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Resenha

Resenha
Gestão ambiental e responsabilidade social
corporativa: estratégias de negócio focadas na
realidade brasileira
Environmental management and corporate social
responsibility: business strategies focused on the
Brazilian reality
(TACHIZAWA*, 2008)

Cesar Augusto Ornellas Ramos**

A obra em questão nos apresen- contemporâneas acerca das preo-


ta questionamentos bastante ins- cupações ecológicas e das crescen-
tigantes, pois aborda a tendência tes exigências, formais e informais,
mundial de adaptação das organi- com relação à implantação de po-
zações às exigências de um merca- líticas organizacionais de sustenta-
do cada vez mais competitivo, glo- bilidade ambiental. Também tece
balizado, interdependente. Um dos comentários relativos ao seguinte
focos centrais do autor é a proble- dilema: a questão socioambiental
matização referente à formação de seria um mero discurso articulado a
um novo perfil de consumidores em modismos passageiros, a perspecti-
fase de conscientização, voltados vas de curto prazo, a uma tendên-
para temas como desenvolvimento cia de ser “politicamente correto”,
auto-sustentável, responsabilidade resultando em crescentes exigên-
social e ambiental. O autor elabora cias e certificações onerosas para
ponderações acerca da formulação as organizações, não repercutindo
de uma nova ética do consumo, com tanta veemência no âmbito
cada vez mais voltada para a pre- das relações de mercado, visto que
os consumidores buscariam avaliar,
servação dos ecossistemas.
a rigor, a relação custo-benefício,
A certa altura de sua argumenta- tendo o custo financeiro como ele-
ção, Tachizawa elabora questiona- mento definidor do processo de
mentos em torno das tendências aquisição de bens e serviços.

__________________________
* Élio Takeshy Tachizawa é doutor em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas/SP; mestre
em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo-USP; mestre em Controladoria e Contabili-
dade pela Universidade de São Paulo-USP, além do Extension in Business and Management for International
Professionals pela University of Califórnia (USA).

** O responsável pela resenha, Cesar Augusto Ornellas Ramos, é Mestre em História Social pela Universidade
Federal Fluminense e docente dos Institutos Superiores de Ensino La Salle/RJ; cesar.ornellas@lasallerj.org

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Por outro lado, com base em pes- eliminando desperdícios e, no ho-


quisas atuais, o autor nos conduz a rizonte, aprimorando a qualidade
uma reflexão que aponta justamen- final dos produtos e serviços, com
te o contrário do questionamento redução significativa de custos.
acima. Apesar do consumo massifi- Tachizawa introduz ainda um ou-
cado existente no âmbito das socie- tro elemento bastante relevante à
dades humanas contemporâneas, discussão em curso: a questão sim-
em que o componente preço final bólica, a construção e/ou projeção
ainda ocupa uma posição estraté- da imagem institucional, que gera
gica, definidora, existe uma ten- visibilidade qualificada, compro-
dência em ascensão: segundo da- metida com as causas sociais e am-
dos da Organização Internacional bientais. Empresas que contribuem
do Comércio – OIC, cerca de 68% para o uso racional dos recursos
dos consumidores, qualificados em naturais, bem como adotam pos-
níveis mais elevados de instrução turas de valorização das vocações
formal, preferem adquirir bens e econômicas comunitárias, respei-
serviços que tenham baixo impacto tando as nuances socioculturais
destrutivo no meio ambiente, que regionais, adquirem uma imagem
sejam recicláveis, ecologicamente favorável diante dos consumido-
sustentáveis e comprometidos com res, ampliando sua credibilidade e
causas sociais, mesmo que tenham as possibilidades de fidelização da
de pagar mais caro por isso. clientela, além de abrirem novos
O autor demonstra com bastan- nichos de mercado, de maneira
te propriedade que as medidas de gradual, socialmente sustentável e
preservação ambiental, articuladas ecologicamente responsável.
a práticas de valorização da res- No decorrer da obra, o autor
ponsabilidade social, que aparen- aborda ainda três pontos impor-
temente, num primeiro momento, tantes para a compreensão das
significam um ônus para as organi- transformações estratégicas orga-
zações, elevando substancialmente nizacionais em curso no mundo
os custos operacionais das empre- contemporâneo. O primeiro deles
sas, resultam em benefícios reais, é a compatibilidade entre a obten-
em médio e longo prazo. De modo
ção de taxas vantajosas de lucrati-
geral, a adoção de posturas proa-
vidade e a preservação ambiental.
tivas pelas empresas, no tocante à
Questionando a visão tradicional
adoção de políticas de sustentabili-
que posicionava o Homem e a Na-
dade socioambiental, não exige, em
tureza em campos opostos, anta-
tese, mudanças infra-estruturais,
gônicos, o autor defende a tese do
mas sim redimensionamentos pon-
tuais, análises críticas de processos lucro socialmente responsável, em
tradicionais de produção, reapro- sintonia com o aproveitamento ra-
veitamento de matérias-primas e cional dos recursos ambientais. O
tratamento de efluentes, reorga- segundo ponto contempla o cres-
nização das relações de consumo, cimento da consciência ambiental,

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em escala global, notadamente por prol de metas e representativida-


meio da expansão de movimentos des comuns. Tais relações resultam
engajados em projetos ecologica- na relativa centralização decisória,
mente responsáveis. Segundo Ta- para a manutenção da política or-
chizawa, as empresas não podem ganizacional e da “fisionomia” da
mais se furtar à incorporação de empresa e descentralização ope-
práticas articuladas à dimensão da racional supervisionada, por meio
sustentabilidade, sob pena de se da terceirização de atividades da
tornarem obsoletas e/ou deprecia- cadeia produtiva.
das diante das novas demandas do Tachizawa desenvolve uma análi-
mercado. Por fim, o terceiro ponto se crítica das relações tradicionais
reafirma a tendência de que o fa- de consumo, focadas no ofereci-
turamento das empresas depende mento de produtos inovadores,
cada vez mais do comportamento na venda de “benefícios”, e não
dos consumidores que, ao toma- apenas de mercadorias. Outrora, a
rem decisões para a aquisição de referência das relações de mercado
bens e serviços, valorizam de forma estava posicionada nas empresas
crescente as organizações certifica- que, por meio de pesquisas e en-
das, com selos de qualidade, cre- quetes, sondavam as preferências
dibilidade no mercado e, principal-
dos consumidores e elaboravam
mente, aquelas que se apresentam
produtos para a satisfação de tais
inseridas na lógica da preservação
necessidades, criando, como deri-
ambiental, bem como da promo-
vação, novas e crescentes deman-
ção de ações em prol do resgate da
das. Atualmente, para além da
dignidade humana.
mera satisfação de necessidades
Outra argumentação relevante materiais, começa a despontar um
desenvolvida pelo autor aborda novo perfil de consumidor: aquele
o efeito em cadeia da adoção de que busca qualidade, aliada a pre-
padrões de qualidade entre as or-
ços compatíveis e, sobretudo, a en-
ganizações e seus fornecedores,
gajamento socioambiental. Hoje,
contribuindo para a difusão de no-
segundo o autor, não basta dizer
vos processos de produção, menos
que um produto é bom e barato;
agressivos ao meio ambiente e mais
tal formulação se encontra supe-
rentáveis, sobretudo pela consoli-
dação de uma nova cultura acerca rada pela dinâmica do valor agre-
do binômio produção-consumo, gado. Diante das novas demandas
envolvendo adaptações aos novos de consumo, as empresas buscam
padrões exigidos pelo mercado, novos processos de gestão, con-
em última análise, pelos consumi- templando aspectos outrora op-
dores. Tachizawa pondera ainda cionais, hoje essenciais: preserva-
sobre a substituição processual da ção ambiental em conexão com a
noção de parceria entre empresas e melhoria da qualidade de vida, a
seus fornecedores pelo conceito de fim de valorizar a diversidade so-
sinergia do comprometimento, em ciocultural.

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A escolha de insumos biodegra- ambientais, são questões urgentes


dáveis e/ou recicláveis, da gestão e inadiáveis.
responsável da energia, dos pro- A título de considerações finais, o
cessos de produção e da logística, autor nos apresenta um panorama
a adoção de políticas de tratamento bastante completo das tendências
dos efluentes e resíduos sólidos, ao atuais no campo da responsabilida-
lado de estratégias de marketing de social corporativa, enfatizando
socialmente responsáveis e de uma a emergência de novos conceitos
gestão empresarial humanizada de produção, de novos produtos
afiguram-se como elementos alta- e serviços, incorporando anseios
mente positivos, valorizados pelos e expectativas sociais. A dimensão
educativo-cultural ocupa lugar de
consumidores, protagonistas dessa
destaque em tais perspectivas de
“revolução silenciosa” das novas de-
construção de um novo modelo de
mandas de consumo, combinando relacionamento entre empresas e
funcionalidade e sustentabilidade. consumidores, entre organizações
Prosseguindo sua análise, Tachi- e sociedade, pois a informação
zawa discorre sobre a responsa- qualificada estimula o consumo
bilidade social corporativa, ressal- consciente e favorece a adoção de
tando a real necessidade de sensi- práticas organizacionais voltadas
bilização das organizações para as para a valorização dos diferenciais
causas humanitárias. Num mundo socioambientais. Numa palavra, o
em constante transformação, co- mundo que desejamos para nossos
nectado em tempo real através da filhos e netos depende de decisões
rede mundial de computadores responsáveis tomadas no presente,
(web), envolvido em conflitos so- re-inventando formas de produ-
cioeconômicos e políticos, mergu- ção e consumo, percebendo em
lhado na desigualdade social e no tais processos a dimensão huma-
desequilíbrio brutal de distribuição na, com seus vícios e virtudes, com
de renda, as empresas têm um im- suas mazelas e criatividade. Para
portante papel a desempenhar. A o autor, não existe mais espaço,
questão não está apenas afeita à em sã consciência, para o consu-
geração de emprego e renda, mas mo irresponsável, depredador do
vai muito além disso. Tradicional- meio ambiente e desagregador da
mente, a máxima era minimizar cus- qualidade de vida das sociedades
tos e maximizar lucros. Diante das humanas. Trata-se de uma ques-
novas demandas, uma pergunta se tão ética premente, fundamentada
coloca: quais são os custos sociais numa nova lógica das relações em
e ambientais dos lucros obtidos sociedade.
pelas organizações? No contexto
de um panorama de concorrência,
por vezes predatória, tal modelo Referência
chegará a um ponto de saturação
e esgotamento. Assim sendo, o re- TACHIZAWA, Élio Takeshy. Gestão
dimensionamento das estratégias ambiental e responsabilidade social
de gestão da produção, bem como corporativa: estratégias de negócio
a reestruturação das relações entre focadas na realidade brasileira. São
as empresas e as demandas socio- Paulo: Atlas, 2008.

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