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Asssseessssoorriiaa
1. OBJETIVO
O presente trabalho objetiva identificar as causas dos problemas que se verificam
com o sistema de acionamento do suporte da faca movel da tesoura de corte de
sucata do conjunto denominada Prensa Harris 1123, bem como a apresentação de
alternativas para sua correção.
2. PROBLEMAS APRESENTADOS
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A foto acima mostra o sistema de corte do fardo de sucata onde são visíveis as
hastes dos tres cilindros hidráulicos envolvidos no processo de corte:
1) - Cilindro hidráulico principal de acionamento do suporte da faca móvel.
2) - Cilindros hidráulicos auxiliares.
Os tres cilindros hidráulicos são executados com flange frontal, através dos quais
são fixados por meio de parafusos à estrutura superior do equipamento. A união das
hastes dos cilindros hidráulicos ao suporte da faca móvel é efetuada por meio de
flanges bipartidos aparafusados ao suporte.
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O equipamento está operando com pressão máxima igual a 160 Kgf / cm²,
obedecendo a seguinte lógica operacional:
- Se, durante o processo de corte a resistencia imposta pelo material processado
determina que a pressão hidráulica se mantenha em 160 bar durante 3 segundos,
são acionados os cilindros auxiliares para atuarem também como cilindros de
acionamento do processo de corte.
- Após o acionamento dos cilindros auxiliares,se a pressão ainda se mantiver com
o valor igual a 160 bar, o processo é encerrado e os cilindros acionados no sentido da
retração.
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Com a vazão supra definida, operando com pressão igual a 160 bar, a poitencia
absorvida é dada por:
N1 = p . Q / 426
N1 = 160 . 280 / 426 ⇒ N1 = 105 CV
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- Diametro do embolo..............................................................768 mm
- Diametro da haste.................................................................405 mm
- Curso...................................................................................1100 mm
- Área do embolo....................................................................4630 cm²
- Área da haste.......................................................................1287 cm²
- Volume de óleo no avanço...............................509.300 cm³ ( 509,3 l)
- Volume de óleo na retração..................................374000 cm³ (374 l)
- Força de avanço com pressão 160 bar.............................740800 Kgf
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- Diametro do embolo..............................................................304 mm
- Diametro da haste.................................................................203 mm
- Curso...................................................................................1108 mm
- Área do embolo......................................................................725 cm²
- Área da haste.........................................................................323 cm²
- Volume de óleo no avanço..................................80330 cm³ ( 80,33 l)
- Volume de óleo na retração.................................44541 cm³ (44,54 l)
- Força de avanço com pressão 160 bar.............................116000 Kgf
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- Cilindro principal..................................................................................800 T
- Cilindros auxiliares. (duas unidades).................................................270 T
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Onde:
- W é a força total sobre o parafuso
- W1 é a força inical sobre o parafuso devido ao torque de aperto
- W2 é a carga externa aplicada ao parafuso em operação
- m representa as deformações dos elementos a serem unidos.
- b representa a deformação no parafuso
W2 = W1 + W2 (m / m + b)
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Em função da equação acima, o valor da pré carga ideal, que determina que as
peças unidas não sofram separação, é dada por:
W1 = W2 - W2 (m / m + b)
W1 ≥ W2 (1 - (m / m + b) ) (equação 1)
6.4.2 Pré carga nos parafusos para operação com pressão 160 bar
6.4.2.1 Deformação no parafuso
O parafuso apresenta um comprimento livre igual a 180 mm, e área da seção
transversal igual a 81 cm². A deformação é dada por:
b = ( L / A . E) parafuso = 18 / 81 . E (cm / Kgf)
6.4.3 Valor da pré carga mínima para operação com pressão 160 bar
Utilizando-se a equação 1, temos:
W1 ≥ W2 (1 - (m / m + b) )
W1 ≥ 92600 (1 - 0,1616766) ⇒ W1 ≥ 77628 Kgf
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Detalhe da interferencia:
7.6 – Conforme demonstrado no item 6.5.4.1, a tensão nos filetes da rosca atinge
valor igual a 7300 Kgf / cm², práticamente igual à tensão de ruptura do material do
parafuso. Tal condição mostra que os filetes devem romper, o que não se verifica com
muita frequencia. Esta condição pode indicar:
7.6.1 - Ao atingir a tensão de escoamento, os filetes se deformam permitindo que
mais filetes resistam ao carregamento.
7.6.2 - A condição supra mencionada fica reforçada se for considerado que o material
da estrutura na qual é executada a rosca interna ao qual se fixa o parafuso, deve
apresentar caracterisiticas mecanicas inferiores ao material do parafuso, permitindo
um rompimento mais fácil dos filetes da porca em relação aos filetes do parafuso, fato
este que se verifica na prática. Considerando-se um material equivalente à norma
ASTM A 36, com limite de ruptura da ordem de 5000 Kgf / cm² e limite de
escoamento é igual a 2530 Kgf / cm², o numero de filetes sustentando a carga deve
ser pelo menos igual a seis para que se atinjam tensões no limite da tensão de
ruptura.
7.6.3 - A própria deformação dos filetes provoca um aumento da tensão de ruptura
do material em função de seu encruamento. Esta mesma condição poderia ser
aplicada à cabeça do parafuso, o qual se rompe com frequencia muito maior do que
os filetes. Este fato indica que a interferencia mencionada no item 1.5 exerça uma
ação importante no processo de rompimento, facilitando em muito o processo de início
da fratura.
7.7 – Todas as conclusões se baseiam no fato de que a força total se distribua
igualmente sobre os oito parafusos de fixação do cilindro principal. Tal condição
sómente é atingida se todos os parafusos forem submetidos ao mesmo torque de
aperto. Se tal condição não for atendida, a carga total se distribui em um numero
menor de parafusos, determinando condições muito mais desfavoráveis do que
aquelas até aqui verificadas.
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Fh
Fv
Fh
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A haste do cilindro possui diametro igual a 203,2 mm, com momento de inercia
igual a 8364 cm4. A força Fh capaz de provocar a deformação igual a 1,00 mm (0,10
cm) na haste é dada por:
Fh = 3 . f . E . J / L³
Fh = 3 . 0,1 . 2100000 . 8364 / 140³ ⇒ Fh = 1920 Kgf
Com o novo valor da tração sobre os parafusos, a tensão nos filetes atinge valor da
ordem de 2800 Kgf / cm², o que supera o valor da tensão de escoamento do material
ASTM A 36. Considerando que o flechamento da haste pode assumir valores maiores
do que 1,00 mm, justifica-se a ruptura das roscas. A foto do item 2.2, abaixo
reproduzida, confirma plenamente o fenômeno acima descrito.
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12.1 - Executar novos flanges de fixação da haste com folga suficiente para permitir
deformações na haste sem que sejam transmitidos esforços ao flange.
12.2 – Restringir ao máximo a possibilidade de movimentação da estrutura suporte da
faca superior, mediante execução de novas guias de bronze e usinagem das
superficies sobre as quais as mesmas são fixadas, visando eliminar deformações
existentes.
12.3 - Definir uma folga de corte adequada antes da execução das roscas de fixação
dos flanges na estrutura suporte da faca superior.
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“ SHIM ID – 26393 - A
THICKNESS TO BE DETERMINED BY ATTACHING JACK CYL. RODS TO
X-HEAD, EXTENDED JACK AND SHEAR CY. S. AND MEASURING GAP UNDER
SHEAR CYL. ROD”
Observações:
- A espessura do shim a ser medida práticamente, conforme instrução acima,
deverá apresentar valor igual ao valor da diferença entre os cursos dos cilindros, ou
seja, 8,50 mm, conforme desenhos disponiveis.
- A utilização do shim determina que no retorno o cilindro principal atinja o final
do curso antes dos cilindros auxiliares, determinando que estes apresentem uma
distensão inicial igual à diferença entre os seus cursos.
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A recuperação das roscas dos parafusos que fixam os flanges dos cilindros
auxiliares consiste em usinar a área das roscas atuais conforme esquema acima,
soldar um novo bloco com dimensões ligeiramente superiores, soldar o bloco com um
chanfro igual a 25 mm x 45º e proceder à usinagem final para equalizar as dimensões.
O comprimento total da solda é igual a 1590 mm, e para um chanfro igual ao
especificado, a seção da solda é igual a 17,6 mm, de modo que a área resistente é
dada por:
A = 1,76 . 159 ⇒ A = 279 cm²
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n = Fr / F
n = 251100 / 64320 ⇒ n = 3,90
16. CONCLUSÃO
16.1 - Conforme demonstrado no item 7, o rompimento dos parafusos do cilindro
principal está diretamente relacionado com o regime de trabalho intermitente, à
concentração de tensões no raio de concordancia e à interferencia deste raio de
concordancia com a borda do furo de passagem do parafuso através do flange do
cilindro.
16.2 – A substituição dos parafusos existentes por parafusos com caracteristicas
conforme definido no item 7, conduz a uma condição operacional muito mais favorável
no que se refere à resistencia mecânica. Esta nova condição baseia-se não sómente
no aumento físico do corpo do parafuso, mas também na modificação do passo da
rosca, que conduz a valores de tensão muito menores, e na execução do parafuso
com caracterisitcas que permitem minimizar os efeitos da concentração de tensões e
da fadiga, todos relacionados com o raio de concordancia entre a cabeça e o corpo,
além de evitar a interferencia com a borda do furo que provavelmente se constitua no
principal fator que conduz à ruptura dos parafusos atualmente em utilização.
16.3 - As condições de dimensionamento dos parafusos pressupõem que a carga
total se distribua de forma igual sobre os mesmos. Tal condição depende
essencialmente de uma pré carga uniforme em todos os parafusos, a ser efetivada por
meio de torquimetro, a fim de evitar que alguns parafusos sejam sobrecarregados em
relação aos demais, modificando os resultados obtidos e podendo levar a condições
de solicittação capazes de definir danos aos mesmos. A fim de evitar que o cilindro
hidráulico principal se separe da estrutura da tesoura, deve ser aplicado o torque com
valor mínimo igual à 1874 Kgfm conforme definido no item 6.6.
16.4 - A própria condição de trabalho determina que os parafusos estejam
submetidos à uma condição de fadiga devido ao carregamento intermitente. A
diminuição do valor de pico da tensão intermitente reduz a condição de fadiga, e pode
ser obtida, ou pelo menos melhorada, através de condições de manutenção e de
trabalho adequadas, conforme exposto adiante.
16.5 – Conforme demonstrado no item 11, o rompimento das roscas de fixação dos
cilindros auxiliares não é definido pela tensão nas mesmas, mas pelas condições
operacionais inadequadas no que se refere à execução dos flanges de fixação, e da
manurtenção deficiente que permite o surgimento de folgas exageradas no conjunto
móvel. A execução de novos flanges que permitam fazer com que o conjunto movel
possa se deslocar dentro de pequenos valores, inerentes ao processo, permite
solucionar o problema. Tal providencia no entanto, depende essencialmente de um
processo de manutenção adequada no sistema guia da tesoura, com execução de
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novas guias de bronze e reusinagem dos assentos das mesmas, de modo a eliminar
as folgas exageradas existentes, que determinam que se criem condições que
permitam causar os danos às roscas. A ordem de grandeza das forças que surgem
em função das folgas não permite a solução do problema pela simples substituição
dos parafusos por outros com maiores dimensões, dependendo básicamente das
condições mecanicas adequadas do equipamento.
A melhoria das condições mecanicas conforme acima exposto, determina que as
hastes dos cilindros hidráulicos não sofram esforços horizontais. Tal condição permite
uma condição adequada das vedações dos cilindros, sem o que podem apresentar
vazamentos de óleo hidráulico e desgaste prematuro das mesmas e da bucha guia
inferior.
16.6 – O processo de remontagem da tesoura deve ser efetuado de acordo com as
instruções do fabricante no que se refere ao alinhamento dos cilindros hidráulicos,
conforme exposto no item 13, a fim de evitar esforços desnecessários sobre o cilindro
principal, provocados pelos cilindros auxiliares.
16.7 – A redução do esforço de corte conduz a melhores condições operacionais para
todo o conjunto de corte. Esta condição pode ser obtida através da utilização de folga
de corte correta entre as facas, e da utilização de facas de corte com condições
adequadas de operação, no que se refere à afiação. Esta ultima condição não é
cumprida quando da utilização de facas nas condições apresentadas no item 14, que
determina cisalhamento puro no material processado, com esforços muito superiores
aos necessários, sobrecarregando todo o equipamento.
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