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Cargo Escriturário

BANCO DO BRASIL

Didatismo e Conhecimento
Índice

Cargo Escriturário
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CONHECIMENTOS BÁSICOS
LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de textos. .................................................................................................................................................. 01


Tipologia textual. ....................................................................................................................................................................................... 10
Ortografia oficial........................................................................................................................................................................................ 17
Acentuação gráfica. ................................................................................................................................................................................... 29
Emprego das classes de palavras.............................................................................................................................................................. 33
Emprego do sinal indicativo de crase. ..................................................................................................................................................... 65
Sintaxe da oração e do período. ............................................................................................................................................................... 69
Pontuação. .................................................................................................................................................................................................. 91
Concordância nominal e verbal. .............................................................................................................................................................. 94
Regência nominal e verbal. .....................................................................................................................................................................110
Significação das palavras. .......................................................................................................................................................................116
Redação de correspondências oficiais. ....................................................................................................................................................118

ATUALIDADES

Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia,
relações internacionais, desenvolvimento sustentável, responsabilidade sócio-ambiental, segurança e ecologia, e suas vinculações
históricas. ...................................................................................................................................................................................................... 01/38

MATEMÁTICA

Números inteiros ........................................................................................................................................................................................ 01


Racionais .................................................................................................................................................................................................... 06
Reais............................................................................................................................................................................................................ 09
Problemas de contagem ............................................................................................................................................................................ 01
Sistema legal de medidas ...........................................................................................................................................................................11
Razões e proporções .................................................................................................................................................................................. 15
Divisão proporcional ................................................................................................................................................................................. 24
Regras de três simples e compostas ......................................................................................................................................................... 21
Porcentagens .............................................................................................................................................................................................. 19
Equações e inequações de 1.º e 2.º graus ................................................................................................................................................. 29
Sistemas lineares ........................................................................................................................................................................................ 29
Funções; gráficos ....................................................................................................................................................................................... 44
Seqüências numéricas ............................................................................................................................................................................... 55
Funções exponenciais e logarítmicas ....................................................................................................................................................... 44
Noções de probabilidade e estatística. ..................................................................................................................................................... 55
Juros simples e compostos: capitalização e descontos............................................................................................................................ 64

Didatismo e Conhecimento
Índice

Taxas de juros: nominal, efetiva, equivalentes, proporcionais, real e aparente................................................................................... 64


Rendas uniformes e variáveis ................................................................................................................................................................... 64
Planos de amortização de empréstimos e financiamentos ..................................................................................................................... 64
Cálculo financeiro: custo real efetivo de operações de financiamento, empréstimo e investimento. ................................................. 64
Avaliação de alternativas de investimento. ............................................................................................................................................. 64
Taxas de retorno. ....................................................................................................................................................................................... 64

RACIOCÍNIO LÓGICO

Lógica sentencial e de primeira ordem. Enumeração por recurso. Contagem: princípio aditivo e multiplicativo. Arranjo.
Permutação. Combinação simples e com repetição.. ............................................................................................................................... 01/40

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

INFORMÁTICA

Conceitos de informática, hardware e software. .................................................................................................................................... 01


Ambientes operacionais Windows e Linux. ............................................................................................................................................ 09
Processador de texto (Word) .................................................................................................................................................................... 20
BrOffice.org Writer. .................................................................................................................................................................................. 20
Planilhas eletrônicas (Excel) ..................................................................................................................................................................... 45
BrOffice.org Calç ....................................................................................................................................................................................... 71
Editor de Apresentações (PowerPoint) .................................................................................................................................................... 71
BrOffice.org Impress ................................................................................................................................................................................. 71
Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e Intranet, Protocolos Web, World Wide Web, Navegador Internet (Internet
Explorer e Mozilla Firefox), busca e pesquisa na Web. ................................................................................................................................. 80
Conceitos de tecnologias e ferramentas de colaboração, correio eletrônico, grupos de discussão, fóruns e wikis........................... 80
Conceitos de proteção e segurança, realização de cópias de segurança (backup), vírus e ataques a computadores. ...................... 98
Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas. ........................................................ 09
Conceitos de educação à distância. ........................................................................................................................................................ 105
Conceitos de acesso à distância a computadores. ................................................................................................................................... 80
Conceitos de tecnologias e ferramentas multimídia, de reprodução de áudio e vídeo. ..................................................................... 105

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional; COPOM – Comitê de Política Monetária; BNDES –
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; Bancos Múltiplos; Bancos de Câmbio; Companhias Hipotecárias; Agências
de Fomento; CCB – Cédula de Crédito Bancário; Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários; ................................... 01
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional; bancos comerciais; caixas econômicas; cooperativas de crédito; bancos
comerciais cooperativos; bancos de investimento; bancos de desenvolvimento; sociedades de crédito, financiamento e investimento;
sociedades de arrendamento mercantil; sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos
e valores mobiliários; bolsas de valores; bolsas de mercadorias e de futuros; Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC);
Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos (CETIP); sociedades de crédito imobiliário; associações de poupança e
empréstimo. ....................................................................................................................................................................................................... 03
Sistema de Seguros Privados e Previdência Complementar: Conselho Nacional de Seguros Privados; Superintendência de Seguros
Privados; Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC; Superintendência Nacional de Previdência Complementar –
PREVIC; Resseguradores; sociedades seguradoras; sociedades de capitalização; entidades abertas e entidades fechadas de previdência
privada; corretoras de seguros; sociedades administradoras de seguro-saúde. ......................................................................................... 08
Sociedades de fomento mercantil (factoring); sociedades administradoras de cartões de crédito. .................................................. 12

Didatismo e Conhecimento
Índice

Produtos e serviços financeiros: depósitos à vista; depósitos a prazo (CDB e RDB); letras de câmbio; cobrança e pagamento de
títulos e carnês; transferências automáticas de fundos; commercial papers; arrecadação de tributos e tarifas públicas; home/office
banking, remote banking, banco virtual, dinheiro de plástico; conceitos de corporate finance; Fundos de Investimento; hot money;
contas garantidas; crédito rotativo; descontos de títulos; financiamento de capital de giro; vendor finance/compror finance; leasing
(tipos, funcionamento, bens); financiamento de capital fixo; crédito direto ao consumidor; crédito rural; cadernetas de poupança;
financiamento à importação e à exportação – repasses de recursos do BNDES; cartões de crédito; títulos de capitalização; planos de
aposentadoria e pensão privados; planos de seguros.................................................................................................................................... 13
Mercado de capitais: ações – características e direitos; debêntures; diferenças entre companhias abertas e companhias fechadas;
operações de underwriting; funcionamento do mercado à vista de ações; mercado de balcão; operações com ouro. Mercado de câmbio:
instituições autorizadas a operar; operações básicas; contratos de câmbio – características; taxas de câmbio; remessas;
SISCOMEX. ...................................................................................................................................................................................................... 30
Operações com derivativos: características básicas do funcionamento do mercado a termo, do mercado de opções, do mercado
futuro e das operações de swap............................................................................................................................................................................
Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias;
Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. ....................................................................... 38
Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alterações, Circular Bacen 3.461/2009 e suas
alterações e Carta-Circular Bacen 2.826/98. Autorregulação Bancária ...................................................................................................... 66

HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Legislação: Lei n.º 8.078/90; Código de Defesa do Consumidor; Resolução CMN n.º 3.694; Código de Defesa do Consumidor
Bancário; Lei nº 10.048/00; Lei nº 10.098/00; Decreto nº 5.296/04.............................................................................................................. 01
Marketing em empresas de serviços. Satisfação, valor e retenção de clientes. Como lidar com a concorrência. Propaganda e
promoção. Venda. Telemarketing. Etiqueta empresarial: comportamento, aparência, cuidados no atendimento pessoal e telefônico.28
Decreto Lei nº 6523 - Regulamenta a Lei nº 8078, de 11 de setembro de 1990, para fixar normas gerais sobre o Serviço de
Atendimento ao Consumidor - SAC. .............................................................................................................................................................. 37
Resolução CMN nº 3849 de 25/03/10 - Dispõe sobre a instituição de componente organizacional de ouvidoria pelas instituições
financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil .......................................................................... 38

Didatismo e Conhecimento
Índice

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O SAC possui o objetivo de auxiliar os candidatos que possuem dúvidas relacionadas ao conteúdo do edital.
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matéria em questão.
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matéria/página). Por exemplo: Apostila do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo - Cargo Escrevente. Português
- paginas 82,86,90.
Havendo dúvidas em diversas matérias, deverá ser encaminhado um e-mail para cada especialidade, podendo
demorar em média 05 (cinco) dias para retornar. Não retornando nesse prazo, solicitamos o re-envio do mesmo.

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Equipe Nova Apostila

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LÍNGUA PORTUGUESA

A liberdade das almas,


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO ai! Com letras se elabora...
E dos venenos humanos
DE TEXTOS sois a mais fina retorta:
frágil, frágil como o vidro
e mais que o aço poderosa!
A maioria das pessoas fala enquanto faz alguma coisa. Numa Reis, impérios, povos, tempos,
partida de futebol, os jogadores não só correm e chutam, mas pelo vosso impulso rodam...
gritam, advertem, perguntam. Difícil é ler e ao mesmo tempo fazer (...)
outra coisa. Ao lermos, a realidade em torno de nós tende a sumir
de nossa atenção, porque ficamos concentrados naquilo que o texto Cecília Meireles.
nos diz. Romanceiro da Inconfidência. In: Obra poética.
“Na leitura, é importante descobrir o que é relevante em Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1985, p. 442.
cada texto e conseguir situar-se convenientemente no ponto de
observação escolhido pelo autor, compreendendo suas intenções Esses versos foram extraídos do poema “Romance LIII
e propósitos”. ou das palavras aéreas”, em que Cecília Meireles fala sobre o
A importância dada a questões de interpretação de textos poder da palavra. Mostram que a palavra, apesar de frágil, por
deve-se ao caráter interdisciplinar, o que equivale dizer que a ser constituída de sons, é ao mesmo tempo extremamente forte,
competência de ler texto interfere decididamente no aprendizado porque, com seu significado, derruba reis e impérios; serve para
em geral, já que boa parte do conhecimento mais importante nos construir a liberdade do ser humano e também para envenenar a
chega por meio da linguagem escrita. A maior herança que a escola sua vida; serve para sussurrar declarações de amor, para exprimir
pode legar aos seus alunos é a competência de ler com autonomia, os sonhos, para impulsionar os desejos mais grandiosos, mas
isto é, de extrair de um texto os seus significados. também para caluniar, para expor a raiva, para impor a derrota.
Num texto, cada uma das partes está combinada com as A linguagem é o traço definidor do ser humano, é a aptidão
outras, criando um todo que não é mero resultado da soma das que o distingue dos animais.
partes, mas da sua articulação. Assim, a apreensão do significado O provérbio popular “Palavra não quebra osso”, contrapondo
global resulta de várias leituras acompanhadas de várias hipóteses a palavra à ação, insinua que a linguagem não tem nenhum poder:
interpretativas, levantadas a partir da compreensão de dados e um golpe, mas não uma palavra, é capaz de quebrar osso. Ora
informações inscritos no texto lido e do nosso conhecimento do podemos desfazer facilmente essa visão simplista das coisas,
mundo. analisando para que serve a linguagem.
Como instrução geral, podemos dizer que uma hipótese
A linguagem é uma maneira de perceber o mundo
interpretativa é aceitável sempre que o texto apresenta pista ou
“Este deve ser o bosque”, murmurou pensativamente (Alice),
pistas que a confirmam e sustentam. O texto abaixo é bastante
“onde as coisas não têm nomes”. (...)
apropriado.
Ia devaneando dessa maneira quando chegou à entrada do
bosque, que parecia muito úmido e sombrio. “Bom, de qualquer
“Aquela senhora tem um piano. modo é um alívio”, disse enquanto avançava em meio às árvores,
Que é agradável, mas não é o correr dos rios. “depois de tanto calor, entrar dentro do... dentro do... dentro do
Nem o murmúrio que as árvores fazem... quê?” Estava assombrada de não poder se lembrar do nome. “Bom,
Por que é preciso ter um piano? isto é, estar debaixo das... debaixo das... debaixo disso aqui, ora!”,
O melhor é ter ouvidos disse, colocando a mão no tronco da árvore. “Como é que essa
E amar a Natureza.” coisa se chama? É bem capaz de não TR nome nenhum... ora, com
certeza não tem mesmo!”
Que simboliza o piano no poema? Ficou calada durante um minuto, pensando. Então, de repente,
Dentro do contexto que se insere o piano, representa um bem exclamou: - Ah, então isso terminou acontecendo! E agora quem
cultural, o que se percebe pela oposição que o texto estabelece entre sou eu? Eu quero me lembrar, se puder.
o som do piano (bem cultural) e o correr dos rios e o murmúrio das
árvores (bens naturais). O poema descarta a necessidade do piano, Lewis Carroll. Aventuras de Alice.
dando preferência à fruição dos sons da Natureza. Trad. Sebastião Uchôa Leite.
3ª Ed. São Paulo, Summus, p 165-166
Para que serve a linguagem? Esse texto, reproduzido do livro Através do espelho e o que
Alice encontrou lá, mostra que a protagonista, ao entrar no bosque
(...) em que as coisas não têm nome, é incapaz de apreender a realidade
Ai, palavras, ai, palavras, em torno dela, de saber o que as coisas são. Isso significa que as
que estranha potência, a vossa! coisas do mundo exterior só têm existência para os homens quando
Todo o sentido da vida são nomeadas. A linguagem é uma forma de apreender a realidade:
principia à vossa porta; só percebemos aquilo a que a língua dá nome.
o mel do amor cristaliza Roberto Pompeu de Toledo, articulista da Veja, comenta essa
seu perfume em vossa rosa; questão na edição de 26 de junho de 2002 (p. 130), ao falar da
sois o sonho e sois a audácia, expressão “risco país”, usada para traduzir o grau de confiabilidade
calúnia, fúria, derrota... de um país entre credores ou investidores internacionais:

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LÍNGUA PORTUGUESA

(...) As coisas não são coisas enquanto não são nomeadas. A linguagem é uma atividade simbólica, o que significa que as
O que não se expressa não se conhece. Vive na inocência do palavras criam conceitos, e eles ordenam a realidade, categorizam
limbo, no sono profundo da inexistência. Uma vez identificado, o mundo. Por exemplo, criamos o conceito de pôr-do-sol. Sabemos
batizado e devidamente etiquetado, o “risco país” passou a existir. que, do ponto de vista científico, o Sol não “se põe”, uma vez que
E lá é possível viver num país em risco? Lá é possível dormir em é a Terra que gira em torno dele. Contudo esse conceito, criado
paz num país submetido à medição do perigo que oferece com pela linguagem, determina uma realidade que nos encanta a
a mesma assiduidade com que a um paciente se tira a pressão? todos. Outro exemplo: apagar uma coisa escrita no computador
É como viajar num navio onde se apregoasse, num escandaloso é uma atividade diferente de apagar o que foi escrito a lápis, a
placar luminoso, sujeito a tantas oscilações como as das ondas do
caneta ou mesmo a máquina. Por isso, surgiu uma nova palavra
mar, o “risco naufrágio”.
para denominar essa nova realidade, deletar. No entanto, se essa
A linguagem é uma forma de interpretar a realidade palavra não existisse, não perceberíamos a atividade de apagar no
O segundo projeto era representado por um plano de abolir computador como uma ação diferente de apagar o que foi escrito
completamente todas as palavras, fossem elas quais fossem a lápis. Uma nova realidade, uma nova invenção, uma nova idéia
(...). Em vista disso, propôs-se que, sendo as palavras apenas exigem novas palavras, e estas é que lhes conferem existência para
nomes para as coisas, seria mais conveniente que todos os toda a comunidade de falantes.
homens trouxessem consigo as coisas de que precisassem falar As palavras formam um sistema independente das coisas
ao discorrer sobre determinado assunto (...). ...muitos eruditos nomeadas por elas, tanto é que cada língua pode ordenar o mundo
e sábios aderiram ao novo plano de se expressarem por meio de de maneira diversa, exprimir diferentes modos de ver a realidade.
coisas, cujo único inconveniente residia em que, se um homem
O inglês, por exemplo, para expressar o que denominamos
tivesse que falar sobre longos assuntos e de vária espécie, ver-se-ia
obrigado, em proporção, a carregar nas costas um grande fardo de carneiro, tem duas palavras: sheep, que designa o animal, e
coisas, a menos de poder pagar um ou dois criados robustos para mutton, que significa a carne do carneiro preparada e servida à
acompanhá-lo (...). mesa. Em português, dizemos as duas coisas numa palavra só: Este
Outra grande vantagem oferecida pela invenção consiste em carneiro tem muita lã e Este carneiro está apimentado – ou seja,
que ela serviria de língua universal, compreendida em todas as não aplicamos a distinção que os falantes da língua inglesa têm
nações civilizadas, cujos utensílios e objetos são geralmente da incorporada à sua visão de mundo. Isso mostra que a linguagem
mesma espécie, ou tão parecidos que o seu emprego pode ser é uma maneira de interpretar o universo natural e segmentá-lo em
facilmente percebido. categorias, segundo as particularidades de cada cultura. Por essa
Jonathan Swift. Viagens de Gulliver. razão, a linguagem modela nossa maneira de perceber e de ordenar
Rio de Janeiro/São Paulo, Ediouro/Publifolha, p. 194-195. a realidade.
A linguagem expressa também as diferentes maneiras de
Esse trecho do livro Viagens de Gulliver narra um projeto dos
sábios de Balnibarbi: substituir as palavras – que, no seu entender, interpretar uma ocorrência. Querendo desculpar-se, o filho diz
têm o inconveniente de variar de língua para língua – pelas coisas. para a mãe: O jarro de porcelana caiu e quebrou. A mãe replica:
Quando alguém quisesse falar de uma cadeira, mostraria uma Você derrubou o jarro e, por isso, ele quebrou. Observe-se que, na
cadeira, quem desejasse discorrer sobre uma bolsa, mostraria primeira formulação, não existe um responsável pela queda e pela
uma bolsa, etc. Trata-se de uma ironia de Swift às concepções quebra do objeto. É como se isso se devesse ao acaso. Na segunda
vulgares de que a compreensão da realidade independe da língua formulação, atribui-se a responsabilidade pelo acontecimento a
que a nomeia, como se as palavras fossem etiquetas aplicadas a um agente.
coisas classificadas independentemente da linguagem, quando,
na verdade, a língua é uma forma de categorizar o mundo, de A linguagem é uma forma de ação
interpretá-lo.
Existem certas fórmulas lingüísticas que servem para agir
O que inviabiliza o sistema imaginado pelos sábios de
Balnibarbi não é apenas o excesso de peso das coisas que cada no mundo. Quando um padre diz aos noivos Eu vos declaro
falante precisaria carregar: é o fato de que as coisas não podem marido e mulher, quando alguém diz Prometo estar aqui amanhã,
substituir as palavras, porque a língua é bem mais que um sistema quando um leiloeiro proclama Arrematado por mil reais, quando
de mostração de objetos ou mera cópia do mundo natural. As o presidente de alguma câmara municipal afirma Declaro aberta
coisas não designam tudo que uma língua pode expressar. a sessão, eles não estão constatando alguma coisa do mundo, mas
Mostrar um objeto, por exemplo, não indica sua inclusão realizando uma ação. O ato de abrir uma sessão realiza-se quando
numa dada classe. No léxico de uma língua, agrupamos os nomes seu presidente a declara aberta; o ato da promessa realiza-se
em classes. Maçã, pêra, banana e laranja pertencem à classe das quando se diz Prometo. Em casos como esses, o dizer se confunde
frutas. Ao mostrar uma fruta qualquer, não consigo exprimir a idéia com a própria ação e serve para demonstrar que a linguagem não é
da classe fruta; não posso, então, expressar idéias mais gerais. algo sem conseqüência, porque ela também é ação.
Não produzimos palavras somente para designar as coisas, mas
para estabelecer relações entre elas e para comentá-las. Mostrar
um objeto não exprime as categorias de quantidade, de gênero As funções da linguagem
(masculino e feminino), de número (singular e plural); não permite Quando se pergunta a alguém para que serve a linguagem,
indicar sua localização no espaço (aqui/aí/lá), etc. A língua não é a resposta mais comum é que ela serve para comunicar. Isso
um sistema de mostração de objetos, pois permite falar do que está está correto. No entanto, comunicar não é apenas transmitir
presente e do que está ausente, do que existe e do que não existe; informações. É também exprimir emoções, dar ordens, falar
permite até criar novas realidades, mundos não existentes. apenas para não haver silêncio. Para que serve a linguagem?

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Didatismo e Conhecimento
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LÍNGUA PORTUGUESA

A linguagem serve para informar (função referencial) Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos,
que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto espertalhões,
ESTADOS UNIDOS INVADEM O IRAQUE que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemorizados, que
Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos sobre um se deixam conduzir sem questionar.
acontecimento do mundo. Emprega-se a expressão função conativa da linguagem
Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na memória, quando esta é usada para interferir no comportamento das pessoas
transmitimos esses conhecimentos na memória, transmitimos por meio de uma ordem, um pedido ou uma sugestão. A palavra
esses conhecimentos a outras pessoas, ficamos sabendo de conativo é proveniente de um verbo latino (conari) que significa
experiências bem-sucedidas, somos prevenidos contra as tentativas “esforçar-se” (para obter algo).
malsucedidas de fazer alguma coisa. Graças à linguagem, um ser
humano recebe de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite- A linguagem serve para expressar a subjetividade (função
os. emotiva)
Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender Eu fico possesso com isso!
ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como aprendemos com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetivamos e
desde as mais banais informações do dia-a-dia até as teorias expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. Exprimimos
científicas, as expressões artísticas e os sistemas filosóficos mais a revolta e a alegria, sussurramos palavras de amor e explodimos
avançados. de raiva, manifestamos desespero, desdém, desprezo, admiração,
A função informativa da linguagem tem importância central dor, tristeza. Muitas vezes, falamos para exprimir poder ou para
na vida das pessoas, consideradas individualmente ou como afirmarmo-nos socialmente. Durante o governo do presidente
grupo social. Para cada indivíduo, ela permite conhecer o mundo; Fernando Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem A
para o grupo social, possibilita o acúmulo de conhecimentos e a intenção do Fernando é levar o país à prosperidade ou O Fernando
transferência de experiências. Por meio dessa função, a linguagem tem mudado o país. Essa maneira informal de se referirem ao
modela o intelecto.
presidente era, na verdade, uma maneira de insinuarem intimidade
É a função informativa que permite a realização do trabalho
com ele e, portanto, de exprimirem a importância que lhes
coletivo. Operar bem essa função da linguagem possibilita que
seria atribuída pela proximidade com o poder. Inúmeras vezes,
cada indivíduo continue sempre a aprender.
contamos coisas que fizemos para afirmarmo-nos perante o grupo,
A função informativa costuma ser chamada também de
para mostrar nossa valentia ou nossa erudição, nossa capacidade
função referencial, pois seu principal propósito é fazer com que
intelectual ou nossa competência na conquista amorosa.
as palavras revelem da maneira mais clara possível as coisas ou os
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz
eventos a que fazem referência.
que empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não raro
inconscientemente.
A linguagem serve para influenciar e ser influenciado
(função conativa) Emprega-se a expressão função emotiva para designar a
Vem pra Caixa você também. utilização da linguagem para a manifestação do enunciador, isto
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a é, daquele que fala.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Federal.
Para persuadir o público alvo da propaganda a adotar esse A linguagem serve para criar e manter laços sociais
comportamento, formulou-se um convite com uma linguagem (função fática)
bastante coloquial, usando, por exemplo, a forma vem, de segunda __Que calorão, hein?
pessoa do imperativo, em lugar de venha, forma de terceira pessoa __Também, tem chovido tão pouco.
prescrita pela norma culta quando se usa você. __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos outros.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer determinadas __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
coisas, a crer em determinadas idéias, a sentir determinadas
emoções, a ter determinados estados de alma (amor, desprezo, Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram num
desdém, raiva, etc.). Por isso, pode-se dizer que ela modela elevador e devem manter uma conversa nos poucos instantes em
atitudes, convicções, sentimentos, emoções, paixões. Quem que estão juntas. Falam para nada dizer, apenas porque o silêncio
ouve desavisada e reiteradamente a palavra negro pronunciada poderia ser constrangedor ou parecer hostil.
em tom desdenhoso aprende a ter sentimentos racistas; se a todo Quando estamos num grupo, numa festa, não podemos
momento nos dizem, num tom pejorativo, Isso é coisa de mulher, manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros. Nessas
aprendemos os preconceitos contra a mulher. ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso, quando não se
Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se histórias que todos
a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam conhecem, contam-se anedotas velhas. A linguagem, nesse caso,
de maneira bastante sutil, com tentações e seduções, como não tem nenhuma função que não seja manter os laços sociais.
os anúncios publicitários que nos dizem como seremos bem Quando encontramos alguém e lhe perguntamos Tudo bem?, em
sucedidos, atraentes e charmosos se usarmos determinadas marcas, geral não queremos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem,
se consumirmos certos produtos. Por outro lado, a provocação e a se está doente, se está com problemas. A fórmula é uma maneira
ameaça expressas pela linguagem também servem para fazer fazer. de estabelecer um vínculo social.

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Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja entre ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
alunos de uma escola, entre torcedores de um time de futebol continência para os militares, bateu palmas para o Collor e quer
ou entre os habitantes de um país. Não importa que as pessoas bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de
não entendam bem o significado da letra do Hino Nacional, pois consciência e bata em retirada. (Folha de S. Paulo)
ele não tem função informativa: o importante é que, ao cantá-lo, Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitariamente
sentimo-nos participantes da comunidade de brasileiros. ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada para informar,
Na nomenclatura da lingüística, usa-se a expressão função para influenciar, para manter os laços sociais, etc. No segundo,
fática para indicar a utilização da linguagem para estabelecer ou para produzir um efeito prazeroso de descoberta de sentidos. Em
manter aberta a comunicação entre um falante e seu interlocutor. função estética, o mais importante é como se diz, pois o sentido
também é criado pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela disposição
A linguagem serve para falar sobre a própria linguagem das palavras, etc.
(função metalingüística) Na estrofe abaixo, retirada do poema “A cavalgada”, de
Quando dizemos frases como A palavra “cão” é um Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/, /k/, /b/,
substantivo; É errado dizer “a gente viemos”; Estou usando o /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
termo “direção” em dois sentidos; Não é muito elegante usar
palavrões, não estamos falando de acontecimentos do mundo, E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
mas estamos tecendo comentários sobre a própria linguagem. É
Perde-se após no centro da montanha...
o que chama função metalingüística. A atividade metalingüística
é inseparável da fala. Falamos sobre o mundo exterior e o mundo
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª Ed.
interior e ao mesmo tempo, fazemos comentários sobre a nossa Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos.
fala e a dos outros. Quando afirmamos Como diz o outro, estamos
comentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que não Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos ocorre
temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a que estamos no segundo verso, quando se afirma que o barulho dos cavalos
enunciando; inversamente, podemos usar a metalinguagem como aumenta.
recurso para valorizar nosso modo de dizer. É o que se dá quando Quando se usam recursos da própria língua para acrescentar
dizemos, por exemplo, Parodiando o padre Vieira ou Para usar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se que estamos
uma expressão clássica, vou dizer que “peixes se pescam, homens usando a linguagem em sua função poética.
é que se não podem pescar”.
Potencialidades da linguagem
A linguagem serve para criar outros universos Depois de analisar as funções da linguagem, conclui-se que
A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala também ela é onipresente na vida de todos nós. Cerca-nos desde o despertar
do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos mundos, outras da consciência, ainda no berço, segue-nos durante toda a vida e
realidades. Essa é a grande função da arte: mostrar que outros acompanha-nos até a hora da morte. Sem a linguagem, não se
modos de ser são possíveis, que outros universos podem existir. pode estruturar o mundo do trabalho, pois é ela que permite a troca
O filme de Woody Allen A rosa púrpura do Cairo (1985) mostra de informações e de experiências e a cooperação entre os homens.
isso de maneira bem expressiva. Nele, conta-se a história de uma Sem ela, o homem não pode conhecer-se nem conhecer o mundo.
mulher que, para consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus- Sem ela, não se exerce a cidadania, porque os eleitores não podem
tratos infligidos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo influenciar o governo. Sem ela não se pode aprender, expressar os
inúmeras vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, sentimentos, imaginar outras realidades, construir as utopias e os
e o galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e ambos sonhos. No entanto, a linguagem parece-nos uma coisa natural.
vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra realidade, os Não prestamos muita atenção a ela. Nem sempre dedicamos muito
homens são gentis, a vida não é monótona, o amor nunca diminui tempo ao seu estudo. Conhecer bem a língua materna e línguas
e assim por diante. estrangeiras é uma necessidade.
Que é saber bem uma língua? Evidentemente, não é saber
A linguagem serve como fonte de prazer (função poética) descrevê-la. A descrição gramatical de uma língua é um meio de
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e os sons adquirir sobre ela um domínio crescente. Saber bem uma língua
são formas de tornar a linguagem um lugar de prazer. Divertimo- é saber usá-la bem. No entanto, o emprego de palavras raras e a
nos com eles. Manipulamos as palavras para delas extrair correção gramatical não são sinônimos do uso adequado da língua.
satisfação. Falar bem é atingir os propósitos de comunicação. Para isso, é
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz preciso usar um nível de língua adequado, é necessário construir
textos sem ambigüidades, coerentes, sem repetições que não
Tupi or not tupi; trata-se de um jogo com a frase shakespeariana To
acrescentam nada ao sentido.
be or not to be. Conta-se que o poeta Emílio de Menezes, quando
O texto que segue foi dito por um locutor esportivo:
soube que uma mulher muito gorda se sentara no banco de um
Adentra o tapete verde o facultativo esmeraldino a fim de
ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho: É a primeira pensar a contusão do filho do Divino Mestre, mola propulsora do
vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos. A palavra eleven periquito. (Álvaro da Costa e Silva. In: Bundas, p.33.)
banco está usada em dois sentidos: “móvel comprido para sentar- O que o locutor quis dizer foi: Entra em campo o médico do
se” e “casa bancária”. Também está empregado em dois sentidos o Palmeiras a fim de cuidar da contusão de Ademir da Guia (filho
termo fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”. de Domingos da Guia), jogador de meio de campo do time do
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas, com Parque Antártica. Certamente, aquele texto não seria entendido
significados diferentes, nesta frase do deputado Virgílio Guimarães pela maioria dos ouvintes. Portanto não é um bom texto, porque
(PT-MG): não usa um nível de língua adequado à situação de comunicação.

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Outros exemplos: Observe os três pequenos textos abaixo:


As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas fitas I- Todos os dias ele fazia sua fezinha. Na noite de segunda-
de sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de dezembro feira sonhou com um deserto e jogou seco no camelo.
de 1991, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeo II- Nos desertos da Arábia, o camelo é ainda o principal
aluguem, exponham e vendam fitas pornográficas a menores de meio de transporte dos beduínos.
18 anos. A portaria proíbe ainda os menores de 18 anos de irem a III- O camelo aqui carrega a família inteira nas costas, porque
motéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais. (Jornal lá ninguém trabalha.
Folha do Sudoeste)
Certamente a portaria não deveria obrigar os pais a acompanhar Em cada uma dessas frases a palavra camelo tem um sentido
os filhos aos motéis nem a dar-lhes uma autorização por escrito diferente. Na primeira, significa “o oitavo grupo do jogo no bicho,
para ser exibida na entrada desse tipo de estabelecimento. que corresponde ao número 8 e inclui as dezenas 29, 30, 31 e 32”;
na segunda, “animal originário das regiões desérticas, de grande
O jornal da USP publicou uma série de textos encontrados
porte, quadrúpede, de cor amarelada, de pescoço longo e com duas
em comunicados de paróquias e templos. Todos são mal escritos, saliências no dorso”; na terceira, “pessoa que trabalha muito”. O
embora neles não se encontrem erros de ortografia, concordância, que determina essa diferença de sentido da palavra é exatamente
etc.: o contexto, o todo em que ela está inserida. No texto, portanto, o
- Não deixe a preocupação acabar com você. Deixe que a sentido de cada parte não é independente, tudo são relações. Aliás,
Igreja ajude. a palavra texto significa “tecido”, que não é um amontoado de fios,
- Terça-feira à noite: sopão dos pobres, depois oração e mas uma trama arranjada de maneira organizada. O sentido não é
medicação. solitário, é solidário.
- (...) lembre-se de todos que estão tristes e cansados de nossa
Vejamos outros dois períodos:
igreja e de nossa comunidade.
I- Marcelinho é um bom atacante, mas é desagregador.
- Para aqueles que têm filhos e não sabem, nós temos uma II- Marcelinho é desagregador, mas é um bom atacante.
creche no segundo andar.
- Quinta-feira às 5:00 haverá reunião do Clube das Jovens Esses períodos relacionam diferentemente as orações.
Mamães. Todos aqueles que quiserem se tornar uma Jovem No primeiro, a oração é desagregador é introduzida por mas,
Mamãe, devem contatar padre Cavalcante em seu escritório. (...) enquanto no segundo é a oração é um bom atacante que é iniciada
(Jornal da USP, 9, p. 15) por essa conjunção. O sentido é completamente diferente, pois o
Humor à parte, esses exemplos comprovam que aprender mas introduz o argumento mais forte e, por conseguinte, determina
não só a norma culta da língua, mas também os mecanismos de a orientação argumentativa da frase. Isso significa que, quando
estruturação do texto. afirmo I, não quero o jogador no meu time; quando digo II, acredito
que todos os seus defeitos devem ser desculpados.
Observe agora o poema “Canção do Exílio” de Murilo
A palavra texto é bastante usada na escola e também em Mendes:
outras instituições sociais que trabalham com a linguagem. Minha terra tem macieiras da Califórnia
É comum ouvirmos expressões como O texto constitucional onde cantam gaturamos de Veneza.
desceu a detalhes que deveriam estar em leis ordinárias; Seu Os poetas da minha terra
texto ficou muito bom; O texto da prova de Português era muito são pretos que vivem em torres de ametista,
longo e complexo; Os atores de novelas devem decorar textos os sargentos de exército são monistas, cubistas,
enormes todos os dias. Apesar de corrente, porém, o termo não é os filósofos são polacos vendendo a prestações.
de fácil definição: quando perguntamos qual é o seu significado, A gente não pode dormir
percebemos que a maioria das pessoas é incapaz de responder com com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
precisão e clareza.
Eu morro sufocado
Texto é um todo organizado de sentido, delimitado por dois em terra estrangeira.
brancos e produzido por um sujeito num dado tempo e num Nossas flores são mais bonitas
determinado espaço. nossas frutas mais gostosas
O texto é um todo organizado de sentido, isso quer dizer que mas custam cem mil réis a dúzia.
ele não é um amontoado de frases simplesmente colocadas umas Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
depois das outras, mas um conjunto de frases costuradas entre si. e ouvir um sabiá com certidão de idade!
Por isso o sentido de cada parte depende da sua relação com as
outras partes, isto é, o sentido de uma palavra ou de uma frase Poesias (1925-1953). Rio de Janeiro,
José Olympio, 1959, p. 5.
depende das outras palavras ou frases com que mantêm relação.
Em síntese, o sentido depende do contexto, entendido como a Tomando apenas os dois primeiros versos, pode-se pensar
unidade maior que compreende uma unidade menor, a oração que esse poema seja uma apologia do caráter universalista e
é contexto da palavra, o período é contexto da oração e assim cosmopolita da brasilidade: macieiras e gaturamos representam
sucessivamente. O contexto pode ser explícito (quando é exposto a natureza vegetal e animal, respectivamente; Califórnia e Veneza
em palavras) ou implícito (quando é percebido na situação em que são a imagem do espaço estrangeiro, e minha terra, a do solo
o texto é produzido). pátrio. No Brasil, até a natureza acolhe o que é estrangeiro.

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Pode-se ainda acrescentar, em apoio a essa tese, que esses Delimitações e Sujeito do Texto
versos são calcados nos dois primeiros do poema homônimo de O texto é delimitado por dois brancos. Se ele é um todo
Gonçalves Dias, que é uma glorificação da terra pátria: organizado de sentido, ele pode ser verbal, visual (um quadro),
verbal e visual (um filme), sonoro (uma música), etc. Mas em todos
Minha terra tem palmeiras, esses casos ele será delimitado por dois espaços de não-sentido,
Onde canta o Sabiá; dois brancos, um antes de começar o texto e outro depois. É o
branco do papel; é o tempo de espera para que um filme comece
Apud: Manuel Bandeira. e o que está depois da palavra FIM; é o silêncio que precede os
Gonçalves Dias: Poesia. 7ª Ed. Rio de Janeiro primeiros acordes de uma melodia e que sucede às notas finais, etc.
Agir, 1976, p. 18. Coleção Nossos Clássicos. O texto é produzido por um sujeito num dado tempo e num
determinado espaço. Esse sujeito, por pertencer a um grupo social
Essa hipótese de leitura, se não é absurda quando isolamos os que vive num dado tempo e num certo espaço, expõe em seus
versos em questão, não encontra amparo quando os confrontamos textos as idéias, os anseios, os temores, as expectativas desse
com o restante do texto. Murilo Mendes mostra, na verdade, que as grupo. Todo texto, assim, relaciona-se com o contexto histórico e
características da brasilidade não têm valor positivo, não concorrem geográfico em que foi produzido, refletindo a realidade apreendida
para a exaltação da pátria: o poeta denuncia que a cultura brasileira por seu autor, que sobre ela se pronuncia.
é postiça, é uma miscelânea de elementos advindos de vários O poema de Murilo Mendes que comentamos anteriormente
países. Ele mostra que os poetas são pretos que vivem em torres de mostra o anseio de uma geração, no Brasil, em certa época, de
ametista, alienados num mundo idealizado, evitando as mazelas do conhecer bem o país e revelar suas mazelas para transformá-lo.
mundo real, sem se preocupar com os negros, que vivem, em geral, Não há texto que não reflita o seu tempo e o seu lugar. Cabe
em condições muito precárias (trata-se de uma referência irônica ao lembrar, no entanto, que uma sociedade não produz uma única
Simbolismo e, principalmente, a Cruz e Sousa); que os sargentos forma de ver a realidade, um modo único de analisar os problemas
do exército são monistas, cubistas, ou seja, em vez da preocupação estabelecidos num dado contexto. Como a sociedade é dividida
com seu ofício de garantir a segurança do território nacional, têm em grupos sociais, que têm interesses muitas vezes antagônicos,
pretensões de incursionar por teorias filosóficas e estéticas; que ela produz idéias divergentes entre si. A mesma sociedade que
os filósofos são polacos vendendo a prestações, são prostituídos gera a idéia de que é preciso pôr abaixo a floresta amazônica para
(polaca é termo designativo de prostituta) pela venalidade barata; explorar suas riquezas, produz a idéia de que preservá-la é mais
que os oradores se identificam com os pernilongos em sua oratória rentável. É bem verdade, no entanto, que algumas idéias, em certas
repetitiva; que o romantismo gonçalvino estava certo ao afirmar épocas, exercem domínio sobre outras.
que a natureza brasileira é pródiga, só que essa prodigalidade não É necessário entender as concepções correntes na época e na
é acessível à maioria da população. A exclamação do final é, ao sociedade em que o texto foi produzido, para não correr o risco de
mesmo tempo, a manifestação do desejo de ter contato com coisas entendê-lo de maneira distorcida. Como não há idéias puras, todas
genuinamente brasileiras e um lamento, pois o poeta sabe que não as idéias estão materializadas em textos, analisar a relação de um
se tornará realidade. texto com sua época é estudar a sua relação com outros textos.
O texto de Murilo faz referência ao de Gonçalves Dias, mas,
diferentemente do poema gonçalvino, não celebra ufanisticamente É preciso que fiquem bem claras estas conclusões:
a pátria. Ao contrário, ironiza-a, lamenta a invasão estrangeira. O I- No texto, o sentido não é solitário, mas solidário.
exílio é a própria terra, desnaturada a ponto de parecer estrangeira. II- O texto está delimitado por dois espaços de não-sentido.
Desse modo, os dois primeiros versos não podem ser III- O texto revela ideais, concepções, anseios, expectativas
interpretados como um elogio ao caráter cosmopolita da cultura e temores de um grupo social numa determinada época, em
brasileira. Ao contrário, devem ser lidos como uma crítica determinado lugar.
ao caráter postiço da nossa cultura. Isso porque só a segunda
interpretação se encaixa coerentemente dentro do contexto. Apreensão e Compreensão do Sentido
Por exemplo, comprova-se que o significado das frases não é Quando Lula disse a Collor no primeiro debate do segundo
autônomo. Num texto, o significado das partes depende do todo. turno das eleições presidenciais de 1989: Eu sabia que você era
Por isso, cada frase tem um significado distinto, dependendo do collorido por fora, mas caiado por dentro.
contexto em que está inserida. Os brasileiros colocaram essa frase no âmbito dos “discursos
Que é que faz perceber que um conjunto de frases compõe um da campanha presidencial” e entenderam não “Você tem cores
texto? O primeiro fator é a coerência, ou seja, a compatibilidade fora, mas é revestido de cal por dentro”, mas “Você apresenta um
de sentido entre elas, de modo que não haja nada ilógico, nada discurso moderno e de centro-esquerda, mas é um reacionário”.
contraditório, nada desconexo. Outro fator é a ligação das Observe que há duas operações diferentes no entendimento
frases por certos elementos que recuperam passagens já ditas ou do texto. A primeira é a apreensão, que é a captação das relações
garantem a concatenação entre as partes. Assim, em Não chove que cada parte mantém com as outras no interior do texto. No
há vários meses. Os pastos não poderiam, pois, estar verdes, a entanto, ela não é suficiente para entender o sentido integral. Uma
palavra pois estabelece uma relação de decorrência lógica entre pessoa que conhecesse todas as palavras da frase acima, mas não
uma e outra frase. O segundo fator, entretanto, é menos importante conhecesse o universo dos discursos da campanha presidencial,
que o primeiro, pois mesmo sem esses elementos de conexão, não entenderia o significado da frase. Por isso, é preciso colocar o
um conjunto de frases pode ser coerente e, portanto, um todo texto dentro do universo discursivo a que ele pertence e no interior
organizado de sentido. do qual ganha sentido. Alguns teóricos chamam conhecimento

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de mundo ao universo discursivo. Na frase acima, collorido Tipos de Composição


e caiado não pertencem ao universo da pintura, mas da vida Descrição: descrever é representar verbalmente um objeto, uma
política: a primeira palavra refere-se a Collor e ao modo como ele pessoa, um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos,
se apresentava, um político moderno e inovador; a segunda diz de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa,
respeito a Ronaldo Caiado, político conservador que o apoiava. A para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível.
essa operação chamamos compreensão. Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os
Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por
leitura: informativa e de reconhecimento. isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas.
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro
contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando
para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras- Narração: é um relato organizado de acontecimentos reais
chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à idéia- ou imaginários. São seus elementos constitutivos: personagens,
central de cada parágrafo. circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas que a distingue da descrição é a presença de personagens atuantes,
e opções de respostas. Marque palavras como não, exceto, que estão quase sempre em conflito. A Narração envolve:
respectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha adequada.
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia • Quem? Personagem;
a frase anterior e posterior para ter idéia do sentido global proposto • Quê? Fatos, enredo;
pelo autor. • Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos;
Um texto para ser compreendido deve apresentar idéias • Onde? O lugar da ocorrência;
seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela • Como? O modo como se desenvolveram os
idéia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão
acontecimentos;
do texto.
A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos • Por quê? A causa dos acontecimentos;
menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente,
o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um Dissertação: dissertar é apresentar idéias, analisá-las, é
espaçamento da margem esquerda. estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos;
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor,
ou seja, a idéia central extraída de maneira clara e resumida. narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O raciocínio
Atentando-se para a idéia principal de cada parágrafo, é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a
asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto. fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho.
Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um tecido.
O fio deve ser trabalhado com muito cuidado para que o trabalho EXERCÍCIOS
não se perca. O mesmo acontece com o texto. O ato de escrever
toma de empréstimo uma série de palavras e expressões amarrando,
Nas provas, você terá tempo limitado para responder às
conectando uma palavra uma oração, uma idéia à outra. O texto
precisa ser coeso e coerente. questões. Por isso, treine obedecendo fielmente às indicações de
tempo máximo. Quando estiver terminando o tempo, chute; não
Coesão deixe questão sem resposta. Contudo, nos concursos, dependendo
É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais da banca, se tiver dúvida, é melhor deixar a questão em branco,
elementos de coesão são os conectivos, vocábulos gramaticais, que pois uma resposta errada anula uma correta.
estabelecem conexão entre palavras ou partes de uma frase. O texto Este é o caminho: leitura, exercício, correção, entendimento
deve ser organizado por nexos adequados, com seqüência de idéias dos erros. Quanto mais você entender porque errou, mais estará
encadeadas logicamente, evitando frases e períodos desconexos. aprendendo.
Para perceber a falta de coesão, a melhor atitude é ler atentamente Esaf: Leia atentamente o texto para responder às questões de
o seu texto, procurando estabelecer as possíveis relações entre 1 a 4.
palavras que formam a oração e as orações que formam o período
(Tempo máximo: 14 minutos)
e, finalmente, entre os vários períodos que formam o texto. Um
texto bem trabalhado sintática e semanticamente resultam num
texto coeso. Parques em chamas
Saudados por ecologistas como arcas de Noé para o futuro, por
Coerência serem repositórios de espécies animais e vegetais em extinção
A coerência está diretamente ligada à possibilidade de acelerada noutras áreas do país, alguns dos 25 parques nacionais
estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é o que faz com do Brasil tiveram, na semana passada, a sua paisagem mutilada
que o texto faça sentido para quem lê, devendo, portanto, ser pelo fogo. A rigorosa estiagem que acompanha o inverno no
entendida, interpretada. Na avaliação da coerência da redação, será Centro-Sul ressecou a vegetação e abriu caminho para que as
levada em conta o tipo de texto. Em um texto dissertativo, será chamas tragassem 6 dos 33 quilômetros quadrados do Parque
avaliada a capacidade de relacionar os argumentos e de organizá- Nacional da Tijuca, pegado à cidade do Rio de Janeiro, e
los de forma a extrair deles conclusões apropriadas; num texto convertessem em carvão 10% dos 300 quilômetros quadrados
narrativo, será avaliada sua capacidade de construir personagens do Parque Nacional do Itatiaia, na divisa de Minas Gerais com o
e de relacionar ações e motivações. Estado do Rio.

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Contido pelos bombeirosjá no fim de semana, na Tijuca, e MPU ‑ auxiliar‑ Esaf: Para responder às questões de 5 a 9,
abafado por uma providencial chuva no ltaXiaia, na leia o texto a seguir.
quarta-feira o fogo pipocou em outro extremo do país. Naquele (Tempo máximo: 16 minutos)
dia, o incêndio começou no Parque da Serra da Capivara, no sertão
do Piauí, calcinado há seis anos pela seca, e avançou pela Procura‑se uma explicação
caatinga, que esconde as pinturas rupestres inscritas na rocha, há Um mundo de mistérios se esconde por trás dos pequenos
pelo menos 31.500 anos, pelo homem brasileiro pré-histórico. anúncios. Nunca pude avaliar, pelas suas fórmulas, quais as suas
(Isto é, 221811984) verdadeiras intenções. Fico a imaginar se o desespero de quem
vende está na mesma proporção emocional de quem quer comprar.
1. O autorjustifica o fato de os ecologistas referirem-se aos Objetos perdidos, quase sempre de estimação, documentos
parques nacionais como “arcas de Noé para o futuro” da seguinte importantes, cachorrinhos desaparecidos, tudo na base do
maneira: “gratifica-se bem”. Mas o que é gratificar bem, por exemplo, a uma
a) Porque são áreas preservadas da caça e pesca i ndiscri pessoa que acha uma carteira com pouco dinheiro?
minadas. Acho que há um pouco de ironia e de deboche da parte de
b) Porque ocupam espaços administralívamente delimitados toda pessoa que põe um anúncio - e muito boa vontade da parte
pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. de quem acha que ali está a sua oportunidade. Há vários anos que
c) Porque espécies animais e vegetais que estão se
encontro promessas de Iugar de futuro” e acho incompreensível
extinguindo em outras regiões têm preservada sua sobrevivência
que esse futuro não chegue nunca, e que as vagas continuem
nesses parques.
sempre disponíveis. Ou as pessoas acabam por descobrir que o seu
d) Porque nesses parques colecionam-se casais de espécies
animais e vegetais em extinção noutras áreas. futuro está fora dali ou são outras firmas que estão se iniciando para
e) Porque há agentes florestais incumbidos de zelar pelos oferecer novos futuros a futuros candidatos. Há uma certa ilusão
animais e vegetais dos parques. de lado a lado: quem anuncia o futuro dos outros está pensando
no seu presente e quem procura o seu futuro no presente de quem
2. A respeito dos incêndios referidos pelo autor, depreende-se anuncia acaba é fazendo o futuro dos outros.
do texto que: Até que ponto é sincero um anúncio que procura moças de
a) Embora tivessem ameaçado espécies animais e vegetais “boa aparência”, de 18 a 25 anos, com prática de datilografia e
raras, apresentaram um lado positivo: aumentaram a produção de um mínimo de 150 batidas certas por minuto? É tão necessário que
carvão. sejam todas as batidas certas?
b) Foram provocados pela rigorosa estiagem do inverno, no E esses que vivem vendendo objetos, um de cada vez,
Centro-Sul, e pela seca prolongada no sertão nordestino. «por motivo de viagem”? Será que o dinheirinho de um aparelho
c) Não foram combatidos com presteza e eficiência pelos de televisão ou de uma máquina de costura ou de um gravador
bombeiros. último tipo lhes pagará a passagem? Talvez a viagem seja
d) Só foram debelados por providenciais chuvas que conseqüência: depois de vender os objetos, o melhor será mesmo
eventualmente vieram a cair sobre os parques. abandonar a cidade.
e) Destruíram parte da flora e fauna das reservas, E os técnicos? É impressionante como tem gente especializada
desfigurando sua paisagem. anunciando sua especialidade. Mecânicos e eletricistas
montam e desmontam qualquer aparelho em menos de cinco
3. Depreende-se que o autor do texto, em relação ao fato minutos, e no fim sempre nos entregam três ou quatro parafusos
descrito, manifesta: que não têm a menor utilidade. Penso na economia monstruosa
que as fábricas fariam se, ao montarem seus aparelhos, houvessem
a) Descaso
contratado os técnicos do “atende-se a domicílio”.
b) Hesitação
(Eliachar, Leon. O Homem ao Cubo. Rio deJaneiro: Francisco
c) Desesperança
Alves S.A., 6ª ed., adoptado)
d) Pesar
e) Indiferença
5. Ao falar de “pequenos anúncios”, o autor refere-se
4. Aponte a única conclusão que é estrita e licitamente a) Essencialmente aos que tratam de empregos.
deduzível do texto: b) Especificamente aos que oferecem serviços.
c) Exclusivamente aos que falam de objetos perdidos.
a) As chamas serviram para mostrar a precária situação dos d) Genericamente a vários tipos de anúncios.
parques brasileiros. e) Somente aos anúncios de compra e venda.
b) Devem ser tomadas providências para dotar os parques
de meios para se protegerem dos incêndios. 6. A expressão que não aparece nos anúncios que o autor
c) Devem ser desencadeadas campanhas para conscientizar menciona é:
a população de como evitar incêndio nos parques. a) “lugar de fututo”
d) Parte da culpa dos incêndios cabe às autoridades b) “gratifica-se bem”
responsáveis pelas reservas e parques. c) “procura-se uma explicação”
e) 0 incêndio no Parque da Serra da Capivara ameaçou d) “atende-se a domicílio”
valioso patrimônio histórico e antropológico. e) “por motivo de viagem”

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7. Conforme o texto, os técnicos que anunciaram sua 10. O tema central do fragmento acima é:
especialidade: a) A publicidade desequilibra a relação de forças existente
a) Trabalham com rapidez, mas não conseguem encaixar entre a demanda e a oferta de bens de consumo.
todas as peças de um aparelho. b) Dramatizar o mito da queda é o objetivo perseguido pela
b) Trabalham melhor que os das fábricas, resultando disto retórica publicitária.
maior economia para as montadoras. c) Há uma similaridade estrutural entre a elaboração
c) Entendem mais da montagem dos aparelhos que os publicitária e a elaboração onírica.
técnicos das fábricas de eletrodomésticos. d) Os comerciais veiculados pelos meios de comunicação
d) Duvidam da competência dos mecânicos e eletricistas cumprem o papel de informar o consumidor em potencial sobre as
das grandes fábricas. reais qualidades dos produtos.
e) Pretendem conseguir uma contratação como mecânicos e) Ao adquirir bens de consumo, o consumidor sublima
ou eletricistas em firmas conceituadas. suas carências afetivas num estado de deleite sublime.
8. As “fórmulas” dos anúncios a que se refere o autor dizem
respeito:
11. À leitura literal da retórica publicitária associam-se vários
a) À especificação
termos no texto, exceto:
b) À quantidade
c) Ao argumento a) Deleite sublime
d) Ao conteúdo b) Estado nirvânico
e) À correção c) Gozo celestial
d) Consciência da finitude
9. Assinale a opção que expressa o significado da seguinte e) Estímulos fantasiosos
frase do texto: “... quem procura o seu futuro no presente de quem
anuncia acaba é fazendo o futuro dos outros”. 12. Uma leitura errada do texto levaria a afirmar que:
a) Quem oferece melhoria de vida aos outros através de a) Interpretar literalmente o discurso publicitário é uma
anúncios pretende melhorar a própria vida. atitude ingénua.
b) Aquele que pretende encontrar boas oportunidades nos b) A publicidade elabora um cenário onírico para os objetos
anúncios proporciona lucros ao anunciante. da sociedade industrial.
c) O anunciante projeta seus atuais objetivos nas pretensões c) O discurso publicitário é formulado com mensagens que
dos leitores. se sustentam no princípio do prazer.
d) Quem busca o seu futuro no futuro dos outros prejudica d) A felicidade prometida nas propagandas dá ao homem a
irremediavelmente seu presente. consciência de sua finitude.
e) O anunciante procura melhorar a vida do leitor e) Está incorporado à publicidade o componente mítico de
independentemente de suas intenções. retorno ao paraíso.
MPU – nível técnico – MF: Leia o trecho abaixo para 13. “Drama do retorno” e “mito da queda”, no texto,
responder às questões de 10 a 14
referem-se a:
(Tempo máximo: 15 minutos)
a) Elaboração da primeira versão da publicidade e sua
A rigor, se cometêssemos para com a publicidade o ingênuo recusa pelo cliente que a encomendou.
extremismo de acreditar plenamente no seu discurso, teríamos b) Retorno dos comerciais aos meios de comunicação
à nossa frente a mais desvairada das utopias. A sua eficiência, devido à queda do faturamento das empresas.
elevada ao absurdo, consistiria em fazer com que o consumidor, c) Promessas fantasiosas contidas nos anúncios e decepção
ao consumir um produto, incorporasse à sua percepção sensorial do consumidor por não vê-ias realizadas ao adquirir o produto.
um deleite Sublime, um estado nirvânico, um gozo celetial. d) Estado nirvânico do publicitário no momento de criação
A se ressalvar e a se ressaltar, porém, a defasagem entre a da propaganda e posterior decepção ao vê-lo rejeitado pelo diretor
promessa publicitária e o real preenchimento proporcionado pelos de marketing.
bens de consumo, conclui-se tristemente que o saldo é bastante e) Mitos de povos primitivos a respeito das concepções de
negativo: a felicidade prometida é muito fugaz e o retorno ao Paraíso e Inferno.
abismo da lacuna primordial – da consciência da finitude – é
ainda maior, uma vez que a busca do sublime esteve exacerbada 14. Assinale a letra que contém o enunciado falso.
por estímulos fantasiosos. Cada vez que o paraíso é prometido, a) Colocadas em sequência, as expressões “a se ressalvar” e
represema-se (ritualiza-se) o drama do retorno. Cada vez que esse “a se resaltar” são equivalentes quanto ao conteúdo.
retorno é frustrado, dramatiza-se, outra vez, o mito da queda. b) O segmento - da consciência da finitude – explica a
A promessa de preenchimento dá lugar ao vazio. Existência e expressão lacuna primordial.
angústia retornam à sua condição de paralelismo. Compreende-se c) O termo “(ritualiza-se)” especifica o sentido de
então o quanto a retórica publicitária era irreal, sublimadora. E “representa-se”.
uma leitura literalizante desse discurso delirante coloca-se de d) As expressões “deleite sublime”, “estado nirvânico”,
imediato lidando com uma elaboração profundamente onírica.
“gozo celestial”, colocadas em sequência, reiteram a mesma idéia.
Literalmente, a publicidade é uma fábrica de sonhos. (Extraído
e) Em “sua eficiência”, o possessivo refere-se à eficiência
de A promessa do paraíso já, Luís Martins, Humanidades, Ano IV,
da publicidade.
1987/88, nº15, p. 110/111)

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RESPOSTAS COMENTADAS 12. d - A “consciência de finitude” acontece só depois que a


ilusão despertada pela publicidade acaba. A felicidade prometida
“Parque em chamas” nas propagandas dá ao homem a ilusão.

1. c 13. c - Por exclusão, chega-se a esta resposta, porém, como


o comando se refere a “Drama do retorno” e “mito da queda”,
2. e a alternativa melhor seria: “decepção do consumidor por não ver
a) Errado. O texto não fala que a produção de carvão é realizadas as promessas da propaganda”.
positiva.
b) Errado. Segundo o texto, a estiagem “abriu caminho para 14. a - Ressalvar = corrigir, prevenir com ressalva, excetuar...
que as chamas tragassem...”; de acordo com esta alternativa a
Ressaltar = destacar, sobressair, dar relevo...
estiagem provocou o incêndio. Abrir caminho não é provocar.
c) Errado. Se os bombeiros apagaram o fogo, pelo menos
foram eficientes.
d) Errado. TIPOLOGIA TEXTUAL
e) Certo.

3. d - “paisagem mutilada pelo fogo”.


Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor
4. b - No comando deveria estar escrito “dedutível” (que se que também é transmitida através de figuras, impregnado de
deduz) porque não existe a palavra “deduzível”. subjetivismo. Ex: um romance, um conto, uma poesia...
a) Errado. Não se pode deduzir estrita e licitamente que se Texto Não‑Literário: preocupa-se em transmitir uma
“alguns dos 25 parques” (o texto só fala em três deles) estão em mensagem da forma mais clara e objetiva possível. Ex: uma
situação difícil, todos estarão. Três não são vinte e cinco. notícia de jornal, uma bula de medicamento.
b) Certo. O que seria competência, por exemplo, dos
legisladores. Os responsáveis pelos parques não são culpados de Basicamente existem três tipos de texto: Texto Narrativo;
não terem condições.
Texto Descritivo; Texto Dissertativo. Cada um desses textos
c) Errado. O texto não culpa a população nem as
possui características próprias de construção.
autoridades responsáveis pelos parques e reservas.
d) Errado. O texto não culpa a população nem as
autoridades responsáveis pelos parques e reservas. Narração
e) Errado. Se as pinturas rupestres existem há pelo menos
31.500 anos, certamente já resitiram a inúmeros incêndios, o que Ao longo de nossa vida, tomamos contato com os mais
não justifica dizer que um incêndio constitua ameaça a elas. variados tipos de textos: literários e jornalísticos, em verso e em
prosa, políticos, religiosos e muitos outros.
“Procura‑se uma explicação” Há uma classificação que, por revelarse útil tanto para a
produção escrita quanto para a leitura, enraizouse na tradição
5. d - Objetos perdidos, lugar de futuro = emprego, técnicos = escolar. Tratase do agrupamento dos textos em narrativos,
serviços (venda). descritivos e dissertativos.
Antes de mais nada, é preciso deixar claro que esses tipos não
6. c 7. a são encontrados em estado puro. Narração, descrição e dissertação
podem alternarse num mesmo texto. Isso não impede que, por
8. c - Nunca pude avaliar, pelas suas fórmulas (=pelo que razões didáticas, estudemos cada uma delas separadamente.
argumental – “gratifica-se bem”, “lugar de futuro”, “por motivo de Vamos ocuparnos da narração.
viagem”), quais as suas verdadeiras intenções (= o que realmente Leia o texto que segue:
querem dizer).
9. b - Observe que a frase “... quem procura seu futuro no Porquinhodaíndia
presente de quem anuncia acaba é fazendo o futuro dos outros”
pode ser reduzida a “quem procura” ... faz “o futuro dos outros”, Quando eu tinha seis anos
em que o sujeito “quem procura” é o leitor e os “outros” são os Ganhei um porquinhodaíndía.
anunciantes. Que dor de coração me dava
A única alternativa que põe na ordem certa de importância do Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
texto “leitor – anunciante” é a letra b. Levava ele pra sala
Compare: letra a) anunciante – anunciante; c) anunciante – Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
leitor; d) leitor – leitor; e) anunciante – leitor. Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
“A rigor, se cometêssemos...” Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
0 meu porquinhodaíndia foi a
10. c - Reler as quatro últimas linhas do texto (onírico = de minha primeira [namorada.
sonho).
11. d - É a única alternativa de significado negativo. A Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed. Rio de Janeiro,
publicidade, no texto, só busca ressaltar o lado positivo. José Olympio, 1973, pág. 110.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Narrativas são Transformações diz Depois da abolição, incentivouse a imigração de europeus,


Observe que, no texto acima, há um conjunto de transformações temos um texto dissertativo, que, no entanto, apresenta um
de situação: ganhar um porquinhodaíndia é passar da situação de componente narrativo, pois contém uma mudança de situação: do
não ter o animalzinho para a de têlo; leválo para a sala ou para não incentivo ao incentivo da imigração européia.
outros lugares é passar da situação de ele estar debaixo do fogão
para a de estar em outros lugares; ele não gostava: queria era estar Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto,
debaixo do fogão implica a volta à situação anterior; não fazia o que é narração?
caso nenhum das minhas ternurinhas dá a entender que o menino A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três
passava de uma situação de não ser terno com o animalzinho para características:
uma situação de ser; no último verso temse a passagem da situação • é um conjunto de transformações de situação (o texto de
de não ter namorada para a de ter. Manuel Bandeira do começo deste capítulo, como vimos, preenche
Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande conjunto
essa condição);
de mudanças de situação. É isso que define o que se chama o
• é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e
componente narrativo do texto, ou seja, narrativa é uma mudança
de estado pela ação de alguma personagem, é uma transformação fatos concretos (o texto «Porquinho-daíndia” preenche também
de situação. Mesmo que essa personagem não apareça no esse requisito);
texto, ela está logicamente implícita. Assim, por exemplo, se o • as mudanças relatadas estão organizadas de maneira
menino ganhou um porquinhodaíndia, é porque alguém lhe deu tal que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e
o animalzinho. posterioridade (no texto «Porquinhodaíndia” o fato de ganhar o
animal é anterior ao de ele estar debaixo do fogão, que por sua vez
Tipos de Narrativa é anterior ao de o menino leválo para a sala, que por seu turno é
Há, basicamente, dois tipos de mudança: aquele em que anterior ao de o porquinhoda-índia voltar ao fogão).
alguém recebe alguma coisa (o menino passou a ter o porquinhoda
índia) e aquele em que alguém perde alguma coisa (o porquinho Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre
perdia, a cada vez que o menino o levava para outro lugar, o espaço pertinente num texto narrativo, mesmo que a seqüência linear
confortável de debaixo do fogão). Assim, temos dois tipos de da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no
narrativas: de aquisição e de privação. romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas, quando
A Sequência Narrativa Prototípica o narrador começa contando sua morte para em seguida relatar
Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: uma sua vida, a seqüência temporal foi modificada. No entanto, o leitor
coordenase a outra, uma implica a outra, uma subordinase a outra.
reconstitui, ao longo da leitura, as relações de anterioridade e de
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação:
posterioridade.
• uma em que uma personagem passa a ter um querer ou
um dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo); Resumindo: na narração, as três características explicadas
• uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma acima (transformação de situações, figuratividade e relações de
competência para fazer algo); anterioridade e posterioridade entre os episódios relatados) devem
• uma em que a personagem executa aquilo que queria ou estar presentes conjuntamente. Um texto que tenha só uma ou duas
devia fazer (é a mudança principal da narrativa); dessas características não é uma narração.
• uma em que se constata que uma transformação se deu
e em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens Narração é uma modalidade de redação que envolve sucessivas
(geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os ações desencadeadas por personagens, constituídas por uma
maus). sequencia temporal, que leva a uma tensão narrativa crescente e
culmina com o clímax ou desfecho. O narrador, portanto, é aquele
Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se que conta fatos, reais ou imaginários, organizados numa sucessão
pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a que visa provocar o interesse do leitor pela solução da trama.
realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela efetuase A narração envolve vários elementos:
porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazêla. Tomemos, • o narrador, foco narrativo ou ponto de vista, que define
por exemplo, o ato de comprar um apartamento: quando se assina a posição de quem narra em relação à matéria narrada. 0 narrador
a escritura, realizase o ato de compra; para isso, é necessário poder pode ser protagonista ou personagem, construindo a narrativa em
(ter dinheiro) e querer ou dever comprar (respectivamente, querer
primeira pessoa. Pode ser testemunha ou observador, narrando
deixar de pagar aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido
em terceira pessoa, mas se identificando como ente narrativo.
despejado, por exemplo).
Algumas mudanças são necessárias para que outras se dêem. Pode, ainda, estar fora da matéria narrada, em posição onisciente,
Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar um bambu narrando em terceira pessoa, com distanciamento em relação ao
ou outro instrumento para derrubála. Para ter um carro, é preciso acontecido.
antes conseguir o dinheiro. • personagens, que se revelam por meio de características
físicas ou psicológicas. Os personagens podem ser lineares
Narrativa e Narração (previsíveis), complexos, tipos sociais (trabalhador, estudante,
Até agora estamos falando em narrativa. Existe alguma burguês etc.) ou tipos humanos (o medroso, o tímido, o avarento
diferença entre as duas? Sim. A narratividade é um componente etc.), heróis ou antiheróis, protagonistas ou antagonistas.
narrativo que pode existir em textos que não são narrações. A • outros elementos fundamentais são a caracterização do
narrativa é a transformação de situações. Por exemplo, quando se espaço e a do tempo, que servem como molduras da ação narrada.

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Caracterização Formal E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel,


Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O narrar surge se não tem documentos? disse o encarregado. Eu nem sei se o
da busca wansmitir, de comunicar qualquer acontecimento ou senhor vai pagar a conta ou não!
situação em que o em tenha sido protagonista de forma direta ou O viajante não disse nada. Tomou a esposa pelo braço e seguiu
indireta. O aspecto narrativo apresenta, até certo ponto, alguma adiante. No terceiro hotel também não havia vaga. No quarto que
subjetividade, porquanto a criação e o colorido do contexto estão era mais uma modesta hospedaria havia, mas o dono desconfiou
em função da individualidade e do estilo do narrador. do casal e resolveu dizer que o estabelecimento estava lotado.
Dependendo do enfoque do redator, a narração terá diversas Contudo, para não ficar mal, resolveu dar uma desculpa:
abordagens. Assim é de grande importância saber se o relato é
O senhor vê, se o governo nos desse incentivos, como dão
feito em primepessoa ou terceira pessoa. No primeiro caso, há a
participação do narrador; segundo, há uma inferência do último para os grandes hotéis, eu já teria feito uma reforma aqui. Poderia
através da onipresença e onisciência. até receber delegações estrangeiras. Mas até hoje não consegui
Por outro lado, já que o elemento fundamental da estrutura nada. Se eu conhecesse alguém influente... O senhor não conhece
narrativa é a ação, dáse lugar de realce aos verbos de ação, sendo ninguém nas altas esferas?
esses muito utilizad no pretérito perfeito do indicativo. O viajante hesitou, depois disse que sim, que talvez conhecesse
alguém nas altas esferas.
Conceituação Pois então disse o dono da hospedaria fale para esse seu
A estruturação narrativa é uma seqüência de fatos relacionados conhecido da minha hospedaria. Assim, da próxima vez que o
entre em que há uma ordem temporal e uma ordem causal. senhor vier, talvez já possa lhe dar um quarto de primeira classe,
A ordem temporal implica referência à cronologia, e a ordem com banho e tudo.
causal, tabelece uma relação causaefeito. O viajante agradeceu, lamentando apenas que seu problema
Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dos fosse mais urgente: precisava de um quarto para aquela noite. Foi
acontecimentos: esses podem oscilar no tempo, transgredindo o
adiante.
aspecto linear e constituindo o que se denomina “flashback”. O
narrador que usa essa técnica (característica comum no cinema) No hotel seguinte, quase tiveram êxito. O gerente estava
demonstra maior criatividade e originalidade. esperando um casal de conhecidos artistas, que viajavam
Elementos da narrativa incógnitos. Quando os viajantes apareceram, pensou que fossem
os hóspedes que aguardava e disse que sim, que o quarto já estava
Personagens Quem? Protagonista/Antagonista pronto, ainda fez um elogio:
Acontecimento O quê?Fato O disfarce está muito bom. Que disfarce? perguntou o
Tempo Quando? Época em que ocorreu o fato viajante. Essas roupas velhas que vocês estão usando, disse o
Espaço Onde? Lugar onde ocorreu o fato gerente. Isso não é disfarce, disse o homem, são as roupas que nós
Modo Como? De que forma ocorreu o fato temos. O gerente aí percebeu o engano:
Causa Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato Sinto muito desculpouse. Eu pensei que tinha um quarto
Resultado: previsível ou imprevisível. vago, mas parece que já foi ocupado.
Final: Fechado ou Aberto. O casal foi adiante. No hotel seguinte, também não havia
Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão,
vaga, e o gerente era metido a engraçado. Ali perto havia uma
obrigatoriamente sempre presentes no discurso, exceto as
manjedoura, disse, que não se hospedavam lá? Não seria muito
personagens ou o fato a ser narrado.
Assim, no contexto narrativo, temos: confortável, mas em compensação não pagariam diária. Para
surpresa dele, o viajante achou a idéia boa, até agradeceu. Saíram.
• importância das personagens, que se movimentam, se Não demorou muito, apareceram os três Reis Magos,
relacionam e dão lugar à trama que se estabelece na ação; perguntando sobre um casal de forasteiros. E foi aí que o gerente
• importância do espaço, no qual se entrechocam as começou a achar que vez tivesse perdido os hóspedes mais
personagens e que se apresenta limitado ou ilimitado, real ou importantes já chegados a Belém.
suprareal; (SCLIAR, Moacyr. A massagista japonesa. Porto Alegre:
• importância do tempo, que poderá ser psicológico ou L&PM, 1984, p. 495O)
cronológico.
DescriçãoChamavase Raimundo este pequeno, e era mole,
Exemplo aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter
aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinqüenta minutos;
A NOITE EM QUE OS HOTÉIS ESTAVAM CHEIOS
vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro.
O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida,
viagem; ela, grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lugar cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do
onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria, pai e retiravase antes. 0 mestre era mais severo com ele do que
desde que não fosse muito caro. conosco.
Não seria fácil, como eles logo descobriram. No primeiro Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed. São
hotel, o gerente, homem de maus modos, foi logo dizendo que Paulo, Ática, 1974, págs. 3132.
não havia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com
desconfiança o casal e resolveu pedir documentos. O homem disse Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da
que não tinha; na pressa da viagem esquecera os documentos. escola que o narrador freqüentava.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Devese notar: A característica fundamental de um texto descritivo é essa


• que todas as frases expõem ocorrências simultâneas inexistência de progressão temporal – isto é, o que se expõe
(ao mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que é simultâneo, e não se pode, portanto, considerar um enunciado
os outros levavam trinta ou cinqüenta minutos, Raimundo tinha anterior a outro. Podese apresentar, numa descrição, até mesmo
grande medo ao pai); ação ou movimento, desde que eles sejam sempre simultâneos,
• por isso, não existe uma ocorrência que possa ser não indicando progressão de uma situação anterior para outra
considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de posterior. Tanto é que uma das marcas lingüísticas da descrição
vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é é o predomínio de verbos no presente ou no pretérito imperfeito
cronologicamente anterior a retirarse dela; no nível do relato, do indicativo: o primeiro expressa concomitância em relação ao
porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: o que o momento da fala; o segundo, em relação a um marco temporal
narrador quer é explicitar uma característica do menino, e não pretérito instalado no texto.
traçar a cronologia de suas ações); Para transformar uma descrição numa narração, bastaria
• ainda que se fale de ações (como entrava, retiravase), introduzir um enunciado que indicasse a passagem de um
todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância estado anterior para um posterior. No caso do texto inicial, para
em relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano transformá-lo em narração, bastaria dizer:
de 1840, em que o narrador freqüentava a escola da rua da Costa)
e, portanto, não denota nenhuma transformação de estado; Reunia a isso grande medo do pai. Mais tarde, Iibertouse
• se invertêssemos a seqüência dos enunciados, não desse medo...
correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológica
poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar e Os efeitos de sentido criados pela disposição dos elementos
ler o texto do fim para o começo: descritivos

0 mestre era mais severo com ele do que conosco. Entrava na Como se disse acima, do ponto de vista da progressão
escola depois do pai e retirava-se antes... temporal, a ordem dos enunciados na descrição é indiferente, uma
vez que eles indicam propriedades ou características que ocorrem
Evidentemente, quando se diz que a ordem dos enunciados simultaneamente. No entanto, ela não é indiferente do ponto de
pode ser invertida, está-se pensando apenas na ordem cronológica, vista dos efeitos de sentido: descrever de cima para baixo ou
pois, como veremos adiante, a ordem em que os elementos são viceversa, do detalhe para o todo ou do todo para o detalhe cria
descritos produz determinados efeitos de sentido. efeitos de sentido distintos.
Quando alteramos a ordem dos enunciados, precisamos fazer Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, de
certas modificações no texto, pois este contém anafóricos (palavras Bocage:
que retomam o que foi dito antes, como ele, os, aquele, etc. ou Magro, de olhos azuis, carão moreno,
catafóricos (palavras que anunciam o que vai ser dito, como este, bem servido de pés, meão de altura,
etc.), que podem perder sua função e assim não ser compreendidos. triste de facha, o mesmo de figura,
Se tomarmos uma descrição como As flores manifestavam todo o nariz alto no meio, e não pequeno.
seu esplendor. O Sol fazia-as brilhar, ao invertermos a ordem das
frases, precisamos fazer algumas alterações, para que o texto possa Incapaz de assistir num só terreno,
ser compreendido: O Sol fazia as flores brilhar. Elas manifestavam mais propenso ao furor do que à ternura;
todo o seu esplendor. Como, na versão original, o pronome bebendo em níveas mãos por taça escura
oblíquo as é um anafórico que retoma flores, se alterarmos a ordem de zelos infernais letal veneno.
das frases ele perderá o sentido. Por isso, precisamos mudar a
palavra flores para a primeira frase e retomá-la com o anafórico Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão,
elas na segunda. 1968, pág. 497 / Vunesp1993.
Por todas essas características, dizse que o fragmento do conto
de Machado é descritivo. Descrição é o tipo de texto em que O poeta descrevese das características físicas para as
se expõem características de seres concretos (pessoas, objetos, características morais. Se fizesse o inverso, o sentido não seria o
situações, etc.) consideradas fora da relação de anterioridade e de mesmo, pois as características físicas perderiam qualquer relevo.
posterioridade.
O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a visualizar
Características da Descrição uma cena. É como traçar com palavras o retrato de um objeto, lugar,
pessoa etc., apontando suas características exteriores, facilmente
As características do texto descritivo são: identificáveis (descrição objetiva), ou suas características
• como o texto narrativo, é figurativo; psicológicas e até emocionais (descrição subjetiva).
• ao contrário do texto narrativo, não relata mudanças de Uma descrição deve privilegiar o uso freqüente de adjetivos,
situação, mas propriedades e aspectos simultâneos dos elementos também denominado adjetivação. Para facilitar o aprendizado
descritos, considerados, pois, numa única situação; desta técnica, sugerese que o concursando, após escrever seu texto,
• como o que nele se reproduz é simultâneo, não existe sublinhe todos os substantivos, acrescentando antes ou depois
relação de anterioridade e posterioridade entre seus enunciados. deste um adjetivo ou uma locução adjetiva.

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Descrição de Ambientes É importante a seleção desses traços, para que o trabalho não
1 - Introdução: comentário de caráter geral. dê a impressão de uma fotografia, mas seja a imagem do objeto
2 - Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura global (como o autor ve e sente esse objeto).
do ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, luminosidade e Na descrição literária, predomina o aspecto subjetivo. O autor
aroma (se houver). transfigura o ser de acordo com suas vivências psicossensoriais.
3 - Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a objetos Aqui predomina a conotação.
lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, esculturas ou Com relação à descrição de tipos, podese descrevêlos física
quaisquer outros objetos.
ou psicologicamente. A primeira será uma descrição em que
4 - Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira no
ambiente. predomina a objetividade, na segunda, porém, predominará a
subjetividade.
Descrição de Paisagens Às vezes, o autor, através da caricatura intencional dos traços
1 - Introdução: comentário sobre sua localização ou qualquer físicos personagem, deixa entrever o retrato psicológico da mesma,
outra referência de caráter geral. caracterizam suas idiossincrasias. Basta lembrar Quincas Borba,
2 - Desenvolvimento: observação do plano de fundo em Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
(explicação do que se vê ao longe). Quanto à descrição nãoliterária, aqui sim, há grande
3 - Desenvolvimento: observação dos elementos mais preocupação com a exatidão dos detalhes e precisão vocabular.
próximos do observador explicação detalhada dos elementos que É uma descrição objetiva, o autor descreve o ser tal qual ele se
compõem a paisagem, de acordo com determinada ordem. apresenta na realidade. Há predomínio de denotação.
4 - Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo Qualquer manual de instruções de aparelhos ou mecanismos é
acerca da impressão que a paisagem causa em quem a contempla. uma descrição técnica. Poderíamos também citar outros exemplos,
como: descrição de um mineral, descrição anatômica de um corpo,
Descrição de Pessoas variação 1
1 - Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer etc.
aspecto de caráter geral. Caracterização Formal
2 - Desenvolvimento: características físicas (altura, peso, cor Com relação ao aspecto formal da descrição, devemse evitar
da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas). os verbos e, se isso não for possível, que se usem então as formas
3 - Desenvolvimento: características psicológicas nominais, o presente e o pretério imperfeito do indicativo, dando-se
(personalidade, temperamento, caráter, preferências, inclinações, sempre preferência aos verbos que indiquem estado ou fenômeno.
postura, objetivos). Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos
4 - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto.
geral
Esquema da Descrição
Descrição de Pessoas variação 2 O que se descreve (real ou imaginário).
1 - Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer Como se descreve (objetivamente ou subjetivamente).
aspecto de caráter geral.
2 - Desenvolvimento: análise das características físicas,
Texto Literário com Descrição Real Subjetiva
associadas às características psicológicas (1ª parte).
3 - Desenvolvimento: análise das características físicas,
associadas às características psicológicas (2ª parte). A CASA MATERNA
4 - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter Vinicius de Morais
geral.
Há, desde a entrada, um sentimento de tempo na casa materna.
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É uma As grades do portão têm uma velha ferrugem e o trinco se oculta
estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais predominam. num lugar que só a mão filial conhece. O jardim pequeno parece
Porque toda técnica descritiva implica contemplação e mais verde e úmido que os demais, com suas palmas, tinhorões e
apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o redator, ao descrever, samambaias que a mão filial, fiel a um gesto de infância, desfolha
precisa possuir certo grau de sensibilidade. ao longo da haste.
Assim como o pintor capta o mundo exterior ou interior em É sempre quieta a casa materna, mesmo aos domingos, quando
suas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas ou imagens,
as mãos filiais se pousam sobre a mesa farta do almoço, repetindo
conforme o permita sua sensibilidade.
uma antiga imagem. Há um tradicional silêncio em suas salas e
Tipos um dorído repouso em suas poltronas. O assoalho encerado, sobre
A descrição, conforme o objetivo que se propõe, pode ser o qual ainda escorrega o fantasma da cachorrinha preta, guarda
literária ou não-literária. as mesmas manchas e o mesmo taco solto de outras primaveras.
Na primeira, não deve haver preocupação quanto à exatidão As coisas vivem como em prece, nos mesmos lugares onde as
da imagem descrita, porque a finalidade é transmitir a impressão situaram as mãos maternas quando eram moças e lisas. Rostos
sensorial. irmãos se olham dos portaretratos, a se amarem e compreenderem
Isso não implica preocupação com detalhes. O que importa mudamente. O piano fechado, com uma longa tira de flanela
é que o conjunto, ao deixar sobressair os traços principais, seja sobre as teclas, repete ainda passadas valsas, de quando as mãos
enfatizado. maternas careciam sonhar.

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A casa materna é o espelho de outras, em pequenas coisas Dissertação


que o olhar filial admirava ao tempo que tudo era belo: o licoreiro
magro, a bandeja triste, o absurdo bibelô. E tem um corredor Observe agora o texto que segue:
à escuta de cujo teto à noite pende uma luz morta, com negras Há três métodos pelos quais pode um homem chegar a ser
aberturas para quartos cheios de sombras. Na estante, junto à primeiroministro. 0 primeiro é saber, com prudência, como
escada, há um Tesouro da Juventude com o dorso puído de tato servirse de uma pessoa, de uma filha ou de uma irmã; o segundo,
e de tempo. Foi ali que o olhar filial primeiro viu a forma gráfica como trair ou solapar os predecessores; e o terceiro, como
de algo que passaria a ser para ele a forma suprema de beleza: o clamar, com zelo furioso, contra a corrupção da corte. Mas um
verso. príncipe discreto prefere nomear os que se valem do último
Na escada há o degrau que estala e anuncia aos ouvidos desses métodos, pois os tais fanáticos sempre se revelam os mais
maternos a presença de passos filiais. Pois a casa materna se divide obsequiosos e subservientes à vontade e às paixões do amo. Tendo
em dois mundos: o térreo, onde se processa a vida presente, e o de à sua disposição todos os cargos, conservamse no poder esses
cima, onde vive a memória. Embaixo há sempre coisas fabulosas ministros subordinando a maioria do senado, ou grande conselho,
na geladeira e no armário da copa: roquefort amassado, ovos e, afinal, por via de um expediente chamado anistia (cuja natureza
frescos, mangasespadas, untuosas compotas, bolos de chocolate, lhe expliquei), garantemse contra futuras prestações de contas e
biscoitos de araruta pois não há lugar mais propício do que a casa retiramse da vida pública carregados com os despojos da nação.
materna para uma boa ceia noturna. E porque é uma casa velha há Jonathan Swift. Viagens de Gulliver.
sempre uma barata que aparece e é morta com uma repugnancia São Paulo, Abril Cultural, 1979, págs. 234235.
que vem de longe. Em cima ficaram guardados antigos, os livros Esse texto explica os três métodos pelos quais um homem
que lembram a infância, o pequeno oratório em frente ao qual chega a ser primeiroministro, aconselha o príncipe discreto
ninguém, a não ser a figura a escolhêlo entre os que clamam contra a corrupção na corte e
justifica esse conselho.
Texto NãoLiterário com Descrição Real Subjetiva Observese que:
Meu primo tinha olhos grandes e profundos e neles • o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade
espelhavamse a suas mágoas e a sua desconfiança. com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um homem
particular e do que faz para chegar a ser primeiroministro, mas do
Texto NãoLitérário com Descrição Real Objetiva homem em geral e de todos os métodos para atingir o poder);
“Com a finalidade de compensar as possíveis irregularidades • existe mudança de situação no texto (por exemplo, a
do piso, seu freezer possui, na parte inferior dianteira, dois pés mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da corte
niveladores para servir de perfeito apoio no chão.” (Manual de no momento em que se tornam primeirosministros);
Instruções)
• a progressão temporal dos enunciados não tem
importância, pois o que importa é a relação de implicação (clamar
Texto Literário com Descrição Imaginária Subjetiva
contra a corrupção da corte implica ser corrupto depois da
“Não sei nada dela, apenas penso saber. Na realidade, dela só
nomeação para primeiroministro).
sei o que parece ser. Ela é para mim uma sombra que viajou por
dentro de mim, pois sou, foi embora, mas, paradoxalmente, ficou
Esse texto é dissertativo. Dissertação é o tipo de texto que
e continua.
comenta, analisa, interpreta e explica os dados da realidade.
Sim, ela é uma sombra. Uma sombra carregada de carinho, de
amor, de compreensão, de amizade. Uma sombra que não possui:
somente é. (Trecho de redação de aluno) Caracerísticas do Texto Dissertativo

A descrição nãoliterária real e objetiva predomina no texto As características do texto dissertativo são:
técnico, e no exemplo acima, comprovase o compromisso com a • ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é
precisão e a economia lingüística. temático;
Já na descrição literária, seja real ou imaginária, os • como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação;
pormenores, as figuras de linguagem vão tornála mais pitoresca • ao contrário do texto narrativo, nele as relações de
estilisticamente, fazendo cor que ela seja mais ou menos objetiva anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm maior
ou subjetiva. importância o que importa são suas relações lógicas: analogia,
A partir dos recursos literários utilizados num texto descritivo, pertinência, causalidade, coexistência, correspondência, implica-
não se pode esquecer que os mesmos variam de acordo com as ção, etc.
épocas em que foram redigidos. A estética e a gramática são comuns a todos os tipos de redação.
Desse modo, numa descrição romântica, há uma recorrência Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem características
ao cromatismo, aos aspectos sonoros e visuais, aos pormenores, à próprias a cada tipo de texto. Diante disso, a seguir, apresentase a
idealização, poder, do escritor exercitar toda a sua capacidade para aplicabilidade de cada um desses critérios à dissertação.
criar mundos imaginários.
Já na descrição realista, percebe-se certo equilíbrio da Estrutura
observação e na análise. Introdução: Os principais autores de redação em língua
Por outro lado, a descrição modernista apresentanos a portuguesa no Brasil sugerem os conhecidos esquemas de acordo
libertação da linguagem através de temas, motivos e formas com cada tipo de texto. Seguir as instruções de introdução dá ao
inovadores. candidato o ponto pertinente.

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Desenvolvimento: Siga as orientações do esquema adequado Idéias do desenvolvimento: (1) A aposentadoria do trabalho
à tipologia textual. não significa aposentadoria de mãos, pés e cabeça; (2) Há muitas
ofertas de atividades para pessoas que já passaram dos 60 anos:
Conclusão: Siga as orientações do esquema adequado à grupos de estudo, viagens, cerâmica, contadores de histórias;
tipologia textual. (3) Atividade física é importante, mas não deve ser vista como
tortura. Escolha a que mais lhe dá prazer: caminhada, musculação,
Gênero textual: Este quesito contempla a adequação ao hidroginástica, natação.
gênero em foco. Por exemplo, caso o candidato se exprima, em
uma dissertação, com subjetividade própria de textos literários Assunto:Falar em público.
como a narração e a descrição , perderá pontos. Leitor: Alunos do curso de expressão oral.
Esquema: Cada tipo de texto requer esquema próprio. A Delimitação do assunto: Falar bem é dom ou habilidade
utilização correta de um esquema vale ponto na prova. Leia com aprendida?
atenção e siga todos os passos a seguir. Objetivo: Demonstrar que, com treino, qualquer pessoa pode
Quanto à introdução, Hildebrando A. de André (1998, p. falar em público com desenvoltura e sem medo.
67) sugere frasesíntese acrescida de tópicos frasais do segundo e Idéias do desenvolvimento: ( 1) Falar, como escrever, é
terceiro parágrafos. habilidade melhorar depende de treino; (2) Exemplo de pessoas
Por sua vez, Branca Granatic (1996, p. 80) aborda a redação que, graças ao treino, venceram as dificuldades. O principal deles:
dividida em esquemas, independentemente da tipologia textual. Demóstenes, pai da Oratória. Ele venceu até a gagueira; (3) Como
melhorar a expressão oral.
Dissertação: esquema 1
1 - Introdução: expressão inicial (facultativa) + tema com Dissertação: esquema 2
objetivo + citação dos argumentos 1, 2 e 3 1 - Introdução: expressão inicial + tema com objetivo +
2 - Desenvolvimento do argumento 1 citação dos argumentos 1 e 2.
3 - Desenvolvimento do argumento 2 2 - Desenvolvimento do argumento 1
4 - Desenvolvimento do argumento 3 3 - Desenvolvimento do argumento 2
5 - Conclusão: expressão conclusiva (facultativa) +tema com 4 - Conclusão: expressão conclusiva + tema com objetívo +
objetívo + observação final (impessoal, positiva, otimista, que observação final (impessoal, positiva, otimista, que solucione o
solucione o problema e apresente viés humanístíco) problema e apresente viés humanístíco)
Em primeiro lugar, leia o(s) texto(s) apresentado(s) na prova
várias vezes, até sua perfeita compreensão. Lembrese de que Quanto ao esquema 2, que apresenta somente dois argumentos,
não há necessariamente relação direta dos textos com o tema. A o candidato deve seguir as orientações do esquema 1, com atenção
seguir, identifique o tema, caso este não tenha sido explicitado. ainda maior aos dois argumentos para fundamentar o texto.
Depois, crie seu objetivo, ou seja, sem fugir do tema, posicionese.
Alguns autores chamarão o tema com o objetivo de tese. Por fim, Exemplo de Dissertação
de acordo com seu posicionamento e sem fugir do tema, busque
dois ou três argumentos para desenvolver a redação. Para ilustrar, MEGALÓPOLE: UM BEM OU UM MAL?
seguem alguns exemplos.
Apresentação do assunto proposto:
Tema: Sexo antes do casamento. Quando uma cidade cresce vertiginosa e desenfreadamente,
Objetivo: Apresentar visões favoráveis ao sexo antes do assume as características de uma megalópole. Assim, Nova
casamento. Iorque, Tóquio, São Paulo e outros centros urbanos espalhados
Argumentos: (1) Maior conhecimento íntimo do parceiro; (2) pelo mundo têm conseguido diariamente aumentar a sua densidade
Novo conceito de liberdade; (3) Ruptura da ideologia vigente. demográfica, apresentando os pontos positivos e negativos para os
seus habitantes.
Tema: Problema hídrico no Distrito Federal.
Objetivo: Mostrar a real e trágica situação e apresentar Frase‑ponte (ligação)
soluções. Vejamos primeiramente os aspectos positivos numa grande
Argumentos: (1) A construção de poços artesianos sem cidade.
nenhuma fiscalização e planejamento em condomínios irregulares;
(2) A conivência do GDF; (3) A construção de uma nova barragem Elemento relacionador + pró + justificativa
(Corumbá 4) para abastecimento de água do DF e entorno. Com relação ao setor econômico, há maiores possibilidades de
emprego, melhores salários, mais chance de ascensão profissional,
Tema: MST conferindo tudo isso ao trabalhador da megalópole a oportunidade,
Objetivo: Apresentar a existência de várias correntes dentro por tantos desejada, de atingir um “status” social.
do MST e suas posições. Elemento relacionador + pró + justificativa
Argumentos: (1) Propostas de reforma agrária pelas quais Se focarmos o assunto através do prisma cultural, observaremos
eles lutam; (2) Posição das correntes mais radicais; (3) Soluções que a megalópole, possuindo vários teatros, museus, universidades
do governo ao MST. e casas de cultura, poderá oferecer grandes oportunidades para a
A seguir, duas sugestões extraídas da coluna Língua Solta, de aquisição de conhecimentos na área artístico-cultural.
Dad Squarisi, do jornal Correio Braziliense.
Elemento relacionador + pró + justificativa
Assunto: Velhice Quanto ao lazer, podemos afirmar que a megalópole
Leitor: Grupo de pessoas com idade entre 60 e 65 anos. proporciona uma vida social intensa, possuindo boas casas de
Delimitação do assunto: O perigo da ociosidade na velhice. diversão, muitos clubes, restaurantes com comidas das mais
Objetivo: Apresentar sugestões de atividades capazes de variadas origens, lugares aprazíveis para passear e toda a sorte de
prevenir a ociosidade na velhice. atrativos.

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Elemento relacionador + pró + justificativa Somente a intimidade com a palavra escrita, é que acaba
Finalmente, se levarmos em consideração as facilidades que a trazendo a memorização da grafia correta. Deve-se também criar o
megalópole oferece aos seus moradores, podemos aventar toda a hábito de consultar constantemente um dicionário.
gama de conforte conquistada pela moderna tecnologia científica, Desde o dia 01/01/2009 já estão em vigor as novas regras
como o metrô, o aperfeiçoamento da aparelhagem doméstica nos ortográficas da língua portuguesa, por isso temos até 2012 para
prédios residenciais, hipermercados, alimentos prontos, etc. nos “habituarmos” com as novas regras, pois somente em 2013
Frase‑ponte (separação) que a antiga será abolida. Certifique se no edital do concurso que
Se focarmos porém, o lado negativo da megalópole, veremos irá participar está explícito que irão cobrar as novas regras, pois
que a mesma apresenta diversos pontos cruciais. caso contrário ainda estão valendo as velhas.

Elemento relacionador + contra + justificativa Relembrando


Em primeiro lugar, podemos citar a falta de solidariedade Vogal: a, e, i, o, u.
humana e o egoísmo que habitam o coração dos indivíduos da Consoante: b,c,d,f,g,h,j,l,m,n,p,q,r,s,t,v,x,z.
grande metrópole. Sendo pessoas sem tempo para dialogar, os Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,x,z.
moradores da megalópole tornam-se praticamente insensíveis à O alfabeto será formado por 26 letras. As letras “k”, “w” e
dor e aos problemas dos que os cercam. “y” não são consideradas integrantes do alfabeto (agora serão).
Essas letras serão usadas em unidades de medida, nomes próprios,
Elemento reacionador + contra + justificativa palavras estrangeiras e outras palavras em geral. Exemplos: km,
Como decorrência desse fato, o habitante da megalópole, kg, watt, playground, William, Kafka, kafkiano.
embora cercado por alguns milhões de indivíduos, sente-se,
paradoxalmente, muito só; o ambiente lhe é estranho, o meio lhe 1‑ Emprego das letras K, W e Y
é hostil. Usam-se apenas:
a) Em abreviaturas e como símbolos de termos científicos
Elemento relacionador + contra + justificativa de uso internacional: km (quilômetro), kg (quilograma), K
Acrescente-se a isto o problema da poluição ambiental. (potássio), w (watt), W (oeste), Y (ítrio), yd (jarda), etc.
Numa cidade, onde a indústria prolifera, lançando, no ar, rios e b) Na transcrição de palavras estrangeiras não
mares, toda sorte de detritos químicos, um indivíduo que aqui se aportuguesadas: kart, kibutz, smoking, show, watt, playground,
desenvolva terá maior chance de adoecer física e psiquicamente. playboy, hobby, etc.
c) Em nomes próprios estrangeiros não aportuguesados e
Frase‑ponte (ligação) + Conclusão propriamente dita seus derivados: Kant, Franklin, Shakespeare, Wagner, Kennedy,
De tudo que se expôs acima, infere-se que a megalópole Mickey, Newton, Darwin, Hollywood, byroniano, etc.
apresentará mais pontos positivos do que negativos, se a pessoa
que nela habita for ambiciosa (econômica e culturalmente) e 2‑ Emprego da letra H
apreciar o movimento das grandes cidades, a rapidez e o conforto. Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético;
Se, por outro lado, tratar-se de indivíduo preso à natureza e à vida conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e da
pacata, o aspecto negativo da megalópole pesará muito mais na sua tradição escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta palavra
balança valorativa, porquanto não atenderá às suas necessidades vem do latim hodie.
vitais.
Crônica Emprega-se o H:
a) Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia,
É o texto curto, publicado com periodicidade regular hesitar, haurir, etc.
em jornais e revistas, e que explora literariamente, por meio b) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh e nh: chave,
do lirismo ou do humor, um fato do cotidiano. Distinguese a boliche, telha, flecha companhia, etc.
crônica jornalística (social, esportiva, econômica etc.), de caráter c) Final e inicial, em certas interjeições: ah!, ih!, hem?,
puramente informativo, da crônica literária, que revela um trabalho hum!, etc.
artístico, lingüístico sobre a matéria tratada. d) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo
A crônica é o gênero mais aberto e maleável da prosa. Pode elemento, se etimológico: sobre-humano, anti-higiênico, super-
ser indistintamente descritiva, narrativa ou reflexiva, muitas vezes homem, etc.
aproximandose do conto, ou do poema em prosa, ou de outros e) Algumas palavras iniciadas com a letra H: hálito,
gêneros. Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, harmonia, hangar, hábil, hélice, hemorragia, herói, hemisfério,
Rubem Braga, Nélson Rodrigues estão entre nossos grandes heliporto, heliporto, hematoma, hérnia, hesitar, hífen, hilaridade,
cronistas. hipocondria, hipótese, hipocrisia, homenagear, humor, hora,
história, hera, hospital, húmus;

OBS: Sem h, porém, os derivados baiano, baianinha, baião,


ORTOGRAFIA OFICIAL baianada, etc.

Não se usa H:
a) No início ou no fim de certos vocábulos, no passado
A palavra ortografia é formada pelos elementos gregos orto escritos com essa letra, embora sem fundamento etimológico:
“correto” e grafia “escrita” sendo a escrita correta das palavras ontem, úmido, iate, ombro, etc.
da língua portuguesa, obedecendo a uma combinação de critérios b) No início de alguns vocábulos em que o h, embora
etimológicos (ligados à origem das palavras) e fonológicos etimológico, foi eliminado por se tratar de palavras que entraram
(ligados aos fonemas representados). na língua por via popular, como é o caso de erva, inverno, e

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Espanha, respectivamente do latim, herba, hibernus e Hispania. Grafam‑se com a letra U:


Os derivados eruditos, entretanto, grafam-se com h: herbívoro,
bulício chuvisco íngua rebuliço
herbicida, hispânico, hibernal, hibernar, etc.
c) Em palavras derivadas e em compostos sem hífen: reaver buliçoso cumbuca jabuti tábua
(re + haver), reabilitar, inábil, desonesto, desonra, exaurir, etc. bulir cúpula jabuticaba tabuada
burburinho curtume lóbulo tonitruante
3‑ Emprego das letras E, I, O e U camundongo cutucar Manuel trégua
Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i/, /o/
chuviscar entupir mutuca urtiga
e /u/ nem sempre é nítida. É principalmente desse fato que nascem
as dúvidas quando se escrevem palavras como quase, intitular, Parônimos
mágoa, bulir, etc., em que ocorrem aquelas vogais.
Registramos alguns parônimos que se diferenciam pela
Escrevem‑se com a letra E:
oposição das vogais /e/ e /i/, /o/ e /u/. Fixemos a grafia e o
a) A sílaba final de formas dos verbos terminados em –uar: significado dos seguintes:
continue, habitue, pontue, etc.
b) A sílaba final de formas dos verbos terminados em –oar: área = superfície emigrar = sair do país
abençoe, magoe, perdoe, etc. imigrar = entrar num país
ária = melodia, cantiga estranho
c) As palavras formadas com o prefixo ante– (antes,
anterior): antebraço, antecipar, antedatar, antediluviano,
antevéspera, etc. emigrante = que ou quem
arrear = pôr arreios, enfeitar emigra
d) Os seguintes vocábulos:
arriar = abaixar, pôr no imigrante = que ou quem
e) chão, cair imigra
Arrepiar Creolina Empecilho Mexerico Senão
Cadeado Cumeeira Encarnar Mimeógrafo Sequer
comprido = longo eminente = elevado, ilustre
Candeeiro Desperdiçar Encarnação Orquídea Seriema
cumprido = particípio de iminente = que ameaça
Cemitério Desperdício Indígena Peru Seringa cumprir acontecer

Cireneu Destilar Irrequieto Quase Umedecer


Confete Disenteria Lacrimogêneo Quepe Zeferino comprimento = extensão recrear = divertir
cumprimento = saudação,
Emprega‑se a letra I: ato de cumprir recriar = criar novamente

a) Na sílaba final de formas dos verbos terminados em – costear = navegar ou soar = emitir som, ecoar,
passar junto à costa repercutir
air/–oer /–uir: cai, corrói, diminuir, influi, possui, retribui, sai, etc.
custear = pagar as custas, suar = expelir suor pelos
b) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra): financiar poros, transpirar
antiaéreo, Anticristo, antitetânico, antiestético, etc.
c) Nos seguintes vocábulos:
deferir = conceder, atender sortir = abastecer
diferir = ser diferente, surtir = produzir (efeito ou
aborígine crânio erisipela incinerar privilégio divergir resultado)

açoriano criar escárnio inigualável requisito


sortido = abastecido, bem
artifício criador feminino invólucro Sicília (ilha)
delatar = denunciar provido, variado
artimanha criação Filipe lajiano silvícola dilatar = distender, surtido = produzido,
aumentar causado
camoniano crioulo frontispício lampião siri
Casimiro digladiar Ifigênia pátio terebintina
descrição = ato de vadear = atravessar (rio) por
chefiar displicência inclinar penicilina Tibiriçá descrever onde dá pé, passar a vau

cimento displicente inclinação pontiagudo Virgílio vadiar = viver na vadiagem,


discrição = qualidade de vagabundear, levar vida de
quem é discreto vadio
Grafam‑se com a letra O:
abolir botequim concorrência magoar
emergir = vir à tona
banto bússola costume mocambo
imergir = mergulhar
boate chover engolir moela
4‑ Emprego das letras G e J
bolacha cobiça goela moleque
Para representar o fonema /j/ existem duas letras ; g e j. Grafa-
boletim cobiçar mágoa mosquito se este ou aquele signo não de modo arbitrário, mas de acordo com
névoa óbolo rebotalho romeno a origem da palavra. Exemplos: gesso (do grego gypsos), jeito (do
latim jactu) e jipe ( do inglês jeep).
nódoa ocorrência Romênia tribo

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Escrevem-se com G: b) S:
a) Os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem:
garagem, massagem, viagem, origem, vertigem, ferrugem, ânsia cansar diversão hortênsia remorso
lanugem. Exceção: pajem
b) As palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, ansiar cansado excursão pretensão sebo
-úgio: contágio, estágio, egrégio, prodígio, relógio, refúgio. ansioso descansar farsa pretensioso tenso
c) Palavras derivadas de outras que se grafam com g:
ansiedade descanso ganso propensão utensílio
massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem), ferruginoso
(de ferrugem), engessar (de gesso), faringite (de faringe),
selvageria (de selvagem), etc. c) SS:
d) Os seguintes vocábulos: acesso cassino fracasso opressão sossegar
acessório concessão impressão pêssego sossego
algema estrangeiro gilete hegemonia rabugento acessível discussão massa procissão submissão
angico gengiva ginete herege sugestão assar escassez massagista profissão sucessivo

apogeu gesto gíria megera tangerina asseio escasso missão profissional .

auge gibi giz monge tigela assinar essencial necessário ressurreição .


carrossel expressão obsessão sessenta .

Escrevem-se com J: d) SC, SÇ:

a) Palavras derivadas de outras teminadas em –já: laranja acréscimo adolescente ascensão consciência consciente
(laranjeira), loja (lojista, lojeca), granja (granjeiro, granjense), crescer desça fascinar oscilar suscetível
gorja (gorjeta, gorjeio), lisonja (lisonjear, lisonjeiro), sarja
cresço disciplina florescer piscina suscetibilidade
(sarjeta), cereja (cerejeira).
b) Todas as formas da conjugação dos verbos terminados descer discípulo imprescindível ressuscitar suscitar
em –jar ou –jear: arranjar (arranje), despejar (despejei), gorjear desço discernir néscio seiscentos víscera
(gorjeia), viajar (viajei, viajem) – (viagem é substantivo).
e) X: aproximar, auxiliar, auxílio, máximo, próximo,
c) Vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j:
proximidade, trouxe, trouxer, trouxeram, etc.
laje (lajedo), nojo (nojento), jeito (jeitoso, enjeitar, projeção,
f) XC: exceção, excedente, exceder, excelência, excelente,
rejeitar, sujeito, trajeto, trejeito).
excelso, excêntrico, excepcional, excesso, excessivo, exceto,
d) Palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-
excitar, etc.
guarani) ou africana: canjerê, canjica, jenipapo, jequitibá, jerimum,
jibóia, jiló, jirau, pajé, etc.
Homônimos
acento = inflexão da voz,
e) As seguintes palavras: sinal gráfico empoçar = formar poça
assento = lugar para
alfanje intrujice Jerônimo manjedoura sabujice
sentar-se empossar = dar posse a
alforje jeca jérsei manjericão sujeira
berinjela jegue jiu-jítsu ojeriza traje
acético = referente ao
cafajeste Jeremias majestade pegajento ultraje ácido acético (vinagre) incipiente = principiante
cerejeira jerico majestoso rijeza varejista
ascético = referente ao
ascetismo, místico insipiente = ignorante
5‑ Representação do fonema /S/
O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por:
cesta = utensílio de vime intercessão = ato de
ou outro material interceder
a) C, Ç:
sexta = ordinal referente a interseção = ponto em que
seis duas linhas se cruzam
acetinado cimento endereço maciço pança
açafrão dança Iguaçu miçanga pinça
círio = grande vela de cera ruço = pardacento
almaço dançar maçarico muçulmano Suíça
sírio = natural da Síria russo = natural da Rússia
anoitecer contorção maçaroca muçurana suíço
censura exceção maço paçoca vicissitude
cismo = pensão .
sismo = terremoto .

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4‑ Emprego de S com valor de Z Sufixo –ÊS e –EZ


Escrevem-se com S com som de Z: a) O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes
a) Adjetivos com os sufixos –oso, -osa: gostoso, gostosa, substantivos) derivados de substantivos concretos: montês (de
gracioso, graciosa, teimoso, teimosa, etc. monte), cortês (de corte), burguês (de burgo), montanhês (de
b) Adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa: português, montanha), francês (de França), chinês (de China), etc.
portuguesa, inglês, inglesa, milanês, milanesa, etc. b) O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos
c) Substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino derivados de adjetivos: aridez (de árido), acidez (de ácido), rapidez
–esa: burguês, burguesa, burgueses, camponês, camponesa, (de rápido), estupidez (de estúpido), mudez (de mudo) avidez (de
camponeses, freguês, freguesa, fregueses, etc. ávido) palidez (de pálido) lucidez (de lúcido), etc.
d) Verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s:
analisar (de análise), apresar (de presa), atrasar ( de atrás), extasiar
(de êxtase), extravas (de vaso), alisar (de liso), etc. Sufixo –ESA e –EZA
e) Formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados: pus, Usa-se –esa (com s):
pusemos, compôs, impuser, quis, quiseram, etc. a) Nos seguintes substantivos cognatos de verbos
f) Os seguintes nomes próprios de pessoas: terminados em –ender: defesa (defender), presa (prender), despesa
Avis Garcês Isaura Resende Tomás (despender), represa (prender), empresa (empreender), surpresa
(surpreender), etc.
Baltasar Heloísa Luís Sousa Valdês
b) Nos substantivos femininos designativos de títulos
Brás Inês Luísa Teresa . nobiliárquicos: baronesa, dogesa, duquesa, marquesa, princesa,
Eliseu Isabel Queirós Teresinha . consulesa, prioresa, etc.
c) Nas formas femininas dos adjetivos terminados em –
g) Os seguintes vocábulos e seus cognatos: ês: burguesa (de burguês), francesa (de francês), camponesa (de
aliás cortês freguesia paisagem rês, reses camponês), milanesa (de milanês), holandesa (de holandês), etc.
d) Nas seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa,
análise cortesia fusível país retrós lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa, toesa, turquesa, etc.
anis defesa gás paraíso revés, reveses
Usa-se –eza:
arnês descortesia Goiás pêsames surpresa a) Usa se –eza (com z) nos substantivos femininos abstratos
ás, ases despesa groselha pesquisa tesoura derivados de adjetivos e denotado qualidades, estado, condição:
beleza (de belo), franqueza (de franco), pobreza (de pobre), leveza
atrás empresa heresia presa tesouro (de leve), etc.
através esplêndido hesitar presépio três
Verbos terminados em –ISAR e ‑IZAR
avisar esplendor manganês presídio usina Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes
aviso espontâneo mês querosene vasilha correspondentes termina em –s. Se o radical não terminar em –s,
grafa-se –izar (com z):
besouro evasiva mesada raposa vaselina
avisar (aviso + ar) bisar (bis + ar)
colisão fase obséquio represa vigésimo
analisar (análise + ar) catalisar (catálise + ar)
convés frase obus requisito visita
alisar (a + liso + ar) improvisar (improviso + ar)
5‑ Emprego da letra Z
Grafam-se com Z: paralisar (paralisia + ar) amenizar (ameno + izar)
a) Os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: pesquisar (pesquisa + ar) colonizar (colono + izar)
cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito, avezita, etc.
b) Os derivados de palavras cujo radical termina em –z: pisar, repisar (piso + ar) vulgarizar (vulgar + izar)
cruzeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar (de vazio), etc.
c) Os verbos formados com o sufixo –izar e palavras frisar (friso + ar) motorizar (motor + izar)
cognatas: fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização, etc. grisar (gris + ar) escravizar (escravo + izar)
d) Substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e
denotando qualidade física ou moral: pobreza (de pobre), limpeza anarquizar (anarquia + izar) cicatrizar (cicatriz + izar)
(de limpo), frieza (de frio), etc.
civilizar (civil + izar) deslizar (deslize + izar)
e) As seguintes palavras: S ou Z?
canalizar (canal + izar) matizar (matiz + izar)
azar aprazível chafariz proeza vizinho
6‑ Emprego do X
azeite baliza cicatriz vazar xadrez a) Esta letra representa os seguintes fonemas:
Ch – xarope, enxofre, vexame, etc.
azáfama buzina ojeriza vazamento .
CS – sexo, látex, léxico, tóxico, etc.
azedo buzinar prezar vazão . Z – exame, exílio, êxodo, etc.
SS – auxílio, máximo, próximo, etc.
amizade bazar prezado vazante . S – sexto, texto, expectativa, extensão, etc.

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b) Não soa nos grupos internos –xce- e –xci-: exceção, • Quando a um elemento de composição terminado em
exceder, excelente, excelso, excêntrico, excessivo, excitar, vogal seguir, sem interposição do hífen, palavra começada com
inexcedível, etc. /r/ ou /s/: arroxeado, correlação, pressupor, bissemanal, girassol,
c) Grafam-se com x e não com s: expectativa, experiente, minissaia, etc.
expiar, expirar, expoente, êxtase, extasiado, extrair, fênix, texto,
etc. 9‑ CÊ - cedilha
d) Escreve-se x e não ch: É a letra C que se pôs cedilha. Indica que o Ç passa a ter som
de /S/: almaço, ameaça, cobiça, doença, eleição, exceção, força,
• Em geral, depois de ditongo: caixa, baixo, faixa, feixe, frustração, geringonça, justiça, lição, miçanga, preguiça, raça.
frouxo, ameixa, rouxinol, seixo, etc. Excetuam-se caucho e os Nos substantivos derivados dos verbos: TER e TORCER e
derivados cauchal, recauchutar e recauchutagem. seus derivados: ater, atenção; abster, abstenção; reter, retenção;
• Geralmente, depois da sílaba inicial en-: enxada, enxame, torcer, torção; contorcer, contorção; distorcer, distorção.
enxamear, enxagar, enxaqueca, enxergar, enxerto, enxoval, O Ç só é usado antes de A,O,U.
enxugar, enxurrada, enxuto, etc. Excepcionalmente, grafam-se 10‑ Emprego das iniciais maiúsculas
com ch: encharcar (de charco), encher e seus derivados (enchente,
preencher), enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim, toda vez a) A primeira palavra de período ou citação. Diz um provérbio
que se trata do prefixo en- + palavra iniciada por ch. árabe: “A agulha veste os outros e vive nua”. No início dos versos
• Em vocábulos de origem indígena ou africana: abacaxi, que não abrem período é facultativo o uso da letra maiúscula.
xavante, caxambu, caxinguelê, orixá, maxixe, etc. b) Substantivos próprios (antropônimos, alcunhas,
• Nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar, faxina, topônimos, nomes sagrados, mitológicos, astronômicos): José,
graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer, mexerico, puxar, rixa, oxalá, Tiradentes, Brasil, Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima,
praxe, vexame, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, xampu. Tupã, Minerva, Via-Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc. O deus
7‑ Emprego do dígrafo CH pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno.
c) Nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes,
Escreve-se com ch, entre outros os seguintes vocábulos: festas religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da
bucha, charque, charrua, chavena, chimarrão, chuchu, cochilo, Independência do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
cochilar, fachada, ficha, flecha, mecha, mochila, pechincha, tocha. d) Nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da
República, etc.
Homônimos e) Nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja,
Nação, Estado, Pátria, União, República, etc.
f) Nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos,
Bucho = estômago
agremiações, órgãos públicos, etc.:
Buxo = espécie de arbusto
Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de
Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.
Cocha = recipiente de madeira
g) Nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas,
Coxa = capenga, manco
literárias e científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina,
Arquitetura, Os Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico
Tacha = mancha, defeito; pequeno prego; prego de cabeça
Brasileiro, Correio da Manhã, Manchete, etc.
larga e chata, caldeira. h) Expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente,
Taxa = imposto, preço de serviço público, conta, tarifa Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
i) Nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os
Chá = planta da família das teáceas; infusão de folhas do chá povos do Oriente, o falar do Norte.
ou de outras plantas Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
Xá = título do soberano da Pérsia (atual Irã) j) Nomes comuns, quando personificados ou individuados: o
Amor, o Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.
Cheque = ordem de pagamento
Xeque = no jogo de xadrez, lance em que o rei é atacado por 11‑ Emprego das iniciais minúsculas
uma peça adversária
a) Nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes
8‑ Consoantes dobradas gentílicos, nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais,
carnaval, ingleses, ave-maria, um havana, etc.
a) Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoantes b) Os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando
C, R, S. empregados em sentido geral:
b) Escreve-se com CC ou CÇ quando as duas consoantes São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria.
soam distintamente: convicção, occipital, cocção, fricção, c) Nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o
friccionar, facção, sucção, etc. rio Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
c) Duplicam-se o R e o S em dois casos: d) Palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação
direta:
• Quando, intervocálicos, representam os fonemas /r/ forte “Qual deles: o hortelão ou o advogado?” (Machado de
e /s/ sibilante, respectivamente: carro, ferro, pêssego, missão, etc. Assis)

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“Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, Baixar: os preços quando não há objeto direto; os preços
incenso, mirra.” (Manuel Bandeira) funcionam como sujeito: Baixaram os preços (sujeito) nos
e) Atenção: no interior dos títulos, as palavras átonas, como: o, supermercados. Vamos comemorar, pessoal!
a, com, de, em, sem, grafam-se com inicial minúscula. Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os postos
15‑ Algumas palavras ou expressões costumam apresentar (sujeito) de combustível abaixaram os preços (objeto direto) da
dificuldades colocando em maus lençóis quem pretende falar gasolina.
ou redigir português culto. Esta é uma oportunidade para você
aperfeiçoar seu desempenho. Preste atenção e tente incorporar tais Bebedor: é a pessoa que bebe: Tornei-me um grande bebedor
palavras certas em situações apropriadas. de vinho.
Bebedouro: é o aparelho que fornece água. Este bebedouro
A anos: a indica tempo futuro: Daqui a um ano iremos à está funcionando bem.
Europa.
Há anos: há indica tempo passado: não o vejo há meses. Bem‑Vindo: é um adjetivo composto: Você é sempre bem
vindo aqui, jovem.
“Procure o seu caminho Benvindo: é nome próprio: Benvindo é meu colega de classe.
Eu aprendi a andar sozinho
Isto foi há muito tempo atrás Berruga/Verruga: as duas formas estão corretas: Olhe só a sua
Mas ainda sei como se faz berruga/verruga, menina!
Minhas mãos estão cansadas
Não tenho mais onde me agarrar.” (gravação: Nenhum de Boêmia/Boemia: são formas variantes (usadas normalmente):
Nós) Vivia na boêmia/boemia.
Atenção: Há muito tempo já indica passado. Não há Botijão/Bujão de gás: ambas formas corretas: Comprei um
necessidade de usar atrás, isto é um pleonasmo. botijão/bujão de gás.
Acerca de: equivale a a respeito de: Falávamos acerda de uma
Câmara: equivale ao local de trabalho onde se reúnem
solução melhor.
os vereadores, deputados: Ficaram todos reunidos na Câmara
Há cerca de: equivale a faz tempo. Há cerca de dias resolvemos
Municipal.
este caso.
Câmera: aparelho que fotografa, tira fotos: Comprei uma
câmera japonesa.
Ao encontro de: equivale estar a favor de: Sua atitude vai ao
encontro da verdade.
Champanha/Champanhe (do francês): O champanha/
De encontro a: equivale a oposição, choque: Minhas opiniões
champanhe está bem gelado.
vão de encontro às suas.

A fim de: locução prepositiva que indica finalidade: Vou a fim Cessão: equivale ao ator de doar, doação: Foi confirmada a
de visitá-la. cessão do terreno.
Afim: é um adjetivo e equivale a igual, semelhante: Somos Sessão: equivale ao intervalo de tempo de uma reunião: A
almas afins. sessão do filme durou duas horas.
Seção/Secção: repartição pública, departamento: Visitei hoje a
Ao invés de: equivale ao contrário de: Ao invés de falar seção de esportes.
começou a chorar (oposição).
Em vez de: equivale a no lugar de: Em vez de acompanhar- Demais: é advérbio de intensidade, equivale a muito, aparece
me, ficou só. intensificando verbos, adjetivos ou o próprio advérbio. Vocês falam
demais, caras!
A par: equivale a bem informado, ciente: Estamos a par das Demais: pode ser usado como substantivo, seguido de artigo,
boas notícias. equivale a os outros. Chamaram mais dez candidatos, os demais
Ao par: indica relação de igualdade ou equivalência entre devem aguardar.
valores financeiros (câmbio): O dólar e o euro estão ao par. De mais: é locução prepositiva, opõe-se a de menos, refere-se
sempre a um substantivo ou a um pronome: Não vejo nada de mais
Aprender = tomar conhecimento de. Ex. O menino aprendeu em sua decisão.
a lição.
Apreender = prender. Ex. O fiscal apreendeu a carteirinha Dia‑a‑dia: é um substantivo, equivale a cotidiano, diário, que
do menino. faz ou acontece todo dia. Meu dia‑a‑dia é cheio de surpresas.
Dia a dia: é uma expressão adverbial, equivale a diariamente.
À toa: é uma locução adverbial de modo, equivale a inutilmente, O álcool aumenta dia a dia. Pode isso?
sem razão: Andava à toa pela rua.
À‑ toa: é um adjetivo (refere-se a um substantivo), equivale a Descriminar: equivale a inocentar, absolver de crime. O réu
inútil, desprezível. Foi uma atitude à‑ toa e precipitada. foi descriminado; pra sorte dele.

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Discriminar: equivale a diferençar, distinguir, separar. Era Nem um: equivale a nem um sequer, nem um único; a palavra
impossível discriminar os caracteres do documento. Cumpre um expressa quantidade: Nem um filho de Deus apareceu para
discriminar os verdadeiros dos falsos valores. /Os negros ainda são ajudá-la.
discriminados. Nenhum: pronome indefinido variável em gênero e número;
vem antes de um substantivo, é oposto de algum: Nenhum jornal
Descrição: ato de descrever: A descrição sobre o jogador foi divulgou o resultado do concurso.
perfeita.
Discrição: qualidade ou caráter de ser discreto, reservado: Obrigada: As mulheres devem dizer: muito obrigada, eu
Você foi muito discreto. mesma, eu própria.
Obrigado: Os homens devem dizer: muito obrigado, eu
Entrega em domicílio: equivale a lugar: Fiz a entrega em mesmo, eu próprio.
domicílio.
Entrega a domicílio com verbos de movimento: Enviou as Onde: indica o lugar em que se está; refere-se a verbos
compras a domicílio. que exprimem estado, permanência: Onde fica a farmácia mais
próxima?
Espectador: é aquele que vê, assiste: Os espectadores se Aonde: indica idéia de movimento; equivale para onde (somente
fartaram da apresentação. com verbo de movimento desde que indique deslocamento, ou seja,
Expectador: é aquele que está na expectativa, que espera a+onde). Aonde vão com tanta pressa?
alguma coisa: O expectador aguardava o momento da chamada.
“Pode seguir a tua estrada
Estada: permanência de pessoa (tempo em algum lugar): A o teu brinquedo de star
estada dela aqui foi gratificante. fantasiando um segredo
Estadia: prazo concedido para carga e descarga de navios o ponto aonde quer chegar...” (gravação: Barão Vermelho)
ou veículos: A estadia do carro foi prolongada por mais algumas
semanas. Por ora: equivale a por este momento, por enquanto: Por ora
chega de trabalhar.
Fosforescente: adjetivo derivado de fósforo; que brilha no Por hora: locução equivale a cada sessenta minutos: Você
escuro: Este material é fosforescente. deve cobrar por hora.
Fluorescente: adjetivo derivado de flúor, elemento químico,
refere-se a um determinado tipo de luminosidade: A luz branca do Por que: escreve se separado; quando ocorre: preposição
carro era fluorescente. por+que - advérbio interrogativo (Por que você mentiu?);
preposição por+que – pronome relativo pelo/a qual, pelos/as quais
Haja - do verbo haver - É preciso que não haja descuido. (A cidade por que passamos é simpática e acolhedora.) (=pela
Aja - do verbo agir - Aja com cuidado, Carlinhos. qual); preposição por+que – conjunção subordinativa integrante;
inicia oração subordinada substantiva (Não sei por que tomaram
Houve: pretérito perfeito do verbo haver, 3ª pessoa do esta decisão. (=por que motivo, razão)
singular Por quê: final de frase, antes de um ponto final, de interrogação,
Ouve: presente do indicativo do verbo ouvir, 3ª p. do de exclamação, reticências; o monossílabo que passa a ser tônico
singular (forte), devendo, pois, ser acentuado: __O show foi cancelado mas
ninguém sabe por quê. (final de frase); __Por quê? (isolado)
Levantar:é sinônimo de erguer: Ginês, meu estimado cunhado, Porque: conjunção subordinativa causal: equivale a: pela
levantou sozinho a tampa do poço. causa, razão de que, pelo fato, motivo de que: Não fui ao encontro
Levantar‑se: pôr de pé: Luís e Diego levantaram‑se cedo e, porque estava acamado; conjunção subordinativa explicativa:
dirigiram-se ao eroporto. equivale a: pois, já que, uma vez que, visto que: “Mas a minha
tristeza é sossego porque é natural e justa.” (Fernando Pessoa) ;
Mal: advérbio de modo, equivale a erradamente, é oposto de conjunção subordinativa final (verbo no subjuntivo, equivale a para
bem: Dormi mal. (bem) que): “Mas não julguemos, porque não venhamos a ser julgados.”
Mal: equivale a nocivo, prejudicial, enfermidade; oposto de (Rui Barbosa)
bem; pode vir antecedido de artigo, adjetivo ou pronome: A comida Porquê: funciona como substantivo; vem sempre acompanhado
fez mal para mim. Seu mal é crer em tudo. de um artigo ou determinante: Não foi fácil encontrar o porquê
Mal: conjunção subordinativa temporal, equivale a assim que, daquele corre-corre.
logo que: Mal chegou começou a chorar desesperadamente.
Mau: adjetivo, equivale a ruim, oposto de bom; plural=maus; Senão: equivale a caso contrário, a não ser: Não fazia coisa
feminino=má. Você é um mau exemplo (bom). nenhuma senão criticar.
Mau: substantivo: Os maus nunca vencem. Se não: equivale a se por acaso não, em orações adverbiais
condicionais: Se não houver homens honestos, o país não sairá
Mas: conjunção adversativa (idéia contrária), equivale a desta situação crítica.
porém, contudo, entretanto: Telefonei-lhe mas ela não atendeu.
Mais: pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a menos: Tampouco: advérbio, equivale a também não: Não compareceu,
Há mais flores perfumadas no campo. tampouco apresentou qualquer justificativa.

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Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos tão - Com os prefixos “-circum” e “-pan”, diante de palavras
pouco esta semana. iniciadas por “vogal, m, n ou h”, emprega-se o hífen: circum-
navegador, pan-americano, circum-hospitalar, pan-helenismo.
Trás ou Atrás = indicam lugar, são advérbios
Traz - do verbo trazer - Usa-se o hífen em casos relacionados à ênclise e à mesóclise:
entregá-lo, amar-te-ei, considerando-o.
Vultoso: volumoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui.
Vultuoso: atacado de congestão no rosto: Sua face está - Com sufixos de origem tupi-guarani, representados por
vultuosa e deformada. “-açu”, “-guaçu”, “-mirim”, usa-se o hífen: jacaré-açu, cajá-mirim,
amoré-guaçu.
16‑ Hífen
O hífen representa um sinal gráfico, cujas funções estão - Não se usa mais o hífen quando o prefixo terminar em
associadas a uma infinidade de ocorrências lingüísticas, tais como: vogal e a segunda palavra começar por uma vogal diferente: auto-
- ligar palavras compostas; avaliação/autoavaliação; auto-escola/autoescola; auto-estima/
- fazer a junção entre pronomes oblíquos e algumas formas autoestima; co-autor/coautor; infra-estrutura/infraestrutura; semi-
árido/semiárido.
verbais, representadas pela mesóclise e ênclise;
Essa nova regra padroniza algumas exceções existentes antes
- separar as sílabas de um dado vocábulo;
do Acordo: aeroespacial, antiamericano, socioeconômico.
- ligar algumas palavras precedidas de prefixos.
- Não se usa mais o hífen em determinadas palavras que
Com o advento da Nova Reforma Ortográfica, houve perderam a noção de composição: manda-chuva/mandachuva;
mudanças em relação à sua aplicabilidade. Sendo assim, dada pára-quedas/paraquedas; pára-quedista/paraquedista.
a complexidade que se atribui ao sinal em questão, temos por
finalidade evidenciá-las, procurando enfatizar, em alguns casos, O hífen ainda permanece em palavras compostas desprovidas
o que antes prevalecia e o que atualmente vigora. Mediante tais de elemento de ligação, como também naquelas que designam
pressupostos, constatemos, pois: espécies botânicas e zoológicas: azul-escuro, bem-te-vi, couve-
flor, guarda-chuva, erva-doce, pimenta-de-cheiro.
Circunstâncias lingüísticas a que se deve o emprego do hífen: - Não se usa mais o hífen em locuções substantivas, adjetivas,
pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas: fim
- O hífen passa a ser usado quando o prefixo termina em vogal de semana, café com leite, cão de guarda. Exceções: o hífen ainda
e a segunda palavra começa com a mesma vogal: antiinflamatório/ permanece em alguns casos, expressos por: água-de-colônia, água-
anti-inflamatório; antiinflacionário/anti-inflacionário; microondas/ de-coco, cor-de-rosa.
micro-ondas; microorganismo/micro-organismo.
Essa regra padroniza algumas exceções já vigentes antes do - Quando a segunda palavra começar com “r” ou “s”, depois
de prefixo terminado em vogal, retira-se o hífen e essas consoantes
Acordo: auto-observação; auto-ônibus; contra-atacar.
são duplicadas: ante-sala/antessala, anti-rugas/antirrugas, anti-
Tal regra não se aplica aos prefixos “-co”, “-pro”, “-re”,
social/antissocial, auto-retrato/autorretrato, extra-sensorial/
mesmo que a segunda palavra comece com a mesma vogal que
extrassensorial, contra-reforma/contrarreforma, supra-renal/
termina o prefixo: coobrigar, coadquirido, coordenar, reeditar, suprarrenal, ultra-secreto/ultrassecreto, ultra-som/ultrassom.
proótico, proinsulina.
O hífen será mantido quando os prefixos terminarem com “r”
- Com prefixos, emprega-se o hífen diante de palavras e o segundo elemento começar pela mesma letra: hiper-requintado,
iniciadas com “h”: anti-higiênico, anti-histórico, co-herdeiro, inter-regional, super-romântico, super-racista.
extra-humano, pró-hidrotópico, super-homem. A nova regra padroniza algumas exceções já existentes
antes do acordo, como é o caso de: minissaia, minissubmarino,
- Emprega-se o hífen quando o prefixo terminar em consoante minissérie.
e a segunda palavra começar com a mesma consoante: inter-
regional, sub-bibliotecário, super-resistente. - Não se usa mais o hífen quando o prefixo termina em vogal e
o segundo elemento começa por consoante diferente de “r” ou “s”:
- Com o prefixo “-sub”, diante de palavras iniciadas por “r”, anteprojeto, autopeça, contracheque, extraforte, ultramoderno.
usa-se o hífen: sub-regional, sub-raça, sub-reino.
- Não se usa mais o hífen quando o prefixo termina em
- Diante dos prefixos “-além”, “-aquém”, “-bem”, “-ex”, consoante e a segunda palavra começa por vogal ou outra
consoante diferente: hipermercado, hiperacidez, intermunicipal,
“-pós”, “-recém”, “-sem”, “-vice”, usa-se o hífen: além-mar,
subemprego, superinteressante, superpopulação.
aquém-mar, recém-nascido, sem-terra, vice-diretor.
- Não se usa mais o hífen diante do advérbio “mal”, quando a
- Diante do advérbio “mal”, quando a segunda palavra segunda palavra começa por consoante: malfalado, malgovernado,
começar por vogal ou “h”, o hífen está presente: mal-humorado, malpassado, maltratado, malvestido.
mal-intencionado, mal-educado.

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EXERCÍCIOS 9. A letra X representa vários sons. Veja:


• e-X-agero - som de Z
1. Observe a ortografia correta das palavras: privilégio; • au-X-ílio - som de S
disenteria; programa; mortadela; mendigo; beneficente; caderneta; • comple-X-o - som de KS
problema.
Empregue as palavras acima nas frases: Leia atentamente as palavras oralmente: trouxemos, exercícios,
a) O.....................teve..............................porque táxi, executarei, exibir-se, oxigênio, exercer, proximidade, tóxico,
comeu...........................estragada. extensão, existir, experiência, êxito, sexo, auxílio, exame.
Separe as palavras em três seções, conforme o som do X:
b) O superpai protegeu demais seu filho e este lhe trouxe
Som de Z:
um.......................: sua..............................escolar indicou péssimo
Som de KS:
aproveitamento. Som de S:
c) A festa.........................teve um bom..........................e, por
isso, um bom aproveitamento. 10. Complete com X ou CH: en.....er; dei.....ar; ......eiro;
le......a; ei.....o; frou.....o; ma.....ucar; .....ocolate; en.....
2. Passe as palavras para o diminutivo: asa; japonês; pai; da; en.....ergar; cai......a; .....iclete; fai......a; .....u......u;
homem; adeus; português; só; anel; alsi......a; bai.......a; capri......o; me......erica; ria.......o;
Beleza; rosa; país; avô; arroz; princesa; café; flor; Oscar; rei; .....ingar; .......aleira; amei......a; ......eirosos; abaca.....i.
bom; casa; lápis; pé.
11. Complete com MAL ou MAU:
3. Passe para o plural diminutivo: trem; pé; animal; só; papel; a) Disseram que Caloca passou.............ontem.
jornal; mão; balão; automóvel; pai; cão; mercadoria; farol; rua; b) Ele ficou de.................humor após ter agido daquela forma.
chapéu; flor. c) O time se considera.................preparado para tal jogo.
d) Caloca sofria de um....................curável.
e) O...................é se ter afeiçoado às coisas materiais.
4. Preencha as lacunas com as seguintes palavras: seção,
f) Ele não é um...................sujeito.
sessão, cessão, comprimento, cumprimento, conserto, concerto
g) Mas o ..........não durou muito tempo.
a) O pequeno jornaleiro foi à.....................do jornal.
b) Na........................musical os pequenos cantores 12. Complete as frases com porque ou por que corretamente:
apresentaram-se muito bem. a).................. você está chateada?
c) O......................do jornaleiro é amável. b)Cuidar do animal é mais importante......................ele fica
d) O........................ das roupas é feito pela mãe do garoto. limpinho.
e) O..........................do sapato custou muito caro. c).......................... você não limpou o tapete?
f) Eu.............................meu amigo com amabilidade. d) Concordo com papai.......................ele tem razão.
g) A.................................de cinema foi um sucesso. e).........................precisamos cuidar dos animais de estimação.
h) O vestido tem um.................................bom.
i) Os pequenos violinistas participaram de um.......................... 13. Preencha as lacunas com
. MAS = PORÉM
MAIS = INDICA QUANTIDADE
5. Dê a palavra derivada acrescentando os sufixos ESA ou MÁS = FEMININO DE MAU
EZA: Portugal; certo; limpo; bonito; pobre; magro; belo; gentil;
a) A mãe e o filho discutiram, ...........não chegaram a um
duro; lindo; China; frio; duque; fraco; bravo; grande.
acordo.
b) Você quer..............razões para acreditar em seu pai?
6. Forme substantivos dos adjetivos: honrado; rápido; escasso; c) Pessoas..................deveriam fazer reflexões para acreditar
tímido; estúpido; pálido; ácido; surdo; lúcido; pequeno. ........... na bondade do que no ódio.
d) Eu limpo,................depois vou brincar.
7. Use o H quando for necessário: alucinar; élice, umilde, e) O frio não prejudica................o Tico.
esitar, oje, humano, ora, onra, aver, ontem, êxito, ábil, arpa, f) Infelizmente Tico morreu, ..............comprarei outro
irônico, orrível, árido, óspede, abitar. cãozinho.
g) Todas as atitudes .............devem ser perdoadas,...........
8. Complete as lacunas com as seguintes formas verbais: jamais ser repetidas, pois, quanto....................se vive,..................
Houve e Ouve. se aprende.

a) O menino ..............muitas recomendações de seu pai. 14. Preencha as lacunas com: Trás, atrás e Traz.
b) ..............muita confusão na cabeça do pequeno.
c) A criança não....................a professora porque não a a)..................... de casa havia um pinheiro.
compreende. b) A poluição.................consigo graves conseqüências.
c) Amarre-o por................ da árvore.
d) Na escola.................festa do Dia do Índio.
d) Não vou............. de comentários bobos..

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15. Preencha as lacunas com: 20. Haja ou aja. Use haja ou aja para completar as orações:
HÁ - indica tempo passado a) ............. com atenção para que não............ muitos erros.
A - tempo futuro e espaço b) Talvez................ greve; é preciso que................... cuidado
e atenção.
a) A loja fica....... pouco quilômetros daqui. c) Desejamos que .................... fraternidade nessa escola.
b)................instantes li sobre o Natal. d) .............. com docilidade, meu filho!
c) Eles não vão à loja porque........... mais de dois dias a
mercadoria acabou. 21. Muito obrigada, eu mesma, eu própria
d)...............três dias que todos se preparam para a festa do • As mulheres devem dizer: muito obrigada, eu mesma, eu
Natal. própria.
e) Esse fato aconteceu ....... muito tempo. • Os homens devem dizer: muito obrigado, eu mesmo, eu
f) Os alunos da escola dramatizarão a história do Natal daqui próprio.
......oito dias. Complete corretamente:
g) Ele estava......... três passos da casa de André. a) Muito................................, meu filho, disse vovó. (obrigado
h) ........ dois quarteirões existe uma bela árvore de Natal. - obrigada)
b) Mamãe, muito.......................... pela paciência que você
16. Atenção para as palavras: por cima; devagar; depressa; de
teve com minhas amigas, disse Marina. (obrigado - obrigada)
repente; por isso.
c) Eu............................ não sei como resolver o problema.
Agora, empregue-as nas frases: (mesmo-mesma)
a)....................... uma bola atingiu o cenário e o derrubou. d) O garoto disse: - Eu ......................farei os sanduíches.
b) Bem...........................o povo começou a se retirar. (mesmo ou mesma)
c) O rei descobriu a verdade,............................ficou irritado. e) Eu............................não sei quando poderei entregar os
d) Faça sua tarefa........................, para podermos ir ao dentista. sanduíches. (próprio, própria)
e) ......................... de sua vestimenta real, o rei usava um
manto. 22. A palavra MENOS não deve ser modificada para o
feminino.
17. Use mal ou mau: Veja:
a) Caiu de..................jeito. Naquele instante não tive menos coragem do que antes.
b) Antes só do que ...............acompanhado Complete as frases com a palavra MENOS:
c) Calção..........................feito. a) Conheço todos os Estados brasileiros, ................a Bahia.
d) Não leves a .............o que o fiscal disse. b) Todos eram calmos, ....................mamãe.
e) Que fiscal................-educado. c) Quero levar ..............sanduíches do que na semana passada.
f) Não lhes dês....................conselho! d) Mamãe fazia doces e salgados..................tortas grandes.
g) Um ....................colega procede................e é ..............
amigo. 23. A GENTE e AGENTE
h) O caso está .................... contado. a) A gente = nós; o povo, as pessoas.
i) Ele .................sabe o que o espera. Veja:
j) Pratique o bem e evite o ......................... . Nós vamos à praia este fim de semana.
A gente vai à praia este final de semana.
18. -ISAR ou -IZAR? b) Agente = indivíduo encarregado, responsável por
Veja: determinada ação; aquele que age.
aviso - avisar Observação : a expressão agente tem ainda outros
moderno - modernizar
significados.
análise - analisar
civil - civilizar
Complete as frases com a gente ou agente :
• Usamos ISAR nos verbos cuja palavra primitiva possui S.
Ex. aviso - avisar a) Gosto de ver filmes de ..........................secreto.
b) ......................... daquela cidade não é hospitaleira.
Cuidado: síntese - sintetizar/ catequese - catequizar/ batismo c) A dor que.........................sente, quando perde alguém muito
- batizar querido, vai passando com o tempo.
• Usamos IZAR no outros casos. d) ......................... paranaense é dada, amiga e hospitaleira.
Forme novas palavras usando ISAR ou IZAR: análise; e) Quando................................. gosta, faz com prazer.
pesquisa; anarquia; canal; civilização; colônia; humano; suave; f) Meu pai é.......................... de viagens da VARIG.
revisão; real; nacional; final; oficial; monopólio; sintonia; central; g) Quero estudar para ser..........................policial, para
paralisia; aviso. defender o povo.

19. Uso do H. Use o h, quando necessário. ábil, arém, esitar, 24. Use por que , por quê , porque e porquê :
orário, umano; iate; abitar, iato, orrível, erva, ontem, arpa, álito, a) ............................ninguém ri agora?
aver, oje, óspede, espanhol, úmido, angar, élice, ora, umildade, b) Eis....................... ninguém ri.
ombro, umedecer. c) Eis os princípios ...........................luto.

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d) Ela não aprendeu, .........................? 4.


e) Aproximei-me .....................todos queriam me ouvir. a) O pequeno jornaleiro foi à seção do jornal.
f) Você está assustado, ........................? b) Na sessão musical, os pequenos cantores apresentaram-se
g) Eis o motivo............................errei. muito bem.
h) Creio que vou melhorar.........................estudei muito. c) O cumprimento do jornaleiro é amável.
i) O.......................... é difícil de ser estudado. d) O conserto das roupas é feito pela mãe do garoto.
j) ....................... os índios estão revoltados? e) O conserto do sapato custou muito caro.
l) O caminho ...............................viemos era tortuoso. f) Eu cumprimento meu amigo com amabilidade.
g) A sessão de cinema foi um sucesso.
25. Uso do S e Z. Complete as palavras com S ou Z. A seguir, h) O vestido tem um comprimento bom.
copie as palavras na forma correta: pou....ando; pre....ença; arte..... i) Os pequenos violinistas participaram de um concerto.
anato; escravi.....ar; nature.....a; va.....o; pre.....idente; fa.....er;
Bra.....il; civili....ação; pre....ente; atra....ados; produ......irem; 5. Dê a palavra derivada acrescentando os sufixos ESA ou
a....a; hori...onte; torrão....inho; fra....e; intru ....o; de....ejamos; EZA: Portugal: portuguesa; certo: certeza; limpo: limpeza; bonito:
po....itiva; podero....o; de...envolvido; surpre ....a; va.....io; ca....o; boniteza; pobre: pobreza; magro: magreza; belo: beleza; gentil:
gentileza; duro: dureza; lindo: lindeza; China: Chinesa; frio:
coloni...ação.
frieza; duque: duquesa; fraco: fraqueza; bravo: braveza; grande:
grandeza.
26. Complete com X ou S e copie as palavras com atenção:
e....trangeiro; e....tensão; e....tranho; e....tender; e....tenso; e.... 6. Forme substantivos dos adjetivos: honrado: honradez;
pontâneo; mi...to; te....te; e....gotar; e....terior; e....ceção; e... rápido: rapidez; escasso: escassez; tímido: timidez; estúpido:
plêndido; te....to; e....pulsar; e....clusivo. estupidez; pálido: palidez; ácido: acidez; surdo: surdez; lúcido:
lucidez; pequeno: pequenez.
27. TÃO POUCO / TAMPOUCO
7. Use o H quando for necessário: alucinar, ontem, Hélice,
Complete as frases corretamente: êxito, Humilde, Hábil, Hesitar, Harpa, Hoje, irônico, Humano,
a) Eu tive .............................oportunidades! Horrível, Hora, árido, Honra, Hóspede, Haver, Habitar.
b) Tenho.................................. alunos, que cabem todos
naquela salinha. 8.
c) Ele não veio; .......................virão seus amigos. a) O menino ouve muitas recomendações de seu pai.
d) Eu tenho .............................tempo para estudar. b) Houve muita confusão na cabeça do pequeno.
e) Nunca tive gosto para dançar; ....................para tocar piano. c) A criança não ouve a professora porque não a compreende.
f) As pessoas que não amam, ..........................são felizes. d) Na escola, houve festa do Dia do Índio.
g)As pessoas têm.....................atitudes de amizade.
h) O governo daquele país não resolve seus problemas, 9.
........................... se preocupa em resolvê-los. Som de Z: exercícios, executarei, exibir-se, exercer, existir,
êxito e exame.
RESPOSTAS Som de KS: táxi, oxigênio, tóxico e sexo.
Som de S: trouxemos, proximidade, extensão, experiência e
1. auxílio.
a) O mendigo teve disenteria porque comeu mortadela
estragada. 10. Complete com X ou CH: encher, deixar, cheiro,
flecha, eixo, frouxo, machucar, chocolate, enxada, enxergar,
b) O superpai protegeu demais seu filho e este lhe trouxe um
caixa, chiclete, faixa, chuchu, salsicha, baixa, capricho,
problema: sua caderneta escolar indicou péssimo aproveitamento.
mexerica, riacho, xingar, chaleira, ameixa, cheirosos, abacaxi.
c) A festa beneficente teve um bom programa e, por isso, um
bom aproveitamento. 11.
a) Disseram que Caloca passou mal ontem.
2. Passe as palavras para o diminutivo: asa: asinha; japonês: b) Ele ficou de mau humor após ter agido daquela forma.
japonesinho; pai: paizinho; homem: homenzinho; adeus: c) O time se considera mal preparado para tal jogo.
adeusinho; português: portuguesinho; só: sozinho; anel: anelzinho; d) Caloca sofria de um mal curável.
beleza: belezinha; rosa: rosinha; país: paísinho; avô: avozinho; e) O mal é se ter afeiçoado às coisas materiais.
arroz: arrozinho; princesa: princesinha; café: cafezinho; flor: f) Ele não é um mau sujeito.
florzinha; Oscar: Oscarzinho; rei: reizinho; bom: bonzinho; casa: g) Mas o mal não durou muito tempo.
casinha; lápis: lapisinho; pé: pezinho
12.
3. Passe para o plural diminutivo: trem: trenzinhos; pé: a) Por que você está chateada?
pezinhos; animal: animaizinhos; só: sozinhos; papel: papeizinhos; b) Cuidar do animal é mais importante porque ele fica
jornal: jornaizinhos; mão: mãozinhas; balão: balõezinhos; limpinho.
automóvel: automoveisinhos; pai: paisinhos; cão: cãezinhos; c) Por que você não limpou o tapete?
mercadoria: mercadoriazinhas; farol: faroisinhos; rua: ruazinhas; d) Concordo com papai porque ele tem razão.
chapéu: chapeuzinhos; flor: florezinhas. e) Porque precisamos cuidar dos animais de estimação.

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13. 20.
a) A mãe e o filho discutiram, mas não chegaram a um acordo. a) Aja com atenção para que não haja muitos erros.
b) Você quer mais razões para acreditar em seu pai? b) Talvez haja greve; é preciso que aja com cuidado e atenção.
c) Pessoas más deveriam fazer reflexões para acreditar mais c) Desejamos que haja fraternidade nessa escola.
na bondade do que no ódio. d) Aja com docilidade, meu filho!
d) Eu limpo, mas depois vou brincar.
e) O frio não prejudica mais o Tico. 21.
f) Infelizmente Tico morreu, mas comprarei outro cãozinho. a) Muito obrigada, meu filho, disse vovó. (obrigado - obrigada)
g) Todas as atitudes más devem ser perdoadas, mas jamais ser b) Mamãe, muito obrigada pela paciência que você teve com
minhas amigas, disse Marina. (obrigado - obrigada)
repetidas, pois, quanto mais se vive, mais se aprende.
c) Eu mesma não sei como resolver o problema. (mesmo-
mesma)
14. d) O garoto disse: - Eu mesmo farei os sanduíches. (mesmo
a) Atrás de casa havia um pinheiro. ou mesma)
b) A poluição traz consigo graves conseqüências. e) Eu própria não sei quando poderei entregar os sanduíches.
c) Amarre-o por trás da árvore. (próprio, própria) - Obs.: de acordo com o gênero da pessoa que
d) Não vou atrás de comentários bobos.. estiver fazendo o exercício.

15. 22.
a) A loja fica a poucos quilômetros daqui. a) Conheço todos os Estados brasileiros, menos a Bahia.
b) Há instantes li sobre o Natal. b) Todos eram calmos, menos mamãe.
c) Eles não vão à loja porque há mais de dois dias a mercadoria c) Quero levar menos sanduíches do que na semana passada.
acabou. d) Mamãe fazia doces e salgados menos tortas grandes.
d) Há três dias que todos se preparam para a festa do Natal.
e) Esse fato aconteceu há muito tempo. 23.
a) Gosto de ver filmes de agente secreto.
f) Os alunos da escola dramatizarão a história do Natal daqui
b) A gente daquela cidade não é hospitaleira.
a oito dias. c) A dor que a gente sente, quando perde alguém muito
g) Ele estava a três passos da casa de André. querido, vai passando com o tempo.
h) A dois quarteirões existe uma bela árvore de Natal. d) A gente paranaense é dada, amiga e hospitaleira.
e) Quando a gente gosta, faz com prazer.
16. f) Meu pai é agente de viagens da VARIG.
a) De repente uma bola atingiu o cenário e o derrubou. g) Quero estudar para ser agente policial, para defender o
b) Bem devagar o povo começou a se retirar. povo.
c) O rei descobriu a verdade, por isso ficou irritado.
d) Faça sua tarefa depressa, para podermos ir ao dentista. 24. Use por que , por quê , porque e porquê :
e) Por cima de sua vestimenta real, o rei usava um manto. a) Por que ninguém ri agora?
b) Eis por que ninguém ri.
17. c) Eis os princípios por que luto.
a) Caiu de mau jeito. d) Ela não aprendeu, por quê?
b) Antes só do que mal acompanhado e) Aproximei-me porque todos queriam me ouvir.
f) Você está assustado, por quê?
c) Calção mal feito.
g) Eis o motivo por que errei.
d) Não leves a mal o que o fiscal disse. h) Creio que vou melhorar porque estudei muito.
e) Que fiscal mal-educado. i) O porquê é difícil de ser estudado.
f) Não lhes dês maus conselhos! j) Por que os índios estão revoltados?
g) Um mau colega procede mal e é mau amigo. l) O caminho por que viemos era tortuoso.
h) O caso está mal contado.
i) Ele mal sabe o que o espera. 25. Pousando: Pousando; Presença: Presença; Artesanato:
j) Pratique o bem e evite o mal. Artesanato; Escravizar: Escravizar; Natureza: Natureza; Vaso:
Vaso; Presidente: Presidente; Fazer: Fazer; Brasil: Brasil;
18. Forme novas palavras usando ISAR ou IZAR: análise: Civilização: Civilização; Presente: Presente; Atrasados: Atrasados;
analisar; pesquisa:pesquisar; anarquia: anarquizar; canal: Produzirem: Produzirem; Asa: Asa; Horizonte: Horizonte;
canalizar; civilização: civilizar; colônia: colonizar; humano: Torrãozinho: Torrãozinho; Frase: Frase; Intruso: Intruso;
humanizar; suave: suavizar; revisão: revisar; real: realizar; Desejamos: Desejamos; Positiva: Positiva; Poderoso: Poderoso;
nacional: nacionalizar; final: finalizar; oficial: oficializar; Desenvolvido: Desenvolvido; Surpresa: Surpresa; Vazio: Vazio;
Caso: Caso; Colonização: Colonização.
monopólio: monopolizar; sintonia: sintonizar; central: centralizar;
paralisia: paralisar; aviso: avisar.
26. Estrangeiro: estrangeiro; Extensão: extensão; Estranho:
estranho; Estender: estender; Extenso: extenso; Espontâneo:
19. Use o h, quando necessário: Hábil, Hálito, Harém, Haver,
Espontâneo; Misto: Misto; Teste: Teste; Esgotar: Esgotar;
Hesitar, Hoje, Horário, Hóspede, Humano, Espanhol, Iate, Úmido,
Exterior: Exterior; Exceção: Exceção; Esplêndido: Esplêndido;
Habitar, Hangar, Hiato, Hélice, Horrível, Hora, Erva, Humildade,
Texto: Texto; Expulsar: Expulsar; Exclusivo: Exclusivo.
Ontem, Ombro, Harpa, Umedecer.

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27. • Com acento circunflexo se a vogal tônica for fechada


a) Eu tive tão poucas oportunidades! ou nasal: lâmpada, pêssego, esplêndido, pêndulo, lêssemos,
b) Tenho tão poucos alunos, que cabem todos naquela salinha. estômago, sôfrego, fôssemos, quilômetro, sonâmbulo etc.
c) Ele não veio; tampouco virão seus amigos. • Acentuam-se também os vocábulos que terminam
d) Eu tenho tão pouco tempo para estudar. por encontro vocálico e que podem ser pronunciados como
e) Nunca tive gosto para dançar; tampouco para tocar piano. proparoxítonos: área, conterrâneo, errôneo, enxáguam, etc.
f) As pessoas que não amam, tampouco são felizes.
g) As pessoas têm tão poucas atitudes de amizade. Acentuação dos Vocábulos Paroxítonos
h) O governo daquele país não resolve seus problemas,
tampouco se preocupa em resolvê-los. Acentuam-se com acento adequado os vocábulos paroxítonos
terminados em:
• ditongo crescente, seguido, ou não, de s: sábio, róseo,
ACENTUAÇÃO GRÁFICA planície, nódua, Márcio, régua, árdua, espontâneo, etc.
• i, is, us, um, uns: táxi, lápis, bônus, álbum, álbuns, jóquei,
vôlei, fáceis, etc.
• l, n, r, x, ons, ps: fácil, hífen, dólar, látex, elétrons,
Tonicidade fórceps, etc.
• ã, ãs, ão, ãos, guam, güem: ímã, ímãs, órgão, bênçãos,
enxáguam, enxágüem, etc.
Num vocábulo de duas ou mais sílabas, há, em geral, uma que
se destaca por ser proferida com mais intensidade que as outras:
Não se acentuam os vocábulos paroxítonos terminados em
é a sílaba tônica. Nela recai o acento tônico, também chamado
ens: imagens, edens, itens, jovens, nuvens, etc.
acento de intensidade ou prosódico. Exemplos: café, janela,
Não se acentuam os prefixos anti, semi e super, por serem
médico, estômago, colecionador.
considerados elementos átonos: semi-selvagem, super-homem,
O acento tônico é um fato fonético e não deve ser confundido
anti-rábico.
com o acento gráfico (agudo ou circunflexo) que às vezes o assinala. Não se acentua um paroxítono só porque sua vogal tônica é
A sílaba tônica nem sempre é acentuada graficamente. Exemplo: aberta ou fechada. Descabido seria o acento gráfico, por exemplo,
cedo, flores, bote, pessoa, senhor, caju, tatus, siri, abacaxis. em cedo, este, espelho, aparelho, cela, janela, socorro, pessoa,
As sílabas que não são tônicas chamam-se átonas (=fracas), dores, flores, solo, esforços.
e podem ser pretônicas ou postônicas, conforme estejam antes
ou depois da sílaba tônica. Exemplo: montanha, facilmente, Acentuação dos Vocábulos Oxítonos
heroizinho.
De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos com Acentuam-se com acento adequado os vocábulos oxítonos
mais de uma sílaba classificam-se em: terminados em:
• a, e, o,seguidos ou não de s: xará, serás, pajé, freguês,
Oxítonos: quando a sílaba tônica é a última: café, rapaz, vovô, avós, etc. Seguem esta regra os infinitivos seguidos de
escritor, maracujá. pronome: cortá-los, vendê-los, compô-lo, etc.
Paroxítonos: quando a sílaba tônica é a penúltima: mesa, • em, ens: ninguém, armazéns, ele contém, tu conténs, ele
lápis, montanha, imensidade. convém, ele mantém, eles mantêm, ele intervém, eles intervêm,
Proparoxítonos: quando a sílaba tônica é a antepenúltima: etc.
árvore, quilômetro, México. • a 3ª pessoa do presente do indicativo dos verbos
derivados de ter e vir leva acento circunflexo: eles contêm, detêm,
Os monossílabos, conforme a intensidade com que se obtêm, sobrevêm, etc
proferem, podem ser tônicos ou átonos. • éis, éu(s), ói(s): fiéis, chapéu, herói.
Não devem ser acentuados os oxítonos terminados em i(s),
Monossílabos tônicos são os que têm autonomia fonética, u(s): aqui, juriti, juritis, saci, bambu, zebu, puni-los, reduzi-los,
sendo proferidos fortemente na frase em que aparecem: é, má, si, etc.
dó, nó, eu, tu, nós, ré, pôr, etc.
Monossílabos átonos são os que não têm autonomia fonética, Acentuação dos Monossílabos
sendo proferidos fracamente, como se fossem sílabas átonas do
vocábulo a que se apóiam. São palavras vazias de sentido como Acentuam-se os monossílabos tônicos:
artigos, pronomes oblíquos, elementos de ligação, preposições, • a, e, o, seguidos ou não de s: há, pá, pé, mês, nó, pôs, etc.
conjunções: o, a, os, as, um, uns, me, te, se, lhe, nos, de, em, e, que. • que encerram os ditongos abertos éi, éu, ói: véu, véus,
dói, réis, sóis, etc.
Acentuação dos Vocábulos Proparoxítonos • acentuam-se os verbos pôr, têm (plural) e vêm (plural)
porque existem os homógrafos por (preposição átona), tem
Todos os vocábulos proparoxítonos são acentuados na vogal (singular) e vem (singular): Eles têm autoridade: vêm pôr ordem
tônica: na cidade.
• Com acento agudo se a vogal tônica for i, u ou a, e, o
abertos: xícara, úmido, queríamos, lágrima, término, déssemos, Não se acentuam os monossílabos tônicos com outras
lógico, binóculo, colocássemos, inúmeros, polígono, etc. terminações: ri, bis, ver, sol, pus, mau, Zeus, dor, flor, etc.

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Acentuação dos Ditongos Quando átono, o referido “u” receberá trema: agüentar, argüir,
argüia, freqüente, delinqüência, tranqüilo, cinqüenta, enxagüei,
Acentuam-se a vogal dos ditongos abertos éi, éu, ói, quando pingüim, seqüestro, etc.
tônicos: papéis, idéia, estréio, estréiam, chapéu, céus, herói, Segundo o decreto de modificação e regulamentação do
Niterói, jibóia, sóis, anzóis, tireóide, destrói, eu apóio, eles apóiam, Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, não existe mais o
etc. trema em língua portuguesa, apenas em casos de nomes próprios
Estes ditongos não se acentuam quando fechados: areia, e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano, etc. Ficarão:
ateu, joio, tamoio, o apoio, etc; e quando subtônicos: ideiazinha, aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência,
chapeuzinho, heroizinho, tireodite, heroicamente, etc. frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim,
Não se acentua a vogal tônica dos ditongos iu e ui, quando tranquilo, linguiça.
precedida de vogal: saiu, atraiu, contraiu, contribuiu, distribuiu,
pauis, etc. Acento Diferencial
Segundo as novas regras os ditongos abertos “éi” e “ói”
não serão mais acentuados em palavras paroxítonas: assembléia, Emprega-se o acento diferencial (que pode ser circunflexo
platéia, idéia, colméia, boléia, Coréia, bóia, paranóia, jibóia, ou agudo) como sinal distintivo de vocábulos homógrafos, nos
apóio, heróico, paranóico, etc. Ficando: Assembleia, plateia, ideia, seguintes casos:
colmeia, boleia, Coreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico,
paranoico, etc.
• pôde (pretérito perfeito do indicativo) para diferenciá-la
Nos ditongos abertos de palavras oxítonas terminadas em
de pode (presente do indicativo);
éi, éu e ói e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói,
anéis, papéis, troféu, céu, chapéu. • côa(s) (do verbo coar) - para diferenciar de coa, coas
(com + a, com + as);
Acentuação dos Hiatos • pára (3ª pessoa do singular do presente do indicativo do
verbo parar) - para diferenciar de para (preposição);
A razão do acento gráfico é indicar hiato, impedir a ditongação. • péla, pélas (do verbo pelar) e em péla (jogo) - para
Compare: caí e cai, doído e doido, fluído e fluido. diferenciar de pela, pelas (combinação da antiga preposição per
Acentuam-se em regra, o /i/ e o /u/ tônicos em hiato com vogal com os artigos ou pronomes a, as);
ou ditongo anterior, formando sílabas sozinhos ou com s: saída (sa- • pêlo, pêlos (substantivo) e pélo (v. pelar) - para
í-da), saúde (sa-ú-de), feiúra (fei-ú-ra), faísca, caíra, saíra, egoísta, diferenciar de pelo, pelos (combinação da antiga preposição per
heroína, caí, Xuí, Luís, uísque, balaústre, juízo, país, cafeína, com os artigos o, os);
baú, baús, Grajaú, saímos, eletroímã, reúne, construía, proíbem, • péra (substantivo - pedra) - para diferenciar de pera
Bocaiúva, influí, destruí-lo, instruí-la, etc. (forma arcaica de para - preposição);
Não se acentua o /i/ e o /u/ seguidos de nh: rainha, fuinha, • pêra (substantivo) para diferenciar de pera (forma
moinho, lagoinha, etc; e quando formam sílaba com letra que não arcaica de para - preposição);
seja s: cair (ca-ir), sairmos, saindo, juiz, ainda, diurno, Raul, ruim, • pólo, pólos (substantivo) - para diferenciar de polo,
cauim, amendoim, saiu, contribuiu, instruiu, etc. polos (combinação popular regional de por com os artigos o, os);
Coloca-se acento circunflexo na primeira vogal dos hiatos ôo • pôlo, pôlos (substantivo - gavião ou falcão com menos
e êe, quando tônica: vôo, vôos, enjôo, abençôo, abotôo, crêem, de um ano) - para diferenciar de polo, polos (combinação popular
dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, prevêem, provêem, etc. regional de por com os artigos o, os);
Escreveremos sem acento: Saara, caolho, aorta, semeemos, • pôr (verbo) - para diferenciar de por (preposição).
semeeis, mandriice, vadiice, lagoa, boa, abotoa, Mooca, moeda,
poeta, meeiro, voe, perdoe, abençoe, etc. Segundo as novas regras da Língua Portuguesa de 01/01/2009
Segundo as novas regras da Língua Portuguesa de 01/01/2009 não existirá mais o acento diferencial em palavras homônimas
não se acentuarão mais o “i” e “u” tônicos formando hiato quando (grafia igual, som e sentido diferentes) como: pára/para, péla/pela,
vierem depois de ditongo: baiúca, boiúna, feiúra, feiúme, bocaiúva,
pêlo/pelo, pêra/pera, pólo/polo, etc. Ficarão: para, pela, pelo, pera,
etc. Ficarão: baiuca, boiuna, feiura, feiume, bocaiuva, etc.
polo, etc.
Se a palavra for oxítona e o “i” ou “u” estiverem em posição
O acento diferencial ainda permanece no verbo poder (pôde,
final o acento permanece: tuiuiú, Piauí. Nos demais “i” e “u”
tônicos, formando hiato, o acento continua. Exemplo: saúde, quando usado no passado) e no verbo pôr (para diferenciar da
saída, gaúcho. preposição por). É facultativo o uso do acento circunflexo para
Os hiatos “ôo” e “êe” não serão mais acentuados: enjôo, diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do
vôo, perdôo, abençôo, povôo, crêem, dêem, lêem, vêem, relêem. acento deixa a frase mais clara. Exemplo: Qual é a forma da fôrma
Ficarão: enjoo, voo, perdoo, abençoo, povoo, creem, deem, leem, do bolo?
veem, releem.
Emprego do Til
Acentuação dos Grupos gue, gui, que, qui
O til sobrepõe-se às letras “a” e “o” para indicar vogal nasal.
Coloca-se acento agudo sobre o “u” desses grupos, quando Pode figurar em sílaba: tônica: maçã, cãibra, perdão, barões, põe,
é proferido e tônico: averigúe, averigúeis, averigúem, apazigúe, etc; pretônica: ramãzeira, balõezinhos, grã-fino, cristãmente, etc;
apazigúem, obliqúe, obliqúes, argúis, argúi, argúem, etc. e átona: órfãs, órgãos, bênçãos, etc.

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Resumo: de acordo com as Novas Regras Ditongos Abertos em Palavras Oxítonas


Quando acentuar: ÉIS, ÉU(S), ÓI(S).
Proparoxítonas Como eram: papéis, herói, heróis, troféu, céu, mói (moer).
Quando acentuar: Sempre. Como ficaram: Continua tudo igual (mas, cuidado: somente
Como eram: simpática, lúcido, sólido, cômodo. para palavras oxítonas com uma ou mais sílabas).
Como ficaram: Continua tudo igual ao que era antes da
nova ortografia: Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de Verbos Arguir e Redarguir (agora sem trema)
acordo com a pronúncia da região: acadêmico, fenômeno (Brasil); Quando acentuar: arguir e redarguir usavam acento agudo
académico, fenómeno (Portugal).
em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo
Paroxítonas afirmativo.
Quando acentuar: Se terminadas em: R, X, N, L, I, IS, UM, Como ficaram: Esta regra desapareceu. Os verbos arguir e
UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS; ditongo oral, seguido ou não de S. redarguir perderam o acento agudo em várias formas (rizotônicas):
Como eram: fácil, táxi, tênis, hífen, próton, álbum(ns), vírus, eu arguo (fale: ar-gú-o, mas não acentue); ele argui (fale: ar-gúi),
caráter, látex, bíceps, ímã, órfãs, bênção, órfãos, cárie, árduos, mas não acentue.
pólen, éden.
Como ficaram: Continua tudo igual. Observe: 1) Verbos terminados em guar, quar e quir
Terminadas em ENS não levam acento: hifens, polens. 2) Usa- Quando acentuar: aguar, enxaguar, averiguar, apaziguar,
se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de delinquir, obliquar usavam acento agudo em algumas pessoas do
pronúncia: sêmen, fêmur (Brasil) ou sêmen, fémur (Portugal). 3) indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo.
Não usa acento nos prefixo paroxítonos que terminam em R nem Como ficaram: Esta regra sofreu alteração. Observe:
nos que terminam em I: inter-helênico, super-homem, anti-herói, Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando a
semi-internato.
ou i tônicos, aí acentuamos estas vogais: eu águo, eles águam
e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem
Oxítonas
Quando acentuar: Se terminadas em: A, AS, E, ES, O, OS, (í tônico); tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas. Se a
EM, ENS. tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado: Eu
Como eram: vatapá, igarapé, avô, avós, refém, parabéns. averiguo (diga averi-gú-o, mas não acentue) o caso; eu aguo a
Como ficaram: Continua tudo igual. Observe: 1) terminadas planta (diga a-gú-o, mas não acentue).
em I, IS, U, US não levam acento: tatu, Morumbi, abacaxi. 2) Usa-
se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de ôo, ee
pronúncia: bebê, purê (Brasil); bebé, puré (Portugal). Quando acentuar: vôo, zôo, enjôo, vêem.
Como ficaram: Esta regra desapareceu. Agora se escreve:
Monossílabos Tônicos zoo, perdoo veem, magoo, voo.
Quando acentuar: terminados em A, AS, E, ES, O,OS.
Como eram: vá, pás, pé, mês, pó, pôs. Verbos Ter e Vir
Como ficaram: Continua tudo igual. Atente para os acentos
Quando acentuar: na terceira pessoa do plural do presente
nos verbos com formas oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc.
do indicativo.
Í e Ú em palavras Oxítonas e Paroxítonas Como eram: eles têm, eles vêm.
Quando acentuar: Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos Como ficaram: Continua tudo igual. Ele vem aqui; eles vêm
na sílaba (hiato). aqui. Eles têm sede; ela tem sede.
Como eram: saída, saúde, miúdo, aí, Araújo, Esaú, Luís, Itaú,
baús, Piauí. Derivados de Ter e Vir (obter, manter, intervir)
Como ficaram: 1) Se o i e u forem seguidos de s, a Quando acentuar: na terceira pessoa do singular leva acento
regra se mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís. 2) Não se agudo; na terceira pessoa do plural do presente levam circunflexo.
acentuam i e u se depois vier ‘nh’: rainha, tainha, moinho. Como eram: ele obtém, detém, mantém; eles obtêm, detêm,
3) Esta regra é nova: nas paroxítonas, o i e u não serão mais mantêm.
acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, Como ficaram: Continua tudo igual.
feiura, maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio).
4) Mas, se, nas oxítonas, mesmo com ditongo, o i e u estiverem no Acento Diferencial
final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, teiú.
Como ficaram: Esta regra desapareceu, exceto para os
Ditongos Abertos em palavras Paroxítonas verbos: PODER (diferença entre passado e presente. Ele não
Quando acentuar: EI, OI. pôde ir ontem, mas pode ir hoje. PÔR (diferença com a preposição
Como eram: idéia, colméia, bóia. por): Vamos por um caminho novo, então vamos pôr casacos;
Como ficaram: Esta regra desapareceu (para palavras TER e VIR e seus compostos (ver acima). Observe: 1) Perdem
paroxítonas). Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia. o acento as palavras compostas com o verbo PARAR: Para-raios,
Observe: há casos em que a palavra se enquadrará em outra regra para-choque. 2) FÔRMA (de bolo): O acento será opcional; se
de acentuação. Por exemplo: contêiner, Méier, destróier serão possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja forma
acentuados porque terminam em R. de pagamento é parcelada.

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Trema (O trema não é acento gráfico.) 07) (Med/Itajubá) Os dois vocábulos de cada item devem ser
Como ficaram: Desapareceu o trema sobre o U em todas acentuado graficamente, exceto:
as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, a) herbivoro-ridiculo
tranquilo, linguístico. Exceto as de língua estrangeira: Günter, b) logaritmo-urubu
Gisele Bündchen, müleriano. c) miudo-sacrificio
d) carnauba-germem
EXERCÍCIOS e) Biblia-hieroglifo

01 - (UFES) O acento gráfico de “três” justifica-se por ser o 08) (PUC-Campinas) Assinale a alternativa de vocábulo
vocábulo: corretamente acentuado:
a) hífen
a) Monossílabo átono terminado em ES.
b) ítem
b) Oxítono terminado em ES
c) rúbrica
c) Monossílabo tônico terminado em S
d) rítmo
d) Oxítono terminado em S e) nidia
e) Monossílabo tônico terminado em ES
09 - (RJ) “Andavam devagar, olhando para trás... (J.A. de
02 - (UFES) Coloca-se trema sobre o “U” átono (pronunciando), Almeida-Américo A. Bagaceira)
como no vocábulo UNGÜENTO, sempre que estiver. Assinale o item em que nem todas as palavras são acentuadas
a) no grupo “gu” seguido de “E” nasal. pelo mesmo motivo da palavra grifada no texto.
b) No grupo “gu” ou “qu” seguido de E, I, A a) Más – vês
c) O grupo “gu” seguido de “E” ou “I”. b) Mês – pás
d) Precedido de “g “ou “q “seguido de “E” ou “I” c) Vós – Brás
e) Nos grupos de “gu” e “qu” d) Pés – atrás
e) Dês – pés
03 - (UFES) Se o vocábulo CONCLUIU não tem acento
gráfico, tal não acontece com uma das seguinte formas do verbo 10) (RJ) Assinale o item em que há dois vocábulos acentuados
CONCLUIR: inadequadamente.
a) concluia a) fôste – íris
b) concluirmos b) estrêla – lângüido
c) concluem c) íris – lângüido
d) concluindo d) fôste – estrêla
e) concluas e) hifens – mágoa

11) (RJ) “Como ele não vem ao seu encontro, ela pára”
04 - (Med./Itajubá) Nenhum vocábulo deve receber acento
(Autran Dourado)
gráfico, exceto:
O vocábulo grifado leva acento agudo porque:
a) sururu a) Há necessidade de diferençá-lo de outro vocábulo, pela
b) peteca tonicidade.
c) bainha b) É um vocábulo paroxítono terminado em-a;
d) mosaico c) É um vocábulo oxítono terminado em-a;
e) beriberi d) Há necessidade de diferençá-lo;
e) É um vocábulo erudito.
05 - (Med./ Itajubá) Todos os vocábulos devem ser acentuados
graficamente, exceto: 12 - (Mackenzie) Indique a única alternativa em que nenhuma
a) xadrez palavra é acentuada graficamente:
b) faisca a) lapis, canoa, abacaxi, jovens,
c) reporter b) ruim, sozinho, aquele, traiu
d) oasis c) saudade, onix, grau, orquidea
e) proteina d) flores, açucar, album, virus,
e) voo, legua, assim, tenis
06) (UFES) Assinale a opção em que o par de vocábulos não
obedece à mesma regra de acentuação gráfica. 13 - Marque o item em que o “i” e o “u” em hiato devem ser
a) sofismático/ insondáveis acentuados em todas as palavras.
b) automóvel/fácil a) Jesuita, juizo, juiz, faisca, juizes,
c) tá/já b) Sairam, caires, cairam, caistes, sairdes
c) Balaustre, reuno, reunem, saude, bau
d) água/raciocínio
d) “a “e “b” todas as palavras são acentuadas
e) alguém/comvém
e) “b” e “c” todas as palavras são acentuadas

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14 - Nas alternativas, a acentuação gráfica está correta em – com toda a/todo o, a expressão que vale como totalidade,
todas as palavras, exceto: inteira. Toda cidade será enfeitada para as comemorações de
a) jesuíta, caráter aniversario.
b) viúvo, sótão
c) baínha, raíz Atenção: sem o artigo, o pronome todo/toda vale como
d) Ângela, espádua qualquer. Toda cidade será enfeitada para as comemorações de
e) gráfico, flúor aniversário. (qualquer cidade)

15 - (F. C. chagas – RJ) Até ........ momento, ........ se – com o superlativo relativo: Mariane escolheu as mais lindas
lembrava de que o antiquário tinha o ......... que procurávamos. flores da floricultura.
a) Aquêle-ninguém-baú – com a palavra outro, com sentido determinado: Marcelo tem
dois amigos: Rui é alto e lindo, o outro é atlético e simpático.
b) Aquêle-ninguém-bau
– antes dos nomes das quatro estações do ano: Depois da
c) Aquêle-ninguem-baú
primavera vem o verão.
d) Aquele-ninguém-baú – com expressões de peso e medida: O álcool custa um real o
e) Aquéle-ninguém-bau litro. (=cada litro)
RESPOSTAS 2- Não se usa o artigo definido:
– antes de pronomes de tratamento iniciados por possessivos:
(1-E) (2-D) (3-A) (4-E) (5-A) (6-A) (7-B) (8-A) (9-D) (10-D) Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Vossa Majestade, Vossa
(11-A) (12-B) (13-C) (14-C) (15-D) Alteza.
Vossa Alteza estará presente ao debate?
“Nosso Senhor tinha o olhar em pranto / Chorava Nossa
EMPREGO DAS CLASSES DE Senhora.”
– antes de nomes de meses:
PALAVRAS O campeonato aconteceu em maio de 2002. MAS:
O campeonato aconteceu no inesquecível maio de 2002.
(modificado)
ARTIGO – alguns nomes de países, como Espanha, França, Inglaterra,
Itália podem ser construídos sem o artigo, principalmente quando
“O orvalho vem caindo regidos de preposição.
Vai molhar o meu chapéu “Viveu muito tempo em Espanha.” / “Pelas estradas líricas de
E também vão sumindo França.”
As estrelas lá no céu Mas: Sônia Salim, minha amiga, visitou a bela Veneza.
Tenho passado tão mal (modificado)
A minha cama é uma folha de papel” (Noel Rosa e Kid – antes de todos / todas + numeral: Eles são, todos quatro,
Pepe) amigos de João Luís e Laurinha. MAS: Todos os três irmãos eu vi
nascer. (o substantivo está claro)
Artigo é a palavra que acompanha o substantivo, indicando- – antes de palavras que designam matéria de estudo,
lhe o gênero e o número, determinando-o ou generalizando-o. Os empregadas com os verbos: aprender, estudar, cursar, ensinar:
artigos podem ser: Estudo Inglês e Cristiane estuda Francês.
- definidos: o, a, os, as; determinam os substantivos, trata de
um ser juá conhecido; denota familiaridade: “A grande reforma do 3- O uso do artigo é facultativo:
ensino superior é a reforma do ensino fundamental e do médio.” – antes do pronome possessivo: Sua / A sua incompetência é
(Veja – maio de 2005) irritante.
- indefinidos: um, uma, uns, umas; estes; trata-se de um ser – antes de nomes próprios de pessoas: Você já visitou Luciana
desconhecido, dá ao substantivo valor vago: “...foi chegando um / a Luciana?
caboclinho magro, com uma taquara na mão.” (A. Lima) – “Daqui para a frente, tudo vai ser diferente.” (para a frente:
exige a preposição)
Emprego do Artigo
4- Formas combinadas do artigo definido: Preposição + o =
1- Usa-se o artigo definido: ao / de + o,a = do, da / em + o, a = no, na / por + o, a = pelo, pela.
– com a palavra ambos: falou-nos que ambos os culpados
foram punidos. 5- Usa-se o artigo indefinido:
– com nomes próprios geográficos de estado, pais, oceano, – para indicar aproximação numérica: Nicole devia ter uns
montanha, rio, lago: o Brasil, o rio Amazonas, a Argentina, o oito anos / Não o vejo há uns meses.
oceano Pacífico, a Suíça, o Pará, a Bahia. / Conheço o Canadá mas – antes dos nomes de partes do corpo ou de objetos em pares:
não conheço Brasília. Usava umas calças largas e umas botas longas.
– com nome de cidade se vier qualificada: Fomos à histórica – em linguagem coloquial, com valor intensivo: Rafaela é
Ouro Preto. uma meiguice só. /
– depois de todos/todas + numeral + substantivo: Todos os – para comparar alguém com um personagem célebre: Luís
vinte atletas participarão do campeonato. August é um Rui Barbosa.

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6- O artigo indefinido não é usado: Abstrato - são os que não têm existência própria; depende
– em expressões de quantidade: pessoa, porção, parte, gente, sempre de um ser para existir: é necessário alguém ser ou estar
quantidade: Reservou para todos boa parte do lucro. triste para a tristeza manifestar-se; é necessário alguém beijar
– com adjetivos como: escasso, excessivo, suficiente: Não há ou abraçar para que ocorra um beijo ou um abraço; designam
suficiente espaço para todos. qualidades, sentimentos, ações, estados dos seres: dor, doença,
– com substantivo que denota espécie: Cão que ladra não amor, fé, beijo, abraço, juventude, covardia, coragem, justiça.
morde. Os substantivos abstratos podem ser concretizados
dependendo do seu significado: Levamos a caça para a cabana.
7- Formas combinadas do artigo indefinido: Preposição de e (caça = ato de caçar, substantivo abstrato; a caso, neste caso,
em + um, uma = num, numa, dum, duma. refere-se ao animal, portanto, concreto).

Atenção: o artigo (o, a, um, uma) anteposto a qualquer palavra Simples - como o nome diz, são aqueles formados por apenas
um radical: chuva, tempo, sol, guarda, pão, raio, água, ló, terra,
transforma-a em substantivo. O ato literário é o conjunto do ler
flor, mar, raio, cabeça.
e do escrever.
Compostos - são os que são formados por mais de dois
radicais: guarda-chuva, girassol, água-de-colônia, pão-de-ló,
SUBSTANTIVO pára-raio, sem-terra, mula-sem-cabeça.
Primitivos - são os que não derivam de outras palavras;
Lições Opostas vieram primeiro,deram origem a outras palavras: ferro, Pedro,
mês, queijo, chave, chuva, pão, trovão, casa.
A professora ensinava: Derivados – são formados de outra palavra já existente;
substantivo abstrato é o que existe vieram depois: ferradura, pedreiro, mesada, requeijão, chaveiro,
mas nós não vemos. chuveiro, padeiro, trovoada, casarão, casebre.
Exemplificava: Coletivos – os substantivos comuns que, mesmo no singular,
penúria, angústia, designam um conjunto de seres de uma mesma espécie: bando,
dor, fome, tristeza, miséria, povo, frota, batalhão, biblioteca, constelação.
Tudo é substantivo abstrato.
Hoje, com a minha experiência, Eis alguns substantivos coletivos: álbum – de fotografias;
eu lhe responderia: alcatéia – de lobos; antologia – de textos escolhidos; arquipélago –
¾ Então, professora, ilhas; assembléia – pessoas, professores; atlas – cartas geográficas;
na favela não existe banda – de músicos; bando – de aves, de crianças; baixela –
substantivo abstrato. (Marilita Pozzoli) utensílios de mesa; banca – de examinadores; biblioteca – de livros;
biênio – dois anos; bimestre – dois meses; boiada – de bois; cacho
Substantivo é a palavra que dá nomes aos seres. Inclui os – de uva; cáfila – camelos; caravana – viajantes; cambada – de
vadios, malvados; cancioneiro – de canções; cardume – de peixes;
nomes de pessoas, de lugares, coisas, entes de natureza espiritual
casario – de casas; código – de leis; colméia – de abelhas; concílio
ou mitológica: vegetação, sereia, cidade, anjo, árvore, passarinho,
– de bispos em assembléia; conclave – de cardeais; confraria – de
abraço, quadro, universidade, saudade, amor, respeito, criança. religiosos; constelação – de estrelas; cordilheira – de montanhas;
Os substantivos exercem, na frase, as funções de: sujeito, cortejo – acompanhantes em comitiva; discoteca – de discos;
predicativo do sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento elenco – de atores; enxoval – de roupas; fato – de cabras; fornada
nominal, adjunto adverbial, agente da passiva, aposto e vocativo. – de pães; galeria – de quadros; hemeroteca – de jornais, revistas;
Os substantivos classificam-se em: horda – de invasores; iconoteca – de imagens; irmandade – de
Comuns - nomeiam os seres da mesma espécie: menina, religiosos; mapoteca – de mapas; milênio – de mil anos; miríade –
piano, estrela, rio, animal, árvore. de muitas estrelas, insetos; nuvem – de gafanhotos; panapaná – de
Próprios - referem-se a um ser em particular: Brasil, América borboletas em bando; penca – de frutas; pinacoteca – de quadros;
do Norte, Deus, Paulo, Lucélia. piquete – de grevistas; plêiade – de pessoas notáveis, sábios; prole
Concretos - são aqueles que têm existência própria; são – de filhos; quarentena – quarenta dias; qüinqüênio – cinco anos;
independentes; reais ou imaginários: mãe, mar, água, anjo, mulher, renque – de árvores, pessoas, coisas; repertório – de peças teatrais,
alma, Deus, vento DVD, fada, criança, saci. música; resma – de quinhentas folhas de papel; século – de cem
anos; sextilha – de seis versos; súcia – de malandros, patifes;
De gramática e de linguagem terceto – de três pessoas, três versos; tríduo – período de três
(Mário Quintana) dias; trinênio – período de três anos; tropilhas – de trabalhadores,
alunos; vara – de porcos; videoteca – de videocassetes; xiloteca –
E havia uma gramática que dizia assim: de amostras de tipos de madeiras.
“Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta.” Reflexão do Substantivo
“Na feira livre do arrabaldezinho
Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!...
Um homem loquaz apregoa balõezinhos de cor
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte.
¾ O melhor divertimento para crianças!
[Multiplicam-se em excesso.
Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres,
As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com
Fitando com olhos muito redondos os grandes
ninguém.”
Balõezinhos muito redondos.” (Manoel Bandeira)

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Observe que o poema apresenta vários substantivos e 2 – Alguns substantivos oferecem dúvida quanto ao gênero.
apresentam variações ou flexões de gênero (masculino/feminino), São masculinos:
de número (plural/singular) e de grau (aumentativo/diminutivo). O eclipse / o dó / o dengue (manha) / o champanha / o soprano
Na língua portuguesa há dois gêneros: masculino e feminino. / o clã / o alvará / o sanduíche / o clarinete / o hosana / o espécime
Latim, Grego e Inglês, possuem um terceiro gênero: o neutro. / o guaraná / o diabete ou diabetes / o tapa / o lança-perfume / o
A regra para a flexão do gênero é a troca de o por a, ou o praça (soldado raso) / o pernoite / o formicida / o herpes / o sósia /
acréscimo da vogal a, no final de final da palavra: mestre, mestra. o telefonema / o saca-rolha / o plasma / o estigma.
FORMAÇÃO DO FEMININO 3 – São geralmente masculinos os substantivos de origem
grega terminados em – ma: o dilema / o teorema / o emblema / o
O feminino se realiza de três modos: trema / o eczema / o edema / o enfisema / o fonema / o anátema / o
1. Flexionando-se o substantivo masculino: filho, tracoma / o hematoma / o glaucoma / o aneurisma / o telefonema
filha / mestre, mestra / leão, leoa; / o estratagema /
2. acrescentando-se ao masculino a desinência “a” ou
um sufixo feminino: autor, autora / deus, deusa / cônsul, consulesa 4 – São femininos: a dinamite / a derme / a hélice / a aluvião
/ cantor, cantora / reitor, reitora. / a análise / a cal / a omoplata / a gênese / a entorse / a faringe /
3. utilizando-se uma palavra feminina com radical a cólera (doença) / a cataplasma / a pane / a mascote / a libido
diferente: pai, mãe / homem, mulher / boi, vaca / carneiro, ovelha (desejo sexual) / a rês / a sentinela / a sucuri / a usucapião / a
/ cavalo, égua. omelete / a hortelã / a fama / a xerox / a aguardante /
Observe como são formados os femininos: parente, parenta
Plural dos Substantivos
/ hóspede, hospeda / monge, monja / presidente, presidenta /
Há várias maneiras de se formar o plural dos substantivos:
gigante, giganta / oficial, oficiala / peru, perua / cidadão, cidadã
Acrescentam-se:
/ aldeão, aldeã / ancião, anciã / guardião, guardiã / charlatão,
‑ S – aos substantivos terminados em VOGAL ou DITONGO:
charlatã / escrivão, escrivã / papa, papisa / faisão, faisoa / hortelão,
povo, povos / feira, feiras.
horteloa / ilhéu, ilhoa / mélro, mélroa / folião, foliona / imperador,
imperatriz / profeta, profetiza / píton, pitonisa / abade, abadessa / ‑ S – aos substantivos terminados em N: líquen, liquens
czar, czarina / perdigão, perdiz / cão, cadela / pigmeu, pigméia / / abdômen, abdomens / hífen, hífens. Também: líquenes,
ateu, atéia / hebreu, hebréia / réu, ré / cerzidor, cerzideira / frade, abdômenes, hífenes.
freira / frei, sóror / rajá, rani / dom, dona / cavaleiro, dama / ‑ ES – aos substantivos terminados em R, S, Z: cartaz, cartazes
zangão, abelha / / motor, motores / mês, meses. Alguns terminados em R mudam
sua sílaba tônica, no plural: júnior, juniores / caráter, caracteres /
Substantivos Uniformes sênior, seniores.
Os substantivos uniformes apresentam uma única forma para ‑ IS – aos substantivos terminados em al, el, ol, ul: jornal,
ambos os gêneros: dentista, vítima. Os substantivos uniformes jornais / sol, sóis / túnel, túneis / mel, meles, méis. Exceções: mal,
dividem-se em: males / cônsul, cônsules / real, réis (antiga moeda portuguesa).
Epicenos: designam certos animais e têm um só gênero, quer ‑ ÃO – aos substantivos terminados em S: cidadão, cidadãos /
se refiram ao macho ou à fêmea. – jacaré macho ou fêmea / a cobra irmão, irmãos / mão, mãos.
macho ou fêmea / a formiga macho ou fêmea.
Comuns de dois gêneros: apenas uma forma e designam Trocam-se:
indivíduos dos dois sexos. São masculinos ou femininos. A ‑ ão por ões: botão, botões / limão, limões / portão, portões /
indicação do sexo é feita com uso do artigo masculino ou feminino: mamão, mamões.
o, a intérprete / o, a colega / o, a médium / o, a personagem / o, ‑ ão por ãe: pão, pães / charlatão, charlatães / alemão, alemães
a cliente / o, a fã / o, a motorista / o, a estudante / o, a artista / o, / cão, cães.
a repórter / o, a menequim / o, a gerente / o, a imigrante / o, a ‑ il por is (oxítonas): funil, funis / fuzil, fuzis / canil, canis
pianista / o, a rival / o a jornalista. / pernil, pernis, e por EIS (Paroxítonas): fóssil, fósseis / réptil,
Sobrecomuns: designam pessoas e têm um só gênero para répteis / projétil, projéteis.
homem ou a mulher: a criança (menino, menina) / a testemunha ‑ m por ns: nuvem, nuvens / som, sons / vintém, vinténs /
(homem, mulher) / a pessoa (homem, mulher) / o cônjuge (marido, atum, atuns.
mulher) / o guia (homem, mulher) / o ídolo (homem, mulher). ‑ zito, zinho ‑ 1º coloca-se o substantivo no plural: balão,
balões; 2º elimina-se o S + zinhos.
1 – Substantivos que mudam de sentido, quando se troca o Balão – balões – balões + zinhos: balõzinhos;
gênero: o lotação (veículo) - a lotação (efeito de lotar); o capital Papel – papéis – papel + zinhos: papeizinhos;
(dinheiro) - a capital (cidade); o cabeça (chefe, líder) Cão – cães - cãe + zitos: Cãezitos.
- a cabeça (parte do corpo); o guia (acompanhante) - a guia ‑ alguns substantivos terminados em X são invariáveis (valor
(documentação); o moral (ânimo) - a moral (ética); o grama (peso) fonético = cs): os tórax, os tórax / o ônix, os ônix / a fênix, as fênix
- a grama (relva); o caixa (atendente) - a caixa (objeto); o rádio / uma Xerox, duas Xerox / um fax, dois fax.
(aparelho) - a rádio (emissora); o crisma (óleo salgado) - a crisma ‑ Outros (fora de uso) têm o mesmo plural que suas variantes
(sacramento); o coma (perda dos sentidos) - a coma (cabeleira); o em ice (ainda em vigor): apêndix ou apêndice, apêndices / cálix
cura (vigário) - a cura; (ato de curar); o lente (prof. Universitário) o ucálice, cálices (x, som de s) / látex, látice ou láteces / códex
- a lente (vidro de aumento); o língua (intérprete) - a língua (órgão, ou códice, códices / córtex ou córtice, córtices / índex ou índice,
idioma); o voga (o remador) - a voga (moda). índices (x, som de cs).

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‑ substantivos terminados em ÃO com mais de uma forma Plural dos Substantivos Compostos
no plural: aldeão, aldeões, aldeãos; verão, verões, verãos; anão, Não é muito fácil a formação do plural dos substantivos
anões, anãos; guardião, guardiões, guardiães; corrimão, corrimãos, compostos. Vamos lá, prestem atenção!
corrimões; hortelão, hortelões, hortelãos; ancião, anciões, anciães,
anciãos; ermitão, ermitões, ermitães, ermitãos. 1 – Somente o segundo (ou último) elemento vai para o plural:
- palavra unida sem hífen:
A tendência é utilizar a forma em ÕES. pontapé = pontapés / girassol = girassóis / autopeça =
- Há substantivos que mudam o timbre da vogal tônica, no autopeças.
plural. Chama-se metafonia. Apresentam o “o” tônica fechado no 1.1 – verbo + substantivo:
singular e aberto no plural: caroço (ô), coroços (ó) / imposto (ô), saca-rolha = saca-rolhas / arranha-céu = arranha-céus / bate-
impostos (ó) / forno (ô), fornos (ó) / miolo (ô), miolos (ó) / poço bola = bate-bolas / guarda-roupa = guarda-roupas / guarda-sol =
(ô), poços (ó) / olho (ô), olhos (ó) / povo (ô), povos (ó) / corvo (ô), guarda-sóis / vale-refeição = vale-refeições.
corvos (ó). Também são abertos no plural (ó): fogos, ovos, ossos, 1.2 – elemento invariável + palavra variável:
portos, porcos, postos, reforços. Tijolos, destroços. sempre-viva = sempre-vivas /
- Há substantivos que mudam de sentido quando usados abaixo-assinado = abaixo-assinados /
no plural: Fez bem a todos (alegria); Houve separação de bens. recém-nascido = recém-nascidos /
(patrimônio); Conferiu a féria do dia. (salário); As férias foram ex-marido = ex-maridos /
auto-escola = auto-escolas.
maravilhosas. (descanso); Sua honra foi exaltada. (dignidade);
1.3 – palavras repetidas:
Recebeu honras na solenidade. (homenagens); Outros: bem
o reco-reco = os reco-recos / o tico-tico = os tico-ticos /
= virtude, benefício / bens = valores / costa = litoral / costas =
o corre-corre = os corre-corres
dorso / féria = renda diária / férias = descanso / vencimento = fim /
1.4 Substantivo composto de três ou mais elementos
vencimento = salário / letra = símbolo gráfico / letras = literatura.
não ligados por preposição:
- Muitos substantivos conservam no plural o “o” fechado: o bem-me-quer = os bem-me-queres
acordos / adornos / almoços / bodas / bojos / bolos / cocos / o bem-te-vi = os bem-te-vis
confortos / dorsos / encontros / esposos / estojos / forros / globos / o sem-terra = os sem-terra
gostos / moços / molhos / pilotos / piolhos / rolos / rostos / sopros o fora-da-lei = os fora-da-lei
/ sogros / subornos. o João-ninguém = os joões-ninguém
- Substantivos empregados somente no plural: Arredores / o ponto-e-vírgula = os ponto-e-vírgula
belas-artes/ bodas (ô) / condolências / cócegas / costas / exéquias o bumba-meu-boi = os bumba-meu-boi
/ férias / olheiras / fezes / núpcias / óculos / parabéns / pêsames / 1.5 Quando o primeiro elemento for: grão, grã
viveres / idos, afazeres, algemas. (grande), bel:
- A forma singular das palavras ciúme e saudade são também grão-duque = grão-duques / grã-cruz = grã-cruzes / bel-prazer
usadas no plural, embora a forma singular seja preferencial, já que = bel-prazeres.
a maioria dos substantivos abstratos não se pluralizam. Aceita-se
os ciúmes, nunca o ciúmes. 2 – Somente o primeiro elemento vai para o plural:
2.1 – substantivo + preposição + substantivo:
“Quando você me deixou, água de colônia = águas-de-colônia
meu bem, mula-sem-cabeça = mulas-sem-cabeça
me disse pra eu ser feliz pão-de-ló = pães-de-ló
e passar bem sinal-da-cruz = sinais-da-cruz
Quis morrer de ciúme, 2.2 – quando o segundo elemento limita o primeiro ou dá idéia
quase enloqueci de tipo, finalidade:
mas depois, como era samba-enredo = sambas-enredos
de costume, obedeci” (gravado por Maria Bethânia) pombo-correio = pombos-correio
salário-família = salários-família
“Às vezes passo dias inteiros banana-maçã = bananas-maçã
imaginando e pensando em você vale-refeição = vales-refeição (vale = ter valor de,
e eu fico com tanta saudade substantivo+especificador)
que até parece que eu posso morrer.
Pode creditar em mim. Atenção: A tendência na língua portuguesa atual é pluralizar
Você me olha, eu digo sim...” (Fernanda Abreu) os dois elementos: bananas-maçãs / couves-flores / peixes-bois /
saias-balões. (ver Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)
Atenção:
3 – Os dois elementos ficam invariáveis quando houver:
1 – avô – avôs (o avô materno e o avô paterno; avôs, fechado)
3.1 – verbo + advérbio:
avô avós (o avô e a avó).
o ganha-pouco = os ganha-pouco
2 – Termos no singular com valor de plural: Muito negro
o cola-tudo = os cola-tudo
ainda sofre com o preconceito social. / Tem morrido muito pobre
o bota-fora = os bota-fora
de fome.

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3.2 – os compostos de verbos de sentido oposto: Grau do Substantivo


o entra-e-sai = os entra-e-sai Os substantivos podem ser modificados a fim de exprimir
o leva-e-traz = os leva-e-traz intensidade, exagero ou diminuição. A essas modificações é que
o vai-e-volta = os vai-e-volta damos o nome de grau do substantivo. São dois os graus dos
substantivos: aumentativo e diminutivo.
4 – Os dois elementos, vão para o plural: Os graus aumentativos e diminutivos são formados por dois
4.1 – substantivo + substantivo: processos:
decreto-lei = decretos-leis 1 – sintético com o acréscimo de um sufixo aumentativo ou
abelha-mestra = abelhas-mestras diminutivo:
tia-avó = tias-avós peixe – peixão (aumentativo sintético)
temente-coronel = tenentes-coronéis peixe-peixinho (diminutivo sintético)l; sulfixo inho ou
redator-chefe = redatores-chefes lisinho

Dicas: coloque entre dois elementos a conjunção e, observe 2 – Analítico:


se é possível a pessoa ser o redator e chefe ao mesmo tempo / a) formado com palavras de aumento: grande, enorme,
cirurgião e dentista / tia e avó / decreto e lei / abelha e mestra. imensa, gigantesca:
obra imensa / lucro enorme / carro grande / prédio
4.2 – substantivo + adjetivo: gigantesco;
amor-perfeito = amores-perfeitos b) formado com as palavras de diminuição: diminuto,
capitão-mor = capitães-mores pequeno, minúscula,
carro-forte = carros-fortes casa pequena, peça minúscula / saia diminuta.
obra-prima = obras-primas
cachorro-quente = cachorros-quentes Atenção:
4.3 – adjetivo + substantivo: - Sem falar em aumentativo e diminutivo alguns substantivos
boa-vida = boas-vidas exprimem também desprezo, crítica, indiferença em relação a
curta-metragem = curtas-metragens certas pessoas e objetos: gentalha, mulherengo, narigão, gentinha,
má-língua = más-línguas coisinha, povinho, livreco.
4.4 – numeral ordinal + substantivo: - Já alguns diminutivos dão idéia de afetividade: filhinho,
segunda-feira = segundas-feiras Toninho, mãezinha.
quinta-feira = quintas-feiras - Em conseqüência do dinamismo da língua, alguns
substantivos no grau diminutivo e aumentativo adquiriram
5 – Composto com a palavra guarda só vai para o plural se um significado novo: portão, cartão, fogão, cartilha, folhinha
for pessoa: (calendário).
guarda-noturno = guardas-noturnos - As palavras proparoxítonas e as palavras terminadas em
guarda-florestal = guardas-florestais sílabas nasal, ditongo, hiato ou vogal tônica recebem o sufixo
guarda-civil = guardas-civis zinho(a): lâmpada (proparoxítona) = lampadazinha; irmão
guarda-marinha = guardas-marinha (sílaba nasal) = irmãozinho; herói (ditongo) = heroizinho; baú
(hiato) = bauzinho; café (voga tônica) = cafezinho.
6 – Plural das palavras de outras classes gramaticais usadas - As palavras terminadas em s ou z, ou em uma dessas
como substantivo consoantes seguidas de vogal recebem o sufixo inho: país =
(substantivadas), são flexionadas como substantivos: paisinho; rapaz = rapazinho; rosa = rosinha; beleza = belezinha.
Gritavam vivas e morras.
Fiz a prova dos noves. - Há ainda aumentativos e diminutivos formados por
Pesei bem os prós e contras. prefixação: minissaia, maxissaia, supermercado, minicalculadora.
Atenção: Numerais substantivos terminados em s ou z não Funções Sintáticas do Substantivo
variam no plural. Este semestre tirei alguns seis e apenas um dez. O substantivo pode apresentar-se na oração como:
1. sujeito: A instituição onde estudo é a FAI.
7 – Plural dos nomes próprios personalizados: os Almeidas / 2. predicativo do sujeito: Paulo já não é mais
os Oliveiras / adolescente.
os Picassos / os Mozarts / os Kennedys / os Silvas. 3. predicativo do objeto direto: O técnico considerou
o julgador um herói.
8 – Plural dos substantivos estrangeiros: 4. predicativo do objeto indireto: Foi capaz de dar-
Inglês: os shorts / os shows / os icebergs / os watts / os pit lhe um empurrão.
bulls / os magazines. 5. objeto direto: Cadastre seu telefone aqui.
Latim: os déficits / os superávits / os habitats / os campi. 6. objeto indireto: Nunca deixei de confiar em Deus.
Italiano: as pizzas.
7. complemento nominal: Tenho confiança na sua
honestidade.
9 – Plural das siglas, acrescenta-se um s minúsculo:
8. adjunto adverbial: Alô, é da pizzaria?
CDs / DVDs / ONGs / PMS / Ufirs.

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9. agente da passiva: Os campos estavam cobertos de Atenção: Algumas locuções adjetivas não possuem adjetivos
flores silvestres. correspondentes: lata de lixo / sacola de papel / parede de tijolo /
10. aposto: Gilberto Gil, ministro e músico, continua folha de papel, e outros.
brilhando no mundo artística.
11. vocativo: Mãe, já tô saindo. Cidade, Estado, País e Adjetivo Pátrio: Amapá: amapense;
12. adjunto adnominal: Escreveu o artigo do mês Amazonas: amazonense ou baré; Anápolis: anapolino; Angra
(=mensal) preposição = substantivo = locução adjetiva. dos Reis: angrense; Aracajú: aracajuano ou aracajuense; Bahia:
baiano; Bélgica: belga; Belo Horizonte: belo-horizontino; Brasil:
Substantivo caracterizador de adjetivo brasileiro; Brasília: brasiliense; Buenos Aires: buenairense
ou portenho; Cairo: cairota; Cabo Frio: cabo-friense; Campo
Os adjetivos referentes a cores podem ser modificados por Grande: campo-grandese; Ceará: cearense; Curitiba: curitibano;
um substantivo: verde piscina, azul petróleo, amarelo ouro, roxo Distrito Federal: candango ou brasiliense; Espírito Santo: espírito-
batata, verde garrafa. santense ou capixaba; Estados Unidos: estadunidense ou norte
americano; Florianópolis: florianopolitano; Florença: florentino;
ADJETIVO Fortaleza: fortalezense; Goiânia: goianiense; Goiás: goiano;
Japão: japonês ou nipônico; João Pessoa: pessoense; Londres:
londrino; Maceió: maceioense; Manaus: manauense ou manauara;
Não digas: “o mundo é belo.”
Maranhão: maranhense; Mato Grosso: mato-grossense; Mato
Quando foi que viste o mundo? Grosso do Sul: mato-grossense-do-sul; Minas Gerais: mineiro;
Não digas: “o amor é triste.” Natal: natalense ou papa-jerimum; Nova Iorque: nova-iorquino;
Que é que tu conheces do amor? Niterói: niteroiense; Novo Hamburgo: hamburguense; Palmas:
Não digas: “a vida é rápida.” palmense; Pará: paraense; Paraíba: paraibano; Paraná: paranaense;
Com foi que mediste a vida? (Cecília Meireles) Pernambuco: pernambucano; Petrópolis: petropolitano; Piauí:
piauiense; Porto Alegre: porto-alegrense; Porto Velho: porto-
velhense; Recife: recifense; Rio Branco: rio-branquense; Rio de
Os adjetivos belo, triste e rápida expressa uma qualidade dos Janeiro: carioca/ fluminense (estado); Rio Grande do Norte: rio-
sujeitos: o mundo, o amor, a vida. grandense-do-norte ou potiguar; Rio Grande do Sul: rio-grandense
Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que ou gaúcho; Rondônia: rondoniano; Roraima: roraimense; Salvador:
modifica um substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade, estado, ou soteropolitano; Santa Catarina: catarinense ou barriga-verde; São
modo de ser: laranjeira florida / céu azul / mau tempo / cavalo Paulo: paulista/paulistano (cidade); São Luís: são-luisense ou
baio / comida saudável / político honesto / professor competente / ludovicense; Sergipe: sergipano; Teresina: teresinense; Tocantins:
funcionário consciente / pais responsáveis. tocantinense; Três Corações: tricordiano; Três Rios: trirriense;
Os adjetivos classificam-se em: Vitória: vitoriano.

1. simples – apresentam um único radical, uma única - pode-se utilizar os adjetivos pátrios compostos, como:
palavra em sua estrutura: alegre / medroso / simpático / covarde / afro-brasileiro; Anglo-americano, franco-italiano, sino-japonês
jovem / exuberante / teimoso; (China e Japão); Américo-francês; luso-brasileira; nipo-argentina
2. compostos – apresentam mais de radicais, mais (Japão e Argentina); teuto-argentinos (alemão).
de duas palavras em sua estrutura: estrelas azul-claras / sapatos - “O professor fez uma simples observação.” O adjetivo,
marrom-escuros / garoto surdo-mudo; simples, colocado antes do substantivo observação, equivale à
3. primitivos – são os que vieram primeiro; dão banal.
origem a outras palavras: atual / livre / triste / amarelo / brando / - “O professor fez uma observação simples.” O adjetivo
amável / confortável; simples colocado depois do substantivo observação, equivale à
4. derivados – são aqueles formados por derivação, fácil.
vieram depois dos primitivos: amarelado / ilegal / infeliz /
Flexões do Adjetivo
desconfortável / entristecido / atualizado;
O adjetivo, como palavra variável, sofre flexões de: gênero,
5. pátrios – indicam procedência ou nacionalidade,
número e grau.
referem-se a cidades, estados, países
Gênero do Adjetivo
Locução Adjetiva Quanto ao gênero os adjetivos classificam-se em:
A locução adjetiva é a expressão que tem o mesmo valor de - uniformes: têm forma única para o masculino e o feminino.
um adjetivo. A locução adjetiva é formada por preposição + um Funcionário incompetente = funcionária incompetente
substantivo. Vejamos algumas locuções adjetivas: angelical = de Homens desonestos = mulheres desonestas
anjo; abdominal = de abdômen; apícola = de abelha; aquilino = de - biformes: troca-se a vogal o pela vogal a ou com o acréscimo
águia; argente = de prata; áureo = de ouro; auricular = da orelha; da vogal a no final da palavra: ator famoso = atriz famosa / jogador
bucal = da boca; bélico = de guerra; cervical = do pescoço; brasileiro = jogador brasileira.
cutâneo = de pele; discente = de aluno; docente = de professor;
estelar = de estrela; etário = de idade; fabril = de fábrica; Atenção: Os adjetivos compostos recebem a flexão feminina
filatélico = de selos; urbano = da cidade; gástrica = do apenas no segundo elemento: sociedade luso-brasileira / festa
estômago; hepático = do fígado; matutino = da manhã; vespertino cívico-religiosa / saia verde-escura. Vejamos alguns adjetivos
= da tarde; inodoro = sem cheiro; insípido = sem gosto; pluvial = biformes que apresentam uma flexão especial: ateu – atéia /
da chuva; humano = do homem; umbilical = do umbigo; têxtil = europeu – européia / glutão – glutona / hebreu – hebréia / Judeu –
de tecido. judia / mau – má / plebeu – plebéia / são – sã / vão – vã.

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Atenção: 2.1 – O grau comparativo de superioridade possui duas


- às vezes, os adjetivos são empregados como substantivos formas:
u como advérbios: Agia como um ingênuo. (adjetivo como a) analítica – mais bom / mais mau / mais grande / mais
substantivo: acompanha um artigo). pequeno
- A cerveja que desce redondo. (adjetivo como advérbio: O salário é mais pequeno do que / que justo. (salário pequeno
redondamente). e justo)
- substantivos que funcionam como adjetivos, num processo
de derivação imprópria, isto é, palavra que tem o valor de outra ATENÇÃO: quando comparamos duas qualidades de um
classe gramatical, que não seja a sua: Alguns brasileiros recebem mesmo ser, podemos usar as formas: mais grande, mais mau, mais
um salário-família. (substantivo com valor de adjetivo). bom,mais pequeno.
- substituto do adjetivo: palavras / expressões de outra
classe gramatical podem caracterizar o substantivo, ficando a ele b) sintética – bom, melhor / mau, pior / grande, maior /
subordinadas na frase. pequeno, menor:
Semântica e sintaticamente falando, valem por adjetivos.
Esta sala é melhor do que / que aquela.
Vale associar ao substantivo principal outro substantivo em
3. de inferioridade – um elemento é menor do que outro:
forma de aposto.
Somos menos passivos do que / que tolerantes.
O rio Tietê atravessa o estado de São Paulo.

Plural do Adjetivo II – O grau superlativo: a característica do adjetivo se


O plural dos adjetivos simples flexionam de acordo co mo apresenta intensificada:
substantivo a que se referem: menino chorão = meninos chorões O superlativo pode ser absoluto ou relativo.
/ garota sensível = garotas sensíveis / vitamina eficaz = vitaminas 1. superlativo absoluto – atribuída a um só ser; de forma
eficazes / exemplo útil = exemplos úteis. absoluta. Pode ser:
1.1 – analítico: advérbio de intensidade muito, intensamente,
Atenção: bastante,
- substantivos empregados como adjetivos para nomear cores extremamente, excepcionalmente + adjetivo: Nicola é
permanecem invariáveis, surdo-mudo = surdos-mudos, variam os extremamente simpático.
dois elementos. 1.2 – sintético – adjetivo + issimo, imo, ílimo, érrimo:
- Composto formado de adjetivo + substantivo referindo-se Minha comadre Mariinha é agradabilíssima.
a cores, o adjetivo cor e o substantivo permanecem invariáveis,
não vão para o plural: terno azul-petróleo = ternos azul-petróleo Atenção:
(adjetivo azul, substantivo petróleo); saia amarelo-canário = saias - o sufixo -érrimo é restrito aos adjetivos latinos terminados
amarelo-canário (adjetivo, amarelo; substantivo canário). em r; pauper (pobre) = paupérrimo; macer (magro) = macérrimo;
- As locuções adjetivas formadas de cor + de + substantivo, - forma popular: radical do adjetivo português + íssimo:
ficam invariáveis: papel cor-de-rosa = papéis cor-de-rosa / olho pobríssimo;
cor-de-mel = olhos cor-de-mel. - adjetivos terminados em vel + bilíssimo: amável =
- São invariáveis os adjetivos raios ultravioleta / alegrias sem- amabilíssimo;
par, piadas sem-sal. - adjetivos terminados em eio formam o superlativo apenas
com i: feio = feíssimo / cheio = cheíssimo.
Grau do Adjetivo - os adjetivos terminados em io forma o superlativo em
Grau comparativo de: igualdade, superioridade (Analítico e iíssimo: sério = seriíssimo / necessário = necessariíssimo / frio =
Sintético) e Inferioridade; friíssimo.
Grau superlativo: absoluto (analítico e sintético) ou relativo
Algumas formas do superlativo absoluto sintético erudito
(superioridade e inferioridade).
(culto): ágil = agílimo; agradável = agradabilíssimo; agudo
= acutíssimo; amargo = amaríssimo; amigo = amicíssimo;
Exemplificando
O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades dos antigo = antiqüíssimo; áspero = aspérrimo; atroz = atrocíssimo;
seres. benévolo = benevolentíssimo; bom = boníssimo, ótimo; capaz
O adjetivo apresenta duas variações de grau: comparativo e = capacíssimo; célebre = celebérrimo; cruel = crudelíssimo;
superlativo. difícil = deficílimo; doce = dulcíssimo; eficaz = eficacíssimo;
I – O grau comparativo é usada para comparar uma qualidade fácil = facílimo; feliz = felicíssimo; fiel = fidelíssimo; frágil =
entre dois ou mais seres, ou duas ou mais qualidades de um mesmo fragílimo; frio = frigidíssimo, friíssimo; geral = generalíssimo;
ser. humilde = humílimo; incrível = incredibilíssimo; inimigo =
O comparativo pode ser: inimicíssimo; jovem = juvenilíssimo; livre = libérrimo; magnífico
1. de igualdade: iguala duas coisas ou duas pessoas: = magnificentíssimo; magro = macérrimo, magérrimo; mau
Sou tão alto quão / quanto / como você. (as duas pessoas têm = péssimo; miserável = miserabilíssimo; negro = nigérrimo,
a mesma altura) negríssimo; nobre = nobilíssimo; pessoal = personalíssimo; pobre
2. de superioridade: iguala duas pessoas / coisas = paupérrimo, pobríssimo; sábio = sapientíssimo; sagrado =
sendo que uma é mais do que a outra: Minha amiga Many é mais sacratíssimo; simpático = simpaticíssimo; simples = simplícimo;
elevante do que / que eu. (das duas, a Many é mais) tenro = teneríssimo; terrível = terribilíssimo; veloz = velocíssimo.

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Atenção: usa-se também, no superlativo: Os numerais exprimem quantidade, posição em uma série,
- prefixos: maxinflação / hipermercado / ultrassonografia / multiplicação e divisão. Daí a sua classificação, respectivamente,
supersimpática. em: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários.
- expressões: suja à beça / pra lá de sério / duro que nem - Cardinal: indica número, quantidade: um, dois, três, oito,
sola / podre de rico / linda de morrer / magro de dar pena. vinte, cem, mil;
- adjetivos repetidos: fofinho, fofinho (=fofíssimo) / linda, - Ordinal: indica ordem ou posição: primeiro, segundo,
linda (=lindíssima). terceiro, sétimo, centésimo;
- diminutivo ou aumentativo: cheinha / pequenininha / - Fracionário: indica uma fração ou divisão: meio, terço,
grandalhão / gostosão / bonitão. quarto, quinto, um doze avos;
- linguagem informa, sufixo érrimo, em fez de íssimo: - Multiplicativo: indica a multiplicação de um número: duplo,
chiquérrimo, chiquentérrimo, elegantérrimo. dobro, triplo, quíntuplo.

Os numerais que indicam conjunto de elementos de quantidade


2 – superlativo relativo: ressalta a qualidade de um ser entre exata são os coletivos: bimestre: período de dois meses; centenário:
muitos, com a mesma qualidade. Pode ser: período de cem anos; decálogo: conjunto de dez leis; decúria:
2.1 – superlativo relativo de superioridade: período de dez anos; dezena: conjunto de dez coisas; dístico:
Wilma é a mais prendada de todas as suas dois versos; dúzia: conjunto de doze coisas; grosa: conjunto de
amigas. (ela é a mais de todas) doze dúzias; lustro: período de cinco anos; milênio: período de
2.2 – superlativo relativo de inferioridade: mil anos; milhar: conjunto de mil coisas; novena: período de nove
Paulo César é o menos tímido dos filhos. dias; quarentena: período de quarenta dias; qüinqüênio: período de
cinco anos; resma: quinhentas folhas de papel; semestre: período
Funções Sintáticas do Adjetivo de seis meses; septênio: período de sete meses; sexênio: período de
O adjetivo desempenha as funções sintáticas de: seis anos; terno: conjunto de três coisas; trezena: período de treze
- predicativo: a qualidade expressa pelo adjetivo transmite-
dias; triênio: período de três anos; trinca: conjunto de três coisas.
se ao substantivo através de um verbo. O adjetivo em função
predicativa apresenta-se como:
QUADRO DOS NUMERAIS
- predicativo do sujeito: O jardim tornou-se um cenário
fantástico./ Sua voz parecia macia, de veludo.
Algarismos: Arábicos e Romanos, respectivamente: 1-I, 2-II,
- predicativo do objeto: A paciente considerou o atendimento
3-III, 4-IV, 5-V, 6-VI, 7-VII, 8-VIII, 9-IX, 10-X, 11-XI, 12-XII,
hospitalar precário.
13-XIII, 14-XIV, 15-XV, 16-XVI, 17-XVII, 18-XVIII, 19-XIX,
- adjunto adnominal: o adjetivo refere-se, sem intermediário,
ao substantivo. 20-XX, 30-XXX, 40-XL, 50-L, 60-LX, 70-LXX, 80-LXXX, 90-
A bela Fernanda entregou os convites aos amigos. XC, 100-C, 200-CC, 300-CCC, 400-CD, 500-D, 600-DC, 700-
DCC, 800-DCCC, 900-CM, 1.000-M.
Emprego Adverbial do Adjetivo
Vejamos as seguintes orações. Numerais Cardinais: um, dois, três, quatro, cinco, seis,
1. O menino dorme tranqüilo. / As meninas dormem sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, catorze ou quatorze,
tranqüilas. quinze, dezesseis, dezessete, dezoito, dezenove, vinte..., trinta...,
- em ambas as frases o adjetivo concorda em gênero e número quarenta..., cinqüenta..., sessenta..., setenta..., oitenta..., noventa...,
com o sujeito. cem..., duzentos..., trezentos..., quatrocentos..., quinhentos...,
2. O menino dorme tranquilamente. / As meninas seiscentos..., setecentos..., oitocentos..., novecentos..., mil.
dormem tranquilamente.
- o adjetivo assume um valor adverbial, com o acréscimo do Numerais Ordinais: primeiro, segundo, terceiro, quarto,
sufixo mente, sendo, portanto, invariável, não vai para o plural. quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, décimo primeiro,
3. Sorriu amarelo e saiu. / Ficou meio chateada e décimo segundo, décimo terceiro, décimo quarto, décimo quinto,
calou-se. décimo sexto, décimo sétimo, décimo oitavo, décimo nono,
- o adjetivo amarelo modificou um verbo, portanto, assume a vigésimo..., trigésimo..., quadragésimo..., qüinquagésimo...,
função de advérbio; o adjetivo meio + chateada (adjetivo) assume, sexagésimo..., septuagésimo..., ctogésimo..., nonagésimo...,
também, a função de advérbio. centésimo..., ducentésimo..., trecentésimo..., quadrigentésimo...,
qüingentésimo..., sexcentésimo..., septingentésimo...,
NUMERAL ctingentésimo..., nongentésimo..., milésimo.

Guerra diferente das tradicionais Numerais Multiplicativos: dobro, triplo, quádruplo,


Guerra de astronautas nos espaços siderais quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo, óctuplo, nônuplo, décuplo, undécuplo,
E tudo isso em meio às discussões duodécuplo, cêntuplo.
Muitos palpites, mil opiniões
Um fato só já existe Numerais Fracionários: meia, metade, terço, quarto, quinto,
Que ninguém pode negar sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, onze avos, doze avos, treze avos,
7, 6, 4, 3,2, 1, já! catorze avos, quinze avos, dezesseis avos, dezessete avos, dezoito
Lá se foi o homem avos, dezenove avos, vinte avos..., trinta avos..., quarenta avos...,
Conquistar os mundos cinqüenta avos..., sessenta avos..., setenta avos..., oitenta avos...,
Lá se foi noventa avos..., centésimo..., ducentésimo..., trecentésimo...,
Lá se foi buscando quadrigentésimo..., qüingentésimo..., sexcentésimo...,
A esperança que aqui já se foi. (Gilberto Gil) septingentésimo..., octingentésimo..., nongentésimo..., milésimo.

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Flexão dos Numerais - se o numeral vier antes do substantivo, emprega-se o ordinal.


Gênero Paulo César é adepto da 7ª Arte. (sétima)
- os numerais cardinais um, dois e as centenas a partir de - não se usa o numeral um antes de mil: Mil e duzentos reais
duzentos apresentam flexão de gênero: Um menino e uma menina é muito para mim.
foram os vencedores. / Comprei duzentos gramas de presunto e - o artigo e o numeral, antes dos substantivos milhão, milhar
duzentas rosquinhas. e bilhão, devem concordar no masculino:
- os numerais ordinais variam em gênero: Marcela foi a nona - Quando o sujeito da oração é milhões + substantivo feminino
colocada no vestibular. plural, o particípio ou adjetivo podem concordar, no masculino,
- os numerais multiplicativos, quando usados com o valor de com milhões, ou com o substantivo, no feminino. Dois milhões
substantivos, são variáveis: A minha nota é o triplo da sua. (triplo de notas falsas serão resgatados ou serão resgatadas (milhões
– valor de substantivo) resgatados / notas resgatadas)
- quando usados com valor de adjetivo, apresentam flexão de - Os numerais multiplicativos quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo e
gênero: Eu fiz duas apostas triplas na lotofácil. (triplas valor de óctuplo valem como substantivos para designar pessoas nascidas
adjetivo) do mesmo parto: Os sêxtuplos, nascidos em Lucélia, estão
- os numerais fracionários concordam com os cardinais reagindo bem.
que indicam o número das partes: Dois terços dos alunos foram - Emprega-se, na escrita das horas, o símbolo de cada unidade
contemplados. após o numeral que a indica, sem espaço ou ponto: 10h20min –
- o fracionário meio concorda em gênero e número com o dez horas, vinte minutos.
substantivo no qual se refere: O início do concurso será meio-dia - Não se emprega a conjunção e entre os milhares e as centenas:
e meia. (hora) / Usou apenas meias palavras. mil oitocentos e noventa e seis. MAS 1.200 – mil e duzentos (o
número termina numa centena com dois zeros)
Número
- os numerais cardinais milhão, bilhão, trilhão, e outros, Saiba mais sobre os Numerais
variam em número: Venderam um milhão de ingressos para a festa
- Aquela mulher é dez.
do peão. / Somos 180 milhões de brasileiros.
Por que dez? Porque vem de nota dez, nota máxima. O
- os numerais ordinais variam em número: As segundas
numeral deixa de ter valor numérico e passa a ter valor de adjetivo.
colocadas disputarão o campeonato.
1- Zero é numeral cardinal.
- os numerais multiplicativos são invariáveis quando usados
2- Ambos e ambas são numerais significam: um e outro, os
com valor de substantivo: Minha dívida é o dobro da sua. (valor
dois.
de substantivo – invariável)
- os numerais multiplicativos variam quando usados como 3- Par é coletivo.
adjetivos: Fizemos duas apostas triplas. (valor de adjetivo – 4- As equivale a primeiro. (nomeia os campeões – no esporte)
variável) 5- Um é numeral cardinal quando indica quantidade exata,
- os numerais fracionários variam em número, concordando plural dois.
com os cardinais que indicam números das partes. 6- Um é artigo indefinido quando indica um ser indeterminado,
- Um quarto de litro equivale a 250 ml; três quartos equivalem plural uns.
a 750 ml. 7- Diz-se catorze ou quatorze.
8- Cento precedido de artigo tem valor de substantivo: um
Grau cento de abacaxis.
Na linguagem coloquial é comum a flexão de grau dos 9- Flexionam-se os numerais cardinais substantivados: dois
numerais: Já lhe disse isso mil vezes. / Aquele quarentão é um cinquentas / três setes / dois oitos / quatro uns.
“gato”! / Morri com cincão para a “vaquinha”, lá da escola. 10- permanecem invariáveis os que finalizam por fonema
consonantal: Luane tirou quatro seis e dois dez, na prova final.
Emprego dos Numerais 11- Cuidado para não confundir numeral com substantivo.
- Para designar séculos, reis, papas, capítulos, cantos (na - Flou emocionado sobre sua juventude nos anos sessentas.
poesia épica), empregam-se: os ordinais até décimo: João Paulo II - Tirou a prova dos noves.
(segundo). Canto X (décimo) / Luís IV (nono); os cardinais para - O número 777 é formado por três setes.
os demais: Papa Bento XVI (dezesseis); Século XXI (vinte e um). - O número 1111 é formado por quatro uns.
- se o numeral vier antes do substantivo, usa-se o ordinal. O Sessentas, noves, setes, uns são substantivos.
XX século foi de descobertas científicas. (vigésimo século)
- com referência ao primeiro dia do mês, usa-se o numeral CORAÇÕES A MIL
ordinal: O pagamento do pessoal será sempre no dia primeiro.
- na enumeração de leis, decretos, artigos, circulares, portarias “Minhas ambições são dez
e outros textos oficiais, emprega-se o numeral ordinal até o nono: dez corações de uma vez
O diretor leu pausadamente a portaria 8ª. (portaria oitava) pra eu poder me apaixonar
- emprega-se o numeral cardinal, a partir de dez: O artigo 16 dez vezes a cada dia
não foi justificado. (artigo dezesseis) setenta a cada semana
- enumeração de casa, páginas, folhas, textos, apartamentos, trezentas a cada mês...” (Gilberto Gil)
quartos, poltronas, emprega-se o numeral cardinal: Reservei a
poltrona vinte e oito. / O texto quatro está na página sessenta e Corações a mil, expressão muito usada, significando hoje;
cinco. estou a mil por hora, estou com o gás todo.

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PRONOME 6- nos: colocado DEPOIS DO VERBO na 1ª pessoa do plural,


perde o S: Sentamo-nos à mesa para um café rápido.
“O meu nome é Severino, 7- me, te, lhe, nos, vos: quando colocado com verbos
não tenho outro de pia. TRANSITIVOS DIRETOS (TD), têm sentido POSSESSIVO,
Como há muitos Severinos, equivalendo a meu, teu, seu, dele, nosso, vosso: Os anos
Que é santo de romaria, roubaram-lhe a esperança. (sua, dele, dela possessivo)
Deram então de me chamar 8- as formas conosco e convosco são substituídas por: com
Severino de Maria.” (João Cabal de Melo NJeto) + nós, com + vós. seguidos de: ambos, todos, próprios, mesmos,
outros, numeral: Marianne garantiu que viajaria com nós três.
É a palavra que acompanha ou substitui o nome, relacionando-o 9- o pronome oblíquo funciona como SUJEITO com os verbos:
a uma das três pessoas do discurso. As três pessoas do discurso DEIXAR, FAZER, OUVIR, MANDAR, SENTIRe VER+verbo
são: no infinitivo. DEIXE-me sentir seu perfume. (Deixe que eu sinta
1ª pessoa: eu (singular) nós (plural): aquela que fala ou seu perfume me-- sujeito do verbo deixar - MANDEI-O calar. (=
emissor; Mandei que ele calasse), o= sujeito do verbo mandar.
2ª pessoa: tu (singular) vós (plural): aquela com quem se fala 10- os pronomes pessoais oblíquos nos, vos, e se recebem o
ou receptor; nome de pronomes recíprocos quando expressam uma ação mútua
3ª pessoa: ele, ela (singular) eles, elas (plural): aquela de ou recíproca: Nós nos encontramos emocionados. (pronome
quem se fala ou referente. recíproco, nós mesmos). NUNCA diga: Eu SE apavorei. / Euj à SE
Dependendo da função de substituir ou acompanhar o nome, arrumei. - Eu ME apavorei. / Eu ME arrumei. (certos)
o pronome é, respectivamente: pronome substantivo ou pronome - Os pronomes pessoais retos eu e tu serão substituidos por
adjetivo. mim e ti após prepõsição: - 0 segredo ficará somente entre mim
Os pronomes são classificados em: pessoais, de tratamento, e ti.
possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e - E obrigatório o emprego dos pronomes pessoais eu e tu,
relativos. quando funcionarem como Sujeito : Todos pediram para eu relatar
os fatos cuidadosamente. (pronome reto + verbo no infinitivo).
Pronomes Pessoais. Lembre - se de que MIM não fala, não escreve, não compra, não
Os pronomes pessoais dividem-se em: anda. Somente o Tarzã e o Capitão Caverna dizem: MIM gosta /
- retos - exercem a função de sujeito da oração: eu, tu, ele, MIM tem / MIM faz. /MIM QUER.
nós, vós, eles: - As formas oblíquas o, a, os, as são sempre empregadas
- oblíquos - exercem a função de complemento do verbo como complemento de verbos transitivos diretos ao passo que as
(objeto direto / objeto indireto) ou complemento nominal. São:
formas lhe, lhes são empregadas como complementos de verbos
tônicos com preposição: mim, comigo, ti, contigo,si, consigo,
transitivos indiretos. - Dona Cecília, querida amiga, chamou-a.
conosco, convosco; átonos sem preposição: me, te, se, o, a, lhe,
(verbo transitivo direto, VTD) - Minha saudosacomadre, Nircléia,
nos, vos, os, as, lhes. - Ela não vai conosco. (ela-pronome reto
obedeceu-lhe. (verbo transitivo indireto,VTI)
/ vai-verbo / conosco-pronome oblíquo) - Eu dou atenção a ela.
- É comum, na linguagem coloquial, usar o brasileiríssimo
(eu-pronome reto / dou-verbo / atenção-nome / ela-pronome
a gente, substituindo o pronome pessoal nós: A gente deve fazer
oblíquo)
caridade com os mais necessitados.
Saiba mais sobre os Pronomes Pessoais - Os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas, nós e vós
- Colocados ANTES do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª serão pronomes pessoais oblíquos quando empregados como
pessoa, apresentam sempre a forma: o, a, os, as: Eu os vi saindo complementos de um verbo e vierem precedidos de preposição.
do teatro. O conserto da televisão foi feito por ele. (ele= pronome oblíquo)
- As palavras SÓ - TODOS sempre acompanham os pronomes - Os pronomes pessoais ele, eles e ela, elas podem se contrair
pessoais do caso reto: - Eu vi só ele ontem. com as preposições de e em: Não vejo graça nele./ Já freqüentei
- Colocados DEPOIS do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª a casa dela.
pessoa apresentam as formas: - Se os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas estiverem
1- o, a, os, as: se o verbo terminar em VOGAL ou DITONGO funcionando como SUJEITO, e houver uma preposição ANTES
ORAL: Encontei - a sozinha. Vejo - os diariamente. deles, NÃO PODERÁ HAVER UMA CONTRAÇÃO: Está na
2- o, a, os, as, precedidos de verbos terminados em: R/S/Z, hora de ela decidir seu caminho. (ela -sujeito de decidir; sempre
assumem as formas: lo, Ia, los, las, perdendo, conseqüenterriente, com verbo no infinitivo)
as terminações R, S, Z. - Preciso pagar ao verdureiro. = - Chamam-se pronomes pessoais reflexivos os pronomes
pagá-lo. - Fiz os exercícios a lápis. = Fi-los a lápis. pessoais que se referem ao sujeito: Eu me feri com o canivete. (eu
3- lo, la, los, las: se vierem DEPOIS de: EIS / NOS / VOS - - 1ª pessoa- sujeito / me- pronome pessoal reflexivo)
EIS a prova do suborno. = Ei-la. - O tempo nos dirá. = no-lo dirá. - Os pronomes pessoais oblíquos se, si e consigo devem
(eis, nos, vos perdem o S) ser empregados somente como pronomes pessoais reflexivos e
4- no, na, nos, nas: se o verbo terminar em ditongo nasal: m, funcionam como complementos de um verbo na 3ª pessoa, cujo
ão, õe: - Deram-na como vencedora. - Põe-nos sobre a mesa. sujeito é também da 3ª pessoa: Nicole levantou-se com elegância e
5- lhe, lhes colocados depois do verbo na 1ª pessoa do plural, levou consigo (com ela própria) todos os olhares. (Nicole-sujeito,
terminado em S não modificado: Nós entregamoS-lhe a cópia do 3ª pessoa/ levantou -verbo 3ª pessoa / se- complemento 3ª pessoa /
contrato. (o S permanece) levou- verbo- 3ª pessoa / consigo - complemento 3ª pessoa)

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- O pronome pessoal oblíquo NÃO funciona como reflexivo Emprego dos Pronomes Possessivos
se não se referir ao sujeito: Ela me protegeu do acidente. (ela - “Tuas palavras antigas
sujeito 3ª pessoa me complemento 1ª pessoa) deixei-as todas, deixei-as,
- Você é segunda ou terceira pessoa? Na estrutura da fala, você junto com as minhas cantigas,
é a pessoa a quem se fala e, portanto, da 2ª pessoa. Por outro lado, desenhadas nas areias.” (Cecília Meireles)
você, como os demais pronomes de tratamento - senhor, senhora,
senhorita, dona, pede o verbo na 3ª pessoa, e não na 2ª. - O uso do pronome possessivo da 3ª pessoa pode provocar,
- Os pronomes oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes (formas às vezes, a ambigüidade da frase. João Luís disse que Laurinha
de objeto indireto, 0I) juntam-se a o, a, os, as (formas de objeto estava trabalhando em seu consultório.
direto), assim: me+o: mo/+a: ma/+ os: mos/+as: mas: - O pronome seu toma o sentido ambíguo, pois pode referir
- se tanto ao consultório de João Luís como ao de Laurinha. No
- Recebi a carta e agradeci aojovem, que ma trouxe. nos caso, usa-se o pronome dele, dela para desfazer a ambigüidade.
+o: no-lo / + a: no-la / + os: no-los / +as: no-las: -Venderíamos
- Os possessivos, às vezes, podem indicar aproximações
a casa, se no‑la exigissem. te+ o: to/+ a: ta/+ os: tos/+ as: tas:
numéricas e não posse: Cláudia e Haroldo devem ter seus trinta
-Dei-te os meus melhores dias. Dei-tos. lhe+ o: lho/+ a: lha/+ os:
lhos/+ as:lhas: -Ofereci -lhe flores. Ofereci-lhas. vos+ o: vo-lo/+ anos.
a: vo-la/+ os: vo-los/+ as: vo-las: - Pedi-vos conselho. Pedi vo-lo. - Na linguagem popular, o tratamento seu como em: Seu
Ricardo, pode entrar!, não tem valor possessivo, pois é uma
Atençao: No Brasil, quase não se usam essas combinações alteração fonética da palavra senhor
(mo, to, lho, nolo, vo-lo), são usadas somente em escritores mais - Os pronomes possessivos podem ser substantivados: Dê
sofisticados. lembranças a todos os seus.
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo
Pronomes de Tratamento concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e anotações.
São usados no trato com as pessoas. Dependendo da pessoa a - Usam-se elegantemente certos pronomes oblíquos: me, te,
quem nos dirigimos, do seu cargo, idade, título, o tratamento será lhe, nos, vos, com o valor de possessivos. Vou seguir-lhe os passos.
familiar ou cerimonioso: Vossa Alteza-V.A.-príncipes, duques; (os seus passos)
Vossa Eminência-V.Ema-cardeais; Vossa Excelência-V.Ex.a- - Deve-se observar as correlações entre os pronomes pessoais
altas autoridades, presidente, oficiais; Vossa Magnificência-V. e possessivos. - “Sendo hoje o dia do TEU aniversário, apresso-me
Mag.a-reitores de universidades; Vossa Majestade-V.M.-reis, em apresentar-TE os meus sinceros parabéns. Peço a Deus pela
imperadores; Vossa Santidade-V.S.-Papa; Vossa Senhoria-V.Sa- TUA felicidade. - Abraça-TE o TEU amigo que TE preza.”
tratamento cerimonioso. - Não se emprega o pronome possessivo (seu, sua) quando
se trata de parte do corpo. Veja: - “Um cavaleiro todo vestido de
Atençao:
negro, com um falcão em seu ombro esquerdo e uma espada em
- São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, a
senhorita, dona, você. sua, mão. “ (usa-se: no ombro; na mão)
- Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico.
Nas comunicações oficiais devem ser utilizados somente dois Pronomes Demonstrativos
fechos: Indicam a posição dos seres designados em relação às pessoas
- Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive do discurso, situando-os no espaço ou no tempo. Apresentam-se
para o presidente da República. em formas variáveis e invariáveis.
- Atenciosamente: para autoridades de mesmahierarquia oude
hierarquia inferior. Emprego dos Pronomes Demonstrativos
- A forma VOSSA (Senhoria, Excelência) é empregada quando 1- Em relação ao espaço:
se fala com a própria pessoa: Vossa Senhoria não compareceu à - Este (s), esta (s), isto: indicam o ser ou objeto que está
reunião dos sem-terra? (falando com a pessoa) PRÓXIMO da pessoa que fala.
- A forma SUA (Senhoria, Excelência ) é empregada quando - Esse (s), essa (s), isso: indicam o ser ou objeto que está
se fala sobre a pessoa: - Sua Eminência, o cardeal, viajouparaum PRÓXIMO da pessoa,com quem se fala, que ouve (2ª pessoa)
Congresso. (falando a respeito do cardeal) - Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam o ser ou objeto que
- Os pronomes de tratamento com a forma Vossa (Senhoria, está longe de quem fala e da pessoa de quem se fala (3ª pessoa)
Excelência, Eminência, Majestade), embora indiquem a 2ª pessoa
2 - Em relação ao tempo:
(com quem se fala), EXIGEM que outros pronomes e o verbo
- Este (s), esta (s), isto: indicam o tempo PRESENTE em
sejam usados na 3ª pessoa.Vossa Excelência sabe que seus
ministros o apoiarão. relação ao momento em que se fala. Este mês terrnina o prazo das
inscrições para o vestibular da FAL
Pronomes Possessivos - Esse (s), essa (s), isso: indicam o tempo PASSADO há
São os pronomes que indicam posse em relação às pessoas pouco ou o FUTURO em relação ao momento em se fala.Onde
da fala. você esteve essa semanatoda?
Singular: 1ª pessoa: meu, meus, minha, minhas; 2ª
pessoa: teu, teus, tua, tuas; 3ª pessoa: seu, seus, sua, suas; 3- Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam um tempo distante
Plural: 1ª pessoa:nosso/os nossa/as, 2ª pessoa:vosso/os vossa/ em relação ao momento em que se fala. Bons tempos aquele em
as. 3ª pessoa: seu, seus, sua, suas. que brincávamos descalços na rua...

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Atenção: Locuções Pronominais Indefinidas


- dependendo do contexto, também são considerados São locuções pronominais indefinidas duas ou mais palavras
pronomes demonstrativos o, a, os, as, mesmo, próprio, semelhante, que equiva em ao pronome indefinido: cada qual / cada um / quem
tal, equivalendo a aquele, aquela, aquilo. - O próprio homem quer que seja / seja quem for / qualquer um / todo aquele que / um
destrói a natureza. - Depois de muito procurar, achei o que queria. ou outro / tal qual (= certo) /tal e, ou qual /
- O professor fez a mesma observação. - Estranhei semelhante
coincidência. - Tal atitude é inexplicável. Pronomes Relativos
- para retomar elementos já enunciados, usamos aquele (e São aqueles que representam, numa 2ª oração, alguma palavra
variações) para o elemento que foi referido em 1º Iugar e este (e que já apareceu na oração anterior. Essa palavra da oração anterior
variações) para o que foi referido em último lugar. Pais e mães chama-se antecedente.
vieram à festa de encerramento; aqueles, sérios e orgulhosos, - Comprei um carro que é movido a álcool e à gasolina. É
estas, elegantes e risonhas. Flex Power.
- dependendo do contexto os demonstrativos também servem Percebe-se que o pronome relativo que, substitui na 2 oração,
como palavras de função intensificadora ou depreciativa. Júlia fez o carro, por isso a palavra que é um pronome relativo.
o exercício com aquela calma! (= expressão intensificadora). Não Dica: substituir que por o, a, os, as, qual / quais.
se preocupe; aquilo é uma tranqueira! (=expressão depreciativa)
- as forrnas nisso e nisto podem ser usadas com valor de então Os pronomes relativos estão divididos em variáveis e
ou nesse momento. A festa estava desanimada; nisso, a orquestra invariáveis.
atacou um samba é todos caíram na dança. Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja,
- os demonstrativos esse, essa, são usados para destacar um cujas, quanto, quantos;
elemento anterionnente expresso. Ninguém ligou para o incidente, Invariáveis: que, quem, quando, como, onde.
mas os pais, esses resolveram tirar tudo a limpo.
Emprego dos Pronomes Relativos
Pronomes Indefinidos - O relativo que, por ser o mais usado, é chamado de relativo
São aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso de modo universal. Ele pode ser empregado com referência à pessoa ou
vago indefinido, impreciso: Alguém disse que Paulo César seria o coisa, no plural ou no singular: - Este é o CD novo que acabei de
vencedor. comprar. - João Adolfo é o cara que pedi a Deus.
Alguns desses pronomes são variáveis em gênero e número; - O relativo que pode ter por seu antecedente o pronome
outros são invariáveis. demonstrativo o, a, os, as: Não entendi o que você quis dizer. (o
Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, que = aquilo que).
vário~ vários, tanto, quanto, um, bastante, qualquer. - O relativo quem refere se a pessoa e vem sempre precedido
Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, outrem, algo, quem, de preposição: Marco Aurélio é o advogado a quem eu me referi.
nada, cada., mais, menos, demais. - O relativo cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual,
de quem e estabelecem relação de posse entre o antecedente e o
Emprego dos Pronomes Indefinidos termo seguinte. (cujo, vem sempre entre dois substantivos)
Não sei de pessoa alguma capaz de convencê-lo. (alguma,
equivale a nenhum) Atenção:
- Em frases de sentido negativo, nenhum (e variações) - O pronome relativo pode vir sem antecedente claro,
equivale ao pronome indefinido um: Fiquei sabendo que ele não explícito; é classificado, portanto, como relativo indefinido, e não
é nenhum ignorante. vem precedido de preposição: - Quem casa quer casa. - Feliz o
- O indefinido cada deve sempre vir acompanhado de um homem cujo objetivo é a honestidade. - Estas são as pessoas de
substantivo ou numeral, nunca s: Ganharam cem dólares cada um. cujos nomes nunca vou me esquecer.
(inadequado: Ganharam cem dólares cada.) - Só se usa o relativo cujo quando o conseqüente é diferente
- Colocados depois do substantivo, os pronomes algum / do antecedente: 0 escritor cujo livro te falei é paulista.
alguma ganham sentido negativo. Este ano, funcionário público - O pronome cujo não admite artigo nem antes nem depois
algum terá aumento digno. de si.
- Colocados antes do substantivo, os pronomes algum / - O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a: em
alguma ganham sentido positivo. Devemos sempre ter alguma que, no qual: Desconheço o lugar onde vende tudo mais barato. (=
esperança. lugar em que)
- Certo, certa, certos, certas, vários, várias, são indefinidos - Quanto, quantos e quantas são relativos quando usados
quando colocados ANTES do substantivo e adjetivos, quando DEPOIS de tudo, todos, tanto: Naquele momento, a querida
colocados DEPOIS do substantivo: - Certo dia perdi o controle da comadre Naldete, falou tudo quanto sabia.
situação. (antes do substantivo= indefinido). - Eles voltarão no dia
certo. (depois do substantivo= adj etivo). Pronomes Interrogativos
- Todo, toda (somente no singular) sem artigo, equivale a São os pronomes em frases ínterrogativas diretas ou indiretas.
qualquer: Todo ser nasce chorando. (= qualquer ser; indetermina, Os principais interrogativos são: que, quem, qual, quanto:
generaliza). - Afinal, quem foram os prefeitos desta cidade? (interrogativa
- Outrem significa outra pessoa: Nunca se sabe o pensamento direta, com o ponto de interrogação)
de outrem. - Gostaria de saber quem foram os prefeitos desta cidade.
- Qualquer, plural quaisquer: Fazemos quaisquer negócios. (interrogativa direta, sem a interrogação)

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VERBO Desinências: são elementos que se juntam ao radical – ou ao


tema – para indicar as flexões de modo e tempo – desinências
“Amou daquela vez como se fosse máquina modo temporais e número pessoa – desinências número
Beijou sua mulher como se fosse lógico pessoais.
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas Contávamos
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro Cont = radical
E flutuou no ar como se fosse um príncipe a = vogal temática
E se acabou no chão feito um pacote bêbado. va = desinência modo temporal
Morreu na contramão atrapalhando o sábado.” mos = desinência número pessoal
(Chico Buarque de Hollanda)
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
Nos versos acima, Chico Buarque relata poeticamente o Rizotônicas: radical grego riz (o) = raiz + radical grego tonos
drama de um operário, a partir de uma seqüência de ações: amou, = força, altura de um som, deriva daí a palavra tônica, usada para
beijou, ergueu, sentou, flutuou, acabou, morreu. indicar a sílaba mais forte de uma palavra.
Essas palavras, que utilizamos para exprimir ações, recebem Arrizotônica: a mesma palavra + o prefixo a, indicando
o nome de verbos. Verbo é a palavra que indica ação, movimento, ausência ou negação. Portanto, formas rizotônicas são as formas
fenômenos da natureza, estado, mudança de estado. Flexiona- verbais cujo acento tônico cai no radical: levo, estudo; formas
se em número (singular e plural), pessoa (primeira, segunda e arrizotônicas são aquelas cujo acento tônico cai fora do radical:
terceira), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo, formas estudei, venderão, levais.
nominais: gerúndio, infinitivo e particípio), tempo (presente,
passado e futuro) e apresenta voz (ativa, passiva, reflexiva). Flexões Verbais
De acordo com a vogal temática, os verbos estão agrupados Flexão de número e de pessoa: o verbo varia para indicar o
em três conjugações: número e a pessoa.
- eu estudo – 1ª pessoa do singular;
1ª conjugação – ar: cantar, dançar, pular.
- nós estudamos – 1ª pessoa do plural;
2ª conjugação – er: beber, correr, entreter.
- tu estudas – 2ª pessoa do singular;
3ª conjugação – ir: partir, rir, abrir.
- vós estudais – 2ª pessoa do singular;
- ele estuda – 3ª pessoa do singular;
Atenção! O verbo pôr e seus derivados (repor, depor, dispor,
- eles estudam – 3ª pessoa do plural.
compor, impor) pertencem a 2ª conjugação devido à sua origem
latina poer.
Atenção:
- Algumas regiões do Brasil, usam o pronome tu de forma
Elementos Estruturais do Verbo
As formas verbais apresentam três elementos em sua diferente da fala culta, exigida pela gramática oficial, ou seja,
estrutura: Radical, Vogal Temática e Tema. tu foi, tu pega, tu tem, em vez de: tu fostes, tu pegas, tu tens. O
pronome vós aparece somente em textos literários ou bíblicos. Os
Radical: elemento mórfico (morfema) que concentra o pronomes: você, vocês, que levam o verbo na 3ª pessoa, é o mais
significado essencial do verbo. Observe as formas verbais da 1ª usado no Brasil.
conjugação: contar, esperar, brincar. Flexionando esses verbos, - Flexão de tempo e de modo – os tempos situam o fato ou a
nota-se que há uma parte que não muda, e que nela está o ação verbal dentro de determinado momento; pode estar em plena
significado real do verbo. ocorrência, pode já ter ocorrido ou não. Essas três possibilidades
cont é o radical do verbo contar; básicas, mas não únicas, são: presente, pretérito, futuro.
esper é o radical do verbo esperar;
brinc é o radical do verbo brincar. O modo indica as diversas atitudes do falante com relação ao
fato que enuncia. São três os modos:
Atenção: Se tiramos as terminações ar, er, ir do infinito - modo indicativo: a atitude do falante é de certeza, precisão: o
dos verbos, teremos o radical desses verbos. Também podemos fato é ou foi uma realidade; Apresenta presente, pretérito perfeito,
antepor prefixos ao radical: dês nutr ir / re conduz ir. imperfeito e mais que perfeito, futuro do presente e futuro do
pretérito.
Vogal Temática: é o elemento mórfico que designa a - modo subjuntivo: a atitude do falante é de incerteza, de
qual conjugação pertence o verbo. Há três vogais temáticas: 1ª dúvida, exprime uma possibilidade; O subjuntivo expressa uma
conjugação: a; 2ª conjugação: e; 3ª conjugação: i. incerteza, dúvida, possibilidade, hipótese. Apresenta presente,
pretérito imperfeito e futuro. Ex: Tenha paciência, Lourdes. -
Tema: é o elemento constituído pelo radical mais a vogal Se tivesse dinheiro compraria um carro zero. - Quando o vir, dê
temática: contar: ‑cont (radical) + a (vogal temática) = tema lembranças minhas.
- modo imperativo: a atitude do falante é de ordem, um desejo,
Atenção: se não houver a vogal temática, o tema será apenas uma vontade, uma solicitação. Indica uma ordem, um pedido, uma
o radical: contei = cont ei. súplica. Apresenta imperativo afirmativo e imperativo negativo

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Emprego dos Tempos do Indicativo Emprego dos Tempos do Subjuntivo


Presente do Indicativo: - Para enunciar um fato momentâneo. Presente: é empregado para indicar um fato incerto ou
Ex: Estou feliz hoje - Para expressar um fato que ocorre com duvidoso, muitas vezes ligados ao desejo, à suposição: - Duvido
freqüência. Ex: Eu almoço todos os dias na casa de minha de que apurem os fatos. – Que surjam novos e honestos políticos.
mãe. - Na indicação de ações ou estados permanentes, verdades Pretérito Imperfeito: é empregado para indicar uma condição
universais. Ex: A água é incolor, inodora, insípida. ou hipótese: Se recebesse o prêmio, voltaria à universidade.
Pretérito Imperfeito: Para expressar um fato passado, não Futuro: é empregado para indicar um fato hipotético,
concluído. Ex: - Nós comíamos pastel na feira. - Eu cantava muito pode ou não acontecer. – Quando/Se você fizer o trabalho, será
bem. generosamente gratificado.
Pretérito Perfeito: É usado na indicação de um fato passado
concluído. Ex: Cantei, dancei, pulei, chorei, dormi... 1ª Conjugação –AR
Presente: que eu dance, que tu dances, que ele dance, que nós
Pretérito Mais‑Que‑Perfeito: Expressa um fato passado
dancemos, que vós danceis, que eles dancem.
anterior a outro acontecimento passado. Ex: Nós cantáramos no
Pretérito perfeito: se eu dançasse, se tu dançasses, se
congresso de música. ele dançasse, se nós dançássemos, se vós dançásseis, se eles
Futuro do Presente: Na indicação de um fato realizado num dançassem.
instante posterior ao que se fala. Ex: Cantarei domingo no coro da Futuro: quando eu dançar, quando tu dançares, quando ele
igreja matriz. dançar, quando nós dançarmos, quando vós dançardes, quando
Futuro do Pretérito: Para expressar um acontecimento eles dançarem.
posterior a um outro acontecimento passado. Ex: Compraria um
carro se tivesse dinheiro 2ª Conjugação ‑ER
Presente: que eu coma, que tu comas, que ele coma, que nós
1ª conjugação: ‑AR comamos, que vós comais, que eles comam.
Presente: danço, danças, dança, dançamos, dançais, dançam. Pretérito perfeito: se eu comesse, se tu comesses, se lê
Pretérito perfeito: dancei, dançaste, dançou, dançamos, comesse, se nós comêssemos, se vós comêsseis, se eles comessem.
dançastes, dançaram. Futuro: quando eu comer, quando tu comeres, quando ele
Pretérito imperfeito: dançava, dançavas, dançava, comer, quando nós comermos, quando vós comerdes, quando eles
dançávamos, dançáveis, dançavam. comerem.
Pretérito mais que perfeito: dançara, dançaras, dançara,
dançáramos, dançáreis, dançaram. 3ª conjugação – IR
Presente: que eu parta, que tu partas, que ele parta, que nós
Futuro do presente: dançarei, dançarás, dançará, dançaremos,
partamos, que vós partais, que eles partam.
dançareis, dançaram. Pretérito perfeito: se eu partisse, se tu partisses, se ele
Futuro do Pretérito: dançaria, dançarias, dançaria, partisse, se nós partíssemos, se vós partísseis, se eles partissem.
dançaríamos, dançaríeis, dançariam. Futuro: quando eu partir, quando tu partires, quando ele
partir, quando nós partirmos, quando vós partirdes, quando eles
2ª Conjugação: ‑ER partirem.
Presente: como, comes, come, comemos, comeis, comem.
Pretérito perfeito: comi, comeste, comeu, comemos, Emprego do Imperativo
comestes, comeram. Imperativo Afirmativo:
Pretérito imperfeito: comia, comias, comia, comíamos, - Não apresenta a primeira pessoa do singular.
comíeis, comiam. - É formado pelo presente do indicativo e pelo presente do
Pretérito mais que perfeito: comera, comeras, comera, subjuntivo.
comêramos, comêreis, comeram. - O Tu e o Vós saem do presente do indicativo sem o –s.
Futuro do presente: comerei, comerás, comerá, comeremos, - O Restante é cópia fiel do presente do subjuntivo.
comereis, comerão.
Futuro do pretérito: comeria, comerias, comeria, Presente do indicativo: eu amo, tu amas, ele ama, nós
comeríamos, comeríeis, comeriam. amamos, vós amais, eles amam.
Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele
ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem.
3ª Conjugação: ‑IR
Imperativo afirmativo: (X), ama tu, ame você, amemos nós,
Presente: parto, partes, parte, partimos, partis, partem. amai vós, amem vocês.
Pretérito perfeito: parti, partiste, partiu, partimos, partistes,
partiram. Imperativo Negativo:
Pretérito imperfeito: partia, partias, partia, partíamos, - É formado através do presente do subjuntivo sem a primeira
partíeis, partiam. pessoa do singular.
Pretérito mais que perfeito: partira, partiras, partira, - Não retira os –s do tu e do vós.
partíramos, partíreis, partiram.
Futuro do presente: partirei, partirás, partirá, partiremos, Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele
partireis, partirão. ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem.
Futuro do pretérito: partiria, partirias, partiria, partiríamos, Imperativo negativo: (X), não ames tu, não ame você, não
partiríeis. amemos nós, não ameis vós, não amem vocês.

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Além dos três modos citados, os verbos apresentam ainda - Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos.
as formas nominais: infinitivo – impessoal e pessoal, gerúndio e - Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem futebol.
particípio. - Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.
- Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas
Infinitivo Impessoal: Exprime a significação do verbo de crianças.
modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo.
Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta) - É indispensável Com os verbos causativos “deixar”, “mandar” e “fazer” e seus
combater a corrupção. (= combate à) sinônimos que não formam locução verbal com o infinitivo que os
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma
segue; Por exemplo:Deixei-os sair cedo hoje.
simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo: - É
preciso ler este livro. - Era preciso ter lido este livro. Com os verbos sensitivos “ver”, “ouvir”, “sentir” e sinônimos,
Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, isso deve-se também deixar o infinitivo sem flexão. Por exemplo: - Vi-
significa que ele apresenta sentido genérico ou indefinido, não os entrar atrasados. - Ouvi-as dizer que não iriam à festa.
relacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável. Assim, Observações:
considera-se apenas o processo verbal. Por exemplo: - Amar é a) É inadequado o emprego da preposição “para” antes
sofrer. - O infinitivo pessoal, por sua vez, apresenta desinências de dos objetos diretos de verbos como “pedir”, “dizer”, “falar” e
número e pessoa. sinônimos;
Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª - Pediu para Carlos entrar (errado),
pessoas do singular (cujas formas são iguais às do infinitivo - Pediu para que Carlos entrasse (errado).
impessoal), elas não deixam de referir-se às respectivas pessoas - Pediu que Carlos entrasse (correto).
do discurso (o que será esclarecido apenas pelo contexto da frase).
Por exemplo: - Para ler melhor, eu uso estes óculos. (1ª pessoa) - b) Quando a preposição “para” estiver regendo um verbo,
Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa) como na oração “Este trabalho é para eu fazer”, pede-se o emprego
Note: As regras que orientam o emprego da forma variável do pronome pessoal “eu”, que se revela, neste caso, como sujeito.
ou invariável do infinitivo não são todas perfeitamente definidas.
Outros exemplos:
Por ser o infinitivo impessoal mais genérico e vago, e o infinitivo
pessoal mais preciso e determinado, recomenda-se usar este último - Aquele exercício era para eu corrigir.
sempre que for necessário dar à frase maior clareza ou ênfase. - Esta salada é para eu comer?
O infinitivo impessoal é usado: - Ela me deu um relógio para eu consertar.

- Quando apresenta uma idéia vaga, genérica, sem se referir a Atenção: Em orações como “Esta carta é para mim!”, a
um sujeito determinado; Por exemplo: - Querer é poder. ‑ Fumar preposição está ligada somente ao pronome, que deve se apresentar
prejudica a saúde. - É proibido colar cartazes neste muro. oblíquo tônico.
- Quando tiver o valor de Imperativo; Por exemplo: Soldados,
marchar! (= Marchai!) Infinitivo Pessoal: É o infinitivo relacionado às três pessoas do
- Quando é regido de preposição e funciona como discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinências,
complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da oração assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se
anterior; Por exemplo: - Eles não têm o direito de gritar assim. da seguinte maneira:
- As meninas foram impedidas de participar do jogo. - Eu os
convenci a aceitar. 2ª pessoa do singular: Radical + es
No entanto, na voz passiva dos verbos “contentar”, “tomar”
Ex.: teres (tu)
e “ouvir”, por exemplo, o Infinitivo (verbo auxiliar) deve ser
flexionado. Por exemplo: - Eram pessoas difíceis de serem 1ª pessoa do plural: Radical + mos
contentadas. - Aqueles remédios são ruins de serem tomados. - Os Ex.: termos (nós)
CDs que você me emprestou são agradáveis de serem ouvidos. 2ª pessoa do plural: Radical + des
Ex.: terdes (vós)
Nas locuções verbais; Por exemplo: 3ª pessoa do plural: Radical + em
- Queremos acordar bem cedo amanhã. Ex.: terem (eles)
- Eles não podiam reclamar do colégio.
- Vamos pensar no seu caso. Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa
colocação.
Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da oração
anterior; Por exemplo: Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso
- Eles foram condenados a pagar pesadas multas. significa que ele atribui um agente ao processo verbal, flexionando-
- Devemos sorrir ao invés de chorar. se.
- Tenho ainda alguns livros por (para) publicar. O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:
Observação: Quando o infinitivo preposicionado, ou não,
preceder ou estiver distante do verbo da oração principal (verbo 1- Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso;
regente), pode ser flexionado para melhor clareza do período e Por exemplo: - Se tu não perceberes isto... - Convém vocês irem
também para se enfatizar o sujeito (agente) da ação verbal. Por primeiro. - O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeito
exemplo: desinencial, sujeito implícito = nós).

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2- Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal; 1ª Conjugação –AR


Por exemplo: - O professor deu um prazo de cinco dias para os Infinitivo Impessoal: dançar.
alunos estudarem bastante para a prova. - Perdôo-te por me Infinitivo Pessoal: dançar eu, dançares tu; dançar ele,
traíres. - O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade. dançarmos nós, dançardes vós, dançarem eles.
- O guarda fez sinal para os motoristas pararem. Gerúndio: dançando.
3- Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na Particípio: dançado.
terceira pessoa do plural); Por exemplo: - Faço isso para não me
acharem inútil. - Temos de agir assim para nos promoverem. - Ela 2ª Conjugação –ER
não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua conduta. Infinitivo impessoal: comer.
Infinitivo pessoal: comer eu, comeres tu, comer ele,
4- Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de comermos nós, comerdes vós, comerem eles.
ação; Por exemplo: - Vi os alunos abraçarem‑se alegremente. Gerúndio: comendo.
- Fizemos os adversários cumprimentarem‑se com gentileza. - Particípio: comido.
Mandei as meninas olharem‑se no espelho.
Nota: Como se pode observar, a escolha do Infinitivo 3ª Conjugação –IR
Flexionado é feita sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito) Infinitivo impessoal: partir.
da ação expressa pelo verbo. Infinitivo pessoal: partir eu, partires tu, partir ele, partirmos
nós, partirdes vós, partirem eles.
DICAS: Gerúndio: partindo.
a) Se o infinitivo de um verbo for escrito com “j”, esse “j” Particípio: partido.
aparecerá em todas as outras formas. Por exemplo:
‑ Enferrujar: enferrujou, enferrujaria, enferrujem, Verbos Auxiliares: Ser, estar, ter, haver
enferrujarão, enferrujassem, etc. (Lembre, contudo, que o
substantivo ferrugem é grafado com “g”.). SER
‑ Viajar: viajou, viajaria, viajem (3ª pessoa do plural do
presente do subjuntivo, não confundir com o substantivo viagem) Indicativo:
viajarão, viajasses, etc. Presente: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são.
Pretérito Imperfeito: eu era, tu eras, ele era, nós éramos, vós
b) Quando o verbo tem o infinitivo com “g”, como em “dirigir” éreis, eles eram.
e “agir” este “g” deverá ser trocado por um “j” apenas na primeira Pretérito Perfeito Simples: eu fui, tu foste, ele foi, nós
pessoa do presente do indicativo. Por exemplo: eu dirijo/ eu ajo fomos, vós fostes, eles foram.
Pretérito Perfeito Composto: tenho sido.
c) O verbo “parecer” pode relacionar-se de duas maneiras Mais‑que‑perfeito simples: eu fora, tu foras, ele fora, nós
distintas com o infinitivo. fôramos, vós fôreis, eles foram.
- Quando “parecer” é verbo auxiliar de um outro verbo: Elas Pretérito Mais‑que‑Perfeito Composto: tinha sido.
parecem mentir. Futuro do Pretérito simples: eu seria, tu serias, ele seria, nós
- Elas parece mentirem - Neste exemplo ocorre, na verdade, seríamos, vós seríeis, eles seriam.
um período composto. “Parece” é o verbo de uma oração principal Futuro do Pretérito Composto: terei sido.
cujo sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida Futuro do Presente: eu serei, tu serás, ele será, nós seremos,
de infinitivo “elas mentirem”. Como desdobramento dessa vós sereis, eles serão.
reduzida, podemos ter a oração “Parece que elas mentem.” Futuro do Pretérito Composto: Teria sido.

Gerúndio: O gerúndio pode funcionar como adjetivo ou Subjuntivo:


advérbio. Por exemplo: - Saindo de casa, encontrei alguns amigos. Presente do Subjuntivo: que eu seja, que tu sejas, que ele
(função de advérbio) - Nas ruas, havia crianças vendendo doces. seja, que nós sejamos, que vós sejais, que eles sejam.
(função adjetivo) Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: se eu fosse, se tu fosses,
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em se ele fosse, se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem.
curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: - Pretérito Mais‑que‑Perfeito Composto: Tivesse sido.
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. - Tendo trabalhado, Futuro do Subjuntivo simples: quando eu for, quando tu
aprendeu o valor do dinheiro. fores, quando ele for, quando nós formos, quando vós fordes,
quando eles forem.
Particípio: Quando não é empregado na formação dos tempos Futuro do Subjuntivo Composto: Tiver sido.
compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma
ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por Imperativo:
Imperativo Afirmativo: sê tu, seja ele, sejamos nós, sede
exemplo: Terminados os exames, os candidatos saíram.
vós, sejam eles.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma
Imperativo Negativo: não sejas tu, não seja ele, não sejamos
relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo
nós, não sejais vós, não sejam eles.
(adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para
Infinitivo Pessoal: por ser eu, por seres tu, por ser ele, por
representar a escola.
sermos nós, por serdes vós, por serem eles.

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Formas Nominais: Pretérito Perfeito Composto: Tenho tido.


• infinitivo: ser Pretérito Mais‑que‑Perfeito simples: eu tivera, tu tiveras,
• gerúndio: sendo ele tivera, nós tivéramos, vós tivéreis, eles tiveram.
• particípio: sido Pretérito Mais‑que‑Perfeito composto:Tinha tido.
Futuro do Presente simples: eu terei, tu terás, ele terá, nós
ESTAR teremos, vós tereis, eles terão.

Indicativo: Futuro do Presente: Terei tido.


Presente: eu estou, tu estás, ele está, nós estamos, vós estais, Futuro do Pretérito simples: eu teria, tu terias, ele teria, nós
eles estão. teríamos, vós teríeis, eles teriam.
Pretérito Imperfeito: eu estava, tu estavas, ele estava, nós Futuro do Pretérito composto: Teria tido.
estávamos, vós estáveis, eles estavam.
Pretérito Perfeito Simples: eu estive, tu estiveste, ele esteve, Subjuntivo:
nós estivemos, vós estivestes, eles estiveram. Presente: que eu tenha, que tu tenhas, que ele tenha, que nós
Pretérito Perfeito Composto: Tenho estado. tenhamos, que vós tenhais, que eles tenham.
Pretérito Mais‑que‑Perfeito simples: eu estivera, tu Imperfeito: se eu tivesse, se tu tivesses, se ele tivesse, se nós
estiveras, ele estivera, nós estivéramos, vós estivéreis, eles tivéssemos, se vós tivésseis, se eles tivessem.
estiveram. Pretérito Mais‑que‑Perfeito composto: Tivesse tido.
Mais‑que‑perfeito composto: Tinha estado Futuro: quando eu tiver, quando tu tiveres, quando ele tiver,
Futuro do Presente Simples: eu estarei, tu estarás, ele estará, quando nós tivermos, quando vós tiverdes, quando eles tiverem.
nós estaremos, vós estareis, eles estarão. Futuro Composto: Tiver tido.
Futuro do Presente Composto: Terei estado.
Futuro do Pretérito Simples: eu estaria, tu estarias, ele Imperativo:
estaria, nós estaríamos, vós estaríeis, eles estariam. Imperativo Afirmativo: tem tu, tenha ele, tenhamos nós,
Futuro do Pretérito Composto: Teria estado. tende vós, tenham eles.
Imperativo Negativo: não tenhas tu, não tenha ele, não
Subjuntivo: tenhamos nós, não tenhais vós, não tenham eles.
Presente: que eu esteja, que tu estejas, que ele esteja, que nós Infinitivo Pessoal: por ter eu, por teres tu, por ter ele, por
estejamos, que vós estejais, que eles estejam. termos nós, por terdes vós, por terem eles.
Pretérito Imperfeito: se eu estivesse, se tu estivesses,
se ele estivesse, se nós estivéssemos, se vós estivésseis, se eles Formas Nominais:
estivessem. • infinitivo: ter
Pretérito Mais‑que‑Perfeito‑composto: Tivesse estado • gerúndio: tendo
Futuro Simples: quando eu estiver, quando tu estiveres, • particípio: tido
quando ele estiver, quando nós estivermos, quando vós estiverdes,
quando eles estiverem. HAVER
Futuro Composto: Tiver estado.
Imperativo: Indicativo:
Imperativo Afirmativo: está tu, esteja ele, estejamos nós, Presente: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis, eles
estai vós, estejam eles. hão.
Imperativo Negativo: não estejas tu, não esteja ele, não Pretérito Imperfeito: eu havia, tu havias, ele havia, nós
estejamos nós, não estejais vós, não estejam eles. havíamos, vós havíeis, eles haviam.
Infinitivo Pessoal: por estar eu, por estares tu, por estar ele, Pretérito Perfeito Simples: eu houve, tu houveste, ele houve,
por estarmos nós, por estardes vós, por estarem eles. nós houvemos, vós houvestes, eles houveram.
Pretérito Perfeito Composto: Tenho havido.
Formas Nominais: Pretérito Mais‑que‑Perfeito simples: eu houvera, tu
• infinitivo: estar houveras, ele houvera, nós houvéramos, vós houvéreis, eles
• gerúndio: estando houveram.
• particípio: estado Pretérito Mais‑que‑Prefeito composto: Tinha havido.
Futuro do Presente simples: eu haverei, tu haverás, ele
TER haverá, nós haveremos, vós havereis, eles haverão.
Futuro do presente composto: Terei havido.
Indicativo: Futuro do Pretérito do Indicativo: eu haveria, tu haverias,
Presente: eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós tendes, ele haveria, nós haveríamos, vós haveríeis, eles haveriam.
eles têm. Futuro do pretérito composto: Teria havido.
Pretérito Imperfeito: eu tinha, tu tinhas, ele tinha, nós
tínhamos, vós tínheis, eles tinham. Subjuntivo:
Pretérito Perfeito simples: eu tive, tu tiveste, ele teve, nós Presente: que eu haja, que tu hajas, que ele haja, que nós
tivemos, vós tivestes, eles tiveram. hajamos, que vós hajais, que eles hajam.

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Pretérito Imperfeito: se eu houvesse, se tu houvesses, se Pretérito Imperfeito: se eu desse, se tu desses, se ele desse,
ele houvesse, se nós houvéssemos, se vós houvésseis, se eles se nós déssemos, se vós désseis, se eles dessem.
houvessem. Futuro: quando eu der, quando tu deres, quando ele der,
Pretérito Mais‑que‑Perfeito composto: Tivesse havido. quando nós dermos, quando vós derdes, quando eles derem.
Futuro simples: quando eu houver, quando tu houveres, Imperativo Afirmativo: dá tu, dê ele, demos nós, dai vós,
quando ele houver, quando nós houvermos, quando vós houverdes, dêem eles.
quando eles houverem. Imperativo Negativo: não dês tu, não dê ele, não demos nós,
Futuro composto: Tiver havido. não deis vós, não dêem eles.
Infinitivo Pessoal: por dar eu, por dares tu, por dar ele, por
Imperativo: darmos nós, por dardes vós, por darem eles.
Imperativo Afirmativo: haja ele, hajamos nós, havei vós,
hajam eles. Formas Nominais:
Imperativo Negativo: não hajas tu, não haja ele, não hajamos Infinitivo: dar.
nós, não hajais vós, não hajam eles. Gerúndio: dando.
Infinitivo Pessoal: por haver eu, por haveres tu, por haver ele, Particípio: dado.
por havermos nós, por haverdes vós, por haverem eles.
AGUAR
Formas Nominais:
• infinitivo: haver Indicativo:
• gerúndio: havendo Presente: eu águo, tu águas, ele água, nós aguamos, vós
• particípio: havido aguais, eles águam.
Pretérito Perfeito: eu agüei, tu aguaste, ele aguou, nós
Verbos Regulares aguamos, vós aguastes, eles aguaram.
Pretérito Perfeito: eu agüei, tu aguaste, ele aguou, nós
Não sofrem modificação no radical durante toda conjugação aguamo, vós aguastes, eles aguaram.
(em todos os modos) e as desinências seguem as do verbo Pretérito Perfeito: eu agüei, tu aguaste, ele aguou, nós
paradigma (verbo modelo) aguamos, vós aguastes, eles aguaram.
Amar: (Eu amo) - Am-o, Am-ei, Am-ava, Am-ara, Am-arei,
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu aguara, tu aguaras, ele
Am-aria, Am-e, Am-asse, Am-ar.
aguara, nós aguáramos, vós aguáreis, eles aguaram.
Comer: (radical: com) - Com-o, Com-i, Com-ia, Com-era,
Futuro do Presente: eu aguarei, tu aguarás, ele aguará, nós
Com-erei, Com-eria, Com-a, Com-esse, Com-er.
aguaremos, vós aguareis, eles aguarão.
Partir: (radical: part) - Part-o, Part-I, Part-ia, Part-ira, Part-
Futuro do Pretérito: eu aguaria, tu aguarias, ele aguaria, nós
irei, Part-iria, Part-a, Part-isse, Part-ir.
aguaríamos, vós aguaríeis, eles aguariam.
Verbos Irregulares
Subjuntivo
São os verbos que sofrem modificações no radical ou em suas Presente: que eu ágüe, que tu ágües, que ele ágüe, que nós
desinências. agüemos, que vós agüeis, que eles ágüem.
Pretérito Imperfeito: se eu aguasse, se tu aguasses, se ele
1ª Conjugação: aguasse, se nós aguássemos, se vós aguásseis, se eles aguassem.
Futuro: quando eu aguar, quando tu aguares, quando ele
DAR aguar, quando nós aguarmos, quando vós aguardes, quando eles
aguarem.
Indicativo: Imperativo Afirmativo: agua tu, ague ele, aguemos nós,
Presente: eu dou, tu dás, ele dá, nós damos, vós dais, eles dão. aguai vós, aguem eles.
Pretérito Imperfeito: eu dava, tu davas, ele dava, nós dávamos, Imperativo Negativo: não agues tu, não ague ele, não
vós dáveis, eles davam. aguemos nós, não agueis vós, não aguem eles.
Pretérito Perfeito: eu dei, tu deste, ele deu, nós demos, vós Infinitivo Pessoal: por aguar eu, por aguares tu, por aguar ele,
destes, eles deram. por aguarmos nós, por aguardes vós, por aguarem eles.
Pretérito Mais-que-perfeito: eu dera, tu deras, ele dera, nós
déramos, vós déreis, eles deram. Formas Nominais:
Futuro do Presente: eu darei, tu darás, ele dará, nós daremos, Infinitivo: aguar.
vós dareis, eles darão. Gerúndio: aguando.
Futuro do Pretérito: eu daria, tu darias, ele daria, nós daríamos, Particípio: aguado.
vós daríeis, eles dariam.
ABENÇOAR
Subjuntivo:
Presente: que eu dê, que tu dês, que ele dê, que nós demos, Os verbos magoar, voar e perdoar seguem a conjugação de
que vós deis, que eles dêem. abençoar.

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Indicativo: Subjuntivo:
Presente: eu abençôo, tu abençoas, ele abençoa, nós Presente: que eu passeie, que tu passeies, que ele passeie, que
abençoamos, vós abençoais, eles abençoam. nós passeemos, que vós passeeis, que eles passeiem.
Pretérito Imperfeito: eu abençoava, tu abençoavas, ele Pretérito Imperfeito: se eu passeasse, se tu passeasses, se
abençoava, nós abençoávamos, vós abençoáveis, eles abençoavam. ele passeasse, se nós passeássemos, se vós passeásseis, se eles
Pretérito Perfeito: eu abençoei, tu abençoaste, ele abençoou, passeassem.
nós abençoamos, vós abençoastes, eles abençoaram. Futuro: quando eu passear, quando tu passeares, quando ele
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu abençoara, tu abençoaras, ele passear, quando nós passearmos, quando vós passeardes, quando
abençoara, nós abençoáramos, vós abençoáreis, eles abençoaram. eles passearem.
Futuro do Presente: eu abençoarei, tu abençoarás, ele Imperativo Afirmativo: passeia tu, passeie ele, passeemos
abençoará, nós abençoaremos, vós abençoareis, eles abençoarão. nós, passeai vós, passeiem eles.
Futuro do Pretérito: eu abençoaria, tu abençoarias, Imperativo Negativo: não passeies tu, não passeie ele, não
ele abençoaria, nós abençoaríamos, vós abençoaríeis, eles passeemos nós, não passeeis vós, não passeiem eles.
abençoariam. Infinitivo Pessoal: por passear eu, por passeares tu, por
Subjuntivo: passear ele, por passearmos nós, por passeardes vós, por passearem
Presente: que eu abençoe, que tu abençoes, que ele abençoe, eles.
que nós abençoemos, que vós abençoeis, que eles abençoem.
Pretérito Imperfeito: se eu abençoasse, se tu abençoasses, Formas Nominais:
se ele abençoasse, se nós abençoássemos, se vós abençoásseis, se Infinitivo: passear.
eles abençoassem. Gerúndio: passeando.
Futuro: quando eu abençoar, quando tu abençoares, quando Particípio: passeado.
ele abençoar, quando nós abençoarmos, quando vós abençoardes,
quando eles abençoarem. NEGOCIAR
Imperativo Afirmativo: abençoa tu, abençoe ele, abençoemos
nós, abençoai vós, abençoem eles.
Indicativo:
Imperativo Negativo: não abençoes tu, não abençoe ele, não
Presente: eu negocio, tu negocias, ele negocia, nós
abençoemos nós, não abençoeis vós, não abençoem eles.
negociamos, vós negociais, eles negociam.
Infinitivo Pessoal: por abençoar eu, por abençoares tu, por
Pretérito Imperfeito: eu negociava, tu negociavas, ele
abençoar ele, por abençoarmos nós, por abençoardes vós, por
negociava, nós negociávamos, vós negociáveis, eles negociavam.
abençoarem eles.
Pretérito Perfeito: eu negociei, tu negociaste, ele negociou,
nós negociamos, vós negociastes, eles negociaram.
Formas Nominais:
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu negociara, tu negociaras, ele
Infinitivo: abençoar
negociara, nós negociáramos, vós negociáreis, eles negociaram.
Gerúndio: abençoando
Futuro do Presente: eu negociarei, tu negociarás, ele
Particípio: abençoado
negociará, nós negociaremos, vós negociareis, eles negociarão.
PASSEAR Futuro do Pretérito: eu negociaria, tu negociarias, ele
negociaria, nós negociaríamos, vós negociaríeis, eles negociariam.
Todos os verbos terminados em –ear seguem o paradigma do
verbo passear. E os verbos em Mario (mediar, ansiar, remediar, Subjuntivo:
incendiar e odiar). Presente: que eu negocie, que tu negocies, que ele negocie,
que nós negociemos, que vós negocieis, que eles negociem.
Indicativo: Pretérito Imperfeito: se eu negociasse, se tu negociasses, se
Presente: eu passeio, tu passeias, ele passeia, nós passeamos, ele negociasse, se nós negociássemos, se vós negociásseis, se eles
vós passeais, eles passeiam. negociassem.
Pretérito Imperfeito: eu passeava, tu passeavas, ele passeava, Futuro: quando eu negociar, quando tu negociares, quando
nós passeávamos, vós passeáveis, eles passeavam. ele negociar, quando nós negociarmos, quando vós negociardes,
Pretérito Perfeito: eu passeei, tu passeaste, ele passeou, nós quando eles negociarem.
passeamos, vós passeastes, eles passearam. Imperativo Afirmativo: negocia tu, negocie ele, negociemos
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu passeara, tu passearas, ele nós, negociai vós, negociem eles.
passeara, nós passeáramos, vós passeáreis, eles passearam. Imperativo Negativo: não negocies tu, não negocie ele, não
Futuro do Pretérito: eu passearia, tu passearias, ele passearia, negociemos nós, não negocieis vós, não negociem eles.
nós passearíamos, vós passearíeis, eles passeariam. Infinitivo Pessoal: por negociar eu, por negociares tu, por
Futuro do Presente: eu passearei, tu passearás, ele passeará, negociar ele, por negociarmos nós, por negociardes vós, por
nós passearemos, vós passeareis, eles passearão. negociarem eles.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formas Nominais: Subjuntivo:


Infinitivo: negociar. Presente: que eu creia, que tu creias, que ele creia, que nós
Gerúndio: negociando. creiamos, que vós creiais, que eles creiam.
Particípio: negociado. Pretérito Imperfeito: se eu cresse, se tu cresses, se ele cresse,
se nós crêssemos, se vós crêsseis, se eles cressem.
2ª Conjugação Futuro: quando eu crer, quando tu creres, quando ele crer,
quando nós crermos, quando vós crerdes, quando eles crerem.
CABER Imperativo Afirmativo: crê tu, creia ele, creiamos nós, crede
vós, creiam eles.
Indicativo: Imperativo Negativo: não creias tu, não creia ele, não
Presente: eu caibo, tu cabes, ele cabe, nós cabemos, vós creiamos nós, não creiais vós, não creiam eles.
cabeis, eles cabem. Infinitivo Pessoal: por crer eu, por creres tu, por crer ele, por
crermos nós, por crerdes vós, por crerem eles.
Pretérito Imperfeito: eu cabia, tu cabias, ele cabia, nós
cabíamos, vós cabíeis, eles cabiam. Formas Nominais:
Pretérito Perfeito: eu coube, tu coubeste, ele coube, nós Infinitivo: crer
coubemos, vós coubestes, eles couberam. Gerúndio: crendo
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu coubera, tu couberas, ele Particípio: crido
coubera, nós coubéramos, vós coubéreis, eles couberam.
Futuro do Presente: eu caberei, tu caberás, ele caberá, nós DIZER
caberemos, vós cabereis, eles caberão.
Futuro do Pretérito: eu caberia, tu caberias, ele caberia, nós Indicativo:
caberíamos, vós caberíeis, eles caberiam. Presente: eu digo, tu dizes, ele diz, nós dizemos, vós dizeis,
eles dizem.
Subjuntivo: Pretérito Imperfeito: eu dizia, tu dizias, ele dizia, nós dizíamos,
vós dizíeis, eles diziam.
Presente: que eu caiba, que tu caibas, que ele caiba, que nós Pretérito Perfeito: eu disse, tu disseste, ele disse, nós dissemos,
caibamos, que vós caibais, que eles caibam. vós dissestes, eles disseram.
Pretérito Imperfeito: se eu coubesse, se tu coubesses, se Pretérito Mais-que-perfeito: eu dissera, tu disseras, ele dissera,
ele coubesse, se nós coubéssemos, se vós coubésseis, se eles nós disséramos, vós disséreis, eles disseram.
Futuro do Presente: eu direi, tu dirás, ele dirá, nós diremos,
coubessem.
vós direis, eles dirão.
Futuro: quando eu couber , quando tu couberes, quando ele
Futuro do Pretérito: eu diria, tu dirias, ele diria, nós diríamos,
couber , quando nós coubermos, quando vós couberdes, quando vós diríeis, eles diriam.
eles couberem.
Imperativo Afirmativo: cabe tu, caiba ele, caibamos nós, Subjuntivo:
cabei vós, caibam eles. Presente: que eu diga, que tu digas, que ele diga, que nós
Imperativo Negativo: não caibas tu, não caiba ele, não digamos, que vós digais, que eles digam.
caibamos nós, não caibais vós, não caibam eles. Pretérito Imperfeito: se eu dissesse, se tu dissesses, se ele
Infinitivo Pessoal: por caber eu, por caberes tu, por caber ele, dissesse, se nós disséssemos, se vós dissésseis, se eles dissessem.
por cabermos nós, por caberdes vós, por caberem eles. Futuro: quando eu disser , quando tu disseres, quando ele
disser, quando nós dissermos, quando vós disserdes, quando eles
Formas Nominais: disserem.
Infinitivo: caber. Imperativo Afirmativo: diz tu, diga ele, digamos nós, dizei
Gerúndio: cabendo. vós, digam eles.
Particípio: cabido. Imperativo Negativo: não digas tu, não diga ele, não digamos
nós, não digais vós, não digam eles.
CRER Infinitivo Pessoal: por dizer eu, por dizeres tu, por dizer ele,
por dizermos nós, por dizerdes vós, por dizerem eles.
Indicativo:
Formas Nominais:
Presente: eu creio, tu crês, ele crê, nós cremos, vós credes, Infinitivo: dizer.
eles crêem. Gerúndio: dizendo.
Pretérito Imperfeito: eu cria, tu crias, ele cria, nós críamos, Particípio: dito.
vós críeis, eles criam. FAZER
Pretérito Perfeito: eu cri, tu creste, ele creu, nós cremos, vós
crestes, eles creram. Seguem o mesmo paradigma: desfazer, satisfazer, refazer
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu crera, tu creras, ele crera,
nós crêramos, vós crêreis, eles creram. Indicativo:
Futuro do Presente: eu crerei, tu crerás, ele crerá,nós Presente: eu faço, tu fazes, ele faz, nós fazemos, vós fazeis,
creremos, vós crereis, eles crerão. eles fazem.
Futuro do Pretérito: eu creria, tu crerias, ele creria, nós Pretérito Imperfeito: eu fazia, tu fazias, ele fazia, nós
creríamos, vós creríeis, eles creriam. fazíamos, vós fazíeis, eles faziam.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito Perfeito: eu fiz, tu fizeste, ele fez, nós fizemos, vós PÔR
fizestes, eles fizeram.
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu fizera, tu fizeras, ele fizera, Indicativo:
nós fizéramos, vós fizéreis, eles fizeram. Presente: eu posso, tu podes, ele pode, nós podemos, vós
Futuro do Presente: eu farei, tu farás, ele fará, nós faremos, podeis, eles podem.
vós fareis, eles farão. Pretérito Imperfeito: eu podia, tu podias, ele podia, nós
Futuro do Pretérito: eu faria, tu farias, ele faria, nós faríamos, podíamos, vós podíeis, eles podiam.
vós faríeis, eles fariam. Pretérito Perfeito: eu pude, tu pudeste, ele pôde, nós
pudemos, vós pudestes,eles puderam.
Subjuntivo: Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu pudera, tu puderas, ele
Presente: que eu faça, que tu faças, que ele faça, que nós pudera, nós pudéramos, vós pudéreis, eles puderam.
façamos, que vós façais, que eles façam. Futuro do Presente: eu poderei, tu poderás, ele poderá, nós
Pretérito Imperfeito: se eu fizesse, se tu fizesses, se ele poderemos, vós podereis, eles poderão.
fizesse, se nós fizéssemos, se vós fizésseis, se eles fizessem. Futuro do Pretérito: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós
poderíamos, vós poderíeis, eles poderiam.
Futuro: quando eu fizer, quando tu fizeres, quando ele fizer,
quando nós fizermos, quando vós fizerdes, quando eles fizerem.
Subjuntivo
Imperativo Afirmativo: faze tu, faça ele, façamos nós, azei Presente: que eu possa, que tu possas, que ele possa, que nós
vós, façam eles. possamos, que vós possais, que eles possam.
Imperativo Negativo: não faças tu, não faça ele, não façamos Pretérito Imperfeito: se eu pudesse, se tu pudesses, se ele
nós, não façais vós, não façam eles. pudesse, se nós pudéssemos, se vós pudésseis, se eles pudessem.
Infinitivo Pessoal: por fazer eu, por fazeres tu, por fazer ele, Futuro: quando eu puder, quando tu puderes, quando ele
por fazermos nós, por fazerdes vós, por fazerem eles. puder, quando nós pudermos, quando vós puderdes, quando eles
puderem.
Formas Nominais: Imperativo Afirmativo: (X).
Infinitivo: fazer. Imperativo Negativo: (X).
Gerúndio: fazendo. Infinitivo Pessoal: poder eu, poderes tu, poder ele, podermos
Particípio: feito. nós, poderdes vós, poderem eles.

JAZER Formas Nominais:


Infinitivo: poder.
Indicativo: Gerúndio: podendo.
Presente: eu jazo, tu jazes, ele jaz, nós jazemos, vós jazeis, Particípio: podido.
eles jazem. QUERER
Pretérito Imperfeito: eu jazia, tu jazias, ele jazia, nós
jazíamos, vós jazíeis, eles jaziam. Indicativo:
Pretérito Perfeito: eu jazi, tu jazeste, ele jazeu, nós jazemos, Presente: eu quero, tu queres, ele quer, nós queremos, vós
vós jazestes, eles jazeram. quereis, eles querem.
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu jazera, tu jazeras, ele jazera, Pretérito Imperfeito: eu queria, tu querias, ele queria, nós
nós jazêramos, vós jazêreis, eles jazeram. queríamos, vós queríeis, eles queriam.
Futuro do Presente: eu jazerei, tu jazerás, ele jazerá, nós Pretérito Perfeito: eu quis, tu quiseste, ele quis, nós quisemos,
vós quisestes, eles quiseram.
jazeremos, vós jazereis, eles jazerão.
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu quisera, tu quiseras, ele
Futuro do Pretérito: eu jazeria, tu jazerias, ele jazeria, nós
quisera, nós quiséramos, vós quiséreis, eles quiseram.
jazeríamos, vós jazeríeis, eles jazeriam. Futuro do Presente: eu quererei, tu quererás, ele quererá, nós
Subjuntivo: quereremos, vós querereis, eles quererão.
Presente: que eu jaza, que tu jazas, que ele jaza, que nós Futuro do Pretérito: eu quereria, tu quererias, ele quereria,
jazamos, que vós jazais, que eles jazam. nós quereríamos, vós quereríeis, eles quereriam.
Pretérito Imperfeito: se eu jazesse, se tu jazesses, se ele
jazesse, se nós jazêssemos, se vós jazêsseis, se eles jazessem. Subjuntivo:
Futuro: quando eu jazer, quando tu jazeres, quando ele jazer, Presente: que eu queira, que tu queiras, que ele queira, que
quando nós jazermos, quando vós jazerdes, quando eles jazerem. nós queiramos, que vós queirais, que eles queiram.
Imperativo Afirmativo: jaze tu, jaza ele, jazamos nós, jazei Pretérito Imperfeito: se eu quisesse, se tu quisesses, se ele
vós, jazam eles. quisesse, se nós quiséssemos, se vós quisésseis, se eles quisessem.
Imperativo Negativo: não jazas tu, não jaza ele, não jazamos Futuro: quando eu quiser, quando tu quiseres, quando ele
nós, não jazais vós, não jazam eles. quiser, quando nós quisermos, quando vós quiserdes, quando eles
Infinitivo Pessoal: por jazer eu, por jazeres tu, por jazer ele, quiserem.
por jazermos nós, por jazerdes vós, por jazerem eles. Imperativo Afirmativo: quere/quer – tu, queira – você,
queiramos – nós, querei – vós, queiram – vocês.
Formas Nominais: Imperativo Negativo: não queiras – tu, não queira – você,
Infinitivo: jazer não queiramos – nós, não queirais – vós, não queiram – vocês.
Gerúndio: jazendo Infinitivo Pessoal: querer eu, quereres tu, querer ele,
Particípio: jazido querermos nós, quererdes vós, quererem eles.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formas Nominais: Subjuntivo:


Infinitivo: querer. Presente: que eu valha, que tu valhas, que ele valha, que nós
Gerúndio: querendo. valhamos, que vós valhais, que eles valham.
Particípio: querido. Pretérito Imperfeito: se eu valesse, se tu valesses, se ele
valesse, se nós valêssemos, se vós valêsseis, se eles valessem.
REQUERER Futuro: quando eu valer, quando tu valeres, quando ele valer,
quando nós valermos, quando vós valerdes, quando eles valerem.
Indicativo: Imperativo Afirmativo: vale tu, valha ele, valhamos nós,
Presente: eu requeiro, tu requeres, ele requer, nós requeremos, valei vós, valham eles.
vós requereis, eles requerem. Imperativo Negativo: não valhas tu, não valha ele, não
Pretérito Imperfeito: eu requeria, tu requerias, ele requeria, valhamos nós, não valhais vós, não valham eles.
nós requeríamos, vós requeríeis, eles requeriam. Infinitivo Pessoal: por valer eu, por valeres tu, por valer ele,
Pretérito Perfeito: eu requeri, tu requereste, ele requereu, por valermos nós, por valerdes vós, por valerem eles.
nós requeremos, vós requereis, eles requereram. Formas Nominais:
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu requerera, tu requereras, ele Infinitivo: valer.
requerera, nós requerêramos, vós requerêreis, eles requereram. Gerúndio: valendo.
Futuro do Presente: eu requererei, tu requererás, ele Particípio: valido.
requererá, nós requereremos, vós requerereis, eles requererão.
Futuro do Pretérito: eu requereria, tu requererias, ele VER
requereria, nós requereríamos, vós requereríeis, eles requereriam.
Indicativo:
Presente: eu vejo, tu vês, ele vê, nós vemos, vós vedes, eles
Subjuntivo:
vêem.
Presente: que eu requeira, que tu requeiras, que ele requeira,
Pretérito Imperfeito: eu via, tu vias, ele via, nós víamos, vós
que nós requeiramos, que vós requeirais, que eles requeiram.
víeis, eles viam.
Pretérito Imperfeito: se eu requeresse, se tu requeresses, se
Pretérito Perfeito: eu vi, tu viste, ele viu, nós vimos, vós
ele requeresse, se nós requerêssemos, se vós requerêsseis, se eles
vistes, eles viram.
requeressem.
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu vira, tu viras, ele vira, nós
Futuro: quando eu requerer, quando tu requereres, quando
víramos, vós víreis, eles viram.
ele requerer, quando nós requerermos, quando vós requererdes, Futuro do Presente: eu verei, tu verás, ele verá, nós veremos,
quando eles requererem. vós vereis, eles verão.
Imperativo Afirmativo: requere – tu, requeira – você, Futuro do Pretérito: eu veria, tu verias, ele veria, nós
requeiramos – nós, requerei – vós, requeiram – vocês. veríamos, vós veríeis, eles veriam.
Imperativo Negativo: não requeiras – tu, não requeira –
você, não requeiramos – nós, não requeirais – vós, não requeiram Subjuntivo:
– vocês. Presente: que eu veja, que tu vejas, que ele vejamos, que nós
Infinitivo Pessoal: requerer eu, requereres tu, requerer ele, vejais, que vós vejam.
requerermos nós, requererdes vós, requererem eles. Pretérito Imperfeito: se eu visse, se tu visses, se ele visse, se
nós víssemos, se vós vísseis, se eles vissem.
Formas Nominais: Futuro: quando eu vir, quando tu vires, quando ele vir,
Infinitivo: requerer. quando nós virmos, quando vós virdes, quando eles virem.
Gerúndio: requerendo. Imperativo Afirmativo: vê tu, veja ele, vejamos nós, vede
Particípio: requerido. vós, vejam eles.
Imperativo Negativo: não vejas tu, não veja ele, não vejamos
VALER nós, não vejais vós, não vejam eles.
Infinitivo Pessoal: por ver eu, por veres tu, por ver ele, por
Indicativo: vermos nós, por verdes vós, por verem eles.
Presente: eu valho, tu vales, ele vale, nós valemos, vós valeis,
eles valem. Formas Nominais:
Pretérito Imperfeito: eu valia, tu valias, ele valia, nós Infinitivo: ver.
valíamos, vós valíeis, eles valiam. Gerúndio: vendo.
Pretérito Imperfeito: eu valia, tu valias, ele valia, nós Particípio: visto.
valíamos, vós valíeis, eles valiam.
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu valera, tu valeras, ele valera, REAVER
nós valêramos, vós valêreis, eles valeram.
Futuro do Pretérito: eu valeria, tu valerias, ele valeria, nós Indicativo:
valeríamos, vós valeríeis, eles valeriam. Presente: nós reavemos, vós reaveis.
Futuro do Pretérito: eu valeria, tu valerias, ele valeria, nós Pretérito Imperfeito: eu reavia, tu reavias, ele reavia, nós
valeríamos, vós valeríeis, eles valeriam. reavíamos, vós reavíeis, eles reaviam.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito Perfeito: eu reouve, tu reouveste, ele reouve, nós Formas Nominais:


reouvemos, vós reouvestes, eles reouveram. Infinitivo: agredir.
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu reouvera, tu reouveras, ele Gerúndio: agredindo.
reouvera, nós reouvéramos, vós reouvéreis, eles reouveram. Particípio: agredido.
Futuro do Presente: eu reaverei, tu reaverás, ele reaverá, nós ABOLIR
reaveremos, vós reavereis, eles reaverão.
Futuro do Pretérito: eu reaveria, tu reaverias, ele reaveria, Indicativo:
nós reaveríamos, vós reaveríeis, eles reaveriam. Presente: tu aboles, ele abole, nós abolimos, vós abolis, eles
Subjuntivo: abolem.
Presente: (X). Pretérito Imperfeito: eu abolia, tu abolias, ele abolia, nós
Pretérito Imperfeito: se eu reouvesse, se tu reouvesses, se abolíamos, vós abolíeis
ele reouvesse, se nós reouvéssemos, se vós reouvésseis, se eles eles aboliam.
reouvessem. Pretérito Perfeito: eu aboli, tu aboliste, ele aboliu, nós
Futuro: quando eu reouver, quando tu reouveres, quando ele abolimos, vós abolistes, eles aboliram.
reouver, quando nós reouvermos, quando vós reouverdes, quando Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu abolira, tu aboliras, ele
eles reouverem. abolira, nós abolíramos, vós abolíreis, eles aboliram.
Imperativo Afirmativo: reavei vós. Futuro do Presente: eu abolirei, tu abolirás, ele abolirá, nós
Imperativo Negativo: (X). aboliremos, vós abolireis, eles abolirão.
Infinitivo Pessoal: reaver eu, reaveres tu, reaver ele, Futuro do Pretérito: eu aboliria, tu abolirias, ele aboliria, nós
reavermos nós, reaverdes vós, reaverem eles. aboliríamos, vós aboliríeis, eles aboliriam.

Formas Nominais: Subjuntivo:


Infinitivo: reaver. Presente: (X).
Gerúndio: reavendo. Pretérito Imperfeito: se eu abolisse, se tu abolisses, se ele
Particípio: reavido. abolisse, se nós abolíssemos, se vós abolísseis, se eles abolissem.
Futuro: quando eu abolir, quando tu abolires, quando ele
3ª CONJUGAÇÃO abolir, quando nós abolirmos, quando vós abolirdes, quando eles
abolirem.
AGREDIR Imperativo Afirmativo: abole tu, aboli vós.
Imperativo Negativo: (X).
Indicativo: Infinitivo Pessoal: abolir eu, abolires tu, abolir ele, abolirmos
Presente: eu agrido, tu agrides, ele agride, nós agredimos, vós nós, abolirdes vós, abolirem eles.
agredis, eles agridem.
Pretérito Imperfeito: eu agredia, tu agredias, ele agredia, nós Formas Nominais:
agredíamos, vós agredíeis, eles agrediam. Infinitivo: abolir
Pretérito Perfeito: eu agredi, tu agrediste, ele agrediu, nós Gerúndio: abolindo
agredimos, vós agredistes, eles agrediram. Particípio: abolido
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu agredira, tu agrediras, ele
agredira, nós agredíramos, vós agredíreis, eles agrediram. CAIR
Futuro do Presente: eu agredirei, tu agredirás, ele agredirá,
nós agrediremos, vós agredireis, eles agredirão. Indicativo:
Futuro do Pretérito: eu agrediria, tu agredirias, ele agrediria, Presente: eu caio, tu cais, ele cai, nós caímos, vós caís, eles
nós agrediríamos, vós agrediríeis, eles agrediriam. caem.
Pretérito Imperfeito: eu caía, tu caías, ele caía, nós caíamos,
Subjuntivo: vós caíeis, eles caíam.
Presente: que eu agrida, que tu agridas, que ele agrida, que Pretérito Perfeito: eu caí, tu caíste, ele caiu, nós caímos, vós
nós agridamos, que vós agridais, que eles agridam. caístes, eles caíram.
Pretérito Imperfeito: se eu agredisse, se tu agredisses, se Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu caíra, tu caíras, ele caíra,
ele agredisse, se nós agredíssemos, se vós agredísseis, se eles nós caíramos, vós caíreis, eles caíram.
agredissem. Futuro do Presente: eu cairei, tu cairás, ele cairá, nós
Futuro: quando eu agredir, quando tu agredires, quando ele cairemos, vós caireis, eles cairão.
agredir, quando nós agredirmos, quando vós agredirdes, quando Futuro do Pretérito: eu cairia, tu cairias, ele cairia, nós
eles agredirem. cairíamos, vós cairíeis, eles cairiam.
Imperativo Afirmativo: agride tu, agrida ele, agridamos nós,
agredi vós, agridam eles. Subjuntivo:
Imperativo Negativo: não agridas tu, não agrida ele, não Presente: que eu caia, que tu caias, que ele caia, que nós
agridamos nós, não agridais vós, não agridam eles. caiamos, que vós caiais, que eles caiam.
Infinitivo Pessoal: agredir eu, agredires tu, agredir ele, Pretérito Imperfeito: se eu caísse, se tu caísses, se ele caísse,
agredirmos nós, agredirdes vós, agredirem eles. se nós caíssemos, se vós caísseis, se eles caíssem.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro: quando eu cair, quando tu caíres, quando ele cair, Futuro do Pretérito: eu feriria, tu feririas, ele feriria, nós
quando nós cairmos, quando vós cairdes, quando eles caírem. feriríamos, vós feriríeis, eles feririam.
Imperativo Afirmativo: cai tu, caia ele, caiamos nós, caí vós, Futuro do Presente: eu ferirei, tu ferirás, ele ferirá, nós
caiam eles. feriremos, vós ferireis, eles ferirão.
Imperativo Negativo: não caias tu, não caia ele, não caiamos
nós, não caiais vós, não caiam eles. Subjuntivo:
Infinitivo Pessoal: cair eu, caíres tu, cair ele, cairmos nós, Presente: que eu fira, que tu firas, que ele fira, que nós firamos,
cairdes vós, caírem eles. que vós firais, que eles firam.
Pretérito Imperfeito: se eu ferisse, se tu ferisses, se ele
Formas Nominais: ferisse, se nós feríssemos, se vós ferísseis, se eles ferissem.
Infinitivo: cair Futuro: quando eu ferir, quando tu ferires, quando ele ferir,
Gerúndio: caindo
quando nós ferirmos, quando vós ferirdes, quando eles ferirem.
Particípio: caído
Imperativo Afirmativo: fere tu, fira ele, firamos nós, feri vós,
firam eles.
COBRIR
Imperativo Negativo: não firas tu, não fira ele, não firamos
Indicativo: nós, não firais vós, não firam eles.
Presente: eu cubro, tu cobres, ele cobre, nós cobrimos, vós Infinitivo Pessoal: ferir eu, ferires tu, ferir ele, ferirmos nós,
cobris, eles cobrem. ferirdes vós, ferirem eles.
Pretérito Imperfeito: eu cobria, tu cobrias, ele cobria, nós
cobríamos, vós cobríeis, eles cobriam. Formas Nominais:
Pretérito Perfeito: eu cobri, tu cobriste, ele cobriu, nós Infinitivo: ferir.
cobrimos, vós cobristes, eles cobriram. Gerúndio: ferindo.
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu cobrira, tu cobriras, ele Particípio: ferido.
cobrira, nós cobríramos, vós cobríreis, eles cobriram.
Futuro do Presente: eu cobrirei, tu cobrirás, ele cobrirá, nós FUGIR
cobriremos, vós cobrireis, eles cobrirão.
Futuro do Pretérito: eu cobriria, tu cobririas, ele cobriria, Indicativo:
nós cobriríamos, vós cobriríeis, eles cobririam. Presente: eu fujo, tu foges, ele foge, nós fugimos, vós fugis,
eles fogem.
Subjuntivo: Pretérito Imperfeito: eu fugia, tu fugias, ele fugia, nós
Presente: que eu cubra, que tu cubras, que ele cubra, que nós fugíamos, vós fugíeis, eles fugiam.
cubramos, que vós cubrais, que eles cubram. Pretérito Perfeito: eu fugi, tu fugiste, ele fugiu, nós fugimos,
Pretérito Imperfeito: se eu cobrisse, se tu cobrisses, se ele vós fugistes, eles fugiram.
cobrisse, se nós cobríssemos, se vós cobrísseis, se eles cobrissem. Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu fugira, tu fugiras, ele fugira,
Futuro: quando eu cobrir, quando tu cobrires, quando ele nós fugíramos, vós fugíreis, eles fugiram.
cobrir, quando nós cobrirmos, quando vós cobrirdes, quando eles Futuro do Pretérito: eu fugiria, tu fugirias, ele fugiria, nós
cobrirem. fugiríamos, vós fugiríeis, eles fugiriam.
Imperativo Afirmativo: cobre tu, cubra ele, cubramos nós, Futuro do Presente: eu fugirei, tu fugirás, ele fugirá, nós
cobri vós, cubram eles.
fugiremos, vós fugireis, eles fugirão.
Imperativo Negativo: não cubras tu, não cubra ele, não
cubramos nós, não cubrais vós, não cubram eles.
Subjuntivo:
Infinitivo Pessoal: cobrir eu, cobrires tu, cobrir ele, cobrirmos
Presente: que eu fuja, que tu fujas, que ele fuja, que nós
nós, cobrirdes vós, cobrirem eles.
fujamos, que vós fujais, que eles fujam.
Formas Nominais: Pretérito Imperfeito: se eu fugisse, se tu fugisses, se ele
infinitivo: cobrir fugisse, se nós fugíssemos, se vós fugísseis, se eles fugissem.
gerúndio: cobrindo Futuro: quando eu fugir, quando tu fugires, quando ele fugir,
particípio: cobrido quando nós fugirmos, quando vós fugirdes, quando eles fugirem.
FERIR Imperativo Afirmativo: foge tu, fuja ele, fujamos nós, fugi
vós, fujam eles.
Indicativo: Imperativo Negativo: não fujas tu, não fuja ele, não fujamos
Presente: eu firo, tu feres, ele fere, nós ferimos, vós feris, nós, não fujais vós, não fujam eles.
eles ferem. Infinitivo Pessoal: fugir eu, fugires tu, fugir ele, fugirmos
Pretérito Imperfeito: eu feria, tu férias, ele feria, nós nós, fugirdes vós, fugirem eles.
feríamos, vós feríeis, eles feriam.
Pretérito Perfeito: eu feri, tu feriste, ele feriu, nós ferimos, Formas Nominais
vós feristes, eles feriram. Infinitivo: fugir.
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu ferira, tu feriras, ele ferira, Gerúndio: fugindo.
nós feríramos, vós feríreis, eles feriram. Particípio: fugido.

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VIR Pretérito Imperfeito: se eu atribuísse, se tu atribuísses, se


ele atribuísse, se nós atribuíssemos, se vós atribuísseis, se eles
Indicativo: atribuíssem.
Presente: eu venho, tu vens, ele vem, nós vimos, vós vindes, Futuro: quando eu atribuir, quando tu atribuíres, quando ele
eles vêm. atribuir, quando nós atribuirmos, quando vós atribuirdes, quando
Pretérito Imperfeito: eu vinha, tu vinhas, ele vinha, nós eles atribuírem.
vínhamos, vós vínheis, eles vinham. Imperativo Afirmativo: atribui tu, atribua ele, atribuamos
Pretérito Perfeito: eu vim, tu vieste, ele veio, nós viemos, nós, atribuí vós, atribuam eles.
vós viestes, eles vieram. Imperativo Negativo: não atribuas tu, não atribua ele, não
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu viera, tu vieras, ele viera, atribuamos nós, não atribuais vós, não atribuam eles.
nós viéramos, vós viéreis, eles vieram. Infinitivo Pessoal: atribuir eu, atribuíres tu, atribuir ele,
Futuro do Presente: eu virei, tu virás, ele virá, nós viremos, atribuirmos nós, atribuirdes vós, atribuírem eles.
vós vireis, eles virão.
Futuro do Pretérito: eu viria, tu virias, ele viria, nós viríamos, Formas Nominais:
vós viríeis, eles viriam. Infinitivo: atribuir.
Gerúndio: atribuindo.
Subjuntivo: Particípio: atribuído.
Presente: que eu venha, que tu venham, que ele venha, que
nós venhamos, que vós venhais, que eles venham. FRIGIR
Pretérito Imperfeito: se eu viesse, se tu viesses, se ele viesse,
se nós viéssemos, se vós viésseis, se eles viessem. Indicativo:
Futuro: quando eu vier, quando tu vieres, quando ele vier, Presente: eu frijo, tu freges, ele frege, nós frigimos, vós
quando nós viermos, quando vós vierdes, quando eles vierem. frigis, eles fregem.
Imperativo Afirmativo: vem tu, venha ele, venhamos nós,
vinde vós, venham eles. Subjuntivo:
Imperativo Negativo: não venhas tu, não venha ele, não Presente: que eu frija, que tu frijas, que ele frija, que nós
venhamos nós, não venhais vós, não venham eles. frijamos, que vis frijais, que eles frijam.
Infinitivo Pessoal: vir eu, vires tu, vir ele, virmos nós, virdes
vós, virem eles. OUVIR
Formas Nominais: Indicativo:
Infinitivo: vir. Presente: eu ouço, tu ouves, ele ouve, nós ouvimos, vós
Gerúndio: vindo. ouvis, eles ouvem.
Particípio: vindo.
Pretérito Perfeito: eu ouvi, tu ouviste, ele ouviu, nós
ATRIBUIR
ouvimos, vós ouvistes, eles ouviram.
Conjugam-se pelo paradigma de atribuir: fruir, usufruir, anuir,
Subjuntivo:
argüir, concluir, contribuir, constituir, destituir, diluir, distribuir,
Presente: que eu ouça, que tu ouças, que ele ouça, que nós
diminuir, evoluir, excluir, imbuir, instituir, instruir, obstruir, poluir,
ouçamos, que vós ouçais, que eles ouçam.
possuir, restituir, substituir, possuir.
Imperativo Afirmativo: ouve tu, ouça ele, ouçamos nós,
Indicativo: ouçais vós, ouçam eles.
Presente: eu atribuo, tu atribuis, ele atribui, nós atribuímos,
vós atribuís, eles atribuem. POLIR
Pretérito Imperfeito: eu atribuía tu atribuías, ele atribuía,
nós atribuíamos, vós atribuíeis, eles atribuíam. Sortir segue o mesmo paradigma.
Pretérito Perfeito: eu atribuí, tu atribuíste, ele atribuiu, nós
atribuímos, vós atribuístes, eles atribuíram. Indicativo:
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu atribuíra , tu atribuíras, ele Presente: eu pulo, tu pules, ele pule, nós polimos, vós polis,
atribuíra, nós atribuíramos, vós atribuíreis , eles atribuíram. eles pulem.
Futuro do Presente: eu atribuirei, tu atribuirás, ele atribuirá,
nós atribuiremos, vós atribuireis Subjuntivo:
eles atribuirão. Presente: que eu pula, que tu pulas, que ele pula, que nós
Futuro do Pretérito: eu atribuiria, tu atribuirias, ele atribuiria, pulamos, que vós pulais, que eles pulam.
nós atribuiríamos, vós atribuiríeis, eles atribuiriam.
PEDIR
Subjuntivo:
Presente: que eu atribua, que tu atribuas, que ele atribua, que Seguem o mesmo paradigma: desimpedir, despedir, expedir,
nós atribuamos, que vós atribuais, que eles atribuam. impedir e medir.

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Indicativo: Formas Nominais:


Presente: eu peço, tu pedes, ele pede, nós pedimos, vós pedis, Infinitivo: falir.
eles pedem. Gerúndio: falindo.
Pretérito Imperfeito: eu pedia, tu pedias, ele pedia, nós Particípio: falido.
pedíamos, vós pedíeis, eles pediam.
Pretérito Perfeito: eu pedi, tu pediste, ele pediu, nós pedimos,
vós pedistes, eles pediram. ANÔMALOS: SER, IR
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu pedira, tu pediras, ele É aquele que tem uma anomalia no radical.
pedira, nós pedíramos, vós pedíreis, eles pediram. IR
Futuro do Presente: eu pedirei, tu pedirás, ele pedirá, nós
pediremos, vós pedireis, eles pedirão. Indicativo:
Futuro do Pretérito: eu pediria, tu pedirias, ele pediria, nós Presente: eu vou, tu vais, ele vai, nós vamos, vós ides, eles
pediríamos, vós pediríeis, eles pediriam. vão.
Pretérito Imperfeito: eu ia, tu ias, ele ia, nós íamos, vós íeis,
Subjuntivo:
eles iam.
Presente: que eu peça, que tu peças, que ele peça, que nós
peçamos, que vós peçais, que eles peçam.
Pretérito Perfeito: eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós
Pretérito Imperfeito: se eu pedisse, se tu pedisses, se ele
pedisse, se nós pedíssemos, se vós pedísseis, se eles pedissem. fostes, eles foram.
Futuro: quando eu pedir, quando tu pedires, quando ele pedir, Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu fora, tu foras, ele fora, nós
quando nós pedirmos, quando vós pedirdes, quando eles pedirem. fôramos, vós fôreis, eles foram.
Imperativo Afirmativo: pede tu, peça ele, peçamos nós, pedi Futuro do Presente: eu irei, tu irás, ele irá, nós iremos, vós
vós, peçam eles. ireis, eles irão.
Imperativo Negativo: não peças tu, não peça ele, não Futuro do Pretérito: eu iria, tu irias, ele iria, nós iríamos, vós
peçamos nós, não peçais vós, não peçam eles. iríeis, eles iriam.
Infinitivo Pessoal: pedir eu, pedires tu, pedir ele, pedirmos
nós, pedirdes vós, por pedirem eles. Subjuntivo:
Presente: que eu vá, que tu vás, que ele vá, que nós vamos,
Formas Nominais: que vós vades, que eles vão.
Infinitivo: pedir. Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse, se
Gerúndio: pedindo. nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem.
Particípio: pedido. Futuro: quando eu for, quando tu fores, quando ele for,
quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem.
FALIR Imperativo Afirmativo: vai tu, vá ele, vamos nós, ide vós,
vão eles.
Indicativo: Imperativo Negativo: não vás tu, não vá ele, não vamos nós,
Presente: nós falimos, vós falis. não vades vós, não vão eles.
Pretérito Imperfeito: eu falia, tu falias, ele falia, nós Infinitivo Pessoal: ir eu, ires tu, ir ele, irmos nós, irdes vós,
falíamos, vós falíeis, eles faliam. irem eles.
Pretérito Perfeito: eu fali, tu faliste, ele faliu, nós falimos,
vós falistes, eles faliram.
Formas Nominais:
Pretérito Mais‑que‑perfeito: eu falira, tu faliras, ele falira,
Infinitivo: ir.
nós falíramos, vós falíreis, eles faliram.
Gerúndio: indo.
Futuro do Presente: eu falirei, tu falirás, ele falirá, nós
faliremos, vós falireis, eles falirão. Particípio: ido.
Futuro do Pretérito: eu faliria, tu falirias, ele faliria, nós
faliríamos, vós faliríeis, eles faliriam.
Verbos Defectivos
Subjuntivo: São aqueles que possuem um defeito. Não têm todos os
Presente: (X). modos, tempos ou pessoas.
Pretérito Imperfeito: se eu falisse, se tu falisses, se ele
falisse, se nós falíssemos, se vós falísseis, se eles falissem. Verbo Pronominal
Futuro: quando eu falir, quando tu falires, quando ele falir, É aquele que é conjugado com o pronome oblíquo.
quando nós falirmos, quando vós falirdes, quando eles falirem. Ex: Eu me despedi de mamãe e parti sem olhar para o passado.
Imperativo Afirmativo: fali vós.
Imperativo Negativo: (X). Verbos Abundantes
Infinitivo Pessoal: falir eu, falires tu, falir ele, falirmos nós, “São os verbos que têm duas ou mais formas equivalentes,
falirdes vós, falirem eles. geralmente de particípio.” (Sacconi)

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Particípio Particípio Prender Prendido Preso


Infinitivo
Regular Irregular Romper Rompido Roto
Aceitar Aceitado Aceito Salvar Salvado Salvo
Acender Acendido Aceso
Secar Secado Seco
Anexar Anexado Anexo
Segurar Segurado Seguro
Benzer Benzido Bento
Soltar Soltado Solto
Desenvolver Desenvolvido Desenvolto
Submergir Submergido Submerso
Despertar Despertado Desperto
Sujeitar Sujeitado Sujeito
Dispersar Dispersado Disperso
Suprimir Suprimido Supresso
Distinguir Distinguido Distinto
Suspender Suspendido Suspenso
Eleger Elegido Eleito
Tingir Tingido Tinto
Emergir Emergido Emerso
Vagar Vagado Vago
Encher Enchido Cheio
Entregar Entregado Entregue Tempos Compostos
Envolver Envolvido Envolto São formados por locuções verbais que têm como auxiliares
Enxugar Enxugado Enxuto os verbos ter e haver e como principal, qualquer verbo no
particípio. São eles:
Erigir Erigido Ereto
Expelir Expelido Expulso Pretérito Perfeito Composto do Indicativo: É a formação
Expressar Expressado Expresso de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do
Indicativo e o principal no particípio, indicando fato que tem
Exprimir Exprimido Expresso ocorrido com freqüência ultimamente. Por exemplo: Eu tenho
Expulsar Expulsado Expulso estudado demais ultimamente.
Extinguir Extinguido Extinto Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo: É a formação
Findar Findado Findo de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do
Subjuntivo e o principal no particípio, indicando desejo de que
Fixar Fixado Fixo
algo já tenha ocorrido. Por exemplo: Espero que você tenha
Fritar Fritado Frito estudado o suficiente, para conseguir a aprovação.
Ganhar Ganhado Ganho
Pretérito Mais‑que‑perfeito Composto do Indicativo:
Gastar Gastado Gasto É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no
Imergir Imergido Imerso Pretérito Imperfeito do Indicativo e o principal no particípio,
tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-perfeito do
Imprimir Imprimido Impresso Indicativo simples. Por exemplo: Eu já tinha estudado no Maxi,
Incluir Incluído Incluso quando conheci Magali.
Isentar Isentado Isento
Pretérito Mais‑que‑perfeito Composto do Subjuntivo:
Juntar Juntado Junto É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no
Limpar Limpado Limpo Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e o principal no particípio,
tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Malquerer Malquerido Malquisto simples. Por exemplo: Eu teria estudado no Maxi, se não me
Matar Matado Morto tivesse mudado de cidade.
Obs.: Perceba que todas as frases remetem a ação
Misturar Misturado Misto
obrigatoriamente para o passado. A frase Se eu estudasse,
Morrer Morrido Morto aprenderia é completamente diferente de Se eu tivesse estudado,
Murchar Murchado Murcho teria aprendido.

Ocultar Ocultado Oculto Futuro do Presente Composto do Indicativo: É a formação


Omitir Omitido Omisso de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do
Presente simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo
Pagar Pagado Pago o mesmo valor que o Futuro do Presente simples do Indicativo. Por
Pegar Pegado Pego exemplo: Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.

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Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: É a formação Compram-se carros usados.


de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Carros usados são comprados.
Pretérito simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo
o mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do Indicativo. Por * Voz Reflexiva: O sujeito recebe e pratica simultaneamente
exemplo: Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de a ação.
cidade.
Ex: O menino cortou-se.
Futuro Composto do Subjuntivo: É a formação de locução A menina penteava-se.
verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo
simples e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o * Voz do verbo é a forma que este assume para indicar que a
Futuro do Subjuntivo simples. Por exemplo: Quando você tiver ação verbal é praticada ou sofrida pelo sujeito. Três são as vozes
terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km. Veja os dos verbos: a ativa, a passiva e a reflexiva.
exemplos:
- Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel. * Um verbo está na voz ativa quando o sujeito é agente, isto é,
- Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a faz a ação expressa pelo verbo. Exemplos:
Manuel. • O caçador abateu a ave.
Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as • O vento agitava as águas.
frases apresentadas. No primeiro caso, esperarei “você” praticar • Os pais educam os filhos.
a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro
praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio “já”. * Um verbo está na voz passiva quando o sujeito é paciente,
isto é, sofre ou desfruta a ação expressa pelo verbo. Exemplos:
Assim, observe que o mesmo ocorre nas frases a seguir: • A ave foi abatida pelo caçador.
Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Manuel. • As águas eram agitadas pelo vento.
Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a • Os filhos são educados pelos pais.
Manuel. Obs: Só verbos transitivos podem ser usados na voz passiva.

Infinitivo Pessoal Composto: Formação da voz passiva:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no * A voz passiva, mais freqüentemente, é formada:
Infinitivo Pessoal simples e o principal no particípio, indicando a) Pelo verbo auxiliar /ser/ seguido do particípio do verbo
ação passada em relação ao momento da fala. Por exemplo: Para principal. Nesse caso, a voz é passiva analítica. Exemplos:
você ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro  O homem é afligido pelas doenças.
 A criança era conduzida pelo pai.
Vozes Verbais  As ruas serão enfeitadas.
Voz Ativa: O sujeito pratica a ação, ele é o agente da ação  Seriam abertas novas escolas.
verbal.
O menino chorou raivosamente. Na voz passiva analítica, o verbo pode vir acompanhado de
As crianças jogavam futebol na rua. um agente, como nos dois primeiros exemplos deste parágrafo.
Os namorados passeavam na praça. Menos freqüentemente, pode-se exprimir a passiva analítica
com outros verbos auxiliares. Exemplos:
Voz Passiva: O sujeito sofre a ação verbal, ele é paciente. A  A aldeia estava isolada pelas águas.
voz passiva apresenta as formas: analítica e sintética.  A presa estava sendo devorada pelo leão.
 O cachorro ficou esmagado pela roda do ônibus.
* PASSIVA ANALÍTICA: é formada pelo verbo auxiliar  A noiva vinha acompanhada pelo pai.
(VA) + particípio do verbo principal (VPP). Ocorre com VTD ou  O preso ia escoltado pelos guardas.
b) Com o pronome apassivador /se/ associado a um verbo
VTDI.
ativo da 3º pessoa. Nesse caso, temos voz passiva pronominal.
Exemplos:
Atenção!
 Regam-se plantas de manhã cedo.
As crianças (sujeito) jogavam (verbo principal, VTD) futebol
 Organizou-se o campeonato.
(OD) na rua (AA Lugar)
 Abrir-se-ão novas escolas de artes e ofícios.
Futebol (sujeito paciente) era jogado (VA + VPP) pelas
 Ainda não se lançaram as redes.
crianças (agente da passiva) na rua (AA Lugar).
 Já se têm feito muitas experiências.
Por amor da careza, preferir-se-á a passiva analítica toda vez
*PASSIVA SINTÉTICA É formada com VTD ou VTDI na 3ª
que o sujeito for uma pessoa ou animal que possa ser o agente da
pessoa do singular ou na 3ª pessoa do plural. O SE recebe o nome
ação verbal. Exemplo:
de pronome apassivador.
 Foi retirada a guarda.
 “Retirou-se a guarda”: tanto pode ser voz passiva como
Ex: Vende-se pão caseiro.
reflexiva.
Pão caseiro é vendido.

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Voz reflexiva: Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, como


* Na voz reflexiva o sujeito é ao mesmo tempo agente e nos dois últimos exemplos, não haverá complemento agente da
paciente: faz uma ação cujos efeitos ele mesmo sofre ou recebe. passiva.
Exemplos: Importante:
 O caçador feriu-se. * Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos
 A menina penteou-se e saiu com as colegas. alguns gramáticos chamam neutros:
 Sacrifiquei-me por ele. • O vinho é bom.
 Os pais contemplam-se nos filhos. • Aqui chove muito.
* O verbo reflexivo é conjugado com os pronomes reflexivos
me, te, se, nos, vos, se. Esses pronomes são reflexivos quando se *Há formas passivas com sentido ativo:
lhes pode acrescentar a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, a nós É chegada a hora (= chegou a hora).
mesmos, a vós mesmos, a si mesmos, respectivamente. Exemplos: Eu ainda não era nascido (= eu ainda não tinha nascido)

 Consideras-te aprovado? (a ti mesmo) * Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido


 Classes sociais arrogam-se (a si mesmas) direitos que a cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos por alguns
lei lhes nega. autores, por isso que o sujeito é paciente:
 Às vezes nos intoxicamos com alimentos deteriorados. Chamo-me Luís.
 Errando, prejudicamo-nos a nós mesmos. Operou-se de hérnia.
 Aquele escritor fez-se por si mesmo. Batizei-me na Igreja São Judas.
 Por que vos atribuís tanta importância? Vacinaram-se contra A1N1.
Observações:
a) Não se deve atribuir sentido reflexivo a verbos que ADVÉRBIO
designam sentimentos, como queixar-se, alegrar-se, arrepender-
se, zangar-se, indignar-se e outros meramente pronominais. O Advérbio é a palavra invariável que modifica um verbo (-
pronome átono como que se dilui nesses verbos, dos quais é parte Chegou cedo), um outro advérbio (- Falou muito bem), um adjetivo
integrante. A prova de que não são reflexivos é que não se pode (- Estava muito bonita).
dizer, por exemplo, zango-me a mim mesmo. De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio pode
b) Observe-se também que em frases como “João fala de ser de:
si” há reflexividade, mas não há voz reflexiva, porque o verbo não
é reflexivo. 1 - tempo - ainda, agora, antigamente, antes, amiúde
(=sempre), amanhã, breve, brevemente, cedo, diariamente, depois,
* Uma variante da voz reflexiva é a que denota reciprocidade, depressa, hoje, imediatamente, já, lentamente, logo, novamente,
ação mútua ou correspondida. Os verbos dessa voz, por alguns outrora.
chamados recíprocos, usam-se, geralmente, no plural e podem
2 - lugar - aqui, acolá, atrás, acima, adiante, ali, abaixo, além,
ser reforçados pelas expressões um ao outro, reciprocamente,
algures (= em algum lugar), aquém, alhures (= em outro lugar),
mutuamente. Exemplos:
aquém,dentro, defronte, fora, longe, perto.
 Amam-se como irmãos. (amam um ao outro).
3 - modo - assim, bem, depressa, aliás (= de outro modo
 Os dois pretendentes insultam-se.
), devagar, mal, melhor pior, e a maior parte dos advérbios que
 Ó povos, porque vos guerreais tão barbaramente?
termina em mente: calmamente: suavemente, rapidamente,
 Os dois escritores carteavam-se assiduamente.
tristemente.
Observação: Em muitos verbos reflexivos a idéia de
4 - afirmação - certamente, decerto, deveras, efetivamente,
reciprocidade é reforçada pelo prefixo entre: entreamar-se,
realmente, sim, seguramente.
entrechocar-se, entrebater-se, entredevorar-se, entrecruzar-se,
5 - negação - absolutamente, de modo algum, de jeito nenhum,
entredilacerar-se, entrematar-se, entremorder-se, entreolhar-se,
entrequerer-se, entrevistar-se. nem, não, tampouco (= também não).
6 - intensidade - apenas, assaz bastante bastante, bem,
Conversão da voz ativa na passiva demais,mais, meio, menos, muito, quase, quanto, tão, tanto, pouco.
1) Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem 7 - dúvida - acaso, eventuamente, por ventura, quiçá,
alterar substancialmente o sentido da frase. Exemplo: possivelmente, talvez.
 Gutenberg inventou a imprensa (voz ativa).
 A imprensa foi inventada por Gutemberg (voz passiva). Adverbios Interrogativos
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o São empregados em orações interrogativas diretas ou
sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo indiretas.
assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. Outros Podem exprimir: lugar, tempo, modo, ou causa.
exemplos: - Onde fica o Clube das Acácias ? (direta)
 Os calores intensos provocam as chuvas. / As chuvas são - Preciso saber onde fica o Clube das Acássias.
provocadas pelos calores intensos. (indireta)
 Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos. - Quando minha amiga Delma chegará de Campinas? (direta)
/ Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mestres. - Gostaria de saber quando minha amiga Delma chegará de
 Eu o acompanharei. / Ele será acompanhado por mim. Campinas. (indireta)

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- Como osjovens vêem a natureza? (direta) Emprego do Advérbio


- Quero saber como os jovens vêem a natureza. - Na linguagem coloquial, familiar, é comum o emprego do
(indireta) sufixo diminutivo dando aos advérbios o valor de superlativo
- Por que o povo aceita tudo passivamente. (direta) sintético: agorinha, cedinho, pertinho, devagarinho, depressinha,
- Pergunto-lhe por que o povo aceita tudo passivamente. rapidinho (bem rápido): - Rapidinho chegou a casa. - Moro
(indireta) pertinho da universidade.
- Freqüenternente empregamos adjetivos com valor de
Locuçoes Adverbiais advérbio: A cerveja que desce redondo. (redondamente)
São duas ou mais palavras que têm o valor de = advérbio: às
- Bastante - antes de adjetivo, é advérbio, portanto, não vai
cegas, às claras, às toa, às pressas, às escondidas, à noite, à tarde,
para o plural; equivale a muito / a: Aquelas jovens são bastante
às vezes, ao acaso, de repente, de chofre, de cor, de improviso, de
propósito, de viva voz, de medo, com certeza, por perto, por um simpáticas e gentis.
triz, de vez em quando, sem dúvida, de forma alguma, em vão, por - Bastante, antes de substantivo, é adjetivo, portanto vai para
certo, à esquerda, à direta, a pé, a esmo, por ali, a distância. o plural, equivale a muitos / as: Contei bastantes estrelas no céu.
- De repente o dia se fez noite. - Não confunda mal (advérbio, oposto de bem) com mau
- Por um triz eu não me denunciei. (adjetivo, oposto de bom): Mal cheguei a casa, encontrei- a de
- Sem dúvida você é o melhor. mau humor.
- Antes de verbo no particípio, diz-se mais bem, mais mal:
Graus dos Advérbios Ficamos mais bem informados depois do noticiário notumo.
Como já vimos o advérbio não vai para o plural, são palavras - Em frase negativa o advérbio já equivale a mais: Já não se
invariáveis, mas alguns admitem a flexão de grau: 1 – comparativo, fazem professores como antigamente. (= não se fazem mais)
2 – superlativo. - Na locução adverbial a olhos vistos (= claramente), o
particípio permanece no masculino plural: Minha irmã Zuleide
1- comparativo de: emagrecia a olhos vistos.
igualdade > tão + advérbio + quanto, como: Sou tão feliz - Dois ou mais advérbios terminados em mente, apenas no
quanto / como você. último permanece mente: Educada e pacientemente, falei a todos.
superioridade > analítico: mais do que: Raquel é mais elegante
- Arepetição de um mesmo advérbio assume o valor
do que eu.
superlativo: Levantei cedo, cedo.
> sintético: melhor, pior que: Amanhã será melhor do que
hoje.
inferioridade > menos do que: Falei menos do que devia. PREPOSIÇÃO
2- superlativo absoluto:
analítico > mais, muito, pouco,menos: O candidato É a palavra invariável que liga um termo dependente a um
defendeu-se muito mal. termo principal, estabelecendo uma relação entre ambos. As
sintético > íssimo, érrimo: Localizei-o rapídíssimo. preposições podem ser: essenciais ou acidentais.
As preposições essenciais atuam exclusivamente como
Palavras e Locuções Denotativas preposições. São: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em,
São palavras semelhantes a advérbios e que não possuem entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
classificação especial. Não se enquadram em nenhuma das dez - Não dê atençâo a fofocas.
(10) classes de palavras. - Perante todos disse, sim.
São chamadas de denotativas e exprimem: As preposições acidentais são palavras de outras classes
que atuam eventualmente como preposições. São: como (= na
1- Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem: qualidade de), conforme (= de acordo com), consoante, exceto,
Ainda bem que você veio. mediante, salvo, visto, segundo, senão, tirante.
2- designação, indicação: eis: Eis aqui o herói da
- Agia conforme sua vontade. (= de acordo com)
turma.
3- exclusão: exclusive, menos, exceto, fora, salvo,
senão, sequer: Não me disse sequer uma palavra de amor. Atenção:
4- inclusão: inclusive, também, mesmo, ainda, até, - O artigo definido a que vem sempre acompanhado de um
além disso, de mais a mais: Também há flores no céu. substantivo, é flexionado: - a casa, as casas, a árvore, as árvores,
5- limitação: só, apenas, somente, unicamente: Só a estrela, as estrelas.
Deus é perfeito. A preposição a nunca vai para o plural e não estabelece
6- realce: cá, lá, é que, sobretudo, mesmo: Sei lá o concordância com o substantivo.Veja o exemplo: Fiz todo o
que ele quis dizer! percurso a pé. (não há concordância com o substantivo masculino
7- retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes: Irei à pé)
Bahia na próxima semana, ou melhor, no próximo mês. - As preposições essenciais são sempre seguidas dos pronomes
8- explicação: por exemplo, a saber: Você, por pessoais oblíquos: - Despediu-se de mim rapidamente. - Não vá
exemplo, tem bom caráter. sem mim.

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Locuções Prepositivas Após- depois de: Após alguns momentos desabou num choro
É o conjunto de duas ou mais palavras que têm o valor de uma arrependido.
preposição. A última palavra é sempre uma preposição. Veja quais Até - aproximação: - Correu até mim. tempo: - Certamente
são: abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de teremos o resultado do exame até a semana que vem. Atenção:
acordo com, dentro de, embaixo de, em cima de, em frente a, em Se a preposição até equivaler a inclusive, será palavra de inclusão
redor de, graças a, junto a, junto de, perto de, por causa de, por e não preposição. Os sonhadores amam até quem os despreza.
cima de, por trás de, a fim de, além de, antes de, a par de, a partir
(inclusive)
de, apesar de, através de, defronte de, em favor de, em lugar de,
Com - companhia: - Rir de alguém é falta de caridade; deve-se
em vez de, (= no lugar de), ao invés de (= ao contrário de), para
com, até a. rir com alguém. causa: - A cidade foi destruída com o temporal.
instrumento: - Feriu-se com as próprias armas. modo: - Marfinha,
Atenção: minha comadre, veste-se sempre com elegância.
- Não confunda locução prepositiva com locução adverbial. Contra - oposição, hostilidade: - Revoltou-se contra a decisão
Na locução adverbial, nunca há uma preposição no final, e sim no do tribunal. direção a um limite: - Bateu contra o muro e caiu.
começo. De - origem: - Descendi de pais trabalhadores e honestos.
- Vimos de perto o fenômeno do “tsunami”. (locução adverbial) - lugar: - Os corruptos vieram da capital.
O acidente ocorreu perto de meu atelier. (locução prepositiva) causa: - O bebé chorava de fome.
- Uma preposição ou locução prepositiva pode vir com outra posse: - Dizem que o dinheiro do povo sumiu.
preposição: - Abola passou por entre as pernas do goleiro. MAS assunto: - Falávamos do casamento da Mariele.
é inadequado dizer: - Proibido para menores de até 18 anos. - matéria: - Era uma casa de sapé.
Financiamento em até 24 meses. Atenção: A preposição de não deve contrair-se com o artigo,
que precede o sujeito de um verbo. É tempo de os alunos estudarem.
Combinações e Contrações (e não: dos alunos estudarem)
Desde - afastamento de um ponto no espaço: Essa neblina
Pensão familiar vem desde São Paulo.
tempo: - Desde o ano passado quero mudar de casa.
“Jardim da pensãozinha burguesa.
Em- lugar: - Moramos em Lucélia há alguns anos.
Gatos espapaçados ao sol.
A tiririca sitia os canteiros chatos matéria: - As queridas amigas Nilcéia e Nadélgia moram em
O sol acaba de crestar as boninas que murcharam. Curitiba.
Os girassóis amarelos resistem. especialidade: - Minha amiga Cidinha formou-se em Letras.
E as dálias, reconchuvas, plebéias, dominicais. tempo: - Tudo aconteceu em doze horas.
Entre – posição entre dois limites: - Convém colocar o vidro
(Manuel Bandeina) entre dois suportes.
Para-
Combinação - ocorre combinação quando não há perda de direção: -Não lhe interessava mais ir para a Europa.
fonemas, a preposição perde fonema: - a+o,os= ao, aos / a+onde tempo: - Pretendo vê-lo lá para o final da semana.
= aonde. finalidade: - Lute sempre para viver com dignidade.
Contração - ocorre contração quando a preposição perde Apreposição para indica de permanência definitiva. Vou para
fonemas: - de+a, o, as, os, esta, este, isto =da, do, das, dos, desta, o litoral. (idéia de morar)
deste, disto. Perante- posição anterior: Permaneceu calado perante todos.
- em+ um, uma, uns, umas,isto, isso, aquilo, aquele, aquela, Por –
aqueles, aquelas = num, numa, nuns, numas, nisto, nisso, percurso, espaço,lugar: - Caminhava por ruas desconhecidas.
naquilo, naquele, naquela, naqueles. causa: - Por ser muito caro, não compramos um DVD novo.
- de+ entre, aquele, aquela, aquilo = dentre, daquele,
espaço: - Por cima dela havia um raio de luz.
daquela, daquilo.
Sem- ausência: - Eu vou sem lenço sem documento.
- para+ a = pra.
A contração da preposição a com os artigos ou pronomes Sob – debaixo de / situação: - Prefiro cavalgar sob o luar.
demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo recebe o nome de Viveu, sob pressão dos pais.
crase e é assinalada na escrita pelo acento grave ficando assim: - à, Sobre –
às, àquele, àquela, àquilo. em cima de, com contato: - Colocou ás taças de cristal sobre
a toalha rendada.
Valores das Preposições assunto: - Conversávamos sobre política financeira.
A - movimento = direção: - Foram a Lucélia comemorar os Trás – situação posterior; é preposição fora de uso. É
Anos Dourados. modo: -Partiu às pressas. tempo: - Iremos nos ver substituída por atrás de, depois de: - Por trás desta carinha vê-se
ao entardecer. Apreposição a indica deslocamento rápido: - Vanios muita falsidade.
à praia. (idéia de passear)
Ante - diante de: - Parou ante mim sem dizer nada, tanta era Curiosidade: O símbolo @ (arroba) significa AT em Inglês,
a emoção. tempo (substituídaporantes de): - Preciso chegarao que em Português significa em. Portanto, o nome está at, em algum
encontro antes das quatro horas. provedor.

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CONJUNÇÃO - Comparativas- exprimem idéia de comparação: como, tal


qual , assim como, do que, quanto. Era jogadopelavida como uma
O mundo é grande e cabe folha ao vento.
Nesta anela sobre o mar. - Consecutivas - exprimem conseqüência: que + tal, tão,
0 mar é grande e cabe tanto, tamanho; de modo que, que, sem que, deforma que, de
Na cama e no colchão de amar. maneira que. A fome era tanta que comeu com casca e tudo.
Oamor égrande e cabe - Finais - exprimem finalidade:para que, afim de que, que.
No breve espaço de beijar. (Carlos Drummond de Andrade) Aprefeitura interditou a rua, a fim de que as obrasse iniciassem.
- Integrantes - introduzem orações subordinadas substantivas:
É a palavra invariável que liga duas orações ou duas palavras que, se, como. Todos nós esperamos que haja igualdade social.
de função semelhante numa mesma oração.
- Proporcionais - expressam proporção ou simultaneidade: à
- Miséria e medo são a preocupação da população carente.
A palavra e está ligando duas palavras equivalentes, ou seja, medida que, à proporção que, menos, enquanto, quanto mais...
duas palavras da mesmafunção. mais. À medida que o via, mais me sentia apaixonada.
Chegamos a Lucélia quando anoitecia. (quando, está ligando - Temporais - indicam o tempo ou o momento em que
duas orações) determinado fato ocorreu: quando, enquanto, depois que, logo
que, assim que, antes que, desde que. Enquanto caminhávamos,
Locução Conjuntiva falávamos da nossajuventude.
É o conjunto de palavras que equivalem a uma conjunção. As
principais são: a fim de que, assim que, à medida que, à proporção INTERJEIÇÃO
que, ainda que, a não ser que, logo que, se bem que, desde que, no
entanto, por mais que, visto que, ao mesmo tempo que. É a palavra invariável que exprime emoções, sensações,
estados de espírito ou apelos: As interjeições são como que frases
Classificação das Conjunções resumidas:
Classificam-se as conjunções em:
- Ué ! =Eu não esperava essa!
- coordenativas: ligam orações de sentido completos e
independentes: Não estudo, /mas trabalho. São proferidas com entonação especial, que se representa, na
- subordinativas: ligam orações de sentido incompleto a uma escrita, com o ponto de exclamação(!)
principal: Parece/que tudo vai bem.
Locução Interjetiva
As conjunções coordenativas são classificadas em: É o conjunto de duas ou mais palavras com valor de uma
- Aditivas - dão idéia de soma: e, nem, mas também, mas interjeição:
ainda,senão também, como também. Alguns programas de - Muito bem! Que pena! Quem me dera! Puxa, que legal!
televisão não só instruem, mas também divertem.
- Adversativas - exprimem oposição:antes (=pelo contrário), Classificaçao das Interjeições e Locuções Interjetivas
mas, todavia, contudo, entretanto, senão, ao passo que, não As intejeições e as locuções interjetivas são classificadas,’de
obstante (= apesar disso), em todo caso. Beatriz revirou todas as acordo com o sentido que elas expressam em determinado
gavetas, porém não encontrou o lápis de sobrancelhas. contexto. Assim, uma mesma palavra ou expressão pode exprimir
- Alternativas- exprimem altemância: ou, ou.... ou, ora ... ora
emoções variadas.
já ... já, quer ... quer. Ou vai ou racha, disse ela aflita.
admiração ou espanto - Oh!, Caramba!, Oba!, Nossa!, Meu
- Conclusivas - exprimem conclusão: logo, portanto, por
conseguinte, pois (depois do verbo), por isso, assim. Você está Deus!, Céus!
preparado para o que der e vier, portanto fique calmo. advertência - Cuidado!, Atenção!, Alerta!, Calma!, Alto!,
- Explicativas - exprimem explicação, motivo: pois (antes do Olha lá!
verbo), que, porque, porquanto. Fale mais alto, que eu também alegria - Viva!, Oba!, Que bom!, Oh!, Ah!;
quero ouvir. ânimo - Avante!, Ânimo!, Vamos!, Força!, Eia!, Toca!
As conjunções subordinativas são: aplauso - Bravo!, Parabéns!, Muito bem!
- Causais - exprimem causa: porque, como (= porque), uma chamamento -Olá!, Alô!, Psiu!, Psit!
vez que, visto que, já que, pois. A recessão do país cresceu, porque aversão - Droga!, Raios!, Xi!, Essa não!, lh!
o dólar aumentou. medo - Cruzes!, Credo!, Ui!, Jesus!, Uh! Uai!
- Condicionais - exprimem condição ou hipótese: se, caso, pedido de silêncio - Quieto!, Bico fechado!, Silêncio!,
contanto que, salvo se, a menos que, a não ser que, desde que, Chega!, Basta!
dado que. Nós poderemos ajudá-lo, a menos que você não queira. saudação – Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!
- Concessivas - dá a entender que se admite ou se concede um
concordância - Claro!, Certo!, Sim!, Sem dúvida!
fato contrário à declaração contida na na oração principal: ainda
que, apesar de, embora, mesmo que, posto, por mais que, se bem desejo - Oxalá!, Tomara!, Pudera!, Queira Deus! Quem me
que, por pouco que, nem que, em que pese, por muito que. Embora dera!
fizesse muito calor, levei meu agasalho.
- Conformativas - exprimem conformidade, adequação: Atenção: observe na relação acima, que as interjeições muitas
conforme, segundo, consoante, como. Tudo saiu conforme o vezes são formadas por palavras de outras classes gramaticais:
combinado. Cuidado! Não beba ao dirigir! (cuidado é substantivo).

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a água chegou perto da casa); se não houvesse o sinal da crase, o


sentido ficaria ambíguo: a água inundou a rua até a casa de Maria
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE
(= inundou inclusive a casa). Quando até significa “perto de”, é
CRASE preposição; quando significa “inclusive”, é partícula de inclusão.
• Com expressões repetitivas (o “a” é apenas uma
preposição): Tomamos o remédio gota a gota; Enfrentaram-se cara
a cara.
Crase é a superposição de dois “a”, geralmente a preposição
• Com expressões tomadas de maneira indeterminada
“a” e o artigo a(s), podendo ser também a preposição “a” e o
(o “a” é apenas uma preposição): O doente foi submetido a dieta
pronome demonstrativo a(s) ou a preposição “a” e o “a” inicial leve (no masc. = foi submetido a repouso, a tratamento prolongado,
dos pronomes demonstrativos aqueles(s), aquela(s) e aquilo. Essa etc.); Prefiro terninho a saia e blusa (no masc. = prefiro terninho
superposição é marcada por um acento grave (`). a vestido).
Assim, em vez de escrevermos “entregamos a mercadoria
a a vendedora”, “esta blusa é igual a a que compraste” ou “eles A Crase é Facultativa
deveriam ter comparecido a aquela festa”, devemos sobrepor os • Antes de nomes próprios feminino: Enviamos um
dois “a” e indicar esse fato com um acento grave: “Entregamos a telegrama à Marisa; Enviamos um telegrama a Marisa. Em
mercadoria à vendedora”. “Esta blusa é igual à que compraste”. português, antes de um nome de pessoa, pode-se ou não empregar
“Eles deveriam ter comparecido àquela festa.” o artigo “a” (“A Marisa é uma boa menina”. Ou “Marisa é uma boa
O acento grave que aparece sobre o “a” não constitui, pois, a menina”). Por isso, mesmo que a preposição esteja presente, a crase
crase, mas é um mero sinal gráfico que indica ter havido a união é facultativa. Quando o nome próprio feminino vier acompanhado
de dois “a” (crase). de uma expressão que o determine, haverá crase porque o artigo
Para haver crase, é indispensável a presença da preposição “a”, definido estará presente. Dedico esta canção à Candinha do Major
que é um problema de regência. Por isso, quanto mais conhecer a Quevedo. [A (artigo) Candinha do Major Quevedo é fanática por
regência de certos verbos e nomes, mais fácil será para ele ter o seresta.]
domínio sobre a crase. • Antes de pronome adjetivo possessivo feminino
singular: Pediu informações à minha secretária; Pediu
Não existe Crase informações a minha secretária. A explicação é idêntica à do item
• Antes de palavra masculina (o “a” é apenas uma anterior: o pronome adjetivo possessivo aceita artigo, mas não
o exige (“Minha secretária é exigente.” Ou: “A minha secretária
preposição): Chegou a tempo ao trabalho; Vieram a pé; Vende-se
é exigente”). Portanto, mesmo com a presença da preposição, a
a prazo.
crase é facultativa.
• Antes de verbo (o “a” é apenas uma preposição):
Ficamos a admirá-los; Ele começou a ter alucinações. Com o pronome substantivo possessivo feminino singular, o
• Antes de artigo indefinido (o “a” é apenas uma uso de acento indicativo de crase não é facultativo (conforme o
preposição): Levamos a mercadoria a uma firma; Refiro-me a uma caso, será proibido ou obrigatório): A minha cidade é melhor que a
pessoa educada. tua. O acento indicativo de crase é proibido porque, no masculino,
• Antes de expressão de tratamento introduzida pelos ficaria assim: O meu sítio é melhor que o teu (não há preposição,
pronomes possessivos Vossa ou Sua ou ainda da expressão apenas o artigo definido). Esta gravura é semelhante à nossa. O
Você, forma reduzida de Vossa Mercê (o “a” é apenas uma acento indicativo de crase é obrigatório porque, no masculino,
preposição): Enviei dois ofícios a Vossa Senhoria; Traremos a Sua ficaria assim: Este quadro é semelhante ao nosso (presença de
Majestade, o rei Hubertus, uma mensagem de paz; Eles queriam preposição + artigo definido).
oferecer flores a você.
• Antes dos pronomes demonstrativos esta e essa (o “a” Casos Especiais
é apenas uma preposição): Não me refiro a esta carta; Os críticos • Nomes de localidades: Dentre as localidades, há as que
não deram importância a essa obra. admitem artigo antes de si e as que não o admitem. Por aí se deduz
• Antes dos pronomes pessoais (o “a” é apenas uma que, diante das primeiras, desde que comprovada a presença de
preposição): Nada revelei a ela; Dirigiu-se a mim com ironia. preposição, pode ocorrer crase; diante das segundas, não. Para se
• Antes dos pronomes indefinidos com exceção de outra saber se o nome de uma localidade aceita artigo, deve-se substituir
(o “a” é apenas uma preposição): Direi isso a qualquer pessoa; o verbo da frase pelos verbos estar ou vir. Se ocorrer a combinação
A entrada é vedada a toda pessoa estranha. Com o pronome “na” com o verbo estar ou “da” com overbo vir, haverá crase com
o “a” da frase original. Se ocorrer “em” ou “de”, não haverá crase:
indefinido outra(s), pode haver crase porque ele, às vezes, aceita
Enviou seus representantes à Paraíba (estou na Paraíba; vim da
o artigo definido a(s): As cartas estavam colocadas umas às outras
Paraíba); O avião dirigia-se a Santa Catarina (estou em Santa
(no masculino, ficaria “os cartões estavam colocados uns aos Catarina; vim de Santa Catarina); Pretendo ir à Europa (estou
outros”). na Europa; vim da Europa). Os nomes de localidades que não
• Quando o “a” estiver no singular e a palavra seguinte admitem artigo passarão a admiti-lo, quando vierem determinados.
estiver no plural (o “a” é apenas uma preposição): Falei a Porto Alegre indeterminadamente não aceita artigo: Vou a Porto
vendedoras desta firma; Refiro-me a pessoas curiosas. Alegre (estou em Porto Alegre; vim de Porto Alegre); Mas,
• Quando, antes do “a”, existir preposição (o “a” é acompanhando-se de uma expressão que a determine, passará
apenas um artigo): Ela compareceu perante a direção da empresa; a admiti-lo: Vou à grande Porto Alegre (estou na grande Porto
Os papéis estavam sob a mesa. Exceção feita, às vezes, para até, Alegre; vim da grande Porto Alegre); Iríamos a Madri para ficar
por motivo de clareza: A água inundou a rua até à casa de Maria (= três dias; Iríamos à Madri das touradas para ficar três dias.

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• Pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), A Crase é Obrigatória


aquilo: quando a preposição “a” surge diante desses • Sempre haverá crase em locuções prepositivas,
demonstrativos, devemos sobrepor essa preposição à primeira locuções adverbiais ou locuções conjuntivas que tenham como
letra dos demonstrativos e indicar o fenômeno mediante um núcleo um substantivo feminino: à queima-roupa, à maneira
acento grave: Enviei convites àquela sociedade (= a + aquela); A de, às cegas, à noite, às tontas, à força de, às vezes, às escuras, à
solução não se relaciona àqueles problemas (= a + aqueles); Não medida que, às pressas, à custa de, à vontade (de), à moda de, às
dei atenção àquilo (= a + aquilo). mil maravilhas, à tarde, às oito horas, às dezesseis horas, etc. É
A simples interpretação da frase já nos faz concluir se o “a” bom não confundir a locução adverbial às vezes com a expressão
fazer as vezes de, em que não há crase porque o “as” é artigo
inicial do demonstrativo é simples ou duplo. Entretanto, para
definido puro: Ele se aborrece às vezes (= ele se aborrece de vez
maior segurança, podemos usar o seguinte artifício: em quando); Quando o maestro falta ao ensaio, o violinista faz as
Substituir os demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo vezes de regente (= o violinista substitui o maestro). Sempre haverá
pelos demonstrativos este(s), esta(s), isto, respectivamente. Se, crase em locuções que exprimem hora determinada: Ele saiu às
antes destes últimos, surgir a preposição “a”, estará comprovada treze horas e trinta minutos; Chegamos à uma hora. Cuidado para
a hipótese do acento de crase sobre o “a” inicial dos pronomes não confundir a, à e há com a expressão uma hora: Disseram-me
aquele(s), aquela(s), aquilo. Se não surgir a preposição “a”, estará que, daqui a uma hora, Teresa telefonará de São Paulo (= faltam
negada a hipótese de crase. 60 minutos para o telefonema de Teresa); Paula saiu daqui à uma
Enviei cartas àquela empresa./ Enviei cartas a esta empresa. hora; duas horas depois, já tinha mudado todos os seus planos (=
A solução não se relaciona àqueles problemas./ A solução não quando ela saiu, o relógio marcava 1 hora); Pedro saiu daqui há
se relaciona a estes problemas. uma hora (= faz 60 minutos que ele saiu).
Não dei atenção àquilo./ Não dei atenção a isto. • Quando a expressão “à moda de” (ou “à maneira
A solução era aquela apresentada ontem./ A solução era esta de”) estiver subentendida: Nesse caso, mesmo que a palavra
apresentada ontem. subseqüente seja masculina, haverá crase: No banquete, serviram
lagosta à Termidor; Nos anos 60, as mulheres se apaixonavam por
• Palavra “casa”: quando a expressão casa significa homens que tinham olhos à Alain Delon.
“lar”, “domicílio” e não vem acompanhada de adjetivo ou locução • Quando as expressões “rua”, “loja”, “estação de
adjetiva, não há crase: Chegamos alegres a casa; Assim que saiu rádio”, etc. estiverem subentendidas: Dirigiu-se à Marechal
Floriano (= dirigiu-se à Rua Marechal Floriano); Fomos à Renner
do escritório, dirigiu-se a casa; Iremos a casa à noitinha. Mas, se
(fomos à loja Renner); Telefonem à Guaíba (= telefonem à rádio
a palavra casa estiver modificada por adjetivo ou locução adjetiva,
Guaíba).
então haverá crase: Levaram-me à casa de Lúcia; Dirigiram-se • Quando está implícita uma palavra feminina: Esta
à casa das máquinas; Iremos à encantadora casa de campo da religião é semelhante à dos hindus (= à religião dos hindus).
família Sousa.
• Palavra “terra”: Não há crase, quando a palavra terra Excluída a hipótese de se tratar de qualquer um dos casos
significa o oposto a “mar”, “ar” ou “bordo”: Os marinheiros ficaram anteriores, devemos substituir a palavra feminina por outra
felizes, pois resolveram ir a terra; Os astronautas desceram a terra masculina da mesma função sintática. Se ocorrer “ao” no
na hora prevista. Há crase, quando a palavra significa “solo”, masculino, haverá crase no “a” do feminino. Se ocorrer “a” ou “o”
“planeta” ou “lugar onde a pessoa nasceu”: O colono dedicou no masculino, não haverá crase no “a” do feminino.
à terra os melhores anos de sua vida; Voltei à terra onde nasci; O problema, para muitos, consiste em descobrir o masculino
Viriam à Terra os marcianos? de certas palavras como “conclusão”, “vezes”, “certeza”, “morte”,
• Palavra “distância”: Não se usa crase diante da palavra etc. É necessário então frisar que não há necessidade alguma de
distância, a menos que se trate de distância determinada: Via-se que a palavra masculina tenha qualquer relação de sentido com
um monstro marinho à distância de quinhentos metros; Estávamos a palavra feminina: deve apenas ter a mesma função sintática:
à distância de dois quilômetros do sítio, quando aconteceu o Fomos a cidade comprar carne. (ao supermercado); Pedimos um
acidente. Mas: A distância, via-se um barco pesqueiro; Olhava- favor à diretora. (ao diretor); Muitos são incensíveis à dor alheia.
nos a distância. (ao sofrimento); Os empregados deixam a fábrica. (o escritório);
• Pronome Relativo: Todo pronome relativo tem um O perfume cheira a rosa. (a cravo); O professor chamou a aluna.
(o aluno).
substantivo (expresso ou implícito) como antecedente. Para saber
• Não confundir devido com dado (a, os, as): a primeira
se existe crase ou não diante de um pronome relativo, deve-se
expressão pede preposição “a”, havendo crase antes de palavra
substituir esse antecedente por um substantivo masculino. Se o feminina determinada pelo artigo definido: Devido à discussão de
“a” se transforma em “ao”, há crase diante do relativo. Mas, se ontem, houve um mal-estar no ambiente (= devido ao barulho de
o “a” permanece inalterado ou se transforma em “o”, então não ontem, houve...); A segunda expressão não aceita preposição “a”
há crase: é preposição pura ou pronome demonstrativo: A fábrica (o “a” que aparece é artigo definido, não havendo, pois, crase):
a que me refiro precisa de empregados. (O escritório a que me Dada a questão primordial envolvendo tal fato (= dado o problema
refiro precisa de empregados.); A carreira à qual aspiro é almejada primordial...); Dadas as respostas, o aluno conferiu a prova (=
por muitos. (O trabalho ao qual aspiro é almejado por muitos.). dados os resultados...).
Na passagem do antecedente para o masculino, o pronome • Antes de pronome interrogativo, não ocorre crase: A
relativo não pode ser substituído, sob pena de falsear o resultado: que artista te referes?
A festa a que compareci estava linda (no masculino = o baile a • Na expressão valer a pena ( no sentido de valer
que compareci estava lindo). Como se viu, substituímos festa por o sacrifício, o esforço), não ocorre crase, pois o “a” é artigo
baile, mas o pronome relativo que não foi substituído por nenhum definido: Parodiando Fernando Pessoa, tudo vale a pena quando a
outro (o qual etc.). alma não é pequena...

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EXERCÍCIOS a) o - à - a
b) ao - há - à
01 – A crase não é admissível em: c) ao - a - a
a) Comprou a crédito. d) o - há - a
b) Vou a casa de Maria. e) o - a - a
c) Fui a Bahia.
d) Cheguei as doze horas. 09 - “Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ problemas
e) A sentença foi favorável a ré. já expostos ___ V. Sª ___ alguns dias”.
a) à - àqueles - a - há
02 - (PRF/N.M./ANP) Assinale a opção em que falta o acento b) a - àqueles - a - há
de crase: c) a - aqueles - à - a
a) O ônibus vai chegar as cinco horas. d) à - àqueles - a - a
b) Os policiais chegarão a qualquer momento. e) a - aqueles - à - há
c) Não sei como responder a essa pergunta.
d) Não cheguei a nenhuma conclusão.
10 - Assinale a frase gramaticalmente correta:
a) O Papa caminhava à passo firme.
03 - (ALCL-DF/N.S./IDR) Assinale a alternativa correta:
a) O ministro não se prendia à nenhuma dificuldade b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz.
burocrática. c) Chegou à noite, precisamente as dez horas.
b) O presidente ia a pé, mas a guarda oficial ia à cavalo. d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas.
c) Ouviu-se uma voz igual à que nos chamara anteriormente. e) Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada.
d) Solicito à V. Exa. Que reconheça os obstáculos que estamos
enfrentando. 11 - O Ministro informou que iria resistir _____ pressões
contrárias _____ modificações relativas _____ aquisição da casa
04 - (ATCL-DF/N.S./IDR) Marque a alternativa correta própria.
quanto ao acento indicativo da crase: a) às - àquelas _ à
a) A cidade à que me refiro situa-se em plena floresta, a b) as - aquelas - a
algumas horas de Manaus. c) às àquelas - a
b) De hoje à duas semanas estaremos longe, a muitos d) às - aquelas - à
quilômetros daqui, a gozar nossas merecidas férias. e) as - àquelas - à
c) As amostras que servirão de base a nossa pesquisa estão há
muito tempo à disposição de todos. 12 - A alusão _____ lembranças da casa materna trazia _____
d) À qualquer distância percebia-se que, à falta de cuidados, a tona uma vivência _____ qual já havia renunciado.
lavoura amarelecia e murchava. a) às - a - a
b) as - à - há
05 - Em qual das alternativas o uso do acento indicativo de c) as - a - à
crase é facultativo? d) às - à - à
a) Minhas idéias são semelhantes às suas. e) às - a - há
b) Ele tem um estilo à Eça de Queiroz
c) Dei um presente à Mariana. 13 - Use a chave ao sair ou entrar __________ 20 horas.
d) Fizemos alusão à mesma teoria. a) após às
e) Cortou o cabelo à Gal Costa.
b) após as
c) após das
06 - “O pobre fica ___ meditar, ___ tarde, indiferente ___ que
acontece ao seu redor”. d) após a
a) à - a - aquilo e) após à
b) a - a - àquilo
c) a - à - àquilo 14 - _____ dias não se consegue chegar _____ nenhuma das
d) à - à - aquilo localidades _____ que os socorros se destinam.
e) à - à - àquilo a) Há - à - a
b) A - a - a
07 - “A casa fica ___ direita de quem sobe a rua, __- duas c) À - à - a
quadras da Avenida Central”. d) Há - a - a
a) à - há e) À - a - a
b) a - à
c) a - há 15 - Fique _____ vontade; estou _____ seu inteiro dispor para
d) à - a ouvir o que tem _____ dizer.
e) à - à a) a - à - a
b) à - a - a
08 - “O grupo obedece ___ comando de um pernambucano, c) à - à - a
radicado ___ tempos em São Paulo, e se exibe diariamente ___ d) à - à - à
hora do almoço”. e) a - a - a

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RESPOSTAS e) procurais, ver-vos, seu


6 (UNESP) “Explicou que aprendera aquilo de ouvido.”
(1-A) (2-A) (3-C) (4-C) (5-C) (6-C) (7-D) (8-B) (9-B) (10-D) Transpondo para a voz passiva, o verbo assume a seguinte forma:
(11-A) (12-D) (13-B) (14-D) (15-B) a) tinha sido aprendido
b) era aprendido
EXERCÍCIOS c) fora aprendido
d) tinha aprendido
1 (CESGRANRIO) Assinale o período em que aparece e) aprenderia
forma verbal incorretamente empregada em relação à norma culta
da língua: 7 (DASP) Assinale a única alternativa que contém erro
a) Se o compadre trouxesse a rabeca, a gente do ofício ficaria na passagem da forma verbal, do imperativo afirmativo para o
exultante. imperativo negativo:
b) Quando verem o Leonardo, ficarão surpresos com os trajes a) parti vós - não partais vós
que usava. b) amai vós - não ameis vós
c) Leonardo propusera que se dançasse o minuete da corte. c) sede vós - não sejais vós
d) Se o Leonardo quiser, a festa terá ares aristocráticos. d) ide vós - não vais vós
e) O Leonardo não interveio na decisão da escolha do padrinho e) perdei vós - não percais vós
do filho.
8 (ITA) Vi, mas não ............; o policial viu, e também não
2 (FUVEST) ....... em ti; mas nem sempre ....... dos outros. ............, dois agentes secretos viram, e não ............ Se todos nós
a) Creias – duvidas c) Creias – duvida ............ , talvez .......... tantas mortes.
b) Crê – duvidas d) Creia – duvide a)intervir - interviu - tivéssemos intervido - teríamos evitado
e) Crê - duvides b)me precavi - se precaveio - se precaveram - nos
precavíssemos - não teria havido
3. (CESGRANRIO) Assinale a frase em que há erro de c)me contive - se conteve - contiveram - houvéssemos contido
conjugação verbal: - tivéssemos impedido
a) Os esportes entretêm a quem os pratica. d)me precavi - se precaveu - precaviram - precavêssemo-nos
b) Ele antevira o desastre. não houvesse
c) Só ficarei tranqüilo, quando vir o resultado. e)intervim - interveio - intervieram - tivéssemos intervindo -
d) Eles se desavinham freqüentemente. houvéssemos evitado
e) Ainda hoje requero o atestado de bons antecedentes.
9. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma forma verbal
4. (PUC) Dê, na ordem em que aparecem nesta questão, as foi empregada incorretamente:
seguintes formas verbais: a) O superior interveio na discussão, evitando a briga.
advertir - no imperativo afirmativo, segunda pessoa do plural b) Se a testemunha depor favoravelmente, o réu será absolvido.
compor - no futuro do subjuntivo, segunda pessoa do plural c) Quando eu reouver o dinheiro, pagarei a dívida.
rever - no perfeito do indicativo, segunda pessoa do plural d) Quando você vir Campinas, ficará extasiado.
prover - no perfeito do indicativo, segunda pessoa do singular e) Ele trará o filho, se vier a São Paulo.

a) adverti, componhais, revês, provistes 10 (FUVEST) Assinale a frase que não está na voz passiva:
b) adverti, compordes, revestes, provistes a) O atleta foi estrondosamente aclamado.
c) adverte, compondes, reveis, proviste b) Que exercício tão fácil de resolver!
d) adverti, compuserdes, revistes, proveste c) Fizeram-se apenas os reparos mais urgentes.
e) n.d.a d) Escolheu-se, infelizmente, o homem errado.
e) Entreolharam-se agressivamente os dois competidores.
5 (FUVEST) “Eu não sou o homem que tu procuras, mas
desejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato.” Se o 11 (TRT) Assinale a alternativa incorreta quanto à forma
pronome tu fosse substituído por Vossa Excelência, em lugar verbal:
das palavras destacadas no texto acima transcrito teríamos, a) Ele reouve os objetos apreendidos pelo fiscal.
respectivamente, as seguintes formas: b) Se advierem dificuldades, confia em Deus.
a) procurais, ver-vos, vosso c) Se você o vir, diga-lhe que o advogado reteve os documentos.
b) procura, vê-la, seu d) Eu não intervi na contenda porque não pude.
c) procura, vê-lo, vosso e) Por não se cumprirem as cláusulas propostas, as partes
d) procurais, vê-la, vosso desavieram-se e requereram rescisão do contrato.

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12 (TRT) Indique a incorreta: Por que agridem a natureza?


a)Estão isentados das sanções legais os citados no artigo 6º. “Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos)
b)Estão suspensas as decisões relativas ao parágrafo 3º do “Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos)
artigo 2º. “Fumaça nas chaminés, o céu tranqüilo, limpo o terreiro.”
c)Fica revogado o ato que havia extinguido a obrigatoriedade (Adonias Filho)
de apresentação dos documentos mencionados. “As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Veríssimo)
d)Os pareceres que forem incursos na Resolução anterior são “Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos seus
de responsabilidade do Governo Federal. aliados brancos de além mar, tinham sido levadas em helicópteros
para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo, mas este se
e)Todas estão incorretas.
havia sumido por completo.” (Érico Veríssimo)
13 (FUVEST) Assinale a frase em que aparece o pretérito- OBS:
mais-que-perfeito do verbo ser: - As frases são proferidas com entoação e pausas especiais,
a) Não seria o caso de você se acusar? indicadas na escrita pelos sinais de pontuação.
b) Quando cheguei, ele já se fora, muito zangado. - Muitas frases, principalmente as que se desviam do esquema
c) Se não fosses ele, tudo estaria perdido. sujeito + predicado, só pode ser entendidas dentro do contexto
d) Bem depois se soube que não fora ele o culpado. (= o escrito em que figuram) e na situação (= o ambiente, as
e) Embora não tenha sido divulgado, soube-se do caso. circunstâncias) em que o falante se encontra.
- Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem o
RESPOSTA verbo. Exemplo: Tudo parado e morto.

Quanto ao sentido, as frases podem ser:


1‑B 2‑E 3‑E 4‑D 5‑B 6‑C 7‑D 8‑E Declarativas – É aquela através da qual se enuncia algo,
9‑B 10‑E 11‑D 12‑A 13‑D de forma afirmativa ou negativa. Encerram a declaração ou
enunciação de um juízo acerca de alguém ou de alguma coisa:
Paulo parece inteligente. (afirmativa)
A retificação da velha estrada é uma obra inadiável.
(afirmativa)
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Nunca te esquecerei. (negativa)
Neli não quis montar o cavalo velho, de pêlo ruço. (negativa)

Interrogativas – É aquela da qual se pergunta algo, direta


Frase – Oração – Período
(com ponto de interrogação) ou indiretamente (sem ponto de
interrogação). São uma pergunta, uma interrogação:
A análise sintática examina a estrutura do período, divide Por que chegaste tão tarde?
e classifica as orações que o constituem e reconhece a função Gostaria de saber que horas são.
sintática dos termos de cada oração. “Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando Pessoa)
Daremos uma idéia do que seja frase, oração, período, termo, “Não sabe, ao menos, o nome do pequeno?” (Machado de
função sintática e núcleo de um termo da oração. Assis)
As palavras, tanto na expressão escrita como na oral, são
reunidas e ordenadas em frases. Pela frase é que se alcança Imperativas – É aquela através da qual expressamos uma
o objetivo do discurso, ou seja, da atividade lingüística: a ordem, pedido ou súplica, de forma afirmativa ou negativa.
comunicação com o ouvinte ou o leitor. Contêm uma ordem, proibição, exortação ou pedido:
Frase, Oração e Período são fatores constituintes de qualquer “Cale-se! Respeite este templo.” (Érico Veríssimo) (afirmativa)
texto escrito em prosa, pois o mesmo compõe-se de uma seqüência Não cometa imprudências. (negativa)
lógica de idéias, todas organizadas e dispostas em parágrafos “Vamos, meu filho, ande depressa!” (Herberto Sales)
minuciosamente construídos. (afirmativa)
“Segue teu rumo e canta em paz.” (Cecília Meireles)
FRASE (afirmativa)
“Não me leves para o mar.” (Vicente de Carvalho) (negativa)
Exclamativas – É aquela através da qual externamos uma
Frase é todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos ouve admiração. Traduzem admiração, surpresa, arrependimento, etc.:
ou lê, tudo o que pensamos, queremos ou sentimos. Pode revestir Como eles são audaciosos!
as mais variadas formas, desde a simples palavra até o período mais Não voltaram mais!
complexo, elaborado segundo os padrões sintáticos do idioma. “Uma senhora instruída meter-se nestas bibocas!” (Graciliano
São exemplos de frases: Ramos)

Socorro! Optativas – É aquela através da qual se exprime um desejo:


Muito obrigado! Bons ventos o levem!
Que horror! Oxalá não sejam vãos tantos sacrifícios!
Sentinela, alerta! “E queira Deus que te não enganes, menino!” (Carlos de Laet)
Cada um por si e Deus por todos. “Quem me dera ser como Casimiro Lopes!” (Graciliano
Grande nau, grande tormenta. Ramos)

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Imprecativas – Encerram uma imprecação (praga, maldição): e) Tão preta como o túnel!
“Esta luz me falte, se eu minto, senhor!” (Camilo Castelo f) Quem bom!
Branco) g) As ovelhas são mansas e pacientes.
“Não encontres amor nas mulheres!” (Gonçalves Dias) h) Que espírito irônico e livre!
“Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho!” (Domingos
Carvalho da Silva) 5. Escreva para cada frase o tipo a que pertence: declarativa,
interrogativa, imperativa e exclamativa:
Como se vê dos exemplos citados, os diversos tipos de frase a) Que flores tão aromáticas!
podem encerrar uma afirmação ou uma negação. No primeiro b) Por que é que não vais ao teatro mais vezes?
caso, a frase é afirmativa, no segundo, negativa. O que caracteriza c) Devemos manter a nossa escola limpa.
e distingue esses diferentes tipos de frase é a entoação, ora d) Respeitem os limites de velocidade.
ascendente ora descendente. e) Já alguma vez foste ao Museu da Ciência?
Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser
f) Atravessem a rua com cuidado.
integralmente captados se atentarmos para o contexto em que
g) Como é bom sentir a alegria de um dever cumprido!
são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se
h) Antes de tomar banho no mar, deve-se olhar para a cor
explora a ironia. Pense, por exemplo, na frase “Que educação!”,
da bandeira.
usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa de
i) Não te quero ver mais aqui!
pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que
aparentemente diz. j) Hoje saímos mais cedo.
A entoação é um elemento muito importante da frase falada,
pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão. Dependendo RESPOSTAS
de como é dita, uma frase simples como “É ela.” pode indicar
constatação, dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc. 1-“a” e “d”
A mesma frase pode assumir sentidos diferentes, conforme o 2- a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d) optativa;
tom com que a proferimos. Observe: e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h) declarativa
Olavo esteve aqui. 3- a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho,
Olavo esteve aqui? procure os fósforos no bolso!; c) Meninos, olhem à sua volta!
Olavo esteve aqui?! 4- a/b/d/g
Olavo esteve aqui! 5- a) exclamativa; b) interrogativa; c) declarativa; d)
EXERCÍCIOS imperativa; e) interrogativa; f) imperativa; g) exclamativa; h)
declarativa; i) imperativa; j) declarativa
1. Marque apenas as frases nominais:
a) Que voz estranha! ORAÇÃO
b) A lanterna produzia boa claridade.
c) As risadas não eram normais. É todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há,
d) Luisinho, não! necessariamente, a presença do verbo. A oração encerra uma frase
(ou segmento de frase), várias frases ou um período, completando
2. Classifique as frases em declarativa, interrogativa, um pensamento e concluindo o enunciado através de ponto
exclamativa, optativa ou imperativa. final, interrogação, exclamação e, em alguns casos, através de
a) Você está bem? reticências.
b) Não olhe; não olhe, Luisinho! Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes
c) Que alívio! elípticos). Não têm estrutura sintática, portanto não são orações,
d) Tomara que Luisinho não fique impressionado! não podem ser analisadas sintaticamente frases como:
e) Você se machucou? Socorro!
f) A luz jorrou na caverna. Com licença!
g) Agora suma, seu monstro! Que rapaz impertinente!
h) O túnel ficava cada vez mais escuro. Muito riso, pouco siso.
“A bênção, mãe Nácia!” (Raquel de Queirós)
3. Transforme a frase declarativa em imperativa. Siga o
modelo: Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como
Luisinho ficou pra trás. (declarativa) partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos ou as
Lusinho, fique para trás. (imperativa) unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração desempenha
a) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos. uma função sintática. Geralmente apresentam dois grupos de
b) Luisinho procurou os fósforos no bolso. palavras: um grupo sobre o qual se declara alguma coisa ( o
c) Os meninos olharam à sua volta. sujeito), e um grupo que apresenta uma declaração (o predicado),
e, excepcionalmente, só o predicado. Exemplo:
4. Sabemos que frases verbais são aquelas que têm verbos.
Assinale, pois, as frases verbais: A menina banhou-se na cachoeira.
a) Deus te guarde! A menina – sujeito
b) As risadas não eram normais. banhou-se na cachoeira – predicado
c) Que ideia absurda!
d) O fósforo quebrou – se em três pedacinhos. Choveu durante a noite. (a oração toda predicado)

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O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em • constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo
número e pessoa. É normalmente o “ser de quem se declara algo”, ou, ainda, qualquer palavra substantivada.
“o tema do que se vai comunicar”.
O predicado é a parte da oração que contém “a informação Exemplos:
nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere ao sujeito, A padaria está fechada hoje.
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. está fechada hoje: predicado nominal
Observe: fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado
O amor é eterno. a padaria: sujeito
padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular
O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é “O amor”.
A declaração referente a “o amor”, ou seja, o predicado, é “é Nós mentimos sobre nossa idade para você.
eterno”. mentimos sobre nossa idade para você: predicado verbal
Já na frase: mentimos: verbo = núcleo do predicado
Os rapazes jogam futebol. nós: sujeito
O sujeito é “Os rapazes”, que identificamos por ser o termo
No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante,
que concorda em número e pessoa com o verbo “jogam”. O
ao passo que o predicado é o termo determinado. Essa posição de
predicado é “jogam futebol”.
determinante do sujeito em relação ao predicado adquire sentido
com o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma sentença
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um
substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essência de sua sem sujeito, mas nunca uma sentença sem predicado.
significação. Nos exemplos seguintes, as palavras amigo e revestiu
são o núcleo do sujeito e do predicado, respectivamente: Exemplos:
As formigas invadiram minha casa.
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para as formigas: sujeito = termo determinante
desembarcar.” (Aníbal Machado) invadiram minha casa: predicado = termo determinado
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas.
Há formigas na minha casa.
Os termos da oração da língua portuguesa são classificados há formigas na minha casa: predicado = termo determinado
em três grandes níveis: sujeito: inexistente
• Termos Essencias da Oração: Sujeito e Predicado.
• Termos Integrantes da Oração: Complemento O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma nominal
Nominal e Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto , isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse nome se refere
e Agente da Passiva). a objetos das primeira e segunda pessoas, o sujeito é representado
• Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, por um pronome pessoal do caso reto (eu, tu, ele, etc.). Se o sujeito
Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo. se refere a um objeto da terceira pessoa, sua representação pode ser
feita através de um substantivo, de um pronome substantivo ou de
Termos Essenciais da Oração qualquer conjunto de palavras, cujo núcleo funcione, na sentença,
São dois os termos essenciais (ou fundamentais) da oração: como um substantivo.
sujeito e predicado. Exemplos:
Exemplos:
Sujeito Predicado Eu acompanho você até o guichê.
Pobreza não é vileza. eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa
Vocês disseram alguma coisa?
Os sertanistas capturavam os índios.
vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa
Um vento áspero sacudia as árvores. Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
Marcos: sujeito = substantivo próprio
Sujeito - É equivocado dizer que o sujeito é aquele que Ninguém entra na sala agora.
pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma ninguém: sujeito = pronome substantivo
coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto O andar deve ser uma atividade diária.
semântico do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração
estilístico (o tópico da sentença). Já que o sujeito é depreendido de
uma análise sintática, vamos restringir a definição apenas ao seu
Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir de
papel sintático na sentença: aquele que estabelece concordância
uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de oração
com o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal,
substantiva subjetiva:
o núcleo é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o
núcleo é sempre um nome. Então têm por características básicas:
É difícil optar por esse ou aquele doce...
• estabelecer concordância com o núcleo do predicado;
É difícil: oração principal
• apresentar-se como elemento determinante em relação
optar por esse ou aquele doce: oração substantiva subjetiva
ao predicado;

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O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou Observações:


por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos: • Não confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto.
• Sujeito formado por pronome indefinido não é
O sino era grande. indetermiado, mas expresso: Alguém me ensinará o caminho.
Ela tem uma educação fina. Ninguém lhe telefonou.
Vossa Excelência agiu como imparcialidade. • Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o
Isto não me agrada. verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agente já
Morrer pela pátria é glorioso. expresso nas orações anteriores.
“Ouvia-se o matraquear de máquinas de escrever.” (Érico
Veríssimo) - Na rua olhavam-no com admiração.
- “Bateram palmas no portãozinho da frente.” (Josué
Guimarães)
O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um
- “De qualquer modo, foi uma judiação matarem a moça.”
substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer (Rubem Braga)
palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, etc.) • Assinala-se a indetermiação do sujeito com um verbo
Exemplo: ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. O
“Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma voz para a pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito.
selvagem filha do sertão.” (José de Alencar) Pode ser omitido junto de infinitivos.
- Aqui vive‑se bem.
O sujeito pode ser: - Devagar se vai ao longe.
- Quando se é jovem, a memória é mais vivaz.
Simples – quando tem um só núcleo: - Trata‑se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar.
As rosas têm espinhos. - “E passou‑se a falar em internacionalização da Amazônia.”
“Um bando de galinhas-d’angola atravessa a rua em fila (Tiago de Melo)
indiana.” (Antônio Olavo Pereira) - “Saía‑se do coração da brenha só para se ver o barco.”
(Ferreira de Castro)
Composto – quando tem mais de um núcleo: • Assinala-se a indeterminação do sujeito deixando-se o
“O burro e o cavalo nadavam ao lado da canoa.” (Herberto verbo no infinitivo impessoal:
Sales) - Era penoso carregar aqueles fardos enormes.
- É triste assistir a estas cenas repulsivas.
Expresso – quando está explícito, enunciado: Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a
Eu viajarei amanhã. posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa língua.
Exemplos:
Oculto (ou elíptico) – quando está implícito, isto é, quando É fácil este problema!
não está expresso, mas se deduz do contexto: Vão-se os anéis, fiquem os dedos.
Viajarei amanhã. (sujeito: eu, que se deduz da desinência do “Breve desapareceram os dois guerreiros entre as árvores.”
verbo) (José de Alencar)
“Um soldado saltou para a calçada e aproximou-se.” (Érico “Foi ouvida por Deus a súplica do condenado.” (Ramalho
Veríssimo) (o sujeito, soldado, está expresso na primeira oração e Ortigão)
elíptico na segunda: e (ele) aproximou-se.) “Mas terás tu paciência por duas horas?” (Camilo Castelo
Crianças, guardem os brinquedos. (sujeito: vocês) Branco)
Agente – se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: “No muro de tijolo vermelho passeavam lagartixas.”
O Nilo fertiliza o Egito. (Graciliano Ramos)
“Para o cargo de primeiro governador do Brasil foi escolhido
Paciente – quando sofre ou recebe os efeitos da ação expressa o fidalgo Tomé de Sousa.” (Eduardo Bueno)
pelo verbo passivo:
Sem Sujeito – constituem a enunciação pura e absoluta de
O criminoso é atormentado pelo remorso.
um fato, através do predicado; o conteúdo verbal não é atribuído
Muitos sertanistas foram mortos pelos índios.
a nenhum ser. São construídas com os verbos impessoais, na 3ª
Construíram-se açúdes. (= Açúdes foram construídos.) pessoa do singular:
Havia ratos no porão.
Agente e Paciente – quando o sujeito faz a ação expressa por Choveu durante o jogo.
um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos dessa
ação: Observação: São verbos impessoais:
O operário feriu-se durante o trabalho. • Haver (nos sentidos de existir, acontecer, realizar-se,
Regina trancou-se no quarto. decorrer).

Indeterminado – quando não se indica o agente da ação - Há plantas venenosas.


verbal: - Havia quadros nas paredes.
Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem atropelou a - Houve algo de anormal?
senhora? Não se diz, não se sabe quem a atropelou.) - Havia três noites que não dormia.
Come-se bem naquele restaurante. - Onde houvesse festas e danças, ali estava ele.

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• Fazer, passar, ser e estar, com referência ao tempo. – ligado ao sujeito por um verbo de ligação) e no segundo um
predicado verbal (seu núcleo é um verbo, seguido, ou não, de
- Faz dois anos que me formei. complemento(s) ou termos acessórios). Quando, num mesmo
- “Fazia dias que o Balão não aparecia na porteira do curral.” segmento o nome e o verbo são de igual importância, ambos
(José J. Veiga). constituem o núcleo do predicado e resultam no tipo de predicado
- Hoje fez muito calor. verbo‑nominal(tem dois núcleos significativos: um verbo e um
- Fazia um frio intenso. nome). Exemplos:
- Era no mês de maio.
- Era à hora do jantar. Minha empregada é desastrada.
- Eram trinta de maio de 1980. predicado: é desastrada
- Abria a janela, se estava calor. núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito
- Olhei o relógio: passava das cinco horas da tarde. tipo de predicado: nominal

• Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer, Obs: O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo
anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteorológicos. do sujeito, porque atribui ao sujeito uma qualidade ou
característica. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.)
- Chovia torrencialmente. funcionam como um elo entre o sujeito e o predicado.
- Ventou muito durante a noite.
- Anoiteceu rapidamente. A empreiteira demoliu nosso antigo prédio.
- Havia três noites que não dormia. predicado: demoliu nosso antigo prédio
- Nevou no Sul do país. núcleo do predicado: demoliu = nova informação sobre o
sujeito
Predicado - Assim como o sujeito, o predicado é um tipo de predicado: verbal
segmento extraído da estrutura interna das orações ou das frases,
sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Nesse sentido, o
Os manifestantes desciam a rua desesperados.
predicado é sintaticamente o segmento lingüístico que estabelece
predicado: desciam a rua desesperados
concordância com outro termo essencial da oração – o sujeito -,
núcleos do predicado: 1. desciam = nova informação sobre o
sendo este o termo determinante (ou subordinado) e o predicado o
sujeito;
termo determinado (ou principal). Não se trata, portanto, de definir
o predicado como “aquilo que se diz do sujeito” como fazem 2. desesperados = atributo do sujeito
certas gramáticas da língua portuguesa, mas sim estabelecer a tipo de predicado: verbo‑nominal
importância do fenômeno da concordância entre esses dois termos
essenciais da oração. Então têm por características básicas: Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é responsável
• apresentar-se como elemento determinado em relação ao também por definir os tipos de elementos que aparecerão no
sujeito; segmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta para compor
• apontar um atributo ou acrescentar nova informação ao o predicado (verbo intransitivo). Em outros casos é necessário
sujeito. um complemento que, juntamente com o verbo, constituem
a nova informação sobre o sujeito. De qualquer forma, esses
Exemplos: complementos do verbo não interferem na tipologia do predicado.
Carolina conhece os índios da Amazônia. Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo,
sujeito: Carolina = termo determinante quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por estar
predicado: conhece os índios da Amazônia = termo expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos:
determinado
“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes
Todos nós fazemos parte da quadrilha de São João. inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo é
sujeito: todos nós = termo determinante depois de algozes)
predicado: fazemos parte da quadrilha de São João = termo “Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da
determinado Silva) (Subetntende-se o verbo está depois de peixe)
“A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.”
Nesses exemplos podemos observar que a concordância (Povina Cavalcante) (isto é: o povo parecia mais contente)
é estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois termos “Vamos jogar, só nós dois? Você chuta para mim e eu para
essenciais. Na frase (1), entre “Carolina” e “conhece”; na frase você.” (Antônio Olinto) (está elíptico o verbo chuto depois do
(2), entre “nós” e “fazemos”. Isso se dá porque a concordância é pronome eu)
centrada nas palavras que são núcleos, isto é, que são responsáveis A mesa era farta e as iguarias finas. (está oculto o verbo eram
pela principal informação naquele segmento. No predicado o depois do sujeito iguarias)
núcleo pode ser de dois tipos: um nome, quase sempre um atributo “__Quando poderei voltar? Perguntou Simão.
que se refere ao sujeito da oração, ou um verbo (ou locução __ Em poucos dias, salvo se as cousas se complicarem.”
verbal). No primeiro caso, temos um predicado nominal (seu (Machado de Assis)
núcleo significativo é um nome – substantivo, adjetivo, pronome (isto é: Poderá voltar em poucos dias...)

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Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o verbo forma • As orações formadas com verbos intransitivos não
o predicado. podem “transitar” (= passar) para a voz passiva.
Há verbos que, por natureza, tem sentido completo, podendo, • Verbos intransitivos passam, ocasionalmente, a
por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos de predicação transitivos quando construídos com o objeto direto ou indireto.
completa denominados intransitivos. - “Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do Nascimento)
- “Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís Jardim)
Exemplo: - “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves Dias)
As flores murcharam. - “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo que
Os animais correm. já morreu...” (Ciro dos Anjos)
As folhas caem. - “Os olhos pestanejavam e choravam lágrimas quentes...”
“Os inimigos de Moreiras rejubilaram.” (Graciliano Ramos) (Graciliano Ramos)
“A mão ardia e o dedo inchava.” (Luís Jardim) - “Sorriu para Holanda um sorriso ainda marcado de pavor.”
“E espocavam gargalhadas no grupo...” (Aluísio Azevedo) (Viana Moog)
- “Tinha testa enrugada, como quem vivera vida de contínuo
Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem o pensar.” (Alexandre Herculano)
predicado necessitam de outros termos: são os verbos de predicação - “Pouco dinheiro basta ao homem sóbrio e econômico.”
incompleta, denominados transitivos. Exemplos: (Aulete)

João puxou a rede. • Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer,


“Não invejo os ricos, nem aspiro à riqueza.” (Oto Lara crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar,
Resende) chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc.
“Não simpatizava com as pessoas investidas no poder.”
(Camilo Castelo Branco) Transitivos Diretos – são os que pedem um objeto direto,
“Julgava-o um aluado.” (Ciro dos Anjos) isto é, um complemento sem preposição. Pertencem a esse grupo:
julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, designar, considerar,
Observe que, sem os seus complementos, os verbos puxou, declarar, adotar, ter, fazer, tornar, encontrar, deixar, ver, coroar,
invejo, aspiro, etc., não transmitiriam informações completas:
sagrar, achar, etc. Exemplos:
puxou o quê? Não invejo a quem? Não aspiro a que?
Comprei um terreno e construí a casa.
Os verbos de predicação completa denominam-se
“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de
intransitivos e os de predicação incompleta, transitivos.
Maricá)
Os verbos transitivos subdividem-se em: transitivos
“Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sábado.”
diretos, transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos
(Guedes de Amorim)
(bitransitivos).
“As poucas vezes que o visitei foi por motivo de doença dele.”
Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem encerram
(Mário de Alencar)
uma noção definida, um conteúdo significativo, existem os de
ligação, verbos que entram na formação do predicado nominal, “Simão Bacamarte não o contrariou.” (Machado de Assis)
relacionando o predicativo com o sujeito.
Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em: Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque
os que formam o predicado verbo nominal e se constrói com o
Intransitivos – são os que não precisam de complemento, complemento acompanhado de predicativo. Exemplos:
pois têm sentido completo. Consideramos o caso extraordinário.
“Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de Assis) Inês trazia as mãos sempre limpas.
“Os guerreiros Tabajaras dormem.” (José de Alencar) O povo chamava-os de anarquistas.
“A pobreza e a preguiça andam sempre em companhia.” Julgo Marcelo incapaz disso.
(Marquês de Maricá) “Deus vos fez padre e bispo.” (Carlo de Laet)
“As sovas de meu pai doiam por muito tempo.” (Machado “Ele achou estranho o cerimonial.” (Érico Veríssimo)
de Assis) “Todos as tratam por madame.” (Vivaldo Coaraci)
“Fui e parei diante dele.” (Machado de Assis) “Já outro dia, encontrei-a muito previnida.” (Ciro dos Anjos)
“O padre apareceu e logo o burburinho cessou.” (Coelho
Neto) Observações:
• Os verbos transitivos diretos, em geral, podem ser usados
Observações: também na voz passiva.
• Os verbos intransitivos podem vir acompanhados de • Outra características desses verbos é a de poderem
um adjunto adverbial e mesmo de um predicativo (qualidade, receber como objeto direto, os pronomes o, a, os, as: convido-o,
características): encontro-os, incomodo-a, conheço-as.
- Fui cedo. • Os verbos transitivos diretos podem ser construídos
- Passeamos pela cidade. assidentalmente, com preposição, a qual lhes acrescenta novo
- Cheguei atrasado. matiz semântico: arrancar da espada; puxar da faca; pegar de uma
- Entrei em casa aborrecido. ferramenta; tomar do lápis; cumprir com o dever.

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• Alguns verbos transitivos diretos: abençoar, achar, colher, • Há verbos transitivos indiretos, como atirar, investir,
avisar, abraçar, comprar, castigar, contrariar, convidar, desculpar, contentar-se, etc., que admitem mais de uma preposição, sem
dizer, estimar, elogiar, entristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, mudança de sentido. Outros mudam de sentido com a troca
perseguir, prejudicar, receber, saldar, socorrer, ter, unir, ver, etc. da preposição, como nestes exemplos: Trate de sua vida.
(tratar=cuidar). É desagradável tratar com gente grosseira.
Transitivos Indiretos – são os que reclamam um complemento (tratar=lidar).
regido de preposição, chamado objeto indireto. Exemplos: • Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc., variam
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma de significação conforme sejam usados como transitivos diretos
adolescente.” (Ciro dos Anjos) ou indiretos.
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e
neutros.” (Érico Veríssimo) Transitivos Diretos e Indiretos – são os que se usam com dois
“Lúcio não atinava com essa mudança instantânea.” (José objetos: um direto, outro indireto, concomitantemente. Exemplos:
Américo) No inverso, Dona Cléia dava roupas aos pobres.
“Do que eu mais gostava era do tempo do retiro espiritual.” A empresa fornece comida aos trabalhadores.
(José Geraldo Vieira) Oferecemos flores à noiva.
“Não sucedesse a morte à vida!” (Cabral do Nascimento) Ceda o lugar aos mais velhos.
“Desinteressa-se totalmente de você.” (José Geraldo Vieira) Perdoa-lhe tudo. (=Perdoa tudo a ele)
“Dr. Leandro proverá a tudo.” (Antônio Olavo Pereira) “A sua intuição preveniu-a de uma desgraça.” (Fernando
“Nem nos sonhos cheguei a aspirar a tal emprego.” (Ciro dos Namora)
Anjos) “Causou-me dó a morte do avô.” (Luís Jardim)
“As coisas obedeciam ao seu tempo regular.” (Raquel de “Ensinamos técnicas agrícolas aos camponeses.” (Érico
Queirós) Veríssimo)
“Quem ouvir, pensará que estou atirando aos nhambus, claro.” “Era o que eu faria, se ela me preferisse a você.” (A. Olavo
(Guimarães Rosa) Pereira)
“Ansiava pelo novo dia que vinha nascendo.” (Fernando “Expliquei isso a ele, disse adeus e fui andando.” (José J.
Sabino) Veiga)
“O luxo contribuiu para a sua ruína.” (Aulete) “O século XX familiarizou o homem com a máquina.”
“O ator não teria dinheiro para lhe pagar.” (Fernando Namora) (Aurélio)
“Sucedi-lhe no cargo de diretor do Arquivo Histórico...” (Ciro
dos Anjos) Principais verbos transitivos diretos e indiretos (bitransitivos):
“Aqui tem já Vossa Excelência três pessoas que lhe querem atirar, atribuir, dar, doar, ceder, apresentar, ofertar, oferecer, pedir,
muito.” (Camilo Castelo Branco) prometer, explicar, ensinar, proporcionar, perdoar, pagar, preferir,
“Não acreditava que Deus lhe houvesse perdoado enquanto devolver, chamar, entregar, perguntar, informar, aconselhar,
lhe não restituísse o filho.” (Camilo Castelo Branco) propor, prevenir, relatar, narrar.

Observações: De Ligação – Os que ligam ao sujeito uma palavra ou


• Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir os expressão chamada predicativo. Esses verbos, entram na formação
que se constroem com os pronomes objetivos lhe, lhes. Em geral do predicado nominal. Exemplos:
são verbos que exigem a preposição a: agradar-lhe, agradeço-lhe, A Terra é móvel.
apraz-lhe, bate-lhe, desagrada-lhe, desobedecem-lhe, interessa- A água está fria.
lhe, obedece-lhe, paga-lhe, perdôo-lhe, quero-lhe (=quero-lhe O moço anda (=está) triste.
bem), resiste-lhe, repugna-lhe, sucede-lhe, valeu-lhe, etc. Mário encontra-se doente.
• Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir os A Lua parecia um disco.
que não admitem para objeto indireto as formas oblíquas lhe, lhes, João ficou zangado.
construindo-se com os pronomes retos precedidos de preposição: O fato pareceu-lhe estranho.
aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele, depender dele, A Lua ia (=estava) alta.
investir contra ele, não ligar para ele, recorrer a ele, simpatizar As crianças tornam-se rebeldes.
com ele, etc. A crisálida vira borboleta.
• Principais verbos transitivos indiretos: abusar(de), Pedro fez-se lívido.
aludir(a), assistir(a), anuir(a), aspirar(a), aprazer(a), ansiar(por), O dia continuava chuvoso.
atentar(em), agradar(a), atirar(a, em contra), bater(em), contentar- Ele permaneceu sentado.
se(com, de, em), cuidar(de), cogitar(em,de), conspirar(contra), Minha proposta saiu vitoriosa.
carecer(de), crer(em), confiar(em), contribuir(para), gostar(de), A operação resultou inútil.
interessar(a), investir(contra, com), lutar(contra), lembrar- As matrículas acham-se abertas.
se(de), obedecer(a), obstar(a), pagar(a), perdoar(a), presidir(a),
precisar(de), querer(a), recorrer(a), repugnar(a), resistir(a), Observações:
valer(a), zombar(de). • Os verbos de ligação não servem apenas de anexo, mas
• Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam exprimem ainda os diversos aspectos sob os quais se considera
a forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obedecer, e pouco a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por exemplo,
mais, usados também como transitivos diretos: João paga (perdoa, traduz aspecto permanente e o verbo estar, aspecto transitório:
obedece) o médico. O médico é pago (perdoado, obedecido) por Ele é doente. (aspecto permanente); Ele está doente. (aspecto
João. transitório).

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• Muito desses verbos passam à categoria dos intransitivos Predicativo do Objeto – é o termo que se refere ao objeto de
em frases como: Era =existia) uma vez uma princesa.; Eu não um verbo transitivo. Exemplos:
estava em casa.; Fiquei à sombra.; Anda com dificuldades.; O juiz declarou o réu inocente.
Parece que vai chover. O povo elegeu-o deputado.
As paixões tornam os homens cegos.
Os verbos, relativamente à predicação, não têm classificação Nós julgamos o fato milagroso.
fixa, imutável. Conforme a regência e o sentido que apresentam Os presos tinham os pés inchados.
na frase, podem pertencer ora a um grupo, ora a outro. Exemplo: Ela adotou-o por filho.
O homem anda. (intransitivo) Muitos consideram-no (como) um sábio.
O homem anda triste. (de ligação) Alguns chamam-no (de) impostor.
Os inimigos chamam-lhe (de) traidor.
O cego não vê. (intransitivo) As batalhas sagraram-no herói.
O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto) A doença deixou-me sem apetite.
Deram 12 horas. (intransitivo) A mãe viu-o desanimado.
A terra dá bons frutos. (transitivo direto) Silvinho acha-se um gênio.

Não dei com a chave do enigma. (transitivo indireto) Observações:


Os pais dão conselhos aos filhos. (transitivo direto e indireto) • O predicativo objetivo, como vemos dos exemplos
acima, às vezes vem regido de preposição. Esta, em certos casos,
Predicativo – Há o predicativo do sujeito e o predicativo do é facultativa.
objeto. • O predicativo objetivo geralmente se refere ao objeto
direto. Excepcionalmente, pode referir-se ao objeto indireto do
Predicativo do Sujeito – é o termo que exprime um atributo, verbo chamar. Chamavam-lhe poeta.
um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um • Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O
verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos: advogado considerava indiscutíveis os direitos da herdeira.; Julgo
A bandeira é o símbolo da Pátria. inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o vi muitas vezes.”;
A mesa era de mármore. “Tinha estendida a seus pés uma planta rústica da cidade.”;
O mar estava agitado. “Sentia ainda muito abertos os ferimentos que aquele choque com
A ilha parecia um monstro. o mundo me causara.”
Todos andam apreensivos.
Eu não sou ele. Termos Integrantes da Oração
Os premiados foram dois. Chamam-se termos integrantes da oração os que completam
As crianças estavam com fome. a significação transitiva dos verbos e nomes. Integram (inteiram,
A árvore ficou sem folhas. completam) o sentido da oração, sendo por isso indispensável à
A tentativa resultou inútil. compreensão do enunciado. São os seguintes:
Eles devem ser irmãos. Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto);
As águas podiam estar poluídas. Complemento Nominal;
O portão permanecerá fechado. Agente da Passiva.
A vida tornou-se insuportável.
Objeto Direto – É o complemento dos verbos de predicação
Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra na incompleta, não regido, normalmente, de preposição. Exemplos:
constituição do predicado verbo-nominal. Exemplos: As plantas purificaram o ar.
O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava atrasado.) “Nunca mais ele arpoara um peixe‑boi.” (Ferreira Castro)
O menino abriu a porta ansioso. Procurei o livro, mas não o encontrei.
Todos partiram alegres. Ninguém me visitou.
Marta entrou séria. Esta é a casa que eu vendi.
O professor sorriu satisfeito. Houve grandes festejos.
O prisioneiro foi encontrado morto. Tia Mirtes já não sentia dor nem cansaço.
O soldado foi julgado incapaz. O povo aclamou o imperador e a imperatriz.
Ele será eleito presidente. “Mendonça cumprimentou-as respeitosamente.” (Machado
Ele é tido por sábio. de Assis)
O cosmonauta foi aclamado como herói. “Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (Mário Quintana)
Lembro-me dela com saudade. (=Lembro-me dela saudoso.) “Lembranças havia que eram úlceras incuráveis da memória.”
(Érico Veríssimo)
Observações:
• O predicativo subjetivo às vezes está preposicionado. O objeto direto tem as seguintes características:
• Pode o predicativo preceder o sujeito e até mesmo ao • Completa a significação dos verbos transitivos diretos;
verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda estava Amélia!; • Normalmente, não vem regido de preposição;
Completamente feliz ninguém é.; Raros são os verdadeiros • Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um
líderes.; Quem são esses homens?; Lentos e tristes, os retirantes verbo ativo: Caim matou Abel.
iam passando.; Novo ainda, eu não entendia certas coisas.; Onde • Torna-se sujeito da oração na voz passiva: Abel foi
está a criança que fui? morto por Caim.

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O objeto direto pode ser constituído: • Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas,
• Por um substantivo ou expressão substantivada: O principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor da
lavrador cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável. eufonia da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a Deus sobre todas
• Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, as coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O estrangeiro
vos: Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se foi quem ofendeu a Tupã.”; “É certo que ele teme a Deus e crê na
ao espelho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a doutrina.”; “E dali em diante, o drama intensificava-se, fazendo
tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.; sorrir, de plena satisfação, a Caetano.”; “Esse último rasgo do
“Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar quieta.”; Costa persuadiu a crédulos e incrédulos.”; “Diabolicamente, o
“Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.” dinheiro atrai a pequenos e grandes.”
• Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na • Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o
loja.; A árvore que plantei floresceu. (que:objeto direto de plantei); objeto direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; A
Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas do livro, médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este confrade
ela o faz com cuidado.; “Que teria o homem percebido nos meus conheço desde os seus mais tenros anos.”; “Ao Medeiros não o
escritos?” amordaçavam as convenções.”
• Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro
Freqüentemente transitivam-se verbos intransitivos, dando- caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a ambos...”
se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da mesma esfera • Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes
semântica: a pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e odeias
“Viveu José Joaquim Alves vida tranqüila e patriarcal.” a outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes também
(Vivaldo Coaraci) aos outros.; A quantos a vida ilude!; “A estupefação imobilizou
“Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal a todos.”; “A tudo e a todos eu culpo.”; “Como fosse acanhado,
Machado) não interrogou a ninguém.”
“Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Machado • Em certas construções enfáticas, como puxar (ou
de Assis) arrancar) da espada, pegar da pena, cumprir com o dever, atirar
“Como andei contando um sonho, me lembrei de outro que já com os livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas de aço
sonhei mais de uma vez.” (Oto Lara Resende) fino...”; “Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha,
Em tais construções é de rigor que o objeto venha acompanhado pegou da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a coser.”;
de um adjunto. “Imagina-se a consternação de Itaguaí, quando soube do caso.”

Objeto Direto Preposicionado – Há casos em que o objeto Observações:


direto, isto é, o complemento de verbos transitivos diretos, vem • Nos quatro primeiros casos estudados a preposição é de
precedido de preposição, geralmente a preposição a. Isto ocorre rigor, nos cinco outros, facultativa.
principalmente: • A substituição do objeto direto preposicionado pelo
pronome oblíquo átono, quando possível, se faz com as formas
• Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico:
o(s), a(s) e não lhe, lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer ao
Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina amava
amigo (convencê-lo).
mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto
• O objeto direto preposicionado, é obvio, só ocorre com
hostilizava antes a mim do que à idéia.”; “Ricardina lastimava o
verbo transitivo direto.
seu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós.”
• Podem resumir-se em três as razões ou finalidades do
• Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro
emprego do objeto direto preposicionado: a clareza da frase; a
Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a todos;
harmonia da frase; a ênfase ou a força da expressão.
deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo desenvolvimento
das suas graças.”; “Agora sabia que podia manobrar com ele – com Objeto Direto Pleonástico – Quando queremos dar destaque
aquele homem a quem na realidade também temia, como todos ou ênfase à idéia contida no objeto direto, colocamo-lo no início
ali.” da frase e depois o repetimos ou reforçamos por meio do pronome
• Quando precisamos assegurar a clareza da frase, oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal chama-se
evitando que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos:
construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado.; O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da camisa.
“Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como a O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem.
um irmão.”; A qual delas iria homenagear o cavaleiro?; “E olhava “Seus cavalos, ela os montava em pêlo.” (Jorge Amado)
o amigo como a um filho mais velho.”; Olho Gabriela como a “Os que lá não penetram, engole-os a obscuridade.” (Machado
uma criança, e não mulher feita.”; “Foi a comadre do Rubião de Assis)
que o agasalhou e mais ao cachorro.”; “Encontrou-a e ao marido “De mais a mais, frutas os passarinhos conseguem-nas pelo
na fazenda das Lajes.”; “A inimigo não se poupa.”; “Também seu próprio esforço.” (Vivaldo Coaraci)
se adormece a fome, como às crianças, cantando.”; “Ao poeta “Aquelas veemências, quem não as ouviu de voz ou não as
Drummond, que mora mais além, a feira deve incomodar, porque viu de letra? (Raquel de Queirós)
os grandes caminhões roncam sob a sua janela.”
• Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza e Objeto Indireto – É o complemento verbal regido de
a eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos outros.”; “As preposição necessária e sem valor circunstancial. Representa,
companheiras convidavam-se umas às outras.”; “Era o abraço de ordinariamente, o ser a que se destina ou se refere a ação verbal:
duas criaturas que só tinham uma à outra.” “Nunca desobedeci a meu pai.” (Povina Cavalcânti)

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O objeto indireto completa a significação dos verbos: • A preposição está implícita nos pronomes objetivos
indiretos (àtonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Exemplos:
Transitivos Indiretos: Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te pertence. (=Isto pretence
Assisti ao jogo. a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo a você...); Peço-vos isto. (=Peço
Assistimos à missa e à festa. isto a vós.)
Aludiu ao fato. • Nos demais casos a preposição é expressa, como
característica do objeto indireto: Recorro a Deus.; Dê isto a (ou
Aspiro a uma vida calma.
para) ele.; Contenta-se com pouco.; Ele só pensa em si.; Esperei
Absteve-se de vinho. por ti.; Falou contra nós.; Conto com você.; Não preciso disto.;
Deparei com um estranho. O filme a que assisti agradou ao público.; Assisti ao desenrolar
O pai batia-lhe. (no filho) da luta.; A coisa de que mais gosto é pescar.; A pessoa a quem
Anseio pela tua volta. me refiro você a conhece.; Os obstáculos contra os quais luto são
Atentou contra a vida do rei. muitos.; As pessoas com quem conto são poucas.
Gosto de frutas e de doces. Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é
Obedeço ao regulamento. representado pelos substantivos (ou expressões substantivas) ou
Deus lhe perdoe. (ao pecador) pelos pronomes.
Paguei ao médico ontem. As preposições que o ligam ao verbo são: a, com, contra, de,
Preciso de ti amanhã. em, para e por.
Ele zombou de nós.
Objeto Indireto Pleonástico – À semelhança do objeto
Responderei à carta de Lúcia. direto, o objeto indireto pode vir repetido ou reforçado, por ênfase.
Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou passiva): Exemplos:
Dou graças a Deus. “A mim o que me deu foi pena.” (Ribeiro Couto)
Ceda o lugar aos mais velhos. “Que me importa a mim o destino de uma mulher tísica...?
Dedicou sua vida aos doentes e aos pobres. (Machado de Assis)
Disse-lhe a verdade. (Disse a verdade ao moço.) “E, aos brigões, incapazes de se moverem, basta-lhes
Peço-lhe desculpas. (Peço desculpas ao professor.) xingarem-se à distância.” (Dalton Trevisan)
Revoltavam o povo contra o regime. “Mas que te importam a ti os assuntos que me são agradáveis?”
Não revelarei isto a ninguém. (Graciliano Ramos)
Acostumou o corpo ao frio e às intempéries.
Complemento Nominal – É o termo complementar
Beijou as mãos ao sacerdote.
reclamado pela significação transitiva, incompleta, de certos
O juiz confiou-lhe a guarda do menino. substantivos, adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de
Perdôo-lhe a ofensa. preposição. Exemplos:
Devolve-lhe o dinheiro. (=Devolva o dinheiro a ele.) A defesa da pátria.
Não lhe foi devolvido o livro. (=Não lhe devolveram o livro.) Assistência às aulas.
Devolveu-se-lhe o livro. (=O livro foi-lhe devolvido.) “O ódio ao mal é amor do bem, e a ira contra o mal,
Aos vencidos tomavam-se os bens à força. entusiasmo divino.” (Rui Barbosa)
A árvore foi sacrificada à tirania do progresso. “Ah, não fosse ele surdo à minha voz!” (Cabral do
Nascimento)
O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras “A sensibilidade existe e está a serviço da harmonia, da
categorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente beleza e do equilíbrio.” (Luís Carlos Lisboa)
“Pois bem, nada me abala relativamente ao Rubião.”
transitivos indiretos: (Machado de Assis)
A bom entendedor meia palavra basta. A grande rodovia corre paralelamente às fronteiras
Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele) setentrionais do Brasil.
Isto não lhe convém.
A proposta pareceu-lhe aceitável. Observações:
• O complemento nominal representa o recebedor, o
Observações: paciente, o alvo da declaração expressa por um nome: amor a
• Há verbos que podem construir-se com dois objetos Deus, a condenação da violência, o medo de assaltos, a remessa
indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a Deus por de cartas, útil ao homem, compositor de músicas, etc. É regido
nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para ti a meu pelas mesmas preposições usadas no objeto indireto. Difere deste
apenas porque, em vez de complementar verbos, complementa
senhor um rico presente.
nomes (substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em –mente.
• Não confundir o objeto direto com o complemento • A nomes que requerem complemento nominal
nominal nem com o adjunto adverbial. correspondem, geralmente, verbos de mesmo radical: amor
• Em frases como “Para mim tudo eram alegrias”, “Para ao próximo, amar o próximo; perdão das injúrias, perdoar as
ele nada é impossível”, os pronomes em destaque podem ser injúrias; obediente aos pais, obedecer aos pais; regresso à pátria,
considerados adjuntos adverbiais. regressar à pátria; remessa de cartas, remeter cartas; criação
de impostos, criar impostos; queima de fogos, queimar fogos;
O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa ou recordação do passado, recordar o passado; resistência ao mal,
implícita. resistir ao mal, etc.

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Agente da Passiva – É o complemento de um verbo na voz - casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade
passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo - homem sem escrúpulos (=inescrupuloso): qualidade
passivo. Vem regido comumente pela preposição por, e menos - histórias de arrepiar os cabelos (=arrepiadoras): qualidade
freqüentemente pela preposição de: - criança com febre (=febril): característica
Alfredo é estimado pelos colegas. - aviso do diretor: agente
A cidade estava cercada pelo exército romano.
“Era conhecida de todo mundo a fama de suas riquezas.” Observações:
(Olavo Bilac) • Não confundir o adjunto adnominal formado por locução
adjetiva com complemento nominal. Este representa o alvo da ação
O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos ou expressa por um nome transitivo: a eleição do presidente, aviso
pelos pronomes: de perigo, declaração de guerra, empréstimo de dinheiro, plantio
As flores são umedecidas pelo orvalho. de árvores, colheita de trigo, destruidor de matas, descoberta de
A carta foi cuidadosamente corrigida por mim. petróleo, amor ao próximo, etc.
Muitos já estavam dominados por ele. O adjunto adnominal formado por locução adjetiva representa
Aquele é o cachorro pelo qual fui mordido. o agente da ação, ou a origem, pertença, qualidade de alguém
Conheço o funcionário por quem fui atendido. ou de alguma coisa: o discurso do presidente, aviso de amigo,
Por quem teria ele sido denunciado? declaração do ministro, empréstimo do banco, a casa do
fazendeiro, folhas de árvores, farinha de trigo, beleza das matas,
O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na voz cheiro de petróleo, amor de mãe.
ativa:
A rainha era chamada pela multidão. (voz passiva) Adjunto adverbial – É o termo que exprime uma circunstância
A multidão aclamava a rainha. (voz ativa) (de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que modifica
Ele será acompanhado por ti. (voz passiva) o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Exemplo: “Meninas
Tu o acompanharás. (voz ativa) numa tarde brincavam de roda na praça.” (Geraldo França de
Lima)
Observações: O adjunto adverbial é expresso:
• Frase de forma passiva analítica sem complemento • Pelos advérbios: Cheguei cedo.; Ande devagar.; Maria é
agente expresso, ao passar para a ativa, terá sujeito indeterminado mais alta.; Não durma ao volante.; Moramos aqui.; Ele fala bem,
e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi expulso da cidade. fala corretamente.; Volte bem depressa.; Talvez esteja enganado.
(Expulsaram‑no da cidade.); As florestas são devastadas. • Pelas locuções ou expressões adverbiais: Às vezes
(Devastam as florestas.) viajava de trem.; Compreendo sem esforço.; Saí com meu pai.;
• Na passiva pronominal não se declara o agente: Nas ruas Júlio reside em Niterói.; Errei por distração.; Escureceu de
assobiavam‑se as canções dele pelos pedestres. (errado); Nas repente.
ruas eram assobiadas as canções dele pelos pedestres. (certo);
Assobiavam‑se as canções dele nas ruas. (certo) Observações:
• Pode ocorrer a elipse da preposição antes de adjuntos
Termos Acessórios da Oração adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não dormi. (=Naquela
Termos acessórios são os que desempenham na oração uma noite...); Domingo que vem não sairei. (=No domingo...); Ouvidos
função secundária, qual seja a de caracterizar um ser, determinar atentos, aproximei-me da porta. (=De ouvidos atentos...).
os substantivos, exprimir alguma circunstância. • Os adjuntos adverbiais classificam-se de acordo com as
São três os termos acessórios da oração: adjunto adnominal, circunstâncias que exprimem: adjunto adverbial de lugar, modo,
adjunto adverbial e aposto. tempo, intensidade, causa, companhia, meio, assunto, negação,
etc.
Adjunto adnominal – É o termo que caracteriza ou determina • É importante saber distinguir adjunto adverbial de
os substantivos. Exemplo: Meu irmão veste roupas vistosas. (Meu adjunto adnominal, de objeto indireto e de complemento nominal:
determina o substantivo irmão: é um adjunto adnominal – vistosas sair do mar (ad.adv.); água do mar (adj.adn.); gosta do mar (obj.
caracteriza o substantivo roupas: é também adjunto adnominal). indir.); ter medo do mar (compl.nom.).
O adjunto adnominal pode ser expresso:
• Pelos adjetivos: água fresca, terras férteis, animal feroz; Aposto – É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece,
• Pelos artigos: o mundo, as ruas, um rapaz; desenvolve ou resume outro termo da oração. Exemplos:
• Pelos pronomes adjetivos: nosso tio, este lugar, pouco D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio.
sal, muitas rãs, país cuja história conheço, que rua?; “Nicanor, acensorista, expôs-me seu caso de consciência.”
• Pelos numerais: dois pés, quinto ano, capítulo sexto; (Carlos Drummond de Andrade)
• Pelas locuções ou expressões adjetivas que exprimem “No Brasil, região do ouro e dos escravos, encontramos a
qualidade, posse, origem, fim ou outra especificação: felicidade.” (Camilo Castelo Branco)
- presente de rei (=régio): qualidade “No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói de
- livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença nossa gente.” (Mário de Andrade)
- água da fonte, filho de fazendeiros: origem Casas e pastos, árvores e plantações, tudo foi destruído pela
- fio de aço, casa de madeira: matéria enchente.

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“O pastor, o guarda, o médico, todos olham e não dizem Vocativo – (do latim vocare = chamar) é o termo (nome,
nada.” (Ricardo Ramos) título, apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o animal
Prezamos acima de tudo duas coisas: a vida e a liberdade. ou a coisa personificada a que nos dirigimos:
“Cada casa arrumava, no terreiro em frente, a sua fogueira: “Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria
uma pirâmide de toros de madeira decepados pela manhã.” de Lourdes Teixeira)
(Povina Cavalcânti) “A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado de
“Ele, Caúla, não ficaria ancorado como uma canoa.” (Adonias Assis)
Filho) “Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (fagundes Varela)
“E isso exigiria estratagemas, coisas a que era avesso.” (José “Ei-lo, o teu defensor, ó Liberdade!” (Mendes Leal)
Geraldo Vieira) “Vocês por aqui, meninos?!” (Afonso Arinos)
“Meu nobre perdigueiro, vem comigo!” (Castro Alves)
O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome “Serenai, verdes mares!” (josé de Alencar)
substantivo: “Voltem para sua floresta, seus antropófagos!” (Rubem
Foram os dois, ele e ela. Braga)
Só não tenho um retrato: o de minha irmã.
O dia amanheceu chuvoso, o que me obrigou a ficar em casa. Observação:
• Profere-se o vocativo com entoação exclamativa.
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo inicial, os
seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do sujeito: pontos interrogativo e exclamativo indicam um chamado alto e
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas. prolongado.
As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de O vocativo se refere sempre à 2ª pessoa do discurso, que pode
cores. ser uma pessoa, um animal, uma coisa real ou entidade abstrata
personificada. Podemos antepor-lhe uma interjeição de apelo (ó,
Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas, olá, eh!):
na escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo “Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Herculano)
pausa, não haverá vírgula, como nestes exemplos: “Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!”
Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o romance Tóia; (Graciliano Ramos)
o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio Tiradentes, etc. “Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (Camilo
“Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?”
Castelo Branco)
(Graciliano Ramos)
Eh! rapazes, são horas!
O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às
“Olá compadre, mais alto, mais alto!” (Augusto Meyer)
vezes, está elíptico. Exemplos:
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura da
Mensageira da idéia, a palavra é a mais bela expressão da
oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.
alma humana.
“Irmão do mar, do espaço, amei as solidões sobre os rochedos
ásperos.” (Cabral do Nascimento)(refere-se ao sujeito oculto eu). PERÍODO

O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos: Toda frase com uma ou mais orações constitui um período,
Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de que se encerra com ponto de exclamação, ponto de interrogação
tempestade iminente. ou com teticências.
O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito. O período é simples quando só traz uma oração, chamada
Simão era muito espirituoso, o que me levava a preferir sua absoluta; o período é composto quando traz mais de uma oração.
companhia. Exemplo:
Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração absoluta.)
Um aposto pode referir-se a outro aposto: Quero que você aprenda. (Período composto.)
“Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do
velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo) Existe uma maneira prática de saber quantas orações há num
período: é contar os verbos ou locuções verbais. Num período
O aposto pode vir precedido das expressões explicativas isto haverá tantas orações quantos forem os verbos ou as locuções
é, a saber, ou da preposição acidental como: verbais nele existentes. Exemplos:
Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Paraguai, Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração)
não são banhados pelo mar. Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)
Este escritor, como romancista, nnca foi superado. Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma
oração)
O aposto que se refere a objeto indireto, complemento nominal Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas locuções
ou adjunto adverbial vem precedido de preposição: verbais, duas orações)
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
“Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das Há três tipos de período composto: por coordenação, por
coisas.” (Raquel Jardim) subordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo tempo
De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo. (também chamada de misto).

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Período Composto por Coordenação. Orações Os livros não somente instruem mas também divertem.
Coordenadas Ela não somente se orgulhava de seu marido como também
Considere, por exemplo, este período composto: o amava muito.
2. Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas,
Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os tempos porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.
de infância.
Estudei bastante / mas não passei no teste.
1ª oração: Passeamos pela praia OCA OCS Adversativa
2ª oração: brincamos
3ª oração: recordamos os tempos de infância Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção
que expressa idéia de oposição à oração anterior, ou seja, por uma
As três orações que compõem esse período têm sentido conjunção coordenativa adversativa.
próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência sintática: elas
são independentes. Há entre elas, é claro, uma relação de sentido, A espada vence, mas não convence.
mas, como já dissemos, uma não depende da outra sintaticamente. “É dura a vida, mas aceitam‑na.” (Cecília Meireles)
As orações independentes de um período são chamadas de Tens razão, contudo não te exaltes.
orações coordenadas (OC), e o período formado só de orações
Havia muito serviço, entretanto ninguém trabalhava.
coordenadas é chamado de período composto por coordenação.
O mar é generoso, porém às vezes torna‑se cruel.
As orações coordenadas são classificadas em assindéticas e
O instinto social não é privilégio do homem, antes, se nos
sindéticas.
depara nos próprios animais. (antes = pelo contrário)
- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando “Já não era um tímido passageiro que embarcara em São
não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo: Paulo e sim um estóico aviador.” (José Fonseca Fernandes) (e
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram. sim = mas)
OCA OCA OCA
3. Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto,
“Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de por isso, pois, logo.
Assis)
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.” Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gratidão.
(Antônio Olavo Pereira) OCA OCS Conclusiva
“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” (Coelho
Neto) Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção
“Avancei lentamente até o bueiro, sentei-me.” (Graciliano que expressa idéia de conclusão de um fato enunciado na oração
Ramos) anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva.
“Jonas dá o sinal de partida, as lanchas se movimentam
lentamente, os saveiros acompanham.” (Jorge Amado) Vives mentindo; logo, não mereces fé.
Ele é teu pai: respeita‑lhe, pois, a vontade.
- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando vêm Raimundo é homem são, portanto deve trabalhar.
introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
O homem saiu do carro / e entrou na casa. 4. Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou,ou...
OCA OCS ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer.
As orações coordenadas sindéticas são classificadas de acordo Seja mais educado / ou retire-se da reunião!
com o sentido expresso pelas conjunções coordenativas que as
OCA OCS Alternativa
introduzem. Pode ser:
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
1. Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não
só... mas também, não só... mas ainda. conjunção que estabelece uma relação de alternância ou escolha
com referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção
Saí da escola / e fui à lanchonete. coordenativa alternativa.
OCA OCS Aditiva
Venha agora ou perderá a vez.
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção “Jacinta não vinha à sala, ou retirava‑se logo.” (Machado de
que expressa idéia de acréscimo ou adição com referência à oração Assis)
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa aditiva. “Em aviação, tudo precisa ser bem feito ou custará preço
muito caro.” (Renato Inácio da Silva)
A doença vem a cavalo e volta a pé. “A louca ora o acariciava, ora o rasgava freneticamente.”
As pessoas não se mexiam nem falavam. (Luís Jardim)
“Não só findaram as queixas contra o alienista, mas até “Ou Amaro estuda ou largo‑o de mão!” (Graciliano Ramos)
nenhum ressentimento ficou dos atos que ele praticara.” O misterioso disco já escurecia, já brilhava intensamente.
(Machado de Assis)

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5. Orações coordenadas sindéticas explicativas: que, O tambor soa porque é oco.


porque, pois, porquanto. Como não me atendessem, repreendi-os severamente.
Como ele estava armado, ninguém ousou reagir.
Vamos andar depressa / que estamos atrasados. “Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo de
OCA OCS Explicativa Sousa)
Já que (ou visto que ou desde que ou uma vez que) ninguém
Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção que se mexe, temos que agir nós, cidadãos.
expressa idéia de explicação, de justificativa em relação à oração “Maximiano temera que o coronel o agredisse, de tão violento
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa explicativa. que ficara.” (Jorge Amado)
“Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo.”
Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã. (Vivaldo Coaraci)
“A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Érico Desprezam-me, por isso que sou pobre.
Veríssimo) Não posso ir hoje, tanto mais que meu filho está doente.
“Qualquer que seja a tua infância, conquista-a, que te Não encontrei o livro em nenhuma loja, pela simples razão
abençôo.” (Fernando Sabino) que ele não existe.
O cavalo estava cansado, pois arfava muito.
Não mintas, porque é pior para ti. Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a
Ninguém podia queixar-se, porquanto eu estava cumprindo ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se,
o meu dever. contanto que, a menos que, a não ser que, desde que.
Decerto alguém o agrediu, pois (ou porque) o nariz dela
sangra. Irei à sua casa / se não chover.
OP OSA Condicional
Período Composto por Subordinação
Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos ofensores.
Observe os termos destacados em cada uma destas orações:
Se o conhecesses, não o condenarias.
Vi uma cena triste. (adjunto adnominal)
Todos querem sua participação. (objeto direto) “Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond de
Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de Andrade)
causa) A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência
tenha êxito.
Veja, agora, como podemos transformar esses termos em Você pode ir, contanto que (ou desde que) volte cedo.
orações com a mesma função sintática: Não sairei de meu consultório, a menos que (ou a não ser
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada com que) haja casos urgentes.
função de adjunto adnominal) Poderão chegar lá ainda hoje, salvo se acontecer algum
Todos querem / que você participe. (oração subordinada com imprevisto.
função de objeto direto) Não poderás ser bom médico, sem que estudes muito.
Não pude sair / porque estava chovendo. (oração subordinada “Se convidada, (a menina) senta no colo da gente, conversa
com função de adjunto adverbial de causa) um pouco e logo sai correndo.” (Raquel de Queirós) (se convidada
= se for convidada)
Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma Não fosse a perícia do guia, talvez teríamos perecido todos.
certa função sintática em relação à primeira, sendo, portanto, “Escrevesse eu esses livros e estaria rico.” (Autran Dourado)
subordinada a ela. “Houvesse chegado um minuto antes, ou um minuto
Quando um período é constituído de pelo menos um conjunto depois, e tudo teria sido diferente.” (Viana Moog)
de duas orações em que uma delas (a subordinada) depende “A carinha (de Neuma) podia ser de chinesa, fossem os olhos
sintaticamente da outra (principal), ele é classificado como período mais enviesados.” (Raquel de Queirós) (fossem os olhos = se
composto por subordinação. fossem os olhos)
As orações subordinadas são classificadas de acordo com a Concessivas: Expressam idéia ou fato contrário ao da oração
função que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas. principal, sem, no entanto, impedir sua realização. Conjunções:
embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais que, mesmo
Orações Subordinadas Adverbiais que.
As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aquelas que
exercem a função de adjunto adverbial da oração principal (OP). Ela saiu à noite / embora estivesse doente.
São classificadas de acordo com a conjunção subordinativa que as OP OSA Concessiva
introduz:
Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que ou
principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que, se bem que) não o conhecesse pessoalmente.
visto que. Embora não possuísse informações seguras, ainda assim
arriscou uma opinião.
Não fui à escola / porque fiquei doente. Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo quando ou
OP OSA Causal ainda quando ou mesmo que) todos nos critiquem.

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Por mais que gritasse, não me ouviram. Todas as vezes que agredimos a natureza, ela se volta
Os louvores, pequenos que sejam, são ouvidos com agrado. contra nós.
“Nem que a gente quisesse, conseguiria esquecer.” (Oto Lara Mal chegamos ao local, vimos toda a extensão da catástrofe.
Resende) Ela me reconheceu apenas (ou mal ou logo que ou assim
“Os cavalos vinham quase em cima dela, por mais que o que) lhe dirigi a palavra.
cocheiro os sofreasse.” (Machado de Assis) Minha mãe ficava acordada até que eu voltasse.
”Por muito mau que fosse o seringal, devia ser melhor que “Deolindo veio à terra tão depressa alcançou a licença.”
aquilo.” (Ferreira de Castro) (Machado de Assis)
“Em cada escola (filosófica), por exagerada que seja, há “Nem bem sentou‑se no banco, o moço ergueu-se rápido.”
sempre uma apreciável parcela de verdade integral.” (Jônatas (José Fonseca Fernandes)
Serrano) Agora que estás de férias, que pretendes fazer?
“Se o via derrubado, rosto no pó, nem por isso o respeitava “Ela acalentou o bebê, manteve-o apertado contra o peito, ao
menos.” (Ondina Ferreira) (Se o via = embora o visse.) mesmo tempo que lhe afagava os cabelos.” (Helena Jobim)
Ajudava-os em tudo, sem que isso fosse de minha obrigação. Por que ela ainda não apareceu desde que estamos aqui?
Júlio César resolveu passar o Rubicão, fossem quais fossem “Desde que não confia nele manda-o embora e chama outro.”
as conseqüências. (Ramalho Ortigão)
O responsável deve ser punido, quem quer que seja.
Por incrível que pareça, eles não sabiam o nome de sua Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi
cidade. enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de
“Chovesse ou fizesse sol, o Major não faltava.” (Povina que, porque (=para que), que.
Cavalcânti) Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar.
“Em que pese aos inimigos do paraense, sinceramente
OP OSA Final
confesso que o admiro.” (Graciliano Ramos)
Conformativas: Expressam a conformidade de um fato com
“O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.” (Marquês
outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo.
de Maricá)
Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor.
O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado.
OP OSA Conformativa “Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que = para
O homem age conforme pensa. que)
Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi. “Instara muito comigo não deixasse de freqüentar as recepções
Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas. da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse = para que não
O jornal, como sabemos, é um grande veículo de informação. deixasse)
Vim hoje, conforme lhe prometi. “Quando sentiu que ia chegando, cruzou os braços no peito,
“Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar anos não fosse o coração saltar-lhe.” (José Geraldo Vieira)
depois.” (Machado de Assis)
Segundo ouvi dizer, Fleming descobriu a penicilina por Consecutivas: Expressam a conseqüência do que foi
acaso. enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como (=
Consoante opinam alguns, a História se repete. porque), pois que, visto que.
“Como deveis saber, há em todas as coisas um sentido
filosófico.” (Machado de Assis) A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
“Um eclipse da Lua pode ser total o parcial, conforme a Lua OP OSA Consecutiva
fique ou não completamente mergulhada no cone de sombra
da Terra.” (Ronaldo de Freitas Mourão) Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos.
Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao que “A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” (José
foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, assim que, J. Veiga)
logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que). De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais.
As notícias de casa eram boas, de maneira que pude
Ele saiu da sala / assim que eu cheguei. prolongar minha viagem.
OP OSA Temporal Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que ou de
forma que ou de maneira que) não saí de casa.
Formiga, quando quer se perder, cria asas. “Corria para a rua, para o trabalho, para o tumulto, a estontear-
“Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se se, de modo que lhe fosse difícil encontrar-se a sós consigo.”
esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti) (Fernando Namora)
“Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” (Marquês “Ainda assim, não andei tão depressa que amarrotasse as
de Maricá) calças.” (Machado de Assis)
Enquanto foi rico, todos o procuravam. “Não esperava, tanto que me pediu um prazinho para a
Um dos garimpeiros falou, enquanto os outros escutavam resposta.” (Amadeu de Queirós)
silenciosos. “Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?” (Castro
Sempre que vou à cidade, passo pelas livrarias. Alves)

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Tinha um filho, podia erguê-lo ao sol, sem que a guerra o O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto)
arrebatasse.” José Geraldo Vieira) O grupo quer / que você ajude.
Não vão a uma festa que não voltem bêbedos. (que não = OP OSS Objetiva Direta
sem que)
“Não podia fitá-lo sem que (ou que não) risse.” (Celso Luft) O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O mestre
“Não se sentava que não enterasse a cara nas mãos.” (José exigia a presença de todos.)
Américo) Mariana esperou que o marido voltasse.
“Bebia que era uma lástima!” (Ribeiro Couto) Ninguém pode dizer: Desta água não beberei.
Falou com uma calma e frieza que todos ficaram atônitos. O fiscal verificou se tudo estava em ordem.
“Tenho medo disso que me pélo!” (Coelho Neto) Perguntaram quem era o dono da fábrica.
“Essa gente fazia um barulho, que assustava os transeuntes...” Indaguei de quem eram aqueles quadros.
(Graciliano Ramos) Veja que horas são.
Comparativas: Expressam idéia de comparação com Não posso dizer qual delas é a mais feia.
referência à oração principal. Conjunções: como, assim como, tal Ignoro quantos são os desabrigados.
como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado com O freguês perguntou quanto custava aquele relógio.
menos ou mais). Ignoramos como se salvaram.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É
Ela é bonita / como a mãe. aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração
OP OSA Comparativa principal. Observe:
A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.” Necessito de sua ajuda. (objeto indireto)
(Marquês de Maricá)
Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro. Necessito / de que você me ajude.
Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram. OP OSS Objetiva Inireta
Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à luz
daquele olhar.
Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua
“Nos Estados Unidos há universidades para todas as
viagem.)
inteligências como há hotéis para todas as bolsas.” (Eduardo
Aconselha-o a que trabalhe mais.
Prado)
Daremos o prêmio a quem o merecer.
O lugar é tal qual (ou tal como) você o descreveu.
Lembre-se de que a vida é breve.
Certos cantores gesticulam mais do que cantam.
O santo exortava o povo a que se mantivesse fiel a Deus.
Rui voltou para casa como quem vai para a prisão.
O soldado insistia em que a prisão fosse feita.
“O coronel Ferreira avisava-o de que se acautelasse.”
Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam
claramente o verbo, como no exemplo acima, em que está (Camilo Castelo Branco)
subentendido o verbo ser (como a mãe é). “Alguém me convencera de que eu devia jejuar.” (Graciliano
Proporcionais: Expressam uma idéia que se relaciona Ramos)
proporcionalmente ao que foi enunciado na principal. Conjunções: “Abriu-se o templo a quem quer que cresse em Deus.”
à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto (Jônatas Serrano)
menos. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela que
exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. Observe:
Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.
OSA Proporcional OP É importante sua colaboração. (sujeito)

À medida que se vive, mais se aprende. É importante / que você colabore.


À proporção que avançávamos, as casas iam rareando. OP OSS Subjetiva
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai
diminuindo. A oração subjetiva geralmente vem:
- depois de um verbo de ligação + predicativo, em construções
Orações Subordinadas Substantivas do tipo é bom, é útil, é certo, é conveniente, etc. Ex.: É certo que
As orações subordinadas substantivas (OSS) são aquelas ele voltará amanhã.
que, num período, exercem funções sintáticas próprias de - depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta-
substantivos, geralmente são introduzidas pelas conjunções se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade.
integrantes que e se. Elas podem ser: - depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir,
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e seguidos
aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos participem da
principal. Observe: reunião.

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É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela
necessária.) que exerce a função de aposto de um termo da oração principal.
Parece que a situação melhorou. Observe:
Aconteceu que não o encontrei em casa.
Importa que saibas isso bem. Ele tinha um sonho: a união de todos em benefício do país.
Às vezes sucedia que um de nós se machucava. (aposto)
Não consta que ele fosse anti‑religioso.
Convém que sigas uma profissão. Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício do
É bom que você venha. país.
Não é segredo que os dois não se entendem. OP OSS Apositiva
Ficou provado que os documentos eram falsos.
Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: É Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma
aquela que exerce a função de complemento nominal de um termo coisa: a sua felicidade)
da oração principal. Observe: Só lhe peço isto: honre o nosso nome.
“Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto: de
que virias a morrer...” (Osmã Lins)
Estou convencido de sua inocência. (complemento nominal)
“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum motivo
oculto?” (Machado de Assis)
Estou convencido / de que ele é inocente.
“A notícia veio de supetão: iam meter‑me na escola.”
OP OSS Completiva Nominal (Graciliano Ramos)
“E confesso uma verdade: eu era um homem puro.” (Carlos
Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão Povina Cavalcânti)
dele.)
Estava ansioso por que voltasses. As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de dois-
Sê grato a quem te ensina. pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à oração
“Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão cedo.” principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho recuperasse a saúde,
(Graciliano Ramos) tornou-se realidade.
“Deixei-me estar em casa, desde a tarde, na esperança de que
me chamasse.” (Antônio Olavo Pereira) Observação: Além das conjunções integrantes que e se, as
“Estava convencido de que um dia lhe dariam razão.” orações substantivas podem ser introduzidas por outros conectivos,
(Herberto Sales) tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos:
“Mariana teve a sensação de que alguém a observava.” (Ana Não sei quando ele chegou.
Miranda) Diga-me como resolver esse problema.
“O romano estava intimamente convencido de que era
superior a todos os outros povos.” (Jônatas Serrano) Orações Subordinadas Adjetivas
“É inútil uma coleção de armas para quem já não caça As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem a
mais.” (Maria de Lourdes Teixeira) função de adjunto adnominal de algum termo da oração principal.
“Há necessidade de quem é luz do mundo e sal da terra.” Observe como podemos transformar um adjunto adnominal em
(Dom Eugênio Sales) oração subordinada adjetiva:
Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal)
que exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal, Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada adjetiva)
vindo sempre depois do verbo ser. Observe:
As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas
por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem, etc.) e podem
O importante é sua felicidade. (predicativo)
ser classificadas em:
Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas quando
O importante é / que você seja feliz.
restringem ou especificam o sentido da palavra a que se referem.
OP OSS Predicativa
Exemplo:
O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar.
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.) OP OSA Restritiva
Minha esperança era que ele desistisse.
Meu maior desejo agora é que me deixem em paz. Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica
Não sou quem você pensa. o sentido do substantivo cantor, indicando que o público não
Arnaldo foi quem trabalhou menos. aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º lugar.
Para alguns a pátria é onde se está bem.
“O certo é que a pacata fisionomia da cidadezinha ganhou Pedra que rola não cria limo.
animação.” (Carlos Povina Cavalcânti) Os animais que se alimentam de carne chamam-se
A expectativa é de que a safra agrícola aumente. carnívoros.
“A impressão é de que uma e outra seriam a mesma coisa.” Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas
(Carlos Castelo Branco) escreveram.

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“Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário Precisando de ajuda, telefone-me.
Mariano) Se precisar de ajuda, / telefone-me.
“Escolheu a rua que o levaria ao bairro dos clubes.” OSA Condicional
(Fernando Namora) Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial
“As pessoas a que a gente se dirige sorriem.” (Graciliano condicional, reduzida de gerúndio.
Ramos)
“A vida me ensinou a conhecer os homens com os quais eu Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
lido.” (Josué Guimarães) Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o
“Existem coisas cujo alcance nos escapa; nem por isso vestiário.
deixam de existir.” (Inácio de Loyola Brandão) OSA Temporal
Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal,
quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se reduzida de particípio.
referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem
Observações:
restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo:
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de
desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas fixas,
O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um
isto é, orações reduzidas que não são passíveis de desenvolvimento.
novo livro. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa cidade.
OP OSA Explicativa - O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem orações
OP reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal. Exemplos:
Preciso terminar este exercício.
Deus, que é nosso pai, nos salvará. Ele está jantando na sala.
Valério, que nasceu rico, acabou na miséria. Essa casa foi construída por meu pai.
Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho. - Uma oração coordenada também pode vir sob a forma
Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado. reduzida. Exemplo:
“Olhou a caatinga amarela, que o poente avermelhava.” O homem fechou a porta, saindo depressa de casa.
(Graciliano Ramos) O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração
“Mariana sentou-se no catre, ao lado qual estava o baú de coordenada sindética aditiva)
roupas.” (Ana Miranda) Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de
gerúndio.
Orações Reduzidas
Observe que as orações subordinadas eram sempre introduzidas Dúvidas: Qual é a diferença entre as orações coordenadas
por uma conjunção ou pronome relativo e apresentavam o verbo explicativas e as orações subordinadas causais, já que ambas
numa forma do indicativo ou do subjuntivo. Além desse tipo de podem ser iniciadas por que e porque?
orações subordinadas há outras que se apresentam com o verbo Às vezes não é fácil estabelecer a diferença entre explicativas
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). e causais, mas como o próprio nome indica, as causais sempre
Exemplos: trazem a causa de algo que se revela na oração principal, que traz
o efeito.
- Ao entrar nas escola, encontrei o professor de inglês. Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre
(infinitivo) a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes,
- Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio) imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.
Essa noção de causa e efeito não existe no período composto
- Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
por coordenação. Exemplo:
(particípio)
Rosa chorou porque levou uma surra.
As orações subordinadas que apresentam o verbo numa das
formas nominais são chamadas de reduzidas. Está claro que a oração iniciada pela conjunção é causal, visto
Para classificar a oração que está sob a forma reduzida, que a surra foi sem dúvida a causa do choro, que é efeito.
devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: colocamos a
conjunção ou o pronome relativo adequado ao sentido e passamos Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
o verbo para uma forma do indicativo ou subjuntivo, conforme
o caso. A oração reduzida terá a mesma classificação da oração O período agora é composto por coordenação, pois a oração
desenvolvida. iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo que se revelou
na coordena anterior. Não existe aí relação de causa e efeito: o
Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês. fato de os olhos de Elisa estarem vermelhos não é causa de ela ter
Quando entrei na escola, / encontrei o professor de inglês. chorado.
OSA Temporal
Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial temporal, Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto.
reduzida de infinitivo. OP OSA Comparativa OSA Condicional

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EXERCÍCIOS 7. (UF-UBERLÂNDIA) “Lembro-me de que ele só usava


camisas brancas.” A oração sublinhada é:
1. (UF-MG) A oração sublinhada está corretamente a) subordinada substantiva completiva nominal
classificada, EXCETO em: b) subordinada substantiva objetiva indireta
a. Casimiro Lopes pergunta se me falta alguma coisa / c) subordinada substantiva predicativa
oração subordinada adverbial condicional d) subordinada substantiva subjetiva
b. Agora eu lhe mostro com quantos paus se faz uma canoa e) subordinada substantiva objetiva direta
/ oração subordinada substantiva objetiva direta
c. Tudo quanto possuímos vem desses cem mil réis / oração 8. (FMU) Na passagem: “O receio é substituído pelo pavor,
subordinada adjetiva restritiva pelo respeito, pela emoção que emudece e paralisa.” Os termos
d. Via-se muito que D. Glória era alcoviteira / oração sublinhados são:
subordinada substantiva subjetiva a) complementos nominais; orações subordinadas
e. A idéia é tão santa que não está mal no santuário / oração adverbiais concessivas, coordenadas entre si
subordinada adverbial consecutiva b) adjuntos adnominais; orações subordinadas adverbiais
comparativas
2. (UF-MG) Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de c) agentes da passiva; orações subordinadas adjetivas,
que estava para ser mãe”, a oração destacada é: coordenadas entre si
a) subordinada substantiva objetiva indireta d) objetos diretos; orações subordinadas adjetivas,
b) subordinada substantiva completiva nominal coordenadas entre si
c) subordinada substantiva predicativa e) objetos indiretos; orações subordinadas adverbiais
d) coordenada sindética conclusiva comparativas
e) coordenada sindética explicativa 9. (UF-GO) Neste período “não bate para cortar”, a oração
3. (FM-SANTOS) A segunda oração do período? “Não sei no “para cortar” em relação a “não bate”, é:
que pensas”, é classificada como: a) a causa
a) substantiva objetiva direta b) o modo
b) substantiva completiva nominal c) a conseqüência
c) adjetiva restritiva d) a explicação
e) a finalidade
d) coordenada explicativa
e) substantiva objetiva indireta
10. (UF-MG) Em todos os períodos há orações subordinadas
substantivas, exceto em:
4. (MACK) “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude
a) O fato era que a escravatura do Santa Fé não andava nas
inventada. Há reconstituição de uma cena como ela devia ter sido
festas do Pilar, não vivia no coco como a do Santa Rosa.
na realidade.” A oração sublinhada é:
b) Não lhe tocara no assunto, mas teve vontade de tomar o
a) adverbial conformativa
trem e ir valer-se do presidente.
b) adjetiva c) Um dia aquele Lula faria o mesmo com a sua filha, faria
c) adverbial consecutiva o mesmo com o engenho que ele fundara com o suor de seu rosto.
d) adverbial proporcional d) O oficial perguntou de onde vinha, e se não sabia notícias
e) adverbial causal de Antônio Silvino.
e) Era difícil para o ladrão procurar os engenhos da várzea,
5. (AMAN) No seguinte grupo de orações destacadas: ou meter-se para os lados de Goiana
1. É bom que você venha.
2. Chegados que fomos, entramos na escola. 11. (FECAP) Classifique as palavras como nas construções
3. Não esqueças que é falível. seguintes, numerando, convenientemente, os parênteses:

Temos orações subordinadas, respectivamente: 1) preposição 2) conj. subord. causal 3) conj. subord.
a) objetiva direta, adverbial temporal, subjetiva conformativa
b) subjetiva, objetiva direta, objetiva direta 4) conj. coord. aditiva 5) adv. interrogativo de modo
c) objetiva direta, subjetiva, adverbial temporal
d) subjetiva, adverbial temporal, objetiva direta ( ) Perguntamos como chegaste aqui.
e) predicativa, objetiva direta, objetiva indireta ( ) Percorrera as salas como eu mandara.
( ) Tinha-o como amigo.
6. (SANTA CASA) A palavra “se” é conjunção integrante ( ) Como estivesse frio, fiquei em casa.
(por introduzir oração subordinada substantiva objetiva direta) em ( ) Tanto ele como o irmão são meus amigos.
qual das orações seguintes?
a) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão. a) 2 - 4 - 5 - 3 - 1
b) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo. b) 4 - 5 - 3 - 1 - 2
c) O aluno fez-se passar por doutor. c) 5 - 3 - 1 - 2 - 4
d) Precisa-se de operários. d) 3 - 1 - 2 - 4 - 5
e) Não sei se o vinho está bom. e) 1 - 2 - 4 - 5 - 3

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12. (FCS ANHEMBI) Em - “Há enganos que nos deleitam”, 18. (FGV) Leia com atenção: “Nesta empresa, todos os
a oração grifada é: cargos que aspiro estão ocupados.” Na frase acima, há um erro de
a) substantiva subjetiva regência verbal, pois o verbo aspirar, neste caso pede:
b) substantiva objetiva direta a) objeto direto
c) substantiva completiva nominal b) predicativo do sujeito
d) substantiva apositiva c) objeto indireto
e) adjetiva restritiva d) oração subordinada substantiva subjetiva
e) adjunto adverbial de finalidade
13. (FATEC) Considerando como conjunção integrante aquela
que inicia uma oração subordinada substantiva, indique em qual (FGV) Texto para as questões 19 a 22:
das opções nenhum se tem esta função:
“Tomo a liberdade de perguntar a V. Exa. se as locuções
a) Se subiu, ninguém sabe, ninguém viu.
repolhudas do ilustre colega são parlamentares; e, se o são, peço
b) Comenta-se que ele se feria de propósito.
ainda a mercê de se me dizer onde se estudam aquelas farfalhices.”
c) Se vai ou fica é o que eu gostaria de saber.
(Camilo Castelo Branco)
d) Saberia me dizer se ele já foi?
e) n.d.a 19. “de perguntar a V. Exa.” é oração subordinada:
a) substantiva objetiva indireta, reduzida de infinitivo
14. (CESCEA) Aponte a alternativa em que ocorre o adjunto b) substantiva completiva nominal, reduzida de infinitivo
adverbial de causa: c) adverbial causal, reduzida de infinitivo
a) Comprou livros com dinheiro d) adjetiva explicativa, reduzida de infinitivo
b) O poço secou com o calor e) Pedro é efetivamente bom. e) substantiva apositiva
c) Estou sem amigos.
d) Vou ao Rio. 20. A oração “se as locuções repolhudas do ilustre colega são
e) Pedro é efetivamente bom. parlamentares”, é:
a) subordinada substantiva objetiva direta
15. (FMU) “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De b) subordinada substantiva predicativa
um povo heróico o brado retumbante...” O sujeito desta afirmação c) subordinada adverbial causal
com que se inicia o Hino Nacional é: d) subordinada adverbial condicional
a) indeterminado e) subordinada adverbial consecutiva
b) um povo heróico e) o brado retumbante
c) as margens plácidas do Ipiranga 21. A oração “se o são” é:
d) do Ipiranga a) subordinada substantiva objetiva direta
e) o brado retumbante b) subordinada substantiva predicativa
c) subordinada adverbial consecutiva
(FGV) Texto para as questões 16 a 18: d) subordinada adverbial causal
“Minha alva Dinamene, a Primavera, / Que os campos e) subordinada adverbial condicional
deleitosos pinta e veste, / E, rindo-se, uma cor aos olhos gera /
Com que na terra vem o Arco celeste / O cheiro, rosas, flores, a
22. A oração “de se me dizer” é:
verde hera, / Com toda formosura amena agreste, / Não é para
a) subordinada substantiva objetiva direta
meus olhos, tão formosa / Como a tua, que abate o lírio e a rosa”
b) subordinada substantiva objetiva indireta
(Camões)
c) subordinada adverbial condicional
16. No último verso da segunda estrofe “como a tua” d) subordinada substantiva apositiva
sintaticamente é: e) subordinada substantiva completiva nominal
a) adjunto adnominal de modo
b) adjunto adverbial de modo 23. (FUVEST) Classifique as orações em destaque do período
c) oração subordinada substantiva indireta seguinte: “Ao analisar o desempenho da economia brasileira, os
d) oração subordinada adverbial consecutiva empresários afirmaram que os resultados eram bastante razoáveis,
e) oração subordinada adverbial comparativa uma vez que a produção não aumentou, mas também não caiu.”
a) principal, subordinada adverbial final
17. “Para meus olhos”, no terceiro verso da segunda estrofe b) principal, subordinada substantiva objetiva direta
é: c) subordinada adverbial temporal, subordinada adjetiva
a) complemento nominal restritiva
b) objeto indireto d) subordinada adverbial temporal, subordinada objetiva
c) oração subordinada substantiva predicativa direta
d) oração subordinada substantiva objetiva indireta e) subordinada adverbial temporal, subordinada substantiva
e) predicativo subjetiva

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24. (FUVEST) No período: “Era tal a serenidade da tarde, que 30. (UFE-PA) No trecho “Cecília ... viu do lado oposto do
se percebia o sino de uma freguesia distante, dobrando a finados.”, rochedo Peri, que a olhava com uma admiração ardente”, a oração
a segunda oração é: grifada expressa uma:
a) subordinada adverbial causal a) causa
b) subordinada adverbial consecutiva b) oposição
c) subordinada adverbial concessiva c) condição
d) subordinada adverbial comparativa d) lugar
e) subordinada adverbial subjetiva e) explicação

31. (UF SANTA MARIA-RS) Leia, com atenção, os períodos


25. (FUVEST) “Sabendo que seria preso, ainda assim saiu à abaixo:
rua.” Caso haja justiça social, haverá paz.
a) reduzida de gerúndio, conformativa Embora a televisão ofereça imagens concretas, ela não
b) subordinada adverbial condicional fornece uma reprodução fiel da realidade.
c) subordinada adverbial causal Como todas aquelas pessoas estavam concentradas, não se
d) reduzida de gerúndio, concessiva escutou um único ruído.
e) reduzida de gerúndio, final Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, as
circunstâncias indicadas pelas orações sublinhadas:
26. (PUC) Assinale a alternativa em que a subordinada não a) tempo, concessão, comparação
traduza idéia de conseqüência, comparação, concessão e causa: b) tempo, causa, concessão
c) condição, conseqüência, comparação
a. Porquanto, não fosse um ancião convencional, enterrou- d) condição, concessão, causa
se de sobrecasaca e polainas. e) concessão, causa, conformidade
b. Desde que era um ancião convencional, enterrou-se de
sobrecasaca e polainas. 32. (UE PONTA GROSSA-PR) Em “É possível que
c. Ele era um ancião tão convencional que se enterrou de comunicassem sobre políticos”, a segunda oração é:
sobrecasaca e polainas a) subordinada substantiva subjetiva
d. Ele era um ancião mais convencional do que o que se b) subordinada adverbial predicativa
enterrou de sobrecasaca e polainas c) subordinada substantiva predicativa
e. Ele era um ancião convencional, na medida em que se d) principal
enterrou de sobrecasaca e polainas e) subordinada substantiva objetiva direta

33. (UE PONTA GROSSA-PR) Quando o enterro passou / Os


27. (FUVEST) Na frase “Entrando na faculdade, procurarei homens que se achavam no café / Tiraram o chapéu maquinalmente
emprego.”, a oração subordinada indica idéia de: (Manuel Bandeira)
a) concessão A oração que se achavam no café é:
b) oposição a) subordinada adverbial condicional
c) condição b) coordenada sindética adversativa
d) lugar c) subordinada substantiva subjetiva
e) conseqüência d) subordinada substantiva objetiva direta
e) subordinada adjetiva restritiva
28. (UM-PIRACICABA) I - Apresento-lhe Lúcia. II - Faço
34. (UNIMEP) I - Mário estudou muito e foi reprovado!
tudo por um sorriso de Lúcia. Se juntarmos as duas orações num só
II - Mário estudou muito e foi aprovado. Em I e II, a conjunção e
período, usando um pronome relativo, teremos: tem, respectivamente, valor:
a) Apresento-lhe Lúcia, a quem faço tudo pelo sorriso dela. a) aditivo e conclusivo
b) Apresento-lhe Lúcia, que pelo sorriso dela faço tudo. b) adversativo e aditivo
c) Apresento-lhe Lúcia, a qual faço tudo pelo seu sorriso. c) aditivo e aditivo
d) Apresento-lhe Lúcia, por cujo sorriso faço tudo por ele. d) adversativo e conclusivo
e) Apresento-lhe Lúcia, por cujo sorriso faço tudo. e) concessivo e causal

35. (UC-MG) A classificação da oração grifada está correta


29. (EFOA-MG) “Quando vejo certos colegas mostrando em todas as opções, exceto em:
com orgulho aquela rodela imbecil no pescoço ...” O período que a. Ela sabia que ele estava fazendo o certo - subordinada
substantiva objetiva indireta
apresenta uma oração com a mesma classificação da sublinhada na b. Era a primeira vez que ficava assim tão perto de uma
citação acima é: mulher - subordinada substantiva subjetiva
a) “Mal o sol fugia, começavam as toadas das cantigas.” c. Mas não estava neles modificar um namoro que nascera
b) “Caso o encontre, dê-lhe o recado.” difícil, cercado, travado - subordinada adjetiva
c) “Dado que a polícia venha, prenderemos o assassino.” d. O momento foi tão intenso que ele teve medo -
d) “Uma vez que cheguem os reforços, atacaremos a subordinada adverbial consecutiva
praça.” e. Solta que você está me machucando - coordenada
e) “Contar-lhe-ei o caso, conquanto você guarde segredo.” sindética explicativa

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36. (FUVEST) No período: “Ainda que fosse bom jogador, 43. (UF-PA) Há no período uma oração subordinada adjetiva:
não ganharia a partida”, a oração destacada encerra idéia de: a) Ele falou que compraria a casa.
a) causa b) Não fale alto, que ela pode ouvir.
b) concessão c) Vamos embora, que o dia está amanhecendo.
c) fim d) Em time que ganha não se mexe.
d) condição e) Parece que a prova não está difícil.
e) proporção

37. (PUC) No período: “Apesar disso a palestra de Seu 44. (PUC) Nos trechos: “... não é impossível que a notícia
Ribeiro e D. Glória é bastante clara”, a palavra grifada veicula da morte me deixasse alguma tranqüilidade, alívio e um ou dois
uma idéia de: minutos de prazer” e “Digo-vos que as lágrimas eram verdadeiras”.
a) concessão A palavra “que” está introduzindo, respectivamente, orações:
b) comparação a. subordinada substantiva subjetiva, subordinada
c) conseqüência substantiva objetiva direta
d) condição b. subordinada substantiva objetiva direta, subordinada
e) modo substantiva objetiva direta
c. subordinada substantiva subjetiva, subordinada
38. (F. TIBIRIÇA-SP) No período “Penso, logo existo”,
oração em destaque é: substantiva predicativa
a) coordenada sindética conclusiva d. subordinada substantiva completiva nominal,
b) coordenada sindética aditiva subordinada adjetiva explicativa
c) coordenada sindética alternativa e. subordinada adjetiva explicativa, subordinada
d) coordenada sindética adversativa substantiva predicativa
e) n.d.a
45. (PUC) Assinale a alternativa que apresenta um período
39. (FCE-SP) “Os homens sempre se esquecem de que somos composto onde uma das orações é subordinada adjetiva:
todos mortais.” A oração destacada é: a. “... a nenhuma pedi ainda que me desse fé: pelo contrário,
a) substantiva completiva nominal
digo a todas como sou”.
b) substantiva objetiva indireta
c) substantiva predicativa b. “Todavia, eu a ninguém escondo os sentimentos que
d) substantiva objetiva direta ainda há pouco mostrei.”
e) substantiva subjetiva c. “... em toda a parte confesso que sou volúvel, inconstante
e incapaz de amar três dias um mesmo objeto”.
40. (FEI-SP) “Estou seguro de que a sabedoria dos d. “Mas entre nós há sempre uma grande diferença; vós
legisladores saberá encontrar meios para realizar semelhante enganais e eu desengano.”
medida.” A oração em destaque é substantiva: e. “ - Está romântico!... está romântico... - exclamaram os
a) objetiva indireta três...”
b) completiva nominal
c) objetiva direta
d) subjetiva 46. (F. TIBIRIÇA-SP) No período “Todos tinham certeza de
e) apositiva que seriam aprovados”, a oração destacada é:
a) substantiva objetiva indireta
41. (UC-MG) Há oração subordinada substantiva apositiva b) substantiva completiva nominal
em: c) substantiva apositiva
a. Na rua perguntou-lhe em tom misterioso: onde d) substantiva subjetiva
poderemos falar à vontade? e) n.d.a
b. Ninguém reparou em Olívia: todos andavam como
pasmados. 47. (UFSCAR) Marque a opção que contém oração
c. As estrelas que vemos parecem grandes olhos curiosos.
subordinada substantiva completiva nominal:
d. Em verdade, eu tinha fama e era valsista emérito: não
admira que ela me preferisse. a. “Tanto eu como Pascoal tínhamos medo de que o patrão
e. Sempre desejava a mesma coisa: que a sua presença topasse Pedro Barqueiro nas ruas da cidade.”
fosse notada. b. “Era preciso que ninguém desconfiasse do nosso conluio
para prendermos o Pedro Barqueiro.”
42. (UF-PA) Qual o período em que há oração subordinada c. “Para encurtar a história, patrãozinho, achamos Pedro
substantiva predicativa? Barqueiro no rancho, que só tinha três divisões: a sala, o quarto
a) Meu desejo é que você passe nos exames vestibulares. dele e a cozinha.”
b) Sou favorável a que o aprovem. d. “Quando chegamos, Pedro estava no terreiro debulhando
c) Desejo-te isto: que sejas feliz.
milho, que havia colhido em sua rocinha, ali perto.”
d) O aluno que estuda consegue superar as dificuldades
e. “Pascoal me fez um sinalzinho, eu dei a volta e entrei
do vestibular.
pela porta do fundo para agarrar o Barqueiro pelas costas.”
e) Lembre-se de que tudo passa nesse mundo.

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48. (CESGRANRIO) Assinale o período em que ocorre Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
a mesma relação significativa indicada pelos termos destacados Ó jovens! Lutemos!
em: “A atividade científica é tão natural quanto qualquer outra
atividade econômica.” VÍRGULA
a) Ele era tão aplicado, que em pouco tempo foi promovido. A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma
b) Quanto mais estuda, menos aprende. pequena pausa na fala. Emprega-se a vírgula:
c) Tenho tudo quanto quero. • Nas datas e nos endereços:
d) Sabia a lição tão bem como eu. São Paulo, 17 de setembro de 1989.
e) Todos estavam exaustos, tanto que se recolheram logo. Largo do Paissandu, 128.
• No vocativo e no aposto:
49. (UMC-SP) Assinale o período em que há oração Meninos, prestem atenção!
subordinada adverbial consecutiva:
Termópilas, o meu amigo, é escritor.
a) Diz-se que você não estuda.
• Nos termos independentes entre si:
b) Falam que você não estuda.
c) Fala-se tanto que você não estuda. O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
d) Comeu que ficou doente. • Com certas expressões explicativas como: isto é, por
e) Quando saíres, irei contigo. exemplo. Neste caso é usado o duplo emprego da vírgula:
Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa
50. (F. LUIZ MENEGUEL-PR) No período “Embora lhe da padroeira.
desaprovassem a forma, justificavam-lhe a essência”, podemos • Após alguns adjuntos adverbiais:
afirmar que ocorre uma oração: No dia seguinte, viajamos para o litoral.
a) coordenada explicativa • Com certas conjunções. Neste caso também é usado o
b) coordenada adversativa duplo emprego da vírgula:
c) subordinada adverbial conformativa Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
d) subordinada adverbial concessiva • Após a primeira parte de um provérbio.
e) subordinada integrante O que os olhos não vêem, o coração não sente.
• Em alguns casos de termos oclusos:
RESPOSTAS Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.
(1-A) (2-B) (3-E) (4-A) (5-D) (6-E) (7-B) (8-C) (9-E) (10-C) RETICÊNCIAS
(11-C) (12-E) (13-B) (14-B) (15-C) (16-E) (17-A) (18-C) (19-B) • São usadas para indicar suspensão ou interrupção do
(20-A) (21-E) (22-E) (23-D) (24-B) (25-D) (26-E) (27-C) (28-E) pensamento.
(29-A) (30-E) (31-D) (32-A) (33-E) (34-B) (35-A) (36-B) (37-A) Não me disseste que era teu pai que ...
(38-A) (39-B) (40-B) (41-E) (42-A) (43-D) (44-A) (45-B) (46-B)
• Para realçar uma palavra ou expressão.
(47-A) (48-D) (49-D) (50-D) Hoje em dia, mulher casa com “pão” e passa fome...
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento.
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...
PONTUAÇÃO
PONTO E VÍRGULA
• Separar orações coordenadas de certa extensão ou que
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita mantém alguma simetria entre si.
as pausas da linguagem oral. “Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao
desconhecido, guardando consigo a ponta farpada. “
PONTO • Para separar orações coordenadas já marcadas por
O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma vírgula ou no seu interior.
frase declarativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista,
como final. Nos casos comuns ele é chamado de simples. porém, mais calmo, resolveu o problema sozinho.
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois
de Cristo), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo). DOIS PONTOS
• Enunciar a fala dos personagens:
PONTO DE INTERROGAÇÃO Ele retrucou: Não vês por onde pisas?
É usado para indicar pergunta direta. • Para indicar uma citação alheia:
Onde está seu irmão? Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações
de passageiros do vôo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de
Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação. embarque”.
A mim ?! Que idéia! • Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou
expressão anterior:
PONTO DE EXCLAMAÇÃO Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
É usado depois das interjeições, locuções ou frases • Enumeração após os apostos:
exclamativas. Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.

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TRAVESSÃO BARRA
Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em
isolar palavras ou frases algumas abreviaturas.
– “Quais são os símbolos da pátria?
– Que pátria? EXERCÍCIOS
– Da nossa pátria, ora bolas!” (P. M Campos).
– “Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, 1. (IBGE) Assinale a opção que apresenta erro de pontuação:
parava outra vez. Sem reforma, social, as desigualdades entre as cidades brasileiras,
– a claridade devia ser suficiente p’ra mulher ter avistado crescerão sempre...
mais alguma coisa”. (M. Palmério). a) No Brasil, a diferença social é motivo de constante
• Usa-se para separar orações do tipo: preocupação.
– Avante!- Gritou o general. b) O candidato que chegou atrasado fez um ótimo teste no
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. IBGE.
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que c) Tenho esperanças, pois a situação econômica não demora
formam uma cadeia de frase:
a mudar.
• A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
d) Ainda não houve tempo, mas, em breve, as providências
• A ponte Rio – Niterói.
• A linha aérea São Paulo – Porto Alegre. serão tomadas.

ASPAS 2. (IBGE) Assinale a seqüência correta dos sinais de


São usadas para: pontuação que devem ser usados nas lacunas da frase abaixo. Não
• Indicar citações textuais de outra autoria. cabendo qualquer sinal, O indicará essa inexistência: Aos poucos
“A bomba não tem endereço certo.” (G. Meireles) .... a necessidade de mão-de-obra foi aumentando .... tornando-se
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em necessária a abertura dos portos .... para uma outra população de
que se expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas trabalhadores ..... os imigrantes.
populares: a) O - ponto e vírgula - vírgula - vírgula
Há quem goste de “jazz-band”. b) O - O - dois pontos - vírgula
Não achei nada “legal” aquela aula de inglês. c) vírgula, vírgula - O - dois pontos
• Para enfatizar palavras ou expressões: d) vírgula - ponto e vírgula - O - dois pontos
Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível” naquela e)vírgula - dois pontos - vírgula - vírgula
noite.
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, 3. (IBGE) Assinale a seqüência correta dos sinais de pontuação
etc. que devem preencher as lacunas da frase abaixo. Não havendo
“Fogo Morto” é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. sinal, O indicará essa inexistência. Na época da colonização ..... os
• Em casos de ironia: negros e os indígenas escravizados pelos brancos ..... reagiram .....
A “inteligência” dela me sensibiliza profundamente. indiscutivelmente ..... de forma diferente.
Veja como ele é “educado” - cuspiu no chão.
a) O - O - vírgula - vírgula
b) O - dois pontos - O - vírgula
PARÊNTESES
Empregamos os parênteses: c) O - dois pontos - vírgula - vírgula
• Nas indicações bibliográficas. d) vírgula - vírgula - O - O
“Sede assim qualquer coisa, serena, isenta, fiel”. (Meireles, e)vírgula - O - vírgula – vírgula
Cecília, “Flor de Poemas”).
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais: 4. (ABC-SP) Assinale a alternativa cuja frase está corretamente
“Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com pontuada:
os olhos fora das órbitas. Amália se volta)”. (G. Figueiredo) a) O sol que é uma estrela, é o centro do nosso sistema
• Quando se intercala num texto uma idéia ou indicação planetário.
acessória: b) Ele, modestamente se retirou.
“E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, c) Você pretende cursar Medicina; ela, Odontologia.
morrendo de fome.” (C. Lispector) d) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja.
• Para isolar orações intercaladas: e)Estas cidades se constituem, na maior parte de imigrantes
“Estou certo que eu (se lhe ponho alemães.
Minha mão na testa alçada)
Sou eu para ela.” (M. Bandeira) 5. (BB) “Os textos são bons e entre outras coisas demonstram
que há criatividade”. Cabem no máximo:
COLCHETES [ ] a) 3 vírgulas
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica. b) 4 vírgulas
c) 2 vírgulas
ASTERISCO d) 1 vírgula
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do e) 5 vírgulas
leitor para alguma nota (observação).

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6. (CESGRANRIO) Assinale o texto de pontuação correta: 11. (PUC-RS) A alternativa com pontuação correta é:
a. Não sei se disse, que, isto se passava, em casa de uma a. Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa
comadre, minha avó. capacidade de retenção é variável e muitas vezes inconscientemente,
b. Eu tinha, o juízo fraco, e em vão tentava emendar-me: deturpamos o que ouvimos.
provocava risos, muxoxos, palavrões. b. Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir:
c. A estes, porém, o mais que pode acontecer é que se riam nossa capacidade de retenção é variável e, muitas vezes,
deles os outros, sem que este riso os impeça de conservar as suas inconscientemente, deturpamos o que ouvimos.
roupas e o seu calçado. c. Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir! Nossa
d. Na civilização e na fraqueza ia para onde me impeliam capacidade de retenção é variável e muitas vezes inconscientemente,
muito dócil muito leve, como os pedaços da carta de ABC, deturpamos o que ouvimos.
triturados soltos no ar. d. Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir;
e. Conduziram-me à rua da Conceição, mas só mais tarde
nossa capacidade de retenção, é variável e - muitas vezes
notei, que me achava lá, numa sala pequena.
inconscientemente, deturpamos o que ouvimos.
7. (TTN) Das redações abaixo, assinale a que não está e. Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir.
pontuada corretamente: Nossa capacidade de retenção é variável - e muitas vezes
a. Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resultado inconscientemente - deturpamos, o que ouvimos.
do concurso.
b. Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resultado (CESCEM) Nas questões 12 a 15, os períodos foram
do concurso. pontuados de cinco formas diferentes. Leia-os todos e assinale a
c. Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resultado letra que corresponde ao período de pontuação correta:
do concurso.
d. Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do 12.
concurso, em fila. a. Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque, conhece
e. Os candidatos, aguardavam ansiosos, em fila, o resultado pouco os deveres da hospitalidade.
do concurso. b. Entra a propósito disse Alves, o seu moleque conhece
pouco os deveres da hospitalidade.
(CARLOS CHAGAS-BA) Instruções para as questões c. Entra a propósito, disse Alves o seu moleque conhece
de números 8 e 9: Os períodos abaixo apresentam diferenças pouco os deveres da hospitalidade.
de pontuação, assinale a letra que corresponde ao período de d. Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece
pontuação correta: pouco os deveres da hospitalidade.
e. Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece
8. pouco, os deveres da hospitalidade.
a. Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a
reunião ficou mais animada. 13.
b. Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião a. Prima faça calar titio suplicou o moço, com um leve
ficou mais animada. sorriso que imediatamente se lhe apagou.
c. Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a b. Prima, faça calar titio, suplicou o moço com um leve
reunião ficou mais animada. sorriso que imediatamente se lhe apagou.
d. Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião, c. Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve
ficou mais animada. sorriso que imediatamente se lhe apagou.
e. Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião
d. Prima, faça calar titio suplicou o moço com um leve
ficou, mais animada.
sorriso que imediatamente se lhe apagou.
9.
e. Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve
a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que
eu venho. sorriso que, imediatamente se lhe apagou.
b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone
que eu venho. 14.
c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefone, a. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio
que eu venho. gordo, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias, trazem
d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, impresso constante sorriso.
que eu venho. b. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio
e) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor telefone que gordo, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias trazem,
eu venho. impresso constante sorriso.
c. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio
10. (SANTA CASA) Os períodos abaixo apresentam gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem
diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao impresso, constante sorriso.
período de pontuação correta: d. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio
a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio. gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias trazem
b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio. impresso constante sorriso.
c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio. e. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio
d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio. gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem
f) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio. impresso constante sorriso.

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15. “Ainda assim, apareci com o rosto e as mãos muito marcados.”


a. Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva, (Carlos Povina Cavalcânti)
empregou na execução do canto. “...grande número de camareiros e camareiras nativos.”
b. Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva (Érico Veríssimo)
empregou na execução do canto. “...um padre-nosso e uma ave-maria oferecidos a Nossa
c. Deixo ao leitor calcular quanta paixão, a bela viúva, Senhora.” (Machado de Assis)
empregou na execução do canto. “Uma solicitude e um interesse mais que fraternos.” (Mário
d. Deixo ao leitor calcular, quanta paixão a bela viúva, de Alencar)
empregou na execução do canto. “...asas e peito matizados de riscas brancas.” (Lúcio de
e. Deixo ao leitor, calcular quanta paixão a bela viúva, Mendonça)
empregou na execução do canto. A atriz possui muitas jóias e vestidos caros.
“...à descoberta de rios e terras ainda desconhecidos.” (José
RESPOSTAS de Alencar)
(1-A) (2-C) (3-E) (4-C) (5-C) (6-C) (7-E) (8-C) (9-D) (10-E) “...esperavam-nos alguns tios e tias maternos, com os quais
(11-B) (12-D) (13-B) (14-E) (15-B) fomos viver.” (Humberto de Campos)

Com o substantivo mais próximo:


CONCORDÂNCIA NOMINAL E A Marinha e o Exército brasileiro estavam alerta.
VERBAL Músicos e bailarinas ciganas animavam a festa.
“...toda ela (a casa) cheirando ainda a cal, a tinta e a barro
fresco.” (Humberto de Campos)
“Meu primo estava saudoso dos tempos da infância e falava
A concordância consiste no mecanismo que leva as palavras a dos irmãos e irmãs falecidas.” (Luís Henrique Tavares)
adequarem-se umas às outras harmonicamente na construção frasal.
É o princípio sintático segundo o qual as palavras dependentes se • Anteposto aos substantivos, o adjetivo concorda, em
harmonizam, nas suas flexões, com as palavras de que dependem. geral, com o mais próximo:
“Concordar” significa “estar de acordo com”. Assim, na “Escolhestes mau lugar e hora...” (Alexandre Herculano)
concordância, tanto nominal quanto verbal, os elementos que “...acerca do possível ladrão ou ladrões.” (Antônio Calado)
compõem a frase devem estar em consonância uns com os outros. Velhas revistas e livros enchiam as prateleiras.
Essa concordância poderá ser feita de duas formas: gramatical Velhos livros e revistas enchiam as prateleiras.
ou lógica (segue os padrões gramaticais vigentes); atrativa ou
ideológica (dá ênfase a apenas um dos vários elementos, com valor Seguem esta regra os pronomes adjetivos: A sua idade, sexo e
estilístico). profissão.; Seus planos e tentativas.; Aqueles vícios e ambições.;
Por que tanto ódio e perversidade?; “Seu Príncipe e filhos.” (Luís
Concordância Nominal – adequação entre o substantivo e os de Camões, Os Lusíadas, III, 124)
elementos que a ele se referem (artigo, pronome, adjetivo). Muitas vezes é facultativa a escolha desta ou daquela
Concordância Verbal – variação do verbo, conformando-se concordância, mas em todos os casos deve subordinar-se às
ao número e à pessoa do sujeito. exigências da eufonia, da clareza e do bom gosto.

CONCORDÂNCIA NOMINAL Quando dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo


substantivo determinado pelo artigo, ocorrem dois tipos de
Concordância do adjetivo adjunto adnominal: a construção, um e outro legítimos. Exemplos:
concordância do adjetivo, com a função de adjunto adnominal, Estudo as línguas inglesa e francesa.
efetua-se de acordo com as seguintes regras gerais: Estudo a língua inglesa e a francesa.
Os dedos indicador e médio estavam feridos.
• O adjetivo concorda em gênero e número com o O dedo indicador e o médio estavam feridos.
substantivo a que se refere. Exemplo: O alto ipê cobre-se de flores
amarelas. Os adjetivos regidos da preposição de, que se referem a
pronomes neutros indefinidos (nada, muito, algo, tanto, que, etc.),
• O adjetivo que se refere a mais de um substantivo de normalmente ficam no masculino singular:
gênero ou número diferentes, quando posposto, poderá concordar Sua vida nada tem de misterioso.
no masculino plural (concordância mais aconselhada), ou com o Seus olhos têm algo de sedutor.
substantivo mais próximo. Exemplo: Todavia, por atração, podem esses adjetivos concordar com o
substantivo (ou pronome) sujeito:
No masculino plural: “Elas nada tinham de ingênuas.” (José Gualda Dantas)
“Tinha as espáduas e o colo feitos de encomenda para os “Os edifícios da cidade nada têm de elegantes.” (Mário
vestidos decotados.” (Machado de Assis) Barreto)
“Os arreios e as bagagens espalhados no chão, em roda.” “Júlia tinha tanto de magra e sardenta, quanto de feia.”
(Herman Lima) (Ribeiro Couto)

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“Tanto tinha minha tia de emperiquitada quanto minha avó “É necessário muita fé.” (Mário Barreto)
de desmanzelada consigo mesma.” (Pedro Nava) “ Não seria preciso muita finura para perceber isso.” (Ciro
“...esses números nada têm de precisos.” (Josué de Castro) dos Anjos)
Observe-se que em tais casos o sujeito não vem determinado
Concordância do adjetivo predicativo com o sujeito: a pelo artigo e a concordância se faz não com a forma gramatical da
concordância do adjetivo predicativo com o sujeito realiza-se palavra, mas com o fato que se tem em mente:
consoante as seguintes normas: Tomar hormônios às refeições não é mau.
É necessário ter muita fé.
• O predicativo concorda em gênero e número com o
sujeito simples: Havendo determinação do sujeito, ou sendo preciso realçar o
A ciência sem consciência é desastrosa. predicativo, efetua-se a concordância normalmente:
Os campos estavam floridos, as colheitas seriam fartas. É necessária a tua presença aqui. (= indispensável)
É proibida a caça nesta reserva. “Se eram necessárias obras, que se fizessem e largamente.”
(Eça de Queirós)
• Quando o sujeito é composto e constituído por “Seriam precisos outros três homens.” (Aníbal Machado)
substantivos do mesmo gênero, o predicativo deve concordar no “São precisos também os nomes dos admiradores.” (Carlos
plural e no gênero deles: de Laet)
O mar e o céu estavam serenos. “Foram precisos milênios de luta contra a animalidade.”
A ciência e a virtude são necessárias. (Rubem Braga)
“Torvos e ferozes eram o gesto e os meneios destes homens “Só para consolidar as bases do palácio real, foram precisas
sem disciplina,” (Alexandre Herculano) treze mil estacas.” (Ramalho Ortigão)

• Sendo o sujeito composto e constituído por substantivos Concordância do predicativo com o objeto: A concordância
de gêneros diversos, o predicativo concordará no masculino plural: do adjetivo predicativo com o objeto direto ou indireto subordina-
O vale e a montanha são frescos. se às seguintes regras gerais:
“O céu e as árvores ficariam assombrados.” (Machado de
Assis) • O adjetivo concorda em gênero e número com o objeto
Longos eram os dias e as noites para o prisioneiro. quando este é simples:
“O César e a irmã são louros.” (Antônio Olinto) Vi ancorados na baía os navios petrolíferos.
O garoto e as meninas avançaram cautelosos. “Olhou para suas terras e viu-as incultas e maninhas.”
Menos comum é a concordância com o substantivo mais (Carlos de Laet)
próximo, o que só é possível quando o predicativo se antecipa ao O tribunal qualificou de ilegais as nomeações do ex-prefeito.
sujeito: A noite torna visíveis os astros no céu límpido.
“Era deserta a vila, a casa, o templo.” (Gonçalves Dias)
Onde andará metido Antônio e suas irmãs? • Quando o objeto é composto e constituído por elementos
Estavam molhadas as cortinas e os tapetes. do mesmo gênero, o adjetivo se flexiona no plural e no gênero dos
elementos:
• Se o sujeito for representado por um pronome de A justiça declarou criminosos o empresário e seus auxiliares.
tratamento, a concordância se efetua com o sexo da pessoa a quem Deixe bem fechadas a porta e as janelas.
nos referimos:
Vossa Senhoria ficará satisfeito, eu lhe garanto. • Sendo o objeto composto e formado de elementos de
“Vossa Excelência está enganado, Doutor Juiz.” (Ariano gênero diversos, o adjetivo predicativo concordará no masculino
Suassuna) plural:
Vossas Excelências, senhores Ministros, são merecedores de Tomei emprestados a régua e o compasso.
nossa confiança. Achei muito simpáticos o príncipe e sua filha.
Vossa Alteza foi bondoso. (com referência a um príncipe) “Vi setas e carcás espedaçados”. (Gonçalves Dias)
Vossa Alteza foi muito severa. (com referência a uma Encontrei jogados no chão o álbum e as cartas.
princesa) Encontrei pai e filha empenhados numa discussão.
“Vossa Majestade pode partir tranqüilo para a sua expedição.” Se anteposto ao objeto, poderá o predicativo, neste caso,
(Vivaldo Coaraci) concordar com o núcleo mais próximo:
É preciso que se mantenham limpas as ruas e os jardins.
O predicativo aparece às vezes na forma do masculino singular Segue as mesmas regras o predicativo expresso pelos
nas estereotipadas locuções é bom, é necessário, é preciso, etc., substantivos variáveis em gênero e número:
embora o sujeito seja substantivo feminino ou plural: Temiam que as tomassem por malfeitoras.
Bebida alcoólica não é bom para o fígado. Considero autores do crime o comerciante e sua empregada.
“Água de melissa é muito bom.” (Machado de Assis)
“É preciso cautela com semelhantes doutrinas.” (Camilo Concordância do particípio passivo: Na voz passiva, o
Castelo Branco) particípio concorda em gênero e número com o sujeito, como os
“Hormônios, às refeições, não é mau.” (Aníbal Machado) adjetivos:

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Foi escolhida a rainha da festa. O substantivo que se segue às locuções um e outro e nem
Foi feita a entrega dos convites. outro fica no singular. Exemplos:
Os jogadores tinham sido convocados. Um e outro livro me agradaram.
O governo avisa que não serão permitidas invasões de Nem um nem outro livro me agradaram.
propriedades.
Passadas duas semanas, procurei o devedor. Outros casos de concordância nominal: Registramos aqui
Minhas três coleções de selos são postas à venda. alguns casos especiais de concordância nominal:
O que não é admitido é a greve abusiva.
Foram vistas centenas de rapazes pedalando nas ruas. • Anexo, incluso, leso. Como adjetivos, concordam com o
substantivo em gênero e número:
Quando o núcleo do sujeito é, como no último exemplo, um Anexa à presente, vai a relação das mercadorias.
coletivo numérico, pode-se, em geral, efetuar a concordância com Vão anexos os pareceres das comissões técnicas.
o substantivo que o acompanha: Remeto-lhe, anexas, duas cópias do contrato.
Centenas de rapazes foram vistos pedalando nas ruas. Remeto-lhe, inclusa, uma fotocópia do recibo.
Dezenas de soldados foram feridos em combate. Os crimes de lesa-majestade eram punidos com a morte.
Ajudar esses espiões seria crime de lesa-pátria.
Referindo-se a dois ou mais substantivos de gênero diferentes,
o particípio concordará no masculino plural:
Observaçã: Evite a locução espúria em anexo.
Atingidos por mísseis, a corveta e o navio foram a pique.
“Mas achei natural que o clube e suas ilusões fossem
leiloados.” (Carlos Drummond de Andrade) • A olhos vistos. Locução adverbial invariável. Significa
visivelmente.
Concordância do pronome com o nome: “Lúcia emagrecia a olhos vistos”. (Coelho Neto)
• O pronome, quando se flexiona, concorda em gênero e “Zito envelhecia a olhos vistos.” (Autren Dourado)
número com o substantivo a que se refere:
“Martim quebrou um ramo de murta, a folha da tristeza, e • Só. Como adjetivo, só [sozinho, único] concorda em
deitou-o no jazido de sua esposa”. (José de Alencar) número com o substantivo. Como palavra denotativa de limitação,
“O velho abriu as pálpebras e cerrou-as logo.” (José de equivalente de apenas, somente, é invariável.
Alencar) Eles estavam sós, na sala iluminada.
Esses dois livros, por si sós, bastariam para torná-los célebre.
• O pronome que se refere a dois ou mais substantivos de Elas só passeiam de carro.
gêneros diferentes, flexiona-se no masculino plural: Só eles estavam na sala.
“Salas e coração habita-os a saudade”” (Alberto de Observação: Forma a locução a sós [=sem mais companhia,
Oliveira) sozinho]: Estávamos a sós. Jesus despediu a multidão e subiu ao
“A generosidade, o esforço e o amor, ensinaste-os tu em monte para orar a sós.
toda a sua sublimidade.” (Alexandre Herculano)
Conheci naquela escola ótimos rapazes e moças, com os • Possível. Usado em expressões superlativas, este adjetivo
quais fiz boas amizades. ora aparece invariável, ora flexionado:
“Referi-me à catedral de Notre-Dame e ao Vesúvio “A volta, esperava-nos sempre o almoço com os pratos mais
familiarmente, como se os tivesse visto.” (Graciliano Ramos) requintados possível.” (Maria Helena Cardoso)
Trazem presentes e flores e depositam-nos em torno dela. “Estas frutas são as mais saborosas possível.” (Carlos Góis)
Observação: Os substantivos sendo sinônimos, o pronome “A mania de Alice era colecionar os enfeites de louça mais
concorda com o mais próximo: grotescos possíveis.” (ledo Ivo)
“Ó mortais, que cegueira e desatino é o nosso!” (Manuel “... e o resultado obtido foi uma apresentação com movimentos
Bernardes)
os mais espontâneos possíveis.” (Ronaldo Miranda)
“De modo geral, as características do solo são as mais variadas
• Os pronomes um... outro, quando se referem a
possíveis.” (Murilo Melo Filho)
substantivos de gênero diferentes, concordam no masculino:
Marido e mulher viviam em boa harmonia e ajudavam-se As informações obtidas são as melhores (ou as piores)
um ao outro. possíveis.
“Repousavam bem perto um do outro a matéria e o Ele escolhia as tarefas menos penosas possíveis.
espírito.” (Alexandre Herculano)
Nito e Sônia casaram cedo: um por amor, o outro, por Como se vê dos exemplos citados, há nítida tendência, no
interesse. português de hoje, para se usar, neste caso, o adjetivo possível no
plural.
A locução um e outro, referida a indivíduos de sexos diferentes, O singular é de rigor quando a expressão superlativa inicia
permanece também no masculino: com a partícula o (o mais, o menos, o maior, o menor, etc.)
“A mulher do colchoeiro escovou-lhe o chapéu; e, quando Os prédios devem ficar o mais afastados possível.
ele [Rubião] saiu, um e outro agradeceram-lhe muito o benefício Ele trazia sempre as unhas o mais bem aparadas possível.
da salvação do filho.” (Machado de Assis) O médico atendeu o maior número de pacientes possível.

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• Adjetivos adverbiados. Certos adjetivos, como sério, • Bastante. Varia quando adjetivo, sinônimo de suficiente:
claro, caro, barato, alto, raro, etc., quando usados com a função de Não havia provas bastantes para condenar o réu.
advérbios terminados em – mente, ficam invariáveis: Duas malas não eram bastantes para as roupas da atriz.
Vamos falar sério. [sério = seriamente]
Penso que falei bem claro, disse a secretária. Fica invariável quando advérbio, caso em que modifica um
Esses produtos passam a custar mais caro. [ou mais barato] adjetivo:
Estas aves voam alto. [ou baixo] As cordas eram bastante fortes para sustentar o peso.
Gilberto e Regina raro vão ao cinema. Os emissários voltaram bastante otimistas.
“Há pessoas que parecem nascer errado.” (Machado de Assis) “Levi está inquieto com a economia do Brasil. Vê que se
aproximam dias bastante escuros.” (Austregésilo de Ataíde)
Junto e direto ora funcionam como adjetivos, ora como
advérbios: • Menos. É palavra invariável:
Gaste menos água.
“Jorge e Dante saltaram juntos do carro.” (José Louzeiro) À noite, há menos pessoas na praça.
“Era como se tivessem estado juntos na véspera.” (Autram
Dourado). CONCORDÂNCIA VERBAL
“Elas moram junto há algum tempo.” (José Gualda Dantas)
“Foram direto ao galpão do engenheiro-chefe.” (Josué O verbo concorda com o sujeito, em harmonia com as
Guimarães) seguintes regras gerais:
“As gaivotas iam diretas como um dardo.” (Josué Guimarães)
“Vamos carregar, juntas, nossa cruz.” (Maria José de Queirós) O sujeito é simples
Junto, estou lhe enviando algumas fotos. • O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em
As fotos foram enviadas junto com a carta. número e pessoa. Exemplos:
• Todo. No sentido de inteiramente, completamente, a) Verbo depois do sujeito:
costuma-se flexionar, embora seja advérbio:
“As saúvas eram uma praga.” (Carlos Povina Cavalcânti)
Esses índios andam todos nus.
“Tu não és inimiga dele, não? (Camilo Castelo Branco)
Geou durante a noite e a planície ficou toda (ou todo) branca.
“Vós fostes chamados à liberdade, irmãos.” (São Paulo)
As meninas iam todas de branco.
A casinha ficava sob duas mangueiras, que a cobriam toda.
b) Verbo antes do sujeito:
Acontecem tantas desgraças neste planeta!
Mas admite-se também a forma invariável:
Não faltarão pessoas que nos queiram ajudar.
A quem pertencem essas terras?
Fiquei com os cabelos todo sujos de terá.
Suas mãos estavam todo ensangüentadas. “Que me importavam as grades negras e pegajosas?”
(Graciliano Ramos)
• Alerta. Pela sua origem, alerta [=atentamente, de “Eram duas princesas muito lindas.” (Adriano da Gama
prontidão, em estado de vigilância] é advérbio e, portanto, Kury)
invariável:
Estamos alerta. O sujeito é composto e da 3ª pessoa
Os soldados ficaram alerta. • O sujeito, sendo composto e anteposto ao verbo, leva
“Todos os sentidos alerta funcionam.” (Carlos Drummond de geralmente este para o plural. Exemplos:
Andrade) “A esposa e o amigo seguem sua marcha.” (José de Alencar)
“Os brasileiros não podem deixar de estar sempre alerta.” “Poti e seus guerreiros o acompanharam.” (José de Alencar)
(Martins de Aguiar) “Vida, graça, novidade, escorriam-lhe da alma como de uma
fonte perene.” (Machado de Assis)
Contudo, esta palavra é, atualmente, sentida antes como
adjetivo, sendo, por isso, flexionada no plural: É licito (mas não obrigatório) deixar o verbo no singular:
Nossos chefes estão alertas. [=vigilantes] a) Quando o núcleo dos sujeitos são sinônimos:
Papa diz aos cristãos que se mantenham alertas. “A decência e honestidade ainda reinava.” (Mário Barreto)
“Uma sentinela de guarda, olhos abertos e sentidos alertas, “A coragem e afoiteza com que lhe respondi, perturbou-o...”
esperando pelo esconhecido...” (Assis Brasil, Os Crocodilos, p. (Camilo Castelo Branco)
25) “Que barulho, que revolução será capaz de perturbar esta
serenidade?” (Graciliano Ramos)
• Meio. Usada como advérbio, no sentido de um pouco,
esta palavra é invariável. Exemplos: b) Quando os núcleos do sujeito formam seqüência
A porta estava meio aberta. gradativa:
As meninas ficaram meio nervosas. Uma ânsia, uma aflição, uma angústia repentina começou a
Os sapatos eram meio velhos, mas serviam. me apertar à alma.

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• Sendo o sujeito composto e posposto ao verbo, este Núcleos do sujeito unidos por ou
poderá concordar no plural ou com o substantivo mais próximo: • Há duas situações a considerar:
“Não fossem o rádio de pilha e as revistas, que seria de Elisa?”
(Jorge Amado) a) Se a conjunção ou indicar exclusão ou retificação, o
“Enquanto ele não vinha, apareceram um jornal e uma vela.” verbo concordará com o núcleo do sujeito mais próximo:
(Ricardo Ramos) Paulo ou Antônio será o presidente.
“Ali estavam o rio e as suas lavadeiras.” (Carlos Povina O ladrão ou os ladrões não deixaram nenhum vestígio.
Cavalcânti) Ainda não foi encontrado o autor ou os autores do crime.
... casa abençoada onde paravam Deus e o primeiro dos seus “O chefe ou um dos delegados, não me lembra, era amigo do
ministros.” (Carlos de Laet) Andrade.” (Machado de Assis)
“Moço escritor, ao qual não faltam o talento e a graça.”
(Raquel de Queirós) b) O verbo irá para o plural se a idéia por ele expressa se
“Aí vinham a cobiça que devora, a cólera que inflama, a referir ou puder ser atribuída a todos os núcleos do sujeito:
“Era tão pequena a cidade, que um grito ou gargalhada forte
inveja que baba...” (Machado de Assis)
a atravessavam de ponta a ponta.” (Aníbal Machado) (Tanto um
“Proibiu-se o ofício e lojas de ourives.” (Viriato Correia)
grito como uma gargalhada atravessavam a cidade.)
“Aqui é que reina a paz e a alegria nas boas consciências.”
“Naquela crise, só Deus ou Nossa Senhora podiam acudir-
(Camilo Castelo Branco)
lhe.” (Camilo Castelo Branco)
“E de tudo, só restaria a árvore, a relva e o cestinho de
morangos.” (Lígia Fagundes Teles) Há, no entanto, em bons autores, ocorrência de verbo no
“Assusta-as, talvez, o ar tranqüilo com que as recebo, e a singular:
modéstia da cas.” (Rubem Braga) “A glória ou a vergonha da estirpe provinha de atos
“Passou-me pela mente a face e a voz duma professora de individuais.” (Vivaldo Coaraci)
escola primária.” (Érico Veríssimo) “Há dessas reminiscências que não descansam antes que a
pena ou a língua as publique.” (Machado de Assis)
Observação: Aconselhamos, nesse caso, usar o verbo no “Um príncipe ou uma princesa não casa sem um vultoso
plural. dote.” (Viriato Correia)
“Nas classes burguesas é raro o rapaz ou a rapariga que não
O sujeito é composto e de pessoas diferentes saiba o latim e o francês.” (Ramalho Ortigão)
• Se o sujeito composto for de pessoas diversas, o verbo se “Não faltava argúcia ou malícia a quem era irmã de Júlia.”
flexiona no plural e na pessoa que tiver prevalência. (A 1ª pessoa (Luís Jardim)
prevalece sobre a 2ª e a 3ª; a 2ª prevale sobre a 3ª):
“Foi o que fizemos Capitu e eu.” (Machado de Assis) (ela e Núcleos do sujeito unidos pela preposição com
eu = nós) • Usa-se mais freqüentemente o verbo no plural quando se
“Tu e ele partireis juntos.” (Mário Barreto) (tu e ele = vós) atribui a mesma importância, no processo verbal, aos elementos do
Você e meu irmão não me compreendem. (você e ele = vocês) sujeito unidos pela preposição com. Exemplos:
Manuel com seu compadre construíram o barracão.
Muitas vezes os escritores quebram a rigides dessa regra: “Eu com outros romeiros vínhamos de Vigo...” (Camilo
Castelo Branco)
a) Ora fazendo concordar o verbo com o sujeito mais “Ele com mais dois acercaram-se da porta.” (Camilo Castelo
próximo, quando este se pospõe ao verbo: Branco)
“O que resta da felicidade passada és tu e eles.” (Camilo
Pode se usar o verbo no singular quando se deseja dar
Castelo Branco)
relevância ao primeiro elemento do sujeito e também quando o
“Faze uma arca de madeira; entra nela tu, tua mulher e teus
verbo vier antes deste. Exemplos:
filhos.” (Machado de Assis)
O bispo, com dois sacerdotes, iniciou solenemente a missa.
O presidente, com sua comitiva, chegou a Paris às 5h da tarde.
b) Ora preferindo a 3ª pessoa na concorrência tu + ele (tu + “Já num sublime e público teatro se assenta o rei inglês com
ele = vocês em vez de tu + ele = vós): toda a corte.” (Luís de Camarões)
“...Deus e tu são testemunhas...” (Almeida Garrett) “À mesma porta por onde saíra a mulher com a filha,
“O que eu continuamente peço a Deus é que ele e tu sejam chegaram outros pretendentes.” (Aníbal Machado)
meus amigos.” (Camilo Castelo Branco)
“Juro que tu e tua mulher me pagam.” (Coelho Neto) Núcleos do sujeito unidos por nem
“Nem tu nem Belkiss a vêem.” (Eugênio de Castro) • Quando o sujeito é formado por núcleos no singular
As normas que a seguir traçamos têm, muitas vezes, valor unidos pela conjunção nem, usa-se, comumente, o verbo no plural.
relativo, porquanto a escolha desta ou daquela concordância Exemplos:
depende, freqüentemente, do contexto, da situação e do clima Nem a riqueza nem o poder o livraram de seus inimigos.
emocional que envolvem o falante ou o escrevente. Nem eu nem ele o convidamos.

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“Nem o mundo, nem Deus teriam força para me constranger “Embora sabendo que tudo vai continuar como está, fica
a tanto.” (Alexandre Herculano) o registro, o protesto, em nome dos telespectadores.” (Valério
“Nem a Bíblia nem a respeitabilidade lhe permitem praguejar Andrade)
alto.” (Eça de Queirós) Advogado e membro da instituição afirma que ela é corrupta.
“Nem a mãe nem o pai tinham percebido sua ausência.”
(Garcia de Paiva) Núcleos do sujeito são infinitivos
“Nem a mocidade, nem a fortuna tinham já forças para • O verbo concordará no plural se os infinitivos forem
reanimar a sua vítima.” (Antônio Feliciano de Castilho) determinados pelo artigo ou exprimirem idéias opostas; caso
“Nem Hazerot nem Magog foram eleitos.” (Machado de contrário, tanto é lícito usar o verbo no singular como no plural.
Assis) Exemplos:
O comer e o beber são necessários.
É preferível a concordância no singular: Rir e chorar fazem parte da vida
a) Quando o verbo precede o sujeito: Montar brinquedos e desmontá-los divertiam muito o menino.
“Não lhe valeu a imensidade azul, nem a alegria das flores, “Já tinha ouvido que plantar e colher feijão não dava trabalho.”
nem a pompa das folhas verdes...” (Machado de Assis)
(Carlos Povina Cavalcânti) (ou davam)
Não o convidei eu nem minha esposa.
“Cantar, dançar e representar faz (ou fazem) a alegria do
“Na fazenda, atualmente, não se recusa trabalho, nem
artista.
dinheiro, nem nada a ninguém.” (Guimarães Rosa)
“Nenhum rugir ou gemer seu anulariam o mal que se
b) Quando há exclusão, isto é, quando o fato só pode ser consumara no Mirante.” (Eça de Queirós)
atribuído a um dos elementos do sujeito:
Nem Berlim nem Moscou sediará a próxima Olimpíada. (Só Sujeito oracional
uma cidade pode sediar a Olimpíada.) • Concorda no singualr o verbo cujo sujeito é uma oração:
Nem Paulo nem João será eleito governador do Acre. (Só um Ainda falta / comprar os cartões.
candidato pode ser eleito governador.) Predicado Sujeito Oracional
Estas são realidades que não adianta esconder.
Núcleos do sujeito correlacionados Sujeito de adianta: esconder que (as realidades)
• O verbo vai para o plural quando os elementos do sujeito
composto estão ligados por uma das expressões correlativas Sujeito Coletivo
não só... mas também, não só como também, tanto...como, etc. • O verbo concorda no singular com o sujeito coletivo no
Exemplos: singular. Exemplos:
Não só a nação mas também o príncipe estariam pobres.” A multidão vociferava ameaças.
(Alexandre Herculano) O exército dos aliados desembarcou no sul da Itália.
“Tanto a Igreja como o Estado eram até certo ponto inocentes.” Uma junta de bois tirou o automóvel do atoleiro.
(Alexandre Herculano) Um bloco de foliões animava o centro da cidade.
“Tanto Noêmia como Reinaldo só mantinham relações de “Uma porção de índios surgiu do meio das árvores e nos
amizade com um grupo muito reduzido de pessoas.” (José Condé) rodeou.” (Edi Lima)
“Tanto a lavoura como a indústria da criação de gado não o “Surpreendemos uma vara de porcos que atravessava o rio a
demovem do seu objetivo.” (Cassiano Ricardo) nado.” (Gastão Cruls)
“Tanto Lincoln quanto o Aleijadinho parecem deter o segredo “...o bando dos guerreiros tabajaras que fugia em nuvem
de tudo que lhes falta.” (Viana Moog) negra de pó.” (José de Alencar)
“Um grupo de rapazes sentara-se ali ao lado.” (Fernando
Sujeitos resumidos por tudo, nada, ninguém Namora)
• Quando o sujeito composto vem resumido por um dos
pronomes, tudo, nada, ninguém, etc. o verbo concorda, no
Observação: Se o coletivo vier seguido de substantivo plural
singular, com o pronome resumidor. Exemplos:
que o especifique e anteceder ao verbo, este poderá ir para o
Jogos, espetáculos, viagens, diversões, nada pôde satisfazê-
plural, quando se quer salientar não a ação do conjunto, mas a dos
lo.
“O entusiasmo, alguns goles de vinho, o gênio imperioso, indivíduos, efetuando-se uma concordância não gramatical, mas
estouvado, tudo isso me levou a fazer uma coisa única.” (Machado ideológica:
de Assis) “Uma grande multidão de crianças, de velhos, de mulheres
Jogadores, árbitro, assistentes, ninguém saiu do campo. penetraram na caverna...” (Alexandre Herculano)
“Uma grande vara de porcos que se afogaram de escantilhão
Núcleos do sujeito designando a mesma pessoa ou coisa no mar...” (Camilo Castelo Branco)
• O verbo concorda no singular quando os núcleos do “Reconheceu que era um par de besouros que zumbiam no
sujeito designam a mesma pessoa ou o mesmo ser. Exemplos: ar.” (Machado de Assis)
“Aleluia! O brasileiro comum, o homem do povo, o João- “Havia na União um grupo de meninos que praticavam esse
ninguém, agora é cédula de Cr$ 500,00!” (Carlos Drummond divertimento com uma pertinácia admirável.” (Carlos Povina
Andrade) Cavalcânti)

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A maior parte de, grande número de, etc. Um e outro, nem um nem outro
• Sendo o sujeito uma das expressões quantitativas a maior • O sujeito sendo uma dessas expressões, o verbo concorda,
parte de, parte de, a maioria de, grande número de, etc., seguida de preferência, no plural. Exemplos:
de substantivo ou pronome no plural, o vebo, quando posposto ao “Um e outro gênero se destinavam ao conhecimento...”
sujeito, pode ir para o singular ou para o plural, conforme se queira (Hernâni Cidade)
efetuar uma concordância estritamente gramatical (com o coletivo “Um e outro descendiam de velhas famílias do Norte.”
singular) ou uma concordância enfática, expressiva, com a idéia de (Machado de Assis)
pluralidade sugerida pelo sujeito. Exemplos: Uma e outra família tinham (ou tinha) parentes no Rio.
A maior parte dos indígenas respeitavam os pajés.” (Gilberto
“Depois nem um nem outro acharam novo motivo para
Freire)
diálogo.” (Fernando Namora)
“A maior parte dos doidos ali metidos estão em seu perfeito
juízo.” (Machado de Assis) “Não me ficaria bem nem uma nem outra coisa.” (José Gualda
“A maior parte das pessoas pedem uma sopa, um prato de Dantas)
carne e um prato de legumes.” (Ramalho Ortigão) Nem uma nem outra foto prestavam (ou prestava).
“A maior parte dos nomes podem ser empregados em sentido Um e outro livro me agradaram (ou agradou) muito.
definido ou em sentido indefinido.” (Mário Barreto) “Um e outro país deixarão de ver no outro o Império do Mal.”
“Grande parte dos atuais advérbios nasceram de substantivos.” (Emir Sader)
(Idem)
“A maioria das pessoas são sinuosas, coleantes...” (Ondina Um ou outro
Ferreira) • O verbo concorda no singular com o sujeito um ou outro:
A maioria dos acidentes nas estradas de acesso ao Rio “Respondi-lhe que um ou outro colar lhe ficava bem.”
ocorrem em dias claros. (Machado de Assis)
“Vocês já imaginaram a maravilha que seria o mundo se “Uma ou outra pode dar lugar a dissentimentos.” (Machado
ao menos uma quinta parte desses gênios se realizassem na
de Assis)
maioridade?” (Lígia Fagundes Teles)
“A maioria dos presentes, formando grupos, contavam “Sempre tem um ou outro que vai dando um vintém.” (Raquel
histórias, baixinho, falavam de coisas da vida.” (Aurélio Buarque de Queirós)
de Holanda)
“A maioria dos mouros era escrava e pobre.” (Alexandre Um dos que, uma das que
Herculano) • Quando, em orações adjetivas restritivas, o pronome
“Amaioria dos trabalhadores recebeu essa notícia com que vem antecedido de um dos ou expressão análoga, o verbo da
alegria.” (Armando Fontes) oração adjetiva flexiona-se, em regra, no plural:
“A maioria das palavras continua visível.” (Carlos Drummond “O príncipe foi um dos que despertaram mais cedo.”
de Andrade) (Alexandre Herculano)
“A maioria dos doentes não podia compreender que...” “A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de
(Fernando Namora) nós.” (Machado de Assis)
“Metade dos alunos fez (ou fizeram) o trabalho.” (J. Gualda “Areteu da Capadócia era um dos muitos médicos gregos que
Dantas)
viviam em Roma.” (Moacyr Scliar)
“Meia dúzia de garimpeiros doentes esperava a consulta
matutina.” (Herman Lima) Ele é desses charlatães que exploram a crendice humana.
Visitei os presos. Boa parte deles dormia (ou dormiam) no Não sou dos que acreditam piamente em soluções mágicas.
chão.
Grande número de eleitores votou (ou votaram) em branco. Essa é a concordância lógica, geralmente preferida pelos
Morreu de gripe a maioria dos índios que tiveram contato escritores modernos. Todavia, não é prática condenável fugir
com os brancos. ao rigor da lógica gramatical e usar o verbo da oração adjetiva
Nos quilombos refugiava‑se parte dos escravos fugitivos. no singular (fazendo-o concordar com a palavra um), quando se
deseja destacar o indivíduo do grupo, dando-se a entender que ele
Observações: sobressaiu ou sobressai aos demais:
- quando o verbo precede o sujeito, como nos dois últimos Ele é um desses parasitas que vive à custa dos outros.
exemplos, a concordância se efetua no singular. “Foi um dos poucos do seu tempo que reconheceu a
- como se vê dos exemplos supracitados, as duas concordâncias originalidade e importância da literatura brasileira.” (João Ribeiro)
são igualmente legítimas, porque têm tradição na língua. Cabe
a quem fala ou escreve escolher a que julgar mais adequada à
Observação: Há gramáticas que condenam tal concordância.
situação. Pode-se, portanto, no caso em foco, usar o verbo no
plural, efetuando a concordância não com a forma gramatical Por coerência, deveriam condenar também a comumente aceita em
das palavras, mas com a idéia de pluralidade que elas encerram construções anormais do tipo: Quais de vós sois isentos de culpa?
e sugerem à nossa mente. Essa concordância ideológica é bem Quantos de nós somos completamente felizes?
mais expressiva que a gramatical, como se pode perceber relendo O verbo fica obrigatoriamente no singular quando se aplica
as frases citadas de Machado de Assis, Ramalho Ortigão, Ondina apenas ao indivíduo de que se fala, como no exemplo:
Ferreira e Aurélio Buarque de Holanda, e cotejando-as com as dos Jairo é um dos meus empregados que não sabe ler. (Jairo é o
autores que usaram o verbo no singular. único empregado que não sabe ler.)

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Ressalte-se porém, que nesse caso é preferível construir a Pronomes quem, que, como sujeitos
frase de outro modo: • O verbo concordará, em regra, na 3ª pessoa, com os
Jairo é um empregado meu que não sabe ler. pronomes quem e que, em frases como estas:
Dos meus empregados, só Jairo não sabe ler. Sou eu quem responde pelos meus atos.
Somos nós quem leva o prejuízo.
Na linguagem culta formal, ao empregar as expressões em Eram elas quem fazia a limpeza da casa.
foco, o mais acertado é usar no plural o verbo da oração adjetiva: “Eras tu quem tinha o dom de encantar-me.” (Osmã Lins)
O Japão é um dos países que mais investem em tecnologia. “Fui eu quem o ensinou a desenhar.” (Mário Barreto)
Gandhi foi um dos que mais lutaram pela paz. “Eu fui o último que se retirou.” (Mário Barreto)
O sertão cearense é uma das áreas que mais sofrem com as Eu sou o que presenciou o fato.
secas. “Sou um homem que ainda não renegou nem da cruz, nem da
Heráclito foi um dos empresários que conseguiram superar Espanha.” (Alexandre Herculano)
“Éramos dois sócios que entravam no comércio da vida com
a crise.
diferentes capital.” (Machado de Assis)
Embora o caso seja diferente, é oportuno lembrar que,
Todavia, a linguagem enfática justifica a concordância com o
nas orações adjetivas explicativas, nas quais o pronome que é
sujeito da oração principal:
separado de seu antecedente por pausa e vírgula, a concordância é “Sou eu quem prendo aos céus a terra.” (Gonçalves Dias)
determinada pelo sentido da frase: “Não sou eu quem faço a perspectiva encolhida.” (Ricardo
Um dos meninos, que estava sentado à porta da casa, foi Ramos)
chamar o pai. (Só um menino estava sentado.) “És tu quem dás frescor à mansa brisa.” (Gonçalves Dias)
Um dos cinco homens, que assistiam àquela cena estupefatos, “Nós somos os galegos que levamos a barrica.” (Camilo
soltou um grito de protesto. (Todos os cinco homens assistiam à Castelo Branco)
cena.) “Vós sois o algoz que recebeis o cutelo da mão providencial.”
(Camilo Castelo Branco)
Mais de um “Somos nós quem a fazemos.” (Ricardo Ramos)
• O verbo concorda, em regra, no singular. O plural será Eu sou a que mais estou torcendo para jogarmos juntas.
de rigor se o verbo exprimir reciprocidade, ou se o numeral for
superior a um. Exemplos: A concordância do verbo precedido do pronome relativo que
Mais de um excursionista já perdeu a vida nesta montanha. far-se-á obrigatoriamente com o sujeito do verbo (ser) da oração
Mais de um dos circunstantes se entreolharam com espanto. principal, em frases do tipo:
Devem ter fugido mais de vinte presos. Sou eu que pago.
És tu que vens conosco?
Quais de vós? Alguns de nós Somos nós que cozinhamos.
• Sendo o sujeito um dos pronomes interrogativos quais? Eram eles que mais reclamavam.
quantos? Ou um dos indefinidos alguns, muitos, poucos, etc., Fomos nós que o encontramos.
seguidos dos pronomes nós ou vós, o verbo concordará, por Fostes vós que o elegestes.
atração, com estes últimos, ou, o que é mais lógico, na 3ª pessoa Foram os bombeiros que a salvaram.
do plural: “Fui eu que me pus a rir.” (Machado de Assis)
“Quantos dentre nós a conhecemos?” (Rogério César “Fui eu que imitei o ronco do bicho.” (Edi Lima)
“Não seremos nós que iremos, à maneira dos primitivistas,
Cerqueira)
ficar de tanga e entrar a falar capiau.” (Sílvio Elia)
“Quais de vós sois, como eu, desterrados...?” (Alexandre
Herculano)
Observação: Em construções desse tipo, é lícito considerar
“...quantos dentre vós estudam conscienciosamente o
o verbo ser e a palavra que como elementos expletivos ou
passado?” (José de Alencar) enfatizantes, portanto não necessários ao enunciado. Assim:
Alguns de nós vieram (ou viemos) de longe. Sou eu que pago. (=Eu pago)
Poucos dentre nós conhecem (ou conhecemos) as leis. Somos nós que cozinhamos. (=Nós cozinhamos)
“Quantos de nós teríamos experimentado essa tentação?” Foram os bombeiros que a salvaram. (= Os bombeiros a
(Olga Savary) salvaram.)
“Já pensou, meu caro, quantos de nós nos arriscamos aqui?” Seja qual for a interpretação, o importante é saber que, neste
(Guilherme de Figueiredo) caso, tanto o verbo ser como o outro devem concordar com o
pronome ou substantivo que precede a palavra que.
Observação: Estando o pronome no singular, no singular (3ª
pessoa) ficará o verbo: Concordância com os pronomes de tratamento
Qual de vós testemunhou o fato? • Os pronomes de tratamento exigem o verbo na 3ª pessoa,
Nenhuma de nós a conhece. embora se refira à 2ª pessoa do discurso:
Nenhum de vós a viu? Vossa Excelência agiu com moderação.
Qual de nós falará primeiro? Vossas Excelências não ficarão surdos à voz do povo.

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“Espero que V.Sª. não me faça mal.” (Camilo Castelo Branco) Na literatura moderna há exemplos em contrário, mas que não
“Vossa Majestade não pode consentir que os touros lhe matem devem ser seguidos:
o tempo e os vassalos.” (Rebelo da Silva) “Vendia‑se seiscentos convites e aquilo ficava cheio.”
(Ricardo Ramos)
Concordância com certos substantivos próprios no plural “Em Paris há coisas que não se entende bem.” (Rubem Braga)
• Certos substantivos próprios de forma plural, como Nas locuções verbais formadas com os verbos auxiliares poder
Estados Unidos, Andes, Campinas, Lusíadas, etc., levam o verbo e dever, na voz passiva sintética, o verbo auxiliar concordará com
para o plural quando se usam com o artigo; caso contrário, o verbo
o sujeito. Exemplos:
concorda no singular.
Não se podem cortar essas árvores. (sujeito: árvores; locução
“Os Estados Unidos são o país mais rico do mundo.” (Eduardo
Prado) verbal: podem cortar)
Os Andes se estendem da Venezuela à Terra do Fogo. Devem‑se ler bons livros. (=Devem ser lidos bons livros)
“Os Lusíadas” imortalizaram Luís de Camões. (sujeito: livros; locução verbal: devem-se ler)
Campinas orgulha‑se de ter sido o berço de Carlos Gomes. “Nem de outra forma se poderiam imaginar façanhas
Minas Gerais possui grandes jazidas de ferro. memoráveis como a do fabuloso Aleixo Garcia.” (Sérgio Buarque
“Montes Claros era um feudo daquel família.” (Raquel de Holanda)
Jardim) “Em Santarém há poucas casas particulares que se possam
“Terras do Sem-Fim” foi quadrinizado para leitores jovens. dizer verdadeiramente antigas.” (Almeida Garrett)

Tratando-se de títulos de obras, é comum deixar o verbo no Entretanto, pode-se considerar sujeito do verbo principal a
singular, sobretudo com o verbo ser seguido de predicativo no oração iniciada pelo infinitivo e, nesse caso, não há locução verbal
singular: e o verbo auxiliar concordará no singular. Assim:
“As Férias de El‑Rei é o título da novela.” (Rebelo da Silva)
Não se pode cortar essas árvores. (sujeito: cortar essas árvores;
“As Valkírias mostra claramente o homem que existe por
detrás do mago.” (Paulo Coelho) predicado: não se pode)
“Os Sertões é um ensaio sociológico e histórico...” (Celso Deve‑se ler bons livros. (sujeito: ler bons livros; predicado:
Luft) deve-se)

A concordância, neste caso, não é gramatical, mas ideológica, Em síntese: de acordo com a interpretação que se escolher,
porque se efetua não com a palavra (Valkírias, Sertões, Férias de tanto é lícito usar o verbo auxiliar no singular como no plural.
El-Rei), mas com a idéia por ela sugerida (obra ou livro). Ressalte- Portanto:
se, porém, que é também correto usar o verbo no plural: Não se podem (ou pode) cortar essas árvores.
As Valkírias mostram claramente o homem... Devem‑se (ou deve‑se) ler bons livros.
“Os Sertões são um livro de ciência e de paixão, de análise e “Quando se joga, deve‑se aceitar as regras.” (Ledo Ivo)
de protesto.” (Alfredo Bosi) “Concluo que não se devem abolir as loterias.” (Machado de
Assis)
Concordância do verbo passivo
“Pode‑se comprar livros de segunda mão baratíssimos.” (José
• Quando apassivado pelo pronome apassivador se, o
verbo concordará normalmente com o sujeito: Paulo Paes)
Vende‑se a casa e compram‑se dois apartamentos. “De preferência, deve‑se ler os dois, o historiador e o
Gataram‑se milhões, sem que se vissem resultados concretos. novelista.” (Jorge Amado)
“Correram‑se as cortinas da tribuna real.” (Rebelo da Silva) “Deviam‑se reduzir ao mínimo as relações com o poder
“Aperfeiçoavam‑se as aspas, cravavam-se pregos necessários público.” (Ciro dos Anjos)
à segurança dos postes...” (Camilo Castelo Branco) “Era loura, mas podia‑se ver massas castanhas por baixo da
“Agora já não se fazem deste aparelhos.” (Carlos de Laet) tintura dourada do cabelo.” (Vinícius de Morais)
“Ouviam‑se vozes fortes de comando.” (Ferreira de Castro)
Ali só se viam ruínas. Verbos impessoais
“A tentativa de se aferirem pesos e medidas.” (Ciro dos • Os verbos haver, fazer (na indicação do tempo), passar de
Anjos) (na indicação de horas), chover e outros que exprimem fenômenos
“Quantas horas faltariam para se abrirem os cafés e as meteorológicos, quando usados como impessoais, ficam na 3ª
bodegas?” (Graciliano Ramos)
pessoa do singular:
“A salvação de Toledo foi não se terem fechado suas portas.”
“Não havia ali vizinhos naquele deserto.” (Monteiro Lobato)
(Alexandre Herculano)
“Sua sala era absolutamente igual às que se vêem nos livros “Havia já dois anos que nos não víamos.” (Machado de Assis)
ilustrados para o ensino do inglês.” (Cecília Meireles) “Aqui faz verões terríveis.” (Camilo Castelo Branco)
“Mais tarde se confirma isto, ao se mandarem chusmas “Faz hoje ao certo dois meses que morreu na forca o tal
de criminosos povoar os cafundós desta ou daquela capitania.” malvado...” (Camilo Castelo Branco)
(Cassiano Ricardo) “Conhecera-o assim, fazia quase vinte anos.” (Josué Montelo)
“Daí o princípio colonial de só se concederem terras em Quando saí de casa, passava das oito horas.
sesmarias às pessoas que possuam meios para realizar a exploração “Chovera e nevara depois, durante muitos dias.” (Camilo
delas e fundar engenhos.” (Oliveira Viana) Castelo Branco)

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Observações: “O que atrapalha bastante são as discussões e meu respeito.”


- Também fica invariável na 3ª pessoa do singular o verbo que (Aníbal Machado)
forma locução com os verbos impessoais haver ou fazer: “Mas o que o amor é, principalmente, são duas pessoas neste
Deverá haver cinco anos que ocorreu o incêndio. mundo.” (Raquel de Queirós)
Vai haver grandes festas. Hoje o que não falta são divertimentos.
Há de haver, sem dúvida, fortíssimas razões para ele não
aceitar o cargo. A concordância com o sujeito, embora menos comum, é
Começou a haver abusos na nova administração. também lícita:
Vai fazer cem anos que nasceu o genial artista. “Tudo é flores no presente.” (Gonçalves Dias)
Não pode haver rasuras neste documento. “O que de mim posso oferecer-lhe é espinhos da minha
“Haverá, deve haver construções históricas em Nova Iorque.” coroa.” (Camilo Castelo Branco)
(Viana Moog)
O verbo ser fica no singular quando o predicativo é formado
- o verbo chover, no sentido figurado (= cair ou sobrevir em
de dois núcleos no singular:
grande quantidade), deixa de ser impessoal e, portanto concordará
“Tudo o mais é soledade e silêncio.” (Ferreira de Castro)
com o sujeito:
Choviam pétalas de flores.
“Sou aquele sobre quem mais têm chovido elogios e b) Quando o sujeito é um nome de coisa, no singular, e o
diatribes.” (Carlos de Laet) predicativo um substantivo plural:
“Choveram comentários e palpites.” (Carlos Drummond de “A cama são umas palhas.” (Camilo Castelo Branco)
Andrade) “A causa eram os seus projetos.” (Machado de Assis)
“E nem lá (na Lua) chovem meteoritos, permanentemente.” “Vida de craque não são rosas.” (Raquel de Queirós)
(Raquel de Queirós) Sua salvação foram aquelas ervas.
“Quando D. Angélica soube que a base daqueles pratos e
- Na língua popular brasileira é generalizado o uso de ter, sobremesas eram flores, ficou consternada.” (José J. Veiga)
impessoal, por haver, existir. Nem faltam exemplos em escritores
modernos: Observação: O sujeito sendo nome de pessoa, com ele
“No centro do pátio tem uma figueira velhíssima, com um concordará o verbo ser:
banco embaixo.” (José Geraldo Vieira) Emília é os encantos de sua avó.
“Soube que tem um cavalo morto, no quintal.” (Carlos Abílio era só problemas.
Drummond de Andrade) Dá-se também a concordância no singular com o sujeito que:
“Ergo-me hoje para escrever mais uma página neste Diário
Esse emprego do verbo ter, impessoal, não é estranho ao que breve será cinzas como eu.” (Camilo Castelo Branco)
português europeu: “ É verdade. Tem dias que sai ao “No edifício que era só vidros.” (Ricardo Ramos)
romper de alva e recolhe alta noite, respondeu Ângela.” (Camilo
Castelo Branco) (Tem = Há) c) Quando o sujeito é uma palavra ou expressão de sentido
coletivo ou partitivo, e o predicativo um substantivo no plural:
- Existir não é verbo impessoal. Portanto: “A maioria eram rapazes.” (Aníbal Machado)
Nesta cidade existem ( e não existe) bons médicos. A maior parte eram famílias pobres.
Não deviam (e não devia) existir crianças abandonadas. O resto (ou o mais) são trastes velhos.
“A maior parte dessa multidão são mendigos.” (Eça de
Concordância do verbo ser
Queirós)
• O verbo de ligação ser concorda com o predicativo nos
“Quase a metade dos escritores brasileiros que viveram entre
seguintes casos:
1870 e 1930 foram professores de escolas públicas.” (José Murilo
de Carvalho)
a) Quando o sujeito é um dos pronomes tudo, o, isto, isso,
ou aquilo:
“Tudo eram hipóteses.” (Ledo Ivo) d) Quando o predicativo é um pronome pessoal ou um
“Tudo isto eram sintomas graves.” (Machado de Assis) substantivo, e o sujeito não é pronome pessoal reto:
Na mocidade tudo são esperanças. “O Brasil, senhores, sois vós.” (Rui Barbosa)
“Não, nem tudo são dessemelhanças e contrastes entre Brasil “Nas minhas terras o rei sou eu.” (Alexandre Herculano)
e Estados Unidos.” (Viana Moog) “O dono da fazenda serás tu.” (Said Ali)
“Vamos e venhamos: na floresta nem tudo são flores.” “...mas a minha riqueza eras tu.” (Camilo Castelo Branco)
(Tiago de Melo) Quem deu o alarme fui eu.
“Aquilo eram asperezas que o tempo acepilhava.” (Graciliano Quem plantou essas árvores fomos nós.
Ramos) Quem não ficou nada contente foram os camelôs.
“Isso são sonhos, Mariana!” (Camilo Castelo Branco)
“O que atrapalhava eram as caras simpáticas dos guardas.” Mas:
(Aníbal Machado) Eu não sou ele. Vós não sois eles. Tu não és ele.

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e) Quando o predicativo é o pronome demonstrativo o ou a Os astros é que os guiavam. (= Eram os astros que os
palavra coisa: guiavam.)
Divertimentos é o que não lhe falta. Divertimentos é que não lhe faltavam.
“Os bastidores é só o que me toca.” (Correia Garção)
“Mentiras, era o que me pediam, sempre mentiras.” ( Da mesma forma se diz, com ênfase:
Fernando Namora) “Vocês são muito é atrevidos.” (Raquel de Queirós)
“Os responsórios e os sinos é coisa importuna em Tibães.” “Sentia era vontade de ir também sentar-me numa cadeira
(Camilo Castelo Branco) junto do palco.” (Graciliano Ramos)
Histórias sobre diamantes é o que não falta.” (Maria José de “Por que era que ele usava chapéu sem aba?” (Graciliano
Queirós) Ramos)

f) Nas locuções é muito, é pouco, é suficiente, é demais, é Observação: O verbo ser é impessoal e invariável em
mais que (ou do que), é menos que (ou do que), etc., cujo sujeito construções enfáticas como:
exprime quantidade, preço, medida, etc.: Era aqui onde se açoitavam os escravos. (= Aqui se açoitavam
“Seis anos era muito.” (Camilo Castelo Branco) os escravos.)
Dois mil dólares é pouco.
Foi então que os dois se desentenderam. (= Então os dois se
Cinco mil dólares era quanto bastava para a viagem.
desentenderam.)
Doze metros de fio é demais.
Seis quilos de carne é mais do que precisamos.
Era uma vez
Para ele, mil dólares era menos que um real.
• Por tradição, mantém-se invariável a expressão inicial de
• Na indicação das horas, datas e distância , o verbo ser histórias era uma vez, ainda quando seguida de substantivo plural:
é impessoal (não tem sujeito) e concordará com a expressão Era uma vez dois cavaleiros andantes.
designativa de hora, data ou distância: A não ser
Era uma hora da tarde.
“Era hora e meia, foi pôr o chapéu.” (Eça de Queirós) • É geralmente considerada locução invariável, equivalente
“Seriam seis e meia da tarde.” ( Raquel de Queirós) a exceto, salvo, senão. Exemplos:
“Eram duas horas da tarde.” (Machado de Assis) Nada restou do edifício, a não ser escombros.
“São horas de fechar esta carta.” (Camilo Castelo Branco) A não ser alguns pescadores, ninguém conhecia aquela praia.
“Eram sete de maio da era de 1439...” (Alexandre Herculano) “Nunca pensara no que podia sair do papel e do lápis, a não
“Hoje são vinte e um do mês, não são?” (Camilo Castelo ser bonecos sem pescoço...” (Carlos Drummond de Andrade)
Branco)
“Da estação à fazenda são três léguas a cavalo.” (Said Ali) Mas não constitui erro usar o verbo ser no plural, fazendo-o
Observações: concordar com o substantivo seguinte, convertido em sujeito da
oração infinitiva. Exemplos:
- Pode-se, entretanto na linguagem espontânea, deixar o verbo “As dissipações não produzem nada, a não serem dívidas e
no singular, concordando com a idéia implícita de “dia”: desgostos.” (Machado de Assis)
“Hoje é seis de março.” (J. Matoso Câmara Jr.) (Hoje é dia “A não serem os antigos companheiros de mocidade, ninguém
seis de março.) o tratava pelo nome próprio.” (Álvaro Lins)
“Hoje é dez de janeiro.” (Celso Luft) “A não serem os críticos e eruditos, pouca gente manuseia
hoje... aquela obra.” (Latino Coelho)
- Estando a expressão que designa horas precedida da locução
perto de, hesitam os escritores entre o plural e o singular: Haja vista
“Eram perto de oito horas.” (Machado de Assis)
• A expressão correta é haja vista, e não haja visto. Pode
“Era perto de duas horas quando saiu da janela.” (Machado
ser construída de três modos:
de Assis)
- Hajam vista os livros desse autor. (= tenham vista, vejam-
“...era perto das cinco quando saí.” (Eça de Queirós)
se)
- O verbo passar, referente a horas, fica na 3ª pessoa do - Haja vista os livros desse autor. (= por exemplo, veja)
singular, em frases como: - Haja vista aos livros desse autor. (= olhe-se para, atente-se
Quando o trem chegou, passava das sete horas. para os livros)

Locução de realce é que A primeira construção (que é a mais lógica) analisa-se deste
• O verbo ser permanece invariável na expressão expletiva modo.
ou de realce é que: Sujeito: os livros; verbo hajam (=tenham); objeto direto: vista.
Eu é que mantenho a ordem aqui. (= Sou eu que mantenho a A situação é preocupante; hajam vista os incidentes de sábado.
ordem aqui.)
Nós é que trabalhávamos. (= Éramos nós que trabalhávamos) Seguida de substantivo (ou pronome) singular, a expressão,
As mães é que devem educá-los. (= São as mães que devem evidentemente, permanece invariável:
educá-los.) A situação é preocupante; haja vista o incidente de sábado.

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Bem haja. Mal haja Usando-se a oração desenvolvida, parecer concordará no


• Bem haja e mal haja usam-se em frases optativas e singular:
imprecativas, respectivamente. O verbo concordará normalmente “Mesmo os doentes parece que são mais felizes.” (Cecília
com o sujeito, que vem sempre posposto: Meireles)
“Bem haja Sua Majestade!” (Camilo Castelo Branco) “Outros, de aparência acabadiça, parecia que não podiam
Bem hajam os promovedores dessa campanha! com a enxada.” (José Américo)
“Mal hajam as desgraças da minha vida...” (Camilo Castelo “As notícias parece que têm asas.” (Oto Lara Resende) (Isto
Branco) é: Parece que as notícias têm asas.)

Concordância dos verbos bater, dar e soar Observação: Essa dualidade de sintaxe verifica-se também
• Referindo-se às horas, os três verbos acima concordam com o verbo ver na voz passiva: “Viam‑se entrar mulheres e
regularmente com o sujeito, que pode ser hora, horas (claro ou crianças.” Ou “Via‑se entrarem mulheres e crianças.”
oculto), badaladas ou relógio:
“Nisto, deu três horas o relógio da botica.” (Camilo Castelo Concordância com o sujeito oracional
Branco) • O verbo cujo sujeito é uma oração concorda
“Bateram quatro da manhã em três torres a um tempo...” obrigatoriamente na 3ª pessoa do singular:
(Mário Barreto) Parecia / que os dois homens estavam bêbedos.
“Tinham batido quatro horas no cartório do tabelião Vaz Verbo sujeito (oração subjetiva)
Faltava / dar os últimos retoques.
Nunes.” (Machado de Assis)
Verbo sujeito (oração subjetiva)
“Deu uma e meia.” (Said Ali)
“Davam nove horas na Igreja do Loreto.” (Rebelo da Silva)
Outros exemplos, com o sujeito oracional em destaque:
“Não tardou muito que no sino do coro batessem as badaladas
Não me interessa ouvir essas parlendas.
que anunciavam a hora de prima.” (Alexandre Herculano) Anotei os livros que faltava adquirir. (faltava adquirir os
“Soaram dez horas nos relógios das igrejas e das fábricas.” livros)
(Armando Fontes) Esses fatos, importa (ou convém) não esquecê‑los.
São viáveis as reformas que se intenta implantar?
Observação: Pasar, com referência a horas, no sentido de ser São problemas esses que compete ao governo solucionar.
mais de, é verbo impessoal, por isso fica na 3ª pessoa do singular: Não se conseguiu conter os curiosos.
Quando chegamos ao aeroporto, passava das 16 horas. Tentou-se aumentar as exportações.
Vamos, já passa das oito horas – disse ela ao filho. No momento, procura-se diminuir as importações.
Não se pretende alcançar resultados imediatos.
Concordância do verbo parecer São problemas esses que não cabe a nós resolver.
• Em construções com o verbo parecer seguido de “A casa é grande: mas tem-se visto acabarem casas maiores.”
infinitivo, pode-se flexionar o verbo parecer ou o infinitivo que o (Camilo Castelo Branco)
acompanha: “O americano pede contas aos seus mandatários pela
As paredes pareciam estremecer. (construção corrente) administração e destino dos bens que lhes incumbe zelar.” (Viana
As paredes parecia estremecerem. (construção literária) Moog)
“Sobre isto dissemos cousas que não importa escrever aqui.”
Análise da construção dois: parecia: oração principal; as (Machado de Assis)
paredes estremeceram: oração subordinada substantiva subjetiva.
Outros exemplos: Concordância com sujeito indeterminado
“Nervos... que pareciam estourar no minuto seguinte.” • O pronome se, pode funcionar como índice de
(Fernando Namora) indeterminação do sujeito. Nesse caso, o verbo concorda
“Referiu-me circunstâncias que parece justificarem o obrigatoriamente na 3ª pessoa do singular. Exemplos;
procedimento do soberano.” (Latino Coelho) Em casa, fica-se mais à vontade.
“As lágrimas e os soluços parecia não a deixarem prosseguir.” Detesta‑se (e não detestam-se) aos indivíduos falsos.
(Alexandre Herculano) Acabe‑se de vez com esses abusos!
“...quando as estrelas, em ritmo moroso, parecia caminharem Para ir de São Paulo a Curitiba, levava‑se doze horas.
no céu.” (Graça Aranha) Trata‑se de fenômenos que os cientistas não sabem explicar.
“Os moravos parece haverem tomado a sério, para regra da “Não se trata de advogados, minha senhora. Trata‑se de
vida, a palavra irônica do mártir.” (Ramalho Ortigão) provas.” (Geraldo França de Lima)
“Volvidos um para o outro, parecia não terem dado por ele.”
(Ferreira de Castro) Concordância com os numerais milhão, bilhão e trilhão
“Até parece escolherem o modelo.” (Raquel de Queirós) • Estes substantivos numéricos, quando seguidos de
substantivo no plural, levam, de preferência, o verbo ao plural.
“O amanhecer e o anoitecer parece deixarem-me intacta.”
Exemplos:
(Cecília Meireles)
Um milhão de fiéis agruparam‑se em procissão.
“As corporações que deviam voltar-se para a manutenção da
São gastos ainda um milhão de dólares por ano para a
ordem parece quase insurgirem-se contra ela.” (Walter Fontoura)
manutenção de cada Ciep.

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Meio milhão de refugiados se aproximam da fronteira do Irã. Concordância com o pronome nós subentendido
Meio milhão de pessoas foram às ruas para reverenciar os • O verbo concorda com o pronome subentendido nós em
mártires da resistência. frases do tipo:
Pelas contas da Petrobrás, podem faltar um bilhão e meio de Todos estávamos preocupados. (= Todos nós estávamos
litros de álcool. preocupados.)
Todos os anos, no Brasil, ocorre um milhão de acidentes de Os dois vivíamos felizes. (=Nós dois vivíamos felizes.)
trânsito. “Ficamos por aqui, insatisfeitos, os seus amigos.” (Carlos
“Quase um milhão de homens se move naquelas ruas estreitas, Drummond de Andrade)
apertadas e confusas.” (Eça de Queirós)
Não restam senão ruínas
Observações: • Em frases negativas em que senão equivale a mais que, a
- Milhão, bilhão e milhar são substantivos masculinos. não ser, e vem seguido de substantivo no plural, costuma-se usar o
Por isso, devem concordar no masculino os artigos, numerais e verbo no plural, fazendo-o concordar com o sujeito oculto outras
pronomes que os precedem: os dois milhões de pessoas; os três coisas. Exemplos:
milhares de plantas; alguns milhares de telhas; esses bilhões de Do antigo templo grego não restam senão ruínas. (Isto é: não
criaturas, etc. restam outras coisas senão ruínas.)
Da velha casa não sobraram senão escombros.
- Se o sujeito da oração for milhões, o particípio ou o adjetivo “Para os lados do sul e poente, não se viam senão edifícios
podem concordar, no masculino, com milhões, ou, por atração, queimados.” (Alexandre Herculano)
no feminino, com o substantivo feminino plural: Dois milhões “Por toda a parte não se ouviam senão gemidos ou clamores.”
de sacas de soja estão ali armazenados (ou armazenadas) no (Rebelo da Silva)
próximo ano. Foram colhidos três milhões de sacas de trigo. Os “Para mim não restaram senão vagos reflexos...” (Ciro dos
dois milhões de árvores plantadas estão altas e bonitas. Anjos)

Concordância com numerais fracionários Segundo alguns autores, pode-se, em tais frases, efetuar a
• De regra, a concordância do verbo efetua-se com o concordância do verbo no singular com o sujeito subentendido
numerador. Exemplos: nada:
“Mais ou menos um terço dos guerrilheiros ficou atocaiado Do antigo templo grego não resta senão ruínas. (Ou seja: não
perto...” (Autran Dourado) resta nada, senão ruínas.)
“Um quinto dos bens cabe ao menino.” (José Gualda Dantas) Ali não se via senão (ou mais que) escombros.
Dois terços da população vivem da agricultura. As duas interpretações são boas, mas só a primeira tem
tradição na língua.
Não nos parece, entretanto, incorreto usar o verbo no plural,
quando o número fracionário, seguido de substantivo no plural, Concordância com formas gramaticais
tem o numerador 1, como nos exemplos: • Palavras no plural com sentido gramatical e função de
Um terço das mortes violentas no campo acontecem no sul sujeito exigem o verbo no singular:
do Pará. “Elas” é um pronome pessoal. (= A palavra elas é um pronome
Um quinto dos homens eram de cor escura. pessoal.)
Na placa estava “veiculos”, sem acento.
Concordância com percentuais “Contudo, mercadores não tem a força de vendilhões.”
• O verbo deve concordar com o número expresso na (Machado de Assis)
porcentagem:
Só 1% dos eleitores se absteve de votar. Mais de, menos de
Só 2% dos eleitores se abstiveram de votar. • O verbo concorda com o substantivo que se segue a essas
Foram destruídos 20% da mata. expressões:
“Cerca de 40% do território ficam abaixo de 200 metros.” Mais de cem pessoas perderam suas casas, na enchente.
(Antônio Hauaiss) Sobrou mais de uma cesta de pães.
A sondagem revelou ainda que 73% da população acreditam Gastaram‑se menos de dois galões de tinta.
que a situação do país piorou. Menos de dez homens fariam a colheita das uvas.
“Na União 90% dos homens andavam armados.” (Carlos
Povina Cavalcânti) EXERCÍCIOS
A pesquisa revelou que 82% (oitenta e dois por cento ou
oitenta e duas por cento) das mulheres trabalham fora. 1. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à
concordância verbal, de acordo com a norma culta:
Observação: Em casos como o da última frase, a concordância a) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
efetua-se, pela lógica, no feminino (oitenta e duas entre cem b) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
mulheres), ou, seguindo o uso geral, no masculino, por se c) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
considerar a porcentagem um conjunto numérico invariável em d) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
gênero. e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.

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2. (IBGE) Assinale a frase em que há erro de concordância 9. (BB) Verbo certo no singular:
verbal: a) Procurou-se as mesmas pessoas
a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade. b) Registrou-se os processos
b) Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da c) Respondeu-se aos questionários
imigração. d) Ouviu-se os últimos comentários
c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada. e) Somou-se as parcelas
d) Deve existir problemas nos seus documentos.
e) Choveram papéis picados nos comícios. 10. (BB) Opção correta:
a) Há de ser corrigidos os erros
3. (IBGE) Assinale a opção em que há concordância b) Hão de ser corrigidos os erros
inadequada:
c) Hão de serem corrigidos os erros
a) A maioria dos estudiosos acha difícil uma solução para o
d) Há de ser corrigidos os erros
problema.
e) Há de serem corrigidos os erros
b) A maioria dos conflitos foram resolvidos.
c) Deve haver bons motivos para a sua recusa.
d) De casa à escola é três quilômetros. 11. (TTN) Assinale a alternativa correta quanto à concordância
e) Nem uma nem outra questão é difícil. verbal:
a. Soava seis horas no relógio da matriz quando eles
4. (CESGRANRIO) Há erro de concordância em: chegaram.
a) atos e coisas más b. Apesar da greve, diretores, professores, funcionários,
b) dificuldades e obstáculo intransponível ninguém foram demitidos.
c) cercas e trilhos abandonados c. José chegou ileso a seu destino, embora houvessem
d) fazendas e engenho prósperas muitas ciladas em seu caminho.
e) serraria e estábulo conservados d. Fomos nós quem resolvemos aquela questão.
e. O impetrante referiu-se aos artigos 37 e 38 que ampara
5. (MACK) Indique a alternativa em que há erro: sua petição.
a) Os fatos falam por si sós.
b) A casa estava meio desleixada. 12. (FFCL SANTO ANDRÉ) A concordância verbal está
c) Os livros estão custando cada vez mais caro. correta na alternativa:
d) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis. a) Ela o esperava já faziam duas semanas.
e) Era a mim mesma que ele se referia, disse a moça.
b) Na sua bolsa haviam muitas moedas de ouro.
c) Eles parece estarem doentes.
6. (UF-PR) Enumere a segunda coluna pela primeira (adjetivo
posposto): d) Devem haver aqui pessoas cultas.
(1) velhos ( ) camisa e calça ............ e) Todos parecem terem ficado tristes.
(2) velhas ( ) chapéu e calça ............
( ) calça e chapéu ............ 13. (MACK) Assinale a incorreta:
( ) chapéu e paletó ........... a) Dois cruzeiros é pouco para esse fim.
( ) chapéu e camisa .......... b) Nem tudo são sempre tristezas.
c) Quem fez isso foram vocês.
a) 1 - 2 - 1 - 1 - 2 d) Era muito árdua a tarefa que os mantinham juntos.
b) 2 - 2 - 1 - 1 - 2 e) Quais de vós ainda tendes paciência?
c) 2 - 1 - 1 - 1 - 1
d) 1 - 2 - 2 - 2 – 2 14. (PUC-RS) É provável que ....... vagas na academia, mas
e) 2 - 1 - 1 - 1 – 2 não ....... pessoas interessadas: são muitas as formalidades a .......
cumpridas.
7. (UF-FLUMINENSE) Assinale a frase que encerra um erro a) hajam - existem - ser
de concordância nominal: b) hajam - existe - ser
a) Estavam abandonadas a casa, o templo e a vila. c) haja - existem – serem
b) Ela chegou com o rosto e as mãos feridas.
d) haja - existe - ser
c) Decorrido um ano e alguns meses, lá voltamos.
e) hajam - existem – serem
d) Decorridos um ano e alguns meses, lá voltamos.
e) Ela comprou dois vestidos cinza.
15. (CARLOS CHAGAS) ....... de exigências! Ou será que
8. (BB) Verbo deve ir para o plural: não ....... os sacrifícios que ....... por sua causa?
a) Organizou-se em grupos de quatro. a) Chega - bastam - foram feitos
b) Atendeu-se a todos os clientes. b) Chega - bastam - foi feito
c) Faltava um banco e uma cadeira. c) Chegam - basta - foi feito
d) Pintou-se as paredes de verde. d) Chegam - basta - foram feitos
e) Já faz mais de dez anos que o vi. e) Chegam - bastam - foi feito

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16. (UF-RS) Soube que mais de dez alunos se ....... a participar Como sempre, discute-se se é a força da Biologia, ou
dos jogos que tu e ele ...... meramente a Educação, que ....... sobre o comportamento humano.
a) negou - organizou 9. predomina 10. predominam
b) negou – organizasteis
c) negaram – organizaste a) 2, 4, 5, 8, 9
d) negou - organizaram b) 1, 4, 6, 8, 9
e) negaram - organizastes c) 2, 4, 6, 7, 10
d) 2, 3, 5, 8, 10
17. (EPCAR) Não está correta a frase: e) 2, 4, 6, 7, 9
a) Vai fazer cinco anos que ele se diplomou.
b) Rogo a Vossa Excelência vos digneis aceitar o meu convite. 22. (FUVEST) Num dos períodos seguintes não se observa a
c) Há muitos anos deveriam existir ali várias árvores. concordância prescrita pela gramática. Indique-o:
d) Na mocidade tudo são flores. a) Não se apanham moscas com vinagre.
e) Deve haver muitos jovens nesta casa. b) Casamento e mortalha no céu se talha.
c) Quem ama o feio, bonito lhe parece.
18. (FTM-ARACAJU) A frase em que a concordância nominal d) De boas ceias, as sepulturas estão cheias.
contraria a norma culta é: e) Quem cabras não tem e cabritos vende, de algum lugar lhe
a) Há gritos e vozes trancados dentro do peito. vêm.
b) Estão trancados dentro do peito vozes e gritos.
23. (FUVEST) ........ dez horas que se ........ iniciado os
c) Mantêm-se trancadas dentro do peito vozes e gritos.
trabalhos de apuração dos votos sem que se ....... quais seriam os
d) Trancada dentro do peito permanece uma voz e um grito.
candidatos vitoriosos.
e) Conservam-se trancadas dentro do peito uma voz e um
a) Fazia, haviam, previsse
grito.
b) Faziam, haviam, prevesse
c) Fazia, havia, previsse
19. (SANTA CASA) Suponho que ....... meios para que se d) Faziam, havia, previssem
....... os cálculos de modo mais simples. e) Fazia, haviam, prevessem
a) devem haver - realize
b) devem haver – realizem 24. (FUVEST) Aponte a alternativa correta:
c) deve haverem – realize a) Considerou perigosos o argumento e a decisão.
d) deve haver - realizem b) É um relógio que torna inesquecível todas as horas.
e) deve haver - realize c) Já faziam meses que ela não a via.
d) Os atentados que houveram deixaram perplexa a população.
20. (FUVEST) Indique a alternativa correta: e) A quem pertence essas canetas?
a) Tratavam-se de questões fundamentais.
b) Comprou-se terrenos no subúrbio. 25. (FUVEST) Indique a alternativa correta:
c) Precisam-se de datilógrafas. a. Filmes, novelas, boas conversas, nada o tiravam da
d) Reformam-se ternos. apatia.
e) Obedeceram aos severos regulamentos. b. A pátria não é ninguém: são todos.
c. Se não vier, as chuvas, como faremos?
21. (PUC-RJ) Indique a série que corresponde às formas d. É precaríssima as condições do prédio.
apropriadas para os enunciados abaixo: e. Vossa Senhoria vos preocupais demasiadamente com a
As diferenças existentes entre homens e mulheres ....... ser um vossa imagem.
fato indiscutível.
1. parece 2. parecem 26. (FMU) Vão ............ à carta várias fotografias. Paisagens
as mais belas ............. . Ela estava ............. narcotizada.
Alguns cientistas, desenvolvendo uma nova pesquisa sobre a) anexas - possíveis - meio
a estrutura do cérebro, os efeitos dos hormônios e a psicologia b) anexas - possível – meio
infantil, ....... que as diferenças entre homens e mulheres não se c) anexo - possíveis – meia
devem apenas à educação. d) anexo - possível – meio
3. propõe 4. propõem e) anexo - possível - meia

....... diferenças cerebrais condicionadoras das aptidões tidas 27. (FMU) Vai ............ à carta minha fotografia. Essas
como tipicamente masculinas ou femininas. pessoas cometeram crime de ............-patriotismo. Elas .............
5. Haveria 6. Haveriam não quiseram colaborar.
a) incluso - leso - mesmo
b) inclusa - leso – mesmas
....... ainda pesquisadores que consideram os machos mais
c) inclusa - lesa – mesmas
agressivos, em virtude de sua constituição hormonal.
d) incluso - leso - mesmas
7. Existe 8. Existem
e) inclusas - lesa - mesmo

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28. (MACK) Assinale a alternativa em que há erro de a) 3 - 1 - 1 - 1 - 2


concordância: b) 3 - 2 - 1 - 1 – 2
a) Tinha os olhos e a boca abertos. c) 1 - 2 - 3 - 1 – 2
b) Haviam ratos no porão. d) 3 - 3 - 3 - 1 - 2
c) Tu e ele permanecereis na mesma sala. e) 3 - 1 - 1 - 1 - 3
d) Separamo-nos ela e eu.
e) Ouviam-se passos lá fora. 35. (MED-SANTOS) Assinale a alternativa incorreta:
a) Precisam-se alunos especializados.
29. (UF-PELOTAS) No grupo, ............ os trabalhos. b) Precisa-se de alunos especializados.
a) sou eu que coordena c) Precisam-se de alunos competentes.
b) é eu que coordena d) Assiste-se a filmes nacionais.
c) é eu quem coordena e) Obedeça-se aos regulamentos.
d) é eu quem coordeno
e) sou eu que coordeno 36. (MED-SANTOS) Apenas uma das frases está correta:
a. Nesta casa, consertam-se televisores e precisa-se de
30. (UF-ES) O verbo está no plural porque o sujeito é técnicos em eletrônica.
composto em: b. Nesta casa, conserta-se televisores e precisam-se de
a. À autora e à maioria das pessoas não interessam as técnicos em eletrônica.
vantagens da morte. c. Nesta casa, conserta-se televisores e precisa-se de
b. Os sentimentos de gratidão e de amor só conseguem ser técnicos em eletrônica.
eternos enquanto duram. d. Nesta casa, consertam-se televisores e precisam-se de
c. Amigos e amigas, não me chamem de inesquecível. técnicos em eletrônica.
d. Pedaços de dor e de saudade cobrem a minha alma e. Nesta casa, consertam-se televisores e precisa-se técnicos
esbagaçada. em eletrônica.
e. Limpos estão os meus olhos e o meu coração.
37. (ITA) Dada as sentenças:
31. (FRANCISCANAS-SP) Assinale a alternativa correta 1. Eram duas horas da tarde.
quanto à concordância verbal: 2. Fui eu que resolvi o problema.
a) Sou eu que primeiro saio. 3. Hoje são sete de março.
b) É cinco horas da tarde.
c) Da cidade à praia é dois quilômetros. Deduzimos que:
d) Dois metros de tecido são pouco para o terno. a) Apenas a sentença número 1 está correta
e) Nenhuma das anteriores está correta. b) Apenas a sentença número 2 está correta
c) Apenas a sentença número 3 está correta
32. (UF-SC) Assinale o item que apresenta erro de d) Todas estão corretas
concordância: e) n.d.a
a. Prepararam-se as tarefas conforme havia sido combinado.
b. Deve haver pessoas interessadas na discussão do 38. (CARLOS CHAGAS)) Sr. Professor, peço ao Sr. a fineza
problema. de me ............ a quinta lição, e ............ a ............ anterior decisão.
c. Fazem cem anos que Memórias Póstumas de Brás Cubas a) enviar - reconsiderar - sua
teve sua primeira edição. b) enviardes - reconsiderardes - vossa
d. Devem existir razões para ele retirar-se do grupo. c) enviar - reconsiderar - vossa
e. Um e outro descendiam de famílias ilustres. d) enviardes - reconsiderardes - sua
e) enviardes - reconsiderar – vossa
33. (CESGRANRIO) Assinale o item que não apresenta erro
de concordância: 39. (CARLOS CHAGAS)) .......... V. Excelência, se não me
a) Ainda resta cerca de vinte alunos. apresento pessoalmente ............, embora aqui esteja, sempre
b) Haviam inúmeros assistentes na reunião. ............ .
c) Tu e ele saireis juntos. a) Perdoai-me - a vós - a vosso dispor
d) Foi eu quem paguei as suas dívidas. b) Perdoe-me - ao Sr. - ao seu dispor
e) Há de existir professores esforçados. c) Perdoai-me - a V. Excelência - a seu dispor
d) Perdoe-me - a V. Excelência - a seu dispor
34. (UF-PR) Enumere (verbo posposto): e) Perdoai-me - a V. Excelência - ao dispor de V. Excelência
(1) cantamos (2) cantais (3) cantam
( ) Ele e ela ................. 40. (USP) Assinale a opção onde houver erro gramatical:
( ) Ele e eu .................. a) A maioria das mulheres é inteligente.
( ) Tu e ele ................... b) A maioria das mulheres são inteligentes.
c) Uma ou outra forma estão certas.
( ) Eu e tu ....................
d) Ainda vai haver noites frescas.
( ) Eu e ela ..................
e) Pedimos que Vossa Senhoria vos digneis receber-nos.

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41. (OBJETIVO) Assinale a alternativa incorreta quanto à 48. (FURG-RS) Nós ............ providenciamos os papéis, que
concordância nominal: enviamos ............ às procurações, como instrumentos ............ para
a) Os torcedores traziam em cada mão bandeira e flâmula fins desejados. A alternativa que preenche corretamente as lacunas
amarela. é:
b) Um e outro aplicador indecisos. a) mesmas, anexas, bastante
c) Tinha as mãos e o rosto coloridos de púrpura. b) mesmos, anexo, bastante
d) Escolheste ótima ocasião e lugar para o churrasco. c) mesmas, anexo, bastantes
e) Ele estava com o braço e a cabeça quebradas. d) mesmos, anexos, bastantes
e) mesmos, anexos, bastante
42. (OBJETIVO) Assinale a alternativa incorreta quanto à 49. (UNISINOS) O item em que ocorre concordância nominal
concordância nominal: inaceitável é:
a) Vieira enriqueceu a literatura com sermões e cartas a) Era uma árvore cujas folhas e frutos bem diziam de sua
magníficas. utilidade.
b) Mulheres nenhumas são santas. b) Vinha com bolsos e mãos cheios de dinheiro.
c) Analisamos as literaturas portuguesa e brasileira. c) Ela sempre anda meia assustada.
d) Um e outro aluno estudioso compareceu. d) Envio-lhe anexa as declarações de bens.
e) Belas poesias e discursos marcaram as comemorações. e) Elas próprias assim o queriam.
50. (OSEC) Assinale a frase que possua a mesma sintaxe de
43. (OBJETIVO) “Envio-lhe ............ os planos ainda em concordância de “É proibido entrada.”:
estudo e ........... explicações dadas pelo candidato e secretária a) É proibido a entrada.
b) Não se permite entrada de cães.
............ .”
c) No calor, cerveja é bom.
a) anexo - bastantes - atenciosos d) Proibi-se a entrada de cães.
b) anexos - bastante - atenciosos e) É um homem de verdade.
c) anexos - bastantes - atenciosas
d) anexos - bastantes - atenciosos RESPOSTAS
e) anexo - bastante – atenciosa
(1-C) (2-D) (3-D) (4-D) (5-D) (6-C) (7-A) (8-D) (9-C) (10-B)
44. (OBJETIVO) Assinale a alternativa incorreta: (11-D) (12-C) (13-D) (14-C) (15-A) (16-E) (17-B) (18-E) (19-D)
a. “Repousavam bem perto um do outro a matéria e o (20-D) (21-A) (22-B) (23-A) (24-A) (25-B) (26-A) (27-B) (28-B)
espírito.” (A. Herculano) (29-E) (30-E) (31-A) (32-C) (33-C) (34-A) (35-C) (36-A) (37-D)
b. Mulher não foi talhada para homens indefesos. (38-A) (39-D) (40-E) (41-E) (42-D) (43-D) (44-B) (45-D) (46-B)
c. É necessário cautela com a vida. (47-A) (48-D) (49-C) (50-C)
d. Para quem esta entrada é proibida?
e. Ela sempre namorava com a Júlia a tira-colo.
REGÊNCIA
45. (OBJETIVO) Assinale a alternativa incorreta: NOMINAL E VERBAL
a) Olhos verde-mar são os que eu mais admiro.
b) Fernanda, a linda garota de olhos azuis é a alegria da casa.
c) Vossa Alteza foi generoso.
REGÊNCIA NOMINAL
d) Paulo conhece bem as línguas gregas e latinas.
e) Comprei um carro verde-abacate.
Regência nominal é a relação de dependência que se estabelece
entre o nome e o termo por ele regido. Certos substantivos e
46. (MED-ITAJUBÁ) Em todas as frases a concordância
adjetivos admítem mais de uma regência.
nominal se fez corretamente, exceto em:
Na regência nominal o principal papel é desempenhado pela
a) Os soldados, agora, estão todos alerta.
preposição.
b) Ela possuía bastante recursos para viajar.
Apresentamos uma relação de alguns nomes e suas rogências
c) As roupas das moças eram as mais belas possíveis.
mais comuns.
d) Rosa recebeu o livro e disse: “Muito obrigada”.
e) Sairei de São Paulo hoje, ao meio-dia e meia.
1- acessível a: Este cargo não é acessível a todos.
2- acesso a, para: O acesso para a região ficou
47. (UE-MARINGÁ) Assinale a alternativa em que a
impossível.
concordância nominal está correta:
3- acostumado a, com: Todos estavam acostumados
a. Seguem anexas as certidões solicitadas.
b. As portas estavam meias abertas. a ouví-lo.
c. Os tratados lusos-brasileiros foram assinados. 4- adaptado a: Foi dificil adaptar-me a esse clima.
d. Todos estavam presentes, menas as pessoas que deveriam 5- afável com, para com: Tinha um jeito afável para
estar. com os turistas.
e. Vossa Excelência deve estar preocupado, Senhor 6- agradável a, de: Sua saída não foi agradável à
Ministro, pois não conseguiu a aprovação dos tratados financeiros- equipe.
comerciais. 7- alusão a: O professor fez alusão à prova final.

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8- amor a, por: Ele demonstrava grande amor à ABRAÇAR - emprega-se sem / sem preposição no sentido de
namorada. apertar nos braços. - A mãe abraçou-a com ternura. (VTD)
9- antipatia a, por: Sentia antipatia por ela. - Abraçou-se a mim, chorando. (VTI)
10- apto a, para: Estava apto para ocupar o cargo.
11- atenção a, com, para com: Nunca deu atenção a AGRADAR - emprega-se com preposição no sentido de
ninguém. contentar, satisfazer.(VTI)
12- aversão a, por: Sempre tive aversão à política. - A banda Legião Urbana agrada aos jovens. (VTI)
13- benéfico a, para: A reforma foi benéfica a todos. AGRADAR - emprega-se sem preposição no sentido de
14- certeza de, em: A certeza de encontrá-lo novamente acariciar, mimar.
animou-a. - Márcio agradou a esposa com um lindo presente. (VTD)
15- dúvida em sobre: Anotou todas as dúvidas sobre
a questão dada. AJUDAR - emprega-se sem preposição; objeto direto de
16- favorável a: Sou favorável à sua candidatura. pessoa.
17- gosto de, em: Tenho muito gosto em participar - Eu ajudava-a no serviço de casa. (VTD)
desta brincadeira.
18- grato a: Grata a todos que me ensinaram a ensinar. ALUDIR - (=fazer alusão, referir-se a alguém), emprega-se
19- horror a, de: Tinha horror a quiabo refogado. com preposição.
20- impróprio para: O filme era impróprio para - Na conversa aludiu vagamente ao seu novo projeto. (VTI)
menores.
21- junto a, com, de: Junto com o material, encontrei ANSIAR - emprega-se sem preposição no sentido de causar
este documento mal‑estar, angustiar.
22- necessárío a, para: A medida foi necessária para - A emoção ansiava-me. (VTD)
acabar com tanta dúvida. ANSIAR - emprega-se com preposição no sentido de desejar
23- passível de: As regras são passíveis de mudanças. ardentemente por.
24- preferível a: Tudo era preferível à sua queixa. - Ansiava por vê-lo novamente. (VTI)
25- respeito a, entre, para com: É necessário o respeito
às leis. ASPIRAR - emprega-se sem preposição no sentido de
26- sito em: O apartamento sito em Brasília foi respirar, cheirar.
vendido. - Aspiramos um ar excelente, no campo. (VTD)
27- situado em: Minha casa estásituada na Avenida ASPIRAR - emprega-se com preposição no sentido de querer
Internacional. muito, ter por objetivo.
- Gincizinho aspira ao cargo de diretor da Penitenciária. (VTI)
Outras Regências
ASSISTIR - emprega-se com preposição a no sentido de ver,
- aflito: com, por - lento: em presenciar.
- alheio: a, de - próximo: a, de - Todos assistíamos à novela Almas Gêmeas. (VTI)
- aliado: a, com - rente: a Nesse caso, o verbo não aceita o pronorne lhe, mas apenas os
- análogo: a - residente: em pronomes pessoais retos +preposição:
- coerente: com - respeito: a, com, de, para - O filme é ótimo. Todos querem assistir a ele. (VTI)
com, por ASSISTIR - emprega-se sem / com preposição no sentido de
- compatível: com - satisfeito: com, de, em, por socorrer, ajudar.
- contíguo: a - semelhante: a - A professora sempre assiste os alunos com carinho. (VTD)
- desprezo: a, de, por - sensível: a - A professora sempre assiste aos alunos com carinho. (VTI)
- empenho: de, em, por - suspeito: de ASSISTIR - emprega-se com preposição no sentido de caber,
- equivalente: a - útil: a, para ter direito ou razão.
- fértil: de, em - vazio: de - O direito de se defender assiste a todos. (VT1 )
ASSISTIR - no sentido de morar, residir é intransitivo e exige
- hostil: a, para com - versado: em
a preposição em.
- inerente: a - vizinho: a, de
-Assiste em Manaus por muito tempo. (VI)
ATENDER - empregado sem preposição no sentido de
REGÊNCIA VERBAL
receber alguém com atenção.
- O médico atendeu o cliente pacientemente. (VTD)
Regência verbal é a relação de dependência que se estabelece
ATENDER - no sentido de ouvir, conceder.
entre o verbo de uma sentença e seus complementos. Vejamos a
- Deus atendeu minhas preces.(VTD)
regência de alguns verbos de emprego mais comum:
- Atenderemos quaisquer pedido via internet.
ATENDER - emprega-se com preposição no sentido de dar
ABDICAR - renunciar ao poder, a um cargo, título desistir.
atenção a alguém.
Pode ser intransitivo (VI - não exige complemento) / transitivo - Lamento não poder atender à solicitação de recursos. (VTI)
direto (M) ou transitivo indireto (TI +preposição) ATENDER - emprega-se com preposição no sentido de ouvir com
- D. Pedro abdicou em 1831. (VI) atenção o que alguém diz.
- A vencedora abdicou o seu direto de rainha. (VTD) - Atenda ao telefone, por favor.
- Nunca abdicarei de meus direitos. (VTI) - Atenda o telefone. (preferência brasileira)

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A VISAR - avisar alguém de alguma coisa. ENSINAR - é intransitivo no sentido de doutrinar, pregar.
- O chefe avisou os funcionários de que os documentos - Minha mãe ensina na FAI.
estavam prontos. (VTD) ENSINAR - é transitivo direto no sentido de educar.
- Avisaremos os clientes da mudança de endereço. (VTD ) - Nem todos ensinam as crianças.
Já tem tradição na língua o uso de avisar como OI de pessoa ENSINAR - é transitivo direto e indireto no sentido de dar
e OD de coisa. ínstrução sobre.
- Avisamos aos clientes que vamos atendê-los em novo - Ensino os exercícios mais dificeis aos meus alunos.
endereço.
ENTRETER - empregado como divertir‑se exige as
BATER - emprega-se com preposição no sentido de dar preposições: a, com, em.
pancadas em alguém. - Entretínhamo-nos em recordar o passado.
- Os irmãos batiam nele (ou batiam-lhe) à toa.
- Nervoso, entrou em casa e bateu a porta.(fechou com força) ESQUECER / LEMBRAR - estes verbos admitem as
- Foi logo batendo à porta. (baterjunto à porta, para alguém construções:
abrir) - Esqueci o endereço dele. / 1 - Lembrei um caso interessante.
- Esqueci-me do endereço dele./ 2 - Lembrei-me de um caso
Para que ele pudesse ouvir, era preciso bater naporta de seu
interessante.
quarto. (dar pancadas)
- Esqueceu- me seu endereço. / 3 - Lembra-me um caso
interessante.
CASAR -Marina casou cedo e pobre. (VI não exige
complemento) Você pode observar que no 1º exemplo tanto o verbo esquecer
- Você é realmente digno de casar com minha filha. (VTI com como lembrar, não são pronominais, isto é, não exigem os
preposição) pronomes me, se, lhe, são transitivos diretos (TD).
- Ela casou antes dos vinte anos. (VTD sem preposição Nos exemplos, ambos os verbos, esquecer e lembrar,
exigem o pronome e a preposição de; são transitivos indiretos e
Atenção: O verbo casar pode vir acompanhado de pronome pronominais.
reflexivo. No exemplo o verbo esquecer está empregado no sentido
- Ela casou com o seu grande amor. ou - Ela casou-se com seu de apagar da memória. e o verbo lembrar está empregado no
grande amor. sentido de vir à memória.
Na língua culta, os verbos esquecer e lembrar quando usados
CHAMAR - emprega-se sem preposição no sentido de com a preposição de, exigem os pronomes.
convocar. IMPLICAR - emprega-se com preposição no sentido de ter
- O juiz chamou o réu à sua presença. (VTD) implicância com alguém, é TI.
Emprega-se com ou sem preposição no sentido de denominar, - Nunca implico com meus alunos. (VTI)
apelidar, construido com objeto + predicativo. IMPLICAR - emprega-se sem preposição no sentido de
- Chamou-o covarde. (VTD) / Chamou-o de covarde. (VID) acarretar, envolver, é TD.
- Chamou-lhe covarde. (VTI) / Chamou-lhe de covarde. (VTI) - A queda do dólar implica corrida ao over. (VTE)
- Chamava por Deus nos momentos dificeis. (VTI) - O desestímulo ao álcool combustível implica uma volta ao
CHEGAR - como intransitivo, o verbo chegar exige a passado. (VTD)
preposição a quando indica lugar. IMPLICAR - emprega-se sem preposição no sentido de
- Chegou ao aeroporto meio apressada. embaraçar, comprometer, é TD.
Como transitivo direto (VTD) e intransitivo (VI) no sentido - O vizinho implicou-o naquele caso de estupro. (VTD)
É inadequada a regência do verbo implicar em:
de aproximar.
- Implicou em confusão.
- Cheguei-me a ele.
INFORMAR - o verbo informar possui duas construções,
CONTENTAR-SE - emprega-se com as preposições com, VTD e VTI,
de, em: - Informei-o que sua aposentaria saiu. (VTD)
- Contentam-se com migalhas. (VTI) - Informei-lhe que sua aposentaria. (VT1
- Contento-me em aplaudir daqui. - Informou-se das mudanças logo cedo. (inteirar-se, verbo
pronominal)
CUSTAR - é transitivo direto no sentido de ter valor de, ser
caro. INVESTIR- emprega-se com preposição (com ou contra) no
- Este computador custa muito caro. (VTD) sentido de atacar, é TI.
CUSTAR - no sentido de ser difícil é TI. É conjugado como - O touro Bandido investiu contra Tião.
verbo reflexivo, na 3ª pessoa do singular, e seu sujeito é uma INVESTIR - empregado como verbo transitivo direto e
oração reduzida de infinitivo índireto, no sentido de dar posse.
- Custou-me pegar um táxi.(foi dificil ) - O prefeito investiu Renata no cargo de assessora. (VTDI)
- O carro custou-me todas as economias. INVESTIR - emprega-se sem preposição no sentido também
CUSTAR - é transitivo direto e indireto (TDI) no sentido de de empregar dinheiro, é TD.
acarretar - Nós investimos parte dos lucros em pesquisas científicas.
- A imprudência custou-lhe lágrimas amargas. (VTDI) (VTD)

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MORAR - antes de substantivo rua, avenida, usa-se morar PISAR -é verbo transitivo direto VTD.
com a preposição em. - Tinha pisado o continente brasileiro. (não exige a preposição
- D. Marina Falcão mora na rua Dorival de Barros. no)

NAMORAR - a regência correta deste verbo é namorar PRECISAR - emprega-se com preposição no sentido de ter
alguém e NÃO namorar com alguém. necessidade, é VTI.
- Meu filho, Paulo César, namora Cristiane. Marcelo namora - As crianças carentes precisam de melhor atendimento
Raquel. médico. (VTI)
PRECISAR - quando o verbo precisar vier acompanhado de
NECESSITAR- emprega-se com verbo transitivo direto ou infinítivo, pode-se usar a preposição de; a língua moderna tende
indireto, no sentido de precisar. a dispensá-la.
- Necessitávamos o seu apoio. - Você é rico, não precisa trabalhar muito.
- Necessitávamos de seu apoio,(VTDI) PRECISAR - usa-se, às vezes na voz passiva, com sujeito
indeterminado.
OBEDECER / DESOBEDECER - emprega-se com verbo - Precisa-se de funcionários competentes. (sujeito
transitivo direto e indireto no sentido de cumprir ordens. indeterminado)
- Obedecia às irmãs e irmãos. PRECISAR - emprega-se sem preposição no sentido de
- Não desobedecia às leis de trânsito. indicar com exatidão.
- Perdeu muito dinheiro no jogo, mas não sabe precisar
PAGAR - emprega-se sem preposição no sentido de saldar aquantia.(VTD)
coisa, é VTI).
- Cida pagou o pão. PREFERIR - emprega-se sem preposição no sentido de ter
- Paguei a costura. (VTD) preferência. (sem escolha)
PAGAR – emprega-se com preposição no sentido de - Prefiro dias mais quentes. (VTD)
remunerar pessoa, é VTI. PREFERIR - VTDI, no sentido de ter preferência, exige a
- Cida pagou ao padeiro. preposição a.
- Paguei à costureira., à secretária. (VTI)
- Prefiro dançar a nadar.
PAGAR - emprega-se como verbo transitivo direto e indireto,
- Prefiro chocolate a doce de leite.
pagar alguma coisa a alguém.
Na linguagem formal, culta, é inadequado usar este verbo
- Cida pagou a carne ao açougueiro. (VTDI)
reforçado pelas palavras ou expressões: antes, mais, muito mais,
PAGAR - por alguma coisa: - Quanto pagou pelo carro?
mil vezes mais, do que.
PAGAR - sem complemento: - Assistiu aos jogos sem pagar

PEDIR - somente se usa pedir para, quando, entre pedir e PRESIDIR - emprega-se com objeto direto ou objeto indireto,
o para, puder colocar a palavra licença. Caso contrário, díz-se com a preposição a.
pedir que. - O reitor presidiu à sessão.
- A secretária pediu para sair mais cedo. (pediu licença) - O reitor presidiu a sessão.
- A direção pediu que todos os funcionários, comparecessem
à reunião. PREVENIR -admite as construções:
- A paciência previne dissabores.
PERDOAR - emprega-se sem preposição no sentido de - Preveni minha turma.
perdoar coisa, é TD. - Quero preveni-los.
- Devemos perdoar as ofensas. (VTD ) - Prevenimo-nos para o exame final.
PERDOAR - emprega-se com preposição no sentido de
conceder o perdão à pessoa, é TI. PROCEDER - emprega-se como verbo intransitivo no
- Perdoemos aos nossos inimigos. (VTI) sentido de ter fundamento.
PERDOAR - emprega-se como verbo transitivo direto e - Sua tese não procede. (VI)
indireto, no sentido de ter necessidade. PROCEDER - emprega-se com a preposição de no sentido de
- A mãe perdoou ao filho a mentira. (VTDI) originar‑se, vir de.
PERDOAR - admite voz passiva: - Muitos males da humanidade procedem da falta de respeito
- Todos serão perdoados pelos pais. ao próximo.
PROCEDER - emprega-se como transitivo indireto com a
PERMITIR - empregado com preposição, exige objeto preposição a, no sentido de dar início.
indireto de pessoa. - Procederemos a uma investigação rigorosa. (VTI)
- O médico permitiu ao paciente que falasse. (VTI)
PERMITIR - constrói-se com o pronome lhe e NÃO o: QUERER - emprega-se sem preposição no sentido de
- O assistente permitiu-lhe que entrasse. desejar.
PERMITIR - não se usa apreposição de antes de oração - Quero vê-lo ainda hoje.(VTD)
infinitiva: QUERER - emprega-se com preposição no sentido de gostar,
- Os pais não lhe permite ir sozinha à festa do Peão. (e não ter afeto, amar.
de ir sozinha) - Quero muito bem às minhas cunhadas Vera e Ceiça.

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RESIDIR - como o verbo morar, o verbo responder, Casos Especiais


constrói-se com a preposição em. 1- Dar‑se ao trabalho ou dar‑se o trabalho? Ambas as
- Residimos em Lucélia, na Avenida Internacional . construções são corretas. A primeira é mais aceita.
Atenção: Residente e residência têm a mesma regencia de - Dava‑se ao trabalho de responder tudo em Inglês.
residir em. O mesmo se dá com: dar-se ao / o incômodo; poupar-se ao /o
trabalho; dar-se ao /o luxo.
RESPONDER - emprega-se no sentido de responder alguma
coisa a alguém. 2- Propor‑se alguma coisa ou propor‑se a alguma coisa?
- O senador respondeu ao jornalista que o projeto do rio São Propor-se, no sentido de ter em vista, dispor-se a, pode vir
Francisco estava no final. (VTDI) com ou sem a preposição a.
RESPONDER - emprega-se no sentido de responder a uma - Ela se propôs levá-lo/ a levá-lo ao circo.
carta, a uma pergunta.
- Enrolou, enrolou e não respondeu à pergunta do professor. 3- Passar revista a ou passar em revista?
Ambas estão corretas, porém a segunda construção é mais
REVERTER - emprega-se no sentido de regressar, voltar ao freqüente.
estado primitivo. - O presidente passou a tropa em revista.
- Depois de aposentar-se reverteu à ativa.
REVERTER - emprega-se no sentido de voltar para.a posse
4- Em que pese a - expressão concessiva equivalendo a ainda
de alguém.
que custe a, apesar de, não obstante.
- As jóias reverterão ao seu verdadeiro dono.
REVERTER - emprega-se no sentido de destinar-se. - “Em que pese aos inimigos do paraense, sinceramente
- A renda da festa será revertida em beneficio da Casa da Sopa. confesso que o admiro.” (Graciliano Ramos)

SIMPATIZAR / ANTIPATlZAR.- empregam-se com a Observações Finais


preposição com. I- Os verbos transitivos indiretos (exceção ao verbo obedecer),
- Sempre simpatizei com pessoas negras. NÃO admitem voz passiva. - Os exemplos citados abaixo são
- Antipatizei com ela desde o primeiro momento. considerados inadequados.

Atenção: Estes verbos NÂO são pronominais, isto é, não 2 – O filme foi assistido pelos estudantes./ O cargo era visado
exigem os pronomes me, se, nos, etc. por todos. - Os estudantes assistiram ao filme./ Todos visavam
- Simpatizei-me com você. (inadequado) ao cargo.
- Simpatizei com você. ( adequado)
3- Não se deve dar o mesmo complemento a verbos de
SUBIR - Subiu ao céu. / Subir à cabeça. / Subir ao trono. / regências diferentes, como: - Entrou e saiu de casa. / Assisti e
Subir ao poder. gostei da peça. Corrija-se para: - Entrou na casa e saiu dela. /
- Essas expressões exigem a preposição a. Assisti à peça e gostei dela.

SUCEDER - emprega-se com a preposição a no sentido de 4 - As formas oblíquas o, a, os, as funcionam como
substituir, vir depois. complemento de verbos transitivos diretos, enquanto as formas
- O descanso sucede ao trabalho. lhe, lhes funcionam como transitivos indiretos que exigem a
preposição a. - Convidei as amigas. Convidei-as. / Obedeço ao
TOCAR - emprega-se no sentido de pôr a mão, tocar mestre. Obedeço- lhe.
alguém, tocar em alguém.
- Não deixava tocar o / no gato doente.
EXERCÍCIOS
TOCAR -emprega-se no sentido de comover, sensibilizar,
usa-se com OD.
1. (IBGE) Assinale a opção que apresenta a regência verbal
- O nascimento do filho tocou-o profundamente.
TOCAR - emprega-se no sentido de caber por sorte, herança, incorreta, de acordo com a norma culta da língua:
é 0I. a) Os sertanejos aspiram a uma vida mais confortável.
- Tocou-lhe, por herança, uma linda fazenda. b) Obedeceu rigorosamente ao horário de trabalho do corte
TOCAR - emprega-se no sentido de ser da competência de, de cana.
caber. c) O rapaz presenciou o trabalho dos canavieiros.
-Ao prefeito é que toca deferir ou indeferir o projeto. d) O fazendeiro agrediu-lhe sem necessidade.
e) Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro
VISAR - emprega-se sem preposição como VT13 no sentido pretendido.
de apontar ou pôr visto.
- O garoto visou o inocente passarinho. 2. (IBGE) Assinale a opção que contém os pronomes relativos,
- O gerente visou a correspondência. regidos ou não de preposição, que completam corretamente as
VISAR - emprega-se com preposição como VTI no sentido de frase abaixo: Os navios negreiros, ....... donos eram traficantes,
desejar, pretender. foram revistados. Ninguém conhecia o traficante ....... o fazendeiro
- Todos visam ao reconhecimento de seus esforços. negociava.

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a) nos quais / que 10. (FTM-ARACAJU) As mulheres da noite ....... o poeta faz
b) cujos / com quem alusão ajudam a colorir Aracaju, ....... coração bate de noite, no
c) que / cujo silêncio.
d) de cujos / com quem A alternativa que completa corretamente as lacunas da frase
e) cujos / de quem acima é:
a) as quais / de cujo
3. (IBGE) Assinale a opção em que as duas frases se
b) a que / no qual
completam corretamente com o pronome lhe:
a) Não ..... amo mais. / O filho não ..... obedecia. c) de que / o qual
b) Espero-..... há anos. / Eu já ..... conheço bem. d) às quais / cujo
c) Nós ..... queremos muito bem. / Nunca ..... perdoarei, João. e) que / em cujo
d) Ainda não ..... encontrei trabalhando, rapaz. / Desejou-.....
felicidades. 11. (SANTA CASA) É tal a simplicidade ....... se reveste a
e) Sempre ..... vejo no mesmo lugar. / Chamou-..... de tolo. redação desse documento, que ele não comporta as formalidades
....... demais.
4. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devem a) que - os
ser seguidos pela mesma preposição:
b) de que - aos
a) ávido / bom / inconseqüente
b) indigno / odioso / perito c) com que - para os
c) leal / limpo / oneroso d) em que – nos
d) orgulhoso / rico / sedento e) a que - dos
e) oposto / pálido / sábio
12. (PUC-RS) Diferentes são os tratamentos ....... se pode
5. (UF-FLUMINENSE) Assinale a frase em que está usado submeter o texto literário. Sempre se deve aspirar, no entanto, .......
indevidamente um dos pronomes seguintes: o, lhe. objetividade científica, fugindo ....... subjetivismo.
a) Não lhe agrada semelhante providência? a) à que, a, do
b) A resposta do professor não o satisfez.
b) que, a, ao
c) Ajudá-lo-ei a preparar as aulas.
d) O poeta assistiu-a nas horas amargas, com extrema c) à que, à, ao
dedicação. d) a que, a, do
e) Vou visitar-lhe na próxima semana. e) a que, à, ao

6. (BB) Regência imprópria: 13. (PUC-RS) Alguns demonstram verdadeira aversão .....
a) Não o via desde o ano passado. exames, porque nunca se empenharam o suficiente ..... utilização
b) Fomos à cidade pela manhã. do tempo ..... dispunham para o estudo.
c) Informou ao cliente que o aviso chegara. a) com - pela - de que
d) Respondeu à carta no mesmo dia. b) por - com - que
e) Avisamos-lhe de que o cheque foi pago.
c) a - na – que
7. (BB) Alternativa correta: d) com - na - que
a) Precisei de que fosses comigo. e) a - na - de que
b) Avisei-lhe da mudança de horário.
c) Imcumbiu-me para realizar o negócio. 14. (BB) “Ele não ..... viu”. não cabe na frase:
d) Recusei-me em fazer os exames. a) nos
e) Convenceu-se nos erros cometidos. b) lhe
c) me
8. (EPCAR) O que devidamente empregado só não seria d) te
regido de preposição na opção:
e) o
a) O cargo ....... aspiro depende de concurso.
b) Eis a razão ....... não compareci.
c) Rui é o orador ....... mais admiro. 15. (BB) Emprego indevido de o:
d) O jovem ....... te referiste foi reprovado. a) O irmão o abraçou.
e) Ali está o abrigo ....... necessitamos. b) O irmão o encontrou.
c) O irmão o atendeu.
9. (UNIFIC) Os encargos ....... nos obrigaram são aqueles ....... d) O irmão o obedeceu.
o diretor se referia. e) O irmão o ouviu.
a) de que - que
b) a cujos - cujos
RESPOSTAS
c) por que – que
d) cujos – cujo (1-D) (2-B) (3-C) (4-D) (5-E) (6-E) (7-A) (8-E) (9-E) (10-D)
e) a que - a que (11-B) (12-E) (13-E) (14-B) (15-D)

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Homógrafos heterofônicos (iguais na escrita e diferentes no


SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS timbre ou na intensidade das vogais):
• Rego (substantivo) e rego (verbo).
• Colher (verbo) e colher (substantivo).
• Jogo (substantivo) e jogo (verbo).
• Apóio (verbo) e apoio (substantivo).
Sinônimos: são palavras de sentido igual ou aproximado.
• Pára (verbo parar) e para (preposição).
Exemplo:
• Providência (substantivo) e providencia (verbo)
• Alfabeto, abecedário.
• Às (substantivo), às (contração) e as (artigo).
• Brado, grito, clamor.
• Pêlo (substantivo), pélo (verbo) e pelo (contração de
• Extinguir, apagar, abolir, suprimir.
per+o).
• Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial.
Observação: Palavras com as dos cinco últimos exemplos,
As mais das vezes não é indiferente usar um sinônimo pelo
a rigor, não são homógrafas, visto que o acento gráfico desfaz a
outro. Embora irmanados pelo sentido comum, os sinônimos
homografia. Razões de ordem didática, porém, nos levam a incluí-
diferenciam-se, entretanto, uns dos outros, por matizes de
las neste grupo de homônimos.
significação e certas propriedades que o escritor não pode
desconhecer.
Homófonos heterográficos (iguais na pronúncia e diferentes
Com efeito, estes têm sentido mais amplo, aqueles, mais
na escrita):
restrito (animal e quadrúpede); uns são próprios da fala corrente, • Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir).
desataviada, vulgar, outros, ao invés, pertencem à esfera da • Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar).
linguagem culta, literária, científica ou poética (orador e tribuno, • Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato de
oculista e oftalmologista, cinzento e cinéreo). consertar).
A contribuição Greco-latina é responsável pela existência, em • Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).
nossa língua, de numerosos pares de sinônimos. Exemplos: • Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar
(acelerar).
• Adversário e antagonista. • Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).
• Translúcido e diáfano. • Censo (recenseamento) e senso (juízo).
• Semicírculo e hemiciclo. • Cerrar (fechar) e serrar (cortar).
• Contraveneno e antídoto. • Paço (palácio) e passo (andar).
• Moral e ética. • Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo).
• Colóquio e diálogo. • Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar
• Transformação e metamorfose. = anular).
• Oposição e antítese. • Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e
O fato lingüístico de existirem sinônimos chama-se sinonímia, sessão (tempo de uma reunião ou espetáculo).
palavra que também designa o emprego de sinônimos.
Homófonos homográficos (iguais na escrita e na pronúncia:
Antônimos: são palavras de significação oposta. Exemplos: • Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).
• Ordem e anarquia. • Cedo (verbo), cedo (advérbio).
• Soberba e humildade • Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).
• Louvar e censurar. • Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).
• Mal e bem. • Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr).
• Alude (avalancha), alude (verbo aludir).
A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto
ou negativo. Exemplos: Parônimos: (são palavras parecidas na escrita e na pronúncia):
Bendizer, maldizer / simpático, antipático / progredir, regredir Coro e couro, cesta e sesta, eminente e iminente, tetânico
/ concórdia, discórdia / explícito, implícito / ativo, inativo / esperar, e titânico, atoar e atuar, degradar e degredar, cético e séptico,
desesperar / comunista, anticomunista / simétrico, assimétrico / prescrever e proscrever, descrição e discrição, infligir (aplicar) e
pré-nupcial, pós-nupcial. infringir (transgredir), osso e ouço, sede (vontade de beber) e cede
(verbo ceder), comprimento e cumprimento, deferir (conceder,
Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, e às dar deferimento) e diferir (ser diferente, divergir, adiar), ratificar
vezes a mesma grafia, mas significação diferente. Exemplos: (confirmar) e retificar (tornar reto, corrigir), vultoso (volumoso,
• São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo). muito grande: soma vultosa) e vultuoso (congestionado: rosto
• Aço (substantivo) e asso (verbo). vultuoso).

Só o contexto é que determina a significação dos homônimos. A Polissemia: Uma palavra pode ter mais de uma significação.
homonímia pode ser causa de ambigüidade, por isso é considerada A esse fato lingüístico dá-se o nome de polissemia. Exemplos:
uma deficiência dos idiomas. • Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar as
O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto fônico plantas ou apagar incêndios; árvore frutífera; grande curral de
(som) e o gráfico (grafia). Daí serem divididos em: gado.

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• Pena: pluma, peça de metal para escrever; punição; dó. - Em face (ou ante a) da confusão reinante, a direção do
• Velar: cobrir com véu, ocultar, vigiar, cuidar, relativo ao presídio proibiu as visitas. (não: em face a)
véu do palato. - Fez que (fingir) não ouviu a advertência. (não: fez com que)
Podemos citar ainda, como exemplos de palavras polissêmicas, - Somos quatro, lá em casa. (não: somos em)
o verbo dar e os substantivos linha e ponto, que têm dezenas de - Ficamos em pé / de pé o tempo todo. (ambas formas corretas)
acepções. - Esta roupa não tem nada a ver com você. (não: haver) nada
há ver = nada a receber
Sentido próprio e sentido figurado: As palavras podem ser - A princípio tudo parecia real. (= no começo) (não: em
empregadas no sentido próprio ou no sentido figurado. Exemplos: princípio)
• Construí um muro de pedra. (sentido próprio). - Em princípio, sua proposta nos interessa. (em tese) (não: a
• Ênio tem um coração de pedra. (sentido figurado). princípio)
• As águas pingavam da torneira, (sentido próprio). - A persistirem os sintomas, procure um médico. (se
• As horas iam pingando lentamente, (sentido figurado). persistirem, equivale a uma condição)
Denotação e conotação: Observe as palavras em destaque - Ao persistirem os sintomas, procure um médico. (quando
nos seguintes exemplos: persistirem, equivale a tempo)
• Comprei uma correntinha de ouro. - Depois de vencidos os obstáculos, ele voltava vitorioso.
• Fulano nadava em ouro. (inadequado)
- Depois de superados os obstáculos, ele voltava vitorioso.
No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou designa (obstáculos não se vencem; superam-se)
simplesmente o conhecido metal precioso, tem sentido próprio,
real, denotativo.
No segundo exemplo, ouro sugere ou evoca riquezas, poder, EXERCÍCIOS
glória, luxo, ostentação; tem o sentido conotativo, possui várias
conotações (idéias associadas, sentimentos, evocações que 1. (FUVEST) Estava ....... a ....... da guerra, pois os homens
irradiam da palavra). ....... nos erros do passado.
a) eminente, deflagração, incidiram
Atenção: Quanto mais uma pessoa se distanciar da escrita
b) iminente, deflagração, reincidiram
padrão, mais dificuldade terá de se lembrar da pronúncia correta
c) eminente, conflagração, reincidiram
das palavras. A boa notícia é que muitos estão conscientes disso e
d) preste, conflaglação, incidiram
querem melhorar.
e) prestes, flagração, recindiram
- A meu ver tudo parece caminhar satisfatoriamente. (não: ao
meu ver)
2. (PUC‑MG) “Durante a .......... solene era .......... o
- O avião aterrissou no horário previsto. (não: aterrizou)
- Devo ir ao cabeleireiro ainda esta semana. (não: cabelereiro) desinteresse do mestre diante da .......... demonstrada pelo político.”
- O condor vive em regiões montanhosas. (não: côndor) a) seção - fragrante - incipiência
- Já é hora de o candidato dizer a verdade. (não: do candidato; b) sessão - flagrante - insipiência
o sujeito jamais é preposicionado) c) sessão - fragrante - incipiência
- O trem, na Rússia, descarrilou mais uma vez. (não: d) cessão - flagrante - incipiência
descarrilhou) e) seção - flagrante - insipiência
- Fiquei com muito dó daquele jogador. (não: muita dó)
- Nunca encontrava empecilhos no caminho. (não: impecilho) 3. (CESCEM) Na ...... plenária estudou-se a ...... de direitos
- O cigarro provoca o enfisema pulmonar. (não: efisema) territoriais a ..... .
- Por favor, não deixe a garagem aberta. (não garage) a) sessão - cessão - estrangeiros
- Vamos galera! O “show” é gratuito. (não: gratuíto) b) seção - cessão - estrangeiros
- Naquele ínterim, ela refletiu sabiamente. (não: interim) c) secção - sessão - extrangeiros
- É um sujeito muito irrequieto. (não: irriquieto) d) sessão - seção - estrangeiros
- O látex desta confecção é de primeira qualidade. (não: latex) e) seção - sessão - estrangeiros
- A maisena parece que está vencida. (não: Maizena; marca
comercial) 4. (BAURU) Há uma alternativa errada. Assinale-a:
- Meu irmão é menor de idade. (não: de menor) a) A eminente autoridade acaba de concluir uma viagem política.
- Ela prefere mortadela a queijo. (não: mortandela) b) A catástrofe torna-se iminente.
- Elas aceitaram prazerosamente minha contribuição. (não: c) Sua ascensão foi rápida.
prazeirosamente) d) Ascenderam o fogo rapidamente.
- Mereceu ganhar o prêmio Nobel de Literatura. (não: Nóbel) e) Reacendeu o fogo do entusiasmo.
- Foi um privilégio conhecê-la. (não: previlégio)
- Todos reivindicam melhores oportunidades. (não: 5. (FEB) Há uma alternativa errada. Assinale-a:
reinvindicar) a) cozer = cozinhar; coser = costurar
- O Brasil bateu recorde outra vez. (não: récorde) b) imigrar = sair do país; emigrar = entrar no país
- Repetiu o ano porque não estudou o suficiente. (não: de ano) c) comprimento = medida; cumprimento = saudação
- Não se esqueça de colocar sua rubrica. (não: rúbrica) d) consertar = arrumar; concertar = harmonizar
- Meu tempero está ruim. (não: rúim) e) chácara = sítio; xácara = verso

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6. (FCMPA‑MG) Assinale o item em que a palavra destacada 12. (TRE‑MG) A palavra nos parênteses não preenche
está incorretamente aplicada: adequadamente a lacuna do enunciado em:
a) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes. a) O crime foi bárbaro. Somente após a .............. do assunto é
b) A justiça infligiu a pena merecida aos desordeiros. que foi possível prendê-lo. (descrição)
c) Promoveram uma festa beneficiente para a creche. b) Só seria possível .............. o acusado, se conseguíssemos
d) Devemos ser fiéis ao cumprimento do dever. mais provas que o inocentassem. (descriminar)
e) A cessão de terras compete ao Estado. c) As negociações só vão ............... os resultados esperados,
caso todos compareçam. (sortir)
d) O corpo estava .............., apenas a cabeça estava fora da
7. (TRT) O ..................... do prefeito foi .........................
água, que subia cada vez mais. (imerso)
ontem.
e) Como a mercadoria estava muito pesada, o recurso foi
a) mandado - caçado
.............. o cofre ali mesmo, na escada (arriar)
b) mandato - cassado
c) mandato - caçado RESPOSTAS
d) mandado - casçado
e) mandado - cassado (1.B)(2.B)(3.A)(4.D)(5.B)(6.C)(7.B)(8.E)(9.A)(10.B)(11.A)
(12.C)
8. (ESAF) Marque a alternativa cujas palavras preenchem
corretamente as respectivas lacunas, na frase seguinte:
“Necessitando ..................... o número do cartão do PIS, ...............
a data de meu nascimento.” REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS
a) ratificar, proscrevi OFICIAIS
b) prescrever, discriminei
c) descriminar, retifiquei
d) proscrever, prescrevi Obs: Os exemplos estão no final da matéria.
e) retificar, ratifiquei
1. Conceito e âmbito
9. (FUVEST) “A ............... científica do povo levou-o a Entende-se por redação oficial o conjunto de normas e práticas
............... de feiticeiros os ............... em astronomia.” que devem reger a emissão dos atos normativos e comunicações
a) insipiência tachar expertos do poder público, entre seus diversos organismos ou nas relações
dos órgãos públicos com as entidades e os cidadãos.
b) insipiência taxar expertos
A redação oficial inscreve-se na confluência de dois universos
c) incipiência taxar espertos
distintos: a forma rege-se pelas ciências da linguagem (morfologia,
d) incipiência tachar espertos
sintaxe, semântica, estilística etc.); o conteúdo submete‑se aos
e) insipiência taxar espertos princípios jurídico-administrativos impostos à União, aos Estados
e aos Municípios, nas esferas dos poderes Executivo, Legislativo
10. (MACK) Na oração: Em sua vida, nunca teve muito e Judiciário.
.........., apresentava-se sempre .......... no .......... de tarefas .......... . Pertencente ao campo da linguagem escrita, a redação oficial
As palavras adequadas para preenchimento das lacunas são: deve ter as qualidades e características exigidas do texto escrito
a) censo - lasso - cumprimento - eminentes destinado à comunicaçao impessoal, objetiva, clara, correta e
b) senso - lasso - cumprimento - iminentes eficaz.
c) senso - laço - comprimento - iminentes Por ser “oficial” - expressão verbal dos atos do poder público
d) senso - laço - cumprimento - eminentes -, essa modalidade de redação ou de texto subordina-se aos
e) censo - lasso - comprimento - iminentes princípios constitucionais e administrativos aplicáveis a todos os
atos da administração pública, conforme estabelece o artigo 37 da
11. (TFC) Indique a letra na qual as palavras complementam, Constituição Federal: “A administração pública direta e indireta
corretamente, os espaços das frases abaixo: de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
1.Quem possui deficiência auditiva não consegue .......... os Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
sons com nitidez. impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência ( ... )”.
2.Hoje são muitos os governos que passaram a combater o A forma e o conteúdo da redação oficial devem convergir na
produção dos textos dessa natureza, razão pela qual, muitas vezes,
.......... de entorpecentes com rigor.
não há como separar uma do outro. Indicam-se, a seguir, alguns
3.O Diretor do presídio .......... pesado castigo aos prisioneiros
pressupostos de como devem ser redigidos os textos oficiais:
revoltosos.
a) discriminar - tráfico - infligiu 1.1 ‑ Observância do padrão culto do idioma
b) discriminar - tráfico - infringiu A redação oficial deve observar o padrão culto do idioma
c) descriminar - tráfego - infringiu quanto ao léxico (seleção vocabular), à sintaxe (estrutura
d) descriminar - tráfego - infligiu gramatical das orações) e à morfologia (ortografia, acentuação
e) descriminar - tráfico - infringiu gráfica etc.).

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Por padrão culto do idioma deve-se entender a língua e) Ambigüidade


referendada pelos bons gramáticos e pelo uso nas situações Duplo sentido não intencional. Ex.: O desconhecido falou-me
formais de comunicação. Devem-se excluir da redagão oficial de sua mãe. (Mãe de quem? Do desconhecido? Do interlocutor?)
a erudição minuciosa e os preciosismos vocabulares que criam
entraves inúteis à compreensão do significado. Não faz sentido f) Cacófato
usar “perfunctório” em lugar de “superficial” ou “doesto” em vez Som desagradável, resultante da junção de duas ou mais
de “acusação” ou “calúnia”. São descabidos também as citações palavras da cadeia da frase. Ex.: Darei um prêmio por cada eleitor
em língua estrangeira e os latinismos, tão ao gosto da linguagem que votar em mim (por cada e porcada).
forense. Os manuais de redação oficial, que vários órgãos têm feito
publicar, são unânimes em desaconselhar a utilização de certas g) Pleonasmo
formas sacramentais, protocolares e de anacronismos que ainda Informação desnecessariamente redundante. Exemplos:
se lêem em documentos oficiais, como: “No dia 29 de fevereiro, 1) As pessoas pobres, que não têm dinheiro, vivem na miséria.
do ano de 2008 do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo”, que 2) Os moralistas, que se preocupam com a moral, vivem
permanecem nos registros cartorários antigos. vigiando as outras pessoas.
Não cabem também, nos textos oficiais, coloquialismos,
neologismos, regionalismos, bordões da fala e da linguagem A redação oficial supõe, como receptor, um operador lingüístico
oral, bem como as abreviações e imagens sígnicas comuns na dotado de um repertório vocabular e de uma articulação verbal
comunicação eletrônica. minimamente compatíveis com o registro médio da linguagem.
Diferentemente dos textos escolares, epistolares, Nesse sentido, deve ser um texto neutro, sem facilitações que
jornalíslicos ou artísticos, a redação oficial não visa ao efeito intentem suprir as deficiências cognitivas de leitores precariamente
estético nem à originalidade. Ao contrário, impõe uniformidade, alfabetizados.
sobriedade, clareza, objetividade, no sentido de se obter a maior Como exceção, citam-se as campanhas e comunicados
compreensão possível com o mínimo de recursos expressivos destinados a públicos específicos, que fazem uma aproximação
necessários. Portarias lavradas sob forma poética, sentenças e com o registro lingüístico do público-alvo. Mas esse é um campo
despachos escritos em versos rimados pertencem ao «folclore” que refoge aos objetivos deste material, para se inserir nos
jurídico-administrativo e são práticas inaceitáveis nos textos domínios e técnicas da propaganda e da persuasão.
oficiais. São também inaceitáveis nos textos oficiais os vícios Se o texto oficial não pode e não deve baixar ao nível
de linguagem, provocados por descuido ou ignorância, que de compreensão de leitores precariamente equipados quanto
constituem desvios das normas da língua-padrão. Enumeram-se, a à linguagem, fica evidente o falo de que a alfabetização e a
seguir, alguns desses vícios: capacidade de apreensão de enunciados são condições inerentes
a) Barbarismos à cidadania. Ninguém é verdadeiramente cidadão se não consegue
São desvios: ler e compreender o que leu. 0 domínio do idioma é equipamento
• da ortografia: “advinhar” em vez de adivinhar indispensável à vida em sociedade.
“excessão” em vez de exceção
• da pronúncia: “rúbrica” em vez de rubrica 1.2 ‑ Impessoalidade e objetividade
• da morfologia: “interviu” em vez de interveio Ainda que possam ser subscritos por um ente público
• da semântica: desapercebido (sem recursos) em vez de (funcionário, servidor etc.), os textos oficiais são expressão do
despercebido (não percebido, sem ser notado) poder público e é em nome dele que o emissor se comunica,
• pela utilização de estrangeirismos: sempre nos termos da lei e sobre atos nela fundamentados.
galicismo (do francês): “mise-en-scène” em vez de encenação Não cabe na redação oficial, portanto, a presença do “eu”
anglicismo (do inglês): “deliverqy” em vez de entrega em enunciador, de suas impressões subjetivas, sentimentos ou opiniões.
domicílio Mesmo quando o agente público manifesta-se em primeira pessoa,
em formas verbais comuns como: declaro, resolvo, determino,
b) Arcaísmos Utilização de palavras ou expressões nomeio, exonero etc., é nos termos da lei que ele o faz e é em
anacrônicas, fora de uso. Ex.: “asinha” em vez de ligeira, depressa. função do cargo que exerce que se identifica e se manifesta.
O que interessa é aquilo que se comunica, é o conteúdo,
c) Neologismos o objeto da informação. A impessoalidade contribui para a
Palavras novas que, apesar de formadas de acordo com o necessária padronização, reduzindo a variabilidade da linguagem
sistema morfológico da língua, ainda não foram incorporadas a certos padrões, sem o que cada texto seria suscetível de inúmeras
pelo idioma. Exs.: “imexível” em vez de imóvel, que não se pode interpretações.
mexer; “talqualmente” em vez de igualmente. Por isso, a redação oficial não admite adjetivação. 0 adjelivo,
ao qualificar, exprime opinião e evidencia um juízo de valor pessoal
d) Solecismos do emissor. São inaceitáveis também a pontuação expressiva, que
São os erros de sintaxe e podem ser: amplia a significação (! ... ), ou o emprego de interjeições (Oh!
• de concordância: “sobrou” muitas vagas em vez Ah!), que funcionam como índices do envolvimento emocional do
de sobraram redator com aquilo que está escrevendo.
• de regência: Se nos trabalhos artísticos, jornaiísticos e escolares o estilo
os comerciantes visam apenas “o lucro” em vez de ao lucro
individual é estimulado e serve como diferencial das qualidades
• de colocação: “não tratava-se” de um problema
autorais, a função pública impõe a despersonalização do sujeito,
sério em vez de não se tratava

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do agente público que emite a comunicação. São inadmissíveis, Não têm mais sentido os imensos “prolegômenos” e
portanto, as marcas individualizadoras, as ousadias estilísticas, “exórdios” que se repetiam como ladainhas nos textos oficiais,
a linguagem metafórica ou a elíptica e alusiva. A redação como o exemplo risível e caricato que segue:
oficial prima pela denotação, pela sintaxe clara e pela economia
vocabular, ainda que essa regularidade imponha certa “monotonia “Preliminarmente, antes de mais nada, indispensável se faz
burocrática” ao discurso. que nos valhamos do ensejo para congratula rmo-nos com Vossa
Reafirma-se que a intermediação entre o emissor e o receptor Excelência pela oportunidade da medida proposta à apreciação de
nas redações oficiais é o código lingüístico, dentro do padrão seus nobres pares. Mas, quem sou eu, humilde servidor público,
culto do idioma; uma linguagem “neutra”, referendada pelas para abordar questões de tamanha complexidade, a respeito das
gramáticas, dicionários e pelo uso em situações formais, acima quais divergem os hermeneutas e exegetas.
das diferenças individuais, regionais, de classes sociais e de níveis Entrementes, numa análise ainda que perfunctória das causas
de escolaridade. primeiras, que fundamentaram a proposição tempestivamente
encaminhada por Vossa Excelência, indispensável se faz uma
1.3 ‑ Formalídade e padronização abordagem preliminar dos antecedentes imediatos, posto que estes
As comunicações oficiais impõem um tratamento polido antecedentes necessariamente antecedem os conseqüentes”.
e respeitoso. Na tradição ibero-americana, afeita a títulos e a
tratamentos reverentes, a autoridade pública revela sua posição Observe que absolutamente nada foi dito ou informado.
hierárquica por meio de formas e de pronomes de tratamento
sacramentais. “Excelentíssimo”, “Ilustríssimo”, “Meritíssimo”, AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
“Reverendíssimo” são vocativos que, em algumas instâncias do
poder, tornaram-se inevitáveis. Entendase que essa solenidade tem A redação das comunicações oficiais obedece a preceitos
por consideração o cargo, a função pública, e não a pessoa de seu de objetividade, concisão, clareza, impessoalidade, formalidade,
exercente. padronização e correção gramatical, como visto no capítulo
Vale lembrar que os pronomes de tratamento são anterior.
obrigatoriamente regidos pela terceira pessoa. São erros muito Além dessas, há outras características comuns à comunicação
comuns construções como “Vossa Excelência sois bondoso(a)”; oficial, como o emprego de pronomes de tratamento, o tipo de
o correto é “Vossa Excelência é bondoso(a)” (mais detalhes nas fecho (encerramento) de uma correspondência e a forma de
páginas seguintes). identificação do signatário, conforme define o Manual de Redação
A utilização da segunda pessoa do plural (vós), com que da Presidência do República’, tomado como base da segunda parte
os textos oficiais procuravam revestir-se de um tom solene e deste volume por ser bibliografia soberana, na qual se baseia a
cerimonioso no passado, é hoje incomum, anacrônica e pedante, elaboração de questões para os mais variados concursos públicos.
salvo em algumas peças oratórias envolvendo tribunais ou juizes, Outros órgãos e instituições do poder público também possuem
herdeiras, no Brasil, da tradição retórica de Rui Barbosa e seus manual de redação próprio, como a Câmara dos Deputados (do
seguidores. qual este volume reproduz alguns modelos de expediente), o
Outro aspecto das formalidades requeridas na redação oficial Senado Federal, o Ministério das Relações Exteriores, diversos
é a necessidade prática de padronização dos expedientes. Assim, governos estaduais, órgãos do Judiciário etc.
as prescrições quanto à diagramação, espaçamento, caracteres
tipográficos etc., os modelos inevitáveis de ofício, requerimento, 1. Pronomes de tratamento
memorando, aviso e outros, como os exemplos que constarão a
partir da página 43, além de facilitar a legibilidade, servem para A regra diz que toda comunicação oficial deve ser formal
agilizar o andamento burocrático, os despachos e o arquivamento. e polida, isto é, ajustada não apenas às normas gramaticais,
É também por essa razão que quase todos os órgãos públicos como também às normas de educação e cortesia. Para isso, é
editam manuais com os modelos dos expedientes que integram fundamental o emprego de pronomes de tratamento, que devem
sua rotina burocrática. A Presidência da República, a Câmara dos ser utilizados de forma correta - de acordo com o destinatário e as
Deputados, o Senado, os tribunais superiores, enfim, os poderes regras gramaticais.
Executivo, Legislativo e Judiciário têm os próprios ritos na
elaboração dos textos e documentos que lhes são pertinentes. 1.1 ‑ Concordância com os pronomes de tratamento

1.4 ‑ Concisão e clareza Embora os pronomes de tratamento se refiram à segunda


Houve um tempo em que escrever bem era escrever pessoa (Vossa Excelência, Vossa Senhoria), a concordância é feita
“difícil”. Períodos longos, subordinações sucessivas, vocábulos em terceira pessoa.
raros, inversões sintáticas, adjetivação intensiva, enumerações, Concordância verbal
gradações, repetições enfáticas já foram considerados virtudes Vossa Senhoria falou muito bem.
estilísticas. Atualmente, a velocidade que se impõe a tudo o que Vossa Excelência vai esclarecer o tema.
se faz, inclusive ao escrever e ao ler, tornou esses recursos quase Vossa Majestade sabe que respeitamos sua opinião.
sempre obsoletos. Hoje, a concisão, a economia vocabular, a
precisão lexical, ou seja, a eficácia do discurso, são pressupostos Concordância pronominal
não só da redação oficial, mas da própria literatura. Basta observar Pronomes de tratamento concordam com pronomes
o estilo “enxuto” de Graciliano Ramos, de Carios Drummond possessivos na terceira pessoa.
de Andrade, de João Cabral de Melo Neto, de Dalton Trevisan,
mestres da linguagem altamente concentrada. Vossa Excelência escolheu seu candidato. (e não “vosso...”).

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Concordância nominal Endereçamento


Os adjetivos devem concordar com o sexo da pessoa a que se De acordo com o Manual de Redação da Presidência,
refere o pronome de tratamento. no envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às
Vossa Excelência ficou confuso. (para homem) autoridades tratadas por Vossa Excelência, deve ter a seguinte
Vossa Excelência ficou confusa. (para mulher) forma:

Vossa Senhoria está ocupado. (para homem) A Sua Excelência o Senhor


Vossa Senhoria está ocupada. (para mulher) Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
Atenção: 70064-900 - Brasília. DF
Sua Excelência = de quem se fala (ele/ela).
Vossa Excelência = com quem se fala (você) A Sua Excelência o Senhor
Senador Fulano de Tal
1.2 ‑ Emprego dos pronomes de tratamento Senado Federal
70165-900 - Brasília. DF
As normas a seguir fazem parte do Manual de Redação da
Presidência da República.
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Vossa Excelência
Juiz de Direito da l0ª Vara Cível
É o tratamento empregado para as seguintes autoridades:
Rua ABC, nº 123
a) Do Poder Executivo
01010-000 - São Paulo. SP
Presidente da República;
Vice-presidenIe da República;
Ministros de Estado; Atenção:
Governadores e vice-gove rnad ores de Estado e do Distrito Conforme o Manual de Redação da Presidência, “em
Federal; comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo
Oficiais-generais das Forças Armadas; (DD) às autoridades na list anterior. A dignidade é pressuposto
Embaixadores; para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua
Secretários-executivos de Ministérios e demais ocupantes de repetida evocação”.
cargos de natureza especial;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Vossa Senhoria
Prefeitos Municipais. ´Prefeitos Municipais. É o pronome de tratamento empregado para as demais
autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:
b) Do Poder Legislativo Senhor Fulano de Tal / Senhora Fulana de Tal,
Deputados Federais e Senadores; (...)
Ministro do Tribunal de Contas da União; No envelope, deve constar do endereçamento:
Deputados Estaduais e Distritais; Ao Senhor
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Fulano de Tal
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. Rua ABC, nº 123
c) Do Poder Judiciário 70123-000 – Curitiba.PR
Ministros dos Tribunais Superiores;
Membros de Tribunais; Atenção:
Juizes; Conforme o Manual de Redação da Presidência, em
Auditores da Justiça Militar. comunicações oficiais “fica dispensado o emprego do superlativo
ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de
Vocativos Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome
O vocalivo a ser empregado em comunicações dirigidas aos de tratamento Senhor.
chefes de poder é Exceientíssimo Senhor, seguido do cargo O Manual também esclarece que “doutor não é forma de
respectivo: tratamento, e sim título acadêmico”. Por isso, recomenda-se
Excelentíssimo Senhor Presidente da República; empregá-lo apenas em comunicações dirigidas a pessoas que
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; tenham concluído curso universitário de doutorado. No entanto,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal ressalva-se que “é costume designar por doutor os bacharéis,
Federal. especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina”.
As demais autoridades devem sertratadas com o vocativo
Vossa Magnificência
Senhor ou Senhora, seguido do respectivo cargo:
É o pronome de tratamento dirigido a reitores de universidade.
Senhor Senador / Senhora Senadora;
Corresponde-lhe o vocativo:
Senhor Juiz/ Senhora Juiza;
Magnífico Reitor,
Senhor Ministro / Senhora Ministra;
(...)
Senhor Governador / Senhora Governadora.

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Vossa Santidade 3. Identificação da signatário


É o pronome de tratamento empregado em comunicações
dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é: Conforme o Manual de Redação da Presidência do República,
Santíssimo Padre, com exceção das comunicações assinadas pelo presidente da
(...) República, em todas as comunicações oficiais devem constar
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo de sua
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
São os pronomes empregados em comunicações dirigidas a
cardeais. Os vocativos correspondentes são: (espaço para assinatura)
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou Nome
Eminentíssimo e Reverendíssimo Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
Senhor Cardeal,
(...) (espaço para assinatura)
Nome
Nas comunicações oficiais para as demais autoridades Ministro de Estado da Justiça
eclesiásticas são usados:
• Vossa Excelência Reverendíssima (para Atenção:
arcebispos e bispos); “Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura
• Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao
Reverendíssima (para monsenhores, cônegos e superiores menos a última frase anterior ao fecho”, alerta o Manual.
religiosos);
• Vossa Reverência (para sacerdotes, clérigos PADRÕES E MODELOS
e demais religiosos). (da Presidência da República e da Câmara dos
Deputados)
2. Fechos para comunicações
Para assegurar a uniformidade das comunicações oficiais, o
De acordo com o Manual da Presidência, o fecho das Manual de Redação da Presidência da República, editado pela
comunicações oficiais “possui, além da finalidade óbvia de primeira vez em 1991 e reeditado em 2002, estabelece padrões
arrematar o texto, a de saudar o destinatário”, ou seja, o fecho para o conteúdo das comunicações oficiais e para sua disposição
é a maneira de quem expede a comunicação despedir-se de seu na página (diagramação) e oferece vários modelos de expediente,
destinatário. reproduzidos neste capítulo (itens 1 a 6). Adiante são reproduzidos
Até 1991, quando foi publicada a primeira edição do atual os modelos do Manual de Redação da Câmara dos Deputados
Manual de Redação da Presidência da República, havia 15 padrões (itens 7 a 16), editado em 2004.
de fechos para comunicações oficiais. O Manual simplificou
a lista e reduziuos a apenas dois para todas as modalidades de 1. O padrão ofício
comunicaçao oficial. São eles:
O Manual de Redação da Presidência da República lista três
Respeitosamente, tipos de expediente que, embora tenham finalidades diferentes,
(para autoridades superiores, inclusive o presidente da possuem formas semelhantes: ofício, aviso e memorando. A
República) diagramação proposta para esses expedientes é denominada
padrão ofício.
Atenciosamente, Veja a seguir o que determina esse Manual sobre os aspectos
(para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia de cada um.
inferior).
1.1 ‑ Partes do documento no padrão ofício
Atenção:
“Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes
autoridades estrangeiras, que atenderem a rito e tradição próprios, partes:
devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério
das Relações Exteriores”, diz o Manual de Redação da Presidência a) Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão
da República. que o expede
Exemplos:
Observação: Mem. 123/2002-MF
A utilização dos fechos “Respeitosamente” e “Atenciosamente” Aviso 123/2002-SG
é recomendada para os mesmos casos pelo Manual de Redação Of. 123/2002-MME
da Câmara dos Deputados e por outros manuais oficiais. Já os
fechos para as cartas particulares ou informais ficam a critério do b) Local e data
remetente, com preferência para a expressão “Cordialmente”, para Devem vir por extenso com alinhamento à direita.
encerrar a correspondência de forma polida e sucinta. Exemplo:
Brasília, 15 de março de 1991

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c) Assunto g) assinatura
Resumo do teor do documento. (Do autor da comunicação.)
Exemplos:
Assunto: Produtividade do órgão em 2002. h) identificação do signatário
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores. (Ver Identificação do signatário, página 42.)

d) Destinatário 1.2 ‑ Forma de diagramação


O nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação.
No caso do ofício, deve ser incluído também o endereço. Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte
forma de apresentação:
e) Texto a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo
Nos casos em que não for de mero encaminhamento de 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura: b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman,
• introdução, que se confunde com o poder-se-ão utilizar as fontes symbol e Wíngdings;
parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva c) é obrigatório constara partir da segunda página o número
a comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, da página;
“Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que” - empregue a d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
forma direta; impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens
• desenvolvimento, no qual o assunto é esquerda e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares
detalhado; se o texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, [“margem espelho”);
elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
maior clareza à exposição; distância da margem esquerda;
• conclusão, em que é reafirmada ou f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no
simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o mínimo, 3,0 cm de largura;
assunto. g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceio nos casos h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de
em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não
comportar tal recurso, de uma linha em branco;
Quando se tratar de mero encaminhamento de documentos, a i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado,
estrutura deve ser a seguinte: letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
• introdução: deve iniciar com referência ao outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do
expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento;
documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação j ) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel
do motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos
os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, e ilustrações;
origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual 1) todos os tipos de documento do padrão ofício devem ser
está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula: impressos em papel de tamanhoA-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo
Exemplos: Rich Text nos documentos de texto;
“Em resposta ao Aviso n1 12, de 10 de fevereiro de 1991, n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem
encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou
Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do aproveitamento de trechos para casos análogos;
servidor Fulano de Tal.” o) para facilitara localização, os nomes dos arquivos devem
ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número
ou do documento + palavras-chave do conteúdo:

“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia Exemplo:


do telegrama n1 12, de 11 de fevereiro de 1991, do Presidente da “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de
modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.” 1.3 ‑ Avíso e ofício

• desenvolvimento: se o autor da comunicação 1.3.1 - Definição e finalidade


desejar fazer algum comentário a respeito do documento que Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é
em caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades
ou ofício de mero encaminhamento. de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para epelas
demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de
f) fecho assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e,
(Ver Fechos para comunicações, páginas 41 e 42.) no caso do ofício, também com particulares.

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1.3.2 ‑ Forma e estrutura 2.2 – Forma e estrutura


Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão
ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (ver Formalmente a exposição de motivos tem a apresentação do
Pronomes de tratamento, página 38), seguido de vírgula. padrão ofício. O anexo que acompanha a exposição d emotivos que
proponha alguma medida ou apresente projeto de ato normativo
Exemplos: segue o modelo descrito adiante.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade,
Senhora Ministra, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela
Senhor Chefe de Gabinete, que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo.
seguintes informações do remetente: No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente
• nome do órgão ou setor; leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República,
• endereço postal; sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício.
• telefone e endereço de correio eletrônico. Já a exposição de motivos que submeta à consideração do
Presidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada
1.4 ‑ Memorando ou a que lhe apresente projeto de ato normativo - embora sigam
também a estrutura do padrão ofício -, além de outros comentários
1.4.1 - Definição e finalidade julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente,
O memorando é a modalidade de comunicação entre apontar:
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da
hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, medida ou do ato normativo proposto;
portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna. b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e
para a exposição de projetos, idéias, diretrizes etc. a serem adotados eventuais alternativas existentes para equacioná-lo;
por determinado setor do serviço público. c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada,
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do ou qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema.
memorando em qualquer órgão deve pautarse pela rapidez e Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte
pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar
modelo previsto no Anexo II do Decreto nº 4.1760, de 28 de março
desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos
de 2002.
ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso
Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do Ministério
de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento
ou órgão equivalente) nº ______, de ____ de ______________ de
permite formar uma espécie de processo simplificado, assegurando 200_.
maior transparencia a tomada de decisões, e permitindo que se
historie o andamento da matéria tratada no memorando. 1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências
1.4.2 – Forma e estrutura 2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do medida proposta
padrão ofício, com a diferença de que seu destinatário deve ser
mencionado pelo cargo que ocupa. 3. Alternativas existentes às medidas propostas
Exemplos: Mencionar:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração - se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos. - se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
- outras possibilidades de resolução do problema.
2. Exposição de motivos
4. Custos
2.1 – Definição e finalidade Mencionar:
- se a despesa decorrente da medida está prevista na lei
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao presidente da orçamentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
República ou ao vice-presidente para: - se a despesa decorrente da medida está prevista na lei
a) informá-lo de determinado assunto; orçamentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
b) propor alguma medida; ou - valor a ser despendido em moeda corrente;
c) submeter a sua consideração projeto de ato
normativo. 5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente
se o ato proposto for medida provisória ou projeto de lei que deva
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da tramitar em regime de urgência)
República por um Ministro de Estado. Mencionar:
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um - se o problema configura calamidade pública;
Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos - por que é indispensável a vigência imediata;
os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de - se se trata de problema cuja causa ou agravamento não
interministerial. tenham sido previstos;

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- se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já 3. Mensagem


prevista.
3.1 - Definíção e finalidade
6. Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato ou
medida proposta possa vir a tê-lo) É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe
7. Alterações propostas do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato
Texto atual - Texto proposto da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional
8. Síntese do parecer do órgão jurídico matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar
veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja
• Com base em avaliação do ato normativo ou da de interesse dos poderes públicos e da Nação.
medida proposa à luz das questões levantadas no ítem 10.4.3. Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação
acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da final.
Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para que se As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso
complete o exame ou se reformule a proposta.
Nacional têm as seguintes finalidades:
O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de
motivos que proponham a adoção de alguma medida ou a edição
a) Encaminhamento de projeto de lei ordinária,
de ato normativo tem como finalidade:
complementar ou financeira
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca
resolver; Os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados
b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência
problema e dos defeitos que pode ter a adoção da medida ou a (Constituição, art. 64, §§ 1º a 4º). Cabe lembrar que o projeto pode
edição do ato, em consonância com as questões que devem ser ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de
analisadas na elaboração de proposições normativas no âmbito do nova mensagem, com solicitação de urgência.
Poder Executivo (v. 10.4.3.) Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos. Congresso Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da
Dessa forma, ao atender às qeustões que devem ser analisadas Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro-Secretário
na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo, da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua tramitação
o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se (Constituição, art. 64, caput).
e formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem
profunda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e
certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a créditos adicionais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se
ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos aos membros do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são
e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de endereçados ao Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão
motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da é que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual
providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá sobre as leis financeiras em sessão conjunta, mais precisamente,
o problema. “na forma do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso
Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art.
(nomeação, promoção, ascenção, transferência, readaptação, 57, § 5º), que comanda as sessões conjuntas.
reversão, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido
exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), no âmbito do Poder Executivo, que abrange minucioso exame
não é necessário o encaminhamento do formulário de anexo à técnico, jurídico e econômico-financeiro das matérias objeto das
exposição de motivos.
proposições por elas encaminhadas.
Ressalte-se que:
Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos
• a síntese do parecer do órgão de assessoramento
órgãos interessados no assunto das proposições, entre eles o da
jurídico não dispensa o encaminhamento do parecer completo;
Advocacia-Geral da União. Mas, na origem das propostas, as
• o tamanho dos campos do aenxo à exposição
de motivos pode ser alterado de acordo com a maior ou menor análises necessárias constam da exposição de motivos do órgão
extensão dos comentários a serem alí incluídos. onde se geraram (ver Exposição de motivos, página 49) - exposição
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a que acompanhará, por cópia, a mensagem de encaminhamento ao
atenção aos requisitos básicos da redçaõ oficial (clareza, concisão, Congresso.
impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão culto
de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é a b) Encaminhamento de medida provisória
principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição,
República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso,
encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro-Secretário do
ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada
em parte. pela Coordenação de Documentação da Presidência da República.

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LÍNGUA PORTUGUESA

c) Indicação de autoridades i) comunicação de veto


As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art.
de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos 66, § 1º), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o velo é
Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e diretores parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto
do Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário
Missão Diplomática etc.) têm em vista que a Constituição, no seu das demais mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do
art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional seu envio ao Poder Legislativo.
competência privativa para aprovar a indicação.
O currículum vitae do indicado, devidamente assinado, j) outras mensagens
acompanha a mensagem. Também são remetidas ao Legislativo com regular freqüência
mensagens com:
d) pedido de autorização para o presidente ou o • encaminhamento de atos internacionais que
vice‑presidente da República se ausentarem do País por mais acarretam encargos ou compromissos gravosos (Constituição, art.
de 15 dias 49, I);
Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, • pedido de estabelecimento de alíquolas
e 83), e a autorização é da competência privativa do Congresso aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação
Nacional. (Constituição, art. 155, § 2º, IV);
O presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, • proposta de fixação de limites globais para o
quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
comunicação a cada Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens • pedido de autorização para operações
idênticas. financeiras externas (Constituição, art. 52, V); e outros.

e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de Entre as mensagens menos comuns estão as de:
concessão de emissoras de rádio e TV • convocação extraordinária do Congresso Nacional
A obrigação de submeter tais atos à apreciagão do Congresso (Constituição, art. 57, § 6º);
Nacional consta no inciso XII do artigo 49 da Constituição. • pedido de autorização para exonerar o
Somente produzirão efeitos legais a outorga ou renovação da Procurador-Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2º);
• pedido de autorização para declarar guerra e
concessão após deliberação do Congresso Nacional (Constituição,
decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
art. 223, § 3º). Descabe pedir na mensagem a urgência prevista
• pedido de autorização ou referendo para celebrara
no art. 64 da Constituição, porquanto o § lº do art. 223 já define o
paz (Constituição, art. 84, XX);
prazo da tramitação.
• justificativa para decretação do estado de defesa
Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensagem
ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4º);
o correspondente processo administrativo. • pedido de autorização para decretar o estado de
sítio (Constituição, art. 137);
f) encaminhamento das contas referentes ao exercício • relato das medidas praticadas na vigência do
anterior estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo
0 Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a único);
abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional • proposta de modificação de projetas de leis
as contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, financeiras (Constituição, art. 166, § 5º);
XXIV), para exame e parecer da Comissão Mista permanente • pedido de autorização para utilizar recursos
(Constituição, art. 166, § 1º), sob pena de a Câmara dos Deputados que ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência de
realizar a tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual
procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno. (Constituição, art. 166, § 8º);
• pedido de autorização para alienar ou conceder
g) mensagem de abertura da sessão legislativa terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art.
Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação 188, § 1º); etc.
do País e solicitação de providências que julgar necessárias
(Constituição, art. 84, XI). 3.2 ‑ Forma e estrutura
0 portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da As mensagens contêm:
Presidência da República. Esta mensagem difere das demais a) a indicação do tipo de expediente e de seu número,
porque vai encadernada e é distribuída a todos os congressistas em horizontalmente, no início da margem esquerda:
forma de livro. Mensagem nº
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo
h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos) do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda:
Esta mensagem é dirigida aos membros do Congresso Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
Nacional, encaminhada por Aviso ao PrimeiroSecretário da Casa c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
onde se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e
tomou a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.
recebidos, nos quais o Presidente da República terá aposto o A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da
despacho de sanção. República, não traz identificação de seu signatário.

126
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LÍNGUA PORTUGUESA

4. Telegrama Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado,


preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que
4.1 - Definição e finalidade encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre
seu conteúdo.
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de
procedimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da
toda comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex mensagem pedido de confirmação de recebimento.
etc.
Por se tratar de forma de comunicação dispendiosa aos cofres 6.3 ‑Valor documental
públicos e tecnologica mente superada, deve restringir-se o uso
do telegrama apenas àquelas situações que não seja possível o Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem
uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua de correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que
utilização e, também em razão de seu custo elevado, esta forma de possa ser aceita como documento original, é necessário existir
comunicação deve pautar-se pela concisão. certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma
estabelecida em lei.
4.2 ‑ Forma e estrutura
7. Apostila
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura
dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu É o aditamento que se faz a um documento com o objetivo de
sítio na Internet. efmar retificação, atualização, esclarecimento ou fixar vantagens,
evitando-se assim a expedição de um novo título ou documento.
5. Fax
7.1 ‑ Estrutura
5.1 - Definição e finalidade
1. Título: APOSTILA, centralizado.
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma
2. Texto: exposição sucinta da retificação, esclarecimento,
forma de comunicação que está sendo menos usada devido ao
atualização ou fixação da vantagem, com a menção, se for o caso,
desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de
mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, onde o documento foi publicado.
de cujo conhecimento há premência, quando não há condições 3. Local e data.
de envio do documento por meio eletrônico. Quando necessário 4. Assinatura: nome e função ou cargo da autoridade que
o original, ele segue posteriormente pela via e na forma de praxe. constatou a necessidade de efetuar a apostila.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia
xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos Observações:
modelos, se deteriora rapidamente. 1. Não deve receber numeração, sendo que, em caso de
documento arquivado, a apostila deve ser feita abaixo dos textos
5.2 ‑ Forma e estrutura ou no verso do documento.
2. Em caso de publicação do ato administrativo originário,
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura a apostila deve ser publicada com a menção expressa do ato,
que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com número, dia, página e no mesmo meio de comunicaçao oficial no
o documento principal, defôlha de rosto, isto é, de pequeno qual o ato administrativo foi originalmente publicado, a fim de que
formulário com os dados de identificação da mensagem a ser se preserve a data de validade.
enviada, conforme exemplo no final da matéria:
8. Ata
6. Correio eletrônico
É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos fatos
6.1 - Definição e finalidade e deliberações ocorridos em uma reunião, sessão ou assembléia.

O correio elexrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e 8.1 ‑ Estrutura


celeridade, transformou-se na principal forma de comunicação
para transmissão de documentos. 1. Título - ATA.
Em se tratando de atas elaboradas seqüencial mente, indicar o
6.2 ‑ Forma e estrutura respectivo número da reunião ou sessão, em caixa-alta.
2. Texto, incluindo:
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é a) Preâmbulo - registro da situação espacial e temporal e
sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para participantes;
sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem b) Registro dos assuntos abordados e de suas decisões, com
incompatível com uma comunicação oficial. indicação das personalidades envolvidas, se for o caso;
O campo assunto do formulário de correio eletrônico c) Fecho - termo de encerramento com indicação, se
mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a organização necessário, do redator, do horário de encerramento, de convocação
documental tanto do destinatário quanto do remetente. de nova reunião etc.

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Observações: Observações:
1. A ata será assinada e/ou rubricada portodos os presentes 1. A declaração documenta uma informação prestada por
à reunião ou apenas pelo presidente e relator, dependendo das autoridade ou particular. No caso de autoridade, a comprovação
exigências regimentais do órgão. do fato ou o conhecimento da situação declarada deve serem razão
2. A fim de se evitarem rasuras nas atas manuscritas, deve-se, do cargo que ocupa ou da função que exerce.
em caso de erro, utilizar o termo “digo”, seguido da informação 2. Declarações que possuam características específicas podem
correta a ser registrada. No caso de omissão de informações ou de receber uma qualificação, a exemplo da “declaração funcional”.
erros constatados após a redação, usa-se a expressão “Em tempo”
ao final da ata, com o registro das informações corretas. 11. Despacho

9. Carta É o pronunciamento de autoridade administrativa em petição


que lhe é dirigida, ou ato relativo ao andamento do processo. Pode
É a forma de correspondência emitida por particular, ou ter caráier decisário ou apenas de expediente.
autoridade com objetivo particular, não se confundindo com o
memorando (correspondência interna) ou o ofício (correspondência 11.1 ‑ Estrutura
externa), nos quais a autoridade que assina expressa uma opinião
ou dá uma informação não sua, mas, sim, do órgão pelo qual 1. Nome do órgão principal e secundário.
responde. Em grande parte dos casos da correspondência enviada 2. Número do processo.
por deputados, deve-se usar a carta, não o memorando ou ofício, 3. Data.
por estar o parlamentar emitindo parecer, opinião ou informação 4. Texto.
de sua responsabilidade, e não especificamente da Câmara dos 5. Assinatura e função ou cargo da autoridade.
Deputados. O parlamentar deverá assinar memorando ou ofício Observação:
apenas como titular de função oficial específica (presidente de O despacho pode constituir-se de uma palavra, de uma
comissão ou membro da Mesa, por exemplo). expressão ou de um texto mais longo.
9.1 ‑ Estrutura
12. Ordem de serviço
1. Local e data
2. Endereçamento, com forma de tratamento, destinatário, É o instrumento que encerra orientações detalhadas e/ou
cargo e endereço. pontuais para a execução de serviços por órgãos subordinados da
3. Vocativo. Administração.
4. Texto.
5. Fecho. 12.1 ‑ Estrutura
6. Assinatura: nome e, quando necessário, função ou cargo.
1. Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data.
Observações: 2. Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade
1. Se o gabinete usar cartas com freqüência, poderá que expede o ato (em maiúsculas) e citação da legislação
numerá-las. Nesse caso, a numeração poderá apoiarse no padrão pertinente ou por força das prerrogativas do cargo, seguida da
básico de diagramação. palavra “resolve”.
2. O fecho da carta segue, em geral, o padrão da 3. Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido
correspondência oficial, mas outros fechos podem ser usados, a em itens, incisos, alíneas etc.
exemplo de “Cordialmente”, quando se deseja indicar relação de 4. Assinatura: nome da autoridade competente e indicação da
proximidade ou igualdade de posição entre os correspondentes. função.

10. Declaração Observação:


A Ordem de Serviço se assemelha à Portaria, porém possui
caráter mais específico e detalhista. Objetiva, essencialmente, a
É o documento em que se informa, sob responsabilidade, algo otimização e a racionalização de serviços.
sobre pessoa ou acontecimento.
13. Parecer
10.1 ‑ Estrutura
É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal ou de
1. Título: DECLARAÇÃO, centralizado. órgão administrativo, sobre tema que lhe haja sido submetido para
2. Texto: exposição do fato ou situação declarada, com análise e competente pronunciamento. Visa fornecer subsídios
finalidade, nome do interessado em destaque (em para tomada de decisão.
maiúsculas) e sua relação com a Câmara nos casos mais formais.
3. Local e data. 13.1 ‑ Estrutura
4. Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso de
autoridade, função ou cargo. 1. Número de ordem (quando necessário).
2. Número do processo de origem.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3. Ementa (resumo do assunto). Observações:


4. Texto, compreendendo: 1. No caso de Relatório de Viagem, aconselha-se registrar
a) Histórico ou relatório (introdução); uma descrição sucinta da participação do servidor no evento
b) Parecer (desenvolvimento com razões e justificativas); (seminário, curso, missão oficial e outras), indicando o período e o
c) Fecho opinativo (conclusão). trecho compreendido. Sempre que possível, o Relatório de Viagem
5. Local e data. deverá ser elaborado com vistas ao aproveitamento efetivo das
6. Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista. informações tratadas no evento para os trabalhos legislativos e
administrativos da Casa.
Observações: 2. Quanto à elaboração de Relatório de Atividades, deve-se
1. Além do Parecer Administrativo, acima conceituado, existe atentar para os seguintes procedimentos:
o Parecer Legislativo, que é uma proposição, e, como tal, definido a) abster-se de transcrever a competência formal das unidades
no art. 126 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. administralivasjá descritas nas normas internas;
b) relatar apenas as principais atividades do órgão;
2. O desenvolvimento do parecer pode ser dividido em tantos
c) evitar o deialhamento excessivo das tarefas executadas
itens (e estes intitulados) quantos bastem ao parecerista para o fim
pelas unidades administrativas que lhe são subordinadas;
de melhor organizar o assunto, imprimindo-lhe clareza e didatismo. d) priorizar a apresentação de dados agregados, grandes metas
14. Portaria realizadas e problemas abrangentes que foram solucionados;
e) destacar propostas que não puderam ser concretizadas,
É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabelece regras, identificando as causas e indicando as prioridades para os próximos
baixa instruções para aplicação de leis ou trata da organização e do anos;
funcionamento de serviços dentro de sua esfera de competência. f) gerar um relatório final consolidado, limitado, se possível,
ao máximo de dez páginas para o conjunto da Diretoria,
14.1 ‑ Estrutura Departamento ou unidade equivalente.

1. Título: PORTARIA, numeração e data. 16. Requerimento


2. Ementa: síntese do assunto.
3. Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade É o instrumento por meio do qual o interessado requer a uma
que expede o ato e citação da legislação pertinente, seguida da autoridade administrativa um direito do qual se julga detentor.
palavra “resolve”.
4. Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido 16.1 ‑ Estrutura
em artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens.
5. Assinatura: nome da autoridade competente e indicação do 1. Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja,
cargo. da autoridade competente.
2. Texto incluindo:
a) Preâmbulo, contendo nome do requerente (grafado em
Observações:
letras maiúsculas) e respectiva qualificação: nacionalidade, estado
1. Certas portarias contêm considerandos, com as razões que
civil, profissão, documento de identidade, idade (se maior de 60
justificam o ato. Neste caso, a palavra “resolve” vem depois deles. anos, para fins de preferência na tramitação do processo, segundo
2. A ementa justifica-se em portarias de natureza normativa. a Lei 10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja servidor da
3. Em portarias de matéria rotineira, como nos casos de Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação civil deve ser
nomeação e exoneração, por exemplo, suprimese a ementa. colocado o número do registro funcional e a lotação);
b) Exposição do pedido, de preferência indicando os
15. Relatório fundamentos legais do requerimento e os elementos probatórios
de natureza fática.
É o relato exposilivo, detalhado ou não, do funcionamento 3. Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
de uma instituição, do exercício de atividades ou acerca do 4. Local e data.
desenvolvimento de serviços específicos num determinado S. Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.
período. Observações:
1. Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação,
15.1 ‑ Estrutura reivindicação ou manifestação, o documento utilizado será um
abaixo-assinado, com estrutura semelhante à do requerimento,
1. Título - RELATÓRIO ou RELATÓRIO DE... devendo haver identificação das assinaturas.
2. Texto - registro em tópicos das principais atividades 2. A Constituição Federal assegura a todos, independentemente
desenvolvidas, podendo ser indicados os resultados parciais e do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos
totais, com destaque, se for o caso, para os aspectos positivos e em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder
negativos do período abrangido. O cronograma de trabalho a (art. 51, XXXIV, “a”), sendo que o exercício desse direito se
instrumentaliza por meio de requerimento. No que concerne
ser desenvolvido, os quadros, os dados estatísticos e as tabelas
especificamente aos servidores públicos, a lei que institui o Regime
poderão ser apresentados como anexos.
único estabelece que o requerimento deve ser dirigido à autoridade
3. Local e data.
competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela
4. Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário(s) relator(es).
a que estiver imediatamente subordinado o requerente (Lei n’
8.112/90, art. 105).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplo de ofício

5 cm (Ministério)
(Secretaria/Departamento/Setor/Entidade)
(Endereço para correspondência)
(Endereço – continuação)
(Telefone e Endereço de Correio Eletrônico)

Ofício nº 524/1991/SG-PR

Brasília, 27 de maio de 1991

A Sua Excelência o Senhor


Deputado (Nome)
Câmara dos Deputados
70160-900 – Brasília – DF

3 cm Assunto: Demarcação de terras indígenas 297 mm


Senhor Deputado, 1,5 cm

2,5 cm
1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama nº 154,
de 24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas
em sua carta nº 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão
amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas
instituído pelo Decreto nº 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).
2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – na
definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração
as características sócio-econômicas regionais.
3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas
deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao
disposto no art. 231, § 1º, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os
aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste
último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual
competente.
4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão
encaminhas as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É
igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da
sociedade civil.
5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao
índio serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos
públicos e das entidades civis acima mencionadas.
6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido
assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os
limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos
necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária
transparência e agilidade.

Atenciosamente,

(Nome)
(cargo)

210 mm

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplo de aviso

5 cm

Aviso nº 45/SCT-PR

Brasília, 27 de fevereiro de 1991

A Sua Excelência o Senhor


(Nome e cargo)
3 cm

Assunto: Seminário sobre o uso de energia no setor público

2,5 cm
Senhor Ministro,
297 mm
1,5 cm
Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do
Primeiro Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de Energia no Setor Público, a
ser realizado em 5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional
de Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas Isoladas, nesta
capital.
O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do Programa
Nacional das Comissões Internas de Conservação de Energia em Órgãos Públicos,
instituído pelo Decreto nº 99.656, de 26 de outubro de 1990.

Atenciosamente,

(Nome do signatário)
(cargo do signatário)

210 mm

131
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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplo de memorando

5 cm

Mem. 118/DJ

Em 12 de abril de 1991

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores


3 cm 297 mm
1,5 cm
2,5 cm
1. Nos termos do Plano Geral de Informatização, solicito a Vossa
Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três
microcomputadores neste Departamento.
2. Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal
seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA.
Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de
textos e outro gerenciador de banco de dados.
3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo
da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já
manifestou seu acordo a respeito.
4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste
Departa-mento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e,
sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

(Nome do signatário)

210 mm

132
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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplo de exposição de motivos de caráter informativo

5 cm

EM nº 00146/1991-MRE

5 cm

Brasília, 24 de maio de 1991

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

2,5 cm 1,5 cm
O Presidente George Bush anunciou, no último dia 13, significativa
mudança da posição norte-americana nas negociações que se realizam – na
Conferência do Desarmamento, em Genebra – de uma convenção multilateral de
proscrição total das armas químicas. Ao renunciar à manutenção de cerca de
3 cm
dois por cento de seu arsenal químico até a adesão à convenção de todos os
países em condições de produzir armas químicas, os Estados Unidos
reaproximaram sua postura da maioria dos quarenta países participantes do
processo negociador, inclusive o Brasil, abrindo possibilidades concretas de que o
tratado a ser concluído e assinado em prazo de cerca de um ano. (...)

1 cm
Atenciosamente,

2,5 cm
(Nome)
(cargo)
2,5 cm

133
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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplo de mensagem

5 cm

Mensagem nº 118

Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,

3 cm
4 cm 1,5 cm

Comunico a Vossa Excelência o recebimento das mensagens SM nºs


106 a 110, de 1991, nas quais informo a promulgação dos Decretos Legislativos
nºs 93 a 97, de 1991, relativos à exploração de serviços de radiodifusão.

2 cm
Brasília, 28 de março de 1991

297 mm

2 cm

210 mm

134
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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplo de Fax (Forma e Estrutura)

[órgão Expedidorl
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]

Destinatário: ___________________________________________________________
Nº do fax de destino: ___________________________________ Data: ___/___/_____
Remetente: ____________________________________________________________
Tel. p/ contato: ______________________Fax/correio eletrônico: ________________
Nº de páginas: esta + ________Nº do documento: _____________________________
Observações: __________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Exemplo de apostila

APOSTILA

A Diretora da Coordenação de Secretariado Parlamentar do Departamento de Pessoal declara que o servidor


José da Silva, nomeado pela Portaria CD-CC-RQ-001/2004, publicada no Suplemento ao Boletim Administrativo de
30 de março de 2004, teve sua situação funcional alterada, de Secretário Parlamentar Requisitado, ponto n. 123, para
Secretário Parlamentar sem vínculo efetivo com o serviço público, ponto n. 105.123, a partir de 11 de abril de 2004,
em face de decisão contida no Processo n. 25.001/2004.

Brasília, em 26/5/2004

Maria da Silva
Diretora

Exemplo de ata

CAMARA DOS DEPUTADOS


CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO
Coordenação de Publicações

ATA

As 10h15, do dia 24 de maio de 2004, na Sala de Reunião do Cedi, a Sra. Maria da Silva,
Diretora da Coordenação, deu início aos trabalhos com a leitura da ala da reunião anterior, que foi
aprovada, sem alterações. Em prosseguimento, apresentou a pauta da reunião, com a inclusão do item
“Projetos Concluídos”, sendo aprovada sem o acréscimo de novos itens. Tomou a palavra o Sr. José da
Silva, Chefe da Seção de Marketing, que apresentou um breve relato das atividades desenvolvidas no
trimestre, incluindo o lançamento dos novos produtos. Em seguida, o Sr. Mário dos Santos, Chefe da
Tipografia, ressaltou que nos últimos meses os trabalhos enviados para publicação estavam de acordo
com as normas estabelecidas, parabenizando a todos pelos resultados alcançados. Com relação aos
projeXos concluídos, a Diretora esclareceu que todos mantiveram-se dentro do cronograma de trabalho
preestabelecido e que serao encaminhados à gráfica na próxima semana. Às 11h45 a Diretora encerrou os
trabalhos, antes convocando reunião para o dia 2 de junho, quartafeira, às 10 horas, no mesmo local. Nada
mais havendo a tratar, a reunião foi encerrada, e eu, Ana de Souza, lavrei a presente ata que vai assinada
por mim e pela Diretora.

Diretora

Secretária

Exemplo de carta

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LÍNGUA PORTUGUESA

CÂMARA DOS DEPUTADOS


GABINETE DA DEPUTADA MARIA DA SILVA

Brasília, 4 de maio de 2004.


Ao Senhor
José Maria da Silva
Rua Bulhões de Carvalho, 293, Copacabana
20350-070 - Rio de Janeiro - RJ

Prezado Senhor,

Em atenção à carta de V. Sa., informo que o processo de transferência de estudantes para as escolas
técnicas federais é feito de forma pública, com normas estabelecidas em editais e divulgadas pelas instituições. Cabe
ao candidato pleitear a vaga de acordo com os critérios estabelecidos.
Contando com a compreensão de V. Sa., coloco-me à disposição para sanar eventuais dúvidas quanto a
esse assunto.

Cordialmente,

Maria da Silva
Deputada Federal

Exemplo de declaração

CÂMARA DOS DEPUTADOS


DEPARTAMENTO DE PESSOAL
Coordenação de Registro Funcional

DECLARAÇÃO
Declaro, para fins de provajunto ao SupremoTribunal Federal, queJOSÉ DASILVA, ex-servidor da
Câmara dos Deputados, teve declarada a vacância do cargo de Analista Legislativo - atribuição Assistente Técnico,
a partirde 2/1/2004 (DCD de 3/1/2004). O referido ex-servidor não usufruiu das férias relativas ao exercício de
2003 e, em seus assentos funcionais, consta a concessão de 30 (trinta) dias de licença para capacitação, referente
ao qüinqüênio 13/1/1995 a 26/1/2000 (Processo n. 5.777/2003, publicado no Boletim Administrativo n. 15, de
7/1/2004).

Brasília, 10 de fevereiro de 2004.

Maria José da Silva


Diretora

Exemplo de despacho

CÂMARA DOS DEPUTADOS


PRIMEIRA-SECRETARIA
Processo n . .........
Em .... / .... /200 ...

Ao Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, por força do disposto no inciso I do art. 70 do
Regimento do Cefor, c/c o art. 95, da Lei n. 8.112/90, com parecer favorável desta Secretaria, nos termos das
informações e manifestações dos órgãos técnicos da Casa.

Deputado José da Silva


Primeiro-Secretário

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplo de ordem de Serviço

CÂMARA DOS DEPUTADOS


CONSULTORIA TÉCNICA

ORDEM DE SERVIÇO N. 3, DE 6/6/2004

O DIRETOR DA CONSULTORIA TÉCNICA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso de suas


atribuições, resolve:
1. As salas 3 e 4 da Consultoria Técnica ficam destinadas a reuniões de trabalho com deputados, consultores
e servidores dos setores de apoio da Consultoria Técnica.
2. As reuniões de trabalho serão agendadas previamente pela Diretoria da Coordenação de Serviços Gerais.
......................................................................................................................................
6. Havendo mais de uma solicitação de uso para o mesmo horário, será adotada a seguinte ordem de
preferência:
1 - reuniões de trabalho com a participação de deputados;
11 - reuniões de trabalho da diretoria;
111 - reuniões de trabalho dos consultores;
IV . ...................................................................................................................................
V . ....................................................................................................................................
7. O cancelamento de reunião deverá ser imediatamente comunicado à Diretoría da Coordenação de
Serviços Gerais.

José da Silva
Diretor

Exemplo de portaría

CÂMARA DOS DEPUTADOS


DIRETORIA-GERAL

PORTARIA N. 1, de 13/1/2004

Disciplina a utilização da chancela eletrônica nas


requisições de passagens aéreas e diárias de viagens,
autorizadasem processos administrativos no âmbito da
Câmara dos Deputados e assinadas pelo Diretor-Geral.

O DIRETOR-GERAL DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso das atribuições que lhe


confere o artigo 147, item XV, da Resolução n. 20, de 30 de novembro de 1971, resolve:
Art. 11 Fica instituído o uso da chancela eletrôníca nas requisições de passagens aéreas e
diárias de viagens, autorizadas em processos administrativos pela autoridade competente e assinadas
pelo Diretor-Geral, para parlamentar, servidor ou convidado, no âmbito da Câmara dos Deputados.
Art. 21 A chancela eletrônica, de acesso restrito, será válida se autenticada mediante código
de segurança e acompanhada do atesto do Chefe de Gabinete da DiretoriaGeral ou do seu primeiro
substituto.
Art. 31 Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida


Diretor-Geral

137
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LÍNGUA PORTUGUESA

Modelo de relatório

CÂMARA DOS DEPUTADOS


ÓRGÃO PRINCIPAL
órgão Secundário

RELATÓRIO

Introdução
Apresentar um breve resumo das temáticas a serem abordadas. Em se tratando de relatório de viagem,
indicar a denominação do evento, local e período compreendido.

Tópico 1
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
....................................................................................................................................

Tópico 1.1
Havendo subdivisões, os assuntos subseqüentes serão apresentados hierarquizados à temática geral.
......... ..........................................................................................................................................

Tópico 2
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
....................................................................................................................................

3. Considerações finais
....................................................................................................................................

Brasília, ............................. de de 200...

Nome
Função ou Cargo

Modelo de requerimento

CÂMARA DOS DEPUTADOS


ÓRGÃO PRINCIPAL
Órgão Secundário

(Vocativo)
(Cargo ou função e nome do destinatário)

............................... ................. (nome do requerente, em maiúsculas) ..........................


.......................................................... (demais dados de qualificação), requer ......................
...............................................................................................................................................

Nestes termos,
Pede deferimento.

Brasília, ....... de .................. .................................................................. de 200.....

Nome
Cargo ou Função

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ATUALIDADES

e, portanto, com menores garantias de pagamento das prestações,


esses clientes eram chamados de subprime. Isso impulsionou a
ATUALIDADES: FATOS POLÍTICOS, indústria da construção civil no país e o mercado imobiliário. Até
ECONÔMICOS E SOCIAIS, OCORRIDOS A 2004, enquanto os juros permaneceram baixos, esse mecanismo
PARTIR DO 1º SEMESTRE DE 2010 funcionou bem: as pessoas que tomavam empréstimos conseguiam
pagar as prestações em dia, e o crédito imobiliário crescia, dando
lucro aos bancos e às financeiras.
Uma das formas que os bancos têm de lucrar com os
empréstimos é emitir e negociar com outros bancos títulos que
Importante ressaltar ao candidato que o tema atualidades é ofereciam como garantia os empréstimos subprime, num tipo de
bastante amplo podendo abranger assunto não relatado em nosso operação chamado securitização. Foi assim que se criou uma bolha
roteiro de estudos, é importante que o candidato seja pessoa especulativa: os títulos negociados com base nos empréstimos
informada e tenha acompanhado as notícias em jornais, rádio, subprime tinham o valor original multiplicado várias vezes. O ponto
televisão durante o decorrer do ano de 2010. Vamos abordar temas fraco do esquema é que toda essa economia virtual era baseada na
divulgados na mídia de forma resumida, conforme entendemos ser confiança de que os devedores honrariam os compromissos dos
mais relevantes, anexando fatos anteriores a 2010, contudo, com a empréstimos subprime.
finalidade de estabelecer comparações necessárias. 2004 a 2007 Em outubro de 2004, o FED começou a elevar
a taxa básica de juros. O objetivo, dessa vez, era captar recursos
ECONOMIA pelo mundo para enfrentar o pesado endividamento dos Estados
Unidos, que crescia rapidamente em razão, entre outros fatores,
Crise Econômica dos gastos astronômicos com as guerras do Afeganistão e do
Os economistas, que adoram brincar com siglas, criaram mais Iraque, iniciadas em 2001 e 2003, respectivamente. Entre junho de
uma em 2010: Piigs. O termo – que remete a pigs (porcos, em 2006 e agosto de 2007, a taxa subiu para 5,25% ao ano. A medida
inglês) – refere-se às iniciais de Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e criou uma espécie de efeito dominó.
Espanha (Spain, em inglês). É o grupo das economias européias Como os juros cobrados nos empréstimos imobiliários
mais seriamente fragilizado pela crise mundial. Com a dívida são atrelados à taxa básica, as prestações dos clientes subprime
pública saltando a patamares altíssimos, esses países ameaçam passaram a subir também. Não demorou muito, esses clientes
mergulhar num período de profunda recessão, ou seja, de redução começaram a deixar de pagar a dívida, pois as prestações mais altas
na atividade econômica, com queda na produção e no emprego. A não cabiam mais no orçamento. Todo financiamento imobiliário
situação de aperto dos Piigs demonstra que, por mais otimistas que tem como garantia o imóvel comprado. Assim, os bancos passaram
sejam as previsões de superação da crise econômica iniciada em a tomar de volta a casa e o apartamento dos inadimplentes (ou seja,
agosto de 2008, ela ainda está longe de ser vencida. os que deixaram de pagar), recolocando-os à venda. Com isso, e
A atual crise econômica é a mais profunda enfrentada pelo mais o aumento dos juros, que encareceram os empréstimos,
mercado global desde a Grande Depressão, nos anos 1930 – com começou a sobrar imóveis no mercado, e o preço deles despencou.
a agravante de ocorrer num mundo globalizado, em que toda a A queda no valor dos imóveis e a inadimplência dos
economia mundial se baseia numa intrincada rede internacional devedores fizeram com que os títulos negociados nas operações
de relações. Na globalização, os capitais transitam em grande de securitização perdessem valor rapidamente, causando grandes
velocidade entre bancos e empresas de diferentes partes do planeta, prejuízos a bancos e empresas imobiliárias. Resultado: muitas
pessoas perderam a moradia, a indústria da construção começou
combinam-se, associam-se e realizam negócios vultosos. Assim
a parar e as instituições financeiras ficaram sem condições de
foi que a crise deflagrada com estrondo em 2008, nos Estados
conceder novos empréstimos. E mais: como os papéis imobiliários
Unidos, atingiu mercados de todos os continentes em questão de faziam parte do patrimônio de muitos bancos e financeiras, nasceu
horas. E, por causa mesmo dessa intrincada rede de relações, deve uma forte suspeita sobre a saúde financeira de boa parte deles.
levar ainda algum tempo para ser debelada. Isso levou as bolsas de valores a despencar no mundo todo. Dessa
maneira, ocorreu o estouro da bolha imobiliária.
Breve História - As origens mais visíveis da atual crise estão Para evitar uma quebra mundial das bolsas e a falência das
em medidas tomadas pelas autoridades financeiras dos Estados instituições que negociavam os títulos, o FED e os bancos centrais
Unidos há quase dez anos. Conhecer a ordem em que os fatos de outros países injetaram, em agosto de 2007, centenas de bilhões
ocorrem ajuda a compreender o atual quadro econômico mundial. de dólares do dinheiro público nos bancos e nas financeiras com
maiores problemas.
2001 a 2003 O banco central dos Estados Unidos (FED) baixa 2008 Mesmo com as medidas tomadas pelas autoridades, em
a taxa básica de juros de 6,5% para 1,75% ao ano. O objetivo era setembro de 2008 quebrou o Lehman Brothers, o maior banco
estimular a economia norte-americana. Os juros são a taxa cobrada de investimento dos Estados Unidos. Num novo efeito dominó,
sobre o valor dos empréstimos. É a partir da taxa básica estabelecida outras grandes instituições do mundo todo viram-se, em poucos
pelos bancos centrais que as financeiras e os bancos particulares dias, às portas da falência. Paralelamente, como resultado da crise
estabelecem a própria taxa de juros, induz a uma redução geral dos dos subprime, uma quantidade enorme do dinheiro investido em
juros cobrados por bancos e financeiras nos financiamentos, seja imóveis migrou para as commodities, matérias-primas, como
para empresas, seja para pessoas físicas. Com isso, todos pagam milho, trigo e soja, com cotações internacionais para compra
menos por empréstimos e podem, assim, investir mais na produção e venda fixadas em bolsas de valores. O aumento da procura
e gastar no consumo. provocou uma alta na cotação dos grãos. Esse foi um dos fatores
A queda nos juros teve efeitos profundos no mercado para o encarecimento do preço da comida, o que levou mais de
imobiliário norte-americano: as financeiras começaram a 20 países pobres a enfrentar uma crise de alimentos no primeiro
emprestar a uma camada da população de menor poder aquisitivo semestre de 2008.

1
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ATUALIDADES

2009 A crise financeira envolveu o mundo todo. Mesmo Especialistas afirmam que o pior já passou. A maioria dos
instituições financeiras cujos negócios não estavam diretamente países deve voltar a crescer neste ano. Segundo projeções do FMI,
ligados ao mercado imobiliário suspenderam as operações o Produto Interno Bruto (PIB) mundial, que caiu 0,8% entre 2008
de empréstimo. Sem crédito, a indústria parou de investir, e os e 2009, deve ter uma elevação de 3,9% neste ano em relação ao
consumidores deixaram de comprar. E, como todos os mercados ano anterior, e mais 4,3% de 2010 para 2011.
mantêm estreita relação de negócios, a economia mundial Mas a recuperação é ainda muito frágil e não se dá com igual
emperrou. intensidade em todos os países. Enquanto a China, uma economia
A crise não afetou todos os países do mesmo jeito. Alguns emergente, cresce a cerca de 10%, em países desenvolvidos, como
entraram em recessão (estagnação econômica) no fim de 2008 Estados Unidos e Alemanha, o crescimento do PIB fica em torno
ou início de 2009, caso dos Estados Unidos, Suécia, Coréia do de 2%. A fragilidade vem do alto endividamento dos governos,
Sul e das nações da União Européia. Outros, principalmente principalmente em alguns países ricos. Diante da debandada dos
os emergentes, como Brasil, Índia e China, tiveram um recuo investidores privados, coube aos governos manter a atividade
mais suave na atividade econômica. Mas, com maior ou menor econômica, investindo eles próprios em empresas privadas. Os
intensidade, todos apresentaram reflexos da crise sobre a produção desembolsos feitos para salvar instituições financeiras e a redução
e o nível de emprego. de impostos para estimular o consumo interno endividaram mais
2010 Segundo especialistas, o pior da crise já passou, mas a os países: para minimizar os efeitos da crise, os Estados foram
recuperação é frágil e desigual entre os países. O sistema financeiro forçados a gastar mais e a arrecadar menos. Economias menos
internacional apóia-se sobre liquidez e confiança. Liquidez é o sólidas enfrentam, por isso, sérias dificuldades.
dinheiro de que as instituições dispõem para devolver aos seus É o que ocorre com os Piigs. No caso mais sério, na Grécia,
investidores cada centavo aplicado a qualquer momento. Os a dívida pública prevista para este ano é da ordem de 120% do
bancos não têm liquidez de 100%. Negociam com clientes e entre PIB, contra o máximo de 60% estipulado para os integrantes
si títulos de dívidas e outros papéis cujos valores são atrelados ao da União Européia. Além disso, o orçamento (o que o governo
pagamento de empréstimos que, espera-se, sejam feitos no futuro. arrecada e gasta) apresenta um déficit de quase 13% ao ano. A
Trilhões de dólares circulam anualmente por essa economia saída comumente apontada pelos credores é o típico caso em que
virtual, que se move sobre promessas e se afasta cada vez mais o remédio pode matar o doente: renegociar as dívidas e apertar
da economia real, aquela baseada na produção palpável de bens o cinto. É que, geralmente, isso implica baixar salários e cortar
e serviços. investimentos, ou seja, reduzir a produção e os empregos. Soa o
Quanto o mercado financeiro acredita que essas dívidas serão alerta de uma provável crise social.
devidamente quitadas a tempo de pagar, paulatinamente, cada Brasil – As projeções do FMI são relativamente boas para o
investidor define o grau de segurança que os investidores têm Brasil: 4,7% de crescimento em 2010 e de 3,7% em 2011. A taxa
no sistema financeiro. Foi isso o que ruiu em 2008, provocando de desemprego medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
uma crise de confiança que afetou, primeiro, a economia norte- Estatística (IBGE) caiu de 9% em março de 2009 para 6,8% em
americana e, depois, a mundial. Tanto é que, em 2008, o valor dezembro.
dos ativos financeiros (o total de títulos em poder dos bancos) O Brasil estava em setembro de 2008 com forte crescimento,
encolheu de 170 trilhões para 120 trilhões de dólares. Em relação a com o PIB subindo cerca de 5% ao ano. A estabilidade econômica
2006, a economia virtual perdera, num piscar de olhos, 50 trilhões e as facilidades de acesso ao crédito alavancavam a demanda do
de dólares. Para comparação: o PIB mundial (tudo o que o planeta mercado externo. Com a abertura da crise, a falta de dinheiro no
produziu) em 2008 totalizou 60,6 trilhões de dólares. mercado internacional levou à queda nas exportações, freando a
Crises de modo geral, provocam uma reação em cadeia. O economia.
primeiro setor a ser atingido pela falta de crédito é produtivo, Para enfrentar a crise, o governo federal e o Banco Central
que fica sem recursos para gastos correntes, como compra adotaram medidas como a redução na taxa básica de juros (Selic), o
de matéria-prima e pagamentos, além de aquisição de novos que facilitou o financiamento da indústria, e a redução de tributos,
equipamentos. Sem crescer, a indústria tende a diminuir seu como o corte no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para
quadro de funcionários. O aumento do desemprego reduz o nível automóveis, motos, material de construção e eletrodomésticos.
do consumo. O problema volta para a indústria, que não encontra Com isso, o Brasil segurou o nível de produção e o consumo
mercado para seus produtos e acaba demitindo. interno. Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas
Instituições multilaterais, como o Fundo Monetário (Ipea), o corte nos impostos fez com que o governo deixasse de
Internacional (FMI), o Banco Mundial e a Organização Mundial arrecadar 1,8 bilhão de reais, perdas compensadas, em parte,
de Comércio (OMC), bem como o G-20, articularam-se para com a arrecadação de outros impostos sobre a venda dos mesmos
agir contra a crise assim que ela estourou. Procuraram ampliar produtos.
os recursos para empréstimos de emergência aos países mais
necessitados. Ao mesmo tempo, os governos injetaram dinheiro Europa
público para salvar as instituições financeiras ameaçadas de Para evitar que a Grécia entrasse em colapso e levasse junto
quebra. Estabeleceram, também, incentivos para a produção, alguns países da Europa, o que alastraria a crise pelo mundo,
para o consumo interno e para as exportações. Algumas nações ministros das Finanças da União Europeia (UE) aprovaram, em 9
reduziram drasticamente as taxas de juros, de maneira coordenada, de maio de 2010, um fundo emergencial inédito de 750 bilhões de
como forma de atrair de volta os assustados investidores. Tudo euros (R$ 1,7 trilhão). Um terço do total dos recursos é proveniente
com o objetivo de manter a roda da economia girando. do Fundo Monetário Internacional (FMI).

2
Didatismo e Conhecimento
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ATUALIDADES

Mas como um país pequeno (pouco menor que o Estado O caso da Grécia, no entanto, revelou fragilidades do bloco.
do Amapá), de 10,6 milhões de habitantes, considerado o berço Faltam mecanismos mais eficientes de controle de especulação
da civilização ocidental, se tornou de repente uma ameaça aos bancária e fiscalização das contas de países membros. O grupo
mercados financeiros internacionais? também levou dois meses para decidir ajudar os gregos. Em
O endividamento da Grécia é resultado de duas parte, isso se deve ao preço político cobrado dos governantes
irresponsabilidades: a fiscal, do governo, e a especulativa, dos nas urnas: os europeus estão cansados de financiar, com dinheiro
bancos. público, a má gestão de alguns governos e a irresponsabilidade de
Um modo fácil de entender isso é comparar com o orçamento investidores.
doméstico. Qualquer dona de casa sabe que precisa equilibrar Para a Grécia e outros países equilibrarem as contas
as contas entre os gastos com a família (alimentação, vestuário, públicas, não haverá outra saída senão “cortar na própria carne”,
contas a pagar, etc.) e os rendimentos. A regra é não gastar mais aumentando impostos e eliminando gastos (com redução de
do que se ganha. Quando isso não acontece, contraímos dívidas. salários e aposentadorias, por exemplo).
Foi o que aconteceu com a Grécia. O país gastou muito Para piorar, isso ocorre no momento em que as economias
além do que seu orçamento permitia nos últimos dez anos - em estão se recuperando. Países também endividados têm que assumir
programas sociais, na folha de pagamento dos servidores públicos mais dívidas para cobrir o rombo em Atenas. É como se um doente,
(um em cada três gregos é funcionário público) e em pensões ou tentando se curar de uma pneumonia, pegasse uma gripe.
outros benefícios. Para pagar as contas da casa, o Estado adquiriu
empréstimos com instituições bancárias. Brasil
Para piorar a situação, a crise do mercado imobiliário dos A atividade econômica brasileira ficou quase estável na
Estados Unidos, em 2008, que afetou o mundo todo, também passagem de maio para junho, indicaram dados divulgados pelo
atingiu o bolso dos gregos, resultando em desemprego e na
Banco Central. No mês de junho, o Índice de Atividade Econômica
conseqüente queda na arrecadação de impostos.
(IBC-Br) ficou em 139,26 pontos – uma alta de apenas 0,02%
Para reduzir os custos, o governo do primeiro ministro
sobre o patamar do mês anterior, em dados com ajustes sazonais.
George Papandreou anunciou um pacote que congela os salários,
Os números do BC mostram, porém, que a atividade cresceu
reduz as pensões e aumenta os impostos. Foram essas medidas
que provocaram a greve geral, manifestações de sindicalistas e fortemente de janeiro a junho deste ano, com avanço de 9,96%,
estudantes nas cidades gregas, e enfrentamentos com a polícia. após ajustes sazonais.
No pior dia, 5 de maio, três pessoas morreram em um banco O IBC-Br é um indicador criado para tentar antecipar o
incendiado em Atenas por manifestantes. resultado do Produto Interno Bruto (PIB) e ajudar a autoridade
O déficit no orçamento, isto é, a diferença de quanto o país monetária na definição da taxa básica de juros (Selic). O Banco
gasta e quanto arrecada, correspondia a 13,6% do Produto Interno Central explicou que o IBC-Br “constitui uma medida antecedente
Bruto (PIB) grego em 2009. O índice é mais de quatro vezes a da evolução da atividade econômica”. Antes divulgado por
porcentagem tolerada na Zona do Euro, de 3%. (A expressão estados, e por regiões, desde o início deste ano o indicador passou
“Zona do Euro” se refere a um grupo de 16 países europeus que a ser calculado com abrangência nacional.
adotaram o euro como moeda, há dez anos.) O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, da
A dívida da Grécia, em maio de 2010, é de 300 bilhões de indústria e do setor de serviços, além dos impostos. “A estimativa
euros (o equivalente a R$ 700 bilhões). Até o final de 2010, a do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores da
Comissão Europeia estima que a Grécia terá 124,9% do PIB em economia acrescida dos impostos sobre produtos, que são estimados
dívidas públicas. Isso significa que as contas a pagar superam toda a partir da evolução da oferta total (produção+importações)”.
a riqueza produzida pelo país. O limite da UE é de 70% de dívida O IBC-Br é uma das ferramentas utilizadas pelo Banco
pública. Central para definir a taxa básica de juros da economia brasileira.
Porém, o que tornou inevitável a ajuda para resgatar a Atualmente, os juros básicos estão em 10,75% ao ano, após três
economia grega foi o risco de um efeito dominó. A crise poderia elevações seguidas (abril, junho e julho).
atingir outros países da Zona do Euro, que também estão em
condições fiscais debilitadas, como Irlanda (déficit de 14,3% do Estados Unidos
PIB), Espanha (11,2%) e Portugal (9,4%). O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos informou
Os déficits orçamentários desses países europeus, que tiveram que o déficit no orçamento do país atingiu US$ 165 bilhões em
de socorrer a economia injetando recursos públicos durante a crise julho.
e sofreram queda de receitas, são os piores desde o período da Foi o segundo pior resultado para o mês, superado apenas
Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Antes mesmo da crise por julho de 2009, quando o déficit alcançou US$ 180,7 bilhões.
a Europa já vinha num crescente processo de endividamento, Mesmo assim, o número veio melhor que a estimativa média do
devido aos gastos com bem-estar social e ao envelhecimento da mercado, que apontava para US$ 170 bilhões.
população, que gera despesas com saúde e previdência. As receitas do governo somaram US$ 155,5 bilhões em julho,
A crise financeira somente agravou a crise fiscal em curso, levemente acima dos US$ 151,5 bilhões do mesmo mês de 2009.
além de desvalorizar o euro frente ao dólar. Já as despesas totalizaram US$ 320,6 bilhões no mês passado,
O plano de ajuda para recuperar o euro foi anunciado no contra US$ 332,2 bilhões um ano antes.
mesmo dia em que a União Europeia completou 60 anos de
O saldo negativo acumulado em 10 meses do ano fiscal
criação. Em 9 de maio de 1950, França e Alemanha assinaram um
americano foi US$ 1,17 trilhão, resultado 7,7% menor que o déficit
acordo para evitar novas guerras mundiais, conhecido como Plano
de igual período do ano anterior. A melhora reflete gastos menores
Schuman. Hoje, a UE possui 27 países em parcerias econômicas
neste ano com programas emergenciais de combate à recessão e
e políticas.
estabilização do sistema financeiro.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

ATUALIDADES

No entanto, o governo de Barack Obama já sinalizou que o idade (569 assassinatos, 3,2%). No Brasil, o homicídio é a maior
déficit no ano fiscal - que se encerra em setembro - deverá superar causa de morte de jovens de 10 a 24 anos por motivos externos
o recorde de US$ 1,42 trilhão do ano passado. A última projeção do violentos (que inclui acidentes de trânsito e outras), superando os
governo, previu um saldo negativo de US$ 1,47 trilhão em 2010. 50%.
Observa-se, também, no país que a violência diminui em
algumas cidades grandes, mas cresce no interior dos estados,
principalmente em polos de desenvolvimento regionais ou locais:
SOCIEDADE trata-se da interiorização da violência. Uma mudança observada
a partir de 1999, cujas razões são o maior investimento em
segurança nas regiões metropolitanas e o surgimento de pólos de
atração econômica no interior dos estados. De acordo com a última
Violência atualização do banco de dados do Ministério da Saúde (DataSus),
Parece um paradoxo: quanto mais surgem programas e festas as três maiores taxas de homicídio para cada 100 mil habitantes,
para fazer com a turma, mais os pais apertam o cerco de perguntas em 2007, estão fora do eixo histórico de desenvolvimento do país:
e restrições, exigindo hora para chegar em casa, dizendo o que a cidade da Tailândia (PA), de apenas 73 mil habitantes e com forte
permitem ou não fazer e pedindo satisfação e prestação de contas. presença de desmatamento e conflitos envolvendo madeireiras
Afinal, as cidades oferecem cada vez mais possibilidades de lazer ilegais, encabeça o ranking. Lá, foram 112 assassinatos por grupo
e estamos no século XXI. Ocorre, porém, que esse comportamento de 100 mil habitantes, as outras duas ficam no Espírito Santo,
dos pais em parte tem uma razão bem forte: o mundo “lá fora” ambas na região metropolitana de Vitória: a cidade de Serra teve 95
está cada vez mais perigoso. Os pais percebem isso porque, na assassinatos e Cariacica, 94,8 por grupo de 100 mil habitantes. No
juventude deles, a realidade não era essa, e os números oficiais dão caso de Vitória, o que ocorre é uma urbanização acelerada em que
razão às suas preocupações. se dá a marginalização de segmentos expressivos da população,
A violência está vitimando grande número de jovens no com aumento da criminalidade. Observa-se um crescimento de
Brasil, de diferentes formas, mas é preocupante a quantidade de violência semelhante em outras regiões metropolitanas do país.
homicídios. O homicídio já representa mais da metade das mortes O crescimento da violência no Brasil está diretamente ligado às
de todos os jovens brasileiros dos 10 aos 24 anos, por motivos desigualdades sociais provocadas pela má distribuição da riqueza,
externos, à frente dos acidentes de transporte e outras causas, que que se agravou com o aumento da população e a urbanização
não sejam doenças. Os índices de violência em nosso continente acelerada. No Brasil, 1% da população tem renda igual ao total dos
são mais elevados do que em outros, quatro vezes maiores do rendimentos dos 50% mais pobres. E, entre os 10% mais pobres,
que a média mundial. Mas no Brasil os números impressionam, 74% são negros. Exemplifica a relação direta entre desigualdade
principalmente pela violência que atinge os jovens. Segundo o social e violência o fato de que o número de negros assassinados
Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo no Brasil é duas vezes maior que o de brancos.
(NEV/USP), a violência contra adolescentes no Brasil cresce há Segundo o mesmo estudo do IBGE, quase metade das
quase 30 anos. crianças e dos adolescentes brasileiros com até 17 anos vive em
A possibilidade de um jovem brasileiro ser vítima de homicídio situação de pobreza (menos de meio salário mínimo per capita),
é 30 vezes maior que a de um jovem europeu e 70 vezes que a de e 18,5% em situação considerada de extrema pobreza (até 25%
um morador da Inglaterra ou do Japão. Entre os países da América do salário mínimo per capita). Apesar de 84,1% dos jovens entre
Latina, o Brasil tem a quinta maior taxa de homicídio juvenil, 15 e 17 anos freqüentarem a escola, entre a população mais pobre
antecedido por El Salvador, Colômbia, Venezuela e Guatemala, a taxa é de apenas 30,5%. Desse total, apenas a metade (50,6%)
em um total de 83 países do mundo listados no documento “Mapa estava matriculada no nível escolar adequado a sua idade, o ensino
da Violência: os jovens da América Latina”, divulgado em 2008 médio. Com poucas oportunidades de estudo, há menos chance
pela Rede de Informação Tecnológica Latino Americana (Ritla). O de trabalhar, de aumentar rendimentos e ascender socialmente.
impacto sobre a expectativa de vida é grande: hoje a idade média Nesse cenário, as atividades do crime organizado, como tráfico de
da população, ao morrer, é de 67,8 anos por causas naturais e de armas e drogas, aparecem para os jovens como uma possibilidade
38,6 anos por mortes violentas. Em países como Japão, Islândia de ganhar dinheiro.
e França, a expectativa média de vida já supera os 81 anos. Mas, Esse quadro está mudando no país, mas em um ritmo lento
independentemente da idade da vítima, a violência no Brasil é demais. Assim, a violência passou a fazer parte do cotidiano e
preocupante, e seu deslocamento geográfico vem configurando a ocupar espaço fixo no noticiário e na vida brasileira. Nós nos
um novo cenário. acostumamos a ver e ler notícias de criminalidade ocupando
O total de mortes violentas no Brasil vem caindo lentamente nos espaços tão generosos ou maiores do que os dedicados a outros
anos recentes, principalmente após a campanha do desarmamento, temas. Assim, em 2009, duas semanas após o anúncio de que o
iniciada em 2004. Os dados ainda preliminares de 2007 indicam Rio de Janeiro fora escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016,
que a taxa de homicídios total diminuiu 3% em relação à de 2006, a cidade virou destaque internacional em razão da violência. Em
mas a violência permanece em patamares elevados, principalmente 17 de outubro, um confronto entre criminosos pelo controle do
contra os jovens. Dos 47.658 homicídios ocorridos em 2007 no tráfico de drogas no morro dos Macacos, na Zona Norte do Rio de
Brasil, 18.053 mortos (37,8%) eram crianças e jovens entre 10 a Janeiro, deu início a uma onda de conflitos. Traficantes derrubaram
24 anos. Os jovens entre 20 e 24 anos formam o maior grupo de a tiros um helicóptero da Polícia Militar, causando a morte de dois
vítimas (10.187 mortes, 56,4% desse total), antecedido pela faixa soldados. Ao todo, foram 21 mortes, incluindo três moradores do
dos 15 aos 19 anos (7.288, 40,4%) e crianças de 10 a 14 anos de morro. O jornal norte-americano The New York Times destacou

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que a derrubada do helicóptero ocorrera a apenas 1,5 quilômetro Combater o crime organizado no Brasil quer dizer trabalhar
do Estádio do Maracanã, que será palco das cerimônias de abertura principalmente sobre o tráfico de drogas e de armas. Estima-se
e encerramento das Olimpíadas e da final da Copa do Mundo de que entrem ilegalmente no país mais de 30 mil armas por ano, por
2014. O caso é emblemático porque, nos bairros de periferia e nas 17 pontos nas fronteiras com Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e
favelas, a população se vê entre a violência de criminosos e a dos Uruguai. Nos últimos anos, esses locais coincidem com as rotas do
policiais. tráfico de drogas. Apesar da campanha de desarmamento, iniciada
No Brasil, a violência policial também cresceu. O relatório em 2004, acredita-se que ainda circulem no país 15 milhões de
“Força Letal”, produzido pela Human Rights Watch, ONG armas ilegais. Do total de homicídios de jovens entre 10 e 24 anos
internacional de direitos humanos, é um estudo sobre os dados e ocorridos no país em 2008, 40,48% foram causados por armas de
a atuação policial nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo fogo.
e constatou que, desde 2003, as polícias do Rio e de São Paulo, Já há consenso de que, além do enfrentamento da violência
juntas, mataram mais de 11 mil pessoas. No Rio, foram 1.137 atual nas esferas de justiça e segurança, é necessário buscar
vítimas em 2008. No mesmo ano, no estado de São Paulo, o soluções para diferentes questões da desigualdade social, em áreas
número de casos foi de 397, muito perto do de mortes cometidas como a assistência social e a educação. Na esfera da Justiça, o
pela polícia no mesmo ano em toda a África do Sul (468), um Brasil precisa criar um modelo que, além de punir com rigor o
país também em desenvolvimento e com marcantes desigualdades crime, promova a reabilitação e a reinserção do preso à sociedade
sociais. Esses dados são superiores ainda ao total dos assassinatos com oportunidades fora do crime, senão o ciclo se repetirá. As
cometidos por policiais nos Estados Unidos (371), país com níveis penitenciárias superlotadas e sem programas adequados de
também reconhecidamente altos de violência. atividades e recuperação são um barril de pólvora.
O estudo afirma que uma parte significativa das mortes No Rio de Janeiro, uma das iniciativas do governo estadual
relatadas no Brasil parece ser execução sumária feita pelos parar minorar o quadro da violência até a realização da Copa do
policiais, pois os homicídios ocorreram após o término dos Mundo foi começar um programa de policiamento comunitário
tiroteios ou sem que tenha ocorrido troca de tiros. A maioria dos permanente nas favelas, de forma a aproximar a polícia das
casos suspeitos de execução extrajudicial (feita por policiais) é comunidades.
arquivada antes mesmo de ser levada a julgamento, ou nem sequer A procura de soluções para as principais questões da
é objeto de denúncia, segundo a Human Rights Watch. O abuso de juventude tem sido uma preocupação cada vez mais presente nos
autoridade e a impunidade se relacionam a outros problemas, como governos civis após a ditadura, principalmente após a aprovação
a formação inadequada dos policiais, a falta de equipamentos e os do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8069), em 1990.
baixos salários. Em 2009, por exemplo, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública
A Human Rights Watch ressalva ainda que a redução dos sistematizou um novo indicador para o enfrentamento da violência
homicídios no país pode ser menor, pois, no banco de dados do
e da desigualdade. O Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência
Sistema Único de Saúde (DataSus), em 2007, observa-se que os
(IVJ-Violência) cruza os números de homicídios, acidentes de
homicídios podem estar apenas mudando de classificação, já que
trânsito, emprego, renda, freqüência escolar, habitação precária,
houve aumento significativo no número de mortes sob a rubrica
em todas as cidades com mais de 100 mil habitantes, para
“eventos cuja intenção é indeterminada” (homicídio, suicídio ou
identificar aquelas em que é preciso atuar mais fortemente.
acidente). No estado do Rio, as mortes nesse grupo aumentaram de
As instituições para menores infratores são outro ponto
891 para 1.938 no ano, 117% a mais que em 2006. Em São Paulo,
de preocupação. Em 2008 havia no Brasil 16.868 jovens em
o aumento foi de 20%, no mesmo ano. Em números nacionais,
passou de 9.147 para 11.367, um salto de 24%. Desse total, 8 mil instituições desse tipo, dos quais 11.734 em regime de internação
mortos foram jovens entre 10 a 24 anos. Determinar a causa da permanente e somente os demais em internação provisória ou de
morte é tarefa dos institutos médico-legais (IML), com o exame semiliberdade. Em São Paulo, o governo extinguiu a estrutura
dos corpos e com base nas informações da polícia. Mas, na prática, jurídica e reformulou a Fundação Estadual para o Bem-Estar do
podem estar valendo os dados que estão nos boletins de ocorrência Menor (Febem), instituindo a Fundação Casa, buscando criar nova
preenchidos pelos policiais. estrutura de trabalho compatível com o objetivo de recuperar o
Um dos aspectos perversos do crescimento da violência na jovem infrator.
sociedade é o aumento de problemas nas demais instituições Para tentar frear o ciclo vicioso de exclusão, têm sido
dessa esfera, como as delegacias, as penitenciárias e as casas para adotadas ferramentas de transferência direta de renda, para manter
abrigar menores infratores. Em 2008 havia 470 mil presos no país. crianças e jovens indo à escola em lugar de trabalhar. Existem
As penitenciárias tinham quase 410 mil presos e faltavam 170 ainda programas assistenciais de acompanhamento de jovens
mil vagas, um déficit de 34%. Outros 60 mil presos estavam em considerados em situação de risco social.
delegacias e distritos policiais, onde as vagas somavam 29 mil, Além de ações governamentais federal e estaduais,
um déficit de 48%. A superlotação dos presídios e a degradação multiplicam-se programas de organizações não governamentais,
da infraestrutura levam a uma violação sistemática dos direitos com projetos educacionais com viés profissionalizante e cultural.
humanos, provocam problemas de gestão e descontrole dos Uma das iniciativas que podem ser citadas é o Programa de
agentes sobre os internos e favorecem a entrada do crime Redução da Violência Letal contra Adolescentes e Jovens (PRVL).
organizado nos presídios. Assim, em lugar de fazer justiça e punir Ele objetiva criar propostas práticas e fazer articulações políticas
o crime com a premissa de recuperação humana do criminoso, o para enfrentar a violência contra o jovem e foi criado pelo
sistema penitenciário brasileiro internalizou os fatores que causam Observatório de Favelas, uma organização sem fins lucrativos com
a violência fora dele, dos quais o mais significativo talvez seja sede no Rio de Janeiro, em parceria com o governo federal e o
tornar-se cenário de atuação do crime organizado. Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

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IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) humana. Para o cálculo do IDH, um país com 25 anos ou menos
No alto da tabela está um país nórdico europeu, cuja economia, de expectativa de vida é considerado o pior possível e obtém um
que se baseia na extração do petróleo, garante à sua população uma índice zero, já um com 85 anos de esperança de vida é considerado
eficiente rede de proteção social. Lá embaixo, um país miserável o lugar ideal a 1. No último relatório, o Afeganistão apresentou a
da África, localizado ao sul do deserto do Saara, assolado pela seca mais baixa expectativa de vida, 43,6 anos, e o Japão foi o país com
e pela fome e que possui apenas 28,7% da população alfabetizada. a maior expectativa de vida ao nascer, 82,7 anos.
Essa grande diferença na qualidade de vida entre a Noruega e o Os 182 países e territórios avaliados pela ONU em 2009, depois
Níger marca os extremos do Índice de Desenvolvimento Humano de receberem seus índices, foram classificados em categorias de
(IDH). desenvolvimento humano. Neste ano, pela primeira vez, o Pnud
Criado em 1990 e divulgado anualmente no Relatório de apresentou uma nova categoria, a do desenvolvimento humano
Desenvolvimento Humano, da Organização das Nações Unidas muito alto. Dessa forma, o ranking do IDH fica dividido em quatro
(ONU), o IDH mede o bem-estar da população do planeta, categorias: desenvolvimento humano muito alto, engloba países
traduzindo em números a qualidade de vida da população dos com IDH acima de 0,900; alto desenvolvimento humano, países
países do mundo. O índice funciona como uma régua, em que o
com IDH entre 0,800 e 0,899; médio desenvolvimento humano,
valor mínimo é 0 e o máximo, 1. No último relatório, publicado
países com IDH entre 0,500 e 0,799; baixo desenvolvimento
em outubro de 2009, com dados de 2007, a Noruega apresentou o
humano, países com IDH até 0,499. As nações que fazem parte
maior IDH, 0,971, e o Níger, o pior, 0,340.
da nova categoria passaram a ser denominadas, segundo o
Para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(Pnud), órgão da ONU responsável pela coleta e publicação dos relatório da ONU, países desenvolvidos e os demais, países em
dados do IDH, o desenvolvimento humano tem de refletir tanto desenvolvimento.
o nível econômico da população quanto os aspectos culturais Apesar de as nações avaliadas pelo Pnud terem demonstrado
e sociais. Por isso, foi criado o IDH. Antes, para avaliar o avanços no desenvolvimento humano nos últimos anos, ainda é
desenvolvimento de um país, era usado apenas o cálculo do muito grande a diferença entre os países desenvolvidos e os em
Produto Interno Bruto, ou seja, a soma de tudo o que um país desenvolvimento. A expectativa de vida no Níger, por exemplo,
produz em um ano, mas economistas concluíram que essa era uma é de 50,8 anos, cerca de 30 anos menos que a da Noruega, 80,5
análise incompleta, pois ignorava a necessária dimensão humana anos. Em termos de renda, o PIB per capita da Noruega, 53,4 mil
da atividade econômica. Em outras palavras, há países em que a dólares, é 85 vezes superior ao do Níger, 627 dólares.
atividade econômica poderia até estar indo bem, mas, por vários Essa diferença gritante não ocorre à toa, pois é fruto de todo
motivos, a grande maioria da população talvez estivesse vivendo o desenvolvimento histórico, e, no mundo atual, no cenário da
muito mal. Assim, a partir de 1990, o desenvolvimento humano globalização, não tem havido redução das desigualdades. Apesar
de uma nação passou a ser obtido pela média de três indicadores, de haver intenso crescimento da produção e do comércio mundial,
o Pnud dá o mesmo peso a todos os indicadores, de renda, de esse desenvolvimento econômico continua concentrado nas mãos
educação e de saúde. de um pequeno grupo de nações ricas.
RENDA – O índice de renda de um país é calculado a partir do A grande maioria dos países que concentram uma renda maior
PIB per capita: a renda total dividida pelo número de habitantes. pertence à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
O índice é calculado por meio do dólar PPC (paridade do poder Econômico (OCDE), fórum internacional que reúne as 30 nações
de compra), uma taxa em que se converte a moeda de cada nação mais ricas do planeta. Com boa base econômica, esses países
para que se possa compará-la, tomando como base o dólar norte- conseguem garantir uma rede de serviços de qualidade para a
americano, mas levando em conta o efetivo poder de compra do população, sobretudo nas áreas de saúde e educação, o que acaba
dinheiro, ou seja, o que se consegue comprar com certa quantidade se traduzindo no bem-estar geral da sociedade. Nesses locais,
da moeda em cada país. A forma de cálculo da renda adotado pelo aproximadamente 90% dos jovens estão dentro da escola e a taxa
Pnud (com o uso de logaritmo) faz com que tenha um grande de analfabetismo entre os adultos é quase nula, como na Austrália,
peso o aumento médio dos rendimentos da população em nações
que tem 100% dos adultos alfabetizados e praticamente todos
mais pobres, mesmo aumentos pequenos, bem mais peso do que
os jovens na escola. A expectativa de vida nos países da OCDE
melhorias de renda em países ricos.
também é bastante alta, de 79 anos.
EDUCAÇÂO – Esse índice é calculado a partir de dois
Entre os mais pobres e com os piores índices de
indicadores: a taxa de alfabetização de pessoas acima de 15 anos
(capazes de ler e escrever um bilhete) e a taxa de matrícula bruta desenvolvimento humano estão os países da África Subsaariana,
em todos os níveis de ensino (considerando a faixa etária esperada a parte do continente africano ao sul do deserto do Saara que,
para cada um desses níveis). Nessa conta, o país ideal tem 100% além da pobreza exacerbada, possui países flagelados por guerras
da população alfabetizada e dentro da escola, como é o caso de e pela AIDS. Das 24 nações com o pior IDH do mundo, 22 são
Austrália, Finlândia, Dinamarca, Nova Zelândia e Grécia, segundo dessa região, com exceção do Timor Leste e Afeganistão, ambos
o último relatório do IDH. asiáticos. Nesse conjunto de países, a média da renda per capita é
SAÚDE – O índice de saúde da população leva em conta a de 2.031 dólares, muito inferior à dos países da OCDE, cuja média
expectativa de vida das pessoas ao nascer, o número médio de de renda per capita chega a 32.647 dólares. A pobreza se reflete
anos que se espera que uma pessoa viva a partir do momento diretamente nas áreas de saúde e educação: a população desses
de seu nascimento. Esse indicador é importante porque, com países tem uma expectativa de vida que mal passa dos 50 anos,
boas condições sanitárias, cai a mortalidade infantil, e, com a atingindo 51,5 anos, apenas 53,5% dos jovens vão à escola e cerca
extensão do atendimento em saúde, amplia-se a duração da vida de 40% dos adultos são analfabetos.

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Em 2007, o Brasil passou a fazer parte dos países com alto Índios
desenvolvimento humano. No último relatório do Pnud, divulgado Há cem anos foi criado no Brasil o Serviço de Proteção ao
em 2009, o país obteve um IDH de 0,813, apresentando uma Índio (SPI), órgão que inaugurou a política indigenista no país.
pequena melhora em relação a 2008, após a revisão dos números, Apesar dos erros cometidos pelo Estado na tentativa de integrar
o índice do Brasil, em 2008, ficou em 0,808, e consolidando comunidades indígenas à sociedade, o serviço foi pioneiro na
um aumento de 0,90 ponto desde 1990. Apesar de aumentar seu demarcação de terras, o que garantiu a sobrevivência das tribos.
desenvolvimento humano, o país caiu de posição no ranking em O SPI foi substituído, em 1967, pela Fundação Nacional do Índio
relação ao ano anterior, passando do 70º lugar para o 75º, ficando (Funai).
atrás, entre outros países, de Chile, Argentina e Uruguai. A queda Vestígios arqueológicos indicam a presença de índios num
do Brasil, segundo o Pnud, é resultado da inclusão de novos países período entre 11 e 12 mil anos atrás no Brasil. Estima-se que,
na lista, como Liechtenstein e Andorra, que aparecem em 19º e 28º quando os portugueses chegaram, há mais de 500 anos, existiam
lugares, e da revisão do IDH feita em relação a 2008, que acabou até 10 milhões de nativos, que falavam cerca de 1.300 línguas.
mudando alguns países de posição no ranking, pondo Rússia, Com a colonização do território nacional, aldeias foram dizimadas
Dominica e Granada à frente do Brasil. por bugreiros - sertanejos contratados por colonos para caçar
O país apresentou melhora nos três índices que compõem bugres (indígenas) - ou por doenças contagiosas adquiridas pelo
o IDH – renda, educação e saúde, mas o que mais impulsionou contato com o homem branco, contras as quais os nativos não
o crescimento do desenvolvimento humano no país no último tinham imunidade.
período foi o aumento da renda. O PIB per capita do brasileiro Hoje, de acordo com dados da Funai, existem cerca de 460 mil
cresceu de 8.949 dólares para 9.567 entre 2006 e 2007 (anos dos índios no país, vivendo em 225 comunidades. Além destes, estima-
dados avaliados para os relatórios de 2008 e 2009), um aumento de se que há entre 100 e 190 mil índios vivendo fora de suas tribos.
6,9%. Esse crescimento deixou o Brasil na 79º posição no ranking A despeito desse total de índios corresponder a 0,25% da
que avalia somente a renda, uma boa colocação, considerando que população brasileira, as 488 terras indígenas delimitadas perfazem
em 2008 o país ocupava o 91º lugar. 12,41% do território nacional. Restaram 180 línguas diferentes
O índice educacional também apresentou melhoras. De faladas pelas etnias, excluindo-se aquelas em uso por comunidades
acordo com dados do Pnud, em 2007, 90% dos brasileiros isoladas, que ainda não foram estudadas.
adultos estavam alfabetizados e mais de 87% dos jovens entre 7 O SPI foi fundado em 20 de junho de 1910 por meio do decreto
e 14 anos freqüentavam a escola. Esses números deram ao Brasil, nº 8.072, assinado pelo presidente Nilo Peçanha. A direção ficou
em 2009, um IDH de educação de 0,891, maior que o índice da a cargo de Cândido Mariano da Silva Rondon, militar e sertanista
América Latina, 0,886, e perto do índice médio dos países com descendente de índios, mais conhecido como marechal Rondon.
IDH elevado, 0,902. Apesar de apresentar números melhores No final do século 19, Rondon foi responsável pela instalação
no que diz respeito à educação, o grande desafio para o Brasil, de milhares de quilômetros de linhas telegráficas no interior do
principalmente em relação ao analfabetismo, é acabar com a país. Nesse trabalho, entrou em contato com dezenas de tribos,
desigualdade interna. A Bahia, por exemplo, estado que possui sempre de maneira pacífica. Seu lema era «Morrer, se preciso for.
o melhor índice de alfabetização da Região Nordeste, tem quase Matar, nunca».
o dobro de analfabetismo do que a taxa média nacional, 18,06% À frente do SPI, Rondon mudou a forma de tratamento
contra 10%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e dos índios, que antes eram considerados um entrave para o
Estatística (IBGE). desenvolvimento da nação. Para proteger os índios, foram feitas as
A saúde do brasileiro foi o que menos melhorou no último ano. primeiras demarcações de terra. Ele também defendeu a instauração
A expectativa de vida no Brasil passou de 72 para 72,2 anos. Apesar de reservas como o Parque do Xingu, primeiro território indígena
de pequeno, o aumento segue a tendência apontada pelo IBGE de criado pelo governo, em 1961.
que o brasileiro está ficando mais velho. Pelos dados do instituto, No entanto, o pensamento positivista que norteou os
nos últimos dez anos, a expectativa de vida no Brasil aumentou 3,3 trabalhos de Rondon é hoje considerado um equívoco. Segundo
anos, passando de 69,5 para 72,8 anos entre 1998 e 2008, resultado o positivismo, doutrina filosófica fundada por Augusto Comte
direto dos avanços nas áreas de saúde e saneamento básico. Note no século XIX e muito influente entre intelectuais brasileiros no
que os números do IBGE são diferentes dos da ONU, pois há uma período que vai do fim da monarquia às primeiras décadas da
adequação dos dados para fins de comparação internacional, e a república, a humanidade passaria por fases evolutivas, da origem
diferença provocou uma polêmica noticiada pela imprensa. primitiva à civilização moderna.
Apesar de apresentar uma melhora no IDH, o 75º lugar do Brasil Para os positivistas, os índios eram selvagens que viviam
no ranking de desenvolvimento humano é uma posição discreta, já em estado primitivo e que precisavam ser civilizados. Como
que o país foi considerado, em 2008, a oitava maior economia do fazer isso? Incorporando-os à vida do Brasil rural e ensinando-
globo, conforme dados do Banco Mundial. Um importante motivo lhes valores ocidentais. Na ata de criação do SPI consta o nome
para essa discrepância é a grande concentração de renda existente do órgão como Serviço de Proteção aos Índios e Localização dos
no país, uma das maiores do planeta. Enquanto a população 10% Trabalhadores Nacionais. O objetivo era, portanto, aproveitar
mais rica vive com mais de 40% da renda nacional, os 40% mais a mão de obra indígena na agricultura e adaptar os nativos ao
pobres sobrevivem com apenas 10% da renda, segundo estudo do convívio em sociedade.
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base em Para isso foram criadas escolas e oficinas de trabalho - e
dados levantados pelo IBGE. Nos últimos sete anos, no entanto, também se construíram casas. As aldeias foram fragmentadas,
a desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres diminuiu. separando famílias e misturando etnias. Com isso, o SPI impediu o
Enquanto em 2001 a renda dos 20% mais ricos era 27 vezes maior extermínio da população nativa, protegendo fisicamente os índios
que a dos 20% mais pobres, em 2008 passou a ser de 19 vezes, em áreas demarcadas. Mas o projeto de integração foi prejudicial
uma queda de 30%. para a cultura indígena.

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A partir dos anos 1950, antropólogos como Darcy Ribeiro Fariñas interrompeu o jejum de alimentos sólidos e líquidos,
e o sertanista Orlando Villas Bôas ajudaram a mudar essa visão mantido por 134 dias, depois que o presidente Raúl Castro se
etnocêntrica. Atualmente, os antropólogos entendem que os comprometeu a soltar os 52 presos. Mesmo assim, de acordo
índios possuem cultura própria, que é considerada patrimônio com os médicos que o acompanham, ele corre risco de morrer em
da humanidade. O conhecimento que eles têm da floresta, por decorrência de complicações associadas ao período de abstinência.
exemplo, vem ajudando cientistas no estudo de plantas para uso «O primeiro gole de água que deu depois de tanto tempo provocou
medicinal e na proteção do meio ambiente. em seu ressecado esôfago a sensação de uma língua de fogo que o
Para o governo, a melhor forma de preservar os costumes queimava por dentro».
das comunidades é por meio de terras demarcadas. O processo de
demarcação ganhou fôlego nos anos 1970, quando surgiram os O governo dos Estados Unidos, histórico opositor do regime
primeiros movimentos de defesa dos índios. castrista, aprovou a operação que beneficia cubanos reconhecidos
A nova política indigenista foi finalmente incorporada como presos de consciência pela Anistia Internacional. Segundo
à Constituição Federal de 1988, cujo Artigo 231 diz: «São Philip Crowley, porta-voz do Departamento de Estado americano,
reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, foi um «acontecimento positivo» e «um avanço para um respeito
crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que maior aos direitos humanos e às liberdades fundamentais em
Cuba».
tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las,
A imprensa internacional, porém, foi cética quando a uma
proteger e fazer respeitar todos os seus bens».
eventual abertura do regime comunista, em vigor desde que Fidel
A Funai mantém, desde 1987, uma unidade especializada em
Castro, Che Guevara e o Exército Rebelde tomaram a capital em 1º
localização e proteção de tribos isoladas. Mas sua política, agora, é de janeiro de 1959, depondo o ditador Fulgencio Batista.
a de retardar ao máximo o contato com o homem branco. Em abril de 1961, os Estados Unidos fizeram uma tentativa
frustrada de invasão na Baía dos Porcos, em Cuba, aumentando
Direitos Humanos a tensão com a antiga União Soviética. O episódio foi um dos
Pressionada por autoridades internacionais, a ditadura cubana mais emblemáticos da Guerra Fria (1945-1989). Nas décadas
decidiu libertar 52 presos políticos no período entre julho e outubro seguintes, Washington impôs um embargo comercial à ilha, cujo
de 2010. O primeiro grupo, composto por 11 dissidentes e seus regime comunista resistiu até mesmo ao esfacelamento da União
familiares, chegou à Espanha entre os dias 12 e 15 de julho, onde Soviética e à abertura econômica na China.
os exilados foram recebidos como imigrantes comuns. Fidel deixou a presidência em 2006, passando o cargo a seu
De acordo com dados da Comissão Cubana de Direitos irmão, Raúl Castro. Os diálogos visando a suspensão do bloqueio
Humanos, órgão independente que não é reconhecido pelo foram retomados com a chegada de Barack Obama à Casa Branca.
governo comandado pelo ditador Raúl Castro, a ilha possui 167 Os americanos exigem, como contrapartida ao fim do embargo,
presos políticos, o menor número desde a Revolução Cubana, em avanços na área de direitos humanos.
1959. Portanto, se todos os 52 forem soltos, restarão ainda 115 Os 11 presos que chegaram à Espanha fazem parte de uma
pessoas encarceradas por crimes de consciência. primeira leva de 20 dissidentes que foram autorizados a deixar
Desde 1998, quando 101 presos foram postos em liberdade, o país. Outros seis cubanos consultados pela Igreja Católica
por ocasião da visita do papa João Paulo II, não se libertava em decidiram permanecer em Cuba após serem soltos. O governo
Cuba um grupo tão numeroso. cubano, contudo, não ofereceu garantias de que eles não sofrerão
O anúncio da libertação foi feito em 7 de julho, pelo represálias.
Arcebispado de Havana. As negociações com o governo foram Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Espanha,
intermediadas pelo cardeal Jaime Ortega e pelo ministro espanhol os exilados não receberam status de asilados políticos para que
de Assuntos Exteriores, Miguel Ángel Moratinos. possam trabalhar no país. Outros ativistas, que continuam em
Todos os presos beneficiados com a medida fazem parte do Cuba, acreditam que essas medidas sejam os primeiros passos para
«Grupo dos 75», constituído por 75 dissidentes presos em março reformas políticas.
de 2003 durante a «Primavera Negra», como ficou conhecido um
Campanha de Reconhecimento de Paternidade
dos muitos períodos de severa repressão. Eles foram processados
Um número impressionante de brasileiros não tem o nome do
por atividades subversivas e condenados a penas que variam de
pai declarado na certidão de nascimento: cinco milhões.
14 a 27 anos de prisão. Alguns deles já haviam sido libertados por O Conselho Nacional de Justiça quer que os pais assumam
apresentarem graves problemas de saúde. essa responsabilidade. Por isso está lançando uma campanha para
A pressão internacional começou após a morte de Orlando identificar esses pais. Mães que não conseguiram registrar o nome
Zapata Tamayo, ocorrida no dia 23 de fevereiro de 2010, após 85 do pai da criança na certidão de nascimento poderão procurar a
dias em greve de fome. Zapata tinha 42 anos e era um dos mais Justiça para garantir esse direito.
importantes dissidentes políticos do «Grupo dos 75». Ele jejuava Pelo último censo escolar, o Conselho Nacional de Justiça
em protesto contra as condições desumanas dos cárceres de descobriu que existem no Brasil quase cinco milhões de alunos
Havana. que não têm o nome do pai declarado na certidão de nascimento.
No dia seguinte à morte de Zapata, outro detento, Guillermo Para mudar essa realidade, o conselho lançou o Projeto Pai
Fariñas, iniciou greve de fome em homenagem ao companheiro e Presente. O objetivo é identificar e garantir que eles assumam a
para pedir a libertação de outros 26 presos políticos que estavam responsabilidade de contribuir com a vida dos filhos. Os tribunais
doentes. À época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em visita de Justiça locais devem receber os dados das famílias identificadas
oficial a Cuba, foi criticado por não se solidarizar com os ativistas e os juízes vão chamar as mães para que elas, se quiserem, digam
e por compará-los a presos comuns. quem é o pai da criança.

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“O juiz determina o chamamento do pai que vai concordar A despeito disso, a Parada do Orgulho Gay de São Paulo
espontaneamente em assumir a paternidade ou pode se recusar, é reconhecida como o segundo maior evento homossexual do
o juiz encaminhará ao órgão competente para investigação da mundo, atrás apenas da passeata realizada em Nova York.
paternidade”. Até meados do século XX, a homossexualidade era
Os filhos maiores de idade também podem indicar o pai para considerada crime grave em países da Europa, como Reino Unido
paternidade mesmo que a mãe não autorize. Nestes casos o pedido e Portugal. Um dos julgamentos mais célebres da história foi o
de paternidade pode ser feito pelo próprio filho. do escritor irlandês Oscar Wilde, autor de O retrato de Dorian
Gray. Ele foi julgado em 1895 por sodomia e comportamento
Casamento Gay indecente, e condenado a dois anos de prisão e trabalhos forçados.
A Argentina aprovou, em 16 de julho de 2010, o casamento Os homossexuais também sofreram perseguições na Alemanha
gay, tornando-se o primeiro país na América Latina (o segundo no nazista e na Rússia stalinista.
continente, depois do Canadá) e o décimo no mundo a legalizar a Além de constar dos códigos penais de alguns países, a
união entre pessoas do mesmo sexo. A lei, que deve ser sancionada homossexualidade era vista como uma doença, reconhecida até
pela presidente Cristina Kirchner, é um avanço na defesa dos recentemente pela Organização Mundial da Saúde. Em 1954, o
direitos dos homossexuais. matemático inglês Alan Turing, precursor dos computadores,
Depois de passar na Câmara dos Deputados no dia 5 de maio, matou-se depois de ser obrigado pela Justiça a fazer um tratamento
a lei foi sancionada no Senado por 33 votos a favor, 3 abstenções médico que envolvia a castração química.
e 23 votos contrários. O debate entre os parlamentares durou 14 A partir dos anos 1980, os gays foram estigmatizados como
horas. Fora do Legislativo, grupos que se opunham à proposta disseminadores da Aids, chamada na época de “peste gay”. Com
(formados por católicos) e de apoio aos homossexuais fizeram o aumento de casos entre heterossexuais, foi constatado que a
protestos. doença não estava relacionada à natureza ou à orientação sexual
Diferentemente de países como Uruguai e Colômbia, que dos pacientes, mas, sim, a condutas de risco.
somente autorizam as uniões civis de casais gays, a nova legislação Boa parte da mudança de valores e dos avanços sociais
argentina reconhece também direitos e benefícios jurídicos e para a minoria gay se deve aos movimentos de direitos civis. O
sociais. Para isso, ela substituiu, no Código Civil, os termos marco dessa luta foram os conflitos de Stonewall, nos Estados
“marido e mulher” por “contratantes”, igualando os direitos de Unidos, iniciados em 28 de junho de 1969. Foi a primeira vez
casais gays e heterossexuais. que a comunidade gay se uniu contra a perseguição do Estado. Os
Entre as mudanças, está o recebimento total da herança, no distúrbios entre manifestantes e policiais começou em frente ao
caso de morte de um dos cônjuges, permissão para adoção de bar Stonewall Inn, localizado no bairro Greenwich Village.
crianças (antes, somente um dos membros da relação podia adotar), Hoje, sabe-se que a homossexualidade, como qualquer outro
uso de sobrenome comum para crianças adotadas ou para filhos comportamento humano, resulta de uma combinação de fatores
naturais de um dos parceiros, e direito, para o casal, de receber genéticos, sociais e culturais. Com base nisso, a maioria dos países
pensão, pagar impostos e pedir crédito. industrializados criou estatutos legais que garantem a união civil
A capital Buenos Aires e outras quatro cidades argentinas já de casais do mesmo sexo e leis que penalizam os crimes contra
permitiam o matrimônio civil entre pessoas do mesmo sexo. homossexuais. Apesar disso, países como Irã, Argélia e Paquistão
Outros nove países possuem leis específicas sobre casamento ainda consideram a homossexualidade crime.
gay, válidas para todo o território nacional: Holanda, Espanha,
Bélgica, África do Sul, Canadá, Noruega, Suécia, Portugal e
Islândia. Em Portugal, a lei que autoriza o casamento entre pessoas
do mesmo sexo foi promulgada no dia 17 de maio de 2010. Na TRANSPORTE
Islândia, a norma entrou em vigor no dia 27 de junho.
Nos Estados Unidos, seis estados permitem o casamento
gay: Massachusetts, Connecticut, Iowa,Vermont, New Hampshire
e Washington, D.C. A Cidade do México também aprovou O Brasil é um país de dimensão continental, e, por isso, é
recentemente uma lei semelhante. um grande desafio montar um sistema de transporte de pessoas e
No Brasil, casais homossexuais precisam recorrer à mercadorias que seja eficiente e barato. Para a economia, a rede de
Justiça para conseguir os mesmos direitos válidos para uniões transportes é um dos problemas-chave de infraestrutura do país,
heterossexuais. Com isso, ficam à mercê de decisões pontuais de que afeta diretamente a vida das pessoas e das empresas.
juízes de comarcas, ou seja, não há uma padronização quanto às Peguemos como exemplo as opções de um fazendeiro
sentenças. imaginário do estado de Mato Grosso, de onde sai a maior parte
Uma das decisões judiciais mais conhecidas foi a da tutela da safra de soja do Brasil, com 18 milhões de toneladas do grão
do filho da cantora Cássia Eller, após a morte da artista, em 29 de em 2008/2009, segundo a Companhia Nacional do Abastecimento
dezembro de 2001. A Justiça do Rio de Janeiro concedeu a guarda
(Conab). O grosso da produção de soja tem como destino o mercado
provisória da criança para a parceira da artista, Maria Eugênia
externo. Veja as principais opções de transporte que o produtor de
Vieira Martins, que viveu com Cássia durante 14 anos.
soja teria no fim da safra: transportar a carga em caminhões, por
Existem projetos de leis sobre união estável e direitos civis
um longo trajeto de rodovias para o sul, atravessando dois estados
de homossexuais que tramitam no Congresso brasileiro desde
(MS e SP, por exemplo), até embarcá-la nos portos de Santos (SP)
1995. O que impede que sejam votados é o lobby de políticos
ou de Paranaguá (PR) , em navios cargueiros; transportar a carga
conservadores ou ligados a setores religiosos, além da rejeição de
em caminhões na direção sudeste, até o Alto Araguaia (MT), e
parcela do eleitorado.

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remanejá-la para trens. De lá, ela seguiria por trilos para os mesmos Um país grande em território como o Brasil, que movimenta
portos de Santos ou Paranaguá; finalmente, uma terceira opção produtos internamente e exporta um volume significativo de grãos
seria levar a carga por caminhões para noroeste, até Porto Velho, e minérios produzidos em áreas distantes do litoral, deveria utilizar
a capital de Rondônia. Ali, remanejá-la para chatas e transportá-la de forma equilibrada as várias modalidades de transporte. Não é
pela hidrovia do rio Madeira, até o Porto de Itacoatiara (AM), no o que ocorre. Cerca de 58% de todo o transporte do país é feito
rio Amazonas, local em que atracam cargueiros transatlânticos que em rodovias, um quarto da carga é levado por ferrovias e apenas
levam a carga para o exterior. 13% seguem por hidrovias. O restante ficou com o meio dutoviário
Para decidir qual a melhor maneira para transportar sua safra, (3,6%) e com o transporte aéreo (0,4%), em 2005, segundo dados
o produtor precisa avaliar ao menos três variáveis essenciais: o do Ministério dos Transportes.
peso da mercadoria, o custo do transporte e o prazo de entrega. Há O principal resultado do desequilíbrio dessa matriz é o alto
outras, como a segurança da carga e das pessoas, e cada produtor custo nacional do transporte de carga. Por exemplo, no caso da
faz suas contas e escolhas. Oferecer meios de transporte adequados soja, pelo modo hidroviário paga-se um terço do que é gasto via
a diversos tipos de carga e a um custo baixo é um dos pontos-chave ferrovia e um quinto do necessário para levá-la por estradas. No
para o desenvolvimento do país. Para isso, é necessária uma matriz entanto, o produtor da soja terá de usar uma combinação desses
de transporte equilibrada entre diversos modais, o que não ocorre meios, pois, apesar de mais barata, a hidrovia não leva a todos os
no Brasil de hoje. lugares.
Um estudo do Ministério dos Transportes adverte que os
Como vimos, no caso de Mato Grosso o produtor não tem
dois principais concorrentes do Brasil nas exportações agrícolas,
muitas escolhas. Mais da metade da produção segue para fora
Argentina e Estados Unidos, registram custos menores nos
do estado dentro de caminhões, por rodovias precárias, como a
transportes. Os argentinos, porque possuem cobertura ferroviária
BR-163, que liga Cuiabá (MS) a Santarém (PA), recordista em maior e têm um território menor. Os norte-americanos, porque
acidentes. Além do perigo das estradas, o frete desse tipo de usam intensivamente ferrovias e hidrovias em um país com
transporte é caro. dimensões semelhantes às nossas.
Para escoar com maior eficiência a produção do estado, O impacto do custo elevado do transporte não recai só sobre
a concessionária América Latina Logística está investindo 1 o que exportamos. Ele onera também o custo operacional das
bilhão de reais para estender a ferrovia Ferronorte em direção às empresas e o preço final das mercadorias vendidas dentro do
áreas de cultivo. Nos últimos quatro anos, a melhoria no ramal país. Assim, melhorar o sistema de transporte é um fator para o
reduziu o tempo de transporte até Santos de 240 horas para 96. Os crescimento geral da economia.
produtores, porém, reclamam do preço do frete ferroviário, ainda Histórico - Do período final do século XIX até a década
muito próximo ao do rodoviário. de 1920, a maior parcela dos transportes no Brasil foi feita por
A matriz de transporte de um país é o conjunto dos meios de ferrovias e navegação. A implantação e expansão das ferrovias
circulação usados para transportar mercadorias e pessoas. Como o nesse período foi vinculada ao complexo agroexportador do café.
transporte de carga é um dos problemas básicos para a economia, No período seguinte, houve ainda um crescimento das vias
é dele que tratamos quando se fala da matriz. férreas, mas teve início a construção de uma rede de estradas.
Uma matriz de transporte ideal consegue equacionar as A chegada ao poder de Juscelino Kubitschek, em 1956, marcou
distâncias a ser cobertas com as exigências econômicas e sociais. um forte impulso para a implantação da indústria automobilística
Para isso, contam-se os seguintes meios: transporte terrestre, no país e para a expansão das estradas asfaltadas. Nas décadas
composto de rodovias e ferrovias; transporte hidroviário, o que seguintes, o transporte por rodovias acabou recebendo um
inclui navegação fluvial (por rios), a navegação de cabotagem tratamento prioritário pelos sucessivos governos.
(costeira) e a transatlântica; transporte por dutos ou tubulações Rodovias - As rodovias são o principal meio de transporte
(basicamente de gás e petróleo); transporte aéreo. de passageiros e cargas no Brasil, mas segundo levantamento
Uma matriz de transporte eficiente é aquela que permite essa de 2009 da Confederação Nacional do Transporte, 73,9% de
locomoção no menor tempo e com o menor preço. Em um país toda a malha rodoviária pavimentada brasileira encontra-se em
continental como o nosso, o assunto é muito complicado, pois a estado regular, ruim ou péssimo. Isso quer dizer que há cerca
de 60 mil quilômetros de estradas a ser melhorados. A solução
infraestrutura de transportes exige bastante investimento. Para
encaminhada por governos estaduais e federal tem sido privatizar
equilibrar uma matriz, é preciso levar em conta alguns fatores:
a administração das rodovias que construíram. A obra mais cara e
transporte rodoviário é o meio mais indicado para interligar pontos
recente do sistema rodoviário no país é a construção de um anel
próximos. Isso porque construir e manter estradas custa caro; viário ao redor da região metropolitana de São Paulo, interligando
transporte ferroviário exige grande investimento inicial, mas pode as estradas de forma a diminuir o trânsito de caminhões de carga
transportar uma quantidade maior de carga. É, adequado, portanto, no interior da capital. Isso reduzirá o tempo de transporte, custos
a trajetos médios ou longos em que haja necessidade de locomover e poluição.
grande volume com eficiência; transporte hidroviário é mais lento Ferrovias – O Brasil possui uma rede de linhas ferroviárias
do que caminhões ou trens, mas gasta-se menos para transportar menor do que necessita e, em muitos casos, linhas precárias e
milhares de toneladas de produtos; transporte dutoviário é utilizado sucateadas, o que ocorreu principalmente em razão da concentração
quando há a garantia ou a previsão de um fluxo contínuo de gás dos investimentos em rodovias. São 29.817 quilômetros de
ou petróleo, porque exige grande planejamento e investimento que ferrovias, número que permanece inalterado há praticamente 40
só se pagam a longo prazo, como energia é um fator essencial, é anos. Os Estados Unidos, com uma área pouco maior do que a
construído para cobrir qualquer distância; transporte aéreo é o que nossa, possuem dez vezes mais. Atualmente, apenas 25% da
tem os fretes mais caros, por isso é usado para cargas delicadas, produção brasileira roda sobre trilhos, índice que na Rússia, por
como eletroeletrônicos, ou perecíveis, como frutas e flores. exemplo, chega a 80%.

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Além da manutenção e modernização das vias antigas e transporte. Sua principal meta é ampliar a participação dos setores
locomotivas, a expansão da malha ferroviária precisa ancorar-se ferroviário e hidroviário na matriz de 38% para 61% até 2025.
num processo integrado com outros meios de transporte, o que se Se isso ocorrer, teremos um barateamento do transporte no Brasil,
chama intermodalidade ou transporte intermodal. com benefícios para as exportações e para a circulação interna de
Atualmente, o transporte ferroviário é uma das áreas de mercadorias.
investimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
e registrou, nos últimos anos, um aumento de 20% da carga
transportada. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Hidrovias – No Brasil, o transporte hidroviário poderá assumir E ECOLOGIA
grande importância. O país possui uma rede com cerca de 44 mil
quilômetros de rios, dos quais 29 mil são naturalmente navegáveis,
mas são utilizados para transporte apenas 13 mil quilômetros,
segundo dados da Agência Nacional de Transporte Aquaviários
Desastre Ambiental
(Antaq). Em resumo, há boa possibilidade de crescer, e também há
O vazamento de petróleo cru e de gás no Golfo do México
motivos, pois uma única barcaça fluvial carrega uma quantidade
de carga equivalente a 15 vagões de trem ou a 60 caminhões. A causou, além de danos ao meio ambiente, perdas econômicas
expansão da rede depende também da compatibilidade entre o e políticas para o governo de Barack Obama. E como todas as
rumo geográfico dos rios e a direção dos fluxos de carga. Nos tentativas de conter o vazamento falharam, a mancha deve se
últimos dez anos, o transporte fluvial cresceu 15%. alastrar por mais um mês, agravando a situação.
Assim, é crescente o volume de gado transportado de Mato O acidente também obrigou o governo norte-americano
Grosso e Goiás por barcaças na hidrovia Tietê-Paraná com destino a revisar as políticas de energia e a regulamentação do setor
a frigoríficos de Araçatuba (SP). Essas mesmas barcaças voltam petrolífero que explora o óleo mineral em águas profundas. É uma
carregadas de insumos para os produtos de gado. discussão que também interessa ao Brasil, que deve definir em
Portos – Um ponto de gargalo da matriz de transporte são os breve as regras de exploração do petróleo na camada pré-sal.
portos, terminais das vias internas de comunicação (rodoviárias, Na noite de 20 de abril de 2010, uma explosão na plataforma
ferroviárias e fluviais) e pontos de partida para mais de 90% das Deepwater Horizon, arrendada pela empresa British Petroleum
exportações. (BP), matou 11 funcionários. Dois dias depois, a plataforma
O porto de Santos, o maior do país, é responsável por 25% afundou a aproximadamente 80 quilômetros da costa da Louisiana,
do comércio exterior brasileiro e liderou o ranking dos portos sul dos Estados Unidos. O petróleo começou a vazar da tubulação
públicos que mais movimentam contêineres. Em 2008, por rompida a 1,5 quilômetro da superfície do mar, formando uma
exemplo, transportou 1,7 milhão de unidades, segundo dados enorme mancha que se aproxima do litoral americano. Desde
da Antaq. Para conseguir dar conta da movimentação, o porto
então, o óleo vem prejudicando a fauna marinha, o turismo e a
de Santos vem sendo ampliado. Os estudos indicam que, caso a
economia brasileira confirme o crescimento previsto, a estrutura pesca na região.
dos portos precisará dobrar em dez anos, para dobrar também a Pela sua extensão, este foi considerado o pior vazamento de
capacidade de transporte de carga anual, que é atualmente de 700 petróleo da história dos Estados Unidos. Estimativas iniciais do
milhões de toneladas. Isso exigirá obras com custo estimado em governo e da empresa BP apontavam o derramamento de 5 mil
30 bilhões de dólares, para construir ou modernizar armazéns, barris de petróleo cru por dia, o equivalente a 800 mil litros. No dia
depósitos, terminais de contêineres, de produtos agrícolas e de 27 de maio, porém, devido ao alerta de cientistas, foi verificado um
minérios, berços de atracação e canais de acesso. volume muito maior: de 12 a 25 mil barris diários.
Gasodutos e Aviões – Os dutos são um excelente meio para A quantidade acumulada é quase três vezes maior que o
transporte de gás natural e petróleo. O gasoduto Bolívia-Brasil vazamento do navio petroleiro Exxon Valdez, ocorrido no Alasca
opera desde 1999 e visa a diversificar a matriz de energia brasileira em 24 de março de 1989, até então considerado o mais grave em
e a diminuir o consumo de petróleo, carvão e eletricidade. águas norte-americanas. Na ocasião, foram espalhados 250 mil
Quanto ao transporte aéreo, o governo federal vem barris (40,9 milhões de litros) de petróleo cru no mar, provocando
favorecendo a reforma e a modernização de diversos aeroportos a morte de milhares de animais. Tudo indica que, desta vez, a
pelo país, e uma de suas diretrizes para incentivar o transporte de catástrofe será maior para o ecossistema.
bens de consumo são os aeroportos industriais. Dois terminais de O Departamento de Pesca dos Estados Unidos emitiu um
passageiros considerados ociosos, o de Viracopos, em Campinas
boletim alertando para os danos causados a animais marinhos do
(SP), e o de Tancredo Neves, em Confins (MG), estão recebendo
Golfo, tanto pelo petróleo quanto por produtos tóxicos usados na
investimentos para que venham a ser centros de processamento de
exportações. Entretanto, graves acidentes aéreos, como a queda limpeza. Segundo o documento, os componentes químicos causam
dos aviões das companhias aéreas Gol, em 2006, e TAM, em 2007, irritações, queimaduras e infecções na pele. A ingestão pode trazer
evidenciaram que a infraestrutura de controle dos vôos precisa ser problemas ao aparelho gastrointestinal, danificar órgãos e, a longo
modernizada. prazo, levar à morte.
Matriz futura – Em 2007, o governo federal iniciou um Entre os animais em risco está a ave-símbolo do Estado de
programa de investimento em infraestrutura por meio do Programa Louisiana, o pelicano marrom. O santuário da espécie - a ave só
de Aceleração do Crescimento (PAC). Nos anos anteriores, o recentemente saiu da lista de animais ameaçados de extinção - foi
investimento privado tinha sido a principal opção para expandir atingido pelo petróleo. Toda vez que o pelicano marrom mergulha
o setor. A proposta do Plano Nacional de Logística de Transportes atrás de peixes, ele fica com as penas cobertas de óleo; desse
norteia os investimentos públicos e privados pelos próximos 15 modo, não consegue regular a temperatura corporal e morre de
anos, com o objetivo de melhorar e equilibrar a matriz nacional de hipotermia.

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Quatro espécies de tartarugas marinhas, além de golfinhos, do consumo doméstico. Para o gigante econômico, a solução se
cachalotes, camarões e outros crustáceos e peixes (o Golfo do delineia, cada vez mais, num futuro em que o desenvolvimento do
México é um dos únicos viveiros, no mundo, do atum rabilho) estão país seja menos movido pelo “ouro negro”.
entre as espécies ameaçadas. O plâncton, inclusive, organismo
que está na base da cadeia alimentar marinha, não sobrevive em Tragédias Naturais
contato com o petróleo. Chuva em São Paulo - A Defesa Civil de São Paulo informou
A mancha de petróleo colocou em alerta toda área costeira que em fevereiro de 2010 subiu para 38 o número de cidades em
de Louisiana e das regiões vizinhas da Flórida, do Mississipi e situação de emergência no Estado em decorrência das chuvas
de Alabama. O acidente também afetou a indústria pesqueira, que atingiu a região desde o mês de dezembro do ano passado.
os serviços, o comércio e até o turismo, uma vez que as praias Já as mortes chegaram a 70. De acordo com o balanço do órgão,
ficaram sujas de óleo. A pesca comercial e recreativa foi proibida. os temporais também fizeram com que cerca de 27,4 mil pessoas
O motivo, segundo o governo, é proteger a população do consumo deixassem suas casas, sendo 22 mil desalojadas, foram para
de moluscos contaminados com componentes cancerígenos do casas de parentes e amigos, e outras 5.400 desabrigadas, ou seja,
petróleo. dependeram de abrigos públicos.No Estado houve, além das 38
Criadores de camarão tiveram a atividade suspensa e abriram cidades em emergência, outros dois municípios em estado de
processos judiciais contra a BP. A Louisiana é o maior Estado calamidade pública, são eles: Cunha e São Luiz do Paraitinga. Ao
produtor de camarões nos Estados Unidos. todo, 154 cidades de São Paulo foram afetadas pelas chuvas. Foi
Somados, os prejuízos para a economia podem chegar a mais publicado o decreto de calamidade pública do distrito de Jardim
de US$ 1,6 bilhão (R$ 2,9 bi), de acordo com especialistas. O Helena, na região de São Miguel, zona leste de São Paulo. A área
Estado de Louisiana ainda gastou cerca de US$ 350 milhões (R$ sofreu com alagamentos desde o temporal de 8 de dezembro.
638,9 milhões) em barreiras de contenção. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a cidade
Há 31 anos, o ecossistema do Golfo do México foi afetado de São Paulo terminou o mês de janeiro com um acumulado de
por um acidente semelhante. Em 3 de junho de 1979, a plataforma chuvas 0,9 milímetros menores do que o recorde histórico de 481,4
Ixtoc I explodiu na baía de Campeche, a 100 quilômetros da costa mm, registrado em janeiro 1947. Foram registrados 480,5 mm de
mexicana. Foram derramados entre 10 e 30 mil barris de petróleo chuvas durante todo o mês.
por dia, até que a tubulação foi tampada em 23 de março 1980. Chuva no Rio de Janeiro - Rio de Janeiro sofreu muitas
Traços de petróleo ainda eram visíveis três anos depois da tragédia.
tragédias com as fortes chuvas, mas no início de abril a chuva
Todas as tentativas da BP para conter o vazamento falharam:
fez com que o Rio de Janeiro parasse, a cidade ficou quase que
a empresa tentou injetar uma mistura de lama e cimento na
totalmente alagada, pessoas não conseguiram voltar para casa após
tubulação, colocar uma capa de proteção, sugar o petróleo com
o trabalho, morros desabaram, matando centenas de pessoas, mais
mangueiras e cavar poços ao lado da plataforma submersa. Na mais
de 70 mil pessoas ficaram desabrigadas, pedindo ajuda aos abrigos
recente tentativa, iniciada no dia 1º de junho, a idéia era usar robôs
submarinos para instalar um equipamento que pode redirecionar o sociais, que a própria comunidade foi “criando” de acordo com a
fluxo para a superfície, onde o petróleo será recolhido em navio. necessidade emergencial.
Enquanto isso, por conta do acidente, o presidente Barack O morro do Bumba, em Niterói, foi o mais atingido, as
Obama amarga, além da queda de popularidade, uma crise política. casas foram construídas em cima de um aterro sanitário, “lixão”,
Ele foi acusado pela oposição republicana de demorar muito para isso foi fator potencial aos deslizamentos, além disso, geólogos
resolver o caso e de mau gerenciamento nos esforços de contenção analisaram que a estrada no alto do morro foi mal drenada, o que
da mancha. A situação do presidente foi comparada à de seu causou “fissuras” que ao encharcarem com as águas da chuva, a
antecessor, George W. Bush, criticado pela lentidão no socorro às junção desses dois fatores foi o que causou a destruição.
vítimas do furacão Katrina, que devastou New Orleans (na mesma Chuva em Pernambuco - Até dia 29/06/10, em Pernambuco
região) em 2005. e em Alagoas, foram confirmadas 57 mortes em decorrência das
Em maio de 2010, pressionada pelos republicanos e chuvas nas últimas semanas. Nos dois estados, 95 municípios
contrariando ativistas ambientais, a Casa Branca deu passe livre relataram estragos por causa de enchentes e mais de 157 mil
para que as multinacionais petrolíferas ampliassem a exploração pessoas tiveram de deixar suas casas.
em águas profundas. Agora, Obama foi obrigado a admitir o As famílias prejudicadas e o estado não contabilizaram o
excesso de confiança na autorregulamentação das empresas e prejuízo. Em Pernambuco, 116 escolas sofreram danos por causa
adotar medidas de cancelamento da prospecção de petróleo no das cheias. As piscinas ficaram cobertas de lama, carteiras e livros
Golfo do México, além de prorrogar a moratória (suspensão de foram destruídos e os prédios ficaram devastados. As que não
verbas) para a exploração na costa do Atlântico. foram atingidas pela água e pela lama foram usadas como abrigo
Como resultado do desastre em Louisiana, os Estados Unidos para as famílias que perderam suas casas.
devem apertar o cerco às agências reguladoras do setor e obrigar a Algumas regiões permaneceram isoladas. Em duas
indústria a investir em mais segurança. Assim, o custo de extração comunidades de Maraial e São Beto do Una, os donativos para as
e produção de petróleo deverá sofrer aumentos, podendo afetar vítimas da chuva só chegavam de helicóptero.
também os investimentos na camada pré-sal, no Brasil, e reorientar No estado, foram arrecadadas 990 toneladas de donativos. A
as metas de segurança da Petrobrás. maioria foi de alimentos. Em Alagoas, pelo menos 43 postos de
Por fim, o acidente na costa dos Estados Unidos dá novo saúde do estado foram danificados, segundo a Secretaria de Saúde.
fôlego ao debate sobre energias alternativas. O petróleo, que hoje Os funcionários foram realocados para atuarem em outros pontos
é a principal fonte de energia do mundo, é escasso, cada vez mais e continuarem atendendo as pessoas que apresentavam problemas.
caro, cria políticas de guerra (como no Oriente Médio) e danos O governo distribuiu remédios e vacinas e foram monitorando os
ao meio ambiente. Os Estados Unidos respondem por apenas 2% atendimentos nas cidades que decretaram situação de emergência
das reservas do planeta e a produção interna atende a um quinto ou calamidade pública.

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Vulcão na Islândia Tremores de terra dessa magnitude causariam danos em


Uma erupção vulcânica na Islândia, que resultou em uma qualquer país, mas as condições históricas que tornam o Haiti
coluna de cinzas com mais de 6 quilômetros de altura, tornando o uma nação carente de quase todo amparo social contribuíram para
tráfego aéreo um verdadeiro caos, em vários países, até mesmo o piorar a catástrofe.
Brasil, foram 22 mil vôos cancelados, este foi o maior caos aéreo Em 1804, o Haiti foi o segundo país das Américas a conquistar
registrado na história, maior que o caos causado pelos ataques independência das colônias européias, atrás somente dos Estados
terrorista de 11 de setembro . A questão é que nessa nuvem de Unidos (1776). Foi também a primeira nação negra livre do mundo
fumaça, tem micro partículas de silício, principal componente do
e a primeira a libertar os escravos, servindo como exemplo de luta
vidro, que ao contato com as turbinas dos aviões pode causar uma
pane. abolicionista para o restante do mundo, inclusive o Brasil.
A leste do vulcão, milhares de hectares foram cobertos por Na época em que era colônia da França, no século 17, o Haiti
uma espessa camada de cinzas, e uma nuvem tapou o sol em era rico, responsável por 75% da produção mundial de açúcar. A
algumas partes da costa sul da ilha, segundo a imprensa local. luta pela independência começou em 1791, liderada pelo escravo
Segundo especialistas, não houve risco de larvas, porém o vapor Toussaint L›Ouverture, que venceu as tropas de Napoleão.
emanado derreteu grande quantidade de gelo da quinta maior Ao término das guerras pela independência (1791-1804), toda
geleira da Islândia estrutura agrária montada pela França estava destruída e não havia
O vulcão agora em erupção se assentou no subsolo no século como substituir a mão de obra escrava nos campos. Os haitianos,
IX, e desde então entrou em atividade cinco vezes. escravos libertos mas analfabetos, sem experiência alguma em
Erupções vulcânicas são relativamente comuns na Islândia, economia ou política, tiveram que construir uma nação.
embora costumem acontecer em áreas pouco povoadas, com Outro fato que dificultou a formação do Estado foi o
poucos riscos à populações e propriedades. Antes de março, a isolamento do resto do mundo. Como os impérios da época
última erupção na ilha fora em 2004.
temiam a influência dos negros revolucionários do Haiti, não
Terremoto reconheceram a independência e se recusaram a manter relações
Haiti - O Haiti passou os últimos 200 anos martirizado por comerciais. Além disso, a França cobrou uma indenização pesada
golpes militares, violência, corrupção, fome e catástrofes naturais. da ex-colônia, que o país levaria um século para pagar.
O terremoto que praticamente destruiu a capital Porto Príncipe no No século XX ocorreu uma sucessão de golpes de Estado e
dia 12 de janeiro de 2010 foi a pior das tragédias de sua história. deposições violentas de presidentes, que tornaram as condições
Estimativas apontam entre 150 e 200 mil mortos. Setenta e políticas do país altamente instáveis e afugentaram investidores.
cinco mil foram enterrados em valas comuns, segundo o governo Um dos piores períodos corresponde às três décadas sob a
haitiano. Entre os mortos estão 20 brasileiros: 18 militares que ditadura Duvalier, primeiro de François Duvalier, o «Papa Doc»,
atuavam na missão de paz, Luiz Carlos da Costa, a segunda maior que governou o país de 1957 a 1971. Ele aboliu os partidos
autoridade civil da Organização das Nações Unidas (ONU) no políticos, se autoproclamou presidente vitalício e impôs um
Haiti, e a fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns. regime de medo, torturando e matando dissidentes, chegando a um
Três milhões de pessoas, quase um terço da população, foram saldo de, estima-se, 30 mil mortos e 15 mil desaparecidos. Papa
afetadas pelo terremoto. Muitas deixaram o país, revivendo a
Doc foi sucedido pelo filho, Jean-Claude Duvalier, o «Baby Doc»,
migração de refugiados do período de ditadura.
Setenta por cento dos prédios de Porto Príncipe foram que ficou no poder de 1971 a 1986, até ser deposto por uma junta
destruídos, incluindo o palácio presidencial. A infraestrutura da militar.
cidade, que já era precária, ficou comprometida, prejudicando os O primeiro presidente do Haiti, o ex-padre católico Jean-
serviços de ajuda humanitária e socorro aos feridos. A Organização Bertrand Aristide, foi eleito em 1991. Mas ficou pouco tempo no
Mundial de Saúde (OMS) emitiu um alerta para risco de epidemias cargo. O governo foi derrubado no ano seguinte por um golpe.
como hepatite A, difteria, tuberculose, meningite e gripe suína. Com apoio militar dos Estados Unidos, Aristide voltou ao poder
A República do Haiti situa-se na Hispaniola, uma das maiores em 1994, apenas para concluir o mandato e passar o comando para
ilhas do Caribe, e faz fronteira com a República Dominicana. o ex-premiê René Préval, na primeira transição democrática da
Numa área de 27,7 quilômetros quadrados - pouco maior que o história haitiana.
Estado de Sergipe, que possui 22 quilômetros quadrados - vivem Em 2001, Aristide foi reeleito, mas mais uma vez não
9 milhões de habitantes. O idioma oficial é o francês e o crioulo. conseguiu concluir o governo. Ele renunciou em 2004, pressionado
A religião predominante entre os haitianos é a católica (80%), mas por violentas revoltas nas ruas e sob acusação de corrupção e
quase metade da população pratica o vodu, religião nativa.
fraudes eleitorais.
O país é um dos mais pobres do mundo, com 80% da
população vivendo abaixo da linha da pobreza, com menos de US$ Com a iminência de uma guerra civil, o Conselho de Segurança
2 (R$ 3,5) por dia. Também possui índices recordes de mortalidade da ONU criou, em abril de 2004, a Missão das Nações Unidas para
infantil, desnutrição e contaminação por Aids. Em 2008, mais de Estabilização do Haiti (Minustah, na sigla em francês). O objetivo
mil pessoas morreram e 800 mil ficaram desabrigadas devido a era desarmar os grupos guerrilheiros e assegurar a realização de
furacões que devastaram a região, com prejuízos de US$ 1 bilhão. eleições, para trazer estabilidade política e financeira ao país.
O terremoto que atingiu o país às 16h53 locais registrou O Brasil, que até então nunca havia liderado uma missão de
grau 7 na escala Richter, considerado «muito forte». Os tremores paz da ONU, ficou encarregado do comando militar. Dos 7.100 mil
ocorreram a 10 km da superfície, o que contribuiu para aumentar soldados de 17 nações que compõem a força de paz no Haiti, 1.266
os estragos nas cidades. Eles foram causados pelo movimento são brasileiros. Eles foram responsáveis por pacificar as favelas
de placas tectônicas do Caribe e América do Norte. O Haiti fica de Porto Príncipe, controlada por gangues armadas. O trabalho da
exatamente sobre uma das falhas (espaço entre as duas placas), missão garantiu a realização das eleições de 2006, que devolveram
o que faz com que registre abalos sísmicos com certa freqüência. ao cargo o ex-presidente René Préval.

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ATUALIDADES

Com o terremoto, a ONU solicitou o aumento de tropas O Chile tem um longo histórico de terremotos. Em 22 de maio
para reforçar a segurança e ajudar na distribuição de remédios de 1960, um tremor de magnitude 9,5 destruiu a cidade de Valdívia
e alimentos à população. Foi marcada para o dia 25 de janeiro e matou 1.655 pessoas. Foi o maior terremoto já registrado na
em Montreal, no Canadá, a primeira reunião preparatória para a história desde a invenção de modernos instrumentos de sismologia,
conferência internacional para reconstrução do Haiti. Arruinados no começo do século XX.
pelo terremoto, os haitianos dependem hoje totalmente da O tremor também provocou um tsunami que atingiu a Ilha
assistência internacional para sobreviverem. de Páscoa, a 3.700 km da costa chilena. As ondas chegaram até
o Japão, Havaí e Filipinas. Desde 1973, ocorreram outros 13
Chile - O terremoto de 8,8 graus de magnitude na escala
terremotos de magnitude 7.0 ou maior.
Richter que atingiu o Chile às 3h36 da madrugada de 27 de
fevereiro de 2010 foi considerado a pior catástrofe natural do Isso acontece porque o Chile está situado entre duas placas
país nos últimos 50 anos e um dos cinco terremotos mais potentes tectônicas: a Nazca, no Oceano Pacífico, e a Sul-Americana.
desde o começo do século XX, de acordo com dados do Serviço A crosta da Terra é formada por placas tectônicas separadas
Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês). que deslizam lentamente sobre o manto terrestre. Esse movimento
Os tremores de terra atingiram sete das 15 regiões do Chile, causa os terremotos. Os abalos sísmicos acontecem nas franjas
matando 800 pessoas, danificando mais de 500 mil imóveis, entre duas placas, chamadas falhas. As placas deslizam em
pontes e viadutos, e afetando cerca de 2 milhões de pessoas, o direções opostas, abrindo fendas, ou em movimentos verticais ou
que corresponde a um oitavo da população de 16,6 milhões de horizontais.
habitantes. Terremotos de magnitude 8.0 são raros e acontecem em média
O litoral chileno também foi devastado por tsunamis - ondas uma vez ao ano. Eles são chamados de “megadeslizamentos” e
gigantes que se formam após um abalo sísmico. acontecem quando uma placa tectônica se afunda sobre a outra.
O epicentro do terremoto foi localizado no mar, a 35 km de O terremoto chileno não foi mais forte que o de Sumatra, na
profundidade, na região de Male, que possui quase 1 milhão de Indonésia, em 2004, que chegou à marca de 9.1 na escala Richter
habitantes. A maior parte das vítimas fatais morava nessa região, e foi mais destrutivo porque o tremor provocou um tsunami que
incluindo a capital, Talca.
matou 230 mil pessoas em 14 países. No Chile, o alerta de ondas
Santiago, capital do Chile, localizada a 325 km de distância
do epicentro, também foi atingida e o aeroporto internacional teve gigantes, dado com antecedência, permitiu que a população
de ser fechado. O tremor foi sentido até no Brasil. litorânea nas ilhas do Pacífico fosse avisada, o que não ocorreu no
A cidade mais afetada foi Concepción, importante centro caso de Sumatra, no Oceano Índico.
comercial e industrial do país, capital da segunda maior província O terremoto no Chile foi também 100 vezes mais potente que
chilena, Biobío, composta de 12 comunas (cidades), com quase o ocorrido no Haiti, em 12 de janeiro de 2010, que registrou 7.0
900 mil habitantes. graus na escala Richter e matou aproximadamente 230 mil pessoas.
Em Concepción foram registradas mais de 100 mortes, além Mas por que, mesmo menor, o evento provocou mais
de danos na infraestrutura. Sem água, luz ou comida, os moradores destruição no Haiti? Primeiro, pelo fato de o terremoto no Chile
saquearam e depredaram supermercados e entraram em conflito ter ocorrido no mar, a 35 km de profundidade, enquanto que o
com a polícia. A desordem nas ruas levou o governo a decretar haitiano teve o epicentro a 10 km da superfície, bem debaixo de
toque de recolher (ato que proíbe os habitantes de ficarem nas ruas centros urbanos, e a 25 km da capital, Porto Príncipe.
após determinado horário). O procedimento não entrava em vigor Em segundo lugar, o Chile é um país preparado para lidar
desde o fim da ditadura militar chilena, em 1990. com terremotos. Localizado em um dos lugares do mundo mais
Após o primeiro tremor, dezenas de outros abalos em escala propensos a atividade sísmica, com grandes tremores a intervalos
menor - chamados réplicas - foram sentidos no Chile, a maior parte
regulares de dez anos, o Chile possui prédios construídos com
nas regiões de Maule e Biobío.
Outro efeito foi uma onda de 2,34 metros de altura que devastou tecnologia anti-sísmica.
a cidade litorânea de Talcahuano, na província de Concepción. O Além disso, a população é orientada sobre o que fazer em
alerta de tsunami foi dado em outras ilhas do Pacífico. caso de emergência e existem equipes preparadas para agir após
Estima-se que a tragédia tenha dado prejuízos da ordem de o colapso. Já o Haiti não sofria uma catástrofe desse tipo há dois
US$ 30 bilhões, ou quase 15% do Produto Interno Bruto (PIB) do séculos.
Chile, uma das maiores economias da América Latina. Finalmente, há fatores socioeconômicos. O Haiti é um dos
O terremoto comprometeu estruturas agrícolas e indústrias países mais pobres do mundo, enquanto o Chile é uma das nações
do país, entre elas a indústria mineradora. Aos poucos, as fábricas mais desenvolvidas da América Latina.
retornaram às atividades. O Chile é o maior exportador mundial
de cobre. Butantã – São Paulo
A presidente Michelle Bachelet decretou “estado de catástrofe” Na manhã do dia 15 de maio de 2010, em pouco mais de duas
nas regiões de Maule e Biobío, além de pedir ajuda à Organização horas, um incêndio destruiu milhares de espécimes da Coleção
das Nações Unidas (ONU). De acordo com a Constituição chilena, Científica de Serpentes, Aranhas e Escorpiões (Herpetológica e
as regiões sob estado de catástrofe passam a ser dirigidas pelo chefe
Aracnológica) do Instituto Butantan, localizado na zona oeste de
da Defesa Nacional, cargo indicado pelo presidente da República.
São Paulo.
A medida também permite ao governo restringir a circulação
de pessoas, mercadorias e informações, bem como adotar sanções O galpão destruído pelo fogo continha mais de cem anos
em caráter extraordinário. O Poder Executivo é obrigado a de pesquisa em diversas áreas. A coleção era considerada uma
informar ao Congresso, que poderá suspender a medida no prazo verdadeira memória da biodiversidade brasileira. A tragédia,
de 80 dias, desde que as razões que deram origem ao estado de porém, serviu de alerta para a preservação de outros museus de
catástrofe não existam mais. zoologia existentes no país.

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ATUALIDADES

A causa do incêndio teria sido um curto-circuito provocado por Os pesquisadores desconhecem ainda a proporção exata do
uma sobrecarga elétrica. Na noite anterior, a chave geral do prédio que foi destruído no incêndio. Os livros de tombo, que possuem
fora desligada para manutenção e religada de manhã. Os animais todos os registros da coleção desde 1901, foram salvos porque
estavam mortos e armazenados em potes de vidro, preservados estavam em outro prédio.
com formol ou álcool. O material inflamável contribuiu para que o Dois dias depois do acidente, estagiários descobriram
fogo se alastrasse rapidamente e destruísse completamente o local. espécimes da coleção de holótipos intactos em um armário fechado
O acervo de aproximadamente 85 mil exemplares de cobras dentro do galpão, assim como parte do acervo de aranhas.
foi parcialmente destruído. Era a maior coleção de serpentes do
mundo. Cerca de 450 mil espécimes de aranhas e escorpiões
também foram atingidos pelo fogo. Boa parte do patrimônio,
coletado desde o início do século passado, não havia sido descrito
pelos biólogos. Ou seja, eram animais que sequer tinham sido
SEGURANÇA
classificados. Estavam lá também espécies raras, extintas ou
ameaçadas.
Alguns organismos eram os primeiros classificados de
sua espécie - os chamados holótipos - e serviam, portanto, de África do Sul - Copa do Mundo 2010
referência para pesquisadores de todo país. Sem a coleção, Dia 08/01/2010 a delegação de Togo foi alvo de um ataque
cientistas perderam anos de pesquisa acadêmica. terrorista. Os atletas saíram de ônibus da República do Congo em
O acervo era ainda um registro da colonização do Estado de direção a Cabinda, província de Angola. Quando atravessavam
São Paulo e da geografia do país. As cobras, enviadas por cientistas a selva, o veículo foi metralhado por guerrilheiros das Forças de
e pela população rural, estavam catalogadas conforme a região em Libertação do Estado de Cabinda (Flec). Três pessoas morreram
que tinham sido capturadas. Muitos animais eram provenientes de - o motorista, o assessor de imprensa e um assistente técnico -
áreas hoje desmatadas. e outras seis ficaram feridas. Temendo novos ataques, a equipe
O Instituto Butantan é um dos maiores centros de pesquisa desistiu de participar da competição e foi desclassificada.
do país e importante produtor de soros e vacinas. Foi criado pelo
A região é tumultuada por guerras separatistas desde os anos
médico sanitarista Vital Brasil (1865-1950) e instalado na Fazenda
Butantan, localizada às margens do rio Pinheiros. A terra foi 1960, mas o Comitê Organizador quis mostrar que ela estava
comprada pelo governo do Estado em 24 de dezembro de 1899. pacificada e, assim, atrair investimentos com o campeonato.
O Brasil queria fundar um laboratório de pesquisa e produção Eventos esportivos dessa importância, entretanto, atraem não
de vacinas semelhante ao instituto de Louis Pasteur (1822-1895), somente a atenção de pessoas bem intencionadas, mas também,
na França. Na época, o aumento da população urbana e a migração dependendo do contexto político, terroristas.
eram acompanhados de surtos de doenças em São Paulo e no Rio Cabinda é uma das 18 províncias da República de Angola,
de Janeiro. A ciência também havia descoberto a causa de doenças mas totalmente cercado por territórios estrangeiros; no caso, ao
infecciosas e surgiram as vacinas. A peste bubônica, por exemplo, norte pela República do Congo, e a leste e ao sul pela República
chegou ao país pelo porto de Santos, no litoral paulista, em 1899. Democrática do Congo (a oeste, pelo Oceano Atlântico). São 7.283
Foi esse surto de peste que motivou a abertura da instituição. quilômetros quadrados onde vivem 265 mil habitantes. Os limites
Em 1901 foram produzidos os primeiros lotes de soro territoriais foram definidos na Conferência de Berlim (1885),
antiofídico, descoberto por Vital Brasil. O soro é o único que dividiu a África em colônias européias. Na ocasião, o Reino
medicamento eficaz contra picadas de cobras venenosas e salvou do Congo foi fragmentado em: Congo Belga, atual República
milhares de vidas na zona rural. Após deixar a direção do Butantan, Democrática do Congo; Congo Francês, atual República do
em 1919, o sanitarista fundou o Instituto Vital Brasil, em Niterói, Congo; e Congo Português, hoje Cabinda.
no Rio de Janeiro. A região, originalmente, fazia parte de Angola, mas a Bélgica
Hoje, o Instituto Butantan é responsável pela produção de negociou com Portugal uma saída para o Oceano Atlântico,
vacinas contra a gripe H1N1 no Brasil e desenvolve pesquisas isolando assim o protetorado lusitano de Cabinda. Em 1956, o
para descobrir a cura para doenças como a Leishmaniose e o mal ditador português Antônio Salazar (1932-1968) anexou novamente
de Chagas. a terra a Angola, para conter despesas nas colônias.
O prédio onde a coleção do Butantan estava armazenada
Por este motivo, quando ocorreu a independência angolana,
havia sido construído nos anos de 1960 e não dispunha de sistema
automático de combate a incêndio, apenas extintores comuns. em 1975, Cabinda tornou-se província do governo de Luanda,
A falta de cuidados com a preservação de acervos científicos capital da Angola. Desde então, grupos separatistas reivindicam a
ameaça outros museus de zoologia. Segundo especialistas, o independência do povo cabindense, alegando diferenças culturais,
Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP), históricas e geográficas.
que possui um acervo estimado em 10 milhões de exemplares de Para Angola, contudo, a independência está fora de questão. O
animais, e o Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ) estão em país é um dos maiores produtores de petróleo da África e Cabinda
situações semelhantes. responde por até 80% dessa produção. Os guerrilheiros, por outro
Os curadores do Instituto Butantan chegaram a enviar à lado, contam com apoio da população local, que não se beneficia
Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), dos recursos gerados pela indústria petrolífera de Luanda.
em dezembro de 2009, um projeto de melhorias avaliado em R$ Em agosto de 2006, o governo assinou um acordo de paz
1 milhão. O projeto incluía um sistema de detecção de fumaça, com as facções separatistas que lutavam pela independência. Elas
alarme e contenção de incêndio. Não houve tempo para que o concordaram em manter o território como província angolana, em
processo fosse finalizado pela Fapesp. troca de privilégios políticos e econômicos.

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ATUALIDADES

Mesmo assim, parte dos guerrilheiros da Flec continuou em Desde 1990, o Concertação - partido de coalizão de centro-
atividade. O ataque à delegação do Togo é considerado a ação mais esquerda - governa o Chile. Diferente do socialismo estatizante
violenta do grupo nos últimos anos. de Cuba, por exemplo, o partido adotou medidas que atraíram
O caso, porém, está longe de ser isolado na África, cujo investimentos, flexibilizaram a economia (dependente da
fim do período de colonização legou disputas sangrentas pelo exportação de cobre) e reduziram a pobreza. Isso tornou a nação,
poder. A África do Sul, país sede da Copa do Mundo este ano, entre as sul-americanas, a mais forte candidata a entrar no restrito
ficou quase 50 anos sob o regime de discriminação e violência do rol de países ricos.
apartheid. Como atualmente é um Estado em desenvolvimento e A atual presidente do Chile, Michelle Bachelet, é a quarta
politicamente estável, os organizadores garantem que não há risco governante consecutiva do Concertação e a primeira mulher a
de investidas terroristas. ocupar o cargo. Ela foi eleita em 2006 para um mandato de quatro
Outros países africanos são praticamente dizimados por anos, sem direito à reeleição.
guerras civis que duram décadas, deixam milhares de mortos e A despeito de ter começado o governo enfrentando protestos,
milhões de famílias desabrigadas vivendo em campos de refugiados Bachelet terminou o mandato como a presidente com maior
- e que dependem da ajuda humanitária da ONU (Organização das
popularidade da América Latina. Ela possui um índice de
Nações Unidas) para sobreviver.
aprovação de 81%. Para efeito comparativo, o presidente Luiz
A Somália, por exemplo, é uma nação dividida entre duas
facções islâmicas armadas que combatem o governo para impor Inácio Lula da Silva, considerado o mais popular da história
um estado teocrático. Segundo dados da ONU, 40% da população recente do Brasil, possui pouco mais de 70%. A popularidade da
passa fome e uma em cada cinco crianças é desnutrida. Os presidente se explica principalmente pela forma como administrou
somalianos ficaram famosos pelos ataques de piratas a navios o país durante a crise econômica mundial, no ano de 2008.
comerciais. Mesmo assim, Bachelet não conseguiu transferir votos para o
Na região de Dafur, a oeste do Sudão, os conflitos já deixaram candidato governista, o ex-presidente Eduardo Frei, que ficou em
300 mil mortos e 2,7 milhões de refugiados, de acordo com dados segundo lugar, com 48,39% dos votos no segundo turno, realizado
da ONU. Os confrontos entre rebeldes e o governo do ditador Omar no dia 18 de janeiro de 2010.
al-Bashir começaram em 2003, dando origem a um massacre de Sebastián Piñera obteve uma vantagem de apenas 3,2 pontos
cidadãos da etnia «árabe». percentuais, vencendo as eleições com 51,6% dos votos. Ele se
República Centro Africana, República Democrática do Congo, candidatou pela Coalizão pela Mudança, que reúne os partidos de
Nigéria, Guiné, Chade e Mauritânia são outros países africanos direita União Democrática Independente e Renovação Nacional.
onde atualmente são travadas violentas batalhas pelo poder. De acordo com especialistas, o resultado é fruto do desgaste
natural da esquerda no poder. Outro fator se deve à própria
biografia do candidato governista. Frei foi presidente entre 1994
POLÍTICA e 2000 e terminou o mandato mal avaliado, devido aos efeitos da
crise asiática no país. Além disso, quando era presidente, permitiu
que Pinochet, que estava detido em Londres, retornasse ao país. O
ex-ditador morreu sem ser acusado por nenhum crime de violação
Chile dos direitos humanos. Isso custou a Frei tanto a perda de aliados
O Chile é uma das economias mais prósperas da América do quanto de votos da esquerda chilena.
Sul, com estabilidade política raramente encontrada na região. Por outro lado, a direita conseguiu se desvincular da imagem
Situação bem diferente do período em que o general Augusto de Pinochet e assimilar em seu discurso o compromisso com
Pinochet conduziu uma das ditaduras mais sangrentas do século programas sociais. O presidente eleito, Piñera, é um dos principais
XX. Estima-se que até 10% da população chilena tenha sido empresários do país, com patrimônio de US$ 1,2 bilhão. Ele é
afetada diretamente pela repressão, que teve um saldo de 3.197 dono da companhia aérea LAN, da TV Chilevisión e do time de
mortos ou desaparecidos e 28 mil torturados em 17 anos. futebol Colo Colo, entre outras empresas.
Com a eleição do empresário Sebastián Piñera para presidente, Quando Allende foi derrubado, em 1973, Piñera iniciava um
o Chile apostou na alternância de poder e equilibrou um pouco curso de mestrado em Boston, nos Estados Unidos. Em 1988, votou
mais o cenário político da América Latina. Numa disputa apertada, contra Pinochet no plebiscito que permitiu a redemocratização do
a direita chilena conseguiu a primeira vitória em mais de meio país, mesmo sendo do partido de direita e ter apoio, até hoje, de
século e rompeu 20 anos de predomínio da coalizão de centro- simpatizantes e pessoas ligadas ao ditador. Em 1989, foi eleito
esquerda que governa o país desde o fim do regime militar (1973- senador, cargo que ocupou por oito anos. Em 2005, candidatou-se
1990). à presidência pela primeira vez e foi derrotado por Bachelet no
Pinochet subiu ao poder graças a um golpe militar que depôs o segundo turno.
presidente Salvador Allende, primeiro socialista eleito presidente Na campanha presidencial de 2010, Piñera prometeu criar
na América Latina, em 1970. Na época, Allende implementou um programas sociais, nas áreas de Saúde e Educação, voltados às
programa de estatização que piorou a crise econômica no país. As camadas mais pobres. Ele também garantiu dar continuidade aos
medidas também confrontaram interesses econômicos dos Estados programas de Bachelet. O empresário é o primeiro presidente de
Unidos, que apoiaram a ditadura de Pinochet. direita eleito no Chile desde Jorge Alessandri (1958 a 1964). Ele
Em outubro de 1988, Pinochet realizou um plebiscito, assumiu o cargo em 11 de março de 2010.
sob pressão da comunidade internacional para que o país se Partidos de direita adotam uma política conservadora e
democratizasse. Na consulta popular, os chilenos recusaram a
economia de mercado. São tradicionalmente associados aos
continuidade do mandato do presidente por mais oito anos. No ano
regimes militares que governaram países latino-americanos entre
seguinte, foram convocadas eleições.
os anos 1960 e 1980, no período da Guerra Fria (1945-1989).

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ATUALIDADES

Já os partidos de esquerda defendem um papel maior do Estado Chávez anunciou, em caráter emergencial, a criação de um
sobre a economia e a sociedade, além de priorizarem programas de fundo de US$ 1 bilhão para aumentar a produção das termelétricas
assistência social. e um novo programa de racionamento, que aliviaria as classes
Nos últimos anos, governos populistas de esquerda chegaram mais pobres. Ele conta ainda com o apoio do governo brasileiro,
ao poder em países como Venezuela, Bolívia, Chile, Equador e que enviou especialistas em «apagão» para ajudar na recuperação
Nicarágua. Tal fato coincidiu com a diminuição da influência dos do setor elétrico.
Estados Unidos na região. Outra ação polêmica foi a adoção de um novo sistema cambial.
É nessa conjuntura geopolítica que o Chile atuará, agora, como Desde o dia 8 de janeiro de 2010, a Venezuela possui duas taxas
contrapeso. O presidente eleito chileno deve se aliar ao presidente cambiais: 2,6 bolívares (moeda local) o dólar, para importações de
da Colômbia, Álvaro Uribe, ser um antagonista do venezuelano produtos de primeira necessidade (como alimentos e remédios), e
Hugo Chávez e fornecer um modelo para partidos de direita na 4,3 bolívares o dólar para as demais transações comerciais.
região. A intenção é estimular a produção nacional e recuperar o país
da crise financeira, que reduziu o PIB (Produto Interno Bruto)
Venezuela em 2,9% no ano passado, depois de cinco anos de crescimento
Chávez vê sua popularidade cair depois de três medidas consecutivos. Contudo, a maior circulação de dinheiro e o aumento
polêmicas: a desvalorização da moeda local, os planos de da demanda fizeram com que os comerciantes aumentassem os
racionamento de energia e o cancelamento da transmissão de preços dos produtos. A Venezuela tem hoje uma das maiores taxas
canais de TV a cabo.
de inflação do mundo, de 25% ao ano.
Isso em um ano decisivo de eleições parlamentares,
Para combater a alta dos preços, Chávez recorreu ao Exército.
marcadas para 26 de setembro. Chávez, que tem maioria na
Fechou 1,9 mil estabelecimentos acusados de remarcar preços
Assembléia venezuelana, correu o risco de perder apoio. Fato que
já vem acontecendo na região, em decorrência da eleição de um irregularmente e expropriou a cadeia de supermercados francesa
antagonista no Chile, o empresário Sebastián Piñera, e da perda de Êxito.
um aliado em Honduras, o presidente Manoel Zelaya, deposto por Desde que assumiu a presidência, em 1998, Chávez vem
um golpe de Estado há sete meses. recorrendo a sucessivas consultas populares para se manter
Os violentos protestos que dividiram o país entre chavistas e no cargo. Esse tipo de socialismo, financiado pelos dólares
opositores são um reflexo da crise venezuelana. Dois estudantes conseguidos por meio da exportação de petróleo, conquistou
foram mortos a tiros durante os tumultos. aliados nos governos da Bolívia, do Equador e da Nicarágua, além
O estopim foi o cancelamento, no dia 23 de janeiro de 2010, da condescendência do Brasil.
da transmissão de seis canais de TV a cabo. Entre as emissoras Em 2007, Chávez sofreu sua primeira derrota nas urnas,
fechadas está a Radio Caracas Televisión Internacional (RCTVI), no referendo que previa reeleição ilimitada. No ano passado,
sucessora da RCTV, que em 2002 apoiou uma tentativa de golpe submetido à mesma consulta popular, conquistou o direito de se
contra o presidente. candidatar sucessivas vezes à Presidência. Dessa forma, garantiu a
Segundo o governo, os canais foram retirados do ar devido candidatura, em 2012, a mais seis anos de mandato.
ao descumprimento do decreto de dezembro de 2009, que obriga Contudo, a queda da popularidade, que se encontra abaixo
as emissoras, entre outras regras, a transmitirem na íntegra os dos 50% de aprovação, pode atrapalhar os planos do presidente
discursos do presidente. Três TVs conseguiram regularizar a venezuelano.
situação, enquanto as demais (incluindo a RCTV) continuam com
as atividades suspensas. Distrito Federal
Em meio à pressão dos manifestantes, o presidente Pela primeira vez desde o fim da ditadura militar (1964-1985),
venezuelano sofreu duas baixas importantes no governo, com um governador foi preso no exercício do cargo, depois de ser
as renúncias do vice-presidente e ministro da Defesa, Ramón flagrado recebendo dinheiro de supostas propinas. O governador
Carrizález, e do presidente do Banco Central, Eugénio Vázquez afastado do DF, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM),
Orellana. Eles deixaram o cargo, respectivamente, nos dias 25 e foi preso no dia 11 de fevereiro de 2010 por determinação do
26 de janeiro. Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em seu lugar, assumiu o vice-
Mas o descontentamento dos venezuelanos se deve, governador, o empresário Paulo Octávio (DEM), que também
principalmente, às crises financeira e energética. Ambas têm é alvo de denúncias e de pedidos de impeachment. Por isso, a
origem no fato de o país depender do petróleo (a Venezuela é um Procuradoria-Geral da República formalizou, junto ao STJ, um
dos maiores produtores e exportadores do mundo) e, segundo pedido de intervenção no Distrito Federal.
especialistas, na má aplicação dos recursos do setor e na criticável A intervenção duraria até que um novo governador fosse
condução da política econômica. eleito e empossado em janeiro de 2011, ou, então, que os
A crise no abastecimento de energia elétrica se deve à falta motivos do decreto se extinguissem e as autoridades afastadas
de chuvas, que reduziu o nível dos reservatórios das hidrelétricas. pudessem retornar aos cargos. Seria uma medida inédita desde a
A mais afetada foi a usina de Guri, que responde por 70% do
redemocratização do país.
abastecimento. O Estado de Roraima, que importa energia elétrica
O Distrito Federal é uma das 27 unidades federativas do
da Venezuela, também foi prejudicado.
Brasil, onde está situada Brasília, a capital. Porém, diferente das
Sem investimentos em infraestrutura para enfrentar períodos
demais, não é Estado, e tampouco município. O Poder Executivo
de seca, o governo teve de recorrer ao programa de racionamento.
é chefiado pelo governador, mas como o território não possui
Cidades ficaram sem luz durante quatro horas a cada dois dias, em
municípios, é um “Estado” sem prefeitos ou vereadores. O Poder
regime de rodízio. Em Caracas, a capital, o governo suspendeu o
Legislativo é exercido pela Câmara Legislativa, constituída por 24
racionamento, mas só devido à pressão popular.
deputados distritais.

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ATUALIDADES

Arruda é acusado de comandar um esquema de corrupção que Oriente Médio


pagaria propina para parlamentares da base aliada do governo. O Mabhouh, 49 anos, foi encontrado morto no quarto 230 do
dinheiro seria proveniente de empresas que possuem contratos luxuoso hotel Al Bustan Rotana, no centro de Dubai, no dia 20
públicos com o governo do Distrito Federal. de janeiro de 2010. Ele havia sido executado na noite anterior.
Oito dos 24 deputados da Câmara Legislativa - incluindo o Dubai é um dos sete emirados que compõem os Emirados Árabes.
ex-presidente da Casa, Leonardo Prudente - são suspeitos, além de A cidade, conhecida pela arquitetura futurística, é bem policiada, e
empresários. Os crimes investigados são de corrupção e formação são raros os casos de homicídio.
de quadrilha, entre outros. Serviços de espionagem atuaram com absoluta discrição.
Pelo menos dois fatores conferem maior importância a este Parece ter sido esse o caso do assassinato do principal comandante
caso: a extensão do suposto esquema, que envolve os líderes dos militar do Hamas, Mahmoud al-Mabhouh, cometido supostamente
poderes Executivo e Legislativo, e os flagrantes em vídeo, que por integrantes do Mossad, o serviço secreto israelense. A operação
mostram o próprio governador e os demais envolvidos guardando
foi descoberta e trouxe conseqüências diplomáticas e políticas para
maços de dinheiro em bolsas, meias e cuecas.
O escândalo começou no dia 27 de novembro de 2009, quando Israel, além de expor os bastidores dos conflitos no Oriente Médio.
a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação “Caixa de Pandora”. A equipe de agentes foi flagrada pelo sistema de câmeras de
Na ocasião, foram divulgados os vídeos que mostram empresários vigilância seguindo o «alvo» pelos corredores e dependências
e políticos recebendo dinheiro do ex-secretário de Relações do hotel. As imagens permitiram à polícia reconstruir uma trama
Institucionais do governo, Durval Barbosa. O material foi gravado de espionagem que parece ter saído de um dos romances de Ian
pelo próprio Barbosa, que virou colaborador da PF em troca de Fleming, o criador do agente 007.
redução da pena numa eventual condenação na Justiça. Segundo a polícia de Dubai, os assassinos entraram no país
A situação do governador afastado começou a se complicar com identidades falsas. Eles seguiram o líder palestino - que havia
em 4 de fevereiro de 2010. Nesse dia, foi preso um suposto chegado na tarde do dia 19, vindo da Síria - disfarçados como
representante de Arruda, por tentar subornar uma das testemunhas turistas (usavam, inclusive, perucas e barbas falsas). Os matadores
do processo, o jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Sombra, se dividiram em cinco grupos: quatro responsáveis por vigiar - e
para que mudasse o depoimento em favor dos envolvidos. o quinto, por executar o terrorista. Toda a operação durou apenas
Foram as suspeitas de que o governador estivesse obstruindo as 19 horas.
investigações que levaram a Justiça a decretar a prisão preventiva. Quatro agentes invadiram o quarto enquanto Mabhouh estava
Arruda começou a carreira política como senador pelo PP, em ausente. Eles então aguardaram o retorno da vítima, que ocorreu
1995. Em 2001, no PSDB, renunciou ao mandato para escapar da por volta das 20h30. Meia hora depois, mataram o palestino de
cassação. Nessa ocasião, foi acusado de violar o painel eletrônico
forma a aparentar morte natural. Primeiro, paralisaram-no com
do Senado durante a votação da cassação do mandato do senador
choques elétricos e, depois, sufocaram-no, provavelmente usando
Luiz Estevão (PMDB). Em 2002, foi eleito deputado federal pelo
PFL (atual DEM). Desde 2006 exerce o primeiro mandato como um travesseiro. Após eliminar o alvo, o grupo deixou o país.
governador do Distrito Federal. Quinze suspeitos do crime tiveram as fotos divulgadas pela
O esquema teria começado antes de Arruda ser eleito. Segundo polícia, entre eles uma mulher. O esquadrão completo seria
a PF, ele teria recebido verbas de campanha não declaradas à composto por um total de 18 agentes, cuja base de operações
Justiça Eleitoral, provenientes de empresas privadas. A prática estaria localizada na Áustria. Onze suspeitos foram incluídos na
é conhecida como “caixa dois”. Depois de eleito, as empresas lista dos mais procurados pela Interpol. A polícia de Dubai acusou
foram contratadas para prestarem serviços públicos. O dinheiro formalmente o Mossad pelo envolvimento na execução.
destinado a obras públicas teria sido desviado por meio de fraudes O crime causou um princípio de crise diplomática entre
em licitações e distribuído entre o governador, seus aliados e Israel e países da União Europeia (UE). A razão disso foi o uso
deputados de situação. de passaportes «clonados» de cidadãos europeus pelos espiões.
O governador licenciado alega inocência e afirma que o Os agentes usavam documentos e cartões de crédito em nome de
dinheiro que ele aparece recebendo nas imagens seria doação para oito ingleses, cinco irlandeses, um francês e um alemão, todos
a compra de panetones, destinados a famílias carentes do Distrito radicados em Israel. O fato de morarem em Israel reforçou a tese
Federal. de envolvimento do Mossad.
O escândalo mexeu no cenário político do ano eleitoral. Inicialmente, a polícia acusou formalmente 11 europeus
Com o afastamento e prisão de Arruda, o DEM perdeu seu único por envolvimento no caso. Isso, apesar de os verdadeiros donos
governador no país, que tinha chances de se reeleger. O partido
das identidades terem feições diferentes dos espiões mostrados
também faz oposição ao Governo Federal e sai com a credibilidade
abalada para as coligações políticas e diante dos eleitores. nos vídeos de segurança do hotel. Os europeus trabalhavam em
Contra o governador afastado pesam ainda três pedidos de profissões comuns e negaram qualquer ligação com os assassinos.
impeachment. É possível que ele renuncie ao cargo para escapar da Os ministros de Relações Exteriores dos países da UE
cassação, que o impediria de se reeleger por oito anos. A manobra condenaram o uso de documentos falsos pelos criminosos. O
também facilitaria a concessão de um habeas corpus junto ao primeiro-ministro inglês Gordon Brown determinou que o caso
Supremo e impediria a intervenção federal. fosse investigado, e autoridades britânicas questionaram o Estado
Pelo menos três deputados distritais, de um total de oito de Israel pela suposta participação no episódio.
envolvidos no caso, também correm o risco de terem os mandatos O governo israelense, por sua vez, não confirmou a
cassados. São eles: Leonardo Prudente (ex-DEM, sem partido), responsabilidade do Mossad pelo ataque e cobrou da polícia de
Eurídes Brito (PMDB) e Júnior Brunelli (PSC). Os três foram Dubai a apresentação de provas. De acordo com os israelenses, a
filmados recebendo pacotes de dinheiro. vítima estava em Dubai para comprar armamentos do Irã.

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A morte em Dubai repercutiu na imprensa internacional e Tramas de assassinatos, no entanto, não são exclusividade do
acarretou conseqüências políticas que poderão afetar o processo serviço secreto de Israel. Durante o período da Guerra Fria (1945-
de paz no Oriente Médio. Mahmoud al-Mabhouh era um dos 1989), países europeus, como o Reino Unido, e os Estados Unidos
fundadores da facção armada do Hamas. Ele foi acusado de conspiraram para executar inimigos políticos no mundo. Em 1998,
participar de vários ataques terroristas, incluindo o seqüestro e após os ataques a embaixadas americanas no Quênia e Tanzânia,
a morte de dois soldados israelenses, e havia escapado de duas o então presidente Bill Clinton autorizou a captura e morte do
terrorista Osama Bin Laden.
tentativas de assassinato - uma com carro-bomba e outra por
Com os ataques terroristas do 11 de Setembro, tais métodos se
envenenamento. tornaram mais freqüentes na guerra contra o terror. As táticas de
O Hamas é hoje o mais influente grupo islâmico palestino, espionagem são consideradas mais vantajosas do que a invasão de
considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos países, como aconteceu no Iraque, pois esta última acaba causando
e União Europeia. O grupo não reconhece o Estado de Israel nem a morte de civis. Porém, o assassinato planejado de inimigos em
os acordos de paz firmados com a ANP (Autoridade Nacional países estrangeiros nem sempre é simples, principalmente em
Palestina). Ele foi criado em 1987, em Gaza, durante a Primeira um delicado contexto político, ou moralmente fácil de se decidir,
Intifada - o levante palestino contra a ocupação de Israel. como mostrou a ação em Dubai.
Financiado por países árabes, o Hamas cometeu mais de
Iraque
350 atentados terroristas desde 1993, de acordo com dados do
A eleição parlamentar no Iraque, ocorrida no dia 7 de março,
Council of Foreign Relations. Os ataques levaram Israel a isolar foi a segunda e a mais importante realizada desde a queda da
os territórios ocupados na Cisjordânia e adotar a estratégia de ditadura de Sadda Hussein em 2003. O que está em jogo é a
assassinato dos líderes do grupo. estabilidade política do país após a saída das tropas americanas,
Em 2006, a organização venceu as eleições legislativas ano que vem, em uma das regiões mais conflituosas do planeta.
em Gaza contra o rival Fatah, principalmente por conta de uma Não será uma tarefa fácil. Primeiro, porque a sociedade
política de assistencialismo à população pobre. Desde que passou iraquiana é formada por três grupos étnicos e religiosos que brigam
a controlar a faixa de Gaza, Israel e os Estados Unidos impuseram entre si pelo poder há séculos. Os árabes perfazem entre 75% e
embargos econômicos, ao passo que os militantes aumentaram as 80% da população, de 29 milhões de habitantes. Os curdos estão
entre 15 e 20% desse total. A principal religião é a mulçumana,
hostilidades contra israelenses na fronteira. dividida entre xiitas (60 a 65%) e a minoria sunita (32% a 37%).
Em 27 de dezembro de 2008, Israel iniciou uma ofensiva Os sunitas governaram o país desde sua criação, em 1920, mas
contra a faixa de Gaza que deixou 1.300 palestinos mortos e o hoje têm pouca expressão política.
território destruído, segundo relatório da Comissão Internacional Por isso, independente de quem seja vencedor da eleição,
da Cruz Vermelha. Foi a maior operação militar na região em 40 a composição que governará o Iraque precisa oferecer
anos. representatividade a esses diversos grupos religiosos e étnicos. Se
O assassinato do líder palestino em Dubai emperra, agora, não for assim, há o risco de insurreições e guerras, como ocorreram
as negociações entre israelenses e palestinos. Líderes do Hamas no passado.
Em segundo lugar, o país não possui nenhuma tradição
culparam Israel pelo crime e prometeram vingança. O caso
democrática, assim como praticamente todo o Oriente Médio.
também repercutiu mal nos Emirados Árabes, que são aliados dos Árabes votando é algo raro em uma região pontuada por regimes
Estados Unidos. O motivo é que Dubai, assim como os demais ditatoriais e teocracias.
emirados, sempre se mantiveram neutros nas guerras no Oriente O Iraque é uma das civilizações mais antigas do mundo, que
Médio, diferente de países árabes que são inimigos declarados de viveu séculos de ocupação estrangeira e guerras. Apesar de ser rico
Israel, como Irã, Síria, Líbano e Arábia Saudita. de minérios, ele é hoje um dos países mais violentos do mundo,
O Mossad, cujo nome em hebraico é Instituto de Inteligência com problemas de corrupção e infraestrutura e serviços precários.
e Operações Especiais, é apontado como autor de dezenas de Após quatro séculos de domínio do Império Otomano
assassinatos de líderes de organizações palestinas desde os anos (1533-1918) e como colônia européia (1921-1958), o país sofreu
sucessivos golpes de Estado até que o partido do sunita Saddam
1970. Hussein chegou ao poder, em 1968.
O serviço de inteligência foi fundado em 1949, um ano após a Eleito presidente em 1979, Saddam ficou 24 anos à
criação do Estado de Israel. Ele ficou conhecido internacionalmente frente de uma das ditaduras mais sangrentas da região (ele foi
após a captura, em 1960, do nazista Karl Adolf Eichmann, na responsabilizado pelo massacre de 148 xiitas, ocorrido em 1982,
Argentina. Eichmann foi levado a Israel, julgado por crimes de após sofrer uma tentativa de assassinato).
guerra e condenado à morte. Nesse período, o Iraque se envolveu em três guerras no Golfo
Em 1973, israelenses mataram por engano um garçom Pérsico: a primeira contra o Irã (1980-1988), quando Saddam tinha
marroquino na Noruega. Ele foi confundido com um líder do apoio de Washington; a segunda quando invadiu o Kwait (1990), a
qual seguiram-se severos boicotes e sanções; e a terceira, quando
Setembro Negro, grupo responsável pelo massacre de atletas da
foi invadido pelos Estados Unidos (2003).
delegação de Israel nos Jogos Olímpicos de Munique. Em 1997, Os Estados Unidos entraram no Iraque em 20 de março de
dois agentes disfarçados de canadenses falharam na tentativa de 2003, com apoio do Reino Unido. Na ocasião, o governo de George
envenenamento de Khaled Meshal, líder do Hamas na Jordânia. W. Bush (2001-2009) acusou Saddam Hussein de ligação com os
Os espiões foram presos por autoridades locais e, para que não atentados de 11 de Setembro e de possuir armas de destruição em
fossem executados, Israel enviou o antídoto do veneno. Mais massa, fatos que nunca foram comprovados. O verdadeiro motivo
recentemente, em 2008, o Mossad matou o líder do Hezbollah, da guerra seria garantir o controle das reservas de petróleo do
Imad Mughnyiah, em Damasco. Iraque.

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O ditador iraquiano foi deposto, capturado ao final daquele Esse quadro eleitoral pode ser explicado pela relação do poder
ano e condenado à morte em dezembro de 2006. Para os Estados político com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia
Unidos, no entanto, era apenas o começo de uma das guerras (Farc), organização terrorista de linha comunista que surgiu em
mais longas, caras e mortíferas, só perdendo para o conflito do 1964, inspirada na Revolução Cubana. A partir dos anos 1980, o
grupo passou a controlar a produção e o comércio de cocaína na
Vietnã (1959-1975). Somente a guerra do Iraque já custou US$
Colômbia. Estima-se que, de 1980 até o começo deste século, três
711 bilhões aos cofres americanos e deixou um saldo de 4.700
milhões de colombianos tenham sido deslocados de suas regiões
soldados mortos, sendo 4.386 americanos.
por conta da guerra contra o tráfico.
Enquanto as tropas eram alvos de atentados terroristas no
Outra fonte de financiamento dos guerrilheiros é o seqüestro.
Iraque, escândalos como a justificativa fraudulenta para a invasão
O caso mais famoso é o da candidata presidencial e senadora Ingrid
e os abusos cometidos contra presos iraquianos na prisão de Abu
Betancourt, resgatada em 2 de julho de 2008, depois de seis anos
Ghraib mancharam a imagem da Casa Branca perante o mundo.
em cativeiro na selva colombiana, junto com outras 14 pessoas.
Isso começou a mudar com a posse de Barack Obama, em
Quando Uribe assumiu a presidência, em 2002, adotou uma
2009. Obama assumiu o compromisso de retirar a maior parte
política “linha dura” contra os militantes das Farc, do Exército de
dos combatentes até 31 de agosto de 2010. No entanto, hoje Libertação Nacional (ELN) - o segundo maior grupo guerrilheiro
há aproximadamente 96 mil soldados americanos no Iraque e do país - e de grupos paramilitares.
metade desse contingente lá deve permanecer, sendo removido A medida foi empregada depois que seu antecessor no cargo,
gradualmente até 31 de dezembro de 2011. Somente depois disso, o presidente Andrés Pastrana Arango, falhou ao tentar fazer um
o Iraque conquistará de novo sua independência. acordo de paz com a guerrilha. Em novembro de 1998, Pastrana
No dia 7 de março, os iraquianos compareceram às urnas concedeu uma área do tamanho da Suíça para as Farc, como
em meio a atentados terroristas. Ao menos 38 pessoas morreram um gesto de confiança. Porém, os guerrilheiros continuaram os
e dezenas ficaram feridas em 20 explosões que destruíram dois ataques e aumentaram a produção de cocaína, além de estabelecer
prédios na capital Bagdá. A fronteira com o Irã foi fechada e o um poder paralelo na região.
exército foi mobilizado para garantir a segurança dos eleitores. Mudanças na área de segurança pública foram decisivas para
Foi o segundo pleito desde a queda de Saddam. Em 30 de a eleição e, depois, reeleição de Uribe. Ele venceu a oposição com
janeiro de 2005, os sunitas boicotaram as eleições, que terminaram a promessa de desmantelar o poderio militar dos narcoterroristas.
com a vitória de uma coalizão partidária xiita e a eleição, em 6 A repressão contou com apoio financeiro e militar dos Estados
de abril, do líder curdo Jalal Talabani para a Presidência. Dessa Unidos, aliança que rendeu a Uribe uma posição de antagonismo
vez, foi registrado maior comparecimento entre as províncias de político em relação aos governos da Venezuela e do Equador,
maioria sunita. vizinhos alinhados à esquerda.
O país tem 18,9 milhões de eleitores e 60% votaram nesta Durante a crise das bases militares, o governo venezuelano
última eleição, índice inferior a 2005 (75%). “congelou” as relações comerciais com a Colômbia, agravando a
Três grupos principais: o atual premiê xiita Nouri al-Maliki, crise econômica que afetava os colombianos. A razão disso foi a
líder do Estado de Lei, é o favorito na corrida. O principal rival intenção de Uribe de ampliar a presença de tropas americanas em
é o ex-primeiro-ministro Ayad Allawi, candidato da coligação bases nas fronteiras, com o motivo alegado de combater o tráfico.
Iraqiya, de xiitas e sunitas. Ambas as coligações partidárias são Acusações do envolvimento do presidente Hugo Chávez com
de tradição secular, diferente da Aliança Nacional Iraquiana, de as Farc (baseadas na apreensão de armamento venezuelano com
Moqtada al-Sadr, composta por xiitas religiosos. O maior risco os guerrilheiros) também afetaram as relações diplomáticas entre
seria esse último grupo vencer, o que marginalizaria ainda mais os ambas as nações.
iraquianos sunitas. Um ataque ao acampamento das Farc no Equador, em março
Os resultados não devem diferir do governo atual, de xiitas de 2008, foi outro episódio que acarretou uma crise política entre
governando com apoio dos curdos. Espera-se, porém, que haja Colômbia, Equador e Venezuela. A ação, no entanto, resultou na
mais participação da minoria sunita. morte de Raúl Reyes, o segundo no comando das Farc. Outras
Os desafios do novo governo serão atender população carente, operações também contribuíram para o prestígio do presidente
garantir a segurança e a governabilidade após a saída das tropas colombiano e de seu candidato, entre elas a libertação de Ingrid
americanas. Se conseguir isso, o Iraque poderá ser uma das poucas Betancourt. Soma-se a isso o saldo positivo da estratégia de
nações árabes verdadeiramente democráticas da história. repressão. Os índices de homicídios caíram de 66 para cada grupo
de 100 mil habitantes, em 2002, para 32 em 2009. Os seqüestros
Colômbia passaram de 2.882, no ano em que Uribe foi eleito, para 86 em
No dia 20 de junho de 2010, os colombianos foram às urnas 2009, segundo dados oficiais.
para escolher o substituto do presidente Álvaro Uribe Vélez. A Ao mesmo tempo, o Produto Interno Bruto (PIB) passou de
despeito de quem irá ocupar o cargo, as políticas mais duras contra US$ 232 para US$ 500 bilhões (o terceiro maior da América do
o narcotráfico saem vencedoras no país. Sul) em quase oito anos.
O candidato governista Juan Manuel Santos, ex-ministro Como a casa em ordem, Uribe terminou o mandato com 70%
da Defesa, lidera a disputa contra o candidato do Partido Verde, de aprovação e tentou se candidatar para um terceiro mandato.
Antanas Mockus, que apareceu em segundo lugar nas pesquisas A Justiça colombiana, no entanto, impediu sua candidatura com
de intenção de voto. No primeiro turno, realizado em 30 de maio, base na Constituição de 1991, que limita o mandato a oito anos
Santos obteve 46,6% dos votos e Mockus, 21,5%. consecutivos.

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A primeira eleição sem a sombra das Farc, depois de 40 anos A medida vai atingir políticos condenados por crimes
de conflitos, teve um peso na campanha: todos os candidatos graves, cuja pena de prisão é superior a dois anos, e aqueles que
prometeram dar continuidade à política de segurança - e o herdeiro renunciarem o mandato visando escapar do processo de cassação.
político de Uribe é o primeiro colocado nas pesquisas. Também se discute se políticos já condenados pela Justiça
Mas o mesmo trunfo do presidente alimentou a oposição, perderão o direito de se candidatar ou se a lei só irá valer para
tornando um candidato antes sem expressão uma força nas os que receberem sentenças a partir da vigência das novas regras.
urnas. Isso ocorreu por dois motivos. Primeiro, um escândalo A proposta chegou ao Congresso por meio do Projeto de Lei
conhecido como “falsos positivos”. Em 2008, militares atraíam de Iniciativa Popular (PLP), que é quando o projeto tem origem na
desempregados para a selva e os executavam, para depois sociedade civil.
identificar os corpos como de terroristas mortos. Assim, eles Existem cinco tipos de propostas de leis que são apreciadas
insuflavam artificialmente as estatísticas favoráveis ao governo pelo Poder Legislativo: emenda constitucional, projeto de lei
e recebiam recompensa por supostos guerrilheiros mortos. Um complementar, lei delegada, decreto legislativo e resolução. Cada
grupo de 62 promotores investiga cerca de 2 mil mortes suspeitas. iniciativa possui ritos próprios dentro das Casas legislativas e
O escândalo levou à destituição de 40 militares, incluindo três depende de um número mínimo de votos para ser aprovada.
generais. E, como o conservador Juan Manuel Santos foi ministro No caso do Projeto Ficha Limpa, trata-se de uma lei
da Defesa, ele agora é questionado pelos assassinatos cometidos complementar. Esse tipo de projeto é feito para complementar
pelo Exército colombiano. ou regular uma regra já estabelecida pela Constituição Federal de
Durante o segundo mandato de Uribe, um escândalo atingiu 1988. Para ser aprovado, precisa de votos da maioria absoluta da
o alto escalão do Exército e parcela (um terço) do Congresso Câmara dos Deputados e do Senado.
colombiano, incluindo aliados do presidente. Os políticos e Os projetos de lei complementar e ordinária podem ser
militares foram acusados de envolvimento com narcotraficantes apresentados por um deputado ou um senador, por comissões
e paramilitares. Políticos foram presos entre 2006 e 2007 e até da Câmara ou do Senado, pelo presidente da República ou pelo
mesmo um senador, primo do presidente, foi investigado. Supremo Tribunal Federal (STF), por Tribunais Superiores e pelo
O segundo motivo desfavorável ao candidato da situação é procurador-geral da República.
que o combate ao narcoterrorismo, principal sucesso do governo, Um caminho mais difícil é ser apresentado pelo cidadão, por
deixou de ser prioritário para a maioria dos colombianos. Os meio do Projeto de Lei de Iniciativa Popular. Para isso, é preciso
eleitores estão mais preocupados com questões sociais, como, por a assinatura de 1% dos eleitores brasileiros distribuído por, no
exemplo, o desemprego, que atinge 12% da população, uma das mínimo, cinco unidades da Federação. Em cada Estado e no
maiores taxas da América Latina (no Brasil, o índice é de 7%), Distrito Federal é necessário o apoio mínimo de 3% do eleitorado.
segundo dados do Departamento Administrativo Nacional de A proposta do Ficha Limpa foi encaminhada à Câmara dos
Estatística (DANE). Outra preocupação é o precário sistema de Deputados pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral
saúde na Colômbia. (MCCE) em setembro de 2009. Foram coletadas mais de 1,6
Esses fatores deram força para a campanha de Mockus, milhão de assinaturas. A campanha começou em abril de 2008.
que em março tinha apenas 9% das intenções de voto e, depois, O Projeto Ficha Limpa altera a Lei Complementar nº 64
chegou a um empate técnico com o rival. Com um discurso contra de 1990. Esta lei, atualmente em vigor, estabelece critérios de
a corrupção e focado na educação, ele acabou surgindo como o impedimento para a candidatura de políticos, de acordo com a
candidato que representa um avanço em direção ao futuro sem as Constituição. O objetivo, segundo o texto, é proteger a “probidade
Farc. Principalmente para jovens eleitores, que o apóiam em redes administrativa” e a “moralidade no exercício do mandato”.
sociais como Twitter e Facebook. O Ficha Limpa proíbe que políticos condenados por órgãos
Mockus foi um prefeito popular da capital Bogotá e ficou colegiados, isto é, por grupos de juízes, se candidatem às eleições.
conhecido por ações extravagantes, como trocar guardas de Pela lei atual, o político ficaria impedido de se candidatar somente
trânsito por mímicos que advertiam os motoristas com cartões quando todos os recursos estivessem esgotados, o que é chamado
vermelhos e amarelos. O problema é que seu partido tem apenas de decisão transitada em julgado. O problema é que o trâmite pode
5% das cadeiras do Senado e 1% da Câmara dos Deputados. demorar anos, o que acaba beneficiando os réus.
Um processo cível ou criminal começa a ser julgado no Fórum
Projeto De Lei da cidade, onde acontece a decisão de primeira instância, que é
A aprovação do Projeto de Lei Ficha Limpa no Senado, a sentença proferida por um juiz. Se houver recurso, o pedido é
ocorrida no dia 19 de maio de 2010, foi considerada um avanço na analisado por juízes do Tribunal de Justiça dos Estados. Há ainda a
política brasileira, no sentido de criar mecanismos para combater a possibilidade de apelar a uma terceira instância, que pode ser tanto
corrupção no país. O projeto de lei, que foi elaborado por cidadãos o Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto, em se tratando de
comuns, só entrou na pauta de votações no 1º semestre e recebeu artigos da Constituição, o Supremo Tribunal Federal (STF).
aval do Congresso devido à pressão popular, o que demonstra a De acordo com a Lei Complementar nº 64, somente quando
rejeição do brasileiro aos políticos desonestos. esgotados todos esses recursos o político que responde a processo
O Projeto Ficha Limpa torna mais rigorosos os critérios que poderia ser impedido de se candidatar.
impedem políticos condenados pela Justiça de se candidatarem Já o Projeto Ficha Limpa torna inelegível o réu que for
às eleições. Apesar de ter recebido emendas na Câmara dos condenado por um grupo de juízes que mantiver a condenação de
Deputados e no Senado que amenizam seu impacto, ele contribui primeira instância, além daqueles que tiverem sido condenados
para mudar o comportamento da classe política. por decisão transitada em julgado.

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Quando ao prazo de inegibilidade, ele varia hoje de acordo Nas quatro décadas e meia seguintes, a Guerra Fria e a corrida
com a infração cometida e o cargo ocupado pelo político. Com as armamentista trouxeram o risco de um ataque nuclear em larga
alterações do Ficha Limpa, o prazo é de oito anos após o fim do escala envolvendo dois blocos políticos e econômicos antagônicos,
mandato, incluindo as eleições que ocorrerem durante o restante os Estados Unidos e a antiga União Soviética. Para a geração pós-
do mandato do político condenado, e independe do tipo de crime 11 de Setembro, o terrorismo, os acidentes em usinas nucleares
cometido. e o enfrentamento entre países do Oriente Médio conferiram
Outra mudança diz respeito aos crimes que tornam o político atualidade à política de desarmamento nuclear.
inelegível, caso condenado. O Ficha Limpa mantém todos os Em abril de 2010, Estados Unidos e Rússia, antes os principais
delitos previstos na lei em vigor (como crimes eleitorais, contra a protagonistas da Guerra Fria, assinaram um novo Tratado de
administração pública e tráfico), e inclui outros, tais como: crimes Redução de Armas Estratégicas (Start, na sigla em inglês) que
contra o patrimônio privado, contra o meio ambiente e saúde,
irá reduzir em um terço os arsenais nucleares de ambos os países.
lavagem e ocultação de bens, crimes hediondos e praticados por
organização criminosa Juntas, as duas nações detêm 90% de todas as bombas atômicas
O artigo 16 da Constituição diz que uma lei só pode mudar o existentes no mundo. Foi o mais importante acordo desse tipo nos
processo eleitoral se ela for promulgada um ano antes das eleições. últimos vinte anos.
Isso quer dizer que, se o Ficha Limpa altera esse processo, ele só No dia 3 de maio de 2010, começou em Nova York (EUA) a 8ª
será considerado para o pleito de 2012. Porém, se a sanção ocorrer Conferência das Partes de Revisão do Tratado de Não Proliferação
antes das convenções partidárias e os magistrados entenderem de Armas Nucleares (TNP), com duração até o dia 28 de maio. O
que, assim, a legislação não fere a Carta Magna, será aplicado objetivo da reunião foi revisar o tratado, criado em 1967 e efetivado
neste ano. em 1970, que visa diminuir, de maneira gradual, o armamento
Segundo especialistas, emendas na proposta, feitas pelo atômico, bem como promover o uso pacífico da energia nuclear.
Congresso, amenizaram o impacto da redação inicial do Ficha As reuniões de revisão do tratado acontecem a cada cinco
Limpa. anos. O pacto original previa um limite de duração de 25 anos
Talvez a alteração mais importante seja aquela referente para suas propostas, mas os países signatários decidiram, em 1995,
ao dispositivo de “efeito suspensivo” de recursos. De acordo ampliar e estender indefinidamente o acordo.
com essa emenda, um político condenado em segunda instância Participaram da cúpula líderes e representantes dos 189 países
por um órgão colegiado pode apelar junto ao STF e conseguir a signatários do TNP mais Taiwan (país reconhecido como território
suspensão do recurso. Entretanto, essa medida dará mais agilidade chinês pela ONU), incluindo cinco potências nucleares: Estados
ao processo, que terá prioridade na tramitação.
Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França.
O texto original do Ficha Limpa também foi abrandado
Coréia do Norte, Israel, Índia e Paquistão não assinaram
na Câmara dos Deputados, no artigo relativo à condenação do
político. De acordo com o projeto apresentado, o político ficaria o documento e, por isso, não participaram do encontro. Índia e
impedido de concorrer às eleições se fosse condenado na primeira Paquistão são, confirmadamente, potências nucleares. Israel não
instância. Com a emenda parlamentar, a inegibilidade é aplicada admite nem nega, porém, a comunidade internacional aponta
somente em decisão colegiada ou de última instância. que o país tem, pelo menos, 200 artefatos nucleares. A Coréia do
No Senado, foi apresentada uma emenda que determina que a Norte realiza, desde 2009, testes que teriam propósitos militares,
proibição de candidaturas só vale para sentenças proferidas após intimidando a vizinha (e rival) Coréia do Sul. Os norte-coreanos
a lei ser editada. A mudança na redação substituiu o tempo verbal: chegaram a assinar o TNP, mas se retiraram em janeiro de 2003.
de “sido condenados” para “forem condenados”. Ou seja, somente Os países não signatários argumentam que o tratado, que
políticos que forem condenados depois da Lei Ficha Limpa entrar impede que os Estados desenvolvam tecnologia nuclear com fins
em vigor serão impedidos de disputar as eleições, de acordo com a militares, dividiu o mundo entre países que podem possuir armas
interpretação de alguns especialistas. nucleares - pois já as tinham antes da assinatura, em 1967 - e
Políticos como o deputado Paulo Maluf (PP-SP), que não outros, que não podem ter.
poderia se candidatar às eleições deste ano segundo o Ficha Limpa, De fato, o TNP faz distinção entre países “nuclearmente
poderão fazer isso graças à emenda feita ao projeto. armados”, definidos como aqueles que já haviam fabricado ou
Na prática, o Projeto Ficha Limpa afeta um quarto dos testado armas nucleares antes do tratado, e países “não nuclearmente
deputados e senadores que respondem a inquéritos ou ação penal armados”. O artigo 1º impõe aos signatários do primeiro grupo a
no STF. Porém, a lei sozinha não basta. As urnas ainda são a
proibição de repassar tecnologia, enquanto os artigos 2º e 3º exigem
melhor forma de barrar os maus políticos.
que as nações do segundo grupo se comprometam a não fabricar
nem possuir armas atômicas e, ainda, se submeterem ao controle e
fiscalização da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
TECNOLOGIA Todos, porém, devem se comprometer com negociações que levem
ao desarmamento nuclear total (artigo 4º).
Mais polêmico é o Protocolo Adicional de 1997, que prevê
medidas de fiscalização consideradas invasivas em países “não
Bomba Atômica
nuclearmente armados”. O protocolo permite que a AIEA faça
Quando a Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada,
uma blitz com aviso prévio de duas a 24 horas em locais que não
em 1945, duas bombas atômicas - lançadas nas cidades japonesas
estavam previstos antes pelo tratado, como centros de pesquisas
de Hiroshima e Nagasaki, ao final da Segunda Guerra Mundial
e usinas. Os especialistas da agência também podem recolher
(1939-1945) - colocaram o mundo pela primeira vez diante da
amostras de água, terra e ar para identificar um possível programa
ameaça da aniquilação total.
nuclear militar clandestino.

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ATUALIDADES

A adesão voluntária ao protocolo foi um dos temas da TST entra na era digital e receberá apenas Recursos Ele-
conferência de 2010. Países reconhecidos como potências atômicas trônicos
(Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido), que são Para tentar se livrar de um problema de décadas - a demora
desobrigados de terem suas instalações inspecionadas, pressionam dos processos, velha conhecida dos brasileiros -, a Justiça quer
as demais nações para que acatem os termos do Protocolo acabar com um volume astronômico de papéis. A partir da semana
Adicional, que já foi ratificado por 93 dos 189 integrantes da TNP. que vem, o Tribunal Superior do Trabalho vai receber apenas
O Brasil é signatário do TNP desde 18 de setembro de 1998, recursos eletrônicos.
mas não do Protocolo Adicional. Conforme disse o ministro das
Relações Exteriores, Celso Amorim, o motivo é que o governo Vai entrar, finalmente, e tomara que definitivamente na era
brasileiro considera prioritário o desarmamento das potências digital. Até dezembro o tribunal pretende acabar de vez com os
atômicas, não os compromissos que países desarmados devem processos em papel. Ainda bem, porque hoje um processo leva até
assumir para evitar a proliferação. seis meses para chegar às mãos de um ministro. Prazo que, com a
A Constituição brasileira possui uma cláusula pétrea (artigo mudança, deve cair para dois dias. Com menos papelada, Justiça
que não pode ser alterado) que determina o uso de energia nuclear mais rápida. É o que todos esperamos.
apenas para fins pacíficos. Além disso, assinou em 1991 um acordo A lentidão da Justiça tem vários motivos. Um deles é que os
junto com a Argentina que permite a fiscalização da ONU. processos são de papel. Só no Tribunal Superior do Trabalho, 173
O Brasil domina a tecnologia de extração e enriquecimento mil processos aguardam julgamento. Mil novos processos por dia.
de urânio para produção de energia nuclear. Nos anos 1970 e
1980, durante a vigência de regimes militares, Brasil e Argentina Quando chegam, têm que ser conferidos, copiados, encadernados...
cogitaram produzir bombas atômicas, o que poderia desencadear Essa papelada vai acabar. A partir de 02 de agosto, o tribunal
uma corrida armamentista na América Latina. Esse é um risco só vai receber recursos eletrônicos, pelo computador. Hoje,
atual no Oriente Médio. quando um processo sai de um tribunal regional para ser julgado
O maior embate diplomático da Conferência das Partes de em Brasília, passa pelas mãos de muita gente. Vai pelos Correios,
Revisão do TNP se dá entre Estados Unidos e países do Oriente de caminhão. Só no transporte pode demorar seis meses. Com o
Médio, uma das regiões mais conflituosas do planeta. De um processo eletrônico, o tempo deve cair para dois dias.
lado, os Estados Unidos e a ONU pressionam o presidente do Os processos antigos estão sendo digitalizados. Os arquivos
Irã, Mahmoud Ahmadinejad, para que permita a vistoria nas
eletrônicos vão ficar em uma sala-cofre, protegidos contra
instalações do programa nuclear iraniano, que, suspeita-se, tenha
objetivos militares. Uma das propostas da cúpula se refere à incêndios e inundações. Não vai ser preciso gastar com transportes,
adoção de novas sanções a Teerã. máquinas copiadoras e funcionários terceirizados para carregar os
Para o governo americano, o Irã pode provocar uma corrida papéis.
armamentista na região. Existem hoje no mundo 430 usinas “A economia vai ser fantástica”, calcula o presidente do TST
nucleares em funcionamento, nenhuma delas na região do Golfo Milton de Moura França.
Pérsico. A razão é que os países do Oriente Médio são ricos em
petróleo, o que tornava supérfluo o investimento em outra fonte Pulseira Eletrônica
de recursos energéticos. Além disso, havia o perigo de países
islâmicos possuírem armamentos atômicos que poderiam cair A Câmara Municipal de São Paulo aprovou no dia 11/08/2010
nas mãos de radicais. O governo de Israel já destruiu reatores no o projeto de lei 202/2010, do vereador Carlos Apolinário, que
Iraque, em 1981, e na Síria, em 2007. obriga hospitais e maternidades públicas e privadas a colocar
Mas esse panorama deve mudar nos próximos anos. Motivados pulseiras eletrônicas em recém-nascidos. Combinadas com
pela demanda econômica por energias alternativas e pela ameaça sensores e alarmes nas entradas e saídas das maternidades, as
do Irã, todos os países do Oriente Médio, com exceção do pulseiras podem evitar o furto ou seqüestro de crianças.
Líbano, anunciaram programas nucleares. Irã e Síria, nações que Para virar lei, a proposta tem de ser sancionada pelo prefeito de
não mantém relações amistosas com a Casa Branca, iniciaram a São Paulo, Gilberto Kassab, que pode vetá-la total ou parcialmente.
construção de usinas. Turquia, Egito, Jordânia, Arábia Saudita,
Barhain e Emirados Árabes, entre outros, anunciaram projetos de Segundo o vereador, a pulseira deve ser instalada no recém-
construções de complexos nucleares para os próximos anos. nascido assim que terminado o parto e removida quando a mãe e a
No outro lado do tabuleiro, o Egito lidera um grupo que criança tiverem alta.
pressiona Israel, aliado dos Estados Unidos, para que se torne
signatário do tratado e atenda à proposta de criação de uma zona
livre de armas nucleares no Oriente Médio. Israel impõe como
condição para isso um amplo acordo de paz na região.
Segundo estimativas do Boletim de Cientistas Atômicos, o EDUCAÇÃO
mundo possui, em 2010, 23.574 artefatos nucleares, contra 32.512
em 2000. A Rússia vem em primeiro lugar, com 12.987, seguida
dos Estados Unidos (9.552), França (300), Reino Unido (192)
e China (176), incluindo estimativas em relação a Israel (200), Lei libera R$ 1,6 bilhão para Ensino Médio
Paquistão (90), Índia (75) e Coréia do Norte (2).
Foi publicada a liberação de um total de R$ 1,6 bilhão para
Acordos bilaterais como os firmados entre Estados Unidos
programa de fortalecimento do ensino médio e ajuda a estados e ao
e Rússia e o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares
Distrito Federal para pagamento de despesas emergenciais.
ajudaram a reduzir os arsenais. A falta de instrumentos mais
Os recursos para a área de educação (R$ 800 milhões) são
precisos de identificação de programas clandestinos e sanções
para atender os estados do Norte e do Nordeste. A prioridade de
mais enérgicas contribuem para criar outro pólo de tensão nuclear
liberação da verba para os estados seguirá os critérios do Fundo
no Oriente Médio.
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

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ATUALIDADES

De acordo com o texto da lei, os objetivos do Programa Especial O prestígio internacional como escritor viria aos 60 anos com
de Fortalecimento do Ensino Médio são incentivar os indicadores o romance Memorial do Convento. Em 1986 publicou O Ano da
de qualidade da educação, suprir os recursos financeiros de forma Morte de Ricardo Reis, considerado por muitos críticos (e, ao que
a equalizar as oportunidades educacionais e atender à ampliação parece, pelo próprio autor) como seu melhor livro. Mas foi pelo
das matrículas no ensino médio da rede pública. polêmico O Evangelho Segundo Jesus Cristo que ficaria mais
O restante dos recursos (R$ 800 milhões) liberados é para conhecido.
atender situações de emergência em todos os estados e o Distrito O romance, que humaniza a figura de Jesus, foi condenado
Federal. O valor destinado para cada Estado e para o Distrito pela Igreja Católica. No Brasil e em Portugal, países católicos,
Federal será entregue de acordo com a participação deles no Fundo também houve reações contrárias. No ano seguinte à publicação,
de Participação dos Estados. António Sousa Lara, secretário de Estado e Cultura no governo
Entretanto, os estados que tiverem dívidas vencidas com a de Cavaco Silva, impediu a candidatura da obra para o Prêmio
União não receberão toda a verba liberada. Eles terão o valor das Literário Europeu. “O livro não representa Portugal nem os
dívidas não pagas deduzidos da verba extra. portugueses”, disse na ocasião. Por conta do clima “inquisitorial”,
Saramago deixou o país em 1993, para viver nas Canárias com
Morte de José Saramago sua mulher.
José Saramago morreu aos 87 anos em sua casa, em Lanzaro- À parte as desavenças políticas e religiosas, o trabalho como
te, nas Ilhas Canárias, no dia 18 de junho de 2010. Foi nessa ilha romancista lhe rendeu vários prêmios. Em 1995, recebeu o Luís de
espanhola que o escritor, único Prêmio Nobel em língua portugue- Camões, considerado o mais importante em literatura portuguesa,
sa, escolheu para se autoexilar de Portugal e viver com a terceira pelo livro Ensaio Sobre a Cegueira, adaptado para o cinema
mulher, a escritora espanhola Pilar del Rio. pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles, em 2008. O Nobel
Saramago escreveu dezenas de livros, entre romances, poesias, de Literatura foi anunciado em 1998, quando Saramago tinha 76
ensaios, peças de teatro, diários, crônicas e memórias. Sua obra foi anos, o primeiro e único conquistado por um escritor da lusofonia,
traduzida para cerca de 42 línguas. Um dos seus mais famosos ou seja, dos países nos quais o português é falado: Angola, Brasil,
romances, O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), provocou Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e
embates com a Igreja Católica e levou o governo português a Príncipe, Guiné Equatorial, Timor-Leste e Macau (uma Região
boicotar a indicação da obra para um prêmio europeu, fato que Administrativa Especial da República Popular da China).
contribuiu para que o escritor deixasse o país. As desavenças com a Igreja Católica (e com as religiões
Além de escritor, Saramago também foi uma das vozes mais cristãs em geral) ganhariam novo ímpeto com a publicação do
críticas do sistema capitalista e apoiou regimes comunistas, como último romance de Saramago, Caim, em 2009. No livro, o escritor
o cubano. Ateu e comunista até o fim da vida, não se furtou, porém, analisa a história de Caim e Abel no Antigo Testamento. Durante o
de expressar uma visão quase mística em alguns de seus livros e lançamento mundial da obra, se referiu à Bíblia como “um manual
de apontar as mazelas do próprio Partido Comunista Português, do de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza
qual era membro desde o final dos anos 1960. humana”, o que lhe rendeu acusações de superficialidade na leitura
Segundo a Fundação José Saramago, a causa da morte e intenções publicitárias com a provocação.
foi falência múltipla de órgãos, decorrente de um câncer que o Como intelectual, foi um vigoroso opositor da sociedade
acometia desde 2007. O corpo do escritor foi velado em Lisboa, capitalista desde os anos 1960. A militância no Partido Comunista
onde recebeu homenagens e foi cremado em 20 de junho. Português, ao qual também não poupou críticas, visando sua
Jogadores da seleção portuguesa prestaram homenagens ao modernização, o levou a defender - e, em raríssimas ocasiões,
romancista durante a partida contra a Coréia do Norte, na Copa do atacar - governos como o de Fidel Castro.
Mundo da África do Sul. A pátria, enfim, acolheu seu mais célebre Portugal, do mesmo modo que outros países europeus -
escritor desde Fernando Pessoa. Alemanha, Itália e Espanha -, foi governado por um partido
O reconhecimento, entretanto, chegou somente após os fascista durante parte da primeira metade do século XX. A ditadura
50 anos de idade. José de Sousa Saramago era neto e filho de salazarista foi instaurada em 1926, depois de um golpe militar, e
camponeses. Nasceu em 16 de novembro de 1922, na aldeia de durou quase meio século.
Azinhaga, na província de Ribatejo, a 100 km de Lisboa. Tinha Oliveira Salazar governou por meio de um partido único,
dois anos de idade quando a família se mudou para a capital. Sem o União Nacional, de 1933 até 1968, quando se afastou por
recursos, não pôde cursar uma universidade. motivos de saúde. Seu sucessor, Marcelo Caetano, foi deposto
Antes de se dedicar somente aos livros, exerceu atividades pela Revolução dos Cravos, em abril de 1974. A revolução foi um
de serralheiro, funcionário público, jornalista e tradutor - traduziu, movimento pacífico simbolizado pelo cravo vermelho, flor que
entre outros, o poeta francês Charles Baudelaire e o escritor russo era colocada no cano dos fuzis dos soldados que participavam
Léon Tostói. da revolta (cravos vermelhos também foram depositados sobre o
Publicou seu primeiro romance, Terra do Pecado, em corpo de Saramago, no velório em Lisboa).
1947. Neste mesmo ano, nasceu sua filha, Violante, do primeiro Numa época de divisões ideológicas, Saramago se opôs
casamento, com a pintora Ilda Reis. Em 1970, se divorciou e ao salazarismo e filiou-se ao Partido Comunista em 1969. Em
iniciou um relacionamento com a escritora portuguesa Isabel da seguida, iniciou a carreira de jornalista. Quando foi nomeado
Nóbrega. Em 1986 conheceu a jornalista e tradutora espanhola diretor-adjunto do jornal português Diário de Notícias, em
Pilar Del Rio, com quem se casou dois anos depois - ela aos 36 e 1975, perseguiu e demitiu colegas que não seguiam sua linha de
ele com quase 66 anos de idade. esquerda. No mesmo ano, saiu do jornal para dedicar-se aos livros.

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ATUALIDADES

A atuação política de Saramago, contudo, continuou rendendo Outro dado importante é a queda no índice de repetência
polêmicas. Em 2003, depois de décadas de aprovação, ele escolar, que tem diminuído nos últimos anos. A repetência
condenou Fidel Castro pela execução de três cubanos que haviam acaba tirando muitos jovens da escola, pois estes desistem. Este
seqüestrado um barco para tentar fugir para os Estados Unidos. quadro tem mudado com reformas no sistema de ensino, que
Em artigo publicado no jornal espanhol El País, escreveu: “Até está valorizando cada vez mais o aluno e dando oportunidades
aqui cheguei. De agora em diante, Cuba seguirá o seu caminho, de recuperação. As classes de aceleração também estão dando
eu fico”. resultados positivos neste sentido.
No ano anterior, uma declaração provocara mal-estar entre A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), aprovada em
os judeus. Durante visita à cidade palestina Ramallah, o escritor 1996, trouxe um grande avanço no sistema de educação de nosso
comparou a ocupação de territórios palestinos na Cisjordânia com país. Esta lei visa tornar a escola um espaço de participação social,
o campo de concentração nazista de Auschwitz: “É preciso dizer
valorizando a democracia, o respeito, a pluralidade cultural e a
que o que acontece na Palestina é um crime que nós podemos
parar. Podemos compará-lo ao que aconteceu em Auschwitz”. formação do cidadão.
No Brasil, onde sempre foi acolhido por escritores e políticos,
entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, identificou-se ENERGIA
com causas sociais. Chegou a participar como jurado, em Brasília, A preocupação com o desenvolvimento industrial, surgida
de um tribunal internacional simbólico para julgar o massacre de no final da década de 30, logo após a crise que atingiu o setor
trabalhadores sem-terra em Eldorado dos Carajás (PA), ocorrido agrário exportador (crise da cafeicultura), gerou a necessidade de
três anos antes. Pelo mesmo motivo, recusou um doutorado honoris se desenvolver o setor energético.
causa (dentre dezenas que recebeu) concedido pela Universidade Assim, desde a década de 30, a valorização do potencial
do Belém do Pará. energético brasileiro (combustíveis fósseis, hidroeletricidade, etc.)
Saramago deixou um livro inacabado, Alabardas, Alabardas, passou a ser objeto de políticas governamentais. Reflexo disso
Espingardas, Espingardas!, que fala sobre o tráfico de armas. O foi a criação, no final dos anos 30, dos primeiros órgãos oficiais
título é uma referência a um verso do dramaturgo português Gil específicos do setor energético: o Conselho Nacional do Petróleo
Vicente. Ainda não há previsão para a publicação do romance. (CNP), em 1938, e o Conselho Nacional de Águas e Energia
Elétrica (CNAEE), em 1939.
A crescente industrialização e urbanização do país, ocorrida a
Desenvolvimento de uma Nação
Atualmente, considera-se a educação um dos setores mais partir da década de 40, pressionou a demanda por fontes de energia
importantes para o desenvolvimento de uma nação. É através da modernas e de maior rendimento (petróleo, eletricidade, etc.).
produção de conhecimentos que um país cresce, aumentando sua A solução do problema energético foi equacionada com a
renda e a qualidade de vida das pessoas. Embora o Brasil tenha criação da Petrobrás (1954) e das empresas estaduais e federais
avançado neste campo nas últimas décadas, ainda há muito para ser de eletricidade. Em 1962, as empresas de eletricidade foram
feito. A escola (Ensino Fundamental e Médio) ou a universidade estruturadas em torno da Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras
tornaram-se locais de grande importância para a ascensão social e S. A.), que passou a planejar e coordenar o setor da energia elétrica.
muitas famílias tem investido muito neste setor. A Eletrobrás é uma empresa holdirzg que detém o controle
Pesquisas na área educacional no Brasil apontam que um acionário das concessionárias federais (Chesf, Furnas, Eletrosul,
terço dos brasileiros freqüentam diariamente a escola (professores Eletronorte e outras) e participa minoritariamente das empresas
e alunos). São mais de 2,5 milhões de professores e 57 milhões estaduais de eletricidade (Cesp, Cemig, Copel, CEEE, Celg, Celf,
de estudantes matriculados em todos os níveis de ensino. Estes etc.).
números apontam um crescimento no nível de escolaridade do A intensificação do processo de industrialização e urbanização
povo brasileiro, fator considerado importante para a melhoria do do país nas décadas de 50 e 60 fez com que as modernas fontes de
nível de desenvolvimento de nosso país.
energia ocupassem espaços cada vez maiores na economia e na
Uma outra notícia importante na área educacional diz respeito
ao índice de analfabetismo. Recente pesquisa do PNAD - IBGE sociedade brasileiras.
mostra uma queda no índice de analfabetismo em nosso país nos A gasolina e o óleo diesel alimentaram a expansão do
últimos dez anos. Em 1992, o número de analfabetos correspondia transporte rodoviário. Já o transporte ferroviário e o marítimo, que
a 16,4% da população. Esse índice caiu para 10,9% em 2002. Ou antes utilizavam o carvão mineral, passaram a utilizar o óleo diesel
seja, um grande avanço, embora ainda haja muito a ser feito para (ferrovias) e óleo combustível (navios). As caldeiras industriais
a erradicação do analfabetismo no Brasil. Outro dado importante trocaram o carvão mineral pelo óleo combustível, e as residências
mostra que, em 2006, 97% das crianças de sete a quatorze anos urbanas trocaram o fogão a lenha pelo fogão a gás. Nas cidades, o
freqüentavam a escola. querosene iluminante cedeu lugar à eletricidade.
Esta queda no índice de analfabetismo deve-se, principalmente, A redução no consumo da lenha e do carvão (vegetal e
aos maiores investimentos feitos em educação no Brasil nos últimos mineral) era compensada pelo crescente aumento no consumo do
anos. Governos municipais, estaduais e federais tem dedicado uma petróleo e da eletricidade. Enquanto a produção de eletricidade de
atenção especial a esta área. Programas de bolsa educação tem origem hidráulica crescia a contento, a pequena produção nacional
tirado milhares de crianças do trabalho infantil para ingressarem de petróleo tornava o país altamente dependente do petróleo
nos bancos escolares. Programas de Educação de Jovens e Adultos importado.
(EJAs) também tem favorecido este avanço educacional. Tudo isto,
A crise do petróleo, ocorrida em 1973, que elevou drasticamente
aliado as políticas de valorização dos professores, principalmente
os preços do petróleo importado, acarretou profundas modificações
em regiões carentes, tem resultado nos dados positivos.
na estrutura do sistema energético brasileiro.

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ATUALIDADES

A partir de então o Brasil adotou uma firme politípica de “O que podem adiantar é que irão tomar todas as providências
substituição do petróleo importado por alternativas energéticas para que o marco seja duradouro. Não para o dia de amanhã, mas
Nacionais. A política energética pós 1973 consistiu, basicamente, para o mês seguinte, para o ano seguinte, décadas seguinte”, e que
no estímulo ao aumento da produção nacional do petróleo, do gás o trabalho de pesquisas e estudo sobre o tema já está concluído.
natural, do carvão mineral e da hidroeletricidade, e na criação do O governo não tem pressa de realizar uma nova rodada de
Programa Nacional do Álcool (Proálcool), em 1974, e implantação leilões de blocos exploratórios do pré-sal, já que as áreas leiloadas
do Programa Nuclear, em 1975, com a assinatura do Acordo anteriormente ainda não foram exploradas pelas empresas. “É
Nuclear Brasil Alemanha. preciso começar a explorar os blocos que já foram distribuídos
A evolução do balanço energético brasileiro, desde o choque para que depois se faça uma nova rodada”.
do petróleo até o início da década de 90, mostra a queda acentuada
no consumo do petróleo e da lenha e o aumento no consumo das Etanol - Problemas sociais e ambientais impedem
demais fontes de energia. internacionalização do etanol.
Biodisel - O biodiesel é um tipo de energia alternativa que A transformação do etanol em uma commodity de mercado
pode reduzir a emissão de dióxido de carbono liberado pelos internacional, assim como o petróleo, depende de uma mudança
carros. Uma lei federal, há quatro anos, regulamentou o uso desse significativa no seu modo de produção. Problemas sociais
combustível e animou muitos produtores a investir no negócio. e ambientais causados pela produção do álcool diminuem o
O governo estuda aumentar o percentual de biodiesel incentivo à expansão das lavouras de cana-de-açúcar pelo mundo
adicionado ao diesel dos atuais 3% (B3) para 4% (B4) ainda este e, conseqüentemente, atrasam a criação de um mercado global do
ano. etanol.
A produção brasileira tem condições de sustentar esse A expansão do etanol depende da disseminação de um método
aumento, que agora depende apenas de uma decisão política. “Há produção que não é desejável. A energia da controvérsia, apesar
disponibilidade de biodiesel no Brasil que nos permite trabalhar dos benefícios ambientais trazidos pelo uso do etanol como
com a idéia de antecipar o B4 para esse ano. O Ministério de combustível, grande parte do álcool brasileiro é produzido em
Minas e Energia está discutindo a decisão agora é política. latifúndios, utilizando-se de mão-de-obra precária e de queimadas
O primeiro leilão de biodiesel do ano foi realizado após o durante a época de colheitas.
carnaval, mas o segundo leilão, ainda sem data marcada, já poderá Além disso, conforme destaca o último relatório da Comissão
incluir a nova demanda do B4. Pastoral da Terra (CPT), entre os trabalhadores envolvidos em
A introdução do B3 no mercado brasileiro representa um denúncias de escravidão 36% estavam nas lavouras de cana-de-
consumo de 1,2 bilhões de litros de biodiesel. Com o B4, o açúcar.
consumo subiria para 1,6 bilhões de litros. A meta de uso do B5 Enquanto não for comprovado que é possível produzir
continua prevista apenas para 2013. etanol de forma mais sustentável, o mercado do produto não vai
Há a necessidade do programa de biodiesel ser revisto pelo deslanchar. O mundo não vai abandonar o petróleo para adotar um
governo do ponto de vista social, já que o projeto de se utilizar produto que só é exportado pelo Brasil e pelos Estados Unidos. E
mamona para sua fabricação não teve sucesso. “O programa de o fato é que o etanol não será produzido em vários países enquanto
biodiesel do governo não teve sucesso pleno, porque no início foi mantiver esse modo produção.
concebido para estimular os pequenos produtores do Nordeste... A única alternativa de internacionalização do etanol é conjugar
seria através de mamona, mas acabou sendo feito por soja e a sua produção com a geração de renda da população pobre que
metanol”. vive em áreas rurais, o que não acontece atualmente no Brasil.
“O programa está com muito peso na soja... precisa-se Acredita-se que só quando pequenos agricultores enxergarem no
reexaminar o projeto à luz de oleaginosas novas, como o pinhão etanol uma forma de ganhar dinheiro é que o produto vai se tornar
manso”. global.
No entanto, promover esta mudança não é impossível. Em
De acordo com o superintendente da ANP, Edson Silva,
alguns países, a cana já é cultivada de forma mais sustentável. A
presente ao evento, a capacidade instalada no país já permite a
produção de 3 bilhões de litros de biodiesel. O uso do combustível, Índia é a maior produtora de cana-de-açúcar do mundo e lá a cana
segundo ele, proporcionou uma economia de 1 bilhão de dólares é produto de agricultura familiar.
para a balança comercial brasileira.
Mesmo assim, ele informou que a dependência do Brasil da
importação de diesel cresceu de 2007 para 2008, de 9,8% para
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
12,7% de todo o diesel consumido no país.

Pré - Sal - A ministra Dilma Roussef afirmou que a definição


do marco regulatório do pré-sal estaria concluída ainda no primeiro
semestre. Segundo Dilma, o próprio presidente Luiz Inácio Lula As Relações Internacionais (RI ou REL - ou ainda chamado
da Silva pediu agilidade na escolha do novo marco. de Relações Exteriores) visam ao estudo sistemático das relações
“O presidente deu um prazo para que o marco fique políticas, econômicas e sociais entre diferentes países cujos reflexos
inteiramente pronto e isso será feito o mais rápido possível, transcendam as fronteiras de um Estado, tenham como lócus o
seguramente no primeiro semestre”. sistema internacional. Entre os atores internacionais, destacam-
A ministra destacou, no entanto, que a pressa não deve se os Estados, as empresas transnacionais, as organizações
comprometer a qualidade do marco, e que a prioridade é garantir o internacionais e as organizações não-governamentais. Pode se
nível de precisão das regras que regularão a exploração e o modelo focar tanto na política externa de determinado Estado, quanto no
de negócios do petróleo das reservas do pré-sal. conjunto estrutural das interações entre os atores internacionais.

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ATUALIDADES

O campo de estudo das RI é caracteristicamente Com um nível de desemprego próximo daquele da CEE, o
multidisciplinar, dialogando, entre outras disciplinas, com a Nafta, por outro lado, enfrenta um significativo desequilíbrio em
Ciência Política, a Economia, a Filosofia, o Direito, a Geografia, sua balança comercial, ou seja, um déficit em torno de 24% das
a Sociologia e a Antropologia. Não é pacificado na Academia a suas exportações, condições suficientes para recomendar medidas
existência das RI como disciplina independente - especialmente de restrição às importações e que privilegiem a produção interna,
em países anglófonos, onde é usualmente considerado um ramo típicas dos acordos regionais. Apesar disso, verifica-se que a falta
de uma política de investimentos consistente, como a que é adotada
da Ciência Política.
no bloco asiático, além de dificultar a reversão desse quadro, toma
o Nafta um acordo tão frágil quanto a estabilidade econômica
ALCA - A área de Livre Comércio das Américas (ALCA) dos seus membros menos desenvolvidos, mais especificamente o
é uma proposta de integração comercial de todos os países das México.
Américas, com exceção de Cuba. A criação da ALCA foi proposta, Na recente crise mexicana foi possível observar como o
em 1990, pelo ex-presidente dos Estados Unidos George Bush, investimento externo fugiu do país ao menor sinal de instabilidade,
pai do também ex- presidente dos EUA. Incluirá 34 países das agravando uma situação em que o governo, tendo reduzido suas
Américas: Antiga e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, possibilidades de intervenção devido à adoção de um modelo
Belize, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, político liberal de economia desestatizada, obteve em troca de sua
Republica Dominicana, Equador, El Salvador, Estados Unidos, autonomia uma estabilidade econômica e um fluxo positivo de
Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, capital que, na realidade, não são tão estáveis nem tão positivos.
Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Saint
MERCOSUL - Propõe-se a ser um mercado comum entre
Kitts e Granadinas, Santa Lúcia, Suriname, Trinidad e Tobago, o Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai. Significa que as
Uruguai e Venezuela. O que propõe? tarifas de comércio entre os países ficam cercadas e pessoas, bens
Os países-membros da ALCA têm, entre si, preferências e serviços cruzarão as fronteiras sem qualquer impedimento.
tarifárias. O objetivo é que as tarifas para o comércio sejam Atualmente, o bloco é uma união aduaneira incompleta. Uma das
reduzidas até que fiquem zeradas, facilitando o fluxo de bens e partes das tarifas já foi reduzida e se busca um acordo para definir
serviços na região, principalmente entre os países integrantes da uma Tarifa Externa Comum (TEC) para todos os setores. Bolívia e
NAFTA (EUA, México e Canadá) e do MERCOSUL (Brasil, Chile são membros associados.
Argentina, Uruguai e Paraguai). O Brasil prioriza o fortalecimento do MERCOSUL. A partir
dele, em tese, estaria em melhores condições de negociar outros
NAFTA - É uma área de livre comércio entre os Estados acordos. O governo teme a criação apressada da ALCA: insiste
Unidos, o Canadá e o México. O objetivo se restringe a reduzir em que a data não é o mais importante, mas a substância do
acordo. Substância, no caso, são basicamente três temas: subsídios
tarifas entre esses países. Não há proposta de integração política (especialmente na agricultura), lei antidoping e regras de origem
e econômica. A Nafta teve as suas bases estabelecidas em 1985, das mercadorias. Há também o temor de que muitos setores da
a partir do Acordo de Livre Comércio Canadá/EUA (FTA), economia brasileira não estão preparados para concorrer com
um acordo bilateral de comércio envolvendo dois países que, tarifas de importação zeradas. Além disso, o Brasil busca outras
historicamente e devido a condições geopolíticas favoráveis, formas de integração, como uma eventual área de livre comércio
apresentam-se como parceiros Comerciais naturais, apesar da entre MERCOSUL e União Européia, que possam existir
grande diferença entre o tamanho das economias de cada país simultaneamente para que não fique vulnerável à economia dos
e a importância nas respectivas balanças comerciais. Para o EUA. Há mais de três anos que o MERCOSUL vem atravessando
Canadá, essa relação representa cerca de 70% do seu volume de uma profunda crise. Enquanto a Área de Livre Comércio das
exportações e importações, além de serem oriundos dos EUA Américas (ALCA) é uma proposta clara de zona de livre comércio
aproximadamente 80% dos investimentos estrangeiros, ao passo impulsionada pelos EUA, o MERCOSUL perdeu o rumo como
projeto de integração política, econômica e cultural para toda a
que, no outro sentido, o mercado canadense responde por cerca de América do Sul, tal como formulado pelo Brasil e pela Argentina.
20% das exportações e importações americanas. Um projeto integrador tem como objetivo a criação de um novo
Numa fase seguinte, a partir de 1991. Iniciaram-se as espaço geopolítico, que não é uma mera soma das partes para a
negociações para o Acordo de Livre Comércio da América do conformação de um mercado ampliado.
Norte (Nafta), desta vez um acordo trilateral, incluindo o México Se esse fosse o projeto (ao que poderíamos chamar
no grupo que anteriormente firmara o FTA. Tal como o Canadá, MERCOSUL mínimo), a ALCA seria uma proposta mais
o México mantém com os EUA uma relação comercial que abrangente e a decisão adotada (negociar com o MERCOSUL
representa cerca de 70% das suas exportações e importações e nossa participação na ALCA) não passaria de um feito simbólico
de 64% dos investimentos estrangeiros. No entanto, as relações que a força dos acontecimentos arrasaria como a um castelo de
de comércio e investimentos entre Canadá e México são tênues, areia. Distinto será se, efetivamente, encararmos o MERCOSUL
estando abaixo de 1,5% do total comercializado por cada país, como um problema de identidade e construirmos os eixos de nossa
integração e as instituições que a representem.
situação que reflete a dificuldade, no nível microeconômico, Esse MERCOSUL: a união de nações que brindam sua
de se desenvolver uma estratégia norte americana, bem como a identidade histórica a um novo projeto de nação ampliada onde
manutenção de uma política de investimentos bilaterais na região, brancos, negros, mestiços, índios, patagônicos e amazônicos,
sendo estes efetuados por empresas americanas e negociados portenhos e paulistas, nordestinos e andinos, atlânticos e pacíficos
independentemente com cada um dos outros dois países, conforme pactuem construir a quarta região do planeta depois da União
o caso. No que se refere à regionalização, o ponto fundamental Européia, NAFTA e Japão para proporcionar bem-estar a nossos
para o futuro do Nafta é a política de investimentos entre os cidadãos e nos permitir sentar à “mesa pequena” da negociação
seus integrantes, mais importante, aliás, do que suas relações universal. É possível realizá-lo? Sim. Para isso propõe-se quatro
comerciais. eixos temáticos elementares:

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ATUALIDADES

Questão nuclear - Em 1985, os ex-presidentes Alfonsín da intervenção militar extra zona nem de mendicantes cooperações
e Sarney estabeleceram as bases para a integração ao abrir os que usualmente são desviadas para o sistema de clientelismo
programas nucleares que a Argentina e o Brasil haviam constituído político.
desde o início da década de 50. Ambos os programas expressavam a Essa batalha - a mãe de todas -, enfrentá-la e vencê-la,
rivalidade entre nossos países e a “procura da bomba” como mostra representará não só a preservação de nossas futuras gerações, mas
de superioridade estratégica para um eventual enfrentamento também a maioridade política para nos sentarmos como acionistas
bélico. A continuidade desse enfoque seria equivalente à atual principais dos grandes temas universais. Um MERCOSUL
situação entre Índia e Paquistão, com seu enorme custo humano e consolidado institucionalmente, com vocação para construir
econômico e seu permanente risco de desestabilização e desenlace uma grande nação sul-americana, que tenha derrotado a fome
bélico. e o narcotráfico, controlado o risco nuclear e que administre o
Faz oito anos que funciona nossa única instituição meio ambiente que Deus pôs à sua disposição para o bem de sua
supranacional, a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade gente e de toda a humanidade, será um ator central desse mundo
multipolar, mais justo e responsável que todos queremos contribuir
e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), com sede no Rio
a edificar neste milênio que está começando. O MERCOSUL
de Janeiro, que garante a utilização de energia nuclear com fins
pequeno, perfurado pelos conflitos entre lobbies setoriais, sem
exclusivamente pacíficos. (Ao serem Argentina e Brasil os únicos instituições permanentes nem uma épica moral ou objetivos
países com programas nucleares na região, a garantia se estende macroeconômicos e políticos, se dissolverá sem choro nem vela,
a toda a América do Sul.). Programa alimentício MERCOSUL - engrossando a longa lista de nossos fracassos históricos. Voto pelo
Os países integrantes do MERCOSUL representam em conjunto MERCOSUL máximo, ambicioso, criativo, com ritmo de samba,
e de forma ponderada os segundos produtores e exportadores cumbia e tango, disposto a apostar pesado e resolver os enormes
das dez “commodities alimentícias” do mundo. A criação de problemas pendentes tal como nos reclama a cidadania em cada
uma agência comum deveria ter dois, propósitos: para dentro do um de nossos países.
MERCOSUL, um programa de erradicação da fome que deveria
alcançar esse objetivo num prazo não superior a cinco anos; e Comunidade Econômica Europeria (CEE) - Formada a
para fora, uma forte participação no debate sobre o protecionismo partir da assinatura do Tratado de Roma, em 1957, visando criar
agrícola, preços, auxílio aos países mais pobres, etc. Nossa triste uma associação entre nações através da integração do comércio
participação atual - atrás da Austrália, no Grupo de Cairns é a e da agricultura, a CEE previa a livre movimentação de bens,
expressão de uma atitude retórica que pouco tem a ver com nossas serviços, capital e pessoas. Em 1986, devido à preocupação com
verdadeiras possibilidades de exercer pressão quando o fazemos a competitividade nipônica e americana, realiza-se uma emenda
de forma conjunta e eficiente. importante ao Tratado de Roma, o Tratado de Unificação da
A Problemática do meio ambiente - A Amazônia, a Patagônia, Europa, que lança a “Europa 1992” e trata da eliminação de todas
a projeção Pacífica, Atlântica e Antártica de nossos países as barreiras à mobilidade no continente. Mais tarde, em 1991, na
representam quase 40% da biodiversidade planetária. Essa reunião de Maastricht, e de acordo com o objetivo de formação
dimensão tem também uma faceta interna e outra externa. Na de uma economia social de mercado, são definidos os elementos
interna, o desenvolvimento de uma proposta ambiental, científico- da Europa social e implementos os seguintes pontos: formação da
produtiva e turística que poderíamos sintetizar no eixo Amazônia Comunidade Ambiental Européia, consolidação de um roteiro e
- Patagônia. Uma agência comum que desenvolvesse um código agenda para a União Monetária Européia, e fortalecimento do papel
ambiental único, a planificação turística, a pesquisa científica e da Comissão da CEE para estabelecer, via votação majoritária, as
diretrizes e os regulamentos necessários à remoção de barreiras,
a preservação das espécies deveria ser um fenomenal gerador de
bem como os meios para harmonizar os regulamentos internos,
investimentos, empregos, etc. Na externa, deveríamos nos colocar
dos países-membros.
na vanguarda num assunto que está no topo da Agenda Planetária Entre os principais grupos regionais, a CEE ocupa posição de
em face da brutal agressão cotidiana que nos apresenta a extinção destaque, sendo responsável por quase 40% do total das exportações
da vida na Terra, não em termos de ficção científica, senão como mundiais, além de apresentar o maior volume interno de comércio
uma grave questão a curto prazo. - cerca de 60% do total exportado são comércios, entre os próprios
A luta política e militar contra o narcotráfico - A América países membros - e a mais equilibrada relação entre exportação e
do Sul é a maior produtora e repartidora de cocaína e maconha importação, representada por um déficit comercial relativamente
do mundo. O atual MERCOSUL (sem os países andinos) é baixo, equivalente a menos de S% do total exportado.
considerado uma “zona de trânsito” por contraposição aos São 12 países que representam esse grupo: Alemanha, Bélgica,
mercados de destino como os EUA e a Europa. Essa caracterização Dinamarca, Espanha, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália,
é equivocada e perigosa. No Brasil e na Argentina, o consumo de Luxemburgo, Portugal, Reino Unido. E estima se que Áustria,
cocaína e maconha se multiplicou por cinco na última década. Só Finlândia, Suécia também juntem se ao grupo.
em duas cidades - Buenos Aires e São Paulo - moram 30 milhões
de habitantes. A metodologia que nos considera “zona de transito” Blocos Asiático – ASEAN - Estruturadas em torno do Japão,
é quase a mesma que dizer “quanto mais consumam os latinos, as relações de comércio e investimentos na Ásia oriental pratica-
melhor, porque assim chega menos aos EUA e à Europa”. mente dobraram na segunda metade da década de 80, igualando-
Enquanto tal inocente estupidez passeia de elefante debaixo de se ao volume de comércio com a América do Norte, marca
nossos narizes, o fator corruptor dos enormes capitais envolvidos que foi ultrapassada já no início dos anos 90. A valorização da
em tal tráfico está fazendo seu trabalho por dentro de nossas forças moeda japonesa a partir de 1985 acarretou a elevação do custo
de segurança e partidos políticos, com conseqüências devastadoras de exportação no Japão e desencadeou uma reorientação dos
num futuro próximo. Do meu ponto de vista, é imprescindível investimentos japoneses em direção aos países da Ásia oriental,
deixar de olhar o outro lado frente a esse flagelo e encarar com que cresceram cerca de seis vezes durante a segunda metade da
decisão o debate com nossos países irmãos do sistema andino para década de 80. Tal crescimento, embora um pouco menos acelerado,
enfrentar uma batalha frontal - política e militar - que não dependa se mantém no decorrer dos anos 90.

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Analisando as transformações que estão ocorrendo no bloco A avaliação do comando militar é de que existe consenso
asiático, observa-se que sua integração está mais calcada em uma político em favor da permanência das tropas – além do apoio da
política de investimentos do que no estabelecimento de uma zona população, manifestado abertamente nas ruas do Rio de Janeiro.
de livre comércio. Mais importante que a redução dos custos de As Forças Armadas demonstraram preocupação com a alteração
produção, o desenvolvimento de um sistema de produção integrado de sua missão nas favelas do Rio de Janeiro- de um trabalho de
e flexível, voltado para os diferentes mercados que se apresentam, vigilância ao redor dos morros para o de policiamento dentro do
tem sido o principal fator responsável pelo crescimento comercial Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro.
da região e pela coesão de um bloco tão pouco institucionalizado. Descontadas as fugas de criminosos, o que a polícia do Rio
Com relação à formalização de um acordo regional, a exemplo e as Forças Armadas operam na zona norte da cidade é um golpe
de outros grupos regionais, existem dois aspectos que, se não sem precedentes na mais antiga facção do tráfico de drogas. O
dificultam, ao menos não contribuem para tal formalização. Comando Vermelho, que inaugurou no Brasil a modalidade de
Primeiramente, a grande diversidade de culturas, idiomas, cartel para a venda de entorpecentes sai da ocupação das favelas
religiões e formas de governo não é tão grande se comparada dos complexos da Penha e do Alemão com um enorme prejuízo,
com a de países de outros continentes, prevalecendo fatores avalia o relações públicas da PM, coronel Lima Castro.
geopolíticos que permitiram que a grande convergência de Os traficantes que eventualmente tenham fugido vão chegar
interesses, desenvolvida a partir da estratégia de investimentos desarmados aos seus novos locais. Eles não terão mais o domínio
do Japão, tomasse desnecessário um acordo para garantir o que o do terreno e passam a ser presas mais fáceis para a polícia.
fluxo de investimentos intraregional já tinha consolidado, ou seja, O importante, neste momento, é assegurar a manutenção
a política de investimentos e comércio surgiu antes dos acordos. do território reconquistado e ter a noção da perda econômica da
Em segundo lugar, a importância dos EUA como mercado quadrilha. Sabemos que muitos bandidos podem ter fugido. Mas
importador desaconselha um posicionamento formal de bloco eles não têm mais as mesmas condições financeiras de continuar
regional, como no caso europeu. Afinal, a situação de balança operando. A facção rival também terá a sua vez. E estão todos
comercial favorável aos asiáticos nos últimos anos deve-se nesse momento com muito medo, referindo-se, principalmente,
também à política globalizante e de livre comércio difundida pelos aos Amigos dos Amigos, bando que controla, por exemplo, a
próprios EUA e que, no entanto, está sendo mais bem utilizada Rocinha e o Vidigal, únicas grandes favelas da zona sul que ainda
pelos países da Ásia oriental, os quais se mostram globalizantes no
não estão pacificadas.
discurso e regionalistas na ação.
Lima Castro falou sobre as perdas financeiras para o tráfico
Com relação ao seu desempenho comercial, o bloco asiático,
diante de dois veículos da PM repletos de material apreendido
ao contrário da CEE e da Nafta, apresenta um impressionante
no Complexo do Alemão. Nos porta-malas dos dois carros
superávit comercial de mais de 10% das suas exportações, situação
havia, como resultado de uma só apreensão, meia tonelada de
que tende a manter-se devido à importância que o desenvolvimento
maconha – em tabletes de 700 gramas, e muitas armas. Entre
tecnológico tem na política de investimentos da região.
elas carregadores duplos para fuzil calibre 7.62, um tipo de
Seus integrantes são 10 países, Japão, Coréia, Formosa,
equipamento característico de guerras.
Hong Kong, Cingapura, Malaísia, Tailândia, Indonésia, Filipinas
e China. A única polícia que usa esse tipo de carregador em áreas
urbanas é a do Rio. E recorremos a isso só porque os traficantes
Narcotráfico e o Terror no Rio de Janeiro passaram a ter acesso aos carregadores duplos, que representam
um enorme poder de fogo em tiroteios de longa duração.
Por uma semana, atentados em série promovidos pelo tráfico O comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte,
espalharam o medo e mudaram a rotina do carioca. O estado decidiu afirmou, que ainda não tem noção exata do volume de armas e
revidar. Com apoio das Forças Armadas, uma megaoperação drogas apreendidos.
policial acuou centenas de traficantes na zona norte e tomou duas Desde a tomada do Complexo do Alemão, as forças de
de suas trincheiras, a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão. É segurança do Rio de Janeiro já revistaram mais de 30.000 casas no
um passo decisivo para vencer a bandidagem que ganhou poder conjunto de favelas e apreenderam 42 toneladas de maconha, cerca
sob a complacência de governos populistas. de 300 quilos de cocaína, além de centenas de veículos. Segundo
As tropas das Forças Armadas vão permanecer no Complexo cálculos da Polícia Civil, as apreensões representam um prejuízo
do Alemão e na Vila Cruzeiro até outubro de 2011. Inicialmente, a de 50 milhões de reais para os traficantes. Além do prejuízo, os
previsão do governador Sérgio Cabral era de que as tropas federais bandidos amargam a morte de um dos chefes do tráfico – o que
ficariam até julho nas favelas. provocou um novo ataque.
O pedido foi feito pela manhã pelo secretário José Mariano Segundo balanço pela Polícia Militar, desde o início das
Beltrame e encaminhado ao governo federal pelo governador. A operações, já são 123 presos, 130 detidos para averiguação e 37
resposta do Ministério da Defesa foi positiva. mortos. Entre os feridos estão quatro PMS e cinco acautelados.
Sérgio Cabral Filho também pretende oficializar, ao Ministério Ao todo, já foram apreendidas 205 armas de diferentes calibres,
da Defesa, o pedido de participação de mais 2.000 homens das 125 granadas e bombas caseiras. Também foram recolhidos 12
Forças Armadas na missão de combate ao banditismo no Rio de coquetéis molotov, oito artefatos explosivos, 12 garrafas com
Janeiro. Os militares participarão da ocupação do Complexo do material inflamável, 14 litros de gasolina, cinco litros de álcool,
Alemão e da Vila Cruzeiro. O comando das Forças Armadas resistia sete galões de gasolina, seis dinamites e seis espoletas.
à longa permanência no Rio, mas aceitará a missão, costurada com Estão atingindo o centro nervoso do traficante: sua economia.
apoio do governo federal. E isso é muito melhor, mais eficiente.

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Bandidos voltaram a agir. Traficantes da favela da Com o território ocupado, essas passam a ser prioridades.
Mangueirinha atearam fogo a um carro em Duque de Caxias, na Agora, são os próximos passos. Irão dormir nos louros da
Baixada Fluminense. A ação foi um protesto contra a morte do conquista. Acordamos hoje com o desafio dos próximos dias,
traficante Luiz Carlos Nesse José, conhecido como Di Vidro. Ele semanas e meses, que é a reconquista definitiva dos territórios
chefiava o tráfico na Mangueirinha e era procurado pela polícia ainda ocupados pelo poder paralelo.
havia nove anos. Di Vidro foi baleado durante a retomada do
De acordo com o governador. Os próximos passos passam
Complexo do Alemão pela polícia. Levado ao Hospital Getúlio
necessariamente pela integração com o Ministério da Defesa e
Vargas, o bandido não resistiu aos ferimentos.
Não é a primeira vez que a tecnologia proporciona a sensação a Polícia Federal, tanto em ações pontuais de inteligência como
de que o melhor reality show que passa na televisão é a guerra do em atividades ostensivas – ou seja, está mantida a cooperação
momento. Este combate no Rio de Janeiro, no entanto, foi além da do governo federal e das Forças Armadas no esquema de
transmissão ao vivo. Não só são vistas imagens de ataques, tiroteio patrulhamento e manutenção do território das favelas ocupadas.
e fuga em todos os ângulos como é através das câmeras que se Até o momento, o governo do estado instalou 12 UPPs. A
mandam recados ao inimigo. A trincheira, agora, é a televisão. inauguração da 13ª será no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na
“Quem quiser se entregar, faça-o agora”, disse encarando a zona norte. Foi nesta favela que traficantes, em outubro de 2009,
lente o comandante geral da Polícia Militar, Mario Sergio Duarte. traficantes abateram um helicóptero da Policial Civil, matando
Um pouco depois foi a vez do relações públicas da Polícia Militar três agentes.
do Rio de Janeiro, coronel Lima Castro, fazer outro pedido através
A próxima unidade desse tipo no plano da Secretaria de
das emissoras de televisão: “Mães, peçam a seus filhos que se
Segurança, segundo o governador, ficará no Maciço do Lins, um
entreguem, pois nós vamos entrar.”
A mensagem é recebida pelo telespectador. Além das próprias conjunto de pequenas favelas na zona norte, entre elas os morros
mães a quem ele se dirigia e aos traficantes do complexo do do Quieto e São João.
Alemão, o mundo ouviu o pedido. Com esses detalhes e links Apesar da antecipação das UPPs do Morro do Alemão e da
ao vivo de todos os pontos do front, forma-se um confronto que Vila Cruzeiro, o cronograma das outras unidades está mantido,
vai além daquele que acontece nos morros cariocas. A guerra se respeitando o processo de formação de 7 mil policiais militares
estende, é também virtual, construída por uma consciência coletiva previsto para 2011.
de estado de pânico. Os homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope)
A primeira vez em que as imagens em tempo real começaram retomaram as buscas pelo complexo. De acordo com o tenente-
a ser o destaque de uma guerra foi em 1991, na Guerra do Golfo.
coronel Paulo Henrique Moraes, comandante do Bope, 90 policiais
As câmeras não participavam, como hoje. Apenas captavam. Mas
passaram em seis favelas do complexo e outros 90 chegaram para
foi o suficiente para que o filósofo francês Baudrillard a definisse
juntar-se ao efetivo. No conjunto de favelas o clima é de aparente
como ‘a guerra que não existiu’, já que o menos importante do
acontecimento foi o massacre em si, o que configura uma guerra. tranquilidade. O comércio reabre suas portas após dois dias sem
Através da moldura dos aparelhos de televisão, as cenas poder trabalhar por causa da batalha entre policiais e traficantes.
históricas da operação conhecida como ‘Tempestade no deserto’, Os resultados são apresentados com certa comemoração, mas
com o céu de Bagdá pintado de fogo, foram o mais importante do basta a euforia momentânea arrefecer para que se tenha noção
conflito. O mundo, boquiaberto, assistia pela primeira vez o que precisa do poder de fogo dos traficantes que ocuparam, sabe-se lá
só era contado depois, pelos vencedores. A sedução pelo conflito por quanto tempo exatamente, os complexos de favelas do Alemão
impedia a análise do contexto de uma guerra, do que aquele fato e da Penha. Para mostrar à imprensa o volume das apreensões, a
significava para a história como ato violento, não como acervo de Secretaria de Segurança exibiu tudo o que foi recolhido do início
imagens. das operações.
Vieram em seguida as imagens da guerra do Afeganistão e
O arsenal recolhido é atualmente, de 135 armas longas. Entre
Iraque, ao vivo, para que o mundo assistisse, 24 horas por dia. As
semelhanças com as cenas aéreas de perseguição mostradas fazem elas estão fuzis, metralhadoras, rifles e todo tipo de máquina usada
o carioca Estefan Souza comparar: “Aqui não tem homem-bomba, na defesa de território, ataques à polícia e outros crimes. Foram
mas tem criminoso segurando uma granada no meio da cidade. A recolhidas, em um mesmo ponto das favelas, cinco fuzis e duas
televisão mostrou, você viu?”, pergunta, antes de voltar a grudar armas antiaéreas de calibre 30 e 50 – aquelas que, nos filmes,
os olhos no pequeno aparelho da barraca de coco, acompanhando aparecem normalmente sobre tripés, com uma esteira de munição.
mais um replay de uma cena de tiroteio no Alemão. O total de maconha recolhido é, atualmente, de 33 toneladas.
A previsão do governador Sérgio Cabral é de que até o fim Outros 235 quilos de cocaína – com 208 quilos de substâncias
do primeiro semestre as favelas do Complexo do Alemão e a para serem adicionadas e aumentar o volume do pó –, 27 quilos
Vila Cruzeiro recebam Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). de crack e 1.406 frascos de lança-perfume completam o material.
O governador tinha um compromisso no seminário ‘Rio Cidade
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame,
Sede’, que deveria ter como tema os Jogos Olímpicos de 2016. A
comemorou ao lado do chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski, o
operação nas favelas, no entanto, acabou dominando a pauta.
A onda de terror iniciada por traficantes obrigou o estado saldo parcial das apreensões. O ‘pente fino’ continua. Soldados do
a rever todo o planejamento de expansão das UPPs. Não havia Exército e das polícias Militar, Civil e Federal estão vistoriando
previsão – nem estrutura preparada – para uma ocupação deste as casas de todas as favelas do conjunto, em busca de mais armas,
porte nas favelas do Alemão e da Penha. drogas e criminosos.

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ATUALIDADES

Nascida em família de classe média alta, interessou-se


pelos ideais socialistas durante a juventude, logo após o Golpe
DILMA VANA ROUSSEFF PRESIDENTA Militar de 1964. Iniciando na militância, integrou organizações
DO BRASIL que defendiam a luta armada contra o regime militar, como o
Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda
Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Passou quase
Dilma tomou posse em 1 de janeiro de 2011, no plenário do três anos presa entre 1970 e 1972, primeiramente na Operação
Congresso Nacional, em Brasília. Ela foi empossada juntamente Bandeirante (Oban), onde teria passado por sessões de tortura,
com o vice-presidente, Michel Temer. A cerimônia foi conduzida e, posteriormente, no Departamento de Ordem Política e Social
pelo então presidente do Senado Federal, José Sarney. Ela (DOPS).
leu o compromisso oficial de “manter, defender e cumprir a Reconstruiu sua vida no Rio Grande do Sul, onde, junto a
Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo Carlos Araújo, seu companheiro por mais de trinta anos, ajudou na
brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e participou
Brasil”. O vice-presidente, Michel Temer, leu o mesmo termo de ativamente de diversas campanhas eleitorais. Exerceu o cargo de
posse. secretária municipal da Fazenda de Porto Alegre de 1985 a 1988,
No seu discurso de posse, Dilma declarou seu compromisso no governo Alceu Collares. De 1991 a 1993 foi presidente da
de erradicar a miséria no Brasil e de criar oportunidades para Fundação de Economia e Estatística e, mais tarde, foi secretária
todos. Ela também enfatizou a importância da eleição de uma estadual de Minas e Energia, de 1999 a 2002, tanto no governo de
mulher para o cargo e desejou que esse fato abrisse as portas Alceu Collares como no de Olívio Dutra, no meio do qual se filiou
para outras mulheres no futuro. Prosseguiu agradecendo ao ex- ao Partido dos Trabalhadores (PT) em 2001.
presidente Lula e fez menção especial a José Alencar, que não pôde Em 2002, participou da equipe que formulou o plano de
governo de Luiz Inácio Lula da Silva para a área energética.
comparecer à posse devido à internação hospitalar. Completou
Posteriormente, nesse mesmo ano, foi escolhida para ocupar o
seu pronunciamento lembrando que ainda era preciso uma longa
Ministério de Minas e Energia, onde permaneceu até 2005, quando
evolução do país nos aspectos político e econômico, ressaltando
foi nomeada ministra-chefe da Casa Civil, em substituição a José
também a relevância do Brasil no cenário internacional.
Dirceu, que renunciara ao cargo após o chamado escândalo do
Em abril de 2007, Dilma já era apontada como possível
mensalão.
candidata à presidência da República. No mês seguinte, Dilma Em 2009, foi incluída entre os 100 brasileiros mais influentes
afirmou que era simpática à ideia. Em outubro do mesmo ano, do ano, pela Revista Época e, em novembro do ano seguinte, a
jornais estrangeiros, como o argentino La Nación e o espanhol El Revista Forbes classificou-a como a 16ª pessoa mais poderosa do
País, já indicavam que ela era um nome forte à sucessão de Lula, mundo.
que passou a fazer uma superexposição de Dilma para testar seu
potencial como candidata. Em abril de 2008, a The Economist Repercussão Internacional
indicava que sua candidatura não parecia ainda viável, pois era Durante sua campanha eleitoral, a possibilidade de eleição
pouco conhecida, ainda que fosse a ministra mais poderosa de de Dilma Rousseff recebeu destaque em vários periódicos
Lula. internacionais.
Em dezembro de 2008, o presidente Luiz Inácio Lula da Para o britânico The Independent, em matéria publicada
Silva disse que jamais conversara com Dilma Rousseff sobre sobre a candidata, a sua eleição “marca o desmantelamento final
sua possível candidatura para as eleições presidenciais de 2010, do ‘Estado de segurança nacional’, um arranjo que os governos
dizendo ter apenas insinuado. Para Lula, Dilma é a “pessoa mais conservadores nos Estados Unidos e na Europa já viram como seu
gabaritada” para sucedê-lo. Em outubro de 2009, Dilma e Lula melhor artifício para manter um status quo podre, que manteve
foram acusados pela oposição de estarem fazendo propaganda uma vasta maioria na América Latina na pobreza, enquanto
eleitoral antes do prazo durante visitas feitas pelo Presidente às favorecia seus amigos ricos”, sendo ela uma candidata que “não
obras de Transposição do Rio São Francisco. O episódio ganhou se constrange com o passado de guerrilha urbana, que incluiu
mais notoriedade quando o então Presidente do Supremo Tribunal o combate a generais e a temporada na prisão como prisioneira
Federal, Gilmar Mendes, comentou o caso. política”. Disse também que, caso eleita, tornar-se-á “a mulher
Sua candidatura foi oficializada em 13 de junho de 2010, em mais poderosa do mundo”.
convenção nacional do Partido dos Trabalhadores realizada em O jornal espanhol El País caracterizou Dilma como “uma
Brasília-DF. Foi também referendado o nome do atual presidente grande gestora, mulher mais de ação do que de pensamento” e
da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP) como seu posteriormente, ao estimar que o candidato do PSDB José Serra
vice. Sua candidatura foi apoiada por figuras famosas como Chico pode sofrer uma “derrota humilhante” nas urnas, pôs em questão
Buarque, Beth Carvalho, Alceu Valença, Elba Ramalho, Emir o aparecimento de escândalos levantados por outros candidatos às
Sader, Oscar Niemeyer, Leonardo Boff, e Marilena Chauí. vésperas das eleições: “milhares de brasileiros sonhavam com uma
Dilma Vana Rousseff nasceu em Belo Horizonte, 14 de campanha eleitoral sem sobressaltos e centrada nas propostas dos
dezembro de 1947. É uma economista e política brasileira, candidatos, mas mais uma vez o jogo sujo está eclipsando o debate
filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Durante o governo político”.
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a chefia do A candidata, que é descendente de búlgaros, recebeu uma
Ministério de Minas e Energia, e posteriormente, da Casa Civil. reportagem de duas páginas do mais importante periódico da
Em 2010, o resultado de segundo turno, em 31 de outubro, fez Bulgária, o Trud, e vários jornalistas de meios de comunicação
com que Dilma se tornasse a primeira mulher a ser eleita para o do país comentam com empolgação a possibilidade uma filha de
posto de chefe de Estado, e também de governo, em toda a história búlgaro ser eleita presidente do Brasil. Durante sua campanha o
do Brasil. país experimentou uma espécie de “febre” e interesse por Dilma.

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ATUALIDADES

Programa de Governo gestão Lula, como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e
Segundo informações divulgadas pelo jornal O Estado de ProUni (Universidade para Todos), totalizando treze diretrizes
S. Paulo, o programa de governo de Dilma Rousseff registrado de governo. O gabinete de transição ganhou um orçamento de
no TSE em 06 de julho de 2010, uma formalidade exigida pela 2,8 milhões de reais e funcionou no Centro Cultural Banco do
legislação, contemplou duas versões em questão de algumas horas. Brasil. A coordenação coube ao ministro interino da Casa Civil,
Inicialmente o partido registrou um papelório com 19 páginas, Carlos Eduardo Esteves Lima, em conjunto com coordenadores
todas rubricadas pela candidata, com temas controversos como designados pela presidente eleita.
controle da mídia, aborto e invasão de terras. Horas depois, uma Um decreto do presidente Lula garantiu que o gabinete tivesse
segunda versão, sem os temas mais controversos – classificados acesso irrestrito a dados do atual governo relativos a contas públicas
como radicais por diversos meios de comunicação, como a Folha do governo federal, à estrutura organizacional da administração
de S. Paulo, o jornal O Globo e a revista Veja, foi enviada para pública, à implementação, ao acompanhamento e ao resultado dos
substituir o primeiro, esse assinado por advogados procuradores programas e ações de órgãos públicos e ministérios e a assuntos
do PT. Ainda segundo o jornal, a assessoria da candidata teria
que requeressem adoção de providências da administração no
afirmado que tanto ela quanto José Eduardo Dutra (presidente do
primeiro quadrimestre do novo governo.
partido) assinaram a versão sem ler o que estava escrito. Indagada,
Em nota divulgada no dia 2 de novembro, a presidente eleita
Dilma respondeu que “Nós não concordamos com a posição
disse que a coordenação política da equipe de transição ficaria a
expressa (sobre controle da mídia, aborto e invasão de terras)”.
“Tem coisas do PT com as quais concordamos, coisas com as quais cargo do vice-presidente eleito Michel Temer, do presidente do
não concordamos, e assim nos outros partidos também”. PT, José Eduardo Dutra, e dos deputados federais Antonio Palocci
Dilma foi a primeira candidata a presidência a receber multa e José Eduardo Cardozo. Seria uma equipe de cinquenta pessoas
eleitoral por propaganda irregular na eleição de 2010. A primeira eminentemente técnica e todos os partidos da base aliada foram
multa, de cinco mil reais, foi em 13 de maio de 2010, após o TSE ouvidos.
analisar o programa partidário veiculado pelo PT em dezembro de Quanto ao anúncio dos ministros, Dilma disse em entrevista
2009 e considerar que houve propaganda antecipada em favor de ao Jornal Nacional que isso seria feito em blocos e segundo
Dilma. A segunda infração ocorreu dia 10 de abril de 2010, na sede critérios exclusivamente técnicos. Disse também que sua maior
do Sindicato dos Metalúrgicos. A terceira multa, também no valor preocupação era manter a estabilidade econômica. No dia 3 de
de cinco mil reais, foi aplicada no dia 8 de julho de 2010. novembro, ela concedeu sua primeira entrevista no Palácio do
No dia 13 de julho, a ministra do Tribunal Superior Eleitoral Planalto e ressaltou que os critérios políticos não eram os mais
Nancy Andrighi multou mais uma vez a candidata em seis mil reais. importantes para escolha de ministros. Nesse pronunciamento, ela
No dia 20 de julho uma representação impetrada pelo Ministério abordou vários assuntos, declarando que pretendia um aumento
Público Eleitoral foi acatada pelo ministro Henrique Neves, e outra do salário-mínimo para 600 reais em 2011, que ainda necessitaria
multa de cinco mil reais foi aplicada à presidenciável. No mesmo da CPMF, que não pactuaria com as invasões do MST, que iria
dia, outra multa de 5 mil reais foi aplicada à candidata. A sétima dialogar com o Irã sem abrir mão da defesa dos direitos humanos,
punição foi dada no dia 22 de julho e teve o valor de 4 mil reais. que daria combate à guerra cambial internacional e que previa
Por propaganda antecipada, Dilma já contabiliza sete multas, crescimento de 8 por cento da economia no ano de 2011.
totalizando trinta e três mil reais de débito com a justiça. Na segunda semana de novembro, após uma breve folga,
Dilma retornou ao trabalho com o compromisso de acompanhar
Vitória o presidente Lula na reunião do G20, com os seguintes temas
No dia 31 de outubro de 2010, Dilma Rousseff foi eleita agendados: desenvolvimento, energia, proteção do ambiente
presidente do Brasil, cargo a ser ocupado pela primeira vez na marinho, mudança do clima e combate à corrupção. Embora ainda
história do país por uma mulher. Obteve 55.752.529 votos, que
não fosse presidente, ela recebeu convite formal do governo da
contabilizaram 56,05% do total de votos válidos.
Coreia do Sul, país-sede do evento em 2010.
No discurso, tratou de diversos temas, tais quais a valorização
Em 18 de novembro, o presidente do PT José Eduardo Dutra
da democracia, a liberdade de imprensa, a liberdade religiosa e
anunciou que o único ministério a ser criado no governo Dilma
sobretudo as mulheres. Disse ainda que seu governo iria manter
a inflação sob controle, melhorar os gastos públicos, simplificar a seria o da micro e pequena empresa. A presidente eleita se reuniu
tributação e melhorar os serviços públicos para a população. com a equipe de transição, membros do governo e representantes
Dilma Rousseff escolheu a Rede Record para conceder sua da sociedade civil no Centro Cultural Banco do Brasil e anunciou
primeira entrevista após a vitória das urnas. Ela respondeu às que iria aumentar o número de beneficiados e o valor do bolsa-
perguntas das jornalistas Ana Paula Padrão e Adriana Araújo em família, cobrindo 750 mil famílias com a inclusão de quem não
Brasília, edição que elogiou por ter sido entrevistada justamente possui filhos e ganha entre 70 e 140 reais. Marcelo Neri, da
por mulheres. A presidente também foi a primeira eleita Fundação Getúlio Vargas, disse que, para erradicar a pobreza, meta
democraticamente, desde o fim do regime militar no Brasil, a do governo Dilma, seriam necessários 21 bilhões de reais por ano,
dar uma entrevista que não fosse para a Rede Globo. E, durante que deveriam ser aplicados não só em programas assistenciais,
a conversa, Dilma ainda anunciou que a Record seria a primeira a como também em saúde e educação.
noticiar o novo ministério escolhido pela presidente. Em 24 de novembro, foi anunciado que a presidente eleita
No começo de novembro de 2010, Dilma iniciou sua escolheu Guido Mantega para o Ministério da Fazenda, Miriam
preparação para assumir o cargo de presidente da República, Belchior para o Ministério do Planejamento e Alexandre Tombini
reafirmando a necessidade de ampliação de programas-chave da para a direção do Banco Central.

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Em 3 de dezembro, mais três ministros foram anunciados: A presidente eleita e seu vice-presidente, Michel Temer, foram
Antonio Palocci para a Casa Civil, José Eduardo Cardozo para diplomados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em solenidade
o Ministério da Justiça e Gilberto Carvalho para a Secretaria- realizada no dia 17 de dezembro de 2010, na sede do TSE, em
Geral da Presidência. O novo ministro da Justiça disse que a Brasília, com a presença de 250 convidados, entre parentes e
meta do governo seria a segurança pública e também melhorar políticos. Dilma disse que irá “honrar as mulheres, cuidar dos mais
a vigilância de fronteiras, os serviços de inteligência e a Polícia frágeis e governar para todos”. Os diplomas foram confeccionados
Federal. Segundo ele, é preciso unir governadores e prefeitos no na Casa da Moeda do Brasil.
enfrentamento do crime organizado.
Família, Infância e Primeiros Anos
Em 6 de dezembro, Dilma confirmou a permanência de Nélson
Dilma é filha do advogado e empreendedor búlgaro
Jobim no Ministério da Defesa. Ele daria continuidade à Política naturalizado brasileiro Pedro Rousseff e da dona-de-casa
Nacional de Defesa e ao reaparelhamento das Forças Armadas, Dilma Jane Coimbra Silva. Seu pai, parente distante do escritor
bem como pressionaria o Congresso para aprovar a Estratégia Ran Bosilek, manteve estreita amizade com a poetisa búlgara
Nacional de Defesa. Os militares foram favoráveis a Jobim porque Elisaveta Bagriana, foi filiado ao Partido Comunista da Bulgária
ele se posicionou contra a revisão da Lei de Anistia. e frequentava os círculos literários nos anos 1920. Chegou ao
Em 8 de dezembro, o senador Garibaldi Alves Filho foi Brasil no fim da década de 1930. Deixara sua esposa, dona de casa
confirmado para o Ministério da Previdência Social. Ele disse Evdokia Yankova, esperando um filho em sua terra natal, Luben,
que era favorável ao fim do fator previdenciário, mas que não morto em 2007, mas mudou-se para Buenos Aires e, anos após,
advogava uma reforma na previdência social e que o mais voltou ao Brasil, fixou-se em São Paulo, e prosperou. Em uma
importante era um choque de gestão capaz de reduzir os gastos viagem a Uberaba conheceu Dilma Jane Coimbra Silva, moça
do INSS e eliminar seu déficit. No mesmo dia, a presidente Dilma fluminense de Nova Friburgo, professora de vinte anos, criada
no interior de Minas Gerais, onde seus pais eram pecuaristas.
escolheu outros dez ministros: o senador Edison Lobão para o
Casaram-se e fixaram residência em Belo Horizonte, onde tiveram
Ministério de Minas e Energia; Wagner Rossi para o Ministério três filhos: Igor, Dilma Vana e Zana Lúcia (morta em 1976).
da Agricultura; o deputado Pedro Novais para o Ministério do Pedro Roussef trabalhou para a siderúrgica Mannesmann, além
Turismo; o ex-governador do Rio de Janeiro Moreira Franco para de trabalhar com construções e com venda de imóveis. Vencida
a Secretaria de Assuntos Estratégicos; a senadora Ideli Salvatti a resistência inicial da sociedade local contra os estrangeiros,
para o Ministério da Pesca; a deputada Maria do Rosário para a passaram a frequentar os clubes e as escolas mais tradicionais.
Secretaria de Direitos Humanos; Paulo Bernardo para o Ministério Incentivada pelo pai, Dilma adquiriu cedo o gosto pela leitura.
das Comunicações; Alfredo Nascimento para o Ministério dos Falecido em 1962, Pedro Roussef deixou de herança por volta de
Transportes; e a jornalista Helena Chagas para a Secretaria de 15 imóveis de valor.
Comunicação Social. De 1952 a 1954, cursou a pré-escola no colégio Isabela
Em 15 de dezembro, mais quatro ministros foram anunciados: Hendrix e a partir de 1955 iniciou o ensino fundamental no
Antonio Patriota para o Ministério das Relações Exteriores; Colégio Nossa Senhora de Sion, em Belo Horizonte. Em 1964, ela
prestou concurso e ingressou no Colégio Estadual Central (atual
Nélson Jobim, já confirmado anteriormente, para o Ministério da
Escola Estadual Governador Milton Campos), ingressando na
Defesa; Fernando Pimentel para o Ministério do Desenvolvimento, primeira série do clássico (ensino médio). Nessa escola pública
Indústria e Comércio Exterior; e Aloizio Mercadante para o o movimento estudantil era ativo, especialmente por conta do
Ministério da Ciência e Tecnologia. No dia seguinte, outros três recente golpe militar. De acordo com ela, foi nesta escola que
ministros foram apresentados: Fernando Haddad para o Ministério ficou “bem subversiva” e que percebeu que o mundo não era
da Educação, Carlos Lupi para o Ministério do Trabalho e Izabella para “debutante”, iniciando sua educação política. Ainda em
Teixeira para o Ministério do Meio Ambiente. 1964, ingressou na Política Operária (POLOP), uma organização
No dia 20 de dezembro, Dilma oficializou mais sete nomes: fundada em 1961, oriunda do Partido Socialista Brasileiro, onde
Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde; Ana de Hollanda militou ao lado de José Aníbal. Seus militantes logo viram-se
para o Ministério da Cultura; Tereza Campello para o Ministério do divididos em relação ao método a ser utilizado para a implantação
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Mário Negromonte do socialismo: enquanto alguns defendiam a luta pela convocação
para o Ministério das Cidades; Luiza Helena de Bairros para a de uma assembleia constituinte, outros preferiam a luta armada.
Dilma ficou com o segundo grupo, que deu origem ao Comando
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial;
de Libertação Nacional (COLINA). Para Apolo Heringer, que foi
Orlando Silva de Jesus Júnior para o Ministério do Esporte; e Luís dirigente do COLINA em 1968 e havia sido professor de Dilma
Inácio Adams para a Advocacia Geral da União. na escola secundária, a jovem fez opção pela luta armada depois
No dia 21 de dezembro, mais cinco ministros foram que leu Revolução na Revolução, de Régis Debray, um francês
apresentados: Fernando Bezerra Coelho para o Ministério da que havia se mudado para Cuba e ficara amigo de Fidel Castro.
Integração Nacional; General José Elito Carvalho para o Gabinete Segundo Heringer, “O livro incendiou todo mundo, inclusive a
de Seguranç Institucional; Luiz Sérgio para a Secretaria de Relações Dilma”.
Institucionais; Leônidas Cristino para a Secretaria Especial de Foi nessa época que conheceu Cláudio Galeno de Magalhães
Portos; e Jorge Hage para a Controladoria-Geral da União. Os dois Linhares, cinco anos mais velho, que também defendia a luta
últimos membros da equipe ministerial foram conhecidos em 22 de armada. Galeno ingressara na POLOP em 1962, havia servido no
dezembro: Afonso Florence para o Ministério do Desenvolvimento Exército, participara da sublevação dos marinheiros por ocasião
Agrário e Iriny Lopes para a Secretaria Especial de Políticas para do golpe militar e fora preso na Ilha das Cobras. Casaram-se em
as Mulheres. 1967, apenas no civil, depois de um ano de namoro.

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Atuação no COLINA Na VAR-Palmares


Segundo companheiros de militância, Dilma teria desenvoltura Carlos Araújo foi escolhido como um dos seis dirigentes da
e grande capacidade de liderança, impondo-se perante homens VAR-Palmares, que se autointitulava “uma organização político-
acostumados a mandar. Não teria participado diretamente das ações militar de caráter partidário, marxista-leninista, que se propõe a
armadas, pois era conhecida por sua atuação pública, contatos cumprir todas as tarefas da guerra revolucionária e da construção
com sindicatos, aulas de marxismo e responsabilidade pelo jornal do Partido da Classe Operária, com o objetivo de tomar o poder e
O Piquete. Apesar disso, aprendeu a lidar com armamentos e a construir o socialismo”.
enfrentar a polícia. De acordo com Maurício Lopes Lima, um integrante de
No início de 1969, o COLINA em Minas Gerais resumia-se a buscas da Operação Bandeirante (Oban), estrutura que integrava
algumas dezenas de militantes, com pouco dinheiro e com poucas o serviço de inteligência das Forças Armadas (onde teriam sido
armas. Suas ações haviam-se resumido a quatro assaltos a bancos,
realizados atos de tortura), Dilma era a grande líder da organização
alguns furtos de carros e dois atentados a bomba, que não fizeram
vítimas. Em 14 de janeiro, com a prisão de alguns militantes após clandestina VAR-Palmares. Usando vários codinomes, como
um assalto a banco, outros reuniram-se para discutir como libertá- Estela, Luísa, Maria Lúcia, Marina, Patrícia e Wanda, teria recebido
los. Ao amanhecer, eles foram surpreendidos com a ação da polícia epítetos superlativos dos relatórios da repressão, definindo-a como
na casa onde estavam e reagiram, usando uma metralhadora do “um dos cérebros” dos esquemas revolucionários. O delegado
grupo para matar dois policiais e ferir um terceiro. Newton Fernandes, que investigou a organização clandestina em
Dilma e Galeno passaram a dormir cada noite em um local São Paulo e traçou o perfil de dezenas de integrantes, afirma que
diferente, já que o apartamento em que moravam era também Dilma era uma das molas mestras dos esquemas revolucionários.
frequentado por um dos líderes da organização que fora preso. O promotor que denunciou a organização chamou-a “Joana d’Arc
Precisaram, pois, voltar ao apartamento escondidos, para destruir da subversão”, a chefiar greves e assessorar assaltos a bancos, que
documentos da organização. Permaneceram algumas semanas Dilma contesta, dizendo nada lembrar das tantas ações que lhe
em Belo Horizonte, tentando reorganizar o que sobrara do grupo. atribuem. O militante Darcy Rodrigues, braço direito de Carlos
Cientes de que as casas de seus pais eram vigiadas (a família não Lamarca, diz que ela era ligação entre os comandos nacional e
conhecia o grau de envolvimento de Dilma com essas atividades), regionais.
Galeno ainda precisou passar por mudança física, pois um retrato A VAR-Palmares teria também planejado em 1969 o sequestro
falado seu como sendo um dos participantes do assalto ao banco de Delfim Neto, símbolo do milagre econômico e, à época, o
(por ele negado) fora divulgado. Em março, o apartamento foi civil mais poderoso do governo federal. O suposto sequestro,
invadido, mas nenhum documento interno da organização foi
que deveria ter sido em dezembro daquele ano, já havia sido
encontrado. Perseguidos na cidade, a organização ordenou que
referido no livro “Os Carbonários”, de Alfredo Sirkis, em 1981.
fossem para o Rio de Janeiro. Dilma tinha 21 anos e concluíra o
segundo ano de Economia. Antonio Roberto Espinosa, ex-comandante da Vanguarda Popular
Era grande a quantidade de mineiros da organização no Revolucionária e da VAR-Palmares, reconheceu haver coordenado
Rio (inclusive Fernando Pimentel, que tinha 18 anos quando o plano, que seria de conhecimento de cinco membros da cúpula
a perseguição foi iniciada, e recusou-se a obedecer as ordens da organização, e Dilma seria um daqueles integrantes de cúpula.
de seu pai para entregar-se ao Exército, entrando, pois, na O sequestro não se teria consumado devido ao fato de os membros
clandestinidade), sem que houvesse infraestrutura para abrigar daquele grupo começarem a ser capturados semanas antes. Dilma
a todos. Dilma e Galeno ficaram um período na casa de uma nega peremptoriamente tivesse qualquer conhecimento do plano
tia de Dilma, que imaginava que o casal estava de férias. Mais e duvida que alguém disso realmente se lembre, declarando que
tarde, ficaram num pequeno hotel e, a seguir, num apartamento, Espinosa teria fantasiado sobre o assunto. Ao tomar conhecimento
até Galeno ser enviado pela organização a Porto Alegre. Dilma das declarações que lhe foram atribuídas, entretanto, Espinosa
permaneceu no Rio, onde ajudava a organização, participando de contestou aquela informação, dizendo que nunca afirmara que
reuniões, bem como no transporte de armas e dinheiro. Nessas Dilma teve conhecimento do plano, o que, se ocorreu, foi em
reuniões, conheceu o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de termos rápidos e vagos. Afirmou, pois, que Dilma nunca participou
Araújo, então com 31 anos, por quem se apaixonou e com quem de ações ou de planejamento de ações militares, sempre tendo uma
viria a viver por cerca de 30 anos. Araújo era chefe da dissidência militância somente política.
do Partido Comunista Brasileiro (PCB, na época também
Mesmo com grande quantidade de dinheiro, a organização não
conhecido como o “Partidão”), e abrigara Galeno em Porto Alegre.
conseguiu manter a unidade. Em um congresso em Teresópolis,
A separação de Galeno e Dilma foi pacífica.
Araújo era filho de um renomado advogado trabalhista e havia entre agosto e setembro de 1969, teria havido grande divisão entre
começado cedo na militância, no PCB. Tinha viajado pela América os “militaristas”, focados na luta armada, e os “basistas”, que
Latina (inclusive conhecendo Fidel Castro e Che Guevara) e já defendiam um trabalho de massas. Dilma estava com o segundo
havia sido preso por alguns meses em 1964. Com a edição do AI- grupo. Enquanto os primeiros se agruparam na VPR militarista,
5, em 1968, ingressou na luta armada. No início de 1969, passou liderados por Lamarca, Dilma ficou no segundo grupo, a VAR-
a tratar da fusão de seu grupo com o COLINA e a Vanguarda Palmares basista. Teria havido disputa pelo dinheiro do grande
Popular Revolucionária (VPR), liderada por Carlos Lamarca. assalto e pelas armas.
Dilma participou de algumas reuniões sobre a fusão, que acabou Após a divisão, Dilma foi enviada a São Paulo, onde esteve
formalizada em duas conferências em Mongaguá, originando a encarregada de manter em segurança as armas que couberam a
Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). seu grupo. Evitando mantê-las em apartamentos sem a segurança
Dilma e Araújo estiveram presentes, e Lamarca, que teria tido necessária, ela e a amiga Maria Celeste Martins (décadas mais
impressão de ser Dilma “metida a intelectual”. Ela teria defendido tarde, sua assessora na Casa Civil) mudaram-se para uma pensão
trabalho político pelas bases, criticando a visão militarista simples na zona leste urbana, com banheiro coletivo, escondendo
característica da VPR. o arsenal debaixo da cama.

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Prisão junto ao arquivo do Departamento de Ordem Política e Social


Uma série de prisões de militantes conseguiu capturar José (DOPS). Diante da contestação de Dilma, que apresentou inclusive
Olavo Leite Ribeiro, que encontrava-se três vezes por semana perícias comprovando a fraude, o jornal admitiu, então, não ter
com Dilma. Conforme o relato de Ribeiro, após um dia de tortura, obtido a ficha da parte do DOPS, mas via e-mal, declarando, pois,
revelou o lugar onde se encontraria com outro militante, em um simplesmente “não poder atestar sua veracidade”.
bar na Rua Augusta. Em 16 de janeiro de 1970, obrigado a ir ao Dilma foi condenada em primeira instância a seis anos de
local acompanhado de policiais disfarçados, seu colega também prisão. Havendo cumprido três anos, o Superior Tribunal Militar
foi capturado e, quando já se preparavam para deixar o local, reduziu, então, a condenação a dois anos e um mês. Teve também
Dilma, que não estava sendo esperada, logo chegou. Percebendo seus direitos políticos cassados por dezoito anos.
que algo estava errado, Dilma tentou sair do local sem ser notada. Dilma saiu do Presídio Tiradentes no fim de 1972, com 57 kg,
Desconfiados, os policiais a abordaram e encontraram-na armada. dez quilos mais magra e com uma disfunção na tireoide. Havia
“Se não fosse a arma, é possível que conseguisse escapar”, ressalta sido condenada em alguns processos e absolvida em outros. Passou
Ribeiro. um período com sua família, em Minas Gerais, para se recuperar,
Foi, então, levada para a Operação Bandeirante (Oban), no algum tempo com uma tia, em São Paulo, e mudou-se para Porto
mesmo local onde cinco anos depois Vladimir Herzog perderia a Alegre, onde Carlos Araújo cumpria os últimos meses de sua pena.
vida. Teria sido torturada por vinte e dois dias com palmatória, Ficou na casa dos sogros, de onde avistava o presídio onde estava
socos, pau-de-arara, choques elétricos. Araújo. Dilma visitava-o com frequência, levando jornais e até
No meio militar, há quem veja o relato de Dilma com ironia livros políticos, disfarçados de romances. Desativado o Presídio
e descrédito, especialmente quanto à possibilidade de alguém da ilha das Pedras Brancas, Araújo cumpriu o restante da pena no
sobreviver a vinte e dois dias de tortura. Posteriormente, Dilma Presídio Central. O prestigiado advogado Afrânio Araújo, pai de
denunciou as torturas em processos judiciais, inclusive dando Carlos, faleceu em junho de 1974, o que levou amigos juristas a
nome de militares que participaram dos atos, como o capitão do pressionarem solução para a prisão de Carlos, que acabou libertado
Exército Benoni de Arruda Albernaz, referido por diversas outras uma semana depois.
pessoas. Ainda que tenha revelado o nome de alguns militantes, Punida por subversão, de acordo com o Decreto-lei 477
conseguiu preservar Carlos Araújo (que só viria a ser preso vários (considerado o “AI-5 das universidades”), ela havia sido expulsa
meses depois) e sua ajudante no recolhimento das armas, Maria da Universidade Federal de Minas Gerais e impedida de retomar
Celeste Martins. Seu nome estava numa lista, encontrada na casa seus estudos naquela universidade em 1973, o que levou Dilma
de Carlos Lamarca, com presos a que se daria prioridade para a prestar vestibular para Economia na Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. Graduou-se em 1977, não tendo participado
serem trocados por sequestrados, mas nunca foi trocada e cumpriu
ativamente do movimento estudantil. No ano anterior, em março,
a pena regularmente.
nasceu sua única filha, Paula Rousseff Araújo. Sua primeira
Carlos Araújo foi preso em 12 de agosto de 1970. Durante
atividade remunerada, após sair da prisão, foi a de estagiária na
o período em que Dilma esteve presa, Araújo teve um rápido
Fundação de Economia e Estatística (FEE), vinculada ao governo
romance com a atriz e então simpatizante da organização Bete
do Rio Grande do Sul.
Mendes. Ao ser preso, encontrou-se com Dilma em algumas
A sua militância política, desta vez dentro da legalidade, foi
ocasiões, nos deslocamentos relativos aos processos militares que
reiniciada no Instituto de Estudos Políticos e Sociais (IEPES),
ambos respondiam. Ficaram alguns meses no mesmo presídio ligado ao então único partido legalizado de oposição, o Movimento
Tiradentes, em São Paulo, inclusive com visitas íntimas, onde se Democrático Brasileiro (MDB). Mesmo não tendo se filiado
reconciliaram, planejando reatarem a vida conjugal após a prisão. ao partido, Dilma organizava debates no instituto, que recebia
Em dezembro de 2006, a Comissão Especial de Reparação palestras de intelectuais como Francisco de Oliveira, Fernando
da Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro Henrique Cardoso e Francisco Weffort. Em 1976, Araújo e Dilma
aprovou pedido de indenização por parte de Dilma e de outras trabalharam na campanha a vereador de Glênio Peres, pelo MDB.
dezoito pessoas, presas em dependências de órgãos policiais do Embora eleito, Peres foi cassado por denunciar torturas em um
governo estadual paulista na década de 1970. Em seu processo, foi discurso. Em novembro de 1977, o nome de Dilma foi divulgado no
fundamental o depoimento de Vânia Abrantes, que esteve com ela jornal O Estado de São Paulo como sendo um dos 97 subversivos
na mesma viatura policial em uma viagem de São Paulo para o Rio infiltrados na máquina pública. A relação havia sido elaborada pelo
de Janeiro (Vânia era a companheira de Carlos Araújo quando ele então demissionário Ministro do Exército, Sílvio Frota, que havia
e Dilma começaram seu relacionamento). Pediu ainda indenização resumido os antecedentes políticos dos listados. Dilma, qualificada
nos estados de São Paulo e Minas Gerais, pois além de ter sido como militante da VAR-Palmares e do COLINA e “amasiada com
presa em São Paulo, fora levada a interrogatório em Juiz de Fora e o subversivo” Carlos Araújo, foi, em consequencia, exonerada da
no Rio de Janeiro. Também pediu indenização ao governo federal. FEE, sendo, contudo, anistiada mais tarde.
Nos três estados, as indenizações fixadas em lei, somadas, podem A partir de 1978, Dilma passou a frequentar a Universidade
chegar a 72 mil reais. Conforme a assessoria de Dilma, os pedidos Estadual de Campinas, com intenção de cursar mestrado. Nessa
tem um caráter simbólico, além do que teria solicitado que os época, participava de um grupo de discussão em São Paulo com
processos só fossem julgados após seu afastamento dos cargos outros ex-integrantes da VAR-Palmares, dentre os quais Rui
públicos. Falcão, Antonio Roberto Espinosa, seu companheiro de prisão e,
No dia 5 de abril de 2009, a Folha de São Paulo publicou, ao eventualmente, Carlos Araújo. Com reuniões trimestrais, o grupo
lado de uma reportagem sobre o suposto plano da VAR-Palmares durou cerca de dois anos, lendo obras de Marx, Poulantzas e
para sequestrar o então ministro Antonio Delfim Netto, uma falsa Althusser, discutindo o melhor momento de retomar a atividade
ficha criminal de Dilma Rousseff, que o jornal alegou ter obtido política.

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O sítio oficial da Casa Civil informava erroneamente que Comunicações, sustentada pela influência de Carlos Araújo e seu
Dilma era mestre em teoria econômica pela Unicamp e, também, grupo político[45]. Permaneceu no cargo até final de 1994, época
doutoranda em economia monetária e financeira pela mesma em que seu relacionamento com Araújo chegou ao fim, abalado
universidade. Na Plataforma Lattes, Dilma estava identificada pela descoberta da gravidez da mãe de Rodrigo, nascido em 1995.
como mestra, com título obtido em 1979, e doutoranda em Depois reconciliaram-se e permaneceram juntos até 2000, quando
ciências sociais aplicadas desde 1998. Conforme as informações Dilma foi morar só em um apartamento alugado.
da Unicamp, Dilma cumpriu os créditos (cursara as disciplinas Em 1995, terminado o mandato de Alceu Collares, Dilma
e demais requisitos) referentes aos cursos, mas não defendeu as afastou-se dos cargos políticos e retornou à FEE, passando a ser
teses, não obtendo assim os títulos. A assessoria de imprensa da editora da revista Indicadores Econômicos. Foi nesse intervalo que
Casa Civil reconheceu que havia informado errado a titulação ela se matriculou oficialmente no curso de doutorado da Unicamp,
da ministra, corrigindo-a, primeiro, para “cursou mestrado e em 1998. Em 1998, o petista Olívio Dutra ganhou as eleições para
doutorado pela Unicamp” e, após, para “foi aluna de mestrado e o governo gaúcho com o apoio do PDT no segundo turno, e Dilma
doutorado em ciências econômicas pela Unicamp, onde concluiu retornou à Secretaria de Minas e Energia.
os respectivos créditos”. O PDT ganhara alguns cargos no primeiro escalão, mas
A assessoria de imprensa informa que Dilma foi, realmente, Leonel Brizola entendia que seu partido tinha pouco espaço no
aluna do curso de pós-graduação stricto sensu (mestrado) em governo, administrando parcela ínfima do orçamento. Por não
ciências econômicas naquela instituição entre março de 1978 conseguirem mais espaço, os pedetistas foram pressionados a
e julho de 1983, havendo cumprido os créditos exigidos, mas entregar seus cargos. A composição da chapa para a prefeitura de
não tendo defendido a dissertação, pois assumira a Secretaria Porto Alegre nas eleições de 2000 acentuou a briga entre os dois
Municipal da Fazenda de Porto Alegre. O doutorado também partidos, pois o PDT indicava Alceu Collares e o PT, Tarso Genro.
não teria sido concluído por ter ela assumido outro cargo político Dilma defendeu a manutenção da aliança que elegera Olívio Dutra
(ocupou a Secretaria de Minas, Energia e Comunicações do Rio e apoiou a candidatura de Tarso Genro, por não aceitar “alianças
Grande do Sul de 1999 a 2002 e em seguida foi nomeada Ministra neoliberais e de direita”, mesmo já tendo defendido a aliança com
de Minas e Energia). Marchezan, da ditadura militar, na eleição de 1986. Genro venceu
Collares no segundo turno e Dilma filiou-se ao PT.
Carreira Política Na sua gestão na Secretaria de Minas e Energia do governo
Com o fim do bipartidarismo, participou junto com Carlos Dutra, a capacidade de atendimento do setor elétrico subiu 46%,
Araújo dos esforços de Leonel Brizola para a recriação do Partido
com um programa emergencial de obras que reuniu estatais e
Trabalhista Brasileiro (PTB). Após a perda da sigla para o grupo
empresas privadas. Em janeiro de 1999, Dilma viaja a Brasília e
de Ivete Vargas, participou da fundação do Partido Democrático
alerta as autoridades do setor elétrico de que, sem investimentos
Trabalhista (PDT). Araújo foi eleito deputado estadual em 1982,
em geração e transmissão de energia, os cortes que o Rio Grande
1986 e 1990. Foi, também, por duas vezes, candidato a prefeito
do Sul enfrentara no início de sua gestão ocorreriam no resto do
de Porto Alegre, perdendo para os petistas Olívio Dutra, em 1988,
país. Na crise do apagão elétrico no final do governo Fernando
e Tarso Genro, em 1992. Dilma conseguiu seu segundo emprego
Henrique Cardoso, os três estados da Região Sul não foram
na primeira metade dos anos 1980 como assessora da bancada do
atingidos, não sendo imposto qualquer racionamento, pois
PDT na assembleia legislativa do Rio Grande do Sul.
Araújo e Dilma dedicaram-se com afinco na campanha de não houve estiagem na região. Ainda assim, houve economia
Alceu Collares à prefeitura de Porto Alegre, em 1985, sendo que voluntária de energia e Dilma tentou obter compensação, como se
em sua casa foi preparada grande parte da campanha e do programa concedia nas demais regiões. O governo federal não cedeu e Dilma
de governo. Eleito prefeito, Collares a nomeou titular da Secretaria conseguiu contemporizar junto à iniciativa privada gaúcha.
Municipal da Fazenda, seu primeiro cargo executivo. Collares Os assuntos relacionados à área de minas e energia na
reconhece a influência de Araújo na indicação, mas ressalta que, plataforma do candidato Lula eram discutidos em reuniões
para isso, certamente também contribuiu a competência de Dilma. coordenadas pelo físico e engenheiro nuclear Luiz Pinguelli Rosa.
Na campanha do pedetista Aldo Pinto para o governo do Este, como Ildo Sauer, outro destaque do grupo, era totalmente
estado em 1986, Dilma foi uma grande assessora. O candidato contrário às privatizações no setor, que, em sua visão, eram as
a vice na chapa era Nelson Marchezan, um dos mais destacados responsáveis pelos problemas energéticos que o país passava.
civis apoiadores da ditadura militar. Convidada por Pinguelli a participar do grupo em junho de
Dilma permaneceu à frente da Secretaria da Fazenda até 2001, Dilma chegou tímida para integrar uma equipe com vários
1988, quando se afastou para se dedicar à campanha de Araújo à professores, mas logo se sobressaiu com sua objetividade e bom
prefeitura de Porto Alegre. Foi substituída por Políbio Braga. conhecimento do setor. Para todos no grupo, contudo, era evidente
A derrota de Araújo na candidatura a prefeito alijou o PDT que Pinguelli seria o ministro de Minas e Energia, caso Lula
dos cargos executivos. Em 1989, contudo, Dilma foi nomeada vencesse a eleição em 2002.
diretora-geral da Câmara Municipal de Porto Alegre, mas acabou Foi grande a surpresa quando Lula, eleito, escolheu Dilma
sendo demitida do cargo pelo presidente da casa, vereador Valdir para titular da pasta. Teria pesado muito a simpatia que Antonio
Fraga, porque chegava tarde ao trabalho. Palocci nutria por Dilma, reconhecendo que teria trânsito muito
Em 1990, Alceu Collares foi eleito governador, indicando mais fácil junto ao setor privado do que Pinguelli, além de ter
Dilma para presidente da Fundação de Economia e Estatística apoiado a Carta aos Brasileiros, concordando com as mudanças no
(FEE), na qual ela estagiara na década de 1970. Permaneceu ali até partido. Olívio Dutra diz que também foi consultado e elogiou os
fim de 1993, quando foi nomeada Secretária de Energia, Minas e méritos técnicos de sua secretária de Minas e Energia.

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ATUALIDADES

Sua gestão no ministério foi marcada pelo respeito aos contratos não sendo possível supor que seja um programa que dê retorno
da gestão anterior, como pelos esforços em evitar novo apagão e financeiro. No governo anterior, havia sido lançado o programa
pela implantação de um modelo elétrico menos concentrado nas “Luz no Campo”, com o objetivo de incentivar o agronegócio
mãos do Estado, diferentemente do que queriam Luiz Pinguelli e prevendo o custeio pelo beneficiário, sendo que o programa
Rosa e Ildo Sauer. Quanto ao mercado livre de energia, Dilma não governamental propunha-se a financiar o custo. A meta daquele
só o manteve como o ampliou. José Luiz Alquéres, presidente da programa anterior era atender um milhão de famílias, mas, até
Light, elogia o modelo implantado por Dilma, que está ajudando o o início de 2003, pouco mais da metade haviam sido atendidas.
segmento, criticando apenas a demora, que na sua visão é culpa da Conforme Dilma, o programa anterior só obteve resultados
máquina governamental. Convicta de que investimentos urgentes nos estados onde os governos locais subsidiaram a população.
em geração de energia elétrica deveriam ser feitos para que o país Defendeu, então, um programa altamente subsidiado pelo
não sofresse um apagão já em 2009, Dilma travou um sério embate governo, que não deveria apenas financiar, mas custear e suportar
com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que defendia o efetivamente tal universalização. O subsidio em questão deveria
embargo a várias obras, preocupada com o desequilíbrio ecológico ser expressa e unicamente para o consumidor final, destinatário do
que poderiam causar. José Dirceu, então ministro-chefe da Casa programa, e não para as empresas.
O programa foi lançado em novembro de 2003, com o nome
Civil, teve que criar uma equipe de mediadores entre as ministras
“Luz Para Todos”, concentrado em beneficiar regiões de baixo
para tentar resolver as disputas.
índice de desenvolvimento humano e famílias com renda até
Amigo de Lula, Pinguelli foi nomeado presidente da
três salários mínimos. A meta do programa era atender, até 2008,
Eletrobras e protagonizou grandes divergências com a ministra, dois milhões de famílias. Em abril de 2008, o governo ampliou o
chegando a colocar o cargo à disposição. Ironizava as oscilações de programa para até 2010, de modo a beneficiar mais 1,17 milhão de
humor de Dilma: “Essa moça formata o disquete a cada semana.” famílias. Em outubro de 2008, Dilma reconheceu que o governo
Pinguelli por fim deixou o governo. Mauricio Tolmasquim, que não conseguiria cumprir a meta em tempo, e ainda restariam 100
na equipe de transição tinha uma visão do setor mais próxima a mil famílias para serem atendidas em 2009. A Região Nordeste
de Dilma, foi convidado por ela para ser o secretário-executivo concentrou 49% das ligações do programa, que representou, de
do ministério. Declarou que à medida que foram se conhecendo janeiro de 2005 a maio de 2008, 37,8% de todas as novas ligações
melhor, Dilma passou a gritar de vez em quando com ele: “É o elétricas na região, fazendo com que o Nordeste pela primeira vez
jeito dela. Não é pessoal. E em cinco minutos fica tudo bem.» ultrapassasse a Região Sul no consumo de energia elétrica.
Ildo Sauer também desentendeu-se com a ministra, que rechaçara Como ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff tinha o
suas ideias sobre um modelo estatizante. Com efeito, ao assumir apoio de dois dos principais ministros do governo Lula: Antonio
a direção de gás e energia da Petrobras, divergiu, assim como o Palocci e José Dirceu. Quando Dirceu saiu do ministério devido
presidente da empresa, Sergio Gabrielli, várias vezes da ministra, ao escândalo do mensalão, ao invés de ela ficar enfraquecida,
sendo necessário até mesmo a intervenção de Lula. Sauer deixou a novamente Lula surpreendeu escolhendo-a para a chefia da Casa
empresa em 2007. Ainda sobre questões de energia, também teve Civil. Gilberto Carvalho, secretário particular do presidente, diz
desentendimentos com a ministra o ex-deputado federal Luciano que Dilma chamou a atenção de Lula pela coragem de encarar
Zica. Para ele, «a Dilma é a pessoa mais democrática do mundo, situações difíceis e pela capacidade técnica. Franklin Martins,
desde que se concorde 100% com ela”. ex-guerrilheiro a se tornar ministro, afirmou que Lula teria ficado
Ao assumir o ministério, Dilma defendeu uma nova política muito impressionado com a gestão de Dilma nas Minas e Energia,
industrial para o governo, fazendo com que as compras de evitando um outro apagão: “Lula percebeu que ela fazia as coisas
plataformas pela Petrobras tivessem um conteúdo nacional mínimo, andarem.” E evitaria a disputa entre Palocci e Dirceu para sucedê-
com o que poderiam gerar cerca de 30 mil novos empregos no lo, já que Dilma não tinha essa ambição, era nova no partido e, por
país. Argumentou que não era possível que uma obra de 1 bilhão não pertencer a nenhuma ala, transitava por todas. Dilma revelou
de reais não fosse feita no Brasil. As licitações para as plataformas a Gilberto Carvalho que a indicação para a Casa Civil foi surpresa
P-51 e P-52 foram, assim, as primeiras no país a exigir um conteúdo muito maior do que quando fora indicada para a pasta de Minas e
nacional mínimo. Houve críticas à exigência, sob o fundamento de Energia. O senador Pedro Simon (PMDB-RS), disse que, desde
que Dilma assumiu o ministério, “a seriedade está se impondo”
que isso aumentaria os custos da Petrobrás, mas Dilma defendeu
na Casa Civil.
a capacidade do país de produzir navios e plataformas, afirmando
O Consulado dos EUA em São Paulo encaminhou ao
que a nacionalização, que variava entre 15 e 18%, subira a mais de
Departamento de Estado, logo após a posse de Dilma na
60%. Lula reconheceu que, visto apenas sob a óptica da empresa, Casa Civil, dossiê detalhado, traçando seu perfil, o passado
o custo foi maior, entretanto não se deveria mirar apenas o custo de guerrilheira, gostos e hábitos pessoais e características
imediato, mas também o fortalecimento da ciência e tecnologia profissionais, descrevendo-a como técnica prestigiada e detalhista,
nacionais. Assim, em 2008, a indústria naval passou a empregar com fama de workaholic e com grande capacidade de ouvir, mas
40 mil pessoas, marca extraordinariamente superior comparada com falta de tato político, dirigindo-se às vezes, conforme relato
às 500 pessoas empregadas em meados da década de 1990, fato de assessor graduado, diretamente aos técnicos, em lugar de aos
que seria decorrente da exigência de nacionalização, e que levou seus superiores.
a indústria naval à condição de sexta maior do mundo em 2009. Em virtude do escândalo dos cartões corporativos, surgido em
Dilma propôs acelerar as metas de universalização do acesso janeiro de 2008, atingindo o governo federal e causando a demissão
à energia elétrica, que tinha como prazo final 2015, de modo que da ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde
mais 1,4 milhão de domicílios rurais viessem a ser iluminados até Ribeiro, a oposição entrou com pedido para a instalação de uma
2006. Argumentou que a universalização era uma meta de inclusão Comissão Parlamentar de Inquérito para investigações mais
social, devendo fazer parte de programas como o Fome Zero, aprofundadas.

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ATUALIDADES

Em 22 de março de 2008, uma reportagem da Revista Veja Dilma se considera pró-vida, e apoia o aborto apenas em
afirmou que o Palácio do Planalto montara dossiê detalhando gestações que põem em risco a vida da mãe ou são o resultado
gastos da família Fernando Henrique Cardoso. A matéria diz que de estupro, casos em que a legislação brasileira atual permite às
os documentos estariam sendo usados para intimidar a oposição mulheres interromper a gravidez. Seus atuais pontos de vista têm
na CPI dos Cartões Corporativos. A Casa Civil negou a existência sido criticados por setores da Igreja Católica brasileira e de outros
de um tal dossiê, apresentando, no intervalo de quinze dias, três grupos religiosos, devido ao seu passado para apoiar a legalização
versões diferentes sobre o assunto, todas depois desmentidas pela do aborto. Foi também um dos principais alvos de críticas por
imprensa. Em 28 de março, o jornal Folha de São Paulo publicou parte de campanha de José Serra, bem como pela revista Veja, que
uma reportagem afirmando que a secretária-executiva da Casa destacou numa de suas reportagens a mudança das posições de
Civil, Erenice Alves Guerra, dera a ordem para a organização do Dilma em relação ao aborto.
dossiê. Em entrevista coletiva de 4 de abril, Dilma reconheceu Quando perguntada sobre o processo penal do goleiro do
a feitura do banco de dados, mas descartou qualquer conotação Flamengo Bruno Fernandes de Souza, acusado de assassinar sua
política pertinente. Disse que o vazamento de informações e ex-namorada Eliza Samudio, Rousseff declarou que era contra
papéis federais é crime e que uma comissão de inquérito interna a pena de morte. De acordo com ela, se a pena de morte fosse
iria apurar o fato. Em 7 de abril, a Polícia Federal (PF) decidiu realmente útil, não haveriam mais crimes hediondos nos Estados
investigar o caso. Unidos, onde alguns estados apoiam a pena.
Em 7 de maio, em audiência na Comissão de Infraestrutura do Dilma opõe-se ao casamento gay, mas o apoia a união civil
Senado Federal, respondeu questões relativas ao “dossiê”. entre pessoas do mesmo sexo. Segundo ela, “o casamento é uma
As investigações da PF concluíram que o responsável pelo questão religiosa. Eu, como indivídua, nunca diria o que uma
vazamento foi o funcionário da Casa Civil José Aparecido Nunes, religião deve fazer ou não. Temos que respeitá-los.” Sobre a união
então subordinado de Erenice Guerra, então secretária-executiva civil entre pessoas do mesmo sexo, Dilma Rousseff disse que a
de Dilma Rousseff e posteriormente sua sucessora na Casa Civil. base dos direitos civis deve ser reconhecida de uma maneira civil.
Ele enviou passagens do dossiê para o assessor do senador Álvaro Ela também se opõe à legalização das drogas ilegais, afirmando
Dias, André Fernandes, confirmando que o dossiê existiu. que “o Brasil hoje é incapaz de propor a descriminalização de
qualquer droga.”
Caso Varig Como membra do Partido dos Trabalhadores, um partido que
Em junho de 2008, a ex-diretora da Anac (Agência Nacional se diz social-democrata e que se opõe à política da Terceira via,
de Aviação Civil) Denise Abreu afirmou em entrevista ao jornal Rousseff é contra as privatizações e o neoliberalismo. Contudo,
O Estado de S. Paulo, que a Casa Civil favoreceu a venda da declarou que é favorável à concessão da iniciativa privada e à
VarigLog e da Varig ao fundo norte-americano Matlin Patterson e construção de novas usinas e estradas quando é mais barato fazê-
aos três sócios brasileiros. las mediante subsídios do que por obras públicas. Ela também se
Abreu, que deixou o cargo em agosto de 2007, sob acusações comprometeu a aprofundar os programas sociais popularizados ou
feitas durante a CPI do Apagão Aéreo, relatou que a ministra Dilma inaugurados com o governo Lula, dizendo que, sob seu governo,
Rousseff e a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, a “o Brasil continuará a crescer, com inclusão social e mobilidade”.
pressionaram a tomar decisões favoráveis à venda da VarigLog e
da Varig. Segundo ela, Dilma a desestimulou a pedir documentos
que comprovassem a capacidade financeira dos três sócios (Marco
Antônio Audi, Luís Eduardo Gallo e Marcos Haftel) para comprar ANOTAÇÕES
a empresa, já que a lei proíbe estrangeiros de possuir mais de 20%
do capital das companhias aéreas.
Dilma negou as acusações e Denise Abreu não apresentou
nenhum documento ou prova que sustentasse suas acusações.
——————————————————————————
Programa de Aceleração do Crescimento ——————————————————————————
Dilma Rousseff é considerada pelo governo a gerente do
Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). Lula também ——————————————————————————
a chamou de “mãe” do PAC, designando-a responsável pelo ——————————————————————————
programa em todo o país e informando que a população deve
cobrar dela o andamento das obras. Quanto ao ritmo das obras, ——————————————————————————
Dilma alegou que o país não tem o elevado grau de eficiência da ——————————————————————————
Suíça, mas tem conseguido acelerar os maiores projetos.
Entre 1995 e 1996, quando estava afastada de suas atividades ——————————————————————————
em cargos públicos, Dilma teve uma curta experiência como ——————————————————————————
micro-empresária.
——————————————————————————
Outras Posições
——————————————————————————
Entre 1995 e 1996, quando estava afastada de suas atividades
em cargos públicos, Dilma teve uma curta experiência como ——————————————————————————
micro-empresária.
——————————————————————————

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Didatismo e Conhecimento
Matemática

opostos um do outro quando apresentam soma zero;


assim, os pontos que os representam distam igualmente
1 Números inteiros, da origem.
problemas de contagem
Exemplo: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de
-2 é 2, pois 2 + (-2) = (-2) + 2 = 0
Definimos o conjunto dos números inteiros como No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de a
a reunião do conjunto dos números naturais (N = é – a, e vice-versa; particularmente o oposto de zero é
{0,1,2,3,4, ..., n, ...}, o conjunto dos opostos dos números o próprio zero.
naturais e o zero. Este conjunto é denotado pela letra Z
(Zahlen=número em alemão). Este conjunto pode ser
escrito por: ADIÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS
Z = {..., -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}
Para melhor entendimento desta operação,
associaremos aos números inteiros positivos a idéia de
Z={..., -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4,...} ganhar e aos números inteiros negativos a idéia de perder.
ganhar 5 + ganhar 3 = ganhar 8(+5) + (+3) = (+8)
perder 3 + perder 4 = perder 7 (-3) + (-4) = (-7)
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 ganhar 8 + perder 5 = ganhar 3 (+8) + (-5) = (+3)
perder 8 + ganhar 5 = perder 3 (-8) + (+5) = (-3)
O conjunto dos números inteiros possui alguns
subconjuntos notáveis: O sinal (+) antes do número positivo pode ser
dispensado, mas o sinal (–) antes do número negativo
• O conjunto dos números inteiros não nulos: nunca pode ser dispensado.
Z* = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4, ...}; Propriedades da adição de números inteiros: O
Z* = Z – {0} conjunto Z é fechado para a adição, isto é, a soma de
dois números inteiros ainda é um número inteiro.
• O conjunto dos números inteiros não negativos: Associativa: Para todos a,b,c em Z:
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, ...} a + (b + c) = (a + b) + c
Z+ é o próprio conjunto dos números 2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7
naturais: Z+ = N
Comutativa: Para todos a,b em Z:
• O conjunto dos números inteiros positivos: a+b=b+a
Z+* = {1, 2, 3, 4, ...} 3+7=7+3

Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a


• O conjunto dos números inteiros não positivos:
cada z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
Z_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0}
z+0=z
• O conjunto dos números inteiros negativos: 7+0=7

Z_* = {..., -5, -4, -3, -2, -1} Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em
Z, tal que
z + (–z) = 0
Módulo: chama-se módulo de um número inteiro 9 + (–9) = 0
a distância ou afastamento desse número até o zero, na
reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |.
O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0
O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7
O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9
O módulo de qualquer número inteiro, diferente de
zero, é sempre positivo.
Números Opostos: Dois números inteiros são ditos

Didatismo e Conhecimento
Matemática

EXERCÍCIOS RESPOSTAS

1. Calcule a soma:
a) (+11) + 0 = g) (–22) + (+34) = 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
b) 0 + (–13) = h) (+49) + (–60) = a)+11 a)+4 a)-22 31 R$ Perdeu 44 0 sim -30
c) (+28) + (+2) = i) (–130) + (–125) = b)-13 b)-4 b)-90 7.600,00 R$ a.C. graus
c)+30 c)+7 c)+34 16,00
d) (–34) + (–3) = j) (+49) + (+121) = d)-37 d)+6 d)-39
e) (–8) + (–51) = k) (+820) + (–510) = e)-59 e)-15
f) (+21) + (+21) = l) (–162) + (–275) = f)+42 f)+2
g)+12
h)-11
2. Determine o número inteiro que se deve colocar no i)-255
lugar de x para que sejam verdadeiras as igualdades: j)+170
k)+310
a) x + (+9) = +13 d) x + (–3) = +3 l)-437
b) x + (–6) = –10 e) x + (+7) = –8
c) x + (–7) = 0 f) (–20) + x = –18
SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS
3- Sabe-se que a = –73, b = +51 e c = –17. Nessas
condições, calcule o valor de:
A subtração é empregada quando:
a) a + b c) b + c
b) a + c d) a + b + c
· Precisamos tirar uma quantidade de outra
4. Numa olimpíada de matemática, uma turma quantidade;
ganhou 13 pontos na primeira fase e 18 na segunda. · Temos duas quantidades e queremos saber quanto
Usando a adição de números inteiros, calcule quantos uma delas tem a mais que a outra;
pontos essa turma ganhou. · Temos duas quantidades e queremos saber quanto
falta a uma delas para atingir a outra.
5. Caio tem R$ 3.600,00 na sua conta bancária. Se
ele fizer um depósito de R$ 4.000,00, como ficará o seu A subtração é a operação inversa da adição.
saldo? Observe que: 9 – 5 = 4 4+5=9
diferença
6. Em um programa de perguntas e respostas, a
cada resposta correta Carlos, recebia R$ 20,00 do subtraendo
apresentador do programa. Porém, a cada resposta minuendo
errada, pagava R$ 22,00. De 100 perguntas, Carlos Considere as seguintes situações:
acertou 52. Ele ganhou ou perdeu dinheiro? Quantos
reais? 1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião
7. Sabe-se que Júlio César, famoso conquistador passou de +3 graus para +6 graus. Qual foi a variação
e cônsul romano, nasceu no ano 100 a.C. e morreu, da temperatura?
assassinado, com a idade de 56 anos. Em que ano Júlio Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6)
César morreu? – (+3) = +3
2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião,
8. Os números a e b são inteiros. Se a e b são opostos, durante o dia, era de +6 graus. À Noite, a temperatura
quanto dá a adição a + b? baixou de 3 graus. Qual a temperatura registrada na
noite de terça-feira?
9. Os números a e b são inteiros positivos. É correto Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) +
afirmar que a + b é um número positivo? (–3) = +3
10. Na atmosfera, a temperatura diminui cerca de 1 Se compararmos as duas igualdades, verificamos
grau a cada 200m de afastamento da superfície terrestre. que (+6) – (+3) é o mesmo que (+5) + (–3).
Se a temperatura na superfície é de +20 graus, qual será
a temperatura na atmosfera a uma altura de 10 km?

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Temos: c) x – (–2) = 6
(+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3 d) x + (–9) = –12
(+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3 e) –32 + x = –50
(–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3 f) 0 – x = 8

Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros 9. A tabela a seguir refere-se ao movimento bancário
é o mesmo que adicionar o primeiro com o oposto do da conta corrente de minha amiga Cláudia, no período
segundo. de 10 a 15 de fevereiro:
Dia Histórico Débito Crédito Devolução
EXERCÍCIOS 10/02 Saldo Anterior -120,00
11/02 Cheque 45,00 a)
1. Numa adição, uma das parcelas é 148 e a soma é
12/02 Depósito 200,00 b)
301. Qual é a outra parcela?
13/02 IOF* 1,00 c)
2. Numa subtração, o subtraendo é 75 e a diferença 14/02 Cheque 123,00 d)
é 208. Qual é o minuendo? 15/02 Depósito 150,00 e)
* IOF – Imposto sobre Operações Financeiras.
3. Dê o valor do número natural representado pela
letra x.
Cabe a você encontrar o saldo bancário de Cláudia
a) x – 155 = 45 b) x – 420 = 0
dia a dia.
4. Dona Noêmia, a bibliotecária da escola, organizou
um quadro com o movimento de retirada e devolução 10. Qual a diferença prevista entre as temperaturas
dos 40 livros indicados para leitura da 5ª série. no Piauí e no Rio Grande do Sul, num determinado dia,
Movimento na biblioteca segundo as informações?
Dia Retirada Devolução
2ª feria 25 ---
3ª feria 12 ---
4ª feria --- 10
5ª feria 7 8
Dos livros indicados para a 5ª série, quantos estavam
na biblioteca no início da 6ª feira?

5. Um número inteiro é expresso por (53 – 38 +


40) – 51 + (90 – 7 + 82) = 101. Qual é esse número
inteiro? RESPOSTAS

6. Calcule a diferença entre:


1 2 3 4 5
a) o oposto de – 15 com o oposto de – 35;
b) o oposto de – 24 com o módulo de – 50. 153 283 a) x = 200 14 270
b) x = 420
7. Calcule: 6 7 8 9 10
a) (+12) + (–40) a) -20 a) –28 a) 7 a) – 165,00 +40
b) (+12) – (–40) b) –26 b) 52 b) –9 b) 35,00 graus
c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) c) 0 c) 4 c) 34,00
d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) d) –18 d) –3 d) – 89,00
e) –18 e) 61,00
8. Determine o valor de x de modo a tornar as f) –8
sentenças verdadeiras:
a) x + (–12) = –5
b) x + (+9) = 0

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado


MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS por todo z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
zx1=z
A multiplicação funciona como uma forma 7x1=7
simplificada de uma adição quando os números são
repetidos. Poderíamos analisar tal situação como o Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de
fato de estarmos ganhando repetidamente alguma zero, existe um inverso z–1=1/z em Z, tal que
quantidade, como por exemplo, ganhar 1 objeto por 30 z x z–1 = z x (1/z) = 1
vezes consecutivas, significa ganhar 30 objetos e esta 9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1
repetição pode ser indicada por um x, isto é:
Distributiva: Para todos a,b,c em Z:
1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
a x (b + c) = (a x b) + (a x c)
Se trocarmos o número 1 pelo número 2, 3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5)
obteremos:
2 + 2 + 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60
EXERCÍCIOS
Se trocarmos o número 2 pelo número -2, teremos:
(–2) + (–2) + ... + (–2) = 30 x (2) = –60 Quando numa expressão aparecem parênteses
( ), colchetes [ ] e chaves { }, resolvem-se primeiro as
Observamos que a multiplicação é um caso operações contidas nos parênteses, depois as operações
particular da adição onde os valores são repetidos. contidas nos colchetes e por último as operações
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode contidas nas chaves.
ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum
sinal entre as letras. 1. Calcule o valor das seguintes expressões
Para realizar a multiplicação de números inteiros, numéricas:
devemos obedecer à seguinte regra de sinais: a) –5 + (–3) . (+8)
b) (–6) . (+5) – (–4) . (+3)
(+1) × (+1) = (+1) c) (–5 + 1) . (–8 + 2)
(+1) × (-1) = (-1) d) 6 – (–6 + 4) . (–5 + 9)
(-1) × (+1) = (-1) e) (–3) . (–4) + (–6) . (+5)
(-1) × (-1) = (+1) f) 12 – (–2) . (+3) + (–4) . (–5)
g) 9 – [(–2) . (+7) – (–8) . (+3)]
Com o uso das regras acima, podemos concluir h) (–2) . (+3) + {2 . [–3 + (–2) . (–4)]}
que:
2. Calcule o valor numérico das expressões:
Sinais dos números Resultado do produto
a) 2x – y, sendo x = –3 e y = –5
iguais positivo
b) 4x – 2y + 5z, sendo x = –1, y = –6 e z = +5
diferentes negativo c) 4ab + 5a, sendo a = 7 e b = –8
d) 6xy – 5y, sendo x = +4 e y = –1
Propriedades da multiplicação de números inteiros: e) 5a – 3ab + 7b, para a = –3 e b = +2
O conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, f) 2ab – 5abc, para a = 2, b = 3 e c = –1
a multiplicação de dois números inteiros ainda é um
número inteiro. 3. Use a propriedade distributiva da multiplicação
para calcular –5 . (–8 + 5).
Associativa: Para todos a,b,c em Z:
a x (b x c) = (a x b) x c 4. Sem realizar a operação, determine o número
2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7 inteiro que devemos colocar no lugar do número x para
que se tenha:
Comutativa: Para todos a,b em Z:
a) x . (–16) = –16 c) x . (–8) = 0
axb=bxa
b) x . (–5) = (–5) . (+9) d) x . (+1) = +11
3x7=7x3
4

Didatismo e Conhecimento
Matemática

5. Quais os dois números inteiros negativos cuja Sabemos que na divisão exata dos números
soma é –5 e cujo produto é +6? naturais:

6. Quais os dois números inteiros, um positivo e 40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40


outro negativo, cuja soma é +3 e o produto é 10? 36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36

7. A letra a representa um número inteiro e (+65) . Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a
(-12) . a = 0. Qual é o valor de a? divisão exata de números inteiros. Veja o cálculo:

8. Qual é o produto de três números inteiros (–20) : (+5) = q (+5) . q = (–20) q = (–4)
consecutivos em que o maior deles é –10?
Logo: (–20) : (+5) = +4
9. Três números inteiros são consecutivos e o menor Considerando os exemplos dados, concluímos que,
deles é +99. Determine o produto desses três números. para efetuar a divisão exata de um número inteiro por
outro número inteiro, diferente de zero, dividimos o
10. Paulo pensou em dois números pares módulo do dividendo pelo módulo do divisor. Daí:
consecutivos. Multiplicou-os e obteve +168. Sabendo
que um deles é igual a –14, faça uma estimativa e, por • quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal,
tentativas, determine o outro. o quociente é um número inteiro positivo.
• quando o dividendo e o divisor têm sinais
diferentes, o quociente é um número inteiro negativo.
RESPOSTAS • a divisão nem sempre pode ser realizada no
conjunto Z. Por exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5)
1 2 3 4 5 são divisões que não podem ser realizadas em Z, pois o
a) – 29 a) – 1 15 a) +1 –2 e –3
resultado não é um número inteiro.
b) – 18 b) 33 b) +9 • No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não
c) 24 c) – 189 c) 0 é associativa e não tem a propriedade da existência do
d) 14 d) 19 d) +11 elemento neutro.
e) – 18 e) 17
f) 38 f) 42 1- Não existe divisão por zero.Exemplo: (–15) : 0
g) – 1 não tem significado, pois não existe um número inteiro
h) 4 cujo produto por zero seja igual a –15.
6 7 8 9 10 2- Zero dividido por qualquer número inteiro,
+5 e –2 0 – 1320 999 900 –12 diferente de zero, é zero, pois o produto de qualquer
número inteiro por zero é igual a zero.
Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 b) 0 : (+6) = 0
c) 0 : (–1) = 0

EXERCÍCIOS
DIVISÃO DE NÚMEROS INTEIROS
1. Calcule os quocientes:
a) 0 : (–91)
b) (+182) : (–14)
Dividendo divisor
c) (–216) : (–24)
0 quociente
d) (+486) : (–18)
e) (–490) : (–14)
dividendo : divisor = quociente f) (+900) : (–15)
quociente . divisor = dividendo g) (–828) : (+23)
h) (+1 120) : (–28)
i) (–1 488) : (+124)

Didatismo e Conhecimento
Matemática

RESPOSTAS
2. Identifique as sentenças verdadeiras:
a) O sinal do quociente de dois números inteiros é 1 2 3 4 5
positivo se o dividendo for positivo e o divisor zero. a) 0 d, e a) + 7 -4 –3
b) O sinal do quociente de dois números inteiros é b) – 13 b) – 36
negativo se o dividendo e o divisor tiverem o mesmo c) 9 c) – 7
sinal. d) – 27 d) + 156
c) O quociente de dois números inteiros é sempre e) 35 e) – 4 185
um número inteiro. f) – 60 f) + 432
g) – 36
d) O quociente de dois números inteiros é zero se o
h) – 40
dividendo for zero e o divisor for inteiro positivo. i) – 12
e) O sinal do quociente de dois números inteiros é
positivo se o dividendo e o divisor tiverem o mesmo 6 7 8 9 10
sinal. 0 a) 2 – 96 –6 + 738
b) – 2
3. Copie as igualdades substituindo o x por números c) – 4
inteiros de modo que elas se mantenham:
a) (–140) : x = –20
b) 144 : x = –4
c) (–147) : x = +21
d) x : (+13) = +12
e) x : (–93) = +45
f) x : (–12) = –36 Racionais
4. Sabendo que A = (–46 – 18) : (59 – 43), determine
o valor de A.
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
5. Sendo x = (–82 + 34 – 6) e y = (–9) . (51 – 53),
Frações com denominadores iguais:
qual é o valor de x : y?
Exemplo: Jorge comeu 38 de um tablete de chocolate e
6. Qual é o valor de B, se B = (–6 + 2 + 4 – 8 + 8) 2
Miguel 8 desse mesmo tablete. Qual a fração
: (+138)? do tablete de chocolate que Jorge e Miguel
7. Sabendo que a = (–25 + 18 – 72 + 49) : (–15) e b comeram juntos?
= (+24): (81 – 93 + 17 – 42 + 25), responda: A figura abaixo representa o tablete de chocolate. Nela
a) Qual o valor de a? também estão representadas as frações do
b) Qual o valor de b tablete que Jorge e Miguel comeram:
c) Qual o valor do produto a . b?

8. Qual é o número inteiro que dividido por –8


resulta +12?
3/8 2/8
9. Nicolau pensou em um número que multiplicado
por (-25) tem como resultado (+150). Qual foi o número 5/8
em que Nicolau pensou? 3 2 5
Observe que + =
10. Adicionando –846 a um número inteiro e 8 8 8
multiplicando a soma por –3, obtém-se +324. Que 5
Portanto, Jorge e Miguel comeram juntos do
número é esse? 8
tablete de chocolate.
Na adição e subtração de duas ou mais frações que
têm denominadores iguais, conservamos o denominador
comum e somamos ou subtraímos os numeradores.

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Outro Exemplo: Ou seja:


3 + 5 - 7 = 3+5-7 = 1 2 de 4 = 2 . 4 = 2.4 = 8
2 2 2 2 2 3 5 3 5 3.5 15
Frações com denominadores diferentes:
Calcular o valor de 3 + 5 . Inicialmente, O produto de duas ou mais frações é uma fração
8 6 cujo numerador é o produto dos numeradores e cujo
devemos reduzir as frações ao mesmo denominador denominador é o produto dos denominadores das
comum: frações dadas.
Outro exemplo:
mmc (8,6) = 24 3 + 5 = 9 + 20 2 . 4 . 7 = 2.4.7 = 56
8 6 24 24 3 5 9 3.5.9 135
24 : 8 . 3 = 9
24 : 6 . 5 = 20
Observação: Sempre que possível, antes de efetuar
Devemos proceder, agora, como no primeiro caso, a multiplicação, podemos simplificar as frações entre si,
simplificando o resultado, quando possível: dividindo os numeradores e os denominadores por um
fator comum. Esse processo de simplificação recebe o
9 + 20 = 9 + 20 = 29 nome de cancelamento.
24 24 24 24 1 3
2 . 4 . 9 = 12
1
3 5 105 25
3 + 5 = 9 + 20 = 9 + 20 = 29
Portanto:
8 6 24 24 24 24
DIVISÃO
Na adição e subtração de duas ou mais frações
que têm os denominadores diferentes, reduzimos
Duas frações são inversas ou recíprocas quando o
inicialmente as frações ao menor denominador comum,
numerador de uma é o denominador da outra e vice-
após o que procedemos como no primeiro caso.
versa.

MULTIPLICAÇÃO Exemplo:
4 2 é a fração inversa de 3
Exemplo: De uma caixa de frutas, são bananas.
5 3 2
2 5
Do total de bananas,
3
estão estragadas. Qual é a 5 ou é a fração inversa de 1
1 5
fração de frutas da caixa que estão estragadas?
Considere a seguinte situação:

Representa 4/5 do conteúdo da caixa 4


Lúcia recebeu de seu pai os 5 dos chocolates
contidos em uma caixa. Do total de chocolates
recebidos, Lúcia deu a terça parte para o seu namorado.
Que fração dos chocolates contidos na caixa recebeu o
Representa 2/3 de 4/5 do conteúdo da caixa. namorado de Lúcia?
Repare que o problema proposto consiste em calcular
o valor de 2 de 4 que, de acordo com a figura, A solução do problema consiste em dividir o total
3 5 de chocolates que Lúcia recebeu de seu pai por 3, ou
equivale a 8 do total de frutas. De acordo com a 4
seja, :3
15 5
tabela acima, 2 de 4 equivale a 2 . 4 . Assim sendo:
3 5 3 5 Por outro lado, dividir algo por 3 significa
2.4= 8 calcular 1 desse algo.
3 5 15 3

Didatismo e Conhecimento
Matemática

2. A diferença entre as idades de José e Maria é de


4
Portanto: : 3= 1 de
4
5 3 5 20 anos. Qual a idade de cada um, sabendo-se que a
9
idade de José é da idade de Maria?
Como 1 4 1 4 4 . 1 , resulta que 5
3 de 5 =3:5 =5 3
5
3. Verificou-se que numa feira dos
4 : 3 =4 : 3 = 4 . 1 9
2
5 5 1 5 3 feirantes são de origem japonesa e do resto
5
São frações inversas são de origem portuguesa. O total de feirantes japoneses
e portugueses é de 99. Qual o total de feirantes dessa
3 feira?
Observando que as frações 1 e 13 são frações inversas,
podemos afirmar que:
4. Certa quantidade de cards é repartida entre três
Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a 3
meninos. O primeiro menino recebe 7 da quantidade
primeira pelo inverso da segunda.
e o segundo, metade do resto. Dessa maneira, os dois
receberam 250 cards. Quantos cards havia para serem
repartidos e quantos cards recebeu o terceiro menino?
4 4 3 4 1 4
Portanto :3= : = . =
5 5 1 5 3 15 3
5. Num dia, uma pessoa lê os de um livro. No
5
Ou seja, o namorado de Lúcia recebeu 4 do dia seguinte, lê os
3
do resto e no terceiro dia, lê
total de chocolates contidos na caixa. 15 4
as 20 páginas finais. Quantas páginas tem o livro?
4 8 41 5 5
Outro exemplo: : = . 2 =
3 5 3 8 6 6. Uma caixa contém medalhas de ouro, de prata
Observação:
3
3 e de bronze. As medalhas de ouro totalizam das
5
2
Note a expressão: 1 . Ela é equivalente à medalhas da caixa. O número de medalhas de
1
3 1 5 prata é 30. O total de medalhas de bronze é 4 do
expressão : total de medalhas. Quantas são as medalhas de ouro e
2 5
de bronze contidas na caixa?
3
7. Uma viagem é feita em quatro etapas. Na
2 3 1 3 5 15
Portanto 1 = : = . = 2
2 5 2 1 2 primeira etapa, percorrem-se os da distância total.
5 7
3
Na segunda, os do resto. Na terceira, a metade
5
EXERCÍCIOS do novo resto. Dessa maneira foram percorridos 60
quilômetros. Qual a distância total a ser percorrida e
1. A soma das idades de Arthur e Baltazar é de 42 quanto se percorreu na quarta etapa?
anos. Qual a idade de cada um, se a idade de Arthur é 8. A soma das idades de Lúcia e Gabriela é de 49
2 anos. Qual a idade de cada uma, sabendo-se que a idade
da idade de Baltazar? 3
5 de Lúcia é da idade de Gabriela?
4
8

Didatismo e Conhecimento
Matemática

2
9. Num dia, um pintor pinta de um muro. No Sendo que Q ∩ I = , pois se um número é
5
racional ele não é irracional e vice-versa.
dia seguinte, pinta mais 51 metros do muro. Desse
7 Sabemos que N Z Q
modo, pintou do muro todo. Quantos metros tem
o muro? 9

3
10. Um aluno escreve do total de páginas de
8
seu caderno com tinta azul e 58 páginas com tinta
7
vermelha. Escreveu, dessa maneira, do total
9
de páginas do caderno. Quantas páginas possui o
caderno?

RESPOSTAS
Alem desses subconjuntos, o conjunto dos reais
1 2 3 4 5 tem mais alguns importantes subconjuntos:
Baltazar José 45 anos 135 350 cards 200
30 anos Maria 25 feirantes páginas R* ----- conjunto dos números reais não nulos.
Artur 12 anos 3º menino R+ ----- conjunto dos números reais positivos e o zero.
anos 100 cards
R*+ -- conjunto dos números reais positivos.
6 7 8 9 10 R - ---- conjunto dos números reais negativos e o zero.
120 de Total 70 km Gabriela 135 144 R*- --- conjunto dos números reais negativos menos o
ouro 28 anos metros páginas zero.
4ª etapa
50 de 10 km Lúcia
bronze 21 anos

NUMERAÇÃO DECIMAL

ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
Reais
Vamos calcular o valor da seguinte soma:

5,32 + 12,5 + 0,034

Transformaremos, inicialmente, os números


decimais em frações decimais:
5,32 + 12,5 + 0,034 = 352 + 125 + 34 =
100 10 1000

5320 12500 34 17854


Representação do conjunto dos números reais. = + + 34 = = 17,854
1000 1000 1000 1000
Para chegarmos ao estudo dos números reais,
Portanto: 5,32 + 12,5 + 0,034 = 17,854
temos que ter passado pelos números: naturais, inteiros,
racionais e irracionais. Pois o conjunto dos números reais
Na prática, a adição e a subtração de números
é a união do conjunto dos racionais com os irracionais.
decimais são obtidas de acordo com a seguinte regra:
R=QUI

Didatismo e Conhecimento
Matemática

1ª) Igualamos o número de casas decimais, DIVISÃO


acrescentando zeros. Numa divisão em que:
2ª) Colocamos os números um abaixo do outro, D é o dividendo
deixando vírgula embaixo de vírgula. d é o divisor temos: D d
3ª) Somamos ou subtraímos os números decimais q é o quociente r q
como se eles fossem números naturais. r é o resto
4ª) Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a
vírgula dos números dados. Numa divisão, o resto é sempre menor que o divisor

Exemplo: 2,35 + 14,3 + 0,0075 + 5


D=q.d+r
Disposição prática:
2,3500 Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão:
14,3000 24 : 0,5.
0,0075 Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o
5,0000 divisor da divisão dada por 10.
24 : 0,5 = (24 . 10) : (0,5 . 10) = 240 : 5
21,6575
A vantagem de tal procedimento foi a de
MULTIPLICAÇÃO transformarmos em número natural o número decimal
que aparecia na divisão. Com isso, a divisão entre
Vamos calcular o valor do seguinte produto: números decimais se transforma numa equivalente com
2,58 x 3,4. números naturais.
Transformaremos, inicialmente, os números Portanto: 24 : 0,5 = 240 : 5 = 48
decimais em frações decimais:
Na prática, a divisão entre números decimais é
258 334
4 8772 obtida de acordo com as seguintes regras:
2,58 x 3,4 = . = = 8,772 1ª) Igualamos o número de casas decimais do
100 1010 1000 dividendo e do divisor.
2ª) Cortamos as vírgulas e efetuamos a divisão
Portanto 2,58 x 3,4 = 8,772 como se os números fossem naturais.
Exemplo 1: 24 : 0,5
Na prática, a multiplicação de números decimais é
Disposição prática: 24,0 0,5
obtida de acordo com as seguintes regras:
40 48
1ª) Multiplicamos os números decimais como se 0
eles fossem números naturais. Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero.
Assim sendo, a divisão é chamada de divisão exata e o
2ª) No resultado, colocamos tantas casas decimais quociente é exato.
quantas forem as do primeiro fator somadas às do Exemplo 2: 9,775 : 4,25
segundo fator.
Disposição prática: 9,775 4,250
Exemplo: 652,2 x 2,03
Disposição prática: 1 275 2
652,2 1 casa decimal Nesse caso, o resto da divisão é diferente de
zero. Assim sendo, a divisão é chamada de divisão
x 2,03 2 casas decimais
aproximada e o quociente é aproximado.
19 566 Se quisermos continuar uma divisão aproximada,
13 044 devemos acrescentar zeros aos restos e prosseguir
1 323,966 1 + 2 = 3 casas decimais dividindo cada número obtido pelo divisor. Ao mesmo
tempo em que colocamos o primeiro zero no primeiro
resto, colocamos uma vírgula no quociente.
10

Didatismo e Conhecimento
Matemática

9,775 4,250 06. O piso de um salão tem 75 m² (metros quadrados)


1 2750 2,3 de área e deverá ser recoberto com placas de um certo
0000 material emborrachado que tem 0,0625 m² de área cada
Colocamos uma uma. O preço de cada uma dessas placas é R$ 0,25.
vírgula no quociente. Qual a importância gasta para se recobrir o piso dessa
sala com essas placas?
07. Uma dívida de R$ 75 000,00 deverá ser paga
Acrescentamos um com uma entrada e 12 prestações iguais. A entrada
zero ao primeiro resto.
1
corresponde a do valor da dívida. Qual será o
Exemplo 3: 0,14 : 28 4
valor de cada prestação?
0,14000 28,00
08. Uma torneira defeituosa está ligada a uma caixa
0000 0,005
d’água cuja capacidade é 750 litros. Essa torneira pinga 15
vezes por minuto, e cada pingo corresponde a 0,001 litro
Exemplo 4: 2 : 16 de água desperdiçada. Estando cheia, em quanto tempo se
20 16 esvaziará essa caixa, devido apenas ao defeito da torneira?
40 0,125 09. Luciana comprou na papelaria de seu avô 3
80 lápis ao preço de R$ 0,25 cada um. Comprou também
0 8 cadernos por R$ 5,60 cada e 6 blocos de folhas para
fichário por R$ 2,20 cada um. Vai pagar tudo isso em 5
EXERCÍCIOS prestações iguais. Qual será o valor de cada prestação?
01. O consumo médio de um automóvel é de 0,08 10. Ao andar, uma pessoa percorre 0,65 metro em
litro de gasolina por quilômetro rodado. O tanque de cada passo que dá. Para percorrer a distância de 702
gasolina desse automóvel tem capacidade para 60 litros. metros, quantos passos serão dados por essa pessoa?
Pergunta-se:
a) Saindo com o tanque cheio, qual o percurso RESPOSTAS
máximo que esse automóvel poderá fazer? 1 2 3 4 5
b) Supondo que esse automóvel tenha percorrido a) 750 km 250 60 14 1200
250 quilômetros, quantos litros de gasolina ainda lhe b) 40 litros bombons amigos degraus clipes
sobram no tanque?
02. Caio comprou 5 caixas de bombons com 0,750 6 7 8 9 10
quilograma cada uma. Supondo que cada bombom pese
R$ R$ 50 000 R$ 1.080
0,015 quilograma, quantos bombons foram comprados
por Caio? 300,00 4.687,50 minutos 11,75 passos
03. Mariana comprou para sua festa de aniversário
12 garrafas de refrigerante de 2 litros cada uma e vai
servi-lo em copinhos de 0,200 litro cada um. Admitindo
que cada amigo de Mariana que está presente na festa
se sirva de 2 copinhos de refrigerante e que todo o 2 Sistema legal de medidas.
refrigerante seja consumido, quantos são os amigos de
Mariana que está presente na festa?
04. Num sobrado, existe uma escada ligando o
primeiro piso ao segundo. Os degraus que formam SISTEMA DE MEDIDAS DECIMAIS
essa escada têm todos a mesma altura de 0,25 metro. Um sistema de medidas é um conjunto de unidades de
Sabendo-se que o desnível entre os pisos é 3,50 metros, medida que mantém algumas relações entre si. O sistema
quantos são os degraus que formam essa escada? métrico decimal é hoje o mais conhecido e usado no
05. Para se fabricar um clipe para papel são mundo todo. Na tabela seguinte, listamos as unidades de
necessários 0,12 metro de arame. Cada um rolo de arame medida de comprimento do sistema métrico. A unidade
de 144 metros, quantos clipes poderão ser fabricados? fundamental é o metro, porque dele derivam as demais.

11

Didatismo e Conhecimento
Matemática

O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de


Unidades de Comprimento medidas de massa. A unidade fundamental é o grama.
km hm dam m dm cm mm
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro Unidades de Massa
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m kg hg dag g dg cg mg
quilo- hecto- decagrama grama decigrama centigrama miligrama
grama grama
Há, de fato, unidades quase sem uso prático, mas elas 1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,01g 0,001g
têm uma função. Servem para que o sistema tenha um
padrão: cada unidade vale sempre 10 vezes a unidade Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma,
menor seguinte. Por isso, o sistema é chamado decimal. o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a
E há mais um detalhe: embora o decímetro não seja tonelada (t): 1t = 1000 kg.
útil na prática, o decímetro cúbico é muito usado com o
nome popular de litro. NÃO DECIMAIS
As unidades de área do sistema métrico correspondem Desse grupo, o sistema hora-minuto-segundo, que
às unidades de comprimento da tabela anterior. São mede intervalos de tempo, é o mais conhecido.
elas: quilômetro quadrado (km²), hectômetro quadrado 2h = 2 . 60min = 120 min = 120 . 60s = 7 200s
(hm²), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro Para passar de uma unidade para a menor seguinte,
quadrado, o metro quadrado e o hectômetro quadrado, multiplica-se por 60.
este muito importante nas atividades rurais com o nome
0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos; como
de hectare (ha): 1 hm² = 1 ha.
1 décimo de hora corresponde a 6 minutos, conclui-se
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma
que 0,3h = 18min.
unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes,
como nos comprimentos. Entretanto, consideramos Para medir ângulos, também temos um sistema
que o sistema continua decimal, porque 100 = 10². não decimal. Nesse caso, a unidade básica é o grau.
Na astronomia, na cartografia e na navegação são
Unidades de Área necessárias medidas inferiores a 1º. Temos, então:
km’ hm² dam² m² dm² cm² mm²
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro 1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado
10000m 1000m 100m 1m 0,01m 0,001m 0,0001m 1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)
Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é
Agora, vejamos as unidades de volume. De novo, claro, os mesmos do sistema hora-minuto-segundo. Há
temos a lista: quilômetro cúbico (km³), hectômetro uma coincidência de nomes, mas até os símbolos que os
cúbico (hm³), etc. Na prática, são muitos usados o metro indicam são diferentes:
cúbico e o centímetro cúbico.
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada
do dia.
unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte.
Como 1000 = 10³, o sistema continua sendo decimal. 1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.
Unidades de Volume
Por motivos óbvios, cálculos no sistema hora-
km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³ minuto-segundo são similares a cálculos no sistema grau-
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro minuto-segundo, embora esses sistemas correspondam
cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico
100000m 10000m 1000m 1m 0,001m 0,0001m 0,00001m
a grandezas distintas.
Há ainda um sistema não-decimal, criado há algumas
A noção de capacidade relaciona-se com a de
décadas, que vem se tornando conhecido. Ele é usado
volume. Se o volume da água que enche um tanque é de
para medir a informação armazenada em memória
7 000 litros, dizemos que essa é a capacidade do tanque.
de computadores, disquetes, discos compactos, etc.
A unidade fundamental para medir capacidade é o litro
As unidades de medida são bytes (b), kilobytes (kb),
(l); 1l equivale a 1 dm³.
megabytes (Mb), etc. Apesar de se usarem os prefixos
Cada unidade vale 10 vezes a unidade menor seguinte.
“kilo” e “mega”, essas unidades não formam um sistema
Unidades de Capacidade decimal.
kl hl dal l dl cl ml Um kilobyte equivale a 210 bytes e 1 megabyte
quilolitro hectolitro decalitro litro decilitro centílitro mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l equivale a 210 kilobytes.

12

Didatismo e Conhecimento
Matemática

ÁREAS DAS PRINCIPAIS FIGURAS PLANAS 4. Para medir áreas de sítios e fazendas, usam-se
• Área de um retângulo: medida da base x medida o hectare e o alqueire, que não pertence ao sistema
da altura ou A = b.h métrico. Há vários tipos de alqueire. O alqueire paulista,
• Área de um quadrado: medida do lado x medida por exemplo, tem 24 200 m².
a) Um alqueire paulista equivale a quantos hectares?
do lado ou A = 1.1 b) Quantos alqueires paulistas, aproximadamente,
• Área de um triângulo: medida da base x medida da cabem em 1 km²?
b.h
altura, dividido por 2 A = 5. Imagine um ônibus que viaja com velocidade
2 constante e percorre 400 km em 5 h.
• Área de um losango: medida da diagonal maior x a) Em quantas horas ele percorre 100 km?
a medida da diagonal menor, dividido por 2 b) Em quantas horas e minutos ele percorre 100 km?
c) Qual é a velocidade do ônibus em quilômetros
d M .d m horários?
A=
2 d) Quantos quilômetros ele percorre por minuto?
• Área de um trapézio: medida da base maior + 6. Lurdes é pianista. Veja seus horários de estudo na
medida da base menor x a medida da altura, dividido última semana
Dia 2ª f 3ª f 4ª f 5ª f 6ª f sáb. dom.
(bM + bm ).h
Início 13h 12h45min 13h20min 12h50min 14h10min 11h 15h
Término 18h 18h15min 19h40min 17h15min 20h 16h 18h30min
por 2. A=
2 a) Quantas horas ela estudou durante a semana?
b) Quantas horas ela estudou, em média, por dia?
7. Sabendo que x = 23º12” e y = 12. x, calcule y.
EXERCÍCIOS 8. Que relação existe entre as unidades do sistema
1. Tratando-se da medida de uma grandeza, nota-se métrico decimal e:
que poucas unidades de medida “grandes” equivalem a) a polegada? b) o alqueire paulista?
a muitas unidades “pequenas”. Por exemplo, poucos c) a arroba?
litros valem muitos mililitros. Assim, para passar de 9. As bases de um trapézio medem 7,3 cm e 12,2
litros para mililitros, multiplicamos por 1 000 o número cm. Qual deve ser a medida da altura para que sua área
que expressa a medida: 2,5 l = 2 500 ml. Substitua o seja 62,4 cm²?
desenho (◙) pela equivalência.
a) 2,7 km = ◙ m d) 58,5 cm = ◙ m 10. Veja a medida do lado do quadrado.
b) 2 mg = ◙g e) 35 kg = ◙ t a) Qual é a área desse quadrado em quilômetros
c) 72 cm2 = ◙ mm2 f) 748 ml = ◙l quadrados?
b) Qual é essa área em metros quadrados?
2. Quando tratamos de velocidade, aparecem juntos c) Complete: 1 km² = ? m².
o sistema métrico e o sistema hora-minuto-segundo.
a) Um automóvel viaja a uma velocidade de 60
km/h. Quantos metros ele percorre por minuto? E por
segundo?
b) Um avião atingiu a velocidade de cruzeiro de 15 1 km = 1 000m
km/min. Em quanto tempo ele percorre 400 km?
REPOSTAS
1 2 3 4 5
3. A área do território brasileiro é, aproximadamente, a) 2 700 m a) 1 000 m; 16,6 m a) 8,5. 1012 m² a) 2,42 ha a) 1,25 h
8 500 000km². b) 0,002 g
2
b) 5 ha b) 41,3 b) 1h15min
c) 7 200 mm² c) 80 km/h
a) Qual é essa área em metros quadrados? Responda d) 0,585 m
b) 26
26
3
min = 26 min 40s
d) 1,33 km
usando notação científica. e) 0,035 t
f) 0,748 l
b) O Brasil tem, aproximadamente, 1,7 x 108 6 7 8 9 10

habitantes. Dividindo a área do país igualmente entre a)35h35min


b) 5h5min
y = 276º 2’ 24” a) 2,54 cm
b) 24 200 m²
6,4 cm a) 1 km²
b) 1000 000 m²
seus habitantes, quantos hectares cabem a cada um? c) 14,688 kg c) 1000 000 m²

13

Didatismo e Conhecimento
Matemática

1- o número 6 e os seus múltiplos positivos:


MDC E MMC M*+ (6) = {6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, 54, ...}

2- o número 8 e os seus múltiplos positivos:


M*+ (8) = {8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, ...}
MDC E MMC DE NÚMEROS
Podemos descrever, agora, os múltiplos positivos
MDC – o máximo divisor comum de dois ou mais
comuns:
números é o maior número que é divisor comum de
M*+ (6) M*+ (8) = {24, 48, 72, ...}
todos os números dados. Consideremos:
Observando os múltiplos comuns, podemos
1- o número 18 e os seus divisores naturais:
identificar o mínimo múltiplo comum dos números 6 e
D+ (18) = {1, 2, 3, 6, 9, 18}.
8, ou seja: MMC (6,8) = 24
2- o número 24 e os seus divisores naturais:
Outra técnica para o cálculo do MMC:
D+ (24) = {1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 24}.
Decomposição isolada em fatores primos: Para
Podemos descrever, agora, os divisores comuns a
obter o mmc de dois ou mais números por esse processo,
18 e 24:
procedemos da seguinte maneira:
D+ (18) D+ (24) = {1, 2, 3, 6}.
1º Decompomos cada número dado em fatores
Observando os divisores comuns, podemos primos.
identificar o maior divisor comum dos números 18 e 2º O mmc é o produto dos fatores comuns e
24, ou seja: MDC (18,24) = 6. não-comuns, cada um deles elevado ao seu maior
expoente.
Outra técnica para o cálculo do MDC:
Decomposição em fatores primos: Para obtermos Exemplo: Achar o mmc entre 18 e 120.
o mdc de dois ou mais números por esse processo,
procedemos da seguinte maneira: 18 2 120 2 18 = 2 . 32
9 3 60 2 120 = 23 . 3 . 5
1º Decompomos cada número dado em fatores 3 3 30 2
primos. 1 15 3
2º O mdc é o produto dos fatores comuns obtidos, 5 5
cada um deles elevado ao seu menor expoente. 1

Exemplo: Achar o mdc entre 300 e 504. mmc (18, 120) = 23 . 32 . 5 = 8 . 9 . 5 = 360

300 2 504 2 300 = 22 . 3 . 52 EXERCÍCIOS


150 2 252 2 504 = 23 . 32 . 7 1. Ache o mdc dos números abaixo:
75 3 126 2 a) mdc (12, 15, 24)
25 5 63 3
b) mdc (10, 20, 35)
5 5 21 3
c) mdc (48, 20)
1 7 7
1
2. Um comerciante comprou 320 litros de vinho,
140 litros de rum e 250 litros de uísque. Deseja colocar
mdc (300, 504) = 22 . 3 = 4 . 3 = 12
essas bebidas, sem misturá-las, em recipientes menores,
MMC – o mínimo múltiplo comum de dois ou mais porém iguais, e na maior quantidade possível em cada
números é o menor número positivo que é múltiplo um. Qual deverá ser a capacidade de cada recipiente e
comum de todos os números dados. Consideremos: quantos serão necessários?

14

Didatismo e Conhecimento
Matemática

3. Com 3 rolos de arame de 60 m, 150 m e 180 m


cada um, deseja-se fazer rolos menores, porém iguais,
de maior tamanho possível e de modo que não sobrem
pedaços de arame. Quantos metros de arame deverão 3 Razões e proporções
conter cada novo rolo e quantos rolos poderemos fazer?
4. Deseja-se colocar árvores em volta de um campo
de futebol, plantadas à mesma distância uma das outras. Sejam dois números reais a e b, com b ≠ 0. Chama-se
É necessário, também, que essa distância seja a maior razão entre a e b (nessa ordem) o quociente a : b, ou a/b.
possível. Quantas árvores são necessárias, sabendo-se A razão é representada por um número racional,
que as dimensões do campo são 370 m por 150 m? mas é lida de modo diferente.
5. Ache o mmc dos números abaixo: Exemplos:
a) mmc (18, 24) b) mmc (14, 30)
c) mmc (12,18, 36) 3
a) A fração lê-se: “três quintos”.
6. Numa avenida existem três semáforos. O primeiro 5
dá sinal verde a cada 20 segundos, o segundo a cada 3
b) A razão lê-se: “3 para 5”.
25 segundos, e o terceiro a cada 30 segundos. Num 5
determinado momento, os três estão com a cor verde. Os termos da razão recebem nomes especiais.
Depois de quanto tempo estarão os três semáforos com
a cor verde novamente? O número 3 é numerador
7. Dois cavalos de corrida completam o percurso de 3
a) Na fração
uma volta em 15 minutos e 12 minutos, respectivamente. 5 O número 5 é denominador
Tendo saído juntos, depois de quanto tempo voltarão a
se encontrar no lugar de onde saíram? O número 3 é antecedente
3
8. Três navios fazem viagens entre dois portos. O primeiro b) Na razão
vai e volta a cada 5 dias, o segundo a cada 8 dias e o terceiro 5 O número 5 é conseqüente
a cada 12 dias. Tendo saído juntos, depois de quantos dias
voltarão a estar no mesmo ponto de onde saíram?
20
20 2
9. Três cofres eletrônicos estão programados para abrir Exemplo 1: A razão entre 20 e 50 é = ;
de 8 em 8 horas, de 12 em 12 horas e de 16 em 16 horas. 50
50 5
Fechando os três ao mesmo tempo, depois de quantas 50
50 5
já a razão entre 50 e 20 é =
horas poderemos vê-los abertos simultaneamente? 20
20 2
10. Um relógio eletrônico foi programado para tocar Exemplo 2: Numa classe de 42 alunos há 18
um sinal a cada 45 minutos. Um segundo relógio foi
rapazes e 24 moças. A razão entre o número de
programado para tocar outro sinal a cada 60 minutos.
Os dois sinais tocaram juntos às 8 horas. A que horas 118
8 3
rapazes e o número de moças é = , o que
voltarão a tocar juntos? 24
24 4
significa que para “cada 3 rapazes há 4 moças”.
RESPOSTAS Por outro lado, a razão entre o número de rapazes
1 2 3 4 5 118
8 3
e o total de alunos é dada por = , o que
a) 3 10 litros 30 m 104 a) 72 42
42 7
b) 5 e 71 13 rolos árvores b) 210
c) 4 recipientes c) 36
equivale a dizer que “de cada 7 alunos na classe, 3
são rapazes”.
6 7 8 9 10 Razão entre grandezas de mesma espécie: A
300 60 1 20 48 Às 11 razão entre duas grandezas de mesma espécie é o
segundos minutos dias horas horas
quociente dos números que expressam as medidas
dessas grandezas numa mesma unidade.

15

Didatismo e Conhecimento
Matemática
Exemplo: Uma sala tem 18 m2. Um tapete que A esse tipo de razão dá-se o nome de consumo
ocupar o centro dessa sala mede 384 dm2. Vamos médio.
calcular a razão entre a área do tapete e a área da sala. A notação km/l (lê-se: “quilômetro por litro”) deve
Primeiro, devemos transformar as duas grandezas acompanhar a razão.
em uma mesma unidade: Exemplo 4: Uma sala tem 8 m de comprimento.
Esse comprimento é representado num desenho por 20
Área da sala: 18 m2 = 1 800 dm2
cm. Qual é a escala do desenho?
Área do tapete: 384 dm2 Escala =
Estando as duas áreas na mesma unidade, podemos comprimento no desenho 20cm 20cm 1
= = = ou 1:40
escrever a razão: comprimento real 8 m 800cm 40
384dm2 384 16 A razão entre um comprimento no desenho e o
2 = =
1800dm 1800 75 correspondente comprimento real, chama-se Escala.

Razão entre grandezas de espécies diferentes:


Exemplo 1: Considere um carro que às 9 horas EXERCÍCIOS
passa pelo quilômetro 30 de uma estrada e, às 11 horas, 10 quem é maior: x ou y?
pelo quilômetro 170: 1. Se a razão de x para y é ,
Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km
3
Tempo gasto: 11h – 9h = 2h 2. Numa escola estão matriculados 800 alunos,
Calculamos a razão entre a distância percorrida e dos quais 450 são meninas. A razão entre o número de
o tempo gasto para isso: meninos e o número de meninas é:
140km 7 9 9 7
= 70km/h a) b) c) d)
2h 9 7 16 16
A esse tipo de razão dá-se o nome de velocidade média.
Observe que: 3. No campeonato colegial mirim, Reginaldo
• as grandezas quilômetro e hora são de naturezas percorreu 60 m em 8 s. Sua velocidade média foi:
diferentes; a) 6 m/s b) 7 m/s c) 7,5 m/s d)8 m/s
• a notação km/h (lê-se: “quilômetros por hora”)
deve acompanhar a razão. 3
Exemplo 2: A Região Sudeste (Espírito Santo, 4. (Unifor-CE) Se a razão entre dois números é ,
Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) tem uma área 5
aproximada de 927 286 km2 e uma população de 66 288 a razão entre o quíntuplo do primeiro e a terça parte do
000 habitantes, aproximadamente, segundo estimativas segundo é igual a:
projetadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 1 1
Estatística (IBGE) para o ano de 1995. a) b) c) 1 d) 3 e) 9
Dividindo-se o número de habitantes pela área, 9 3
obteremos o número de habitantes por km2 (hab./km2):
66288000 ~ 5. (Vest. Rio) Um bar vende suco e refresco de
= 71,5hab/km 2 tangerina. Ambos são fabricados diluindo em água um
927286
A esse tipo de razão dá-se o nome de densidade concentrado desta fruta. As proporções são de uma
demográfica. parte de concentrado para três de água, no caso do suco,
A notação hab./km2 (lê-se:”habitantes por e de uma parte de concentrado para seis de água no caso
quilômetro quadrado”) deve acompanhar a razão. do refresco. O refresco também poderia ser fabricado
Exemplo 3: Um carro percorreu, na cidade, diluindo x partes de suco em y partes de água, se a razão
83,76 km com 8 l de gasolina. Dividindo-se o número
x
de quilômetros percorridos pelo número de litros fosse igual a:
de combustível consumidos, teremos o número de y
quilômetros que esse carro percorre com um litro de 1 3 4
gasolina: a) b) c) 1 d) e) 2
83,76km 2 4 3
= 10,47km/l
8l

16

Didatismo e Conhecimento
Matemática

6. (U.F. Santa Maria -RS) A velocidade média é Observemos que o produto 3 x 10 = 30 é igual ao
definida como o quociente do espaço percorrido, em produto 5 x 6 = 30, o que caracteriza a propriedade
quilômetros, pelo tempo gasto para percorrê-lo, em fundamental das proporções:
horas. Um automóvel percorreu a distância entre duas
cidades, com velocidade média de 60 km/h e fez a “Em toda proporção, o produto dos meios é igual
viagem de regresso com velocidade média de 40 km/h. ao produto dos extremos”.
Então, pode-se afirmar que a velocidade média do
percurso total, ida e volta, foi de:
a) 48 km/h b) 50 km/h Exemplo 1:
c) 52 km/h d) 60 km/h e) 100 km/h 2 6
Na proporção = , temos 2 x 9 = 3 x 6 = 18;
3 9
7. (UFRS) Se a escala de um mapa é 5 por 2 500
000 e dois pontos no mapa à distância de 25 cm, ao e em 1 = 4 , temos 4 x 4 = 1 x 16 = 16.
longo de uma rodovia, a distância real em km é: 4 2:16
Exemplo
a) 100 d) 200 Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se a
b) 125 e) 250 c) 150 seguinte dosagem: 5 gotas para cada 2 kg do “peso” da
8. (ESPM-SP) Em um mapa verifica-se que a escala criança.
é 1 : 22 000 000. Duas cidades estão distantes de São Se uma criança tem 12 kg, a dosagem correta x é
Paulo, respectivamente, 4 e 6 cm. Se fosse feita uma dada por:
estrada ligando as três cidades, qual seria o mínimo de
extensão que ela teria? 5 gotas x
=  x = 30 gotas
9. (UFRJ) Um automóvel de 4,5 m de comprimento 2 kg 12kg
é representado, em escala, por um modelo de 3 cm de
comprimento. Determine a altura do modelo que representa, Por outro lado, se soubermos que foram corretamente
na mesma escala, uma casa de 3,75 m de altura. ministradas 20 gotas a uma criança, podemos concluir
10. (UFCE) Em um mapa cartográfico, 4 cm que seu “peso” é 8 kg, pois:
representam 12 km. Nesse mesmo mapa, 10 cm
representarão quantos quilômetros? 5 gotas
= 20 gotas/p  p = 8kg
2 kg
RESPOSTAS
1 2 3 4 5 (nota: o procedimento utilizado nesse exemplo é
comumente chamado de regra de três simples.)
x a c e a
6 7 8 9 10
b b 1320 2,5 cm 30 km Propriedades da Proporção:
km
• O produto dos extremos é igual ao produto dos
meios: essa propriedade possibilita reconhecer
quando duas razões formam ou não uma
proporção.
PROPORÇÃO
4 12
A igualdade entre duas razões recebe o nome de e formam uma proporção, pois
proporção.
3 9

Na proporção 3 = 6 (lê-se: “3 está para 5 assim 4.9 = 3.12


5 10
{

36 36

como 6 está para 10”), os números 3 e 10 são chamados


extremos, e os números 5 e 6 são chamados meios. Produto dos extremos Produto do
s meios

17

Didatismo e Conhecimento
Matemática

• A soma dos dois primeiros termos está para o EXERCÍCIOS


primeiro (ou para o segundo termo) assim como x y
a soma dos dois últimos está para o terceiro (ou 1. Na proporção = , sabe-se que x – y = 90.
Quanto vale x? 8 2
para o quarto termo).

Þ{
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14 2. As áreas de dois terrenos estão uma para a outra
2
=
4 5
=
10
Þ =
5 10
assim como 2 está para 3. Determine a área de cada um,
sabendo-se que elas somam 360 m2.
ou 3. A diferença entre a idade de Ângela e a idadepara
de

Þ {5 +2 2 = 10 +4 4 Þ
Vera é 12 anos. Sabendo-se que suas idades estão uma
5 10 7 14
= = a outra assim como
5
, determine a idade de cada um
2 4 2 4
2
• A diferença entre os dois primeiros termos está
para o primeiro (ou para o segundo termo) assim 4. Divida R$ 72,00 entre duas pessoas de modo que
como a diferença entre os dois últimos está para a primeira e a segunda recebam quantias proporcionais
o terceiro (ou para o quarto termo). a 3 e a 5.
5. Um segmento de 78 cm de comprimento é
4 8 4 − 3 8 − 6 1 2 4
= ⇒ = ⇒ = dividido em duas partes na razão de . Determine o
3 6  4 8 4 8 comprimento de cada uma das partes. 9
ou 6. (UFGO) Sabe-se que as casas do braço de um violão
diminuem de largura seguindo uma mesma proporção. Se
a primeira casa do braço de um violão tem 4 cm de largura
4 8 4 − 3 8 − 6 1 2
= ⇒ = ⇒ = e a segunda casa, 3 cm, calcule a largura da quarta casa.
3 6  3 6 3 6
7. (Ulbra–RS) Água e tinta estão misturadas na
razão de 9 para 5. Sabendo-se que há 81 litros de água
na mistura, o volume total em litros é de:
• A soma dos antecedentes está para a soma a) 45 b) 81 c) 85 d) 181 e) 126
dos conseqüentes assim como cada antecedente 8. Os números x e y são tais que x + y = – 105 e
está para o seu conseqüente x 5
= .
Þ {12+3
12 3 12 15 12 y 2
= = Þ = Os valores de x e y são:
8 2 8+2 8 10 8
ou a) –35 e –70 b) –175 e 70
c) 35 e –140 d) –30 e –75
12
8
=
3
2
Þ {12+3
8+2 2
3
= Þ
15 3
=
10 2 x y
9. Calcule x e y na proporção = , sabendo que
• A diferença dos antecedentes está para a x + y = 84. 5 2
diferença dos conseqüentes assim como cada 10. A diferença entre dois números é 65. Sabe-se
antecedente está para o seu conseqüente. que o primeiro está para 9 assim como o segundo está
para 4. Calcule esses números.
3
15
=
1
5
Þ {15-5
3-1 3
= Þ
15
2
=
3
10 15 RESPOSTAS
ou 1 2 3 4 5
x = 120 144 m 2
Ângela 20 R$27,00 24 cm

Þ {15-5
3 1 3-1 1 2 1 y = 30 216 m2 Vera 8 R$45,00 54 cm
= = Þ =
15 5 5 10 5
6 7 8 9 10
27/16 cm e d x = 60 117 e 52
y = 24

18

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem


Porcentagens de duas formas:
Lucro sobre o custo = lucro/preço de custo . 100%
É uma fração de denominador centesimal, ou seja, Lucro sobre a venda = lucro/preço de venda . 100%
é uma fração de denominador 100. Representamos Observação: A mesma análise pode ser feita para o
porcentagem pelo símbolo % e lê-se: “por cento”. caso de prejuízo.
50 Exemplo: Uma mercadoria foi comprada por R$
Deste modo, a fração é uma porcentagem que 500,00 e vendida por R$ 800,00.
100
Pede-se:
podemos representar por 50%.
• o lucro obtido na transação;
Forma Decimal: É comum representarmos uma • a porcentagem de lucro sobre o preço de custo;
porcentagem na forma decimal, por exemplo, 35% na • a porcentagem de lucro sobre o preço de venda.
forma decimal seria representado por 0,35. Resposta:
75 Lucro = 800 – 500 = R$ 300,00
75% = = 0,75 300
100 Lc = = 0,60 = 60%
500
Cálculo de uma Porcentagem: Para calcularmos 300
uma porcentagem p% de V, basta multiplicarmos a fração Lv = = 0,375 = 37,5%
800
p
por V. Aumento Percentual: Consideremos um valor
100
inicial V que deve sofrer um aumento de p% de seu
valor. Chamemos de A o valor do aumento e VA o valor
p após o aumento. Então,
P% de V = .V
100 p
A = p% de V = V
23 100 .
Exemplo 1: 23% de 240 = . 240 = 55,2
100 p
VA = V + A = V + .V
Exemplo 2: Em uma pesquisa de mercado, 100
constatou-se que 67% de uma amostra assistem a um
certo programa de TV. Se a população é de 56.000 p
VA = ( 1 + ).V
habitantes, quantas pessoas assistem ao tal programa? 100
67 . 56000 = 37520 p
Resolução: 67% de 56 000 = Em que (1 + ) é o fator de aumento.
100 100
Resposta: 37 520 pessoas. Desconto Percentual: Consideremos um valor
Porcentagem que o lucro representa em relação inicial V que deve sofrer um desconto de p% de seu
ao preço de custo e em relação ao preço de venda: valor. Chamemos de D o valor do desconto e VD o valor
Chamamos de lucro em uma transação comercial de após o desconto. Então,
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o
preço de custo. p
D = p% de V = .V
100
Lucro = preço de venda – preço de custo
Caso essa diferença seja negativa, ela será chamada p
VD = V – D = V – .V
de prejuízo. 100
Assim, podemos escrever:
Preço de custo + lucro = preço de venda p
Preço de custo – prejuízos = preço de venda VD = (1 – ).V
100

19

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele


p irá sofrer um aumento de p1% e, sucessivamente, um
Em que (1 – ) é o fator de desconto. desconto de p2%.
100
Exemplo: Uma empresa admite um funcionário no Sendo V1 o valor após o aumento, temos:
mês de janeiro sabendo que, já em março, ele terá 40%
de aumento. Se a empresa deseja que o salário desse V1 = V . (1+ p1/100)
funcionário, a partir de março, seja R$ 3 500,00, com
que salário deve admiti-lo? Sendo V2 o valor após o desconto, temos:
Resolução:
VA = 1,4 . V p2
V2 = V1 . (1 – )
3 500 = 1,4 . V 100

3500 p1 p
V= = 2500 V2 = V . (1 + ) . (1 – 2 )
1,4 100 100

Resposta: R$ 2 500,00 Exemplo: (Vunesp-SP) Uma instituição bancária


oferece um rendimento de 15% ao ano para depósitos
Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos feitos numa certa modalidade de aplicação financeira.
um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer Um cliente deste banco deposita 1 000 reais nessa
dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o aplicação. Ao final de n anos, o capital que esse cliente
valor após o primeiro aumento, temos: terá em reais, relativo a esse depósito, é:
n
 p 
p1 Resolução: V = 1 +
A
 .v
V1 = V . (1 + )  100 
100

Sendo o valor após o segundo aumento, temos:

p
V2 = V1 . (1 + 2 )
VA =
( 1. 15 .1000
100
VA = 1 000 . (1,15)n
)
100
VA = 1 000 . 1,15n
VA = 1 150,00n
p1 p
V2 = V . (1 + ) . (1 + 2 )
100 100 EXERCÍCIOS
Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele 1. (Fuvest-SP) (10%)2 =
irá sofrer dois descontos sucessivos de p1% e p2%. a) 100% b) 20% c) 5% d) 1% e) 0,01%

Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos: 2. Quatro é quantos por cento de cinco?

p1 3. Um objeto custa R$ 75,00 e é vendido por R$


V1 = V. (1 – ) 100,00. Determinar:
100
a)a porcentagem de lucro em relação ao preço de custo;
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, temos: b)a porcentagem de lucro em relação ao preço de venda.

p2 4. (PUC-SP) O preço de venda de um bem de consumo


V2 = V1 . (1 – )
100 é R$ 100,00. O comerciante tem um ganho de 25% sobre
o preço de custo deste bem. O valor do preço de custo é:
p1 p a) R$ 25,00 b) R$ 70,50
V2 = V . (1 – ) . (1 – 2 )
100 100 c) R$ 75,00 d) R$ 80,00 e) R$ 125,00

20

Didatismo e Conhecimento
Matemática

5. (Fuvest-SP) Aumentando-se os lados a e b de


um retângulo de 15% e 20%, respectivamente, a área Regra de três
do retângulo é aumentada de:
a) 35% b) 30% simples e composta
c) 3,5% d) 3,8% e) 38%
Os problemas que envolvem duas grandezas
6. (Vunesp-SP) O dono de um supermercado diretamente ou inversamente proporcionais podem ser
comprou de seu fornecedor um produto por x reais resolvidos através de um processo prático, chamado
(preço de custo) e passou a revendê-lo com lucro regra de três simples.
de 50%. Ao fazer um dia de promoções, ele deu aos Exemplo 1: Um carro faz 180 km com 15l de
clientes do supermercado um desconto de 20% sobre o álcool. Quantos litros de álcool esse carro gastaria para
preço de venda deste produto. Pode-se afirmar que, no percorrer 210 km?
dia de promoções, o dono do supermercado teve, sobre
o preço de custo: Solução:
a) Prejuízo de 10%. b) Prejuízo de 5%. O problema envolve duas grandezas: distância e
c) Lucro de 20%. d) Lucro de 25%. litros de álcool.
e) Lucro de 30%. Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser
consumido.
7. (Mackenzie-SP) Um produto teve um aumento total Coloquemos as grandezas de mesma espécie em
de preço de 61% através de 2 aumentos sucessivos. Se o uma mesma coluna e as grandezas de espécies diferentes
primeiro aumento foi de 15%, então o segundo foi de: que se correspondem em uma mesma linha:
a) 38% b) 40% Distância (km) Litros de álcool
c) 42% d) 44% e) 46%
180 15
210 x
8. (Fuvest-SP) Barnabé tinha um salário de x reais
em janeiro. Recebeu aumento de 80% em maio e 80% Na coluna em que aparece a variável x (“litros de
em novembro. Seu salário atual é: álcool”), vamos colocar uma flecha:
a) 2,56 x b) 1,6x Distância (km) Litros de álcool
c) x + 160 d) 2,6x e)3,24x 180 15
210 x
9. (PUC-SP) Descontos sucessivos de 20% e 30% Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo
são equivalentes a um único desconto de: de álcool também duplica. Então, as grandezas distância
a) 25% b) 26% e litros de álcool são diretamente proporcionais. No
c) 44% d) 45% e)50% esquema que estamos montando, indicamos esse fato
colocando uma flecha na coluna “distância” no mesmo
10. (Fuvest-SP) A cada ano que passa o valor de sentido da flecha da coluna “litros de álcool”:
um carro diminui em 30% em relação ao seu valor do
ano anterior. Se V for o valor do carro no primeiro ano, Distância (km) Litros de álcool
o seu valor no oitavo ano será: 180 15
a) (0,7)7 V b) (0,3)7 V 210 x
c) (0,7)8 V d) (0,3)8 V e) (0,3)9 V

mesmo sentido
RESPOSTAS Armando a proporção pela orientação das flechas, temos:
1 2 3 4 5 6  6x = 7 . 15  6x = 105
180 15
d 80% a) 33,33% d e =
b) 25%
2107 x 105
 x=  x = 17,5
6 7 8 9 10 6
c b c c a
Resposta: O carro gastaria 17,5 l de álcool.

21

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Exemplo 2: Viajando de automóvel, à velocidade Queremos determinar um desses valores, conhecidos


de 60 km/h, eu gastaria 4 h para fazer certo percurso. os outros três.
Aumentando a velocidade para 80 km/h, em quanto Velocidade Tempo gasto para fazer o
tempo farei esse percurso? percurso
Solução: 200 km/h 18 s
Indicando por x o número de horas e colocando as 240 km/h x
grandezas de mesma espécie em uma mesma coluna e as
grandezas de espécies diferentes que se correspondem Se duplicarmos a velocidade inicial do carro,
em uma mesma linha, temos: o tempo gasto para fazer o percurso cairá para
Velocidade (km/h) Tempo (h) a metade; logo, as grandezas são inversamente
60 4 proporcionais. Assim, os números 200 e 240 são
80 x inversamente proporcionais aos números 18 e x.
Daí temos:
Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), 200 . 18 = 240 . x
vamos colocar uma flecha: 3 600 = 240x
Velocidade (km/h) Tempo (h) 240x = 3 600
60 4 x = 3600
80 x 240
Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo x = 15
fica reduzido à metade. Isso significa que as grandezas O corredor teria gasto 15 segundos no percurso.
velocidade e tempo são inversamente proporcionais.
No nosso esquema, esse fato é indicado colocando-se na
EXERCÍCIOS
coluna “velocidade” uma flecha em sentido contrário
1. Para transportar material bruto para uma construção,
ao da flecha da coluna “tempo”:
Velocidade (km/h) Tempo (h) foram usados 16 caminhões com capacidade de 5m3
60 4 cada um. Se a capacidade de cada caminhão fosse de 4
80 x m3, quantos caminhões seriam necessários para fazer o
mesmo serviço?
2. Um piloto manteve, em um treino, a velocidade
sentidos contrários média de 153 km/h. Sabendo-se que 1h = 3 600 s, qual
foi a velocidade desse piloto, em m/s?
3. Para construir a cobertura de uma quadra de
Na montagem da proporção devemos seguir o
basquete, 25 operários levaram 48 dias. Se fosse
sentido das flechas. Assim, temos:
construída uma cobertura idêntica em outra quadra e
6  4x = 4 . 3  4x = 12
4 80 fossem contratados 30 operários de mesma capacidade
= que os primeiros, em quantos dias a cobertura estaria
x 607
 x = 12  x=3 pronta?
4 4. A velocidade de um automóvel é de 25 m/s. Qual
será sua velocidade em quilômetros por hora?
Resposta: Farei esse percurso em 3 h. 5. Um pequeno avião, voando a 450 km/h, leva 4
horas para ir da cidade A até a cidade B. Quanto tempo
Exemplo 3: Ao participar de um treino de Fórmula gastaria outro avião para percorrer o mesmo trajeto,
1, um competidor, imprimindo velocidade média de 200 sabendo que a sua velocidade média é de 800 km/h?
km/h, faz o percurso em 18 segundos. Se sua velocidade 6. Numa determinada faixa salarial, de cada R$
fosse de 240 km/h, qual o tempo que ele teria gasto no 100,00 o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social)
percurso? desconta R$ 11,00. Quanto o INSS desconta de um
Vamos representar pela letra x o tempo procurado. salário de R$ 1.350,00?
Estamos relacionando dois valores da grandeza 7. Completamente abertas, 2 torneiras enchem um
velocidade (200 km/h e 240 km/h) com dois valores da
tanque em 75 min. Em quantos minutos 5 torneiras
grandeza tempo (18 s e x s).
completamente abertas encheriam esse mesmo tanque?

22

Didatismo e Conhecimento
Matemática

8. Um trem percorre certa distância em 6 h 30 min, (máquinas) uma flecha no sentido contrário ao da flecha
à velocidade média de 42 km/h. Que velocidade deverá da coluna “dias”:
ser desenvolvida para o trem fazer o mesmo percurso em Máquinas Peças Dias
5 h 15 min? 8 160 4
9. Com 1,6 kg de frango compram-se 10 kg de 6 300 x
milho. Quantos quilos de frango são necessários para Sentidos contrários
se comprar 1 tonelada de milho? Agora vamos montar a proporção, igualando a
10. Uma torneira que despeja 15 l/min enche um 4 , com o produto das
tanque em 80 min. Uma outra torneira, despejando 25 l/ razão que contém o x, que é
min, em quanto tempo encheria esse tanque? x
outras razões, obtidas segundo a orientação das flechas

RESPOSTAS  6 160 
 . :
1 2 3 4 5  8 300 
20 42,5 m/s 40 dias 90 km/h 2h15 min 1

caminhões 4 6 2 160 8
= .
6 7 8 9 10 x 81 30015
15 5

R$ 148,50 30 min 52 km/h 160 kg 48 min 4 2  2x = 4 . 5  x = 4 2.5  x = 10


=
x 5 21
REGRA DE TRÊS COMPOSTA Resposta: Em 10 dias
O processo usado para resolver problemas que Exemplo 2: Na merenda escolar, 320 crianças
envolvem mais de duas grandezas, diretamente ou consumiram 1 440 l de leite em 15 dias. Quantos litros
inversamente proporcionais, é chamado regra de três de leite deverão ser consumidos por 400 crianças em
composta. 30 dias?
Exemplo 1: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 Crianças Dias Litros de leite
peças. Em quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras 320 15 1 440
produziriam 300 dessas peças? 400 30 x
Solução: • As grandezas crianças e litros são diretamente
Indiquemos o número de dias por x. Coloquemos proporcionais.
as grandezas de mesma espécie em uma só coluna e as • As grandezas dias e litros são diretamente
grandezas de espécies diferentes que se correspondem proporcionais.
2
em uma mesma linha. Na coluna em que aparece a 1440 320 84 115 5 1
variável x (“dias”), coloquemos uma flecha: = 10 5
. 1
x 40010 3030 2
Máquinas Peças Dias
8 160 4 1440 2
=
6 300 x x 5
Comparemos cada grandeza com aquela em que 2x = 5 . 1 440
está o x.
As grandezas peças e dias são diretamente 5.1440 720
proporcionais. No nosso esquema isso será indicado x=
colocando-se na coluna “peças” uma flecha no mesmo 21
sentido da flecha da coluna “dias”: x = 3 600
Máquinas Peças Dias Resposta: Em 30 dias deverão ser consumidos 3
8 160 4 600 l de leite.
6 300 x
Mesmo sentido EXERCÍCIOS
As grandezas máquinas e dias são inversamente 1- Trabalhando 8h por dia, 6 pedreiros constroem
proporcionais (duplicando o número de máquinas, uma casa em 5 meses. Quantos pedreiros seriam
o número de dias fica reduzido à metade). No nosso necessários para construir a mesma casa em 4 meses,
esquema isso será indicado colocando-se na coluna trabalhando 6h por dia?

23

Didatismo e Conhecimento
Matemática

2- Doze caminhões levam 4 dias para transportar


240 toneladas de mantimentos. Quantos caminhões Divisão Proporcional
seriam necessários para transportar 300 toneladas em
3 dias?
3- Em uma tecelagem, 10 teares fabricam 500m de
tecido em 3 dias. Em quantos dias 6 teares produzirão Considere a seguinte situação:
400m do mesmo tecido? Joana gosta de queijadinha e por isso resolveu
aprender a fazê-las. Adquiriu a receita de uma amiga.
4- Um grupo de 9 estudantes foi acampar e levou
Nessa receita, os ingredientes necessários são:
alimentos suficientes para 6 dias, calculando fazer
3 ovos
4 refeições diárias. Tendo chegado ao local mais 3
1 lata de leite condensado
estudantes, por quanto tempo teriam alimentos se
1 xícara de leite
fizessem 3 refeições diárias?
2 colheres das de sopa de farinha de trigo
5- Em uma granja, em 60 dias, 3 000 frangos 1 colher das de sobremesa de fermento em pó
consumiram 12 900 kg de ração. Quantos quilos de ração 1 pacote de coco ralado
seriam consumidos em 55 dias por 2 400 frangos? 1 xícara de queijo ralado
6- Se R$ 4.500,00 rendem R$ 270,00 de juros em 3 1 colher das de sopa de manteiga
meses, quanto renderão de juros R$ 6.000,00 em 2 meses?
Veja que:
7- (F.F.C.L. Belo Horizonte-MG) Uma empreiteira • Para se fazerem 2 receitas seriam usados 6 ovos
contratou 210 pessoas para pavimentar uma estrada de para 4 colheres de farinha;
300 km em 1 ano. Após 4 meses de serviço, apenas 75 • Para se fazerem 3 receitas seriam usados 9 ovos
km estavam pavimentados. Quantos empregados ainda para 6 colheres de farinha;
devem ser contratados para que a obra seja concluída • Para se fazerem 4 receitas seriam usados 12 ovos
no tempo previsto? para 8 colheres de farinha;
a) 315 b) 2 2520 c) 840 d) 105 e) 1 260 • Observe agora as duas sucessões de números:
8- (UFSE) Numa gráfica, 7 máquinas de mesmo
rendimento imprimem 50 000 cartazes iguais em 2 Sucessão do número de ovos: 6 9 12
horas de funcionamento. Se duas dessas máquinas não Sucessão do número de colheres de farinha: 4 6 8
estiverem funcionando, as 5 máquinas restantes farão o
mesmo serviço em: Nessas sucessões as razões entre os termos
a) 3 horas e 10 minutos b) 3 horas correspondentes são iguais:
c) 2 horas e 55 minutos d) 2 horas e 50 minutos
6 3 9 3 112
2 3
e) 2 horas e 48 minutos = = =
4 2 6 2 8 2
9- (UFMG) Uma empresa tem 750 empregados e
comprou marmitas individuais congeladas suficientes para 6 9 12
12 3
o almoço deles durante 25 dias. Se essa empresa tivesse mais Assim: = = =
4 6 8 2
500 empregados, a quantidade de marmitas já adquiridas
seria suficiente para um número de dias igual a:
a) 10 b) 12 c) 15 d) 18 e) 20 Dizemos, então, que:
• os números da sucessão 6, 9, 12 são diretamente
RESPOSTAS proporcionais aos da sucessão 4, 6, 8;
3
1 2 3 4 5 • o número 2 , que é a razão entre dois
termos correspondentes, é chamado fator de
10 pedreiros 20 caminhões 4 dias 6 dias 9 460 kg proporcionalidade.
6 7 8 9 Duas sucessões de números não-nulos são
diretamente proporcionais quando as razões entre cada
R$ 240,00 d e c
termo da primeira sucessão e o termo correspondente
da segunda sucessão são iguais.

24

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Exemplo1: Vamos determinar x e y, de modo que 4 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em
as sucessões sejam diretamente proporcionais: 30 min.
2 8 y 6 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em
3 x 21 20 min.
Observe agora as duas sucessões de números:
Como as sucessões são diretamente proporcionais, Sucessão do número de máquinas: 1 2 4 6
as razões são iguais, isto é: Sucessão do número de minutos: 120 60 30 20
2 8 y Nessas sucessões as razões entre cada termo da
= =
3 x 21
21 primeira sucessão e o inverso do termo correspondente
2 8 2 y
da segunda são iguais:
3 = x 3 = 21
1 2 4 6
2x = 3 . 8 3y = 2 . 21 = = = = 120
1 1 1 1
2x = 24 3y = 42
x= 2
24
y= 3
42 120 60
60 30
30 20
20
x = 12 y = 14
Dizemos, então, que:
Logo, x = 12 e y = 14 • os números da sucessão 1, 2, 4, 6 são inversamente
proporcionais aos da sucessão 120, 60, 30, 20;
Exemplo 2: Para montar uma pequena empresa, • o número 120, que é a razão entre cada termo da
Júlio, César e Toni formaram uma sociedade. Júlio primeira sucessão e o inverso do seu correspondente na
entrou com R$ 24.000,00, César com R$ 27.000,00 e segunda, é chamado fator de proporcionalidade.
Toni com R$ 30.000,00. Depois de 6 meses houve um Observando que
lucro de R$ 32.400,00 que foi repartido entre eles em 1
é o mesmo que 1 . 120 = 120
partes diretamente proporcionais à quantia investida. 1
Calcular a parte que coube a cada um. 120
20
Solução:
Representando a parte de Júlio por x, a de César por 4
y, e a de Toni por z, podemos escrever: é o mesmo que 4 . 30 = 120
 x + y + z = 32400 
1
  3030
 x y z 
 24000 = 27000 = 30000 
2
32400
  é o mesmo que 2 . 60 = 120
x y z x+ y+z 1
= = =
+
24000 27000 30000 24000 27000
  + 30000
  60
60
81000

Resolvendo as proporções: 6
x 32400 4 y 4 z 4 é o mesmo que 6 . 20 = 120
= = = 1
24000 810001010 27000 110
0 3000 1010 20
20
10x = 96 000 10y = 108 000 10z = 120 000
podemos dizer que:
x = 9 600 y = 10 800 z = 12 000
Duas sucessões de números não-nulos são
Logo, Júlio recebeu R$ 9.600,00, César recebeu R$ inversamente proporcionais quando os produtos de cada
10.800,00 e Toni, R$ 12.000,00. termo da primeira sucessão pelo termo correspondente
Considere os seguintes dados, referentes à produção da segunda sucessão são iguais.
de sorvete por uma máquina da marca x-5:
1 máquina x-5 produz 32 litros de sorvete em 120 Exemplo 1: Vamos determinar x e y, de modo que
min. as sucessões sejam inversamente proporcionais:
2 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 4 x 8
60 min. 20 16 y

25

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Para que as sucessões sejam inversamente Observe também que, duas a duas, as razões entre
proporcionais, os produtos dos termos correspondentes o número de dias e o número de sacos de açúcar são
deverão ser iguais. Então devemos ter: iguais:
4 . 20 = 16 . x = 8 . y 1 5000 1 5000 2 10000 2 10000 3 15000
= = = = =
16 . x = 4 . 20 8 . y = 4 . 20 2 10000 4 20000 3 15000 5 25000 5 25000
16x = 80 8y = 80
x = 80/16 y = 80/8 1 5000 1 5000 2 10000 3 15000 4 20000
= = = = =
3 15000 5 25000 4 20000 4 20000 5 25000
x=5 y = 10
Logo, x = 5 e y = 10.
Isso nos leva a estabelecer que:
Exemplo 2: Vamos dividir o número 104 em partes
inversamente proporcionais aos números 2, 3 e 4. Duas grandezas são diretamente proporcionais
Representamos os números procurados por x, y e quando a razão entre os valores da primeira é igual à
z. E como as sucessões (x, y, z) e (2, 3, 4) devem ser razão entre os valores da segunda.
inversamente proporcionais, escrevemos:
 104
  Tomemos agora outro exemplo.
x y z x y z x+ y+z Com 1 tonelada de cana-de-açúcar, uma usina
= = = = = produz 70l de álcool.
1 1 1 1 1 1 1 1 1
+ + De acordo com esses dados podemos supor que:
2 3 4 2 3 4 2 3 4
104 104 104 1313 12
12 9696 • com o dobro do número de toneladas de cana, a
Como = =
1 1 1 6 + 4 + 3 1313
= 104 : = 104 8. 1 =
1212 1313 1 , vem: usina produza o dobro do número de litros de álcool,
+ +
2 3 4 12
12 1212 isto é, 140l;
x 9696 y 9696 z 9696 • com o triplo do número de toneladas de cana, a
= = = usina produza o triplo do número de litros de álcool,
1 1 1 1 1 1
isto é, 210l.
2 3 4
Então concluímos que as grandezas quantidade
1 1 1
x = 96
96 448
8
. y = 96
96 332
2
. z = 96
96 224
4
. de cana-de-açúcar e número de litros de álcool são
21 31 41 diretamente proporcionais.
x = 48 y = 32 z = 24 GRANDEZAS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS
Logo, os números procurados são 48, 32 e 24. Considere uma moto cuja velocidade média e
o tempo gasto para percorrer determinada distância
GRANDEZAS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS encontram-se na tabela:
Considere uma usina de açúcar cuja produção, nos
cinco primeiros dias da safra de 2005, foi a seguinte: Velocidade Tempo
Dias sacos De açúcar 30 km/h 12h
1 5 000 60 km/h 6h
2 10 000 90 km/h 4h
3 15 000 120 km/h 3h
4 20 000
Com base na tabela apresentada observamos que:
5 25 000 • duplicando a velocidade da moto, o número de
horas fica reduzido à metade;
Com base na tabela apresentada observamos que: • triplicando a velocidade, o número de horas fica
• duplicando o número de dias, duplicou a produção reduzido à terça parte, e assim por diante.
de açúcar; Nesse caso dizemos que as grandezas velocidade e
• triplicando o número de dias, triplicou a produção tempo são inversamente proporcionais.
de açúcar, e assim por diante.
Observe que, duas a duas, as razões entre os números
Nesse caso dizemos que as grandezas tempo e que indicam a velocidade são iguais ao inverso das
produção são diretamente proporcionais. razões que indicam o tempo:

26

Didatismo e Conhecimento
Matemática
30 6 12
inverso da razão 6
60 4 6
inverso da razão 4 com R$ 30.000,00, José Antônio com R$ 36.000,00.
60 = 12 90 = 6 Depois de 4 meses tiveram um lucro de R$ 60.000,00,
30 4 12 60 3 6 que foi repartido entre eles. Quanto recebeu cada um?
90 = 12
inverso da razão 4 120 = 6
inverso da razão 3
(Nota: A divisão do lucro é diretamente proporcional à
30 3 12 90 3 4 quantia que cada um empregou.)
120 = 12
inverso da razão 3 120 = 4
inverso da razão 3 8. Leopoldo e Wilson jogam juntos na Sena e
acertam os seis números, recebendo um prêmio de R$
Podemos, então, estabelecer que: 750.000,00. Como Leopoldo participou com R$ 80,00
Duas grandezas são inversamente proporcionais e Wilson com R$ 70,00, o prêmio foi dividido entre eles
quando a razão entre os valores da primeira é igual ao em partes diretamente proporcionais à participação de
inverso da razão entre os valores da segunda. cada um. Qual a parte que coube a Wilson?
9. O proprietário de uma chácara distribuiu
Acompanhe o exemplo a seguir: 300 laranjas a três famílias em partes diretamente
Cinco máquinas iguais realizam um trabalho em 36 proporcionais ao número de filhos. Sabendo-se que as
dias. De acordo com esses dados, podemos supor que: famílias A, B e C têm respectivamente 2, 3 e 5 filhos,
• o dobro do número de máquinas realiza o mesmo quantas laranjas recebeu cada família?
trabalho na metade do tempo, isto é, 18 dias;
• o triplo do número de máquinas realiza o mesmo RESPOSTAS
trabalho na terça parte do tempo, isto é, 12 dias. 1 2 3 4 5
Então concluímos que as grandezas quantidade de a) x=3 a) x=5 80, 21, 45,
máquinas e tempo são inversamente proporcionais. y = 35 y = 10 32, 28, 150,
20 43 20
b) x =4 b) x =4
EXERCÍCIOS y = 30 y = 12
1. Calcule x e y nas sucessões diretamente c) x =6 c) x = 45
proporcionais: y = 15 y =6
1 x 7 x y 21
a) 5 15 y c) 14 35 49 D) x = 14 D) x =1
y = 21 y =3
5 10 y 8 12 20 6 7 8 9 10
b) x 8 24
d) x y 35
90 evanDro r$350.000,00 60, João
r$16.000,00 90, r$750.000,00
2. Calcule x e y nas sucessões inversamente 150
proporcionais: sanDro Paulo
4 x y 2 10 y r$20.000,00 r$500.000,00
a) 25 20 10 c) x 9 15
José antônio roberto
30 15 10 x y 2 r$24.000,00 r$400.000,00
b) x 8 y d) 12 4 6
3. Divida 132 em partes inversamente proporcionais
a 2, 5 e 8.
4. Reparta 91 em partes inversamente proporcionais
a 1, 1 e 1 .
3 4 6
5. Divida 215 em partes diretamente proporcionais
a 3, 5 e 1 .
4 2 3
6. Marcelo repartiu entre seus filhos Rafael (15
anos) e Matheus (12 anos) 162 cabeças de gado em
partes diretamente proporcionais à idade de cada um.
Qual a parte que coube a Rafael?

7. Evandro, Sandro e José Antônio resolveram


montar um pequeno negócio, e para isso formaram uma
sociedade. Evandro entrou com R$ 24.000,00, Sandro

27

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Exemplo: Calcular a média aritmética entre os


números 3, 4, 6, 9, e 13.

Resolução
Se x for a média aritmética dos elementos do
conjunto (3, 4, 6, 9, 13), então x será a soma dos 5
elementos, dividida por 5. Assim:

A média aritmética é 7.
MÉDIA ARITMÉTICA
SIMPLES E PONDERADA MÉDIA ARITMÉTICA PONDERADA

Definição
NOÇÃO GERAL DE MÉDIA A média dos elementos do conjunto numérico
A relativa à adição e na qual cada elemento tem um
Considere um conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; “determinado peso” é chamada média aritmética
xn} e efetue uma certa operação com todos os elementos ponderada.
de A.
Se for possível substituir cada um dos elementos do Cálculo da média aritmética ponderada
conjunto A por um número x de modo que o resultado Se x for a média aritmética ponderada dos elementos
da operação citada seja o mesmo diz-se, por definição, do conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} com “pesos”
que x será a média dos elementos de A relativa a essa P1; P2; P3; ...; Pn, respectivamente, então, por definição:
operação.
P1 . x + P2 . x + P3 . x + ... + Pn . x =
MÉDIA ARITMÉTICA = P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn
(P1 + P2 + P3 + ... + Pn) . x =
Definição = P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn
A média dos elementos do conjunto numérico A e, portanto,
relativa à adição é chamada média aritmética.

Cálculo da média aritmética

Se x for a média aritmética dos elementos do


conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por Observe que se P1 = P2 = P3 = ... = Pn = 1, então:
definição: x1+x2+x3+...+xn
x= n que é a média aritmética
x + x + x + ... + x = x1+ x2+ x3+...+ xn simples.

n parcelas Conclusão
A média aritmética ponderada dos n elementos do
n . x = x1+ x2+ x3+ ... + xn e, portanto
conjunto numérico A é a soma dos produtos de cada
elemento multiplicado pelo respectivo peso, dividida
pela soma dos pesos.
Exemplo: Calcular a média aritmética ponderada
Conclusão dos números 35, 20 e 10 com pesos 2, 3, e 5,
A média aritmética dos n elementos do conjunto respectivamente.
numérico A é a soma de todos os seus elementos,
dividida por n. Resolução
Se x for a média aritmética ponderada, então:

28

Didatismo e Conhecimento
Matemática

c) 95%

A média aritmética ponderada é 18. 7. (FUVEST) Sabe-se que a média aritmética de 5


números inteiros distintos, estritamente positivos, é de
OBSERVAÇÃO 16. O maior valor que um desses inteiros pode assumir
A palavra média, sem especificar se é aritmética, é:
deve ser entendida como média aritmética. a)16 b) 20 c) 50 d) 70 e) 100
RESPOSTAS
EXERCÍCIOS
1 2 3 4 5 6 7
1. (FUVEST) Ache a média aritmética dos
números. 29/20 b a) R$3,60 a d e d
b) R$3,68
2. Comprei 5 doces a R$ 1,80 cada um, 3 doces a c) R$3,36
R$ 1,50 cada e 2 doces a R$ 2,50 cada. O preço médio,
por doce, foi de:
a)R$ 1,75 d) R$ 2,00
b) R$ 1,85 e) R$ 2,40
c) R$ 1,93

3. Uma empresa de embalagem mistura x Kg de 4 Equações e in-


café do tipo A, que custo R$ 4,00 por quilograma y Kg
equações de 1.º e 2.º
de café do tipo B que custa R$ 3,20 por quilograma.
Calcular o custo de um quilograma desta mistura
graus; sistemas lineares
quando:
a)x = y = 5 b) x = 6 e y = 4 c) x = 2 e y = 8 Veja estas equações, nas quais há apenas uma
incógnita:
4. A média aritmética dos elementos de um conjunto
de 28 números é 27. Se retirarmos deste conjunto três
números, de valores 25, 28 e 30 a média aritmética dos 2 1
elementos do novo conjunto será: 3x – 2 = 16 2y³ – 5y = 11 1 – 3x + =x+
equação de equação de
5 2
a)26,92 d) 26,38 equação de 1º grau
b) 26,80 e) 25,48 1º grau 3º grau
c) 26,62
O método que usamos para resolver a equação de
5. (PUCCAMP) Sabe-se que os números x e y 1º grau é isolando a incógnita, isto é, deixar a
fazem parte de um conjunto de 100 números, cuja média incógnita sozinha em um dos lados da igualdade. Para
aritmética é 9,83. Retirando-se x e y desse conjunto, a conseguir isso, há dois recursos:
média aritmética dos números restantes será 8,5. Se 3x
– 2y = 125, então: · inverter operações;
a)x = 75 d) y = 65 · efetuar a mesma operação nos dois lados da
b) y = 55 e) x = 95 igualdade.
c) x = 80 Exemplo1: Resolução da equação 3x – 2 = 16,
invertendo operações.
6. (PUC) A média aritmética de 100 números é
igual a 40,19. Retirando-se um desses números, a média
aritmética dos 99 números restantes passará a ser 40,5.
O número retirado equivale a :
a)9,5% d) 750%
b) 75% e) 950%

29

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Procedimento e justificativa Registro · Sempre que mudar um termo de lado, inverta a


Se 3x – 2 dá 16, conclui-se que 3x dá 16 3x – 2 = 16 operação.
+ 2, isto é, 18. (invertemos a subtração) 3x = 16 + 2
Se 3x é igual a 18, é claro que x é 3x = 18 Exemplo: resolução da equação
igual a 18 : 3, ou seja, 6. (invertemos a
188 5(x + 2 )
=
(x + 2)(. x − 3) − x 2 , usando o
multiplicação por 3) x=
3 2 3 3
x=6 processo prático.

Exemplo 2: Resolução da equação Procedimento e Registro


2 1 justificativa
1 – 3x + = x + , efetuando a mesma operação
5 2 Iniciamos da 5(x + 2 ) (x + 2 )(
. x − 3) x2
forma habitual, − =−
nos dois lados da igualdade. 2 3 3
multiplicando
os dois lados 5(x + 2 ) (x + 2)(. x − 3) = 6. x 2
6. − 6.
Procedimento e justi- Registro pelo mmc (2;3) 2 3 3
ficativa 1 – 3x + 2/5 = x + 1 /2 = 6. A seguir, 15(x + 2) – 2(x + 2)(x – 3) = – 2x²
Multiplicamos os passamos a 15x + 30 – 2(x² – 3x + 2x – 6) = – 2x²
10 – 10 3x + 2/ 5 = 10 x + 1/2
dois lados da equação efetuar os cálc- 15x + 30 – 2(x² – x – 6) = – 2x²
10 – 2 (3x + 2) = 5 (x + 1) ulos indicados.
por mmc (2;5) = 10. 15x + 30 – 2x² + 2x + 12 = – 2x²
10 – 6x – 4 = 5x + 5 Neste ponto,
Dessa forma, são 17x – 2x² + 42 = – 2x²
eliminados os de-
6 = 11x + 5 passamos a 17x – 2x² + 2x² = – 42
nominadores.Fazemos 1 = 11x usar o processo 17x = – 42
as simplificações e os 1/11 = x ou x = 1/11 prático, colo-
x = – 42
cálculos necessários cando termos 17
e isolamos x, sempre com a incóg-
efetuando a mesma nita à esquerda
operação nos dois e números à
lados da igualdade.No direita, inver-
registro, as operações tendo oper-
feitas nos dois lados ações.
da igualdade são in-
dicadas com as setas Note que, de início, essa última equação
curvas verticais. x2
aparentava ser de 2º grau por causa do termo −
3
Há também um processo prático, bastante usado,
que se baseia nessas idéias e na percepção de um padrão no seu lado direito. Entretanto, depois das
visual. simplificações, vimos que foi reduzida a uma
equação de 1º grau (17x = – 42).
· Se a + b = c, conclui-se que a = c + b.
Na primeira igualdade, a parcela b aparece somando
no lado esquerdo; na segunda, a parcela b aparece EXERCÍCIOS
subtraindo no lado direito da igualdade.
1. Zeca é o cestinha do time de basquete de sua
· Se a.b = c, conclui-se que a = c+b, desde que b ≠ 0. escola. Nos jogos da Primavera do ano passado, seu
Na primeira igualdade, o número b aparece time foi campeão. O quádruplo do número de pontos
multiplicando no lado esquerdo; na segunda, ele aparece que ele fez, na final diminuído de 29 pontos, resultou
dividindo no lado direito da igualdade. 127. Quantos pontos ele fez nesse jogo?
O processo prático pode ser formulado assim:
· Para isolar a incógnita, coloque todos os termos 2. Num caixote há laranjas e maças num total de
com incógnita de um lado da igualdade e os demais
termos do outro lado.

30

Didatismo e Conhecimento
Matemática

2 8 153 8 10 R$ 26.770,00
100 frutas. O número de maça é do número de
3 enfermeiras R$ 53.540,00
17 médicos R$ 68.340,00
laranjas. Quantas maças e quantas laranjas há no
caixote?
EQUAÇÃO DE 2º GRAU
3 Denomina-se equação do 2º grau na incógnita x
2
3. Num sítio, das aves correspondem a 39 toda equação da forma ax + bx + c = 0, em que a, b, c
4 são números reais e a ≠ 0.
galinhas. Qual o número de aves desse sítio? Nas equações de 2º grau com uma incógnita, os
números reais expressos por a, b, c são chamados
4. Numa excursão ao Jardim Zoológico foram 84 coeficientes da equação:
2
alunos. Se o número de rapazes correspondia à sexta • a é sempre o coeficiente do termo em x .
parte do número de moças, quantos rapazes foram a • b é sempre o coeficiente do termo em x.
essa excursão? • c é sempre o coeficiente ou termo independente.

5. Se Luísa fosse 15 anos mais nova, a metade dessa Equação completa e incompleta:
idade seria 16 anos. Qual é a idade de Luísa? • Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz
completa.
6. Qual é o número cujo triplo excede ele próprio Exemplos:
2
em 16 unidades? 5x – 8x + 3 = 0 é uma equação completa
(a = 5, b = – 8, c = 3).
2
7. A diferença entre o número de enfermeiras e o y + 12y + 20 = 0 é uma equação completa
número de médicos de um hospital é 136. O quociente (a = 1, b = 12, c = 20).
exato entre dois números é 9. Quantas são as enfermeiras
e quantos são os médicos? • Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do
2º grau se diz incompleta.
8. A soma do número de cadernos com o número de Exemplos:
2
livros de uma estante é 35 e a diferença entre eles é 19. x – 81 = 0 é uma equação incompleta
Se há mais cadernos, quantos são os livros? (a = 1, b = 0 e c = – 81).
2
10t +2t = 0 é uma equação incompleta
9. Um pai tem 40 anos e seu filho 15. Daqui a (a = 10, b = 2 e c = 0).
2
quantos anos a idade do pai será o dobro da idade do 5y = 0 é uma equação incompleta
filho? (a = 5, b = 0 e c = 0).
2
Todas essas equações estão escritas na forma ax
10. A compra de uma casa de R$ 148.650,00 foi + bx + c = 0, que é denominada forma normal ou
paga em três prestações. A segunda prestação foi o forma reduzida de uma equação do 2º grau com uma
dobro da primeira, e a terceira foi de R$ 14.800,00 a incógnita.
mais que a segunda. De quanto foi cada prestação? Há, porém, algumas equações do 2º grau que não
2
estão escritas na forma ax + bx + c = 0; por meio de
transformações convenientes, em que aplicamos o
princípio aditivo e o multiplicativo, podemos reduzí-las
RESPOSTAS a essa forma.
Exemplo: Pelo princípio aditivo.
1 2 3 4 5
39 60 e 40 52 12 47 2 1 x
− =
6 7 8 9 10 x 2 x−4
4.(x − 4 )− x(x − 4 ) 2x 2
=
2 x(x − 4 ) 2 x(x − 4 )

31

Didatismo e Conhecimento
Matemática
2
4(x – 4) – x(x – 4) = 2x
4x – 16 – x2 + 4x = 2x
2 Neste caso, ∆ é igual a zero e ocorre:
2 2
– x + 8x – 16 = 2x
2 2
– x – 2x + 8x – 16 = 0 −b± ∆ −b± 0 −b±0 −b
2 x= = x= = =
– 3x + 8x – 16 = 0 2.a
Observamos, então, a 2 .a
existência de2.um
a único2avalor
Resolução das equações incompletas do 2º grau
real para a incógnita x, embora seja costume dizer que a
com uma incógnita.
2 equação tem duas raízes reais e iguais, ou seja:
• A equação é da forma ax + bx = 0.
2
x + 9 = 0  colocamos x em evidência
−b
x . (x – 9) = 0 x’ = x” =
x=0 ou x–9=0 2a
x=9 3º caso:  é um número real negativo ( < 0).
Neste caso, ∆ não é um número real pois não há
Logo, S = {0, 9} e os números 0 e 9 são as raízes
no conjunto dos números reais a raiz quadrada de um
da equação.
2 número negativo.
• A equação é da forma ax + c = 0.
Dizemos então, que não há valores reais para a
2 incógnita x, ou seja, a equação não tem raízes reais.
x – 16 = 0  Fatoramos o primeiro membro, que
A existência ou não de raízes reais e o fato de elas
é uma diferença de dois quadrados.
serem duas ou uma única dependem, exclusivamente,
(x + 4) . (x – 4) = 0 2
do discriminante  = b – 4.a.c; daí o nome que se dá
x+4=0 x–4=0
a essa expressão.
x=–4 x=4 2
Na equação ax + bx + c = 0
Logo, S = {–4, 4}.
•  = b2 – 4.a.c
FÓRMULA DE BHASKARA • Quando  ≥ 0, a equação tem raízes reais.
Usando o processo de Bhaskara e partindo da • Quando  < 0, a equação não tem raízes reais.
equação escrita na sua forma normal, foi possível •  > 0 (duas raízes diferentes).
chegar a uma fórmula que vai nos permitir determinar
•  = 0 (uma única raiz).
o conjunto solução de qualquer equação do 2º grau de
maneira mais simples.
Essa fórmula é chamada fórmula resolutiva ou Exemplo: Resolver a equação x2 + 2x – 8 = 0 no
fórmula de Bhaskara. conjunto R.
temos: a = 1, b = 2 e c = – 8
2
 = b – 4.a.c = (2)2 – 4 . (1) . (–8) = 4 + 32 = 36
−b± ∆ >0
x=
2.a Como  > 0, a equação tem duas raízes reais
diferentes, dadas por:
Nesta fórmula, o fato de x ser ou não número real
vai depender do discriminante ; temos então, três −b± ∆ − (2 )± 336
6 −2±6
x= = =
casos a estudar. 2.a 2.(1) 2
1º caso:  é um número real positivo (> 0).
Neste caso, ∆ é um número real e existem dois −2+6 4 − 2−6 −8
valores reais diferentes para a incógnita x, sendo x’ = = =2 x” = = = −4
2 2 2 2
costume representar esses valores por x’ e x”, que
constituem as raízes da equação.
EXERCÍCIOS
2
−b± ∆ −b+ ∆ −b− ∆ 1- (F. Porto-Alegrense-RS) Se x = – 4x, então:
x= x' = x '' = a) x = 2 ou x = 1 b) x = 3 ou x = – 1
2.a 2.a 2.a c) x = 0 ou x = 2 d) x = 0 ou x = – 4
2º caso:  é zero ( = 0). e) x = 4 ou x = – 1
32

Didatismo e Conhecimento
Matemática
2
2- (Osec-SP) As raízes reais da equação 1,5x + SISTEMAS LINEARES
0,1x = 0,6 são:
INTRODUÇÃO
2 3 2 O estudo dos sistemas de equações lineares é de fundamental
a) e1 b) e importância em Matemática e nas ciências em geral. Você
5 5 3 prova¬velmente já resolveu sistemas do primeiro grau, mais
3 2 precisamente aqueles com duas equações e duas incógnitas.
c) − e − 2 2 3 2
5 5 d) − e e) e− Vamos ampliar esse conhecimento desenvolvendo métodos
5 3 5 3 que permitam resolver, quando possível, sistemas de equações
3
3- (PUC-RJ) As raízes da equação x – 2x – 3x =
2 do primeiro grau com qualquer número de equações e incógnitas.
Esses métodos nos permitirão não só resolver sistemas, mas
0 são: também classificá-los quanto ao número de soluções.
a) –2, 0 e 1 b) –1, 2 e 3
c) – 3, 0 e 1 d) – 1, 0 e 3 e) – 3, 0 e 2 1 - Equações Lineares
A - Definição e Elementos
Equação linear é toda equação do tipo a1x1 + a2x2 + a3x3+...
2
4- Verifique se o número 5 é raiz da equação x anxn = b, onde a1, a2, a3,.., an e b são números reais e x1, x2, x3,..,
+ 6x = 0. xn são as incógnitas.
Os números reais a1, a2, a3,.., an são chamados de coeficientes
e b é o termo independente.
2
5-Determine o valor de m na equação x + (m + 1)
x – 12 = 0 para que as raízes sejam simétricas. Exemplos
1º) São equações lineares:
x1 - 5x2 + 3x3 = 3
2 2x – y2z = 1
6- Determine o valor de p na equação x – (2p + 5)
x – 1 = 0 para que as raízes sejam simétricas. 0x + 0y + 0z = 2
0x + 0y + 0z = 0

7- O número de soluções reaisda equação: 2º) Não são equações lineares:


3 x³-2y+z = 3
− 6x 2 + 4x3 (x³ é o impedimento)
= −4 ,com x ≠ 0 e x ≠ é:
2 x 2 − 3x 2
2x1 – 3x1x2 + x3 = -1
a) 0 b) 1 c) 2 d) 3 e) 4 (-3x1x2 é o impedimento)

8- (Ulbra-RS) O(s) valor(es) de B na equação x


2 3
2x1 – 3 + x3 = 0
– Bx + 4 = 0 para que o discriminante seja igual a 65 x2
é(são):
3
a) 0 b) 9 c) –9 d) –9 ou 9 e) 16 ( é o impedimento)
x2

9- (PUC-MG) Um valor de b, para que a equação Observação


2
2x + bx + 2 = 0 tenha duas raízes reais e iguais é: Uma equação é linear quando os expoentes das incógnitas
forem iguais a l e em cada termo da equação existir uma única
a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 6 incógnita.

RESPOSTAS B - Solução de ama Equação Linear


Uma solução de uma equação linear a1xl +a2x2 +a3x3+...
anxn = b, é um conjunto ordenado de números reais α1,α2,α3,...,αn
1 2 3 4 5 para o qual a setença a1{α1)+a2{αa2) + a3(α3)+...+an(αn) = b é
d e d não -1 verdadeira.
Exemplos
6 7 8 9 lº) A terna (2,3,1) é solução da equação:
– 5/2 b d c x1-2x2 + 3x3 = -1 pois:
(2) – 2.((3)+3.(1)=-1

33

Didatismo e Conhecimento
Matemática
2º) A quadra (5,2,7,4) é solução da equação: Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo:
0x1 - 0x2 + 0x3 + 0x4 = 0 pois: a1 x + b1 y = c1
0.(5) + 0.(2) + 0.(7)+0.(4) = 0 
a2 + b2 y = c2
C - Conjunto Solução
Um par (α1, α2) é solução do sistema li¬near 2 x 2 se, e
Chamamos de conjunto solução de uma equação linear o
somente se, for solução das duas equações do sistema.
conjunto formado por todas as suas soluções.
Observação Exemplo
Em uma equação linear com 2 incógnitas, o conjunto (3, 4) é solução do sistema
solução pode ser representado graficamente pelos pontos de
 x − y = −1
uma reta do plano cartesiano. 
Assim, por exemplo, na equação 2 x + y = 10
10
2x + y = 2
pois é solução de suas 2 equações:
algumas soluções são (1, 0), (2, -2), (3, -4), (4, -6), (0, 2),
(3)-(4) = -l e 2.(3) + (4) = 10
(-1,4), etc.
Representando todos os pares ordenados que são soluções
B - Resolução de um Sistema 2 x 2
da equação dada, temos:
Resolver um sistema linear 2 x 2 significa obter o conjunto
solução do sistema.
Os dois métodos mais utilizados para a resolução de um
sistema linear 2x2 são o método da substituição e o método da
adição.
Para exemplificar, vamos resolver o sistema 2x2 abaixo
usando os dois métodos citados.
2x + 3y = 8

x - y = - 1
1º) Método da Substituição:
2x + 3y = 8 (I)
Equação Linear Homogênea

x - y = - 1 (II)
Uma equação linear é chamada homogênea quando o seu
termo independente for nulo.
Exemplo Da equação (II), obtemos x = y -1, que substituímos na
2x1 + 3x2 - 4x3 + 5x4 - x5 = 0 equação (I)
2(y-1) +3y = 8 5y = 10 y=2
Observação Fazendo y = 2 na equação (I), por exemplo, obtemos:
Toda equação homogênea admite como solução o conjunto Assim: S = {(1,2)}
ordenado de “zeros” que chamamos solução nula ou solução 2º) Método da Adição:
trivial. 2x + 3y = 8 (I)
Exemplo 
(0, 0, 0) é solução de 3x + y - z – 0 x - y = - 1 (II)
E - Equações Lineares Especiais Multiplicamos a equação II por 3 e a adicionamos, membro
Dada a equação: a membro, com a equação I.
a1x1 + a2x2 +a3x3+...anxn = b, temos:
 2x + 3y = 8
• Se a1 = a2 = a3 =...= an = b = 0, ficamos com:  3 x − 3 y = −3

0x1 + 0x2 +0x3 +...+0xn, e, neste caso, qualquer seqüências 
(α1,α2,α3,...,αn) será solução da equação dada. 5x = 5 ⇒ x = 5 = 1
 5
• Se a1 = a2 = a3 =... = an = 0 e b ≠ 0, ficamos com:
0x1 +0x2 + 0x3 +...+0xn= b ≠0, e, neste caso, não existe
seqüências de reais (α1, α2, α3,...,αn) que seja solução da equação Note que multiplicando-se a equação (I) por (-2) obtemos
dada. a equação (II).
Resolvendo o sistema pelo método da substituição temos:
2 - Sistema Linear 2 x 2
A - Definição e Elementos 8 − 2x
Chamamos de sistema linear 2 x 2 o con¬junto de equações Da equação (I), obtemos y = , que substituímos na
lineares a duas incógnitas, consideradas simultaneamente. equação (II). 3

34

Didatismo e Conhecimento
Matemática

5− x 
2x- 4 .   =7 2x+2(5-x)=7
 8 − 2x   2/ 
-4x- 6 .   =-16 -4x-2(8-2x)=-16
 3/ 
-4x-16+4x=-16 -16=-16 2x+10-2x=7 10=7

10=7 é uma igualdade falsa e não existe par ordenado que


- 16= -16 é uma igualdade verdadeira e existem infinitos
seja solução do sistema.
pares ordenados que são so¬luções do sistema.
5   8
Entre outros, (1, 2), (4, 0),  ,1 e  0,  são
2   3 E – Classificação
soluções
De acordo com o número de soluções, um sistema linear
do sistema.
2x2 pode ser classificado em:
• Sistema Impossíveis ou Incompatíveis: são os sistemas
que não possuem solução alguma.
Sendo a, um número real qualquer, dizemos que
• Sistemas Possíveis ou compatíveis: são os sistemas que
 8 − 2α  apresentam pelo menos uma solução.
α ,  é solução do sistema. • Sistemas Possíveis Determinados: se possuem uma única
 3 
solução.
8 − 2α • Sistemas Possíveis Indeterminados: se possuem infinitas
(Obtemos substituindo x=α na equação (I)).
3 soluções.
D - Sistema Linear 2 x 2 com nenhuma solução
Quando duas equações lineares têm os mesmos coeficientes,
3 – Sistema Linear m x n
porém os termos inde¬pendentes são diferentes, dizemos que não
A – Definição e Elementos
existe solução comum para as duas equações, pois substituindo
Chamamos de sistema linear M x n ao conjunto de m
uma na outra, obtemos uma igualdade sempre falsa.
equações a n incógnitas, consideradas simultaneamente, que
Exemplo podem ser escrito na forma:
2x+3y=6(I) e 2x+3y=5(II) a1 x1 + a12 x2 + a13 x3 + ... + a1n xn = b1
a x + a x + a x + ... + a x = b
Substituindo 2x+3y da equação (I) na equação (II)  21 1 2 2 23 3 2n n 2
obtemos:
a31 x1 + a32 x2 + a3 x3 + ... + a3n xn = b3
6=5 que é uma igualdade falsa. Se num sistema 2x2 existir
.........................................................
um número real que, multiplicado por uma das equações, resulta
uma equação com os mesmos coeficientes da outra equação do

am1 x1 + am 2 x2 + am 3 x3 + ... + amn xn = bm
sistema, porém com termos independentes diferentes, dizemos
que não existe par ordenado que seja solução do sistema.
Onde:
Exemplo
x1, x2, x3,…,xn são as incógnitas;
 x + 2 y = 5( I ) aij, com 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ n, são os coeficientes das incógnitas;
 bi, com 1 ≤ i ≤ m, são os termos independentes.
2 x + 4 y = 7( II
I )
Multiplicando-se equação (I) por 2 obtemos: Exemplos
2x+4y=10
 x − 2 y + 3z = 5
Que tem os mesmo coeficientes da equação (II), porém os 1º) 
termos independentes são diferentes. x + y − z + 2
Se tentarmos resolver o sistema dado pelo método de
(sistema 2 x 3)
substituição, obtemos uma igualdade que é sempre falsa,
independente das incógnitas.
 x1 + 3 x2 − 2 x3 + x4 = 0
 x + 2 y = 5( I ) 
 2º )  x1 + 2 x2 − 3 x3 + x4 = 2
2 x + 4 y = 7( II
I )
x − x + x + x = 5
 1 2 3 4

 5− x  (sistema 3 x 4)
Da equação (I), obtemos y=  , que substituímos
na equação (II)  2 

35

Didatismo e Conhecimento
Matemática
Exemplo
x + 2 y = 1 No sistema:

3º )  x − y = 4 
2 x − 3 y = 0 x − y + 2z = 1
 
(sistema 3 x 2) x + z=0

B – Solução de um Sistema Linear − x + y = 5
O conjunto ordenado de valores, (α1, α2, α3, …,αn) tal que 
fazendo:
x1=α1,x2=α2, x3 = α3, …xn = αn as m, equações fiquem A matriz incompleta é:
satisfeitas, é chamado solução do sistema linear dado.  
Chamamos de conjunto solução de um sistema linear o  1 −1 2 
conjunto formado por todas as soluções do sistema.  
Resolver um sistema linear é encontrar o seu conjunto A= 1 0 1

solução.  
 
C – Sistema Linear Homogêneo  − 1 1 0
Chamamos de sistema linear homogêneo aquele constituído  
apenas por equações homogêneas, isto é, equações com termo
independente nulo. F – Forma Matricial
Exemplo Consideremos o sistema linear M x n:
2 x + y − z = 0 a11 x1 + a12 x2 + a13 x3 +  + a1n xn = b1
 
x − y = 0
3 x − y + 2 z = 0 a21 x1 + a2 x2 + a23 x3 +  + a2 n xn = b2
 
a31 x1 + a32 x2 + a3 x3 +  + a3n xn = b3
Observação ........................................................
Num sistema homogêneo com n incógnitas, a n-upla (0,0,0, 
…,0) sempre é uma solução, chamada solução nula ou solução am1 x1 + am 2 x2 + am 3 x3 +  + amn xn = bm

trivial do sistema.
Sendo A a Matriz incompleta do sistema chamamos,
B – Classificação de um Sistema Linear respectivamente, as matrizes:
Do mesmo modo que classificamos os sistemas lineares 2 x
2, podemos classificar os sistemas lineares m x n. Assim:  x1   
  b1 
• Sistema Impossível: não possui solução alguma. b2 
• Sistema Possível: apresenta pelo menos uma solução.  x2   
• Sistema Possível Indeterminado: apresenta infinitas X =  x3  e B = b3 
soluções.    
• Sistema Possível Determinado: apresenta uma única    
solução.    
 xn  bm 
E – Matriz Incompleta
de matriz incógnita e matriz termos independentes.
Chamamos de matriz incompleta do sistema linear a matriz
formada pelos coeficientes das incógnitas.
E dizemos que a forma matricial do sistema é A.X=B, ou
a a12 a13  a1n  seja:
 11 
  a11 a12 a13  a1n     
a21 a2 a23  a2 n     x1  b1 
 
a a2 a23  a2 n   x  b 
 21 
A = a31 a32 a3  a3n       
2 2

  a
 31 a 32 a 3  a 3n  x b
 3  3 
.....................................       
  ...................................       
am1 am 2 am 3  amn   
  am1 am 2 am 3  amn   x  b 
   n   m 

36

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Matemática
REGRA DE CRAMER
Regras de Cramer a1111 b1
A regra de Cramer foi desenvolvida pelo matemático suíço Dy = = a111 .b2 − b1 .a221
1
Gabriel Cramer (1704-1752). Ela consiste num método para a21
21 b2
resolução de sistemas lineares n x n (número de equações igual
ao número de incógnitas) com o auxílio de determinantes.
A – Regra para um Sistema 2 x 2 Assim, podemos escrever:
Consideremos o sistema S nas incógnitas x e y: Dy Dy
a x + a12 y = b1 x= e y=
( S ) 11 D D
a21 x + a2 y = b2 É fácil percebermos que os valores das incógnitas x e y só
Vamos resolver este sistema pelo método da substituição. serão determinados de D≠0.
1º) Isolando a incógnita x na 1ª equação, temos: Desta forma, podemos escrever a regra de Cramer para um
sistema 2 x 2.
b1 − a12 y
a11 x + a12 y = b1 ⇒ x = a1111 x + a1212 y = b1
a1 Um sistema S: (S) 
21 x + a 222 y = b2
a21
2º) Substituindo a incógnita x na 2ª equação obtemos: é possível e determinado, e os valores das incógnitas são
b −a y dados por:
a21 . 1 12  + a2 y = b2 b1 a1212 a111 b1
 a1 
b2 a22 a21 b2
2 Dx 21 Dx
x= = e y= =
b1.a21-a12.a21.y+a11.a22.y=a11.b2 a111 a112 D a111 a1212 D
2
a11.a22.y-a12.a21.y=a11b2-b1a21
a21
21 a22
2 a21
21 a222
a 1 .b2 − b1 .a21
Assim: y = 111 21 Se, e somente se, o determinante D, da matriz incompleta
a111 .a222 − a112
2 .a 21
21 do sistema, for diferente de zero.

Exemplos
3º) Substituindo a incógnita y n 1ª equação, encontramos:
1º) Resolver e classificar o sistema:
b1 .a222 − a21 21 .b2
x= 2 x + 3 y = 8
a111 .a222 − a1212 .a221 
3 x − 2 y = −1
1

Então, a solução do sistema S é dada por:


b1 .a222 − a2121 .b2 1 .b2 − b1 .a21
a111
x= e y= 21
Resolução
a111 .a222 − a112
2 .a 21
21 a111 .a222 − a112
2 .a 21
21 Calculemos inicialmente D, Dx e Dy:
Notemos agora que: 2 3
1º) a11.a22-a12.a21 é o determinante D da matriz incompleta D= = −4 − 9 = −13
13
do sistema: 3 −2
a1111 a112
2
D= = a111 .a22 8 3
2 − a12
12 .a21
21
a21
21 a222 Dx = = −1616 + 3 = 1313
−1 −2
2º) b1.a22-a12.b2 é o determinante Dx da matriz que obtemos
substituindo a coluna dos coeficientes de x pela coluna dos 2 8
termos independentes na matriz incompleta do sistema: Dy = = −2 − 24
24 = −2626
b1 a1212 3 −1
Dx= = b1 .a22
2 − a112
2 .b2
b2 a22
2 Como D=-13≠0, o sistema é possível e determinado e:
Dx − 1313 Dy − 226
6
x= = =1 e y= = =2
3º) a11.b2-b1.a21 é o determinante Dy da matriz que obtemos D − 1313 D − 1313
substituindo a coluna dos coeficientes de y pela coluna dos Assim: S= {(1,2)} e o sistema é possível e determinado.
termos independentes na matriz incompleta do sistema:

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Didatismo e Conhecimento
Matemática
2º) Determinar m real, para que o sistema seja possível e Resolução
determinado: Calculemos inicialmente D, Dx, Dy e Dz:
2 x + 3 y = 5 3 −1 1

x + m
ymy = 2 D=1 3 0 = −1818 + 0 + 1 − 6 − 0 − 2 = −2525

2 1− 2
Resolução
Segundo a regra de Cramer, devemos ter D≠0, em que: 5 −1 1
2 3 Dx = 7 3 0 = −30
30 + 0 + 7 + 1
212 − 0 − 1414 = −2525
D= = 2m − 3
1 m 2 1− 2
3 5 1
3
Assim: 2m-3≠0 m≠ Dy = 1 7 0 = −4242 + 0 − 4 − 1414 − 0 + 1010 = −5050
2
2−4−2
Então, os valores reais de m, para que o sistema seja possível
e determinado, são dados pelos elementos do conjunto: 3 −1 5
 3
m ∈ R / m ≠  Dz = 1 3 7 = −3636 − 1414 + 5 − 3030 − 21
21 − 4 = −100
 2
2 1− 4
B – A Regra para um Sistema n x n
Podemos generalizar a regra de Cramer para um sistema n Como D=-25≠0, o sistema é possível e determinado e:
x n, do seguinte modo: Dx − 25
25 D − 550
0 D 100
x= = = 1; y = y = = 2; z = z = =4
Um sistema S: D − 25
25 D − 2525 D − 225
5
a1111 x1 + a1212 x2 +  + a1n xn = b1
a x + a x +  + a x = b Assim: S={(1,2,4)} e o sistema é possível e determinado.
 21
21 1 222 2 2n n 2 2º) Determinar m real para que o sistema seja possível e
(S)  determinado.
...........................................
an1 x1 + an 2 x2 +  + annn xn = bn x + 2 y + z = 5

é possível e determinado, e os valores das incógnitas xi 2 x − y + 2 z = 5
(i=1,2, ..., n) são dados por: 3 x + y + m
zmz + 0

a1111 b1  a1n
a221 Resolução
1 b2  a 2 n
Segundo a regra de Cramer, devemos ter D≠0.
.................... Assim:
a bn  annn Dxxii 1 2 1
xi = n1 =
a111 b1  a1n D
D = 2 −1 2 = − m + 1212 + 2 + 3 − 2 − 4m
a221
1 b2  a 2 n (i = 1,2,..., n)
.................... 3 1 m
D=-5m+15
an1 bn  annn Assim: -5m+15≠0 m≠3
Se, e somente se, o determinante D, da matriz incompleta Então, os valores reais de m, para que o sistema seja
conjunto:
do sistema, for diferente de zero possível e determinado, são dados pelos elementos do
{m ∈ R / m ≠ 3}
Exemplos
1º) Resolver e classificar o sistema:
ESCALONAMENTO (I)
3 x − y + z = 5 1 – Resolução de um Sistema por Substituição
 Resolvemos um sistema linear m x n por substituição, do
x + 3 y = 7
mesmo modo que fazemos num sistema linear 2 x 2. Assim,
2 x + y − 2 z = −4
 observemos os exemplos a seguir.

38

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Matemática
Exemplos Tomando agora o sistema formado pelas equações (IV) e
1º) Resolver o sistema pelo método da substituição. (V):
 x + 2 y − z = −1 ( I ) − 5 y + 3 z = 7 ( IV
IV )
 
 
2 x − y + z = 5 ( III )  y − z = −3 (V )


 x + 3 y − 2 z = −4( III )
 Isolando a incógnita y na equação (V) e substituindo na
equação (IV), temos:
y-z=-3 y=z-3
Resolução
-5(z-3)+3z=7 z=4
Isolando a incógnita x na equação (I) e substituindo nas
Substituindo z=4 na equação (V)
equações (II) e (III), temos:
y-4=-3 y=1
x+2y-z-1 x=-2y+z-1
Substituindo y=1 e z=4 na equação (I)
Na equação (II) x+2(1)-(4)=-1 x=1
2(-2y+z-1)-y+z=5 -5y+3z=7(IV) Assim: S={(1,1,4)}
Na equação (III) 2º) Resolver o sistema pelo método da substituição:
(-2y+z-1)+3y-2z=-4 y-z=-3(V)
Tomando agora o sistema formado pelas equações (IV) e
x + 3 y − z = 1 (I )
(V):


− 5 y + 3 z = 7 ( IV
IV )  y + 2 z = 1010 ( III )
 
 
 y − z = −3 (V ) 3 z = 1212 ( III )
 

Isolando a incógnita y na equação (V) e substituindo na


equação (IV), temos: Resolução
y-z=-3 y=z-3 Na equação (III), obtemos:
-5(z-3)+3z=7 z=4 3z=12 z=4

Substituindo z = 4 na equação (V) Substituindo z=4 na equação (II), obtemos:


y-4=-3 y=1 y+2.4=10 y=2

Substituindo y=1 e z=4 na equação (I) Substituindo z=4 e y=2 na equação (I), obtemos:
x+2(1)-(4)=-1 x=1 x+3.2-4=1 x=-1
Assim: S={(1,1,4)} Assim:S{(-1,2,4)}

2º) Resolver o sistema pelo método da substituição: Observação


x + 3 y − z = 1 (I ) Podemos observar que a resolução de sistemas pelo
 método da substituição pode ser demasiadamente longa e
 trabalhosa, quando os sistemas não apresentam alguma forma
 y + 2 z = 1010 ( III ) simplificada como no primeiro exemplo. No entanto, quando
 o sistema apresenta a forma simples do segundo exemplo, que
 3 z = 1212 ( III ) denominamos “forma escalonada”, a resolução pelo método da
 substituição é rápida e fácil.
Resolução Veremos, a seguir, como transformar um sistema linear m
Isolando a incógnita x na equação (I) e substituindo nas xn qualquer em um sistema equivalente na “forma escalonada”.
equações (II) e (III), temos:
x+2y-z=-1 x=-2y+z-1 2 – Sistemas Lineares Escalonados
Dizemos que um sistema linear é um sistema escalonado
Na equação (II) quando:
2(-2y+z-1)-y+z=5 5y+3z=7(IV) 1º) em cada equação existe pelo menos um coeficiente não-
nulo;
Na equação (III) 2º) o número de coeficiente nulos, antes do primeiro
(-2y+z-1)+3y-2z=-4 y-z=-3(V) coeficiente não-nulo, cresce “da esquerda para a direita, de
equação para equação”.

39

Didatismo e Conhecimento
Matemática
Exemplos Exemplo
2 x + y − z = 3 Resolver o sistema:
1º)  2 y + 3z = 2 2 x + y − z + t = 5( I )
 
 y + z + 3t = 9( II I )

 
 x + 2 y − 3z = 4  2 z − t = 0( III )
 
2º)  y + 2z = 3 3t = 6( IV
IV )


 z =1
 Resolução
Na equação (IV), temos:
 x + y + z + t = 5 3t=6 t=2
3º) 
 y −t = 2 Substituindo t=2 na equação (III), temos:
2z-2=0 z=1
 2 x1 + 3 x2 − x3 + x4 = 1 Substituindo t=2 e z=1 na equação (II), temos:
 Y+1+3.2=9 y=2

4º)  x 2 + x3 − x 4 = 0 Substituindo t=2, z=1 e y=2, na equação (I), temos:
 2x+2-1+2=5 x=1
 3 x4 = 5 Assim: S {(1,2,1,2)}

2º tipo: número de equações menor que o número de
Existem dois tipos de sistemas escalonados: incógnitas.
1º tipo: número de equações igual ao número de Para resolvermos os sistemas lineares deste tipo, devemos
incógnitas. transformá-los em sistemas do 1º tipo, do seguinte modo:
a111 • As incógnitas que não aparecem no inicio de nenhuma
1 x1 + a1212 x 2 + a1313 x 3 +  + a1n x n = b1
 das equações do sistema, chamadas variáveis livres, devem ser
a222 x2 + a223 “passadas” para os segundos membros das equações. Obtemos,
 3 x3 +  + a 2 n x n = b2
 assim, um sistema em que consideramos incógnitas apenas as
 equações que “sobraram” nos primeiros membros.
 a333 x333 +  + a3n xn = b3 • Atribuímos às variáveis livres valores literais, na verdade
 “valores variáveis”, e resolvemos o sistema por substituição.
...................................................
 Exemplo
 an xn = bn
Resolver o sistema:
 x + y + 2 z = 1
Notamos que os sistemas deste tipo podem ser analisados  2y − z = 2
pelo método de Cramer, pois são sistemas n x n. Assim, sendo D 
o determinante da matriz dos coeficientes (incompleta), temos:
Resolução
a111
1 a1212 a1313  a1n
A variável z é uma “variável livre” no sistema.
Então:
0 a22
2 a 33
23  a 2 n
 x + y = 1 − 2 z
D = 0 0 a333  a3n = D = a1 .a2 .a3 ..an ≠ 0  2y = 2 + z

................. Fazendo z=α, temos:
0 0 0 ann
n
 x + y = 1 − 2α
 2y = 2 +α
Como D≠0, os sistemas deste tipo são possíveis e 
determinados e, para obtermos a solução única, partimos da
n-ésima equação que nos dá o valor de xn; por substituição nas 2 +α
2y=2+α y=
equações anteriores, obtemos sucessivamente os valores de xn- 2
,x ,…,x3,x2 e x1.
1 n-2

40

Didatismo e Conhecimento
Matemática
Para transformarmos um sistema linear (S) em um outro,
2 +α
Substituindo y= na 1ª equação, temos: equivalente e escalonado (S1), seguimos os seguintes passos.
2 1º) Usando os recursos das três primeiras transformações
2 +α 5α elementares, devemos obter um sistema em que a 1ª equação
x+ = 1 − 2α ⇒ x = tem a 1ª incógnita com o coeficiente igual a 1.
2 2
Assim: 2º) Usando a quarta transformação elementar, devemos
“zerar” todos os coeficientes da 1ª incógnita em todas as
 5α 2 + α  
S =  , ,α ,α ∈ R  equações restantes.
 2 2  
3º) “Abandonamos”a 1ª equação e repetimos os dois
Observações primeiros passos com as equações restantes, e assim por diante,
• Para cada valor real atribuído a α, encontramos uma até a penúltima equação do sistema.
solução do sistema, o que permite concluir que o sistema é
possível e indeterminado. Exemplos
• A quantidade de variáveis livres que um sistema apresenta 1º) Escalonar e classificar o sistema:
é chamada de grau de liberdade ou grau de indeterminação do 2 x + y + z = 5
sistema. 
3 x − y 2 z = −2
ESCALONAMENTO (II) x + 2 y − z = 1

1 – escalonamento de um Sistema
Todo sistema linear possível pode ser transformado num Resolução
sistema linear escalonado equivalente, através das transformações  x + 2y − z =1
x + 2 y − z = 1 
elementares a seguir.  
x + 2 y − z = 1
 
1ª) Trocar a ordem em que as equações aparecem no 3 x − y − 2 z = −2 ~ 3 x − y − 2 z = −2 ← −3 ~ − 7 y + z = −5
  
sistema. 2 x + y + z = 5  2x + y + z = 5 ← −2 − 3 y + 3 z = 3 : −3
Exemplo 

x + 3 y = 2 2 x − y = 5  
x + 2 y − z = 1
(S ) =  ~ ( S1 )  x + 2 y − z = −1 x + 2 y − z = 1
  
2 x − y = 5 x + 3 y = 2 ~ − 7 y + z = 5 ~  y − z = −1 ~  y − z = −1
 y − z = −1  
2ª) Inverter a ordem em que as incógnitas aparecem nas  − 7 y + z = −5 ← 7  − 6 z = −1212
equações. 
Exemplo O sistema obtido está escalonado e é do 1º tipo (nº de
  equações igual ao nº de incógnitas), portanto, é um sistema
x + 2 y + z = 5 2 y + z + x = 5 possível e determinado.
 
(S ) =  x + 2 z = 1 ~ ( S1 ) 2z + x = 1 2º) Escalonar e classificar o sistema:
 
 3x = 5  3x = 5 3 x + y − z = 3
  
3ª) Multiplicar (ou dividir) uma equação por um número 2 x − y + 3 z = 5
real não-nulo. 8 x + y + z = 1

Exemplo
Resolução
x + 2 y = 3  x + 2 y = 3  y + 3x − z = 3 
( S ) ~ ( S1 ) 3 x + y − z = 3   y + 3x − z = 3
 y + 3 x − z = 3
3 x − y = 1   
6 x − 2 y = 3 2 x − y + 3 z = 5 ~ − y + 2 x + 3 z = 5 ← 1 ~  5x + 2 z = 8 ~  5x + 2 z = 8

8 x + y + z = 1  
  y + 8x + z = 1 ← −1  5 x + 2 z = 8(*)
Multiplicamos a 2ª equação de S por 2, para obtermos S1.  

4ª) Adicionar a uma equação uma outra equação do sistema, O sistema obtido está escalonado e é do 2º tipo (nº de
previamente multiplicada por um número real não-nulo. equações menor que o nº de incógnitas), portanto, é um sistema
Exemplo possível e indeterminado.
x + 3 y = 5  x + 3 y = 5
(S ) =  ~ ( S1 ) (*) A terceira equação foi eliminada do sistema, visto que
2 x + y = 3  − 5 y = −7 ela é equivalente à segunda equação. Se nós não tivéssemos
percebido essa equivalência, no passo seguinte obteríamos na
Multiplicamos a 1ª equação do S por -2 e a adicionamos à 2ª terceira equação: 0x+0z=0, que é uma equação satisfeita para
equação para obtermos s1. todos os valores reais de x e z.

41

Didatismo e Conhecimento
Matemática
3º) Escalonar e classificar o sistema: Para identificarmos se o sistema é possível, indeterminado
 ou impossível, devemos conseguir um sistema escalonado
2 x + 5 y + z = 5 equivalente pelo método de eliminação de Gauss.
 Exemplos
 x + 2y − z = 3 01 – Discutir, em função de a, o sistema:

4 x + 9 y − z = 8 x + 3 y = 5

2 x + ay
ay = 1
Resolução
 x + 2y − z = 3 Resolução
 1 3
2 x + 5 y + z = 5 
 ~ D= = a−6
 x + 2y − z = 3 2 x + 5 y + z = 5 ← −2 2 a
 
4 x + 9 y − z = 8 4 x + 9 y − z = 8 ← −4 D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
 Assim, para a≠6, o sistema é possível e determinado.
  Para a≠6, temos:
x + 2 y − z = 3 x + 2 y − z = 3 que é um sistema impossível.
  Assim, temos:
~  ~ 
 y + 3 z = −1  y + 3 z = −1 a≠6 SPD (Sistema possível e determinado)
  a=6 SI (Sistema impossível)
 y + 3 z = −4 ← −1  0 y + 0 z = −3 ← −1
  02 – Discutir, em função de a, o sistema:
O sistema obtido é impossível, pois a terceira equação x + y − z = 1

nunca será verificada para valores reais de y e z. 2 x + 3 y + az
az = 3
Observação  x + ay
Dado um sistema linear, sempre podemos “tentar” o seu  ay + 3 z = 2
escalonamento. Caso ele seja impossível, isto ficará evidente
pela presença de uma equação que não é satisfeita por valores Resolução
reais (exemplo: 0x+0y=3). No entanto, se o sistema é possível, 1 1−1
nós sempre conseguimos um sistema escalonado equivalente,
que terá nº de equações igual ao nº de incógnitas (possível e D2 3 1 = 9 + a − 2a + 3 − 6 − a 2
determinado), ou então o nº de equações será menor que o nº de
incógnitas (possível e indeterminado).
1 a 3
Este tratamento dado a um sistema linear para a sua
resolução é chamado de método de eliminação de Gauss.
D=0 -a2-a+6=0 a=-3 ou a=2

Assim, para a≠-3 e a≠2, o sistema é possível e


DISCUSSÃO (I)
determinado.
Introdução
Para a=-3, temos:
Discutir um sistema linear é determinar; quando ele é:  x + y − z =1  
• Possível e determinado (solução única);  x + y − z = 1 x + y − z = 1
  
• Possível e indeterminado (infinitas soluções); 2 x + 3 y − 3 z = 3

← −2 ~  y − z =1

~  y − z =1

• Impossível (nenhuma solução), em função de um ou  x − 3 y + 3z = 2 ← −1 − 4 y + 4 z = 1 ←4  y + z = 5 sistema impossível
  
mais parâmetros presentes no sistema.
Estudaremos as técnicas de discussão de sistemas com o
auxilio de exemplos. Para a=2, temos:

 x + y − z =1 
 x + y − z = 1 x + y − z = 1
1 – Sistemas com Número de Equações Igual ao Número  
~  y + 4z = 1
 sistema possível
2 x + 3 y + 2 z = 3 ← −2 ~
y + 4z = 1 indeterminado
de Incógnitas   
sistema possível in det er min ado
 x + 2 y + 3 z = 2 ← −1  y + 4z = 1
Quando o sistema linear apresenta nº de equações igual  
ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, inicialmente
calculamos o determinante D da matriz dos coeficientes Assim, temos:
(incompleta), e: a≠-3 e a ≠ 2 SPD
1º) Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado. a=-3 SI
2º) Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou a=2 SPI
impossível.

42

Didatismo e Conhecimento
Matemática
03 – Discutir, em função de m e k, o sistema: Exemplos
xx + y = k
m
m 01 – Discutir, em função de m, o sistema:
 x + y = 3
 x + my
y = k2
m 
2 x + 3 y = 8
Resolução  x − my
y =3
 m
m 1 Resolução
D= = m2 −1  x+ y =3  x+ y =3
1 m  
 
2 z + 3 y = 8 → −2 ~~  y=2
D=0 m²-1=0 m=+1 ou m=-1  
 x − my
y = 3 → −1
m (−1 − m) y = 0 →1+ m
Assim, para m≠+1 e m≠-1, o sistema é possível e  
determinado. x + y = 3
Para m=1, temos: 
~ y = 2
 x + y = K x + y = K 0 y = 2 + 2m
~ 
x + y = K 2 ← −1 0 x + 0 y = − K + K
2

2+2m=0 m=-1
Assim, temos:
Se –k + k²=0, ou seja, k=0 ou k=1, o sistema é possível e m≠-1 SI
indeterminado. m=-1 SPD
02 – Discutir, em função de k, o sistema:
Se –k+k²≠0, ou seja, k≠0 ou k≠1, o sistema é impossível.  x + 2y − z = 5

Para m=-1, temos: 2 x + 5 y + 3z = 112
2
− x + y = K  x − y = K 2  x − y = k 2 

 x − y = k2 ~
 ~
 3x + 7 y − 2 z = 1717
 − x + y = K ← 1 Ox
x + Oy
O y = k2 + k
O 
5 x + 12 kz = 29
12 y + kz 29
Resolução:
Se k²+k=0, ou seja, k=0 k=-1, o sistema é possível e  x + 2y − z = 5 x + 2 y − z = 5
 x + 2 y − z = 5
indeterminado. 2 x + 5 y + 3 z = 12

y+z =2 
12 ← −2   y+z =2
 
 ~ ~
y + 5 z = 2 ← −1
Se k²+k≠0, ou seja, k≠0 k≠-1, o sistema é indeterminado. 3 x + 7 y − 2 z = 17
17 ← −3   4z = 0 ÷4
  
5 x + 12
12 y + kz
kz = 29 29 ← −5 2 y + (5 + K ) z = 4 ← −2 (3 + K ) z = 0
Assim, temos: 
x + 2 y − z = 5 x + 2 y − z = 5
m ≠ +1 e m ≠ −1, ∀ k ∈ R ⇒ SPD   
 y+z =2  y+z =2 x + 2 y − z = 5
  
~ ~ ~ y+z =2
m = +1 e k = 0 ou
ou k = 1   z = 0 −3− K  z=0 
    z=0
  (3 + K ) z = 0  0z = 0 
ou
ou  ⇒ SPI
m = −1 e k = 0 ouou k = −1 Assim, para ∀k ∈ R , o sistema é possível e determinado.

m = +1 e k ≠ 0 ouou k ≠ 1  DISCUSSÃO (II)
 Sistema Linear Homogêneo
 Já sabemos que sistema linear homogêneo é todo sistema
ou
ou  ⇒ SI
SI
cujas equações têm todos os termos independentes iguais a zero.
m = −1 e k ≠ 0 ouou k ≠ −1  São homogêneos os sistemas:

x + 2 y + 2z = 0
3 x + 4 y = 0 02 
2 – Sistemas com Número de Equações Diferente do 01  x − 2 y = 0 3 x − y + z = 0
Número de Incógnitas
 5 x + 3 y − 7 z = 0

Quando o sistema linear apresenta número de equações
diferente do número de incógnitas, para discuti-lo, devemos Observe que a dupla (0,0) é solução do sistema 01 e a terna
obter um sistema escalonado equivalente pelo método de (0,0,0) é solução do sistema 02.
eliminar de Gauss. Todo sistema linear homogêneo admite como solução uma
seqüência de zero, chamada solução nula ou solução trivial.

43

Didatismo e Conhecimento
Matemática
Observamos também que todo sistema homogênea é sempre Note que variando t obteremos várias soluções, inclusive a
possível podendo, eventualmente, apresentar outras soluções trivial para t=0
além da solução trivial, que são chamadas soluções próprias.
03 – Determine K de modo que o sistema abaixo tenha
Discussão e Resolução solução diferente da trivial.
Lembre-se que: todo sistema linear homogêneo tem ao x + y + z = 0
menos a solução trivial, portanto será sempre possível. 
Vejamos alguns exemplos:  x − ky
ky + z = 0
01 – Classifique e resolva o sistema: kx
kx − y − z = 0
3 x + y + z = 0
 Resolução
x + 5 y − z = 0 O sistema é homogêneo e, para apresentar soluções
x + 2 y − z = 0 diferentes da trivial, devemos ter D=0

1 1 1
Resolução
D = 1− k 1 = k 2 + 2k + 1 = (k + 1) 2 = 0 ⇒ k = −1
3 1 1
k −1−1
D = 1 5 − 1 = −112
2 Resposta: k=-1

1 2 −1
Como D≠0, o sistema é possível e determinado admitindo
só a solução trivial, logo:
S = {(0,0,0 )} 5 Funções; gráficos. 7 Funções
02 – Classifique e resolva o sistema: exponenciais e logarítmicas.
 a + b + 2c = 0
 Apresentação e Definição
a − 3b − 2c = 0
2 a − b + c = 0 1 – Relação Binária
 A – Par Ordenado
Quando representamos o conjunto (a, b) ou (b, a)
Resolução
estamos, na verdade, representando o mesmo conjunto.
1 1 2
Porém, em alguns casos, é conveniente distinguir a
D = 1− 3 − 2 = 0 ordem dos elementos. Para isso, usamos a idéia de par
ordenado. A princípio, trataremos o par ordenado como
2 −1 1 um conceito primitivo e vamos utilizar um exemplo
Como D=0, o sistema homogêneo é indeterminado. para melhor entendê-lo. Consideremos um campeonato
Fazendo o escalonamento temos: de futebol e que desejamos apresentar, de cada equipe,
a + b + 2c = 0 a + b + 2c = 0 o total de pontos ganhos e o saldo de gols. Assim, para
  a + b + 2c = 0
  
~ 0 + b + 4c = 0 uma equipe com 12 pontos ganhos e saldo de gols
a − 3b + −2c = 0 ~ 0 − 4b − 4c = 0
  0 + 0 + 0 = 0 igual a 18, podemos fazer a indicação (12, 18), já tendo
2a − b + c = 0 0 − 3b − 3c = 0 
combinado, previamente, que o primeiro número se
Teremos, então: refere ao número de pontos ganhos, e o segundo número,
a + b + 2c = 0 ao saldo de gols. Portanto, quando tivermos para uma
 outra equipe a informação de que a sua situação é (2,
 b+c =0 -8) entenderemos, que esta equipe apresenta 2 pontos
ganhos e saldo de gols -8. Note que é importante a
Fazendo c=t, teremos:
ordem em que se apresenta este par de números, pois a
b=-c b=-t
a-t+2t=0 a=-t situação (3, 5) é totalmente diferente da situação (5,3).
Portanto: Fica, assim, estabelecida a idéia de par ordenado: um par
S = {(− t ,−t , t ), t ∈ R} de valores cuja ordem de apresentação é importante.

44

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Observações c) Plano cartesiano


1º) (a, b)=(c,d) se, e somente se, a=c e b=d Apresentamos o produto cartesiano, no plano
2º) (a, b)=(b,a) se, o somente se, a=b cartesiano, quando representamos o 1º conjunto num
eixo horizontal, e o 2º conjunto num eixo vertical de
B – Produto Cartesiano mesma origem e, por meio de pontos, marcamos os
Dados dois conjuntos A e B, chamamos de produto elementos desses conjuntos. Em cada um dos pontos que
cartesiano A x B ao conjunto de todos os possíveis pares representam os elementos passamos retas (horizontais
ordenados, de tal maneira que o 1º elemento pertença ao 1º ou verticais). Nos cruzamentos dessas retas, teremos
conjunto (A) e o 2º elemento pertença ao 2º conjunto (B). pontos que estarão representando, no plano cartesiano,
cada um dos pares ordenados do conjunto A cartesiano
A x B= {(x, y )/ x ∈ A e y ∈ B}
B (B x A).
Quando o produto cartesiano for efetuado entre o
conjunto A e o conjunto A, podemos representar A x
A=A².
Vejamos, por meio do exemplo a seguir, as formas
de apresentação do produto cartesiano.
Exemplo: sejam A={1, 4 ,9} e B={2,3}. Podemos
efetuar o produto cartesiano A x B, também chamado A
cartesiano B, e apresentá-lo de várias formas.

a)Listagem dos elementos


Apresentamos o produto cartesiano por meio da
listagem, quando escrevemos todos os pares ordenados
que constituem o conjunto. Assim, no exemplo dado, C – Relação Binária
teremos: Dizemos que relação binária de A em B é um
A e B={(1,2),(1,3),(4,2),(4,3),(9,2),(9,3)} subconjunto do produto cartesiano A x B.
Vamos aproveitar o mesmo conjuntos A e B e As relações binárias podem ser apresentadas, da
efetuar o produto B e A (B cartesiano A): B x A={(2,1) mesma forma que o produto cartesiano, na forma da
,(2,4),(2,9),(3,1),(3,4),(3,9)}. listagem dos elementos, ou por meio do diagrama de
Observando A x B e B x A, podemos notar que o flechas, ou no gráfico cartesiano.
produto cartesiano não tem o privilégio da propriedade Vamos observar alguns exemplos de relações
comutativa, ou seja, A x B é diferente de B x A. Só binárias.
teremos a igualdade A x B=B x A quando A e B forem Dados os conjuntos A={-1,0,1,2,3} e
conjuntos iguais. B={0,1,2,3,4,5,6}, definimos a relação binária R1 por
Observação meio da seguinte sentença
Considerando que para cada elemento do conjunto - Listagem dos elementos:
A o número de pares ordenados obtidos é igual ao R1={(x,y) Î AxB/y=x²)
número de elementos do conjunto B, teremos: n(A x
B)=n(A) x n(B). - Listagem dos elementos:
R1={(-1,1),(0,0),(1,1),(2,4)}
b) Diagrama de flechas
Apresentamos o produto cartesiano por meio do - Diagrama de flechas:
diagrama de flechas, quando representamos cada um
dos conjuntos no diagrama de Euler-Venn, e os pares
ordenados por “flechas” que partem do 1º elemento do
par ordenado (no 1º conjunto) e chegam ao 2º elemento
do par ordenado (no 2º conjunto).
Considerando os conjuntos A e B do nosso exemplo,
o produto cartesiano A x B fica assim representado no
diagrama de flechas:
ccc
45

Didatismo e Conhecimento
Matemática

- Gráfico Cartesiano - Diagrama de flechas:

Exemplo 2 - Gráfico cartesiano:


Dados os conjuntos A={2,3,4,5,8} e B={1,3,5,7,9},
definimos a relação binária R2 por meio da seguinte
sentença:
R2={(x,y) Î A x B/y=x=1}

- Listagem dos elementos:


R2={(2,3),(4,5),(8,9)}

- Diagrama de flechas:

c1) Domínio
Chamamos de domínio de uma relação o conjunto
dos elementos do primeiro conjunto que apresentam
pelo menos um correspondente no segundo conjunto.
Nos exemplos de relação binária apresentados, temos:
D(R1)={-1,0,1,2}
D(R2)={2,4,8}
- Gráfico cartesiano:
D(R3)={3,4,8}

c2) Contradomínio
Chamamos de contradomínio o conjunto formado
pelos elementos que ficam à disposição para serem
ou não correspondentes de um ou mais elementos do
primeiro conjunto. O contradomínio é sempre o segundo
conjunto da relação. Em todos os exemplos que vimos,
o contradomínio é o conjunto B. Assim:
CD(R1)= CD(R2)= CD(R3)=B

c3) Conjunto imagem


Exemplo 3 Chamamos de imagem cada um dos elementos
Dados os conjuntos A={0,1,2,3,4,8} e B={2,5}, do segundo conjunto que é correspondente de algum
definimos a relação binária R3 por meio da seguinte elemento do primeiro conjunto da relação binária. O
sentença: conjunto formado por todas as imagens da relação é
R3={(x,y) Î A x B/y<x} chamado conjunto imagem. Nos exemplos estudados,
temos:
- Listagem dos elementos: Im(R1)={0,1,4}
R3={(3,2),(4,2),(8,2),(8,5)} Im(R2)={2,5,9}
Im(R3)={2,5}

46

Didatismo e Conhecimento
Matemática

O conjunto imagem está sempre contido no Notemos que, para uma relação binária dos
contradomínio, ou seja, o conjunto imagem é conjuntos A e B, nesta ordem, representar uma função
subconjunto do contradomínio. é preciso que:
1º) todo elemento do conjunto A tenha algum
2 – Função correspondente (imagem) no conjunto B;
A – Apresentação Informal 2º) para cada elemento do conjunto A exista um
Antes de formalizar matematicamente o estudo das único correspondente (imagem) no conjunto B.
funções, vamos apresentar noções sobre função que
fazem parte do nosso dia-a-dia. Assim como em relações, usamos para as funções,
O custo da energia elétrica é calculado por meio que são relações especiais, a seguinte linguagem:
de uma função que depende do consumo de energia. Domínio: conjunto dos elementos que possuem
Devemos notar que, para cada consumo, existe uma imagem. Portanto, todo o conjunto A, ou seja, D=A.
única tarifa a ser cobrada. Não é possível o mesmo Contradomínio: conjunto dos elementos que se
consumo com duas tarifas diferentes. colocam à disposição para serem ou não imagens dos
A tarifa de uma viagem de táxi é cobrada em função elementos de A. Portanto, todo o conjunto B, ou seja,
da quilometragem dessa viagem. Devemos notar que, CD=B.
para cada quilometragem percorrida, existe uma única Conjunto imagem: subconjunto do conjunto B
tarifa a ser cobrada. Não existe a possibilidade de uma formado por todos os elementos que são imagens dos
mesma “Corrida” apresentar dois valores diferentes de elementos do conjunto A, ou seja, no exemplo anterior:
cobrança. Im=(a,b,c).
O imposto de renda descontado na fonte, para as
pessoas assalariadas, tem um valor calculado em função C – Reconhecimento de uma Função por meio
do salário do trabalhador. Notemos que o mesmo salário do Diagrama de Flechas
e as mesmas condições do trabalhador não podem As condições que uma relação representada por
representar valores diferentes de imposto de renda a ser meio do seu diagrama de flechas deve satisfazer para
retido na fonte. Para cada valor de salário existe um ser uma função são:
único valor de imposto de renda a ser retido. 1º) todo elemento de A deve servir como ponto de
partida de uma flecha.
B – Apresentação Matemática 2º) essa flecha deve ser única.
Notemos que, nos exemplos apresentados
anteriormente, podemos agrupar os elementos e seus Exemplos
correspondentes em conjuntos em que os elementos a)
de um estão relacionados com os elementos do outro.
Isso nos leva a pensar em função como sendo um
relacionamento especial entre dois conjuntos, de tal
maneira que cada elemento de um conjunto tenha um
único correspondente no outro conjunto.
Definição
Dados dois conjuntos A e B, não-vazios, função Não é função, pois não parte nenhuma flecha do
ou aplicação é uma relação binária de A em B de tal elemento d Î A.
maneira que todo elementos x, pertencente ao conjunto
A, tem para si um único correspondente y, pertencente b)
ao conjunto B, que é chamado de imagem de x.

Não é função, pois partem duas flechas do elemento


c Î A.

47

Didatismo e Conhecimento
Matemática

c)

É uma função, pois satisfaz as condições enunciadas


com
domínio=A={a,b,c}.
contradomínio=B={1,2,3,4} e imagem={1,2} Com base neste procedimento, lembrando que, para
ser uma função, todo elemento do domínio deve ter uma
única imagem no contradomínio, podemos estabelecer
D – Reconhecimento de uma Função por meio a seguinte regra: para o reconhecimento de uma função
do seu Gráfico Cartesiano por meio de seu gráfico cartesiano é preciso que toda
Vamos observar os gráficos das relações binárias e qualquer e reta vertical que passe pelo domínio da
que se apresentam a seguir. relação “corte”uma única vez o gráfico da relação, que,
aí sim, será considerada uma função.

Devemos observar que, para localizarmos a imagem


de um determinado elemento do domínio, representado
no eixo horizontal, basta, por meio de uma reta vertical,
atingirmos o gráfico da relação e, com o uso de outra reta, Resumo
agora horizontal, projetarmos este ponto de intersecção 1 ) Produto cartesiano
da reta com o gráfico no eixo vertical, que representa A x B={(x,y)/x Î A e y Î B)
o contradomínio. Estaremos, assim, determinando a N(A x B)=n(A) x n(B)
imagem do elemento considerado.

48

Didatismo e Conhecimento
Matemática

2) Relação binária 03. (FGV-SP) São dados os conjuntos A={2,3,4},


Relação binária de A em B é um subconjunto de A x B. B={5,6,7,8,9} e a relação R={(x,y) Î A x B/x e y seja
3) Função primos entre si}. Um dos elementos dessa relação é o
Relação binária dos conjuntos A e B tal que para par ordenado:
x Î A existe, como correspondente, um único y Î B, a) (9,4) b) (5,4) c) (4,7) d) (3,6) e) (2,8)
chamado imagem de x. Resolução
a) Dominio: conjunto dos elementos que possuem R={(2,5),(2,7),(2,9),(3,5),(3,7),(3,8),(4,5),(4,7),(4,9)}
imagem. Resposta (3)
b) Contradomínio: conjunto em que “procuramos” 04. Sejam os conjuntos
as imagens dos elementos do domínio. A={-2,-1,0,1,2,3,4} e B={0,1,2} e R={(x,y) Î A x
c) Conjunto imagem: conjunto das imagens dos B/x=y²}:
elementos do domínio. a) Determine os elementos de R;
Exercícios Resolvidos b) Determine o domínio e a imagem de R.
01. a) Sendo A={1,2} e B={-1,0,1}, calcule A x B
Resolução
(A cartesiano B) e desenhe seu gráfico.
a) R={(0,0);(1,1);(4,2)}
b) Considerando os mesmos conjuntos anteriores,
b) Domínio = {0,1,4} Imagem = {0,1,2}
calcule B x A (B cartesiano A) e desenhe seu gráfico.
05. (UFRN-RN) Se n(A)=3 e n(B)=2, então (n(A x
(Observe que A x B ≠ B x A)
B))n(AÇ B) é 6²=36 Resposta: E
Resolução
06. (UFU-MG) Quais dos seguintes diagramas de-
a) – A x B={(1,-1),(1,0),(1,1),(2,-1),(2,0),(2,1)}
finem uma função de X=(a,b,c,d) em Y=(x,y,z,w)?

b) B x A={(-1,1),(-1,2),(0,1),(0,2),(1,1),(1,2)}

02. Trabalhando ainda com os mesmos conjuntos,


considere as seguintes relações de A em B.
R1={(x,y) Î A x B/y=x²-2}
R2={(x,y) Î A x B/y=x-1}
Represente R1 e R2 utilizando diagramas de
flechas.
Resolução

49

Didatismo e Conhecimento
Matemática

a) II, III e IV
b) IV e V
c) I, II e V
d) I e IV
e) I, IV e V.
Resolução
I é função; II não é função, pois d tem 2
correspondente em Y; III não é função, pois a não tem
correspondente em Y; IV é função; V não é função,
pois a e c têm 2 correspondentes em Y e d não tem
correspondente em Y.
Resposta: D

07. (UFMG-MG) Das figuras abaixo, a única que


representa o gráfico de uma função real y=f(x) com
domínio [a, b] é: Resposta: E
Notação e Gráfico
1 – Notação de Função
Para apresentarmos uma função, precisaremos de
três componentes.
1º) O primeiro conjunto, em que escolhemos os
elementos para os quais procuraremos as imagens
correspondentes. Esse conjunto é o domínio da função.
2º) O segundo conjunto, em que procuraremos as
imagens dos elementos do domínio. Esse conjunto é o
contradomínio da função.
3º) A sentença matemática que conduz os elementos
do domínio até a imagem correspondente a ele no
contradomínio
f:D CD com y=f(x)

Vejamos alguns exemplos.

Exemplo 1
Consideremos os conjuntos A={0,1,2,3,5} e
B={0,1,2,3,4,5,6,7,8}. Vamos definir a função f de A
em B com f(x)=x+1. Tomamos um elemento o conjunto
A, representado por x, substituímos este elemento na
sentença f(x), efetuamos as operações indicadas e o
resultado será a imagem do elemento x, representada
Resolução por y.

f: A B
Y=f((x)=x+1

50

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Exemplo 2 sua população futura e assim, podem ser programados os


Consideremos os conjuntos A={-1,1,2,5} e empreendimentos físicos e sociais que serão necessários
B={0,1,2,3,17,24,33}. Vamos definir a função f de A para o atendimento dessa população.
em B com f(x)=x²-1. Assim, teremos os dados a seguir. O desempenho de uma empresa no setor de vendas,
A imagem do elemento -1 representada por f(-1)=(- por exemplo, pode ser apresentado por intermédio de
1)²-1=0, ou seja, o par (-1,0) Î f. um gráfico no qual representamos a quantidade de
A imagem do elemento 1 representada por f(1)=1²- unidades vendidas de um determinado bem ao longo
1=0, ou seja, o par (1,0) Î f. dos dias, meses ou anos, e assim torna-se possível a
A imagem do elemento 2 representada por f(2)=2²- programação na fabricação do referido bem ou a
1=3, ou seja, o par (2,3) Î f. avaliação do rendimento da equipe de vendas.
A imagem do elemento 5 representada por f(5)=5²- Na Física, o deslocamento de um móvel pode ser
1=24, ou seja, o par (5,24) Î f. representado por meio de um gráfico e, a qualquer
instante, poderemos localizar a posição exata desse
móvel pela observação do referido gráfico.
Notamos, portanto, que a transformação de situações
reais em gráficos é de muita importância em todos os
setores de nossas atividades.
Notemos que existem dois elementos do conjunto A No terreno matemático, para construirmos o gráfico
com uma mesma imagem no conjunto B. Isto é permitido de uma função, devemos tomar todos os elementos do
pela definição de função. O que não pode ocorrer [e domínio, substituirmos cada um deles na sentença que
um mesmo elemento com mais de uma imagem ou um representa a função e, obtendo a imagem correspondente
elemento sem imagem. a cada um desses elementos, representam cada par
F:A B; y=f(x)=x²-1 ordenado (elemento, imagem) no plano cartesiano.
A seqüência dos pontos que representam os pares
Observação ordenados determina o gráfico da função.
No estudo das funções é muito freqüente Muitas vezes não precisamos tomar todos os pontos
utilizarmos, tanto para primeiro conjunto como para do domínio para a construção do gráfico da função,
segundo conjunto de uma função, o conjunto dos bastando alguns pontos para nos dar noção exata de
números reais. Nessas condições, convencionou-se qual será o comportamento gráfico da referida função.
que podemos omitir a colocação dos dois conjuntos e Vejamos o exemplo.
a função será denominada, simplesmente, função real. Consideremos a função real f(x)=2x-1.
Para uma função real, basta apresentarmos a sentença Vamos construir uma tabela fornecendo valores para
matemática que relaciona os elementos do domínio às x e, por meio da sentença f(x), obteremos as imagens y
imagens no contradomínio. correspondentes.
Exemplo Transportados os pares ordenados para o plano
Para apresentarmos a função f de R em R com cartesiano, vamos obter o gráfico correspondente à
f(x)=2x³+3, basta apenas dizermos que é uma função função f(x), como se vê a seguir.
real com f(x)=2x³+3.

2 – Gráfico de uma função x y=2x-1


Apresentação de uma função por meio de seu -2 -5
gráfico é muito importante, não só na Matemática como
-2 -3
nos diversos ramos dos estudos científicos.
Estabelecer um gráfico que represente o peso e a 0 -1
altura de uma criança em função de sua idade é muito 1 1
importante dentro da pediatria, pois pode-se avaliar 2 3
quando uma determinada criança está dentro dos 3 4
padrões normais de crescimento.
Por meio de um gráfico que representa o crescimento
populacional de um determinado país, pode-se estimar

51

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Podemos, por meio do gráfico de uma função, 1º) função crescente: a função f(x), num
reconhecer o seu domínio a seguir. determinado intervalo, é crescente se, para quaisquer x1
Consideremos a função f(x) definida por A=[a,b] e x2 pertencentes a este intervalo, com x1<x2, tivermos
em R. f(x1)<f(x2).

Domínio: projeção ortogonal do gráfico da função


no eixo x. Assim, D=[a,b]=A. x1<x2 f(x1)<f(x2)

2º) função decrescente: função f(x), num


determinado intervalo, é decrescente se, para quaisquer
x1 e x2 pertencente a este intervalo, com x1< x2, tivermos
f(x1)>f(x2).

D=[a;b]

Conjunto imagem: projeção ortogonal do gráfico


da função no eixo y. Assim, Im=[c,d]. x1<x2 f(x1)>f(x2)

3º) função constante: a função f(x), num determinado


intervalo, é constante se, para quaisquer x1< x2, tivermos
f(x1)=f(x2).

Im=[c;d]

Observação
O contradomínio (R) é representado por todo o eixo y. Resumo
Domínio
Outra importante informação que podemos retirar
f.A B
sobre o comportamento de uma função, pela observação
Contradomínio
do gráfico, é a sua monotonicidade. Uma função pode
ter o seguinte comportamento: Domínio e imagem a partir do gráfico.

52

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Domínio: projeção ortogonal do gráfico da função Resolução


no eixo x. Fazendo-se x=5, vem:
Conjunto imagem: projeção ortogonal do gráfico f(5.5)=5f(5) f(25)=5.f(5)
da função no eixo y.
Mas f(25)=75.
Função crescente em [a,b]
Logo,
quaisquer x1 e x2 Î [a,b]
75=5.f(5) f(5)=15
x1<x2 f(x1)< f(x2)
Função decrescente em [a,b] Fazendo-se x=1, vem:
quaisquer x1 e x2 Î [a,b] F(5.1)=5f(1) f(5)=5f(1).
x1<x2 f(x1)> f(x2) Logo:
15=5.f(1) f(1)=3
Exercícios resolvidos Resposta: A
01. (USF-SP) O número S do sapato que uma
pessoa calça está relacionado com o comprimento p,em 05. (UFMG-MG) Dos gráficos, o único que
centímetro, do seu pé, pela fórmula: representa uma função de imagem {yÎ R:1< y< 4} e
5 p + 28
28 domínio {xÎ R:0< y< 3} é:
s=f(p)=
4 a) d)
Qual é o numero do sapato de uma pessoa cujo
comprimento do pé é 27,2 cm?
Resolução
27 ,2 + 28
5.27 28
s=f(27,2)= =41
4 Resposta: 41 b) e)

02. (VUNESP-SP) Definamos f:N N por


 f ( 0) = 1

 f (n + 1) = 2
f (n)

Então:
a) f(3)=8 b) f(3)=9 c)
c) f(3)=12 d) f(3)=16 e) f(3)=32
Resolução
Para n=0 f(0+1)=2f(0) f(1)=21=2
Para n=1 f(1+1)=2f(1) f(1)=2²=4
Para n=2 f(2+1)=2f(2) f(1)=2³=16
Resposta: D Resolução
a) Im={yÎ R/1<y<4} b) D={xÎ R0< x< 3}
03. (Cesgranrio-RJ) Se f.R R é uma função c) Correta d) Não é função
definida pela expressão e) Não é função
F(x-1)=x³, então o valor de f(3) é igual a: Resposta: C
a) 0 b) 1 c) 6 d) 15 e) 64
Resolução 06. (Mackenzie-SP) O gráfico abaixo representa
Para calcular f(3) devemos ter x-1=3 ou x=4. uma função definida em R por y-f(x).
Assim, f(3)=4³=64
Resposta: E

04. (URMG-MG) Uma função f:R R é tal que


f(5x)=5f(x) para todo o número real x. Se f(25)=75,
então o valor de f(1) é:
a) 3 b) 5 c) 15 d) 25 e) 45

53

Didatismo e Conhecimento
Matemática

O valor de f(2)+f(f(-5)) é igual a: Observação


a) -2 b) -1 c) 0 d) 1 e) 2 Devemos notar que, para raiz de índice impar, o
Resolução radicando pode assumir qualquer valor real, inclusive
Do gráfico, temos: o valor negativo.
f(-5)=5
f(f(-5))=f(5)=3 3
f(2)=-3 4º) f(x)=
x +8
Logo: f(2)+f(f(-5))=-3+3=0
x+8>0 x>-8
Resposta: C
D={xÎ R/x>-8}

Domínio de uma Função Real


Para uma função de R em R, ou seja, com elementos x+5
5º) f(x)=
no conjunto dos números reais e imagens também no x −8
conjunto dos números reais, será necessária, apenas, x-5≥0 x≥5
a apresentação da sentença que faz a “ligação” entre x-8≥0 x≠8
o elemento e a sua imagem. Porém, para algumas D={xÎ R/x≥5 e x≠8}
sentenças, alguns valores reais não apresentam imagem
Conclusão
real. Por exemplo, na função f(x)= ( x − 1) , o número
Podemos, finalmente, apresentar a função real
real 0 não apresenta imagem real e, portanto, f(x)
como sendo aquela que apresenta uma sentença f(x) e,
características de função, precisamos limitar o conjunto
como domínio, o mais amplo subconjunto real, de tal
de partida, eliminando do conjunto dos números reais
maneira que todas as operações indicadas na sentença
os elementos que, para essa sentença, não apresentam
f(x) possam ser executadas.
imagem. Nesse caso, bastaria estabelecermos como
Como observação, podemos estabelecer que o
domínio da função f(x) o conjunto D={xÎ R/x≥1}.
contradomínio será considerado, sempre, o conjunto
Para determinarmos o domínio de uma função,
dos números reais.
portanto, basta garantirmos que as operações indicadas
Resumo
na sentença são possíveis de serem executadas.
Determinação do domínio de uma função real
Dessa forma, apenas algumas situações nos causam
Algumas poucas operações nos trazem preocupação
preocupação e elas serão estudadas a seguir.
com relação a restringir elementos do conjunto dos
1º) y= 2n f ( x) números reais. Vejamos duas dessas situações:
f(x)≥(n N*)

1 N
2º) y= ⇒ f(x)≠0 1º) f(x)= , em que E(x) é uma expressão qualquer
f ( x( em x. E (x)
Vejamos alguns exemplos de determinação de D={xÎ R/E(x)≠0}
domínio de uma função real.
2º) f(x)= 2n E ( x) em E(x) é uma expressão qualquer
Exemplos em x e n N*.
Determine o domínio das seguintes funções reais. D={xÎ R/E(x)≥0}
1º) f(x)=3x²+7x-8
D=R Exercícios Resolvidos
01. Determine o domínio das funções reais
apresentadas abaixo.
2º) f(x)= x + 7
x-7≥0 x≥7 3
a) f(x)=3x²+7x-8 b) f(x)=
D={xÎ R/x≥7} 3x − 6
c) f(x)= x + 2 d) f(x)= 2 x + 1
3

3º) f(x)= x + 1
3
4x
D=R e) f(x)=
7x + 5

54

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Resolução Resolução
a) D=R -(x³-1)²≤0
b) 3x-6≠0 x≠2 D=R-{2} Multiplicando os dois membros por -1
c) x+2≥0 x≥-2 D={x R/x≥-2} (x³-1)²≤0
d) D=R (devemos observar que o radicando deve Lembrando que qualquer número real elevado ao
ser maior ou igual a zero para raízes de índice par) quadrado é positivo ou nulo, só temos uma opção:
e) Temos uma raiz com índice par no denominador, x³-1=0
assim: x³=1
5 x=1
7x+5>0 x>- D={1}
7
5
D={xÎ R/x>- }
7
6 Seqüências numéricas.
2x − x 8 Noções de probabilidade e
3 2
02. (Cefet-PR) Se f(x)= é uma função de
x5 − x3 estatística
D em R, então D é o conjunto:
a) {xÎ R/x≠0} Os cálculos hebreus sobre a posição dos astros, realizados
b) {xÎ R/x≠0 e x≠±1} Ben Ezra no século XII com a finalidade de fazer previsões
astrológicas podem ser considerados como os primeiros passos
c) {xÎ R/0<x<1 ou x>-1} rumo à teoria das probabilidades.
d) {xÎ R/x>1ou x<-1} O Livros dos jogos de azar, de Girolamo Cardano (1501-
e) {xÎ R/-1<x<0 ou x>1} 1576) publicado em torno de 1550 é o primeiro manual organizado
que traz algumas noções de probabilidade. Nesse livro, Cardano,
Resolução que era um jogador, além de matemático, astrólogo e médico
x5-x³≠0 x³.(x²-1)≠0 desenvolve cálculos de expectativas acerca de jogos dados e
x³≠0 e x²-1≠0 também dá conselhos sobre como trapacear no jogo.
x≠0 e x≠±1 No entanto o estudo sistemático das probabilidades, começou
realmente em 1654 quando um jogador francês, o Chevalier de
Méré escreveu a Blaise Pascal (1623-1662) fa-zendo várias
03. O domínio da função dada por y= x + x + 4 é: perguntas sobre o jogo de dados ou de azar. Uma das perguntas
a) D={xÎ R/x≥0} b) D={xÎ R/x≠-4} eram: Dois joga-dores igualmente hábeis querem interromper
c) D=R d) D={xÎ R/x>0} sua partida. Sabendo-se que o montante das a-postas e situação
do jogo (quantas partidas cada um ganhou), como deverá ser
Resolução repartido o dinheiro?
Pascal extremamente religioso não era jogador escreveu
x ⇒x≥0 (I) a outro matemático francês Pierre Fermat (1601-1665) sobre
as perguntas feitas por Chevalier de Méré. A partir dessa
x + 4 ⇒ x + 4 ≥ 0 ⇒ x ≥ −4 (II) correspondência, Pascal e Fermat aprofundaram estudos
(I)Ç (II) conjuntos sobre probabilidade e ape-sar de não terem publicado
seus estudos chegaram a definir conceitos como expectativa,
chance e média, além de estabelecer técnicas de contagem e
estatísticas de incidência de ca-sos num dado fenômeno.
Também no século XVII, mas precisamente em 1657, o
holandês Christian Hiygens (1629 – 1695) publicou seu livro
O raciocínio nos jogos de dados, onde apresentou importan-tes
D={xÎ R/x>0} contribuições ao estudo das probabilidades.
Resposta: A O suíço Jacques Bernouilli (1654 – 1705) na mesma época
deu uma grande contribui-ção ao estudos das probabilidades ao
propor um teorema onde afirmava que a probabilidade de um
04. (PUC-SP) Qual o domínio da função: evento ocorrer tente a um valor constante quando o número de
ensaios desse evento tende ao infinito.
f:x − ( x 3 − 1) 2 ? Depois de Bernouilli, Abraham De Moivre (1667 – 1751)
publicou o livro A doutrina do azar onde também faz análise dos
jogos que contribuíram para o estudo das probabilidades.

55

Didatismo e Conhecimento
Matemática
Foi em 1812 que Pierre Laplace (1749 – 1827) deu forma a A. Evento Elementar
uma estrutura de raciocínio e a um conjunto de definições no seu Qualquer subconjunto unitário de U.
livro Teoria analítica da probabilidade. Exemplo
A teoria moderna das probabilidades hoje constitui a base de Ocorrência de um número múltiplo de 5.
um dos ramos de maior aplica-ção nas ciências, a Estatística. A = {5}

1.EXPERIMENTOS ALEATÓRIOS B. Evento Certo


Os experimentos cujos resultados podem ser previsto, isto É o próprio espaço amostral U.
é, podem ser determinados antes mesmo de sua realização, são Exemplo
chamados experimentos determinísticos. Por exemplo, é pos-sível Ocorrência de um divisor de 60.
prever a temperatura em que a água entrará em ebulição desde que B = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
conhecidas as condi-ções em que o experimento se realiza.
Alguns experimentos, contudo, não são assim previsíveis. C. Evento Impossível
Por mais que sejam manti-das as mesmas condições, não podemos É o conjunto vazio (Ø).
prever qual será o resultado ao lançarmos uma moe-da. Esses são Exemplo
chamados experimentos aleatórios (em latim alea = sorte). Ocorrência de múltiplo de 8.
Experimentos aleatórios são aqueles, que repetidos em C={}=Ø
condições idênticas, não produ-zem sem o mesmo resultado.
A teoria das probabilidades estuda a forma de estabelecermos D. Evento União
as possibilidades de ocorrência num experimento aleatório. É a reunião de dois eventos.
Exemplo
2.ESPAÇO AMOSTRAL E EVENTO Evento A: ocorrência de um número primo
Vamos estudar experimentos aleatórios com resultados A = {2, 3, 5}
equiprováveis (mesma chance de o-corrência) e em número Evento B: ocorrência de um número ímpar
determinado, isto é, finito. Desta forma definimos: B = {1, 3, 5}
Espaço amostral: é o conjunto de todos os resultados Evento A È B: ocorrência de um número primo ou ímpar
possíveis de um experimento aleatório. Indicaremos o espaço A È B = {1, 2, 3, 5}
amostral por U.
Evento: é qualquer subconjunto do espaço amostral. E. Evento Intersecção
Exemplo É a intersecção de dois eventos.
Lançaremos três moedas e observamos as faces que ficaram Exemplo
voltadas para cima. Evento A: ocorrência de um número primo
A = {2, 3, 5}
Representar: Evento B: ocorrência de um número ímpar
a) O espaço amostral do experimento; B = {1, 3, 5}
b) O evento A: chances de sair faces iguais; Evento A Ç B: ocorrência de um número primo ou ímpar
c) O evento B: sair exatamente uma face “cara”; A Ç B = {3, 5}
d) O evento C: chances de sair, pelo menos, uma face “cara”. F. Evento Mutuamente Exclusivos
Resolução Dois eventos E1 e E2 de um espaço amostral U são chamados
a) U = {(Ca, Ca, Ca), (Ca, Ca, Co), (Ca, Co, Ca), (Ca, Co, mutuamente exclusivos quando E1 Ç E2 = Ø
Co), (Co, Ca, Ca), (Co, Ca, Co), (Co, Co, Ca), (Co, Co, Co)} Exemplo
b) A = {(Ca, Ca, Ca), (Co, Co, Co)} Evento A: ocorrência de um número par
c) B = {(Ca, Co, Co), (Co, Ca, Co), (Co, Co, Ca)} A = {2, 4, 6}
d) C = {(Ca, Ca, Ca), (Ca, Ca, Co), (Ca, Co, Ca), (Co, Ca, Evento B: ocorrência de um número ímpar
Ca), (Ca, Co, Co), (Co, Ca, Co), (Co, Co, Ca)} B = {1, 3, 5}
Observação A e B são eventos mutuamente exclusivos, pois AÇB = Ø
Os números de elementos do espaço amostral e dos eventos
de um experimento aleató-rio são calculados com a análise G. Evento Complementar
combinatória. É o evento Ē = U – E.
Exemplo
3. TIPOS DE EVENTOS Evento A: ocorrência de um número primo
Consideremos o experimento aleatório: lançamento de um A = {2, 3, 5}
dado comum e observação do nú-mero representado na face Evento Ā: ocorrência de um numero não primo
voltada para cima. Ā = U – A = {1, 4,6}
O espaço amostral será: Observação
U = {1, 2, 3, 4, 5, 6} No caso do exemplo, podemos dizer que o evento Ā é a não-
Analisemos os diversos tipos de eventos que podemos ocorrência de um número pri-mo.
definir neste experimento.

56

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Matemática
4. PROBABILIDADE ESTATÍSTICA E PROBABILIDADE 2 – Em um lançamento de dois dados, um preto e outro
TEÓRICA branco, qual é a probabilidade de que os dois números obtidos
Imaginamos a seguinte situação: em uma turma do segundo sejam iguais?
colegial,existem 25 garotas e 10 garotos e um brinde foi sorteado
para um dos membros da turma. Temos que adivinhar o sexo do
contemplado.
Intuitivamente, “sabemos” que é “mais fácil” ter sido
sorteada uma garota que um garoto, no entanto não podemos
afirmar com certeza o sexo do contemplado. A “chance” de uma Resolução
garota ter sido sorteada pode ser traduzida por um numero que U = {(1,1), (1,2), (1,3), ..., (6,4), (6,5), (6,6)}
chamamos probabilidade. n(U) = 6 . 6 = 36
Uma observação que pode ser feita é que a teoria das
probabilidades é uma maneira matemá-tica de lidar com a U = {(1,1), (2,2), (3,3), (4,4), (5,5), (6,6)}
incerteza. n(E) = 6
O cálculo da probabilidade de um evento acontecer, muitas
vezes, é feito experimentalmente, e essa probabilidade é chamada n(E) 6 1
Assim, P(E)= = =
de experimental ou estatística. n(U) 36 6
Exemplo
A probabilidade de uma pessoa morrer aos 25 anos é obtida 3 – Dentre as seis permutações dos números 1, 2, e 3, uma
através do levantamento e do tratamento adequado de um grande é escolhida ao acaso. Considerando o número de três algarismos
número de casos. assim escolhido, determine a probabilidade de ele:
No entanto, para calcularmos a probabilidade de ao jogarmos a) Ser par;
dois dados obtermos, nas faces voltadas para cima, dois números b) Ser múltiplo de três;
iguais, não precisamos realizar o experimento, ela pode ser c) Ser múltiplo de cinco.
conseguida a partir de uma analise teórica do espaço amostral e Resolução
do evento, e neste caso cha-mamos de probabilidade teórica. O espaço amostral é:
No 2º grau, não desenvolvemos estudos da probabilidade U = {123, 132, 213, 231, 312, 321}
estatística, que será estudada na maioria dos cursos de 3º grau.
5. PROBABILIDADE TEÓRICA DE UM EVENTO a) Evento A: ocorrer número par.
Se num fenômeno aleatório, o número de elementos do A = {132, 312}
espaço amostral é n(U) e o número de elementos do evento A é n(A) 2 1
n(A), então a probabilidade de ocorrer o evento A é o número P(A)= = =
n(U) 6 36
P(A) tal que:
n(A) b) Evento B: ocorrer número múltiplo de três.
P(A)=
n(U) B = {123, 132, 213, 231, 312, 321}
Uma outra forma de definir a probabilidade de ocorrer o n(B) 6
evento A é: P(E)= = =1 (evento certo)
n(U) 6
Número de casos favoráveis a A
P(A)=
Número de casos possíveis
c) Evento C: ocorrer número múltiplo de cinco.
n(C) 0 (evento impossível)
Exemplos C = { } P(C)= n(U) = 6 = 0
1 – Retirando-se uma carta de um baralho normal de 52
Observação
cartas, qual é a probabilidade de que a carta retirada seja um rei?
Através da teoria determinamos que, em um lançamento de
um dado “não viciado”, a proba-bilidade de que se obtenha o
número 3 é 1/6, isto não significa que, sempre que forem feitos
seis lançamentos de um dado, certamente ocorrerá em um deles,
e apenas um, resultado 2. Na prática, o que se verifica é que,
considerado um grande número de lançamentos, a razão entre
Resolução o número de vezes que ocorre o resultado 2 e o número de
lançamentos efetuados se aproxima de 1/6.
P(E)= Número de casos favoráveis
Número de casos possíveis 6.PROPRIEDADES DAS PROBABILIDADES
P1) A probabilidade do evento impossível é 0. (P(Ø)= 0)
5 1 n(Ø) 0
P(E)= = P(Ø)= = =0
52 13 n(U) n(U)

57

Didatismo e Conhecimento
Matemática
P2) A probabilidade do evento certo é 1. (P(UØ)=1)
n(U)
P(U)= =1
n(U)

P3) Sendo A um evento de um espaço amostral U, a


probabilidade de A é um número racional entre 0 e 1, inclusive.
(0≤ P(A) ≤ 1).
0 n(A) n(U)
0≤ n(A) 0≤ n(U) ≤ ≤
n(U) n(U) n(U)
n(A)
Como P(A)= temos:
n(U) 7.PROPRIEDADE DO EVENTO UNIÃO
0 ≤ P(A) ≤ 1 Dados dois eventos A e B de um espaço amostral U, dizemos
que ocorrer o evento A È (e-vento união) é ocorrer pelo menos
P4) Sendo A um evento e Ā seu complementar, então P(A) um dos eventos A ou B.
+ P(Ā) = 1.
U

n(AÈB) = n(A) + n(B) – n(AÈB)


n(U) = n(A) + n(Ā)
Assim:
n(U) n(A) n(Ā) n(AÈB) = n(A) + n(U) - n(AÇB)
= + n(U) n(U)
n(U) n(U) n(U) n(U) n(U)
Ou seja:
Assim, P(A) + P(Ā) = 1 P (AÈB) = P(A) + P(B) – P (AÇB)
Observação
É comum expressarmos a probabilidade de um evento na Podemos enunciar essa conclusão assim:
forma de porcentagem. Assim, se P(A) = 0,82, por exemplo, A probabilidade de ocorrer o evento A ou o evento B é dada
podemos dizer que P(A) = 82%. pela soma da probabilidade de ocorrer A com a probabilidade
de ocorrer B, menos a probabilidade de ocorrer os dois eventos
Exemplo (A e B).
1º) Os 900 números de três algarismos estão colocados em Caso particular: se os eventos A e B são mutuamente
900 envelopes iguais. Um dos en-velopes é sorteado. Qual a exclusivos, isto é, A Ç B = Ø, P(AÈB) = 0 a formula acima se
probabilidade de ele conter um número que tenha, pelo menos, reduz a:
dois algarismos iguais? P(AÈB) = PA + PB
Resolução
Exemplo
Sendo A o evento: ocorrer um número com pelo menos dois
De um baralho comum de 52 cartas, uma carta é retirada
algarismos iguais. É mais fácil calcular P(Ā), a probabilidade do
aleatoriamente. Qual a probabilidade de sair um valete ou uma
evento complementar de A. Assim,
carta de paus.
U
Resolução
Sendo:
A Evento A: “a carta e um valete”
4
P(A)=
52

Números com Números com Evento B: “a carta de paus”


pelo menos dois algarismos distintos 13
algarismos repetidos P(A)=
52

58

Didatismo e Conhecimento
Matemática
Evento A Ç B: “a carta é um valete de paus” Probabilidade II
1 1.PROBABILIDADE CONDICIONAL
P(AÇB)= Consideremos num experimento aleatório de espaço
52
amostral U os eventos A e B, com A Ç B ≠ Ø, conforme o
diagrama abaixo:
Evento A È B: “a carta é um valete ou é de paus”
P(AÈB) = P(A) +P(B) – P(AÇB)
4 13 1 16 4
P(AÈB)= + - = =
52 52 52 52 13

8.PROBABILIDADES NUM ESPAÇO AMOSTRAL


NÃO EQUIPROVÁVEL
No espaço amostral equiprovável todos os resultados Na medida em que conhecemos a informação de que ocorreu
possíveis têm a mesma chance de ocor-rência e por isso que nos o evento B, este passa a ser o espaço amostral do experimento,
problemas com dados e moedas estudados anteriormente sempre pois todos os resultados agora possíveis pertencem a A. assim,
tomamos o cuidado de especificar que os dados e moedas eram a probabilidade de ocorrer o evento A, dado que o evento B já
“honestos” ou “não viciados”. ocorreu, será:
Como estudar as probabilidades com dados ou moedas P(A/B) =
n(AÇB)
“viciados”? n(B)
A fórmula que usamos até agora ... Exemplo
Número de casos favoráveis a E Numa turma de 50 alunos do colégio, 15 são homens e 35
P(E)= são mulheres.
Número de casos possíveis
Sabe-se que 10 homens e 15 mulheres foram aprovados
... não é válida, pois não importa apenas a quantidade
num exame de seleção. Uma pessoa é sorteada ao acaso.
de resultados favoráveis já que esses resul-tados não têm
Qual a probabilidade de:
necessariamente a mesma “chance” de ocorrência.
a) Ela ser do sexo feminino se foi aprovada no exame?
Consideramos um experimento, com espaço amostral U = {a1
b) Ela ter sido aprovada no exame se é do sexo
, a2 ..., a n}. Chamando de p(a1), p(a2), ..., p(an) as probabilidades de
masculino?
ocorrência dos resultados a1, a2, ..., an, respectivamente temos que:
1º) p(a1) + p(a2) +...+ p (an) =1
Resolução
2º) 0 ≤ p(a1) ≤ 1, para i = 1, 2, ..., n
O quando abaixo resume os dados do problema:
Desta forma para calcularmos a probabilidade do evento A Foi Aprovado Não foi Aprovado Total
= {a1, a2, ...,am}(m≤n), fazemos: Homem 10 5 15
P(A) = p(a1) + p(a2) +...+ p(am) Mulher 15 20 35
Exemplo Total 25 25 50
Consideramos um experimento com espaço amostral U =
{a, b, c} sendo p(a), p(b), p(c) as possibilidades dos resultados a) Sendo:
a, b e c de modo que Evento A: “a pessoa sorteada foi aprovada”.
1 1 Evento B: “a pessoa sorteada é mulher”.
p(a)= e p(b)= calcule:
3 2
a) p(c) P(B/A) =
n(AÇB) = 15 = 3
b) a probabilidade do evento A ={a,c} n(A) 25 5

Resolução b) Sendo:
a) p(a) + p(b) + p(c) = 1 Evento A: “a pessoa sorteada foi aprovada”.
1 1 Evento B: “a pessoa sorteada é homem”.
+ + p(c) = 1
3 2
1 1 6-2-3 1 P(A/C) =
n(AÇC) = 10 = 2
p(c) = 1 - - = = n(C) 15 3
3 2 6 6
b)P(A) = p(a) + p(c)
2.PROBABILIDADE DO EVENTO INTERSECÇÃO
1 1 2-1 3 Dados dois eventos A e B de um espaço amostral U, dizemos
P(A) = - = =
3 6 6 6 que ocorrer o evento A Ç B (evento intersecção) é ocorrer
1 simultaneamente os eventos A e B.
Assim, P(A) =
2 Para calcular a probabilidade de ocorrer AÇB, vamos utilizar
a fórmula da probabilidade condicional.

59

Didatismo e Conhecimento
Matemática

n(AÇB) , dividido por n(U), temos: Exemplo de Eventos Dependentes


P(A/B) = Na extração de duas cartas de um baralho se antes de extrair
n(B)
a segunda carta não for feita a reposição da segunda, o resultado
n(AÇB) da primeira influencia o resultado da segundo, pois o espaço
n(A) amostral passa a ter 51 elementos.
P(AÇB)
P(A/B) = = Exemplo
n(B) P(B) Sejam A e B dois eventos independentes tais que:
n(U) 1 1
P(A) = e P(AÈB) =
Assim: P(AÇB) = P (B) . P (A/B) (I) 4 3
Calcule P(B).
Podemos também usar a fórmula de P(B/A), assim:
n(AÇB) Resolução
n(AÇB) n(U) P(AÇB) P(AÈB) = P(A) + P(B) – P(AÇB)
P(B/A) = = =
n(A) n(A) P(A)
n(U) Como A e B são independentes
P(AÇB)= P(A) . P(B)
Então: P(AÇB) = P(A) . P(B/A) (II)
\ P(AÈB) = P(A) + P(B) - P(A) . P(B)
A partir das fórmulas (I) e (II), citadas anteriormente,
concluímos: ou seja:
1 1 1
Dados dois eventos A e B de um espaço amostral U, a = +P (B) - P(B)
3 4 4
probabilidade de eles ocorrerem simul-taneamente é dada pelo
produto da probabilidade de um deles pela probabilidade do 4 = 3 + 12 P (B) – 3 P (B)
outro, dado que ocorreu o primeiro.
Exemplo 1
Consideremos uma urna contendo 5 bolas numeradas de 9 P (B) = 1 → P (B) =
9
1 a 5. qual a probabilidade de reti-rarmos a bola 1 e, sem sua
reposição, a bola 2?
Resolução
A probabilidade de sair a bola 1 na primeira retirada é P Análise Combinatória
(A) = 1/5 1. Principio Fundamental da contagem
Restando 4 bolas na urna, a probabilidade de ocorrer a bola Os problemas de Análise Combinatória são, basicamente,
na segunda, tendo ocorrido a bola 1 na primeira é: P (A/B) = ¼ problemas de contagem. A abordagem desses problemas
Como devem ocorrer os dois eventos, temos: é baseada em um fato, de fácil comprovação, denominado
1 1 1 Princípio Fundamental da Contagem ou, simplesmente Regra
P(AÇB) = P(A) . P(B/A) = . =
5 4 20 do Produto, que enunciaremos e exemplificaremos a seguir
Enunciado
Um acontecimento é composto de dois estágios sucessivos
3.EVENTOS INDEPENDENTES
e independentes. O primeiro estágio pode ocorrer de m modos
Dados dois eventos A e B de um espaço amostral U,
distintos; em seguida, o segundo estágio pode ocorrer de n
dizemos que eles são independentes se a ocorrência de um deles
modos distintos. Nestas condições, dizemos que “o número
não modificar a probabilidade de ocorrência do outro.
de maneiras distintas de correr este acontecimento é igual ao
A e B independentes↔P(B/A)=P(B) e P(A/B)=PA produto m. n”.
Exemplo
Quando A e B são eventos independentes. Um estudante, ao se inscrever num concurso para vestibular,
P(AÇB) = P(A) . P(B) deve escolher o curso e a faculdade que desejar cursar. Sabe-
se que existem cinco cursos possíveis: Engenharia, Medicina,
Então se P (AÇB) ≠ P(A) . P(B), dizemos que os eventos Odontologia, Arquitetura e Direito. Cada curso pode ser feito
são dependentes. em três faculdades possíveis: estadual, Federal e particular. Qual
é o número total de opções que o estudante pode fazer?
Exemplos de Eventos Independentes
1º) No lançamento simultâneo de dois dados, o resultado de Resolução
um deles não influi no resultado do outro. De acordo com o Princípio Fundamental da Contagem, o
2º) No lançamento sucessivo de dois dados, o resultado de número total de opções que o estudante pode fazer é 5 x 3 ou
um deles não influi no resultado do outro. seja, 15. Podemos ilustrar estas 15 opções com o auxílio da
3º) Na extração de duas cartas de um baralho se antes árvore de possibilidades, observando que para cada um dos
de extrair a segunda carta for feita a reposição da primeira, o cinco cursos possíveis (E, M, O, A, D) existem três faculdades
resultado da primeira não influi no resultado da segunda. possíveis (E, F, P).

60

Didatismo e Conhecimento
Matemática
Chamam-se arranjos simples k a k, dos n elementos de A,
aos agrupamentos de k elementos distintos cada, que diferem
entre si ou pela natureza ou pela ordem de seus elementos.

Cálculo do número de arranjos simples


Na formação de todos os arranjos simples dos n elementos
de A, tomados k a k, temos:
n possibilidades na escolha do 1º elemento.
n-1 possibilidades na escolha do 2º elemento, pois um deles
já é usado.
n-2 possibilidades na escolha do 3º elemento, pois dois
deles já foram usados.
.
Generalizações .
Um acontecimento é composto por k estágios sucessivos e .
independentes, com respectivamente, n1 . n2 . n3 . ... . nk. n-(k – 1) possibilidades na escolha do kº elemento pois k –
1 deles já foram usados.
2. Técnicas de contagem
Seja A = {a; b; c; d; ...; j} um conjunto formado por 10 elementos Pelo principio Fundamental da Contagem representando
distintos, e consideremos os “agrupamentos ab, ac e ca” com o símbolo An,k o número total de arranjos simples dos n
Os agrupamentos ab e ac são considerados sempre distintos, elementos de A (tomados k a k), temos:
pois diferem pela natureza de um elemento. An,k=n.(n-1).(n-2). … . (n-k+1)
Os agrupamentos ac e ca, que diferem apenas pela ordem de
seus elementos, podem ser considerados distintos ou não.
Se, por exemplo, os elementos do conjunto A forem pontos, (é o produto de k fatores)
A = {A1, A2, A3, ..., A10}, e ligando estes pontos desejarmos obter Multiplicando e dividindo por (n-k)!.
n(n − 1)()( n − 2).).  .(.( n − k + 1).(n − k)!
)!
retas, então os agrupamentos A1 A2 e A2 A1 são iguais, pois An,k=
representam a mesma reta. (n − k ))!
!

Se, por outro lado, os elementos do conjunto A forem e notando que n(n-1)(n-2). … . (n-k+1).(n-k)!=n! podemos
algarismos, A = {0, 1, 2, 3, ..., 9}, e com estes algarismos também escrever
desejarmos obter números, então os agrupamentos 12 e 21 são
distintos, pois representam números diferentes. n!
Do que foi exposto, podemos concluir que: An,k=
a) Existem problemas de contagem em que os agrupamentos, (n − k )!
a serem contados, são considerados distintos, apenas quando
diferem pela natureza de pelo menos um de seus elementos. É o Exercícios Resolvidos
caso em que ac = ca. 1 - Calcular o número de arranjos simples de 10 elementos
Neste caso, os agrupamentos são chamados combinações. tomados 4 a 4.
Caso Típico Resolução:
O conjunto A é formado por pontos e o problema é saber 10 10!
A10,4 (10-4)! = =10.9.8.7=5040
quantas retas esses pontos determinam. 6!
b)Existem problemas de contagem em que os agrupamentos,
a serem contados são considerados distintos, quando diferem 2 - Quantos números de três algarismos distintos, podemos
tanto pela natureza como também pela ordem de seus elementos. formar com os elementos do conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6}?
É o caso em que ac ≠ ca. Resolução:
Neste caso, os agrupamentos são chamados arranjos. Como 123 ≠ 132, por exemplo, devemos calcular os arranjos
de 6 elementos 3 a 3 .
Caso Típico A6,3 = 6 . 5. 4 = 120
O conjunto A é formado por algarismos e o problema é 3 - Quantos números de algarismos distintos e compreendidos
contar os números por eles determinados entre 100 e 1000, podem ser obtidos utilizando 1, 2, 3, 5, 6?
Resolução:
3. Arranjos Simples Os números em questão são formados por três algarismos
Definição distintos entre os 5 algarismos dados. O número procurado é A5,3
Seja A um conjunto com n elementos e k um natural menor = 5. 4 .3 e, portanto 60.
ou igual a n.

61

Didatismo e Conhecimento
Matemática
4 – Permutações Assim sendo:
Definição
Seja A um conjunto com n elementos. Os arranjos simples
An , k
Cn,k .Pk=Na,k ou ainda Cn,k=
n a n, dos n elementos de A, são chamados permutações simples Pk
de n elementos e fazendo k=n na fórmula An,k=n(n-1)(n-2). …
.(n-k+1), temos: n!
Pn=An,n=n(n-1).(n-2). … .(n-n+1)= Lembrando-se que An,k= ,Pk=k! e
(n-k)!
=n.(n-1).(n-2). … . 1=n!
Logo: n
  = n! , podemos também escrever:
Pn=n  k  k!(n-k)!
!
An , k n! n
5 – Combinações simples Cn,k= = =  
Definição Pk k!(n − k )!  k 
Seja A um conjunto com n elementos e k um natural menor ou
igual a n. Chamam-se combinações simples k a k, dos n elementos
de A, aos agrupamentos, de k elementos distintos cada um, que Exercícios Resolvidos
diferem entre si apenas pela natureza de seus elementos. 26 – Quantos anagramas tem a palavra PAI?
Exemplo Resolução
Seja A={a,b,c,d} um conjunto com 4 elementos distintos. P3=3!=3.2.1=6
Com os elementos de A podemos formar 4 combinações de três
elementos cada uma: 27 – Quais os anagramas da palavra Pai?
Resolução
abc abd acd bcd Os 6 Anagramas da palavra PAI são:
PAI, PIA, AIP, API, IAP, IPA
Permutando-se os 3 elementos de uma delas, por exemplo
abc, obtemos P3=6 arranjos distintos: 28 – Quantos anagramas tem a palavra PALMITO?
Resolução
abc abd acd bcd
acb P
P6=6!=6.5.4.3.2.1=720
bac
bca 30 – Calcule C7,3
cab Resolução
cba 7! 7! 7.6.5
C7,3= = = = 35
3!(7-3)! 3! 4! 3.2.1
Permutando-se os 3 elementos das 4 combinações, obtemos
todos os arranjos 3 a 3: 31 – Cinco pessoas querem se acomodar em um automóvel
de cinco lugares; de quantas maneiras isso poderá ser feito?
abc abd acd bcd
Resolução
acb adb adc bdc As cinco pessoas só podem trocar de lugar; como são cinco
bac bad cad cbd lugares, temos:
bca bda cda cdb P5=5!=5.4.3.2.1=120
cab dab dac dbc
32 – Quantas comissões de 3 elementos podemos formar
cba dba dca dcb com um grupo de 8 pessoas?
Assim sendo, (4 combinações) x(6 permutações)= 24 Resolução
arranjos e, portanto, C4,3.P3=A4,3. Temos 8 pessoas e devemos escolher 3 pessoas, em que
importa apenas a natureza, pois se mudamos a ordem das pessoas
Calculo do número de combinações simples dentro de uma comissão, esta comissão continua a mesma. Assim
Representando com o símbolo Cn,k o número total de a quantidade de comissões é dada por:
combinações simples dos n elementos de A, tomados k a k, de 8.7.6
C8,3= = 56
modo análogo ao exemplo apresentado, temos: 3!

a) Permutando os k elementos de uma combinações k a k, 33 – Um fabricante de doces dispõe de embalagens com


obtemos Pk arranjos distintos. capacidade de 5 doces cada uma. Sabendo-se que ele fabrica
b) Permutando os k elementos das Cn,k combinações k a k, 10 tipos diferentes de doces, pergunta-se: quantos tipos de
obtemos Cn,k .Pk arranjos distintos. embalagens com 4 doces diferentes ele poderá oferecer?

62

Didatismo e Conhecimento
Matemática
Resolução: 79 – Quantos são os anagramas da palavra MACACA?
O fabricante deve escolher 4 doces diferentes, em que só
Resolução:
importa a natureza, pois se mudarmos a ordem dos doces dentro
Das 6 letras da palavra MACACA, 3 são iguais a A, 2 são
da embalagem o resultado não se altera. Assim, temos que, o
iguais a C. Logo:
número procurado é dado por:
10.9.8.7 P63, 2 = 6! =60
C10,4= = 210 3! 2!
4!
6 – Arranjos completos 80 – De quantas maneiras, uma oficina pode pintar 5
Arranjos completos de n elementos, tomados k a k, são os automóveis iguais, recebendo cada um, tinta de uma única cor,
arranjos de k elementos não necessariamente distintos. se a oficina dispõe apenas de 3 cores e não quer misturá-las?
Ao calcular os arranjos completos, portanto, devemos Resolução
considerar tanto os arranjos com elementos distintos (que são os Como os cinco automóveis são iguais, a ordem em que eles
arranjos simples) como também aqueles com elementos repetidos. forem pintados não irá alterar o resultado; necessariamente irá
O número total de arranjos completos de n elementos, ocorrer repetição de cor, pois são 5 carros e apenas 3 cores.
An*,k , é dado por: Trata-se, portanto, da combinação de 3 elementos, classe 5,
tomados k a k, e representado pelo símbolo com repetição. O resultado é dado por:
7.6
An*,k =nk C3*,5 =C3+5-1,5=C7,5=C7,2= =21
2!
7 – Permutações com elementos repetidos 81 – Numa cesta existem peras, maçãs, laranjas e bananas.
Seja α elementos iguais a a, β elementos iguais a b, γ Existem pelo menos três de cada tipo e as frutas de mesmo tipo
elementos iguais a c, …, λ elementos iguais a l, num total de são todas iguais. De quantas maneiras diferentes e possível
α+β+γ+ … + λ=n elementos. escolher:
Representando com o símbolo Pnα, β, γ, …, λ o número de a) Três frutas de tipos diferentes? b) Três frutas?
permutações distintas que podemos formar com os n elementos, Resolução
temos: 4.3.2
a) C4,3= =4
3.2.1
Observe quais são as 4 maneiras possíveis:
n! PML PMB PLB MLB
Pnα, β, γ, …, λ = α! . β! . γ!. … . λ!
8 – Combinações completas 6.5.4
b) C4*,3 =C4+3-1,3=C6,3= =20
Combinações completas de n elementos, tomados k a k são 3.2.1
combinações de k elementos não necessariamente distintos. Observe quais são as 20 maneiras possíveis:
Ao calcular as combinações completas, portanto, devemos
considerar tanto as combinações com elementos distintos PPP PLL MMM MLB
(que são as combinações simples) como também aquelas com PPM PBB MML LLL
elementos repetidos.
O número total de combinações completas de n elementos,
PPL PLB MMB LLB
Cn*,k , é dado por: PPB PLM MLL LBB
tomados k a k, e representado pelo símbolo PMM PMB MBB BBB

 n + k − 1
Cn*,k =Cn+k+1,k=  
k 

Exercícios Resolvidos
78 – Quantas placas de automóvel podem ser formadas,
tendo cada uma três letras de um alfabeto de 26 letras, seguidas
de 4 algarismos do sistema decimal de numeração?
Resolução
L L L A A A A
* *
A 226
6 ,3 . A 1010, 4 =263.104=175760000

63

Didatismo e Conhecimento
Matemática

 no final do 3º período (3 meses), os juros serão:


9 Juros simples e compostos: capi- R$ 120,00 + R$ 60,00 = R$ 180,00
talização e descontos.  no final do 4º período (4 meses), os juros serão:
10 Taxas de juros: nominal, efetiva, R$ 180,00 + R$ 60,00 = R$ 240,00
Desse modo, no final da aplicação, deverão ser
equivalentes, proporcionais, real e pagos R$ 240,00 de juros. Fazendo o cálculo, período
aparente. 11 Rendas uniformes e a período:
variáveis. 12 Planos de amortização  no final do 1º período, os juros serão: i.C
 no final do 2º período, os juros serão: i.C + i.C
de empréstimos e financiamentos.  no final do 3º período, os juros serão: i.C + i.C + i.C
13 Cálculo financeiro: custo real ................................................................................................
 no final do período t, os juros serão: i.C + i.C + i.C + ...
efetivo de operações de financia- + i.C
mento, empréstimo e investimento. Portanto, temos:
14 Avaliação de alternativas de in- J=C.i.t
vestimento. 15 Taxas de retorno. Observações:
1) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na
Toda vez que falamos em juros estamos nos
mesma unidade.
referindo a uma quantia em dinheiro que deve ser paga
2) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na
por um devedor, pela utilização de dinheiro de um
forma decimal.
credor (aquele que empresta).
3) Chamamos de montante (M) a soma do capital
 Os juros são representados pela letra j.
com os juros, ou seja: Na fórmula J= C . i . t, temos
 O dinheiro que se deposita ou se empresta
quatro variáveis. Se três delas forem valores conhecidos,
chamamos de capital e é representado pela letra C.
podemos calcular o 4º valor.
 O tempo de depósito ou de empréstimo é
representado pela letra t. M=C+j
 A taxa de juros é a razão centesimal que incide Exemplo: A que taxa esteve empregado o capital
sobre um capital durante certo tempo. É representado de R$ 20.000,00 para render, em 3 anos, R$ 28.800,00
pela letra i e utilizada para calcular juros. de juros? (Observação: Como o tempo está em anos
Chamamos de simples os juros que são somados ao devemos ter uma taxa anual.)
capital inicial no final da aplicação. C = R$ 20.000,00
Devemos sempre relacionar taxa e tempo t = 3 anos
numa mesma unidade: j = R$ 28.800,00
Taxa anual ........................tempo em anos
Taxa mensal .................... tempo em meses i = ? (ao ano)
Taxa diária ...........................tempo em dias j=
C.i.t
Consideremos, como exemplo, o seguinte 100
problema: 28 800 =
20000. i.3
Uma pessoa empresta a outra, a juros simples, a 100
quantia de R$ 3. 000,00, pelo prazo de 4 meses,à taxa 28 800 = 600 . i
de 2% ao mês. Quanto deverá ser pago de juros? 288 .800
Resolução: i=
- Capital aplicado (C): R$ 3.000,00 600
- Tempo de aplicação (t): 4 meses i = 48
- Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês) Resposta: 48% ao ano.
Fazendo o cálculo, mês a mês:
 no final do 1º período (1 mês), os juros serão: DESCONTO SIMPLES
0,02 x R$ 3.000,00 = R$ 60,00 Suponhamos que um fabricante de geladeiras tenha
 no final do 2º período (2 meses), os juros serão: efetuado uma venda à rede Geladeiras Brasil no valor de R$
R$ 60,00 + R$ 60,00 = R$ 120,00 80.000,00, quantia a ser paga três meses após a entrega.

64

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Passado um mês da data da entrega, o fornecedor, 3) Sendo 48% a taxa anual de desconto utilizada
precisando de dinheiro, procurou o Banco da Nação para por uma instituição, qual seria o valor atual de um
tentar descontar a duplicata (documento comprobatório título de R$ 20.000,00, descontado 4 meses antes do
da dívida contraída pela rede Geladeiras Brasil). O vencimento?
banco ofereceu em troca do título a quantia de R$ 4) O valor nominal de uma duplicata a ser descontada
76.000,00. Tendo sido aceita a proposta, o fornecedor à taxa de 2,5% a.m, é R$ 700,00. Calcule o valor atual
recebeu do banco a importância de R$ 76.000,00, e o da duplicata, se for descontada:
banco passou a ser o credor da dívida, que será saldada a) 12 dias antes do vencimento;
pela Geladeiras Brasil; ou seja, na data inicialmente b) 53 dias antes do vencimento;
estabelecida, a Geladeiras Brasil fará o pagamento de 5) Operando com uma taxa mensal de desconto
R$ 80.000,00 diretamente ao Banco da Nação, e não de 2,2%, um banco propôs um desconto de R$ 55,00
mais ao fornecedor. sobre um título de R$ 500,00. Quanto tempo antes do
Esse tipo de operação recebe o nome de desconto vencimento foi feita a proposta?
de título.
 O valor do título na data do vencimento – R$ 6) Uma pessoa dispõe de uma duplicata de valor
80.000,00 – é chamado valor nominal. nominal R$ 1.000,00, com a qual pretende quitar uma
 O valor pago pelo Banco da Nação – R$ 76.000,00 dívida de R$ 800,00. Quanto tempo antes do vencimento
– é chamado valor atual ou valor descontado. da duplicata a pessoa deve descontá-la num banco que
A diferença entre o valor nominal e o atual: R$ 80.000,00 opera à taxa de desconto de 8% a.m.?
- R$ 76.000,00 = R$ 4.000,00 é chamada desconto. 7) O desconto de R$ 480,00 foi calculado mediante
Normalmente, nesse tipo de operação, o valor a utilização da taxa de 2% a.m. sobre o valor nominal de
proposto pelo banco decorre da aplicação de uma taxa um título a ser descontado 96 dias antes do vencimento.
de desconto simples, que incide sobre o valor nominal Qual o valor descontado?
do título, em regime semelhante ao de juros simples. 8) Para um título de R$ 1.200,00 com vencimento
No exemplo, a taxa de desconto simples usada teria para 16 de outubro, Sílvio obteve de um banco, em 1º
sido de 2,5% a.m., e por 2 meses, que corresponde ao de setembro do mesmo ano, o resgate de R$ 1.110,00.
número de meses de antecipação: Qual a taxa mensal de desconto utilizada pelo banco?
d = (2,5% de 80.000,00) x 2 9) Setenta e cinco dias antes do vencimento de uma
d = 0,025 x 80.000,00 x 2 = R$ 4.000,00 duplicata, um banco, utilizando uma taxa de desconto
Exemplo: Um título de valor nominal R$ 900,00, de 3,75% a.m., oferece um valor de R$ 1.268,75. Qual
com vencimento para 150 dias, será descontado em um é o valor nominal da duplicata?
banco que opera com a taxa de desconto de 6% a.m. 10)José dispõe de uma duplicata de R$ 14.000,00,
 Se o prazo de antecipação for de 3 meses, o emitida por um cliente para ser paga ao fim de 120 dias.
desconto será dado por d = 0,06 x 900 x 3 = R$ 162,00 Lendo os classificados de um grande jornal à procura
e o valor atual será VA = 900 – 162 = R$ 738,00. de um veículo novo, depara com o seguinte anúncio:
 Se o resgate for feito 48 dias antes do vencimento, Moleza!
o prazo de antecipação será 48/30 = 1,6 mês, e o desconto ACTRO ZERO Km
será: d = 0,06 x 900 x 1,6 = R$ 86,40 produzindo o Completo prata R$ 12.600,00 à vista ou 4
valor atual de : VA = 900 – 86,40 = R$ 813,60. quadrimestrais de R$ 3.800,00 (pague a 1ª daqui a 4
meses).
Vai imediatamente ao banco para tentar descontar
EXERCÍCIOS sua duplicata: o gerente oferece exatamente a taxa de
1) Qual o desconto experimentado por um titulo desconto simples suficiente pra que José possa adquirir
de R$ 1.500,00, à taxa de desconto de 10% a.m.,se o o veículo à vista. Oferece também, como José é cliente
resgate é feito: antigo, a garantia de que durante os próximos dois
a) um mês antes do vencimento; anos poderá remunerar qualquer investimento de José
b) 60 dias antes do vencimento; naquela instituição com taxa de 1,5% ao mês, com
capitalização mensal.
2) Um título de R$ 420,00 é descontado 45 dias a) Qual a taxa de desconto simples oferecida pelo
antes do vencimento, à taxa de 3% a.m. Qual é o valor gerente?
do resgate?

65

Didatismo e Conhecimento
Matemática

b) Convém descontar a duplicata e adquirir o veículo Assim:


à vista ou esperar os 120 dias, pagar a primeira prestação, 277830
= 115763
,
aplicar o que restar e assim sucessivamente, fazendo ( 1,05 )n = 240000
retiradas de R$ 3.800,00 em cada data de vencimento Para i = 5%, encontraremos para n = 3, o valor
de prestação quadrimestral? Analise exclusivamente do 1,15763
ponto de vista financeiro. O capital ficou aplicado durante 3 meses.
c) Qual é a diferença, em reais, entre as duas Descontos
opções? Desconto é o abatimento que se faz em uma dívida,
quando ela é paga antes do vencimento.
RESPOSTAS Assim, se devêssemos uma certa quantia, $ 500,00
1 2 3 4 5 por exemplo, a ser paga em uma determinada data, e a
a) R$ 150,00 R$ 401,10 R$ 16.800,00 a) R$ 693,00 5 meses pagássemos antes, teríamos uma redução na nossa dívida.
b) R$ 300,00 b) R$ 669,08 Em vez de $ 500,00, pagaríamos por exemplo, $ 460,00.
6 7 8 9 10 O desconto seria de $ 40,00.
2 meses R$ 5% R$ 1.400,00 a) 2,5% a.m. Nessa operação temos dois valores: $ 500,00, o
e meio 1.170,00 b) não valor que deveria ser pago no dia do vencimento: valor
c) R$ 81,43 nominal; $ 460,00, valor pago no dia em que se efetua
o desconto: valor atual.
Capitalização Simples
Dá se o nome de capitalização o processo de in- Os problemas de descontos simples se resolvem
corporação dos juros ao capital (ou montante) de uma do mesmo modo que os de juros simples, conhecidos
operação financeira. cinco elementos:
Contudo, é comum encontrarmos as expressões valor nominal: N
regime de capitalização simples e regime de capitaliza- valor atual: V ( ou L )
ção composta, no lugar de regime de juros compostos,
respectivamente. taxa: i
Freqüentemente encontraremos, nos enunciados tempo de antecipação: n
dos problemas, outras expressões usadas para indicar o desconto: D
regime de juros compostos: O desconto simples poderá ser: racional ( ou “por
_ taxa composta de X% a.m. - indicando juros dentro” ), comercial ( ou “por fora” ) e o bancário.
compostos com a capitalização mensal; Vejamos cada um dos casos.
_ taxa de X% a.a. capitalizados semestralmente - Desconto racional
indicando juros compostos e capitalização semestral; É o desconto obtido pela diferença entre o valor
Exemplo: nominal e o valor atual de um compromisso que seja
Determinar em quantos meses um capital de R$ saldado n períodos antes do seu vencimento.
240.000,00 produz R$ 37.830,00 de rendimento, quando Desconto:
aplicado a juros compostos, a 5% ao mês. É a quantia a ser abatida do valor nominal.
Dados: Valor descontado:
C = $ 240.000,00 É a diferença entre o valor nominal e o desconto.
i = 5% ou 0,05 ao mês Sendo:
J = $ 37.830,00 N: Valor nominal (ou montante)
Períodos de capitalização n = ? Ar : Valor atual (ou valor descontado racional)
Encontrando inicialmente o montante final, te- n: Número de períodos antes do vencimento
mos:
Conclusão:
M = R$ 240.000,00 + R$ 37.830,00 = R$
“No regime de juros simples, o desconto racional
277.830,00
aplicado ao valor nominal é igual ao juro devido sobre
Substituindo os elementos dados na fórmula: o capital (valor descontado) desde que ambos sejam
M calculados à mesma taxa. Ou seja, a taxa de juros da
(1+i) = C n
operação é também a taxa de desconto.

66

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Ex: Por quanto posso comprar um título com ven- Sendo:


cimento daqui a 6 meses, se seu valor nominal for de R$ N = valor nominal (valor de face ou valor futuro)
20.000,00 e eu quiser ganhar 30% ao ano? A = valor atual (valor presente)
Deve-se calcular o valor atual do título tal que seja
possível obter a rentabilidade de 30% a.a. D = desconto composto
Dados: N
A=
N = 20.000,00 (1 + i ) n
i = 30% a.a. D = N - A, sendo :
N
Ar = Equivalências de capital
n = 6 meses 1 + in
20000 20000 20000 Na Equivalência de Capitais no regime de juros
Ar = ⇔ Ar = ⇔ Ar = ⇔ A r = 17391,30 simples ou compostos, segue-se em um único procedi-
1 + 0,30x 0,5 ,
1 + 115 ,
115
Comprando-se o título por R$ 17.391,30 e resga- mento, alterando somente o fator de variação.
tando-o por R$ 20.000,00 após 6 meses, ter-se-á um Substituição de títulos
ganho de 15% em 6 meses, taxa esta que é equivalente Para substituir vários títulos procede-se da maneira
a 30% a.a. mais prática somando-se os valores atuais dados igua-
Desconto comercial lando as somas dos valores atuais pedidos.
É o desconto cujo valor que se obtém pelo cálculo
do juro simples sobre o valor nominal do compromisso Ex: O valor de face de um título é de R$ 86
que seja saldado n períodos antes de seu vencimento. 000,00. Achar o valor presente (valor atual) desse título,
Calcula-se o valor do desconto comercial aplican- 4 meses antes do vencimento, supondo uma taxa efetiva
do-se a definição: de juro de 3,8% a.m.
Dc = N . i . n
Dados:
E o valor descontado comercial:
N = 86000,00
Ac = N (1 - i . n )
i = 3,8 % a.m.
Esse resultado é também chamado valor atual n = 4 meses
comercial. N
A=
Desconto bancário Temos que (1 + i ) n , então:
Corresponde ao desconto comercial acrescido de
86000
uma taxa prefixada, cobrada sobre o valor nominal. (“ A=
a” é a taxa de despesas administrativas). (1,038) 4 ⇒ A = 74081,38
Db = N ( in + a )
Vb = N [ 1 - ( in + a ]
Taxas de juros
Numa operação financeira, o juro é determinado
Desconto comercial e racional através de um coeficiente referido a um dado intervalo
Empiricamente, o desconto comercial é maior que de tempo.
o desconto racional, feito nas mesmas condições, ou Esse coeficiente é a relação entre juro obtido e o ca-
seja: pital aplicado, ao qual damos o nome de taxa de juros.
Dc > Dr Vamos estudar os vários tipos de taxas de juros
ou ainda: empregados nas operações financeiras.
Dc = Dr ( 1 + in ) Nominal
ou seja, o desconto comercial pode ser entendido A taxa nominal é a taxa constante de um contrato
como sendo o montante do desconto racional calculado de uma operação financeira.
para o mesmo período e à mesma taxa. Geralmente a taxa nominal, não coincide com o
período de capitalização do contrato.
Desconto composto
Desconto é a diferença entre o valor nominal (valor A capitalização é a forma como os juros serão in-
corporados ao principal. Se a capitalização for semestral
de face ou valor futuro) de um título de crédito e o seu significa que os juros serão incorporados ao principal a
valor atual (valor presente). cada 6 meses.

67

Didatismo e Conhecimento
Matemática

Exemplo: Real
Juros de 24 % a.a. capitalizados semestralmente Num contexto inflacionário, devemos considerar
Juros de 15 % a.a. capitalizados trimestralmente os efeitos da inflação sobre as operações financeiras,
No caso dos juros simples a forma da capitalização desta forma a taxa nominal será composta de uma parte
não interfere na incorporação do juro ao principal, porém de juros reais e outra devida a inflação.
nos juros compostos a capitalização irá interferir. Considerando que a taxa efetiva seja igual a taxa
Efetiva nominal teremos que:
No caso de operação financeira com taxa juro no- ( 1 + i ) = ( 1 + r ) ( 1 + j ), onde
minal de 24 % a.a. capitalizados semestralmente, juros i é a taxa nominal, j é a taxa de inflação e r é a
efetivos da operação serão outros, pois a cada 6 meses o taxa real.
juro produzido será incorporado ao principal. Ex: Por um capital de $ 6.000,00 aplicado por
Portanto a taxa efetiva é a taxa realmente praticada dois anos, o investidor recebeu $ 5.179,35 de juros. Qual
na operação financeira em questão, ou seja, a taxa de é a taxa de juros real que se ganha, se a inflação for de
juros que coincide com o período da capitalização. 30% a.a.?
Assim, sendo: Dados:
i = a taxa nominal Co = 6.000,00 (capital inicial)
if = a taxa efetiva J = 5.179,35
k = número de capitalizações para um período da n = 2 anos
taxa nominal i=?
i k = a taxa por período de capitalização A taxa de juros aparente (i) será:
 i = i  J = Co [ (1 + i)n - 1]  5.179,35 = 6.000 [ (1 + i)2
 k k -1]  [ (1 + i)2 -1] = 5.179,35 / 6.000,00
como if é equivalente a ik , temos: (1 + i)2 =0,86 + 1 => i = ( 1,86)1/2 - 1  i =
k 0.365 a.a. ou 36,5% a.a.
 1 + i  A taxa de juros real r, numa inflação de 30% será
i + if =
 k de: (1 +r) = 1,365 / 1,30  r = 1,05 -1  r = 0,05
ou 5% a.a.
Exemplo:
1) Uma taxa nominal de 15 % a. a. é capitalizada Aparente
semestralmente. Calcule a taxa efetiva A taxa aparente é a taxa que se obtém numa opera-
Temos que: ção financeira sem se considerar os efeitos da inflação.
i = 15 % a.a. = 0,15 a.a. Se a inflação for zero, a taxa aparente e a taxa real
são iguais.
1 ano = 2 semestres
0,15 Renda uniforme e variável
ik = = 0,075 Quando desejamos constituir um capital numa
2 data futura, para fazermos uma compra programada ,
Então : ou quando compramos um bem de forma parcelada,
estamos criando uma seqüência de recebimentos ou de
(1 + ik)k = ( 1 + 0,075 ) 2  (1 + ik)k = ( 1,075 ) 2 pagamentos.
(1 + ik)k = 1,155625  ik = 1,155625 - 1  A constituição de um capital, é um processo de
ik = 0,155625 ou 15,56% a.a. de taxa efetiva. capitalização e o de se pagar uma dívida é um processo
Equivalente de amortização.
São aquelas que, produzem o mesmo montante no Vamos considerar para efeito de estudo, que os
final de determinado tempo, pela aplicação de um capital intervalos de tempo para o pagamento ou para o recebi-
inicial de mesmo valor. mento sejam iguais ( rendas uniformes ).
Considerando o ano comercial, teremos as seguintes Caso os recebimentos ou pagamentos tenham
relações para as taxas equivalentes. vencimentos no final de cada período, teremos termos
postecipados , se for no início de cada período, teremos
( 1 + ia ) = ( 1 + is ) 2 = ( 1 + it ) 4 = ( 1 + im ) 12 = ( 1 termos antecipados e quando houver um prazo de carên-
+ id ) 360 , onde cia dos pagamentos teremos termos diferidos .
ia = taxa de juros anual
Renda variável
is = taxa de juros semestral São fluxos de caixa crescentes ou decrescentes,
it = taxa de juros trimestral podemos ter essas rendas em progressão aritmética (for-
im = taxa de juros mensal mando uma série gradiente uniforme) ou em progressão
id = taxa de juros diária geométrica.

68

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Matemática

Para a série gradiente uniforme o montante ( S ) Price


será dado por: A Tabela “ Price “ é um caso especial do Sistema
G
Francês de Amortização, pois apresenta as seguintes
S = i ( s n i - n ) características:
Sendo G o primeiro pagamento da série. 1. a taxa de contrato é a nominal e é dada em termos anuais;
S
n 2. a taxa usada para efeito de cálculos é a taxa proporcional;
O principal ( P ) será dado por: P = (1 + i) 3. as amortizações são feitas em base da taxa nominal, com
No caso das rendas variáveis em progressão geo- prestações com período menor que o da taxa.
métrica, o principal ( P ) será dado por:
 (1 + i ) n − h n  SAC
R   O que caracteriza este sistema são as amortizações
 (1 + i ) (1 + i − h ) 
n
P= constantes, periódicas e iguais.
Sendo c = razão e R o primeiro termo da progressão Para obtermos o valor de cada amortização, deve-
geométrica e h = 1 + c. P
O montante ( S ) será : S = P ( 1 + i ) n mos fazer: A = n , onde P é o principal e n é o prazo de
reembolso sem carência.
Amortização Os juros são calculados sobre o saldo devedor do
Quando pagamos um empréstimo, podemos abater período anterior.
no imposto de renda, os juros cobrados.
Assim torna-se necessário distinguir a amortização ( Vejamos um exemplo:
A ) e o juro ( J ) que estão compondo a prestação ( R ) 1) Um empréstimo de $ 100.000,00 deverá ser
R=A+J reembolsado em 5 meses sem carência. Sabendo que
Para determinarmos a amortização, existem vários será cobrada taxa de juros de 15% am, faça pelo (SAC)
meios que podem dar ou não um prazo de carência. a planilha desse empréstimo.
Os principais sistemas de amortização ou reembolso Dados:P = $100.000,00 / n = 5m / i = 15% a.m.
de empréstimos são: Sistema Francês de Amortização, 100000
= 20000
Tabela “Price”, Sistema de Amortização Constante (SAC) Inicialmente vamos calcular a amortização: A = 5
e o Sistema Americano de Amortização.
Vejamos as características de cada um desses sis- SAA
temas. No Sistema Americano de Amortização após o
Sistema francês prazo de carência negociado, o principal será devolvido
Por este sistema as prestações são iguais periódicas, em uma única parcela que é a amortização.
P
R=
sendo calculadas por: anIi Os juros poderão ser negociados para serem pagos
Os juros ( J ) serão calculados sobre o saldo devedor durante a carência ou capitalizados e pagos juntos com
( SD ) do período anterior. o principal.
A amortização ( A ) do período será a diferença
entre a prestação ( R ) e o juro ( J ): A = R - J Custo efetivo
Ex: Uma pessoa deverá pagar um empréstimo de Nas operações financeiras incidem custos adicio-
$ 1000,00, em 3 prestações mensais postecipadas, sem nais, tornando necessário o cálculo do custo efetivo
carência e pelo Sistema Francês de Amortização. Saben-
do que a taxa de juros cobrada é de 5% a.m., construa a desse financiamento para que se tenha uma idéia sobre
planilha para este empréstimo. as diversas operações financeiras oferecidas.
Inicialmente vamos calcular as prestações O custo efetivo do empréstimo será a taxa
Dados: valor do financiamento P = $ 1000,00 i* que anula a função VAL (Valor Líquido Atual).
valor de cada prestação R = ? R1 R2 R3 Rn
taxa efetiva de juro i = 5% a.m. VAL(i) = P − − − −........−
(1 + i) (1 + i) 2
(1 + i) 3
(1 + i) n
número de prestações n = 3
a 3 5 = 2,7232 Se i = i* , então VAL ( i* ) = 0
Devemos calcular o valor de cada prestação: Essa é chamada taxa interna de retorno ( TIR)
P
R=
anIi Custo real efetivo de operações
Substituindo os elementos dados na fórmula: Quando operações financeiras são feitas em con-
1000 texto inflacionário, torna-se necessário saber se o inves-
R=
2,7232
= 367,22 timento realizado teve ou não um lucro, pois devemos
O valor de cada prestação será de $ 367,22 deduzir a taxa de inflação do período.
69

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Matemática

Para medida da inflação do período, são usados


índices como IGP-M, IPC, IGP-di entre outros.
Ex: Na compra de uma máquina, cujo valor à vista
ANOTAÇÕES
é de $34.000,00 deve-se pagar 8 prestações fixas de
$7576,91. Se a taxa de juros real na praça for de 2% am.,
qual será a taxa projetada de inflação mensal?
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Vamos determinar a taxa nominal usada pela loja ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Dados: valor do financiamento P = $34.000,00 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
valor de cada prestação R = $ 7576,91 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
taxa efetiva de juro i = ? ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
número de prestações n = 8 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Devemos calcular o valor da taxa i: a n i = P / R
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Substituindo os elementos dados na fórmula:
34000
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
7576,91 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
a 8 i = = 4,48732
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Para n = 8 e a 8 i = 4,48732, pela tabela encontra-
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
mos i = 15%
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Calculando a taxa de inflação projetada embutida ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
pela loja 1,15 = 1,02 ( 1 + j )  1 + j = 1,15 / 1,02  j
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
= 0,1275 ou 12,75 % a.a.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Avaliação de Alternativas de Investimentos ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Veremos alguns métodos usados na decisão sobre ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
alternativas de investimento. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Um método, é o critério do Valor Atual Líquido ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
(VAL), onde, um investimento é viável quando o ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
VAL é positivo (VAL > 0) para a taxa de juros real, ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
quando o fluxo de caixa está a preços constantes. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Um outro critério é da Taxa Interna de Retorno
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
(TIR), sendo a TIR a taxa i* , tal que VAL (i*) =0.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Um projeto será viável, por este critério quando a ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
TIR > taxa de juro real.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Taxas de retorno ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Como vimos anteriormente a Taxa Interna de Retor- ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
no, é a taxa capaz de igualar capitais futuros e o capital ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
presente, quando desconhecida a taxa. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Essa taxa torna equivalentes os capitais futuros e o
capital na data focal zero. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Para determiná-la usamos a seguinte equação:
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
R1 R2 R3 Rn
VAL(i) = P − − −
(1 + i) (1 + i) 2 (1 + i) 3
−........−
(1 + i) n
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Se i = i* , então VAL ( i* ) = 0

70

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RACÍOCINIO LÓGICO

O Modificador Negação
RACIOCÍNIO LÓGICO Dada a proposição p , indicaremos a sua negação por ~p .
(Lê-se “ não p “ ).
Operações lógicas
Entendimento da estrutura lógica de relações arbitrárias As proposições lógicas podem ser combinadas através dos
entre pessoas, lugares, coisas ou eventos fictícios ∨ → E↔
Dedução de novas informações das relações fornecidas e operadores lógicos ∧ , dando origem ao que
avaliação das condições usadas para estabelecer a estrutura conhecemos como proposições compostas . Assim , sendo p e q
das relações. duas proposições simples, poderemos então formar as seguintes
proposições compostas: p ∧ q , p q , p→ q , p↔ q (Os

RACIOCÍNIO LÓGICO
A prova de Raciocínio Lógico, conforme o programa do significados dos símbolos estão indicados na tabela anterior).
concurso, objetiva testar as habilidades de raciocínio envolvendo: Estas proposições compostas recebem designações
a) elaboração de argumentos; particulares:
b) avaliação de argumentações;
c) formulação ou avaliação de planos de ação. Conjunção: p ∧ q (lê-se “p e q “ ).
A seguir, portanto, veremos alguns conceitos sobre Lógica e, Disjunção: p v q (lê-se “p ou q “) .
posteriormente, alguns testes para avaliação do aprendizado. No Condicional: p→ q (lê-se “se p então q “ ).
mais, já servindo como dica, raciocínio lógico deve ser estudado,
principalmente, através da prática, ou seja, resolução de testes. Bi-condicional: p↔ q ( “p se e somente se q”).
Conhecendo-se os valores lógicos de duas proposições
LÓGICA simples p e q , como determinaremos os valores lógicos das
A lógica matemática (ou lógica simbólica), trata do estudo das
proposições compostas acima? Isto é conseguido através do uso
sentenças declarativas também conhecidas como proposições, as
quais devem satisfazer aos dois princípios fundamentais seguintes: da tabela a seguir, também conhecida pelo sugestivo nome de
Princípio do terceiro excluído: uma proposição só pode ser TABELA VERDADE.
verdadeira ou falsa , não havendo outra alternativa. Sejam p e q duas proposições simples, cujos valores lógicos
Princípio da não contradição: uma proposição não pode ser ao
mesmo tempo verdadeira e falsa. representaremos por 0 quando falsa (F) e 1 quando verdadeira (V).
Diz-se então que uma proposição verdadeira possui valor Podemos construir a seguinte tabela simplificada:
lógico V (verdade) e uma proposição falsa possui valor lógico F p q p→ q p↔q
p q

(falso). Os valores lógicos também costumam ser representados p ∧ q
por 0 (zero) para proposições falsas ( 0 ou F) e 1 (um) para 1 1 1 1 1 1
proposições verdadeiras ( 1 ou V ).
1 0 0 1 0 0
As proposições são indicadas pelas letras latinas minúsculas:
p, q, r, s, t, u, ... 0 1 0 1 1 0
Símbolos utilizados na Lógica Matemática 0 0 0 0 1 1

Da tabela acima, infere-se (deduz-se) que:


• a conjunção é verdadeira somente quando ambas as
proposições são verdadeiras.
• a disjunção é falsa somente quando ambas as proposições
são falsas.
• a condicional é falsa somente quando a primeira
proposição é verdadeira e a segunda falsa.
• a bi-condicional é verdadeira somente quando as
proposições possuem valores lógicos iguais.

Tautologias e Contradições
Considere a proposição composta s: (p ∧ q) → (p

q) onde p e q são proposições simples lógicas quaisquer. Vamos
construir a tabela verdade da proposição s :
Considerando-se o que já foi visto até aqui, teremos:
p q p q

p∧ q (p ∧ q )→(p q)

V V V V V
V F F V V
F V F V V
F F F F V

1
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RACÍOCINIO LÓGICO

Observe que quaisquer que sejam os valores lógicos NOTAS:


das proposições simples p e q, a proposição composta s é a) as tautologias acima são também conhecidas como regras
sempre logicamente verdadeira. Dizemos então que s é uma de inferência.
TAUTOLOGIA. b) como uma tautologia é sempre verdadeira, podemos
concluir que a negação de uma tautologia é sempre falsa, ou seja,
Trazendo isto para a linguagem comum, considere as uma contradição.
proposições: p: O Sol é um planeta
Álgebra das proposições
(valor lógico falso - F) e q: A Terra é um planeta plano (valor
Sejam p , q e r três proposições simples quaisquer, v uma
lógico falso - F), podemos concluir que a proposição composta
“Se o Sol é um planeta e a Terra é um planeta plano então o Sol proposição verdadeira e f uma proposição falsa. São válidas as
é um planeta ou a Terra é um planeta plano” é uma proposição seguintes propriedades:
logicamente verdadeira.
Opostamente, se ao construirmos uma tabela verdade para
uma proposição composta, verificarmos que ela é sempre falsa, a) Leis idempotentes
diremos que ela é uma CONTRADIÇÃO. p ∧ p=p
Ex.: A proposição composta t: p ∧ ~p é uma contradição, p p=p

senão vejamos:
p ~p p ∧ ~p b) Leis comutativas
p ∧ q=q ∧ p
V F F
p q=q p
∧ ∧
F V F
c) Leis de identidade
NOTA: Se uma proposição composta é formada por n p ∧ v=p
proposições simples, a sua tabela verdade possuirá 2n linhas. p ∧ f=f
Ex.: Construa a tabela verdade da proposição composta t: (p
∧ p

v=v
∧ q) r p f=p

Teremos:
p q r (p ∧ q) (p ∧ q)

r d) Leis complementares
V V V V V ~(~p) = p (duas negações eqüivalem a uma afirmação)
V V F V V p ∧ ~p = f
p ~p = v

V F V F V
~v = f
V F F F F
~f = v
F V V F V
F V F F F e)Leis associativas
F F V F V (p ∧ q) ∧ r = p ∧ (q ∧ r)
(p q) r=p (q r)
∧ ∧ ∧ ∧
F F F F F

f) Leis distributivas
p ∧ (q r) = (p ∧ q) (p ∧ r)

Observe que a proposição acima não é Tautologia nem


Contradição. p (q ∧ r) = (p q) ∧ (p r)
∧ ∧

Apresentaremos a seguir, exemplos de TAUTOLOGIAS,


as quais você poderá verificá-las, simplesmente construindo as g) Leis de Augustus de Morgan
respectivas tabelas verdades: ~(p ∧ q) = ~p

~q
Sendo p e q duas proposições simples quaisquer, podemos dizer
~(p ∧ q) = ~p ∧ ~q
que as seguintes proposições compostas, são TAUTOLOGIAS:
1) (p ∧ q) → p
h) Negação da condicional
2) p → (p q)

3) [p ∧ (p→ q)] → q (esta tautologia recebe o nome ~(p→ q) = p ∧ ~q


particular de “modus ponens”)
4) [(p→ q)

~q] → ~p (esta tautologia recebe o nome Todas as propriedades acima podem ser verificadas com a
particular de “modus tollens”) construção das tabelas verdades.
Você deverá construir as tabelas verdades para as proposições Vamos exemplificar verificando a propriedade do item (h):
compostas acima e comprovar que elas realmente são tautologias, Para isto, vamos construir as tabelas verdades de ~(p→ q) e
ou seja, na última coluna da tabela verdade teremos V V V V. de p ∧ ~q :

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RACÍOCINIO LÓGICO

Tabela1:
p q p→ q ~(p→ q)
V V V F
V F F V
F V V F
Como para cada percurso escolhido de A a B temos ainda 5
F F V F possibilidades para ir de B a C, o número de trajetos pedido é dado
por: 4 . 5 = 20.
Esquema:
Tabela 2:
Percurso Percurso
p q ~q p ∧ ~q AB BC
V V F F 4 . 5 = 20
V F V V
F V F F 3) Quantos números de três algarismos podemos escrever
com os algarismos ímpares?
F F V F
Solução:
Os números devem ser formados com os algarismos: 1, 3,
Observando as últimas colunas das tabelas verdades 1 e 2 , 5, 7, 9. Existem 5 possibilidades para a escolha do algarismo
percebemos que elas são iguais, ou seja, ambas apresentam a das centenas, 5 possibilidades para o das dezenas e 5 para o das
seqüência F V F F , o que significa que ~(p→ q) = p ∧ ~q . unidades.
Fonte: http://br.geocities.com/paulomarques_math/arq1-4. Assim, temos, para a escolha do número, 5 . 5 . 5 = 125.
htm algarismos algarismos algarismos
da centena da dezena da unidade
5 . 5 . 5 = 125
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
COMBINAÇÕES, ARRANJOS E PER- 4) Quantas placas poderão ser confeccionadas se forem
MUTAÇÕES utilizados três letras e três algarismos para a identificação de um
veículo? (Considerar 26 letras, supondo que não há nenhuma
restrição.)
Princípio fundamental da contagem (PFC) Solução:
Se um primeiro evento pode ocorrer de m maneiras diferentes Como dispomos de 26 letras, temos 26 possibilidades para
e um segundo evento, de k maneiras diferentes, então, para cada posição a ser preenchida por letras. Por outro lado, como
ocorrerem os dois sucessivamente, existem m . k maneiras dispomos de dez algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9), temos 10
diferentes. possibilidades para cada posição a ser preenchida por algarismos.
Portanto, pelo PFC o número total de placas é dado por:
Aplicações
1) Uma moça dispõe de 4 blusas e 3 saias. De quantos modos
distintos ela pode se vestir?

Solução:
A escolha de uma blusa pode ser feita de 4 maneiras diferentes
e a de uma saia, de 3 maneiras diferentes.
5) Quantos números de 2 algarismos distintos podemos
Pelo PFC, temos: 4 . 3 = 12 possibilidades para a escolha da formar com os algarismos 1, 2, 3 e 4?
blusa e saia. Podemos resumir a resolução no seguinte esquema;
Solução:
Observe que temos 4 possibilidades para o primeiro algarismo
Blusa saia
e, para cada uma delas, 3 possibilidades para o segundo, visto que
não é permitida a repetição. Assim, o número total de possibilidades
4 . 3 = 12 modos diferentes é: 4 . 3 =12
Esquema:
2) Existem 4 caminhos ligando os pontos A e B, e 5 caminhos
ligando os pontos B e C. Para ir de A a C, passando pelo ponto B,
qual o número de trajetos diferentes que podem ser realizados?

Solução:
Escolher um trajeto de A a C significa escolher um caminho de
A a B e depois outro, de B a C.

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RACÍOCINIO LÓGICO

Esquema:

ARRANJOS SIMPLES

6) Quantos números de 3 algarismos distintos podemos Introdução:


formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9? Na aplicação An,p, calculamos quantos números de 2 al-
garismos distintos podemos formar com 1, 2, 3 e 4. Os números
Solução: são: 12 13 14 21 23 24 31 32 34 41 42 43
Existem 9 possibilidades para o primeiro algarismo, apenas 8 Observe que os números em questão diferem ou pela ordem
para o segundo e apenas 7 para o terceiro. Assim, o número total dentro do agrupamento (12 ≠ 21) ou pelos elementos componentes
de possibilidades é: 9 . 8 . 7 = 504 (13 ≠ 24). Cada número se comporta como uma seqüência, isto
é:
Esquema: (1,2) ≠ (2,1) e (1,3) ≠ (3,4)

A esse tipo de agrupamento chamamos arranjo simples.

Definição:
Seja l um conjunto com n elementos. Chama-se arranjo
simples dos n elementos de /, tomados p a p, a toda sequência de p
7) Quantos são os números de 3 algarismos distintos?
elementos distintos, escolhidos entre os elementos de l ( P ≤ n).

Solução:
Existem 10 algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Temos 9 O número de arranjos simples dos n elementos, tomados p a
possibilidades para a escolha do primeiro algarismo, pois ele não p, é indicado por An,p
pode ser igual a zero. Para o segundo algarismo, temos também 9
possibilidades, pois um deles foi usado anteriormente.
Fórmula:
n!
Para o terceiro algarismo existem, então, 8 possibilidades, A N,P = , p≤n e { p,n} ⊂ lN
pois dois deles já foram usados. O numero total de possibilidades ( n − p) !
é: 9 . 9 . 8 = 648
Esquema:
Aplicações
1) Calcular:
a) A7,1 b) A7,2 c) A7,3 d) A7,4

Solução:
a) A7,1 = 7 c) A7,3 = 7 . 6 . 5 = 210
8) Quantos números entre 2000 e 5000 podemos formar com b) A7,2 = 7 . 6 = 42 d) A7,4 = 7 . 6 . 5 . 4 = 840
os algarismos pares, sem os repetir?
2) Resolver a equação Ax,3 = 3 . Ax,2.
Solução:
Os candidatos a formar os números são : 0, 2, 4, 6 e 8. Como
os números devem estar compreendidos entre 2000 e 5000, o Solução:
primeiro algarismo só pode ser 2 ou 4. Assim, temos apenas duas x . ( x - 1) . ( x – 2 ) = 3 . x . ( x - 1) ⇒
possibilidades para o primeiro algarismo e 4 para o segundo, três
para o terceiro e duas paia o quarto. ⇒ x ( x – 1) (x –2) - 3x ( x – 1) =0
O número total de possibilidades é: 2 . 4 . 3 . 2 = 48 ∴ x( x – 1)[ x – 2 – 3 ] = 0

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RACÍOCINIO LÓGICO

x = 0 (não convém) n!
d) 11! + 10 ! e)
ou 10 ! (n - 2)!
x = 1 ( não convém)
ou Solução:
a)
x = 5 (convém) S = {5}
a) 5 ! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120

3) Quantos números de 3 algarismos distintos podemos 5! 5 ⋅ 4!


= =5
escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9? b) 4 ! 4!
8! 8 ⋅7 ⋅ 6!
= =5
6
Solução: c) 6 ! 6!
Essa mesma aplicação já foi feita, usando-se o principio
11! + 10 ! 11⋅ 10 ! + 10 ! 10 ! (11 + 1)
fundamental da contagem. Utilizando-se a fórmula, o número de = = = 12
arranjos simples é: d) 10 ! 10! 10 !
A9, 3 =9 . 8 . 7 = 504 números n! n ⋅ ( n - 1)( n - 2)!
e) = = n2 − n
(n - 2)! ( n - 2)!
Observação: Podemos resolver os problemas sobre arranjos
simples usando apenas o principio fundamental da contagem.
2) Obter n, de modo que An,2 = 30.
EXERCÍCIOS
Solução:
1) Calcule:
Utilizando a fórmula, vem :
a) A8,1 b) A8,2 c ) A8,3 d) A8,4

2) Efetue: n! n ( n - 1) ( n - 2) !
= 30 ⇒ = 30 ∴
(n - 2)! (n - 2)!
a) A7,1 + 7A5,2 – 2A4,3 – A 10,2
n2 – n – 30 = 0 ou n=6
A 8,2 + A 7,4
b) n = –5 ( não convém)
A 5,2 − A10 ,1

3) Obter n, tal que: 4 . An-1,3 = 3 . An,3.


3) Resolva as equações: Solução:
a) Ax,2 = Ax,3 b) Ax,2 = 12 c) Ax,3 = 3x(x – 1)
4 ⋅ ( n - 1 )! n! 4 ⋅ ( n - 3 )! n!
= 3⋅ ⇒ = 3⋅ ∴
FATORIAL ( n - 4) ! ( n - 3) ! ( n - 4) ! ( n - 1) !
Definição: 4 ⋅ ( n - 3 )( n - 4 ) ! n ( n - 1) !
• Chama-se fatorial de um número natural n, n ≥ 2, ao = 3⋅
produto de todos os números naturais de 1 até n. Assim :
( n - 4) ! ( n - 1) !
• n ! = n( n - 1) (n - 2) . . . 2 . 1, n ≥ 2 (lê-se: n fatorial) ∴ 4n − 12 = 3n ∴ n = 12
• 1! = 1 4) Obter n, tal que : ( n + 2 ) ! - ( n + 1 ) ! = 4
• 0! = 1 n!
1) Fórmula de arranjos simples com o auxílio de fatorial: Solução:

n! ( n + 2 ) ( n +1) ⋅ n !- ( n + 1) ⋅ n !
A N,P = , p≤n e { p,n} ⊂ lN = 4∴
( n − p) ! n!

n ! ( n + 1 ) ⋅ [n + 2 - 1]
Aplicações
1) Calcular: ⇒ =4
n!
5! 8! n + 1 = 2 ∴ n =1
a) 5! b) c)
4! 6! ∴ (n + 1 )2 = 4
n + 1 = –2 ∴ n = –3 (não convém )

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RACÍOCINIO LÓGICO

PERMUTAÇÕES SIMPLES

Introdução:
Consideremos os números de três algarismos distintos
formados com os algarismos 1, 2 e 3. Esses números são : d) considerando a sílaba TRE como um único elemento,
123 132 213 231 312 321 devemos permutar entre si 6 elementos,

A quantidade desses números é dada por A3,3= 6.

Esses números diferem entre si somente pela posição de


seus elementos. Cada número é chamado de permutação simples,
obtida com os algarismos 1, 2 e 3.

Definição: e) Devemos permutar entre si 6 elementos, tendo considerado


Seja I um conjunto com n elementos. Chama-se permutação as letras T, R, E como um único elemento:
simples dos n elementos de l a toda a seqüência dos n elementos.
O número de permutações simples de n elementos é indicado
por Pn.
OBSERVA ÇÃO: Pn = An,n .

Fórmula: Devemos também permutar as letras T, R, E, pois não foi


Aplicações especificada a ordem :
1) Considere a palavra ATREVIDO.
A) quantos anagramas (permutações simples) podemos
formar?
B)quantos anagramas começam por A?

Pn = n !
Para cada agrupamento formado, as letras T, R, E podem ser
dispostas de P3 maneiras. Assim, para P6 agrupamentos, temos
C) quantos anagramas começam pela sílaba TRE? P6 . P3 anagramas. Então:
D) quantos anagramas possuem a sílaba TR E? P6 . P3 = 6! . 3! = 720 . 6 = 4 320 anagramas
E) quantos anagramas possuem as letras T, R e E juntas?
F) quantos anagramas começam por vogal e terminam em f) A palavra ATREVIDO possui 4 vogais e 4 consoantes.
consoante? Assim:
Solução:
a) Devemos distribuir as 8 letras em 8 posições disponíveis.
Assim:

Ou então, P8 = 8 ! = 40.320 anagramas PERMUTAÇÕES SIMPLES, COM


ELEMENTOS REPETIDOS
b) A primeira posição deve ser ocupada pela letra A; assim,
devemos distribuir as 7 letras restantes em 7 posições, Então:
Dados n elementos, dos quais :
a1 → a1 , a1 , . . ., a1
a1 são iguais a
a1
a 2 são iguais a

. . . . . . . . . . . . . . . . .
c) Como as 3 primeiras posições ficam ocupadas pela sílaba
TRE, devemos distribuir as 5 letras restantes em 5 posições. Então: ar → ar , ar , . . . , ar
ar são iguais a
ar

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RACÍOCINIO LÓGICO

sendo ainda que: a1 + a 2 + . . . + a r = n, e indicando-se


por pn (a1, a 2 , . . . a r ) o número das permutações simples dos n
elementos, tem-se que:

Aplicações Os agrupamentos {A, B}, {A, C} etc. constituem subconjuntos


1) Obter a quantidade de números de 4 algarismos formados do conjunto formado por A, B, C e D.
pelos algarismos 2 e 3 de maneira que cada um apareça duas vezes Seja l um conjunto com n elementos. Chama-se
na formação do número. combi¬nação simples dos n elementos de /, tomados p a p, a
qualquer subconjunto de p elementos do conjunto l.
Solução:
Diferem entre si apenas pelos elementos componentes, e são
2233 2323 2332 chamados combinações simples dos 4 elementos tomados 2 a 2.
os números são 
3322 3232 3223 O número de combinações simples dos n elementos tomados
A quantidade desses números pode ser obtida por:

4! 4 ⋅ 3 ⋅ 2! n
P4(2,2 ) = = = 6 números p a p é indicado por Cn,p ou   .
2! 2! 2! ⋅ 2 ⋅ 1 p
2) Quantos anagramas podemos formar com as letras da OBSERVAÇÃO: Cn,p . p! = An,p.
palavra AMADA?
solução:
Temos: n!
Fórmula: C n ,p = , p≤n e{p
, n } ⊂ lN
Assim: A, A, A M D p ! ( n - p )!
3 1 1 Aplicações
1) calcular:
5! 5 ⋅ 4 ⋅ 3!
p5(3,1,1) = = =2
0 anagramas a) C7,1 b) C7,2 c) C7,3 d) C7,4
3 ! 1! 1! 3!
3) Quantos anagramas da palavra GARRAFA começam pela Solução:
sílaba RA?
Solução: 7! 7 ⋅ 6!
a) C7,1 = = =7
Usando R e A nas duas primeiras posições, restam 5 letras 1! 6 ! 6!
para serem permutadas, sendo que: 7! 7 ⋅ 6 ⋅ 5 !
b) C7,2 = = =2
1
2! 5! 2 ⋅ 1 ⋅ 5 !
n!
pn (a1, a 2 , . . . ar ) = 7! 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4!
a1 ! a ! . . . ar ! c) C7,3 = = = 35
Assim, temos: 3! 4 ! 3 ⋅ 2 ⋅ 1 ⋅ 4 !
5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2! 7! 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4!
p5(2,1,1) = = 60 anagramas d) C7,4= = = 35
2! 4!3! 4! ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
2) Quantos subconjuntos de 3 elementos tem um conjunto
COMBINAÇÕES SIMPLES de 5 elementos?

5! 5 ⋅ 4 ⋅ 3!
C5,3 = = = 10 subconjunt os
3! 2! 3! ⋅ 2 ⋅ 1
Introdução:
Consideremos as retas determinadas pelos quatro pontos, Cn,3 4
conforme a figura. 3) obter n, tal que =
Solução: Cn,2 3

n!
3! ( n - 3 )! 4 n! 2! ( n - 2 )! 4
= ⇒ ⋅ = ∴
n! 3 3!( n - 3 ) n! 3
2! ( n - 2 )!

7
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RACÍOCINIO LÓGICO

2 ⋅ ( n - 2 ) ( n - 3 )! 4 b) Quantos triângulos existem com vértices em três desses


∴ = ∴n - 2 = 4 pontos?
3 ⋅ 2 ⋅ ( n - 3 )! 3
Solução:
n = 6 convém a) C10,2 – C6,2 – C4,2 + 2 = 26 retas onde
4) Obter n, tal que Cn,2 = 28.
C6,2 é o maior número de retas possíveis de serem determinadas
Solução: por seis pontos C4,2 é o maior número de retas possíveis de serem
determinadas por quatro pontos .
n! n ( n -1 ) ( n - 2 ) !
= 28 ⇒ = 56 ∴
2 ! ( n - 2 )! (n − 2) !
b) C10,3 – C6,3 – C4,3 = 96 triângulos onde
n=8
n2 – n – 56 = 0 C6,3 é o total de combinações determinadas por três pontos
n = -7 (não convém) alinhados em uma das retas, pois pontos colineares não determinam
triângulo.
5) Numa circunferência marcam-se 8 pontos, 2 a 2 distintos. C4,3 é o total de combinações determinadas por três pontos
Obter o número de triângulos que podemos formar com vértice nos alinhados da outra reta.
pontos indicados:

8) Uma urna contém 10 bolas brancas e 6 pretas. De quantos


modos é possível tirar 7 bolas das quais pelo menos 4 sejam pretas?
Solução:
As retiradas podem ser efetuadas da seguinte forma:
4 pretas e 3 brancas ⇒ C6,4 . C10,3 = 1 800 ou
Solução: 5 pretas e 2 brancas ⇒ C6,5 . C10,2 = 270 ou
Um triângulo fica identificado quando escolhemos 3 desses 6 pretas e1 branca ⇒ C6,6 . C10,1 = 10
pontos, não importando a ordem. Assim, o número de triângulos
é dado por: Logo. 1 800 + 270 + 10 = 2 080 modos

8! 8 ⋅ 7 ⋅ 6 . 5! DIAGRAMA LÓGICOS
C 8,3 = = = 56 RACIOCÍNIO SEQUENCIAL
3!5 ! 3 ⋅ 2 . 5!
6) Em uma reunião estão presentes 6 rapazes e 5 moças.
Quantas comissões de 5 pessoas, 3 rapazes e 2 moças, podem ser
Probabilidade I
formadas?
INTRODUÇÃO
Os cálculos hebreus sobre a posição dos astros, realizados Ben
Solução: Ezra no século XII com a finalidade de fazer previsões astrológicas
Na escolha de elementos para formar uma comissão, não podem ser considerados como os primeiros passos rumo à teoria
importa a ordem. Sendo assim : das probabilidades.
O Livros dos jogos de azar, de Girolamo Cardano (1501-
6! 1576) publicado em torno de 1550 é o primeiro manual organizado
• escolher 3 rapazes: C6,3 = = 20 modos que traz algumas noções de probabilidade. Nesse livro, Cardano,
3!3!
que era um jogador, além de matemático, astrólogo e médico
5! desenvolve cálculos de expectativas acerca de jogos dados e
• escolher 2 moças: C5,2= 10 modos
2! 3! = também dá conselhos sobre como trapacear no jogo.
No entanto o estudo sistemático das probabilidades, começou
Como para cada uma das 20 triplas de rapazes temos 10 pares realmente em 1654 quando um jogador francês, o Chevalier de
de moças para compor cada comissão, então, o total de comis- Méré escreveu a Blaise Pascal (1623-1662) fa-zendo várias
sões é C6,3 . C5,2 = 200. perguntas sobre o jogo de dados ou de azar. Uma das perguntas
eram: Dois joga-dores igualmente hábeis querem interromper sua
7) Sobre uma reta são marcados 6 pontos, e sobre uma outra partida. Sabendo-se que o montante das a-postas e situação do jogo
reta, paralela á primeira, 4 pontos. (quantas partidas cada um ganhou), como deverá ser repartido o
a) Quantas retas esses pontos determinam? dinheiro?

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RACÍOCINIO LÓGICO

Pascal extremamente religioso não era jogador escreveu a outro Resolução


matemático francês Pierre Fermat (1601-1665) sobre as perguntas a) U = {(Ca, Ca, Ca), (Ca, Ca, Co), (Ca, Co, Ca), (Ca, Co,
feitas por Chevalier de Méré. A partir dessa correspondência, Pascal Co), (Co, Ca, Ca), (Co, Ca, Co), (Co, Co, Ca), (Co, Co, Co)}
e Fermat aprofundaram estudos conjuntos sobre probabilidade e b) A = {(Ca, Ca, Ca), (Co, Co, Co)}
ape-sar de não terem publicado seus estudos chegaram a definir c) B = {(Ca, Co, Co), (Co, Ca, Co), (Co, Co, Ca)}
conceitos como expectativa, chance e média, além de estabelecer d) C = {(Ca, Ca, Ca), (Ca, Ca, Co), (Ca, Co, Ca), (Co, Ca,
técnicas de contagem e estatísticas de incidência de ca-sos num Ca), (Ca, Co, Co), (Co, Ca, Co), (Co, Co, Ca)}
dado fenômeno.
Também no século XVII, mas precisamente em 1657, o Observação
holandês Christian Hiygens (1629 – 1695) publicou seu livro Os números de elementos do espaço amostral e dos eventos
O raciocínio nos jogos de dados, onde apresentou importan-tes de um experimento aleató-rio são calculados com a análise
contribuições ao estudo das probabilidades. combinatória.
O suíço Jacques Bernouilli (1654 – 1705) na mesma época
deu uma grande contribui-ção ao estudos das probabilidades ao 3. TIPOS DE EVENTOS
propor um teorema onde afirmava que a probabilidade de um Consideremos o experimento aleatório: lançamento de um
evento ocorrer tente a um valor constante quando o número de dado comum e observação do nú-mero representado na face
ensaios desse evento tende ao infinito. voltada para cima.
Depois de Bernouilli, Abraham De Moivre (1667 – 1751) O espaço amostral será:
publicou o livro A doutrina do azar onde também faz análise dos U = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
jogos que contribuíram para o estudo das probabilidades. Analisemos os diversos tipos de eventos que podemos definir
Foi em 1812 que Pierre Laplace (1749 – 1827) deu forma a neste experimento.
uma estrutura de raciocínio e a um conjunto de definições no seu
livro Teoria analítica da probabilidade. A. Evento Elementar
A teoria moderna das probabilidades hoje constitui a base de Qualquer subconjunto unitário de U.
um dos ramos de maior aplica-ção nas ciências, a Estatística. Exemplo
Ocorrência de um número múltiplo de 5.
1.EXPERIMENTOS ALEATÓRIOS A = {5}
Os experimentos cujos resultados podem ser previsto, isto
é, podem ser determinados antes mesmo de sua realização, são B. Evento Certo
chamados experimentos determinísticos. Por exemplo, é pos-sível É o próprio espaço amostral U.
prever a temperatura em que a água entrará em ebulição desde que Exemplo
conhecidas as condi-ções em que o experimento se realiza. Ocorrência de um divisor de 60.
Alguns experimentos, contudo, não são assim previsíveis. Por B = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
mais que sejam manti-das as mesmas condições, não podemos
prever qual será o resultado ao lançarmos uma moe-da. Esses são C. Evento Impossível
chamados experimentos aleatórios (em latim alea = sorte). É o conjunto vazio (Ø).
Experimentos aleatórios são aqueles, que repetidos em Exemplo
condições idênticas, não produ-zem sem o mesmo resultado. Ocorrência de múltiplo de 8.
A teoria das probabilidades estuda a forma de estabelecermos C={}=Ø
as possibilidades de ocorrência num experimento aleatório.
D. Evento União
2.ESPAÇO AMOSTRAL E EVENTO É a reunião de dois eventos.
Vamos estudar experimentos aleatórios com resultados Exemplo
equiprováveis (mesma chance de o-corrência) e em número Evento A: ocorrência de um número primo
determinado, isto é, finito. Desta forma definimos: A = {2, 3, 5}
Evento B: ocorrência de um número ímpar
Espaço amostral: é o conjunto de todos os resultados B = {1, 3, 5}
possíveis de um experimento aleatório. Indicaremos o espaço Evento A È B: ocorrência de um número primo ou ímpar
amostral por U. A È B = {1, 2, 3, 5}
Evento: é qualquer subconjunto do espaço amostral.
E. Evento Intersecção
Exemplo É a intersecção de dois eventos.
Lançaremos três moedas e observamos as faces que ficaram Exemplo
voltadas para cima. Evento A: ocorrência de um número primo
A = {2, 3, 5}
Representar: Evento B: ocorrência de um número ímpar
a) O espaço amostral do experimento; B = {1, 3, 5}
b) O evento A: chances de sair faces iguais;
Evento A Ç B: ocorrência de um número primo ou ímpar
c) O evento B: sair exatamente uma face “cara”;
A Ç B = {3, 5}
d) O evento C: chances de sair, pelo menos, uma face “cara”.

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RACÍOCINIO LÓGICO

F. Evento Mutuamente Exclusivos Uma outra forma de definir a probabilidade de ocorrer o


Dois eventos E1 e E2 de um espaço amostral U são chamados evento A é:
mutuamente exclusivos quando E1 Ç E2 = Ø Número de casos favoráveis a A
P(A)= Número de casos possíveis
Exemplo
Evento A: ocorrência de um número par
A = {2, 4, 6} Exemplos
Evento B: ocorrência de um número ímpar 1 – Retirando-se uma carta de um baralho normal de 52 cartas,
B = {1, 3, 5} qual é a probabilidade de que a carta retirada seja um rei?
A e B são eventos mutuamente exclusivos, pois AÇB = Ø

G. Evento Complementar
É o evento Ē = U – E.
Exemplo
Evento A: ocorrência de um número primo
A = {2, 3, 5} Resolução
Evento Ā: ocorrência de um numero não primo
Ā = U – A = {1, 4,6} P(E)= Número de casos favoráveis
Observação Número de casos possíveis
No caso do exemplo, podemos dizer que o evento Ā é a não-
ocorrência de um número pri-mo. P(E)=
5
=
1
52 13
4. PROBABILIDADE ESTATÍSTICA E
PROBABILIDADE TEÓRICA 2 – Em um lançamento de dois dados, um preto e outro
Imaginamos a seguinte situação: em uma turma do segundo branco, qual é a probabilidade de que os dois números obtidos
colegial,existem 25 garotas e 10 garotos e um brinde foi sorteado sejam iguais?
para um dos membros da turma. Temos que adivinhar o sexo do
contemplado.
Intuitivamente, “sabemos” que é “mais fácil” ter sido sorteada
uma garota que um garoto, no entanto não podemos afirmar com
certeza o sexo do contemplado. A “chance” de uma garota ter
sido sorteada pode ser traduzida por um numero que chamamos
probabilidade. Resolução
Uma observação que pode ser feita é que a teoria das U = {(1,1), (1,2), (1,3), ..., (6,4), (6,5), (6,6)}
probabilidades é uma maneira matemá-tica de lidar com a n(U) = 6 . 6 = 36
incerteza.
O cálculo da probabilidade de um evento acontecer, muitas U = {(1,1), (2,2), (3,3), (4,4), (5,5), (6,6)}
vezes, é feito experimentalmente, e essa probabilidade é chamada n(E) = 6
de experimental ou estatística.
Assim, P(E)=
n(E) = 6 = 1
Exemplo n(U) 36 6
A probabilidade de uma pessoa morrer aos 25 anos é obtida 3 – Dentre as seis permutações dos números 1, 2, e 3, uma
através do levantamento e do tratamento adequado de um grande é escolhida ao acaso. Considerando o número de três algarismos
número de casos. assim escolhido, determine a probabilidade de ele:
No entanto, para calcularmos a probabilidade de ao jogarmos a) Ser par;
dois dados obtermos, nas faces voltadas para cima, dois números b) Ser múltiplo de três;
iguais, não precisamos realizar o experimento, ela pode ser c) Ser múltiplo de cinco.
conseguida a partir de uma analise teórica do espaço amostral e do
evento, e neste caso cha-mamos de probabilidade teórica. Resolução
No 2º grau, não desenvolvemos estudos da probabilidade O espaço amostral é:
estatística, que será estudada na maioria dos cursos de 3º grau. U = {123, 132, 213, 231, 312, 321}
a) Evento A: ocorrer número par.
5. PROBABILIDADE TEÓRICA DE UM EVENTO
A = {132, 312}
Se num fenômeno aleatório, o número de elementos do espaço
amostral é n(U) e o número de elementos do evento A é n(A),
então a probabilidade de ocorrer o evento A é o número P(A) tal P(A)= n(A) =
2 = 1
que: n(U) 6 36
P(A)= n(A)
n(U)

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RACÍOCINIO LÓGICO

b) Evento B: ocorrer número múltiplo de três. Observação


B = {123, 132, 213, 231, 312, 321} É comum expressarmos a probabilidade de um evento na
forma de porcentagem. Assim, se P(A) = 0,82, por exemplo,
P(E)= n(B) = 6 = 1 (evento certo) podemos dizer que P(A) = 82%.
n(U) 6
c) Evento C: ocorrer número múltiplo de cinco. Exemplo
C={} 1º) Os 900 números de três algarismos estão colocados em
P(C)= n(C) = 0 = 0 (evento impossível)
900 envelopes iguais. Um dos en-velopes é sorteado. Qual a
n(U) 6 probabilidade de ele conter um número que tenha, pelo menos,
Observação dois algarismos iguais?
Através da teoria determinamos que, em um lançamento Resolução
de um dado “não viciado”, a proba-bilidade de que se obtenha Sendo A o evento: ocorrer um número com pelo menos dois
o número 3 é 1/6, isto não significa que, sempre que forem algarismos iguais. É mais fácil calcular P(Ā), a probabilidade do
feitos seis lançamentos de um dado, certamente ocorrerá em um evento complementar de A. Assim,
deles, e apenas um, resultado 2. Na prática, o que se verifica é
que, considerado um grande número de lançamentos, a razão U
entre o número de vezes que ocorre o resultado 2 e o número de
lançamentos efetuados se aproxima de 1/6. Ā
A
6.PROPRIEDADES DAS PROBABILIDADES
P1) A probabilidade do evento impossível é 0. (P(Ø)= 0)

P(Ø)= n(Ø) =
0
=0
n(U) n(U) Números com Números com
pelo menos dois algarismos distintos
algarismos repetidos
P2) A probabilidade do evento certo é 1. (P(UØ)=1)

P(U)= n(U) = 1
n(U)
P3) Sendo A um evento de um espaço amostral U, a
probabilidade de A é um número racional entre 0 e 1, inclusive.
(0≤ P(A) ≤ 1).
0≤ n(A) 0≤ n(U)
0

n(A) ≤ n(U)
n(U) n(U) n(U)

Como P(A)=n(A) temos:


n(U)
0 ≤ P(A) ≤ 1

P4) Sendo A um evento e Ā seu complementar, então P(A) +


P(Ā) = 1. 7.PROPRIEDADE DO EVENTO UNIÃO
Dados dois eventos A e B de um espaço amostral U, dizemos
U que ocorrer o evento A È (e-vento união) é ocorrer pelo menos um
dos eventos A ou B.
Ā
A

n(U) = n(A) + n(Ā)

n(U)
n(A) + n(Ā)
n(U) =
n(U) n(U) n(AÈB) = n(A) + n(B) – n(AÈB)
Assim:
Assim, P(A) + P(Ā) = 1 n(AÈB) =
n(A) + n(U) - n(AÇB)
n(U) n(U) n(U) n(U)

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RACÍOCINIO LÓGICO

Ou seja: Consideramos um experimento, com espaço amostral U = {a1


P (AÈB) = P(A) + P(B) – P (AÇB) , a2 ..., a n}. Chamando de p(a1), p(a2), ..., p(an) as probabilidades de
ocorrência dos resultados a1, a2, ..., an, respectivamente temos que:
Podemos enunciar essa conclusão assim: 1º) p(a1) + p(a2) +...+ p (an) =1
A probabilidade de ocorrer o evento A ou o evento B é dada 2º) 0 ≤ p(a1) ≤ 1, para i = 1, 2, ..., n
pela soma da probabilidade de ocorrer A com a probabilidade de
ocorrer B, menos a probabilidade de ocorrer os dois eventos (A e
Desta forma para calcularmos a probabilidade do evento A =
B).
{a1, a2, ...,am}(m≤n), fazemos:
Caso particular: se os eventos A e B são mutuamente
exclusivos, isto é, A Ç B = Ø, P(AÈB) = 0 a formula acima se
reduz a: P(A) = p(a1) + p(a2) +...+ p(am)
P(AÈB) = PA + PB Exemplo
Consideramos um experimento com espaço amostral U = {a,
Exemplo b, c} sendo p(a), p(b), p(c) as possibilidades dos resultados a, b e
De um baralho comum de 52 cartas, uma carta é retirada c de modo que
aleatoriamente. Qual a probabilidade de sair um valete ou uma
p(a)= 1 e p(b)=
1 calcule:
carta de paus. 3 2
Resolução a) p(c)
Sendo: b) a probabilidade do evento A ={a,c}
Evento A: “a carta e um valete” Resolução
P(A)= 4 a) p(a) + p(b) + p(c) = 1
52 1 +
1 + p(c) = 1
Evento B: “a carta de paus” 3 2
P(A)= 13 p(c) = 1 -
1 -
1 =
6-2-3
=
1
52 3 2 6 6
Evento A Ç B: “a carta é um valete de paus”
b)P(A) = p(a) + p(c)
P(AÇB)= 1
52 1 1 2-1 3
P(A) = - = =
3 6 6 6
Evento A È B: “a carta é um valete ou é de paus” 1
P(AÈB) = P(A) +P(B) – P(AÇB) Assim, P(A) =
2
P(AÈB)= 4 + 13 - 1 = 16 = 4
52 52 52 52 13 Probabilidade II
1.PROBABILIDADE CONDICIONAL
Consideremos num experimento aleatório de espaço amostral
8.PROBABILIDADES NUM ESPAÇO AMOSTRAL U os eventos A e B, com A Ç B ≠ Ø, conforme o diagrama abaixo:
NÃO EQUIPROVÁVEL
No espaço amostral equiprovável todos os resultados possíveis
têm a mesma chance de ocor-rência e por isso que nos problemas
com dados e moedas estudados anteriormente sempre tomamos o
cuidado de especificar que os dados e moedas eram “honestos” ou
“não viciados”.
Como estudar as probabilidades com dados ou moedas
“viciados”?
A fórmula que usamos até agora ...
Na medida em que conhecemos a informação de que ocorreu
Número de casos favoráveis a E o evento B, este passa a ser o espaço amostral do experimento,
P(E)= Número de casos possíveis pois todos os resultados agora possíveis pertencem a A. assim,
... não é válida, pois não importa apenas a quantidade a probabilidade de ocorrer o evento A, dado que o evento B já
de resultados favoráveis já que esses resul-tados não têm ocorreu, será:
necessariamente a mesma “chance” de ocorrência.
P(A/B) = n(AÇB)
n(B)

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Exemplo Dados dois eventos A e B de um espaço amostral U, a


Numa turma de 50 alunos do colégio, 15 são homens e 35 são probabilidade de eles ocorrerem simul-taneamente é dada pelo
mulheres. produto da probabilidade de um deles pela probabilidade do outro,
Sabe-se que 10 homens e 15 mulheres foram aprovados num dado que ocorreu o primeiro.
exame de seleção. Uma pessoa é sorteada ao acaso.
Qual a probabilidade de: Exemplo
a) Ela ser do sexo feminino se foi aprovada no exame? Consideremos uma urna contendo 5 bolas numeradas de 1 a 5.
b) Ela ter sido aprovada no exame se é do sexo masculino? qual a probabilidade de reti-rarmos a bola 1 e, sem sua reposição,
a bola 2?
Resolução Resolução
O quando abaixo resume os dados do problema: A probabilidade de sair a bola 1 na primeira retirada é P (A)
= 1/5
Foi Não foi Total Restando 4 bolas na urna, a probabilidade de ocorrer a bola na
Aprovado Aprovado segunda, tendo ocorrido a bola 1 na primeira é: P (A/B) = ¼
Como devem ocorrer os dois eventos, temos:
Homem 10 5 15
Mulher 15 20 35 1 1 1
P(AÇB) = P(A) . P(B/A) = . =
Total 25 25 50 5 4 20
a) Sendo:
Evento A: “a pessoa sorteada foi aprovada”. 3.EVENTOS INDEPENDENTES
Evento B: “a pessoa sorteada é mulher”. Dados dois eventos A e B de um espaço amostral U, dizemos
que eles são independentes se a ocorrência de um deles não
P(B/A) = n(AÇB) =
15 =
3 modificar a probabilidade de ocorrência do outro.
n(A) 25 5
A e B independentes↔P(B/A)=P(B) e P(A/B)=PA
b) Sendo: Quando A e B são eventos independentes.
Evento A: “a pessoa sorteada foi aprovada”.
Evento B: “a pessoa sorteada é homem”. P(AÇB) = P(A) . P(B)

P(A/C) = n(AÇC) =
10 =
2 Então se P (AÇB) ≠ P(A) . P(B), dizemos que os eventos são
n(C) 15 3 dependentes.

2.PROBABILIDADE DO EVENTO INTERSECÇÃO Exemplos de Eventos Independentes


Dados dois eventos A e B de um espaço amostral U, dizemos 1º) No lançamento simultâneo de dois dados, o resultado de
que ocorrer o evento A Ç B (evento intersecção) é ocorrer um deles não influi no resultado do outro.
simultaneamente os eventos A e B.
2º) No lançamento sucessivo de dois dados, o resultado de um
Para calcular a probabilidade de ocorrer AÇB, vamos utilizar
deles não influi no resultado do outro.
a fórmula da probabilidade condicional.
n(AÇB) , dividido por n(U), temos: 3º) Na extração de duas cartas de um baralho se antes de extrair
P(A/B) = a segunda carta for feita a reposição da primeira, o resultado da
n(B) primeira não influi no resultado da segunda.
n(AÇB)
Exemplo de Eventos Dependentes
n(A) P(AÇB)
P(A/B) = = Na extração de duas cartas de um baralho se antes de extrair a
n(B) P(B) segunda carta não for feita a reposição da segunda, o resultado da
n(U) primeira influencia o resultado da segundo, pois o espaço amostral
Assim: P(AÇB) = P (B) . P (A/B) (I) passa a ter 51 elementos.
Podemos também usar a fórmula de P(B/A), assim: Exemplo
Sejam A e B dois eventos independentes tais que:
n(AÇB) 1 1
n(AÇB) n(U) P(AÇB) P(A) = e P(AÈB) =
P(B/A) = = = 4 3
n(A) n(A) P(A)
n(U) Calcule P(B).
Então: P(AÇB) = P(A) . P(B/A) (II)
Resolução
A partir das fórmulas (I) e (II), citadas anteriormente, P(AÈB) = P(A) + P(B) – P(AÇB)
concluímos: Como A e B são independentes

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RACÍOCINIO LÓGICO

P(AÇB)= P(A) . P(B) Os agrupamentos ab e ac são considerados sempre distintos,


\ P(AÈB) = P(A) + P(B) - P(A) . P(B) pois diferem pela natureza de um elemento.
ou seja: Os agrupamentos ac e ca, que diferem apenas pela ordem de
1 =
1 +P (B) -
1 P(B) seus elementos, podem ser considerados distintos ou não.
3 4 4 Se, por exemplo, os elementos do conjunto A forem pontos,
4 = 3 + 12 P (B) – 3 P (B) A = {A1, A2, A3, ..., A10}, e ligando estes pontos desejarmos obter
1
9 P (B) = 1 → P (B) = retas, então os agrupamentos A1 A2 e A1 A2 são iguais, pois
9 representam a mesma reta.
Análise Combinatória
1. Principio Fundamental da contagem Se, por outro lado, os elementos do conjunto A forem
Os problemas de Análise Combinatória são, basicamente, algarismos, A = {0, 1, 2, 3, ..., 9}, e com estes algarismos
problemas de contagem. A abordagem desses problemas é desejarmos obter números, então os agrupamentos 12 e 21 são
baseada em um fato, de fácil comprovação, denominado Princípio distintos, pois representam números diferentes.
Fundamental da Contagem ou, simplesmente Regra do Produto, Do que foi exposto, podemos concluir que:
que enunciaremos e exemplificaremos a seguir a) Existem problemas de contagem em que os agrupamentos,
Enunciado a serem contados, são considerados distintos, apenas quando
diferem pela natureza de pelo menos um de seus elementos. É o
Um acontecimento é composto de dois estágios sucessivos
caso em que ac = ca.
e independentes. O primeiro estágio pode ocorrer de m modos
Neste caso, os agrupamentos são chamados combinações.
distintos; em seguida, o segundo estágio pode ocorrer de n modos
distintos. Nestas condições, dizemos que “o número de maneiras
distintas de correr este acontecimento é igual ao produto m. n”. Caso Típico
O conjunto A é formado por pontos e o problema é saber
Exemplo
quantas retas esses pontos determinam.
Um estudante, ao se inscrever num concurso para vestibular,
b)Existem problemas de contagem em que os agrupamentos,
deve escolher o curso e a faculdade que desejar cursar. Sabe- a serem contados são considerados distintos, quando diferem tanto
se que existem cinco cursos possíveis: Engenharia, Medicina, pela natureza como também pela ordem de seus elementos. É o
Odontologia, Arquitetura e Direito. Cada curso pode ser feito em caso em que ac ≠ ca.
três faculdades possíveis: estadual, Federal e particular. Qual é o Neste caso, os agrupamentos são chamados arranjos.
número total de opções que o estudante pode fazer? Caso Típico
Resolução O conjunto A é formado por algarismos e o problema é contar
De acordo com o Princípio Fundamental da Contagem, o os números por eles determinados
número total de opções que o estudante pode fazer é 5 x 3 ou seja, 3. Arranjos Simples
15. Podemos ilustrar estas 15 opções com o auxílio da árvore de Definição
possibilidades, observando que para cada um dos cinco cursos Seja A um conjunto com n elementos e k um natural menor
possíveis (E, M, O, A, D) existem três faculdades possíveis (E, ou igual a n.
F, P). Chamam-se arranjos simples k a k, dos n elementos de A, aos
agrupamentos de k elementos distintos cada, que diferem entre si
ou pela natureza ou pela ordem de seus elementos.

Cálculo do número de arranjos simples


Na formação de todos os arranjos simples dos n elementos de
A, tomados k a k, temos:
n possibilidades na escolha do 1º elemento.
n-1 possibilidades na escolha do 2º elemento, pois um deles
já é usado.
n-2 possibilidades na escolha do 3º elemento, pois dois deles
já foram usados.
n-(k – 1) possibilidades na escolha do kº elemento pois k – 1
deles já foram usados.
Pelo principio Fundamental da Contagem representando com
Generalizações o símbolo An,k o número total de arranjos simples dos n elementos
Um acontecimento é composto por k estágios sucessivos e de A (tomados k a k), temos:
independentes, com respectivamente, n1 . n2 . n3 . ... . nk.
2. Técnicas de contagem An,k=n.(n-1).(n-2). … . (n-k+1)
Seja A = {a; b; c; d; ...; j} um conjunto formado por 10 elementos
(é o produto de k fatores)
distintos, e consideremos os “agrupamentos ab, ac e ca”
Multiplicando e dividindo por (n-k)!.

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RACÍOCINIO LÓGICO

n(n − 1)()(n − 2).).  .(.( n − k + 1).(n − k)!


)! abc abd acd bcd
An,k=
(n − k ))!
! acb

e notando que n(n-1)(n-2). … . (n-k+1).(n-k)!=n! podemos bac


também escrever bca
cab
n! cba
An,k=
(n − k )!
Permutando-se os 3 elementos das 4 combinações, obtemos
Exercícios Resolvidos todos os arranjos 3 a 3:
1 - Calcular o número de arranjos simples de 10 elementos
tomados 4 a 4.
abc abd acd bcd
Resolução:
10 10! acb adb adc bdc
A10,4 (10-4)! = =10.9.8.7=5040 bac bad cad cbd
6!
bca bda cda cdb
2 - Quantos números de três algarismos distintos, podemos cab dab dac dbc
formar com os elementos do conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6}?
cba dba dca dcb
Resolução:
Como 123 ≠ 132, por exemplo, devemos calcular os arranjos Assim sendo, (4 combinações) x(6 permutações)= 24 arranjos
de 6 elementos 3 a 3 . e, portanto, C4,3.P3=A4,3.
A6,3 = 6 . 5. 4 = 120 Calculo do número de combinações simples
3 - Quantos números de algarismos distintos e compreendidos Representando com o símbolo Cn,k o número total de
entre 100 e 1000, podem ser obtidos utilizando 1, 2, 3, 5, 6? combinações simples dos n elementos de A, tomados k a k, de
modo análogo ao exemplo apresentado, temos:
Resolução:
Os números em questão são formados por três algarismos a) Permutando os k elementos de uma combinações k a k,
distintos entre os 5 algarismos dados. O número procurado é A5,3 obtemos Pk arranjos distintos.
= 5. 4 .3 e, portanto 60. b) Permutando os k elementos das Cn,k combinações k a k,
obtemos Cn,k .Pk arranjos distintos.
4 – Permutações
Definição
Assim sendo:
Seja A um conjunto com n elementos. Os arranjos simples n a
n, dos n elementos de A, são chamados permutações simples de n
elementos e fazendo k=n na fórmula An,k=n(n-1)(n-2). … .(n-k+1), An , k
Cn,k .Pk=Na,k ou ainda Cn,k=
temos: Pk
Pn=An,n=n(n-1).(n-2). … .(n-n+1)=
=n.(n-1).(n-2). … . 1=n! n!
Logo: Lembrando-se que An,k= ,Pk=k! e
(n-k)!
Pn=n
n
!   = n! , podemos também escrever:
 k  k!(n-k)!
5 – Combinações simples
Definição
Seja A um conjunto com n elementos e k um natural menor ou An , k n! n
igual a n. Chamam-se combinações simples k a k, dos n elementos Cn,k= = =  
de A, aos agrupamentos, de k elementos distintos cada um, que
Pk k!(n − k )!  k 
diferem entre si apenas pela natureza de seus elementos.
Exercícios Resolvidos
Exemplo
26 – Quantos anagramas tem a palavra PAI?
Seja A={a,b,c,d} um conjunto com 4 elementos distintos.
Resolução
Com os elementos de A podemos formar 4 combinações de três
P3=3!=3.2.1=6
elementos cada uma:
abc abd acd bcd 27 – Quais os anagramas da palavra Pai?
Resolução
Permutando-se os 3 elementos de uma delas, por exemplo Os 6 Anagramas da palavra PAI são:
abc, obtemos P3=6 arranjos distintos: PAI, PIA, AIP, API, IAP, IPA

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RACÍOCINIO LÓGICO

28 – Quantos anagramas tem a palavra PALMITO?


Resolução Representando com o símbolo Pnα, β, γ, …, λ o número de
permutações distintas que podemos formar com os n elementos,
P temos:
P6=6!=6.5.4.3.2.1=720

30 – Calcule C7,3
n!
Resolução Pnα, β, γ, …, λ =
α! . β! . γ!. … . λ!
7! 7! 7.6.5
C7,3= = = = 35
3!(7-3)! 3! 4! 3.2.1 8 – Combinações completas
Combinações completas de n elementos, tomados k a k são
31 – Cinco pessoas querem se acomodar em um automóvel de combinações de k elementos não necessariamente distintos.
cinco lugares; de quantas maneiras isso poderá ser feito? Ao calcular as combinações completas, portanto, devemos
Resolução considerar tanto as combinações com elementos distintos (que são
As cinco pessoas só podem trocar de lugar; como são cinco as combinações simples) como também aquelas com elementos
lugares, temos: repetidos.
P5=5!=5.4.3.2.1=120 O número total de combinações completas de n elementos,
32 – Quantas comissões de 3 elementos podemos formar com
um grupo de 8 pessoas?
2 10000
, é dado por:
tomados k a k, e representado pelo símbolo
=
3 15000

Resolução
Temos 8 pessoas e devemos escolher 3 pessoas, em que
importa apenas a natureza, pois se mudamos a ordem das pessoas
dentro de uma comissão, esta comissão continua a mesma. Assim  n + k − 1
a quantidade de comissões é dada por: 2 10000
= =Cn+k+1,k=  
3 15000
k 
8.7.6
C8,3= = 56
3! Exercícios Resolvidos

33 – Um fabricante de doces dispõe de embalagens com 1 – Quantas placas de automóvel podem ser formadas, tendo
capacidade de 5 doces cada uma. Sabendo-se que ele fabrica 10 cada uma três letras de um alfabeto de 26 letras, seguidas de 4
tipos diferentes de doces, pergunta-se: quantos tipos de embalagens algarismos do sistema decimal de numeração?
com 4 doces diferentes ele poderá oferecer?
Resolução: Resolução
O fabricante deve escolher 4 doces diferentes, em que só L L L A A A A
importa a natureza, pois se mudarmos a ordem dos doces dentro da * *
embalagem o resultado não se altera. Assim, temos que, o número A 226
6 ,3 . A 210
6 ,3 =263.104=175760000
procurado é dado por:
2 – Quantos são os anagramas da palavra MACACA?
10.9.8.7
C10,4= = 210
4! Resolução:
6 – Arranjos completos Das 6 letras da palavra MACACA, 3 são iguais a A, 2 são
Arranjos completos de n elementos, tomados k a k, são os iguais a C. Logo:
arranjos de k elementos não necessariamente distintos. 6!
Ao calcular os arranjos completos, portanto, devemos A2*6 ,3 = =60
considerar tanto os arranjos com elementos distintos (que são os
3! 2!
arranjos simples) como também aqueles com elementos repetidos. 3 – De quantas maneiras, uma oficina pode pintar 5 automóveis
O número total de arranjos completos de n elementos, tomados iguais, recebendo cada um, tinta de uma única cor, se a oficina
dispõe apenas de 3 cores e não quer misturá-las?
k a k, e representado pelo símbolo 2 10000
=
3 15000 , é dado por:
Resolução
A *
=n k Como os cinco automóveis são iguais, a ordem em que eles
n ,k
forem pintados não irá alterar o resultado; necessariamente irá
ocorrer repetição de cor, pois são 5 carros e apenas 3 cores.
7 – Permutações com elementos repetidos
Seja α elementos iguais a a, β elementos iguais a b, γ Trata-se, portanto, da combinação de 3 elementos, classe 5,
elementos iguais a c, …, λ elementos iguais a l, num total de com repetição. O resultado é dado por:
α+β+γ+ … + λ=n elementos.

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RACÍOCINIO LÓGICO

Sabe-se, ainda, que a idade de cada uma delas é inferior a 100


7.6
A2*6 ,3 =C3+5-1,5=C7,5=C7,2= =21 anos (cada idade, portanto, sendo indicada por um algarismo da
2! dezena e um da unidade). Indicando o algarismo da unidade das
idades de Ana, Bia e Carla, respectivamente, por A1, B1 e C1; e
4 – Numa cesta existem peras, maçãs, laranjas e bananas.
indicando o algarismo da dezena das idades de Ana, Bia e Carla,
Existem pelo menos três de cada tipo e as frutas de mesmo tipo são
respectivamente, por A2, B2 e C2, a soma das idades destas três
todas iguais. De quantas maneiras diferentes e possível escolher:
pessoas é igual a:
a) Três frutas de tipos diferentes? a) 3 (A2+B2+C2)
b) Três frutas? b) 10 (A2+B2+C2)
Resolução c) 99 – (A1+B1+C1)
4.3.2 d) 11 (B2+B1)
a) C4,3= =4 e) 3 (A1+B1+C1)
3.2.1
Observe quais são as 4 maneiras possíveis:
04. Uma estranha clínica veterinária atende apenas cães e
PML PMB PLB MLB gatos. Dos cães hospedados, 90% agem como cães e 10% agem
4.3.2 como gatos. Do mesmo modo, dos gatos hospedados 90% agem
b) A2*6 ,3 =C4+3-1,3=C6,3= =20 como gatos e 10% agem como cães. Observou-se que 20% de
3.2.1 todos os animais hospedados nessa estranha clínica agem como
Observe quais são as 20 maneiras possíveis: gatos e que os 80% restantes agem como cães. Sabendo-se que na
clínica veterinária estão hospedados 10 gatos, o número de cães
PPP PLL MMM MLB hospedados nessa estranha clínica é:
PPM PBB MML LLL a) 50
b) 10
PPL PLB MMB LLB c) 20
PPB PLM MLL LBB d) 40
e) 70
PMM PMB MBB BBB
05. Investigando uma fraude bancária, um famoso Rascunho
EXERCÍCIOS detetive colheu evidências que o convenceram da verdade das
01. Três amigas encontram-se em uma festa. O vestido de seguintes afirmações:
uma delas é azul, o de outra é preto, e o da outra é branco. Elas a) Se Homero é culpado, então João é culpado.
calçam pares de sapatos destas mesmas três cores, mas somente b) Se Homero é inocente, então João ou Adolfo são culpados.
Ana está com vestido e sapatos de mesma cor. Nem o vestido nem c) Se Adolfo é inocente, então João é inocente.
os sapatos de Júlia são brancos. Marisa está com sapatos azuis. d) Se Adolfo é culpado, então Homero é culpado.
Desse modo,
a) o vestido de Júlia é azul e o de Ana é preto. As evidências colhidas pelo famoso detetive indicam,
b) o vestido de Júlia é branco e seus sapatos são pretos. portanto, que:
c) os sapatos de Júlia são pretos e os de Ana são brancos. a) Homero, João e Adolfo são inocentes.
d) os sapatos de Ana são pretos e o vestido de Marisa é branco. b) Homero, João e Adolfo são culpados.
e) o vestido de Ana é preto e os sapatos de Marisa são azuis. c) Homero é culpado, mas João e Adolfo são inocentes.
d) Homero e João são inocentes, mas Adolfo é culpado.
02. Pedro e Paulo saíram de suas respectivas casas no e) Homero e Adolfo são culpados, mas João é inocente.
mesmo instante, cada um com a intenção de visitar o outro.
Ambos caminharam pelo mesmo percurso, mas o fizeram tão 06. Se não durmo, bebo. Se estou furioso, durmo. Se durmo,
distraidamente que não perceberam quando se cruzaram. Dez não estou furioso. Se não estou furioso, não bebo. Logo,
minutos após haverem se cruzado, Pedro chegou à casa de Paulo. a) não durmo, estou furioso e não bebo
Já Paulo chegou à casa de Pedro meia hora mais tarde (isto é, meia b) durmo, estou furioso e não bebo
hora após Pedro ter chegado à casa de Paulo). Sabendo que cada c) não durmo, estou furioso e bebo
um deles caminhou a uma velocidade constante, o tempo total de d) durmo, não estou furioso e não bebo
caminhada de Paulo, de sua casa até a casa de Pedro, foi de e) não durmo, não estou furioso e bebo
a) 60 minutos
b) 50 minutos 07. Fernando, João Guilherme e Bruno encontram-se
c) 80 minutos perdidos, uns dos outros, no meio da floresta. Cada um está
d) 90 minutos parado em um ponto, gritando o mais alto possível, para que os
e) 120 minutos outros possam localizá-lo. Há um único ponto em que é possível
ouvir simultaneamente Fernando e Bruno, um outro único ponto
03. Três pessoas, Ana, Bia e Carla, têm idades (em número (diferente daquele) em que é possível ouvir simultaneamente Bruno
de anos) tais que a soma de quaisquer duas delas é igual ao e João Guilherme, e há ainda um outro único ponto (diferente
número obtido invertendose os algarismos que formam a terceira.

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RACÍOCINIO LÓGICO

dos outros dois) em que é possível ouvir simultaneamente João 11. Marco e Mauro costumam treinar natação na mesma piscina
Guilherme e Fernando. Bruno encontra-se, em linha reta, a 650 e no mesmo horário. Eles iniciam os treinos simultaneamente,
metros do ponto onde se encontra Fernando. Fernando, por sua vez, a partir de lados opostos da piscina, nadando um em direção ao
está a 350 metros, também em linha reta, do ponto onde está João outro. Marco vai de um lado a outro da piscina em 45 segundos,
enquanto Mauro vai de um lado ao outro em 30 segundos. Durante
Guilherme. Fernando grita o suficiente para que seja possível ouvi-
12 minutos, eles nadam de um lado para outro, sem perder
lo em qualquer ponto até uma distância de 250 metros de onde ele qualquer tempo nas viradas. Durante esses 12 minutos, eles podem
se encontra. Portanto, a distância em linha reta, em metros, entre encontrar-se quer quando estão nadando no mesmo sentido, quer
os pontos em que se encontram Bruno e João Guilherme é: quando estão nadando em sentidos opostos, assim como podem
a) 650 encontrar-se quando ambos estão fazendo a virada no mesmo
b) 600 extremo da piscina. Dessa forma, o número de vezes que Marco e
c) 500 Mauro se encontram durante esses 12 minutos é:
a) 10
d) 700 b) 12
e) 720 c) 15
d) 18
08. Augusto, Vinicius e Romeu estão no mesmo vértice de e) 20
um polígono regular. Num dado momento, os três começam a
caminhar na borda do polígono. Todos os três caminham em 12. Durante uma viagem para visitar familiares com
velocidades constantes, sendo que a velocidade de Augusto é o Rascunhodiferentes hábitos alimentares, Alice apresentou
sucessivas mudanças em seu peso. Primeiro, ao visitar uma tia
dobro da de Vinicius e o quádruplo da de Romeu. Augusto desloca- vegetariana, Alice perdeu 20% de seu peso. A seguir, passou alguns
se em sentido oposto ao de Vinicius e ao de Romeu. Após um certo dias na casa de um tio, dono de uma pizzaria, o que fez Alice
tempo, Augusto e Vinicius encontram-se num determinado vértice. ganhar 20% de peso. Após, ela visitou uma sobrinha que estava
Logo a seguir, exatamente dois vértices depois, encontram-se fazendo um rígido regime de emagrecimento. Acompanhando a
Augusto e Romeu. O número de arestas do polígono é: sobrinha em seu regime, Alice também emagreceu, perdendo 25%
a) 10 de peso. Finalmente, visitou um sobrinho, dono de uma renomada
confeitaria, visita que acarretou, para Alice, um ganho de peso
b) 15
de 25%. O peso final de Alice, após essas visitas a esses quatro
c) 12 familiares, com relação ao peso imediatamente anterior ao início
d) 14 dessa seqüência de visitas, ficou:
e) 11 a) exatamente igual
b) 5% maior
09. Ana é prima de Bia, ou Carlos é filho de Pedro. SeJorge c) 5% menor
é irmão de Maria, então Breno não é neto de Beto. Se Carlos é d) 10% menor
e) 10% maior
filho de Pedro, então Breno é neto de Beto. Ora, Jorge é irmão de 13. Homero não é honesto, ou Júlio é justo. Homero é honesto,
Maria. Logo: ou Júlio é justo, ou Beto é bondoso. Beto é bondoso, ou Júlio não é
a) Carlos é filho de Pedro ou Breno é neto de Beto. justo. Beto não é bondoso, ou Homero é honesto. Logo,
b) Breno é neto de Beto e Ana é prima de Bia. a) Beto é bondoso, Homero é honesto, Júlio não é justo.
c) Ana não é prima de Bia e Carlos é filho dePedro. b) Beto não é bondoso, Homero é honesto, Júlio não é justo.
d) Jorge é irmão de Maria e Breno é neto de Beto. c) Beto é bondoso, Homero é honesto, Júlio é justo.
e) Ana é prima de Bia e Carlos não é filho dePedro. d) Beto não é bondoso, Homero não é honesto, Júlio não é
justo.
e) Beto não é bondoso, Homero é honesto, Júlio é justo.
10. Três homens são levados à presença de um jovem lógico.
Sabe-se que um deles é um honesto marceneiro, que sempre diz a 14. Foi feita uma pesquisa de opinião para determinar o
verdade. Sabe-se, também, que um outro é um pedreiro, igualmente Rascunhonível de aprovação popular a três diferentes propostas
honesto e trabalhador, mas que tem o estranho costume de sempre de políticas governamentais para redução da criminalidade. As
mentir, de jamais dizer a verdade. Sabe-se, ainda, que o restante propostas (referidas como “A”, “B” e “C”) não eram mutuamente
excludentes, de modo que o entrevistado poderia se declarar
é um vulgar ladrão que ora mente, ora diz a verdade. O problema
ou contra todas elas, ou a favor de apenas uma, ou a favor de
é que não se sabe quem, entre eles, é quem. À frente do jovem apenas duas, ou a favor de todas as três. Dos entrevistados, 78%
lógico, esses três homens fazem, ordenadamente, as seguintes declararam-se favoráveis a pelo menos uma delas. Ainda do total
declarações:O primeiro diz: “Eu sou o ladrão.”O segundo diz: “É dos entrevistados, 50% declararam-se favoráveis à proposta A,
verdade; ele, o que acabou de falar, é o ladrão.”O terceiro diz: “Eu 30% à proposta B e 20% à proposta C. Sabe-se, ainda, que 5%
sou o ladrão.”Com base nestas informações, o jovem lógico pode, do total dos entrevistados se declararam favoráveis a todas as
então, concluir corretamente que: três propostas. Assim, a percentagem dos entrevistados que se
a) O ladrão é o primeiro e o marceneiro é o terceiro. declararam favoráveis a mais de uma das três propostas foi igual a:
a) 17%
b) O ladrão é o primeiro e o marceneiro é o segundo.
b) 5%
c) O pedreiro é o primeiro e o ladrão é o segundo.
c) 10%
d) O pedreiro é o primeiro e o ladrão é o terceiro.
d) 12%
e) O marceneiro é o primeiro e o ladrão é o segundo. e) 22%

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15. Os ângulos de um triângulo encontram-se na razão 2:3:4. 9) Obtenha x na equação Cx,3 = 3 . Ax , 2.


O ângulo maior do triângulo, portanto, é iguala:
a) 40° 10) Numa circunferência marcam-se 7 pontos distintos.
b) 70° Obtenha:
c) 75° a) o número de retas distintas que esses pontos
d) 80° determinam;
e) 90° b) o número de triângulos com vértices nesses pontos;
RESPOSTAS c) o número de quadriláteros com vértices nesses
pontos;
01 - C d) o número de hexágonos com vértices nesses pontos.
02 - A 11) A diretoria de uma firma é constituída por 7 diretores
03 - D brasileiros e 4 japoneses. Quantas comissões de 3 brasileiros e 3
04 - E japoneses podem ser formadas?

05 - B 12) Uma urna contém 10 bolas brancas e 4 bolas pretas.


06 - D De quantos modos é possível tirar 5 bolas, das quais duas sejam
brancas e 3 sejam pretas?
07 - C
08 – B 13) Em uma prova existem 10 questões para que os alunos
escolham 5 delas. De quantos modos isto pode ser feito?
09 – E
10 – B
GABARITO
11 – E
12 – D 1) 63
2) 12
13 – C 3) 20
14 – A 4) 72
15 – D 5) 6 760 000
6) 45 697 600
7) 216
EXERCÍCIOS 8) 180
9) 360
1) Calcule: 10) 2 520
2) 11) 120
a) C8,1 + C9,2 – C7,7 + C10,0 12) 4 536
b) C5,2 +P2 – C5,3
13) 60
c) An,p . Pp

3) Obtenha n, tal que :


a) Cn,2 = 21 CONJUNTOS: OPERAÇÕES DE
b) Cn-1,2 = 36 UNIÃO, INTERSEÇÃO E DIFERENÇA
c) 5 . Cn,n - 1 + Cn,n -3 = An,3

4) Resolva a equação Cx,2 = x.

5) Quantos subconjuntos de 4 elementos possui um conjunto 1- Conjuntos Primitivos


de 8 elementos? Os conceitos de conjunto, elemento e pertinência são
primitivos, ou seja, não são definidos.
6) Numa reunião de 7 pessoas, quantas comissões de 3 Um cacho de bananas, um cardume de peixes ou uma porção
pessoas podemos formar? de livros são todos exemplos de conjuntos.
Conjuntos, como usualmente são concebidos, têm elementos.
7) Um conjunto A tem 45 subconjuntos de 2 elementos. Um elemento de um conjunto pode ser uma banana, um peixe ou
Obtenha o número de elementos de A um livro. Convém frisar que um conjunto pode ele mesmo ser
elemento de algum outro conjunto. Por exemplo, uma reta é um
A p,3 conjunto de pontos; um feixe de retas é um conjunto onde cada
8) Obtenha o valor de p na equação: =1
2 . elemento (reta) é também conjunto (de pontos).
Cp,4
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RACÍOCINIO LÓGICO

A
Em geral indicaremos os conjuntos pelas letras maiúsculas A, a i
B, C, ..., X, e os elementos pelas letras minúsculas a, b, c, ..., x, y, e o
..., embora não exista essa obrigatoriedade. u
Em Geometria, por exemplo, os pontos são indicados por
letras maiúsculas e as retas (que são conjuntos de pontos) por b) Se B = {0, 1, 2, 3 }, então
B
letras minúsculas. 0
Um outro conceito fundamental é o de relação de pertinência 2 1
que nos dá um relacionamento entre um elemento e um conjunto. 3
Se x é um elemento de um conjunto A, escreveremos
x∈ A 3 - Conjunto Vazio
Definição
Lê-se: x é elemento de A ou x pertence a A.
x∉A Conjunto vazio é aquele que não possui elementos.

Lê-se x não é elemento de A ou x não pertence a A. Representa-se pela letra do alfabeto norueguês 0/ ou,
simplesmente { }.
Simbolicamente:
2 - Como representar um conjunto
Pela designação de seus elementos ∀ x,x∉ 0/
Escrevemos os elementos entre chaves, separando os por
vírgula ou ponto e vírgula. Exemplos

Exemplos
a) 0/ ={x:x é um número inteiro e 3x=1}
a) {3,6,7,8} indica o conjunto formado pelos elementos 3, 6, b) 0/ ={x|x é um número natural e 3-x=4}
7 e 8. c) 0/ ={x|x≠x}
b) {a; b; m} indica o conjunto constituído pelos elementos a,
b e m. 4 - Subconjunto
Sejam A e B dois conjuntos. Se todo elemento de A é também
c) {1; {2; 3}; {3}} indica o conjunto cujos elementos são 1,
elemento de B, dizemos que A é um subconjunto de B ou A é a
{2; 3} e {3}.
parte de B ou, ainda, A está contido em B e indicamos por A Ì B.
Pela propriedade de seus elementos Simbolicamente:
Conhecida uma propriedade P que caracteriza os elementos de
um conjunto A, este fica bem determinado. A ⊂ B ⇔ ( ∀ x)(x ∈ A
∀ ⇒ x ∈ B)
O termo “propriedade P que caracteriza os elementos de um
conjunto A” significa que, dado um elemento x qualquer temos: Portanto, A Ë B significa que A não é um subconjunto de B ou
x Î A se, e somente se, x satisfaz P. A não é parte de B ou, ainda, A não está contido em B. Por outro
x Ï A se, e somente se, x não satisfaz P. lado, A Ë B se, e somente se, existe, pelo menos, um elemento de
Assim sendo, o conjunto dos elementos x que possuem a A que não é elemento de B. Simbolicamente:
propriedade P é indicado por:
{x, tal que x tem a propriedade P}
A ⊄ B ⇔ ( ∃ x)(x ∈ A e x∉ B)
Uma vez que “tal que” pode ser denotado por t.q. ou | ou Exemplos
ainda: , podemos indicar o mesmo conjunto por: a) {2.4}Ì {2,3,4}, pois 2 Î {2,3,4} e 4 Î {2,3,4}
{x, t . q . x tem a propriedade P} ou b) {2,3,4}Ë {2,4}, pois 3 Ï {2,4}
{x | x tem a propriedade P} ou, ainda, c) {5,6} Ì {5,6}, pois 5 Î{5,6} e 6 Î {5,6}
{x :x tem a propriedade P }
Inclusão e pertinência
Exemplos A definição de subconjunto estabelece um relacionamento
a) { x, t.q. x é vogal } é o mesmo que {a, e, i, o, u} entre dois conjuntos e recebe o nome de relação de inclusão ( Ì ).
b) {x | x é um número natural menor que 4 } é o mesmo que A relação de pertinência ( Î ) estabelece um relacionamento
{0, 1, 2, 3} entre um elemento e um conjunto e, portanto, é diferente da
c) {x : x é um número inteiro e x² = x } é o mesmo que {0, 1} relação de inclusão.

Pelo diagrama de Venn-Euler Simbolicamente


O diagrama de Venn-Euler consiste em representar o conjunto
através de um “círculo” de tal forma que seus elementos e somente x ∈ A ⇔ {x} ⊂ A
eles estejam no “círculo”.
Exemplos x∉A ⇔ {x} ⊄ A
a) Se A = {a, e, i, o, u} então

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RACÍOCINIO LÓGICO

5 - Igualdade 7 - Propriedades
Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é igual a B e Seja A um conjunto qualquer e 0
/ o conjunto vazio.
indicamos por A = B se, e somente se, A é subconjunto de B e B é Valem as seguintes propriedades
também subconjunto de A.Simbolicamente:

A=B ⇔ A ⊂ B e B ⊂ A 0/ ≠ {0/ } 0/ Ï 0/ 0/ Ì 0/ 0/ Î {0/ }

Demonstrar que dois conjuntos A e B são iguais equivale,


segundo a definição, a demonstrar que AÌB e BÌA.
0/ Ì A ↔ 0/ Î P(A) A Ì A ↔ A Î P(A)
Segue da definição que dois conjuntos são iguais se, e somente
se, possuem os mesmos elementos. Se A tem n elementos então A possui 2n subconjuntos e,
Portanto A ≠ B significa que A é diferente de B. Portanto A≠B portanto, P(A) possui 2n elementos
se, e somente se, A não é subconjunto de B ou B não é subconjunto Exercícios Feitos
de A. Simbolicamente: 1 - Assinale a Falsa:
a) 0/ Ì {3}
A≠B ⇔ A ⊄ B ou B ⊄ A b) (3) Ì{3}
c) 0/ Ï {3}
d) 3 Î {3}
Exemplos e) 3={3}
a){2,4} = {4,2}, pois {2,4} Ì {4,2} e {4,2}Ì{2,4}. Isto nos Resolução
mostra que a ordem dos elementos de um conjunto não deve ser A ligação entre elemento e conjunto é estabelecida pela
levada em consideração. Em outras palavras, um conjunto fica relação de pertinência (Î) e não pela relação de igualdade (=).
determinado pelos elementos que o mesmo possui e não pela Assim sendo, 3Î{3} e 3≠{3}. De um modo geral, x ≠ {x}, ∀ x.
ordem em que esses elementos são descritos.
b) {2,2,2,4} = {2,4}, pois {2,2,2,4} Ì {2,4} e {2,4} Ì {2,2,2,4}. Resposta: E
Isto nos mostra que a repetição de elementos é desnecessária.
2 - Seja o conjunto A = { 1, 2, 3, {3}, {4}, {2, 5}}. Classifique
c) {a,a} = {a} as afirmações em verdadeiras (V) ou falsas (F).
d) {a,b = {a} ↔ a= b a) 2 Î A b) (2) Î A
e){1,2} = {x,y} ↔ (x=1 e y = 2) ou (x = 2 e y = 1) c) 3 Î A d) (3) Î A
e) 4 Î A f) (4) Î A
6 - Conjunto das partes g) 5 Î A h)(5) Î A
Definição i) {2;5} Î A j) 3 Ì A
Dado um conjunto A podemos construir um novo conjunto k) (3) Ì A l) (4) Ì A
formado por todos os subconjuntos (partes) de A. Esse novo m) {{4}} Ì A n) {2,5} Ì A
conjunto chama-se conjunto dos subconjuntos (ou das partes) de A o){{2,5}} Ì A p){1,2,3} Ì A
e é indicado por P(A). Simbolicamente:
Resolução
a) Verdadeira, pois 2 é elemento de A.
P(A)={X|X ⊂ A b) Falsa, pois {2} não é elemento de A.
} c) Verdadeira, pois 3 é elemento de A.
ou
d) Verdadeira, pois {3} é elemento de A.
e) Falsa, pois 4 não é elemento de A.
X ⊂ P(A) ⇔ X⊂A f) Verdadeira, pois {4} é elemento de A.
g) Falsa, pois 5 não é elemento de A.
Exemplos
h) Falsa, pois {5} não é elemento de A.
a) A = {2, 4, 6} i) Verdadeira, pois {2, 5} é elemento de A.
P(A) = { 0
/ , {2}, {4}, {6}, {2,4}, {2,6}, {4,6}, A} j) Falsa, pois a relação de inclusão (Ì) está definida para dois
conjuntos.
b) B = {3,5} k) Verdadeira, pois 3 é elemento de A.
l) Falsa, pois 4 não é elemento de A.
P(B) = { 0
/ , {3}, {5}, B} m) Verdadeira, pois {4} é elemento de A.
n) Falsa, pois 5 não é elemento de A.
c) C= {8} o) Verdadeira, pois {2, 5} é elemento de A.
P(C) = { 0 p) Verdadeira, pois 1 é elemento de A, 2 é elemento de A e 3
/ , C} é elemento de A.
d)D = 0/
P(D) = { 0/}

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RACÍOCINIO LÓGICO

3 - Um conjunto A possui 5 elementos . Quantos subconjuntos 10 - Subtração


(partes) possui o conjunto A? Definição
A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto formado
Resolução por todos os elementos que pertencem a A e não pertencem a B.
Lembrando que: “Se A possui k elementos, então A possui 2k
Representa-se por A – B. Simbolicamente:
subconjuntos”, concluímos que o conjunto A, de 5 elementos, tem
25 = 32 subconjuntos.
Resposta: 32 A-B={X|X ∈ A e X ∉ B}
4 - Sabendo-se que um conjunto A possui 1024 subconjuntos, A B
quantos elementos possui o conjunto A?
Resolução
Se k é o número de elementos do conjunto A, então 2k é o
número de subconjuntos de A. Assim sendo:
2k=1024 ↔ 2k=210 ↔ k=10 A-B

Resposta: 10 elementos O conjunto A – B é também chamado de conjunto complementar


8 - União de conjuntos
Definição de B em relação a A, representado por CAB. Simbolicamente:
A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto formado
por todos os elementos que pertencem a A ou a B. Representa-se CAB=A-B{X|X ∈ A e X ∉ B}
por AÈB. Simbolicamente:
Exemplos
A ∪ B={X|X ∈ A ou X ∈ B} a) A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2}
CAB=A-B={1,3} e CBA=B-A= 0 /
A B
b) A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}
CAB=A-B={1} e CBA=B-A={4}

AÈB c) A = {0, 2, 4} e B = {1 ,3 ,5}


CAB=A-B={0,2,4} e CBA=B-A={1,3,5}
Exemplos Observações
a) {2,3}È{4,5,6}={2,3,4,5,6} a) Alguns autores preferem utilizar o conceito de completar
b) {2,3,4}È{3,4,5}={2,3,4,5} de B em relação a A somente nos casos em que BÌA.
c) {2,3}È{1,2,3,4}={1,2,3,4} b) Se BÌA representa-se por Ì o conjunto complementar de B
d) {a,b} È 0/ {a,b} em relação a A. Simbolicamente:
9 - Intersecção de conjuntos
Definição B⊂A ⇔ B =A-B=CAB
A intersecção dos conjuntos A e B é o conjunto formado por
todos os elementos que pertencem, simultaneamente, a A e a B.
Representa-se por AÇB. Simbolicamente: B

A ∩ B={X|X ∈ A ou X ∈ B}
B
A B

Exemplos
AÇB Seja S = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. Então:
Exemplos a) A = {2, 3, 4} → A= {0, 1, 5, 6}
a) {2,3,4}Ç{3,5}={3} b) B = {3, 4, 5, 6 } → B= {0, 1, 2}
b) {1,2,3}Ç{2,3,4}={2,3}
C =0
/ → C= S
c) {2,3}Ç{1,2,3,5}={2,3}
d) {2,4}Ç{3,5,7}= 0
/
11 - Número de elementos de um conjunto
Sendo X um conjunto com um número finito de elementos,
Observação
representa-se por n(X) o número de elementos de X. Sendo, ainda,
Se AÇB=0
/ , dizemos que A e B são conjuntos disjuntos. A e B dois conjuntos quaisquer, com número finito de elementos
temos:
A B
n(A ∪ B)=n(A)+n(B)-n(A ∩ B)

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RACÍOCINIO LÓGICO

AÈBÈC={1,3,4,5,6,7,8}
A ∩ B= φ0/ ⇒ n(A ∪ B)=n(A)+n(B)
A B

·1 ·3 ·7
·4
·6 ·5
n(A-B)=n(A)-n(AÇB) f) ·8

AÇBÇC={4}
B ⊂ A ⇒ n(A-B)=n(A)-n(B)
A B

·1 ·3 ·7
Exercícios Resolvidos ·6
·4
·5
12 - Dados os conjuntos A = {1; 3; 4; 6}, B = {3; 4 ; 5; 7} e C g)
·8
= {4; 5; 6; 8 } pede-se: C
a) AÈB b) AÇB (AÈB)ÇC={4;5;6}
c) AÈC d) AÇC
e)A BÈC f) AÇBÇC A B

g) (AÈB)ÇC h) A-B ·1 ·3 ·7
i) (AÈB)-C j)CCA ·6
·4
·5
h) ·8
Resolução C
Representando os conjuntos A, B e C através do diagrama de
A-B={1;6}
Venn-Euler, temos:
A B
A B
·1 ·3 ·7
·1 ·3 ·7
·4
·4
·6 ·5
a)
·6 ·5
i)
·8 ·8
C
C

AÈB={1,3,4,5,6,7} (AÈB)-C={1,3,7}
A B
A B
·1 ·3 ·7
·1 ·3 ·7
·4
·4 ·6 ·5
·6 ·5 j)
b) ·8
·8
C
C
CCA=C-A={5,8}
AÇB={3,4}
A B 13 – Considere os conjuntos: S={1,2,3,4,5} e A={2,4}.
·1 ·3 ·7 Determine o conjunto X de tal forma que:
XÇA=0
/
·4
·6 ·5 e XÈA=S
c)
·8

C Resolução
AÈC={1,3,4,5,6,8} Como XÇA=0 / e XÈA=S, então X=A =S-A=CsA
→ X={1;3;5}
A B

·1 ·3 ·7 A S
·4 ·1
·6 ·5 ·2
d) ·3
·8 ·4
·5
X
C

Resposta: x={1;3;5}
AÇC={4,6}
A B 14 – Seja A e X conjuntos. Sabendo-se que AÌX e A X={2,3,4},
·1 ·3 ·7 determine o conjunto X.
·4
·6 ·5
e) Resolução
·8
Como AÌX, então A X=X={2;3;4}
C
Resposta: X={2;3;4}

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RACÍOCINIO LÓGICO

15 – Dados três conjuntos finitos A,B e C, determinar o Trata-se, portanto, da combinação de 3 elementos, classe 5,
número de elementos de AÇ(BÈC), sabendo-se: com repetição. O resultado é dado por:
a) AÇB tem 26 elementos 7.6
b) AÇC tem 10 elementos A2*6 ,3 =C3+5-1,5=C7,5=C7,2= =21
c) AÇB tem 7 elementos 2!
Resolução 04 – Numa cesta existem peras, maçãs, laranjas e bananas.
De acordo com o enunciado, temos: Existem pelo menos três de cada tipo e as frutas de mesmo tipo são
todas iguais. De quantas maneiras diferentes e possível escolher:
A B
a a) Três frutas de tipos diferentes?
b
7 b) Três frutas?
Resolução
C
4.3.2
a) C4,3= =4
n(AÇBÇC)=7 3.2.1
n(AÇB)=a+7=26 → a=19
Observe quais são as 4 maneiras possíveis:
n(AÇC)=b+7=10 → b=3
Assim sendo: PML PMB PLB MLB
A B A B 4.3.2
=
a
7 b) A2*6 ,3 =C4+3-1,3=C6,3= =20
3.2.1
Ç b

C C
Observe quais são as 20 maneiras possíveis:
e portanto n[AÇ(BÈC)]=a+7+b=19+7+3
Logo: n[AÇ(BÈC)]=29
PPP PLL MMM MLB
16 – Numa escola mista existem 42 meninas, 24 crianças PPM PBB MML LLL
ruivas, 13 meninos não ruivos e 9 meninas ruivas. Pergunta-se PPL PLB MMB LLB
a) quantas crianças existem na escola?
b) quantas crianças são meninas ou são ruivas? PPB PLM MLL LBB
Resolução PMM PMB MBB BBB
Meninos Meninas
A B
Ruivos Ruivos

x 9 CONJUNTO DOS NÚMEROS


C D
INTEIROS (Z)
Não

13 y

Sejam:
A o conjunto dos meninos ruivos e n(A)=x Conhecemos o conjunto N dos números naturais: N = {0, 1,
B o conjunto das meninas ruivas e n(B)=9 2, 3, 4, 5, .....,}
C o conjunto dos meninos não-ruivos e n(C)=13 Assim, os números precedidos do sinal + chamam-se
D o conjunto das meninas não-ruivas e n(D)=y positivos, e os precedidos de - são negativos.
De acordo com o enunciado temos:
Exemplos:
n( B ∪ D) = n( B ) + n( D) = 9 + y = 42
42 ⇔ y = 333 Números inteiros positivos: {+1, +2, +3, +4, ....}
 Números inteiros negativos: {-1, -2, -3, -4, ....}
n( A ∪ D) = n( A) + n( B ) = x + 9 = 24
24 ⇔ x = 1515
O conjunto dos números inteiros relativos é formado
Assim sendo pelos números inteiros positivos, pelo zero e pelos números
a) O número total de crianças da escola é: inteiros negativos. Também o chamamos de CONJUNTO DOS
n( A ∪ B ∪ C ∪ D) = n( A) + n( B) + n(C ) + n( D) = 15
15 + 9 +13
13 + 33
3 = 70
70
NÚMEROS INTEIROS e o representamos pela letra Z, isto é: Z =
b)O número de crianças que são meninas ou são ruivas é: {..., -3, -2, -1, 0, +1, +2, +3, ... }
n[( A ∪ B) ∪ ( B ∪ D)] = n( A) + n( B) + n( D) = 15
15 + 9 + 33
3 = 57
57
A B O zero não é um número positivo nem negativo. Todo número
positivo é escrito sem o seu sinal positivo.
C D
Exemplo: + 3 = 3 ; +10 = 10
Então, podemos escrever: Z = {..., -3, -2, -1, 0 , 1,
2, 3, ...}
N é um subconjunto de Z.

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RACÍOCINIO LÓGICO

REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA 3ª) ELEMENTO NEUTRO


Cada número inteiro pode ser representado por um ponto Se a é um número inteiro qualquer, temos: a+ 0 = a e 0 + a = a
sobre uma reta. Por exemplo: Isto significa que o zero é elemento neutro para a adição.
... -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 ...
... C’ B’ A’ 0 A B C D ... Exemplo: (+2) + 0 = +2 e 0 + (+2) = +2
Ao ponto zero, chamamos origem, corresponde o número
zero. 4ª) OPOSTO OU SIMÉTRICO
Se a é um número inteiro qualquer, existe um único número
Nas representações geométricas, temos à direita do zero os oposto ou simétrico representado por (-a), tal que: (+a) + (-a) = 0
números inteiros positivos, e à esquerda do zero, os números = (-a) + (+a)
inteiros negativos.
Observando a figura anterior, vemos que cada ponto é a Exemplos: (+5) + ( -5) = 0 ( -5) + (+5) = 0
representação geométrica de um número inteiro. 5ª) COMUTATIVA
Se a e b são números inteiros, então:
Exemplos: a+b=b+a
 ponto C é a representação geométrica do número +3
 ponto B’ é a representação geométrica do número -2 Exemplo: (+4) + (-6) = (-6) + (+4)
-2 = -2
ADIÇÃO DE DOIS NÚMEROS INTEIROS SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS
1) A soma de zero com um número inteiro é o próprio número Em certo local, a temperatura passou de -3ºC para 5ºC,
inteiro: 0 + (-2) = -2 sofrendo, portanto, um aumento de 8ºC, aumento esse que pode
ser representado por: (+5) - (-3) = (+5) + (+3) = +8
2) A soma de dois números inteiros positivos é um número
inteiro positivo igual à soma dos módulos dos números dados:
Portanto:
(+700) + (+200) = +900
A diferença entre dois números dados numa certa ordem é a
3) A soma de dois números inteiros negativos é um número soma do primeiro com o oposto do segundo.
inteiro negativo igual à soma dos módulos dos números dados:
(-2) + (-4) = -6 Exemplos: 1) (+6) - (+2) = (+6) + (-2 ) = +4
4) A soma de dois números inteiros de sinais contrários é igual 2) (-8 ) - (-1 ) = (-8 ) + (+1) = -7
à diferença dos módulos, e o sinal é o da parcela de maior módulo: 3) (-5 ) - (+2) = (-5 ) + (-2 ) = -7
(-800) + (+300) = -500 Na prática, efetuamos diretamente a subtração, eliminando os
ADIÇÃO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS INTEIROS parênteses
A soma de três ou mais números inteiros é efetuada - (+4 ) = -4
adicionando-se todos os números positivos e todos os negativos - ( -4 ) = +4
e, em seguida, efetuando-se a soma do número negativo.
Observação:
Exemplos: 1) (+6) + (+3) + (-6) + (-5) + (+8) = Permitindo a eliminação dos parênteses, os sinais podem
(+17) + (-11) = +6 ser resumidos do seguinte modo:
(+)=+ +(-)=-
- (+)=- - (- )=+
2) (+3) + (-4) + (+2) + (-8) =
(+5) + (-12) = -7
Exemplos: - ( -2) = +2 +(-6 ) = -6
- (+3) = -3 +(+1) = +1
PROPRIEDADES DA ADIÇÃO
A adição de números inteiros possui as seguintes propriedades: PROPRIEDADE DA SUBTRAÇÃO
A subtração possui uma propriedade.
1ª) FECHAMENTO
A soma de dois números inteiros é sempre um número inteiro: FECHAMENTO: A diferença de dois números inteiros é
(-3) + (+6) = + 3 ∈ Z sempre um número inteiro.

2ª) ASSOCIATIVA MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS


Se a, b, c são números inteiros quaisquer, então: a + (b + c) 1º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS INTEIROS
= (a + b) + c POSITIVOS

Lembremos que: 3 . 2 = 2 + 2 + 2 = 6
Exemplo:(+3) +[(-4) + (+2)] = [(+3) + (-4)] + (+2) Exemplo:
(+3) + (-2) = (-1) + (+2) (+3) . (+2) = 3 . (+2) = (+2) + (+2) + (+2) = +6
+1 = +1 Logo: (+3) . (+2) = +6

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RACÍOCINIO LÓGICO

Observando essa igualdade, concluímos: na multiplicação de 1ª) FECHAMENTO


números inteiros, temos: Exemplo: (+4 ) . (-2 ) = - 8 ∈ Z
(+) . (+) =+ Então o produto de dois números inteiros é inteiro.

2º CASO: UM FATOR É POSITIVO E O OUTRO É 2ª) ASSOCIATIVA


NEGATIVO Exemplo: (+2 ) . (-3 ) . (+4 )
Exemplos: Este cálculo pode ser feito diretamente, mas também podemos
1) (+3) . (-4) = 3 . (-4) = (-4) + (-4) + (-4) = -12 fazê-lo, agrupando os fatores de duas maneiras:
ou seja: (+3) . (-4) = -12 (+2 ) . [(-3 ) . (+4 )] = [(+2 ) . ( -3 )]. (+4 )
(+2 ) . (-12) = (-6 ) . (+4 )
-24 = -24
2) Lembremos que: -(+2) = -2
(-3) . (+5) = - (+3) . (+5) = -(+15) = - 15
De modo geral, temos o seguinte:
ou seja: (-3) . (+5) = -15 Se a, b, c representam números inteiros quaisquer, então: a .
(b . c) = (a . b) . c
Conclusão: na multiplicação de números inteiros, temos: ( +
).(-)=- (-).(+)=- 3ª) ELEMENTO NEUTRO
Exemplos : Observe que:
(+5) . (-10) = -50 (+4 ) . (+1 ) = +4 e (+1 ) . (+4 ) = +4
(+1) . (-8) = -8
(-2 ) . (+6 ) = -12 (-7) . (+1) = -7 Qualquer que seja o número inteiro a, temos:
a . (+1 ) = a e (+1 ) . a = a
3º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS
INTEIROS NEGATIVOS O número inteiro +1 chama-se neutro para a multiplicação.
Exemplo: (-3) . (-6) = -(+3) . (-6) = -(-18) = +18
4ª) COMUTATIVA
isto é: (-3) . (-6) = +18 Observemos que: (+2). (-4 ) = - 8
e (-4 ) . (+2 ) = - 8
Conclusão: na multiplicação de números inteiros, temos: ( - ) Portanto: (+2 ) . (-4 ) = (-4 ) . (+2 )
.(-)=+
Se a e b são números inteiros quaisquer, então: a . b = b . a,
Exemplos: (-4) . (-2) = +8 (-5) . (-4) = +20 isto é, a ordem dos fatores não altera o produto.

As regras dos sinais anteriormente vistas podem ser resumidas


na seguinte: 5ª) DISTRIBUTIVA EM RELAÇÃO À ADIÇÃO E À
(+).(+)=+ (+).(-)=- SUBTRAÇÃO
(- ).( -)=+ (-).(+)=- Observe os exemplos:
(+3 ) . [( -5 ) + (+2 )] = (+3 ) . ( -5 ) + (+3 ) . (+2 )
(+4 ) . [( -2 ) - (+8 )] = (+4 ) . ( -2 ) - (+4 ) . (+8 )
Quando um dos fatores é o 0 (zero), o produto é igual a 0:
(+5) . 0 = 0 Conclusão:
Se a, b, c representam números inteiros quaisquer, temos:
PRODUTO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS INTEIROS a) a . [b + c] = a . b + a . c
Exemplos: 1) (+5 ) . ( -4 ) . (-2 ) . (+3 ) = A igualdade acima é conhecida como propriedade
(-20) . (-2 ) . (+3 ) = distributiva da multiplicação em relação à adição.
(+40) . (+3 ) = +120 b) a . [b – c] = a . b - a . c
2) (-2 ) . ( -1 ) . (+3 ) . (-2 ) = A igualdade acima é conhecida como propriedade
(+2 ) . (+3 ) . (-2 ) = distributiva da multiplicação em relação à subtração.
(+6 ) . (-2 ) = -12
DIVISÃO DE NÚMEROS INTEIROS
Podemos concluir que: CONCEITO
Dividir (+16) por 2 é achar um número que, multiplicado por
- Quando o número de fatores negativos é par, o produto
2, dê 16.
sempre é positivo.
16 : 2 = ? ⇔ 2 . ( ? ) = 16
- Quando o número de fatores negativos é ímpar, o produto
sempre é negativo. O número procurado é 8. Analogamente, temos:
PROPRIEDADES DA MULTIPLICAÇÃO 1) (+12) : (+3 ) = +4 porque (+4 ) . (+3 ) = +12
No conjunto Z dos números inteiros são válidas as seguintes 2) (+12) : ( -3 ) = - 4 porque (- 4 ) . ( -3 ) = +12
propriedades: 3) ( -12) : (+3 ) = - 4 porque (- 4 ) . (+3 ) = -12
4) ( -12) : ( -3 ) = +4 porque (+4 ) . ( -3 ) = -12

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RACÍOCINIO LÓGICO

A divisão de números inteiros só pode ser realizada quando Observamos que: (+2)4 = +16 e (-2)4 = +16
o quociente é um número inteiro, ou seja, quando o dividendo é
múltiplo do divisor. Então, de modo geral, temos a regra:

Portanto, o quociente deve ser um número inteiro. Quando o expoente é par, a potência é sempre um número
Exemplos: positivo.
( -8 ) : (+2 ) = -4
( -4 ) : (+3 ) = não é um número inteiro Outros exemplos: (-1)6 = +1 (+3)2 = +9

Lembramos que a regra dos sinais para a divisão é a mesma O EXPOENTE É ÍMPAR
que vimos para a multiplicação: Calcular as potências:
(+):(+)=+ (+):( -)=- 1) (+2 )3 = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +8
(- ):( -)=+ ( -):(+)=- isto é, (+2)3 = + 8
2) ( -2 )3 = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = -8
Exemplos: ou seja, (-2)3 = -8
( +8 ) : ( -2 ) = -4 (-10) : ( -5 ) = +2 Observamos que: (+2 )3 = +8 e ( -2 )3 = -8
(+1 ) : ( -1 ) = -1 (-12) : (+3 ) = -4
Daí, a regra:
PROPRIEDADE
Quando o expoente é ímpar, a potência tem o mesmo sinal da
Como vimos: (+4 ) : (+3 ) ∉ Z base.

Portanto, não vale em Z a propriedade do fechamento para Outros exemplos: (- 3) 3 = - 27 (+2)4 = +16
a divisão. Alem disso, também não são válidas as proposições
associativa, comutativa e do elemento neutro. PROPRIEDADES

PRODUTO DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE


POTENCIAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS Exemplos: (+2 )3 . (+2 )2 = (+2 )3+22 = (+2 )5
( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 )5 = ( -2 ) 2 + 3 + 5 = ( -2 )10
2 3
CONCEITO
Para multiplicar potências de mesma base, mantemos a base e
A notação
somamos os expoentes.
(+2 )3 = (+2 ) . (+2 ) . (+2 )
QUOCIENTE DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE
(+2 ) 5 : (+2 )2 = (+2 )5-2 = (+2 )3
é um produto de três fatores iguais
( -2 )7 : ( -2 )3 = ( -2 )7-3 = ( -2 )4
Analogamente:
Para dividir potências de mesma base em que o expoente do
( -2 )4 = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 )
dividendo é maior que o expoente do divisor, mantemos a base e
subtraímos os expoentes.
é um produto de quatro fatores iguais
POTÊNCIA DE POTÊNCIA
Portanto potência é um produto de fatores iguais. [( -4 )3]5 = ( -4 )3 . 5 = ( -4 )15
Para calcular uma potência de potência, conservamos a base
Na potência (+5 )2 = +25, temos: da primeira potência e multiplicamos os expoentes .
+5 ---------- base
2 ---------- expoente POTÊNCIA DE UM PRODUTO
+25 ---------- potência [( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )]4 = ( -2 )4 . (+3 )4 . ( -5 )4

0bservacões : Para calcular a potência de um produto, sendo n o expoente,


(+2 ) 1 significa +2, isto é, (+2 )1 = +2 elevamos cada fator ao expoente n.
( -3 )1 significa -3, isto é, ( -3 )1 = -3
CÁLCULOS POTÊNCIA DE EXPOENTE ZERO
(+2 )5 : (+2 )5 = (+2 )5-5 = (+2 )0
O EXPOENTE É PAR e (+2 )5 : (+2 )5 = 1
Calcular as potências
1) (+2 )4 = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +16 isto é, Consequentemente: (+2 )0 = 1 ( -4 )0 = 1
(+2) = +16
4

2) ( -2 )4 = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = +16 isto é, Qualquer potência de expoente zero é igual a 1.


(-2 )4 = +16

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RACÍOCINIO LÓGICO

Observação: POTÊNCIA DE UM PRODUTO


Não confundir -32 com ( -3 )2, porque -32 significa -( 3 )2 e [( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )]4 = ( -2 )4 . (+3 )4 . ( -5 )4
portanto Para calcular a potência de um produto, sendo n o expoente,
-32 = -( 3 )2 = -9 elevamos cada fator ao expoente n.
enquanto que: ( -3 )2 = ( -3 ) . ( -3 ) = +9
Logo: -3 2 ≠ ( -3 )2 POTÊNCIA DE EXPOENTE ZERO
(+2 )5 : (+2 )5 = (+2 )5-5 = (+2 )0
CÁLCULOS e (+2 )5 : (+2 )5 = 1
Consequentemente: (+2 )0 = 1 ( -4 )0 = 1
O EXPOENTE É PAR Qualquer potência de expoente zero é igual a 1.
Calcular as potências
(+2 )4 = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +16 isto é, (+2)4 = +16 Observação: Não confundir-32 com (-3)2, porque -32 significa
( -2 )4 = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = +16 isto é, (-2 )4 = +16 -( 3 )2 e portanto: -32 = -( 3 )2 = -9
enquanto que: ( -3 )2 = ( -3 ) . ( -3 ) = +9
Observamos que: (+2)4 = +16 e (-2)4 = +16 Logo: -3 2 ≠ ( -3 )2

Então, de modo geral, temos a regra: NÚMEROS PARES E ÍMPARES


Quando o expoente é par, a potência é sempre um número Os pitagóricos estudavam à natureza dos números, e baseado
positivo. nesta natureza criaram sua filosofia e modo de vida. Vamos definir
números pares e ímpares de acordo com a concepção pitagórica:
Outros exemplos: (-1)6 = +1 (+3)2 = +9 • par é o número que pode ser dividido em duas partes iguais,
sem que uma unidade fique no meio, e ímpar é aquele que não pode
O EXPOENTE É ÍMPAR ser dividido em duas partes iguais, porque sempre há uma unidade
no meio
Exemplos:
Calcular as potências:
Uma outra caracterização, nos mostra a preocupação com à
1) (+2 )3 = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +8 natureza dos números:
isto é, (+2)3 = + 8 • número par é aquele que tanto pode ser dividido em duas
2) ( -2 )3 = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = -8 partes iguais como em partes desiguais, mas de forma tal que em
ou seja, (-2)3 = -8 nenhuma destas divisões haja uma mistura da natureza par com a
natureza ímpar, nem da ímpar com a par. Isto tem uma única exceção,
Observamos que: (+2 )3 = +8 e ( -2 )3 = -8 que é o princípio do par, o número 2, que não admite a divisão em
partes desiguais, porque ele é formado por duas unidades e, se isto
pode ser dito, do primeiro número par, 2.
Daí, a regra:
Quando o expoente é ímpar, a potência tem o mesmo sinal da Para exemplificar o texto acima, considere o número 10, que é
base. par, pode ser dividido como a soma de 5 e 5, mas também como a
Outros exemplos: (- 3) 3 = - 27 (+2)4 = +16 soma de 7 e 3 (que são ambos ímpares) ou como a soma de 6 e 4
(ambos são pares); mas nunca como a soma de um número par e outro
ímpar. Já o número 11, que é ímpar pode ser escrito como soma de 8
PROPRIEDADES
e 3, um par e um ímpar. Atualmente, definimos números pares como
PRODUTO DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE sendo o número que ao ser dividido por dois têm resto zero e números
Exemplos: (+2 )3 . (+2 )2 = (+2 )3+22 = (+2 )5 ímpares aqueles que ao serem divididos por dois têm resto diferente
( -2 )2 . ( -2 )3 . ( -2 )5 = ( -2 ) 2 + 3 + 5 = ( -2 )10 de zero. Por exemplo, 12 dividido por 2 têm resto zero, portanto 12
é par. Já o número 13 ao ser dividido por 2 deixa resto 1, portanto 13
Para multiplicar potências de mesma base, mantemos a base e é ímpar.
somamos os expoentes.
MÚLTIPLOS E DIVISORES
QUOCIENTE DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE DIVISIBILIDADE
(+2 ) 5 : (+2 )2 = (+2 )5-2 = (+2 )3 Um número é divisível por 2 quando termina em 0, 2, 4, 6 ou 8.
( -2 )7 : ( -2 )3 = ( -2 )7-3 = ( -2 )4 Ex.: O número 74 é divisível por 2, pois termina em 4.
Para dividir potências de mesma base em que o expoente do
dividendo é maior que o expoente do divisor, mantemos a base e Um número é divisível por 3 quando a soma dos valores absolutos
dos seus algarismos é um número divisível por 3. Ex.: 123 é divisível
subtraímos os expoentes.
por 3, pois 1+2+3 = 6 e 6 é divisível por 3
POTÊNCIA DE POTÊNCIA Um número é divisível por 5 quando o algarismo das unidades é
[( -4 )3]5 = ( -4 )3 . 5 = ( -4 )15 0 ou 5 (ou quando termina em o ou 5). Ex.: O número 320 é divisível
Para calcular uma potência de potência, conservamos a base por 5, pois termina em 0.
da primeira potência e multiplicamos os expoentes .

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RACÍOCINIO LÓGICO

Um número é divisível por 10 quando o algarismo das unidades DIVISORES DE UM NÚMERO


é 0 (ou quando termina em 0). Ex.: O número 500 é divisível por 10, Consideremos o número 12 e vamos determinar todos os seus
pois termina em 0. divisores Uma maneira de obter esse resultado é escrever os números
naturais de 1 a 12 e verificar se cada um é ou não divisor de 12,
NÚMEROS PRIMOS assinalando os divisores.
Um número natural é primo quando é divisível apenas por dois 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 - 11 - 12
números distintos: ele próprio e o 1. = = = = = ==
Indicando por D(12) (lê-se: “D de 12”) o conjunto dos divisores
Exemplos: do número 12, temos:
• O número 2 é primo, pois é divisível apenas por dois números D (12) = { 1, 2, 3, 4, 6, 12}
diferentes: ele próprio e o 1.
• O número 5 é primo, pois é divisível apenas por dois números Na prática, a maneira mais usada é a seguinte:
distintos: ele próprio e o 1. 1º) Decompomos em fatores primos o número considerado.
• O número natural que é divisível por mais de dois números 12 2
diferentes é chamado composto. 6 2
• O número 4 é composto, pois é divisível por 1, 2, 4. 3 3
• O número 1 não é primo nem composto, pois é divisível apenas 1
por um número (ele mesmo).
2º) Colocamos um traço vertical ao lado os fatores primos e, à
• O número 2 é o único número par primo.
sua direita e acima, escrevemos o numero 1 que é divisor de todos
os números.
DECOMPOSIÇÃO EM FATORES PRIMOS 1
(FATORAÇÃO) 12 2
Um número composto pode ser escrito sob a forma de um 6 2
produto de fatores primos. 3 3
1
Por exemplo, o número 60 pode ser escrito na forma: 60 = 2 . 2 .
3 . 5 = 22 . 3 . 5 que é chamada de forma fatorada. 3º) Multiplicamos o fator primo 2 pelo divisor 1 e escrevemos o
produto obtido na linha correspondente.
Para escrever um número na forma fatorada, devemos decompor x1
esse número em fatores primos, procedendo do seguinte modo: 12 2 2
6 2
Dividimos o número considerado pelo menor número primo 3 3
possível de modo que a divisão seja exata. 1
4º) Multiplicamos, a seguir, cada fator primo pelos divisores
Dividimos o quociente obtido pelo menor número primo possível. já obtidos, escrevendo os produtos nas linhas correspondentes,
Dividimos, sucessivamente, cada novo quociente pelo menor sem repeti-los.
número primo possível, até que se obtenha o quociente 1.
x1
Exemplo: 12 2 2
6 2 4
3 3
1

x1
12 2 2
Portanto: 60 = 2 . 2 . 3 . 5 6 2 4
3 3 3, 6, 12
Na prática, costuma-se traçar uma barra vertical à direita do 1
número e, à direita dessa barra, escrever os divisores primos; abaixo
do número escrevem-se os quocientes obtidos. A decomposição em Os números obtidos à direita dos fatores primos são os divisores
fatores primos estará terminada quando o último quociente for igual do número considerado. Portanto:
a 1. D(12) = { 1, 2, 4, 3, 6, 12}
Exemplo: Exemplos:
60 2
1)
30 2
15 3 1
5 5 18 2 2
1 9 3 3, 6 D(18) = {1, 2 , 3, 6, 9, 18}
3 3 9, 18
Logo: 60 = 2 . 2 . 3 . 5 1

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RACÍOCINIO LÓGICO

2) Observação: Esse processo prático costuma ser simplificado


1 fazendo-se uma decomposição simultânea dos números. Para isso,
30 2 2 escrevem-se os números, um ao lado do outro, separando-os por
15 3 3, 6 vírgula, e, à direita da barra vertical, colocada após o último número,
5 5 5, 10, 15, 30 escrevem-se os fatores primos comuns e não-comuns. 0 calculo estará
1 terminado quando a última linha do dispositivo for composta somente
pelo número 1. O M.M.C dos números apresentados será o produto
D(30) = { 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30} dos fatores.

MÁXIMO DIVISOR COMUM


Exemplo:
Recebe o nome de máximo divisor comum de dois ou mais
números o maior dos divisores comuns a esses números.
Calcular o M.M.C (36, 48, 60)
Um método prático para o cálculo do M.D.C. de dois números é o 36, 48, 60 2
chamado método das divisões sucessivas (ou algoritmo de Euclides), 18, 24, 30 2
que consiste das etapas seguintes: 9, 12, 15 2
9, 6, 15 2
1ª) Divide-se o maior dos números pelo menor. Se a divisão for
9, 3, 15 3
exata, o M.D.C. entre esses números é o menor deles.
3, 1, 5 3
2ª) Se a divisão não for exata, divide-se o divisor (o menor 1, 1 5 5
dos dois números) pelo resto obtido na divisão anterior, e, assim, 1, 1, 1
sucessivamente, até se obter resto zero. 0 ultimo divisor, assim
determinado, será o M.D.C. dos números considerados. Resposta: M.M.C (36, 48, 60) = 24 . 32 . 5 = 720

Exemplo: RAÍZ QUADRADA EXATA DE NÚMEROS INTEIROS


Calcular o M.D.C. (24, 32)
CONCEITO
Consideremos o seguinte problema:
32 24 24 8
Descobrir os números inteiros cujo quadrado é +25.
8 1 0 3 Solução: (+5 )2 = +25 e ( -5 )2 =+25
Resposta: +5 e -5
Resposta: M.D.C. (24, 32) = 8
Os números +5 e -5 chamam-se raízes quadradas de +25.
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM
Recebe o nome de mínimo múltiplo comum de dois ou mais Outros exemplos:
números o menor dos múltiplos (diferente de zero) comuns a esses
números. Número Raízes quadradas
+9 + 3 e -3
O processo prático para o cálculo do M.M.C de dois ou mais +16 + 4 e -4
números, chamado de decomposição em fatores primos, consiste das +1 + 1 e -1
seguintes etapas: +64 + 8 e -8
1º) Decompõem-se em fatores primos os números apresentados. +81 + 9 e -9
2º) Determina-se o produto entre os fatores primos comuns e +49 + 7 e -7
não-comuns com seus maiores expoentes. Esse produto é o M.M.C +36 +6 e -6
procurado. O símbolo 25 significa a raiz quadrada de 25, isto é 25
= +5
Exemplos: Calcular o M.M.C (12, 18) Como 25 = +5 , então: - 25
Decompondo em fatores primos esses números, temos:
Agora, consideremos este problema.
12 2 18 2
6 2 9 3
3 3 3 3 Qual ou quais os números inteiros cujo quadrado é -25?
1 1 Solução: (+5 )2 = +25 e (-5 )2 = +25
Resposta: não existe número inteiro cujo quadrado seja -25,
12 = 22 . 3 18 = 2 . 32 isto é, − 25 não existe no conjunto Z dos números inteiros.
Resposta: M.M.C (12, 18) = 22 . 32 = 36

30
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RACÍOCINIO LÓGICO

Conclusão: os números inteiros positivos têm, como raiz 1ª) Potenciação e radiciação na ordem em que aparecem.
quadrada, um número positivo, os números inteiros negativos não têm 2ª) Multiplicação e divisão na ordem em que aparecem.
raiz quadrada no conjunto Z dos números inteiros. 3ª) Adição e subtração na ordem em que aparecem.
RADICIAÇÃO
A raiz n-ésima de um número b é um número a tal que an = b. Exemplos:
n
b = a ⇒ an = b
5
32 = 2 1) 2 + 7 . (-3 + 4) =
2 + 7 . (+1) = 2+7 =9
5 índice
2) (-1 )3 + (-2 )2 : (+2 ) =
32 radicando pois 25 = 32
-1+ (+4) : (+2 ) =
raiz -1 + (+2 ) =
-1 + 2 = +1
2 radical
3) -(-4 +1) – [-(3 +1)] =
-(-3) - [-4 ] =
Outros exemplos : 3
8 = 2 pois 2 3 = 8
+3 + 4 = 7
3
− 8 = - 2 pois ( -2 )3 = -8
4) –2( -3 –1)2 +3 . ( -1 – 3)3 + 4
PROPRIEDADES (para a ≥ 0, b ≥ 0) -2 . ( -4 )2 + 3 . ( - 4 )3 + 4 =
-2 . (+16) + 3 . (- 64) + 4 =
m: p
1ª)
m
an = a n: p 15
310 = 3 3 2 -32 – 192 + 4 =
-212 + 4 = - 208

2ª) n
a ⋅b = n a ⋅ n b 6 = 2⋅ 3 5) (-288) : (-12)2 - (-125) : ( -5 )2 =
(-288) : (+144) - (-125) : (+25) =
5 4
5 (-2 ) - (- 5 ) = -2 + 5 = +3
4 =4
3ª) n
a:b = n a :n b 16 16
6) (-10 - 8) : (+6 ) - (-25) : (-2 + 7 ) =
(-18) : (+6 ) - (-25) : (+5 ) =

4ª) ( a)m
n
= m an ( x)
3
5
= 3 x5
-3 - (- 5) =
- 3 + 5 = +2

7) –52 : (+25) - (-4 )2 : 24 - 12 =


5ª)
m n
a = m⋅n a 6
3 = 12 3
-25 : (+25) - (+16) : 16 - 1 =
EXPRESSÕES NUMÉRICAS COM NÚMEROS -1 - (+1) –1 = -1 -1 –1 = -3
INTEIROS ENVOLVENDO AS QUATRO OPERAÇÕES
8) 2 . ( -3 )2 + (-40) : (+2)3 - 22 =
Para calcular o valor de uma expressão numérica com números 2 . (+9 ) + (-40) : (+8 ) - 4 =
inteiros, procedemos por etapas. +18 + (-5) - 4 =
+ 18 - 9 = +9
1ª ETAPA:
a) efetuamos o que está entre parênteses ( )
b) eliminamos os parênteses
MÉDIA ARITMÉTICA
2ª ETAPA: SIMPLES E PONDERADA
a) efetuamos o que está entre colchetes [ ]
b) eliminamos os colchetes
NOÇÃO GERAL DE MÉDIA
3º ETAPA: Considere um conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} e
a) efetuamos o que está entre chaves { } efetue uma certa operação com todos os elementos de A.
b) eliminamos as chaves Se for possível substituir cada um dos elementos do conjunto A
por um número x de modo que o resultado da operação citada seja
Em cada etapa, as operações devem ser efetuadas na seguinte o mesmo diz-se, por definição, que x será a média dos elementos
ordem: de A relativa a essa operação.

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RACÍOCINIO LÓGICO

MÉDIA ARITMÉTICA → Planos serão representados por letras gregas minúsculas;


Definição ex: β,∞,α,...
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à
adição é chamada média aritmética. Representação gráfica

Cálculo da média aritmética

Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto


numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição:

x + x + x + ... + x = x1+ x2+ x3+...+ xn

Postulados primitivos da geometria, qualquer postulado ou


n parcelas
axioma é aceito sem que seja necessária a prova, contanto que não
n . x = x1+ x2+ x3+ ... + xn e, portanto exista a contraprova.
1º Numa reta bem como fora dela há infinitos pontos distintos.
2º Dois pontos determinam uma única reta (uma e somente
uma reta).

Conclusão
A média aritmética dos n elementos do conjunto numérico A é
a soma de todos os seus elementos, dividida por n.

Exemplo: Calcular a média aritmética entre os números 3, 4,


6, 9, e 13.

Resolução 3º Pontos colineares pertencem à mesma reta.


Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto (3, 4, 6,
9, 13), então x será a soma dos 5 elementos, dividida por 5. Assim:

A média aritmética é 7.

4º Três pontos determinam um único plano.


GEOMETRIA
PLANA

INTRODUÇÃO À GEOMETRIA: PONTO, RETA,


PLANO, ÂNGULOS, POLÍGONOS CONVEXOS, CÍRCULO E
CIRCUNFERÊNCIA

A definição dos entes primitivos ponto, reta e plano é quase


impossível, o que sabe-se muito bem e aqui será o mais importante
5º Se uma reta contém dois pontos de um plano, esta reta está
é sua representação geométrica e espacial.
contida neste plano.
Representação, (notação)

→ Pontos serão representados por letras latinas maiúsculas;


ex: A, B, C,…

→ Retas serão representados por letras latinas minúsculas; ex:


a, b, c,…

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RACÍOCINIO LÓGICO

6º Duas retas são concorrentes se tiverem apenas um ponto é o ponto que é a interseção entre o plano e o segmento.
em comum. Se o ponto P estiver no plano, a distância é nula.

Planos concorrentes no espaço R3 são planos cuja interseção


é uma reta. Planos paralelos no espaço R3 são planos que não tem
interseção.
Observe que . Sendo que H está contido na Quando dois planos são concorrentes, dizemos que tais planos
reta r e na reta s. formam um diedro e o ângulo formado entre estes dois planos é
denominado ângulo diedral. Para obter este ângulo diedral, basta
Um plano é um subconjunto do espaço R3 de tal modo que tomar o ângulo formado por quaisquer duas retas perpendiculares
quaisquer dois pontos desse conjunto pode ser ligado por um aos planos concorrentes.
segmento de reta inteiramente contido no conjunto.
Um plano no espaço R3 pode ser determinado por qualquer
uma das situações:

• Três pontos não colineares (não pertencentes à mesma


reta);
• Um ponto e uma reta que não contem o ponto; Planos normais são aqueles cujo ângulo diedral é um ângulo
• Um ponto e um segmento de reta que não contem o reto (90 graus).
ponto;
• Duas retas paralelas que não se sobrepõe; Razão entre Segmentos de Reta
• Dois segmentos de reta paralelos que não se sobrepõe;
• Duas retas concorrentes;
• Dois segmentos de reta concorrentes. Segmento de reta é o conjunto de todos os pontos de uma reta
que estão limitados por dois pontos que são as extremidades do
Duas retas (segmentos de reta) no espaço R3 podem ser: segmento, sendo um deles o ponto inicial e o outro o ponto final.
paralelas, concorrentes ou reversas. Denotamos um segmento por duas letras como por exemplo, AB,
Duas retas são ditas reversas quando uma não tem interseção sendo A o início e B o final do segmento.
com a outra e elas não são paralelas. Pode-se pensar de uma rera
r desenhada no chão de uma casa e uma reta s desenhada no teto Exemplo: AB é um segmento de reta que denotamos por AB.
dessa mesma casa. A _____________ B

Não é possível dividir um segmento de reta por outro, mas é


possível realizar a divisão entre as medidas dos dois segmentos.
Consideremos os segmentos AB e CD, indicados:

Uma reta é perpendicular a um plano no espaço R3, se


A ________ B m(AB) =2cm
ela intersecta o plano em um ponto P e todo segmento de reta
contido no plano que tem P como uma de suas extremidades é C ______________ D m(CD)=5 cm
perpendicular à reta.

A razão entre os segmentos AB e CD, denotado aqui por, AB/


CD, é definida como a razão entre as medidas desse segmentos ,
isto é: AB/CD=2/5
Segmentos Proporcionais

Uma reta r é paralela a um plano no espaço R3, se existe uma


Proporção é a igualdade entre duas razões equivalentes. De
reta s inteiramente contida no plano que é paralela à reta dada.
forma semelhante aos que já estudamos com números racionais, é
Seja P um ponto localizado fora de um plano. A distância do possível eatabelecer a proporcionalidade entre segmentos de reta,
ponto ao plano é a medida do segmento de reta perpendicular ao através das medidas desse segmentos.
plano em que uma extremidade é o ponto P e a outra extremidade

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RACÍOCINIO LÓGICO

Vamos considerar primeiramente um caso particular com Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do que 90º.
quatro segmentos de reta:

m(AB)
A______B P__________Q m(PQ) =4cm
=2cm
m(CD)
C__________D R_______________S m(RS) =6cm
=3cm

A razão entre os segmentos AB e CD e a razão entre os


segmentos PQ e RS, são dadas por frações equivalentes, isto é:
AB/CD = 2/3; PQ/RS = 4/6 e como 2/3 = 4/6, segue a existência
de uma proporção entre esses quatro segmentos de reta. Isto nos
conduz à definição de segmentos proporcionais. Ângulo Central:
Diremos que quatro segmentos de reta, AB, BC, CD e DE,
nesta ordem, são proporcionais se: AB/BC = CD/DE 1 - Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o centro da
Os segmentos AB e DE são os segmentos extremos e os circunferência;
segmentos BC e CD são os segmentos meios. 2 - Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro do
A proporcionalidade acima é garantida pelo fato que existe polígono regular e cujos lados passam por vértices consecutivos
uma proporção entre os números reais que representam as medidas do polígono.
dos segmentos:

m(AB) m(CD)
=
m(BC) m(DE)

Propriedade Fundamental das proporções: Numa


proporção de segmentos, o produto das medidas dos segmentos
meios é igual ao produto das medidas dos segmentos extremos.
m(AB) · m(DE) = m(BC) · m(CD)

Feixe de Retas Paralelas

Um conjunto de três ou mais retas paralelas num plano é Ângulo Circunscrito: É o ângulo, cujo vértice não pertence à
chamado feixe de retas paralelas. A reta que intercepta as retas circunferência e os lados são tangentes à ela.
do feixe é chamada de reta transversal. As retas A, B, C e D que
aparecem no desenho anexado, formam um feixe de retas paralelas
enquanto que as retas S e T são retas transversais.

Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a uma


circunferência e seus lados são secantes a ela.

Ângulo : Do latim - angulu (canto, esquina), do grego - gonas;


reunião de duas semi-retas de mesma origem não colineares.

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RACÍOCINIO LÓGICO

Ânngulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que 90º.

Ângulos Replementares: Dois ângulos são ditos


0
replementares se a soma das suas medidas é 360 .
Ângulo Raso:
1 - É o ângulo cuja medida é 180º;
2 - É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos


Ângulo Reto: suplementares se a soma das suas medidas de dois ângulos é 180º.
1 - É o ângulo cuja medida é 90º;
2 - É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendiculares.

Poligonal: Linha quebrada, formada por vários segmentos


formando ângulos.

Ângulos Complementares: Dois ângulos são complementares


0
se a soma das suas medidas é 90 .

Grado: (gr.): Do latim - gradu; dividindo a circunferência em


400 partes iguais, a cada arco unitário que corresponde a 1/400 da
circunferência denominamos de grado.

Grau: ( º ): Do latim - gradu; dividindo a circunferência em


360 partes iguais, cada arco unitário que corresponde a 1/360 da
circunferência denominamos de grau.
Ângulos Congruentes: São ângulos que possuem a mesma
EXERCÍCIOS
medida.
1- As retas f e g são paralelas (f // g). Determine a medida
do ângulo â, nos seguintes casos:

a)

Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são opostos


pelo vértice se os lados de um são as respectivas semi-retas opostas
aos lados do outro.

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RACÍOCINIO LÓGICO

b)

c)
d)

2- As retas a e b são paralelas. Quanto mede o ângulo î?

4- Usando uma equação, determine a medida de cada


ângulo do triângulo:

3- Obtenha as medidas dos ângulos assinalados:

a)

5- Quanto mede a soma dos ângulos de um quadrado?

6- Nos relógios desenhados, qual é a medida do menor


ângulo formado pelos ponteiros de cada relógio?

b)

7- Para expressar 2/3 de 1 grau (1º) em minutos, basta


tomar:

8- Para escrever 48’ como uma parte fracionária do grau,


basta tomar:
c)
9- Para expressar 3/4 de 1’ em segundos, tomamos:

10- Na figura abaixo as retas AC e BD se interseptam no


ponto O. Pergunta-se:

36
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RACÍOCINIO LÓGICO

12 x=112º e y=68º 16 5<x<35


13 36º e 54º 17 43º e 47º
14 44º e 46º

a. Quais são ângulos agudos?


b. Quais são ângulos obtusos?
c. Quais são os nomes de quatro pares de ângulos ANOTAÇÕES
suplementares?
d. Quais ângulos são opostos pelo vértice?
e. Identifique dois ângulos que são adjacentes ao ângulo
DÔA. ——————————————————————————

——————————————————————————
11- A soma de dois ângulos adjacentes é 120 graus. Calcule
a medida de cada ângulo, sabendo que a medida de um deles é o ——————————————————————————
triplo da medida do outro menos 40 graus.
——————————————————————————
12- Dois ângulos são suplementares, a medida de um deles
é 24 graus menor do que o dobro da medida do outro.Calcule a ——————————————————————————
medida de cada ângulo.
——————————————————————————
13- Um entre dois ângulos complementares tem medida 18º
menor do que o dobro da medida do outro. Calcule as medidas de ——————————————————————————
cada ângulo. ——————————————————————————
14- Dois ângulos complementares têm medidas ——————————————————————————
respectivamente iguais a 3x-10 e 2x+10. Determinar a medida de
cada ângulo. ——————————————————————————

15- Em quantos graus, a medida do suplementar de um ——————————————————————————


ângulo agudo excede a medida do complementar deste ângulo?
16- ——————————————————————————

——————————————————————————
17- Se (3x-15) graus é a medida de um ângulo agudo, que
restrições devemos ter para o número x? ——————————————————————————
18- A soma das medidas de dois ângulos complementares é ——————————————————————————
86º maior do que a diferença de suas medidas. Calcule a medida
de cada ângulo. ——————————————————————————

RESPOSTAS ——————————————————————————

——————————————————————————
1 2 3 4 5 6
a)55º a)115º 30º 120º
——————————————————————————
b)74º 130º b)45º 60º 360º e
c)33º c)10º 90º 150º ——————————————————————————
d)42º
——————————————————————————
7 (2/3)º = 2/3 x 60’ = 40’
8 48’=(48/60)º=(4/5)º=(4/5) de 1º ——————————————————————————
9 (3/4)’=(3/4)x60” = 45” ——————————————————————————
a) BÔA e CÔD
b) BÔC e DÔA ——————————————————————————
10 c) DÔC e CÔB, CÔB e BÔA, BÔA e DÔA, BÔA e CÔD
d) DÔC e AÔB, AÔD e BÔC ——————————————————————————
e) BÔA e DÔC
11 x=40º e y= 80º 15 90º —————————————————————————

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RACÍOCINIO LÓGICO

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

A Matéria de Informática contém muitas figuras com Além destes elementos internos, temos também o Clock,
resolução de baixa qualidade, a mesma máteria encontra-se que é um dispositivo que gera sinais periódicos necessários para
no CD-ROOM para melhor visualização dos candidatos. a sincronização dos dados. Indica, indiretamente, a velocidade
de processamento e é medido, atualmente, em Ghz (bilhões de
operações por segundo).
CONCEITOS DE INFORMÁTICA,
Barramentos
HARDWARE E SOFTWARE. Os barramentos são os conjuntos de micro conectores que
ligam o microprocessador à placa-mãe, através dos quais os dados
e as instruções, os endereços e os elementos de controle trafegam.
HARDWARE Os barramentos são bidirecionais, ou seja, permitem tanto a
O Hardware é a parte física de um sistema computacional, entrada de dados no microprocessador quanto a saída de dados
formado por partes mecânicas, elétricas, eletrônicas e
deste. São três os barramentos de um microprocessador, cada um
eletromecânicas. São exemplos de hardware o gabinete, as placas
e os periféricos. O Hardware é dividido em três partes principais, deles ligado a uma de suas unidades primárias:
sendo: CPU ou UCP, a Memória e os Periféricos.
São também três as etapas do Processamento de Dados: Entrada Barramento de Dados: este barramento serve à Unidade
de Dados, Processamento de Dados e Saída de Informações. Lógica e Aritmética, utilizado para o tráfego dos dados e das
O Hardware responsável pelo Processamento de Dados é o instruções. A largura dos barramentos atuais é de 32 ou 64 bits,
chamado CPU (Central Processing Unit) ou UCP (Unidade Central o que significa que cada operação executada processa um bloco
de Processamento). A Unidade Central de Processamento, também de 32 ou 64 dígitos binários. Ao tamanho do barramento de dados
chamada de processador, é a parte do computador que realiza as também se dá o nome de “PALAVRA”. Portanto, ao se dizer que
operações aritméticas e lógicas e gerencia o armazenamento os um processador possui barramento de 32 bits, o termo se refere
dados e instruções em memória. Os dados que nela entram estão SEMPRE ao tamanho do barramento de dados, e isto equivale a
na forma de sistema binário (0 e 1). A CPU é colocada em um dizer que o processador trabalha com uma PALAVRA de 32 bits.
local chamado de Placa Mãe. A CPU é o centro do sistema de Barramento de Controle: Serve à Unidade de Controle,
processamento de dados. Essa unidade é constituída por três transportando os dados das coordenadas providas por esta unidade.
elementos básicos: a Unidade de Controle (UC), a Unidade Lógica Barramento de Endereços: É o barramento pelo qual trafegam
Aritmética (ULA) e Registradores. os elementos que compõe os endereços de memória que devem
Os microcomputadores constituem um caso “particular” de ser acessados, e que está, portanto, ligado aos Registradores. Sua
computadores, em que a sua unidade central é um microprocessador largura é equivalente à do barramento de dados ou à sua metade.
(na verdade um processador miniaturizado). Ainda assim, mesmo Os processadores atuais usam barramento de endereços de 32 bits,
ao nos referirmos a um microprocessador, usualmente diremos o que equivale à tecnologia de 32 bits para dados, ou à metade da
“processador”.
tecnologia de 64 bits. Existem ainda processadores que possuem
UNIDADE LÓGICA E ARITMÉTICA, UNIDADE DE tecnologia de 64 bits tanto para dados quanto para endereços.
CONTROLE E REGISTRADORES
A Unidade Lógica e Aritmética (ULA) tem como função
realizar as operações aritméticas como a adição, subtração,
divisão e multiplicação, e também as operações lógicas relacionais
como deslocamento, transferência, comparação, classificação,
etc. Quando um programa solicita uma operação matemática
ao computador, a Unidade de Controle entrega para a Unidade
de Lógica e Aritmética os dados envolvidos e a operação a ser
utilizada. A Unidade de Aritmética e Lógica executa o cálculo e
imediatamente devolve os dados para a Unidade de Controle, a
partir da qual os dados são então manipulados até chegar a um
objetivo.

A função da Unidade de Controle (Control Unit) é dirigir e


coordenar as atividades do UCP em relação às demais unidades Observe abaixo um esquema que ilustra os barramentos:
do sistema. Todas as atividades internas de uma determinada
máquina são controladas pela UC. As funções básicas da Unidade MEMÓRIA
de Controle (UC) são as seguintes: As informações que são trabalhadas pelos processadores
• controle de entrada de dados; ocupam espaço físico e são colocadas em locais específicos
• interpretação de cada instrução de um programa; para esta tarefa, denominados memórias. A memória é uma
• coordenação do armazenamento de informações;
• análise das instruções dos programas; área capaz de armazenar determinadas informações, resultados
• controle de saída dos dados; intermediários e finais, e uma cópia do programa que está sendo
• decodificação dos dados, etc. executado atualmente. Ou seja, ela armazena os dados que estão
aguardando para serem processados, ou que já foram processados
Os Registradores executam a tarefa de listar todas as tarefas anteriormente. No interior de um computador, os dados são
executadas pelo processador, e também são os registradores que se organizados nas memórias em unidades básicas, ou seja, em bytes.
ocupam dos endereços dos dados, indicando, por exemplo, qual a O computador possui dois tipos de memórias: a Memória Principal
posição (endereço) de memória que deve ser acessado. e a Memória Secundária.

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INFORMÁTICA

Memória Principal Memória ROM (Reading Only Memory)


Este tipo de memória é que chamamos “memória do A Memória ROM ou memória apenas de leitura é considerada
computador” (Interna, Primária ou Main Memory). Sua localização uma memória permanente, pois não se podem alterar os dados nela
é a mesma da CPU, na placa principal do sistema, ou placa mãe, contidos, que já foram anteriormente gravados. A Memória ROM
podendo inclusive ser ampliada para aumentar sua capacidade de é utilizada para armazenar instruções e programas que executam
armazenamento. A Memória Principal é o sistema de memória operações básicas do computador e está diretamente ligado ao
ao qual a Unidade Central de Processamento tem acesso direto e BOOT, conjunto de instruções que se encarregam de iniciar um
instantâneo. Em outras palavras, a CPU pode, a qualquer momento, sistema computacional. São suas características:
chamar qualquer informação primária, dando o seu endereço, e • Informações Técnicas (programas, instruções e dados de
obterá a informação desejada instantaneamente. Uma das grandes controle do computador);
características da Memória Principal é a capacidade de registro • Gravada de Fábrica;
• Usuários só possuem acesso às informações nela contidas
e recuperação de dados com grande velocidade. A Memória
para leitura;
Principal é dividida em duas: RAM e ROM. • Memória não-volátil (seu conteúdo não é apagado ao se
desligar a máquina);
Funções da Memória Principal: • Alto custo;
• armazenar os dados de entrada até que sejam solicitados para • Muito velozes.
o processamento; Embora a Memória ROM seja apenas de leitura, ela possui
• armazenar os dados intermediários do processamento e subtipos com diferentes características, sendo que cada subtipo
servir como área de trabalho; mantém a característica de ser não-volátil:
• armazenar os dados de saída que são produtos do a) PROM (Programmable ROM) - tipo de memória
processamento; programável. Pode ser programada apenas uma vez.
• armazenar o conjunto de instruções a ser executado, ou seja, b) EPROM (Erasable PROM) - tipo de memória
o programa. reprogramável. Para se gravar dados, utiliza-se pulsos elétricos.
Para apagar, utiliza-se os raios ultravioleta.
c) EEPROM (Electrically EPROM) - tipo de memória
Memória RAM programável e reprogramável por pulsos elétricos.
A Memória RAM (Random Access Memory) ou memória
MEMÓRIA CACHE
de acesso aleatório é considerada como provisória. Este tipo de Esta memória é um atalho para o processamento porque
memória é aquela em que se pode “ler e escrever” em qualquer de diminui o tempo de espera ocasionado pela busca de informações
suas posições. O acesso a uma determinada posição de memória é em memórias mais lentas. Nela são guardadas as últimas
feito aleatoriamente, isto é, pode ser acessada qualquer informação tarefas feitas no micro, ou as informações mais freqüentemente
que estiver em um determinado endereço de memória. As utilizadas. Esta memória tem como característica principal ser
informações que estão sendo utilizadas pela CPU são guardadas de altíssima velocidade (normalmente SRAM), e pode estar
neste tipo de memória. localizada internamente ao processador (interna), ou na placa-
mãe (externa). Atualmente existem três tipo de memória Cachê,
Características: assim denominadas: L1, L2, L3 (presentes em todos os micro-
• informações de execução. Armazena o programa que estiver processadores) e L4 (presente em pouco processadores, apenas os
sendo executado no momento, bem como os dados com os quais o de última geração). As funções dos dois primeiros níveis, embora
próprio programa opera; similares, não são iguais:
• é volátil, ou seja, seu conteúdo é apagado quando o L1: armazena os dados MAIS FREQUENTEMENTE
computador é desligado ou sofre uma interrupção na energia UTILIZADOS.
elétrica;
L2: armazena os dados MAIS RECENTEMENTE
• memória de acesso aleatório UTILIZADOS.
Tipos Básicos de Memória RAM Enquanto os níveis L1 e L2 são níveis internos (estão dentro
a) DRAM (Dynamic RAM) - Memória RAM dinâmica, que do processador), os níveis L3 e L4 são externos. Além disso, L3 e
tem alto consumo de energia e que precisa de reforços elétricos L4 têm como função, respectivamente, a mesma de L1 e L2.
para renovação dos estados de memória (refresh). Esta memória
é lenta e seu custo é menor quando comparada à SRAM. É o tipo MEMÓRIA VIRTUAL
mais utilizado de Memória RAM. Um sub-tipo desta memória, a A Memória RAM é de extrema importância para os
DDR (Doublé Data Rate), é o mais utilizado hoje em dia. Este tipo computadores, porque é uma memória de execução. Em algumas
de memória tem a grande vantagem de executar DUAS instruções situações, o usuário pode precisar de uma quantidade de memória
em cada um de seus ciclos, o que torna esta memória mais rápida RAM maior que a disponível para o sistema, e então o Sistema
que os modelos anteriores. Operacional aloca na unidade de disco rígido (HD) um espaço para
b) SRAM (Static RAM) - Memória RAM estática, que funcionar como uma extensão da memória RAM, denominada
tem baixo consumo de energia e é extremamente rápida, pois Memória Virtual. Embora a alocação física seja efetuada em uma
não necessita de refresh, a renovação dos estados de memória. unidade de memória secundária, o funcionamento deste espaço
Geralmente é utilizada como memória cache. alocado segue os mesmos padrões dos segmentos da memória
principal.

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INFORMÁTICA

MEMÓRIA AUXILIAR (SECUNDÁRIA) - CD Regravável ou CD-RW: CD que permite a regravação,


São memórias utilizadas para armazenamento permanente ou seja, grava mais de uma vez, mas que não permite regravações
de dados e informações, para uso ou modificação posterior. São em número ilimitado.
também denominadas Memória Externa, de Massa ou Auxiliar.,
e podem ser divididas em dois grupos distintos: Memórias de Os valores máximos atuais para leitura, gravação e regravação
Acesso Sequencial e Memórias de Acesso Direto. dos dados, atualmente, são respectivamente: 60x, 60x e 48x. Para
encontrar a velocidade aplica-se o fator de multiplicação à base de
Memória de acesso seqüencial transferência de 150Kb/segundo, lembrando-se que uma escala de
Esse tipo de memória tem como característica a necessidade
memória é 1024 vezes maior que a anterior.
de leitura de informações anteriores para que se possa ler uma
determinada. Isso porque as informações são armazenadas uma ao
lado da outra sem endereços. Entre os tipos de memórias deste TRILHAS E SETORES
tipo de acesso, destacam-se atualmente apenas as fitas magnéticas, O processo de gravação no disco rígido, flexível e óptico é
assim divididas: o mesmo utilizado para se gravar uma música em fita cassete ou
a) Carretel ou Rolo – nessas unidades o armazenamento dos fita magnética, ou seja, dirigindo um campo magnético a uma
caracteres ou sinais é feita em trilhas paralelas ao longo da fita. superfície magneticamente sensível colocada sobre um material
b) Cartucho ou Streamer - possuem uma grande capacidade de de suporte. Nos discos magnéticos os bits são gravados em uma
armazenamento, chegando a casa do Tb. O armazenamento é feito série de circunferências não conectadas umas às outras chamadas
de forma serial, isto é, os caracteres são representados em apenas Trilhas (linhas concêntricas). A primeira delas é conhecida como
uma trilha. “Trilha Zero” e está localizada na borda externa do disco. As
circunferências das trilhas são fracionadas em partes chamados
Memória de acesso direto Setores (linhas radiais). O número de setores em cada trilha varia
Para que se possam gravar ou recuperar dados nesse tipo de de acordo com o tipo de disco.
memória, não é necessário acessar outros dados anteriormente.
Chega-se à informação desejada diretamente porque elas têm
endereço. As unidades desse tipo de memória são.

a) Discos Flexíveis (Disquetes): São chamados de flexíveis


pelo fato do material internamente utilizado ser maleável. São
constituídos de um disco em polímero plástico (polietileno e
poliamida normalmente) recoberto com uma camada de tinta
magnética. Esse disco é envolvido por um tipo de plástico duro
para aumentar sua proteção. Embora esteja presente na maioria
dos computadores existente, as novas máquinas quase nunca
oferecem este dispositivo, uma vez que sua capacidade, de 1,44Mb,
praticamente não atende mais às necessidades atuais.

b) Discos Rígidos (Hard Disk, HD ou Winchester): Estão


contidos em um equipamento blindado para proteção contra poeira
e campos magnéticos, entre outros. Possuem grande capacidade de
armazenamento e ótima relação custo/benefício, o que faz deles a TABELA DE ALOCAÇÃO DE ARQUIVOS (FAT)
unidade de armazenamento secundária mais utilizada atualmente
Para que uma unidade possa gravar e depois recuperar
em microcomputadores. Um HD possui vários discos internos,
de alumínio, cobre ou cerâmica, revestidos com uma camada informações pelo método de acesso direto, é necessário que exista
magnética. As duas faces de cada disco são utilizadas, exceto as uma tabela que contenha o endereçamento de cada módulo de
faces externas dos discos posicionados nas extremidades. Sua dados. Tal módulo de dados é o setor, e portanto cada setor de
capacidade atualmente pode chegar a 400GB. uma unidade de memória possui um endereço próprio e único.
Ao gravar uma informação num setor ou grupo de setores, os
c) Disco Compacto - (compact disk - CD). Mídia na qual registradores do sistema gravam na FAT (File Allocation Table)
os dados são gravados e recuperados por raios laser, através de o endereço relativo a estes dados. O sistema FAT16 permite que
refração luminosa. Conseguem armazenar grande quantidade os endereços de memória possuam 16 bits, o que era suficiente
de dados com grande confiabilidade, pois praticamente não há apenas para unidades de até 2Gb. O sistema atual, FAT32, permite
desgaste. O CD é coberto por uma ou mais finíssimas películas endereços com 32 bits, e permite a formatação de um disco ou
onde são gravados os dados. Sua capacidade de armazenamento é uma partição em até 2Tb. Além desse sistema, também podemos
de cerca de 700Mb. A quantidade de películas, suas características utilizar nas versões mais recentes o sistema NTFS, originalmente
e qualidades são variáveis, e basicamente três tipos de CDs são projetado para sistemas de rede mas que já foi inserido em sistemas
encontrados: domésticos (por exemplo, o Windows XP Home). Esse sistema
- CD-ROM (Reading Only Memory): CD apenas para permite uma formatação com Clusters menores. Se por um lado
leitura. isso permite uma alocação melhor dos dados, por outro aumenta
- CD-WORM ou CD-R (Write Once, Read-Many): CD que o tempo de resposta da unidade de disco, e portanto interfere na
permite a gravação uma única vez, cujos dados podem ser lidos velocidade final. Entre as vantagens do sistema NTFS, destacam-
várias vezes. se:

3
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INFORMÁTICA

- melhor aproveitamento da unidade de disco ou partição; obtida. Isso porque, se os dados fossem gravados em um único
- controle de acesso a usuários; disco, esse processo seria feito de forma seqüencial. Com o RAID,
- recursos de compactação; os dados cabíveis a cada disco são gravados ao mesmo tempo. O
- recursos de criptografia RAID 0, por ter estas características, é muito usado em aplicações
de CAD e tratamento de imagens e vídeos.
CLUSTERS
O número de endereços da FAT é menor que o número de RAID nível 1 - também conhecido como “Mirroring” ou
setores possivelmente criados em um disco. Por isso, o Sistema “Espelhamento”, funciona adicionando HDs paralelos aos HDs
Operacional precisa agrupar os setores em pequenos grupos, em principais existentes no computador. Assim, se um computador
número equivalente ao de endereços possíveis na FAT. A cada um possui 2 discos, pode-se aplicar mais um HD para cada um,
destes pequenos grupos de setores é dado o nome de CLUSTER. totalizando 4. Os discos que foram adicionados, trabalham
Uma vez que só uma informação pode ser armazenada em um como uma cópia do primeiro. Assim, se o disco principal recebe
Cluster, concluímos que, quanto menor o tamanho do Cluster, dados, o disco adicionado também os recebe. Daí o nome de
melhor é a alocação de espaço em uma unidade de disco. No “espelhamento”, pois um HD passa a ser uma cópia praticamente
sistema FAT32, os Clusters em geral variam entre 4, 8 ou 16Kb). idêntica do outro. Dessa forma, se um dos HDs apresentar falha,
Já no sistema NTFS os Clusters variam entre 512b (0,5Kb) e 4Kb.
o outro imediatamente pode assumir a operação e continuar a
PARTICIONAMENTO disponibilizar as informações. A conseqüência neste caso, é que
O particionamento é um recurso que possibilita a “divisão” de a gravação de dados é mais lenta, pois é realizada duas vezes. No
uma unidade de disco em partes. Cada uma das partes resultantes entanto, a leitura dessas informações é mais rápida. Por esta razão,
deste processo será vista pelo Sistema Operacional como uma uma aplicação muito comum do RAID 1 é seu uso em servidores
unidade de disco diferente, o que melhora a alocação dos dados de arquivos.
assim como permite ao usuário a utilização das partições para
fins diferentes. Uma outra vantagem do processo é a instalação RAID 0 + 1 - O RAID 0 + 1 é uma combinação dos níveis
de sistemas operacionais diferentes, já que um disco possibilita 0 (Striping) e 1 (Mirroring), onde os dados são divididos entre os
apenas a instalação de um Sistema Operacional por partição. discos para melhorar o rendimento, mas também utilizam outros
discos para duplicar as informações. Assim, é possível utilizar
TECNOLOGIA RAID o bom rendimento do nível 0 com a redundância do nível 1. No
Introdução entanto, é necessário pelo menos 4 discos para montar um RAID
Para um usuário normal, a perda de dados até que pode não desse tipo. Tais características fazem do RAID 0 + 1 o mais rápido
fazer muita falta. Mas para empresas ou profissionais, a perda e seguro, porém o mais caro de ser implantado.
de informações pode significar prejuízos enormes. A tecnologia
RAID, já consolidada e usada há alguns anos, é uma forma bastante Tipos de RAID
eficiente de proteger informações e no caso de empresas, garantir Existem 2 tipos de RAID, sendo um baseado em hardware
a permanência de seus negócios. Conheça, nas próximas linhas, os e o outro baseado em software. Cada uma possui vantagens e
conceitos desta tecnologia. desvantagens. O primeiro tipo é o mais utilizado, pois não depende
de sistema operacional (pois estes enxergam o RAID como um
O que é RAID único disco grande) e são bastante rápidos, o que possibilita
RAID é a sigla para Redundant Array of Inexpensive Disks. explorar integralmente seus recursos. Sua principal desvantagem é
Sua definição em português seria “Matriz Redundante de Discos”. ser um tipo caro inicialmente. A foto ao lado mostra um poderoso
Trata-se de uma tecnologia que combina vários discos rígidos sistema RAID baseado em hardware. Repare que na base da direita
para formar uma única unidade lógica, onde os mesmos dados
estão armazenados vários discos:
são armazenados em todos. Em outras palavras, é um conjunto
de HDs que funcionam como se fossem um só. Isso permite alta O RAID baseado em hardware, utiliza dispositivos
tolerância contra falhas, pois se um disco tiver problemas, os denominados “controladores RAID”, que podem ser, inclusive,
demais continuam funcionando, disponibilizando os dados. O conectados em slot PCI da placa-mãe do computador. Já o
sistema operacional, neste caso, enxergará os discos como uma RAID baseado em software não é muito utilizado, pois apesar
unidade lógica única. Quando há gravação de dados, os mesmos de ser menos custoso, é mais lento, possui mais dificuldades
se repartem entre os discos do RAID (dependendo do nível). de configuração e depende do sistema operacional para ter um
Com isso, além de garantir a disponibilidade dos dados em caso desempenho satisfatório. Este tipo ainda fica dependente do poder
de falha de um disco, é possível também equilibrar o acesso às de processamento do computador em que é utilizado.
informações, de forma que não haja gargalos. A tecnologia RAID
funciona de várias maneiras. Tais maneiras são conhecidas como Monitores de Vídeo
“níveis de RAID”. No total, existem 6 níveis básicos, os quais são O vídeo do computador é o principal meio de apresentação
mostrados a seguir: dos resultados processados. O monitor de vídeo pode exibir tanto
dados alfanuméricos (letras e números) quanto gráficos (imagens).
RAID nível 0 - Este nível também é conhecido como “Striping” Pode-se também utilizar um aparelho de televisão comum ligado
ou “Fracionamento”. Nele, os dados são divididos em pequenos ao computador através de um conversor de freqüência. Embora um
segmentos e distribuídos entre os discos. Este nível não oferece aparelho de TV tenha a maioria das capacidades de um monitor
tolerância a falhas, pois não existe redundância. Isso significa de vídeo, ele apresenta uma imagem de qualidade inferior, o
que uma falha em qualquer um dos HDs pode ocasionar perda de que o torna impróprio para o uso prolongado que o computador
informações. Por essa razão, o RAID 0 é usado para melhorar a provavelmente terá em um ambiente de trabalho. A função do vídeo
performance do computador, uma vez que a distribuição dos dados é interpretar os impulsos binários do computador e convertê-los
entre os discos proporciona grande velocidade na gravação e leitura em sinais gráficos, a fim de que possamos visualizar as mensagens
de informações. Quanto mais discos houver, mais velocidade é oriundas do computador. O monitor de vídeo possui subdivisões:

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INFORMÁTICA

1) RESOLUÇÃO sobre o papel por uma cabeça de impressão com 64 a 128 injetores.
O vídeo é composto por vários pontos (pixels) na vertical e O resultado final é uma impressão rápida e com alta qualidade.
horizontal. A multiplicação dos pixels da horizontal pela vertical Existem modelos que possuem qualidade de foto na impressão.
dará a resolução final do vídeo. A maior resolução alcançada atualmente é de 5760x2880 pontos
a) Baixa Resolução - monitores que apresentam até 200.000 por polegada (dpi). A velocidade alcança cerca de 25 páginas por
pixels. minuto em preto e branco, e 16 em colorido.
b) Média Resolução - entre 200.000 e 400.000 pixels, como os
monitores VGA (Vídeo Graphics Adapter).
c) Alta Resolução - entre 400.000 e 800.000 pixels, como nos c) Impressora Térmica - esse modelo utiliza o processo que
monitores padrão Super VGA (SVGA). lhe dá o nome, sensibilizando o papel termicamente para gerar o
d) Altíssima Resolução - acima de 800.000 pixels, como em caractere. Essas impressoras são utilizadas em máquinas de fax e
monitores padrão UGA (Ultra Graphics Array). possuem duas principais desvantagens: impressão monocromática
e perda de informações com o tempo.
Vídeo Touch Screen – Tela Sensível ao Toque
Esses vídeos possuem uma tela sensível ao toque que d) Impressora Cera - é normalmente utilizada na impressão
executam tarefas como se fosse através de um teclado. Essas telas de capas de revistas ou propagandas que exigem alta resolução
podem ser de três tipos básicos:
gráfica. A forma de impressão varia de acordo com o modelo
Pressão: é formada por duas camadas e separadas por um
espaço que contém fios. Ao se pressionar a tela, os fios se encostam (sublimação ou derretimento térmico), porém todas com o mesmo
e fecha o circuito no local da pressão; objetivo que é fixar cera colorida em folha de papel. Seu custo
Infravermelho (Óptica): a tela é cercada por pares de célula é alto, porém sua manutenção é muito mais cara. A qualidade
fotoelétrica e diodo que emite luz infravermelha, criando uma rede é equivalente a 15000 dpi, mas a velocidade é baixa, o que
ou conjunto de retículas invisíveis; geralmente não é importante para esse tipo de impressora.
Capacitivas (Sombreamento): mesma lógica da tela de pressão MODEM
porém com sensores de mudança da capacitância que detectam Pense na comunicação entre dois computadores sendo feita
alteração de luminosidade. via telefone. A comunicação via telefone é feita através de sinais
analógicos e os computadores trabalham com sinais digitais.
IMPRESSORAS DE IMPACTO Para resolver isso, utilizamos um aparelho chamado MODEM,
a) Impressora Matricial - esse tipo de impressora utiliza MOdulador e DEModulador. Esse aparelho converte sinais
um sistema de cabeça de impressão composta por uma matriz de digitais em sinais analógicos na transmissão e sinais analógicos
agulhas (normalmente de 9 a 24 agulhas) que se movimentam em digitais na recepção.
independentemente uma das outras. Conforme o caractere a ser
impresso, as agulhas correspondentes à formação do mesmo são
ativadas, e ao pressionar a fita que possui a tinta, o caractere é SCANNER
impresso no papel. Este tipo de sistema de impressão permite O Scanner (Digitalizadores de Imagens ou Dispositivos
uma baixa velocidade de impressão. A velocidade oscila de 25 de Varredura ótica) é um capturador de imagens gráficas ou
a 350CPS, sendo que cada linha pode ter 80 ou 132 colunas. textuais. Este tipo de equipamento permite a entrada de dados
Possuem uma resolução de média para baixa. para o computador através de um sensor luminoso que interpreta
os caracteres ou marcações feitas em um documento qualquer.
IMPRESSORAS DE NÃO IMPACTO O processo de leitura é ótico, através de uma célula fotoelétrica
a) Impressora Laser - esse modelo de impressora é bastante (componente eletrônico sensível á presença de luz) ou através de
veloz e a qualidade de impressão é excelente. Os caracteres são leitura por raio laser.
impressos no papel através de um sistema de raios laser de baixa Em relação à forma de trabalho pode ser dividido em:
intensidade, que permite sensibilizar opticamente um cilindro pelo • Scanner de Mão - para se capturar a imagem passa-se o
qual passa o papel. Após ser sensibilizado pelo laser, o cilindro mesmo em cima do desenho e este é transportado para a memória
recebe uma chuva de tinta, e esta só permanece depositada nas do computador;
partes sensibilizadas pelo laser, desta forma qualquer tipo de
• Scanner de Mesa - para se capturar a imagem, coloca-se
caractere ou desenho pode ser produzido pela impressora. Trabalha
com Toner (pó químico que normalmente é acondicionado em a mesma no scanner e o desenho é copiado para a memória do
um cartucho com um cilindro difusor), e é bastante silenciosa. A computador;
qualidade gráfica alcança até cerca de 10000 pontos por polegada, • Scanner de Página - coloca-se a imagem em uma bandeja
e a velocidade pode ultrapassar 20 páginas por minuto, quase vertical e o scanner puxa a página que contém o desenho
não sendo mais utilizada para impressões em cores, pois o custo transportando-o para a memória do computador.
chegaria próximo à de uma impressora de cera, com qualidade
inferior. A resolução (nitidez da imagem) é medida em DPI (Dots Per
Inchs), que é a quantidade de pontos por polegada. Quanto maior
b) Impressora Jato de Tinta - possui uma qualidade for a quantidade de pontos, maior será a resolução. Um problema
aproximada à de uma impressora a laser, mas com um preço encontrado nos scanners é que eles reconhecem o texto como
inferior e uma relação custo/benefício normalmente mais uma imagem. No entanto, existe um programa chamado OCR
satisfatória para usuários domésticos. Estas impressoras trabalham (Optical Character Rccognition) que captura o texto da imagem,
com um sistema de jato de tinta onde a impressão é feita com um convertendo os caracteres para o código ASCII equivalente,
auxílio de um compartimento onde é armazenada a tinta, aplicada permitindo que o texto seja manipulado por outro programa.

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INFORMÁTICA

TECLADO - PAUSE - A tecla PAUSE permite efetuar uma pausa em uma


É um conjunto de teclas semelhantes ao de uma máquina de determinada listagem de arquivos, na execução de um programa
escrever, e pode ser dividido em três partes funcionais: o teclado ou até mesmo na verificação do conteúdo de um arquivo extenso.
alfa-numérico, o teclado numérico (à direita do anterior), e o Após se pressionar a tecla, a informação é congelada na tela e
conjunto de teclas especiais, ou teclas de função. Os principais para que se retorne o processo é necessário o pressionamento de
modelos de teclados atualmente são os de 101, 102 ou 104 teclas. qualquer tecla.
A diferença básica é a tecla cedilha, no teclado de 102 teclas, e duas
teclas de função a mais, no de 104 teclas. Logo em seguida serão - INSERT ou INS - Conhecida como tecla de inserção. Tem a
mostradas as teclas e as suas respectivas utilizações, lembrando finalidade de alternar entre o modo de inserção e sobreposição, ou
que algumas teclas não possuem uma única função definida porque seja, permitir que sejam inseridos caracteres em um determinado
quem controla o seu funcionamento é o programa que está sendo texto e que todos os caracteres à direita da posição do cursor
utilizado. também sejam deslocados para o mesmo sentido ou permitir
a sobreposição de caracteres fazendo com que os caracteres
anteriores sejam apagados à medida que forem sendo digitados
- ESC - Esta tecla é utilizada para cancelar uma operação. Ela
os novos.
volta a uma situação anterior, ou seja, volta a um nível anterior
ao que se encontra, no momento, na tela. Ela está localizada na
parte superior esquerda do teclado. Em alguns casos a. tecla ESC DELETE ou DEL - Esta tecla permite eliminar o caractere
assume a operação de finalização de um programa. que estiver na posição atual do cursor. Se por acaso existirem
caracteres à direita, estes serão deslocados uma posição para
- F1 a F12 – São as “Teclas de Função”, e armazenam uma
esquerda a fim de ocupar o espaço vazio deixado pelo caracter
determinada operação em seu interior. A definição assumida por
eliminado.
estas teclas estará de acordo com o programa utilizado, isto é,
quem vai determinar a função da tecla é o programa que está sendo
PAGE UP - Esta tecla permite que se desloque o visor da
utilizado no momento.
- TAB - A tecla TAB insere um número fixo de caracteres em tela uma série de linhas acima, conseqüentemente a informação
branco, em um documento. Em alguns casos, os caracteres que que estiver na tela efetuará o processo contrário, isto é, se você
estiverem a direita do cursor serão também deslocados. estiver na página 8 de um texto e desejar pular para a página 7,
pressione a tecla PAGE UP algumas vezes que logo será alcançada
- CAPS LOCK - Esta tecla permite o travamento das letras a determinada página, com isso o texto sofrerá um deslocamento
maiúsculas. Se o usuário desejar digitar o respectivo texto em para baixo.
letras maiúsculas basta pressionar CAPS LOCK uma vez, para que
as letras saiam maiúsculas. - PAGE DOWN - Esta tecla tem um funcionamento
semelhante à tecla PAGE UP mas com sentido do deslocamento
- SHIFT - Esta tecla é utilizada para se produzir letras variando no sentido oposto.
maiúsculas ou então os caracteres da parte de cima das teclas que
possuem dois símbolos. Ao contrário da tecla CAPS LOCK, a - NUM LOCK - Permite a alteração entre o teclado numérico
tecla SHIFT não é travada após o seu pressionamento. e o teclado de operações e setas. No lado direito de um teclado
possuímos um conjunto de teclas separadas denominado “Teclado
- CTRL - Esta tecla é denominada “Tecla de Controle”. Ela Numérico”. Nesta parte, encontramos várias teclas já mencionadas
não é encontrada em teclados de máquinas de datilografia, pois antes, mas elas se encontram agora em conjunto com outras, e
a sua função é específica para computadores. A tecla CTRL não para que consigamos utilizá-las precisamos atender aos recursos
possui uma utilização quando pressionada separadamente. O da tecla NUM LOCK. Pressionando NUM LOCK é aceso um led
seu funcionamento sempre será em conjunto com outras teclas. determinando a seleção dos números, e ao se pressionar novamente
Um exemplo prático seria a utilização das teclas CTRL + B para a tecla, o led se apagará determinando assim o funcionamento das
salvar-se um arquivo, em certos softwares. setas e das teclas de operações.
- ALT - Conhecida como “Tecla Alternate”, ou seja, “Tecla
de Alternação”. O seu funcionamento é semelhante à tecla CTRL, - ENTER ou RETURN - Esta é uma tecla muito importante
pois sozinha ela não possui um funcionamento específico. Para que do teclado, pois é esta que envia a mensagem digitada para o
se consiga a utilização desta tecla é necessário o pressionamento computador processar a informação e assim retornar o resultado
em conjunto com outra. Quem define a aplicação desta tecla é o desejado. Esta tecla deve ser pressionada toda vez que uma instrução
programa que está sendo utilizado. ou linha de comando for finalizada. Após o pressionamento da tecla
ENTER o computador processará a informação e retornará uma
- PRINT SCREEN - Ao se pressionar esta tecla é efetuada outra informação. Quando estiver sendo utilizado um processador
uma impressão de todas as informações que estão na tela do de texto, a tecla ENTER tem a função de finalização de parágrafo
computador. Para que seja impressa uma cópia exata desta tela é levando o cursor a se posicionar no início da próxima linha.
necessário que os caracteres seja alfanuméricos.
- BACKSPACE - Permite que se apague o caractere
- SCROLL LOCK – Utiliza-se esta tecla para se conseguir imediatamente anterior à posição do cursor. Isto significa que
um deslocamento de uma determinada tela no monitor de vídeo. posicionando o cursor em um determinado lugar e efetuando o
Ao ser pressionada esta tecla acende-se o respectivo led no canto pressionamento da tecla BACKSPACE será eliminado o caractere
do teclado significando que a tecla SCROLL LOCK está ativa. da esquerda e o resto da informação que estiver à direita se
Para desativá-la basta pressionar novamente. deslocará para a posição do caractere eliminado.

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MOUSE designação mais usual é a palavra Bit, contração do termo


O Mouse é um periférico de entrada para ambientes gráficos. inglês Binary Digit. Assim, os dois símbolos fundamentais
É um pequeno aparelho que permite o deslocamento de uma seta são normalmente designados pelos nomes: Bit 0 e Bit 1. O Bit
pelo monitor de vídeo (ponteiro indicador do mouse) utilizada é a menor quantidade de informações que se pode armazenar
para selecionar ou executar operações. Funciona de acordo com no computador. A reunião de um certo número de bits forma
o movimento de uma esfera em uma plataforma lisa. Com o um dígito ou uma palavra. A cada Bit armazenado na memória
deslocamento do aparelho a esfera rola dentro da carcaça e faz corresponde um sistema físico dentro do computador. Uma vez
com que os sensores capturem os movimentos e os transmitam que a codificação mencionada anteriormente reduziu a dois o
ao monitor de vídeo. Para selecionar uma operação, este aparelho número de símbolos a serem reconhecidos, o sistema físico em
possuí dois ou três botões que podem ser pressionados assim que questão precisa representar somente esses dois símbolos.
a seta se posicionar na respectiva posição onde se encontra o
símbolo ou opção no menu. Alguns modelos possuem uma tecla BYTE
central circular, que permite executar as funções das barras de
rolagens, muitas vezes podendo ser programada para substituir a A menor quantidade de informações do ponto de vista físico,
barra de rolagem vertical ou a horizontal. bem como do ponto de vista lógico, é o Bit. O computador,
Funções do mouse: porém, num dado instante acessa mais de um Bit. O conjunto de
a) 1 Clique botão esquerdo (padrão) → seleciona; Bits a que o computador tem acesso simultaneamente pode ser
b) Duplo clique botão esquerdo (padrão) → executa; considerado como a unidade básica de informação, do ponto de
d) 1 Clique botão direito (padrão) → controle. vista do funcionamento interno do sistema. Nos computadores
mais antigos (computadores de 2a geração), esta unidade básica
ESTABILIZADOR DE TENSÃO era formada por 6 Bits. Nos sistemas de terceira geração, apareceu
O estabilizador de tensão funciona como um regulador da uma nova unidade de informação chamada BYTE, constituída de
tensão fornecida pela rede elétrica, cuja variação pode, por vezes, 8 Bits. Então, sabendo disto, podemos conceituar BYTE como
superar a casa de 10% de seu valor nominal. Quando a tensão está sendo um conjunto de 8 Bits, necessários para se representar um
abaixo ou acima deste valor, o estabilizador “controla” a saída, determinado caractere.
fazendo com que a tensão permaneça num nível pelo menos
próximo ao ideal. UNIDADES DE MEDIDA
Os computadores têm que guardar informações e elas ocupam
NO-BREAK
espaço. Esse espaço precisa ser delimitado e para isso foi criado
O No-break é um equipamento que fornece energia para o
equipamento quando a energia da rede é interrompida. O tempo um Sistema de Medidas para os computadores. Nossos sistemas
pelo qual um no-break pode forncer energia depende de três fatores: de medidas usuais trabalham com base 10, como o Sistema de
o número de células internas de bateria, a capacidade somada de Medidas de Distância, onde 1 Km é igual a 103 (1.000) metros.
tais células, e o consumo de energia solictado pelo equipamento. Como os computadores trabalham com 0 e 1 apenas, seu Sistema
não é Decimal (base 10) e sim Binário (base 2). A primeira medida
FILTROS DE LINHA seria o Byte que é um caractere. Um computador com um Byte
Embora as informações técnicas determinem que os filtros pode guardar uma letra, número ou símbolo. Após essa medida,
de linha têm a capacidade de diminuir os efeitos dos ruídos da apareceram outras, mostradas a seguir:
linha elétrica, por exemplo provocados por outros equipamentos Medida Tamanho
eletrodomésticos, a verdade é que sua utilização real é a de uma Byte 8 bits
extensão com vários conectores. A principal vantagem do filtro Kilobyte (Kb) 1.024 bytes
de linha é que ele contém um fusível de proteção contra picos na Megabyte (Mb) 1.024 Kb ou 1.048.576 bytes
rede elétrica, que impede a passagem de tensão nessas condições e Gigabyte (Gb) 1.024 Mb ou 1.073.741.824 bytes
protege o equipamento, mais caro. Terabyte (Tb) 1.024 Gb ou 1.099.511.627.776 bytes
Pentabyte (Pb) 1.024 7b ou 1.125.899.906.842.620 bytes
BIT E BYTE Hexabyte(Hb) 1.024 Pb ou 1.152.921.504.606.850.000 bytes

Em geral, as informações armazenadas nos computadores


digitais são constituídas de caracteres. Em processamento de SOFTWARE
dados, um caractere pode ser um algarismo, uma letra, um sinal Software é o conjunto de informações e ordens que são
de pontuação, um símbolo matemático ou outro símbolo qualquer. transmitidas para que o computador execute.
Entretanto, tais caracteres, para poderem ser armazenados na
memória do computador, devem ser submetidos a um processo de Todo processo automático que transforma dados de entrada
decodificação, que reduz cada caractere a uma combinação de dois em informações organizadas segue uma orientação de como
símbolos fundamentais.
proceder tal organização. Para que isso aconteça, o computador
necessita de programas que contêm instruções. As instruções que o
BIT
Nos computadores eletrônicos digitais, os dois símbolos Hardware entende e executa é o que chamamos software.
fundamentais, com os quais se formam os demais símbolos, 0 e É o software que completa um hardware, formando um
1. Esta escolha foi feita porque os algarismos 0 e 1 apresentam sistema de computação capaz de resolver problemas específicos de
a importante propriedade de serem os únicos algarismos de um processamento de dados, como editar textos, organizar um banco
sistema de numeração de base 2. Por essa razão, os símbolos de dados, calcular uma folha de pagamento ou emitir um balanço
fundamentais 0 e 1 recebem o nome de Dígitos Binários. Sua entre tantas outras aplicações.

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Lembre-se sempre: Os programas que um computador é capaz Nas empresas, as planilhas são uma das fontes de
de entender e executar são denominados de Software ou Programa informações utilizadas pelos vários departamentos e fatalmente
de Computador. Ainda, segundo a Lei de Software (Lei nº 9.609, é uma ferramenta básica na tomada de decisões. Elas podem
de 19 de fevereiro de 1998): fazer previsões financeiras, planejamentos, gráficos atualizados
Art. 1º Programa de computador é a expressão de um conjunto automaticamente. Tudo com base em cálculos.
organizado de instruções em linguagem natural ou codificada,
contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego Uma planilha de cálculo é auto-explicativa, não sendo
necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, necessário o usuário possuir conhecimentos de técnicas de
dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados programação e nem a digitação dos comandos, pois são acessadas
em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e por menus. Entre outras, podemos citar o Excel da MicroSoft e o
para fins determinados. Quatro Pro da Corel.
Podemos dizer que por si só, o computador (Hardware) não Os Editores Gráficos e Editoração Eletrônica
é capaz de realizar nenhum trabalho. É somente um elemento
capaz de executar uma tarefa cuja execução lhe é ordenada. Por São programas específicos, capazes de trabalhar com alta
conseguinte, para que ele realize esse trabalho, é necessário que o resolução gráfica e produzir criações profissionais, como jornais,
homem lhe dê instruções, agrupadas e ordenadas em programas, panfletos publicitários, etc., utilizando fotos, imagens e layout
ou seja: o software. próprio.
Existem vários tipos de softwares, porém podemos dividi-los Encontramos no mercado nacional, diversos concorrentes
em dois principais tipos: do software aplicativo para editoração gráfica. Destacam-se nos
Software básico – que é o conjunto de programas que Editores de Desenhos, entre outros, o Corel Draw, Adobe Photo,
criam “softwares aplicativos”, a exemplo das linguagens “C” e
MS Imager, Imager Composer, etc. E entre os programas de
“Assembler” entre tantas outras.
Software aplicativo – são os programas desenvolvidos para Editoração Eletrônica o Page Maker, Publisher.
atender funções específicas, como exemplo se pode citar: edição de
texto, gerenciamento de banco de dados, planilhas eletrônicas de Banco de Dados
cálculos, e outros, tendo por finalidade atender a uma determinada
aplicação (controle de estoque, folha de pagamento, contabilidade Podemos entender por Banco de Dados qualquer sistema,
e custos, controle financeiro, etc). composto por computador e software, cuja finalidade seja manter
Software é o conjunto de informações e ordens (Programas), organizadas as informações relacionadas a determinado assunto e
que são transmitidos para um computador realizar as mais variadas em determinada ordem. Ex.: Cadastro de Clientes.
tarefas. Portanto, é feito para dar vida ao computador, dando-lhe Um Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) é um
atividade e significado. conjunto de programas de computador (software aplicativo), que
serve para administrar o Banco de Dados e que faz a interface entre
O sistema operacional
Sistema Operacional é o programa mais importante do os dados do Banco de Dados e o usuário do sistema.
computador. Sem ele seu equipamento não funciona. Num antigo arquivo convencional, saber quais são os
O sistema operacional promove os recursos básicos de funcionários de uma empresa que têm mais de 40 anos e no mínimo
integração entre o hardware, o software e o usuário, fazendo com 2 filhos pode ocupar dias no trabalho de separação de fichas de
que haja uma perfeita concordância entre o Hardware e o Software. papel. Além de exigir muita atenção para não errar ao pular a ficha
É escrito na linguagem natural do computador, determinado de algum funcionário que atenda a condição de seleção. Ainda,
como software básico e faz o papel de uma interface de comunicação pode demorar tanto que a informação se torne desnecessária e o
entre o usuário e os equipamentos. Existem diversos tipos de trabalho desperdiçado. Com um computador e um sistema geren-
Sistemas Operacionais, os mais conhecidos são o Windows, Unix, ciador de banco de dados, podemos executar tal tarefa de forma
Linux e o velho e bom MS-DOS.
O editor de texto precisa num tempo irrisório.
O editor de texto, também conhecido como processador de Um Sistema Gerenciador de Banco de Dados Relacionais
texto, é um software aplicativo destinado à edição de palavras (SGBDR) administra um Banco de Dados Relacionais, o qual é
(textos, documentos, formulários), tendo como objetivo produzir caracterizado por ser organizado em tabelas de dados, isto é, os
correspondências, relatórios brochuras ou livros. O computador dados são armazenados em tabelas. Essas tabelas são relacionadas
somado ao processador de textos veio substituir a velha máquina de umas às outras através de um ou mais campos. Veja o exemplo:
escrever, possibilitando criar textos e armazená-los em dispositivos
como disquetes ou winchester, podendo posteriormente recuperar, Tabela 1
alterar, copiar partes do mesmo para outro texto, ou seja, manipular Nome Endereço Fone Celular
em inúmeras formas possíveis. carmem Rua x 425 999
pedro Rua y 524 998
Encontramos, no mercado nacional, diversos concorrentes
do software aplicativo para processadores de textos, dos quais
podemos destacar: Word; WordPerfect; Carta-Certa; que são Tabela 2
característicos pela facilidade de uso e recursos de edição de texto Nome
que oferecem ao usuário. Matéria Nota
carmem Matemática 7
A planilha eletrônica de cálculo
carmem Informática 8
Também conhecida como planilha de cálculo, é um software
aplicativo que têm por função efetuar a manipulação de cálculos pedro Matemática 6
matemáticos e financeiros, de forma a substituir o modo tradicional pedro Informática 10
de um modelo financeiro: lápis, papel e calculadora.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Com o SGBDR é possível, numa só consulta, listar quem 5. Interface baseada na Internet - Todos programas do
obteve a nota máxima em determinada matéria com o respectivo Windows (a partir da versão 98) apresentam forma de exibição
endereço para, por exemplo, enviar uma correspondência de elogio. idêntica ao ambiente da Internet.
Na Tabela 2, a área preenchida representa um campo (Matéria),
que é a menor unidade de informação existente em um arquivo de 6. Assistente para trabalhar com Internet - O Windows
Banco de Dados. Na Tabela 1, a área preenchida representa um traz. o ICW (Internet Connection Wizard) que fornece aos,
registro (Nome, Endereço, Fone e Celular), que é um conjunto de usuários do Windows todas as funções necessárias para conexão
campos do Banco de Dados (uma informação global). No exemplo, com a Internet.
o campo “Nome” determinou o relacionamento entre as tabelas e o
resultado da consulta ficou assim: João, Rua y. 7. Assistente de Ajuste do Windows - Ferramenta que permite
Alguns exemplos de softwares SGBD(R): agendar execuções automáticas de programas e ferramentas de
sistema, com hora marcada para um dia ou semanalmente. O uso
Oracle, Access / SQL Server, ZIM, DBase / Clipper (já em
freqüente de tais ferramentas melhora a velocidade e a integridade
desuso), Progress.
do sistema.
8. Suporte para o IrDA - Permite a fácil conexão de
dispositivos que utilizam raios do tipo infravermelho, para
SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS E comunicação de dados, em vez de fios ou cabos.
LINUX. CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E
DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, 9. ActiveMovie - Arquitetura que permite reprodução de
vídeos de alta qualidade, e apresenta um conjunto de propriedades
ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS. sobre as quais você pode elaborar aplicativos e ferramentas de
multimídia.

SISTEMA OPERACIONAL E AMBIENTE WINDOWS 10. Verificador de Arquivos do Sistema - Utilitário que
garante a integridade dos arquivos de sistema do Windows.

11. Internet Explorer - Software utilizado para navegação


na Internet.
12. Microsoft NetMeeting - Software para realização de
conferências na Internet.

O Windows é um Sistema Operacional Gráfico que tem por 13. Microsoft NetShow - Software que permite assistir e
função principal o elo entre a máquina e o usuário na operação de ouvir transmissões ao vivo ou gravadas, sem ter que esperar pela
transferência de arquivos.
arquivos.
É o software mais importante do hardware. Sem ele não
14. Microsoft FrontPage - Software que é um editor em
podemos executar outros softwares, como um processador de HTML para criação de páginas da Internet.
texto ou uma planilha de cálculos, um software de apresentação ou
qualquer outro aplicativo. Área de Trabalho (Desktop)
Possui diversas versões, tais como: Windows 3.1, 3.11, 95,
NT, 98, ME, 2000, XP, 2007 e Seven. Também possui inúmeros
recursos dos quais podemos destacar:
1. Modelo de Drivers de Win 32 (WDM) - É um modelo que
permite que os novos dispositivos tenham um único driver para os
sistemas operacionais Windows.

2. Melhor Gerenciamento de Energia - O Windows inclui


suporte para ACPI, que é uma especificação que permite um
gerenciamento de energia do PC como um todo. Além disso, traz
suporte ao APM (Advanced Power Management) que inclui a
redução de energia do modem, redução na velocidade de rotação
dos discos e retorno ao funcionamento normal de energia ao se
restabelecer um sinal de chamada telefônica.
Podemos copiar atalhos do Menu Programas ou do Menu
3. NTFS - É um aperfeiçoamento da Tabela de Alocação Documentos do Botão Iniciar para Área de Trabalho, simplesmente
de Arquivos (FAT) que permite executar com maior eficiência o clicando e mantendo clicado em conjunto com a tecla CTRL e
gerenciamento de espaço dos discos compatíveis com a tecnologia. arrastar até a Área de Trabalho. Caso desejemos mover esse ícone,
não pressionamos a tecla CTRL em conjunto. Através de tais ícones,
4. Suporte para vários monitores - Permite que vários vídeos pode-se abrir programas ou documentos, copiar e mover arquivos,
(monitores) ou placas adaptadoras gráficas estejam disponíveis em conectar-se à Internet, ler o correio eletrônico. O conteúdo da Área
um único computador. de Trabalho depende das configurações instaladas pelo usuário.

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INFORMÁTICA

Adicionando comandos 7. Na caixa de texto Linha de comando digite c:\windows\


calc.exe e clique o botão Avançar. Aparecerá a caixa de diálogo
Selecionar Pasta Programa. Nesta caixa você irá selecionar em
qual pasta o programa irá ser colocado. Verifique se as pastas
seguem a mesma disposição na qual aparecem no Menu Iniciar.
8. No quadro em que aparece os nomes das pastas, dê um
clique na pasta do Menu Iniciar, que é o segundo item da lista e
então dê um clique em Avançar.
9. Na caixa que aparece você deve digitar o nome com
o qual deseja que aparecerá o nome do programa, digite
CALCULADORA e clique no botão Concluir.
10. Aparecerá a caixa Propriedades da Barra de Tarefas
onde você deve dar um clique no botão OK.

Agora ao dar um clique no botão Iniciar o programa


“Calculadora” aparecerá como a primeira opção de escolha.

Dica: Outra forma de acessar a caixa de diálogo Propriedades


do Menu Iniciar é clicando com o botão Direito do mouse sobre
a Barra de Tarefas, em um local onde não exista nenhum botão.
Como você pode perceber ao clicar no botão Iniciar, ele Adicionando um programa na pasta Programa no menu
apresenta alguns grupos de programas em sua lista. Quando você Iniciar
quiser ir a um programa específico você usa o botão Iniciar, depois Vamos supor que você queira adicionar os programas usados
a opção Programas e depois escolhe o grupo de programa que com mais frequência dentro da pasta Programa no menu Iniciar.
deseja.
Como exemplo, vamos adicionar o programa Mapa de
Todo esse processo demora, no mínimo, 3 toques no botão do Caracteres na pasta Programa.
mouse. Bem, para programas que não usamos diariamente, isto
até que não é problema. Mas se você tiver que usar um programa 1. Dê um clique no botão Iniciar.
várias vezes ao dia, você poderá colocar seus programas mais
usados diretamente no menu do botão Iniciar ou na Área de 2. Aponte para a opção Painel de Controle.
Trabalho, aumentando assim a eficiência de seu trabalho.
3. Dê um clique em Barra de Tarefas.
Adicionando comandos ao seu menu iniciar
Adicionar um comando no menu Iniciar é um modo mais 4. Aparecerá a caixa de diálogo Propriedades da Barra de
eficiente de abrir qualquer programa instalado em seu computador. Tarefas, nesta caixa dê um clique na pasta Programa do Menu
Se você usa um item com freqüência, pode adicionar o comando Iniciar.
para ele ao seu menu Iniciar. Depois, sempre que precisar da deste 5. No quadro Personalizar o menu Iniciar, clique sobre o
item, basta dar um clique no botão Iniciar e então dar um clique
botão Adicionar...
em seu comando.
6. Será aberto a caixa de texto Criar Atalho.
Vamos, como exemplo, adicionar o acessório Calculadora em
seu menu Iniciar.
7. Na caixa de texto Linha de comando digite c:\windows\
charmap.exe e clique o botão Avançar.
1. Dê um clique no botão Iniciar.
2. Aponte para a opção Painel de Controle.
8. No quadro em que aparece os nomes das pastas, dê um clique na
3. Dê um clique em Barra de Tarefas. .
pasta do Programas, e então dê um clique em Avançar.
4. Aparecerá a caixa de diálogo Propriedades da Barra de
Tarefas, nesta caixa dê um clique na pasta Programa do Menu
. Na caixa que aparece você deve digitar o nome com o qual
Iniciar.
deseja que aparecerá o nome do programa, digite MAPA DE
5. Aparecerá o quadro Personalizar o menu Iniciar, neste
quadro clique sobre o botão Adicionar... CARACTERES e clique no botão Concluir.
6. Será aberta a caixa de texto Criar Atalho. Na caixa de
texto Linha de comando você deverá escrever o endereço do 10. Aparecerá a caixa Propriedades da Barra de Tarefas
programa, ou seja, qual a unidade, pasta e o nome do arquivo onde onde você deve dar um clique no botão OK.
está o programa. Se você não souber onde ele está, clique no botão
procurar para que você possa procurar o endereço do utilitário Ao abrir o menu Iniciar a pasta Programas você encontrará
calculadora. a opção Mapa de Caracteres.

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INFORMÁTICA

Removendo comandos 4. Clique com o botão Direito do mouse sobre o nome do


a) Removendo comando do seu menu iniciar arquivo ou programa, selecione a opção Enviar Para e então na
Você pode remover qualquer comando que você não queira opção Área de Trabalho. Clique com o botão esquerdo do Mouse.
que aparecerá em qualquer lugar do menu Iniciar.
O ícone aparecerá na Área de Trabalho. Se este ícone estiver
Como exemplo, vamos retirar o acessório Calculadora que relacionado a algum documento, o Sistema Operacional ativará
colocamos na seção anterior. automaticamente o software relacionado a este.

1. Dê um clique no botão Iniciar. Renomeando ícones


1. Dê um clique com o botão Direito do mouse sobre o ícone
a ser renomeado.
2. Aponte para a opção Painel de Controle.
2. No menu pop-up que aparece clique sobre a opção
3. Dê um clique em Barra de Tarefas.
Renomear.
4. Aparecerá a caixa de diálogo Propriedades da Barra de 3. O nome do atalho fica destacado, e pode-se alterar ou
Tarefas, nesta caixa dê um clique na pasta Programa do Menu substituir o nome do ícone.
Iniciar.
Organizando seus ícones na área de trabalho
5. No quadro Personalizar o menu Iniciar, clique sobre o
botão Remover... Aparecerá a caixa Remover Atalhos / Pastas. Você pode organizar seus ícones da forma que desejar em
Nesta caixa você escolhe o nome da pasta onde se encontra o nome sua área de trabalho. Você pode arrastá-los para qualquer lugar na
do programa a ser removido. área de trabalho e dispô-los como quiser.

6. Dentro da área da pasta programas procure por Mapa de Mas, se desejar, você pode usar algumas opções de organização
Caracteres e dê um clique sobre esta opção. disponíveis no Windows.

7. Dê um clique em Remover. 1. Clique com o botão Direito do mouse sobre qualquer lugar
8. Aparecerá a caixa Propriedades da Barra de Tarefas onde da área de trabalho onde não esteja nenhum ícone.
você deve dar um clique no botão OK. 2. No menu pop-up que aparece escolha a opção Organizar
ícones e aparecerá um menu onde você poderá escolher o tipo de
classificação que desejar: por Nome, por Tipo, por Tamanho, por
Agora quando você abrir seu menu Iniciar e a opção Programas
Data.
o Mapa de Caracteres não mais aparecerá.
Arrumando a data e a hora da Barra de Tarefas
Usando atalhos na área de trabalho Muitas vezes necessitamos acerta a hora em nosso computador,
Como parte da configuração padrão na Área de Trabalho, você por exemplo, quando entramos e quando saímos do horário de
sempre vê o ícone Lixeira em sua Área de Trabalho. Embora esta verão no Brasil. Para acerta o relógio do computador clique duas
configuração seja limpa e prática, você pode achar útil adicionar vezes sobre o relógio que aparece na Barra de Tarefas.
ícones que representam programas, pastas ou documentos que você
usa com freqüência. Quando você dá um duplo clique sobre o ícone, Aparecerá a caixa Propriedades de Data/Hora, onde você
você está atiçando o item para o qual o ícone está direcionado. poderá acerta o horário e a data corretas. Na pasta Data&Hora, no
quadro Data você altera o mês e o ano e a data do mês. No quadro
Criando ícones Hora digite nos locais da hora ou minuto ou segundo os valores
O processo para criar ícones é bastante simples. Faça com que corretos para corrigir o relógio. Na pasta Fuso Horário você deve
o nome do programa possa ser visto, para isso use o programa especificar o fuso horário do local onde você está no mundo.
Localizar, ou o Windows Explorer.
Apesar de o Windows ser normalmente utilizado na sua forma
Neste exemplo, usaremos o Windows Explorer. original, existem muitas alterações que você pode fazer para
melhorá-lo a seu gosto - ajustes das cores da tela, velocidade do
mouse, velocidade de repetição das teclas, por exemplo.
1. No menu Iniciar selecione a opção Programas.
A maioria destas modificações não chegam a ser necessidade,
2. No menu clique em Windows Explorer. embora possam tornar mais fácil e agradável a utilização do
Windows. Estas alterações serão realizadas por intermédio da
3. Utilize a ferramenta de forma a observar o nome do opção PAINEL DE CONTROLE, que se encontra dentro da
programa ou arquivo para o qual você deseja criar o ícone. pasta CONFIGURAÇÕES, no botão INICIAR.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

PAINEL DE CONTROLE Papel de parede

O papel de parede são desenhos colocados na área de trabalho.


Existem os desenhos padrões para escolher, mas você pode criar
outros desenhos ou ainda importá-los de outro local, como a
O Painel de Controle é um conjunto de programas para que se Internet, por exemplo.
realiza as alterações, ajustes, instalações ou remoções de diversos
componentes. Este Painel pode ser acessado diretamente a partir Para escolher um papel de parede:
do botão Iniciar da barra de tarefas do sistema operacional. 1. Selecione na caixa Papel de parede um dos nomes
Os principais componentes do Painel de Controle são: apresentados.
ADICIONAR NOVO HARDWARE - local por onde 2.Escolha se deseja que o desenho fique Centralizado ou
instalamos placas, periféricos, etc. Inicia um assistente para que Lado a Lado na área de trabalho.
possamos instalar novos hardwares. 3. Clique OK e minimize todas as janelas abertas.
ADICIONAR OU REMOVER PROGRAMAS - local 4. O desenho aparecerá na área de trabalho
pode onde instalamos novos programas no computador. Inicia um
assistente para que possamos instalar ou remover programas do Dica: Outra forma de colocar papel de parede em sua área
Windows. de trabalho é usando o programa Paint, qualquer desenho que
CONFIGURAÇÕES REGIONAIS - define como o aparecerá na tela do Paint pode ser colocado como papel de parede
Windows mostra a hora, a data, os números e a moeda. através da opção Configurar como papel de parede no Menu
DATA/HORA - acerta a data e a hora. Arquivo.
FONTES - adiciona e remove as fontes. Pasta proteção de tela
IMPRESSORAS - instala impressoras, seleciona impressoras, Quando ativada limpará a sua tela ou apresentará uma figura
define o tamanho e a orientação do papel. ou padrão animado se você não usar o mouse ou o teclado após um
MOUSE - altera a velocidade de movimentação do ponteiro período de tempo predeterminado. Para ativar a proteção de tela
do mouse e altera as funções dos botões. selecione na pasta Proteção de tela um dos nomes de proteção de
SISTEMA - traz informações sobre seu computador. tela. Para visualizar a proteção de tela funcionando clique o botão
SONS - liga e desliga o alarme do computador, ou inclui som Amostra. Aparecerá na figura do monitor como será sua proteção
em vários eventos do sistema se você tiver uma placa apropriada de tela.
para som. No quadro Aguardar você definirá após quanto tempo
TECLADO - define a velocidade de repetição dos caracteres. (em minutos) a proteção de tela entrará em funcionamento. No
VÍDEO - define o padrão de fundo, proteção de tela, figura botão Configurações você pode alterar as especificações padrão
para o fundo de tela, cores para o sistema. etc. da proteção de tela, como velocidade, posicionamento, detalhes
referentes ao gráfico e colocação de senhas.
Configurando o vídeo
Clicando o ícone Vídeo na janela do Painel de Controle Pasta aparência
aparecerá a janela Propriedades de Vídeo. Esta janela é dividida Esta pasta permite que você modifique o modo como o
em pastas que aparecem na parte superior da janela. Cada uma das Windows usa as cores para as várias partes da tela.
pastas altera uma configuração da tela do Windows.
Pasta Segundo Plano - você define o Padrão e o Papel de Pasta configurações
parede que aparecem na área de trabalho do Windows. Nesta pasta você poderá configurar a quantidade de cores que
Pasta Proteção de Tela - define qual a proteção de tela que seu monitor poderá suportar (isto depende da qualidade da placa
será utilizada. de vídeo que você está usando) e o tamanho da tela de seu monitor
Pastas Aparência - define como será o layout das janelas, (também depende da qualidade da sua placa de vídeo). Uma placa
tamanho e tipo de fontes e cores. de vídeo de alta capacidade é necessária para que você possa
Pasta Configurações - define o número de cores que será colocar vários padrões de cores e definir tamanhos diferentes para
mostrado na tela e qual o tamanho dos pontos na tela. sua ela.

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INFORMÁTICA

Mouse Data e a hora do sistema


Selecione o ícone Mouse na janela Painel de controle. A Nesta janela você pode alterar a data e a hora do relógio do
janela Propriedades do Mouse será mostrada. Na pasta Botões computador. Para alterar a data, escolha o mês e o ano que você
você configurará: estiver e selecione no calendário o dia do mês no qual você está.
Para alterar a hora, clique em cada número de hora, minuto e
Configuração do botão - troca as funções dos botões do mouse. segundo e use as setinhas ao lado para aumentar ou diminuir os
valores.
Velocidade do clique duplo - coloque o botão da barra em
Lenta e depois em Rápida, clique duas vezes na Área de Teste. Esta opção também está disponível clicando-se duas vezes no
horário na Barra de Tarefas.
Na pasta Ponteiros você configura qual a aparência de
seu mouse. Na caixa Esquema escolha uma das configurações Dica - Para ver a data do sistema de modo rápido, somente
apresentadas e no quadro maior aparecerá a descrição da função posicione o mouse sobre a indicação da hora na Barra de Tarefas.
do ponteiro e como será seu desenho.
Impressora
Na pasta Movimento você configurará: Você pode instalar ou remover uma impressora e selecionar
opções de impressão. Quando você instalou o Windows, talvez
Velocidade do ponteiro - você define a rapidez com que o tenha instalado uma impressora. Se o fez o Windows carregou
ponteiro do mouse se move em relação ao movimento do mouse. o Painel de Controle e executou o programa de instalação de
impressora.
Rastro do ponteiro - cria uma sombra do caminho do mouse
sempre que você o move. Selecione a opção Exibir rastro do Se a sua impressora já está instalada e funcionando não é
ponteiro para que o rastro seja realizado e selecione o tamanho do necessário preocupar-se com a parte de instalação, mas talvez
rastro, se Curto ou Longo. deseja alterar ou personalizar a instalação atual.

Teclado Alterando a impressora padrão


Selecione o ícone Teclado na janela Painel de controle. A . Selecione a impressora que será usada como padrão.
janela Teclado será mostrada. Aqui você pode altera a repetição
das teclas e a taxa de intermitência do cursor. A maioria das teclas 2. No menu Arquivo clique sobre a opção Definir como
é repetida quando você as mantêm pressionadas. Aqui você pode Padrão.
alterar essa velocidade. 3. A impressora especificada será a impressora padrão.

Intervalo de repetição - determina quanto tempo a tecla ficará nova impressora


pressionada até que comece a repetição, leve o botão da barra entre Clique duas vezes sobre o ícone Adicionar impressora e
Longo e Curto e teste a diferença no quadro em branco. siga as instruções pedidas na janela Assistente para adicionar
Taxa de repetição - determina a velocidade que a tecla impressora.
pressionada repetirá as letras, leve o botão da barra entre a Lenta e
Rápida e teste a diferença no quadro em branco. Configurando sua impressora
Dentro dos próprios programas em Windows você pode fazer
Na opção Taxa de intermitência do cursor você define com a configuração de sua impressora. Essas configurações referem-se
qual intensidade o cursor de texto ficará piscando. a alterar o tamanho do papel a ser usado e a forma de orientação
do papel, Retrato ou Paisagem. Nos programas que você usa estas
Configurações regionais opções estarão disponíveis no Menu Arquivo, opção Configurar
As definições na caixa de diálogo Propriedades de Impressora.
Configurações Regionais personalizam o Windows para uso em Principais Teclas de Atalho do Windows
outros países. Como estamos usando o Windows em português a) CTRL+ESC - abre o menu Iniciar;
do Brasil não precisamos fazer alterações na pasta Configurações b) ALT+BARRA DE ESPAÇO - abre o menu de controle
Regionais. ou as opções referentes a barra de tarefas selecionada (mover,
tamanho);
A pasta Número define a forma que aparecerá o número. Use c) ALT+ “-” - abre as opções referentes ao menu Iniciar
as setas para baixo para escolher as opções disponíveis. (mover e fechar);
d) ALT+TAB - alterna as janelas abertas;
A pasta Moeda define a forma na qual aparecerá um número e) ALT+F4 - fecha janelas de programas;
em moeda. Use as setas para baixo para escolher as opções f) CTRL+F4 - fecha janelas de documentos;
disponíveis. g) ALT+ESC - alterna os botões da barra de tarefas;
A pasta Hora define como aparecerá a hora no sistema. h) CTRL+ALT+DEL - abre a caixa finalizar tarefas;
i) PRINTSCREEN - captura o conteúdo da tela para área de
A pasta Data define como aparecerá a data no sistema. transferência;

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j) ALT+PRINTSCREEN - captura a janela ou caixa de 1. No menu INICIAR selecione Programas.


diálogo ativa; 2. No menu que se abre selecione a pasta Acessórios.
k) CTRL+C - copia; 3. Na pasta Acessórios selecione a pasta Ferramentas do
l) CTRL+X - recorta; Sistema.
m) CTRL+V - cola; 4. Clique uma vez na opção Scandisk.
n) CTRL+Z - desfaz operações. 5. Na caixa de diálogo Scandisk escolha qual a unidade de
disco será verificada.
Fazendo a manutenção em seus discos 6. Na caixa Tipo de teste selecione a opção Completo.
Após o uso contínuo de seu disco rígido, gravando e apagando 7. Selecione logo abaixo a opção Corrigir erros
arquivos dentro dele, você pode sentir que seu computador está automaticamente.
um pouco mais lento para fazer certas ações. Isso normalmente 8. Pressione o botão Iniciar.
acontece porque quando usamos o Windows estamos, a todo o 9. Na barra, na parte de baixo da caixa, você verá o andamento
momento, acionando o disco rígido e transportando informações da verificação.
do disco rígido para a memória RAM.
Esta troca de informações, dados, cópias e gravações fazem Dicas: Feche todos os programas antes de executar o Scandisk.
com que o disco rígido vá misturando as informações que estão Principalmente não deixe nenhuma proteção de tela em atividade.
armazenadas dentro dele, o que torna a leitura do disco rígido mais Cada vez que a proteção de tela entrar em operação o Scandisk
demorada, pois os arquivos a serem lidos estão todos partidos necessitará começar toda a verificação de novo.
dentro do disco rígido. Se necessitar apenas de uma verificação rápida do disco para
O computador consegue localizar estas partes, mas com o fazer somente a desfragmentação selecione a opção Padrão na
passar do tempo estas partes também vão se partindo, transformando caixa Tipo de teste. Só use esta opção quando for necessário mais
um arquivo que inicialmente ocupava um espaço pequeno em um rapidez. Dê preferência à opção Completa, com ela é possível
arquivo que agora está espalhado por todo o disco rígido. Para
identificar problemas mais graves que possam acontecer dentro
sanar este problema devemos sempre fazer a manutenção do disco
de seu disco rígido. A opção SCANDISK e DEFRAG podem ser
rígido, quanto mais usamos o computador mais freqüentemente
realizadas tanto no disco rígido como em qualquer unidade de
esta manutenção deve ser realizada.
disco flexível.
Trabalhando-se todo dia no computador é preferível fazer a
manutenção toda semana. No processo de manutenção devemos
Desfragmentando os arquivos
primeiro verificar se o disco rígido não apresenta problemas físicos,
como partes danificadas onde não podemos gravar informações,
por exemplo.
Este processo recebe o nome de scaneamento e para isso
usamos um programa chamado SCANDISK. Após a primeira
etapa de manutenção, o scaneamento, devemos unir os pedacinhos
dos arquivos que estão espalhados pelo disco rígido. Este processo
chama-se desfragmentação, e é feito através da ferramenta
Desfragmentador de Disco.

Procurando problemas no disco

A desfragmentação varre o disco procurando os pedaços de


arquivos que vão se separando conforme o uso do computador.
Este processo deve ser realizado regularmente. Aconselha-se fazê-
lo pelo menos uma vez por semana.
1. No menu INICIAR selecione Programas.
2. No menu que se abre selecione a pasta Acessórios.
3. Na pasta Acessórios selecione a pasta Ferramentas do
Sistema.
4. Clique uma vez na opção Desfragmentação de disco.
5. A caixa de diálogo Selecionar Unidade de Disco aparecerá
para que você escolha qual a unidade que deseja desfragmentar.
O processo de scanear o disco rígido tem a função de procurar 6. Depois pressione o botão OK.
no disco rígido qualquer ocorrência de problema ou defeito. Este 7. Aparecerá a caixa de diálogo Desfragmentador de
procedimento deve ser feito com regularidade. Aconselhamos que Disco, informando qual o grau de desfragmentação, mesmo que
você faça este processo pelo menos uma vez por semana. Este a indicação seja de que não é necessário realizá-la, faça-a assim
processo deve ser feito sempre antes de se realizar o processo de mesmo.
desfragmentação, e pode levar algumas horas para ser realizado. 8. Clique no botão Iniciar.

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9. Ao iniciar a desfragmentação uma barra indicando a b) Barra de Status - mostra ou não a Barra de Status.
evolução da desfragmentação aparecerá em uma caixa de diálogo. c) Barra do Explorer - faz com que sejam ou não mostradas
Clicando no botão Exibir detalhes você poderá ver o processo de as barras Pesquisar, Favoritos, Históricos, Canais e todas de uma
desfragmentação por toda a tela. só vez.
10. Clicando o botão Legenda você poderá saber qual d) Ícones Grandes - mostra os ícones de pastas, arquivos e
a finalidade de cada quadradinho durante o processo de atalhos em um tamanho maior.
desfragmentação. e) Ícones Pequenos - mostra os ícones de pastas, arquivos e
atalhos em um tamanho reduzido.
Usando o Windows Explorer f) Lista - mostra apenas os ícones das pastas e arquivos.
g) Detalhes - mostra outros detalhes sobre as pastas e os
arquivos.
h) Organizar ícones - classifica os itens por nome, tamanho,
data e tipo, dependendo da visualização escolhida.
i) Opções - permite escolher o tipo de arquivo que será
mostrado.

Menu Ir
O Windows Explorer é uma excelente maneira de trabalharmos a) Voltar - mesma função que foi vista no Botão Voltar da
com arquivos dentro do Windows. Em sua janela poderemos Barra de Ferramentas.
visualizar as pastas da unidade de disco escolhida, como também b) Avançar - mesma função que foi vista no Botão Avançar da
os arquivos que estão em cada pasta. Barra de Ferramentas.
No Windows Explorer poderemos visualizar outras partes do c) Um Nível Acima - mesma função que foi vista no Botão
disco rígido que não aparecem no ícone Meu computador, como Acima da Barra de Ferramentas.
por exemplo os arquivos ocultos. d) Página Inicial - permite visualizar a página de abertura
quando nos conectamos à Internet.
Para entrar no Windows Explorer faça o seguinte: e) Pesquisar na Web - localiza informações na Web usando
1. No menu INICIAR coloque o cursor do mouse sobre a a barra do Explorer.
opção Programas. f) Correio - abre o programa Outlook Express.
2. No menu Programas que apareceu dê um clique em g) Notícias - visualiza notícias.
Windows Explorer, o programa será aberto. h) Meu Computador - abre o ícone meu computador, que
apresenta o conteúdo do computador em termos de unidades
Menu Arquivo flexíveis ou rígidas, painel de controle, impressoras, acesso à rede
a) Novo - cria uma nova pasta ou atalho para a pasta. dial-up e tarefas agendadas.
b) Criar Atalho - cria atalhos para itens. i) Catálogo de Endereços - abre o catálogo de endereços que
c) Excluir - exclui pastas, arquivos ou atalhos. permite criar e buscar endereços, além de criar grupos e outros
d) Renomear - muda o nome de pastas, arquivos ou atalhos. recursos.
Essa opção não muda o nome de uma unidade. j) Chamada na Internet - abre o seu software de conferência
e) Propriedades - mostra características do arquivo ou pasta Microsoft NetMeeting).
(tamanho, data e hora da criação, etc.). Essa opção também permite Menu Favoritos - permite inserir endereços de sites da web
mudar atributos (somente para leitura, oculto, etc.) dos arquivos ou na lista de favoritos, mudar a ordem de visualização ou o nome
pastas. . dos mesmos e excluir itens.
f) Trabalhar Off-Line - quando não estamos conectados à Menu Ferramentas - corresponde ao menu Localizar do
Internet, trabalhamos desse modo. botão Iniciar.
g) Fechar - fecha o Windows. Menu Ajuda - corresponde ao menu Ajuda do botão Iniciar.

Menu Editar Aumentar e diminuir os níveis de pasta


a) Desfazer - desfaz a última operação realizada. Você deve ter notado que algumas pastas e/ou subpastas
b) Recortar - este comando, junto ao comando colar, permite apresentam ao lado do desenho das pastinhas sinais de mais (+),
mover pastas, arquivos ou atalhos. sinais de menos (-) ou nenhum sinal. Cada um destes sinais têm
c) Copiar - este comando, junto ao comando colar, permite uma finalidade.
copiar pastas, arquivos ou atalhos.
d) Colar - cola pastas e arquivos em um novo local. (+) indica que a pasta ou a subpasta apresenta outras
e) Colar Atalho - cola atalhos em um novo local. ramificações dentro dela;
f) Selecionar Tudo - seleciona todo o conteúdo de uma pasta. (-) indica que as ramificações dentro da pasta ou subpastas
g) Inverter Seleção - seleciona tudo que não estiver estão sendo visualizadas;
selecionado.
Menu Exibir Criando pastas no Windows Explorer
a) Barra de Ferramentas - mostra ou não as Barra de 1. Selecione a raiz da unidade de disco desejada.
Ferramentas. 2. No menu Arquivo selecione a opção Novo.

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3. Serão abertas as opções e você escolhe a opção Pasta. Movendo arquivos e/ou pastas
4. Um ícone será criado no lado direito da tela com o nome de a) Movendo arquivos com a ajuda do menu
Nova Pasta. Como ele ainda está selecionado você.
pode escrever o nome da nova pasta agora. 1. Selecione o arquivo ou os arquivos que serão movidos.
5. Pressione a tecla ENTER e a nova pasta será criada com o 2. No menu Editar selecione a opção Recortar. Atalho:
nome que você escolheu. CTRL+X.
3. Clique na pasta que receberá o arquivo.
Criando Subpastas 4. No menu Editar selecione a opção Colar. Atalho:
1. Selecione a pasta onde você deseja que seja criada uma CTRL+V.
subpasta. 5. Uma caixa aparecerá mostrando que o arquivo está sendo
2. No menu Arquivo selecione a opção Novo. movido para a pasta escolhida, se desejar parar a operação clique
3. Serão abertas as opções e você escolhe a opção Pasta. sobre o botão Cancelar.
4. Um ícone será criado no lado direito da tela com o nome de 6. O arquivo aparecerá na pasta.
Nova Pasta. Digite o nome da nova pasta agora.
5. Pressione a tecla ENTER e a nova pasta foi criada com o b) Movendo arquivos com o uso do mouse
nome que você escolheu. 1. Selecione a pasta onde se encontra o arquivo, ou os
arquivos, desejados.
Selecionando Arquivos 2. Selecione o arquivo, ou os arquivos, que serão movidos (use
Antes de trabalhar com arquivos em uma pasta, você deve as formas de seleção mostradas na seção anterior).
selecionar os arquivos desejados. Pode-se selecionar apenas um 3. Dê um clique e mantenha pressionado o mouse sobre a área
arquivo ou vários arquivos de uma só vez, das seguintes maneiras: dos arquivos selecionados.
a) Selecionando um arquivo - Clique uma vez sobre o 4. Arraste o mouse para a pasta desejada, até ela ficar
arquivo desejado e o arquivo estará selecionado. selecionada. Note que neste processo o seu mouse estará com
b) Selecionando um grupo de arquivos consecutivos
uma setinha carregando o arquivo. Este é o sinal de que você está
movendo o arquivo para outro lugar.
1. Dê um clique sobre nome do primeiro arquivo da série.
2. Pressione a tecla SHIFT e mantenha a tecla pressionada. 5. Solte o mouse sobre o nome da pasta que você escolheu, ela
3. Vá até o final do grupo que você deseja selecionar e dê um necessita estar selecionada.
clique no último arquivo deste grupo. 6. Uma caixa aparecerá mostrando que o arquivo está sendo
4. Solte a tecla SHIFT. movido para a pasta escolhida, se desejar parar a opção clique
sobre o botão Cancelar.
c) Selecionando arquivos que não estão consecutivos Seu arquivo foi retirado da pasta onde estava e foi movido
para a pasta especificada.
1. Clique sobre um arquivo daqueles que você deseja
selecionar. Copiando arquivos e/ou pastas
2. Pressione a tecla CTRL e mantenha a tecla pressionada. Quando você copia um arquivo de uma pasta para outra, ou de
3. Dê um clique sobre cada um dos arquivos que você deseja uma unidade de disco para outra, o arquivo continua a existir na
selecionar. pasta ou na unidade em que estava e existirá também na pasta ou
4. Solte a tecla CTRL. na unidade para onde foi copiado.
d) Selecionando grupos de arquivos que não estão a) Copiando arquivos com a ajuda do menu
consecutivos 1. Selecione o arquivo ou os arquivos que serão copiados.
2. No menu Editar selecione a opção Copiar . Atalho:
1. Pressione a tecla CTRL e a tecla SFHIT e mantenha ambas CTRL+C.
as teclas pressionadas. 3. Clique na pasta que receberá o arquivo.
2. Selecione o primeiro grupo de arquivos clicando no
primeiro arquivo e no último arquivo do grupo.
3. Solte a tecla SHIFT, mas mantenha a tecla CTRL . No menu Editar selecione a opção Colar. Atalho: CTRL+V.
pressionada. 5. Uma caixa aparecerá mostrando que o arquivo está sendo
4. Selecione o primeiro arquivo do próximo grupo. copiado para a pasta escolhida, se desejar parar a operação clique
5. Pressione a tecla SHIFT mantendo a tecla CTRL sobre o botão Cancelar.
pressionada.
6. Selecione o último arquivo deste segundo grupo. Você 6. O arquivo aparecerá na pasta.
terá agora dois grupos selecionados. Para continuar selecionando b) Copiando arquivos para outra pasta com o uso do
outros grupos siga as instruções de 3 a 6. mouse

e) Selecionando todos os arquivos de uma pasta 1. Selecione a pasta onde se encontra o arquivo, ou os
arquivos, desejados.
1. Selecione no lado esquerdo da tela, na árvore de pastas, a 2. Selecione o arquivo, ou os arquivos, que serão movidos
pasta desejada. (use as formas de seleção mostradas na seção anterior).
2. No menu Editar, selecione a opção Selecionar Tudo. 3. Pressione e mantenha pressionada a tecla CTRL e pressione
Atalho: CTRL+A. e mantenha pressionado o botão esquerdo do mouse sobre a área
Pronto, todos os arquivos da pasta estarão selecionados. dos arquivos selecionados.

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4. Arraste o mouse para a pasta desejada, até ela ficar SISTEMA OPERACIONAL LINUX
selecionada. Note que neste processo o seu mouse estará com uma
setinha aparecendo abaixo dela um quadradinho com o sinal de
mais (+). Este é o sinal de que você está copiando o arquivo para
outro lugar.
5. Solte o mouse sobre o nome da pasta que você escolheu, ela
necessita estar selecionada.

6. Uma caixa aparecerá mostrando que o arquivo está sendo


copiado para a pasta escolhida, se desejar parar a opção clique
sobre o botão Cancelar.
O Linux e as distribuições
Seu arquivo ainda está na pasta de origem e foi copiado para
Este é um tema importante quando falamos sobre Linux. Hoje
a outra pasta especificada.
em dia é difícil definir o que exatamente é “o Linux”. Antigamente
Excluindo arquivos e/ou pasta o kernel era considerado como sendo o Linux em sí, enquanto
1. Selecione o arquivo ou pasta a ser excluído. todo o resto eram apenas aplicativos para ele. Mas, hoje em dia
2. Pressione o botão Delete no teclado. temos tantas ferramentas entranhadas no sistema que fica difícil
3. Na caixa de confirmação que aparece, verifique se o nome distinguir onde termina uma coisa e começa outra.
do arquivo está correto e selecione o botão Sim. Para nos poupar destas divagações e do trabalho de montar
4. O arquivo foi mandado para a Lixeira. o sistema do zero, como faziam os pioneiros, temos hoje as
distribuições, que nada mais são do que grandes pacotes de software
Renomeando arquivos e/ou pastas que trazem instaladores, documentação e outras facilidades, que
a) Renomeando arquivos ou pastas usando o mouse poupam o usuário das tarefas mais espinhosas de instalação e
1. Clique uma vez sobre o arquivo ou pasta a ser renomeado. configuração do sistema.
2. Agora dê um clique sobre o nome do arquivo ou pasta, o
nome do arquivo ou pasta aparecerá dentro de uma caixa, o texto Gerenciador de boot
ficará selecionado e um cursor surgirá no final do texto. A configuração do gerenciador de Boot é feita automaticamente
3. Digite o novo nome e pressione a tecla ENTER. pelo instalador, que configura inclusive o dual-boot com o Windows
se for o caso. Mas, de qualquer forma, você terá a opção de revisar
b) Renomeando arquivos ou pastas usando o menu ou mesmo alterar a configuração se desejar. Também é possível
1. Selecione o arquivo ou pasta a ser renomeado. escolher o gerenciador de boot, entre o Lilo e o Grub.
2. No menu Arquivo selecione a opção Renomear, o nome
do arquivo ou pasta aparecerá dentro de uma caixa, o texto ficará
Durante um certo tempo o Grub levou vantagem na briga, pois
selecionado e um cursor surgirá no final do texto.
oferecia um menu gráfico para a escolha do sistema, enquanto no
3. Digite o novo nome e pressione a tecla ENTER.
Lilo o menu era em modo texto. Mas, não demorou muito para que
Localizando seus arquivos o Lilo também oferecesse o menu gráfico e equilibrasse a briga.
1. Clique no botão Iniciar. Apesar da semelhança entre os dois, o Lilo é melhor documentado
2. No menu Iniciar leve o cursor do mouse até a opção que o Grub, por isso é o default.
Localizar.
3. Será aberta a opção Arquivos ou Pastas. INSTALANDO O LINUX
4. Clique uma vez sobre esta opção. Simplesmente instalar o Linux é a parte mais fácil. A menos
5. Aparecerá a caixa Localizar. que a sua placa de vídeo não seja compatível com o sistema, que
6. No campo Nome: digite o nome do arquivo que deseja o HD não tenha espaço livre suficiente, ou algo do gênero, você
localizar. Não precisa ser o nome completo, podem ser somente não terá maiores problemas para instalar praticamente nenhuma
algumas letras. distribuição atual.
7. No campo Examinar: você escolher em qual drive o O problema começa justamente depois de instalar o sistema.
arquivo será procurado. O maior erro de muitos que instalam o Linux pela primeira
8. Abaixo do campo certifique-se de que a opção Incluir vez é achar que o sistema é uma espécie de clone do Windows.
subpastas esteja selecionada. Apesar das interfaces serem parecidas, o Linux conserva muitas
9. Clique no botão Localizar agora para que a procura tenha particularidades e exige uma curva de aprendizado maior. Você
início. não vai conseguir simplesmente sair fazendo de imediato as
10. Aparecerá abaixo da caixa Localizar uma caixa anexa que mesmas coisas que fazia no Windows.
mostrará o resultado da procura. Os programas disponíveis são diferentes, as configurações do
sistema estão em locais diferentes e nem sempre são centralizadas,
Conferindo as propriedades do arquivo e/ou pasta
o Linux traz vários recursos, principalmente de linha de comando
1. Selecione a pasta ou o arquivo que deseja ver as informações
sobre ele. que não existem no Windows e muitas configurações que você
2. No menu Arquivo selecione a opção Propriedades. nem imaginava que existiam estão disponíveis, o que pode causar
Na Barra de Ferramentas para exibir o quadro Propriedades. muita confusão no início. O sistema foi projetado com uma grande
Aparecerão as informações sobre o arquivo ou pasta. ênfase na segurança, o que também dificulta as coisas no início.

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O PROMPT DO LINUX HISTÓRICO


Apesar de a interface gráfica ser muito mais fácil de usar, é O Linux mantém um histórico dos últimos 500 comandos
bom ter pelo menos uma boa noção de como as coisas funcionam digitados. Para repetir um comando recente, simplesmente
pelo prompt de comando, isso vai lhe dar um domínio muito maior pressione as setas para cima ou para baixo até encontrá-lo. Para
sobre o sistema. Aqui estão alguns comandos básicos: fazer uma busca use o comando “history grep comando” , como
CD: Serve para acessar os diretórios, como no DOS. “cd /” em “history grep vi” para mostrar todas as entradas começadas
volta ao diretório Raiz, e “cd ..” sobe um diretório. Para abrir o com “vi”.
diretório “/proc” por exemplo, digite “cd /proc”. Se você estiver Você também pode executar uma fila de comandos de uma
dentro da pasta /home/user/mail, por exemplo, e quiser ir para a vez. Basta separá-los por ponto e vírgula, como em “ls; pwd” ou
pasta /user/local, basta dar o comando “cd /user/local” dentro de “cd /home/user; ls”
qualquer pasta, que o sistema se encarregará de acessar a pasta DICA: Lembre-se que o Linux distingue letras maiúsculas e
correta. Se por outro lado, você quiser apenas abrir a pasta “old” minúsculas. “ls” é diferente de “LS”. Os comandos apresentados
dentro da pasta /home/user/mail, basta apenas digitar “cd old”. devem sempre ser digitados com letras minúsculas.
STARTX: Serve para abrir a interface gráfica a partir do
prompt, caso você tenha escolhido inicializar em modo texto.
Usando o terminal
LS: corresponde ao DIR do DOS. O “ls more” quebra a
Existem duas formas de utilizar o prompt. A primeira é
lista em páginas, para que você consiga ler tudo. “ls -a” mostra
simplesmente abrir uma janela de terminal dentro da Interface
também arquivos ocultos (que no Linux têm o nome iniciado com
um ponto) e “ls -alh” mostra mais detalhes sobre os arquivos, gráfica, mas você também pode usar os terminais virtuais através
incluindo as permissões de acesso e o tamanho. do atalho Ctrl+Alt+F2. Você pode usar as teclas F de 1 a 6, onde
MAN: esse comando serve para acessar os manuais de cada uma representa um terminal independente. Para voltar para
comandos. Se você tiver dúvida sobre a sintaxe ou as opções de a interface gráfica, pressione Crtl+Alt+F7. Assim como por
um comando qualquer basta digitar “man comando” como por default tem vários terminais de texto, também é possível ter vários
exemplo “man ls”. Ele vai abrir um arquivo de texto com todos os terminais gráficos independentes, usando as teclas F de 7 a 12,
detalhes sobre o comando. Para sair, pressione “q” onde cada um pode não apenas rodar aplicativos diferentes, mas
INFO: Traz informações mais detalhadas sobre o comando. também rodar interfaces gráficas diferentes.
Nem todos os comando tem uma página info, mas o número vem Uma alternativa mais corriqueira é usar os desktops virtuais.
crescendo. Para usa-lo, basta digitar “info comando”, como em Cada desktop funciona como uma área independente e você pode
“info lsmod” alternar entre eles usando os atalhos presentes na interface gráfica
CP: para copiar arquivos, corresponde ao COPY do DOS. Se que estiver utilizando: No KDE você pode alternar entre as áreas
você copiar todos os arquivos, use apenas um “*” ao invés de “*.*” de trabalho virtuais pressionando Ctrl + uma das teclas de função,
como usaria no DOS. Por exemplo, “cp */home/user” copia todo o da F1 à F12, como em Ctrl + F1, Ctrl + F2, etc.
conteúdo da pasta atual para a pasta “/home/user”. Para enviar um programa aberto para outro desktop virtual,
basta clicar sobre a barra com o botão direito do mouse e em
MV: Move. Serve tanto para mover arquivos, como em “mv seguida em “Para o ambiente...”. Os desktops virtuais permitem
foto.pgn /home/user”, que move o arquivo do diretório atual para organizar melhor os programas abertos, e alternar entre eles com
o /home/user, quanto para renomear arquivos, como em “mv foto. mais facilidade nas interfaces que não possuem barra de tarefas,
png foto-old.png” como o Window Maker ou o Blackbox.
RM: para deletar arquivos, corresponde ao del do DOS. CRIAÇÃO DE LIKX
Para deletar um diretório, use o “rm -r”, como em “rm -r teste”. O comando ln permite criar links. Existem dois tipos de links
Se preferir que o comando seja executado imediatamente, sem suportados pelo Linux, os hard links e os links simbólicos. Os links
avisar sobre erros ou confirmar a cada arquivo, acrescente um f de simbólicos têm uma função parecida com os atalhos do Windows,
“force”, como em “rm –rf teste”
eles apontam para um arquivo, mas se o arquivo é movido para
MKDIR: para criar um diretório, “mkdir user”
outro diretório o link fica quebrado. Os hard links são semelhantes
RMDIR: para deletar um diretorio, como em “rmdir user”.
aos atalhos do OS/2 da IBM, eles são mais intimamente ligados ao
O rmdir só funciona com diretórios vazios. No caso de diretórios
com arquivos, use o “rm -r” ou “rm -rf” arquivo e são alterados junto com ele. Se o arquivo muda de lugar,
PWD: Mostra o diretório atual, use sempre que estiver em o link é automaticamente atualizado.
dúvia: O comando ln dado sem argumentos cria um hard link, como
CLEAR: limpa a tela em:
&: Este é um parâmetro que permite rodar aplicativos $ ln /home/user/arquivo.txt arquivo, Onde será criado um
mantendo o terminal livre. No Linux, todos os aplicativos, mesmo link chamado “arquivo” no diretório corrente, que apontará para o
os gráficos, podem ser chamados a partir de uma janela de terminal. arquivo.txt dentro do diretório /home/user.
O comando “konqueror” por exemplo abre o Browser com o Para criar um link simbólico, basta acrescentar o argumento
mesmo nome. O problema é que ao chamar algum aplicativo, o “-s”, como em: $ ln -s /home/user/arquivo.txt arquivo.
terminal ficará bloqueado até que o aplicativo seja finalizado, lhe Você pode criar tanto links apontando para arquivos, quanto
obrigando a abrir um para cada programa. Acrescentar o & no links apontando para diretórios. Por exemplo, se você acha muito
final do comando, como em “konqueror &” resolve este problema, trabalhoso acessar o CD-ROM através do diretório /mnt/cdrom,
mantendo o terminal livre. Note que alguns aplicativos exibem você pode simplesmente criar um link para ele dentro do seu
mensagens depois de abertos, basta pressionar Enter para voltar diretório de usuário, ou onde você quiser. Ao clicar sobre o link no
ao prompt. gerenciador de arquivos, você acessará o CD-ROM.

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Para criar um link chamado “CD” dentro do seu diretório de Pacotes RPM
usuário apontando para o CDROM, o comando seria: $ ln -s /mnt/ Os pacotes .RPM, são pacotes prontos, fáceis de instalar.
cdrom ~/CD Em muitos casos são disponibilizadas várias versões diferentes,
O interpretador de comandos se encarregará de substituir uma para cada distribuição, ou para cada versão do Kernel. Para
automaticamente o “~” pela localização correta da sua pasta de instalar os pacotes RPM, simplesmente clique sobre o arquivo (no
usuário, não importa qual seja. konqueror ou outro gerenciador de arquivos que estiver utilizando)
e siga as instruções.
Acessando a partição do Windows a partir do Linux Depois de instalado basta apenas chamar o programa pelo
Se você instalou o Windows e o Linux em dual boot na
terminal. Quase o comando é o próprio nome do programa em
mesma máquina, e quer acessar os arquivos que estão na partição
Windows apartir do Linux, é só seguir as dicas abaixo: minúsculas. Por exemplo: Opera = “opera”
Primeiro verifique qual é a partição onde o Windows está Não se preocupe, pois no Linux você pode chamar
instalado. programas gráficos através do terminal e vice-versa, sem qualquer
Lembre-se de como o Linux identifica suas partições de disco. impedimento. Para facilitar, você pode criar um atalho na interface
Se o Windows estiver instalado na partição primária do primeiro gráfica.
HD (o mais provável), então a partição é /dev/hda1. No prompt, No KDE por exemplo, basta clicar com o botão direito sobre
digite “cd /mnt” e crie um diretório “windows” (pode ser outro o ícone do menu K e acessar o “Editor de Menus”. O comando do
nome qualquer) com o comando “mkdir windows”. Agora é só dar aplicativo é o mesmo que você usaria para chamá-lo via terminal.
o comando: mount /dev/hda1 /mnt/windows -t vfat Escolha um ícone e não se esqueça de salvar antes de sair.
Pronto, agora é só dar um “cd windows” para acessar todos
os arquivos que estão na partição Windows. Você pode acessar os Encontrando o programa instalado
arquivos apartir da interface gráfica.
Se por acaso depois de instalado você não conseguir encontrar
O terceiro botão o programa, use o comando “whereis” que em português significa
O botão central do mouse, que não tem muita serventia no justamente “aonde está”.
Windows, permite copiar e colar entre aplicativos ou até mesmo Usando por exemplo:
entre aplicativos gráficos e terminais abertos dentro da interface $ whereis netscape
gráfica. Isso substitui o crtl+c, crtl+v com a vantagem de o Você receberá algo como:
comando ser dado com um único clique do mouse. $ netscape: /user/local/netscape

Basta selecionar o trecho de texto, a imagem, ou o que Trabalhando com permissões e usuários
quiser copiar numa janela e clicar com o botão central na janela “O Linux é um sistema multiusuário”. Você já deve ter ouvido
onde quiser colar a seleção. Se você não tiver um mouse de três esta frase muitas vezes. Isto significa que um mesmo PC ou
botões, pressione simultaneamente os dois botões. A maioria dos
servidor pode ser acessado por vários usuários simultaneamente.
aplicativos também permite usar o copiar/colar, como no Windows.
Com isto, surge a necessidade de algum sistema de segurança que
DESLIGANDO O COMPUTADOR limite o que cada usuário pode fazer no sistema, para que não haja
Assim como no Windows, você precisa desligar o sistema o risco de que um usuário possa destruir arquivos ou configurações
corretamente para evitar perda de arquivos. Além da opção do sistema ou de outros usuários.
disponível na Interface gráfica, você pode desligar o sistema Isto é feito através das permissões de arquivos. Clicando sobre
através de um terminal, usando um dos comandos abaixo: as propriedades de qualquer arquivo no konqueror você verá uma
reboot - Reinicia o micro. janela com 9 campos, que permitem dar permissão de leitura,
halt – Desliga o micro. gravação e execução para o usuário dono do arquivo, para outros
shutdown -h now – Também serve para desligar o sistema. usuários que pertencem ao mesmo grupo que ele e finalmente a
Você pode substituir o now (agora) por um tempo em minutos todos os demais usuários.
que o sistema esperará antes de desligar, usando o argumento “+” O “dono” do arquivo é por default o usuário que criou o
como em shutdown -h +60. Você pode ainda especificar o tempo
arquivo. Apenas este usuário pode alterar as permissões de acesso
no formato hh:mm como em shutdown -h +06:00 (para desligar às
6:00 da manhã). ao arquivo e pasta.
É útil se você tem o hábito de deixar o micro ligado durante a
madrugada baixando arquivos. Suítes de Escritório
Ctrl+Alt+Del - Este é uma atalho de teclado, que dependendo Apesar de ainda não existir nenhuma suíte de escritório for
da distribuição desliga ou apenas reinicia o sistema. Linux que tenha todos os recursos do Office, as opções disponíveis
já atingiram um nível de funcionalidade muito bom. Claro que
Instalando novos programas o uso de qualquer uma das alternativas exigirá um pouco de
A instalação de novos programas no Linux não é tão paciência para quem está vindo do Office, já que nem sempre
complicada como pode parecer à primeira vista. Pelo contrário, todas as funções estarão disponíveis, muito menos no mesmo
muitas vezes é até mais simples que no Windows, pois raramente lugar. Entretanto, quem utiliza apenas os recursos básicos do Word
você precisará perder tempo registrando o programa, retirando e Excel ou para quem está aprendendo a trabalhar com editores de
banners de propaganda (como no caso do ICQ), desativando os texto ou planilhas (uso em escola), qualquer uma das alternativas
spywares, e coisas do gênero. já será suficiente.

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INFORMÁTICA

OpenOffice é necessário caso você esteja usando uma máquina Windows ME


O OpenOffice é o primo open-source do StarOffice, que nasceu ou XP e não tenha estabelecido uma senha para a impressora, mas
quando a Sun disponibilizou o código sob a GPL em 2000. Assim é obrigatório nas máquinas Windows 2000 ou NT.
como no caso do Mozilla (que surgiu quando a Netscape liberou
o código do navegador) logo um grande grupo de voluntários se Gerenciando partições e unidades de rede
reuniu em torno do projeto, acelerando bastante o processo de Na sub-seção “Pontos de Montagem”, temos outro utilitário
desenvolvimento. importante, o DiskDrake (similar ao usado durante a instalação),
O StarOffice e o OpenOffice continuam sendo desenvolvidos que permite particionar ou reparticionar os HDs instalados, montar
por grupos separados, mas as modificações feitas em um projeto ou desmontar partições de disco, editar o ponto de montagem além
também acabam sendo incluídas no outro, mantendo os dois de montar/desmontar suas unidades removíveis (CD-ROM, Zip,
etc.) além das opções de montar compartilhamentos de rede via
produtos bastante semelhantes. O OpenOffice tem a vantagem de
Samba ou NFS, o que permite acessar pastas compartilhadas em
ter atualizações mais freqüentes.
máquinas Windows ou em outras máquinas Linux através da rede.
Inovações que só foram incluídas na versão 6 na versão 6 do
StarOffice, como a remoção do desktop integrado já existem a um Note que cada HD aparece numa aba separada, respeitando as
bom tempo no OpenOffice. Alguns componentes proprietários designações usadas no Linux (hda para o primary master, hdb para
do StarOffice, mais especificamente o banco de dados Adabas, o primary slave e assim por diante). Isso diminui a possibilidade
algumas fontes, alguns dos dicionários para o corretor ortográfico, de você deletar uma partição de dados por engano.
suporte à línguas Asiáticas e parte dos cliparts não estão disponíveis
no OpenOffice. Desmontar uma partição apenas a torna inacessível, não
destrói seus dados. Em seguida você pode até mesmo montá-la em
Para instalar, descompacte o arquivo usando o comando “tar outro diretório se desejar. Por exemplo, se você tem dois HDs (hda
-zxvf pacote”, abra a pasta “install” que será criada e execute o e hdc), divididos em duas partições cada (hda1, hda5, hdc1 e hdc2,
arquivo “setup” (./setup), que abrirá o instalador gráfico. Depois de por ex.) com as partições montadas (respectivamente) em:
instalado, você ainda precisará criar os ícones para os aplicativos. / (o diretório raiz)
Lembre-se que o OpenOffice já vem desmembrado, por isso /home (onde ficam os diretórios dos usuários e o lugar mais
você precisará criar um atalho para cada aplicativo. Todos estão recomendável para gravar seus arquivos pessoais)
dentro da pasta “program”, no diretório onde foi instalado. /home/arquivos (uma parta criada para guardar arquivos de
uso geral)
Browsers /home/ftp (o diretório dos arquivos disponibilizados num
Este é outro ponto em que o Linux evoluiu bastante nos últimos servidor de FTP que você resolveu criar para trocar arquivos).
tempos. Java, Flash e até mesmo Real Vídeo são suportados sem Se você desistir do FTP e resolver montar a partição em outro
problemas por todos os browsers. A exceção fica naturalmente diretório, /home/web, ou qualquer outra coisa que tenha em mente,
bastará desmontá-la, alterar o ponto de montagem para o diretório
para o conteúdo no formato Media Player da Microsoft, que ainda
desejado e em seguida montá-la novamente.
não é suportado por nenhum navegador.
Os arquivos continuarão intactos, apenas mudarão de lugar.
Você pode até mesmo transferir os arquivos de uma pasta para
Configurando a Impressora outro micro da rede, deletar o conteúdo da pasta para liberar
Para adicionar uma nova impressora, clique em “Add Printer” espaço em disco e montar a pasta compartilhada no outro PC no
e em seguida em “Impressora local”. mesmo diretório.
Na maioria dos casos o utilitário será capaz de detectar Os arquivos continuarão acessíveis no mesmo lugar, mas não
automaticamente a impressora e selecionar o driver apropriado. estarão mais ocupando espaço no seu HD. Se tudo o que você
Mesmo que a impressora não seja reconhecida, basta escolher o deseja é verificar o quanto tem de espaço livre em cada partição
driver correspondente ao modelo para que tudo funcione. do HD, experimente o kdf. Ele pode ser encontrado em Iniciar >
Você encontrará drivers para as impressas mais comuns, como Aplicações > Monitoramento, ou simplesmente digitando kdf no
os modelos da Epson, HP, Xerox, Lexmark, etc. e até mesmo terminal. Ele mostra também as unidades de rede mapeadas via
muitos modelos exóticos, mas não para todas as suas impressoras. Samba ou NFS e permite montar/desmontar cada uma.
Se a sua não estiver na lista, o jeito será tentar instalá-la usando o
driver de um modelo parecido, ou pesquisar na Web se já existem
drivers for Linux para ela. PROCESSADOR DE TEXTO (WORD E
Depois de instalar a impressora, você poderá alterar as BROFFICE.ORG WRITER).
propriedades, qualidade de impressão, etc. logo na janela principal.
Graças ao Samba é possível instalar também impressoras de redes,
compartilhadas a partir de uma máquina Windows. Para isso, abra MICROSOFT WORD
o “Add Printer” e escolha a opção “Printer on SMB/Windows
95/98/NT Server”.
Você precisará fornecer o endereço IP e o nome da máquina
Windows que está compartilhando a impressora, o nome do
compartilhamento, além do seu login e senha de rede. O login não

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

O Microsoft Word é o editor de textos mais utilizado para se para colocá-la em negrito, digite três hífens consecutivos para
confeccionar uma grande gama de documentos tais como: cartas, adicionar um sublinhado da largura da página. Para iniciar uma
memorandos, mala direta, etc. Concebido para ambiente Windows, lista numerada digite 1. (1 e ponto), pressione a Barra de Espaços
este aplicativo é amplamente utilizado em ambientes empresariais, ou a Tecla TAB e, depois digite o texto; quando pressionar Enter o
comerciais, acadêmicos e também em ambientes domésticos. Word automaticamente converterá o parágrafo em lista numerada.
Para ativar esses recursos entre no menu Ferramentas, opção
Iniciando o Word Autocorreção, guia “Autoformatação ao digitar”.

Verificador gramatical

O Verificador gramatical tem sido melhorado a cada versão


e agora está mais inteligente em relação aos erros que encontra,
além de conter um maior números de dicionários.
Para iniciar um aplicativo do Office no Windows, clique sobre
o botão Iniciar, clique sobre Programas e, em seguida, clique sobre Como manipular texto e elementos gráficos.
o aplicativo Word. Caso exista um ícone para o programa na área O Word facilita a adição de efeitos de editoração eletrônica,
de trabalho, basta aplicar o duplo clique do mouse sobre este ícone como dispor texto ao redor de figuras ou saltar um texto da página
para acionar o programa. Quando o Word é iniciado, a tela contém 1 para a página 4.
um documento novo cercado de um painel de botões, menus e Um elemento gráfico pode ser posicionado em qualquer parte
outras ferramentas úteis que você poderá utilizar para trabalhar da página e você pode fazer o texto fluir ao redor do elemento
no documento. gráfico de diversas maneiras. Se quiser criar os seus próprios
elementos gráficos ou adicionar efeitos de texto, você irá encontrar
um conjunto completo de ferramentas de desenho e figura.

Assistentes e modelos
O Word vem com vários modelos e assistentes para ajudá-
lo a criar uma variedade de documentos. Os modelos fornecem
diversas estruturas alternativas, e irão orientá-lo durante a criação
de um documento e o assistente do Office está inteiramente
integrado aos assistentes de modo a facilitar o acesso à Ajuda.

Como compartilhar alterações


Se for necessário controlar as alterações, você irá encontrar
um controle de alterações aprimorado e fácil de usar. É fácil
verificar quem fez uma alteração e quando. Se for necessário
manter diversas versões de um documento, o Word agora permite
que você salve essas versões dentro do mesmo documento. Menu
arquivo, opção versões, botão “Salvar Agora”.

O Word e a Web
Use o Word para criar documentos de modo que você e seus
assistentes possam utilizá-los em uma intranet ou na World Wide
Web. O Word adiciona facilmente hyperlinks a documentos para
Recursos IntelliSense que você possa saltar para qualquer posição em um documento,
Basicamente este recurso permite ao usuário personalizar entre documentos, para documentos em outros aplicativos do
e agilizar a forma que o Word deverá se comportar durante a Office ou para qualquer local na Internet. O Assistente de página
manipulação de texto, ou seja, sugerindo correção automaticamente, da Web do Word facilita a criação de home pages e de outros
ativando ou desativando recursos, inclusive trabalhando com documentos da Web, mesmo que você não conheça HTML.
outros idiomas. Os recursos IntelliSense economizam o seu tempo
de digitação, corrigindo erros de digitação e inserindo frases e Botão de Sair do programa:
palavras completas.

clique no botão em forma de X para Sair do Programa ou


AutoFormatação
Fechar o seu arquivo
Vários recursos de autoformatação estão disponíveis em cada
versão do Word. Digite um asterisco antes e depois de uma palavra

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INFORMÁTICA

Barra de Título:

Quando salvar o seu arquivo, o nome aparecerá nesta Barra de Título.

Botão Minimizar/Maximizar:

Através destes botões você poderá Minimizar ou Maximizar a sua tela

Barra de Menu:

Nesta barra você poderá acessar todos os menus com suas opções.

Barra de Ferramentas Padrão:

Nesta barra será possível trabalhar com as ferramentas que o Word oferece para a utilização mais rápido de vários dos principais
comandos , e você poderá, através do Menu Utilitários, na opção Personalizar, adicionar novas ferramentas.

Barra de Ferramentas Formatação:

Esta barra permite formatar o seu texto com negrito, sublinhado, justificando o seu texto, alterando o tamanho da fonte ou alterando o
estilo do parágrafo.
Régua:

Esta barra exibe uma escala com medidas e marcadores que permitem ajustar recuos, margens, paradas de tabulação e colunas de uma
tabela.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Modos de Exibição Quando o texto chegar ao fim da linha, não pressione ENTER;
o Word executará o retorno automático do texto. Pressione ENTER
Modo normal: É o modo geral para digitação, edição e somente quando quiser iniciar um novo parágrafo.
formatação do texto. Linhas pontilhadas indicam quebras de
página, várias colunas aparecem como uma única coluna e você Dicas: “Exibir/Ocultar”.
não verá as margens superior e inferior.
Modo layout on-line: Novo recurso facilita a leitura on-line,
inclui uma navegação, clicando no tópico desejado você irá direto O Word utiliza estes caracteres não imprimíveis
para a parte do documento. para mostrar os retornos de carro (marcas de parágrafo), os
Modo layout de impressão: Você irá visualizar como espaços e as tabulações inseridas. Se você achar que eles estão
ficará a impressão do documento, utilizado para trabalhar com confundindo, desative-o.
cabeçalhos e rodapés, ajustar margens, trabalhar com colunas, Para acentuar, digitar primeiro o acento e depois a letra. Não
desenhos e molduras. use espaços em branco para alinhar o seu texto. Para isso, estão
Modo de estrutura de tópicos: Facilita a visualização disponíveis na barra de ferramentas formatação os botões de
da estrutura do documento e a reorganização do texto. Esta alinhamento (esquerda, centralizado, direita e justificado).
barra dá a posição exata do seu arquivo em relação às páginas,
as margens. Controlar Alterações (ALT): Irá controlar as
Navegando no texto através do teclado
alterações do documento, colocando o nome da pessoa e data
da alteração. Estender seleção (EST): Irá continuar a seleção, Além das setas, que movem o cursor um caractere na direção
sem tirar a marcação do que já está selecionado. Sobrescrever indicada, ou uma linha (CTRL+Seta = uma palavra para a direita
(SE): Se estiver ativado escreve por cima da palavra, se estiver ou esquerda, ou um parágrafo para cima ou para baixo), podem-se
desativado conseguirá incluir caracteres no meio do texto. ainda utilizar diversas teclas de atalho, abaixo descritas:

Salvando o seu documento SHIFT+TAB - Move uma célula para a esquerda (em uma
tabela)
Você pode salvar o seu documento clicando no botão Salvar TAB - Uma célula para a direita (em uma tabela)
da Barra de Ferramentas ou através do Menu Arquivo, opção
END - Para o fim de uma linha
Salvar. Se estiver salvando pela primeira vez, será aberta uma
caixa de diálogo Salvar Como para que você digite um nome HOME - Para o início de uma linha
para o arquivo. Você deverá escolher também a unidade de disco ALT+CTRL+PAGE UP - Para o início da janela
(pasta de trabalho) onde será gravado, ou ainda escolher um ALT+CTRL+PAGE DOWN - Para o fim da janela
outro formato de arquivo, clicando na opção Salvar como Tipo e PAGE UP - Uma tela para cima
escolher a opção. Depois de salvo uma vez, ele não abrirá mais a
PAGE DOWN - Uma tela para baixo
caixa de diálogo e sim atualizará o arquivo.
CTRL+PAGE DOWN - Para o início da página seguinte
Fechando o Documento CTRL+PAGE UP - Para o início da página anterior
Para fechar apenas a janela do documento ativo, vá para o CTRL+END - Para o fim de um documento
Menu Arquivo, opção Fechar, ou ainda acione o botão Fechar CTRL+HOME - Para o início de um documento
na Barra de Menu.
Se o documento ainda não havia sido salvo até este momento,
você terá a chance de fazê-lo, uma vez que o aplicativo solicitará Selecionando o texto para alteração
um curso de ação para as alterações ainda não salvas. Para fazer qualquer alteração você deve selecionar o texto.

Saindo do Word Para selecionar qualquer extensão de texto, arraste o cursor do


Para sair do programa, vá para o Menu Arquivo, opção Sair mouse sobre ele.
ou através do botão Sair do Programa na barra de Título, no canto Para selecionar uma palavra, clique duas vezes sobre ela.
superior esquerdo da janela.

Criando um documento no Word Para selecionar uma linha inteira, posicione a seta do mouse
Com o Word, você poderá começar a criar rapidamente seus para a linha desejada e dê um clique. Se quiser selecionar múltiplas
documentos. O Word fornece alguns documentos que você pode linhas, selecione a primeira e arraste.
criar usando assistentes e modelos: petições, memorandos, cartas,
faxes, relatórios, teses, catálogos, boletins informativos, manuais, Para selecionar um parágrafo, posicione a seta do mouse para
folhetos, calendários, páginas da Web, cronogramas, agendas, o parágrafo desejado e dê duplo clique.
currículos, pedidos de compra e faturas.
Clique em Novo no menu Arquivo, clique na guia do tipo de
documento desejado e, em seguida, clique duas vezes no modelo Para selecionar o documento inteiro, posicione a seta do
ou assistente. Caso você queira criar seu próprio documento, mouse para uma linha qualquer e dê três cliques.
clique no botão Novo. Com a tela em branco comece a digitar o Para cancelar a seleção, basta clicar fora da seleção na janela
seu documento. do documento.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Excluindo texto
Selecione o texto a ser removido e pressione a tecla DEL ou
BACKSPACE. Se desejar substituir o texto que está excluindo,
selecione o texto e em seguida comece a digitar a nova informação
Alterar a fonte do texto ou de números
sobre o texto selecionado. Se quiser desfazer a ação, utilize o botão
Desfazer.

Movendo e copiando texto


Uma das maneiras de mover ou copiar texto é utilizar o recurso 1. Selecione o texto que você deseja alterar.
de edição arrastar-e-soltar. Para mover o texto, selecione-o, 2. Na barra de ferramentas Formatação, clique em um nome
aponte o mouse para ele e clique, aparecerá uma caixa pontilhada, de fonte na caixa Fonte, e escolha a que desejar.
arraste esta caixa para a nova posição e em seguida, solte o botão
do mouse. Para copiar o texto, mantenha pressionada a tecla CTRL
Alterar o tamanho do texto ou de números
à medida que arrasta o texto selecionado para a nova posição e, em
seguida, solte o mouse e a tecla CTRL.

Recortar, Copiar e Colar


1. Selecione o texto ou o número que você deseja alterar.
2. Na barra de ferramentas Formatação, clique em um
tamanho de ponto na caixa Tamanho da fonte, e escolha o
tamanho que desejar.
Outros recursos a serem utilizados são os botões de Recortar,
Copiar e Colar da barra de ferramentas; selecione o texto a ser Aplicar formatação em negrito, itálico ou sublinhado ao
movido, clique no botão Recortar, mova o cursor para a posição texto ou números
que deseja inserir o texto e clique no botão Colar. Para copiar
selecione o texto a ser copiado, clique no botão Copiar, em
seguida leve o cursor para a nova posição e clique no botão Colar. 1. Selecione o texto que você deseja alterar.
2. Na barra de ferramentas Formatação, clique no ícone
Formatando Texto através da barra de ferramentas – referente à ação.
Formatação 3. Para desativar a ação, basta clicar novamente em cima da
Para copiar um texto de um documento para outro basta estar figura.
com o documento ativo e abrir o documento desejado, selecionar o Alterar a cor do texto e dos números
texto a ser copiado e clicar no botão Copiar.

Vá para o Menu Janela; você perceberá que existem dois


documentos abertos, clique no documento onde será inserido o Selecione o texto que você deseja alterar, e siga este
texto selecionado, mova o cursor para a posição desejada e clique procedimento:
no botão Colar. 1. Para aplicar a cor que foi usada no texto mais recentemente,
Para aplicar formatos no seu texto como negrito, itálico clique em Cor da fonte na barra de ferramentas Formatação.
ou sublinhado, tamanho e tipo da fonte, você deve selecioná- Para aplicar outra, clique na seta ao lado do botão Cor da fonte e
lo e em seguida, clicar sobre os formatos desejados na barra de selecione a cor desejada.
formatação, ou através do Menu Formatar, opção Fonte. Para
mudar o alinhamento do seu texto, posicione o cursor ou selecione Adicionar marcadores ou numeração a textos
os parágrafos a serem alterados, clique no botão desejado na barra
de formatação.

1. Selecione os itens aos quais você deseja adicionar


marcadores ou numeração.
2. Na barra de ferramentas Formatação, siga um destes
Copiar formatos de caractere e parágrafo procedimentos:
Para copiar a formatação de um texto ou parágrafo, siga deste Para adicionar marcadores, clique no botão Marcadores. Para
procedimento: adicionar numeração, clique no botão Numeração.
1. Selecione formato a ser copiado. Para copiar a formatação,
clique no botão Pincel na barra de ferramentas, ou então utilize a Observação: Para criar automaticamente uma lista numerada
combinação de teclas de atalho SHIFT + CTRL + C. ou com marcadores à medida que digitar, digite 1 ou * (asterisco),
2. Selecione o parágrafo ou texto ao qual deseja aplicar a pressione SPACEBAR ou TAB e, em seguida, digite qualquer
formatação, e clique novamente no botão Pincel, ou utilize a texto desejado. Quando você pressionar ENTER para adicionar o
combinação de teclas de atalho SHIFT + CTRL + V. item seguinte da lista, o Word inserirá automaticamente o número

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

ou marcador seguinte. Para concluir a lista, pressione ENTER


duas vezes. Você também pode concluir a lista pressionando
BACKSPACE para excluir o último marcador ou número da lista.
Se desejar adicionar um item no meio de uma lista numerada, basta
teclar ENTER no final da linha, que automaticamente a lista será
renumerada.

Aplicar efeitos no texto


1. Selecione o texto que você deseja alterar.
2. Clique no Menu Formatar, e escolha a opção Fonte.
3. Na caixa de efeitos, escolha a opção desejada

Usando o dicionário de sinônimos

Consultar palavras no dicionário de sinônimos

1. Selecione ou digite uma palavra para a qual você deseja


localizar um sinônimo, um antônimo ou palavras relacionadas.
2. No menu Ferramentas, aponte para Idioma e, em seguida,
clique em
3. Selecione as opções que desejar.

Localizando e substituindo texto

1. Certifique-se que está no início do texto para que possa


substituir todas as palavras.
Tachado – traça um risco horizontal no texto 2. No menu Editar, aponte para Localizar e, em seguida,
Tachado Duplo – traça dois riscos horizontais no texto clique em Substituir.
Sobrescrito – deixa o texto acima da linha 3. Insira em Localizar a palavra que deve ser substituída.
Subscrito – deixa o texto abaixo da linha 4. Em Substituir, digite a nova palavra.
Sombra – aplica sombra no texto 5. Escolha a opção Localizar e Substituir ou;
Contorno – aplica em volta do texto 6. Localizar e Substituir tudo
Relevo – dificulta a visualização do texto na tela
Baixo Relevo – causa a impressão do texto estar no funda ta Localizar e substituir texto: Você pode procurar cada
tela ocorrência de uma palavra ou frase específica rapidamente.
Caixa Alta – aplica no texto o EFEITO de maiúscula e É possível substituir o texto rapidamente depois dele ter sido
condensado localizado - por exemplo, é possível substituir “Azul” por “Anzol”.
Todas em maiúsculas – transforma o texto em palavras
MAIÚSCULAS Ajustar uma pesquisa usando caracteres curinga Por
Oculto – o texto “” não é impresso. exemplo, use o caractere asterisco (*) para procurar uma seqüência
de caracteres (“s*m” localiza “sim”, “sem”, “som” e “sempre feliz
Verificando a Ortografia com”). Outra opção é utilizar o caractere de interrogação (?), o
qual faz a busca de apenas um caractere dentro da palavra (c?m?
O Word possui o Verificador Ortográfico Automático, onde ele localiza “cama” e “como”).
atua como um revisor - verificando erros de ortografia e de digitação.
À medida que você digita, ele colocará um sublinhado vermelho Inserindo texto
na palavra errada. Para corrigir a palavra, clique no botão direito
do mouse. Caso você não queira esta opção ativa é necessário que O Word trabalha sempre com o modo de inserção ativo, isto
você desative, para isso clique no menu Ferramentas, clique em quer dizer que, se você esqueceu uma palavra no meio do seu texto,
Opções e, em seguida, na guia Ortografia e gramática, desative é só posicionar o cursor e digitar a palavra. Se quiser trabalhar com
a opção verificar ortografia. o modo de sobrescrever ativo, clique duas vezes na barra de status
sobre “SE”, se quiser desativar faça a mesma coisa.

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INFORMÁTICA

Inserindo Data/Hora AutoFormatação ao digitar


Para inserir Data e Hora no seu documento, clique no Menu Este recurso, caso esteja selecionado, executa automaticamente
Inserir, opção Data e Hora, especifique o formato desejado na várias opções de formatação, dentro de conceitos padronizados
caixa “Formatos disponíveis” e verifique se deseja atualizar pelo próprio software ou pelo sistema operacional. Ex.: Quando
automaticamente a data e hora sempre que abrir o documento ou digitado um endereço eletrônico, converte o endereço em
imprimir. hyperlink.

AutoTexto
Você pode usar o recurso AutoTexto para inserir um texto
usado com freqüência. Para criar uma entrada de AutoTexto,
primeiro você terá que selecionar o texto, depois vá para o Menu
Inserir, clique na opção AutoTexto. Insira na caixa Nome, o nome
da variável a ser criada e clique no botão Adicionar. Para inserir a
variável no texto basta digitar o nome da variável e teclar F3.

AutoCompletar
Para utilizar o AutoCompletar, digite os primeiros caracteres
de um item (por exemplo, digite agos para o mês atual). Quando
o Word sugerir o item completo, como “Agosto” , pressione a
tecla ENTER ou F3 para aceitá-lo. Se você em seguida digitar
um espaço extra, o Word irá sugerir “Agosto de 1998”. Para
rejeitar o item, basta continuar digitando. Para ativar ou desativar
o AutoCompletar, aponte para AutoTexto no menu Inserir, clique
em AutoTexto; em seguida, selecione ou desmarque a caixa de
seleção “Sugerir dica de AutoCompletar para AutoTexto e
datas”.

Utilizando o recurso de AutoCorreção Abrindo Arquivos Existentes

Para abrir qualquer documento já existente, basta ir para a


barra de ferramentas, Botão Abrir ou através do Menu Arquivo,
Para deixar seu documento com formatação automática opção Abrir, será aberta uma caixa de diálogo onde deverá ser
você deve clicar no menu Ferramentas, opção AutoCorreção. selecionado o nome do arquivo desejado na lista de opções e o tipo
Você pode usar o recurso AutoCorreção para detectar e corrigir de arquivo em “Arquivos do Tipo”.
automaticamente erros de digitação, ortografia, gramática e o uso
incorreto de maiúsculas. Por exemplo, se você digitar “que” mais Abrir um documento como somente leitura
um espaço, a AutoCorreção substituirá aquilo que você digitou por 1. Clique em Abrir .
“que”. É possível usar também a AutoCorreção para inserir texto, 2. Se desejar abrir um documento que tenha sido salvo em
elementos gráficos ou símbolos rapidamente. Por exemplo, você outra pasta, localize a pasta.
pode digitar (c) para inserir ©. Ou ainda digitar a.. (caracter a + 3. Clique no documento que você deseja abrir como somente
ponto final) para obter a (ordinal feminino). leitura. Se não conseguir localizar o documento na lista de pastas,
você pode pesquisá-lo.

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INFORMÁTICA

4. Clique na seta ao lado do botão Abrir e, em seguida, clique Duplo - Duas vezes o espaçamento simples entre linhas.
em Abrir Somente leitura.
Pelo menos - O espaçamento entre linhas mínimo que o
Abrir um documento como uma cópia Word pode ajustar para acomodar tamanhos de fonte grandes
1. Clique em Abrir. ou elementos gráficos que, de outro modo, não se ajustariam ao
2. Se desejar abrir um documento que tenha sido salvo em espaçamento especificado.
outra pasta, localize e abra a pasta. Exatamente - Um espaçamento fixo entre linhas que não é
3. Clique no documento do qual você deseja abrir uma cópia. ajustado pelo Word. Essa opção provoca o espaçamento uniforme
Se não conseguir localizar o documento na lista de pastas, você de linhas.
pode pesquisá-lo. Múltiplos - Um espaçamento entre linhas aumentado ou
4. Clique na seta ao lado do botão Abrir e, em seguida, diminuído de acordo com um percentual especificado.
clique em Abrir como cópia. Observação: Quando você abre
um documento como uma cópia, uma nova cópia do documento é
Em - O espaçamento entre linhas que você seleciona.
criada na pasta que contém o documento original.
Essa opção só está disponível se você selecionar Pelo menos,
Trabalhando com vários arquivos abertos Exatamente ou Múltiplos na caixa Entre linhas.
Você pode trabalhar com vários arquivos abertos ao mesmo
tempo, para saber exatamente qual o arquivo que você está no Margens
momento, verifique o nome na Barra de Título. Para visualizar Alteram as medidas das margens Superior, Inferior, Esquerda
quais são os arquivos que estão abertos, entre no menu Janela, e Direita.
o arquivo selecionado é o arquivo que você está trabalhando no Medianiz - Se você pretende encadernar o seu documento,
momento, se quiser mudar de arquivo selecione outro no menu use a medianiz para adicionar espaços extras à margem interna.
Janela. Margem Espelho - Se você quiser imprimir um documento
frente e verso do papel, poderá ativar a caixa de verificação
Formatando Parágrafo Margem espelho, com isso as margens internas e externas terão a
Para expandir ou condensar uniformemente o espaço entre mesma largura, isto é, uma será espelho da outra.
todos os caracteres selecionados, clique em Expandido ou
Condensado na caixa Espaçamento e especifique o espaço Tamanho do Papel
desejado na caixa Por. Para aplicar ou alterar kerning (espaçamento Altera a largura e altura do papel a ser utilizado e a orientação
entre os caracteres de um parágrafo) aos caracteres que estejam da página, isto é, se você quer imprimir na forma Paisagem
acima de um determinado tamanho em pontos, marque a caixa de (horizontal) ou Retrato (vertical).
seleção Kerning para fontes e insira o tamanho em pontos na
caixa Pontos e acima. Origem do Papel
Define opções para impressão de uma página em sua
Definir tabulações
impressora, como por exemplo, se a alimentação da impressora
Selecione o parágrafo no qual deseja definir uma parada de
tabulação. Clique em na extremidade esquerda da régua horizontal será manual ou automática.
até obter o tipo de tabulação desejado: ou Clique na régua
horizontal em que deseja definir uma tabulação. Layout
Define opções de cabeçalhos e rodapés, quebras de seção,
Recuo alinhamento vertical e numeração de linhas. Alterando qualquer
Os recuos deslocados são freqüentemente usados para entradas uma dessas guias, você poderá utilizá-las no documento todo,
bibliográficas, termos de glossários, resumos e listas numeradas e numa determinada seção anteriormente selecionada ou a partir de
com marcadores. um determinado ponto.
As configurações de layout também podem ser aplicadas com
Espaçamento entre linhas recursos diferentes para áreas diversas do documento
O espaçamento entre linhas determina a quantidade de espaço
vertical entre as linhas do texto. O Word usa o espaçamento entre
linhas simples por padrão. Inserindo Numeração de Páginas

O espaçamento entre linhas selecionado afeta todas as linhas


de texto no parágrafo selecionado ou no parágrafo que contém o
ponto de inserção. Você define o espaçamento entre linhas na guia
Recuos e espaçamento (menu Formatar, comando Parágrafo).

Simples - É a unidade padrão.

1,5 linha - 50% maior que o espaçamento simples entre linhas.


Por exemplo, se for usado um espaçamento de 1,5 linha para um
texto com tamanho de 10 pontos, o espaçamento entre linhas será
de 15 pontos. (usa-se este item como padrão ABNT – Associação
Brasileira de Normas Técnicas)

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Para inserir números de página em seu documento, vá para Visualizando o documento antes de Imprimir
o Menu Inserir, opção Números de Páginas. Será aberta uma Você poderá visualizar o seu documento antes de imprimi-
caixa de diálogo onde poderá se alterar o formato, a posição, o lo, clique no botão Visualizar Impressão da Barra de Ferramentas
alinhamento do número. Você tem que estar no modo de exibição Padrão, ou através do Menu Arquivo, opção Visualizar Impressão.
Layout da Página para poder visualizar os números, ou através do
botão visualizar a impressão da barra de ferramentas. MENUS DO WORD

Cabeçalho e Rodapé Menu Arquivo


Um cabeçalho ou rodapé é um trecho de texto geralmente
impresso no topo ou na base de todas as páginas do documento. O
cabeçalho é impresso na margem superior e o rodapé na margem
inferior. Você pode usar um cabeçalho ou rodapé único na primeira
página ou em cada seção do documento, ou ainda usar cabeçalhos
e rodapés diferentes para as páginas pares e ímpares.

Criando Cabeçalhos e Rodapés

Para criar um cabeçalho ou rodapé vá para o Menu Exibir,


opção Cabeçalho e Rodapé. Aparecerá uma barra de ferramentas a) Novo (CTRL+O) - cria um novo documento, um novo
Cabeçalho e Rodapé e uma caixa tracejada. Para mover-se do modelo, currículo, fax, páginas WEB ou memorandos.
cabeçalho para o rodapé, utilize o primeiro botão da barra de b) Abrir (CTRL+A) - abre ou localiza um arquivo existente.
ferramentas Alternar entre Cabeçalho e Rodapé. Digite o texto c) Fechar (CTRL+F4) - fecha o documento ativo sem fechar
que será repetido em todas as páginas do documento dentro da o aplicativo. Se o documento possuir alterações não salvas, abrirá
caixa tracejada que limita a área do cabeçalho ou rodapé e clique uma caixa perguntando se deseja salvar. Se desejar fechar todos
no botão Fechar, para voltar para o documento. os documentos abertos, pressione e mantenha pressionada a tecla
Shíft e escolha o comando Fechar tudo do menu Arquivo.
d) Salvar (CTRL+B) - salva as alterações feitas no documento
ativo. Este tipo de salvamento salva o documento com o mesmo
nome e no mesmo local (unidade, pasta ou subpasta).
e) Salvar Como - salva o arquivo ativo com um novo nome,
localização ou formato (extensão) de arquivo diferente. No Access,
Excel e Word, você também pode usar este comando para salvar
um arquivo com uma senha ou para proteger um arquivo de modo
que outros usuários não possam alterar o seu conteúdo. Para salvar
todos os documentos abertos, pressione e mantenha pressionada
a tecla Shift e escolha o comando Salvar Tudo do menu Arquivo.
f) Salvar como HTML - inicia o Assistente para Internet,
que cria um documento HTML a partir do seu documento,
apresentação, planilha ou gráfico pronto para publicação na World
Wide Web.
g) Versões - salva e gerencia várias versões de um documento
em um único arquivo. Após salvar versões de um documento, você
poderá voltar e revisar, abrir, imprimir e excluir versões anteriores.
h) Configurar Página - altera as margens (direita, esquerda,
Inserindo Quebra de Página superior, inferior, medianiz, cabeçalho e rodapé), a origem e o
tamanho do papel (permite criar tamanhos personalizados), layout,
O Word insere quebra de página automaticamente em além da orientação da página para todo o documento ocupar as
seu documento, essas marcas não podem ser eliminadas. Mas seções selecionadas.
ele permite que se insira uma quebra de página manual, e essa i) Visualizar Impressão (ALT+CTRL + I) - mostra o
é possível eliminar. Para inserir uma quebra de página manual, documento exatamente igual ao que será impresso. Nesta forma,
pressione CTRL+ENTER ou Menu Inserir - Quebra - Quebras não poderemos abrir ou criar novos arquivos.
de página.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

j) Imprimir (CTRL + P) - permite imprimir o documento a) Desfazer (CTRL+Z) - desfaz uma operação. Por exemplo,
ativo por completo, algumas páginas ou texto selecionado; além se você seleciona uma palavra e decide apagála, poderá desfazer
disso permite mudar as características da impressora, mudar a essa operação.
impressora padrão, definir algumas características da impressão b) Repetir (ALT+SHIFT+B) - refaz uma operação desfeita.
como: imprimir em ordem inversa (da última página para a c) Recortar (CTRL+X) - remove um texto selecionado e o
primeira), imprimirem segundo plano, propriedades do documento, insere na Área de Transferência.
rascunho, comentários, textos ocultos e códigos de campo. d) Copiar (CTRL+C) - copia um texto selecionado para a
k) Enviar Para - envia documentos para outros programas: Área de Transferência.
e) Colar (CTRL+V) - cola o conteúdo da Área de
Destinatário da mensagem - envia o arquivo atual como um Transferência na posição onde se encontra o cursor.
anexo de uma mensagem de correio.
f) Colar Especial - cola ou incorpora o conteúdo da Área
Destinatário da circulação - envia o arquivo ativo para os
de Transferência em um documento do Word com um formato
revisores alterarem e adicionarem comentários. Para usar a
especificado, ou cria um vínculo às informações que podem ser
circulação, você e os usuários para os quais você está enviando o
atualizadas em outro aplicativo.
documento devem ter instalado o aplicativo no qual o documento
foi criado e o Microsoft Exchange ou um pacote de correio
compatível.
Pasta do Exchange - envia um arquivo ativo para a pasta do
Exchange especificada.
Destinatário do fax - envia o documento ativo como um fax. O
Assistente de Fax irá ajudá-lo a configurar o seu fax.
Microsoft PowerPoint - abre o documento ativo no Microsoft
PowerPoint, onde você poderá criar uma apresentação.

l) Propriedades - permite visualizar as seguintes


características do arquivo:
Guia Geral: nome, tamanho, localização, data de criação, data
de modificação e atributos do arquivo;
Guia Resumo: título, assunto, autor, gerente, empresa,
categorias, palavras chaves, comentários, base do hyperlink; g) Colar como Hyperlink - insere o conteúdo da Área de
Guia Estatísticas: tempo de digitação, número de páginas, transferência como um hyperlink no ponto de inserção, substituindo
parágrafos, linhas, palavras, caracteres e caracteres com espaços; qualquer seleção.
Guia Conteúdo: lista as partes do arquivo, por exemplo, os h) Limpar (DEL) - apaga o texto selecionado.
nomes das folhas de macro no Microsoft Excel ou dos títulos no i) Selecionar Tudo (CTRL+T) - seleciona o documento
Word. Para ver os títulos no Word, marque a caixa de seleção inteiro.
Salvar Visualização da figura na guia Resumo.
j) Localizar (CTRL+L) - procura por texto, formatação,
Guia Personalizar: permite definir o endereço básico usado
notas de rodapé, notas de fim ou marcas de anotação específicas no
como caminho para todos os hyperlinks relativos inseridos no
documento ativo. Você também pode incluir caracteres especiais,
documento atual, o tipo de valor a ser usado pela propriedade
como por exemplo, marcas de parágrafo, caracteres de tabulação
personalizada e inserir um valor para apropriedade personalizada
e quebra de página manual, no critério de localização. Essa opção
que seja compatível com a seleção na caixa Tipo.
permite, além de localizar, substituir o texto localizado por outro.
l) Sair (ALT+F4) - fecha o programa Word.
k) Substituir (CTRL+U) - localiza e substitui texto,
Menu Editar formatação, símbolos, notas de rodapé, notas de fim ou marcas
de anotações especificadas no documento ativo. Você também
pode incluir caracteres especiais, como por exemplo, marcas de
parágrafo, caracteres de tabulação e quebra de página manual, no
critério de substituição.
l) Ir Para (CTRL+Y) - move o ponto de inserção para um
local especificado no documento. Por exemplo, pode-se mover
para uma página, uma anotação, uma nota de rodapé ou um
indicador.
m) Vínculos - exibe e modifica os vínculos em um documento
do Word.
n) Objetos - abre o aplicativo no qual n objeto incorporado
ou vinculado selecionado foi criado e exibe o objeto para que seja
possível editá-lo em um documento do Word.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Menu Exibir

a) Normal (ALT+CTRL+N) - faz o documento voltar ao


modo normal, o modo de documento padrão provavelmente
usado na maior parte das tarefas de processamento de texto,
como digitação, edição e formatação. O modo normal mostra a
formatação do texto, mas simplifica o layout da página, permitindo
digitar e editar com maior rapidez. Neste tipo de visualização, não
serão mostrados cabeçalhos, rodapés, as várias colunas e a quebra
de página aparecerá como uma linha. g) Régua - exibe ou oculta a régua horizontal, uma barra com
uma escala de medidas e marcadores que permitem ajustar recuos,
b) Layout on Line - alterna para o modo de layout on line, margens, paradas de tabulação e colunas de uma tabela.
que é o melhor modo para a exibição e a leitura de documentos h) Estrutura do Documento - ativa ou desativa a Estrutura do
na tela. Quando você altera para o modo de layout on line, o Documento, um painel vertical na extremidade esquerda da janela
Word 97 também ativa a estrutura do documento, facilitando a do documento que dispõe em tópicos a estrutura do documento.
movimentação de um local para o outro em seu documento. Utilize a Estrutura do documento para procurar rapidamente um
documento extenso ou on line e controlar a sua posição no mesmo.
c) Layout da Página (ALT+CTRL+P) - alterna o documento i) Cabeçalho e Rodapé - insere ou altera o cabeçalho ou
ativo para o modo de layout da página, que é um modo de edição rodapé de uma sessão ou do texto todo. Essa opção abre a barra
que exibe os seus documentos como a aparência que terão quando de ferramentas cabeçalho e rodapé que permite inserir número
impressos. O modo de layout da página usa mais memória do de página, data e hora, alterar entre cabeçalho e rodapé, ir para
sistema, logo, a rolagem pode ser mais lenta, especialmente se o o cabeçalho da seção anterior ou posterior, formatar o número de
seu documento contiver muitas figuras ou formatações complexas. página e fazer com que o cabeçalho ou rodapé de uma seção seja
igual ou diferente da seção anterior.
d) Estrutura de Tópicos (ALT+ CTRL+O) - cria ou modifica j) Notas - mostra e permite alterar notas de rodapé.
uma estrutura para que seja possível examinar e trabalhar com a
estrutura de um documento. Você pode exibir somente os títulos, k) Comentários - mostra e permite alterar os comentários
temporariamente ocultando o texto abaixo dos mesmos e elevar existentes no documento.
e rebaixar a importância de um título e seu texto correspondente l) Tela Inteira (F11) - faz com que o texto preencha a tela
inteira, ocultando todos os elementos de tela, como por exemplo, as
e) Documento Mestre - exibe um documento mestre como uma barras de ferramentas, menus, barras de rolagem, barras de títulos,
estrutura de tópicos. Se você estiver criando um novo documento a régua, a área de estilos e a barra de status. Quando você escolher
mestre, poderá digitar um título para cada subdocumento a ser Tela Inteira, o Word exibirá a barra de ferramentas Tela Inteira.
incorporado ao documento mestre. Por exemplo, se estiver criando Você também poderá utilizar o recurso de Tela Inteira no modo de
um livro, poderá fazer de cada capítulo um subdocumento. Se já visualização de impressão, cucando sobre o botão “Tela Inteira”
tiver criado um documento mestre, use este modo de exibição para na barra de ferramentas Visualizar Impressão. Para devolver os
inserir, reorganizar e remover subdocumentos. elementos ocultos à tela, clique sobre o botão “Tela Inteira” em
uma barra de ferramentas no canto inferior direito da tela.
f) Barra de Ferramentas - visualiza, oculta, personaliza m) Zoom - controla as dimensões do documento na tela. Pode
(inserir novos botões) ou cria Barra de Ferramentas. Essa opção se ampliar o documento para facilitar a leitura ou reduzi-lo para
ainda permite a criação de teclas de atalho, novos menus e criar exibir toda a página.
comandos (opções) para os menus.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Menu Inserir e) Campo - insere um campo no ponto de inserção. Use


os campos para inserir automaticamente uma variedade de
informações e para manter as informações atualizadas.
f) Símbolo - insere símbolos que podem ser impressos pela sua
impressora, mesmo que os mesmos não se encontrem no teclado
padrão, como por exemplo, o símbolo de Copyright , coração ou o
símbolo de marca registrada .
g) Comentário - insere um comentário (que contém as iniciais
do revisor e o número de referência) no documento e abre o painel
de comentário, no qual se pode digitar o comentário. O comentário
é exibido no documento em formato de texto oculto.
h) Notas - insere e define o formato de notas de rodapé (fim da
página) e notas fim (final do documento).
i) Legenda - insere legendas para as tabelas, ilustrações,
equações e outros itens.
j) Referência Cruzada - cria uma referência cruzada dentro
do mesmo documento para fazer referência a um item em outro
local. Uma vez aplicados estilos de títulos a um documento nu
inseridas notas de rodapé, indicadores, legendas ou parágrafos
numerados, você poderá criar referências cruzadas para eles.
Para criar uma referência cruzada, cuque em Referência cruzada
no menu Inserir. Para permitir que os leitores saltem para o item
referido no mesmo documento, marque a caixa de seleção Inserir
como hyperlink.
k) Índices - cria índices remissivos, índices analíticos, índices
de figura e outras tabelas parecidas.
l) Figura - permite criar os seguintes tipos de figuras:
• Clip art - abre a ClipGallery onde você pode selecionar a
a) Quebra - inserir quebra de página, seção e coluna. imagem de clip art que deseja inserir no seu arquivo ou atualizar a
sua coleção de clip art.
• Do arquivo - insere figuras de arquivos, diferentes do
ClipGallery.
• AutoFormas - permite inserir formas como: quadrados,
setas, linhas, faixas, símbolos de fluxogramas e outros.
• WordArt - cria textos com efeitos diferentes.
• Gráfico - insere um gráfico do Microsoft Graph.

b) Números de Página - insere, formata e posiciona números


de página dentro de um cabeçalho ou rodapé.
c) Data e Hora - insere data e hora (em um determinado
formato) do sistema na posição do cursor. Permite que essa data
ou hora seja atualizada automaticamente.
m) Caixa de Texto - permite criar uma caixa de texto que
d) Autotexto - cria ou insere uma entrada de AutoTexto. permite inserir textos ou figuras no documento.
n) Arquivo - insere um arquivo inteiro onde se encontra o
cursor.
o) Objeto - insere uma tabela, gráfico, desenho feito em outro
programa.
p) Indicador - cria indicadores que você pode usar para
marcar o texto, os gráficos, as tabelas ou outros itens selecionados.
Esses indicadores podem ser localizados rapidamente através do
comando Ir para do menu Editar.
q) Hyperlink (CTRL+K) - permite criar hyperlink (um
elemento gráfico ou texto colorido e sublinhado no qual você dica
para ir para um arquivo, um local em um arquivo, uma página
HTML na World Wide Web ou uma página HTML em uma
intranet.). Os hyperlinks também podem ir para sues FTP, Gopher,
Telnet e de grupos.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Menu Formatar • Formatar as letras com caixa alta - CTRL+SHIFT+K


• Formatar com subscrito - CTRL + SINAL DE IGUAL
• Formatar com sobrescrito - CTRL + SHIFT + SINAL DE
ADIÇÃO
• Copiar formatos - CTRL + SHIFT + C
• Colar formatos - CTRL + SHIFT + V

a) Fonte - altera a fonte, estilo (como negrito e itálico),


tamanho em pontos, tipo de sublinhado, cor, efeitos de fonte (como
sobrescrito, subscrito, tachado e texto oculto) e espaçamento entre
caracteres.

b) Parágrafo - alinha e recua os parágrafos, controla o


espaçamento entre as linhas e parágrafos, evita as quebras de
página dentro e entre os parágrafos e insere quebra de página
manual antes da impressão, impede que uma linha de texto seja
exibida isoladamente na parte inferior ou superior de uma página,
remove os números de linhas em parágrafos selecionados nas
seções que possuem numeração e exclui texto selecionado da
hifenização automática.

• Negrito - CTRL+N
• Itálico - CTRL+I
• Sublinhado - CTRL+S
• Alterar a Fonte - CTRL+SHIFT+F
• Alterar o tamanho da fonte - CTRL+SHIFT+P
• Aumentar o tamanho da fonte - CTRL+SHIFT+>
• Diminuir o tamanho da fonte - CTRL+SHIFT+<
• Aumentar em 1 ponto o tamanho da fonte - CTRL+]
• Diminuir em 1 ponto o tamanho da fonte - CTRL+[
• Sublinhar as palavras, mas não sublinhar os espaços - CTRL
+ SHIFT + W
• Aplicar duplo sublinhado ao texto - CTRL+SHIFT + D
• Aplicar formatação de texto oculto - CTRL+SHIFT + H

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

• Aplicar espaçamento simples entre linhas - CTRL+1


• Aplicar espaçamento duplo entre linhas - CTRL+2
• Aplicar. espaçamento de 1,5 linhas - CTRL+5
• Adicionar ou remover um espaço de uma linha antes de um
parágrafo - CTRL+0 (ZERO)
• Centralizar um parágrafo - CTRL+E
• Justificar um parágrafo - CTRL+J
• Alinhar um parágrafo à esquerda - F11
• Alinhar um parágrafo à direita - CTRL + G
• Recuar um parágrafo à esquerda - CTRL+M
• Remover o recuo de um parágrafo à esquerda - CTRL+
SHIFT+M
• Criar um recuo deslocado- CTRL + SHIFT+J
• Reduzir um recuo deslocado - CTRL+SHIFT+T

d) Bordas e Sombreamento - adiciona bordas e


sombreamento a texto, parágrafos, páginas, células da tabela ou
figuras selecionadas.

e) Colunas - altera o número de colunas em um documento


ou em uma seção de um documento. Permite também colocar uma
linha entre as colunas e definir o espaçamento entre as colunas.

c) Marcadores e Numeração - cria uma lista com marcadores


ou numeração a partir de uma seqüência de itens no texto ou de f) Tabulação - controla a posição e alinhamento das tabulações
uma seqüência de células em uma tabela. e determina o tipo de caractere de preenchimento.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

g) Capitular - formata uma letra, palavra ou texto a) Ortografia e Gramática (F7) - verifica se o documento
selecionado como uma letra capitulada. Uma letra capitulada, ativo possui erros de ortografia, gramática e estilo de redação e
que é tradicionalmente a primeira letra de um parágrafo, pode exibe sugestões para corrigi-los. Essa opção permite também
ser exibida na margem esquerda ou deslocada da base da linha na escolher que essa verificação seja feita ou não automaticamente.
primeira linha no parágrafo. b) Idioma - designa o idioma do texto selecionado dentro de
h) Direção do Texto - permite exibir verticalmente o texto
um corpo de texto escrito em mais de um idioma. Quando da revisão
contido em textos explicativos, caixas de texto, AutoFormas ou
células de tabela, em vez de exibi-lo horizontalmente. do documento, o Word automaticamente alterna para o dicionário
i) Maiúsculas e Minúsculas - altera os caracteres do idioma indicado para cada palavra. Se o texto estiver marcado
selecionados para a seguinte combinação de letras maiúsculas/ com um idioma para o qual o Word não possui um dicionário, o
minúsculas: primeiro todas as letras maiúsculas, depois todas as dicionário de um idioma relacionado será utilizado. Por exemplo,
letras minúsculas e então uma combinação de letras maiúsculas e se for necessário verificar uma palavra que foi escrita no idioma
minúsculas. Francês Canadense, mas você não possui um dicionário Francês-
• Alterar as letras entre maiúsculas e minúsculas - SHIFT+F3 Canadense, o Word utilizará um dicionário Francês.
• Formatar todas as letras com maiúsculas - CTRL+SHIFT+A

c) Contar Palavras - conta o número de páginas, palavras,


caracteres, parágrafos ou linhas do documento.

j) Autoformatação - efetua automaticamente uma pesquisa


nos documentos do Word relacionados a um determinado usuário
e salvos em suas pastas, para identificar específicos elementos. Em
seguida, formata o texto aplicando os estilos do modelo anexado.
k) Galeria de Estilos - personaliza a aparência do seu
documento usando estilos de outros modelos.
l) Estilo - revisa, edita, cria ou aplica estilos aos parágrafos
selecionados.
• Aplicar um estilo - CTRL+ SHIFT+U
• Iniciar a autoformatação - ALT + CTRL + K
• Aplicar o estilo normal - CTRL + SHIFT + B
• Aplicar o estilo título 1 - ALT+CTRL+1
• Aplicar o estilo título 2 - ALT+CTRL+2
• Aplicar o estilo título 3 - ALT+CTRL+3
• Aplicar o estilo lista - SHIFT+F11
m) Segundo Plano - define a cor de fundo para o documento. d) AutoResumo - resume automaticamente os pontos
n) Objeto - modifica as linhas, cores, padrões de principais do documento ativo. Você pode utilizar o comando
preenchimento, tamanho e posição dos objetos de desenho. AutoResumo para criar um resumo executivo ou um sumário.

Menu Ferramentas

e) AutoCorreção - a AutoCorreção pode corrigir erros


comuns como digitar “exceto” no lugar de “eceto”. No menu
Utilitários, escolha AutoCorreção e digite as grafias incorreta e
correta da palavra.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

especificado. Você também pode atribuir uma senha para que


outros usuários possam anotar um documento, marcar revisões ou
preencher partes de um formulário on-line. Quando um documento
estiver protegido, este comando mudará para Desproteger
documento.

i) Mala Direta - produz cartas modelo, etiquetas de


endereçamento, envelopes, catálogos e outros tipos de documentos.
j) Envelopes e Etiquetas - imprime um envelope, uma única
etiqueta de endereçamento ou o mesmo nome e endereço em toda a
folha de etiquetas de endereçamento, ou ainda uma lista completa
de etiquetas.
k) Macro - permite executar, editar, excluir, gravar ações como
macro ou gravar uma macro feita VBA (Visual Basic Aplications).
l) Modelos e Suprimentos - anexa um modelo diferente ao
documento ativo, carrega programas suplementares ou atualiza os
estilos de um documento. Além disso, carrega modelos adicionais
como modelos globais para que você possa usar as suas definições
Para incluir uma variável de AutoCorreção durante as de comando personalizadas, macros e entradas de AutoTexto.
verificações ortográficas, basta escolher o botão “AutoCorreção” da m) Personalizar - personaliza as atribuições dos botões da barra
caixa de diálogo Verificar Ortografia. Essa opção é muito utilizada de ferramentas, comandos de menu e teclas de atalho.
para fazer com que siglas sejam substituídas automaticamente por
um nome ou frase completos.

n) Opções - modifica as definições de programas do Microsoft


Office como a aparência da tela, a impressão, a edição, a ortografia

f) Controlar Alterações
• Realçar alterações - realça alterações no conteúdo das células
de uma pasta de trabalho compartilhada, incluindo o conteúdo
movido e colado e as linhas e colunas inseridas e excluídas.
• Aceitar ou rejeitar alterações - localiza e seleciona cada
alteração controlada em um documento para que você possa
revisar, aceitar ou rejeitar a alteração.
• Comparar documentos - compara um documento editado
aberto com o documento original e marca qualquer diferença
existente no documento editado.
g) Mesclar Documentos - mescla as alterações controladas
do documento ativo no documento especificado, que o Word abrirá
caso ainda não esteja aberto.
h) Proteger Documento - evita alterações no todo ou em
parte de um documento ou formulário on-line, exceto quando
35
Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

e outras opções. Através dessa opção, podemos criar backup e e) Mesclar Células - combina o conteúdo das células
fazer salvamento automático. adjacentes em uma única célula. No Word podemos mesclar
células tanto na horizontal como na vertical.
f) Dividir Células - divide a célula horizontalmente ou
verticalmente em múltiplas células.
g) Selecionar Linha - marca a linha onde o cursor se encontra.
h) Selecionar Coluna - marca a coluna onde o cursor se
encontra.
i) Selecionar Tabela - marca a tabela inteira.
j) AutoFormatação da Tabela - aplica automaticamente
formatos a urna tabela, inclusive hordas e sombreamentos
predefinidos. Redimensiona automaticamente uma tabela para se
ajustar ao conteúdo das células da tabela.

Menu Tabela

a) Desenhar Tabela - insere uma tabela onde você arrastar no


documento. Depois de arrastar para inserir a tabela, arraste dentro
da tabela para adicionar células, colunas e linhas.
b) Inserir Tabela - insere uma tabela com a quantidade de
linhas e colunas definidas.

k) Distribuir Linhas Uniformemente - altera as linhas ou


células selecionadas para igualar a altura das linhas.
l) Distribuir Colunas Uniformemente - altera as colunas ou
células selecionadas para igualar a largura das colunas.
m) Tamanho da Célula - permite que você altere a altura de
uma linha e a largura de uma coluna. Essa opção permite também
centralizar uma tabela entre as margens direita e esquerda.
n) Títulos - se uma tabela se estender por mais de uma página,
será possível repetir automaticamente os títulos de tabela em cada
página.
o) Converter Texto em Tabela - transforma um texto em
tabela.
p) Classificar - organiza as informações nas linhas, listas
c) Inserir Células, Linhas ou Colunas - insere o número de ou seqüência de parágrafos selecionados em ordem alfabética,
células, linhas ou colunas que for selecionado. numérica ou pela data.
d) Excluir Células, Linhas ou Colunas - exclui as células, q) Fórmula - permite que você realize cálculos com dados
linhas ou colunas selecionadas. Esta opção não exclui apenas seu da tabela.
conteúdo, e sim o item por inteiro. Se, por exemplo, for selecionada r) Dividir Tabela - divide uma tabela em duas partes e insere
uma célula, e depois escolhido o comando excluir coluna, toda a uma marca de parágrafo (1) acima da linha que contém o ponto de
coluna em que esta célula estiver contida será excluída. inserção.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

s) Mostrar Linhas de Grade - visualiza ou oculta as linhas


de grade. Estas linhas não saíram na impressão, são apenas para
auxiliar a localização na tabela.

Detalhes da tela inicial:

Para criar um novo texto, clique no ícone “Novo Documen-


to”, à esquerda da janela e em seguida em “Documento de Texto”.
Para abrir um texto que se encontre na pasta “Meus Documentos”,
clique no ícone “Meus Documentos”, à esquerda da janela e em
WRITER seguida localize e selecione (com duplo clique) o documento de-
O Writer é um software editor de textos, sendo portanto uma sejado.
ferramenta para a criação de documentos no microcomputador. Ao iniciar o Writer, o modo de edição é ativado. Isto significa
Com ele, podemos realizar desde tarefas simples, como digitar e que você pode começar a digitar seu documento imediatamente.
imprimir uma carta, até tarefas mais complexas como a criação de Ao digitar o texto, só pressione a Tecla <Enter> quando desejar
documentos mais sofisticados. iniciar um novo parágrafo, pois o Writer mudará de linha automa-
Para utilizar o Writer, a primeira coisa a fazer é inicializá-lo, ticamente a cada linha preenchida.
utilizando o botão do “Menu Iniciar” do Windows. Para tal, basta O Writer trabalha com o modo de inserção ativado. Isto sig-
clicar neste botão e, em seguida, escolher: Writer”. nifica que, para você incluir um novo texto no documento já digi-
Após a escolha do Writer ou documento de texto, teremos a tado, basta posicionar o cursor na posição desejada e digitar. O seu
tela principal, veja: texto novo será incluído no documento sem apagar o que já estava
digitado. Para sobrescrever (digitar por cima, apagando o texto an-
tigo), acione a tecla <Ins> e o seu texto novo sobreporá ao texto
anterior, à medida que for digitado.

37
Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Navegação Ctrl+D Sublinhado duplo


Como em qualquer outro software de computador, poderemos
navegar pelo texto utilizando o mouse ou o teclado. Ctrl+E Centralizar

Operações com o Teclado Ctrl+F Procurra e substituir

Uma letra para direita Seta para direita Ctrl+Shift+P Sobrescrito

Uma letra para esquerda Seta para esquerda Ctrl+L Alinhamento pela Esquerda

Uma palavra para direita Ctrl + seta para direita Ctrl+R Alinhamento pela Direita

Uma palavra para esquerda Ctrl + seta para esquerda Ctrl+Shift+B Subscrito

Até o final da linha End Ctrl+Y Catálogo de Estilos

Até o início da linha Home Ctrl+1 Espaçamento um

Até o final do texto Ctrl + End Ctrl+2 Espaçamento dois

Até o início do texto Ctrl + Home Ctrl+5 Espaçamento 1,5

Uma tela para cima Page Up Shift+Enter Quebra de linha sem alteração do parágrafo

Uma tela para baixo Page Down Ctrl+Enter Quebra de página manual

SELEÇÃO DE TEXTO
Uso do mouse - Barra de rolagem
Para aplicar qualquer tipo de formatação no documento, é ne-
Para navegar Pressione cessário selecionar a região onde será aplicado o efeito.
Página anterior Ícone com seta dupla para cima Você pode selecionar partes do texto, utilizando o teclado ou
o mouse.
Próxima página Ícone com seta dupla para baixo A seguir, uma lista das formas mais usadas para selecionar.
Qualquer página Arraste o botão da barra de rolagem
Operações com o Teclado

Teclas de Funções Um caracter para a direita Shift + seta para direita

F2 Exibir Barra de Fórmulas Um caracter para a esquerda Shift + seta para esquerda

F3 Completar AutoText Até o final de uma palavra Ctrl + Shift + seta

Ctrl+F3 Editar AutoText Até o final de uma linha Shift + End

F4 Abrir/fechar Data Source View Até o início de uma linha Shift + Home

F5 Barra Navegador on/off Uma linha para baixo Shift + seta para baixo

Shift+F5 Ir para próximo frame Uma linha para cima Shift + seta para cima

Ctrl+Shift+F5 Navegador on Uma tela para baixo Shift + Page Down

F7 Corretor ortográfico Uma tela para cima Shift + Page Up

Ctrl+F7 Enciclopédia Até o final do documento Ctrl + Shift + End

F8 Seleção Extendida Até o início do documento Ctrl + Shift + Home


Com o cursor dentro da
Ctrl+F8 Selecionar campos on / off Uma célula preenchida
tabela, pressione Ctrl + T
Shift+F8 Seleção Adicional Com o cursor dentro da
Tabela inteira tabela, pressione Ctrl + T
F9 Atualizar campos 2 vezes
Ctrl+F9 Exibir Campos Documento inteiro Ctrl + T
Ctrl+F10 Caracteres não Imprimíveis on/off
F11 Estilista on/off Operação com o Mouse
Ctrl + 2 cliques no botão esquerdo
Shift+F11 Criar Estilo Seleção alternada
do mouse sobre a palavra
F12 Numerar on 2 cliques com o botão esquerdo do
Uma palavra
mouse sobre a palavra
Ctrl+F12 Inserir Tabela 3 cliques com o botão esquerdo
Shift+F12 Marcadores on/off Uma linha do mouse em qualquer palavra da
linha
Arraste o mouse com o botão es-
Teclas de Atalho Diversas linhas
querdo pressionado
2 cliques na marca de final de pa-
Ctrl+A Selecionar Todo um texto Parágrafo
rágrafo
Ctrl+J Justificar
A seguir, algumas opções que consideramos as mais impor-
tantes:

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INFORMÁTICA

MENU ARQUIVO Fechar: Como o próprio nome sugere, fecha o arquivo atual.
No menu Arquivo encontraremos várias opções, como deta- Salvar: O objetivo da função é salvar as alterações realizadas
lhadas ma figura a seguir: no documento que está sendo editado. Caso o arquivo esteja sen-
do salvo pela primeira vez será aberta a caixa de diálogo Salvar
como, onde notamos a opção salvar com tipo:

Você pode salvar o arquivo no próprio formato do BrOffice ou


no formato do Microsoft Office ou StarOffice.
Salvar Tudo: Permite salvar as alterações realizadas em todos
Novo: Permite a criação de um novo documento. Procedi- os documentos abertos no momento.
mento Básico: na barra de menu Arquivo, opte por novo ou na Versões: A função Versões é bastante útil quando se deseja
barra de ferramentas opte pelo ícone Abrir; escolha com um clique manter o controle sobre as versões de um documento. Para utilizar
o modelo de documentos possíveis. Na ilustração a seguir, vemos esse recurso é necessário que o arquivo que está sendo utilizado
alguns documentos possíveis . tenha sido salvo pelo menos uma vez. Caso o arquivo seja recém
criado salve-o primeiro.
Enviar: Envia o arquivo atual através de um cliente de e-mail.
Ao selecionar essa opção o seu cliente de e-mail padrão é aberto
com o arquivo já anexado à mensagem. Você apenas precisará es-
crever o destinatário e o corpo da mensagem.
Propriedades: Faz a exibição das propriedades do documen-
to atual como, o nome do documento, a data de criação, o título,
assunto, número de páginas, número de parágrafos, dentre outros.
Observe abaixo a caixa de diálogo Propriedades ativa.
Abrir: A função Abrir, faz a abertura para a edição ou leitura
de um arquivo existente. Procedimento básico: na barra de menu
Arquivo, opte por Abrir, ou pela tecla de atalho CTRL + O . Há
também o ícone de Abrir na barra de ferramentas. Será aberta uma
uma janela com a caixa de, veja:

Visualização da Página: Faz a verificação de como o docu-


mento será impresso.

escolha a pasta ou o arquivo desejado para abrir. 39


Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Imprimir: Como o nome sugere, imprime o documento atual. Vejamos alguns principais:
Veja a seguir a caixa de diálogo Imprimir: Repetir: O objetivo e refazer a última alteração desfeita. Ao
lado da palavra Repetir irá aparecer o nome da alteração que será
refeita.
Cortar: Copia um objeto ou texto selecionado para a área de
transferência e o remove do documento.
Copiar: Copia para a área de transferência o objeto ou texto
selecionado, sem remove-lo do documento principal.
Colar: Insere no documento um objeto ou texto selecionado
anteriormente copiado ou recortado da área de transferência.
Colar especial: Insere no documento um objeto ou texto sele-
cionado anteriormente copiado ou recortado da área de transferên-
cia, oferecendo opções adicionais. Veja a caixa de diálogo a seguir:

Detalhes da Caixa de Diálogo:


Selecione a impressora que irá imprimir o documento no cam-
po Nome. Selecione a opção Tudo, em Intervalo de impressão,
caso você deseje que todas as páginas contidas no documento
sejam impressas ou selecione a opção Páginas e informe quais
páginas serão impressas. No campo Número de cópias informe
quantas cópias do documento você deseja que seja impressa. Após
definir as opções de impressão clique no botão OK.
Lembrete: utilizamos os mesmos procedimentos aplicados ao
Configuração da Impressora: Permite realizar a configura- MS.Word, para copiar, colar e recortar blocos.
ção das propriedades da impressora. Copiando, colando e recortando: O recurso de copiar, colar e
Sair: Por fim a opção Sair, que tem por função fechar o apli- recortar é muito útil para agilizar o trabalho. Quando temos uma
cativo Writer. parte do trabalho que desejamos repetir em outra página não preci-
samos digitar tudo novamente.
MENU EDITAR Apenas selecionamos o parágrafo a copiar; clicamos no botão
No menu Editar teremos várias funções, como as identificadas “Copiar”; levamos o cursor de texto para o local onde desejamos
na figura ilustrativa a seguir: colar a cópia selecionada. Então clicamos no botão “Colar”.
Quando desejamos mover o texto de um lugar para outro po-
deremos usar as teclas de atalho a seguir relacionadas:

Teclas de Atalho mais utilizadas:


− Copiar – CTRL+C
− Recortar – CTRL+X
− Colar – CTRL+V
Outro recurso bastante útil é o “Desfazer e Refazer”. Quando
acidentalmente apagamos parte do trabalho ou desejamos voltar o
trabalho para uma etapa anterior então basta clicar no botão “Des-
fazer”. Então a última ação será desfeita e se continuarmos clican-
do ele vai desfazendo até chagar a excluir todo o trabalho. Existe
também o botão Refazer, que dezfaz a ação do Desfazer.

Outras Teclas de Atalho:


− Desfazer – Ctrl+Z
− Negrito – Ctrl+B
− Itálico – Ctrl+I
− Sublinhado – Ctrl+U
Modificações: Tem por objetivo controlar as alterações reali-
zadas no documento.
Comparar Documento: Realiza comparações entre o docu-
mento atual e um outro selecionado pelo usuário. Esse recurso é
bastante útil quando se deseja conferir as diferenças entre versões
do mesmo documento.

40
Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Navegador: Ativa ou desativa a visualização do navegador.


O navegador é um recurso que permite percorrer o texto de forma
mais fácil, podendo-se encontrar rapidamente elementos como tí-
tulos, tabelas ou imagens no documento.

Localizar e Substituir: Tem a função de localizar palavras e/


ou substituí-las por outras. Procedimento básico: optar por Editar;
clicar em Localizar e Substituir, ou pela tecla de atalho CTRL + F.
Será apresentada a caixa de diálogo seguinte:

Fonte de Dados: Visualiza e altera os dados de uma fonte de


dados
Em Pesquisar por: digitar a palavra a ser pesquisada. Barra de Ferramentas: Tem a função de realizar a seleção
Em substituir por: digitar a palavra que irá substituir a pes- das Barras que ficarão ativas. Procedimento Básico: No menu
quisada. VER, selecione Barras de Ferramentas; opte por ativar ou desati-
Optar por substituir Tudo, se desejar que todas das palavras var as opções clicando em suas funções. Veja:
pesquisadas sejam substituídas, ou optar apenas por Substituir se
desejar apenas a palavra ativa.

O MENU VER
Na opção Ver localizada na Barra de Menus é possível sele-
cionar as barras que ficarão ativas.

Régua: Tem por objetivo ativar ou desativar a régua, para so-


lucionar problemas de tabulação do texto. A seguir uma figura da
Régua ativa.

Procedimento Básico: Para ativa-la é só optar na Barra de


Menu VER e clicar em Barra de Status.

Barra de status: O objetivo é a visualização ou não da Barra


de status. A seguir uma figura da Barra de Status ativa.

Zoom: Altera a escala de visualização da página. Procedimento Básico: Para ativa-la é só optar na Barra de
Procedimento Básico: Opte na Barra de menu VER pela fun- Menu VER e clicar em Barra de Status
ção ZOOM. Pode-se selecionar uma escala pré-existente ou sele-
cionar a opção Variável e digitar a escala desejada. Veja: Limites do texto: Possibilita a visualização das margens que
delimitam o texto, margem superior, inferior, esquerda e direita.

Procedimento Básico: Para ativa-la é só optar na Barra de


Menu VER e clicar em Limites do Texto.

41
Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Veja a figura ilustrativa a seguir, com Limites do Texto ativo: Campos: Insere no documento alguns campos, como: data,
hora, número da página, título, dentre outros, conforme demonstra
a figura a seguir:

Tela Cheia: Visualiza o arquivo atual em tela cheia.

O MENU INSERIR
O Menu Inserir é composto de diversos itens, como podemos
notar na figura a seguir:

Caracter Especial: Insere caracteres especiais no documen-


to. Procedimentos: Optamos por Inserir Caracter Especial; na ja-
nela Subconjunto, temos um rol de opções, onde escolheremos o
conjunto de caracter. Veja a tela seguinte:

Selecionamos com o mouse um ou mais caracteres; clicamos


em OK para inserir.

Hiperlink: Cria links, que nada mais são do que ligações para
Destacam-se: outros arquivos, páginas da Internet ou e-mails. A seguir uma cai-
Quebra Manual: Realiza três opções de quebra, quebra de
xa de diálogo com um hiperlink
linha, quebra de coluna e quebra de página. Ao inserir uma que-
bra de página é possível alterar o estilo da página e alterar a sua
numeração.

Cabeçalho: Tem por objetivo inserir um cabeçalho no texto.

Rodapé: Objetiva inserir um rodapé no texto.

42
Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Nota de Rodapé: O objetivo é proporcionar ao usuário a Selecionamos um arquivo e clicamos em Abrir para inserir a
facilidade de elaborar algum comentário sobre o texto corrente, figura no texto.
colocando essa observação no rodapé da página, através de uma Objeto: Faz a inserção de objetos como Fórmulas e Gráficos
referência numérica. Procedimentos básicos: A caixa de diálogo Arquivo: Faz a inserção de um arquivo anteriormente salvo,
lhe permite alternar entre Automático e Caracteres. que pode estar em uma outra unidade de armazenamento, ao arqui-
Automático irá lhe colocar uma numeração corrente em cada
vo ativo. Procedimentos: Clicamos em Inserir; optamos por Arqui-
nota de rodapé. A segunda opção lhe habilita escolher, clicando no
botão com reticências logo abaixo, entre as diversas fontes exis- vo e será aberta a caixa de diálogo a seguir:
tentes no seu computador qual a que desejará utilizar. Finalmente,
na mesma janela você pode decidir se deseja que a nota seja inse-
rida no rodapé da folha corrente ou ao final do texto. Quando você
clica no botão “OK” , automaticamente será direcionado para o
rodapé, num campo especial aberto para a digitação daquilo que
você deseja observar sobre a palavra ou expressão do texto. À par-
tir de então cada numeração será incrementada, independente de
que sua inserção seja antes ou após alguma já existente.
Veja a caixa de diálogo a seguir:

onde escolheremos o arquivo a ser inseriro


MENU FORMATAR
O menu formatar é composto de:

Tabela: Faz a criação de tabelas. Na figura a seguir, uma cai-


xa de diálogo solicitando quantas colunas e linhas a tabela inicial
terá.

Padrão: Reconfigura um texto selecionado de acordo com as


opções que são padrão no Writer.
Caracter: Realiza a formatação da fonte do texto. Optando-se
por Caracter, obteremos a caixa de diálogo a seguir demonstrada:

Figuras: Insere figuras provenientes de arquivos diversos.


Procedimentos: Desejando Inserir Figuras de algum Arquivo, op-
ta-se por Inserir; escolha a opção Figuras do Arquivo e obteremos
a caixa de diálogo seguinte:

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Parágrafo: Tem a função de alterar a formatação do parágra- Na ilustração a seguir, observamos os ícones correspondentes:
fo. Veja a caixa de diálogo a seguir:

Oportuno comentar no instante, os ícones da barra de objetos:

que representam, na ordem:


− Aplicação da cor da fonte;
− Destaque da palavra ou parágrafo selecionado;
− Plano de fundo do parágrafo.
Marcas/Numeração: Insere a configuração de Marcadores e
Numeração de texto.
Estilos: Faz a formatação dos estilos do texto. Na barra de
menu, opte por formatar Estilos. Ao selecionar essa opção é mos-
trada a caixa de diálogo a seguir:

Colunas: Permite a divisão um texto em colunas, como


aplicado em textos jornalísticos. Procedimentos: Em um arquivo
novo, clique em inserir coluna e escolha quantas colunas terá, ou
selecione um texto previamente digitado e opte por Inserir Colu-
nas e escolha quantas colunas terá. Veja a ilustração a seguir, onde
demonstra a caixa de diálogo de inserir colunas:

Escolha o estilo de parágrafo que deseja aplicar e clique em


modificar. Veja a tela abaixo:

Formatando Caracteres: tipo, tamanho, cor, etc: Quando


elaboramos um texto num computador normalmente usamos os
recursos de formatação dos processadores de texto, para mudar
o tipo de caractere, o tamanho, a cor, o aspecto (negrito, itálico,
etc). Estes recursos são muito importantes para realçar partes do
documento.
Mudança do nome da fonte:

Mudar o tipo de caractere: A maneira mais prática de alterar


o tipo de fonte (caractere) é clicando na caixa “Nome Fonte” e
selecionando a fonte desejada. Também podemos utilizar o menu
Formatar – Caracter – Tamanho ou ainda clicar com o botão direito Poderemos fazer alterações nos estilos, tais como: bordas,
e Caracter
fontes, fluxo de texto, etc.
Altera-se no botão “Tamanho Fonte”.
Negrito, itálico, sublinhado e alinhamento: Para formatar Opte por OK para aceitar a alteração.
como negrito, sublinhado ou itálico clica-se no botão de mesmo
nome. Para alterar o alinhamento clica-se no botão respectivo: MENU FERRAMENTAS
“Alinhar à Esquerda, Centralizar, Alinhar à Direita e Justi- Encontramos no menu Ferramentas várias funções como ilus-
ficar”. tra a figura a seguir:

44
Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Numeração de linhas: Insere a numeração das linhas no texto

Fonte de dados: Faz a criação e atualização das bases de da-


dos existentes

MENU JANELA
O menu Janela tem basicamente 2 funções principais, como
demonstra a figura a seguir:

Nova janela: Realiza a abertura de uma nova janela para o


documento atual.
Fechar: fecha a janela ativa.

Podemos destacar algumas, como segue:


Verificação Ortográfica Orienta a correção ortográfica e
ativa a correção ortográfica automática no texto. Procedimentos:
Para iniciar a correção ortográfica, acesse, o menu Ferramentas, MENU AJUDA
Verificação Ortográfica, opção Verificar
Apresenta informações de ajuda, como dicas gerais sobre Ín-
dice, Dicas e Suporte sobre o produto.

No caso de ser encontrada alguma palavra supostamente erra- PLANILHAS ELETRÔNICAS (EXCEL E
da, será apresentada a caixa de diálogo, sugerindo a possível troca. BROFFICE.ORG CALC).
Veja a figura ilustrando:

EXCEL

O Excel é um programa indispensável a qualquer empresa, in-


dependentemente de seu porte. É destinado à criação de planilhas
eletrônicas de cálculos.
É comum, para se fazer um planejamento, um profissional que
poderá ser um Contador, Administrador, Economista, Engenhei-
ro, ou qualquer outro, trabalhar com números usando uma caneta,
selecione a palavra correta e clique em substituir. uma folha de papel e uma calculadora para chegar a um resultado.
AutoCorreção/AutoFormatação: Tem o objetivo de reali- Utilizando este software, desenvolvido pela Microsoft, o profis-
zar configurações de Autocorreção automática. sional, simplesmente, digita-os em uma tabela eletrônica e pode ir
alterando e atualizando estes dados sempre que necessário, assim
chegando a resultados com muito mais rapidez e eficiência.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

O Excel tem a função básica de criar cenários matemáticos, trigonométricos, financeiros, estatísticos e criar gráficos em diversos for-
matos, auxiliando um gestor na tomada de decisão.

Muitas empresas utilizam-se de complexos bancos de dados para provir seus sistemas de informações, porém, com uma ferramenta pe-
riférica, como o Excel, torna-se muito produtivo a extração de dados desses sistemas de informações para a geração de planilhas de cálculos
que fornecem panoramas diversos de situações que se modificam a cada momento.

Para se trabalhar com a planilha eletrônica Excel, é muito fácil, basta que o programa esteja instalado e “rodando” no computador.
Após o programa ter sido instalado, será exibido o seu nome na opção Programas no Menu Iniciar do Windows.
Entretanto, toda instalação do ambiente Windows é diferente uma da outra, pois muitas pessoas criam seus próprios atalhos e colocam
seus programas em janelas personalizadas, ficando assim, difícil definir qual a forma de carregamento do programa para executá-lo e utilizá-
-lo.

Portanto, há várias formas de carregar um determinado programa na tela e começar a utilizá-lo. O pressuposto será que o item Micro-
soft Excel esteja presente dentro da opção Programas no Menu Iniciar, que fica localizado na parte inferior esquerda da janela principal do
Windows.
Execute os passos a seguir: A partir da tela principal do Windows, pressione o botão esquerdo do mouse uma vez sobre o botão Iniciar,
localizado na parte inferior esquerda, conforme a figura abaixo:

Botão Iniciar presente na barra de tarefas do Windows.


Assim que o menu principal de opções aparece, estacione sobre a opção Programas para que surja o submenu onde está localizado o
Microsoft Excel.
Obs.: As informações no menu Iniciar podem variar conforme o Windows é apresentado em cada computador.
Logo após, dê um clique sobre o item Microsoft Excel para inicializar o programa.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

INFORMAÇÕES GERAIS Figura de Apresentação da célula ativa.


Em certa época, a planilha era um pedaço de papel que os con- Intervalo de células: Um intervalo de células é uma região da
tadores e planejadores de empresas utilizavam para colocar uma planilha selecionada a fim de permitir que se trabalhe, edite, for-
grande quantidade de números dentro de linhas e colunas. mate e modifique mais de uma célula ao mesmo tempo.
Os números poderiam, então, ser somados, subtraídos e com- Ao trabalhar com uma planilha, muitas vezes deparamos com
parados, uns aos outros.
Atualmente, a planilha é um pacote de software de computa- a necessidade de tratar um trecho ou uma determinada região de
dor que está sendo processado em quase todo computador profis- maneira diferente do restante da planilha.
sional de pequeno porte. O intervalo de células é reconhecido como o conjunto de célu-
Este programa coloca linhas e colunas dentro de sua memória las que fica entre a célula do canto superior esquerdo e a do canto
e os manipula de acordo com fórmulas e funções. inferior direito. A figura seguinte demonstra intervalos de células:
Conceituando Linha, Coluna e Célula: Na área de trabalho do
Excel , existe uma janela de planilha onde é apresentado o nome
Pasta1 na barra de título, uma planilha vazia, onde se encontram
linhas e colunas dispostas de tal forma que as informações possam
ser inseridas dentro da grade formada com o cruzamento desses
dois elementos.

Pastas de trabalho: para o Excel, uma pasta de trabalho é uma


coleção de várias páginas de planilha que possuem o mesmo nú-
mero de colunas e linhas que a primeira, e opcionalmente, pode-se
criar planilhas exclusivas para gráficos.
Linha: dentro da janela da planilha, as linhas são identificadas
Cada página de planilha é uma grade formada por colunas e li-
por números no canto esquerdo da tela que vai de 1 a 65536.
nhas distribuídas na tela de maneira tal que seja possível relacionar
Coluna: dentro da janela da planilha, as colunas são identifi- informações horizontal e verticalmente.
cadas com letras de A a Z e combinações de letras até totalizarem As pastas de trabalho proporcionam um meio de organizar
256 colunas. Portanto, uma combinação de letras de A até IV. muitas planilhas em um mesmo arquivo. Cada pasta de trabalho é
A largura padrão da coluna em uma nova planilha é de 8,43 gravada como se fosse um arquivo, sendo que, o nome de arquivo
e pode-se tornar uma coluna tão larga quanto a janela da planilha padrão para a primeira pasta de trabalho é Pasta1.
(255 caracteres) ou tão estreita quanto a fração de um caráter. Há três utilizações principais para fazer uso da pasta de tra-
Célula: dentro da janela da planilha é a unidade de uma pla- balho:
nilha na qual se insere e armazena os dados. A interseção de cada 1. Dividir uma planilha grande em partes menores, ou
linha e coluna em uma planilha forma uma célula. seja, em páginas separadas.
2. Reunir dados relacionados logicamente no mesmo ar-
quivo.
3. Consolidar planilhas de formato semelhante em um
mesmo arquivo.

É possível inserir um valor constante ou uma fórmula em DIVISÃO DE PLANILHA


cada célula, onde um valor constante é normalmente um número Ao trabalhar com uma planilha que possua uma grande quan-
(incluindo uma data ou hora) ou texto, mas também pode ser um tidade de dados no Excel, é possível tornar o trabalho mais fácil
valor lógico ou de erro. se a planilha for dividida em partes separadas em cada página da
Célula ativa: É a célula exibida com uma borda em negrito, pasta de trabalho.
indicando que a ela está selecionada e onde os próximos dados Para chegar a uma página específica, deve-se clicar na aba
digitados serão inseridos ou o próximo comando escolhido será de página (isto se torna mais fácil do que se movimentar entre as
aplicado. diversas partes de uma única planilha de tamanho maior), que fica
Se for selecionada mais de uma célula ao mesmo tempo, a pri- na parte inferior da tela. Também, quando se escreve uma fórmula
meira será a célula ativa e as outras serão destacadas na cor escura. que faz referência a células de outra página, o nome da página
aparece na fórmula, ficando fácil perceber que se está fazendo uma
Observe a figura:
referência.

REUNIÃO DE DADOS RELACIONADOS


Em vez de gravar um orçamento, um cronograma, um inven-
tário de estoque ou outras informações correlatas em diferentes
arquivos do disco, pode-se transformá-los em páginas separadas
da mesma pasta de trabalho. Assim, basta lembrar o nome de um
arquivo, e não de vários. Vale lembrar que por padrão o Excel abre
um arquivo com 3 pastas de trabalho.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

O botão Opções de Inserção é exibido ao lado das células, li-


nhas ou colunas inseridas quando a formatação das células, linhas
ou colunas inseridas e originais é diferente. Quando você clica na
CONSOLIDAÇÃO DE DADOS seta ao lado de Opções de Inserção, uma lista de opções de for-
Se estiver trabalhando com dados que segue certo gabarito matação é exibida.
ou apresentação, as pastas de trabalho proporcionam maneiras efi-
cientes de digitar e formatar os dados, agrupando as páginas antes
de digitar informações padrões para títulos de colunas ou antes de
fazer mudanças de formato, acelerando assim o seu trabalho.
Características e novidades do Excel: Como mencionado O botão Opções de AutoCorreção aparece primeiramente
anteriormente, toda planilha está dividida numa tela com linhas, como uma pequena caixa azul quando você coloca o ponteiro do
colunas e pastas de trabalho, sendo que a planilha Excel 2000 até mouse próximo a um hiperlink em uma planilha e é alterado para
a versão XP, possuem um total de 256 colunas, 65.536 linhas e
um ícone de botão quando você aponta para ele. Clique na seta ao
várias páginas de pasta de trabalho.
Ao longo do topo da planilha, encontramos os cabeçalhos de lado do botão para obter uma lista de opções de AutoCorreção.
colunas representados por letras, como A, B, C e assim por diante,
chegando até a coluna IV, pois a partir da coluna Z há uma combi-
nação de duas letras para se formar o cabeçalho da coluna, como
por exemplo: AA, AB, AC...AZ, BA, BB, BC e assim por diante.
À esquerda, de cima para baixo, encontramos os cabeçalhos
de linhas, como 1, 2, 3, 4 e assim por diante.
A interseção de uma linha e uma coluna resulta numa célu-
la, como foi dito anteriormente, portanto cada célula possui um Um triângulo verde no canto superior esquerdo de uma célula
endereço que consiste na letra da coluna seguida pelo número da
linha; por exemplo, o endereço B8 refere-se à célula resultante da indica um erro na fórmula da célula. Se você selecionar a célula, o
interseção da coluna B com a linha 8. botão Erro ao Verificar Opções será exibido. Clique na seta ao lado
Na parte inferior da tela do Excel, se encontram as páginas da do botão para obter uma lista de opções.
pasta de trabalho denominadas através dos termos Plan1, Plan2, A cor do triângulo indicador de verificação de erro poderá ser
Plan3 e assim por diante, mas é possível dar-lhes nomes descriti- alterada se você clicar em Opções no menu Ferramentas e, em
vos que indiquem seu conteúdo. seguida, clicar na guia Verificação de Erros.
A figura mostra as planilhas existentes em uma pasta de tra-
balho:

No canto inferior direito de uma célula, encontraremos um


triângulo roxo que indica uma marca inteligente. Se você colocar
o cursor do mouse sobre a célula, o botão Ações da Marca Inteli-
Pastas de trabalho em uma planilha nova.
gente será exibido. Clique na seta ao lado do botão para obter uma
Devemos observar que a célula A1 da planilha Pasta1, assim
lista de ações de marca inteligente.
que é iniciado o programa Excel, está circundada com uma borda
marcante. Sabendo disto, pode-se afirmar que a célula A1 é atual-
mente a célula ativa e que esta receberá todos os comandos digi-
tados na barra de fórmulas e formatações escolhidas na barra de
ferramentas.
A janela exibe apenas uma parte da planilha de cada vez. Para
ver linhas e colunas que não estão visíveis, deve-se rolar a planilha O botão Opções de Colagem aparecerá ao lado da seleção co-
na tela através das barras de rolagem horizontal e vertical situadas lada depois que você colar um texto ou os dados de uma planilha.
na base da janela e à direita respectivamente, ou usar as teclas de Quando você clica no botão, é exibida uma lista que permite deter-
movimentação. minar como as informações serão coladas em sua planilha.
As opções disponíveis dependem do tipo de conteúdo colado,
Alguns Ícones do programa no qual a seleção colada estava e do formato do texto
O Excel apresenta alguns ícones em cada nova versão. Veja em que a seleção está sendo colada.
alguns dos ícones e suas funções a seguir:

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

O botão Opções de Autopreenchimento é exibido ao lado da


seleção preenchida depois que você preenche uma planilha com
texto ou dados. Quando você clica no botão, é exibida uma lista de
opções de preenchimento de texto ou dados.
Recuperação automática de arquivos corrompidos
O Excel proporciona uma recuperação automática de um ar-
quivo corrompido tentando reabrir e, ao mesmo tempo, reparar o
arquivo. Ele identifica o que foi alterado durante a reparação do ar-
quivo. Se a reparação falhar, o Excel tentará abrir o arquivo nova-
mente mas, em vez de tentar uma reparação, ele extrairá os valores
e as fórmulas das células mantendo somente os dados. No entanto,
em algumas situações, o Excel não entrará automaticamente no
modo de recuperação, e poderá ser necessário recuperar os dados
do arquivo manualmente.
Outro item no Excel é ao iniciar a digitação de uma fórmula
Para reparar um arquivo manualmente que inclua uma função, o Excel fornecerá nesse ponto uma ajuda
No menu Arquivo, clique em Abrir. exibindo uma dica de tela que mostra os argumentos necessários
Na caixa de diálogo Abrir, selecione o arquivo que deseja para a função. Toda vez que você inserir um argumento, o argu-
abrir e clique na seta ao lado do botão Abrir. mento seguinte da função será realçado. Além disso, se clicar no
Clique em Abrir e Reparar e escolha o método que deseja usar nome da função na dica de tela, aparece um tópico da Ajuda com
para recuperar a pasta de trabalho. mais informações e exemplos para usar aquela função. A figura a
seguir ilustra o momento da inserção de uma função a ajuda será
Veja a ilustração: exibida:

Verificador de Erros

O verificador de erros verificará as fórmulas em relação a


valores errados, números armazenados como texto, fórmulas que
referenciem células vazias.
Assim como um verificador ortográfico, o Excel fornece um
verificador de erros. É possível iniciá-lo manualmente clicando em
Verificação de erros no menu Ferramentas.
Quando a verificação de erro em segundo plano estiver ativa-
da (é o padrão), você não precisa iniciar o verificador de erros ma-
nualmente. O Excel indica uma fórmula que não segue os padrões
prescritos colocando triângulos verdes nas células com possíveis
erros. Ao selecionar a célula, aparece a marca inteligente Opções
AutoSoma, Média, Contar de verificação de erros, e você pode clicar na seta nela existen-
O botão autosoma calcula a soma de um intervalo de célu- te para obter mais informações ou para ver uma lista das opções,
las. As versões anteriores já incluía esse botão. A novidade nessa como Ajuda sobre este erro, Mostrar Etapas do Cálculo e Ignorar
versão é que o botão disponibiliza também, automaticamente a Erro.
média, contar ou o valor máximo ou mínimo em um intervalo
Procedimento: Selecione um intervalo de valores e clique na
seta do botão AutoSoma e, em seguida, clique na operação dese-
jada -- Soma, Média, Contagem, Máx, Mín ou mais funções. Veja
a ilustração a seguir:

49
Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Digite uma pergunta em linguagem natural na caixa de diálo- O botão Erro ao Verificar Opções só será exibido ao lado do
go Inserir Função para que o Excel liste as possíveis funções que intervalo se a célula ativa no intervalo contiver um erro, como nú-
atendam às suas necessidades. Por exemplo, digite “como calcular meros armazenados em formato de texto. Além disso, se a célula
os pagamentos mensais em um empréstimo,” para que o Excel ativa contiver um erro, mas não contiver números armazenados
sugira o uso da função PMT (que calcula os pagamentos para um como texto, a opção Converter em Número talvez não seja apre-
empréstimo) ou a função NPER (que retorna o número de períodos sentada quando você clicar no botão Erro ao Verificar Opções.
para um investimento).
Veja a ilustração a seguir, onde foi digitada a palavra porcen- TABELA DINÂMICA
tagem na caixa Procure por uma função. Podemos observar as su- A tabela dinâmica tem por objetivo manipular as informações
gestões na caixa Selecione uma função: de uma tabela. Desta forma poderemos, dinamicamente, alternar a
forma da apresentação dos dados na planilha para melhor análise
dos dados, para a tomada de decisão.
Imagine uma planilha do Excel de números de sua empresa
com centenas ou milhares de linhas de dados. Todos têm pergun-
tas sobre o significado dos dados. Como você obtém as repostas?
Os relatórios de Tabela Dinâmica organizam e resumem os dados
para que não fiquem simplesmente abandonados em uma planilha.
Eles oferecem comparações, revelam padrões e relacionamentos
e analisam tendências. As tabelas dinâmicas comparam, revelam
e analisam mostrando diferentes modos de exibição de dados e
transformando dados em informações que fazem sentido.
Criar um relatório de Tabela Dinâmica significa mover infor-
mações de um lado para outro para ver como elas se combinam.
Não está satisfeito com o primeiro relatório? Em alguns segundos
as linhas e colunas são dinamizadas e organizadas de maneira di-
ferente, como um cubo que gira para exibir diferentes padrões.
Os relatórios de Tabela Dinâmica oferecem tantos recursos de
gerenciamento de dados que você pode até se perder. Mas não se
A Janela de Inspeção é uma janela individual que permite con- preocupe com a organização “errada” do relatório. Mova os dados
sultar o que está nas células sem ter que rolar até elas. Por exem- quantas vezes precisar para obter respostas claras para todas as
plo, digamos que você esteja inserindo dados na linha 162 que suas perguntas.
podem afetar o resultado de uma fórmula na célula A10. Dessa forma, em questão de segundos, você pode mudar de
Em vez de rolar de volta até a célula A10 para ver o resultado um relatório que lista vendas por vendedor para um relatório que
da fórmula, é possível “observar” o valor da alteração da fórmu- lista vendas por país, ou que classifique os vendedores pelo valor
la a partir da janela, não importa onde você esteja na planilha. É dos pedidos. É como transformar confusão em ordem.
possível até mesmo observar valores em outras folhas ou pastas Imagine que o Excel está aberto e que você está vendo valores
de trabalho. de vendas. Neste exemplo existem 799 linhas de vendas listadas
Além disso, é possível clicar na referência de célula na Janela por país, por vendedor e por valor do pedido.
de Inspeção para mover a seleção para a célula que você estiver Você pode fazer com que os dados sejam mais compreensí-
observando. Para observar uma célula, apenas clique com o bo- veis? Para descobrir, comece perguntando-se o que você precisa
tão direito do mouse na célula e, em seguida, clique em Adicionar saber:
Inspeção. Quanto cada vendedor vendeu?
Quais são os valores de vendas por país?
Quando estiver pronto para obter as respostas, clique em qual-
quer local nos dados e inicie o assistente clicando em

Relatório de Tabela e Gráfico Dinâmicos no menu Dados.

Conversão de números como texto em números


Poderemos usar o botão Erro ao Verificar Opções para conver-
ter rapidamente números armazenados como texto em números.
1. No menu Ferramentas, clique em Opções e, em seguida,
clique na guia Verificação de Erro.
2. Certifique-se de que as caixas Ativar verificação de er-
ros em segundo plano e Número armazenado como texto estejam
marcadas.
3. Selecione o intervalo de células que contém os números
armazenados como texto, marcados pelos indicadores de erro ver- Será exibido o Assistente de Tabela Dinâmica, conforme fi-
des no canto superior esquerdo de cada célula. gura a seguir:
4. Clique no botão Erro ao Verificar Opções que é exibido
ao lado do intervalo e, em seguida, clique em Converter em Nú-
mero.

50
Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Células : Uma planilha é composta por células. Uma célula é


o cruzamento de uma coluna com uma linha. A função de uma cé-
lula é armazenar informações que podem ser um texto, um número
ou uma fórmula que faça menção ao conteúdo de outras células.
Cada célula é identificada por um endereço que é composto pela
letra da coluna e pelo número da linha.
Workbook : O EXCEL trabalha com o conceito de pasta ou
livro de trabalho, onde cada planilha é criada como se fosse uma
pasta com diversas folhas de trabalho. Na maioria das vezes, você
trabalhará apenas com a primeira folha da pasta. Com esse concei-
to, em vez de criar doze planilhas diferentes para mostrar os gastos
de sua empresa no ano, você poderá criar uma única planilha e
utilizar doze folhas em cada pasta.
Marcadores de página (Guias) : Servem para selecionar
uma página da planilha, da mesma forma que os marcadores de
Observação: O Assistente de Tabela Dinâmica e Gráfico Di- agenda de telefone. Esses marcadores recebem automaticamente
nâmico também é usado para criar relatórios de Gráfico Dinâmico, os nomes Plan1, Plan2, Plan3, etc., mas podem ser renomeados.
que são versões gráficas dos relatórios de Tabela Dinâmica
Quando o assistente é exibido, você clica em Concluir. Só
isso. Você poderia continuar com o assistente, mas neste exemplo Barra de fórmulas: Tem como finalidade exibir o conteúdo
não é necessário. Ao clicar em Concluir você instrui o assistente da célula atual e permitir à edição do conteúdo de uma célula.
para usar as configurações padrão dele. Por padrão, o assistente:
Usa os dados de uma lista do Excel ou de um banco de dados.
Prepara uma área de layout para criar um relatório de Tabela Linha de status : Tem como finalidade exibir mensagens
Dinâmica. orientadoras ou de advertência sobre os procedimentos que estão
Usa todos os dados da lista. sendo executados, assim como sobre o estado de algumas teclas do
Coloca a área de layout do relatório em uma nova planilha. tipo liga-desliga, como a tecla NumLock, END, INS, etc.
Obs. Adaptado da Microsof

TRABALHANDO COM O MICROSOFT EXCEL


Janela de trabalho : Uma planilha do Excel tem uma dimen-
são física muito maior do que uma tela-janela pode exibir. O Excel
permite a criação de uma planilha com 65.536 linhas por 256 co-
lunas, valor que pode ser maior se a versão considerada for mais
recente, a exemplo das versões Excel 2007 e 2010.

MOVIMENTANDO-SE PELA PLANILHA


USANDO TECLAS
A tabela abaixo mostra um resumo das teclas que movimen-
Como são relativamente fáceis de operar, as planilhas vieram tam o cursor ou o retângulo de seleção pela planilha:
ao encontro de milhares de organizações e pessoas que tinham ou Ação Teclas a serem usadas
têm na formulação de projeções, tabelas e gerações de números Mover uma célula para a direita seta direita
baseados em variáveis sua principal carga operacional. Uma plani-
Mover uma célula para a esquerda seta esquerda
lha eletrônica substitui naturalmente o processo manual ou mecâ-
nico de escrituração e cálculos. Mover uma célula para cima seta superior
Mover uma célula para baixo seta inferior
Última coluna da linha atual CTRL+seta direita
Primeira coluna da linha atual CTRL+seta esquerda
Última linha da coluna atual CTRL+seta inferior
Primeira linha da coluna atual CTRL+seta superior

Trabalhar com uma planilha eletrônica não exige conheci- Mover uma tela para cima PgUp
mentos de programação, mas somente que você conheça a aplica- Mover uma tela para baixo PgDn
ção que irá desenvolver e os comandos próprios da planilha. Mover uma tela para esquerda ALT+PgUp
Mover uma tela para direita ALT+PgDn
A TELA DE TRABALHO
Ao ser carregado, o Excel exibe sua tela de trabalho mostran- Mover até a célula atual CTRL+Backspace
do uma planilha em branco com o nome de Pasta . A tela de traba- Mover para célula A1 CTRL+HOME
lho do EXCEL é composta por diversos elementos, entre os quais F5 Ativa caixa de diálogo
podemos destacar os seguintes:

51
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INFORMÁTICA

USANDO A CAIXA DE DIÁLOGO ENTRADA DE FÓRMULAS


Se você sabe exatamente para onde quer movimentar o cursor, É na utilização de fórmulas e funções que as planilhas ofere-
pressione a tecla F5 para abrir a caixa de diálogo Ir Para. Quando cem real vantagem para seus usuários. Basicamente, uma fórmula
ela aparecer, informe a referência da célula que você deseja. Esse consiste na especificação de operações matemáticas associadas a
método é muito mais rápido do que ficar pressionando diversas uma ou mais células da planilha. Cada célula da planilha funcio-
vezes uma combinação de teclas. Depois de informar o endereço, na como uma pequena calculadora que pode exibir o conteúdo de
pressione o botão OK. uma expressão digitada composta apenas por números e operações
matemáticas ou então por referências a células da planilha. Se você
USANDO O MOUSE fosse fazer a soma dos valores da coluna C, escreveria a seguinte
Para mover o retângulo de seleção para uma determinada cé- expressão em uma calculadora: “150+550+35” e pressionaria o si-
lula, basta apontar o indicador de posição para a célula desejada e nal de igual para finalizar a expressão e obter o número no visor.
dar um clique. Se a célula estiver fora da aréa de visão, você deve No EXCEL, você pode obter o mesmo efeito se colocar o
usar as barras de rolamento vertical ou horizontal. Você pode ar- cursor em uma célula e digitar a mesma expressão só que come-
rastar o botão deslizante para avançar mais rapidamente ou então çando com o sinal de igual: “=150+550+35”. Essa possibilidade
dar um clique sobre as setas das extremidades da barra de rolamen- de uso do Excel é conveniente em alguns casos, contudo na maio-
to para rolar mais vagarosamente a tela. ria das vezes você trabalhará fornecendo endereços de células para
serem somados.
INSERINDO OS DADOS
Inserir o conteúdo de uma célula é uma tarefa muito simples. A Auto-Soma
Você deve selecionar a célula que receberá os dados posicionando
o retângulo de seleção sobre ela. Em seguida, basta digitar o seu
conteúdo. O EXCEL sempre classificará o que está sendo digitado
em quatro categorias:
1. Um texto ou um título
O EXCEL possui um recurso que facilita a entrada de fórmu-
2. Um número las para calcular uma somatória de valores contínuos. Posicione
3. Uma fórmula o retângulo de seleção em uma célula. Em seguida, pressione o
4. Um comando botão Auto-soma que se encontra na barra de ferramentas.
Ao pressionar o botão, o EXCEL identifica a faixa de valo-
Essa seleção quase sempre se faz pelo primeiro caractere que res mais próxima, priorizando a seqüência de coluna, e automa-
é digitado. Como padrão, o EXCEL alinha um texto à esquerda da ticamente escreve a função SOMA com a faixa de células. Após
célula e os números à direita. aparecer a fórmula basta pressionar ENTER para finalizar a sua
introdução.
ENTRADA DE NÚMEROS
Por exemplo, selecione a célula C4 e digite o número 150. SALVANDO UMA PLANILHA
Note que ao digitar o primeiro número, a barra de fórmulas muda, Quando você salva uma planilha pela primeira vez no EX-
exibindo três botões. Cada número digitado na célula é exibido CEL, é solicitado que você forneça um nome para ela. Nas outras
também na barra de fórmulas. Para finalizar a digitação do número vezes, não será necessário o fornecimento do nome.
150 ou de qualquer conteúdo de uma célula, pressione ENTER. Para salvar uma planilha, você pode optar pelo menu Arquivo,
Para cancelar as mudanças, dê um clique na caixa de cancelamento pela digitação de uma combinação de teclas ou pelo pressiona-
na barra de fórmulas ou pressione ESC. Essas duas operações apa- mento de um botão da barra de ferramentas. No menu Arquivo
garão o que foi digitado, deixando a célula e a barra de fórmulas existe uma opção que se chama Salvar.
em branco. Se durante a digitação algum erro for cometido, pres-
sione a tecla Backspace para apagar o último caractere digitado.
Como padrão, adotaremos sempre o pressionamento da tecla EN-
TER para encerrar a digitação de uma célula.

ENTRADA DE TEXTOS
Inserir um texto em uma célula é igualmente fácil, basta sele-
cionar a célula, digitar o texto desejado e pressionar uma das teclas
ou comandos de finalização da digitação. Além da tecla ENTER,
que avança o cursor para a célula de baixo, e da caixa de entrada,
que mantém o retângulo de seleção na mesma célula, você pode
finalizar a digitação de um texto ou número pressionando uma das
teclas de seta para mover o retângulo de seleção para a próxima
célula.

52
Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Você pode ativar esse comando ou então, se não gostar de Selecionando com o teclado
usar muito os menus, pode pressionar a combinação de teclas Para selecionar uma faixa ou região de células com o teclado,
CTRL+B. A terceira opção é a mais rápida para quem gosta de você deve posicionar o retângulo de seleção sobre a célula inicial
usar mouse. Basta dar um clique no botão salvar, o terceiro da da faixa. Em seguida, deve manter a tecla SHIFT pressionada en-
barra de ferramentas. Qualquer uma dessas opções abrirá a caixa quanto usa uma das teclas de seta ou de movimentação para mover
de diálogo para gravação. No EXCEL, toda vez que uma nova o retângulo de seleção até o final da faixa ou região. Ao atingir essa
planilha é iniciada, ele recebe o nome de Pasta1. posição, a tecla SHIFT deve ser liberada.

CARREGANDO UMA PLANILHA Desmarcando uma faixa ou região


Se posteriormente você necessitar utilizar a planilha nova- Para desmarcar uma faixa ou região, ou seja, retirar a seleção
mente, você deve abrir a planilha, ou seja ler o arquivo do disco feita, basta dar um clique sobre qualquer célula da planilha que não
para a memória. No menu Arquivo existe uma opção chamada esteja marcada.
Abrir.
Você pode ativar esse comando ou então, se não gostar de FORMATAÇÃO DE NÚMEROS
usar muito os menus, pode pressionar a combinação de teclas Além da formatação genérica que se aplica tanto a textos
CTRL+A. A terceira maneira de abrir um arquivo é pressionar como a números, o EXCEL possui outros formatos específicos que
o botão Abrir, representado por uma pasta se abrindo, e que é o podem ser aplicados a números. Na barra de formatação, existem
segundo da barra de ferramentas. cinco botões (variáveis) específicos para esse fim, respectivamen-
Qualquer uma dessas três opções abrirá a caixa de diálogo te: estilo moeda, estilo porcentagem, separador de milhares, au-
Abrir. Ela funciona de maneira idêntica à caixa de diálogo Salvar mentar casas decimais e diminuir casas decimais.
Como. Você deve digitar o nome da planilha ou selecionar seu
nome na lista de arquivos disponíveis.

FORMATAÇÃO DE CÉLULAS

Outras configurações podem ser alcançadas através do co-


mando Célula, do menu Formatar.

ALTERANDO A LARGURA DA COLUNA COM O


MOUSE
Para alterar a largura com o mouse, você deve mover o cursor
até a barra de letras no alto da planilha. Em seguida, você deve mo-
ver o cursor no sentido da margem da coluna, ou seja, da linha que
Para efetuar a formatação de células no EXCEL é bastante separa as colunas. Então o cursor mudará de formato, mostrando
simples, basta selecionar uma faixa da planilha e em seguida apli- duas setas opostas no sentido horizontal. Neste instante você deve
car a formatação sobre ela. manter o botão esquerdo do mouse pressionado enquanto arrasta a
linha de referência que surgiu até a largura que achar conveniente.
Ao atingir a largura desejada, é só liberar o cursor do mouse.
SELEÇÃO DE FAIXAS E DE REGIÕES
No EXCEL a unidade básica de seleção é uma célula, e você
pode selecionar uma célula ou uma faixa de células horizontais ou ALTERANDO A LARGURA DA COLUNA POR MEIO
verticais ou em forma de retângulo. Toda faixa é composta e iden- DA CAIXA DE DIÁLOGO
tificada por uma célula inicial e por uma célula final. Outra forma de alterar a largura de uma coluna é por meio de
Se selecionamos uma área composta de faixas verticais e hori- uma caixa de diálogo que é acionada a partir do menu Formatar/
zontais, estaremos selecionando uma REGIÃO, que é um conjun- Coluna/Largura. Esse comando atuará sobre a coluna atual, a
to retangular de células. Tais seleções podem ser feitas por meio menos que você selecione mais de uma coluna previamente antes
do mouse ou do teclado. de ativar o comando. Com uma ou mais colunas selecionadas, o
comando exibe uma caixa de diálogo onde você deve informar a
largura da coluna em centímetros.
Selecionando com o Mouse
Para selecionar uma faixa ou região com o mouse, você deve
posicionar o cursor na célula inicial e em seguida manter o botão APAGANDO O CONTEÚDO DE UMA OU MAIS CÉ-
esquerdo do mouse pressionado enquanto arrasta o retângulo de LULAS
seleção até a célula correspondente ao final da faixa ou região. Se você cometeu algum erro e deseja apagar totalmente o
Enquanto o cursor vai sendo movido, as células marcadas ficam conteúdo de uma célula, a forma mais simples é posicionar o se-
com fundo escuro para que visualmente você tenha controle da letor sobre ela e pressionar a tecla DEL. Para apagar uma faixa
área selecionada. Quando chegar com o cursor na célula final, o ou região de células, selecione as células dessa faixa ou região e
botão do mouse deve ser liberado. pressione DEL.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

GRAFICOS COM O EXCEL

O EXCEL oferece uma forma gráfica para representar os seus


dados de uma forma mais ilustrativa. Ele permite a criação de grá-
ficos na mesma página da planilha atual ou então em outra página
da pasta.
Veremos agora a criação de um gráfico na mesma página da
planilha. Para criar um gráfico, você deve selecionar previamente
a área de dados da planilha que será representada pelo gráfico.
Após selecionar a faixa, é só pressionar o botão do auxiliar gráfi-
co na barra de ferramentas.

Dependendo do formato básico escolhido, serão apresentadas


as variações de formato possíveis para o gráfico.

Quando este botão é pressionado, o cursor muda de formato,


surgindo como um pequeno gráfico. Você deve selecionar então
uma área da planilha onde o gráfico deve ser criado. Após liberar
o botão do mouse, o EXCEL ativa as caixas de diálogo Auxiliar
Gráfico.

A terceira etapa mostra uma visão prévia do gráfico e pede que


seja especificado ou confirmado se a sequência dos dados no gráfi-
co deve ser feita por linha ou por coluna. Como padrão, o EXCEL
proporá por colunas. Ele ainda pede que seja confirmada qual linha
será usada como legenda para as categorias, que no caso são os
meses, e qual coluna será usada para as legendas. Se quiséssemos
colocar um título no gráfico, bastaria pressionar o botão Avançar.
Na quarta etapa o assistente solicita que seja escolhida uma
A primeira delas pede que seja selecionado um tipo de gráfi- das opções
co. Basta dar um clique sobre o tipo desejado. – como nova planilha (cria-se o gráfico numa nova plan com
A segunda etapa pede que seja informada o intervalo de cé- o nome sugerido ou modificado);
lulas que será representada. Se a seleção de células estiver correta, - Como objeto em (cria-se um gráfico como objeto da Plan
pressione o botão Avançar: caso contrário, digite a faixa correta determinada)
Pressione o botão Avançar para avançar para a etapa seguinte.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Por padrão, o Microsoft Excel calcula uma fórmula da esquer-


da para a direita, iniciando com o sinal de igual (=). Você pode
controlar a maneira como os cálculos são efetuados, alterando a
sintaxe da fórmula.
Por exemplo, a fórmula a seguir fornece 14 como resultado,
pois o Microsoft Excel calcula a multiplicação antes da adição. A
fórmula multiplica 1 por 4 (tendo como resultado 4) e, em seguida,
adiciona 10.
=10+1*4
Por outro lado, se usar parênteses para alterar a sintaxe e
criando prioridade de cálculo, você pode adicionar primeiro 10 e 1
e, em seguida, multiplicar este resultado por 4 para obter 44 como
O gráfico será montado na área selecionada. resultado.
=(10+1)*4

A ordem na qual o Microsoft Excel efetua operações em


fórmulas
Se você combinar diversos operadores em uma única fórmula,
o Microsoft Excel efetuará as operações na ordem mostrada na
tabela a seguir. Se uma fórmula contiver operadores com a mesma
precedência, por exemplo, se uma fórmula contiver um operador
de multiplicação e divisão, o Microsoft Excel avaliará os operado-
res da esquerda para a direita. Para alterar a ordem de avaliação,
coloque a parte da fórmula a ser calculada primeiro entre parên-
teses.
IMPRESSÃO DA PLANILHA
A impressão, também, pode ser feita por meio de uma opção Operador Descrição
do menu Arquivo. Contudo, por enquanto, usaremos o ícone de
impressora que se encontra na barra de ferramentas padrão. : (dois-pontos) Operadores de referência
; (ponto-e-vír-
Operadores de referência
gula)
(espaço simples) Operadores de referência
– Negação (como em –1)
Antes de ativar a impressão, verifique se a impressora está % Percentagem
ligada, possui papel e seu cabo está conectado ao micro. ^ Exponenciação
FECHANDO A PLANILHA ATUAL * (asterisco) Multiplicação e divisão
Se você estiver editando uma planilha e resolver encerrar o / Divisão
seu trabalho sem gravar as alterações feitas, pode usar o comando
de Arquivo/Fechar. Se a planilha não sofreu alterações desde que + Adição
foi carregada, ela será fechada. Caso tenha ocorrido alguma altera- - Subtração
ção, será exibida uma caixa de diálogo pedindo sua confirmação. Conecta duas seqüências de texto (concate-
&
nação)
CRIAÇÃO DE UMA NOVA PLANILHA = igualdade
Para iniciar uma nova planilha, você deve ativar o comando
Arquivo/Novo, ou, se preferir usar o teclado, pressione CTRL+O < Menor que
ou então, dar um clique sobre o botão novo, que é o primeiro da > Maior que
barra de ferramentas.
<= Menor igual
Fórmula e funções com o Excel >= Maior igual
Sintaxe da fórmula <> diferente
Existem no Excel diversas funções, tais como: Máximo, Míni-
mo, Média, Soma, ProcV ProcH, SomaSe, Se, Se E, Se OU, Cont.
se, Contar.Vazio, entre outras. Operadores de cálculos em fórmulas
A sintaxe da fórmula é a estrutura ou ordem dos elementos em Os operadores especificam o tipo de cálculo que você deseja
uma fórmula. As fórmulas no Microsoft Excel seguem uma sintaxe efetuar nos elementos de uma fórmula. O Microsoft Excel inclui
específica que inclui um sinal de igual (=) seguido dos elementos quatro tipos diferentes de operadores de cálculo: aritméticos, de
a serem calculados (os operandos) e dos operadores de cálculo. comparação, texto e referência.
Cada operando pode ser um valor que não se altera (um valor cons- Os operadores aritméticos efetuam operações matemáticas
tante), uma referência de célula ou intervalo, um rótulo, um nome básicas, como adição, subtração ou multiplicação, combinam nú-
ou uma função de planilha. meros e produzem resultados numéricos.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Operador aritmético Significado Exemplo


+ (sinal de adição) Adição 5+5
Subtração 1–3
– (sinal de subtração)
Negação –5
* (sinal de multiplicação) Multiplicação 4*2
/ (sinal de divisão) Divisão 5/5
% (símbolo de porcenta-
Porcentagem 50%
gem)
^ (sinal de exponencia- 5^2 (igual a
Exponenciação
ção) 5*5)

Os operadores de comparação comparam dois valores e produzem o valor lógico VERDADEIRO ou FALSO.
Operador de comparação Exemplo
= (sinal de igual) C3=AB2
> (sinal de maior do que) CA3>A2
< (sinal de menor do que) A2<C3
>= (sinal de maior ou igual a) C3>=A2
<= (sinal de menor ou igual a) C5<=D3
<> (sinal de diferente) D3<>Z1

O operador de texto “&” combina um ou mais valores de texto para produzir um único texto.
Operador de texto Significado Exemplo
Conecta ou concatena dois valores para “ANTONIO” & “MARIA” produz
& (E comercial)
produzir um valor de texto contínuo “ANTONIOMARIA”

Os operadores de referência combinam intervalos de células para cálculos.

Operador de referência Significado Exemplo

Operador de intervalo, que pro-


duz uma referência a todas as células entre
: (dois-pontos) B5:B15
duas referências, incluindo as duas referên-
cias

Operador de união, que combina


; (ponto-e-vírgula) SOMA(B5:B15;D5:D15)
diversas referências em uma referência

Operador de interseção, que pro- SOMA(B5:B15 A7:D7)


(espaço simples) duz uma referência a células comuns a duas Neste exemplo, a célula B7 é co-
referências mum aos dois intervalos

Como as fórmulas calculam valores


Uma fórmula é uma equação que analisa dados em uma planilha. As fórmulas efetuam operações, como adição, multiplicação e
comparação em valores da planilha; além disso, podem combinar valores. As fórmulas podem referir-se a outras células na mesma planilha,
a células em outras planilhas da mesma pasta de trabalho ou a células em planilhas em outras pastas de trabalho.
Exemplos de fórmulas comuns
A seguir estão exemplos de algumas fórmulas usadas com mais freqüência no Microsoft Excel.

Descrição Fórmula
Calcula o saldo parcial em um livro de registro. Neste
Para calcular o saldo atual da primeira transação (célula
exemplo, assume-se que a célula D7 contém o depósito de transação
F7):=SOMA(F6;D7;–E7)Ao inserir novas transações, copie esta
atual, a célula E7 contém qualquer valor de saque e a célula F6 con-
fórmula para a célula que contém o saldo atual da nova transação.
tém o saldo anterior.
Para exibir o nome completo no formato
Agrupa o nome armazenado em uma célula com o so-
“nome sobrenome”:=D5&” “&E5Para exibir o nome
brenome armazenado em outra célula. Neste exemplo, assuma que a
completo no formato
célula D5 contém o nome e a célula E5 contém o sobrenome.
“nome, sobrenome”:=E5&”; “&D5

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BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

=F5*(1+5%)Se o valor da percentagem estiver armaze-


Aumenta um valor numérico armazenado em uma célula nado em uma célula (por exemplo, célula F2)=F5*(1+$F$2)A refe-
por uma percentagem, como 5 por cento. Neste exemplo, assuma rência à célula F2 é uma referência absoluta de célula de forma que a
que a célula F5 contém o valor original. fórmula pode ser copiada para outras células sem alterar a referência
à célula F2.
Cria um texto que agrupa uma data armazenada em uma
=”Data do demonstrativo: “&TEXTO(F5; “dd-mmm-
célula com outro texto, por exemplo, se a célula F5 contiver uma
-aa”). Observação: Use a função TEXTO para formatar um valor de
data de faturamento de 5-Set-2010, e você desejar exibir o texto
número, data ou hora como texto.
“Data do demonstrativo: 5-Set-2010” na célula G50.
Cria um valor total para um intervalo com base em um
valor em outro intervalo. Por exemplo, para cada célula no intervalo
=SOMASE(B5:B25;”Brasil”;F5:F25)
B5:B25 que contiver o valor “Brasil”, você deseja calcular o total
das células correspondentes no intervalo F5:F25.
=SOMA(SE(B5:B25=”Brasil”;
Cria um valor total para um intervalo com base em duas
SE(C5:C25=”Oeste”;F5:F25))).
condições. Por exemplo, você deseja calcular o valor total das célu-
Observação: Esta é uma fórmula matricial e deve ser
las em F5:F25 onde B5:B25 contém “Brasil” e o intervalo C5:C25
inserida pressionando
contém a região denominada “Oeste”.
CTRL+SHIFT+ENTER.
Conta o número de ocorrências de um valor em um
intervalo de células, por exemplo, o número de células no intervalo =CONT.SE(B5:B25;”Brasil”)
B5:B25 que contém o texto “Brasil”.
Conta o número de ocorrências de um valor em um =SOMA(SE(B5:B25=”Brasil”;
intervalo de células, com base em um valor em outro intervalo, por SE(C5:C25=”Oeste”;1;0))).
exemplo, o número de linhas no intervalo B5:B25 que contém o Observação: Esta é uma fórmula matricial e deve ser
texto “Brasil” e o texto “Oeste” no intervalo C5:C25. inserida pressionando CTRL+SHIFT+ENTER.

Sobre a sintaxe da fórmula Uso de funções para calcular valores


As fórmulas calculam valores em uma ordem específica co- As funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos
nhecida como sintaxe. A sintaxe da fórmula descreve o processo usando valores específicos, denominados argumentos, em uma de-
do cálculo. terminada ordem, denominada sintaxe.
Por exemplo, a função SOMA adiciona valores ou intervalos
de células, e a função PGTO calcula os pagamentos de emprésti-
Uma fórmula no Microsoft Excel começa com um sinal
mos com base em uma taxa de juros, na extensão do empréstimo e
de igual (=), seguido do cálculo da fórmula. Por exemplo, a fór- no valor principal do empréstimo.
mula a seguir subtrai 1 de 5. O resultado da fórmula é exibido na Os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos
célula. como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro como
=5-1 #N/D, ou referências de célula. O argumento atribuído deve produ-
zir um valor válido para este argumento. Os argumentos também
Sobre as referências da célula podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.
Uma fórmula pode referir-se a uma célula. Se você desejar A sintaxe de uma função começa com o nome da função, se-
que uma célula contenha o mesmo valor que outra célula, insira guido de um parêntese de abertura, os argumentos da função se-
um sinal de igual seguido da referência da célula. parados por vírgulas e um parêntese de fechamento. Se a função
A célula que contém a fórmula é denominada célula depen- iniciar uma fórmula, digite um sinal de igual (=) antes do nome
dente, seu valor depende do valor de outra célula. Sempre que a da função. Quando você for criar uma fórmula que contém uma
célula à qual a fórmula fizer referência for alterada, a célula que função, a Caixa de criação de fórmulas irá auxiliá-lo.
contiver a fórmula também será alterada.
Inserir uma fórmula que contém uma função
A fórmula a seguir multiplica o valor na célula B15 por 5. A 1 Clique na célula na qual você deseja inserir a fórmula.
fórmula recalculará sempre que o valor na célula B15 for alterado. 2 Para iniciar a fórmula com a função, clique em Editar fór-
=B15*5 mula (=) na barra de fórmulas.
3 Clique na seta abaixo próxima à caixa Funções SOMA .
As fórmulas podem fazer referência a células ou intervalos 4 Clique na função que você deseja adicionar à fórmula. Se
de células, ou a nomes ou rótulos que representem as células ou a função não aparecer na lista, clique em Mais funções para obter
intervalos. uma lista de funções adicionais.
5 Insira os argumentos.
Sobre as funções de planilha Ao concluir a fórmula, pressione ENTER.
O Microsoft Excel contém muitas fórmulas predefinidas ou
internas conhecidas como funções. As funções podem ser usadas
para efetuar cálculos simples ou complexos. A função mais co-
mum em planilhas é a função SOMA, que é usada para adicionar
intervalos de células. Embora você possa criar uma fórmula para
calcular o valor total de algumas células que contêm valores, a
função de planilha SOMA calculará diversos intervalos de células.

57
Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Identificar valores de erro e fórmulas Inserir uma fórmula que contém divisão explícita por zero (0),
Se uma fórmula não puder avaliar devidamente um resultado, por exemplo, =5/0. Altere o divisor para um número diferente de
o Microsoft Excel exibirá um valor de erro. Por exemplo, os va- zero.
lores de erro podem ser o resultado do uso de texto quando uma
fórmula espera o uso de um valor numérico, da exclusão de uma O erro #NOME
célula que é referenciada por uma fórmula ou do uso de uma célula O valor de erro #NOME? Ocorre quando o Microsoft Excel
que não é grande o suficiente para exibir o resultado. não reconhece o texto em uma fórmula.
Os valores de erro podem não ser causados pela fórmula em Excluir um nome usado na fórmula, ou usar um nome
si. Por exemplo, se uma fórmula mostrar #N/D ou #VALOR!, uma que não existe. Certifique-se de que o nome exista. No menu Inse-
célula referenciada pela fórmula poderá conter o erro. rir, aponte para Nome e, em seguida, clique em Definir. Se o nome
não estiver listado, adicione-o usando o comando Adicionar.
Os erros possíveis de se encontrar no Excel são : Digitar o nome incorretamente. Corrija o erro ortográ-
O erro ##### O erro #N/D
fico. Para inserir o nome correto na fórmula, selecione o nome
O erro #VA- O erro #REF!
na barra de fórmulas, aponte para Nome no menu Inserir e, em
LOR! O erro
seguida, clique em Colar. Na caixa de diálogo Colar nome, clique
O erro #DIV/0! #NÚM!
O erro O erro
no nome que você deseja usar e em OK.
#NOME #NULO! Digitar o nome de uma função incorretamente. Corrija o erro
ortográfico. Insira o nome da função correto na fórmula usando
O erro ##### a Caixa de criação de fórmulas. Se a função de planilha for parte
O valor numérico inserido em uma célula é muito grande para de um programa suplementar, o programa suplementar deve estar
ser exibido dentro da célula. Você pode redimensionar a coluna, carregado.
arrastando o limite entre os cabeçalhos de coluna. Inserir texto em uma fórmula sem colocar o texto entre aspas.
A fórmula na célula produz um resultado muito longo para se
O Microsoft Excel tenta interpretar a sua entrada como um nome
ajustar à célula. Aumente a largura da coluna, arrastando o limite
entre os cabeçalhos de coluna ou alterando o formato de número embora você tivesse intenção de usá-la como texto.
para a célula. Para alterar o formato de número, clique em Célula Coloque o texto na fórmula entre aspas. Por exemplo, a fór-
no menu Formatar, clique na guia Número e, em seguida, selecio- mula a seguir agrupa o texto “A quantia total é” com o valor na
ne outro formato. célula B50:=”A quantia total é “&B50
Ao subtrair datas e horas, certifique-se de que você tenha cria- Omitir dois-pontos (J em uma referência de intervalo. Certi-
do a fórmula corretamente. As datas e horas do Microsoft Excel fique-se de que todas as referências de intervalo na fórmula usem
devem ser valores positivos. Se a fórmula de data ou hora produzir dois-pontos (J , por exemplo, SOMA(A1:C10).
um resultado negativo, o Microsoft Excel exibirá #### na largura
da célula. Para exibir o valor, clique em Células no menu Forma-
tar, clique na guia Número e, em seguida, selecione um formato O erro #N/D
que não seja um formato de data ou hora. O valor de erro #N/D ocorre quando um valor não se encontra
disponível para uma função ou fórmula. Se determinadas células
O erro #VALOR! da planilha forem conter dados que ainda não estão disponíveis,
O valor de erro #VALOR! Ocorre quando o tipo de argumento insira o valor #N/D nestas células. As fórmulas que fazem refe-
ou operando errado é usado, ou se o recurso AutoCorreção de fór-
rência a estas células retornarão #N/D em vez de tentar calcular
mulas não pode corrigir a fórmula.
Inserir texto quando a fórmula requer um número ou valor um valor.
lógico, como VERDADEIRO ou FALSO. O Microsoft Excel não Fornecer um valor inadequado para o argumento procura_va-
consegue converter o texto no tipo de dado correto. Certifique- lor na função de planilha PROCH, PROC, CORRESP ou PROCV.
-se de que a fórmula ou função esteja correta para o operando ou Certifique-se de que o argumento procura_valor seja o tipo correto
argumento necessário, e que as células que são referenciadas pela de valor, por exemplo, um valor ou uma referência de célula, mas
fórmula contenham valores válidos. Por exemplo, se a célula A5 não uma referência de intervalo.
contiver um número e a célula A6 contiver o texto “Não disponí-
Usar a função de planilha PROCV ou PROCH para localizar
vel”, a fórmula =A5+A6 retornará o erro #VALOR!. Use a função
de planilha SOMA na fórmula da seguinte maneira para adicionar um valor em uma tabela não classificada. Por padrão, as funções
os dois valores (a função SOMA ignora o texto):=SOMA(A5:A6) que procuram informações em tabelas devem ser classificadas em
ordem crescente. No entanto, as funções de planilha PROCV e
O erro #DIV/0! PROCH contêm um argumento intervalo_procura que instrui a
O valor de erro #DIV/0! Ocorre quando uma fórmula divide função na localização de uma correspondência exata mesmo se a
por 0 (zero). tabela não estiver classificada. Para localizar uma correspondência
Usar a referência da célula para uma célula em branco ou para exata, defina o argumento intervalo_procura como FALSO.
uma célula que contém zero como um divisor. (Se um operando
for uma célula em branco, o Microsoft Excel interpretará o valor Omitir um ou mais argumentos para uma função de planilha
em branco como um zero.) Altere a referência da célula, ou insira interna ou personalizada. Insira todos os argumentos na função.
um valor diferente de zero na célula usada como um divisor. Você Usar uma função de planilha personalizada que não está dis-
pode inserir o valor #N/D na célula referenciada como o divisor, ponível. Certifique-se de que a pasta de trabalho que contém a fun-
que alterará o resultado da fórmula de #DIV/0! Para #N/D para ção de planilha esteja aberta e que a função esteja funcionando
denotar que o valor do divisor não está disponível. devidamente.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

O erro #REF! Mesclar e centralizar células :


O valor de erro #REF! ocorre quando uma referência da célula Pode-se mesclar as células no Excel. No entanto essa opera-
não é válida. ção deve ser feita sem valores nas células. Se existirem valores,
Excluir as células referenciadas por outras fórmulas, ou colar o Excel apresentará apenas um valor, normalmente, o que estiver
as células movidas sobre as células referenciadas por outras fór- mais acima ou à esquerda.
mulas. Altere as fórmulas, ou restaure as células na planilha, cli-
Para mesclar duas ou mais células, selecione-as com o mouse
cando em Desfazer logo após a exclusão ou colagem das células.
e, a seguir clique no botão Mesclar e Centralizar. No Excel para
O erro #NÚM! excluir a mescla, clique nas células mescladas com o botão da di-
O valor de erro #NÚM! ocorre quando existe um problema reita e, no menu rápido, selecione a aba (ou guia) alinhamento.
com um número em uma fórmula ou função. Desmarque a caixa Mesclar células.
Usar um argumento inaceitável em uma função que necessita No Excel 2002 (XP) em diante para excluir a mescla basta
de um argumento numérico. Certifique-se de que os argumentos clicar sobre ela e novamente clicar no botão Mesclar. Observe que,
usados na função sejam os tipos de argumento corretos. após a mescla, o endereço da célula ativa será o da célula mais ao
Usar uma função de planilha que itera, como TIR ou TAXA, alto e à esquerda. (no caso, B3)
e a função não consegue encontrar um resultado. Use um valor
inicial diferente para a função de planilha.
Inserir uma fórmula que produz um número muito grande ou
muito pequeno para ser representado no Microsoft Excel. Altere a
fórmula de modo que o seu resultado fique entre –1*10307 e 1*10307

O erro #NULO!
O valor de erro #NULO! ocorre quando você especifica uma
interseção entre duas áreas que não têm interseção.
Usar um operador de intervalo incorreto ou referência da cé-
lula incorreta.Para fazer referência a duas áreas que não têm in-
terseção, use o operador de união, a vírgula (,). Por exemplo, se a
fórmula somar dois intervalos, certifique-se de que haja uma vír-
gula separando os dois intervalos (SOMA(A1:A10,C1:C10)). Se
a vírgula for omitida, o Microsoft Excel tentará somar as células Botões aumentar e diminuir as casas decimais:
comuns aos dois intervalos, mas A1:A10 e C1:C10 não possuem
células em comum porque não se cruzam. Verifique se há erros de Os botões apresentados aumentam ou diminuem as casas de-
digitação na referência aos intervalos. cimais mas não alteram o número.
- O botão que tem uma “bolinha” em cima e duas embaixo
Principais botões do Excel aumenta. - O botão que tem duas “bolinhas” em cima e uma em-
A seguir temos um apanhado geral dos principais botões do baixo diminui.
Exce
Veja um exemplo:

l.

Auto Soma:
Desejando-se somar valores em uma coluna (ou uma linha), Observe que a cada clique as casas diminuiram e, impor-
seleciona-se a célula vazia adjacente à coluna (ou linha) e clica-se tante, o Excel arredondou o número até não ter mais casas para
no botão AutoSoma. Se houver uma célula vazia a seleção se dará diminuir. E, mais importante ainda: o número não mudou. note que
até a última célula (numérica) preenchida. estamos com a célula C5 selecionada cujo valor apresentado é 2
mas na barra de fórmulas o valor continua o original = 1,778.

Cálculos automáticos na barra de status do Excel (todas


as versões)
Observe a figura a seguir. Note que as células B1 até B3
estão selecionadas.
A seguir, clicamos com o botão da direita do mouse na barra
de status (indicada pela seta vermelha), obtendo o Menu rápido
com as funções Média, Contar Valores, Contar números, Máximo,
Mínimo e Soma.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Conforme a opção selecionada no menu, teremos o resultado Classificando dados


na barra. No exemplo, deixamos a opção padrão acionada, ou seja, Quando se deseja classificar uma série de dados que conte-
Soma e o resultado foi 60. E mesmo que tivéssemos selecionado nham elementos de texto e numéricos, basta selecionar uma célula
um intervalo com células tipo texto, o Excel, ainda assim, faria a qualquer da série e clicar no ícone Classificar em ordem crescente
soma, desprezando o valor texto. ou decrescente.

Para classificar clique em qualquer célula do conjunto de da-


dos e, a seguir, na opção Classificar do Menu Dados. Na janela
Classificar selecione Decrescente para Nota, Decrescente para Ida-
de e Crescente para Nome. Clique no botão OK.

Fazendo cálculos com porcentagem


Digita-se “=” na barra de fórmulas, seleciona-se a célula
que entrará no cálculo com o mouse ou digita-se seu endereço
(exemplo:C4) depois digita-se o operador (exemplo “/”) e a digita-
-se ou se seleciona a célula final. No exemplo abaixo, depois de
tudo pronto, selecionamos a célula do resultado - C5 - e clicamos Copiando e colando Fórmulas
no símbolo % da barra de ferramentas. Assim o resultado que seria Ao criarmos uma fórmula no Excel, após selecionar a célula,
0,1 foi formatado para 10%. arrastarmos para baixo ou para cima, pela alça de preenchimento
(seta vermelha), a fórmula será reproduzida, alterando-se automa-
ticamente apenas o número das linhas. O mesmo aconteceria se
tivéssemos copiado (Ctrl+C) a fórmula em C1 e colado (Ctrl+V)
nas demais células (C2, C3, C4, C5)

Outra modo de realizar o cálculo direto com porcentagem


seria: =500*10% ou =500*10/100, ou ainda, com referências às
células =C3*10%. E se arrastarmos para a direita ou esquerda a fórmula será
reproduzida, alterando-se automaticamente apenas a letra das co-
Estilo de porcentagem - lunas. O mesmo aconteceria se tivéssemos copiado (Ctrl+C) a fór-
Quando selecionamos uma célula com valor e clicamos mula em C1 e colado (Ctrl+V) nas demais células (D1, E1, F1)
no botão estilo de porcentagem , o Excel nos apresentará
aquele valor sob a forma percentual.

Veja alguns exemplos:

0,1 se transforma em 10%


12 se transforma em 1200% Mas existem situações em que não queremos que o valor de
150 se transforma em 15000%
uma certa célula seja modificado. No exemplo a seguir queremos
que o valor de B1 fique “travado”, ou seja, que permaneça sempre
21,3 se transforma em 2130% constante, quando puxarmos a alça de preenchimento para baixo
(ou copiarmos e colarmos o valor na mesma coluna).

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Assim, para “travar” o número da linha colocamos o símbo-


lo do cifrão - $ - antes do número. Veja o que acontece:

Em outras situações precisamos que a letra de uma coluna fi-


que “travada”.
No exemplo a seguir queremos que o valor de A1 fique “tra-
vado”, ou seja, que permaneça sempre constante, quando puxar-
mos a alça de preenchimento para a direita (ou copiarmos e colar-
mos o valor na mesma linha).
Assim, para “travar” a letra da coluna colocamos o símbolo
do cifrão - $ - antes da letra. Veja o que acontece:
- Clique na guia Cabeçalho e Rodapé e selecione Personali-
zar cabeçalho

Agora note que se “travarmos” com o cifrão a letra e o nú-


mero tanto fará se puxarmos ou colarmos para cima ou para baixo
ou para a direita e para a esquerda. Veja o que acontece e experi-
mente o exemplo abaixo. Aqui travamos letra (coluna) e número
(linha) da célula A1.

- Clique em cada seção (esquerda, direita ou centro) e digite


o texto desejado. Se preferir inserir uma figura clique no ícone da
figura (penúltimo ícone) e selecione a figura. Se esta ficar muito
Inserindo um cabeçalho ou rodapé no Excel grande, você poderá formatá-la, depois de inserida, utilizando o
Um cabeçalho ou rodapé pode ser inserido para ser impresso último ícone. Clique no botão OK.
em uma planilha do Excel.
No Excel 2000 não temos a opção de Inserir figuras no cabe- ABANDONANDO O EXCEL
çalho ou rodapé mas isto está disponível nas versões 2002(XP) e
2003 Para sair do EXCEL, você deve acionar a opção Sair do menu
A seguir veremos como inserir um texto ou figura no Excel Arquivo. Se você ativar essa opção imediatamente após ter gra-
2002 e 2003 vado o arquivo atual, o programa será encerrado imediatamente,
- Clique no Menu Exibir - opção Cabeçalho e Rodapé voltando o controle para o Sistema Operacional.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Principais Teclas de Atalho do Excel:

Identificação Atalho
Aplicar o formato c/ 2 casas decimais, separador de milhares e p/ valores negativos CTRL+SHIFT+!
Aplicar o formato de data com dia, mês e ano CTRL+SHIFT+#
Aplicar o formato de hora como hora e minuto e indicar A.M. or P.M. CTRL+SHIFT+@
Aplicar o formato de moeda com duas casas decimais (nos. Negativos c/ parênteses) CTRL+SHIFT+$
Aplicar o formato de número exponencial com duas casas decimais CTRL+SHIFT+^
Aplicar o formato de número Geral CTRL+SHIFT+~
Aplicar o formato Porcentagem sem casas decimais CTRL+SHIFT+%
Aplicar ou remover formatação em itálico CTRL+I
Aplicar ou remover formatação em negrito CTRL+N
Aplicar ou remover tópicos relacionados CTRL+U
Calcular a planilha ativa SHIFT+F9
Calcular todas as planilhas em todas as pastas de trabalho abertas F9
Cancelar uma entrada na célula ou barra de fórmulas ESC
Colar a seleção CTRL+V
Colar um nome em uma fórmula F3
CTRL+SHIFT+BARRA DE
Com um objeto selecionado, selecionar todos os objetos em uma planilha
ESPAÇOS
Completar uma entrada de célula e Mover para a direita na seleção TAB
Completar uma entrada de célula e mover para baixo na seleção ENTER
Copiar a seleção CTRL+C
Copiar o valor da célula acima da célula ativa para a célula ou barra de fórmulas CTRL+H
Copiar uma fórmula da célula acima da célula ativa para a célula ou barra de fórmulas CTRL+F
Definir um nome CTRL+F3
Desfazer a última ação CTRL+Z
Editar a célula ativa F2
Editar um comentário de célula SHIFT+F2
Estender a seleção até a célula no canto inferior direito da janela SHIFT+END
Estender a seleção até a célula no canto superior esquerdo da janela SHIFT+HOME
Estender a seleção até a última célula não-vazia na mesma coluna ou linha que a célula END, SHIFT+ teclas de direção
Estender a seleção até a última célula usada na planilha (canto inferior direito) CTRL+SHIFT+END
Estender a seleção até o início da linha SHIFT+HOME
Estender a seleção até o início da planilha CTRL+SHIFT+HOME
Estender a seleção em uma célula SHIFT+ tecla de direção
Estender a seleção para cima uma tela SHIFT+PGUP
Excluir a seleção CTRL+ –
Excluir o caractere à esquerda do ponto de inserção, ou excluir a seleção BACKSPACE
Excluir o texto ao final da linha CTRL+DELETE
Exibir o comando Células (menu Formatar) CTRL+1
Exibir o comando Imprimir (menu Arquivo) CTRL+P
Exibir ou ocultar a barra de ferramentas Padrão CTRL+7
Iniciar uma fórmula = (SINAL DE IGUAL)
Iniciar uma nova linha na mesma célula ALT+ENTER
Inserir a data CTRL+; (PONTO E VÍRGULA)
Inserir a fórmula AutoSoma ALT+= (SINAL DE IGUAL)
CTRL+SHIFT+: (DOIS PON-
Inserir a hora
TOS)
Inserir um hyperlink CTRL+K
Inserir uma fórmula como fórmula de matriz CTRL+SHIFT+ENTER
Mover até a célula no canto inferior direito da janela END
CTRL+SHIFT+F6 ou
Mover até a pasta de trabalho ou janela anterior
CTRL+SHIFT+TAB
Mover até a planilha anterior na pasta de trabalho CTRL+PGUP
Mover até a próxima pasta de trabalho ou janela CTRL+F6 ou CTRL+TAB

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Mover até a próxima planilha na pasta de trabalho CTRL+PGDN


Mover até a última célula da planilha CTRL+END ou END, HOME
Mover até o início da linha/célula HOME ou CTRL+HOME
Mover da direita para a esquerda dentro da seleção, ou mover para cima uma célula SHIFT+TAB
Mover um bloco de dados dentro de uma linha ou coluna END, tecla de direção
Mover uma célula/caractere/página em uma determinada direção Tecla de direção
Mover uma tela à direita ALT+PGDN
Mover uma tela à esquerda ALT+PGUP
Ocultar colunas ou linhas CTRL+0 (ZERO) ou 9
Recortar a seleção CTRL+X
Reexibir colunas ou linha CTRL+SHIFT+) ou (
Remover todas a bordas CTRL+SHIFT+_
Repetir a última ação F4
SETA À ESQUERDA ou SETA
Rolar a tela/coluna para a esquerda ou para a direita uma coluna
À DIREITA
SETA ACIMA ou SETA ABAI-
Rolar a tela/linha para cima ou para baixo uma linha
XO
CTRL ou SHIFT+BARRA DE
Selecionar a coluna ou linha inteira
ESPAÇOS
Selecionar a planilha inteira CTRL+A
CTRL+TAB ou
Selecionar a próxima barra de ferramentas ou a anterior
CTRL+SHIFT+TAB
Selecionar apenas as células a que são feitas referências diretas por fórmulas CTRL+[
Selecionar o próximo botão ou menu na barra de ferramentas TAB ou SHIFT+TAB
Selecionar somente as células contendo fórmulas que se referem diretamente à célula CTRL+]
Selecionar todas as células a que é feita referência por fórmulas na seleção CTRL+SHIFT+{
Selecionar todas as células contendo comentários CTRL+SHIFT+O (a letra O)
Selecione somente as células visíveis na seleção atual ALT+PONTO E VÍRGULA
Tornar ativa a barra de menus F10 ou ALT
Lembre-se:
BROFFICE: PLANILHAS ELETRÔNICAS (CALC) Colunas: Estão dispostas na posição vertical e variam de A a Z
e de AA até IV, num total de 256.
Linhas: Estão dispostas na posição horizontal e variam de 1 a
65.536, dependendo da versão.
Colunas e Linhas: Coordenadas usadas para a identificação
das células

Veja alguns efeitos das teclas:


Seta ↑ Célula para cima
CALC Seta ↓ Célula para baixo
Quem já está familiarizado com o Microsoft Excel, não sen- Seta ← Célula para a esquerda
tirá nenhum problema com a operação e o “lay out” do BrOffice.
Seta → Célula para Direita
O Calc foi desenvolvido para facilitar a vida de contadores
e administradores, o Calc é uma ferramenta indispensável nas Enter Vai para a célula inferior
grandes, médias e pequenas empresas. É um programa destinado Tab Vai para a célula da direita
à criação de planilhas eletrônicas, ou seja, ao invés de você tra- Vai para a primeira célula da linha
balhar com números usando um lápis, uma folha de papel e uma Ctrl + ←
atual
calculadora, você usa a planilha eletrônica e pode ir alterando e Vai para a primeira célula da coluna
atualizando estes dados sempre que necessário. Ctrl + ↑
atual
Esta Tabela ou Planilha Eletrônica está dividida em colunas Page Up Vai uma tela para cima
identificadas por letras, e linhas identificadas por números.
O ponto de intersecção entre linhas e colunas é chamado Célu- Page Down Vai uma tela para baixo
la, local onde serão digitados os números ou o cabeçalho, quando Ctrl +
Vai para a célula A1
preciso. Home
Se necessitar digitar um valor na coluna A, linha 20, como End Vai para a última célula da linha
devo proceder? Home Vai para a primeira célula da linha
Primeiro localize, com o mouse, a célula A20 (resultado da in-
tersecção) e clique sobre a mesma. Note que as bordas desta célula Para utilizar o Calc, a primeira coisa a fazer é inicializá-lo,
vão ficar mais grossas. Pronto, agora é só digitar os dados. utilizando o botão do “Menu Iniciar” do Windows.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Para tal, basta clicar neste botão e, em seguida, escolher: “Pro- INTRODUÇÃO DE NÚMEROS
gramas – Calc. Todos os dados numéricos, precedidos ou não dos sinais “= +
ÁREA DE TRABALHO -“ (indicações de negativo e positivo). Os números são os princi-
Área de trabalho é o espaço representado pelas células, onde pais tipos de informações em uma planilha, pois é com base neles
iremos construir nossa planilha. A seguir, apresentamos a tela prin- que serão feitos os cálculos e os gráficos.
cipal do Calc, demonstrando a Área de trabalho. Caso um número possua um tamanho maior do que a largura
da célula, o número é mantido, mas a célula será preenchida com o
Detalhes: caráter #, indicando que naquela célula se encontra um valor maior
Barra de título: Local onde é feita a apresentação do progra- do que é possível exibir. Normalmente os números são alinhados
ma. Demonstra o nome do programa, no caso CALC, é o nome do à direita das células.
arquivo que está sendo utilizado. Se o arquivo ainda não possuir
nome, o CALC lhe dará a denominação de Sem nome1 e assim INTRODUÇÃO DE TEXTOS
sucessivamente a cada arquivo novo que for aberto. Qualquer tipo de dados alfanuméricos existentes na planilha.
A figura ilustra um exemplo de Barra de Título Quando um texto possui mais caracteres do que permite a largura
da célula, este conteúdo preenche as células vazias à direita do
texto digitado.
Barra de menus: É o programa em si. Nesta barra, estão dis-
postos todos os seus recursos, subdivididos em classes, conforme INTRODUÇÃO DE FÓRMULAS
a utilidade das funções. As fórmulas são expressões lógicas ou matemáticas responsá-
A figura a seguir, ilustra um exemplo da Barra de Menus do veis por todos os cálculos e pesquisas de dados por toda a planilha.
CALC Toda fórmula no CALC é iniciada pelo sinal de igualdade (=).
Exemplo: =SOMA(a1: b2)
Barra de ferramentas: Nela estão contidas as funções de
maior utilização dentro do CALC, indicadas a partir de ícones,
com o objetivo de facilitar a visualização e utilização dos mesmos.
Para acionar qualquer função, basta clicar o mouse sobre o desenho
desejado. Veja a figura ilustrando a barra de Ferramentas do Calc
INTRODUÇÃO DE DATAS NA PLANILHA
O CALC considera as datas e horas como números. O modo
Barra de fórmulas: Tem duas funções: A primeira é indicar a de exibição de uma data ou hora depende do formato de número
célula que está sendo utilizada no momento ou a célula onde você aplicado à célula.
quer que apareça o resultado de determinada operação. A segunda Quando você digita uma data ou hora reconhecida pelo CALC,
é a digitação de fórmulas que possam ser empregadas nas células. o formato da célula é alterado do formato de número Geral, para
Uma fórmula permite relacionar células específicas para rea- um formato interno de data ou hora.
lizar operações matemáticas. No CALC a fórmula deve ser prece- Como padrão, as datas e horas são alinhadas à direita em uma
dida do sinal “ =”. A seguir são demonstrados 2 instantes da barra célula.
de fórmulas Se o CALC não reconhecer o formato de data ou hora, a data
ou hora será inserida como texto, alinhado à esquerda na célula.
As opções que você selecionar em “Configurações Regionais”
Barra de status: Indica a operação que está sendo executada no “Painel de Controle” determinarão o formato padrão para a data
neste exato momento no programa e mostra se os comandos do e hora atuais e os caracteres reconhecidos como separadores de
teclado, Caps Lock, Scroll Lock, Num Lock e Insert, estão sendo data e hora – por exemplo, os caracteres dois pontos (:) e barra (/)
utilizados ou não. nos sistemas baseados no padrão norte-americano.
Para digitar uma data e hora na mesma célula, separe a data e
Barra de rolagem: Subdivide-se em três funções explicadas a hora com um espaço.
abaixo:
Botões de Rolagem: Com este recurso pode-se passar para a MENUS DO CALC
planilha posterior ou voltar para a anterior. A primeira tecla, ao Mostraremos como executar as principais funções do CALC a
ser apertada, leva de volta à primeira planilha. A última tecla leva partir da Barra de Menu e da Barra de Ferramentas.
diretamente para a última planilha.
Indicador de Planilha: Demonstra qual planilha está sendo uti-
lizada. No exemplo abaixo é a Planilha 1. Arquivo Novo: Cria um arquivo novo. Uma
Barra de Rolagem: Permite fazer o rolamento da área de tra-
balho. Se você estiver na coluna A e deseja ir até a coluna Z, basta nova planilha. Basta clicar no botão “ ”
constante na Barra de Ferramentas ou sele-
segurar o botão sobre a seta da direita e deixar correr a planilha até
cionar na Barra de Menu o grupo Arquivo e
o local desejado.
escolher o item .

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INFORMÁTICA

Abre um arquivo gravado anteriormente.


Comando responsável pela configuração
Basta clicar sobre o botão na “Barra
de Ferramentas” ou selecionar na Barra de da impressão. Basta clicar no botão
Menu o grupo Arquivo e escolher o item da Barra de Ferramentas, ou selecionar na
Barra de Menu o grupo Arquivo e escolher o
.
Imprimir item . Ao acionar o segundo
caminho, a impressão ocorre de forma dire-
Tanto para “Arquivo Novo” quanto para “Arquivo Abrir” será ta, ou seja, não aparece a caixa de diálogo
aberta a caixa de diálogo, solicitando as seguintes informações: mostrada no item anterior e tudo que está na
Nome do Arquivo, onde se deve identificar o arquivo pelo tela vai para o papel. Ao acionar o primeiro
nome. Para abri-lo basta marcar o nome desejado com o mouse caminho, abre-se uma caixa de diálogo, di-
e “OK”; vidida em três funções examinadas a seguir.
Examinar: Faz uma leitura da unidade, onde se encontra gra-
vado o arquivo (Disquete, CD ou Winchester).
Continuando:
Imprimir: Seleciona as páginas a imprimir;
Fecha arquivos que se encontram em aberto.
Número de Cópias: Seleciona a quantidade de cópias a im-
Basta clicar no botão da Janela ativa do primir;
Calc, ou selecionar na Barra de Menu o gru- Intervalo de Impressão: Define o intervalo de cópias a im-
po Arquivo e escolher o item Fechar. primir ou se a impressão deve ser da planilha na íntegra.
Salva o arquivo que está sendo utilizado.
QUEBRA DE PÁGINAS
Basta clicar no botão da Barra de Fer- A quebra de páginas é feita automaticamente pelo CALC, de
ramentas, ou selecionar na Barra de Menu o acordo com a configuração da página da impressora instalada. Esta
só é visualizada após ter-se dado um comando de visualizar im-
grupo Arquivo e escolher o item pressão. Em alguns casos se faz necessário forçar uma quebra de
. página diferente daquelas oferecidas pelo CALC. Pode-se inserir
Serve para renomear um arquivo ou gravá-
-lo em outra unidade de disco. Toda vez que
três tipos de quebra de página: “Horizontal e vertical” (Posicio-
nando-se em uma célula) e “Somente horizontal” (Selecionando-
esta função for acessada abre-se uma caixa
-se uma Linha).
de diálogo, onde: Para inserir quebra de página, defina a célula e escolha no
Nome do Arquivo: É o local onde deve ser menu Inserir o comando Quebra de Página. A quebra de página
escrito o nome do arquivo; é inserida acima e à esquerda da célula selecionada, ou seja, para
Salvar Em: Indica a unidade de disco e/ou obter diversos tipos de quebra, depende de qual célula foi definida.
diretório onde será gravado o arquivo. Para remover uma quebra de página, selecione a célula que
Exibe a impressora que está ativa e se clica- contém a quebra e, através do menu Inserir e escolha o coman-
do em Propriedades, configura o tamanho do do Remover Quebra de Página. Obs.: Esta opção só aparecerá se
papel, margens, cabeçalho e rodapé. Ao ser realmente houver uma quebra na célula selecionada. Lembre que
selecionada, esta função abre uma caixa de poderemos utilizar também o CTRL+Z para desfazer a operação
Configuração da
diálogo onde:
Impressora...
Página: Define o tamanho do papel e o senti- EDIÇÃO DA PLANILHA
do da impressão; No menu Editar encontraremos:
Margens: Define as medidas da margem a : Desfaz até as cem últimas ações executadas.
ser utilizada na impressão; Basta selecionar na Barra de Menu o grupo Editar e escolher o
Através deste recurso pode-se visualizar o
item
arquivo a ser impresso, detectar possíveis
, ou clicar no botão da Barra de Ferra-
erros de digitação ou ajustar corretamente as
mentas.
margens. Basta selecionar na Barra de Menu
o grupo Arquivo e escolher o item “Visua-
Visualizar página : Recorta o trecho da planilha selecionado.Bas-
lizar Impressão”. O recurso mais importan-
ta selecionar na Barra de Menu o grupo Editar e escolher o item
te nesta janela é a definição das margens:
Margens: Através deste recurso, configure as
margens para impressão. Permite centralizar
, ou clicar no botão da Barra de Ferramentas.
a planilha na folha. Utilize este recurso caso você deseje recortar, mover ou transferir
os dados de uma célula, linha ou coluna, para outra.
Para efetuar esta operação, selecione com o mouse os dados
que você deseja transferir e utilize um dos caminhos acima para
continuar a operação. A função Recortar apaga os dados da célula
de origem! Lembre-se da tecla de atalho: Ctrl + X à também recor-
ta o que estiver selecionado.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Configura o número dentro da célula na forma de porcen-


: Copia o trecho da planilha selecionado. Se tagem.
você deseja apenas copiar uma célula, linha ou coluna para in-
serir em outra planilha ou texto, use esta função. Para que isso Configura o número como milhar.
ocorra, com o mouse, selecione a parte da planilha que você
deseja copiar e clique no botão da Barra de Ferramentas, ou Insere mais uma casa após a vírgula.
selecione na Barra de Menu o item do grupo Editar.
Lembre-se da tecla de atalho: Ctrl + C à também copia o que es- Retira uma casa decimal após a vírgula.
tiver selecionado. Outras funções que encontramos na Barra de Ferramentas são
as de editoração de texto, assim como no Writer. Os botões são
: Cola o trecho da planilha copiado ou recortado. No idênticos ao do Writter e à ação que cada um faz, também são
caso de recorte, ela insere o pedaço recortado a partir de uma célu- semelhantes.
la marcada através do mouse. No caso de cópia, ele copia os dados
para o local que você determinar com o mouse. Existem dois ca- CRIANDO FÓRMULAS
minhos para se executar esta função: Selecionar na Barra de Menu Para desenvolver sua planilha é importantíssimo a confecção
o grupo Editar e escolher o item ou clicar no botão de fórmulas. Através destas fórmulas se torna possível somar, sub-
da Barra de Ferramentas. Lembre-se da tecla de atalho: Ctrl + V à trair, dividir ou multiplicar qualquer valor dentro das células.
ela também cola o que estiver selecionado. O formato das fórmulas varia de acordo com as operações ma-
Excuir Conteúdo: Tem a função de remover, onde “Excluir temáticas a serem feitas. Portanto, torna-se muito importante você
Tudo” – remove todo o conteúdo e a formatação, incluindo co- conhecer bem os comandos seguintes:
mentários e hiperlinks, de células selecionadas; “Formatos” – re- + Adição.
move apenas os formatos das células selecionadas; o conteúdo - Subtração.
e os comentários da célula não podem ser alterados. “Conteú- * Multiplicação.
do” – remove o conteúdo da célula (dados e fórmulas) das cé- / Divisão.
lulas selecionadas sem alterar os formatos ou seus comentários; = Deverá vir sempre antes de uma fórmula, para que o CALC
“Anotações” – remove apenas as anotações anexadas às células compreenda que você deseja executar uma operação.
selecionadas; o conteúdo e os formatos da célula não podem ser () Para dar prioridade a uma operação.
alterados. ‘Data e Hora‘ – remove apenas a formatação data e hora : Até (intervalo de células) - Exemplo: A1:B3 (A1, A2, A3,
inseridas no CALC. B1, B2, B3).

EXEMPLOS:
Veja a ilustração a seguir:
=(A1+A2) =(A7*150)
=(D5*G1) =(A8+A4)*D5
=(A9/H4)
=(C8-B2) =(A5-B3)/A9

Quando o programa faz a leitura da fórmula =(A5-B3)/A9 ele


entende mais ou menos assim: “É uma fórmula [ = ] onde a pessoa
quer inicialmente saber [ () ] o resultado da subtração das células
A5 e B3 e depois quer que se divida [ / ] este valor pelo conteúdo
da célula A9 ”.
Um outro exemplo didático - Análise a fórmula: =SOMA(A1:
A10). Interpretação: “É uma fórmula [ = ] onde a pessoa quer uni-
camente saber [ () ] o resultado do somatório [ SOMA ] de todas as
células contidas entre [: ] A1 e A10. ”

COPIANDO FÓRMULAS
FUNÇÕES
Marque com o mouse a célula onde se encontra a fórmula a
Na Barra de Ferramentas existem algumas funções específi-
ser copiada; aperte o botão do mouse sobre o botão na Barra
cas, como:
de Ferramentas.
Você vai notar que as bordas da célula ficaram pontilhadas. Se
Faz o somatório da área marcada através do mouse.
por algum motivo não ficar, repita os passos 01 e 02;
Marcar o local onde você deseja inserir a fórmula; se você
Coloca os dados selecionados em ordem crescente.
deseja copiar a fórmula para uma coluna inteira, basta marcar a co-
luna uma vez; se você quiser copiar para várias células espalhadas
Coloca os dados selecionados em ordem decrescente.
pela planilha, será necessário fazer uma cópia de cada vez!
Outras funções CALC:
Agora que a área está marcada, é só apertar o botão na
Barra de Ferramentas.
Configura o número dentro da célula como moeda.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Referências de célula e intervalo: Uma referência identifica FUNÇÕES


uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa As funções são ferramentas excelentes, e podem ser usadas
ao CALC onde procurar valores ou dados que você deseja usar em para retorno ou exibição de valores a partir de vários tipos de cál-
uma fórmula. Com as referências, você pode usar os dados conti- culos.
dos em outras partes de uma planilha em uma fórmula ou usar o O Calc fornece um grande número de funções. Para inserir
valor de uma célula em diversas fórmulas. uma função numa planilha, siga os seguintes passos: Selecione a
Você também pode fazer referência a células em outras pla- célula onde será colocada a função; selecione o menu INSERIR
nilhas na mesma pasta de trabalho, a outras pastas de trabalho e e em seguida FUNÇÃO, ou tecle CTRL + F2, ou ainda, na barra
a dados em outros programas. As referências às células em outras de fórmulas, clique no botão “Assistente:Funções”. Selecione uma
pastas de trabalho são denominadas referências externas. As refe- categoria de função na caixa Categoria; selecione o nome da fun-
rências aos dados em outros programas são chamadas referências ção; clique no botão “Próximo >>”, ou dê um duplo clique sobre
remotas. o nome da função escolhida. Preencha os argumentos solicitados
Por padrão, o CALC usa o estilo de referência A1, que rotula para a função. Clique OK.
colunas com letras (A a IV, para um total de 256 colunas) e rotula Principais funções do Calc: No CALC existem algumas fun-
linhas com números (1 a 65.536). Para fazer referência a uma célu- ções específicas que tem por finalidade racionalizar a utilização de
la, insira a letra da coluna seguida do número da linha. fórmulas.
Por exemplo, D50 refere-se à célula na interseção da coluna D Existem diversos tipos de categorias, tais como: Estatísticas,
e linha 50. Para fazer referência a um intervalo de células, insira a Matemáticas, Planilha, Texto, etc, que podem ser observados na
referência da célula no canto superior esquerdo do intervalo, dois- ilustração a seguir:
-pontos (:) e depois a referência da célula no canto inferior direito
do intervalo.

A seguir estão exemplos de referências:


− Para fazer referência use a célula na coluna A e linha 10
nota-se A10.
− Ao intervalo de células na coluna A e linhas 10 a 20 re-
ferencia-se A10: A20.
− Ao intervalo de células na linha 15 e colunas B a E refe-
rencia-se B15: E15.
− A todas as células na linha 5 referencia-se
5: 5.
− A todas as células nas linhas 5 a 10 referencia-se 5: 10.
− A todas as células na coluna H referencia-se H: H.
− A todas as células nas colunas H a J referencia-se H: J.
Referências relativas e absolutas: Quando trabalhamos com
tabelas, temos a necessidade de criar um cálculo e estender esse Em resumo temos:
cálculo por toda a tabela.
Ao copiarmos uma fórmula, o CALC adapta os endereços Função SOMATÓRIA: Permite que você some várias célu-
que compõem a fórmula de acordo com a posição que a fórmula las ou intervalos de células. Exemplo: =SOMA(A1: A10). Soma
é copiada. Isto é o que chamamos de referência relativa, pois os os números contidos entre A1 e A10.
endereços variam de célula para célula. Função MÉDIA: Calcula a média aritmética entre os núme-
Se a planilha possui um valor que não deve ser atualizado, ros selecionados. Exemplo: =MEDIA(A1: A10; B1: 10). Calcula
como uma taxa única de correção, ou um valor de referência, deve- a média dos números contidos entre A1 e A10 com os contidos
mos então fixar esta fórmula. Isto deve ser feito colocando-se um entre B1 e B10.
cifrão ($) antes da indicação da linha e/ou da coluna, por exemplo Função MÁXIMO: Mostra qual é o valor máximo entre os
=$E$6*J6. números selecionados. Exemplo: =MAXIMO(A1: A10)`. Procura
Assim, a referência à célula J6 vai mudar de acordo com a o maior número entre A1 e A10.
posição para onde ela for copiada, enquanto E6 vai sempre perma- Função MÍNIMO: Mostra qual é o valor mínimo entre os
necer igual, devido ao sinal de cifrão antes da indicação de coluna números selecionados. Exemplo: =MINIMO(A1: A10). Procura o
“E” e da indicação de linha “6“. Para inserir automaticamente os menor número entre A1 e A10.
cifrões, selecione na barra de fórmulas o endereço e pressione F4. Função SE: Mostra se uma condição é verdadeira ou falsa.
O cifrão ($) é um utilitário que, se adicionado à esquerda de Exemplo: =SE(A1<7; “ REPROVADO”; “APROVADO”). Se
um dado numa fórmula, não permite que este dado seja alterado A1 for menor que 7 escreve “reprovado”, caso contrário escreve
quando a fórmula for copiada para outra célula. “aprovado”.
O cifrão pode ser colocado antes de letras e números, separa-
damente, ou ao mesmo tempo. Exemplos: Lembre-se de que, possivelmente fórmula e função, em uma
− B$5 – Trava a fórmula na linha 5. planilha, sempre serão importantes, portanto, seguem mais exem-
− $B% – Trava a fórmula na coluna B. plos:
− $B$5 – Trava a fórmula na coluna B, linha 5.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

SINAIS DE SINAIS PARA FÓRMULA DA DIVISÃO


OPERAÇÕES CONDIÇÃO A fórmula ocorre da mesma maneira que as duas anteriores.
SINAL FUNÇÃO SINAL FUNÇÃO
Você só precisa trocar, colocar o sinal para dividir (/):
=A2/B2
+ SOMAR > MAIOR QUE
FÓRMULA DA PORCENTAGEM
- SUBTRAÇÃO < MENOR QUE O cálculo se realiza da mesma maneira como numa máquina
de calcular, a diferença é que você adicionará endereços na fórmu-
* MULTIPLICAÇÃO <> DIFERENTE QUE la. Por exemplo: Um cliente de sua loja fez uma compra no valor
de R$ 1. 500,00, mas você deseja dar a ele um desconto de 5% em
/ DIVISÃO >= MAIOR E IGUAL A cima do valor da compra. Veja como ficaria a fórmula no campo
Desct:
% PORCENTAGEM <= MENOR E IGUAL A =B2*5/100 ou =B2*5%
Onde:
= IGUALDADE = IGUAL A − B2 refere-se ao endereço do valor da compra.
− * é o sinal de multiplicação.
Toda fórmula criada deverá começar, sempre, com o sinal de − 5/100 é o valor do desconto dividido por 100.
igualdade (=), caso contrário a fórmula não funcionará. Ao final da Ou seja, você está multiplicando o endereço do valor da com-
fórmula você deve pressionar a tecla ENTER. pra por 5 e dividindo por 100, gerando assim o valor do desconto.
Tente refazer o exemplo, com os seguintes dados:
FÓRMULA DA SOMA − B2 – o endereço do valor da compra.
Ex: =SOMA(A1: A8). A fórmula irá somar todos os valores − - o sinal de multiplicação.
que se encontram no endereço A1 até o endereço A8. Os dois pon- − 5% – o valor da porcentagem. Depois, para saber o Valor
tos indicam até, ou seja, some de A1 até A8. A fórmula será sempre a Pagar, basta subtrair do Valor da Compra o Valor do Desconto,
a mesma, só mudará os devidos endereços dos valores que você como mostra no exemplo.
deseja somar. Veja o outro exemplo
=SOMA(A1: D1) FÓRMULA DO MÁXIMO
Neste exemplo, estamos somando todos os valores do en- Mostra o valor máximo de uma faixa de células. Exemplo:
Suponhamos que você desejasse saber qual a maior idade de crian-
dereço A1 até o endereço D1. A fórmula seria digitada como no
ças em uma tabela de dados. Veja a fórmula no exemplo seguinte:
exemplo, e ao teclar enter o valor apareceria. No caso a resposta
=MÁXIMO(A2: A5)
seria 60.
Outra maneira de você somar é utilizando o Botão da AutoSo- Onde: (A2: A5) – refere-se ao endereço dos valores onde você
ma. Este é o botão da AutoSoma: . Para trabalhar com o botão deseja ver qual é o maior valor. No caso a resposta seria 30.
da Autosoma, você deve fazer o seguinte:
Selecionar os valores que desejar somar. Depois clique no Bo- FÓRMULA DO MÍNIMO
tão da Autosoma e ele mostrará o resultado. Mostra o valor mínimo de uma faixa de células. Exemplo: Su-
Veja mais um exemplo de Soma: Se desejar somar todos os ponhamos que você desejasse saber os pesos e as idades de crian-
valores dispostos nesta planilha usando uma única fórmula, será ças em uma tabela de dados.
necessário digitar a fórmula. Veja a fórmula no exemplo:
=SOMA(A1: D3) =MÍNIMO(A2:A5)
Para fazer isto, só basta que você digite o endereço inicial (em
FÓRMULA DA MÉDIA
destaque) e também o endereço final (em destaque). Desta forma, Calcula a média de uma faixa de valores. Exemplo: Suponha-
você está somando todos os valores numa única fórmula, é o que mos que você desejasse saber qual a média de idade da seguinte
chamamos de Somar Matrizes. tabela de dados:
=MÉDIA(A2:A5)
FÓRMULA DA SUBTRAÇÃO
No exemplo abaixo, você deseja saber qual o saldo líquido do FÓRMULA DA DATA
José. Então é simples: Basta que você digite o endereço do SlBrt Esta fórmula insere a data automática em uma planilha. Veja
– o endereço do Desct. o exemplo:
Para realizar uma subtração no CALC, você só precisa digitar =HOJE()
o endereço dos devidos valores (inicial e final) acompanhado do
Esta fórmula é digitada precisamente como está. Você só pre-
sinal de subtração (-), como mostrar no exemplo abaixo. cisa colocar o cursor no local onde deseja que fique a data e digitar
Para os demais funcionários, você só bastaria copiar a fór- =HOJE() e ela colocará automaticamente a data do sistema.
mula.
=B2-C2 FÓRMULA DA CONDIÇÃO SE
Especifica um teste lógico a ser executado, onde:
FÓRMULA DA MULTIPLICAÇÃO − ; - quer dizer então faça;
Agora a maneira como você subtraiu é a mesma para multipli- − () – quer dizer leia;
car, será preciso apenas trocar o sinal de subtração pelo o sinal de − “TEXTO” – quer dizer escreva. Sempre que desejar es-
multiplicação (*). Veja o exemplo: =B2*C2 crever texto, coloque entre aspas. No caso ele escreverá TEXTO;

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

− “” – as duas aspas seguidas dão sentido de vazio, ou seja, Veja:


se caso estiver vazio. =SE(G11>650; G11*5%; 0)
Suponhamos que desejasse criar um Controle de Notas de
Aluno, onde ao se calcular a média, ele automaticamente espe- Onde:
cificasse se o aluno fora aprovado ou não. Então veja o exemplo − G11 – célula onde está o Salário Bruto.
seguinte: − >650 – refere-se à condição para que seja feito o cálculo.
Antes, é muito importante entender o que se deseja fazer. − G11*5% - refere-se à resposta se for verdadeira, ou seja,
Exemplo: O campo situação deve apresentar “Aprovado” para o se no endereço G11 contiver um valor maior que 650, então ele
aluno que tiver nota maior ou igual a 7 (nota média). Caso contrá- multiplicará o Valor do Salário Bruto(G11) por 5% (taxa do Im-
rio, para o aluno que não atingiu a nota média, este campo deve posto de Renda).
apresentar “Reprovado”. Veja como escrever a fórmula, utilizando − 0(zero) – refere-se à resposta se for falso, ou seja, caso no
a função “SE”: endereço G11 não tenha um valor maior que 650, então não haverá
=SE(B2>=7; ”Aprovado”; ”Reprovado”) cálculo, ele colocará 0(zero).
Lembrete: Sempre coloque primeiro a resposta Verdadeira.
Onde:
− =SE – indica o uso da função “SE”: Se. FÓRMULA DA CONDIÇÃO SE e E
− B2 – indica onde está a nota do aluno, ou seja, na célula Agora você tem uma planilha onde tem a idade e altura de
“B2”: a nota. seus alunos. Haverá uma competição e somente aqueles que têm
− >=7 – indica a condição: é maior ou igual a 7. Idade Maior que 15 e Altura maior ou igual que 1,70 participarão
− ; (o primeiro da esquerda para a direita) – indica o início da competição.
do resultado aplicável à condição verdadeiro: então. Neste caso, você utilizará a condição SE e a condição E. Por
− “Aprovado” – resultado aplicável à condição verdadeiro: quê? Respondo: É simples, porque para o aluno participar ele de-
escreva Aprovado. ver possuir a idade maior que 15 e altura maior ou igual 1,70. As
− ; (o segundo da esquerda para a direita) - indica o início duas condições devem ser verdadeiras, caso uma seja falsa, ele não
da condição falso: senão. participará.
− “Reprovado” – resultado aplicável à condição falso es- Acompanhe:
creva Reprovado. =SE(E(B2>15; C2>=1,70);”Competirá”;”Não Competirá”)
Ou seja: Se (=SE() a nota (B2) é maior ou
igual a 7 (>=7), então (;) escreva Aprovado (“Aprovado”), senão − B2 – refere-se ao endereço da idade.
(;) escreva Reprovado (“Reprovado”)). − >15 – refere-se à condição, ou seja, se a idade for maior
Siga esta sintaxe, substituindo somente, o endereço, a condi- que 15.
ção, as respostas para verdadeiro e para falso. − C2 – refere-se ao endereço da altura.
Não esquecendo que deve iniciar a fórmula sempre com: =SE − >=1,70 – refere-se à condição, ou seja, se a altura for
e escrever dentro dos parênteses. maior ou igual a 1,70.
Veja agora mais um exemplo do “SE” com mais de uma con- − “Competirá” – resposta se as duas condições forem ver-
dição: Escrever o aproveitamento do aluno quanto à média, colo- dadeiras.
cando “Ótimo” para média maior ou igual a 9, “Bom” para uma − “Não Competirá” – resposta se caso as duas respostas
média maior ou igual a 8, “Regular” para uma média maior ou não forem verdadeiras.
igual a 7 e “Insuficiente” para uma média menor que 7. Veja a Siga a sintaxe para os outros exemplos, substituindo apenas
fórmula: os endereços, as condições e as respostas, o resto deve ser seguido
=SE(B2>=9; ”Ótimo”;se(b2>=8; ”Bom”;se(b2>=7; ”Regu- como está.
lar”; ”Insuficiente”)))
FÓRMULA DA CONDIÇÃO SE e OU
Onde: Neste exemplo, basta que uma condição seja verdadeira para
− B2 – refere-se ao endereço da média. que o aluno participe da condição.
− >=9 – refere-se à condição para ótimo. =SE(OU(B2>15; C2>=1,70);”Competirá”; ”Não Competirá”)
− “Ótimo” - refere-se à resposta se caso for maior ou igual
a 9. FÓRMULA DO CONT. SE
As demais têm o mesmo sentido só mudam as condições e as Agora você possui uma planilha onde tem o nome dos alunos
respostas. Você só precisa ir escrevendo um SE, dentro de outro Se e as suas médias. Se você desejasse agora saber quantos alunos
após o ponto-e-vírgula. tiraram médias maior e igual a 9. Onde:
Você irá perceber que para cada parêntese que você abrir, será =CONT. SE(B2: B5; ”>=9”)
de uma cor diferente e ao final você deverá fechar todos eles. − (B2: B5) – refere-se ao endereço das células onde você
Agora, faremos um cálculo, utilizando a condição “SE”, ou desejar contar.
seja, em vez de escrevermos algo para uma resposta verdadeira ou − ; utiliza-se como parte da sintaxe para separar.
falsa, faremos um cálculo no exemplo: − “>=9” – refere-se à condição, ou seja, esta fórmula só irá
Você tem uma certa planilha de pagamento e agora você pode- contar as células que contêm valores maiores ou iguais a 9.
rá calcular o Imposto de Renda para os seus funcionários. Siga a sintaxe, substituindo apenas os endereços e a condi-
Mas, o cálculo só será efetuado para aqueles funcionários que ção para contar. Depois das aspas, você digita a condição. Pode
ganham mais de R$ 650,00, ou seja, se o salário do funcionário for ser também texto, independente de texto ou valor, deve-se colo-
maior que R$ 650,00, então deverá ser multiplicado uma taxa de car entre as aspas. Ex.: =CONT.SE(C2:C5;”APROVADO”). Nes-
5% em cima do Salário Bruto, mas somente se ele ganhar mais de te exemplo, ele contará apenas as células que contêm a palavra
R$ 650,00, caso contrário deverá ficar 0 (zero). “Aprovado”.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

FÓRMULA DO CONTAR. VAZIO CRIANDO GRÁFICOS NO CALC


Tem por objetivo contar as células que estão vazias. Exemplo: Geração automática de gráficos: Poderemos selecionar os da-
Você gostaria de saber quantos alunos estão sem a média. dos a partir dos quais será criado o gráfico.
=CONTAR. VAZIO(B2: B7)
Onde:
− =CONTAR. VAZIO – é o nome da fórmula.
− (B2: B7) – refere-se ao endereço das células.

FÓRMULA DO SOMASE
Tem por finalidade a soma um intervalo de células mediante a
condição estabelecida. Exemplo: Você gostaria de somar as faturas
que foram pagas. Então você tem uma planilha onde na coluna A
você coloca o nome do cliente, na coluna B o valor da fatura e na
coluna C, a situação se foi paga ou não.
Você gostaria de somar somente as faturas que estivessem pa-
gas, assim você saberia o quanto já recebeu. Veja como ficaria a
fórmula:

=SOMASE(C2:C7; ”PG”; B2:B7)


− =SOMASE – é o nome da fórmula.
− (C2: C7) – refere-se ao endereço inicial e final de células Escolha Gráfico no menu Inserir.
onde você digita a palavra PG, especificando se está paga ou não.
− “PG” – é o critério para somar, ou seja, só somará se
neste intervalo de células de C2 até C7, conter alguma palavra PG.
O critério deverá sempre ser colocado entre aspas.
− B2: B7 – refere-se ao intervalo de células onde será so-
mado, mediante a condição, ou seja, ele somará somente aqueles
valores que na coluna C você digitou PG.

FÓRMULA DO PROCV
Sua finalidade é procurar um determinado valor numa Tabela
Matriz.
Suponhamos que você tivesse uma planilha onde controla-se
a entrada e a saída de clientes do seu hotel. Nela você deseja colo-
car: Nome, Entrada, Saída, Classe, e Valor da Classe. Você deseja
que, ao digitar o nome da Classe, automaticamente apareça o valor
da Classe. Você terá que criar 2(duas) planilhas: A 1ª (Primeira)
planilha chamaremos de Matriz Tabela, porque nela você colocará
o nome das Classes e o seu Valor. A 2ª (Segunda) planilha você
controlará a entrada e a saída do cliente.

Veja: A seguinte janela será exibida:


=PROCV(B9; $A$2: $B$6;2)
Onde:
− =PROCV – é o nome da fórmula.
− B9 – refere-se ao endereço do valor procurado, ou seja, o
tipo da classe que você digitou.
− $A$2: $B$6 – refere-se ao endereço absoluto da Matriz
– Tabela, ou seja, o endereço da tabela onde contém os dados que
você procura, no caso, o valor das classes. O endereço da tabela
matriz sempre deve ser absoluto, para que permaneça para as de-
mais células (ou seja, os clientes).
− 2 – refere-se ao número do índice de coluna, ou seja, o
número da coluna onde estão os dados que você deseja que apare-
ça, no caso, o valor da classe.
Observação: Os dados da Tabela Matriz devem estar em or-
dem crescente. Para fazer isso, selecione os dados e clique no bo- Repare que o intervalo, que já estava selecionada é inserido
tão para ordenar os dados. automaticamente

70
Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Clicar em Próximo e obteremos a tela seguinte:


EDITOR DE APRESENTAÇÕES
(POWERPOINT E BROFFICE.ORG
IMPRESS).

MICROSOFT POWERPINT

Selecione o tipo de gráfico clicando sobre o modelo. Obtere-


mos uma variante do modelo de gráfico escolhido. Escolha uma
variante.
Utilizamos o PowerPoint para serviços de criação de apresen-
tações diversas. Tais apresentações são exibições de imagens ou
em forma de slides e transparências, que tem o objetivo de apre-
sentar uma idéia em uma reunião, divulgação de um novo produto,
além de poder criar páginas para a Internet, etc.
Características gerais:

• Apresentações - Conjunto de slides, folhetos, anotações


do apresentador e estruturas de tópicos, agrupados em um arquivo.
• Slides - São as páginas individuais da apresentação e
podem ter títulos, textos, elementos gráficos, clipart (desenhos) e
muito mais.
• Folhetos - Utilizados para dar suporte à apresentação,
você pode distribuir folhetos ao público. Os folhetos consistem em
Clique em próximo. Obteremos a tela de formatação do grá pequenas versões impressas dos slides.
• Anotações do apresentador - Destinado ao próprio
apresentador para o momento da apresentação. Consiste em folhas
com slide em tamanho reduzido e anotações.
• Estruturas de Tópicos - Representam o sumário da
apresentação. Na estrutura aparecem apenas os títulos e os textos
principais de cada slides.

APRESENTAÇÕES DE SLIDES
Quando você faz uma apresentação de slides, o conteúdo deve
ser o foco central de atenção. Você deseja que as ferramentas que
fico: usa, como animações e transições, enfatizem os tópicos, em vez de
desviar a atenção do público para os efeitos especiais. Se o público
ler da esquerda para a direita, você pode projetar os slides anima-
Preencha o título do gráfico, marque a opção Legenda, caso dos de modo que os tópicos deslizem para a direita. Em seguida,
queira legendas, e dê nome para os eixos do gráfico. para enfatizar um tópico específico, faça com que ele deslize para
Clique em Criar para apresentar o gráfico. a esquerda. Essa alteração vai chamar a atenção do público e des-
tacar o tópico.
O mesmo princípio se aplica ao som. Uma música ou som
ocasional durante uma transição ou animação concentra a atenção
do público na apresentação de slides. No entanto, o uso freqüente
de efeitos sonoros pode desviar a atenção dos tópicos principais.
O ritmo da apresentação também afeta a reação do públi-
co - um ritmo muito rápido cansa o público, enquanto um ritmo
lento deixa as pessoas sonolentas. Você pode usar os recursos do
PowerPoint para testar o ritmo antes de fazer uma apresentação.
Ao testar, você também pode verificar o impacto visual dos slides.
Uma quantidade excessiva de palavras ou figuras pode distrair o
público. Se achar que está usando muito texto, transforme um slide
em dois ou três e aumente o tamanho da fonte.

71
Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

FORMAS DE CRIAR APRESENTAÇÕES MODO DE CLASSIFICAÇÃO DE SLIDES


Temos algumas formas de criar uma apresentação. Visualiza os slides em miniatura, com textos e gráficos. Ideal
Sempre que você iniciar o PowerPoint, dependendo da versão para reordenar slides, adicionar transições e efeitos de animação, e
que você utiliza, será apresentada uma janela, conforme mostra a definir intervalos para apresentações.
figura a seguir:
MODO APRESENTAÇÃO DE SLIDES
Faz a apresentação dos slides propriamente dito.

Existem duas maneiras de alterar os Modos de visualização,


a saber:
Primeiro: pelos botões localizados no canto inferior esquerdo
da tela.

Onde:
1. Botão Modo Normal
Com base no Assistente de AutoConteúdo à Cria uma apre- 2. Botão Modo Estrutura de Tópicos
sentação com o auxílio do Assistente, ou seja, O PowerPoint o 3. Botão Modo Slides
auxiliará e conduzirá na criação da apresentação 4. Botão Modo Classificação de Slides
Com base no modelo de design à Apresentará uma série de 5. Botão Modo Apresentação de Slides
modelos de slides prontos para serem escolhidos e utilizados
Apresentação em Branco à Para criar uma apresentação to- Segundo: através do menu exibir
talmente em branco, ficando todas as definições da apresentação a
seu critério.
Abrir uma apresentação existente à Nos possibilita a uti-
lização de uma apresentação que já foi criada e gravada anterior-
mente.

MODOS DE VISUALIZAÇÃO
Chamamos de Modos as formas de visualização oferecidas
pelo PowerPoint durante a criação de uma apresentação. Os Mo- USANDO ANOTAÇÕES
dos de visualização disponíveis são: No modo Normal, há um espaço reservado para visualizar as
• Modo Normal anotações.
• Modo de Estrutura de tópicos Um dos modos de exibição do PowerPoint é o modo Ano-
• Modo de Slides tações. Neste modo o slide é mostrado numa página com espaço
• Modo de classificação de Slides reservado para anotações.
• Modo apresentação de Slides Use este espaço para escrever suas anotações, que poderão ser
Modo Normal à Permite trabalhar com um slide de cada vez impressas e utilizadas durante a apresentação.
ou organizar a estrutura de todos os slides da apresentação. O layout e a formatação das folhas de anotações pode ser con-
Do lado esquerdo da tela, temos a seqüência dos slides, mos- figurado. Para isso, no menu Exibir, escolha Mestre e Anotações
trando o conteúdo de cada um. mestras. Neste modo você poderá editar o layout da folha de ano-
Do lado direito, é exibido o slide que está sendo utilizado, e tações.
abaixo dele, temos o modo de anotações, pronto para ser utilizado.
EXIBIR RÉGUA
Modo de Estrutura de tópicos à Utilizado para organizar a No menu Exibir encontramos um item Régua, que tem a fina-
estrutura dos Slides. É bastante parecido com o Modo normal, al- lidade de exibir ou ocultar a régua horizontal e vertical que você
terando apenas o tamanho de exibição das partes da tela, como a pode posicionar para posicionar objetos, alterar recuos e parágra-
seqüência de slides que possui o maior espaço. fos, margens de página e outras definições de espaçamentos.

MODO DE SLIDES CABEÇALHO E RODAPÉ


O modo slides apresenta da tela em maior destaque. Bem pa- No menu Exibir, uma das opções encontradas é o Cabeçalho
recido com os modos anteriores, mudando o tamanho de exibição e Rodapé, que tem a finalidade de adicionar ou alterar o texto que
do modo de anotações e da seqüência de slides. aparece na parte superior e inferior de cada página ou Slide.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Podemos Mostrar/Ocultar data e hora; Inserir a data sempre Clique com o botão direito do mouse sobre uma palavra su-
atualizada; inserir data e hora específica; exibir/ocultar numeração blinhada em vermelho. Surgirá um menu de contexto para revisão
dos Slides; exibir/ocultar as informações no slide de título; permite ortográfica. Dependendo da palavra, você receberá sugestões para
acrescentar um texto no rodapé. Na figura seguinte temos a janela alterá-la.
apresentada para configuração de Cabeçalho e rodapé. Uma verificação completa pode ser feita a qualquer momento
usando o verificador ortográfico. Faça assim: No menu Ferramen-
tas escolha: “Verificar ortografia...”

INSERINDO OBJETOS CAIXA DE DIÁLOGO VERIFICAR ORTOGRAFIA


Tem por objetivo inserir um objeto, como um desenho, um Surgirá a caixa de diálogo Verificar ortografia. Vejamos o
efeito de texto do WordArt, ou uma equação, no ponto de inserção.
significado de cada campo e botão desta caixa.
Abaixo verificamos a caixa de diálogo do Inserir Objeto:
O campo Não consta no dicionário contém a primeira pala-
vra irregular localizada no texto.
O campo Alterar para dá uma sugestão para alterar a palavra
irregular.
O Campo Sugestões apresenta alternativas para substituir a
palavra irregular. Clicando numa palavra da lista ela será colocada
no campo Alterar para.
O botão Ignorar não altera a palavra irregular e passa o cor-
retor adiante.
O botão Ignorar todas não altera a atual e não apresenta mais
outras ocorrências da palavra no texto.
Se o campo Sugestões não apresenta a forma correta para a
FERRAMENTAS DE VERIFICAÇÃO
palavra digite a grafia correta.no campo “Alterar para”.
O PowerPoint dispõe de ferramentas de verificação ortográfi-
O botão Alterar substitui a palavra irregular pelo conteúdo do
ca em vários idiomas, verificação de estilo e de autocorreção.
campo Alterar para.
Na Caixa de diálogo “Idioma”, alterar o idioma só surte efeito
O botão Alterar todas substitui todas as ocorrências da pala-
se o computador tiver o dicionário correspondente ao idioma ins-
vra irregular no texto pelo conteúdo do campo Alterar para.
talado. Escolha um idioma na lista e clique em OK. Para converter
O botão Adicionar acrescenta a palavra irregular ao dicioná-
um idioma no padrão para todas as apresentações dali em diante,
rio e daí em diante ela não será mais identificada como irregular.
clique em Padrão. Para não usar nenhum dicionário escolha na
O botão Sugerir busca mais palavras para a lista da caixa Su-
lista o item Sem verificação.
gestões.
O campo Adicionar a identifica o dicionário que será usado
VERIFICAÇÃO ORTOGRÁFICA
para adicionar novas palavras.
Há dois modos de verificar ortografia no PowerPoint, usando
o verificador ortográfico ou pela verificação on-line. A verificação
AUTOCORREÇÃO
on-line funciona no PowerPoint e nos demais aplicativos do Offi-
O PowerPoint pode ser configurado para corrigir automatica-
ce. Quando uma palavra que não consta no dicionário do Office é
mente os erros de digitação mais comuns.
digitada, imediatamente surgirá um sublinhado vermelho abaixo
Para configurar como será a correção automática, clique em
dela. Uma palavra sublinhada em vermelho não significa necessa-
AutoCorreção no menu Ferramentas. Surgirá a caixa de diálogo
riamente erro ortográfico. Nem todas as palavras estão no dicioná-
AutoCorreção.
rio do programa, principalmente os nomes próprios.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

• Escolha um som para associar ao efeito de transição. A


opção “outro som...” permite definir um som que não está na lista.
• Escolha Aplicar a todos se quiser o mesmo efeito em to-
dos os slides, ou, Aplicar se quiser o efeito apenas no slide atual.

ENTRADA GRADUAL DE TEXTO


Num slide com vários parágrafos é possível fazer uma entra-
da gradual do texto na tela, parágrafo a parágrafo, com efeitos de
animação.
Suponhamos que o seu slide contenha a pergunta: ‘O que de-
vemos fazer?’ e na seqüência venha uma lista de ações a tomar.
Para dar mais impacto na apresentação você pode apresentar as
ações gradualmente, uma a uma, usando a entrada gradual de texto.
Faça assim:
• Exiba o slide que vai ter animação de texto, ou se estiver
no modo Classificação, selecione-o.
• No menu Apresentações escolha Predefinir animação.
• Escolha um tipo de animação na lista.
• Para pré-visualizar o efeito, no menu Apresentações es-
CAIXA DE DIÁLOGO AUTOCORREÇÃO colha Visualizar animação.
Se a AutoCorreção mudar uma digitação que você não quer • Para definir com mais detalhes a animação do texto esco-
que seja mudada é só apertar BACKSPACE imediatamente depois lha Apresentações/Personalizar animação...
da AutoCorreção. • Surgirá a caixa de diálogo correspondente, onde é possí-
Nos campos Substituir e Por você pode digitar novas palavras vel definir, inúmeros atributos do efeito.
para AutoCorreção. Depois de preencher os dois campos clique em
Adicionar para inclui-los na lista de AutoCorreção.
Para excluir uma palavra da lista de AutoCorreção clique so-
bre ela e depois em Excluir.
Para alterar um item da lista de AutoCorreção clique sobre
ele. Em seguida altere o texto nos campos Substituir e Por e clique
em Substituir.

EFEITOS DE TRANSIÇÃO
Durante uma apresentação, os slides são exibidos sucessiva-
mente. Para dar mais vida à apresentação, na passagem de um slide
para outro você pode usar um efeito de transição. Para adicionar
um efeito ao slide faça o seguinte:
• No modo de slides, exiba o slide que receberá o efeito
de transição. CONTROLANDO OS TEMPOS DE EXIBIÇÃO
• No menu Apresentações escolha Transição de slides... Há dois modos de avançar para o slide seguinte: ao clique do
Surgirá a caixa de diálogo correspondente. mouse, ou automaticamente, após um intervalo de tempo.
O avanço ao clique do mouse dá mais liberdade para o apre-
sentador e o avanço automático é ideal para apresentações que ro-
dam em quiosques.
Para configurar o modo de avanço de um slide faça o seguinte:
• No menu Apresentações escolha Transição de slides...
• Na caixa de diálogo tique nas opções desejadas. Há duas
opções de avanço: Ao clicar com o mouse e Automaticamente
após x segundos.
• As opções podem ser ticadas simultaneamente.

.
• Em Efeito escolha o efeito desejado. Ao escolhe-lo você
verá um exemplo de como ele funciona.
• Escolha a opção de velocidade para o slide: Lenta, Média
ou Rápida.
• Escolha uma opção de avanço: ao clique do mouse ou
após um determinado intervalo de tempo.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Opcionalmente, você pode definir os avanços dos slides atra- BOTÕES DE AÇÃO
vés do comando Testar intervalos do menu Apresentações. Os botões de ação deixam sua apresentação mais interativa.
Escolhendo este comando a apresentação será iniciada com Com eles você cria links que deixam a seqüência da apresentação
um cronômetro no canto da tela para você definir os intervalos menos rígida. Basicamente, um botão de ação é um objeto que
enquanto observa os slides. responde ao clique do mouse com uma ação. Há diversas ações
Este modo de configuração é interessante, pois, permite ao que se pode associar a um botão. Por exemplo: ir para o início da
usuário simular as condições reais de apresentação. apresentação, ir para o final da apresentação, ir para um slide espe-
cífico, executar um clip, executar um programa, etc.
APRESENTAÇÕES PERSONALIZADAS
Em certas ocasiões você pode querer usar uma mesma apre-
sentação com dois públicos diferentes.
Por exemplo: você vai divulgar um produto numa empresa.
Terá que expor o produto, primeiro para o pessoal técnico e de-
pois para a equipe financeira. Os interesses dos dois grupos são
diferentes.
O pessoal técnico não precisa conhecer os detalhes econômi-
cos do produto, e o pessoal da área financeira não precisa conhecer
os detalhes técnicos.
Você pode criar duas apresentações personalizadas dentro da
sua apresentação completa, uma para a equipe técnica e outra para Para colocar um botão de ação no slide faça o seguinte: no
a equipe financeira. menu “Apresentações”, aponte sobre Botões de ação e escolha um
Vejamos como: botão com ação pré-definida ou, então, o botão Personalizar. Cli-
No menu Apresentações escolha Apresentações personaliza- que no slide para posicionar o botão. O botão surgirá e logo em
das... seguida, teremos a caixa de diálogo Configurar ação.

Na caixa de diálogo “Apresentações personalizadas” clique


no botão “Nova”. Surgirá a caixa de diálogo Definir as apresenta-
ções personalizadas. Digite um nome para sua apresentação per-
sonalizada.

Caixa de dialogo Configurar Ação


Na caixa de diálogo Configurar ação você define as proprie-
dades do botão. Depois de configurar as propriedades clique em
OK. Durante a apresentação, clique no botão para executar a ação
Selecione os slides que serão apresentados usando o botão definida.
Adicionar. Quando todos os slides desejados estiverem na caixa NAVEGADOR DE SLIDES
Slides da apresentação personalizada, cimediatamente anterior. O Navegador de slides funciona como um índice que você
Escolha a opção Ir para/Slide oculto. pode usar durante uma apresentação se quiser ir para um slide es-
pecífico.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Para usa-lo faça assim: Durante a apresentação, clique com o


botão direito do mouse. Escolha a opção Ir para e Navegador de
slides. Selecione o slide que lhe interessa e clique no botão Ir para.

RECURSOS PRINCIPAIS DO MICROSOFT POWER-


POINT

REVISÕES ON-LINE COM COLABORAÇÃO


O Microsoft PowerPoint e o Microsoft Outlook trabalham
juntos para ajudar você a enviar uma apresentação por email a co-
REGISTRO DE REUNIÃO legas e iniciar o processo de revisão.
É possível fazer anotações de reunião durante uma apresen- Quando os revisores enviam a apresentação de volta para
tação usando o Registro de reunião. Para usa-lo faça o seguinte: você, o PowerPoint pode ajudá-lo a mesclar seus comentários e
Durante a apresentação clique com o botão direito do mouse e es- suas alterações em uma única apresentação para sua revisão. Posi-
colha Registro de reunião. Surgirá a caixa de diálogo onde você cione o ponteiro do mouse sobre o marcador de uma alteração para
pode digitar suas anotações de reunião. ver os detalhes dessa alteração e aceitá-la ou rejeitá-la.
Também é possível revisar alterações no novo painel de tare-
fas Revisões. Esse painel de tarefas fornece um modo de exibição
unificado de galeria de todas as alterações, e a capacidade de acei-
tar e rejeitar todas elas de uma só vez ou individualmente.
Os comentários também funcionam com o novo recurso de
revisão. Eles são codificados por cores pelo revisor, posicionados
de maneira inteligente para não ocultarem elementos importantes
do slide, e são fáceis de imprimir.

EFEITOS E ESQUEMAS DE ANIMAÇÃO


O PowerPoint tem novos efeitos de animação, incluindo ani-
mações de entrada e saída, maior controle de intervalo, e caminhos
de animação — caminhos pré-desenhados que podem ser seguidos
por itens em uma seqüência de animação — para que você possa
Caixa de Registro de Reunião sincronizar várias animações de textos e objetos.
A guia Itens de ação permite definir tarefas, ações e compro- Os esquemas de animação permitem-lhe aplicar um conjunto
missos. Uma das opções do Registro de reunião é o agendamento predefinido de efeitos de animação e transição a toda a sua apre-
de compromissos. Basta clicar no botão Agendar... para acionar o sentação de uma só vez.
programa de agenda configurado em seu computador. É provável O painel de tarefas Esquemas de animação permite escolher
que este programa seja o Outlook, que faz parte do pacote Office. o esquema de animação adequado ao seu público e material — um
esquema sutil como Elegante, ou algo mais emocionante, como
IMPRESSÃO Cata-vento. E, é claro, você ainda pode aplicar efeitos de anima-
Você pode imprimir os slides de uma apresentação. Também
ção slide por slide.
pode imprimir folhetos com amostras dos slides, o conteúdo de
suas anotações e o texto dos slides que aparece no modo tópicos.
Para imprimir faça o seguinte: No menu Arquivo escolha Im- ORGANOGRAMAS MELHORES E NOVOS TIPOS DE
primir... . No campo Impressora/Nome selecione a impressora que DIAGRAMAS
você vai usar. No campo Intervalo de impressão defina que partes Os organogramas agora usam as ferramentas de desenho do
serão impressas: toda a apresentação, alguns slides ou o slide PowerPoint, resultando em tamanhos de arquivos menores e edi-
atual. No campo Imprimir defina o que será impresso: slides, ção facilitada. Além disso, o PowerPoint inclui uma nova galeria
folhetos, anotações ou a estrutura de tópicos. Defina os demais de diagramas conceituais comuns.
itens da caixa de diálogo e clique em OK.

76
Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Você pode personalizar esses diagramas pré-desenhados com Inserir várias figuras: Quando você insere figuras de arqui-
texto, efeitos de animação e uma variedade de estilos de formata- vos na unidade do seu disco rígido, é possível selecionar várias
ção. figuras e inseri-las de uma vez.
Escolha diagramas como, por exemplo, Pirâmide para mos- Compactação de figura: Selecione a resolução desejada para
trar os fundamentos de um relacionamento, Radial para mostrar as figuras em uma apresentação, baseado no local em que elas se-
itens em relação a um elemento principal, entre outros. rão exibidas (por exemplo, na Web ou impressas) e defina outras
opções para obter o melhor equilíbrio entre qualidade da figura e
OUTROS NOVOS RECURSOS DO POWERPOINT tamanho do arquivo.
TAREFAS HABITUAIS Rotação de figura: Agora você pode girar e inverter qual-
Painéis de tarefas para aplicar formatação de slide e apre- quer tipo de arquivo de imagem em uma apresentação do Power-
sentação Os painéis de tarefas Layout do slide e Design do slide Point — inclusive bitmaps.
organizam layouts, modelos de design e esquemas de cor em uma Álbum de fotografias: Este recurso torna fácil e rápida a ob-
galeria visual exibida ao lado de seus slides. Quando você escolhe tenção de fotos da sua unidade de disco rígido, scanner ou câmera
um item do painel de tarefas, seus slides são atualizados imediata- digital para uma apresentação. As opções de layout especiais para
mente com a nova aparência. álbuns de fotografias incluem molduras em elipse, legendas sob
Visualizar impressão: Assim como você está acostumado a cada figura, entre outras.
fazer no Microsoft Word e no Microsoft Excel, agora é possível
visualizar sua apresentação antes de imprimi-la. Configurações DOCUMENTOS DA WEB E SITES DA WEB
especiais na visualização de impressão permitem-lhe visualizar e Executar sons e animações: A execução de sons e a maioria
imprimir slides, anotações e uma variedade de layouts de folhetos. dos novos efeitos de animação são preservados quando você salva
Vários modelos de design por apresentação: O PowerPoint sua apresentação como uma página da Web (formato HTML).
2002 fornece suporte para a existência de mais de um modelo de
design na sua apresentação. Isso é ótimo quando se deseja combi- TRANSMISSÃO DE APRESENTAÇÃO
nar várias apresentações em um só arquivo, mas mantendo cada Mais controle de edição: Agora você pode regravar a trans-
seção com sua aparência distinta. missão da sua apresentação antes de publicá-la.
Grade visível: Para facilitar o alinhamento de espaços reser- Suporte para áudio e vídeo: Os sons e vídeos que você inclui
vados, formas e figuras, você pode exibir a grade de desenho no na transmissão de uma apresentação são ouvidos e vistos por seu
PowerPoint e ajustar o espaçamento de suas linhas de grade. público, tanto em tempo real como quando arquivados.
Miniaturas de slides no modo normal: Quando você desejar Melhor navegação por transmissões arquivadas: Controles
navegar por sua apresentação visualmente, clique na guia Slides de navegação aperfeiçoados tornam mais fácil retroceder e avan-
no modo de exibição normal. Use as representações em miniatu- çar rapidamente em uma transmissão de apresentação arquivada.
ra de cada slide para localizar rapidamente o slide em que deseja
trabalhar, ou arraste uma miniatura para mover um slide para uma SEGURANÇA
nova posição na sua apresentação. Proteção por senha: Um dos recursos mais solicitados é ago-
Modo de exibição do orador para apresentações de slides: ra fornecido. Assim como no Word, você pode definir uma apre-
Se você estiver trabalhando em um computador que dê suporte a sentação para ser aberta com uma senha, especificando o acesso
vários monitores, poderá usar este recurso durante uma apresenta- somente leitura ou de leitura-gravação para o arquivo.
ção de slides para exibir anotações de orador, mantendo-as ocultas
do seu público, saltar para slides específicos fora de seqüência,
controlar a hora, e mais.
Aperfeiçoamentos de AutoAjuste de texto: Agora você
pode ativar ou desativar o AutoAjuste de texto por espaço reserva-
do, o que proporciona um maior grau de controle. O AutoAjuste
de texto também funciona em outros tipos de espaços reservados.
Layout automático para objetos inseridos: Conforme você O StarOffice é um software, que como sugere seu nome, foi
trabalha, o PowerPoint ajusta o layout do slide automaticamente concebido para aplicações office e é composto pelos seguintes
para acomodar figuras, diagramas, gráficos e outros itens que você aplicativos:
adicione. Quando você escolher um novo layout de slide, o Power- • StarCalc que tem o obejetivo de criar planilhas eletônicas
Point poderá reorganizar automaticamente os itens existentes no e sua utilização é identica ao Microsoft Excel.
slide para se ajustarem ao novo layout. • StarDesktop é conhecido como o Desktop do StarOffice,
Salvar plano de fundo ou seleção como figura: Quando com ele podemos abrir documentos, criar novos documentos,
você cria um desenho usando as ferramentas de desenho do Po- escolher em qual aplicativo do StarOffice o arquivo será trabalhado,
werPoint, é possível salvá-lo como uma figura clicando nele com trabalhar com os recursos de Explorer, etc.
o botão direito do mouse. Você também pode salvar uma textura
• Star Draw que edita desenhos tri e bidimensionais.
ou o plano de fundo de uma figura de um slide da mesma maneira,
• StarImage que foi desenvolvido para a criação e edição
facilitando a reutilização desses elementos gráficos.
de imagens diversas, inclusive para a computação gráfica.
Seleção mais fácil de um objeto em um grupo: Este novo
• O StarImpress faz criações de apresentações de
recurso permite-lhe selecionar uma só AutoForma em um grupo,
sem desagrupar. Isso é útil quando você deseja fazer determinados trabalhos, bastante similar ao MS-Power Point.
tipos de alterações de formato; por exemplo, alterar a cor de uma • StarWriter que é um editor de textos com o objetivo de
única forma em um grupo. manipulação, formação , inserção de texto e figuras.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

• StarBase que tem por objetivo a manipulação de dados


formando um banco de dados
Existem alguns outros módulos que não achamos necessário
comentar no momento. Vejamos, então, algumas características do
StarOfficce
Desktop de trabalho – Stardesktop: Através do Stardesktop Modos de seleção de texto
podemos criar e abrir novos documentos, selecionar em qual Selecionar o texto: Este módulo possibilita selecionar
aplicativo do StarOffice o arquivo será trabalhado, trabalhar com um texto ou parte de um texto que poderá posteriormente ser
os recursos de Explorer, etc. É a área de trabalho do StarOffice recortado, copiado, colado ou deletado do texto. Os procedimentos
Na tela do Stardesktop encontraremos: para selecionar parte de um texto é muito idêntico aos métodos
• Barra de Endereçamento que informa a localização exata utilizados pelo MS-Word:
do arquivo e possibilita a abertura de novos arquivos. Utilizando o Teclado: com a tecla SHIFT pressionada,
• Barra de Objectos que apresenta os botões para acessar percorra com as teclas direcionadas (acima, abaixo, esquerda e
os comandos de edição do texto, tais como: estilos de parágrafos, direita) sobre o texto desejado.
tipo e tamanho de letras, etc. Para selecionar o texto todo, opte por Selecionar Tudo no
• Explorer que possibilita a utilização dos recursos menu Editar na barra de Menu.
diversos do StarOffice, tais como o de abrir documentos Utilizando o Mouse: Deveremos arrastar com o mouse,
• Barra de Menu: apresenta os nomes dos menus para com o botão esquerdo pressionado, sobre o texto desejado. Para
acesso às listas de comandos e funções do StarDesktop. selecionarmos apenas uma palavra, podemos dar um duplo clique
• Barra de Funções: apresenta os botões para acessar os na palavra desejada. Para selecionar uma linha é necessário 3
comandos básicos do StarDesktop, tais como: abrir arquivos. cliques consecutivos. Para recortarmos um texto, temos que
Recursos do Explorer: primeiramente selecionar o texto a ser recortado.
• Copia de arquivos Existem três formas de se recortar um texto:
• Exclusão de arquivos
1. Pela Barra de Menu: Na barra de Menu, entre em
• Explorer
Editar; Escolha a opção Cortar.
• Cria grupos de trabalho
2. Pelo Teclado: Selecione o texto a ser recortado e em
• Trabalhos com o grupo de trabalho
seguida utilize as teclas de atalho CTRL X.
STARWRITER – O EDITOR DE TEXTO 3. Pela Barra de funções: Selecione o texto a ser recortado
Também idêntico aos recursos do MicroSoft Word, o e clique no botão Cortar na Barra de funções. Esta forma é a mais
StarWriter é o editor de texto do StarOffice que tem por função fácil de operar e também é a mais utilizada.
além de processar texto, inserir tabelas, gráficos, tabulações, etc. Após recortar o texto, o StarWriter vai copiar o texto a ser
No StarWriter encontraremos as seguintes barras de comandos: recortado para a área de transferência e apagará o texto selecionado,
• Barra de Títulos: mostra o nome do aplicativo e os aguardando que seja colado em outro local.
botões para minimizar, maximizar/restaurar e fechar o aplicativo
(é opcional quando da utilização do StarOffice como aplicativo). FORTAMAÇÃO DE TEXTO
• Barra de Menus: apresenta os nomes dos menus para Para se formatar caracteres do texto:
acesso às listas de comandos e funções doStarWriter. Pela barra de Menu, clique em Formatar - Caracteres...:
• Régua que é utilizada para marcar tabulações e recuos. Aparecerá uma tela contendo 4 pastas distintas. Cada uma destas
• Barra de Rolagem que são usadas para mover e visualizar pastas possibilita a formatação do seu texto:
trechos do seu texto. Pasta Caracteres: Possibilita a formatação com opções de
• Barra de Objetos: apresenta os botões para acessar os tipo de letra, ou fonte da letra, estilo do caracter, como Normal,
comandos de edição do texto, tais como: tipo e tamanho de letras, Sublinhado, Itálico, etc., tamanho da letra, efeitos de letra e cor,
estilos de parágrafos, etc. onde:
• Barra de Ferramentas onde apresenta os botões para • Cor - Define a cor da letra.
acessar os comandos de inserção de tabelas, gráficos, corretor • Língua - Define a língua padrão do StarWriter.
ortográfico, etc.
• Previsualizar -Ver uma amostra das alterações aplicadas
• Barra de Funções: apresenta os botões para acessar os
no texto.
comandos básicos do StarWriter, tais como: abrir, guardar, cortar,
Rejeitar para não fazer as modificações e sair da Janela e
copiar, colar, etc.
• Barra de Hiperligações que apresenta os comandos para Repor para que as modificações não tenham efeito, voltando aos
utilização da Internet. valores definidos anteriormente.
• Barra de Estado que apresenta o número da página, Tipo de Letra - Possui várias fontes de letras que poderão ser
zoom, tipo de texto, etc. escolhidas
• Barra de Endereçamento que informa a localização exata Estilo - Possui vários estilos de letras - como por exemplo:
do arquivo e possibilita a abertura de novos arquivos. Negrito, Normal, Itálico, etc.
• Atalhos e Barra de Ferramentas: configura a área de Tamanho - Tamanho da letra a ser utilizada.
trabalho, onde o usuário pode selecionar quais as barras de Efeitos - Produz efeitos nos textos a serem digitados, como:
ferramentas que podem ser úteis ao seu trabalho. Contorno,, Sombra, Sublinhar, Rasurar.

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INFORMÁTICA

FORMATAÇÃO DE PARÁGRAFOS FORMATAÇÃO DE CÉLULAS


Os parágrafos de um texto podem ser formatados, desde que Neste comando podemos definir as configurações de uma ou
estejam selecionados. Na Barra de Menu clique em Formatar - mais células especificadas, tais como o tamanho e tipo da letra, o
Parágrafo. alinhamento, o plano de fundo, a borda, etc.
Operação: clique na Barra de Menu em Formato Células.
Alinhamento: Objetiva formatar as linhas do parágrafo Em seguida será aberta a janela de Atributos da célula. Esta janela
selecionado, com as opções de alinhamento: à esquerda, à direita, possui várias pastas que nos permitem trabalhar com a formatação
centralizado e justificado. das células.
Se o usuário preferir ele pode usar também os botões do menu Pasta Alinhamento: Objetiva definir a posição horizontal e
de funções. vertical do texto dentro da célula (justificado, centrado, direita,
esquerda), a posição de escrita na célula (horizontalmente,
Fluxo de Texto: Formata as palavras, com as opções de divisão verticalmente ou inclinado).
silábica automática ou não. Se for automática tem como opção de Pasta número: Definimos o formato dos números: formato
número de caracteres no fim ou no início da linha, máximo de de moeda, porcentagem, hora, data, cientifico, etc. e também o
hífens consecutivos e também a opção de quebra de páginas ou idioma que será usado para a célula especificada.
coluna. Pasta Caracteres: Definimos o tamanho da letra, a fonte (tipo
de letra), cor, o idioma, e os atributos pertencentes ao efeito do
Numeração: Objetiva formatar o estilo de numeração de caracter.
parágrafos e numeração de linhas.
STARIMPRESS – Software de Apresentação
Avanços e espaçamento: determina os avanços de parágrafos, Idêntico ao PowerPoint, da MicroSoft, o StarImpress é um
espaçamento entre os parágrafos e espaço entre as linhas do aplicativo que possibilita ao usuário fazer apresentações de
parágrafo. palestras debates e temas em geral.

STARCALC – Planilha de Cálculo Barras de ferramentas: Esta opção possibilita a configuração


O StarCalc 5.2 é a planilha eletrônica do StarOffice e tem por da área de trabalho, onde o usuário pode selecionar quais as barras
função a criação de planilhas financeiras, administrativas, gráficos, de ferramentas que podem ser úteis ao seu trabalho.
fórmulas e funções diversas. Para os usuários do MicroSoft Excel, O símbolo significa que esta barra está ativada. Para desativá-
a utilização desta planilha é bastante semelhante. la: clique na barra e em seguida esta desaparecerá do Desktop do
O StarCalc possui as seguintes barras de comandos: StarImpress.
• Barra de rolagem que possibilita o deslocamento através
da planilha. As barras de rolagem são tanto na vertical quanto na Modos de trabalho:
horizontal. • Slide de apresentação: é o local onde será inserida a
• Barra de Menus que apresenta os nomes dos menus para apresentação.
acesso às listas de comandos e funções do StarCalc. • Página: é a página da apresentação. O seu nome pode ser
• Barra de Funções que apresenta os botões para acessar mudado pelo usuário para organizar a apresentação.
os comandos básicos do StarCalc, tais como: abrir, guardar, cortar, A área de trabalho do StarImpress possui as seguintes barras
copiar, colar, etc. de comandos:
• Barra de Objectos que apresenta os botões para acessar • Barra de Ferramentas: apresenta os botões para acessar
os comandos de edição do texto, tais como: tipo e tamanho de os comandos de inserção de tabelas, gráficos, corretor ortográfico,
letras, estilos de parágrafos, etc. etc.
• Barra de títulos que mostra o nome do aplicativo e os • Barra de cores: apresenta os botões com opções de uso
botões para minimizar, maximizar/restaurar e fechar o aplicativo de diversas cores.
• Barra de Ferramentas que apresenta os botões para • Barra de rolagem: são usadas pata mover e visualizar
acessar os comandos de inserção de tabelas, gráficos, corretor trechos do seu texto.
ortográfico, etc. • Régua: é utilizada para marcar tabulações e recuos. Para
• Barra de Fórmulas que apresenta as informações de uma ativar ou desativar a régua clique em Ver e selecione a opção
determinada célula, fórmulas, etc. Régua.
• Barra de endereçamento que possibilita o acesso a • Barra de Títulos: mostra o nome do aplicativo e os
Internet ou a um documento que foi aberto; botões para minimizar, maximizar/restaurar e fechar o aplicativo
Para um melhor entendimento uma “Célula” é a unidade de (é opcional quando da utilização do StarOffice como aplicativo).
preenchimento de valores. • Barra de Menus: apresenta os nomes dos menus de
Planilha ativa: é a planilha que está atualmente em uso pelo acesso às listas de comandos e funções do StarImpress.
usuário. Quando se abre um novo documento no StarCalc, assim • Barra de Funções: apresenta os botões para acessar os
como no MS-Excel, aparecem sempre três folhas de cálculo. comandos básicos do StarImpress, tais como: abrir, guardar,
cortar, copiar, colar, etc.
Barra de ferramentas: Seleciona quais as barras de ferramentas • Barra de Objectos: apresenta os botões para acessar os
serão mostradas na tela. Posicionando o cursor sobre este comando comandos de edição do texto, tais como: tipo e tamanho de letras,
aparecerá esta tela. Onde, as barras assinaladas com um (ticket), estilos de parágrafos, etc. Esta barra será modificada, porém,
já estão ativadas. Para desativá-las ou para ativar as que não estão quando do uso de alguns recursos do StarImpress, tais como
clique na barra que deseja desativar ou ativar. figuras textos. Quando isto ocorrer será apresentada no lado direito
da tela o seguinte sinal.

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INFORMÁTICA

• Barra de Estado: apresenta o número da página, zoom, determinar o tempo de duração de um slide e a inserção de músicas
tipo de texto, etc. na apresentação. O terceiro botão Atualizar, atualiza os efeitos já
• Botões de controle dos slides: possibilita o controle das inseridos no slide. O quarto botão, Atribuir, confirma o recurso de
páginas (próxima página, página anterior, etc.) configuração realizado. Já o quinto botão,
• Botões de controle da apresentação: possibilita o controle Previsualizar, é possível visualizar as alterações feitas na
do modo da apresentação e o início da apresentação. apresentação.
Barras de ferramentas: Esta opção possibilita a configuração
da área de trabalho, onde o usuário pode selecionar quais as barras
de ferramentas que podem se úteis ao seu trabalho. O símbolo de CONCEITOS DE TECNOLOGIAS
verificação, significa que esta barra está ativada. Para desativá- RELACIONADAS À
la,clique na barra e em seguida esta desaparecerá do Desktop do
StarImpress.
INTERNET E INTRANET, PROTOCOLOS
WEB, WORLD WIDE WEB, NAVEGADOR
Plano de Fundo: O item Plano de Fundo possibilita ao INTERNET (INTERNET EXPLORER E
usuário a visualização dos recursos de plano de fundo (tais como MOZILLA FIREFOX), BUSCA E PESQUISA
desenhos, título, anotação e bilhete).
NA WEB. CONCEITOS DE
INSERIR: Estes recursos possibilitam a inclusão de textos, TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS DE
figuras (retângulos, linhas, etc.) no slide. Os recursos de editoração COLABORAÇÃO, CORREIO ELETRÔNICO,
de texto são os mesmos do StarWriter.
GRUPOS DE DISCUSSÃO, FÓRUNS E WIKIS.
Inserção de Texto: Para inserir um texto numa apresentação CONCEITOS DE ACESSO A DISTÂNCIA A
proceda da seguinte maneira Para uma apresentação vazia COMPUTADORES.
há a possibilidade de escolher o tipo de slide a ser inserido na
apresentação. Dando um clique com o botão esquerdo do mouse
sobre uns dos itens, aparecerá, abaixo dos tipos de slides o nome Internet – Conceitos básicos
do tipo da apresentação. Para escolher um item teremos que clicar
duas vezes sobre o item ou clicar no botão OK.
Inserção de figuras (Figuras retangulares): Este recurso
possibilita a inserção de figuras como retângulos e quadrados.
Existem duas opções: Inserir figuras sem ou com cor de fundo.
Para inserir as figuras clique no local onde elas serão inseridas no
slide e em seguida clique no botão . Clicando nas bordas da
figura será possível estabelecer qual o tamanho da figura. No caso
de desejar incluir um texto no interior da figura, deverá ser clicado
no ícone de texto e no interior da figura.
Figuras elípticas: Este recurso possibilita a inserção de figuras
como retângulos e quadrados. Existem duas opções: 1) inserir A Internet, ou Web, é uma base de dados gigantesca que
figuras com a opção de cor de fundo. Pode-se ver as duas opções. funciona através de hipertexto, que permite acesso a arquivos da
2) Para inserir as figuras clique no local onde elas serão inseridas Internet de forma gráfica. A chave do sucesso da World Wide Web
no slide e clique no botão . Assim, da mesma forma que no é o hipertexto.
item anterior, é possível aqui aumentar ou diminuir o tamanho das Os textos e imagens são interligados através de palavras-
figuras e inserir um texto no interior delas. chave, tornando a navegação simples e agradável.
Objetos 3d: Este recurso possibilita a inserção de vários A Web é uma rede virtual, onde os seus serviços disponíveis
objetos em 3d, tais como figuras redondas, retangulares, cônicas, são totalmente transparentes para o usuário através de aplicações
etc. Para inserir clique no ícone de Objetos 3d . cliente-servidor, permitindo o uso da multimídia na informação.
Imagem: Esta opção possibilita a inserção uma imagem na Sendo assim, qualquer usuário pode, somente com o seu mouse,
apresentação. ter acesso a uma enorme quantidade de informações na forma de
Efeito de Transição (Transição): Esta opção possibilita textos, imagens, sons, gráficos, vídeos etc., navegando através de
configurar a forma como os slides irão ser apresentados - se da
palavras-chaves e ícones.
esquerda para a direita, da direita para a esquerda, de cima, de
lado, etc. Esta opção também possibilita a inserção de sons entre
as transições de slides. Para acionar este recurso: clique na barra
de menu em Apresentação Transição.
Efeito: Este recurso possibilita a inclusão de efeitos na
apresentação. Para acionar este recurso: clique na Barra de Menu
em Apresentação Efeitos. Nesta tela pode-se escolher qual o
efeito que será escolhido para a o slide ou para uma parte do slide.
Isto é, nesta tela pode-se escolher um efeito de transição para
textos ou figuras inseridas dentro do slide. Nesta caixa de diálogo,
acima da área Efeito existem cinco botões. A página é transferida do computador remoto para o do
O primeiro botão se refere ao item Efeito de transição onde usuário, onde o browser (navegador) faz o trabalho de interpretar
pode-se escolher qual o efeito que ele deseja para a transição os códigos contidos naquele documento e mostrar a pagina que o
dos slides. Com o segundo botão, Opções adicionais, é possível usuário vê. A Web está estruturada em 2 princípios básicos:

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INFORMÁTICA

HTTP (Hyper Text Transfer Protocol) e Na Web, você vai encontrar também outros tipos de
HTML (Hyper Text Markup Language). documentos além dessas páginas interligadas. Vai poder acessar
computadores que mantém programas para serem copiados
gratuitamente, conhecidos como servidores de FTP, grupos de
discussão e páginas comuns de texto.

Endereços na Web

HTTP é o Protocolo de Transferência de Hipertexto, ou seja,


é o protocolo que permite a navegação na Web, com o simples
clicar do mouse sobre um texto (ou imagem) que esteja associado
a um outro link. Estas ligações entre as páginas, conhecidas como
hyperlinks (ligações de hipertexto), podem ser de informações
contidas no próprio site, bem como de computadores e empresas
em qualquer lugar do mundo. Na Web, é possível que uma página
faça referência a praticamente qualquer documento disponível na
Internet. Os endereços de Web sempre se iniciam com http://, que são
conhecidos como URL. O URL (Uniform Resource Locator) é o
HTML endereço particular e único de cada página da Web, ou seja, é o
sistema de endereços específico da Web que permite a localização
de qualquer informação na Internet.
Tomamos por exemplo o endereço http://www.xpt.com.br/
web.htm. De posse do endereço eletrônico, você pode utilizá-lo no
navegador para ser transportado até ele.

HTMLé a Linguagem de Marcação de Hipertexto, ou seja, é


a linguagem padrão na qual são escritas as páginas da Web, ainda
que outras linguagens estejam se desenvolvendo para possibilitar
um número maior de ferramentas.
É uma linguagem muito simples que é interpretada pelo
browser Internet Explorer por exemplo.
Funcionamento
Uma URL padrão possui até 3 partes: o nome de domínio
(xpt.com.br), possivelmente um diretório ou diretórios (neste
caso não há) e possivelmente um arquivo (web.htm). Os seguintes
protocolos também são utilizados:

ftp:// - protocolo de acesso a servidores de FTP;


mailto:// - protocolo de acesso a servidores de e-mail;
news//: - protocolo de acesso a grupos de discussão.
A Web é formada por milhões de lugares conhecidos como Uma URL pode ser dividida nas seguintes partes:
sites. Existem sites de universidades, empresas, órgãos do governo
e até sites mantidos por apenas uma pessoa. As informações estão
organizadas na forma de páginas ligadas entre si.
Quando você acessa um site, normalmente entra pela porta da
frente, onde existe uma mensagem de boas-vindas e uma espécie
de índice para as demais páginas. Essa entrada se chama página
principal, ou home page.

WWW - Convenção que indica que o endereço pertence à


Web. Os browsers (navegadores) com versão mais atualizada
dispensam a sua digitação, permitindo que o acesso a uma página
da Web seja feito exclusivamente a partir da digitação do domínio
propriamente em si.
xpt - É o domínio principal, normalmente denominado apenas
domínio.

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INFORMÁTICA

com - É o nome do domínio organizacional, que define o tipo de


organização a quem se refere a página. Nesse caso a página refere-
se, aparentemente, a uma empresa comercial. Outros exemplos
de sufixos são: .aer (empresas ligadas a área aeronáutica), .gov
(empresas governamentais), .edu (empresas educacionais), etc.
br - É o nome do domínio geográfico do provedor do serviço,
no caso o Brasil. Cada país tem uma sigla de duas letras definida
para adequação das páginas a seus mantenedores. A exceção
é que páginas de mantenedores nos Estados Unidos não usam
a definição de país. É importante considerar que o domínio
geográfico determina a localização do provedor de serviços de
armazenamento de páginas, não necessariamente a localização
geográfica da instituição a que a página se refere. Páginas - O navegador abrirá a página em tela cheia ou então
Browser em janela, dependendo do tipo de link.
E-mail - O navegador abrirá a janela de composição de
mensagem (pré determinado pelo usuário) para enviar um e-mail
para o endereço deste link.
Programas - O navegador perguntará a você se deseja salvar
este programa em seu disco, a janela de salvar como será aberta
para você indicar, em qual diretório salvar.
Imagens - O navegador mostrará o conteúdo deste arquivo.
Arquivos de Som - O navegador executará o programa
correspondente para reproduzir o conteúdo deste arquivo.
Um browser é um programa navegador da Internet. A Internet Outros - O navegador executará o programa correspondente,
é uma rede mundial de computadores ligados entre si, que se se o mesmo estiver instalado. Caso ele não esteja, ele indicará
comunicam utilizando um conjunto de regras definidas (Protocolo a empresa fabricante do programa para você fazer o download
TCP/IP), no qual o universo WWW (World Wide Web) está (caso haja esta alternativa) e instalá-lo em seu computador, ou
contido. mesmo salvar o arquivo apontado pelo link. Estes programas são
Existem diversos tipos de comunicação baseadas nesta rede, chamados de plug-ins.
no qual você terá acesso. Ao fazer a sua conexão, você estará
fazendo parte desta rede e estará apto a utilizá-la plenamente. Ele
é um programa para navegar em home-pages na Internet, é através
dele que se tem acesso ao WWW e suas possibilidades.

É importante utilizar as versões mais atualizadas, uma vez que


esta se adéqua ás características de segurança da rede, renovadas
constantemente. O navegador é composto por uma barra de
botões e endereço, que está localizado na parte superior da tela,
e pela janela de exibição de home-pages. É nesta janela que serão
mostradas as páginas da Internet.
A opção de chamada de outro endereço na Internet é
denominado LINK. Existem centenas deles espalhados pela internet, disponíveis
para download. As versões mais recentes do Explorer já trazem
alguns plug-ins mais utilizados incorporados ao programa, sendo
desnecessário instalá-los novamente.
Existem plug-ins para diversos tipos de finalidade: alguns
deles são para arquivos de som, animação, vídeo e até mesmo para
jogos.
Para sabermos se uma página foi carregada completamente,
em algumas versões verifique se o Símbolo do Explorer (Canto
superior direito), parou de rodar. Se ainda estiver rodando, a
página não foi carregada completamente.
O link permite que, ao se clicar com o botão de ação do mouse
Quando você estiver visualizando páginas da Web, você
quando o cursor estiver sobre o mesmo, o conteúdo deste endereço encontrará informações que gostaria de guardar para referência
seja transferido para o seu computador. futura, visualizar sem ir a um site da Web ou compartilhar com
Existem diversos tipos de Links, a maioria deles aponta para outras pessoas. Você pode salvar a página da Web inteira ou
páginas de Internet, mas você encontrará links apontados para qualquer parte dela — texto, elementos gráficos ou links, ou até
outros tipos de arquivos. Na lista abaixo mostraremos alguns mesmo arquivos e programas que estejam disponível na página
exemplos de links, e procedimentos adotados pelo navegador. (download).

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INFORMÁTICA

CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE • Arena - por Dave Raggett em 1993.


FERRAMENTAS E APLICATIVOS DE NAVEGAÇÃO DE • Lynx - o Lynx sugiu na Universidade de Kansas como
CORREIO ELETRÔNICO, DE GRUPOS DE DISCUSSÃO, um navegador hypertexto independente da Web. O estudante Lou
DE BUSCA E PESQUISA. Montulli adicionou a o recurso de acesso via TCP-IP na versão 2.0
lançada em março de 1993.
Aplicativos de Navegação • Cello - por Tom Bruce em 1993 para PC.
Browser, também conhecido como navegador, é um • Opera - por pesquisadores da empresa de
programa de computador que habilita seus usuários a interagirem telecomunicações norueguesa Telenor em 1994. No ano seguinte,
com documentos virtuais da Internet, também conhecidos como dois pesquisadores, Jon Stephenson von Tetzchner e Geir Ivarsøy,
páginas HTML, que estão hospedadas num servidor Web deixaram a empresa e fundaram a Opera Software.
• Internet in a box - pela O’Reilly and Associates em
Os Navegadores Web, ou Web Browsers se comunicam Janeiro de 1994.
geralmente com servidores Web (podendo hoje em dia se • Navipress - pela Navisoft em fevereiro 1994 para PC e
comunicar com vários tipos de servidor), usando principalmente Macintosh.
o protocolo de transferência de hiper-texto HTTP para efetuar • Netscape - pela Nestcape em outubro de 1994.
pedidos a arquivos, e processar respostas vindas do servidor. Estes • Internet Explorer - pela Microsoft em 23 de agosto de
arquivos, são por sua vez identificados por um URL. 1995.
O navegador, tem a capacidade de ler vários tipos de arquivo, • Safari - pela Apple Inc. em 23 de Junho de 2003.
sendo nativo o processamento dos mais comuns (HTML, XML, • Mozilla Firefox - pela Mozilla Foundation com ajuda de
JPEG, GIF, PNG, etc.), e os restantes possíveis através de plugins centenas de colaboradores em 9 de Novembro de 2004.
(Flash, Java, etc.). • Flock - pela Flock Inc. baseado no Firefox em 22 de
Os navegadores mais recentes têm a capacidade de trabalhar Junho de 2006.
também com vários outros protocolos de transferência, como • Google Chrome - pela Google em Setembro de 2008.
por exemplo FTP, HTTPS (uma versão criptografada via SSL do
HTTP), etc. INTERNET EXPLORER
A finalidade principal do navegador é fazer-se o pedido de
um determinado conteúdo da Web, e providenciar a exibição do
mesmo. Geralmente, quando o processamento do arquivo não
é possível através do mesmo, este apenas transfere o arquivo
localmente. Quando se trata de texto (Markup Language e/ou
texto simples) e/ou imagens bitmaps, o navegador tenta exibir o
conteúdo.
Os navegadores mais primitivos suportavam somente uma
versão mais simples de HTML. O desenvolvimento rápido dos O Windows Explorer é um navegador de internet de licença
navegadores proprietários, porém, levou à criação de dialetos não- proprietária produzido inicialmente pela Microsoft em 23 de
padronizados do HTML, causando problemas de interoperabilidade agosto de 1995. É o navegador mais usado nos dias de hoje e é
na Web. Navegadores mais modernos (tais como o Internet também conhecido pelas abreviações IE, MSIE ou WinIE,
Explorer, Mozilla Firefox, Opera e Safari e o Chrome do Google) IE é um componente integrado das versões mais recentes do
suportam versões padronizadas das linguagens HTML e XHTML Microsoft Windows. Está disponível como um produto gratuito
separado para as versões mais antigas do sistema operacional.
(começando com o HTML 4.01), e mostram páginas de uma Acompanha o Windows desde a versão 95
maneira uniforme através das plataformas em que rodam. A partir da versão 6 inclusa no XP em 2002, uma grande
Alguns dos navegadores mais populares incluem componentes atualização do navegador foi oferecida aos usuários do Windows
adicionais para suportar Usenet e correspondência de e-mail através XP junto ao Service Pack 2 (embora sempre tenha havido um ciclo
dos protocolos NNTP e SMTP, IMAP e POP3, respectivamente mensal de correções para o navegador).
Web browser (em inglês), browser ou navegador de internet A versão 7 do Internet Explorer, lançada em Outubro de
2006, chegou aos usuários disponível para o Windows XP SP2 e
(jargão nascido dos próprios usuários - navegar) é um programa que Windows Server 2003 (com status de atualização crítica), além de
permite a seus usuários a interagirem com documentos eletrônicos estar pré-instalada no Windows Vista e no Windows 7 (a versão 8
de hipertexto, como as páginas HTML e que estão armazenados Beta) (onde possui algumas funções a mais). A versão 8, lançada
em algum endereço eletrônico da internet (URL ou URI). em 19 de março de 2009, é disponível para Windows XP, Windows
Lista de navegadores
Server 2003, Windows Vista e Windows Server 2008
• WorldWideWeb - por Tim Berners-Lee em 1990 para Por algum tempo, a Microsoft lançou versões do Internet
NeXTSTEP. Explorer para o Macintosh, Solaris e HP-UX. Estas versões
• Felipe- por Timdre em 1990 tiveram o desenvolvimento cancelado.O navegador ainda roda em
• Line-mode - por Nicola Pellow em 1991. Funcionava Linux, através da camada de compatibilidade Wine.
em modo texto e foi portado para uma série de plataformas, do Desde o lançamento da versão 7 do navegador, o nome
Unix ao DOS. oficial foi então alterado de “Microsoft Internet Explorer” para
• Erwise - por um grupo de estudantes da Universidade de “Windows Internet Explorer”, por causa da integração com a linha
Tecnologia de Helsinki em 1992. Windows Live. No Windows Vista ele chama-se oficialmente
• Viola, por Pei Wei, para Unix em 1992. “Windows Internet Explorer in Windows Vista” e no Windows
• Midas - por Tony Johnson em 1992 para Unix. XP ele é chamado oficialmente de “Windows Internet Explorer for
• Samba - por Robert Cailliau para Macintosh. Windows XP”.
• Mosaic - por Marc Andreessen e Eric Bina em 1993 para Versões
Unix. Aleks Totic desenvolveu uma versão para Macintosh alguns • Primeira versão: Lançado em agosto de 1995.
meses depois. • Segunda versão: Lançado em novembro de 1995.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

• Terceira versão: Lançado em agosto de 1996, foi uns Segundo seus desenvolvedores, o objetivo do Firefox é ser
dos primeiros browsers, ou navegadores, a ter suporte ao CSS. um navegador que inclua as opções mais usadas pela maioria dos
Foi introduzido o suporte ao ActiveX, linguagem JavaScript. usuários, de modo que o torne o melhor possível. Outras funções
As novidades são consideráveis, tanto que o Internet Explorer 3 não incluídas originalmente encontram-se disponíveis através de
passou a ser concorrente do Netscape, o browser mais usado na extensões e plugins nos quais qualquer pessoa possa criar um.
época. Teve também a primeira mudança significativa na interface.
• Quarta versão: Lançado em setembro de 1997, Acessibilidade
apresentou como novidades a integração completa com o sistema Segundo os desenvolvedores, existe um esforço no sentido de
operacional e a tecnologia push, tornando-se concorrente não só se buscar a simplicidade na interface do Firefox. As opções menos
do Netscape mas também de softwares como o PointCast, além de usadas pela maioria dos usuários geralmente ficam ocultas, oposto
outras novidades. ao que acontece com a suíte Mozilla.
• Quinta versão: Lançado em março de 1999, foi O Firefox tem suporte à navegação através de abas/
introduzido o suporte à linguagem XML, XSL, o formato MHTML separadores, o que possibilita a abertura de várias páginas em
e mais algumas coisas. O Internet Explorer 5 é encontrado no uma única janela do navegador. Esta função foi herdada da suíte
Windows 98 SE e no Windows 2000. Em julho de 2000, é lançado Mozilla, que por sua vez, emprestou-a de uma extensão conhecida
o Internet Explorer 5.5, juntamente com o Windows ME, contendo como MultiZilla, a qual foi desenvolvida especialmente para a
algumas melhorias. suíte. O Firefox também está entre os primeiros navegadores a
• Sexta versão: Lançado em agosto de 2001, juntamente disponibilizar bloqueamento personalizado de janelas pop-up.
com o Windows XP. Nessa versão há um melhor suporte ao O navegador contém opções que facilitam a busca por
CSS level 1, DOM level 1 e SML 2.0 e algumas novidades. Em informações. Existe uma função de pesquisa conhecida como
Setembro de 2002 é lançado o Service Pack 1 (SP1) e em agosto de “localizar ao digitar”. Caso esta função esteja habilitada, o usuário
2004 é lançado o segundo Service Pack (SP2), oferecendo maior poderá iniciar a digitação de uma palavra enquanto visualiza a
segurança com recursos como “Bloqueador de PopUps”, proteção página, e automaticamente o Firefox destaca o primeiro resultado
contra downloads potencialmente nocivos, entre outros que encontra. Quanto mais se digita, mais a busca é refinada.
Há também um campo de pesquisa embutido, com algumas
opções de busca já incluídas (na versão em inglês do Firefox),
Windows Internet Explorer 8 (abreviado IE8) é a oitava
como os sites Google, Yahoo, Amazon.com, Creative Commons,
e atual versão do navegador Internet Explorer criado e fabricado
Dictionary.com e eBay. Existem muitas opções extras de plugins de
pela Microsoft. Ele é o sucessor do Internet Explorer 7 e será busca que podem ser instaladas, uma delas feita para se pesquisar
o navegador padrão (préinstalado) para os futuros sistemas na Wikipédia, que foi desenvolvida através do projeto Mycroft.
operacionais do Windows 7 e Windows Server 2008 R2. A função de “palavra-chave” usada para que o usuário
O Internet Explorer 8 foi lançado em 19 de março de 2009 acesse o conteúdo de seus favoritos/marcadores, através da barra
disponível para Windows XP, Windows Server 2003, Windows de endereços, foi apresentada anteriormente na suíte Mozilla.
Vista e Windows Server 2008. O programa é disponível em 25 Opcionalmente, pode-se usar um parâmetro de busca na Internet.
idiomas. Para isto, basta que se digite, por exemplo, “google pêssego”
na barra de endereços, e o usuário será redirecionado a uma
Mozilla Firefox página de resultados do Google contendo o item “pêssego”. Se
for digitada somente uma palavra sem um parâmetro de busca, o
Firefox automaticamente aciona o Google, que levará o usuário ao
primeiro site sugerido (semelhante à função “Estou com Sorte”, da
página inicial do Google).

Segurança
A arquitetura de programação do Firefox é baseada em
extensões. Tal característica é apontada por alguns como um dos
aspectos que supostamente tornariam o navegador seguro. Há
Mozilla Firefox é um navegador livre e multi-plataforma quem diga que não se deve incorporar inúmeros recursos (os quais
desenvolvido pela Mozilla Foundation (em português: Fundação poderiam supostamente ser usados mais facilmente por códigos
Mozilla) com ajuda de centenas de colaboradores. A intenção da maliciosos), mas sim deixar o usuário escolher o que adicionar,
fundação é desenvolver um navegador leve, seguro, intuitivo e através da seleção das extensões (como plugins), as quais no
altamente extensível. Baseado no componente de navegação da Firefox são bloqueadas quando instaladas de sites desconhecidos
(opção que pode ser modificada pelo usuário com um simples
Mozilla Suite (continuada pela comunidade como Seamonkey), o clique, o qual autoriza a instalação de fonte não confiável e coloca
Firefox tornou-se o objetivo principal da Mozilla Foundation. em risco toda a segurança). Existe a opção de se executar o Firefox
Antes do lançamento da versão primeira 1.0, em 9 de em um Modo de Segurança, no qual todas as extensões instaladas
novembro de 2004, o Firefox já havia sido aclamado por várias são desativadas.
publicações, incluindo a Forbes e o Wall Street Journal. Com Deve-se notar que muitas das extensões, especialmente as mais
mais de 25 milhões de transferências nos primeiros 99 dias populares e recomendadas pela própria Mozilla, também podem
após o lançamento, o Firefox se tornou uma das aplicações em ser alvos de vulnerabilidades, colocando abaixo tais apontamentos
código-livre mais usadas por usuários domésticos. A marca de e em consequência a segurança e privacidade do usuário
50 milhões de transferências foi atingida em 29 de abril de 2005, O próprio navegador Firefox também possui falhas de
aproximadamente 6 meses após o lançamento da versão 1.0. segurança em seu código puro como o é hoje, tal qual qualquer outro
Em 26 de julho de 2005, o Firefox alcançou os 75 milhões de navegador, algumas das quais inclusive sem correção conhecida
transferências, e a 19 de outubro de 2005 alcançou os 100 milhões no momento, para além de ser potencial alvo de explorações
de transferências, antes de completar o primeiro ano da versão 1.0. maliciosas dos múltiplos bugs existentes em sua engine javascript
O Firefox destaca-se como alternativa ao Microsoft Internet e também de falhas em complementos de terceiros como o Java
Explorer e reativou a chamada Guerra dos Navegadores SE da Sun e o Flash Player da Adobe (estas últimas mais raras).

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Decorre ainda hoje, no meio informático, uma polêmica sobre Funcionamento


uma falha na forma como o Firefox renderiza protocolos da web. A O princípio de funcionamento do correio eletrônico
falha já havia sido corrigida por duas vezes após uma infame troca (e-mail) é semelhante ao das caixas postais nas agências de
de acusações com a Microsoft que acabou na admissão da Mozilla correio. O usuário possui uma caixa postal na agência de correio e
de que o problema era mesmo no Firefox. Contudo, ao que parece,
a falha continua aberta à explorações, mesmo depois das correções uma “chave” (senha) para abrir a sua caixa postal.

CORREIO ELETRÔNICO

Toda vez que o usuário desta caixa postal quiser saber se


existe correspondência para ser retirada, ele se dirige a agência do
Correio eletrônico (popularmente conhecido por e-mail correio, abre sua caixa postal com a chave e retira o conteúdo que
- “Eletronic Mail”) é a maneira pela qual é possível enviar e está no seu interior. Se quiser, o usuário também deposita lá suas
receber informações eletronicamente através da Internet. Estas novas correspondências. No seu provedor, onde está a sua conta de
informações são conhecidas como mensagens e devem ser feitas e-mail, o que existe é um computador servidor que em seu disco
no formato texto, pois somente assim podem ser transportadas rígido tem uma área destinada a se comportar como o local físico
através de e-mail. Qualquer outro tipo de arquivo (imagens, sons nas agências de correio onde estão inúmeras “caixas de correio”.
ou outro tipo) que não esteja no formato texto, poderá ser enviado
Quando mensagens enviadas chegam ao provedor, a
desde que seja codificado para o formato texto, e posteriormente
decodificado no recebimento. identificação do local a que se destina é checada, e a mensagem é
O correio eletrônico possui várias vantagens sobre outros então lá guardada. Portanto, toda vez que uma mensagem lhe for
meios de comunicação: enviada, ela permanecerá no disco rígido de seu provedor, ficando
lá armazenada até que o usuário acesse a sua caixa postal, use a
·alcança o destinatário em qualquer lugar em que estiver; sua senha e as acesse.
·é muito mais rápido;
·independe de linhas telefônicas que podem estar ocupadas Softwares
(como o fax); Existem vários softwares que podem ser utilizados para o
·é muito mais barato que o telefone e o correio comum.
acesso ao correio eletrônico. Dentre os vários existentes, destacam-
se dois que são os mais utilizados: Outlook ou Eudora.
Endereço eletrônico

O Outlook é o mais utilizado de todos, principalmente


no Brasil. Este software é o módulo de correio eletrônico que
acompanha o Internet Explorer. O Eudora é um programa completo
que existe em duas versões, uma freeware e a outra profissional.
O correio eletrônico é usado a partir do momento em que o
usuário tenha um endereço eletrônico. O endereço eletrônico de Outlook Express
cada usuário é único na Internet, ou seja, não existem ao redor do
mundo dois usuários com o mesmo endereço eletrônico. Isto ocorre
em função da metodologia adotada para o endereço eletrônico de
cada usuário. Um endereço de correio eletrônico tem a seguinte
estrutura : <nome do usuário>@domínio.tipo de organização.
localidade do servidor, onde :
- <nome do usuário> é o nome com que o usuário se identifica
na Internet..
- domínio é o nome da empresa que fornece ao usuário o
acesso a Internet. Microsoft Outlook Express é um programa cliente de e-mail
e de notícias da Microsoft. Ele permite que o usuário administre
- tipo de organização é o domínio organizacional. Ele identifica mais de uma conta de e-mail e também utilize formatação HTML
a atividade principal do provedor de acesso. nas mensagens.
- localidade é o domínio territorial. Ele identifica o País de O software acompanha gratuitamente alguns produtos da
origem do provedor de acesso. Microsoft, tais como o Microsoft Internet Explorer (a partir de
sua versão 4.x), o sistema operacional Windows 98, Windows ME

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INFORMÁTICA

(Millenium), Windows 2000, Windows XP e Microsoft Office 98 um ou mais servidores de correio ou de notícias. Serão necessárias
para Macintosh. Vale ressaltar que o Outlook Express foi criado as seguintes informações do seu provedor de serviços de Internet
mais especificamente para usuários de computadores domésticos, (ISP) ou do administrador da rede local (LAN):
que obtêm acesso às suas mensagens de e-mail acessando um ISP ( * Para adicionar uma conta de correio, será necessário ter
Provedor de Serviços de Internet). No caso do Windows Vista, este
um nome de conta e uma senha e os nomes de um servidor de
foi substituído pelo Windows Mail.
Principais características mensagens recebidas e enviadas.
• Suporte aos protocolos SMTP ( Simple Mail Transfer * Para leitura de notícias, será necessário o nome do
Protocol), POP3 ( Post Office Protocol 3) e IMAP ( Internet Mail servidor de notícias ao qual deseja conectar-se e, se necessário, seu
Access Protocol); nome de conta e senha.

• Suporte a grupos de notícias e diretórios através dos Adicionar uma conta de correio ou de notícias: Serão
protocolos LDAP (Lightweight Directory Access Protocol), necessárias as seguintes informações do seu provedor de serviços
MHTML (Multipurpose Internet Mail Extension Hypertext de Internet (ISP) ou de seu administrador da rede local (LAN):
Markup Language), HTML (Hypertext Markup Language), S/
* Para contas de correio, será necessário saber qual o tipo de
MIME (Secure/Multipurpose Internet Mail Extensions) e NNTP
(Network News Transfer Protocol); servidor de mensagens que usa (POP3, IMAP ou HTTP), o nome de
• Ferramentas de migração que importam automaticamente sua conta e senha e o nome do servidor de mensagens recebidas,
suas configurações, entradas do catálogo de endereços e mensagens para POP3 e IMAP, o nome de um servidor de mensagens envia-
existentes de outros softwares, tais como Eudora, Netscape e das.
Microsoft Exchange Server; * Para uma conta de notícias, será necessário saber o
• Permite a personalização de mensagens eletrônicas nome do servidor de notícias ao qual deseja se conectar e, se
através da utilização de planos de fundo e imagens diferentes, necessário, o nome e a senha de sua conta.
tornando-as semelhantes a papéis de carta. * No menu Ferramentas, clique em Contas.
Diferenças entre Microsoft Outlook e Outlook Express * Na caixa de diálogo Contas da Internet, clique no botão
Ao escolher entre o Outlook Express e o Outlook, os usuários Adicionar.
e as empresas devem basear sua decisão de uso nos seguintes
critérios: Selecione Correio ou Notícias para abrir o Assistente para
Escolha o Outlook Express se: acesso à Internet e, em seguida, siga as instruções para
• Você necessitar apenas das funcionalidades de e-mail e estabelecimento de uma conexão com um servidor de correio
de grupo de notícias; ou de notícias.
• Você usa ou planeja usar o Office 98 para Macintosh e
quiser se beneficiar da integração do Outlook Express com esta Recomendações: Cada usuário pode criar várias contas de
versão do conjunto do Office. correio ou de notícias, repetindo o procedimento acima para cada
Escolha o Microsoft Outlook se:
conta. É possível obter uma conta de correio grátis do Hotmail,
• Você necessita de funcionalidades de email e de grupo de que usa servidores HTTP.
discussão com base em padrões avançados de Internet;
• Você necessita de calendários pessoais, agendamento de
Alternar entre correio e leitura de notícias: Na lista Pastas,
grupo e gerenciamento de tarefas e de contatos;.
clique em Caixa de entrada para ir para seu correio eletrônico
• Você necessita de calendário e emails integrados, clientes
ou clique em um nome de servidor de notícias ou especifique um
de diversas plataformas;
grupo de notícias para visitar. Ou clique em Outlook Express na
• Você usar ou planeja usar o Office 97, o Office 2000,
o Office XP ou o Exchange Server e quiser se beneficiar da parte superior da lista Pastas para abrir o painel de inicialização
integração do Outlook com esta versão do conjunto do Office e da do Outlook Express, onde é possível clicar em um link para a
integração com o Exchange Server; tarefa desejada.
• Você necessita de capacidades de colaboração em tempo Configurando várias identidades: Se houver mais de uma
de execução e em tempo de criação robustos e integrados. pessoa em sua casa que usa o mesmo computador para correio
• Sincronização de agenda e e-mails com ferramentas de eletrônico, cada uma pode ter uma caixa de entrada separada
terceiros no Outlook Express. Isto significa que cada pessoa pode ter
mensagens, contatos e configurações pessoais separadas. Isto é
ALGUNS DETALHES IMPORTANTES DO OUTLOOK possível através da criação de “identidades” múltiplas. Depois
de criadas, é possível alternar entre as identidades sem ter que
EXPRESS
desligar o computador ou perder a conexão à Internet.

Para adicionar uma nova identidade:


* No menu Arquivo, aponte para Identidades e clique
em Adicionar nova identidade.
* Digite o nome do novo usuário.
* Digite uma senha, se desejar incluir uma para este
INTRODUÇÃO
usuário.
Com uma conexão à Internet e o Microsoft Outlook Express,
Observação: O Outlook Express pergunta se deseja efetuar
é possível trocar mensagens de correio eletrônico com qualquer logon como o novo usuário. Se responder que sim, o programa
pessoa na Internet e associar-se a qualquer número de grupos de solicitará informações sobre sua conexão à Internet. Se responder
notícias. O Assistente para acesso à Internet o ajuda a conectar-se a que não, o usuário atual permanece conectado.

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INFORMÁTICA

Para excluir uma identidade: Para arquivos do Catálogo de endereços do


* No menu Arquivo, aponte para Identidades e, em Windows:
seguida, clique em Gerenciar identidades. * No Catálogo de endereços, clique no menu Arqui- vo,
aponte para Importar e, em seguida, clique em Catálogo de
* Selecione um usuário e, em seguida, clique em endereços (WAB).
Remover. * Localize e selecione o catálogo de endereços que deseja
importar e, em seguida, clique em Abrir.
Observações: Não se pode excluir a identidade atual. Quando
excluir uma identidade, as configurações correspondentes são Para todos os outros formatos de catálogos de endereços:
* No Catálogo de endereços, clique no menu Arquivo,
excluídas, mas os dados não o são. aponte para Importar e, em seguida, clique em Outro catálogo
de endereços.
Para alterar as configurações da identidade atual: * Clique no catálogo de endereços ou tipo de arquivo que
* No menu Arquivo, aponte para Identidades e, em deseja importar e, em seguida, clique em Importar.
seguida, clique em Gerenciar identidades. * Se seu catálogo de endereços não estiver listado, é
* Altere qualquer uma das configurações. possível exportá-lo como um arquivo de texto (CSV) ou um
arquivo LDIF (LDAP Directory Interchange Format) e importá-
* Para alterar o nome da sua identidade ou a senha, lo usando aquele tipo de arquivo.
clique em Propriedades.
* Para alterar a identidade, aberta pelo Outlook Express na Enviar uma mensagem de correio eletrônico:
inicialização, selecione uma identidade na * Na barra de ferramentas, clique no botão Nova
caixa de listagem Inicializar usando. mensagem.
* Nas caixas Para e/ou Cc, digite o nome do correio
eletrônico de cada destinatário, separando os nomes com uma
Para alternar para uma identidade diferente: vírgula ou ponto e vírgula (;).
* No menu Arquivo, clique em Alternar identidade. * Para adicionar nomes de correio eletrônico do
* Selecione o usuário para o qual deseja alternar. Catálogo de endereços, clique no ícone de livro na janela Nova
mensagem próximo a Para, Cc e Cco e, em seguida selecione
nomes.
Importar mensagens de outros programas de correio: Usando * Para usar a caixa Cco, clique no menu Exibir e, em
o assistente para importação do Outlook Express, é possível seguida, selecione Todos os cabeçalhos.
importar mensagens de correio facilmente de diversos programas * Na caixa Assunto, digite um título para a mensagem.
de correio eletrônico populares da Internet, como o Netscape * Digite sua mensagem e, em seguida clique no botão
Communicator e Eudora, assim como do Microsoft Exchange e Enviar na barra de ferramentas da janela Nova mensagem.
do Microsoft Outlook. No menu Arquivo, aponte para Importar
Recomendações: Se possuir várias contas de correio
e, em seguida, clique em Mensagens. Selecione um programa configuradas e desejar usar uma conta diferente da conta
de correio eletrônico do qual deseja importar mensagens e, em padrão, clique na caixa De e, em seguida, clique na conta de
seguida, clique em Próxima. Verifique o local de suas mensagens correio desejada. Se estiver digitando uma mensagem off-line,
e, em seguida, clique em Próxima. Escolha Todas as pastas para sua mensagem será salva na Caixa de saída. Ela será enviada
importar todas as mensagens e clique em Próxima. É possível automaticamente quando voltar para on-line. Para salvar um
rascunho de sua mensagem para trabalhar mais tarde, clique no
escolher Pastas selecionadas para importar mensagens de uma menu Arquivo e, em seguida, clique em Salvar. Também se pode
ou mais pastas. Clique em Concluir. clicar em Salvar como para salvar a mensagem de correio em seu
sistema de arquivos no formato correio (. eml), texto (. txt) ou
HTML (. htm).

Importar um catálogo de endereços de outro programa: É Usar papel de carta com mensagens enviadas: Com o papel
possível importar um catálogo de endereços de outros arquivos de carta do Outlook Express, é possível criar mensagens
de Catálogos de endereços do Windows (WAB), assim como
do Netscape Communicator, do catálogo particular de endereços atraentes para correio eletrônico e para grupos de notícias. O papel
do Microsoft Exchange e de qualquer arquivo de texto (CSV). de carta é um modelo que pode incluir uma imagem de plano de
fundo, cores de fonte de texto únicas e margens personalizadas.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

Para aplicar papel de carta a todas as suas mensagens Enviar, clique em Configurações HTML e, em seguida,
enviadas, clique no menu Ferramentas, clique em Opções e, certifique-se de que a opção Enviar figuras com mensagens está
em seguida, clique na guia Redigir. Na área Papel de carta, selecionada. Em seguida, reenvie sua mensagem. Para inserir
selecione a caixa de seleção Correio e/ou Notícias e, em seguida, uma figura de plano de fundo em sua mensagem, na janela de
clique em Selecionar. mensagens, clique no menu Formatar, aponte para Plano de
fundo e, em seguida, clique em Figura. Clique no botão Procurar
Para aplicar papel de carta a uma mensagem individual, para pesquisar o arquivo que deseja usar.
clique no menu Mensagem, aponte para Nova mensagem usando Incluir som em uma mensagem: Clique em qualquer lugar na
e, em seguida, selecione um papel de carta. janela de mensagem. No menu Formatar, aponte para Plano de
fundo e, em seguida, clique em Som. Digite o nome do arquivo
Para aplicar ou alterar papel de carta depois de iniciar a que deseja incluir e o número de vezes que deseja que o arquivo
mensagem, clique no menu Formatar, aponte para Aplicar seja reproduzido.
papel de carta e, em seguida, selecione um papel de carta.
Verificar a ortografia em mensagens: O Outlook Express usa
Adicionar uma assinatura a mensagens enviadas: No menu o verificador de ortografia fornecido com os seguintes programas
Ferramentas, clique em Opções e, em seguida, clique na guia do Office: Microsoft Word, Microsoft Excel e Microsoft Power
Assinaturas. Point.
Para criar uma assinatura, clique no botão Nova e, em Se não tiver um desses programas instalado, o comando
seguida, digite texto na caixa Editar assinatura ou clique Verificar ortografia não estará disponível.
em Arquivo e, em seguida, localize o arquivo de texto ou
HTML que deseja usar. Selecione a caixa de seleção Adicionar Na janela Nova mensagem, clique no botão Verificar ortografia
assinaturas a todas as mensagens enviadas. na barra de ferramentas, ou clique no menu Ferramentas e, em
Observações: Para usar assinaturas diferentes para contas seguida, clique em Verificar ortografia.
diferentes, na área Assinaturas, selecione a assinatura, clique
no botão Avançado e, em seguida selecione a conta com a Observação: Para personalizar a maneira como seu verificador
qual deseja usar a assinatura. Para usar uma assinatura em de ortografia funciona, no menu Ferramentas, clique em Opções
mensagens individuais somente, certifique-se de limpar a caixa e, em seguida, selecione a guia Verificar ortografia.
de seleção Adicionar assinaturas a todas as mensagens
enviadas. Quando redigir a mensagem, clique no menu Alterar a prioridade de uma mensagem de correio enviada:
Inserir, aponte para Assinaturas e, em seguida, clique na assinatu- Quando enviar uma nova mensagem ou uma resposta a uma
ra desejada. mensagem, é possível atribuir uma prioridade à mensagem, de
maneira que o destinatário saiba se deve lê-la imediatamente
Inserir um arquivo em uma mensagem: (Prioridade alta) ou quando tiver tempo (Prioridade baixa). Uma
* Clique em qualquer lugar na janela da mensagem. mensagem de prioridade alta possui um ponto de exclamação
* No menu Inserir, clique em Anexo de arquivo e, em próximo a ela, enquanto a de prioridade baixa é indicada por uma
seguida, localize o arquivo que deseja anexar. seta para baixo.
* Selecione o arquivo e, em seguida, clique em Anexar.
* O arquivo é listado na caixa Anexar no cabeçalho da Na janela Nova mensagem, clique no botão Prioridade
mensagem. na barra de ferramentas e, em seguida selecione a prioridade
desejada. Ou, clique no menu Mensagem, aponte para Definir
Observação: Também é possível adicionar um arquivo de prioridade e, em seguida, selecione uma opção de prioridade.
texto (*. txt) ao corpo da sua mensagem de correio, clicando no
menu Inserir e, em seguida, em Texto do arquivo. Observação: Esta configuração atribui a prioridade somente
para a mensagem atual.
Inserir uma figura em uma mensagem:
* Na mensagem, clique no local onde deseja que a imagem Ler suas mensagens: Depois que o Outlook Express faz
apareça. download de suas mensagens ou depois de clicar no botão Enviar/
* No menu Inserir, clique em Figura e, em seguida, clique receber na barra de ferramentas, é possível ler suas mensagens em
em Procurar para localizar o arquivo de imagem. uma janela separada ou no painel de visualização.
* Digite as informações de layout e espaçamento do arquivo
de imagem, conforme necessário. Clique no ícone de Caixa de entrada ou na barra do Outlook
ou na lista Pastas. Para exibir a mensagem no painel de
Observações: Se não for possível selecionar o comando visualização, clique na mensagem na lista de mensagens. Para
Figura, certifique-se de que a formatação HTML esteja ativada, exibir a mensagem em uma janela separada, clique duas vezes
clicando no menu Formatar na janela da mensagem e, em na mensagem na lista de mensagens.
seguida, clicando em Rich Text (HTML). Um ponto preto aparece Observações: Para exibir todas as informações da mensagem,
ao lado do comando quando ele é selecionado. Se os destinatários como a data de envio, clique no menu Arquivo e, em seguida,
da mensagem não puderem exibir suas imagens inseridas, clique clique em Propriedades. Para salvar a mensagem em seu sistema
no menu Fer- ramentas e, em seguida, clique em Opções. Clique de arquivos, clique em Salvar como e, em seguida, selecione um
na guia formato (correio, texto ou HTML) e o local.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Especificar do que deseja fazer download: É possível Ler e enviar mensagens internacionais: O Outlook Express
tornar disponíveis para exibição off-line todas as mensagens, normalmente pode exibir mensagens no idioma em que elas são
somente cabeçalhos ou somente novas mensagens, alterando as enviadas. No entanto, algumas mensagens, especialmente as
configurações de sincronização das pastas IMAP, HTTP ou de grupo de notícias, freqüentemente não possuem informações
do servidor de notícias. Na lista Pastas, selecione um servidor suficientes (ou as informações estão incorretas) no cabeçalho do
IMAP, HTTP ou de notícias. Na janela principal, selecione arquivo para exibir o idioma correto.
uma ou mais pastas ou grupos de notícias. Clique no botão Alterar a codificação do idioma de uma mensagem que está
Configurações e, em seguida, clique para alterar a configuração enviando: Na janela da mensagem, clique no menu Exibir,
para uma das seguintes opções: aponte para Codificação e, em seguida, clique na codificação do
* Todas as mensagens; idioma que deseja usar (já deve ter suporte para este idioma, que
* Somente novas mensagens; pode ser obtido na área
* Somente cabeçalhos. “Internacional” do site do Internet Explorer na Web).
Se não desejar que mensagens de uma determinada pasta ou O Outlook Express exibe mensagens recebidas usando a
grupo de notícias sejam descarregadas, clique em Não sincronizar. codificação padrão para leitura de mensagens, a menos que o
Exibir um anexo de arquivo: No painel de visualização, cabeçalho da mensagem especifique uma codificação de idioma
clique no ícone de clipe de papel no cabeçalho da mensagem e, específica.
em seguida, clique no nome do arquivo. Ou na parte superior da Definir uma codificação padrão para a leitura de mensagens:
janela da mensagem, clique duas vezes no ícone de anexo de No menu Ferramentas, clique em Opções e, na guia Ler, clique
arquivo no cabeçalho da mensagem. em Fontes. Selecione um idioma na parte superior e, em seguida,
Observações: Para salvar um anexo de arquivo, clique clique no botão Definir como padrão.
no menu Arquivo, aponte para Salvar anexos e, em seguida, Enviando mensagens internacionais: Quando respon- der a
clique no nome do arquivo. Para salvar o anexo a partir do painel uma mensagem, ela é enviada na mesma codificação de idioma
de visualização, clique no ícone de clipe de papel e, em seguida, da mensagem original. Se alterar a codificação do idioma na sua
selecione Salvar anexos. Quando uma mensagem tem um resposta, os caracteres originais podem não aparecer de maneira
arquivo anexado, um clipe de papel é exibido próximo a ela na apropriada, a menos que esteja enviando a mensagem em HTML
lista de mensagens. (e o programa de recepção possa ler HTML). É possível também
Encaminhar uma mensagem de correio: Selecione a mensagem enviar a mensagem usando Unicode; no entanto, nem todos os
que deseja encaminhar e, em seguida, no menu Mensagem, clique programas de correio e de leitura de notícias podem exibir
em Encaminhar. Digite o nome do correio eletrônico de cada uma mensagem Unicode.
destinatário. Separe cada nome com uma vírgula ou com um ponto Usar uma codificação diferente para enviar uma única
e vírgula (;). Digite sua mensagem e, em seguida, clique no botão mensagem: Na janela de mensagem, no menu Formatar, aponte
Enviar na barra de ferramentas. Se possuir várias contas de correio, para Codificação e, em seguida, clique na codificação de idioma que
clique na área De e, em seguida, clique na conta de correio que deseja usar. Mensagens novas usam a con- figuração de codificação
deseja usar para enviar a mensagem. Se estiver trabalhando off- padrão para envio de mensagens.
line, a mensagem será salva na Caixa de saída. Ela será enviada Definir a codificação padrão para enviar mensagens: No menu
automaticamente quando voltar para on-line. Ferramentas, clique em Opções, clique em Configurações
Observação: Se o item de menu ou o botão da barra de internacionais na guia Enviar e selecione a codificação padrão
ferramentas Encaminhar estiver desativado, certifique-se de que desejada.
fez download do corpo da mensagem do seu servidor de
notícias ou IMAP. CATÁLOGO DE ENDEREÇOS
Agrupar mensagens e suas respostas: Quando muitas
pessoas participam em conversações de correio eletrônico
ou de notícias, as respostas a uma determinada mensagem
podem se tornar difíceis de controlar. É possível configurar o
Outlook Express de maneira que as respostas à mensagem sejam
agrupadas sob a mensagem original. Em seguida, é possível exibir
somente a mensagem original ou a mensagem e todas as suas
respostas. Quando estiver na Caixa de entrada ou em um grupo
de notícias, clique no menu Exibir, aponte para Modo atual e,
em seguida, em Agrupar mensagens por conversação. Para
exibir conversações expandidas de todas as mensagens, clique
no menu Ferramentas, clique em Opções, clique em Ler e
selecione a caixa de seleção Expandir mensagens agrupadas
automaticamente.
Observações: Para exibir a mensagem original e todas O Catálogo de endereços fornece um local conveniente para
as respostas a ela, clique no sinal de adição (+) à esquerda da armazenar informações sobre contatos para recuperação fácil
mensagem original. Para exibir somente a mensagem original,
clique no sinal de subtração (–) próximo da mensagem. As através de outros programas como o Microsoft Outlook Express.
conversações são agrupadas de acordo com o título da mensagem Ele também possui o recurso de acesso a serviços de diretório de
original. Por exemplo, se a mensagem que inicia uma conversação Internet, que podem ser usados para procurar pessoas e empresas
é intitulada “Dicas para utilização do Outlook Express, “ todas na Internet. Descobrirá que os recursos a seguir o ajudarão a
as respostas a esta mensagem serão intituladas “RE: Dicas para organizar todas as suas informações de contatos na forma mais
utilização do Outlook Express. “ adequada para o seu uso.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Armazene informações sobre pessoas e grupos que são Imprima todo ou parte de seu Catálogo de endereços e leve-o
importantes: O Catálogo de endereços oferece um local consigo: Com três estilos de página para escolher, é possível
para armazenar endereços de correio eletrônico, endereços imprimir todas as informações de contatos, somente informações
residenciais e comerciais, números de telefone e de fax, comerciais ou somente números de telefones para alguns ou para
identificações digitais, informações sobre conferência, endereços todos os contatos.
para mensagens instantâneas e informações pessoais como Para abrir o Catálogo de endereços a partir do Outlook
aniversários, datas especiais e membros da família. Também se Express, clique no botão Endereços na barra de ferramentas ou
pode armazenar endereços de Internet individuais e comerciais e se clique no menu Ferramentas e selecione Catálogo de endereços.
conectar a eles diretamente a partir do seu Catálogo de endereços. Para abrir o Catálogo de endereços a partir de uma janela de
Para informações adicionais, que não se enquadrem nestas mensagem, clique no ícone Para, Cc ou Cco.
Observação: Para usar os serviços de diretório do Catálogo
categorias, há uma ampla seção para observações.
de endereços a partir do menu Iniciar do Windows, clique no
Localize pessoas e empresas usando os serviços de diretório
botão Iniciar, aponte para Localizar e, em seguida, clique em
LDAP: Os serviços de diretório são poderosas ferramentas que
Pessoas.
permitem pesquisar nomes e endereços na Internet. O Catálogo
de endereços oferece suporte a Lightweight Directory Access Organizar nomes no seu catálogo de endereços: Quando tiver
Protocol (LDAP) para usar os serviços de diretório da Internet. um Catálogo de endereços extenso, pode organizá-lo de várias
É possível usar estes serviços quando endereçar mensagens de formas para facilitar a recuperação de contatos e grupos. É possível
correio eletrônico. classificar nomes em ordem alfabética por nome, sobrenome ou
endereço de correio eletrônico e classificar a lista em ordem
Crie grupos de contatos para listas de correspondência: É crescente ou decrescente. Também é possível alterar a ordem
possível criar grupos de contatos para facilitar o envio de correio das colunas, de maneira que as informações que lhe são mais
eletrônico para um grupo de pessoas, como colegas de trabalho, importantes sejam listadas de uma maneira mais adequada. Além
parentes ou colegas de esporte. disso, é possível exibir uma lista de grupos separada- mente da lista
de contatos.
Sempre que desejar enviar mensagens para todas as pessoas no Para classificar contatos por nome, endereço de correio
grupo, basta usar o nome do grupo ao invés de digitar cada contato eletrônico ou número de telefone, clique no título da coluna
individualmente. A criação de grupos também é uma boa maneira apropriada acima da lista de nomes.
de organizar um Catálogo de endereços muito grande. Para alternar as colunas entre a ordem de classificação
crescente ou decrescente, clique no título da coluna.
Compartilhe seu Catálogo de endereços com outros usuários: Para alterar a ordem das colunas, aponte para o título de uma
Criando uma identidade, cada pessoa que usa o Catálogo de coluna (Nome, Endereço de correio eletrônico, Telefone
endereços pode organizar contatos em suas próprias pastas. Se residencial, etc.) e, em seguida, mantendo o botão direito do
desejarem, elas podem colocar conta- tos em uma pasta Contatos mouse pressionado, arraste a coluna para a esquerda ou para a
compartilhados para que outras identidades possam utilizá-lo. direita até que esteja posicionada no local desejado. Libere o botão
do mouse.
Para exibir uma lista de seus grupos de destinatários, clique no
Importe nomes de outros catálogos de endereços: Mudar para menu Exibir e, em seguida, certifique-se de que a opção Pastas e
o Outlook Express não significa abandonar as informações de grupos esteja selecionada.
seu catálogo de endereços antigo. É possível importar seus
catálogos de endereços pessoais de vários programas de correio Organizando contatos e subpastas: É possível manter
eletrônico populares, inclusive o Microsoft Exchange, Eudora contatos em sua pasta principal, assim como organizá-los em
Light e Eudora Pro, Netscape Communicator, Microsoft Internet subpastas. Se tiver contatos que deseja compartilhar com outras
Mail para Windows 3.1 e qualquer outro programa que exporta pessoas com as quais você compartilha o Outlook Express,
arquivos de texto com valores separados por vírgulas (CSV), pode mover contatos para a pasta Contatos compartilhados,
como o Microsoft Outlook. Também é possível usar os arquivos onde outras identidades podem vê-las quando usam o Catálogo de
do Catálogo de endereços com o Microsoft Exchange ou qualquer endereços.
outro programa que importe arquivos no formato CSV. As subpastas estão sempre em ordem alfabética e não é
Envie e receba cartões de visita: Cartões de visita são a nova possível reorganizá-las. Se não for possível ver as pastas à
maneira de enviar informações de contato eletronicamente. esquerda, aponte para o menu Exibir e selecione Pastas e grupos.
Quando criar um cartão de visita no Catálogo de endereços, Criar uma subpasta: No Catálogo de endereços, clique no
suas informações de contato são armazenadas no formato vCard, de botão Novo na barra de ferramentas e, em seguida, clique em
maneira que possa ser trocado entre diferentes programas (como Nova pasta.
correio eletrônico, catálogos de endereços e agendas pessoais) e Observações: Uma pasta de identidade nova é
entre dispositivos digitais diferentes (como computadores de automaticamente criada quando criar uma identidade no Outlook
mesa, laptops ou computadores portáteis, assistentes pessoais Express ou em qualquer outro aplicativo com reconhecimento
digitais e equipamento de telefonia). de identidade. Lembre-se de que as pastas Contatos da identidade
principal e Contatos compartilhados não podem ser excluídas.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

Compartilhar contatos: Há duas pastas de identidades Para adicionar uma pessoa diretamente ao grupo, sem
que existem automaticamente no Catálogo de endereços: a adicionar o nome ao seu Catálogo de endereços, digite o nome
pasta Contatos da identidade principal e a pasta que permite e o endereço de correio eletrônico da pessoa na metade inferior
compartilhar contatos com outras identidades, a pasta Contatos da caixa de diálogo Propriedades e, em seguida, clique em
compartilhados. Nenhuma destas pastas pode ser excluída Adicionar. Para adicionar uma pessoa ao grupo e ao Catálogo de
(embora aparecerão pastas de identidades adicionais, à medida endereços, clique em Novo contato e preencha as informações
que novas identidades são criadas). É possível fazer com que apropriadas. Repita para cada adição até que o grupo esteja
um contato fique disponível para outras identidades, colocando-o definido.
na pasta Contatos compartilhados. É possível criar um
novo contato na pasta compartilhada ou compartilhar um contato Observação: Para exibir uma lista de todos os grupos
existente, movendo um de seus contatos para a pasta Contatos separadamente das listagens do Catálogo de endereços, clique
compartilhados. Se não for possível ver a pasta Contatos no menu Exibir no Catálogo de endereços e, em seguida,
compartilhados à esquerda, aponte para o menu Exibir e certifique-se de que a opção “Pastas e grupos” possui uma marca
selecione Pastas e grupos. de seleção.
Compartilhar um contato: Na lista de contatos, selecione Mover um contato ou um grupo: Na lista de contatos do
o contato que deseja compartilhar. Arraste o contato para a Catálogo de endereços, selecione o nome do contato ou grupo
pasta Contatos compartilhados ou para uma de suas subpastas. que deseja mover. Arraste o contato ou o grupo da lista à direita
Isto permitirá que outras identidades vejam o contato. para o grupo ou pasta desejada à esquerda.
Observações: Se arrastar um contato para a pasta Contatos Observações: Os contatos arrastados para um grupo são
compartilhados, o terá movido e ele não existirá mais na pasta adicionados ao grupo, deixando duplicatas na pasta original, mas
original. É possível fazer uma cópia das informações do contato um grupo ou um contato arrastados para uma pasta são movidos.
na sua pasta, mas as alterações não serão refletidas na pasta Se não vir a pasta Contatos compartilhados à esquerda, aponte
Contatos compartilhados ou vice-versa. para o menu Exibir e selecione Pastas e grupos. Subpastas não
Identidades: É possível criar um “identidade” diferente no podem ser movidas na lista de pastas de uma identidade.
Outlook Express (ou em outros aplicativos que usam identidades) Excluir um contato do seu catálogo de endereços: Na lista de
para cada pessoa que usa o programa. Por exemplo, você e um contatos, clique no contato que deseja excluir e, em seguida, clique
membro da sua família podem compartilhar o Outlook Express. no botão Excluir na barra de ferramentas. O nome do contato
Cada um de vocês pode exibir suas próprias mensagens e seus também é removido de qualquer grupo do qual faça parte.
próprios contatos, criando uma identidade para si mesmo.
Excluir um contato de um grupo: No Catálogo de endereços,
Quando sua identidade estiver estabelecida, é possível criar
clique duas vezes no nome do grupo. Na lista Membros do
subpastas e organizar seus contatos da maneira como desejar.
grupo, clique no nome que deseja excluir, clique em Remover
Observação: Seus contatos não são particulares. A partir
e, em seguida, clique em OK. Apesar de o contato ser removido
do menu Arquivo, é possível clicar em Exibir todo o conteúdo
do grupo, a entrada individual do contato permanece no Catálogo
para ver todos os contatos de todas as identidades. Se não puder
de endereços.
ver a pasta Contatos compartilhados à esquerda do Catálogo de
endereços, aponte para o menu Exibir e selecione Pastas e grupos. Excluir um grupo da lista do catálogo de endereços: No
Criar um grupo: É possível enviar uma mensagem para um seu Catálogo de endereços, clique no nome do grupo na lista
grupo de pessoas, criando um grupo de destinatá- rios (ou “alias”) e, em seguida, clique no botão Excluir na barra de ferramentas.
contendo seus nomes. Em seguida, simplesmente digite o nome Isto exclui o grupo, mas mantém as entradas dos indivíduos que
do grupo na caixa Para quando enviar mensagens. constituíam o grupo.
É possível criar vários grupos e um contato pode pertencer
a mais de um grupo. No Catálogo de endereços,selecione a pasta ATALHOS DO TECLADO DO OUTLOOK EXPRESS
na qual deseja criar um grupo, clique no botão Novo na barra de É possível usar teclas de atalho para selecionar comandos
ferramentas e, em seguida, clique em Novo grupo. A caixa de e navegar pelo painel de visualização e pela lista de mensagens.
diálogo Propriedades é aberta. Na caixa Nome do grupo, digite Exceto onde indicado, os atalhos se aplicam tanto para
o nome do grupo. mensagens como para grupos de notícias.
É possível adicionar pessoas de várias maneiras ao grupo — e Janela principal, janela de exibição de mensagens e janela de
em alguns casos também ao seu Catálogo de endereços. Para envio de mensagens:
adicionar uma pessoa da lista do seu Catálogo de endereços,
Janela de mensagem – somente enviando
clique em Selecionar membros e, em seguida, clique em um nome
da lista do Catálogo de endereços.
Para Pressione
Para usar um serviço de diretório, clique em Selecionar Abrir tópicos da Ajuda F1
membros e, em seguida, clique no botão Localizar. Selecione Selecionar todas as mensagens Ctrl+A
um serviço de diretório na lista suspensa no final da caixa de texto.
Depois de localizar e selecionar um endereço, ele é
automaticamente adicionado ao seu Catálogo de endereços.

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Janela principal e janela de mensagem: 3 - Conferir novos e-mails automaticamente: A não ser que
PARA PresSione você queira ficar checando a sua caixa de entrada a todo momento,
você terá grandes chances de não receber um e-mail importante na
hora correta. Para prevenir isso, basta configurar o Outlook para
Imprimir a mensagem selecionada Ctrl+P checar as mensagens automaticamente num intervalo de tempo
Enviar e receber mensagens Ctrl+M escolhido por você. Vá em Ferramentas / Opções e na orelha
Excluir uma mensagem de correio Del ou Geral, selecione Checar por novas mensagens a cada X minutos,
onde X é o tempo escolhido por você.
Ctrl+D 4 - Importando listas de contato/catálogo de endereços:
Abrir ou postar uma nova mensagem Ctrl+N Você pode importar listas de endereços de outros arquivos
Abrir o Catálogo de endereços Ctrl+Shift+B de contatos do Windows ou do Netscape Communicator, por
Responder ao autor da mensagem Ctrl+R
exemplo. Para isso, vá no menu Arquivo, escolha Importar e
selecione Catálogo de Endereços. Então, navegue até encontrar
Encaminhar uma mensagem Ctrl+F
um arquivo W AB (Windows Adress Book) e clique em Abrir.
Crl+Shift+R ou
Ctrl+G (somente
Para catálogos que não são nativos do Windows, selecione Outro
Responder a todos notícias) Catálogo de Endereços, no comando Importar em Arquivo e
Ir para sua Caixa de entrada Ctrl+I navegue até encontrar a lista. Se não conseguir nenhum arquivo,
Ctrl+> ou
exporte a lista de endereços do programa original nos formatos
CSV de texto ou LDAP Directory Interchange Format.
Ir para a próxima mensagem da lista
Ctrl+Shift+> 5 - Resposta Automática: Você pode criar respostas
Ctrl+< ou
automáticas, criando uma mensagem no seu processador de texto
e salvando-o como TXT. Depois, vá no menu Ferramentas no
Ir para a mensagem anterior da lista Outlook e selecione Regras para Mensagens, apontando as opções
Ctrl+Shift +<
Exibir as propriedades de uma mensagem de Correio. Dentro da janela, selecione as condições para a regra,
selecionada
Alt+Enter clique na caixa Para Todas as Mensagens e escolha Responder
Atualizar novas mensagens e cabeçalhos F5 com Mensagem e configure as ações para a regra. Sob a descrição
da regra você verá o link Mensagem. Clique nele e navegue
Ir para a próxima mensagem não lida Ctrl+U
até achar o arquivo TXT que você tinha salvado. Finalmente,
Ir para a próxima conversação de notícias não lida Ctrl+Shift+U quando o Windows pedir que você dê um nome à regra, chame-a
de “resposta automática” e clique em ok.
Ir para a pasta Ctrl+Y
6 - Mensagens de grupo e respostas conjuntas: Quando
um grande número de pessoas envolvem-se em conversações
Janela principal: por e-mail e grupos de discussão, respostas a uma determinada
Para Pressione mensagem podem tornar-se difíceis de achar. O Outlook permite
organizar respostas para que apareçam debaixo a mensagem
Verificar nomes CTRL+K ou ALT+K original. Para isso, dentro da Caixa de Entrada, vá no menu Exibir
e selecione Modo de Exibição Atual. Em seguida, clique em
Verificar ortografia F7
Agrupar Mensagens por Conversação. Agora, clique no sinal de
Inserir assinatura Ctrl+Shift+S “+” que aparece à esquerda da mensagem original e a lista completa
de respostas será exibida.
Janela de mensagem – exibindo ou enviando 7 - Mandar mensagens grandes: Para manter o tráfego
Para Pressione da internet movendo-se rapidamente, muitos servidores de
e-mail mantém um limite para o tamanho das mensagens que você
Fechar uma mensagem Esc pode mandar e receber, geralmente tornando impossível enviar
mensagens maiores de 1 MB. O Outlook pode dividir a mensagem
Localizar texto F3 em porções e reúne-as novamente quando chegarem na caixa
Localizar uma mensagem Ctrl+Shift+F de entrada do destinatário. Para isso, vá no menu Ferramentas /
Contas/ Correio e Propriedades. Mude para Avançado e clique na
Alternar entre as guias Editar, Fonte e Visualizar Ctrl+Tab opção Quebrar Mensagens Maiores que XXX KB, onde XXX é o
tamanho escolhido por você.
8 - Verificar ortografia sempre: Para o Outlook verificar
ALGUMAS DICAS SOBRE OUTLOOK EXPRESS a ortografia das mensagens antes delas serem mandadas, vá no
1 - Bloquear e-mails indesejáveis: Se alguém lhe incomoda menu Ferramentas / Opções. Vá na orelha Verificar Ortografia
mandando e-mails, ou simplesmente você não quer receber e marque Sempre Verificar Ortografia Antes de Enviar, para que
mensagens de um determinado endereço eletrônico, basta seus e-mails sejam revisados antes de serem mandados. Mas vale
selecionar a mensagem. No menu Mensagem, selecione Bloquear lembrar que é preciso ter o MS-Office no seu computador para
Remetente. O e-mail escolhido, aparece na caixa Endereço, onde que o Outlook possa usar os dicionários e assim fazer a correção
você poderá selecionar a opção de bloqueio desejada. ortográfica.
2 - Encaminhar mensagens em massa: Se você tiver uma 9 - Evitar inclusão automática de contato no catálogo
grande quantidade de mensagens salvas que quer mandar para de endereços: Quando você responde a uma mensagem, o
um amigo de uma só vez, vá à pasta contendo todas as mensagens endereço dela é automaticamente incluído no seu catálogo de
e pressionando a tecla Ctrl, clique em cada uma delas. Uma vez
que todas tenham sidos selecionadas, clique em Encaminhar na endereços. Para evitar isso, vá em Ferramentas / Opções / Enviar
barra de ferramentas principal e a janela Nova Mensagem aparecerá e desmarque a caixa Incluir Automaticamente no Catálogo de
com todos os e-mails marcados como anexo. Endereços as Pessoas a Quem Respondo.

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10 - Marcar mensagens como lidas rapidamente: As vezes, 4. Programas de news group: Os browsers incluem também
você recebe muitas mensagens e somente dá uma olhada rápida na sua versão básica leitores de news group. Ainda assim,
sobre elas. Com isso, muitas vezes, a mensagem acaba não sendo vários programas especializados como o Archie continuam a ser
marcada como lida, por causa da velocidade com a qual você comercializados com sucesso.
passou por elas. Para mudar isso, vá em Ferramentas / Opções 5. Programas que permitem reuniões virtuais: O Netmeeting,
/ Ler e marque a caixa Marcar Mensagem Como Lida Após XX IRCs, ICQ e outros permitem desde simples bate-papo, até vídeo
Segundos, onde XX é o tempo determinado por você. conferência e trabalho conjunto online. Muito pouco utilizados
até o presente para fins comerciais, especialmente o IRC e o ICQ.
CONCEITOS BÁSICOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO Ultimamente vem-se desenvolvendo o CHAT via WEB.
DE TECNOLOGIAS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS 6. Programas que permitem conversação via telefônica
E PROCEDIMENTOS ASSOCIADOS À INTERNET E utilizando-se os protocolos da Internet: Interessante para empresas
INTRANET. que possuem atuação Nacional ou Internacional.
7. Programas que permitem o contato remoto com a rede: Estes
INTRANET transformam a relação de trabalho, possibilitando que qualquer
funcionário devidamente autorizado, possa entrar na rede interna
a partir de qualquer lugar onde haja um computador e uma linha
telefônica.Transforma assim o trabalho em casa numa realidade.
8. Programas de treinamento: Programas desenvolvidos para
facilitar o aprendizado remoto, tipo instrução programada

Principais vantagens na utilização de redes internas


Intranet.

A Intranet é uma rede de computadores interna, onde são


utilizados os protocolos da Internet, seus programas e seus
conceitos. Assim o fato de existir uma rede e haver troca de e-mails
entre os participantes da rede ainda não configura uma Intranet. Os
principais programas utilizados na Intranet são;
- Otimizar recursos, diminuindo a quantidade de hardware
1. Programas de e-mail:Todos os atuais browsers estão necessário (menos impressoras, fax, CD-rom, HDs, modems) uma
incluindo programas de e-mail em suas versões básicas; outros vez que há a possibilidade de serem compartilhados recursos.
programas como Eudora e Pegasus também são muito utilizados. As - Otimizar recursos humanos: Os setores de suporte,
“suites” desenvolvidas pela Lotus incluem ferramentas de correio assistência técnica, especificação, compras, transporte,
eletrônico para serem utilizadas em redes Intranet. A capacidade inspeção, armazenamento, acompanhamento de fabricação,
de lidar com grande quantidade de endereços e localização rápida acompanhamento de projetos ou obras, gerência de contratos,
dos mesmos está sendo implementada a cada nova versão, face aos jurídico, pessoal, normas , comunicação social , auditoria,
interesses comerciais envolvidos. financeiro, contas a pagar, contas a receber, tesouraria, vendas,
2. Informações que se utilizam dos protocolos http: Os gerência e diretoria são os principais beneficiados pela rapidez e
browsers como Mozaic, Netscape, Internet Explorer e Opera facilidade de consulta e resposta ao cliente.
- Redução do tempo de busca de uma informação: A utilização
são as estrelas da Internet pela sua poderosa interface gráfica e
de sites internos de cada setor da empresa, na Intranet, possibilita
apresentação de recursos multimídia e atualmente pela segurança a resposta instantânea às perguntas efetuadas pelos gerentes,
no trânsito das informações. Na Intranet também são os favoritos diretores e clientes.
tendo como vantagem o fato de ser a Intranet mais rápida que a - As FAQ (Perguntas mais freqüentes) fazem com que o
Internet. conhecimento da empresa cresça e com o nível de atendimento.
3. O protocolo de transferência de arquivos FTP: Os Uma dúvida esclarecida passa a ser de conhecimento de todos e
programas de FTP como WS-ftp, Get right, Anarchie(Mac) são com isto ganha-se tempo.
muito utilizados e permitem transferência de arquivos com maior - As ferramentas que possibilitam ao administrador saber onde
velocidade do que com o protocolo http. Permitem também que o documento está e qual ação está sendo executada neste instante
um download seja retomado a partir de determinado momento de transforma a cobrança de soluções. Passa-se, a saber, com muito
interrupção evitando-se assim recomeçar a cada queda da rede, maior precisão o tempo que cada setor ou funcionário executa a
como o Get right. tarefa que lhe foi designada.

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A possibilidade de comunicação remota a rede interna, alem 1. Camada de Interface de Rede


de descentralizar o trabalho faz com que algumas tarefas sejam Também chamada camada de abstração de hardware, tem
extremamente agilizadas. Neste caso estão os seguros e vistorias como função principal a interface do modelo TCP/IP com os
de veículos, as reportagens, a transmissão de pedidos, os relatórios diversos tipos de redes (X.25, ATM, FDDI, Ethernet, Token
de visita e viagem, as inspeções. Ring, Frame Relay, sistema de conexão ponto-a-ponto SLIP,etc.).
PROTOCOLO TCP/IP Como há uma grande variedade de tecnologias de rede, que
utilizam diferentes velocidades, protocolos, meios transmissão,
1. HISTÓRICO etc. , esta camada não é normatizada pelo modelo, o que provê
A arquitetura TCP/IP surgiu com a criação de uma rede uma das grandes virtudes do modelo TCP/IP: a possibilidade de
patrocinada pelo Departamento de Defesa do governo dos Estados interconexão e interoperação de redes heterogêneas.
Unidos da América (DoD - Department of Defense). Uma das 2. Camada de Rede (IP)
tarefas essenciais dessa rede seria manter comunicados, mesmo A camada de rede é a primeira (normatizada) do modelo.
que apenas uma parte, órgãos do governo e universidades, Também conhecida como camada Internet, é responsável pelo
numa ocorrência de guerras ou catástrofes que afetassem os
endereçamento, roteamento dos pacotes, controle de envio
meios de comunicação daquele país. Dessa necessidade, surgiu
e recepção (erros, bufferização, fragmentação, seqüência,
a ARPANET, uma rede que permaneceria intacta caso um dos
reconhecimento, etc.), etc.Dentre os protocolos da Camada de
servidores perdesse a conexão.
Rede, destaca-se inicialmente o IP (Internet Protocol), além do
A ARPANET necessitava então de um modelo de protocolos
ARP, ICMP, RARP e dos protocolos de roteamento (RIP ,IGP,
que assegurasse tal funcionalidade esperada, mostrando-se
confiável, flexível e de fácil implementação. OSPF, Hello, EGP e GGP). Demais informações a respeito dos
protocolos desta camada, serão descritas adiante. A camada de
rede é uma camada não orientada à conexão, portanto se comunica
através de datagramas.
3. Camada de Transporte
A camada de transporte é uma camada fim-a-fim, isto é,
uma entidade desta camada só se comunica com a sua entidade-
par do host destinatário. É nesta camada que se faz o controle da
conversação entre as aplicações intercomunicadas da rede.
A camada de transporte utiliza dois protocolos: o TCP e o UDP.
É então desenvolvida a arquitetura TCP/IP, que se torna um O primeiro é orientado à conexão e o segundo é não orientado
padrão de fato. A ARPANET cresceu e tornou-se a rede mundial à conexão . Ambos os protocolos podem servir a mais de uma
de computadores - internet. A utilização (e facilidades) do aplicação simultaneamente. O acesso das aplicações à camada de
padrão TCP/IP utilizado pelos fabricantes de outras redes, com transporte é feito através de portas que recebem um número inteiro
a finalidade da conectividade com a internet. Hoje, quando se para cada tipo de aplicação, podendo também tais portas serem
menciona TCP/IP, vem imediata a associação com a internet, criadas ao passo em que novas necessidades vão surgindo com o
ocorrendo de modo idêntico o inverso: a internet está diretamente desenvolvimento de novas aplicações. A maneira como a camada
relacionada à arquitetura TCP/IP. de transporte transmite dados das várias aplicações simultâneas
2. MODELO TCP/IP é por intermédio da multiplexação, onde várias mensagens são
repassadas para a camada de rede (especificamente ao protocolo
IP) que se encarregará de empacotá-las e mandar para uma ou mais
interface de rede. Chegando ao destinatário o protocolo IP repassa
para a camada de transporte que demultiplexa para as portas
(aplicações) específicas. Quanto aos detalhes dos protocolos desta
camada, serão descritos adiante.
4. Camada de Aplicação
É formada pelos protocolos utilizados pelas diversas
aplicações do modelo TCP/IP. Esta camada não possui um
padrão comum. O padrão estabelece-se para cada aplicação. Isto
O modelo TCP/IP é constituído basicamente por duas (02) é, o FTP possui seu próprio protocolo, o TELNET possui o seu
camadas: a camada de rede e a camada de transporte. Tanto a próprio, bem como o SNMP, GOPHER, DNS, etc. É na camada
camada de aplicação quanto a camada de interface de rede não de aplicação que se estabelece o tratamento das diferenças entre
possuem uma norma definida, devendo a camada de aplicação representação de formato de dados. O endereçamento da aplicação
utilizar serviços da camada de transporte, a ser definida adiante, na rede é provido através da utilização de portas para comunicação
e a camada de interface de rede prover a interface dos diversos
com a camada de transporte. Para cada aplicação existe uma porta
tipos de rede com o protocolo (promovendo em conseqüência a
predeterminada. Demais informações sobre as aplicações serão
interoperação entre as diversas arquiteturas de rede — Ethernet,
descritas adiante em um tópico específico.
Token Ring, ATM,etc.

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3. Endereçamento Principais funções :


O endereçamento de datagramas no modelo TCP/IP é a. Transferência de dados — Através de mensagens
implementado pela camada de rede (IP). Uma das informações de tamanho variável em full-duplex;
de controle do datagrama é o endereço IP do destinatário e do b. Transferência de dados urgentes — Informações de
emitente. O endereço IP é formado por um número de 32 bits no controle, por exemplo;
formato nnn.nnn.nnn.nnn onde cada nnn pode variar de 0 até 255 c. Estabelecimento e liberação de conexão — Antes
(1 octeto = 8 bits). Os endereços possui uma classificação que varia e depois das transferências de dados, através de um mecanismo
de acordo com o número de sub-redes e de hosts. Tal classificação chamado three-way-handshake;
tem por finalidade otimizar o roteamento de mensagens na rede. Os
d. Multiplexação — As mensagens de cada aplicação
endereços são fornecidos por uma entidade central: NIC (Network
simultânea são multiplexadas para repasse ao IP. Ao chegar ao
Information Center), e devem ser únicos para cada estação (host).
destino, o TCP demultiplexa as mensagens para as aplicações
Para o usuário dos serviços de rede, há uma forma mais simples de
destinatárias;
endereçamento. Através do DNS, são associados um nome a um
endereço IP. e. Segmentação — Quando o tamanho do pacote IP
1. Mapeamento dos Endereços não suporta o tamanho do dado a ser transmitido, o TCP segmenta
A única forma de comunicação entre duas máquinas é através (mantendo a ordem) para posterior remontagem na máquina
do seu endereço físico. Como já visto, o modelo TCP/IP pode destinatária;
interligar redes heterogêneas, portanto não há uma padronização f. Controle do fluxo — Através de um sistema de
de endereços físicos que pudesse relacionar direta e unicamente buferização denominada janela deslizante, o TCP envia uma série
uma máquina e seu endereço IP. de pacotes sem aguardar o reconhecimento de cada um deles. Na
Para resolver estes problemas de mapeamento do endereço medida em que recebe o reconhecimento de cada bloco enviado,
IP para o endereço físico da rede, é utilizado o protocolo ARP atualiza o buffer (caso reconhecimento positivo) ou reenvia
(Address Resolution Protocol) que encontra o endereço físico (caso reconhecimento negativo ou não reconhecimento após um
relacionado à um endereço IP fornecido. De igual forma, em se timeout);
querendo um endereço IP a partir do endereço físico, utiliza-se o g. Controle de erros — Além da numeração dos
protocolo RARP (Reverse Address Resolution Protocol). segmentos transmitidos, vai junto com o header uma soma
Há duas categorias de mapeamento. Quando o tamanho do verificadora dos dados transmitidos (checksum), assim o
endereço físico é menor ou igual ao tamanho do endereço IP (32 destinatário verifica a soma com o cálculo dos dados recebidos).
bits), pode-se fazer o endereço físico e o endereço IP iguais. De h. Precedência e segurança — Os níveis de segurança
outra forma, quando o tamanho do endereço físico é maior que o e precedência são utilizados para tratamento de dados durante a
do endereço IP (o endereço Ethernet, por exemplo, tem 48 bits) transmissão.
então é criada uma tabela de mapeamento.
2. UDP (User Datagram Protocol)
Endereço IP Endereço Ethernet O UDP é um protocolo mais rápido do que o TCP, pelo fato de
223.1.2.1 08-00-39-00-2F-C3 não verificar o reconhecimento das mensagens enviadas. Por este
223.2.3.1 08-00-10-99-AC-54 mesmo motivo, não é confiável como o TCP. O protocolo é não-
orientado à conexão, e não provê muitas funções: não controla o
4. Protocolos fluxo podendo os datagramas chegarem fora de seqüência ou até
1. Transporte mesmo não chegarem ao destinatário. Opcionalmente pode conter
1. TCP (Transmission Control um campo checksum, sendo que os datagramas que não conferem
Protocol)
este campo ao chegarem no destino, são descartados, cabendo à
aplicação recuperá-lo.

2. Rede
1. IP (Internet Protocol)
função básica do protocolo IP é o transporte dos blocos de
dados por entre as sub-redes até chegar ao destinatário. Durante
o tráfego pelas sub-redes, existem componentes denominados
gateways, que desvia o datagrama IP para outras sub-redes ou
para o destinatário, se este fizer parte da sub-rede a que o gateway
está conectado. Por limitação tecnológica, algumas sub-redes
É o protocolo TCP que faz a comunicação fim-a-fim da rede. tem capacidade apenas para trafegar pacotes menores (volume de
É orientado à conexão e altamente confiável independente da dados menor). Assim, o roteador fragmenta o datagrama original
qualidade de serviços das sub-redes que servem de caminho. Para em datagramas menores, que serão restabelecidos futuramente
a confiabilidade de transmissão, garante a entrega das informações quando possível.
na seqüência em que lhe foi fornecida, sem perda nem duplicação.

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2. ICMP (Internet Control Message Protocol) 1. Roteamento Direto


O protocolo ICMP é utilizado para transmissão de mensagens O roteamento direto ocorre quando a estação destinatária
de controle ou de ocorrência de problemas. Utiliza o protocolo do datagrama está na mesma sub-rede física da estação origem.
IP para a transporte das mensagens. Geralmente as mensagens A checagem é feita comparando o endereço IP do emissor e do
ICMP são geradas pelos gateways, podendo também ser gerada destinatário constantes no datagrama IP. Nesse caso o conteúdo
pela estação destinatária. No caso de problemas com datagramas do datagrama recebe o endereço físico da estação e é enviado
enviados pela estação de origem, o ICMP inclui no seu datagrama diretamente pela mesma sub-rede.
de ocorrências, o cabeçalho além de 64 bits iniciais dos dados do 2. Roteamento Indireto
datagrama IP que originou o erro. As ocorrências do ICMP podem
No caso do roteamento indireto, o emissor deve enviar para
ser:
o gateway o datagrama com o endereço IP do destinatário. O
a. Destinatário inacessível;
gateway verificará se o destinatário pertence a uma das sub-redes a
b. Ajuste de fonte — Solicita à estação a redução da taxa
ele conectadas, e em caso positivo envia o pacote diretamente para
de emissão de datagramas;
a estação. Caso o gateway não localize o destinatário como um
c. Redireção — Rota mais adequada para a estação membro de uma das sub-redes a ele conectadas, ele envia o pacote
destinatária (para atualização da tabela de endereço dos roteadores; para outro gateway (de acordo com sua tabela de roteamento), que
d. Eco e Resposta de Eco; verificará o mesmo, e assim por diante até encontrar o destinatário
e. Tempo excedido; ou terminar o tempo de vida do pacote.
f. Problemas de parâmetros;
3. Algorítmos de Roteamento
g. Marca de Tempo e Resposta à Marca de Tempo;
São a forma como os gateways localizam as diversas redes e
h. Solicitação de informações e Respostas de Informações;
estações. Podem ser:
i. Solicitação de Máscara de endereço e Resposta à
a. Roteamento Vector-Distance;
Mascara de Endereço.
b. Roteamento Link-State (shortest path first)
3. ARP (Address Resolution Protocol) Protocolos de Roteamento
São utilizados para o mapeamento dinâmico do endereço Os protocolos de roteamento padronizam a forma como
IP. Quando inicializadas, as estações não possuem uma tabela de os gateways trocam informações necessárias à execução dos
endereços IP/físico armazenada. Em vez disso, para cada endereço algorítmos de roteamento.
IP que não esteja na tabela da estação, o protocolo ARP manda 1. EGP (Exterior Gateway Protocol)
uma solicitação via broadcast do endereço físico para o endereço
IP determinado. O destinatário que tiver o endereço IP informado Não está vinculado a nenhum algoritmo de roteamento, isto
significa que os gateways que se comunicam não necessitam rodar
responde (à máquina solicitante) seu endereço físico. Nessa
o mesmo algoritmo. Define as informações a serem trocadas entre
ocasião, tanto a tabela da máquina origem quanto a da máquina
Gateways Exteriores. As mensagens são associadas a cada sistema
destinatária são atualizadas com os endereços.
autônomo através de uma identificação no header da mensagem
do EGP. Estas mensagens só trafegam em gateways vizinhos.
4. RARP (Reverse Address Resolution Protocol)
Dois gateways tornam-se vizinhos quando trocam mensagens de
De forma inversa ao ARP, o RARP procura um endereço
Aquisição de Vizinho. Após isso, verificam o estado do vizinho
IP relacionado a um endereço físico determinado. Geralmente através da mensagem de Disponibilidade e através da mensagem
quem mais utiliza tal protocolo são as estações de rede diskless Alcance identificam quais redes podem ser acessadas a partir do
que possuem apenas o endereço físico, durante o processo de vizinho.
inicialização. Para que o RARP funcione, é necessário ao menos
um servidor RARP , que possui informações de mapeamento de 2. RIP (Routing Information Protocol)
todas as estações da rede. Da mesma forma que o ARP, o RARP Desenvolvido na Universidade de Berkeley - California,
envia uma mensagem broadcast solicitando o endereço IP. São permite a troca de informações com o algoritmo Vector-Distance
pesquisados nas tabelas dos servidores o endereço solicitado, sendo em uma sub-rede dotada de difusão de mensagens. Um gateway
então devolvida uma mensagem RARP contento a informação executando RIP no modo ativo envia informações a cada 30
solicitada. Caso haja mais de um servidor RARP, um deles é segundos ou quando solicitado. As mensagens contém informações
determinado como prioritário, onde será feita a primeira pesquisa. de todas as tabela de roteamento do gateway. Estas informações
Se dentro de um intervalo de tempo não houver respostas, outros são: O endereço IP da sub-rede e a distância do gateway (quantidade
servidores iniciarão a pesquisa. de gateways). As estações e gateways que recebem as mensagens
atualizam sua tabela de acordo com o algoritmo vector-distance.
5. Roteamento
3. OSPF
É o processo de escolha do caminho pelo qual o pacote deve
Foi desenvolvido por um grupo de trabalho da Internet
chegar à estação destinatária. O roteamento pode ser direto ou
Engineering Task Force, para roteamento de grandes redes. Utiliza
indireto. o algoritmo de roteamento SPF e possui várias vantagens:

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a. Roteamento de acordo com o tipo de serviço; 3. SNMP (Simple Network Management Protocol)
b. Balanceamento de carga entre rotas do mesmo tamanho; É utilizado para trafegar as informações de controle da
c. Definição de rotas específicas para máquinas e redes; rede. De acordo com o sistema de gerenciamento da arquitetura
d. Modularização do SA, através da criação de áreas que TCP/IP, existem o agente e o gerente que coletam e processam,
contém gateways e redes. A topologia de tais áreas são conhecidas respectivamente, dados sobre erros, problemas, violação de
apenas nesta área. protocolos, dentre outros. Na rede existe uma base de dados
e. Definição de uma topologia de rede virtual que abstraia denominada MIB (Management Information Base) onde
detalhes da rede real; são guardadas informações sobre hosts, gateways, interfaces
f. Divulgação de mensagens recebidas de Gateways individuais de rede, tradução de endereços, e softwares relativos
Exteriores. ao IP, ICMP, TCP, UDP, etc. Através do SNMP pode-se acessar os
valores dessas variáveis, receber informações sobre problemas na
6. Aplicações rede, armazenar valores, todos através da base do MIB.
As aplicações, no modelo TCP/IP, não possuem uma
padronização comum. Cada uma possui um RFC próprio. O
4. DNS (Domain Name System)
endereçamento das aplicações é feito através de portas (chamadas
padronizadas a serviços dos protocolos TCP e UDP), por onde
são passados as mensagens. Como já mencionado, é na camada
de Aplicação que se trata a compatibilidade entre os diversos
formatos representados pelos variados tipos de estações da rede.
A comunicação entre as máquinas da rede é possibilitada
através de primitivas de acesso das camadas UDP e TCP. Antes
de iniciar o estabelecimento da conexão, são executadas as
primitivas socket, que cria um ponto terminal de comunicação, e
bind que registra o endereço da aplicação (número da porta). Para
estabelecer a conexão (com o protocolo TCP), a aplicação servidora
executa a primitiva listen enquanto que a cliente executa connect.
A aplicação servidora usa o accept para receber e estabelecer a
O DNS é um mecanismo para gerenciamento de domínios em
conexão. Já o UDP, como não é orientado à conexão, logo após o
forma de árvore. Tudo começa com a padronização da nomenclatura
socket e o bind, utiliza as primitivas sendto e recvfrom.
onde cada nó da arvore é separado no nome por pontos. No nível mais
alto podemos ter: COM para organizações comerciais, EDU para
1. TELNET (Terminal Virtual)
É um protocolo que permite a operação em um sistema instituições educacionais, GOV para instituições governamentais,
remoto através de uma sessão de terminal. Com isso, a aplicação etc.
servidora recebe as teclas acionadas no terminal remoto como se
fosse local. Utiliza a porta 23 do TCP. O TELNET oferece três
serviços: Definição de um terminal virtual de rede, Negociação
de opções (modo de operação, eco, etc.) e Transferência de dados.

2. FTP (File Transfer Protocol)

O DNS possui um algoritmo confiável e eficiente para tradução


de mapeamento de nomes e endereços.
Provê serviços de transferência, renomeação e eliminação de
arquivos, além da criação, modificação e exclusão de diretórios. 5. SMTP (Simple Mail Tansfer Protocol)
Para sua operação, são mantidas duas conexões: uma de dados e Implementa o sistema de correio eletrônico da internet,
outra de controle. Não implementa segurança, o que deixa para o operando não orientado à conexão, provê serviços de envio
TCP, exceto as requisições de senhas de acesso a determinados e recepção de mensagens do usuário. Tais mensagens são
arquivos (ou servidores FTP). As transferências de arquivos podem armazenadas num servidor de correio eletrônico onde o usuário
ser no modo TEXTO, onde há conversões de codificação para o destinatário está cadastrado, até que este solicite-a, quando são
sistema destinatário, e o modo BINÁRIO, onde não há nenhuma apagadas da área de transferência do sistema originador.
conversão e todos os bytes são transferidos como estão.

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INFORMÁTICA

CONCEITOS DE PROTEÇÃO E
SEGURANÇA, REALIZAÇÃO DE CÓPIAS
DE SEGURANÇA (BACKUP), VÍRUS E
ATAQUES A COMPUTADORES.

O SMTP divide a mensagem em duas partes: corpo e cabeçalho


que são separados por uma linha em branco. No cabeçalho existe
uma seqüência de linhas que identificam o emissor, o destinatário,
o assunto, e algumas outras informações opcionais.

6. RPC (Remote Procedure Call)


Termos como informação, sistemas de informação (SI) e
tecnologias de informação (TI) são freqüentemente usados pelas
Implementa mecanismos de procedimentos de chamada organizações para gerenciar suas atividades diárias, em todas as
remota, úteis no desenvolvimento de aplicações cliente-servidor suas áreas funcionais. Encontram-se aplicações de SI nas áreas
com um nível maior de abstração. Um aplicação utiliza o RPC para funcionais de produção, finanças e contabilidade, marketing,
fazer interface das suas funções. Assim as funções chamadas pelas recursos humanos, qualidade e gerenciamento da cadeia de
aplicações são repassadas ao RPC que monta uma mensagens suprimentos.
correspondente e envia para processamento remoto. O servidor,
então processa as mensagens, executa a rotina e devolve os Sistemas de Informação
resultados para o RPC da estação, que reestrutura os dados e repassa
à aplicação. Tudo isso implementa uma função virtualmente local,
transparente para a aplicação.

7. NFS (Network File System)


O NFS supre uma deficiência do FTP que não efetua
acesso on-line aos arquivos da rede. Desenvolvido pela SUN
Microsystems, tem acesso através da porta 2049 do UDP. O NSF
cria uma extensão do sistema de arquivos local, transparente para
o usuário, e possibilita várias funções como as seguintes:
a. Criação e modificação de atributos dos arquivos;
b. Criação, leitura, gravação, renomeação e eliminação de
arquivos;
c. Criação, leitura e eliminação de diretórios;
d. Pesquisa de arquivos em diretórios; Podemos conceituar Sistema de Informação (Information
e. Leitura dos atributos do sistema de arquivos. System), como:
Um sistema automatizado ou mesmo manual, que abrange
pessoas, máquinas, e/ou métodos organizados.
Em outras palavras é a combinação de recursos humanos e
computacionais que inter-relacionam a coleta, o armazenamento,a
recuperação, a distribuição e o uso de dados.
O Objetivo de um sistema de informação é a eficiência
gerencial (planejamento, controle, comunicação e tomada de
decisão), nas organizações.
Podem também ajudar os gerentes e os usuários a analisar
problemas, criar novos produtos e serviços e visualizar questões
Um dos problemas do NFS é que não suporta acesso complexas dentro das organizações.
compartilhado aos arquivos, portanto tais preocupações devem
estar a cargo da aplicação. O NFS utiliza o UDP, portanto têm A base de um sistema do sistema de informação está
embutidas várias rotinas de segurança para suprir a deficiência do conceituada em três filosofias: ERP – CRM – SCM
protocolo. ERP - Enterprise Resource Planning

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INFORMÁTICA

Com o avanço da Tecnologia da Informação as empresas SCM- Supply Chain Management


passaram a utilizar sistemas computacionais para suportar suas SCM- Supply Chain Management é uma ferramenta que
atividades. Geralmente, em cada empresa, vários sistemas foram através da Tecnologia da Informação, auxilia na organização
desenvolvidos para atender aos requisitos específicos das diversas administrar o fornecimento de produtos bens e serviços aos seus
unidades de negócio, plantas, departamentos e escritórios. Por consumidores em uma rede incorporada.
exemplo, o departamento de planejamento da produção utiliza um A Cadeia de suprimentos é englobada por várias etapas desde
sistema próprio e o departamento de vendas utiliza outro. o atendimento ao cliente, fabricantes, fornecedores como também
Dessa forma, a informação fica dividida entre diferentes sistemas. transportadoras, depósitos, varejistas e os próprios clientes.
Os principais problemas dessa fragmentação da
O SCM permite a avaliação dos pontos positivos e negativos do
informação são a dificuldade de obtenção de informações
fornecimento, dando assistência na tomada de decisões, resultando
consolidadas e a inconsistência de dados redundantes armazenados
em mais de um sistema. Os sistemas ERP (Enterprise Resource na redução de custos, aumentando a qualidade e competitividade
Planning) solucionam esses problemas ao agregar, em um só em relação ao produto e agregando valores e diferenciais em
sistema integrado, funcionalidades que suportam as atividades dos relação à concorrência.
diversos processos de negócio das empresas.
ERP (Enterprise Resource Planning, (SIGE - Sistemas Onde se aplica
Integrados de Gestão Empresarial, no Brasil) são sistemas de Para ter controle do processamento das informações
informaçoes que integram todos os dados e processos de uma produzidas no SCM, aplica-se o conceito de e-business que
organização em um único sistema(Laudon, Padoveze). disponibiliza na internet os processos de negócios da empresa para
Os ERPs em termos gerais, são uma plataforma de software todos os integrantes da cadeia de suprimentos.
desenvolvida para integrar os diversos departamentos de uma
empresa, possibilitando a automação e armazenamento de todas as
informações de negócios. Conceitos de Tecnologia da Informação
CRM - Customer Relationship Management TI é a abreviação de “Tecnologia da Informação”. Podemos
CRM = Gestão de Gerenciamento de Relação com o Cliente. dizer que TIC é a abreviação de “Tecnologia da Informação e
Este sistema atua como uma ferramenta de ligação ou junção Comunicação”, então TIC é um conjunto de recursos tecnológicos
entre empresa e cliente. O CRM são técnicas e metodologias que, se estiverem integrados entre si, podem proporcionar a
de negócios com atividades voltadas a atender (satisfazer) as automação e/ou a comunicação de vários tipos de processos
necessidades do cliente e assim realizar uma ótima relação de existentes nos negócios, no ensino e na pesquisa científica, na
custo/benefício, captar, permanecer próximo e reter estes bons área bancária e financeira, etc. Ou seja, são tecnologias usadas
clientes, chamado hoje de FIDELIZAÇÃO. para reunir, distribuir e compartilhar informações, como exemplo:
Através de uma adequada implantação de CRM o investidor sites da Web, equipamentos de informática (hardware e software),
pode obter diversas vantagens e assim alcançar seus objetivos, telefonia, quiosques de informação e balcões de serviços
mais lucro e menos custos, sendo eles: automatizados.
Maiores Receitas (entrada de capital). Estamos presenciando, já há alguns anos, o uso intenso da
Maior volume de vendas (equilibradas) e com qualidade. Internet por todos os segmentos da sociedade e isto esta fazendo
Menos problemas com os clientes. com que inúmeras áreas sofram mudanças radicais em termos
Mais serviços direcionados em tempo hábil para o cliente.
como inovação, criatividade, produtividade e conhecimento, por
Decisões de marketing baseadas em melhores informações e
exemplo, estão forçando a procura de novas formas para aplicações
outros serviços.
tradicionais da área financeira, bancária, educação, segurança,
Em muitos casos o sistema de CRM não é bem direcionado e
acaba não superando as expectativas do implantador por diversas transportes, engenharia, comércio, etc.
razões: Outra área de crescimento do uso de TICs é a dos gestores
Dificuldade para mudar a cultura da empresa; públicos, nos seus processos administrativos, pois permite
Dificuldades em mudar os processos de negócios existentes; transparência e beneficia toda a sociedade. É o surgimento do
Dificuldades em adaptar e atualizar os sistemas da empresa. governo eletrônico, o chamado “e-gov”.
O conceito de CRM destaca a importância de captar, não de As Tecnologias de Informação são já parte integrante da vida
uma única vez, o maior número de informações de cada pessoa que pessoal e profissional das sociedades (desenvolvidas). O aumento
mantém contato com sua empresa. da utilização das TI, com início logo a partir das escolas básicas;
E a partir de uma interpretação consistente do potencial e grau a utilização das TI na vida pública e próprio acesso aos serviços
de fidelidade de cada uma delas, é possível selecionar o grupo que da Administração Pública (inclusive alguns acessos preferenciais
valerá a pena dispensar esforços para conquistar/manter como por esta via), tornam ainda mais incontornável a necessidade de
cliente. utilização e acesso às tecnologias de informação e, nomeadamente,
Não bastar ter o conceito de CRM bem consistente na cabeça Internet.
dos líderes e da equipe de marketing. As Tecnologias de Informação têm, à partida, algumas
É preciso fazer com que todos da companhia percebam sua vantagens como sejam a automatização de tarefas e processos,
importância. Entender a forma como os dados são registrados a interligação entre pessoas e recursos; a partilha de recursos,
no sistema, a preocupação em compartilhar informações sobre a informação e conhecimento; o repositório de informação; a redução
evolução do seu relacionamento com o cliente e compreender suas de custos (ex. diminuindo a utilização de papel, telecomunicações,
necessidades são detalhes que podem garantir resultados positivos viagens) e o aumento geral da produtividade (fazer mais em menos
em campanhas de prospecção, retenção e fidelização de clientes. tempo).

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INFORMÁTICA

A Tecnologia da Informação (TI) pode ser definida como: De modo geral as novas tecnologias estão associadas à
Um conjunto de todas as atividades e soluções providas por interatividade e a quebra com o modelo de comunicação um-
recursos de computação. todos, em que a informação é transmitida de modo unidirecional,
adotando o modelo todos-todos, em que aqueles que integram
Novas Tecnologias de Informação e Comunicação redes de conexão operacionalizadas por meio das NTIC fazem
Chamam-se de Novas Tecnologias de Informação e parte do envio e do recebimento das informações. Neste sentido,
Comunicação (NTICs) as tecnologias e métodos para comunicar muitas tecnologias são questionadas quanto a sua inclusão no
surgidas no contexto da Revolução Informacional, “Revolução conceito de novas tecnologias da informação e comunicação, ou
Telemática” ou Terceira Revolução Industrial, desenvolvidas meramente novos modelos de antigas tecnologias.
gradativamente desde a segunda metade da década de 1970 As novas tecnologias, relacionadas a uma revolução
e, principalmente, nos anos 1990. A imensa maioria delas se informacional, oferecem uma infra-estrutra comunicacional que
caracteriza por agilizar, horizontalizar e tornar menos palpável permite a interação em rede de seus integrantes. Numa rede, no
(fisicamente manipulável) o conteúdo da comunicação, por meio entanto, geralmente são descartados modelos em que haja uma
da digitalização e da comunicação em redes (mediada ou não por produção unilateral das informações que serão somente repassadas
computadores) para a captação, transmissão e distribuição das
aos outros terminais de acesso. Este modelo é considerado reativo
informações (texto, imagem estática, vídeo e som). Considera-se
e não interativo e aparece mesmo na internet, disponibilizados
que o advento destas novas tecnologias (e a forma como foram
pelos conhecidos portais, e agências midiáticas que disponibilizam
utilizadas por governos, empresas, indivíduos e setores sociais)
suas informações e serviços pela Internet tão somente.
possibilitou o surgimento da “sociedade da informação”. Alguns
estudiosos já falam de sociedade do conhecimento para destacar
o valor do capital humano na sociedade estruturada em redes As novas tecnologias e a Comunicação
telemáticas. É difícil prever o impacto que terá nelas, embora já se possam
Alguns exemplos: antever alguns contornos: maior facilidade e rapidez de acesso
• Os computadores pessoais (PCs, personal computers) à informação, melhor coordenação de colaboradores dispersos
• As câmeras de vídeo e foto para computador ou webcams geograficamente, por exemplo, integração e automatização dos
• A gravação doméstica de CDs e DVDs processos de negócio a montante (fornecedores) e a jusante
• Os diversos suportes para guardar e portar dados como (clientes), incremento da possibilidade de participação dos
os disquetes (com os tamanhos mais variados), discos rígidos ou colaboradores nas atividades de gestão dos seus superiores
hds, cartões de memória, pendrives, zipdrives e assemelhados hierárquicos, etc.
• A telefonia móvel (telemóveis ou telefones celulares) As novas tecnologias parecem favorecer a tendência para as
• a TV por assinatura empresas terem fronteiras cada vez menos demarcadas em relação
• TV a cabo ao seu meio ambiente, a trabalharem cada vez mais “em rede” com
• TV por antena parabólica outras empresas e, dentro delas, os seus colaboradores também
• O correio eletrônico (e-mail) trabalharem cada vez mais “em rede”.
• As listas de discussão (mailing lists) As novas tecnologias de comunicação levam a educação
• A internet a uma nova dimensão. Esta nova dimensão é a capacidade
• A world wide web (principal interface gráfica da internet) de encontrar uma lógica dentro do caos de informações que
• Os websites e home pages muitas vezes possuímos, organizar numa síntese coerente das
• Os quadros de discussão (message boards) informações dentro de uma área de conhecimento. Agilidade na
• O streaming (fluxo contínuo de áudio e vídeo via internet) questão de domínio do raciocínio lógico em grandes empresas
• O podcasting (transmissão sob demanda de áudio e vídeo com informações importantes para o crescimento da mesma.
via internet)
• Esta enciclopédia colaborativa, a wikipedia, possível Utilização das TICs
graças à Internet, à www e à invenção do wiki Por exemplo, a área da educação pode usufruir as TICs dando
• As tecnologias digitais de captação e tratamento de pulos de qualidade e criatividade, tudo em nome de uma nova
imagens e sons
maneira de ver este “mundo” e isto irá fortalecer desde a educação
• A captura eletrônica ou digitalização de imagens
básica às pesquisas científicas, passando pelo ensino à distância
(scanners)
(EAD).
• A fotografia digital
Um bom exemplo disso é que as TICs permitem que se
• o vídeo digital
ofereça grande quantidade de cursos variados a pessoas em áreas
• o cinema digital (da captação à exibição)
• o som digital longínquas, principalmente aquelas desprovidas de bons colégios
• a TV digital e o rádio digital ou faculdades. Ou seja, através do uso de meios eletrônicos
As tecnologias de acesso remoto (sem fio ou wireless) para gravação e transmissão de conteúdos educacionais, vários
• Wi-Fi segmentos podem ser beneficiados. Assim, é esperado um aumento
• Bluetooth da oferta de aprendizado, independente de locais e de horários
• RFID fixos, ou seja, permitindo se estudar em casa, em uma biblioteca
• EPVC ou até mesmo no local de trabalho no horário mais conveniente
ao aluno.

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INFORMÁTICA

Temos acompanhado o desenvolvimento e o sucesso desta intencionalidade em criar e manter uma conexão entre duas
nova modalidade educacional em vários países, que está gerando pessoas. Os laços fracos, por outro lado, caracterizam-se por
enormes quantidades de informações na forma digital, com grande relações esparsas, que não traduzem proximidade e intimidade. As
potencial de aproveitamento e reutilização. Isto quer dizer que interações sociais que ocorrem na Internet (em weblogs, fotologs
ela propiciará também, em um futuro não muito distante, que e no Orkut) constituem efetivamente laços fortes. Declarações de
instituições de locais geográficos distantes, mas que tenham amor, amizade e suporte são freqüentes, demonstrando intimidade.
objetivos e interesses em comum, possam usufruir os mesmos Recebem também a definição de “Redes Sociais Virtuais”, que são
recursos educacionais. os agrupamentos, por meio de softwares específicos (aplicativos
Podemos pensar também em planejar grupos de estudos que Web 2.0) que permitem a gravação de perfis, com dados e
trabalhem de forma “colaborativa”, mesmo estando localizados informações de caráter geral e específico, das mais diversas formas
geograficamente distantes um do outro, mas participando de e tipos (textos, arquivos, imagens, fotos, vídeos, etc.), os quais
trabalhos, como se estivessem todos em um ambiente de rede podem ser acessados e visualizados por outras pessoas. Há também
dentro de uma mesma sala de aula. a formação de grupos por afinidade, com ou sem autorização, e
Redes sociais de espaços específicos para discussões, debates e apresentação de
Define-se por rede social uma das formas de representação temas variados (comunidades, com seus fóruns).
dos relacionamentos afetivos ou profissionais dos seres entre O mais recente estudo da Universal McCann revela um
si ou entre seus agrupamentos de interesses mútuos. A rede é pormenor curioso: no domínio da Internet, os blogs estão perdendo
responsável pelo compartilhamento de idéias entre pessoas que terreno no que respeita à partilha de informação e de conteúdos
possuem interesses e objetivo em comum e também valores a multimédia, que vem crescendo progressivamente nas redes
serem compartilhados. Assim, um grupo de discussão é composto sociais. As redes sociais atualmente permitem aos usuários fazerem
por indivíduos que possuem identidades semelhantes. Essas redes o mesmo que fariam num blog e mais ainda. Estas plataformas
sociais estão hoje instaladas principalmente na Internet devido ao continuam a crescer, enquanto outros elementos dos social media
fato desta possibilitar uma aceleração e ampla maneira das idéias estagnam ou entram em declínio.
serem divulgadas e da absorção de novos elementos em busca de
algo em comum. Orkut
Segundo Fritjof Capra, “redes sociais são redes de O Orkut foi criado por um ex-aluno da Universidade de
comunicação que envolvem a linguagem simbólica, os limites Stanford chamado Orkut Büyükkökten e lançado em 2004 pelo
culturais e as relações de poder”. São também consideradas como Google. É um sistema virtual que possibilita a conexão entre
uma medida de política social que reconhece e incentiva a atuação pessoas e a afiliação delas a comunidades. Os indivíduos são
das redes de solidariedade local no combate à pobreza e à exclusão mostrados em forma de perfis, é possível receber conexões
social e na promoção do desenvolvimento local. As redes sociais diretas (amigos) e indiretas (amigos dos perfis), e também como
são capazes de expressar idéias políticas e econômicas inovadoras organizações sob forma de comunidades e também ferramentas de
com o surgimento de novos valores, pensamentos e atitudes. Esse interação variadas, tais como fóruns para comunidades. Envio de
segmento que proporciona a ampla informação a ser compartilhada mensagens para cada perfil, envio de mensagens para comunidades,
por todos, sem canais reservados e fornecendo a formação de uma amigos e amigos de amigos (muitas vezes utilizadas para spam).
cultura de participação, é possível, graças ao desenvolvimento Inicialmente, o Orkut parece demonstrar a existência de redes
das tecnologias de comunicação e da informação, à globalização, sociais amplas. Porém a maioria das distâncias se reduz pela
à evolução da cidadania, à evolução do conhecimento científico presença de alguns indivíduos que são amigos de todo mundo.
sobre a vida etc. as redes unem os indivíduos organizando-os de Estes seriam chamados de hubs, pessoas totalmente conectadas,
forma igualitária e democrática e em relação aos objetivos que eles com imenso número de amigos, que contribuem para a queda
possuem em comum. da distância entre os indivíduos no sistema. Mas nem todos são
realmente amigos nesta rede. A maioria destas conexões pode ser
Redes Sociais na Internet falsa no sentido de que não apresenta nenhum tipo de interação
São as relações entre os indivíduos na comunicação mediada social e, portanto, pode não demonstrar a existência de uma rede
por computador. Esses sistemas funcionam através da interação social. Ao final, torna-se simplesmente uma “coleção” de perfis.
social, buscando conectar pessoas e proporcionar sua comunicação. Para o sistema, essas pessoas representam grandes nós que
As pessoas levam em conta diversos fatores ao escolher conectar- conectam membros de vários grupos isolados. Porém, não há,
se ou não a alguém. As organizações sociais geradas pela nessas redes, a obrigatoriedade da interação.
comunicação mediada por computador podem atuar também de
forma a manter comunidades de suporte que, sem a mediação da Comunidades Virtuais
máquina, não seriam possíveis porque são socialmente não-aceitas. A comunidade virtual é um conceito aplicado numa tentativa
O conceito de laço social passa pela idéia de interação de explicar os agrupamentos humanos surgidos no ciberespaço.
social, sendo denominado laço relacional, em contraposição ao Trata-se de um grupo de pessoas que estabelecem entre si relações
laço associativo, aquele relacionado unicamente ao pertencer (a sociais, que permaneçam um tempo suficiente para que elas possam
algum lugar, por exemplo). Os laços associativos constituem-se constituir um corpo organizado, através da comunicação mediada
em meras conexões formais, que independem de ato de vontade por computador e associada a um virtual settlement. Apesar de
do indivíduo, bem como de custo e investimento. Os laços sociais semelhante, essa idéia difere dos clássicos, fundamentalmente,
também podem ser fortes e fracos. Laços fortes são aqueles por dispensar o contato físico, que não é mais pré-requisito, mas
que se caracterizam pela intimidade, pela proximidade e pela apenas complemento do contato social.

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INFORMÁTICA

E também seria possível discutir se a interação social estaria Para obter bons resultados de divulgação em redes sociais
nas comunidades. Apesar do grande número de participantes, existem alguns valores em nossos perfis que devem ser trabalhados:
não há uma interação ideal, onde todas ou a maioria das pessoas Visibilidade: o fator visibilidade está ligado à manutenção
trocassem informações. Ou seja, a quantidade da interação não da própria rede social, ou seja, quanto maior sua permanência
parece proporcional ao tamanho da comunidade. Muitas vezes, e contribuição na rede, maior será sua visibilidade. Maximize
seu propósito é gerar um agrupamento momentâneo. Pessoas sua visibilidade trabalhando suas relações online, participe de
são convidadas a fazer parte da comunidade até que chegue a um comentários em blogs, fóruns e ajude o compartilhamento de boas
determinado número de membros depois a comunidade é deletada idéias.
e depois some totalmente do sistema. O Orkut possui hubs que Reputação: o conceito de reputação está diretamente
se estabelecem a partir da ordem dos mais ricos. As comunidades relacionado às informações sobre quem somos e sobre o que
cada vez ficam mais popular e se constituem redes sem escalas. pensamos que permitem que outros criem suas impressões
sobre nós. Nunca se esqueça de investir seu tempo em divulgar
Weblogs e Fotologs bons conteúdos nas redes sociais. Desta forma, o bom conteúdo
Os weblogs e fotologs também estabelecem-se como redes compartilhado sempre será bem propagado e você contribuirá para
sociais na medida em que também possuem lista de amigos. Nos sua boa reputação.
weblogs o privilégio é para os texto se nos fotologs a imagem é Popularidade e Autoridade: caracterizamos popularidade
trabalhada. Nos fotologs e weblogs as dinâmicas das redes são e autoridade muito mais como a capacidade de influenciar, do
observadas e estão sempre e transformação.Eles também podem que em números relativos, pois o bom conteúdo sempre será bem
ser hubs, na medida em que possui muitas conexões sociais entre aceito e propagado por si só, mas sua influência será maior quando
as pessoas que ali interagem. se trata de perfil com reconhecimento na área que este se refere.
As redes sociais são formas de compartilhamento de Permanência e persistência devem ser trabalhadas para se obter
informações, gostos e idéias entre usuários com os mesmos gostos autoridade e popularidade.
e estilos. Assim, um grupo de discussão é composto por indivíduos Blogs, Twitter e Redes Sociais estarão cada vez mais presentes
que possuem identidades semelhantes formando um novo cenário, uma nova internet. O usuário que antes
Entende-se por Rede Social como uma das formas de era um mero espectador de conteúdo deixá-lo-á de ser e começará
representação dos relacionamentos afetivos ou profissionais dos a produzir e divulgar o seu próprio conteúdo e a construir sua
seres humanos entre si ou entre seus agrupamentos de interesses identidade na rede.
mútuos.
Atualmente na web, as redes sociais estão presentes em sites OpenSocial
de relacionamento online, e muitas vezes é possível construir uma Open Social leva o conceito da plataforma Facebook e
rede de contatos dentro de sites de social media. Os exemplos converte-o num padrão aberto que pode ser adotado por qualquer
mais populares de redes sociais são o orkut, facebook, e myspace pessoa na Web. É uma forma para que todos façam o que o
Assim como qualquer meio de divulgação online, no qual se Facebook já fez na sua plataforma de rede social. Se você se
incluem várias técnicas de link building (cadastro em diretórios, interessar pelo tema leia mais ao clicar no logo abaixo.
press releases, submissão em sites de social bookmarking, article As Redes Sociais da internet aceleram e ampliam a
submissions, feeds), as redes sociais possibilitam espalhar links comunicação entre cliente e empresa, o que facilita a exposição
externos pela Web. de novas idéias e negociações. Algumas práticas básicas podem
A grande diferença no uso de redes sociais é, além de espalhar ser seguidas pra manter a comunicação através das Redes Sociais:
links externos, poder fazer com que esses links externos sejam • Promova o seu perfil
acessados por o máximo de pessoas possíveis. Isso se consegue • Mantenha-se atualizado as novidades da sua rede
criando uma forte rede de contatos de possíveis pessoas que • Estabeleça critérios de prioridades ao tratar seu clientes
gostariam de apreciar seu conteúdo. • Mantenha a ética e transparência com sua rede de
Para isso busque sempre compartilhar links com pessoas contatos
que tenham interesse no seu conteúdo, submeta seus links • Mantenha-se ativo a rede social que você participa
em comunidades ou categorias relacionadas ao tema de sua
submissão, e aos poucos torne-se alguém “importante” dentro da 4 1 Conceitos básicos de segurança da informação.
rede social da qual você atua. E mais um ponto importante: não
use de técnicas desonestas como spam para se promover em uma
rede social. As conseqüências podem ser ruins, podendo resultar
em punições, para você e para o site ou blog de onde você está
postando a notícia.
As redes sociais ganharam seu lugar de uma maneira
vertiginosa, além de proporcionar um aumento significativo nas
interações e conectividade de grupos sociais, tornaram-se um meio
promissor de divulgação de conteúdo e propagação de idéias.
Seu diferencial em potencial está em sua capacidade de
construir e facilitar o acesso rápido à informação. Por isso devemos
atentarmos às formas de divulgação, e às formas de gerenciamento
de perfis em redes sociais para que nossas idéias não sejam somente
aceitas e propagadas como também sejam relevantes.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

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SEGURANÇA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Conceitualmente, a Segurança da Informação se refere à


Até pouco tempo, eram raras as instituições que se proteção existente sobre as informações de uma determinada
preocupavam em implementar segurança em suas redes e sistemas empresa ou pessoa, isto é, aplica-se tanto as informações
de informação. Mas a publicidade criada em torno dos ataques corporativas quanto às pessoais. Entende-se por informação
de vírus e hackers a sistemas de todos os tamanhos acabaram todo e qualquer conteúdo ou dado que tenha valor para alguma
atraindo a atenção dos executivos, e muitas empresas passaram a organização ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito
incluir a proteção da informação entre as questões estratégicas da ou exposta ao público para consulta ou aquisição.
corporação. Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não de
Essa preocupação é totalmente justificada: a dependência das ferramentas) para a definição do nível de segurança existente e,
empresas em relação à tecnologia da informação tem aumentado com isto, serem estabelecidas as bases para análise da melhoria
numa velocidade assustadora. ou piora da situação de segurança existente. A segurança de
Empresas dos mais diversos setores e tamanhos já não uma determinada informação pode ser afetada por fatores
conseguiriam mais realizar atividades-chave para a sua comportamentais e de uso de quem se utiliza dela, pelo ambiente
sobrevivência, como fornecer bens e serviços, comunicar-se com ou infra-estrutura que a cerca ou por pessoas mal intencionadas
clientes ou efetuar pagamentos, se os sistemas que armazenam, que têm o objetivo de furtar, destruir ou modificar tal informação.
processam e transmitem seus dados corporativos parassem de A sigla CIA (Confidentiality, Integrity and Availability) --
funcionar. Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade -- representa
As dificuldades de se proteger adequadamente a informação os principais atributos que, atualmente, orientam a análise,
corporativa são muitas: ela pode se espalhar por micros, sistemas o planejamento e a implementação da segurança para um
de voice mail e mainframes, atravessando redes de comunicação determinado grupo de informações que se deseja proteger. Outros
e linhas de fax. Em muitas organizações, esses ambientes estão atributos importantes são a irretratabilidade e a autenticidade. Com
conectados, o que aumenta a complexidade do problema. o evoluir do comércio electrónico e da sociedade da informação, a
O erro mais comum das empresas que decidem aumentar privacidade é também uma grande preocupação.
sua segurança é enfatizar a proteção contra ataques externos Os atributos básicos (segundo os padrões internacionais) são
à organização. Os ataques externos normalmente trazem os seguintes:
conseqüências sérias, não podendo ser ignorados. Mas apesar da • Confidencialidade - propriedade que limita o acesso a
sua gravidade, na prática eles são bem mais raros do que se pensa. informação tão somente às entidades legítimas, ou seja, àquelas
Até 80% das quebras de segurança podem ser atribuídas a erros autorizadas pelo proprietário da informação.
de funcionários ou falhas de equipamento, sem contar que grande • Integridade - propriedade que garante que a informação
manipulada mantenha todas as características originais
parte dos 20% restantes provêem de abusos ou fraudes gerados
estabelecidas pelo proprietário da informação, incluindo controle de
internamente. Por causa disso, o foco da atenção deve estar dentro,
mudanças e garantia do seu ciclo de vida (nascimento,manutenção
e não fora da corporação.
e destruição).
O Padrão Britânico BS7799, um Código de Prática para
• Disponibilidade - propriedade que garante que a
a segurança da informação publicado em 1995, identifica os
informação esteja sempre disponível para o uso legítimo, ou seja,
seguintes itens de controle:
por aqueles usuários autorizados pelo proprietário da informação.
• Política de Segurança de Informação
O nível de segurança desejado, pode se consubstanciar em
• Organização da segurança
uma “política de segurança” que é seguida pela organização ou
• Classificação e controle dos recursos de TI
pessoa, para garantir que uma vez estabelecidos os princípios,
• Segurança do quadro de pessoal aquele nível desejado seja perseguido e mantido.
• Segurança física e ambiental
Para a montagem desta política, deve-se levar em conta:
• Gerência de redes e computadores
• Riscos associados à falta de segurança;
• Controle de acesso
• Benefícios;
• Desenvolvimento e manutenção do sistema
• Custos de implementação dos mecanismos.
• Planejamento da Continuidade do Serviço
Mecanismos de segurança
• Conformidade com a Política de Segurança
O suporte para as recomendações de segurança pode ser
A BS7799 é uma norma que serve como diretriz, e não um
encontrado em:
padrão a ser aplicado a todas as organizações. A conformidade
• Controles físicos: são barreiras que limitam o contato
com a BS7799 deve ser buscada somente quando isso adiciona
ou acesso direto a informação ou a infra-estrutura (que garante a
valor ao negócio. Ela também identifica 10 áreas aplicáveis a
existência da informação) que a suporta.
todas as organizações, independente do seu tamanho, que seriam
Existem mecanismos de segurança que apóiam os controles
fundamentais para a proteção adequada dos sistemas. Quando a
físicos:
empresa atua em parceria com outras, ela pode precisar fornecer
Portas / trancas / paredes / blindagem / guardas / etc ..
garantias aos seus parceiros de que quaisquer informações
• Controles lógicos: são barreiras que impedem ou
compartilhadas serão mantidas e processadas em um ambiente
limitam o acesso a informação, que está em ambiente controlado,
que não coloque em risco sua confidencialidade, integridade ou geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria exposta a
disponibilidade. É por isso que se torna cada vez mais importante alteração não autorizada por elemento mal intencionado.
para as corporações demonstrar sua conformidade com padrões Existem mecanismos de segurança que apóiam os controles
como o BS7799. lógicos:

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INFORMÁTICA

• Mecanismos de criptografia. Permitem a transformação Nível de segurança


reversível da informação de forma a torná-la ininteligível a Depois de identificado o potencial de ataque, as organizações
terceiros. Utiliza-se para tal, algoritmos determinados e uma chave têm que decidir o nível de segurança a estabelecer para uma rede
secreta para, a partir de um conjunto de dados não criptografados, ou sistema os recursos físicos e lógicos a necessitar de proteção. No
produzir uma sequência de dados criptografados. A operação nível de segurança devem ser quantificados os custos associados
inversa é a decifração. aos ataques e os associados à implementação de mecanismos de
• Assinatura digital. Um conjunto de dados proteção para minimizar a probabilidade de ocorrência de um
criptografados, associados a um documento do qual são função, ataque.
garantindo a integridade do documento associado, mas não a sua
confidencialidade. Segurança física
• Mecanismos de garantia da integridade da informação. Considera as ameaças físicas como incêndios, desabamentos,
Usando funções de “Hashing” ou de checagem, consistindo na relâmpagos, alagamento, acesso indevido de pessoas, forma
adição. inadequada de tratamento e manuseamento do material.
• Mecanismos de controle de acesso. Palavras-chave,
sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligentes. Segurança lógica
• Mecanismos de certificação. Atesta a validade de um Atenta contra ameaças ocasionadas por vírus, acessos remotos
documento. à rede, backup desatualizados, violação de senhas, etc.
Segurança lógica é a forma como um sistema é protegido
• Integridade. Medida em que um serviço/informação é
no nível de sistema operacional e de aplicação. Normalmente é
genuíno, isto é, está protegido contra a personificação por intrusos.
considerada como proteção contra ataques, mas também significa
• Honeypot: É o nome dado a um software, cuja função proteção de sistemas contra erros não intencionais, como remoção
é detectar ou de impedir a ação de um cracker, de um spammer, acidental de importantes arquivos de sistema ou aplicação.
ou de qualquer agente externo estranho ao sistema, enganando-o, Políticas de segurança
fazendo-o pensar que esteja de fato explorando uma vulnerabilidade De acordo com o RFC 2196 (The Site Security Handbook),
daquele sistema.
uma política de segurança consiste num conjunto formal de regras
• Protocolos seguros: uso de protocolos que garantem um que devem ser seguidas pelos utilizadores dos recursos de uma
grau de segurança e usam alguns dos mecanismos citados aqui organização.
Existe hoje em dia um elevado número de ferramentas e As políticas de segurança devem ter implementação realista,
sistemas que pretendem fornecer segurança. Alguns exemplos são e definir claramente as áreas de responsabilidade dos utilizadores,
os detectores de intrusões, os anti-vírus, firewalls, firewalls locais, do pessoal de gestão de sistemas e redes e da direção. Deve
filtros anti-spam, fuzzers, analisadores de código, etc. também adaptar-se a alterações na organização. As políticas de
Ameaças à segurança segurança fornecem um enquadramento para a implementação de
As ameaças à segurança da informação são relacionadas mecanismos de segurança, definem procedimentos de segurança
diretamente à perda de uma de suas 3 características principais, adequados, processos de auditoria à segurança e estabelecem uma
quais sejam: base para procedimentos legais na sequência de ataques.
• Perda de Confidencialidade: seria quando há uma quebra O documento que define a política de segurança deve
de sigilo de uma determinada informação (ex: a senha de um deixar de fora todos os aspectos técnicos de implementação dos
usuário ou administrador de sistema) permitindo com que sejam mecanismos de segurança, pois essa implementação pode variar
expostas informações restritas as quais seriam acessíveis apenas ao longo do tempo. Deve ser também um documento de fácil
por um determinado grupo de usuários.
leitura e compreensão, além de resumido.
• Perda de Integridade: aconteceria quando uma
Algumas normas definem aspectos que devem ser levados
determinada informação fica exposta a manuseio por uma pessoa
em consideração ao elaborar políticas de segurança. Entre essas
não autorizada, que efetua alterações que não foram aprovadas e
normas estão a BS 7799 (elaborada pela British Standards
não estão sob o controle do proprietário (corporativo ou privado)
Institution) e a NBR ISO/IEC 17799 (a versão brasileira desta
da informação.
• Perda de Disponibilidade: acontece quando a informação primeira). A ISO começou a publicar a série de normas 27000, em
deixa de estar acessível por quem necessita dela. Seria o caso da substituição à ISO 17799 (e por conseguinte à BS 7799), das quais
perda de comunicação com um sistema importante para a empresa, a primeira, ISO 27001, foi publicada em 2005.
que aconteceu com a queda de um servidor ou de uma aplicação Existem duas filosofias por trás de qualquer política de
crítica de negócio, que apresentou uma falha devido a um erro segurança: a proibitiva (tudo que não é expressamente permitido
causado por motivo interno ou externo ao equipamento ou por é proibido) e a permissiva (tudo que não é proibido é permitido).
ação não autorizada de pessoas com ou sem má intenção. Os elementos da política de segurança devem ser considerados:
No caso de ameaças à rede de computadores ou a um sistema, • A Disponibilidade: o sistema deve estar disponível de
estas podem vir de agentes maliciosos, muitas vezes conhecidos forma que quando o usuário necessitar, possa usar. Dados críticos
como crackers, (hackers não são agentes maliciosos, pois tentam devem estar disponíveis ininterruptamente.
ajudar a encontrar possiveis falhas). Estas pessoas são motivadas • A Utilização: o sistema deve ser utilizado apenas para os
para fazer esta ilegalidade por vários motivos. Os principais são: determinados objetivos.
notoriedade, auto-estima, vingança e o dinheiro. De acordo com • A Integridade: o sistema deve estar sempre íntegro e em
pesquisa elaborada pelo Computer Security Institute, mais de 70% condições de ser usado.
dos ataques partem de usuários legítimos de sistemas de informação • A Autenticidade: o sistema deve ter condições de
(Insiders) -- o que motiva corporações a investir largamente em verificar a identidade dos usuários, e este ter condições de analisar
controles de segurança para seus ambientes corporativos (intranet). a identidade do sistema.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

• A Confidencialidade: dados privados devem ser A interligação (conexão) entre professor e aluno se dá por
apresentados somente aos donos dos dados ou ao grupo por ele tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet, em
liberado. especial as hipermídias, mas também podem ser utilizados o
correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax,
Políticas de Senhas o celular, o iPod, o notebook, entre outras tecnologias semelhantes.
Dentre as políticas utilizadas pelas grandes corporações a Na expressão ensino a distância a ênfase é dada ao papel
composição da senha ou password é a mais controversa. Por um do professor (como alguém que ensina a distância). O termo
lado profissionais com dificuldade de memorizar varias senhas de educação é preferido por ser mais abrangente, embora nenhuma
acesso, por outro funcionários displicentes que anotam a senha sob das expressões, segundo o professor, seja plenamente completa.
o teclado no fundo das gavetas, em casos mais graves o colaborador
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/
anota a senha no monitor.
Recomenda-se a adoção das seguintes regras para minimizar Educa%C3%A7%C3%A3o_a_dist%C3%A2ncia
o problema, mas a regra fundamental é a conscientização dos
colaboradores quanto ao uso e manutenção das senhas.
• Senha com data para expiração CONCEITOS DE TECNOLOGIAS
Adota-se um padrão definido onde a senha possui prazo de E FERRAMENTAS MULTIMÍDIA, DE
validade com 30 ou 45 dias, obrigando o colaborador ou usuário a
REPRODUÇÃO DE ÁUDIO E
renovar sua senha.
• Inibir a repetição VÍDEO.
Adota-se através de regras predefinidas que uma senha uma
vez utilizada não poderá ter mais que 60% dos caracteres repetidos,
p. ex: senha anterior “123senha” nova senha deve ter 60% dos
caracteres diferentes como “456seuse”, neste caso foram repetidos Multimídia é a combinação, controlada por computador, de
somente os caracteres “s” “e” os demais diferentes. pelo menos um tipo de media estático (texto, fotografia, gráfico),
• Obrigar a composição com número mínimo de caracteres com pelo menos um tipo de media dinâmico (vídeo, áudio,
numéricos e alfabéticos animação) .Quando se afirma que a apresentação ou recuperação
Define-se obrigatoriedade de 4 caracteres alfabéticos e 4 da informação se faz de maneira multissensorial, quer-se dizer
caracteres numéricos, por exemplo: que mais de um sentido humano está envolvido no processo, fato
1s4e3u2s ou posicional os 4 primeiros caracteres devem ser que pode exigir a utilização de meios de comunicação que, até há
numéricos e os 4 subseqüentes alfabéticos por exemplo: 1432seuz. pouco tempo, raramente eram empregados de maneira coordenada,
• Criar um conjunto possíveis senhas que não podem ser a saber:
utilizadas Som (voz humana, música, efeitos especiais)
Monta-se uma base de dados com formatos conhecidos de Fotografia (imagem estática)
senhas e proíbir o seu uso, como por exemplo o usuário chama- Vídeo (imagens em pleno movimento)
se Jose da Silva, logo sua senha não deve conter partes do nome Animação (desenho animado)
como 1221jose ou 1212silv etc, os formatos DDMMAAAA ou Gráficos
19XX, 1883emc ou I2B3M4 etc Textos (incluindo números, tabelas, etc.)

O termo multimídia refere-se portanto a tecnologias com suporte


digital para criar, manipular, armazenar e pesquisar conteúdos.
CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A Os conteúdos multimédia estão associados normalmente a um
DISTÂNCIA. computador pessoal que inclui suportes para grandes volumes de
dados, os discos ópticos como os CDs(CD-ROM,MINI-CD,CD-
CARD) e DVDs, abrange também nas ferramentas de informática
a utilização de arquivos digitais para a criação de apresentações
empresarias, catalogos de produtos,exposição de eventos e
Educação a distância (EaD, também chamada de teleducação) para catalogos eletrônicos com mais facilidade e economia.
é a modalidade de ensino que permite que o aprendiz não Privilegiando o uso dos diversos sentidos visão, audição e tacto
esteja fisicamente presente em um ambiente formal de ensino- este tipo de tecnologia abrange diversas áreas de informatica.
aprendizagem. Diz respeito também à separação temporal ou
espacial entre o professor e o aprendiz. Vídeo
Um vídeo pode ser definido como uma imagem em
A EaD deve ser vista como possibilidade de inserção social,
movimento, ou seja, uma sucessão de imagens em um período de
propagação do conhecimento individual e coletivo, e como
tempo. Aliado às imagens, pode existir a emissão de som.
tal pode ajudar na construção de uma sociedade mais justa e
igualitária. É nesta direção que a Universidade vê a possibilidade
Formatos de Vídeo
de formar cidadãos conscientes de seu papel sócio político, ainda
AVI
que vivam em regiões onde a oportunidade de ensino de qualidade
Um dos primeiros formatos de vídeo mais conhecidos no
seja remota ou que a vida contemporânea reduza a disponibilidade
meio digital foi o AVI (Audio & Vídeo Interleaved – áudio e vídeo
para investir nos estudos.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

intercalados). Esse formato trazia uma seqüência de imagens em EXERCÍCIO


formato BMP e som WAV intercalados para exibição de vídeo.
Inicialmente o formato não trazia nenhuma compressão, resultando 01. (Agente - Arq.Nac./2006 - IPAD) Observe a figura a
em arquivos extremamente grandes onde altas resoluções exigiam seguir extraída no MS-Word . Note a posição do cursor.
hardware muito poderoso e indisponível. Com a criação de
compressão para o formato houve uma melhora, porém não
constitui um padrão, como é o caso do MPEG, citado a seguir.

MPEG
Dos criadores do JPEG, o MPEG (Motion Picture Experts
Group) é um formato que traz imagens JPEG aliadas a som MP3 Para apagar apenas a letra w da palavra hardware, deve-se:
(para até dois canais) ou AC3 (para multi-canal). É o formato mais a) pressionar a tecla Back Space;
difundido em computadores, sendo também o formato utilizado b) pressionar a tecla Delete;
em DVDs. Além dos já conhecidos métodos de compressão para c) pressionar a tecla Enter;
imagem e som, ele também faz uso da similaridade entre quadros d) utilizar as teclas Ctrl em conjunto com Back Space;
subseqüentes para atingir um nível maior de compressão sem
e) utilizar as teclas Shift em conjunto com Delete.
perda de qualidade.

Outros Formatos 02. (Agente - Arq.Nac./2006 - IPAD) Observe a figura a


Além dos conhecidos AVI e MPEG, ainda há outros formatos seguir extraída do MS-Word .
muito difundidos, porém com características específicas. Dentre
os mais conhecidos podemos citar o MOV (criado pela Apple)
e o WMV (Windows Media Vídeo, criado pela Microsoft, com
o intuito de incorporar ao arquivo controle de direitos autorais –
DRM, ou Digital Rights Management).

DVD Para eliminar as marcas de espaço e de parágrafo, deve-se


É impossível se falar em vídeo digital sem considerar o DVD pressionar o seguinte botão da barra de ferramentas:
(Digital Versatile Disc). Para esse contexto, é importante realçar
os formatos de tela e resoluções de vídeo, conforme tabela abaixo:
a) b) c)
FERRAMENTAS MULTIMÍDIA
d) e)
MEDIA PLAYER
Tudo começou em 1991, com o lançamento do Windows 3.0.
Mas, em uma época na qual ter placa de som no computador ainda
era um luxo, o tal do Media Player oferecido como parte do pacote 03. (Agente - Arq.Nac./2006 - IPAD) As duas figuras a seguir
de “multimídia” do sistema operacional praticamente passou foram extraídas do MS-Excel em português:
desapercebido. Pudera: o programinha só reproduzia sons e não
tinha lá muitos recursos – eram apenas quatro botões: eject, pause,
start e stop! A capacidade de tocar vídeos só viria com o Windows
95, quatro anos depois.
O programa que conhecemos hoje só começaria a tomar forma
mesmo com o lançamento do Windows 98 SE, quando passou a
ser chamado de Windows Media Player (então na versão 6.1) e
se tornou capaz de reproduzir arquivos MP3. Com o Windows
ME, veio o Media Player 7.1 e o investimento maior em formatos
próprios, em especial o WMA, que continuaria firme e forte
no Media Player XP (versão 8), lançado junto com o Windows
homônimo.

A expressão
=soma(Abacate; Abacaxi)
terá como resultado:
a) 17
b) 34
c) 46
d) 73
e) 136

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

04. Ao surgir a dúvida de que um programa não desejado III. A célula C1 foi formatada para mostrar números como
está executando em um computador, pode-se lançar mão de um percentagens sem casas decimais.
programa utilitário para ver a lista de todos os processos que estão Em seguida, a seguinte seqüência de passos é aplicada:
sendo executados. Esse programa utilitário padrão que acompanha seleção do intervalo de células A1:C1;
o Windows XP é o: clique no pincel na barra de ferramentas padrão;
a) Windows Explorer (explorer.exe) clicar e arrastar o cursor do mouse sobre o intervalo A2:C2
b) Gerenciador de usuários (user.exe) Após essas operações, os valores visualizados nas células A2,
c) Programas em Memória (pmem.exe) B2 e C2 são, respectivamente:
d) Remote Desktop Connection (mstsc.exe) a) 13/4/2006; 1001,111; 0,5734 b) 4/2006; 1,001.1; 57,34%
c) 2006-04-13; 1.001,11; 0% d) abr-06; 1.001,1; 57%
e) Gerenciador de Tarefas (taskmgr.exe)
e) abr-2006; 1.001,111; 57

05. (Agente - Arq.Nac./2006 - IPAD) Considere as seguintes 08. (Agente - Arq.Nac./2006 - IPAD) No MS Word, a opção
afirmativas sobre a barra de inicialização rápida do MS-Windows: Versões... do menu Arquivo permite:
I. Esta barra é utilizada para incluir atalhos para os programas a) abrir documentos gerados em versões anteriores do MS
e/ou aplicativos. Word;
II. O usuário não deve incluir e/ou remover itens manualmente b) baixar automaticamente versões mais atuais do MS Word;
desta barra sobre o risco de criar instabilidade no Windows. c) criar e usar novas versões de dicionários personalizados;
III. Os ícones que estão presentes nela representam programas d) gerenciar as versões existentes do documento corrente;
que estão sendo executados. e) promover revisões no documento, mantendo lado a lado o
IV. Sua posição padrão é ao lado do menu Iniciar. texto original e as alterações feitas.
V. Se oculta, os programas ficam mais lentos. 09. (Agente - Arq.Nac./2006 - IPAD) Um recurso importante
O número de afirmativas corretas é: do sistema operacional MS Windows é a memória virtual. A
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 correta definição de memória virtual é:
a) memória RAM usada pelas placas de vídeo on board;
06. (Agente - Arq.Nac./2006 - IPAD) Observe o trecho de b) utilização da memória de vídeo ociosa para executar
uma planilha MS Excel na figura a seguir. programas que precisam de mais memória do que a máquina tem
disponível;
c) memória muita rápida usada para a leitura em avanço de
trechos da memória RAM que, provavelmente, serão logo em
seguida utilizados pelo processador;
d) recurso de hardware usado para virtualmente duplicar a
memória física existente. O truque consiste em, num mesmo ciclo,
efetuar duas leituras simultâneas na memória;
e) armazenamento temporário em memória secundária usado
Suponha que as células E2, F2 e G2 foram preenchidas com as pelo computador para executar programas que precisam de mais
fórmulas apropriadas para calcular a menor nota, a maior nota e a memória RAM do que a máquina tem disponível.
média das notas do estudante chamado Bernardo (não foram usadas
referências absolutas nas fórmulas). Em seguida, estas mesmas 10. (Agente - Arq.Nac./2006 - IPAD) Você recebe um e-mail
células (E2:G2) foram selecionadas e a alça de preenchimento foi de seu amigo Pedro comunicando que ele finalmente tem um
arrastada até a linha 6. Após essas operações, o valor da célula G6 computador e uma conta de e-mail (pedro@gmail.com). Você
é: resolve felicitá-lo, mas, ao responder ao e-mail, percebe no campo
a) 6,0 b) 6,7 c) 7,0 d) 8,7 e) 9,0 “Para:” o endereço pedro@gmail.com. A diferença entre os dois
endereços de e-mail se deve, provavelmente, a:
07. (Agente - Arq.Nac./2006 - IPAD) Observe o trecho de a) a primeira forma do endereço serve para enviar mensagens
uma planilha MS Excel na figura a seguir. e a segunda para recebê-las;
b) seu amigo digitou o endereço errado ao configurar as
propriedades da conta no programa cliente de correio eletrônico;
c) o servidor de correio eletrônico de seu amigo deve ter
as duas formas registradas e as usa para balancear a carga nos
Suponha que: servidores;
I. A célula A1 foi formatada para mostrar datas no formato d) o corretor ortográfico de seu programa cliente de correio eletrônico
mês-ano. deve estar ligado e efetuou automaticamente a “correção”;
II. A célula B1 foi formatada para mostrar números com uma e) um erro no servidor DNS de seu provedor que traduziu
casa decimal e usar pontos como separadores de milhares. erradamente o endereço IP do servidor de correio eletrônico de
seu amigo.

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Didatismo e Conhecimento
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INFORMÁTICA

11. (Agente Adm. - Pref. Santana/AP - 2006- ASSAD) – a) Domínio do Brasil.


Suponha que numa tela do MS Windows Explorer, o operador dê b) Tipo de Domínio.
um duplo clique sobre o nome do arquivo texto.doc. Com isso, o c) Identificador do Ambiente Web.
MS Windows abre automaticamente o MS Word e segue nas suas d) Servidor FTP.
tarefas. Isso acontece porque: e) Disponibilidade de acesso somente para o Governo.
a) os dois produtos são do mesmo fabricante;
b) .doc é uma extensão de arquivo que somente pode ser usada 16. Com relação ao Microsoft Excel, analise as afirmativas
para documentos do MS Word; abaixo:
c) o Windows dispõe de uma lista que associa extensões de I. Um arquivo do Excel pode conter várias planilhas.
arquivo com seus aplicativos correspondentes; II. É possível relacionar em uma única fórmula células de
d) o operador tinha aberto um arquivo .doc a partir do MS diferentes arquivos ou planilhas do Excel.
Word anteriormente; III. Se arrastarmos a alça de uma célula do Excel que possua o
e) o arquivo havia sido incluído na lista de favoritos do operador. número 1 (um) para baixo, automaticamente, aparecerá a seqüência
de números 2 (dois), 3 (três), 4 (quatro), etc.
12. (Agente Adm. - Pref. Santana/AP - 2006- ASSAD) Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
Considere o trecho de uma planilha EXCEL mostrado a seguir. a) I, II e III b) I e II
c) II e III d) I e III e) I

17. No Microsoft Excel 2003, um modo de imprimir apenas


uma parte de uma planilha é:
a) entrar em “Editar”, escolher “Área de impressão”, escolher
“selecionar células”;
Sabendo-se que as demais colunas não possuem fórmulas, a b) entrar em “Exibir”, escolher “Visualizar área de impressão”
fórmula digitada na primeira coluna da primeira linha é: e definir a faixa de linhas e colunas;
a) =$A2+2*B$
c) entrar em “Janela”, escolher “Criar janela de impressão” e
b) =$A2+2*B$2
selecionar as linhas e colunas desejadas;
c) =$A2+$2*B$2
d) selecionar o grupo de linhas e colunas que se deseja
d) =$A2+2B2
imprimir, entrar em “Arquivo”, entrar em “Área de impressão”, e
e) =$A2+B$2
escolher “Definir área de impressão”;
13. (Agente Adm. - Pref. Santana/AP - 2006- ASSAD) Ao e) não é possível definir isso dentro do Excel, ou seja, uma
preparar um novo documento no formato MS Word, o digitador planilha deve ser sempre impressa completa.
notou que seu arquivo conteria muitos trechos comuns a um outro
arquivo. Assim, o digitador iniciou o MS Word, abriu o arquivo 18. Considere um computador instalado com Microsoft
antigo, modificou alguns trechos do mesmo e conseguiu ter seu Windows XP e Microsoft Internet Explorer 6.0. Dois usuários,
novo documento além de preservar o arquivo antigo intacto. Para JOAO e JOSE usam esse computador, cada um com seu próprio
isso, o digitador utilizou, no menu Arquivo, o comando: username, tendo cada um seu perfil de usuário (profile). Com
a) Salvar como… b) Comparar e mesclar relação aos endereços favoritos salvos, pode-se afirmar que:
documentos... a) a característica de salvar endereços favoritos não está ainda
c) Repetir digitação d) Enviar para disponível no Internet Explorer 6.0, somente no Firefox e no
e) Pesquisar arquivo... Internet Explorer 7.0;
b) ao consultarem a lista de endereços favoritos no Internet
14. Considere a seguinte seqüência de comandos aplicados Explorer, JOSE e JOAO conseguem ver todos os endereços, não
a um arquivo: abrir a pasta (folder) que contém o arquivo em importando se foram salvos por um ou por outro;
questão, selecionar o arquivo, teclar Control-C (as teclas control e c) ao salvar os endereços favoritos, cada usuário deve
C simultaneamente), abrir outra pasta, teclar Control-V (as teclas informar se estes serão colocados disponíveis para outro usuário;
control e V simultaneamente). Ocorrerá que o arquivo: portanto, os favoritos de JOAO só estarão disponíveis para JOSE
a) será aberto para visualização de seu conteúdo; caso JOAO assim defina ao salvar o endereço;
b) será removido do computador; d) ao verificar os endereços favoritos no Internet Explorer,
JOSE vê apenas os endereços salvos por ele e não vê os endereços
c) será removido da pasta em que estava e será copiado para a salvos por JOAO;
segunda pasta aberta, passando a fazer parte apenas desta segunda e) os endereços favoritos não são salvos de uma sessão para
pasta; outra, ficando disponíveis apenas enquanto o computador não for
d) será copiado da pasta em que estava para a segunda pasta reinicializado.
aberta, passando a fazer parte das duas pastas;
e) terá sua extensão modificada para “.cpy” 19. Normalmente em uma empresa é comum que uma
mensagem eletrônica seja enviada para um grupo de destinatários
15. Assinale entre as alternativas abaixo, aquela que mostra de forma que um não possa ver quais os outros que receberam
o significado do “.gov” (sem as aspas) de um site como, por a mensagem. Utilizando o Microsoft Outlook Express 6, pode-se
exemplo, www.inp.gov.br: realizar essa operação:

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

INFORMÁTICA

a) adicionando esse grupo de usuários ao campo “Cc:” da ———————————————————————————


mensagem;
b) adicionando esse grupo de usuários ao campo “Cco:” da ———————————————————————————
mensagem;
c) adicionando esse grupo de usuários ao campo “Para:”da ———————————————————————————
mensagem; ———————————————————————————
d) incluindo esses usuários em um grupo local sem privilégios
de leitura no disco do servidor e enviando a mensagem para esse ———————————————————————————
grupo;
e) essa operação não pode ser realizada no Outlook Express 6, ———————————————————————————
apenas em outras versões do Office.
———————————————————————————
20. Ao enviar uma nova mensagem eletrônica usando o
Microsoft Outlook Express 6, um dos campos que o usuário deve ———————————————————————————
preencher é o campo “Assunto”. Com relação a esse campo, pode-
———————————————————————————
se afirmar que:
a) é sempre de preenchimento obrigatório; ———————————————————————————
b) não é de preenchimento obrigatório caso a mensagem seja
enviada para o correio interno da empresa, mas é de preenchimento ———————————————————————————
obrigatório caso seja enviada para um endereço externo;
c) não é de preenchimento obrigatório caso a mensagem seja ———————————————————————————
enviada para um endereço externo, mas é de preenchimento obrigatório
caso seja enviada para o correio interno da empresa; ———————————————————————————
d) não é de preenchimento obrigatório;
e) não está disponível no Microsoft Outlook Express 6. ———————————————————————————

———————————————————————————
RESPOSTAS
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1-A 11 - C
2-B 12 - B ———————————————————————————
3-A 13 - A
———————————————————————————
4-E 14 - D
5-B 15 - B ———————————————————————————

6-C 16 - D ———————————————————————————
7-D 17 – D
———————————————————————————
8-D 18 – D
9-E 19 – B ———————————————————————————
10 - B 20 – D
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ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Esses destaques trouxeram amplos benefícios ao sistema


financeiro do país, à medida que deu maior consistência ao
ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO
processo de intermediação.
NACIONAL: CONSELHO MONETÁRIO
A terceira fase que se estendeu de 1945 a 1964, caracterizou-se
NACIONAL; BANCO CENTRAL DO BRAS- como fase de transição entre a estrutura simples de intermediação
IL; COMISSÃO DE VALORES financeira da primeira metade do século e a complexa estrutura
MOBILIÁRIOS montada a partir das reformas institucionais de 1964-65. Nos anos
de transição as principais transformações no sistema financeiro
nacional foram:
Função Social dos Bancos -consolidação e penetração no espaço geográfico da rede de
intermediação financeira de curto e médio prazo;
Quem nos dias de hoje, ousaria imaginar o mundo sem as
- implantação de um órgão normativo, de assessoria, controle e
instituições financeiras. Afinal, não é por acaso que por menor que
fiscalização, o SUMOC -Superintendência da Moeda e do Crédito;
seja uma cidade, lá estará uma agência bancária, que entre outras
atribuições, estará apta a captar e aplicar recursos na região, ou -criação de uma instituição financeira central de fomento, o
seja, enquanto as casas comerciais compram e vendem produtos, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, BNDE;
as industrias transformam a matéria-prima nos mais diversificados - criação de instituições financeiras de apoio a regiões carentes;
produtos, o Banco tem por finalidade o comércio do dinheiro, - desenvolvimento espontâneo de Companhias de crédito,
funcionando na intermediação daqueles que possuem capital para financiamento e investimento de médio e longo prazos.
aplicar com aqueles que necessitam do capital para ampliar/manter
suas atividades. A última fase da evolução da intermediação financeira no
Brasil iniciou-se em 1964-65, com a promulgação de três leis
Os Bancos estão cada vez mais sofisticados, oferecendo uma
que introduziram profundas alterações na estrutura do sistema
gama considerável de prestação de serviços, que vão além dos acima
financeiro nacional:
citados até a recolhimento de tributos, seguros, cobrança de títulos,
cartões de credito, leasing etc. Lei n°- 4.380 - 21/08/64: instituiu a correção monetária
Prestando serviços ao setor público e ao privado, como nos contratos imobiliários de interesse social, criou o Banco
agente regulador do mercado financeiro, como intermediário na Nacional de Habitação e institucionalizou o Sistema Financeiro
movimentação dos valores, empregando milhares de funcionários de Habitação;
especializados, os Bancos penetram intimamente no cenário Lei n°- 4.595 - 31/12/64: definiu as características e as áreas
econômico-financeiro-social do País. específicas de atuação das instituições financeiras e transformação
Com a queda acentuada de suas receitas, oriundas da inflação, do SUMOC e seu Conselho em Banco Central do Brasil e Conselho
com a implantação do Real, os Bancos que desde o Plano Cruzado Monetário Nacional, respectivamente;
já possuíam uma receita relativa com a cobrança de tarifas na Lei n° 4.728 -14/07/65: disciplinou o mercado de capitais e
prestação de serviços, foram levados a reajustar as existentes, estabeleceu medidas para seu desenvolvimento.
cancelando convênios que deixaram de ser rentáveis, e buscaram
A partir desses três institutos legais, o sistema financeiro
alternativas de minimizar custos, entre elas a informatização de seus
brasileiro passou a contar com maior e mais diversificado
serviços, buscando conquistar junto a sua clientela a credibilidade
número de intermediários financeiros não bancários, com áreas
nos instrumentos tecnológicos colocados a sua disposição.
específicas e bem determinadas de atuação. Ao mesmo tempo,
ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL foi significativamente ampliada a pauta de ativos financeiros,
O Sistema Financeiro Nacional conforme apresentado por abrindo-se um novo leque de opções para aplicação de poupanças
Lopes & Rossetti é caracterizado por quatro fases distintas: e criando-se, decorrentemente, condições mais efetivas para a
O Sistema Financeiro Nacional em sua primeira fase ativação do processo de intermediação.
caracterizou-se pela intermediação financeira na sua forma mais A quarta fase iniciou-se pela implementação dessas reformas até
simples através de atividades relacionadas ao setor cafeeiro e a os dias atuais. Além daquelas instituições citadas, foi incorporado ao
implantação de projetos no setor de infra-estrutura. quadro do sistema a Comissão de Valores Mobiliários, criada pela
A partir da segunda fase caracterizada pelo período das Lei n° 6.385, de 7/12/76.
Guerras e da Depressão, que se estendeu de 1914 a 1945, houve Após o período de 1968 a 1973, o país passou a conviver
uma série de processos de considerável importância no quadro com uma conjuntura internacional adversa (choque do petróleo de
geral da intermediação financeira no Brasil, com destaque aos 73 e 79 e a crise da dívida externa de 82) e conturbada a nível
seguintes: interno (redemocratização e inflação). Influenciado também por
- expansão do sistema de intermediação financeira de curto e esses acontecimentos, surgiu por parte dos agentes econômicos a
médio prazo; necessidade de se protegerem quanto as oscilações adversas a que
- disciplina, integração e ampliação das margens de segurança, estão sujeitos, tanto a fatos e políticas interna, quanto externa.
face à criação da Inspetoria Geral dos Bancos (1920), instalação A transformação que vem passando a intermediação financeira
da Câmara de Compensação (1921) e a implantação da Carteira de nos últimos anos é motivada pelo desenvolvimento da economia,
Redescontos do Banco do Brasil (1921); refletindo em processos de fusões e incorporações, resultando em
- estudos para criação de um Banco Central no país. aumento de competitividade.

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BANCO DO BRASIL 01/2011

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Diante disso a atividade de intermediação financeira, além - recuperação e fertilização do solo;


de minimizar a incerteza e os riscos a níveis compatíveis com as - reflorestamento;
exigências de maximização dos ganhos, terá que proporcionar
cada vez mais segurança e agilidade no julgamento e previsão de - combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;
melhores retornos. - eletrificação rural;
- mecanização; - irrigação;
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - investimentos indispensáveis às atividades agropecuárias;
O Sistema Financeiro Nacional, é constituído: - determinar a percentagem máxima dos recursos que as
- do Conselho Monetário Nacional; instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou
- do Banco Central do Brasil; grupo de empresas;
- do Banco do Brasil S.A.; - estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes,
- do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e imobilizações e outras relações patrimoniais, a serem observadas
Social; pelas instituições financeiras;
- das demais instituições financeiras públicas e privadas. - expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem
observadas pelas instituições financeiras;
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL - delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos, o
A política do Conselho Monetário Nacional objetiva: capital mínimo das instituições financeiras privadas, levando
- adaptar o volume dos meios de pagamento às reais em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e
necessidades da economia nacional e seu processo de agências ou filiais;
desenvolvimento; - estabelecer para as instituições financeiras públicas a
- regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou dedução dos depósitos de pessoas jurídicas de direito público que
corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem lhes detenham o controle acionário, bem como das respectivas
interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios autarquias e sociedades de economia mista.
oriundos de fenômenos conjunturais; - regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as
- regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço operações de redesconto e de empréstimo, efetuadas com quaisquer
de pagamentos do País, tendo em vista a melhor utilização dos instituições financeiras públicas e privadas de natureza bancária;
recursos em moeda estrangeira;
- outorgar ao Banco Central do Brasil o monopólio das
- orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, operações de câmbio quando ocorrer grave desequilíbrio no
quer públicas, quer privadas, tendo em vista propiciar, nas diferentes balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a
regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico iminência de tal situação;
da economia nacional;
- propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos - estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central
instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema do Brasil em suas transações com títulos públicos e de entidades
de pagamentos e de mobilização de recursos; de que participe o Estado;
- zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; - autorizar o Banco Central do Brasil e as instituições
- coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, financeiras públicas federais a efetuar a subscrição, compra e
fiscal e da dívida pública, interna e externa. venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade
das sociedades de economia mista e empresas do Estado;
Compete ao Conselho Monetário Nacional:
- autorizar a emissão de papel moeda - disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos
corretores de fundos públicos;
- aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco
Central do Brasil, por meio dos quais se estimarão as necessidades - estatuir normas para as operações das instituições financeiras
globais de moeda e crédito; públicas, para preservar sua solidez e adequar seu funcionamento
- fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto aos objetivos desta Lei;
à compra e venda de ouro e quaisquer operações em direitos especiais - baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive
de saque e em moeda estrangeira; swaps, fixando limites, taxas, prazos e outras condições.
- disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as
operações creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites, BANCO CENTRAL DO BRASIL
avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições
financeiras; Órgão executivo central do sistema financeiro, com
responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que
- regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos
regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo
que exercerem atividades subordinadas a esta Lei, bem como a
aplicação das penalidades previstas; CMN.
- limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos, Através do BC o Estado intervém diretamente no sistema
comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações financeiro e, indiretamente, na economia. Principais atribuições:
e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo * emitir moeda de acordo com condições do CMN;
Banco Central do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos * executar os serviços do meio circulante;
financiamentos que se destinem a promover: * receber os recolhimentos compulsórios dos bancos;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

* realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições O Conselho tem ainda como finalidade julgar os recursos de
financeiras; ofício interpostos pelos órgãos de primeira instância, das decisões
* regular a compensação de cheques e outros papéis; que concluírem pela não aplicação das penalidades previstas no
* efetuar política monetária através da compra e venda de item anterior.
títulos federais;
* exercer o controle de crédito;
* fiscalizar as instituições financeiras; Estrutura
* autorizar o funcionamento e operacionalidade das O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional é
instituições; constituído por oito Conselheiros, possuidores de conhecimentos
* controlar o fluxo de capitais estrangeiros. especializados em assuntos relativos aos mercados financeiro, de
câmbio, de capitais, e de crédito rural e industrial, observada a
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM seguinte composição:
Órgão normativo do sistema financeiro, voltado para o I - um representante do Ministério da Fazenda;
desenvolvimento, disciplina e fiscalização do mercado de valores
mobiliários, basicamente o mercado de ações e debêntures. II - um representante do Banco Central do Brasil (Bacen);
Principais objetivos: III - um representante da Secretaria de Comércio Exterior
* estimular a aplicação de poupança no mercado acionário; (MIDIC);
* assegurar o funcionamento às bolsas de valores e instituições IV - um representante da Comissão de Valores Mobiliários
auxiliares; (CVM);
* proteger os titulares de valores mobiliários contra V - quatro representantes das entidades de classe dos mercados
irregularidades; afins, por estas indicados em lista tríplice.
* fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação
de títulos emitidos; As entidades de classe que integram o CRSFN são as seguintes:
Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas), Anbid
* fortalecimento do Mercado de Ações.
(Associação Nacional dos Bancos de Investimento), CNBV
(Comissão de Bolsas de Valores), Febraban (Federação Brasileira
das Associações de Bancos), Abel (Associação Brasileira das
CONSELHO DE RECURSOS DO Empresas de Leasing), Adeval (Associação das Empresas
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Distribuidoras de Valores), AEB (Associação de Comércio Exterior
do Brasil), sendo que os representantes das quatro primeiras
entidades têm assento no Conselho como membros-titulares e os
demais, como suplentes.
Histórico
Tanto os Conselheiros Titulares, como os seus respectivos
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional suplentes, são nomeados pelo Ministro da Fazenda, com mandatos
- CRSFN foi criado pelo Decreto n° 91.152, de 15/03/85. de dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez.
Transferiu-se do Conselho Monetário Nacional - CMN para o Fazem ainda parte do Conselho de Recursos dois Procuradores
CRSFN a competência para julgar, em segunda e última instância da Fazenda Nacional, designados pelo Procurador-Geral da Fazenda
administrativa, os recursos interpostos das decisões relativas à Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância da legislação
aplicação das penalidades administrativas referidas nos itens aplicável, e um Secretário-Executivo, nomeado pelo Ministério da
I a IV do art. 1 ° do referido Decreto. Permanece com o CMN a Fazenda, responsável pela execução e coordenação dos trabalhos
competência residual para julgar os demais casos ali previstos, por administrativos. Para tanto, o Banco Central do Brasil, a Comissão de
força do disposto no artigo 44, § 5°, da Lei 4.595/64. Valores Mobiliários e a Secretaria de Comércio Exterior proporcionam
Com o advento da Lei n° 9.069, de 29/06/95, mais especificamente o respectivo apoio técnico e administrativo.
em razão do seu artigo 81 e parágrafo único, ampliou-se a competência
O representante do Ministério da Fazenda é o presidente
do CRSFN, que recebeu igualmente do CMN a responsabilidade de
do Conselho e o vice presidente é o representante designado
julgar os recursos interpostos contra as decisões do Banco Central do
pelo Ministério da Fazenda dentre os quatro representantes das
Brasil relativas a aplicação de penalidades por infração à legislação
cambial, de capitais estrangeiros, de crédito rural e industrial. entidades de classe que integram o Conselho.
O CRSFN tem o seu Regimento Interno aprovado pelo
Decreto n° 1.935, de 20/06/96, com a nova redação dada pelo AGENTES ESPECIAIS BANCO DO BRASIL
Decreto n° 2.277, de 17/07/97, dispondo sobre as competências, Até 1986 o Banco do Brasil atuou como co-responsável
prazos e demais atos processuais vinculados às suas atividades. pela emissão de moeda, através do ajustamento das contas das
autoridades monetárias e do Tesouro Nacional.
Atribuições Atualmente atua como banco comercial sendo agente
São atribuições do Conselho de Recursos: julgar em segunda financeiro do Governo Federal. Principais atribuições:
e última instância administrativa os recursos interpostos das
decisões relativas às penalidades administrativas aplicadas pelo * principal executor da política de crédito rural e industrial;
Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários * responsável pelo Departamento de Comércio Exterior
e pela Secretaria de Comércio Exterior; nas infrações previstas na (Decex);
legislação. * Câmara de Compensação de cheques e outros papéis;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

* executar os serviços ligados ao orçamento geral da União; Suas atividades assemelham-se às dos Bancos comerciais, no
* executar o serviço da dívida pública consolidada; que diz respeito a captação de depósito a vista e prestação de serviços,
porém as operações de empréstimos destinam-se apenas às pessoas
* adquirir os estoques de produção exportável;
físicas. Operam no crédito direto ao consumidor, financiando bens
* executar a política de preços mínimos de produtos de consumo duráveis, emprestar sob garantia de penhor industrial
agropecuários. e caução de títulos, além de possuir monopólio de operações sob
penhor de bens pessoais, e sob consignação.
BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO Tem ainda a competência para a venda de bilhetes de loteria,
ECONÔMICO E SOCIAL cujo o produto da administração é uma fonte valiosa de recursos
para sua gestão.
É a instituição responsável pela política de investimentos de
longo prazo do Governo Federal, sendo a principal instituição A captação de poupança, que é privativo das instituições
ligadas ao SFH, é sem dúvida sua grande fonte de recursos.
financeira de fomento do País.
Sua mais nova atuação está voltada para a centralização do
Principais objetivos: recolhimento e a posterior aplicação de todos os recursos oriundos
* impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País; do FGTS.
* fortalecer o setor empresarial nacional; As Caixas Econômicas são instituições de cunho
eminentemente social, sendo suas operações de crédito e
* criar novos pólos de produção regionais;
financiamento voltada para as áreas de assistência social, saúde,
* promover o desenvolvimento agrícola, industrial e de educação etc.
serviços; Atualmente só existem duas Caixas Econômicas, a Federal
* promover o crescimento e a diversificação das exportações; (resultado da unificação de 23 Caixas Econômicas Federais, pelo
DL 759 de 12/08/69) e a Caixa Econômica Estadual do Rio Grande
* gerir o processo de privatização das empresas estatais.
do Sul.

Cooperativas de crédito
BANCOS COMERCIAIS; CAIXAS As cooperativas de crédito são instituições financeiras,
ECONÔMICAS; sociedade de pessoas, homologadas pelo Banco Central do
Brasil, sem fins lucrativos e não sujeitas a falência (Lei 5.764/71
COOPERATIVAS DE CRÉDITO; BANCOS e 4.595/64), cuja regulamentação é disciplinada pela Resolução
COMERCIAIS COOPERATIVOS; BANCOS 2.771 de 30/08/2000.
DE INVESTIMENTO; BANCOS DE DESEN- O funcionamento de cooperativas de crédito depende de
VOLVIMENTO prévia autorização do Banco Central do Brasil, concedida sem
ônus e por prazo indeterminado.
As cooperativas de crédito podem praticar as seguintes
operações: I - captação de recursos:
Bancos Comerciais
a) de associados, oriundos de depósitos a vista e depósitos a
São sociedades cujo objetivo consiste na intromissão entre os prazo sem emissão de certificado; b) de instituições financeiras,
que dispõem de capital e os que precisam obtê-lo, isto é, receber nacionais ou estrangeiras, na forma de empréstimos, repasses,
e concentrar capitais para distribuí-los através de operações de refinanciamentos e outras modalidades de operações de crédito;
crédito, ou seja, seu objetivo principal é o suprimento oportuno e
c) de qualquer entidade, na forma de doações, de empréstimos
adequado de recursos necessários para financiar, a curto e médio ou repasses, em caráter eventual, isentos de remuneração ou a
prazo, pessoas físicas ou jurídicas, com recursos captados no taxas favorecidas;
mercado.
II - concessão de créditos, exclusivamente a seus associados,
Para atingir seus objetivos os Bancos comerciais podem, incluídos os membros de órgãos estatutários, nas modalidades
segundo o Manual de Normas e instruções do Bacen: de: a) desconto de títulos; b) operações de empréstimo e de
* captação a vista e a prazo; financiamento; c) crédito rural;
* cobrança de títulos; d) repasses de recursos oriundos de órgãos oficiais e
* arrecadação de tributos e tarifas públicas; instituições financeiras; III - aplicações de recursos no mercado
* descontar títulos; financeiro, inclusive depósitos a prazo, com ou sem emissão de
* realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta certificado, observadas eventuais restrições legais e regulamentares
corrente; específicas de cada aplicação;
* realizar operações especiais (crédito rural, resolução 63, etc) IV - prestação de serviços: a) de cobrança, de custódia, de
correspondente no País, de recebimentos e pagamentos por conta
de terceiros e sob convênio com instituições públicas e privadas,
Caixas Econômicas nos termos da regulamentação aplicável às demais instituições
Integrando simultaneamente o Sistema Brasileiro de Poupança financeiras; b) a outras instituições financeiras, mediante convênio,
e Empréstimo e o Sistema Financeiro de Habitação, junto com os para recebimento e pagamento de recursos coletados com vistas a
Bancos comerciais, foram as primeiras instituições do Sistema aplicação em depósitos, fundos e outras operações disponibilizadas
Financeiro Nacional. pela instituição conveniente;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

V - formalização de convênios com outras instituições Os Bancos estaduais de desenvolvimento são instituições
financeiras com vistas a: a) obter acesso indireto à conta Reservas financeiras controladas pelos estados com a finalidade de fornecer
Bancárias, na forma da regulamentação em vigor; b) participar do financiamentos de médio e longo prazo às empresas dos respectivos
Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis (SCCOP); estados, geralmente com repasses de órgão financeiros do Governo
c) realizar outros serviços complementares às atividades fins da Federal
cooperativa; VI - outros tipos previstos na regulamentação em
vigor ou autorizados pelo Banco Central do Brasil.
Bancos Comerciais Cooperativos
Os Bancos Cooperativos são bancos comerciais que SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINAN-
diferenciam-se dos demais por terem como acionistas, CIAMENTO E INVESTIMENTO; SOCIE-
exclusivamente, as Cooperativas de Crédito. Sua atuação é DADES DE ARRENDAMENTO MERCAN-
restrita às unidades da federação onde estão situadas as sedes das
TIL; SOCIEDADES CORRETORAS DE
Cooperativas Controladoras.
As cooperativas, os bancos e outras instituições financeiras TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS;
têm algumas coisas em comum, tais como: todas dependem da SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TÍ-
autorização do banco central para funcionar, tanto a cooperativa TULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
como as demais instituições financeiras emprestam dinheiro. Mas,
a principal diferença da cooperativa está justamente na maneira
de fazer empréstimo, pois como ela não tem fins lucrativos, pode
cobrar juros abaixo dos de mercado, e não tem as burocracias do
Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento
mesmo ( Saldo médio e outros mais).
Vantagens de uma cooperativa: Sua finalidade é o financiamento de bens de consumo duráveis
Benefícios sociais e educativos; através do crédito direto ao consumidor. Assim como os Bancos de
Liberdade de escolha (compras a vista); investimento não podem manter contas correntes, e sua fonte de
Crédito rápido; -Seguros (diversos); -Contas correntes; recursos são as letras de câmbio e títulos de crédito emitidos pelos
-Aplicações financeiras com taxas superiores; financiados e aceitos pelas financeiras.
Cobertura de emergência; -Tranquilidade de saber que é um Por tratar-se de operação de alto risco, suas operações
órgão administrado pelos próprios associados. passivas não podem ultrapassar 12 vezes o montante do seu
Banco de Investimento capital realizado, mais as reservas, sendo também limitada à sua
Criados com a finalidade de prover o mercado de recursos responsabilidade direta por clientes.
de médio e longo prazo, para suprimento de capital de giro e
investimento. Seu objetivo é aumentar o prazo das operações e
Sociedade de Arrendamento Mercantil
financiamentos, dando fôlego financeiro às empresas para que elas
possam reestruturar-se econômica e financeiramente. Operam com operações de “leasing”. Tratam-se de locação de
Não podem manter contas correntes. As aplicações tem origem bens de forma que, no final do contrato, o locatário pode renovar
em CDB e RDB captados, através de repasses de recursos internos o contrato, adquirir o bem por um valor residencial ou devolver o
e externos a pela venda de cotas de fundos de investimentos por bem locado à sociedade. Atualmente, tem sido comum operações
eles administrados. de leasing em que o valor residual é pago de forma diluída ao
longo do período contratual ou de forma antecipada, no início
Grande parte das operações dos Bancos de investimento, do período. As Sociedades de Arrendamento Mercantil captam
estão voltadas para as empresas privadas, havendo limites para recursos através da emissão de debêntures, com características de
apoiar empresas e órgãos públicos. longo prazo.
Os financiamentos ao capital fixo são precedidos de
Às sociedades de arrendamento mercantil é facultada a
cuidadosas avaliações do projeto, não podendo destinar recursos
captação de recursos no exterior para livre aplicação no mercado
a empreendimentos imobiliários.
doméstico, observados os respectivos campos operacionais.
Operações ativas praticadas pelos Bancos de investimento:
Em se tratando de instituições financeiras, a faculdade inclui
* empréstimo a prazo mínimo de um ano para financiamento
a realização de operações de repasse a pessoas físicas ou jurídicas
de capital de giro e/ou capital fixo;
não-financeiras.
* aquisição de ações e outros títulos para investimento ou
revenda no mercado de capitais (operações de underwriting); Às sociedades de arrendamento mercantil é facultada a
* repasses de recursos de origem interna ou externa; realização de repasse interfinanceiro de recursos captados no
* prestação de garantia de empréstimo no pais ou proveniente exterior a outras instituições e sociedades da espécie.
do exterior.
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários
Banco de Desenvolvimento São instituições típicas do mercado financeiro e do mercado
O BNDES é o principal agente do Governo para financiamento acionário, operando com compra, venda e distribuição de títulos e
de médio e longo prazo aos setores primário, secundário e terciário. valores mobiliários (inclusive ouro) por conta de terceiros.
O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco da Amazônia Sua constituição depende de autorização do Bacen e o exercício
(BASA) são instituições de fomento de âmbito regional. de sua atividade depende de autorização da CVM.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

As corretoras atuam na bolsa de valores e de mercadorias, TRADING POST:


efetuando lançamento público de ações, administrando carteira e . Negócios são realizados durante todo o período do pregão;
custodiando valores mobiliários. . Títulos são agrupados em postos de negociações segundo
Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários ramos afins de atividades econômicas, e homogeneidade quanto
Suas atividades são mais restritas de que a das corretoras, uma aos volumes de transação;
vez que não podem operar nas bolsas de mercadorias e de valores . Sistema consagrado nas maiores Bolsas do País e estrangeiras,
São atividades básicas das distribuidoras: por permitir efetuar grandes volumes de negócios.
* subscrição isolada ou em consórcio de emissão de títulos e
valores mobiliários; PROCESSOS DE NEGOCIAÇÃO
* intermediação da colocação de emissões de capital no
mercado; - operações no mercado aberto, desde que satisfaça as NEGOCIAÇÃO DIRETA: O mesmo operador é
exigências do Bacen. simultaneamente comprador e vendedor: comprador para um dos
* administrar clubes de investimentos clientes de sua corretora e vendedor para outro.
NEGOCIAÇÃO COMUM: Realiza-se entre dois
representantes. Apregoação de viva voz menciona intenção de
comprar e vender o título, características, quantidade e preço
BOLSAS DE VALORES; BOLSAS DE unitário.
MERCADORIAS E DE FUTUROS; SIS- NEGOCIAÇÃO POR OFERTA: Realizada entre dois
TEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E operadores, sendo um deles representado pelo posto de negociação
CUSTÓDIA (SELIC); CENTRAL DE LIQ- que recebeu sua oferta.
NEGOCIAÇÃO POR LEILÃO: Semelhante à negociação
UIDAÇÃO FINANCEIRA E DE CUSTÓDIA direta. Ao ocorrer a apregoação de compra e venda de grande
DE TÍTULOS (CETIP) quantidade, representante da Bolsa interfere colocando em leilão.

O TELEPREGÃO CATS (COMPUTER ASSISTED


BOLSAS DE VALORES DEFINIÇÃO: TRADING SYST&M) CARACTERÍSTICAS:
São associações civis, sem fins lucrativos. Seu patrimônio é . Operado pela Bolsa de Valores de São Paulo; . É uma
representado por títulos que pertencem às sociedades corretoras versão atualizada do sistema desenvolvido pela Bolsa de Valores
membros. Possuem autonomia financeira, patrimonial e de Toronto, no Canadá; . O sistema reproduz em terminal de
administrativa, mas estão sujeitas à supervisão da CVM - computador os registros de ofertas de compra e venda de ações
Comissão de Valores Mobiliários e obedecem às diretrizes e e os fechamentos de negócios; . Confirmação de fechamento on
políticas emanadas do CMN - Conselho Monetário Nacional. line; . Pode ser acionado por sociedades corretoras em qualquer
local do país, em tempo real, no mesmo horário de funcionamento
OBJETIVO: do pregão; . Oferece um sistema de informações de mercado e
Fornecem o ambiente para negociação de títulos em sistema instrumentos de análise de investimentos.
de apregoação, com intermediação privativa dos corretores de
valores associados. Promovem ampla e imediata divulgação dos SENN (A NEGOCIAÇÃO NACIONAL)
negócios realizados e tem poder para interferir nesses negócios,
CARACTERÍSTICAS:
visando a clareza e amplo acesso dos participantes. Detém poder
Sistema Eletrônico de Negociação Nacional, administrado
regulatório bastante eficiente.
pela CNBV (Comissão Nacional de
O PREGÃO CARACTERÍSTICAS: Bolsas de Valores) e operacionalizado pela Bolsa de Valores
. Local de realização de negócios de compra e venda de títulos, do Rio de Janeiro; . Utiliza terminais de vídeo conectados ao
principalmente ações, em mercado livre e aberto; Sistema de Processamento de Dados da Bolsa do Rio Permite
É o principal recinto de uma Bolsa de Valores, onde se realiza negociação de ações no mercado à vista;
todo processo operacional; Onde se efetuam milhares de negócios ..Operações são processadas e fechadas automaticamente;
em um só dia, de forma segura, ágil e livre; Encontram-se os fluxos . As corretoras registram no sistema sua intenção de compra
de oferta e procura do mercado de ações; ou venda de determinada ação; a qual é difundida nos terminais,
. Funciona de forma transparente; tornando-se conhecido de todo o mercado; . Os negócios realizados
. Sistema de informações instantâneas; no SENN interferem nos preços do pregão de viva voz, e vice-
. Sistemas interligados (pregão de uma Bolsa aos pregões versa.
das demais Bolsas do País, às sociedades corretoras dos diversos
Estados, a bancos de investimento e investidores individuais. BOLSA DE MERCADORIAS & FUTUROS - BM&F
São associações exatamente como as Bolsas de Valores,
A NEGOCIAÇÃO NO PREGÃO porém em vez de negociar ações, as Bolsas de Mercadorias e
O pregão pode ser organizado segundo os sistemas de Futuros negociam somente ativos no mercado futuro (para entrega
negociação existentes: Call System, Trading Post ou Pregão em determinada data), com exceção do ouro, que tem cotação à
Contínuo e pregões eletrônicos. vista.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

A Bolsa de Mercadorias e Futuros - BM&F de São Paulo é * abertura de crédito a favor de empresários que promovam
uma das maiores Bolsas de Futuros do mundo. Nela, atuam as projetos de construção de habitações para venda a prazo;
corretoras de mercadorias (ou commodities), que negociam ouro, * abertura de crédito para a compra ou construção de casa
índice Bovespa futuro, dólar comercial futuro, DI futuro (índice própria com liquidação a prazo de crédito utilizado;
de taxa de juros), açúcar, boi gordo, bezerro, café, soja e algodão. -desconto, mediante cessão de direitos de receber a prazo o
preço da construção ou venda de habitações;
SELIC E CETIP - outras modalidades de operações autorizadas pelo Banco
As aplicações bancárias não são iguais. Variam de acordo com Nacional da Habitação.
o tipo de papel que as lastreiam e onde esse título está custodiado, Cada sociedade de crédito imobiliário somente poderá operar
ou seja, fisicamente guardado. Quanto ao lastro, temos papéis com imóveis situados na área geográfica para a qual for autorizada
privados: Certificado de Depósito Bancário (CDB), Letras de a funcionar.
Câmbio (LC), por exemplo; e públicos: Letras do Tesouro Nacional
(LTN), Letras Financeiras do Tesouro (LFT), entre outros. As sociedades de crédito imobiliário não poderão operar em
compra e venda ou construção de imóveis, salvo para liquidação
Essas modalidades podem ser custodiadas de duas formas: de bens que tenham recebido em pagamento dos seus créditos ou
1 - SELIC; no caso dos imóveis necessários à instalação de seus serviços.
2 - CETIP.
Nas suas operações as sociedades de crédito imobiliário
Se custodiado no SELIC (Sistema Especial de Liquidação observarão as normas expedidas pelo Banco Nacional da
e Custódia), o papel adquirido pelo aplicador é necessariamente Habitação, com relação dos limites do valor unitário, prazo,
um título público e deverá ser registrado em seu nome nos condições de pagamento, juros, garantias, seguro, ágios e deságios
computadores do Banco Central (o chamado SELIC I), ou em na colocação de letras imobiliárias e diversificação de aplicações.
nome da instituição que intermediou a operação (SELIC II).
No primeiro caso, a garantia é total. Mesmo que ocorra algum Associações de Poupança e Empréstimo
problema com a instituição intermediária, os recursos aplicados São sociedades civis onde os associados têm direito à
não poderão ser transferidos para a instituição. Já o SELIC II não participação nos resultados. A captação de recursos ocorre
oferece essa garantia. O CETIP (Central de Custódia e Liquidação através de caderneta de poupança e seu objetivo é principalmente
Financeira de Títulos) é uma sociedade civil sem fins lucrativos, financiamento imobiliário. Dentro das normas gerais que forem
criada em 1986 para preencher a lacuna de um sistema eletrônico
estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, poderão ser
de custódia e liquidação financeira no mercado de títulos privados.
autorizadas a funcionar, associações de poupança e empréstimo,
Ao contrário do SELIC, que surgiu há cerca de vinte anos, a que se constituirão obrigatoriamente sob a forma de sociedades
CETIP não é administrada diretamente pela Associação Nacional civis, de âmbito regional restrito, tendo por objetivos fundamentais:
das Instituições de Mercado Aberto (ANDIMA), apesar de estar - propiciar ou facilitar a aquisição de casa própria aos
intimamente ligada a ela. Funciona de forma similar ao SELIC, só associados;
que apenas com títulos privados. Nesta operação, os títulos estão
- captar, incentivar e disseminar a poupança.
custodiados ou guardados em um grupo de instituições financeiras
reconhecidas pelo Banco Central. São características essenciais das associações de poupança e
Se houver algum problema com a instituição na qual o empréstimo:
investidor fez a aplicação, o Banco Central garantirá a entrega do - a formação de vínculo societário, para todos os efeitos
título. O investidor não perde. legais, através de depósitos em dinheiro efetuados por pessoas
Como você viu, o que para o aplicador era apenas uma simples físicas interessadas em delas participar;
operação bancária passou a ser algo diferente e um pouco mais -a distribuição aos associados, como dividendos, da totalidade
complicado. dos resultados líquidos operacionais, uma vez deduzidas as
importâncias destinadas à constituição dos fundos de reserva e de
emergência e a participação da administração nos resultados das
associações.
SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBIL-
É assegurado aos Associados:
IÁRIO; ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E
- retirar ou movimentar seus depósitos, observadas as
EMPRÉSTIMO condições regulamentares;
-tomar parte nas assembléias gerais, com plena autonomia
deliberativa, em todos os assuntos da competência delas;
Sociedades de Crédito Imobiliário - votar e ser votado.
Ao contrário das Caixas Econômicas, essas sociedades são Para o exercício de seus direitos societários, cada associado
voltadas ao público de maior renda. A captação ocorre através terá pelo menos um voto, qualquer que seja o volume de seus
de Letras Imobiliárias, depósitos de poupança e repasses da CEF. depósitos na Associação, e terá tantos votos quantas “Unidades-
Esses recursos são destinados, principalmente, ao financiamento Padrão de Capital do Banco Nacional da Habitação” se contenham
imobiliário diretos ou indiretos. no respectivo depósito.
As Associações de poupança e empréstimo são isentas de
As sociedades de crédito imobiliário somente poderão
imposto de renda; são também isentas de imposto de renda as
operar em financiamento para construção, venda ou aquisição de
correções monetárias que vierem a pagar a seus depositantes.
habitações mediante:

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Além da fiscalização e da intervenção no caso de mau


funcionamento de alguma das peças da engrenagem do
SISTEMA DE SEGUROS PRIVADOS E
mercado de seguros, a SUSEP autoriza a abertura de sociedades
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR seguradoras, entidades de previdência privada abertas ou empresas
de capitalização. Aprova ou não os planos de seguros que são
colocados no mercado e fiscaliza também os corretores de seguros.
O Sistema Nacional de Seguros Privados é constituído: Com a missão de garantir o bom funcionamento do sistema,
* do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) os cerca de 400 funcionários da SUSEP se subdividem em oito
* da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); departamentos regionais, que cobrem todo o País. A SUSEP, ao
* do Instituto de Resseguros do Brasil - (IRB); autorizar o funcionamento de uma empresa, verifica se ela tem
* das Sociedades Seguradoras autorizadas a operar em seguros as qualificações mínimas para operar no mercado e se os planos
privados; oferecidos atendem às normas legais.
* dos Corretores de Seguros habilitados.

Contrato de Seguro CONSELHO DE GESTÃO DA


A contratação de qualquer seguro só poderá ser feita mediante PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
proposta assinada pelo interessado, seu representante legal ou por
corretor registrado, exceto quando o seguro for contratado por
emissão de bilhete de seguro.
Conselho de Gestão da Previdência Complementar - CGPC é
O início de cobertura do risco constará da apólice e coincidirá órgão colegiado, normativo, de deliberação, controle e avaliação
com a aceitação da proposta. A emissão da apólice será feita até 15 da execução da política nacional das entidades fechadas de
dias da aceitação da proposta. previdência complementar, integrante da estrutura regimental do
Ministério da Previdência e Assistência Social.
O CGPC tem a seguinte estrutura:
CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS
1. Plenário (instância de deliberação configurada pela reunião
PRIVADOS ordinária ou extraordinária de seus membros, competindo-lhe
examinar e propôr soluções às matérias submetidas ao CGPC).
2. Secretaria-Executiva (executa as atividades técnico-
O órgão máximo, que estabelece as grandes diretrizes do setor administrativas e de assessoramento, prestando todo o apoio
de seguros, é o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), necessário ao cumprimento das finalidades do Conselho).
cujo presidente é o ministro da Fazenda e onde têm acento os
representantes de outros ministérios, além dos presidentes do IRB COMPETÊNCIAS a) estabelecer as normas gerais
e da SUSEP e de quatro integrantes do sistema privado, nomeados complementares à legislação e regulamentação aplicável
pelo presidente da República. às entidades fechadas de previdência complementar para
O CNSP é também o órgão que decide as pendências no implementação da política determinada pelo Ministro de Estado ao
campo de seguros em última instância, regulamenta os seguros qual está vinculado o órgão regulador e fiscalizador; b) determinar
obrigatórios e estabelece os limites das operações de seguros no padrões para instituição e operação dos planos de benefícios,
País. de modo a assegurar sua transparência, solvência, liquidez e
equilíbrio financeiro; c) normalizar novas modalidades de planos
Esse Conselho se reúne toda vez que for convocado pelo seu
de benefícios; d) estabelecer normas complementares para os
presidente.
institutos da portabilidade e do benefício proporcional diferido,
garantidos aos participantes; e) estabelecer normas especiais para a
organização de planos patrocinados por instituidores; f) determinar
a metodologia a ser empregada nas avaliações atuariais; g) fixar
SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRI- limite para as despesas administrativas dos planos de benefícios
VADOS e das entidades de previdência complementar; e h) estabelecer
regras para o número mínimo de participantes ou associados de
planos de benefícios;
Para que o sistema funcione como uma engrenagem bem
azeitada, um órgão fiscaliza todos seus componentes, de modo que COMPOSIÇÃO O Conselho é composto de 15 membros,
obedeçam às normas estabelecidas. Esse órgão é a Superintendência assim representados:
de Seguros Privados (SUSEP). Recentemente, afora sociedades I - Ministro de Estado da Previdência Social, que o presidirá;
corretoras e corretores de seguros, a Superintendência II - Secretário da Previdência Complementar;
administrava 18 massas liquidandas (o patrimônio das empresas
III - um representante da Secretaria da Previdência
de seguro, previdência privada aberta ou capitalização que foram
Complementar;
compulsoriamente fechadas), além de 7 outras entidades sob
regime de direção-fiscal. IV- um representante do Ministério da Fazenda;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

V- um representante do Ministério do Planejamento, V - fiscalizar as atividades das entidades fechadas de


Orçamento e Gestão; previdência privada, quanto ao cumprimento da legislação e
VI - um representante da Superintendência de Seguros normas em vigor e aplicar as penalidades cabíveis;
Privados - SUSEP; VI - proceder a liquidação das entidades fechadas de
VII - um representante do Banco Central do Brasil - BACEN; previdência privada que tiverem cassada a autorização de
funcionamento ou das que deixarem de ter condições para
VIII - um representante da Comissão de Valores Mobiliários
funcionar.
- CVM;
IX - um representante da Secretaria da Previdência Social;
X - um representante de entidades fechadas de previdência INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL
complementar;
XI - um representante dos participantes de entidades fechadas
de previdência complementar; O IRB é uma espécie de câmara de compensação do setor
XII - um representante das patrocinadoras de entidades de seguros. Quando uma seguradora ultrapassa suas capacidades
fechadas de previdência complementar; de garantia, o IRB absorve o excesso via resseguro. Caso as
quantias envolvidas ultrapassem a capacidade do próprio IRB, ele
XIII - um representante da Associação Brasileira das Entidades repassa a diferença a maior para as diversas empresas do mercado,
Fechadas de Previdência Privada ABRAPP; e pulverizando o risco, na operação que se chama de retrocessão. Se
XIV- um representante do Instituto Brasileiro de Atuária assim mesmo não for possível obter todo o montante necessário
- IBA, cujo mandato será exercido de forma alternada com um para a garantia, procura-se outras seguradoras no exterior.
representante da Associação Nacional dos Contabilistas das Há ocasiões em que o IRB sempre tem que ser solicitado. É
Entidades Fechadas de Previdência Privada - ANCEPP, iniciando- o caso de seguros de grandes valores. O seguro de aeronave, por
se pelo primeiro; e exemplo, e das plataformas de petróleo, que valem em torno de
350 milhões de dólares. O IRB é acionado e vai procurar cobertura
XV -um representante da Associação dos Fundos de Pensão no mercado segurador estrangeiro.
de Empresas Privadas - APEP. Cada representante referido nos
Para abarcar todo o mercado ressegurador brasileiro, o IRB
incisos III a XV tem um suplente.
emprega em torno de 600 funcionários concursados. Eles se
encarregam da análise e do controle de todas as operações de
grande vulto no País. Em outros países o resseguro é uma atividade
privada, mas no Brasil ainda é uma atribuição exclusiva do IRB,
SECRETARIA DE PREVIDÊNCIA COM- que tem uma composição mista: 50% de suas ações pertencem
PLEMENTAR ao INSS e 50% às sociedades seguradoras. Em função de ser o
operador único do resseguro, o IRB assumiu também funções
normativas no mercado, em termos de obrigatoriedade de consulta
Previdência complementar das seguradoras, de resseguro, co-seguro ou retrocessão.
É o sistema de complemento das aposentadorias recebidas Essa situação de única resseguradora brasileira deu ao
por trabalhadores tanto da iniciativa privada quanto do serviço IRB um volume de negócios que o coloca entre as 30 maiores
público, desde que eles tenham contribuído para esta modalidade resseguradoras do Mundo, com R$ 796 milhões em prêmios.
de previdência. No caso das entidades fechadas de previdência
complementar, os chamados fundos de pensão, a adesão só ocorre PRINCÍPIO DE NACIONALIZAÇÃO DO SEGURO
para aqueles que têm vínculo empregatício com a empresa que Com a promulgação da Constituição de 1937 (Estado Novo),
patrocina o fundo. Estas entidades são fiscalizadas pela Secretaria foi estabelecido o “Princípio de Nacionalização do Seguro”,
de Previdência Complementar, que faz parte da estrutura do já preconizado na Constituição de 1934. Em conseqüência,
Ministério da Previdência Social. foi promulgado o Decreto n° 5.901, de 20 de junho de 1940,
criando os seguros obrigatórios para comerciantes, industriais e
A Secretaria de Previdência Complementar - SPC, órgão do concessionários de serviços públicos, pessoas físicas ou jurídicas,
Ministério da Previdência Social, possui as seguintes atribuições: contra os riscos de
I - propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência incêndios e transportes (ferroviário, rodoviário, aéreo,
Complementar; marítimo, fluvial ou lacustre), nas condições estabelecidas no
II - harmonizar as atividades das entidades fechadas de mencionado regulamento.
previdência privada com as políticas de desenvolvimento social e
econômico-financeira do Governo; CRIAÇÃO DO INSTITUTO DE RESSEGUROS DO
III - supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades BRASIL- IRB
relacionadas com a previdência complementar fechada; Nesse mesmo período foi criado, em 1939, o Instituto de
Resseguros do Brasil (IRB), através do Decreto-lei n° 1.186, de 3 de
IV - analisar os pedidos de autorização para constituição,
abril de 1939. As sociedades seguradoras ficaram obrigadas, desde
funcionamento, fusão, incorporação, grupamento, transferência
então, a ressegurar no IRB as responsabilidades que excedessem
de controle e reforma dos estatutos das entidades fechadas de
sua capacidade de retenção própria, que, através da retrocessão,
previdência privada, submetendo parecer técnico ao Ministro de
passou a compartilhar o risco com as sociedades seguradoras em
Estado;
operação no Brasil. Com esta medida, o Governo Federal procurou

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

evitar que grande parte das divisas fosse consumida com a remessa, Têm a obrigação de constituir reservas técnicas e provisões.
para o exterior, de importâncias vultosas relativas a prêmios de Têm que aplicar as reservas técnicas segundo normas do
resseguros em companhias estrangeiras. Banco Central do Brasil.
É importante reconhecer o saldo positivo da atuação do IRB, -Devem publicar as demonstrações contábeis semestralmente,
propiciando a criação efetiva e a consolidação de um mercado auditadas por auditores independentes e publicadas no Diário Oficial
segurador nacional, ou seja, preponderantemente ocupado por e jornal de grande circulação;
empresas nacionais, sendo que as empresas com participação
estrangeira deixaram de se comportar como meras agências Para operar uma seguradora é preciso obter autorização junto
de captação de seguros para suas respectivas matrizes, sendo à SUSEP e observar principalmente o Capital Social mínimo para
induzidas a se organizar como empresas brasileiras, constituindo e uma seguradora operar nos seguros de ramos elementares, de vida
aplicando suas reservas no País. de planos de pecúlios e rendas de previdência privada aberta em
O IRB adotou, desde o início de suas operações, duas todas as regiões do País.
providências eficazes visando criar condições de competitividade
para o aparecimento e o desenvolvimento de seguradoras de capital
brasileiro: o estabelecimento de baixos limites de retenção e a SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃO
criação do chamado excedente único. Através da adoção de baixos
limites de retenção e do mecanismo do excedente único, empresas
pouco capitalizadas e menos instrumentadas tecnicamente -
como era o caso das empresas de capital nacional -passaram a ter As Sociedades de Capitalização formam um segmento de
condições de concorrer com as seguradoras estrangeiras, uma vez Mercado bastante particular, constituindo os produtos por elas
que tinham assegurada a automaticidade da cobertura de resseguro. comercializados, os títulos de capitalização, num misto de formação
de poupança e de premiação por sorteio.
Conceitualmente, a capitalização consiste numa simbiose
CRIAÇÃO DA SUSEP entre a poupança programada e o sorteio, funcionando este com o
Em 1966, através do Decreto-lei no 73, de 21 de novembro poder de antecipar a meta estabelecida para a poupança.
de 1966, foram reguladas todas as operações de seguros e Ao longo do tempo, novos produtos têm sido concebidos, onde
resseguros e instituído o Sistema Nacional de Seguros Privados, as 2 parcelas: poupança e sorteio, com características distintas,
constituído pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP);
atingem cada uma seus objetivos no contexto de cada plano.
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); Instituto de
Resseguros do Brasil (IRB); sociedades autorizadas a operar em Os planos de capitalização são formatados tecnicamente
seguros privados; e corretores habilitados. a prêmios mensais (PM) ou a prêmio único (PU), embora nada
O Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização - impeça que possam ser estruturados com periodicidades diversas.
DNSPC - foi substituído pela Superintendência de Seguros Privados É importante não confundir “prêmio”, que é o pagamento
- SUSEP - entidade autárquica, dotada de personalidade jurídica efetivado pelo comprador do título, com “prêmio de sorteio” que
de Direito Público, com autonomia administrativa e financeira, normalmente é denominado, simplesmente, por sorteio.
jurisdicionada ao Ministério da Indústria e do Comércio até 1979, Após o advento da estabilização econômica, tem se verificado
quando passou a estar vinculada ao Ministério da Fazenda. interesse crescente do segmento financeiro pelo Mercado das
Em 28 de fevereiro de 1967, o Decreto n° 22.456/33, que Sociedades de Capitalização.
regulamentava as operações das sociedades de capitalização, Recentemente, por iniciativa da SUSEP - Superintendência
foi revogado pelo Decreto-lei n° 261, passando a atividade de de Seguros Privados, que fiscaliza este Mercado, foi proposta às
capitalização a subordinar-se, também, a numerosos dispositivos Empresas operadoras dos títulos de capitalização a formatação de
do Decreto-lei n° 73/66. Adicionalmente, foi instituído o Sistema “produtos-padrão”, objetivando a simplificação e agilidade nos
Nacional de Capitalização, constituído pelo CNSP, SUSEP e pelas processos de aprovação das Notas Técnicas Atuariais e Condições
sociedades autorizadas a operar em capitalização. Gerais.

ENTIDADES ABERTAS E ENTIDADES


SOCIEDADES SEGURADORAS
FECHADAS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA

Temos hoje no Brasil cerca de 150 companhias de seguros


privados, previdência privada e capitalização. Uma vez agregadas PREVIDÊNCIA PRIVADA - A ALTERNATIVA
em grupos empresariais elas se reduzem a 90 e se regem pelas IMPRESCINDÍVEL
seguintes normas principais: Oficialmente implantada no país pela Lei 6435/77, a
Não podem explorar qualquer outro ramo de comércio ou Previdência Privada foi separada em 2 segmentos, a saber
consultoria. Podem operar em qualquer ramo de seguro mediante As ENTIDADES FECHADAS, também conhecidas por
autorização da SUSEP. “Fundos de Pensão”, pela semelhança aos “Pensions Funds
Não podem reter responsabilidades cujo valor ultrapasse seus americanos”, que são constituídas no âmbito das empresas,
limites técnicos; exclusivamente na forma de entidades sem fins lucrativos e têm
Fornecer dados e informações relacionadas a quaisquer como característica básica a obrigatoriedade da contribuição do
aspectos de sua atividade; empregador, podendo o empregado contribuir ou não.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

As ENTIDADES ABERTAS, que podem ser constituídas * para o Governo -é a certeza de carrear poupança estável e
nas formas de entidades sem fins lucrativos (muito comum antes de longo prazo, que inevitavelmente dinamizará a economia do
do advento da Lei - os chamados “Montepios”) e entidades com país, sendo uma das poucas alternativas de atividade econômica
finalidade lucrativa, ligadas geralmente ao mercado financeiro, que poderá gerar benefícios para todos, mediante significativo e
tendo Bancos e Seguradoras como acionistas majoritários. Neste rápido incremento da sua participação no Produto Interno Bruto.
caso, os planos são vendidos ao público em geral, sendo que
quando comercializados no âmbito de uma empresa para seus
empregados, podem ou não ter a contribuição do empregador. CORRETORAS DE SEGUROS
A Previdência Privada, embora só regulamentada na década
de 70, vem de longa data, sendo de se ressaltar iniciativas pioneiras
como o Mongeral de 1835 e a PREVI -Fundação Previdenciária
Empresas que oferecem serviços de intermediação na
dos Funcionários do Banco do Brasil, que data do início do século,
contratação de seguros, entre a empresa seguradora e o interessado
apenas para citar exemplos de Entidades ainda hoje existentes
em ter o bem segurado. No Brasil, todo seguro deve ser contratado
e ligadas aos segmentos das Entidades Abertas e das Fechadas,
através de um corretor de seguros.
respectivamente. Decorridos mais de 18 anos do advento da Lei
CORRETORES PESSOAS JURÍDICAS - Direitos, Deveres
da Previdência Privada, é de se destacar o crescimento que teve o
e Penalidades
mercado, sendo relevante hoje os seguintes aspectos
As Corretoras Pessoas Jurídicas, ou melhor, as Empresas cujo
a) patrimônio superior a 60 bilhões de reais, sendo mais de
objetivo é a Corretagem de Seguros podem ser constituídas, como
95% pertencente ao grupamento das Entidades Fechadas;
em outras atividades, nas formas jurídicas de:
b) massa de participantes ativos, assistidos e dependentes
a) Sociedade Civil - S/C
totalizando mais de 5 milhões de pessoas;
b) Sociedade Por Quotas de Responsabilidade Limitada -
c) significativo contingente de empresas privadas que
LTDA
já implantaram ou vêm estudando a implantação de planos
c) Sociedade Por Ações - S/A.
previdenciários, quer por meio de Entidades próprias, participação
Qualquer que seja a forma de constituição de uma Empresa
em fundos multipatrocinados ou mediante compra de planos
Corretora de Seguros ela terá assegurado por Lei, como o
coletivos ou individuais às Entidades Abertas;
Corretor Pessoa Física, o direito de receber as comissões que lhe
d) maior preocupação e interesse da população com o assunto
são devidas pela intermediação de seguros, desde que promova
Previdência, em particular nas camadas de renda superiora 10
e mantenha atualizados todos os seus Atos Societários e/ou
salários-mínimos, que se vêem desprotegidas pelos benefícios
Estatutos registrados e arquivados nos órgãos a seguir indicados,
da Previdência Social e buscam a Previdência Privada como
onde estiver localizada a Sede da empresa:
salvaguarda.
a) Sociedade Civil: Registro Civil de Pessoas Jurídicas - RCPJ
A situação da Previdência Social é caótica, trabalhando e SUSEP
no Regime de Caixa já há muito tempo, sem nenhum respaldo b) Sociedade Por Quotas de Responsabilidade Limitada:
técnico-atuarial, vem sobrevivendo nos últimos anos em função Registro Civil de Pessoas Jurídicas - RCPJ ou Junta Comercial -
do ganho perverso centrado no binômio inflação e achatamento JUCERJA e SUSEP
dos valores dos benefícios. Diante deste quadro, é inevitável c) Sociedade por Ações: Junta Comercial - JUCERJA e
que venha a ser procedida significativa e radical reforma, onde a SUSEP
alternativa é a Previdência Privada, não como única, mas sim como É vedado às Corretoras de Seguros serem constituídas na forma
parceira da Previdência Social, absorvendo para si os benefícios na jurídica de Firma Individual (Empresa de um único proprietário),
forma suplementar para as camadas de renda que ultrapassem, por conforme restrição contida na legislação do Imposto de Renda, por
exemplo, a 3 ou 5 salários-mínimos, viabilizando a operação por ser uma empresa de serviços. Por outro lado, na forma de Micro
um dos diversos mecanismos que o mercado oferece. e Pequenas Empresas, os benefícios fiscais concedidos pelas
Portanto, vislumbramos a Previdência Privada como legislações Federal e Municipal excluem a atividade de seguros, e,
alternativa imprescindível, e por conseguinte, é necessário que por conseqüência, as Corretoras de Seguros.
seja bem conhecida daqueles que diretamente estão envolvidos: Quanto às penalidades aplicáveis às Corretoras de Seguros
os empregados, os empregadores e o Governo. Esta sinergia é o tratamento é igual àquele dispensado aos Corretores Pessoas
importante, e na prática beneficiará a todos, senão vejamos: Físicas, porém, os procedimentos fiscais são mais amplos,
* para os empregados - é a alternativa de poupança considerando seu aspecto formal de Empresas, impondo-lhes, por
programada, geradora de recursos para usufruto de benefícios esta razão, o uso obrigatório de livros e registros, tais como:
quando da inatividade, objetivando a manutenção do status salarial a) Livros Societários
e por conseguinte, a mesma qualidade de vida desfrutada quando b) Registros Trabalhistas
do período laborativo, beneficiada a partir de 1996 com o incentivo c) Registros Previdenciários
fiscal do Imposto de Renda. d) Livros Fiscais
e) Livros Contábeis
* para os empregadores - é importante ferramenta de recursos Além do cumprimento dos deveres já enunciados as Corretoras
humanos, pois lhes dá condição para estabilização dos seus quadros de Seguros estão sujeitas a inspeções periódicas de rotina efetuadas
funcionais, mantendo o bem estar no presente e a segurança para o pela SUSEP, com a finalidade de auditar, diretamente, a angariação
futuro dos empregados, o que lhes dará certamente como retorno de seus negócios, e o cumprimento das Leis, regulamentos e
maiores e melhores níveis de produção, além de importante resoluções em vigor, conforme preceitua o Art. 127 do Decreto-
mecanismo alavancador da economia interna da Empresa. Lei n° 73/66 (Lei de Seguros).

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Orienta suas empresas-clientes na compra de matéria-prima,


na organização da contabilidade, no controle do fluxo de caixa, no
SOCIEDADES ADMINISTRADORAS DE acompanhamento de suas contas a receber e a pagar, na busca novos
SEGURO-SAÚDE clientes, de modo a melhorar o padrão de seus produtos e a expandir
as vendas. O Agente de Fomento Mercantil tem de ser o parceiro
de suas empresas-clientes com elas mantendo estreito, e atédiário,
O produto majoritariamente comercializado pelas seguradoras contato. É um profissional polivalente que deve estar preparado para
está incluído na definição legal de plano e não no de seguro saúde. dar ampla assistência a suas empresas-clientes, possibilitando-lhes
As empresas prestadoras de serviços de saúde precisam estar alcançar o equilíbrio financeiro e permitir uma expansão segura dos
engajadas na política de saúde, valorizando a promoção à saúde seus negócios. Pela prestação de serviços cobra-se uma comissão.
e a prevenção. 2° - A conseqüência de toda aquela gama de serviços
As sociedades seguradoras devem estar constituídas como prestados se justifica para facilitar a compra dos créditos mercantis
especializadas, vedando em seu estatuto social a atuação em de suas empresas-clientes. Tais direitos são representadas por
quaisquer outros ramos ou modalidades de seguro. títulos de crédito, ou seja, a sociedade de fomento mercantil
- o seguro saúde enquadra-se como plano privado de assistência fornece os recursos necessários ao giro dos negócios das suas
à saúde e a sociedade seguradora especializada em saúde como empresas-clientes, através da compra à vista dos créditos, por
operadora de plano de assistência à saúde. Dessa forma, a fim de ela aprovados, resultantes das vendas aprazo realizadas por suas
operar esses planos as sociedades seguradoras deverão promover empresas-clientes. É uma alienação de direitos creditórios prevista
a sua especialização. no Artigo 286 do Código Civil. Como a sociedade de fomento
mercantil compra créditos, é necessário calcular o preço pelo qual
- operadoras de planos privados de assistência à saúde: toda e
ela vai adquirí-los. Chama-se FATOR DE COMPRA. Empresa de
qualquer pessoa jurídica de direito privado, independente da forma
Fomento Mercantil Factoring não faz empréstimos, portanto, não
jurídica de sua constituição, que ofereça tais planos mediante
pode cobrar juros. Fomento Mercantil não é operação de crédito.
contraprestações pecuniárias, com atendimento em serviços
Fomento Mercantil - Factoring -.é atividade mercantil mista
próprios ou de terceiros;
atípica.
- operadoras de seguros privados de assistência à saúde: as
À sociedade de fomento mercantil é proibido, por lei, fazer
pessoas jurídicas constituídas e reguladas em conformidade com captação de recursos de terceiros no mercado e emprestar dinheiro.
a legislação específica para a atividade de comercialização de Quem capta dinheiro e empresta dinheiro é BANCO, que depende
seguros e que garantam a cobertura de riscos de assistência à saúde, de autorização do Banco Central para funcionar. Quem pratica, sem
mediante livre escolha pelo segurado do prestador do respectivo autorização do Banco Central, qualquer atividade que legalmente
serviço e reembolso de despesas, exclusivamente. é de banco, responde por processo administrativo e por processo
criminal (Resolução 2144/95 do CMN). O Fomento Mercantil
- Factoring é instituto que pressupõe a prestação de serviços e
SOCIEDADES DE FOMENTO MERCANTIL a compra de créditos (direitos) de empresas, resultantes de suas
vendas mercantis a prazo. A transação do Fomento Mercantil é
(FACTORING)
mercantil, enquadrada no disposto do Art. 286 do Código Civil.
O fomento mercantil destina-se a alavancar a produção e só pode
trabalhar com pessoas jurídicas como clientes. Importa salientar,
O que é fomento mercantil - factoring com efeito, que no fomento mercantil se excluem as transações
É a prestação de serviços, em base contínua, os mais variados de consumo.
e abrangentes, conjugada com a aquisição de créditos de empresas,
resultantes de suas vendas mercantis ou de prestação de serviços, Benefícios do Factoring para a empresa-cliente
realizadas a prazo. Esta definição, aprovada na Convenção Parceria: aconselhamento ao empresário em suas decisões
Diplomática de Ottawa, em maio de 1988, da qual participou o importantes e estratégicas, além da atividades rotineiras.
Brasil com mais 52 Nações, consta do Art. 28 da Lei 8981/95. No Menor envolvimento e preocupação do empresário com
Brasil, traduzimos a expressão FACTORING, de origem latina, as atividades rotineiras de pagar, receber e prover recursos,
para fomento mercantil. As empresas aqui são conhecidas como liberando-o para tarefas que considera importantes para melhor
sociedades de fomento mercantil. São sociedades mercantis, gestão empresarial: Novos produtos e mercados, maior produção e
registradas e arquivadas nas Juntas Comerciais. redução dos custos operacionais.
Como se opera o fomento mercantil - factoring Melhor fluxo de caixa, pagando à vista o que ele vende a prazo
O ciclo operacional do Fomento Mercantil - Factoring inicia- e propiciando a expansão segura das vendas. Transforma vendas a
se com a prestação de serviços, os mais variados e abrangentes e se prazo em vendas à vista.
completa com a compra dos créditos (dos direitos) gerados pelas Condições excepcionais de barganha com seus fornecedores.
vendas mercantis que são efetuadas por suas empresas-clientes. Crédito ampliado: limite concedido ao sacado. Análise
São 2 tempos e 2 componentes: do padrão creditício do sacado-devedor. Eliminação do
endividamento.
1º - Os serviços de apoio às empresas-clientes constituem-se o
100% de dedicação à sua empresa, permitindo aprimorar
pressuposto básico da operação de Fomento Mercantil - Factoring.
produção e venda e melhorar a competitividade no seu ramo de
Serviços que normalmente presta uma sociedade de fomento
negócio.
mercantil à sua clientela-alvo, a pequena e média empresa,
notadamente do setor produtivo. Racionalização de todos os custos da empresa-cliente.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

SOCIEDADES ADMINISTRADORAS DE LETRAS DE CÂMBIO


CARTÕES DE CRÉDITO

A Letra de Câmbio é um título emitido pelo credor (sacador)


determinando ao devedor (sacado) o pagamento de um valor em
O contrato de utilização de cartão de crédito celebrado entre um certo prazo. Esta determinação pressupõe uma obrigação
a sociedade administradora de cartão de crédito e o usuário, anterior assumida pelo devedor. Se este reconhecer a obrigação
como regra, possibilita a utilização do cartão de crédito para a “aceitará” a letra.
aquisição de mercadorias e de serviços em locais credenciados e o No caso das Financeiras a Letra de Câmbio funciona através
parcelamento do saldo devedor mensal. das seguintes etapas:
As sociedades administradoras de cartões de crédito são 1 - A Financeira abre um crédito ao cliente ou mutuário, já que
empresas constituídas com a finalidade de intermediar a relação é o credor no contrato.
comercial entre o consumidor. A empresa arca com o pagamento 2 - O mutuário emite contra a Financeira Letras de Câmbio, já
dos produtos ou serviços, ficando responsável perante o fornecedor que é o credor no contrato.
de quitar o pagamento no prazo estipulado - 30 dias - mediante 3 - A Financeira “aceita” as Letras de Câmbio e as coloca
uma comissão acordada entre as partes. no mercado. Para o comprador das letras não interessa o emissor
(sacador) mas sim o devedor (sacado) que é a Financeira.
Atualmente existe um grande questionamento em relação
a eficácia jurídica desta relação comercial tendo em vista que a 4 - No vencimento o portador da letra resgata-a na Financeira.
referida administradora não é instituição financeira, e portanto não Como vimos o sacador é o próprio financiado (mutuário).
está sujeita a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional, Entretanto posteriormente surgiu a figura do “interveniente
e não pode atuar como tal, entretanto na prática ao cobrar juros sacador” que é uma espécie de procurador do mutuário para
de seus clientes inadimplentes sem consultá-los para tomar desburocratizar o processo de emissão da letra. O interveniente
empréstimos em seu nome, prática necessária para cobrir o seu sacador geralmente é uma empresa ligada à própria Financeira.
equilíbrio monetário, estaria praticando ato ilícito.
-Garantias ao investidor - o portador da Letra de Câmbio
tem a garantia da Financeira que a aceitou, além da garantia dos
sacadores das mesmas que são os financiados. Estes, cadastrados
PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS: pela Financeira, oferecem a elas garantias diversas, além de avais.
DEPÓSITOS À VISTA; -Prazos e juros das L.C.’s - as Letras de Câmbio devem ser
emitidas sempre de acordo com as condições do financiamento
concedido para evitar problemas no fluxo de caixa da Financeira.
Deve haver compatibilidade de prazos. Em relação aos juros
São contas de depósito à vista em conta corrente, com livre a taxa paga ao investidor deve ser inferior à taxa utilizada no
movimentação por meio de ordens e cheques. São classificadas financiamento, sendo que o “spread” obtido é o lucro da Financeira.
em Pessoas Físicas (individual ou conjunta) e Pessoas Jurídicas, São proibidas operações de financiamento sem o “lastro” das
podendo acolher depósito em dinheiro ou em cheque. Por Letras de Câmbio.
ocasião da abertura se faz necessário comprovar a idoneidade do - Outras fontes de recursos - as Financeiras podem obter
depositante, e o pagamento de ordens e cheques está condicionado empréstimos em outras instituições financeiras. A forma mais
a existência de saldo. comum é a cessão de suas carteiras ou parte delas quando
necessitam de caixa.

DEPÓSITOS A PRAZO (CDB E RDB) COBRANÇA E PAGAMENTO DE


TÍTULOS E CARNÊS

Captação de recursos a prazo, remuneráveis a taxa de mercado. Cobrança Integrada: Os recebimentos de uma empresa
e resgatáveis em prazos preestabelecidos na aplicação com ou sem alimentam seu fluxo de caixa.
emissão de certificado. São dois os tipos de deposito a prazo: Modalidades da Cobrança Integrada
RDB - Recibo de Deposito Bancário A Cobrança Integrada opera com diversas modalidades de
CDB - Certificado de Depósito Bancário cobrança para atender às necessidades de micro, pequenas, médias
e grandes empresas.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

COBRANÇA SIMPLES SEM REGISTRO - Destina-se à Investimento em informática e telecomunicação crescem


cobrança de Duplicata Mercantil-DM, Duplicata de Serviço- continuamente.
DS, Nota Promissória-NP, Letra de Câmbio-LC, Warrant, Nota Os investimentos em tecnologia continuam aumentando
de Seguro e Apólice de Seguro, emitidas em moeda corrente ou em percentuais elevados para permitir a ampliação da crescente
em unidades variáveis onde o Banco atua como mandatário da demanda dos clientes por serviços com maior conforto,
empresa, prestando serviço de recebimento de títulos. A operação segurança e agilidade. Verifica-se um crescimento significativo
mercantil não fica registrada no Sistema Corporativo do Banco. da participação nos investimentos dos equipamentos e linhas de
Não admite instruções. comunicação e dos softwares. Os investimentos em hardware
COBRANÇA SIMPLES COM REGISTRO - Destina-se continuam representando o maior volume, mas sua participação
à cobrança de Duplicata Mercantil-DM, Duplicata Rural-DR, mostra tendência declinante.
Duplicata de Serviço-DS, Letra de Câmbio, Nota de Débito-
ND, Nota Promissória-NP, Recibo-RC e Warrant-WR, emitidas Transações crescem mais por meios eletrônicos
na moeda corrente ou em unidades variáveis, onde o Banco atua O crescimento do número de contas correntes, os investimentos
como mandatário da empresa, prestando serviço de recebimento em equipamentos de telecomunicações e de informática e o
de títulos. A operação mercantil fica registrada no Sistema aumento no volume de serviços prestados se refletiram na elevação
Corporativo do Banco. Permite ao cliente baixar, modificar os do total de transações. Merece especial destaque o crescimento
dados dos títulos registrados, através de instruções, bem como o das transações por computadores - via Internet ou home e office
adiantamento de recursos sobre títulos registrados. banking - por equipamentos de auto-atendimento e as de origem
COBRANÇA DESCONTADA -Destina-se à cobrança de interna, que são aquelas executadas pelo próprio banco para
Duplicata Mercantil-DM, Duplicata de Serviços-DS e Letra de atender a demanda dos clientes pagamentos programados, débitos
Câmbio-LC emitidas em moeda corrente, com adiantamento de financiamentos, de tarifas etc.
dos recebíveis através da venda dos títulos ao Banco, mediante
aplicação de taxa de desconto. Permite ao cliente baixar e modificar Computador e telefone tornam serviços mais acessíveis
os dados dos títulos registrados através de instruções. Por permitirem o acesso a serviços bancários com conforto,
COBRANÇA CAUCIONADA - Destina-se à cobrança agilidade, segurança e custos menores, os telefones e os computadores
de Duplicata Mercantil-DM, Duplicata de Serviços-DS, Nota transformaram-se em canais de importância crescente para os bancos
Promissoria-NP e Letra de Câmbio-LC e Warrant emitidas na e seus clientes. Os elevados investimentos dos bancos em tecnologia
moeda corrente e entregues em garantia de operação de crédito e a ampliação do acesso da clientela aos serviços telefônicos e aos
ou como mecanismo de autoliquidez. Permite ao cliente baixar e equipamentos de informática viabilizaram uma expansão excepcional
modificar os dados dos títulos registrados, através de instruções. dos serviços prestados por intermédio desses canais.
COBRANÇA PRÊMIO DE SEGURO (Exceto micro e
pequenas empresas) - Destina-se à cobrança de Apólice de Seguro-
AP e Nota de Seguro-SG, com recolhimento automático do IOF COMMERCIAL PAPERS
na liquidação, emitidas na moeda corrente. Permite ao cliente
modificar, em algumas situações, os dados dos títulos registrados
no Sistema Corporativo do Banco.
COBRANÇA FINANCIADA VENDOR - Destina-se à (Notas Promissórias)
cobrança de Duplicata Mercantil-DM, Duplicata de Serviços- São títulos de curto prazo que as empresas por sociedades
DS e Letra de Câmbio-LC, emitidas na moeda corrente onde o anônimas (S.A.) emitem, visando captar recursos no mercado
Banco adianta os recursos para o vendedor (cedente) e os encargos interno para financiar suas necessidades de capital de giro. É uma
financeiros são repassados para o comprador (sacado). Permite ao alternativa às operações de empréstimos bancários convencionais,
cliente baixar e modificar os dados dos títulos registrados através permitindo geralmente uma redução nas taxas de juros pela
de instruções. eliminação da intermediação financeira bancária (spread). Os
commercial papers imprimem ainda maior agilidade às captações
das empresas, determinada pela possibilidade de os tomadores
negociarem diretamente com os investidores de mercado (bancos,
TRANSFERÊNCIAS AUTOMÁTICAS DE fundos de pensão, etc.). As instituições financeiras, as sociedades
FUNDOS corretoras e distribuidoras de valores mobiliários e sociedades de
arrendamento mercantil (empresas de leasing), não podem emitir
esses títulos.
Os custos de emissão destes títulos são, em geral, formados
Os elevados investimentos em tecnologia realizados pelos pelos juros pagos aos aplicadores, comissões e despesas diversas
bancos permitiram aumentar de forma expressiva os postos de (publicações, taxas de registro na Comissão de Valores Mobiliários,
atendimento eletrônico à disposição dos clientes. O número dessas etc.). Os commercial papers negociados em Bolsas de Valores
dependências cresceu rapidamente, multiplicando as opções de previstos na Instrução CVM n° 217, de 2-8-94, não estão sujeitos à
serviços e ampliando fortemente o horário de atendimento. tabela de corretagem adotada pelos membros das Bolsas de Valores
O número de agências físicas e de postos tradicionais também Os commercial papers costumam ser negociados com
voltaram a crescer, refletindo a competição cada vez mais intensa descontos, sendo seu valor de face pago por ocasião do resgate. Os
por clientes no mercado bancário.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

títulos podem ser adquiridos no mercado ou por meio de fundos O sistema funciona o tempo todo, oferecendo uma enorme
de investimentos. Eles podem ser transferidos de titularidade flexibilidade de horário. O pagamento de contas, por exemplo, pode
mediante endosso em preto e o IE (índice de endividamento) da ser feito após o fechamento das agências - o limite varia conforme
empresa emissora não poderá exceder a 1,2. A empresa emissora o banco, mas em geral fica entre 21 h e 22h. E a segurança desse
deverá possuir registro atualizado junto à CVM. tipo de operação é uma das maiores preocupações dos bancos.
Eles garantem que até os sites da Internet são bem protegidos.
A maioria das fraudes acontece por descuido do correntista, que
acaba revelando sua senha a estranhos.
ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E Para acessar o Internet Banking basta que você tenha um
TARIFAS PÚBLICAS computador ligado à Internet por um provedor de acesso.
O acesso ao Internet Banking segue rígidos controles de
segurança, pois utiliza a mais moderna tecnologia de segurança
Maior controle, comodidade e maximização de recursos eletrônica do mercado. As transações passam por processo de
na arrecadação de tributos e tarifas públicas. A facilidade e criptografia eletrônica de 128 bits, que transforma as mensagens
conveniência para os contribuintes pagarem. Para o administrador em códigos secretos, o que dificulta que as informações sejam
público, a precisão e agilidade tanto no recebimento da informação decifradas por terceiros.
de quem pagou quanto no crédito para facilitar a implantação de
Mantendo sua senha em absoluto sigilo e evitando cadastrar
instrumentos de controle e previsão da receita de arrecadação.
senhas consideradas óbvias, tais como: datas, números de telefone,
Através de meios eletrônicos e da captura do código de barras placas de veículos, números repetidos ou seqüenciais (1111,
nas guias, o banco disponibiliza toda a sua tecnologia para facilitar 1234,...) etc. Você pode realizar, ou agendar para data futura, o
a vida do administrador e de seus contribuintes.
pagamento de títulos bancários, serviços públicos, DARF, GPS,
Vantagens para o órgão Público e para os contribuintes: cartões de crédito, transferências entre contas, entre outras opções.
-Informa de maneira precisa, rápida e em horários flexíveis Tarifas: O uso do Internet Banking normalmente é gratuito.
quem efetuou pagamento através de transmissão de arquivos;
Cookies: são pequenas quantidades de dados enviadas do
- Facilita a gestão da receita tributária realizada;
-Diminui os custos de arrecadação pelo pagamento dos servidor web para o seu computador. Eles possibilitam o uso total
tributos na rede bancária, através do auto atendimento ou por dos serviços na Internet. Para acessar alguns dos serviços do site,
débito automático; como as Simulações e o Internet Banking, você precisa habilitar o
Ajuda na previsão de arrecadação; recebimento de cookies o que depende da versão do seu navegador.
Reduz os custos administrativos devido à racionalização de Serviços disponíveis:
processos; Conta Corrente: saldo, extrato diário, extrato semanal, extrato
Aumenta a satisfação da sociedade pela conveniência, mensal e transferências entre contas (imediatas ou agendadas).
praticidade e agilidade; Todos estes serviços são online, ou seja, atualizados com a posição
no momento da consulta.
Poupança: saldo, extratos e transferências entre contas, desde
que a Conta Poupança origem esteja vinculada à Conta Corrente
HOME/OFFICE BANKING, REMOTE utilizada para acessar o Internet Banking.
BANKING, BANCO VIRTUAL, DINHEIRO Pagamento de Serviços Públicos: pagamento de água, luz,
DE PLÁSTICO telefone, gás de empresas conveniadas.
Pagamento de Títulos: pagamento de títulos bancários do
banco e de outros bancos.
Pagamento de DARF (Documento de Arrecadação da Receita
Um dos serviços de home banking oferecidos por quase todos Federal).
os bancos são as operações por telefone. Discando para uma central Pagamento de GPS (Guia da Previdência Social).
- cujo telefone muitas vezes é um DDG (Discagem Direta Gratuita) DOC Eletrônico: transferência de valores para outros bancos
-, o correntista tem acesso a diversos serviços bancários. Basta digitar (tipo E - titularidade diferente e tipo D mesma titularidade).
os números da agência, da conta e da senha para receber informações Possibilidade de consulta e impressão dos avisos de
básicas, como saldo e últimos lançamentos em conta corrente, lançamentos dos pagamentos e transferências realizados,
desbloquear talões de cheques e até fazer aplicações. com possibilidade de alteração e exclusão dos pagamentos e
Em operações mais simples você nem fala com um operador, transferências agendados para o futuro.
apenas segue instruções do tipo “disque 1 para saldos, disque 2 para Investimentos: comando de aplicações e de resgates em
desbloquear cheques”. Para outras operações mais complexas, um Fundos de Investimento, investimento programado, posição,
funcionário do banco entra na linha. extratos e posição consolidada de todos os fundos nos quais você
O acesso via computador acontece de duas formas: ou pela possui investimentos, bem como consulta à rentabilidade dos
Internet ou por meio de modem, utilizando-se nesse caso um principais Fundos de Investimento.
software próprio fornecido pelo banco. A única diferença é a forma Empréstimos: solicitação de empréstimos, com possibilidade
de conexão, mas o conteúdo é basicamente o mesmo. de simulações das operações.

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Cartões de Crédito: possibilidade de pagar suas faturas de Cartões


de Crédito; Consultar o extrato dos cartões de crédito.
Serviços: índices econômicos, demonstrativo de Imposto de CONCEITOS DE CORPORATE FINANCE
Renda, alteração de senha, cancelamento de assinatura, consulta ao
Termo de Uso do Internet Banking, cadastramento e manutenção de
seus débitos automáticos de empresas conveniadas, cadastramento
para receber informações financeiras no celular, pager, e-mail e A área de Corporate Finance é responsável pelas atividades de
Palm Pilot (este último com possibilidade de comandar e agendar Underwriting, Fusões e Aquisições, Repasse de Recursos do BNDES
transferências entre contas e pagamentos de títulos bancários do e Administração de Recursos de Terceiros.
banco e de outros bancos), recarga para celular do tipo “Pré-Pago” A Diretoria de Underwriting está estruturada para desenvolver
e desbloqueio do módulo financeiro para efetuar transferências, operações de emissões públicas e privadas, de renda fixa e renda
pagamentos e demais operações financeiras. variável, nos mercados doméstico e externo.
O já comentado grau de incertezas que marcou o ano de 2002
DINHEIRO DE PLÁSTICO levou a uma concentração dos negócios de mercado de capitais
O chamado “dinheiro de plástico” (cartões de crédito e de durante o 1o semestre do ano, que mais uma vez foram centrados
débito) experimentou crescimento significativo no Brasil desde a em operações de renda fixa no mercado local. Contribuiu ainda
estabilização da economia com o plano Real, em 1994, tendência para a concentração dos negócios no mercado local o baixo
que ainda permanece. Antes uma ferramenta utilizada mais por interesse de investidores estrangeiros por investimento atrelados
pessoas com rendas superiores, nos últimos anos chegou também ao risco Brasil, bem como a disparada da cotação do dólar frente
às faixas de renda mais baixas e ocupa cada vez mais o espaço do ao real.
papel nas transações financeiras. Num mundo caracterizado pela mudança contínua, a integração
Historicamente, o uso de cartões no Brasil era insignificante, global de mercados e a consolidação setorial, o Departamento de
na comparação com outros países de economia estável. Isso Corporate Finance distingue-se pela sua independência, rigor e
ocorria devido à alta inflação, que fazia com que estabelecimentos capacidade de propor soluções inovadoras aos seus clientes. Os
comerciais desprezassem a alternativa de pagamento por cartão, já serviços são assegurados por uma equipe dinâmica de profissionais
que parte de seus lucros seriam corroídos pela inflação até a data com competências nas diversas áreas de assessoria financeira e
de receber a importância pela venda de um produto. com uma experiência internacional considerável.
Os Colaboradores que integram o Departamento de Corporate
SMART CARD Finance têm a oportunidade de assessorar clientes numa
O Internet Banking já permite que você movimente sua conta diversidade de operações, nomeadamente:
e faça todo tipo de transações financeiras sem sair de casa. Mas e Aconselhamento a clientes em fusões e aquisições.
na hora de fazer um saque? Do jeito que o sistema funciona hoje, a Estruturação de operações de financiamento de empresas e de
comodidade acaba aí. Ainda é preciso sair à rua e procurar o caixa projetos.
eletrônico mais próximo para pegar dinheiro. Seria possível pegar Avaliação de empresas.
dinheiro sem sair de casa? Sim e, ao que tudo indica, em breve Assessoria em processos de privatização.
estará nas mãos de todo mundo. Só que em vez do papel-moeda, Assessoria financeira estratégica.
será dinheiro de plástico e silício: o smart card.
Com um chip embutido no seu corpo - que lembra cartões
de crédito comuns - o smart card é a saída escolhida por grandes FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTO
bancos para automatizar até mesmo o dinheiro utilizado no dia-
a-dia do usuário. Imagine só: nada melhor do que tomar um
cafezinho, comprar o jornal e pagar sua passagem de ônibus para
o trabalho sem ter que se incomodar com troco e moedas, usando
sempre o mesmo cartãozinho. Os fundos mútuos de investimento funcionam como uma sociedade
A grande novidade, no entanto, é a possibilidade de se carregar de investidores, organizada por uma instituição financeira ou por um
com dinheiro os smart cards pela Internet. Os usuários precisarão administrador de recursos. Nesta sociedade, cada investidor entra com
de um terminal de leitura para que possam recarregar seus cartões o dinheiro que quiser investir, comprando cotas da carteira que tem o
de casa, através do PC. perfil desejado. E depois sai do investimento vendendo estas cotas.
Existe também a possibilidade do usuário poder transferir o Seu ganho ou prejuízo estará expresso na diferença de preço
valor de dinheiro real para dentro do cartão inteligente. A operação entre a compra e a venda das tais cotas. Os fundos apresentam
é feita da seguinte forma: depois de inserir o dinheiro em cédulas diversas vantagens, especialmente para o pequeno investidor,
por uma entrada, o valor exato é repassado eletronicamente para o porque permite um maior rendimento por tipo de aplicação e uma
chip do smart card, que foi colocado, simultaneamente, em outra
entrada. “Esse tipo de transferência facilita o pagamento de quantias maior diversificação das aplicações, com potencial redução do
pequenas e “quebradas” , como centavos, sem preocupações com risco.
o troco. Basta colocar o cartão na máquina, que o monitor mostra
os tipos de operações possíveis: desde carregar o smart card até AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
uma simples consulta ao saldo. O cliente deve, então, digitar sua A avaliação de desempenho dos fundos de investimento
senha, pedir o valor a ser carregado e conferir se o montante foi deve sempre considerar a rentabilidade obtida pela carteira por
mesmo transferido para o cartão. Depois dessa etapa, o cliente unidade de risco. A rigor, este é o sistema correto de avaliação
retira o cartão do banco e coloca o smart card no caixa eletrônico, de desempenho de qualquer investimento. Não basta pensar no
para onde é feita a transferência de fundos propriamente dita. Para nível de retorno esperado se o cliente não conhece o risco do
terminar, o usuário deve retirar um comprovante da transferência. investimento.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Por isso, os rankings que consideram apenas a rentabilidade ativos ou operações que possam proporcionar rendimento próximo
são insuficientes, embora ainda sejam de uso bastante comum. A ao do referencial. O investidor ainda pode perder, mas com menor
meta de qualquer investidor é escolher fundos e ativos que tenham probabilidade. Desta carteira, 80% deve ser de títulos públicos
maior retorno por unidade de risco. Ou, em outras palavras, que federais e privados de baixo risco.
garantam um nível de retorno com menor risco. O gestor deve ter No caso dos fundos não referenciados, a carteira não precisa
a preocupação de garantir retorno compatível com o nível de risco de um referencial de rendimento, como o próprio nome diz. A
aceito pelo investidor. carteira também deve concentrar 80% em títulos federais ou
privados de baixo risco, mas a carteira pode ter um pouco mais de
CLASSIFICAÇÃO risco à medida que não há um referencial fixo. Estes fundos podem
Existem várias classificações formais e informais para os até aplicar em derivativos (mercados futuros), com a finalidade
fundos de investimento. O importante é o investidor entender os de proteger a carteira (operações de hedge). Mas estas operações
conceitos necessários para avaliar suas aplicações. Vale lembrar devem estar limitadas ao património do fundo. A rentabilidade
que a legislação que classifica os fundos de investimento sofre destas carteiras pode ser maior que os referenciados, mas também
constantes atualizações. Mais um motivo para tentar entender o risco é maior.
melhor os conceitos. Os fundos genéricos, por sua vez, têm uma administração livre.
De forma mais genérica, os fundos de investimento podem Por isso mesmo, os riscos são maiores. O investidor pode perder
ser divididos em dois grandes grupos: renda fixa e renda variável. tudo o que colocou e ainda ser obrigado a colocar mais dinheiro, se
Desta classificação, de imediato surge uma terceira possibilidade: o fundo tiver prejuízos com as operações. O problema é que nesta
os fundos mistos, que misturam numa única carteira ativos de classificação também podem estar fundos com administração mais
renda fixa e renda variável (também chamados de multiportfólio conservadora. O problema vai ser o enquadramento de compra
ou multicarteira). mínima de títulos, e o fato de ter ou não um referencial fixo. Então
A legislação atual dá uma liberdade grande aos gestores na é preciso conhecer a política de investimento do fundo para saber
composição da carteira, de forma que um fundo de renda fixa pode se um genérico tem ou não maior risco. Neste grupo devem se
ter até 49% em ações. E uma carteira de ações pode ter até 49% em enquadrar os chamados fundos multiportfólio e de derivativos,
renda fixa. Por isso, o quotista deve estar atento ao regulamento dependendo da composição das carteiras.
do fundo mais do que aos nomes genéricos que as instituições
apresentam ou mesmo a classificação oficial da carteira. FUNDOS DE AÇÕES
Os fundos fiscalizados pela CVM, por sua vez, são chamados
FUNDOS DE RENDA FIXA Fundos de Investimento em Títulos e Valores Mobiliários, sempre
Os fundos de renda fixa concentram suas operações com de renda variável, embora também possam ter grande concentração
títulos que pagam juros, sejam prefixados ou pós-fixados. Também de aplicação em renda fixa ou mesmo derivativos. Neste grupo, o
é possível obter rendimento similar aos juros pós-fixados com nome do fundo deve sempre indicar qual o valor mobiliário que é
operações nos mercados futuros e de derivativos. Os fundos de o principal foco de investimento (principal ativo). Por isso, no caso
renda variável concentram suas operações em ativos que não da carteira concentrar ações, será chamado Fundo de Investimento
sejam títulos de renda fixa, especialmente ações, ou qualquer outro em Ações.
ativo que tenha rendimento variável. Vale lembrar que existem outros valores mobiliários, como as
Novamente, o quotista precisa ter muita atenção. Fundos cotas dos contratos de parceria de engorda de animais e certificados
fiscalizados pelo Banco Central, os FIFs (Fundos de Investimento audio-visuais. Os fundos de renda variável fiscalizados pela CVM
Financeiro), genericamente chamados de renda fixa, podem ter um não são classificados por risco, embora o administrador precise
peso grande de derivativos e papéis de renda variável, ou estarem indicar claramente no prospecto e no regulamento o nível de risco
vinculados à ativos atrelados ao câmbio (fundos cambiais). que o investidor está correndo. Informalmente, os administradores
costumam falar em conservador, moderado e agressivo, a partir
Neste ponto é preciso explicar claramente que uma coisa é
do critério crescente de risco, mas não é uma classificação formal.
o conceito, renda fixa e renda variável, outra coisa é a prática do
mercado. A rigor, fundos derivativos e multiportfólio s são de Também informalmente se fala em fundo “tarja preta”, para
renda variável, mas estão sob a fiscalização do Banco Central aqueles que carregam muito risco, mas não há uma definição
dentro do grupo dos FIFs. formal sobre nível de risco, nem esta é uma classificação legal. O
administrador, no entanto, precisa dar claros indicativos do nível
De forma menos técnica, é comum o mercado dizer que os
de risco no prospecto do fundo.
FIFs são carteiras de renda fixa, mas nem sempre. No grupo de
FIFs temos carteiras com perfil de renda fixa, e carteiras com Nos fundos de ações, o horizonte é o mesmo do investimento
elevada concentração de risco e papéis diversos, de renda variável, em ações, ou seja, de longo prazo. Embora o fundo permita o resgate
incluindo derivativos. diário (com ou sem dias de carência para o saque, dependendo
do regulamento), o mais conveniente é fazer investimentos sem
Tentando esclarecer melhor o investidor sobre nível de
horizonte de saque. Quando se fala em longo prazo não significa
risco, o Banco Central exige que as instituições classifiquem
colocar o dinheiro por um prazo definido, dois ou cinco anos, mas
os FIFs em referenciados, não referenciados e genéricos. Os
colocar o dinheiro sem prazo definido para resgate. Pode acontecer
fundos referenciados são os de menor risco (menor oscilação).
de o fundo ter um rendimento alto e suficiente no prazo de um
Seu desempenho deve seguir um determinado referencial. O
ou seis meses, e o investidor querer mudar sua aplicação por não
administrador deve compor a carteira com no mínimo 95% em
confiar mais no potencial do fundo.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O importante é não entrar com um horizonte definido, porque


pode acontecer de o fundo estar desvalorizado na data marcada
HOT MONEY
de resgate. Por isso também, não se deve colocar o dinheiro no
fundode ações e depois esquecer de acompanhar. É preciso ver
como o investimento se comporta ao longo do tempo, o que mudou
No mercado financeiro brasileiro, é o termo usado para
na conjuntura econômica do país e nas suas exigências pessoais
operações de crédito voltadas às empresas que precisam de capital
para saber se mantém ou não na mesma carteira. de curtíssimo prazo (inferior a 30 dias).
As empresas tomam dinheiro no hot money para cobrir
PRAZO DE RESGATE
eventual falta de caixa para suas atividades.
O prazo de resgate corresponde ao período que o investidor
precisa aguardar para retirar seu dinheiro, sem perder o rendimento.
Pela atual legislação, os fundos não têm mais um prazo de resgate. CONTAS GARANTIDAS, CRÉDITO
Na legislação anterior, havia fundos que não pagavam rendimento
para saques por prazos inferiores a 60 dias. Hoje os fundos de
ROTATIVO
renda fixa têm rendimento diário, porém penalizado por uma maior
tributação se o saque acontecer antes de 29 dias corridos.
Nos fundos de ações, o prazo para saque dos recursos deve CRÉDITO
constar do regulamento do fundo. Regra geral é de 4 dias, sendo As empresas precisam de maior flexibilidade de trabalho e
que o valor do resgate é pelo preço da cota no dia seguinte ao de formas de conseguir dinheiro rápido, para um investimento em
pedidode resgate. É costume o gestor solicitar uma carência de capacidade produtiva, para pagar dívidas ou como capital de giro.
poucos dias para poder vender as ações e pagar o resgate das cotas E as vantagens das empresas na área de crédito vão além de variedade,
quantidade e velocidade de aprovação. Estão também na qualidade do
aos clientes. Mas também existem fundos de ações que permitem
crédito: juros menores do que os oferecidos às pessoas físicas e prazos de
o saque diário.
pagamento mais adequados, em alguns casos com carência para começar
a pagar.
REGULAMENTO E FISCALIZAÇÃO
Isso acontece principalmente por três razões:
A fiscalização dos fundos, inclusive para garantir que seu 1. Empresas costumam ter mais garantias para oferecer ao
regulamento está sendo seguido, bem como a legislação, é feita banco;
pelo Banco Central (no caso dos fundos de renda fixa e derivativos) 2. O banco considera menor o perigo de inadimplência de
e pela Comissão de Valores Mobiliários (fundos de renda variável empresas por ter mais mecanismos de controle sobre elas - a
de títulos de valores mobiliários). possibilidade de requerer a falência em caso de não-pagamento
e a fiscalização da Receita Federal (CNPJ - Cadastro Nacional de
RISCO Pessoa Jurídica);
Os fundos de investimento tendem a oferecer carteiras com 3. Há linhas subsidiadas de bancos oficiais, em condições mais
menor risco que ativos financeiros similares. Isso é possível favoráveis que as de mercado, repassadas pelos bancos de varejo.
porque os fundos conseguem diversificar melhor suas aplicações. Para uma empresa, tomar crédito é um caminho natural
Um grande investidor pode aplicar seus recursos em vários para investir e crescer. Existe apenas um cuidado a tomar: nunca
tipos de ativo, de títulos públicos a ações e imóveis, reduzindo seu endividar-se demais. Os parâmetros de endividamento devem ser o
risco. Mas pequenos e médios investidores não conseguem. Como fluxo de caixa da empresa (este precisa comportar os pagamentos)
o fundo reúne um volume expressivo de dinheiro, o administrador e os ativos do balanço patrimonial (os passivos não devem superá-
pode fazer uma diversificação que não seria possível ao pequeno los). Portanto, se você é um pequeno empresário, não deixe de
investidor. aproveitar as vantagens que lhe são oferecidas nesse terreno.
Desta forma, mesmo com pouco dinheiro, todos os quotistas Confira a seguir as principais linhas disponíveis no mercado e faça
de um fundo vão se beneficiar desta maior diversificação, que a escolha segundo a sua necessidade - para financiar investimentos
reduz o risco. Este conceito é fácil de entender quando se lembra ou capital de giro, para longo prazo ou curto prazo. O gerente de
sua agência poderá ser um grande aliado nesse momento: cabe a
do ditado: Não coloque todos os ovos em uma única cesta!
ele defendê-lo diante do comitê de crédito do banco, o que reforça
a importância de seu relacionamento com ele.
SEGURO BANCÁRIO PROTEGE FUNDOS DE
INVESTIMENTO
CONTA GARANTIDA
O investidor precisa compreender que o fundo é um sistema É uma espécie de cheque especial. Trata-se de uma conta
de cotas, como se fosse uma empresa. Logo, se o fundo faz uma corrente com limite pré-aprovado, com juros menores do que
aposta e perde, é preciso que os quotistas se unam para cobrir os do cheque especial. Para essa conta, a empresa dá garantias
esta perda. O Fundo Garantidor de Crédito, também chamado de comonotas promissórias (NPs), duplicatas ou cheques pré-datados.
seguro bancário, não cobre perdas de fundos de investimentos. É uma alternativa interessante e rápida para obter capital de giro.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Conta garantida com caução de cheque pré-datado


É uma alternativa de empréstimo que permite a abertura de
crédito rotativo em conta corrente. Para isso, é preciso dar como
FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO
garantia cheques pré-datados, que ficam em poder da agência.
Cheque especial de empresa São as operações tradicionais de empréstimo vinculadas a um
Os cheques especiais de empresas costumam ter limite de
contrato específico que estabeleça prazo, taxas, valores e garantias
crédito maior e juros menores do que os das pessoas físicas. São uma
necessárias e que atendem às necessidades de capital de giro das
forma de ter dinheiro rápido e sem burocracia, para emergências.
Além disso, quem consegue se planejar pode obter bons resultados. empresas.
Suponha que você precise pagar o salário de seus funcionários no O plano de amortização é estabelecido de acordo com os
dia 5 e, por azar, um importante cliente pediu para lhe pagar só no interesses e necessidades das partes. O capital de giro é um fator
dia crucial no dia-a-dia da tesouraria de uma empresa. Adequá-lo às
10. Você fica sabendo disso com certa antecedência, necessidades qualitativas e quantitativas, bem como otimizar seu
então procura seu gerente e negocia a taxa dejuros do cheque custo de oportunidade entre as inúmeras formas de financá-lo,
especial por esse período. É bem possível que consiga reduzi-la pode representar a diferença entre a liquidez e a insolvência.
expressivamente. A rede de bancos comerciais possui uma série de produtos
Desconto de notas promissórias, Duplicatas e Cheques Pré- destinados ao financiamento de capital de giro das empresas,
Datados diferenciados principalmente pelos seguintes fatores:
Essa linha funciona da seguinte forma: a empresa entrega . prazos;
algumas duplicatas, NPs e cheques pré-datados de terceiros para . taxas (custo);
serem descontados no banco antes de seu prazo de vencimento. . tributação;
O banco oferece um adiantamento (baseado nas taxas de juros . garantias;
do momento) sobre o valor dos papéis e repassa o dinheiro para . critérios operacionais de cada banco: concentração de
a empresa. O banco só poderá descontar os papéis na data de crédito com clientes, garantias exigidas, etc.;
vencimento. . restrições impostas pelo Banco Central do Brasil; -
Linhas de capital de giro capacidade de forma de obtenção de funding.
Existem linhas específicas para capital de giro, com prazo As principais fontes e mecanismos de financiamento de
mínimo de 30 dias, nas quais as empresas colocam títulos como capital de giro são:
garantia. Podem ser NPs de terceiros, NP da própria empresa . Commercial Paper
ou mesmo um veículo leve. Diferentemente do desconto de NP, . Factoring
nesses casos o banco oferece um valor de empréstimo e os papéis . Debêntures
ficam como garantia. Quando a dívida for quitada no banco, as . Export Note
garantias são simplesmente devolvidas ao cliente. . Forfaiting
. Pagaré
. Mercado de Opções
. Sale lease-back
DESCONTOS DE TÍTULOS . Sistema BNDES
. Vendor
. Hot Money
Desconto de títulos em cobrança Desconto de Duplicatas Contas Garantidas
Para as empresas que fazem cobrança bancária, é possível Esse tipo de empréstimo normalmente é garantido por
receber adiantado o dinheiro correspondente aos papéis a serem duplicatas em geral numa relação de 120 a 150% do principal
recebidos pelo banco. Aqui também há um desconto sobre o valor emprestado. Nesse caso, as taxas de juros são mais baixas. Quando
a garantia envolve outras garantias, como aval, hipotecas e notas
principal dos papéis em poder do banco.
promissórias, os juros são mais altos.
Adiantamento de Recebíveis de cartão de crédito
Nos grandes bancos, os contratos podem ter características
O banco adianta recursos que serão cobertos com os
informais como “garantia” de crédito para as empresas que
recebíveis do cartão de crédito. A empresa recebe o dinheiro com
optam por dar algum tipo de reciprocidade aos bancos, como,
um desconto sobre o valor total a título de juros pela operação e o
por exemplo, manter sobra de caixa aplicada em Fundo de Curto
banco receberá sua parte no vencimento. Esse tipo de empréstimo
Prazo.
também funciona como capital de giro.
Os empréstimos contratados com encargos pré-fixados são
Factoring realizados com prazo de até 90 dias, sendo mais freqüentes os
As empresas de comércio fazem factoring com os cheques concedidos por prazos inferiores a 30 dias, chamados hot-money,
pré-datados que recebem. Elas entregam os cheques e recebem cuja tradução é dinheiro quente. Neste caso, é comum o empréstimo
adiantado o dinheiro, com desconto. Essa operação pode ser feita por apenas um dia. Os encargos cobrados correspondem a juros
com empresas de factoring e algumas instituições financeiras. mais IOF (pois o prazo é inferior a 30 dias).
Procure a que tiver menor taxa de desconto. Nunca devemos nos esquecer que em toda operação financeira
Consórcio de saque incide a CPMF
Sistema de compra de qualquer bem a longo prazo. Serve A caracterização das operações de Capital de Giro com
tanto para pessoa física como jurídica. Em ambos os casos, as encargos pós-fixados é a mesma feita acima para os encargos pré-
condições são semelhantes. fixados. Apenas o prazo é maior, superior a 120 dias.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Como todas as operações pós-fixadas, os juros contratuais são As operações podem ser pré-fixadas de 30 a 90 dias, pós-
calculados com base no principal (ou saldo devedor) corrigido por fixadas corrigidas pela TR de 120 a 360 dias, e acima de 360 dias
um dos vários indexadores atualmente utilizados, entre os quais o corrigidas pelo IPC-R. Podem também ser feitas operações de
IGPM, a TR e a variação cambial, ou por um indexador qualquer vendor com correção cambial de 90 a 180 dias, com a realização
criado por um órgão estatal ou por uma entidade privada, como é de operações de swaps que transformem a correção pré ou pós-
o caso da UR (Unidade de Referência), utilizada para corrigir as fixada em cambial. Os bancos diminuem a burocracia do vendor
prestações do FINAME e POC, cuja variação mensal é calculada ao estabelecerem limite de crédito para os vendedores e fabricantes
com base na TJLP (Taxa de Juro de Longo Prazo). Os planos de dentro dos quais as operações são feitas sem a necessidade de
pagamentos podem ser os mais diversos: em uma única prestação elaboração de um novo contrato a cada operação. As duas partes
(principal corrigido mais juros pagos no final) ou em prestações assinam um contrato-mãe sem mencionar prazo de validade
iguais ou variáveis, mensais, trimestrais ou semestrais. ou valor, e as operações são realizadas até o limite do crédito
preestabelecido.
Compror/Finance
É uma operação de financiamento de compras onde a iniciativa
VENDOR FINANCE/COMPROR FINANCE parte do comprador, que concentra em si o risco de crédito. O
compror visa financiar as compras de clientes do banco junto aos
fornecedores. O risco da operação concentra-se no comprador, não
Vendor Finance existindo regresso contra o fornecedor (vendedor).
Trata-se de uma operação de financiamento de vendas
fundamentada no princípio da cessão de crédito, que permite a uma
empresa vender o seu produto a prazo e receber o pagamento à
vista. A operação de vendor pressupõe que a empresa compradora LEASING (TIPOS, FUNCIONAMENTO,
seja cliente conhecido e habitual da empresa vendedora, pois será BENS)
esta que irá assumir o risco do negócio junto ao banco. A empresa
vendedora transfere seu crédito ao banco e este, em troca de uma
taxa de intermediação, paga ao vendedor à vista e financia o
comprador. A palavra leasing, em inglês, significa aluguel, arrendamento.
A grande vantagem para a empresa vendedora é a de que, como Assim, o leasing é um contrato especial de aluguel ou
a venda não é financiada diretamente por ela, a base de cálculo arrendamento de bens duráveis, móveis ou imóveis, novos ou
para a cobrança de impostos, comissões de venda e royalties, no usados, no fim do qual é assegurado à arrendatária (empresa de
caso de fabricação sob licença, torna-se menor, reduzindo a carga leasing) ou adquiri-lo por um preço previamente estipulado no
de IPI, ICM, PIS e Cofins que incide sobre o valor da Nota Fiscal contrato. Esse preço é conhecido por “valor residual garantido”.
da empresa vendedora. Se ela estivesse financiando a venda, teria As prestações correspondentes ao aluguel, também chamadas
que embutir no preço os custos financeiros, o que agravaria o valor “contraprestações”, podem ser fixas ou reajustáveis de acordo com
dos impostos a pagar. Deste modo, torna-se possível vender por
a variação cambial ou de outro indexador qualquer. No Brasil,
um preço mais competitivo.
há cerca de 20 anos tem prevalecido a forma reajustável, isto é,
Assim, ao receber à vista, a empresa registra um imediato prestações pós-fixadas, sendo mais utilizados como indexadores o
fluxo positivo no seu caixa. Dessa forma, o comprador (cliente IGPM, a TR e a correção cambial.
da empresa vendedora) garante taxas de financiamento que são
menores do que as praticadas para um financiamento isolado a uma Normalmente, a tomadora do leasing é uma pessoa jurídica.
única empresa, pois está obtendo um preço à vista financiado por Entretanto, a legislação brasileira permite contratos com pessoas
um empréstimo ao custo do risco de crédito do vendedor, ou seja, físicas, desde que sejam profissionais liberais ou autônomos.
no vendor o fabricante ou vendedor estabelece um “acordo” com O usuário deve considerar o bem como se lhe pertencesse,
o banco, de modo que os créditos sejam concedidos rapidamente, sendo o responsável pela sua manutenção e funcionamento;
dispensando a verificação do risco de crédito do tomador final todas as garantias dadas ao comprador (arrendadora) lhes são
(comprador do automaticamente transferidas. O prêmio correspondente ao seguro
produto e cliente preferencial da empresa vendedora), que obrigatório do bem é pago pelo usuário. O contrato de leasing é
recebe uma espécie de aval do seu fornecedor. Importa ainda irrevogável durante o prazo de vigência.
realçar que o vendor não interfere na gestão da cobrança de seus A determinação do valor das prestações (ou contraprestações)
títulos, pois, apesar do financiamento ser concedido pelo banco, é feita de forma semelhante àquela utilizada para o cálculo das
a empresa vendedora pode dar descontos ou prazos maiores de prestações referentes a um financiamento de veículos através do
pagamento, caso haja atraso na entrega dos produtos. Crédito Direto ao Consumidor com encargos pós-fixados, como
Resumindo, é uma forma de financiamento de vendas para veremos mais adiante.
empresas onde quem contrata o crédito é o vendedor do bem, Uma operação de leasing segue as seguintes etapas:
mas quem paga o crédito é o comprador. Assim, as empresas
1. o usuário potencial procura o fornecedor do bem, acerta
vendedoras deixam de financiar os clientes, e param de recorrer aos
preço, data, e local de entrega;
empréstimos de capital de giro nos bancos, ou aos seus recursos
próprios para não se descapitalizarem e/ou pressionarem seu caixa. 2. o usuário procura a empresa de leasing e negocia o
O vendor também permite financiamentos por prazos mais longos arrendamento, estabelecendo o prazo do contrato, o valor das
que os habituais 30 dias concedidos pelo fabricante. presações, o valor residual garantido e demais condições;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

3. depois de assinado o contrato, a empresa de leasing leasing. A alíquota desse imposto varia normalmente entre 0,2%
(arrendadora) autoriza o fornecedor a faturar o bem em seu nome e 5%. Na cidade de São Paulo é de 5% e em alguns municípios
e a entregá-lo ao usuário (empresa arrendatária); próximos de apenas 0,5%. E é exatamente por esta razão que
4. após a comprovação do recebimento do bem por parte do as empresas de leasing anteriormente sediadas naquela capital
usuário, o que é feito com base no chamado “termo de recebimento transferiram suas sedes para cidades próximas, como Itapevi e
e aceitação”, tem início o contrato de arrendamento, com a fixação Osasco por exemplo.
das datas em que o aluguel ou as contraprestações serão pagas. Vantagens e desvantagens do leasing
Principais elementos a considerar no leasing Os especialistas apresentam uma série de vantagens de
Prazo: mínimo de 24 meses para bens de vida útil de até 5 ordem financeira, e principalmente fiscal, que essa operação
anos e mínimo de 36 meses para os bens com vida útil superior a teria em relação a diversas outras modalidades de financiamentos
esse limite. existentes, entre as quais a do Crédito Direto ao Consumidor e
Periodicidade das prestações: normalmente, as prestações são a da Finame. Com relação às vantagens financeiras elas são
mensais, podendo a primeira ser devida no ato da assinatura do indiscutíveis, uma vez que o equipamento pode ser obtido sem
contrato ou um mês após (portanto, com pagamentos antecipados nenhum desembolso inicial, sendo que até gastos com transportes,
ou postecipados); as prestações também podem ser bimestrais, impostos, licenciamentos e seguros podem ser incluídos no valor
trimestrais ou semestrais, iguais ou variáveis, fixadas de acordo da prestação. Quanto às vantagens de ordem fiscal - que dizem
com os interesses da arrendatária, desde que o intervalo de tempo respeito a influência das despesas com aluguéis, juros, correção
entre duas prestações não seja superior a um semestre. monetária do ativo e depreciação de equipamentos - podem ser de
Valor das prestações ou aluguel: são fixadas com base numa validade discutível.
taxa de juros que tem variado entre 30% e 60% ao ano; na grande
maioria dos contratos, as prestações são iguais e consecutivas,
corrigidas mensalmente pelo indexador escolhido (ou expressas FINANCIAMENTO DE CAPITAL FIXO
em quantidades de dólares ou do indexador escolhido e convertidas
na moeda corrente por ocasião dos respectivos vencimentos).
Fontes de recursos: os recursos utilizados pelas empresas de
leasing para aquisição dos equipamentos provêem de duas fontes FINAME Pessoa Jurídica e FINAME Agrícola
principais: repasses de recursos do exterior (Resolução n° 63) e São linhas de financiamento com recursos do Banco Nacional
colocação de debêntures de sua própria emissão; obviamente o de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para um
indexador que corrige o recurso utilizado é o mesmo que corrige o destino certo: a aquisição de máquinas e equipamentos industriais
valor das contraprestações do arrendamento. . ou agrícolas, veículos médios e pesados de fabricação nacional.
Taxa de compromisso: é cobrada da arrendatária sobre o valor Esse dinheiro é repassado pelos bancos credenciados pelo BNDES.
dos recursos eventualmente desembolsados pela empresa de leasing O prazo de pagamento varia de 12 a 60 meses, com carência
antes da data de vigência do contrato; é o caso principalmente variável para começar a pagar. A taxa de juros do Finame PJ vai
dos bens adquiridos sob encomenda, em que o fabricante exige de 5,5% a 6,5% ao ano, mais variação da taxa de juros de Longo
pagamento antecipado de alguns componentes ou de parte dos Prazo (TJLP), significativamente inferior à TR. A taxa de juros do
custos; o valor dessa taxa pode ser pago pela arrendatária na data FINAME Agrícola fica entre 5% e 6% ao ano, mais TJLP.
do contrato ou incluído no valor da prestação.
Valor residual garantido (opção de compra): é estabelecido BNDES Automático
no contrato e corresponde a um percentual variável do valor do É uma linha do BNDES para financiamento de valores até
bem; esse valor no Brasil oscila normalmente entre 1% e 5%, mas R$ 7 milhões. O dinheiro é repassado pelos bancos credenciados
há casos com percentuais bem mais elevados. Embora esse valor pelo BNDES. Nesse empréstimo pagam-se o custo financeiro (que
seja quase sempre pago no final do contrato, existem vários casos varia de acordo com o custo do dinheiro no mercado), um spread
em que seu pagamento é antecipado, feito na data da assinatura de risco de até 2,5% ao ano e mais o spread do agente financeiro,
do contrato, ou, como em outros, diluído mensalmente e pago em em torno de 2,5%. Incide ainda sobre o valor do empréstimo a
prestações iguais juntamente com as contraprestações. O valor variação da TJLP ou a taxa de câmbio, conforme o contrato.
residual com pagamento previsto no vencimento do contrato Essa linha serve para quase tudo, de projetos editoriais
funciona como uma opção de compra; caso pague, a arrendatária a reformas de loja. É mais fácil dizer o que ela não financia:
passa a ser proprietária do bem; caso contrário, ela tem três opções: reestruturação empresarial, empreendimentos imobiliários,
transferir esse direito a terceiros, devolver o bem à arrendadora atividades financeiras, comércio de armas e serrarias.
ou prorrogar o contrato; se optar por esta última, novo contrato FINEM (Financiamento a Empreendimentos)
será redigido, dentro de novas condições e com prazo mínimo É uma linha do BNDES para financiamentos de valores
de 12 meses; e se optar pela devolução do bem, o mesmo será superiores a R$ 7 milhões, mas restritos a 60% do total. O
vendido pela arrendadora pela melhor oferta. Neste último caso, empréstimo pode ser contratado diretamente com o BNDES ou
se o valor de venda for superior ao valor residual, o lucro ficará com um banco credenciado por ele. O custo é o mesmo do BNDES
com o usuário; caso contrário, a diferença será paga pelo usuário à Automático.
empresa de leasing. Esta última hipótese é muito rara.
As garantias ficam a critério do agente financeiro - pode ser
Imposto Sobre Serviços (ISS): incide sobre o valor dos
exigida uma garantia real de valor superior ao do financiamento
aluguéis, sendo pago pelo usuário por ocasião dos respectivos
(isso é definido caso a caso).
vencimentos e recolhido ao governo municipal pela empresa de

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Outras Linhas de Bancos Públicos Para pedir este empréstimo, o interessado preenche um
Além dos financiamentos do BNDES, há outras linhas de cadastro. É a partir dele que a instituição financeira vai avaliar o
crédito oficiais com condições privilegiadas, como o Proger, nível de risco do cliente, para saber as possibilidades do cliente
da Caixa Econômica Federal (CEF), a linha do Banco do Povo, pagar corretamente ou ficar inadimplente. Se tudo estiver bem com
e o Mipem do Banco do Brasil, nas versões FAT, investimento esta avaliação, o cliente pode receber o crédito.
e Custeio. Elas se destinam tanto a capital de giro como a Muitos bancos, com base no histórico do cliente, já têm linhas
investimentos e têm taxas de juros bem inferiores às do restante de empréstimo pessoal aprovadas previamente. Quando isso
do mercado. acontece, os bancos costumam enviar correspondência avisando
do crédito disponível. Se estiver interessado, o cliente usa a linha.
Se não estiver, não está perdendo nada em ter este crédito junto
ao banco.
CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR
Regra geral o empréstimo pessoal trabalha com juros
prefixados, o que resulta em prestações fixas, embora também
existam operações com juros pós-fixados. O crédito desta linha,
O Crédito Direto ao Consumidor é uma linha de empréstimo teoricamente, depende de uma avaliação de risco cuidadosa. Por
que está diretamente ligada àcompra de bens. É a linha que se isso os juros costumam ser menores do que os praticados no cheque
encontra em lojas, na compra de eletrodomésticos, roupas ou especial, no cartão de crédito e no CDC. O tomador também pode
mesmo automóveis. O crédito pode ser prefixado, quando já se oferecer alguma garantia real ao banco, como imóvel ou carro,
conhece o valor de todas as prestações no ato da compra, ou pós- com o objetivo de reduzir o juro. Quanto menor o risco, menor
fixado, quando o valor das prestações vai sendo calculado no deve ser esta taxa.
vencimento das mesmas.
Os prazos de financiamento são os mais variados. Dependem
das condições da economia, do tipo de bem financiado e do fôlego CRÉDITO RURAL
do comprador. Bens mais caros costumam ter financiamentos por
prazos mais longos. Em períodos de instabilidade econômica,
os prazos ficam mais curtos. E vice-versa, quando há maior
estabilidade. Objetivos do crédito rural
. Estimular os investimentos rurais feitos pelos produtores ou
Regra geral, a loja tem um acordo com banco ou financeira,
pelas cooperativas rurais;
que efetivamente é quem faz a análise do crédito. Para a loja, é
. favorecer o custeio, a produção e a comercialização de
como se a venda fosse à vista. O bem comprado fica como garantia
produtos agropecuários;
do empréstimo. Em caso de não pagamento, a financeira pode
retomar o bem. Isso é comum no caso de bens de maior valor, . fortalecer o setor rural, notadamente no que se refere a
como automóveis, que têm valor no mercado. No caso de bens de pequenos e médios produtores;
pequeno valor, na maioria das vezes não há execução da garantia. . incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de
O inadimplente perde, no entanto, porque tem seu nome incluído produção.
nas listas de maus pagadores. Atividades financiadas pelo crédito rural:
Juros . Custeio das despesas normais de cada ciclo produtivo;
No CDC, um dos maiores cuidados que o comprador deve ter . investimento em bens ou serviços cujo aproveitamento se
é com as taxas de juros.Algumas são realmente muito abusivas. estenda por vários ciclos produtivos;
Às vezes o custo do juro nem fica claro para o cliente. O Código . comercialização da produção.
de Defesa do Consumidor exige que a loja informe exatamente Beneficiários
o juro que está sendo cobrado do cliente, mas nem sempre esta . O produtor rural (pessoa física ou jurídica);
disposição é respeitada. Se for financiar, veja se a taxa de juro . cooperativa de produtores rurais; e
cobrada é razoável. Não basta que a prestação caiba no orçamento. -a pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor
Muitas lojas oferecem também a alternativa de financiar rural, se dedique a uma das seguintes atividades: . pesquisa ou
a compra com o cheque pré-datado. Neste caso, é o lojista que produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas;
assume o risco do crédito junto ao cliente. Muitos clientes preferem . pesquisa ou produção de sêmem para inseminação artificial;
o cheque pré-datado para não ter que enfrentar o cadastro junto à . prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em
instituição financeira, e porque é mais fácil de negociar condições imóveis rurais, inclusive para a proteção do solo;
fora de padrão. . prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis
Empréstimo pessoal rurais; . exploração de pesca, com fins comerciais.
O empréstimo pessoal é uma linha de crédito oferecida
Renda agropecuária bruta anual
por bancos e financeiras, regra geral cobrando juros menores
-Considera-se como renda agropecuária bruta anual a prevista
que linhas semelhantes, como o cheque especial. Assim como
para o período de um ano de produção normal, englobando todas
o cheque especial, o empréstimo pessoal é dado pelo banco
as atividades agropecuárias exploradas pelo produtor, tendo por
independentemente do destino que for dado ao dinheiro. Portanto,
base o preço mínimo na data de classificação ou, na sua falta, o
é uma linha diferente do CDC (Crédito Direto ao Consumidor),
preço de mercado operado pela agência que está oferecendo o
que está vinculado à compra de bens específicos.
crédito rural;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

. a classificação como miniprodutor e pequeno produtor fica Hipóteses em que se concederá o Crédito Rural a taxas
condicionada a que, no mínimo, 80% de sua renda anual sejam inferiores às praticadas nos financiamentos com recursos
provenientes da atividade agropecuária; obrigatórios será:
. deve ser abatida em 50% a renda bruta proveniente da - Norma expressa do Banco Central do Brasil, em programa
avicultura, olericultura, pecuária leiteira, piscicultura, sericicultura ou linha de crédito específica;
e suinocultura. - operação amparada por recursos fiscais transferidos à
A classificação do beneficiário é de responsabilidade instituição financeira pelo erário público federal ou estadual.
exclusiva da instituição financeira, que deve manter os documentos Cédulas de crédito rural
comprovantes, para efeitos de fiscalização. As cédulas de crédito rural são promessas de pagamento
sem ou com garantia real cedularmente constituída, isto é, no
Classificação da renda apropecuária próprio título, dispensando documento à parte. A garantia pode ser
. miniprodutor: renda agropecuária bruta anual até R$7.500,00; ofertada pelo próprio financiado, ou por um terceiro. Embora seja
. pequeno produtor: renda agropecuária bruta anual entre considerada um título civil, é evidente sua comerciabilidade, por
R$7.500,00 e R$22.000,00; sujeitar-se à disciplina do direito cambiário.
. demais produtores: renda agropecuária bruta anual superior
a R$22.000,00.

Exigências essenciais para concessão de crédito rural


CADERNETAS DE POUPANÇA
- Idoneidade do tomador;
-apresentação de orçamento, plano ou projeto, salvo no
financiamento de lavouras com valor básico de custeio (VBC) ou
em operações de desconto; Captação específica destinada a incrementar o Sistema
- oportunidade, suficiência e adequação de recursos; - Financeiro de Habitação, proporcionando financiamento aos
obervância de cronograma de utilização e de reembolso; construtores e a compadres de casa própria. São dois os tipos de
- fiscalização pelo financiador. caderneta de poupança:
. Livre
Garantias . Programada
As garantias são livremente acertadas entre o financiado e o A caderneta de poupança tornou-se com o passar do tempo
financiador, que devem ajustá-las de acordo com a natureza e o a aplicação mais popular. proporcionando aos aplicados liquidez,
prazo do crédito. segurança e rentabilidade.
As contas de poupança não têm datas especificas de
Constituição da garantia vencimento nem limite em termos de volume. As contas vencem
. Penhor agrícola, pecuário, mercantil ou cedular; no dia escolhido pelos titulares, e depósitos e retiradas são feitos
. alienação fiduciária; a qualquer hora.
. hipoteca comum ou cedular; As contas de poupança em geral são chamadas “caderneta
-aval ou fiança; - outros bens que o Conselho Monetário de poupança” porque tradicionalmente o poupador recebia uma
Nacional admitir. pequena caderneta onde os caixas do Banco registravam todas
as retiradas e depósitos, incluindo juros, e cuja apresentação era
Despesas obrigatória para que fosse efetuada uma transação. As cadernetas
- Remuneração financeira; foram eliminadas pelos Bancos, que agora oferecem ao cliente um
-imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e extrato mensal mostrando todas as atividades da conta. As contas
sobre operações relativas a Títulos e Valores Mobiliários; de poupança compõem um pouco mais de um quarto dos depósitos
. custo de prestação de serviços; bancários.
. comissão sobre Empréstimos do Governo Federal.;
-EGF;
. adicional do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária
(PROAGRO); FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO E À
. sanções pecuniárias. EXPORTAÇÃO, REPASSES DE RECURSOS
Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo
DO BNDES
o exato valor de gastos efetuados à sua conta pela instituição
financeira ou decorrentes de expressas disposições legais.
Pequenas, médias e grandes empresas privadas que realizam
Taxas de juros segundo a origem dos recursos aplicados exportação de máquinas e equipamentos novos, fabricados no
. Recursos controlados: taxa efetiva de juros de até 16% a.a.; Brasil e registrados no FINAME.
. recursos não controlados: livremente pactuados entre as
FINALIDADE DO FINANCIAMENTO
partes;
Financiamento à exportação de bens e serviços nas
-recursos das Operações Oficiais de Crédito destinados a
modalidades:
investimentos: Taxa de Juros de Longo Prazo (TJPL), acrescida
de taxa efetiva de juros fixada semestralmente pelo Conselho Pré-embarque - Para produção de máquinas e equipamentos a
Monetário Nacional. serem exportados.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Pré-embarque Especial - Para comercialização no exterior Para o Financiamento, o PROEX pode financiar até 85% do
de máquinas e equipamentos através de refinanciamento ao valor da exportação e oferece o prazo de até 10 (dez) anos nas
exportador, mediante pagamento de letra de câmbio e concessão exportações de bens, e, nas exportações de serviços o prazo é
ed direito de carta de crédito. decidido caso a caso pelo CCEx - Comitê de Crédito às Exportações.
Podem ser realizadas operações que combinem as modalidades A amortização do financiamento é feita pelo importador em
prestações iguais e sucessivas, vencíveis semestralmente.
de pré-embarque e pósembarque.
Para a Equalização, o PROEX pode financiar até 100% e
LIMITE DO FINANCIAMENTO a única exigência e que o pagamento dos juros seja semestral,
Até 100% do valor do bem. vencendo-se a primeira parcela após decorridos 6 meses do
PARTICIPAÇÃO DO BANCO NO EMPRÉSTIMO embarque da mercadoria, não podendo haver carência de juros.
Até 100% dos investimentos financiáveis. BNDES
CUSTO DO FINANCIAMENTO O objetivo do BNDES é oferecer aos exportadores brasileiros
Variação cambial + Líbor + 1 % a.a + taxa de risco (negociada ou aos importadores de produtos brasileiros linhas de crédito de
entre o Agente Financeiro e o cliente). longo prazo, em condições compatíveis com as existentes no
P.S: Outros encargos poderão ser cobrados, em função das mercado
características da operação. internacional. Por meio dos Produtos Exportação financia a
ENQUADRAMENTO DA EMPRESA exportação de bens de capital e serviços, com ênfase em produtos
de maior valor agregado.
Empresa de qualquer porte As operações podem ser realizadas diretamente com o
PRAZOS MÁXIMOS DE PAGAMENTO BNDES ou através de instituições financeiras credenciadas no País
Pré-embarque e Pré-embarque especial: até 30 meses. Pós- e no exterior.
embarque: até 96 meses, podendo chegar a 12 anos. BNDES-exim
GARANTIAS Financiamentos à exportação de bens e serviços através de
As garantias requeridas dependem do tipo de operação. P.S: O instituições financeiras credenciadas, nas modalidades:
FINAMEX não financia: Pré-Embarque: financia a produção de bens a serem exportados
- automóveis de passeio em embarques específicos;
-produtos de menor valor agregado, tais como: açúcar, álcool, Pré-Embarque Curto Prazo: financia a produção de bens a
grãos, suco de laranja, minérios e animais vivos. serem exportados, com prazo de pagamento de até 180 dias;
REFINANCIAMENTO MEDIANTE DESCONTO DOS Pré-Embarque Especial: financia a produção nacional de bens
exportados, sem vinculação com embarques específicos, mas com
TÍTULOS
período pré-determinado para a sua efetivação;
Pós-embarque: Pós-Embarque: financia a comercialização de bens e serviços
-financia a comercialização de bens no exterior, através de no exterior, através de refinanciamento ao exportador, ou através
refinanciamento ao exportador, ou através da modalidade buyers da modalidade buyer’s credit.
credit. Programa de Apoio a Investimentos de Empresas Brasileiras
- Taxa de desconto: Líbor+ 1% a.a de Capital Nacional no Exterior: objetiva estimular a inserção e o
fortalecimento de empresas brasileiras no mercado internacional,
PROEX através do apoio à implantação de investimentos ou projetos a
O Programa de Financiamento às Exportações é um programa serem realizados no exterior.
instituído pelo Governo Federal que objetiva proporcionar às Os instrumentos de garantia utilizados são os mesmos
exportações brasileiras condições de financiamento equivalentes às oferecidos pelas agências de crédito à exportação. Ainda para
facilitar o acesso ao crédito à exportação, encontram-se disponíveis:
do mercado internacional. Ela prevê a concessão de financiamento
Fundo de Garantia para a Promoção da Competitividade -
ao exportador (supplier’s credit), bem como financiamento ao FGPC (Fundo do Aval), destinado a facilitar o acesso ao crédito
importador (buyer’s credit). Na primeira situação, o exportador, para micros, pequenas e médias empresas;
após contratada a venda externa com o importador, embarca Seguro de Crédito à Exportação, que possibilita a cobertura
suas mercadorias ou fatura os serviços, emite os documentos de dos riscos comercial e político dos bens e serviços exportados.
créditos (letra de câmbio, notas promissórias, cartas de fiança, No Brasil este instrumento é operado pela Seguradora
cartas de crédito) correspondentes ao principal e juros e, após a Brasileira de Créditos à Exportação SBCE.
constituição das garantias, os refinancia junto ao Banco do Brasil
(descontos/cessão de direitos creditórios), e, na segunda situação,
o exportador contrata a venda externa com uma entidade pública CARTÕES DE CRÉDITO
de outro país e o financiado, na medida em que recebe o bem ou o
serviço contratado, autoriza o crédito na conta do exportador.
Esse programa opera sob duas modalidades de assistência
creditícia: O uso de moedas e cédulas está sendo substituído cada vez
Financiamento: Modalidade de crédito ao exportador ou ao mais por pequenos cartões de plástico. Instituições financeiras,
importador de bens e serviços brasileiros, realizada exclusivamente bancos e um crescente número de lojas oferecem a seus clientes
pelo Banco do Brasil com recursos do Tesouro Nacional. cartões que podem ser usados na compra de grande número de
Equalização: Modalidade de crédito ao exportador ou bens e serviços, inclusive em lojas virtuais através da Internet. Os
importador de bens e serviços brasileiros, realizada pelas cartões não são dinheiro real: simplesmente registram a intenção
instituições financeiras, na qual o PROEX assume parte dos depagamento do consumidor. Cedo ou tarde a despesa terá de ser
encargos financeiros, tornando-os compatíveis com os praticados paga, em espécie ou em cheque. É, portanto, uma forma imediata
no mercado internacional. de crédito.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O cartão de crédito surgiu nos Estados Unidos na década de O percentual referente à parcela de capitalização deve ser
20. Postos de gasolina, hotéis e firmas começaram a oferecê-los especificado em contrato e varia de banco para banco. O mínimo
para seus clientes mais fiéis. Eles podiam abastecer o carro ou de 50% deve ser destinado à capitalização, segundo determinação
hospedarem-se num hotel sem usar dinheiro ou cheque. da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Em 1950, o Diners Club criou o primeiro cartão de crédito O investimento de fato é apenas esta parcela que vai para a
moderno. Era aceito inicialmente em 27 bons restaurantes daquele capitalização. O restante dodinheiro é perdido em troca do benefício
país e usado por importantes homens de negócios, como uma de concorrer ao prêmio. É muito comum que o rendimento do título
maneira prática de pagar suas despesas de viagens a trabalho e de de capitalização seja negativo, considerando tudo o que realmente
lazer. foi pago e o dinheiro recebido de volta.
Confeccionado em papel cartão, trazia o nome do associado O título de capitalização é um produto oferecido por
de um lado e dos estabelecimentos filiados em outro. Somente em instituições financeiras. Muitas vezes, a instituição usa a venda
1955 o Diners passou a usar o plástico em sua fabricação. deste título como forma de expressão para o cliente que precisa
Em 1958, foi a vez do American Express lançar o seu de algumatendimento especial. É o que alguns gerentes chamam
cartão. Na época, os bancos perceberam que estavam perdendo de reciprocidade. Um cliente que queira aumentar o valor de seu
o controle do mercado para essas instituições, e no mesmo ano o cheque especial, por exemplo, pode ser convidado a comprar um
Bank of America introduziu o seu BankAmericard. Em 1977, o título de capitalização para ter seu limite ampliado. O cliente não
BankAmericard passa a denominar-se Visa. Na década de 90, o deve aceitar este tipo de pressão em nenhuma circunstância. O
Visa torna-se o maior cartão com circulação mundial, sendo aceito produto deve ser comprado por seu mérito e não para que seja
em 12 milhões de estabelecimentos. possível obter algum favor.
Muitos cartões de plástico não têm poder de compra. Simplesmente O título de capitalização é uma mistura de poupança com
ajudam a usar e a obter formas conhecidas de dinheiro. São os cartões possibilidade de ganho por meio de sorteios. Em parte, é um
de banco que garantem cheques, retiram dinheiro e fazem pagamentos título que tem rendimento como juro, mas está longe de ser uma
em caixas automáticos. aplicação recomendada por sua remuneração. O preço pago para
Outros cartões aliam as funções de compra, movimentação de se ter direito ao sorteio é bastante caro.
conta-corrente e garantia de cheques especiais.
A quantia paga mensalmente por um título de capitalização
O comércio vem criando os seus próprios cartões. Destinados a
é dividida em três partes: a parcela de capitalização - dinheiro
atender a uma clientela mais fiel, eles facilitam a compra e eliminam
a burocracia na abertura de crédito. que efetivamente vai ser devolvido com o adicional proporcional
Em diversos países os cartões telefônicos são uma maneira de juros -, a parte do sorteio e a parte dos custos administrativos
prática de realizar ligações de telefones públicos sem o incômodo da instituição financeira. Estas duas últimas partes podem estar
de fichas e moedas. A cada chamada a tarifa é descontada do valor agrupadas num único nome no contrato, como, por exemplo, taxa
facial do cartão. de carregamento, ou indicadas separadamente.
O mais recente avanço tecnológico em termos de cartão foi o A porcentagem referente à parcela de capitalização, também
desenvolvimento do smart card, chamada de reserva matemática, varia de banco para banco
o cartão inteligente. Perfeito para a realização de pequenas e deve estar especificada em contrato. Atualmente a Susep
compras, ele vem com um chip que podeser carregado com uma -Superintendência de Seguros Privados - exige que o mínimo
determinada soma em dinheiro. À medida que o portador vai destinado à capitalização seja de 50%. O investimento de fato é
gastando, seu saldo vai sendo eletronicamente descontado. Quando apenas esta parcela que vai para a capitalização.
o saldo acaba, o cartão pode ser carregado com uma nova quantia. O restante do dinheiro é perdido imediatamente, em troca do
Os cartões se multiplicaram. Hoje eles estão cada vez mais benefício de concorrer ao prêmio. O prêmio pode ser de no máximo
direcionados para os diversos nichos de mercado. São cartões de 25% do valor pago. Ou seja, considerando o limite mínimo para
afinidade, que apoiam campanhas sociais, ecológicas; cartões para capitalização e o máximo do prêmio, a administradora pode cobrar
atender jovens e universitários; ou cartões de negócios destinados a até 25% para cobrir seus custos de gestão da carteira de títulos
altos funcionários de empresas. de capitalização. Um valor muito alto, que prejudica muito a
rentabilidade da aplicação.

Rendimento
TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO Somente a parcela destinada à capitalização será remunerada.
Então este é um primeiro ponto para comparar entre os títulos.
Quanto menor a parcela capitalizada (reserva matemática), maior
a perda do investidor.
O título de capitalização é uma mistura de poupança com Sobre o valor capitalizado, o rendimento mínimo obrigatório é
loteria, já que apresenta possibilidades de ganho por meio de de 20% da taxa de juros básica aplicada às cadernetas de poupança,
sorteios. A quantia paga mensalmente pelo consumidor é dividida mais a variação da TR, Taxa Referencial. Hoje a taxa de juros da
em três partes: poupança é de 6% ao ano. Então, o juro anual mínimo é de 1,2% ao
. A parcela de capitalização: o dinheiro que efetivamente ano mais a variação da TR. Se o rendimento da poupança for alterado,
vai ser devolvido com o adicional proporcional de juros; o rendimento mínimo dos títulos deve acompanhar. Na média de
. A parcela do sorteio; mercado, o rendimento costuma ficar entre 5% e 5,5% ao ano acima da
. A parcela dos custos administrativos da instituição TR, sobre a parte capitalizada (reserva matemática), segundo dados da
financeira. Susep (Superintendência de Seguros Privados).

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O rendimento do título de capitalização está sujeito a uma Carência


alíquota de 20% de Imposto de Renda, caso o rendimento supere O prazo de carência é o período no qual o aplicador não
o valor total pago, incluindo toda a parcela. Assim, se o plano é de pode resgatar seu título. Os títulos de capitalização não podem ter
24 parcelas de R$ 100, tendo o investidor pago R$ 2.400, se no carência superior a 24 meses. O prazo máximo de carência de um
resgate receber mais do que este montante, por exemplo R$ 2.500, título é o prazo de seu resgate. Desta forma, se o título vence antes
paga imposto de 20% sobre este ganho. No caso, o ganho foi de de 24 meses, a carência não pode ser superior a este prazo. Devido
R$100, e o imposto devido de R$ 20. Se receber menos que R$ a concorrência no setor, muitos planos já estão trabalhando sem
2.400, nada será devido ao Imposto de Renda. prazo de carência.
Quem deixa de pagar o título e pede resgate antecipado
Falta de competitividade também é obrigado a cumprir as carências, quando forem definidas
Os títulos de capitalização não são competitivos em relação aos em contrato.
investimentos de renda fixa. De fato, o investidor abre mão de boa
parte de seus ganhos, podendo ter até rendimento negativo, para Sorteios
poder participar de sorteios. Para quem aceita este tipo de risco, é A freqüência de sorteios varia em cada título de capitalização.
mais uma diversão. Como investimento, regra geral, não pode ser Geralmente eles acontecem semanalmente e mensalmente. Há
recomendado. A avaliação muda se o consumidor for sorteado. planos que estabelecem maior número de sorteios, com valores
Vamos ver um exemplo. Imagine uma poupança que recebe menores, e outros que estabelecem menos sorteios, com maior
100 reais por mês, no prazo de 24 meses, com o rendimento de 6% valor. São produtos com perfis diferentes, dependendo do
ao ano mais a variação da TR. E uma segunda aplicação, de mesmo cliente potencial. Também existem títulos que oferecem sorteio
montante, num título de capitalização, sendo que apenas 75% do instantâneo, que o investidor sabe na hora da compra do título se
dinheiro foi capitalizado, e o restante destinado aos custos e prêmios. foi premiado.
No final dos 24 meses teremos, para uma TR mensal de 0,3%: Do valor pago pelas parcelas, no máximo 25% pode ser
Na poupança: R$ 2.655,90. destinado aos prêmios. E do valor total destinado aos prêmios, no
No título de capitalização: R$ 1.991,92. máximo 30% pode ser distribuído como sorteio instantâneo, na
Os dois valores depositados foram de R$ 2.400, que equivale hora da compra.
aos R$100 pagos por 24 meses. Como se vê, o dinheiro resgatado Um ponto importante sobre os sorteios, que muita gente esquece,
no título de capitalização ficou abaixo do valor efetivamente pago, o é que os prêmios estão sujeitos ao pagamento de Imposto de Renda.
que corresponde a dizer que o rendimento foi negativo. A diferença Quando o premiado não concorre mais a qualquer sorteio ou benefício
entre o que foi recebido na caderneta de poupança e no título, adicional, a alíquota do IR é de 25%. Se continuar concorrendo, a
correspondente a R$ 663,98, é o preço pago pelo direito ao sorteio. alíquota sobepara 30%. É o tipo de contrato que estabelece se o
Resgate antecipado e parcial sorteado continua ou não concorrente. Antes de escolher o tipo de
O resgate antecipado, antes do vencimento, pode comprometer plano o investidor deve lembrar que é muito difícil ser sorteado uma
ainda mais o rendimento dotítulo de capitalização. É que, nestes vez, e mais ainda ser sorteado duas ou mais vezes!
casos, a administradora pode devolver apenas 90% do dinheiro que Cabe à instituição financeira comunicar o sorteado de seu
estiver na reserva matemática. Regra geral, o resgate de 100% da prêmio. Este aviso pode ser por meio de publicação nos jornais.
reserva matemática somente é garantido para quem saca o dinheiro Muitas empresas também enviam carta. Se o cliente tem conta
por motivo de sorteio ou no final do contrato. corrente na instituição, o depósito é feito diretamente. Caso
Quem deixa de pagar o título e pede resgate entra na mesma contrário, cabe à instituição avisar o cliente para efetivar o saque
regra do resgate antecipado. Ou seja: além de ser obrigado a do prêmio.
cumprir a carência, somente vai ter direito ao saque de 90% dos O contrato também precisa estabelecer se o sorteio dá direito
recursos capitalizados (da reserva matemática). à liquidação antecipada do pagamento do título ou se o investidor
No caso de resgate parcial, quando o investidor quer retirar deve continuar pagando normalmente suas mensalidades. O
apenas parte de sua reserva matemática, para alguma emergência, resgate antecipado por sorteio permite o saque de 100% do valor
o saque também pode ser punido com desconto de até 10%. da reserva matemática.
Então, se o valor sacado da reserva é de R$1.000, a instituição
pode entregar apenas R$ 900, ficando os restantes R$100 para a
instituição, a título de punição pelo resgate antecipado.
Outro ponto fundamental para entender as perdas do resgate PLANOS DE APOSENTADORIA E
antecipado é saber se o título distribui a parte da capitalização PENSÃO PRIVADOS
linearmente, ao longo do plano, ou se cobra antecipadamente os
custos e valores destinados aos prêmios.
Prazo de resgate
O prazo de resgate varia bastante neste mercado. A maioria
dos títulos tem prazos de 36 e 40 meses. O prazo mínimo para o A previdência privada é uma forma de poupança de longo
plano de capitalização é de 12 meses. Não existe prazo máximo. No prazo para evitar que a pessoa na aposentadoria sofra uma redução
mercado existem planos com até dez anos, mas pode haver período muito grande de sua renda. Qualquer pessoa que receba mais do
maior no futuro. Por ocasião de seu vencimento, as instituições que o teto de benefício da Previdência Social (INSS) deve se
costumam depositar o dinheiro na conta-corrente do cliente. preocupar em formar uma poupança, seja através da previdência
Quanto mais longo o prazo de resgate, maior o risco de o privada ou de recursos administrados por sua própria conta.
investidor precisar sacar o dinheiro antecipadamente, por conta Tecnicamente falando, o processo de poupança consiste de
de algum imprevisto. Como o resgate antecipado ou parcial duas fases. Na primeira, o poupador acumula um capital. Durante
costuma ser punido com um desconto sobre o valor sacado, o todo esse processo, este capital receberá rendimentos. Na segunda
investidor corre mais riscos. Planos mais curtos, neste sentido, fase, que coincide com a aposentadoria para a maioria das pessoas -
são mais seguros, porque vigoram num período que pode ser mais mas não necessariamente -, é o momento de receber os benefícios.
facilmente planejado.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Regra geral: nesta fase, o poupador não faz novas acumulações, pague hoje alíquota de 27,5% para conseguir reduzir sua alíquota
embora continue se beneficiando do rendimento sobre o capital para 15%, ou mesmo ficar isento de IR, dependendo de como vai
acumulado. Naturalmente, o valor dos benefícios deve ter uma relação receber os benefícios.
de proporção com o capital acumulado. Quanto maior o capital, maior O segundo ganho é que uma parte do dinheiro que vai formar
o benefício. o capital teria sido gasta com impostos. Ou seja: este dinheiro vai
A forma de fazer este cálculo é bastante complexa, mas, de formar um fundo e vai ser remunerado. Mesmo pagando imposto
uma forma simples, é fácil entender que os saques mensais, aqui posteriormente, este dinheiro ajuda a formar o capital durante o
chamados de benefícios, devem ter uma relação com o capital período de acumulação, aumentando os ganhos do benefício fiscal.
acumulado. Não é possível fazer saques expressivos sobre o capital Ainda sobre a questão de incentivo fiscal, o tipo de declaração
sem correr o risco de o dinheiro poupado acabar muito rápido. de Imposto de Renda simplificada ou completa - influencia na
Poupança autoprogramada decisão de comprar ou não um produto de previdência privada.
Fazer plano ou fundo de previdência privada tem duas Como na declaração simplificada existe um limite dado,
vantagens indiscutíveis: o benefício fiscal e a diluição do risco de esse benefício fiscal é pouco aproveitável. O ganho fiscal efetivo
faltar renda futura, no caso de quem escolhe por benefício vitalício. apenas ocorre na declaração completa.
Quando opta pelos rendimentos vitalícios, o participante Custos da previdência privada
está reduzindo sua renda mensal, mas com a garantia de receber O participante tem custos elevados ao comprar fundo ou
o benefício para sempre. Como ninguém sabe quanto tempo vai plano de previdência privada. Eles estão divididos em taxas de
precisar da renda, este é o mecanismo mais seguro. As empresas carregamento e taxas de gestão financeira (ou administração). Na
conseguem garantir este direito porque trabalham com muitas hora de avaliar qual plano ou fundo escolher, o interessado deve
pessoas, de forma que na média o dinheiro poupado é suficiente considerar o efeito das duas taxas. Algumas empresas colocam
para todos. taxa de carregamento reduzida, mas compensam com a taxa de
Planos e fundos de previdência, por sua vez, têm uma gestão mais alta. Então é preciso avaliar o efeito de ambas sobre a
desvantagem também clara: o custo elevado. Há planos com taxas acumulação de capital.
de carregamento de 5%, e outros cobram até mais do que isso. Taxa de carregamento
Ou seja: ao fazer o depósito, o participante já perde um dinheiro, A taxa de carregamento é cobrada pela entidade para arcar
independentemente do rendimento que tiver ou não no futuro. com os custos operacionais do plano de previdência privada. Incide
Um pouco de organização nas finanças permite que a pessoa sobre a contribuição mensal ou aportes de capital, de modo que,
faça uma poupança própria com menos custos e mais liberdade, quanto maior o seu porcentual, menor a parcela da contribuição
mesmo que seja para comprar um plano de renda vitalícia no destinada para a formação do capital do participante.
momento da aposentadoria. Mas aí com melhores vantagens A taxa de carregamento geralmente varia entre 4% e 12% para
comparativas, porque não estará assumindo o risco da gestão os planos tradicionais e de 1% a 5% para o PGBL. No caso do
financeira da empresa durante 50 anos - todo o período de Fapi, não há cobrança de taxa de carregamento, apenas de taxa de
contribuição mais recebimento de benefícios -, mas apenas o risco administração. Porém, se no saque o participante quiser comprar
do período do benefício. Nesta opção, no entanto, se abre mão dos um fundo ou plano de previdência privada para ter direito aos
ganhos com benefícios fiscais. benefícios mensais, vai ter que pagar a taxa de carregamento para
Com o objetivo de incentivar investimentos de longo prazo, a administradora escolhida.
os produtos de previdência privada têm incentivo fiscal, na fase de A taxa de carregamento pode ser escalonada ao longo do plano,
acumulação. No caso da declaração completa do Imposto de Renda tendo um valor porcentual maior no começo e depois caindo nos
Pessoa Física (IRPF), existe a possibilidade de o participante poder períodos seqüentes. Esta é uma forma de penalizar o participante
deduzir 100% das contribuições pagas à previdência privada, até o que desiste do plano, ou que troca de gestor. Em outras palavras,
limite de 12% da sua renda anual. A dedução é sobre a renda, de o escalonamento funciona como uma forma de ganhar a fidelidade
forma que o imposto pago é menor porque a renda foi reduzida. Não do cliente.
é um desconto sobre o imposto a ser pago. No regulamento do plano de previdência, é estipulada a
Mas, lá na frente, no recebimento dos benefícios - no caso taxa máxima de carregamento. O participante deve negociar a
dos planos de garantia mínima e PGBL -, o recolhimento do IRPF taxa de carregamento sobre contribuições mensais no momento
vai ocorrer normalmente, como em qualquer renda. Ou seja: da contratação do plano de previdência. Por isso a importância
o valor recebido pela previdência privada é somado às demais de estar informado sobre as taxas de carregamento de outras
rendas e paga imposto de acordo com a tabela progressiva normal. instituições. Durante o período de contribuição, é mais difícil
Naturalmente, não é vantajoso para o participante fazer depósitos conseguir mudanças.
acima de 12% de sua renda no fundo ou plano de previdência, Em caso de aporte maior, é possível negociar com a
porque esta parcela adicional estará sendo tributada duas vezes: administradora uma taxa de carregamento menor. Mas o melhor é
no recebimento da renda e no momento de saque ou recebimento já deixar isso previsto em contrato, considerando faixas de aportes
de benefícios. Os planos tradicionais e os PGBLs não têm como possíveis e taxas de carregamento. Caso contrário, a empresa pode
separar o dinheiro que foi ou não tributado na fonte, para evitar a não querer negociar.
bi-tributação. A qualquer momento o participante também pode pedir uma
Apesar de o imposto estar apenas diferido - ou seja, adiado renegociação da taxa de carregamento. Naturalmente, para solicitar
no tempo -, o participante tem dois ganhos, desde que respeite o isso, o participante deve ter alguma opção de trocar o plano para
limite de contribuição dos 12% da renda tributável. Primeiro, pode uma empresa concorrente, que tenha taxa menor. Dificilmente,
fazer com que o fluxo dos benefícios recebidos componha uma no entanto, a administradora vai baixar esta taxa se a comparação
renda que resulte em menor alíquota de imposto. Como o imposto for feita com empresa concorrente que tenha maior risco - como
aumenta por faixa de renda, adiar o pagamento do tributo para uma companhias de grupos econômicos menos sólidos que podem
fase que a renda seja menor é um ganho certo. Um contribuinte que praticar taxas mais agressivas para ganhar mercado.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

As variáveis que pesam na definição da taxa de carregamento Com os novos planos, a Susep também vai diferenciar taxa
são o período em que serão feitas as contribuições e o valor do aporte. de gestão de taxa de administração. A taxa de gestão será cobrada
Porém, o valor do aporte tem importância maior, já que não existe pela entidade de previdência privada e a de administração, pelo
nenhuma garantia de que o participante do plano vá ficar, de fato, banco. Assim, o investidor saberá quanto está pagando e quem está
todo o período estipulado no início do contrato. Quanto maior o valor cobrando. Hoje, regra geral, a entidade de previdência afirma que
do aporte, menor deve ser a taxa de carregamento, e vice-versa. Na não haverá cobrança de taxa. Porém, o banco que administra o
relação com o período, regra geral, quanto menor o prazo, maior a dinheiro cobra, sem informar o cliente.
taxa de carregamento, e vice-versa. O mais comum é ter uma taxa Principais riscos da previdência privada
maior no primeiro ano, caindo sucessivamente nos anos seguintes. O maior risco é o de falência da empresa administradora,
Mas não há regra absoluta. que sempre pode ter conseqüências sobre o capital acumulado,
Taxa de gestão financeira (ou administração) especialmente se houver algum tipo de fraude. Teoricamente, a
Durante a fase de contribuição, as entidades de previdência empresa deve separar seu dinheiro do capital dos participantes dos
privada, sejam empresas, bancos ou seguradoras, cobram uma taxa planos e fundos de previdência, mas nem sempre isso é respeitado.
pela administração dos recursos, sobre o capital total - incluindo A Susep deve fiscalizar as empresas, para ver se o dinheiro do
os rendimentos -, também chamada de taxa de gestão financeira, associado está investido de forma correta. Mas não há garantia do
dependendo do tipo de plano ou fundo. governo para o pagamento do valor acumulado ou dos benefícios,
No caso dos Fapis e PGBLs, o nome é taxa de administração, de forma que qualquer prejuízo é assumido pelo associado.
seu valor deve ser aprovado pela Susep e ser registrado no contrato. No caso dos PGBLs, a empresa de previdência privada
Regra geral, no Fapi varia de 3% a 6% ao ano, podendo ser cobrada fica com o dinheiro em seu nome, masé obrigada a depositar os
mensal ou anualmente. No PGBL, a taxa de administração é menor recursos em fundos exclusivos. É uma garantia de que o dinheiro
- entre 1,5% e 5% ao ano, regra geral, cobrada mensalmente -, da empresa administradora não está misturado com o capital dos
porque estes planos cobram taxa de carregamento. A instituição associados. No caso do Fapi, o dinheiro é administrado como um
pode reduzir a taxa de administração, comunicando o participante fundo de investimento comum. O cliente é o próprio quotista do
e a Susep. Aumentos da taxa dependem da concordância do fundo.
participante. É importante que o poupador saiba que pode mudar de
No caso do PGBL, a taxa de administração também é cobrada empresa administradora se estiver descontente com o rendimento
durante o período de pagamento de benefícios. A empresa de ou desconfiado da segurança da instituição.
previdência paga para o administrador, não havendo descontos Perdas com os investimentos
sobre os benefícios. O valor do benefício é calculado uma única Outro risco é o de perdas em investimentos feitos. É o caso
vez, com base numa tabela de expectativa de vida e um nível de de um banco ou empresa que não honre seu título de renda fixa,
juro esperado para este período. Este nível de juro já é calculado ou quando as ações desvalorizam, não pagam bons dividendos ou
sem o efeito da taxa de administração. Nos planos tradicionais, esta mesmo viram pó, se a empresa emissora falir. Daí a importância
taxa recebe o nome de taxa de gestão financeira. A legislação não de escolher um administrador com muita experiência para que a
exige que esta taxa seja colocada no contrato, e as empresas não escolha dos ativos seja a melhor possível.
costumam divulgar seu valor. Geralmente essa taxa é descontada Para reduzir estes riscos, a legislação estabelece limites
do excedente financeiro rendimento obtido além do mínimo máximos de investimento da carteira, de forma a obrigar uma
garantido -, sem que o participante seja informado. O custo existe, diversificação das aplicações. Nos planos tradicionais, por
mas não fica transparente. exemplo, os limites máximos de investimento são: 50% renda
Regra geral, a taxa de administração é de 3% ao ano. variável (ações); 30% em imóveis urbanos, direitos resultantes
Como não existe regulamentação de sua cobrança, a empresa da venda desses imóveis e quotas de fundos de investimentos
de previdência pode alterar seu valor a qualquer momento, sem imobiliários; e 10% em empréstimos para participantes de planos.
consulta ao participante. O efeito é sentido, no entanto, porque a A lei também proíbe que a administradora compre ativos
carteira fica menos rentável. Mas, como não há transparência, é -como Certificados de Depósitos Bancários - de instituição
impossível comparar o que foi efeito de aumento de taxa ou menor financeira associada ao mesmo grupo econômico para a carteira
rentabilidade dos ativos. dos fundose planos de previdência. É uma forma de evitar que um
Para mudar essa situação, a Susep prepara legislação para banco em situação financeira crítica empurre seus papéis de má
dois novos tipos planos de previdência, com regulamentação mais qualidade para os associados dos fundos e planos de previdência.
transparente. Com o tempo, estes fundos devem substituir os planos Os PGBLs estão divididos em três modalidades: soberano,
tradicionais no mercado, por questão de procura dos consumidores moderado e composto. No composto, os investimentos em renda
e pela concorrência. São eles: Plano com Atualização Garantida variável (ações) podem compor até 49% da carteira, parcela
e Performance (PAGP) e o Plano com Remuneração Garantida e que fica mais exposta a risco. No Fapi, o risco varia de acordo
Performance (PRGP). com o perfil do fundo. Como não há classificação formal para
Ao contrário dos planos tradicionais, os novos terão que os Fapis, cada instituição compõe a carteira de seus produtos
repassar mais informações aos clientes, inclusive como é calculado de forma diferente. Por isso, antes de entrar nessa aplicação, o
o excedente financeiro e de quanto é a taxa de administração. investidor deve conhecer a composição da carteira do fundo. O
Nesses dois planos, a Susep também propõe a padronização do mais importante é saber qual a parcela máxima destinada para a
cálculo do excedente financeiro e de que forma ele será pago. Hoje renda variável, ativos de maior risco. A carteira pode ter até 50%
as empresas de previdência não informam sua metodologia ao em investimentos de renda variável. Fapis e PGBLs não podem
investidor, o que impede a comparação entre planos. investir em imóveis.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

A maioria dos seguros voltados para pessoas físicas é vendida


como contrato padrão. Ou seja: a seguradora já tem um contrato
PLANOS DE SEGUROS com cláusulas fixas, envolvendo um conjunto de coberturas. O
segurado apenas adere ao plano, sem poder discutir cada um dos
seus parâmetros.
É desta forma que o mercado consegue baratear os contratos,
porque não é preciso recalcular todos os parâmetros a cada proposta
Fazer seguro é uma forma de proteger o património. Neste de seguro. Com a modernização do mercado, alguns padrões
sentido, não deixa de ser uminvestimento. Naturalmente, isso tem jáforam diversificados. É possível, por exemplo, encontrar seguros
um custo. É o preço pago para não se correr o risco de perder de automóveis mais baratos apenas pelo fato de o contratante ser
algo muito valioso, ou de suportar melhor uma grande perda mulher ou ter mais idade.
material ou pessoal. E o objetivo deste investimento somente Seguro de veículos
pode ser alcançado se a compra do seguro for bem feita. Ou seja: O seguro de automóveis e outros veículos automotores
deve atender às necessidades do cliente, e não às do corretor. Esta é um dos mais conhecidos. É um reflexo do nível de violência,
cartilha vai ensinar você a comprar melhor seu seguro. especialmente nas cidades maiores, onde é grande o número de
Seguro para fugir das incertezas roubos.
O seguro, como o próprio nome diz, surge da necessidade de
Esta apólice, que costuma ter prazo de um ano, cobre a
segurança das pessoas diante das incertezas e riscos que corremos
reparação dos danos ocorridos ao veículo segurado ou causados
na vida. Todos queremos uma segurança, uma garantia futura que
nos proteja dos prejuízos e perdas de fatos inesperados. por ele a terceiros ou a coisas, incluindo outros veículos, roubo,
Com esta finalidade, pessoas e grupos têm se unido ao longo furto, incêndio e colisão. Algumas apólices cobrem outros riscos,
da história. Na Antigüidade, os cameleiros que faziam longas como chuva de granizo, enchentes e danos ocorridos ao veículo
viagens pelo deserto se associavam a fim de repor um animal que durante roubo ou furto ou tentativa de roubo ou furto. Estes riscos
morresse, de qualquer integrante da caravana. A perda do animal múltiplos podem ser associados de várias formas, combinando as
poderia ser a desgraça de um cameleiro, mas certamente era modalidades em pacotes.
suportada pelo grupo. Esta modalidade de seguro também pode oferecer coberturas
Outro exemplo vem da China. Lá, os comerciantes que adicionais para o risco de roubo de rádios e acessórios, desde
desciam a correnteza dos rios com mercadorias se associavam, e que conste da apólice. Se estes equipamentos são colocados
distribuíam os produtos em vários barcos, para diminuir o risco posteriormente à contratação, podem ser incluídos na apólice,
de perda total deles. Estes exemplos mostram a essência do setor através de endosso.
de seguros. Pessoas que têm afinidades seunem para amenizar os Muitos danos não são cobertos pelo seguro de veículos, o que
riscos de perdas individuais, dentro do grupo, através de ajuda deve vir relacionado no contrato, especialmente pequenos prejuízos
recíproca. É uma forma de tornar mais próximo o desejo de que como arranhões na pintura. Aliás, a função da franquia também
nada de mal possa nos atingir. é impedir que estes pequenos gastos sejam responsabilidade da
Na modernidade seguradora, o que aumentaria o custo do prêmio.
O seguro é então o instrumento legal que permite aos Seguro de vida
segurados garantir a cada membro do grupo, através do segurador, O principal objetivo de um seguro de vida é garantir certa
a compensação econômica por um evento futuro e incerto, segurança aos entes queridos que dependem de nossa renda. O
chamadorisco. É o caso de um incêndio, roubo ou acidente, problema desta apólice é que mexe com assuntos que a maioria
eventos que todos sabemos ser possíveis, mas ninguém é capaz de das famílias não quer tratar, como a possibilidade de morte. Por
prever quando nem onde ou com quem. isso, muita gente acaba evitando um seguro que poderia amparar a
Para garantir que as perdas sejam compensadas, cada pessoa família num infortúnio.
do grupo paga um valor proporcional ao risco corrido para o O seguro de vida dá cobertura aos riscos de morte natural ou
segurador. Este valor vai ser usado para pagar as indenizações
acidental e invalidez por acidente ou doença. Casos de suicídio,
etambém cobrir os custos e lucros da seguradora. É o segurador
regra geral, estão excluídos da cobertura. Seu pagamento costuma
que assume os riscos pelo grupo em troca desta remuneração,
chamada de prêmio. ser mensal, por prazo indeterminado, havendo exceções, de
O prêmio é uma forma de baixo custo para cobrir eventos contratos por prazo determinado.
ocasionais de pessoas que estão expostas a riscos semelhantes. Estimar o valor correto de um seguro de vida depende de
E deve ser proporcional ao risco de cada evento ocorrer. muitos fatores individuais, como o número de filhos e a idade
Cálculos de probabilidades, com base também na observação do deles, a vida profissional do cônjuge, o padrão de vida que se pode
comportamento destes eventos no passado, ajudam a estimar o manter,
prêmio. o nível de patrimônio, a capacidade de gerenciamento da
Tipos de seguros família e tempo para sua reestruturação, e até as despesas com
Existem três riscos básicos que podem ser segurados: funerais.
patrimônio, pessoa e responsabilidade. Uma mesma apólice pode Se o prêmio para o seguro ideal - que inclui até cobertura para
combinar a cobertura de diversos riscos destes grupos. Um seguro a educação dos filhos - não for viável, procure fazer algum seguro
de carro, por exemplo, cobre a perda patrimonial do veículo, a vida que caiba no orçamento familiar, para dar uma garantia mínima.
do segurado, e os danos que pode causar a terceiros. Um seguro Certamente, pessoas que não tenham filhos, ou que já os tenha
de imóvel também pode cobrir perdas patrimoniais diversas, educado, precisam de seguro de vida de menor valor, em geral
como incêndio, roubo e responsabilidade civil, caso um vidro, por apenas para amparar o cônjuge ou outro dependente indireto.
exemplo, caia e atinja um terceiro. Pessoas com filhos pequenos e dívidas devem se preocupar mais.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O prêmio é maior quanto maior o número de coberturas Educação: Seguro que cobre gastos com a educação dos filhos
escolhidas, e o risco do próprio segurado, que depende de sua e dependentes, em caso de falecimento do responsável.
expectativa de vida e do tipo de risco a que se expõe. Pessoas com Fiança: Garante o pagamento de aluguel, condomínio e outras
saúde debilitada pagam prêmios maiores. Fumantes podem pagar despesas em caso de inadimplência do inquilino.
mais. Pessoas que se expõem a esportes radicais também têm
maior risco. A seguradora pode até não aceitar este tipo de cliente.
Seguro de acidentes pessoais
O seguro de acidentes pessoais oferece cobertura em caso de MERCADO DE CAPITAIS: AÇÕES -
invalidez permanente, parcial ou total, ou morte por acidente. Os CARACTERÍSTICAS E DIREITOS
contratos, regra geral, têm prazo de um ano. Neste caso, acidente é
evento não esperado, externo, involuntário ou violento, que cause
lesão física que leve à morte ou invalidez permanente, incluindo
casos de homicídio. Acidentes com eletricidade ou ataque de DEFINIÇÃO:
animais também estão incluídos, para citar exemplos menos São títulos emitidos pelas Sociedades Anônimas e que
comuns. representam uma fração do Capital Social da empresa emitente.
A única diferença em relação ao seguro de vida é que não CLASSIFICAÇÃO: ORDINÁRIAS:
cobre morte natural. Como tem uma cobertura a menos, é mais São ações que dão direito a voto, além de participar dos
barato que o seguro de vida. O público-alvo são pessoas jovens, resultados da companhia.
que têm boa saúde, e não vêem no horizonte probabilidade alta de PREFERENCIAIS:
morrer de causa natural.
Dão a seu possuidor prioridade no recebimento de dividendos
O valor da indenização depende do segurado, do padrão de
e/ou em caso de dissolução da empresa no reembolso do capital.
vida que tem e poderia manter num caso de invalidez, ou que tipo
de proteção pode deixar para a família em caso de morte. Normalmente não tem direito a voto. Dependendo do estatuto da
Seguro de viagem companhia, podem ter direitos a voto em garantia de dividendos
Cobre riscos de acidentes em viagem (geralmente ao exterior), mínimos.
como extravio de bagagem, despesas médico-hospitalares, QUANTO À FORMA NOMINATIVA:
odontológicas, problemas jurídicos e até de translado do corpo, Identifica o nome de seu proprietário. Sua transferência deve
em caso de morte. Este tipo de apólice não assume os riscos de ser registrada no livro especial da empresa, denominado Livro de
catástrofes naturais, como furacões e terremotos. Os contratos Registro de Ações Nominativas.
duram o tempo da viagem, mas também podem cobrir viagens ESCRITURAL:
que aconteçam durante um ano inteiro, no caso de pessoas que Fica mantida em conta de depósito em nome de seus titulares,
costumam viajar com mais freqüência. sem emissão de cautelas, com simples emissão de extratos;
O contrato especifica as coberturas e os números de telefone comprovando os pagamentos de direitos e resultados e as
que atendem o segurado no exterior. Caso precise de atendimento transferências de propriedade na forma da lei.
de urgência em instituições não credenciadas, o segurado pode AÇÕES COM VALOR NOMINAL:
solicitar reembolso, dentro do limite de cobertura garantido. Apresentam o valor unitário explícito no Estatuto Social da
O seguro viagem pode ser feito na própria agência de viagem, Companhia. Só podem emitir novas ações pelo preço igual ou
em bancos ou corretoras. superior ao valor nominal.
Seguro profissional liberal AÇÕES SEM VALOR NOMINAL:
Cobre o pagamento de diárias em caso de afastamento Não apresentam valor unitário explícito.
motivado por doença ou acidente, para profissionais liberais como QUANTO À CLASSE:
médicos, dentistas e advogados. Pode prever cobertura contra
COM OU SEM DIREITO A DIVIDENDO COM OU SEM
danos pessoais causados a terceiros, como, por exemplo, erro
DIREITOS SOBRE ATIVOS COM OU SEM DIREITO A VOTO
médico. Nos Estados Unidos, este tipo de seguro é muito comum
nos casos de ação na Justiça movida contra médicos. QUANTO AO PAGAMENTO: REEMBOLSO:
Seguro saúde É a operação pela qual a companhia paga ao acionista
Oferecido por empresas seguradoras, o seguro saúde dá dissidente de uma deliberação da Assembléia Geral o valor de suas
cobertura facultativa aos riscos que envolvem assistência médica ações.
e hospitalar. AMORTIZAÇÃO:
Outros seguros Esta operação se caracteriza por:
Imobiliário: No caso de não conclusão da obra, garante ao . ser um ato de vontade da companhia;
comprador do imóvel que este será concluído e entregue por outra . manter a qualidade do acionista;
empresa, que assume a obra. Tem a função de dar maior segurança . poder resultar em redução do capital.
para o investidor que compra imóvel na planta. RESGATE:
Assistência para funeral: Cobertura complementar das Consiste no pagamento do valor das ações e se caracteriza
apólices de seguro de vida, que cobre despesas de funeral, como por:
compra de caixão, flores, certidão de óbito, translado do corpo e . ser um ato unilateral da companhia;
aluguel de jazigo. . resultar ou não em redução do capital;
Assistência para seqüestro: Serviço agregado a um seguro . poder ser total ou parcial;
de vida para ser acionado quando ocorrem lesões ou ferimentos . determinar a perda de qualidade de acionista, caso não
corporais causados por seqüestro, roubo ou assalto. haja a conversão em outra classe de ação.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

LUCRATIVIDADE OFERECIDA ÀS AÇÕES PELAS -valor nominal e a cláusula de correção monetária e, se houver,
EMPRESAS EMITENTES DIVIDENDOS: condições de vencimento, amortização, resgate, juros, participação
Corresponde à parte do lucro que é distribuído em dinheiro aos no lucro ou prêmio de reembolso, e época em que serão devido;
sócios da companhia. Os dividendos correspondem, no mínimo a . condições de conversibilidade em ações, se for o caso;
25% do lucro líquido anual apurado pela sociedade. . nome do debenturista e declaração de transferibilidade da
BONIFICAÇÃO EM DINHEIRO: debênture mediante endosso, se endossável;
É a distribuição em dinheiro de uma parcela do lucro. . nome do agente fiduciário dos debenturistas, se houver;
BONIFICAÇÃO EM AÇÕES:
. data da emissão do certificado e assinatura de 2 (dois)
É a distribuição em ações de lucros obtidos pela sociedade
e que são incorporados ao Capital Social, proporcionando a diretores da companhia;
capitalização da sociedade. . e autenticação do agente fiduciário, se for o caso.
DIREITO DE SUBSCRIÇÃO: Observações:
O acionista possui prioridade no direito de subscrição de -a companhia, consoante o Art. 65 da Lei 6.404/76, poderá
novas ações (compra) no caso da sociedade decidir-se por uma emitir certificados múltiplos (2, 5, 100, 1000, ...) de debêntures
elevação do Capital Social, por meio de uma chamada de dinheiro. e, provisoriamente, cautelas que as representem, satisfeitos os
DETERMINAÇÃO DE PREÇO DE AÇÕES NO MERCADO requisitos anteriores;
SECUNDÁRIO - o agente fiduciário representa, nos termos da Lei 6.404/76 e
No mercado secundário, a variação do preço das ações de da escritura da emissão, a comunhão dos debenturistas perante a
uma companhia é diretamente influenciada, além da variação de companhia emissora. Entre os seus deveres, figura o de proteger os
preços do mercado como um todo (que é afetado pelo ambiente direitos e interesses dos debenturistas, empregando, no exercício
macroeconômico), pelos seguintes fatores: da função, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo
. desempenho esperado para seu setor de atuação;
. perspectivas de resultados futuros; costuma empregar na administração de seus próprios bens.
. probabilidade de obtenção desses resultados;
. quantidade e liquidez das ações efetivamente em poder PRAZOS
do público; Mínimo: 1 (um) ano: debêntures não conversíveis; 3 (três)
. grau de confiança que o mercado deposita na anos: debêntures conversíveis; e
administração; Máximo: não há fixação, exceto quando se destinarem a
- histórico do tratamento dado aos acionistas minoritários, financiamento de capital de giro. Neste caso, o prazo máximo é
entre outros. de 5 (cinco) anos.

FATO GERADOR
A emissão de debêntures para subscrição pública depende
DEBÊNTURES de prévia autorização da CVM. Deliberação da assembléia geral,
que deverá fixar, observado o que a respeito dispuser o estatuto e
ascaracterísticas gerais de cada emissão. É vedado às instituições
Debêntures é título de massa, emitido pelas sociedades por financeiras emitir debêntures - exceto as que não recebem depósitos
ações que asseguram, a seu titular, um direito de crédito contra a - e partes beneficiárias.
companhia, nas condições constantes da escritura de emissões e As instituições financeiras e demais entidades autorizadas
do certificado. O debênture é, mais especificadamente, um título a financiar pelo BACEN somente poderão subscrever, adquirir
de crédito ao portador, formal e privilegiado, emitido em séries ou intermediar debêntures destinadas à subscrição pública, com
uniformes, pelas sociedades anônimas ou em comandita por exceção das debêntures conversíveis em ações decorrente do
ações, garantindo aos compradores remuneração certa em prazos exercício do direito de preferência previsto na Lei 6.404/76.
definidos, sendo representativos de empréstimos amortizáveis,
contraídos a longo prazo mediante garantia de todo o ativo da FORMA
sociedade, especialmente, porém não obrigatório, abonados por . nominativas e escriturais, sendo transmissíveis somente por
endosso em preto;
hipotecas, penhores ou anticreses, obrigações ou obrigações ao
. garantia real: representada por bens do ativo da sociedade
portador.
emitente, devidamente registrados para esse fim;
. garantia flutuante: representada por bens do ativo da
ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS AO TÍTULO
sociedade, porém com prescrição de rotatividade daqueles bens,
. denominação, sede, prazo de duração e objeto da companhia; geralmente perecíveis;
. data da constituição da companhia e do arquivamento e -sem preferência ou quirografária: sem as vantagens dos dois
publicação dos seus atos constitutivos; tipos anteriores, que asseguram privilégio geral sobre todo o ativo
. data da publicação da ata da assembléia geral que deliberou da companhia. Em caso de falência, deverão os debenturistas sem
sobre a emissão; preferência habilitar-se como quirografários;
. data e ofício do registro de imóveis em que foi inscrita a . subordinada: não goza a debênture de garantia e, em caso
emissão; de liquidação da companhia, o debenturista preterirá apenas aos
. denominação: DEBÊNTURE e a indicação da sua espécie, acionistas no ativo remanescente;
pelas palavras, com garantia real, com garantia flutuante, sem . debêntures simples: resgatáveis exclusivamente em dinheiro;
preferência ou subordinada; . debêntures conversíveis em ações: resgatáveis em dinheiro
. designação da emissão e da série; ou, à opção do debenturista, conversíveis em ações da sociedade
. número de ordem; emitente.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Observações: Em razão da possibilidade de captação de recursos junto ao


Existem limites para emissões de debêntures, especificados no público investidor, as companhias abertas submetem-se a uma
Art. 60 da Lei 6.404/76, a saber: série de obrigações específicas, impostas por lei e dispositivos
. com garantia real: capital social + 80% (oitenta por cento) regulamentares, expedidos, principalmente, pela Comissão de
do valor dos bens gravado; Valores Mobiliários - CVM (autarquia federal, vinculada ao
. com garantia flutuante: capital social + 70% (setenta por Ministério da Fazenda, criada pela Lei no 6.385, de 07/12/1986,
cento) do valor contábil do ativo da companhia, menos dívidas tendo por objetivo a normatização, a regulamentação, o
garantidas por direitos reais; desenvolvimento, o controle e a fiscalização do mercado de valores
. sem preferência: até o valor do capital social; subordinada: mobiliários no Brasil), cuja finalidade precípua é a proteção do
sem limitação. investidor.
Assim, enquanto as companhias fechadas têm grande
liberdade para estabelecerem suas regras de funcionamento da
RENTABILIDADE forma que melhor atenda aos interesses de seus acionistas, as
As debêntures somente podem ter por remuneração: - Taxa de companhias abertas sofrem determinadas restrições, gozando
juros prefixada; de menor flexibilidade para a elaboração de regras próprias de
-Taxa Referencial (TR) ou Taxa Básica Financeira (TBF), funcionamento no estatuto social.
observado o prazo mínimo de 90 (noventa) dias para vencimento As companhias abertas devem, além de respeitar os preceitos
ou período de repactuação; da Lei das Sociedades por Ações, obter os registros necessários
- Taxa de juros flutuantes, nos termos da Res. CMN para negociação de seus valores mobiliários em Bolsa de Valores
1.145/86, observando o prazo mínimo de 120 (cento e vinte) ou no Mercado de Balcão. Vale notar ainda, que apenas as
dias para vencimento ou período de repactuação, admitindo-se companhias abertas poderão emitir recibos de depósitos (DR’s),
que os intervalos de reajuste da taxa utilizada como referencial isto é, certificados representativos de suas ações, para negociação
ocorram em prazo não inferior a 30 (trinta) dias. A taxa deve ser no mercado externo, possibilitando a captação de recursos de
regularmente calculada e baseia-se em operações contratadas a investidores estrangeiros.
taxas de mercado prefixadas, com prazo não inferior ao período de
reajuste estipulado contratualmente.
-Taxa de juros fixa e cláusula de atualização com base em
índices de preços, atendido o prazo mínimo de um ano para COPERAÇÕES DE UNDERWRITING
vencimento ou período de repactuação. O índice de preços deve
ter série regularmente calculada a e ser de conhecimento público.
A periodicidade de aplicação da cláusula de atualização não pode
ser inferior a um ano. O pagamento correspondente a atualização
O LANÇAMENTO PÚBLICO DE AÇÕES -
somente pode ocorrer por ocasião do vencimento ou repactuação UNDERWRITING
das debêntures. REGIME DE GARANTIA FIRME:
É vedada a previsão contratual de mais de uma base de É um comprometimento formal por parte das instituições
remuneração ou mais de um índice de preços, exceto na hipótese financeiras coordenadoras da operação de que colocarão um
de extinção daquela estabelecido. determinado lote de ações a determinado preço previamente
É vedada a emissão, a partir de 01.07.95, de debêntures com pactuado entre as partes. A empresa tem garantido a subscrição
cláusula de variação cambial. total da emissão.
É vedada a emissão de debêntures por sociedades de MELHORES ESFORÇOS:
arrendamento mercantil e por companhias hipotecárias com base As instituições financeiras contratadas envidam os melhores
em taxa de juros fixa e cláusula de atualização estabelecida em esforços pela colocação dos títulos, a preço fixo (ou corrigido
índice de preços. Assim como pelas demais sociedades anônimas o monetariamente), dentro de prazo que varia, normalmente, de 2
estabelecimento de remuneração com base na TR ou TBF. a 15 dias, não se responsabilizando pela subscrição de títulos não
Devem ser observados períodos mínimos de 30 (trinta) dias colocados.
para o pagamento de rendimentos das debêntures. O prêmio das BOOK BUILDING
debêntures somente pode ser pago com observância do prazo As instituições financeiras contratadas realizam ampla
mínimo de 4 (quatro) meses da data de sua emissão, obedecido consulta ao mercado, como objetivo de determinar volume de
idêntico prazo entre pagamento, não podendo ter como base índice demanda a diversos níveis de preço.
de preços, a TR, a TBF ou qualquer referencial baseado em taxa
de juros.

FUNCIONAMENTO DO
DIFERENÇAS ENTRE COMPANHIAS AB- MERCADO À VISTA DE AÇÕES
ERTAS E COMANHIAS FECHADAS

Definição
A Lei no 6.404/76 (“Lei de Sociedades por Ações”) distingui
São operações realizadas no Pregão ou no Telepregão, e que
dois tipos de companhias: (i) as companhias fechadas e (ii) as
são liquidadas 2 (dois) dias úteis após o dia em que a operação é
companhias abertas. As companhias abertas têm seus valores
fechada, ou seja, ao final de dois dias, o comprador recebe as ações
mobiliários negociados em bolsas de valores ou no mercado de
e o vendedor recebe o dinheiro, assim temos:
balcão, sendo-lhes permitido captar recursos junto ao público
investidor.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Prazos de Liquidação: ir pagando ajustes uns aos outros dependendo se o preço do metal
D = DIA DA REALIZAÇÃO DA OPERAÇÃO EM BOLSA, está subindo ou caindo. Nos contratos de opções, o investidor
NO PREGÃO OU NO TELEPREGÃO. paga pelo direito de realizar a compra a um dado preço na data de
D + 1 = LIQUIDAÇÃO FÍSICA (vendedor entrega os títulos exercício. Nos contratos de opção, o investidor não tem obrigação
na Corretora Vendedora). de comprar, ao contrário dos negócios do mercado futuro.
D + 2 = LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA (comprador paga a Hoje existem sete tipos diferentes de contratos de ouro na
operação na Corretora Compradora). BM&F:
Caso a operação não seja liquidada neste prazo, por falta do . Disponível padrão de ouro de 250 gramas;
comprador (pagamento da operação), ou falta do vendedor (não . Disponível fracionário de ouro de 10 gramas;
entrega os títulos, serão adotados os seguintes procedimentos: . Disponível fracionário de ouro de 0,225 grama;
D + 2 e D + 3 = Entrega da ação com Atraso e com Multas . Futuro de ouro 250 gramas;
D + 4 = Emissão da Ordem de Recompra (a Corretora . Opções de compra sobre disponível padrão de ouro;
compradora está autorizada a comprar as ações no mercado e o . Opções de venda sobre disponível padrão de ouro;
valor da operação é debitado à Corretora vendedora faltosa). . Termo de ouro.
D + 4 a D + 6 = Execução da Recompra Os contratos disponíveis são os negociados no mercado à vista.
D + 7 = Cancelamento da Recompra e Reversão Financeira da O fracionário é especializado em pequenas quantias. O mercado a
Operação (caso a Recompra não seja realizada, o comprador recebe termo tem um funcionamento parecido com o mercado futuro, no
o dinheiro de volta, o que caracteriza a Reversão da operação). sentido de estabelecer um preço fixo e uma data de vencimento.
OBS.: A diferenças de preços, sempre serão debitadas à Mas, diferentemente do mercado futuro, não exige o pagamento de
Corretora faltosa. ajustes diários por conta de mudanças nos preços desses contratos.
O contrato mais negociado hoje é o padrão (250 gramas) à
vista (disponível). Em determinados dias, ele representa 100% dos
negócios fechados. O lote padrão negociado é de 249,75 gramas
MERCADO DE BALCÃO de ouro fino, correspondente a uma barra de 250 gramas. O teor
de pureza é de 999 partes de ouro puro para cada 1000 partes de
metal.
As cotações são sempre em reais por grama, com até três
São negociáveis no mercado de balcão os valores mobiliários casas decimais, e não há um limite de oscilação diária, exceto se,
não admitidos à negociação em Bolsa ou em mercados secundários excepcionalmente, a BM&F decidir fixar algum teto. A liquidação
especiais. Podem, ainda, ser negociados valores mobiliários que, financeira (pagamento) pelo comprador será efetuada no dia útil
embora admitidos à negociação nos outros mercados, não são seguinte ao da operação no pregão.
neles exclusivamente e obrigatoriamente transacionados. Os Neste tipo de contrato, são admitidas operações de compra e
intermediários financeiros só podem receber e executar ordens venda para liquidação diária (day trade). Elas devem, porém, ser
de venda de valores mobiliários que se encontrem depositados realizadas no mesmo pregão, pelo mesmo cliente, intermediadas
ou registrados, conforme sejam titulados ou escriturais em contas pela mesma corretora e registradas pelo mesmo membro de
abertas junto deles pelos ordenantes. compensação.
Quando um intermediário financeiro tiver, simultaneamente,
ordens de compra e venda de um mesmo valor mobiliário, ele só
poderá fazer a respectiva compensação após ter realizado, sem
sucesso, diligências razoáveis no sentido de executar ambas as MERCADO DE CÂMBIO: INSTITUIÇÕES
ordens em condições mais favoráveis.
Os intermediários financeiros devem enviar mensalmente à AUTORIZADAS A OPERAR - OPERAÇÕES
CMVM e às Bolsas a relação dos valores transacionados, por seu BÁSICAS, CONTRATOS DE CÂMBIO -
intermédio, no mercado de balcão e, quando se trata de valores CARACTERÍSTICAS TAXAS DE CÂMBIO
admitidos à negociação em Bolsa, devem divulgá-los de imediato - REMESSAS
em sessão.

Até agora vimos o mercado de moeda, considerando somente


OPERAÇÕES COM OURO a economia nacional. A relação da moeda nacional com as moedas
dos outros países é de fundamental importância no mundo
moderno. Essa relação é denominada taxa de câmbio.
Há três formas de se adquirir ouro no mercado brasileiro na Vamos estudar as teorias modernas de determinação das taxas
Bolsa de Mercadorias & Futuros. A mais comum é a compra do de câmbio no curto prazo e como se dá o equilíbrio no mercado de
metal no mercado à vista. Mas o investidor também pode realizar câmbio. Em seguida, vamos estudar a teoria da paridade do poder
sua compra através do mercado futuro e de opções. de compra de determinação da taxa de câmbio de longo prazo e,
Os contratos do mercado futuro permitem a compra por em seguida, a paridade do poder de compra supondo mercados
um determinado preço fixo, em data definida. Porém, até o eficientes. Além disso, vamos ver a possibilidade que tem o Banco
vencimento, os vendedores e compradores dos contratos devem Central de controlar a quantidade de moeda e/ou a taxa de câmbio.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Estrutura do Mercado de Câmbio A taxa de câmbio pode ser determinada no mercado à vista: as
Cada país tem uma moeda na qual são estabelecidos os duas partes trocam as duas moedas no ato, ao preço determinado.
preços dos bens e serviços: o real no Brasil, o dólar nos Estados Assim, a taxa à vista é uma taxa para entrega imediata da divisa
Unidos, a libra esterlina na Inglaterra e assim sucessivamente. comprada ou vendida. No entanto, não é necessário completar o
negócio no ato, pois podemos também comprar ou vender divisas
O preço da moeda de um país em relação à moeda de outro país
para entrega em 30 ou 60 dias a um preço determinado hoje. Essa
nós denominamos de taxa de câmbio. As taxas de câmbio de real seria uma transação a prazo e o seu preço é chamado de taxa de
relativas às principais moedas são publicadas diariamente pelos câmbio a termo. A taxa de câmbio e o vencimento são determinados
jornais e nos permitem comparar o preço de um bem ou serviço hoje, mas a troca de moedas será efetuada no futuro.
produzido em vários países. As taxas de câmbio à vista são diferentes das taxas a termo.
A taxa de câmbio é definida como o número de unidades de A diferença entre a taxa a termo e a taxa à vista é denominada de
moeda nacional que é necessário para comprar uma unidade da prêmio. O dólar estará a prêmio e o real com um desconto se forem
moeda estrangeira (Ex.: 1,10 de real para comprar um dólar). Assim, necessários mais reais para comprar um dólar a termo do que para
a taxa de câmbio é o preço de uma unidade de moeda estrangeira, tal comprar um dólar à vista.
qual o preço da batata é a quantidade de moeda por 1 kg de batata. As divisas são compradas no mercado a termo para hedge,
Portanto, a taxa de câmbio é o preço, em moeda nacional, de uma arbitragem ou para especulação. O hedge é usado quando o agente
unidade de moeda estrangeira, isto é, US$ 1,00 = R$ 1,10. econômico quer evitar risco de variação na taxa de câmbio. Por
Um aumento na taxa de câmbio - digamos de R$ 1,10 por dólar exemplo, um importador que tenha que efetuar um pagamento
para R$ 1,20 - é chamado de desvalorização da moeda nacional em dólares daqui a trinta dias e não queira correr risco de uma
(mais moeda nacional pela mesma unidade de moeda estrangeira). desvalorização do real, pode comprar hoje - a um preço determinado
Um aumento na taxa de câmbio representa uma redução no poder de hoje os dólares que necessitará. Ele receberá os dólares daqui a 30
compra da moeda nacional, porque agora custa mais caro comprar dias, quando então fará o pagamento ao preço estabelecido hoje.
uma unidade de moeda estrangeira. Igualmente uma queda na No caso da arbitragem, o agente trata de alocar fundos entre
taxa de câmbio - digamos de R$ 1,10 para R$ 0,85 - é chamada dois centros financeiros com o objetivo de obter um retorno maior
de valorização da moeda nacional (com menos moeda nacional se e, ao mesmo tempo, evitar riscos cambiais. Nesse caso, a divisa é
comprada à vista e vendida no mercado a termo, sendo ambas as
compra uma unidade de moeda estrangeira).
operações efetuadas hoje.
Como qualquer preço, a taxa de câmbio é determinada pela Enquanto as transações de hedge e arbitragem são efetuadas
ação dos compradores e dos vendedores (Bancos centrais, Bancos com o objetivo de evitar riscos de variação na taxa de câmbio, a
comerciais, investidores, empresas importadoras e exportadoras e especulação tem o objetivo de obter lucro com a oper.ção cambial
turistas) no mercado de câmbio. O mercado de câmbio não é um por correr risco.
local físico onde compradores e vendedores se encontram, pois Suponhamos que no mercado a termo, para 30 dias, o real
grande parte das transações é feita por telefone ou computador esteja cotado a R$ 1,20 por US$ 1,00 e que um especulador, embora
entre Bancos comerciais. não tendo dólares a receber, espere que o real vá se desvalorizar
As principais moedas nacionais são comercializadas nos maiores nos próximos 30 dias. O especulador espera que daqui a 30 dias
centros financeiros do mundo (Londres, Nova York, Tóquio, Frankfurt a taxa à vista esteja a, digamos, R$ 1,30 por dólar. Ele compra,
etc.), que estão interligados por telefone, fax e computador, tornando- hoje, dólares no mercado a termo (para pagamento daqui a 30 dias)
os um mercado único. Com um número grande de dealers, um sistema a uma taxa de R$ 1,20. Se daqui a 30 dias a taxa de câmbio à
de comunicação quase perfeito e baixos custos de transação, podemos vista estiver em R$ 1,30, como ele esperou, o especulador recebe
dizer que o mercado de câmbio internacional é o mais competitivo os dólares que comprou no mercado a termo, pagando R$ 1,20
que existe. Os mercados, de câmbio operam 24 horas por dia e o lucro por cada dólar e os vende no mercado à vista, no mesmo dia, por
é obtido pela compra e venda com pequenas margens já que os preços R$ 1,30, ganhando R$ 0,10 por dólar. Note que esta operação não
flutuam toda hora. envolve recursos de caixa até o dia do vencimento; o lucro do
Ainda que se possa comprar muitas moedas nacionais nos especulador advém do risco de prejuízo que ele correu caso a taxa
principais mercados internacionais de câmbio, não é possível de câmbio à vista tivesse sido menor que R$ 1,20.
converter real em dracma grega, por exemplo, porque os dealers Sistemas Cambiais
Historicamente, o sistema financeiro internacional adotou
não mantêm estoques de todas as moedas. Para tal, é preciso
dois tipos de taxa de câmbio: taxas fixas e taxas flutuantes. Do
converter reais em dólares e dólares em dracmas. O dólar é a início do século XIX até 1970, o regime cambial dominante foi
“moeda veículo”, que permite que os dealers mantenham seus o de taxas de câmbio fixas. No padrão ouro, que prevaleceu até
estoques de divisas em dólares e, depois da operação, troquem os a crise de 1929-30, o Banco Central mantinha reservas em ouro
reais e as dracmas por dólares com os Bancos centrais do Brasil e equivalentes em valor ao total do papel-moeda em circulação. O
da Grécia. estoque de moeda só mudava quando o Banco Central comprava
Os principais participantes no mercado de câmbio são os ou vendia ouro. Portanto, o valor da oferta de moeda era igual
Bancos comerciais, as empresas que estão envolvidas no comércio ao montante de ouro existente como reserva internacional (ouro
internacional, as empresas de seguro e os Bancos centrais, já que monetário).
as transações dos turistas são marginais no mercado. Os Bancos No padrão ouro o Banco Central fixava o preço do ouro
comerciais são o centro do mercado de câmbio, pois grande parte em moeda nacional e usava o estoque de ouro de reservas para
das transações de divisas caracteriza-se por troca de depósitos estabilizar o preço do ouro, comprando ou vendendo ouro a um
bancários de duas moedas diferentes. Além disso, a maior parte preço fixo. Nos Estados Unidos, por exemplo, entre 1879 e 1933,
do comércio de divisas é feita entre os Bancos comerciais -é o uma onça de ouro era equivalente a US$ 18,85. O padrão ouro, em
chamado mercado interbancário de câmbio. Por último, como as suas várias versões, foi sempre um regime de taxas fixas de câmbio,
operações internacionais dos Bancos são muito amplas, eles estão onde havia uma relação fixa entre cada moeda nacional e o ouro.
preparados para juntar os compradores e os vendedores de divisas. Cada moeda nacional era conversível em uma certa quantidade de

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ouro e, como essa relação é fixa, cada moeda nacional era trocada A questão que se coloca é, então, a seguinte: em uma economia
por uma certa quantidade, também fixa, de outra moeda. Como globalizada, pode o Banco Central controlar tanto a quantidade de
as principais moedas (dólar, franco francês, libra esterlina) eram moeda como a taxa de câmbio? Vejamos a questão.
conversíveis em ouro a uma taxa fixa, essas moedas podiam ser Quando o Banco Central aumenta a oferta de moeda no
Brasil, nós vamos ter uma redução na taxa de juros no Brasil e,
trocadas entre si também a uma taxa de câmbio fixa.
conseqüentemente, o mercado levará a uma desvalorização do real.
Depois da Segunda Guerra Mundial, o acordo de Bretton Ao contrário, quando o Banco Central reduz a oferta de moeda no
Woods (1944) estabeleceu um regime de taxas de câmbio fixas Brasil, há um aumento na taxa de juros no Brasil e o mercado
entre os países-membros do acordo. E cada país fixou a sua taxa levará a uma valorização do real.
de câmbio em relação ao dólar americano. O dólar, por sua vez, Quando o Banco Central tenta controlar a quantidade de
era conversível em ouro a um preço fixo de US$ 35,00 a onça moeda, um aumento na oferta de moeda faz com que as pessoas
troy. Cada país assumiu a responsabilidade de manter a taxa de alterem a composição do seu portfólio e comprem títulos
câmbio estável. As reservas internacionais eram mantidas em ouro estrangeiros para se desfazer da quantidade adicional de moeda.
ou dólar, que eram usadas para manter estável a taxa de câmbio Os títulos nacionais não podem absorver o excesso de oferta de
moeda porque a compra por algumas pessoas significa a venda
doméstica em relação ao dólar. por outras. Portanto, as pessoas vão tratar de comprar divisas
Os Estados Unidos não tinham responsabilidade de manter a estrangeiras para, em seguida, comprar títulos estrangeiros,
taxa de câmbio do dólar e podiam aumentar a oferta de moeda gerando uma desvalorização do real. A depreciação vai aumentar
sem se preocupar com a taxa de câmbio; por isso os demais o preço em moeda nacional dos títulos estrangeiros e o preço dos
países tinham que ajustar as suas políticas monetárias para bens nacionais. Quando os preços aumentam, eles corrigem o
seguir a política monetária norteamericana. Os Estados Unidos excesso de oferta de moeda ao aumentar a demanda nominal por
deviam somente converter o dólar em ouro na taxa estabelecida moeda. Portanto, o excesso de oferta de moeda é resolvido por um
em Bretton Woods. Devido aos crescentes déficits do balanço de aumento no nível geral de preços.
pagamentos norte-americano, o sistema de Bretton Woods entrou Toda vez que o Banco Central decide aumentar a quantidade
de moeda, há uma queda na taxa de juros e um aumento na
em colapso em 1971, quando o então presidente Nixon suspendeu taxa de câmbio, mesmo que o Banco Central não queira uma
a conversibilidade do dólar em ouro. desvalorização do real. Assim, quando o Banco Central controla
Desde 1973 as principais moedas do mundo vêm operando em a oferta de moeda, ele perde controle sobre a taxa de câmbio, que
um regime de taxas de câmbio flutuantes. No entanto, os Bancos passa a ser determinada pelo mercado.
centrais têm feito intervenções no mercado de câmbio para manter Por outro lado, quando o Banco Central tenta controlar a
a taxa de câmbio dentro de determinados limites. No caso de taxas taxa de câmbio, um aumento na oferta de moeda vai levar a uma
de câmbio flutuantes, todas as flutuações na demanda ou na oferta queda na taxa de juros doméstica. Com a queda da taxa de juros
de moeda estrangeira são acomodadas via variação nas taxas de doméstica, há uma queda no retorno dos depósitos em real e os
câmbio. O Banco Central não determina nenhuma taxa de câmbio, investidores tratarão de reduzir seus depósitos em reais e aumentar
seus depósitos em dólares, que agora são mais rentáveis. Há
que flutua em função da oferta e da demanda no mercado de um excesso de demanda por dólares que o Banco Central deve
câmbio. Quando o Banco Central não intervém de forma alguma satisfazer à taxa de câmbio fixa. O Banco Central é obrigado a
no mercado de câmbio, nós dizemos que temos uma flutuação vender dólares de suas reservas internacionais, gerando, portanto,
limpa; no caso de intervenção do Banco Central comprando ou uma redução na oferta de moeda.
vendendo divisas para manter uma certa taxa de câmbio, nós Assim, quando o Banco Central fixa a taxa de câmbio, ele
chamamos de flutuação suja. Na Europa, desde 1979, as moedas perde o controle sobre a oferta de moeda, já que vai ser obrigado a
dos países da União Européia têm taxas de câmbio fixasentre si. É vender divisas de suas reservas internacionais e a oferta de moeda
o denominado Sistema Monetário Europeu (EMS). vai cair. O aumento inicial da oferta de moeda é anulado. A perda
O Brasil, desde 1968, tem adotado um regime cambial, de reservas internacionais vai ser igual ao aumento inicial na oferta
de moeda.
onde as taxas de câmbio do dólar são fixadas pelo Banco Em resumo, em uma economia globalizada, o Banco Central
Central, mas a moeda nacional tem sido desvalorizada de tempos ou determina a taxa de câmbio ou a quantidade de moeda, mas não
em tempos paralevar em conta o diferencial entre a inflação pode determinar as duas variáveis ao mesmo tempo. Se o Banco
doméstica e a inflação norte-americana. É o chamado sistema de Central controlar a taxa de câmbio, a quantidade de moeda vai
minidesvalorizações. Atualmente, temos um regime de taxa de ser determinada pelo mercado e se o Banco Central controlar a
câmbio fixa, pois o Banco Central fixa uma taxa de paridade e quantidade de moeda, a taxa de câmbio será determinada pelo
está disposto a comprar ou vender qualquer quantidade de moeda mercado. Em resumo, com taxas de câmbio fixas, a oferta de
estrangeira dentro de uma banda cambial. Para eliminar o excesso moeda é endógena e a taxa de câmbio é exógena. Com taxas de
de demanda por divisas quando a taxa está valorizada, o Banco câmbio flexíveis, a taxa de câmbio é endógena e a oferta de moeda
exógena.
Central impõe uma série de controles cambiais e ao mesmo tempo Portanto, a taxa de câmbio para mercados eficientes quando
concede uma série de subsídios. temos expectativas racionais vai ser igual à taxa de câmbio
Controle da Oferta de Moeda e da Taxa de Câmbio esperada mais o erro. A PPC para mercados eficientes ignora a
Como variações nas taxas de juros afetam a taxa de câmbio, conta corrente do balanço de pagamentos. Por exemplo, uma
quando o Banco Central altera a política monetária, a taxa de juros valorização a taxa de câmbio real que gere um déficit em conta
mudará e ele também estará afetando a taxa de câmbio. Assim, corrente leva, segundo a PPC para mercados eficientes, a uma
quando o Banco Central aumenta a oferta de moeda, a taxa de entrada de capital para financiá-lo. Claro que a entrada de capital
câmbio vai se valorizar devido ao aumento na demanda por não pode continuar indefinidamente como suposto porque a dívida
moeda estrangeira. O Banco Central vai ter que vender reservas externa não pode aumentar indefinidamente. A taxa de câmbio
internacionais à taxa de câmbio fixa e reduzir a oferta de moeda deve eventualmente se desvalorizar para que o déficit em conta
inicial. corrente desapareça.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Expectativas e Taxas de Câmbio Os mercados de ativos são mercados eficientes, isto é, os


A visão da taxa de câmbio como o preço de um ativo faz com participantes do mercado exploram todas as oportunidades que
que as expectativas tenham um papel fundamental na determinação são rentáveis, de tal forma que o preço presente reflete todas as
da taxa câmbio presente. Isto é, as expectativas sobre o valor informações disponíveis. Portanto, em um mercado de ativos
futuro da taxa de câmbio determinarão a taxa presente de câmbio. eficiente, a taxa de câmbio futura, determinada hoje, é o que o
Portanto, se os agentes mudarem a sua opinião sobre a taxa futura, mercado espera que seja a taxa à vista no futuro. A diferença entre
a taxa presente também se alterará na mesma proporção. Assim, a a taxa futura e a taxa atual é dada pela mudança inesperada na taxa
taxa de câmbio presente e a futura devem estar necessariamente de câmbio. Quando há um grande número de novas informações
correlacionadas. (sobre, por exemplo, a oferta de moeda futura) é de se esperar que
Como as expectativas são essenciais na determinação das a mudança inesperada na taxa de câmbio futura seja grande e,
taxas de câmbio, é natural perguntar como elas são formadas. A portanto, haja grandes variações na taxa de câmbio atual. Assim, a
teoria econômica apresenta duas formas de explicar a formação taxa de câmbio atual não estaria perfeitamente correlacionada com
de expectativas. Em primeiro lugar, temos as expectativas auto- o valor atual da oferta de moeda, mas com informações sobre a
regressivas, que são formadas baseadas no valor passado e no oferta futura de moeda.
valor presente da taxa de câmbio. A mais simples supõe que a taxa O modelo monetário de determinação da taxa de câmbio
de câmbio de amanhã será igual à taxa de câmbio atual, ou seja, supõe que os preços sejam flexíveis e que temos dois países que
expectativa estática. Nesse caso, a expectativa de mudanças na produzem dois bens que são substitutos perfeitos. Isto quer dizer
taxa de câmbio é igual a zero. que a PPC sempre existe. Daí que St = Pt - P*t
As expectativas podem ser mais complexas, tais como Onde (S) é a taxa de câmbio, (P) nível de preços domésticos e
as expectativas regressivas. Nesse caso, se espera que a taxa (P*) nível de preços internacional.
de câmbio retorne ao seu valor de equilíbrio a uma proporção Um segundo suposto do modelo é que temos livre
constante da diferença entre a taxa à vista e a taxa de equilíbrio. movimentação de capital, ou seja, supomos que exista a paridade
As expectativas também podem ser expectativas adaptativas, de juros a descoberto, isto é Dset + 1 = it - i*t
quando o valor esperado hoje da taxa de câmbio no futuro depende Supõe-se, além disso, que os bônus emitidos pelos dois países
do valor esperado no passado mais a diferença entre o que foi sejam perfeitamente substitutos e existe a limitação da riqueza,
esperado e o que foi verificado. Assim, as expectativas atuais que é dada por W=M+B+B
dependem das expectativas passadas. Isto é, a riqueza nominal (W) pode ser alocada em moeda
A segunda forma de formação de expectativas, de acordo com nacional (M), bônus nacionais (B) e bônus estrangeiros (B). O
a teoria econômica, é chamada de expectativas racionais. A idéia mesmo acontece no outro país de forma que W=M +B+B
básica é que todas as informações existentes são usadas para fazer A demanda de moeda é dada por
a projeção futura, isto é, os agentes conhecem os mecanismos de mdt - pt = a1 yt - a2 i t a1 , a2>0
determinação da taxa de câmbio e o mercado também os conhece. md* - p*t = a1 y*t - a2 i*t a1 , a2>0
Assim, os agentes econômicos conhecem a economia e As duas últimas equações representam a demanda de moeda
conseguem determinar a taxa de câmbio esperada. Só choques nos dois países e semelhantes à de Cagan, isto é, a demanda de
inesperados afetam as taxas atuais de câmbio, já que elas afetam moeda real é uma função positiva da renda real e negativa da taxa
o comportamento dos agentes. Os choques esperados já estão de juros. A oferta de moeda é determinada exogenamente pelas
embutidos nas taxas atuais. autoridades monetárias. A taxa de câmbio é flexível e as mudanças
nas reservas internacionais são iguais a zero. Portanto, qualquer
TEORIAS MONETÁRIAS DA TAXA DE CÂMBIO aumento na oferta de moeda é proveniente da expansão do crédito
Como vimos, a taxa de câmbio é o preço relativo de duas interno. Os mercados de moeda, por hipótese, estão em equilíbrio
moedas nacionais, que é determinado da mesma forma que o preço (Md = Ms). Portanto, mdt = mst = mt md*t = ms*t = m*t
de um ativo financeiro. Isto é, a taxa de câmbio entre duas moedas Para obter a forma reduzida do modelo, primeiramente,
nacionais iguala os retornos dos investimentos financeiros nos dois substituímos mdt = mst = mt em mdt pt = al yt - a2 i t , depois
países. Portanto, a taxa de câmbio é um fenômeno monetário e é md*t = ms*t = m*t em md* - p*t = al y*t - a2 i*t e obtemos mt -
afetada pela demanda e oferta de moeda. pt= a1 yt = a2 it
Vamos apresentar a teoria monetária de determinação da taxa mt - p*t = a1 y*t - a2 i*t
de câmbio que supõe perfeita mobilidade de capital. Em seguida Subtraindo o mercado externo do mercado interno e
vamos ver uma variante do modelo monetário (overshooting e rearranjando nós temos Pt - p*t = mt - m*t
undershooting) que trata de explicar a taxa de câmbio no curto prazo. - a1 (y - y*)t + a2 (i - i*)t
Além disso, vamos estudar a teoria do portfólio de determinação A equação acima é substituída na equação St = Pt - P*t , assim,
da taxa de câmbio, que considera que os ativos domésticos e os chegamos à forma reduzida do modelo.
ativos estrangeiros não são perfeitamente substitutos. St = mt - m*t - a1 (y - y*)t + a2 (i - i*)t
O Enfoque Monetário O modelo monetário acima nos diz que um aumento na oferta
A taxa de câmbio é o preço entre dois ativos e, desde que de moeda nacional (Dm) leva a um aumento na taxa de câmbio
os ativos são estoques, a taxa de câmbio de equilíbrio é definida (Ds). Isto é, um aumento na oferta de moeda gera uma depreciação
como uma situação na qual a demanda de moeda é igual à oferta da moeda nacional. Vejamos por que. Um aumento na oferta de
de moeda. Os fluxos de ativos, que se dão por meio de divisas, são moeda, de acordo com a equação mi: - pt= a1 yt = a2 it vai levar
um reflexo do desequilíbrio entre a oferta e a demanda de moeda. a um aumento de preços para que seja mantido o equilíbrio no
Assim, a taxa de câmbio está correlacionada com variações na mercado de moeda. Mas um aumento de preços exige um aumento
demanda e na oferta de moeda. na taxa de câmbio.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Entretanto, um aumento na renda leva a uma redução na taxa Registro de Exportação Simplificado (RES)
de câmbio, isto é, a uma valorização da moeda nacional. Um A fim de facilitar a atuação não só das micro e empresas
aumento na renda aumenta a demanda de moeda; como a oferta de pequeno porte mas também daquelas que pretendem realizar
de moeda é dada, o equilíbrio no mercado de moeda só pode ser operações de exportação que não ultrapassem a US$ 10.000,00,
mantido se os preços domésticos caírem (equação anterior). No pode ser utilizado o Registro de Exportação Simplificado - RES,
entanto, os preços domésticos só podem cair se a taxa de câmbio assim considerando o valor na condição de venda e desde que
reduzir (St = Pt - P*t) atendidas as demais condições estabelecidas no Comunicado
Portanto, quando há um aumento na renda, a taxa de câmbio DECEX no 25, de 04.09.98.
se valoriza para restabelecer o equilíbrio entre oferta e demanda
de moeda. Registro de Operação de Crédito (RC)
Finalmente, de acordo com o modelo monetário, um aumento O RC representa o conjunto de informações de caráter
na taxa de juros leva a uma desvalorização da moeda. Um aumento cambial e financeiro, nas exportações, com prazos de pagamento
na taxa de juros reduz a demanda de moeda e, para reequilibrar
superiores a 180 dias.
o mercado, há necessidade de um aumento no nível de preços
Como regra geral, o exportador deve solicitar o RC e obter
domésticos (mt - pt= a1 yt = a2 it). Porém, os preços domésticos
o seu deferimento antes do Registro de Exportação (RE) e, por
só podem aumentar se a taxa de câmbio também aumentar (St = Pt
conseqüência, previamente ao embarque.
- P*t). Portanto, um aumento na taxa de juros leva a um aumento
Somente é admitido o preenchimento do RC posterior ao RE
na taxa de câmbio (desvalorização da moeda nacional).
Em resumo, no modelo monetário, a taxa de câmbio é uma nos casos de exportação de bens em consignação ou destinados a
função da quantidade de moeda, da taxa de juros e uma função feiras e exposições, cuja venda tenha sido fechada com prazo de
inversa da renda. pagamento superior a 180 dias.
Cada RC corresponde a um “pacote” financeiro e pode
abranger a exportação de diversas mercadorias ou serviços, com
SISCOMEX previsão para um ou para múltiplos embarques.
Cabe ao exportador, diretamente ou por seu representante
legal, prestar as informações necessárias ao exame e efetivação
do Registro de Operação de Crédito - RC.
O Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX, O SISCOMEX confere, automaticamente, um número a
instituído pelo Decreto n° 660, de 25.9.92, é a sistemática
cada RC.
administrativa do comércio exterior brasileiro, que integra as
Terminada a etapa de digitação e preparação do RC, deve
atividades afins da Secretaria de Comércio Exterior - SECEX, da
o exportador/usuário solicitar sua validação, por intermédio de
Secretaria da Receita Federal - SRF e do Banco Central do Brasil
transação específica, a fim de que um dos órgãos anuentes - (a)
- BACEN, no registro, acompanhamento e controle das diferentes
Banco do Brasil S/A., nas operações cursadas ao amparo do
etapas das operações de exportação.
A partir de 1993, com a criação do SISCOMEX, todo PROEX ou (b) DECEX, quando se tratar de operação financiada
o processamento administrativo relativo às exportações foi com recursos próprios do exportador ou de terceiros - possa
informatizado. As operações passaram a ser registradas via examinar e aprovar o RC, se for o caso.
Sistema e analisadas “on line” pelos órgãos que atuam em O RC tem um prazo de validade para embarque, dentro
comércio exterior, tanto os chamados órgãos “gestores” (SECEX, do qual devem ser efetuados os correspondentes Registros de
SRF e BACEN) como os órgãos “anuentes”, que atuam apenas em Exportação (RE) a ele vinculados e respectivas solicitações para
algumas operações específicas (Ministério da Saúde, Departamento desembaraço aduaneiro. Registro de Venda (RV)
da Polícia Federal, Ministério do Exército, etc.). É o conjunto de informações de natureza comercial,
O Brasil é o único país do mundo a dispor de um sistema cambial e fiscal que caracterizam a operação de exportação de
de registro de exportações totalmente informatizado. Isso permitiu produtos negociados em bolsas internacionais de mercadorias
um enorme ganho em agilização, confiabilidade, rápido acesso a ou de “commodities”, através de enquadramento específico. Os
informações estatísticas, redução de custos, etc. produtos sujeitos a RV estão indicados no Anexo “C”, da Portaria
Na concepção e no desenvolvimento do Sistema, foram SECEX 02/92. O preenchimento do RV é prévio ao Registro de
harmonizados conceitos, códigos e nomenclaturas, tornando Exportação (RE) e, por conseqüência, ao embarque.
possível a adoção de um fluxo único de informações, tratado Despacho Aduaneiro de Exportação
pela via informatizada, que permite a eliminação de diversos É o procedimento fiscal - artigos 438 e 443 do Regulamento
documentos utilizados no processamento das operações. Aduaneiro aprovado pelo Decreto n° 91.030, de 5.3.85 -
mediante o qual se processa o desembaraço da mercadoria ao
Registro de Exportação (RE) exterior, seja ela exportada a título definitivo ou não. Ele se inicia
É o conjunto de informações de natureza comercial, cambial no momento em que o exportador, já com seu RE deferido, faz -
e fiscal que caracterizam a operação de exportação de uma via SISCOMEX - a Declaração para Despacho Aduaneiro - DDE,
mercadoria através de enquadramento específico. junto à Secretaria da Receita Federal.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

OPERAÇÕES COM DERIVATIVOS: CARA- GARANTIAS DO SISTEMA


CTERÍSTICAS BÁSICAS DO FUNCIONA- FINANCEIRO NACIONAL: AVAL, FIANÇA
MENTO DO MERCADO A TERMO, DO
MERCADO DE OPÇÕES, DO MERCADO
INTRODUÇÃO
FUTURO E DAS OPERAÇÕES DE SWAP. Reunimos sob a denominação genérica “garantias bancárias”
o estudo de duas realidades distintas. De um lado, temos as
garantias recebidas pelos Bancos em seus contratos bancários, que
Mercado Primário: são prestadas por seus clientes ou por terceiros em favor desses. E
Chama-se de mercado primário ao processo de geração dos de outro encontram-se as garantias que são prestadas pelos bancos
títulos para distribuição. É uma transação entre a companhia em favor de seus clientes.
Como todos sabem, a contratação de financiamentos envolve
emissora e os investidores, com intermediação de instituições
o maior dos riscos negociais, isto porque a mercadoria com que
financeiras, e é nesse momento que os recursos são captados pela trabalham os banqueiros é da maior nobreza: dinheiro, sob forma
companhia. de moeda corrente no país. Nada há mercadoria que tenha liquidez
Mercado Secundário: igual. Toda vez que ocorre um empréstimo, a instituição financeira
Chama-se de mercado secundário às negociações de títulos já abre mão de sua liquidez para receber mera promessa de devolução
emitidos. É uma transação entre investidores. da coisa emprestada, que pode até retornar, ou mesmo que retorne,
é passível de não darse pela mesma forma líquida como saiu. O
MERCADO DE BALCÃO E LEILÃO EM BOLSA risco, portanto, dificilmente poderia ser maior.
A distribuição de títulos pode ser feita em leilão especial em Além do risco negocial, a mercadoria com que trabalham
Bolsa de Valores. Dessa forma, o emissor tem a certeza de obter resulta de empréstimo tomado a terceiros e que só se torna da
o melhor preço que o mercado se dispõe a pagar no momento do propriedade dos Bancos em virtude do milagre da fungibilidade.
leilão. Em contrapartida, a eventual coincidência do leilão em um Portanto, o interesse público prevalece nessa atividade, impondo
dia de baixa em bolsa compromete o resultado do leilão. normas operacionais rígidas e cautelosas, como garantia aos
Diz-se de mercado de balcão as operações não realizadas em depositantes e aplicadores, tudo mediante rigorosa fiscalização
leilão. do Banco Central. E uma das exigências de segurança é a da
constituição de sólidas garantias de retorno do capital mutuado,
MERCADO FUTURO sem as quais nenhuma instituição financeira pode sobreviver.
Os participantes deste mercado fazem um depósito inicial Essa questão envolve a primeira espécie de garantia, que
e que serve de garantia da operação, além de pagar um ajuste denominaremos de Garantia a Bancos. A segunda espécie se
sobre o preço diário da ação. Se paga o preço estabelecido nesta reduz a serviço bancário, o qual, em vez de segurança, gera riscos,
oportunidade para pagamento em vencimento determinado pela pois se destina a garantir terceiro em operação com seu cliente.
Bolsa de Valores. Em contrapartida, esse serviço, produz seu próprio esquema de
salvaguarda. Nomeá-lo-emos de Garantia de Bancos.
MERCADO DE OPÇÕES
GARANTIA A BANCOS - ESPÉCIES
São negociados direitos de compra ou de venda de ações,
As garantias exigidas pelos banqueiros dividem-se em duas e
com um preço pré-estabelecido (preço de exercício) e prazo de tradicionais modalidades: pessoais e reais.
pagamento específico. O comprador pagará o prêmio ao vendedor As garantias pessoais são também chamadas fidejussórias
em D+3. Os direitos de opção de compra podem ser exercidos a em virtude da elevada confiança que deve haver entre prestador
qualquer momento até a data do vencimento. Nas opções de venda, e favorecido, confiança que tem dupla base: a) no desempenho
o exercício das opções é efetuado apenas na data do vencimento. pessoal do garantidor, em face do conhecimento que dele tenha o
As opções são negociadas no sistema pregão viva voz ou no banqueiro a respeito de sua vida pregressa; e b) no património do
sistema eletrônico de negociação a um preço (prêmio) formado mesmo.
livremente no mercado. São elas a fiança e o aval. A primeira é instituto do direito
obrigacional comum, enquanto a segunda é instituto cambiário.
MERCADO À TERMO
Este mercado caracteriza-se pela compra de títulos para GARANTIAS PESSOAIS FIANÇA
pagamento após 30, 60, 90, 120, 150 ou 180 dias. A diferença entre A fiança é um negócio jurídico acessório que tem por finalidade
o preço à vista e o preço do vencimento do contrato é o juro pago. prestar garantia de pagamento de uma obrigação principal à qual
adere. Constitui-se ao estabelecer relações entre fiador e credor
OPERAÇÕES DE SWAP da obrigação principal. Afiançado é como se chama o devedor
Os “credit swaps” envolvem a troca de moedas entre um banco principal da obrigação cujo pagamento o fiador garante.
e uma firma ou entre duas firmas. Ele representa uma alternativa Via-de-regra, o fiador só se torna obrigado a pagar caso
para obtenção de capital para uma subsidiária no exterior sem a o devedor principal não o faça. Desta sorte, primeiro deve ser
necessidade de fazer qualquer envio de remessas ao exterior. Por exigido o pagamento do devedor afiançado. Sem embargo de ser
exemplo, uma subsidiária de um banco americano operando no assim em sua estrutura tradicional, a lei abriu alternativa para que
Rio de Janeiro quer emprestar reais para uma subsidiária de uma o fiador possa, a seu livre alvedrio, abdicar do benefício de ordem
que em seu favor instaurou-se, renunciando a ele ou obrigando-se
empresa americana operando no Brasil. Através de orientação o como devedorsolidário e principal pagador. O principal efeito é
empréstimo pode ser pago em dólares nos Estados Unidos sem funcionar como co-obrigação, como se aval fosse. É o que se vê na
a necessidade de qualquer informação às autoridades brasileiras. prática de todos os dias.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O benefício de ordem deve ser invocado pelo fiador como A obrigação do fiador cessa com sua morte, transmitindo-se
exceção no prazo de constestação da lide, nomeando então os aos herdeiros, até a força da herança, todos os efeitos decorrentes
bens do afiançado que se situem no mesmo município e que se de sua responsabilidade até a ocasião.
encontrem livres e desembaraçados para que sejam primeiro Desobriga-se o fiador em qualquer condição e circunstância
excutidos. em que, por tolerância, omissão ou conivência do credor, sem
Este fiador pode ter atrás de si um abonador, espécie de consentimento seu:
subfiador, sendo a obrigação deste subsidiária à obrigação acessória, a) for concedido moratória ao devedor;
com todas as mesmas características da fiança, aplicando-se-lhe as b) tenha aceito dação em pagamento, mesmo que esta se torne
disposições desta para todos os efeitos e respondendo o abonador nula ou ineficaz;
pela dívida apenas caso exigido o pagamento primeiro do devedor c) torne-se impossível a sub-rogação do fiador no crédito;
principal, depois do fiador, não tenha havido a satisfação do d) requerido o benefício de ordem e feita a nomeação dos
crédito. bens do devedor, observados os requisitos legais, provada sua
A lei exige sua constituição por forma escrita (ad probationem suficiência ao tempo, o retardo na execução tenha feito possível o
tantum), não sendo em conseqüência passível de presunção nem
desvio dos bens referidos.
admissível prova testemunhal. Faltando a prova escrita, ainda
Também desobrigado está o fiador, cujo afiançado seja menor
que perfeita seja sua caracterização como fiança, reputar-se-á
simples mediação ou recomendação ou qualquer outra figura não e que se tenha obrigado em contrato de mútuo sem a devida
jurídica que explique o interesse do terceiro na relação. A própria autorização de que lhe tenha guarda.
interpretação do contrato de fiança será feita restritivamente, tendo Além das exceções pessoais, pode o fiador argüir as mesmas
presentes os claros limites em que se contém: a dependência com que competem ao devedor principal relativas à extinção das
relação a outro contrato em todos os aspectos e condições e a obrigações, tais como pagamento, novação, compensação,
possibilidade apenas de que o conteúdo obrigacional seja menor, confusão, perda da coisa, prescrição, resolução, nulidade, etc., com
caso não tenha a mesma extensão, vedada sua ampliação relativa. exclusão daquelas referentes à incapacidade pessoal do afiançado,
A despeito de sua aderência a outro contrato, o vínculo do salvo se se tratar de mútuo.
fiador é com o credor, independendo, pois, para sua constituição, A fiança pode ser prestada no mesmo instrumento obrigacional
da concordância ou não do afiançado. do negócio principal, constituindo cláusulas no contrato. O
Pode ser prestada mesmo por dívidas ainda incertas quanto fenômeno que ocorre então é o da coligação de contratos.
à sua existência e valor, vale acrescentar que, conquanto contrato É um contrato unilateral porque dele decorre obrigação
acessório, ele pode ser formalizado antes do principal. Todavia, apenas a uma das partes: ao fiador. Normalmente é gratuito,
não poderá ser instaurada nenhuma demanda antes que se torne embora conhecidos hoje os fiadores de aluguel, presentes mais nos
obrigação, isto é, antes de tornar-se exigível, dispondo também, da contratos locatícios.
certeza e liquidez, mesmo porque, antes de vir ao fiador o credor, O aval é um instituto do direito cambiário. Apesar do Magister
deve ter cobrado o devedor, sem sucesso. Pontes de Miranda não ver o aval como garantia, dizendo ser
Não tendo o fiador tornado menor o contéudo de sua mero resquício essa noção - no que tem razão em certo sentido,
obrigação relativamente ao contrato principal, responde também v. g., ao gerar dívida abstrata e independente, capaz de sobrevier
pelos acessórios da dívida e despesas judiciais desde sua citação. à declaração unilateral de vontade a que se refere, não pode ser
Por aderir a outra obrigação, a validade da fiança fica na estrita definida como garantia por faltar-lhe objeto - é totalmente inútil
dependência da validade do contrato principal. Só assim não será e sem serventia essa posição, pois constitui o próprio ser do aval,
se a nulidade do contrato principal decorrer da falta da capacidade justificativa e finalidade, servir como garantia. Não se presta aval
civil do afiançado, quando então sobrevive a obrigação do fiador, por qualquer outra razão. O exemplo não serve porque sobreviver
desde que não se trate de mútuo não autorizado pelo que tem a
o aval à declaração unilateral de vontade é exceção, e não regra.
guarda do menor.
Não se pode tomar, como propugnava o Mestre, o aval como
Tornando-se o fiador incapaz ou insolvente, tem o credor o
direito de exigir sua substituição. um gesto de solidariedade para com o avalizado, “a promessa
Há um outro benefício na fiança conhecido como benefício de de comunhão de sorte” como ele referia, porque estaríamos
divisão, possível sempre que houver mais de um fiador pela mesma olhando para um só lado da questão, esquecendo que o aval existe
obrigação (co-fiança) e preferirem dividir a responsabilidade, que unicamente por exigência do credor que nele vê uma garantia:
tanto pode ser proporcional como fixada de forma diversa, não a vinculação de um terceiro de bom conceito e patrimônio, na
respondendo um só e qualquer deles pela dívida total. Mas necessita mesma obrigação, aumentando suas chances de ser satisfeito
ser convencionada porque, caso contrário, a responsabilidade será em seu crédito. Não teria sentido, não houvesse tal exigência
tida como solidária. pelo credor, que o devedor, sponte sua, tomasse o interesse de
Havendo solidariedade entre os fiadores, aquele que realizar constituir avalista. Mais. Sendo uma obrigação unilateral que
o pagamento sub-roga-se no direito do credor, podendo cobrar a nenhum proveito traz ao avalista, o que realmente conta é o ônus e
dívida toda do devedor, bem como a cota pela qual respondem não o prazer da solidariedade, diga-se de passagem, quase sempre
os demais fiadores e se algum desses houver insolvente entre os forçada.
outros fiadores distribuir-se-á o ônus do pagamento. Distingue-se da fiança por ser esta negócio jurídico bilateral
O ajuizamento conjunto da cobrança regressiva contra o devedor e aquele declaração unilateral de vontade; por esta exigir outorga
e fiadores solidários importará na obrigação do demandante de, tão uxória às pessoas casadas e aquele prescindir disso, porém,
logo satisfeito por uma das partes (devedor ou fiadores), desistir da obrigando os bens apenas do cônjuge que se vinculou; por
ação contra os demais ou proceder a sub-rogação no processo. O depender esta do contrato principal para existir, condicionando-
devedor pode ser demandado pelo seu fiador pelas perdas e danos que se por ele, e aquele por ter vida totalmente independente, que se
eventualmente e de forma cabal tiver suportado pelo fato de ter-lhe prolonga, em alguns casos, para além da existência da obrigação
sido exigido o pagamento e sido obrigado a realizá-lo. cambiária a qual garante.

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Entretanto, são invocáveis disposições a respeito da fiança, O aval é declaração abstrata. Cambiariamente essa declaração
na execução cambiária, sob forma de exceções, como, a exceção não tem causa. Possível causa ou motivação pertence ao domínio
de excussão, bem como pode exigir que o avalizado faça seu da relação extracambiária, não passível de investigação nem de
adimplemento estando vencida a dívida, assim, também pode interesse cambiário.
promover o andamento da execução contra o avalizado se,
sem justa causa, o credor mostrar-se negligente, por questão de GARANTIAS REAIS
eqüidade e simetria. Comunga dessa opinião mestre Pontes, apesar Enquanto as garantias pessoais, como vimos, consistem em
de não ter exposto o fundamento. promessa de pagamento feita pelo garantidor em favor do credor,
Como a fiança, o aval também admite que outro aval a ele as garantias reais submetem ao poder direto do credor coisas
se sobreponha, como uma espécie de subaval, a este aplicando- portadoras de valor econômico pertencentes ao prestador de
garantia, para maior segurança do retorno dos créditos deferidos.
se as regras cambiárias atinentes ao aval. E não só um aval, mas São conhecidas e usadas basicamente as seguintes garantias
diversos são suscetíveis de acontecer, empilhando-se um sobre reais nas operações bancárias: penhor, caução, hipoteca e
o outro, tendo apenas como limite o campo físico do título e as alienação fiduciária em garantia. Essa última, a rigor, não pertence
necessidades de ordem prática. ao gênero, porém, tendo em vista, a função de garantia que lhe
Dissente da fiança no aspecto da pluralidade de avais ao inere, não poderia deixar de assim ser considerada em seu duplo
mesmo vinculado. Os avalistas do mesmo avalizado não mantêm aspecto: como garantia e como real.
cambiariamente nenhuma solidariedade entre eles com relação à
dívida que asseguram. Entrementes, não é defeso fazer pacto de PENHOR
solidariedade extracambiário. O penhor comum é o único que pode ser definido e
O aval admite responder por parte apenas da dívida do caracterizado satisfatoriamente, dentro davariedade de que o
avalizado e pode ser prestado por terceiro ou mesmo por alguém penhor se compõe. É o direito real que se constitui pela tradição
que já se tenha vinculado anteriormente na mesma cambial por efetiva, em garantia, de coisa móvel passível de apropriação. Essa
qualquer tipo de vínculo, como sacador ou sacado ou endossante definição não se ajusta a outras espécies como, v. g., os penhores
ou interveniente ou avalista. agrícola, pecuário, industrial e às vezes também, mercantil
O aval, não sendo limitado quantitativamente, terá o mesmo O penhor divide-se em convencional e legal.
conteúdo obrigacional do vínculo do avalizado. Deve constar da
PENHOR LEGAL
própria letra ou de folha anexa, desde que não contenha declaração
Penhor legal é o que o legislador institui a favor dos
ou características incompatíveis com o rigorismo cambiário, a qual, hospedeiros, estalajadeiros, fornecedores de pousada ou alimentos,
juntada à cambial, formará um alongamento. Este entendimento é donos de prédios, sejam rústicos ou urbanos, sobre os bens móveis
o que melhor combina com o uso francês do aval em separado, de fregueses, consumidores e inquilinos, por dívida constituída na
para fins de aplicação uniforme a documento estrangeiro de relação jurídica que os vincula. Faz-se com a retenção dos bens e
país signatário da Lei Uniforme de Genebra, evitando dar-se-lhe requerimentos de homologação do penhor ao Juiz.
tratamento diferenciado dos efeitos que produz em seu local de
origem. PENHOR CONVENCIONAL
É recomendável que o avalista indique o nome da pessoa O penhor convencional é o que deriva da vontade dos
avalizada. Não o indicando, ter-se-á como avalizada a pessoa cuja contratantes que o constituem. É negócio jurídico acessório que
assinatura, com declaração de aval, localiza-se logo acima ou, fica na estrita dependência de um negócio principal, preso ao qual
encontrando-se a assinatura completamente isolada, a presunção viverá todos os seus dias. Se este acaba, o penhor se extingue. Se
ex lege operará no sentido de ser o aval dado em favor do criador o negócio principal não se forma ou não ganha eficácia, tão pouco
da cambial (sacador / subscritor). formar-se-á ou ganhará eficácia o penhor. Se o negócio principal
Mesmo que a obrigação do avalizado seja nula, desde que for nulo, não haverá penhor.
não o seja por vício de forma, persistirá válida a obrigação de seu Também é caracterizado pela indivisibilidade da garantia.
avalista. E se este pagar a cambial, conquanto a expressão jurídica Não obstante ser sensível, por ser acessório à sorte do negócio
ao qual garante, eventual diminuição da dívida, a cujo pagamento
usada na má tradução da LUG fale em sub-rogação, não ficará sub-
responde a coisa penhorada, não produz correspectiva redução da
rogado no crédito, mas sim, adquirirá um novo direito emergente garantia. Significa que o pagamento parcial da dívida principal não
do mesmo título, autônomo com relação ao endossante anterior, é liberatório de parte da garantia.
como se tivesse se operado novo negócio de circulação cambiária, O penhor comum é o civil. Os demais penhores convencionais
podendo acionar de regresso seu avalizado, bem como, atendidos são tidos como especiais e suas modalidades conhecidas são: rural
os requisitos cambiários, agir contra os demais co-obrigados (subdividido em agrícola e pecuário), industrial, mercantil e de
regressivos. direitos. O penhor comum e, algumas vezes, o mercantil, exige para
Se o aval, com declaração precisa, é posto antes de acontecer sua instituição a efetiva tradição da coisa para o credor. Este, ao
a vinculação cambiária do avalizado e esta não chega a acontecer, tomar posse assume a condição de depositário. Tem a obrigação de
o aval não vem a se tornar eficaz. Se o aval é prestado quando já zelar e guardar o objeto recebido, agindo com a diligência habitual
precluso o prazo para protesto, sem ele, só valerá se o avalizado exigível para a manutenção e defesa da integridade do bem que
for obrigado direto. Da mesma forma se prestado após o protesto lhe foi confiado. Não pode fazer uso da coisa, salvo movimentá-la
tirado fora do prazo. Mas, se protestado tempestivamente, poderá caso necessário para sua conservação. Fará jus ao ressarcimento
ser formalizado válida e eficazmente em favor de qualquer das despesas que houver suportado nessa administração. Vedado
vinculado cambiário antes do ajuizamento da cobrança. lhe é estipular pacto comissório. Extinta a dívida principal, o
Doe qualquer sorte, não produzirá efeitos cambiários, aval depositário tem o dever de devolver o objeto do penhor nas
não sendo, quando dado após o ajuizamento da ação cambiária, mesmas condições em que o recebeu, acompanhado do acréscimo
quando terá cessado a vida útil da cambial. que acaso tenha produzido.

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direto, domínio útil) e excepcionalmente sobre raros móveis


(navio e aeronaves). O bem hipotecado permanece na posse do
PENHOR MERCANTIL devedor hipotecante, o qual prossegue com a livre disposição
dos mesmos, podendo aliená-los e/ou onerá-los novamente pela
instituição de outros gravames. A alienação do bem hipotecado
em tese não prejudica o credor hipotecário, como tampouco lhe
O penhor mercantil constitui-se pela entrega real ou causa dano a imposição sobre o mesmo bem de hipotecas em graus
simbólica do bem apenhado, significando a possibilidade de ser subseqüentes, as chamadas sub-hipotecas.
convencionado o constituto possessório. Aliás, em nenhuma forma Vedado lhe é, contudo, praticar atos que possam colocar em
de penhor há impedimento legal a que se convencione a entrega risco o objeto da hipoteca, bem como produzir-lhe deterioração.
real da coisa dada em garantia. Aqui menciona-se a possibilidade Por prejuízos decorrentes de má gestão responde o devedor
da entrega real, tendo em vista a natureza do bem que possa ser hipotecante, juntamente com aqueles que eventualmente lhe
oferecido, de não pertencer à classe de coisas cuja disponibilidade tenham prestado concurso. Não se trata aqui de fiel depositário. A
imediata seja uma necessidade inerente à própria natureza da posse do devedor é em nome próprio.
atividade do devedor, possibilidade extremamente difícil nos Há três espécies de hipoteca: a) convencional; b) legal; e
outros tipos de penhor especial. c) judicial. Em nosso estudo só é pertinente tratar da primeira
O penhor mercantil inicialmente foi regulamentado pelo espécie, ficando as demais excluídas da abordagem. A hipoteca
Código Comercial. O Código Civil adotou suas disposições, convencional é aquela negociada entre credor e devedor, que é
donde assemelharem-se os normativos. constituída consensualmente.
Modernamente, o penhor mercantil ganhou roupagens novas Via-de-regra é contrato solene, em virtude do elevado valor da
através da Lei n° 6.840, de 3 de novembro de 1980, com a criação garantia (art. 134, II do CC). Define-se como obrigação unilateral,
da Cédula de Crédito Comercial. gerando deveres para uma só das partes. No direito bancário,
Nos demais negócios entre comerciantes, o penhor todavia, o uso predominante das cédulas de crédito dispensa a
mercantil, conquanto anterior no tempo, rege-se como um penhor solenidade do contrato de constituição, sendo este utilizado quase
convencional diferindo na possibilidade do uso do constituto que exclusivamente nas composições de dívida e nos empréstimos
possessório, como indicado acima, e na não exigência de registro. hipotecários a entes públicos.
O pernhor mercantil pode ser estabelecido sobre coisas Presta-se à indagação o momento constitutivo da hipoteca e
corpóreas, móveis ou imobilizadas por acessão, ou incorpóreas, da irradiação da eficácia desdobrada, considerando-se uma dupla
constituídas, via-de-regra, por direitos creditórios, sejam relação: a) entre os contratantes; e b) com relação a terceiros. A
ordinários, decorrentes de contrato, sejam cartulares, representados doutrina tem-se posicionado em reconhecer a ocorrência em um só
por títulos de crédito. O penhor de título de crédito será examinado momento da constituição e da irradiação da eficácia univocamente
à parte, quando tratarmos da caução. como sendo do registro público do título, sob a alegação de que
Uma única novidade surge no penhor mercantil cedular não se compreende direito real sem, preferência. Entrementes,
relativamente ao penhor industrial, consistente na dispensa de a consensualidade do contrato projeta a responsabilidade dos
descrição da garantia quando esta se tratar de títulos de crédito, contraentes a tempo anterior ao registro, quando da constituição
como veremos a seguir. do direito, na formalização do instrumento. Não se pode esquecer
que a prelação é fenômeno concursal, o qual não pode suceder
inexistindo terceiro. Portanto, a eficácia concursal depreende-se
do registro publicitário, único procedimento que empresta certeza
HIPOTECA jurídica à questão da ordem de preferência. Não se pode, entretanto,
pretender que entre as partes do acordo de constituição nenhuma
validade alcance o ato negocial a ponto de poder o devedor
hipotecante evitar a sujeição do bem comprometido, impondo
A hipoteca é considerada a mais nobre das garantias reais, ao credor outro qualquer de seu patrimônio. O direito de seqüela
justamente por servir-lhe de objeto os bens de maior significado tem-no o credor, mesmo sem registro, desde que não esbarre na
econômico, ensejando a constituição de uma garantia sólida. pretensão de terceiro de boa-fé, titulado por direito próprio. Por
Constitui-se sobre bens imóveis e seus acessórios (compreendidos aí se vê que o ato é bom, válido e eficaz entre as partes e que o
aqui acessões, melhoramentos e construções); sobre o domínio direto registro na repartição competente tem o destino certo de terceiro.
e/ou o domínio útil; sobre as estradas de ferro; sobre as minas e O cartório do registro imobiliário competente para dotação da
pedreiras; sobre navios (mesmo que ainda em construção); e sobre eficácia concursal da hipoteca é
aeronaves. o da localização dos bens da garantia. Se vários, em localidades
Característica dos direitos reais de garantia é a especialização diversas, mister se faz o registro em todos eles.
de bens do patrimônio para sobre eles recaírem com exclusividade. Há requisitos intrínsecos e extrínsecos para a validade do
Essa especialização realiza-se pela individualização das coisas ato de constituição da hipoteca. Os primeiros dizem respeito à
a serem oneradas, consignando-se todos os sinais distintivos e legitimidade e à capacidade do hipotecante. Deve ser titular do
particulares do objeto que permitam sua plena e eficaz identificação direito a ser onerado e ter capacidade para aliená-lo. Os segundos
de entre outros da mesma espécie. referem-se à forma do instrumento, quer se trate de contrato ou de
Como se pode perceber acima, nem só os imóveis servem cártula. Se contrato, acima de certo valor, será da essência do ato o
como objeto de hipoteca. Ocorre também sobre direitos (domínio instrumento público. Se cártula, inere-lhe o rigor formal.

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A hipoteca é indivisível tanto relativamente a seu objeto quanto É lícito às partes e especialmente ao vendedor estabelecer
com referência à obrigação que garante. Desta sorte, caso o bem da adredemente o valor de avaliação dos bens hipotecados, liberando-
garantia possa ser dividido em partes e o seja, as partes em que se os de futura avaliação judicial.
decompôs a coisa conservam o gravame sobre a sua totalidade, como O objeto da hipoteca tanto pode ser bem corpóreo quanto
se não estivesse dividido. Da mesma maneira, eventual pagamento incorpóreo. Sobre esta última espécie, houve tempo que se
parcial ou qualquer outra ocorrência que produza redução da dívida questionava a possibilidade, sob o argumento de que o direito real
garantida, não determinará qualquer diminuição, seja do valor da só se consolida na materialidade das coisas levantando resistência
hipoteca, seja dos bens da garantia. A mesma permanecerá íntegra em aceitá-los sobre direitos, ainda que direitos reais. Hoje não
até a extinção da obrigação principal. pende mais dúvida a respeito. Os direitos reais sobre direitos
Ela é contrato acessório que depende de um principal com pretensãoreal pertencem ao cotidiano jurídico. É o caso da
para existir e sobreviver. Como é inalterável por força de sua hipoteca constituída sobre o domínio desmembrado (direto/útil) e
indivisibilidade, só segue o principal na sorte final, eis que muitos sobre fração de imóvel indiviso entre outros.
dos efeitos jurídicos da execução do contrato principal não Em se tratando de hipoteca cedular, as declarações falsas ou
ocasionarão nenhuma conseqüência nela. inexatas do hipotecante acerca da área dos imóveis hipotecados, de
A coisa hipotecada responde pelo pagamento da obrigação suas características, instalações e acessórios, sobre a pacificidade
principal. Credor por hipoteca em grau subseqüente, mesmo de sua posse, ou omita outras declarações sobre a existência de
que vencida, depende do vencimento da primeira hipoteca, para gravames anteriores podem configurar prática de estelionato,
poder excutir o imóvel, salvo se o devedor tiver declarada sua sujeitando o autor às cominações penais próprias.
insolvência. Veda a lei se considere insolvente
Os bens hipotecados cedularmente não poderão ser penhorados
o devedor que não tenha pago a dívida decorrente de gravames
nem seqüestrados por outras dívidas do prestante da garantia,
posteriores à primeira hipoteca.
seja ele o devedor principal ou terceiro, o qual deve denunciar a
O credor da segunda hipoteca pode remir a hipoteca anterior
em seu vencimento, caso o devedor não se manifeste nesse situação do bem ao oficial incumbido da diligência judicial.
sentido. Mas é preciso que consigne em juízo a quantia exigível O prazo máximo admitido em lei para a vigência do ônus
da dívida principal e demais despesas judiciais, se ajuizada estiver real hipotecário é de 30 anos, passível de renovação. Ocorrendo
a execução, intimando o exeqüente sobre o depósito e o devedor esta após o vencimento, ocasiona a extinção da garantia antiga e
para, querendo, remi-la. Remindo-a o consignante, ficará por isso a constituição de nova. Já a simples prorrogação, requerida por
subrogado nos direitos de crédito. ambas as partes interessadas, não mexe com o tempo de validade,
Também o adquirente do imóvel hipotecado tem esse mesmo que se mantém sem hiatos desde sua constituição primitiva.
direito, mas terá que notificar judicialmente do contrato de seus Dar-se-á a extinção da hipoteca: a) com a extinção da
credores, pessoalmente, se o domicílio coincidir com o do registro, obrigação principal; b) com o perecimento da coisa; c) com a
ou por editais, prazo de 30 dias a contar da aquisição, oferecendo perda do domínio por parte do devedor hipotecante; d) com a
no mínimo o mesmo preço pago. O credor notificado pode, no renúncia do credor; e) com sentença transitada em julgado; f) com
prazo da oposição, requerer a licitação do imóvel; não o fazendo, a prescrição.
a presunção operará no sentido da aceitação da oferta, bastando O levantamento da hipoteca ocorre pelo seu cancelamento ou
então o pagamento ou mesmo o depósito em juízo do valor, para baixa no registro.
requerer o cancelamento da hipoteca. Se, porém, o adquirente não
notificar o credor, fica perante este obrigado às perdas e danos
a que eventualmente der causa, às custas e despesas judiciais,
pagando ainda a diferença, se houver, entre o valor da adjudicação ALIENAÇÃO FIDUNCIÁRIA
e o da avaliação.
Por esse risco responde o imóvel, outorgando-se o direito
regressivo ao adquirente contra o vendedor para reaver a quantia
que sobejar ao preço da aquisição. A alienação fiduciária é uma garantia real. Existe resistência
Na licitação, só serão admitidos a lançar os credores de setores da doutrina e da jurisprudência acerca desse
hipotecários, os adquirentes e os fiadores. As remissões só poderão enquadramento. A discussão é mais acadêmica. Sustenta-se no
ocorrer não antes da primeira praça nem depois da assinatura do fato de as garantias reais conhecidas não transferirem o domínio. É
auto de arrematação. No caso de falência do devedor hipotecante, preciso, entretanto, não esquecer o dinamismo dos usos e costumes
toca à massa o direito de remição, facultada sua realização pelo do comércio e a rápida necessidade de transformação do direito
preço da avaliação. Se o valor da dívida garantida exceder o valor empresarial, dando respaldo às novas práticas negociais. Em face
pago, disso, as instituições jurídicas que acompanham essas mudanças
o saldo, com o cancelamento da hipoteca, torna-se-á devem manter-se flexíveis e ágeis, não podendo jamais tornar-se
quirográfico. No caso de insolvência civil, o direito de remir é estruturas rígidas e definitivas.
atribuído a qualquer dos credores hipotecários habilitados. A alienação fiduciária transfere, sim, o domínio, mas
Na hipótese de falência ou insolvência, se o credor hipotecário essa transmissão não se constitui no fim visado pelo negócio,
preferir a adjudicação do bem que tenha preço de avaliação representando mera forma, imprópria é bem verdade, de
inferior à dívida, poderá fazê-lo, mas terá que quitar integralmente constituição de garantia. O domínio é transferido provisoriamente.
a obrigação principal. Os imóveis sobre os quais recaiam o ônus Se o prestador da garantia, o fiduciante, não adimplir a obrigação,
real hipotecário só poderão ser vendidos judicialmente precedido o objeto vai à venda, vedado sendo ao fiduciário ficar com o bem.
da intimação dos credores hipotecários, se eles não forem partes Transferência de coisa em garantia é garantia real.
no processo.

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O negócio de transmissão da propriedade ou do domínio Na condição de acessório segue o principal em sua sorte.
é que é resolúvel, e não a propriedade ou o domínio, como Assim, vence antecipadamente quando isso ocorrer com o contrato
costumam dizer muitos juristas. Para a propriedade resolver- ao qual adere. Se a aquisição da propriedade fiduciária for a non
se tem de extinguir-se seu objeto. Para o domínio resolver-se é domino, posterior aquisição do domínio pelo fiduciante convalida
preciso que se rompa o vínculo de poder que o titular do direito de o negócio.
propriedade em diretamente sobre a coisa, mas esse rompimento O credor fiduciário tem a seu favor ação de busca e apreensão
por si não opera o refazimento do vínculo anterior. A resolução para o caso de se configurar a mora do devedor, em cujos autos o
do negócio em que se transmitiu o domínio é que determinará demandado poderá purgá-la. Não se consumando esta, a sentença
como conseqüência o desfazimento da transferência, voltando a consolidará a propriedade e a posse plena e exclusiva em mãos
titularidade a quem quis a transmissão mas não pôde consumá-la. do credor, que, todavia, poderá preferir a venda judicial ou
O que determina a resolução do negócio de transmissão é o extrajudicial. Se o bem não for encontrado, a busca e apreensão
adimplemento do devedor fiduciante. A quitação da dívida produz pode se converter em ação de depósito. Tem além dessas ações
a reversão ao statu quo ante, pelo simples fato de ser a alienação a execução de títulos extrajudiciais do saldo não coberto com a
fiduciária negócio acessório que não sobrevive sem o principal.
venda do bem ou de toda a dívida, uma vez frustrada a busca e
Mas a propriedade pode resolver-se sem a resolução do negócio
apreensão, se preferir executá-la ao invés de convertê-la em ação
de transferência do domínio, quando a própria coisa perecer. O
de depósito.
inadimplemento do devedor fiduciante também acarreta o fim
da titularidade do domínio do credor fiduciário, porque, como
não pode ficar com o bem da garantia, terá de vendê-lo para
com o produto da venda se cobrar, devolvendo a quantia que
eventualmente sobre. Não bastando para o integral pagamento da FIANÇAS BANCÁRIAS
dívida, o devedor continuará pessoalmente obrigado pelo saldo.
É contrato bilateral porque enseja obrigação para ambas as
partes. É, além disso, consensual, oneroso, típico, nominado, de
duração.
Com o domínio, há transmissão da posse indireta ao credor. As garantias prestadas pelos Bancos em favor de seus clientes
Pelo constituto possessório, a posse direta é atribuída ao devedor, são, normalmente, garantias de natureza pessoal que se apresentam
que, desta forma, torna-se fiel depositário do bem da garantia,
sob as características seguintes: acessórias ou nãoacessórias;
com as responsabilidades civis e penais dessa condição, mas sem
nacionais ou internacionais.
o direito de ressarcimento das despesas havidas com a manutenção
da coisa e sem o conseqüente direito de retenção. As garantias pessoais são aquelas em que o banqueiro se
Servem como objeto da alienação fiduciária os bens móveis vincula pessoalmente. Constituemse geralmente por instrumentos
em geral, desde que infungíveis, seja por natureza ou convenção. conhecidos pela expressão de “cartas”, tais como cartas de crédito,
A rigor. embora pouco comum, também podem servir como objeto cartas de fiança, cartas de garantia, etc. Podem ocorrer através do
direitos, especialmente os instrumentados por títulos de crédito. crédito de aceitação, pela aposição de aceite em títulos de crédito.
O grande problema não chega a ser a possibilidade jurídica, que Sendo garantias prestadas em âmbito nacional, seguem
já não se discute mais, mas sua perfeita identificação, levando em disciplina comum, mantendo o caráter acessório do negócio de
consideração, sobretudo, caber ao proprietário fiduciário o ônus garantia. A carta de fiança é fiança, sendo regulada pelas normas
da prova, contra terceiros, de que são tais e não outros os bens de que lhe são próprias. A carta de crédito constitui-se em um
seu domínio que se encontram na posse do devedor. Sem isso, o acreditivo já estudado anteriormente. Da mesma forma, o crédito
risco assumido pelo credor é muito grande. Em princípio, o que é de aceitação foi abordado como empréstimo de firma.
penhorável pode ser objeto de alienação fiduciária. Já os negócios internacionais apresentam conteúdo próprio
O negócio jurídico só pode ser comprovado por escritura diferenciado, pois não se deixando jungir por um sistema jurídico
pública ou particular e sua validade depende de registro, sendo uniforme, mostram-se vacilantes em muitas questões. Formam-se
competente para o ato, com arquivamento obrigatório de cópia, então pela prática diuturna do comércio exterior, apoiada nos usos
nos contratos, o Registro de Títulos e Documentos do domicílio e costumes profissionais, nas regulações através de fórmulas, de
do credor, e, nas cédulas, o Cartório de Registro de Imóveis da contratos-tipo, na jurisprudência arbitral e em diretrizes traçadas
circunscrição onde se encontram os referidos bens. Na alienação
por organismos especializados, como é o caso da Câmara de
fiduciária constituída sobre veículos automotores, como sobre
Comércio Internacional ou organizações como a ONU, a CEE,
aeronaves e navios, a repartição competente para
etc..
o registro é aquela incumbida da emissão e controle de suas
respectivas licenças, que deverá anotar em seus Certificados de Por força dessa condição, diversas fórmulas, destinadas a
Registro. suprir deficiências em matéria de segurança jurídica, ganharam
O devedor que alienar ou der em garantia coisa já alienada notoriedade, caindo no agrado dos intemacionalistas e adquirindo
fiduciariamente responde por estelionato, sujeitando-se às aos poucos exegese comum, formando praticamente um corpo de
cominações civis e penais previstas para a espécie. normas uniformes, chamado lex mercadoria. A livre escolha das
É aplicável à alienação fiduciária em garantia o princípio partes no contrato invocando Regras e Usos Uniformes organizados
da indivisibilidade da garantia relativamente à divisibilidade do pela CIC vinculam o julgamento das contendas à disciplina eleita.
valor da obrigação pecuniária. Pagamentos parciais não liberam Essa prática tem afastado as garantias bancárias internacionais
parcelas do domínio. Em caso de desapropriação, o valor pago da disciplina tradicional da fiança, retirando-lhes o caráter de
sub-roga o bem. acessoriedade. São conhecidas pelo nomen juris “garantias”.

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Costumam ser divididas em duas principais espécies, tendo Garantidor de Créditos - FGC, cuja instituição foi autorizada
vista o fim a que se destinam: garantias de pagamento e garantias pela Resolução n° 2.197, de 31.8.95, seguindo-se a aprovação de
de execução. seus estatuto e regulamento por meio da Resolução n° 2.211, de
As garantias de pagamento compõem-se de cartas de crédito, 16.11.95, ambas do Conselho Monetário Nacional.
constituindo negócio acreditivo. São garantias autônomas, O FGC é uma associação civil sem fins lucrativos, com prazo
sem qualquer acessoriedade ou contaminação com o negócio indeterminado de duração e constituído sob a forma de sociedade
subjacente. de direito privado, tendo por objetivo dar cobertura, de até R$20
Importa em vinculação triangular, com o concurso eventual mil por titular, a depósitos e aplicações nas hipóteses de decretação
de um quarto figurante, sempre Banco correspondente. São de intervenção, liquidação extrajudicial ou falência de instituição
conhecidas pela denominação on open acount (conta aberta), que participe do referido fundo, ou, ainda, de reconhecimento,
emitidas em três modalidades: pelo Banco Central, de estado de insolvência da instituição que,
a) o vendedor recebe antes de embarcar o produto; nos termos da legislação vigente, não esteja sujeita aos regimes
acima mencionados.
b) o comprador paga antes de receber, mas depois de olhar o
São objeto da garantia proporcionada pelo FGC os seguintes
produto; e
créditos: depósitos à vista, depósitos de poupança, letras de câmbio,
c) o comprador paga contra-recebimento da mercadoria. letras imobiliárias e letras hipotecárias, de emissão ou aceite de
Referidas garantias ou são incondicionais, exigíveis à primeira instituição financeira ou associação de poupança e empréstimo em
solicitação, ou condicionais, dependentes de comprovação funcionamento no país.
documentária do inadimplemento. São participantes do FGC todas as instituições financeiras e as
As garantias de execução apresentam-se sob variadas associações de poupança e empréstimo responsáveis pelos créditos
subespécies: garantidos, exceto as cooperativas de crédito e as seções de crédito
a) Big Bond garante a oferta na licitação, respondendo pela das cooperativas. As instituições participantes contribuem com
obrigação de contratar; 0,025% do montante mensalmente escriturado relativo aos saldos
b) Performance Bond garante a boa execução a qual pode se das contas correspondentes às obrigações objeto de garantia.
desdobrar em garantias menores: garantia de manutenção; garantia Com a Medida Provisória n9 1.182, de 17.11.95, foram
de reembolso; garantia de submissão, etc.. introduzidas importantes alterações na legislação até então vigente,
O estudo mais aprofundado dessas garantias deve ser tentado especialmente no que diz respeito aos poderes atribuídos ao Banco
no Direito Internacional Privado. Central para, na qualidade de guardião da estabilidade monetária e
regulador do Sistema Financeiro Nacional, atuar no fortalecimento
e no saneamento do mercado, prevenindo e solucionando crises de
liquidez e/ou solvência de instituições financeiras.
FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO As modificações adotadas situam-se, principalmente, no
(FGC) campo da responsabilidade civil dos acionistas controladores;
na instituição de medidas saneadoras de natureza preventiva
e passíveis de adoção por integrantes do próprio mercado; na
flexibilização e agilização das regras para privatização
Até recentemente, o Banco Central ressentia-se da falta de instituições cujas ações tenham sido objeto de
desapropriação após decretado o regime de administração especial
de mecanismos legais para a ação preventiva junto ao sistema
temporária; e na apuração da responsabilidade dos prestadores
financeiro, visando a recuperação das instituições, ante a
de serviços de auditoria independente que tenham verificado os
verificação de ocorrências que acarretassem perdas patrimoniais balanços e demonstrações contábeis de instituições financeiras que
e expusessem a risco os seus credores. Os instrumentos utilizados venham a ser submetidas aos regimes de intervenção, liquidação
com o propósito de saneá-las, sob a roupagem de planos de extrajudicial ou administração especial temporária pelo Banco
recuperação ou de termos de compromisso, eram documentos cuja Central.
eficácia dependia da posição unilateral das sociedades interessadas. Até então, constatada a crise de alguma instituição financeira,
O Banco Central não dispunha de mecanismos hábeis sob cujo submetendo a risco anormal os seus depositantes e investidores,
fundamento pudesse determinar medidas de capitalização, de o Banco Central tinha como alternativas apenas a aplicação dos
reorganização, de alienação de controle ou de afastamento de regimes especiais disciplinados na Lei no 6.024, de 13.3.74, e no
administradores. Decreto-lei no 2.321, de 25.2.87, respectivamente intervenção ou
Em passado recente, o Banco Central possuía o instrumento liquidação extrajudicial e administração especial temporária. A
financeiro constituído pelas reservas monetárias. Esses recursos decretação de regime especial trazia como conseqüência imediata
podiam ser utilizados no pagamento do passivo de instituições a indisponibilidade dos bens pessoais dos ex-administradores da
financeiras sob intervenção ou liquidação extrajudicial, saneando instituição que atuaram nos últimos 12 meses, medida esta que tem
seus ativos e passivos mediante expressa e prévia autorização do caráter cautelar e destina-se a prevenir eventual responsabilidade
Conselho Monetário Nacional. dos ex-administradores quanto aos prejuízos que vierem a ser
Esgotada essa fonte, com a qual eram atendidos os credores apurados pela comissão de inquérito que investiga as causas
quirografários (correntistas) de instituições submetidas a regime da “quebra”. Por conseguinte, somente os ex-administradores
especial, o Banco Central deixou de dispor de instrumentos mais poderiam ser responsabilizados civilmente pelos prejuízos
efetivos de proteção à poupança popular. causados à instituição, ainda que tais ex-administradores tivessem
Assim, criou-se mecanismo destinado a proteger os titulares agido sob orientação dos controladores da empresa, os quais, por
de créditos perante instituições financeiras, sob a forma de Fundo não integrarem os órgãos de direção da sociedade, ficavam imunes
de responsabilização pelos prejuízos causados a terceiros.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Os artigos 1° e 2° da medida provisória alteram radicalmente assumam quaisquer cargos de direção ou administração de
a disciplina legal da matéria, estendendo aos controladores a instituições financeiras ou atuem como prepostos ou mandatários
responsabilidade solidária pelos prejuízos que vierem a ser apurados de administradores e, ainda, impor restrições e limites às atividades
na sociedade. A partir deste novo normativo, também os bens desses da instituição financeira autuada.
controladores passam a ser alcançados pela indisponibilidade, As medidas cautelares corrigem antiga distorção pela qual,
objetivando assegurar que, apurada a responsabilidade de cada um enquanto não concluído o processo administrativo em algumas
deles, sejam satisfeitos os créditos dos depositantes, investidores e situações, os envolvidos permaneciam atuando livremente no
demais credores. O rigor da lei atingirá, assim, não só aqueles que mercado e praticando os mesmos atos pelos quais foram indiciados.
praticaram atos de gestão na instituição, mas também aqueles que, Por último, a medida provisória estabelece que as ações
no mais das vezes, ordenaram, orientaram ou, até pela omissão, desapropriadas na vigência do regime de administração especial
estimularam tais ações. temporária, na forma do Decreto-lei n° 2.321, de 25.2.87, serão
Quando ocorrida uma das situações que autorizem a decretação objeto de privatização, visando evitar que a instituição permaneça
de regime de liquidação extrajudicial, o art. 4° prevê que o Banco indefinidamente sob controle do estado. No caso, o decreto
Central, objetivando sempre a normalidade do mercado financeiro expropriatório deverá fixar prazo para alienação do controle
e a proteção dos interesses de depositantes e investidores, pode acionário da instituição sob regime de administração especial
decretar não o regime extremo (liquidação) mas, sim, o regime temporária.
de administração especial temporária. Essa sistemática coaduna-
A TERMO. Operação de compra e venda (de mercadorias,
se não apenas com as alternativas possibilitadas pela Medida
ações), sob a condição de entrega, do que é negociado, em prazo
Provisória n° 1.470, como, também, com o disposto no parágrafo
futuro e sob determinado preço, convencionados entre as partes.
primeiro do art. 15 da Lei n° 6.024.
Já o artigo 5° faculta ao Banco Central que, ainda antes AÇÃO. Documento que indica a propriedade de uma fração
da decretação do regime especial, determine aos próprios do capital social de determinada empresa(sociedade por ações). É
controladores a adoção de medidas de capitalização da sociedade, negociada no mercado primário e no mercado secundário (bolsas
transferência do controle acionário e reorganização societária de valores). Classifica-se em espécies e classes, cada uma delas
mediante incorporação, fusão ou cisão. O dispositivo é inovador definidora da participação de seus possuidores nos lucros, bem
porque impõe aos responsáveis pela crise da instituição o dever como da extensão de sua propriedade. Também pode ser vendida
de solucionála em tempo e, mais ainda, faz com que o próprio no mercado de balcão.
mercado atue como parceiro na conjuração da crise de liquidez ACC. Antecipação parcial ou total do preço da moeda
ou de solvência. estrangeira comprada por um banco, ao exportador, para entrega
Pelo regime legal anterior, a superação da crise ou a futura. Tem por finalidade proporcionar recursos aos exportadores
liquidação da instituição se fazia apenas e exclusivamente pela para o contínuo exercício de seu comércio; constitui, portanto,
ação administrativa do Poder Público, ao decretar o regime incentivo à exportação, ao mesmo tempo que enseja ao banco
especial de intervenção, liquidação extrajudicial ou administração oportunidade para aquisição de divisas.
especial temporária. O interventor, o liquidante ou os membros do ACEITE. Ato pelo qual uma pessoa se vincula à obrigação
conselho diretor, nomeados pelo Banco Central, é que passavam a cambial, colocando sua assinatura no título contra ela sacado: letra
responsabilizarse pela condução do processo e, assim, expunham-se de câmbio ou duplicata.
aos ônus e desgastes invariavelmente envolvidos em missões desse ACIONISTA. Pessoa que possui ações de sociedades
tipo, enquanto os verdadeiros responsáveis pela situação ficavam anônimas ou sociedades em comandita por ações.
confortavelmente à espera, muitas vezes torcendo pelo insucesso da ACORDO DA BASILÉIA. Acordo firmado em 1988 no
atuação saneadora do Poder. Público. âmbito do BIS (Bank for International Settlements
Com o advento dessa medida provisória, ainda que os - Banco Internacional de Compensações ou Banco Para
controladores da instituição em crise não adotem medidas Pagamentos Internacionais) que contém resoluções para o
saneadoras a tempo, o liquidante, o interventor ou o conselho requerimento de capital próprio das instituições financeiras
diretor que forem nomeados pelo Banco Central poderão fazê- (associadas) em função do risco apresentado em suas operações
lo. Este o sentido do art. 6° da MP, que autoriza, na vigência da financeiras.
intervenção, liquidação extrajudicial ou administração especial ADR/GDR. O ADR (American Depositary Receipt) ou GDR
temporária, medidas saneadoras, dentre elas: transferência da (Global Depositary Receipt) são papéis emitidos e negociados
atividade bancária, bens, direitos e obrigações; alienação ou no mercado exterior (ADR só nos EUA), com lastro em ações
cessão de bens e direitos a terceiros em contrapartida à assunção
de outros países. Todos os direitos adquiridos pelos acionistas
de obrigações perante credores; constituição ou reorganização
do país de origem, como dividendos, direitos de subscrição e
de sociedades para as quais sejam transferidos bens, direitos
desdobramentos também são oferecidos pelo ADR/GDR.
e obrigações, objetivando a continuação geral ou parcial do
negócio ou atividade, tudo sem interrupção ou suspensão do AGE. Assembléia Geral Extraordinária cuja realização, em
andamento do inquérito destinado a apurar as responsabilidades determinadas épocas, não é prevista nos estatutos do órgão em que
dos controladores e administradores. se realiza; assembléia voltada para o exame de acontecimentos
No âmbito do processo administrativo, destinado à aplicação imprevistos ou atendendo a outras circunstâncias de ocorrência
de sanções e punições a instituições financeiras e administradores, eventual.
por infração a normas reguladoras da atividade, o artigo 9° da AGÊNCIA. É a dependência de instituições financeiras e
medida provisória autoriza o Banco Central a determinar, em demais instituições, autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
caráter cautelar, o afastamento dos indiciados enquanto perdurar Brasil, destinada à prática das atividades para as quais a instituição
a apuração de suas responsabilidades, impedir que os indiciados esteja regularmente habilitada.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

AGÊNCIA DE FOMENTO. Não é instituição financeira. É ÂNCORA CAMBIAL. Referência de valor oficial estabelecida
vedada a sua transformação em qualquer tipo integrante do Sistema entre a moeda de um país com elevada taxa inflacionária e uma
Financeiro Nacional, estando, entretanto, subordinada à supervisão moeda forte (dólar, marco, iene) com pequenas flutuações no
e fiscalização do Banco Central do Brasil. Tem como objeto social mercado internacional. Constitui-se, por certo período, num
a concessão de financiamento de capital fixo e de giro, associado suporte de sustentação do poder de compra e de outras funções da
a projetos no País. Deve ser constituída sob a forma de sociedade moeda fraca, porquanto se trata de uma medida tópica, entre outras
anônima de capital fechado e estar sob o controle de Unidades da adotadas por um governo para debelar inflação aguda.
Federação, sendo que cada Unidade só pode constituir 1 (uma) ÂNCORA MONETÁRIA. Instrumento de política monetária
agência. De sua denominação social deve constar a expressão utilizado para estabilizar o valor de uma moeda numa conjuntura
“Agência de Fomento”. de grande elevação de preços e que consiste fundamentalmente
AGENCIA PIONEIRA. É aquela instalada em praça no compromisso (legal ou não) de que as autoridades monetárias
desassistida de qualquer outra agência ou posto avançado de não emitirão moeda para cobrir eventuais déficits governamentais,
atendimento de banco múltiplo com carteira comercial, banco tornando o Banco Central independente do Tesouro Nacional.
comercial ou caixa econômica. Novas emissões só teriam lugar se houvesse correspondente
ÁGIO. Prêmio estabelecido na troca de um valor (moeda, aumento das reservas internacionais.
títulos, ações, etc.), com base no princípio de que o transcurso do APLICAÇÃO. Utilização de poupança na compra de títulos,
tempo é gerador de juros. Em operações de câmbio é a diferença com a finalidade de auferir rendimentos.
entre o valor real praticado no mercado e o valor nominal da ARESTO. Decisão judicial, sentença, acórdão.
cotação oficial. Denomina ainda a diferença de preço de um ARRESTO. Apreensão judicial de bem do devedor, ordenada
produto, quando é comercializada no mercado. pela justiça, como meio acautelador de segurança ou para garantir
AGO. Assembléia Geral Ordinária. Convocada pela diretoria o credor quanto à cobrança de seu crédito, evitando que seja
ou pelo conselho de administração para verificação dos resultados, injustamente prejudicado pelo desvio desses bens.
leitura, discussão e votação dos Relatórios da Diretoria e outros ASSOCIAÇOES COMERCIAIS. Entidades particulares, com
assuntos de interesse social. personalidade jurídica, que congregam comerciantes e empresários
ALAVANCAGEM. Termo usado no mercado financeiro de outras atividades econômicas. Suas atividades abrangem desde
para designar a obtenção de recursos para realizar determinadas o estudo dos problemas inerentes ao setor comercial, internamente
operações. Num sentido mais preciso, significa a relação e no mercado internacional, até a realização de pesquisas
entre endividamento de longo prazo e o capital empregado por econômicas para a prestação de assessoria aos governos federal,
uma empresa. Assim, o quociente Endividamento de Longo estaduais e municipais.
Prazo/Capital Total Empregado reflete o grau de alavancagem ATA. Registro por escrito de tudo o que ocorre em certas
empregado. Quanto maior for o quociente, maior será o grau de reuniões ou solenidades, promovidas pelas associações, pelas
alavancagem. sociedades comerciais ou por outra entidade qualquer.
ALAVANCAGEM FINANCEIRA. É a relação que mede a ATACADO. Comércio em grande escala, realizado entre
capacidade de uma empresa em utilizar suas reservas financeiras produtores, grandes empresas de comércio e varejistas, para que o
extraídas do lucro. O grau dessa relação é determinado pelo produto possa chegar ao consumidor final.
quociente do lucro antes dos juros e do imposto de renda sobre o ATIVO. É o conjunto de valores que representa as aplicações
lucro disponível para os acionistas portadores de ações ordinárias. do património e de capital de uma empresa. Por analogia, porém
ALAVANCAGEM OPERACIONAL. É o grau de capacidade à margem do conceito da Contabilidade, pode ser estendido aos
que tem uma empresa de aplicar os recursos derivados do seu investimentos de uma pessoa. No balanço, ele é subdividido em
lucro operacional, determinado pela relação entre receitas líquidas ativo circulante, ativo realizável a longo prazo e ativo permanente.
de vendas e o lucro, antes de deduzidas deste último as reservas ATO. No comércio, identifica o momento de uma negociação
para pagamento dos juros e do imposto de renda. (ato da venda ou do pagamento).
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. Operação de alienação, em AUDITORIA. Palavra originária do inglês auditing of
garantia, de bem móvel ou imóvel feita ao credor pelo tomador acounts. Consiste na análise e avaliação das contas de uma escrita
de empréstimo. Caracteriza-se pelo fato de que, tão logo seja contábil, também denominada perícia. Denomina-se auditoria
saldada a dívida, a coisa alienada volta, de direito, ao seu antigo externa a que é realizada por um profissional estranho aos quadros
proprietário. O credor tem o domínio do bem, mas a posse direta da organização periciada; auditoria interna é a executada por
é do devedor. funcionário da própria empresa. O termo é extensivo a outros fins:
AMORTIZAÇÃO. Redução gradual de uma dívida através de auditoria fiscal, de pessoal, mercadológica, e auditoria editorial
pagamentos periódicos combinados entre (sobre tiragem e circulação de periódicos impressos).
o credor e o devedor; significa também a redução periódica de AUTOMAÇÃO. Tecnologia do trabalho automático pela
certo percentual do valor de um ativo, no período de alguns anos; qual os sistemas se autocontrolam, efetuam medições, introduzem
na técnica contábil, o termo é usado para designar as parcelas correções durante o processo de produção, praticamente sem a
retiradas anualmente pelo proprietário da empresa a fim de atender intervenção do homem.
à depreciação de certos bens ativos, como móveis, máquinas e AVAL. Garantia dada por terceiro de que o título de crédito
equipamentos. Nas S.A., consiste na distribuição aos acionistas será pago. Não se confunde com a fiança, que é garantia contratual.
de quantias que lhes poderiam tocar no caso de liquidação da AVALISTA. Denominação dada à pessoa que presta aval.
companhia. AVALIZAR. Ato de prestar aval.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

BALANÇO COMERCIAL. Designa parte do balanço empreendimento visar benefícios de interesse comum, o banco
de pagamentos de um país, formada pelo conjunto de todas as pode assistir programas e projetos desenvolvidos fora do respectivo
importações e exportações: quando se exporta mais do que se Estado, devendo a assistência efetivarse através de consórcio
importa, obtém-se uma superávit, caso contrário surge um déficit. com o banco de desenvolvimento local. Deve ser constituído sob
BANCO. Instituição que tem como atividade básica receber a forma de sociedade anônima, com sede na capital do Estado
do público sob a forma de depósitos ou sob outras formas, fundos que detiver seu controle acionário, devendo adotar, obrigatório e
que serão empregados em operações de desconto, de crédito privativamente, em sua denominação social, a expressão “Banco
ou aplicações financeiras. A atividade bancária inclui ainda: a de Desenvolvimento”, seguida do nome do Estado em que tenha
possibilidade para os bancos de criar moeda escritura) (cheque); sede.
a faculdade de ativar diversos meios para a concessão de créditos, BANCO DE INVESTIMENTO. É instituição financeira
seja através de criação de moeda bancária ou da transformação de privada que tem como objetivo principal a prática de operações
depósitos à vista ou de poupança líquida em empréstimos. de investimento, participação ou financiamento, a médio e longo
BANCO CENTRAL. Autoridade Monetária governamental prazos, para suprimento de capital fixo ou de movimento de
que funciona como “o banco dos bancos” e do próprio governo. empresas do setor privado, mediante aplicação de recursos próprios
Destina-se a assegurar a estabilidade da moeda e o controle do e coleta, intermediação e aplicação de recursos de terceiros. Deve
crédito num país. Tem o monopólio da emissão de papel-moeda, ser constituído sob a forma
exerce a fiscalização e o controle dos demais bancos, e controla a de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente em sua
movimentação de capitais estrangeiros e as operações com moedas denominação social, a expressão “Banco de Investimento”.
estrangeiras bem como metais preciosos. Na Inglaterra, as funções BANCO MÚLTIPLO. É instituição financeira privada ou
de banco central são exercidas pelo Bank of England; na França, pública que realiza as operações ativas, passivas e acessórias das
pelo Banque de France; nos EUA, pelo Federal Reserve System; diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes
no Brasil, pelo Banco Central do Brasil. carteiras: comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento,
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Autoridade Monetária de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito,
nacional, criada pela Lei n° 4.595, de 31/12/1964, substituindo financiamento e investimento. Essas operações estão sujeitas às
a antiga SIVOC (Superintendência da Moeda e do Crédito) e mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às instituições
incorporando algumas funções até então exercidas pelo Banco do singulares correspondentes às suas carteiras. A carteira de
Brasil; entre suas atribuições, estão: executar a política financeira desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público.
do governo; emitir papel-moeda; autorizar o funcionamento de O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas
instituições financeiras e fiscalizar suas operações; administrar os carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de
depósitos compulsórios e voluntários de instituições financeiras; investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima.
realizar operações de compra e venda de títulos públicos federais, Na sua denominação social deve constar a expressão “Banco”.
de empresas estatais e de empresas de economia mista; administrar BANCO MUNDIAL. Ver BIRD.
e custodiar as reservas nacionais em ouro e moedas estrangeiras; BARREIRAS COMERCIAIS. Normas alfandegárias
controlar o crédito, os capitais estrangeiros e as operações com decretadas pelos governos para controlar o intercâmbio
moeda estrangeira. internacional de mercadorias. Na prática, são tarifas, cotas,
BANCO COMERCIAL. É instituição financeira privada ou depósitos e licenças de importação destinados a proteger as
pública. Tem como objetivo principal proporcionar o suprimento mercadorias nacionais ou até mesmo os produtos de outro país,
oportuno e adequado dos recursos necessários para financiar, com o qual não existam acordos comerciais não-restritivos.
a curto e médios prazos, o comércio, a indústria, as empresas BASE. É o valor de um determinado momento (ou atribuído
prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. a um determinado momento) que serve de termo de comparação,
A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é quando se quer calcular uma sucessão de números-índices.
atividade típica do banco comercial. Deve ser constituído sob a BASE MONETÁRIA AMPLIADA. Inclui, além da Base
forma de sociedade anônima e na sua denominação social constar Monetária Restrita, os depósitos compulsórios em espécie (exceto
a expressão “Banco”. sobre recursos à vista), os títulos federais em poder do público
BANCO COOPERATIVO. É banco comercial com descontadas as LBC-E (títulos do Banco Central trocados por
participação exclusiva de cooperativas de crédito singulares títulos estaduais) e as operações de financiamento dos papéis
(exceto as do tipo “luzzatti”) e centrais, bem como federações e (títulos federais que lastreiam o redesconto de liquidez e operações
confederações de cooperativas de crédito. Deve ser constituído compromissadas).
sob a forma de sociedade anônima fechada, e na sua denominação BASE MONETÁRIA RESTRITA. É o passivo monetário
social deve constar a expressão “Banco Cooperativo”. Tem sua do Banco Central, também conhecido como emissão primária
atuação restrita às Unidades da Federação em que estão situadas as de moeda. Inclui o total de cédulas e moedas em circulação e os
sedes das pessoas jurídicas controladoras. recursos da conta”Reservas Bancárias” decorrentes do controle
BANCO DE DESENVOLVIMENTO. É instituição financeira dos depósitos à vista. É a principal variável de política monetária,
pública não federal que tem como objetivo principal proporcionar refletindo o resultado líquido de todas as operações ativas e
o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao passivas do Banco Central.
financiamento, a médio e longo prazos, de programas e projetos BBF. Bolsa Brasileira de Futuros. Ver BM&F.
que visem a promover o desenvolvimento econômico e social BEM PÚBLICO. Benefício (ou benefícios) concedido pelo
do respectivo Estado onde tenha sede, cabendo-lhe apoiar Estado para todos os cidadãos, proporcionando-lhes condições
prioritariamente o setor privado. Excepcionalmente, quando o iguais para sua utilização e desfrute e para o atendimento de bem-
estar coletivo.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

BENCH MARK. Expressão em inglês que significa “ponto BM & F. Bolsa de Mercadorias & Futuros. Criada em 9 de
de referência” ou “unidade-padrão”, para que se estabeleçam maio de 1991 pela fusão entre a Bolsa de Mercadorias de São
comparações entre produtos, serviços, processos, títulos, taxas de Paulo, primeira no Brasil a introduzir operações a termo, e a Bolsa
juros etc., de tal modo a saber se os demais produtos, serviços, Mercantil & de Futuros. Em 30 de junho de 1997, ocorre nova
títulos etc. se encontram acima ou abaixo em relação ao que serve fusão, agora com a Bolsa Brasileira de Futuros - BBF, fundada em
como referência. 1983 e sediada no Rio de Janeiro, com o objetivo de fortalecer o
BENS DE CAPITAL. Bens econômicos que servem para mercado nacional de commodities, consolidando a BM&F como
a produção de outros bens (em especial os bens de consumo), principal centro de negociação de derivativos do Mercosul.
material de transporte, instalações de uma indústria, etc. BNDES. Sigla do Banco Nacional de Desenvolvimento
BENS DE CONSUMO. Designação de produtos e serviços Econômico e Social, instituição financeira federal criada em
úteis que satisfazem as necessidades diretas dos consumidores, 1952 para fomentar o desenvolvimento dos setores básicos da
como por exemplo: alimentos, sapatos, roupas, eletrodomésticos, economia brasileira, então sob a sigla de BNDE: por decreto-lei
etc. de 25/5/1982, passou a ter também a responsabilidade de gerir o
BENS DE CONSUMO DURÁVEIS. Bens de consumo Fundo de Investimento Social (Finsocial), acrescentando a palavra
de vida útil em tempo relativamente longo, como por exemplo: ‘social’ ao seu nome e o ‘S’ à sua sigla; a partir de janeiro de
1992, passou também a financiar empresas estrangeiras, através
automóveis, eletrodomésticos, casa.
de repasse de linhas de crédito concedidas pelo Banco Mundial e
BENS DE CONSUMO NÃO-DURÁVEIS. Bens de consumo
Banco Interamericano de Desenvolvimento.
cujo tempo de vida útil é reduzido - como os alimentos com
BOLSA DE FUTUROS. Mercado de commodities em que os
elevadas possibilidades de deterioração - e por isso são utilizados contratos de futuros em instrumentos financeiros ou as mercadorias
uma única vez; diferem dos bens duráveis também pelo fato de físicas como o trigo e a soja são comercializadas nestas bolsas.
que a sua comercialização incorre em menores oscilações, por Ações e opções também são comercializadas nestas bolsas.
exemplo, a modismos ou outras influências. BOLSA DE MERCADORIAS. Mercado centralizado para
BENS IMÓVEIS. Entendem-se os que, por sua natureza de transações com mercadorias, sobretudo os produtos primários de
imobilidade ou fixação ao solo, seja natural ou artificial, mas de maior importância no comércio internacional e no comércio interno,
modo permanente não se possam mover, em seu todo, sem se como café, açúcar, algodão, cereais, etc. (as chamadas commodities).
desfazerem ou se destruírem. Realizando negócios tanto com estoques existentes quanto com
BENS LIVRES. Bens que satisfazem necessidades e suprem estoques futuros, as bolsas de mercadorias exercem papel estabilizador
carências, mas são tão abundantes na Natureza que não podem no mercado, minimizando as variações de preço provocadas pelas
ser monopolizados nem exigem trabalho algum para serem flutuações da procura e reduzindo os riscos dos comerciantes.
produzidos; não têm, portanto, preço, como o ar e a luz do sol. BOLSA EM ALTA. Diz-se que a Bolsa está em alta, quando
BID - BANCO INTERAMERICANO DE o índice médio do dia considerado é superior ao índice médio do
DESENVOLVIMENTO. Instituição internacional, sediada em dia anterior.
Washington, criada em 1959 para prestar ajuda financeira aos países BOLSA EM BAIXA. Diz-se que a Bolsa está em baixa,
da América Latina e do Caribe subscrito inicialmente pelos países quando o índice médio do dia considerado é inferior ao índice
americanos, conta desde 1974 com 12 nações fora do continente: seus médio do dia anterior.
acionistas principais são Estados Unidos, Canadá, Brasil, Argentina BOLSA ESTÁVEL. Diz-se que a Bolsa está estável, quando
e México. o índice médio do dia considerado é igual ao índice médio do dia
BIRD -BANCO INTERNACIONAL DE RECONSTRUÇÃO anterior.
E DESENVOLVIMENTO. Tambémconhecido como Banco BOND. Título, bônus, obrigação, debênture, apólice; fiança,
Mundial. É instituição financeira ligada à ONU, criada em 1944 garantia.
na Conferência BONIFICAÇÃO. Vantagem concedida pelo vendedor ao
de Bretton Woods com a finalidade de conceder recursos a comprador em uma transação comercial (pela diminuição do preço
ou pelo fornecimento de quantidade maior que a estipulada); no
governos e a grandes empresas (mediante garantias oficiais) para
mercado de capitais, designa a distribuição gratuita de ações novas
projetos de desenvolvimento e de assistência técnica.
aos acionistas de uma empresa, proporcionalmente à quantidade já
BIS - BANK FOR INTERNATIONAL SETTLEMENTS.
possuída, em decorrência de aumento do capital, por reavaliação
O BIS foi criado como um banco para os bancos centrais e, em do ativo ou a utilização de reservas e de lucros acumulados.
muitos aspectos, ele opera como um banco comercial. Os bancos BONIFICAÇÃO EM AÇÕES (FILHOTES). Ações emitidas
centrais depositam parte de reservas oficiais em moeda com o por uma empresa em decorrência de aumento de capital, realizado
BIS, que as reinveste no mercado de Euromoeda ou nosmercados pela incorporação de reservas e/ou de outros recursos, e distribuídas
nacionais. É uma empresa de capital aberto cujos 33 acionistas gratuitamente aos acionistas, na proporção da quantidade de ações
incluem quase todos osbancos centrais europeus mais os bancos que já possuem.
centrais da Austrália, Canadá, Japão e África do Sul. BONIFICAÇÃO EM DINHEIRO. Distribuição aos
BLUE-CHIP. Termo de origem inglesa que no âmbito do acionistas, além dos dividendos, de valor em dinheiro referente a
mercado de capital designa ação de empresa de grande porte e alto reservas até então incorporadas.
conceito no mercado, o que lhe confere ótima liquidez e procura BORDERÔ. Forma aportuguesada do termo francês
acentuada: no Brasil, são consideradas bluechips as ações estatais bordereau, utilizado para denominar a relação de títulos de créditos
como Banco do Brasil, Petrobrás, e de algumas tradicionais que um cliente leva ao banco a fim de realizar uma operação de
empresas privadas. desconto ou cobrança.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

BRADIES. Papéis da dívida externa de países emergentes CÂMBIO. Corresponde à troca da moeda de um país pela
que foram renegociados de acordo com as regras do Plano Brady, divisa de outro. As taxas de câmbio regulam as trocas internacionais,
batizado com o nome do ex-diretor do Tesouro dos EUA, Nicholas além de referenciar preços entre as moedas. Até o século passado,
Brady. Por esse plano, foram emitidos títulos para substituir a dívida as reservas de ouro e/ou prata (padrão ouro) definiam o valor das
antiga desses países e foi aplicado um desconto sobre o valor dos moedas. Atualmente, as relações de câmbio são negociadas e
arbitradas entre os países mais fortes economicamente, levando-se
débitos.
em conta a capacidade produtiva, o nível da participação das trocas
BREAK EVEN POINT - BEP. Termo inglês, já incorporado internacionais, ou ainda os interesses regionais. No Brasil, a rede
ao vocabulário de negócios brasileiro, que designa o ponto de bancária é intermediária das operações cambiais, devidamente
equilíbrio: ponto que define o volume exato de produção e/ou de autorizada e fiscalizada pelo Banco Central.
vendas em que a empresa nem ganha nem perde dinheiro, quando CAPITAL. No sentido mais abrangente, é definido pela teoria
receitas e despesas se igualam - vale dizer, quando ‘o negócio se econômica como o estoque de riqueza produzido e acumulado
paga’; acima dele, a empresa começa a gerar lucro; abaixo, sofre pelo homem. Engloba os meios de produção (as fábricas,
prejuízo, e sua análise é utilizada exatamente para estimar os os equipamentos, as matérias-primas), os bens produzidos
lucros ou perdas que ocorrerão nos vários níveis de produção e/ e construídos. Os recursos naturais, como a terra, os rios, as
ou vendas. florestas, as jazidas do subsolo somente se convertem em capital
BROKER. Termo inglês para designar corretor que atua quando o homem aplica neles as técnicas de produção. De forma
muito imprecisa, o capital produtivo é representado pelo volume
como intermediário entre duas ou mais pessoas envolvidas em
de ações e outros títulos do mercado financeiro.
transação comercial ou financeira de qualquer espécie, recebendo CAPITALIZAÇÃO. Aplicação, reinversão ou reaplicação dos
remuneração pela intermediação. resultados ao patrimônio de uma empresa.
BULL. Especulador que espera uma alta do mercado. CAPTAÇÃO. Designação dada geralmente ao ato de venda
CADASTRO. Conjunto de informações econômicas, de títulos por parte de bancos privados, estaduais e federais ou do
financeiras, comercias e sociais, referentes a pessoas ou empresas, Banco Central do Brasil para obtenção de recursos no mercado.
que permite decidir quanto aos riscos de uma operação comercial A captação pelo Banco Central pode ser feita com títulos de sua
ou financeira. própria emissão ou por conta do Tesouro Nacional com objetivo
CADERNETA DE POUPANÇA. Denominação das contas de política monetária restritiva. O Banco Central também capta
administradas pela rede bancária privada, pelo Banco do Brasil recursos por intermédio de leilões de oferta pública (mercado
primário) por conta do Tesouro para atender à necessidade de
e pela Caixa Econômica Federal (CEF), auferindo juros de 0,5%
fluxos de caixa do Governo.
a.m. e correção monetária com base na TR - Taxa Referencial de CARRY-BACK. Expressão em inglês que, literalmente, quer
Juros. Estes rendimentos são creditados mensalmente e contados dizer “carregar para trás”, utilizada pelas empresas para evitar a
sobre o menor saldo do período, sempre na data coincidente incidência do Imposto de Renda em determinado ano, quando as
à da abertura da conta. Os recursos da caderneta se destinam a perdas
financiar construções de moradias, através do Sistema Financeiro observadas num período podem ser lançadas retroativamente
de Habitação gerido pela CEF. ou no exercício seguinte (carry forward), para reduzir a média dos
CAIXA. Denominação dada à reserva de numerário que uma lucros tributáveis.
empresa mantém em sua dependência para cobertura das despesas CARRY-OVER. Expressão inglesa (que significa transporte)
imediatas. Em contabilidade, é a conta que registra o movimento de utilizada no mercado de títulos negociáveis: por ela o detentor de um
dinheiro; os recebimentos, os débitos, os pagamentos, os créditos. título pode adiar a data do resgate, recebendo juros pelo prazo maior,
em contrapartida ao fato, de o emitente poder dispor do dinheiro para
Os locais onde se paga e recebe também são chamados de caixa,
outras atividades.
assim como as pessoas que exercem função de pagar e receber. CARTA DE CRÉDITO. Constitui a garantia ao exportador
CÂMARA DE COMÉRCIO. Associação destinada a ou importador, assegurando-lhes o recebimento de divisas e
congregar comerciantes e industriais que compartilham os mesmos de mercadoria ou serviço, de acordo com especificações pré-
interesses em determinado ramo de atividade econômica. Pode determinadas.
ter caráter regional, servindo como órgão representativo de seus CARTA DE INTENÇÃO. Documento enviado pelo governo
membros junto aos poderes constituídos. Há também câmaras de ao Fundo Monetário Internacional contendo medidas de política
comércio em âmbito internacional, com o objetivo de incentivar econômica aos desequilibrios provocados em seu setor externo.
o intercâmbio comercial entre dois países, cada um dos quais CARTA DE RECOMPRA. Documento utilizado no mercado
mantém, no outro, escritório de informações e mostruário dos financeiro, através do qual um vendedor (geralmente um banco ou
instituição financeira), devidamente habilitado pelo Banco Central,
produtos que pode oferecer ao mercado local.
se compromete a recomprar, de um comprador (seus clientes), os
CÂMARAS SETORIAIS. Órgãos integrados pelos representantes títulos negociados sob determinadas condições de preço, prazos e
do governo, dos produtores e dos trabalhadores, destinados ao estudo e taxas de desconto.
debate de políticas de custos, tributação, salários e preços nos diversos CARTEL. Grupo de empresas que, embora se mantenham
setores industriais. formalmente independentes, fazem acordos para atuar em sintonia
CAMBIAL. Título de crédito formal, autônomo e completo, com os interesses comuns de domínio dos mercados. Seus objetivos
contendo a obrigação de pagar, ou a de fazer pagar, determinada são o controle da produção e das vendas, controle dos preços,e das
soma de dinheiro, no tempo e no lugar especificado. Abrange a nota matérias-primas e a divisão do mercado em faixas proporcionais
promissória (obrigação, promessa de pagar) e a letra de câmbio a cada participante. Os cartéis constituem fundos destinados a
(ordem de pagamento). impedir que outras empresas penetrem em suas áreas de produção

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

e distribuição e também para punir o membro do grupo que CÉDULA HIPOTECÁRIA. É um tipo de crédito lastreado
desrespeite o acordo. Embora seja coibida internamente, há países por hipoteca. É o instrumento hábil para a representação dos
que estimulam a atuação dos cartéis no mercado internacional. respectivos créditos hipotecários.
CASAMENTO DE OPÇÕES. Compra ou venda, por um CÉDULA PIGNORATÍCIA DE DEBÊNTURES. As
mesmo aplicador, de igual número de opções de compra e de venda instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central do Brasil
sobre a mesma ação-objeto, com idênticos preços de exercício e a efetuar esse tipo de operação poderão emitir cédulas garantidas
datas de vencimento. pelo penhor de debêntures que conferirão aos seus titulares direito
CASH-FLOW. Expressão inglesa que significa ‘fluxo de e crédito contra o emitente, pelo valor nominal e os juros nelas
caixa’. Define a movimentação de entradas e saídas do numerário no estipulados.
caixa de uma empresa. Também intitula um quadro demonstrativo e CERTIFICADO. Documento que comprova compra de
cronológico de previsão dos ingressos e saídas dos recursos de caixa títulos (certificado de compra de ações, por exemplo) ou valores
num período futuro (dias, meses, anos) que constitui instrumento (certificado de investimento), podendo alguns deles (certificado de
de fundamental importância para programação financeira de uma depósito bancário, por exemplo) serem negociáveis.
empresa em operação ou para a implantação de um projeto. Neste CERTIFICADO DE DEPÓSITO A PRAZO FIXO. São
último caso, a análise do fluxo de caixa permite a definição do ponto promessas de pagamento futuro das importâncias depositadas
de equilíbrio do empreendimento. e constituem exigibilidades das instituições que os emitem. São
CAUÇÃO. Contrato pelo qual uma pessoa se obriga a satisfazer autorizados a receber esse tipo de depósito os bancos comerciais
e cumprir as obrigações contraídas por um terceiro, se este não as e os bancos de investimento. Podem ser transferidos mediante
cumprir. “Prestar caução” significa fazer depósito em valores, títulos
endosso pelo depositante.
da dívida pública, papéis de crédito ou hipoteca de bens de raíz.
CESTA DE MOEDAS. Forma de determinar o valor
Também é caução o depósito em títulos da dívida pública, como
ponderado e moedas de diversos países, interrelacionadas
garantia da seriedade de uma licitação ou do cumprimento de um
comercial e financeiramente, cujo acerto de cotação é feito no
contrato.
balanço de pagamento de forma escritural; na prática, conjunto de
CAUTELA. Certificado comprovante das ações de uma
sociedade anônima, emitido por esta, que é entregue ao acionista moedas que forma uma espécie de ‘moeda contábil internacional’,
logo em seguida à realização da operação de compra, para depois correspondente ao DES.
ser substituído pelas ações . CETERIS PARIBUS. Expressão latina que significa
C - BONDS. Títulos da dívida externa brasileira (Bradies) ‘permanecendo constantes todas as demais variáveis’; em
mais negociados no exterior. economia, utilizada quando se deseja medir e avaliar as
CC-5. Título de razão criado pelo Banco Central do Brasil para conseqüências de mudanças de uma variável sobre outra, supondo-
estabelecer critérios para movimentação e conta corrente no Brasil se as demais alteradas.
titulada por pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas CETIP. Central de Custódia e Liquidação de Títulos Privados.
no exterior, as quais por não serem contribuintes não detêm uma das Normatizada pelo Banco Central e administrada pela Andima
condições básicas para o cadastramento e abertura de conta no País. (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto). Local
Pessoas físicas e jurídicas residentes ou com sede no País podem de custódia, registro e liquidação de títulos privados basicamente
fazer remessas através dessas contas em benefício próprio ou para DBs, CDI, Letra de Câmbio, bem como de alguns títulos estaduais
eneficiários no exterior, devendo registrar a origem dos recursos, a e municipais. Começou a operar em março de 1986.
identidade do depositante e a do favorecido. CHEQUE. Ordem de pagamento em dinheiro à vista, a
CDB -CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. É o favor de terceiros ou do próprio emitente, emitida sobre fundos
mais antigo e utilizado título de captação de recursos pelos bancos disponíveis em poder do sacado (banco).
comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento CHEQUE À ORDEM. Tipo de cheque que tem esta indicação
e bancos múltiplos que tenham uma destas carteiras, sendo explícita, sendo transmissível por endosso.
facialmente conhecido como depósito a prazo. Os recursos captados CHEQUE AO PORTADOR. Cheque que não contém o nome da
através desse instrumento são repassados aos clientes na forma de pessoa favorecida, podendo, por isso, ser pago ao portador. A partir da
empréstimo. O prazo mínimo é de 30 dias para os títulos prefixados, Lei 8.021, de 12/04/1990, passou a ser obrigatória a cissão de cheques
que embutem uma expectativa inflacionária na fixa nominal, já nominativos para valores acima de 100 TNs, hoje equivalentes a R$
que o ganho real (nominal - inflação) só será conhecido no dia do 100,00 (cem reais).
resgate. Para os títulos pós-fixados sempre em TR o prazo mínimo é CHEQUE DE VIAGEM. Tipo de cheque pagável em qualquer
de 4 meses data a data. agência do banco que o emite, em qualquer parte do país, mediante
CDI -CERTIFICADO DE DEPÓSITO INTERBANCÁRIO contra-assinatura e identificação.
OU CERTIFICADO DE DEPÓSITO INTERFINANCEIRO. CHEQUE NOMINAL. Cheque que tem expresso o nome do
Título semelhante ao CDB, porém de uso restrito às instituições beneficiário e será transmissível por endosso se contiver a cláusula
financeiras. Estas trocam recursos entre si via CDls, equilibrando suas ‘à ordem’.
necessidades de recursos . O prazo do CDI é variável a partir de 1 CHEQUE PRÉ-DATADO. É aquele emitido com data futura para
(um) dia (chamado de Certificado de Depósito Interfinanceiro). As desconto ou depósito. Nada, porém, garante o pacto entre emitente e o
operações de 1 dia são importantes porque definem um patamar o favorecido. A qualquer tempo que o cheque for apresentado ao banco
qual serve de parâmetro para o custo das trocas de reserva bancária.
será aceito, caso haja fundos. O Banco Central não lhe reconhecia
Representa a estimativa da taxa over-selic do dia seguinte, mas é
legitimidade, mas seu uso é tolerado. CHEQUE SEM FUNDOS.
influenciada pela taxa over-selic do dia.
Denominação ao cheque sem a correspondente provisão de fundos.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

CIRCUIT BREAKER. Medidas adotadas pelas principais de bens; o confisco ocorre no momento da conversão da quantia
bolsas de valores e commodities para interromper temporariamente recebida em moeda nacional e é feito com o objetivo de controlar
operações e índices futuros de ações, quando o mercado chegar até o preço de produtos no mercado internacional, sobretudo quando
um determinado ponto em um período especificado. O objetivo atingem elevadas cotações no exterior, e/ou fornecer divisas ao
é evitar a queda livre do mercado e permitir uma avaliação das governo para financiamento de outras atividades.
ordens de compra e venda. CONSIGNAÇÃO. Ato de entrega de uma mercadoria, por
CLC - CAMARA DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA. Serviço parte de seu proprietário, a um comerciante ou agente encarregado
de custódia prestado pela Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. de sua comercialização, o qual se responsabiliza e se obriga a
LEARING. Termo inglês que designa sistemática de prestar contas apenas da parcela que efetivamente for vendida em
compensação de cheques ou de contas entre bancos; Clearing um prazo estipulado a priori.
House nomina Câmara de Compensação. CONTA. Em contabilidade, designa o instrumento de registro
CLUBE DE INVESTIMENTOS. Grupo de pessoas físicas que tem por finalidade reunir fatos contábeis da mesma natureza.
constituído com o fim de comprar e vender valores mobiliários CONTAS NACIONAIS. Quadro sintético que agrupa o
em comum.
conjunto dos débitos e créditos de forma simplificada dos agentes
CLUBE DE PARIS. Formação que reúne os dez principais
e das operações. Destacando os empregos no lado esquerdo
países industrializados para o estudo e a reforma do Sistema
e os recursos no lado direito, justapõe em colunas as contas,
Monetário Internacional e para a coordenação de política
distinguindo, se for o caso, as contas de resultados, de destinação,
monetárial. Seus integrantes são todos membros do Fundo
Monetário Internacional: França, Reino Unido, Itália, Bélgica, da apropriação de capital e registros financeiros de forma bastante
Alemanha, Holanda, Suécia, Estados Unidos, Canadá e Japão. agregada. Em países de longa experiência inflacionária, cada
COMMERCIAL PAPER. Trata-se de título nominal, de conta é apresentada a preços correntes e em termos reais, isto é,
curto prazo, de emissão de pessoa jurídica e de sua exclusiva a preços deflacionados. Somente descontada a inflação, podem-se
responsabilidade, colocado no mercado com desconto a favor do confrontar e contrapor os resultados através dos anos, a fim de
investidor, pela rede de distribuição do mercado de capitais ou visualizar o processo (e rumos) do desenvoIvimento.
diretamente pela S.A. emitente. CONTENCIOSO. Serviço jurídico ou consultoria jurídica de
COMMODITIES. Termo em inglês que significa mercadorias, um banco encarregado dos litígios em justiça.
designa produtos primários ou básicos, como café, algodão, açúcar, CONTINGÉNCIA. O mesmo que contingente: reserva de
minérios, petróleo, etc. produtos exportáveis e importáveis, utilizada como medida de
COMPANHIA. Denominação jurídica da sociedade anônima política protecionista - também denominada contingenciamento,
comercial, industrial ou de economia mista, embora na linguagem que consiste na imposição de limites à produção, comercialização
coloquial signifique também empresa. e importação ou exportação de um produto.
COMPANHIA ABERTA. Designação, para todos os efeitos CONTRATO. Acordo de vontades entre duas ou mais pessoas
legais, regulamentares e operacionais, de sociedade anônima que, reciprocamente, se atribuem direitos e obrigações. Os
registrada na Comissão de Valores Mobiliários cujos títulos são contratos costumam ser escritos e, em alguns casos, a lei prevê
negociados em bolsa de valores. uma forma solene para sua celebração, mas podem ser também
COMPANHIA HIPOTECÁRIA. É instituição que tem consensuais ou verbais. Em princípio, ninguém é obrigado a
por objetos, entre outros, conceder financiamentos destinados vincular-se contratualmente. Para que o contrato tenha validade
à produção, forma ou comercialização de imóveis residenciais jurídica, exige-se que as partes tenham capacidade de contratar
ou comerciais e lotes urbanos; repassar recursos destinados ao e que o objetivo do contrato seja lícito. A parte que causar o
financiamento produção ou da aquisição de imóveis residenciais. rompimento do contrato sujeita-se a ser constrangida, pela Justiça,
Deve ser instituída sob a forma de sociedade anônima e na sua a ressarcir os danos causados à outra parte.
denominação deve constar a expressão “Companhia Hipotecária”. CONTRATO DE MÚTUO. No âmbito da economia, designa
COMPENSAÇÃO. Ajuste de contas entre duas pessoas
um tipo de contrato, também denominado empréstimo de consumo,
ou empresas, reciprocamente credoras e devedoras, através
em que o mutuante (a parte que cede o objeto de empréstimo)
da apuração e acerto das diferenças de valores: as contas de
recebe do mutuário (que deve responsabilizar-se pela devolução
compensação são registros de direitos e obrigações condicionais,
ao final do prazo contratado) um pagamento
aparecem no ativo e no passivo dos balanços em partida dobrada.
COMPENSAÇÃO, CÂMARA DE. Organização que reúne mensal ou anual pela cessão de determinado bem, no caso
vários bancos de uma cidade ou região, com o objetivo de liquidar considerado fungível, isto é, substituível por outro bem da mesma
débitos entre eles, compensando todos os cheques emitidos entra espécie e qualidade, e na mesma quantidade.
cada um de seus membros, mas apresentados para cobrança em CONTROLADORES. Para efeito do exame de processos no
qualquer um dos outros. Banco Central do Brasil, são considerados como controladores
CONCORDATA. Sentença judicial pela qual um comerciante tanto os diretos quanto os indiretos (pessoas jurídicas
acerta com seus credores o modo de pagar-lhes o que lhes deve, intermediárias e pessoas físicas controladoras finais). Quando não
quando não há condições para efetuar os pagamentos como estiver perfeitamente definido o controle societário da instituição,
anteriormente havia sido convencionado. serão considerados como controladores todos os acionistas/
CONFISCO CAMBIAL. Ato praticado pelo governo quotistas detentores de ações/quotas com direito a voto, os quais
brasileiro a exportadores, que consiste na retenção de parte do valor possam se compor com outros acionistas/quotistas para formar o
recebido, em moeda estrangeira, como pagamento pela exportação grupo controlador.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

CONTROLE ACIONÁRIO. Poder de decisão sobre a CORREÇÃO MONETÁRIA. Sistemática concebida e


empresa, garantido pela posse da maior proporção das ações com implementada para atenuar o efeito da corrosão da moeda pelo
direito a voto, pelo acionista majoritário. processo inflacionário e atualizar valores financeiros, consistindo
CONTROLE CAMBIAL. Regime que obriga todas as na aplicação de um índice, baseado na taxa oficial de inflação, para
operações que impliquem uma conversão de divisas a uma efeito de reajustamento periódico de títulos da dívida pública e
autorização administrativa. títulos privados, inclusive os depósitos e saldos de poupança, ativos
CONTROLE DE PREÇOS. Forma de regulamentação dos financeiros institucionais, créditos fiscais e ativos patrimoniais das
preços, que constitui o modo de intervenção mais direto e mais empresas; criada e implementada, no Brasil, em 1964, durante o
radical do poder público no mercado. Regulado, seja no interesse governo Castelo Branco, por inspiração dos então ministros da
do produtor ou no do consumidor, o controle dos preços visa a Fazenda, Octavio Gouvéa de Bulhões, e do Planejamento, Roberto
fixar um preço mínimo ou um preço máximo. No mercado de
Campos, foi eliminada em 1986 por ocasião da decretação do
trabalho, em geral, o controle dos preços manifesta-se com o
‘Plano Cruzado’ e reintroduzida a partir de 1987, quando a inflação
estabelecimento de um preço mínimo. No mercado de produtos, o
retornou a níveis elevados, e novamente extinta - pelo menos
Estado intervém freqüentemente para fixar preços máximos.
oficialmente e com essa denominação - em 1990, pelo ‘Plano
CONTROLLER. Termo inglês, designa executivo que
representa a maior hierarquia no controle de gestão empresarial, Collor’. Atualmente, existe na prática, de forma não explícita,
com o poder de veto nas decisões que envolvam os aspectos lastreada na TRD (Taxa Referencial Diária).
jurídicos e fiscais, vis-à-vis às leis, os estatutos da empresa e a CORRETAGEM. Taxa cobrada em operações financeiras
ética. e outros tipos de negócios, sempre que existir um intermediário
CONVERSÃO DE DÍVIDAS. Troca de títulos de dívida entre vendedor e comprador: nas bolsas de valores, por exemplo,
pública, vencidos ou a vencer, por outros com vencimentos a prazo refere-se ao preço cobrado pelas corretoras nas operações de
mais longo. Equivale, na prática, a uma rolagem da dívida, já que compra e venda de ações por conta de terceiros.
seu vencimento é “empurrado” para o futuro. No que se refere CORRETOR. No comércio, é um agenciador de negócios, um
à dívida externa de um país, pode consistir na transformação de intermediário entre vendedor e comprador, ora representando um,
parte dessa dívida em capital de risco, operação que geralmente ora representando o outro.
implica um deságio no ato de conversão. CORRETORA. Instituição intermediária na compra e venda
COOPERATIVAS. É uma sociedade de pessoas, com forma de valores mobiliários.
e natureza jurídica próprias, sem fins lucrativos, constituída para CORRETORA DE CÂMBIO. Entidade que funciona como
prestar serviços aos associados. intermediária entre o comprador da moeda estrangeira e o banco
COOPERATIVAS DE CRÉDITO. As cooperativas de crédito comercial autorizado a fechar operações de câmbio. A corretora
devem adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a pesquisa o mercado para obtenção de melhores condições
expressão “Cooperativa”, vedada a utilização da palavra “banco”. na negociação e também se encarrega do processamento da
Devem possuir o número mínimo de 20 (vinte) cooperados e documentação exigida.
adequar sua área de ação às possibilidades de reunião, controle, COTA. Contingente ou a porção de bens ou valores a ser
operações e prestações de serviços. São autorizadas cooperativas entregue pelo sócio para a composição do capital social.
de dois tipos: cooperativas de economia e crédito mútuo e COTAÇÃO. Preço oferecido em Bolsa ou câmara de comércio
cooperativas de crédito rural. para a compra e venda de títulos, mercadorias, papéis de crédito,
COOPERATIVA DE CRÉDITO RURAL. É a cooperativa de etc.
crédito cujo quadro social é formado por pessoas físicas que, de CRASH. Denominação dada a uma forte queda nas bolsas de
forma efetiva e preponderante, desenvolvem, na área de atuação
valores. O crash mais famoso teve início no dia 24 de outubro de
da cooperativa, atividades agrícolas, pecuárias ou extrativas,
1929, na bolsa de valores de Nova York, inaugurando a grande
ou se dediquem a operações de captura e transformação de
crise econômica mundial dos anos 30. Mais recentemente, em 19
pescado e, excepcionalmente, por pessoas jurídicas que exerçam
de outubro de 1987, a bolsa de Nova York voltou a sofrer uma
exclusivamente as mesmas atividades.
COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO. É queda acentuada, de cerca de 22% num só dia, mas que não teve
a cooperativa de crédito cujo quadro social é formado por pessoas conseqüências depressivas como a de 1929, isto é, as bolsas mais
físicas que exerçam determinada profissão ou atividades comuns, ou importantes do mundo se recuperaram rapidamente e as economias
estejam vinculadas à determinada entidade e, excepcionalmente, por dos países industrializados continuaram crescendo.
pessoas jurídicas que, na forma da lei, se conceituem como micro ou CRÉDITO BANCÁRIO. Possibilidade de efetuar transações
pequena empresa que tenham por objeto as mesmas ou correlatas com estabelecimentos bancários.
atividades econômicas das pessoas físicas ou, ainda aquelas sem fins CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR (CDC). É o
lucrativos, exceto cooperativas de crédito. financiamento concedido por uma Financeira para a aquisição
CORREÇÃO CAMBIAL. Processo de atualização das taxas de bens e serviços por seus clientes. Sua maior utilização é
cambiais, o que implica, via de regra, desvalorização da moeda normalmente para a aquisição de veículos e eletrodomésticos. O
nacional em relação a moedas estrangeiras, determinada em função bem assim adquirido, sempre que possível, serve como garantia da
da situação interna do país e da política econômica em vigor com operação, ficando a ela vinculado pela figura jurídica da alienação
vista sobretudo a anular as perdas provocadas pela inflação interna fiduciária pela qual o cliente transfere à financeira a propriedade
em confronto com a inflação internacional e estimular a exportação do bem adquirido com o dinheiro emprestado, até o pagamento
ao mesmo tempo em que se inibe a importação. total de sua dívida.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

CRÉDITO DOMÉSTICO LIQUIDO. Definido como a CUSTOS DE OPORTUNIDADE. Conceito de custos utilizado
diferença entre papel-moeda em poder do público e reservas por Marshall segundo o qual os custos não devem ser considerados
internacionais líquidas, convertidas em reais a taxa média de como absolutos, mas iguais a uma segunda melhor oportunidade
câmbio para compra. de benefícios não aproveitada. Ou seja, quando a decisão para a
CRÉDITO HIPOTECÁRIO. Possibilidade de levantar utilização de um fator A exclui a escolha de um fator B, que pode
dinheiro mediante a garantia de hipoteca de imóvel de legítima ser melhor, os benefícios não aproveitados decorrentes de B são
propriedade. considerados como opportunity costs, custos de oportunidade.
CRÉDITO IMOBILIÁRIO. Financiamento de casas e CUSTOS DE PRODUÇAO. Soma de todos os custos
apartamentos. originais na utilização dos bens materiais (matérias-primas, mão-
CRÉDITO INTERNO LÍQUIDO. Mesmo conceito de Crédito de-obra, depreciação, patentes, gastos diversos) para a elaboração
Doméstico Líquido. de produtos e/ou prestação de serviços.
CRÉDITO MERCANTIL. Possibilidade de que dispõe o CUSTOS DE TRANSAÇÃO. Conceito relacionado com os
comerciante de realizar compras a prazo. custos necessários para a realização de contratos de compra e
CRÉDITO PESSOAL. Possibilidade de alguém obter venda de fatores num mercado composto por agentes formalmente
financiamentos baseado unicamente em seu bom nome, conceito ou independentes. Esses custos são comparados com aqueles
patrimônio e na tradição de correto cumprimento das obrigações. necessários à internalização dessas atividades no âmbito da própria
CREDIT RATING. Expressão inglesa que significa índice empresa e constituem um critério importante na tomada de decisão
de crédito. Avaliação da capacidade de pessoas ou empresas nas empresas modernas.
cumprirem obrigações financeiras assumidas. CUSTOS VARIÁVEIS. Parcela do custo total que varia
CURRENCY BOARD. Situação em que o volume de dinheiro segundo a escala de ocupação da capacidade produtiva da empresa
que circula internamente fica na dependência do nível das reservas e da aplicação dos fatores de produção, em função do tempo,
internacionais. quantidade, etc. como, por exemplo, custos com matérias-primas
CURTO PRAZO. Operações ativas e passivas que em (cujos valores variam em função das quantidades), salários por
determinadas condições da conjuntura podem ser consideradas
produção, etc.,
como de até 90 dias.
CUSTÓDIA. Guarda de títulos assumida por instituição
CUSTO BRASIL. Denominação genérica dada a uma série de
financeira; departamento de banco ou corretora responsável pela
custos de produção, ou despesas incidentes sobre a produção, que
custódia de títulos e valores.
tornam difícil ou desvantajoso para o exportador brasileiro colocar
CVM -COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS.
seus produtos no mercado internacional, ou então tornam inviável
Autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda, cujo
ao produtor nacional competir com os produtos importados. Tais
custos estariam relacionados com aspectos legais (legislação objetivo é fiscalizar e disciplinar todas as operações realizadas em
trabalhista, por exemplo, e os encargos sociais), instituições bolsas de valores e no mercado de capitais.
(excesso de burocracia para a instalação de empresas ou para a D
exportação de produtos), tributários (excesso de tributos sobre D+1. No jargão bancário, define as condições pactuadas
produtos que direta ou indiretamente participam das exportações entre o banco e o cliente para a cobrança de duplicatas, notas
ou sofrem concorrência de produtos estrangeiros), de infra- promissórias, etc. Consiste no recebimento pelo banco do valor do
estrutura (transporte inadequado, comunicações deficientes e título no dia (D) do vencimento, fazendo a retenção dos recursos
caras) e corporativas (domínio de sindicatos de trabalhadores correspondentes por um dia (+1). Há casos em que o numerário só
sobre certos tipos de atividade, dificultando a incorporação do está disponível em conta corrente dois dias após a liquidação do
progresso técnica e o aumento da produtividade). título (D+2).
CUSTOS. Avaliação em unidades de dinheiro de todos os DAÇÃO. Acordo entre credor e devedor pelo qual um bem
bens materiais e imateriais, trabalho e serviço consumidos pela (objeto, imóvel, veículo, etc.) é dado em pagamento por outro que
empresa na produção de bens industriais, bem como aqueles era devido.
consumidos também na manutenção de suas instalações. Expresso DAÇÃO EM PAGAMENTO. Consiste a dação em pagamento
monetariamente, o custo resulta da multiplicação da quantidade no contrato pelo qual o credor recebe,em substituição da prestação
dos fatores de produção utilizados pelos seus respectivos preços. que lhe é devida, coisa que não seja dinheiro. É a definição que lhe dá
CUSTOS DIRETOS. Custos que podem ser identificados o Código Civil, art. 995.
diretamente com uma unidade do produto. É DAY TRADE. Expressão em inglês que significa a realização
o caso dos custos decorrentes do consumo de matéria-prima, de uma operação financeira e sua liquidação no mesmo dia, isto
embalagem e mão-de-obra - a parte do salário paga ao operário é, a compra e a venda de um título por um mesmo operador num
que trabalha diretamente no produto, segundo o período de tempo mesmo dia, realizando-se, dessa forma, um ganho ou uma perda
gasto com a unidade que está sendo produzida. imediatos. 0 mecanismo também é conhecido como “in-and-out
CUSTOS FIXOS. Custos que permanecem inalterados trade”. Por exemplo, um operador realiza o seguinte negócio:
independentemente da ocupação da capacidade da empresa, adquire às 9 horas (noinício do Pregão) 100 onças de ouro por
originados pela própria existência da empresa, sem levar em conta 37.500 dólares. Às 14 horas (no final do Pregão), vende 100 onças
se está produzindo ou não (aluguéis, instalações, juros, etc.). de ouro por 37.650 dólares. Já que uma operação compensa a outra,
CUSTOS INDIRETOS. Custos relacionados com a fabricação essa liquidação tem preferência sobre as demais, e o operador
e que não podem ser economicamente identificados com as obtém um ganho bruto (sem contar a comissão) de 150 dólares.
unidades que estão sendo produzidas. Por exemplo: aluguel das DEALER. Termo de origem inglesa que designa um
instalações da fábrica, depreciação, mão-de-obra indireta, imposto, intermediário de negócios, condição exercida no Brasil por uma
seguro etc. instituição financeira selecionada pelo Banco Central.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

DEBÊNTURE. São títulos de crédito causais que representam DESVALORIZAÇÃO. Perda de valor de um elemento
frações do valor de contrato de mútuo, com privilégio geral sobre patrimonial, por razões diversas; redução oficial do valor real
os bens sociais, garantia real sobre os determinados bens ou sem da moeda de um país em relação a moedas estrangeiras, com o
garantia,emitidas pelas sociedades anônimas no mercado de objetivo de eliminar ou minimizar o déficit acumulado no balanço
capitais. DEBÊNTURE CONVERSÍVEL EM comercial, tornando mais caras as importações, inibindo-as, e
AÇÕES. Debênture que pode ser convertida em ações em estimular as exportações (via de regra, a desvalorização da moeda
tende a produzir pressões inflacionárias).
épocas e condições predeterminadas, mediante aumento do capital DISCLOSURE. Termo em inglês que, no mercado financeiro
social, por opção do seu portador. e nas bolsas de valores, significa a obrigação que têm todas as
DÉBITO. Dívida, obrigação; parte de uma conta na qual se ampresas que lançam títulos no mercado de revelar (to disclose) as
lançam os valores que lhe diminuem o montante. informações relevantes de sua situação econômico-financeira aos
DEFASAGEM CAMBIAL. Situação na qual a moeda de um investidores potenciais.
país encontra-se valorizada em relação às moedas fortes, o que DÍVIDA. Total dos débitos contraídos por uma pessoa física
constitui um desestímulo às exportações. Dependendo do grau ou urídica junto a outras pessoas físicas ou jurídicas. A sociedade
dessa defasagem, os exportadores deverão ser compensados com capitalista moderna estimula o consumo, essencial para que se
isenções tributárias e/ou vantagens financeiras como, por exemplo, mantenha a produção e se gerem riquezas. A dívida passou a ser
acontece com as Antecipações de Contratos de Câmbio (ACC). uma forma de acelerar o consumo, baseando-se na expectativa de
DEFAULT. Declaração de insolvência do devedor, decretada uma renda futura. Além disso, aumenta a velocidade da circulação
pelos credores quando as dívidas não são pagas nos prazos de dinheiro, pois de outra forma ele ficaria estagnado em poupanças
estabelecidos. A cláusula de default faz parte dos contratos mantidas para a compra dos produtos.
assinados pelo Brasil em seus empréstimos com as instituições DIVIDENDO. O dividendo é a parcela de lucro que corresponde
a cada ação: verificado o lucro da companhia, pelo balanço contábil,
financeias internacionais.
durante o exercício social fixado no estatuto, a administração da
DEFAULTED BONDS. Títulos não pagos no vencimento. sociedade deve propor à assembléia geral o destino que lhe deve dar. Se
DEFLAÇÃO. Fenômeno oposto à inflação; rarefação da for esse lucro distribuído aos acionistas, tendo em vista as ações, surge
moeda ou do crédito; cálculo com que se obtém a evolução real de o dividendo. Até então o acionista teve apenas expecativa de crédito
preços ou valores num determinado período, levando-se em conta dividendual. Resolvida a sua distribuição, surge o diividendo integrado
a desvalorização da moeda. pelo pagamento, no património do acionista.
DEPÓSITO. Valor deixado sob a guarda e responsabilidade de DRAWBACK. Termo inglês que significa literalmente
instituição financeira, geralmente Banco. “devolução” ou “reembolso” e que, utilizado no comércio
DEPÓSITO A PRAZO FIXO. Depósito de quantia em banco internacional, designa a devolução de imposto alfandegário pago
comercial ou de investimento, inegociável e resgatável em data por mercadorias importadas que são reexportadas para um terceiro
prefixada. Este tipo de depósito rende juros e correção monetária. país. No Brasil, no início dos anos 80 (Instrução Normativa SRF
DEPÓSITO À VISTA (OU EM CONTA CORRENTE). n.° 52 de 3-6-1983), criou-se o drawback verde-amarelo, que é um
Quantia rntregue por um correntista a um banco e da qual pode sistema praticamente idêntico ao sistema tradicional do drawback,
dispor a qualquer momento, no todo ou em parte. com a única diferença de que a matéria-prima utilizada no produto
DEPRECIAÇÃO. Reavaliação do valor dos equipamentos, exportado é comprada no mercado interno, ao contrário do sistema
tradicional, onde ela é importada.
con?siderando-se o desgaste e o obsoletismo gerados pelo tempo
DOC - DOCUMENTO DE ORDEM DE CRÉDITO. No
e pelo uso. sistema bancário, define autorização de crédito a ordem, de um
DERIVATIVOS. Operações financeiras cujo valor de negociação banco a outro, para transferência de moeda escritural em conta
deriva de outros ativos (daí o nome “derivativos”), denominados corrente, sem emissão de cheque. O DOC permite abertura imediata
ativos-objeto, com a finalidade de assumir, limitar ou transferir, do crédito, o que consiste numa vantagem sobre o cheque, por evitar
abrangem um amplo leque de operações: a termo, futuros, opções e o prazo da compensação.
swaps, tanto de commodities quanto de ativos financeiros, como taxas DÓLAR. Unidade monetária dos Estados Unidos, de ampla
de juros, cotações futuras de índices etc. A utilização ampliada dos aceitação e uso internacional irrestrito, verdadeiro padrão
derivativos no mundo todo tem gerado uma preocupação crescente referencial da economia e das finanças do mundo inteiro; sua
por parte dos bancos centrais, autoridades mo?netárias e de supervisão denominação teve origem no thaler, velha moeda alemã.
bancária e técnicos, dada a dificuldade de avaliação de sua dimensão DUPLICATA. Também chamada de conta assinada, por
e suas conseqüências em termos de riscos, na medida em que as duplicata entende-se o título que se extrai em conseqüência de
atividades financeiras tomam-se cada vez mais globalizadas. uma venda mercantil ou prestação de serviços, quando feita para
DESÁGIO. Depreciação e redução do valor nominal de um pagamento a prazo, entre comprador e vendedor domiciliados no
país.
título ou moeda, ou do preço de tabela de uma mercadoria, em
E
comparação com seu valor real no mercado. ECONOMIAS DE ESCALA. Redução de custos unitários
DESCONTO. Contrato por via do qual o banco, deduzindo decorrente de um aumento no volume (escala) de produção, seja
antecipadamente juros e despesas da operação, empresta à outra de uma empresa, setor, região ou país.
parte certa soma de dinheiro, correspondente, de regra, a crédito EMPRESA. Organização destinada à produção e/ou
deste, para com terceiro, ainda não exigível. comercialização de bens e serviços, tendo como objetivo o lucro.
DESPESA. Gasto monetário num bem útil a uma pessoa Em função do tipo de produção, distingem-se quatro categorias
ou entidade e que é consumido no ato de sua utilização. Em de empresas: agrícolas, industrial, comercial e financeira - cada
contabilidade é denominada pelo termo custo, e quando a despesa uma com um modo de funcionamento próprio. Independente da
se destina a muitosatos, caracteriza uma imobilização técnica. É o natureza do produto, a empresa se define por seu estatuto jurídico,
caso das ferramentas que se desgastam com certa lentidão. podendo ser pública, privada ou de economia mista.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

EMPRESAS COLIGADAS. Empresas juridicamente ESTAGFLAÇÃO. Situação econômica caracterizada pela


independentes, mas cuja direção pertence aos mesmos sócios. Isso conjunção de uma tendência a estagnação ou recessão seguida de
ocorre quando esse conjunto de sócios detém um percentual de inflação.
participação suficiente para assegurar o comando da empresa. ESTAGNAÇÃO. Fase de parada do crescimento. A
EMPRESAS DE CAPITALIZAÇÃO. Instituições financeiras estagnação pode ser compreendida como um fator resultante da
que oferecem ao público um tipo de poupança - os títulos de demanda em particular (investimento, exportação, consumo, etc.),
capitalização - mediante cuja aquisição se assume o pagamento de ou da atividade econômica em geral, e, portanto, da produção.
pequenas parcelas mensais. O reembolso do capital é geralmente EUROBOND. Título com valor nominal expresso em dólares
feito após períodos superiores a dez anos; então, o portador do título norte-americanos ou outras moedas e vendido a investidores fora
recebe a quantia estabelecida, acrescida de juros e, no Brasil, até o do país de origem da moeda usada. O mercado de eurobonds é
Plano Real, de correção monetária. Esses rendimentos costumam uma importante fonte de capital para empresas multinacionais e
ser inferiores aos pagos pelas cadernetas de poupança, mas os governos, inclusive do Terceiro Mundo.
portadores de títulos de capitalização concorrem mensalmente a EURODOLLARS. Direitos em dólares de bancos não
prémio em dinheiro. americanos que podem ser repassados a outros bancos ou
EMPRESA DE ECONOMIA MISTA. Sociedade da qual o instituições interessadas (comércio, indústria, entidades públicas
Estado participa majoritariamente.
e mistas).
EMPRESA ESTATAL. Empresa do Governo, que possui o
EXCHANGE. Significa câmbio, troca. Este termo tem várias
controle de todas as suas ações.
significados, sempre relacionados com troca, compra e venda.
EMPRESA MULTINACIONAL. É aquela organização que
atua em diversas nações, simultaneamente. Uma expressão comumente usada no setor bancário é “clearing
EMPRESA SUBSIDIÁRIA (VINCULADA OU house exchange” (Câmara de Compensação), local onde se efetua
CONTROLADA). Empresa cujo capital, em sua maior parte, a troca de papéis pertencentes aos diversos bancos que fazem
pertence a outra empresa. parte da Câmara. No setor financeiro, a palavra “exchange” indica
EMPRÉSTIMO. Quantidade em dinheiro cedida por uma pessoa locais onde ações, bônus e mercadorias são compradas e vendidas
a outra, ou por uma entidade, pública ou privada, a um indivíduo, ou comercializadas. Ex.: “stock exchange” (bolsa de valores);
ou a uma empresa ou mesmo a um governo, sob o compromisso de “foreign exchange” (câmbio - troca de moedas). No Brasil, o termo
devolução ao fim de determinado período, mediante o pagamento “exchange” está sempre relacionado com câmbio. Ex.: “exchange
de juro (remuneração adicional sobre valor original do empréstimo). market” (mercado de câmbio); “exchange rate”(taxa de câmbio).
ENCAIXE. Dinheiro em caixa. No jargão bancário, é a EXPECTATIVAS. Conceito usado por Keynes para designar
parcela dos depósitos à vista e a prazo nos bancos comerciais o grau de incerteza em relação ao futuro. Um indivíduo fará um
que se subdivide em: 1) depósitos compulsórios nas Autoridades investimento, dependendo da taxa de juros e das expectativas.
Monetárias, parcelas indisponíveis, definidas pelo Banco Central Se as expectativas, por exemplo, forem boas (otimistas), ele
como forma de controle de volume da moeda escritural; 2) encaixes provavelmente investirá. Esse conceito, considerado uma das
voluntários, a parcela de dinheiro retida pelos bancos para atender grandes contribuições de Keynes à economia, foi também
à movimentação diária de caixa; e depósitos voluntários junto desenvolvido pela escola Sueca. As expectativas são importantes
às Autoridades Monetárias para fazer face às necessidades de para a teoria da preferência pela liquidez. A demanda de dinheiro
compensação de cheque. para satisfazer o motivo especulativo depende das expectativas
ENDOSSO. Ato de assinar nas costas dos títulos de crédito sobre as mudanças da taxa corrente de juros.
à ordem. O endosso transfere os direitos declarados no título. É EXPORTAÇÃO. Vendas de mercadorias (bens ou serviços)
forma de transmissão de propriedade. ao exterior. Embora apenas o valor das exportações de mercadorias
ENDOSSO EM BRANCO. Quando o endossante não declara - as chamadas exportações visíveis -seja registrado no Balanço
a quem transfere o título, limitando-se a lançar no mesmo a sua Comercial, as exportações de serviços (fretes, assistência técnica,
assinatura. seguros, juros, lucros etc.), chamadas de exportações invisíveis,
ENDOSSO EM PRETO. Quando o endossante indica o nome
são registradas no Balanço de Serviços.
a quem transfere o título, isto é, o endossatário que, por sua vez,
EXPORT CREDIT. Crédito de exportação. O mesmo que
poderá também transferir o título a outrem.
“Documentary credit”, “Letter of credit”.
ESCASSEZ. Insuficiência de um recurso em relação a uma
necessidade. A escassez é, segundo os economistas neoclássicos, EXPORT NOTES. Cessão de direitos de contratos de
aquilo que dá valor. A escassez relativa entre os bens é o que exportação, do exportador ao investidor. O exportador levanta,
estabelece o preço relativo pelo qual se realiza a troca. A escassez desta forma, recursos em moeda nacional para financiar suas vendas
só existe em relação a uma necessidade objetiva, sentida ou ao exterior. O exportador tem uma outra alternativa, que é o ACC
expressa. Adiantamento sobre Contratos de Câmbio. O investidor, além da
ESPECULAÇÃO. Compra e venda sistemática de títulos, remuneração do título, tem a possibilidade de efetuar um hedge
ações, imóveis etc., com a intenção de obter lucro rápido e elevado, cambial.
aproveitando a oscilação dos preços. A atuação de um especulador F
consiste em comprar títulos ou commodities quando seus preços FACTORING. É o contrato pelo qual uma das partes cede à
estão baixos, ou em baixa, e vender estes mesmos títulos ou terceira (o factor) créditos provenientes de vendas mercantis ou
commodities quando os preços estão em alta, ou alcançam um serviços, assumindo o cessionário o risco da inadimplência.
ponto máximo de elevação. As áreas preferidas para a ação dos FALÊNCIA. Situação em que, por força de decisão judicial,
especuladores são as bolsas de valores e de mercadorias ou a uma empresa é declarada insolvente, ou seja, incapaz de saldar seus
comercializaçãó de gêneros de primeira necessidade. débitos nos prazos contratuais estabelecidos.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

FATURA. Documento de comprovação de venda ou FLUXO DE CAIXA (Cash flow). O pagamento ou recebimento
prestação de serviço, onde são registrados os serviços ou efetivo de dinheiro por uma empresa ou instituição governamental.
produtos comercializados, com especificação e preços, bem como Na medida em que tais fluxos não coincidem, necessariamente,
calculadas as taxas deincidência dos impostos. A emissão da fatura com os momentos nos quais os bens ou serviços são adquiridos, se
é feita em conjunto com a duplicata correspondente. É documento não houver um planejamento financeiro adequado, uma empresa
indispensável para o transporte da mercadoria. pode ver-se em dificuldades para saldar seus compromissos,
FIANÇA. Garantia contratual, acessória, ato pelo qual uma mesmo que esteja numa posição economicamente sólida.
pessoa se obriga a pagar a obrigação contraída por outra pessoa, FMI - FUNDO MONETARIO INTERNACIONAL.
caso esta não pague. Exige a assinatura de ambos os cônjuges, Organização financeira internacional criada, em 1944,na Conferência
quando o fiador for casado. Internacional de Bretton Woods (New Hampshire, EUA). É uma
FINANCEIRA. Instituição especializada no fornecimento agência especializada da ONU -Organização das Nações Unidas,
de crédito ao consumidor e no financiamento de bens duráveis e com sede em Washington, e que faz parte do sistema financeiro
de investimentos, operando principalmente por meio do aceite de internacional, ao lado do BIRD - Banco Internacional de Reconstrução
letras de câmbio. Boa parte do capital das financeiras provém de e Desenvolvimento. O FMI foi criado com a finalidade de promover
investimentos realizados pelo público (tanto pessoa física como a cooperação monetária no mundo capitalista, coordenar as paridades
empresas), que é atraído por rendimentos elevados. Na verdade, monetárias (evitar desvalorizações concorrenciais) e levantar fundos
a maior parte do dinheiro envolvido nas operações das financeiras entre os diversos países membros, para auxiliar os que encontrem
provém de bancos comerciais, dos quais as financeiras são, dificuldades nos pagamentos internacionais. Quase todos os países
freqüentemente, subsidiárias. Em, outros casos, as financeiras são relativamente industrializados, fazem parte da organização.
subsidiárias de grandes empresas (como fábricas de automóveis), FOB - FREE ON BOARD. Expressão de origem inglesa de
que assim procuram facilitar o crédito aos consumidores de seus uso corrente no comércio internacional que define o preço de uma
produtos. mercadoria posta a bordo com todas as despesas incorridas (taxas
FINANCIAMENTO. Conjunto dos métodos e meios de alfandegárias, carreto, etc.), exceto o seguro.
regulamentação aplicados na realização de um projeto econômico. FORFAITING. Operação de financiamento de títulos a receber
Em economia, o financiamento é descrito pela movimentação dos semelhante ao factoring. Na Alemanhae na Áustria, é denominada
recursos tal como aparecem na conta de operações financeiras, de forfaitierung. Enquanto uma operação de factoring, geralmente,
que traduzem as variações dos haveres dos agentes em moeda e implica títulos a receber de curto prazo, no forfaiting um banco
créditos. No âmbito de uma empresa, de modo geral, as origens compra títulos a receber de longo prazo com um máximo de
dos financiamentos podem ser reagrupadas em duas grandes vencimento de oito anos. Ao banco de forfaiting não cabe recorrer
categorias: autofinanciamento e financiamento externo. ao vendedor das mercadorias objeto da operação financeira (se o
FINANCIAMENTO DO DÉFICIT. Operação que pode ser comprador não pagar), mas em compensação, adquire os títulos
realizada através de emissão de papelmoeda ou preferencialmente com um desconto substancial. Os principais centros do forfaiting
por meio de emissão de títulos da dívida pública, o que facilita são Zurique e Viena, de onde os grandes bancos o processam por
o controle do desempenho da economia, mediante a combinação meio de suas filiais ou subsidiárias especializadas.
de papéis com vencimentos de curto, médio e longo prazos. A FRANCHISE. Significa franquia, concessão, isenção. Parcela
emissão de moeda pode causar pressões inflacionarias imediatas. não coberta pelo seguro. Concessão especial obtida do fabricante
FLAT. Termo de origem inglesa que em finanças significa para exploração de um serviço ou marca.
‘sem juro’. Também designa cheque em trânsito entre instituições FREE CURENCY. Moeda conversível, moeda de livre curso.
bancárias e ainda não pago. FUNDING. Termo de origem inglesa que em finanças designa
FLOAT. Prazo de compensação e número de ações em
‘consolidar’. Refere-se à conversão de um débito de curto prazo
circulação. Atividades bancárias: Prazo entre o depósito de um
em um outro de longo prazo com a emissão de novos títulos. Estes,
cheque em um banco e seu pagamento. Os prazos de compensação
por sua vez, quando negociados, possibilitam o pagamento de
longos são vantajosos para o emissor, cujo dinheiro rende juros até a
débitos remanescentes da primeira dívida. Em finanças societárias,
compensação do cheque. São desvantajosos para o depositante, que
a palavra funding (obtenção de recursos) é preferível a financing
deve esperar a compensação do cheque para ter acesso aos fundos.
(financiamento) quando se refere a obrigações em contraste com
Como regra, quanto mais distante o banco pagador está do banco
ações. Diz-se que uma companhia está obtendo recursos (to be
de depósito, mais tempo será necessário para compensar o cheque.
funding) para suas operações quando ela emite títulos de dívida.
Investimentos: número de ações de uma companhia que estão em
FUNDS. Significa fundos, capital. Dinheiro disponível ou seu
circulação e disponíveis para negociação pelo público. Um pequeno
equivalente, como por exemplo, cheques, letras.
número de ações em circulação significa que a ação será mais
FUNDO MÚTUO. O total dos recursos aplicados por um
volátil, uma vez que uma grande ordem de compra ou venda de
conjunto de investidores, sob administração de uma corretora de
ações pode alterar substancialmente seu preço. Um maior número
valores. Geralmente o capital do fundo é aplicado numa carteira
de ações em circulação significa que a ação será menos volátil. No
de títulos e os rendimentos são distribuídos proporcionalmente aos
Sistema Financeiro, o “float” é definido como a permanência de
recursos transitórios dos clientes no banco. participantes,
FLOATING. Palavra de origem inglesa que significa FUNDO MUTUO DE RENDA FIXA. Conjunto de recursos
‘flutuante’, ‘variável’. Floating Debit são obrigações de curto prazo administrados por uma sociedade corretora, distribuidora de
periodicamente renovadas. Floating-Rate Note, instrumentos de valores ou banco de investimento, que os aplica numa carteira
débito com taxa de juros variável, ajustada semestralmente e, nos diversificada de títulos de renda fixa, distribuindo resultados aos
Estados Unidos, vinculado às letras do Tesouro. cotistas, proporcionalmente ao número de cotas possuídas.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

FUNDO DE PENSÃO. Espécie de pecúlio ou poupança HOT MONEY. Expressão em inglês que significa,
formada por um conjunto de pequenos investidores e poupadores, literalmente, “dinheiro quente”, isto é, aplicações em títulos ou
com o intuito de garantir para si uma pensão mensal, depois de um no câmbio, atraídas por taxas de juros elevados ou diferenças
prazo determinado. Em geral, os fundos de pensão (assim como cambiais significativas, de curtíssimo prazo, podendo deslocar-
pecúlios e outros sistemas da previdência privada) são organizados se de um mercado para outro com grande agilidade, Esse tipo de
por empresas financeiras que fazem aplicações com a soma dos operação pode provocar grandes turbulências, especialmente no
dinheiros dos pequenos poupadores. Depois de um prazo (em equilíbrio cambial de um país. No Brasil, refere-se também às
geral, sempre superior a dez anos), o indivíduo passa a receber seu operações de empréstimos de curtíssimo prazo, normalmente por
dinheiro de volta, acrescido de juros e correção, com uma espécie um dia, ou um pouco mais, no máximo em 10 dias.
de complementação de aposentadoria. A Constituição de 1988 I
veda qualquer subvenção ou auxílio do poder público às entidades IGP-DI. Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna.
de previdência privada com fins lucrativos. Tem a mesma composição que o IGP-M (ver abaixo), embora seja
FUNGÍVEL. Aplicado ao mercado financeiro, o termo calculado tomando-se os preços entre os dias 1o e 30 de cada mês,
significa um instrumento financeiro de valor equivalente a outro e e não entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês em curso,
facilmente trocável ou substituível. IGP-M. Índice Geral de Preços - Mercado. Índice calculado
FUSÃO. É a operação pela qual se unem duas ou mais pela Fundação Getúlio Vargas em decorrência de convénio
sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos firmado em maio de 1989 entre a FGV e a CNF - Confederação
os direitos e obrigações. Este tipo de associação permite reduções Nacional dasInstituições Financeiras. É resultante da combinação
de custos, mas pode levar a práticas restritivas ou monopolistas. dos seguintes índices: Índice de Preços porAtacado (IPA-M),
G Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) e Índice Nacional de
GAP. Palavra inglesa que significa fenda, brecha, lacuna, Custo da Construção (INCC-M) nas ponderações de 60, 30 e 10
diferença, hiato. Em economia, pode também significar déficit respectivamente.
(gap comercial), escassez (dollar gap), atraso (gap tecnológico).
ILIOUIDEZ. Falta de liquidez, isto é, falta de dinheiro para
GARANTIA. Compromisso adicional que se estabelece numa
realizar pagamentos. Por problemas gerenciais, por exemplo, uma
transação, como forma de assegurar sua realização e/ou lisura.
empresa pode chegar a um excesso de estoque e ter sua liquidez
GOOD WILL. Expressão em inglês que significa,
comprometida, já que boa parte do capital está em forma de
literalmente, “boa vontade”, mas, aplicada à atividade empresarial,
denota a reputação que esta e/ou seus produtos gozam junto aos mercadorias. Nesses casos, costuma-se fazer uma liquidação, isto
consumidores. Uma empresa obtém essa condição por meio da é vender rapidamente o estoque, transformando-o em dinheiro.
qualidade de seus produtos e de sua propaganda e publicidade, IMPORTAÇÃO. Compra de produtos originários do exterior.
mas também por meio de atitudes e procedimentos como o IMPOSTO DE RENDA. Imposto federal que incide sobre os
financiamento de campanhas humanitárias, a defesa do meio- lucros aufeiridos pelas empresas e a partir de determinada faixa de
ambiente, o apoio a esportistas e artistas etc., o que, de uma forma renda das pessoas físicas.
direta ou indireta, ajuda a criar uma imagem positiva junto aos IMPOSTO INFLACIONÁRIO. É aquele decorrente das
consumidores (efetivos ou potenciais) de seus produtos. O good receitas obtidas pelo governo pela emissão de moeda.
will é considerado fim ativo da empresa, e, no caso de venda da INADIMPLÊNCIA. Não cumprimento, no todo ou em parte,
mesma, ele é avaliado e entra como parte de seu valor. de uma obrigação, objeto de cláusula contratual, em determinado
G7 - GRUPO DOS SETE. O Grupo dos Sete foi organizado prazo, ficando o inadimplente, além de permanecer em débito,
de uma maneira mais formal no encontrode Tóquio em 1986. É sujeito ao pagamento de juros de mora, multa contratual e outros
formado pelos Estados Unidos, Canadá, Japão, Grã-Bretanha, encargos.
França, Itália e Alemanha. O G7 assume a liderança nas discussões INCENTIVO FISCAL. Redução da carga tributária concedida a
relacionadas ao SMI, taxas de câmbio, processos de ajustamento e certas empresas com o objetivo de incentivá-las.
problemas relacionados a dívidas. INCORPORAÇÃO. A incorporação é a operação pela
H qual uma ou mais sociedades, de tipos iguais ou diferentes, são
HIATO INFLACIONÁRIO. Deve ser entendido como excesso absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e
que existir da demanda global sobre a oferta a pleno emprego, se obrigações. Como se vê, na incorporação não surge nova sociedade,
os preços se mantivessem estáveis (Mário Henrique Simonsen). pois uma, a incorporadora, absorve outra ou outras sociedades, que
HIPERINFLAÇÃO. Caso especial de inflação em que os se extinguem.
preços aumentam tanto que as pessoas não procuram reter dinheiro, INDEXAÇÃO. Mecanismo de política econômica pelo
mesmo por poucos dias, em razão da rapidez com que diminui seu qual as obrigações monetárias têm seus valores em dinheiro
poder de compra. corrigidos com base em índices oficiais do governo. No Brasil,
HIPOTECA. Garantia de pagamento de dívida dada a um por exemplo, os salários, pensões e aluguéis residenciais eram
credor, representada por um bem imóvel que permanece, todavia, corrigidos em função da variação do INPC - índice Nacional de
na posse do devedor. Por exceção, a aeronave e o navio, bens Preços ao Consumidor. Depois de 1986, com o Plano Cruzado,
essencialmente móveis, por lei podem ser dados em hipoteca. o Plano Bresser (1987) e o Plano Verão (1989), as regras de
HOLDING. Termo de origem inglesa que carateriza empresa indexação sofreram várias alterações, sendo até suspensas durante
que mantém o controle sobre outra, pelo fato de deter a propriedade algum tempo. Desde a aplicação do Plano Collor 2, a indexação
da maioria das ações: geralmente não produz nada, constituindo como medida de correção monetária foi oficialmente abolida. No
um dos estágios mais avançados de um processo de concentração entanto, com a aceleração da inflação entre 1991 e 1994, ela voltou
de capital, ainda que determinado por aspectos de racionalização e a ser admitida e em seguida novamente eliminada (pelo menos
busca de eficiência operacional e pujança financeira. parcialmente) com o advento do Plano Real.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ÍNDICE DE BOLSA DE VALORES. Valor numérico INFRA-ESTRUTURA. Conjunto de instalações e


equivalente à média das cotações de certo grupo de ações, equipamentos empregados na extração, transporte e processamento
consideradas representativas de todo o mercado, em determinado de matérias-primas, nos meios de treinamento da força de trabalho
momento. Pela comparação dos índices apurados, sucessivamente, e na fabricação de bens da capital.
pelas bolsas de valores, pode-se saber se o mercado encontra-se INPC - índice Nacional de Preços ao Consumidor. Média
em alta, estável ou em baixa, o que orienta os investidores em ponderada de índices elaborados pela fundação IBGE para dez
suas aplicações no futuro próximo. O acompanhamento do índice regiões metropolitanas brasileiras (Rio de Janeiro, Porto Alegre,
é feito, em geral, por meio de um gráfico simples, que registra sua Belo Horizonte, Recife, Belém, São Paulo, Fortaleza, Salvador e
evolução no tempo: um ano, um mês, uma semana ou até mesmo Curitiba, além de Brasília e do Município de Goiânia). O INPC é
ao longo de um dia. elaborado sob dois conceitos: o amplo, correspondendo a famílias
IBOVESPA - Índice da Bolsa de Valores de São Paulo; IBV - com renda mensal entre 1 e 30 salários mínimos, e o restrito,
índice da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. correspondendo a famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos.
ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE. Medida de liquidez INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. Pessoas jurídicas públicas
calculada através da divisão do ativo circulante da empresa pelo ou privadas que têm como atividade principal ou acessória a coleta,
seu passivo circulante. Quanto maior for este índice, tanto maior intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou
será a liquidez da empresa. de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira e a custódia de
ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA. Medida de liquidez que retira valor de propriedade de terceiros. As instituições financeiras estão
do ativo circulante os estoques de duvidosa realização, dividindo- sujeitas à intervenção e liquidação extrajudicial, de acordo com a
se o resultado pelo passivo circulante. Este é, portanto, menor ou
Lei no 6.024 de 13/03/74.
igual ao índice de liquidez corrente e, quanto maior for, maior será
INSIDER. Termo aplicado, especialmente no mercado de
a liquidez da empresa.
ações, a uma pessoa que dispõe de informações privilegiadas sobre
ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE. É definido pela relação
a situação de empresas que têm seus títulos cotados em bolsa e
entre o capital atual (em qualquer instante considerado) e o capital
inicial. Fornece, a cada instante considerado, a quanto monta o que, fazendo uso delas (antes que sejam acessíveis ao público),
investimento em relação ao capital inicialmente empregado. podem realizar grandes lucros comprando e/ou vendendo ações. A
ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE SETORIAL. Mede a ação dos insiders é considerada ilegal, e os infratores são punidos
lucratividade do investimento feito nas ações cotadas em Bolsa, de acordo com a legislação de cada país.
de empresas de um mesmo setor da economia. Permite fazer uma INSOLVÊNCIA. Situação de uma pessoa ou de uma empresa
comparação entre o desenvolvimento de determinado setor da que, por falta de disponibilidade financeira, não pode fazer face às
economia e o da economia como um todo. suas dívidas.
ÍNDICE DE PREÇO/LUCRO -P/L. Quociente da divisão do INTERNET. Rede internacional de intercomunicações aberta
preço de uma ação no mercado, em um instante, pelo lucro líquido formada por mais de 70 países com cerca de 30 milhões de
anual da mesma. Assim, o P/L é o número de anos que se levaria associados e 48 mil redes diferentes.
para reaver o capital aplicado na compra de uma ação, através do INTTRANET. É uma rede interna de uma organização
recebimento do lucro gerado por uma empresa. Para tanto, torna- empresarial que utiliza tecnologia da Internet para permitir que
se necessário que se condicione essa interpretação à hipótese de os funcionários da empresa troquem informações com grande
que o lucro por ação se manterá constante e será distribuído todos facilidade.
os anos. INVENTÁRIO. Relação pormenorizada dos bens e valores de
INFLAÇÃO DE CUSTO. Processo gerado (ou acelerado) uma pessoa ou firma.
pela elevação dos custos de produção, especialmente das taxas de INVERSÃO. O mesmo que investimento.
juros, de câmbio, de salários ou dos preços das importações. INVESTIDOR. Pessoa (física ou jurídica) que investe, que
INFLAÇÃO DE DEMANDA. Ocorre quando os meios de aplica recursos monetários em negócios nos mercados financeiro,
pagamento crescem além da capacidade de expansão da economia, imobiliário, de mercadorias etc. através da compra de ações em
ou antes que a produção esteja em plena capacidade, o que impede bolsa ou no mercado primário, de títulos, imóveis, mercadorias etc.;
que a maior demanda decorrente da expansão dos rendimentos denomina-se investidor institucional a pessoa jurídica (empresa
seja atendida. ou entidade) que, por força de determinações governamentais,
INFLAÇÃO INERCIAL. Processo gerado pelo reajuste
seja obrigada a aplicar parte de seu capital no mercado de ações,
pleno de preços, de acordo com a inflação observada no período
através de fundos de pensão etc., constituindo uma carteira segura
imediatamente anterior.
e com rentabilidade média razoável.
INFLATION TARGET. Termo usado para definir a
INVESTIMENTO. Em sentido geral, qualquer aplicação de
política de controle da inflação dentro de índices determinados
antecipadamente. recurso financeiro em bens ou títulos (ações, letras de câmbio,
INFLAÇÃO. Processo de aumento geral e persistente dos etc.) com o objetivo de obter lucro. A teoria econômica, entretanto,
preços por forças de elevação excessiva da demanda e/ou dos restringe a amplitude do termo àqueles recursos monetários
custos dos fatores de produção paralelamente à depreciação do destinados à aquisição de bens de capital (instalações, maquinarias,
valor da moeda e redução do seu poder aquisitivo. Qualquer que veículos, etc.) ou na compra de ações novas no mercado primário
seja a sua causa original, adquire dinâmica suficiente para se auto- que resultam na mesma finalidade: a produção. Também são
alimentar através de reações em cadeia (a elevação de um preço considerados investimentos os dispêndios governamentais na
ou de um conjunto de preços ‘puxando’ a elevação de outros) que construção de rodovias, pontes, obras de saneamento, hospitais,
configuram a chamada espiral inflacionária. escolas, casas populares, etc.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

INVESTIMENTO AUTÔNOMO. Investimento que não está JUST-IN-TIME. Expressão inglesa que poderia ser traduzida
relacionado com alterações nos níveis de renda. Os investimentos não literalmente por ‘a peça necessária, na quantidade necessária,
públicos, os que acontecem em função de avanços tecnológicos no momento necessário’, designando um método que se aplica à
ou aqueles que se realizam sem expectativa de obtenção de uma administração da produção, destinado basicamente à redução de
estoques (e dos recursos financeiros e espaços físicos para mantê-
taxa média de lucro, ou mesmo são realizados a fundo perdido, são
los), à redução do tempo de fabricação e à eliminação das perdas,
considerados investimentos autônomos. com vistas ao aumento da produtividade.
INVESTIMENTO ESTRANGEIRO. Aquisição de empresas, K
equipamentos, instalações, estoques ou interesses financeiros de KNOW-HOW. Expressão inglesa utilizada internacionalmente
um país por empresas, governos ou indivíduos de outros países. para designar ‘experiência, prática, perícia, conhecimento’; quase
O investimento de capital estrangeiro pode ser direto, quando sempre inerente à tecnologia, aplica-se também a qualquer caso:
aplicado na criação de novas empresas ou na participação acionária um profissional ou trabalhador especializado que possua know-
em empresas já existentes; e indireto, quando assume a forma de how para a execução de determinada tarefa.
LEASING. Termo inglês equivalente a ‘arrendamento
empréstimos e financiamentos a longo prazo.
mercantil’: operação financeira entre uma empresa proprietária de
IOF - IMPOSTO SOBRE OPERAÇOES FINANCEIRAS. certos bens (máquinas, equipamentos, veículos, unidades fabris) e
Tributo Federal que incide sobre as operações ativas dos bancos e outra empresa que deles usufrui contra o pagamento de prestações,
seguradoras (empréstimos, descontos de letras de câmbio, prémios sob contratos específicos, por tempo determinado, ao fim do
de seguros, etc.) e sobre os saldos devedores em conta corrente. qual a arrendatária tem opção preferencial para a compra dos
IPCA - índice de Preços ao Consumidor Ampliado. Baseia-se bens; oferece a grande vantagem da não imobilização de capital,
na evolução da cesta de consumo de famílias com renda entre 1 sobretudo nos casos de bens de alto preço e de utilização limitada;
e 40 salários mínimos, pesquisados entre os dias 1° e 30 de cada regulamentado no Brasil em 1975.
LEILÃO. Processo de venda de bens ou de títulos - com
mês, abrangendo as regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, anúncio prévio de local, dia, hora e objetivos, e aberto ao público
Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, Belém,São Paulo, Fortaleza, - no qual os interessados na compra fazem lances uns contra os
Salvador e Curitiba, além de Brasília e do Município de Goiânia. outros (a licitação), saindo vencedor, para efeito de aquisição dos
É calculado pelo IBGE. bens leiloados, quem oferecer maior preço (a arrematação): no
IPC -Fipe. índice de preços ao consumidor calculado pela processo de privatização levado a efeito atualmente pelo governo
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de brasileiro, faz-se a venda das ações das empresas estatais em leilões
São Paulo (USP), mede a inflação das famílias paulistanas que especiais, realizados em bolsa de valores, nos quais também são
ganham de 1 a 20 salários mínimos. Pesquisa os preços de 260 oferecidos lances para a compra de lotes de ações.
LETRA DE CÂMBIO. Título de crédito pelo qual o criador
produtos, comparando a média com a média dos 30 dias anteriores. ou sacador dá a outra pessoa, o sacado, a ordem de pagar uma
ISO 9000. Certificado que unifica normas de metodologia soma determinada, em dinheiro, em tempo e lugar especificados,
e critérios para a garantia da qualidade de produtos e serviços. a um terceiro, o tomador ou beneficiário ou à ordem do próprio
Inicialmente criada para o Mercado Comum Europeu, passou a sacador. LIBOR - LONDON INTERBANK OFFERED RATE.
ser encarada como questão estratégica nas relações de troca com Taxa básica de juros de referência no mercado internacional.
terceiros países, e hoje é considerada como um forte instrumento LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA. Apuração de uma operação
de competitividade. financeira. Bolsa de Valores - denominação das operações a
J termo feitas numa data previamente convencionada. Comércio -
operação pela qual se realiza a apuração da situação financeira de
JOINT-VENTURE. Associação de uma empresa que dispõe uma sociedade dissolvida. Contabilidade Pública operação que
de capital e quer assumir investimento de risco com outra empresa consiste em determinar o valor de uma dívida.
que. pretenda realizar projetos de investimento, mas não dispõe de LIQUIDAÇÃO JUDICIAL. Procedimento judiciário que visa
capital para realizá-los. a satisfazer os direitos dos credores com relação ao patrimônio de
JURO BANCÁRIO. A taxa de juros cobrada pelos bancos uma pessoa ou de uma empresa em estado de insolvência.
nas operações efetuadas junto aos clientes varia com o tipo de LIQUIDEZ. Disponibilidade em moeda corrente ou em
operação realizada: cheque especial, empréstimo pessoal, desconto títulos rapidamente conversíveis em dinheiro sendo que para uma
empresa, em termos contábeis, representa o conjunto do ativo
de duplicata, capital de giro etc. Os valores são, em geral fixados
disponível e realizável a curto prazo - que garante, a uma pessoa
pelos movimentos do mercado, isto é, giram em torno de taxas física ou jurídica, a certeza do cumprimento de uma obrigação na
comuns a todos os bancos, com pequenas variações conforme a data determinada; liquidez absoluta, no entanto, só é próprio do
política do estabelecimento. papel-moeda.
JURO EXATO. São aqueles incidentes tomando-se por base LONGO PRAZO. Termo aplicado aos vencimentos (de
um ano de 365 dias. créditos ou débitos) que ocorrerão após um período de tempo
JURO DE MORA. Valor acrescentado ao montante de uma longo. Esse período varia conforme o caso: no que se refere a uma
dívida financeira, decorrente da mora, isto é, atraso no pagamento: letra de câmbio, por exemplo, o longo prazo indica a aplicações
superiores a 360 dias; já a compra de uma casa ou um empréstimo
cobrado ao devedor que não cumpriu as obrigações contratuais,
intemacional, indica prazos de vários anos. Em outra acepção,
voluntária ou culposamente. Alfred Marshall, definiu longo prazo como aquele em que existe
JURO NOMINAL. É o juro correspondente a um empréstimo tempo suficiente para que se dê o abastecimento de insumos
ou financiamento, incluindo a correção monetária do montante para a produção de commodities para se adaptar às mudanças na
emprestado. Quando a inflação é zero, inexistindo correção demanda. No âmbito financeiro, longo prazo significa um período
monetária, o juro nominal é equivalente ao juro real. superior a 5 anos.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

M MERCADO. Conjunto de normas, costumes e elementos que


M-1. Representação dos meios de pagamento, isto é, a soma aproximam vendedores e compradores para a realização de trocas
do papel-moeda em poder do público e dos depósitos à vista no entre si; em sentido estritamente espacial, refere-se ao local onde
sistema bancário. são realizadas negociações e operações de compra e venda de bens
M-2. M-1 mais os fundos de aplicação financeira (FAF, FIF- e serviços ou de títulos - feiras, lojas, bolsas de valores, bolsas de
CP e FRF-CP) e títulos federais, estaduais e municipais em poder mercadorias; de acordo com seu alcance, pode ser local, regional,
do público. nacional e mundial, e segundo a natureza do bem transacionado
M-3. M-2 mais os depósitos de poupança. distinguem-se os mercados financeiro, de trabalho, de capitais, de
produtos, etc.
M-4. M-3 mais títulos privados (depósitos a prazo, letras de
MERCADO ABERTO. Ver Open Market.
câmbio e letras hipotecárias, exceto aquelas em poder dos fundos MERCADO ACIONÁRIO. É um subsistema do mercado
de aplicação financeira e dos fundos de investimentos financeiros de capitais, onde se realizam as operações de compra e venda
de curto prazo em carteiras das instituições financeiras). de ações. Suas funções principais são: a avaliação dos valores
MARK-DOWN. Expressão inglesa que, nas atividades transacionados, liquidez e capitalização das empresas.
bancárias, significa a reavaliação do valor de títulos oferecidos MERCADO A TERMO. Em linguagem econômica, designa as
como colaterais de empréstimos para troca de ações, sempre que negociações efetuadas em bolsas de valores e bolsas de mercadorias
ocorre um expressivo declínio de suas cotações no mercado de (commodities) com vencimento, acertado entre vendedores e
títulos. Tal reavaliação toma-se necessária como uma proteção para compradores, para em geral 30, 60, 90 e até 180 dias após a operação
os empréstimos bancários, dentro do princípio de que as margens de compra e venda.
de segurança devem manter-se sempre em boas condições. MERCADO À VISTA. No mercado de ações designa
MARKETING. Neologismo norte-americano usado genericamente as transações de compra e venda cuja liquidação se
processa até o quinto dia útil da data de fechamento da operação,
internacionalmente, para designar a moderna técnica de
com o vendedor entregando os títulos mediante o correspondente
comercialização. Complexo de estudos, técnicas e atividades com pagamento por parte do comprador; no âmbito do mercado de
o objetivo de promover, divulgar e sustentar um produto ou serviço commodities, compreende os negócios realizados com pagamento
no mercado de consumo, e/ou assegurar o sucesso comercial de e entrega imediata das mercadorias: também chamado mercado
um empreendimento. spot, pode ser local (situado junto às zonas produtoras) ou central
MARK UP. Termo da língua inglesa que, em linguagem (localizado nos pontos de distribuição - como, por exemplo, o
econômica, designa a diferença entre o custo total de produção e grande mercado de petróleo do porto Rotterdam, Holanda).
o preço de venda ao consumidor final, indicando especificamente MERCADO DE BALCÃO. Mercado em que as operações não
o custo da distribuição física do produto, inclusive com a são registradas nos mercados organizados (bolsas). Abrangem não
incorporação dos lucros realizados pelos intermediários e varejista. apenas negociações com ações como também com outros ativos,
MATRIZ. Em economia, designa modelo econométrico inclusive derivativos. Na medida em que atendem a especificações
sobre o qual se desenvolvem os estudos divisionais e/ou setoriais; determinadas pelo cliente - não prevista nas negociações em
bolsa, - as operações realizadas no mercado de balcão também são
juridicamente, unidade-sede de uma empresa, onde estão instaladas,
chamadas ‘sob medida’, ‘tailor made’ ou customizadas (derivada
de modo geral, sua diretoria, principais superintendências e chefias de customer, “cliente” ).
(em contrapartida à filial). MERCADO DE CÂMBIO. Realiza operações que envolvem
MAXIDESVALORIZAÇÃO. Em princípio, qualquer a necessidade de conversão de moedas estrangeiras em moeda
desvalorização drástica de uma moeda. nacional e vice-versa. Basicamente, são operações de curto prazo e
MCE - MERCADO COMUM EUROPEU. Organização as instituições que nele atuam são os bancos comerciais e as firmas
criada em 1958 pelo Tratado de Roma, que instituiu a integração autorizadas pelo governo, com a intermediação das sociedades
econômica dos países europeus através da eliminação de todas as corretoras.
tarifas e barreiras ao comércio entre eles e da adoção de uma tarifa MERCADO DE CAPITAIS. Mercado onde são manipulados
externa sobre as mercadorias importadasdo resto do mundo. É a oferta, a demanda, o preço de valores mobiliários. A Lei n°
subordinado à União Européia. 4.728 de 14/07/1965, disciplina o mercado de capitais e estabelece
medidas para o seu desenvolvimento, e o Decreto n° 69.554, de
MEIO CIRCULANTE. Em economia, designa o volume do
18/11/71, cria o fundo de desenvolvimento do mercado de capitais.
dinheiro - especificamente, o conjunto do papel-moeda e da moeda
MERCADO DE COMMODITIES. Centros financeiros
divisionária - em circulação no sistema econômico de um país, onde se negociam as commodities (produtos primários de grande
como parte integrante dos meios de pagamento: o controle do meio importância econômica, como algodão, soja e minério de ferro). Por
circulante constitui instrumento importante de política monetária serem as commodities produtos de grande importância no comércio
(por extensão, de política econômica), tanto em fases de aceleração internacional, seus preços acabam sendo ditados pelas cotações
da atividade econômica e/ou incremento da inflação - quando se dos principais mercados: Londres, Nova York e Chicago. A grande
torna necessário retirar parte do dinheiro de circulação -quando de maioria dos negócios é realizada a termo, isto é, acerta-se o preço
depressão ou recessão -- caso em que é preciso aumentar o volume para pagamento e entrega da mercadoria em data futura.
de dinheiro. MERCADO DE DERIVATIVOS. O mercado de derivativos é
MEIOS DE PAGAMENTO. Representado também por M-1. o mercado no qual a formação de seus preços deriva dos preços do
São haveres líquidos à disposição do público não bancário, que mercado à vista. Neste universo, podemos identificar os mercados
futuros, os mercados a termo, os mercados de opções e o mercado
podem ser utilizados a qualquer momento para liquidação de
de swaps.
dívidas em moeda nacional.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

MERCADO DE OPÇÕES. Instrumento de investimento no econômicos nas transações de troca, além de ter a função de
mercado de capitais. A opção de compra de ações é um contrato que acumular valor e permitir sua reserva e entesouramento; sua
confere ao comprador o direito de adquirir, durante a sua vigência, credibilidade depende sobretudo da estabilidade das economias
um lote de ações de determinada empresa a um preço prefixado. nacionais e da confiança - como unidade de troca e medida de
Isto significa, por exemplo, que alguém paga uma determinada valor - que possua junto às pessoas e que seus emissores desfrutem
quantia ao proprietário de um lote de ações para que ele garanta um
junto a organismos internacionais.
preço de venda determinado (fixo) durante algum tempo. Durante
a vigência deste contrato, o comprador poderá, a qualquer tempo, MOEDA ESCRITURAL. Ordem de pagamento que se
concretizar o negócio, pagando o preço combinado, ainda que as originou da generalização do uso do papelmoeda. A abertura de
ações estejam sendo negociadas a preço superior. Deste modo, a uma conta corrente por meio de determinado depósito em dinheiro
diferença entre o preço combinado e o preço de mercado das ações (papelmoeda) permite a qualquer pessoa movimentar esse fundo
é que vai representar o lucro do comprador. depositado no banco mediante cheque, a moeda escritura) mais
MERCADO FINANCEIRO. Conjunto formado pelo mercado utilizada atualmente, ou de uma ordem de pagamento.
monetário e pelo mercado de capitais. Abrange todas as transações MOEDA FORTE. A que apresenta facilidade de circulação
com moedas e títulos e as instituições que as promovem: banco e conversibilidade nas transações internacionais, por oferecer
central, caixas econômicas, bancos estaduais, bancos comerciais ampla garantia como meio de pagamento e reserva de valor (dólar
e de investimentos, corretoras de valores, distribuidoras de títulos, norteamericano, libra-esterlina e marco alemão, p. ex.).
fundos de investimentos etc. além das bolsas de valores. MOEDA PAPEL. Também denominado nota bancária;
MERCADO FUTURO. Designação para as transações
refere-se a títulos emitidos por um banco, que se obriga a pagar
realizadas em bolsas de valores e bolsas de mercadorias - válidas,
portanto, para ações e títulos e commodities - que implicam um ao portador, no ato e mediante simples apresentação, o valor
compromisso de compra e venda, para uma data futura determinada inscrito no documento: originada dos recibos ou certificados de
pelas bolsas, de lotes com as respectivas quantidades e preços depósito de ouro, prata e moedas, de conversibilidade imediata e
prefixados, referindo-se também a negociações das posições, isto é, por isso utilizada a partir da Renascença (do século XIV ao século
a situação do vendedor e do comprador no futuro, em determinada XVII) como a forma mais prática e segura de realizar transações
transação; tem como objeto exatamente proteger compradores comerciais, está hoje praticamente extinta, uma vez que os
e vendedores contra imprevistos - como, por exemplo, grandes governos passaram a deter o monopólio da emissão de dinheiro.
oscilações de preços, especulação desenfreada ou causas fortuitas. MONETARISMO. Escola econômica que sustenta a
MERCADO INTERBANCÁRIO. Mercado onde os bancos possibilidade de manter a estabilidade de uma economia capitalista
e as instituições financeiras compram e vendem instrumentos recorrendo apenas a medidas monetárias, baseadas nas forças
financeiros como certificados de depósito, duplicatas, aceites espontâneas do mercado e destinadas a controlar o volume de
bancários etc., geralmente com prazos inferiores a um ano. moedas e de outros meios de pagamento no mercado financeiro.
MERCADO MONETÁRIO. Designa o setor do mercado MONE MARKET. Expressão em inglês utilizada para designar
finan?ceiro que opera a curto prazo. Compõese da rede de os mercados financeiros nos quais os recursos são emprestados a
entidade ou órgãos financeiros que negociam títulos e valores,
curto prazo, isto é, em períodos inferiores a um ano. Ao contrário
concedendo empréstimos a empresas ou particulares, a curto ou
do mercado de capitais, onde tais recursos são emprestados a
curtíssimo prazo, contra o pagamento de juros. Além dos bancos
comerciais e das empresas financeiras de crédito, o mercado médio e longo prazos, ou seja, por períodos superiores a um e
monetário compreende também o mercado paralelo e o de divisas. cinco anos, respectivamente.
O movimento financeiro a longo prazo caracteriza outro segmento, MORA. Conceito jurídico definidor do retardamento da
o de mercado de capitais. solução de uma dívida, tanto pelo devedor, quanto pelo credor.
MERCADO PRINCIPAL. Mercado onde são realizadas as O primeiro, por não efetuar o pagamento no prazo estabelecido;
operações de curso normal, com lotes múltiplos de mil ações e o segundo, por se recusar a recebê-la no tempo, lugar e forma
constituído pelos títulos de maior procura - ou seja, o pregão diário. contratados. Purgar a mora pelo devedor é o efetivo pagamento
MERCADO SPOT. Mercado de commodities em que os parcial ou total do débito, mais os juros decorrentes até o dia da
negócios se realizam com pagamento à vista e entrega imediata quitação; pelo credor é a aceitação do pagamento, descontados os
das mercadorias. Distingue-se do mercado a futuro ou do mercado efeitos da mora (taxa de multa) até a respectiva data.
a termo, em que os contratos são feitos para pagamento e entrega MORATÓRIA. Prorrogação do prazo concedido pelo
posteriores. Há dois tipos básicos de mercado spot: O mercado credor ao devedor para o pagamento da dívida, mediante acordo
primário ou local, situado junto às zonas produtoras, e o mercado entre ambas as partes (o que a distingue da concordata, por seu
central, localizado nos pontos de distribuição. Um exemplo deste
caráter não judicial); no final da década de 80, o termo adquiriu
último é o grande mercado de petróleo do porto de Rotterdam.
ampla notoriedade no Brasil, ao ser incorporado ao processo de
MICO. Ação que em determinado período perde
completamente a liquidez no mercado. negociação da dívida externa (ainda que, como ocorreu em 1987,
MOEDA. Signo de valor que no âmbito da economia designa tenha sido ‘declarada’ unilateralmente pelo Brasil, sem prévio
o único bem econômico de troca com aceitação geral; no âmbito acordo com os credores externos).
de cada país ou internacionalmente, somente para as chamadas MÚTUO. CONTRATO DE. Contrato em que o mutuante
‘moedas fortes’, como o dólar americano, o marco alemão, a libra cede determinado bem ao mutuário, em troca de um pagamento
inglesa, o franco suíço; a mais antiga representação do dinheiro, mensal, anual ou de outra forma. O contrato de mútuo acontece
muitas vezes empregada como seu sinônimo, constitui a liquidez com bens fungíveis, isto é, substituíveis por outros bens da mesma
por excelência, um padrão legal e uma medida teoricamente qualidade e na mesma quantidade.
invariável, fixada pelo governo para expressar o valor de bens MUTUÁRIO. Tomador de um empréstimo.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

N PERPETUAL BOND. Obrigação sem data de vencimento


NAFTA (NORTH AMERICAN FREE TRADE e não resgatável, com pagamento constante de juros por tempo
AGREEMENT). Literalmente, Acordo de Livre Comércio da indefinido.
América do Norte, efetivado entre os Estados Unidos, Canadá POLÍTICA CAMBIAL. Instrumento da política de relações
e México em 1994, com o objetivo de promover a quebra de comerciais e financeiras entre um país e o conjunto dos demais
barreiras alfandegárias para intensificar o intercâmbio comercial países. Os termos em que se expressa a política cambial refletem,
entre os países membros. em última instância, as relações políticas vigentes entre os países,
NICHO. Em comércio, usa-se a palavra com a significação com base no desenvolvimento econômico alcançado por eles.
de niche, termo de origem inglesa que exprime ‘boa colocação’. POLÍTICA FISCAL. Conjunto de leis, regulamentos e providências
Nicho de negócios define um segmento de mercado que surge em de caráter impositivo que norteiam a ação governamental para garantir
função de novos hábitos de consumo ou do lançamento de produto a arrecadação dos tributos cobrados pela União, Estado e Municípios,
ou serviço inéditos. Nicho propício é um termo de marketing que nos níveis previstos nos respectivos orçamentos e segundo princípios de
eqüidade fiscal.
define a posição no mercado, previamente planejada, para um
produto recém lançado. POLÍTICA MONETÁRIA. Conjunto de medidas adotadas
pelo governo de um país visando, basicamente, a adequar os meios
NOTA PROMISSÓRIA. Título de crédito nominal, emitido
de pagamento disponíveis às necessidades do sistema econômico
pelo devedor diretamente a seu credor, que representa promessa
como um todo, através de uma ação reguladora sobre os recursos
de pagamento a prazo determinado; é passível de transferência monetários existentes para sua plena e eficiente utilização,
mediante endosso, e o seu não cumprimento garante ao credor o inclusive para efeito de controle e/ou combate à inflação (de
direito de levá-la a cartório de protesto e promover sua cobrança eficácia maior do que outros instrumentos de política econômica
judicial. - segundo os monetaristas -, devido à flexibilidade com que pode
O ser aplicada); executada geralmente pelo banco central de cada
OFERTA PÚBLICA. Designa a colocação de determinado país, envolve o controle da taxa de juros, a regulamentação das
volume de valores mobiliários de uma empresa junto ao público, operações de open market, a implantação de sistema de depósito
com vistas à sua capitalização. compulsórios por parte dos bancos privados, a restrição e/ou
OFFSHORE. Banco que, para exercer suas atividades seletividade na concessão de crédito.
internacionais, se estabelece num território onde encontra PORTFÓLIO (Carteira de Título). Conjunto de empréstimos e
privilégios especiais, especialmente os benefícios tributários. ativos financeiros (títulos, ações, debêntures etc.) pertencentes a uma
OLIGOPSÔNIO. Situação de um mercado em que a empresa, classificados por prazo de maturação, devedor, taxas de
concorrência é imperfeita do lado da demanda, devido à presença juros, de remuneração esperada etc. Embora o termo esteja associado
de um número muito limitado de compradores. a haveres financeiros, os haveres reais também podem se incluir nessa
OMC -ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO. categoria. O mesmo que carteira, sendo a carteira de títulos aquela
Instituição com personalidade jurídica internacional que substituiu formada por títulos, debêntures etc. e a carteira de ações aquela
o GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), foi criada em 1994. constituída por ações adquiridas em bolsas de valores.
Foram assinados acordos e firmados entendimentos e decisões POSTO AVANÇADO DE ATENDIMENTO (PAA). É a
destinados à eliminação de barreiras para possibilitar uma fase dependência de banco múltiplo com carteira comercial, de banco
mais dinâmica e abrangente do comércio internacional. comercial e de caixa econômica instalada em praça desassistida
OPÇÃO. Direito negociável de compra de mercadorias ou de serviços bancários prestados por agência ou outro PAA dessas
instituições.
títulos, ações etc, com pagamento em data futura e preços pro-
ativa, diz-se passivo líquido ou a descoberto. POSTO DE ATENDIMENTO BANCÁRIO (PAB). É a
dependência de banco múltiplo com carteira comercial, de banco
P
comercial e de caixa econômica com as seguintes características:
PENHOR. Entrega de bem móvel, por parte de um devedor
a) somente pode ser instalado em recinto interno de entidade
ao credor, como garantia de pagamento da dívida: se esta não for da administração pública ou de empresa privada; b) destina-
paga no prazo acertado, o credor executa o bem penhorado. se a prestar todos os serviços para os quais a instituição esteja
PENHORA. Apreensão judicial de bens de um devedor que regulamentarmente habilitada; c) subordina-se à sede ou a uma
não saldou seus compromissos no prazo determinado, recolhidos agência instalada no mesmo município, a cuja contabilidade em
em quantidade e valor suficiente para pagar o credor. seu movimento diário deve ser incorporado na mesma data em
PERFORMANCE BOND. Garantia prestada por uma pessoa que ocorrer.
para assegurar alguém pelo prejuízo resultante do inadimplemento POUPANÇA. Parcela da renda não consumida e acumulada.
dos termos de um contrato. A garantidora é responsável, solidária Em análise macroeconômica, há sempre igualdade ex-post entre
com o contratado, pelo descumprimento do contrato. Por exemplo, poupança e investimento; quando ex-ante os investimentos
o proprietário de uma casa pode exigir um seguro-desempenho do são superiores à poupança global, caracteriza-se uma situação
empreiteiro contratado para realizar uma reforma em sua cozinha; inflacionária; no caso, ex-ante em que os investimentos sejam
dessa forma, se a obra não for realizada a contento e dentro do menores do que a poupança, assinala-se uma tendência recessiva.
prazo determinado, o proprietário terá direito a uma reparação PREFERÊNCIA PELA LIQUIDEZ. Conceito Keynesiano
monetária. relacionado com a demanda global de dinheiro. Em lugar de
PERMUTA. Em publicidade, designa negociação de espaço consumir ou investir o dinheiro em aplicações de menor liquidez,
ou de tempo de um veículo, em troca de produtos ou serviços do as pessoas prefeririam manter seus valores na forma mais líquida
anunciante, mediante acordo prévio entre as duas partes, sendo seu possível (em dinheiro) por três motivos: a) a liquidez permite
valor calculado com base no preço líquido da mídia e nos preços a realização imediata de compras; b) por especulação; c) por
do produto ou serviço sem as margens de lucro do comércio. precaução (o enfrentamento de acidentes ou imprevistos).

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

PRÉ-FIXADA (JUROS). É um atributo de uma aplicação PROVISÃO. Economia - soma destinada pela empresa
financeira quando a taxa de juros a ser recebida é conhecia de à cobertura de um encargo ou de uma perda virtual, futura ou
antemão. Nesta modalidade, o aplicador já sabe quanto receberá eventual. No Brasil, freqüentemente, usa-se o termo reserva como
na data do vencimento. No caso de remuneração pós-fixada, o sinônimo de provisão. Tecnicamente, contudo, há uma diferença:
montante exato será conhecido apenas na data do vencimento ou as reservas são retiradas do lucro sem destino específico.
no resgate do título. Q
PREGÃO. Anúncio em voz alta feito nas bolsas de valores, QUARTEIRIZAÇÃO. Em administração, define a transferência
pelos corretores, dos preços e condições de compra ou venda de da gestão dos serviços já terceirizados de uma grande empresa para
ações. O termo se aplica, por extensão, ao local da bolsa onde se uma outra organização especializada. O processo permite a completa
realiza essa atividade e se concretizam os negócios. desvinculação, tanto administrativa quanto operacional dos serviços
PREVIDÊNCIA PRIVADA. Sistema de pensão gerido por objetivo de terceirização, promove a condensação do organograma da
instituições financeiras, independente da previdência pública empresa transferidora e possibilita a seus executivos superiores maior
oficial e com vistas a complementar a aposentadoria. Baseia-se no concentração nas atividades mais complexas.
pagamento de prestações ao longo de um período (sempre superior QUIROGRAFÁRIO. Credor sem nenhuma preferência,
a dez anos) ao fim do qual o indivíduo passa a receber uma pensão, garantia ou privilégio no pagamento de seu crédito..
proporcional às prestações pagas e reajustável segundo a correção QUITAÇÃO. Em linguagem de economia, refere-se ao ato ou
monetária. efeito de quitar uma obrigação, ou seja: pagar uma dívida, saldar
PRIME RATE. Taxa de juros que mais se aproxima da que se um compromisso.
paga por um investimento sem risco, isto é, aquela proporcionada R
pelos títulos de primeira linha ou de alta qualidade, sendo portanto RATING. Termo de origem inglesa que significa
a que corresponde aos títulos cujo prêmio por risco é praticamente ‘classificação’. Em finanças, define avaliação e classificação de
zero. No mercado financeiro internacional os títulos do governo empresas que atuam no mercado de capitais, possibilitando ao
norte-americano são considerados os mais próximos do risco zero. investidor a definição do grau de risco que assume ao adquirir
PRIVATIZAÇÃO. Aquisição, fusão ou incorporação de uma um título. No ramo securitário, designa uso de dados estatísticos
companhia ou empresa pública por uma empresa privada., e análise matemática para a determinação dos prêmios de seguro.
PROJECT FINANCE (Financiamento de Projetos). E uma RDB - RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. Documento
operação financeira estruturada que permite dividir o risco entre o emitido pelos bancos, representativos dedepósitos a prazo. É
empreendedor e o financiador. nominativo, não sendo transferível por endosso em virtude de não
PROPENSÃO A INVESTIR. Indica a preferência de uma ser título de crédito.
pessoa que possui um capital em destiná-lo a um investimento RECEITA. Soma de todos os valores recebidos em
produtivo, desde que proporcione uma taxa de lucro superior à determinado período (um dia, um mês, um ano), por uma pessoa,
taxa de juros, ou à compra de títulos no mercado financeiro, no entidade, empresa, a qual corresponde aos recebimentos pelas
caso contrário. vendas à vista, pelas partes referentes às vendas a crédito e por
PROPENSÃO A POUPAR. É a proporção de renda individual, eventuais rendimentos de aplicações financeiras.
familiar ou empresarial destinada à poupança. Tendência evidente RECESSÃO. Conjuntura de redução acentuada da atividade
em relação direta ao crescimento da renda. Isso ocorre porque econômica de um país, caracterizada por queda na produção,
os indivíduos ou famílias de baixa renda tendem a gastar toda aumento do desemprego, diminuição do volume de negócios e da
a sua receita em bens de primeira necessidade, não dispondo taxa de lucro, crescimento dos índices de falências e concordatas
praticamente de nenhuma sobra para poupar. (nem sempre acompanhada por queda também nos preços) -, que
PRO-RATA. Expressão latina que significa ‘parte, proporção’. pode restringir-se a um breve período ou estender-se por muito
Em finanças, juros pro-rata temporis são aqueles definidos por tempo, configurando, neste caso, uma depressão ou crise econômica.
uma taxa nominal (12% ao ano), mas contados proporcionalmente RECIPROCIDADE. Sistema de concessões em troca de um
ao tempo de vigência do empréstimo (dias ou meses). Dividendos interesse maior: em linguagem bancária, condição caracterizada
pagos pro-rata são os correspondentes ao número de dias decorridos pela concessão de crédito e liberação de empréstimo a clientes
desde a data da emissão das ações (caso não completem o exercício) que proporcionem, ao banco, preferência nos demais serviços
até a data do encerramento do balanço, possibilitando rendimentos (depósitos, cobranças, ordens de pagamento, câmbio); em
proporcionais às ações de uma mesma classe. termos de relações internacionais, refere-se a um tipo de postura
PRO-RATA TEMPORATE. Expressão em latim que significa econômica na qual dois países adotam, um em relação ao outro, as
“proporcionalmente ao tempo” e é utilizada quando se faz o mesmas concessões ou restrições comerciais.
cálculo dos juros e/ou da correção monetária de uma dívida paga REDESCONTO. Ou Assistência Financeira de Liquidez, é
depois do vencimento. uma função clássica do Banco Central como banco dos bancos
PROTECIONISMO. Doutrina, teoria ou política econômica que consistem em atender a desequilíbrios eventuais de caixa dos
que preconiza - ou põe em prática - um conjunto de medidas que bancos.
favorecem as atividades domésticas e penalizam a concorrência REENGENHARIA. Novo conceito de administração
estrangeira. empresarialque visa à melhoria contínua das atividades numa
PROTESTO. Queixa pessoal ou reclamação coletiva. organização com dois objetivos centrais: o melhor atendimento
Juridicamente, o ato lavrado em cartório pelo qual é reclamado ao cliente e a multiplicação dos resultados. Essa redefinição dos
o pagamento de um título de crédito não honrado, na data do processos empresariais propõe uma radical superação dos conceitos
vencimento, pelo sacado, sacador, emitentes ou avalistas e de gestão herdados desde o século XIX, como os controles
endossadores, ou pela recusa do devedor em firmar o aceite ou em esquemáticos e minuciosos, hierarquias gerenciais enrijecidas e
devolver o título. Também podem ser protestados os contratos de divisão do trabalho. A reengenharia de processos busca objetivos
câmbio e os documentos de crédito. semelhantes com o emprego das tecnologias da informação.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

REFUNDING. Substituir uma dívida antiga por uma nova, RISCO SISTÊMICO. Risco de investimento em títulos que
geralmente para reduzir os custos dos juros da emitente. não pode ser eliminado pela diversificação dos investimentos.
RENDA. Em teoria econômica, define a remuneração de cada RISCO SOBERANO. É a desconfiança que um país sofre de
fator de produção - o salário para o trabalho, o juro e o lucro para não poder honrar seus compromissos externos.
o capital e o arrendamento (ou simplesmente renda) pelo uso da ROYALTY. Remuneração paga em contrapartida por certos
terra. Comumente considera-se renda o valor recebido pelo aluguel direitos, como a exploração mineral, direitos autorais e patentes.
de um bem de consumo durável (carro, casa, terreno, etc.). S.A. DE CAPITAL ABERTO. No âmbito da economia, denomina
RENDA PER CAPITA. Literalmente “renda por cabeça”. Em a empresa, passível de exercer qualquer tipo de atividade industrial,
economia, indicador utilizado para medir o grau de desenvolvimento comercial e de serviços, cujas ações podem ser adquiridas livremente
de um país, obtido a partir da divisão da renda total pela população. pelo público, negociadas diariamente em bolsas de valores -para isso
Este índice, embora útil, oferece algumas desvantagens, pois, ela deve estar registrada, para todos os efeitos legais e regulamentares,
tratando-se de uma média, esconde as disparidades na distribuição na Comissão de Valores Mobiliários ou no mercado de balcão.
da renda. Assim, um país pode ter uma renda per capita elevada, SACADO. Aquele sobre quem é sacada a letra de câmbio ou
mas uma distribuição muito desigual desta renda. Ou, ao contrário,
a duplicata, e deve pagá-las.
pode ter uma renda per capita baixa mas uma renda bem distribuída,
SACADOR. Pessoa física ou jurídica que emite um cheque,
não registrando grandes disparidades entre ricos e pobres.
duplicata ou letra de câmbio contra um sacado e a favor de um
RENDA VARIÁVEL. No mercado de capitais, rendimento
beneficiário, que pode ser o próprio sacador.
que não é prefixado, não faz parte das condições do título e varia
em função das condições de mercado. Os exemplos mais comuns SALDO MÉDIO. Média aritmética dos saldos bancários de
são as ações, os fundos mútuos e os fundos fiscais. um cliente em determinado período (em geral, um mês ou um
RENEGOCIAÇÃO. Em linguagem econômica, significa trimestre). É um dado importante para a liberação de empréstimos,
negociar outra vez, nas mesmas ou diferentes condições, o mesmo financiamentos e descontos de títulos, funcionando como elemento
contrato, envolvendo relações entre pessoas, ou entre empresas ou de reciprocidade e de manutenção, para a casa bancária, de capital
países, em torno de uma dívida ou obrigação: no caso específico passível de emprego em aplicações financeiras.
da dívida externa, refere-se à situação em que o devedor, estando SAZONALIDADE. Flutuação de uma grandeza estatística
incapacitado de pagar o serviço (juros, etc.), procura negociá-la em durante um determinado período que se reproduz identicamente
novos termos, geralmente solicitando prazos mais longos e taxas durante uma mesma “estação”.
de juros mais baixas. SAZONAMENTO. Termo que significa ‘amadurecimento’. No
RENTABILIDADE. Grau de rendimento proporcionado por jargão da economia, diz-se período de sazonamento ou maturação
determinado investimento. Pode se exprimir pela percentagem aquele necessário a que um projeto ou investimento comece a produzir
de lucro em relação ao investimento total. Na maior parte dos resultados positivos.
casos, a rentabilidade é inversamente proporcional à segurança do SECURITIZAÇÃO. Termo oriundo da palavra inglesa
investimento e à liquidez. security, que significa o processo de transformação de uma dívida
RESERVAS. Conjunto de fundos ou valores conservados por com determinado credor em dívida com compradores de títulos ou
um agente econômico, como previsão de eventuais necessidades contratos originados no montante dessa dívida.
ou por razões legais ou contratuais. SECURITY. Termo de origem inglesa que significa
RESERVAS CAMBIAIS. Acúmulo de divisas que as ‘seguridade’. Juridicamente define uma garantia, caução de
autoridades monetárias de um país dispõem para saldar eventuais depósito. No plural, refere-se a títulos, obrigações e valores.
déficits de seus balanços de pagamento. SEGURADORAS. A lei da reforma bancária (Lei N° 4.595,
RESGATE. Ato de pagamento de um título (duplicata, nota de 31 de dezembro de 1964), que reformulou o Sistema Financeiro
promissória e outros). Em vendas a crédito, Nacional, enquadrou as seguradoras como instituições financeiras,
o resgate só é feito quando o devedor efetua o último
subordinando-as a novas disposições legais, sem, contudo,
pagamento.
introduzir modificações de profundidade na legislação específica
RESSEGURO. Operação através da qual um segurador faz
aplicável à atividade. As seguradoras são orientadas pelo Banco
seguro para si próprio, contra os riscos que aceita cobrir. O resseguro
Central quanto aos limites de aplicação de suas reservas técnicas
tem por objetivo concretizar a dispersão dos riscos assumidos
pelos seguradores diretos. Esses continuam responsáveis perante nos mercados de renda fixa e renda variável.
o segurado, porém “cedem” aos resseguradores que os “aceitam” SEGURO. É o contrato no qual uma das partes, a seguradora,
uma parte de seus riscos, mediante o pagamento de um prêmio de mediante a assunção do risco que corre outra pessoa ou seu
resseguro. interesse, o segurado, recebe uma quantia, o prêmio, e pagará a
RESULTADO. Em contabilidade, é o crédito, lucro ou indenização na ocorrência do sinistro.
perda decorrente da gestão do patrimônio, durante um período SELIC - SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E
considerado. Resultado futuro é aquele apurado entre pendências CUSTÓDIA. Serviço prestado pelo Banco Central e ANDIMA -
contábeis para efeito de demonstração. Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto, utilizado
RISCO. Possibilidade de perda numa operação financeira ou por bancos e corretoras para o registro de operações envolvendo
comercial. títulos públicos. As instituições afiliadas são conectadas ao
RISCO CAMBIAL. Risco incorrido por uma empresa ou computador central do SELIC através de uma rede de terminais.
por um banco, sobre o valor a prazo de seu caixa, em virtude da São registradas no sistema todas aos operações envolvendo títulos
incerteza em relação à evolução futura das divisas e das taxas de públicos federais, estaduais e municipais. Criada em novembro de
câmbio. 1979.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

SETOR PRIVADO. Conjunto das empresas urbanas e rurais SUPPLIER’S CREDITS. São créditos e financiamentos
pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas cujo controle não é de de curto e médio prazos para exportadores e importadores de
responsabilidade do Estado. mercadorias e serviços, cedidos por bancos privados e entidades
SETOR PÚBLICO. Conjunto de órgãos e empresas industriais privadas internacionais.
ou de serviços pertencentes ao Estado. Amplamente dominante SWAP. Termo de origem inglesa (literalmente, ‘permuta’)
nos países socialistas e em alguns países capitalistas europeus, que se refere à concessão de empréstimo recíprocos entre bancos,
esse setor tem se desenvolvido também no mundo capitalista, em moedas diferentes e com taxas de câmbio idênticas, utilizada
sobretudo o subdesenvolvido. comumente para antecipar recebimentos em divisas estrangeiras.
SIDE LETTER. Expressão em inglês que significa um T
documento não oficial, assinado entre as partes interessadas, num TAKE-OVER. Expressão de origem inglesa (equivalente
contrato de intenções sobre seu desenrolar. Embora não tenha a ‘assumir posse ou controle’) que, em linguagem econômica,
caráter oficial, pode ser usado como elemento na análise das refere-se à compra de uma empresa por outra.
intenções dos contratantes em caso de processos judiciais. TAXA DE CAMBIO. Eqüivale a uma proporção entre a moeda
SISBACEN - SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO BANCO nacional e a estrangeira. Exemplo: quanto da moeda nacional
CENTRAL. É um complexo de mecanismos de informação é necessário para adquirir uma unidade da moeda estrangeira.
administrado pelo Banco Central do Brasil que se caracteriza por Existem vários métodos para se correlacionar a moeda nacional com
permitir aceso interativo “on line”, tanto para a entrada quanto para a estrangeira. Temos:
a recuperação de informações, além de disponibilizar consultas em TAXA DE RETORNO. Conhecida também como taxa interna
tempo real. de juros, é aquela que anula o valor atual de fluxo de caixa de uma
SISCOMEX -SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO aplicação. Para análise de um investimento, ela corresponde à taxa
EXTERIOR. É uma nova sistemática administrativa do comércio mínima de atratividade disponível ao aplicados.
exterior brasileiro, que integra as atividades afins do Departamento de T-BONDS. Títulos emitidos pelo Tesouro dos EUA, com
Comércio Exterior (DECEX), da Secretaria da Receita Federal (SRF) e vencimento em 30 anos. única aplicação do mundo considerada
do Banco Central (BC) no registro, no acompanhamento e no controle de risco zero.
das diferentes etapas das operações de exportação e importação. TERCEIRIZAÇÃO. Forma de organização estrutural que
SMART CARD. Nome genérico dos cartões dotados permite a uma empresa transferir a outra suas atividades meio, o
de processador e módulo de memória. Diferem dos cartões que lhe possibilita maior disponibilidade de recursos para aplicar
em sua atividade fim. Resultante da dinâmica dos mercados, ela
convencionais, pois, além de reunirem as características de todos
promove a criação de nichos de negócios e, nas empresas que a
os cartões anteriores, possuem o chip embutido, que permite sua
adotam, reduz estruturas operacionais e diminui custos.
utilização em outras funções como realizar internamente as operações
TÍTULO DA DÍVIDA PÚBLICA. Título emitido e garantido
e suportar um volume de dados até 200 vezes maior. Podem ser
pelo governo (União, Estado, Município). É um instrumento de
descartáveis e operar de forma on-line e off-fine. Podem incorporar
política econômica e monetária que pode servir para financiar
múltiplas funções como instrumento de operação financeira, inclusive
investimentos, um déficit do orçamento público, antecipar receita ou
concentrando o relacionamento do portador com diversos bancos.
garantir o equilíbrio do mercado do dinheiro. De acordo com suas
SOBRETAXA. Define a taxação elevada sobre as altas rendas, características, pode ter a forma de apólice, bônus, notas e letras.
ditas rendas extraordinárias.
TÍTULO DE CRÉDITO. Documento formal, necessário ao
SPLIT. Elevação do número de ações representantes do capital exercício do direito literal e autônomo nele contido.
de uma empresa através de desdobramento, com a correspondente
TBC - TAXA BÁSICA DO BANCO CENTRAL. Serve de
redução de seu valor nominal. parâmetro para as intervenções diárias das Autoridades Monetárias
SPREAD. Taxa adicional de risco cobrada sobretudo (mas não no mercado, além de corrigir todos os empréstimos de redesconto
exclusivamente) no mercado financeirointernacional. É variável concedidos às instituições financeiras dentro do valor-base e desde
conforme a liquidez e as garantias do tomador do empréstimo e o que com garantias em títulos públicos federais livres, e, desta
prazo de resgate. forma, ajuda a balizar o custo do financiamento diário das carteiras
STAND-BY. Expressão de origem inglesa (literalmente de títulos públicos. Seu valor é mensal e determinado pelo COPOM
‘apoio’) que, no âmbito da economia, designa crédito de curto - Comitê de Política Monetária. Foi extinta em março de 1999 pelo
prazo, oferecido em condições vantajosas (crédito contigente); Comitê de Política Monetária.
especificamente, denomina linha de crédito aberta pelo Fundo TBF -TAXA BÁSICA FINANCEIRA. Sua metodologia
Monetário Internacional (FMI) aos países membros, até o limite de de cálculo está baseada na amostra das 30 maiores instituições
suas respectivas cotas, concedido a prazo curto e liberado mediante financeiras por volume de captação de depósitos a prazo (CDB/RDB
apresentação de carta de intenções por parte do país solicitante. prefixados de 30 a 35 dias), retiradas da taxa média mensal ponderada
STRADDLE. Ver Casamento de Opções as duas maiores e as duas menores taxas. A base de cálculo é o dia
SUBSCREVER AÇÕES. Assumir a obrigação de pagar o preço de referência, sendo calculada no dia útil imediatamente posterior.
de emissão das ações que adquiriu no mercado primário ou mercado TJLP - TAXA DE JUROS DE LONGO PRAZO. O cálculo
secundário, com entrada inicial de no mínimo 10% e assinatura da da TJLP será feito a partir da média de títulos da dívida externa
lista ou boletim de subscrição. federal, com peso de 75% no máximo, e títulos da dívida pública
SUBSCRIÇÃO. Declaração unilateral de vontade pela qual mobiliária interna federal, com peso de 25% no máximo. Os títulos
pessoa física ou jurídica, assume a responsabilidade de pagar o preço da dívida externa deverão ter prazo mínimo de resgate de dois
de emissão das ações adquiridas ou subscritas. anos. Os da dívida interna serão os de prazo superior a seis meses.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

TR -TAXA REFERENCIAL. Calculada a partir da USURA. Em economia, designa a cobrança de taxas de


remuneração mensal média dos Certificados e Recibos de juros consideradas exorbitantes, superiores aos limites máximos
Depósito Bancários (CDB/RDB) emitidos à taxa de mercado permitidos por lei ou por consenso do mercado, configurando
prefixadas, com prazo entre 30 a 35 dias, inclusive. Esta taxa leva crime contra a economia popular.
em consideração um redutor instituído pelo Banco Central e por V
ele alterado sempre que necessário, para garantir a competitividade VALOR PRESENTE. É o valor atual de um montante futuro
da poupança frente aos demais produtos. descontado a uma determinada taxa.
TRADE OFF. Expressão de origem inglesa que no âmbito VALOR VENAL. O preço pelo qual um bem é comercializado.
da economia refere-se a uma situação de escolha conflitante - Dependendo do jogo de forças do mercado, pode ser maior, menor
ou seja, quando a solução para determinado problema implica ou igual aos custos de elaboração.
conseqüências negativas em outra área como, por exemplo, VAREJO. Comércio no qual se vendem as mercadorias
controlar a inflação através de estratégias recessivas (existiria, por unidade, por quilograma ou fração deste, exercido por
então, um trade off entre inflação e recessão). revendedores (os varejistas) que adquirem os bens dos produtores
TRANCHE. Termo de origem francesa (literalmente, ‘fatia’) ou dos atacadistas.
utilizado nas finanças internacionais para designar uma das VARIAÇÃO CAMBIAL. Alterações reveladas pelas taxas
parcelas de um empréstimo, a ser saldada em etapas. de câmbio, quando confrontados os valores da moeda de um
TRANSAÇÃO. Negócio ou operação comercial ou financeira determinado país com outras moedas estrangeiras. Oscilações
entre duas pessoas, ou empresas, ou entre pessoas e empresas (compra que acontecem com todas as moedas, com maior ou menor
e venda de mercadorias, de ações, empréstimos e financiamentos,
assiduidade, dependendo das relações de troca internacionais e da
aquisição de. equipamentos).
instabilidade interna da economia. O Banco Central define as taxas
TRANSFORMAÇÃO. É a operação pela qual a sociedade
muda de tipo jurídico, sem sofrer dissolução ou liquidação. de câmbio de acordo com a política econômica, guardando certa
TRUST. Termo de origem inglesa que significa ‘consórcio ou relação com as moedas dos países com os quais o Brasil tem maior
confiança’. Em comércio designa conglomerado de empresas do relacionamento no comércio internacional.
mesmo ramo associado a um banco e subordinado a um conselho W
diretor, que atua no mercado com práticas de monopólio. Sua WAIVER. Termo de origem inglesa que significa ‘renúncia
atividade foi restringida por lei, nos Estados Unidos, em 1890. de um direito’ ou ‘dispensa de uma exigência’. Um exemplo é o
Em 1994, o Congresso brasileiro aprovou a Lei n° 8.884, que perdão concedido pelo Fundo Monetário Internacional a um país
dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem devedor, quando ocorra descumprimento de cláusula dos acordos
econômica e comina penalidades para os atos que limitam ou de empréstimos.
prejudicam a livre concorrência e a livre iniciativa nos mercados. WARRANT. Termo de origem inglesa (literalmente, ‘garantia’,
No mercado de valores, refere-se à relação de confiança entre o ‘fiança’). Designa títulos de garantia entregue pelas companhias
investidor e a corretora responsável pela gerência de uma carteira de armazéns gerais relativos às mercadorias neles depositadas,
de títulos. constituindo um documento que prova o penhor cedular dessas
U mercadorias. Acompanhado do conhecimento de depósito, assume
UFIR - Unidade Fiscal de Referência. Criada em substituição valor próprio, podendo ser negociado. Especificamente no mercado
à extinta BTN, como medida de valor e parâmetro de atualização de capitais, refere-se ao documento que garante aos acionistas de
monetária de tributos e de valores expressos em cruzeiros na uma empresa, em determinado prazo, o direito de adquirir certo
legislação tributária federal e os relativos a multas e penalidades de número de ações adicionais, sob preço prefixado.
qualquer natureza. Depois do Plano Real (julho de 1994), a UFIR
continua sendo utilizada como medida de atualização monetária
de tributos, multas e penalidades relacionadas com obrigações em
face do poder público. CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO:
UME. Iniciais de Unidade Monetária Européia, equivalente a
ECU - European Currency Unit. CONCEITO E ETAPAS. PREVENÇÃO E
UNDERWRITER. Termo de origem inglesa (literalmente, COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM DE
‘subscritor’) que, em economia, especificamente no mercado
de capitais, designa instituição financeira que participa de uma
DINHEIRO: LEI 9.613/98 E SUAS ALTER-
operação de underwriting. AÇÕES; CIRCULAR BACEN 2.852/98; CIR-
UNDERWRITING. Termo de origem inglesa (literalmente, CULAR BACEN 3.339/06, CARTA-CIRCU-
‘subscrição’), utilizado internacionalmente para designar o
lançamento de ações ou debêntures para subscrição pública, LAR BACEN 2.826/98 E CARTA-CIRCULAR
realizado geralmente por instituições financeiras autorizadas pela BACEN 3.098/03.
CVM - Comissão de Valores Mobiliários, mediante três tipos
de contrato com a empresa que lança os títulos: straight (com a
financeira subscrevendo a totalidade do lançamento, pagando-o
diretamente à empresa), stand-by (a financeira comprometendo- LAVAGEM DE DIREITO – LEI
se a subscrever os títulos que não sejam adquiridos pelo público) Podemos conceituar a lavagem de dinheiro como as operações
e best-efforts (a financeira não assume a responsabilidade de destinadas a ocultar a origem criminosa de dinheiro ou bens,
subscrever os títulos e devolve à empresa os que não forem dar-lhes aparência lícita e integrá-los no sistema econômico ou
adquiridos pelo público). financeiro, como se fossem obtidos de maneira lícita.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Dessa forma, o legislador efetivou a Lei n. 9.613/98, que Colocação: é a etapa em que o dinheiro obtido na atividade
tipifica criminalmente as atividades de lavagem ou ocultação de criminosa é colocado no sistema econômico o que pode ser feito
bens, direitos e valores de várias maneiras – pelo sistema bancário onde haja facilidades,
O recente fenômeno da globalização aumentou, de modo pela aquisição de bens ou aplicação em empresas de fachada.
significativo, a movimentação de dinheiro pelo mundo. A colocação, ocultação ou conversão: É a introdução do
“Tradicionalmente, a lavagem de dinheiro tem sido encarada dinheiro sujo no sistema financeiro, por intermédio de depósitos
(isoladamente) como a limpeza do dinheiro sujo gerado por bancários, investimentos em valores mobiliários, investimentos
atividades criminosas; na imagem mental coletiva, esses crimes em empresas de fachada etc., onde adquire pela primeira vez uma
estão provavelmente associados ao tráfico de drogas. É claro que distinção em relação as suas origens. Nesta fase, ainda é grande a
a lavagem de dinheiro inclui esse tráfico, mas na verdade abrange ligação destes recursos com seus antecedentes criminais.
muito mais. Para entender e avaliar o poder e a influência da A conversão também chamada de ocultação, em linguagem
lavagem de dinheiro, é necessário recordar a finalidade dos crimes. internacional conhecida como fase do placement, consiste
A imensa maioria dos atos ilegais é perpetrada para conseguir uma na colocação ou na aplicação dos ativos ilícitos em espécie
só coisa: dinheiro. Se for gerado pelo crime, o dinheiro será inútil (dinheiro sujo) no sistema financeiro e econômico, mediante troca
a menos que a fonte sórdida dos recursos possa ser disfarçada ou (conversão) de moeda em casa de câmbio, depósitos bancários,
preferivelmente ‘apagada’. A dinâmica da lavagem de dinheiro investimentos em operações em bolsa, transações imobiliárias,
assenta sobre o âmago corrupto dos muitos problemas sociais e aquisições de jóias e de obras de arte etc., correspondendo essa
econômicos espalhados pelo mundo todo.” ( LILLEY ,2001, p.11) conversão ou ocultação ao objetivo de encobrir a natureza,
“De acordo com ao estudo realizado pode-se afirmar que localização, fonte, propriedade e o controle dos recursos obtidos
a lavagem de dinheiro se encontra estreitamente vinculada à ilicitamente; desta fase podem participar muitas pessoas para diluir
criminalidade organizada, pois, na maioria dos casos, a comissão ou fracionar grandes somas de dinheiro. (BARROS, op.cit., p. 43)
desse delito requer uma estrutura não só para a comissão da Estratificação ou dissimulação:
lavagem como também do delito previsto, o que origina os bens Neste estágio os recursos criminosos são divididos e
que serão lavados. É certo que, na maioria das vezes, o delito que movimentados no sistema econômico financeiro de modo a
gera mais ganhos é o de tráfico de drogas e, portanto, está muito dificultar a identificação de suas origens.
vinculado à lavagem de dinheiro. Porém, no Brasil, não somente “Na segunda etapa do processo de ‘lavagem’ pratica-se
ele gera grandes quantidades aptas à lavagem. Assim, podemos a dissimulação, também conhecida por fase de controle ou
citar outras atividades criminais com a quais se obtêm grandes estratificação, identificada em linguagem internacional como
somas de dinheiro ou bens, como o tráfico de armas, o jogo ilícito, empilage, que corresponde ao acúmulo de investimentos, que
a subtração de veículos e seu contrabando, a extorsão mediante visam maquiar a trilha contábil dos lucros provenientes do crime
seqüestro, as redes de prostituição e a exploração sexual, os antecedente.
crimes contra a administração pública, o roubo de cargas etc. As Nesta fase da ação criminosa, a conduta se reveste de várias
organizações criminais se movem pela facilidade de obtenção de e sucessivas operações e transações econômico-financeiras,
grandes quantias de dinheiro com a comissão de alguns delitos que inclusive nos chamados “paraísos fiscais”, feitas com o
ultrapassam as fronteiras dos países. Essas grandes somas tendem emprego de sofisticados meios eletrônicos e com o propósito de
a ser recicladas mediante sua introdução nos circuitos financeiros, disfarçar e diluir a ilícita origem do dinheiro sujo, sendo então
obtendo assim uma aparência de legalidade.”(CALLEGARI, utilizadas muitas contas bancárias, investimentos diversificados,
2004, p.131)”. aplicações em bolsas, etc., envolvendo a participação de pessoas
A expressão lavagem de dinheiro originou-se, historicamente, físicas e jurídicas empenhadas em camuflar os ativos ilícitos
no costume das máfias norte americanas, na segunda década do (...). É no desenrolar desta “superposição de transações” que
século 20, de usar lavanderias para ocultar a procedência ilegal de o ciclo de ‘lavagem’ basicamente se efetiva, eis que é inerente
seu dinheiro. Deve-se observar que em muitos paises, inclusive à dissimulação o objetivo final de estruturar o lucro ilícito com
Portugal, em vez de ‘lavagem de dinheiro’ é usado o termo nova aparência de ativos lícitos. Portanto, nesta fase, também se
“branqueamento de dinheiro”. Internacionalmente, a expressão apresenta a estruturação, ou seja, a ação do agente lavador que
“money laudering” é utilizada para designar esta atividade. Esta efetua aplicações de grandes volumes de dinheiro gerados pela
terminologia vem recebendo algumas críticas no meio jurídico atividade criminosa (crimes antecedentes), porém, “estruturados”
pela sua falta de rigor técnico devido sua origem popularesca, ou divididos em quantias menores, abaixo do valor para o qual a
e, inclusive, à expressão branqueamento, é atribuída a pecha de lei exige o registro da operação.”(BARROS, op.cit., p. 44).
racista. Alguns doutrinadores preferem utilizar o termo Lavagem Integração:
de Capitais, pelo seu caráter mais abrangente É a fase do processo que os recursos voltam ao sistema
Basicamente três fases compõe o processo de lavagem: econômico sem despertar suspeitas de sua origem, para ser usado
conversão, dissimulação e integração. Não se trata verdadeiramente como bem entender seu proprietário. 13
de etapas distintas, isoladas e obrigatórias, visto que alguns casos “Para concluir o processo, realiza-se a integração (intégration),
caracterizam-se pela manifesta interdependência de operações fase que corresponde ao exaurimento propriamente dito da
paralelas que se comunicam, quando não se sobrepõem, no ‘lavagem’. Consiste em reinserir os lucros e os bens, criminalmente
desenvolvimento do percurso da ‘lavagem’” obtidos, na economia legal sem levantar suspeitas, ou outorgar-
É consensual entre os estudiosos que o processo pelo qual se lhes uma aparência de legitimidade em relação a sua origem”.
efetua a lavagem de dinheiro pode ser dividido em três estágios (CORDERO apud BARROS op.cit. p. 45). Isto geralmente se
básicos, a saber: obtém com a criação ou investimentos em negócios lícitos, ou

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ainda mediante a aquisição de bens em geral (imóveis, obras Para executar este processo de lavagem de dinheiro,
de arte, ouro, jóias, ações, embarcações, veículos automotores, seus mentores utilizam-se de uma variada gama de artifícios,
etc...), sendo o capital, com aparência lícita, reintroduzido nos proporcionados pelos fenômenos da internacionalização dos
setores econômico, financeiro e produtivo da cadeia econômico- mercados, da sofisticação da tecnologia, e do aparecimento de
financeira do país, tal como ocorre com as operações de fundo ambientes políticos e econômicos inseguros.
legítimo.”(BARROS, op. Cit., p. 45). Assim, segundo Lilley, a Internet propicia a lavagem virtual
Também através da internet a lavagem de dinheiro acontece. e o suborno de políticos e profissionais liberais permite que o
Utiliza-se a expressão ciberpagamento como sendo uma de várias dinheiro efetue os trâmites burocráticos necessários, sem grandes
que servem para descrever sistemas que facilitam a transferência empecilhos.
de valores financeiros, isto é, moeda digital. Esses avanços podem Os paraísos fiscais e alguns pequenos países tentam obter
alterar toda a forma de processamento das transações financeiras vantagens oferecendo facilidades de operações financeiras para
e toda a operação do sistema de pagamentos financeiros. Esta qualquer tipo de capital, sem nenhuma preocupação com suas
nova tecnologia irá provocar a alteração de alguns princípios origens.
fundamentais que hoje estão associados a uma sociedade orientada O próprio sistema bancário tradicional fornece preciosas
oportunidades à lavagem de dinheiro, ao permitir, sem maiores
para a moeda. As transações poderão ser feitas via internet ou
exigências, a abertura de contas, em alguns casos dispensando até
através de cartões inteligentes que, diferentemente dos cartões de
a identificação do titular.(LILLEY, 2001)
crédito ou cartões de débito, contêm um microchip que armazena
“A lavagem de capitais é produto da inteligência humana. Ela
valor no cartão. Alguns ciberpagamentos aproveitam ambos os não surgiu do acaso, mas foi e tem sido habitualmente arquitetada
sistemas e, nestes, o elemento comum é que foram criados para dar em toda parte do mundo. A bem da verdade é milenar o costume
às partes envolvidas na transação uma forma imediata, conveniente, utilizado por criminosos no emprego dos mais variados mecanismos
segura e potencialmente anônima de transferir valores financeiros. para dar aparência lícita ao patrimônio constituído de bens e capitais
Uma vez plenamente implementada, essa tecnologia irá impactar a obtidos mediante ação delituosa.” ( BARROS, 2004, p.25 )
vida de usuários em todo o mundo e prestar benefícios facilmente A resposta brasileira ao compromisso assumido na Convenção
visíveis para o comércio legítimo. Mas, irá também ter o potencial de Viena, em 1988, de criminalizar a conduta da lavagem, foi
de facilitar o movimento internacional de recursos ilícitos. consubstanciada na Lei 9.613 de 03 de março de 1998.
Eficientes pela velocidade e seguros pelo anonimato, os Nos dois capítulos iniciais, denominados, respectivamente,
ciberpagamentos guardam estas características positivas do ponto “Dos Crimes de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores”
de vista do público, e também das autoridades incumbidas de e “Disposições Processuais Especiais”, a lei trata, especificamente,
repressão aos crimes de ‘lavagem’, que não querem ver esses da tipificação crime de lavagem de dinheiro e de seus aspectos
sistemas ameaçados. Entretanto, as referidas características tornam processuais.Em seguida, nos capítulos III e IV aborda os efeitos da
esses sistemas igualmente atraentes para aqueles que os usam para condenação e crimes praticados no estrangeiro. Do capítulo V até
fins ilegais. E o maior grau de anonimato, ao mesmo tempo em que o VIII trata de aspectos administrativos e finalmente no capítulo
dá segurança, também dificulta ainda mais as investigações que IX estabelece a criação do Conselho de Controle de Atividades
visam detectar as atividades ilegais. Financeiras (COAF).
Com o advento do banco em domicílio e dos ciberpagamentos, SERGIO NEI VIEIRA ELIAS, em brilhante trabalho citando
sucede um decréscimo das transações realizadas face a face. Há, o prof. BARROS, MARCO ANTÔNIO DE. Lavagem de capitais e
portanto, uma preocupação especial com a incapacidade de as obrigações civis correlatas. com comentário, artigo por artigo, à Lei
instituições financeiras ‘reconhecerem efetivamente seus clientes’ 9613/98, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004 e CALLEGARI,
no mundo potencialmente anônimo do sistema de pagamento sem ANDRE LUÍS. Lavagem de dinheiro. Barueri, SP: Manole, 2004,
papel. E o impacto disto é relevante nos métodos tradicionais de nos ensina sobre esse lei, cujos comentários vamos transcrever:
vigilância e análise de documentos financeiros”. (BARROS, op. A análise do artigo 1º, com seus parágrafos e incisos, mostra
que o crime de lavagem de dinheiro fica caracterizado pela
cit., p. 47).
existência necessária de duas situações:
Em tese, a utilização dos ‘paraísos fiscais’ como instrumento
1. A ocorrência de um crime antecedente dentre aqueles
de investimento externo e de transferência de recursos, não
listados no parágrafo 1º da referida lei.
constitui ilícito penal. Desde que a operação realizada encontre 2. Acontecer a ocultação ou dissimulação da natureza,
amparo legal, prevalece o princípio da liberdade empresarial movimentação, propriedade ou utilização de bens direitos ou
de conduzir os negócios, de modo que, os tributos que se deve valores provenientes deste crime antecedente.
recolher sejam os mais baixos possíveis, pois a ninguém se impõe Assim, conclui-se que a lei destina-se a punir não aos autores
a obrigação de adotar medidas que se tornem mais gravosas as do crime antecedente, que terão suas penas correspondentes ao
prestações tributárias. crime que cometeram, mas sim àqueles que lavam ou tentam lavar
Todavia, a adoção do princípio de liberdade empresarial não o produto deste crime.
é aceita quando o objetivo que move a aplicação financeira é o de Em seu último livro sobre o assunto, Marco Antonio de Barros
atingir especificamente a conversão dos ativos ilícitos (dinheiro faz uma análise sistemática do tipo da lei de lavagem.
“sujo”) em lícitos. No vasto campo da ‘lavagem’, os ‘paraísos Inicia examinando o sentido das palavras que compõe o
fiscais’ são utilizados com freqüência pelos criminosos, sendo que “caput” do art.1º “Ocultar ou dissimular a natureza, origem,
estimativas não comprovadas apontam que, nas ‘lavanderias’ do localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens,
Planeta, circulam aproximadamente ¼ (um quarto) das finanças direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de
mundiais.” (BARROS, op. cit., p. 82). crime”:

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

“Ocultar significa encobrir, esconder, sonegar, não revelar, “Extorsão mediante seqüestro(...)
enquanto dissimular é ocultar com astúcia, fingir, disfarçar. A A extorsão mediante seqüestro configura-se quando o
natureza representa a própria especificidade ou as características criminoso seqüestra uma pessoa para o fim de obter, para si ou para
estruturais dos bens, direitos ou valores, enquanto a origem liga- outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate.
se a procedência ou forma de obtenção desses bens, direitos ou Trata-se de crime hediondo, assim declarado pela Lei 8.072/90,
valores. Por localização entende-se onde 26 possam esses bens, que impôs severo rigor restritivo à liberdade do agente, a quem
se reserva a pena de reclusão, de oito a quinze anos, consoante
direitos ou valores ser encontrados, e disposição o local em que
estabelece o art. 159, caput, do CP.” (BARROS op.cit., p.136)
estariam, metodicamente colocados, utilizados ou a situação em “Crimes contra a Administração Pública (...)
que se encontram. No tocante à movimentação, servem os atos A redação deste inc. V não é precisa. Melhor teria feito o
de deslocamento, aplicação, circulação ou mudança de posição de legislador, se indicasse quais são os crimes contra a Administração
tais bens, direitos ou valores. Como última observação anota-se Pública que efetivamente guardam conexão com a ‘lavagem’. É
que a propriedade corresponde à titularidade e domínio de bens, que essa espécie de delinqüência astuciosa leva em consideração
direitos ou valores que integrem o patrimônio proveniente de toda a atividade estatal, nos campos subjetivo e objetivo e encontra-
crime antecedente. (...) Bens são definidos juridicamente como se refletida em inúmeras normas do Código Penal e também em
toda coisa, todo direito, toda obrigação, enfim, qualquer elemento outras leis esparsas. Desta forma, a menção genérica da modalidade
criminal precedente pode produzir incertezas e debates jurídicos
material ou imaterial, representando uma utilidade ou uma riqueza,
que somente serão suplantados pelo bom senso do aplicador do
integrado no patrimônio de alguém e passível de apreciação direito a quem cabe, para efeito de responsabilização do crime
monetária. Direitos, de seu turno, podem ser definidos sob vários de ‘lavagem’ de capitais, desempenhar a tarefa de delimitar
aspectos, porém, o sentido que melhor se aplica como instrumento adequadamente a conduta criminosa antecedente.
da ‘lavagem’ é aquele oriundo do jus romano, compreendido na Com efeito, somente na parte especial do Código Penal reserva-
fruição e gozo de tudo o que nos pertence, ou que nos é dado. se o Título XI, composto de cinco capítulos, com nada menos do
Valores, em sentido econômico, exprimem o grau de utilidade que 61 artigos (sem contar os seus parágrafos e incisos), versando
das coisas, ou bens, ou a importância que lhes concedemos para sobre o gênero Crimes contra a Administração Pública (conforme
arts. 312 a 359-H). Neste amplíssimo leque estão incluídas as
a satisfação de nossas necessidades.” (BARROS, op.cit., p.110 e
seguintes modalidades criminosas: a) crimes praticados por
112 ) funcionário público contra a administração em geral; b) crimes
Em seguida descreve e comenta cada um dos crimes praticados por particular contra a administração em geral; c)
antecedentes elencados no artigo 1º : crimes praticados por particular contra a Administração Pública
“Tráfico de substâncias entorpecentes (...) estrangeira; d) crimes contra a administração da justiça; e) crimes
Sem dúvida, a raiz marcante dos crimes de ‘lavagem’ é o contra as finanças públicas.” (BARROS, op.cit., p.138)
narcotráfico e a disseminação do consumo de drogas, sobretudo “Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional(...)
daquelas mais baratas, que gravíssimas conseqüências de ordem Persegue-se aqui a ‘lavagem’ decorrente de lucro auferido pela
físico-psíquica causam ao usuário (...) Há indicativos de que o prática de crime antecedente, cuja conduta criminosa se amolde
a um dos tipos penais ditados pela chamada Lei dos Crimes do
tráfico de drogas, desde a produção até a distribuição, movimenta
‘Colarinho Branco’, de que trata a Lei 7.492/86, parcialmente
no mundo, segundo cálculos da ONU, cerca de US$400 bilhões alterada pela Lei 9.080/95, e também da ‘lavagem’ do produto
anuais, metade dos quais lavados por organizações criminosas. ilícito obtido mediante o cometimento de crime previsto na Lei
Estima-se que no Planeta existam mais de cento e oitenta milhões 6.385/76, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria
de consumidores de drogas, e que essa indústria criminosa a CVM.
movimenta o dobro do que fatura a indústria mundial de produtos Considerando que um dos bens tutelados pela lei dos crimes
químicos, ou o equivalente ao comércio mundial de petróleo e de ‘lavagem’ é a própria segurança do sistema financeiro nacional,
gás, e um pouco mais do que as receitas do turismo.” (BARROS, em tese, qualquer um dos vinte e dois crimes relacionados pela
Lei 7.492/86 pode ser tido com antecedente.”(BARROS, op.cit.,
op.cit., p.113)
p.161)
“Terrorismo e de seu financiamento(...) “Praticado por organização criminosa(...)
Atualmente existem dois segmentos do gênero terrorismo: um Neste item, Barros salienta a dificuldade para definir, em
visa alcançar fim político, pressionar a modificação da estrutura nossa legislação, o que seja “organização criminosa”.
do Estado ou agir em represália à atividade política ou econômica “A omissão é desconcertante. Ninguém há de negar que as
de um Estado em relação a outro; e o segundo é o terrorismo organizações criminosas existem. Suas estruturas e formas de
religioso ou ideológico, que em algumas ações do islamismo tem operacionalização dos ilícitos, tal como já foram descritas, são
utilizado, como poderosa arma de agressão, combatentes suicidas.” do conhecimento das autoridades constituídas. Aliás, tanto isto é
(BARROS, op.cit., p.123) verdadeiro que o próprio Poder Executivo enviou Projeto de Lei
ao Congresso propondo a inserção do art. 288-A, no Código Penal,
“Contrabando ou tráfico de armas, munições ou material
com a seguinte redação: ‘Organização Criminosa – Associarem-se
destinado à sua produção(...) três ou mais pessoas em grupo organizado, por meio de entidade
Tráfico de armas, tráfico de drogas ou contrabando são ou não, de forma estruturada e com divisão de tarefas, valendo-se
atividades criminosas que se entrelaçam. A mídia nos dá o de violência, intimidação, corrupção, fraude ou de outros meios
testemunho vivo e diário de que os traficantes de drogas ostentam assemelhados, para o fim de cometer crime: Pena – reclusão de
poderosíssimo armamento bélico, de eficiência e tecnologia cinco a dez anos e multa. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de
incomparáveis ao que é normalmente utilizado pelos agentes 1/3 à metade se o agente promover, instituir, financiar ou chefiar a
policiais.” (BARROS, op.cit., p.132) organização criminosa’.

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Enquanto perdurar a pendência legislativa, não será possível “ Recepção do produto dos crimes antecedentes(...)
eliminar o efeito negativo que a situação provoca no combate aos Desse modo, o legislador não deixa de punir a receptação
crimes de ‘lavagem’.”(BARROS op.cit, p. 176) posterior à consumação do crime antecedente, tendo por objeto
“Praticado por particular contra a administração pública o produto lucrativo originário de um dos ilícitos enumerados nos
estrangeira (...) oito incisos do art. 1º da Lei de ‘Lavagem’. Mas impõe dizer que
Combate-se, por força deste novo dispositivo, a ocultação e esta receptação deve ter por finalidade encobrir ou dissimular
a utilização do lucro ou patrimônio ilícito resultante de um dos
a dissimulação do capital produzido sob a forma ilícita de crimes
crimes antecedentes. Vale dizer: esta figura equiparada ao crime
praticados por particular contra a administração pública estrangeira. de ‘lavagem’ exige, para a sua configuração, a conduta dolosa do
Cuida-se dos delitos de corrupção ativa e tráfico de influência nas agente que transaciona os bens, direitos ou valores, com plena
transações comerciais internacionais. Mas é claro que, do ponto ciência da origem ilícita destes e com a manifesta vontade de
de vista da repressão criminal de caráter internacional, pouca ou ocultá-los ou de dissimular a sua utilização.” (BARROS, op. cit.,
nenhuma relevância tem a corrupção casuística de conseqüência p.191)
monetária limitada, visto que interessa obstar a ‘corrupção “Importação ou exportação de bens com falsos valores(...)
macroeconômica’ ou seja, aquela que se afasta da delinqüência Com a importação ou exportação de coisas sobrefaturadas ou
comum e se aproxima da criminalidade organizada e que coloca subfaturadas, o agente quer encobrir ou dissimular o lucro ilícito
em risco o próprio desenvolvimento socioeconômico do País, na obtido com a prática do crime antecedente e, ao mesmo tempo,
pretende introduzi-lo no mercado econômico e financeiro com
medida em que prejudica a arrecadação de tributos necessários
aparência de lícito. Na ação penal caberá ao Ministério Público
para o cumprimento de metas sociais e de superação da pobreza.” provar que o réu tinha ciência da origem criminosa do capital
(BARROS, op.cit., p. 179) constituído por bens, direitos e valores, os quais são provenientes
A lei continua a estabelecer situações típicas para o crime de do crime antecedente; que a importação ou a exportação de bens
lavagem de dinheiro, em seu artigo 1º, § 1º: “Incorre na mesma tinha por finalidade ocultar ou dissimular a utilização desse capital;
pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos e que os valores da transação realizada não são verdadeiros.”
ou valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes (BARROS, op. cit., p .192)
referidos neste artigo: I - os converte em ativos lícitos; II - os Em seguida, no parágrafo 2º, a lei descreve nova situação
adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, geradora do crime que ora analisamos: “Incorre, ainda, na mesma
tem em depósito, movimenta ou transfere; III - importa ou exporta pena quem: I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens,
bens com valores não correspondentes aos verdadeiros”. direitos ou valores que sabe serem provenientes de qualquer dos
crimes antecedentes referidos neste artigo; II - participa de grupo,
Em seguida, nos incisos, I, II e III são elencadas três maneiras
associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade
de se ocultar ou dissimular esta utilização. Fica implícito que nesta principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos
segunda versão o responsável deve agir com ciência da origem nesta Lei.
ilícita dos recursos, para que possa configurar-se a lavagem de Neste inciso I, em nosso entendimento, o legislador tenta
dinheiro. reprimir a última fase do processo, isto é a integração. Assim,
Ao analisar estas formas derivadas do crime de lavagem se o dinheiro obtido pelos crimes antecedentes elencados na lei,
descritas no parágrafo 1º, Marco Antonio de Barros analisou cada aparece agora sem nenhum indício, mas, por alguma circunstância
inciso separadamente, como veremos adiante: a pessoa sabe de sua origem, então cometerá crime se utilizar estes
“ Conversão dos produtos ilícitos em ativos lícitos(...) recursos em sua atividade econômica. Assim se manifestaram os
Pela redação deste dispositivo, depreende-se que o legislador autores:
“No inc. I do § 2º o legislador tipificou a conduta do sujeito que
quer cercar a ação de terceira pessoa, a qual, sabedora de que
utiliza, na atividade econômica ou financeira de bens, direitos ou
os bens, direitos e valores são provenientes de qualquer crime valores que sabe ser proveniente dos crimes antecedentes. A nosso
antecedente, os converte em ativos lícitos para ocultar ou dissimular juízo a comissão dessa modalidade só é possível pelo dolo direto,
a sua utilização. O elemento subjetivo desta infração é o dolo, pois para que exista a figura típica é necessária a comprovação de
pois não é razoável punir o chamado ‘laranja’, em geral pessoa que o sujeito sabia a origem dos bens ilícitos e mesmo assim os
ingênua, simples e sem capacidade econômica à altura de cometer introduziu no sistema econômico, utilizando-os em seu benefício
crime desta natureza, se apenas contribuiu de forma culposa, isto ou em benefício de terceiros.”(CALLEGARI, op. cit., p. 155)
é, se agiu tão somente com negligência ou imprudência. “Bastará que o agente exerça a atividade econômica ou
Enquanto as modalidades alternativas do tipo penal descrito no financeira, e que no exercício destas, utilize o lucro ou patrimônio
art. 1º, caput, identificam a ‘lavagem’ na ocultação ou dissimulação que sabe serem provenientes de qualquer dos crimes anteriores
da natureza, origem, localização, movimentação ou propriedade conexos à ‘lavagem’.
Como o legislador utilizou a expressão ‘que sabe serem
de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente,
provenientes’, firma-se a idéia de que esta figura penal somente
dos crimes básicos já mencionados, a regra prevista no inc. I do se perfaz com o dolo direto. Isto pelo fato de não ter sido usada a
§ 1º refere-se à conversão do capital em ativos lícitos, a qual é terminologia ‘deve saber’, o que conduziria à remota possibilidade
feita para ocultar ou dissimular a utilização dos lucros ilícitos. Em de se responsabilizar criminalmente o agente por dolo eventual.
outras palavras, as modalidades do crime que compõem o caput do Para ser responsabilizado, o agente deve estar consciente da origem
art. 1º correspondem ao que se pode chamar de ‘lavagem’ direta ou ilícita do dinheiro ou do patrimônio. E não se exige provar que ele
primária, enquanto as figuras previstas no seu § 1º são destinadas visa ocultar ou dissimular esta origem, mas basta demonstrar que
a punir condutas secundárias ou paralelas, que colaboram com a sua vontade é utilizá-los na atividade econômica ou financeira que
lavagem ” (BARROS, op. cit, p. 189) exerce.” (BARROS, op.cit, p.193)

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Finalmente, no inciso II, a lei encerra o elenco de situações, “Ao receber a denúncia pode o juiz fundamentar a sua decisão
que caracterizam o crime por ela disposto, penalizando a consignando estar convencido de que constatou a presença de
participação em associação formal ou informal de pessoas que indícios da ocorrência do crime de ‘lavagem’ e de sua autoria,
pratiquem a lavagem. bem como, que existem indícios suficientes da prática do crime
“Por fim, na modalidade prevista no inc. II do § 2º o legislador antecedente. (...)
buscou a punição do sujeito que participa de grupo, associação ou Sem que existam sérios indícios da ocorrência do crime
escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou antecedente, a denúncia não pode ser recebida pelo juiz, e isto
por faltar justa causa para o início do processo. ‘Sérios indícios’,
secundária é dirigida para a prática dos crimes previstos na Lei
segundo a doutrina espanhola, correspondem àqueles ‘plenamente
de Lavagem. Não faz falta essa modalidade, pois a punibilidade acreditados’, conforme assevera Miguel Angel Montañes Pardo,
do sujeito ficaria abarcada pela norma prevista no art. 29, CP, que ao dizer ser necessário que os indícios sejam fatos plenamente
trata do concurso de pessoas”.(CALLEGARI, op. cit., p.155) acreditados e não meras conjecturas ou suspeitas, pois não é
“Estão envolvidas nessa espécie de criminalidade transacional possível construir certezas sobre simples probabilidades. Ademais,
pessoas físicas e jurídicas de múltiplas camadas. Pretende o os indícios devem ser provados, como é óbvio, por provas lícitas
legislador que a lei sirva de instrumento eficaz para punir toda e e legalmente obtidas como se tratasse de qualquer outro fato. A
qualquer forma de ‘lavagem’ que possa existir. Então a reprimenda satisfação deste pressuposto reafirma o entendimento de que
destina-se a atacar grupos, associações ou escritórios que em suas embora prestigiado o princípio da autonomia dos processos, a
atividades, principais ou secundárias, executem operações ou independência destes não é total, pois a lei exige a apresentação
transações ligadas aos crimes de ‘lavagem’ (...). de denúncia lastreada em razoável base de materialidade ou da
A responsabilização penal aqui comentada acaba sendo aplicada existência do delito anterior.”(BARROS, op. cit., p. 220)
por incidência natural da regra prevista no art. 29 do Código Penal, O problema, verdadeiramente irá se apresentar após o
o qual estabelece que quem, de qualquer modo, concorre para acolhimento do processo, por ocasião da sentença, pois aí será
o crime, incinde nas penas, a este cominadas, na medida de sua necessário que o juiz possua certeza do cometimento do crime
culpabilidade.”(BARROS, op. cit., p. 194) anterior, pois assim exige o texto da lei ao tipificar o crime. Poderá
2.2.2.2 Análise dos aspectos processuais do Capítulo II o juiz julgar que houve este cometimento sem a devida sentença
“Na lei brasileira, três pontos chamam a atenção: a) o tipo condenatória?
da ‘lavagem’ ou ocultação de bens, direitos ou valores atrela-se a O capítulo III
crimes antecedentes, cujo rol vem enunciado no próprio art. 1° da Neste capítulo a lei estabelece a perda em favor da União do
patrimônio obtido com o crime de lavagem, ressalvado direito
Lei 9.613/1998 (tráfico ilícito de entorpecentes ou drogas afins;
do lesado ou de terceiro de boa-fé; e a proibição do exercício de
terrorismo e seu financiamento; contrabando ou tráfico de armas, alguns cargos e funções, pelo tempo em dobro da pena de privação
munições ou material destinado à sua produção; extorsão mediante de liberdade aplicada.
seqüestro; crimes contra a Administração Pública; crimes contra o O capítulo IV
sistema financeiro; crimes praticados por organização criminosa, Neste capítulo, a lei estende o confisco ao patrimônio obtido
etc.); b) assenta-se a independência da apreciação judicial do em crimes efetuados no estrangeiro, estabelecendo os critérios
crime de ‘lavagem’ ou ocultação de bens, direitos ou valores, no para sua realização. Assim, segundo Marco Antonio de Barros, a
tocante ao processo e julgamento do crime antecedente(art.2°,II, lei atende ao compromisso de cooperação internacional assumido
da Lei 9.613/1998); e c) propõe-se a possibilidade, em crime de na reunião do GAFI em 1989.( BARROS, op.cit.)
‘lavagem de dinheiro’ de a denúncia ser instruída, apenas, com O capítulo V e seguintes:
‘indícios suficientes da existência do crime antecedente’ (art. 2º, § A partir do capítulo V até o IX a lei deixa de tratar
1º, da Lei 9.613/1998). especificamente do crime de lavagem e seus aspectos penais e
Os dispositivos, não obstante os dois últimos (art.2°, II, processuais, para tratar, por intermédio de medidas administrativas,
e art. 2º, § 1º, ambos da Lei 9.613/1998) possuírem caráter de da prevenção do crime de lavagem, definindo atribuições,
direito processual, têm indiscutível importância para o exame da elaborando normas e até criando órgãos específicos como é o caso
tipicidade do crime do art. 1º da Lei 9.613/1998).” (PITOMBO, do COAF.
2003, p.18) “Mas, neste e nos capítulos subseqüentes, passa o legislador a
A necessidade da existência de um crime antecedente é ditar normas obrigacionais civis correlatas ao propósito de impedir,
exigida para caracterizar o crime de lavagem, mas este fato não senão dificultar, a utilização de setores regulares da atividade
precisa estar configurado por prova evidente, mas indícios poderão econômica como instrumentos úteis para a prática de operações
que a lei coíbe.” (BARROS, op. cit., p.274)
ser considerados suficientes.
Capítulo V
“Art. 2º § 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes Inicialmente, no artigo 9º deste Capítulo, a lei define
da existência do crime antecedente, sendo puníveis os fatos taxativamente as pessoas jurídicas que se subordinarão às
previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o obrigações nela previstas.
autor daquele crime.” São instituições brasileiras ou estrangeiras representadas,
“O legislador brasileiro não exigiu a prova do delito assim como: bancos e instituições financeiras; corretoras de câmbio,
antecedente ao de lavagem para que se possa iniciar o processo e seguro e valores mobiliários; bolsas de valores e mercadorias;
o julgamento deste crime. Assim, bastaria a existência de indícios casas de custódia; administradoras de cartão de crédito; empresas
do crime antecedente para que o Ministério Público desse início de leasing e de factoring; entre outras, abrangendo, ainda, todas
à ação penal. Isso encontra respaldo no art. 2°, § 1°, da Lei n. as entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão
9.613/98, que dispões expressamente: ‘A denúncia será instruída regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de
com indícios suficientes da existência do crime antecedente, sendo seguros. Incluem-se também neste rol, as empresas ou pessoas
puníveis os fatos previstos nesta lei, ainda que desconhecido ou que promovam ou comercializem imóveis, bens de luxo ou de alto
isento de pena o autor daquele crime.” (CALLEGARI, op. cit., p valor, assim como as que comercializem pedras e metais preciosos
85) e objetos de arte e antiguidades.

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Neste ponto, descreveremos as responsabilidades dos órgãos relacionadas no art. 9°, qual seja, a de manter o registro de toda
reguladores, aproveitando citação de Marco Antonio de Barros: transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores
“E quais são estas ‘autoridades competentes’ repetidas vezes mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível
mencionadas nos dispositivos em estudo? de ser convertido em dinheiro, quando a pessoa física ou jurídica,
A primeira autoridade a ser mencionada é a COAF – Conselho seus entes ligados, houver realizado, em um mesmo mês-
de Controle de Atividades Financeiras, órgão criado por esta lei e calendário, operações com uma mesma pessoa, conglomerado
subordinado ao Ministério da Fazenda que não goza de exclusiva ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela
atribuição para baixar as instruções de interesse fiscalizatório autoridade competente.” (BARROS, op. cit., p 287)
e investigativo envolvendo operações suspeitas de ‘lavagem’.
A propósito, a lei reza que ‘as instruções referidas no art. 10 Capítulo VII
destinadas às pessoas mencionadas no art. 9, para as quais não No capítulo VII, em seu artigo 11, a lei trata da comunicação
exista órgão próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas de operações financeiras suspeitas, por apresentarem sérios
pela COAF.’ indícios dos crimes de lavagem, no prazo de 24 horas e sem
Tenha-se presente a confirmação da existência de outros entes conhecimento dos titulares da operação. Novamente, deixa a cargo
encarregados da fiscalização que também são competentes para das autoridades competentes a edição de instruções definindo estas
baixar as instruções regulamentadoras e, ao mesmo tempo, são os operações suspeitas nas suas respectivas áreas de atuação
destinatários das comunicações obrigatórias adiante mencionadas, Mesmo com a posterior definição das operações suspeitas
nos seguintes exemplos: a) para as pessoas jurídicas ou físicas pelas respectivas reguladoras, esta medida requer especial atenção
relacionadas no art. 9° e seu parágrafo único, que operam no pela sua difícil operacionalidade.
sistema financeiro, a autoridade que goza de competência privativa Em alguns casos, pelo desejo das autoridades de não deixar
é o Banco Central do Brasil – BACEN; b) para as pessoas jurídicas brechas aos possíveis lavadores, o universo de operações suspeitas
ou físicas que operam com valores mobiliários, como as bolsas, aumenta de tal maneira que torna a sua comunicação e posterior
a autoridade competente é a Comissão de Valores Mobiliários análise uma tarefa praticamente quase impossível de ser realizada
– CVM; c) para aqueles que operam no sistema de seguro e integralmente, inclusive, devido ao exíguo prazo de 24 horas para
capitalização, a autoridade competente é a Superintendência de sua efetivação.
Seguros Privados- SUSEP”. (BARROS, op. cit., p 291) “Na verdade, para que a Lei de ‘Lavagem possa efetivamente
Capítulo VI produzir resultados positivos no combate à criminalidade
Aqui a lei trata da identificação dos clientes, através de organizada é indispensável a conjugação de esforços entre a
cadastros atualizados, e manutenção de registros de operação, nos sociedade e o Estado. Nesta batalha sem fim, a participação de
termos de instruções emanadas das autoridades competentes. setores privados da sociedade, que esta lei indica no art. 9° e seu
Neste ponto, a lei não define explicitamente o que é cadastro parágrafo único, passa a ser de vital importância. Contudo, é preciso
atualizado, ficando a cargo do órgão fiscalizador fazê-lo, através raciocinar tendo em vista a realidade do nosso povo. Desejar que o
de seu entendimento tácito ou por edição de norma complementar. universo constituído pelas pessoas jurídicas e físicas oneradas pela
“A lei determina que se mantenha cadastro atualizado lei seja capaz de identificar as operações que ‘possam constituir-
dos clientes e o registro de todas as operações financeiras ou se em sérios indícios dos crimes de lavagem’ é, a meu ver, um
comerciais, bem como de qualquer ativo passível de ser convertido sonho de concretude inatingível na proporção do que se proclama.
em dinheiro, que ultrapasse o limite fixado pela autoridade É certo que esta tarefa poderá vir a ser desenvolvida com algum
administrativa competente. Essa forma de executar a vigilância êxito em determinados setores, mormente pelas pessoas jurídicas
compartilhada com setores econômicos e financeiros privados do razoavelmente estruturadas. Porém, o grosso das pessoas obrigadas
País, sem despesas adicionais para o erário, tornou-se comum entre a cumprir essas normas administrativas, com certeza, ainda que
os países que já criminalizam a ‘lavagem’ de dinheiro. Seguindo os possam demonstrar boa vontade, pouco ou nada acrescentarão ao
passos dos Estados Unidos da América, as legislações da Bélgica, desiderato do legislador.” (BARROS, op.cit.,p.306)
Espanha e Portugal também a adotaram.
Não há indicativo claro do que seja cadastro atualizado, mas a Capítulo VIII
lei impõe a obrigação de conservar o cadastro e os registros durante No capítulo VIII, em seu artigo 12, a lei define as sanções
o período mínimo de cinco anos, a partir do encerramento da conta administrativas a serem aplicadas pelo descumprimento das
ou da conclusão da transação; este prazo pode ser ampliado pela obrigações administrativas determinadas nos artigos 10 e 11.
autoridade competente.”(BARROS, op.cit., p.285) As sanções vão da advertência, passando pela multa, até a
Sobre os registros, a lei recomenda, no art.10, incisos I e II, inabilitação temporária ou definitiva,dependendo da gravidade ou
que sejam selecionadas com este objetivo, as operações acima da reincidência da infração.
de determinado valor, considerado relevante pela instituição As sanções e seus critérios de aplicação estão claramente
reguladora. Para evitar a dissimulação do valor da operação, descritos na lei de modo a não deixar dúvidas sobre sua utilização.
pelo uso do artifício do fracionamento em operações menores,
recomenda, no § 3º, que o valor limite também seja considerado Capítulo IX
para a soma das operações verificadas em um mesmo mês. Neste capítulo a lei cria o Conselho de Controle de Atividades
“Para impedir que o autor do crime de ‘lavagem’ ludibrie Financeiras - COAF, “com a finalidade de disciplinar, aplicar penas
o sistema de registros e cadastros, a lei acrescenta uma administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências
providência complementar, impondo mais uma obrigação a todos suspeitas de atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo da
os profissionais e pessoas físicas ou jurídicas genericamente competência de outros órgãos e entidades”.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

PREVENÇÃO ao Ministério Público Federal, ao Ministério Público do Estado


Esta visão veio embutida na Lei de Lavagem de Dinheiro, respectivo e à Polícia Federal, a fim de possibilitar o bloqueio da
aprovada em 1998. Realmente, além de listar os delitos operação financeira em curso e/ou permitir o início da investigação
antecedentes e tipificar o crime de lavagem de dinheiro, em criminal e ao final a propositura da ação penal.
modalidades dolosas previstas no art. 1º, caput, §§1º e 2º da Lei O funcionamento do sistema de prevenção não depende
n. 9.613/98, regular temas processuais (arts. 2º a 6º) e estabelecer apenas das unidades de inteligência financeira e dos demais
uma regra supletiva de cooperação internacional (art. 8º), a Lei de órgãos envolvidos. É essencial o envolvimento do setor privado,
Lavagem de Dinheiro instituiu o sistema brasileiro de prevenção especificamente dos segmentos econômicos que são obrigados pela
e combate ao crime de lavagem de dinheiro, na medida em que: Lei n. 9.613/98 a reportar as atividades suspeitas de seus clientes.
a)criou o COAF (arts. 14 a 17), como unidade de inteligência Os sujeitos obrigados devem manter cadastros com a identificação
financeira do sistema nacional de prevenção; completa de clientes, devem realizar o escrutínio das operações.
b)estabeleceu regras de compliance (adequação) para certos Essas obrigações refletem a política de prevenção conhecida
sujeitos obrigados, integrantes de setores econômicos relevantes pela sigla KYC (“know your customer”.) Cabe aos sujeitos obrigados
(arts. 9º a 11); conhecer os seus clientes. Somente mediante o conhecimento da
c)instituiu a responsabilidade administrativa dos sujeitos estrutura, composição e meios de pessoas jurídicas e da profissão,
obrigados (art. 12); atividades e rendimentos das pessoas físicas, os sujeitos obrigados
d)criou o cadastro nacional de clientes do sistema financeiro podem averiguar se determinadas compras, vendas, aplicações,
nacional (art. 10-A). movimentações são, ou não, de natureza suspeita. Percebe-se,
A lei brasileira segue o modelo sugerido pelo Grupo de portanto, que os sujeitos obrigados funcionam como torres de
Ação Financeira Internacional (GAFI), criado em 1989 sob os vigia (gatekeepers), que são responsáveis pela higidez do sistema
auspícios da OCDE e do G-8. No ano seguinte, o GAFI, também financeiro e da economia, de modo a impedir a circulação de ativos
conhecido como Financial Action Task Force(FATF), expediu ilícitos e a consumação de negócios jurídicos ilegítimos.
suas 40 Recomendações, que servem de standardpara a prevenção Constatada a relevância da colaboração dos sujeitos obrigados,
e o combate ao crime de lavagem de dinheiro. O GAFI reúne as pode-se compreender a importância de exigir a observância por
unidades de inteligência financeira dos vários países chamados essas pessoas jurídicas de suas obrigações no sistema anti-LD.
cooperantes, inclusive o COAF, e tem representações regionais, a É o que se chama de compliance, palavra de língua inglesa para
exemplo do GAFI-SUD, onde congregam os países sulamericanos. adequação ou cumprimento. As empresas obrigadas devem contar
As unidades de inteligência financeira, identificadas com setores ou departamentos encarregados da identificação
internacionalmente pela sigla FIU (financial intelligence unities), completa dos clientes, da manutenção por cinco anos do registro
são responsáveis pela coleta, análise e difusão de informações de operações financeiras realizadas por eles, do acompanhamento
financeiras, quando presentes operações suspeitas. As FIU são os dessas operações e da apresentação de informes sobre negócios
órgãos centrais do sistema de prevenção ao crime de lavagem de jurídicos suspeitos, mantendo o sigilo em relação ao cliente.
dinheiro, pois recebem comunicações de operações financeiras Há várias circunstâncias que permitem identificar uma
prestadas pelos sujeitos obrigados, isto é, pelas pessoas físicas operação suspeita. São as red flags, ou bandeiras vermelhas. A
e jurídicas que operam em certos segmentos econômicos, como Carta Circular BACEN n. 2826/01 lista uma série de atividades
instituições financeiras, corretoras de títulos e valores mobiliários, suspeitas que instituições financeiras devem acompanhar, registrar
empresas que comercializam bens de alto valor, empresas de e comunicar ao Banco Central, a saber:
factoring, entre outras. -Alterações substanciais na rotina da conta bancária
Ainda no plano internacional, o Grupo de Egmont [05] -Grande atividade por wire transfer
reúne várias unidades de inteligência financeira, dele também -Operações sem sentido econômico
participando o COAF, a FIU brasileira. -Uso de várias contas simultaneamente
O trabalho do COAF é extremamente importante para a -Movimentação incompatível com o negócio ou a profissão
prevenção do crime de lavagem de dinheiro. Mas as informações -Relações com paraísos fiscais
prestadas pelo Conselho também são indispensáveis para a -Estruturação de operações com fracionamento de depósitos
persecução criminal, auxiliando a identificação de todos os autores ou remessas
e co-autores do crime e a localização dos ativos reciclados, de -Recusa em informar origem de recursos ou a própria
modo a permitir a condenação dos culpados e o perdimento do identidade
proveito, produto e instrumentos do crime. -Inconsistência documental
No sistema brasileiro anti-LD, há ao lado do COAF outros Não está tipificado o crime de falta de comunicação de operações
órgãos que recebem comunicações de operações suspeitas (COS). suspeitas. No entanto, os sujeitos obrigados que descumprem a
É o caso do Banco Central do Brasil (BACEN), que recebe as Lei n. 9.613/98 podem responder administrativamente perante o
notícias das instituições financeiras sujeitas à sua fiscalização e as COAF ou o órgão regulador correspondente e podem ser acionados
repassa ao COAF. O mesmo padrão é seguido por outros órgãos criminalmente (as pessoas físicas controladoras) como co-autores
nacionais, como a SUSEP e a CVM, que recebem as comunicações ou partícipes do crime de lavagem de dinheiro, com base no art. 13
das pessoas jurídicas que atuam nos segmentos de seguros e de do Código Penal, que cuida da relevância causal da omissão. Vale
valores mobiliários. dizer, a falta de compliancepode favorecer a prática do crime, pois
As bases de dados da UIF brasileira são também alimentadas “considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não
por informações oriundas das congêneres estrangeiras. O sistema teria ocorrido”.
é de dupla via. Os informes reunidos pelo COAF são repassados “Relevância da omissão

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente III - de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material
devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe destinado à sua produção;
a quem: IV - de extorsão mediante seqüestro;
a) tenha por lei obrigaçãode cuidado, proteção ou vigilância” V - contra a Administração Pública, inclusive a exigência,
Também observamos que o Conselho Monetário Nacional e para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer
o Banco Central do Brasil baixaram Resoluções, Circulares onde vantagem, como condição ou preço para a prática ou omissão de
o legislador procurou insistentemente coibir as práticas abusivas atos administrativos;
que desafiam a inteligência nacional e estrangeiras nas soluções, VI - contra o sistema financeiro nacional;
uma vez que para que seja tipificado a lavagem é utilizado vários VII - praticado por organização criminosa.
caminhos – no campo do nacional e internacional, o que faz e torna VIII – praticado por particular contra a administração pública
difícil a solução e a punição dos criminosos. estrangeira (arts. 337-B, 337-C e 337-D do Decreto-Lei no 2.848,
No aspecto cível, o tema da recuperação de ativos tem outros atores. de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal). (Inciso incluído pela
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), a Advocacia Geral Lei nº 10.467, de 11.6.2002)
da União (AGU) e os órgãos correspondentes da estrutura dos Estados- Pena: reclusão de três a dez anos e multa.
membros têm legitimidade para atuar em juízo em execuções fiscais e em § 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular
outras ações cíveis, assim como em ações de improbidade administrativa. a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de qualquer
Não se pode deixar de mencionar, como órgão do sistema, dos crimes antecedentes referidos neste artigo:
o Departamento de Cooperação Jurídica Internacional e de I - os converte em ativos lícitos;
Recuperação de Ativos (DRCI). Criado em 2003 por decreto II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia,
presidencial, o DRCI tem dúplice função. A primeira é a de atuar guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;
como autoridade central do sistema de cooperação internacional na III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes
quase totalidade dos tratados bilaterais e multilaterais de categoria aos verdadeiros.
penal firmados pelo Brasil, com exceção do acordo Brasil-Portugal, § 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem:
no qual a autoridade central é o Centro de Cooperação Jurídica I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos
Internacional (CCJI) da Procuradoria Geral da República. ou valores que sabe serem provenientes de qualquer dos crimes
A segunda atribuição do DRCI é a de colaborar com os órgãos antecedentes referidos neste artigo;
de persecução criminal e com as demais entidades encarregadas da II - participa de grupo, associação ou escritório tendo
recuperação de ativos, para a efetividade das medidas de recuperação conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é
do patrimônio da União e de seus entes, assim como para o confisco dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
de valores obtidos em atividades criminosas, especialmente a lavagem § 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art.
de dinheiro. 14 do Código Penal.
O DRCI também é responsável pela coordenação da Estratégia § 4º A pena será aumentada de um a dois terços, nos casos
Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro previstos nos incisos I a VI do caput deste artigo, se o crime for
(ENCCLA) cometido de forma habitual ou por intermédio de organização
Por fim, a preocupação maior, quando se cuida da lavagem criminosa.
de dinheiro, está em não permitir a utilização no processo penal § 5º A pena será reduzida de um a dois terços e começará a ser
de provas ilicitamente obtidas e em respeitar a ampla defesa e o cumprida em regime aberto, podendo o juiz deixar de aplicá-la ou
contraditório, garantias essas que, se ofendidas, fariam cair por substituí-la por pena restritiva de direitos, se o autor, co-autor ou
terra todos os esforços para a punição dos culpados. Enquanto partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
os agentes criminosos não têm limites em suas práticas, o Estado esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais e
deve respeitar os direitos fundamentais. de sua autoria ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto
do crime.
LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.
CAPÍTULO II
Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, Disposições Processuais Especiais
direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro
para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta
Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências. Lei:
I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum
CAPÍTULO I dos crimes punidos com reclusão, da competência do juiz singular;
Dos Crimes de “Lavagem” ou Ocultação de Bens, II - independem do processo e julgamento dos crimes
Direitos e Valores antecedentes referidos no artigo anterior, ainda que praticados em
outro país;
Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, III - são da competência da Justiça Federal:
disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem
valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime: econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou
I - de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas
afins; públicas;
II – de terrorismo e seu financiamento; (Redação dada pela b) quando o crime antecedente for de competência da Justiça
Lei nº 10.701, de 9.7.2003) Federal.

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§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da CAPÍTULO IV


existência do crime antecedente, sendo puníveis os fatos previstos Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes
nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor Praticados no Estrangeiro
daquele crime.
§ 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o Art. 8º O juiz determinará, na hipótese de existência de
disposto no art. 366 do Código de Processo Penal. tratado ou convenção internacional e por solicitação de autoridade
Art. 3º Os crimes disciplinados nesta Lei são insuscetíveis de estrangeira competente, a apreensão ou o seqüestro de bens, direitos
fiança e liberdade provisória e, em caso de sentença condenatória, ou valores oriundos de crimes descritos no art. 1º, praticados no
o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em estrangeiro.
liberdade. § 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de
Art. 4º O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério tratado ou convenção internacional, quando o governo do país da
Público, ou representação da autoridade policial, ouvido o autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil.
Ministério Público em vinte e quatro horas, havendo indícios § 2º Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou
suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação valores apreendidos ou seqüestrados por solicitação de autoridade
penal, a apreensão ou o seqüestro de bens, direitos ou valores do estrangeira competente ou os recursos provenientes da sua
acusado, ou existentes em seu nome, objeto dos crimes previstos alienação serão repartidos entre o Estado requerente e o Brasil, na
nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto- proporção de metade, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro
Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. de boa-fé.
§ 1º As medidas assecuratórias previstas neste artigo serão
levantadas se a ação penal não for iniciada no prazo de cento e CAPÍTULO V
vinte dias, contados da data em que ficar concluída a diligência. Das Pessoas Sujeitas À Lei
§ 2º O juiz determinará a liberação dos bens, direitos e valores
apreendidos ou seqüestrados quando comprovada a licitude de sua Art. 9º Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as
origem. pessoas jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual,
§ 3º Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não:
comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar I - a captação, intermediação e aplicação de recursos
a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
valores, nos casos do art. 366 do Código de Processo Penal. II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como
§ 4º A ordem de prisão de pessoas ou da apreensão ou ativo financeiro ou instrumento cambial;
seqüestro de bens, direitos ou valores, poderá ser suspensa pelo III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negociação,
juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários.
possa comprometer as investigações. Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
Art. 5º Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, I - as bolsas de valores e bolsas de mercadorias ou futuros;
ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa qualificada para II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de
a administração dos bens, direitos ou valores apreendidos ou previdência complementar ou de capitalização;
seqüestrados, mediante termo de compromisso. III - as administradoras de cartões de credenciamento ou
Art. 6º O administrador dos bens: cartões de crédito, bem como as administradoras de consórcios
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será para aquisição de bens ou serviços;
satisfeita com o produto dos bens objeto da administração; IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão
II - prestará, por determinação judicial, informações periódicas ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que
da situação dos bens sob sua administração, bem como explicações permita a transferência de fundos;
e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos realizados. V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de
Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens fomento comercial (factoring);
apreendidos ou seqüestrados serão levados ao conhecimento do VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou
Ministério Público, que requererá o que entender cabível. quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias, serviços, ou, ainda,
concedam descontos na sua aquisição, mediante sorteio ou método
CAPÍTULO III assemelhado;
Dos Efeitos da Condenação VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que
exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo,
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no ainda que de forma eventual;
Código Penal: VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa
I - a perda, em favor da União, dos bens, direitos e valores de autorização de órgão regulador dos mercados financeiro, de
objeto de crime previsto nesta Lei, ressalvado o direito do lesado câmbio, de capitais e de seguros;
ou de terceiro de boa-fé; IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras,
II - a interdição do exercício de cargo ou função pública que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras,
de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de comissionárias ou por qualquer forma representem interesses de
administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas neste
9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada. artigo;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

X - as pessoas jurídicas que exerçam atividades de promoção § 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no
imobiliária ou compra e venda de imóveis; inciso I deste artigo, elaborarão relação de operações que, por suas
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, características, no que se refere às partes envolvidas, valores, forma
pedras e metais preciosos, objetos de arte e antigüidades. de realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de fundamento
XII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens econômico ou legal, possam configurar a hipótese nele prevista.
de luxo ou de alto valor ou exerçam atividades que envolvam § 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste
grande volume de recursos em espécie. (Incluído pela Lei nº artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa.
10.701, de 9.7.2003) § 3º As pessoas para as quais não exista órgão próprio
fiscalizador ou regulador farão as comunicações mencionadas
CAPÍTULO VI neste artigo ao Conselho de Controle das Atividades Financeiras -
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Registros COAF e na forma por ele estabelecida.

Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º: CAPÍTULO VIII


Da Responsabilidade Administrativa
I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado,
nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes;
Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos
II - manterão registro de toda transação em moeda nacional ou administradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir
estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas,
ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que cumulativamente ou não, pelas autoridades competentes, as
ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos seguintes sanções:
de instruções por esta expedidas; I - advertência;
III - deverão atender, no prazo fixado pelo órgão judicial II - multa pecuniária variável, de um por cento até o dobro do
competente, as requisições formuladas pelo Conselho criado pelo valor da operação, ou até duzentos por cento do lucro obtido ou
art. 14, que se processarão em segredo de justiça. que presumivelmente seria obtido pela realização da operação, ou,
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, ainda, multa de até R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);
a identificação referida no inciso I deste artigo deverá abranger III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o
as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como seus exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas referidas
proprietários. no art. 9º;
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II IV - cassação da autorização para operação ou funcionamento.
deste artigo deverão ser conservados durante o período mínimo § 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no
de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão cumprimento das instruções referidas nos incisos I e II do art. 10.
da transação, prazo este que poderá ser ampliado pela autoridade § 2º A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no
competente. art. 9º, por negligência ou dolo:
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência,
também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, no prazo assinalado pela autoridade competente;
houver realizado, em um mesmo mês-calendário, operações com II – não realizarem a identificação ou o registro previstos nos
uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, incisos I e II do art. 10;
ultrapassem o limite fixado pela autoridade competente. III - deixarem de atender, no prazo, a requisição formulada
Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado nos termos do inciso III do art. 10;
formando o cadastro geral de correntistas e clientes de instituições IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a
financeiras, bem como de seus procuradores. (Incluído pela Lei nº comunicação a que se refere o art. 11.
10.701, de 9.7.2003) § 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem
verificadas infrações graves quanto ao cumprimento das obrigações
CAPÍTULO VII constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência específica,
Da Comunicação de Operações Financeiras devidamente caracterizada em transgressões anteriormente
punidas com multa.
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º: § 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de
reincidência específica de infrações anteriormente punidas com a
I - dispensarão especial atenção às operações que, nos termos
pena prevista no inciso III do caput deste artigo.
de instruções emanadas das autoridades competentes, possam
Art. 13. O procedimento para a aplicação das sanções
constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou
previstas neste Capítulo será regulado por decreto, assegurados o
com eles relacionar-se;
contraditório e a ampla defesa.
II - deverão comunicar, abstendo-se de dar aos clientes
ciência de tal ato, no prazo de vinte e quatro horas, às autoridades CAPÍTULO IX
competentes: Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras
a) todas as transações constantes do inciso II do art. 10 que
ultrapassarem limite fixado, para esse fim, pela mesma autoridade Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o
e na forma e condições por ela estabelecidas, devendo ser juntada a Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, com a
identificação a que se refere o inciso I do mesmo artigo; (Redação finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber,
dada pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003) examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas
b) a proposta ou a realização de transação prevista no inciso previstas nesta Lei, sem prejuízo da competência de outros órgãos
I deste artigo. e entidades.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas III - definir os critérios e procedimentos para
mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio seleção,treinamento e acompanhamento da situação econômico-
fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competindo- financeira dos empregados da instituição;
lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a IV - incluir a análise prévia de novos produtos e serviços,sob
aplicação das sanções enumeradas no art. 12. a ótica da prevenção dos mencionados crimes;
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos V - ser aprovadas pelo conselho de administração ou, na sua
de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações ausência, pela diretoria da instituição;
rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de VI - receber ampla divulgação interna.
bens, direitos e valores. § 2º Os procedimentos de que trata o caput devem incluir
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração medidas prévia e expressamente estabelecidas, que permitam:
Pública as informações cadastrais bancárias e financeiras de I - confirmar as informações cadastrais dos clientes identificar
pessoas envolvidas em atividades suspeitas. (Incluído pela Lei nº os beneficiários finais das operações;
10.701, de 9.7.2003) II - possibilitar a caracterização ou não de clientes como
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes pessoas politicamente expostas.
para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir § 3º Para os fins desta circular, considera-se clienteeventual
pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios ou permanente qualquer pessoa natural ou jurídica com a
de sua prática, ou de qualquer outro ilícito. qualseja mantida, respectivamente em caráter eventual ou
Art. 16. O COAF será composto por servidores públicos de permanente,relacionamento destinado à prestação de serviço
reputação ilibada e reconhecida competência, designados em ato financeiro ou àrealização de operação financeira.
do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os integrantes do quadro § 4º Os procedimentos de que trata o caput devem ser
de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comissão de reforçados para início de relacionamento com:
Valores Mobiliários, da Superintendência de Seguros Privados, I - instituições financeiras, representantes ou correspondentes
da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da localizados no exterior, especialmente em países,territórios e
Receita Federal, de órgão de inteligência do Poder Executivo, dependências que não adotam procedimentos de registro e controle
do Departamento de Polícia Federal, do Ministério das Relações similares aos definidos nesta circular.
Exteriores e da Controladoria-Geral da União, atendendo, nesses II - clientes cujo contato seja efetuado por meio eletrônico,
quatro últimos casos, à indicação dos respectivos Ministros de mediante correspondentes no País ou por outros meios indiretos.
Estado. (Redação dada pela Lei nº 10.683, de 28.5.2003) Manutenção de Informações Cadastrais Atualizadas
§ 1º O Presidente do Conselho será nomeado pelo Presidente Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º devemcoletar
da República, por indicação do Ministro de Estado da Fazenda. e manter atualizadas as informações cadastrais de seusclientes
§ 2º Das decisões do COAF relativas às aplicações de penas permanentes, incluindo, no mínimo:
administrativas caberá recurso ao Ministro de Estado da Fazenda. I - as mesmas informações cadastrais solicitadas dedepositantes
Art. 17. O COAF terá organização e funcionamento definidos previstas no art. 1º da Resolução nº 2.025, de 24 denovembro de
em estatuto aprovado por decreto do Poder Executivo. 1993, com a redação dada pela Resolução nº 2.747, de 28de junho
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. de 2000;
CIRCULAR BACEN 3.461/09 II - os valores de renda mensal e patrimônio, no caso depessoas
Consolida as regras sobre os procedimentos a serem adotados naturais, e de faturamento médio mensal dos doze mesesanteriores,
na prevenção e combate às atividades relacionadas com os crimes no caso de pessoas jurídicas; III - declaração firmada sobre os
previstos na Lei nº 9.613, de três de março de 1998. propósitos e a naturezada relação de negócio com a instituição.
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão § 1º As informações relativas a cliente pessoa natural devem
realizada em 23 de julho de 2009, com base no disposto nos arts. abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-la.
10,inciso IX, e 11, inciso VII, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro § 2º As informações cadastrais relativas à cliente pessoa
de1964, 10 e 11 da Lei nº 9.613, de três de março de 1998, e tendo jurídica devem abranger as pessoas naturais autorizadas a
em vista o disposto na Convenção Internacional para Supressão do representá-la, bem como a cadeia de participação societária, até
Financiamento do Terrorismo, adotada pela Assembleia-Geral das alcançar a pessoa natural caracterizada como beneficiário final.
Nações Unidas em nove de dezembro de 1999, promulgada por § 3º Excetuam-se do disposto no § 2º as pessoas
meio do Decreto nº5.640, de 26 de dezembro de 2005, jurídicasconstituídas sob a forma de companhia aberta ou entidade
DECIDIU: sem fins lucrativos, para as quais as informações cadastrais devem
Art. 1º As instituições financeiras e demais instituições abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-las, bem
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem como seus controladores, administradores e diretores, se houver.
programar políticas e procedimentos internos de controle § 4º As informações cadastrais relativas a cliente fundode
destinados a prevenir sua utilização na prática dos crimes de que investimento devem incluir a respectiva denominação, número
trata a Lei nº9.613, de três de março de 1998. deinscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), bem
§ 1º As políticas de que trata o caput devem: como asinformações de que trata o inciso I relativas às pessoas
I - especificar, em documento interno, as responsabilidades responsáveispor sua administração.
dos integrantes de cada nível hierárquico da instituição; § 5º As instituições mencionadas no art. 1º devem
II - contemplar a coleta e registro de informações tempestivas realizartestes de verificação, com periodicidade máxima de um
sobre clientes, que permitam a identificação dos riscos de ano, queassegurem a adequação dos dados cadastrais de seus
ocorrência da prática dos mencionados crimes; clientes.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 3º As instituições mencionadas no art. 1º devem obteras II - recorrer a informações publicamente disponíveis;
seguintes informações cadastrais de seus clientes eventuais, do III - consultar bases de dados comerciais sobre
proprietário e do destinatário dos recursos envolvidos na operação pessoaspoliticamente expostas;
ou serviço financeiro: I - quando pessoa natural, o nome completo, IV - considerar a definição constante do glossário dos ter-
dados do documento de identificação (tipo, número, data de mos utilizados no documento “As Quarenta Recomendações”,
emissão e órgão expedidor) e número de inscrição no Cadastro de do Grupo deAção Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o
Pessoas Físicas(CPF); Financiamento doTerrorismo (Gafi), não aplicável a indivíduos
II - quando pessoa jurídica, a razão social e número de em posições ou categorias intermediárias ou inferiores, segundo
inscrição no CNPJ. a qual uma pessoa politicamente exposta é aquela que exerce ou
Parágrafo único. Admite-se o desenvolvimento exerceu importantesfunções públicas em um país estrangeiro, tais
deprocedimento interno destinado à identificação de operações como, chefes de estado e de governo, políticos de alto nível, altos
ouserviços financeiros eventuais que não apresentem risco de servidores dos poderes públicos, magistrados ou militares de alto
utilizaçãopara lavagem de dinheiro ou de financiamento ao nível, dirigentes deempresas públicas ou dirigentes de partidos
terrorismo, para osquais é dispensada a exigência de obtenção das políticos.
informações cadastraisde clientes, ressalvado o cumprimento do § 4º O prazo de cinco anos referido no § 1º deve sercontado,
disposto no art. 12 destacircular. Pessoas Politicamente Expostas retroativamente, a partir da data de início da relação denegócio
Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º devem coletar de ou da data em que o cliente passou a se enquadrar como
seus clientes permanentes informações que permitam caracterizá- pessoapoliticamente exposta.
los ou não como pessoas politicamente expostas e identificar a § 5º Para efeito do § 1º são considerados familiares osparentes,
origem dos fundos envolvidos nas transações dosclientes assim na linha reta, até o primeiro grau, o cônjuge, ocompanheiro, a
caracterizados. companheira, o enteado e a enteada.
§ 1º Consideram-se pessoas politicamente expostas § 6º No caso de relação de negócio com cliente estrangeiroque
osagentes públicos que desempenham ou tenham desempenhado, também seja cliente de instituição estrangeira fiscalizada
nos últimoscinco anos, no Brasil ou em países, territórios e porentidade governamental assemelhada ao Banco Central do
dependênciasestrangeiros, cargos, empregos ou funções públicas
Brasil,admite-se que as providências em relação às pessoas
relevantes, assimcomo seus representantes, familiares e outras
politicamenteexpostas sejam adotadas pela instituição estrangeira,
pessoas de seurelacionamento próximo.
desde queassegurado ao Banco Central do Brasil o acesso
§ 2º No caso de clientes brasileiros, devem serabrangidos:
aos respectivos dados e procedimentos adotados. Início ou
I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e
Prosseguimento de Relação de Negócio
Legislativo da União;
Art. 5º As instituições de que trata o art. 1º somentedevem iniciar
II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União:
relação de negócio de caráter permanente ou darprosseguimento a
a) de ministro de estado ou equiparado;
relação dessa natureza já existente com o cliente seobservadas as
b) de natureza especial ou equivalente;
c) de presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de providências estabelecidas nos arts. 2º e 4º. Registros de Serviços
autarquias, fundações públicas, empresas públicas ousociedades Financeiros e Operações Financeiras
de economia mista; Art. 6º As instituições de que trata o art. 1º devem manter
d) do Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS),nível registros de todos os serviços financeiros prestados e de todas as
6, ou equivalentes; operações financeiras realizadas com os clientes ou em seunome. §
III - os membros do Conselho Nacional de Justiça, doSupremo 1º No caso de movimentação de recursos por clientespermanentes,
Tribunal Federal e dos tribunais superiores; os registros devem conter informações consolidadas quepermitam
IV - os membros do Conselho Nacional do Ministério verificar:
Público,o Procurador-Geral da República, o Vice-Procurador- I - a compatibilidade entre a movimentação de recursos e
Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador- aatividade econômica e capacidade financeira do cliente;
Geral daJustiça Militar, os II - a origem dos recursos movimentados;
Subprocuradores-Gerais da República e os Procuradores- III - os beneficiários finais das movimentações.
Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal; § 2º O sistema de registro deve permitir a identificação:
V - os membros do Tribunal de Contas da União e o Procurador- I - das operações que, realizadas com uma mesma
Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas daUnião; pessoa,conglomerado financeiro ou grupo, em um mesmo mês
VI - os governadores de estado e do Distrito Federal, calendário,superem, por instituição ou entidade, em seu conjunto,
ospresidentes de tribunal de justiça, de Assembleia e o valor de R$10.000,00 (dez mil reais);
CâmaraLegislativa, os presidentes de tribunal e de conselho de II - das operações que, por sua habitualidade, valor ou
contas deEstado, de Municípios e do Distrito Federal; forma, configurem artifício que objetive burlar os mecanismos de
VII - os prefeitos e presidentes de Câmara Municipal identificação, controle e registro.
decapitais de Estados. Registros de Depósitos em Cheque, Liquidação de Cheques
§ 3º No caso de clientes estrangeiros, para fins dodisposto no Depositado sem Outra Instituição Financeira e da Utilização de
caput, as instituições mencionadas no art. 1º devemadotar pelo Instrumentos deTransferência de Recursos
menos uma das seguintes providências: Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devemmanter
I - solicitar declaração expressa do cliente a respeito dasua registros específicos das operações de transferência derecursos.
classificação; § 1º O sistema de registro deve permitir a identificação:

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

I - das operações referentes ao acolhimento em depósitos § 7º A identificação prevista no § 5º, incisos I e IV,alínea “b”,
de Transferência Eletrônica Disponível (TED), de cheque, não se aplica às operações de transferência de recursosenvolvendo
chequeadministrativo, cheque ordem de pagamento e outros pessoa jurídica com domicílio ou sede no exteriordesobrigada
documentoscompensáveis de mesma natureza, e à liquidação de de inscrição no CNPJ, na forma definida pela RFB. Registros de
cheques depositado sem outra instituição financeira; Cartões Pré-Pagos
II - das emissões de cheque administrativo, de cheque ordem Art. 8º As instituições de que trata o art. 1º devemmanter
de pagamento, de ordem de pagamento, de Documento de Crédito registros específicos da emissão ou recarga de valores em umou
(DOC),de TED e de outros instrumentos de transferência de mais cartões pré-pagos.
§ 1º O sistema de registro deve permitir a identificaçãoda:
recursos, quando de valor superior a R$1.000,00 (mil reais).
I - emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões pré-
§ 2º Os registros de que trata o inciso I do § 1º efetuados pagos, em montante acumulado igual ou superior a R$100.000,00
por instituição depositária devem conter, no mínimo, os dados (cemmil reais) ou o equivalente em moeda estrangeira, no mês
relativos ao valor e ao número do cheque depositado, o código de calendário;
compensação da instituição sacada, os números da agência e da II - emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago
conta de depósitos sacadas e o número de inscrição no CPF ou no queapresente indícios de ocultação ou dissimulação da natureza,
CNPJ do respectivo titular. daorigem, da localização, da disposição, da movimentação ou
§ 3º Os registros de que trata o inciso I do § 1º efetuados por dapropriedade de bens, direitos e valores.
instituição sacada devem conter, no mínimo, os dados relativos § 2º Para fins do disposto no caput, define-se cartão pré-
ao valor e ao número do cheque, o código de compensação da pago como o cartão apto a receber carga ou recarga de valores
instituição depositária, os números da agência e da conta de emmoeda nacional ou estrangeira oriundos de pagamento em
depósitos depositárias e o número de inscrição no CPF ou no espécie, deoperação cambial ou de transferência a débito de contas
CNPJ dorespectivo titular, cabendo à instituição depositária de depósito.
fornecer à instituição sacada os dados relativos ao seu código de § 3º Os registros das ocorrências de que tratam os incisos I e
compensação e aos números da agência e da conta de depósitos II do § 1º devem conter as seguintes informações:
I - o nome ou razão social e o respectivo número de inscrição
depositárias.
no CPF ou no CNPJ da pessoa natural ou jurídica responsável
§ 4º No caso de cheque utilizado em operação simultânea pela emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago, no caso de
desaque e depósito na própria instituição sacada, com vistas emissão ou recarga efetuada por residente ou domiciliado no País;
àtransferência de recursos da conta de depósitos do emitente II - o nome, o número do passaporte e o respectivo país
paraconta de depósitos de terceiros, os registros de que trata o emissor, no caso de emissão ou recarga de valores em cartão
inciso Ido § 1º devem conter, no mínimo, os dados relativos ao pré-pago efetuada por pessoa natural não residente no País ou
valor e aonúmero do cheque sacado, bem como aos números das domiciliada no exterior;
agências sacada edepositária e das respectivas contas de depósitos. III - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF da
§ 5º Os registros de que trata o inciso II do § 1º devemconter, pessoa natural a quem se destina o cartão pré-pago;
no mínimo, as seguintes informações: IV - a identificação das instituições, das agências e das contas
I - o tipo e o número do documento emitido, a data daoperação, de depósito ou de poupança debitadas, os nomes dos titulares
o nome e o número de inscrição do adquirente ou remetenteno das contas e respectivos números de inscrição no CPF, no caso
CPF ou no CNPJ; de emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago oriundos
II - quando pagos em cheque, o código de compensação de transferências a débito de contas de depósito ou de poupança
dainstituição, o número da agência e da conta de depósitos tituladas por pessoas naturais;
V - a identificação das instituições, das agências e das contas
sacadasreferentes ao cheque utilizado para o respectivo pagamento,
de depósito ou de poupança debitadas, os nomes dos titulares das
inclusiveno caso de cheque sacado contra a própria instituição contas e respectivos números de inscrição no CNPJ, bem como
emissora dosinstrumentos referidos neste artigo; os nomes das pessoas naturais autorizadas a movimentá-las e
III - no caso de DOC, o código de identificação dainstituição respectivos números de inscrição no CPF, no caso de emissão ou
destinatária no sistema de liquidação de transferência defundos recarga de valore sem cartão pré-pago oriundos de transferências a
e os números da agência, da conta de depósitos depositária e débito de contas de depósito ou de poupança tituladas por pessoas
onúmero de inscrição no CPF ou no CNPJ do respectivo titular; jurídicas;
IV - no caso de ordem de pagamento: VI - a data e o valor de cada emissão ou recarga de valoresem
a) destinada a crédito em conta: os números da cartão pré-pago;
agênciadestinatária e da conta de depósitos depositária; VII - o propósito da emissão do cartão pré-pago;
b) destinada a pagamento em espécie: os números da VIII - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF
agênciadestinatária e de inscrição do beneficiário no CPF ou no daspessoas naturais que representem as pessoas jurídicas
CNPJ. responsáveispela emissão ou recarga de valores em cartão pré-
§ 6º Em se tratando de operações de transferência de recursos pago. Registros de Movimentação Superior a R$100.000,00 em
Espécie
envolvendo pessoa física residente no exterior desobrigada de
Art. 9º Os bancos comerciais, a Caixa Econômica Federal,os
inscrição no CPF, na forma definida pela Secretaria da Receita
bancos múltiplos com carteira comercial ou de crédito
Federal do Brasil (RFB), a identificação prevista no § 5º, incisos imobiliário,as sociedades de crédito imobiliário, as sociedades
I e IV, alínea “b”, pode ser efetuada pelo número do respectivo de poupança e empréstimo e as cooperativas de crédito devem
passaporte, complementada com a nacionalidade da referida manter registrosespecíficos das operações de depósito em espécie,
pessoa e,quando for o caso, o organismo internacional de que saque em espécie,saque em espécie por meio de cartão pré-pago
sejarepresentante para o exercício de funções específicas no País. ou pedido de provisionamento para saque.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 1º O sistema de registro deve permitir a identificação de: II - análise com vistas à verificação da necessidade
I - depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie dascomunicações de que tratam os arts. 12 e 13;
por meio de cartão pré-pago ou pedido de provisiona mento para III - avaliação da alta gerência quanto ao interesse noinício ou
saque,de valor igual ou superior a R$100.000,00 (cem mil reais); manutenção do relacionamento com o cliente.
II - depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie § 2º Considera-se alta gerência qualquer detentor de
por meio de cartão pré-pago ou pedido de provisionamento para cargoou função de nível hierárquico superior ao daquele
saque, que apresente indícios de ocultação ou dissimulação ordinariamenteresponsável pela autorização do relacionamento
da natureza, da origem, da localização, da disposição, da com o cliente.
movimentação ou da propriedade de bens, direitos e valores; Manutenção de Informações e Registros
III - emissão de cheque administrativo, TED ou de qualquer Art. 11. As informações e registros de que trata estacircular
outro instrumento de transferência de fundos contra pagamento em devem ser mantidos e conservados durante os seguintesperíodos
espécie, de valor igual ou superior a R$100.000,00 (cem mil reais). mínimos, contados a partir do primeiro dia do ano seguinteao
§ 2º Os registros de que trata o caput devem conter as
do término do relacionamento com o cliente permanente ou
informações abaixo indicadas: I - o nome e o respectivo número
daconclusão das operações:
de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, do proprietário
ou beneficiário dos recursos e da pessoa que efetuar o depósito, I - 10 (dez) anos, para as informações e registros de quetrata
o saque em espécie ou o pedido de provisionamento para saque; o art. 7º;
II - o tipo e o número do documento, o número da instituição, II - 5 (cinco) anos, para as informações e registros de quetratam
da agência e da conta corrente de depósitos à vista ouda conta de os arts. 6º, 8º e 9º.
poupança a que se destinam os valores ou de onde o valorserá Parágrafo único. As informações de que trata o art. 2º
sacado, conforme o caso; devem ser mantidas e conservadas juntamente com o nome da
III - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ouno pessoa incumbida da atualização cadastral, o nome do gerente
CNPJ, conforme o caso, dos titulares das contas referidas noinciso responsávelpela conferência e confirmação das informações
II, se na mesma instituição; prestadas e a data deinício do relacionamento com o cliente
IV - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF, permanente.
nocaso de saque em espécie por meio de cartão pré-pago cujo Comunicações ao Coaf
portadorseja residente ou domiciliado no País; Art. 12. As instituições de que trata o art. 1º devem comunicar
V - o nome e o número do passaporte e o respectivo ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf),na
paísemissor, no caso de saque em espécie por meio de cartão pré-
forma determinada pelo Banco Central do Brasil:
pago cujoportador seja não residente no País ou domiciliado no
I - as ocorrências de que trata o art. 8º, § 1º, inciso I,no prazo
exterior;
VI - a data e o valor do depósito, do saque em espécie, dosaque de até 5 (cinco) dias úteis após o encerramento do mês calendário;
em espécie por meio de cartão pré-pago ou do provisionamento II - as ocorrências de que trata o art. 9º, § 1º, incisos I e III, na
para saque. data da operação.
Especial Atenção Parágrafo único. Devem também ser comunicadas ao Coaf as
Art. 10. As instituições de que trata o art. 1º devem dispensar propostas de realização das operações de que trata o caput.
especial atenção a: Art. 13. As instituições de que trata o art. 1º devemcomunicar
I - operações ou propostas cujas características, no que se refere ao Coaf, na forma determinada pelo Banco Central do Brasil:
às partes envolvidas, valores, formas de realização e instrumentos - as operações realizadas ou serviços prestados cujo valor seja
utilizados, ou que, pela falta de fundamento econômico ou legal, igual ou superior a R$10.000,00 (dez mil reais) e que,considerando
indiquem risco de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº9.613, as partes envolvidas, os valores, as formas derealização, os
de 1998, ou com eles relacionados; instrumentos utilizados ou a falta de fundamentoeconômico
II - propostas de início de relacionamento e operações com ou legal, possam configurar a existência de indícios doscrimes
pessoas politicamente expostas de nacionalidade brasileira e as previstos na Lei nº 9.613, de 1998;
oriundas de países com os quais o Brasil possua elevado número
II - as operações realizadas ou serviços prestados que,
de transações financeiras e comerciais, fronteiras comuns ou
porsua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que
proximidade étnica, lingüística ou política;
III - indícios de burla aos procedimentos de identificação objetiveburlar os mecanismos de identificação, controle e registro;
registro estabelecidos nesta circular; III - as operações realizadas ou os serviços prestados,qualquer
IV - clientes e operações em que não seja possível identificar que seja o valor, a pessoas que reconhecidamente tenhamperpetrado
o beneficiário final; ou intentado perpetrar atos terroristas ou nelesparticipado ou
V - transações com clientes oriundos de países que aplicam facilitado o seu cometimento, bem como a existência derecursos
insuficientemente as recomendações do Gafi, conforme pertencentes ou por eles controlados direta ouindiretamente;
informações divulgadas pelo Banco Central do Brasil; IV - os atos suspeitos de financiamento do terrorismo.
VI - situações em que não seja possível manter atualizadas as § 1º O disposto no inciso III aplica-se também às entidades
informações cadastrais de seus clientes. pertencentes ou controladas, direta ou indiretamente, pelas pessoas
§1ºA expressão “especial atenção” inclui os seguintes ali mencionadas, bem como por pessoas e entidades atuando em
procedimentos: seu nome ou sob seu comando.
I - monitoramento reforçado, mediante a adoção § 2º As comunicações das ocorrências de que tratam osincisos
deprocedimentos mais rigorosos para a apuração de situações III e IV devem ser realizadas até o dia útil seguinte àqueleem que
suspeitas; verificadas.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 3º Devem também ser comunicadas ao Coaf as propostas de CARTA-CIRCULAR Nº 2826, de 04.12.98


realização das operações e atos descritos nos incisos I a IV. Nessa carta o BACEN procurou orientar e estabelece
Art. 14. As comunicações de que tratam os arts. 12 e 13deverão procedimentos de operações e situações que podem configurar
ser efetuadas sem que seja dada ciência aos envolvidos. indício de ocorrência dos crimes previstos na Lei n° 9.613, de
§ 1º As comunicações relativas a cliente identificado como 03.03.98.
pessoa politicamente exposta devem incluir especificamente essa Já sabemos que a lei de lavagem de dinheiro capitula uma série
informação. de tipos penais, mas na prática estava faltando a exemplificação,
§ 2º A alteração ou o cancelamento de comunicação efetuados pois afinal de contas, um agente bancário não é um profundo
após o quinto dia útil seguinte ao da sua inclusão devem ser conhecer da legislação brasileira como o é o órgão do Ministério
acompanhados de justificativa da ocorrência. Público.
Art. 15. As comunicações de que tratam os arts. 12 e Capitulou as seguintes situações: I - situações relacionadas
13relativas a instituições integrantes de conglomerado financeiro com operações em espécie ou em cheques de viagem, II -
e a instituições associadas a sistemas cooperativos de crédito situações relacionadas com a manutenção de contas correntes, III
podem ser efetuadas, respectivamente, pela instituição líder do – situações relacionadas com atividades internacionais e IV - IV
conglomeradoeconômico e pela cooperativa central de crédito. - situações relacionadas com empregados das instituições e seus
Art. 16. As instituições de que trata o art. 1º devemmanter, representantes.
pelo prazo de 5 (cinco) anos, os documentos relativos àsanálises Divulga relação de operações e situações que podem configurar
de operações ou propostas que fundamentaram a decisão deefetuar indício de ocorrência dos crimes previstos na Lei n° 9.613, de
ou não as comunicações de que tratam os arts. 12 e 13. 03.03.98, e estabelece procedimentos para sua comunicação ao
Procedimentos Internos de Controle Banco Central do Brasil.
Art. 17. O Banco Central do Brasil aplicará,cumulativamente A realização das operações ou a verificação das situações
ou não, as sanções previstas no art. 12 da Lei nº9.613, de abaixo descritas, considerando as partes envolvidas, os valores,
1998, na forma estabelecida no Decreto nº 2.799, de 8 as formas de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de
deoutubro de 1998, às instituições mencionadas no art. 1º, bem fundamento econômico ou legal, podem configurar indicio de
como aosseus administradores, que deixarem de cumprir as ocorrência dos crimes previstos na Lei n° 9.613, de 03.03.98, tendo
obrigaçõesestabelecidas nesta circular. em vista o disposto nos arts. 2°, parágrafo único, e 4°, “caput”, da
Art. 18. As instituições de que trata o art. 1º devemindicar ao Circular n° 2.852, de 03.12.98:
Banco Central do Brasil diretor responsável pelaimplementação e I - situações relacionadas com operações em espécie ou em
cumprimento das medidas estabelecidas nesta circular,bem como cheques de viagem:
pelas comunicações de que tratam os arts. 12 e 13. § 1º Para fins a) movimentação de valores superiores ao limite estabelecido
da responsabilidade de que trata o caput,admite-se que o diretor no art. 4°, inciso I, da Circular n° 2.852/98, ou de quantias
indicado desempenhe outras funções nainstituição, exceto a inferiores que, por sua habitualidade e forma, configurem artifício
relativa à administração de recursos deterceiros. § 2º No caso de para a burla do referido limite;
conglomerados financeiros, admite-se a indicação de um diretor b) saques a descoberto, com cobertura no mesmo dia;
responsável pela implementação e cumprimento das medidas c) movimentações feitas por pessoa física ou jurídica cujas
estabelecidas nesta circular, bem como pelas comunicações transações ou negócios normalmente se efetivam por meio da
referentes às respectivas instituições integrantes. utilização de cheques ou outras formas de pagamento;
Art. 19. O Banco Central do Brasil divulgará: d) aumentos substanciais no volume de depósitos de qualquer
I - os procedimentos para efetuar as comunicações de pessoa física ou jurídica, sem causa aparente, em especial se tais
quetratam os arts. 12 e 13; depósitos são posteriormente transferidos, dentro de curto período
II - operações e situações que podem configurar indício de de tempo, a destino anteriormente não relacionado com o cliente;
ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998; e) depósitos mediante numerosas entregas, de maneira que o
III - situações exemplificativas de relacionamento total de cada depósito não é significativo, mas o conjunto de tais
próximo,para fins do disposto no art. 4º. depósitos o é;
Art. 20. A atualização das informações cadastrais relativas a f) troca de grandes quantidades de notas de pequeno valor por
clientes permanentes cujos relacionamentos tenham sidoiniciados notas de grande valor;
antes da entrada em vigor desta circular deve ser efetuadaem g) proposta de troca de grandes quantias em moeda nacional
conformidade com os testes de verificação de que trata o § 5º do por moeda estrangeira e vice-versa;
art. 2º. h) depósitos contendo notas falsas ou mediante utilização de
Art. 21. Esta circular entra em vigor na data de suapublicação, documentos falsificados;
surtindo efeitos 30 (trinta) dias após a data depublicação para i) depósitos de grandes quantias mediante a utilização de
os relacionamentos com clientes permanentes oueventuais meios eletrônicos ou outros que evitem contato direto com o
estabelecidos a partir dessa data. pessoal do banco;
Art. 22. Ficam revogadas as Circulares ns. 2.852, de 3 j) compras de cheques de viagem e cheques administrativos,
dedezembro de 1998, 3.339, de 22 de dezembro de 2006, e 3.422, ordens de pagamento ou outros instrumentos em grande quantidade
de 27 denovembro de 2008, e os arts. 1º e 2º da Circular nº 3.290, - isoladamente ou em conjunto -, independentemente dos valores
de 5 desetembro de 2005. envolvidos, sem evidências de propósito claro;
l) movimentação de recursos em praças localizadas em
Brasília, 24 de julho de 2009. fronteiras;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

II - situações relacionadas com a manutenção de contas x) movimentação de contas correntes que apresentem débitos
correntes: e créditos que, por sua habitualidade, valor e forma, configurem
a) movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, artifício para burla da identificação dos responsáveis pelos depósitos e
a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade dos beneficiários dos saques;
financeira presumida do cliente; III - situações relacionadas com atividades internacionais:
b) resistência em facilitar as informações necessárias para a a) operação ou proposta no sentido de sua realização, com
abertura de conta, oferecimento de informação falsa ou prestação vínculo direto ou indireto, em que a pessoa estrangeira seja
de informação de difícil ou onerosa verificação; residente, domiciliada ou tenha sede em região considerada
c) atuação, de forma contumaz, em nome de terceiros ou sem paraíso fiscal, ou em locais onde é observada a prática contumaz
a revelação da verdadeira identidade do beneficiário; dos crimes previstos no art. 1° da Lei n° 9.613/98;
d) numerosas contas com vistas ao acolhimento de depósitos b) solicitação de facilidades estranhas ou indevidas para
em nome de um mesmo cliente, cujos valores, somados, resultem negociação de moeda estrangeira;
em quantia significativa; c) operações de interesse de pessoa não tradicional no banco
e) contas que não demonstram ser resultado de atividades ou dele desconhecida que tenha relacionamento bancário e
ou negócios normais, visto que utilizadas para recebimento ou financeiro em outra praça;
pagamento de quantias significativas sem indicação clara de d) pagamentos antecipados de importação e exportação
finalidade ou relação com o titular da conta ou seu negócio; por empresa sem tradição ou cuja avaliação financeira seja
f) existência de processo regular de consolidação de recursos incompatível com o montante negociado;
provenientes de contas mantidas em varias instituições financeiras e) negociação com ouro por pessoas não tradicionais no ramo;
em uma mesma localidade previamente às solicitações das f) utilização de cartão de crédito em valor não compatível com
correspondentes transferências; a capacidade financeira do usuário;
g) retirada de quantia significativa de conta até então pouco g) transferências unilaterais freqüentes ou de valores elevados,
movimentada ou de conta que acolheu depósito inusitado; especialmente a título de doação;
h) utilização conjunta e simultânea de caixas separados para a IV - situações relacionadas com empregados das instituições
realização de grandes operações em espécie ou de câmbio; e seus representantes:
i) preferência à utilização de caixas-fortes, de pacotes cintados a) alteração inusitada nos padrões de vida e de comportamento
em depósitos ou retiradas ou de utilização sistemática de cofres de do empregado ou representante;
aluguel; b) modificação inusitada do resultado operacional do
j) dispensa da faculdade de utilização de prerrogativas como empregado ou representante;
recebimento de crédito, de altos juros remuneratórios para grandes c) qualquer negócio realizado por empregado ou representante
saldos ou, ainda, de outros serviços bancários especiais que, em - quando desconhecida a identidade do último beneficiário -,
circunstâncias normais, seriam valiosas para qualquer cliente; contrariamente ao procedimento normal para o tipo de operação
l) mudança repentina e aparentemente injustificada na de que se trata.
forma de movimentação de recursos e/ou nos tipos de transação 2. A comunicação, nos termos do art. 4° da Circular n° 2.852/98,
utilizados; das situações relacionadas nesta Carta-Circular, bem como de
m) pagamento inusitado de empréstimo problemático sem que outras que, embora não mencionadas, também possam configurar
haja explicação aparente para a origem dos recursos; a ocorrência dos crimes previstos na Lei n° 9.613/98, deverá
n) solicitações freqüentes de elevação de limites para a ser realizada por meio de transação do Sistema de Informações
realização de operações; Banco Central - SISBACEN a ser oportunamente divulgada,
o) atuação no sentido de induzir funcionário da instituição até o dia útil seguinte aquele em que verificadas. Enquanto não
a não manter, em arquivo, relatórios específicos sobre alguma divulgada mencionada transação, referida comunicação deve
operação realizada; ser encaminhada ao Departamento de Fiscalização (DEFIS), via
p) recebimento de recursos com imediata compra de cheques transação PMSG750 daquele Sistema.
de viagem, ordens de pagamento ou outros instrumentos para a 3. Com vistas ao atendimento do disposto no art. 1°, inciso III,
realização de pagamentos a terceiros; da Circular n° 2.852/98:
q) recebimento de depósitos em cheques e/ou em espécie, de I - os dados relativos às operações ali mencionadas devem ser
varias localidades, com transferência para terceiros; mantidos à disposição do Banco Central do Brasil, compreendendo,
r) transações envolvendo clientes não residentes; no mínimo, o seguinte:
s) solicitação para facilitar a concessão de financiamento - a) tipo;
particularmente de imóveis - quando a fonte de renda do cliente b) valor em reais;
não está claramente identificada; c) data de realização;
t) abertura e/ou movimentação de conta por detentor de d) número do CPF ou do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
procuração ou qualquer outro tipo de mandato; (CNPJ) do titular;
u) abertura de conta em agencia bancária localizada em estação II - deve ser considerado o conjunto de movimentações
de passageiros - aeroporto, rodoviária ou porto - internacional ou financeiras ativas e passivas realizadas no País, como, por exemplo:
pontos de atração turística, salvo se por proprietário, sócio ou a) depósitos de qualquer espécie;
empregado de empresa regularmente instalada nesses locais; b) colocação de títulos de emissão própria ou de quotas de
v) proposta de abertura de conta corrente mediante fundos de investimento;
apresentação de documentos de identificação e número do Cadastro c) venda de metais preciosos;
de Pessoa Física (CPF) emitidos em região de fronteira ou por d) venda de cheques administrativos ou de viagem;
pessoa residente, domiciliada ou que tenha atividade econômica e) ordens de pagamento;
em países fronteiriços; f) pagamento ou amortizações antecipadas de empréstimos;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

III - relativamente às operações que envolvam transferências 5. Caso o mercado tome conhecimento, no dia corrente
internacionais, bem como àquelas relacionadas a pagamentos e (D), que o Banco Central vai baixar os juros do Selic no dia
recebimentos em decorrência da utilização de cartão de crédito de seguinte (D1) em x%, a tendência da taxa do DI no dia corrente
validade internacional, devem ser observados os procedimentos (D), em nossas atuais condições de mercado, será de:
de registro no SISBACEN e de envio de informações ao Banco (A) queda em um percentual inferior a x.
Central do Brasil, estabelecidos nas normas cambiais em vigor. (B) queda em um percentual superior a x.
4. Esta Carta-Circular entra em vigor na data de sua publicação, (C) queda em um percentual igual a x.
produzindo efeitos, relativamente à adoção dos procedimentos e (D) alta em um percentual igual a x.
das providências de que tratam os itens 2 e 3, a partir de 01.03.99. (E) estabilidade.
EXERCÍCIOS
6. O Convênio de Créditos Recíprocos (CCR) é um
1. De um modo geral, são os seguintes os fatores que podem mecanismo utilizado pelos países da Associação Latino
influenciar a formação das taxas de juros dos empréstimos Americana de Integração (ALADI), que reúne os 1 1 países do
concedidos pelas instituições financeiras: continente com o objetivo de estimular o comércio exterior do
I -custo de funding; bloco. A esse respeito, são feitas as afirmações abaixo.
II -cunha fiscal; I -Os bancos centrais dos países membros se comprometem a
III -estrutura de compulsórios; acertar as contas comerciais, entre seus países, pelo saldo a cada
IV -política cambial; trimestre.
V -spread e custos operacionais; II -Há uma facilidade nas transações, e é reduzida a quantidade
VI -inadimplência; de dinheiro envolvida.
VII -taxa de câmbio; III -Há a necessidade da emissão de uma carta de crédito no
VIII -política fiscal. exterior para garantir o pagamento.
IV- O mecanismo diminui os riscos das operações sem
No momento atual, entre os fatores acima, podemos prejudicar o comércio.
selecionar como válidos: Dessas afirmações, enquadram-se no conceito do CCR:
(A) I, II, VII e VIII, apenas. (B) I, III, V e VI, apenas. (A) I e II, apenas. (B) I e III, apenas.
(C) I, III, V e VII, apenas. (D) II, III, V e VI, apenas. (C) II e III, apenas. (D) II e IV, apenas.
(E) IV, VI, VII e VIII, apenas. (E) III e IV, apenas.

2. A um determinado investidor, com perfil de risco 7. Após a adoção do regime de câmbio flutuante e diante
conservador, que desejasse aplicar em um fundo de investimento, de outras decisões tais como a da Meta de Inflação, é lícito
por um prazo determinado, e que estivesse disposto a arriscar, afirmar que o cupom cambial deixou de governar a política
conservadoramente, no mercado de ações sem, entretanto, sofrer monetária do País. Em decorrência disso:
as oscilações negativas deste mercado, seria recomendado o (A) é importante atrair recursos externos de curto prazo.
Fundo: (B) é preciso aumentar as reservas em dólares do País.
(A) Cambial. (B) de Ações. (C) foi facilitada a arbitragem das taxas de juros internas e
(C) de Derivativos. (D) de Capital Garantido. externas.
(E) de Renda Mista (51% em renda fixa e 49% em ações). (D) minimizam-se as razões objetivas para o aumento da taxa
Selic.
3. Os investidores em bolsas de valores são, normalmente, (E) há dificuldades para financiar o balanço de pagamentos
classificados em grupos tais como: em 99.
I -Fundos de Investimento;
II -Fundos de Pensão;
8. Um casal cadastrado, com seus respectivos CPFs,
III -Instituições Financeiras;
em um determinado banco, possui, em certa data, neste
IV -Pessoas Físicas;
V -Pessoas Jurídicas; estabelecimento, a seguinte posição de saldos:
VI -Investidores Estrangeiros. - Conta corrente conjunta R$ 30.000,00;
Destes investidores, os que NÃO estão isentos da CPMF - Caderneta de poupança R$ 30.000,00.
em suas aplicações são: Caso este banco sofra uma intervenção nesta mesma data,
(A) I, II e III, apenas. (B) I, IV e V, apenas. o casal terá, pelo FGC, a garantia para recuperar de seus
(C) II, III e IV, apenas. (D) III, IV e V, apenas. saldos o valor, em reais, de:
(E) IV, V e VI, apenas. (A) 20.000,00 (B) 30.000,00
(C) 40.000,00 (D) 50.000,00 (E) 60.000,00
4. Um investidor aplica em um fundo cambial ao longo de
um dia de forte desvalorização do real. Para este investidor a
forma de aplicação mais vantajosa seria feita considerando a 9. No mercado internacional, que produto de financiamento
Ptax: seria recomendado para financiar, a médio prazo, o pós-
(A) de fechamento do dia anterior. embarque de uma exportação de bens de capital para um país
(B) de fechamento do dia da aplicação. considerado como um alto risco de crédito?
(C) de abertura do dia da aplicação. (A) ACE. (B) ACC.
(D) do momento da aplicação. (C) Forfaiting. (D) Supplier’s Credit.
(E) média do dia da aplicação. (E) Export Note.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

10. Em um dado momento do dia X, as cotações em Nova 15. O limite, em reais, do PLE de um banco, cujo Apr total
York (NY) e Frankfurt (FK) para o marco alemão (DM) e o é de R$ 6 bilhões e o somatório do RCD monta a R$ 0,6 bilhões,
dólar (US$) são: deverá ser, em conformidade com o Acordo de Basiléia, de:
Nova York, US$ 0,30 = DM 1,00 (A) 0,60 bilhões.
Frankfurt, DM 1,00 = US$ 0,32 (B) 0,68 bilhões.
Para obter um ganho através de uma arbitragem direta, (C) 0,78 bilhões.
um operador internacional deverá comprar _____ em _____ e (D) 0,84 bilhões.
remetê-los para _____________ . (E) 0,99 bilhões.

Investimento Rentabilidade
(%) Volatilidade 16. Uma determinada empresa captou recursos externos
Alfa 2,8 0,3 financiados a uma taxa de juros flutuante. Seu administrador
Beta 3,0 0,4 financeiro teme que o aumento desta taxa para um determinado
Gama 3,2 0,5 nível prejudique o fluxo de caixa da empresa. Tem, entretanto,
Delta 3,2 0,6
uma dificuldade momentânea de caixa que dificulta seus
'mega 3,6 0,7
desembolsos. Que produto você recomendaria a esta empresa?
Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas (A) Collar.
acima. (B) Floor.
(A) US$ / FK / NY (C) Cap.
(B) US$ / NY / FK para comprar DM (D) Swap.
(C) DM / NY / FK (E) Forward.
(D) DM / NY / FK para comprar US$
(E) DM / FK / NY para comprar US$ 17. Um investidor está diante de algumas alternativas de
investimento. Todas apresentam o mesmo risco de crédito,
11. Se quisermos definir a associação entre o custo de mas têm rentabilidade e volatilidade históricas diferentes,
carregamento de um título público e o seu PU, a melhor conforme a tabela abaixo.
conceituação será o PU: Considerando que sua base de decisão é o índice Sharpe, o
(A) de mercado. investimento a ser escolhido será:
(B) da curva. (A) Alfa.
(C) da abertura. (B) Beta.
(D) do lançamento.
(C) Gama.
(E) do fechamento.
(D) Delta.
(E) Mega.
12. De quantos dias será o prazo de carência a que terá de
se sujeitar um investidor que deseje aplicar em um CDB
pós-fixado pela TBF? 18. Uma operação que envolva a compra de uma opção de
(A) 10 (B) 30 compra de valor de exercício maior e a venda de uma opção
(C) 60 (D) 90 (E) 120 de compra de valor de exercício menor, ambas para o mesmo
ativo e para o mesmo vencimento, caracteriza que a estratégia
13. Um banco comercial negocia com uma loja de que se deseja fazer com este ativo é uma:
eletrodomésticos uma linha de financiamento para a aquisição (A) trava de baixa.
de bens de consumo duráveis por seus clientes. O produto (B) trava de alta.
bancário a ser oferecido caracteriza um: (C) operação de renda fixa.
(A) CDC. (D) operação de arbitragem.
(B) CDCI. (E) operação de financiamento.
(C) CABCR.
(D) Crédito pessoal. 19. Um determinado banco, após realizar o cálculo de sua
(E) Contrato de Mútuo. exigibilidade compulsória no depósito à vista, obteve o valor
de R$ 100.000,00 como o seu VSR para o período seguinte de
14. Uma instituição que deseje captar recursos no exterior cumprimento, composto de 5 dias úteis. Supondo que nos 4
e, ao mesmo tempo, pretenda obter como taxa de remuneração primeiros dias tenha mantido uma média de exigibilidade de
para seus papéis um valor previamente definido de acordo R$ 80.000,00, que valor terá de recolher, em reais, no último
com as ofertas de seus investidores, optará por um modelo de dia do período, de forma a não ser penalizado pelo Bacen?
underwriting do tipo: (A) 20.000,00
(A) Garantia Firme. (B) 40.000,00
(B) Book Building. (C) 80.000,00
(C) Best Efforts. (D) 100.000,00
(D) Stand By. (E) 120.000,00
(E) ADR.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

20. Na BM&F negociam-se contratos futuros de diversos ——————————————————————————


tipos de ativos. Para que novos contratos futuros de um
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determinado ativo sejam negociados com sucesso, algumas
condições necessárias, embora não suficientes, devem ser ——————————————————————————
atendidas. Entre essas condições NÃO se inclui a(o):
(A) pulverização do seu mercado. ——————————————————————————
(B) facilidade de padronização. ——————————————————————————
(C) estabilidade dos preços.
(D) participação atuante dos envolvidos no mercado físico. ——————————————————————————
(E) controle governamental. ——————————————————————————

GABARITO ——————————————————————————
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1 D 11 B
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2 D 12 C ——————————————————————————
3 E 13 B ——————————————————————————
4 A 14 B ——————————————————————————

5 B 15 C ——————————————————————————
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6 D 16 A
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7 D 17 A
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8 C 18 A ——————————————————————————
9 C 19 E ——————————————————————————

10 D 20 E ——————————————————————————
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ANOTAÇÕES ——————————————————————————
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento
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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

O 3o atingido por um evento lesivo gerado por um produto


pode reclamar como se fosse o consumidor direto.
LEGISLAÇÃO: LEI N.º 8.078/90;
2 – Destinatário final – é aquele que contrata para atender
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR; as suas necessidades, o seu interesse direto e que não atua como
RESOLUÇÃO CMN N.º 3.694; CÓDIGO DE fornecedor, ele não recoloca o produto no mercado.
DEFESA DO CONSUMIDOR É o que interrompe a circulação do produto. É aquele que a
BANCÁRIO; LEI Nº 10.048/00; LEI Nº partir do bem não explora a atividade econômica.
3 – Fornecedor – qualquer pessoa física ou jurídica, ente
10.098/00; DECRETO Nº 5.296/04.
despersonalizado, que fornece bens ou serviços a terceiros.
É indispensável que o fornecedor atue com habitualidade
O CDC e o CC mantém um determinado vínculo. O CDC e produzindo ou fazendo circular produtos ou serviços.
o CC mantém um diálogo de coerência na medida que um pode Art. 3o, CDC – é toda pessoa física ou jurídica (também entes
servir de base conceitual para o outro. Por exemplo, é do CC a despersonalizados) que exerce atividade:
definição da pessoa jurídica, da responsabilidade civil, ao passo - Produção
que é do CDC a definição de consumidor, fornecedor, etc. - Montagem
Há, portanto um diálogo de subsidiariedade - ha aplicação por - Criação
complementariedade de uma lei à outra. - Construção
O CDC estabelece um microssistema jurídico, orientando - Transformação
para a proteção do consumidor a partir da regulação das relações - Importação
jurídicas de consumo, da política nacional de proteção do - Exportação
consumidor, e também do acesso ao judiciário. - Distribuição
Todo o consumidor é presumivelmente vulnerável, daí a - Comercialização
necessidade de proteção. Todas as normas devem ser interpretadas Em síntese, fornecedor é aquele que coloca a disposição do
levando-se em conta a vulnerabilidade do Consumidor.
consumidor produtos ou serviços.
Fornecedor Imediato – é aquele que estabelece uma relação
Fundamento Constitucional
direta com o consumidor, ou seja, o comerciante.
- art. 5o, XXXII, - a definição do consumidor tem natureza de
Direito Fundamental Fornecedor Mediato – são os demais (fabricante, produtor,
- art. 170, V – impõe limitações ao Poder Econômico construtor, etc).
- Art. 48, ADCT – mandou que em 180 dias o Estado legislasse Em regra, a responsabilidade civil pelo fato do produto ou do
sobre proteção ao consumidor. É uma norma exaurida. serviço será dos fornecedores mediatos enquanto a responsabilidade
O reconhecimento dos Direitos do Consumidor como princípio da do comerciante será subsidiária, ou excepcionalmente, direta.
ordem econômica limitam a atividade desempenhada pelo particular ou O comerciante, em regra, responde quando não for possível
pelo próprio Estado (art. 170, V) identificar os fornecedores mediatos ou quando ele tenha dado
A defesa do consumidor tem necessariamente a natureza causa ao dano.
de Direito ou interesse social, daí a inclusão no art. 170 e o O conceito de fornecedor para o código exige o exercício
reconhecimento no art. 1o, CDC. rotineiro ou habitualidade.
A proteção do consumidor depende de regulação legal
dada a insuficiência da auto-regulação. Nem os fornecedores, Categorias de Fornecedores
ente si, serão capazes de estabelecer normas que reconheçam o - Fornecedor Real, por exemplo, fabricante, produtor,
consumidor como vulverável, nem os consumidores, por meios construtor, montador (art. 25, parag. 2o, CDC).
próprios, conseguirão regular o mercado. - Fornecedor Presumido é o importador de produto
Setores: industrializado ou in natura.
- 1o setor: Estado por meio Poder Político - Fornecedor Aparente é o chamado quase-fornecedor, sendo
- 2o setor: Mercado – trabalha o capital (Poder Econômico)
aquele que coloca o seu nome em produto industrializado por
- 3o setor: Sociedade Civil Organizada
outrem.
A proteção do consumidor é típica da sociedade moderna, da
sociedade de massa e do consumo de massa. Dessa sociedade de O CDC não discrimina a natureza do produto, por suas
consumo resultam os conflitos de massa e a necessidade da tutela características, salvo, para estabelecer prazos decadenciais (art.
coletiva. 26), para o consumidor reclamar por dano que tenha sofrido. O
Código estabelece apenas a distinção entre produto duráveis e não
Conceitos Legais duráveis levando em conta a expectativa de durabilidade que gera
1 – Consumidor – art. 2o, CDC par ao consumidor.
É qualquer pessoa física ou jurídica, que adquire ou utiliza A oferta vinculo produto e a execução do eventual contratual.
produto ou serviço na condição de destinatário final. Da oferta decorre ao consumidor o direito de reclamar, por
Consumidor efetivo – art. 2o, CDC exemplo, se o produto é anunciado como durável essa oferta
Consumidor por equiparação – art. 2o, pú, CDC vinculará o fornecedor.
Consumidor por equiparação – art. 17 – vítimas do evento. A publicidade é uma espécie de oferta.
O CDC apresenta o consumidor em 3 condições: aquele Produtos duráveis (exemplo: eletrodomésticos e automóveis).
que adquire ou contrata, o 3o que sofre lesão e toda coletividade O consumidor terá o prazo de 90 dias para eventualmente reclamar
exposta às práticas comerciais. de vícios presentes no produto ou serviço.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Produto não durável (alimentos, higiene) – o consumidor terá 7 – Direito de proteção contra as práticas abusivas
o prazo de 30 dias para reclamar. 8 – Direito de proteção contra as práticas contratuais abusivas
Os prazos são decadenciais, mas admitem interrupção 9 – Direito à modificação e revisão de cláusula contratuais
(corrente majoritária. As causas são INTERRUPTIVAS e não 10 – Direito à reparação civil
meramente suspensivas do prazo o que devolve ao consumidor o 11 – Direito de acesso aos órgãos de defesa
prazo integral caso a reclamação não seja atendida. 12 – Direito de facilitação dos meios de prova e defesa
13 – Direito a serviço público adequado
Contagem do Prazo
Termo Inicial: A informação constitui uma espécie de OFERTA, regida
- se o vício for oculto: da data que o consumidor tomar pelo Princípio da Veracidade e por isso vincula o contrato e a sua
conhecimento. execução.
- Se o vício for aparente: da data da entrega do produto ou da A falta de informação ou a apresentação de informação
conclusão do serviço. insuficiente corresponde a um VÍCIO capaz de responsabilizar o
fornecedor.
SERVIÇOS A informação deve levar em conta o consumidor médio, feita
Art. 3o, parag. 2o, CDC em linguagem precisa.
É qualquer atividade desempenhada em favor de outrem A NATUREZA do produto, ORIGEM, CARACTERÍSTICA,
mediante REMUNERAÇÃO. devem constar da informação e ser de fácil assimilação.
A remuneração pode ser: A informação está associado à associado à proteção.
- direta - da saúde
- indireta: quando estiver embutida no preço de outro serviço - do patrimônio
ou produto. - à liberdade de escolha do consumidor.
A atividade pode ter qualquer natureza inclusive bancária,
financeira de crédito ou securitária. Excluem-se as atividades que A informação pode ser tida também como espécie de
decorram das relações de trabalho. PUBLICIDADE, porque incute no consumidor o desejo de
contratar.
POLÍTICA NACIONAL DAS RELAÇÕES DE
CONSUMO Princípios protetivos do consumidor
Art. 4o, CDC 1- da Identificação da mensagem publicitária
Objetivo: É assegurar a dignidade do consumidor e atender as
Art. 36, CDC – A publicidade deve ser identificada como tal.
suas necessidades.
O consumidor tem o direito de saber que está exposto a uma
Valores Protegidos:
prática comercial.
- dignidade
A publicidade tem um caráter persuasivo e o consumidor deve
- saúde
estar ciente da necessidade de cautela e proteção.
- segurança
- patrimônio, interesse econômico A identificação da mensagem obriga o anunciante a revelar o
Diretrizes: a transparência nas relações de consumo, eu propósito de oferta do produto e disso decorre a proibição de
harmonização de conflitos. qualquer forma de publicidade dissimulada.
Princípios Do princípio da identificação decorre a proibição de:
a) Vulnerabilidade do Consumidor - publicidade dissimulada ou Redacional – é a realizada
b) Da Intervenção Estadual – pode se manifestar pelo apoio, sob o disfarce de reportagem ou matéria jornalística, revestida de
incentivo, fiscalização, intervenção na ordem econômica, etc. suposta objetividade
Execução da Política Nacional - publicidade clandestina – é aquela inserida num contexto
Incumbe ao Estado garantir a proteção dos consumidores, por de um entretenimento ou em contexto diverso aproximando-se do
exemplo: “merchandising”
- assegurando a assessoria, assistência jurídica gratuita O merchandising não é regulado ou proibido pelo CDC, que
- criação de delegacias especializadas só exige a identificação do anúncio.
- instituindo juizados especiais - publicidade subliminar – É imperceptível ao consumidor.
- instituindo promotorias especializadas Atua no inconsciente. Embora, imperceptível ao ser humano, é
- apoiando as associações. capaz de induzi-lo à contratação do produto ou serviço. É a mais
agressiva das formas de publicidade proibida pelo CDC. Sempre
Direitos Básicos do Consumidor se revela abusiva.
Art. 6o, CDC Nas 3 hipóteses podem se revelar enganosas e abusivas –
1 – Direito à proteção da vida, saúde e segurança vedadas pelo CDC.
2 – Direito à educação
3 – Direito à liberdade de escolha 2 – Da Veracidade
4 – Direito à igualdade A publicidade não pode conter informação falsa ao que não
5 – Direito à informação corresponde à realidade.
6 – Direito de proteção contra a publicidade enganosa e O fornecedor é obrigado a conservar dados técnicos que
abusiva confirme a veracidade do anúncio.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

3 – Da Não Abusividade A contrapropaganda é uma sanção administrativa, que


Art. 37, CDC obriga o anunciante a esclarecer a dúvida gerada pela mensagem
O consumidor tem o direito de conhecer os princípios publicitária.
característicos do produto ou serviço e de não ser exposto ao
consumo a partir de uma oferta enganosa ou abusiva. Propaganda vem de propagar, difundir algo.
O CDC proíbe, expressamente (37), a publicidade enganosa Publicidade vem de divulgar, tornar público, permitir o
ou abusiva. conhecimento.
Enganosa – é a que contém uma informação, total ou
A propaganda deve ter conteúdo ideológico, político, religioso,
parcialmente, falsa, por ação ou omissão.
quer conscientizar. Já a publicidade torna pública a existência do
É enganosa a publicidade quadno a ação ou omissão induzir o
consumidor a ERRO. produto ou serviço, divulga suas características.A publicidade
Se refere a é uma espécie de oferta do produto ou serviço e que tem como
- Características finalidade gerar uma contratação futura.
- Qualidade A publicidade NÃO é isenta, neutra ou imparcial, porém
- Quantidade tem compromisso com a veracidade, mesmo que seja parcial ou
- Propriedades tendenciosa.
- Origens A publicidade também corresponde a uma prática comercial
- Preço e etc. que também pode se revelar abusiva.
A publicidade VINCULA o fornecedor, porque é uma espécie Não pode corresponder a uma forma de concorrência desleal.
de oferta, salvo se o erro for justificável. Apura-se a boa-fé do A regulação estatal da publicidade atende a 2 propósitos
anunciante, do fornecedor. a) proteção do consumidor
b) repressão ao abuso do poder econômico para evitar a
Abusiva – art. 37, parag. 2, CDC concorrência desleal, por exemplo.
É toda aquela publicidade capaz de induzir o consumidor a
um comportamento de risco (à saúde, vida) ou que tenha conteúdo
Finalidade da publicidade:
discriminatório ou realiza um aproveitamento das condições
1a) divulgar o produto ou serviço e as suas características
pessoais do consumidor.
Ex: que incita à violência, ao consumo de bebida alcoólica. 2a) gerar uma expectativa de contratação futura. Seduzir o
É abusiva a que incita a violência, explora o medo, a consumidor
superstição, não respeita valores ambientais, ou explora condições A informação constitui um dever do fornecedor e a publicidade
subjetiva – idade, idoso, religião. uma faculdade.
O CDC pune a prática de publicidade enganosa e abusiva, Ver art. 69, CDC.
garantindo-se ao consumidor, além da reparação civil, a reparação O Código não proíbe publicidade comparativa, desde que o
moral e a responsabilização criminal do anunciante e fornecedor – dado de comparação seja verdadeiro, mas impede a apropriação da
art. 66, 67 e 68, CDC. marca concorrente, que corresponde a uma concorrência desleal.
A peça de publicidade pode conter:
4 – Da Vinculação - recursos lingüísticos
A publicidade é uma prática précontratual, que vincula o - exagero verbal
anunciante ou fornecedor. - caráter humorístico
Desde que não explore uma condição pessoal e seja capaz de
5 – Da Inversão do Ônus da Prova enganar o consumidor.
O anunciante fica obrigado a conservar dados técnicos que
confirmem a veracidade da mensagem publicitária. O ônus de
7 – Proteção contra as práticas abusivas
provar a verdade é delo – art. 38, CDC.
A inversão independe de qualquer decisão judicial ou O consumidor tem o direito de proteção contra prática
administrativa, decorre do direito material e por isso é objetiva. comercial abusiva ou metidos desleais ou coercitivos. Ex: venda
Há outra espécie de inversão prevista no CDC no art. 6o, casada.
mas que tem natureza processual. É decretada caso a caso na ação Práticas abusivas podem ser:
de interesse do consumidor. É a inversão subjetiva, processual, 1 – comerciais – são précontratuais e podem estar presentes na
porque leva em conta as condições do autor. publicidade, na comercialização.
A única inversão do ônus da prova de natureza objetiva é a 2 – contratuais – pela inserção de cláusula abusiva. Ex:
que protege o consumidor contra publicidade enganosa e abusiva. renunciar a qualquer direito de reparação.

6 – proteção contra a publicidade enganosa e abusiva 8 – Direito à modificação de cláusulas contratuais e o


Publicidade não se confunde com propaganda. direito à revisão do contrato em razão de motivo superveniente.
A Constituição Federal não estabelece distinção. O CDC usa
as 2 expressões LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.
- proteção X publicidade enganosa
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras
- proteção contra propaganda como sanção administrativa.
providências

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

TÍTULO I VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos


Dos Direitos do Consumidor praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência
CAPÍTULO I desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais
Disposições Gerais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam
causar prejuízos aos consumidores;
Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos VIII - estudo constante das modificações do mercado de
termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição consumo.
Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos,
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. entre outros:
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para
de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas o consumidor carente;
relações de consumo. II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes III - criação de delegacias de polícia especializadas no
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de
montagem, criação, construção, transformação, importação, consumo;
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas
prestação de serviços.
Especializadas para a solução de litígios de consumo;
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das
imaterial.
Associações de Defesa do Consumidor.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado
de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza § 1° (Vetado).
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes § 2º (Vetado).
das relações de caráter trabalhista.
CAPÍTULO III
CAPÍTULO II Dos Direitos Básicos do Consumidor
Da Política Nacional de Relações de Consumo
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos
por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços
o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus considerados perigosos ou nocivos;
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado
bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a
atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº igualdade nas contratações;
9.008, de 21.3.1995) III - a informação adequada e clara sobre os diferentes
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no produtos e serviços, com especificação correta de quantidade,
mercado de consumo; características, composição, qualidade e preço, bem como sobre
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente os riscos que apresentem;
o consumidor: IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva,
a) por iniciativa direta; métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de
representativas; produtos e serviços;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
III - harmonização dos interesses dos participantes das
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
relações de consumo e compatibilização da proteção do
morais, individuais, coletivos e difusos;
consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e
tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com
a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais,
com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica,
e fornecedores; administrativa e técnica aos necessitados;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando,
mercado de consumo; a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, IX - (Vetado);
assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em
de consumo; geral.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança
outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as
de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, circunstâncias relevantes, entre as quais:
de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas I - sua apresentação;
competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
direito, analogia, costumes e eqüidade. III - a época em que foi colocado em circulação.
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro
responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
normas de consumo. § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só
não será responsabilizado quando provar:
CAPÍTULO IV I - que não colocou o produto no mercado;
Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o
Reparação dos Danos defeito inexiste;
SEÇÃO I III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Da Proteção à Saúde e Segurança Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos
do artigo anterior, quando:
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não
de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos puderem ser identificados;
consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu
em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fabricante, produtor, construtor ou importador;
fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
necessárias e adequadas a seu respeito. Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao
Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais
responsáveis, segundo sua participação na causação do evento
fabricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo,
danoso.
através de impressos apropriados que devam acompanhar o
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente
produto. da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou fruição e riscos.
periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis § 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança
em cada caso concreto. que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de as circunstâncias relevantes, entre as quais:
consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar I - o modo de seu fornecimento;
alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança. II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente III - a época em que foi fornecido.
à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de
da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato novas técnicas.
imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, § 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado
mediante anúncios publicitários. quando provar:
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
expensas do fornecedor do produto ou serviço. § 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade apurada mediante a verificação de culpa.
de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, Art. 15. (Vetado).
Art. 16. (Vetado).
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos
informá-los a respeito.
consumidores todas as vítimas do evento.
Art. 11. (Vetado).
SEÇÃO III
SEÇÃO II Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade
estrangeiro, e o importador respondem, independentemente ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao
da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações
construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem
acondicionamento de seus produtos, bem como por informações publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza,
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, III - o abatimento proporcional do preço.
pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: § 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
perfeitas condições de uso; § 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.
III - o abatimento proporcional do preço. Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a
do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição
sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações
a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização
meio de manifestação expressa do consumidor. em contrário do consumidor.
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados,
ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
produto essencial. Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas
do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados,
poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo na forma prevista neste código.
diversos, mediante complementação ou restituição de eventual Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de
diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime
do § 1° deste artigo. de responsabilidade.
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço
responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do
quando identificado claramente seu produtor. fornecedor.
§ 6° São impróprios ao uso e consumo: Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, nesta e nas seções anteriores.
avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou § 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano,
à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e
regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; nas seções anteriores.
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem § 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada
inadequados ao fim a que se destinam. ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante,
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios construtor ou importador e o que realizou a incorporação.
de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações
decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às SEÇÃO IV
indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem Da Decadência e da Prescrição
ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha: Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de
I - o abatimento proporcional do preço; fácil constatação caduca em:
II - complementação do peso ou medida; I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, produtos não duráveis;
marca ou modelo, sem os aludidos vícios; II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente produtos duráveis.
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.
anterior. § 2° Obstam a decadência:
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor
a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa
aferido segundo os padrões oficiais. correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de II - (Vetado).
qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com § 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se
as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, no momento em que ficar evidenciado o defeito.
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção
cabível; II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente conhecimento do dano e de sua autoria.
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; Parágrafo único. (Vetado).

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

SEÇÃO V Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar


Da Desconsideração da Personalidade Jurídica cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor
poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da
da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso oferta, apresentação ou publicidade;
de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia
também será efetivada quando houver falência, estado de eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas
insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica e danos.
provocados por má administração.
§ 1° (Vetado). SEÇÃO III
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as Da Publicidade
sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas
obrigações decorrentes deste código. Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa. produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que
sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao dão sustentação à mensagem.
ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou
CAPÍTULO V comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa,
Das Práticas Comerciais ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir
SEÇÃO I em erro o consumidor a respeito da natureza, características,
Das Disposições Gerais qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer
outros dados sobre produtos e serviços.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam- § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória
se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo
expostas às práticas nele previstas. ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e
experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja
SEÇÃO II capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial
Da Oferta ou perigosa à sua saúde ou segurança.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do
precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação produto ou serviço.
com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, § 4° (Vetado).
obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da
o contrato que vier a ser celebrado. informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços
devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas SEÇÃO IV
e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, Das Práticas Abusivas
quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços,
e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que
dentre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884,
apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
de 11.6.1994)
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao
oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa
fabricação ou importação do produto.
causa, a limites quantitativos;
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na
deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou conformidade com os usos e costumes;
reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia,
na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
transação comercial. IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social,
por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, de 2008). V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e
responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de
autônomos. práticas anteriores entre as partes;

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

VII - repassar informação depreciativa, referente a ato SEÇÃO VI


praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos; Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto
ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art.
oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas,
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização como sobre as suas respectivas fontes.
e Qualidade Industrial (Conmetro); § 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos,
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não
diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto podendo conter informações negativas referentes a período
pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em superior a cinco anos.
leis especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) § 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor,
(Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) quando não solicitada por ele.
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de § 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus
22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da converão na dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o
Lei nº 9.870, de 23.11.1999 arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua eventuais destinatários das informações incorretas.
obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo § 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores,
critério.(Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal entidades de caráter público.
ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de § 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do
23.11.1999) consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir
remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão
de pagamento. cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública
ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão- e anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida
de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as ou não pelo fornecedor.
condições de pagamento, bem como as datas de início e término § 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para
dos serviços. orientação e consulta por qualquer interessado.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá § 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas
validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo regras enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art.
consumidor. 22 deste código.
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento Art. 45. (Vetado).
obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre
negociação das partes. CAPÍTULO VI
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou Da Proteção Contratual
acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não SEÇÃO I
previstos no orçamento prévio. Disposições Gerais
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços
sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não
fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não
obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de
o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em
tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos
excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão
à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras
de seu sentido e alcance.
sanções cabíveis.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de
SEÇÃO V maneira mais favorável ao consumidor.
Da Cobrança de Dívidas Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos
particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica,
não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de nos termos do art. 84 e parágrafos.
constrangimento ou ameaça. Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do
tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de
pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,
salvo hipótese de engano justificável. especialmente por telefone ou a domicílio.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor,
arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das
pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados. § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos
conferida mediante termo escrito. esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser partes.
padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste § 3° (Vetado).
a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que § 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o
pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser- represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente
lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que
fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não
e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações. assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva
SEÇÃO II outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor,
Das Cláusulas Abusivas o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e
adequadamente sobre:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do juros;
fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços III - acréscimos legalmente previstos;
ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de IV - número e periodicidade das prestações;
consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis; § 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por
já paga, nos casos previstos neste código; cento do valor da prestação.(Redação dada pela Lei nº 9.298, de
III - transfiram responsabilidades a terceiros; 1º.8.1996)
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, § 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do
que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; juros e demais acréscimos.
V - (Vetado); § 3º (Vetado).
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou
consumidor;
imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro
direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações
negócio jurídico pelo consumidor;
pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento,
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o
pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.
contrato, embora obrigando o consumidor;
§ 1° (Vetado).
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação
do preço de maneira unilateral; § 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas,
unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem
consumidor; econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança ou inadimplente causar ao grupo.
de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra § 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão
o fornecedor; expressos em moeda corrente nacional.
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o
conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração; SEÇÃO III
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas Dos Contratos de Adesão
ambientais;
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham
consumidor; sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que
benfeitorias necessárias. o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vontade que: conteúdo.
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a
que pertence; natureza de adesão do contrato.
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes § 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória,
à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor,
equilíbrio contratual; ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em Parágrafo único. A multa será em montante não inferior
termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da
da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que
compreensão pelo consumidor. (Redação dada pela nº 11.785, de venha a substituí-lo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.703,
21008) de 6.9.1993)
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de
consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua proibição de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento
imediata e fácil compreensão. de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e
§ 5° (Vetado) revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela
administração, mediante procedimento administrativo, assegurada
CAPÍTULO VII ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade
Das Sanções Administrativas ou de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou
serviço.
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de
concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa,
baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição e interdição e de suspensão temporária da atividade, bem como
consumo de produtos e serviços. a de intervenção administrativa, serão aplicadas mediante
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando o
fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição, fornecedor reincidir na prática das infrações de maior gravidade
a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, previstas neste código e na legislação de consumo.
no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da § 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à
informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas concessionária de serviço público, quando violar obrigação legal
que se fizerem necessárias. ou contratual.
§ 2° (Vetado). § 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licença,
municipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado a interdição ou suspensão da atividade.
de consumo manterão comissões permanentes para elaboração, § 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de
revisão e atualização das normas referidas no § 1°, sendo penalidade administrativa, não haverá reincidência até o trânsito
obrigatória a participação dos consumidores e fornecedores.
em julgado da sentença.
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada
fornecedores para que, sob pena de desobediência, prestem
informações sobre questões de interesse do consumidor, quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa
resguardado o segredo industrial. ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor expensas do infrator.
ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções § 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da
administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das mesma forma, freqüência e dimensão e, preferencialmente no
definidas em normas específicas: mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer
I - multa; o malefício da publicidade enganosa ou abusiva.
II - apreensão do produto; § 2° (Vetado)
III - inutilização do produto; § 3° (Vetado).
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V - proibição de fabricação do produto; TÍTULO II
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço; Das Infrações Penais
VII - suspensão temporária de atividade;
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
previstas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra
ou de atividade; e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.
XI - intervenção administrativa; Art. 62. (Vetado).
XII - imposição de contrapropaganda. Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros,
aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua recipientes ou publicidade:
atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento § 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar,
administrativo. mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade do serviço a ser prestado.
da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do § 2° Se o crime é culposo:
fornecedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos
de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo
ou municipais de proteção ao consumidor nos demais casos. conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado:
(Redação dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993) Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou
de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela por ocasião de calamidade;
autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
forma deste artigo. III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, IV - quando cometidos:
contrariando determinação de autoridade competente: a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. social seja manifestamente superior à da vítima;
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito
prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte. ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir mental interditadas ou não;
informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, V - serem praticados em operações que envolvam alimentos,
quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais
garantia de produtos ou serviços: .
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa. Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta. em dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias
§ 2º Se o crime é culposo; de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria 60, §1° do Código Penal.
saber ser enganosa ou abusiva: Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa,
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado
Parágrafo único. (Vetado). odisposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria I - a interdição temporária de direitos;
saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma II - a publicação em órgãos de comunicação de grande
prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança: circulação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa: sobre os fatos e a condenação;
Parágrafo único. (Vetado). III - a prestação de serviços à comunidade.
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este
código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o
científicos que dão base à publicidade:
inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou
substituí-lo.
componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor:
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
do indiciado ou réu, a fiança poderá ser:
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação,
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste
consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam
trabalho, descanso ou lazer: relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às e IV, aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária,
informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.
fichas e registros:
Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa. TÍTULO III
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre Da Defesa do Consumidor em Juízo
consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou CAPÍTULO I
registros que sabe ou deveria saber ser inexata: Disposições Gerais
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores
adequadamente preenchido e com especificação clara de seu e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a
conteúdo; título coletivo.
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes tratar de:
referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos
medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que
ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias
qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda de fato;
ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos
serviços nas condições por ele proibidas. deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a
neste código: parte contrária por uma relação jurídica base;

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código,
entendidos os decorrentes de origem comum. a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo,
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos,
concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) vedada a denunciação da lide.
I - o Ministério Público, Art. 89. (Vetado)
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não
contrariar suas disposições.
destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este
código; CAPÍTULO II
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos Das Ações Coletivas Para a Defesa de Interesses
um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos Individuais Homogêneos
interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a
autorização assemblear. Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor,
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação
pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente
haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. (Redação
característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
protegido. Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará
§ 2° (Vetado). sempre como fiscal da lei.
§ 3° (Vetado). Parágrafo único. (Vetado).
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por
competente para a causa a justiça local:
este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano,
propiciar sua adequada e efetiva tutela. quando de âmbito local;
Parágrafo único. (Vetado). II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.
da obrigação ou determinará providências que assegurem o Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial,
resultado prático equivalente ao do adimplemento. a fim de que os interessados possam intervir no processo como
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de
será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.
multa (art. 287, do Código de Processo Civil). Art. 96. (Vetado).
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser
promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
legitimados de que trata o art. 82.
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado Parágrafo único. (Vetado).
o réu. Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas
multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação,
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada
para o cumprimento do preceito. pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado § 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das
prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou
necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e não do trânsito em julgado.
pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, § 2° É competente para a execução o juízo:
além de requisição de força policial. I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso
Art. 85. (Vetado). de execução individual;
Art. 86. (Vetado). II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não
condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e
haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo
e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação evento danoso, estas terão preferência no pagamento.
autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a
custas e despesas processuais. destinação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão de decisão de segundo grau as ações de indenização pelos danos
solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao individuais, salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser
décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas manifestamente suficiente para responder pela integralidade das
e danos. dívidas.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16,
interessados em número compatível com a gravidade do dano, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente
execução da indenização devida. sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus
para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985. sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos
termos dos arts. 96 a 99.
CAPÍTULO III § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença
Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de penal condenatória.
Produtos e Serviços Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do
parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou
produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não
deste título, serão observadas as seguintes normas: beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade do ajuizamento da ação coletiva.
poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração
do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta TÍTULO IV
hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
réu nos termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu
houver sido declarado falido, o síndico será intimado a informar a Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do
existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso Consumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do Distrito
afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente Federal e municipais e as entidades privadas de defesa do
contra o segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto de
consumidor.
Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor,
com este.
da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão
Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código poderão
federal que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da
propor ação visando compelir o Poder Público competente a
política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-
proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação
distribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição, lhe:
estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política
consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à nacional de proteção ao consumidor;
incolumidade pessoal. II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas,
§ 1° (Vetado). denúncias ou sugestões apresentadas por entidades representativas
§ 2° (Vetado) ou pessoas jurídicas de direito público ou privado;
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre
CAPÍTULO IV seus direitos e garantias;
Da Coisa Julgada IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através
dos diferentes meios de comunicação;
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito
sentença fará coisa julgada: policial para a apreciação de delito contra os consumidores, nos
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente termos da legislação vigente;
por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado VI - representar ao Ministério Público competente para fins
poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de adoção de medidas processuais no âmbito de suas atribuições;
de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as
81; infrações de ordem administrativa que violarem os interesses
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria difusos, coletivos, ou individuais dos consumidores;
ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União,
termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a
inciso II do parágrafo único do art. 81; fiscalização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, bens e serviços;
para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros
inciso III do parágrafo único do art. 81. programas especiais, a formação de entidades de defesa do
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II consumidor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e
não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes municipais;
da coletividade, do grupo, categoria ou classe. X - (Vetado).
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de XI - (Vetado).
improcedência do pedido, os interessados que não tiverem XII - (Vetado)
intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas
de indenização a título individual. finalidades.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24
Departamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput,
o concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico- com a seguinte redação:
científica. “Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
TÍTULO V solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao
Da Convenção Coletiva de Consumo décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas
e danos”.
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347,
de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem de 24 de julho de 1985:
regular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham “Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá
por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora,
como à reclamação e composição do conflito de consumo. salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro despesas processuais”.
do instrumento no cartório de títulos e documentos.
Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades
signatárias. o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes:
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se “Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos,
desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento. coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do
Art. 108. (Vetado). Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor”.
Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e
TÍTULO VI oitenta dias a contar de sua publicação.
Disposições Finais Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.

Art. 109. (Vetado). RESOLUÇÃO CMN N.º 3.694


Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei Dispõe sobre a prevenção de riscos na contratação de
n° 7.347, de 24 de julho de 1985: operações e na prestação de serviços por parte de instituições
“IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”. financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo
Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho Banco Central do Brasil. O Banco Central do Brasil, na forma do
de 1985, passa a ter a seguinte redação: art. 9º da Lei nº4.595, de 31 de dezembro de 1964, tornam públicos
“II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao
que o Conselho Monetário Nacional, em sessão realizada em 26
meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer outro interesse de março de 2009, com base no art. 4º, inciso VIII, da referida lei,
difuso ou coletivo”.
Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de R E S O L V E U:
1985, passa a ter a seguinte redação: Art. 1º As instituições financeiras e demais instituições
“§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem
ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro contemplar, em seus sistemas de controles internos e de prevenção
legitimado assumirá a titularidade ativa”. de riscos previstos na regulamentação vigente, a adoção e a
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º. verificação de procedimentos, na contratação de operações e na
da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985: prestação de serviços, que assegurem:
“§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado I - a prestação das informações necessárias à livre
pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela escolha à tomada de decisões por parte de seus clientes e
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem usuários,explicitando, inclusive, as cláusulas contratuais ou
jurídico a ser protegido. práticas que impliquem deveres, responsabilidades e penalidades e
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os fornecendo tempestivamente cópia de contratos, recibos, extratos,
Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados
comprovantes e outros documentos relativos a operações e a
na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. (Vide
serviços prestados;
Mensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos II - a utilização em contratos e documentos de redação clara,
interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às objetiva e adequada à natureza e à complexidade da operação
exigências legais, mediante combinações, que terá eficácia de ou do serviço prestado, de forma a permitir o entendimento do
título executivo extrajudicial”. (Vide Mensagem de veto) (Vide conteúdo ela identificação de prazos, valores, encargos, multas,
REsp 222582 /MG - STJ) datas, locais e demais condições.
Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem divulgar,
passa a ter a seguinte redação: em suas dependências e nas dependências dos estabelecimentos
“Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da onde seus produtos são ofertados, em local visível e em formato
sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova legível, informações relativas a situações que impliquem recusa
a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual à realização de pagamentos ou à recepção de cheques, fichas de
iniciativa aos demais legitimados”. compensação, documentos, inclusive de cobrança, contas e outros.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Art. 3º É vedado às instituições referidas no art. 1º recusa ou II - o número do telefone da Central de Atendimento ao
dificultar, aos clientes e usuários de seus produtos e serviços, o Público do Banco Central do Brasil, acompanhado da observação
acesso aos canais de atendimento convencionais, inclusive guichês de que o mesmo se destina ao atendimento a denúncias e
de caixa, mesmo na hipótese de oferecer atendimento alternativo reclamações, além do número do telefone relativo a serviço de
ou eletrônico. mesma natureza, se por elas oferecido;
§ 1º O disposto no caput não se aplica às dependências III - as informações estabelecidas pelo art. 2º da
exclusivamente eletrônicas nem à prestação de serviços de Resolução 2.303, de 25 de julho de 1996.” (NR);
cobrança e de recebimento decorrentes de contratos ou convênios III - o art. 7º:
que prevejam canais de atendimento específicos. “Art. 7º As instituições referidas no art. 1º, nas operações
§ 2º A opção pela prestação de serviços por meios alternativos de crédito pessoal e de crédito direto ao consumidor, realizadas
aos convencionais é admitida desde que adotadas as medidas com seus clientes, devem assegurar o direito à liquidação
necessárias para preservar a integridade, a confiabilidade, a antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante redução
segurança e o sigilo das transações realizadas, assim como a proporcional dos juros.” (NR);
legitimidade dos serviços prestados, em face dos direitos dos IV - o art. 10:
clientes e dos usuários, devendo as instituições informá-los dos “Art. 10. Os dados constantes dos cartões magnéticos
riscos existentes. emitidos pelas instituições referidas no art. 1º devem ser
Art. 4º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
obrigatoriamente impressos em alto relevo, para portadores de
Art. 5º Ficam revogadas as Resoluções n. 2.878, de 26 de
deficiência visual.” (NR);
julho de 2001, e 2.892, de 27 de setembro de 2001.
V - o art. 12, parágrafo único, inciso I:
RESOLUCAO 2.892 “Art. 12. As instituições referidas no art. 1º não podem impor
Altera a Resolução 2.878, de 2001, que dispõe sobre aos deficientes sensoriais (visuais e auditivos) exigências
procedimentos a serem observadas pelas instituições financeiras e diversas das estabelecidas para as pessoas não portadoras de
demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do deficiência, na contratação de operações e de prestação de serviços.
Brasil na contratação de operações e na prestação de serviços Parágrafo único. Com vistas a assegurar o conhecimento
aos clientes e ao público em geral. pleno dos termos dos contratos, as instituições devem:
O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9º I - providenciar, na assinatura de contratos com portadores de
da Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o deficiência visual, a não ser quando por eles dispensadas, a
CONSELHO MONETÁRIONACIONAL, em sessão realizada leitura do inteiro teor do referido instrumento, em voz alta,
em 26 de setembro de 2001, com base no art. 4º, inciso VIII, da exigindo, mesmo no caso de dispensa da leitura, declaração do
referida lei, considerando o disposto na Lei 4.728, de 14 de julho contratante de que tomou conhecimento dos direitos e deveres das
de 1965, e na Lei 6.099, de 12 de setembro de1974, partes envolvidas, certificada por duas testemunhas, sem
prejuízo da adoção, a seu critério, de outras medidas com a
R E S O L V E U: mesma finalidade; ..........................................................” (NR);
Art. 1º Alterar os dispositivos abaixo especificados da VI - o art. 14:
Resolução 2.878, de 26 de julho de 2001, que passam a vigorar “Art. 14. É vedada a adoção de medidas administrativas
com a seguinte redação: relativas ao funcionamento das dependências das instituições
I - o art. 1º, inciso IV: referidas no art. 1º que possam implicar restrições ao acesso às
“Art. 1º Estabelecer que as instituições financeiras e áreas destinadas ao atendimento ao público.” (NR);
demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central VII - o art. 16:
do Brasil, na contratação de operações e na prestação de “Art. 16. Nos saques em espécie, de valores acima de
serviços aos clientes e ao público em geral, sem prejuízo da R$5.000,00 (cinco mil reais), realizados em conta de depósitos à
observância das demais disposições legais e regulamentares vista, as instituições poderão postergar a operação para o
vigentes e aplicáveis ao Sistema Financeiro Nacional, devem expediente seguinte, vedada a utilização de tal faculdade nos
adotar medidas que objetivem assegurar: ..................................
saques de valores inferiores ao estabelecido.” (NR);
..............................
VIII - o art. 17, parágrafo 2º: “Art.
IV - fornecimento aos clientes de cópia impressa, na
17. É vedada a contratação de quaisquer operações condicionadas
dependência em que celebrada a operação, ou em meio eletrônico,
dos contratos, após formalização e adoção de outras providências ou vinculadas à realização de outras operações ou à aquisição de
que se fizerem necessárias, bem como de recibos, comprovantes outros bens e serviços.
de Pagamentos e outros documentos pertinentes às operações .................................................................
realizadas; ..........................................................” (NR); Parágrafo 2º Na hipótese de operação que implique, por força
II - o art. 2º: de contrato e da legislação em vigor, pacto adicional de outra
“Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem colocar operação, fica assegurado ao contratante o direito de livre
disposição dos clientes, em suas dependências e nas escolha da instituição com a qual deve ser formalizado referido
dependências dos estabelecimentos onde seus produtos forem contrato adicional.
negociados, em local e formato visíveis: ..........................................................” (NR);
I - informações que assegurem total conhecimento acerca das IX - o art. 18,
situações que possam implicar recusa na recepção de documentos parágrafo 4º:
(cheques, bloqueios de cobrança, fichas de compensação e outros) “Art. 18. Fica vedado às instituições referidas no art. 1º:
ou na realização de pagamentos, na forma da legislação em vigor; .................................................................

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Parágrafo 4º Excetuam-se das vedações de que trata este Art. 3o As empresas públicas de transporte e as concessionárias
artigo os casos de estorno necessários à correção de lançamentos de transporte coletivo reservarão assentos, devidamente
indevidos decorrentes de erros operacionais por parte da instituição identificados, aos idosos, gestantes, lactantes, pessoas portadoras
financeira, os quais deverão ser comunicados ao cliente, no prazo de deficiência e pessoas acompanhadas por crianças de colo.
de até dois dias úteis após a referida correção.” (NR). Art. 4o Os logradouros e sanitários públicos, bem como os
Art. 2º Ficam as instituições financeiras e demais edifícios de uso público, terão normas de construção, para efeito de
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil licenciamento da respectiva edificação, baixadas pela autoridade
obrigadas a exigir de seus clientes e usuários confirmação clara competente, destinadas a facilitar o acesso e uso desses locais
e objetiva quanto a aceitação do produto ou serviço oferecido pelas pessoas portadoras de deficiência.
ou colocado a sua disposição, não podendo considerar o silêncio Art. 5o Os veículos de transporte coletivo a serem produzidos
dos mesmos como sinal de concordância. após doze meses da publicação desta Lei serão planejados de
Art. 3º Ficam as instituições referidas no artigo anterior forma a facilitar o acesso a seu interior das pessoas portadoras de
obrigadas a garantir a seus clientes o cancelamento da autorização deficiência.
de débitos automáticos em conta efetuados por força de § 1o (VETADO)
convênios celebrados com concessionária de serviço público ou § 2o Os proprietários de veículos de transporte coletivo
empresa privada ou por iniciativa da própria instituição, desde em utilização terão o prazo de cento e oitenta dias, a contar da
que, nesta hipótese,não decorram de obrigações referentes regulamentação desta Lei, para proceder às adaptações necessárias
a operações de crédito contratadas com a própria instituição ao acesso facilitado das pessoas portadoras de deficiência.
financeira. Parágrafo Art. 6o A infração ao disposto nesta Lei sujeitará os
único. As instituições referidas no caput têm prazo de até sessenta responsáveis:
dias para adoção das providências necessárias adequação dos I – no caso de servidor ou de chefia responsável pela repartição
convênios celebrados, com vistas ao cumprimento do disposto pública, às penalidades previstas na legislação específica;
neste artigo, mediante o estabelecimento de cláusula contratual II – no caso de empresas concessionárias de serviço público,
específica. a multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 2.500,00 (dois mil
Art. 4º Fica instituído o Manual do Cliente e Usuário de e quinhentos reais), por veículos sem as condições previstas nos
Serviços Financeiros e de Consórcio, que deverá consolidar as arts. 3o e 5o;
disposições constantes da Resolução 2.878, de 2001 e desta III – no caso das instituições financeiras, às penalidades
resolução, além de outras estabelecidas em normativos previstas no art. 44, incisos I, II e III, da Lei no 4.595, de 31 de
editados pelo Banco Central do Brasil, aplicáveis às dezembro de 1964.
instituições de que trata o art. 1º,na contratação de operações Parágrafo único. As penalidades de que trata este artigo serão
e na prestação de serviços aos clientes e ao público em geral. elevadas ao dobro, em caso de reincidência.
Parágrafo único. O Banco Central do Brasil deve manter Art. 7o O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de
permanentemente atualizado o manual de que trata este artigo. sessenta dias, contado de sua publicação.
Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
publicação.
Brasília, 27 de setembro de 2001 Brasília, 8 de novembro de 2000; 179o da Independência e
112o da República.
LEI No 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000.
Mensagem de Veto LEI No 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000.
Regulamento Dá prioridade de atendimento às pessoas que Regulamento Estabelece normas gerais e critérios básicos
especifica, e dá outras providências. para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência física, os idosos
com idade igual ou superior a sessenta e cinco anos, as gestantes, CAPÍTULO I
as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo terão DISPOSIÇÕES GERAIS
atendimento prioritário, nos termos desta Lei.
Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais e critérios básicos
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo terão deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a supressão de
atendimento prioritário, nos termos desta Lei. (Redação dada pela barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário
Lei nº 10.741, de 2003) urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de
Art. 2o As repartições públicas e empresas concessionárias transporte e de comunicação.
de serviços públicos estão obrigadas a dispensar atendimento Art. 2o Para os fins desta Lei são estabelecidas as seguintes
prioritário, por meio de serviços individualizados que assegurem definições:
tratamento diferenciado e atendimento imediato às pessoas a que I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para
se refere o art. 1o. utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários
Parágrafo único. É assegurada, em todas as instituições e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e
financeiras, a prioridade de atendimento às pessoas mencionadas dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de
no art. 1o. deficiência ou com mobilidade reduzida;

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

II – barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou Art. 6o Os banheiros de uso público existentes ou a construir
impeça o acesso, a liberdade de movimento e a circulação com em parques, praças, jardins e espaços livres públicos deverão ser
segurança das pessoas, classificadas em: acessíveis e dispor, pelo menos, de um sanitário e um lavatório que
a) barreiras arquitetônicas urbanísticas: as existentes nas vias atendam às especificações das normas técnicas da ABNT.
públicas e nos espaços de uso público; Art. 7o Em todas as áreas de estacionamento de veículos,
b) barreiras arquitetônicas na edificação: as existentes no localizadas em vias ou em espaços públicos, deverão ser
interior dos edifícios públicos e privados; reservadas vagas próximas dos acessos de circulação de pedestres,
c) barreiras arquitetônicas nos transportes: as existentes nos devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas
meios de transportes; portadoras de deficiência com dificuldade de locomoção.
d) barreiras nas comunicações: qualquer entrave ou obstáculo Parágrafo único. As vagas a que se refere o caput deste artigo
que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de deverão ser em número equivalente a dois por cento do total,
mensagens por intermédio dos meios ou sistemas de comunicação, garantida, no mínimo, uma vaga, devidamente sinalizada e com
sejam ou não de massa; as especificações técnicas de desenho e traçado de acordo com as
normas técnicas vigentes.
III – pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade
reduzida: a que temporária ou permanentemente tem limitada sua CAPÍTULO III
capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo; DO DESENHO E DA LOCALIZAÇÃO DO
IV – elemento da urbanização: qualquer componente das MOBILIÁRIO URBANO
obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação,
saneamento, encanamentos para esgotos, distribuição de energia Art. 8o Os sinais de tráfego, semáforos, postes de iluminação
elétrica, iluminação pública, abastecimento e distribuição de água, ou quaisquer outros elementos verticais de sinalização que devam
paisagismo e os que materializam as indicações do planejamento ser instalados em itinerário ou espaço de acesso para pedestres
urbanístico; deverão ser dispostos de forma a não dificultar ou impedir a
V – mobiliário urbano: o conjunto de objetos existentes nas circulação, e de modo que possam ser utilizados com a máxima
vias e espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos comodidade.
da urbanização ou da edificação, de forma que sua modificação Art. 9o Os semáforos para pedestres instalados nas vias
ou traslado não provoque alterações substanciais nestes elementos, públicas deverão estar equipados com mecanismo que emita sinal
tais como semáforos, postes de sinalização e similares, cabines sonoro suave, intermitente e sem estridência, ou com mecanismo
telefônicas, fontes públicas, lixeiras, toldos, marquises, quiosques alternativo, que sirva de guia ou orientação para a travessia de
e quaisquer outros de natureza análoga; pessoas portadoras de deficiência visual, se a intensidade do fluxo
VI – ajuda técnica: qualquer elemento que facilite a autonomia de veículos e a periculosidade da via assim determinarem.
pessoal ou possibilite o acesso e o uso de meio físico. Art. 10. Os elementos do mobiliário urbano deverão ser
projetados e instalados em locais que permitam sejam eles
CAPÍTULO II utilizados pelas pessoas portadoras de deficiência ou com
DOS ELEMENTOS DA URBANIZAÇÃO mobilidade reduzida.

Art. 3o O planejamento e a urbanização das vias públicas, CAPÍTULO IV


dos parques e dos demais espaços de uso público deverão ser DA ACESSIBILIDADE NOS EDIFÍCIOS PÚBLICOS
concebidos e executados de forma a torná-los acessíveis para as OU DE USO COLETIVO
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
Art. 4o As vias públicas, os parques e os demais espaços de Art. 11. A construção, ampliação ou reforma de edifícios
uso público existentes, assim como as respectivas instalações públicos ou privados destinados ao uso coletivo deverão ser
de serviços e mobiliários urbanos deverão ser adaptados, executadas de modo que sejam ou se tornem acessíveis às pessoas
obedecendo-se ordem de prioridade que vise à maior eficiência das portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
modificações, no sentido de promover mais ampla acessibilidade Parágrafo único. Para os fins do disposto neste artigo, na
às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou
Parágrafo único. Os parques de diversões, públicos e privados destinados ao uso coletivo deverão ser observados, pelo
privados, devem adaptar, no mínimo, 5% (cinco por cento) de menos, os seguintes requisitos de acessibilidade:
cada brinquedo e equipamento e identificá-lo para possibilitar I – nas áreas externas ou internas da edificação, destinadas
sua utilização por pessoas com deficiência ou com mobilidade a garagem e a estacionamento de uso público, deverão ser
reduzida, tanto quanto tecnicamente possível. (Incluído pela Lei reservadas vagas próximas dos acessos de circulação de pedestres,
nº 11.982, de 2009) devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas
Art. 5o O projeto e o traçado dos elementos de urbanização portadoras de deficiência com dificuldade de locomoção
públicos e privados de uso comunitário, nestes compreendidos os permanente;
itinerários e as passagens de pedestres, os percursos de entrada e II – pelo menos um dos acessos ao interior da edificação
de saída de veículos, as escadas e rampas, deverão observar os deverá estar livre de barreiras arquitetônicas e de obstáculos que
parâmetros estabelecidos pelas normas técnicas de acessibilidade impeçam ou dificultem a acessibilidade de pessoa portadora de
da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. deficiência ou com mobilidade reduzida;

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

III – pelo menos um dos itinerários que comuniquem Art. 18. O Poder Público implementará a formação de
horizontal e verticalmente todas as dependências e serviços do profissionais intérpretes de escrita em braile, linguagem de sinais
edifício, entre si e com o exterior, deverá cumprir os requisitos de e de guias-intérpretes, para facilitar qualquer tipo de comunicação
acessibilidade de que trata esta Lei; e direta à pessoa portadora de deficiência sensorial e com dificuldade
IV – os edifícios deverão dispor, pelo menos, de um banheiro de comunicação. Regulamento
acessível, distribuindo-se seus equipamentos e acessórios de Art. 19. Os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens
maneira que possam ser utilizados por pessoa portadora de adotarão plano de medidas técnicas com o objetivo de permitir o
deficiência ou com mobilidade reduzida. uso da linguagem de sinais ou outra subtitulação, para garantir o
direito de acesso à informação às pessoas portadoras de deficiência
Art. 12. Os locais de espetáculos, conferências, aulas e outros auditiva, na forma e no prazo previstos em regulamento.
de natureza similar deverão dispor de espaços reservados para
pessoas que utilizam cadeira de rodas, e de lugares específicos para CAPÍTULO VIII
pessoas com deficiência auditiva e visual, inclusive acompanhante, DISPOSIÇÕES SOBRE AJUDAS TÉCNICAS
de acordo com a ABNT, de modo a facilitar-lhes as condições de
acesso, circulação e comunicação. Art. 20. O Poder Público promoverá a supressão de barreiras
urbanísticas, arquitetônicas, de transporte e de comunicação,
CAPÍTULO V mediante ajudas técnicas.
DA ACESSIBILIDADE NOS EDIFÍCIOS DE USO Art. 21. O Poder Público, por meio dos organismos de apoio
PRIVADO à pesquisa e das agências de financiamento, fomentará programas
destinados:
Art. 13. Os edifícios de uso privado em que seja obrigatória I – à promoção de pesquisas científicas voltadas ao tratamento
a instalação de elevadores deverão ser construídos atendendo aos e prevenção de deficiências;
seguintes requisitos mínimos de acessibilidade: II – ao desenvolvimento tecnológico orientado à produção de
I – percurso acessível que una as unidades habitacionais com ajudas técnicas para as pessoas portadoras de deficiência;
o exterior e com as dependências de uso comum; III – à especialização de recursos humanos em acessibilidade.
II – percurso acessível que una a edificação à via pública, às
edificações e aos serviços anexos de uso comum e aos edifícios CAPÍTULO IX
vizinhos; DAS MEDIDAS DE FOMENTO À ELIMINAÇÃO DE
III – cabine do elevador e respectiva porta de entrada acessíveis BARREIRAS
para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida. Art. 22. É instituído, no âmbito da Secretaria de Estado de
Art. 14. Os edifícios a serem construídos com mais de um Direitos Humanos do Ministério da Justiça, o Programa Nacional
pavimento além do pavimento de acesso, à exceção das habitações de Acessibilidade, com dotação orçamentária específica, cuja
unifamiliares, e que não estejam obrigados à instalação de execução será disciplinada em regulamento.
elevador, deverão dispor de especificações técnicas e de projeto
que facilitem a instalação de um elevador adaptado, devendo os CAPÍTULO X
demais elementos de uso comum destes edifícios atender aos DISPOSIÇÕES FINAIS
requisitos de acessibilidade.
Art. 15. Caberá ao órgão federal responsável pela coordenação Art. 23. A Administração Pública federal direta e indireta
da política habitacional regulamentar a reserva de um percentual destinará, anualmente, dotação orçamentária para as adaptações,
mínimo do total das habitações, conforme a característica da eliminações e supressões de barreiras arquitetônicas existentes nos
população local, para o atendimento da demanda de pessoas edifícios de uso público de sua propriedade e naqueles que estejam
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. sob sua administração ou uso.
Parágrafo único. A implementação das adaptações,
CAPÍTULO VI eliminações e supressões de barreiras arquitetônicas referidas no
DA ACESSIBILIDADE NOS VEÍCULOS DE caput deste artigo deverá ser iniciada a partir do primeiro ano de
TRANSPORTE COLETIVO vigência desta Lei.
Art. 24. O Poder Público promoverá campanhas informativas
Art. 16. Os veículos de transporte coletivo deverão cumprir e educativas dirigidas à população em geral, com a finalidade
os requisitos de acessibilidade estabelecidos nas normas técnicas
de conscientizá-la e sensibilizá-la quanto à acessibilidade e à
específicas.
integração social da pessoa portadora de deficiência ou com
mobilidade reduzida.
CAPÍTULO VII
Art. 25. As disposições desta Lei aplicam-se aos edifícios ou
DA ACESSIBILIDADE NOS SISTEMAS DE
imóveis declarados bens de interesse cultural ou de valor histórico-
COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO
artístico, desde que as modificações necessárias observem as
normas específicas reguladoras destes bens.
Art. 17. O Poder Público promoverá a eliminação de barreiras
Art. 26. As organizações representativas de pessoas portadoras
na comunicação e estabelecerá mecanismos e alternativas técnicas
que tornem acessíveis os sistemas de comunicação e sinalização às de deficiência terão legitimidade para acompanhar o cumprimento
dos requisitos de acessibilidade estabelecidos nesta Lei.
pessoas portadoras de deficiência sensorial e com dificuldade de
Art. 27. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
comunicação, para garantir-lhes o direito de acesso à informação,
à comunicação, ao trabalho, à educação, ao transporte, à cultura, Brasília, 19 de dezembro de 2000; 179o da Independência e
ao esporte e ao lazer. 112o da República.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004. a) deficiência física: alteração completa ou parcial


de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o
Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma
que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia,
e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo,
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as
providências. deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição desempenho de funções;
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em b) deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de
vista o disposto nas Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, e quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas
10.098, de 19 de dezembro de 2000, freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz;
c) deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual
DECRETA: é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção
óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05
CAPÍTULO I no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for
igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer
Art. 1o Este Decreto regulamenta as Leis nos 10.048, das condições anteriores;
de 8 de novembro de 2000, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000. d) deficiência mental: funcionamento intelectual
significativamente inferior à média, com manifestação antes dos
Art. 2o Ficam sujeitos ao cumprimento das disposições
dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de
deste Decreto, sempre que houver interação com a matéria nele
habilidades adaptativas, tais como:
regulamentada:
I - a aprovação de projeto de natureza arquitetônica e 1. comunicação;
urbanística, de comunicação e informação, de transporte coletivo, 2. cuidado pessoal;
bem como a execução de qualquer tipo de obra, quando tenham 3. habilidades sociais;
destinação pública ou coletiva; 4. utilização dos recursos da comunidade;
II - a outorga de concessão, permissão, autorização ou 5. saúde e segurança;
habilitação de qualquer natureza; 6. habilidades acadêmicas;
III - a aprovação de financiamento de projetos com 7. lazer; e
a utilização de recursos públicos, dentre eles os projetos de 8. trabalho;
natureza arquitetônica e urbanística, os tocantes à comunicação
e informação e os referentes ao transporte coletivo, por meio de e) deficiência múltipla - associação de duas ou mais
qualquer instrumento, tais como convênio, acordo, ajuste, contrato deficiências; e
ou similar; e II - pessoa com mobilidade reduzida, aquela que, não se
IV - a concessão de aval da União na obtenção de enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiência, tenha,
empréstimos e financiamentos internacionais por entes públicos por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente
ou privados. ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade,
Art. 3o Serão aplicadas sanções administrativas, cíveis e flexibilidade, coordenação motora e percepção.
penais cabíveis, previstas em lei, quando não forem observadas as § 2o O disposto no caput aplica-se, ainda, às pessoas
normas deste Decreto. com idade igual ou superior a sessenta anos, gestantes, lactantes e
Art. 4o O Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa pessoas com criança de colo.
Portadora de Deficiência, os Conselhos Estaduais, Municipais e § 3o O acesso prioritário às edificações e serviços das
do Distrito Federal, e as organizações representativas de pessoas instituições financeiras deve seguir os preceitos estabelecidos neste
portadoras de deficiência terão legitimidade para acompanhar e Decreto e nas normas técnicas de acessibilidade da Associação
sugerir medidas para o cumprimento dos requisitos estabelecidos Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, no que não conflitarem
neste Decreto.
com a Lei no 7.102, de 20 de junho de 1983, observando, ainda,
a Resolução do Conselho Monetário Nacional no 2.878, de 26 de
CAPÍTULO II
julho de 2001.
DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO
Art. 6o O atendimento prioritário compreende tratamento
Art. 5o Os órgãos da administração pública direta, indireta diferenciado e atendimento imediato às pessoas de que trata o art.
e fundacional, as empresas prestadoras de serviços públicos e as 5o.
instituições financeiras deverão dispensar atendimento prioritário § 1o O tratamento diferenciado inclui, dentre outros:
às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. I - assentos de uso preferencial sinalizados, espaços e
§ 1o Considera-se, para os efeitos deste Decreto: instalações acessíveis;
I - pessoa portadora de deficiência, além daquelas previstas II - mobiliário de recepção e atendimento obrigatoriamente
na Lei no 10.690, de 16 de junho de 2003, a que possui limitação adaptado à altura e à condição física de pessoas em cadeira de rodas,
ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas conforme estabelecido nas normas técnicas de acessibilidade da
seguintes categorias: ABNT;

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

III - serviços de atendimento para pessoas com deficiência a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e
auditiva, prestado por intérpretes ou pessoas capacitadas em nos espaços de uso público;
b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno e
Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e no trato com aquelas interior das edificações de uso público e coletivo e no entorno e
que não se comuniquem em LIBRAS, e para pessoas surdocegas, nas áreas internas de uso comum nas edificações de uso privado
prestado por guias-intérpretes ou pessoas capacitadas neste tipo de multifamiliar;
atendimento; c) barreiras nos transportes: as existentes nos serviços de
IV - pessoal capacitado para prestar atendimento às transportes; e
pessoas com deficiência visual, mental e múltipla, bem como às d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer
pessoas idosas; entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o
V - disponibilidade de área especial para embarque recebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios
e desembarque de pessoa portadora de deficiência ou com ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como
mobilidade reduzida; aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação;
VI - sinalização ambiental para orientação das pessoas III - elemento da urbanização: qualquer componente
referidas no art. 5o; das obras de urbanização, tais como os referentes à pavimentação,
VII - divulgação, em lugar visível, do direito de saneamento, distribuição de energia elétrica, iluminação pública,
atendimento prioritário das pessoas portadoras de deficiência ou abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que
com mobilidade reduzida; materializam as indicações do planejamento urbanístico;
IV - mobiliário urbano: o conjunto de objetos existentes nas
VIII - admissão de entrada e permanência de cão-guia
vias e espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos
ou cão-guia de acompanhamento junto de pessoa portadora de da urbanização ou da edificação, de forma que sua modificação
deficiência ou de treinador nos locais dispostos no caput do art. 5o, ou traslado não provoque alterações substanciais nestes elementos,
bem como nas demais edificações de uso público e naquelas de uso tais como semáforos, postes de sinalização e similares, telefones
coletivo, mediante apresentação da carteira de vacina atualizada e cabines telefônicas, fontes públicas, lixeiras, toldos, marquises,
do animal; e quiosques e quaisquer outros de natureza análoga;
IX - a existência de local de atendimento específico para V - ajuda técnica: os produtos, instrumentos, equipamentos
as pessoas referidas no art. 5o. ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para
§ 2o Entende-se por imediato o atendimento prestado melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou
às pessoas referidas no art. 5o, antes de qualquer outra, depois de com mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total
concluído o atendimento que estiver em andamento, observado o ou assistida;
disposto no inciso I do parágrafo único do art. 3o da Lei no 10.741, VI - edificações de uso público: aquelas administradas
de 1o de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso). por entidades da administração pública, direta e indireta, ou por
§ 3o Nos serviços de emergência dos estabelecimentos empresas prestadoras de serviços públicos e destinadas ao público
públicos e privados de atendimento à saúde, a prioridade conferida em geral;
por este Decreto fica condicionada à avaliação médica em face da VII - edificações de uso coletivo: aquelas destinadas
gravidade dos casos a atender. às atividades de natureza comercial, hoteleira, cultural, esportiva,
financeira, turística, recreativa, social, religiosa, educacional,
§ 4o Os órgãos, empresas e instituições referidos no caput
industrial e de saúde, inclusive as edificações de prestação de
do art. 5o devem possuir, pelo menos, um telefone de atendimento serviços de atividades da mesma natureza;
adaptado para comunicação com e por pessoas portadoras de VIII - edificações de uso privado: aquelas destinadas
deficiência auditiva. à habitação, que podem ser classificadas como unifamiliar ou
Art. 7o O atendimento prioritário no âmbito da multifamiliar; e
administração pública federal direta e indireta, bem como IX - desenho universal: concepção de espaços, artefatos e
das empresas prestadoras de serviços públicos, obedecerá às produtos que visam atender simultaneamente todas as pessoas, com
disposições deste Decreto, além do que estabelece o Decreto no diferentes características antropométricas e sensoriais, de forma
3.507, de 13 de junho de 2000. autônoma, segura e confortável, constituindo-se nos elementos ou
Parágrafo único. Cabe aos Estados, Municípios e ao Distrito soluções que compõem a acessibilidade.
Federal, no âmbito de suas competências, criar instrumentos para Art. 9o A formulação, implementação e manutenção das
a efetiva implantação e o controle do atendimento prioritário ações de acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas:
referido neste Decreto. I - a priorização das necessidades, a programação em
cronograma e a reserva de recursos para a implantação das ações; e
CAPÍTULO III II - o planejamento, de forma continuada e articulada,
DAS CONDIÇÕES GERAIS DA ACESSIBILIDADE entre os setores envolvidos.

CAPÍTULO IV
Art. 8o Para os fins de acessibilidade, considera-se: DA IMPLEMENTAÇÃO DA ACESSIBILIDADE
I - acessibilidade: condição para utilização, com segurança ARQUITETÔNICA E URBANÍSTICA
e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e
equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte Seção I
e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, Das Condições Gerais
por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida; Art. 10. A concepção e a implantação dos projetos
II - barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite arquitetônicos e urbanísticos devem atender aos princípios do
ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com desenho universal, tendo como referências básicas as normas
segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou técnicas de acessibilidade da ABNT, a legislação específica e as
terem acesso à informação, classificadas em: regras contidas neste Decreto.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

§ 1o Caberá ao Poder Público promover a inclusão de Seção II


conteúdos temáticos referentes ao desenho universal nas diretrizes Das Condições Específicas
curriculares da educação profissional e tecnológica e do ensino
superior dos cursos de Engenharia, Arquitetura e correlatos. Art. 14. Na promoção da acessibilidade, serão observadas
§ 2o Os programas e as linhas de pesquisa a serem as regras gerais previstas neste Decreto, complementadas pelas
desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à normas técnicas de acessibilidade da ABNT e pelas disposições
pesquisa e de agências de fomento deverão incluir temas voltados contidas na legislação dos Estados, Municípios e do Distrito
para o desenho universal. Federal.
Art. 11. A construção, reforma ou ampliação de edificações Art. 15. No planejamento e na urbanização das vias,
de uso público ou coletivo, ou a mudança de destinação para estes praças, dos logradouros, parques e demais espaços de uso público,
tipos de edificação, deverão ser executadas de modo que sejam deverão ser cumpridas as exigências dispostas nas normas técnicas
ou se tornem acessíveis à pessoa portadora de deficiência ou com de acessibilidade da ABNT.
§ 1o Incluem-se na condição estabelecida no caput:
mobilidade reduzida.
I - a construção de calçadas para circulação de pedestres
§ 1o As entidades de fiscalização profissional das
ou a adaptação de situações consolidadas;
atividades de Engenharia, Arquitetura e correlatas, ao anotarem a
II - o rebaixamento de calçadas com rampa acessível ou
responsabilidade técnica dos projetos, exigirão a responsabilidade elevação da via para travessia de pedestre em nível; e
profissional declarada do atendimento às regras de acessibilidade III - a instalação de piso tátil direcional e de alerta.
previstas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na § 2o Nos casos de adaptação de bens culturais imóveis
legislação específica e neste Decreto. e de intervenção para regularização urbanística em áreas de
§ 2o Para a aprovação ou licenciamento ou emissão de assentamentos subnormais, será admitida, em caráter excepcional,
certificado de conclusão de projeto arquitetônico ou urbanístico faixa de largura menor que o estabelecido nas normas técnicas
deverá ser atestado o atendimento às regras de acessibilidade citadas no caput, desde que haja justificativa baseada em estudo
previstas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na técnico e que o acesso seja viabilizado de outra forma, garantida a
legislação específica e neste Decreto. melhor técnica possível.
§ 3o O Poder Público, após certificar a acessibilidade Art. 16. As características do desenho e a instalação do
de edificação ou serviço, determinará a colocação, em espaços mobiliário urbano devem garantir a aproximação segura e o uso
ou locais de ampla visibilidade, do “Símbolo Internacional de por pessoa portadora de deficiência visual, mental ou auditiva, a
Acesso”, na forma prevista nas normas técnicas de acessibilidade aproximação e o alcance visual e manual para as pessoas portadoras
da ABNT e na Lei no 7.405, de 12 de novembro de 1985. de deficiência física, em especial aquelas em cadeira de rodas, e a
Art. 12. Em qualquer intervenção nas vias e logradouros circulação livre de barreiras, atendendo às condições estabelecidas
públicos, o Poder Público e as empresas concessionárias nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
responsáveis pela execução das obras e dos serviços garantirão § 1o Incluem-se nas condições estabelecida no caput:
o livre trânsito e a circulação de forma segura das pessoas em I - as marquises, os toldos, elementos de sinalização,
geral, especialmente das pessoas portadoras de deficiência ou com luminosos e outros elementos que tenham sua projeção sobre a
mobilidade reduzida, durante e após a sua execução, de acordo faixa de circulação de pedestres;
com o previsto em normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na II - as cabines telefônicas e os terminais de auto-
legislação específica e neste Decreto. atendimento de produtos e serviços;
Art. 13. Orientam-se, no que couber, pelas regras previstas III - os telefones públicos sem cabine;
nas normas técnicas brasileiras de acessibilidade, na legislação IV - a instalação das aberturas, das botoeiras, dos
específica, observado o disposto na Lei no 10.257, de 10 de julho comandos e outros sistemas de acionamento do mobiliário urbano;
de 2001, e neste Decreto: V - os demais elementos do mobiliário urbano;
I - os Planos Diretores Municipais e Planos Diretores VI - o uso do solo urbano para posteamento; e
de Transporte e Trânsito elaborados ou atualizados a partir da VII - as espécies vegetais que tenham sua projeção sobre
publicação deste Decreto; a faixa de circulação de pedestres.
II - o Código de Obras, Código de Postura, a Lei de Uso § 2o A concessionária do Serviço Telefônico Fixo Comutado
e Ocupação do Solo e a Lei do Sistema Viário; - STFC, na modalidade Local, deverá assegurar que, no mínimo,
dois por cento do total de Telefones de Uso Público - TUPs, sem
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança;
cabine, com capacidade para originar e receber chamadas locais
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de
e de longa distância nacional, bem como, pelo menos, dois por
sanções, incluindo a vigilância sanitária e ambiental; e
cento do total de TUPs, com capacidade para originar e receber
V - a previsão orçamentária e os mecanismos tributários chamadas de longa distância, nacional e internacional, estejam
e financeiros utilizados em caráter compensatório ou de incentivo. adaptados para o uso de pessoas portadoras de deficiência auditiva
§ 1o Para concessão de alvará de funcionamento ou e para usuários de cadeiras de rodas, ou conforme estabelecer os
sua renovação para qualquer atividade, devem ser observadas e Planos Gerais de Metas de Universalização.
certificadas as regras de acessibilidade previstas neste Decreto e § 3o As botoeiras e demais sistemas de acionamento
nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT. dos terminais de auto-atendimento de produtos e serviços e outros
§ 2o Para emissão de carta de “habite-se” ou habilitação equipamentos em que haja interação com o público devem estar
equivalente e para sua renovação, quando esta tiver sido emitida localizados em altura que possibilite o manuseio por pessoas em
anteriormente às exigências de acessibilidade contidas na cadeira de rodas e possuir mecanismos para utilização autônoma
legislação específica, devem ser observadas e certificadas as regras por pessoas portadoras de deficiência visual e auditiva, conforme
de acessibilidade previstas neste Decreto e nas normas técnicas de padrões estabelecidos nas normas técnicas de acessibilidade da
acessibilidade da ABNT. ABNT.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Art. 17. Os semáforos para pedestres instalados nas vias § 2o Nas edificações de uso público já existentes,
públicas deverão estar equipados com mecanismo que sirva de guia terão elas prazo de trinta meses a contar da data de publicação
ou orientação para a travessia de pessoa portadora de deficiência deste Decreto para garantir pelo menos um banheiro acessível
visual ou com mobilidade reduzida em todos os locais onde a por pavimento, com entrada independente, distribuindo-se seus
intensidade do fluxo de veículos, de pessoas ou a periculosidade equipamentos e acessórios de modo que possam ser utilizados por
na via assim determinarem, bem como mediante solicitação dos pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.
interessados. § 3o Nas edificações de uso coletivo a serem construídas,
Art. 18. A construção de edificações de uso privado ampliadas ou reformadas, onde devem existir banheiros de uso
multifamiliar e a construção, ampliação ou reforma de edificações público, os sanitários destinados ao uso por pessoa portadora
de uso coletivo devem atender aos preceitos da acessibilidade na de deficiência deverão ter entrada independente dos demais e
interligação de todas as partes de uso comum ou abertas ao público, obedecer às normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
conforme os padrões das normas técnicas de acessibilidade da § 4o Nas edificações de uso coletivo já existentes, onde
ABNT. haja banheiros destinados ao uso público, os sanitários preparados
Parágrafo único. Também estão sujeitos ao disposto no para o uso por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade
caput os acessos, piscinas, andares de recreação, salão de festas reduzida deverão estar localizados nos pavimentos acessíveis, ter
e reuniões, saunas e banheiros, quadras esportivas, portarias, entrada independente dos demais sanitários, se houver, e obedecer
estacionamentos e garagens, entre outras partes das áreas internas as normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
ou externas de uso comum das edificações de uso privado Art. 23. Os teatros, cinemas, auditórios, estádios,
multifamiliar e das de uso coletivo. ginásios de esporte, casas de espetáculos, salas de conferências
Art. 19. A construção, ampliação ou reforma de edificações e similares reservarão, pelo menos, dois por cento da lotação do
de uso público deve garantir, pelo menos, um dos acessos ao estabelecimento para pessoas em cadeira de rodas, distribuídos
seu interior, com comunicação com todas as suas dependências pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, próximos aos
e serviços, livre de barreiras e de obstáculos que impeçam ou corredores, devidamente sinalizados, evitando-se áreas segregadas
dificultem a sua acessibilidade. de público e a obstrução das saídas, em conformidade com as
§ 1o No caso das edificações de uso público já existentes, normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
terão elas prazo de trinta meses a contar da data de publicação § 1o Nas edificações previstas no caput, é obrigatória,
deste Decreto para garantir acessibilidade às pessoas portadoras de ainda, a destinação de dois por cento dos assentos para acomodação
deficiência ou com mobilidade reduzida. de pessoas portadoras de deficiência visual e de pessoas com
§ 2o Sempre que houver viabilidade arquitetônica, o mobilidade reduzida, incluindo obesos, em locais de boa
Poder Público buscará garantir dotação orçamentária para ampliar recepção de mensagens sonoras, devendo todos ser devidamente
o número de acessos nas edificações de uso público a serem sinalizados e estar de acordo com os padrões das normas técnicas
construídas, ampliadas ou reformadas. de acessibilidade da ABNT.
Art. 20. Na ampliação ou reforma das edificações de uso § 2o No caso de não haver comprovada procura pelos
púbico ou de uso coletivo, os desníveis das áreas de circulação assentos reservados, estes poderão excepcionalmente ser ocupados
internas ou externas serão transpostos por meio de rampa ou por pessoas que não sejam portadoras de deficiência ou que não
equipamento eletromecânico de deslocamento vertical, quando tenham mobilidade reduzida.
não for possível outro acesso mais cômodo para pessoa portadora § 3o Os espaços e assentos a que se refere este artigo
de deficiência ou com mobilidade reduzida, conforme estabelecido deverão situar-se em locais que garantam a acomodação de, no
nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT. mínimo, um acompanhante da pessoa portadora de deficiência ou
Art. 21. Os balcões de atendimento e as bilheterias com mobilidade reduzida.
em edificação de uso público ou de uso coletivo devem dispor de, § 4o Nos locais referidos no caput, haverá, obrigatoriamente,
pelo menos, uma parte da superfície acessível para atendimento rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis, conforme padrões
às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, das normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a fim de permitir
conforme os padrões das normas técnicas de acessibilidade da a saída segura de pessoas portadoras de deficiência ou com
ABNT. mobilidade reduzida, em caso de emergência.
Parágrafo único. No caso do exercício do direito de § 5o As áreas de acesso aos artistas, tais como coxias e
voto, as urnas das seções eleitorais devem ser adequadas ao uso camarins, também devem ser acessíveis a pessoas portadoras de
com autonomia pelas pessoas portadoras de deficiência ou com deficiência ou com mobilidade reduzida.
mobilidade reduzida e estarem instaladas em local de votação § 6o Para obtenção do financiamento de que trata o inciso
plenamente acessível e com estacionamento próximo. III do art. 2o, as salas de espetáculo deverão dispor de sistema
Art. 22. A construção, ampliação ou reforma de de sonorização assistida para pessoas portadoras de deficiência
edificações de uso público ou de uso coletivo devem dispor de auditiva, de meios eletrônicos que permitam o acompanhamento
sanitários acessíveis destinados ao uso por pessoa portadora de por meio de legendas em tempo real ou de disposições especiais
deficiência ou com mobilidade reduzida. para a presença física de intérprete de LIBRAS e de guias-
§ 1o Nas edificações de uso público a serem construídas, intérpretes, com a projeção em tela da imagem do intérprete de
os sanitários destinados ao uso por pessoa portadora de deficiência LIBRAS sempre que a distância não permitir sua visualização
ou com mobilidade reduzida serão distribuídos na razão de, no direta.
mínimo, uma cabine para cada sexo em cada pavimento da
§ 7o O sistema de sonorização assistida a que se refere o
edificação, com entrada independente dos sanitários coletivos,
§ 6o será sinalizado por meio do pictograma aprovado pela Lei no
obedecendo às normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
8.160, de 8 de janeiro de 1991.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

§ 8o As edificações de uso público e de uso coletivo Art. 27. A instalação de novos elevadores ou sua
referidas no caput, já existentes, têm, respectivamente, prazo de adaptação em edificações de uso público ou de uso coletivo, bem
trinta e quarenta e oito meses, a contar da data de publicação deste assim a instalação em edificação de uso privado multifamiliar a ser
Decreto, para garantir a acessibilidade de que trata o caput e os §§ construída, na qual haja obrigatoriedade da presença de elevadores,
1o a 5o. deve atender aos padrões das normas técnicas de acessibilidade da
Art. 24. Os estabelecimentos de ensino de qualquer ABNT.
nível, etapa ou modalidade, públicos ou privados, proporcionarão § 1o No caso da instalação de elevadores novos ou da
condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes troca dos já existentes, qualquer que seja o número de elevadores
ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiência ou da edificação de uso público ou de uso coletivo, pelo menos um
com mobilidade reduzida, inclusive salas de aula, bibliotecas, deles terá cabine que permita acesso e movimentação cômoda de
auditórios, ginásios e instalações desportivas, laboratórios, áreas pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, de
de lazer e sanitários. acordo com o que especifica as normas técnicas de acessibilidade
§ 1o Para a concessão de autorização de funcionamento, da ABNT.
de abertura ou renovação de curso pelo Poder Público, o § 2o Junto às botoeiras externas do elevador, deverá
estabelecimento de ensino deverá comprovar que: estar sinalizado em braile em qual andar da edificação a pessoa se
I - está cumprindo as regras de acessibilidade arquitetônica, encontra.
urbanística e na comunicação e informação previstas nas normas § 3o Os edifícios a serem construídos com mais de
técnicas de acessibilidade da ABNT, na legislação específica ou um pavimento além do pavimento de acesso, à exceção das
neste Decreto; habitações unifamiliares e daquelas que estejam obrigadas à
II - coloca à disposição de professores, alunos, servidores instalação de elevadores por legislação municipal, deverão dispor
e empregados portadores de deficiência ou com mobilidade de especificações técnicas e de projeto que facilitem a instalação
reduzida ajudas técnicas que permitam o acesso às atividades de equipamento eletromecânico de deslocamento vertical para uso
escolares e administrativas em igualdade de condições com as das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
demais pessoas; e § 4o As especificações técnicas a que se refere o § 3o
III - seu ordenamento interno contém normas sobre
devem atender:
o tratamento a ser dispensado a professores, alunos, servidores e
I - a indicação em planta aprovada pelo poder municipal do
empregados portadores de deficiência, com o objetivo de coibir e
local reservado para a instalação do equipamento eletromecânico,
reprimir qualquer tipo de discriminação, bem como as respectivas
sanções pelo descumprimento dessas normas. devidamente assinada pelo autor do projeto;
§ 2o As edificações de uso público e de uso coletivo II - a indicação da opção pelo tipo de equipamento
referidas no caput, já existentes, têm, respectivamente, prazo de (elevador, esteira, plataforma ou similar);
trinta e quarenta e oito meses, a contar da data de publicação deste III - a indicação das dimensões internas e demais aspectos
Decreto, para garantir a acessibilidade de que trata este artigo. da cabine do equipamento a ser instalado; e
Art. 25. Nos estacionamentos externos ou internos IV - demais especificações em nota na própria planta, tais
das edificações de uso público ou de uso coletivo, ou naqueles como a existência e as medidas de botoeira, espelho, informação
localizados nas vias públicas, serão reservados, pelo menos, dois de voz, bem como a garantia de responsabilidade técnica de que
por cento do total de vagas para veículos que transportem pessoa a estrutura da edificação suporta a implantação do equipamento
portadora de deficiência física ou visual definidas neste Decreto, escolhido.
sendo assegurada, no mínimo, uma vaga, em locais próximos
à entrada principal ou ao elevador, de fácil acesso à circulação Seção III
de pedestres, com especificações técnicas de desenho e traçado Da Acessibilidade na Habitação de Interesse Social
conforme o estabelecido nas normas técnicas de acessibilidade da
ABNT. Art. 28. Na habitação de interesse social, deverão ser
§ 1o Os veículos estacionados nas vagas reservadas promovidas as seguintes ações para assegurar as condições de
deverão portar identificação a ser colocada em local de ampla acessibilidade dos empreendimentos:
visibilidade, confeccionado e fornecido pelos órgãos de trânsito, I - definição de projetos e adoção de tipologias construtivas
que disciplinarão sobre suas características e condições de uso, livres de barreiras arquitetônicas e urbanísticas;
observando o disposto na Lei no 7.405, de 1985. II - no caso de edificação multifamiliar, execução das
§ 2o Os casos de inobservância do disposto no § 1o estarão unidades habitacionais acessíveis no piso térreo e acessíveis ou
sujeitos às sanções estabelecidas pelos órgãos competentes. adaptáveis quando nos demais pisos;
§ 3o Aplica-se o disposto no caput aos estacionamentos III - execução das partes de uso comum, quando se
localizados em áreas públicas e de uso coletivo. tratar de edificação multifamiliar, conforme as normas técnicas de
§ 4o A utilização das vagas reservadas por veículos que
acessibilidade da ABNT; e
não estejam transportando as pessoas citadas no caput constitui
IV - elaboração de especificações técnicas de projeto
infração ao art. 181, inciso XVII, da Lei no 9.503, de 23 de
que facilite a instalação de elevador adaptado para uso das pessoas
setembro de 1997.
Art. 26. Nas edificações de uso público ou de uso portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
coletivo, é obrigatória a existência de sinalização visual e tátil para Parágrafo único. Os agentes executores dos programas
orientação de pessoas portadoras de deficiência auditiva e visual, e projetos destinados à habitação de interesse social, financiados
em conformidade com as normas técnicas de acessibilidade da com recursos próprios da União ou por ela geridos, devem observar
ABNT. os requisitos estabelecidos neste artigo.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Art. 29. Ao Ministério das Cidades, no âmbito da Art. 36. As empresas concessionárias e permissionárias
coordenação da política habitacional, compete: e as instâncias públicas responsáveis pela gestão dos serviços de
I - adotar as providências necessárias para o cumprimento transportes coletivos, no âmbito de suas competências, deverão
do disposto no art. 28; e garantir a implantação das providências necessárias na operação,
II - divulgar junto aos agentes interessados e orientar nos terminais, nas estações, nos pontos de parada e nas vias de
a clientela alvo da política habitacional sobre as iniciativas que acesso, de forma a assegurar as condições previstas no art. 34 deste
promover em razão das legislações federal, estaduais, distrital e Decreto.
municipais relativas à acessibilidade. Parágrafo único. As empresas concessionárias e
permissionárias e as instâncias públicas responsáveis pela
Seção IV gestão dos serviços de transportes coletivos, no âmbito de suas
Da Acessibilidade aos Bens Culturais Imóveis competências, deverão autorizar a colocação do “Símbolo
Internacional de Acesso” após certificar a acessibilidade do
Art. 30. As soluções destinadas à eliminação, redução ou sistema de transporte.
superação de barreiras na promoção da acessibilidade a todos os Art. 37. Cabe às empresas concessionárias e permissionárias
bens culturais imóveis devem estar de acordo com o que estabelece e as instâncias públicas responsáveis pela gestão dos serviços de
a Instrução Normativa no 1 do Instituto do Patrimônio Histórico e transportes coletivos assegurar a qualificação dos profissionais
Artístico Nacional - IPHAN, de 25 de novembro de 2003. que trabalham nesses serviços, para que prestem atendimento
prioritário às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
CAPÍTULO V reduzida.
DA ACESSIBILIDADE AOS SERVIÇOS DE
TRANSPORTES COLETIVOS Seção II
Seção I Da Acessibilidade no Transporte Coletivo Rodoviário
Das Condições Gerais
Art. 38. No prazo de até vinte e quatro meses a contar da data
Art. 31. Para os fins de acessibilidade aos serviços de edição das normas técnicas referidas no § 1o, todos os modelos
de transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, considera-se e marcas de veículos de transporte coletivo rodoviário para
como integrantes desses serviços os veículos, terminais, estações, utilização no País serão fabricados acessíveis e estarão disponíveis
pontos de parada, vias principais, acessos e operação. para integrar a frota operante, de forma a garantir o seu uso por
Art. 32. Os serviços de transporte coletivo terrestre são: pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
I - transporte rodoviário, classificado em urbano, § 1o As normas técnicas para fabricação dos veículos e dos
metropolitano, intermunicipal e interestadual; equipamentos de transporte coletivo rodoviário, de forma a torná-
II - transporte metroferroviário, classificado em urbano los acessíveis, serão elaboradas pelas instituições e entidades que
e metropolitano; e compõem o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e
III - transporte ferroviário, classificado em intermunicipal Qualidade Industrial, e estarão disponíveis no prazo de até doze
e interestadual. meses a contar da data da publicação deste Decreto.
Art. 33. As instâncias públicas responsáveis pela § 2o A substituição da frota operante atual por veículos
concessão e permissão dos serviços de transporte coletivo são: acessíveis, a ser feita pelas empresas concessionárias e
I - governo municipal, responsável pelo transporte permissionárias de transporte coletivo rodoviário, dar-se-á de
coletivo municipal; forma gradativa, conforme o prazo previsto nos contratos de
II - governo estadual, responsável pelo transporte coletivo concessão e permissão deste serviço.
metropolitano e intermunicipal; § 3o A frota de veículos de transporte coletivo rodoviário
III - governo do Distrito Federal, responsável pelo e a infra-estrutura dos serviços deste transporte deverão estar
transporte coletivo do Distrito Federal; e totalmente acessíveis no prazo máximo de cento e vinte meses a
IV - governo federal, responsável pelo transporte coletivo contar da data de publicação deste Decreto.
interestadual e internacional. § 4o Os serviços de transporte coletivo rodoviário urbano
Art. 34. Os sistemas de transporte coletivo são considerados devem priorizar o embarque e desembarque dos usuários em nível
acessíveis quando todos os seus elementos são concebidos, em, pelo menos, um dos acessos do veículo.
organizados, implantados e adaptados segundo o conceito de Art. 39. No prazo de até vinte e quatro meses a contar da data
desenho universal, garantindo o uso pleno com segurança e de implementação dos programas de avaliação de conformidade
autonomia por todas as pessoas. descritos no § 3o, as empresas concessionárias e permissionárias
Parágrafo único. A infra-estrutura de transporte coletivo dos serviços de transporte coletivo rodoviário deverão garantir a
a ser implantada a partir da publicação deste Decreto deverá ser acessibilidade da frota de veículos em circulação, inclusive de seus
acessível e estar disponível para ser operada de forma a garantir o equipamentos.
seu uso por pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade § 1o As normas técnicas para adaptação dos veículos e dos
reduzida. equipamentos de transporte coletivo rodoviário em circulação, de
Art. 35. Os responsáveis pelos terminais, estações, forma a torná-los acessíveis, serão elaboradas pelas instituições
pontos de parada e os veículos, no âmbito de suas competências, e entidades que compõem o Sistema Nacional de Metrologia,
assegurarão espaços para atendimento, assentos preferenciais e Normalização e Qualidade Industrial, e estarão disponíveis no
meios de acesso devidamente sinalizados para o uso das pessoas prazo de até doze meses a contar da data da publicação deste
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Decreto.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

§ 2o Caberá ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização § 1o A acessibilidade nos serviços de transporte coletivo
e Qualidade Industrial - INMETRO, quando da elaboração das metroferroviário e ferroviário obedecerá ao disposto nas normas
normas técnicas para a adaptação dos veículos, especificar dentre técnicas de acessibilidade da ABNT.
esses veículos que estão em operação quais serão adaptados, em § 2o No prazo de até trinta e seis meses a contar da
função das restrições previstas no art. 98 da Lei no 9.503, de 1997. data da publicação deste Decreto, todos os modelos e marcas de
§ 3o As adaptações dos veículos em operação nos serviços veículos de transporte coletivo metroferroviário e ferroviário serão
de transporte coletivo rodoviário, bem como os procedimentos fabricados acessíveis e estarão disponíveis para integrar a frota
e equipamentos a serem utilizados nestas adaptações, estarão
operante, de forma a garantir o seu uso por pessoas portadoras de
sujeitas a programas de avaliação de conformidade desenvolvidos
e implementados pelo Instituto Nacional de Metrologia, deficiência ou com mobilidade reduzida.
Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO, a partir de Art. 43. Os serviços de transporte coletivo metroferroviário e
orientações normativas elaboradas no âmbito da ABNT. ferroviário existentes deverão estar totalmente acessíveis no prazo
máximo de cento e vinte meses a contar da data de publicação
Seção III deste Decreto.
Da Acessibilidade no Transporte Coletivo Aquaviário § 1o As empresas concessionárias e permissionárias
dos serviços de transporte coletivo metroferroviário e ferroviário
Art. 40. No prazo de até trinta e seis meses a contar da deverão apresentar plano de adaptação dos sistemas existentes,
data de edição das normas técnicas referidas no § 1o, todos os prevendo ações saneadoras de, no mínimo, oito por cento ao ano,
modelos e marcas de veículos de transporte coletivo aquaviário
sobre os elementos não acessíveis que compõem o sistema.
serão fabricados acessíveis e estarão disponíveis para integrar a
§ 2o O plano de que trata o § 1o deve ser apresentado em
frota operante, de forma a garantir o seu uso por pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida. até seis meses a contar da data de publicação deste Decreto.
§ 1o As normas técnicas para fabricação dos veículos
e dos equipamentos de transporte coletivo aquaviário acessíveis, Seção V
a serem elaboradas pelas instituições e entidades que compõem Da Acessibilidade no Transporte Coletivo Aéreo
o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial, estarão disponíveis no prazo de até vinte e quatro meses Art. 44. No prazo de até trinta e seis meses, a contar da data
a contar da data da publicação deste Decreto. da publicação deste Decreto, os serviços de transporte coletivo
§ 2o As adequações na infra-estrutura dos serviços desta aéreo e os equipamentos de acesso às aeronaves estarão acessíveis
modalidade de transporte deverão atender a critérios necessários e disponíveis para serem operados de forma a garantir o seu uso
para proporcionar as condições de acessibilidade do sistema de
por pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
transporte aquaviário.
Art. 41. No prazo de até cinqüenta e quatro meses Parágrafo único. A acessibilidade nos serviços de
a contar da data de implementação dos programas de avaliação transporte coletivo aéreo obedecerá ao disposto na Norma de
de conformidade descritos no § 2o, as empresas concessionárias Serviço da Instrução da Aviação Civil NOSER/IAC - 2508-0796,
e permissionárias dos serviços de transporte coletivo aquaviário, de 1o de novembro de 1995, expedida pelo Departamento de
deverão garantir a acessibilidade da frota de veículos em Aviação Civil do Comando da Aeronáutica, e nas normas técnicas
circulação, inclusive de seus equipamentos. de acessibilidade da ABNT.
§ 1o As normas técnicas para adaptação dos veículos e
dos equipamentos de transporte coletivo aquaviário em circulação, Seção VI
de forma a torná-los acessíveis, serão elaboradas pelas instituições Das Disposições Finais
e entidades que compõem o Sistema Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial, e estarão disponíveis no
Art. 45. Caberá ao Poder Executivo, com base em
prazo de até trinta e seis meses a contar da data da publicação
deste Decreto. estudos e pesquisas, verificar a viabilidade de redução ou isenção
§ 2o As adaptações dos veículos em operação nos serviços de tributo:
de transporte coletivo aquaviário, bem como os procedimentos I - para importação de equipamentos que não sejam
e equipamentos a serem utilizados nestas adaptações, estarão produzidos no País, necessários no processo de adequação do
sujeitas a programas de avaliação de conformidade desenvolvidos sistema de transporte coletivo, desde que não existam similares
e implementados pelo INMETRO, a partir de orientações nacionais; e
normativas elaboradas no âmbito da ABNT. II - para fabricação ou aquisição de veículos ou
equipamentos destinados aos sistemas de transporte coletivo.
Seção IV Parágrafo único. Na elaboração dos estudos e pesquisas
Da Acessibilidade no Transporte Coletivo
a que se referem o caput, deve-se observar o disposto no art. 14
Metroferroviário e Ferroviário
da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, sinalizando
Art. 42. A frota de veículos de transporte coletivo impacto orçamentário e financeiro da medida estudada.
metroferroviário e ferroviário, assim como a infra-estrutura dos Art. 46. A fiscalização e a aplicação de multas aos sistemas
serviços deste transporte deverão estar totalmente acessíveis de transportes coletivos, segundo disposto no art. 6o, inciso II, da
no prazo máximo de cento e vinte meses a contar da data de Lei no 10.048, de 2000, cabe à União, aos Estados, Municípios e
publicação deste Decreto. ao Distrito Federal, de acordo com suas competências.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

CAPÍTULO VI § 2o O termo pessoa portadora de deficiência auditiva e da


DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO fala utilizado nos Planos Gerais de Metas de Universalização é
entendido neste Decreto como pessoa portadora de deficiência
Art. 47. No prazo de até doze meses a contar da data de auditiva, no que se refere aos recursos tecnológicos de telefonia.
publicação deste Decreto, será obrigatória a acessibilidade nos Art. 50. A Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL
portais e sítios eletrônicos da administração pública na rede regulamentará, no prazo de seis meses a contar da data de
mundial de computadores (internet), para o uso das pessoas publicação deste Decreto, os procedimentos a serem observados
portadoras de deficiência visual, garantindo-lhes o pleno acesso às para implementação do disposto no art. 49.
informações disponíveis. Art. 51. Caberá ao Poder Público incentivar a oferta de
§ 1o Nos portais e sítios de grande porte, desde que aparelhos de telefonia celular que indiquem, de forma sonora,
seja demonstrada a inviabilidade técnica de se concluir os todas as operações e funções neles disponíveis no visor.
procedimentos para alcançar integralmente a acessibilidade, o Art. 52. Caberá ao Poder Público incentivar a oferta de
prazo definido no caput será estendido § 2o Os sítios eletrônicos aparelhos de televisão equipados com recursos tecnológicos que
acessíveis às pessoas portadoras de deficiência conterão símbolo permitam sua utilização de modo a garantir o direito de acesso à
que represente a acessibilidade na rede mundial de computadores informação às pessoas portadoras de deficiência auditiva ou visual.
(internet), a ser adotado nas respectivas páginas de entrada. Parágrafo único. Incluem-se entre os recursos referidos no
§ 3o Os telecentros comunitários instalados ou custeados
caput:
pelos Governos Federal, Estadual, Municipal ou do Distrito
I - circuito de decodificação de legenda oculta;
Federal devem possuir instalações plenamente acessíveis e, pelo
II - recurso para Programa Secundário de Áudio (SAP); e
menos, um computador com sistema de som instalado, para uso
preferencial por pessoas portadoras de deficiência visual. III - entradas para fones de ouvido com ou sem fio.
Art. 48. Após doze meses da edição deste Decreto, a Art. 53. A ANATEL regulamentará, no prazo de doze meses
acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos de interesse público a contar da data de publicação deste Decreto, os procedimentos
na rede mundial de computadores (internet), deverá ser observada a serem observados para implementação do plano de medidas
para obtenção do financiamento de que trata o inciso III do art. 2o. técnicas previsto no art. 19 da Lei no 10.098, de 2000.
Art. 49. As empresas prestadoras de serviços de Art. 53. Os procedimentos a serem observados para
telecomunicações deverão garantir o pleno acesso às pessoas implementação do plano de medidas técnicas previstos no art.
portadoras de deficiência auditiva, por meio das seguintes ações: 19 da Lei no 10.098, de 2000., serão regulamentados, em norma
I - no Serviço Telefônico Fixo Comutado - STFC, disponível complementar, pelo Ministério das Comunicações. (Redação dada
para uso do público em geral: pelo Decreto nº 5.645, de 2005)
a) instalar, mediante solicitação, em âmbito nacional e em § 1o O processo de regulamentação de que trata o caput
locais públicos, telefones de uso público adaptados para uso por deverá atender ao disposto no art. 31 da Lei no 9.784, de 29 de
pessoas portadoras de deficiência; janeiro de 1999.
b) garantir a disponibilidade de instalação de telefones para § 2o A regulamentação de que trata o caput deverá prever a
uso por pessoas portadoras de deficiência auditiva para acessos utilização, entre outros, dos seguintes sistemas de reprodução das
individuais;
mensagens veiculadas para as pessoas portadoras de deficiência
c) garantir a existência de centrais de intermediação de
auditiva e visual:
comunicação telefônica a serem utilizadas por pessoas portadoras
de deficiência auditiva, que funcionem em tempo integral e I - a subtitulação por meio de legenda oculta;
atendam a todo o território nacional, inclusive com integração com II - a janela com intérprete de LIBRAS; e
o mesmo serviço oferecido pelas prestadoras de Serviço Móvel III - a descrição e narração em voz de cenas e imagens.
Pessoal; e § 3o A Coordenadoria Nacional para Integração da
d) garantir que os telefones de uso público contenham Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE da Secretaria Especial
dispositivos sonoros para a identificação das unidades existentes e dos Direitos Humanos da Presidência da República assistirá a
consumidas dos cartões telefônicos, bem como demais informações ANATEL no procedimento de que trata o § 1o.
exibidas no painel destes equipamentos; § 3o A Coordenadoria Nacional para Integração da
II - no Serviço Móvel Celular ou Serviço Móvel Pessoal: Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE da Secretaria Especial
a) garantir a interoperabilidade nos serviços de telefonia dos Direitos Humanos da Presidência da República assistirá o
móvel, para possibilitar o envio de mensagens de texto entre Ministério das Comunicações no procedimento de que trata o §
celulares de diferentes empresas; e 1o. (Redação dada pelo Decreto nº 5.645, de 2005)
b) garantir a existência de centrais de intermediação de Art. 54. Autorizatárias e consignatárias do serviço de
comunicação telefônica a serem utilizadas por pessoas portadoras radiodifusão de sons e imagens operadas pelo Poder Público
de deficiência auditiva, que funcionem em tempo integral e poderão adotar plano de medidas técnicas próprio, como metas
atendam a todo o território nacional, inclusive com integração antecipadas e mais amplas do que aquelas as serem definidas no
com o mesmo serviço oferecido pelas prestadoras de Serviço
âmbito do procedimento estabelecido no art. 53.
Telefônico Fixo Comutado.
Art. 55. Caberá aos órgãos e entidades da administração
§ 1o Além das ações citadas no caput, deve-se considerar
o estabelecido nos Planos Gerais de Metas de Universalização pública, diretamente ou em parceria com organizações sociais civis
aprovados pelos Decretos nos 2.592, de 15 de maio de 1998, e de interesse público, sob a orientação do Ministério da Educação
4.769, de 27 de junho de 2003, bem como o estabelecido pela Lei e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, por meio da
no 9.472, de 16 de julho de 1997. CORDE, promover a capacitação de profissionais em LIBRAS.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Art. 56. O projeto de desenvolvimento e implementação § 2o Para os fins deste Decreto, os cães-guia e os cães-
da televisão digital no País deverá contemplar obrigatoriamente os guia de acompanhamento são considerados ajudas técnicas.
três tipos de sistema de acesso à informação de que trata o art. 52. Art. 62. Os programas e as linhas de pesquisa a serem
Art. 57. A Secretaria de Comunicação de Governo e desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio
Gestão Estratégica da Presidência da República editará, no prazo à pesquisa e de agências de financiamento deverão contemplar
de doze meses a contar da data da publicação deste Decreto, temas voltados para ajudas técnicas, cura, tratamento e prevenção
normas complementares disciplinando a utilização dos sistemas de deficiências ou que contribuam para impedir ou minimizar o
de acesso à informação referidos no § 2o do art. 53, na publicidade seu agravamento.
governamental e nos pronunciamentos oficiais transmitidos por Parágrafo único. Será estimulada a criação de linhas de
meio dos serviços de radiodifusão de sons e imagens. crédito para a indústria que produza componentes e equipamentos
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no caput e de ajudas técnicas.
observadas as condições técnicas, os pronunciamentos oficiais do Art. 63. O desenvolvimento científico e tecnológico
Presidente da República serão acompanhados, obrigatoriamente, voltado para a produção de ajudas técnicas dar-se-á a partir da
no prazo de seis meses a partir da publicação deste Decreto, de instituição de parcerias com universidades e centros de pesquisa
sistema de acessibilidade mediante janela com intérprete de para a produção nacional de componentes e equipamentos.
LIBRAS. Parágrafo único. Os bancos oficiais, com base em estudos
Art. 58. O Poder Público adotará mecanismos de incentivo e pesquisas elaborados pelo Poder Público, serão estimulados a
para tornar disponíveis em meio magnético, em formato de texto, conceder financiamento às pessoas portadoras de deficiência para
as obras publicadas no País. aquisição de ajudas técnicas.
§ 1o A partir de seis meses da edição deste Decreto, Art. 64. Caberá ao Poder Executivo, com base em estudos
a indústria de medicamentos deve disponibilizar, mediante e pesquisas, verificar a viabilidade de:
solicitação, exemplares das bulas dos medicamentos em meio I - redução ou isenção de tributos para a importação
magnético, braile ou em fonte ampliada. de equipamentos de ajudas técnicas que não sejam produzidos no
§ 2o A partir de seis meses da edição deste Decreto, os País ou que não possuam similares nacionais;
fabricantes de equipamentos eletroeletrônicos e mecânicos de uso II - redução ou isenção do imposto sobre produtos
doméstico devem disponibilizar, mediante solicitação, exemplares industrializados incidente sobre as ajudas técnicas; e
dos manuais de instrução em meio magnético, braile ou em fonte III - inclusão de todos os equipamentos de ajudas técnicas
ampliada. para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida
Art. 59. O Poder Público apoiará preferencialmente na categoria de equipamentos sujeitos a dedução de imposto de
os congressos, seminários, oficinas e demais eventos científico- renda.
culturais que ofereçam, mediante solicitação, apoios humanos às Parágrafo único. Na elaboração dos estudos e pesquisas
pessoas com deficiência auditiva e visual, tais como tradutores e a que se referem o caput, deve-se observar o disposto no art.
intérpretes de LIBRAS, ledores, guias-intérpretes, ou tecnologias 14 da Lei Complementar no 101, de 2000, sinalizando impacto
orçamentário e financeiro da medida estudada.
de informação e comunicação, tais como a transcrição eletrônica
Art. 65. Caberá ao Poder Público viabilizar as seguintes
simultânea.
diretrizes:
Art. 60. Os programas e as linhas de pesquisa a serem
I - reconhecimento da área de ajudas técnicas como área
desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio
de conhecimento;
à pesquisa e de agências de financiamento deverão contemplar
II - promoção da inclusão de conteúdos temáticos
temas voltados para tecnologia da informação acessível para
referentes a ajudas técnicas na educação profissional, no ensino
pessoas portadoras de deficiência.
médio, na graduação e na pós-graduação;
Parágrafo único. Será estimulada a criação de linhas de III - apoio e divulgação de trabalhos técnicos e científicos
crédito para a indústria que produza componentes e equipamentos referentes a ajudas técnicas;
relacionados à tecnologia da informação acessível para pessoas IV - estabelecimento de parcerias com escolas e centros
portadoras de deficiência. de educação profissional, centros de ensino universitários e de
pesquisa, no sentido de incrementar a formação de profissionais na
CAPÍTULO VII área de ajudas técnicas; e
DAS AJUDAS TÉCNICAS V - incentivo à formação e treinamento de ortesistas e
protesistas.
Art. 61. Para os fins deste Decreto, consideram-se Art. 66. A Secretaria Especial dos Direitos Humanos
ajudas técnicas os produtos, instrumentos, equipamentos ou instituirá Comitê de Ajudas Técnicas, constituído por profissionais
tecnologia adaptados ou especialmente projetados para melhorar que atuam nesta área, e que será responsável por:
a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com I - estruturação das diretrizes da área de conhecimento;
mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou II - estabelecimento das competências desta área;
assistida. III - realização de estudos no intuito de subsidiar a
elaboração de normas a respeito de ajudas técnicas;
§ 1o Os elementos ou equipamentos definidos como IV - levantamento dos recursos humanos que atualmente
ajudas técnicas serão certificados pelos órgãos competentes, trabalham com o tema; e
ouvidas as entidades representativas das pessoas portadoras de V - detecção dos centros regionais de referência em ajudas
deficiência. técnicas, objetivando a formação de rede nacional integrada.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

§ 1o O Comitê de Ajudas Técnicas será supervisionado pela III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é
CORDE e participará do Programa Nacional de Acessibilidade, igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção
com vistas a garantir o disposto no art. 62. óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05
§ 2o Os serviços a serem prestados pelos membros no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais
do Comitê de Ajudas Técnicas são considerados relevantes e não a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for
serão remunerados. igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer
das condições anteriores;
CAPÍTULO VIII IV - .......................................................................
DO PROGRAMA NACIONAL DE ACESSIBILIDADE d) utilização dos recursos da comunidade;
.......................................................................”(NR)
Art. 67. O Programa Nacional de Acessibilidade, sob Art. 71. Ficam revogados os arts. 50 a 54 do Decreto no
a coordenação da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 3.298, de 20 de dezembro de 1999.
por intermédio da CORDE, integrará os planos plurianuais, as Art. 72. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.
diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais.
Art. 68. A Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Brasília, 2 de dezembro de 2004; 183o da Independência e
na condição de coordenadora do Programa Nacional de 116o da República.
Acessibilidade, desenvolverá, dentre outras, as seguintes ações:
I - apoio e promoção de capacitação e especialização de
recursos humanos em acessibilidade e ajudas técnicas; MARKETING EM EMPRESAS DE
II - acompanhamento e aperfeiçoamento da legislação sobre SERVIÇOS. SATISFAÇÃO, VALOR E
acessibilidade; RETENÇÃO DE CLIENTES. COMO LIDAR
III - edição, publicação e distribuição de títulos referentes à
temática da acessibilidade;
COM A CONCORRÊNCIA.
IV - cooperação com Estados, Distrito Federal e Municípios PROPAGANDA E PROMOÇÃO. VENDA.
para a elaboração de estudos e diagnósticos sobre a situação TELEMARKETING. ETIQUETA
da acessibilidade arquitetônica, urbanística, de transporte, EMPRESARIAL: COMPORTAMENTO,
comunicação e informação; APARÊNCIA, CUIDADOS NO
V - apoio e realização de campanhas informativas e educativas ATENDIMENTO PESSOAL E
sobre acessibilidade;
TELEFÔNICO
VI - promoção de concursos nacionais sobre a temática da
acessibilidade; e
VII - estudos e proposição da criação e normatização do Selo
Nacional de Acessibilidade. Um Panorama do Serviço
Vivemosemuma economia de serviços. As estatísticas
CAPÍTULO IX variamumpouco, mas de modo geral é possível atribuir 70% de toda
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS a riqueza mundial ao setor de serviços. No Brasil, segundo o IBGE,
58% do PIB nacional é serviço e esse número tende a aumentar,
acompanhando as maiores economias e a própria revolução do
Art. 69. Os programas nacionais de desenvolvimento
conhecimento, que multiplica os serviços que agregam valor à
urbano, os projetos de revitalização, recuperação ou reabilitação
experiência humana. Do ponto de vista do emprego, o panorama
urbana incluirão ações destinadas à eliminação de barreiras
dos serviços é bastante favorável: setor empregador, de mão-de-
arquitetônicas e urbanísticas, nos transportes e na comunicação e
obra intensiva, há trabalho em serviços para praticamente todas
informação devidamente adequadas às exigências deste Decreto.
as faixas de escolaridade e renda. Custa significativamente menos
Art. 70. O art. 4o do Decreto no 3.298, de 20 de dezembro a criação de um emprego em serviços do que a criação de um
de 1999, passa a vigorar com as seguintes alterações: emprego na indústria. Enquanto a indústria tende à automação, à
“Art. 4o .................................................................. especialização do trabalho, reduzindo a participação humana, o
setor de serviços não consegue facilmente prescindir do elemento
I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou humano. Na verdade, para grande parte das empresas de serviço
mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento o único ativo disponível são as pessoas que compõem a empresa,
da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, seus quadros, sua inteligência e conhecimento. Uma agência de
paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, propaganda, uma escola, uma consultoria, uma clínica médica e
triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação outros serviços são fortemente dependentes das pessoas que ali
ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros trabalham.
com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades Assim é que súbitas mudanças no quadro de pessoal podem
estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho afetar profundamente uma empresa do serviço. É comum, por
de funções; exemplo, um gerente de banco .levar. clientes de um banco para
II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de outro. O vínculo estabelecido é com a pessoa, com o gerente, e não
quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas com a empresa. Ou ainda, para o cliente, o prestador de serviço
freqüências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz; representa a empresa e é o depositário de sua confiança.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Outra questão que aponta para o crescimento da economia de Um serviço também precisa ser entendido por suas
serviços é a própria comoditização dos produtos. Por comoditização características: inseparabilidade, variabilidade, intangibilidade e
entende-se a dificuldade cada vez maior que um produto tem perecibilidade.
para se diferenciar de outro, tanto do ponto de vista técnico Fonte: http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/mkt/2.pdf
quanto do ponto de vista de utilidade. Os produtos estão cada vez
mais parecidos, similares, e a profusão de marcas e fabricantes Satisfação, valor e retenção do cliente
acaba comprimindo as margens de lucro. De fato, há pouca ou Kotler, Philip. Administração de Marketing.
nenhuma diferença entre, por exemplo, uma dezena de marcas São Paulo: Prentice Hall, 2000. Cap. 02.
de massa de tomate, creme dental e mesmo carros de um mesmo “A resposta está em realizar um melhor trabalho de
segmento.Ocomprador de um carro popular compara as várias atendimento e satisfação das necessidades do cliente” (p.56) –
opções disponíveis no mercado e encontra pouca diferença entre conquistando-o e superando a concorrência.
elas, inclusive no preço. Tecnicamente falando, como diferenciar
realmente uma série de aparelhos de tevê? Muitas vezes só mesmo Valor para o cliente:
a marca é que consegue gerar uma percepção de diferenciação, É a diferença entre o valor total para o cliente e o custo
que, de todo modo, não é fácil (nem barato) para sustentar. Mesmo total para o cliente. O valor total para o cliente é o conjunto de
uma empresa líder, de marca reputadíssima, como a Coca Cola, benefícios que os clientes esperam de um determinado produto ou
tem dificuldade de competir com os refrigerantes populares, as serviço. O custo total para o cliente é o conjunto de custos em
chamadas tubaínas. que os consumidores esperam incorrer para avaliar, obter, utilizar
Ora, tudo isso fez com que os fabricantes percebessem que e descartar um produto ou serviço.
a única ou melhor forma de realmente diferenciar seu produto é
mediante um conjunto de serviços que agregam valor a ele: entrega, Satisfação dos clientes:
assistência técnica, garantias, seguros, crédito, distribuição, Consiste na sensação de prazer ou desapontamento resultante
informação, pós-venda, etc. Mesmo empresas tipicamente de da comparação do desempenho (ou resultado) percebido de um
produtos, ou conhecidas como líderes de produtos, já pensam, produto em relação às expectativas do comprador.
hoje, em serviços como estratégia de lucro. - Cliente insatisfeito: desempenho do produto não alcança
Serviços permitem diferenciação, personalização e expectativas.
customização. - Cliente satisfeito: desempenho do produto alcança
Assim, permitem margem, lucro. Serviços vão de expectativas.
telecomunicações a bancos; são escolas, hospitais, profissionais - Cliente altamente satisfeito (encantado): supera expectativas.
liberais, até serviços domésticos e pessoais. Passam pela internet “Um alto nível de satisfação ou encantamento cria um vínculo
e pelo varejo (o serviço da venda e atendimento ao público), pelas emocional com a marca, não apenas uma preferência racional. O
consultorias especializadas, serviços técnicos, logística e serviços resultado é um alto grau de fidelidade do cliente” (p.58) – gerando
de distribuição. um processo de relacionamento.
Este é o mundo dos serviços, que cresce a cada dia e que exige
uma nova abordagem, que passaremos a discutir brevemente aqui. Ferramentas para acompanhar e medir a satisfação de
clientes
O que é um serviço? Como defini-lo? Como diferenciar - Sistemas de reclamações e sugestões
serviço e produto? - Pesquisas de satisfação de clientes
Uma boa definição pode ser a seguinte: Serviço é um - Compras simuladas
desempenho, essencialmente intangível, que não resulta na - Análise de clientes perdidos
propriedade de algo. O serviço pode ou não estar ligado a um
produto físico. Processo: entrega de valor e satisfação para o cliente
Assim, serviços são desempenhos no tempo e espaço que Cadeia de valor (gráfico)
geram valor para o cliente por meio de uma transformação, uma Ferramenta par identificar as maneiras pelas quais se pode criar
experiência de serviço. mais valor para o cliente. Toda empresa representa um conjunto
Quando alguém vai ao cabeleireiro, não fica proprietário do de atividades que são desempenhadas para projetar, produzir,
corte de cabelo; na verdade, .sofre. o corte de cabelo. Durante uma comercializar, entregar e sustentar o seu produto. A cadeia de valor
aula, um aluno não se torna dono da aula, mas .sofre., .recebe. a identifica nove atividades estrategicamente relevantes que criam
experiência da aula, que deve gerar uma transformação, gerando valor e custo em um determinado negócio.
valor. O mesmo ocorre num consultório médico, num restaurante, Os departamentos de uma empresa devem estar integrados
numa oficina mecânica: o cliente não se torna dono do serviço. A excelência no desempenho das atividades de uma
Oserviço é umdesempenho transformador, intangível em essência, empresa depende não só da excelência de trabalho dos diversos
mesmo quando ligado a um produto físico. Mesmo em serviços departamentos que a compõem, mas também do grau de
que possuem um forte componente de bens, produtos e máquinas, excelência nas atividades de gestão e coordenação de cada um
como o transporte aéreo, o cliente não pode levar a viagem para destes departamentos e suas respectivas atividades.
casa e mostrar aos amigos. Ele pode, sim, viver a experiência Solução: a solução para a questão dos processos departamentais
transformadora da viagem e, no máximo, mostrar a passagem, é dar mais ênfase ao gerenciamento dos processos centrais de
as fotos, alguns elementos tangíveis do serviço. Esse elementos negócios. Muitas empresas estão realizando a reengenharia de
inclusive são fundamentais para .tangibilizar. o serviço, mas essa já seus negócios, criando equipes multidisciplinares para gerenciar
é uma outra história, da qual falaremos mais tarde. seus processos centrais, os quais incluem:

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

- Desenvolvimento de novos produtos: gestão das atividades 8. Clientes defensores – recomendam com entusiasmo
de pesquisa desenvolvimento e lançamento. 9. Clientes parceiros – trabalham em conjunto Inativos ou ex-
- Gerenciamento de estoques: gestão dos processos de clientes
estocagem dos suprimentos adequados a cada fase do processo de Abandono por vários motivos – informações podem
produção. proporcionar reconquista – “reativar é melhor do que conquistar”.
- Atração e retenção de clientes: gestão das atividades de
relacionamento. Custos x ganhos
- Pedido até recebimento: gestão das atividades de vendas, Determinam tamanho do mercado, níveis de parcerias e
entrega e recebimento do produto. possibilidades de negócios.
- Atendimento ao cliente: gestão das atividades de facilitação Níveis de investimento no cliente
de contato entre clientes e as pessoas certas dentro da empresa,
Quanto deve-se investir para que os custos não superem ganhos
visando solução de problemas de maneira rápida e satisfatória.
– gráfico: possibilidades na adoção de níveis de relacionamento
A. Mkt básico: simplesmente vende-se o produto
Atração e Retenção de Clientes
“O desafio não é deixar os clientes satisfeitos; vários B. Mkt reativo: vende-se e encoraja-se o cliente a ligar
concorrentes podem fazer isso. O desafio é conquistar clientes (dúvidas, sugestões, reclamações)
fiéis” (p.68). C. Mkt responsável: contato no pós-venda / verificar
Calculo do custo de clientes perdidos: atendimento das expectativas
1. Definir e calcular o índice de retenção da empresa D. Mkt pró-ativo: contato de tempos em tempos para mostrar
2. Identificar as causas dos problemas com os clientes e melhorias, qualidade... Os esforços em promoção são substituídos
evidenciar as que podem ser melhor gerenciadas por pesquisas e dicas de como se vender mais.
3. Estimar o quanto de lucro a empresa deixa de ter ao perder E. Mkt parceria: trabalho contínuo com o cliente para verificar
clientes meios e descobrir melhorias no desempenho
4. Calcular quanto custaria reduzir o índice de abandono Novas tecnologias colaboram para o mkt de relacionamento
Exemplo: “Agregue ao telefone – há muito um meio para o
_ A empresa tem 64 mil clientes; desenvolvimento de relacionamentos com clientes – a tecnologia
_ Perdeu 5% desses clientes por mau atendimento (3200); da web e terá um meio extremamente poderoso para atrair e reter
_ A média dos clientes perdidos representa uma perda de clientes” (p.73).
receita de 40 mil dólares (128 milhões = 3200 x 40.000); _ Banco de dados
_ A margem de lucro da empresa é de 10% (portanto perdeu _ Telemarketing
12.8 milhões no ano); _ Internet
_ Como os clientes foram perdidos prematuramente, a perda _ Newsletters
real da empresa é muito maior no longo prazo. _ E-mail marketing
_ O custo para recuperação destes clientes deve ser menor que
_ Sites
o lucro que se deixou de ganhar.
A necessidade da retenção de clientes
Ferramentas de mkt para gerar vínculos
Cliente só permanece fiel se estiver altamente satisfeito – para
isso há que se considerar suas expectativas no processo de compra _ Acréscimo de benefícios financeiros – mkt de freqüência,
e excedê-las. Enfatizar a pós-venda. E o boca-a-boca positivo, pois mkt clube, programas de milhagem (AAA desde déc.80), Marriot
o cliente satisfeito: (honored guest), locadoras, cartões fidelidade.
_ Permanece fiel por mais tempo; “O marketing de freqüência é o reconhecimento do fato de
_ Compra mais à medida que a empresa lança novos produtos; que 20% dos clientes de uma empresa podem representar 80% de
_ Fala favoravelmente da empresa e de seus produtos; seus negócios” (p.73).
_ Dá menos atenção a marcas e propaganda concorrentes; _ Acréscimo de benefícios sociais – aproximação com clientes
_ É menos sensível a preço; através de atendimento específico, “comunidade de marca”, Apple
_ Oferece idéias sobre produtos e serviços à empresa; (criatividade digital).
_ Custa menos para ser atendido do que novos clientes (rotina). “Os clientes podem ser anônimos para a instituição; os clientes
preferenciais não podem ser anônimos. Os clientes são atendidos
Marketing de relacionamento como parte de um todo ou como parte de segmentos maiores; os
Atrair e reter clientes lucrativos clientes preferenciais são atendidos de maneira individual. (...)
1. Clientes possíveis – presume-se que possam comprar Os clientes são atendidos por qualquer um que esteja disponível;
2. Clientes potenciais – interesse e $ os clientes preferenciais são atendidos pelo profissional a eles
3. Clientes potenciais desqualificados – não lucrativos designado” (p.75).
4. Clientes eventuais – podem continuar comprando da _ Acréscimo de vínculos estruturais – Coca Cola
concorrência (merchandising, freezers, expositores), Farmais (padronização
5. Clientes regulares – idem de farmácias independentes), treinamento, softwares, pedidos,
*estratégias de retenção dos clientes - relacionamento
pesquisas...
6. Clientes preferenciais – tratar bem e com conhecimento
Fonte: http://www.unaerp.br/comunicacao/professor/renato/
7. Clientes associados – programa de benefícios
arquivos/satisfacao_valor_tgm.pdf

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Telemarketing Estilo de Operações


Telemarketing, termo inglês criado por Nadji Tehrani em Receptivo (In Bound)
1982, designa a promoção de vendas e serviços via telefone ou seja • Trata-se do estilo no qual os operadores recebem as
marketing pelo mesmo. Atualmente, o termo foge deste escopo chamadas efetuadas pelos clientes ou os possíveis clientes da
, ao abranger também a telecobrança (cobrança via telefone), empresa.
atendimento ao consumidor e o suporte técnico. Pode-se dizer que • Antigamente era conhecido como “Passivo”, mas
o telemarketing é um “atendimento telefônico comercial ou não como o termo era impróprio para designar atitudes adequadas ao
padronizado” que segue certos roteiros (scripts) de atendimento. atendimento telefônico o nome foi abolido.
Na atualidade o telemarketing é feito, por empresas • É chamado In Bound, pois significa salto para dentro, ou
especializadas trabalhos de divulgação e de orientação aos clientes seja, a iniciativa se dá de fora da empresa para dentro.
de vários segmentos do mercado, sendo praticado em grandes • O cliente liga para a empresa para receber uma
ambientes denominados callcenters centrais de atendimento ou SAC informação ou efetuar uma compra.
(Serviço de Atendimento ao Cliente). • Em casos de venda, as ligações externas são sempre
Nos anos 80, o telemarketing expandiu-se para outras áreas consequências de um estímulo provocado pela ação da propagenda
no Brasil, inclusive a política, quando um consultor em marketing de resposta direta.
chamado Mauro Ferreira introduziu-o pela primeira vez, isto O Telemarketing Receptivo tem como Mandamentos os
aconteceu mais precisamente na campanha para vereador e seguintes fatores:
prefeito no Rio de Janeiro em 1988, isto pode ser certificado com • Qualidade- garantir a qualidade do serviço prestado
que tenha acesso a Câmara do Rio de Janeiro, ou com quem tenha pelo telefone, tanto em relação à forma de atendimento quanto ao
participado da campanha do ex-vereador Nestor Rocha neste ano. conteúdo da conversa;
A partir desta data foi se desenvolvendo e hoje se tornou uma das • Quantidade- dar vazão aos grandes volumes de ligações
mais poderosas armas numa campanha política. necessárias para cumprir o objetivo do serviço prestado;
• Custos- operacionais- racionalizar custos operacionais,
Conceito de Telemarketing de forma que se possa atingir as metas de qualidade e quantidade
É o transmissão de idéias, informações, emoções e habilidades. com um mínimo de pessoas e recursos operacionais;
É o ato de emitir, receber e transmitir mensagens através da • Segurança- fornecer facilidades e informações que
linguagem escrita, falada e de sinais, signos ou símbolos quer de permitam detectar rapidamente alterações de demanda ou
aparelhamento técnico especializado, sonoro e/ou visual. produtividade, a fim de providenciar as soluões corretas em tempo
Aplicações do Telemarketing hábil.
No Brasil, o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC)é
o mais utilizado representando 29,5%, seguido por Vendas 26,2%, Ativo (Out Bound)
Pesquisa 14,8% e Cobrança 13,1% e outras (agendamento de Trata-se do estilo no qual os operadores ligam para os clientes
visitas, apoio para vendedor, confirmação de presença em eventos ou os possiveis clientes da empresa.
e atualização de cadastro) 16,4% Serve em qualquer aplicação de Telemarketing, exceto no
atendimento a consumidores, uma aplicação rigorosamente
As 10 vantagens do Telemarketing receptiva. Logo, podemos dizer que se chama Out Bound, porque a
1. Interatividade: é a mídia mais pessoal e interativa que iniciativa da ação se dá de dentro da empresa para fora. A empresa
existe; vai até o cliente para obter informação ou efetuar uma venda.
2. Flexibilidade: muitas operações são montadas durante um Bem diferente do estilo receptivo, as pessoas escolhem o
curto período para atender as exigências da empresa; momento ideal e ligam por seu próprio interesse, no estilo ativo
3. Replanejamento: a qualquer momento uma estratégia poder cabe um apelo extra para atrair o interesse do público ao qual
ser modificada, já que as informações de seu sucesso chegam se dirigem as ligações, o que inclui a ação da propaganda e da
resposta direta.
rapidamente;
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Telemarketing
4. Otimização: num mesmo contato muitas informações
podem ser repassadas ou cadastradas de um mesmo cliente;
Etiqueta Empresarial
5. Controle: é razoavelmente fácil controlar uma operação de
O saber se comportar e a aparência são questões cada vez mais
telemarketing, já que todas as informações trafegam em sistema;
exigidas para o executivo moderno.
6. Foco: condições especiais de preço e conteúdo podem ser
Ele chegou com uma hora de atraso ao almoço de negócios,
ofertadas para clientes da mesma empresa;
na pressa deixou de fazer a barba, foi deselegante com uma
7. Cobertura: pode atingir distâncias continentais em funcionária, subiu pelo elevador falando ao celular e deu boas
segundos; tragadas onde se lia “é proibido fumar”. Detalhe: é formado em
8. Comodidade: tanto para o comprador quanto para o Administração, Economia, fala três línguas e tem MBA. Apesar
vendedor; do currículo, seu negócio foi por água abaixo após a reunião.
9. Custo: é mais barato vender pelo telemarketing, pois os Comportamentos como o do jovem executivo em compromissos
custos de comissões, estrura e logística são muito menores do que de trabalho, que, para alguns, podem significar um mero jeito
em uma loja; de ser, seja por displicência ou desvalorização de delicadezas,
10.Velocidade: um operador de telemarketing pode efetuar 70 impossibilitam uma carreira promissora. Antes restritas ao mundo
contatos com empresas no mesmo dia, já um vendedor de campo social, as boas maneiras, hoje, são ferramentas essenciais à vida
pode, em média, visitar 12 clientes. profissional.

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Didatismo e Conhecimento
BANCO DO BRASIL 01/2011

HABILIDADES NO ATENDIMENTO

Prova disso é a grande procura pelos cursos de etiqueta e se comportar. “Valorizam também o ato de receber pessoas em
empresarial, que atraem não só empresários, mas executivos, casa, decoração de ambientes profissionais e domésticos e boas
políticos, profissionais liberais e da área de vendas, gerentes, maneiras à mesa”, destaca Cláudio, cuja empresa conta também
secretárias, administradores, aspirantes à carreira diplomática com dinâmicas de grupo, atividades de psicomotricidade laboral e
e pessoas em busca de recolocação no mercado. Parceira da oficina de memória.
Fundação Getúlio Vargas (FGV), a empresa Etiqueta Empresarial
Executive Manners Consulting, com atuação no eixo Rio/São Dicas de Etiqueta Empresarial
Paulo, programa para este mês (maio) um curso e uma palestra Ser bem-educado exige algumas atitudes fundamentais.
para ensinar bons modos a profissionais mineiros. O primeiro Esmerar-se nas boas maneiras quando tiver que:
trabalho da empresa no Estado aconteceu no Hotel Ouro Minas, • Expressar-se verbalmente: jamais fale palavrões.
em maio de 2002, onde 300 pessoas assistiram ao curso de Etiqueta • Escrever cartas, cartões, memorandos ou bilhetes: dê
Empresarial, definida como o conjunto de normas que regem o sempre um cunho elegante e positivo nos textos.
comportamento no mundo dos negócios. • Manter amizades: lembre-se de sempre de ser gentil com
Há 20 anos treinando profissionais, a professora Maria os amigos e familiares nas datas importantes.
Aparecida Araújo diz que pontualidade, aparência bem cuidada • Respeitar os ausentes: pessoas elegantes não perdem seu
e saber portar-se bem à mesa, além de ser elegante ao telefone, tempo com fofocas e comentários sobre a vida alheia.
são atitudes imprescindíveis. Nas aulas, ela ensina desde • Tratar com pessoas socialmente carentes: não
formas corretas de cumprimento, apresentação, vestuário e desconsiderar os menos favorecidos, tratar a todos com respeito
comportamento, sem contar orientações sobre como usufruir de independentemente da hierarquia.
recursos eletrônicos, como telefone, videoconferência e e-mail. • Conduzir os negócios conservando a ética e a honestidade
“O treinamento também faz com que as pessoas aprimorem a em suas relações com clientes, empregados fornecedores.
comunicação, aprendendo a ouvir e falar na hora certa e com a • Dirigir e estacionar o carro: quem é grosseiro no trânsito,
entonação adequada”, cita o economista Cláudio Pelizari, diretor certamente será grosseiro em outras situações.
da Etiqueta Empresarial Executive Manners Consulting. • Ceder espontaneamente o seu lugar para idosos, gestantes
Quem faz o curso aprende ainda a criticar com resultados ou deficientes físicos.
positivos, transformar reclamações em vendas e lidar com colegas • Cumprimentar e agradecer os profissionais que o
e clientes de temperamento difícil, apresentar idéias e projetos com transportaram.
eficiência, conduzir reuniões e, até mesmo, contornar situações • Entrar ou sair do táxi: cumprimentando o motorista ao
mais graves como o assédio sexual. E em tempos de globalização, embarcar, agradecendo ao sair e não fazendo questão de trocos
os empresários recebem conhecimentos para transitar com irrisórios.
desenvoltura em qualquer parte do mundo, respeitando as • No elevador: sabendo que em seu interior não se
diferenças culturais. fuma, não se conversa nem se fala ao celular. Fundamental é
Mas por que as regras de boa conduta, antes ensinadas na cumprimentar o ascensorista ao entrar e agradecer ao sair.
infância pelos pais ou nos colégios freqüentados por filhos de Ser bem-educado é:
famílias tradicionais, chegam hoje a um curso voltado para • Adotar práticas corretas de conduta e caráter.
adultos, muitos já até pós-graduados? Para Cláudio Pelizari, as • Cuidar da linguagem corporal, dos gestos, da expressão
causas estão na migração das mulheres do papel de educadoras facial, da postura quando em pé ou sentado.
integrais dos filhos para o trabalho fora de casa. • Saber sentar, levantar-se, comer, apresentar corretamente
“Desde que as mulheres foram obrigadas a deixar seus lares as pessoas, usar cartões de visita, cumprimentar, presentear e
para buscar posições no mercado de trabalho, a educação chamada ser presenteado, pedir licença, agradecer, dizer não, criticar sem
de berço passou a ser delegada a outras pessoas, trazendo como ofender, ser pontual, conversar de forma agradável, ser um bom
conseqüência a falta quase total de conhecimento das regras ouvinte e, principalmente, ter autocrítica e perceber quando deve
mais básicas de boas maneiras e polidez. As escolas também desculpar-se.
substituíram as aulas dessa disciplina, muito valorizadas no Brasil Fonte: http://www.etiquetaempresarial.com.br/imp8.asp
até a década de 60, por conteúdos que julgavam mais importantes”,
acredita o economista.
Cláudio e Maria Aparecida contam que muitos profissionais, ULTIMAS CONSIDERAÇÕES
após deixarem as universidades, chegam ao mundo corporativo
e percebem que essas competências fazem falta. “Os erros se O diretor de Normas do Banco Central, Sérgio Darcy,
tornam visíveis na aparência pessoal, nos gestos, na entonação e esclareceu em 22.08 o principal objetivo do Código de Defesa do
no palavreado, passando depois para os modos, apertos de mão, Consumidor Bancário:
troca de cartões de visita, conduta em elevadores e restaurantes e Transparência. Hoje, cada banco tem a sua maneira de
uso do telefone e do celular”, diz o consultor, lembrando que as interpretar o Código de Defesa do Consumidor. O que é aceito
pessoas nem se dão conta das gafes que cometem, prejudicando por uns, não é aceito por outros. O cliente fica perdido. O espírito
sua carreira e arranhando a imagem das empresas onde trabalham. do Código é o de estabelecer relações transparentes entre as duas
Cláudio Pelizari relata que há grande procura de profissionais partes. Ele é bom para o cliente, mas muito útil para os bancos, para
mineiros pelo curso. Na visão dos dois especialistas, os mineiros as áreas de contratos, de controles internos, acompanhamentos e,
em geral tratam com mais cuidado o quesito aparência. Muitos claro, para a diretoria saber como está sendo atendido o seu cliente,
os procuram com dúvidas quanto à maneira correta de se vestir que é a principal razão da existência da instituição.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

A regulamentação contida na Resolução nº 2.878, de 8. Garantir acesso irrestrito de clientes e não-clientes às


26.07.2001, do Conselho Monetário Nacional, passou a ser dependências da instituição nas áreas de atendimento ao público;
chamada de Código de Defesa do Consumidor Bancário (CDCB), 9. Atender o público pelos meios convencionais, mesmo na
fruto de estudos do Banco Central, enriquecidos com centenas de hipótese de recursos alternativos ou eletrônicos;
sugestões oriundas de processo de audiência pública. A Resolução 10. Atender pedidos de saque (na agência do próprio
nº 2.892, de 27.09.2001, introduziu as primeiras alterações, correntista) sem adiamento da operação para o expediente seguinte,
aprimorando o CDCB. exceto em saques acima de R$ 5.000,00, quando o pedido deverá
O objetivo do CDCB é, pois, resolver os conflitos de interesses ser feito com quatro horas de antecedência;
entre bancos e clientes. 11. Não transferir automaticamente recursos de contas de
O CDCB é um regulamento legal mais adequado que o Código depósitos para poupança ou outras aplicações sem a prévia e
expressa autorização do correntista.
de Defesa do Consumidor (CDC) para proteger o cliente bancário,
O aspecto da transparência do custo da operação de crédito
já que o CDC (Lei nº 8.078/90) trata genericamente das relações
para o cliente, o CDCB tratou desse aspecto no artigo 1º,inciso III,
entre alienante e adquirente de bens e serviços.
e no artigo 3º, inciso VII (conforme itens 3 e 6 das regras acima
O CDCB é, então, um diploma que surge da necessidade de destacadas), mas não revogou explicitamente a norma contida na
especialização das normas jurídicas para cuidar da proteção ao Circular nº 2.905/99, alterada pela Circular nº 2.936/99.
cliente bancário, em vista da natureza econômica específica das Com a vigência do CDCB, esperamos que não só o Banco
operações e dos serviços bancários, da mesma forma que a posição Central, mas também o Poder Judiciário passem a solucionar os
de contribuinte não se equipara à posição de consumidor, assim conflitos entre bancos e clientes à luz desse diploma, estabelecendo
como a posição de usuário de serviço público não se equipara à limites aos direitos do cliente e às obrigações dos bancos.
posição de consumidor, por se tratar de fornecimento de bens e O CDCB confere explicitamente aos clientes uma ampla
serviços especial. listagem de direitos, daí a razão pela qual o presidente de
A relação financeira ou bancária, abrangendo as operações FEBRABAN, Gabriel Jorge Ferreira, avalia que as regras do
ativas (empréstimos e financiamentos) e passivas (captação de CDCB contribuirão para estimular a concorrência.
recursos) e de prestação de serviços, tem peculiaridade própria, O Banco Central, com base na experiência, deverá aprimorar
distinguindo-se da relação de aquisição de bens e serviços. as regras do CDCB, o qual poderá vir a tratar da questão da
A Constituição vigente reconheceu essa peculiaridade própria: abusividade da taxa de juros, estabelecendo que os bancos não
deu destaque especial ao sistema financeiro nacional (artigo 192) poderão cobrar juros remuneratórios de forma excessivamente
e definiu diferença de tratamento entre as leis disciplinadoras da onerosa, em percentual caracterizadamente abusivo, por extrapolar
relação financeira (exigência de lei complementar e regulamentação dos padrões do mercado, considerada como base a taxa média do
através de resolução do CMN) e as leis disciplinadoras das demais “spread” para a correspondente linha de crédito, conforme cálculos
relações. divulgados pelo Banco Central.
A partir da decisão do Recurso Especial nº 213.825, o STJ, por
Os meios de comunicação destacaram as seguintes regras
sua 4ª Turma, demonstrou que, movido pelo artigo 51, inciso IV, do
introduzidas pelo CDCB:
CDC, pretende proteger o cliente bancário todas as vezes em que a
1. Garantir transparência nos contratos; contratação dos juros remuneratórios se apresente excessivamente
2. Assegurar aos clientes respostas, em tempo hábil, a onerosa, fora do círculo da razoabilidade.
consultas, reclamações e pedidos de informações; A taxa média do “spread”, de acordo com a modalidade
3. Revestir os contratos de clareza e de formato que permita operacional, permite ao magistrado aquilatar a razoabilidade
a sua fácil leitura, identificando: prazos, valores negociados, taxa da taxa de juros, eis que essa taxa média é o resultado da livre
de juros, de mora e de administração, comissão de permanência, concorrência e da alta competividade do sistema financeiro
encargos moratórios, multas por inadimplemento e demais nacional, além de representar os padrões da conjuntura econômica.
condições; O CDCB apontaria o parâmetro da taxa abusiva, embora deixando
4. Dar total conhecimento aos clientes de documentos que não a avaliação do desequilíbrio ou da razoabilidade para a Justiça, a qual
possam ser recebidos ou pagos nas agências, além de divulgar o realmente precisa de uma orientação técnica para enfrentar o exame
número da Central de Atendimento ao Público do Banco Central da contratação de juros remuneratórios em percentual excessivamente
(0-800-992345) para denúncias e reclamações; oneroso. Deixamos esta sugestão para apreciação pelo Banco Central.
5. Utilizar linguagem que permita o entendimento das Extraído http://www.newton.freitas.nom.br/artigos.
operações realizadas e das informações contidas em extratos ou asp?cod=154).
outros demonstrativos de movimentação;
6. Deixar claras as condições previstas em regulamento e QUESTÕES DA RESOLUÇÃO 2.878 – Código do
Consumidor Bancário
contrato sobre: responsabilidade por emissão de cheque sem fundos
01 – São medidas que objetivem assegurar às instituições
e as penalidades a que o correntista está sujeito; encerramento de
financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo
contas de depósito; remunerações, taxas, tarifas, multas, comissões
Banco Central do Brasil, na contratação de operações e na prestação
e outras cobranças previstas em contrato (abertura de crédito, de serviços aos clientes e ao publico em geral transparência nas
cheque especial e serviços em geral); relações contratuais, resposta tempestiva as consultas e clareza e
7. Tratar de forma igual clientes e não-clientes na execução formato que permitam fácil leitura dos contratos celebrados com
de serviços decorrentes de convênios (pagamento de água, luz, clientes.
telefone, IPTU); Resp: Certo

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

02 – São condições contratuais que devem ser evidenciadas pelas 05 - O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou
instituições elencadas na Resolução 2.878 as responsabilidades pela representação da autoridade policial, ouvido o Ministério Público
emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos; as situações em quarenta e quatro horas, havendo indícios suficientes, poderá
em que o correntista será inscrito no Cadastro de Emitentes de decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão ou o
Cheques sem Fundos (CCF); as penalidades a que o correntista esta seqüestro de bens, direitos ou valores do acusado, ou existentes em
sujeito, dentre outras. seu nome, objeto dos crimes previstos nesta Lei.
Resp: Certo Resp: Errado

03 - Os contratos de cheque, alem dos dispositivos referentes 06 - As medidas assecuratórias serão levantadas se a ação
aos direitos e as obrigações pactuados, devem prever as condições penal não for iniciada no prazo de cento e vinte dias, contados da
para a renovação, inclusive do limite de credito, e para a rescisão, data em que ficar concluída a diligência.
com indicação de prazos, das tarifas incidentes e das providencias a Resp: Certo
serem adotadas pelas partes contratantes.
Resp: Errado 07 - A ordem de prisão de pessoas ou da apreensão ou
seqüestro de bens, direitos ou valores, poderá ser interrompida
04 - E vedada às instituições a utilização de publicidade
pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução
enganosa ou abusiva. Considera-se abusiva qualquer modalidade
de informação ou comunicação capaz de induzir a erro o cliente imediata possa comprometer as investigações.
ou o usuário, a respeito da natureza, características, riscos, taxas, Resp: Errado
comissões, tarifas ou qualquer outra forma de remuneração, prazos,
tributação e quaisquer outros dados referentes a contratos, operações 08 - São efeitos da condenação, além dos previstos no Código
ou serviços oferecidos ou prestados. e enganosa, dentre outras, a Penal: I - a perda, em favor da União, dos bens, direitos e valores
publicidade que contenha discriminação de qualquer natureza, que objeto de crime previsto nesta Lei, ressalvado o direito do lesado
prejudique a concorrência ou que caracterize imposição ou coerção. ou de terceiro de boa-fé; II - a interdição do exercício de cargo ou
Resp: Errado função pública de qualquer natureza e de diretor, de membro de
05 - É permitida a adoção de medidas administrativas relativas conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas
ao funcionamento das dependências das instituições referidas na referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de
Resolução 2878 que possam implicar restrições ao acesso as áreas liberdade aplicada.
daquelas destinadas ao atendimento ao publico. Resp: Certo
Resp: Errado
09 - O juiz determinará, independentemente de tratado ou
QUESTÕES DA LEI 9.613/98 convenção internacional, quando o governo do país da autoridade
solicitante prometer reciprocidade ao Brasil, a apreensão ou o
01 – No crime de “lavagem” de dinheiro ou ocultação de seqüestro de bens, oriundos de crimes previstos na Lei 9.613,
bens, Direitos e Valores a pena será reduzida de um a dois terços e praticados no estrangeiro.
começará a ser cumprida em regime aberto podendo o juiz deixar de Resp: Certo
aplicá-la ou substituí-la por pena restritiva de direitos, se o autor, co-
autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades,
10 - as pessoas jurídicas que exerçam atividades de promoção
prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações
penais e de sua autoria ou à localização dos bens, direitos ou valores imobiliária ou compra e venda de imóveis são uns dos legitimados
objeto do crime. que se sujeitam às obrigações referidas na Lei.
Resp: Certo Resp: Certo

02 - São da competência da Justiça Federal os crimes previstos 11 – Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II do
na Lei de lavagem de dinheiro quando o crime consequente for de artigo 10 da Lei, deverão ser conservados durante o período
competência da Justiça Federal mínimo de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da
Resp: Errado conclusão da transação, prazo este que poderá ser ampliado pela
autoridade competente.
03 - No processo por crime previsto nesta Lei, se aplica o Resp: Certo
disposto no art. 366 do Código de Processo Penal, que estabelece
se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir 12 - O Banco Central manterá registro descentralizado
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo formando o cadastro geral de correntistas e clientes de instituições
prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada financeiras, bem como de seus procuradores.
de provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão Resp: Errado
preventiva. Quanto às penas a serem aplicadas responda as alternativa a
Resp: Errado seguir.
04 - Os crimes disciplinados nesta Lei são insuscetíveis de 13 – Não será aplicada a pena de repreensão aos
fiança e liberdade provisória e, em caso de sentença condenatória,
administradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as
o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em
obrigações previstas nos arts. 10 e 11 da Lei 9.613.
liberdade.
Resp: Certo
Resp: Certo

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Didatismo e Conhecimento
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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

14 - A pena de advertência será aplicada por irregularidade no 02 - Os órgãos da administração pública direta, indireta e
cumprimento das instruções: identificarão seus clientes e manterão fundacional, as empresas prestadoras de serviços públicos e as
cadastro atualizado, nos termos de instruções emanadas das autoridades instituições financeiras deverão dispensar atendimento prioritário
competentes e manterão registro de toda transação em moeda nacional às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida,
ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou aplicando-se, ainda, às pessoas com idade igual ou superior a
qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que ultrapassar sessenta anos, gestantes, lactantes e pessoas com criança de colo
limite fixado pela autoridade competente e nos termos de instruções por Resp: Certo
esta expedidas
Resp: Certo 03 - O tratamento diferenciado inclui, dentre outros serviços
de atendimento para pessoas com deficiência auditiva, prestado
15 - A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no por intérpretes ou pessoas capacitadas em Língua Brasileira de
art. 9º, por imprudência deixarem de sanar as irregularidades objeto Sinais - LIBRAS e no trato com aquelas que não se comuniquem
de advertência, no prazo assinalado pela autoridade competente. em LIBRAS, e para pessoas surdocegas, prestado por guias-
Resp: Errado intérpretes ou pessoas capacitadas neste tipo de atendimento, bem
como sinalização ambiental para orientação das pessoas referidas
16 - A inabilitação definitiva será aplicada quando forem neste decreto.
verificadas infrações graves quanto ao cumprimento das obrigações
Resp: Certo
constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência específica,
devidamente caracterizada em transgressões anteriormente
04 - A formulação, implementação e manutenção das ações
punidas com multa.
de acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas: a
Resp: Errado
priorização das necessidades, a programação em cronograma e a
17 - O procedimento para a aplicação das sanções previstas reserva de recursos para a implantação das ações; e o planejamento,
nesta Lei será regulado por Resolução, assegurados o contraditório de forma fragmentada e articulada, entre os setores envolvidos.
e a ampla defesa. Resp: Errada
Resp: Errado
Quanto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras Quanto à implementação da acessibilidade arquitetônica e
responda as questões abaixo urbanística respondas as alternativas abaixo
05 - Caberá à Administração Pública promover a inclusão de
18 – É criado, no âmbito do Ministério Público, o Conselho conteúdos temáticos referentes ao desenho universal nas diretrizes
de Controle de Atividades Financeiras - COAF, com a finalidade curriculares da educação profissional e tecnológica e do ensino
de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e superior dos cursos de Engenharia, Arquitetura e correlatos.
identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas Resp: Errado
nesta Lei, sem prejuízo da competência de outros órgãos e
entidades. 06 - No planejamento e na urbanização das vias, praças, dos
Resp: Errado logradouros, parques e demais espaços de uso público, deverão
ser cumpridas as exigências dispostas nas normas técnicas de
19 - O COAF será composto por servidores públicos de acessibilidade da ABNT. Incluem-se na condição estabelecida a
reputação ilibada e reconhecida competência, designados em ato instalação de piso tátil direcional e de alerta.
do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os integrantes do quadro Resp: Certo
de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comissão de
Valores Mobiliários, da Superintendência de Seguros Privados, 07 - No caso das edificações de uso público já existentes,
da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da terão elas prazo de trinta meses a contar da data de publicação
Receita Federal, de órgão de inteligência do Poder Executivo, deste Decreto para garantir acessibilidade às pessoas portadoras de
do Departamento de Polícia Federal, do Ministério das Relações deficiência ou com mobilidade reduzida.
Exteriores e da Controladoria-Geral da União, atendendo, nesses
Resp: Certo
quatro últimos casos, à indicação dos respectivos Ministros de
Estado.
08 - Os teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios
Resp: Certo
de esporte, casas de espetáculos, salas de conferências e
20 - Das decisões do COAF relativas às aplicações de penas similares reservarão, pelo menos, três por cento da lotação do
administrativas caberá recurso ao Ministro de Estado da Fazenda. estabelecimento para pessoas em cadeira de rodas, distribuídos
Resp: Certo pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, próximos
aos corredores, devidamente sinalizados, evitando-se áreas
Questões do Decreto 5.296 segregadas de público e a obstrução das saídas, em conformidade
01 - Ficam sujeitos ao cumprimento das disposições deste com as normas técnicas de acessibilidade da ABNT. Os espaços
Decreto, sempre que houver interação com a matéria nele e assentos a que se refere este artigo deverão situar-se em locais
regulamentada a delegação de concessão, permissão, autorização que garantam a acomodação de, no mínimo, um acompanhante da
ou habilitação de qualquer natureza pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.
Resp: Errado Resp: Errado

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Didatismo e Conhecimento
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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

09 - Na habitação de interesse social, deverá ser promovida 17 - A partir de cem meses da edição deste Decreto, a indústria
exclusivamente a ação para assegurar as condições de acessibilidade de medicamentos deve disponibilizar, mediante solicitação,
dos empreendimentos de elaboração de especificações técnicas de exemplares das bulas dos medicamentos em meio magnético,
projeto que facilite a instalação de elevador adaptado para uso das braile ou em fonte ampliada.
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Resp: Errado
Resp: Errado
Quanto à ajuda Técnica responda as assertivas
Quanto à acessibilidade aos serviços de transporte 18 - Os cães-guia e os cães-guia de acompanhamento não são
coletivos responda as alternativas abaixo considerados ajudas técnicas.
10 - Para os fins de acessibilidade aos serviços de transporte Resp: Errado
coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, considera-se como integrantes
desses serviços os veículos, terminais, estações, pontos de parada,
vias principais, acessos e operação. 19 - Caberá ao Poder Público viabilizar as seguintes diretrizes:
Resp: Certo promoção da inclusão de conteúdos temáticos referentes a ajudas
técnicas somente na educação profissional e no ensino médio.
11 - Os serviços de transporte coletivo terrestre são: transporte Resp: Errado
rodoviário, classificado em urbano, metropolitano, intermunicipal
e interestadual; transporte metroferroviário, classificado em 20 - A Secretaria Especial dos Direitos Humanos, na condição
urbano e metropolitano; e transporte ferroviário, classificado em de coordenadora do Programa Nacional de Acessibilidade,
intermunicipal e interestadual desenvolverá edição, publicação e distribuição de títulos referentes
Resp: Certo à temática da acessibilidade.
Resp: Certo
12 – A frota de veículos de transporte coletivo rodoviário
e a infra-estrutura dos serviços deste transporte deverão estar QUESTÕES DAS CARTAS
totalmente acessíveis no prazo máximo de cento meses a contar da
data de publicação deste Decreto. Acerca das instituições financeiras e demais entidades
Resp: Errado autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, sendo a
Circular BACEN 2852, estão obrigadas a
13 - No prazo de até cinqüenta e quatro meses a contar da 1) I - manter atualizadas as informações cadastrais dos
data de implementação dos programas de avaliação, as empresas respectivos clientes, observadas, quando for o caso, as exigências
concessionárias e permissionárias dos serviços de transporte coletivo e responsabilidades definidas na Resolução n. 2.025, de
aquaviário, deverão garantir a acessibilidade da frota de veículos em 24.11.1993, e modificações posteriores;
circulação, inclusive de seus equipamentos. 1-C
Resp: Certo
2) - manter controles e registros internos consolidados que
Quanto ao acesso à informação e a Comunicação responda permitam verificar, alem da adequada identificação do cliente,
14 - No prazo de até doze meses a contar da data de publicação a compatibilidade entre as correspondentes movimentação de
deste Decreto, será obrigatória a acessibilidade nos portais e recursos, atividade econômica e capacidade financeira;
sítios eletrônicos da administração pública na rede mundial de R-C
computadores (internet), para o uso das pessoas portadoras de
deficiência mental reduzida, garantindo-lhes o pleno acesso às 3) - manter registro, na forma a ser estabelecida pelo Banco
informações disponíveis. Central do Brasil, de operações envolvendo moeda nacional ou
Resp: Errado estrangeira, títulos e valores imobiliários, metais ou qualquer outro
ativo passível de ser convertido em dinheiro.
15 - As empresas prestadoras de serviços de telecomunicações
R. E
deverão garantir o pleno acesso às pessoas portadoras de
deficiência auditiva, no Serviço Móvel Celular ou Serviço Móvel
Pessoal: garantir a interoperabilidade nos serviços de telefonia Além das instituições e entidades sujeitam-se as disposições
móvel, para possibilitar o envio de mensagens de texto entre desta Circular 2858:
celulares de diferentes empresas; e garantir a existência de centrais 4 - as administradoras de consórcios;
de intermediação de comunicação telefônica a serem utilizadas RC
por pessoas portadoras de deficiência auditiva, que funcionem em
tempo integral e atendam a todo o território nacional, inclusive 5 - as pessoas credenciadas ou autorizadas, pelo Banco Central
com integração com o mesmo serviço oferecido pelas prestadoras do Brasil, a operar no Mercado de Cambio de Taxas Flutuantes ,
de Serviço Telefônico Fixo Comutado ai excluídas as entidades ou sociedades emissoras de cartão de
Resp: Certo credito de validade internacional, mas incluídas as agencias de
turismo e os meios de hospedagem de turismo;
16 - Caberá aos órgãos e entidades da administração pública, R-E
diretamente ou em parceria com organizações sociais civis de
interesse público, sob a orientação do Ministério da Educação e da 6 - As agências, filiais ou sucursais e os representantes
Secretaria Especial dos Direitos Humanos, por meio da CORDE, de instituições financeiras sediadas no exterior com ou sem
promover a capacitação de profissionais em LIBRAS. instalações no Pais.
Resp: Certo R–E

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

7) O prazo para a manutenção dos cadastros e registros CAPÍTULO I


referidos na Circ. 2852.dever ser de um período mínimo de 5 DO ÂMBITO DA APLICAÇÃO
(cinco) anos contados a partir do primeiro dia do ano seguinte
ao do encerramento das contas correntes ou da conclusão das Art. 2o Para os fins deste Decreto, compreende-se por SAC
operações o serviço de atendimento telefônico das prestadoras de serviços
R–C regulados que tenham como finalidade resolver as demandas dos
consumidores sobre informação, dúvida, reclamação, suspensão
8) Segundo a Cir. 3339 consideram-se clientes os depositantes ou cancelamento de contratos e de serviços.
em bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas e Parágrafo único. Excluem-se do âmbito de aplicação deste
cooperativas de crédito e os associados de cooperativas de crédito Decreto a oferta e a contratação de produtos e serviços realizadas
de qualquer natureza e de associações de poupança e empréstimo. por telefone.
R. C
CAPÍTULO II
DA ACESSIBILIDADE DO SERVIÇO
9) Segundo a Circ. 3339, Consideram-se pessoas
politicamente expostas os agentes públicos que desempenham Art. 3o As ligações para o SAC serão gratuitas e o atendimento
ou tenham desempenhado, nos últimos três anos, no Brasil ou em
das solicitações e demandas previsto neste Decreto não deverá
países, territórios e dependências estrangeiros, cargos, empregos
resultar em qualquer ônus para o consumidor.
ou funções públicas relevantes, assim como seus representantes,
Art. 4o O SAC garantirá ao consumidor, no primeiro menu
familiares e outras pessoas de seu relacionamento próximo
eletrônico, as opções de contato com o atendente, de reclamação e
R–E de cancelamento de contratos e serviços.
§ 1o A opção de contatar o atendimento pessoal constará de
9) O presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, todas as subdivisões do menu eletrônico.
de autarquias, fundações públicas, empresas públicas ou sociedades § 2o O consumidor não terá a sua ligação finalizada pelo
de economia mista são considerados de clientes brasileiros para fornecedor antes da conclusão do atendimento.
efeito da Cir. 3339? § 3o O acesso inicial ao atendente não será condicionado ao
R-C prévio fornecimento de dados pelo consumidor.
§ 4o Regulamentação específica tratará do tempo máximo
necessário para o contato direto com o atendente, quando essa
DECRETO LEI Nº 6523 - opção for selecionada.
Art. 5o O SAC estará disponível, ininterruptamente, durante
REGULAMENTA A LEI Nº 8078, DE 11
vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana, ressalvado o
DE SETEMBRO DE 1990, PARA FIXAR disposto em normas específicas.
NORMAS GERAIS SOBRE O SERVIÇO DE Art. 6o O acesso das pessoas com deficiência auditiva ou de
ATENDIMENTO AO fala será garantido pelo SAC, em caráter preferencial, facultado à
CONSUMIDOR - SAC. empresa atribuir número telefônico específico para este fim.
Art. 7o O número do SAC constará de forma clara e objetiva
em todos os documentos e materiais impressos entregues ao
consumidor no momento da contratação do serviço e durante o
seu fornecimento, bem como na página eletrônica da empresa na
DECRETO Nº 6.523, DE 31 DE JULHO DE 2008. INTERNET.
Parágrafo único. No caso de empresa ou grupo empresarial
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, que oferte serviços conjuntamente, será garantido ao consumidor
para fixar normas gerais sobre o Serviço de Atendimento ao o acesso, ainda que por meio de diversos números de telefone, a
Consumidor - SAC. canal único que possibilite o atendimento de demanda relativa a
qualquer um dos serviços oferecidos.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição
CAPÍTULO III
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em
DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO
vista o disposto na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990,
Art. 8o O SAC obedecerá aos princípios da dignidade, boa-
DECRETA: fé, transparência, eficiência, eficácia, celeridade e cordialidade.
Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de Art. 9o O atendente, para exercer suas funções no SAC,
setembro de 1990, e fixa normas gerais sobre o Serviço de deve ser capacitado com as habilidades técnicas e procedimentais
Atendimento ao Consumidor - SAC por telefone, no âmbito dos necessárias para realizar o adequado atendimento ao consumidor,
fornecedores de serviços regulados pelo Poder Público federal, em linguagem clara.
com vistas à observância dos direitos básicos do consumidor de Art. 10. Ressalvados os casos de reclamação e de cancelamento
obter informação adequada e clara sobre os serviços que contratar de serviços, o SAC garantirá a transferência imediata ao setor
e de manter-se protegido contra práticas abusivas ou ilegais competente para atendimento definitivo da demanda, caso o
impostas no fornecimento desses serviços. primeiro atendente não tenha essa atribuição.

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

§ 1o A transferência dessa ligação será efetivada em até CAPÍTULO VI


sessenta segundos. DO PEDIDO DE CANCELAMENTO DO SERVIÇO
§ 2o Nos casos de reclamação e cancelamento de serviço,
não será admitida a transferência da ligação, devendo todos os Art. 18. O SAC receberá e processará imediatamente o
atendentes possuir atribuições para executar essas funções. pedido de cancelamento de serviço feito pelo consumidor.
§ 3o O sistema informatizado garantirá ao atendente o acesso § 1o O pedido de cancelamento será permitido e assegurado
ao histórico de demandas do consumidor. ao consumidor por todos os meios disponíveis para a contratação
Art. 11. Os dados pessoais do consumidor serão preservados, do serviço.
mantidos em sigilo e utilizados exclusivamente para os fins do § 2o Os efeitos do cancelamento serão imediatos à solicitação
atendimento. do consumidor, ainda que o seu processamento técnico necessite
Art. 12. É vedado solicitar a repetição da demanda do de prazo, e independe de seu adimplemento contratual.
consumidor após seu registro pelo primeiro atendente. § 3o O comprovante do pedido de cancelamento será
Art. 13. O sistema informatizado deve ser programado expedido por correspondência ou por meio eletrônico, a critério
tecnicamente de modo a garantir a agilidade, a segurança das do consumidor.
informações e o respeito ao consumidor.
Art. 14. É vedada a veiculação de mensagens publicitárias CAPÍTULO VII
durante o tempo de espera para o atendimento, salvo se houver DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
prévio consentimento do consumidor.
Art. 19. A inobservância das condutas descritas neste Decreto
CAPÍTULO IV ensejará aplicação das sanções previstas no art. 56 da Lei no 8.078,
DO ACOMPANHAMENTO DE DEMANDAS de 1990, sem prejuízo das constantes dos regulamentos específicos
dos órgãos e entidades reguladoras.
Art. 15. Será permitido o acompanhamento pelo consumidor Art. 20. Os órgãos competentes, quando necessário, expedirão
de todas as suas demandas por meio de registro numérico, que lhe normas complementares e específicas para execução do disposto
será informado no início do atendimento. neste Decreto.
§ 1o Para fins do disposto no caput, será utilizada seqüência Art. 21. Os direitos previstos neste Decreto não excluem
numérica única para identificar todos os atendimentos. outros, decorrentes de regulamentações expedidas pelos órgãos e
§ 2o O registro numérico, com data, hora e objeto da demanda, entidades reguladores, desde que mais benéficos para o consumidor.
será informado ao consumidor e, se por este solicitado, enviado por Art. 22. Este Decreto entra em vigor em 1o de dezembro de
correspondência ou por meio eletrônico, a critério do consumidor. 2008.
§ 3o É obrigatória a manutenção da gravação das chamadas Brasília, 31 de julho de 2008; 187o da Independência e
efetuadas para o SAC, pelo prazo mínimo de noventa dias, durante 120o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
o qual o consumidor poderá requerer acesso ao seu conteúdo.
Tarso Genro
§ 4o O registro eletrônico do atendimento será mantido à
Este texto não substitui o publicado no DOU de 1º.8.2008
disposição do consumidor e do órgão ou entidade fiscalizadora por
um período mínimo de dois anos após a solução da demanda.
Art. 16. O consumidor terá direito de acesso ao conteúdo do
histórico de suas demandas, que lhe será enviado, quando solicitado, RESOLUÇÃO CMN Nº 3849 DE 25/03/10
no prazo máximo de setenta e duas horas, por correspondência ou
por meio eletrônico, a seu critério.
- DISPÕE SOBRE A INSTITUIÇÃO DE
COMPONENTE ORGANIZACIONAL DE
CAPÍTULO V OUVIDORIA PELAS INSTITUIÇÕES
DO PROCEDIMENTO PARA A RESOLUÇÃO DE FINANCEIRAS
DEMANDAS E DEMAIS INSTITUIÇÕES
AUTORIZADAS A FUNCIONAR PELO
Art. 17. As informações solicitadas pelo consumidor serão
prestadas imediatamente e suas reclamações, resolvidas no prazo BANCO CENTRAL DO BRASIL.
máximo de cinco dias úteis a contar do registro.
§ 1o O consumidor será informado sobre a resolução de sua
demanda e, sempre que solicitar, ser-lhe-á enviada a comprovação RESOLUCAO 3.849
pertinente por correspondência ou por meio eletrônico, a seu
critério. Dispõe sobre a instituição de componente organizacional
§ 2o A resposta do fornecedor será clara e objetiva e deverá de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais
abordar todos os pontos da demanda do consumidor. instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
§ 3o Quando a demanda versar sobre serviço não solicitado ou
cobrança indevida, a cobrança será suspensa imediatamente, salvo O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº
se o fornecedor indicar o instrumento por meio do qual o serviço 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho
foi contratado e comprovar que o valor é efetivamente devido. Monetário Nacional, em sessão realizada em 25 de março de 2010, com
fundamento no art. 4º, inciso VIII, da referida lei,

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

R E S O LV E U : § 6º As cooperativas singulares de crédito filiadas a


cooperativa central podem firmar convênio com a respectiva
Art. 1º As instituições financeiras e demais instituições central, confederação ou banco cooperativo do sistema, para
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil que tenham compartilhamento e utilização de componente organizacional de
clientes pessoas físicas ou pessoas jurídicas classificadas como ouvidoria único, mantido em uma dessas instituições.
microempresas na forma da legislação própria devem instituir
componente organizacional de ouvidoria, com a atribuição de § 7º As cooperativas singulares de crédito não filiadas a
atuar como canal de comunicação entre essas instituições e os cooperativa central podem firmar convênio com cooperativa
clientes e usuários de seus produtos e serviços, inclusive na central, ou com federação ou confederação de cooperativas de
mediação de conflitos. crédito, ou com associação representativa da classe, para
compartilhamento e utilização de ouvidoria mantida em uma
§ 1º A estrutura do componente organizacional deve ser dessas instituições.
compatível com a natureza e a complexidade dos produtos,
serviços, atividades, processos e sistemas de cada instituição. § 8º As instituições não referidas nos §§ 5º, 6º e 7º
podem firmar convênio com a associação de classe a que
§ 2º As instituições a que se refere o caput devem: sejam afiliadas ou com as bolsas de valores ou as bolsas de
mercadorias e de futuros nas quais realizam operações, para
I - dar ampla divulgação sobre a existência da ouvidoria, compartilhamento e utilização da ouvidoria mantida em uma
bem como de informações completas acerca da sua finalidade e dessa entidades.
forma de utilização;
§ 9º As instituições que fazem parte de conglomerado
II - garantir o acesso gratuito dos clientes e usuários de financeiro podem instituir componente organizacional único que
produtos e serviços ao atendimento da ouvidoria, por meio de atuará em nome de todos os integrantes do grupo.
canais ágeis e eficazes; e
§ 10. As instituições referidas no caput que não façam
III - disponibilizar acesso telefônico gratuito, cujo parte de conglomerado financeiro podem firmar convênio com
número deve ser: empresa não financeira ligada, conforme definição constante
do art. 1º, § 1º, incisos I e III, da Resolução nº 2.107, de 31 de
a) divulgado e mantido atualizado em local e formato agosto de 1994, que possuir ouvidoria, para compartilhamento e
visível ao público no recinto das suas dependências e nas utilização da respectiva ouvidoria.
dependências dos correspondentes no País, bem como nos
respectivos sítios eletrônicos na internet e nos demais canais de § 11. Os bancos comerciais sob controle direto de bolsas
comunicação utilizados para difundir os produtos e serviços da de mercadorias e de futuros que operem exclusivamente no
instituição; desempenho de funções de liquidante e custodiante central
das operações cursadas, constituídos na forma da Resolução nº
b) registrado nos extratos, nos comprovantes, inclusive 3.165, de 29 de janeiro de 2004, ficam excluídos da exigência
eletrônicos, nos contratos formalizados com os clientes, nos estabelecida no caput.
materiais de propaganda e de publicidade e nos demais documentos
que se destinem aos clientes e usuários dos produtos e serviços § 12. Nas hipóteses previstas nos §§ 7º e 8º, o convênio
da instituição; e somente pode ser realizado com associação de classe, ou bolsa
de valores, ou bolsa de mercadorias e de futuros, ou cooperativa
c) registrado e mantido permanentemente atualizado em central, ou federação ou confederação de cooperativas de crédito
sistema de informações, na forma estabelecida pelo Banco Central que possua código de ética e/ou de autorregulação efetivamente
do Brasil. implantados aos quais a instituição tenha aderido.

§ 3º A divulgação de que trata o § 2º, inciso I, deve ser Art. 2º Constituem atribuições da ouvidoria:
providenciada inclusive por meio dos canais de comunicação
utilizados para difundir os produtos e serviços da instituição. I - receber, registrar, instruir, analisar e dar tratamento
formal e adequado às reclamações dos clientes e usuários de
§ 4º O componente organizacional deve ser segregado da produtos e serviços das instituições referidas no caput do art. 1º
unidade executora da atividade de auditoria interna, de que trata o que não forem solucionadas pelo atendimento habitual realizado
art. 2º da Resolução nº 2.554, de 24 de setembro de 1998, com a por suas agências e quaisquer outros pontos de atendimento;
redação dada pela Resolução nº 3.056, de 19 de dezembro de 2002.
II - prestar os esclarecimentos necessários e dar ciência
§ 5º Os bancos comerciais, os bancos múltiplos, as caixas aos reclamantes acerca do andamento de suas demandas e
econômicas, as sociedades de crédito, financiamento e das providências adotadas;
investimento, as associações de poupança e empréstimo
e as sociedades de arrendamento mercantil que realizem III - informar aos reclamantes o prazo previsto para
operações de arrendamento mercantil financeiro devem instituir resposta final, o qual não pode ultrapassar quinze dias, contados
o componente organizacional de ouvidoria na própria instituição. da data da protocolização da ocorrência;

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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

IV - encaminhar resposta conclusiva para a demanda dos Art. 4º As instituições referidas no caput do art. 1º
reclamantes até o prazo informado no inciso III; devem designar perante o Banco Central do Brasil os nomes do
ouvidor e do diretor responsável pela ouvidoria.
V - propor ao conselho de administração ou, na sua
ausência, à diretoria da instituição medidas corretivas ou de § 1º Para efeito da designação de que trata o caput, são
aprimoramento de procedimentos e rotinas, em decorrência da estabelecidas as seguintes disposições:
análise das reclamações recebidas; e
I - não há vedação a que o diretor responsável pela
VI - elaborar e encaminhar à auditoria interna, ao comitê ouvidoria desempenhe outras funções na instituição, exceto a
de auditoria, quando existente, e ao conselho de administração de diretor de administração de recursos de terceiros;
ou, na sua ausência, à diretoria da instituição, ao final de cada
semestre, relatório quantitativo e qualitativo acerca da atuação da
II - nos casos dos bancos comerciais, bancos múltiplos,
ouvidoria, contendo as proposições de que trata o inciso V.
caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
investimento e associações de poupança e empréstimo, o ouvidor
§ 1º O serviço prestado pela ouvidoria aos clientes e
não poderá desempenhar outra atividade na instituição, exceto
usuários dos produtos e serviços das instituições referidas no caput
do art. 1º deve ser identificado por meio de número de protocolo de a de diretor responsável pela ouvidoria; e
atendimento.
III - na hipótese de recair a designação do diretor
§ 2º Os relatórios de que trata o inciso VI devem responsável pela ouvidoria e do ouvidor sobre a mesma pessoa,
permanecer à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo esta não poderá desempenhar outra atividade na instituição.
mínimo de cinco anos na sede da instituição.
§ 2º Nas hipóteses previstas no art. 1º, §§ 6º e 9º, o
Art. 3º O estatuto ou o contrato social das instituições ouvidor e o diretor responsável pela ouvidoria responderão por todas
referidas no caput do art. 1º deve conter, de forma expressa, entre as instituições que utilizarem o componente organizacional único de
outros, os seguintes dados: ouvidoria e devem integrar os quadros da instituição que constituir o
componente de ouvidoria.
I - as atribuições da ouvidoria;
§ 3º Nas hipóteses previstas no art. 1º, §§ 7º, 8º e 10,
II - os critérios de designação e de destituição do ouvidor as instituições devem:
e o tempo de duração de seu mandato; e
I - designar perante o Banco Central do Brasil apenas o
III - o compromisso expresso da instituição no sentido de: nome do diretor responsável pela ouvidoria; e

a) criar condições adequadas para o funcionamento da


ouvidoria, bem como para que sua atuação seja pautada pela II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do
transparência, independência, imparcialidade e isenção; e ouvidor da associação de classe, bolsa de valores ou bolsa de
mercadorias e de futuros, entidade ou empresa que constituir a
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informações ouvidoria.
necessárias para a elaboração de resposta adequada às reclamações
recebidas, com total apoio administrativo, podendo requisitar § 4º Os dados relativos ao diretor responsável pela
informações e documentos para o exercício de suas atividades. ouvidoria e ao ouvidor devem ser inseridos e mantidos atualizados em
sistema de informações, na forma estabelecida pelo Banco Central do
§ 1º O disposto neste artigo, conforme a natureza jurídica
Brasil.
da sociedade, deve ser incluído no estatuto ou contrato social da
instituição, na primeira alteração que ocorrer após a criação da
§ 5º O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar
ouvidoria.
relatório semestral, na forma definida pelo Banco Central do Brasil,
§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigidas relativo às atividades da ouvidoria nas datas-base de 30 de junho e
por esta resolução relativas às instituições que optarem pela 31 de dezembro e sempre que identificada ocorrência relevante.
faculdade prevista no art. 1º, §§ 6º e 9º, podem ser promovidas
somente pela instituição que constituir o componente § 6º O relatório de que trata o § 5º deve ser:
organizacional único de ouvidoria.
I - revisado pela auditoria externa, a qual deve manifestar-
§ 3º As instituições que não instituírem componente de se acerca da qualidade e adequação da estrutura, dos sistemas e dos
ouvidoria próprio em decorrência da faculdade prevista no art. 1º, procedimentos da ouvidoria, bem
§§ 6º a 10, devem ratificar tal decisão por ocasião da primeira como sobre o cumprimento dos demais
assembleia geral ou da primeira reunião de diretoria, após a requisitos estabelecidos nesta resolução, inclusive nos casos
formalização da adoção da faculdade. previstos no art. 1º, §§ 7º, 8º e 10;

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Didatismo e Conhecimento
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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

II - apreciado pela auditoria interna ou pelo comitê de Parágrafo único. As informações e a documentação referidas
auditoria, quando existente; no caput devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil na
sede da instituição, pelo prazo mínimo de cinco anos, contados da
III - encaminhado ao Banco Central do Brasil, na forma e data da protocolização da ocorrência.
periodicidade estabelecida por aquela Autarquia:
Art. 8º O Banco Central do Brasil poderá adotar medidas
a) pelas instituições que possuem comitê de auditoria, bem complementares necessárias à execução do disposto nesta
como pelas cooperativas centrais de crédito, confederações e bancos resolução.
cooperativos que tenham instituído componente organizacional único
para atuar em nome das respectivas cooperativas de crédito singulares Art. 9º Esta resolução entra em vigor na data de sua
conveniadas nos termos do art. 1º, § 6º; e
publicação.
b) pelas instituições referidas no caput do art. 1º, no
caso de ocorrência de fato relevante; Art. 10. Ficam revogadas as Resoluções nº 3.477, de 26 de
julho de 2007, e nº 3.489, de 29 de agosto de 2007.
IV - arquivado na sede da respectiva instituição, à
disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco Brasília, 25 de março de 2010.
anos, acompanhado da revisão e da apreciação de que tratam os incisos Henrique de Campos Meirelles
I e II. Presidente

Art. 5º As instituições não obrigadas, no termos desta EXERCÍCIO


resolução, à remessa do relatório do diretor responsável pela
ouvidoria ao Banco Central do Brasil, devem manter os relatórios
1 - O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da
ainda não enviados na forma exigida pela Resolução nº 3.477, de 26 de
julho de 2007, na sede da instituição, conforme previsto no art. 4º, sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso
§ 6º, inciso IV. de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou
violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também
Art. 6º As instituições referidas no caput do art. 1º será efetivada quando houver falência, estado de insolvência,
devem adotar providências para que todos os integrantes da ouvidoria encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má
sejam considerados aptos em exame de certificação organizado por administração.
entidade de reconhecida capacidade técnica. I - As sociedades integrantes dos grupos societários e as
sociedades controladas são subsidiariamente responsáveis pelas
§ 1º O exame de certificação de que trata o caput deve obrigações decorrentes deste Código.
abranger, no mínimo, temas relacionados à ética, aos direitos e II - As sociedades consorciadas são subsidiariamente
defesa do consumidor e à mediação de conflitos, bem como ter sido responsáveis pelas obrigações decorrentes deste Código.
realizado após 30 de julho de 2007. III - As sociedades coligadas só responderão por dolo.
IV - Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica
§ 2º A designação dos membros da ouvidoria fica
sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao
condicionada à comprovação de
aptidão no exame de certificação de que ressarcimento de prejuízos causados aos fornecedores
trata o caput, além do atendimento às demais exigências desta a) apenas a I está correta
resolução. b) estão corretas apenas a I e II
c) estão corretas apenas a III e IV
§ 3º As instituições referidas no caput do art. 1º são d) todas estão corretas
responsáveis pela atualização periódica dos conhecimentos dos
integrantes da ouvidoria. 2) Segundo o CDC: Os fornecedores respondem solidariamente
pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as
§ 4º O diretor responsável pela ouvidoria deve atender à variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for
formalidade prevista no caput somente na hipótese prevista no art.
inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem,
4º, § 1º, inciso III.
rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor
§ 5º Nas hipóteses previstas no art. 1º, §§ 7º, 8º e 10, exigir, alternativamente e à sua escolha:
os respectivos convênios devem conter cláusula exigindo exame de I - o abatimento proporcional do preço;
certificação de todos os integrantes das ouvidorias das associações II - complementação do peso ou medida;
de classe, entidades e empresas conveniadas, nos termos desta III - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
resolução. marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
Art. 7º A ouvidoria deve manter sistema de controle atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
atualizado das reclamações recebidas, de forma que possam ser a) apenas a I está correta
evidenciados o histórico de atendimentos e os dados de identificação b) estão corretas apenas a I e II
dos clientes e usuários de produtos e serviços, com toda a
c) estão corretas apenas a III e IV
documentação e as providências adotadas.
d) todas estão corretas

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Didatismo e Conhecimento
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HABILIDADES NO ATENDIMENTO

3) O fornecedor de serviços responde pelos vícios de 9) Os contratos que regulam as relações de consumo não
qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam obrigarão os consumidores, se não Ihes for dada a oportunidade de
o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos
as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: de seu sentido e alcance.
I - a reexecução dos serviços, com custo adicional e quando
cabível; 10) Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham
II - a restituição imediata da quantia paga, sem estar sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas
monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que
danos; o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu
III - o abatimento proporcional do preço. conteúdo.
IV - A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor. 11) Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade
a) apenas a I está correta ou periculosidade de produtos nas embalagens, nos invólucros,
b) estão corretas apenas a I e II recipientes ou publicidade incorre na pena de detenção de 6 (seis)
c) estão corretas apenas a III e IV meses a 2 (dois) anos e multa.
d) todas estão corretas
12) quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas
4) Art. 6º - São direitos básicos do consumidor: ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado incorre
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos na pena de detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa..
provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos; 13) Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado ser enganosa ou abusiva incorre na pena - Detenção de 3 (três)
dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a meses a 1 (um) ano e multa
igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes 14) São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados co
produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, CDC serem cometidos em época de grave crise econômica ou
características, composição, qualidade e preço, bem como sobre por ocasião de calamidade; ocasionarem grave dano individual ou
os riscos que apresentem; coletivo; dissimular-se a natureza ilícita do procedimento.
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, 15) Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação
métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra de fazer ou não fazer, o Juiz concederá a tutela específica da
práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
produtos e serviços; prático equivalente ao do adimplemento
a) apenas a I está correta
b) estão corretas apenas a I e II GABARITO
c) estão corretas apenas a III e IV
d) todas estão corretas 1 B
Assinale certo ou errado
2 D
5) É enganosa dentre outras, a publicidade discriminatória
de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo 3 C
ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e
experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja 4 D
capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial
ou perigosa à sua saúde ou segurança 5 E

6) É abusiva,. qualquer modalidade de informação ou 6 E


comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa,
ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir 7 C
em erro o consumidor a respeito da natureza, características,
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer 8 E
outros dados sobre produtos e serviços. 9 C
7) É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços I
- condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao 10 E
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa
causa, a limites quantitativos. 11 C
8) No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos 12 E
ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores
deverão respeitar os limites oficiais sob pena de, não o fazendo, 13 C
responderem pela restituição da quantia recebida em excesso,
monetariamente atualizada, não podendo o consumidor exigir, à sua 14 C
escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções 15 C
cabíveis.

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Didatismo e Conhecimento

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