas de ocupação. As cargas laterais, por sua vez, originam-se da


ação do vento e/ou do desaprumo. Estas são absorvidas pelas lajes e transmitidas
às paredes estruturais paralelas à direção do esforço lateral (ROMAN et al., 2005).

Este tipo de estrutura pode ser dividido em 2 (dois) tipos:

 Alvenaria Estrutural Não Armada: Este sistema vem sendo tradicionalmente


utilizado em edificações de pequeno porte, como residências e prédios de até
8 (oito) pavimentos. Existem normas tanto para o cálculo estrutural (NBR
10837 – “Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto”)
como para a execução (NBR 8798 – “Execução e controle de obras em
alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto”). O tamanho do bloco a
ser utilizado é definido na fase de projeto pois é necessária a paginação de
cada uma das paredes da edificação. Na alvenaria estrutural não armada à
análise estrutural não deve acusar esforços de tração.
 Alvenaria Estrutural Armada: Pode ser adotada em edificações com até
mais de 20 pavimentos. São normalmente executados com blocos vazados
de concreto ou cerâmicos, sendo a execução e o projeto regidos pelas
mesmas normas citadas anteriormente. O tamanho do bloco a ser utilizado,
assim como na alvenaria não armada, é definido na fase de projeto pois
também é necessária a paginação de cada uma das paredes da edificação.

2.2 A Alvenaria Estrutural no Brasil

Há registros na história brasileira de que as primeiras técnicas de alvenaria


tinham como utilização a Taipa que nada mais é do que compactar a terra, socando-
a, para que essa obtenha rigidez para aguentar as cargas verticais e laterais. Mas
para que isso acontecesse ela requeria uma espessura relativamente grande, muitas
vezes até exagerada, fazendo com que as paredes ficassem extremamente
espessas e os espaços internos muito reduzidos.
À medida que as cidades foram se desenvolvendo, a busca por novos
métodos de construção tornaram-se necessárias para que se seguisse um padrão
estético e cultural que se adequasse às mudanças econômicas que estavam
acontecendo no país. São Paulo era a cidade brasileira que tinha o maior índice de
modernização e desenvolvimento e o estado foi o grande precursor deste sistema
construtivo.
9

Só a partir da década de 60 é que ela começou a ganhar forças no Brasil,


visto que devido à possibilidade de construir figuras extremamente esbeltas com a
utilização do concreto armado, a técnica de alvenaria foi ficando para construções
de pequeno porte e as pesquisas, de certa forma, estagnaram. Mas em 1966, na
cidade de São Paulo, foi construído um conjunto habitacional chamado Central
Parque da Lapa que possuía 4 pavimentos feitos em alvenaria armada e blocos de
concreto com espessura de 19 cm. De acordo com Kalil (2007), estima-se que foram
construídos no Brasil entre 1964 e 1966, mais de dois milhões de unidades
habitacionais em alvenaria estrutural.
Até a década de 70, os projetistas e calculistas brasileiros não ousavam
construir edifícios com mais de quatro pavimentos, realidade que só mudou com a
vinda de um projetista norte-americano para o Brasil. O primeiro edifício de alvenaria
estrutural não armada construído foi o Edifício Jardim Prudência que possui 9
pavimentos com paredes de 24 cm de espessura feitas com blocos silico-calcários.
O grande estouro da Alvenaria estrutural ocorreu na década de 80 com a
construção de inúmeros Conjuntos Habitacionais, desta forma ela ficou
caracterizada como um sistema de construção para a baixa renda, pois ela fornecia
uma grande redução dos custos das construções. Mesmo com a caracterização de
baixa renda, em 1988, foram construídos em São Paulo 12 edifícios no bairro do
Brás, com 19 pavimentos. De acordo com Silva (2004), com o aprimoramento das
técnicas com a utilização dos blocos estruturais, o mercado começa a dar espaço
para novas edificações.
Atualmente, no Brasil, a Alvenaria estrutural já possui um mercado
consolidado, certamente não é tão usada quanto o Concreto Armado, mas por ser
uma técnica segura e de rápida construção, muitas empresas estão apostando nela
para a redução de custos e otimização de prazos. De acordo com Kalil (2007) com a
abertura de novas fábricas de materiais assim como o desenvolvimento de
pesquisas com a parceria de empresas do ramo (cerâmicas, concreteiras, etc.)
fazem com que, a cada dia mais, construtores utilizem e se interessem pelo sistema.
10

2.3 Materiais utilizados

A alvenaria é um sistema construtivo que utiliza peças industrializadas de


dimensões e peso que as fazem manuseáveis, ligadas por argamassa, tornando o
conjunto monolítico (KALIL, 2007).

2.3.1 Blocos Cerâmicos

O bloco cerâmico é um componente industrializado que tem como


componente a argila. É um bloco inteiramente natural e sua composição utiliza
somente a matéria prima, água, ar e fogo. É queimado a uma temperatura de
aproximadamente 900ºC e depois resfriado lentamente para que não haja fissuras.
O bloco cerâmico estrutural oferece melhor resistência térmica, mecânica e acústica,
além de possuir um peso menor do que os blocos de concreto o que garante mais
facilidade para o trabalho.
De acordo com a NBR 15270-2, o bloco cerâmico estrutural deve trazer,
obrigatoriamente, gravada em uma das suas faces externas, a identificação do
fabricante e do bloco, em baixo relevo, com caracteres de no mínimo 5 mm de
altura, sem que prejudique o seu uso. É extremamente importante que os blocos
estruturais não apresentem trincas, rachaduras, superfícies irregulares, deformações
ou quebras que impeçam a sua utilização como peça estrutural.
Esses blocos devem ter seus furos dispostos na direção vertical, pois quando
o bloco possui furos na horizontal a ruptura ocorre de forma brusca e frágil, e
quando os furos estão na vertical eles apresentam indícios da situação de colapso.
A razão pela utilização de furos verticais ou horizontais está na diferença do
mecanismo de ruptura de ambos.
O bloco cerâmico estrutural deve possuir a forma de um prisma reto, sendo
sua geometria indicada na Figura 1.
11

Figura 1 - Bloco cerâmico estrutural vazado.

Fonte: Tavares (2011).


A Tabela 1 demonstra as dimensões para blocos cerâmicos de vedação e
estruturais conforme a NBR 7171.

Tabela 1 - Dimensões nominais de blocos de vedação e estruturais, comuns e


especiais.

Fonte: NBR 7171.


12

A seguir são apresentadas (Figura 2) as dimensões dos blocos cerâmicos


estruturais encontrados no mercado e portanto os mais implementados nas
edificações em alvenaria estrutural.
Figura 2 – Bloco cerâmicos estruturais.
13

2.3.1.1 Propriedades Mecânicas


A tabela 3 da NBR 7171 “Bloco Cerâmico para Alvenaria” fornece a
resistência à compressão mínima dos blocos cerâmicos e os classifica de A a F,
conforme a Tabela 2 a seguir.

Tabela 2 - Resistência à compressão de blocos cerâmicos.

* Área bruta representa a área de qualquer uma das faces.


Fonte: NBR 7171.

2.3.2 Blocos de Concreto

De acordo com FKComércio (2001) blocos de concreto são materiais básicos


de construção. Recentemente, o bloco de concreto de cor cinza recebeu inovação e
apresentam novas variedades de tamanhos, formas, cores e texturas. Dessa forma,
proporcionam construções belíssimas e ótimas aplicações funcionais como para
vedação, estrutural, térmica e acústica, o que garante popularidade entre os
construtores, engenheiros e principalmente arquitetos devido à flexibilidade de
criação para atender projetos de residências, hospitais, escolas, edifícios comerciais
e residenciais de médio e alto padrão.
Assim como os blocos cerâmicos, os blocos de concreto também devem
possuir uma característica prismática, como é mostrado na Figura 3.
14

Figura 3 - Blocos de concreto vazados.

Fonte: Tavares (2011).

Tabela 3 - Dimensões para Blocos de Concreto.

Fonte: NBR 6136.


2.3.2.1 Propriedades Mecânicas

A NBR 6136 “Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural”


classifica os blocos de concreto em classe A e B.
Os blocos de classe A são aplicados às alvenarias externas, sem
revestimento, devendo o bloco possuir resistência característica à compressão maior
do que 6 MPa, além de sua capacidade de vedação. Os blocos de classe B são
aplicados às alvenarias internas ou externas com revestimento devendo possuir
resistência característica à compressão de no mínimo 4,5 Mpa.
Existem blocos com características especiais referentes à resistência de
compressão mínima. Esses chegam a ter resistência de 12 à 15 MPa, e em alguns
casos podendo atingir até 20 MPa.
15

2.3.3 Blocos Especiais Cerâmicos e de concreto

Os blocos especiais não são blocos definidos por norma, são apenas criações
de algumas empresas para facilitar o manuseio e evitar cortes e quebras de blocos.
São exemplos de blocos especiais, o Bloco Elétrico que permite a passagem dos
conduites sem que haja corte da alvenaria, o Bloco Hidráulico e o Bloco a 45º muito
utilizado na amarração dos cantos das paredes, como mostra nas Figuras 4 e 5.

Figura 4 - Blocos Cerâmicos Especiais.

Fonte: FK Comércio (2011).

Figura 5 - Blocos de Concreto especiais.

Fonte: FK Comércio (2011).


2.3.4 Argamassa de assentamento

A argamassa é o material utilizado na ligação entre os blocos fazendo com


que não haja pontos de concentração de tensões. São compostas basicamente por
um ou mais aglomerantes, como cimento e a cal, por um agregado miúdo, areia, e
água o suficiente para produzir uma mistura plástica com boa trabalhabilidade.
A argamassa tem como função principal unir os blocos, garantir a vedação,
propiciar aderência com as armaduras nas juntas, e compensar as variações de
dimensões entre as unidades.
16

Apesar de a argamassa usada possuir os mesmos componentes do concreto,


valem a pena salientar que elas possuem funções bastantes diferentes uma da
outra. Para o concreto, o objetivo é obter a maior resistência à compressão, para as
argamassas o objetivo é de transferir as tensões de maneira uniforme entre os
blocos, por isso a importância de se ter uma dosagem certa de material, pois tanto
uma argamassa muito fraca como uma argamassa muito forte podem ter resultados
péssimos para as construções.
Assim, segundo Camacho (2006), seguindo uma regra básica:
“Não se deve usar argamassa que tenha resistência à compressão superior à
exigida pelo projeto estrutural, e entre as que sejam compatíveis com as exigências
de desempenho da obra, deve-se selecionar sempre a mais fraca".

Os principais componentes da argamassa são:

 Cimento: São utilizados cimentos Portland Comum (CP-I), Composto (CP-II)


e Alta Resistência Inicial (CPV). Podem ser utilizados ainda outros tipos de cimento,
como o Cimento Portland Pozolânico (CPIV) e Alto-Forno (CP-III). Tem a função de
propiciar resistência às argamassas, aumentar a aderência, colaborar em sua
trabalhabilidade e retenção de água. Quando utilizado cimento em excesso, se
aumenta muito a contração da argamassa, prejudicando a durabilidade da
aderência, devido ao fato de quanto maior a quantidade de cimento maior o calor de
hidratação na argamassa. Esse excesso de calor de hidratação causa a retração da
argamassa, ocasionando em trincas e fissuras. Os cimentos com maior superfície
específica tornam as argamassas mais trabalháveis e com maior retenção de água.
As argamassas produzidas com os cimentos CP-III e CP-IV tem a tendência de ser
tecnicamente melhores do que as argamassas executadas com os outros tipos de
cimento, devido ao seu endurecimento mais lento, propiciando argamassas com
maior capacidade de absorver pequenas deformações.
 Cal: Nas argamassas de assentamento é utilizada a cal hidratada com uma
porcentagem de componentes ativos (CaO e MgO) superior a 88%. Estudos
realizados pelo IPT-ABCP concluíram que a cal hidratada comercializada no Brasil
não possui em muitos casos boa qualidade e não atendem ao especificado na
norma brasileira. Podem ser utilizadas também cales extintas em obra, capazes de
produzir argamassas de melhor qualidade final. A adição de cal à argamassa
confere a ela plasticidade, retenção de água, coesão e extensão da aderência.
17

 Areia: A areia permite aumentar o rendimento (ou reduzir o custo da


argamassa) e diminuir os efeitos prejudiciais do excesso de cimento, atuando como
agregado inerte na mistura. As areias grossas aumentam a resistência à
compressão da argamassa, enquanto as areias finas reduzem a resistência, porém
aumentam a aderência, sendo portanto preferíveis em alvenaria estrutural.
 Água: A água é o elemento que permite o endurecimento da argamassa pela
hidratação do cimento. É responsável por uma qualidade fundamental no estado
fresco da argamassa, a trabalhabilidade. A água deve ser dosada a uma quantidade
que permita o bom assentamento das unidades, não causando segregação dos seus
constituintes.

A Figura 6 demonstra a aplicação correta da argamassa de assentamento dos


blocos.
Figura 6 - Argamassa de assentamento de bloco na prática.

Fonte: ABCP (2003).

2.3.5 Graute

O graute é uma mistura de materiais, os mesmos utilizados para produzir


concreto convencional, porém as diferenças estão no tamanho do agregado (mais
fino, 100% passando na peneira 12,5 mm) e na relação água/cimento.
Segundo a NBR 8798, o graute é definido como o elemento para
preenchimento dos vazios dos blocos e canaletas para a solidarização da armadura
a estes componentes aumento e capacidade portante (ABNT, 1985).
O graute é composto de agregado miúdo, agregado graúdo, cimento, água, e
cal, com no máximo 10% do volume de cimento, ou outra propriedade que confira a
trabalhabilidade e retenção de água de hidratação à mistura. O graute é considerado
18

grosso quando o agregado graúdo possui dimensão maior que 4,8 mm e fino
quando possui dimensão menor do que 4,8 mm.
Ele tem como finalidade proporcionar a integração da armadura com a
alvenaria em situações de alvenaria estrutural armada e/ ou simplesmente aumentar
a resistência da parede quando essa necessitar, sem a necessidade de que se
aumente a resistência dos blocos.
Segundo Arantes e Cavalheiro (2004) o grauteamento de paredes de
alvenaria estrutural não armada tem se mostrado como uma prática adotada por
alguns calculistas para aumentar a capacidade de carga da alvenaria. Cabe salientar
que o graute deve proporcionar um desempenho estrutural compatível com a
alvenaria armada e ainda assegurar a aderência à armadura vertical e horizontal
além de protegê-las contra corrosão.
Para executar o grauteamento deve-se tomar alguns cuidados, como dito
anteriormente, isto é, deve-se abrir um nicho no bloco da primeira fiada para limpeza
da área aderente, e, também, um cuidado especial com a argamassa de
assentamento para que esta não se misture com dois tipos de material diferentes. A
célula onde será grauteada (Figura 7) tem que estar limpa e livre de qualquer coisa
que possa ocupar o lugar do graute.
Figura 7 – Aplicação de graute.

Fonte: ABCP (2003).

Feita a limpeza, o graute é colocado no interior da célula com a ajuda de um


funil para evitar desperdícios e que algum material externo se misture
19

2.4 Vantagens e Desvantagens

2.4.1 Vantagens

A alvenaria estrutural tem como vantagem a economia de espaço e preço


com madeira para fôrmas, pois uma vez que não há necessidade de vigas e pilares
o uso de madeiras para caixarias torna-se muito menor.
Não havendo pilares e vigas o consumo de concreto e ferragens reduz
consideravelmente e com isso há uma economia, não só de material, mas também
de mão de obra com carpinteiros e armadores.
A redução de custos, segundo a literatura, pode chegar a casa dos 30%.
Os projetos são extremamente detalhados, sendo assim há uma facilidade de
entendimento e construção por parte dos profissionais.
Advindo da facilidade de construção vem a rapidez com que se é executado.
Esse tipo de alvenaria possui ótimas características de isolamento térmico e
acústico.
Reduz a diversidade de mão de obra qualificada visto que se é necessário
basicamente que se tenham bons profissionais no assentamento da alvenaria,
diferente do que ocorre em estruturas de concreto armado.

2.4.2 Desvantagens

As maiores desvantagens da alvenaria estrutural são: a limitação do projeto


arquitetônico que não permite obras muito arrojadas, os vãos livres utilizados nesse
tipo de construção são muito limitados, deve-se ter juntas de controle e dilatação a
cada 15m, a impossibilidade de se efetuar grandes modificações do projeto
arquitetônico original, como por exemplo, derrubar uma parede para aumentar uma
sala, fazer uma porta nova ou uma nova janela, havendo desse modo, uma grande
restrição nesse sentido.

2.5 Projetos

Em um projeto de alvenaria estrutural é de suma importância que se haja a


compatibilização dos projetos da edificação (arquitetônico, elétrico, hidro sanitário e
incêndio), com a finalidade de reduzir as possíveis interferências e fazendo com que
a execução da obra seja simples e direta.
20

Projetos em alvenaria estrutural que não possuem uma boa compatibilização


podem acarretar em problemas sérios para a obra, pois, como foi apresentado
anteriormente, cada bloco tem a sua finalidade estrutural única, então se deve evitar
ao máximo, se possível totalmente, fazer rasgos na alvenaria e “improvisações” no
canteiro de obras, qualquer problema que se venha a ter durante a execução deve-
se imediatamente contatar os projetistas para que avaliem a melhor situação de
correção.
Segundo Tauil e Nese (2010), o projeto de alvenaria estrutural, pela sua
importância no todo da edificação, é o desenho preciso de cada lâmina de parede
que sustentará a edificação trabalhando em conjunto com outras em todos os
sentidos e nas 3 direções ou coordenadas. É o projeto que substitui a estrutura de
concreto formada por pilares e vigas. Além disso, é o projeto que determina os vãos
modulares de janelas, portas e todas as demais interferências da edificação, como
localização de instalações, espaços comuns no térreo, elevadores, posição de
caixas d’água até vagas de garagem, tudo é dimensionado para a medida modular
da alvenaria. A Figura 8 apresenta as principais etapas de um projeto para alvenaria
estrutural.
Figura 8 – Resumo e sequência das atividades de um projeto.

Fonte: Tauil e Nese, (2010).


21

2.5.1 Projeto Arquitetônico

É através do projeto arquitetônico que se tem a quantidade e disposição das


peças. É a base para a realização dos outros projetos, consequentemente o sucesso
do empreendimento está diretamente relacionado ao projeto arquitetônico, pois este
se não for adequado afetará diretamente nos outros projetos.
É importante procurar sempre um equilíbrio entre a distribuição das paredes
estruturais para que se obtenha uma simetria. A simetria garante que se tenha uma
estabilidade do edifício em relação as cargas horizontais, ocasionando na
diminuição de esforços de tração. O ideal para uma construção seria que ela fosse o
mais simétrico possível.

2.5.1.1 Modulação

A modulação da alvenaria é o acerto das dimensões em planta e do pé direito


da edificação, em função das dimensões dos blocos, de modo a se evitar cortes ou
ajustes na execução das paredes. Durante a modulação de uma planta deve-se
procurar, sempre que possível, amarrar duas ou mais paredes que se encontram.
É fundamental que se faça a modulação para que se tenha economia e
precisão na hora de construir.
Conforme Kalil (2007), a unidade de alvenaria é definida por três dimensões:
comprimento, largura e altura. O comprimento e a largura definem o módulo
horizontal ou módulo em planta. Já a altura da unidade define o módulo vertical,
adotado nas elevações. É muito importante que o comprimento e a largura sejam
iguais ou múltiplos, assim podemos ter um único módulo em planta, simplificando a
amarração entre as paredes, resultando em uma melhor racionalização ao sistema
construtivo.
A figura 9 mostra um exemplo de uma planta baixa da modulação de uma
pequena residência.
22

Figura 9 - Planta baixa de modulação.

Fonte: Tavares (2011).

2.5.1.2 Amarração

A amarração pode ser classificada em amarração direta ou indireta. A


amarração direta parte do princípio que 50% dos blocos de cada fiada deve penetrar
alternadamente na parede interceptada, enquanto que a amarração indireta é obtida
com o auxílio de barras ou telas metálicas.
A amarração direta (Figura 10) consiste na disposição dos blocos nas fiadas
desde que 50% deles penetrem alternadamente na parede, enquanto que a
amarração indireta necessita do auxílio de barras ou telas metálicas.
23

Figura 10 – Amarração direta (de borda ou em “L”).

Fonte: Tavares (2011).

A amarração de borda ou em “T” (Figura 11) muito utilizada para separar


cômodos de uma habitação, pode ser realizada não somente com blocos da mesma
família, mas com blocos meios, para as fiadas impares, como também por blocos de
menor largura, onde a parede assume pode assumir característica apenas de
isolamento ou acústica.

Figura 11 – Amarração de borda ou em “T”.

Fonte: Tavares (2011).


24

O ideal é que a dimensão do comprimento do bloco seja múltipla da


espessura, pois evita-se a utilização dos blocos especiais facilitando a execução da
amarração das paredes. Mas nem sempre isto ocorre. Nestes casos (Figura 12),
deve-se se proceder com alternativas para alvenaria de amarração ser eficiente,
como por exemplo, a utilização de blocos especiais, os quais não possuem
dimensões normalizadas e que podem ser uma boa solução para estes casos
(MAMEDE; CORRÊA, 2006).
Figura 12 – Desenho dos tipos de amarração de blocos.

Fonte: Camacho (2006).

2.5.2 Projeto Hidrossanitário

Segundo a ABNT NBR 10837 (1989) “Cálculo da Alvenaria estrutural de


Blocos Vazados de Concreto” é proibida a passagem de tubulações que conduzam
25

fluídos dentro das paredes com função estrutural. Sendo assim, faz-se o uso de
Paredes Hidráulicas, que são paredes não-estruturais, ou seja, não podem receber
as cargas advindas das lajes, ou o uso de shafts, podendo ser executado de duas
formas: interrompendo-se a parede para a passagem da tubulação, ou passando
junto à parede estrutural. Eles podem ser fechados com painéis pré-fabricados,
parafusados à parede, permitindo a remoção fácil em caso de verificação e
manutenção.
Cabe salientar a importância de que as áreas frias da edificação sejam
projetadas para que fiquem o mais perto uma da outra, evitando assim o uso
excessivo de shafts.

2.5.3 Projeto Elétrico

O projeto elétrico consiste no acerto de tubulações de eletricidade, interfones,


telefones, internet, alarmes entre outros. Diferente da alvenaria de vedação onde os
furos são na horizontal e, portanto faz-se necessário rasgar a alvenaria, na alvenaria
estrutural, esses eletrodutos passam através dos furos verticais dos blocos, que,
novamente cabe lembrar, o projeto tem que ser preciso e detalhado, para que não
se façam cortes na horizontal.
As dimensões e aberturas das caixas elétricas devem ser informadas ao
projetista estrutural para que esse preveja um possível reforço nas regiões abertas
para que não prejudique a integridade da estrutura.
Segundo Kalil (2007) deve-se ter um cuidado especial quando os pontos de
luz e interruptores forem localizados ao lado das aberturas das portas, pois a
primeira prumada de vazados após a abertura é normalmente grauteada, com isso
não permitindo posterior embutimento das caixas.
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3 CONCLUSÃO

Este presente trabalho serve como uma fonte de pesquisa sobre o sistema de
alvenaria estrutural, pois buscou-se apresentar na literatura todos os aspectos
relativos a sua utilização nas construções das edificações.
A alvenaria estrutural é uma excelente técnica para quem procura a redução
dos custos em uma obra, assim como o seu prazo, porém é um modelo estrutural
que necessita de um bom planejamento que englobe todas as etapas construtivas
de uma obra. Esse método de construção vem ganhando cada vez mais espaço ao
longo dos anos, vem sendo melhorado de maneira mais eficiente, gerando uma
considerável economia de matéria prima e mão de obra e também trata-se de um
sistema construtiva com maior grau de limpeza (gerando menos resíduos) e menos
impactante do ponto de vista ambiental.
Como apresentado neste trabalho, esse tipo de construção é muito
recomendado para inúmeras obras que não apresentem uma arquitetura muito
arrojada, mas principalmente para construções residenciais onde podem ser
executados num curto período de tempo e de uma maneira extremamente eficaz.
27

Figura 13 - Parthernon, na Grécia.

Fonte: World Heritage (2015).

Figura 14 - Muralha da China.

Fonte: Abril (2013).


28

Figura 15 – Conjunto Habitacional Central Parque Lapa.

Fonte: Silva (2004).

Figura 16 - Igreja de Notre Dame, em Paris.

Fonte: Encydia (2011).


29

Figura 17 - Edifício Jardim Prudência.

Fonte: Comunidade da Construção (2015).


30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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alvenaria estrutural – Ensaio à compressão simples: Rio de Janeiro, 1985.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 10837 – Cálculo da


Alvenaria estrutural de blocos Vazados de Concreto: Rio de Janeiro, 1989.

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considerados no projeto dos elementos resistentes. Dissertação (Mestrado). Porto
Alegre,1986. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1986.

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Universidade de São Paulo. 1995.

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2015.

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2015.

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Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2007.

KALIL, Silvia M. B. Alvenaria Estrutural. Disponível em: <


http://www.feng.pucrs.br/professores/soares/Topicos_Especiais_Estruturas_de_Mad
eira/ Alvenaria.pdf >. Acesso em: 23 nov. 2015.

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uma análise da confiabilidade e da conformidade. 2007. Dissertação (Mestrado
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