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PLENÁRIO - 08-09-2015
Obrigado, Governador.
O que o Brasil espera e o Rio de Janeiro espera para atravessar essa fase
difícil da vida nacional é que sejamos capazes de sentar à mesa, e mesmo num
momento de muita dificuldade, encontrar caminhos para a retomada do
crescimento, para recuperação de empregos, pois já se perdem centenas de
milhares de empregos mensalmente no País. Isso é muito ruim para o povo
brasileiro e é preciso recuperar.
Quero agradecer, Governador, porque todas as vezes que esta Casa precisou
abrir o diálogo com V.Exa. teve as portas abertas, todas as vezes que foram
chamados aqui técnicos do Governo, sejam secretários, diretores,
superintendentes, presidentes de órgãos, todos vieram a esta Casa, seja nas
Comissões Técnicas, seja no Colégio de Líderes, e esta Casa, independente de
composição plural, diversificadas nos mais diversos partidos, partidos de
oposição, partidos independentes e partidos que são da base do Governo, não
há diferença. Na hora de pensar, o Estado do Rio de Janeiro têm pensado
igualmente, independente das posições ideológicas, das posições políticas,
porque os 70 Deputados são cientes de que devemos colaborar com altivez,
evidentemente, com harmonia, mas em busca de soluções negociadas para
fazer essa travessia neste momento difícil.
O SR. LUIZ FERNANDO PEZÃO – Bom dia, Sr. Presidente, Deputado Jorge
Picciani. Quero saudar a Deputada Ana Paula Rechuan; saudar o nosso
Deputado Dr. Julianelli, é um prazer imenso vê-lo aqui; saudar a Dulce
Ângela, representando Márcio Capute; o Prefeito de Quatis, Bruno; o Prefeito
de Resende, Rechuan; o Prefeito de Três Rios, Vinícius Farah; saudar o Sr.
Wesley Custódio, presidente do Cluster Automotivo; saudar o Lelis,
Presidente da Fetranspor; Carlos Mariano, Vice-presidente da Firjan; a
Eugênia de Melo, Superintendente Nacional Estratégia para Micro e Pequeno
Empreendedor da Caixa Econômica Federal; Bernardo Hauch, Gerente de
Departamento do BNDES; meu querido Domingos Vargas; a Roberta Maia e
o Renato Regazzi, Gerente do Sebrae.
O Governo do Estado vem em todos esses meses com dificuldade que passa a
indústria nacional, preocupada com aquela região que se tornou o segundo
polo automotivo do País. Estamos procurando incentivar, pelos mecanismos
do Governo do Estado. Tenho discutido quase que mensalmente com o setor.
Conseguimos algumas vitórias na pauta de reivindicações do setor na
infraestrutura. Está para começar a nossa segunda pista de descida da Serra
das Araras, que é um transtorno.
Assim como outras propostas que eu tenho feito, como à Volks. Com nossos
impostos, poderíamos ver para comprar ônibus escolares para ajudar os
municípios. Nós estamos desenvolvendo diversos projetos que esperamos
ajudar a indústria, também o Governo do Estado, a nossa população e os
trabalhadores.
Picciani, você é uma pessoa que eu tenho certeza de que sempre está sempre
preocupado com a prosperidade, com o emprego, com a renda. Temos que
fazer os ajustes que são necessários na máquina pública, mas não podemos
deixar de crescer, de pensar no emprego, de pensar na prosperidade. E eu
quero colocar o Governo do Estado aqui também nessa sintonia com
Assembleia para vermos formas de incentivar o emprego e a renda dentro do
Estado.
Meu muito obrigado. Tenho que sair porque hoje estamos instalando, e há
Deputados que estarão lá presentes, a nossa Agência Metropolitana e
anunciando um plano diretor, com o nosso querido Jaime Lerner e com o
escritório de Barcelona, para toda a Região Metropolitana do Rio fazer um
planejamento estratégico, ver as áreas, discutir com as Câmaras, com o
Parlamento Legislativo e com os prefeitos uma forma melhor de
desenvolvermos a Baixada, São Gonçalo, Niterói, Itaboraí e toda a nossa
Região Metropolitana.
Nós sabemos que a indústria automobilística, dez anos atrás, cresceu de forma
importante. Mas desde 2104 esse mercado já vem sofrendo. Nós tínhamos, em
2013, 15 mil empregos na indústria automobilística. E hoje nos só temos 12
mil. Houve uma queda de 3 mil empregos.
E o que queremos discutir aqui antes de tudo são formas de diminuir os custos
das empresas. Uma delas, melhorando a logística dos funcionários, que, hoje,
no ir e vir para suas empresas, dependem de transporte fretado. E também do
transporte de cargas, que precisa ser reavaliado. Nós queremos propor uma
nova forma de transporte desse funcionário, criando linhas alternativas de
ônibus que possam entrar no polo automotivo para diminuir o custo que essas
empresas hoje têm nessa questão.
Então nós queremos propor linhas de crédito para essas compras e até redução
de IPVA quando essas compras foram coletivas.
Essas são algumas das questões que nós queremos colocar aqui porque a nossa
preocupação, antes de tudo, é com as pessoas, com as famílias. Hoje, nós já
estamos sofrendo a diminuição do comércio local, a diminuição de vagas,
lojas sendo fechadas, empresas que hoje já estão fechando na nossa região.
Hoje, nós já estamos enfrentando também diminuição de pessoas com plano
de saúde, impactando de forma importante na nossa unidade pública de saúde.
Quando vamos para Região Sul Fluminense, estamos falando que, hoje, na
região, representamos hoje, no ano e 2015, 6,1% dos cerca de 1.3 bilhão de
veículos e caminhões produzidos até julho.
O Estado tem potencial para ser o segundo maior polo automotivo nacional,
como disse o Governador Pezão. O setor industrial já representa quase 50%
do PIB da Região Sul Fluminense, quase 26% do PIB do Rio de Janeiro.
Aproximadamente sete bilhões foram investidos na região nos últimos anos.
Hoje, essa indústria opera com uma ociosidade de 65% da sua capacidade
produtiva, uma ociosidade extremamente grande, o que gera diminuição de
empregos, que a Deputada Ana Paula Rechuan mencionou, e também outros
que as empresas estão conseguindo contornar diante da crise.
A parte de caminhões, caiu 20,7%, entre 2013 e 2014; agora, tem uma queda
mais acentuada de 45,4%.
Caminhões – teve 16% entre 2013 e 2014 e 42% entre 2014 e 2015.
Nós temos uma redução, no cenário nacional, entre julho de 2014 e julho de
2015 de quase 13.400 empregos, ou seja, uma queda de 9,7% somente na
indústria automotiva, entre 2014 e 2015. Hoje, o setor automotivo, na Região
Sul Fluminense, emprega em torno de 12 mil empregados. Como Ana Paula
mencionou isso, no passado, foi 15 mil. Então, nós já temos uma redução de
três mil.
Então, nós tivemos algumas ações que todas as empresas da região adotaram
para manutenção do emprego.
Então, essas seriam ações para que aumentemos a venda de veículos e isso
também interfere diretamente na manutenção dos empregos.
Nós temos hoje um custo de energia elétrica extremamente alto. Só para se ter
uma ideia, o custo da energia, o megawatt no Brasil é o dobro da média dos
países mais industrializados. Então, nós temos uma energia extremamente
cara para o nosso setor produtivo.
Então, são estes os slides que eu tinha com relação às empresas da região Sul
Fluminense, setor automotivo.
O grande setor que representa essa nova situação do Estado do Rio de Janeiro
é o setor de óleo e gás, em função de a natureza nos ter dotado dessas grandes
reservas e, ao mesmo tempo, podemos treinar – e aí vem o papel da Firjan – as
pessoas para essa atividade. E o setor automobilístico certamente, na análise
de todos nós, é um setor chave do Estado do Rio de Janeiro.
Nós, na Firjan, eu tenho até pequenas notas aqui, para não errar, fizemos um
investimento de mão de obra qualificada. O Sistema Firjan entregou ao setor
duas escolas do Senai com tecnologia de ponta, uma em Volta Redonda,
equipada com simuladores de solda, empilhadeiras, diversos laboratórios,
metrologia, hidráulica e pneumática. E o Senai de Resende foi modernizado e
adaptado para atender às demandas de qualificação profissional do setor
automotivo, e está instalado numa área de 9.000 m2, contando com 38 salas
de aula, capacidade para formar 8.000 alunos por ano, equipadas com
simuladores, soldas.
Não podemos deixar esse grupo. Já vi que perdemos três mil empregos, mas
vamos procurar formas de cooptar novas ideias.
Muito obrigado pela atenção de todos, e mais uma vez a Firjan está à
disposição da indústria, à disposição do Estado.
Quer dizer, foram tantos que compuseram num momento em que o Rio de
Janeiro precisa reunir suas entidades e a sociedade civil para dizer o seguinte:
a população está à frente dos governos, está acima dos interesses individuais
do Parlamento, dos Poderes Executivos, e temos que encontrar soluções para
o Rio de Janeiro.
Acredito que a imprensa, tanto que o Jornalista Roberto Marinho deu nome ao
Fórum, foi fundamental para que viéssemos fazendo essa transição e o Rio de
Janeiro voltasse a crescer.
Tivemos um momento muito bom, durante, pelo menos, seis anos da nossa
economia crescendo na faixa de 7% real, portanto acima da inflação, ou seja,
um momento muito auspicioso.
De 2013 para cá, já não vivemos momentos tão bons e somos pegos muito,
como o Dr. Carlos Mariani pegou pelo perfil da nossa economia muito
centrada, 1/3 do nosso PIB está na indústria de óleo e gás, e aí vem a indústria
automotiva, metalúrgica, siderúrgica, polo cervejeiro, mas tudo isso está
atingido por essa crise nacional.
Quando falamos do setor, existe uma cadeia produtiva muito ampla desde a
siderurgia, desde a fábrica de pneus, desde setores envolvidos no Sul
Fluminense temos mais 300 mil empregos formais. São dados oficiais
elaborados a partir da RAIS de 2014. O peso da economia Sul Fluminense é
muito importante para que não tenhamos medidas ativas, pró-ativas para
manter esse emprego formal nessa região.
Não vou falar do informal. Sabemos por estatística maior do IBGE que é um
peso muito grande o emprego informal em toda a economia brasileira.
Vejam só. Os dados e previsão que teríamos até há algum tempo previam que
teríamos a possibilidade de chegar a R$ 37 bilhões de faturamento dentro das
empresas todas. Chegaríamos a mais de 30 mil empregos só para o setor.
Projeções que mostram a perspectiva, a possibilidade de que vem conduzindo
o processo de desenvolvimento regional e chegarmos a ser o segundo polo
automotivo do país, como bem disse o nosso Governador há pouco. Tem uma
importância que não pode ser subestimada, ao contrário, bastante estimulada.
O setor hoje tem uma carga tributária de 32%, o que significa que, da tarifa
cobrada, se recolhem 32%; de cada 1 real, 30% vão para as várias entidades
governamentais, desde o Governo Federal até o Governo Estadual. Esse daí
poderia ser pelo IPVA que não existe na maioria dos Estados, ou pelo ICMS,
numa política de incentivo à compra de veículos no Estado do Rio de Janeiro.
Outro ponto muito importante que observamos: além da Via Dutra, quando se
fala em transporte se fala muito na ponta final de toda uma cadeia produtiva.
Quando se fala em ônibus, metrô e trem tem que se olhar previamente a
infraestrutura que está por detrás. Se você comprar o melhor veículo e deixar
parado num posicionamento, não terá um bom transporte.
Por isso, os projetos de BRT da Cidade do Rio de Janeiro são uma proposta
que fazemos também para a Região Metropolitana. É um sistema que custa
menos de 8% de outros sistemas, de outros modais; é barato, rápido e dá para
fazer em dois anos.
Fizemos 705 mil viagens semanais com 130 tarifas diferenciadas, e nossa
proposta é reduzir para 17 de maneira neutra e que possa viabilizar a
introdução. Temos também a previsão de fazer ali simulações do que poderia
ser feito, dependendo do valor ele atingiria uma curvação de 12 %, o número
de pessoas pode ser de três milhões em viagens ou até de 14milhões, o que
mais se adequar à realidade econômica que o Estado defina a seguir.
Temos o cadastro de cada cidadão com CPF, nome, endereço, local em que
trabalha e prestamos conta on-line, diariamente, ao governo estadual de cada
viagem que ele realiza para a partir daí ele fazer o pagamento da diferença
daquela viagem que ele realizou.
Basicamente, são três ou quatro ideias que colocamos aqui. É isso que eu
queria mostrar: que os resultados são significativos; a projeção de redução, se
fizermos aqui no Bilhete Único, dará um ganho muito grande; e a
transparência do recurso público, mostrando ele claro, usado para quem de
direito, com a foto de cada usuário do Bilhete Único intermunicipal, que nós
poderíamos levar para outras regiões do Estado.
Sei que tem aqui nesta Casa alguns Deputados que já propuseram para outras
regiões, Região dos Lagos, Região Serrana, e pode se viabilizar sim, através
de um maior controle da imunidade à fraude sem constrangimento. Então, é
uma questão que levantamos que é de todo interesse da sociedade fluminense.
Dito isto, quero agradecer a oportunidade. Espero ter colocado algumas ideias
para reflexão dos Srs. Deputados e Prefeitos.
Os prazos da operação, eles variam de acordo com o projeto que vai ser
financiado. Então, aqui, eu não poderia falar “o prazo é de 60 meses ou é de
96 meses”. Vai depender do projeto a ser financiado. Mas a superintendência
regional ou as agências da Caixa, elas estão, sim, preparadas para que ajudem
a avaliar o projeto e verificar as melhores condições.
Outra linha que foi, outra frente que a gente lançou, nesse convênio assinado,
com a Anfavea, Sindipeças e Fenabrave, foi no sentido de conhecer capital de
giro, solução de capital de giro para as empresas, de qualquer porte de
empresa.
E essa linha de capital de giro, a gente segregou em outras duas linhas, vamos
dizer assim. A primeira delas vai diretamente atender a fornecedores da cadeia
de setor automotivo, no seguinte sentido: cada montadora associada à
Anfavea, ou cada grande sistemista associado, por exemplo, ao Sindipeças, ele
vai fazer uma adesão ao convênio assinado e, a partir desse momento, todos
os seus fornecedores passam a ser beneficiados nesse convênio assinado.
Então, se a gente tiver o banco de dados das empresas, a gente vai poder agir
com mais rapidez na avaliação das empresas e dar uma solução mais rápida.
Então, esse convênio também teve esse objetivo.
Outra linha, então, além da antecipação dos contratos firmados, a gente sabe
que, neste segundo semestre, para a maioria das empresas, e não só do setor
automotivo, mas a maioria das empresas, a gente sabe que o segundo semestre
é bastante custoso para as empresas. São vários compromissos financeiros que
as empresas têm: pagamento do 13°; pagamento de tributos, de impostos;
formação de estoque.
Taxas de juros. A gente tem taxa de juros que parte de TR + 0,83% ao mês -
evidentemente que com recurso direcionado, recurso PIS, que é recurso finito
-, até taxa de juros variando de acordo com o risco da empresa, de acordo com
o prazo da operação. Mas a gente tem certeza de que as nossas taxas de juros
estão adequadas, estão corretas, vamos dizer assim.
E a gente também tem condições especiais para cada empresa que neste
momento firmar um compromisso com a gente de se esforçar a não demitir.
Evidentemente, a gente não tem o compromisso de não demitir. A gente sabe
que há condições em que não é possível. Mas a gente está pedindo um
compromisso de mais esforço para que não faça a demissão. É uma forma que
a Caixa tem também de apoiar nesse momento e de contribuir para que a gente
tenha uma final de ano melhor, com menos demissões, possibilitando essa
carência, essa taxa de juros - as nossas taxas de juros estão adequadas -, esse
prazo alongado, com prazo de até 60 meses para pagar. Carência de seis
meses também para começar a pagar.
E a gente sabe que nesse momento de crise, às vezes, é necessário fazer algum
investimento. E é esse o nosso objetivo, preparar-nos para uma condição
melhor. “Ah, estou gastando muito em energia. Então será que se eu fizer
algum investimento aqui eu vou melhorar minha condição?” Então, é nesse
sentido que a gente está oferecendo também linhas de investimento para o
setor.
E, assim, quero dizer para vocês que a Caixa inteira, de Norte a Sul do Brasil,
em especial para a região do Sul Fluminense, e a gente está aqui convidado
por vocês, está à disposição para qualquer necessidade, qualquer
esclarecimento e realmente à disposição de vocês para apoiar no que for
preciso. A Caixa está à disposição. A gente acha que é essa uma solução, todo
mundo junto, unido, para sair dessa crise.
O que quero ilustrar é que a ação do BNDES é muito mais ampla do que a
venda pura e simples de caminhões e ônibus. Nós temos o financiamento para
investimento. Nós atuamos em todos os pontos.
Falando um pouco sobre Finame, de fato, nós temos uma presença muito
importante nas vendas de veículos pesados. O que a gente pode ver no gráfico
ali mostrado, a curva azul são os desembolsos do BNDES, em reais de 2014; a
curva vermelha são os emplacamentos de ônibus e caminhões. Vemos uma
correlação altíssima. De fato, é grato ao BNDES ver, é uma contribuição
relevante para a modernização do maquinário no Brasil.
Trouxe algumas taxas com que trabalhamos, mais para mostrar que, além da
venda pura e simples de ônibus e caminhões, que hoje a gente trabalha no PSI,
eu quero ressaltar que temos dimensões que diferem a nossa taxa conforme
priorizações do banco. Uma delas é o trabalho com micro e pequenas
empresas, isso sempre tem um custo melhor no BNDES; outra é a dimensão
social. Temos a linha do pró-caminhoneiro, porque caminhoneiros e
microempresários podem fazer compras com taxas menores.
Saindo um pouco da parte da Finame, que responde por esse quadro azul,
gostaria de destacar que somos o maior financiador de inovação e engenharia
na indústria automotiva. Essa é uma das grandes prioridades do banco, a
inovação.
Diferentemente dos outros dois, é um bem de consumo. Então, ele está muito
atrelado à melhoria das condições macroeconômicas, especificamente de
emprego e renda. Afinal, quem é que vai se endividar para comprar um novo
automóvel, se está enxergando que nos próximos dias pode perder o emprego?
Então, a melhoria das condições é fundamental.
Era isto o que eu tinha para dizer. Quero agradecer novamente o convite e me
colocar à disposição para perguntas e para o que eu puder ajudar nos próximos
passos. (Palmas)
A AgeRio atua de duas formas bem distintas. Uma, junto com a Sedeis, que é
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e
Serviços, e a Codin, na atração das empresas. Temos aqui diversos clientes, a
Peugeot, a Mantz, etc. Essa cadeia automotiva vem dando muito certo, vem
colocando o Rio de Janeiro em condições de ser brevemente o segundo polo
automotivo do Brasil. Agora, inclusive, em março já podemos comemorar a
plena condução da Land Rover, começa já agora em março.
Quero ser bem objetivo, dizer que nós atuamos diretamente, como eu disse,
atraindo as grandes empresas para o Rio de Janeiro, e indiretamente com as
micro e pequenas empresas. Somos agentes financeiros da Finep. Portanto,
podemos propiciar, para inovação, um financiamento diferenciado. Por
sermos agentes exclusivos da Finep, temos taxas de juros diferenciadas.
Nossas taxas de juros vão de 6,5% a 7,5%.
Com relação a máquinas e equipamentos, financiamos com recursos do
BNDES, somos agentes financeiros do BNDES. Podemos atuar de 7% a
9,5%, também é um diferencial. Estamos desenvolvendo com a indústria de
fundos, no momento, um FIDC que vá de encontro a um velho pleito da
cadeia produtiva, com o objetivo de fazer uma operação similar ao desconto
de títulos. Também atuamos na AgeRio como o agente que ajuda na
assessoria de projetos. Estamos à disposição dos empreendedores para
trabalhar junto aos projetos, identificar a melhor forma de desenvolvê-los. E
também trabalhamos de maneira associada, sindicalizando operações, tanto
com o BNDES quanto os bancos privados, a Caixa e o Banco do Brasil. É
importante dizer que a agência de fomento no Rio de Janeiro trabalha de
forma transversal, procurando identificar as melhores oportunidades.
Por favor.
Quero lembrar alguns aspectos que a Secretaria tomou a frente, junto com os
dois Governadores - tanto Sérgio Cabral quanto agora Pezão -, que estiveram
à frente, tanto é que as ideias que o Governador Pezão aqui expôs em relação
à infraestrutura, que está ainda levando mais assuntos para Brasília, ainda esta
semana, são parcerias que vêm dessa organização do Cluster, e aproveito para
cumprimentar o atual presidente do Cluster, e os outros também – Saltini,
Fernanda, Adilson, que acho que estava também aí, que foi presidente do
Cluster -, e nós fizemos parte desde o primeiro momento do Cluster,
exatamente para ver os gargalos e as dificuldades.
Eu estava vendo os dados de exportação, Sr. Presidente, e acho que esta Casa
terá um papel preponderante para levar às negociações com outros países,
sobretudo às negociações bilaterais, abrindo novos mercados para exportação
do Rio de Janeiro.
Estamos vendo aqui, por exemplo, que em Resende, de janeiro a julho, houve
aumento de exportação de veículos, enquanto, naturalmente, Porto Real sofreu
uma queda e Itatiaia aumentou também. Então, é um novo mercado, é um
mercado que se abre sem dúvida alguma agora para os produtos de qualidade
e com competência profissional que nós temos aqui pelo nosso parque já
demonstrado.
Outro ponto de estratégia importante, para nós, que eu quero frisar é a questão
da exportação, quero frisar também que a Secretaria está pronta, não só pronta
como vem fazendo todas as análise possíveis de incentivo de trás para a
frente, de frente para trás, da melhor maneira de encontrar a saída e a
melhoria. Estamos aqui com alguns prefeitos que sabem bem como nós
trabalhamos, e o Sr. Presidente é testemunho, eu espero, desse trabalho
conjunto que fazemos.
Vamos sair, sem dúvida alguma, desse momento difícil, tenho certeza disso.
As estratégias estão para serem discutidas, avalizadas, consensualizadas, na
medida do possível, como tão bem disse o senhor, no início.
E este é o melhor Fórum, é a melhor Casa, porque vamos precisar, sem dúvida
alguma, de leis específicas, vamos ter que ter o apoio desta Casa - como foi
bem lembrando pelo Governador Pezão, nós já tivemos este ano seis medidas
aprovadas, já leis aprovadas que dizem respeito à economia, exatamente para
nos ajudar e ajudar o Poder Executivo e o Estado, como um todo, a saírem
desse momento.
Sr. Presidente, quero frisar mais uma vez que a nossa estratégia passa por esta
Casa, sem dúvida alguma. Aumentar a exportação, e aumentar significa
trabalhar junto ao Governo federal para aumentar as negociações de governo
para governo, abrir mercados novos. Temos possibilidade de tê-los hoje e
tanto o mercado interno também.
Hoje, o Brasil tem apenas seis pessoas por veículos, enquanto a Argentina,
nossa vizinha, tem quatro por veículos. Então, nós temos um mercado grande
a aumentar, a melhorar e será, sim, com a batuta dos senhores, tanto do Sr.
Presidente, da Sra. Deputada Ana Paula Rechuan, que também seguem esse
setor, como também do nosso Governador Pezão.
Temos uma pergunta que acredito, Roberta, que é para você. Você ficou
caladinha aí, não quis falar, mas agora segue uma pergunta que acredito seja
para você. A pergunta é feita pelo André Luiz Amêndola, presidente do CDL
de Resende.
“Sabemos que o imposto estadual ICMS que compõe o custo dos produtos
automotivos e que a taxa do mesmo no Estado do Rio de Janeiro é de 19%,
uma das maiores do país, qual seria a possibilidade e o impacto de se
equiparar aos 12% praticados no Estado limítrofe à região Sul fluminense e a
São Paulo, mesmo que por um período determinado?”
Vou fazer chegar às suas mãos, Roberta. O som, por favor. Vê se esse está
funcionando, por favor.
Peço desculpas pelo compromisso do Júlio Bueno, mas – a Dulce disse muito
bem – nós estamos sempre juntos construindo soluções para melhorar a
situação do Estado, mantendo a competitividade.
Essa questão tributária é rigorosamente complexa, tem que ser estudada caso a
caso. Eu complementaria a fala da Roberta dizendo que o Governo do Estado
tem sempre estado presente. Hoje mesmo, teremos uma rodada de negociação
aqui sobre o Fundo Estadual de Desenvolvimento de Habitação, Econômico e
Social do Estado do Rio de Janeiro, com a presença do Secretário da Casa
Civil e, provavelmente, de outros Secretários e com o Colégio de Líderes.
Este debate, Presidente do CDL, é permanente entre o setor produtivo, o
Poder Executivo e o Parlamento. É isso, acho que tem que ser discutido
mesmo.
Há alguém que queira fazer mais alguma pergunta? Antes de nós encerrarmos,
eu quero ouvir aquele que recebe os trabalhadores, o Deputado Paulo Ramos,
do PSOL, que preside a Comissão de Trabalho. Ele é quem recebe o conjunto
de sindicatos e trabalhadores nesta Casa. Peço ao Paulo que faça uso da
palavra.
Fiquei feliz com a abertura da Caixa Econômica Federal. Falam assim: falta
dinheiro para investimento. Olhem, não falta. Está aqui a Caixa Econômica
Federal. Está aqui o BNDES. O Dr. Lelis estava dizendo: “Olha aqui vamos
ver se...” Vamos agarrar esse crédito oferecido pelos nossos órgãos públicos
de financiamento.
Vejo que há vontade política. A crise é muito grande. Temos que admitir que
muitos problemas surgem e também os fatos foram acontecendo sem o
planejamento devido para amenizar situações.
Sr. Presidente, tenho debatido nesta Casa – aí sai do Sul do Estado –, Dr.
Lelis, uma proposta que envolve a revitalização da Zona Portuária. Temos a
Baía de Guanabara e já que o Governador, hoje, está inaugurando a Agência
para o Desenvolvimento Metropolitano, tenho discutido – friz um documento
que já foi aprovado – para que o Governo faça um estudo de viabilidade.
Não é possível que a Baía de Guanabara não seja aproveitada mais ainda para
o transporte de massa. A Praça XV fica congestionada. Temos no início da
Av. Brasil, no final da Av. Rodrigues Alves, dois Armazéns – não se pode
dizer que não tenha calado, porque tem – para criar um novo terminal de
barcas para trazer os trabalhadores, principalmente, de quase todos os
municípios praticamente da Região Metropolitana. Então, vamos aproveitar.
Tem sido muito difícil fazer esse estudo de viabilidade. Mas precisamos tomar
essa iniciativa, porque a Região Metropolitana precisa e merece.
O Paulo lembra muito bem os bancos privados. Por que não? Verificamos
que, por exemplo, o Dr. Lelis faz conta ali de que os juros subiram, e subiram
mesmo. Infelizmente a inflação subiu, subiram os juros, subiu o dólar em
relação ao real. A situação é delicada do ponto de vista macroeconômico, é
delicada do ponto de vista político e, se não tivermos cuidado, ela caminha
para uma crise institucional – seria um retrocesso no País.
Esta é uma Casa política, por isso peço licença para falar sobre o que vejo no
Brasil hoje. É responsabilidade de quem venceu as eleições governar.
O Brasil não é uma republiqueta onde se derruba Presidente a cada dois anos;
o Brasil precisa avançar, sentar á mesa e construir soluções. O Congresso
Nacional teme essa responsabilidade, junto com o Poder Executivo, o Poder
Judiciário e a sociedade civil.
Isso é bom por um lado, ruim por outro, mas também não podemos ficar
apostando em receita com preço alto dos produtos. Mas sabemos que há um
desequilíbrio nessa questão do Pré-Sal. A situação para o Rio de Janeiro é
extremamente grave. O Rio de Janeiro, em boa hora, procurou diversificar sua
base econômica, Dulce.
Vocês têm feito ao longo desses últimos oito, nove anos, um trabalho
excepcional, mas não é suficiente. Nós precisamos alargar mais, por isso que
está sendo discutindo agência de desenvolvimento da Região Metropolitana,
por isso o Dr. Júlio virá a esse Fórum no dia 16 para discutir uma nova lei de
incentivo fiscal que atinja a todos os 92 municípios, que atinja a recuperação,
por exemplo, Paulo, da Avenida Brasil, de empreendimentos comerciais e de
serviços ao longo da Avenida Brasil, que está degradada, além de todos os
municípios, estudando para não cometer o equívoco de fazer uma
concorrência predatória. Não adianta se instalar uma nova indústria ou uma
nova empresa do setor comercial que venha em detrimento de uma que já
esteja instalada. Toda essa questão é muito sensível, mas distribuir a riqueza
de forma mais universalizada no território do Estado do Rio de Janeiro é
fundamental para um desenvolvimento equilibrado, você evitar essa migração
que houve, sobretudo dos anos 70 e 80, quando as pessoas se deslocaram do
interior, do campo, no Brasil inteiro, criando megalópoles, grandes
metrópoles, nós temos que evitar isso e isso se faz com desenvolvimento mais
sustentável.
Este Fórum não tem nenhuma pretensão de resolver nada, ele tem a pretensão
de que o Parlamento é para intermediar, para ouvir, para conversar, aqui a
gente tem buscado sempre um caminho muito mais propositivo.
Aqui no Rio de Janeiro, o meu partido ganhou algumas vezes, perdeu muitas
outras, e nós continuamos trabalhando da mesma forma aqui, pensando no
desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro.
Quero agradecer aos meus colegas aqui presentes, parabenizar a Ana Paula
por essa iniciativa; parabenizar o Julianelli, que é lá do Sul, também lutando
por essa mesma bandeira; os Deputados Federais Alexandre Serfiotis e o
Celso Jacob, que são daquela região; os Prefeitos Rechuan, Vinícius Farah e
Bruno, que são da mesma região, que estão aqui também apoiando esta causa.
Mas quero agradecer muito aos convidados, à nossa representante da Caixa
Econômica Federal; ao nosso representante do BNDES; da AgeRio; da
Secretaria de Fazenda; da Secretaria de Desenvolvimento Econômico; e ao
Governador.
O Governador já estava na segunda agenda; nós já tínhamos vindo de uma
agenda com o Presidente do Tribunal de Justiça, com o Presidente do Tribunal
de Contas, com o Procurador-Geral de Justiça e técnicos, discutindo a questão
do orçamento do Estado, que chega a esta Casa no final deste mês. O
Governador teve que voltar para a questão da Agência.
Nós vamos ter agora a Reunião da Mesa Diretora da Casa. Está aqui o nosso
reitor da Uerj, que vai tratar de assunto específico da Universidade do Estado
do Rio de Janeiro conosco. E, logo a seguir, temos reunião do Colégio de
Líderes, para discutir o Fundo de Habitação Social do Estado do Rio de
Janeiro. E, logo a seguir, às 15 horas – espero que dê tempo de o Paulo Ramos
almoçar -, Sessão Ordinária.