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Sentido e Verificação* Moritz Schlick (excerto)

As questões filosóficas, se comparadas aos problemas científicos comuns, são


sempre estranhamente paradoxais. Entretanto, parece ser um paradoxo especialmente
estranho o fato de que o problema concernente ao sentido de uma proposição constitua
uma dificuldade filosófica séria. Com efeito, porventura não consiste a própria natureza
de toda e qualquer proposição em expressar ela mesma o seu sentido? De fato, quando
deparamos com uma proposição - em uma língua que nos seja familiar -, habitualmente
conhecemos de imediato o seu significado. Se não o conhecermos, alguém pode nolo
explicar, porém a explicação constará de uma nova proposição; e se esta nova
proposição for capaz de exprimir o sentido, por que razão a original não o terá
conseguido fazer? De tal maneira que uma pessoa comum, ao se lhe perguntar o que
quis dizer com um certo enunciado, poderia com plena razão responder o seguinte:
"Quis dizer exatamente o que disse".

É logicamente legítimo - constituindo o caminho normal na vida ordinária e


mesmo na ciência - responder a uma questão atinente ao sentido de uma proposição,
simplesmente repetindo-a de maneira mais distinta ou em palavras ligeiramente
diferentes. Em que circunstâncias, portanto, pode ter sentido inquirir pela significação
de um enunciado que temos bem presente aos olhos ou aos ouvidos? Evidentemente, a
única possibilidade é que não o tenhamos compreendido. Neste caso, o que na realidade
temos diante dos olhos ou aos nossos ouvidos não passa de uma seqüência de palavras
que somos incapazes de manejar; não sabemos como utilizá-las, como "aplicá-las à
realidade". Tal série de palavras é para nós simplesmente um conjunto de sinais
"destituído de significação", uma mera seqüência de sons ou uma pura seqüência de
sinais gráficos no papel, não tendo nós direito algum de denominá-la "uma proposição";
talvez possamos falar, no caso, de uma "frase" ou "sentença".

Se adotarmos esta terminologia, podemos agora facilmente livrar-nos do


paradoxo, dizendo que não podemos perguntar pelo sentido de uma proposição, contudo
podemos inquirir pelo sentido de uma "frase" ou "sentença", e que isto equivale a
perguntar "em lugar de que proposição está a frase ou sentença?" Esta última questão,
respondemo-la ou por uma proposição em uma língua com a qual estamos perfeitamente
familiarizados, ou indicando as regras lógicas que permitem transformar uma sentença
em uma proposição, isto é, indicando em que circunstâncias a sentença deve ser
empregada. Na realidade, esses dois métodos não diferem em princípio; ambos dão
sentido à sentença ou frase (em outros termos, ambos transformam-na em proposição).
localizando-a, por assim dizer, dentro do sistema de uma determinada língua ou
linguagem.

O primeiro método fa-lo-á empregando uma linguagem que já possuímos; o


segundo, construindo-a para nós. O primeiro método representa a espécie mais simples
da "tradução" comum; o segundo proporciona uma compreensão mais profunda da
natureza da significação, e deverá ser utilizado no intuito de superar dificuldades
filosóficas relacionadas à compreensão das sentenças. A fonte dessas dificuldades
encontra-se no fato de muitas vezes não sabermos como empregar as nossas próprias
palavras; falamos ou escrevemos sem antes termos concordado em uma gramática
lógica definida, que deve estabelecer o significado dos nossos termos. Cometemos o
erro de pensar que conhecemos o sentido de uma frase ou sentença, ou seja, que a
compreendemos como uma proposição, quando estamos familiarizados com todos os
termos que nela ocorrem.

Todavia, isto não é suficiente. Não conduzirá isto à confusão ou erro enquanto
permanecermos no âmbito da vida de cada dia que formou as nossas palavras e para o
qual estas são adequadas; entretanto, tornar-se-á fatal no momento em que tentarmos
refletir sobre problemas abstratos com os mesmos termos, sem fixar diligentemente o
seu significado para a nova finalidade. Com efeito, cada palavra tem um determinado
sentido ou significação somente dentro de outro contexto definido no qual foi inserida e
ao qual foi adaptada; em qualquer outro contexto carecerá inteiramente de significação,
a não ser que formulemos novas regras para o emprego da palavra no mesmo caso; ora,
isto pode ser feito, ao menos em princípio, de maneira muito arbitrária. Consideremos
um exemplo. Se um amigo me dissesse: "Leva-me a um país , onde o céu é três vezes
mais azul do que na Inglaterra", não saberia eu como satisfazer a tal desejo. A sua frase
se me antolharia carente de sentido, pois o termo "azul" é empregado de uma forma não
prevista pelas normas da nossa linguagem.

A combinação de um número com a designação de uma cor não ocorre nesta


linguagem; por este motivo, a frase de meu amigo não tem sentido, ainda que a sua
forma lingüística externa seja a de uma ordem ou a de um desejo. Todavia, meu amigo
pode naturalmente dar um sentido à sua frase. Se lhe perguntar: "O que entendes por
'três vezes mais azul'” poderá ele indicar arbitrariamente certas circunstâncias físicas
definidas com respeito à serenidade do céu, circunstâncias essas que deseja ver
expressas na descrição contida na sua frase. Então serei talvez capaz de atender à sua
ordem; o seu desejo adquirirá sentido para mim. Desta forma, toda vez que fazemos,
com respeito a uma frase, a pergunta, "Que significa ela", o que esperamos é uma
indicação das circunstâncias nas quais a frase deve ser empregada; desejamos uma
descrição das condições em que a frase ou sentença formará uma proposição verdadeira,
e das condições em que a proposição é falsa.

Assim sendo, o significado de uma palavra ou de uma combinação de palavras


será determinado por uma série de normas que regulam o seu uso e que, segundo
Wittgenstein, podemos denominar normas da sua gramática, tomando este termo no seu
sentido mais amplo. Enunciar o sentido de uma frase equivale a estabelecer as normas
segundo as quais a frase deve ser empregada, o que significa enunciar a maneira pela
qual se pode constatar a sua verdade (ou a sua falsidade). O significado de uma
proposição constitui o método da sua verificação (grifo nosso). As regras "gramaticais"
consistirão em parte em definições comuns, ou seja, em explanações de palavras através
de outros termos, e em parte no que se denomina definições "indicativas", isto é,
explicações através de um método que utiliza as palavras segundo o uso efetivo.
A forma mais simples de uma definição indicativa consiste em um gesto
indicativo combinado com a pronúncia de uma palavra, assim como quando ensinamos
a uma criança o sentido do termo "azul'' mostrando-lhe um objeto azul. Contudo, na
maioria dos casos a definição indicativa reveste uma modalidade mais complexa; não
podemos apontar um objeto que corresponda a palavras como "porque", "imediato",
"acaso", "de novo", etc. Nestes casos exigimos a existência de certas situações
complexas, sendo o significado das palavras definido pela maneira em que as
empregamos nessas diversas situações. É manifesto que, para compreendermos uma
definição verbal, devemos antecipadamente conhecer o sentido das palavras
explicativas, assim como é óbvio que a única explicação que pode funcionar sem
qualquer conhecimento prévio é a definição indicativa. Daqui concluímos que não
existe nenhuma possibilidade de entender um sentido sem referir-nos em última análise
a definições indicativas, o que implica, em um sentido óbvio, referência à "experiência"
ou à "possibilidade de verificação". Esta é a situação, parecendo-me nada haver mais
simples ou menos sujeito a dúvida. Esta - e nada mais - é a situação que descrevemos ao
afirmar que o sentido de uma proposição somente pode ser encontrado indicando-se as
normas da sua verificação na experiência.

Esta tese tem sido designada com a expressão "teoria experimental do sentido"
(teoria hermenêutica experimental). Ora, é certo que não se trata absolutamente de uma
teoria, porquanto o termo "teoria" é empregado para designar uma série de hipóteses
acerca de uma determinada matéria, e a nossa tese não envolve hipótese alguma, uma
vez que não pretende ser outra coisa senão uma simples afirmação do modo como na
realidade se apura o sentido das proposições, tanto na vida cotidiana como na ciência.
Jamais existiu alguma outra maneira para isto, e seria erro grave supor que descobrimos
um novo conceito de sentido, o qual seria contrário à concepção comum, conceito este
que pretenderíamos introduzir na filosofia. Pelo contrário, o nosso conceito não somente
concorda inteiramente com o senso comum e com o método científico, senão que deles
deriva.

Embora o critério por nós adotado sempre tenha sido empregado na prática,
muito raramente foi formulado no passado, constituindo esta circunstância
possivelmente a única razão das tentativas feitas por tantos filósofos para negar a sua
plausibilidade. O caso mais conhecido de uma formulação explícita do critério por nós
defendido é a resposta de Einstein à seguinte questão: "Que queremos dizer ao falar de
dois eventos que acontecem simultaneamente em lugares distantes?" A resposta de
Einstein consistiu na descrição de um método experimental, através do qual se
constatou com certeza a simultaneidade de tais eventos. Os filósofos opositores de
Einstein mantinham - sendo que alguns deles continuam a manter - que sabiam o
sentido da referida questão independentemente de qualquer método de verificação.
Quanto a mim, não faço outra coisa senão aderir decididamente à posição de Einstein e
não admitir nenhuma exceção dela divergente. Não estou escrevendo para aqueles que
acreditam estarem com a razão os filósofos adversários de Einstein.
Excerto de “A eliminação da metafísica”, de Carnap

(...)
Vamos resumir o resultado de nossa análise. Tomemos "a" como sendo qualquer
palavra e "S(a)" como sendo a sentença elementar na qual ela ocorre. Deste modo, as
condições suficiente e necessária para "a" ser significativa podem ser dadas por cada
uma das seguintes formulações, que em última análise dizem a mesma coisa:

1. Os critérios empíricos para "a" são conhecidos.


2. Foi estipulado a partir de quais sentenças protocolares "S(a)" é dedutível.
3.As condições de verdade para "S(a)" estão fixadas.
4. O método de verificação para "S(a)" é conhecido.

3. Palavras Metafísicas sem Significado

Muitas palavras da metafísica podem ser agora exibidas como não preenchendo
a exigência acima e, portanto, como sendo destituídas de significado.
Tomemos como um exemplo o termo metafísico "princípio" (no sentido do
princípio do ser, e não princípio do conhecimento ou axioma). Diversos metafísicos
oferecem uma resposta à questão de qual é o (mais alto) "princípio do mundo" (ou das
"coisas", da "existência", do "ser"), por exemplo, a água, o número, a forma, o
movimento, a vida, o espírito, a idéia, o inconsciente, a atividade, o bom etc. A fim de
se descobrir o significado da palavra "princípio" nesta questão metafísica, devemos
perguntar ao metafísico sob quais condições um enunciado da forma "x é o princípio de
y" seria verdadeiro e sob quais condições seria falso. Em outras palavras: devemos
perguntar pelo critério de aplicação ou pela definição da palavra "princípio". O
metafísico replica mais ou menos assim: "x é o princípio de y" significa "y se origina de
x", "o ser de y reside no ser de x", "y existe em função de x" etc. Mas estas palavras são
ambíguas e vagas. Freqüentemente elas têm um significado claro; por exemplo, dizemos
de uma coisa ou processo y que ele "se origina de" x quando observamos que as coisas
ou processos do tipo x são em geral ou invariavelmente seguidas pelas coisas ou
processos do tipo y (conexão causal no sentido de uma sucessão em conformidade a
leis). Mas o metafísico afirma-nos que ele não pretende se referir a esta relação
empiricamente observável. Pois neste caso suas teses metafísicas seriam apenas
proposições empíricas do mesmo tipo das proposições da física. A expressão "se origina
de" não é pretendida, aqui, como uma relação de seqüência temporal ou causal, que é o
que normalmente a palavra significa. Entretanto, nenhum critério é especificado para
qualquer outro significado. Conseqüentemente, o alegado significado "metafísico", que
a palavra supostamente possui em contraste com o significado empírico mencionado,
não existe. Se refletimos acerca do significado original da palavra "principium" (e da
palavra grega correspondente, αρχή), percebemos o mesmo desenvolvimento. A palavra
é explicitamente destituída de seu significado original "início"; ela supostamente não
significa o temporariamente anterior a algo, mas anterior com respeito a algum outro
tipo de consideração especificamente metafísica. Contudo faltam, nesta "consideração
metafísica", os critérios. Em ambos os casos, então, a palavra foi destituída de seu
significado anterior sem receber um novo significado; a palavra permanece como um
casco vazio. Em decorrência de um período anterior de uso significante, a palavra
permanece ainda conectada associativamente com várias imagens mentais; estas, por
sua vez, associam-se a novas imagens e sentimentos mentais no novo contexto de uso.
Mas a palavra não se torna, por isso, significativa; e permanece como sem significado
na medida em que nenhum método de verificação pode ser descrito.
Outro exemplo é a palavra "Deus". Devemos aqui, exceto as variações de seu uso em
cada domínio, distinguir o uso lingüístico em três diferentes contextos ou épocas
históricas que, no entanto, sobreporam-se temporariamente. Em seu uso mitológico, a
palavra tem um significado claro. Ela, ou palavras paralelas em outras linguagens, é
algumas vezes usada para denotar seres físicos que são entronados no Monte Olímpo,
no Céu ou no Hades, e que são dotados de poder, sabedoria, bondade e alegria em maior
ou menor grau. Algumas vezes a palavra também se refere a seres espirituais que, de
fato, não possuem corpos humanos, mas se manifestam de algum modo em coisas ou
processos do mundo visível e são portanto empiricamente verificáveis. Em seu uso
metafísico, por outro lado, a palavra "Deus" refere-se a algo que excede a experiência.
A palavra é deliberadamente despojada de sua referência a um ser físico ou ser
espiritual que é imanente no [mundo] físico. E como não é dado um novo significado,
ela torna-se sem significado. Para ser exato, freqüentemente parece que a palavra
"Deus" tem um significado mesmo na metafísica. Mas as definições que são postas
revelam-se, numa inspeção cuidadosa, pseudodefinições. Elas levam ou a uma
combinação logicamente ilegítima de palavras (trataremos disto mais tarde) ou a outras
palavras metafísicas (por exemplo, "base primordial", "o absoluto", "o incondicionado",
"o autônomo", "o autodependente" etc), exceto no caso das condições de verdade de
suas sentenças elementares. No caso desta palavra, nem mesmo a primeira exigência da
lógica, que é a exigência para especificar sua sintaxe, isto é, a forma de sua ocorrência
nas sentenças elementares, é preenchida. Uma sentença elementar deveria ter a forma "x
é um Deus"; contudo, o metafísico ou rejeita inteiramente esta forma sem substituir por
outra, ou aceita esta forma, ele é negligente para indicar a categoria sintática da variável
x. (Categorias são, por exemplo, coisas materiais, propriedades das coisas, relações
entre as coisas, números etc.).
O uso teológico da palavra "Deus" está entre seu uso mitológico e metafísico.
Não há significado distinto aqui, mas uma oscilação entre um dos dois usos antes
mencionados. Muitos teólogos possuem um conceito claramente empírico (em nossa
terminologia, "mitológico") de Deus. Neste caso não há pseudo-enunciados; mas a
desvantagem para o teólogo está na circunstância de que, de acordo com esta
interpretação de que os enunciados da teologia são empíricos e, portanto estão sujeitos
aos julgamentos da ciência empírica. O uso lingüístico de outros teólogos é claramente
metafísico. Além disso, outros não falam de forma definida, seja porque eles agora
seguem isto, este uso lingüístico, seja porque eles se expressam em termos cujo uso não
é claramente classificável, pois tende em direção a ambos lados.
Assim como nos exemplos mencionados, "princípio" e "Deus," a maioria dos
outros termos especificamente metafísicos é destituída de significado, por exemplo, "a
Idéia", "o Absoluto", "o Incondicionado", "o Infinito", "o ser do ser", "não ser", "coisa
em si", "espírito absoluto", "espírito objetivo", "essência", "ser em si", "ser em si e para
si", "emanação", "manifestação", "articulação", "o Ego", "o não-Ego" etc. Estas
expressões estão no mesmo barco que "teavy", nosso exemplo previamente fabricado. O
metafísico nos diz que as condições de verdade empíricas não podem ser especificadas;
se ele acrescenta que não obstante ele "entende" alguma coisa, sabemos que isto é
apenas uma alusão a imagens e sentimentos associados que, no entanto, não dotam a
palavra de um significado. Os alegados enunciados da metafísica que contêm tais
palavras não têm sentido, nada afirmam, são apenas pseudo-enunciados.
Investigaremos, depois, a explicação da origem histórica dos pseudo-enunciados.

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