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Poder Legislativo Local: desafios das políticas culturais na

cidade de São Paulo¹

Adriano Rodrigues de Oliveira²


Thaluana Pereira Gabriel³

1. Introdução

Em um país com grandes desigualdades sociais como Brasil, no qual

significativa parcela da população não tem acesso à serviços básicos como saúde e

educação, a cultura pode parecer supérflua e banal dado a urgência de se lidar com

problemas por vezes concebidos como mais importantes. Tal fenômeno pode

ocasionar investimentos insuficientes em políticas culturais.

A cultura é um direito social previsto pela Constituição Federal, e compete

concorrentemente à União, Estados e Municípios. Contudo, ao contrário do que

acontece na saúde e na educação, em que cada ente tem uma responsabilidade

exclusiva prevista na constituição, a cultura tem a totalidade de deveres delegados

igualmente em todos os entes federativos. Na tentativa de aplacar as dificuldades

decorrentes dessa distribuição de competências foi criado o Plano Nacional que

tenta regulamentar a matéria. Porém, nem o Estado de São Paulo que é o mais

influente economicamente regulamentou ou elaborou um Plano Estadual de Cultura,

tendo um plano e legislação próprios que não se adequam ao Plano Nacional.

2. A cultura na gestão municipal e no legislativo local

Considerando as políticas culturais no âmbito municipal, é preciso recordar

que grande parte dos municípios brasileiros é de pequeno porte, com menos de

10.000 habitantes. A arrecadação limitada do município por vezes inviabiliza uma


secretaria específica, por isso é recorrente encontrarmos a cultura junto à secretaria

de educação ou ainda em outras pastas menores como turismo, lazer e esporte. Em

muitos casos, para se valorizar a área cultural, é necessário dar uma segunda

motivação que torne a política “útil”, tal como grandes reformas de patrimônios

culturais importantes para revitalizar centros urbanos abandonados, por exemplo.

Outra característica da gestão municipal da cultura é que, pela falta de

aderência ao Plano Nacional, a cultura é uma matéria discricionária, pois cada

gestor visa implementar sua marca, havendo descontinuidade das políticas. Esse

não é um problema exclusivo da cultura, mas quando se olha para o que os

municípios de pequeno e médio porte oferecem como cultura normalmente se

enquadra em eventos e festas que tentam alavancar o turismo da cidade, que

ocorrem de forma pontual. Outra prática comum nos municípios é investir em um

patrimônio cultural, mas, em muitos casos, com uma análise de custos de baixa

qualidade, ocasionando mau uso dos recursos públicos.

Nota-se certa ausência de um conjunto robusto de indicadores para

analisarmos a efetividade das políticas culturais. No Datapedia, podemos ver as

finanças públicas dos municípios brasileiros e notar como a programática

orçamentária da área de cultura é inferior ao de outras áreas. No municípios de

Santo André, por exemplo, a cultura tem a menor dotação da cidade no ano de

2016. Em metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro também posicionam a

cultura em patamares menores de representação no orçamento. Além disso,

observa-se a mesma disparidade na exportação de produtos culturais.

São Paulo é um dos maiores centros culturais do país, mas também não

escapa da lógica dos eventos culturais, sendo utilizados para alavancar o turismo da
cidade. O maior desses eventos é a Parada do Orgulho LGBT, que acontece

anualmente na cidade de São Paulo. Assim, os vereadores Eduardo Suplicy e

Sâmia Bomfim propuseram a PL 399/2017, que declara a Parada LGBT como um

patrimônio imaterial da cidade de São Paulo. Tal proposição seria uma política

cultural simbólica, promovendo visibilidade para esse grupo e elevando o status da

Parada para além do evento e turismo. O projeto permaneceu na CCJ por um ano, e

agora tramita na EDUC.

O PL 399/2017 visa alinhar a concepção da Parada LGBT à Convenção para

a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, que define como Patrimônio

Imaterial as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas —

junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são

associados — que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos

reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.

3. Considerações Finais

Para que os municípios possam criar políticas culturais efetivas e eficientes é

necessário que se constitua uma burocracia especializada com conhecimentos para

administrar os instrumentos municipais e utilizar a parte que lhe cabe do orçamento

municipal de maneira inteligente. Outra solução é criar uma parceria entre

municípios vizinhos para investir na cultura da região, essa ideia muitas vezes

encontra entraves, justamente pela falta de tradição da cultura nas políticas

públicas. Uma última alternativa é utilizar de contratos com Organizações Sociais,

que é opção tomada pelo Estado de São Paulo, grande parte dos aparelhos

culturais são administrados por esse modelo.


4. Notas

¹ Trabalho realizado para avaliação final da disciplina ACH3728 Temas de Gestão

Pública III, coordenada pelo Prof. Fernando Coelho e ministrada pelo Prof.

Humberto Dantas. A disciplina tem como abordagem temática Poder Legislativo

Local: desafios políticos e administrativos.

² Graduando em Gestão de Políticas Públicas na Universidade de São Paulo.

NºUSP 8919002.

³ Graduanda em Gestão de Políticas Públicas na Universidade de São Paulo.

NºUSP 8641751.

5. Referências Bibliográficas

PLATAFORMA UM BRASIL. Desafios da Gestão Pública Municipal no Brasil. São

Paulo, 2017. Disponível em: http://umbrasil.com/parceiros/each-usp/

PLATAFORMA DATAPEDIA. Finanças Públicas. Consulta realizada em 29 de

novembro de 2018. Disponível em: http://datapedia.info/public/cidade/1234/sp/sao-

paulo#mapa

CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. SP Legis Sistema do Processo Legislativo

CMSP. Consulta realizada em 29 de novembro de 2018. Disponível em:

http://www.saopaulo.sp.leg.br/atividade-legislativa/splegis-consulta/

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